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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Artes e Letras RELATÓRIO DE ESTÁGIO Andrea Rodrigues de Barros Relatório para obtenção do Grau de Mestre em Ensino do Português no 3º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário e de Espanhol nos Ensinos Básico e Secundário (2º Ciclo de Estudos) Orientador: Prof. Doutor Henrique Manso Covilhã, junho de 2013

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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Artes e Letras

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Andrea Rodrigues de Barros

Relatório para obtenção do Grau de Mestre em

Ensino do Português no 3º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário e de Espanhol nos Ensinos Básico e Secundário

(2º Ciclo de Estudos)

Orientador: Prof. Doutor Henrique Manso

Covilhã, junho de 2013

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Dedicatória

Ao meu filho, ainda por nascer, que partilhou comigo, dento do meu corpo, todos os receios e

alegrias no trilhar deste percurso.

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Agradecimentos

Pelo sonho é que vamos, Comovidos e mudos. Chegamos? Não chegamos? Haja ou não frutos, Pelo Sonho é que vamos. Basta a fé no que temos. Basta a esperança naquilo Que talvez não teremos. Basta que a alma demos, Com a mesma alegria, ao que é do dia-a-dia. Chegamos? Não chegamos? -Partimos. Vamos. Somos. Sebastião da Gama

Para a materialização de um sonho, de um projeto, é preciso acreditar que, apesar

das dificuldades, tudo vai ser ultrapassado. Nesta caminhada contei com o apoio

incondicional de várias pessoas, que me fizeram crer que, dia após dia, aos poucos, tudo seria

possível.

Como tal, expresso o meu mais sincero agradecimento:

Ao Doutor Henrique Manso, supervisor de Português e orientador deste relatório, pela

disponibilidade, imensa paciência e contributo, na sua experiência e partilha de saberes, para

a elaboração deste trabalho. Também à Doutora Noémi Pérez, supervisora de Espanhol, pelos

ensinamentos e conselhos, dados nas aulas observadas a que assistiu.

Ao professor orientador, de Espanhol, Doutor Ricardo Gaspar pelo apoio e valiosos

conselhos, que me servirão ao longo da minha vida profissional, assim como à sua presença

enquanto pessoa, mostrando sempre, que um bom professor deverá conciliar e equilibrar o

Ser e o Saber, respeitando cada aluno na sua individualidade. Também à professora

orientadora, de Português, Doutora Maria de Jesus Lopes que, pela oportunidade de trabalho

e esforço, me permitiu melhorar a minha performance, enquanto docente de Português, na

repetição de um estágio feito há já dez anos atrás. Obrigada pela sua disponibilidade e

sugestões, advindas do seu enorme saber, experiência e boa vontade.

A todos os alunos, não só aos deste ano, mas a todos os que ao longo de dez anos de

docência se cruzaram na minha vida e foram reforçando a minha vocação, incentivando-me a

querer ser melhor profissional.

Às minhas colegas de mestrado e de estágio, que comigo percorreram todas as etapas

deste projeto.

À minha mãe, à minha família, a de sangue e a de coração, às minhas pessoas, aos

meus amigos, pilares da minha própria existência, que me deram ânimo para continuar. Sem

eles nada seria possível.

Ao meu Nuno, que sempre acreditou em mim.

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Resumo

A presente dissertação reflete toda a atividade letiva e não letiva realizada no presente ano

letivo, no âmbito do estágio às disciplinas de português e Espanhol, no agrupamento de

Escolas do Fundão. O relatório inclui a contextualização do estágio, abordando-se a descrição

da escola, a caracterização das turmas e uma análise crítica dos principais materiais de

trabalho, nomeadamente os programas e os manuais. Segue-se a descrição da atividade

letiva, incluindo as planificações e as reflexões sobre as aulas dadas. Devido ao fato de o

papel do professor se remeter cada vez menos ao espaço de sala de aula, há uma abordagem

às atividades extracurriculares realizadas durante este ano letivo, no âmbito quer do

português, quer do espanhol. Por fim, serão incluídas também a referência a algumas ações

de formação, dado que a docência exige uma constante atualização de saberes.

Palavras-chave

Prática pedagógica, programas, planificações, manuais, atividade letiva, atividades extracurriculares.

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Resumen

Esta tesis refleja toda la actividad docente y no lectiva celebrada en este año

académico, en el marco del escenario para las disciplinas de portugués y español,

Agrupamento de Escolas do Fundão. La disertación incluye la contextualización de las

prácticas, acercándose a la descripción de la escuela, la caracterización de las clases y un

análisis crítico de todos los materiales de trabajo, incluyendo los planes y los manuales. A

continuación se enseña una descripción de la actividad docente, incluyendo planes de

lecciones y reflexiones sobre las lecciones dadas. Debido a que el papel del profesor se

refiere cada vez menos al espacio de clase, hay un abordaje a las actividades

extracurriculares realizadas durante este curso, en portugués o español. Por último, se

incluyen también referencia a algunas acciones de formación, puesto que la enseñanza

requiere una constante actualización de conocimientos.

Palabras clave

Práctica pedagógica, programas, planes, manuales, actividad letiva, actividades extracurriculares.

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Índice

Introdução

Capítulo I: Contextualização do estágio

1. Descrição da escola 3

2. Caracterização das turmas

2.1 Turmas de Português 5

2.2 Turmas de Espanhol 6

3. Análise crítica dos materiais de trabalho

3.1 Os programas 7

3.1.1 Português 7

3.1.2 Espanhol 8

3.2 Os Manuais 9

3.2.1 Português 9

3.2.2 Espanhol 11

Capítulo II: Atividade letiva

1. Português 13

1.1 Introdução 13

1.2 Planificações 14

1.2.1 Ricardo Reis 15

1.2.2 Os Lusíadas, “Velho do Restelo” 22

1.2.3 Mensagem, “D. Dinis” 33

1.2.4 Felizmente há luar, II ato 45

1.3 Reflexões sobre as aulas 57

2. Espanhol

58

2.1 Introdução 58

2.2 Planificações 59

2.2.1 Sociedad: La contaminación, (9º curso) 60

2.2.2 Problemas y soluciones: Tabaco y drogas, (10º curso) 68

2.2.3 Tiempo libre: El cine, (9º curso) 79

2.2.4 Fiestas: Feria de abril y sus trajes, (10º curso) 88

2.3 Reflexões sobre as aulas 100

Capítulo III: Atividades extracurriculares

1. Português

2. Espanhol

101

107

Capítulo IV: Ações de Formação 115

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Considerações finais

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Bibliografia 119

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Introdução

Para ensinar há uma formalidade a cumprir - saber.

Eça de Queirós

Apesar de já dar aulas há dez anos e de me ter profissionalizado na área do

português, decidi, por motivos de oportunidade profissional, seguir a vertente do ensino de

uma língua estrangeira, realizando a licenciatura e o ciclo de estudos conducente ao grau de

mestre, para a obtenção da habilitação profissional, no ensino do espanhol. Nesse sentido,

passei de professora a aluna, para de novo me tornar estagiária, de forma a adquirir um

domínio de especialização e um aprofundamento de competências profissionais nesta área.

Sendo este o último ano deste ciclo de estudos, cabe-nos elaborar um trabalho que

represente uma imagem de tudo aquilo que constituiu este percurso que fomos trilhando, as

técnicas e estratégias pedagógicas apresentadas ao longo da prática docente, no decorrer do

estágio pedagógico. O material apresentado refere-se não só à área do espanhol, mas

também à do português, na medida que Escola do Fundão exigiu como condição, sine qua

non, para a aceitação do núcleo de estágio, a realização do estágio bidisciplinar, a português

e a espanhol, mesmo a quem já possuísse um deles, como foi o meu caso.

Assim, este trabalho pretende demonstrar a evolução na aquisição de competências

profissionais, elencando uma amostra de todas as tarefas elaboradas, refletindo sempre sobre

as situações de aprendizagem, provando que estamos capazes de mobilizar tudo o que

aprendemos de maneira a aplicá-lo na prática letiva futura. Desta forma, será possível avaliar

as ferramentas de que nos fomos munindo e a forma como as fomos utilizando para fazer face

às exigências de cada turma, de cada aluno, na sua individualidade, em todo o processo de

ensino-aprendizagem.

Foi difícil criar um tema transversal a este estágio bidisciplinar, na medida em que o

estudo e aprendizagem de uma língua estrangeira se torna muito diferente do ensino da

língua materna, até pela disparidade de níveis que foram lecionados. Verificámos que na

língua estrangeira se ensinam as estruturas básicas de uma língua, e, apesar de termos

lecionado algumas aulas de espanhol no secundário, estas não têm programado uma

abordagem literária dos textos, como foi feito no 12º ano de língua materna, em que foram

explorados os sentidos denotativos e conotativos, da poesia ou de obras literárias em prosa.

Desta feita, na abordagem feita nesta dissertação, incidiremos sobre os aspetos pedagógicos e

didáticos do ensino, focando a prática letiva realizada.

Este relatório é constituído por quatro capítulos, indissociáveis, na medida em que

representam todo o labor que se foi construindo na escola mater onde decorreu o estágio

pedagógico. Assim, no capítulo I, de uma forma bastante resumida, é feita a caracterização

da escola e das turmas; segue-se uma análise dos principais materiais onde apoiámos o

trabalho, os programas de português e espanhol e os manuais escolhidos pela escola e

utilizados nas aulas. Relativamente ao último aspeto focado, fazemos ainda uma análise

comparativa entre o manual adotado e outros manuais a que fomos recorrendo, possibilitando

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aos alunos um leque mais abrangente de informações, exercícios e situações de aprendizagem

contempladas no programa, que não estavam presentes no manual escolhido. O capítulo II

incide sobre a prática letiva, constituindo-se por uma amostra de alguns dos documentos

construídos até chegar à aula, como a fundamentação, a planificação e o plano, assim como

todos os materiais utilizados na laboração e execução das aulas observadas. Como o papel do

professor não se limita à sala de aula, nem ao programa específico da sua disciplina, o

capítulo III dá conta das atividades extracurriculares levadas a cabo no âmbito do Plano Anual

de Atividades da Escola do Fundão, algumas dinamizadas pelo núcleo de estágio, outras em

colaboração com o Departamento de Línguas. No capítulo IV, descrevem-se algumas ações de

formação, nomeadamente as relativas aos manuais escolares, que tivemos oportunidade de

realizar. Ao longo dos vários capítulos, sempre que tal se revelou pertinente, procurámos

transmitir apreciações pessoais, com o intuito de refletir e melhorar o desempenho na prática

pedagógica.

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Capítulo I

Contextualização do estágio

1- Descrição da Escola

Os dados a ser apresentados de seguida baseiam-se no Projeto Educativo da Escola,

datado de 2011. Devido à restruturação pelo governo das escolas e a constituição de novos

agrupamentos, ainda não existe informação atualizada, assim sendo, passamos a descrever o

Agrupamento de Escolas do Fundão, com os dados que, até ao momento, se encontram

disponíveis.

O Agrupamento de Escolas do Fundão, constituído pelas escolas EB2,3 João Franco e pela

Escola Secundária com 3º ciclo, está inserido num meio rural, caracterizado pelo

despovoamento da grande maioria das aldeias do concelho e um aumento da sede do

concelho.

Comparativamente com o restante país, verificamos que aqui há menos jovens e mais idosos,

pois trata-se de uma escola localizada no interior. Para além de ser uma população

envelhecida, ela possui um grau de instrução bastante baixo, daí que possamos dizer que

estas famílias têm menos possibilidades de “apoiar” os seus filhos em casa relativamente às

da generalidade do continente.

No que concerne ao emprego, e de acordo com dados do INE, predomina o sector primário nas

aldeias do concelho e terciário na sua sede. Este último é constituído essencialmente pelo

pequeno comércio e serviços de ordem administrativa e social.

Neste contexto, podemos afirmar que o Agrupamento de Escolas do Fundão se insere num

ambiente social e economicamente desfavorecido, quando comparado com a média nacional.

No entanto, tem sido preocupação constante desta instituição oferecer um conjunto de

condições que permitam ultrapassar ou minorar estas dificuldades e proporcionar um ensino

de qualidade, com vista à formação integral dos seus alunos.

É de salientar que possui a única escola secundária pública do concelho do Fundão, tendo

alunos de praticamente todas as freguesias. Para além das turmas de ensino regular, a escola

possibilita outros cursos de cariz profissional, quer ao nível do 3º ciclo, cursos de Eletricidade,

Assistente Comercial e Operadores de Informática, quer do Ensino Secundário, cursos

Técnicos de Análise Laboratorial; Técnicos de Eletrónica, Automação e Computadores;

Técnico de Gestão; Técnico Turismo e Ambiente Rural e Técnico de Apoio Psicossocial.

Relativamente à caracterização do pessoal docente, estão cento e doze professores no ativo,

sendo que um exerce exclusivamente funções de ensino especial. No que respeita às suas

habilitações literárias, onze são mestres, noventa e três licenciados, seis são detentores de

bacharéis e os últimos dois possuem outro tipo de formação que não está especificada. Em

relação à situação profissional dos mesmos, noventa e oito professores pertencem ao quadro

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da escola e catorze são professores contratados. Destes noventa e oito, trinta e dois são

professores titulares.

Esta escola oferece os recursos e equipamentos necessários a uma boa aprendizagem. Entre

esses recursos encontramos espaços exteriores e interiores. Relativamente a espaços

exteriores destacam-se espaços de lazer e recreio e espaços desportivos onde se incluem os

campos de jogos e o pavilhão polidesportivo/gimnodesportivo.

Relativamente aos espaços interiores, esta escola oferece bastante comodidade tanto para os

alunos como para os professores. Neste âmbito, passo a enumerar alguns dos seus recursos:

refeitório e espaço de apoio; anfiteatro e espaço de apoio; gabinete de Psicologia e

Orientação; gabinete do Ensino Especial; laboratório de línguas; áreas de atendimento;

secretaria – área de Alunos; secretaria – área de Pessoal; A.S.E; reprografia de alunos;

reprografia de professores; gabinete de apoio ao aluno; gabinete de saúde; gabinete de

gestão de conflitos; gabinete de ação social escolar; gabinete de apoios educativos; sala de

apoio pedagógico acrescido; Biblioteca/Centro de Aprendizagem; bufete de alunos / sala

convívio e lavandaria.

Toda a comunidade educativa recebeu o núcleo de estágio da melhor forma possível,

colocando ao nosso dispor todos os recursos e equipamentos necessários à prática pedagógica.

2 - Caracterização das turmas

Dada a natureza do estágio ser bi-disciplinar foi-nos atribuída, a cada um dos

elementos do núcleo de estágio, uma turma de Português de nível secundário,12ºano. Nestas

turmas tivemos a oportunidade de assistir às aulas da orientadora e tiveram lugar todas as

nossas aulas observadas, até ao final do ano. No entanto, houve alturas em que demos aulas

suplementares ou prestamos apoio, também, às outras turmas de 12º ano. A tarefa de auxiliar

a orientadora na turma onde tinha o cargo de diretora de turma, foi também no 12º ano. Foi-

nos pedido, também, para elaborarmos material para a turma profissional de 9ºOICEF e tratar

de algumas das atividades previstas, a nível do português. No caso do Espanhol, a situação foi

um pouco diferente. Foi-nos atribuída uma turma de 9º ano, com a qual nos comprometemos,

durante um ano letivo completo, em assegurar todas as aulas, elaborar fichas de apoio, testes

e toda a documentação que exige uma avaliação, sempre com a supervisão do orientador. As

aulas observadas poderiam ocorrer nesta turma, ou na turma de nível superior, de 10º ano,

que pertencia ao orientador de estágio. Passo então a descrever as turmas, com as quais

trabalhei mais diretamente. Todos os dados referidos foram retirados do Plano Curricular de

Turma, fornecido pelos diretores da turma em questão.

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2.1- Turmas de Português

12º CT2

Esta turma era constituída por trinta alunos, dezoito do sexo masculino e doze do

sexo feminino, sendo que a média de idades rondava os dezassete anos.

No Projeto Curricular de Turma constava a seguinte informação: a maioria dos discentes

residiam na cidade do Fundão ou periferia, viviam com os pais e irmãos, à exceção de cinco

alunos que viviam somente com a mãe. A maior parte dos alunos possuía um nível sócio –

económico médio, todos os pais estavam empregados à exceção de um e uma mãe reformada.

A maioria dos pais, relativamente à escolaridade, tinha o ensino secundário completo, nove

eram licenciados e seis tinham somente o quarto ano. No que concerne a problemas de saúde,

três alunos apresentavam problemas de alergias e dois alunos de visão, mas nada que

impedisse o decurso das atividades letivas. Nesta turma existiam sete casos de alunos com a

disciplina de Físico Química em atraso, cinco com a de Matemática e uma aluna com a

disciplina de Biologia por fazer. Importa, ainda, referir que a média dos testes intermédios, a

português, foi de 13,4.

Creio que esta turma, de uma forma geral, era constituída, por alunos com grandes

capacidades de aprendizagem, bastante motivados para o estudo e apresentavam um

comportamento exemplar. No entanto, a sua participação necessitava de ser muito

estimulada, para que houvesse uma participação ativa na sala de aula.

9º OICEF

Esta turma constituiu uma das ofertas formativas, dos cursos de educação e formação

que a Escola do Fundão oferecia. Assim, os quinze alunos, três do sexo feminino e doze do

sexo masculino, faziam parte do curso de Instalação e Operação de Sistemas Informáticos,

sendo que as idades iam, no geral, dos quinze aos dezasseis anos. A maioria dos discentes

residiam na cidade do Fundão ou nas aldeias periféricas, viviam com os pais, à exceção de

três alunos que viviam somente com um dos progenitores e uma aluna com os avós. A maior

parte dos alunos possuía um nível sócio – económico baixo, muitos dos pais estavam

desempregados e a maioria tinha uma escolaridade baixa. No que concerne a problemas de

saúde, três alunos apresentavam problemas de alergias, visão e audição. Todos os alunos já

tinham no seu percurso académico, pelo menos, uma retenção e muitos deles, problemas de

comportamento. Um dos alunos estava sinalizado com Necessidades Educativas Especiais,

tinha um Plano Educativo Individual e usufruía de adequações nas provas e apoio às

disciplinas com mais dificuldades

Na minha opinião, os elementos desta turma advinham de um contexto

socioeconómico e escolar conturbado, o que potenciava e condicionava alguns dos problemas

comportamentais da turma. Eram alunos desmotivados para o estudo, para os quais era

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necessário adaptar estratégias e materiais, de maneira a que se tornassem apelativos e

sempre com uma componente funcional, em que eles próprios tivessem de construir o seu

saber, através de, por exemplo, trabalhos de pesquisa.

2.2- Turmas de Espanhol

9ºA/C

Esta turma é constituída por elementos provenientes de duas turmas de 9º ano. A

divisão é condicionada pela escolha da Língua Estrangeira, na medida que no mesmo horário,

uns alunos têm espanhol e outros, francês. Assim, desta turma mista, faziam parte 19 alunos,

onze do sexo masculino e oito do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 15 e 16

anos. A maioria dos discentes residia na cidade do Fundão ou nas aldeias periféricas. A maior

parte dos alunos possuía um nível sócio – económico médio, sendo que todos os pais estavam

empregados e possuíam, no geral, o ensino secundário e uma pequena parte, licenciatura. No

que concerne a problemas de saúde, um aluno tinha problemas de audição, estava sinalizado

com Necessidades Educativas Especiais, tinha um Plano Educativo Individual e usufruía de

adequações nas provas e apoio às disciplinas com mais dificuldades. Dois alunos estavam a

frequentar o 9º ano pela segunda vez.

Na minha opinião, por vezes as turmas mistas tornam-se instáveis a nível

comportamental, dado que parecem estar sempre numa fase de adaptação, juntando-se uma

vez por semana, com colegas de outra turma, que não estão habituados a conviver todos os

dias. Assim, ao longo do ano, houve alguns problemas comportamentais que tiveram de ser

contornados com modificação de estratégias de aula, de forma a criar uma maior participação

e responsabilização pelas tarefas a elaborar.

10º CTLH

Esta turma era constituída por vinte oito alunos, quinze do sexo masculino e treze do

sexo feminino, sendo que a média de idades rondava os dezasseis anos, sendo um aluno maior

de idade.

No Projeto Curricular de Turma constava a seguinte informação: a maioria dos discentes

residia na cidade do Fundão ou periferia. A maior parte dos alunos possuía um nível sócio –

económico médio, todos os pais estavam empregados à exceção de um. A maioria dos pais,

relativamente à escolaridade, tinha o ensino secundário completo, nove eram licenciados, um

tinha mestrado, outro doutoramento e quatro tinham somente o quarto ano.

Creio que esta turma, de uma forma geral, era constituída, por alunos com grandes

capacidades de aprendizagem, bastante motivados para o estudo e apresentavam um

comportamento exemplar. No entanto, a sua participação necessitava de ser muito

estimulada, para que houvesse uma participação ativa na sala de aula.

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3 – Análise crítica dos materiais de trabalho

Introdução

Neste ponto tentámos fazer uma breve crítica dos materiais de trabalho. Esta análise

terá como base e fio condutor os programas, para cada uma das disciplinas em questão,

homologados pelo Ministério da Educação portuguesa. Sendo que, para que haja uma correta

planificação do ano letivo, o trabalho do professor, para ser realizado de forma clara e

inequívoca, deve passar por algumas fases. Assim sendo, o professor deve começar pela

análise dos programas da disciplina, em seguida deve partir para a planificação anual, a longo

prazo, em que enunciará de uma forma geral e mais abrangente, quais as unidades temáticas

a tratar, os objetivos gerais, conteúdos programáticos e o tempo previsto para cada um

desses itens. Depois desta fase, o professor partirá, agora, para a planificação a médio prazo,

esmiuçando a planificação anual e tratando de itens mais específicos, assim como o material

a utilizar e o tipo de avaliação que irá ser realizada. Nesta segunda fase, em termos

temporais, as aulas são distribuídas, geralmente, por períodos letivos, de forma a organizar

melhor tudo o que irá ser tratado e apreendido. Por fim, o professor passará para a terceira

fase, a da planificação a curto prazo, aula a aula, em que se descreverá os objetivos,

procedimentos, material a utilizar e consequente adaptação desse tipo de materiais.

