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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CÂMPUS TOLEDO CURSO DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS QUÍMICOS BRENA ROBERTA RIBEIRO RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO CONTROLE DE QUALIDADE-QUIMITOL TOLEDO 2014

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CÂMPUS TOLEDO

CURSO DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS QUÍMICOS

BRENA ROBERTA RIBEIRO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

CONTROLE DE QUALIDADE-QUIMITOL

TOLEDO

2014

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BRENA ROBERTA RIBEIRO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório apresentado na disciplina de Estágio

Supervisionado como requisito parcial para

conclusão do Curso de Tecnologia em Processos

Químicos da Universidade Tecnológica Federal do

Paraná, Campus Toledo.

Orientador: Profa. Dra. Solange Maria Cottica

Toledo

2014

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SÚMARIO

1 INTRODUÇÃO 1

2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA 2

3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 4

3.1 PREPARO DE SOLUÇÕES PADRONIZADAS 4

3.2 CONTROLE DE MATÉRIA-PRIMA 5

3.3 CONTROLE DE PRODUTO ACABADO 6

3.3.1 Detergentes 7

3.3.2Desinfetantes 8

3.3.3 Amaciantes 9

3.3.4 Alvejantes 9

3.4 ANÁLISES 10

3.4.1 Determinação da acidez e alcalinidade 10

3.4.2 Determinação do teor de cloro 11

3.4.3 Determinação do pH 11

3.4.4 Determinação da densidade 12

3.4.5 Determinação da viscosidade 12

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 13

REFERÊNCIAS 14

ANEXOS 16

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1 INTRODUÇÃO

O estágio curricular é uma atividade obrigatória no curso de Tecnologia em

Processos Químicos, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná-Campus Toledo e pode

ser desenvolvida a partir do terceiro semestre do curso, devendo ser cumprida a carga horária

de 400 horas de atividades, sob a supervisão de um Orientador da universidade e um

supervisor no local da realização do estágio.

O objetivo da obrigatoriedade e realização desta atividade é proporcionar ao discente

vivencia em sua área de atuação antes do término do curso, tendo em vista o contato com

vários elementos imprescindíveis à formação como estudante e ao futuro profissional e

desenvolvendo seu comportamento ético frente a suas responsabilidades.

Tal atividade foi realizada na empresa Quimitol – Indústria e Comercio de Produtos

Químicos Ltda., localizada na Av. Parigot de Souza, Jd. Porto Alegre. Sua produção é voltada

para o setor de higienização, com produtos de uso domiciliar e industrial, a maior oferta são

os detergentes.

As atividades desenvolvidas estão relacionadas direta e indiretamente com o controle

de qualidade. Destacam-se as análises de alcalinidade, acidez, teor de cloro livre, além das

físico-químicas densidade, viscosidade e pH, realizadas tanto para matéria-prima quanto para

produtos em processo de fabricação e acabados. O controle de qualidade dentro de uma

indústria tem fundamental importância, é através dele que se verifica, ainda durante a

recepção, as características da matéria-prima, a uniformidade e eficiência da produção, o

cumprimento das normatizações, o que resulta na qualidade do produto ofertado.

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2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA

Quimitol-Indústria e Comercio de Produtos Químicos é uma empresa localizada no

oeste do estado do Paraná. Nasceu em 1986 e a partir desse ano desenvolveu pesquisas e

formulações, tornando-se, atualmente referência em saneantes. A empresa investe

constantemente em infraestrutura, pesquisa e tecnologias com o proposito de melhorar sua

produção, para tanto, seguindo as Boas Práticas de Fabricação normatizadas pela ANVISA, e

oferecendo capacitação a seus colaboradores (QUIMITOL, 2009).

Conta, hoje, com 17 colaboradores distribuídos nos setores de Administração (04),

Responsável legal da empresa (01), Responsável de Expedição (01), Vendas (03), Gerente de

Produção (01), Auxiliar de Produção (03), Entregas (01), Motoristas (02) e Controle da

Qualidade (01). Além disso, possui uma distribuidora e um representante no estado do Rio

Grande do Sul e outra distribuidora em Santa Catarina (QUIMITOL, 2009).

