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1 RELATÓRIO TÉCNICO INFORMATIVO WORLD ENGINEERS’ CONVENTION – WEC 2011 Genebra – Suíça, 04 a 09 de setembro de 2011.

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RELATÓRIO TÉCNICO INFORMATIVO WORLD ENGINEERS’ CONVENTION – WEC 2011

Genebra – Suíça, 04 a 09 de setembro de 2011.

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1 – Dados Profissionais: Nome: Henrique Luduvice Título Profissional: Engenheiro Civil – Representante do Presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Nome: Maria Luiza Poci Pinto Título Profissional: Técnica em Meteorologia – Representante do Plenário do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Nome: Idalino Serra Hortêncio Título Profissional: Engenheiro Civil – Representante do Plenário do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Nome: Afonso Luiz Costa Lins Júnior Título Profissional: Engenheiro Civil – Representante do Plenário do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Nome: Luis Eduardo Castro Quitério Título Profissional: Tec. Mec. – Representante do Plenário do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Nome: Geraldino Gustavo de Queiroz Teixeira Título Profissional: Engenheiro Agrônomo – Representante do Plenário do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Nome: Luiz Alberto Freitas Pereira Título Profissional: Engenheiro Agrônomo – Representante do Colégio de Presidentes – CREA-AP. Nome: José Borges de Sousa Araújo Título Profissional: Engenheiro Agrimensor e Civil – Representante do Colégio de Presidentes – CREA-PI. Nome: Ronnie Pizzi Título Profissional: Engenheiro de Alimentos – Representante do Colégio de Entidades Nacionais. Nome: Mônica Azevedo Lannes Ribeiro Título Profissional: Bach. em Relações Internacionais – Profissional de Atividade de Suporte da Assessoria Internacional do Confea.

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2 – Dados dos objetivos da viagem:

• Finalidade da viagem: Representar o Sistema Confea/Crea na “World Engineers’ Convention – WEC 2011”. • Local: Centre International de Conférences Genève - CICG, Genebra – Suíça.

• Entidades promotoras do evento: Swiss Engineering, Swiss Society of Engineers and Architects (SIA – Sociedade Suíça de Engenheiros e Arquitetos), Electrosuisse, Symposium for Engineering, Architecture and Life Sciences (FTAL – Simpósio para Engenharia, Arquitetura e Ciências da Vida), e Swiss Academy of Engineering Sciences (SATW – Academia Suíça de Ciências da Engenharia). Os apoiadores da WEC 2011 foram a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, a Federação Mundial das Organizações de Engenheiros – FMOI e a Swiss Confederation (Confederação Suíça).

• Período: 04 a 09 de setembro de 2011.

• Definição dos objetivos a serem alcançados, indicando como e onde serão aplicados os conhecimentos adquiridos:

Dentre os principais objetivos a serem alcançados no evento, nos termos da Decisão Plenária nº PL-0926/2011, de 05 de julho de 2011, a participação do Sistema Confea/Crea no evento visa o acompanhamento de temas relacionados ao fator energético como principal desafio da engenharia e da ciência na promoção do desenvolvimento sustentável em todo o mundo.

Esta missão representou ainda um avanço no alcance de uma das metas do Planejamento Estratégico 2009/2014 do Confea, qual seja a inserção Internacional do Sistema Confea/Crea.

• Programação resumida das atividades previstas (a programação completa está em anexo):

Domingo, 04 de setembro: 14h-19h Credenciamento 18h-21h Coquetel de Boas-Vindas 19h-19h15 Discurso do Membro da Câmara Municipal de Genebra

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Segunda-Feira, 05 de setembro: 9h30-11h30 Cerimônia de Abertura 11h45-12h30 Conferência com a Imprensa 12h30-13h30 Almoço 13h30-17h30 Mesa redonda

Terça-Feira, 06 de setembro:

Sessões Paralelas:

