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Escola Politécnica Universidade de São Paulo

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Escola Politécnica

Universidade de São Paulo

Relatório Parcial

Comportamento de Estacas Tracionadas

Projeto de Iniciação Científica

Professor Orientador: Waldemar Coelho Hachich

Número USP: 42074

Departamento de Engenharia de Estruturas e

Geotécnica – PEF

Orientado/Bolsista: Thiago Vieira Fernandes

Número USP: 5656814

(Cursando o 9º semestre do curso de Engenharia Civil)

São Paulo, Fevereiro de 2015

1- Introdução e Justificativa O trabalho científico sempre foi fomentador na criação e revisão de normas técnicas. As normas técnicas

ajudam a conduzir o trabalho empresarial o qual por sua vez estimula e fornece informações valiosas para o próprio trabalho científico.

Quanto às pesquisas em fundações para obras de engenharia civil esta corrente é bem atuante e vem continuamente gerando novos entendimentos e metodologias.

Na área de fundações os projetistas são responsáveis por trazer a melhor opção possível para a construtora quanto ao tipo de fundação e locação desta no terreno da obra, escolha essa que, dependendo do solo e da estrutura que suportará, pode ser recair em estacas, tubulões ou fundações diretas.

Há no mercado diversos tipos de estacas: Estacas Franki, Strauss, Pré-moldadas de concreto, Pré-moldadas de aço, Hélice Contínua e etc. A norma NBR:6122:2010 (ABNT:2010) apresenta várias especificações sobre como analisar, dimensionar e executar essas estacas mas pouco fala de um caso especifico, porém importante, que é o caso de fundações de edifícios relativamente leves muito solicitados pelo vento, por exemplo galpões, terminais rodoviários, coberturas de postos de combustíveis, etc.

As fundações destes edifícios podem interagir com o terreno de maneira muito diferente da mais usual, visto que algumas estacas ficam sujeitas a esforços de tração.

Esta iniciação cientifica tem foco este caso específico.

2- Objetivo O objetivo da pesquisa é essencialmente entender o comportamento de estacas, sujeitas a esforços de

tração, em particular o seu comportamento em grupo. Com este entendimento, pretende-se criar modelos de comportamento que, traduzindo e quantificando este comportamento, facilitem a análise de grupos de estacas sujeitas a esforços de tração.

Muitas das referências estudadas serão de base europeia e americana, podendo diferir dos padrões de análise vigentes no Brasil e especificados nas normas ABNT, fazendo que adaptações sejam necessárias.

3 - Resultados Parciais

Como resultados parciais da pesquisa pode-se verificar a acurácia dos métodos utilizados para previr a carga última das estacas. Sendo esta proximidade encontrada para o solo analisado e para o “método construtivo” utilizado na confecção da fundação estudada.

Como ponto de partida dos estudos foi utilizada a dissertação de mestrado do engenheiro Susumu Niyama(1983), em que uma estaca prova é cravada e testada para carregamentos de compressão e de tração. A dissertação contém todos os equipamentos e detalhes dos mesmos e dos processos e análise de cálculo, e dos ensaios utilizados para prever a carga última da estaca. Além disso, durante os primeiros meses da pesquisa, o estudo do comportamento das estacas, perante os modelos estruturais e comportamentais de Poulos (1999), Aoki-Velloso (1978), Décourt-Quaresma (1999), Susumu Niyama (1983) foram essenciais para a continuação da pesquisa. No estudo de Poulos and Davis (1980) pode-se entender:

Para o cálculo do recalque de estacas isoladas: 1- Modelo de Meyerhof (1959) para estacas carregadas com menos de um terço da carga última da

estaca:

� = ��30 ×

Sendo: -�, o recalque da estaca [m]; - ��, o diâmetro da base da estaca [m]; -F, o fator de segurança (F>3) para a carga última [m];

2- Divisão, com os avanços computacionais, em 3 diferentes padrões de previsão, que seriam: 2.1 – Método do “Carregamento-Transferência”, que mede a relação da resistência da estaca

pelo seu movimento em vários pontos ao longo da estaca; 2.2 – Teoria da Elasticidade com as equações de Mindlin (1936) numa massa semi-infinita; 2.3 – Método dos elementos finitos.

