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INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN) ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL LUTERANA DE SANTA CATARINA BOM JESUS (IELUSC) FACULDADE DE TURISMO ( PROJETO DIAGNÓSTICO DOCUMENTAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DE SANTA CATARINA CONVÊNIO 51/2006 RELATÓRIO TÉCNICO JOINVILLE Fevereiro/2008

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INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN)

ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL LUTERANA DE SANTA CATARINA BOM JESUS (IELUSC)

FACULDADE DE TURISMO (

PROJETO DIAGNÓSTICO DOCUMENTAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL

DE SANTA CATARINA CONVÊNIO 51/2006

RELATÓRIO TÉCNICO

JOINVILLE

Fevereiro/2008

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PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Silva M INISTRO DA CULTURA Gilberto Gil Moreira PRESIDENTE DO IPHAN Luiz Fernando de Almeida 11ª SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO IPHAN – SANTA CATARINA Ulisses Munarim ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL LUTERANA DE SANTA CATARINA – BOM JESUS

(IELUSC) Diretor Geral Dr. Tito Livio Lermen Coordenadora da Faculdade de Turismo (com ênfase em Meio Ambiente) Prof. MSc. Maria Ivonete Peixer da Silva Coordenador do Projeto Diagnóstico Documental do Patrimônio Cultural Imaterial de Santa Catarina Prof. MSc. Gerson Machado Professores Pesquisadores Drª Dione da Rocha Bandeira Esp. Judith Steinbach Esp. Maria da Luz Machado MSc. Giane Maria de Souza MSc. João Carlos Ferreira de Melo Jr. MSc. Maria Cláudia Lorenzetti

MSc. Maria Ivonete Peixer da Silva MSc. Maria Teresinha Marcon MSc. Natália Tavarez de Azevedo MSc. Odemir Capistrano da Silva Profª Elaine Cristina Machado

Estagiários Bolsistas Ana Paula Vieira Léo Oliveira de Souza Acadêmicas Participantes Joelma Sartor Larissa Martins da Silva APOIO Fundação Cultural de Joinville

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS, TABELAS E GRÁFICOS ...................................................... 4

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

A PESQUISA .................................................................................................................. 6

O QUE SE PESQUISOU E ONDE: NOMES, IDÉIAS, NÚMEROS ......................................................................... 8 AS QUATRO METAS ................................................................................................................................. 13

CONCLUSÃO .............................................................................................................. 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 22

ANEXOS ....................................................................................................................... 26

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LISTA DE FIGURAS, TABELAS E GRÁFICOS FIGURAS FIGURA 1 – REUNIÃO DE FORMAÇÃO 13 E 14 DE MARÇO DE 2007 ................................................................ 7 FIGURA 2 – CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DO MUSEU OSWALDO RODRIGUES CABRAL ............................. 10 TABELAS TABELA 1 – LISTA DE INSTITUÇÕES VISITADAS ............................................................................................. 9 TABELA 2 SISTEMA DE SEGURANÇA DAS INSTITUIÇÕES VISITADAS ............................................................ 13 TABELA 3- REFERÊNCIAS CULTURAIS DO ESTADO DE SANTA CATARINA , LEVANTADAS PELO PROJETO

DIAGNÓSTICO DOCUMENTAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DO ESTADO DE SANTA

CATARINA ......................................................................................................................................... 14 GRÁFICOS GRÁFICO 1 – CONSERVAÇÃO DOS EDIFÍCIOS ............................................................................................... 11 GRÁFICO 2 – CONSERVAÇÃO DO ACERVO ................................................................................................... 11 GRÁFICO 3 – MANUSEIO DO ACERVO ......................................................................................................... 12

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AGRADECIMENTOS

Em nome do núcleo básico que ao longo dos últimos 13 meses dedicou o melhor do seu talento e da sua energia para a consecução desse projeto de tamanha importância para todos nós, catarinenses, faço questão de registrar meus agradecimentos

ao IPHAN pela coragem de estabelecer políticas públicas consistentes que valorizam o patrimônio cultural brasileiro em todas as suas matizes e manifestações. Em especial ao Departamento de Patrimônio Imaterial, e à 11ª Superintendência do IPHAN em Santa Catarina;

ao senhor diretor geral da Associação Educacional Luterana de Santa Catarina − Bom Jesus (Ielusc), Dr Tito Livio Lermen;

à Fundação Cultural de Joinville, instituição que apoiou o desenvolvimento desse projeto em todas as suas fases;

aos dirigentes das instituições e entidades particulares que nos receberam em seus estabelecimentos e disponibilizaram suas bibliotecas e seus arquivos;

aos dirigentes de órgãos, repartições e unidades do setor público que nos abriram portas e gavetas para nos permitir fazer o necessário levantamento de dados e informações.

à professora Maria Ivonete Peixer da Silva, pelo apoio incondicional; ao Laboratório de Pesquisa e Extensão do Curso de Turismo da Associação

Educacional Luterana Bom Jesus/IELUSC; à todos os nossos entrevistados que compartilharam suas

experiências/vivências/saberes com a equipe, ajudando-nos imensamente na elaboração do presente diagnóstico;

e, enfim, a todos − professores, historiadores, pesquisadores, cientistas sociais, acadêmicos e não acadêmicos − que, em diferentes momentos, voluntariamente se incorporaram à equipe, prestando-lhe inestimável colaboração.

Nunca seria demais enfatizar a valiosa contribuição de cada um para o cumprimento da nossa tarefa. Nunca, quem sabe, poderemos saldar tão alta dívida. Em compensação, têm todos já garantido o crédito seguro de um lugar cativo em nossa memória.

Joinville, 27 de fevereiro de 2008.

Gerson Machado Coordenador Técnico do Projeto

Diagnóstico Documental do Patrimônio Cultural Imaterial de Santa Catarina

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RELATÓRIO TÉCNICO DO PROJETO DIAGNÓSTICO DOCUMENTAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DO

ESTADO DE SANTA CATARINA

INTRODUÇÃO

Toda tarefa merece o capricho de costureira refinada. Senão para imprimir-lhe

alguma elegância, ao menos para fazê-la atraente. Qualquer tarefa reivindica o status de

uma peça musical executada com requintes de instrumentista virtuoso. Assim também

um relatório, seguindo o conhecido exemplo de Graciliano Ramos quando prefeito de

Palmeira dos Índios.1 Não vá um ponto mal cosido, ou um acorde acovardado, ou um

deslize no arremate – não vá nada disso pôr a perder a harmonia da obra, da

encomenda.

Este documento constitui-se de um texto que se divide em três seções. A esse

texto se somam dois anexos – a Prestação de Contas (Anexo 1) e o Banco de

Referências Culturais (Anexo 2). Eis, portanto, a encomenda, e que ela corresponda

minimamente ao plano traçado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional (Iphan) por via do seu Departamento do Patrimônio Imaterial (DPI) e aos

propósitos da sociedade.

Dito isso, eis como se apresentou e se apresenta para nós a execução do Projeto

Diagnóstico Documental do Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Santa Catarina:

um desafio extraordinário. Em primeiro lugar, impõe-se o obstáculo de lidar com um

objeto cuja alta complexidade é reconhecida em todas as paragens, em todas as latitudes

e longitudes. Nas províncias e nas metrópoles, não há dúvida: duvida-se de conceitos,

universalizam-se demandas, revogam-se disposições em contradição com a necessidade

de contemplar o inefável, capturando-o em categorias. O segundo obstáculo deriva do

1Graciliano Ramos de Oliveira (AL, 1892-1953, RJ). Romancista notável, autor, entre outras obras, de “Vidas secas” e “São Bernardo”, transpostas para o cinema. Quando prefeito de Palmeira dos Índios, um relatório que envia ao governador chama a atenção do poeta e editor Augusto Frederico Schmidt, levando-o a publicar, em 1933, “Caetés”, seu livro de estréia.

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primeiro. Considerando que o objeto a ser estudado, constantemente escapa ao

enquadramento, como apanhá-lo na rede de pescar dos conceitos se os conceitos se

esgarçam, por demais vulneráveis quando postos à prova da resistência aos materiais,

ou seja, aos objetos aos quais deveriam se referir? Que substâncias, que componentes

garantem ou não afinal a esses bens culturais “intangíveis” a sua permanência no tempo

e no espaço? Que teoria dará conta dessa materialidade imaterial, por assim dizer?

