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Escritório Nacional da OMS em Moçambique Relatório do Biénio 2008-2009 Relatório do Biénio 2008-2009 Organização Mundial da Saúde

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Page 1: Relatório do Biénio 2008-2009 - WHO · Disponibilidade de Serviços, o Plano Estratégico Nacional de HIV e o Plano de Acção para a Saúde Materna e Infantil. Estes documentos

Escritório Nacional da OMS em Moçambique

Relatório do Biénio 2008-2009Relatório do Biénio 2008-2009

Organização Mundial da Saúde

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O Relatório para o Biénio 2008-2009, da OMS Moçambique, foi produzido sob a direcção-geral do Dr. El Hadi Benzerroug, Representante da OMS em Moçambique. A equipa de redacção foi constituída por funcionários do programa da OMS.

Esta publicação também está disponível em Inglês.

© World Health Organization 2010

Escritório Nacional da OMS MoçambiqueRua Pereira Marinho, 280Caixa Postal 377, Maputo Tel.: (+258 21) 491991/492165Fax: (+258 21) 491990/498998E-mail:

Sítio web do escritório nacional:

Editora da versão inglesa: Dominica Drazal

Tradução portuguesa: Frans Hovens

Concepção e impressão: LEIMA IMPRESSÕESORIGINAIS, LDA

Fotografias: Eliane Beeson; Antoine Bureau; Daisy Trovoada; Hilde De Graeve; Gloria Moreira; Eva de Carvalho; Alicia Carbonell e Flatiel Vilanculos

[email protected]

http://www.who.int/countries/moz/en

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Índice

Prefácio........................................................................................................................................................v

Doenças Transmissíveis................................................................................................................................11SO1: Reduzir a carga sanitária, social e económica das doenças transmissíveis....

HIV/SIDA, Tuberculose e Malária....................................................................................................................19SO 2: Combater o HIV/SIDA, a Tuberculose e a Malária...................................................................................................19

Doenças não transmissíveis, perturbações mentais e violência/lesões..............................................................27SO3: Prevenir e reduzir a doença, a incapacidade e a morte prematura provocadas por doenças crónicas não transmissíveis, perturbações mentais, violência e lesões......................................27

Elevar o perfil da agenda nacional de saúde materna, neonatal e infantil..........................................................31SSO 4: Reduzir a morbidade e a mortalidade e melhorar a saúde durante as principais fases da vida, incluindo a gravidez, o parto, o período neonatal, a infância e a adolescência, e melhorar a saúde sexual e reprodutiva e promover o envelhecimento activo e saudável, para todos os indivíduos.........................31

Gestão de Emergências.................................................................................................................................39SO5: Reduzir as repercussões de emergências, calamidades e crises e

conflitos na saúde, minimizando simultaneamente o seu impacto social e económico..................................................39

Promoção da saúde e redução dos factores de risco associados ao uso do tabaco, álcool, drogas e de outras substâncias psicoactivas................................................43

SO 6: Promover a Saúde e o Desenvolvimento e prevenir os factores de risco para as condições de Saúde associadas ao uso do tabaco, do álcool, de drogas e de outras substancias psicoactivas, às dietas não saudáveis, à inactividade física e à prática de sexo não seguro............................43

Determinantes Sociais e Económicos da Saúde................................................................................................47SO 7: Atender aos determinantes sociais e económicos subjacentes à saúde, através de políticas e programas que aumentam a equidade na saúde e que integram abordagens a favor dos pobres, que respondem a questões de género e que se baseiam nos direitos humanos..................................47

Saúde Ambiental.........................................................................................................................................51SO 8: Promover um ambiente mais saudável, intensificar a prevenção primária e influenciar as políticas públicas em todos os sectores, por forma a combater as razões profundas das ameaças ambientais para a saúde............51

Nutrição e Segurança Alimentar....................................................................................................................55SO9: Melhorar a nutrição e a segurança alimentar.........................................................................................................55

Prestação de Serviços de Saúde.....................................................................................................................59SO 10: Melhorar os serviços de saúde através duma melhor governação,

financiamento pessoal e gestão, com base em dados e em investigações, fiáveis e acessíveis.........................................59

Introdução....................................................................................................................................................7

...........................................................11

iiiRelatório do Biénio 2008-2009

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Produtos e Tecnologia médicas......................................................................................................................67SO 11: Assegurar melhor acesso, qualidade e utilização de produtos e de tecnologias médicas......................................67

Fazer avançar a Agenda de Saúde Global.........................................................................................................71SO12: Facultar liderança, reforçar a governação dos governos nacionais e promover a parceria e a colaboração com os países, com o sistema das Nações Unidas e com outros intervenientes, a fim de cumprir o mandato da OMS de fazer avançar a agenda global de saúde, tal como definida no Décimo Primeiro Programa Geral de Trabalho.....................................................71

Melhorar a capacidade de dirigente do escritório nacional da OMS....................................................................75SO 13: Desenvolver e sustentar a OMS como uma organização flexível que adquire ensinamentos e que está habilitada para cumprir o seu mandato de forma mais eficiente e eficaz..................................75

ANEXO.........................................................................................................................................................79Pessoal do Escritório Nacional da OMS, no 31 de Dezembro de 2009....................................................................81Acrónimos...................................................................................................................................................83

Escritório Nacional da OMSiv

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Prefácio

Caros leitores,

Tenho o prazer de apresentar o relatório bienal do escritório nacional da OMS Moçambique para 2008-09. O relatório resume as principais contribuições e realizações da equipa da OMS, em matéria de saúde pública e de prestação de serviços de saúde em Moçambique. Muitas destas actividades realizaram-se em estreita colaboração com o Ministério da Saúde, assim como com muitos órgãos públicos locais e internacionais, agências e instituições privadas, e parceiros de desenvolvimento.

O relatório também destaca o nosso trabalho, que assenta numa série de actividades conexas, iniciadas em 2006-2007. A OMS apoiou os esforços do Ministério da Saúde no sentido de obter uma compreensão mais detalhada da situação actual do sector da saúde em Moçambique. Os resultados da avaliação externa do sector farmacêutico, o levantamento da disponibilidade de serviços, a vigilância das doenças e as avaliações de programas específicos, tais como PAV, Malária e TB, confirmam que Moçambique enfrenta uma série de desafios, mas que o futuro é optimista. Um dos principais desafios é conseguir o acesso universal aos cuidados de saúde e, daí, a necessidade de reforçar pilares fundamentais que suportam um sistema de saúde funcional, tais como a força de trabalho, os sistemas de informação em matéria de saúde, os medicamentos e materiais, e as equipas de gestão distrital.

Este biénio proporcionou a oportunidade de aumentar as intervenções essenciais de saúde e melhorar a harmonização e a eficácia da ajuda externa. O governo e o Ministério da Saúde, sob a liderança do Professor Dr. Ivo Garrido, o Ilustre Ministro da Saúde, subscreveram várias iniciativas destinadas a fortalecer parcerias que permitissem obter melhores resultados em termos de saúde. Novas oportunidades apresentam novos desafios e, para se poder progredir, é preciso aumentar os esforços colectivos para que os compromissos nobres se traduzam em mudanças concretas ao nível das comunidades.

A rápida mutação das condições da ajuda e a pressão para cumprir as metas de saúde dos ODM, tiveram um impacto no âmbito do trabalho do escritório nacional da OMS. A fim de responder de forma adequada e eficaz, a equipa da OMS concentrou-se em (i) reforçar a sua própria capacidade para criar uma equipa mais bem coordenada e mais eficiente, (ii) trabalhar mais estreitamente com os colegas da sede e do escritório regional e intra-regional, para mobilizar os melhores conhecimentos especializados possíveis, (iii) participar activamente nos mecanismos de coordenação da SWAp da saúde e (iv) contribuir para os processos de reforma das Nações Unidas.

Embora se tenha obtido um progresso significativo na via para a melhoria do sistema de saúde e para o aumento do acesso aos cuidados de saúde, a nossa missão não está completa. O escritório nacional da OMS continua empenhado em apoiar os esforços de Moçambique na construção de um sistema de saúde mais equitativo e abrangente. Os valores e princípios dos cuidados primários de saúde devem continuar a orientar este desenvolvimento.

Dr. El Hadi BenzerrougRepresentante da OMS Junho de 2010

Relatório do Biénio 2008-2009 v

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O escritório nacional da OMS em Moçambique prepara um relatório bienal para resumir as principais contribuições e realizações da equipa OMS no que diz respeito aos progressos realizados no desenvolvimento do sector da saúde no período de 2008-2009.

A revisão bienal 2008 - 2009 enquadra-se num período de 5 anos de governação estável em Moçambique, que terminou com as eleições democráticas gerais, em Novembro de 2009. Moçambique registou um crescimento económico de 6,1%, apesar de o país ter sofrido vários desastres naturais e antrópicos, desde 2007. O ciclone Flávio causou grandes estragos nas partes Central e Norte de Moçambique, a explosão do paiol a 10 quilómetros de Maputo custou a vida a mais de 100 pessoas e causou danos infraestruturais consideráveis. Os surtos de cólera são recorrentes e tendem a desviar a atenção dos profissionais de saúde, da prestação de serviços de rotina para a resposta de emergência em várias partes do país.

O Ministério da Saúde, sob a liderança do Ministro Professor Dr. Ivo Garrido, prosseguiu a implementação do Plano Estratégico do Sector da Saúde (2007-2012). Este plano enquadra-se no Plano Quinquenal do Governo, no Segundo Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA II) e noutros documentos estratégicos nacionais. Para além do Plano Estratégico do Sector da Saúde, o Ministério da Saúde também finalizou vários documentos de planeamento específicos para a saúde, tais como o Plano de Desenvolvimento dos Recursos Humanos, o Levantamento da Disponibilidade de Serviços, o Plano Estratégico Nacional de HIV e o Plano de Acção para a Saúde Materna e Infantil. Estes documentos basearam-se nos dados recolhidos a partir da análise do problema e da revisão das intervenções anteriores, e darão a orientação estratégica necessária para assegurar que se presta especial atenção às doenças prioritárias alargando, assim a acção orientada pela doença e criando abordagens sustentáveis que fortaleçam o sistema de saúde em geral.

Novas modalidades de financiamento, geradas pelo rápido aumento de iniciativas globais de saúde em Moçambique durante o biénio, apresentaram novas oportunidades e desafios. A SWAp da saúde, baseada numa estrutura de coordenação de parceiros, analisou o modo como os parceiros entraram num diálogo com o fim de se envolverem todos os parceiros e, além disso, com o fim de haver uma utilização mais eficiente e eficaz dos recursos financeiros externos. A revisão iniciou-se, desencadeada pelo aumento rápido e significativo dos fundos recebidos dos doadores verticais, tais como a PEPFAR e o Fundo Global.

Contexto do país

Missão e principais funções da OMS

A contribuição da OMS é orientada pela declaração de missão do Escritório Nacional, que destaca a necessidade urgente de estabelecer um compromisso importante e sustentado para o reforço dos sistemas de saúde, através da cooperação e da coordenação com o Ministério da Saúde e outros intervenientes.

A declaração de missão afirma o seguinte:

“Apoiar o desenvolvimento dum sistema de saúde eficaz e equitativo, de forma a atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs) relacionados com a saúde, em forte parceria com todas as agências das NU e os parceiros de saúde nacionais e internacionais.” A declaração baseia-se nos pontos fortes da OMS, tal como se encontram resumidos nas suas seis principais funções: (1) Contribuir para um diálogo de políticas e para a sensibilização;(2) Gerir informação e estimular a pesquisa e o desenvolvimento;(3) Prestar apoio nas áreas técnicas e políticas, alavancando as competências especializadas da OMS no Escritório

Regional em Brazzaville, na Sede em Genebra, e através da Equipa Inter-Nacional localizada em Harare,(4) Trabalhar em parceria com o Ministério da Saúde, outros departamentos ministeriais, parceiros de desenvol-

vimento, instituições académicas, associações profissionais e a sociedade civil;

INTRODUÇÃO

Relatório do Biénio 2008-2009 7

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(5) Aplicar normas e padrões acordados internacionalmente;(6) Promover o uso de tecnologias, ferramentas e orientações apropriadas.

O plano operacional bienal 2008-09 da OMS, baseou-se nas orientações estratégicas oferecidas pela primeira e segunda Estratégia de Cooperação entre Países da OMS (2004-2008 e 2009-2013, respectivamente). A primeira Estratégia de Cooperação entre Países terminou em 2008, após um período de 4 anos e incidiu nas 3 áreas seguintes: (1) Melhorar o desempenho do sistema de saúde (2) Reduzir a carga da doença, e (3) Promover um ambiente seguro e favorável que contribua para uma saúde melhor. A segunda geração da Estratégia de Cooperação entre Países (2009-2013) aproveitou os ensinamentos aprendidos com a primeira CCS e com as orientações estratégicas definidas pela OMS e pelo governo de Moçambique, nomeadamente no que diz respeito ao seu compromisso de alcançar os objectivos do Desenvolvimento da Saúde do Milénio. A Estratégia concentrar-se-á em (1) Fortalecer os Sistemas de Saúde (2) Reduzir a Carga da Doença (3) Melhorar a Saúde da Mãe, Recém-Nascido e Crianças (4) Tratar dos Determinantes da Saúde (5) Promover a Liderança, a Governança e a Parceria.

A OMS demonstrou o seu compromisso com o fortalecimento dos sistemas de saúde (especificamente a força de trabalho da saúde, o sistema de informação de saúde) e irá continuar a encorajar o estabelecimento de parcerias mais fortes com parceiros de desenvolvimento da saúde, facilitando simultaneamente uma melhor coordenação no seio das agências das NU.

O apoio da OMS a Moçambique para 2008-2009, é organizado de acordo com os 13 objectivos estratégicos da organização no seu todo, os quais estão em consonância tanto com o 11º Programa Geral de Trabalho como com o Quadro de Médio Prazo (2008-2013). E portanto, capta a diversidade da contribuição da OMS em direcção a duas áreas de interesse principais: (1) áreas consideradas como prioritárias para o desenvolvimento global de Moçambique (prevenção e controlo de doenças, e o reforço dos sistemas para funções tais como os recursos humanos para o sector da saúde); e (2) as áreas que não têm recebido a devida atenção, apesar do seu efeito adverso sobre a vida e a saúde das pessoas, tais como acidentes de trânsito e riscos ambientais para a saúde. Os objectivos estratégicos de cada organização estão adaptados ao contexto de cada país e organizados pela ordem de prioridade correspondente.

Estes objectivos da organização no seu todo são:

1. Reduzir a carga sanitária, social e económica das doenças transmissíveis; 2. Combater o HIV/ SIDA, a tuberculose e a malária;3. Prevenir e reduzir a doença, a incapacidade e a morte prematura por doenças crónicas não transmissíveis,

perturbações mentais, violência e lesões e diminuição visual;4. Reduzir a morbidade e a mortalidade e melhorar a saúde durante as principais fases da vida, incluindo a

gravidez, o parto, o período neonatal, a infância e a adolescência, e melhorar a saúde sexual e reprodutiva e promover o envelhecimento activo e saudável a todos os indivíduos;

5. Reduzir as repercussões de saúde resultantes de emergências, calamidades, crises e conflitos, e também minimizar o seu impacto social e económico;

6. Promover o progresso na área da saúde e prevenir ou reduzir factores de risco para as condições de saúde associadas ao uso do tabaco, álcool, drogas e outras substâncias psicoactivas, às dietas não saudáveis, à inactividade física e ao sexo inseguro;

7. Tratar dos determinantes sociais e económicos subjacentes e que garantem a boa saúde, através de políticas e programas que aumentam a equidade na saúde e integram abordagens a favor dos pobres, que respondem a questões de género e que se baseiam nos direitos humanos;

8. Promover um ambiente físico mais saudável, intensificar a prevenção primária e influenciar as políticas públicas em todos os sectores, por forma a combater as razões profundas das ameaças ambientais para a saúde;

9. Melhorar a nutrição e a segurança alimentar ao longo da vida do indivíduo, e de apoio à saúde pública e ao desenvolvimento sustentáve;l

Quadro de orientação para a cooperação da OMS em Moçambique

O relatório bienal da OMS de 2008-2009

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10. Melhorar os serviços de saúde através duma melhor governação, financiamento, recursos humanos e gestão, com base em conhecimentos fiáveis e acessíveis;

11. Assegurar melhor acesso, qualidade e utilização dos produtos e tecnologias médicas;12. Facultar liderança, reforçar a governação dos governos nacionais e promover a parceria e a colaboração com

países, com o sistema das Nações Unidas e com outros intervenientes, a fim de cumprir o mandato da OMS de avançar com a agenda global de saúde, tal como estabelecida no Décimo-Primeiro Programa Geral de Trabalho;

13. Ajudar a desenvolver a OMS numa organização flexível, que cresce no seu âmbito, permitindo-lhe cumprir o seu mandato duma forma mais eficiente e eficaz.

A OMS trabalha com o Ministério da Saúde e trabalha em colaboração com os seus parceiros, e este relatório reflecte a natureza cooperativa do nosso trabalho, destacando também, simultaneamente, as nossas realizações unilaterais. Embora a OMS, enquanto agência técnica, esteja menos envolvida na implementação de actividades no terreno, em-preendeu várias iniciativas a nível distrital e comunitário, a fim de assegurar que a política e o planeamento eram postas em prática e que, consequentemente, geravam evidências que iriam orientar decisões políticas futuras. O desenvol-vimento da saúde é um processo lento e contínuo mas, sempre que possível, as contribuições da OMS foram apresen-tadas numa caixa de histórias que apreende o desenvolvimento num contexto mais vasto e durante um período de tempo mais longo. A análise de tendências é muito importante para demonstrar o progresso, pois as melhorias do desempenho em matéria de saúde nunca constituem um processo linear.

O trabalho da OMS visa contribuir para o acesso universal dos cuidados primários

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Doenças Transmissíveis

Reduzir a carga sanitária, social e económica das doenças transmissíveis SO1

Este objectivo estratégico concentra-se em medidas de prevenção, detecção precoce, diagnóstico, tratamento, con-trolo e de eliminação e erradicação, para combater as doenças transmissíveis. As doenças específicas incluem, mas não se limitam, a doenças imunopreveníveis, tropicais, zoonóticas e propensas a epidemias, excluindo o HIV/SIDA, a tuber-culose e a malária.

Durante o biénio 2008-2009, desenvolveram-se as principais actividades no âmbito da vigilância integradas das doenças e resposta, incluindo a implementação dos Regulamentos Sanitários Internacionais (IHR) e da vigilância da doença PAV, a eliminação da lepra e o controlo das Doenças Tropicais Negligenciadas (NTD).

Regulamento Sanitário Internacionais

Rumo a seguir

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Ÿ

O escritório nacional da OMS apoiará o reforço das capacidades existentes em Moçambique, em termos de vigilância da saúde pública e de resposta;A OMS prestará a assistência técnica e o apoio à mobilização dos recursos, necessários para implementar as novas regras duma forma eficaz e atempada.

O Regulamento Sanitário Internacional (IHR) é um instrumento jurídico internacional que monitoriza 194 países em todo o mundo, incluindo todos os Estados-Membros da OMS. O seu objectivo é ajudar a comunidade internacional a prevenir e a responder aos graves riscos de saúde pública com potencial para ultrapassar fronteiras e ameaçar as pessoas no mundo inteiro. Este acordo juridicamente vinculativo estabelece um novo quadro para ajudar a gerir as ameaças que possam constituir uma Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional (PHEIC).

A OMS está a trabalhar em estreita colaboração com o governo, prestando orientação técnica para melhorar a capacidade de Moçambique para detectar, avaliar, notificar e responder às ameaças à saúde pública. Enquanto se está a desenvolver um plano de acção para a implementação do IHR, concluíram-se várias actividades, tais como a nomeação dum ponto focal para o IHR, a tradução do quadro do IHR para o Português e a dissemi-nação de 2000 exemplares para as principais instituições e mi-nistérios, a formação de pontos focais que trabalham em pontos de entrada no país (aeroportos, portos, postos fronteiriços), a formação de RRT em Saúde Pública, IDSR e IHR, e a organização de salas de quarentena nos aeroportos principais. Assinou-se um memorando de entendimento sobre a implementação do IHR entre o Ministério da Saúde e o Ministério do Interior.

Relatório do Biénio 2008-2009 11

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Vigilância integrada das doenças e resposta

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Rumo a seguir

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Vigilância de Doenças Imunopreveníveis (VPD)

Rumo a seguir

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A OMS encoraja a utilização duma Estratégia de Vigilância Integrada das Doenças e Resposta (IDSR), que promove o uso racional dos recursos, através da integração e racionalização das actividades normais de vigilância. A OMS realizou uma avaliação externa dos sistemas de vigilância em Moçambique e avaliou o nível de integração da vigilância de doenças imunopreveníveis, com a vigilância de outras doenças propensas a causar epidemias (2008). Os resultados revelaram que os programas de intervenção para as doenças transmissíveis e para as doenças imunopreveníveis, ainda recorrem aos seus próprios sistemas de vigilância, apesar utilizarem as mesmas estruturas, processos e pessoal. Os conheci-mentos e as habilitações dos trabalhadores de saúde para monitorizar, recolher e registar informações, apresentaram algumas deficiências, agravadas por um fraco sistema de apoio às actividades de vigilância. A capacidade do sector da saúde para responder às epidemias e surtos ficou aquém das exigências estipuladas pelo Regulamento Sanitário Inter-nacional. A OMS apoiou o Ministério da Saúde na implementação das seguintes iniciativas, resultado das avaliações.

Deram-se os primeiros passos para a criar um Centro de Excelência para a Vigilância das Doenças, o qual será composto por uma rede de unidades de saúde, seleccionadas para prestar serviços multidisciplinares integra-dos, incluindo a vigilância de doenças, o diagnóstico laboratorial, a investigação e a regulamentação de ali-mentos e medicamentos. Prevê-se que este tal Centro comece a funcionar em 2011;No que diz respeito aos trabalhos de laboratório, uma missão da OMS desenvolveu um relatório abrangente para o reforço e o alargamento do laboratório, intitulado Orientação Compreensiva sobre o Desenvolvimento da Rede Nacional de Laboratórios de Moçambique - Finalização de Plano Estratégico de Laboratórios, 2008;A OMS apoiou a elaboração dum plano multi-sectorial e plurianual para a prevenção e controlo da cólera, que incluiu as estratégias de IDSR, bem como a capacitação dos trabalhadores da saúde na área da vigilância e gestão de casos.

A OMS continuará a apoiar a implementação de estratégias de IDSR ao nível distrital e da unidade de saúde;A OMS contribuirá para a criação dum Centro de Excelência completamente funcional para a Vigilância de Doenças;A OMS dará apoio técnico para o reforço da rede de laboratórios.

Moçambique dispõe de sistemas de vigilância para monitorizar as principais doenças infantis imunopreveníveis, acentuando-se naquelas seleccionadas para serem eliminadas e/ou erradicadas, nomeadamente a Paralisia Flácida Aguda/Poliomielite, Tétano Neonatal (NNT) e Sarampo. Devido ao fraco desempenho do sistema de vigilância, a OMS efectuou uma revisão externa do sistema de vigilância em 2006, e uma revisão documental da vigilância em 2008. Ambas as avaliações destacaram uma série de problemas relacionados com o sistema de vigilância ou seja, insuficiente fiscalização e resposta às unidades de referência; formação-em-serviço insuficiente e inadequada, na área de epidemiologia básica; gestão inadequada de dados; e atrasos na confirmação laboratorial de casos suspeitos, o que resultou no arranque tardio da resposta ao surto.

