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RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE EVENTO Projeto Agrisus No: 895/11 Nome do Evento: III Simpósio Brasileiro sobre Nutrição de Plantas Aplicada em Sistemas de Alta Produtividade Interessado (Coordenador do Projeto): Renato de Mello Prado Instituição: Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Jaboticabal Via de Acesso Prof.Paulo Donato Castellane s/n 14884-900 - Jaboticabal, SP Tel: 16 3209-2600 E-mail: [email protected] Local do Evento: Centro de Convenções da UNESP Campus Jaboticabal Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$5.000,00 Vigência: 25/10/2011 a 14/01/2012 RESUMO: O evento tratou do tema Nutrição de Plantas, visando melhorar o manejo de adubação de culturas importantes do Brasil e destinando-se aos Técnicos, Produtores, Engenheiros Agrônomos e Estudantes. O evento contou com dezoito palestrantes renomados do Brasil de diversas Universidades e Centro de Pesquisas, sendo eles: José Carlos Fachinello, Antônio E. Boareto, Heitor Cantarella, Carlos Alberto M. y Huaman, Paulo G. Salvador Wadt, Ondino C. Bataglia, Dirceu Mattos Jr., Gilmar R. Nachtigall, José O. Souza, Marcio Cleber M. Correia, Francisco M. Fernandes, Aureliano N. Costa, Davi José Silva, Almy Junir C. Carvalho, Danilo Eduardo Rozane, Salatier Buzetti Sarita Leonel e Simone Aparecida Rodrigues, contando com mais de 100 participantes de diversas regiões do Brasil. Durante o evento foi realizada a apresentação da Fundação em plenário e com banners expostos. O ponto forte do evento foi a divulgação das palestras dos conferencistas na íntegra com a publicação de um livro intitulado “Nutrição de plantas: diagnose foliar de frutíferas, tendo na quarta capa desta obra a logomarca da Fundação Agrisus. RELATÓRIO DO EVENTO: 1. INTRODUÇÃO: O III Simpósio Brasileiro sobre nutrição de plantas aplicada a sistemas de alta produtividade reúne, a cada dois anos, pesquisadores, professores, técnicos e acadêmicos das mais variadas instituições de ensino, extensão e pesquisa, de praticamente todos os estados brasileiros.

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RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE EVENTO

Projeto Agrisus No: Nº 895/11

Nome do Evento: III Simpósio Brasileiro sobre Nutrição de Plantas Aplicada em Sistemas de Alta Produtividade

Interessado (Coordenador do Projeto): Renato de Mello Prado

Instituição:Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de JaboticabalVia de Acesso Prof.Paulo Donato Castellane s/n 14884-900 - Jaboticabal, SPTel: 16 3209-2600E-mail: [email protected]

Local do Evento: Centro de Convenções da UNESP Campus Jaboticabal

Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$5.000,00

Vigência: 25/10/2011 a 14/01/2012

RESUMO: O evento tratou do tema Nutrição de Plantas, visando melhorar o manejo de adubação de culturas importantes do Brasil e destinando-se aos Técnicos, Produtores, Engenheiros Agrônomos e Estudantes. O evento contou com dezoito palestrantes renomados do Brasil de diversas Universidades e Centro de Pesquisas, sendo eles: José Carlos Fachinello, Antônio E. Boareto, Heitor Cantarella, Carlos Alberto M. y Huaman, Paulo G. Salvador Wadt, Ondino C. Bataglia, Dirceu Mattos Jr., Gilmar R. Nachtigall, José O. Souza, Marcio Cleber M. Correia, Francisco M. Fernandes, Aureliano N. Costa, Davi José Silva, Almy Junir C. Carvalho, Danilo Eduardo Rozane, Salatier Buzetti Sarita Leonel e Simone Aparecida Rodrigues, contando com mais de 100 participantes de diversas regiões do Brasil. Durante o evento foi realizada a apresentação da Fundação em plenário e com banners expostos. O ponto forte do evento foi a divulgação das palestras dos conferencistas na íntegra com a publicação de um livro intitulado “Nutrição de plantas: diagnose foliar de frutíferas, tendo na quarta capa desta obra a logomarca da Fundação Agrisus.

