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MINISTÉRIO DA SAÚDE ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE DO CENTRO, IP AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE – PINHAL LITORAL II RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 LEIRIA, MAIO DE 2012

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MINISTÉRIO DA SAÚDE ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE DO CENTRO, IP

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE – PINHAL LITORAL II

RELATÓRIO DE

ATIVIDADES 2011

LEIRIA, MAIO DE 2012

i

MINISTÉRIO DA SAÚDE ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE DO CENTRO, IP

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II

L E I R I A , M A I O D E 2 0 1 2

RELATÓRIO DE

ATIVIDADES

ACES PL II 2011

PRESIDENTE DO CONSELHO CLÍNICO Maria Isabel Poças Assistente Graduada de Medicina Geral e Familiar

COORDENADOR DA UNIDADE DE APOIO À GESTÃO Rui Alberto Gomes Técnico Superior

NUCLEO DE PLANEAMENTO Aline Oliveira Salgueiro Técnica Superior Rui Passadouro Fonseca Médico Assistente Graduado de Saúde Pública Cristina Isabel Fernandes Enfermeira Esp. Saúde Comunitária Maria Emília Vieira Assistente Técnica Adelina Maria Ferrinho Assistente Técnica

i

ABREVIATURAS E SIGLAS

ACES - Agrupamento de Centros de Saúde

ACSS - Administração Central do Sistema de Saúde

ARS - Administração Regional de Saúde

CAD – Centros de Aconselhamento e Deteção

CAJ – Centro de Atendimento a jovens

CD – Cheque dentista

CSP – Cuidados de Saúde Primários

DGS - Direção Geral da Saúde

HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana

INE - Instituto Nacional de Estatística

MS - Ministério da Saúde

OMS - Organização Mundial de Saúde

PF - Planeamento Familiar

PL II - Pinhal Litoral II

PNV - Plano Nacional de Vacinação

ROR – Registo Oncológico Regional

SAM - Sistema de Apoio ao Médico

SAPE - Sistema de Apoio à Prática da Enfermagem

SIARS - Sistema de Informação das Administrações Regionais de Saúde

SINUS - Sistema de Informação para Unidades de Saúde

SOCJ - Saúde Oral em Crianças e Jovens

UAG - Unidade de Apoio à Gestão

UCC - Unidade de Cuidados na Comunidade

UCF – Unidades Coordenadoras Funcionais

UCSP - Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados

URAP - Unidades de Recursos Assistenciais Partilhados

USF - Unidade de Saúde Familiar

USP - Unidades de Saúde Pública

ii

INDÍCE

Introdução ....................................................................................................................... 1 1 – Caracterização do ACES PLII .................................................................................. 3 1.1 – Organogramas do ACES ....................................................................................... 3 1.2 - Recursos Humanos ................................................................................................ 4 1.3 - Área Geográfica ..................................................................................................... 4 1.4 - População............................................................................................................... 5 1.4.1 - População Inscrita/ Utilizadora ............................................................................ 7 1.4.2 - Proporção de população residente feminina ....................................................... 7 1.4.3 - Taxa bruta de natalidade ..................................................................................... 8 1.4.4 - Proporção população residente, com mais de 14 anos, com pelo menos a escolaridade obrigatória por local de residência ............................................................ 8 1.4.5 – Índice de envelhecimento e dependência .......................................................... 9 1.4.6 – Densidade populacional ................................................................................... 10 1.4.7 - Resultados em saúde ........................................................................................ 11 1.4.8.1 – Indicadores gerais ......................................................................................... 11 1.4.8.2 – Taxas brutas de mortalidade por causa de morte ......................................... 13 1.4.8.3 – Indicadores de morbilidade ............................................................................ 17 1.4.8.4 – Morbilidade por doenças de declaração obrigatória ...................................... 20 2 – Contratualização e resultados ................................................................................ 22 2.1 – Indicadores do eixo nacional ............................................................................... 22 2.2 – Indicadores do eixo regional ................................................................................ 24 2.3 – Indicadores do eixo local ..................................................................................... 25 2.4 – Processo de contratualização .............................................................................. 26 3 – Avaliação do plano de ação .................................................................................... 28 3.1 – Programa de prevenção de doenças cardio-vasculares, prevenção e controlo da diabetes ........................................................................................................................ 28 3.2 – Doenças oncológicas ........................................................................................... 29 3.3 – Programa das doenças transmissíveis, tuberculose, doenças evitáveis pela vacinação...................................................................................................................... 30 3.3.1 – Tuberculose ...................................................................................................... 30 3.3.2 - Doenças evitáveis pela vacinação .................................................................... 30 3.3.3 - Deteção precoce do HIV/SIDA .......................................................................... 31 3.4 – Saúde do idoso/cuidados continuados integrados .............................................. 31 3.5 – Programas do ciclo de vida ................................................................................. 34

iii

3.5.1- Programa de saúde infantil e juvenil .................................................................. 34 3.5.2 - Promoção de saúde em meio escolar ............................................................... 34 3.5.3 - Promoção da saúde oral ................................................................................... 35 3.5.3.1 – Saúde Oral em Crianças e Jovens com a emissão de cheque dentista ....... 35 3.5.3.2 – Saúde Oral em Crianças e Jovens com a emissão de cheque dentista pelo médico de família .......................................................................................................... 36 3.5.3.3 – Saúde Oral na gravidez ................................................................................. 37 3.5.3.4 – Saúde oral na pessoa idosa .......................................................................... 37 3.5.4 - Promoção da saúde dos adolescentes e jovens ............................................... 37 3.5.5 - Saúde Sexual e Reprodutiva da Mulher ............................................................ 39 3.5.5.1 – Saúde Materna .............................................................................................. 39 3.5.5.2 – Planeamento familiar ..................................................................................... 40 4 – Plano de investimento e orçamento económico ..................................................... 41 Considerações finais .................................................................................................... 42

iv

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1– Pirâmide etária: estimativa da população residente no ACES PL II a 31/12/2010. ..................................................................................................................... 6 Gráfico 2– População residente no ACES PL II por género (%) em 2011. .................... 8 Gráfico 3 - Taxa bruta de natalidade (%0 ) por local de residência, 2009-2010 ............. 8 Gráfico 4 Proporção da população residente, com mais de 14 anos, com pelo menos a escolaridade obrigatória (%) por local de residência, censos 2001 ............................... 9 Gráfico 5 - Proporção da população residente, com mais de 14 anos, com pelo menos a escolaridade obrigatória (%) por local de residência, censos 2011. ........................... 9 Gráfico 6 e Gráfico 7– Índice de envelhecimento por local de residência à data dos censos. ......................................................................................................................... 10 Gráfico 9 e Gráfico 10 – Índice de dependência total por local de residência à data dos censos. ......................................................................................................................... 10 Gráfico 11– Evolução da densidade populacional (Hab. / km 2) na área geográfica do ACES PL II, na Região Centro e Continente, censos 1991, 2001 e 2011. ................... 11 Gráfico 12- Risco de morrer até aos 5 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002 - 2009 ............................................................. 12 Gráfico 13- Taxa de mortalidade padronizada pela idade, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009. ...................................... 13 Gráfico 14- Taxa de anos potenciais de vida perdidos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009 ....................................... 13 Gráfico 15- Taxa bruta de mortalidade por cancro da mama feminino antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009..................................................................................................................... 14 Gráfico 16- Taxa bruta de mortalidade por cancro do colo do útero antes dos 65 anos, na área - geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009. ............................................................................................................................. 14 Gráfico 17- Taxa bruta de mortalidade por cancro do cólon e recto antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009. ............................................................................................................................. 15 Gráfico 18- Taxa bruta de mortalidade por Doença Isquémica Cardíaca (DIC) antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009........................................................................................................... 15 Gráfico 19- Taxa bruta de mortalidade por AVC antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009. ...................... 16 Gráfico 20- Taxa bruta de mortalidade por SIDA antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009 ....................... 16 Gráfico 21– Taxa bruta de mortalidade por suicídio antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009. ..... 17 Gráfico 22- Taxa bruta de mortalidade por doenças atribuíveis ao álcool antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009..................................................................................................................... 17 Gráfico 23 – Nº de diabéticos e hipertensos em 2010 3 2011 no ACESPLII ............... 29 Gráfico 24 - Distribuição dos atendimentos por grupo etário ....................................... 38

