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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PIBIC: CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período: Março /2015 a Agosto /2015 ( ) PARCIAL (X) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho): Montagem do Laboratório de Alta e Extra Alta Tensão da Universidade Federal do Pará. Nome do Orientador: Marcus Vinicius Alves Nunes Titulação do Orientador: Doutor Faculdade: Faculdade de Engenharia Elétrica

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DIRETORIA DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC: CNPq, CNPq/AF, UFPA,

UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO

Período: Março/2015 a Agosto/2015

( ) PARCIAL

(X) FINAL

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho): Montagem do Laboratório de Alta e Extra Alta Tensão da Universidade Federal do Pará.

Nome do Orientador: Marcus Vinicius Alves Nunes

Titulação do Orientador: Doutor

Faculdade: Faculdade de Engenharia Elétrica

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Instituto/Núcleo: Instituto de Tecnologia

Laboratório: Laboratório de Alta e Extra Alta Tensão da UFPA

Título do Plano de Trabalho: Montagem e Ensaios de Geradores de Impulso Atmosférico (de Tensão) no Laboratório de Extra Alta Tensão (LEAT) da UFPA. Nome do Bolsista: Denise Ferreira da Silva Luz.

Tipo de Bolsa: ( ) PIBIC/ CNPq

( ) PIBIC/CNPq – AF

( )PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador

(X) PIBIC/UFPA

( ) PIBIC/UFPA – AF

( ) PIBIC/ INTERIOR

( )PIBIC/PARD

( ) PIBIC/PADRC

( ) PIBIC/FAPESPA

( ) PIBIC/ PIAD

( ) PIBIC/PIBIT

3

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento econômico e social do mundo tem demandado mais energia elétrica a

qual tem sido transportada por longas distâncias e em grandes quantidades. Para transportar

grandes quantidades de energia se faz necessário o uso da extra alta tensão. Os Laboratórios

de extra alta tensão são requisitos essenciais para se fazer testes de aceitação em

equipamentos que irão operar com elevadas tensões[1].

Os Geradores de Impulso de Tensão são utilizados em laboratórios de extra alta tensão

para verificar as condições de suportabilidade dos equipamentos elétricos como

transformadores, cabos de alta tensão, isoladores, disjuntores e etc. quando submetidos a

esforços dielétricos. Também são necessários na pesquisa e desenvolvimento de novos

equipamentos elétricos e materiais isolantes, além de estudar os fenômenos associados às altas

tensões[2]. O Gerador de impulso de Tensão simula sobretensões de origem interna que

ocorrem devido a operações de manobra em equipamentos de alta tensão e de origem externa

que seriam as descargas atmosféricas no qual os equipamentos estão submetidos com formas

de onda completa ou cortada de acordo com os padrões internacionais.

As sobretensões de origem externa possuem amplitudes que podem atingir alguns MV.

Ao atingir o sistema a corrente da descarga atmosférica se propaga dividindo-se em duas ondas

de sentidos opostos. O impulso que faz sua avaliação é denominado impulso atmosférico. Já os

surtos de manobra de origem interna são relacionados com o nível de tensão do sistema elétrico

e sua forma de onda é aproximadamente definida pelas impedâncias do sistema. Sua taxa de

crescimento é menor mas devido às energias envolvidas esta pode ser mais perigosa aos

isolamentos elétricos. O impulso que faz sua avaliação é o impulso de manobra[3].

De acordo com a IEC 60060-1 a forma de onda padrão para impulso atmosférico é de 1,2

µs / 50 µs, com uma tolerância de ± 30% para o tempo de frente e ± 20% para o tempo de

cauda. Na figura 1, tem-se a forma de onda do impulso atmosférico:

4

Figura 1 - Impulso Atmosférico

Fonte: [1]

Já para o impulso de manobra a forma de onda padronizada é de 250 µs / 2500µs e a

tolerância permitida é de ± 20% para o tempo de frente e ± 30% para o tempo de cauda. Na

figura 2 pode-se ver a forma de onda do impulso de manobra:

Figura 2 - Impulso de Manobra

Fonte: [2].

Nas atividades comuns dos Laboratórios de Alta tensão, os ensaios de equipamentos

elétricos são realizados com a montagem do equipamento que será testado, ajuste do gerador

de impulso de acordo com os resistores que serão utilizados através dos estágios, calibração da

forma de onda e aplicação do impulso de tensão no equipamento elétrico através do sistema de

controle.

O Laboratório de Extra Alta Tensão da UFPA (LEAT) iniciou suas atividades de

montagem do Gerador de Impulso de Tensão juntamente com seus equipamentos auxiliares no

dia 03 de Julho de 2015 e seu término ocorreu no dia 14 de julho de 2015. Após a montagem

5

ocorreu o processo de comissionamento para verificar suas condições de uso. O processo de

montagem e comissionamento durou aproximadamente 23 dias chegando à sua conclusão no

dia 30 de julho de 2015. Todos os procedimentos foram realizados pela equipe especializada da

HAEFELY que é a fabricante do equipamento e com o acompanhamento de todos os

responsáveis pelo laboratório. A descrição e especificações dos equipamentos são detalhados

adiante.

Será mostrado o processo de montagem e comissionamento do Gerador de Impulso de

Tensão assim como do Divisor de Tensão e o Chopping Gap que fazem parte dos ensaios em

equipamentos de alta tensão.

JUSTIFICATIVA

O uso de tensões elevadas é empregado no sistema elétrico, quando deseja-se transmitir

grandes potências do gerador ao consumidor. Tal técnica se justifica pela redução das perdas

na transmissão por efeito Joule, devido a redução da corrente que flui através dos condutores

metálicos. Entretanto outros problemas surgem com a utilização de tensões elevadas e dentre

eles destacam-se fenômenos transitórios conhecidos como sobretensões que fazem com que a

tensão alcance valores muito elevados, exigindo da isolação dos equipamentos do sistema

elétrico suportabilidade a tensões muito mais altas do que as de operação. Sendo que uma das

principais causas de sobretensões é a incidência direta ou indireta de descargas atmosféricas

em linhas de transmissão, ou em equipamentos, onde apesar da sua curta duração, têm

magnitudes muito altas, podendo provocar arcos e até destruir a isolação da linha, quando não

se utiliza proteção adequada (devidamente dimensionada).

Esses equipamentos são, em muitos casos, essenciais dentro do processo de

transmissão de energia elétrica e por esse motivo merecem especial atenção de fabricantes,

técnicos e pesquisadores a respeito do seu bom funcionamento e, consequentemente, sua

disponibilidade, já que sua parada imprevista pode acarretar em grandes perdas financeiras.

Dada a alta incidência de raios na região amazônica e a importância que a região tem na

geração e transmissão de energia elétrica brasileira, é essencial que os equipamentos utilizados

nos empreendimentos atuais e futuros da região tenham isolação adequada, de acordo com as

especificações normativas nacionais e internacionais. O Laboratório de Extra Alta Tensão da

UFPA se apresentará nesse contexto para o suprimento dessa necessidade, trazendo atrativos

financeiros pela localização próxima aos grandes empreendimentos elétricos regionais,

comparativamente aos outros laboratórios de alta tensão do país que muitas vezes encontram-

se distantes dos grandes sistemas de transmissão de energia elétrica. Além do serviço ao setor

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energético brasileiro, a instalação desse laboratório possibilita para a região norte a pesquisa,

desenvolvimento, a inovação e a formação de pessoal capacitado na área de alta tensão.