Respostas razoáveis a tais perguntas só poderiam surgir no curso mesmo das

pesquisas. E o presente relatório constitui-se num produto final desse esforço. Isto é:

resulta do cumprimento de uma trajetória que compreende a interpelação de esfinges no

campo de investigações das práticas culturais, das suas manifestações, das suas

epifanias, com perdão da metáfora de inspiração religiosa ou mística em contexto

profano. Mas resulta igualmente do debate que se estabeleceu entre os integrantes da

equipe com respeito à abordagem teórico-metodológica do tema, antes, durante e depois

das visitas às instituições – universidades, bibliotecas, igrejas, etc.

Outro problema foi a precariedade do prazo vis-à-vis a envergadura do

empreendimento e as condições gerais para sua realização. Fosse apenas e tão-somente

um levantamento de itens que, hipoteticamente, poderiam ser inscritos na rubrica

Patrimônio (Referência?) Cultural Intangível, e já se trataria de missão árdua.

Entretanto, o projeto exigia bem mais. O diagnóstico não se conceberia, não se

elaboraria sem a coleta de um conjunto significativo de informações que permitissem

classificar, analisar e dessa forma fazer inferências pertinentes.

Era necessário, para tanto, primeiramente, propor uma noção ao menos, senão um

conceito, de referência cultural, o que significava essa expressão cuja abordagem

implicava, como a abordagem de qualquer objeto inaudito, precauções dobradas.

Evidentemente, tal noção deveria carregar a sua contraparte: a idéia de patrimônio

intangível.

Impossível eliminar falhas, lacunas, equívocos, é óbvio. Haverá questionamentos

irrespondíveis e quem sabe conclusões não de todo claras, independentemente de erros

e acertos. A música ou o ritmo dos trens, por exemplo, vem a ser uma omissão

inevitável. Constatar o estado da arte, nesse caso, equivaleria a captar algo como o

sentimento ou a emoção de dois meninos que, metidos até a cintura numa poça d’água,

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acenavam sorridentes naquele momento para os passageiros do trem que os expulsara

dos trilhos no caminho de todas as manhãs entre a escola e a casa em São Chico2. Não

se pode guardar o lirismo real do fato real, nem a cena a um tempo dramática e cômica

que se gravou, na memória dos seus personagens, hoje adultos. Mais feliz, De Sica

logrou colher os gestos indecisos de “Umberto D”, um velho como outros velhos sem

recursos para o seu sustento, na hora de se despedir do animal de estimação, ou quando

resolve, por fim, estender ele próprio o chapéu vacilante à chamada caridade alheia3.

O exemplo de De Sica com “Umberto D” serve para reapresentar ou reiterar, de

um modo não localizado ou regional, particular, as persistentes dúvidas: Onde a

materialidade? Onde o intangível? No gesto, na emoção volátil, na imagem como que

recuperada ou roubada à história pelo cinema?

Problema duro de resolver, tornamos a ele sem oferecer solução satisfatória.

Manifestação e referência, material e imaterial, faces da mesma moeda, seguem

inseparáveis como o trem continente e o trem conteúdo de Gonzaguinha, “no sobe

serra,/desce serra/nessa terra:/vai carregado de esperança, amor, verdade/e outras

dades,/pra onde vai?/quem quer saber?”4 Também assim o caracol com sua casa, ou os

moradores de rua e seus sentimentos, seus estados de alma, seus eventuais pertences,

suas lembranças, pouco importando se verdadeiras ou falsas. Não sugere o ditado que

“quem conta um conto, aumenta um ponto”? Talvez valesse a pena por ora apelidar os

bens ditos imateriais de “constituintes”, porque permanecem em construção, enquanto

os materiais seriam “constituídos”, já que se encontram como que definidos. Isto é:

processo consolidado, entenda-se constituído; processo em construção continuada,

sujeito a novas versões, alterações in loco, em situação, entenda-se constituinte. Assim,

o samba-enredo composto e gravado participa da ala dos bens constituídos. Ao seu lado,

o desfile de escola de samba “vem” na ala dos bens constituintes. Todavia, vale

ressaltar que não estamos tirando das coisas, especialmente as materializadas a sua

vulnerabilidade ao tempo, ao devir, portanto, à mudança. Temos que relativizar sempre

2Forma carinhosa como os catarinenses se referem à Ilha de São Francisco, terceira cidade mais antiga do Brasil, localizada no litoral norte do estado. 3Vittorio De Sica (1901-1974), cineasta italiano, um dos expoentes do Neo-Realismo e do cinema mundial em todos os tempos, autor de obras-primas como “Milagre em Milão”, “Duas mulheres”, “Ladrões de bicicleta” e “O jardim dos Finzi-Contini”. O Neo-Realismo, que pontificou no pós-guerra, exerceu influência considerável sobre o Cinema Novo brasileiro.

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essa questão, pois a discussão fica muito mais interessante à medida que incorpora a

idéia de que tudo é atingido por Cronos. Ressalta-se que as coisas materiais são mais

difíceis de se observar em função da durabilidade maior das estruturas físicas, em

relação à nossa própria estrutura física, humana. Sendo que essa dificuldade de

percepção é reforçada por narrativas que dão a falsa impressão de continuidade,

perenidade, eternidade. Enquanto as coisas não materiais, ou feitas de matérias mais

sucessíveis à atuação do tempo-espaço ocupam lugares de menor destaque em nossa

sociedade.

Desse modo, o trem seria patrimônio constituído, enquanto as suas viagens

espaciais e temporais na história e o que ocorre nelas seria patrimônio constituinte. Ou

ainda: as peças artesanais se classificariam como bens constituídos, paralelamente ao

artesanato (bem constituinte); os livros de cordel entrariam no rol do patrimônio

cultural como constituídos, ao passo que a literatura do gênero se incluiria no inventário

do patrimônio constituinte. Certamente, sabemos, tal nomenclatura, modesta

contribuição ao esforço geral de superar as imprecisões apontadas sobejamente por

tantos autores, terá seus defeitos, é fato5. Todavia, em ciências, o definitivo só se mostra

quando se usa o verbo buscar. Aliás, eis, quiçá, a mais consistente de nossas conclusões,

que aqui cabe, por absolutamente pertinente, antecipar às próximas páginas: a melhor

maneira de encontrar o verdadeiro objeto, é buscá-lo sempre. As demais seções do

relatório demonstram ou procuram demonstrar por quê.

Quanto ao termo referência, decidiu-se seguir tão perto quanto possível o modo

como refletia a esse respeito Aloísio Magalhães, que comandou o órgão responsável

pelo patrimônio cultural de 1979 a 19826. Nesse sentido, as referências são

4“O trem”, composição de Luís Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha. 5Alguns dos textos que balizaram essa discussão encontram-se na Revista Tempo Brasileiro n. 147, out.-dez., 2001, dedicada inteiramente ao tema: “Patrimônio imaterial e diversidade cultural: o novo decreto para a proteção dos bens imateriais”, Laurent Lévi-Strauss, p. 23-25; “Patrimônio imaterial e referências culturais”, Antonio Arantes, p. 129-39; “Patrimônio imaterial: do conceito ao problema da proteção”, Márcia Sant'Anna, p. 151-61; “Patrimônio imaterial: um sistema sustentável de proteção”, Joaquim Falcão, p. 163-80; “Para além da 'pedra e cal': por uma concepção ampla de patrimônio”, Cecília Londres, p. 185-204. 6Aloísio Sérgio Magalhães (1927-1982, Itália). Designer pernambucano, professor, participou da criação da Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), no Rio de Janeiro, em 1963. Entre 1975 e 1980, coordenou o projeto do Centro de Referência Cultural (CNRC). Personagem central na história do design moderno brasileiro e um dos introdutores de conceitos que acentuam a importância do patrimônio cultural no país. Fonte: www.fundaj.gov.br/docs/aloisio/aloisio.html, consultada em 31de janeiro de 2008.