09h-11h30 Sessões Paralelas (Parte I) sobre Educação; Mobilidade e Transporte; Construção e Desenvolvimento Urbano. 11h30-12h30 Mesa Redonda 13h-14h Almoço 14h-18h Sessões Paralelas (Parte II) sobre Educação; Mobilidade e Transporte; Construção e Desenvolvimento Urbano. Quarta-Feira, 07 de setembro: 9h-11h Sessões Paralelas (Parte I) sobre Usinas e Redes; Energia Renovável e Armazenamento; Consumo Racional. 11h30-12h30 Mesa Redonda 13h-14h Almoço 14h-15h45 Sessões Paralelas (Parte II) sobre Usinas e Redes; Energia Renovável e Armazenamento; Consumo Racional. 17h-18h Cerimônia de Encerramento Quinta-Feira, 08 de setembro: 09h30-18h Assembleia Geral da WFEO Sexta-Feira, 08 de setembro: 9h-12h Assembleia Geral da WFEO

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3 – Relatório Técnico:

A WEC 2011 foi a 4° edição do Congresso, realizada em Genebra, Suíça, após já ter sido realizada em Hanover (2000), em Shanghai (2004) e em Brasília (2008). O evento que ocorre, em média, a cada 04 anos, contou com a participação de delegados de mais de 80 países. O título da WEC 2011 foi Engineers Power the World – Facing the Global Energy Challenge (Os Engenheiros Energizam o Mundo – Enfrentando o Desafio Global da Energia) e refletiu o foco do evento no fator energético com um dos grandes desafios do século XXI. Vez que o tema da energia tem sido uma constante, a WEC 2011 serviu de fato como uma plataforma para discussões sobre o assunto entre diversos países.

A Suíça foi o país escolhido pela FMOI para receber a WEC 2011 e sua organização contou ainda com as seguintes instituições parceiras: o Federal Institutes of Technology in Zurich (ETHZ - Instituto federal de Technologia de Zurique), o Federal Institutes of Technology in Lausanne (EPFL – Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne), a Academia Suíça de Ciências da Engenharia – SATW, universidades da Suíça na área de ciências aplicadas, o Governo Federal da Suíça e associações da indústria e de negócios, além da European Federation of National Engineering Associations (FEANI – Federação Europeia de Associações Nacionais de Engenharia).

O Comitê de Programa da WEC 2011 teve em sua composição representantes dos Institutos Federais de Tecnologia de Zurique e de Lausanne; do Instituto Paul Scherrer; da Comissão Federal de Energia da Suíça e especialistas internacionais incluindo representantes da Associação de Engenheiros da Alemanha (VDI) e da Aliança Estadunidense de Associações de Engenheiros.

Durante o evento, foram conduzidas palestras e discussões com os seguintes temas:

• Educação em engenharia; • Mobilidade e transporte; • Construções e mega-cidades; • Usinas e Redes; • Energia renovável e armazenamento; • Utilização racional e consumidores em larga escala.

Ref. 1: Representantes do Sistema Confea/Crea na Cerimônia de Boas-Vindas realizada no dia 04 de Setembro de 2011.

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05 de Setembro de 2011 – segunda-feira.

Ref. 2: Cerimônia de Abertura da WEC 2011.

A Conselheira Federal da Suíça e Ministra de Energia da Suíça, Sra. Doris Leuthard; a Assistente do Diretor geral da Unesco para Ciência Natural, Sra. Gretchen Kalonji, e a Presidente da FMOI, Sra. Maria Prieto Laffargue, abriram a WEC 2011. Todas enfatizaram a preocupação que devemos ter com o futuro, criando no presente novas soluções, novas políticas, novos incentivos e novas idéias para a geração, distribuição e consumo de energia. Enfatizaram a conscientização e a educação das nações pelo mundo no sentido de reduzir imediatamente o consumo de recursos naturais para a construção de uma sociedade sustentável.