OBJETIVOS

a) Formação de mão-de obra (pesquisadores) na área de alta tensão com foco em Geradores de

Impulso Atmosféricos.

b) Consolidação do LEAT na prestação dos serviços relacionados a comissionamento e outros

ensaios em equipamentos de alta tensão no mercado de energia regional.

c) Para atingir os objetivos principais destacados, é necessário o domínio das técnicas de

ensaios com o gerador de impulso atmosférico de tensão, de acordo com as metas específicas:

Elaboração de instrução técnica para a montagem do gerador de impulso atmosférico de

tensão, para que a adequação às normas possa ser realizada pelos próprios membros do

laboratório, aumentando a autonomia da utilização do gerador no LEAT_ UFPA.

Elaboração de instrução técnica para ensaios de tensão suportável na isolação de

equipamentos de alta tensão para a padronização e adequação ás normas vigentes.

MATERIAIS E MÉTODOS

O presente projeto será executado segundo a seguinte metodologia e cronograma,

baseado em elaboração de instrução técnicas de montagem de geradores e de testes de

impulso atmosférico de tensão:

Revisão Bibliográfica: onde será elaborada e discutida de forma resumida uma lista de

publicações relacionadas com o tema da pesquisa;

Estudo dos fenômenos de sobretensões atmosféricas, dos circuitos geradores de tensão

e impulsivas;

Acompanhamento da montagem e comissionamento do Gerador de Impulso Atmosférico

de Tensão do LEAT e elaboração de instrução técnica de montagem;

Estudo de materiais dielétricos aplicados na engenharia elétrica submetidos a altas

tensões e testes de suportabilidade a elevados níveis de tensão;

Elaboração de instruções técnicas para ensaios de tensão suportável, baseada nas

normas vigentes, e estudo de caso para ensaio em isolação escolhida, ensaios e testes

em dielétricos.

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RESULTADOS

1. DESCRIÇÃO DO GERADOR DE IMPULSO DE TENSÂO E MONTAGEM

O Gerador de Impulso de Tensão do Laboratório de Extra Alta Tensão da UFPA se baseia

no circuito multiplicador de Marx. Ele possui uma tensão máxima de 3600KV e máxima energia

de 540KJ e foi projetado para fornecer uma tensão de 200KV por estágio e energias de 10KJ,

15KJ, 20KJ e 30KJ no topo. Desta forma, pode-se alcançar altos níveis de tensões assim como

armazenar grandes energias.

O princípio de funcionamento do circuito de MARX consiste em carregar os capacitores

Cs de todos os estágios em paralelo através de uma fonte de corrente contínua usualmente com

tensão alta, e, terminado o período de carga, a energia armazenada no gerador de impulso é

descarregada no terminal de alta tensão do objeto sob ensaio, pela disrupção intencional das

esferas de centelhamento SG, conectando assim todos os estágios em série. A tensão máxima

a ser aplicada ao objeto sob ensaio será, então, a soma das tensões de cargas armazenadas

nos estágios individuais[2]. A figura abaixo mostra o esquemático do gerador de impulso com

base no circuito MARX.

Figura 1.1 - Gerador de impulso de MARX.

Fonte: [2].

O Gerador de Impulso de Tensão da HAEFELY modelo SGVA 3600-540 foi construído em

estágios. Sua base tem formato de retângulo e esta é feita de aço a qual também suporta o

retificador de carga. Ainda na base, encontra-se o sistema de segurança de aterramento que

curta e aterra todos os capacitores de impulso além do sistema de colchões de ar para fazer a

movimentação da estrutura no laboratório. O Gerador consiste em três colunas de isolamento

sendo que em cada estágio dois capacitores de alta tensão estão dispostos em um formato

triangular. Todas as esferas de centelhamento estão localizadas em uma estrutura cilíndrica

vertical tipo chaminé próximos às colunas de isolamento e desempenham o papel de colocar em

série os estágios, previamente carregados em paralelo de modo a descarregar sobre o objeto a

ser ensaiado um impulso de tensão de elevada magnitude.

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Os resistores de frente (em série) que formam o impulso de frente da onda e os resistores

de cauda (em paralelo) que formam a cauda são colocados em um conector em formato de

colchete e estão localizados entre as esferas de centelhamento e os capacitores de impulso. O

formato desses conectores facilita a troca dos resistores em situações onde se deseja ajustar por

exemplo a forma do impulso. Além dos resistores de frente e de cauda, o gerador também possui

os resistores de carga e os resistores de potencial com funções específicas que serão citadas.

No interior do Gerador de impulso encontra-se uma escada vertical até seu topo feita de

material isolante que permite alcançar as plataformas dos estágios, e a cada três estágios existe

uma plataforma ajustável. Esse formato facilita o trabalho e dá mais segurança na hora da

locomoção em seu interior.

O sistema de teste é constituído pelos equipamentos principais e os equipamentos

auxiliares de medições do valor de pico ou análise da forma de onda. Os equipamentos principais

são o retificador de energização, o gerador de impulso, o sistema de controle e o divisor de

tensão e os componentes auxiliares são o resistor de derivação Shunt, o chopping gap, sistemas

de medição para a análise da forma de onda do impulso e circuito de teste do transformador

chamado circuito glaninger. As figuras abaixo mostram o processo de montagem do gerador de

impulso de tensão no LEAT (Laboratório de Extra Alta Tensão) da UFPA.

.

Fonte: Do autor Fonte: Do autor

Figura 1.2 - Processo de montagem do retificador na base. Figura 1.3 - Montagem dos estágios do gerador.

9

Fonte: Do autor Fonte: Do autor

O sistema de teste de impulso é projetado para funcionar de forma ideal com uma certa

indutância no circuito. Esta indutância é dada pela altura do equipamento e a distância entre o

gerador de impulso e o objeto de teste. Por isso é necessário um layout das disposições dos

equipamentos no laboratório para evitar o aumento da indutância. O layout utilizado no

laboratório da UFPA foi o recomendado pela HAEFELY.

Figura 1.4 - Montagem dos eletrodos de topo. Figura 1.5 - Gerador de impulso de tensão.

Figura 1.6 - Sistemas dos colchões de ar. Figura 1.7 - Escada interna do gerador.

Fonte: Do autor Fonte: Do autor

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2. COMPONENTES DO GERADOR DE IMPULSO E ESPECIFICAÇÔES TÉCNICAS

2.1 CAPACITORES DE IMPULSO

Os capacitores de impulso são os responsáveis efetivos pela tensão do gerador de

impulso, eles possuem capacidade de se carregar rapidamente e descarregar toda carga nele

armazenada por ocasião do disparo do gerador de impulso[3]. Possuem baixa indutância e alta

confiabilidade são formados por elementos planos impregnados em óleo de rícino ligados em

série e em paralelo e fechados em um tanque soldado feito de chapa de aço. Junto a uma boa

constante dielétrica, o óleo de rícino oferece completa biodegradabilidade e é, portanto,

absolutamente aprovado do ponto de vista ambiental. Sua tensão de armazenamento é de

100KV e capacitância de 3µF.