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compreendidas como processo, maneira de fazer, usar e fruir objetos ou eventos (festas,

feiras) e remetem a suportes materiais ou materializados de múltiplos significados,

como representações ou símbolos com os quais os indivíduos que vivem naquele

ambiente se identificam concretamente. No entender de Márcia Sant'Anna, tais sujeitos

apreendem essas referências, incorporam-nas ao seu dia-a-dia e empregam-nas como

ferramentas naquele contexto, no qual estabelecem relações num sistema que expressa a

situação em que vivem. Assim, mais do que informar sobre aquele universo, enquanto

seus construtores, eles são também seus intérpretes. No samba “Mundo de zinco”, de

Wilson Batista7 e Nássara8, o verso inicial, “Aquele mundo de zinco que é Mangueira”,

remete a algo mais do que um conjunto de moradias pobres cobertas de zinco ou

toscamente edificadas. Remete igualmente às histórias e aos costumes de cada um e dos

moradores em geral daquela comunidade, sugerindo um mundo de significados –

ontem, uns; hoje, outros mais, outros menos. Trata-se, portanto, de uma referência à

Mangueira enquanto núcleo habitacional que reúne pessoas com determinados valores,

costumes, práticas de todo tipo, um lugar de moradia onde não se dorme apenas, mas se

constrói e reconstrói cotidianamente o viver. Análogamente os vários lugares e

edificações que compõe o cenário cultural de Santa Catarina, não são apenas “pedra e

cal”, são, antes, espaços prenhes de sentido, redes de significados na qual todos os

moradores se constituem e se interconectam.9

7Wilson Batista de Oliveira nasceu em Campos, RJ, em 1913. Personagem da Lapa carioca da década de 1930, aos 16 anos compôs o primeiro de muitos sambas gravados por diferentes intérpretes. Protagonizou famosa polêmica com Noel Rosa (1910-1937). Fonte: www.glosk.com/AR/Esquina/-1468025/pages/Wilson_Batista, consultada em 29 de janeiro de 2008. 8Antonio Gabriel Nássara (1910-1996), compositor, caricaturista e jornalista carioca. Parceiro de Noel Rosa e Haroldo Lobo, com quem fez, em 1941, a marchinha carnavalesca Alá-lá-ô. Fonte: www.edukbr.com.br/artemanhas/nassara.asp, consultada em 29 de janeiro de 2008. 9 FONSECA, Maria Cecília Londres. Para além da pedra e cal: por uma concepção ampla de patrimônio cultural. In: ABREU, R.; CHAGAS, M. (org.). Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p. 56-76.

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A PESQUISA O trabalho começou em janeiro de 2007, com o acompanhamento da equipe do

Departamento de Patrimônio Imaterial do IPHAN/Brasília e da 11ª Superintendência

Regional do Iphan, de Florianópolis, com prazo para conclusão previsto para dezembro

do mesmo ano.

Estabelecia o Convênio 56/2007, de acordo com o Edital de Divulgação Iphan

001/2006, que a tarefa consistiria em fazer o levantamento de dados por meio de visitas

de campo a diferentes regiões do estado, municiar o banco de dados conforme planilhas

fornecidas pelo Iphan/DPI, analisar esses dados, definir as referências culturais

imateriais e encaminhar relatório dando conta das operações efetivadas e dos seus

resultados. Textualmente, o projeto previa:

� Mapear os registros documentais do Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Santa Catarina. � Verificar o estado dos acervos documentais de registro do Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Santa Catarina. � Organizar um banco de dados que possa subsidiar ações de inventário e registro do Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Santa Catarina.

Era necessário, para tanto, primeiramente, definir com um mínimo de clareza uma

noção ao menos, senão um conceito, de referência cultural intangível, qual o

significado, nesse caso, dessa expressão de natureza tão complexa.

A equipe básica se constituía do professor Gerson Machado, membro do corpo

docente do curso de Turismo do Ielusc e coordenador técnico do projeto, e dos

acadêmicos do curso de Turismo do Ielusc: Ana Paula Vieira, e Léo Oliveira. As

professoras e historiadoras Elaine Machado e Giane Maria de Souza e o Sr. Odemir

Capistrano Silva, jornalista e Mestre em Comunicação e Cultura, colaboraram com a

definição das referências culturais que sistematizariam, grosso modo, todo o banco de

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dados.10 Todavia é preciso destacar que, durante a fase de pesquisa de campo outros

membros da comunidade acadêmica integraram eventualmente a equipe11.

Como parte da etapa de formação do grupo de trabalho e sob a orientação do

professor Gerson Machado, os integrantes da equipe se dispuseram a fazer a leitura de

um conjunto de textos que não apenas narravam experiências nesse campo como

procuravam discernir os diferentes modos de abordagem da temática.12 Emergiu dessas

leituras e dos debates que se lhes seguiram, a certeza de que aqui havia uma

extraordinária riqueza de contribuições questionadoras, porém poucos fundamentos

consensuais capazes de facilitar a consecução do trabalho. Nem mesmo os dispositivos

legais ou ao menos os mais relevantes eram capazes de propiciar isso13. O caminho,

então, foi procurar apoio junto ao pessoal técnico do Iphan em SC, inclusive porque,

nessa fase inicial, a equipe realizou seminários e reuniões visando discutir os aspectos

supracitados, segundo, também, o roteiro do projeto. Todavia, o que parecia ser um

problema, um desencontro, revelou-se como uma oportunidade de interação e

crescimento para todos os envolvidos, à medida que a para a maioria dos membros as

questões propostas pelo projeto foram discutidas de forma ampla, sem muitos

enunciados hierárquicos. Todos estudaram, todos aprenderam.

Figura 1 – Reunião de Formação 13 e 14 de março de 2007 10Ver Banco de Dados, Anexo 2. 11As professoras Dione Bandeira, Judith Steinbach, Maria Cláudia Lorenzetti Corrêa, Maria Teresinha Marcon, Natália Tavares de Azevedo, o professor João Melo, à bibliotecária Maria da Luz e as acadêmicas do curso de Turismo do IELUSC Joelma Sartor e Larissa Martins da Silva. 12 A listagem bibliográfica ao final do relatório relaciona as principais referências bibliográficas disponíveis para leitura. 13Mencionem-se apenas, entre outros documentos no plano nacional e internacional: a Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais (Unesco, 2005); a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial (Unesco, 2003); o Decreto 3.551, de 4/9/2000, que institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial, o Decreto estadual 2.404, de 29/9/2004, que institui formas de Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial ou Intangível que constituem o Patrimônio Cultural de Santa Catarina e a Lei estadual 5.846, de 22/12/1980, que trata do instituto do tombamento.

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Dessas reuniões, adotou-se, à guisa de metodologia, fazer inicialmente um

levantamento mais geral das manifestações da cultura catarinense, tomadas, digamos,

metaforicamente, por uma grande angular. Num segundo momento e nas etapas

posteriores, cuidamos do joeiramento, do peneiramento do material colhido em bruto,

fechando agora o ângulo, o enquadramento. Mal comparando, era como seguir o

conselho de efetuar uma leitura densa, apoiada numa “descrição densa”14, extraindo o

máximo numa síntese do amplo universo de informações que já imaginávamos, muitas

ao alcance mesmo de qualquer leitor com os sentidos um pouco mais apurados. Era o

previsível. No fim, quem sabe não obteríamos uma interpretação consistente, um

mundo coerente de significados para aqueles significantes?

O que se pesquisou e onde: nomes, idéias, números Então vieram as pesquisas de campo. Mas antes delas, as providências para que se

efetivasse em segurança o deslocamento e a hospedagem da equipe, fazendo-se também

os devidos contatos com as instituições a serem pesquisadas. Durante as saídas, foram

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se agregando ao grupo, por revezamento, outros pesquisadores, eventualmente

vinculados à instituição. O roteiro de saídas contemplou as principais instituições

universitárias e alguns dos mais importantes centros de documentação e de cultura do

estado. Priorizamos instituições minimamente estruturadas, dessa forma os centros de

documentação e bibliotecas autônomas e/ou ligadas a outras instituições, como as

universidades, foram os espaços privilegiados pelo projeto, conforme tabela 1.