RELATÓRIO DO EVENTO:

1. INTRODUÇÃO:

O III Simpósio Brasileiro sobre nutrição de plantas aplicada a sistemas de alta

produtividade reúne, a cada dois anos, pesquisadores, professores, técnicos e acadêmicos das

mais variadas instituições de ensino, extensão e pesquisa, de praticamente todos os estados

brasileiros.

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Além do aspecto profissional, o evento permite, também, que se conheça um pouco da

filosofia de vida e de trabalho de muitos pesquisadores, através de contatos durante os intervalos

das sessões.

A fruticultura brasileira caracteriza-se por uso intensivo de recursos naturais e de

insumos, especialmente materiais corretivos e de fertilizantes pela baixa fertilidade dos solos

tropicais. Outro aspecto peculiar às frutíferas, seria alto volume de produção de frutos e a

correspondente alta demanda por nutrientes para atender sua exigência nutricional e na fase

reprodutiva se faz em um curto período de desenvolvimento, o que pode explicar, pelo menos em

parte, a ocorrência de desordens nutricionais. Estas desordens podem implicar em prejuízos na

produtividade, na qualidade (interna ou externa, visível ou não), na rentabilidade e/ou no

ambiente e também predispor à planta maior incidência de doenças.

A globalização determinou, e continua promovendo, rápidas modificações na

agricultura brasileira, as quais, como conseqüência, vem selecionando produtores não só que

tenham melhor visão de mercado e capacidade de gestão da atividade, mas, principalmente,

aqueles com capacidade em modificar (melhorar, tecnificar) seu modo de produção, de maneira a

torná-lo mais competitivo. Ou seja, tem exigido do produtor e do técnico-assessor

aprofundamento e aperfeiçoamento de seus conhecimentos na área da fisiologia e nutrição de

plantas. Entre os muitos fatores de produção com que o produtor deve se preocupar, conhecer e

fazer bom uso da diagnose do estado nutricional das frutíferas é de relevante importância para

melhorar o manejo da fertilização de seus cultivos.

2. PROGRAMA DO EVENTO:

11 de abril de 2012 (quarta-feira)

Horários18:00 às 18:30 Entrega do material18:30 às 19:15 Abertura com Diretor da FCAV/Unesp19:15 às 20:00 A fruticultura brasileira: história e desafios

Palestrante: Prof. Dr. José Carlos Fachinello (UFpel – Pelotas, RS - [email protected])

20:00 às 20:45 Avanços e desafios da nutrição de frutíferas

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Palestrante: Prof. Dr. Antônio Enedi Boaretto (USP/CENA – Piracicaba, SP - [email protected])

20:45 às 21:30 Contribuição do uso eficiente de fertilizantes na nutrição das plantasPalestrante: Dr. Heitor Cantarella (IAC – Campinas, SP - [email protected])

21:30 às 22:15 Impacto do estresse abiótico na fisiologia, na nutrição mineral e no crescimento de plantas no contexto das mudanças climáticasProf. Dr. Carlos Alberto Martinez y Huaman – USP, Ribeirão Preto, SP - [email protected]

12 de abril de 2012 (quinta-feira)

HoráriosTema

08:30 às 9:15 Contribuição do DRIS para o manejo da adubação das frutíferasPalestrante: Dr. Paulo Guilherme Salvador Wadt (EMBRAPA Acre - Rio Branco, AC [email protected])

9:15 às 10:00 Diagnose foliar em mudas de citrusPalestrante: Prof. Dr. Ondino Cleante Bataglia (Conplant - Campinas, SP - [email protected]

10:30 às 11:15 Diagnose foliar na cultura do citrosPalestrante: Prof. Dr. Dirceu Mattos Júnior (IAC - Cordeirópolis, SP - ddm@ cen - trodecitricultura.br) Almoço