Figura 2.1.1 - Vista lateral de um dos capacitores de impulso.

Fonte: Do autor

2.2 RESISTORES DE FORMA DE ONDA

Os resistores de frente e de cauda são constituídos por duplo fio onde dois fios em

paralelo são enrolados em um tubo suporte em direções opostas com o mesmo número de

espiras. Esta disposição tem finalidade de diminuir a indutância[3]. O resistor série também

conhecido como resistor de frente é responsável pela formação da frente da onda do impulso e o

resistor paralelo também conhecido como resistor de cauda é responsável pela formação da

cauda da onda do impulso. Nas figuras abaixo tem-se os resistores de serie e paralelo.

11

.

Fonte: Do autor

Para variar o tempo de frente do impulso de acordo com o ensaio realizado, deve-se

variar os resistores série e para variar o tempo de cauda do impulso varia-se os resistores

paralelos. As figuras abaixo mostram como a forma de onda varia com as mudanças dos

resistores.

Figura 2.2.1 - Resistor paralelo.

Figura 2.2.2 - Resistor serie.

Fonte: Do autor

12

Fonte:[3]

Fonte: [3].

2.3 ESFERAS DE CENTELHAMENTO

As esferas de centelhamento de cobre possuem 250mm de diâmetro Todas estão

localizadas em uma estrutura cilíndrica isolante tipo chaminé a qual evita poeira e reduz o nível

audível da descarga produzida durante o disparo do gerador. Uma das esferas de cada estágio,

é rigidamente ligado a uma pilha enquanto a outra é horizontalmente ajustada por um

mecanismo. Uma haste vertical é usada para ajustar todas as esferas de uma só vez. No

primeiro estágio tem-se um eletrodo de gatilho, o qual permite o controle de disparo do primeiro

estágio e assim todo o gerador de impulso.

Figura 2.2.3 - Variação do resistor serie.

Figura 2.2.4 - Variação do resistor paralelo.

13

2.4 RESISTORES DE CARGA

Os resistores de carga têm por função, limitar a corrente de carga, proteger o retificador e

intercalar uma resistência elevada entre os estágios durante a descarga do gerador. Para

desempenhar tais funções estes devem possuir uma constante de tempo (TL=RL Cs) que seja

superior a constante de tempo do circuito[3]. As figuras abaixo mostram os resistores de carga

montados no circuito.

Figura 2.4.1 - Resistores de carga. Figura 2.4.2 - Resistor de carga.

Figura 2.3.1 Esferas de Centelhamento.

Fonte: Do autor

Fonte: Do autor

Fonte: Do autor

14

2.5 RESISTORES DE POTENCIAL

Os resistores de potencial têm por função aterrar a carcaça do capacitor de impulso e

auxiliar no controle da distribuição de potencial durante o carregamento dos estágios. Possuem

elevada resistência[3].

Figura 2.5.1 - Resistor potencial

Fonte: Do autor

2.6 CAPACITORES DE VERIFICAÇÃO DE IMPULSO

É um divisor capacitivo conectado no primeiro estágio que detecta o disparo do gerador de

impulso e relata esse acontecimento ao sistema de controle o qual usa essas informações para

detectar o auto disparo ou não.

15

Figura 2.6.1 - Capacitor de verificação de impulso

Fonte: Do autor

2.7 INTERRUPTORES DE ATERRAMENTO E RESISTORES DE

DESCARGA.

Dois interruptores de aterramento de atuação magnética, estão localizados na estrutura

da base. Eles são acionados quando a alta tensão está ligada; quando ela desliga, eles aterram

o ponto de injeção da tensão de carga DC e do potencial centro entre os dois capacitores de

cada estágio. Em seguida, o gerador de impulso de tensão descarrega-se através dos resistores

de descarga que são colocados em série com os interruptores de aterramento. Os interruptores

de aterramento são fechados por meio de molas, de modo a garantir a descarga do gerador

mesmo em caso de uma falha.

16

Figura 2.7.1 - Interruptor de aterramento.

Fonte: Do autor

2.8 SISTEMA DE ATERRAMENTO DE SEGURANÇA

Além dos dois interruptores de atuação magnética, o gerador de impulso de tensão tem

um dispositivo de aterramento que descarrega todos os capacitores de impulso assim que o

gerador é desativado. Quando o circuito de segurança é fechado e os interruptores de

emergência não estão atuando, o dispositivo de aterramento de segurança é executado

automaticamente para a posição de não curtado e o gerador está pronto para operação. Quando

o circuito de segurança é aberto ou os interruptores de emergência estiverem atuando, o gerador

é descarregado através dos interruptores de aterramento e em seguida o dispositivo de

aterramento automaticamente curta e aterra todos os capacitores. A luz vermelha da base

acende quando o gerador de impulso não está curto-circuitado e a luz apaga quando o gerador é

completamente curto-circuitado.

Figura 2.7.2 - Resistor de descarga.

Figura 2.8.1 - Sistema de aterramento.

Fonte: Do autor

Figura 2.8.2 - Tiras flexíveis de descarga.

17

Duas tiras flexíveis metade condutora e metade isolada passa por todos os estágios do

gerador através de um mecanismo motorizado. O sistema de aterramento também possui uma

haste de aterramento de fibra de vidro com um gancho, com comprimento aproximadamente

2,25m equipado com fio terra de 6 mm^2 e comprimento de aproximadamente 10m e para

completar o aterramento tem-se a folha de cobre que aterra a carcaça dos equipamentos com

baixa indutância de 150X0,3mm e aproximadamente 30m comprimento.

2.9 ELETRODOS DE TOPO

O modelo padrão do gerador de impulso de tensão possui um eletrodo simples, na parte

superior, construído como uma placa circular. Este é adequado na maioria dos casos,

especialmente quando o tamanho do laboratório é considerável ou não há necessidade de gerar

tensões elevadas. À princípio, as pré-descargas ocorrem na parte superior do gerador, mesmo

antes de uma descarga; Isso pode ser visto como uma tensão de passo no osciloscópio.

Dependendo da aplicação e do nível de impulso de comutação necessário o gerador pode ser

equipado com um eletrodo de topo toroidal, o qual aumenta a tensão de início de pré-descarga.

Figura 2.8.3 - Haste de aterramento.

Fonte: Do autor.

18

2.10 RETIFICADOR DE CARGA

O retificador de carga modelo LGR 200-200 da Haefely é o responsável de fornecer um

valor de tensão em corrente contínua suficiente para carregar os capacitores de impulso. É

composto por um transformador de alta tensão, retificador em ponte de onda completa e de um

reversor de polaridade manual ou automático que pode ser controlada pela unidade de controle.

O carregamento de tensão por estágio é de até 200KV DC com uma corrente de 200mA e a

tensão de entrada para 3 fases e 1 neutro é de 400/230 V±10% tendo uma potência de entrada

de 100KVA, 60Hz. A figura mostra o esquemático do retificador de carga do modelo LGR 200-

200 da Haefely, o qual possui uma resistência de amortecimento R3 de alta tensão que está

integrada a uma válvula e os resistores de medição DC R4 e R5. No o topo do tanque estão

dispostos as engrenagens de inversão de polaridade e o resistor R1 desmagnetização, bem

como a resistência de amortecimento principal R2. A caixa de controle (CCU 104) com o controle

eletrônico e o controlador do tiristor é montado lateralmente.