A OMS tem estado a apoiar o Ministério da Saúde na implementação das recomendações da revisão externa e a tónica colocou-se no reforço do sistema de vigilância através do recrutamento e formação de 11 pessoas focais de vigilância, para apoiar a vigilância integrada das doenças a nível provincial e distrital e a capacitação de pessoas focais e de clínicos em IDSR, com enfoque na PFA, Tétano Neonatal e Sarampo, ao nível distrital.

No final de 2009 observaram-se melhorias nos indicadores de desempenho da vigilância de paralisia flácida aguda e sarampo. No seguimento de uma avaliação pré-validação realizada nos finais de 2009, o país encontra-se actualmente no processo de invocar o estado de eliminação do tétano materno e neonatal.

A OMS continuará a trabalhar com o MISAU, apoiando a mobilização de recursos e a capacitação institucional para a implementação adequada do Programa de Vigilância e de Resposta às Doenças Imunopreveníveis.

Escritório Nacional da OMS12

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Caixa 1: História de Sucesso: O papel dos oficiais de vigilância do EPI, na vigilância de Paralisia Flácida Aguda(PFA) / Poliomielit

Moçambique estabeleceu o sistema de vigilância da PFA em 1998 e, apesar de se terem feito investimentos, o desempenho do país foi muito fraco durante os primeiros quatro anos. Neste contexto, o Ministério da Saúde efectuou uma revisão externa do sistema de vigilância em 2001. Os indicadores de desempenho da vigilância da PFA melhoraram constantemente a partir de 2002, atingiram os indicadores de certificação em 2003, e mantiveram o estado actual até 2005. Em finais de 2005, Moçambique estava no bom caminho para alcançar o estado de erradicação da poliomielite. No entanto, de 2006 a 2008, os indicadores de desempenho da vigilância da PFA começaram a baixar com regularidade conforme se viu, mantendo-se abaixo do nível mínimo de desempenho aceitável de, pelo menos, 2/100.000 crianças < 15 anos com diagnóstico de Paralisia Flácida Aguda. Por exemplo, o indicador tinha passado de 1.6 em 2006, para 1.4 em 2007 e, deste para 1.3, em 2008. A principal razão deste declínio no desempenho da vigilância, atribuiu-se à retirada dos agentes de vigilância do PAV, que foram substituídos por coordenadores provinciais de HIV/TB, Malária e Lepra, os quais detinham alguma responsabilidade adicional pela vigilância das doenças imunopreveníveis. Este foi o resultado duma reorganização do Serviço Nacional de Saúde em 2006, com o objectivo de intensificar os esforços de combate à progressão rápida das infecções devido ao HIV, das infecções devido à tuberculose dupla e da morbidade e mortalidade devido à malária. Contudo, dada a vasta gama de tarefas dos 11 coordenadores de HIV/TB/ Malária, houve uma redu-ção do tempo e dos recursos dedicados à procura activa de casos de PFA, à supervisão de apoio e ao acompanhamento dos casos de PFA passados 60 dias. Preocupado com este declínio do desempenho, em Fevereiro de 2009, o Ministério da Saúde decidiu renomear os pontos focais de vigilância. Em finais de 2009, o país atingiu uma taxa de PFA não-poliomie-lite de 2.6/100.000, ultrapassando o mínimo da taxa de PFA não-poliomielite operacional, a Taxa de Adequação de Fezes para a PFA também atingiu 82%, (acima do mínimo de 80%) e o número de distritos reportados aumentou para 70%.

Além disso, revitalizou-se o Comité Nacional de Certificação (NCC), e nomearam-se os novos membros do NCC, da Comissão Nacional dos Peritos de Poliomielite (NPEC) e do secretariado. No seguimento da revitalização do NCC, o país apresentou o relatório de progresso da Iniciativa para a Erradicação da Poliomielite (PEI) de 2008 e 2009. A Comissão Nacional dos Peritos de Poliomielite (NPEC) também conseguiu classificar quase todos os casos pendentes.

Os gráficos mostram os rápidos melhoramentos dos 3 principais indicadores da AFP, nomeadamente da taxa de detecção da PFA, da taxa de adequação de fezes e do número de distritos reportados de 2006 e 2009. Estes foram o resultado directo do apoio renovado ao programa. Destaca-se a importância do papel dos 11 coordenadores de vigilância do EPI.

Taxa de detecção de Paralisia Flácida Aguda Não-Poliomielite

CIDADE DE MAPUTO

MAPUTO

INHAMBANE

GAZA

MANICA

ZAMBEZIA

NIASSA

NAMPULA

SOFALA

TETE

CABO DELGADO

CIDADE DE MAPUTO

MAPUTO

INHAMBANE

GAZA

MANICA

ZAMBEZIA

NIASSA

NAMPULA

SOFALA

TETE

CABO DELGADO

CIDADE DE MAPUTO

MAPUTO

INHAMBANE

GAZA

MANICA

ZAMBEZIA

NIASSA

NAMPULA

SOFALA

TETE

CABO DELGADO

CIDADE DE MAPUTO

MAPUTO

INHAMBANE

GAZA

MANICA

ZAMBEZIA

NIASSA

NAMPULA

SOFALA

TETE

CABO DELGADO

2006 2007 2008 2009

Legenda: < 1/100,000 hab < 15 anos1 - < 2/100,000 hab < 15 anos> = 2/100,000 hab < 15 anos

Relatório do Biénio 2008-2009 13

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2006 2007 2008 2009

Distritos reportados

CIDADE DE MAPUTO

MAPUTO

INHAMBANE

GAZA

MANICA

ZAMBEZIA

NIASSA

NAMPULA

SOFALA

TETE

CABO DELGADO

CIDADE DE MAPUTO

MAPUTO

INHAMBANE

GAZA

MANICA

ZAMBEZIA

NIASSA

NAMPULA

SOFALA

TETE

CABO DELGADO

CIDADE DE MAPUTO

MAPUTO

INHAMBANE

GAZA

MANICA

ZAMBEZIA

NIASSA

NAMPULA

SOFALA

TETE

CABO DELGADO

CIDADE DE MAPUTO

MAPUTO

INHAMBANE

GAZA

MANICA

ZAMBEZIA

NIASSA

NAMPULA

SOFALA

TETE

CABO DELGADO

2006 2007 2008 2009

Legenda: < 50% amostras adequadas50% - < 80% adequadas> = 80% amostras adequadas

Taxa de adequação de fezes

Legenda: Distritos não -reportados Distritos reportados

Escritório Nacional da OMS14

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Situação da preparação e a resposta à pandemia da Gripe A H1N1

No dia 25 de Abril de 2009 a Dra. Margaret Chan, Director-Geral da OMS, declarou a Gripe AH1N1 (gripe suína) como uma emergência da saúde pública de preocupação internacional, na sequência dum novo surto do vírus da gripe suína nos Estados Unidos e México em 24 de Abril de 2009. O governo respondeu com a introdução de várias medidas para prevenir, controlar e minimizar os riscos duma epidemia de H1N1 ou de H5N1. A OMS, na qualidade de agência líder em matéria de prevenção e controlo de doenças, apoiou o Plano Nacional de Preparação para e resposta à pandemia de gripe.

Desenvolvimento de planos de acção e de ferramentasEnquanto membro do Grupo de Acção para a Pandemia de Gri-pe, da Equipa Nacional das NU, a OMS apoiou um novo plano das Nações Unidas para o grau de preparação e resposta à gripe. Este plano estabelece um quadro de acção a nível nacional para minimizar o impacto de uma pandemia.

A OMS ofereceu assistência técnica para o desenvolvimento dum plano nacional multi-sectorial de prevenção e resposta à gripe AH1N1, que se baseia em directrizes internacionais para o controle da gripe, e que obedece aos Regulamentos Sanitários Internacionais. Os protagonistas fundamentais que foram identificados para desempenhar um papel importante numa resposta nacional são, entre outros, os ministérios da tutela e as instituições nacionais, tais como as da saúde, turismo, imigração, comércio, negócios estrangeiros e defesa.

A OMS apoiou o MISAU no desenvolvimento de um conjunto de directrizes sobre a prevenção, a gestão e o tratamento de casos de Gripe AH1N1. Distribuíram-se 400 exemplares dum guia pa-ra os trabalhadores da saúde sobre prevenção da gripe A.

CapacitaçãoA OMS apoiou a formação de 33 agentes de vigilância, técnicos de laboratório e clínicos de diferentes partes do país, em maté-ria de detecção e controlo da gripe AH1N1 e dos Regulamentos Sanitários Internacionais.A OMS apoiou o laboratório de referência nacional, reforçando a sua capacidade diagnóstica através da formação e doação de equipamentos laboratoriais essenciais (estojo de investigação, máscaras e luvas, 300 cotonetes de pontas absorventes médias regulares para RT-PCR e 50 caixas de revestimento triplo).

Formaram-se 24 técnicos laboratoriais de todas as províncias em matéria de requisitos para o transporte dos espécimes da gripe. Esta formação foi organizada em colaboração com o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul.

Consciência da comunidade e promoção da saúdeA OMS deu apoio ao Instituto Nacional para a Comunicação Social (INCS) para aumentar a consciência das comuni-dades sobre as medidas preventivas da gripe A H1N1. O INCS produziu um filme ilustrando as ameaças que a gripe A pode representar para as comunidades. Prestou-se apoio ao MISAU na produção de folhetos informativos e cartazes, tendo sido os pontos de entrada do país, tais como as fronteiras e os aeroportos, os principais locais para a partilha de informações.

Coordenação e mobilização de recursosReactivaram-se ou criaram-se recentemente vários mecanismos de coordenação e grupos de trabalho a nível nacional, entre as agências das NU e com as ONGs, a fim de assegurar uma resposta eficaz e eficiente. Desenvolveram-se esforços especiais para assegurar que os protagonistas fundamentais, provenientes dos ministérios e instituições tais como as

Relatório do Biénio 2008-2009 15

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de turismo, imigração, comércio e defesa, se encontravam representados. Além disso, lançou-se o Fundo Central de Acção Contra a Gripe (CFIA) e mobilizaram-se cerca de 77,000 USD para a resposta inicial em caso dum surto. Finalmente, a OMS ofereceu ao governo uma reserva inicial de Tamiflu, suficiente para tratar cerca de 30 000 pacientes.

A OMS dará assistência técnica à vigilância da gripe, reforçando a vigilância em locais de sentinela;A OMS apoiará o desenvolvimento de capacidades do Laboratório Nacional para a detecção de subtipos do vírus da gripe A;A OMS irá monitorizar e informar sobre novas infecções conforme as directrizes dos Regulamentos Sanitários Internacionais.

Moçambique é endémica à helmintíase, nomeadamente à esquistossomose, filaríase linfática, oncocercose e à helmi-ntíase transmitida pelo solo (STH). A prevalência das doenças tropicais negligenciadas (NTD) varia de uma província para a outra, mas há vários distritos em que sobrepõe. Os levantamentos nacionais realizados em 2008 para traçar a extensão e a distribuição da filaríase linfática (LF), da esquistossomose (SCH) e da helmintíase transmitida pelo solo (STH) mostraram que estas doenças são altamente endémicas em todo o país, e o rápido levantamento epidemiológico da oncocercose (REMO) mostrou que esta doença é transmitida apenas nalguns distritos da província da Zambézia.

O MISAU concluiu um plano plurianual para o controlo das NTD. O plano tem um duplo objectivo: primeiro, reduzir a morbidade devida à esquistossomose, STH, oncocercose e tracoma, para níveis em que as doenças sejam de impor-tância insignificante para a saúde pública e, segundo, ajudar a eliminar a filaríase linfática em Moçambique, através duma estratégia de controlo integrado por quimioterapia preventiva.

Principal contribuição da OMS para o controlo das NTD

Durante o biénio, a OMS deu apoio técnico ao desenvolvimento do plano de controlo das NTD e à elaboração dum plano plurianual para a quimioterapia preventiva integrada em massa, da helmintíase. A OMS participou no exercício de grande escala para o tratamento da filaríase linfática em 2009, com a aquisição de 2,5 milhões de comprimidos de albendazole e 6 milhões de comprimidos de Ivermectina; com a formação de formadores e o destacamento de pessoal durante a campanha de Administração de Medicamentos em Massa (MDA) para as NTD, bem como com a impressão de materiais de formação e dos formulários para a recolha de dados.

Cerca de 2 milhões de pessoas, em 18 distritos das províncias do Norte e Centro (Cabo Delgado, Niassa, Nampula e Zambézia), receberam tratamento durante esta primeira fase da campanha. O tratamento em massa com medicamentos para LF será repetido, pelo menos, mais 5 vezes, cobrindo assim, gradualmente, todas as províncias e regiões, até se conseguir a eliminação da LF.

Em Junho de 2009 Moçambique acolheu uma reunião do Grupo de Revisão do Programa Regional (RPGR), organizada pela OMS e GAELF, RTI/USAID, MDP, EUA-LFSCA, para rever o estado em que se encontra a implementação da LF, esquistossomose e helmintíase transmitida pelo solo. Acordou-se um conjunto de recomendações para aumentar os esforços de controlo das NTD em África.

A OMS continuará a apoiar as próximas rondas de administração de medicamentos em massa para a filaríase linfática e a esquistossomose, as quais serão alargadas a 40 distritos em 2010;A OMS irá apoiar e defender a implementação integral do plano de controlo das NTD;A OMS irá apoiar a vigilância das doenças, bem como a monitorização e a avaliação das principais doenças tropicais negligenciadas.

Moçambique atingiu recentemente a meta de eliminação da lepra a nível nacional. Define-se a eliminação como menos de 1 caso de lepra/10,000 habitantes. A eliminação da lepra em Moçambique é uma prioridade nacional para a qual se intensificaram significativamente os esforços nos últimos 5 anos.

Rumo a seguir

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Controlo das Doenças Tropicais Negligenciadas (NTD)

Rumo a seguir

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Programa de Eliminação da Lepra

Escritório Nacional da OMS16

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Caixa 2: Eliminar uma doença antiga

Quando se introduziu a Terapia de Múltiplos Medicamentos para a lepra em 1996, Moçambique teve uma taxa de prevalência de lepra de 6.8/10,000 habitantes. Desde então, diagnosticaram-se e curaram-se mais de 100,000 pacientes. 10 anos mais tarde, em 2006, a taxa de prevalência tinha descido para 1.5 por 10.000 habitantes. Na sequência dum apelo internacional para eliminar globalmente esta doença debilitante, Moçambique desenvolveu uma nova estratégia para obter uma resposta acelerada, de forma a atingir a meta de eliminação. Deu-se prioridade às 5 províncias aonde a lepra era mais endémica, nomeadamente Cabo Delgado, Manica, Nampula, Niassa e Zambézia. Em finais de 2008, apenas 2 anos após o início das intervenções intensificadas, Moçambique alcançou a meta de eliminação da lepra, com uma taxa de prevalência nacional de menos de 1 caso/10.000 habitantes. No entanto, nem todos os distritos seguiram a mesma tendência. Existem ainda 24 distritos (16,9%) que têm uma taxa de prevalência superior a 1 caso por 10.000 habitantes.

Foi possível atingir a meta da eliminação da lepra graças a 4 estratégias

(1) Mobilização social ao nível nacional, provincial, distrital e da aldeia, para a eliminação da lepra, com a produção de materiais de IEC utilizados para os dias de lepra e para a celebração do dia Mundial da Lepra;

(2) Garantir a detecção dos casos de lepra e o tratamento adequado a nível periférico, incluindo a dispensa de medicamentos feita por voluntários da comunidade. Organizou-se a detecção activa de casos durante os dias de lepra, realizados nas cinco províncias mais endémicas (Cabo Delgado, Manica, Nampula, Niassa e Zambézia);

(3) Melhoria do registo de casos e actualização dos registos informáticos da lepra nas províncias com uma prevalência/taxa de detecção superior a 1 por 10.000 habitantes. Este sistema proporcionou dados mais atempados e exactos, permitindo uma maior vigilância e resposta;

(4) Criação duma nova rede de embalagens de comprimidos da Terapia de Múltiplos Medicamentos (MDT), fornecidos às províncias endémicas.

A OMS apoiou o governo em algumas áreas fundamentais, tais como a actualização e manutenção dos registos de lepra, a entrega de medicamentos de lepra em pontos de distribuição administrados por voluntários das aldeias, o patrocínio dos dias da lepra ao nível da aldeia, naqueles distritos mais endémicos, a instalação em Cabo Delgado dum projecto-piloto que consiste num sistema de registo electrónico baseado no computador e apoio à Campanha de Eliminação da Lepra, e a introdução duma nova abordagem para a mudança de comportamento em Nampula e Manica, nomeadamente COMBI (Comunidade para a Melhoria do Comportamento).

A Fundação Novartis para o Desenvolvimento Sustentável, a Fundação Memorial da Saúde Sasakawa/a Fundação Nippon, a Federação Internacional para a Associação da Lepra (ILEP) e ONGs tais como a AIFO, DF, LEPRA, NLR e TLMI) também apoiaram os esforços do governo para libertar a população de Moçambique desta doença crónica e debilitante.

Desafios:

Manter a meta de eliminação da lepra, com uma prevalência de menos de 1/10,000 habitantes;Prosseguir com a vigilância intensa nas áreas endémicas de 5 de províncias, dando particular atenção aos distritos que ainda não atingiram a eliminação;Assegurar a monitorização relativamente ao desenvolvimento da resistência aos medicamentos.

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Tendências de Prevalência e Detecção de lepra em Moçambique de 1996 a 2010

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1

2

3

4

5

6

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8

Taxa

Taxa de Prevalência 6.8 6.88 3.94 4 4.46 3.84 3.95 3.68 2.47 2.52 1.5 0.9 0.5 0.5

Taxa de Deteccão 2.64 2.6 2.65 3.26 3.76 3.24 3.23 3.19 2.55 2.76 2.23 1.4 0.8 1.6

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Limiar de Eliminação

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HIV/SIDA, Tuberculose e Malária

Combater o HIV/SIDA, a Tuberculose e a MaláriaSO2

O enfoque do objectivo estratégico 2 é expandir as acções para reduzir a ocorrência do HIV/SIDA, da tuberculose e da malária, melhorando simultaneamente os cuidados e o tratamento das pessoas afectadas por estas doenças. O objectivo final é a introdução de acesso universal, particularmente das populações gravemente afectadas e dos grupos vulneráveis, à prevenção, cuidados e ao tratamento. O controlo do HIV/SIDA, da tuberculose e da malária, continua a ser uma das principais áreas em que o MISAU recebe o apoio da OMS, através de assistência técnica e dos esforços de colaboração entre outras agências e protagonistas do sector público e privado, no sentido de manter as prioridades da área do HIV, da tuberculose e da malária no topo da agenda de desenvolvimento do Governo. A OMS continuou a liderar no apoio para elaboração e adaptação de directrizes, políticas, estratégias e outras ferramentas, desenvolvidas para limitar a propagação do HIV/SIDA, Malária e TB e tratamento das pessoas afectadas.

Panorâmica da Situação da Malária, da Tuberculose e do HIV/SIDA

A malária é um dos principais problemas de saúde pública em Moçambique. Segundo dados da vigilância epidemio-lógica para os últimos cinco anos, o país regista aproximadamente 5.8 milhões de casos de malária diagnosticados cli-nicamente por ano. A malária é responsável por 44% do total de ambulatórios e 57% dos internamentos em pediatria, sendo a taxa de mortalidade por malária elevada, variando entre 1.8% e 9.9%, dependendo da unidade de saúde.

A tuberculose é também um desafio de saúde pública para Moçambique. O país ocupa o 19o lugar entre os 22 países do mundo considerados “High Burden Countries” onde os índices da doença são bastante elevados, com uma taxa de incidência estimada de 431/100.000 na população (todas as formas) em 2007. As co-infecções de TB-HIV estão a au-mentar e, em 2009, 66% dos pacientes com TB que fizeram o teste do HIV, eram seropositivos. Os resultados prelimi-nares do Estudo Sobre a Resistência contra os Medicamentos de TB (2007/2008) apoiado pela OMS, indicam que a pre-valência da tuberculose resistente a múltiplos medicamentos (MDR-TB) ocorre em 3.5% dos novos casos e em 11.3% dos casos que repetem o tratamento.

O HIV/SIDA é uma das principais ameaças ao desenvolvimento económico e social de Moçambique, e o país está entre os dez países do mundo mais afectados pelo HIV/SIDA. Em 2007, os dados do inquérito de vigilância epidemiológica do HIV, revelaram uma seroprevalência do HIV de 16%, representando um ligeiro aumento da seroprevalência do HIV em 2004, que era de 14%.

Além disso, a seroprevalência do HIV encontra-se irregularmente distribuída ao longo do país: enquanto a seropreva-lência do HIV tende a estabilizar-se na maioria das províncias das regiões centro e norte do país, as províncias do sul, nomeadamente Gaza e Maputo têm a mais elevada seroprevalência do HIV (veja Gráfico 1) e que está a aumentar a um ritmo mais rápido.

Paineis mostrando mensagens de prevenção da Malária, HIV e Tuberculose

Relatório do Biénio 2008-2009 19

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Gráfico 1: prevalência do HIV em Moçambique em 2004, 2007 e 2009 por região

Legenda Prevalência de HIV

<10%

10 - 19%

>= 20%

Ronda 2004

North Region9%

Região Centro19%

Região Sul19%

Região Norte9%

Fonte: Ronda de vigilância Epidemiológica 2004 - 2009 em mulheres grávidas, Moçambique. Estimativas de 2004, 2007 baseadas no modelo de EPP sem calibração. Estimativas de 2009 baseadas no EPP de 2009, sem calibração.

Ronda 2007

Região Norte9%

Região Centro18%

Região Sul21%

North Region9%

North Region9%

Ronda 2009

Região Norte9%

Região Centro18%

Região Sul21%

Em 2008, estimava-se que 1.6 milhões de pessoas viviam com o HIV e mais de 370,000 necessitavam de tratamento anti-retroviral. Embora o acesso ao tratamento através do sistema nacional de saúde e o número de unidades de saúde que forneciam o TARV tivesse aumentado significativamente, apenas se conseguiu atingir 24% dos doentes com SIDA elegíveis para tratamento. O número de pacientes que abandonam o tratamento ou que simplesmente desaparecem sem dar qualquer informação acerca da sua saída, tornou-se uma preocupação no seio do programa do HIV. É urgente reforçar a qualidade das intervenções de TARV e evitar o aparecimento de resistência aos medicamentos contra o HIV.

A resposta contra o HIV/SIDA caminha para uma abordagem mais integrada e descentralizada

Escritório Nacional da OMS20

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Caixa 3: Planificação das actividades do HIV /SIDA a nível distrital

Reconhecendo uma janela de oportunidades para promover uma mudança, a OMS foi além do seu mandato tradicional de apoiar tecnicamente o MISAU e, ao invés disso, prontificou-se a apoiar directamente o governo provincial na criação dum modelo contextualizado e abrangente de resposta ao HIV/SIDA, sob a liderança dos administradores a nível distrital e do Governador a nível provincial, em duas áreas (Maputo e Gaza) fortemente atingidas pelo HIV.

Em cada uma das províncias efectuou-se uma análise situacional através da qual a OMS examinou a situação epidemiológica, social, económica e estrutural, encontrada em cada distrito. Isto foi feito com a ajuda duma directriz adaptada, que mais tarde se tornou a estrutura básica do Quadro de Referência da Estratégia de Aceleração de Prevenção. Esta estratégia serviu de plano de acção, tanto para o distrito como para o nível Provincial, com o apoio técnico e a formação em serviço oferecidos pela OMS. Desde o início, este processo recebeu participação e apoio significativos por parte de ONGs e OBCs. Por exemplo, mais de 50 funcionários de saúde envolvidos na luta contra o HIV na província de Gaza e Maputo, tanto a nível provincial como distrital receberam formação.