Sua linha organizacional de produção (Figura 1) inicia com pesquisa e

desenvolvimento de novos produtos, de acordo com a necessidade observada do mercado em

que atua e o beneficiamento dos produtos já existentes.

Figura 1. Macro fluxograma organizacional de produção da Quimitol

Fonte: Programa Quimitol de Gestão de Qualidade (PQGQ)

Em junho de 2009, implantou-se o Programa Quimitol de Gestão de Qualidade

(PQGQ) que está baseado no programa 5S, em parceria com a Agência de Apoio ao

Empreendedor e Pequeno Empresário (SEBRAE). O objetivo do Programa é assegurar que

todos os produtos e serviços ofertados atendam, ou superem o esperado por clientes e

consecutivamente que seja alcançado por meio do trabalho conjunto alto nível de excelência

em capacidade, motivação, ação e compromisso (QUIMITOL, 2009).

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O setor de produção está organizado em dois ambientes. No primeiro existem três

tanques misturadores, dois com capacidade de 1000 L e um com 200 L, destinados à produção

de produtos neutros e alcalinos. No segundo, dois tanques de plástico com capacidade de

1000L destinam-se a produtos ácidos e alcalinos clorados. A empresa ainda conta com dois

misturadores de pó em aço inox, um helicoidal e outro em Y, instalados no segundo ambiente,

também para a produção de alcalinos e alcalinos clorados (QUIMITOL, 2009).

Próximo ao primeiro ambiente de produção, está o laboratório de Controle de

Qualidade, um espaço de aproximadamente 11 m2. O espaço esta alinhado com o setor de

Controle de Qualidade, e visando garantir a confiabilidade dos produtos ofertados, realiza

análises rotineiras que avaliam MP, produto em processo e produtos acabados, com ensaios

analíticos e físico-químicos através do uso de dois pHmetros, um para produtos alcalinos e

neutros e outro para ácidos, balança analítica, viscosímetro, densímetros nas escalas

condizentes, aparato para titulação, além de comportar também o estoque de reagentes,

produtos em desenvolvimento e amostras de contraprova (QUIMITOL, 2009).

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3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O fluxograma da Figura 2, apresenta as etapas que compõem a fabricação dos

produtos, inclusive a atuação do controle de qualidade e os procedimentos adotados, e irá

auxiliar na descrição das atividades desenvolvidas.

Figura 2. Fluxograma do processo produtivo da Quimitol

Fonte: Programa Quimitol de Gestão de Qualidade (PQGQ), (2009)

3.1 PREPARO DE SOLUÇÕES PADRONIZADAS

A preparação de soluções padrão deve ser realizada de maneira cuidadosa e com a

maior precisão possível. Um erro no título de uma solução utilizada em análises gerará um

erro sistemático, que é aquele que se perpetua em todo o restante do processo analítico.

Dispondo-se de um reagente com pureza adequada, pode-se preparar uma solução de

molaridade conhecida pesando um mol, ou uma fração de mol, dissolvendo o material em um

solvente apropriado (geralmente água) e completa-se com solvente até um volume conhecido

(VOGEL, 2002).

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Contudo, quando o reagente não está disponível em pureza suficiente, como ocorre

com a maior parte dos hidróxidos básicos, alguns ácidos inorgânicos e várias substâncias

deliquescentes, prepara-se inicialmente uma solução de molaridade aproximadamente igual à

molaridade desejada. Esta solução é, então, padronizada por titulação com uma solução de

uma substância pura de concentração conhecida.

Em geral, é melhor padronizar uma solução usando uma reação do mesmo tipo da

reação na qual a solução será empregada e, sempre que possível, nas mesmas condições

experimentais. Assim, os erros de titulação e outros erros são consideravelmente reduzidos e,

mesmo, cancelados. Emprega-se este método indireto, por exemplo, na preparação de solução

da maior parte dos ácidos, hidróxidos de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de bário,

permanganato de potássio, amônia, tiocianato de potássio e tiossulfato de sódio (VOGEL,

2002).

3.2 CONTROLE DE MATÉRIA PRIMA (MP)

O recebimento de Matéria Prima (MP) dá-se de acordo com a demanda para a

produção. Para avaliar a qualidade e cumprimento do laudo daquela recebida, o procedimento

geral tinha início com a realização de amostragem seguida de análise laboratorial, que

basicamente consistia na medição do pH, densidade, e, dependendo da natureza da MP

alcalinidade, acidez ou teor de cloro.