Penso que, nesta fase, se dá o “confronto” com os manuais escolares, na medida que

muitas vezes esses instrumentos de trabalho não são escolhidos pelo professor, que os tem de

utilizar, ou no caso do Espanhol, até bem há pouco tempo, não havia muito por onde

escolher. Assim, por vezes, o professor é confrontado com manuais que não contemplam os

programas na sua totalidade e desadequados aos seus alunos. É sempre complicado solucionar

este tipo de situações, dado que, quando se chega às escolas os alunos já fizeram um

investimento monetário nos manuais, que os encarregados de educação, com a razão que os

assiste, querem ver rentabilizado. Assim, perante uma situação deste tipo, os professores

devem partir do manual escolar e tentar completá-lo com outro material, ou seja, realizar

um labor, em termos de pesquisa, em relação a outros manuais, a material real ou a

publicações na internet, visando não só o cumprimento do programa, mas também um

enriquecimento linguístico e cultural do aluno.

3.1- Os programas

3.1.1 – Português

Apesar de ter trabalhado com turmas de básico e secundário, nomeadamente 9º e 12º

ano de português, a análise vai incidir sobre a turma de secundário, com a qual foi mais

intenso e próximo o meu trabalho. Assim, sendo o 12º ano de final de ciclo, em que há

competências e conhecimentos que têm obrigatoriedade de estar desenvolvidos, entende-se

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que a aula de português deve permitir, não só que o aluno conheça diferentes tipos de texto

e aspetos gramaticais, mas também que se muna de ferramentas de performance linguística

que lhe permita atuar em sociedade.

No entanto, pensamos que um programa que tem como intuito desenvolver

competências tão variadas como a de comunicação, compreensão e expressão em língua

materna, formar leitores reflexivos e autónomos e promover o conhecimento de obras e

autores da tradição literária, nunca esquecendo a promoção da educação para a cidadania

fomentando sempre uma visão multicultural da Língua Portuguesa é, deveras, ambicioso.

Não podemos esquecer que, este último ano de secundário está sujeito a um exame

nacional, o que permitirá a muitos alunos prosseguimento dos estudos a nível superior. Assim

sendo, todo o ano letivo se reveste de uma responsabilidade acrescida, tanto para

professores, como para alunos. Fomos observando, ao longo da preparação das aulas, que o

programa é muito denso e se torna muito difícil cumpri-lo. É preciso considerar que há uma

exigência de leitura integral de obras literárias, assim como uma total consolidação dos

conteúdos abordados no ensino básico e, essencialmente, dos outros anos de secundário.

Muitas vezes, há alunos que não se encontram devidamente preparados, não possuindo os

pré-requisitos necessários, o que leva a que não consigam acompanhar o ritmo das aulas.

Assim, caberá à direção da escola poder criar horários de apoio a alunos de exame, aos

professores organizarem o ano letivo, de forma a que tudo possa ser contemplado e aos

alunos uma intensa dedicação e labor, não só feito na escola, mas também acompanhado

muito trabalho e estudo realizado em casa.

3.1.2 – Espanhol

Durante o ano letivo trabalhei com turmas de básico e secundário, nomeadamente 9º

e 10º ano de espanhol, no entanto, a análise vai incidir sobre a turma básico, na medida que,

foi a turma que me foi atribuída o ano inteiro e com a qual trabalhei de uma forma mais

próxima. O 9ºano constitui, também, final de ciclo e há competências e conhecimentos que

têm obrigatoriedade de estar desenvolvidos, o aluno já deverá possuir uma desenvoltura a

nível das estruturas da língua, vocabulário, leitura e cultura, não esquecendo a vertente

comunicacional, em que deverá refletir todos os itens anteriormente enunciados. Este último

ano do ensino básico, deverá funcionar como uma espécie de verificação da consolidação dos

conhecimentos anteriormente adquiridos pelos alunos, explorando mais alguns conteúdos

culturais e temas um pouco mais complexos e extensos. No entanto, nem sempre esta

situação se verifica, os alunos chegam mal preparados a este nível e com muitas inferências

coladas à gramática da língua materna, vícios que por vezes se tornam difíceis de subtrair.

Assim, quando se verifica uma situação de uma preparação desadequada, em que os alunos

não correspondem ao nível de língua que frequentam, o programa torna-se muito difícil de

cumprir, na medida que ao invés de se estar a fazer revisões, passa-se a lecionar conteúdos

como se fosse a primeira vez. A somar a esta situação problemática, existe o fato de a carga

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horária para o 9ºano ser de noventa minutos semanais, o que vem complicar ainda mais o

cumprimento do estipulado no programa. Caberá ao professor introduzir metodologias de

trabalho, como por exemplo as de tarefas ou de projeto, levando os alunos a trabalhar em

casa e a pesquisar o que poderá não ter lugar no espaço de sala de aula. Acreditamos ser de

importância suprema existir lugar para a componente comunicacional, ou seja, criar-se na

aula momentos em que o aluno projete a gramática e o vocabulário apreendido, em situações

práticas de comunicação. Por vezes, devido à extensão e exigências do programa de final de

ciclo, há pouco espaço para estas situações, que tanto enriquecem o poder de saber utilizar

uma língua estrangeira, em contextos comunicacionais.

3.2- Os Manuais

3.2.1 – Português

No que respeita ao manual de Português, Expressões – Português 12º ano, da Porto

Editora podemos referir que obedecia às diretrizes estipuladas no programa, seguindo todas

as sequência de ensino-aprendizagem. Era acompanhado por um cd de recursos do professor,

que complementava alguns textos a estudar, com faixas de música, vídeos, PowerPoint ou

textos informativos, sempre oportunos ao que se ia tratando na aula. Os alunos também

tinham um caderno de atividades e o de apoio ao exame, o primeiro com fichas de trabalho

de funcionamento da língua e exercícios de expressão escrita, o segundo estava organizado

com quadros-síntese, esquemas, glossários e exemplos de exames com propostas de

resolução. Todo manual estava ordenado segundo as sequências de aprendizagem e obedecia

às sugestões metodológicas contidas no programa. Assim, os alunos tinham exercícios de Pré-

leitura, com fichas de compreensão oral, textos informativos e o texto principal a estudar,

seguido de exercícios de compreensão da leitura e onde poderiam, também, ser relembrados

temas relativos ao funcionamento da língua. Por fim, o manual completava a sequência de

ensino-aprendizagem com exercícios de Pós-leitura, que ajudavam a sedimentar os

conhecimentos adquiridos, até à altura. O espaço para a escrita estava, também, presente

sendo sugeridos diversos temas pertinentes. De muita utilidade para os alunos era também o

suplemento informativo no final do manual, que se organizava em três blocos distintos, ou

seja, oralidade e escrita, em que se davam indicações sobre as etapas de uma exposição oral

e regras para a construção de um texto escrito; funcionamento da língua, elementos da

semântica e lexicologia; recursos estilísticos, em que se enunciavam e explicitavam as figuras

de sintaxe, fónicas, semântica, entre outros recursos. Outro aspeto que considerei deveras

interessante foi a leitura e interpretação de imagens, assim, neste manual as imagens ou

caricaturas que, por vezes, acompanhavam os textos eram de tal forma ricas que

complementavam os seus sentidos e explicitavam os seus significados, tal como se verifica nas

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duas imagens apresentadas abaixo. Penso que foi benéfico tanto para os alunos, como para o

professor, trabalhar com um manual com este tipo de organização. Na preparação das aulas,

somente consultei outros manuais para me documentar, ou para pesquisar outros sentidos

possíveis na interpretação de um texto, dado que considerei que o Expressões – Português 12º

ano, estava bem organizado, seguindo todos os parâmetros estabelecidos no programa

homologado pelo Ministério da Educação, sendo de fácil utilização e compreensão pelos

alunos. No entanto, penso que faltou um breve glossário de mitos e símbolos, devido às

temáticas tratadas neste ano letivo em que, com bastante frequência, era necessário

procurar este tipo de informação. Encontrei um exemplo deste glossário no manual Interações

– Português 12º ano,

da Texto Editores.

In Expressões, pp.68 e 207 (exemplo de exploração de imagens)

In Interações, pp.355 (glossário de mitos e símbolos)

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3.2.2 – Espanhol

O manual escolhido pela escola, para a disciplina de espanhol no 9ºano, foi Español 3

– nível elemental III, da Porto Editora, era acompanhado por um livro de exercícios, com

temas da gramática, um cd de recursos, com textos do manual em versão áudio e algumas

canções. Exclusivo para o professor, o manual trazia, ainda, um jogo com cartões destacáveis

para a revisão da conjugação verbal. A sua organização estava distribuída por dez unidades

temáticas, subdivididas por vocabulário, aspetos linguísticos e textos. As atividades

contempladas, ao longo do manual, eram de fonética, leitura expressiva e expressão oral;

compreensão escrita; compreensão auditiva e expressão escrita. Estava também incluído um

conjunto de canções, um conto e um glossário português – espanhol. Español 3 foi elaborado

em Portugal, tendo autores portugueses e espanhóis, pautando-se claramente pelos

programas oficiais do Ministério da Educação, com o intuito de se tornar mais adequado à

realidade dos alunos portugueses. No entanto, penso que, em termos de exercícios de

compreensão escrita, e de vocabulário, estes são muito básicos para alunos de nível 3,

nomeadamente portugueses, que têm um nível de compreensão vocabular bastante alta,

devido à semelhança das duas línguas. Por outro lado os exercícios gramaticais são pouco

explorados, tendo sido necessário recorrer a outros manuais e a gramáticas que clarificassem

algumas explicações contidas neste manual. Esta situação pode dar-se devido ao fato de no

9ºano estar estipulado somente uma revisão, com a introdução de um ou outro elemento

novo, da parte gramatical, no entanto, essa não é a realidade que se observa, dado que os

alunos, na maioria das vezes, chegam a este nível sem a preparação para fazer somente uma

revisão da matéria. Penso que outra das falhas será a pouca exploração que se faz da ligação

entre Portugal e Espanha, não há exercícios em que se trate dos “falsos amigos” ou textos em

que se fale das ligações culturais que possam existir entre os dois países. Para colmatar as

lacunas que o manual adotado pela escola possuía, recorri, nestas situações específicas, ao

manual Es-pa-ñol três pasos, da Porto Editora. De seguida apresento alguns desses exemplos.

In Es-pa-nol três pasos, pp.12 (explotación de falsos amigos)

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In Es-pa-nol três pasos, pp.19 (explotación de símbolos

portugueses)

In Es-pa-nol três pasos, pp.176 (explotación de las

diferencias preposicionales con relación al portugués)

In Es-pa-nol três pasos, pp.68 (explotación expresiones de subjuntivo y semejanzas al portugués)

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Capítulo I I

Atividade letiva

O operário que quer fazer bem o seu trabalho, deve começar por afiar os seus instrumentos.

Confúcio

1- Português

1.1- Introdução

Após algumas reuniões com a Orientadora de Português, o núcleo de estágio ficou a

saber que iria lecionar ao 12º ano, estruturando-se, desde logo, o trabalho a desempenhar ao

longo do ano letivo (Planificação anual, anexo 1). Atribuíram-se os módulos de 9ºOICEF, para

que cada uma começasse a preparar o material correspondente, fazendo referência ao fato

de estas turmas necessitarem de uma abordagem diferente, com estratégias diversificadas,

mas sempre orientadas para os parâmetros exigidos, ainda que simplificados (Planificação

OICEF e fichas realizadas, anexo 2 e 3). Estabeleceu-se o horário semanal de trabalho, deram-

se alguns esclarecimentos sobre a construção de um Portfólio de estágio, em que teríamos de

reunir toda a documentação e trabalho realizado num documento digital, a entregar no final

de cada período letivo. Referiram-se, ainda, tarefas a cumprir em atividades várias (Rádio,

Tertúlias, Visitas de Estudo, concurso de leitura, feira da poesia) e o trabalho na Direção de

Turma da orientadora, que consistia na organização do dossiê de turma, verificação e

justificação das faltas, quando fosse esse o caso, e conclusão dos elementos para terminar o

Projeto Curricular de Turma. A marcação das aulas observadas, dez ao longo do ano inteiro,

em cinco blocos de noventa minutos, também foi feita logo na primeira semana, assim como

o apelo para a necessidade da assistência a algumas das aulas da orientadora. Assim,

ficaríamos a conhecer melhor as turmas e teríamos a oportunidade de contactar com

estratégias e metodologias, que poderíamos rentabilizar nas nossas aulas. Ficámos ainda

responsáveis pela correção dos testes de 12º ano, na parte do funcionamento da língua,

cotação das perguntas e passagem dos dados para as folhas de Excel. Em algumas situações

realizámos também critérios de correção para o teste, assim como a correção de algumas das

perguntas de interpretação. Sempre que foi necessário, e nos foi solicitado, substituímos a

orientadora de estágio quando esta não pôde estar presente, tanto em situação de aula, como

em reuniões. Ao longo do ano letivo fomos, ainda, incumbidas de várias tarefas como

organização de visitas de estudo, elaboração dos roteiros, participação na leitura dos contos,

realização dos questionários, vigilância e correção das provas para o concurso de leitura,

assim como colaboração na final, realizada na escola. Elaborámos, também, textos a publicar

no jornal da escola, organizámos e dinamizámos as Olimpíadas da Oratória, trazidas pela

primeira vez pelo Núcleo de estágio, para a escola do Fundão.

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Assim, apesar de este ano não ter um horário efetivo na escola, dado que os estágios

de Bolonha são diferentes daqueles que fiz já há dez anos atrás em Coimbra, senti-me parte

integrante da comunidade escolar. Foi-nos sempre atribuído um horário de trabalho, que

todas as semanas teríamos de cumprir, apresentando sempre tarefas e cumprindo tudo o que

nos era pedido.

Nesta parte serão apresentadas oito das dez aulas assistidas, sendo que cada uma

ocupará quatro blocos de noventa minutos. Assim, os materiais vão ser anexados tal como

foram apresentados à orientadora da escola e ao supervisor da Universidade da Beira Interior,

Doutor Henrique Manso. No entanto, devido a contingências e questões estéticas, advindas

também das regras de apresentação de uma tese as planificações e planos de aula, foram

sujeitas a alterações como: supressão de cabeçalhos, uniformização de tipos de letra e cores

utilizadas e a supressão de alguns diapositivos em Power Point. Assim, em cada caderno foi

inserida a Fundamentação, Plano, Materiais e Reflexão, relativo a cada aula observada.

A sequência destas aulas será a seguinte:

1 - Unidade didática: sequência nº1 - Outro(s) eu – Fernando Pessoa, ortónimos e

heterónimos - Poesia de Ricardo Reis, 3ª aula de estudo deste heterónimo de

Fernando Pessoa.

2 - Unidade didática: sequência nº2 – Textos épicos – Os Lusíadas, Canto IV

(Despedidas em Belém) ests. 87- 89 e (Velho do Restelo) ests. 94 – 104.

3 - Unidade didática: sequência nº2 – Textos épico-líricos – A Mensagem, de Fernando

Pessoa (D. Dinis).

4 - Unidade didática: sequência nº3 – Eu em (re)ação – Texto dramático, Felizmente

há luar! de Luís Sttau Monteiro - Síntese da caracterização das personagens

intervenientes no Ato I; Leitura e análise de excertos do Ato II.

1.2- Planificações

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Aula observada de Português Sequência de Aprendizagem n.º 1

Outro(s) eu – Fernando Pessoa ortónimos e heterónimos

(Ricardo Reis)

16 de outubro de 2012

Andrea de Barros

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FFuunnddaammeennttaaççããoo ddee aauullaa

Disciplina/Área Curricular Hora Sala Ano Turma

Português 8.20 32 12º Ct2

ANDREA RODRIGUES DE BARROS AULA Nº2 16 de novembro de 2012

1. Fundamentação

A aula que se propõe lecionar refere-se à poesia do heterónimo de Fernando Pessoa,

Ricardo Reis. A turma pertence à área de científico-naturais e é constituída por 30 alunos.

A realização do Plano de Aula teve como base o Programa de Português do 12º ano,

do Ministério da Educação e a assistência às aulas da orientadora, permitindo um

conhecimento mais próximo das necessidades e dificuldades deste conjunto de alunos, assim

como observação de estratégias mais indicadas a utilizar. Foram consultados outros manuais

do mesmo nível de ensino, além do adotado pela escola do Fundão, para o 12º ano de

escolaridade. Esta leitura foi complementada também com alguns livros e publicações sobre

o tema, assim como o uso recorrente de uma Gramática da Língua Portuguesa. O uso da

web, como ferramenta de preparação da aula, também se tornou importante, é um

instrumento de uso fácil e que, por vezes, permite um acesso mais rápido à informação.

Toda a documentação consultada consta da bibliografia e webgrafia.

1ª atividade: Síntese das características gerais temáticas e marcas formais e

estilísticas, já estudados, da poesia de Ricardo Reis. Assim, dado que as aulas não são

estanques, penso que é importante este tipo de exercício, na medida que permite aos alunos

aperfeiçoar a capacidade de síntese recordando conhecimentos que também irão aplicar na

presente aula.

2ª atividade: Distribuição de frases chave, como motivação inicial, à análise do

poema, já referidas no Plano de Aula, relacionadas com o destino e posteriormente

comentadas.

A intenção desta estratégia será criar uma certa expetativa e curiosidade para o texto,

levando os discentes a sentirem-se um pouco mais próximos do que vão analisar, na medida

em que emitirão oralmente a sua opinião sobre o tema do Destino enunciado nas frases. Esta

atividade permitirá assim desenvolver a competência expressão oral, assim como a de

comunicação e formação para a cidadania, permitindo que desenvolvam o seu espírito

crítico. Um diálogo aberto de opiniões, facilita sempre a aprendizagem.

3ª atividade: Audição do poema a estudar.

Pretende-se que os alunos realizem um exercício de compreensão oral, para isso será

elaborada uma ficha após a audição do poema. Além disso entendeu-se que também seria

interessante confrontar os alunos com uma declamação expressiva, dado que hoje em dia, se

verifica uma crescente perda de expressividade na leitura, assim em futuras leituras, os

discentes poderão adotar a expressividade que lhes é transmitida pela audição do texto.

4ª atividade: Análise do poema “Cada um cumpre o destino que lhe cumpre”. Com

a ajuda da professora, através de pergunta/resposta, os alunos deverão chegar às conclusões

propostas no Plano de Aula. Nesta parte da aula focar-se-á competências de comunicação,

como também de expressão oral, na medida que todas as respostas, sempre orientadas pela

professora, serão comunicadas a toda a turma. A intenção será de criar um ambiente de

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interação e de prazer pela aprendizagem, em que os alunos se sintam à vontade para expor

os seus pontos de vista, sempre direcionados para as temáticas da aula e do poema em

estudo.As questões relacionadas com o Funcionamento da Língua serão sempre colocadas

ao serviço da expressividade do poema, trabalhando estes elementos dentro do texto e nunca

o contrário. A aprendizagem será direcionada para entender o uso de certos recursos, figuras

de estilo, e elementos gramaticais para entender primeiramente o seu uso, atendendo sempre

à importância do significado, da intenção do sujeito poético e da expressividade que oferece

ao poema.

5ª Atividade: Leitura expressiva em voz alta, das 4 odes de Ricardo Reis, referidas

no plano. A leitura será feita seguida, como se só de um poema se tratasse, dividido por 4

alunos. Pretende-se que implementem já a leitura expressiva, que tiveram oportunidade de

ouvir na atividade 3. A intenção, ao dividir a leitura por 4 alunos, será de promover a

participação na aula de alunos, que até aqui poderiam ainda não ter dado o seu contributo.

6ª Atividade: Trabalho de grupo. A turma será dividida em 6 grupos de um total de

30 alunos. Cada grupo terá 5 alunos. A cada grupo caberá a análise de um dos poemas,

orientada para as questões referidas no Plano de aula, que posteriormente serão explicitadas

oralmente e corrigidas pela professora. Com esta estratégia pretende-se desenvolver o

trabalho cooperativo e as relações de interajuda. A intenção é que haja respeito pelos outros,

troca e enriquecimento de ideias, aumento dos conhecimentos que cada um tem,

desenvolvimento do diálogo e responsabilização, quer individual, quer em grupo, valores

estes também necessários para viver em sociedade.

De forma a sistematizar e sedimentar conhecimentos e nunca esquecendo que estes alunos

irão ser alvo de um exame nacional, sendo necessário e importante adquirirem modelos de

resposta, por esta razão é-lhes facultado um Power Point com a solução do exercício

proposto.

7ª Atividade: Por fim, será marcado o trabalho de casa: exercício 4, LEITURA

COMPREENSÃO, de forma a relembrarem conhecimentos já adquiridos em anos

anteriores, relativos ao Funcionamento da Língua. Os trabalhos de casa desempenham um

importante papel na vida de um estudante, ainda mais neste nível de ensino, ou seja, pré

universitário. Assim, dão um sentido de ordem à vida dos alunos após as aulas ajudando a

organizar a rotina diária, envolvendo os alunos em atividades de treino e prática. Enquanto

os alunos estão a fazer os trabalhos de casa, estão também a estudar a matéria que foi

lecionada na sala de aula. Desta forma, a aprendizagem torna-se mais evidente, ajudando-os

a perceber os respetivos temas. Por outro lado, é natural que durante o tempo da aula os

alunos não assimilem tudo o que está a ser explicado, logo, as dúvidas não surgem no

momento. Só quando realizam os trabalhos de casa, é que se apercebem das dificuldades. No

dia seguinte, será mais fácil esclarecê-las com o professor.

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PPLLAANNOO DDEE AAUULLAA

Disciplina/Área Curricular Hora Sala Ano Turma

Português 8.20 32 12º Ct2

ANDREA RODRIGUES DE BARROS AULA Nº2 16 de novembro de 2012

2. Contextualização

Unidade didática: sequência nº1 - Outro(s) eu – Fernando Pessoa ortónimos e heterónimos

Poesia de Ricardo Reis, 3ª aula de estudo deste heterónimo de Fernando Pessoa.

Objetivos principais da aula:

O aluno deve ser capaz de:

- Reconhecer algumas caraterísticas temáticas e marcas formais e estilísticas na poesia de

Ricardo Reis

- Refletir sobre o destino/fado;

- Desenvolver a memória auditiva;

- Desenvolver a competência da leitura expressiva;

- Compreender e interpretar os diversos sentidos de um poema;

- Interpretar o valor expressivo dos recursos estilísticos;

- Ampliar a competência linguística.

3. Sumário

A poesia de Ricardo Reis: Conceito de vida e Destino.

Leitura e análise do poema “Cada um cumpre o destino que lhe cumpre”

Polissemia e valor expressivo do quiasmo.