Como resultado deste processo, 20 distritos e 2 províncias elaboraram e aprovaram os seus planos de acção para o HIV e esses planos estão a ser implementados com o envolvimento de todos os intervenientes ao nível distrital e provincial.Foi acordado que as equipas distritais seriam responsabilizadas por fazer o acompanhamento mensal das actividades, mas que trimestralmente, sob a liderança do governador, conduzir-se-ia uma revisão conjunta e alargada.

Ensinamentos Adquiridos

A experiência do terreno está a ser útil para a elaboração dum modelo com base em evidências, que pode servir para melhorar as políticas e estratégias da descentralização dos serviços de HIV;O envolvimento de todos os intervenientes, desde a fase da planificação até à fase de monitorização é crucial, na medida em que garante a sustentabilidade;O exercício de planificação para elaborar planos distritais no que concerne à resposta ao HIV/AIDS, contribuiu para o desenvolvimento de capacidades em planificação e gestão das equipas distritais, em termos de recolha de dados e da elaboração, revisão conjunta e validação do plano;O fortalecimento equipas distrital como coordenadoras a nível distrital, assegura a apropriação clara das intervenções e também facilita uma gestão mais participativa dos recursos disponíveis quer financeiros como humanos;A liderança política dos administradores e do Governador ajuda a garantir o compromisso de todos os inter-venientes com os planos únicos e integrados.A abordagem distrital e provincial demonstrou potencial para melhorar a coordenação dos diferentes parcei-ros a nível distrital.

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Apoio técnico ao desenvolvimento de politicas e documentos de planificação

A OMS apoiou o MISAU no desenvolvimento de vários documentos estratégicos chave, tais como o Plano Estratégico da Malária (2010-2014); o Plano Estratégico Nacional da TB (2008-2012), a Estratégia para a Aceleração da Prevenção do HIV e a Estratégia para Prevencao e Monitoria da Resistência aos Medicamentos contra o HIV (2007-2009). A última estratégia incluiu medidas para prevenir e minimizar o aparecimento e a transmissão da resistência aos medicamentos antiretrovirais. Um dos componentes importantes do Plano Nacional de Prevenção e de Tratamento do HIV, é salva-guardar a eficácia do numero limitado de medicamentos anti-retrovirais disponíveis. Prestou-se também assistência técnica à estruturação dos Quadros de Despesas a Médio Prazo do HIV, TB e Malária.

Os documentos nacionais do HIV constituem o quadro para o desenvolvimento dos planos distritais. Há exemplos promissores provenientes do terreno que demonstram que estamos a progredir para uma resposta mais integrada, descentralizada e eficaz contra o HIV/SIDA. O Biénio de 2008-2009 foi marcado por um esforço significativo no com-bate às pandemias de HIV/SIDA, com enfoque numa melhor caracterização dos padrões epidemiológicos e na susten-tabilidade das intervenções de HIV. Isto foi considerado uma prioridade, devido ao aumento significativo do número de novas infecções na região sul, em comparação com outras áreas em Moçambique ou na África Austral, bem como devido ao nível consistente da seroprevalência desde 2004.

Relatório do Biénio 2008-2009 21

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Desenvolvimento de instrumentos técnicos

Aquisição de Medicamentos

Capacitação

A OMS apoiou a introdução de instrumentos para ampliar a Atenção Integrada das Doenças de Adultos (AIDA) e para ajudar à elaboração de directrizes técnicas para a gestão dos programas de MDR-TB.

Em colaboração com a Unidade Nacional de Pesquisa do MISAU (INS) e através do projecto Suprir a Lacuna entre o Desenvolvimento do Produto e a Entrega Efectiva da OMS/Fundação Bill e Melinda Gates, o MISAU desenvolveu Procedimentos Operacionais Padrão (SOPs) para a vigilância de vectores de doenças, no âmbito do contexto da vigilância integrada das doenças e da gestão de vectores.

Com o apoio da OMS, o MISAU entregou duas propostas que foram aceites: uma à Green Light Committee para ter acesso a medicamentos de TB de 2ª linha a um custo reduzido e outra à Global Drug Facility para obter medicamentos de TB pediátricos gratuitamente. Como resultado, 400 pacientes que sofriam de tuberculose resistente a múltiplos medicamentos (MDR-TB) têm agora acesso a medicamentos de TB de alta qualidade, durante um período de três anos (2009-2011) (o governo de Moçambique vai receber medicamentos de TB pediátricos para tratar mais de 12,000 crianças que sofrem de TB). A OMS/AFRO forneceu o stock de segurança para o tratamento de primeira linha do HIV, para mais de 4,000 pacientes com HIV.

O apoio financeiro prestado pelo escritório nacional da OMS permitiu a realização duma série de iniciativas. Abaixo descrevem-se algumas destas.

155 Profissionais de saúde do MISAU a nível provincial e distrital foram formados em gestão programática e clínica de TB, TB/HIV e MDR- TB. Formou-se o pessoal do Laboratório 48 em técnicas laboratoriais, tais como a microscopia do esfregaço de expectoração. Em 2009, o pessoal do departamento de TB do MISAU recebeu formação no-serviço, em matéria de gestão de medicamentos de TB em Moçambique.

O Chefe do Programa Nacional de Controlo da TB (NTP) e o ponto focal da MDR-TB participaram na conferência da União Internacional Contra as Doenças Pulmonares e Tuberculose (IUALTD) em 2008, e na reunião do Grupo de Trabalho STOP TB DOTS em Genebra, em 2009. Com o apoio financeiro da OMS, dois pediatras assistiram ao seminário sobre TB pediátrica realizado no Malawi. Dois técnicos de laboratório beneficiaram dum curso de laboratório organizado pelo Laboratório de Referência Supra Nacional em Milão. Em 2009, o ponto focal da MDR-TB participou no curso de TB organizado pelo Centro Colaborador da OMS para a Tuberculose e as Doenças Pulmonares em Sondalo, Itália.

A OMS facilitou acções de formação em três áreas – a Prevenção da Transmissão do HIV da Mãe para o Filho; Atenção Integrada da Gravidez e do Parto; e Atenção Integrada das Doenças de Adultos (PTV/IMPAC/ IMAI) - na província de Maputo, para 50 enfermeiras de SMI e oficiais distritais. Este curso clínico deu às enfermeiras de SMI a capacidade para usar o serviço de PTV para encaminhar os pacientes de HIV para outros serviços necessários.

Com o apoio financeiro da OMS, o MISAU realizou dois cursos sobre a malária. O primeiro foi em 2008, 18 biólogos do Programa Nacional do Controlo da Malária (PNCM) e do Instituto Nacional de Saúde (INS) receberam formação sobre os princípios básicos em torno da prevenção e do controlo da malária (p.ex. monitorizar a resistência a insecticidas), e em 2009, realizou-se uma segunda formação focalizada na área de vigilância vectorial.

Escritório Nacional da OMS22

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Caixa 4: Controlo do Vector da Malária: suprir a lacuna entre o desenvolvimento do produto e a entrega efectiva

A utilização de insecticidas para controlar a malária incrementou significativamente devido à pulverização residual intra-domiciliária com insecticida (IRS) e à distribuição de redes mosquiteiras tratadas com insecticida de longa duração (LLIN).

A utilização frequente de insecticidas podera aumentar a pressão selectiva para a resistência dos mosquitos vectores da malária. Este, por sua vez, vai acelerar o desenvolvimento e a disseminação da resistência dos vectores da malária e, potencialmente, prejudicar o benefício a longo prazo que está associado aos insecticidas disponíveis e recentemente desenvolvidos.

Para prevenir que isto ocorra , os países precisam de instrumentos relevantes monitorar o desenvolvimento da resistência nos vectores da malária ou quando exista, o reconhecimento de resistência, para implementar estratégias eficazes para a gestão da resistência. No entanto, a maior parte dos países endémicos de malária, incluindo Moçambique, têm infra-estruturas, recursos humanos e conhecimentos técnicos limitados, para gerar e analisar a informação entomológica necessária para seleccionar, planear, monitorizar e avaliar as intervenções de controlo do vector, incluindo a gestão da resistência.

A fim de apoiar a análise da informação entomológica, a Fundação Bill & Melinda (B&M) Gates concedeu à OMS fundos para implementar um projecto intitulado "Controlo de Vectores da Malária: Suprir a Lacuna entre o Desenvolvimento do Produto e a Entrega Efectiva". Este projecto de quatro anos teve início em 2008 e está a ser implementado em sete países seleccionados como se segue: Camarões, Quénia, Mali, Madagáscar, Moçambique, Senegal e Tanzânia. O objectivo do projecto é, através da análise apropriada, reforçar a capacidade dos países para implementar intervenções de controlo dos vectores da malária baseadas em evidências, por meio da colaboração entre os Programas Nacionais de Controlo da Malária (NMCP) e as Instituições de Pesquisa.

Espera-se também que este projecto promova a concretização efectiva das intervenções de controlo dos vectores, de forma a salvaguardar a eficácia dos instrumentos actuais e também assegurar a transformação gradual dos instrumentos recentemente desenvolvidos em pacotes de controlo da malária.

Realizações Com o apoio da OMS, o Instituto Nacional de Saúde (INS) e o Programa Nacional de Controlo da Malária (PNCM)

Treino dos rociadores para a pulveriza ão intra-domiciliária (PIDOM)ç

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realizaram dois cursos de formação. O PNCM, o INS e a OMS facilitaram o primeiro curso de formação, no qual participaram vinte e um técnicos de entomologia. Traduziu-se o manual de formação da OMS para Português e, embora este tenha servido de base para a formação, a formação actual incidiu mais sobre o planeamento e a gestão do programa de controlo da malária, com enfoque específico na entomologia da malária, na amostragem dos vectores da malária, na identificação dos vectores da malária, na testagem de susceptibilidade e de bioensaio.

Organizou-se um segundo curso de formação de 9 dias, com a participação dos mesmos vinte e um técnicos de entomologia, em Pemba, em Agosto de 2008. O principal objectivo do segundo curso foi fornecer conhecimentos práticos de campo para testar a eficácia de insecticidas no terreno e, por sua vez, monitorizar a susceptibilidade dos vectores da malária aos insecticidas.

Em 2009, seleccionaram-se três postos sentinela em cada região do país (Sul, Norte e Centro) e deslocaram-se três equipas do nível central, compostas por técnicos do PNCM e do INS para cada região para apoiar a criação de insectários temporários, recolher dados sobre a resistência aos insecticidas e monitorizar o programa de pulverização intra-domiciliaria (PIDOM) através de bioensaios e de alterações na densidade do vector. A OMS forneceu equipamentos de laboratório, reagentes e “primers” para a análise do mosquito, e, além disso, elaborou-se e harmonizou-se os SOPs para a vigilância dos vectores, foi também realizado um seminário com o envolvimento dos parceiros para harmonizar os SOPs. Ensinamentos AdquiridosRecolheram-se dados úteis sobre a resistência aos insecticidas, e verificou-se uma redução significativa na densidade dos vectores nas áreas onde se realiza a PIDOM e nas casas aonde os ocupantes usam Redes mosquiteiras tratadas com insecticida (REMILD) Realizaram-se bioensaios durante três meses consecutivos, mas pode ser necessário um período mais longo para medir o efeito residual das superfícies pulverizadas nos vectores locais. Todos os mosquitos utilizados nos testes de susceptibilidade e aqueles recolhidos para medir as mudanças na densidade, estão presentemente a ser testados. Com supervisão e acompanhamento regulares e cursos de reciclagem, os gestores provinciais da malária, podem melhorar a informação sobre, a situação bionómica dos vectores no pais.

Vigilância da doença

Mobilização e Coordenação de Recursos

A OMS apoiou um Levantamento da Resistência aos medicamentos da TB que serviu para demonstrar o actual nível de resistência aos medicamentos, no seio dos pacientes com TB ou que estão co-infectados pela TB-HIV. Os resultados do levantamento ajudarão o país a elaborar a estratégia adequada para controlar a MDR-TB em Moçambique.

Em 2007, o OMS prestou assistência técnica ao Ministério da Saúde, para uma avaliação, em três províncias, dos Indica-dores de Alerta Precoce, na monitorização e vigilância da resistência aos medicamentos antiretrovirais. Realizou-se outra avaliação em 2008 em sete províncias e que envolveu 27 dos 215 sitos TARV.

A OMS realizou uma parceria com o Hospital de dia Pediátrico (Hospital de Referência Nacional) para avaliar a resistên-cia aos medicamentos de HIV entre as crianças. Ao mesmo tempo, a OMS continua a apoiar o Ministério da Saúde na condução duma avaliação da resistência aos medicamentos de HIV no seio de adultos.

Finalmente, o INS efectuou duas rondas de vigilância da transmissão do HIV resistente aos medicamentos antiretro-virais, entre as mulheres grávidas que frequentem 4 sítios TARV em 2 províncias, este estudo foi financiado pelo CDC.

Como parte do processo Juntos das NU, o WCO mobilizou recursos financeiros adicionais dos Fundos Juntos das NU. Mobilizaram-se também fundos adicionais da OMS/HQ para contratar um consultor para o Manual de Operações/IMAI e para as actividades da IMAI/OP. O WCO organizou com êxito uma reunião para angariar recursos para a província de Gaza, na qual ONGs nacionais e internacionais e outros parceiros mobilizaram mais de US $2 milhões para implementaros planos de acção distritais de HIV, da província de Gaza. A OMS está representada no MCP, o Mecanismo de Coordena- ção do País, do Fundo Global para o ATM. Dentro deste contexto, o escritório nacional está a liderar o grupo de trabalho para a coordenação da assistência técnica, grupo este que facilita a mobilização de assistência técnica para a elabo-ração de propostas das rondas.

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Tal como nas rondas 2 e 6 anteriores, e em colaboração com parceiros locais e internacionais dos sectores público e pri-vado, a OMS apoiou o Ministério da Saúde a desenvolver propostas para o HIV e malária, para a Ronda 9 do GFATM. O Conselho de Administração do Fundo Global apoiou estas propostas e o escritório da OMS apoiou o MISAU a desenvol-ver planos de gestão para a aquisição e o fornecimento para todas as subvenções do GFATM.

Maiores recursos financeiros e áreas específicas para os programas, e melhor coordenação entre os parceiros do ATM, dos programas de HIV, TB e Malária, e entre os diferentes departamentos do MISAU, permitiriam a implementação atempada de actividades fundamentais planeadas pelo ATM.

Melhorar o seguimento dos pacientes e reduzir a taxa de abandonos dos pacientes seropositivos e reunir prá-ticas relevantes;Implementar a estratégia de 2009-2015 para a resistência aos medicamentos antiretrovirais;Envolver as comunidades e as organizações baseadas na comunidade, de forma a fortalecer a coordenação no seio das ONGs para implementar planos distritais abrangentes;Desenvolver uma resposta padrão à TB, ao nível provincial e distrital, que pode ser usada como uma experiên-cia de aprendizagem e multiplicada noutras províncias;Promover a expansão de DOTS Comunitários e introduzir o programa comunitário de MDR-TB; Promover uma maior coordenação e parceria entre os programas de TB e de HIV, concentrando-se principal-mente na implementação da estratégia dos três Is: Procura Intensificada de casos de TB entre as PVHS (Pessoas Vivendo com HIV/SIDA), Terapia Preventiva com Isoniazida e Medidas de Controlo da Infecção;Apoiar a organização e a execução do levantamento da prevalência da TB;Apoiar a revisão externa de Março de 2010, do programa nacional de TB;Apoiar o NMCP a implementar o sistema de controlo da qualidade laboratorial;Fortalecer o sistema de vigilância da Malária e continuar a apoiar as actividades de vigilância dos vectores;Apoiar a vigilância da eficácia dos medicamentos contra a malária, utilizando testes normalizados de eficácia terapêutica.

Desafios

Rumo a seguir

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Tratamento de observação directa numa enfermaria de tuberculose

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Doenças não Transmissíveis, Perturbações Mentais e Violência/Lesões

Prevenir e reduzir a doença, a incapacidade e a morte prematura provocadas pordoenças crónicas não transmissíveis, perturbações mentais, violência e lesões

SO3Introdução

Desenvolver documentos políticos e estratégicos para doenças não transmissíveis, perturbações mentais e violência/lesões

O Serviço Nacional de Saúde enfrenta um novo desafio à medida que aumenta a carga resultante dum maior número de doenças não transmissíveis (cardiovasculares, diabetes e cancro), de perturbações mentais e de violência/lesões. No passado, estas doenças eram consideradas como doenças que se encontravam nos países desenvolvidos mas, agora, estas têm um impacto cada vez maior na morbidade e mortalidade em Moçambique. Visto que as doenças não trans-missíveis representam um desafio considerável aos esforços de desenvolvimento de Moçambique, os parceiros nacio-nais e internacionais relevantes devem, não só colaborar, mas também integrar os seus esforços para reduzir, controlar, tratar e, finalmente, erradicar as doenças.

O papel da OMS é ajudar a reduzir a carga sanitária, social e económica que resulta das doenças crónicas não transmi-ssíveis, das perturbações mentais e da violência/lesões. Desde 2000 que a OMS tem apoiado o Ministério da Saúde, o Ministério da Mulher e Acção Social e o Ministério dos Transportes, a desenvolver documentos políticos e estratégicos fundamentais, orientações clínicas e de gestão para a prestação de serviços, e cursos de formação para funcionários governamentais que apoiam as suas intervenções programáticas, enquanto geram evidências através de levantamen-tos e projectos de avaliação.

PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL PARA PREVENÇÃO

E CONTROLO DE DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

PARA O PERÍODO 2008-2014

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA SAÚDEDIRECÇÃO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA

DEPARTAMENTO DE DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

Durante o biénio 2008-2009, e com o apoio da OMS, o governo trabalhou para reduzir a carga sanitária, social e económica associada às doenças crónicas não transmissíveis, às perturba-ções mentais e à violência/lesões. O desenvolvimento de estra-tégias e planos nacionais foi um passo importante para garantir uma abordagem coerente e sistemática para lidar com as DNT.

A OMS apoiou o MISAU na elaboração de uma Estratégia Nacio-nal para a Prevenção e Controlo das Doenças Não Transmissí-veis. Isto contribuiu para um ambiente mais favorável que visa minimizar e/ou eliminar a exposição aos factores de risco, ga-rantindo simultaneamente o acesso aos cuidados de saúde. A estratégia nacional foi lançada oficialmente em 2009, bem como as normas nacionais de apoio ao Programa de Doenças Não Transmissíveis. Durante o mesmo período, deu-se apoio ao MISAU e ao MMAS, à medida que estes evoluíam no sentido da prevenção e controlo da violência. Desenvolveram, por exem-plo, um protocolo para o atendimento e acompanhamento das vítimas de violência, a fim de garantir que os serviços que recebem são integrados entre as partes envolvidas (cuidados de saúde, assessoria jurídica e polícia), para facilitar uma melhor qualidade de acompanhamento e cuidados.

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O Ministério da Saúde está a atribuir prioridade à promoção de estilos de vida saudáveis como uma acção fundamental para a prevenção de doenças não transmissíveis.

Violência com Base no Género

A Segurança Rodoviária tornou-se prioridade

Juntaram-se várias iniciativas existentes em matéria de atenuação, controlo e prevenção da violência baseada no género, para aumentar a eficiência, o impacto e a sustentabilidade de mudanças positivas. Estão-se a envidar esforços também para reduzir a distância entre as vítimas e os prestadores de serviços, de modo a que as vítimas tenham maior acesso aos cuidados de saúde, ao apoio da polícia e aos serviços jurídicos. O MMAS, com o apoio da OMS, está a avançar para coordenar o trabalho multi-sectorial dos órgãos governamentais, das NU, e das CSO, para desenvolver um plano e protocolo integrado para o atendimento das vítimas da violência.

Os índices de motorização estão a crescer em Moçambique conduzindo a um elevado número de acidentes de viação e, em resultado disso, o Governo de Moçambique declarou a segurança rodoviária uma Prioridade Nacional tendo, além disso, investido na gestão da segurança rodoviária. A OMS apoia o Governo na área da segurança rodoviária e partici-pou nas três seguintes iniciativas: (1) Desenvolvimento duma Estratégia de Segurança Rodoviária Nacional e Multi-sec-torial, com o apoio dum perito brasileiro em segurança rodoviária; (2) Sensibilização com um elevado nível de compro-misso e declaração da Segurança Rodoviária como uma prioridade do governo; e (3) Capacitação para o desenvolvi-mento dum sistema de informação para a segurança rodoviária, e apoio às CSOs para tornar as estradas seguras, etc.

O apoio técnico da OMS também se concentrou nas interven-ções que integram os cuidados de saúde mental nos cui-dados primários de saúde global. Formaram-se os técnicos de saúde mental das províncias, em matéria de identifica-ção, tratamento e acompanhamento de pacientes com epilepsia, conforme os padrões da Liga Internacional de Epile-psia (ILAE). O manual para o tratamento da epilepsia está a ser desenvolvido e dará um contributo significativo ao desenvolvimento de capacidades de gestão da epilepsia, a nível distrital. A OMS também ajudou o MISAU a desen-volver materiais de IEC sobre as perturbações de saúde mental, e essa consciencialização contribuiu para a dimi-nuição da discriminação contra os pacientes com perturbações mentais.

A OMS também apoiou a Avaliação da Situação da Segurança Rodoviária em Moçambique como o principal docu-mento orientador da Estratégia Nacional e Multi-sectorial para a Segurança Rodoviária. Esta estratégia dará orienta-ções sobre como criar um ambiente seguro nas estradas, através da implementação de medidas para a prevenção de acidentes a todos os níveis. Entretanto, realizou-se um projecto piloto de demonstração multi-sectorial sobre a Preven-ção de Lesões de Crianças Devido aos Acidentes de Viação, com pequenas medidas que têm um impacto na prevenção de acidentes de viação com crianças a caminho da escola.

O MISAU acredita que um estilo de vida saudável pode limitar a propagação de doenças crónicas não transmissíveis. Por isso, o MISAU está a promover estilos de vida saudáveis através da organização de feiras de saúde, como forma de sensibilização a nível central e provincial. De facto, o governo e as CSO estão a trabalhar para aumentar as sinergias e evitar as doenças não transmissíveis. O objectivo é garantir que as campanhas de sensibilização são consistentemente e continuamente dirigidas à população e que, em última analise conferem poderes à comunidade para tomar decisões relativas à sua saúde.

Levantar questões fundamentais

Boa abordagem da promoção dum estilo de vida saudável

O Governo considera a segurança rodoviária como uma prioridade nacional. Em consequência, a OMS e o Ministério dos Transportes estão a colaborar a fim de criar uma estrutura multi-sectorial para coordenar as iniciativas que visam prevenir e atenuar os efeitos dos acidentes de viação em Moçambique.

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Desenvolver as Capacidades Nacionais

Promover Parcerias

Realizaram-se várias acções de formação para reforçar a capacidade de gestão para a prevenção e controlo das doenças não transmissíveis, das perturbações mentais e da violência/lesões. As formações destinavam-se a (1), Médicos clínicos gerais, em matéria de gestão das doenças não transmissíveis (nomeadamente a diabetes e a hipertensão), incluindo a vigilância, os cuidados e o acompanhamento; (2), Profissionais das urgências hospitalares, sobre como tratar pacientes feridos (cuidados básicos e avançados); (3), 60 Professores e alunos, sobre a segurança rodoviária nos pontos negros na estrada; (4) 32 Técnicos de Saúde Mental que tratam pacientes com HIV/SIDA, em matéria de discriminação e ajudando-os a lidar com a discriminação; (5) 34 Técnicos de saúde geral, em tratamento diagnóstico e acompanhamento dos paci-entes de epilepsia e esquizofrénicos; (6) Profissionais de saúde, em matéria de diagnóstico e o acompanhamento das vítimas de violência e, em segundo lugar, acção de formação em planeamento e orçamentação, usando uma pers-pectiva de direitos de género e uma abordagem com base nos direitos humanos; (7) 36 Técnicos de saúde mental das províncias, em identificação, tratamento e acompanhamento de pacientes com epilepsia.