06 de Setembro de 2011 – terça-feira. Um dos painéis de destaque discutidos nesta data foi o “Buildings and

Megacities” (Construções e Megacidades), no qual foi apresentada pelo Prof. Qizhi Mao a palestra “O desenvolvimento de Megacidades e a Economia de Energia: O Desafio da Urbanização na China”.

Ele destacou que a China é o país que possui a maior população urbana do mundo e que durante o seu processo de industrialização e urbanização, o país fez uso energia de forma limitada a fim de apoiar o desenvolvimento da economia nacional de maneira constante e rápida. Apesar disso, o professor indicou em sua fala que há sérios problemas que ainda não foram resolvidos como a economia de energia e a redução de gases, o que implicarão mudanças no estilo de vida, no comportamento e na cultura dos chineses.

Outra palestra de destaque foi “A Responsabilidade Global dos Engenheiros no Século XXI – Desafios para Educação em Engenharia”, de autoria do Dr. Willi Fuchs, Diretor Executivo da Associação Alemã de Engenheiros (VDI).

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Ele iniciou sua palestra apontando a contraditoriedade existente no fato de todas as sociedades modernas desejarem viver num mundo onde o meio ambiente esteja intacto, apesar de nenhum de nós desejar abrir mão das facilidades provenientes das tecnologias modernas. Enfatizou que nossas sociedades enfrentam grandes desafios que só podem ser enfrentados conjuntamente. Como exemplo, citou o rápido crescimento populacional, o crescimento econômico em diversas partes do globo, bem como o consumo dos recursos naturais.

Com relação ao abastecimento de energia, Dr. Willi Fuchs afirmou que se não estivermos aptos a gerar energia de maneira não agressiva ao meio ambiente no século XXI, estaremos igualmente inaptos para resolver o problema da mudança climática e do impacto que isso trará em nossas vidas e ao ambiente em que vivemos.

Concluiu dizendo que não há dúvidas de que é necessário examinar todas as inovações e desenvolvimentos sob um contexto global e que agora, mais que nunca, os engenheiros precisam superar desafios; são eles que precisam continuamente criar novas técnicas para a que alcancemos a sustentabilidade do planeta.

07 de Setembro de 2011 – quarta-feira.

O painel “Rational End Use” e a palestra “Otimizar o Emprego da Energia para o Mundo Moderno”, ministrada pelo Sr. Fuk Cheung Chan, do Instituto de Engenheiros de Hong Kong – China deixou registrada a mudança climática e a diminuição dos recursos energéticos como as duas principais ameaças que podem ter um impacto significativo no mundo.

O palestrante destacou que todos nós devemos ser figuras encorajadoras da sustentabilidade, uma vez que nas próximas décadas a produção de energia utilizando combustíveis fósseis e a conseqüente emissão de gases que causam o efeito estufa será inevitável. Ele explicou que do ponto de vista do consumidor, a consideração inicial deveria ser economizar energia e não desperdiçá-la desnecessariamente.

Recomendou que utilizemos energia elétrica da maneira mais eficiente possível e para o propósito a que se destina. Caso a energia seja residual, afirmou que é necessário encontrar outras maneiras otimizar o seu uso. E concluiu dizendo que é necessário rever constantemente nossa postura e estilo de vida como consumidor final.

Outra palestra de destaque neste mesmo dia foi a do Prof. Hideki Nariai, da Universidade de Tsukuba, Ex-Presidente da Organização de Segurança em Energia Nuclear do Japão que falou sobre “Os Fatos e as Lições aprendidas com o Acidente Nuclear em Fukushima”.

O palestrante iniciou sua palestra com dados do incidente ocorrido no dia 11 de março de 2011 no Japão. Decorridos 06 meses, o Governo japonês ainda se recupera dos resultados causados pela emissão de material radioativo na atmosfera e no mar. Durante a palestra, ficou comprovado que é possível aprender com acidentes como esse.