Para o cálculo do recalque de estacas em grupo:

1- O Modelo de Skempton (1953) que se baseia em: � = (�� , �) Sendo: - �, o recalque do grupo de estacas [m]; - ��, o recalque de uma das estacas [m]; - �, a largura do grupo de estacas [m]; ��� = {�(40 × �) + 27�

�(10 × �) + 36�}�

- Porém Skempton (1953) não contempla a proximidade das estacas entre si;

2- Fator de interação entre as estacas que vai ditar o recalque adicional de cada estaca pelo seu recalque se estivesse sozinha:

� =�� × �� = � !, �" , �� , �� , #$ , , �% , &% , &� ,ℎ�&� ,

ℎ%&% (

Sendo:

- �, : fator de interação entre as estacas; - ��: fator de interação entre as estacas numa massa semi-infinita; - ��: fator de correção do fator de interação para análise de profundidade rígida finita;

- ! : a rigidez das estacas [m]; -

)$ : quantas vezes o diâmetro da estaca é maior que o espaçamento entre os centros das estacas;

- ��, o diâmetro do fuste da estaca ‘i’ [m]; - �%, o diâmetro do fuste da estaca ‘j’ [m]; - ��, o diâmetro da base da estaca [m]; - *�, a Área da base da estaca [m²]; - #$ o coeficiente de Poisson do solo; - &� o comprimento enterrado da estaca ‘i’ [m]; -&% : o comprimento enterrado da estaca ‘j’ [m];

�+,+ :quantas vezes a distância entre a cota de ponta da estaca e a camada rígida do solo são superiores

ao comprimento da estaca ‘i’;

-�-,-: quantas vezes a distância entre a cota de ponta da estaca e a camada rígida do solo são

superiores ao comprimento da estaca ‘j’;

! = ./(.$ × 0 × ��) × 4 × *�

Poulos (1972) apresenta diversos ábacos que serão usados na segunda parte da pesquisa para prever

o comportamento e recalque de estacas em grupo. Graficamente seguem alguns dos parâmetros acima citados:

Figura 1: Representação da Geometria das Estacas e sua distância até uma camada de solo Rígida

3 --Diferenças entre análises do comportamento das estacas modeladas como um bloco rígido de quando modeladas como um bloco flexível: -Para o bloco Rígido: As cargas são distribuídas diferentemente, sendo as centrais as menos carregadas e o bloco, assim como as estacas, recalcam igualmente.

- Para o bloco Flexível: As cargas são igualmente distribuídas entre as estacas e o deslocamento das estacas centrais são maiores do que o das estacas das extremidades dos blocos (fato quando este bloco se encontra isolado e não haja outros blocos com estacas que influenciem significada mente nas estacas da extremidade do bloco analisado em comparação com as do centro do bloco analisado)

4- Análises

4.1– Estacas reais de Niyama (1983) As estacas metálicas tem penetração no solo com maior facilidade em comparação com as estacas de

concreto havendo uma regrinha usada em obras que seria a ponta da estaca ser a que a soma dos �1/2$=150. Esta relação é válida quando há equivalência entre o peso do martelo e o peso da estaca (não sendo o caso da pesquisa), podendo a estaca entrar em solos mais resistentes quando aumenta-se o peso do martelo (ou diminui o peso da estaca) e mantida a altura de queda do martelo.

Duas estacas são analisadas por Niyama(1983), uma(PC-1) com 4,3m de comprimento no solo e outra(PC-2) com 5,1m.