No contexto do Juntos, a OMS está envolvida no programa conjunto Empoderamento da Mulher e Igualdade do Género. O programa visa maximizar a eficácia das NU e está a ajudar a reforçar as capacidades do governo e dos seus parceiros civis para defender a legislação sensível ao género, e a contribuir para a eliminação da violência baseada no género; a divulgar informações sobre os direitos da mulher e a aumentar o acesso das mulheres e das raparigas à edu-cação básica; a apoiar os esforços nacionais no sentido de cumprirem os compromissos assumidos com as mulheres na agenda nacional; e a reforçar o empoderamento económico das mulheres, através do desenvolvimento empresarial e do acesso ao crédito.

A OMS também está envolvida no programa Conjunto da Flandres Género e HIV, cujo objectivo é dar resposta ao nú-mero crescente de mulheres que são seropositivas, concentrando-se especialmente na vulnerabilidade das mulheres e jovens raparigas. O programa surge em resposta ao relatório do grupo de trabalho do Secretário-Geral das UN sobre as Mulheres, Raparigas e o HIV, o qual chama a atenção para a quantidade significativa de violência contra as mulheres e raparigas, para a necessidade de prevenção do HIV, e para os seus direitos limitados de propriedade e de herança. Durante o último biénio, a parceria da OMS com outras agências das NU que apoiam o Governo e as CSOs, incidiu sobre a prevenção da violência, o acesso aos cuidados e o acompanhamento, para as mulheres e raparigas.

Presidente Armando Emílio Guebuza durante a cerimónia do lançamento da iniciativa “Segurança Rodoviária como Prioridade Nacional”

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Ensinamentos Adquiridos

Rumo a seguir

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Embora a colaboração com parceiros se mantenha um desafio, a OMS tem apoiado o Governo com êxito e tem refor-çado a colaboração com a sociedade civil na área da prevenção e controlo das doenças não transmissíveis, das pertur-bações mentais e da violência/lesões. Como resultado, o MISAU tem concentrado cada vez mais a sua atenção na im-portância da prevenção e do controlo das NCD/lesões, através da promoção de estilos de vida saudáveis e do empode-ramento da comunidade.

A OMS apoiará o governo a realizar os seguintes objectivos:

Operacionalizar a Estratégia Nacional para a Prevenção e o Controlo das NCD e a Estratégia de Segurança Ro-doviária Nacional e Multi-sectorial;Fortalecer a capacidade da equipa de saúde provincial e distrital para prevenir, diagnosticar e tratar as NCD e os problemas de saúde mental comuns;Fortalecer a componente de vigilância das doenças e a implementação da monitorização dos progressos;Mobilizar recursos financeiros para implementar actividades fundamentais relacionadas com as NCD e a segurança rodoviária;Integrar a saúde mental nos cuidados primários de saúde.

Os acidentes rodoviários ceifam muitas vidas em todos os anos

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Elevar o Perfil da Agenda Nacional de Saúde Materna, Neonatal e Infantil

Reduzir a morbidade e a mortalidade e melhorar a saúde durante as principais fases da vida, incluindo a gravidez, o parto, o período neonatal, a infância e

a adolescência, e melhorar a saúde sexual e reprodutiva e promover o envelhecimento activo e saudável, para todos os indivíduos

SO4As contribuições do escritório nacional da OMS têm por objectivo apoiar os esforços para alcançar a Meta 4 dos MDG (Reduzir a Mortalidade Infantil) e a Meta 5 (Melhorar a Saúde Materna), atendendo às principais causas da morbidade e mortalidade materna, neonatal e infantil. Os programas são organizados em grupos, para gerir melhor as prioridades do governo e manter-se em linha com o mandato da organização AFRO. Nos últimos dois anos, o grupo da saúde ma-terna, neonatal e infantil, desempenhou um papel importante no apoio prestado ao MISAU no desenvolvimento de documentos políticos e estratégicos fundamentais, em orientações clínicas para a prestação de serviços e em cursos de formação para pessoal de saúde e trabalhadores de saúde comunitários. Os Oficiais do Programa também colaboraram com o MISAU, analisando dados recolhidos a partir dos principais empreendimentos importantes do programa, tal como a Avaliação Nacional das Necessidades.

Estes resultados foram possíveis com o apoio da OMS HQ, AFRO e outros parceiros (UNFPA, UNICEF, USAID, JHPIEGO, Pathfinder, e Save the Children), que participaram no grupo de trabalho técnico da saúde da SWAP. Em 2009, a OMS substituiu a UNFPA como co-presidente do grupo.

Moçambique tem feito progressos significativos na redução da mortalidade neonatal e infantil (menos de 5 anos de idade) de 1997 a 2008, conforme demonstra o gráfico abaixo.

Situação

250

200

150

100

50

0

P. 1

000

nado

s vi

vos 219

1997 (DHS) 2003 (DHS) 2008 ( DHS)Neonatal Infant Infanto-Juvenil

178

138147

124

94

38

4859

Apesar deste progresso, registam-se cerca de 11 mortes maternas por dia e, como tal, os esforços que se estão a desenvolver devem aumentar a cobertura e a qualidade das intervenções prioritárias (atendimento qualificado durante o parto, cuidados obstétricos de emergência e a promoção e oferta de planeamento familiar), e dar resposta

Tendência da Mortalidade Neonatal, Infantil e Infanto-Juvenil, em Moçambique (1997-2008)

219

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República de MoçambiqueMinistério da Saúde

Direcção Nacional de Saúde Pública

Plano Integrado Para o

alcance dos Objectivos 4 e 5 de

Desenvolvimento do Milénio

2009 – 2012 (2015)

Maputo, Dezembro de 2008

Desenvolver documentos políticos e estratégicos para a MNCH

Durante o biénio 2008-2009, o Governo desenvolveu esforços notáveis para fazer avançar a agenda associada ao melhora-mento da Saúde Materna, Neonatal e Infantil. O desenvolvi-mento de estratégias e planos nacionais foi um passo impor-tante para garantir uma abordagem coerente e sistemática da Saúde Materna, Neonatal e Infantil (MNCH). A OMS apoiou o desenvolvimento do Plano Nacional de Orientação, lançado oficialmente pelo Ministro da Saúde em 2008, para acelerar a redução da mortalidade materna e neonatal. Além disso, desen-volveu-se a Estratégia para a Saúde Infantil, com base na Estra-tégia de Sobrevivência Infantil Regional Africana. Criaram-se o Instrumento para a Estimativa de Custos da Saúde Infantil, da OMS, o instrumento iHTP e as estimativas de custos, para a Es-tratégia para a Saúde Neonatal e Infantil e para o Plano de Orientação. Foi a primeira vez que se realizou este exercício em Moçambique, de uma forma abrangente.

Concluiu-se o plano global plurianual (2009-2013) para o Programa Ampliado de Imunização, o qual incluiu a introdução de novas vacinas para todas as crianças menores de um ano de idade.

Moçambique foi um dos países seleccionados para beneficiar das Iniciativas dos MDG e, nos últimos anos, tem sido o benefi-ciário duma série de iniciativas globais relacionadas com os MDGs 4 e 5. Em resultado disso, há necessidade de harmonizar e coordenar todos os planos e intervenções da MNCH, na forma dum plano integrado com custos que cumpra as metas dos

MDG 4 e 5. Em colaboração com os seus parceiros, a OMS pres-tou assistência técnica ao MISAU para desenvolver estes proce-ssos e está agora a fornecer orientações para a fase de execução.

Como parte do esforço global para melhorar a saúde das mulheres, o MISAU lançou um programa para o controlo do cancro do colo do útero e da mama, com a JHPIEGO, a OMS e a UNFPA como principais parceiros. Esta iniciativa foi lançada em 2008 como um programa piloto em 4 províncias mas, devido à sua importância, o Ministério da Saúde recomendou que a execução fosse acelerada e ampliada em todas as províncias.

O governo de Moçambique é signatário da Plataforma de Pequim, assinou e ratificou a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (CEDAW), e desenvolveu vários esforços para traduzir os acordos internacionais em acções. Neste contexto, a OMS ajudou o MISAU a desenvolver as Estratégias para a Inclusão da Equi-dade do Género no Sector da Saúde e identificou três áreas prioritárias, nomeadamente a Mortalidade Materna, a Vio-lência com base no Género e as Infecções Sexualmente Transmissíveis (incluindo o HIV/SIDA). Em 2008, o MISAU orga-nizou um seminário nacional para discutir este documento estratégico e concordou com os princípios fundamentais e com as medidas tomadas para promover a equidade do género na Saúde.

Sensibilização para Cancro do Colo do Útero e da Mama

Melhor abordagem dos assuntos de género por parte do sector de saúde

aos bloqueios do sistema sanitário (recursos humanos inadequados), de forma a reduzir as disparidades nos resultados em termos de saúde, que existem entre as províncias e distritos e que são atribuíveis a uma intervenção ou a uma série de intervenções planeadas.

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Fazer um caso para melhorar o atendimento das mães e dos bebés na 1a semana do período pós-natal

Ampliar as intervenções durante todo um ciclo de cuidados

Durante o desenvolvimento da Estratégia para a Saúde Neonatal e Infantil, chamou-se a atenção para o facto de apenas algumas mulheres terem sido examinadas na 1ª semana após o nascimento e, além disso, para o caso de ter havido uma mulher que foi examinada sem ter a criança com ela. Em resultado disso, a visita pós-natal tornou-se institucionalizada e, como recomendação programática, deve ocorrer nos 1º, 3º e 7º dias e entre o 21º e o 28º dia após o nascimento.

Ao longo deste biénio, a OMS colaborou com as NU e outros parceiros da saúde que prestam apoio ao país, nos seus esforços para ampliar as principais intervenções de MNCH que são rentáveis, principalmente para a campanha integrada, em 2008, que incluiu a vacinação contra o sarampo e a poliomielite, a suplementação de vitamina A e a desparasitação. A OMS tem vindo a dar apoio técnico permanente à introdução da vacina Pentavalente (DTP-HepB-Hib), à Semana da Saúde Infantil duas vezes durante o ano para ampliar a cobertura tanto para as mulheres como para as crianças, e à implementação da Estratégia RED.

Controlo pós-parto dentro da primeira semana de nascimento

Outra iniciativa tomada pelo MISAU foi o desenvolvimento do Perfil da Saúde da Mulher Moçambicana. Este perfil reúne informações actuais sobre muitos aspectos da saúde das mulheres, incluindo uma revisão de dados disponíveis sobre a saúde e uma análise com base no género, da inter-relação dos factores e das influências complexas que exer-cem sobre as mulheres. O Perfil descreve e explica esses factores, e indica políticas e programas que possam conduzir a melhorias e mudanças.

Estas informações servirão para os políticos e os decisores, os gestores de programas e as próprias mulheres, perce-berem como tornar os serviços de saúde em Moçambique mais relevantes e adequados, para produzir uma melhoria na saúde das mulheres, para corrigir desigualdades e para alcançar uma prestação de cuidados de qualidade elevada e consistente. É importante salientar que Moçambique é um dos poucos países africanos que conseguiram desenvolver este tipo de informação abrangente.

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A amamentação é uma intervenção fundamental para melhorar o estado de saúde infantil e mais segura para as crianças expostas ao HIV e, nesta matéria, deu-se apoio técnico para fiscalizar a política existente sobre a alimentação infantil, para desenvolver a estratégia de comunicação para a amamentação e para revitalizar a implementação da iniciativa Hospital Amigo do Bebé. Prevê-se a Formação de formadores nacionais para 2010.

O MISAU e os parceiros realizaram várias formações para reforçar a capacidade para prestar cuidados qualificados à saúde materna, neonatal e infantil. As Formações de Formadores (TOTs) são fundamentais para a formação adicional em cascata. 50 TOTs que também incluíram instituições de pré-serviço, foram qualificados em cuidados essenciais neonatais e na ressuscitação.

Além disso, o Instrumento de Adaptação e Formação da IMCI (ICATT), uma abordagem alternativa da formação para a Gestão Integrada das Doenças Infantis (IMCI) foi adaptado para servir o contexto moçambicano e espera-se que seja uma forma sustentável de ampliar as acções de formação da IMCI, a terem início em 2010.

O IMAI/IMPAC/PTV, um curso de formação integrada da OMS que inclui uma série de temas fundamentais (Gestão Inte-grada das Doenças de Adultos-Adolescentes; Gestão Integrada da Gravidez e do Parto, e Prevenção da Transmissão de Mãe para Filho) realizou-se na província de Maputo. Note-se que Moçambique foi um dos primeiros países africanos a adaptar esta formação abrangente.

Um dos primeiros passos para começar a implementar o Plano Nacional Integrado da MNCH é desenvolver planos ope-racionais distritais. Em colaboração com parceiros locais, uma equipa técnica abrangente do escritório nacional (FHP, CAH/NUT, MAL, PMTCT e EPI) apoiou o desenvolvimento de 11 planos operacionais de MNCH na província de Gaza e prestou assistência à província e aos distritos para implementar melhor os programas de MNCH, forneceram-se equi-pamentos aos serviços de SRH na província de Maputo e realizaram-se acções de formação relevantes sobre os seguin-tes tópicos:

Componentes Básicos de Planeamento e M&E para os oficiais distritais de MNCH;Avaliação das Necessidades da Formação do PAV, formação em MLM, formação em gestão de vacinas; Formação no Levantamento da Qualidade do Distrito (DQS).

No contexto do Juntos, a OMS está envolvida nos programas conjuntos das NU que incidem numa série de resultados estratégicos seleccionados, destacando a acção conjunta nas áreas identificadas de vantagem comparativa das NU. Encoraja-se a acção conjunta, a fim de assegurar a prestação de um apoio mais coerente, eficaz e eficiente aos parceiros nacionais, e também para ajudar a evitar a duplicação de esforços, reduzir custos e maximizar as sinergias entre os parceiros nacionais e as diferentes agências relacionadas com as NU.

A OMS está a coordenar a execução do Programa Conjunto (JP) para Apoiar a Disponibilidade, a Acessibilidade e a Pres-tação de SRH de Grande Qualidade, Saúde e Nutrição Neonatal e Infantil. A OMS, a UNFPA, a UNICEF e o WFP participam neste programa conjunto para fortalecer a capacidade institucional e a participação da comunidade com um enfoque geográfico. Ao mesmo tempo, o objectivo é estimular o acesso e a utilização dos serviços de Saúde Materna, Neonatal e Infantil (MNCH) e os serviços de saúde ligados à Nutrição. O programa concentrar-se-á nos distritos, no âmbito da Abor-dagem Chegar a Todos os Distritos (RED).

Outro JP no qual a OMS participa é o Igualdade de Género e Empoderamento da Mulher, cujo objectivo é maximizar a eficácia das NU e reforçar o seu apoio nas áreas da legislação sensível ao género, do empoderamento económico das mulheres e da eliminação da violência com base no género. Outra iniciativa das agências das NU na área do apoio con-junto é a Parceria para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil (PMNCH). O objectivo da subvenção da Fundação Bill e Melinda Gates é dar apoio aos países para estes atingirem a máxima redução da mortalidade materna, neonatal e infan-til, implementando um conjunto pequeno, embora dimensionado, de intervenções de grande impacto e baseadas em evidências que estejam em consonância com a estratégia nacional da MNCH, orientadas pela harmonização e pelos princípios de alinhamento, adoptados na Declaração de Paris sobre a Eficácia da Ajuda, e apoiadas pela OMS, a UNICEF, o Banco Mundial (WB), a UNFPA e outros parceiros da saúde e doadores.

Desenvolver as capacidades nacionais

ŸŸŸ

Promover as Parcerias

Escritório Nacional da OMS34

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As principais causas da morte das mulheres grávidas, recém-nascidos e crianças (consultar o gráfico) estão no centro da abordagem da presente Parceria para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil.

A estratégia de implementação destina-se a assegurar que cada distrito apoiado (12 distritos em 6 províncias) recebe a gama completa de factores necessários para prestar todo o ciclo de serviços de MNCH, capazes de responder a estas grandes causas de morte, e identificaram-se as acções e os factores essenciais para as abordar ao nível da unidade de saúde (HF). Para cada um das principais causas, identificaram-se uma série de factores essenciais, incluindo capacidade em termos de recursos humanos, medicamentos essenciais, equipamento e artigos.

Em conjunto com o Instituto Nacional de Saúde, o Ministério da Saúde, a USAID e Save the Children, realizaram-se duas actividades importantes: um estudo sobre o tratamento de zinco para a diarreia e o desenvolvimento de materiais de formação essenciais para os cuidados aos recém-nascidos, para trabalhadores de saúde comunitários. Os resultados preliminares da 1ª fase do estudo mostraram que o zinco foi aceite como parte das orientações nacionais de tratamento da diarreia e que se deve promover a sua utilização.

Outra actividade fundamental, para a qual a OMS contribuiu técnica e financeiramente foi O Levantamento Nacional das Necessidades (NNA) para a Saúde Materna e Neonatal. Este foi efectuado entre Dezembro de 2007 e Janeiro de 2008, e o relatório final foi entregue em Setembro de 2009. Esta NNA avaliou os progressos realizados na redução da mortalidade materna e neonatal em unidades de saúde, o nível dos serviços prestados pelas organizações no que diz respeito à prestação de serviços de saúde materna e neonatal, e a disponibilidade de infra-estruturas, equipamentos, medicamentos e artigos médicos para a gestão de complicações. Os resultados do NNA mostram que são precisos mais esforços para lidar de forma estratégica com os desafios de MNCH.

Ao nível global, é preciso dar resposta aos seguintes desafios, para assegurar uma melhor implementação:

Melhorar a eficiência na utilização dos recursos; Haver uma adaptação às novas condições de ajuda, aos múltiplos parceiros e iniciativas, reunindo simultanea-mente todos os actores de MCH para apoiarem os Planos Nacionais para os MDG 4 e 5.

Ao nível operacional, os principais desafios à MNCH são os seguintes:

Operacionalização do Plano Nacional Integrado ao nível provincial e distrital;Desenvolver a capacidade da equipa provincial e distrital para gerir o programa;Desenvolver estratégias para incrementar as actividades de MNCH, com iniciativas tais como a abordagem RED;Monitorizar a implementação.

Desafios

ŸŸ

ŸŸŸŸ

Ÿ(28.7%);Ruptura uterina

Ÿ(42%);Hemorragias

ŸSepsis (17.2%)

Ÿhipertensivos (9.2%).

Transtornos

ŸPrematuridade (50%),

Ÿ(32%),

Asfixia severa

Ÿ(29%)Sepsis

Ÿ(13%).

Broncopneumonia

Ÿgastro-intestinais

(6.7%),

Diarreia e infecções

ŸSIDA (9.8%),

ŸMalária (33.2%)

ŸInfecções respirató-rias agudas (10.1%).

MaternaMenores de 5 anos

Principais Causas de Morte

Neonatal

Relatório do Biénio 2008-2009 35

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Rumo a seguir

ŸŸŸŸŸ

Fortalecer a capacidade das equipas distritais de gestão da saúde para expandir os programas de MNCH:

Mobilizar fundos para suprir as lacunas encontradas na qualidade do sistema dos serviços de saúde de MNCH;Fortalecer a monitorização da implementação;Introduzir novas vacinas;Acelerar a operacionalização do plano nacional integrado para o Alcance dos MDG 4 e 5, a todos os distritos;Criar parcerias inovadoras para a MNCH.

Mães e bebés recebendo services essenciais de saúde materno infantil durante a semana nacional de saúde em Nampula

Escritório Nacional da OMS36

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Caixa 5: Programa Alargado de Vacinação (PAV)

A OMS e os seus parceiros têm dado apoio técnico e financeiro ao programa EPI do Ministério da Saúde, um dos progra-mas a mais longo prazo na área da saúde pública, tanto em Moçambique como em África. De acordo com dados admi-nistrativos recolhidos, a cobertura vacinal para as vacinas dadas no programa nacional PAV aumentou de 50% para um pico de 125%, entre 1981 e 2009 (veja gráfico).

No entanto, existem preocupações quanto à qualidade da monitorização e gestão de dados, devido às discrepâncias en-tre os resultados apresentados e os dados recolhidos a partir de levantamentos. Por exemplo, os resultados dos levanta-mentos indicam que a cobertura de DPT3 aumentou desde 71,6% em 2003 (DHS) até 74,1% para DPT3 em 2008 (MICS).

Actualização do Plano Plurianual abrangente (cMYP) de PAV

A OMS apoiou o MISAU na actualização do cMYP 2009-2013, um plano que capta a capacitação institucional, a imple-mentação da estratégia RED, a actualização e expansão da cadeia de frio, a introdução de novas vacinas, a melhoria do sistema integrado de vigilância das doenças e as actividades aceleradas de controlo e de erradicação da doença. No en-tanto, o financiamento do cMYP continua a ser um desafio para o MISAU, pois muitas das suas actividades não têm re-cursos garantidos. Em resultado disso, a OMS e os parceiros têm apoiado o MISAU no processo de se candidata à conce-ssão do Apoio ao Sistema de Saúde (HSS), da GAVI.

Introdução de nova vacina

A OMS e os parceiros apoiaram o MISAU na elaboração de propostas de candidatura ao financiamento do GAVI para a introdução da vacina DPT/HepB/Hib pentavalente no programa nacional PAV em 2008, avaliaram a capacidade da cadeia de frio nacional para acondicionar a nova vacina a nível central e provincial, e fizeram recomendações para a melhoria global do sistema. Todos os anos a OMS ajuda o MISAU a preparar um relatório anual de progresso, a fim de manter o financiamento da GAVI para o país, no âmbito da abertura da janela de oportunidades para apoio a novas vacinas.

Abordagem RED

Em estreita colaboração com outros parceiros, tais como a UNICEF, a FDC e a Village Reach, a OMS apoia a Estratégia Chegar a Todos os Distritos (RED), que se iniciou em 33 distritos, em 2008, e que foi alargada para 66 distritos em 2009. O principal objectivo da estratégia RED é melhorar o desempenho do programa e chegar àqueles que não foram abrangidos, através da execução dos cinco componentes RED (serviços de apoio a comunidades remotas, envolvimento da comunidade, supervisão de apoio, monitorização e avaliação e gestão eficaz de recursos). O plano de expansão é chegar anualmente a mais 33 municípios por ano, até se atingir a cobertura total em 2012.

Gráfico: Cobertura vacinal por antigénio, Moçambique, 1981 - 2009

BCG

DPT/HepB3

MEASLES

0

40

60

80

100

120

140

20

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

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Campanhas nacionais de imunização e esforços aumentados para dimensionar a imunização de rotina (PIRI) Em 2008, Moçambique realizou uma grande campanha integrada para o sarampo, a desparasitação e a suplementação de Vitamina A. Mais de 3.3 milhões de crianças menores de 5 anos foram vacinadas contra o sarampo e receberam um suplemento de vitamina A. Esta campanha deu seguimento à Campanha de Recuperação de 2005.A OMS e os parceiros também apoiaram uma maior execução das actividades de imunização de rotina (PIRI) que decorrem durante a Semana Nacional da Saúde Materna e Infantil, duas vezes por ano em todo o país. Qualidade dos dados A OMS e os parceiros também trabalharam com o MISAU, para dar resposta aos problemas de qualidade dos dados, nos casos em que a recolha de dados, relatórios, análise e inspecção, não foram feitas correctamente. Em 2008, introduziu-se em todo o país o livro de registo das actividades de vacinação. Adicionalmente, entre Julho e Outubro de 2009 e como for-ma de apoiar os distritos a abordar os problemas de qualidade dos dados, formaram-se os oficiais do PAV a nível distrital e os gestores de PAV a nível nacional, na aplicação do instrumento de DQS. Avaliação da Gestão das Vacinas e da Cadeia de Frio Em 2008, a OMS deu assistência técnica ao MISAU para efectuar a revisão da cadeia nacional de frio e constatou que os equipamentos obsoletos da cadeia de frio, a fraca logística e os conhecimentos insuficientes dos trabalhadores de saúde sobre a gestão da cadeia de frio, contribuíam para o fraco desempenho do programa PAV em Moçambique. Para resolver estes problemas, a OMS e os seus parceiros desenvolveram um plano de renovação da cadeia de frio, formaram 11 técnicos provinciais de logística em matéria de gestão de vacinas, e introduziram um Instrumento informatizado para a Gestão das Vacinas nos 11 computadores adquiridos a nível central e provincial. As orientações para a gestão da vacina e a manutenção da cadeia de frio foram adaptadas ao contexto do país.