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Ainda na quarta-feira, 07 de Setembro de 2011, foi aprovada pela comunidade internacional de engenharia presente na WEC 2011 a Declaração de Genebra. O documento foi elaborado com participação de diversos países antes do Congresso quando, no mês de abril de 2011, a WEC 2011 lançou a “Chamada de Genebra” que dava respostas a questões cruciais que a sociedade vem fazendo com relação ao futuro do abastecimento energético. As conclusões foram abertas para discussão num blog. A partir daí, foram coletados todos os comentários e sugestões e então sistematizados, o que deu origem à declaração final, abaixo (tradução livre):

Declaração de Genebra – Chamada para Ação Desafios

Atender à crescente demanda mundial de energia e, ao mesmo tempo, responder às preocupações sobre as implicações dos gases de efeito estufa na mudança climática são os grandes desafios de hoje. A população mundial em crescimento – a estimativa da ONU é de que serão 9 bilhões de pessoas em 2050, – as economias em crescimento nos países em desenvolvimento, particularmente China e Índia, e melhorias no padrão de vida em todo o mundo levarão a um aumento no consumo de energia em cerca de 40%, como esperado pelo cenário política atual da Agência Internacional de Energia - AIE. Com os combustíveis fósseis sendo a principal fonte de energia, sem a captura e o armazenamento de carbono, a meta sugerida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (PICC) para limitar o aquecimento global a +2 graus °C será perdida. Além disso, a mudança climática ocorreu e continuará a ocorrer ao longo de décadas, mesmo se as emissões de GEE forem reduzidas, e as instalações de engenharia precisam ser funcionais e seguras nos ambientes resultantes das alterações climáticas.

Pode haver energia suficiente

O total de energia de diversas fontes em todo o mundo pode ser suficiente para atender às necessidades da população no século atual. A energia renovável alternativa é abundante e, de longe, excede o consumo de energia global. No entanto, a fontes alternativas são escassas, o que exige sistemas de coleta extensiva ou tecnologias associadas que ainda requerem o desenvolvimento a fim de demonstrar viabilidade. Hoje, o petróleo, o gás e o carvão fornecem 80% da nossa necessidade de energia, enquanto a maior parte do restante é fornecida pela biomassa, força nuclear e por hidrelétricas. A energia renovável ainda é a que menos contribui para o fornecimento da energia global.

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Algumas das tecnologias necessárias ainda não são economicamente viáveis. Precisamente, ainda não aprendemos a aproveitar a energia solar abundante a um custo competitivo, mesmo com os custos caindo rapidamente. Além disso, a construção da infraestrutura necessária para levar a eletricidade renovável em larga escala de lugares com alta geração de energia (áreas com alta insolação ou ventos fortes) para os locais com alto consumo exige grandes investimentos e longos prazos, bem como o desenvolvimento de mecanismos que incentivem investimentos em infraestrutura. Além de uma maior participação da energia renovável no cenário mundial, medidas de eficiência energética ajudarão a reduzir a intensidade energética das economias nacionais e, portanto, diminuirão o aumento da demanda por energia primária. Conhecimento e tecnologias disponíveis

O uso de contas de energia fóssil para a maioria das emissões globais de CO2. De acordo com a AIE, existem diversas opções de baixo carbono para limitar as emissões de gases de efeito estufa provenientes do setor energético. A eficiência no consumo final, a eficiência das usinas de energia, a biomassa, os biocombustíveis, a energia nuclear e a captura e o armazenamento de carbono precisam contribuir. Enquanto hidrelétricas e energia eólica são adequadas para serem implantadas em longo prazo, as atuais tecnologias nucleares precisam servir como uma solução paliativa e, para o uso em larga escala no futuro, elas devem ser feitas de maneira inerentemente segura.