Os dados das estacas analisadas são:

Figura 2: Dados da estaca ensaiada por Niyama (1982)

A sondagem referência do local de cravação das estacas segue abaixo:

EstacaAço - Tubular com Seção

tranversal aberta

Diâmetro

Externo [mm]89,0

Diâmetro

Interno [mm]76,2

Cota de

Arrasamento [m]95,8

Cota do

Terreno [m]100,0

Cota de Ponta

P1 [m]91,5

Cota de Ponta

P2 [m]94,9

Área de

Ponta Aberta [cm²]16,6

Área de

Ponta Fechada [cm²]62,2

Perímetro

Lateral Interno [cm]23,9

Perímetro

Lateral Externo [cm]28,0

Figura 3: Sondagem referência do perfil do Subsolo

As etapas propostas na dissertação de Niyama (1982) foram as seguintes: - Cravação monitorada das estacas;

- Provas de Carga estáticas de tração e compressão; - Análise numérica dos resultados obtidos pelas provas de carga utilizando o “CAPWAP”; - Comparação dos resultados obtidos e considerações finais.

4.2– Modelo de estudo das Estacas 4.2.1– Carga última de Compressão por métodos Estáticos

Inicialmente foi feito o cálculo da carga última da estaca utilizando o atrito lateral modelado atuante

tanto no perímetro interno quanto no perímetro externo da estaca. Após um estudo mais refinado, notou-se que este valor pode ser minorado devido ao efeito de embuchamento que ocorre nas estacas tubulares e este então foi considerado no cálculo da carga última da estaca.

A norma NBR:6122:2010 (ABNT:2010) (artigo 8.6.7) explicita que as estacas metálicas devem ter sua capacidade estrutural dimensionada pela NBR:8800 levando em conta sua seção reduzida por uma espessura de 1,0mm (admitindo que o terreno do IPT seja um Solo em estado natural, não poroso, sem argila orgânica, sem turfa, sem região de aterro e sem solo contaminado).

A norma diz também que para uma tensão inferior à 25Mpa (0,5*fyk= 0,5*50MPa) não haveria necessidade de provas de carga estática (desde que na obra tenha-se menos de 100 estacas) o que deixaria nossa estaca com uma carga estrutural admissível máxima de 4,2 tf.

Os estudos citados por Niyama (1982) foram: - Sitter (1980): Considera um coeficiente marjorador de 1,5 para estacas não embuchadas quando

comparado com estacas de ponta fechada e sua carga última; - Kishida e Isemoto (1977): Uso de elementos finitos modificado para estacas tubulares de 30 a 100cm,

concluindo que em média 70% da deformação da areia ocorre nos dois primeiros diâmetros, da estaca, de distância da cota de ponta da estaca e 90% da carga e suportada por esta mesma região

-Heerema (1979): Estudo em argilas rijas, usando sapata interna à estaca tubular para não haver embuchamento na cravação e aumentar a carga última devido à ponta da estaca;

-Cartes et alii (1980): Estudo com argila comparando estaca tubulares de ponta aberta com estacas tubulares de ponta fechada concluindo que as de ponta fechada a carga última provida pelo atrito é 25% maior em estacas de ponta fechada;

- Heerema e Jong (1980): Equação de onda ‘Dynpac’ que simula a massa de solo interna da estaca e considera o comportamento dinâmico diferenciado entre o atrito externo e o interno da estaca.

Esta pesquisa não fez uma análise mais refinada sobre estas referências citadas por não ser o objetivo dela, por isso delimitou-se um intervalo provável de carga última para alguns métodos que serão enunciados abaixo e continuou-se a pesquisa.

A ideia de trabalhar com o �34567 ao invés do NSPT é válida. Um estudo mais profundo sobre o parâmetro vincularia a variação deste pelo efeito do nível geostático de tensões no solo e para correções de energia, ainda mais em solos granulares que é parte da pesquisa, porém exigiria um foco aquém do que este relatório parcial visa. Uma fórmula geral seria a anexada abaixo advinda de Skempton (1986), porém o parâmetro 89 pode variar bastante dependendo da região e assim há muitas fórmulas estudadas, além das de Skempton, que não serão foco da pesquisa.