v

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Recursos Humanos por unidade de saúde no ACES PL II .......................... 4 Quadro 2 – População residente (Nº) e discriminação por género e grupos etários-chave, Censos 2011. ...................................................................................................... 6 Quadro 3 – População inscrita, utilizadores e taxa de utilização do ACES PL II, 2009 a 2011. ............................................................................................................................... 7 Quadro 4 – Utentes inscritos por unidade funcional em 31/12/2011 .............................. 7 Quadro 5- Taxa de mortalidade infantil (‰), na área geográfica do ACES PL II, da ARSC e do Continente; nos anos 2006-2010 ............................................................... 12 Quadro 6 – Principais indicadores de morbilidade na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2007-2010 ............................................................... 19 Quadro 7 – Evolução das doenças de declaração obrigatória em 2010 – 2011 .......... 21 Quadro 8 – Indicadores de contratualização do eixo nacional ..................................... 23 Quadro 9 - Indicadores de contratualização do eixo regional ...................................... 24 Quadro 10 - Indicadores de contratualização do eixo local .......................................... 25 Quadro 11 – Prevenção e controlo de hipertensão e diabetes .................................... 28 Quadro 12 – Vigilância da doença oncológica ............................................................. 29 Quadro 13 – Doentes em seguimento no CDP de Leiria ............................................. 30 Quadro 14 – Evolução dos casos de tuberculose de 2010- 2011 ................................ 30 Quadro 15 – Atividades desenvolvidas no CDP em 2011. ........................................... 30 Quadro 16 – Cobertura de programa de vacinação no ACES PL II, no ano 2011 ....... 31 Quadro 17– Número de aconselhamentos com teste realizados no CAD, no ano 2012 ...................................................................................................................................... 31 Quadro 18– Distribuição do número de idosos por género e grupo etário nas unidades de saúde do ACES PL II, em 2011 ............................................................................... 32 Quadro 19– Doentes referenciados e que ingressaram na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, Equipa Coordenadora Local Dr. Arnaldo Sampaio, em 2011 ...................................................................................................................................... 33 Quadro 20– Indicadores do programa de Saúde Infantil no ACES PL II, no ano 2011 34 Quadro 21 – Percentagem de alunos envolvidos pela saúde escolar em 2011 ........... 35 Quadro 22 – Alunos abrangidos pela saúde oral em 2011 .......................................... 35 Quadro 23 – Cheques dentista emitidos no âmbito da SE no ano letivo 2010/2011 ... 36 Quadro 24 –Cheques dentista emitidos pelos Médicos de Família em 2011 .............. 36 Quadro 25 – Cheque dentistas emitidos pelos Médicos de Família em 2011 .............. 37 Quadro 26 - Número de atendimentos no CAJ do ACES PL II, no ano 2011 .............. 38 Quadro 27- Número de atendimentos no CAJ do ACES PL II, segundo o tipo de atendimento no ano 2011 ............................................................................................. 38 Quadro 28 - Distribuição dos atendimentos no CAJ por motivos, no ano 2011 ........... 39 Quadro 29- Indicadores de saúde materna .................................................................. 40 Quadro 30 – Indicadores de planeamento familiar ....................................................... 40

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 1

INTRODUÇÃO

Os Cuidados de Saúde Primários (CSP), vertente fundamental do sistema de saúde

para atingir um nível adequado de saúde da população, devem constituir o primeiro

nível de contacto dos cidadãos com o sistema de saúde.

A resposta às necessidades de saúde abrangem a promoção e vigilância, a

prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, bem como a implementação de

actividades direccionadas às situações de maior risco e vulnerabilidade,

estabelecendo uma acção intencional que proporcione melhores cuidados de saúde.

No âmbito legislativo o Decreto-Lei nº28/2008 de 22 de Fevereiro, vincou e

reconheceu os CSP como o pilar central do sistema de saúde, promovendo a

reestruturação deste nível de cuidados criando os Agrupamentos de Centros de

Saúde (ACES), que não são mais do que serviços públicos de saúde com autonomia

administrativa, constituídos por várias unidades funcionais, que agrupam um ou mais

centros de saúde e têm por missão garantir a prestação de cuidados de saúde à

população de determinada área geográfica.

Esta iniciativa visa proporcionar ganhos em saúde para as populações e encontra-

se sustentada em metas que revelam ganhos de racionalização e eficiência para o

funcionamento de redes de cuidados de saúde, onde os princípios de

racionalização de estruturas e recursos, de simplificação e de melhoria de

qualidade são objetivos fundamentais.

O ACES Pinhal Litoral II integra os concelhos de Batalha, Marinha Grande, Leiria e

Porto de Mós, com uma população residente de 205 707 individuos (Censos 2011), e

com 226.093 utentes inscritos nas Unidades de Saúde (SINUS, 2011).

O Relatório de Actividades constitui o instrumento fundamental de apoio à gestão,

que permite objectivar e acompanhar o conjunto das actividades baseadas no

diagnóstico das necessidades.

A concretização dos objetivos e metas traçados requer uma avaliação periódica para

ser bem sucedida.

A metodologia utilizada na sua elaboração, para recolha de dados baseou-se na

pesquisa bibliográfica (publicações científicas, fontes documentais e fontes de

informação online), na informação obtida através das aplicações informáticas Sistema

de Informação das Administrações Regionais de Saúde (SIARS), SINUS® (Sistema de

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 2

Informação para Unidades de Saúde), SAPE® e SAM®, bem como dados colhidos

através do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Estamos conscientes que constrangimentos relacionados com a gestão dos recursos

humanos e com as novas técnologias da iinformação e comunição, colocam questões

que exigem grande esforço, mobilização e criatividade dos profissionais.

O presente relatório encontra-se estruturado em cinco capitulos, de acordo com as

orientações do Departamento de contratualização da ARSC.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 3

1 – CARACTERIZAÇÃO DO ACES PLII

1.1 – ORGANOGRAMAS DO ACES

A principal missão do ACES é garantir a prestação de cuidados de saúde primários à

população da área geográfica Pinhal Litoral II. A sua estrutura formal encontra-se

representada pelo organograma e abrange os órgãos de gestão e fiscalização, no

entanto o lugar de Diretor Executivo esteve vago por aposentação. (Fig. 1).

É composto por 5 centros de saúde, 3 Unidade de Saúde Familiares (USF), a Unidade

de Saúde Pública (USP), e 42 extensões de saúde.

Figura 1 - Diagrama Organizacional do ACES PL II

DIRETOR

EXECUTIVO

CONSELHO

EXECUTIVO

CONSELHO

CLÍNICO

CONSELHO DA

COMUNIDADE

ECL RNCCI

UNIDADE DE APOIO

À GESTÃO

USP

URAP

CENTRO SAÚDE BATALHA

USF CONDESTAVEL

CENTRO SAÚDE DR. ARNALDO SAMPAIO

USF SANTIAGO CENTRO SAÚDE DR. GORJÃO HENRIQUES

USF D. DINZ

CENTRO SAÚDE

MARINHA GRANDE

CENTRO SAÚDE

PORTO DE MÓS

GABINETE DO

CIDADÃO

Legenda: ECL – EQUIPA COORDENADORA LOCAL/ RNCCI – REDE NACIONAL DE CUIDADOS CONTINUADOS INTERGRADOS/ USF – UNIDADE SAÚDE FAMILIAR/ USP – UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA/ URAP – UNIDADE DE RECURSOS PARTILHADOS

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 4

1.2 - RECURSOS HUMANOS

Da análise do Quadro 1 constatamos que a 31/12/2011 integravam o ACES 110

médicos de clínica geral com ficheiro atribuído, 8 médicos de saúde pública, 122

enfermeiros, 103 assistentes técnicos, 51 assistentes operacionais e 23 técnicos.

Quadro 1 - Recursos Humanos por unidade de saúde no ACES PL II

Fonte: DRH do ACESPLII a 31/12/2011 * Estão distribuídos pelos CS

1.3 - ÁREA GEOGRÁFICA

Neste capítulo pretende-se caracterizar a área geográfica, a população, incluindo as

características da mesma que predispõem a uma maior adequação de cuidados de

saúde às necessidades efetivas de saúde.

O ACES PLII insere-se no Distrito de Leiria e abrange a área geográfica, dos

concelhos da Batalha, Leiria, Marinha Grande e Porto de Mós (Fig.2).

UNIDADES DE SAÚDE

RECURSOS HUMANOS

Nº MÉDICOS Nº

ENFEM.

ASSIST.

TÉCNICOS

ASSIST.

OPERAC.

OUTROS

TÉCNICOS

C.GERAL

c/ficheiro

SAÚDE

PÚBLICA

CS Batalha 1 1 2 1

CS Dr. Arnaldo Sampaio 26 4 29 25 16 9

CS Dr. Gorjão Henriques 30 29 22 16 2

CS Marinha Grande 21 2 26 15 7 4

CS Porto de Mós 12 1 17 16 7 1

USF Condestável 9 9 8

USF D. Diniz 6 6 5

USF Santiago 6 5 3 1

USP * 7 *

Laboratório Saúde Pública * 2 2 6

TOTAL 110 8 122 103 51 23

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 5

Esta área geográfica apresenta-se com grande influência sócio - económica e

fortemente representativa do distrito de Leiria, junta à agricultura e à pecuária

tradicionais, as indústrias de moldes, alimentos compostos para animais, moagem,

serração de madeiras, resinagem, cimentos, metais, serração de mármores,

construção civil, o comércio e, mais recentemente, o turismo.

Figura 2 – Área geográfica do ACES PL II

Fonte: AEPORTUGAL, 2010

1.4 - POPULAÇÃO

A caracterização demográfica de uma população permite analisar a sua tendência, isto

é o seu crescimento, envelhecimento e mobilidade, quando efetuada em simultâneo

com os indicadores demográficos permite avaliar as necessidades em saúde de uma

população possibilitando comparações individuais e coletivas de forma a tomar

decisões e a planear intervenções adequadas.

O ACES PL II integra os concelhos de Batalha, Marinha Grande, Leiria e Porto de Mós

com uma população residente, de 205 707 indivíduos, conforme dados apresentados

no Quadro 2.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 6

Quadro 2 – População residente (Nº) e discriminação por género e grupos etários-chave, Censos 2011.

ACES e Municípios

Grupos etários

TOTAL 0-14 15-24 25-64 65 +

Pinhal Litoral II HM 205707 31250 22537 114515 37405

H 99470 16013 11565 55521 16371

M 106237 15237 10972 58994 21034

Batalha HM 15805 2470 1704 8650 2981

H 7650 1241 864 4218 1327

M 8155 1229 840 4432 1654

Leiria HM 126879 19317 14544 70864 22154

H 61316 9920 7463 34248 9685

M 65563 9397 7081 36616 12469

Marinha Grande HM 38681 5803 3745 21953 7180

H 18641 2935 1933 10641 3132

M 20040 2868 1812 11312 4048

Porto de Mós HM 24342 3660 2544 13048 5090

H 11863 1917 1305 6414 2227

M 12479 1743 1239 6634 2863

Fonte: INE, 2012

Analisando o gráfico 1, a pirâmide etária da estimativa da população residente na área

de abrangência do ACES, demonstra um estreitamento da base e um alargamento do

centro.