14:00 às 14:45 Diagnose foliar na cultura da maça e da uvaPalestrante: Prof. Dr. Gilmar Ribeiro Nachtigall (EMBRAPA Uva e Vinho – Ben-to Gonçalves, RS - [email protected])

14:45 às 15:30 Diagnose foliar na cultura do figo e da pêraProf. Dr. Francisco Maximino Fernandes (UNESP/FEIS - Ilha Solteira, SP - [email protected])

16:00 às 16:45 Diagnose foliar na cultura do cacauPalestrante: Prof. Dr. José Olimpio de Souza Júnior (UESC - Ilhéus, BA - [email protected])

16:45 às 17:30 Diagnose foliar na cultura do caju, caqui e do pêssegoPalestrante: Prof. Dr. Márcio Cleber de Medeiros Corrêa (UFC - Fortaleza, CE, [email protected])

13 de abril de 2012 (sexta-feira)

8:30 às 9:15Diagnose foliar na cultura do mamão

Palestrante: Dr. Aureliano Nogueira Costa (INCAPER - Linhares, ES - [email protected])

9:15 às 10:00 Diagnose foliar na cultura da manga Dr. Davi José Silva (EMBRAPA Semi-árido, Petrolina, PE - [email protected])

10:30 às 11:15 Diagnose foliar na cultura do abacaxi e do maracujáProf. Dr. Almy Junior Cordeiro de Carvalho (UENF - Campos dos Goytacazes, RJ - [email protected])

11:15 às 12:00 Diagnose foliar na cultura da goiaba e da carambolaProf. Dr. Danilo Eduardo Rozane (UNESP – Registro, SP - [email protected] Almoço

14:30 às 15:15 Diagnose foliar na cultura do abacate, da acerola e da nectarina Palestrante: Profa. Dra. Sarita Leonel (UNESP/FCA – Botucatu, SP - [email protected] Profa. Dra. Simone Aparecida Rodrigues (ESALQ/USP – Piracica-ba, SP)

15:15 às 16:00 Diagnose foliar na cultura do cocoPalestrante: Prof. Dr. Salatier Buzetti (UNESP/FEIS – Ilha Solteira, SP - sbuzet-

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[email protected])

3. RESUMOS DAS PALESTRAS

A fruticultura brasileira: história e desafios

Prof. Dr. José Carlos FachinelloUFpel

A fruticultura está presente em todos os estados brasileiros e, como atividade econômica,

envolve mais de cinco milhões de pessoas, direta e indiretamente. O Brasil é o terceiro maior

produtor mundial de frutas, com colheita em torno de 40 milhões de toneladas ao ano, mas

participa com apenas 2% do comércio global do setor. O grande mercado para a fruticultura

brasileira ainda é o próprio país, onde ocorrem aproximadamente 98% do consumo de frutas in

natura e industrializadas. O crescimento atual da fruticultura brasileira é de aproximadamente

5% ao ano para frutas in natura e de 15% na forma de polpa e sucos. A área plantada com

plantas frutíferas no Brasil é de aproximadamente 1,9 milhões de hectares distribuídos em

1.079.918 ha com frutas subtropicais, 672.906 ha com frutas tropicais e com apenas 143.834 ha

com espécies de clima temperado. As frutas que mais contribuem no volume total da produção

brasileira são a Laranja, Banana, Abacaxi, Melancia e Mamão, que juntas somam

aproximadamente 30 milhões de toneladas. As exportações brasileiras de frutas nos últimos 10

anos foram positivas, tanto em volume quanto em valor. Em 1998 o Brasil exportou 294.222

toneladas de frutas, já 2008, esse valor aumentou para 887.978 toneladas, representando um

crescimento de 201,8 % no volume de frutas exportadas no período e, ao mesmo tempo

diminuíram as importações em quantidade e em valores. A fruticultura brasileira, desde a sua

origem, teve uma relação muito estreita com os colonizadores, em períodos distintos: primeiro

pelos Portugueses a partir do ano de 1532 e posteriormente pelos Alemães, em 1824, Italianos,

em 1875 e, finalmente, pelos Japoneses a partir do ano de 1908. Dentre as vinte espécies