Tabela 1 – Lista de instituções visitadas DATA INSTITUIÇÃO VISITADA MUNICÍPIO

12 a 14/04/2007 Biblioteca Cel. Alire Carneiro – Central da Universidade da Região de Joinville- UNIVILLE

Joinville

23 a 25/04/2007 Biblioteca Central Universitária – UFSC Florianópolis 23 a 25/04/2007 Museu Antropológico Oswaldo Rodrigues Cabral –

UFSC Florianópolis

23 a 25/04/2007 Núcleo de Estudos Açorianos Florianópolis 14 a 16/05/2007 Biblioteca Central da UDESC Florianópolis 14 a 16/05/2007 Instituto Histórico e Geográfico de SC Florianópolis 14 a 16/05/2007 Sala de Leitura José Saramago – CFH- UFSC Florianópolis 28 a 30/05/2007 Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina Florianópolis 06/06/2007 Biblioteca Castro Alves – Unidade Saguaçu –

IELUSC Joinville

11 e 12/06/2007 Biblioteca Central Martinho Cardoso da Veiga – FURB

Blumenau

13 e 14/06/2007 Biblioteca Alfredo Rusins – Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville

Joinville

25 e 26/06/2007 Biblioteca Central UNIVALI Itajaí 23 e 24/07/2007 Escritório Técnico do IPHAN – Laguna Laguna 23 e 24/07/2007 Irmandade do Santíssimo Sacramento Santo Antônio

dos Anjos de Laguna Laguna

24 e 25/07/2007 Biblioteca Central da UNISUL Tubarão 06 a 08/08/2007 Biblioteca Central da UNESC Criciúma 10 a 12/09/2007 Biblioteca Central UNIPLAC Lages 10 a 12/09/2007 Biblioteca Museu Thiago de Castro Lages 16 a 17/10/2007 Biblioteca Universitária Comendador Primo

Tedesco – UNC Caçador

15 a 17/10/2007 Biblioteca Universitária UNOCHAPECÒ Chapecó 15 a 17/10/2007 Centro de Organização da Memória do Oeste de SC Chapecó 05 e 06/11/2007 Biblioteca da Fundação Catarinense de Cultura Florianópolis 05 e 06/11/2007 Museu da Imagem e do Som Florianópolis 14Em expressão tomada de empréstimo ao antropólogo estadunidense Clifford Geertz (1926-2006) em “Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura”, célebre ensaio publicado no volume “A interpretação da cultura”, Rio de Janeiro, Zahar, 1978, p.13-41.

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Os relatórios produzidos a partir dessas visitas, embora já enviados ao Iphan/DPI,

integram o presente documento, contribuindo para a melhor compreensão da natureza e

da amplitude da tarefa (Anexos 1 ao 9 e 11 ao 16)

O registro fotográfico de cada um dos locais visitados, feito pela equipe

acrescenta elementos que permitem avaliar, ao menos preliminarmente, as estruturas

dos prédios nos quais estão instaladas as respectivas bibliotecas, bem como, aspectos

relacionados à segurança, à saúde de freqüentadores e funcionários, à proteção do

acervo e ao ambiente onde vem sendo mantido.

Esse levantamento de informações foi acompanhado de um formulário de

observação (Anexos 17 e 18) que procurou registrar através de entrevista, geralmente

feita com o responsável da instituição (Figura 2), e através de observações pessoais

aspectos como: localização, características e conservação do edifício que abriga o

acervo pesquisado; dados do próprio acervo como sua conservação e manuseio.

Figura 2 – Centro de Documentação do Museu Oswaldo Rodrigues Cabral

De uma maneira geral poderíamos dizer que a conservação dos acervos

pesquisados é satisfatória. Isso se deve a alguns fatores, dentre eles destacamos o

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investimento que as instituições, principalmente as universitárias têm feito no sentido

de garantir o acesso e o manuseio seguro dos acervos bibliográficos. Em relação aos

edifícios que abrigam os acervos documentais cerca de 20 % das instituições

pesquisadas apresentam algum tipo de infiltração, mancha de bolor, fiação aparente e

rachadura em alguma das partes da estrutura (teto, parede e chão). (Gráfico 1). De

qualquer forma são problemas de pequeno alcance que com poucos investimentos

podem ser solucionados, não havendo nenhum caso de calamidade que comprometa a

salvaguarda dos acervos.

Gráfico 1 – Conservação dos Edifícios

5

4

0

1

0

1

6

5

0 0

4

1

0

1

2

3

4

5

6

Infiltrações Manchas bolor Tubulaçõesaparentes

Rachadura

CONSERVAÇÃO DOS EDIFÍCIOS

TETO PAREDES PISOS

Em relação aos acervos procuramos identificar vários aspectos relacionados à sua

conservação, indícios de bolor, poeira, insetos, clipes ou grampos de metal, uso de fitas

adesivas e material acondicionado adequadamente foram alguns dos aspectos

observados, sendo que de uma maneira em geral cerca 80% dos acervos pesquisados

não apresentaram nenhum dos problemas relacionados. (Cfe. Gráfico 2)

Gráfico 2 – Conservação do Acervo

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CONSERVAÇÃO DO ACERVO

31

9

2 1 26

41

3 3 2 2

2022

14

21 22 2117

1922

20 20 21 21

0

5

10

15

20

25

Bol

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Fita

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esiv

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Mat

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l enr

olad

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adeq

uada

men

te

SIM

NÃO

Outro aspecto que garante a integridade do acervo é a forma como ele é

manuseado. Geralmente as instituições adotam vários procedimentos para este fim,

sendo que cerca de 80 % delas compartilham possibilidades do manuseio se dar pelo

próprio pesquisador e/ou pessoas designadas para este fim, sendo que estas possuem

treinamento específico para tal atividade. (Cfe. Gráfico 3)

Gráfico 3 – Manuseio do Acervo

18

5

18

5

19

4

0

5

10

15

20

Pelo Pesquisador Pessoas designadaspara manuseio e seleçãodo material de pesquisa

As pessoas possuemtreinamento específ ico

MANUSEIO DO ACERVOSIM NÃO

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A segurança dos acervos e dos usuários também foi investigada. A Tabela 2

demonstra que todas as instituições pesquisadas possuem algum tipo de sistema de

proteção contra roubo no próprio acervo, como tarjas magnéticas, ou no ambiente,

através de sensores, câmeras ou pessoas encarregadas pelo controle visual. Um dado

preocupante é a falta generalizada de um plano de emergência em caso de catástrofes.

Pouquíssimas instituições apresentam hidrantes e detectores de fumaça, porém a grande

maioria possui sistema de combate a incêndio baseado em extintores de incêndio..

Tabela 2 Sistema de Segurança das Instituições visitadas ASPECTOS DO SISTEMA DE SEGURANÇA SIM NÃO Possui sistema de proteção contra roubo 23 0

No próprio acervo 3 20 No espaço físico 4 19

Sensores 4 19 Câmeras 2 21 Pessoas encarregadas pelo controle visual ou inspeção de entrada e saída 23 0 Outros 1 0 Em caso de catástrofes há plano de emergência 3 20 Sistema de combate a incêndio 21 2 Extintores 21 2 Hidrantes 3 20 Detectores de Fumaça 3 20

As quatro metas

Executar o projeto era assim levar a cabo o cumprimento de quatro metas, as duas

primeiras já cumpridas. No caso da formação da equipe, parcialmente apenas, uma vez

se tratar de trabalho pedagógico, portanto, continuado, até o encerramento do projeto

com a entrega do grande relatório, bem como, depois disso tudo.