Para correções de energia:

�1/2,67 = .:;<=>?_*AB>C?�? × �1/20,6

Para correções de nível Geostático de tensões [Skempton (1986)]: �1/2,D = C9 × �1/2 Tendo a sondagem como referência chegou-se aos seguintes resultados de Carga Estática Última

para Compressão para as estacas consideradas não embuchadas:

Figura 4: Carga Última para diferentes métodos de cálculo.

Comparado com os resultados obtidos por Niyama (1983) o primeiro cálculo para determinar a carga última à compressão das estacas foi muito coerente.

Método PC-1 [tf] PC-2 [tf]

Decourt-Quaresma [tf] 8,4 10,1

Aoki-Velloso (1978) [tf] 6,8 7,5

Aoki-Velloso

Laprovitera-Benegas

(1988) [tf]

6,1 7,8

Aoki-Velloso

Monteiro (1997) [tf]7,1 8,9

Meyerhof (1956) 4,2 4,8

Figura 5: Cargas últimas da estaca na dissertação de Niyama (1983)

Dentre os métodos de cálculo da Carga Última da estaca o que mais se aproximou da carga última

adotada pela NBR 6121 na dissertação de Niyama (1983) foi o modelo de “Aoki-Velloso-Laprovitera-Benegas (1988)”. Os parâmetros acrescentados por Laprovitera-Benegas (1988) no modelo de Aoki-Velloso(1978) permitiram, no estudo de estacas metálicas, um fator de segurança maior para a ponta das estacas (De 1,75 para 2,4) e menor para o atrito lateral (De 3,5 para 3,4). Além disso apesar de para camadas areno-silto-argilosas o fator k (fator de correlação entre o ‘NSPT’ do Stand Penetration Test para o ‘qc’ do ensaio CPTU) ter diminuído (em 25% de 7,0 para 5,3), para camadas silto-areno-argilosas ele aumentou (em 152% de 2,5 para 3,8). Uma representação estrutural da PC-2 utilizando o modelo de estaca de “Aoki-Velloso-Laprovitera-Benegas (1988)” segue abaixo:

PC-1 PC-2

NBR 6121 6,4 7,8

Davisson 6,6 8,1

Brinch Hansen (80%) 8,6 9,3

Brinch Hansen (90%) 8,6 8,1

De Beer 8,0 7,2

Chin 9,8 10,0

Butler e Hoy 7,3 7,9

Fuller e Hoy 8,3 8,6

Mazurkiewicz 8,7 9,3

Van der Veen 8,9 9,7

Média 8,1 8,6

MétodoCarga Última de Compressão [tf]

Prova de Carga a Compressão feita por Niyama (1983)

Figura 6: Representação em 2D da modelagem da estaca usando o FTool

Em que no modelo representado estão também expostas as reações do solo na estaca para a carga de

trabalho.

4.2.2– Recalque da Estaca

Na previsão do recalque da estaca poderia ter sido considerada a variação do módulo de elasticidade em função da colocação da estaca segundo a seguinte proposta de Janbu (1963):

.$ = .7 × �EF7 + ΔHF7 IJ� Sendo: - .$: Módulo de elasticidade do solo depois da execução da estaca [Mpa]; - .K: Módulo de elasticidade do solo antes da execução da estaca [Mpa];; - F7: Tensão geostática no centro da camada[Mpa];; - ΔH: Acréscimo total de tensões[Mpa];; - :: expoente que depende da natureza do solo (0,5 para solos arenosos onde há o aumento do

módulo de deformabilidade com o acréscimo de tensões e 0 para argilas duras e rijas que não apresentam tal comportamento;

Assim, utilizando o mesmo módulo de elasticidade do solo que antes da execução da estaca e

consoante aos resultados tratados no modelo a estimativa de recalque, produzido pela capacidade de carga calculada, é de vital importância. Sendo que o cálculo desta segue abaixo e se baseia no método simplificado da construção da curva CargaxRecalque descrita por Poulos (1972):

Sendo: - 4"L a capacidade de carga devido ao atrito lateral (Shaft capacity). - 4ML a capacidade de carga devido à ponta(base) da Estaca. - ." o módulo de Elasticidade do solo representativo para a Estaca. - *A a área da ponta da Estaca. - .A o módulo de Elasticidade do material da Estaca. - N o fator de Recalque da Estaca. - & o comprimento da Estaca enterrado no solo.