As tecnologias renováveis - hidráulica, eólica, biomassa, geotérmica, solar fotovoltaica, solar térmica e o calor do ambiente - têm experimentado um grande progresso técnico e econômico nas últimas décadas. As tecnologias de armazenamento de energia - por exemplo, a hidráulica bombeada e o armazenamento de ar comprimido, as baterias para transportes – são fundamentais para a administração de fontes renováveis de energia intermitentes. A captura e o armazenamento de carbono (CCS) estão sendo desenvolvidos e demonstrados em larga escala. Hoje, a energia eólica e a solar concentrada térmica estão perto de se tornarem competitivas em países desenvolvidos ou em regiões onde outras fontes de energia estão em falta.

Na área de transportes, um amplo esforço está sendo empregado no desenvolvimento de biocombustíveis, nas cadeias de veículos elétricos da unidade e no armazenamento de bateria. Também têm sido amplamente estudados os impactos do uso em larga escala de veículos elétricos e a necessidade de "estações de carregamento" nas redes de energia elétrica por meio do desenvolvimento de "smart grid". Grandes

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esforços estão sendo direcionados para o desenvolvimento de biocombustíveis para transporte e os veículos elétricos. Assim, as tecnologias necessárias para uma economia de baixo carbono estão sendo se tornando disponíveis, e espera-se que se tornem competitivas em breve desde que os custos externos sejam levados em consideração.

Pesquisas são necessárias para definir as o valor das altas cargas de enrgia para as quais as instalações de engenharia devem ser projetadas, operadas e mantidas. Registros históricos, parâmetros para as decisões na área da engenharia, não podem mais ser levados em consideração para definir os ambientes que nossas instalações encontrarão no futuro. Investindo em Nosso Futuro

Investir em tecnologia renovável significa elevados "primeiros custos" e baixos "custos de combustível". Assim, a transformação da variedade de fontes de energia existentes hoje num sistema de energia de baixo carbono requer um aumento substancial nos investimentos em infraestrutura, tais como criação de equipamentos de geração de energia, aumento da capacidade da nova rede, melhorar a infraestrutura de transportes novos e desenvolver veículos novos. A estimativa da World Energy Outlook (IEA) é um investimento adicional de USD 9.300.000 milhões para o cenário de 450 ppm em relação ao cenário de referência.

Segundo a Comissão Europeia, cerca de € 1 trilhão precisam ser investidos começando logo em infraestrutura de energia até 2020 para assegurar o fornecimento de petróleo, gás e eletricidade na Europa para alcançar a meta 20-20-20 até 2020, ou seja, uma parcela de 20% a mais de participação de energia renovável no cenário energético, redução de gasto de energia em 20% com medidas de eficiência e uma redução de 20% dos gases de efeito estufa em comparação ao ano de 1990. Novos investimentos serão necessários para cumprir a meta anual per capita de 2 toneladas de CO2 por pessoa até 2050.

Além dos recursos financeiros, engenheiros bem treinados, criativos e altamente motivados são um pré-requisito para o bom desenvolvimento e para a implantação das tecnologias sustentáveis necessárias. O papel dos engenheiros no alcance da segurança energética deve ser enfatizado. Nós podemos fazer isso – vamos lá!

Para alcançar as metas sugeridas pelo PICC, todo o ciclo de energia - geração, transmissão, distribuição e consumo - deve ser considerado, bem como as fontes primárias de energia sustentável, as fontes

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renováveis, a eficiência no uso e na transmissão, e as consequências ambientais e econômicas devem estar incluídas neste rol. As soluções são necessariamente personalizadas para cada região. E modelos sustentáveis para a interconexão de energia de países em uma determinada região para complementar seu fornecimento de energia terão de ser adotados e implementados.

A energia primária sustentável é bem distribuída e disponível em quantidades suficientes em diversos lugares. Assim, transformando o sistema energético a nível regional, nacional e internacional exigirá uma ação autônoma e cooperativa com o objetivo de minimizar os impactos sobre as vantagens naturais competitivas.