Já o levantamento estava concluído. Na seqüência, mas sem demarcações

estanques das atividades, começavam as análises dos dados e informações colhidos,

cuidando-se da devida classificação, da separação por categorias e da complexa tarefa

de definição das referências culturais, tarefa que demandaria longas horas de pesquisa e

discussão a respeito do significado e da melhor redação para cada um dos 126 verbetes

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que, afinal, viriam a constituir o Banco de Referências Culturais do Estado de Santa

Catarina, conforme a listagem a seguir (Tabela 2):

Tabela 3- Referências Culturais do Estado de Santa Catarina, levantadas pelo Projeto Diagnóstico Documental do Patrimônio Cultural imaterial do Estado de Santa Catarina

Nº DENOMINAÇÃO CATEGORIA CONDIÇÃO ATUAL 1 Catumbi/Cacumbi Forma de expressão Vigente 2 Ciclo de Festas da Páscoa Celebração Vigente 3 Ciclo de Festas do Divino Espírito Santo Celebração Vigente 4 Ciclo de Festas Juninas Celebração Vigente 5 Ciclo de Festas Natalinas Celebração Vigente 6 Farra do boi Celebração Vigente 7 FENARRECO Celebração Vigente 8 Festa de Corpus Christi Celebração Vigente 9 Festa de Nossa Senhora dos Navegantes Celebração Vigente 10 Festa Nacional do Pinhão Celebração Vigente 11 Festa Pomerana Celebração Vigente 12 Malhação de Judas Celebração Vigente 13 Oktoberfest Celebração Vigente 14 Procissão do Senhor Jesus dos Passos Celebração Vigente 15 Semana Santa Celebração Vigente 16 Terno de Reis Celebração Vigente 17 Armações Edificação Ruína 18 Cine Palácio Edificação Íntegro 19 Colégio Catarinense Edificação Íntegro 20 Colégio Coração de Jesus Edificação Íntegro 21 Estrada Dona Francisca Edificação Íntegro 22 Fortalezas Edificação Ruína 23 Hospital de Caridade Edificação Íntegro 24 Sambaquis Edificação Ruína 25 Sociedade Ginásticos Edificação Íntegro 26 Transporte Ferroviário de Santa Catarina Edificação Íntegro 27 Adivinhações Forma de expressão Vigente 28 Arte circense de Santa Catarina Ofício Vigente 29 Arte Rupestre Forma de expressão Ruína 30 Benzeduras Forma de expressão Vigente 31 Boi-de-Mamão Forma de expressão Vigente 32 Boitatá Forma de expressão Vigente 33 Brincadeiras e Brinquedos Forma de expressão Vigente 34 Cantigas Populares Forma de expressão Vigente 35 Carnaval Forma de expressão Vigente 36 Confraria do Santíssimo Sacramento Forma de expressão Vigente 37 Conhecimento Empírico Forma de expressão Vigente 38 Dança de São Gonçalo Forma de expressão Vigente 39 Dança do Moçambique Forma de expressão Vigente 40 Dança do Pau de Fitas Forma de expressão Vigente 41 Etnia Afro-Brasileira Forma de expressão Vigente 42 Etnia Belgo-Brasileira Forma de expressão Vigente 43 Etnia cabocla Forma de expressão Vigente 44 Etnia Cafuza Forma de expressão Vigente 45 Etnia Eslavo-brasileira Forma de expressão Vigente 46 Etnia Gaúcha Forma de expressão Vigente 47 Etnia indígena Xokleng (Botocudos) Forma de expressão Vigente 48 Etnia Indígena Guarani Forma de expressão Vigente 49 Etnia Indígena Kaigang Forma de expressão Vigente 50 Etnia ítalo-brasileira Forma de expressão Vigente 51 Etnia Leto-brasileira Forma de expressão Memória

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Nº DENOMINAÇÃO CATEGORIA CONDIÇÃO ATUAL 52 Etnia Luso-brasileira Forma de expressão Vigente 53 Etnia Teuto-brasileira Forma de expressão Vigente 54 Fala do Ilhéu Forma de expressão Vigente 55 Falanstério do Saí Forma de expressão Memória 56 Festa do Kerb Forma de expressão Vigente 57 Festa do Tiro Forma de expressão Vigente 58 Festa das Tradições da Ilha Forma de expressão Vigente 59 Hábito de tomar Banho de Mar Forma de expressão Vigente 60 Hábito do Consumo do Chimarrão Forma de expressão Vigente 61 Hábito do uso de bicicletas como meio de transporte Forma de expressão Vigente 62 Histórias Fantásticas Forma de expressão Vigente 63 Jogo da Paleta Forma de expressão Vigente 64 Linguagem Popular Forma de expressão Vigente 65 Literatura Catarinense Forma de expressão Vigente 66 Medicina Popular Forma de expressão Vigente 67 Narrativas da Ocupação humana Forma de expressão Vigente 68 Ocupação do Território Forma de expressão Vigente 69 Pão-por-Deus Forma de expressão Vigente 70 Religiões afro-brasileiras Forma de expressão Vigente 71 Religiosidade Católica Forma de expressão Vigente 72 Religiosidade Popular Forma de expressão Vigente 73 Vento Sul Forma de expressão Vigente 74 Águas de Chapecó Lugar Íntegro 75 Aldeamento Guarani Lugar Íntegro 76 Área indígena de Ibirama Lugar Íntegro 77 Área Indígena de Xapecó Lugar Íntegro 78 Bar do Arantes Lugar Íntegro 79 Caminho das Tropas Lugar Ruína 80 Contestado Lugar Memória 81 Coxilha Rica Lugar Ruína 82 Engenhos de Farinha Lugar Íntegro 83 Florianópolis Lugar Íntegro 84 Invernada dos Negros Lugar Íntegro 85 Itajaí Lugar Íntegro 86 Joinville Lugar Íntegro 87 Lagoa da Conceição Lugar Íntegro 88 Laguna Lugar Íntegro 89 Mercados Públicos Municipais Lugar Íntegro 90 Morro do Amaral Lugar Íntegro 91 Museu Casa Fritz Alt Lugar Íntegro 92 Museu Histórico Thiago de Castro Lugar Íntegro 93 Nova Trento Lugar Íntegro 94 Palhoça Lugar Íntegro 95 Pântano do Sul Lugar Íntegro 96 Planalto Serrano Lugar Íntegro 97 Porto do Desterro Lugar Íntegro 98 Pouso de Tropeiros Lugar Ruína 99 Praça XV Lugar Íntegro 100 Processo de Ocupação da Região Oeste Lugar Vigente 101 Quilombo São Roque Lugar Íntegro 102 Recreio do Trabalhador Lugar Íntegro 103 Área indígena Toldo Pinhal Lugar Vigente 104 Ribeirão da Ilha Lugar Vigente 105 Rua XV de Novembro Lugar Íntegro 106 Santo Antônio de Lisboa Lugar Íntegro 107 Seminário Sagrado Coração de Jesus Lugar Íntegro 108 Sertão de Valongo Lugar Íntegro 109 Sítios Arqueológicos Pré-coloniais Lugar Ruína 110 Territórios Negros Lugar Íntegro

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Nº DENOMINAÇÃO CATEGORIA CONDIÇÃO ATUAL 111 A Arte de Fazer Farinha Ofício Vigente 112 Arte de Fazer Cabanas e Balsas Ofício Memória 113 Balseiros Ofício Memória 114 Benzedeiras Ofício Vigente 115 Carreteiro Ofício Vigente 116 Construções de Embarcações Ofício Vigente 117 Feira de Arte e Artesanato Ofício Vigente 118 Lenhador Ofício Memória 119 Mineração de carvão Ofício Vigente 120 Oficio das Rendeiras Ofício Vigente 121 Ofício de Oleiro Ofício Vigente 122 Parteiras Ofício Memória 123 Pesca Artesanal Ofício Vigente 124 Produção de Erva Mate Ofício Vigente 125 Trançados Ofício Vigente 126 Tropeiros Ofício Memória

Dessa forma, tratava-se agora de apresentar os resultados, após a tabulação dos

dados, a conferência e revisão das informações. Ao mesmo tempo, cuidava-se do

processamento dos dados relativos aos acervos e a tudo o que lhes diz respeito, das

definições das 126 referências culturais listadas. Enquanto isso, verificavam-se os

números e os documentos relativos aos custos das operações ao longo de todo o período

de execução do projeto, e a avaliação do desempenho da equipe ia tendo curso.