Gráfico 1– Pirâmide etária: estimativa da população residente no ACES PL II a 31/12/2010.

Fonte: INE, 2012

5,00

5,57

5,44

5,67

5,87

6,83

7,66

7,79

7,59

7,48

7,03

6,35

5,61

4,91

4,38

3,42

2,14

1,25

4,57

4,95

5,12

5,16

5,50

6,33

7,32

7,42

7,39

7,58

6,93

6,35

5,91

5,24

4,80

4,26

3,10

2,08

10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00

0‐45 ‐ 9

10 ‐ 1415 ‐ 1920 ‐ 2425 ‐ 2930 ‐ 3435 ‐ 3940 ‐ 4445 ‐ 4950 ‐ 5455 ‐ 5960 ‐ 6465 ‐ 6970 ‐ 7475 ‐ 7980 ‐ 84

≥ 85

%

Grupos Etários

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 7

1.4.1 - População Inscrita/ Utilizadora

Da análise do Quadro 3, podemos constar que houve um acréscimo de utentes

inscritos, contudo a taxa de utilização baixou de 2010 para 2011.

Quadro 3 – População inscrita, utilizadores e taxa de utilização do ACES PL II, 2009 a 2011.

ACES PL II Nº Inscritos*

Inscritos SNS1

Nº inscritos incluem transf. E óbitos

Nº Utilizadores

Utilizadores SNS

Taxa deUtilização

2009 224.792 202.220 228.263 138.272 128.924 66,28

2010 225.794 213.007 230.845 148.950 139.663 64,52

2011 226.093 213.260 230.416 147.528 138.708 64.03

Fonte: SIARS, 2012 (* inscritos em 31/12)

No final de 2011 (Quadro 4) estavam inscritos no ACES PLII 226.093 utentes dos

quais 28.256 (12,5%) não tinham médico de familia atribuido, sendo a média de

utentes por médico de 2055. O CS Arnaldo Sampaio representa 17,4% dos utentes

sem médico de familia.

Quadro 4 – Utentes inscritos por unidade funcional em 31/12/2011

Unidade funcional Nº total de utentes

inscritos (*)

Nº de utentes s/ MF (em espera) MF c/

ficheiro Média

utentes/médico Nº de utentes %

Batalha - USF Condestável 16613 0 0,0% 9 1846

CS Arnaldo Sampaio s/ USF 57642 10055 17,4% 27 2135

USF Santiago 10950 0 0,0% 6 1825

CS Gorjão Henriques s/ USF 59677 8637 14,5% 28 2131

USF D. Diniz 11714 0 0,0% 6 1952

CS Marinha Grande 42025 5872 14,0% 21 2001

CS Porto de Mós 27465 3692 13,4% 13 2113

TOTAL 226093 28256 12,50% 110 2055

Fonte: SIARS e SINUS, 2012 (* inscritos em 31/12)

1.4.2 - Proporção de população residente feminina

Da análise do Gráfico 2 constatamos que o género feminino representa 52% da

população residente na área de abrangência do ACES PL II.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 8

Gráfico 2– População residente no ACES PL II por género (%) em 2011.

Fonte: INE, censo 2011 (dados provisórios)

1.4.3 - Taxa bruta de natalidade

Perante a análise do gráfico 3, verificamos que a taxa bruta de natalidade teve um

aumento nas unidades geográficas apresentadas com exceção da região de Pinhal

Litoral e concelho de Leiria, de 2009 para 2010.

Gráfico 3 - Taxa bruta de natalidade (%0 ) por local de residência, 2009-2010

Fonte: INE, 2012

1.4.4 - Proporção população residente, com mais de 14 anos, com pelo menos a escolaridade obrigatória por local de residência

Relativamente ao nível de instrução escolaridade obrigatória da população residente

(Gráfico 4) concluímos que os concelhos de Leiria e Marinha Grande apresentam as

percentagens mais elevadas quando comparadas com as áreas em estudo, mantendo

esta posição nos Censos 2001 e 2011.

48%52%

Homens Mulheres

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AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 9

Nos censos de 2011, a população residente, com mais de 14 anos, com pelo menos a

escolaridade obrigatória continua ser em maior número relativo nos concelhos de

Leiria e Marinha Grande, quando comparado com o Pinhal Litoral (Gráfico 5).

Gráfico 4 Proporção da população residente, com mais de 14 anos, com pelo menos a escolaridade obrigatória (%) por local de residência, censos 2001

Fonte: INE, 2011

Gráfico 5 - Proporção da população residente, com mais de 14 anos, com pelo menos a escolaridade obrigatória (%) por local de residência, censos 2011.

Fonte: INE, 2012

1.4.5 – Índice de envelhecimento e dependência

Da avaliação efetuada aos Gráfico 6 e 7, constatamos que houve um aumento do

índice de envelhecimento em todos os locais de residência ou áreas geográficas na

última década. Nos locais que compõem a área de abrangência do ACES PL II, este

índice apresenta valores inferiores quando comparado com a área de abrangência da

ARSC, tendência que se manteve semelhante nos valores dos Censos de 2001 e

2011, sendo o concelho de Porto de Mós o que apresenta maior taxa de

envelhecimento no concelho de Leiria onde esta taxa é a mais baixa.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 10

Gráfico 6 e Gráfico 7– Índice de envelhecimento por local de residência à data dos censos.

Fonte: INE, 2012

O índice de dependência total traduz a relação em percentagem, entre o somatório da

população jovem e idosa (≥ 65 anos) e a população em idade ativa (15-64 anos).

Da análise dos gráficos 8 e 9 verificamos que o índice de dependência total nas áreas

geográficas que compõem o ACES PLII apresenta valores inferiores quando

comparado com os valores da ARSC e ou do Continente, tendência que se manteve

semelhante nos Censos 2001 e 2011. Os concelhos de Porto de Mós e Leiria tal como

no índice de envelhecimento continuam com o maior e menor valor respetivamente.

Gráfico 8 e Gráfico 9 – Índice de dependência total por local de residência à data dos censos.

Fonte: INE, 2012

1.4.6 – Densidade populacional

Analisando a densidade populacional, representada no Gráfico 10, nas diferentes

unidades geográficas no período entre 1991, 2001 e 2011, verificamos um aumento do

número de habitantes/Km2 em todas as unidades geográficas, sendo que a área

geográfica do Pinhal Litoral apresenta valores superiores ao Continente e à Região

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 11

Centro. O concelho de Porto de Mós é o concelho com menor densidade populacional

nos três censos sendo Leiria o concelho onde esta densidade é mais elevada.

Gráfico 10– Evolução da densidade populacional (Hab. / km 2) na área geográfica do ACES PL II, na Região Centro e Continente, censos 1991, 2001 e 2011.

Fonte: INE, 2011

1.4.7 - Resultados em saúde

Na elaboração do plano de desempenho para 2011 elegeram-se indicadores que

traduzem a relação entre as atividades desenvolvidas, resultados específicos e

população em risco. No presente relatório iremos analisar de forma descritiva os

indicadores clássicos negativos de saúde, que medem as alterações verificadas nos

problemas de saúde da população da área de abrangência do ACES PL II,

comparando-os com os valores obtidos para área de abrangência da ARCS e do

Continente.

1.4.7.1 – Indicadores gerais

A taxa de mortalidade infantil representa o número de óbitos de crianças com menos

de 1 ano de idade, observado num período de cinco anos, em relação ao número de

nados vivos do mesmo período (habitualmente expressa em número de óbitos de

crianças com menos de 1 ano por 1000 (10³) nados vivos (DGS, 2009).

Verificamos da análise do Quadro 5 que esta taxa não apresenta valores constantes

para a mesma unidade territorial ou ano em estudo. Destacando-se o valor relativo ao

ano de 2008 na área de abrangência do ACES PL II, por ser bastante elevado quando

comparado com os restantes valores. Apesar das oscilações podemos afirmar que do

primeiro, para o último ano em estudo a taxa de mortalidade infantil diminuiu em todas

as áreas geográficas.

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Quadro 5- Taxa de mortalidade infantil (‰), na área geográfica do ACES PL II, da ARSC e do Continente; nos anos 2006-2010 Ano Área Geográfica

2006 2007 2008 2009 2010

ACES PLII 4,20 1,0 5,6 2,07 1,1

ARSC 2,96 3,36 3,68 2,59 n.d.

CONTINENTE 3,29 3,46 3,28 3,52 2,50

Fonte: INE Anuário estatístico, 2011

O risco de morrer até aos 5 anos representa a probabilidade de óbito nessa faixa

etária por nados-vivos. Da análise do Gráfico 11 verifica-se uma evolução irregular

desse risco, quando comparado com os valores da ARSC e de Portugal Continental.

Gráfico 11- Risco de morrer até aos 5 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002 - 2009

Fonte: INE, 2010

As estatísticas de mortalidade continuam a desempenhar um papel da maior

relevância no planeamento em saúde face à limitada possibilidade de produzir

estatísticas de morbilidade de âmbito nacional.

A taxa de mortalidade indica-nos o número de óbitos observado durante um

determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média

desse período.

Ao analisarmos o Gráfico 12, constatamos que a taxa de mortalidade padronizada pela

idade nos anos apresentados diminui em todas as unidades geográficas, sendo que

no ACES PL II apresenta valores inferiores.

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Gráfico 12- Taxa de mortalidade padronizada pela idade, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009.

Fonte: INE, 2012 A taxa de anos potenciais de vida perdidos define-se como o número de anos

potenciais de vida perdidos em cada cem mil habitantes e obtém-se através do

quociente entre os anos potenciais de vida perdidos e a população média residente

(com menos de 70 anos), num determinado período de tempo, normalmente o ano

civil.

Ao analisar o Gráfico 13, verificamos que esta taxa apresenta valores superiores no

primeiro ano em estudo, sendo sempre inferior na unidade geográfica do ACES PL II

quando comparada com as restantes regiões.