frutíferas de importância econômica cultivadas no Brasil, apenas três são nativas do Brasil, sendo

as demais de origem européia, asiática e do continente americano, ou seja, exóticas. Mesmo que

origem e introdução de muitas espécies cultivadas tenham ocorrido antes da criação dos centros

de pesquisa e das universidades no Brasil, o desenvolvimento de cultivares, as técnicas de

cultivo do solo e das plantas, o manejo pré e pós-colheita das frutas e as formas aproveitamento

industrial só ocorreu depois da criação destas instituições de ensino e pesquisa. De uma forma

geral os pomares aumentaram de forma significativa a sua produção nas décadas de 90 e 2000,

chegando, em alguns casos a quantidade de até 90 ton ha-1, como acontece na cultura da macieira

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que, na década de 80, não ultrapassava a 30 ton ha-1. Logo, isso exige que sejam adotados

métodos de diagnose precisos para dar suporte ao novo patamar de produção dos pomares. Os

grandes desafios para se manter produção crescente e atendendo as demandas do consumidor em

termos de quantidade e qualidade estão relacionados com a necessidade de o mercado com

mudas e insumos de qualidade; tornar a produção sustentável sob o ponto vista social, ambiental

e econômico; minimizar o uso de agrotóxicos – propor métodos alternativos e uso do

conhecimento para reduzir os efeitos no ambiente; desenvolver cultivares resistentes a doenças;

atenuar os efeitos das mudanças climáticas; estabelecer sistema de diagnose seguro para avaliar o

estado nutricional das plantas; reduzir as perdas pré e pós-colheita; criar a logística necessária

para armazenar e distribuir as frutas produzidas; consolidar o sistema produção integrada como

um modelo de produção para atender a demanda por frutas de qualidade no mercado interno e

externo; e aprofundar os conhecimentos sobre as frutas existentes no país.

Avanços e desafios da nutrição mineral de fruteiras

Prof. Dr. Antonio Enedi BoarettoCENA/USP

Os avanços da nutrição mineral de plantas, juntamente com outras tecnologias, ao longo

da história da humanidade, possibilitaram o crescimento populacional fantástico que estamos

presenciando atualmente. A condição primeira para que população de qualquer espécie aumente

é a existência de alimento disponível. Entretanto, neste início do século XXI experimentamos

um grande paradoxo, pois conseguimos produzir atualmente alimento em abundância nunca vista

na história da humanidade, mas nunca houve tantas pessoas com fome ou mal nutridas como as

estatísticas apontam. O fio condutor desta palestra abordará os desafios superados pelas grandes

civilizações da história e as conseqüências decorrentes da produção de alimentos e os avanços

conseguidos pela ciência nas descobertas referentes à nutrição mineral de plantas. Finalmente os

autores apresentam, sob seus pontos de vista, os avanços necessários e os desafios que devem ser

enfrentados e vencidos hoje e no futuro para que o mundo seja de fato a casa de todos os seres

viventes.

Impacto do estresse abiótico na fisiologia, na nutrição mineral e no crescimento de plantas

no contexto das mudanças climáticasProf. Dr. Carlos Alberto Martinez y Huaman

USP/FFCLRP

Atualmente, o estresse abiótico e as mudanças climáticas são considerados temas

estratégicos da pesquisa em plantas e nos quais é necessário desenvolver maior conhecimento

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científico, principalmente nos trópicos, para poder fazer predições e estimativas mais precisas

dos efeitos da mudança climática global sobre as plantas utilizadas na agricultura ou em

atividades florestais. Não obstante a incredulidade de alguns, que inclusive questionam a

existência do aquecimento global em decorrência do aumento da concentração atmosférica do

CO2, e de outros gases de efeito estufa, as evidencias biológicas e as anomalias climáticas,

observadas cada vez com maior frequência em diversos pontos do planeta, indicam que algo já

está mudando e que todos os seres vivos estariam respondendo aos câmbios climáticos, com

respostas diferentes, em função das características inerentes de cada espécie. Se os efeitos da

alteração climática são positivos ou negativos, dependerá da capacidade de adaptação,

plasticidade fenotípica ou sobrevivência da espécie envolvida. No caso específico das plantas,

sejam estas inferiores, nativas, cultivadas ou florestais, o seu papel no contexto das mudanças

climáticas é fundamental dado que, todo mundo sabe, em nosso planeta, as plantas são os únicos

seres vivos com capacidade para absorver o CO2 através do processo biológico da fotossíntese.