Nas etapas 3 e 4, a aplicação das noções e dos conceitos em debate

principalmente no primeiro estágio fez emergir novas discordâncias, agora por conta do

momento crucial da pesquisa: o diagnóstico propriamente. Isto porque sabíamos que

nossa análise, apesar do esforço, é parcial e que, definir uma listagem do que seriam as

referências culturais do estado de Santa Catarina seria uma tarefa inglória, pois,

certamente, deixaríamos escapar para cada referência considerada, dezenas de outras.

Essa pulverização precisava ser contornada. Certas dificuldade que apareceram estavam

relacionadas quer ao estabelecimento de critérios classificatórios, quer a outras

complexidades. Qual seria, por exemplo, a resposta mais adequada à indagação

fundamental sobre o melhor modo de selecionar os itens da lista final de referências

culturais? A questão, de caráter teórico-metodológico, só pôde ser sanada depois de se

adotar um determinado ponto de vista mais ou menos alinhado com a recomendação de

Márcia Sant’Anna:

“(...) é necessário estabelecer um «recorte» e identificar os elementos que de fato estruturam a manifestação que se quer registrar e que são fundamentais para sua

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etnografia e compreensão. Em suma, aqueles elementos sem os quais o bem não pode ser reconhecido nem como produto de uma prática histórica nem como referência cultural”. “Contudo, além desse aspecto vinculado à seleção e à atribuição de valor patrimonial, a identificação dos elementos estruturadores da manifestação cultural é ainda importante porque para eles é que deverão ser dirigidas as ações do poder público e dos demais atores sociais envolvidos, destinadas a apoiar suas condições sociais e materiais de existência”. (Sant’Anna, 2005:8)

Dessa forma, procuramos tabular os dados levantados respeitando, na medida do

possível, o que o próprio levantamento bibliográfico nos indicou. Assim o Campo

Assunto, do anexo 2 do banco de dados foi nosso guia principal, à medida que o mesmo

foi trabalhado a parti de termos que contemplasse aspectos complexos em conceitos

mais amplos, que dessem conta da pulverização. Dessa forma foi envidado grandes

esforços no sentido de se normatizar as nomeclaturas utilizadas, procurando agrupar

num termo geral (uma determinada referência cultural) muitos aspectos que a compõe.

Por exemplo, no caso específico da referência cultural Contestado, nela estão contidos

vários aspectos, eventos e personagens. Cabe aqui tanto a disputa territorial entre os

estados do Paraná e Santa Catarina, como a ação nefasta na vida dos caboclos com a

implantação da Ferrovia pela empresa Lumbert, como também o conflito entre as forças

militares e esses próprios caboclos, capitaneados por figuras mitológicas como o Monge

São João Maria, o qual é fruto, ainda hoje, de uma profunda devoção pelos moradores

do lugar em questão. Por esses motivos Contestado foi classificado como lugar, por ser

nele que esses relações significativas aconteceram.

Nem autenticidade nem as características comunitárias pertinentes estão em causa

mais, porém uma espécie de “núcleo simbólico”, na expressão de J. Jorge Carvalho.

Para o autor, esse algo intangível funciona, para a cultura de massa, como permanência

recuperada e filtrada mas não deletada por ela.

“Há − diz Carvalho − uma mentalidade bem definida que se expressa em determinados objetos ou formas estéticas objetificadas − uma quadra, um verso, uma vestimenta, um ritmo de tambor, um padrão de cores, etc são signos diacríticos de uma experiência social muito particular”. (Carvalho, 2000:32)

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Efetivamente, identificar, classificar e contextualizar fazem parte de um mesmo

movimento, ou melhor, de um mesmo processo, o processo de definição. Desse modo

se chegaram aos 126 textos ditos descritivos do Banco de Referências Culturais (Anexo

2). Com todas as suas falhas, pois é natural que elas existam, constituem-se produto de

longos diálogos e intensas reflexões. Ainda que de forma geral cada um deles

merecesse um estudo específico a ser realizado oportunamente. Na verdade os textos

das referências caracterizam-se pela objetividade e têm a pretensão de ser indícios para

futuros detalhamentos, de acordo com as propostas do Inventário Nacional de

Referências Culturais.15

15 MINISTÉRIO DA CULTURA, INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Inventário Nacional de Referências Culturais: manual de aplicação. Brasília: IPHAN, 2000.

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CONCLUSÃO “Sou um tupi tangendo um alaúde!”

(“Trovador”, Mário de Andrade)

Já que se concebe contemporaneamente o patrimônio cultural como riqueza, a

idéia de criar equivalentes materiais para os bens intangíveis pode não ser

despropositada. A chamada indústria do turismo há muito atua nessa faixa, explorando

de um modo ou de outro as possibilidades em aberto. Pelo sim, pelo não, trata-se de

uma perspectiva que mereceria algo mais que um mero “olhar”, como se diz hoje, ainda

que acadêmico. Quem sabe uma atitude mais ousada de buscar uma síntese, nesse caso,

entre o teórico e o pragmático, um modo de tomar ao pé da letra a observação de

Eduardo Portella (2001:210): “Há quem afirme que hoje estamos inscritos em uma

sociedade «pós-material». A prevalecer essa conclusão, precipitada ou não, será

inevitável um alargamento de horizonte no sentido de valorizar o tangível ou o

simbólico.”16

Flagramos então, nos termos da orientação proposta pelos técnicos do Iphan, um

variado leque de manifestações cujas referências estão registradas nos relatórios

parciais, os que dão conta das 15 saídas de campo que resultou em cerca de 26 visitas a

diferentes instituições, entidades, estabelecimentos particulares e órgãos públicos de

Santa Catarina, visitas que, conforme já demos notícia em outro lugar, foram efetuadas

ao longo de nove meses de andanças e pesquisas. Distribuídas entre as cinco categorias

definidas pelo Departamento do Patrimônio Imaterial (DPI) do Iphan, as 126

referências, com suas respectivas descrições, encontram-se inscritas no Banco de Dados

de Referências Culturais do Estado de Santa Catarina (Anexo 19).

Quanto ao estado de conservação dos acervos, parece não haver dúvida de que

existe hoje já algum cuidado com a documentação que valem ou podem valer para

referendar a existência de um bem cultural. Nada ainda totalmente satisfatório, mas

16Eduardo Portella, Revista Tempo Brasileiro, out.-dez., n. 147, 2001, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, p. 210.

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nada também definitivamente perdido. É importante ressaltar que o trabalho ora

desenvolvido deu conta, parcialmente, dos acervos mais organizados do Estado de

Santa Catarina, em algumas das principais cidades. Todavia, nos pequenos municípios

com suas bibliotecas e mesmo nos acervos particulares poderíamos encontrar muito

mais informações e/ou detalhes de outras referências culturais que nem foram aqui

descritas. (Tabela 3) Isso, infelizmente não foi averiguado em virtude da escassez de

tempo e recursos para a execução do projeto.

Possivelmente faltou apontar certos sintomas de tendências. Em alguns anos, por

exemplo, haverá quem proponha a inclusão dos sítios de vôo livre na relação de bens

culturais. O futuro dirá. Quanto ao que já se consolidou como presença marcante no

cotidiano dos catarinenses, estranhou-se, ao fim do trabalho investigativo, por que não

se notou a existência de tesouros humanos vivos, nem se mencionou a produção caseira

de cerveja, de queijo colonial ou serrano, de biscoitos natalinos como itens da tradição

cultural catarinense, entre outros. Entretanto, quem aqui vive sabe que esses elementos

se incluem entre os verbetes de uma enciclopédia “natural” da vida dos habitantes da

terra, receitas imprescindíveis de continuidade que resistem ainda ao assédio de novas

tecnologias e eventuais (quem sabe velhos) preconceitos. Talvez seja o caso de em

outra ocasião reparar o possível dano causado ao patrimônio por essas ausências apenas

ditadas pelos balizamentos necessários à execução do projeto.

Um levantamento de tal envergadura necessariamente conterá lacunas,

percebidas, porém deixadas abertas por impossibilidade de preenchimento por ora. De

um lado a outro, de cima a baixo do estado, houve repetições, reiterações, recorrências.