Odes: “Para ser grande…”;”Nunca a alheia vontade…”;”Sê lanterna…” e “Vive sem horas”

Aspetos formais e uso do imperativo.

4. Conteúdos programáticos

Fernando Pessoa: Heterónimo – Ricardo Reis:

- Conceito de vida e Destino;

- Epicurismo/estoicismo;

- Características formais e estilísticas (estrofes, métrica, rima; poesia na 2ª pessoa; caráter

moralista e tom pedagógico pela utilização do imperativo, quiasmo e polissemia)

5. Competência(s) focalizada(s)

De comunicação: componente linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.

Estratégica: estratégias de leitura adequadas ao tipo de texto e à finalidade; seleção e

organização da informação; operações de planificação, execução e avaliação da escrita.

Formação para a cidadania: desenvolvimento do espírito crítico, apresentação e defesa de

opiniões.

Leitura : Leitura de odes de Ricardo Reis

Expressão oral: Participação oral

Compreensão oral: Ficha de Trabalho de compreensão oral

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6. Desenvolvimento da aula

A aula inicia-se com o cumprimento aos alunos e verificação das presenças. De seguida, a

professora apresenta a matéria que irá ser abordada na aula e procede ao registo do sumário.

(8minutos)

Os alunos serão questionados sobre algumas características gerais dos temas, já

estudados, da poesia de Ricardo Reis, enunciando também algumas características temáticas e

marcas formais e estilísticas deste heterónimo. Será uma boa oportunidade para fazer uma breve

síntese do que já foi estudado anteriormente. (5 minutos)

Como motivação inicial, à análise do poema, será distribuído pelos alunos frases chave,

relacionadas com o destino (Anexo 1).

1. “O Destino tem a mesma lei para todos: tira à sorte entre o humilde e o grande; a

sua urna é vasta e contém todos os nomes.”Horácio

2. "Agora, o remédio é partir discretamente, sem palavras, sem lágrimas, sem

gestos.

De que servem lamentos e protestos, contra o destino?"Miguel Torga

3. “Nem mesmo os deuses lutam contra o destino.”Pítaco

As frases serão impressas, segundo o número de alunos, em papel de 3 cores diferentes.

De seguida serão colocadas numas caixinhas e distribuídas por toda a turma. Será pedido que 3

alunos leiam essas 3 frases diferentes e as comentem. Haverá também lugar para outros alunos

apresentarem a sua opinião. (10 minutos)

Com a motivação inicial espera-se que estes consigam antecipar o tema do poema a

estudar:

- Destino; precaridade da vida; poder inefável dos deuses; inevitabilidade da morte.

Após os alunos terem conseguido refletir sobre a temática do destino, é-lhes dito que irão

ouvir o poema a estudar. Terão de o fazer com atenção porque, de seguida, será realizada uma

ficha de compreensão oral. Serão ainda informados que terão a oportunidade de ouvir o poema 2

vezes. (5minutos)

Ser-lhes-á distribuída a ficha de compreensão oral (Anexo 2) e depois do tempo devido

para responderem (5minutos), será feita a correção oralmente. (5 minutos)

Posto isto, ser-lhes-á pedido que abram o manual na página 104, para poderem confirmar

as suas respostas e para se proceder à análise do poema “Cada um cumpre o destino que lhe

cumpre”. Com a ajuda da professora, através de pergunta/resposta os alunos deverão chegar às

seguintes conclusões: (20 minutos)

- Defesa da inerte aceitação do destino, porque nada podemos contra ele;

- Aceitação das leis da vida em vez de tentar modificá-las.

- Confronto entre desejo e destino;

- Destino como "algo" acima dos deuses, algo que subjuga os deuses e os homens;

- Aceitar a vida como ela é (estoicismo);

- Retirar da vida apenas os prazeres simples (epicurismo);

- Noção de que é o Destino que decide por nós, e nós apenas cumprimos a vontade do

Destino - raiz superior da vida humana e da vida divina.

- Profunda simplicidade, intensa serenidade na aceitação da relatividade das coisas. A

vontade humana é estática tal como as pedras dos canteiros;

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-A procura de desejos fúteis como o principal obstáculo;

-retirar ambição ao homem, deita-o a um novo caminho, de reflexão interior.

Serão ainda analisadas questões relacionadas com o funcionamento da língua, mas sempre

ao serviço da expressividade do poema:

- Carácter polissémico do verbo cumprir;

- Figura de estilo (quiasmo) vv 3/4 e seu valor expressivo;

- Comparação vv 5/6;

- Utilização do sujeito singular e mudança para o plural.

Terminada a análise deste poema, os alunos abrem a página 109 do manual e far-se-á a

leitura expressiva em voz alta, das 4 odes de Ricardo Reis. A leitura será feita seguida, como se

só de um poema se tratasse, dividido por 4 alunos. (5minutos)

De seguida será proposta uma tarefa aos alunos. A turma será dividida em 6 grupos de um

total de 30 alunos. Cada grupo será constituído por 5 elementos. A cada grupo caberá a análise de

um dos poemas, orientada para as seguintes questões (que serão entregues a cada grupo): (5

minutos)

1. Explicita os princípios morais que o sujeito poético transmite no poema.

2. Justifica o valor expressivo do uso do imperativo.

3. Menciona os aspetos formais (versos, métrica e rima)

Após o tempo devido para a realização da tarefa, (10 minutos) os alunos explicitarão as

conclusões oralmente, através de um porta voz. Posteriormente farão a sua correção, orientados

pela professora, e verificando uma resposta modelo em Power Point (Anexo 4). (10 minutos)

Por fim, será marcado o trabalho de casa: exercício 4, LEITURA-COMPREENSÃO, da

página 109, de forma a relembrarem conhecimentos já adquiridos, relativos ao Funcionamento da

Língua (2minutos)

7. Avaliação formal/informal das aprendizagens

Observação direta.

Ficha de avaliação formativa da compreensão oral.

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ANEXO 2

Ficha de trabalho de Português – 12ºano

Compreensão Oral “Cada um cumpre o destino que lhe cumpre”

A professora estagiária: Andrea de Barros

Depois de ter escutado o poema, classifique como verdadeiras (V)

ou falsas (F) as seguintes afirmações.

V/F

a) Ninguém pode mudar o seu destino.

b) As nossas ambições só podem ser concretizadas se o destino permitir.

c) A nossa vida decorre de acordo com os nossos desejos.

d) Nascemos e morremos no local que nos foi destinado.

e) O conhecimento pode alterar as regras do destino.

f) Só a nossa natureza escapa ao determinismo do destino.

g) O destino anula a nossa capacidade de mudar o rumo das nossas vidas.

h) A mensagem do poema incrementa a nossa capacidade de agir.

i) O poema é niilista, porque reduz a nada a vontade do Homem.

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Aula observada de Português Sequência de Aprendizagem n.º 2

Textos épicos – Os Lusíadas, Canto IV

Despedidas em Belém e Velho do Restelo

22 de janeiro de 2013

Andrea de Barros

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FFuunnddaammeennttaaççããoo ddee aauullaa

Disciplina/Área Curricular Hora Sala Ano Turma

Português 10:05 07 12º Ct2

ANDREA RODRIGUES DE BARROS AULA Nº3 22 de janeiro de 2013

1. Fundamentação

A aula que me proponho lecionar refere-se ao texto épico, Os Lusíadas, de Luís de

Camões, mais especificamente ao final do Canto IV, a Despedida de Belém e o Velho do

Restelo. A turma pertence à área de científico-naturais e é constituída por 30 alunos.

A realização do Plano de Aula teve como base o Programa de Português do 12º ano,

do Ministério da Educação e a assistência às aulas da orientadora, permitindo um

conhecimento mais próximo das necessidades e dificuldades deste conjunto de alunos, assim

como observação de estratégias mais indicadas a utilizar. Foram consultados outros manuais

do mesmo nível de ensino, além do adotado pela escola do Fundão, para o 12º ano de

escolaridade. Esta leitura foi complementada também com alguns livros e publicações sobre

o tema, assim como o uso recorrente de uma Gramática da Língua Portuguesa. O uso da

web, como ferramenta de preparação da aula, também se tornou importante, é um

instrumento de uso fácil e que, por vezes, permite um acesso mais rápido à informação.

Toda a documentação consultada consta da bibliografia e webgrafia.

Na primeira atividade realizada na aula, fez-se uma correção do trabalho de casa, relativo à

aula anterior, servindo também para ajudar a fazer a Síntese do que foi estudado

anteriormente. Assim, dado que as aulas não são estanques, penso que é importante este tipo

de exercício, na medida que permite aos alunos aperfeiçoar a capacidade de resumo,

recordando conhecimentos que também irão aplicar na presente aula. Pediu-se também a um

aluno para ler o resumo do Canto a estudar na presente aula. Dado que é a 2ª vez que

estudam a obra, torna-se mais fácil situarem a matéria desta forma.

A audição de uma música, como motivação inicial, relacionada com o tema, penso que é

uma forma de mostrar aos alunos, que sentimentos vividos no século dos Descobrimentos,

ainda estão e são presentes em temas de músicas de bandas atuais. Por isso a obra de

Camões não estará tão distante das nossas realidades. Esta atividade permitirá assim

desenvolver a competência expressão oral.

Depois de uma leitura e breve análise de três estâncias, que constituem a Despedida de

Belém, os alunos serão confrontados com um vídeo sobre as despedidas dos soldados, na

época da guerra colonial. A intenção será que identifiquem esse episódio da História de

Portugal e que sintam proximidade com os temas tratados n’Os Lusíadas.

De seguida entendi que seria interessante confrontar os alunos com uma declamação

expressiva, de algumas das estâncias a estudar, desta forma os discentes poderão adotar a

expressividade que lhes é transmitida pela audição do texto.

Na análise do episódio Velho do Restelo, com a ajuda da professora, através de

pergunta/resposta, os alunos deverão chegar às conclusões propostas no Plano de Aula.

Nesta parte da aula focar-se-á competências de comunicação, como também de expressão

oral, na medida que todas as respostas, sempre orientadas pela professora, serão

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comunicadas a toda a turma. A intenção será de criar um ambiente de interação e de prazer

pela aprendizagem, em que os alunos se sintam à vontade para expor os seus pontos de vista,

sempre direcionados para as temáticas da aula e do excerto do Canto em estudo.

As questões relacionadas com o Funcionamento da Língua serão sempre colocadas ao

serviço da expressividade do poema, trabalhando estes elementos dentro do texto e nunca o

contrário. A aprendizagem será direcionada para entender o uso de certos recursos, figuras

de estilo, e elementos gramaticais para entender primeiramente o seu uso, atendendo sempre

à importância do significado, da intenção do sujeito poético e da expressividade que oferece

ao poema.

Os alunos realizarão uma ficha de trabalho, por escrito, com algumas questões sobre o

episódio do Velho do Restelo. De forma a sistematizar e sedimentar conhecimentos e nunca

esquecendo que estes alunos irão ser alvo de um exame nacional, sendo necessário e

importante adquirirem modelos de resposta, após a correção oral de algumas respostas, é-

lhes facultado a solução do exercício proposto.

Pensei que seria interessante dar a conhecer o poema “Fala do Velho do Restelo ao

astronauta”, de José Saramago, na medida que pretendia que os alunos colocassem os dois

textos em diálogo. Mesmo separados por séculos, a intertextualidade é evidente, as

influências de Camões e o tema da ambição cega da humanidade. Esta atividade permitirá

também, desenvolver a competência expressão oral, permitindo que desenvolvam o seu

espírito crítico. Um diálogo aberto de opiniões, facilita sempre a aprendizagem.

Por fim, será marcado o trabalho de casa. Os trabalhos de casa desempenham um importante

papel na vida de um estudante, ainda mais neste nível de ensino, ou seja, pré universitário.

Realizar um texto para o Jornal da Escola, também será uma forma de, ao mesmo tempo que

se estuda, participar nas atividades da comunidade escolar.

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PPLLAANNOO DDEE AAUULLAA

Disciplina/Área Curricular Hora Sala Ano Turma

Português 10.05 07 12º Ct2

ANDREA RODRIGUES DE

BARROS

AULA Nº3 22 de janeiro de 2013

1. Contextualização

Unidade didática: sequência nº2 – Textos épicos – Os Lusíadas, Canto IV (Despedidas em Belém)

ests. 87- 89 e (Velho do Restelo) ests. 94 – 104.

Objetivos principais da aula:

Os alunos devem ser capazes de:

(Despedidas em Belém) ests. 87- 89

- Identificar os intervenientes;

- Refletir sobre o ambiente vivido;

- Compreender e interpretar os diversos sentidos das estâncias analisadas;

- Interpretar o valor expressivo dos recursos estilísticos;

- Ampliar a competência linguística.

(Velho do Restelo) ests. 94 – 104

- Identificar o narrador;

- Compreender o simbolismo e universalidade da personagem e do seu discurso;

- Lembrar as consequências negativas da expansão;

- Estabelecer semelhanças com as obras clássicas e a função do coro da tragédia grega;

- Compreender a mitificação do herói através da coragem e sofrimento;

Características formais e estilísticas:

- Reconhecer a intenção do uso da apóstrofe;

- Identificar as exclamações e interrogações retóricas;

- Justificar a adjetivação expressiva;

- Compreender a intensidade dada ao discurso pelo uso do Epifonema final.

Intertextualidade

Estabelecer ligação com os temas da aula e o texto “Fala do Velho do Restelo ao

astronauta” de José Saramago.

2. Sumário

Canto IV – Despedidas em Belém (ests. 87-89); Velho do Restelo (ests. 94-104);

Análise estilístico-formal;

Simbologia e mitificação do herói;

Intertextualidade: “Fala do Velho do Restelo ao astronauta” de José Saramago.

3. Conteúdos programáticos

Textos épicos – Os Lusíadas, Canto IV; (Velho do Restelo)

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(Despedidas em Belém)

- Plano da História de Portugal;

- Emotividade das Despedidas em Belém;

- Ambiente e personagens intervenientes;

- Importância do sacrifício para a mitificação do herói.

(Velho do Restelo)

- Simbolismo;

- Consequências negativas da expansão;

- Universalidade do discurso;

- Coro da tragédia grega;

- Mitificação do herói através da coragem e sofrimento.

Características formais e estilísticas:

- Uso da apóstrofe;

- Exclamações e interrogações retóricas;

- Adjetivação expressiva;

- Epifonema.

Intertextualidade

Estabelecer ligação com os temas da aula e o texto “Fala do Velho do Restelo ao astronauta”

de José Saramago.

4. Competência(s) focalizada(s)

De comunicação: componente linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.

Estratégica: estratégias de leitura, visionamento e audição adequadas ao tipo de texto e à

finalidade; seleção e organização da informação; operações de planificação, execução e

avaliação da oralidade.

Formação para a cidadania: desenvolvimento do espírito crítico, apresentação e defesa de

opiniões.

Leitura: Leitura expressiva de algumas estâncias do Canto IV d’Os Lusíadas.

Expressão oral: Participação oral.

5. Desenvolvimento da aula

A aula inicia-se com o cumprimento aos alunos e verificação das presenças. O

sumário será projetado no quadro e passado para os cadernos diários. De seguida, a

professora questiona os alunos sobre o que foi dado na aula anterior, procedendo à correção

do trabalho de casa – a simbologia do número 5 – Ligada à batalha de Ourique. Será pedido

a dois alunos que leiam a sua resposta. (10 minutos)

Seguidamente, a professora pedirá a um aluno que leia o resumo do Canto IV,

(página 158 do manual) preparando matéria que irá ser abordada na aula: (5minutos)

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- Continuação do Plano da História de Portugal (contada por Vasco da Gama ao rei

de Melinde)

- Problema de sucessão (crise de 1383 -1385);

- Batalha de Aljubarrota;

- Dinastia de Avis;

- Expedições a Ceuta;

- Campanhas no Norte de África;

- Sonho de D. Manuel;

- Despedidas em Belém;

- Velho do Restelo.

Como motivação inicial, à análise das estâncias, será visionado excerto de um vídeo

com a música “Barco Negro” interpretado pelo grupo Amor Electro

http://www.youtube.com/watch?v=h2svvWScN8A. Pedir-se-á aos alunos que tomem

atenção na letra da música, no narrador e qual a história que este conta. Será pedido que 3

alunos respondam oralmente. (5 minutos)

Com a motivação inicial espera-se que estes consigam identificar o narrador como uma

mulher que se despede de alguém que ama, situação esta que também vamos encontrar nas

estâncias relativas às Despedidas em Belém.

Seguidamente será solicitado aos alunos que leiam as estâncias 87, 88 e 89, presentes

na página 172 e 173 do manual. Far-se-á uma breve análise tendo em conta a expressividade

contida no uso da perífrase nos primeiros quatro versos; a identificação e intenção da

apóstrofe em “ò Rei”, pretendendo que os alunos refiram que o narrador Vasco da Gama,

pretende captar a atenção do rei de Melinde para a tensão emocional das despedidas e a

força de vontade dos portugueses. Os alunos serão também questionados acerca das razões

que levaram “ a gente da cidade” a assistir à partida das naus, assim como as expectativas

face à viagem, justificando sempre com passagens do texto. (15 minutos)

Logo de seguida, será dito aos alunos que se costuma dizer: “A História é ciclo que se

repete”. Após isso mostra-se um excerto de um documentário, com uma situação da história

de Portugal com algumas semelhanças com as “Despedidas em Belém”. O objetivo será que

identifiquem esse momento da História de Portugal.

http://www.youtube.com/watch?v=77ZRR7BnWrk . Pretende-se que os alunos reconheçam,

através das imagens, o período da guerra colonial, em que militares portugueses tinham de

partir para as colónias. Focar-se-á a semelhança no ambiente de consternação e na presença

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dos familiares e do povo na despedida. (5minutos)

Posto isto, será distribuído pelos alunos uma ficha com as estâncias correspondente ao

episódio do Velho do Restelo (94-104), já estas não estão presentes no manual Anexo 1.

Proceder-se-á à audição de algumas estâncias e pedir-se-á a alguns alunos que leiam outras.

Em conjunto com os discentes, a professora fará uma breve análise oral, através do método

de pergunta e resposta. Deverão justificar o uso das aspas como introdutórias do discurso de

uma personagem, que até aí não tinha aparecido. A caracterização física e psicológica do

“Velho” também deverá ser um dos pontos a abordar, focando sempre a expressividade dos

adjetivos utilizados, assim como a simbologia desta personagem e o caráter universal do seu

discurso. Assim, a professora fará uma breve contextualização das opiniões, vigentes na

época, face à empresa dos Descobrimentos (defesa do norte de áfrica/ expansão marítima).

Os alunos deverão compreender e concluir que um discurso “aparentemente” negativo,

poderá potenciar ainda mais a glória dos portugueses, na medida que estes estariam

dispostos a enfrentar os perigos e sacrifícios, porque levavam dentro de si o incentivo do

dever a cumprir, pelo rei e pela pátria. As palavras pessimistas do velho acabam por

evidenciar e enaltecer ainda mais o heroísmo dos homens que partiam. Os alunos serão

chamados à atenção para o carácter coletivo da personagem, na medida em que traduz a

corrente de pensamento da época, desfavorável aos descobrimentos, assim pode-se fazer a

semelhança, dado ao caráter clássico da obra, ao próprio coro da tragédia grega, devido ao

caráter sentencioso do seu discurso. Os alunos deverão ainda atentar na maldição presente

no final do discurso, identificando a quem se refere. Será também importante a referência a

heróis míticos, Prometeu e Ícaro, como símbolos do querer ir além das limitações próprias,

ao tentar deixar os seus elementos naturais, a Terra, para tentar conquistar outros elementos

que não são seus: a Água, o Fogo e o Ar. Os alunos serão questionados sobre estes mitos e,

caso não os conheçam, far-se-á uma breve explicação. Serão ainda focados alguns aspetos a

nível estilístico, sempre ao serviço da expressividade do texto, tais como, uso da apóstrofe,

exclamações e interrogações retóricas, adjetivação expressiva; epifonema. (25 minutos)

Após terminada a análise do episódio, a professora pedirá aos alunos que, agora por escrito,

respondam às questões que se encontra na 2ª parte da Ficha, que contém as estâncias. A

correção será feita oralmente e, após alguns alunos lerem a resposta que deram, será

projetada uma resposta modelo no quadro. (10 minutos)

De seguida, facultar-se-á uma ficha, Anexo 2, com o poema “Fala do Velho do Restelo

ao astronauta”, de José Saramago, e pedir-se-á aos alunos que estabeleçam ligação com o

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tema da aula. Chamar-se-á atenção para as semelhanças e as diferenças da situação vivida

pelos nautas e pelos astronautas. As conclusões serão feitas oralmente. (10 minutos)

Por fim, será marcado o trabalho de casa (a registar no caderno diário): Construir um

texto de opinião, que possa ser publicado no jornal da escola, em que refiram outras

condições de empreendimentos portugueses, onde tenham surgido vozes de “velhos do

restelo”, justificando o uso dessa expressão na atualidade e as contrariedades que elas

implicaram. (exemplos: euro 2004/expo 98/TGV) 80 a 120 palavras linhas (2minutos)

6. Avaliação formal/informal das aprendizagens

Observação direta.

Avaliação formativa.

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ANEXO 1

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Ficha de trabalho de Português – 12ºano

1. Tal como verificámos na análise, o texto é constituído por duas partes: a apresentação da personagem feita pelo narrador (est. 94) e o discurso do Velho do Restelo (est. 95 a 104). Nesse discurso podemos também delimitar três momentos, identifica-os, resumindo o que se trata em cada um deles.

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2. De uma forma breve, conclui acerca do simbolismo da figura do Velho do Restelo,

no contexto d’Os Lusíadas.

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________________________________________________________________

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A professora estagiária: Andrea de Barros

ANEXO 2

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Ficha de Português – 12ºano

Fala do Velho do Restelo ao Astronauta

José Saramago

Aqui, na Terra, a fome continua,

A miséria, o luto, e outra vez a fome.

Acendemos cigarros em fogos de napalm

E dizemos amor sem saber o que seja.

Mas fizemos de ti a prova da riqueza,

Ou talvez da pobreza, e da fome outra vez.

E pusemos em ti nem eu sei que desejos

De mais alto que nós, e melhor e mais puro.

No jornal soletramos de olhos tensos,

Maravilhas de espaço e de vertigem.

Salgados oceanos que circundam

Ilhas mortas de sede, onde não chove.