Além disso, por serem os organismos primários dentro da cadeia trófica, qualquer efeito seja

positivo ou negativo dos câmbios climáticos sobre as plantas afetará definitivamente a todos ou

outros organismos da cadeia, incluindo ao homem. Por outro lado, também é bem conhecido

que, as plantas em suas condições naturais ou de cultivo, estão frequentemente expostas a

estresses bióticos e abióticos que podem prejudicar seu normal crescimento, desenvolvimento e

produtividade. Em países tropicais, ademais das pragas e doenças, que são muito mais severas do

que em ambientes temperados, diversos estresses abióticos como a seca e inundação, os

extremos da temperatura, a salinidade, a baixa fertilidade de solo, alta radiação e a poluição de ar

são os principais fatores ambientais que determinam o crescimento das plantas e a produção

agrícola. Nos últimos anos, as predições dos efeitos da mudança do clima indicam aumentos dos

estresses abióticos, em especial da alta temperatura e da seca como resultado do aquecimento

global e das alterações nos padrões de precipitação regional. Estima-se que os efeitos negativos

do aumento na temperatura podem compensar os efeitos benéficos do CO2 no rendimento das

culturas. No entanto, ainda existe escassa informação sobre o impacto das mudanças climáticas

sobre a fisiologia, desenvolvimento, bioquímica, expressão genética, produção da biomassa e no

rendimento de plantas tropicais. Como respondem ou como estariam já respondendo as plantas

ao cambio climático? Qual o potencial delas para absorver e seqüestrar o carbono do CO2 em

constante aumento no planeta? Qual a interação dos câmbios climáticos com os processos

moleculares, bioquímicos e fisiológicos determinantes do crescimento e produtividade das

plantas? São algumas das questões relevantes para ser urgentemente respondidas e por tanto

prioritárias para pesquisa. As respostas a estas questões não são simples. Por exemplo, grande

número dos trabalhos publicados sobre os efeitos do CO2 nas plantas mostram que quando se

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eleva a concentração atmosférica desse gás em 100% de sua concentração normal, a maioria de

plantas responde positivamente, tanto na sua fotossíntese, bem como no seu crescimento e

produtividade. No entanto, quando uma faixa intermediaria de concentrações de CO2, entre 0 e

100% de incremento, é analisada, se observam respostas não lineares que indicam que as plantas

teriam um limite de resposta positiva ao incremento de CO2 por causa da aclimatação

fotossintética. Além disso, se junto com CO2, a variação de outros fatores ambientais como a

temperatura, radiação, estado hídrico ou nutricional das plantas são inseridos como tratamentos

na pesquisa, os resultados mudam completamente. Isso significa que com abundante informação

existente, que relatam, na maioria dos casos, os efeitos de dois níveis de CO2 em plantas sob

condições ótimas de ambiente, é difícil e arriscado fazer previsões futuras das respostas das

plantas aos câmbios climáticos. Isso, por causa da grande complexidade da interação dos fatores

ambientais entre si e de seus efeitos sobre os diversos processos genéticos, fisiológicos e

bioquímicos que determinam o crescimento e produtividade das plantas, sejam espécies nativas,

cultivadas, ou arbóreas florestais com potencial para sequestro de carbono.