Todos os resultados eram registrados em caderno específico, e a MP liberada para

descarregamento. Principalmente para aquelas utilizadas na fabricação de produtos clorados, a

medição do teor de cloro era extremamente fundamental para a produção eficiente. MP com

cloro, embora no laudo contenham uma determinada concentração, no decorrer do tempo de

transporte, essa concentração tende a diminuir. Assim, determinar o teor no momento da

recepção, além de avaliar a qualidade, também auxilia nas etapas que se seguem de produção.

Conhecendo a concentração real da MP, determina-se a quantidade de MP que deve ser

adicionada a receita de produtos clorados, que possui intervalo bem restrito quanto ao teor de

cloro e, com isso, evita-se a necessidade de correção do teor, que muitas vezes é trabalhoso.

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3.3 CONTROLE DE PRODUTO ACABADO

Detergentes, desinfetantes, amaciantes e alvejantes são as quatro grandes escalas de

produção. Para avalia-los é necessário conhecer sua natureza, perfil de produção e aspectos

químicos e físicos.

A análise de produto acabado ocorre de forma similar à de MP. Após a produção

completa e antes do envase, coletava-se amostra em frasco de 250 mL, que era encaminhada

ao laboratório de controle de qualidade para a realização das análises cabíveis para cada

produto. Para produtos neutros, o controle do pH é realizado durante a produção, para que, se

verificadas anormalidades, sejam corrigidas antes da finalização.

A depender das características do produto, era aplicada a análise de acordo com os

Procedimentos Operacionais Padrão (POPs). Abaixo, Quadros 1, 2 e 3, estão exemplificadas

as análises realizadas de acordo com o produto e o modelo do caderno utilizado para registrar

os resultados:

QUADRO 1. Caderno De Registro De Produto Acabado, Produto Ácido

Lote Data pH Acidez (%) Densidade

g/mL Aprovado

mmddSSSXXXaa1

dd mm aa X a Y X a Y X a Y Assinatura

112309833313 23.11.13 1,23 33,76 1,032

120309933313 03.12.13 1,29 33,54 1,036

QUADRO 2. Caderno De Registro De Produto Acabado, Produto Neutro

QUIMITOL NNN (XXX) VAL. XX MESES

Lote Data pH Viscosidade Aparência Densidade

g/mL Aprovado

mmddSSSXXXaa dd mm aa 6,5 a

7,5

X a Y

Segundos Cor X a Y Assinatura

111624802213 16.11.13 7,23 0:45.78 Amarelo 1,056

121824902213 18.12.13 7,12 0:46.32 Amarelo 1,058

1 A inscrição do lote é realizada seguindo o padrão mmddSSSXXXaa, que refere-se, respectivamente ao mês,

dia, sequencia de produção, código do produto e ano de fabricação.

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QUADRO 3. Caderno De Registro De Produto Acabado, Produto Alcalino

Lote Data pH Alcalinidade Total

(%)

Densidade

g/mL Aprovado

mmddSSXXXaa dd mm aa X a Y X a Y X a Y Assinatura

112212205513 22.11.13 12,85 22,65 1,126

120412305513 04.12.13 12,91 22,58 1,122

Como é possível observar, para os produtos neutros acrescenta-se a análise de

viscosidade e para ácidos e alcalinos, a concentração respectiva a esta característica. Também,

no caderno continham as informações necessárias para, caso necessário, rastreamento e

identificação dos produtos a partir do lote, data de fabricação e assinatura de aprovação.

Depois de analisados e aprovados, os produtos estavam liberados para serem

envasados, rotulados e destinados ao estoque, até remanejamento conforme demanda. A

amostra utilizada no laboratório, também era rotulada com as informações pertinentes, nome

do produto, lote e data de fabricação, e armazenada em local apropriado no laboratório.

3.3.1 Detergentes

Detergente ou surfactante, por definição, é todo produto cuja finalidade é “remover

sujeira” com eficiência. O sabão foi o primeiro detergente inventado pela humanidade. Há

registros históricos de seu uso na Mesopotâmia, há mais de 2000 a.C. (GERALDES, 2005).

