relatório setorial operações de crédito do sfn - maio de 2017 · 2018-07-05 · estabilidade no...
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30 de junho de 2017
Análise de Investimentos
Relatório Setorial
Operações de Crédito do SFN
BC: Operações de Crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) caem
0,2% em mai/17 e 2,6% em 12 meses. A retomada ainda não veio.
O crédito total do SFN incluindo as operações com recursos livres e direcionados somou R$ 3.065
bilhões em maio de 2017, com queda de 0,2% em relação ao mês anterior e retração de 2,6% em
12 meses. No mês de abril de 2017 o saldo das operações de crédito havia registrado queda de
0,2% em base mensal e retração de 2,2% em 12 meses.
Esta baixa em base mensal refletiu a queda de 1,0% do saldo destinado às empresas para R$
1.478 bilhões, parcialmente compensados pelo crescimento de 0,6% do saldo destinado às
famílias para R$ 1.587 bilhões. A relação crédito/PIB registrou queda de 48,8% em abril para
48,6% em maio, com redução de 3,2 p.p em 12 meses, pela retração do saldo das operações.
Nos primeiros 5 meses de 2017 o saldo das operações de crédito registrou queda de 3,0% em
relação aos 5m16, explicado pela retração de 9,1% no segmento de Pessoas Jurídicas, amenizado
parcialmente pelo crescimento de 3,6% no segmento das Pessoas Físicas. Na mesma base de
comparação os livres caíram 4,0% e os direcionados registraram queda de 1,9%.
O saldo das operações de crédito em 12 meses manteve a tendência de desaceleração, tanto nas
carteiras com recursos livres, com queda de 3,7% quanto nos direcionados, com redução de
1,5%. Este movimento reflete notadamente a maior queda do saldo das operações com as
empresas (tanto nos livres quanto no segmento direcionado), somado a atividade econômica
cadente e a demanda mais contida por crédito.
Com base nos dados dos 5m17 e as condições previstas para o ano, o Banco Central (BC) reduziu
sua estimativa de crescimento das operações de crédito do SFN, de 2,0% para 1,0% (sendo de
estabilidade no crédito livre frente alta de 2,0% anteriormente estimada, e crescimento de 1,0%
no direcionado ante 2,0% previstos em mar/17). De acordo com a autoridade monetária, a
projeção do PIB não se alterou, sendo que as condições gerais permanecem praticamente as
mesmas, com algumas mudanças de composição. Porém o crédito registra recuperação abaixo
do esperado. Ainda, de acordo com o BC, “o patamar de inadimplência permanece baixo, com
ligeira tendência de alta, mais no segmento das pessoas físicas do que nas jurídicas, condizente
com o momento atual da economia, destacando que os padrões de concessão estão mais
robustos, e as taxas encontram o sistema financeiro capitalizado e bem provisionado”.
Victor Luiz de Figueiredo Martins,
CNPI*
+55 11 2172-2565
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Operações de Crédito do SFN
Operações com recursos livres caíram no mês e em 12 meses, sensibilizadas pela redução dos
saldos nas operações com as empresas. Ao final de maio estas operações corresponderam a 49,6%
do total de crédito do SFN, somando R$ 1.521 bilhões, após queda de 0,3% no mês e redução de
3,7% em 12 meses. O saldo destinado às empresas totalizou R$ 707 bilhões, com queda de 1,7% no
mês e 9,3% em 12 meses, reflexo da queda em capital de giro e conta garantida. O saldo das
pessoas físicas registrou alta de 1,0% no mês somando R$ 814 bilhões, com crescimento de 1,6%
em 12 meses, destacando-se as operações com crédito consignado e cartão de crédito à vista.
Operações com recursos direcionados registraram queda ambas as bases de comparação,
sensibilizadas pela redução do saldo das empresas. Por segmento, destaque para a queda dos
empréstimos do BNDES e a continuidade da alta nos segmentos imobiliário e rural. O volume de
recursos do crédito direcionado representando os restantes 50,4% do total das operações de
crédito do SFN somou R$ 1.544 bilhões, com redução de 0,1% no mês e 1,5% em doze meses. O
montante destinado a pessoas físicas, de R$ 773 bilhões, significou um crescimento de 0,3% em
base mensal e alta de 6,6% em 12 meses, com avanço no segmento imobiliário. No segmento
corporativo, o saldo apresentou redução de 0,4% no mês, para R$ 771 bilhões e queda de 8,5% em
12 meses, destacando-se os financiamentos para investimentos com recursos do BNDES.
De acordo com o relatório do Banco Central, “considerando os segmentos de atividade econômica
tomadores de recursos, as principais retrações foram observadas na indústria de transformação,
com queda de 1,0% para R$ 388 bilhões, na construção (-1,6% para R$ 94 bilhões) e no comércio (-
2,1% para R$ 251 bilhões). Por região, consideradas as operações acima de R$1 mil, destacaram-se
as reduções no Sudeste (-0,1%, R$ 1.620 bilhões) e na Região Sul (-0,1%, R$ 550 bilhões)”.