Mas a terra, astronauta, é boa mesa

(e as bombas de napalm são brinquedos)

Onde come brincando só a fome

Só a fome, astronauta, só a fome.

in Os Poemas Possíveis, 2ª ed., Lisboa, Ed. Caminho, 1982

A professora estagiária Andrea de Barros

ANEXO 3

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Aula observada de Português Sequência de Aprendizagem n.º 2

Textos épico - líricos – A Mensagem

“D. Dinis”

8 de março de 2013

Andrea de Barros

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FFuunnddaammeennttaaççããoo ddee aauullaa

Disciplina/Área Curricular Hora Sala Ano Turma

Português 08:20 32 12º Ct2

ANDREA RODRIGUES DE BARROS AULA Nº4 08 de março de 2013

1. Fundamentação

A aula que me proponho lecionar refere-se ao texto épico-lírico, A Mensagem, de

Fernando Pessoa, mais especificamente ao poema “D. Dinis”, pertencente à 1ª parte –

“Brasão”. A turma pertence à área de científico-naturais e é constituída por 30 alunos.

A realização do Plano de Aula teve como base o Programa de Português do 12º ano,

do Ministério da Educação e a assistência às aulas da orientadora, permitindo um

conhecimento mais próximo das necessidades e dificuldades deste conjunto de alunos, assim

como observação de estratégias mais indicadas a utilizar. Foram consultados outros manuais

do mesmo nível de ensino, além do adotado pela escola do Fundão, para o 12º ano de

escolaridade. Esta leitura foi complementada também com alguns livros e publicações sobre

o tema, assim como o uso recorrente de uma Gramática da Língua Portuguesa. O uso da

web, como ferramenta de preparação da aula, também se tornou importante, é um

instrumento de uso fácil e que, por vezes, permite um acesso mais rápido à informação.

Toda a documentação consultada consta da bibliografia e webgrafia.

Na primeira atividade realizada na aula, fez-se uma contextualização do poema na obra,

servindo também para ajudar a fazer a Síntese do que foi estudado anteriormente. Assim,

dado que as aulas não são estanques, penso que é importante este tipo de exercício, na

medida que permite aos alunos aperfeiçoar a capacidade de resumo, recordando

conhecimentos que também irão aplicar na presente aula. A visualização de um Power Point,

sobre alguns aspetos da vida do monarca versado no poema, é uma forma os alunos ficarem

com uma perspetiva histórica desta personagem, recordando também alguns aspetos que

terão estudado ao longo do seu percurso escolar. Neste aspeto, a interdisciplinaridade é

essencial, ajudando os discentes a construir a interpretação do poema, através de

conhecimentos que poderão já ter adquirido e vêm aqui relembrados. No entanto, tendo

presente que é a vertente literária que está em foco, analisamos também a característica

peculiar deste personagem da nossa história, ou seja, o rei poeta. Assim os alunos têm a

oportunidade de contactar com uma composição poética da autoria de D. Dinis, para muitos

poderá constituir novidade dado que a poesia trovadoresca já não faz parte do programa de

Língua Portuguesa, mas penso que era uma curiosidade que decerto iria motivar os alunos.

Assim, a audição de uma cantiga de amigo cantada, e a visualização de imagens da época,

ilustrando trovadores e jograis, penso que será importante para uma visão mais abrangente

de todo este período histórico, da época de D. Dinis, e que se encontra evocado tanto no

poema de pessoa, como nas estâncias d’Os Lusíadas, referentes ao monarca.

De seguida entendi que seria interessante confrontar os alunos com uma declamação

expressiva, do poema a estudar, desta forma os discentes poderão adotar a expressividade

que lhes é transmitida pela audição do texto.

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Na análise do poema “D. Dinis”, com a ajuda da professora, através de pergunta/resposta, os

alunos deverão chegar às conclusões propostas no Plano de Aula. Nesta parte da aula focar-

se-á competências de comunicação, como também de expressão oral, na medida que todas as

respostas, sempre orientadas pela professora, serão comunicadas a toda a turma. A intenção

será de criar um ambiente de interação e de prazer pela aprendizagem, em que os alunos se

sintam à vontade para expor os seus pontos de vista, sempre direcionados para as temáticas

da aula e do excerto do Canto em estudo.

As questões relacionadas com o Funcionamento da Língua serão sempre colocadas ao

serviço da expressividade do poema, trabalhando estes elementos dentro do texto e nunca o

contrário. A aprendizagem será direcionada para entender o uso de certos recursos, figuras

de estilo, e elementos gramaticais para entender primeiramente o seu uso, atendendo sempre

à importância do significado, da intenção do sujeito poético e da expressividade que oferece

ao poema.

De seguida, solicitou-se que analisassem, comparativamente, as estâncias d’Os Lusíadas

relativas à apresentação de D. Dinis. Pediu-se que elaborassem um pequeno texto, dois a

dois, a que se refiram às diferenças de perspectiva entre Pessoa e Camões no tratamento do

rei-poeta, e desta forma sistematizar e sedimentar conhecimentos e nunca esquecendo que

estes alunos irão ser alvo de um exame nacional, sendo necessário e importante adquirirem

modelos de resposta, após a correção oral de algumas respostas, é-lhes facultado a solução

do exercício proposto.

Pensei que seria interessante projetar a seguinte frase “Brasão”: símbolo para um país

com a história predestinada a um futuro. Os alunos emitirão as suas opiniões oralmente.

Esta atividade permitirá também, desenvolver a competência expressão oral, permitindo que

desenvolvam o seu espírito crítico. Um diálogo aberto de opiniões facilita sempre a

aprendizagem. De forma a consolidarem este último tópico, os alunos visualizarão um

Power Point, síntese da parte “Brasão”, que os ajudará a fazer um flash-back de tudo o que

foi estudado anteriormente, nesta primeira parte da obra Mensagem.

Por fim, será marcado o trabalho de casa. Os trabalhos de casa desempenham um importante

papel na vida de um estudante, ainda mais neste nível de ensino, ou seja, pré universitário.

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PPLLAANNOO DDEE AAUULLAA

Disciplina/Área Curricular Hora Sala Ano Turma

Português 08.20 12º Ct2

ANDREA RODRIGUES DE BARROS AULA Nº4 8 de março de 2013

1. Contextualização

Unidade didática: sequência nº2 – Textos épico-líricos – A Mensagem, de Fernando Pessoa (D. Dinis)

Objetivos principais da aula:

Os alunos devem ser capazes de:

- Refletir sobre a figura histórica de D. Dinis

D. Dinis – A Mensagem

- Descrever as circunstâncias em que é apresentado o rei;

- Identificar as características que são atribuídas ao monarca;

- Compreender a construção do retrato mítico de D. Dinis;

- Refletir sobre o ambiente vivido;

- Compreender e interpretar os diversos sentidos das estrofes analisadas;

- Interpretar o valor expressivo dos recursos estilísticos;

- Ampliar a competência linguística.

Características formais e estilísticas:

- Reconhecer a intenção do uso do paradoxo;

- Justificar a apresentação metafórica de alguns vocábulos;

- Justificar a adjetivação expressiva;

- Compreender a intensidade dada pela utilização das antíteses.

Intertextualidade

Estabelecer ligação com o poema D. Dinis da Mensagem e a apresentação que Luís de

Camões faz, no Canto III, d´Os Lusíadas relativa a este monarca.

D. Dinis – Os Lusíadas, Canto III, ests. 96 – 98

- Identificar a forma como o monarca é apresentado;

- Evidenciar as diferenças de perspectiva em relação ao poema de Pessoa;

- Compreender as diferentes intenções dos poetas, na apresentação do monarca;

- Reconhecer D. Dinis como figura humana versus figura mítica.

2. Sumário

Análise estilístico-formal do poema “D. Dinis”, da Mensagem de Fernando Pessoa;

Simbologia e mitificação do herói;

Intertextualidade: Canto III d’Os Lusíadas, relativo à apresentação de D. Dinis, de Luís de

Camões.

3. Conteúdos programáticos

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Textos épico-líricos – A Mensagem, de Fernando Pessoa (D. Dinis)

- Imagem do rei D. Dinis (rei poeta; rei lavrador);

- Carácter messiânico dado à personagem.

Características formais e estilísticas:

- Assonâncias (alternância da vogal aberta e fechada)

- Aliterações (sibilantes)

- Uso da apóstrofe;

- Intenção do oximoro;

- Valor expressivo do animismo;

- Uso da metáfora;

- Valor expressivo das antíteses.

Intertextualidade

Estabelecer ligação com o poema D. Dinis da Mensagem e a apresentação que Luís de

Camões faz, no Canto III, d´Os Lusíadas relativa a este monarca.

D. Dinis – Os Lusíadas, Canto III, ests. 96 – 98

- Apresentação da personagem;

- Diferenças de perspectiva em relação ao poema de Pessoa;

- Diferentes intenções dos poetas, na apresentação do monarca;

- D. Dinis como figura humana versus figura mítica.

4. Competência(s) focalizada(s)

De comunicação: componente linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.

Estratégica: estratégias de leitura, visionamento e audição adequadas ao tipo de texto e à

finalidade; seleção e organização da informação; operações de planificação, execução e

avaliação da oralidade.

Formação para a cidadania: desenvolvimento do espírito crítico, apresentação e defesa de

opiniões.

Leitura: Leitura expressiva de algumas estrofes da Mensagem e de algumas estâncias do

Canto III d’Os Lusíadas.

Expressão oral: Participação oral.

5. Desenvolvimento da aula

A aula inicia-se com o cumprimento aos alunos e verificação das presenças. O

sumário será projetado no quadro e passado para os cadernos diários. De seguida, a

professora questiona os alunos sobre o que foi dado na aula anterior, fazendo-se um ponto da

situação (10 minutos) Seguidamente, a professora questionará os alunos sobre as

características que deveria ter um rei, na época medieval. (5minutos) Depois de ouvidas as

opiniões, informar-se-á os alunos, através de um Power Point, Anexo 1sobre mais alguns

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aspetos sobre D. Dinis, que possam ainda não ter sido focados, em que se porão em destaque

algumas das suas características. (10 minutos)

- Cognome O Lavrador;

- Tratado de Alcanizes;

- Instituição da Língua Portuguesa como Língua oficial da corte;

- Criação de conselhos e feiras;

- Criação da universidade;

- Incentivo à fixação do povo nas terras;

- Incentivo à agricultura;

- Criação da Marinha;

- Salvou a ordem dos templários em Portugal, passando os a Ordem de Cristo;

- Famoso trovador (desenvolvimento da poesia trovadoresca)

Posto isto, facultar-se-á à turma a visualização de uma cantiga de amigo

http://www.youtube.com/watch?v=55tM6Vag2sA, de forma a os alunos percecionarem esta

faceta tão peculiar do rei. Depois preceder-se-á a uma breve análise da cantiga e ao

esclarecimento de questões que possam vir a surgir. (15 minutos)

De seguida, será solicitado aos alunos que sigam o poema D. Dinis, presente na página

207, do manual, ao mesmo tempo que ouvem a declamação do poema em CD. Em conjunto

com os discentes, a professora fará uma breve análise oral, através do método de pergunta e

resposta. Logo no primeiro verso os alunos, agora, depois de terem previamente ouvido a

cantiga de amigo, estarão em condições de associar esta expressão ao rei descrito no poema.

Tentar-se-á que pelo nome, “noite” , os alunos cheguem à conclusão que o início do poema

sugere já um ambiente de misticismo, de algo que não é bem definido, na noite, enquanto os

outro dormem, D. Dinis diferencia-se, escreve, sonha o que há-de vir. A noite também é

símbolo de renovação, ligada ao consequente re(nascimento) do dia e de tudo o que está para

vir. No primeiro verso os alunos identificarão, então, esta faceta de poeta do rei, por sua vez,

no segundo verso, evoca-se a virtude que lhe deu o cognome, através do vocábulo

“plantador”, ficando identificado como o rei, também, “lavrador”. Os alunos deverão

identificar e compreender o valor expressivo da metáfora que associa D. Dinis a um

semeador de naus futuras, que permite entrever o monarca como alguém que procede aos

preparativos necessários para permitir a expansão portuguesa. A alternância vocálica entre

sons abertos e fechados e a utilização de sons sibilantes, também deverá ser um aspeto a

notar pelos alunos, dado que incute ao poema um ambiente da natureza referida, dos sons do

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vento nos pinheiros e do mar, que como vagas, inundam o pensamento e os projetos do rei, é

um rumor que vai crescendo, é a materialização do sonho que se vai constituindo aos

poucos. Deste modo o rei é apresentado como previdente e visionário, sendo capaz de

antecipar o futuro. Este aspeto reforça o sentido de predestinação do rei, de alguém que é

capaz de ouvir, de interpretar os sinais e de preparar o futuro. Os alunos deverão chegar a

esta conclusão, identificando a expressividade do oximoro “ouve um silêncio múrmuro”,

que claramente marca o rei como um ser de excelência, que ao sentir o apelo da preparação

do futuro, vai atuar para que este se concretize de uma forma grandiosa, ganhando dessa

forma o estatuto de herói mítico na Mensagem. Os discentes serão chamados à atenção para

o verso “…pinhais, como um trigo”, para que identifiquem a figura de estilo presente e a sua

expressividade, face à temática enunciada no poema. Os alunos deverão identificar a

comparação e chegar à conclusão que os pinhais são aproximados do trigo, dado o pão é

símbolo de alimentos, de poder económico, sendo o trigo e as searas promessa de riqueza

para o país e a madeira deles advinda constituiu a matéria-prima que permitiu saciar a

“fome” de império que norteou a expansão portuguesa. Este ondular invisível deixa já

antever a aventura marítima e o Império que lhe está associado. Deverá ainda assinalar-se o

animismo no rumor dos pinhais. Os pinhais parecem ter linguagem e inspiram o próprio

cantar do rei-poeta, porque anunciam qualquer coisa de grande, ainda envolvida em

mistério. Na segunda parte, mantém-se a preocupação por parte do “eu” poético de nos fazer

chegar o cantar do jovem rei e o “marulho obscuro” dos seus pinhais. Os alunos deverão

compreender que tudo isto era, na perspectiva do rei, o pressentimento embora obscuro de

qualquer coisa grande que estava para vir, era “o som presente desse mar futuro”. Esta ideia

põe em destaque o carácter mítico deste “herói”, como uma espécie de intérprete de uma

vontade superior. Os discentes deverão atentar nas antíteses presentes nos versos 9 e 10, que

contribuem para intensificar a diferença entre o “presente”, ligado à “terra” e a possibilidade

de um “futuro” vivido no “mar”, graças à ação profética de D. Dinis. Os alunos, sempre

orientados pela professora, deverão concluir que a mensagem deste poema se centra no

futuro, através de um rei que o prepara. Todo o poema é um construir de uma ideia de

movimente crescente, de um ondular que se vai intensificando. Esta metáfora exprime como

os portugueses começando quase do nada foram engrossando caudal das suas forças até

chegarem à Índia. O poema refere duas fases da nossa história: o ciclo terra (plantador de

naus, pinhais, trigo) e o ciclo do mar (arroio, naus e mar). (20 minutos)

Posto isto, os alunos serão direcionados para a página 208 do manual e pedir-se-á, a

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alguns deles, que leiam as estâncias d´Os Lusíadas, relativas à apresentação de D. Dinis. Em

conjunto com os discentes, a professora fará uma breve análise oral, através do método de

pergunta e resposta, de forma a que os discentes consigam estabelecer ligações entre este

texto e o da Mensagem. Os alunos serão questionados sobre a forma como Camões, pela

boca de Vasco da Gama, caracteriza o reinado de D. Dinis. Deverão ser referidos os

adjetivos “próspero”, “profícuo”, “pacífico” e “reformador”. De seguida pedir-se-á que

elaborem um pequeno texto, dois a dois, a que se refiram às diferenças de perspectiva entre

Pessoa e Camões no tratamento do rei-poeta. (10 minutos) Terminado o tempo de resposta, a

professora pedirá a 4 alunos que leiam o texto que construíram. Depois de analisadas e

discutidas as respostas pessoais, a professora projetará uma resposta modelo, em que focará

aspetos como a escolha de Fernando Pessoa ao centrar a vertente de atuação de D. Dinis, ao

mandar plantar o pinhal de Leiria, como passo importante e iniciático para a empresa dos

Descobrimentos, conferindo-lhe uma vertente mítica e conferindo-lhe um teor messiânico.

Camões, por seu lado, apresenta D. Dinis como uma figura humana, real, de cujo reinado se

destaca a generosidade, a renovação legislativa e cultural e a reforma do património

arquitetónico. Em suma, Camões perceciona o governante, o rei, ao passo que Pessoa se

ocupa do visionário, construindo um poema imbuído de sensibilidade épica, em que a

grandeza dos feitos de uma nação é inseparável da sua grandeza literária. Pelo que se

compreende que Fernando Pessoa tenha concebido na Mensagem um super Portugal em que

ele seria o super Poeta. A cultura parece desempenhar aqui um papel de importância

acrescentada. Também o Quinto império será cultural. (15 minutos)

Projetar-se-á a seguinte frase “Brasão”: símbolo para um país com a história predestinada a

um futuro. Os alunos emitirão as suas opiniões oralmente e, seguidamente, a docente

mostrar-lhe-á um Power Point, Anexo 2 síntese desta primeira parte da obra Mensagem. (10

minutos) Por fim, será marcado o trabalho de casa, exercício 6 da página 207. Os alunos

terão de explicitar a dimensão simbólica da imagem que acompanha o poema “D.Dinis”.

6. Avaliação formal/informal das aprendizagens

Observação direta.

Avaliação formativa

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D. DINIS O REI POETA“El rei D. Dinis, fez tudo quanto quis”

Subiu ao trono 1279;

1284 – Inquirições, Leis desamortizações sobre a

aquisição de bens pelos eclesiásticos e da nobreza;

Facilitou a distribuição das propriedades;

Criou feiras;

Favoreceu a exploração de minas;

Favoreceu a exportação de produtos agrícolas

(Peixe e sal) por tecidos;

ANEXO 1

ANEXO 2

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D. DINIS O REI POETA

Criação dos Estudos Gerais em 1290 Lisboa,

transferidos em 1308 para Coimbra;

138 composições poéticas da sua autoria;

Impulsionador da poesia trovadoresca;

Ordenou o uso exclusivo da língua portuguesa nos

documentos oficiais;

Corte constituiu um dos maiores centros

literários da Península Ibérica;

Mandou traduzir e traduziu inúmeras obras;

Morreu em Santarém em 1325.

D. DINIS O REI POETA

Arroteias;

Pinhal de Leiria;

Criação de edifícios comunitários (forno de pão,

moinho, guarda do rebanho);

Tratado comercial com Inglaterra;

impulsionou a criação da Marinha Portuguesa;

Salvou a Ordem dos Templários transformando-a

na ordem de Cristo;

Tratado do Alcanizes;

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ANEXO 3

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Aula observada de Português Sequência de Aprendizagem n.º 3

Eu em (re)ação – texto dramático – Felizmente há luar! de Luís Sttau Monteiro

II Ato

26 de abril de 2013

Andrea de Barros

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FFuunnddaammeennttaaççããoo ddee aauullaa

Disciplina/Área Curricular Hora Sala Ano Turma

Português 08:20 12º Ct2

ANDREA RODRIGUES DE BARROS AULA Nº5 26 de abril de 2013

8. Fundamentação

A aula que me proponho lecionar refere-se ao texto dramático, Felizmente há luar!,

de Luís Sttau Monteiro, mais especificamente ao início do II ato, monólogos de Manuel e

Matilde. A turma pertence à área de científico-naturais e é constituída por 30 alunos.

A realização do Plano de Aula teve como base o Programa de Português do 12º ano,

do Ministério da Educação e a assistência às aulas da orientadora, permitindo um

conhecimento mais próximo das necessidades e dificuldades deste conjunto de alunos, assim

como observação de estratégias mais indicadas a utilizar. Foram consultados outros manuais

do mesmo nível de ensino, além do adotado pela escola do Fundão, para o 12º ano de

escolaridade. Esta leitura foi complementada também com alguns livros e publicações sobre

o tema, assim como o uso recorrente de uma Gramática da Língua Portuguesa. O uso da

web, como ferramenta de preparação da aula, também se tornou importante, é um

instrumento de uso fácil e que, por vezes, permite um acesso mais rápido à informação.

Toda a documentação consultada consta da bibliografia e webgrafia.

Na primeira atividade realizada na aula, fez-se um resumo do que foi tratado em

aulas anteriores, servindo também para ajudar a fazer a síntese do que foi estudado

anteriormente. Assim, dado que as aulas não são estanques, penso que é importante este tipo

de exercício, na medida que permite aos alunos aperfeiçoar a capacidade de resumo,

recordando conhecimentos que também irão aplicar na presente aula. A visualização de um

Power Point, sobre a caracterização das personagens, intervenientes no Ato I, pertencentes

aos dois grandes blocos, caracterizados por elementos de Poder e Contrapoder, servirá para

se fazer não só uma síntese, mas também para sensibilizar os alunos para a caracterização de

outras personagens, que irão surgir ao longo do Ato II.

De seguida, e como a obra é de leitura obrigatória e há que ter um conhecimento

prévio do texto, dado que na aula somente serão lidos e analisados alguns excertos, pensei

que uma ficha de verificação da leitura, relativa ao ato II, seria proveitosa, na medida que

permitiria relembrar elementos importantes para uma melhor compreensão do que for

analisado na aula.

Na análise do início do ato II, com a ajuda da professora, através de pergunta/resposta, os

alunos deverão chegar às conclusões propostas no Plano de Aula. Nesta parte da aula focar-

se-á competências de comunicação, como também de expressão oral, na medida que todas as

respostas, sempre orientadas pela professora, serão comunicadas a toda a turma. A intenção

será de criar um ambiente de interação e de prazer pela aprendizagem, em que os alunos se

sintam à vontade para expor os seus pontos de vista, sempre direcionados para as temáticas

da aula e do excertos da obra em estudo.

As questões relacionadas com o Funcionamento da Língua serão sempre colocadas

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ao serviço da expressividade do texto, trabalhando estes elementos dentro do texto e nunca o

contrário. A aprendizagem será direcionada para entender o uso de certos recursos, figuras

de estilo, e elementos paratextuais para entender primeiramente o seu uso, atendendo sempre

à importância do significado, da intenção do autor e da expressividade que oferece o texto

dramático.

De seguida, solicitou-se que lessem e retirassem os elementos caracterizadores da

personagem Matilde, tanto do texto analisado anteriormente, como do texto informativo, da

página 259 do manual e que construíssem, por escrito, uma descrição desta personagem.