Mesmo sendo todo produto químico cuja destinação é a limpeza e remoção de sujidades, é um

detergente, comumente, os termos sabão e detergente são aplicados de forma diferente,

associando-os com o estado físico do produto, assim: sabões são sólidos e detergentes são

líquidos (OLIVEIRA, 2005).

Sabões e os detergentes são espécies químicas que contêm grandes grupos

hidrocarbônicos, os grupos hidrofóbicos e um ou mais grupos hidrofílicos (OLIVEIRA,

2005). O objetivo do surfactante ser constituído por partes hidrofóbicas e hidrofílicas é a

atuação do mesmo em fluidos de diferentes polaridades, ou seja, ele será capaz de solubilizar

tanto substâncias polares como substâncias apolares, pois haverá a formação de um filme

entre as interfaces (polares e apolares) capaz de reduzir as tensões superficiais e interfaciais,

característica específica dos surfactantes (NITSCHKE e PASTORE, 2002).

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A capacidade de limpeza depende da capacidade de formar emulsões. Na emulsão,

os íons constituintes do sabão ou detergente envolvem a sujeira formando um “envelope”

solúvel em água, a micela (OLIVEIRA, 2005). As micelas são ambientes organizados que se

formam devido aos tensoativos e que auxiliam na remoção das sujidades (GERALDES,

2011). Os fenômenos de umectação, emulsão e dispersão, que explicam o efeito detergente,

são devidos às micelas complexas presentes na soluções e derivam da orientação das grandes

cadeias de moléculas (BORSATO e MOREIRA, 1999).

Os detergentes podem ser em pó ou líquidos. Frequentemente, a ação da mistura de

dois ou mais detergentes é superior à soma das ações dos detergentes individuais, fenômeno

conhecido como sinergismo. Um dos fatores mais apreciados pelo consumidor é a espuma

que se forma durante o processo de lavagem, por isso determinar o nível e o tipo de espuma é

um aspecto importante para sua formulação. Para serem bem aceitos, os detergentes devem

apresentar características adequadas quanto a: efeitos sobre a pele (sensibilização), toxidez

(ingestão) e biodegradabilidade (meio ambiente) (JUCHEN e SILVA, 2004).

3.3.2 Desinfetantes

A desinfecção é o processo pelo qual o desenvolvimento, particularmente, de

microrganismos patogênicos é destruído ou inibido, ou ainda que se inativam as toxinas,

sendo ainda os esporos raramente destruídos (MORIYA e MÉDENA, 2008). Enquanto que

desinfetante é a substancia normalmente química, que inativa as formas vegetativas, mas não

necessariamente as formas esporuladas de microrganismos patogênicos. O termo é geralmente

utilizado para substâncias aplicadas em objetos inanimados (PELCZAR, 1990;

DOMINGUES, 2013). De acordo com GREZZI (2007), a maioria dos desinfetantes depende

do pH adequado para serem eficientes ou mesmo funcionais.

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3.3.3 Amaciantes

O amaciante têxtil foi desenvolvido em 1949, por uma empresa norte americana

chamada Armour, que era uma fabricante de carne enlatada e possuía, como produto

secundário, sebo, matéria-prima com aplicação industrial no processo de fabricação de

surfactantes (CARRÃO-PANIZZI; ERHAN, 2005). Pesquisas comprovam que os amaciantes

são produtos indispensáveis na limpeza, saúde e higiene. Segundo uma pesquisa realizada

pela ABIPLA (Associação Brasileira de Produtos de Limpeza e Afins), 81% dos lares

brasileiros utilizam o amaciante (ABIPLA, 2014).

Devido ao uso crescente de maquinas de lavar e secar roupas, a utilização de

amaciante aumentou consideravelmente, uma vez o procedimento de lavagem realiza alta

fricção mecânica, que causa o emaranhamento da fibra. E a função do amaciante é,

justamente, ser adsorvido pela fibra do tecido, formando um filme protetor lubrificante, o que

propicia uma sensação de maciez ao tecido (NASCIMENTO, 2013).