Gestão dos Recursos Humanos

Durante o biénio, os assessores de PAV da sede principal e das sedes regionais da OMS realizaram duas missões a Moçambique, para rever a estrutura operacional existente para o EPI e recomendaram uma nova estrutura para o PAV. As recomendações incluíram a melhoria da capacidade de gestão e de financiamento do PAV e o fortalecimento das 5 principais funções operacionais (Fornecimento & Qualidade da Vacina, Logística, Prestação de Serviços, Vigilância e Comunicação).Em 2009, a OMS concedeu apoio técnico para se efectuar uma avaliação das necessidades de acções de formação pré-serviço (antes de entrar no serviço público como enfermeira) e no-serviço (após colocação ao serviço). As recomendações tiraram-se da avaliação das necessidades de acções de formação e incluíram, entre outras, a análise curricular, a actualização dos materiais de formação e dos formadores, e a supervisão de apoio. Rumo a seguir

A OMS continuará a trabalhar com o MISAU e parceiros, fornecendo dados para apoiar o processo de tomada de decisão e apoiando a capacitação institucional para a execução adequada do PAV e do programa de vigilância.

Ÿ

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Gestão de Emergências

Reduzir as repercussões de emergências, calamidades e crises e conflitos na saúde, minimizando simultaneamente o seu impacto social e económico

SO5Introdução

Liderar a resposta às questões de saúde por parte da Equipa Humanitária do País das NU

Moçambique é um país propenso a inundações, secas e ciclones. De 2007-2009, um número estimado de 285,000 pessoas foram afectadas pelas inundações na região da bacia do Rio Zambeze, e perto de 134,000, principalmente no Centro e Norte de Moçambique, foram afectadas pelo ciclone Flávio. A explosão do Paiol fora de Maputo custou a vida de mais de 100 pessoas, deixou muitas outras com lesões permanentes e destruiu mais de 5,000 casas. Em apoio ao governo e em colaboração com os seus parceiros, a OMS deu o seu investimento para melhorar a gestão de calamidades e o estado de preparação para emergências.

O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) lidera a resposta do governo às emergências. Em resposta às gra-ves inundações de 2007 - 2008 no Centro e Norte de Moçambique, o plano nacional de calamidades modificou-se de acordo com as necessidades actuais, e as agências das NU e as ONGs contribuíram financeiramente e com assistência técnica para a implementação duma resposta de emergência rápida.

Organisation mondiale de la Santé

Ministry of Health

HEALTH CLUSTER REPORTJANUARY - JUN 2008

MOZAMBIQUE DISASTERS

Maputo 30 November 2008

O Coordenador Residente das Nações Unidas estabeleceu uma estrutura de coordenação, envolvendo membros da IASC (Comi-ssão Permanente Intra-Agência) e vários parceiros ac-tivos, na resposta de emergência. Esta Equipa Humanitária do País era constituída por vários grupos (saúde, nutrição, alimentação, educação, protecção e recuperação), com a OMS a liderar o grpo da saúde. As agências das NU e as ONGs participaram no sector da saúde e deram assistência às pessoas nas áreas afectadas, melhorando o acesso às intervenções de cuidados de saúde bá-sicos e salvando vidas.

A OMS deu assistência técnica para o desenvolvimento dum plano de contingência do sector da saúde, o qual foi incorporado no Plano de Contingência Intra-Agência para a Prontidão e Resposta às Emergências. Este plano foi desenvolvido em cooperação com o governo e alinhado com as outras intervenções do governo. Estabeleceram-se equipas de resposta rápida (RRT) a nível nacional e provincial, com o apoio do IST, para a gestão de emergências nos distritos propensos a calamidades. A OMS forneceu apoio financeiro para a aquisição de artigos médicos (fluidos intravenosos, e material de protecção, tal como luvas e estojos médicos de emergência), instalou um sistema de comunicação via rádio em duas províncias (10 distritos na província de Tete e 10 distritos na província de Manica) propensas a inundações e distribuiu 8,000 folhetos sobre a cólera nas comunidades afectadas.

Fortalecer a prontidão para as emergências

Relatório da equipa de Saúde sobre Desastres em MoçambiqueJaneiro - Junho de 2008

Relatório do Biénio 2008-2009 39

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posta Rápida (RRT) a nível provincial (1,164 trabalhadores de saúde) e a nível nacional (uma acção de formação de reciclagem, em matéria de prontidão e resposta às emergência, para 20 trabalhadores de saúde). Especificamente, em 2008, realizou-se uma acção de formação de reciclagem para 480 trabalhadores de saúde das províncias de Tete, Mani-ca, Sofala e Zambézia, enquanto em 2009 se organizaram mais acções de formação em gestão da cólera, para 684 tra-balhadores de saúde. Além disso, 1,080 activistas em 44 distritos afectados pela cólera receberam formação sobre a promoção da saúde.

A OMS apoiou a reabertura dos estabelecimentos de saúde em 44 centros de reassentamento, fornecendo medica-mentos e acções de formação em prevenção e gestão de doenças comuns.

O DFID concedeu 548.000 dólares à OMS para financiar um projecto conjunto com a UNICEF. Concentrando-se na res-posta ao surto da cólera, o objectivo do projecto era fortalecer o sistema de vigilância dos surtos da cólera e as activi-dades de prevenção na área de água e saneamento. O apoio resultou numa melhor vigilância, com mais de 80% das unidades de saúde a darem semanalmente informação sobre a ocorrência de doenças propensas a epidemias e com mais de 80,000 das 102,486 pessoas afectadas a terem acesso aos postos de primeiros socorros, aonde se prestaram serviços básicos de saúde. Além disso, 283 trabalhadores de saúde e 164 activistas receberam formação em vigilância epidemiológica e na gestão de doenças comuns, em todos os distritos afectados.

Mobilizaram-se 894,358 USD dos Fundos Centrais para Resposta às Emergências (CERF), para o grupo de saúde de emergência. O programa Juntos das NU e o programa conjunto para a redução dos riscos de calamidades atribuíram 247,247 USD às actividades de auxílio às calamidades relacionadas com a saúde.

O sucesso dos esforços nacionais de coordenação e resposta às emergências pode-se atribuir à extensiva prontidão e planeamento da resposta que tem estado a ser desenvolvido ao longo do ano sob a liderança do INGC, com o apoio da equipa humanitária do país (HCT) e os seus grupos;

Apoiar as acções de recuperação

Mobilização de recursos

Ensinamentos Adquiridos com as Emergências em 2008-2009

Ÿ

O Programa Conjunto das NU sobre a Redução do Risco de Calami-dades e a Resposta às Emergências apoia também a iniciativa pa-ra reforçar a prontidão e a atenuação face às calamidades a lon-go prazo e para reduzir o risco e a vulnerabilidade. As activida-des estão em conformidade com o Plano Nacional Principal para a Redução do Risco de Calamidades decenal de Moçambique, que inclui exercícios anuais de simulação de calamidades multi-sec-torais, para testar a prontidão e eficácia dos planos de resposta.

A disponibilidade atempada de informações fiáveis e um bole-tim semanal (BES) de recolha de dados epidemiológicos em ca-da província e a partilha destes dados com as autoridades cen-trais é essencial para qualquer resposta a calamidades. Embora o sistema de vigilância e de resposta possa ser mais informativo e acelerado, está bem estabelecido e fornece informações vali-osas para uma detecção precoce e também para monitorizar surtos. Para apoiar adicionalmente os esforços do BES, o escritó-rio nacional da OMS e os seus parceiros elaboram um Relatório sobre a Situação (SITREP), o qual é regularmente partilhado com o Oficial Regional da AFRO e com a sede principal da OMS.

Em 2008 e 2009, a OMS apoiou a formação de Equipas de Res-

Melhorar a gestão de informação

Apoiar a capacitação

Escritório Nacional da OMS40

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Rumo a seguir

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As Comunidades Locais são úteis para facilitar o alerta precoce de calamidades;O Plano de Contingência Intra-Agência, da Equipa Humanitária do País, o qual é actualizado anualmente, é partilhado com todos os intervenientes a diferentes níveis e permitiu uma melhor coordenação e eficácia da assistência humanitária às populações afectadas;A abordagem do Grupo Humanitário, tal como foi implementada nas emergências de 2007, melhorou a resposta humanitária, evitando a duplicação de actividades e facilitando os esforços de mobilização conjunta de recursos;Várias iniciativas contribuíram para reduzir a instabilidade da situação de saúde ou seja, as acções de formação de trabalhadores e activistas de saúde em gestão de emergências, a adopção dum novo modelo de notificação, a participação da comunidade e a monitorização das actividades de activistas, melhoraram a resposta no terreno e a promoção do saneamento e da água segura.

A OMS continuará a liderar uma resposta sanitária coordenada em caso de emergências e calamidades;A OMS apoiará a operacionalização do plano de contingência nacional para a prontidão para emergências.

Unidade de tratamento da cólera na Província de Maputo

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Escritório Nacional da OMS42

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Promoção da Saúde e Redução dos Factores de Risco Associados ao Uso do Tabaco, Álcool, Drogas e de Outras Substâncias Psicoactivas

Promover a Saúde e o Desenvolvimento e prevenir os factores de risco para as condições de Saúde associadas ao uso do tabaco, do álcool, de drogas e de outras substancias

psicoactivas, às dietas não saudáveis, à inactividade física e à prática de sexo não seguro.

SO6A promoção da saúde, ou o processo de capacitar as pessoas para aumentar o controlo e para melhorar a sua saúde, é um componente primordial da política de saúde púbica. As actividades de prevenção e promoção da saúde implicam uma abordagem integrada e abrangente nos diferentes sectores, tais como: educação, agricultura, água e saneamento, meio ambiente, planeamento, resposta às emergências, género, HIV/SIDA, e meios de comunicação social. No que diz respeito a este objectivo, o escritório nacional da OMS concentrou-se no tabaco, na água e saneamento, na gripe A (H1N1) e no envolvimento dos meios de comunicação social, desde 2008-2009. Além das áreas de incidência acima mencionadas, as outras áreas da OMS incluem a prevenção e promoção da saúde como um componente importante do seu trabalho.

Envolver os meios de comunicação social na promoção da saúde e na prevenção

A OMS acredita firmemente na importância do papel desempenhado pelos meios de comunicação social, tanto em termos de promoção da saúde como de prevenção das doenças. O MISAU, o Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) e a OMS, chegaram a acordo relativamente a uma abordagem de colaboração no sentido de motivar os jornalistas a darem mais enfoque às questões de saúde, bem como de incentivar os editores e gestores das empresas de comunicação a criarem mais espaço para temas ligados à saúde e, de facto, introduziram o prémio anual de saúde para os jornalistas. A contribuição do Premio de Saúde para jornalistas fez com que vários aderissem a iniciativa.

Campanha sobre a promoção de higiene e saneamento

Relatório do Biénio 2008-2009 43

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Por exemplo em 2009 o SNJ já fazia a gestão de 9 prémios contra dois (2) até então. Os parceiros incluíram o Instituto para a Comunicação Social na Africa Austral (MISA), o Ministério do Plano e Desenvolvimento, o sector privado (Vodacom & Moçambique Alumínio/MOZAL), o Consórcio da Malária, a UE e o "Instituto Marquês de Valle Flôr" que concederam nove prémios em diversas categorias para aqueles jornalistas que contribuíram para as questões de desenvolvimento, incluindo o sector da saúde.

Pela primeira vez em 2007 o Premio de Saúde para Jornalistas, para além do MISAU, do SNJ e da OMS, contou também com a participação do MISA e do UNICEF que deram apoio técnico e financeiro. Os trabalhos bem sucedidos, publicados pela imprensa escrita e transmitidos por rádio e televisão, incluindo a rádio e a TV comunitárias mereceram reconhecimento especial.

A Assembleia Geral das Nações Unidas, através da sua Resolução A/C.2/61/L1616/Rev datada de 04 de Dezembro, declarou o ano de 2008 como o Ano Internacional do Saneamento, para traçar um plano de acção sobre a forma de acelerar o progresso no saneamento, a nível mundial. O governo de Moçambique juntou-se a esta iniciativa e, no dia 01 de Março, Sua Excelência o Primeiro-Ministro de Moçambique, Dra. Luísa Diogo, lançou oficialmente uma Campanha para a Promoção da Higiene e Saneamento do Meio durante um ano, em todo o país. A campanha tinha como objectivo (1) Encorajar todos os Moçambicanos a modificarem os seus hábitos de higiene de forma adequada; (2) Promover e monitorizar a qualidade da água; e (3) Melhorar as condições de saneamento relacionadas com a gestão de resíduos e produtos fecais. Como parte do Plano de Acção da Campanha Nacional para a Promoção da Higiene e o Saneamento, a OMS deu assistência técnica a acções de formação a jornalistas, por todo o país.

A OMS utiliza diferentes meios para divulgar as informações sobre a saúde e utiliza materiais promocionais em todo o país. Produzem-se comunicados de imprensa, programas de rádio, actualizações de sítios web, suplementos de jornais e boletins electrónicos temáticos, os quais são partilhados com o Governo, os parceiros e os meios de comunicação social. Todos os materiais educacionais sobre doenças recorrentes e emergentes e tabaco, recebidos da AFRO e da sede principal, também são partilhados com o Governo, com os parceiros e com os meios de comunicação social. Para além da divulgação de mensagens sobre a pandemia de H1N1 para todas as empresas de comunicação social, o Ministério da Saúde colaborou com a OMS e com o Instituto de Comunicação Social (ICS), para desenvolver um Plano de Acção sobre Educação e Prevenção da H1N1. Tendo como grupo alvo as comunidades rurais que vivem nos Distritos situados nas zonas fronteiriças entre Moçambique e outros Países vizinhos. do outro lado da fronteira, o ICS está ainda a implementar o plano através utilizando os seus animadores comunitários.

As celebrações dos dias globais relacionados à Saúde são eventos bem estabelecidos. O escritório da OMS em Moçam-bique contribuiu activamente no apoio ao Governo para a celebração do Dias Mundial Sem Tabaco, Dia Mundial da Me-dicina Tradicional Africana e do Dia Mundial da Malária.

A OMS deu assistência técnica para o desenvolvimento duma Estratégia de Mobilização Social para Controlar a epidemia da Cólera, que afectou o Zimbabué em 2008. Durante o biénio, a OMS prestou apoio ao desenvolvimento de Planos de Mobilização Social para o tratamento em massa da Filaríase Linfática, da Oncocercose e da Febre Tifóide.

Em 2003, durante a 56a Assembleia Mundial da Saúde, os estados-membros da Assembleia Mundial de Saúde, incluindo Moçambique, aprovaram a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS (FCTC da OMS). No entanto, Moçambique ainda não se juntou aos outros 168 países que ratificaram a Convenção desde essa altura, apesar dos esforços desenvolvidos por outros interessados. A OMS e a Associação Moçambicana de Saúde Pública (AMOSAPU) continuarão a sensibilizar o Governo de Moçambique para ratificar a Convenção.

Apoio à Campanha Nacional para a Promoção da Higiene e Saneamento

Produção e disseminação de informação

Apoio técnico e financeiro para as Celebrações do Dia Global

Desenvolvimento de estratégias de mobilização social específicas para certas doenças

Defender a ratificação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (FCTC)

Escritório Nacional da OMS44

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Em 2004, o falecido director-geral da OMS, Dr. Jong-Woo Lee e o Director da OMS para a Região Africana, Dr. Luis Gomes Sambo, premiaram a AMOSAPU pelos seus esforços na defesa do controle do tabaco em Moçambique.

A OMS reconhece os esforços positivos desenvolvidos pelo governo através dos decretos ministeriais que proíbem fumar e os anúncios de tabaco em locais públicos. A Comissão Nacional da UNESCO-Moçambique, em coordenação com o MISAU, a OMS e a AMOSAPU, realizou dois levantamentos que permitiram obter dados sobre a magnitude do consumo de tabaco nas escolas das regiões sul e centro de Moçambique. Um terceiro levantamento concentrou-se nos trabalhadores de saúde em instituições de formação na Cidade de Maputo e na província de Sofala. Os dados foram recolhidos para a 2ª ronda do Relatório da OMS sobre a Epidemia Global do Tabaco (GTCRII).

A OMS vai promover a inclusão da promoção da saúde como parte essencial de qualquer intervenção de saú-de, e apoiar o desenvolvimento duma estratégia nacional para a promoção da saúde;A OMS vai mobilizar mais recursos e alargar as parcerias;A OMS e a sociedade civil vão continuar a evoluir no sentido da ratificação da Convenção-Quadro para o Con-trole do Tabaco (FCTC);A OMS continuará a trabalhar com o Governo e com os seus parceiros para manter uma relação de colaboração com os meios de comunicação social que seja forte e sustentável.

Rumo a seguir

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Membros da comunidade participando numa sessão de educação de saúde

Relatório do Biénio 2008-2009 45

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Escritório Nacional da OMS46

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Determinantes Sociais e Económicos da Saúde

Atender aos determinantes sociais e económicos subjacentes à saúde, através de políticas e programas que aumentam a equidade na saúde e que integram abordagens a favor dos

pobres, que respondem a questões de género e que se baseiam nos direitos humanos

SO7O trabalho no âmbito deste objectivo estratégico concentra-se na acção inter-sectorial que é possível desenvolver para resolver os grandes determinantes sociais e económicos da saúde pobre em Moçambique. O escritório nacional da OMS canalizou recursos para a elaboração de uma abordagem da saúde baseada nos direitos humanos, apoiou a integração do género na saúde, e defendeu a criação duma Comissão para os Determinantes Sociais.

Os Direitos Humanos lidam com as relações entre o governo e as pessoas, dentro da sua jurisdição. Os governos orientam a Saúde Pública, uma vez que têm uma responsabilidade clara de manter a saúde dos seus cidadãos. A OMS aborda ambas estas questões, para ajudar os governos a cumprir as boas práticas de saúde pública, cumprindo simultaneamente as suas obrigações relacionadas com os Direitos Humanos. As actividades da OMS na área dos direitos humanos estão incluídas noutros programas técnicos, bem como em toda a organização e, além disso, os projectos são implementados em parceria com outras agências relevantes das NU, instituições académicas e organizações não-governamentais.

Integrar os Direitos Humanos na Saúde

As normas e padrões dos “Direitos Humanos” são produzidos pelo Governo e constituem um padrão a partir do qual se pode avaliar a política e a prática de saúde. Existem 4 critérios principais para avaliar o direito à saúde: a Disponibilidade, a Acessibilidade, a Aceitabilidade e a Qualidade.

O escritório nacional da OMS concentrou-se em 3 principais áreas de trabalho Apoio Técnico ao GovernoA OMS contribuiu para a elaboração dos estatutos da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, e este documento foi entretanto aprovado pela Assembleia da República. Em colaboração com o MISAU, a OMS preparou uma folha de da-dos nacionais sobre a saúde e os direitos humanos e, como forma de apoiar as recomendações do professor Paul Hunt, Relator Especial das NU sobre o Direito à Saúde que visitou Moçambique em 2004, envolveu-se na intermediação e na ampla disseminação do seu relatório. Neste relatório, o Relator Especial deu particular atenção ao direito à saúde no contexto da pobreza e da discriminação. Também fez recomendações construtivas ao governo e aos protagonistas em questões tais como o acesso aos serviços e unidades de saúde; as taxas para os utentes; o papel dos doadores e das organizações intergovernamentais; a situação dos profissionais de saúde; o acesso à água e saneamento; a saúde sexual e reprodutiva; e o HIV/SIDA, tuberculose e malária. O Direito à Saúde, e o HIV/SIDALançaram-se várias iniciativas para sensibilizar a opinião pública sobre a Saúde e o HIV/SIDA. Em primeiro lugar, a OMS criou e divulgou dois documentos: um desenho animado representando aqueles que sofrem do HIV/SIDA e que foram discriminados, e uma folha de dados sobre o Direito à Saúde, e o HIV. Para apoiar a campanha, a OMS prestou apoio técnico à primeira Conferência Nacional da Sociedade Civil sobre o HIV/SIDA e Direitos Humanos e, em conjunto com a UNODC, desenvolveu um pequeno projecto conjunto, que abordou a questão da prevenção do HIV nas prisões. O Direito à Saúde e a Violência, Lesões e DeficiênciaA OMS e a HANDICAP lançaram um projecto para apoiar os direitos das pessoas deficientes, que incluiu um seminário e a publicação duma brochura sobre a Convenção Internacional dos direitos das pessoas deficientes. Outros grupos

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vulneráveis, tais como mulheres e crianças, também receberam apoio através da campanha mundial 16 Dias de Activismo Contra a Violência com Base no Género, e facilitou-se um seminário regional sobre a prevenção de maus tratos a crianças.

O Governo de Moçambique reconheceu e concordou com os princípios dos direitos humanos, tendo ainda que os introduzir e aplicar no seu planeamento e programação gerais. Em resultado disso, é preciso criar instrumentos adicionais para facilitar a sua integração e avaliação final. As abordagens transversais e interdisciplinares recomendadas, implicam a coordenação de equipas maiores e um maior número de parceiros. Além disso, a coerência política no seio do Governo é um desafio, uma vez que não há capacidade suficiente para progredir com a agenda dos direitos humanos.

A OMS deve reforçar o seu papel de assessor e perito técnico através do reforço das parcerias, continuando a abranger vários programas de saúde, partilhando boas práticas, desenvolvendo instrumentos e integrando-os nas redes relevantes.

Desafios e Rumo a Seguir

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Integrar a Igualdade do Género no Sector de Saúde

A igualdade do género é uma questão transversal que está na agenda de saúde e é considerada como um factor fundamental para o desenvolvimento nacional. A situação das mulheres em Moçambique tem vindo a melhorar, e isto constatou-se recentemente na arena política, quando se concedeu maior poder de decisão às mulheres, tanto no fórum legislativo como executivo. Contudo, a sua posição em Moçambique continua a ser vulnerável e, segundo o relatório do Governo "Pequim+10", o problema da violência com base no género "atingiu proporções alarmantes”, e ocorre sob uma variedade de formas. Um levantamento recente sobre a violência contra a mulher, indicou que metade das mulheres moçambicanas sofreram algum tipo de violência sexual, física ou psicológica na sua vida. No UNDAF também se dá um forte destaque a assegurar que as questões do género são plenamente integradas no planeamento, na implementação e na monitorização de programas e estratégias.

No contexto da integração da igualdade do género na actual Política Nacional de Género, a OMS apoiou o MISAU a desenvolver a "Estratégia para Integrar o Género no Sector da Saúde”, cujo objectivo é a integração do género nos programas de saúde e nas políticas e no planeamento. As grandes áreas prioritárias da estratégia concentraram-se na redução da mortalidade materna, na violência com base no género e na prevenção das infecções sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV/SIDA.