Há aquilo que subsiste e aquilo que emerge, os objetos que subsumem, os que

escasseiam e os que avultam, os fugidios, os impalpáveis. O que fica? É o devir, a

certeza da dinâmica do processo. Nesse sentido, nada poderá suprir essa carência, a que

diz respeito a esse permanente transformar-se, esse tornar-se outro que constitui um dos

apanágios do bem imaterial. Dado que a finalidade precípua do relatório consistiria em

orientar a confecção dos dossiês e instruir futuros processos de registro para sua

salvaguarda, a missão assim se cumpre como pôde ser cumprida. Só não se fez o que

não foi possível.

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Contudo, o que se conclui agora, em nome da coerência não se conclui de fato.

Resta − exigência inescapável − apontar algo que possa ser feito ou encaminhado para

ajudar a dar a forma que vem sendo ultimamente buscada para uma política cultural no

Brasil. Afinal, pouco valeria empenhar-se tanto para não pensar nem aprender nem

oferecer nada ao conjunto das reflexões sobre o tema. Descontada a presunção, que se

materializa, mas igualmente se desmaterializa em palavras, este saldo da empreitada,

em forma de sugestões, talvez mereça algum crédito:

a) a instituição de um senso da cultura brasileira para permitir a maturação

de certos processos ainda em sua fase inicial. Experiência acumulada já existe17;

b) Estabelecer uma política pública contínua estimulando os diversos

setores da sociedade no sentido da valorização do patrimônio cultural, em todas as

suas facetas, ligado à idéia da economia da cultura com base nas populações

locais, depositárias e autoras de importantes manifestações culturais;

c) Estimular o estabelecimento de núcleos especializados em pesquisas

sobre o Patrimônio Cultural Imaterial nas diversas regiões brasileiras;

d) Criar redes de intercâmbio de experiência e informações sobre os

levantamentos realizados em outros estados brasileiros.

Para nós, os bens culturais, como quer que se classifiquem, instruem o nosso fazer

cotidiano direta ou indiretamente, admitindo-se que cada sujeito constrói seu

curriculum vitae enquanto constrói a história. Ainda quando, no tracejar da sua própria

biografia, recupera apenas uma “quase memória” 18, sob o domínio de traiçoeiras

lembranças.

17A Pesquisa Informações Básicas Municipais (MUNIC), realizada pelo IBGE em parceria com o MinC, talvez aponte o caminho para um empreendimento dessa envergadura. Os resultados da sexta edição da pesquisa, obtidos a partir das informações colhidas nos questionários respondidos por prefeituras dos 5.564 municípios brasileiros no segundo semestre de 2006, integram o Suplemento de Cultura da MUNIC. A notícia consta do boletim de 17 de setembro de 2007 do portal do IBGE: www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=980, consultado em 29 de janeiro de 2008. 18Referência ao escritor carioca Carlos Heitor Cony. Nascido em 1926, escreveu “Quase memória”, obra inspirada ou baseada em fatos reais. Ganhador do Prêmio Jabuti em 1996, 1998 e 2000, quando passou a ocupar a cadeira n. 3 da Academia Brasileira de Letras. Fonte: www.carlosheitorcony.com.br, consultada em 31 de janeiro de 2008.

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LEVINHO, José Carlos. Kusiwa, arte gráfica wajãpi: patrimônio cultural do Brasil. In:

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SANTOS, Ângelo Oswaldo de Araújo. A desmaterialização do patrimônio. Revista

Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, n. 147, p. 11-21, out.-dez. 2001.

VIANNA, Letícia. Dinâmica e preservação das culturas populares: experiências de

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dez. 2001.

.

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ANEXOS

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ANEXO- 01 RELATÓRIO DE SAÍDA

Joinville Período: 12, 13 e 14 de abril

Biblioteca Central da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE)

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ANEXO- 02 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Florianópolis Período: 23, 24 e 25 de abril

Museu Antropológico Oswaldo Rodrigues Cabral, Biblioteca Central Universitária da UFSC e Núcleo de Estudos Açorianos

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ANEXO- 03 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Florianópolis Período: 14, 15 e 16 de maio

Biblioteca Central da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (IHGSC), Arquivo Público do

Estado de Santa Catarina e a Sala de Leitura José Saramago

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ANEXO- 04 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Florianópolis Período: 28, 29 e 30 de maio

Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina

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ANEXO- 05 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Blumenau Período: 11 e 12 de junho

Biblioteca Central Martinho Cardoso da Veiga, da Universidade Regional de Blumenau (FURB)

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ANEXO- 06 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Itajaí Período: 25 e 26 de junho

Biblioteca Central da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

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ANEXO- 07 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Joinville Período: 6 de julho

Biblioteca Castro Alves – Unidade Saguaçu III Associação Educacional Luterana Bom Jesus-IELUSC

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ANEXO- 08 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Blumenau Período: 9 de julho

Instituição pesquisada: Biblioteca Municipal Dr. Fritz Muller

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ANEXO- 09 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Joinville Período: 13 e 14 de julho

Biblioteca Alfredo Rusins, do Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville

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ANEXO- 10 Programação do Seminário “REUNIÃO DE TRABALHO”

13 e 14/03/2007

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ROTEIRO PARA REUNIÃO DE TRABALHO - Edital PNPI/2006 Projeto “Diagnóstico documental do patrimônio cultural imaterial do estado de

Santa Catarina”.

DEPARTAMENTO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL 11ª SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO IPHAN

INSTITUTO SUPERIOR E CENTRO EDUCACIONAL BOM JESUS/IELUSC

Programação

• Dia 13/03/07 Tarde 14:00 – 18:00

3. Apresentação do Departamento; 4. O Registro como instrumento de preservação da dimensão imaterial do

patrimônio; 5. A política de inventários - O INRC e suas etapas: levantamento preliminar,

identificação e documentação.

• Dia 14/03/07 Manhã 08:30 – 12:00

6. Apresentação do vídeo “O Retrato Primeiro” – exemplo de levantamento de

referências culturais; 7. Apresentação do Inventário do Jongo; 8. Apresentação do Projeto pela equipe do IELUSC; 9. Apresentação dos projetos de mapeamento documental realizados na Paraíba e no

Mato Grosso do Sul. Tarde 14:30 – 18:00

Discussão sobre procedimentos de campo no trabalho de pesquisa documental; Desdobramento dos trabalhos e construção de uma agenda comum para

acompanhamento.

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ANEXO- 11 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Laguna Período: 23 e 24 de julho

Escritório Técnico do IPHAN de Laguna e Irmandade do Santíssimo Sacramento de Santo Antônio dos Anjos da Laguna

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ANEXO- 12 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Tubarão Período: 24 e 25 de julho Instituição pesquisada:

Biblioteca Central da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)

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ANEXO- 13 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Criciúma Período: 6, 7 e 8 de agosto

Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC)

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ANEXO- 14 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Lages Período: 10, 11 e 12 de setembro

Biblioteca Museu Histórico Thiago de Castro Biblioteca Central da UNIPLAC

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ANEXO- 15 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

CHAPECÓ e CAÇADOR Período: 15 a 17 de outubro

Biblioteca Universitária - UNOCHAPECÓ Centro de Organização da Memória do Oeste - CEOM

Biblioteca Universitária Comendador Primo Tedesco - UNC

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ANEXO- 16 RELATÓRIO DE SAÍDA DE CAMPO

Florianópolis Período: 5 e 6 de novembro

Biblioteca da Fundação Catarinense de Cultura Museu da Imagem e do Som da Fundação Catarinense de Cultura

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ANEXO- 17 FORMULÁRIO ANEXO 4 – AVALIAÇAO CONSERVAÇÃO ACERVO

INSTITUIÇÕES

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MINISTÉRIO DA CULTURA – MINC | INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL – IPHAN | DEPARTAMENTO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL - DPI

ANEXO 4: avaliação conservação acervo (INSTITUIÇÕES) Página 1 de 3

ESTADO:____________________ MUNICÍPIO:_________________________________________ DATA:___/___/_____

técnico responsável pelo preenchimento: ___________________________________________________________