E seus valores adotados são:

Figura 7: Parâmetros adotados na modelagem

L [m] 5,10E+00

Psu [tf] 7,54E+00

Pbu [tf] 2,63E-01

Pu [tf] 7,80E+00

Es [tf/m²] 1,80E+03

Ep [tf/m²] 2,10E+08

Ra 2,67E-01

Modelo

da EstacaFlutuante

b 0 (% do

Carregamento

Transferido para a

Ponta

de Estaca

imcompressível e

v=0,5)

3,50%

Ck (Compressão

da Estaca)1,00E+00

n (Poisson) 0,3

Cn (Poisson) 7,80E-01

b (% do

Carregamento

Transferido para a

Ponta)

2,73%

d [m] 8,90E-02

L/d 5,73E+01

K (Constante de

Rigidez da Estaca)3,11E+04

I0 (Influenciador do

Recalque

num meio Semi-

Infinito,

Estaca

Imcompressível

e v = 0,5)

4,50E-02

Rk (Fator de

Compressibilidade

da Estaca)

1,30E+00

Rh (Fator de

distância de uma

base rígida)

1,00E+00

Rv (Fator de

Poisson)9,50E-01

I (Influenciador do

Recalque

da Estaca)

5,60E-02

Dados da Estaca modelo PC-2

Carga de trabalho geradora do recalque ry1.

(4O1) = ((4"L)1 P Q) (4O1) = 7,75S�

Recalque sofrido pela estaca até se atingir a carga de trabalho devida ao atrito lateral:

�O1 = (4O1) × ( N.$ × �)

Recalque Final, sofrido pela estaca quando solicitada por sua carga de trabalho:

�L = (4ML) × E N.$ × Q × �I + �4ML P ((4"L)1 P Q)� × &( × 1

.T × *A(

Desta forma os resultados encontrados foram:

�O1 = 2,7UU �L = 3,3UU

Os parâmetros acima se prenderam na análise do solo quando estudado de forma muito conservadora admitindo os maiores valores possíveis pela referência bibliográfica. Estes valores, na fórmula simplificada de Poulos (1972) serão sentidos no módulo de Elasticidade do solo Es [tf/m²] e no fator de “Influência no Recalque” ‘I’ de Poulos (1972). Posteriormente o solo foi alterado para verificar a faixa de valores de recalques que poderiam ser encontrados para o solo do I.P.T. e uma comparação no mesmo gráfico foi feita com as curvas de Niyama (1983).

Para a modelagem deste solo o fator de “Influência no Recalque” ‘I’ de Poulos (1972) foi mantido constante (pois variava menos de 1% com a mudança do Módulo de Elasticidade do solo) e o Módulo de Elasticidade do solo foi admitido como um valor entre os seguintes: 9W4? X ." X 19W4?

Traduzindo no seguinte Gráfico:

Figura 8: Comparação dos Recalques previstos com os encontrados

Uma terceira curva admitindo parâmetros médios para o solo (numa média aritmética de pouca ciência estatística) apresentaria com certeza maior proximidade ainda com a curva de Niyama (1983).

A estaca, pela pesquisa apresentada até então, apresentaria um recalque para a carga última da ordem de 3,3 mm < r < 6,3 mm, sendo que Niyama (1983) chegou ao recalque de 4,9 mm (0,1mm a mais do que a previsão média de recalque esperado).

Apesar da análise ter mostrado coerência no final do estudo, ainda assim uma análise mais condizente com as características da fundação, principalmente no que tange à análise dos recalques obtidos na cravação da estaca que ainda não haviam sido estudados na pesquisa, se fez necessário.