Gráfico 13- Taxa de anos potenciais de vida perdidos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009

Fonte: INE, 2012

1.4.7.2 – Taxas brutas de mortalidade por causa de morte

A mortalidade por cancro de mama feminino tem vindo a aumentar nos anos em

estudo, observando-se um aumento em 2008 na área de abrangência do ACES PL II e

em Portugal Continental em 2009 (Gráfico 14).

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AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 14

Gráfico 14- Taxa bruta de mortalidade por cancro da mama feminino antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009.

Fonte: INE, 2012

Relativamente à taxa de mortalidade por cancro do colo do útero nas mulheres com

idade inferior aos 65 anos, verifica-se uma redução de 2%000 para 1%000 entre 2002 e

2006, com exceção do Continente. Esta redução não se confirmou nos anos

seguintes, mantendo-se essa taxa em 2%0000 nos anos 2007 e 2008, no entanto em

2009 apresenta um aumento em todas as unidades geográficas, com maior enfâse na

área de abrangência do ACES PLII. (Gráfico 15).

Gráfico 15- Taxa bruta de mortalidade por cancro do colo do útero antes dos 65 anos, na área - geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009.

Fonte: INE, 2012 A taxa de mortalidade por cancro do cólon e do reto nos indivíduos com idade inferior

aos 65 anos tem-se mantido sem variação, em 7%000, nos anos em estudo até 2008,

com exceção da região centro, que apresenta valores inferiores. Em 2009 verificamos

um decréscimo desta a nível do ACES PL II e ARSC, ao contrário do que se verifica

em Portugal Continental (Gráfico 16).

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AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 15

Gráfico 16- Taxa bruta de mortalidade por cancro do cólon e recto antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009.

Fonte: INE, 2012

Da análise do Gráfico 17 conclui-se que a taxa bruta de mortalidade por doença

isquémica cardíaca apresenta um padrão irregular ao longo dos anos em estudo e nas

diferentes unidades geográficas. Aumentado em todas as unidades geográficas no

último ano quando comparado com o ano anterior.

Gráfico 17- Taxa bruta de mortalidade por Doença Isquémica Cardíaca (DIC) antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009

Fonte: INE, 2012

A taxa bruta de mortalidade por acidente vascular cerebral (AVC) antes dos 65 anos

apresenta uma tendência decrescente, no entanto esta taxa mantém-se constante de

2006 a 2008, aumentando em 2009 em todas as unidades geográficas (Gráfico 18).

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Gráfico 18- Taxa bruta de mortalidade por AVC antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009.

Fonte: INE, 2012 Da análise do Gráfico 19 verifica-se que a taxa bruta de mortalidade por síndrome de

imunodeficiência adquirida (SIDA), na área de abrangência do ACES PLII, apresenta

uma tendência decrescente de 2002 para 2008, cifrando-se em 1%000. Em 2009

verificamos um aumento desta taxa. Esta tendência é semelhante para a região centro

e vai oscilando no que se refere aos valores do Continente, ao longo dos anos em

estudo.

Gráfico 19- Taxa bruta de mortalidade por SIDA antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009

Fonte: INE, 2012

A taxa bruta de mortalidade bruta por suicídio antes dos 65 anos apresentou um

decréscimo entre 2002 e 2006, situação que se veio a inverter entre 2006 e 2009, em

todas as unidades geográficas (Gráfico 20).

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Gráfico 20– Taxa bruta de mortalidade por suicídio antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009.

Fonte: INE, 2012 A taxa bruta de mortalidade por doenças atribuíveis ao álcool antes dos 65 anos,

apresenta valores irregulares entre os anos em estudo em todas as unidades

geográficas, conforme representação do Gráfico 21

Gráfico 21- Taxa bruta de mortalidade por doenças atribuíveis ao álcool antes dos 65 anos, na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2002, 2006-2009.

Fonte: INE, 2010

1.4.7.3 – Indicadores de morbilidade

Os indicadores refletem o nível de saúde de uma comunidade, ou a relação entre uma

situação específica e uma população em risco.

As estatísticas de morbilidade continuam a desempenhar um papel da maior

relevância no planeamento em saúde, no entanto a produção destas estatísticas

reveste-se de grande dificuldade, mesmo nos países mais desenvolvidos.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 18

A morbilidade é a taxa de portadores de determinada doença em relação ao número

de habitantes sãos, em determinado local em determinado momento e traduz a

quantificação numérica de casos de doenças numa determinada população.

Da análise do Quadro 6, destacamos a evolução favorável do indicador Incidência de

AVC/ 10000 residentes. Ao longo do período em análise tinha sido sempre superior à

ARSC e Continente e em 2010 desceu para 29,02%00 ficando abaixo da ARSC e

Continente que são 30,18%00 e 30,12%00, respetivamente.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 19

Quadro 6 – Principais indicadores de morbilidade na área geográfica do ACES PLII, da ARSC e do Continente, nos anos 2007-2010

Fonte: Base de dados dos resumos de alta (GDH), 2012

ANO INDICADORES

DE MORBILIDADE

2007

2008 2009

2010

ACES ARSC Continente ACES ARSC Continente ACES ARSC Continente ACES ARSC Continente

Incidência de amputações em diabéticos/ 10000 residentes

1,01 1,81 1,92 1,54 1,86 1,93 1,58 1,62 1,70 0,62 1,19 1,40

Incidência de amputações major em diabéticos/ 10000 residentes

0,92 1,03 0,97 0,91 1,07 0,96 1,15 0,97 0,85 0,10 0,64 0,61

Percentagem de recém-nascidos, de termo, com baixo peso

3,52 1,60 3,22 2,00 1,62 2,88 2,45 1,30 2,91 1,89 1,08 2,67

RN de termo com baixo peso/1.000 Nados Vivos

33,01 14,41 25,96 18,45 14,65 23,70 21,69 11,72 23,27 14,84 8,74 20,53

Incidência de AVC/ 10000 residentes 32,39 37,76 32,37 33,75 36,86 32,29 34,66 35,74 31,41 29,02 30,18 30,12

Incidência de AVC/ 10000 residentes, com <65 anos

7,54 9,09 9,14 8,64 8,39 9,05 8,74 8,75 9,39 8,58 7,42 9,02

Incidência de doenças cardíacas/ 10000 residentes, com <65 anos

13,63 15,62 16,98 14,26 16,89 9,05 15,11 17,41 16,05 n.d n.d n.d

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1.4.7.4 – Morbilidade por doenças de declaração obrigatória

As doenças infeciosas têm vindo a reassumir relevância crescente a nível europeu e

mundial. O aparecimento de novas doenças transmissíveis e o ressurgimento de

outras que se presumiam controladas apresenta-se como um desafio para a saúde

pública. O sistema de notificação das Doenças de Declaração Obrigatória (DDO) é um

dos principais sistemas de vigilância epidemiológica usado pelos serviços de saúde

pública para monitorizar propensões, dimensionar problemas e tomar decisões sobre

estratégias de intervenção.

Apesar do aumento do número de notificações de DDO ter aumentado em 30%, este

valor continua a revelar taxas de incidência reduzidas. No entanto, em relação à

tuberculose esse aumento, em 2011, foi de 70% relativamente a 2010.

A implementação da plataforma informática SINAVE, que se encontra suspensa sine-

die, iria introduzir o rigor que se deseja num capítulo essencial que é o conhecimento

das doenças transmissíveis.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 21

Quadro 7 – Evolução das doenças de declaração obrigatória em 2010 – 2011

Código Designação Doença 2010 2011

Batalha Leiria Marinha Grande

Porto Mós

Total Batalha Leiria Marinha

Grande PortoMós

Total

A15 Tuberculose respiratória 1 6 1 2 10 2 11 1 3 17 A16 Tuberculose Respiratória não confirmada 0 1 2 3 A19 Tuberculose miliar 7 3 0 1 1 A771 Febre escaro-nodular 10 7 7 A01 Febres tifoide e paratifoide 0 0 B171 Hepatite aguda C 0 1 1 A78 Febre Q 3 1 4 2 1 3 B50 Malária 2 2 0 B16 Hepatite aguda B 1 1 2 1 3 B26 Parotidite epidémica 0 1 1 A390 Meningite meningocócica 2 2 1 1 A51 Sífilis precoce 2 2 3 3 A23 Brucelose 0 0 A02 Outras salmoneloses 0 2 2 A481 Doença dos legionários 0 0 A27 Leptospirose 1 1 1 1 A54 Infeções gonocócicas 1 1 0

TOTAL 1 25 1 6 33 4 30 3 6 43 Fonte: USP ACES PLII, 2012

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

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2 – CONTRATUALIZAÇÃO E RESULTADOS

O processo de contratualização é considerado um eixo primordial na reforma dos CSP

na medida em que incute maior responsabilidade e eficiência e, concomitantemente,

melhores resultados em saúde. É o resultado de um contrato relacional com os

prestadores, adequado a cada unidade de saúde e pressupõe uma negociação

dinâmica e contínua a nível externo e interno.

Este processo teve o seu início em 2006, entre a ARS e as USF, atualmente com

estas unidades funcionais atingiu um nível elevado de consolidação e credibilidade.

Constitui um pilar estruturante nas USF e permite concretização dos objetivos,

emergindo a necessidade de o transpor para as restantes unidades funcionais.

Face ao exposto, os ACES iniciaram os trabalhos preparatórios exigidos no âmbito do

processo de contratualização de acordo com a metodologia proposta pela

Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) tentando quanto possível

respeitar a calendarização proposta pelo Departamento de Contratualização.

A atividade assistencial é acordada através da definição de uma carteira de serviços

fracionada em grandes áreas, avaliáveis através de indicadores de desempenho.