As regiões com altos índices de emissão de CO2 per-capita são incentivadas a começar a transformação rumo a um leque energético mais sustentável identificando a sua maneira de alcançar essa transformação ao menor custo e impacto para a sua economia e competitividade global. Mudar e proporcionar os incentivos para investir e minimizar os impactos nos orçamentos dos consumidores são itens imprescindíveis na decisão política. Conclusões

1. Para garantir uma boa qualidade de vida para todos, todas as fontes de energia disponíveis devem ser consideradas. Uma maior eficiência energética amenizará o crescimento da demanda de energia, mas implicará custos que não são necessariamente insignificantes.

2. O uso de qualquer tecnologia exige uma análise aprofundada da viabilidade tecnológica, econômica e ambiental para sua implementação.

3. As tecnologias que precisam de fornecimento de energia para melhorar substancialmente a qualidade de vida global estão disponíveis ou em estágio avançado de desenvolvimento ou estão sendo atualmente demonstradas. O objetivo é garantir o abastecimento de energia de baixo carbono. Se a meta de 2 °C a mais é o alvo a ser cumprido, é importante que as emissões de gases de efeito estufa - e as emissões de CO2 em particular - sejam drasticamente reduzidas durante a produção e o consumo de diferentes formas de energia.

4. A mudança para uma economia de baixo carbono implicará num investimento substancial e demandará tempo. No setor dos transportes, modificar padrões insustentáveis de consumo de energia exigirá difíceis ajustes sociais.

Neste dia foi anunciada ainda a WEC 2015 em Kyoto – Japão, pelo Sr. Koichi Yamada, cujo material institucional de divulgação está anexado a esse relatório.

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27ª Assembleia Geral da Federação Mundial de Organizações de Engenheiros – FMOI

08 e 09 de Setembro de 2011

A Assembleia Geral da FMOI foi aberta pela Presidente Maria Prieto Laffargue e foram tomadas as seguintes decisões:

• Aprovadas as contas e os orçamentos auditados da Federação; • Recebidos cinco novos membros: Croácia, Malta, Montenegro, Peru e

Sérvia; • Aprovada a nova Constituição; • Escolhida a Kuwait Society of Engineers (Sociedade de Engenheiros do

Kuwait) para sediar o recém-criado Comitê de Jovens Engenheiros/Jovens Líderes e também o Comitê de Mulheres Engenheiras;

• Aceito o Engineering Council of South Africa (Conselho de Engenharia da África do Sul) para sediar o Comitê de Construção de Capacidade em Engenharia;

• Aceita a American Association of Engineering Societies (Associação Americana de Sociedades de Engenharia) como nova sede do Comitê de Energia;

• Confirmada a sede do Comitê em Engenharia para Tecnologias Inovadoras para a Institution of Engineers of India (Instituição de Engenheiros da Índia) para outro período de quatro anos;

• Confirmada a sede do Comitê de Engenharia e Meio ambiente para Engineers Canada para outro período de quatro anos;

• Confirmada a sede do Comitê de Engenharia e Educação para Order of Engineers and Architects of Beirut, Lebanon (Ordem dos Engenheiros e Arquitetos de Beirute – Líbano) para o período 2011-2015;

• Confirmada a sede do Comitê de Informação e Comunicação para o Desenvolvimento para a China Association for Science and Technology (Associação de Ciência e Tecnologia da China) para outro período de quatro anos;

• Confirmada a sede do Comitê de Anticorrupção para Zimbábue como Kamel Ayadi como presidente;

• Votado como President Elect o Sr. Marwan Abdelhamid (Palestina); • Eleitos como Vice-Presidentes: Haro Bedelian (UK), Tan Seng Chuan

(Singapura), Peter Greenwood (Austrália) e Konstantinos Alexopoulos (Grécia);

• Eleitos e reeleitos 9 (nove) representantes de Membros Nacionais para o Conselho Executivo;

• Aceito com gratidão o convite da Slovenian Chamber of Engineers (Câmara Eslovênia de Engenheiros) para sediar a próxima reunião do Conselho Executivo em 2012 in Ljubljana;

• Aceito com gratidão o convite da Institution of Engineers of Singapore (Instituição de Engenheiros da Singapura) para hospedar a Assembleia Geral de 2013;

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• Conferida a premiação da FMOI da Medalha de Excelência em Engenharia ao Sr. Bill Salmon (EUA), a Medalha de Excelência em Educação ao Dr. Miszalski (Polônia) e o Prêmio Hassib Sabbagh para Construção em Engenharia ao Sr. Riad Zakhem (EUA).