Considero que estes momentos de síntese e construção de texto, muito importantes, na

medida que estes alunos irão ser alvo de um exame nacional, sendo necessário e importante

adquirirem técnicas de construção de textual.

Por fim, será marcado o trabalho de casa. Os trabalhos de casa desempenham um

importante papel na vida de um estudante, ainda mais neste nível de ensino, ou seja, pré

universitário.

Se o tempo de aula o permitir, pensei que seria interessante a audição de um poema

musicado, referente ao tema da crítica social e ao ambiente social e político que a obra

retrata. Os alunos emitirão as suas opiniões oralmente, no que respeita ao tipo de música de

intervenção. Esta atividade permitirá também, desenvolver a competência expressão oral,

permitindo que desenvolvam o seu espírito crítico. Um diálogo aberto de opiniões facilita

sempre a aprendizagem. Será também importante referirem que tal como a obra estudada,

este tipo de composições poéticas, versadas em canção de resistência, permitem a reflexão

dos ouvintes, tal como pretendia o teatro épico de Brecht.

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PPLLAANNOO DDEE AAUULLAA

Disciplina/Área Curricular Hora Sala Ano Turma

Português 08.20 8 12º Ct2

ANDREA RODRIGUES DE BARROS AULA Nº5 26 de abril de 2013

1. Contextualização

Unidade didática: sequência nº3 – Eu em (re)ação – Texto dramático, Felizmente há luar! de Luís

Sttau Monteiro

Síntese da caracterização das personagens intervenientes no Ato I;

Leitura e análise de excertos do Ato II;

A importância do discurso de Matilde;

Intertextualidade com poemas de resistência. (Livre ou Trova do vento que passa)?

Objetivos principais da aula:

Os alunos devem ser capazes de:

- Reconhecer a obra como um texto-metáfora do tempo da escrita;

- Compreender que “Felizmente há Luar!” funciona como elemento de consciencialização

do público leitor/espetador;

- Identificar e descrever as personagens intervenientes no Ato I pertencentes ao Poder e

Contapoder;

- Referir marcas de linguagem, presentes nas personagens, diferenciadoras das suas

intenções;

- Sintetizar o Ato II;

- Interpretar o monólogo de Manuel, no início do II Ato;

- Estabelecer ligações de semelhança entre o início do Ato I e do Ato II e referir a sua

intencionalidade;

- Interpretar a repetição de formas do verbo “compreender”, associadas ao público, nas notas

à margem;

- Justificar as suspensões frásicas do discurso de Manuel;

- Referir os valores do uso da ironia;

- Explicitar a simbologia dos 5 reis;

- Refletir sobre o ambiente vivido;

- Interpretar alguns elementos no diálogo do povo;

- Justificar a apresentação metafórica de alguns vocábulos (soldados/pedras; noite escura;

clarão das fogueiras);

- Interpretar o monólogo de Matilde;

- Identificar os recursos expressivos presentes na primeira fala de Matilde, referindo a sua

intencionalidade (paralelismo sintático e antítese);

- Justificar a intenção da ironia;

- Esclarecer o sentido metafórico da frase “numa terra onde só cortam as árvores para que

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não façam sombra aos arbustos…”;

- Explicitar a evolução da personagem, a partir da linha 41, da página 258 do manual;

“Tenho o corpo no Rato e a alma em S. Julião da Barra”;

- Caracterizar a personagem de Matilde, com base no excerto lido e no texto da página 259;

2. Sumário

Personagens do Poder e Contrapoder presentes no Ato I – Breve síntese;

Leitura e análise de excertos do Ato II (monólogos de Manuel e Matilde);

3. Conteúdos programáticos

Texto dramático, Felizmente há luar! de Luís Sttau Monteiro

- Caracterização das personagens Ato I;

- Início Ato II (Monólogos de Manuel e Matilde e diálogos com outras personagens);

- Importância do discurso de Matilde;

- Aspetos simbólicos.

Características formais e estilísticas:

- Intenção das repetições;

- Uso da metáfora;

- Valor da ironia;

- Uso do paralelismo sintático e antítese.

4. Competência(s) focalizada(s)

De comunicação: componente linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.

Estratégica: estratégias de leitura, visionamento e audição adequadas ao tipo de texto e à

finalidade; seleção e organização da informação; operações de planificação, execução e

avaliação da oralidade.

Formação para a cidadania: desenvolvimento do espírito crítico, apresentação e defesa de

opiniões.

Leitura: Leitura expressiva de alguns excertos da obra Felizmente há luar! de Luís Sttau

Monteiro, Ato II (monólogos de Manuel e Matilde);

Expressão oral: Participação oral.

5. Desenvolvimento da aula (referir estratégias e recursos utilizados nos diferentes

momentos da aula)

A aula inicia-se com o cumprimento aos alunos e verificação das presenças. O

sumário será projetado no quadro e passado para os cadernos diários. De seguida, a

professora questiona os alunos sobre o que foi dado na aula anterior, fazendo-se um ponto da

situação (5 minutos)

Seguidamente, a professora procederá à correção do trabalho para casa, que consistia

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na caracterização da personagem Beresford. Far-se-á uma leitura em voz alta de algumas das

respostas elaboradas pelos alunos, seguindo-se a sua correção oral (10minutos). Posto isto,

os alunos serão questionados sobre as personagens intervenientes no Ato I, chegando à

conclusão que constituem dois grandes blocos, ou seja, os representantes do Poder e os que

lhes tentavam fazer frente, os do Contrapoder. Assim proceder-se-á a uma breve síntese das

características destas personagens, que após serem elencadas, num primeiro momento, pelos

alunos serão confirmadas com um Power Point.(Anexo 1) (15 minutos)

De seguida, será dito à turma que, como vamos iniciar o estudo do Ato II, e a obra é

de leitura obrigatória, irão realizar uma ficha de verificação de leitura relativa a este Ato. A

correção será feita oralmente, relembrando alguns aspetos que poderão estar esquecidos. (15

minutos). .(Anexo 2)

Posteriormente, será visualizado um vídeo com alguns excertos do texto a estudar

(monólogos de Manuel e Matilde). http://www.youtube.com/watch?v=hdXNlLkC0GA.

Logo, pedir-se-á que os alunos comparem o início dos dois Atos da obra, estabelecendo as

semelhanças existentes, assim como a sua intencionalidade. Os alunos deverão consultar a

obra em questão, da página 77 à 82, já que este excerto não se encontra no manual escolar.

Desta forma, sempre orientados pela professora, os alunos deverão referir que o segundo ato

principia exatamente do mesmo modo que o primeiro, como forma de evidenciar a

inexistência de qualquer evolução, quer na situação do povo, quer no agravamento das suas

condições de vida. Deverão interpretar a repetição de formas do verbo “compreender”,

associadas ao público, nas notas à margem, como a preocupação do autor com a vertente

didática da sua peça, seguindo a linha do teatro épico, que obriga a uma reflexão perante o

que é lido/visto. Os discentes deverão, ainda, justificar as suspensões frásicas do discurso de

Manuel, como denunciadoras do desânimo que este vivia, por não conseguir modificar a

situação vivida. A turma deverá compreender o uso da ironia, explicitado por esta

personagem, na cena dos ricos opressores que distribuem a caridade, mas que revelam

desprezo e arrogância pelos mais pobres (“tome lá 5 réis, homenzinho…não me

toque…deixe-se de lamúrias”. Estes praticam o bem quase por dever cristão, porque os seus

sentimentos são bem distintos daqueles que o verdadeiro cristão encerra. Manuel,

pertencendo ao grupo de populares, é aquele que mais consciência revela, o que conhece

melhor a situação desigual que caracteriza ricos e pobres, por isso assume aqui um duplo

papel, imita comportamentos de falsos cristãos e, por outro lado, representa o seu papel e de

todos os que vivem à margem da sociedade e são vítimas do regime vigente. Os 5 réis

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constituíam um símbolo do desrespeito que os mais poderosos mantinham com os mais

pobres, contrariando as leis de Deus (Fala com ironia)“No dia do juízo final, Deus Nosso

Senhor levar-vos-á em conta estes cinco réis…”. (10 minutos)

Após o discurso de Manuel, os alunos deverão ainda atentar na fala de alguns

personagens do povo justificando a apresentação metafórica de alguns vocábulos

(soldados/pedras) sendo evidente o exagero da realidade, para dar a ideia da superioridade

numérica, mas também do caráter estático das pedras, soldados que eram armas de um

governo opressor, que não pensavam, denunciando a sua falta de animismo e até

desumanidade em relação ao povo; (noite escura) aqui há uma referência clara à falta de

ânimo devido à prisão do general, às dificuldades, agora ainda mais reais por ter sido

capturado quem os poderia defender; (clarão das fogueiras) Estas palavras são ditas em tom

profético, o que remete para o símbolo Fogo, purificadora da sociedade, das mentes, que

servirá para incentivar a coragem e estimular para a revolta contra a tirania. (5 minutos)

Seguidamente, os alunos serão remetidos para a página 257 do manual, onde se inicia o

monólogo de Matilde. Ser-lhes-á pedido que façam uma leitura expressiva e, posteriormente,

proceder-se-á à análise deste excerto. Os alunos deverão identificar os recursos expressivos

presentes na primeira fala de Matilde, referindo a sua intencionalidade. Assim, far-se-á

referência ao paralelismo sintático e à antítese. Os dois visam destacar o confronto entre o

ideal de moralidade em que assenta uma educação responsável e a realidade, que não

corresponde, mas pelo contrário, se opõe a esse ideal. Os alunos deverão, ainda, identificar e

interpretar a funcionalidade do uso da ironia, no discurso desta personagem, como uma

forma de desvendar, através da crítica, os comportamentos sociais que reprova, mas que

segundo pode observar na realidade que a rodeia, garantem a segurança numa sociedade

injusta. Será importante o esclarecimento do sentido metafórico da frase “numa terra onde só

cortam as árvores para que não façam sombra aos arbustos…”, assim, os alunos deverão

chegar à conclusão que a personagem se refere ao próprio marido, Gomes Freire, que devido

à sua grandeza moral, ameaça os “arbustos”, ou seja, as figuras de menor relevo que, à sua

“sombra” não prosperam do modo desejado. Por fim, será pedido aos alunos que, depois da

análise do texto, e ajudados pela leitura do texto informativo da página 259, façam a

caracterização de Matilde, por escrito. A correção será feita oralmente. (10 minutos)

Por fim, será marcado o trabalho de casa, exercício 4 da página 258. Atentando no final

do excerto, dever-se-á explicitar a evolução da personagem, a partir da linha 41, da página

258 do manual; “Tenho o corpo no Rato e a alma em S. Julião da Barra”. Assim, os alunos

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deverão referir que, no momento em que Matilde reconhece que só o seu corpo está em casa,

e o seu espírito está com Gomes Freire, esta assume a postura da mulher que, para se sentir

completa, luta por aquele a quem “deve” a sua vida. Desta forma, denota-se uma nova força,

evidente na entoação “vigorosa” que dá às suas palavras, e toma a decisão de lutar pela

libertação do marido. (5 minutos)

Se o tempo de aula o permitir, proceder-se-á à audição de um poema musicado,

(Anexo 3) Livre, de Carlos de Oliveira, por Manuel Freire,

http://www.youtube.com/watch?v=cJ1oYirmOpo referente ao tema da crítica social e ao

ambiente social e político que a obra retrata. Os alunos emitirão as suas opiniões oralmente,

no que respeita ao tipo de música de intervenção. Esta atividade permitirá também,

desenvolver a competência expressão oral, permitindo que desenvolvam o seu espírito

crítico. Um diálogo aberto de opiniões facilita sempre a aprendizagem. Será também

importante referirem que tal como a obra estudada, este tipo de composições poéticas,

versadas em canção de resistência, permitem a reflexão dos ouvintes, tal como pretendia o

teatro épico de Brecht. (5 minutos)

6. Avaliação formal/informal das aprendizagens

Observação direta.

Avaliação formativa.

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Felizmente há Luar!- Personagens - Ato I

BERESFORD – Poder militar

- Marechal inglês, “mau oficial”, mercenário, arrogante,

pragmático, racional, invejoso, prepotente, injusto, oportunista,

trocista e mordaz. Despreza Portugal onde permanece por

interesse.Teme GomesFreire por ser o herói do povo.

PODER (opressores)

D. MIGUEL FORJAZ – Nobreza aristocrática, latifundiária,

preconceituosa e decadente

- Nobre conservador, reacionário, estadista, opressor, arrogante,

anti jacobino, rancoroso, invejoso, injusto,mesquinho,prepotente,

corrupto e autoritário.

PRINCIPAL DE SOUSA – Poder religioso

- Opressor, cínico, fanático, reacionário, cruel, rancoroso, anti

jacobino, defensor do obscurantismo, materialista, racional,

injusto,desonesto e culto.

ANEXO 1

ANEXO 2

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Felizmente há Luar!- Personagens - Ato I

VICENTE

- Elemento do povo, frustrado, inteligente, expedito, manipulador,

hipócrita, interesseiro, cínico, dissimulado, falso, astuto,

oportunista, sarcástico, egoísta, calculista, revoltado contra a sua

condição social, diligente no cumprimento da missão de delator.

Traidor paraser promovido e esquecer as origens.

PODER (cúmplices dos opressores)

MORAIS SARMENTO

- Capitão, “mau oficial”, bem vestido, mundano, ignorante,

cobarde, medíocre, mau caráter, interesseiro, falso, dissimulado,

perverso e calculista.

ANDRADE CORVO

- Capitão, delator, interesseiro, materialista, cobarde, falso,

dissimulado,perverso,calculistae renegado.

Felizmente há Luar!- Personagens - Ato I

GOMES FREIRE DE ANDRADE

- General, militar experiente e talentoso, honrado, distinto,

inteligente, culto, idealista, generoso, solidário e fraterno para

com os desfavorecidos. Defensor do povo oprimido, símbolo de

esperança de liberdade. É o herói, sacrificado mártir, injustiçado,

cuja imagem se projeta num futuro promissor. Representa,

simbolicamente, a integridade e a recusa da subserviência, o

exemplo de coragem nadefesados ideais de justiçae liberdade.

CONTRA PODER

Felizmente há Luar!- Personagens - Ato I

POPULARES

- Representantes do povo oprimido, sobre o qual era exercida a

violência, funcionam como um coro. As suas falas denunciam

pobrezae a ironiaé a suaarma.

CONTRA PODER

MANUEL

- O mais consciente dos populares, é corajoso e representa,

metaforicamente , o povo português. Coexistindo com a miséria

e a fome, protagoniza a consciência de um povo desrespeitado

pelaopressão,impotenteparaalterar o seu destino.

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Ficha de Português – 12ºano

Felizmente há luar! – Ato II – Ficha de verificação de leitura

1. Classifica como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmações:

1. O discurso inicial de Manuel pretende mostrar o poder do povo no sistema político vigente. ___

2. Os populares revelam desinteresse perante a prisão de Gomes Freire de Andrade. ___ 3. A polícia manda dispersar os populares por serem proibidos os ajuntamentos. ___ 4. Rita testemunha a prisão do general e narra-a ao marido com desespero e revolta. ___ 5. Rita pede a Manuel para não fazer nada que o leve à prisão. ___ 6. Matilde surge no palco vestida de verde e impecavelmente penteada. ___ 7. Matilde põe em causa a prática dos valores ensinados aos filhos pelas mães nobres. ___ 8. Matilde diz que, se Gomes Freire fosse um homem desonrado, poderiam estar juntos e

felizes. ___ 9. A companheira de Gomes Freire afirma que a Junta de Regência teme homens traiçoeiros.

___ 10. Na opinião de Sousa Falcão, Matilde e Gomes Freire não deveriam ter regressado a

Portugal. ___ 11. Matilde propõe-se enfrentar a Junta de Regência, para salvar o seu companheiro. ___ 12. Matilde dirige-se ao povo, tentando fazê-lo reagir contra a prisão de Gomes Freire. ___ 13. Manuel mostra a Matilde que os pobres são livres devido à sua condição social miserável.

___ 14. Não foi permitido ao General escolher advogado, sendo-lhe nomeado um que ia defender

12 presos. ___ 15. Matilde agradeceu a Sousa Falcão a sua presença naquele momento difícil, tal como

aquando da morte do filho. ___ 16. Matilde, no seu discurso contra Principal Sousa, argumenta com base em citações bíblicas.

___ 17. Matilde considera que um elemento do clero deve servir, simultaneamente, Deus e o

Estado. ___ 18. Sousa Falcão informa que Gomes Freire pediu que o deixassem falar com Matilde. ___ 19. Matilde veste a saia preta para se despedir do companheiro, como símbolo de luto. ___ 20. O sentido das últimas palavras de Matilde, “Felizmente – felizmente há luar!”

corresponde ao sentido do título da peça. ___

2. Corrige as falsas.

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Andrea de Barros

ANEXO 3

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Ficha de Português – 12ºano

Não há machado que corte

A raíz ao pensamento

Não há morte para o vento

Não há morte

Se ao morrer o coração

Morresse a luz que lhe é querida

Sem razão seria a vida

Sem razão

Nada apaga a luz que vive

No amor num pensamento

Porque é livre como o vento

Porque é livre

poema de Carlos de Oliveira

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57

1.3- Reflexões sobre as aulas assistidas

Planifiquei as aulas de acordo com o tempo disponível, recorrendo sempre ao

programa de português e ao manual adotado. Foram consultados outros manuais do mesmo

nível de ensino, além do adotado pela escola do Fundão, para o 12º ano de escolaridade. Esta

leitura foi complementada também com alguns livros e publicações sobre o tema, assim como

o uso recorrente de uma Gramática da Língua Portuguesa. O uso da web, como ferramenta de

preparação da aula, também se tornou importante, é um instrumento de uso fácil e que, por

vezes, permite um acesso mais rápido à informação.

Desde a primeira até à última aula a preparar, senti uma crescente evolução a todos

os níveis. A ajuda da orientadora foi preciosa para se irem anulando inseguranças, para fazer

escolhas, cedências e simplificar, aspeto este onde surgiram algumas dificuldades iniciais.

Assim, com o apoio e à luz da experiência da Dr.ª. Maria de Jesus Lopes, fundamentando

opções e conteúdos a lecionar, tudo correu da melhor forma.

Foi importante diversificar estratégias, como por exemplo, a utilização do

PowerPoint, de áudios, de imagens, de fichas trabalho e do manual adotado. O uso de

elementos de intertextualidade, foram também de importância crucial, na medida que

ajudaram na aproximação à turma e na adaptação das estratégias, que melhor funcionavam

para atingir os objetivos de aula. Desta feita, os materiais utilizados na aula foram ao

encontro das necessidades dos alunos e estiveram ao serviço do estudo do texto, permitindo

uma correta aprendizagem.

O feedback da turma era sempre muito bom, o que facilitou e incentivou o trabalho

realizado. Sentia-se um ambiente de simpatia e à vontade, onde a aprendizagem e a partilha

se desenvolveram, de maneira a que todos comungassem para um entendimento pleno, do

que foi tratado nas aulas.

Em suma, as aulas correram bem, excetuando alguns pormenores de adaptação, e

tiveram estratégias muito diversificadas, que ajudaram a que no final o balanço fosse muito

positivo. Ainda assim, apesar de se considerar todo este ano como um percurso de grande

crescimento profissional, esse trabalho nunca irá estar completo, o professor deve sempre

munir-se de novas ferramentas para se ir adaptando às necessidades dos seus alunos, devendo

estar em constante evolução numa dialética permanente entre a teoria e a pedagogia.

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58

2- Espanhol

2.1 Introdução

O estágio começou logo no dia 3 de setembro, com a assistência a várias reuniões,

primeiro a geral de professores, depois a de departamento e mais tarde somente com o

orientador de Espanhol, Doutor Ricardo Gaspar. Além de algumas regras de funcionamento da

disciplina, foram-nos indicados os manuais adotados pela escola. Foi-nos, também, dado a

conhecer os programas de intercâmbio com escolas espanholas: Dulce Chacón, em La

Garrovilla, Mérida e com o Instituto Lucía de Medrano, em Salamanca.

Nos novos formatos de formação profissional, não é atribuída nenhuma turma ao

professor ou horário letivo na escola, dado que esta formação, há já alguns anos, passou a ser

não remunerada. No entanto, todos os elementos do núcleo de estágio concordaram em ficar

com uma turma à sua responsabilidade, até ao final do ano, realizando todo o material que

isso implica (Planificação 9º ano anexo 4, fichas da turma anexo 5, teste sumativo anexo 6 e

teste sumativo para aluno NEE anexo 7). Este será um trabalho sempre supervisionada pelo

orientador, Dr. Ricardo Gaspar. Desta forma, contactando com os alunos a todas as aulas,

proporcionar-se-á a oportunidade de chegar mais perto destes e das suas dificuldades,

permitindo também um aperfeiçoamento das nossas metodologias pedagógicas.

Falámos do Plano Anual de Atividades e das propostas para a disciplina de Espanhol.

Assim, ficámos de pedir aos alunos, para a comemoração no 26 de setembro, Dia Europeu das

Línguas, cartazes, fotos ou poemas que ilustrem a cultura hispana. Para o dia 12 de outubro,

também foi pedida a nossa colaboração, já que se celebra El día de la Hispanidad. O

Orientador solicitou-nos que trouxéssemos objetos relacionados com Espanha e os países

hispanohablantes. Tomamos, também, conhecimento que se realizarão atividades como a

elaboração de postais de boas festas e entrega no Hospital da Covilhã. Existirão ainda

atividades para o dia dos namorados, assim como as viagens de estudo relacionadas com os

intercâmbios, uma a outubro a Salamanca e outra a Mérida. Nas interrupções do Carnaval

também se realizará uma viagem de estudo a Ávila, Segóvia e Madrid.

O orientador, Ricardo Gaspar, falou-nos ainda sobre a assistência às aulas de 10º,

nível 4. Como já todos os elementos do núcleo possuem experiência de lecionação e a todas

nos foi atribuída uma turma, o orientador propôs haver uma assistência livre às suas aulas,

não marcando datas de assistência obrigatórias, no entanto solicitou-nos que fossemos à aula

de apresentação, do primeiro dia de aulas, para que os alunos também ficassem

familiarizados e tivessem conhecimento da situação do estágio pedagógico. O horário de

trabalho na escola, também não ficou estipulado, sendo de comum acordo que se marcariam

reuniões sempre que tal se revelasse necessário. O orientador pediu para trocarmos contactos

para ser mais fácil a comunicação com o núcleo.

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59

Foi-nos pedida a realização de um Plano a Médio Prazo – nível 3, para o 9º ano de

Espanhol, chamando-nos sempre a atenção para o programa da disciplina e a obrigatoriedade

dessa correspondência.