Estes indicadores são monitorizados continuamente e constituem o suporte base para

a contratualização de objetivos de acessibilidade, efetividade, eficiência e qualidade

para os utentes inscritos nas unidades de saúde.

A seleção dos indicadores de desempenho propostos para o contrato programa

mantém a distribuição: 14 de nível nacional, 4 selecionados de nível regional de

acordo com as áreas que cada ARS considera como prioritárias e 2 definidos

localmente e que são específicos deste agrupamento.

Nos subcapítulos seguintes apresentamos os indicadores de desempenho definidos

na primeira fase de implementação da contratualização, no plano de desempenho de

2011, sendo apresentados os valores iniciais colhidos através dos sistemas de

informação e os valores contratualizados e os valores atingidos.

2.1 – INDICADORES DO EIXO NACIONAL

Da análise do Quadro 8 verifica-se que, com exceção taxa de utilização global de

consultas médicas e taxa de utilização de consultas de planeamento familiar, foram

atingidas as restantes metas. No entanto se for considerada a métrica de avaliação da

contratualização, as metas indicadas podem ser classificadas como quase atingidas.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 23

Quadro 8 – Indicadores de contratualização do eixo nacional Nº

Indicador INDICADOR

PL2 2009

PL 2 2010

Meta 2011 Valor

Atingido 2011

3.15 Taxa de utilização global de consultas médicas 66,28% 64,52% 68,00% 64,03%

3.22 d1 Taxa de utilização de consultas de planeamento familiar 15,27% 16,84% 20,50% 18,52%

Percentagem de recém-nascidos, de termo, com baixo peso (< 2.500 gr) 2,66%

1,86%

(a atingir em 2013) 6.12 Percentagem de primeiras consultas na vida efetuadas até aos 28 dias 61,13% 63,32% 72,04% 72,80%

6.1 M3 Percentagem de Utentes com Plano Nacional de Vacinação atualizado aos 13 anos 88,04% 90,38% 95,00% 90,82/96,68% * 5.3 Percentagem de inscritos entre os 50 e 74 anos com rastreio de cancro do colo-rectal

efetuado 3,37% 5,29% 11,08% 11,78%

Incidência de amputações major em diabéticos na população residente (/10.000) 0,99 0,00 0,86

Incidência de acidentes vasculares cerebrais na população residente <65 anos (/10.000) 8,31 0,00

7,72( a atingir em 2013)

Consumo de medicamentos ansiolíticos, hipnóticos e sedativos e antidepressivos no mercado do SNS em ambulatório (DDD/1000 habitantes/dia)

0,00 135,00

(meta a rever)

Nº de episódios agudos que deram origem a codificação de episódio (ICPC 2) / Nº total de episódios

Percentagem de utilizadores satisfeitos e muito satisfeitos

7.6 d3 Percentagem de consumo de medicamentos genéricos em embalagens no total de

embalagens de medicamentos 19,63% 24,98% 29,88% 31,29%

7.6 d1 Custo médio para o SNS de medicamentos faturados por utilizador 210,95 €

229,45 €

196,18 € 194,90 €

7.7 d1 Custo médio de MCDT faturados por utilizador 69,84 € 76,99€ 65,00 € 57,15 €

Fonte: SIARS, 2012 (* SIARS/SINUS)

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

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2.2 – INDICADORES DO EIXO REGIONAL

O eixo regional é constituído por 4 indicadores selecionados pela ARSC de acordo com as áreas que considerou como prioritárias. Ao

efetuarmos uma avaliação dos valores atingidos pelo ACES PL II no ano 2011, verificamos que as metas traçadas não foram atingidas, com

exceção do registo de diagnóstico precoce (THSPKU) até ao 7.º dia de vida, ficando o indicador percentagem de mulheres dos 50 aos 69 anos

com registo de mamografia nos últimos 2 anos dentro da margem de flexibilidade. Contudo é visível o empenho dos profissionais em melhorar

as suas práticas, uma vez que o histórico revela um aumento significativo e progressivo em todos os indicadores (Quadro 9).

Quadro 9 - Indicadores de contratualização do eixo regional Nº

Indicador INDICADOR

PL2 2009

PL 2 2010

Meta 2011 Valor

Atingido

5.10M i Percentagem de hipertensos com registo da TA em cada semestre 45,99% 47,34% 65% 51,48%

5.2 Percentagem de mulheres dos 25 aos 64 anos com registo atualizado de colpocitologia 8,35% 14,00% 45,00% 20,57%

5.1 M Percentagem de mulheres dos 50 aos 69 anos com registo de mamografia nos últimos 2 anos 14,11% 20,24% 45,00% 42,67%

6.13 Percentagem de registo de diagnóstico precoce (THSPKU) até ao 7.º dia de vida 27,22% 57,19% 78,00% 92,3%

Fonte: SIARS, 2012

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2.3 – INDICADORES DO EIXO LOCAL

A definição dos indicadores do eixo local foi baseada nas melhores práticas do ACES PL II, com o fim de garantir os melhores resultados em

saúde. A escolha de indicadores que avaliam o cumprimento do plano nacional de vacinação (PNV) baseou-se no histórico deste programa,

quando avaliado pelo módulo estatístico SINUS. Contudo, ao efetuarmos uma colheita de dados pelo SIARS verificamos que as metas não

foram atingidas, razão justificada pela forma como o SIARS efetua a leitura de dados, uma vez que contabiliza o cumprimento do esquema de

vacinação recomendado, não contabilizando os dados do esquema de vacinação cumprido.

Consideramos que este facto se revela um constrangimento, para o qual deve ser encontrada uma forma de ultrapassar, uma vez que os

dados obtidos pelo SINUS são o espelho do real trabalho efetuado pelos profissionais, não podendo serem marginalizados os ganhos em

saúde que advém da real vacinação.

Fica cumprido o objetivo da imunidade de grupo, com taxa superiores a 95%, quando avaliamos através do SINUS e esse é na prática a

finalidade de um programa de vacinação (Quadro 10).

Quadro 10 - Indicadores de contratualização do eixo local Nº

Indicador INDICADOR

PL2 2009

PL 2 2010

Meta 2011 Valor

Atingido

6.1 M1 Percentagem de crianças com o PNV atualizado aos 2 anos de idade 93,93% 93,33% 95,00% 92,62/97,01%

*

6.1 M2 Percentagem de crianças com o PNV atualizado aos 6 anos de idade 89,27% 95,58% 96,00% 95,45/96,53%

*

Fonte: SIARS, 2012 (* SIARS/SINUS)

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2.4 – PROCESSO DE CONTRATUALIZAÇÃO

A metodologia de contratualização no ACES PL II segue as orientações da

Administração Central dos Serviços de Saúde (ACSS) e ARSC. É um processo

centrado nas necessidades em saúde da população da área de abrangência.

No ano de 2011 cumpriram-se os dois momentos de contratualização previstos nas

orientações, contratualização externa, formalizada com assinatura do contrato

programa com a ARSC e a contratualização interna formalizada com a assinatura das

cartas de compromisso, efetuada apenas com a USF locais.

O processo de contratualização interna com as USF teve início com a definição das

metas a propor pelo ACES para cada indicador, com base nos resultados atingidos no

ano anterior, os valores de referência propostos pela ARSC e intervalos das ZOPAS

atribuídas. Estas reuniões foram promovidas pela Presidente do Conselho Clínico,

Coordenador da Unidade de Apoio à Gestão e o Núcleo de Planeamento e Estatística.

O ACES enviou aos Coordenadores um documento com a proposta definida para cada

indicador, sendo-lhes concedido um prazo para efetuar a respetiva contraproposta.

Após a receção das mesmas foram agendadas as reuniões de contratualização final,

onde foram formalizadas as metas atingir no ano em análise. A discussão entre os

intervenientes, permitiu que cada parte tivesse oportunidade de expor os argumentos

para a negociação. Este processo culminou com a assinatura das cartas de

compromisso.

O processo de contratualização revela-se essencial para a melhoria da qualidade de

vida dos cidadãos, e a elevação do seu estatuto de saúde. É uma prioridade que

envolve, desafia, compromete e responsabiliza os intervenientes. Torna-se necessário

perspetivar o sistema de saúde, que mais do que pela excelência de instalações e

equipamentos, seja resultante de novas mentalidades e comportamentos. Como tal,

emerge a necessidade de implementar a metodologia de contratualização interna com

as restantes unidades funcionais.

No ano de 2011 ainda não foi possível implementar a metodologia de contratualização

interna com todas as unidades de saúde. Contudo, a preocupação dos órgãos de

gestão do ACES em sensibilizar os profissionais das diferentes unidades para a

necessidade de interiorizarem o processo de contratualização e a metodologia de

trabalho por objetivos, desencadeou reuniões com os diferentes profissionais, onde

foram apresentados os indicadores contratualizados, as metas a atingir,

esclarecimentos de dúvidas e formação em alguns temas específicos. Destas reuniões

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 27

foi possível perceber o empenho dos profissionais e a preocupação em melhorar o seu

desempenho. Apesar de não se terem atingido todas as metas, denota-se uma

evolução que consideramos positiva.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 28

3 – AVALIAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO

A avaliação do plano de ação do ACES funciona como instrumento fundamental de

apoio à gestão.

O plano de ação de 2011 contemplou os programas de saúde considerados como

prioritários, sendo apresentados os resultados obtidos dos indicadores escolhidos,

colhidos pela plataforma SIARS e que vão ao encontro dos indicadores do plano de

desempenho.

3.1 – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIO-VASCULARES, PREVENÇÃO E

CONTROLO DA DIABETES

Neste programa pretende-se o controlo dos doentes tendo em vista a redução das

complicações da diabetes e hipertensão arterial. Da análise do Quadro 11, verifica-se

uma melhoria dos indicadores em análise de 2010 para 2011.