• Conferidas medalhas por serviços relevantes ao Ex-Presidente da FMOI Barry Grear, e aos Vice-Presidentes B J Vasoya, Jean Claude Badoux e Jorge Spitalnik.

As atividades e projetos da FMOI foram debatidos, incluindo-se o envolvimento da Federação na Conferência Rio + 20, nos Órgãos das Nações Unidas e nas organizações e comissões internacionais e em Agências Multilaterais.

No final da Assembleia Geral, a Presidente Maria Prieto Laffargue passou a presidência ao Sr. Adel Alkharafi que agradeceu todos os participantes e convocou-os para a cooperação e empenho de todos os membros a fim de ajudar a construir uma Federação mais forte e mais eficiente para benefício de todos os engenheiros.

Ele apresentou seu planejamento estratégico para os dois próximos anos quando sua estratégia de marketing será destinada a dar mais evidência, visibilidade e reconhecimento à FMOI em todo o mundo, além de criar mais coesão entre seus membros e aumentar sua estabilidade financeira.

Por fim, o Sr. Adel Alkharafi assumiu a presidência do Conselho Executivo, nomeou seus conselheiros pessoais e designou tarefas aos vários membros do Conselho.

Ref. 3: Participação do Confea e na Assembléia Geral da FMOI.

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4- Proposições/ Recomendações a serem aplicadas no Sistema pela experiência adquirida:

A participação do Sistema Confea/Crea na WEC 2011 permitiu aos

seus representantes o compartilhamento de pensamentos e idéias com engenheiros de distintas nacionalidades diferentes bagagens culturais e com diferentes históricos sociais. Foi constatado que a energia é um problema global e que, como tal, necessita ser abordado sob óticas e perspectivas diferentes.

A WEC 2011 funcionou, de fato, como uma espécie de plataforma de compartilhamento de conhecimentos na área da engenharia. Demonstrou ser um ambiente com profissionais plenamente conscientes acerca de suas escolhas tecnológicas e suas conseqüências sociais. Os engenheiros presentes na WEC 2011 provaram estar convencidos que as respostas aos desafios de hoje estão com aqueles que possuem total entendimento ético dos problemas que vem sendo enfrentados.

E nos tempos atuais, em que é recorrente países de todos os continentes, indistintamente, passarem por crises econômicas e sociais é imprescindível que a comunidade da engenharia vá além e eleve seus esforços a fim de transcender a esfera técnica e de se conectar, de se relacionar com a sociedade de forma mais incisiva e frutífera para um meio ambiente sustentável.

A nova geração também esteve presente em Genebra. Aproximadamente 400 jovens engenheiros participaram dos eventos especiais e do Projeto Jovens Engenheiros, quando equipes internacionais elaboraram soluções energéticas que foram premiadas em Genebra.

Por todo o exposto acima, o Confea, sendo o maior Conselho de fiscalização profissional do mundo, deve instituir mecanismos de incentivo e encorajamento à participação da sociedade nos debates técnicos e políticos que possuam implicações na questão energética no Brasil. Estudantes e jovens engenheiros devem ser igualmente estimulados a participar, vez que resta provada a pro atividade e criatividade deste grupo.

Além disso, é de extrema relevância que o Confea inicie um processo

de aprendizado com exemplos, modelos e experiências internacionais. Como o tema das novas soluções energéticas tem se tornado um assunto cada vez mais presente entre a comunidade técnica e a sociedade, o Confea pode desempenhar um papel mediador e tornar-se um instrumento para estreitamento entre engenheiros e comunidade, regional e localmente, a fim de levar e trazer novas idéias e soluções que contribuam para a sustentabilidade do meio ambiente.