No que respeita às aulas observadas, foi-nos dito que seriam oito, em blocos de

quatro aulas assistidas. A supervisora, da Universidade da Beira Interior, seria a Doutora

Noémi Pérez e as datas seriam marcadas em calendário a combinar com a disponibilidade de

todos.

Nesta parte apresentarei oito aulas assistidas, sendo que cada uma ocupará quatro

blocos de noventa minutos. Assim, anexarei os materiais, tal como foram apresentados tanto

ao orientador da escola, como a supervisora da Universidade da Beira Interior, Doutora Noémi

Pérez, aquando das suas assistências. Cada aula observada constituir-se-á por um caderno de

materiais específicos, com a formatação exigida pela escola. Assim, em cada caderno,

relativo à aula observada, foi inserida a Fundamentação, Plano, Materiais e Reflexão, relativo

a cada aula. No entanto, devido a contingências e questões estéticas, advindas também das

regras de apresentação de uma tese, realizei alterações em alguns dos documentos

apresentados na escola. Assim, as planificações e planos de aula, foram sujeitas a alterações

como: supressão de cabeçalhos, uniformização de tipos de letra e cores utilizadas.

A sequência destas aulas será a seguinte:

1 - Sociedad: La contaminación. (9ºcurso)

Lectura, análisis y interpretación del texto:”España, un país ruidoso”.

Usos de las perífrasis de infinitivo – La obligación.

2 - Sociedad problemas y soluciones: tabaco y drogas. (10ºcurso)

Lectura, análisis e interpretación del texto: “Llegar a los cien años”.

Imperativo afirmativo, negativo y gramaticalizado.

3 - Tiempo libre: El Cine (9ºcurso)

Lectura, análisis e interpretación del texto:”El tiempo de ocio”.

El pluscuamperfecto de indicativo.

4 – Fiestas: La Feria de abril y sus trajes típicos (10ºcurso)

Fórmulas de invitar y rechazar pedidos.

El estilo indirecto.

2.2 Planificações

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Clase observada de Español Sociedad – La contaminación

15 de enero de 2013

Andrea de Barros

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61

Descripción de la clase

Español, nivel elemental III – 9º curso

Lecciones nº y

Fecha: martes, 15 de enero de 2012 Tiempo: 90 minutos

Sumario: Problemas sociales: La contaminación.

Lectura, análisis y interpretación del texto:”España, un país ruidoso”.

Usos de las perífrasis de infinitivo – La obligación.

Ejercicios

Motivación

1- La clase empezará con el habitual saludo a los alumnos y la verificación

de las presencias. A continuación, la profesora proyectará algunos logos de

las ONG, los alumnos intentarán adivinar de qué organizaciones se tratan y

a qué se dedican. Después, la profesora preguntará a los alumnos sobre qué

tema será la clase y, a continuación, dictará el sumario.

2-A continuación, entregará una ficha a los alumnos. Se oirá una entrevista

de un miembro de Greenpeace. Después, los alumnos contestarán a un

cuestionario de verdadero/falso, desarrollando la comprensión auditiva y la

expresión oral. La corrección se hará oralmente.

Adquisición Teórica

3-Después, los alumnos visualizarán una tira de Gaturro donde tendrán de

describir los escenarios, identificando los varios tipos de contaminación.

Serán también analizadas las hablas de los personajes y la expresión

coloquial, típica de argentina, “hacer bolsa”.

4- Se leerá el texto “España un país ruidoso” para practicar la lectura y, al

mismo tiempo, la oralidad (desarrollando la comprensión lectora y la

expresión oral). Los alumnos tendrán de responder a algunas cuestiones de

interpretación, que serán corregidas oralmente.

Recuperación de saberes previos

4- En esta parte de la clase, repasaremos algunos contenidos gramaticales

(los usos de las perífrasis de infinitivo, para expresar obligación). Para ello,

los alumnos leerán las frases del texto, que están subrayadas y intentarán

descubrir la diferencia entre las dos. Se intentará que los alumnos lleguen a

la regla de uso de tener+ que+ infinitivo, para expresar la obligación

personal y hay que + infinitivo, para hablar de obligaciones generales, para

todo el mundo. A continuación, la profesora entregará una ficha de trabajo

con algunos ejemplos, que ayudarán a los alumnos a entender la regla

general. Después, los alumnos realizarán algunos ejercicios, en que

aplicarán sus conocimientos.

6- Como tarea final los alumnos escribirán 4 obligaciones de un ciudadano

ejemplar, donde tendrán la oportunidad de aplicar los contenidos estudiados

en clase.

Observación: Si no hay tiempo para realizar y corregir la tarea final, ésta

será hecha en casa como deberes.

10 minutos

15 minutos

15 minutos

20 minutos

20 minutos

10 minutos

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62

La professora en praticas: Andrea de Barros Clases nº: _____ y _____ Fecha: 15 de enero de 2013

OBJETIVOS

CONTENIDOS PROGRAMÁTICOS ACTIVIDADES/ SITUACIONES

DE APRENDIZAJE MATERIALES EVALUACIÓN Contenidos

funcionales

Contenidos

gramaticales

Contenidos

socioculturales

- Hablar de las ONGs;

- Conocer diferentes

ONGs;

- Oír una entrevista a un

miembro de Greenpeace;

- Interpretar elementos

paralingüísticos;

- Identificar diferentes

tipos de contaminación;

- Leer y interpretar un

texto;

- Distinguir la perífrasis

de obligación tener

que/hay que + infinitivo

- Evaluar la expresión

oral.

- Expresar

opiniones

personales;

- Describir

escenarios;

- Utilizar la

perífrasis de

obligación;

- Las Perífrasis de

Infinitivo: de

obligación (tener

que, hay que);

- Las ONGs;

- Contaminación.

- Problemas sociales;

- Contaminación;

- Explotación de un PowerPoint

con algunos logos de las ONGs.

- Resolución de una ficha de

trabajo: audición de una

entrevista y actividades de

comprensión auditiva y

expresión oral);

- Visualización de una tira de

Gaturro sobre la contaminación

- Lectura, interpretación y

análisis de un texto sobre

contaminación.

- Ejercicios de perífrasis de

obligación;

- Tarea final: escribir 4 frases,

utilizando las expresiones de

obligación tener que/hay que,

que enuncien las obligaciones

de un buen ciudadano.

Proyector

Ordenador;

Cd

Pizarra;

Fichas de trabajo;

Observación

directa;

PLAN DE CLASE

Unidad Didáctica: Sociedad – 7- Haz el bien sin mirar a quien

Contenidos

Lexicales

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63

ANEXO 1

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64

1. Vas a oír una entrevista a un miembro de Greenpeace, señala si las siguientes

afirmaciones son verdaderas (V) o falsas (F).

a) Greenpeace es una organización dedicada a la defensa de los

emigrantes._____

b) Greenpeace sólo trabaja en Europa._____

c) Su objetivo es cambiar las políticas gubernamentales para proteger

el medio ambiente._____

d) Los países más ricos colaboran activamente con esta

organización._____

e) Greenpeace necesita ayuda económica de sus socios y colaboradores para poder

desarrollar campañas. _____

2. Lee la historieta de Gaturro y relaciona las expresiones con cada viñeta.

2.2.1 ¿Estás de acuerdo con el personaje que afirma que a la otra

mitad del medio ambiente la “hicieron bolsa”?

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

2.2.2 ¿En el lugar en que vives, o cerca, ocurren situaciones

semejantes a estas? Da un ejemplo.

___________________________________________________________

a) Contaminación acústica ___

b) Contaminación del aire debido al tráfico ___

c) Deforestación indiscriminada ___

d) Contaminación del agua ___

e) Contaminación del aire debido a las fábricas

___

ANEXO 2

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65

3. Lee atentamente al texto y enseguida responde a las cuestiones:

3.1 ¿Quién marca los niveles aceptables de ruido? _____________________________________________________________________

3.2 ¿Cómo se puede evitar la molestia nocturna en los servicios de recogida de basura?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

3.3 ¿Qué tienen que hacer los habitantes de las ciudades ante el problema del ruido?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

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66

Agrupamento de Escolas do Fundão

______________________________________________

Ficha de trabajo de español – 9º curso 2012-2013

1. Lee los carteles y observa las palabras destacadas.

1.2 Vuelve a leer las frases anteriores e identifica los sujetos en cada caso. Marca una

X en la casilla correspondiente.

1.3 Ahora completa la regla:

ANEXO 3

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67

EJERCICIOS

1.4 Subraya la opción adecuada:

a) Hay que / tiene que tirar los envases de plástico en el contenedor amarillo. b) Mañana no puedo venir a tu casa porque hay que / tengo que ir sembrar árboles. c) Juan, hay que / tienes que cerrar el grifo mientras lavas los dientes. d) Para ahorrar energía hay que / tenéis que apagar la luz que no se esté usando. e) Niños, para cuidar el planeta hay que / tenéis que reciclar papel, cartón, vidrio y metal. f) Manuel, hay que / tiene que llamar al fontanero para que revise las tuberías de agua. g) El ministro del ambiente dice que todos los españoles hay que / tienen que cambiar de hábitos. h) Adiós Rosa, me voy, hay que / tengo que hacer la compra. i) Hay que / tenemos que fabricar coches menos ruidosos. j) Maribel, hay que / tienes que poner la música más baja. l) Hay que / tiene que bajar la música en los bares. m) Sr. Manuel, si le molestan los ruidos hay que / tiene que hacer una denuncia. n) Hay que / tengo que limpiar las playas. o) Las centrales nucleares hay que / tienen que mejorar sus medidas de seguridad.

La Profesora Andrea De Barros

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Clase observada de Español Problemas y soluciones: (tabaco y drogas)

6 de febrero de 2013

Andrea de Barros

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Descripción de la clase

Español – 10º curso

Lecciones nº 71 y 72

Fecha: miércoles, 6 de febrero de 2013

Tiempo: 90

minutos

Sumario: Problemas y soluciones: tabaco y drogas.

Lectura, análisis e interpretación del texto: “Llegar a los cien años”.

Imperativo afirmativo, negativo y gramaticalizado – usos.

Ejercicios de aplicación.

Motivación

1- La clase empezará con el saludo a los alumnos y la verificación de las

presencias. A continuación, la profesora proyectará dos vídeos relacionados

con los efectos del consumo de drogas1 y tabaco

2.

1- http://www.youtube.com/watch?v=MtHUS_aM2Ns

2- http://www.youtube.com/watch?v=MN3qq0KYyeU Después de la visualización de los vídeos, se aclarará algún vocabulario que

no haya sido comprendido, en la medida que uno de los vídeos es de Chile.

Los alumnos explotarán los asuntos tratados en los vídeos y emitirán sus

opiniones. Después, la profesora preguntará a los alumnos sobre qué tema

será la clase y, a continuación, dictará el sumario.

2-A continuación, entregará una ficha a los alumnos (anexo 1). Se leerá y

analizará un texto sobre los hábitos de vida de los españoles, para practicar

la lectura y, al mismo tiempo, la oralidad (desarrollando la comprensión

lectora y la expresión oral).

Adquisición teórica

3- Los alumnos contestarán a las preguntas de la ficha y se hará oralmente

la corrección. Cada alumno contestará a un apartado, intentando que

participen distintos alumnos.

Recuperación de saberes previos

4- En esta parte de la clase, repasaremos algunos contenidos gramaticales

(el uso del imperativo afirmativo, negativo y gramaticalizado). Para ello, los

alumnos leerán las frases del texto, que están subrayadas, e intentarán

descubrir la diferencia entre las tres. Se intentará que los alumnos se

acuerden de las reglas de formación del imperativo. A continuación, la

profesora entregará una ficha de trabajo con algunos ejemplos, que

ayudarán a los alumnos a entender los contenidos ya estudiados. Después, el

alumnado realizará algunos ejercicios, aplicando sus conocimientos. La

corrección se hará oralmente.

5- A continuación y partiendo de una de las frases de los ejercicios sobre el

imperativo, se introducirá el tema del consumo abusivo de fármacos y la

automedicación. Así se oirá un testigo de una persona sobre el asunto en

cuestión (anexo 2).Después, los alumnos contestarán a un cuestionario de

verdadero/falso (anexo 3), desarrollando la comprensión auditiva y la

expresión oral. La corrección se hará oralmente.

10 minutos

15 minutos

7 minutos

20 minutos

10 minutos

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6- Después de la corrección del ejercicio anterior, la profesora preguntará si

los alumnos saben la diferencia entre medicina convencional y medicinas

alternativas y si conocen algún tipo de medicina alternativa. Se construirá

un espacio de diálogo en clase, en que los alumnos emitirán sus opiniones.

7- Enseguida, la profesora les enseñará un power point con algunas

imágenes y definiciones de tipos de medicinas, que los alumnos intentarán

identificar. El alumnado seguirá este ejercicio en una ficha de trabajo, que

será previamente distribuida (anexo 3).

8- En la segunda parte de la ficha, los alumnos escucharán las instrucciones

del ejercicio Saludo al Sol, relacionado con la filosofía del yoga. Al mismo

tiempo, intentarán completar el texto con vocabulario de partes del cuerpo.

Así, los alumnos recordarán vocabulario ya aprendido, que es importante

saber, para que puedan quejarse a cualquier tipo de terapeuta, o para que

hagan los ejercicios adecuados, utilizando correctamente el vocabulario, que

identifique las partes del cuerpo.

9- Como tarea final, los alumnos escribirán seis consejos para una vida

saludable, utilizando el imperativo afirmativo y negativo, así tendrán la

oportunidad de aplicar los contenidos estudiados en clase.

Observación: Si no hay tiempo para realizar y corregir la tarea final, ésta

será hecha en casa como deberes.

5 minutos

5 minutos

10 minutos

5 minutos

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La profesora en prácticas: Andrea de Barros Clases nº: 71 y 72 Fecha: miércoles, 6 de febrero de 2013

OBJETIVOS

CONTENIDOS PROGRAMÁTICOS ACTIVIDADES/ SITUACIONES

DE APRENDIZAJE MATERIALES EVALUACIÓN Contenidos

funcionales

Contenidos

gramaticales

Contenidos

socioculturales

- Reconocer el tabaco y

las drogas como un

problema social;

- Distinguir los tipos de

imperativo;

- Utilizar el imperativo

afirmativo, negativo y

gramaticalizado;

- Conocer un testigo de

una persona que hizo una

mala utilización de los

fármacos;

- Conocer tipos de

medicinas, alternativas a

la convencional;

- Recordar las partes del

cuerpo;

- Evaluar la expresión

oral.

- Expresar

opiniones

personales;

- Dar consejos.

- Imperativo

afirmativo, afirmativo

y gramaticalizado.

- Problemas sociales

(tabaco y drogas);

- Medicina

convencional y

alternativa;

-Tipos de medicinas

alternativas:

aromaterapia,

acupuntura,

hidroterapia,

musicoterapia,

fitoterapia, risoterapia;

-El yoga;

-Partes del cuerpo.

- Problemas comunes

en las sociedades

actuales: tabaco y

drogas.

- Explotación de dos vídeos

sobre tabaco y drogas;

- Lectura, interpretación y

análisis de un texto sobre los

hábitos de los españoles;

- Resolución de fichas de

trabajo;

- Ejercicios sobre los usos del

imperativo;

- Audición de una entrevista y

actividades de comprensión

auditiva;

- Medicinas alternativas y partes

del cuerpo;

- Tarea final: escribir 6 consejos

para llevar una vida saludable,

utilizando el imperativo

afirmativo y negativo.

Proyector;

Ordenador;

Vídeos;

Cd;

Pizarra;

Fichas de trabajo.

Observación

directa.

PLAN DE CLASE

Unidad Didáctica: Problemas y soluciones (tabaco y drogas)

Contenidos

Lexicales

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72

ANEXO 1

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73

Agrupamento de Escolas do Fundão

______________________________________________

Ficha de trabajo de español – 10ºcurso /4ºESO 2012-2013

1. Lee atentamente el texto.

La humanidad gana tres meses de vida al año, así que más de la mitad de los nacidos en 2000 tienen serias probabilidades de ser centenarias. Un estudio realizado recientemente sobre los hábitos de los jóvenes españoles concluyó que hay situaciones de riesgo. Se ha detectado una prevalencia de sobrepeso declarado elevado. Los medios de comunicación presentan esteriótipos de delgadez que influyen en su vida. Los hábitos alimenticios y poca práctica deportiva influyen en esta situación. Entre el 30 y el 40% de los jóvenes de 13-17 años y entre el 50 y el 60% de los de 18-29 años fuman. Casi todos saben que fumar provoca cáncer y enfermedad cardíaca; que puede acortar la vida en 10 años o más; y que el hábito puede costar a un fumador miles de euros al año. “Vale, vale, pero fumar me hace sentir bien” dicen algunos jóvenes. Las estadísticas demuestran que aproximadamente 9 de cada 10 fumadores comienzan antes de los 18 años de edad. Algunos adolescentes que fuman dicen que comienzan, porque creen que les hace parecer más grandes. Otros fuman, porque creen que les ayuda a relajarse. Algunos comienzan a fumar como una manera de sentirse rebeldes o de diferenciarse. Otros

empiezan, porque sus amigos fuman. Una alta proporción de jóvenes declara que no probaría las drogas ilegales. Identifican el fácil acceso a su consumo y manifiestan que el tabaco, el alcohol y el hachís se encuentran integrados en sus ambientes habituales. “No bebas o consumas drogas si vas a conducir!” - Todos lo dicen, pero no es lo que sucede en la mayoría de las veces. El fundamento de “la movida” o “salir de marcha” es la relación entre iguales y la diversión y, por ello, lo consideran una actividad saludable, aunque la relacionen con el consumo de alcohol, tabaco y otras drogas. ¡Cambie de hábitos, para poder vivir 100 años! In Es-pa-ñol tres pasos, Porto Editora (adaptado)

http://kidshealth.org/teen/en_espanol/drogas/smoking_esp.

html?tracking=T_RelatedArticle (adaptado)

5

10

15

20

25

30

35

40

45

ANEXO 2

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74

1.1. 1.1 Encuentra en el texto expresiones que correspondan a las siguientes afirmaciones: a) Cada vez se vive más.

_____________________________________________________________________

b) Más de mitad de los jóvenes españoles, mayores de edad, fuman.

_____________________________________________________________________

c) Casi todos empiezan a fumar antes de la mayoridad.

_____________________________________________________________________ 1.2. Las afirmaciones presentadas a continuación son falsas. Corrígelas.

a) Varios estudios concluyeran que los jóvenes españoles tienen una salud de hierro. ______________________________________________________________________________

b) El texto habla de problemas como sobrepeso, salud mental y alcohol. ______________________________________________________________________________

Imperativo (afirmativo/negativo/gramaticalizado) 1. Clasifica cada uno de los

imperativos, que aparecen

en la figura.

Dígame: _____________

Mire: _____________

Intente: _____________

Apague: _____________

Reinícielo: _____________

¡No olvidar! Se usa al Imperativo para: Dar órdenes ¡No fumes dentro de mi coche! Instrucciones Seguid todo recto y girad a la derecha. Rogar/pedir favores Ayúdame, por favor. Aconsejar Estás cansado. Descansa un poco. Invitar Venid a mi casa hoy. Hago una fiesta. Dar permiso - ¿Puedo pasar? / – Pasa, pasa.

Todas las formas de imperativo (excepto tú y vosotros en la forma afirmativa) son iguales que las del presente de subjuntivo.

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75

2.Utilizando el Imperativo, explica estos señales para hacer la vida más agradable a todos.

In: Planeta ElE 2, Edelsa (adaptado)

Los verbos que son irregulares en presente de indicativo suelen

tener la misma irregularidad en imperativo (excepto vosotros).

¡OJO! Imperativo + Pronombres: Afirmativo Los pronombres van después del verbo y formando una sola palabra Ej: Díselo tú, Ángel. Negativo Los pronombres van antes del verbo y separados Ej: No se lo digas a Juan.

In Español en Marcha 3, Sgel In En Gramática, Ejercicios de Español, Anaya (adaptado)

Otros irregulares: decir, ir, hacer, poner, oír, tener, ser, venir y salir.

A B C D E F

_________________________________

_________________________________

_________________________________

_________________________________

_________________________________

_________________________________

3. El Dr.Jaime ha dado unos consejos un poco raros para mejorar la salud del paciente. Piensa cuales son los correctos y cambia los raros. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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76

4. Completa las frases con la forma adecuada del imperativo de los siguientes verbos: HABLAR / COMER/ ABRIR/ COMPLETAR/ SUBIR/ENTRAR/ BAJAR/ BEBER/ CORRER a) !Por favor, ___________(vosotros) más bajo! b) ________________ (usted) este formulario con sus datos personales. c) Ana, ________________ las escaleras despacio. Así haces ejercicio. d) ¡___________________ (vosotros) un poco y seguro que llegaréis a tiempo! e) ¡___________________ (ustedes), por favor! ¡La película va a empezar! f) ¡Adrián, ___________________ las persianas! ¡Se está haciendo noche! g) ¡_______________ (usted) dos litros de agua al día y se encontrará mucho mejor! h) ________________ (vosotros) la ventana. ¡Hace muchísimo calor! i) _________________ (usted) más despacio, es más saludable.

5. Busca en la sopa de letras cinco imperativos gramaticalizados y completa las frases.

In: Planeta ElE 2, Edelsa In: Club Prisma,B1, Edinumen (adaptado)

El imperativo gramaticalizado presenta formas que han perdido su valor original de orden o ruego y se usan como fórmulas para expresar exclamaciones, llamar atención o por ejemplo contestar al teléfono. Mira – llamar a atención/amenaza Vaya – sorpresa/admiración/desaprobación Venga – Animar la acción/ desaprobación Dale – queja /repetición Vale – acuerdo Dígame – contestar al teléfono Toma – evidencia

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77

Agrupamento de Escolas do Fundão

______________________________________________

Ficha de trabajo de español – 10ºcurso /4ºESO 2012-2013

1. Escucha Eduardo hablar sobre el uso que hace de los fármacos y marca si las siguientes

afirmaciones son verdaderas (V) o falsas (F).

f) Siempre ha tomado medicamentos bajo prescripción médica. _____ g) De joven, siempre tenía alguna dolencia física._____ h) Antes, siempre leía los prospectos de los medicamentos._____ i) Estuvo ingresado en un hospital por una intoxicación._____ j) Opina que el abuso de los medicamentos supone un gasto importante

para el gobierno. _____ k) Ahora, lleva una vida saludable. _____

2. ¿Sabes la diferencia entre medicina convencional y medicinas alternativas?