Figura 2.9.1 – Levantamento dos eletrodos de topo. Figura 2.9.2 – Montagem dos eletrodos de topo.

Figura 2.10.1 - Retificador de carga Figura 2.10.2 - Circuito do retificador

Fonte: Do autor Fonte: [4]

19

2.11 DADOS TECNICOS DOS SISTEMAS

Abaixo são mostrados os dados técnicos do gerador de impulso de tensão do laboratório

da UFPA e também do retificador[4].

Tensão de entrada para 3 fases e 1 neutro: 3 400 V±10%;

Frequência de alimentação: 60Hz;

Potência de entrada trifásica com retificador de carga: 100KVA;

Número de estágios: 18;

Máxima tensão de impulso atmosférico: 3600KV;

Energia máxima de impulso atmosférico: 540KJ;

Capacitância de impulso: 83nF;

Altura: 13.4m;

Peso(1000Kg): 14.8.

De acordo com o IEC 60060-1, por estágio tem-se[4]:

Máximo carregamento de tensão para impulso atmosférico: 200KV;

Máximo carregamento de tensão para impulso de manobra: 180KV;

Energia máxima armazenada de impulso atmosférico: 30KJ ± 5%.

3. DESCRIÇÃO FUNCIONAL

O sistema de teste de impulso de tensão opera sob um sistema de controle o qual carrega

o gerador através da unidade de carga e isto é conseguido pelo fato dos estágios estarem

conectados em paralelo através do carregamento dos resistores. Desta forma, o tempo de carga

e a tensão de carga podem ser selecionados na unidade de controle. O diagrama abaixo mostra

as funções básicas do sistema.

20

Figura 3.1 - Esquemático do sistema de acionamento de um ensaio de impulso de tensão.

Fonte: [4]

Os capacitores de todos os estágios são conectados em paralelo através dos resistores

de carga por um lado e através de uma rede de resistores de frente e de cauda no outro lado e

eles são carregados com uma tensão DC pré-selecionada através do retificador de carga. A

tensão de carga é medida no retificador de carga e mostrada no sistema de controle. O

carregamento é controlado de acordo com as especificações das funções e depende da seleção

da tensão e do intervalo de impulso. A figura 3.2, representa o circuito de um dos estágios do

gerador, onde Cs representa a capacitância do estágio, SG (“spark gap”) é o centelhador de

disparo do gerador, Rp e Rs são os resistores do tempo de cauda e de frente respectivamente,

Rch representa o resistor de carga equivalente do resistor, Lloop é a indutância do circuito teste

e Cload é a capacitância da carga (objeto sob ensaio+ divisor capacitivo+ capacitâncias

parasitas). O disparo do impulso de tensão ocorre quando através do sistema de controle envia-

se um sinal de disparo de pulso com tensão de aproximadamente 12KV ao amplificador de

disparo localizado na base do gerador e um eletrodo auxiliar inserido na primeira esfera causa

uma faísca. Esse processo faz com que ocorra a diminuição da tensão de ruptura das esferas do

primeiro estágio e inicia-se o centelhamento. E então, por efeitos de capacitâncias parasitas, o

acionamento do primeiro estágio gera sobretensões nos gaps dos estágios sucessivos e o nível

da sobretensão depende dos valores dos resistores de frente e de cauda. Um padrão de

enrolamento especial é utilizado no resistor de cauda para aumentar a sobretensão.

21

Figura 3.2 - esquemático de um arranjo para ensaio de impulso de tensão.

Fonte: [4]

4. MODOS DE OPERAÇÃO

O gerador de Impulso de tensão pode ser montado com

quatro conexões diferentes e isso depende do item

sob ensaio e da tensão de ensaio. Geralmente na

configuração serie ele entrega a máxima tensão de

impulso.

4.1 CONFIGURAÇÃO SERIE

O circuito básico com todos os estágios em

série é mostrado na figura. Esse circuito descreve

claramente como o gerador de impulso de tensão do

laboratório da UFPA está montado, onde Cs é o

capacitor de impulso, Rs é o resistor serie, Rp1 e

Rp2 são os resistores paralelos para impulso

atmosférico e para impulso de manobra

respectivamente, RL é o resistor de carga, Rpot é o

resistor potencial, Rerd é o resistor de descarga do

gerador, SF é o centelhador, Es é o interruptor de

aterramento e Cz é o capacitor de disparo

Figura 4.1.1 - Configuração serie

Fonte: [4]

22

4.2 CONFIGURAÇÃO SERIE REDUZIDA

Se a amplitude de impulso necessário for muito menor que a

amplitude máxima do gerador, pode-se adapta-lo a diversas

maneiras. O método mais simples de redução de amplitude é o

de diminuir a tensão de carga. A tensão de carga mínima é

10KV. Isso deixa a capacitância de impulso inalterada. O

segundo método é curtar os estágios desnecessários e elevar a

tensão de carga correspondente, isso também aumenta a

capacitância de impulso. Alguns estágios do gerador são

conectados em serie e usados para produzir tensão e outros são

curto-circuitados. Essa conexão pode ser empregada para

aumentar a capacitância de impulso tendo tensão máxima mas

com energia disponível inferior.

Fonte: [4]

4.3 CONFIGURAÇÃO SERIE-PARALELO

Permite a obtenção da energia total do gerador, mas a tensão de carga será menor que a

empregada na configuração serie. Os estágios são agrupados com todos os estágios de um

grupo menor ligado em paralelo e os grupos maiores ligados em série.

4.4 CONFIGURAÇÃO REDUÇÃO SERIE-PARALELO

Este circuito pode ser empregado quando deseja-se aumentar a capacitância de impulso,

quando a tensão de saída é inferior. Os estágios são agrupados, com todos os estágios de um

grupo em conectados em paralelo e os grupos conectados em série. Os estágios não utilizados

são colocados em curto.

Figura 4.4.1 - Configuração redução-serie

Figura 4.2.1 - Configuração serie reduzida.

Fonte: [4]

Figura 4.3.1 - Configuração serie-paralelo.

23

As configurações recomendadas para os diversos ensaios estão inseridas na tabela

abaixo:

Tabela 1. Configurações de conexões.

Serie Serie Reduzida Serie-Paralelo Serie-Paralelo

Reduzido

Impulso Atmosférico, objeto

de teste capacitivo

X

X

Impulso de manobra, com

objeto de teste capacitivo

X X X X

Impulso Atmosférico, objeto

de teste indutivo

X X X X

Impulso de manobra, com

objeto de teste indutivo

X X

5. SELEÇÂO DE RESISTORES

5.1 LIMITES DA FORMA DE IMPULSO

Em ensaios de tensão de impulso atmosférico, a máxima capacitância do objeto sob

ensaio é limitada pelo overshoot. Como a capacitância do objeto sob ensaio aumenta, a

resistência de frente deve ser mantida menor a fim de manter o tempo de subida necessário.