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5 – Conclusão:

A WEC 2011 foi um ponto de encontro para especialistas em energia

de todo o mundo. Aproximadamente 1.800 participantes de mais de 86 países participaram de mais de 150 apresentações orais e mesas redondas com palestrantes de destaque. Após Hannover em 2000, Shanghai em 2004 e Brasília em 2008, a WEC 2011 foi o quarto encontro exitoso a proporcionar um diálogo internacional entre engenheiros.

Durante o evento, foi tratada uma das questões cruciais de nossa era: como gerar energia suficiente para todas as pessoas do mundo e, ao mesmo tempo, manter nosso meio-ambiente para as gerações futuras?

A WEC 2011 foi uma grande virada na maneira como a engenharia contribui para a sociedade e no modo como se comunica com ela nos dias de hoje. O evento serviu como uma oportunidade, um instrumento para que a comunidade internacional de engenheiros pudesse mostrar para todo o mundo o caminho de transição para um futuro energético sustentável.

Podemos afirmar que o que diferenciou a WEC 2011 dos outros encontros internacionais sobre meio ambiente tais como Doha, Copenhagen, Kyoto e Davos é que a WEC 2011 obteve suas conclusões e recomendações das melhores práticas tecnológicas e “daquela” engenharia que transforma conhecimento em progresso social.

O tema da energia é um dos mais importantes da atualidade. Sob uma perspectiva de crescimento demográfico acentuado e de um cenário aonde o risco energético e o risco para o meio ambiente vêm aumentando representativamente, a WEC 2011 optou por focar o tema de suas discussões no enfretamento do desafio energético e na criação de um novo modelo de produção, consumo e distribuição de energia.

O evento conseguiu abranger diversos aspectos a respeito da formulação e implementação de uma política de energia correta e eficiente. Para tanto, foram levados em consideração diversos parâmetros tais como as disparidades demográficas ao redor do mundo, as áreas rurais, o planejamento urbano, o custo-benefício das inovações energéticas, a produção de tecnologias, segurança, educação, metodologias, melhoramento das redes de distribuição etc.

Entendemos que todos os itens acima elencados foram abordados de maneira perspicaz e competente na WEC 2011 e que tais aspectos, intimamente ligados às inovações na área da engenharia, estarão aptos a desenvolver, num futuro próximo, soluções locais e regionais e, principalmente, a suprir necessidades concretas da sociedade contemporânea.

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Henrique Luduvice

Engenheiro Civil Representante do Presidente do Confea

Maria Luiza Poci Pinto Técnica em Meteorologia, Cons. Federal

Representante do Plenário do Confea

Idalino Serra Hortêncio Engenheiro Civil

Representante do Plenário do Confea

Afonso Luiz Costa Lins Júnior Engenheiro Civil

Representante do Plenário do Confea

Luis Eduardo Castro Quitério

Tec. Mec. Representante do Plenário do Confea

Geraldino Gustavo de Queiroz Teixeira

Engenheiro Agrônomo Representante do Plenário do Confea

Luiz Alberto Freitas Pereira

Engenheiro Agrônomo Representante do CP – CREA-AP

José Borges de Sousa Araújo

Eng. Agrimensor e Civil Representante do CP – CREA-PI

Ronnie José Pizzi Costa Engenheiro Alimentos

Representante do CDEN - Abealim

Mônica Azevedo Lannes Ribeiro Bach. em Relações Internacionais – PAS

Assessoria Internacional – ASIN

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Anexos:

1- Registros Fotográficos da WEC 2011;

2- Pauta da 27° Assembleia Geral da FMOI;

3- Livreto com a Programação da WEC 2011;

4- CD com Palestras ministradas no evento;

5- Material Institucional de Divulgação da WEC 2015.