4.2.3– Carga última de Tração por métodos Estáticos

Para as estacas tracionadas, a dissertação de Niyama (1983) também apresentava ensaios de prova de carga que pudessem, nesta pesquisa, serem confrontados e comparados com previsões.

A NBR:6122:2010 (ABNT:2010 – 8.4.1) diz que para estacas solicitadas a esforços de tração deve-se levar em consideração o diferente comportamento do atrito lateral em comparação à este quando a estaca está sendo comprimida. A norma trata também (capítulo 6.2.1-e) que o mecanismo de arranchamento ou insuficiência de resistência por tração caracteriza o estado limite-último da fundação.

Assim como deve-se analisar se o rompimento do solo na carga última ocorrerá na interface solo-estaca ou se será segundo uma superfície cônica com vértice na ponta da estaca e geratrizes abertas com o ângulo de atrito do solo em relação ao eixo z (ocorrendo mais em casos de estacas curtas ou tubulões).

No caso das previsões foram obtidos os seguintes resultados: Por Meyerhof and Adams(1968) temos que: Sendo: - γ: unidade de peso do solo [tf/m³]; - s:fator de forma; - db: diâmetro da base da estaca; - L:comprimento da estaca; - c:coesão do solo; - d:diâmetro do fuste; -As: Área lateral de interface Solo/Estaca; -Ku: coeficiente de pressão do solo -m: coeficiente que depende do ângulo de atrito do solo; -H: Altura limite da superfície de rompimento acima da base; -W: Peso do cilindro de Solo + Estaca acima da cota de ponta da estaca; -Nc, Nq: Fatores de capacidade de suporte; -fs: Carga última da estaca por resistência de atrito lateral; svb: Tensão vertical efetiva na cota de ponta da estaca. Assim temos: 4LL = (0 × C × �M × Y) + (" × 0 × 0,5 × γ × db × H × Ku × (2 × L P H) × tand) +e 4LLWág = (0 × 0,25 × (�M� P ��)) × h(C × �C) + (�i × σvb)l + (*" × �") +e 4LL(mnonpKqqr2psçãK) = 1,9S� 4LLWág = 8,0S� Outra referência estudada foi Aoki-Velloso (2011) que sugerem adotar um fator de segurança de 2,5 para a

carga última de Compressão (considerando apenas o fuste. Assim teríamos:

4*�U(wKx�rynzzK$Kr2psçãK) = 7,52,5 = 3S�

Quanto ao entendimento da capacidade de carga da estaca por métodos Dinâmicos optou-se por colocá-lo

na segunda parte da pesquisa ou ser tirado para se ater ao estudo das estacas tracionadas em grupo.

5- Conclusões

Os resultados obtidos foram coerentes para analisar a tese de mestrado (mas que poderia ser outra tese com outras provas de carga com outros tipos de estacas). Uma análise mais detalhada nos ensaios de prova de carga, e nos seus resultados obtidos junto com as referências bibliográficas anteriormente estudadas serão o foco da segunda parte do relatório.

Pela previsão de Recalques (e da Carga última estática) viu-se que a resistência daquela estaca por atrito lateral é de quase 8 vezes maior do que pela ponta, quando não considerados os efeitos de embuchamento da estaca. Há a necessidade ainda, na segunda parte da pesquisa, de se estudar e comparar resultados com uma base de dados de referência que possua estacas tracionadas num bloco e haja a medição de seus recalques e carga última. A busca por retratar a realidade a cerca de um comportamento acaba por desencadear uma série de parâmetros e condições que a natureza impõe que não faziam antes parte do estudo. Apesar da pesquisa buscar entender o efeito de grupo das estacas pode-se aprender mais sobre cravação das estacas, variantes do solo e de ensaios SPT e de Cone. A pesquisa propiciou um maior contato com Poulos e Davis (1972) e com Niyama (1983) para entender os resultados de Niyama (1983) a partir de equações de Poulos (1972) e, no aspecto dos recalques encontrados por ambos o uso da formulação proposta por Poulos (1972) gerou resultados satisfatórios, apesar de no estudo da capacidade de carga a tração não terem sido tão satisfatórios os resultados (precisando então de uma outra linha de pesquisa, talvez Bara (1978) ou Barata (1999)).

