relatorio principais normas no laboratório

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Universidade Federal do Ceará Relatório da Aula Teórica: Principais normas no laboratório Introdução Foi explicado em aula que vários profissionais têm como ambiente de trabalho o laboratório, seja em uma empresa privada ou pública ou em uma universidade. Em uma empresa de biotecnologia ou farmacêutica, por exemplo, um pequeno erro na fabricação/controle de um produto pode ter consequências desastrosas, podendo levar a empresa à falência. Em um laboratório de análises clínicas, um erro em um exame pode também ter grandes consequências. Em vista disto, esses locais de trabalho são bastante diferenciados e exigem profissionais muito capacitados e experientes, pois erros, mesmo que pequenos, são sinônimos de desperdício de trabalho, tempo e dinheiro. Em geral, a primeira experiência de laboratório ocorre nas universidades, principalmente, nas aulas práticas. Desta forma, muito dos conceitos básicos são ou deveriam ser aprendido dentro do ambiente acadêmico. Apesar dos objetivos serem bastante distintos, as regras que regem um laboratório de pesquisa ou de aula prática em uma universidade são muito semelhantes às de uma empresa. Por isso, ter conhecimento dos principais erros, normas, riscos e modos seguros de trabalho laboratorial são de extrema relevância para o profissional que deseja atuar no setor de pesquisa e desenvolvimento de uma empresa. Os problemas mais comumente relatados nos laboratórios ocorrem devido a uma série de fatores, dentre os quais podemos citar: A falta de conhecimento teórico para a execução das atividades laboratoriais. A falta de habilidade do profissional. A falta de organização/planejamento.

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Relatorio Principais Normas No Laboratório ufc lab fisiologia vegetal

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Universidade Federal do Cear

Relatrio da Aula Terica: Principais normas no laboratrio

Introduo

Foi explicado em aula que vrios profissionais tm como ambiente de trabalho o laboratrio, seja em uma empresa privada ou pblica ou em uma universidade. Em uma empresa de biotecnologia ou farmacutica, por exemplo, um pequeno erro na fabricao/controle de um produto pode ter consequncias desastrosas, podendo levar a empresa falncia. Em um laboratrio de anlises clnicas, um erro em um exame pode tambm ter grandes consequncias. Em vista disto, esses locais de trabalho so bastante diferenciados e exigem profissionais muito capacitados e experientes, pois erros, mesmo que pequenos, so sinnimos de desperdcio de trabalho, tempo e dinheiro.

Em geral, a primeira experincia de laboratrio ocorre nas universidades, principalmente, nas aulas prticas. Desta forma, muito dos conceitos bsicos so ou deveriam ser aprendido dentro do ambiente acadmico. Apesar dos objetivos serem bastante distintos, as regras que regem um laboratrio de pesquisa ou de aula prtica em uma universidade so muito semelhantes s de uma empresa. Por isso, ter conhecimento dos principais erros, normas, riscos e modos seguros de trabalho laboratorial so de extrema relevncia para o profissional que deseja atuar no setor de pesquisa e desenvolvimento de uma empresa.

Os problemas mais comumente relatados nos laboratrios ocorrem devido a uma srie de fatores, dentre os quais podemos citar:

A falta de conhecimento terico para a execuo das atividades laboratoriais. A falta de habilidade do profissional.

A falta de organizao/planejamento. Falta de ateno.

O professor deu bastante nfase em sempre verificar se os materiais de consumo esto na validade e se os aparelhos esto funcionando corretamente. A concentrao no que se estar fazendo importante, assim como anotar tudo, pois erros podero ser corrigidos a partir de suas anotaes.A implantao de um programa eficiente de gesto laboratorial pode ser definido como um conjunto de normas e medidas aplicadas em ambientes laboratoriais, visando o treinamento e a instruo de profissionais para o gerenciamento seguro dos laboratrios e das atividades de pesquisa e desenvolvimento. Entre eles: Treinamento e atualizao constantes, que podem ser gerais ou especficos, dependendo da funo, atividade e do tipo de laboratrio; Orientao do profissional quanto ao uso e manuteno de equipamentos. Isso ir refletir na qualidade e na conservao dos aparelhos;

Boas condies de trabalho, incluindo laboratrios bem estruturados e seguros.Aps a aplicao de um programa eficiente de gesto laboratorial permitiro anlises com maior qualidade bem como uma padronizao dos ensaios, permitindo a validao de mtodos e equipamentos, alm de uma maior reprodutibilidade dos resultados. Possibilitando a correo de vcios associados ao modo inadequado de trabalho e de operao dos equipamentos. Favorece a rastreabilidade de falhas e a rpida correo, devido a existncia de registros operacionais (anotaes) e melhora a qualidade e aumenta a credibilidade dos resultados obtidos.