Quadro 11 – Prevenção e controlo de hipertensão e diabetes

Indicador 2010 2011

5.10 i % Hipertensos c/ registo de pressão Arterial nos últimos 6m 61,42 68,78

5.10M i % Hipertensos com PA em cada semestre 47,34 51,48

5.13M1 % Hipertensos c/ registo IMC últimos 12 m 54,75 60,47

5.4M 2 % Diabéticos >=2 HbA1C registo últimos 12m 49,14 53,96

5.7 % Diabéticos c/ >=1 exame pés no ano 50,79 56,85

6.19M % Diabéticos 18-75a c/ consultas enfermagem 46,80 71,74

6.2M % Hipertensos >=25a c/ vacina antitetânica atualizada 91,12 91,66

8.10 % Hipertensos c/ compromisso de vigilância 51,26 62,07

8.16 % Custo inibidores DPP- IV no total antidiabéticos orais

n.d 73,45

8.5 % Inscritos c/ diagnóstico diabetes 4,33 5,07

8.6 % Inscritos c/ diagnóstico hipertensão 10,24 12,60

8.9 % Diabéticos c/ compromisso de vigilância 64,51 72,02

Fonte: SIARS, 2012 (SIARS)

Quer o número de diabéticos, quer o número de hipertensos com compromisso em

programa de vigilância aumentou de 2010 para 2011, como é possível visualizar no

Gráfico 22. No entanto a taxa de prevalência de hipertensão (12,60%) em relação aos

utentes inscritos é muito baixa tendo em consideração que os valores standard se

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 29

situam entre os 30 e os 40%, o que revela que um alto valor de hipertensos não estão

devidamente codificados.

Gráfico 22 – Nº de diabéticos e hipertensos em 2010 3 2011 no ACESPLII

Fonte: SIARS, 2012 (SIARS)

3.2 – DOENÇAS ONCOLÓGICAS

No programa de prevenção e controlo das doenças oncológicas dinamizaram-se

atividades que contribuíram para a promoção dos três rastreios incluídos no Programa

Oncológico Nacional. Contudo, iremos continuar a sensibilizar os profissionais para a

necessidade de melhoria de registos.

Quadro 12 – Vigilância da doença oncológica

Indicador 2010 2011

5.1M % Mulheres 50-69 mamografia registado nos últimos 2 a 20,24 42,67

5.2 % Mulheres 25-64 c/ colpocitologia atualizada. 14,00 20,57

5.3 d1 % Inscritos 50-74 PSOF/COLON. Registado últimos 2 a 5,29 11,78

Fonte: SIARS, 2012

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

2010 2011

HTA

DIABETES

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 30

3.3 – PROGRAMA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS, TUBERCULOSE, DOENÇAS EVITÁVEIS

PELA VACINAÇÃO

3.3.1 – Tuberculose

Durante o ano de 2011 foram identificados 22 casos novos de tuberculose no Centro

de Diagnóstico Pneumológico (CDP) de Leiria (Quadro 13), contudo um deles residia

fora da área do ACES. Não houve registo de recidivas.

Quadro 13 – Doentes em seguimento no CDP de Leiria

Concelhos Novos Casos Recidivas Total

Batalha 3 0 3

Leiria 14 + 2 (a) 0 14 + 2 (a)

Marinha Grande 3 0 3

Porto de Mós 2 0 2

Total 22 + 2 (a) 0 22 + 2 (a)

Fonte: CDP de Leiria, 2012 a) transferido de outro ACES

Os casos de tuberculose respiratória, em 2011, aumentaram em 70% relativamente ao

ano de 2010 (Quadro 14). A taxa de incidência foi de 0,2%000, para um total de 21

casos. Tinha sido de 0,16%000 (17 casos), em 2010.

Quadro 14 – Evolução dos casos de tuberculose de 2010- 2011

Designação Doença 2010 2011

Total Batalha Leiria Marinha Grande

Porto Mós

Total

Tuberculose respiratória 10 2 11 1 3 17

Tuberculose respiratória não confirmada 0 1 2 3

Tuberculose miliar 0 1 1

Fonte: CDP de Leiria, 2012

No CDP, durante o ano de 2011 foram efetuadas 421 consulta, 189 espirometrias e 55 provas de Mantoux.

Quadro 15 – Atividades desenvolvidas no CDP em 2011.

Fonte: CDP de Leiria, 2012

3.3.2 - Doenças evitáveis pela vacinação

Com exceção da % Utilizadores c/ vacina antitetânica atualizada, que subiu de 78,86

para 86,3 e % Crianças c/PNV atualizada aos 14a Quadro 16, todos os outros

CONSULTAS TESTES RX

Cutâneos Provas

Mantoux Espirómetrias Micros Tórax Incidências

421 0 55 189 55 82 79

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 31

indicadores sofreram um depreciação, facto que nos merece especial atenção e para o

qual iremos tomar medidas no ano de 2012. No entanto, se dermos atenção à

avaliação efetuada pelo programa SINUS, todos os indicadores foram atingidos e

demonstram uma cobertura vacinal superior a 96,6% em todos os grupos etários.

Quadro 16 – Cobertura de programa de vacinação no ACES PL II, no ano 2011

Fonte: SIARS, 2012

3.3.3 - Deteção precoce do HIV/SIDA

No Centro de Aconselhamento e Deteção Precoce da Infeção pelo VIH/SIDA (CAD)

foram realizados 377 aconselhamentos com a realização de teste, dos quais 5 foram

positivos (Quadro 17).

No ACES PL II foi efetuada uma ação de formação para profissionais de saúde, com o

objetivo de concretizar a implementação de uma resposta de Aconselhamento,

Deteção e Referenciação para o VIH - ADR - em cada um dos Centros de Saúde

concelhios, de forma a tornar mais acessível o teste VIH/SIDA aos utentes.

Quadro 17– Número de aconselhamentos com teste realizados no CAD, no ano 2012

Local Nº de aconselhamentos com teste

Testes Positivos

CAD Leiria 377 5

CAJ “Janelas Verdes 42 0

TOTAL 419 5

Fonte: CAD, 2012

3.4 – SAÚDE DO IDOSO/CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

A população alterou-se e está hoje mais envelhecida, portadora de mais doenças

crónicas, o que se traduz num maior grau de dependência e maior necessidade de

cuidados.

Indicador 2010 2011

6.1 M 1 % Crianças c/PNV atualizada aos 2 a 93,33 92,47

6.1 M d1 % Crianças c/PNV atualizada aos 2 (S) 93,28 92,62

6.1 M 2 % Crianças c/PNV atualizada aos 7 a 95,01 94,88

6.1 M d2 % Crianças c/PNV atualizada aos 7 (S) 95,58 95,45

6.1M 3 % Crianças c/PNV atualizada aos 14 a 78,44 81,10

6.1M d3 % Crianças c/PNV atualizada aos 14 a (S) 90,38 90,82

8.4 % Utilizadores c/ vacina antitetânica atualizada 78,86 86,30

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 32

As novas linhas orientadoras de saúde e de prestação de cuidados, em relação direta

com todo o conjunto de alterações ao nível da dinâmica das sociedades, conduz a

novas exigências tanto para as equipas de saúde, como para as próprias estruturas de

apoio formal e informal, alterando por completo a perspetiva do cuidar.

Conhecer a população idosa de cada unidade de saúde permite perspetivar o tipo de

cuidados de que vão necessitar.

No Quadro 18, apresentamos o número de idosos por unidade de saúde do ACES PL

II, por género e grupo etário.

Quadro 18– Distribuição do número de idosos por género e grupo etário nas unidades de saúde do ACES PL II, em 2011

MASCULINO FEMININO M+F

GRUPO ETÁRIO GRUPO ETÁRIO GRUPO ETÁRIO

UNIDADE DE SAÚDE

65-69 ANOS

70-74 ANOS

>= 75 ANOS

TOTAL65-69 ANOS

70-74 ANOS

>= 75 ANOS

TOTAL 65-69 ANOS

70-74 ANOS

>= 75 ANOS

TOTAL

Batalha/USF Condestável

387 341 641 1369 422 413 910 1745 809 754 1551 3114

Arnaldo Sampaio

1473 1356 2232 5061 1673 1469 3277 6419 3146 2825 5509 11480

Gorjão Henriques

1551 1341 2260 5152 1854 1563 3565 6982 3405 2904 5825 12134

Marinha Grande

1103 866 1459 3428 1114 1055 2240 4409 2217 1921 3699 7837

Porto de Mós 644 584 1135 2363 739 736 1631 3106 1383 1320 2766 5469

TOTAL 5158 4488 7727 17373 5802 5236 11623 22661 10960 9724 19350 40034

Fonte: SINUS, 2012

Outro dos indicadores escolhidos no âmbito deste programa refere-se ao número de

Equipas de Cuidados Continuados Integrados (ECCI) no ACES.

As ECCI são equipas multidisciplinar da responsabilidade dos CSP e das entidades de

apoio social, para a prestação de serviços domiciliários, decorrentes da avaliação

integral, de cuidados médicos, de enfermagem, de reabilitação e de apoio social, ou

outros, a pessoas em situação de dependência funcional, doença terminal, ou em

processo de convalescença, com rede de suporte social, cuja situação não requer

internamento mas que não podem deslocar-se de forma autónoma.

Relativamente ao número deste tipo de unidades de saúde no ACES PL II mantém-se

apenas a existência de uma unidade sediada no CS Dr. Arnaldo Sampaio dando

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 33

resposta aos utentes das freguesias de Marrazes (20487 utentes), Milagres (3236

utentes) e Barosa (2215), com um total de 25938 utentes.

Esta equipa, em 2011, era constituída por médico, enfermeiro e fisioterapeuta. Estes

profissionais não estão afetos a tempo inteiro à equipa e a disponibilidade de horário

não é suficiente.