6- Referências Bibliográficas

Poulos, H.G. and Davis, E.H. (1972) “The development of Negative Friction with Time in End-Bearing Piles”, Aust. Geomechsj1, Vol 62, No.1, pp. 11-20; G.Swoboda, Institute os Structural Engineering, University of Innsbruck 1988 “Numerical Methods in Geomechanics” Vol 2, pp.1109-1114; National Research Council of Canada (1975), “Canadian Manual on Foundation Engineering”, pp. 159-216 Faiçal Massad (2003), “Obras de Terra – Curso Básico de Geotecnia” vol1, pp25-43; Carlos de Souza Pinto, “Curso Básico de Mecânica dos Solos”, vol3; P.A. Vermeer (University of Stuttgart), R.B.J. Brinkgreve (Plaxis B.V.) (1995) “Plaxis – Finite Element Code for Soils and Rock Analyses” vol 6; Niyama, S. (1983), “Medições Dinâmicas na Cravação de Estacas”, Universidade de São Paulo, Escola Politécnica pp 3.1 a 4.25; Velloso, D.A. e Lopes, F.R. (2011) “Fundações”, Oficina de Textos, p1 a 330; NBR:6122:2010 (ABNT:2010), “Projeto e execução de Fundações” cap. 6 à 9 Cintra J.C.e Aoki N.(2010)“Fundações por Estacas – Projeto geotécnico”, Oficina de Textos cap. 3 p53 a 64 Schnaid F., Odebrecht E. (2012), “Ensaios de Campo e suas aplicações à Engenharia de Fundações”, Oficina de Textos cap. 2 p23 a 61 Joppert, I.J. (2007), “Fundações e Contenções de Edifícios”, PINI, Cap. II.6 p. 159

Escola Politécnica

Universidade de São Paulo

Parecer Técnico

Comportamento de Estacas Tracionadas

Projeto de Iniciação Científica

Professor Orientador: Waldemar Coelho Hachich

Número USP: 42074

Departamento de Engenharia de Estruturas e

Geotécnica – PEF

Orientado/Bolsista: Thiago Vieira Fernandes

Número USP: 5656814

(Cursando o 9º semestre do curso de Engenharia Civil)

São Paulo, Fevereiro de 2015

Comentário sobre unidades Mesmo que referências utilizadas empreguem outras unidades, trabalhos científicos atuais devem utilizar

sistema SI.

Comentário sobre figuras Melhorar a qualidade das figuras para o relatório final, principalmente aquelas escaneadas.

Comentário sobre resistências últimas das estacas

Nas tabelas: cargas últimas à tração ou à compressão? Relembrar o foco da pesquisa!

Comentário sobre a escolha do modelo de fundação proposto por Aoki (1988) Por que esta escolha? Por ser diferente dos outros processos já utilizados? Melhor? Em quais

situações? Por que?

Comentário sobre as conclusões

As conclusões são válidas especificamente para o caso analisado. Sendo estacas sujetas a tração o

tema da pesquisa, a conclusão sobre distribuição da resistência entre atrito lateral e ponta parece

pouco relevante para o tema do projeto, dado que não há resistência de ponta em estacas

tracionadas.

Comentário sobre a Bibliografia

Ainda há uma série de citações cujas referências não foram incluídas na Bibliografia, que deve

incluir também os processos de análise citados. Parecer do orientador

O relatório inicial reflete uma certa imaturidade do estudante, tanto no assunto da pesquisa quanto na própria condução de um estudo com essas características. Sou de opinião que o relatório pode ser apresentado e que o estudo evoluirá positivamente durante o segundo semestre. São Paulo, 9 de fevereiro de 2015.