Materiais e Mtodos

Foi informado em aula as principais normas de conduta no laboratrio, onde qualquer atividade realizada no ambiente de laboratrio exige cuidados reforados. Dependendo das atividades que so desenvolvidas neles, so incontveis os riscos de acidentes que podem ocorrer nesses ambientes (geralmente causados por exposio a agentes txicos e/ou corrosivos, queimaduras, leses, incndios e exploses, radiaes ionizantes e agentes biolgicos patognicos). A segurana em laboratrios pode ser definida como o conjunto de medidas tcnicas e educacionais que so empregadas para prevenir acidentes em laboratrios de pesquisa ou desenvolvimento, eliminando condies inseguras do ambiente, ou instruindo pessoas na implantao de prticas preventivas. considerado acidente, qualquer ao por exerccio de uma determinada atividade provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte, a perda ou reduo da capacidade para o trabalho permanente ou temporrio. Estudos mostram que a maioria dos acidentes ocorridos nos laboratrios so decorrentes de:

a) Fatores pessoais de insegurana: So aqueles representados por atitudes comportamentais e por aes contrrias s normas de segurana e ao bom senso, que levam o indivduo ao acidente. Esses fatores podem ser:

Fsicos, Biolgicos e Psicolgicos: so os que causam incompatibilidade entre homem e a atividade, em funo da idade, sexo, coordenao visual e motora, estabilidade emocional, grau de ateno, tempo de reao aos estmulos, personalidade e outros.

Emocionais: so subjetivos e circunstanciais, afeta o comportamento devido a preocupaes, problemas pessoais, doenas, situao scio econmica.

Organizacionais: So os referentes falta de programas de investimentos em segurana, seleo de pessoal ineficaz, falta de qualificao e treinamento de pessoal.

b) Condies Inseguras: Consiste em irregularidades ou deficincias existentes no ambiente laboratorial, que constituem riscos para a integridade fsica do indivduo e para sua sade, bem como para os bens materiais da instituio. A condio insegura est diretamente relacionada a falhas no laboratrio que comprometem a segurana: aparelhos, equipamentos, ferramentas, instalaes, mtodos ou processos inadequados na execuo de uma prtica laboratorial.

Foi informado que os principais agentes causadores de acidentes em laboratrios podem ser classificados em seis categorias: 1- Agentes qumicos; 2- Agentes fsicos; 3- Agentes biolgicos; 4- Agentes ergonmicos; 5- Agentes de acidentes.1- Agentes qumicos so aqueles representados pelos reagentes qumicos que normalmente so utilizados nos procedimentos de preparo de solues. So encontradas nas formas gasosa, lquida e slida. Quando absorvidos pelo organismo podem provocar intoxicaes crnicas e agudas. A estocagem descuidada de produtos qumicos associada com a falta de planejamento e controle um convite para acidentes pessoais e danos materiais.

2- Agentes fsicos - So aqueles representados por fatores ambientais de trabalho, tais como: vibrao, rudo, radiao, presses anormais, umidade, calor, frio, etc.

3- Agentes biolgicos - So microrganismos presentes ou manipulados no ambiente de laboratrio capazes de produzir doenas, como bactrias, fungos, vrus e parasitas.

4- Agentes ergonmicos Caracterizam-se por atitudes e hbitos profissionais prejudiciais Sade. Ex: esforo fsico intenso, exigncia de postura inadequada, repetitividade de movimentos, imposio de ritmos excessivos.

5- Agentes de acidentes - so os mais comuns e responsveis por uma srie de leses como: cortes, fraturas, escoriaes, queimaduras, choque eltricos etc. Ex: estruturas fsicas inadequadas de trabalho, equipamentos mal conservados, armazenamento inadequado (reagentes e vidrarias) e iluminao inadequada.Dentre as principais regras para cuidados no laboratrio, podemos destacar:

No entrar no laboratrio com comidas, bebidas ou fumando;

O material de uso pessoal deve ser sempre guardado longe da bancada de trabalho, de modo a evitar acidentes;

proibido o uso de roupas ou calados inadequados para um ambiente de laboratrio, tais como: sandlias, saias, bermudas, chinelos, etc. No laboratrio devem ser utilizados calados fechados (sapato ou tnis) e cala comprida (Jeans). Cabelos longos, sempre deveram estar presos, para evitar que o cabelo atrapalhe o manuseio das vidrarias, solues e outros;

No permitido correr ou realizar brincadeiras e jogos no laboratrio, assim como qualquer tipo de conversa. Ao andar pelo laboratrio, cuidado com o colega que est trabalhando na bancada, para evitar esbarres que podem causar acidentes;

Trabalhar sempre com cautela, ateno e calma;

Ler o experimento antes. Identificar e localizar os materiais, reagentes e equipamentos a serem utilizados;

Utilizar apenas vidraria em perfeito estado, assim como reagentes dentro do prazo de validade; Ler os rtulos dos reagentes!