Como resultado, há menos amortecimento de oscilações no circuito de teste. O limite para teste

de acordo com os padrões ocorre quando o tempo de subida atinge o limite superior de

tolerância e o overshoot é de até 5%. Com objetos indutivos sob ensaio o problema é manter os

50% do tempo de queda pois as baixas indutâncias diminuem o tempo de decaimento. Este

efeito pode ser compensado até certo ponto, por uma escolha adequada da resistência de cauda

ou utilizando a configuração serie-paralelo.

5.2 RESISTORES DE FRENTE

Os resistores de frente podem ser selecionados de acordo com a capacitância de carga. A

constante de tempo RsxCbtotal (Onde Rs, resistores de frente e Cbtotal é a capacitância do

objeto sob ensaio) determina o tempo de subida do impulso. A resistência de frente total pode

24

ser mantida com o acompanhamento do diagrama de carga ou pode ser aproximadamente

calculada com as seguintes fórmulas onde Cbtotal está em nF e Rs em Ω:

Tensão de Impulso Atmosférico 1,2/50 Rs~500/Cbtotal

Tensão de Impulso Atmosférico 1...5/50 Rs~500...2000/Cbtotal

Tensão de Impulso de Manobra 250/2500 Rs~70/Cbtotal (em KΩ)

Essas tensões representam uma boa aproximação para todos os tipos de testes. Se a

carga é indutiva (por exemplo um transformador), a indutância do objeto sob ensaio não afetará

o impulso de frente. Então os resistores de frente são selecionados de acordo com a carga

capacitiva. As fórmulas determinam o valor da resistência total das quais as resistências dos

estágios individuais podem ser determinadas.

5.3 RESISTORES DE CAUDA

Os resistores de cauda podem ser selecionados de acordo com capacitância de impulso

do gerador de impulso. A constante de tempo RpxCstotal (onde Rp, resistor paralelo e Cstotal é

a capacitância de impulso) determina os 50% do tempo de decaimento do impulso. A

capacitância do objeto sob ensaio possui um pequeno efeito sobre o tempo de decaimento e

assim os geradores de impulso são fornecedores com um único resistor de cauda por forma de

impulso para cargas puramente capacitivas. O tempo de decaimento de 50% pode ser feito

dentro de uma tolerância com os valores de resistência independentemente da forma de

impulso. Em ensaios com cargas indutivas, a indutância do objeto sob ensaio diminui o tempo de

decaimento então para essas aplicações o gerador de impulso pode ser equipado com resistores

de cauda extra. A resistência de cauda total pode ser determinada de acordo com o diagrama de

carga ou calculada aproximadamente com as seguintes fórmulas sendo Rp em Ω, Cstotal em F e

Cbtotal em nF:

Tensão de Impulso Atmosférico 1,2/50, carga capacitiva Rp~68500/Cstotal

Tensão de Impulso Atmosférico 1,2/50, carga indutiva Rp~1/(Cstotal. (1200-Rser/L)

Tensão de Impulso de manobra 250/2500, carga capacitiva Rser~3000/Cbtotal

5.4 DIAGRAMA DE CARGA

O diagrama de carga da figura mostra um exemplo de 10 estágios do gerador, dado o

tempo de frente como parâmetro versus a capacitância de carga com o resistor de frente como o

outro parâmetro. Ele permite selecionar o resistor de frente correto dependendo da capacitância

25

de carga conhecida. Para exemplificar, pode-se escolher uma capacitância de 1nF com o

resistor de configuração número 7, o qual possui todos os estágios com um resistor de frente

interno de 30Ω por estágio, o gerador de impulso gera um impulso atmosférico com tempo de

frente de aproximadamente 1,18µs. Os diagramas de carga para impulso de manobra são

usados do mesmo modo.

É possível montar a configuração do resistor de frente com o mesmo valor de resistência

em todos os estágios ou com configurações mistas em que uma parte dos estágios são

montados com um valor, e os outros com um outro valor de resistência. É importante que ambos

os valores estejam o mais próximo possível.

Figura 5.4.1 - Diagrama de carga

Fonte: [4]

Se o gerador é equipado por exemplo com resistores de frente de 30Ω e 46Ω por estágio,

é possível mistura-los pois existem muitos valores entre eles. Não é permitido fazer uma

configuração de 46+30 Ohms em uma parte e 46//30 Ohms em outra parte do gerador.

6. COMPONENTES DE MEDIÇÂO E CONTROLE

6.1 DIVISOR DE TENSÃO

O divisor de tensão é utilizado para medir altas tensões e possui a função de reduzir a

tensão aplicada nos ensaios a níveis que se possa medir no equipamento de controle sem

26

danifica-lo. O divisor de tensão utilizado no laboratório de alta tensão é do tipo misto (com

resistores e capacitores) e pode ser descrito de acordo com a figura:

Figura 6.1.1 - Circuito do divisor de tensão tipo misto.

Fonte: [4]

Onde:

C11: Capacitância primária total incluindo as capacitâncias parasitas;

R11/Rd: Resistor de amortecimento interno/ Resistor de amortecimento externo;

Ra: Resistor terminal correspondente a medida de impedância do cabo;

Zc: Impedância de medida do cabo;

R22/C22: Resistor secundário/ capacitância secundaria;

ZM: Impedância de entrada do instrumento de medida;

R31, R32: Resistores do atenuador ou “Burch”;

C31, C32: capacitores do atenuador ou “Burch”.

Ele pode ser dividido em duas partes que consiste no lado de alta tensão e o lado de

baixa tensão. O lado de alta é composto pelo capacitor C11 o qual é conectado em serie com os

resistores. A resistência de amortecimento Rd é localizada na parte superior do divisor de

tensão. A parte inferior é composta pelo capacitor C22, resistor R22 conectados em série. Essa

parte é composta por elementos conectados em paralelo e o resistor R22 tem sido adaptado

para obter uma transferência ideal. O cabo terminal do resistor R1 também faz parte do lado de

baixa tensão.

Para avaliar a relação de transformação de um sistema de medição, os instrumentos

ligados através do cabo coaxial para o lado de baixa tensão, também devem ser levados em

consideração. Particularmente com cabos de medição acima de 70 m de comprimento, a

27

capacitância do cabo em comparação com a capacitância secundária não pode ser ignorada e,

neste caso, uma terminação de cabo chamada “Buch” é necessária e deve ser colocada no

sistema de medição. A fim de evitar perturbações, é vantajoso manter a tensão no lado de baixa

na faixa de 0,6 a 1,5KV. Portanto, se for preciso uma faixa de tensão mais baixa, é necessário

utilizar um atenuador, o que vai reduzir a tensão de saída do divisor para o valor desejado (10 a

100V). As figuras abaixo mostram o processo de montagem do divisor de tensão no laboratório

de alta tensão da UFPA.

Figura 6.1.2 - Divisor de tensão.

Fonte: Do autor

6.2 RESISTOR DE DERIVAÇÃO “SHUNT”

O resistor de derivação hunt de modelo SH-Q é o dispositivo de conversão mais utilizado

para medições de impulso de corrente. Ele é feito de um cilindro de aço inoxidável o qual possui

flanges de acoplamento e conectores coaxiais para fazer a medição de corrente. É preenchido

com uma areia especial e possui um parafuso de 10mm (chamado de terminal quente) sendo a

porca do parafuso em formato de orelha, juntamente com uma placa de 12,5mm de orifício que é

Figura 6.1.3 - Montagem do divisor de tensão.