NOME DA INSTITUIÇÃO

ENDEREÇO

LOC

ALI

ZAÇ

ÃO

E C

AR

AC

TER

ÍSTI

CA

S D

O E

DIF

ÍCIO

(o

bser

var c

arac

terís

ticas

do

loca

l on

de o

edi

fício

enc

ontr

a-se

) Terreno - Plano ( ) Inclinado ( ) Parte- alta ( ) baixa ( ) Risco de inundações sim ( ) não ( ) não sabe ( ) Proximidade: rio ( ) valas ( ) banhados ( ) outros( ) - Especifique: __________________________ Tem muita vegetação próxima ao mesmo: sim ( ) não ( ) Floreiras ( ) árvores ( ) trepadeiras ( ) outros ( ) – Especifique: _____________________________ Tem um prédio próprio só para a instituição ( ) Fica anexo a alguma outra instituição ( ) sala /andar:____________ dimensões aproximadas (m2) :______________________ O edifício é de: alvenaria( ) madeira ( ) misto ( ) Como é a cobertura do edifício? Laje de concreto impermeabilizada ( ) telha barro ( ) telha fibrocimento ( ) Forro: madeira ( ) pvc ( ) outro ( ) – Especifique:_____________________________________________ Tem alguma proteção contra calor ou infiltrações? manta térmica ( ) lã de vidro ( ) isopor ( ) lona ( ) O piso é de: madeira ( ) cerâmica ( ) carpet ( ) lâminas emborrachadas ( ) cimentado ( ) Outros: Especifique:_________________________________________________________________________ Há incidência direta de luz solar? ( ) sim ( ) não Caso a resposta seja sim, em que período/horário:_____________________ Tem algum sistema de controle da insolação: ( ) película vidros ( ) persianas ( ) cortinas ( ) outro: Especifique:_____________________________ É bem iluminado ( ) sim ( ) não obs.: _____________________________________________________ É bem ventilado? ( ) sim ( ) não Naturalmente ( ) Artificialmente/ ventiladores ( ) Ar condicionado ( ) Tem sistema de monitoramento de temperatura ou umidade? ( ) sim ( ) não HIGRÔMETRO umidade ( ) TERMÔMETROS temperatura ( ) Temperatura e umidade - PSICÔMETRO ( ) TERMOHIGROGRAFO ( ) Outros.: Especifique:__________________________________________________________________________ Tem sistema de controle de temperatura ou umidade? ( ) sim ( ) não Ar condicionado ( ) Tempo/ horário que permanece ligado?__________________________________________ Desumidificadores ( ) Outros.: Especifique:_________________________________________________________________________ Tem fácil acesso? Rampas ( ) Escadas( ) Elevadores ( ) Possui instalações para portadores de necessidades especiais? Banheiros ( ) Vagas de estacionamento ( ) Sistemas de informações/ por voz ( ) ou Braile ( ) .

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MINISTÉRIO DA CULTURA – MINC | INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL – IPHAN | DEPARTAMENTO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL - DPI

ANEXO 4: avaliação conservação acervo (INSTITUIÇÕES) Página 2 de 3

C

ON

SER

VAÇ

ÃO

DO

ED

IFÍC

IO

Ao invés de utilizar X para marcação destes itens, identifique com as letras, conforme o estado de conservação.

N – nada encontrado P – poucas ocorrências M - muitas ocorrências

Apresenta algum SINAL de : Umidade Teto ( ) Infiltrações ( ) manchas bolor ( ) tubulações aparentes ( ) Paredes ( ) Infiltrações ( ) manchas bolor ( ) tubulações aparentes ( ) Pisos ( ) Infiltrações ( ) manchas bolor ( ) tubulações aparentes ( ) Rachaduras Teto ( ) Paredes ( ) Pisos ( ) Problemas com disjuntores ou queda luz ( ) Fiações aparentes instalações elétricas ( )

AC

ERVO

Tipos de acervos existente? Livros ( ) revistas ( ) jornais ( ) documentos ( ) Vídeos ( ) cds ( ) dvd ( ) fotografias ( ) mapas ( ) Obras de arte ( ) móveis ( ) objetos pessoais ( ) objetos históricos ( ) Outros:Especifique: __________________________________________________________________________ Como está organizado? Existem espaços específicos para: Consulta - Virtual ( ) computadores etc. Manual ( ) mesas ( ) bancadas ( ) Observar se falta mobiliário, caixas ou pastas para armazenamento. Espaço para Guarda/ armazenamento - prateleiras ( ) armários ( ) arquivos ( ) ( ) caixas de papelão( ) caixas plástico ( ) sacos plásticos ( ) pastas papel ( ) pastas plásticas Outros/ obs.: Reserva técnica - - prateleiras ( ) armários ( ) arquivos ( ) ( ) caixas de papelão( ) caixas plástico ( ) sacos plásticos outros: Exposição - prateleiras ( ) armários ( ) vitrines ( ) arquivos ( ) outros: Material do mobiliário - ( ) madeira ( ) metal outros.: Há necessidade de melhoria na localização dos registros ou material ? ( ) sim ( ) não Há material / caixas ou pastas superlotadas? ( ) sim ( ) não Há material acondicionado inadequadamente? ( ) sim ( ) não

CO

NSE

RVA

ÇÃ

O D

O A

CER

VO Existe espaço para Conservação (local para manutenção e limpeza do acervo) ?

Ao invés de utilizar X para marcação destes itens, identifique com as letras abaixo conforme o estado de conservação.

N – nada encontrado P – poucas ocorrências M - muitas ocorrências Apresentam algum SINAL de : Umidade manchas bolor( ) pó branco( ) poeira( ) Presença de insetos perfurações cupins( ) resíduos insetos( ) traças( ) Manuseio inadequado folhas rasgadas( ) papéis quebradiços ( ) clipes ou grampos enferrujados ( ) material riscado( ) Uso de fitas adesivas / durex para reparos( ) Material dobrado inadequadamente( ) Material enrolado inadequadamente( )

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MINISTÉRIO DA CULTURA – MINC | INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL – IPHAN | DEPARTAMENTO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL - DPI

ANEXO 4: avaliação conservação acervo (INSTITUIÇÕES) Página 3 de 3

M

AN

USE

IO D

O A

CER

VO Controle de acesso e proteção

O manuseio se dá diretamente pelo pesquisador? sim( ) não( ) Existem pessoas designadas para manusear e selecionar o material de pesquisa? sim( ) não( ) São pessoas com treinamento específico? sim( ) não( ) Existe algum sistema de segurança contra roubo? sim( ) não( ) • no próprio acervo / sistema com fitas magnéticas( )

• no espaço físico( ) sensores( ) câmeras( )

• pessoas encarregadas pelo controle visual ou inspeção de entrada e saída( )

• outros ( )– Especifique: __________________________________________________________

Em caso de enchentes, incêndios ou alguma situação de risco, existe algum plano de emergência contra catástrofes( pessoal treinado par efetuar ações específicas de salvamento do acervo)? ( ) sim ( ) não Tem sistema de combate a incêndio? sim( ) não( ) Caso a resposta seja sim: extintores( ) hidrantes( ) detectores de fumaça ( )

REGISTRO AUDIOVISUAL

A observação dos aspectos foi acompanhada de algum tipo de registro audiovisual? Sim ( ) Não ( ) Caso a resposta seja sim: Fotografia ( ) quantidade: _______ Filmagem ( ) tempo:____________, Tipo de mídia:_____________ Gravação sonora ( ) tempo:_________

Coloque observações que achar pertinentes sobre possíveis comprometimentos da conservação do acervo existente.

_____________________, ____, _________________de 200__.

Local e data

____________________________________________________ Assinatura

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ANEXO- 18 FORMULÁRIOS ANEXOS 4 – AVALIAÇAO CONSERVAÇÃO ACERVO

INSTITUIÇÕES - PREENCHIDOS

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ANEXO- 19 BANCO DE DADOS INRC SANTA CATARINA

ANEXO 1 – REFERÊNCIAS CULTURAIS

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ANEXO- 20 BANCO DE DADOS INRC SANTA CATARINA

ANEXO 2 – FONTES DOCUMENTAIS

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ANEXO- 21 BANCO DE DADOS INRC SANTA CATARINA ANEXO 3 – CONTATOS COM INSTITUIÇÕES

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ANEXO- 22 BANCO DE DADOS INRC SANTA CATARINA

ANEXO 3 – CONTATO PESSOAS