A ECCI tem disponíveis 10 camas na rede nacional de cuidados continuados (RNCCI),

contudo o número de horas e de profissionais revela-se um constrangimento para

cumprir os princípios traçados para estas equipas.

Relativamente ao indicador número de utentes referenciados e que ingressaram na

RNCCI, podemos verificar através do Quadro 19, que dos 354 referenciados,

ingressaram 346, distribuídos pelas diferentes tipologias

Quadro 19 – Doentes referenciados e que ingressaram na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, Equipa Coordenadora Local Dr. Arnaldo Sampaio, em 2011

Nº de utentes referenciados para a ECL Dr. Arnaldo Sampaio

Nº de utentes referenciados para a ECL Dr. Arnaldo Sampaio pela EGA do CS 148

Nº de utentes referenciados para a ECL Dr. Arnaldo Sampaio pela EGA do hospital 306

TOTAL 354

Nº de utentes que ingressaram na rede pertencentes à ECL Dr. Arnaldo Sampaio, por tipologia.

Equipas de Cuidados Continuados Integrados 13

Unidade de Convalescença 11

Unidade de Cuidados Paliativos 7

Unidade de Longa Duração e Manutenção 120

Unidade de Média Duração e Reabilitação 195

TOTAL 346

Fonte: UMCCI, 2012

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 34

3.5 – PROGRAMAS DO CICLO DE VIDA

3.5.1- Programa de saúde infantil e juvenil

No Programa de Saúde Infantil (SI) foram desenvolvidas atividades que contribuíram

para a manutenção e promoção da saúde de todas as crianças do ACES PL II,

conforme as orientações do Programa-tipo de Atuação da DGS (2002).

Da avaliação efetuada aos indicadores no âmbito deste programa, salienta-se a

percentagem (%) de crianças com 6 ou mais consultas de enfermagem de vigilância

em SI no primeiro ano de vida, que teve um aumento de 21,48% de 2010 para 2011,

assim como, o indicador % de crianças com 3 ou mais consultas de enfermagem em

vigilância em SI no segundo ano de vida que aumentou 21,04%.

Relativamente ao indicador % de primeiras consultas de vida feitas até aos 28 dias de

vida o ACES PL II apresenta uma boa cobertura (72,80%) tendo atingida a meta

contratualizada (72,04%).

No que concerne ao indicador % diagnósticos precoces (THSPKU) até 7dia recém-

nascidos os valores atingidos revelam-se como indicador de excelência quanto ao seu

cumprimento.

Quadro 20– Indicadores do programa de Saúde Infantil no ACES PL II, no ano 2011

Indicador 2010 2011

4.9 1m NM consultas de vigilância em SI 0-11m 4,11 4,28

4.9 2e NM consultas enfermagem de vigilância em SI 0-11m 6,50 9,48

4.9M 1m % Crianças c/ 6/+ consultas de vigilância em SI 0-11m 24,71 24,71

4.9M 2e % Crianças c/ 6/+ consultas enfermagem de vigilância em SI 0-11m 49,23 70,71

4.10 1m NM consultas médicas de vigilância em SI 2ºa 2,22 2,31

4.10 2e NM consultas de vigilância em SI 2ºa 2,21 3,17

4.10M 2e % Crianças c/ 3/+ consultas de enfermagem em vigilância em SI 2ºa 37,20 58,24

4.10M 1m % Crianças c/ 3/+ consultas médicas de vigilância em SI 2ºa 55,85 56,28

5.13M2 % Inscritos com 2a c/ peso e altura registados nos últimos 12m 51,99 58,78

6.12 % 1as consultas de vida feitas até 28d 63,32 72,80

6.13 % Diagnósticos precoces (THSPKU) até 7dia recém-nascidos 57,19 92,30

6.1M d1 % crianças c/PNV atualizada aos 2a (S) 93,28 92,62

6.1M d2 % Crianças c/PNV atualizado aos 7a (S) 95,58 95,45

6.1M d3 % Crianças c/PNV atualizado aos 14a (S) 90,38 90,82

8.3 % Crianças c/ 6 anos c/ exame global de saúde 35,80 41,10

Fonte: SIARS, 2012

3.5.2 - Promoção de saúde em meio escolar

No ano letivo 2010/2011, os alunos do 1º ciclo do ensino básico mantiveram-se como

o principal alvo da saúde escolar, com uma percentagem de 99% do total dos alunos

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 35

envolvidos nas atividades. Respondendo ao aumento de solicitações por parte das

escolas/agrupamentos nas diversas áreas da promoção da saúde, nomeadamente na

educação sexual, educação alimentar e em estilos de vida saudável, houve um

aumento da percentagem de alunos abrangidos no 3º ciclo, secundário e outros graus

de ensino.

Contudo, registou-se um decréscimo percentual acentuado nos alunos abrangidos no

ensino pré-escolar, em que as atividades atingiram 66.5% do universo de alunos

desse nível escolar (Quadro 21).

Quadro 21 – Percentagem de alunos envolvidos pela saúde escolar em 2011

Grau de ensino % Alunos abrangidos

Pré-Escolar 66,5%

1º Ciclo do EB. 99,0%

2º Ciclo do EB. 49,8%

3º Ciclo do EB. 44,9%

Ensino Secundário 26,5%

Outro 16,1%

3.5.3 - Promoção da saúde oral

No que se refere à promoção da saúde oral em meio escolar congratulamo-nos por

continuar a haver um registo elevado de alunos do 1º ciclo a fazer bochechos de

fluoreto de sódio, e de se ter registado um aumento superior a 6 vezes o número

destes alunos a fazer escovagem na escola (Quadro 22).

Quadro 22 – Alunos abrangidos pela saúde oral em 2011

PREVENÇÃO PRIMÁRIA

J. de Infância 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo

Nº de Alunos Abrangidos por Ações de Educação 2870

(67,5%) 6860 681 10

Nº de Alunos a Fazer Comprimidos de Flúor (0,25mg) 0

Nº de Alunos a Fazer Bochechos c/ Fluoreto de Sódio 8872 0 0

Nº de Alunos a Realizar Escovagem na Escola 228 408 0 0

3.5.3.1 – Saúde Oral em Crianças e Jovens com a emissão de cheque dentista

A Saúde Oral em Crianças e Jovens (SOCJ) com a emissão de cheque dentista (CD)

aplica-se aos alunos com 7, 10 e 13 anos das escolas públicas, privadas com contrato

de associação com o Ministério da Educação e as IPSS. No ano letivo 2010/11, foram

emitidos 5395 CD, com uma taxa de utilização que fica muito aquém do desejável

(48%). Em SOCJ, os tratamentos na dentição permanente totalizaram 17913, com

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 36

uma esmagadora maioria de selantes aplicados, seguidos de restaurações diretas

definitivas, com uma média de 7 tratamentos por criança (Quadro 23).

Quadro 23 – Cheques dentista emitidos no âmbito da SE no ano letivo 2010/2011 Idade Idade Idade

7 anos 10 anos 13 anos

Nº Cheques Emitidos 1438 1943 2014

Nº Cheques Utilizados 808 834 943

% Cheques Utilizados 56,2% 42,9% 46,8%

Total de Tratamentos 3154 6696 8063

(1)Fonte: SISO

3.5.3.2 – Saúde Oral em Crianças e Jovens com a emissão de cheque dentista pelo médico de família

A Saúde Oral em Saúde Infantil (SOSI) destinada a crianças com idade inferior a 7

anos, para tratamento de situações de considerável gravidade, ponderadas por

critérios de dor e de grau de infeção, entre outros, nos dentes decíduos. Tem vindo a

registar um acréscimo de cheques-dentista (CD) emitidos pelos Médicos de Família

(243), assim como da sua taxa de utilização (67%). Os tratamentos dentários e orais

efetuados totalizaram 652, com maior número de restaurações diretas definitivas na

dentição decídua, com uma média de 4 tratamentos por criança.

Tem havido um aumento na emissão de CD (49) e na taxa média de utilização (59%),

em Crianças e Jovens com idades intermédias (8-9, 11-12, 14-15 anos, no entanto,

poderá haver mais crianças e jovens que respeitem os critérios para inclusão no

programa. Os tratamentos dentários e orais efetuados totalizaram 146, com maior

número de restaurações diretas definitivas na dentição permanente e outros

tratamentos, com uma média de 3 tratamentos por criança (Quadro 24).

Quadro 24 –Cheques dentista emitidos pelos Médicos de Família em 2011 Grupo etário

< 7 anos 8-9 anos 11-12 anos 14-15 anos

Nº Cheques Emitidos 243 33 11 5

Nº Cheques Utilizados 163 18 8 3

% Cheques Utilizados 67,1% 54,5% 72,7% 60,0%

Total de Tratamentos 652 88 41 17

(1)Fonte dos Dados: SISO

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 37

3.5.3.3 – Saúde Oral na gravidez

Em Saúde Oral na Gravidez (SOG), o número de CD emitidos (473) foi semelhante ao

do ano anterior (480), no entanto, a taxa de utilização atingiu o seu pico mais baixo

(59%), comparativamente com os resultados de 2009 e 2010. Consideramos que a

taxa de utilização deveria ser superior, à semelhança das taxas de utilização da SOSI

e da SOCJii, por ser o CD emitido em consulta, e entregue diretamente aos

beneficiários que deram o seu consentimento para a sua emissão. Em SOG, os

tratamentos dentários e orais totalizaram 2182, com maior número de restaurações

diretas definitivas com uma média de 8 tratamentos por grávida.

3.5.3.4 – Saúde oral na pessoa idosa

Em Saúde Oral na Pessoa Idosa (SOPI), o número de CD emitidos tem vindo a

diminuir desde 2009. Contudo, a taxa de utilização em 2011 (69,7%) foi semelhante à

de 2010 (70,4%). Em SOPI, os tratamentos dentários e orais totalizaram 126, ma sua

maioria com restaurações diretas definitivas e exodontias com uma média de 5

tratamentos por idoso.