3.3.4 Alvejante

O Hipoclorito de sódio (NaClO), é usado como desinfetante e como agente alvejante,

é mais conhecido por seu nome comercial “água sanitária”. De acordo com a ANVISA (2003)

as soluções aquosas à base de hipoclorito de sódio ou cálcio, com teor de cloro ativo entre 2,0

a 2,5% p/p, durante o prazo de validade (máximo de 6 meses). Produto poderá conter apenas

hidróxido de sódio ou cálcio, cloreto de sódio ou cálcio e carbonato de sódio ou cálcio como

estabilizante.

O hipoclorito de sódio (água sanitária) é utilizado como alvejante para a remoção de

manchas de roupas, para desinfecção de algumas superfícies, assim como para ajudar a limpar

alimentos, entre outros (SILVÉRIO; HORN, 2013).

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3.4 ANÁLISES

3.4.1 Determinação da acidez e alcalinidade

O método adotado para a determinação da acidez e alcalinidade é o de titulometria de

neutralização. Análises titulométricas são análises de caráter quantitativo e seu resultado é

determinado pelo volume de uma solução com concentração conhecida que reage com o

volume pré-determinado da solução que contém a substância de estudo (VOGEL, 2002).

A solução cuja concentração é conhecida é chamada solução padrão ou solução

padronizada. Soluções padrão ácidas normalmente são preparadas por diluição de ácido

clorídrico, perclórico ou sulfúrico concentrados, enquanto que para as bases, o preparo se faz

a partir de hidróxidos sólidos de sódio e potássio (SKOOG, 2008).

Titulações de neutralização dependem da reação química entre o analito e o reagente

ou solução padrão. O ponto de equivalência química ocorre quando igualadas as

concentrações, e pode ser localizado por um indicador químico ou método instrumental.

Indicadores químicos são substâncias cuja coloração depende do pH da solução na

qual está dissolvida. Um indicador ácido/base é um ácido que a forma não dissociada difere

da cor de sua base ou ácido conjugado. Por exemplo, o comportamento de um indicador

ácido, HIn, está descrito a seguir pelo equilíbrio:

HIn + H2O ⇌In- + H3O

+

As alterações estruturais internas acompanham a dissociação e causam a mudança de

cor, Hln possui cor ácida e In_ cor básica (SKOOG, 2008). O Procedimento Operacional

Padrão para esta análise está descrito no anexo A 2.

2 Ao menos uma vez ao ano todos os POPs devem ser atualizados. Contudo os POPs contidos no anexo do não

são a ultima versão. A política da empresa não autoriza a divulgação de qualquer documento em uso, apenas os

já arquivados, preservando algumas exceções.

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3.4.2 Determinação do teor de cloro

O íon tiossulfato (S2O32-

) é um agente redutor moderadamente forte que tem sido

amplamente utilizado na determinação de agentes oxidantes por meio de um procedimento

indireto que envolve o iodo como intermediário. Na presença de iodo, o íon tiossulfato

desódio é quantitativamente oxidado para formar o íon tetrationato (S4O62-

), de acordo com a

seguinte semi-reação (SKOOG, 2008):

2S2O32-

⇌ S4O62-

+ 2e-

O procedimento empregado na determinação de agentes oxidantes envolve a adição

de um excesso de iodeto de potássio a uma solução levemente ácida ao analito. A redução do

analito produz uma quantidade estequiometricamente equivalente de iodo. Então, o iodo

liberado é titulado com uma quantidade de tiossulfato de sódio, Na2S2O3, um dos poucos

agentes redutores que é estável perante a oxidação pelo ar. As reações são (SKOOG, 2008):

OCl- + 2I

- + 2H

+ ⇌ Cl

- + I2 + H2O (excesso de KI)

I2 + 2S2O32-

⇌ 2I- + S4O6

2-

A determinação do teor de cloro é aplicada para produtos cujo rótulo contém

hipoclorito de sódio e também para a avaliação da própria MP durante a recepção. O

Procedimento Operacional Padrão para esta análise está descrito no anexo A

3.4.3 Determinação do pH

O pH de uma solução é entendido como o logaritmo negativo da concentração molar

de íons de hidrogênio, e, convencionalmente, representa a acidez ou alcalinidade da solução

investigada. Existe, para tanto, uma escala com intervalo de 1 a 14. A escala em termos de

alcalinidade é crescente, e pH 7 é considerado neutro. Aproximadamente, o pH de uma

solução pode ser determinado utilizando corantes ou indicadores (KOTZ; TREICHEL;

WEAVER, 2009).