Vamos a ver si conoces algunas de ellas.

__________________ Remedios naturales basados en el olor de

las plantas.

__________________ Uso medicinal de las plantas, en estado

natural o preparado.

__________________ Utilización del agua en forma medicinal.

__________________ Uso de la música como medio de

expresión de sentimientos y emociones.

__________________ Uso de la risa para mejorar el ánimo y

algunas enfermedades.

ANEXO 3

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In: Español en Marcha 3, Sgel (adaptado)

__________________ Uso de agujas en determinados puntos

del organismo relacionados con la enfermedad.

3. Vas a leer y escuchar las instrucciones para realizar un ejercicio de yoga llamado El saludo al sol. Completa el texto, recordando el vocabulario de las partes del cuerpo.

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Clase observada de Español Tiempo Libre – El cine

5 de marzo de 2013

Andrea de Barros

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Descripción de la clase

Español – 9º curso

Lecciones nº 43 y 44

Fecha: martes, 5 de marzo de 2013

Tiempo: 90

minutos

Sumario: Tiempos libres.

Lectura, análisis e interpretación del texto:”El tiempo de ocio”.

El cine.

El pluscuamperfecto de indicativo – usos.

Ejercicios.

Motivación

1- La clase empezará con el saludo a los alumnos y la verificación de las

presencias. A continuación, la profesora proyectará un vídeo relacionados

con tiempos libres. Después de la visualización del vídeo, se aclarará algún

vocabulario que no haya sido comprendido. Los alumnos explotarán los

asuntos tratados en el vídeo y emitirán sus opiniones. Enseguida, se

preguntará al alumnado que suele hacer en sus tiempos libres. Después, la

profesora preguntará a los aprendices sobre qué tema será la clase y, a

continuación, dictará el sumario que, al mismo tiempo, será proyectado.

2-Posteriormente, entregará una ficha a los alumnos. Se leerá y analizará un

texto sobre el ocio de los españoles, para practicar la lectura y, al mismo

tiempo, la oralidad (desarrollando la comprensión lectora y la expresión

oral). Se repasará también algún vocabulario relacionado con los tiempos

libres.

Adquisición Teórica

3-Después de las respuestas de los alumnos, se hará oralmente la corrección

de la ficha. Cada alumno contestará a un apartado, intentando que la

participación sea variada.

Recuperación de saberes previos

4- En esta parte de la clase, repasaremos algunos contenidos gramaticales

(el pluscuamperfecto de indicativo). A continuación, la profesora entregará

una ficha de trabajo con algunos ejemplos y reglas de formación de este

tiempo verbal. Después, los alumnos realizarán algunos ejercicios, donde

aplicarán sus conocimientos. La corrección se hará oralmente.

5- A continuación y partiendo de una de las frases de los ejercicios sobre el

pluscuamperfecto, se introducirá el tema del cine. Se distribuirá una ficha

donde se analizará el texto y se repasará algún vocabulario relativo al cine.

La corrección se hará oralmente.

15 minutos

15 minutos

7 minutos

20 minutos

10 minutos

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6- Después de de la corrección del ejercicio anterior, la profesora

preguntará si los alumnos conocen los tipos de películas que existen. Les

enseñará algunos tráileres y los alumnos intentarán identificar los diferentes

géneros cinematográficos. Se construirá un espacio de diálogo en clase, en

que los alumnos emitirán sus opiniones.

7- Enseguida, partiendo de un tráiler de una película de Almodóvar, la

profesora les dará algunas informaciones sobre este realizador y les indicará

la página del manual donde está su biografía. El alumnado oirá una parte de

este texto biográfico y responderá a los ejercicios de interpretación.

8 - Se escuchará una canción, sobre las mujeres en las películas de

Almodóvar, intentando que los alumnos rellenen los espacios en blanco.

9- Como tarea final, los alumnos escribirán un texto sobre su película de

elección, utilizando, siempre que posible, algunas formas del pretérito

pluscuamperfecto de indicativo.

Observación: Si no hay tiempo para realizar y corregir la tarea final, ésta

será hecha en casa como deberes.

5 minutos

15 minutos

10 minutos

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82

PLAN DE CLASE

Unidad Didáctica: Tiempo libre

Clases nº: 43 y 44 Fecha: martes, 5 de marzo de 2013

OBJETIVOS

CONTENIDOS PROGRAMÁTICOS ACTIVIDADES/ SITUACIONES

DE APRENDIZAJE MATERIALES EVALUACIÓN Contenidos

funcionales

Contenidos

gramaticales

Contenidos

socioculturales

- Identificar las diferentes

ocupaciones de los

españoles en los tiempos

libres;

- Reconocer y utilizar el

pluscuamperfecto de

indicativo;

- Repasar el vocabulario

relacionado con el cine;

- Identificar tipos de

películas;

- Conocer la biografía de

Pedro Almodóvar.

- Evaluar la expresión

oral.

- Expresar

opiniones

personales.

- Preguntar sobre

gustos o disgustos.

- Expresar interés o

desinterés.

- El pluscuamperfecto

de indicativo

- Tiempos libres;

- El cine;

- Tipos de películas.

- El ocio de los

españoles;

- El cine español;

- Realizadores

españoles – Pedro

Almodóvar entre

otros.

- Explotación de un video sobre

la ocupación de los tiempos

libres;

- Lectura, interpretación y

análisis de un texto sobre la

ocupación de los tiempos libres

de los españoles;

- Resolución de fichas de

trabajo sobre los usos del

pretérito pluscuamperfecto de

indicativo;

-Visualización de tráileres de

varias películas;

- Escuchar un fragmento de un

texto sobre Pedro Almodóvar;

- Completar los huecos de la

letra de una canción sobre el

cine de Almodóvar.

- Tarea final: cada alumno

escribirá un texto sobre su

película de elección.

Proyector;

Ordenador;

Vídeos;

Cd;

Pizarra;

Manual;

Fichas de trabajo.

Observación

directa.

Contenidos

Lexicales

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(Vídeos mostrados na aula)

ANEXO 1

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Agrupamento de Escolas do Fundão

______________________________________________

Ficha de trabajo de español – 9ºcurso 2012-2013

1. Lee atentamente el texto.

El tiempo de ocio

In: Método de Español para Jóvenes, Canal Joven en Español, nivel 1, S.A., 2003, p. 74

1.1 . Responde verdadero (V) o falso (F). a) Ocio es diferente de tiempo libre. _____ b) Durante los días de la semana, los jóvenes estudian. _____ c) Más de mitad de los jóvenes practica deporte. _____ d) Sólo una pequeña parte de los jóvenes lee periódicos. _____ e) Está de moda el botellón. _____

2. Recuerda más algunas actividades de tiempo libre.

A ______________ B_____________ C________________ D___________

E______________ F__________________ G______________ H________________

5

10

15

20

25

30

ANEXO 2

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Gramática básica del estudiante de español,

pág.136 (adaptado)

2.1. Y a ti, ¿qué te gusta o gustaría hacer en tus tiempos libres? ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________

Ejercicios elaborado por la profesora

3. Lee atentamente las siguientes frases.

a) Cuando llegué al cine, la película ya había empezado.

b) Antes de este verano, Manuel nunca había estado en un camping.

El pretérito pluscuamperfecto se forma con:

Esquema de los tiempos verbales

Regla: Con el ______________________ afirmamos hechos terminados en un ______________________ a otro momento en ________________.

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El Pretérito Pluscuamperfecto de Indicativo (otros usos)

- A veces también se usa para explicar las consecuencias de una situación pasada: Ej: - ¿Por qué suspendiste? – No había estudiado nada.

- Se usa con ya para decir o preguntar si una acción se había realizado antes de un momento pasado.

Ej: - Cuando conocí a Maribel, ya había tenido el niño. - Cuando Helga vino a España, ¿había estudiado ya algo de español?

- Se usa con todavía no/ no…todavía para indicar que una acción no se había realizado antes de un momento pasado. Ej: Cuando Mario y Carla se conocieron, Carla todavía no había acabado los estudios.

Cuando llamé Antonio, no se había levantado todavía. In:http://commons.wikimedia.org

Ejercicios 1-

2- 3- Javier invitó sus amigos a ir al cine. ¿Cuál era la situación cuando llegó a casa de sus amigos? Utilice ya y todavía no.

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87

Cine

Los años 80 vieron nacer a uno de los grandes genios del cine español contemporáneo:

Pedro Almodóvar. Su cine, irónico y grotesco, sentó las

bases de lo que se llamó “comedia madrileña”, uno de los géneros

más característicos de la década de los 80.

Hoy en día, el cine español goza de prestigio internacional.

Directores como José Luis Garci, Pedro Almodóvar o Fernando

Trueba ya tienen algún Oscar, Penélope Cruz y Antonio Banderas

son estrellas de Hollywood, y la presencia del cine español va en

aumento en todo el mundo. Al mismo tiempo, han aparecido

directores de gran éxito, como Álex de la Iglesia, Julio Medem o

Alejandro Amenábar, que garantizan el futuro.

In Aula Internacional difusión, pág. 64 (adaptado)

1- Recuerda algún vocabulario relacionado con el cine:

Ejercicio elaborado por la profesora

1- Identifica los tipos de películas:

A________________________________________________________

B________________________________________________________

C________________________________________________________

D________________________________________________________

E_______________________________________________________

Ejercicio elaborado por la profesora: Andrea de Barros

1 2 3 4 5

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Clase observada de Español

Fiestas – La feria de abril y sus trajes típicos

22 de abril de 2013

Andrea de Barros

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Descripción de la clase Español – 10º curso

Lecciones nº 90/91

Fecha: lunes, 22 de abril de 2013

Tiempo: 90 minutos

Sumario: Fiestas tradicionales: aspectos culturales, sociales e históricos.

La Feria de abril y sus trajes típicos.

Fórmulas de invitar y rechazar pedidos.

El estilo indirecto.

Ejercicios de aplicación

Motivación

1- La clase empezará con el saludo a los alumnos y la verificación de las

presencias. A continuación, la profesora proyectará una imagen de fiestas

españolas (anexo 1) y preguntará a los alumnos que les sugieren las figuras.

Enseguida, les pedirá que indiquen algunas de las fiestas que conocen,

indicando su fecha y características principales. Después, la profesora

preguntará a los alumnos sobre qué tema será la clase y, a continuación,

dictará el sumario, que podrá ser proyectado en la pizarra.

2- De pronto, los alumnos explotarán un vídeo,

http://www.youtube.com/watch?v=g5V6Ay9QW6I sobre la razón de que las fiestas

españolas les gusten a los extranjeros. Después de la visualización del

vídeo, se aclarará algún vocabulario que no haya sido comprendido. Los

alumnos explotarán los asuntos tratados en el vídeo y emitirán sus

opiniones. A continuación, se entregará una ficha de comprensión oral que

se corregirá oralmente (anexo 2). El objetivo será desarrollar la

comprensión auditiva y la expresión oral).

Adquisición teórica

3- Se visualizará un power point (anexo 3), sobre las principales fiestas

españolas y se explotará sus contenidos, aclarando siempre el vocabulario.

A continuación, los alumnos contestarán a las preguntas de una ficha de

trabajo (anexo 4) y se hará oralmente su corrección. Cada alumno

contestará a un apartado, intentando que participen distintos alumnos.

Posteriormente se leerá y analizará un texto, sobre algunos de los

principales elementos presentes en las fiestas, así se practicará la lectura, la

oralidad y, al mismo tiempo, se explotarán algunas curiosidades históricas.

Recuperación de saberes previos

4- En esta parte de la clase, repasaremos algunos contenidos funcionales y

gramaticales (fórmulas para felicitar, invitar, aceptar, rechazar, presentar

disculpas y formular hipótesis, así como el uso del estilo indirecto con

verbos en pasado). Para ello, en un primer momento, se preguntará a los

alumnos si piensan que los españoles tienen, por lo menos, una fiesta por

mes, durante el año. Así, se enseñará un vídeo,

http://www.youtube.com/watch?v=XbQK8hSKmFU con un resumen anual de las fiestas

tradicionales. Se pedirá que, en parejas, hagan invitaciones para una de esas

fiestas, con fórmulas aprendidas en años anteriores. A continuación, la

profesora proyectará algunos ejemplos (anexo 5), que ayudarán los

alumnosa recordar los contenidos ya estudiados. Se pedirá a algunos

alumnos que presenten a los compañeros el ejercicio pedido, la corrección

se hará oralmente.

10 minutos

15 minutos

15 minutos

20 minutos

10 minutos

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90

5- En un según momento, se pedirá a los alumnos que observen el texto

sobre las fiestas, ellos leerán las frases del texto, que están subrayadas, y se

esperará que identifiquen el estilo, que es el indirecto. Se intentará que los

alumnos se acuerden de algunas de las reglas, así como los verbos

introductorios de este estilo. Después, el alumnado, con ayuda de algunos

ejemplos, en una ficha informativa, (anexo 6) realizará algunos ejercicios,

aplicando sus conocimientos.

6- A continuación y partiendo de una de las frases de los ejercicios sobre el

estilo indirecto, se introducirá el subtema de los trajes típicos en la

festividad de la Feria de abril. Se visualizará un power point (anexo 7)

donde se enseñarán algunos ejemplos de prendas de vestir y complementos

típicos sevillanos. Después, los alumnos contestarán a un cuestionario para

intentar adivinar otros trajes típicos de regiones de España. Se aprovechará

para repasar algún vocabulario de distintas prendas de vestir y se enseñarán,

también, algunos trajes regionales portugueses.

7- Como tarea final, los alumnos, en grupos de cuatro, tendrán que preparar

una fiesta (cumpleaños; cena de Navidad, despedida de un amigo que se va

a trabajar/estudiar fuera; Año Nuevo; Carnaval; final de curso; etc. Tendrán

que indicar el tipo de ropa (formal/informal), comida, bebida, decoraciones,

alquiler de algo y todo lo que sea necesario para la preparación de una

fiesta.

Observación: Si no hay tiempo para realizar y corregir la tarea final, ésta

será hecha en casa como deberes.

5 minutos

10 minutos

5 minutos

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PLAN DE CLASE

Unidad Didáctica: Fiestas Fecha: lunes, 22 de abril de 2013

OBJETIVOS

CONTENIDOS PROGRAMÁTICOS ACTIVIDADES/ SITUACIONES

DE APRENDIZAJE MATERIALES EVALUACIÓN Contenidos

funcionales

Contenidos

gramaticales

Contenidos

socioculturales

- Reconocer algunas de

las principales fiestas

típicas españolas;

- Distinguir diferentes

tipos de celebraciones;

- Identificar semejanzas

con fiestas portuguesas;

- Contrastar costumbres

festivas peninsulares;

- Utilizar fórmulas para

felicitar, invitar, aceptar,

rechazar y presentar;

- Utilizar el estilo

indirecto;

- Conocer los trajes de

fiesta de la feria de abril;

- Reconocer trajes típicos

españoles;

- Repasar vocabulario

referente a prendas de

vestir;

- Identificar trajes típicos

portugueses;

- Repasar vocabulario

relacionados con las

celebraciones.

- Expresar

opiniones

personales;

- Dar felicitaciones;

- Invitar, aceptar o

rechazar

invitaciones;

- Presentar

disculpas;

- Formular

hipótesis.

- Verbos introductores

del estilo indirecto;

- Tiempos de pasado.

- Fiestas tradicionales

españolas;

- Tipos de

celebraciones (paganas

y religiosas);

- La Feria de abril

- El traje típico

sevillano y otros.

- Principales fiestas y

modo de actuar de los

españoles en esas

celebraciones;

- Trajes típicos

españoles y

portugueses;

- Explotación de un imagen

sobre fiestas tradicionales

españolas;

- Visualización e interpretación

de un vídeo sobre la razón de

que las fiestas españolas les

gusten a los extranjeros;

- Explotación de un power point

sobre las principales fiestas;

- Resolución de fichas de

trabajo;

- Ejercicios sobre los usos de

fórmulas para felicitar, invitar,

aceptar, rechazar, presentar

disculpas y formular hipótesis;

- Visualización de un power

point;

- Lectura, análisis e

interpretación de una ficha

formativa sobre el estilo

indirecto y resolución de

ejercicios;

- Tarea final: Preparar una fiesta

(cumpleaños; cena de Navidad;

despedida de un amigo que se

va a trabajar/estudiar fuera; Año

Nuevo; Carnaval; final de curso

(…). Los alumnos tendrán que

indicar el tipo de ropa, comida,

bebida, decoraciones, alquiler

de algo…

Proyector;

Ordenador;

Vídeos;

Power points;

- Pizarra;

- Fichas de trabajo;

- Ficha formativa.

Observación

directa.

Contenidos

Lexicales

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92

INVITACIONES

ANEXO 1

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93

Agrupamento de Escolas do Fundão

______________________________________________

Ficha de trabajo de español – 10ºcurso /4ºESO 2012-2013

¿Por qué les gustan las fiestas españolas a los extranjeros?

4. Después de asistir al vídeo y aclarar todo el vocabulario que no haya entendido, responda a

las siguientes preguntas con verdadero (V) o falso (F).

l) Los turistas visitan España según el calendario festivo. _____

m) No se conoce un país a través de sus fiestas populares._____

n) Los gustos por las fiestas cambian con la nacionalidad._____

o) A los americanos no les gustan los toros._____

p) A los italianos les gusta el Camino de Santiago. _____

q) Los ingleses y chinos prefieren la Feria de abril. _____

r) A los chinos les encanta la Tomatina. _____

s) Ellos vuelven por la simpatía nacional y no hacen caso de las aglomeraciones. _____

5. ¿En qué fiesta española te gustaría más participar? ¿Por qué?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

6. ¿Hay alguna fiesta que no te gustaría conocer? Indica las razones.

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

La profesora: Andrea de Barros

ANEXO 2

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94

Agrupamento de Escolas do Fundão

______________________________________________

Ficha de trabajo de español – 10ºcurso /4ºESO 2012-2013

¿Vamos a saber más sobre las fiestas?

1. Complete la tabla con la información de la presentación sobre fiestas españolas.

Fiesta Fecha de

celebración Características

2. Rellene los espacios en blanco con las siguientes palabras: disfraces/ carreta/ cabalgata/ ritual

2.1 He comprado unos ________ de bruja para el baile de Carnaval. 2.2 El origen de las Fallas es el ________ del fuego. 2.3 Mis abuelos me llevaban a la ________ de los Reyes Magos cuando era pequeña. 2.3 A la romería del Rocío se va en ________ y a caballo.

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95

3. Complete las siguientes oraciones con lo que ya sabe sobre las tradiciones de las fiestas españolas. 3.1 Quiero ir a Valencia en marzo para _____________________________________________________ 3.2 El 7 de julio ________________________________________________________________________ 3.3 Las procesiones de Semana Santa ______________________________________________________ 3. Elija una fiesta que se celebre exclusivamente en Portugal y descríbala de una forma sencilla. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

In http://www.mecd.gob.es/reinounido/ (adaptado)

4. Lea el texto con atención.

Fiestas Populares en España

La mayoría de las fiestas españolas está vinculada de algún modo a

la religión, pues la Iglesia no sólo aporta días própios de fiesta, sino que

santificó las anteriores, como la de San Juan o la Nochebuena, o las fiestas

de principio de febrero, como Santa Águeda, que era una de las

celabraciones del inicio de la primavera.

Generalmente, las fiestas tienen tres elementos fundamentales:

Los toros: se enmarcan en una ancestral cultura mediterránea, que pervivió sólo en España.

Ellos aparecen en relieves y pinturas desde tiempos remotos; los árabes incorporaron este animal en

sus festejos. Así, tenemos las corridas de toros y otras celebraciones del más puro arraigo árabe.

El fuego: símbolo de purificación, regeneración y transformación. Asociado a las Fallas de

Valencia o a la noche de San Juan (solsticio de verano).

La religión: aunque sea un elemento presente en casí todos los festejos, hay días que son

especialmente importantes en cuanto al catolicismo se refiere. Así, nombramos al Navidad, la Semana

Santa, Santiago (25 de julio) patrón de España y Virgen del Pilar (12 de octubre) patrona de España,

como siendo los más importantes.

“¡Somos el pueblo más festivo del Mundo!”

Mi padre dice que somos el pueblo más festivo del Mundo, pero mi abuela le dijo que antes

éramos mucho más festivos. Con el pasar de los tiempos, hay tradiciones que se pierden y se cambian,

pero España sigue siendo uno de los países con más celebraciones.

In: DidacticRed, IV, Instituto Cervantes (adaptado)

5. Indique los tres elementos fundamentales en las celebraciones festivas españolas y refiere una

fiesta para cada uno de ellos.

1___________________________________________________________________________________

2___________________________________________________________________________________

3___________________________________________________________________________________

5.1. ¿Dichos elementos también forman parte de celebraciones festivas portuguesas? Indique cuáles

y en qué fiestas.

____________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

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96

Agrupamento de Escolas do Fundão

______________________________________________

Ficha de trabajo de español – 10ºcurso /4ºESO 2012-2013

DISCURSO DIRECTO / INDIRECTO ¿Cuándo se utiliza? - Cuando contamos lo que alguien nos dijo, refiriéndonos a una conversación que tuvo lugar en un tiempo

pasado.

HAY QUE HACER VARIOS CAMBIOS EN LAS ORACIONES. ¡VAMOS A CONOCERLOS!

1.º CAMBIOS VERBALES

ESTILO DIRECTO ESTILO INDIRECTO

Presente de Indicativo “- Soy vuestra profesora.”

En Presente _ Presente de Indicativo Dice que es su profesora. En Pasado_ Pretérito Imperfecto de Indicativo Dijo que era su profesora.

Pretérito Perfecto de Indicativo “- He pasado todo el día trabajando.”

Pretérito Pluscuamperfecto o Pretérito Indefinido Dijo que había pasado / pasó todo el día trabajando.

Pretérito Indefinido “-Pasé todo el día de ayer estudiando.”

Pretérito Pluscuamperfecto o Pretérito Indefinido Dijo que había pasado / pasó todo el día anterior estudiando.

Pretérito Imperfecto de Indicativo “- Era una mujer misteriosa.”

Pretérito Imperfecto de Indicativo Ella dijo que era una mujer misteriosa.

EN ORACIONES INTERROGATIVAS:

a) Preguntas que exigen una respuesta de sí o no: “- ¿Quieres venir a la fiesta?”