Em 2008, o MISAU organizou um seminário nacional cuja agen-da era discutir e chegar a um acordo sobre os princípios e as acções fundamentais que iriam promover a igualdade do género no sector da saúde. Com o apoio da OMS, o MISAU está a dar forma-ção contínua aos profissionais de saúde em planeamento, orça-mentação e prestação de serviços, para garantir que se atinge a igualdade do género.

No que diz respeito à violência com base no género, há várias iniciativas na área da atenuação, controle e prevenção que ainda estão a ser conduzidas numa base popular e que preci-sam de ser centralizadas para ganhar dimensão, eficácia, im-pacto e sustentabilidade dos resultados a longo prazo. Neste sentido, a OMS está a apoiar o MMAS a desenvolver um protoco-lo que integre os cuidados e o seguimento das vítimas de vio-lência, de forma a reduzir a distância entre as vítimas e os pres-tadores de serviços. Consegue-se assegurar, desta forma, que as pessoas não são duplamente vitimadas - primeiro por um crime e, segundo, pela incapacidade de ter acesso à polícia, à saúde e aos serviços jurídicos e sociais.

Embora os limitados conhecimentos específicos para integrar as qualificações do género nas políticas e programas de saúde continue a ser uma preocupação, é aconselhável a OMS ajudar a desenvolver uma massa crítica (proveniente do governo, da

Desafios e Rumo a Seguir

sociedade civil e das universidades), que esteja totalmente familiarizado com a igualdade de género. É necessário haver uma maior capacitação, de forma a implementar actividades que tenham em consideração as necessidades de género, a fim de garantir a igualdade em termos de distribuição de recursos e parcerias.

A questão de quem tem ou não tem acesso à saúde, é largamente determinada pelas circunstâncias sócio-económicas. Existem enormes desigualdades nos países, como é o caso da saúde entre os diferentes grupos sociais e as diferenças entre os países são dramáticas e exigem atenção. Estas desigualdades surgem por causa das diferenças injustas entre as oportunidades que as pessoas têm para o pleno desenvolvimento pessoal e social devido às condições materiais em que vivem, e as causas estruturais e socio-políticas destas condições. A menos que haja uma abordagem às causas

Atender aos determinantes sociais e económicos

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destes determinantes subjacentes da saúde não haverá melhoria na saúde, no combate às desigualdades na saúde ou no alcance dos objectivos sociais globais.

A criação da Comissão para os Determinantes Sociais da Saúde (CSDH) foi o primeiro grande passo neste processo, destinado a dar resposta às graves desigualdades na saúde entre países e entre grupos sociais dentro dos países. A principal tarefa da Comissão foi promover acções que fossem inter-sectoriais, baseadas em evidências, eficazes e sus-tentadas, e que envolvessem as comunidades e a sociedade civil na tomada de decisões.

Moçambique foi um dos países africanos envolvidos nas Consultas iniciais, às quais se seguiu um trabalho de campo que produziu o primeiro relatório sobre as Desigualdades na Saúde Materna e Infantil, utilizando os dados do levanta-mento demográfico e de saúde. Oficiais superiores do Ministério da Saúde participaram em Conferências Internacionais da Comissão para os Determinantes Sociais em Saúde.

A OMS está a ajudar o Ministério da Saúde a criar uma Comissão para os Determinantes Sociais da Saúde e já foram concluídos todos os documentos técnicos para a Comissão Nacional, incluindo os termos de referência. O trabalho normativo deu início ao Estudo da Fórmula para a Atribuição de Recursos, bem como à Equidade no Financiamento, em colaboração com a Universidade da Cidade do Cabo.

Já existem as perspectivas para promover a agenda nos termos dos determinantes sociais. O Ministério da Saúde e os parceiros de desenvolvimento estão empenhados em compreender as razões das disparidades e das desigualdades no acesso à saúde e aos serviços de saúde e, além disso, em incentivar a sua eliminação;Aumentar os esforços de intermediação pela capacitação nacional;Mobilizar recursos para desenvolver parcerias.

Para avançar na melhoria dos determinantes sociais e económicos da saúde, é preciso tomar uma série de medidas. Algumas das recomendações da OMS incluem a criação da Comissão Nacional para os Determinantes Sociais da Saúde, e a finalização do estudo sobre a atribuição de recursos destinados a reduzir as disparidades entre as províncias. Também se deve abordar a capacitação na área da análise de igualdades para o MISAU, bem como a melhoria das instituições relacionadas com a saúde. A disseminação dos resultados e a intermediação para a colaboração inter-sectorial também serão abordadas no próximo biénio.

Ensinamentos Adquiridos

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Rumo a seguir

Inequidades no acesso aos cuidados de saúde aparecem como resultado das diferenças de oportunidades que as pessoas têm para o desenvolvimento social e pessoal

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Saúde Ambiental

Promover um ambiente mais saudável, intensificar a prevenção primária e influenciar as políticas públicas em todos os sectores, por forma a combater as razões

profundas das ameaças ambientais para a saúde

SO8Este objectivo estratégico visa reduzir uma ampla gama de riscos tradicionais e emergentes para a saúde das populações e do meio ambiente em Moçambique. Os esforços deveriam concentrar-se na avaliação e gestão de riscos ambientais e de saúde ocupacional e na transmissão vectorial das doenças. O âmbito da saúde ambiental abrange os riscos de saúde relacionados com as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade, o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, o consumo e a produção de energia a partir de novas fontes, e o aumento do número e da utilização de produtos químicos nocivos utilizados localmente. Em termos de riscos para a saúde ocupacional, o enfoque deve incidir na água não potável e no saneamento inadequado, na poluição do ar em recintos fechados e no uso de combustíveis sólidos.

O uso de água tratada previne doenças diarréicas

Embora o escritório nacional da OMS tenha contribuído para esta área que é fundamental para o desenvolvimento do país, a sua contribuição foi menor do que previsto, devido às limitações em termos de recursos humanos e financeiros. A OMS contribuiu para a melhoria da gestão de resíduos resultantes das actividades de saúde, a promoção da água potável e do saneamento e a implementação da Declaração de Libreville sobre a Saúde e o Ambiente.

No dia 29 de Agosto de 2008, Moçambique participou na primeira conferência Inter-Ministerial sobre Saúde e Am-biente, em Libreville, que resultou na Declaração de Libreville. O quadro de implementação da declaração recomenda

Apoio à implementação da Declaração de Libreville sobre a Saúde e o Ambiente

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uma análise da situação do país e a avaliação das suas necessidades (SANA), seguido da elaboração de planos de acção nacionais. Estes planos de acção deviam incluir os 11 pontos de acção prioritários, que foram identificados como passos essenciais para lidar com os determinantes da saúde ambiental.

A OMS, em colaboração com a UNEP, desenvolveu directrizes para a análise da situação e avaliação das necessidades, para a implementação da Declaração de Libreville sobre Saúde e Ambiente em África. Moçambique foi seleccionado entre quatro outros países-piloto para implementar a SANA. A avaliação das necessidades está prevista para 2010.

Em Agosto de 2007, a OMS deu assistência técnica a uma avaliação rápida da gestão de resíduos resultantes das actividades de saúde (HCWM) em 56 unidades de saúde na cidade de Maputo e em várias províncias (Gaza, Sofala, Nampula e Zambézia). As recomendações que resultaram dessa avaliação contribuíram para um plano de acção em matéria de resíduos resultantes das actividades de saúde, para o Hospital Central de Maputo e para o Hospital Geral de José Macamo. O objectivo do plano era melhorar a gestão de resíduos bio-médicos, através da adesão às boas práticas acordadas para a manipulação de resíduos. Posteriormente, organizaram-se seminários de formação em gestão de resíduos, nas províncias de Gaza, Inhambane, Zambézia e Nampula, e prestou-se também apoio directo a um Plano de Acção do Hospital Rural de Angoche e do Hospital Provincial de Xai-Xai. A OMS também contribuiu para um manual de gestão de resíduos resultantes das actividades de saúde, bem como para materiais de formação para gestores, tanto dos estabelecimentos de saúde públicos como de instituições privadas.

A OMS juntou-se ao grupo técnico recém-formado sobre HCWM, composto pelo MISAU, o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental, o Ministério das Obras Públicas e Habitação, o Hospital Central de Maputo, a OMS, a JSI, a MSF-Suíça, a ENVIROSERVISE, a Interwaste e a Vila Rich. Visto que muitos parceiros de vários sectores concordaram em reunir-se regularmente, este considerou-se um primeiro passo no sentido de haver um esforço mais coordenado para promover este objectivo estratégico.

Destacar a importância de gerir os resíduos resultantes das actividades de saúde

O manuseamento seguro do lixo biomédico é importante para a prevenção de doenças infecciosas

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Rumo a seguir

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A OMS gostaria de ampliar o seu apoio através do recrutamento dum oficial de saúde pública ambiental;A OMS vai dar assistência técnica ao MISAU para apoiar a definição da Estratégia Nacional de Saneamento;A OMS vai envidar esforços para introduzir o uso das Directrizes sobre a Qualidade da Água da OM,S através de outras intervenções que visam melhorar o acesso à água;A OMS vai trabalhar para desenvolver orientações e estojos para a higiene das mãos, e facilitar a sua distribuição;A OMS vai dar assistência técnica ao MISAU, para apoiar a validação da Estratégia Nacional de Gestão de Resíduos Resultantes das Actividades de Saúde e ajudar a implementar actividades para a gestão segura de pesticidas;A OMS vai apoiar o governo a conduzir a análise e a avaliação das necessidades da situação da Saúde e do Ambiente.

Dois exemplos de baixo custo de lavatório das mãos

Promoção da água potável e do saneamento (WATSAN)

A OMS incluiu a promoção da água potável e do saneamento, no projecto de resposta à emergência da cólera, financiado pela DFID. Com a demonstração às comunidades afectadas pelas inundações, de soluções de baixo custo para apoiar as boas práticas de saneamento e higiene, ensinaram--se formas de garantir água potável, de a armazenar e de manter a higiene pessoal.

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Nutrição e Segurança Alimentar

Melhorar a nutrição e a segurança alimentar SO9

Situação

Apesar do rápido desenvolvimento económico desde 1999 e das melhorias na segurança alimentar nacional, as taxas de nanismo nutricional são ainda muito elevadas e de acordo com um levantamento de 2008 (MICS / INE), afectam 44% das crianças menores de cinco anos de idade.

A tendência de desnutrição crónica e aguda entre crianças menores de cinco anos, entre 2003 e 2008, vê-se no gráfico. Além disso, os resultados do levantamento de referência do SETSAN sobre a segurança alimentar e nutricional para 2006, revelou que 34% da população vive em famílias numa situação de insegurança alimentar, que 36% da morta-lidade dos menores de cinco anos em Moçambique está relacionada com a desnutrição e que as doenças diarreicas, tais como a cólera, a disenteria bacilar e a febre tifóide, constituem um dos principais factores que contribuem para a desnutrição. Outros factores que contribuem para doenças causadas pela alimentação são as águas contaminadas e as más condições sanitárias. Também as práticas locais de manuseamento dos alimentos são inseguras e isso nota-se sobretudo nos mercados informais de alimentos. Em resultado disso, a OMS recomenda que, não só se implementem mas também se monitorizem, regulamentos e inspecções de segurança alimentar.

Apoio técnico ao desenvolvimento dum plano estratégico nacional para a segurança alimentar

O escritório nacional da OMS está a dar assistência ao Governo para implementar intervenções fundamentais que visam reduzir a desnutrição crónica, atender aos factores sociais e culturais (que resultam em alimentos, nutrição, higiene e cuidados inadequados), e ampliar as abordagens inter-sectoriais e integradas que melhoram a saúde e a nutrição globais das populações.

Com o apoio do Escritório Regional da OMS, o escritório nacional da OMS forneceu assistência técnica ao governo de Moçambique para o desenvolvimento dum Plano Estratégico Nacional para a Segurança Alimentar quinquenal. A implementação do plano exige uma série de acções imediatas a serem tomadas, tais como a revisão e a actualização da legislação, das normas e orientações em vigor, a criação de locais de sentinela para doenças de origem alimentar, a capacitação e aplicação de instrumentos de análise, tais como HACCP (Análises de Perigos e Ponto Crítico de Controle).

Perc

enta

gem

2003 (IDS )* 2008 (MICS)

Baixo pesoDestruição crónicaDestruição aguda

0

20

40

60

80

100

48

5

44

18

4

*Os dados do IDS 2003 foram recalculados com base nos valores populacionais padrão da OMS - 2006

20

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Apoio às iniciativas educacionais de saúde, nutrição e segurança alimentar nas escolas

Apoiar a amamentação

Em colaboração com a Comissão Nacional da UNESCO e o Ministério da Saúde, a OMS apoiou a realização de dois seminários de orientação, realizados em 12 escolas, tanto urbanas como rurais. O público-alvo compôs-se de 55 professores e dos seus alunos, que receberam ensinamentos sobre a segurança alimentar, a nutrição, exercícios e prevenção de doenças não transmissíveis (hipertensão, diabetes e epilepsia) e toxicodependências. Os temas foram ensinados através de vários meios, incluindo apresentações, discussões plenárias, dramatizações, demonstrações práticas (p. ex. lavar as mãos, cozinhar de forma segura e alimentação saudável). Também se distribuíram materiais de IEC para as escolas, baseados nas cinco chaves de segurança alimentar, equipamentos desportivos e livros escolares .

Em Moçambique, apenas 37% dos lactentes menores de 6 meses (2008 MICS/INE) são amamentadas exclusivamente, apesar dos esforços desenvolvidos para promover a amamentação. Por exemplo, criou-se uma Comissão Nacional para a Promoção e Protecção da Amamentação com representantes dos Departamentos da nutrição, promoção da saúde e de MNCH do MISAU, do Hospital Central de Maputo, do Ministério da Mulher e Acção Social, do Ministério da Indústria e Comércio, do IBFAN Moçambique, da UNICEF e da OMS.

O grupo de trabalho técnico do MISAU e os seus parceiros (UNICEF, IBFAN, USAID, e HKI) desenvolveram uma estratégia de comunicação para promover a amamentação. A OMS apoiou a reactivação da Iniciativa Hospital Amigo do Bebé, não só conduzindo uma reunião de orientação para sensibilizar as enfermeiras, os estudantes de medicina, os médicos, os pediatras e obstetras, sobre questões de amamentação, bem como apoiando o Ministério da Saúde na adaptação dos materiais de formação ao contexto moçambicano e desenvolvendo materiais de IEC.

Uma barraca informal de comida em Maputo

Capacitação na área de segurança alimentar e de aplicação de instrumentos O escritório nacional contribuiu financeiramente para várias acções regionais de formação em segurança alimentar regional e para formação provincial em HACCP, de forma a capacitar 66 inspectores alimentares em 6 províncias.

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Desenvolvimento de capacidades a monitorizar o código para a comercialização de substitutos do leite materno

Participação na avaliação do PARPA II

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Em 2007, o Parlamento aprovou o código para a comercialização de substitutos de leite materno. O MISAU e os par-ceiros desenvolveram manuais de formação para os diferentes sectores implementarem o código. A OMS prestou apoio técnico e financeiro à 1ª acção de formação nacional de TOT em Maputo, em 2007, para profissionais de saúde, técnicos e fiscais do Ministério do Comércio e da Indústria. A OMS responsabilizou-se então, pela formação em cascata de 15 for-madores de formadores adicionais, em 2008, em 7 distritos da Província de Inhambane.

Em 2009, o WCO participou na avaliação do componente de nutrição, do Plano para a Redução Acelerada da Pobreza Absoluta II (PARPA II).As recomendações desta avaliação de impacto foram as seguintes:

Aumentar a capacidade dos recursos humanos em nutrição;Melhorar a segurança alimentar;Prestar cuidados de saúde abrangentes a mulheres e crianças;Melhorar os serviços de saúde, higiene e saneamento;Reforçar a monitorização e a avaliação das intervenções de nutrição;Reduzir a desnutrição crónica (esta foi identificada como uma prioridade para o próximo PARPA);Estabelecer uma comissão de coordenação de alto nível, para a prevenção e redução da desnutrição crónica, com representação do Governo, sociedade civil e parceiros de desenvolvimento.

Rumo a seguir

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A OMS irá facultar assistência técnica para se realizar uma análise do contexto no início de 2010, em colabo-ração com o governo, as NU e os parceiros de desenvolvimento, para acelerar as acções de nutrição e informar o diálogo sobre políticas de nutrição;A fim de reduzir a desnutrição crónica em 2010, a OMS contribuirá para o desenvolvimento e a implementação dum Plano de Acção Nacional Multi-sectorial.

Iniciativa hospital do amigo da criança promove o aleitamento imediato após nascimento

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Prestação de Serviços de Saúde

Melhorar os serviços de saúde através duma melhor governação, financiamento pessoal e gestão, com base em dados e em investigações, fiáveis e acessíveis

SO10Este objectivo estratégico visa melhorar a gestão e a organização da prestação de serviços de saúde, de forma a reflectir os princípios dos cuidados integrados de saúde primários para, em última análise, ampliar a cobertura, a equidade e a qualidade dos serviços de saúde, reforçando simultaneamente os resultados em termos de saúde. É necessário que haja investimento nos sistemas de saúde para se produzirem melhorias sustentáveis que beneficiem todas as áreas de doenças e os programas de saúde, e para resolver os principais obstáculos para alcançar os Objectivos de Desenvol-vimento do Milénio.

O escritório nacional da OMS aumentou os esforços para atender às prioridades do sistema de saúde, que vão ao en-contro dos objectivos do Quadro de Acção para o Fortalecimento dos Sistemas de Saúde, da OMS. Como tal, a OMS con-tribuiu para o desenvolvimento de planos estratégicos, a promoção dos cuidados de saúde primários, desenvol-vimento de capacidades financiamento da saúde, aprovação do envolvimento da comunidade na saúde, estabeleci-mento de prioridades em relação aos recursos humanos para a saúde, o desenvolvimento de sistemas de informação em saúde e o reforço da gestão de informação e de conhecimentos.

A OMS concentra-se no desenvolvimento de estratégias nacionais e de planos de saúde. Aplicaram-se normas e padrões interna-cionais, estatísticas e melhores práticas ao contexto específico do país e às necessidades de desenvolvimento de Moçambique.

Apoio técnico para o desenvolvimento de políticas e estratégias de saúde

A OMS apoiou o MISAU para desenvolver e implementar um Plano Nacional Sectorial de Saúde (2007-2012). Orientada por este quadro, procedeu-se a uma análise da situação de vários programas específicos e sistemas de apoio, reviram-se políticas, definiram-se estratégias e iniciaram-se actividades. O escritório do país da OMS prestou apoio técnico a estes processos diferen-tes, apoiando-se numa vasta gama de conhecimentos disponí-veis em toda a Organização. Este universo inclui uma equipa de cerca de 20 oficiais de programa nacional e internacional, no escritório nacional da OMS em Moçambique, conselheiros de saúde do escritório regional em Brazzaville e da sede principal em Genebra, e também colegas especialistas de outras agên-cias das NU. A OMS também participou em missões conjuntas com consultores e conselheiros das agências doadoras.

O Plano Estratégico Nacional para o Sector da Saúde (2007-2012, PESS), o Plano de Desenvolvimento dos Recursos Humanos (2008-2015), o Plano Estratégico dos Sistemas de Informação da Saúde (2009-2014), e o Levantamento da Disponibilidade dos Serviços, foram alguns dos planos e iniciativas concluídos ou iniciados entre 2008-09, com objectivo de reforçar o sistema geral de saúde.

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Rumo a seguir

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Promoção de cuidados de saúde integrados e abrangentes

A OMS apoiará o MISAU a finalizar os planos que estão a ser desenvolvidos e a converter as políticas e estra-tégias aprovadas, em planos de acção concretos;A OMS monitorizará o nível de implementação dos planos, ajudará na recolha de dados e na análise de estatís-ticas, e apoiará a análise adicional dos dados recolhidos;A OMS ajudará o governo nos seus esforços para assegurar recursos suficientes, envolvendo-se com os doa-dores, bem como com os representantes de alianças e parcerias globais. A OMS prestará o apoio técnico nece-ssário para a elaboração de propostas e para a apresentação de relatórios, e desempenhará um papel de inter-mediário, sempre que for necessário.

Os princípios dos cuidados de saúde primários (PHC) sustentam as políticas e as estratégias gerais de saúde do gover-no. Moçambique participou na conferência internacional sobre cuidados de saúde primários, a qual estava ligada à pu-blicação do Relatório Mundial de Saúde sobre PHC, de 2008, e à comemoração do aniversário de Alma Ata. Moçam-bique tornou-se signatário da Declaração de Ouagadougou sobre a revitalização dos PHC, reafirmando assim o seu compromisso com o acesso universal aos cuidados de saúde. O escritório nacional da OMS está a apoiar o governo na aplicação dos princípios da declaração.

Exercício das Contas Nacionais de Saúde (NHA)

O financiamento sustentável é um pilar essencial de qualquer sistema de saúde e, durante o biénio, a OMS investiu no financiamento da saúde, acção que culminou na coordenação dos esforços de capacitação aonde o desenvolvimento das Contas Nacionais de Saúde era apenas um dos muitos passos. Cerca de 16 profissionais do Grupo de Referência de

Os cuidados de saúde primários são a solução ideal para combater as desigualdades de saúde. A OMS continuou a defender a igualdade no acesso aos cuidados de saúde, a eficácia na prestação de serviços e o envolvimento da comunidade na prevenção de doenças e noutras actividades relacionadas com a saúde.

Planeamento e Orçamento, composto por técnicos de todas as Direcções Nacionais, participaram na acção de formação.

O exercício das Contas Nacionais de Saúde fornece estimativas da despesa total em saúde, documenta o dinheiro gasto pelos intervenientes de saúde e descreve a distribuição dos fundos entre os prestadores de serviços, as funções e os níveis dos cui-dados. A análise das despesas de saúde permite avaliar quais as políticas que se devem abordar no âmbito da estratégia de financiamento do sector de saúde.

O padrão de gastos nos cuidados de saúde em Moçambique tem vindo a aumentar, de um per capita de 14 USD em 2004, para um per capita de 21 USD em 2006, e as despesas de saúde em percentagem do PIB aumentaram de 4,8 para 5,3, no mesmo período. Embora o aumento seja positivo, ainda se mantém inferior à recomendação de 34 USD per capita da Comissão sobre Macroeconomia e Saúde da OMS, necessários para uma prestação de cuidados de saúde abrangentes. O aumento da despesa per capita em saúde foi mais significativo entre 2004 e 2005, devido a um aumento substancial do financiamento in-terno e externo, a maioria do qual foi financiado pelas contri-buições dos parceiros, que sofreram um aumento substancial desde 2004 até 2005 (39%), e mantiveram uma elevada taxa de crescimento (20%) desde 2005 até 2006.

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Os resultados das Contas Nacionais de Saúde facultam os componentes essenciais necessários para iniciar um diálogo construtivo sobre a sustentabilidade do financiamento da saúde, no sector da saúde que contribuem para o desenvolvimento duma estratégia de Financiamento da Saúde. Esta estratégia seria desenvolvida no contexto das prioridades estabelecidas no Plano Estratégico do Sector da Saúde em curso.

A OMS recrutou um oficial de programa especializado em saúde da comunidade e no empoderamento da sociedade civil, para prestar assistência técnica ao MISAU, visto que a organização considera que estas duas áreas devem ser estáveis para que as intervenções sanitárias sejam eficazes e para que haja melhorias nos resultados sanitários. A OMS deu apoio ao MISAU e a serviços de consultoria financiados pelo Governo dos Estados Unidos para a rever a política sobre os trabalhadores de saúde comunitários, os quais incluíram uma reformulação do currículo de formação existente para APEs (Agente Polivalente Elementar).