Manipular os reagentes em locais apropriados; Reagentes volteis devem ser manipulados em capelas;

Nunca cheirar ou colocar reagentes na boca; Lembre-se: Evite passar os dedos na boca, nariz, olhos ou ouvidos durante a permanncia no laboratrio; Lavar bem as mos com sabo ao sair do laboratrio sempre recomendado;

Nunca pipetar solues com a boca. Utilize sempre pipetadores ou peras;

Lembre-se de manter o local de trabalho sempre limpo! Nunca deixar para limpar depois!Cuidados com as vidrarias utilizadas no Laboratrio

Acidentes com vidrarias so frequentes em qualquer laboratrio e devem ser minimizados. Para isso o professor informou alguns cuidados a serem tomados como:

Use sempre a vidraria adequada e em perfeita condio;

No submeta foras excessivas no vidro;

No colocar a vidraria diretamente ao fogo. Usar banho Maria ou tela de amianto; Cuidado ao manusear vidrarias quentes! Usar garras ou luvas apropriadas;

No aquecer vidrarias utilizadas para medir volumes, como bales volumtricos e provetas;

Manuseio dos reagentes

No mude os reagentes de seu local de origem; Tenha cuidado com a compatibilidade de cada reagente na hora da estocagem! Leia atentamente o rtulo dos frascos dos reagentes, antes de utiliz-los;

Nunca utilize um reagente que no esteja identificado ou rotulado;

No manuseie slidos e lquidos desconhecidos apenas por curiosidade;

Identifique imediatamente qualquer reagente ou soluo preparada. Lembre sempre de responder as seguintes perguntas: O que ? Qual concentrao? Quem fez? Quando fez?

Para evitar contaminao das solues verifique se as pipetas esto limpas; Use sempre uma pipeta ou ponteira para cada reagente;

No troque as rolhas ou tampas dos frascos dos reagentes; Nunca devolva a soluo para o frasco estoque;

No use a mesma vidraria (suja) para medir substncias ou solues diferentes;

Reagentes volteis ou txicos devem ser manuseados na capela;

Nunca deixe ou abra frascos de lquidos inflamveis (ter, lcool, acetona, benzeno, etc.), nas proximidades de chamas;

Quando pipetar sangue, cido concentrado ou solues alcalinas concentradas lavar imediatamente com gua o material utilizado; Leia com bastante ateno os rtulos dos reagentes. Geralmente, nele tero informaes como o tipo de risco, massa molecular, validade, grau de pureza, concentrao, etc.A tabela 1 mostra os principais smbolos encontrados nos rtulos de reagentes qumicos e alguns cuidados que devem ser tomados.

Tabela 1: Principais smbolos encontrados em rtulos de reagentes usados em laboratrios de qumica/bioqumica.SmboloDescrio

Inflamvel: Esse smbolo indica um produto inflamvel. Quando em contato com um reagente deste tipo, tome cuidado para no expor o produto perto de chamas ou em lugares abafados. Manipule-os em capelas.

Lquido corrosivo: Smbolo presente principalmente em frascos de cidos (cido Clordrico, Sulfrico, etc). Em contato com a pele, pode causar srias queimaduras. No inalar e evitar o contato com a pele, olhos e roupas.

Risco de exploso: Esse smbolo representa que o material pode causar exploso. Ele requer bastante cuidado no manuseio de transporte. Evitar batida, empurro, frico, fasca e calor.

Substncia venenosa: Indica que o produto pode causar a morte se inalado ou ingerido. Todo o contato com o corpo humano deve ser evitado.

Risco Biolgico: Este smbolo representa que o produto de origem biolgica ou substncia oriunda de um organismo que traz alguma ameaa (principalmente) sade humana. Exemplos: lixo hospitalar, amostras de microrganismos, vrus ou toxinas.

Irritante: Este smbolo indica que o produto pode causar irritao ou inflamao em contato com a pele. Deve ser evitado o contato com o corpo humano, assim como a inalao dessa substncia.

Perigoso para o meio ambiente: O smbolo indica que o reagente pode provocar danos ao ecossistema a curto ou a longo prazo. No deve ser liberado na pia ou no solo.

Foi conversado em aula sobre os principais equipamentos e dispositivos de proteo individual ou coletiva onde foi explicado que os equipamentos e dispositivos de segurana so os instrumentos que tm por finalidade evitar ou amenizar riscos de acidentes. Esses equipamentos de segurana podem ser de dois tipos:

Equipamentos de Proteo Individual (EPI`s): So equipamentos de uso pessoal, que protegem a integridade fsica e a sade dos profissionais contra riscos existentes no local de trabalho. Os principais equipamentos e dispositivos de proteo individual em laboratrios so:

Para a cabea: Protetores faciais, mscaras de proteo, culos de segurana e protetores auriculares.