Son introducidas por la conjunción si: Preguntó si quería venir a la fiesta.

b) Preguntas que son introducidas por un pronombre interrogativo: “- ¿Cuándo vienes?”

Son introducidas por el mismo pronombre interrogativo que se encuentra en el estilo directo: Preguntó cuándo venía.

ANEXO 3

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97

2.º CAMBIOS EN LOS MARCADORES TEMPORALES:

ESTILO DIRECTO ESTILO INDIRECTO

ahora entonces

hoy aquel día

anoche la noche anterior

ayer el día anterior

anteayer dos días antes

mañana al día siguiente

el próximo lunes el lunes siguiente

3.º CAMBIOS EN MARCADORES DE LUGAR Y DETERMINANTES:

ESTILO DIRECTO ESTILO INDIRECTO

aquí allí

acá allá

este/ esta aquel /aquella

estos/ estas aquellos /aquellas

Ejemplo: “Estoy acá mañana.” Dijo que estaba allá al día siguiente.

4.º CAMBIOS EN PRONOMBRE o ADJETIVOS:

PRONOMBRES REFLEXIVOS ADJETIVOS POSESIVOS PRONOMBRES POSESIVOS

me mi(s) mío(s) / mía(s)

te tu(s) tuyo(s) / tuya(s)

se su(s) suyo(s) / suya(s)

Nos nuestro(s) / nuestra(s) nuestro(s) / nuestra(s)

Os vuestro(s) / vuestra(s) vuestro(s) / vuestra(s)

Se su(s) suyo(s) / suya(s)

Ejemplo: “¿Cómo te llamas?” Preguntó cómo me llamaba. “Mi sombrero es el negro.” Dijo que su sombrero era el negro.

In Aprende gramática y vocabulario, 4, sgel (adaptado) In Gramática de uso del español, B1-B2, smELE (adaptado)

1. Las frases siguientes están en el estilo directo. Cuente lo que se dice, utilizando el estilo indirecto.

(Ejemplo: “Vamos ahora a ver los toros”. – Dijo ella. Dijo que iba entonces a ver los toros ).

1.1. “¿Tienes tu maletas?” – Preguntó ella a su padre. __________________________________________________________________________________ 1.2. “¿Dónde están mis gafas?” – Preguntó él. __________________________________________________________________________________ 1.3. “¡Haz la cama!” – Le ordenó su madre. __________________________________________________________________________________ 1.4. “¿Por qué no vas a la disco?” – Él me preguntó. __________________________________________________________________________________ 1.5. “Hoy llévate un abrigo, que hace frío.”- Le advirtió su abuela, que era una sevillana sabidora.

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Feria de abril - Sevilla Traje típico de fiesta

Otros trajes típicos de España

Ciudad de comunidad valenciana de dónde viene el Turrón.___ ___ ___ C ___ ___ ___ ___

Ciudad murallada, cerca de Salamanca, donde vivió Santa Teresa de Jesús. ___ V ___ ___ ___

ALICANTEÁVILA

¿Conoces estos trajes típicos portugueses?

Viana do Castelo Nazaré

Santarém

ANEXO 4

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ANEXO 5

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2.3. Reflexões sobre as aulas assistidas

Planifiquei as aulas de acordo com o tempo disponível, entregando os materiais ao orientador

atempadamente e recorrendo sempre ao programa de espanhol, às planificações e ao manual

adotado. Foram consultados outros manuais do mesmo nível de ensino, além do adotado pela escola

do Fundão, para o 9º ano de escolaridade. Esta leitura foi complementada também com o uso

recorrente a gramáticas e dicionários da língua espanhola. O uso da web, como ferramenta de

preparação da aula, também se tornou importante, é um instrumento de uso fácil e que, por vezes,

permite um acesso mais rápido à informação.

Ao longo do ano letivo, senti uma crescente evolução na preparação das aulas a lecionar. O

auxílio do orientador foi precioso para se irem anulando inseguranças e para se corrigirem alguns

vícios de língua, típicos de um professor autodidata, que foi aprendendo pelos seus meios e recursos.

Assim, com o apoio e à luz da experiência do Dr. Ricardo Gaspar, fundamentando opções e conteúdos

a lecionar, tudo correu da melhor forma. A assistência às aulas da Dr.ª Noémi Pérez representou,

também, uma enorme ajuda no crescimento profissional, na medida que os conselhos ao nível da

pedagogia de aula, assim como as correções de dicção, constituíram uma importante etapa a

ultrapassar.

Tanto nas turmas de básico como nas de secundário foi importante diversificar estratégias,

como por exemplo, a utilização do PowerPoint, vídeos e áudios com canções ou entrevistas, de

falantes nativos, o que permitia um contacto com a língua real, o uso de imagens e de fichas trabalho

apelativas, que estivessem ao serviço do programa, mas também, sempre em consonância com os

interesses dos alunos. O uso de elementos de culturais, foram também de importância crucial, na

medida que ajudaram na aproximação à turma e na adaptação das estratégias, que melhor

funcionavam para atingir os objetivos de aula. Desta feita, os materiais utilizados na aula foram ao

encontro das necessidades dos alunos e estiveram ao serviço do estudo dos temas, permitindo uma

correta e contextualizada aprendizagem, também, dos aspetos culturais e gramaticais.

O feedback das turmas foi sempre muito bom, no entanto, no básico, surgiram algumas

situações pontuais de indisciplina, que já vem sendo habitual nestas idades e com turmas mistas e

muito grandes.

Em suma, as aulas correram bem, excetuando alguns pormenores de adaptação, e tiveram

estratégias muito diversificadas, que ajudaram a que no final o balanço fosse muito positivo. Ainda

assim, apesar de se considerarmos todo este ano como um percurso de grande crescimento

profissional, esse trabalho nunca irá estar completo, o professor deve sempre munir-se de novas

ferramentas para se ir adaptando às necessidades dos seus alunos, devendo estar em constante

evolução numa dialética permanente entre a teoria e a pedagogia.

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Capítulo III

Atividades extracurriculares

1. Português

Logo nas primeiras semanas do ano letivo, a orientadora de Português alertou-nos para a

existência de um Plano Anual de Atividades, onde constariam as diversas atividades dos vários

departamentos, a realizar ao longo do ano letivo. O núcleo de estágio iria colaborar ativamente nas

atividades do Departamento de Línguas, tanto nas já programadas, assim como propor outras que

pudesse dinamizar. Desta feita, foram sempre realizadas reuniões com o intuito de analisar as

atividades que constavam no Plano, delegar funções e distribuir tarefas, sempre de acordo com o

calendário estabelecido para cada atividade. A colaboração com o jornal da escola “Olho Vivo”

esteve, também, intrinsecamente ligada às atividades, na medida que, quase sempre, era realizada

uma notícia a publicar neste meio de comunicação. Em suma, durante o decurso do ano letivo foram

dedicadas muitas sessões de trabalho a planificar e organizar estas mesmas atividades, que

seguidamente se irão descrever.

1.3 Entrevista para Rádio Cova da Beira (2 novembro)

O Núcleo de estágio deu uma entrevista à Rádio Cova da Beira, no dia 2 de novembro de 2012.

Esta entrevista foi levada a cabo por uma aluna da nossa escola a frequentar o ensino secundário. A

entrevista baseou-se fundamentalmente em divulgar qual a nossa experiência na escola enquanto

professoras estagiárias, bem como quais as nossas expectativas futuras. Esta entrevista foi para o ar

na semana seguinte.

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1.2 Tertúlia e exposição – Fernando Pessoa (8 janeiro)

Decorreu no final do horário letivo, do dia 8 de janeiro, na Biblioteca Escolar. O

Núcleo de Estágio organizou-se para o transporte dos objetos alusivos ao autor em questão,

recolhidos pela orientadora de estágio, entre alguns alunos e professores, para o local onde iria

decorrer o evento.

A Tertúlia iniciou-se com a leitura de frases soltas de poesias de Fernando Pessoa. A partir deste

momento, o dinamizador da tertúlia, Dr. Gabriel Magalhães, docente na Universidade da Beira

Interior e autor de várias obras, referiu a importância do significado dessas frases para o início do seu

discurso sobre o autor. Posteriormente passou à análise de alguns poemas, mas sempre à luz de

acontecimentos atuais, referindo-se também a situações da biografia do poeta, levando a que a

plateia se prendesse às suas palavras.

Creio que estas atividades beneficiam a proximidade ao estudo de um autor, na medida que levam a

que a plateia alvo, os alunos, se “agite” de outra forma, o estudo de Fernando Pessoa é levado para

fora da sala de aula, para fora dos manuais escolares e tratado por um especialista, como o Dr.

Gabriel Magalhães. O feedback obtido por parte dos alunos foi muito positivo dado que se mostraram

atentos e interessados durante toda a atividade.

1.3 Concurso de Leitura (10 janeiro)

Até chegar a esta fase, esta atividade teve uma colaboração ativa do Núcleo de estágio.

Assim, foram preparados contos de autor e realizadas fichas de leitura, a que os alunos a concurso

posteriormente responderam. A vigilância, correção das provas e cotação também ficou a cargo do

Núcleo de estágio.

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A sessão de apuramento iniciou-se com a apresentação dos alunos concorrentes, dos

elementos do júri e dos organizadores e dinamizadores do evento, que ocorreu na Biblioteca Escolar,

em horário pós-laboral, com a participação da comunidade escolar e dos Encarregados de Educação.

A dinamização desta fase do Concurso ficou a cargo da professora Regina e dos elementos do

Núcleo de estágio de português, que realizaram apresentação do evento, projeção das questões em

Power Point e cobertura fotográfica.

O concurso consistiu na resposta e argumentação dos concorrentes a perguntas efetuadas

sobre a leitura de obras e contos lidos por estes e distribui-se por cinco etapas – Textos do mundo;

Compreensão e conhecimento; Leitura e expressão; Escrita e criatividade; Argumentação e raciocínio

– avaliadas por um júri constituído por cinco elementos.

Os alunos vencedores desta etapa – Joana Gonçalves, Núria Guedes e Carlota Inês (3º ciclo) e

Vanessa Santos, Maria Miguel Félix e Marisa Jesus (secundário) – irão representar o Agrupamento de

Escolas do Fundão na fase distrital.

O evento prolongou-se até às 22 horas e 30 minutos, num ambiente onde a leitura e a cultura

reinaram, através da participação dos concorrentes e sob o olhar atento e orgulhoso dos pais, amigos

e professores que assistiram a mais uma atividade promovida pela nossa escola.

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104

1.4 Visita de Estudo Centro de Interpretação da Batalha de

Aljubarrota (6 de março 2013)

As visitas de estudo exigem uma preparação prévia muito cuidada e de grande

responsabilidade, na medida que é necessário marcar com muita antecedência , junto das

entidades que nos vão receber. Assim, ficou a cargo do Núcleo de Estagio o contacto com o

museu e a marcação do tipo de exposição a visitar. Dado que a turma em questão era de um

curso profissional, em que o programa incluia o estudo d´Os Lusíadas, episódio da Batalha de

Aljubarrota, considerou-se que seria uma temática interessante dado que o museu apresenta

um espétaculo multimédia e o curso é direccionado também para a informática e multimédia.

Aproveitou-se, também, para fazer uma visita ao Mosteiro da Batalha, dando oportunidade

aos alunos de conhecerem mais o Património Cultural português.

Notícia no jornal escolar “Olho Vivo”

Entrada do museu

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Folheto desdobrável com roteiro da visita e questões sobre o Mosteiro da Batalha

1.5 Olimpíadas da Oratória I (8 março 2013)

No dia 8 de março, a escola recebeu o evento Olimpíadas da Oratória 2013, que teve como

objetivo promover a arte do bem falar. Este projeto nasceu em 2011, na Escola Secundária Maria

Lamas, em Torres Novas, tendo sido trazido para o Fundão pelo Núcleo de estágio de Português.

Contactei de perto com este projeto, aquando da sua criação, tendo por base o excelente trabalho

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organizado e levado a cabo, sob iniciativa e coordenação do professor José Carlos Reis e Silva que,

tem feito chegar as Olimpíadas da Oratória a inúmeras escolas por todo o país.

A competição teve duas fases, a primeira, levada a cabo pelos professores de português da

turma, em que procederam à eleição do campeão de turma. Cada aluno preparou um texto, que mais

tarde apresentou à turma e foi sujeito a uma votação.

Desta primeira fase ficaram apurados, alunos do 3º ciclo e secundário, com o tema “Conta-me uma

história e, por sua vez, no secundário, “Praça Pública”.

A segunda fase da competição, o Festival de eleição do campeão de escola, teve lugar na

Biblioteca e foi aberta a sua assistência a toda a comunidade escolar. Pelas 18:30 do dia 8 de março

já estavam presentes todos os participantes, assim como os elementos do júri e uma vasta plateia de

Encarregados de Educação (Documentação das Olimpíadas em anexo 8).

Todos se empenharam e demonstraram as suas competências no domínio da expressão oral,

da organização do discurso, do conhecimento e do interesse por temas da atualidade.

A vencedora, no 3º ciclo, foi a aluna Margarida Nascimento do 7ºD e no secundário o Cristiano Gaspar,

da turma CT1. No entanto, salientam-se as excelentes intervenções de todos, que participaram pela

primeira vez neste evento.

Convite para o evento Certificado do evento

Noticia do jornal relativa às Olimpíadas da Oratória Discurso de encerramento

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1.6 Feira da poesia (16,16,18 de abril 2013)

Esta atividade foi promovida pelo departamento de línguas, em parceria com a editora

Alma Azul. Assim, no átrio da escola, a partir do dia 16 de abril e com a duração de 3 dias, foi

disponibilizada a toda a comunidade escolar a oportunidade de aquisição de várias obras, a

preço de feira, pretendendo-se estimular o gosto e o hábito pela leitura e uma aproximação a

autores, na sua maioria, de expressão portuguesa.

Exposição dos livros para venda, no átrio da escola

2. Espanhol

A partir das primeiras reuniões com o orientador de Espanhol, ficámos a saber que uma das

tarefas essenciais do núcleo de estágio, seria a participação ativa pra cumprimento do Plano Anual de

Atividades. Em algumas reuniões analisamos as atividades que constavam no Plano, foram-nos

delegadas funções e distribuídas tarefas, sempre de acordo com o calendário estabelecido para cada

atividade. A colaboração com o jornal da escola “Olho Vivo” esteve, também, intrinsecamente ligada

às atividades, na medida que, quase sempre, era realizada uma notícia a publicar neste meio de

comunicação. Em suma, durante o decurso do ano letivo foram dedicadas muitas sessões de trabalho

a planificar e organizar estas mesmas atividades, que seguidamente se irão descrever.

2.1. Dia Europeu das Línguas

O dia Europeu das Línguas celebrado na nossa escola a 26 de setembro consistiu numa exposição

de trabalhos de alunos com textos alusivos à Língua e Cultura Espanhola. Esta exposição decorreu no

átrio da escola e foi montada pelo Núcleo de estágio. Também foram expostos trabalhos relacionados

com as outras Línguas Estrangeiras lecionadas na escola, nomeadamente, Inglês e Francês.

O objetivo desta atividade foi celebrar a diversidade linguística e simultaneamente estimular a

aprendizagem da Língua Estrangeira.

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Notícia do jornal “Olho Vivo” sobre o evento

2.2. Día de la Hispanidad

No dia 12 de outubro celebra-se o Día de la Hispanidad ou Día Nacional de España, que pretende

celebrar a chegada de Cristóvão Colombo à América. Assim, na nossa escola teve lugar uma exposição

com objetos de Espanha e do mundo hispano, recolhidos na comunidade escolar, tanto por

professores como por alunos. Coube ao Núcleo de estágio a organização e disposição dos objetos

pelas vitrinas, assim como a decoração do átrio da escola. Esta exposição esteve à disposição do

público durante vários dias, o que permitiu contactar de perto com elementos do mundo hispano e

divulgar a Cultura e aguçar o gosto para a Língua.

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Notícia do jornal “Olho Vivo” sobre o evento

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2.3. Visita de Estudo a Salamanca

De forma a cumprir o já habitual intercâmbio escolar com o Instituto Lucía de Medrano, no dia 26

de outubro, realizou-se a visita de estudo a Salamanca. O Núcleo de estágio ficou incumbido de

realizar o roteiro da viagem, assim como realizar a notícia para o jornal “ Olho Vivo”. As atividades

de intercâmbio podem ser uma excelente experiência par obter uma perspectiva diferente da Língua

a estudar. O convívio com os alunos anfitriões permite, claramente, que os estudantes desenvolvam

habilidades comunicativas, que dificilmente iriam adquirir fechados dentro de uma sala de aula. O

contacto com os elementos culturais, alvo da visita, também representam uma fatia importante no

conhecimento que o aluno adquire nestas atividades.

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Folheto desdobrável com roteiro da visita e questões sobre Salamanca

2.4 Visita de Estudo Ávila – Segóvia – Guadalajara-Madrid

Durante os 3 dias de interrupção do Carnaval, realizou-se uma viagem de estudo a algumas

cidades do país vizinho. Além dos objetivos de contacto com a língua estrangeira, os alunos puderam

usufruir de todo um património cultural e arquitetónico, que nos foi sendo oferecido ao logo desses

dias. A visita foi organizada em parceria com o departamento de artes, na medida que é uma área a

que as turmas participantes pertencem. Desta forma, o itinerário regeu-se, também, pela visita a

alguns museus e outros locais de interesse a esta vertente.

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Torna-se interessante verificar a desenvoltura comunicativa, que os alunos adquirem no contacto

real com a língua que estudam. O vocabulário alarga-se e fixa-se, de uma maneira muito mais

permanente do que a que é feita em sala de aula. Os alunos, ao permanecerem em contacto com

situações reais, dificilmente se esquecem dos significados e isso ajuda na construção da sua

competência linguística, gramatical e comunicativa. Ilustramos, de seguida, esses dias de viagem.

(Notícia da visita de estudo, jornal Olho vivo, anexo 9)

2.5 Visita de Estudo a Mérida

No último dia do 2º período, a 15 de março, algumas turmas de espanhol rumaram com

destino à comunidade autónoma da Extremadura, mais especificamente à cidade património da

humanidade, Mérida. Foi muito interessante ver os testemunhos do passado romano, dado que esta

foi uma das cidades mais importantes, na Península Ibérica, dessa época de grandiosidade.

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Mais uma vez os alunos contactaram com a língua estrangeira que estudam, enriquecendo os

seus conhecimentos culturais, linguísticos e comunicativos. Coube ao Núcleo de estágio a realização

de um roteiro da visita, com algumas questões sobre a cidade, para serem respondidas pelos alunos.

Folheto desdobrável com roteiro da visita e questões sobre Mérida

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Capítulo IV

Ações de formação

Apesar de este ser um ano de trabalho intenso na escola e, também, por se

verificar um decréscimo nas ações de formação realizadas, nomeadamente na nossa

zona, interior do país, fizemos um esforço para assistir a algumas que foram surgiram e

que nos eram possível de frequentar. Os certificados que se seguem são de Editoras, que

quando lançam um novo manual têm a política de dar indicações ao professor para

melhorar a forma de trabalhar com este material.

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Considerações finais

Gigantes são mestres, nos ombros dos quais eu me elevei. Isaac Newton

Durante todo este ano letivo, apesar de não ser o primeiro a contactar com o ensino, voltei a

sentir o entusiasmo que me moveu ao escolher esta profissão, consciente de que a função do

professor não se limita ao ensino dos conteúdos programáticos, sendo cada dia que passa uma

oportunidade para abrir mentes, corações e moldar vidas. Os sonhos de cada aluno deverão sempre

ser respeitados e tomados em atenção. O papel do professor será desafiá-los e muni-los de

ferramentas para poderem chegar mais alto. Assim, a escola deverá proporcionar ao aluno um

ambiente de bem estar para se sentir à vontade, para explicitar dúvidas e pôr à prova saberes. Torna-

se importante ensiná-los a encarar os erros com normalidade, sem razões para ter vergonha, mas

como oportunidades para aprender a fazer melhor.

Na qualidade de professora que voltou a ser aluna, penso que me esforcei por ser melhor e

aprender com os erros que ia cometendo, aperfeiçoando técnicas e métodos de trabalho,

experimentando e arriscando estratégias novas, crescendo como pessoa e como profissional, sempre

ajudada pelos orientadores e colegas de estágio. Reconheço que todos os dias, em todas as aulas que

passaram, surgiram momentos de crescimento, as metas a atingir foram transformadas em etapas,

num constante processo de renovação interior.

Tendo em conta a boa relação com os alunos e com a comunidade escolar, posso afirmar que

gostei do que fiz, o que motivou e facilitou o trabalho. Este ano constituiu, de facto, um período

muito trabalhoso, a todos os níveis, no qual pude contactar, com um manancial humano

extraordinário, expresso num bom acolhimento a todos os níveis, que me foi dispensado pelo

Agrupamento de Escolas do Fundão e que incentivou o meu trabalho enquanto professora.

A língua materna é, por excelência, a marca de identidade de um povo, sendo veículo de

expressão de conteúdos e construção de saberes. No entanto, para além de refletir a cultura de uma

comunidade, é também a melhor forma desse povo se virar para outros. Deste ponto de vista,

gostaria de registar a convicção e o orgulho da minha vocação e interesse pela docência do

Português, ainda que, face ao panorama socio-económico atual, as esperanças de voltar a lecionar a

disciplina sejam muito escassas.

No que respeita ao ensino da língua estrangeira, o espanhol, apresenta-se-nos um cenário

profissional mais promissor, mas não isento de algumas contrariedades. Ainda assim, os anos de

docência como não profissionalizada e este ano onde cresci profissionalmente fizeram crescer a

minha paixão pelo ensino da língua estrangeira, que vai colocando o falante, no seu caminho de

aprendizagem, em contacto com outras discursividades.

No aluno de língua estrangeira há um desejo de escolha, que não existe na língua materna, há

um ato voluntário de aprender e uma liberdade, uma busca consciente pelo novo e pelo

desconhecido. Assim, cria-se uma interação muito interessante entre professor e aluno de língua

estrangeira, aproximando-a da interação que se dá entre um adulto e uma criança, na aprendizagem

da língua materna.

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Em suma, vejo todo este ano como um percurso de grande crescimento, tanto profissional

como humano e espero, com o passar dos anos, aperfeiçoar sempre os meus métodos e aprofundar os

meus conhecimentos tendo em vista o aluno e o sucesso escolar.

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Page 132: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · 2014-07-24 · vii Resumo A presente dissertação reflete toda a atividade letiva e não letiva realizada no presente ano letivo, no âmbito do estágio

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