Apoio ao envolvimento da comunidade na saúde

Trabalhadora de saúde comunitária do Distrito da Manhiça mostra o registo das suas actividades diárias

Rumo a seguir

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Aldeias do Milénio: envolvimento da comunidade em acção

A OMS irá apoiar a finalização e a implementação da estratégia de CHW APE e o plano de implementação, e apoiar os coordenadores nacionais e a coordenação de parceiros da saúde e M&E;O escritório nacional da OMS continuará a prestar assistência técnica com os contributos dos seus oficiais de programa de diferentes disciplinas, tais como saúde materna e infantil, ATM e EPI.

A OMS está envolvida activamente no Programa Aldeias do Milénio das NU, conduzido pelo MCT com a participação de várias agências das NU e de ministérios (saúde, educação, tecnologia e agricultura). O objectivo do programa é desenvolver modelos de intervenções comunitárias e documentar as melhores práticas para ampliar o progresso dos MDG de saúde. Em Moçambique, estão envolvidas 5 aldeias neste programa, com financiamento de Portugal, da UNDP e da Embaixada do Japão. A OMS desenvolveu a metodologia para uma avaliação rápida das necessidades de saúde que se realizou em duas aldeias, incluindo Chibuto (Província de Gaza) e Lumbo (Província de Nampula). As recomendações incidiam na introdução de intervenções básicas que atendessem às principais prioridades de saúde e, além disso, na promoção de

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intervenções integradas de saúde comunitária, nessas comunidades rurais. Na sequência das recomendações, lançou-se um programa de WASH (Água, Saneamento e Higiene) em Chibuto, com a ajuda da PROSAM, uma ONG nacional, e em colaboração com a equipa comunitária local das Aldeias do Milénio. O objectivo do programa é criar uma plataforma sustentável que melhore as condições de higiene e saneamento da comunidade em geral, que aumente o acesso aos cuidados básicos de saúde através da formação de agentes comunitários de saúde, que garanta o acesso à água com a construção de poços e a instalação de reservatórios de águas pluviais, e que promova a lavagem das mãos como uma medida eficaz de prevenção contra as doenças diarreicas.

No Relatório Mundial da Saúde de 2006, a OMS destacou a escassez global de trabalhadores de saúde e identificou 59 países que enfrentam uma crise devido a esta escassez. Moçambique foi um desses países, com menos de 2,3 trabalhadores de saúde por cada 1000 habitantes e com menos de 800 médicos para uma população de 20 milhões de pessoas.

O escritório nacional da OMS chamou a atenção à gravidade da situação, num documento apelando à acção, publicado no final de 2006. Houve o reconhecimento alargado de que, sem o número suficiente de profissionais de saúde devidamente formados e de pessoal de apoio, os programas de doenças e a prestação de serviços de saúde em geral iam não só sofrer, mas também impedir os progressos na realização dos Objectivos para o Desenvolvimento do Milénio relacionados com a saúde. O MISAU desenvolveu um Plano de Recursos Humanos para o Desenvolvimento da Saúde, para um Período de 7 anos (PDRH 2008-2015), com o apoio financeiro da DANIDA e do DFID, e o apoio técnico do Instituto Tropical de Lisboa e da OMS. Caso seja totalmente financiado, o plano prevê as seguintes realizações: a formação e o emprego de cerca de 20,000 trabalhadores da saúde adicionais em 2015, um aumento do número de médicos em mais de 100% e um aumento do número de enfermeiros e parteiras em 68% cada um.

Atribuir prioridade aos Recursos Humanos para a Saúde

Dr. Benzerroug, representante da OMS promove lavagem das mãos em Chibuto, Província de Gaza

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A OMS aceitou o cargo de co-presidente do grupo de trabalho técnico dos HRH. Este grupo faz parte dos mecanismos de coordenação que existem entre o MISAU e os parceiros de desenvolvimento, no âmbito de um modelo de aborda-gem sectorial (SWAP), através do qual se organiza a assistência técnica. Este grupo de trabalho é liderado pelo MISAU e inclui os seguintes parceiros-chave: a CDC, a USAID, a Irish Aid, o DFID, a GTZ, a Fundação Clinton, a CIDA, a Cooperação Italiana, a EC e a Cooperação Flamenga. Outros parceiros de financiamento incluem a Danida, a JICA, o Fundo Global ATM e a Cooperação Espanhola. O grupo de trabalho prestou apoio técnico, facilitou a colaboração e a cooperação no seio dos parceiros de desenvo-lvimento, bem como entre os parceiros de desenvolvimento e o MISAU, e melhorou o fluxo e a troca de informações. No entanto, o seu mandato é unir todos os parceiros em torno do plano nacional para os recursos humanos, apoiar a sua implementação e maximizar a utilização eficaz dos recursos disponíveis. O desafio será manter o compromisso político e o interesse dos doadores, enquanto se mobilizam os recursos financeiros suficientes para atingir as metas da HRH.

Moçambique esteve representado na primeira conferência internacional sobre recursos humanos para a saúde, em Kampala em 2008, um evento organizado pela Aliança Global para a Força de Trabalho em Saúde (GWHA). Esta aliança deu ao escritório nacional da OMS financiamento para concluir os trabalhos preparatórios para o observatório nacional de HRH, e também está a contribuir para os estudos regionais de casos sobre os HRH (tais como os Trabalhadores de Saúde Comunitários encomendados pela GWHA, e a ampliar os HRH para o acesso universal ao tratamento e aos cuidados do HIV.

No final de 2009, finalizou-se um plano regional de apoio ao desenvolvimento dos HRH em 5 países lusófonos (Angola, Moçambique, São Tomé, Guiné Bissau e Cabo Verde), elaborado e financiado pela Comissão Europeia. No princípio de 2010 iniciaram-se algumas das actividades e a OMS assinou um acordo de colaboração no âmbito deste plano.

A OMS concedeu apoio financeiro a três académicos para estudos de pós-graduação na área da saúde pública, microbiologia e epidemiologia. O desenvolvimento de capacidades mantém-se uma prioridade e a OMS irá continuar a apoiar o programa de bolsas para estudos de pós-graduação.

Maputo, 28 de Outubro de 2008: Lançamento do Plano para o Desenvolvimento dos Recursos Humanos. De Esquerda para Direita: Sr Norbert Dreesch - Assessor de HRH da Sede da OMS; Dr Abdou Moha, WR a.i; Prof Dr Ivo Garrido - Ministro da Saúde de Moçambique; Dr António Mussa - Director dos Recursos Humanos do MISAU

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Assistência técnica para o desenvolvimento dum Sistema de Informação de Saúde (HIS)

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Informação e Gestão de Conhecimentos - KMI

A OMS prosseguirá com o desenvolvimento da força de trabalho em saúde, prioritária no âmbito do programa global de fortalecimento do sistema de saúde;A OMS irá acelerar esforços para mobilizar recursos para reforçar a capacidade do próprio escritório nacional em HRH e, além disso, para manter um orçamento suficientemente grande para apoiar as actividades princi-pais, incluindo o programa das bolsas;A OMS continuará a dialogar com os parceiros de desenvolvimento e também a explorar novas oportunidades de colaboração com doadores e parcerias, ao nível nacional

O sistema de informação de saúde é um componente fundamental do sistema de saúde, visto que fornece os dados para medir o desempenho dos programas de saúde, informa a política e os processos de planeamento e permite a compilação de perfis de saúde com base na população. No entanto, desenvolver um sistema de informação de saúde eficaz e sustentável em Moçambique é um desafio, devido ao bloqueio criado pela capacidade insuficiente, pelo pessoal com formação inadequada, pelo investimento limitado na recolha e na análise exacta de dados, e pelo uso inadequado da tecnologia informática. Durante o biénio 2008-2009, a OMS apoiou três áreas principais:

1. O WCO recebeu uma subvenção de 23,000 USD da Rede Métrica de Saúde (HMN), e usou estes fundos para dar assistência técnica ao MISAU na elaboração de um Plano Estratégico do HIS quinquenal (2009-2014). O plano do HIS visa melhorar a relevância da informação recolhida e a sua posterior utilização, melhorar a arquitectura geral do HIS e maximizar a utilização dos serviços contratados a terceiros;

2. Deu-se também assistência técnica à introdução de padrões para a classificação de doenças, tal como a CID 10, a Classificação Internacional de Doenças. Este apoio permitiu o desenvolvimento dum sistema para recolher informações sobre morbidade e mortalidade hospitalar e para criar o Certificado Nacional de Óbito;

3. O objectivo do levantamento sobre a disponibilidade dos serviços (SAM), finalizado em 2008, foi fornecer informações essenciais sobre o sistema de saúde, e permitir a codificação e o registo geográfico de todas as unidades de saúde.

A OMS trabalhou sob a direcção e liderança do MISAU, em ligação com as organizações e iniciativas internacionais, tais como a OMS-FIC, a Rede Métrica de Saúde e a OASIS.

A prioridade principal do WCO para o próximo biénio é dar assistência técnica e mobilizar recursos para implementar o plano estratégico a todos os níveis. Dentro deste quadro, as actividades específicas são as seguintes:

Rever os instrumentos de recolha de dados e o fluxo de dados, bem como a supervisão e o mecanismo de resposta;Dar formação ao pessoal de saúde na utilização dos dados para efeitos de gestão e de planeamento;Expandir e acompanhar a implementação da classificação internacional de doenças no sistema de registo da mortalidade e morbidade;Realizar uma actualização anual do levantamento dos serviços disponíveis.

Os trabalhadores da saúde em Moçambique têm, geralmente, um acesso limitado às informações relacionadas com a saúde, incluindo publicações recentes, revistas médicas e científicas e livros de referência. Não só as bibliotecas são mal providas e estão distribuídas de forma desigual entre as áreas urbanas e rurais, como também nem sempre há disponibilidade de livros de referência.A OMS reconhece que os livros e as revistas são uma fonte de prazer pessoal e de desenvolvimento profissional. O centro de documentação da OMS Moçambique contribui para melhorar o acesso à informação sobre saúde, através da disseminação, através de vários meios de comunicação, de documentos para profissionais de saúde, instituições e parceiros, através da instalação de bibliotecas azuis, através do acesso gratuito a revistas electrónicas, e da capacitação e do desenvolvimento de ligações em rede com bibliotecas.

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Aumentar o acesso electrónico a jornais e publicações médicas e paramédicas

HINARI, Acesso à Rede Electrónica de Pesquisa foi lançado em 2002, com 1500 periódicos de seis grandes editoras técnico/científicas e médicas. Desde 2009 que o programa dá acesso a mais de 6400 revistas de mais de 1500 editoras. As instituições ou organizações nacionais de países em desenvolvimento, que não estão associadas às agências internacionais, podem registar-se e estão isentas do pagamento da taxa de inscrição, e todos os indivíduos daquela instituição ou organização têm acesso garantido ao banco de dados. Para mais informações, visite http://www.who.int/hinari/about/en/

Durante 2008-2009, realizaram-se mais de 10 seminários de HINARI em diferentes partes do país. Mais de 300 pessoas de diferentes instituições, envolvendo pesquisadores, conferencistas, profissionais de saúde, estudantes e o público em geral, beneficiaram destes seminários e a OMS ajudou a subsidiar a compra de computadores e o pagamento da ligação inicial à Internet.

Instalar a Biblioteca Azul nas unidades de saúde

As Bibliotecas Azuis são bibliotecas transportáveis - grandes caixas azuis de metal cheias duma selecção de 150 livros de referência, que abrangem uma ampla gama de temas ligados à saúde. Esta biblioteca pequena, mas relevante, facilita a distribuição fácil de informações práticas entre os profissionais de saúde no terreno, os quais poderiam não ter, de outro modo, acesso à informação. Todos os livros estão em Português, e deu-se formação a mais de 36 pessoas no uso e na gestão da Bibliotecas Azuis. Nos finais de 2009, foram instaladas 2 BTLs em Aldeias do Milénio e 8 BTLs em instituições de formação na área da saúde, e várias ONGs manifestaram interesse em apoiar financeiramente a instalação de BTLs nas unidades de saúde. A OMS trabalha com o MISAU e com outros parceiros para garantir uma maior distribuição das BTLs e o acesso mais amplo à HINARI.

Apoiar a criação da Biblioteca Virtual de Saúde em Moçambique (VHL)

A OMS prestou apoio técnico ao lançamento da Biblioteca Virtual de Saúde em Moçambique (VHL), uma plataforma baseada na Internet para obter informações de saúde produzidas localmente, com o objectivo de disponibilizar notícias nacionais sobre a saúde a uma vasta gama de leitores. O link é http://mocambique.eportuguese.org.

As bibliotecas azuis contêm 150 livros de referência cobrindo um vasto leque de tópicos relacionados com a saúde

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A fim de continuar a apoiar os serviços da biblioteca, a OMS também ajudou 8 bibliotecários nacionais a participarem no congresso de AHILA, cujo objectivo era criar a Rede Moçambicana de Bibliotecas de Saúde, para facilitar o desenvolvimento de ligações em rede e a troca de informações entre as pessoas.

A OMS apoia o desenvolvimento duma estratégia nacional para a Gestão de Conhecimentos;A OMS presta assistência ao lançamento duma Rede de Bibliotecas de Saúde;A OMS envolve-se com os parceiros para aumentar a distribuição de bibliotecas azuis e para aumentar o acesso a periódicos electrónicos, especialmente para os trabalhadores de saúde nas áreas remotas e rurais.

Rumo a seguir

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Produtos e Tecnologia Médicas

Assegurar melhor acesso, qualidade e utilização de produtos e de tecnologias médicas SO11

A OMS tem trabalhado em estreita colaboração com o Ministério da Saúde moçambicano para enfrentar várias questões e desafios que estavam a prejudicar o desempenho do sector farmacêutico. A OMS identificou problemas graves em várias áreas, tais como a insuficiência de recursos humanos, a falta de apoio adequado para o controle de qualidade das aquisições, a ausência de concorrência e da regulação dos preços nas farmácias privadas, o deficiente empacotamento dos medicamentos no momento da distribuição, a base incerta para cálculo das necessidades de medicamentos, a falta de clareza e de eficácia do sistema de recuperação de custos, e as deficiências no sistema de distribuição de medicamentos.

A OMS conduziu uma avaliação externa do sector farmacêutico, a fim de identificar as actividades que iriam não só começar a resolver os problemas e desafios supramencionados, como também iriam permitir o uso mais rentável dos recursos financeiros e humanos disponíveis no sector público farmacêutico. Desenvolveu-se um plano de actuação para melhorar o desempenho do sector farmacêutico, com base nos dados e nos principais resultados da avaliação externa. O plano de actuação foi validado pelo Ministério da Saúde e é usado como referência para o desenvolvimento de planos de trabalho do sector público farmacêutico.

Principais realizações na implementação do plano de actuação

Melhorais nas declarações sobre a política nacional de medicamentos, nas estruturas e nas funções do sector farmacêutico

A OMS tem trabalhado em estreita colaboração com o Ministério da Saúde para desenvolver uma Política Nacional de Medicamentos abrangente e um correspondente Plano de Acção, para a execução da política.

Nova localização e escritórios reabilitados da Autoridade Nacional Reguladora de Medicamentos em Moçambique

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Modificaram-se as actuais estruturas e funções do departamento farmacêutico do Ministério da Saúde: o sector farma-cêutico foi reestruturado em três secções, chamadas a Direcção da Farmácia, o Laboratório Nacional de Controle da Qualidade de Medicamentos (LNCQM) e a Central de Medicamentos e Artigos Médicos (CMAM). Esta última é respon-sável pela aquisição e fornecimento de medicamentos e de artigos médicos a serem utilizados no Serviço Nacional de Saúde.

Com apoio técnico e a orientação da OMS no novo “plano de reestruturação” do Ministério da Saúde, haverá uma “Autoridade Reguladora Nacional” (NRA), subordinada ao Ministério da Saúde mas com um “nível razoável de inde-pendência”, para substituir o antigo Departamento Farmacêutico. Atribuiu-se uma nova localização à nova estrutura farmacêutica do Ministério, mesmo ao lado do Ministério da Saúde, que pode acomodar mais de 80 escritórios. O LNCQM apresentará relatórios ao Director da NRA, e a CMAM tornar-se-á um departamento separado e apresentará relatórios à Direcção Nacional de Assistência Médica, o grupo responsável pelos serviços curativos.

As modificações entrarão em vigor depois de a Assembleia da República analisar e aprovar uma nova lei que regula os medicamentos, as vacinas e os produtos biológicos. A lei é de carácter técnico e prevê uma disposição para o Ministro da Saúde elaborar regulamentos detalhados sobre temas específicos.

Para apoiar acções de formação informática aos funcionários nacionais responsáveis pelo registo de medicamentos, na utilização do software SIAMED, contou-se com a assistência técnica de um especialista conhecido na área do registo de medicamentos. Da formação resultou que os relatórios actualizados de registo de medicamentos são agora elaborados regularmente utilizando este software.

A OMS e o Ministério da Saúde associaram-se para criar uma estrutura e funções novas, para um desempenho eficaz do sector farmacêutico em Moçambique.

Melhoria na quantidade e qualidade dos recursos humanos do sector farmacêutico

Em 2006, havia apenas 46 farmacêuticos a trabalharem em Moçambique. Em resposta à grave falta de farmacêuticos qualificados no país, a OMS trabalhou com o Ministério da Saúde para atribuir prioridade às melhorias na disponibilidade e na qualidade dos recursos humanos no sector farmacêutico. Como consequência, em 2009 havia mais de 102 farmacêuticos a trabalharem no sector da saúde.

A OMS facilitou sessões de formação em gestão da logística de abastecimentos, formação-no-serviço em matéria de cálculo das necessidades de medicamentos, de aquisições, organização de concursos, armazenagem, distribuição e controle da qualidade. A OMS também deu formação a 25 funcionários nacionais em metodologia para efectuar o levantamento da disponibilidade de medicamentos e a mais de 15 funcionários nacionais em pré-qualificação do stock de medicamentos, utilizando as Directrizes para a Selecção e Avaliação, da OMS de 2004. A OMS utilizou uma abordagem inovadora, consistindo em 3 visitas de peritos para darem, progressivamente, formação-no-serviço a uma equipa de 15 funcionários nacionais do Ministério da Saúde, em matéria de pré-qualificação de fornecedores de medicamentos essenciais. A equipa está agora qualificada para completar independentemente o próximo ciclo de pré-qualificação de medicamentos essenciais, que terá início em 2012.

A OMS e o Ministério da Saúde deram prioridade ao desenvolvimento de recursos humanos extremamente necessários no sector farmacêutico em Moçambique.

Melhoria na estimativa das necessidades de medicamentos, na aquisição e distribuição

A secção de planeamento da CMAM faz uma estimativa das necessidades anuais dos serviços de saúde do Governo (excepto para os programas especiais, a malária e a tuberculose), utilizando as informações obtidas nos processos de requisição e fornecimento do ano anterior. A OMS colocou um consultor à disposição, que trabalhou durante mais de 45 dias com o pessoal da secção de planeamento da CMAM, o que resultou numa melhoria significativa da qualidade dos medicamentos, das estimativas das necessidades (em especial do cálculo da taxa mensal ajustada do consumo), e dos cálculos de reabastecimento.

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O consultor também trabalhou com a CMAM no sentido de os familiarizar com o uso de concursos competitivos para a aquisição de medicamentos essenciais.

A OMS prestou apoio técnico à CMAM na revisão e melhoria dos procedimentos operacionais nacionais escritos para a distribuição de medicamentos, o que resultou numa distribuição mais eficaz e na redução das taxas de medicamentos esgotados.

Não existe um oficial do programa nacional para fazer o acompanhamento da execução do plano de actuação do sector farmacêutico, numa base diáriaOs fundos atribuídos são insuficientes para executar o plano de actuação do sector farmacêutico.

A OMS continuará a trabalhar no plano de actuação do sector farmacêutico, que foi complementado com o desenvolvimento do Plano Director da Logística Farmacêutica (PLMP), o qual incidirá sobre a aquisição, a armazenagem e a distribuição de medicamentos. A OMS deve continuar a desempenhar um papel de coordenação, não só para supervisionar a execução do PLMP mas também para garantir a consistência com a execução do plano de actuação do sector farmacêutico;A OMS vai desenvolver as capacidades dos funcionários do sector farmacêutico, reorientando o enfoque para o nível provincial e distrital;A OMS vai reforçar o controlo e a garantia da qualidade dos medicamentos a nível central, provincial e distrital;A OMS vai finalizar o processo de registo de todos os medicamentos utilizados no país;A OMS vai mobilizar recursos financeiros para implementar actividades principais não-financiadas do plano de actuação;A OMS vai recrutar um Oficial Nacional do Programa para acompanhar a implementação das actividades prin-cipais, numa base diária;A OMS vai promover o uso racional dos medicamentos;Apoio à formação em gestão de stocks a todos os níveis.

Limitações

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Serventes responsáveis pela gestão de medicamentos essenciais e distribuição numa Unidade de Saúde Distrital

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Fazer Avançar a Agenda de Saúde Global

Facultar liderança, reforçar a governação dos governos nacionais e promover a parceria e a colaboração com os países, com o sistema das Nações Unidas e com outros intervenientes,

a fim de cumprir o mandato da OMS de fazer avançar a agenda global de saúde, tal como definida no Décimo Primeiro Programa Geral de Trabalho

SO12Durante o biénio passado, o escritório nacional da OMS trabalhou para melhorar a governação e desenvolver parcerias mais fortes, a fim de fazer avançar a Agenda de Saúde Global. As parcerias foram o resultado da participação activa da OMS nos mecanismos de coordenação da SWAp dos parceiros de desenvolvimento da saúde, da contribuição para os processos de reforma das NU, e das posições assumidas como ponto focal para liderar questões estratégicas da Agenda de Saúde Global. O reforço da sociedade civil e a colaboração com as ONGs também tem sido um objectivo principal do apoio da OMS, ao longo do biénio.

Proporcionar liderança na saúde e no reforço da governação

O escritório nacional da OMS desenvolveu uma nova Estratégia de Cooperação com os Países (CCS) para os próximos 4 anos (2009-2013). A CCS baseia-se nos 13 objectivos estratégicos seleccionados pela Organização e tem por objectivo orientar não só a OMS mas também o MISAU e os parceiros de desenvolvimento no sector da saúde. A CCS foi desenvolvida e será implementada no âmbito do 11º Programa Geral de Trabalho da OMS e do Plano Estratégico a Médio Prazo (2008-2013) da OMS, o segundo dos quais foi adoptado pela Assembleia Mundial de Saúde.

A OMS tem oferecido assistência técnica e instrumentos ao Ministério da Saúde e a outras instituições, na medida do necessário, para realizar a gama de funções necessárias para a liderança e governação eficazes. Estas contribuições incluem apoio ao desenvolvimento das políticas do sector, dos quadros de despesas a médio prazo, dos modelos de

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custos para os programas de doenças, e do quadro para o reforço dos cuidados de saúde primários. A OMS também promoveu uma maior harmonização e alinhamento da ajuda externa com as políticas nacionais de saúde, garantindo ao Ministério da Saúde um maior papel de gestor.