Fonte: Do autor

28

o terminal do terra. Sua ligação é feita de acordo com a figura 6.2.1 que mostra o circuito de

ligação do shunt junto com os outros equipamentos do circuito de ensaio.

Figura 6.2.1 - Conexões da carga shunt no circuito para medição de corrente

Fonte: Do autor

Figura 6.2.2 - Resistores de derivação shunt.

Fonte: Do autor

O terminal quente (parafuso junto com a porca), deverá estar conectado com o circuito do

objeto sob teste de acordo com a figura. O conjunto dos shunts possuem resistência no valor de

1Ω, 0,47Ω e 0,1Ω. A tabela a seguir mostra os dados técnicos de todas as cargas shunts que

serão utilizadas nos ensaios de alta tensão do laboratório de alta tensão:

Tabela 2 - Dados técnicos das cargas Shunts

29

Shunt SH Q 0,1 SH Q 0,47 SH Q 1

Queda de

Tensão Nominal

Un [v] 500 500 500

Máxima queda

de tensão

Umax [v] 1600 1600

1600

Corrente de pico

nominal

In [A] 5000 1060 500

Máxima corrente

de pico

Imax [A] 16000 3400 1600

Resistencia R Ω ±5% 0.1 0,47 1

Tempo de

resposta parcial

Ta [ns] <10 <10 <10

Taxa de

repetição

Un/In [s] 4 0,85 0,4

Taxa de

repetição

Umax/Imax [s] 73 16 6,5

6.3 CHOPPING GAP

O Chopping Gap é um componente de alta tensão utilizado juntamente com o Gerador de

impulso de tensão e tem por função cortar os impulsos atmosféricos e impulsos de manobra (os

cortes podem ser no tempo de frente ou no tempo de cauda, dependendo do tipo de

equipamento a ser ensaiado). Ele possui 4 módulos com duas colunas e cada módulo possui 3

pares de esferas de centelhamento com 200mm de diâmetro e um capacitor de amortecimento

responsável pelo controle da distribuição da tensão ao longo do equipamento. Cada esfera é

construída para trabalhar com uma tensão máxima de 200KV. As figuras abaixo mostram o

processo de montagem do equipamento.

30

Figura 6.3.1 - Montagem do dispositivo Chopping gap.

Fonte: Do autor

As esferas de nível mais baixo de cada gap, é montado em uma estrutura fixa entre o

capacitor e a estrutura suporte enquanto que as esferas da parte superior são montadas em uma

estrutura móvel semelhante a uma escada a qual pode ser movida para cima e para baixo para

ajustar a distância entre os gaps, desta forma todos os gaps são montados em serie.

O gap do módulo mais baixo está ligado a um pino, o qual dispara o impulso com um

atraso devido o tempo de corte. Os gaps 2 e 3 também

estão ligados ao pino e também a uma resistência de

amortecimento. Para os estágios superiores a

sobretensão é suficiente para garantir o centelhamento

rápido. A figura mostra os módulos do Chopping gap com

seus componentes, onde:

Ct: capacitor;

Rt: Resistor;

Rd1 Resistor de amortecimento com torneira;

Rd2 Resistor de amortecimento sem torneira.

Para obter uma boa faixa de disparo, o mínimo

possível de estágios deve ser utilizado, neste caso, os o

chopping gap poderá utilizar a configuração reduzida ou a configuração de um único estagio Na

Figura 6.3.3 - Circuito interno do Chopping gap.

Figura 6.3.2 - Dispositivo Chopping. gap.

Fonte: Do autor

31

configuração reduzida, os resistores de amortecimento dos estágios superiores devem estar em

curto e na configuração de um único estágio, os resistores de amortecimento deverão ser

removidos. As figuras mostram a configuração reduzida e configuração de um único estagio

respectivamente.

Figura 3.3.4 - Configuração reduzida.

Fonte: [4]

O Chopping gap é controlado junto com o gerador de impulso através do sistema de

controle que ajusta automaticamente a distância entre os gaps de acordo com a tensão que será

aplicada.

6.4 CIRCUITO GLANINGER

O Circuito de Teste Glaninger é um equipamento utilizado com o gerador de impulso

quando se faz ensaios de impulsos atmosféricos em transformadores de acordo com a IEC

60076-3 para tempo de frente e de cauda (1,2µs ±30%/50µs ±20%). Se a indutância do objeto

de teste é mais baixa que aproximadamente 3mH o tempo de cauda correto de acordo com IEC

não poderia ser alcançado com resistores adicionais em paralelo no gerador. Para tais casos, o

tempo de cauda correto pode ser obtido com o circuito de teste. Esse circuito é necessário

quando se tem uma baixa indutância nos enrolamentos de baixa tensão do transformador, tendo

por função expandir significativamente a indutância do gerador. Ele é conectado no primeiro ou

segundo estágio do gerador.

Figura 6.3.5 - Configuração de estágio único.

Fonte: [4]

32

Figura 6.4.1 - Circuito Glaninger.

Fonte: Do autor

O circuito consiste de uma indutância Ld e um resistor paralelo Rd. A indutância deve ser

conectada em paralelo com a resistor de frente do gerador de impulsos.

O resistor paralelo Rd será colocado fora do gerador de impulso, paralelo ao objeto de

teste. Dependendo do tamanho do gerador de impulsos a indutância Ld pode ser disposta no

interior ou fora do gerador.

Figura 6.4.2 - Circuito de impulso com Glaninger interno.

Fonte: [4]

Se o circuito Glaninger está completamente colocado fora do gerador de impulsos a

resistências frente R'int interna tem que ser curto-circuitada.

33

Figura 4.4.3 - Circuito de impulso com Glaninger externo.

Fonte: [4]

6.5 SISTEMA DE CONTROLE GC 223 E SISTEMA DE ANÁLISE

DE IMPULSO.

Equipamentos de alta tensão em redes de transmissão e distribuição de eletricidade estão

sujeitos a estresses elétricos por dois tipos diferentes de sobretensões transitórias: sobretensões

causadas por operações de manobra, e aquelas causadas por interferências atmosféricas, como

por exemplo, descargas atmosféricas. Nos testes de alta tensão esses estresses são simulados

por impulsos de tensão de dupla exponencial, com parâmetros de tempo e amplitude

especificados. Para gerar e medir essas formas de onda de impulso de tensão são utilizados os

sistemas de controle. A figura a seguir mostra um sistema completo de teste de impulso de

tensão.

Figura 6.5.1 - Sistema completo do teste de impulso de tensão.

Fonte: [4]

34

O sistema de medição de impulso consiste de um dispositivo de conversão que

normalmente é o divisor de tensão, o sistema de transmissão onde se utilizam cabos e um

instrumento de gravação. O ambiente no qual o sistema de medição opera, deverá ter folgas

para as estruturas dos equipamentos e ligação ao terra. A presença de fortes campos elétricos e

magnéticos transitórios podem afetar significativamente o desempenho e precisão do sistema de

medição, portanto cuidado especial deve ser tomado para tais instrumentos para garantir a

operação confiável e precisa.