Para os membros superiores: Luvas (cirrgicas, para altas e baixas temperaturas), mangas de proteo e cremes (radiao UV).

Proteo do tronco: Jaleco, batas e aventais.Equipamentos de Proteo Coletiva (EPC`s): So equipamentos que tem como objetivo a proteo do coletivo, devendo proteger todas as pessoas expostas a um determinado risco. Como exemplo: Cmaras de fluxo-laminar, uso de exaustores, proteo de partes mveis de mquinas e equipamentos, sinalizao de segurana, capelas qumicas, extintores de incndio, chuveiros de incndio, lava-olhos e kit de primeiros socorros. A tabela 2 e 3 mostra alguns exemplos de equipamentos de proteo individual e coletiva.Tabela 2: Principais equipamentos de proteo individual.

Equipamentos de Proteo Individual

CabeaProtetores Faciais

Protetores Auriculares

culos de segurana

Mscara

Mos e TroncoLuvas cirrgicas

Altas Temperaturas

Antiderrapante

Jalecos

Tabela 3: Principais equipamentos de proteo coletiva.

Chuveiro e extintores

Lava Olhos

Cmera de fluxo laminar

Capela de Exausto de Gases

Foi conversado em aula sobre os acidentes mais comuns em laboratrios e os primeiros socorros, onde foram divididos os acidentes pelos seguintes tipos:CORTES: Lavar o ferimento com gua corrente abundante e em seguida comprimir com ajuda de algodo/gaze. Usar antissptico. Ir ao mdico, dependendo da profundidade do corte.QUEIMADURAS

Queimaduras Trmicas, causadas por calor (objetos aquecidos ou chama).Tratamento para queimaduras leves Deixe a rea queimada em contato com gua corrente fria por 10-15 minutos. Ateno: a gua deve ser fria, no gelada; nunca coloque gelo nas leses, pois o mesmo tambm pode queimar a pele. Inicialmente no preciso nenhum medicamento especfico, basta gua.Tratamento para queimaduras graves Se possvel, elas devem ser cobertas com gaze esterilizada umedecida com soro fisiolgico, encaminhar logo assistncia mdica. Caso tenha roupa junto queimadura, no tentar retir-la, pois poder agravar o ferimento.Queimaduras Qumicas

Por cidos: lavar imediatamente o local com gua em abundncia. Em seguida, lavar com soluo de bicarbonato de sdio a 1% e, novamente com gua. (ATENO: no caso de contato da pele com cido sulfrico concentrado ou cido clordrico, primeiramente enxugue a regio com papel absorvente, para somente depois lav-la com gua).

Por lcalis: lavar a regio atingida imediatamente com gua. Tratar com soluo de cido actico a 1% e, novamente com gua;

ATENO: No fure as bolhas existentes; No toque com as mos a rea atingida; Procure atendimento mdico com brevidade.

Queimaduras Nos Olhos

Lavar os olhos com gua em abundncia ou, se possvel, com soro fisiolgico, durante vrios minutos, e em seguida aplicar gaze esterilizada embebida com soro fisiolgico, mantendo a compressa, at atendimento mdico.

Intoxicao Por Via Respiratria

Retirar o acidentado para um ambiente arejado, deixando-o descansar. Dar gua fresca. Se recomendado, d o antdoto adequado.Concluso

Toda e qualquer atividade prtica a ser desenvolvida dentro de um laboratrio apresenta riscos e esto propensas a acidentes. Devemos ento utilizar normas de conduta para assegurar a integridade das pessoas, instalaes e equipamentos. importante manusear corretamente as substncias qumicas e equipamentos com os quais se vai trabalhar, a fim de evitar acidentes pessoais ou danos materiais. Neste contexto, necessrio saber os procedimentos gerais recomendados em casos de acidentes. A segurana um direito e uma obrigao individual.BIBLIOGRAFIABinsfeld, P.C. Biossegurana em Biotecnologia. 1. Ed., Editora Interferncia,Rio de Janeiro-RJ, 2004, 367p.

COSTA, M.A.F; COSTA M.F.B. Educao e competncias em Biossegurana. Revista Brasileira de Educao Mdica. Rio de Janeiro, v 26, jan/abr 2004.

Hirata, M.H.; Mancini-Filho, J. Manual de Biossegurana. 1. Ed., Editora Manole, So Paulo-SP, 2008, 496p.

Organizao Mundial de Sade. Manual de segurana biolgica em laboratrio. 3. Ed., WHO, Genebra, 2004, 215p.