Quadro 25 – Cheque dentistas emitidos pelos Médicos de Família em 2011 SAÚDE MATERNA / SAÚDE ORAL NO IDOSO / PESSOAS C/ VIH

Grávidas Idosos Pessoas c/ VIH (2)

Nº 1º Cheques Emitidos 473 33 1

Nº 1º Cheques Utilizados 281 23 1

% 1º Cheques Utilizados 59,4% 69,7% 100,0%

Total de Tratamentos 2182 126 5 (1)Fonte dos Dados: SISO

3.5.4 - Promoção da saúde dos adolescentes e jovens

No Centro de Atendimento a Jovens (CAJ) em 2011, comparativamente com o ano

anterior houve um aumento de primeiras consultas, mais 114, correspondendo a um

crescimento de 37%. Também houve um aumento do total de atendimentos no CAJ,

mais 462 em 2011, representando um crescimento de 21,5%, conforme se constata no

Quadro 26.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 38

Quadro 26 - Número de atendimentos no CAJ do ACES PL II, no ano 2011

Tipo Ano 2010 Ano 2011 Variação

Primeiros atendimentos 308 422 + 114

Total de consultas 2150 2612 + 462

Fonte: Registos CAJ, 2012

Quadro 27- Número de atendimentos no CAJ do ACES PL II, segundo o tipo de atendimento no ano 2011

Tipo de Atendimentos Nº %

Primeiros 422 16,16

Seguintes 1 432 54,82

Outros atendimentos 337 12,90

Envolventes 421 16,12

TOTAL 2 612 100,0

Fonte: Registos CAJ, 2012

Relativamente à distribuição dos atendimentos por grupo etário, podemos constatar que a maior percentagem de utentes a frequentar o CAJ se encontra na faixa etária dos 15 aos 19 anos de idade (Gráfico 23).

Gráfico 23 - Distribuição dos atendimentos por grupo etário

Fonte: Registos CAJ, 2011

Os atendimentos relacionados com informação sexual e/ou contraceção

representaram o 1º motivo de procura, correspondendo a 31,5%, mas agrupando os

motivos relacionados com a saúde reprodutiva estes representam mais de 35 % de

todos os atendimentos.

7,6%

20,2%

55,6%

15,1% 1,5%

< 10 anos

10 ‐ 14 anos

15 ‐ 19 anos

20 ‐ 24 anos

=> 25 anos

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE PINHAL LITORAL II 39

De realçar também o número elevado de atendimentos relacionados com problemas

de comportamento (8,6%), com depressão/sintomas depressivos/ansiedade (4,9%) e

com problemas afetivo emocionais e relacionais (4,5%).

Os problemas de ordem alimentar representaram 4,4% do total de atendimentos.  

Quadro 28 - Distribuição dos atendimentos no CAJ por motivos, no ano 2011 MOTIVO DE ATENDIMENTO Ano 2011

Informação sexual e/ou contraceção 822

Contraceção de emergência 14

Gravidez/suspeita de gravidez 21

Irregularidades menstruais/ Amenorreia 23

Dismenorreia 25

Acne 49

Problemas de natureza sexual 18

Problemas afetivo emocionais e relacionais 117

Depressão/Sintomas depressivos/Ansiedade 128

Problemas de comportamento/Comportamento desviante 225

Comportamentos aditivos 9

Dificuldades de aprendizagem/escolares 14

Problemas físicos/saúde específicos 48

Obesidade/Excesso de peso 114

Distúrbios alimentares 5

Dislipidémia 1

Baixo Peso 16

Educação Alimentar 40

Apoio a projetos escolares 12

Informação e Rastreios VIH/Sida 42

Violação/Abuso sexual 49

Esclarecimento dúvidas/Diversos 399

Envolventes 421

Total 2 612

Fonte: Registos CAJ, 2011 3.5.5 - Saúde Sexual e Reprodutiva da Mulher

3.5.5.1 – Saúde Materna

Durante o ano de 2011 destacamos o aumento de grávidas com revisão de puerpério,

que passou de 38,95 para 47,25%. Por outro lado a percentagem de mulheres com 6

com consulta durante a gravidez diminuiu consideravelmente (Quadro 29).

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

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Quadro 29- Indicadores de saúde materna

Indicador 2010 2011

4.22 NM consultas de enfermagem em programa de SM 6,40 6,27

4.22M % Grávidas c/ 6/+ consultas de enfermagem em programa de SM

58,13 58,13

6.4 % Grávidas c/ revisão puerpério ef. 38,95 47,25

6.9 % 1as consultas de gravidez no 1º trimestre (vigiadas) 78,62 80,31

6.9M % 1as consultas de gravidez no 1º trimestre 77,00 78,24

8.2 % Gravidas c/ >= 6 consultas de SM 80,49 73,75

Fonte: SIARS, 2012

3.5.5.2 – Planeamento familiar

No ano de 2011 houve um aumento considerável de mulheres vigiadas, com colpocitologia atualizada, atingindo os 20,57% (Quadro 30), no entanto ficou muito aquém da meta proposta que era 45%.

Quadro 30 – Indicadores de planeamento familiar

Indicador 2010 2011

3.22M Tx consulta enfermagem de PF (Mulheres 15-49a) 14,61 20,99

3.22 d1 Tx consulta médicas de PF (Mulheres 15-49a) 16,84 18,52

5.2 % Mulheres vigiadas PF 25-49 c/ colpocitologia atualizada

14,00 20,57

Fonte: SIARS, 2012

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4 – PLANO DE INVESTIMENTO E ORÇAMENTO ECONÓMICO

No que concerne ao Orçamento Económico, no ano de 2011, não foi contratualizado

com este ACES qualquer estrutura orçamental, nem definido o correspondente

financiamento.

Foi atribuído ao ACES um fundo de maneio para pagamento local de despesas

correntes de funcionamento, pequenas reparações e transportes em táxi.

No período de Janeiro a Setembro de 2011, o Departamento de Gestão Financeira

disponibilizou mapas da Contabilidade Analítica, o que se revelou insuficiente, tendo

em vista um modelo de cariz gestionário que, possibilite a elaboração e monitorização

de indicadores de gestão e de controlo interno que, permitam intervenção adequada e

atempada.

Por outro lado, os reconhecidos atrasos nas conferências de faturação de farmácias e

de MCDT, condicionaram a disponibilidade dos resultados e dos meios de análise.

Como fatores críticos, salientam-se ainda os seguintes:

a) Incompleta e inadequada integração da aplicação Meta 4 (vencimentos);

b) Não integração da aplicação de compras e de logística;

c) Ausência de registos patrimoniais do imobilizado.

Relativamente ao Plano de Investimentos, a sua contratualização também não teve

lugar.

Neste contexto, foram solicitadas à UAG da ARSC, aquisições avulsas de algum

equipamento para substituição de equipamentos avariados ou em fim de vida útil,

importando o investimento em € 4.993,68.

Mais se refere que foi equipada a USF Condestável (C.S. Batalha), desconhecendo-se

o valor total do investimento, por ausência de informação.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A carência em recursos humanos constitui um importante constrangimento ao

cumprimento das metas contratualizadas.

Algumas unidades de saúde do ACES PLII apresentam instalações físicas que não

garantem a segurança da prestação de cuidados, devido à sua degradação. Urge a

reabilitação a curto prazo das extensões de Coimbrão, Monte Real, Santa Catarina da

Serra, Caranguejeira e Alqueidão da Serra. Carecem ainda de reabilitação, a sede do

centro de saúde da Marinha Grande, as extensões da Maceira, Boavista, Bajouca,

Souto da Carpalhosa, Barosa e Regueira de Pontes.

O sistema informático é, também, fator critico no cumprimento dos objetivos traçados.

A largura de banda, ainda não é satisfatória nalguns locais de prestação,

condicionando os registos, comprometendo a fiabilidade dos dados e a concretização

das metas propostas na contratualização.

No que concerne a outro tipo de equipamentos, designadamente médico-cirúrgico,

mobiliário hospitalar, de esterilização, administrativo e de informática, o investimento

foi praticamente marginal.

O não cumprimento dos objetivos contratualizados, sobretudo no planeamento familiar

e taxa de utilização global, impõem uma mudança na abordagem à prestação de

cuidados à população. Para além da óbvia necessidade de melhorar os registos, é

urgente tomar medidas no sentido da pró-atividade na marcação e efetivação dos atos

médicos e de enfermagem, concretizando as consultas agendadas, registando os

procedimentos efetuados e dinamizando a visitação domiciliárias, entre outras.

Emerge ainda uma especial atenção sobre o número de hipertensos com

compromisso em programa de vigilância.

O observatório de saúde, através da monitorização contínua do desempenho,

fornecerá à governação do ACES os elementos estratégicos para a adoção de

medidas corretivas quando se verificarem desvios dos objetivos traçados, pelo que

urge a sua implementação.

Relativamente às metas do PNV importa salientar a discrepância entre os resultados

obtidos através da plataforma SINUS e SIARS. Enquanto na primeira continuamos a

obter níveis de concretização de excelência, na segunda não atingimos os objetivos.

Conscientes de que se cumpre o objetivo da imunidade de grupo e se ultrapassa em

alguns grupos etários, será recomendável que os programas automáticos de

monitorização se adequem à prática efetiva da vacinação e nunca o oposto.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 ACES PL II

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Avaliados alguns desvios, os órgãos de gestão do ACES irão conciliar esforços, a

nível dos vários sectores profissionais, no sentido de os corrigir no ano de 2012, com a

firme determinação em alcançar os objetivos, perspetivando uma verdadeira estrutura

organizacional, em que a governação clinica seja o elemento aglutinador.