O sistema de controle do gerador de impulso de tensão, inclui todos os elementos

necessários para controlar o sistema de teste de descargas atmosféricas e de manobra. Toda a

operação do gerador é automatizada e isso inclui carregamento dos estágios, aplicação do

impulso e aterramento do gerador. O equipamento de controle vem com um sistema de

Intertravamento o qual é ligado à porta da sala de controle que dá acesso à área de ensaio do

laboratório e qualquer violação de segurança dos passos citados anteriormente faz com que o

sistema desative o gerador priorizando a segurança pessoal. A figura mostra a imagem frontal

do controle do gerador de impulso.

Figura 6.5.2 - Sistema de controle GC 223.

Fonte: Do autor

O GC 223 executa várias funções entre elas, a conversão analógico/digital de valores de

medidas do sistema de impulso, controle e regulação da tensão de carga, tempo de controle do

disparo, disparo das esferas de centelhamento sincronizadas com a tensão AC, entrada e saída

digital das portas do gerador, controle dos dispositivo de corte do impulso (chopping gap),

proteção contra sobretensão em todas as entradas e saídas de linha, controle do sistema de

segurança e filtro da potência de entrada.

O sistema de análise dos impulsos modelo HiAS 734, é um multicanal com alta precisão

digital onde se faz medidas, avaliação e analise dos impulsos de tensão e corrente e que podem

35

ser aprimoradas de acordo com a IEC 61083, IEC 60060, IEC60099 e IEC60230 que são os

padrões relevantes para testes de alta tensão. A avaliação automática das formas de impulso

acima mencionadas, bem como um modo de avaliação manual estão disponíveis no analisador.

A figura mostra o sistema completo de controle do gerador de impulso.

Figura 6.5.3 - Sistema de controle completo.

Fonte: Do autor

7. COMISSIONAMENTO

Após a montagem de todos os equipamentos do sistema de teste, no dia 15 de julho de

2015 iniciou-se o processo de comissionamento do gerador de impulso de tensão. Antes de

aplicar tensão no gerador foram realizados os ajustes dos gaps das esferas tanto do gerador de

tensão como do chopping gap. Esses ajustes são feitos para garantir a total confiabilidade dos

disparos de maneira que o gerador opere com uma tensão inferior a tensão de

carregamento[3]. As esferas de centelhamento devem atuar numa faixa de operação de modo a

garantir seu bom funcionamento essa faixa de operação é determinada pela seguinte equação:

Faixa de operação= [(VDC - VMIN) / VDC] 100%, onde:

VDC = máxima tensão, em corrente contínua, que o “gap” das esferas suporta, sem que o

mecanismo de disparo das esferas entre em operação, ou seja, acima de VDC ocorre um

disparo sem controle denominado de “Self firing” [3]

36

VMIN = tensão mínima, em corrente contínua, na qual a descarga é garantida com a aplicação

do pulso de disparo. Ou melhor, com uma tensão inferior a VMIN o “gap” não dispara, nem com

o auxílio das esferas, esse efeito é denominado de “No firing” [3].

Iniciou-se escolhendo a distância mínima entre os gaps do gerador que foi de 2mm e

através desta pode-se obter a tensão mínima de 0,27V para uma faixa de tensão de 0 a 10V. Em

seguida, foi verificado nos gaps das esferas do gerador se a distância ajustada no sistema de

controle era a mesma. O mesmo processo foi feito para a distância máxima escolhida que foi de

51,2mm e obteve-se a tensão máxima de 8,92V. O valor medido nos gaps do gerador não foi o

mesmo que se inseriu no sistema de controle, por isso trocou-se o valor da distância máxima no

sistema de controle para o valor medido nos gaps do gerador que foi de 41,5mm e a tensão

resultante para tal distância foi de 8,63V.

Após todos esses ajustes, aplicou-se uma tensão de 20KV para observar se a distância

mínima e máxima entre os gaps do gerador estava adequada e detectou-se falha pois o sistema

disparava antes de chegar na tensão de 20KV. Então foram feitos vários ajustes na distância

entre os gaps na tentativa de deixa-lo adequado para os testes. As distâncias que foram

satisfatórias estão mostradas na figura abaixo.

Figura 7.1 - Distância entre os gaps do gerador inseridas no GC 223.

Fonte: Do autor

Pela figura pode-se observar que cada nível de tensão possui uma distância entre os

gaps e o mesmo processo foi realizado nos gaps do dispositivo chopping gap.

Feito todas as configurações necessárias, no dia 17 de julho foi iniciado a aplicação de

vários níveis de tensão no gerador de impulsos atmosféricos até chegar a sua máxima tensão,

através do sistema de controle GC 223. Esse processo de aplicação de tensão e análise do

37

funcionamento adequado do gerador de impulso durou vários dias devido a problemas

decorrentes no gerador e devido as condições de temperatura e umidade que devem ser

obedecidas para operação do equipamento. Todos os procedimentos consistiram em carregar o

gerador com uma determinada tensão e observar se o mesmo dispara corretamente na tensão

desejada. Foi configurado no GC 223, uma quantidade de 10 disparos consecutivos para um

mesmo nível de tensão.

Primeiro foi aplicado uma tensão de 40KV por estágio num total de 10 impulsos

aplicados seguidamente como pode ser visto na figura 7.2, sendo configurado os 18 estágios

para participar de tal teste e um tempo de disparo de 10 segundos com humidade do meio de

69%, temperatura de 22,5ºC, distância entre os gaps de 13,5mm e polaridade positiva. Obteve-

se o seguinte resultado mostrado na figura 7.3, a qual indica a forma do impulso juntamente com

o tempo de frente e o tempo de cauda.

Figura 7.2 - Tensão aplicada no gerador pelo sistema de controle.

Fonte: Do autor

38

Figura 7.3 - Forma de onda do impulso de tensão.

Fonte: Do autor

Analisando a figura, pode-se notar que o tempo de frente e de cauda da onda foram

satisfatórios visto que eles possuem uma tolerância para mais e para menos. O mesmo

aconteceu com o overshoot da onda que possui tolerância segundo padrões de até 5%. É

importante notar que a tensão não chega exatamente ao valor de 720KV ficando em 587.745KV

pois o gerador não possui 100% de rendimento mas se mostrou satisfatório.

A cada 10 disparos de tensão aplicada, aumentava-se a tensão no gerador e as tensões

aplicadas foram 40KV, 60KV com distância de 20,7mm entre os gaps, 80KV com distância de

28,5mm, 100KV com distância de 36mm e 120KV com distância de 44,3mm entre os gaps. Em

todos os valores de tensão foi verificado o funcionamento do gerador pela tensão de disparo.

Algumas falhas do gerador foram verificadas devido a disparos antes de se chegar a tensão

desejada. Após feito alguns ajustes técnicos no gerador devido a falhas de disparos, foi inserido

nos testes o chopping gap através do sistema de controle para analisar a forma de onda cortada

no tempo de cauda. O chopping gap atuou em uma faixa de tempo de 2 a 6µs, por isso ele

cortou apenas o tempo de cauda, visto que o tempo de frente é de 1,2µs com tolerância de

±30%. O resultado da atuação do chopping gap para uma tensão de 40KV é mostrado na figura

7.4.