Moçambique tem uma estrutura de coordenação bem estabelecida, que foi criada no âmbito do quadro da Abordagem Sectorial à Programação (SWAp), reunindo mais de 25 parceiros para o desenvolvimento da saúde. O escritório nacional da OMS assumiu a posição de parceiro co-focal, em 2007, com a Comissão Europeia como parceiro focal. A estrutura de parceiro focal/co-focal foi alterada para um regime de três partes (2 parceiros co-focais e um parceiro focal) em 2008, e foi liderada pelo DFID (como parceiro focal) com a OMS e a CE como parceiros co-focais. Após terminar o mandato de 2 anos, os Países Baixos assumiram a posição focal em Junho de 2009. A OMS, que representa as agências das NU na área da saúde, continuará como co-parceiro até Março de 2010. Na qualidade de parceiro co-focal, a OMS participou activamente nas reuniões mensais do HPG (grupo dos parceiros da saúde) e do Comité de Coordenação Conjunta (CCC), assistiu às reuniões bianuais de coordenação do sector a alto nível (CCS) entre o Ministro da Saúde e os chefes das agências, e prestou assistência técnica a todos os grupos de trabalho técnicos da SWAp (excepto aos das finanças e da auditoria). Bank.

Ao longo dos últimos anos, surgiram novas iniciativas e parcerias globais em resposta à crescente percepção de que os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio relacionados com a saúde não se poderiam realizar sem recursos financeiros adicionais. No dia 16 de Setembro de 2008, o governo de Moçambique assinou um Compacto para uma ajuda mais eficaz no âmbito da IHP + (Parceria Internacional de Saúde e iniciativas conexas) com os parceiros de desenvolvimento da saúde.

A OMS aceitou o papel de secretariado da IHP +, desenvolvendo o trabalho do quadro de acção Harmonização para a Saúde em África (HHA), lançado em 2006 pela OMS, UNICEF, UNAIDS, UNFPA, Banco Africano de Desenvolvimento e Banco Mundial.

Envolver-se com os parceiros de desenvolvimento da saúde

Cerimónia de assinatura do Compacto da IHP: O Ministro da Saúde, Professor Dr I. Garrido, o representante da OMS, Dr E.H. Benzerroug (3º e 4º da Esquerda na primeira fila) e os Parceiros de Desenvolvimento da Saúde

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Embora o Compacto assente nos princípios e acordos firmados para uma abordagem sectorial no sector da saúde, e ofereça um quadro claro para o alinhamento e a harmonização da ajuda externa, os parceiros têm demorado a traduzir os seus compromissos expressos no Compacto, em mudanças concretas ao nível do país. No entanto, o mecanismo de monitorização e avaliação da implementação, poderia permitir um entendimento mais claro do comportamento do doador a este respeito. Além disso, espera-se que a avaliação anual introduzida em 2009 esclareça quais as áreas que precisam de respostas colectivas e individuais das agências.

A OMS continuará a contribuir para uma coordenação e colaboração mais eficazes com os parceiros, agindo como um mediador imparcial e melhorando a sua função de secretariado;A OMS esforçar-se-á por apoiar as parcerias eficazes, salvaguardando simultaneamente, através do reforço do seu papel de gestor, a apropriação dos processos em geral por parte do Ministério da Saúde;A OMS continuará a alertar os parceiros para a sua obrigação de cumprir os compromissos assumidos no âmbito da IHP + Compacto;A OMS reforçará o seu apoio técnico através dos grupos de trabalho da SWAp.

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Uma colaboração mais forte com as outras agências das NU

A OMS está plenamente empenhada no processo de reforma das NU, em que Moçambique é um dos oito países-piloto, e contribuiu com pessoal para os processos, participando activamente em vários fóruns para o planeamento e a toma-da de decisão. Eles colaboraram com parceiros tais como a UNCT (Equipa do País das NU), a OMT, a TCT, a administração e o grupo de aquisição e o grupo de trabalho de comunicação.

A OMS está a co-implementar cinco Programas Comuns das NU, nomeadamente relativos ao HIV/SIDA, ao empodera-mento das mulheres, à redução dos riscos de calamidades, à descentralização, e à saúde reprodutiva. Dentro do con-texto do Juntos, a OMS coordenou uma avaliação da capacidade das NU na área da saúde, a fim de reforçar a coor-denação entre as agências das NU activas na saúde e de chegar a acordo sobre a divisão do trabalho em várias áreas fundamentais.

Durante os últimos três anos, o WCO foi o ponto focal das agên-cias das NU (UNICEF, UNFPA, WFP, UNIFEM, UNIDO, UNHCR) para o sector da saúde. Nessa qualidade, a OMS compilou os princi-pais resultados e os prognósticos orçamentais previstos pelas agências das NU, através da cooperação com o Ministério da Saúde. Esta informação foi partilhada com o Ministério da Saú-de, e reflectiu-se nos Planos Económicas e Sociais Nacionais, nos Planos de Acção Anuais no Sector de Saúde, do Ministério da Saúde, e no orçamento do estado.

A OMS foi também o ponto focal das NU para o estabelecimento duma sólida parceria com os governadores provinciais de Gaza, Maputo Cidade e Maputo e para implementar planos de acção distritais abrangentes, que irão intensificar a luta contra o HIV/AIDS.

A OMS é a agência líder do componente de resultados em termos de saúde, no âmbito do quadro da assistência ao desenvolvimento das NU (UNDAF). A OMS passou a incluir mais de 50% das suas actividades (mais de 25% no UNDAF 2007-2009) na Extensão do UNDAF 2010-2011, de forma a garantir uma agenda de saúde mais forte dentro do UNDAF.

O envolvimento com os doadores, as agências de financiamento, as iniciativas globais de saúde e as ONGs, constitui uma parte importante do trabalho da OMS em Moçambique.

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Moçambique é um país propenso a calamidades naturais e a resposta de emergência humanitária continua a ser uma área importante, na qual as NU estão activos. Existem vários mecanismos de coordenação para maximizar o impacto das intervenções apoiadas por diferentes parceiros e, neste contexto, a OMS está a liderar o grupo da saúde, no âmbito das medidas de resposta humanitária das NU.

As NU participam no Mecanismo de Coordenação do País do Fundo Global. A OMS é um membro activo e coordena o subgrupo da assistência técnica, que é responsável pela organização e coordenação da assistência técnica para o desenvolvimento de propostas de candidatura às subvenções de GF.

A OMS garantirá a inclusão das prioridades do sector da saúde no próximo UNDAF;A OMS envolverá mais pessoal técnico no desenvolvimento do próximo UNDAF, e na implementação do Um Plano das UN para 2012-2015

Numerosas ONGs nacionais e internacionais, são frequentemente os principais e únicos contribuintes a trabalharem no terreno em Moçambique, para promover a saúde e os serviços básicos nas comunidades. No entanto, o impacto das suas intervenções tem sido dificultado pela falta duma orientação clara sobre as prioridades e os planos do país, por uma fraca representação nas instâncias provinciais e nacionais, e por uma má coordenação entre os parceiros relevantes.

A OMS aumentou o seu apoio à unidade de ONGs no MISAU, sendo pró-activa num diálogo por um melhor alinhamento do trabalho das ONGs com o dos planos nacionais e, ainda, pelo desenvolvimento de um modelo de colaboração entre o MISAU e os parceiros da saúde. Estes dois esforços levaram à criação dum grupo de trabalho do MISAU/ONGs no contexto da SWAp, à assinatura dum código de conduta revisto para as ONGs/MISAU (2008), à criação duma base de dados das ONGs, à um modelo de relatório anual para as ONGs, e à um guia orientador para a parceria entre as ONGs e o MISAU.

A OMS apoia a unidade de ONGs no MISAU e o Grupo de Trabalho do MISAU/ONGs;A OMS apoia a abordagem Contratual entre o MISAU e as ONGs;OMS apoia o desenvolvimento de instrumentos e de modelos de colaboração a nível central, provincial e distrital;A OMS trabalhará para reforçar a capacidade e a representação das ONGs.

Rumo a seguir

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Reforço da sociedade civil e envolvimento com as ONGs

Rumo a seguir

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Melhorar a Capacidade de Dirigente do Escritório Nacional da OMS

Desenvolver e sustentar a OMS como uma organização flexível que adquire ensinamentos e que está habilitada para cumprir o seu mandato de forma mais eficiente e eficaz

SO13O escritório nacional da OMS desenvolveu esforços significativos, não só para se adaptar às condições da ajuda em rápida mutação, mas também para responder às expectativas do MISAU e dos parceiros, de prestar aconselhamento técnico e apoio bem-informados e fundamentados, à política, ao planeamento, à programação, monitorização e avaliação.

Ao longo dos últimos dois anos, fizeram-se investimentos para melhorar o ambiente de trabalho no escritório, reforçar a capacidade do pessoal e criar uma equipa da OMS mais forte e eficaz. Prestou-se mais atenção à mobilização dos recursos e, além disso, o escritório está a progredir na instalação de um novo sistema global de gestão e de contabilidade com acesso à Internet, que está a ser introduzido gradualmente em toda a organização.

O escritório consolidou o exercício de renovação do seu perfil, que se realizou em 2007 e melhorou a capacidade de gestão dos oficiais de programa através da introdução duma abordagem por grupos. Estes cinco grupos são: sistemas de saúde; prevenção e controle de doenças; saúde materna, infantil e neonatal; SIDA/TB/malária; e ambiente favorável. Para poder obter os melhores resultados destes grupos, é preciso contratar mais pessoal qualificado - sobretudo na área de epidemiologia /monitorização e avaliação, saúde ambiental e promoção da saúde.

Além do enfoque estratégico, são necessários outros elementos como o espírito de equipa positivo, a comunicação aberta e um ambiente de trabalho amigável e solidário, para o bom funcionamento dum escritório. Realizaram-se dois retiros de promoção do espírito de equipa, que se concentraram em aumentar o potencial dos indivíduos e em reforçar o desempenho geral do escritório. O pessoal considerou que os seminários de promoção do espírito de equipa eram frutuosos e apreciou esta oportunidade para abordar questões tais como a má comunicação e os conflitos não resolvidos. Desde então fizeram-se progressos na criação dum ambiente mais aberto, num melhor trabalho de equipa e numa comunicação construtiva e, de facto, prevê-se outro retiro em Setembro de 2010. Além dos retiros de promoção do espírito de equipa, organizaram-se dois retiros técnicos no final de 2008 e em 2009 para, não só analisar o desempenho de todos os cinco grupos, como também para programar o próximo ano.

Eficácia da equipa através da abordagem de grupo

Trabalhadores da OMS durante um evento de capacitação institucional em 2009

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Mobilização de recursos

Introduzir um Sistema de Gestão Global

Rumo a seguir

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Orçamento

A OMS em Moçambique foi o primeiro escritório nacional a receber formação em mobilização de recursos, prestada por um perito do escritório regional da AFRO. Convidaram-se vários doadores a partilhar as suas experiências e expectativas em relação à formulação de propostas e aos seus requisitos em termos de financiamento.Várias propostas de projectos que então se apresentaram a financiamento foram posteriormente aprovadas, garantindo financiamento que era muito necessário para o programa de controle da cólera, intervenções de H1N1 e TB, e recursos humanos para o programa de saúde.

Um novo Sistema de Gestão Global está a ser implantado em todos os níveis da organização. Para assegurar a execução do GMS, garantiram-se os equipamentos necessários e as actualizações de TI e de software. Além disso, deram-se instruções iniciais ao pessoal sobre GSM e testou-se com êxito a conformidade do GSM. Como resultado desses esforços, prevê-se que o escritório nacional da OMS esteja integralmente em linha em 2011.

A OMS continua a reforçar a abordagem por grupo e a promoção do espírito de equipa;A OMS está activa e estratégica a mobilizar recursos adicionais para o escritório;A OMS é mais pro-activa na reforma das NU e no processo Juntos;A OSM vai aumentar a sua capacidade para cobrir todas as áreas estratégicas identificadas na Estratégia de Cooperação no País da OMS 2009-2013;A OSM vai investir mais no desenvolvimento e na aprendizagem do pessoal.

O financiamento atribuído para executar a cooperação técnica com Moçambique durante o biénio 2008-09 atingiu quase os 13 milhões USD, representando um aumento de 53% em relação ao biénio anterior. 82% do orçamento foram atribuídos aos programas técnicos e 18% às operações. A tabela a seguir ilustra o orçamento descriminado, de acordo com cada um dos 13 objectivos estratégicos.

Objectivos Estratégicos Atribuído Gasto Taxa de Execução

S01 - Doenças Transmissíveis 2,392,291 2,100,427 88%

S02 - HIV/SIDA, Tuberculose e Malária 2,208,029 1,675,560 76%

S03 - Doenças crónicas não transmissíveis 325,826 262,906 81%

S04 - Saúde infantil, adolescente, materna, sexual e reprodutiva e envelhecimento 1,593,532 666,405 42%

S05 - Emergências e calamidades 2,054,187 1,958,150 95%

S06 - Factores de risco para as condições de saúde 186,308 176,276 95%

S07 - Determinantes sociais e económicos da saúde

S08 - Saúde e ambiente 165,523 150,106 91%

S09 - Nutrição e segurança alimentar 143,550 64,313 45%

S10 - Sistemas e serviços de saúde 644,538 406,624 63%

S11 - Produtos e tecnologias médicas 293,662 289,026 98%

S12 - Liderança, governação e parceria 721,358 598,814 83%

S13 - Funções de habilitação e de apoio 1,630,000 1,588,250 97%

TOTAL 12,957,948 10,367,395 80%

599,144 430,538 72%

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O nível geral de execução durante este período foi de 80%, com as operações do escritório a gastarem 93% do orçamento atribuído, em comparação com os 77% gastos com os programas técnicos. A maior parte dos programas dependem de contribuições voluntárias e não conseguem realizar as suas despesas devido a um atraso na recepção dos fundos atribuídos. As operações, no entanto, são menos afectadas por atrasos, visto que são financiadas directamente pelo orçamento do escritório, para o qual se garantiu o dinheiro.

Pessoal De acordo com a tabela abaixo, o número do pessoal total desde 2004 até 2009 não sofreu alterações significativas.

2004 - 05 2006 - 07 2008 - 0941 42 39

Tabela: Pessoal total do escritório nacional da OMS

Embora o número total não se tenha alterado significativamente, notaram-se mudanças na sua composição. A proporção de oficiais técnicos em relação ao total do pessoal aumentou de 46% em 2004-2005, para 53% em 2008-2009, enquanto o oposto ocorreu com a percentagem do pessoal de apoio a diminuir de 53% para 46%. Estas alterações no departamento de administração deveram-se principalmente à reforma de 3 membros do pessoal de apoio (2 motoristas e 1 assistente de logística) e ao falecimento do Assistente dos Recursos Humanos. O perfil da equipa técnica mostra uma convergência de oficiais nacionais, funcionários internacionais, oficiais juniores do programa e voluntários das NU. O pessoal representa não só um número de nacionalidades e origens sócio-económicas diferentes, mas engloba também um amplo espectro de competências técnicas, melhor capacitadas para prestar assistência técnica abrangente ao Ministério da Saúde para este implementar, não só a política nacional de saúde, como também as estratégias para melhorar a saúde global da população moçambicana. O gráfico abaixo ilustra as diversas categorias de pessoal da OMS.

Orçamento vs despesas do WCO 2008-2009

Programas Operações

0

2,000,000

4,000,000

6,000,000

8,000,000

10,000,000

12,000,000

Atribuído

Gasto

2004 -

2005

2006 -

2007

2008 -

2009

Evolução do pessoal 2004-2009

Voluntários das NU

Oficiais Junioresdo Programa

Pessoal de apoio

Pessoal internacional

Oficiais Nacionais0%

20%

40%

60%

80%

100%

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Sistemas de Saude

Recursos Humanos para a Saúde

Prestação de Serviços

Financiamento da Saúde

Medicamentos Essenciais

Sistemas de Informaçãosobre a Saúde

ATM

HIV/PMTCT/

HIV/GestãoIntegrada de Doenças

Adolescentes e Adultas

Tuberculose

Malária

Prevenção & Controlo de Doenças

Doenças TransmissíveisPrevenção/

Controlo e Erradicação

Doenças Não TransmissíveisLesões e Violência

Lepra

IDSR Gestão de Dados

Saúde Materna & Infantil

Saúde InfantilAdolescente/

Nutrição

Fazer com que a Gravidade torna-se

Segura

Programa de ImunisaçãoEspandido

AmbienteFavorável

Promoção da Saúde

Centro de Documentação

Direitos Humanos para a Saúde

Determinantes da Saúde

Iniciativa com Base na Comunidade

Administração

Representante da OMS

Sec/WR

AnexoEstrutura Organizacional da OMS Moçambique

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Pessoal do Escritório Nacional da OMS, no 31 de Dezembro de 2009

Representante da OMS: Dr. El Hadi Benzerroug Oficiais técnicosDr. Sebastião Nkunku - Prevenção e Controlo de Doenças Dra. Raquel Mahoque - Doenças Não Transmissíveis /Prevenção de Violência & Lesões Dra. Hilde De Graeve -Fortalecimento dos Sistemas de SaúdeSra. Eva Pascoal - Financiamento da SaúdeDra. Alicia Carbonell -Saúde Reprodutiva e Investigação Dra. Daisy Trovoada - Saude Infantil e Adolescente Dr. Manuel Novela - Programa de Imunização ExpandidoSr. José Chivale - Programa de Imunização Expandido /LogísticoDr. Abdou Moha - Chefe da Equipa de HIV/SIDADra. Paula Libombo - Prevenção da Transmissão de Mãe para FilhoDra. Shalala Ahmadova - Tuberculose Dra. Eva de Carvalho - Malária Sra. Gloria Moreira - Informação sobre e Promoção da Saúde Sr. Flatiel Vilanculos - Documentação/Informação sobre a Gestão de ConhecimentosDra. Roberta Pastore - JPO para Sistemas de Informação sobre a Saúde/TuberculoseSr. Antoine Bureau - UNV Desenvolvimento das Comunidades & Sociedade Civil - ONGsSr. Pinto Manhiça - Gestor da Base de Dados sobre Tuberculose e LepraSr. Matias dos Anjos - Gestor da Base de DadosSr. Manuel Muianga - Lepra

Pessoal AuxiliarSra. Ana Paula Nogueira - Secretária do RepresentanteSra. Stela Campos - Assistente da Administração e FinançasSr. Xacobe Vasquez - UNV para a AdministraçãoSra. Isabel Bombe - SecretáriaSr. Anselmo Nhaca - SecretárioSra. Antónia da Conceição - SecretáriaSra. Rita Mondlane - SecretáriaSra. Maria do Céu Abel - SecretáriaSr. Salatiel Mondlane - Tecnologia de Informação e de ComunicaçãoSra. Conceição Namburete - RecepcionistaSr. João Vilanculos - MotoristaSr. Jorge Charles - MotoristaSr. Alberto Chambale - MotoristaSr. Sebastião Quinze - MotoristaSr. Feliciano Munjovo - Empregado de limpezaSr. Vasco Moiane - Empregado de limpezaSra. Catarina Macie - Empregada de limpeza

Membros do pessoal que saíram do escritório nacional da OMS em 2008-2009Dra. Lucia Linares - Programa de Imunização Expandido (reforma)Dra. Sandra Muchanga - SIDA/ART e M&EDr. Manuel Candido Kaphesse - SIDA/IMAI Sra. Mitra Motlagh - JPO Saúde e Direitos HumanosSra. Tuulia Toikka - UNV Saúde AmbientalSr. Luis Cossa - Motorista (reforma)Sr. Floriano Machava - Motorista (reforma)Sra. Laxmi Patel - Logístico (reforma)Sr. Rafael Cossa - Secretário (falecimento)Sra. Graça Manhique - Secretária

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AcrónimosAIDA Atenção Integrada das Doenças de Adultos AIDS Síndrome de Imunodeficiência Adquirida AMOSAPU Associação Moçambicana de Saúde Pública APE Agente Polivalente Elementar ART Tratamento Anti Retro ViralATM SIDA-Tuberculose-MaláriaBTL Biblioteca AzulCCS Estratégia de Cooperação do País CDC Centro para o Controlo de Doenças CEDAW Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a MulherCERF Fundos Centrais para a Resposta às EmergênciasCFIA Fundo Central de Acção para a Gripe CMAM Central de Medicamentos e Artigos MédicosCOMBI Comunicação para a Melhoria do ComportamentoCSDH Comissão para os Determinantes Sociais da Saúde CSO Organização da Sociedade Civil EPI Programa Alargado de VacinaçãoFCTC Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco GFATM Fundo Global para SIDA, Tuberculos e MaláriaGHWA Aliança Global para a Força de Trabalho em SaúdeHCT Equipa Humanitária do PaísHCWM Gestão de Resíduos Resultantes das Actividades de Saúde HF Unidade de Saúde HIV Vírus de Imunodeficiência Humana HMN Rede Métrica de Saúde HRH Recursos Humanos para a SaúdeIDSR Vigilância Integrada das Doenças e Resposta IEC Informação, Educação e ComuniçãoIHP Parceria Internacional de SaúdeIHR Regulamento Sanitário InternacionalILEP Federação Internacional para a Associação de LepraIMAI Gestão Integrada das Doenças de AdultosIMCI Gestão Integrada das Doenças InfantisINGC Instituto Nacional para a Gestão de Calamidades INS Instituto Nacional de InvestigaçãoIRS Pulverização Residual Intra-Domiciliária com Insecticida IUALTD União Internacional contra as Doenças Pulmonares e TuberculoseLF Filaríase Linfática LLIN Redes Mosquiteiras Tratadas com Insecticida de Acção Prolongada MCP Mecanismo de coordinação do PaisMDA Administração de Medicamentos em MassaMDGs Objectivos de Desenvolvimento do MilénioMDR-TB Tuberculose Resistente a Múltiplos Medicamentos MDT Terapia de Múltiplos MedicamentosMISA Instituto de Comunicação Social da África AustralMISAU Ministério da Saúde

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MNCH Saúde Materna, Neonatal e InfantilMOH Ministério da SaúdeNCC Comissão Nacional de CertificaçãoNHA Contas Nacionais de SaúdeNMCP Programa Nacional de Controle da MaláriaNNT Tétano Neonatal NPEC Comissão Nacional de Peritos em Poliomielite NRA Autoridade Reguladora Nacional NRU Unidade Nacional de Investigação NTD Doenças Tropicais Neglenciadas NTP Programa Nacional de Controle da TB ODM Objectivos de Desenvolvimento do MilénioOMS Organização Mundial da SaúdeONG Organização Não GovernamentalPARPA II Plano Estratégico para a Redução da Pobreza Absoluta IIPAV Programa Alargado de VacinaçãoPEI Iniciativa para a Erradicação da Poliomielite PFA Paralisia Flacida AgudaPHC Cuidados de Saúde Primários PHEIC Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional PMTCT/IMPAC/IMAI Prevenção da Transmissão do HIV de Mãe para Filho; Gestão Integrada da Gravidez e do

Parto; Gestão Integrada das Doenças AdultasPMNCH Parceria para a Saúde Materna, Neonatal e InfantilPNCM Programa Nacional de Controle da MaláriaRED Abordagem Chegar a Todos os Distritos REMO Rápido Levantamento Epidemiológico da Oncocercose RPGR Grupo de Revisão do Programa Regional RRT Equipas de Resposta Rápida SAM Levantamento sobre a Disponibilidade dos ServiçosSANA Análise da Situação e Avaliação das NecessidadesSITREP Relatório sobre a Situação SRH Saúde Sexual e ReprodutivaSTH Helmintíase transmitida pelo SoloSWAP Abordagem Sectorial TARV Tratamento Anti Retro ViralTB TuberculoseTOTs Formação de Formadores UNAIDS Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/SIDAUN Nações UnidasUNFPA Fundo das Nações Unidas para a População UNDAF Quadro da Assistência ao Desenvolvimento das NU UNICEF Fundo das Nações Unidas para a InfânciaVHL Biblioteca Virtual de Saúde VPD Doenças Imunopreveníveis WATSAN Promoção de Água Potável e do SaneamentoWB Banco MundialWCO Escritório Nacional da OMSWHO Organização Mundial da Saúde

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