O método mais adotado para a determinação do pH é o de potenciometria, que

baseia-se na atividade dos íons de hidrogênio na solução, medida pela diferença de potencial

entre dois eletrodos, o de referência e o de medida. O Procedimento Operacional Padrão para

esta análise está descrito no anexo A.

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3.3.4 Determinação de densidade

A densidade está relacionada com a massa e o volume de uma substância. Densidade

( é uma propriedade física, e é calculada pela relação massa ( por volume , ou seja, é

a massa de uma substância e o volume que ela ocupa, geralmente em g.cm-3

.

d = m.V-1

(1)

É uma propriedade útil para identificar substâncias. Se conhecido duas das três

grandezas (massa, volume e densidade), a terceira pode ser calculada, basta isolar a grandeza

desconhecida. É importante ressaltar, que a densidade é dependente da temperatura, quanto

maior a temperatura menor a densidade (KOTZ, 2009). Pode ser determinada através de

picnômetro metálico ou de vidro, densímetro graduado e densímetro digital (BRASIL, 2007).

O Procedimento Operacional Padrão para esta análise está descrito no anexo A.

3.3.5 Determinação de viscosidade

Viscosidade é a resistência que o produto oferece à deformação por cisalhamento ou

ao fluxo. A viscosidade depende das características físico-químicas e das condições de

temperatura do material. A unidade fundamental da medida de viscosidade é o poise. Consiste

em medir a resistência de um material ao fluxo por meio da fricção ou do tempo de

escoamento (ANVISA, 2007). A viscosidade corresponde ao atrito interno nos fluidos devido,

basicamente, às interações intermoleculares, sendo, em geral, função da temperatura

(CARLOS, 2010).

A determinação ocorre por viscosímetro de orifício, que consiste na medição do

tempo de escoamento do material comparado com a água. Utiliza-se um copo na forma de

cone (copo Ford), com um orifício na parte inferior por onde escoa o fluido. A escolha do

diâmetro do orifício é feita em função da faixa de viscosidade a ser determinada (ANVISA,

2007). O Procedimento Operacional Padrão para esta análise está descrito no anexo A.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atividade de estágio realizada na Indústria da empresa Quimitol possibilitou maior

experiência sobre o desenvolvimento, produção e práticas laboratoriais de produtos saneantes

e controle de qualidade. O envolvimento na rotina da indústria determinou o aprimoramento

do trabalho em equipe, a busca por soluções e hipóteses para dificuldades que surgiram.

Em vários momentos, as metodologias adotadas puderam ser relacionadas com os

conteúdos de disciplinas do curso, como química geral, físico-química e química analítica. E

também, embora não houvesse contato direto, observou-se os setores correlacionando-os com

conceitos de gestão laboratorial, gestão da qualidade, programa 5S (Gestão e Certificação De

Laboratórios), mapa de risco, equipamento de proteção individual e coletiva (Higiene e

Segurança do Trabalho) e controle de estoque, gestão da produção (Gestão da Produção

Industrial). Assim, todo o período de estágio e seu objetivo foram satisfatoriamente

concluídos.

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REFERÊNCIAS

ABIPLA. Anuário. Disponível em < http://www.ablipa.org.br >. Acesso em: 07 mar. 2014.

ANVISA (2003). Disponível em:

<http://www.anvisa.gov.br/saneantes/conceito.htm#%C3%81GUA%20SANIT%C3%81RIA>

Acesso em 03 de mar. 2014.

BORSATO, Dionísio; MOREIRA, Ivanira; GALÃO, Olívio F.. Detergentes Naturais e

Sintéticos. Um guia técnico. Londrina:UEL, 1999.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia de controle de qualidade de

produtos cosméticos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasília: ANVISA, 2007.

CARLOS, Marco G. B., Suporte Técnico à produção e comercialização de produtos

cosméticos e detergentes. 2010. 93 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química e

Bioquímica). Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2010.

CARRÃO-PANIZZI, M. C.; ERHAN, S. Z. Composição do óleo de soja: efeitos do local de

semeadura e variabilidade genética. Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas, 3.,

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ANEXO A

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