39

Figura 7.4 - Forma de onda com atuação do chopping gap.

Fonte: Do autor

A figura 7.4 mostra a forma de onda cortada na cauda devido a atuação do chopping gap

e a atuação do tempo de corte. Em todos os níveis de tensão o dispositivo operou

satisfatoriamente. Neste dia foi observado um vazamento de óleo no capacitor de impulso e os

testes foram finalizados.

No dia 20 de julho todos os equipamentos de teste passaram por uma limpeza devido a

umidade e impurezas que poderiam esta acumuladas inclusive o capacitor que apresentou

vazamento. Após estes procedimentos, iniciou-se os testes no gerador para 18 estágios com

uma temperatura de 27ºC e umidade do ar de 75%. Foram aplicadas tensões de 20KV, 40KV,

60KV, 80KV, 100KV e 120KV todos com polaridade negativa (figura 7.5) e o resultado para a

tensão de 80KV é mostrado na figura 7.6.

40

Todos os testes se mostraram satisfatórios com relação ao impulso de tensão obtido

sempre obedecendo as tolerâncias que para tempo de frente é de ±30% e para tempo de cauda

é de ±20%. No entanto, o gerador continuou a apresentar falhas em alguns disparos antes de se

chegar a tensão desejada.

No dia 21 de julho foi retirado o resistor de carga do 12º estágio afim de se aplicar a

tensão máxima por estágio de 200KV. Esse procedimento foi realizado pelo fato do divisor de

tensão suportar uma tensão de até 2400KV e se fosse aplicado a tensão total do gerador com

todos os estágios que é de 3600KV o divisor de tensão não suportaria. Após os testes realizados

neste dia o dispositivo que amplifica o disparo do gerador apresentou defeito. Ele foi trocado pelo

dispositivo do gerador de impulso de corrente que é similar para poder continuar os testes. Nos

dias consecutivos foram realizados os mesmos procedimentos aos dias anteriores e sempre

procurando mudar a configuração do gerador de impulso de tensão na tentativa de solucionar o

problema referente aos disparos indesejados.

O processo de comissionamento do gerador foi concluído no dia 30 de julho e os

problemas dos autos disparos aleatórios (algumas vezes com corrente de fuga) que este vinha

apresentando durante o período de testes não foi solucionado, mas segundo a equipe da

HAEFELY o gerador pode ser operado normalmente pois este problema não prejudica os

ensaios que serão realizados em equipamentos. Foi verificado também que o gerador de tensão

funciona normalmente no final da tarde, por isso foi recomendado pela HAEFELY que se

verifique a tensão de entrada do equipamento com um analisador de espectro e também os

autos disparos por várias semanas.

Figura 7.5 - Tensão aplicada pelo sistema de controle.

Fonte: Do autor

Figura 7.6 -Forma de onda obtida através da tensão aplicada.

Fonte: Do autor

41

CONCLUSÃO

A montagem do gerador de impulso de tensão e seus equipamentos de medição foram

muito proveitosos, visto que foi possível conhecer cada componente constituinte do mesmo e

aprender suas principais funções. Tais conhecimentos são fundamentais na realização de

ensaios em objetos de alta tensão. Pôde-se notar que cada elemento do gerador de tensão

como resistores, capacitores, esferas de centelhamento e etc. possuem funções específicas que

no final contribuem de forma equilibrada para geração do impulso de tensão

O processo de comissionamento foi muito importante para aprendizado, pois foi possível

aplicar vários níveis de tensões no gerador através do sistema de controle GC 223 e visualizar o

impulso obtido pelo sistema HiAS 734. Durante o teste do gerador surgiram vários problemas

que contribuíram para o conhecimento e obteve-se confiança para manuseio do mesmo, pois foi

necessário mudar diversas vezes as configurações do gerador de tensão e suas formas de

operação por estágios na tentativa de solucionar tais problemas.

Além disso, pôde-se compreender a importância dos circuitos de segurança e aterramento

do gerador e os riscos de trabalhar na alta tensão. Portanto, cada passo de segurança

apresentado durante o processo de comissionamento deve ser respeitado para segurança

pessoal e do equipamento sob teste.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] NAIDU, N. S.; KAMARAJU, V. High voltage engineering.

[2] SCHAEFER, J. C. Ensaios de Impulsos Atmosféricos e de Manobra.

[3] MELLO, D.R. Treinamento Básico em Técnicas de Ensaio em Alta Tensão.

[4] HAEFELY,H.V. Manual do Equipamento_Gerador de Impulso de Tensão.

[5] INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMISSION. IEC 60060-1: High-voltage test

techiniques – Part 1: General definitions and test requirements. Geneva, 2010.

[6] ELETROBRAS. Diretrizes para estudos e projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas.

2000.

42

[7] D’AJUZ, A. Equipamentos elétricos; especificação e aplicação em subestação de alta tensão. Rio de Janeiro, FURNAS, 1985. [8] WANGNER, W. Probleme der Drehstrom-Energieiibertragung bei hehr grossen Leistunen und Entfernungen, Bulletin des Schweizerischen elektrotechnischen Vereins, 1942

DIFICULDADES As dificuldades encontradas são referentes aos poucos materiais encontrados sobre o Geradores de Impulso Atmosféricos (Impulso de Tensão) que expliquem seus principais componentes, montagem e tipos de configurações utilizadas nos ensaios de equipamentos. Ter um bom entendimento sobre as configurações utilizadas nos geradores de tensão e as normas que são aplicadas a um determinado ensaio, é de fundamental importância para realização de ensaios nos equipamentos. Algumas das dificuldades encontradas se referem também à riqueza de detalhes e densidade de teoria que envolve as técnicas de ensaios em alta tensão com gerador de impulso de tensão.

Não foram gerados artigos científicos devidos a problemas externos relacionados com o prazo de montagem dos equipamentos, que apresentou atrasos, sendo concluídos somente no final do mês de agosto de 2015. Por outro lado, pretende-se agora com o equipamento realizar ensaios sob carga que certamente vão gerar trabalhos científicos.

PARECER DO ORIENTADOR: a Bolsista desempenhou suas atividades de pesquisa com grande dedicação, cumprindo os horários exigidos e atingindo em boa parte as metas estabelecidas na proposta de seu subprojeto de Pesquisa da PIBIC. Os resultados da sua pesquisa serão utilizados no laboratório de alta tensão da UFPA, ao qual a Bolsista encontra-se vinculada, trabalhando no projeto principal, referente à montagem dos equipamentos no laboratório. Também a Bolsista, sob minha orientação, vem trabalhando para encaminhar resumos a congressos ainda no segundo semestre de 2015, devendo ter até a finalização deste período produção científica para congressos em sua área de atuação. Também destaco o grande envolvimento da bolsista no processo de montagem, comissionamento e treinamento realizado com o equipamento, o que é de fundamental importância em sua formação técnica e científica para o desenvolvimento de trabalhos futuros no laboratório de alta tensão da Universidade Federal do Pará.

O presente relatório reflete bem o trabalho desenvolvido pela estudante, apresentando todos os resultados obtidos até o momento, e a evolução da mesmo. Por estes fatores e pelo crescimento científico e técnico do Bolsista, observados no relatório, sou de parecer plenamente favorável a aprovação do presente relatório.