A dinâmica de crescimento por controle de capital, em base mensal, mostrou estabilidade em
todos os segmentos, públicos, privados nacionais e estrangeiros. A participação dos bancos
públicos sobre o crédito total (livres e direcionados) manteve-se em 55,9% em maio em igual
patamar do mês anterior. As participações relativas dos bancos privados nacionais (31,1%) e
estrangeiros (13,0%) também, reflexo de um maior conservadorismo dos clientes na tomada de
crédito e em segundo plano, na concessão por parte de alguns bancos.
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Operações de Crédito do SFN
Ao final de maio de 2017, a queda acumulada em 12 meses era de 2,6% do saldo das operações de
crédito do SFN e refletiu o decréscimo de 3,9% dos bancos públicos. A alta de 4,5% dos bancos
privados nacionais, vis a vis a queda de 11,8% dos bancos privados estrangeiros, correspondeu ao
efeito estatístico da compra dos ativos do HSBC pelo Bradesco, aliado ao comportamento nos
bancos privados, com redução superior (em base mensal) do saldo das operações.
A taxa média de juros do SFN registrou queda em ambas as bases de comparação, e reflete o
movimento de redução da taxa básica pelo Banco Central. A taxa média de juros das operações
de crédito do SFN (inclusos os recursos livres e direcionados) registrou queda de 1,0 p.p para 29,2%
em maio e redução de 3,5 p.p em 12 meses. Esse decréscimo se explica notadamente pela queda
de 2,5 p.p no segmento com recursos livres para 46,8% ao ano, na medida em que no crédito
direcionado as taxas subiram 0,4 p.p alcançando 10,2% ao ano.
As taxas de juros (Pessoa Física) permanecem em queda, em linha com a flexibilização monetária
em curso. As operações para o segmento de pessoas físicas, a taxa média de juros caiu 1,9 p.p em
base mensal para 36,9% (-5,3 p.p em 12 meses). No segmento com recursos livres, o custo médio
alcançou 63,8%, com queda no mês de 4,5 p.p e redução de 8,3 p.p em 12 meses, com destaque
para a redução nos juros do cartão de crédito rotativo regular, que recuaram de 297,7% para
247,5% ao ano, correspondente a redução de 12,2% para 10,9% ao mês. No cartão parcelado, a
taxa recuou de 8,4% para 8,3% ao mês. Segundo o BC, “a taxa de juros do cheque especial, outra
modalidade de crédito rotativo a pessoas físicas, diminuiu de 12,9% para 12,8% ao mês”. No
segmento direcionado, a taxa de juros registrou alta de 0,7 p.p alcançando 9,7% com destaque
para a elevação de 0,9 p.p nos financiamentos imobiliários.
Mantendo a mesma tendência do mês anterior, as taxas de juros (Pessoa Jurídica) caíram no mês
e em 12 meses. Nos empréstimos às empresas, o custo médio em base mensal foi de 19,0%, com
queda de 0,2 p.p no mês e redução de 2,6 p.p em 12 meses. Nas operações com recursos livres,
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“disseminada por diversas modalidades”, o custo médio caiu 0,4 p.p para 25,9% ao ano, com
redução de 4,2 p.p em 12 meses. Em contrapartida, nas contratações com recursos direcionados, o
custo médio subiu 0,1 p.p para 11,1% a.a. em maio, mas registram queda de 0,7 p.p em 12 meses.
Spread bancário do SFN permanece em queda, em linha com o movimento de redução dos juros
básicos. Registre-se, no entanto, a alta marginal no segmento de recursos direcionados. O spread
médio do SFN referente às operações com recursos livres e direcionados situou-se em 21,2% em
maio, com queda de 1,1 p.p no mês e redução de 1,6 p.p em doze meses. A queda mensal refletiu
as variações de -2,4 p.p para 36,9% nas operações com recursos livres, e a leve alta de 0,1 p.p para
4,2% nas operações com recursos direcionados. O indicador caiu 2,2 p.p no segmento de pessoas
físicas, para 28,8% e 0,1 p.p nas operações com empresas para 11,1%.
Inadimplência do SFN, após estabilidade nas últimas leituras, subiu em maio. A taxa de
inadimplência das operações de crédito do sistema financeiro, correspondente à participação dos
saldos com atrasos superiores a noventa dias, elevou-se de 3,9% em abril para 4,0% em maio (+0,3
p.p em doze meses). No mês, o nível de atrasos subiu 0,1 p.p para 4,1% nas operações com as
famílias (-0,2 p.p em 12 meses) e cresceu 0,2 p.p no segmento corporativo para 4,0% (+0,8 p.p em
12 meses). A inadimplência alcançou 5,9% na carteira livre (+0,2 p.p) e permaneceu estável em
2,2% no crédito direcionado.
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Mario Roberto Mariante, CNPI*
Luiz Francisco Caetano, CNPI
Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI
Ricardo Tadeu Martins, CNPI
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Cristiano de Barros Caris
Karoline Sartin Borges