Diagnose foliar em mudas de citros

Dr. Ondino Cleante BatagliaCONPLANT/IAC

A tecnologia atual de produção de mudas cítricas em ambiente protegido está vinculada à

utilização adequada da nutrição mineral para suprir as necessidades das plantas e produzir muda

de qualidade. Com o objetivo de conhecer o padrão nutricional de mudas cítricas o presente

estudo foi desenvolvido em parceria da Conplant com a Vivecitrus em 13 viveiros pertencentes

aos seus associados no Estado de São Paulo. O método proposto nesse projeto fundamenta-se no

conceito de monitoramento nutricional e de fatores que afetam o estado nutricional mais

conhecido como DRIS (do inglês Diagnosis and Recomendation Integrated System). O conceito

baseia-se no trabalho com populações. Estabelece-se um referencial desejado, no caso uma muda

de qualidade e define-se a norma, ou seja, qual é o estado nutricional médio dessa população. A

partir dessas normas são estabelecidos os critérios de interpretação para amostras independentes.

Como populações de referência de porta-enxertos em sacolas plásticas (PE), utilizaram-se

cavalinhos vigorosos, com coloração adequada e que tivessem atingido o ponto de enxertia

precocemente. Nas mudas enxertadas no final do 1° fluxo de crescimento (MF) e nas mudas

prontas antes da poda final (MP), utilizou-se como população de referência plantas com

brotações vigorosas, com coloração adequada, sem sintomas visuais de desordens nutricionais e

com altura a partir do colo da planta maior ou igual a 50 cm. A partir desses materiais foram

determinados os padrões nutricionais das populações amostradas. As amostras foram coletadas

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em duas épocas: no período de setembro a dezembro de 2005 (plantas crescidas no inverno –

denominada FASE 1) e no período de maio a julho de 2006 (plantas crescidas no verão –

denominada FASE 2). Foram analisadas plantas de quatro porta-enxertos (Limão Cravo,

Citrumelo Swingle, Tangerina Cleópatra e Tangerina Sunki). As plantas foram amostradas

quando se encontravam prontas para enxertia. Padronizaram-se as amostras através da coleta de

folhas maduras completamente expandidas, localizadas no terço médio da planta do porta-

enxerto (Figura 1A). Coletaram-se 3 folhas por planta em 20 plantas por bancada de produção.

Na fase de muda enxertada cuja planta estava no final do 1° fluxo de crescimento (MF) foram

feitas amostragens em folhas de duas combinações (Pêra/Tangerina Sunki e Laranja

Valência/Citrumelo Swingle), num total de 50 amostras para cada combinação. Selecionaram-se

plantas maduras com no mínimo 40 cm de altura na primeira brotação. O lote da bancada deveria

ter pelo menos 50 % de plantas maduras. A amostragem foi realizada quando o primeiro

lançamento (enxerto) possuía o seu máximo crescimento e as folhas mais novas estavam em

processo de amadurecimento. Coletou-se a folha madura, completamente expandida, localizada

no terço médio do primeiro lançamento, num total de 3 folhas por planta (Figura 1B), totalizando

20 plantas por lote em cada bancada. Na fase de muda pronta antes da poda final (MP) foram

feitas amostragens em folhas de duas combinações (Pêra/Tangerina Sunki e Laranja

Valência/Citrumelo Swingle), em bancadas com pelo menos 50% de mudas prontas para plantio

no campo. Coletou-se a folha madura completamente expandida localizada no terço médio da

planta, num total de 3 folhas por planta (Figura 1C), totalizando 20 plantas por lote ou bancada.

Figura 1 – Material utilizado para amostragem das plantas crescidas no inverno (Fase 1) e no ve-rão (Fase 2): A) Porta-enxerto prontos para enxertia em sacolas plásticas; B) Muda enxertada no final do 1° fluxo de crescimento (MF) em sacolas plásticas; C) Muda pronta antes da poda final (MP) em sacolas plásticas.

Para avaliação dos resultados, realizaram-se análises estatísticas convencionais de cada

um dos materiais estudados: foram feitas as determinações dos valores máximo e mínimo, das

médias, do desvio padrão, do erro padrão da média e do intervalo de confiança para a média

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(P<0,05, teste t). Estes valores foram utilizados na confecção das tabelas de padrões nutricionais,

com as faixas de interpretação. Para análise pelo DRIS, agruparam-se os dados das plantas dos

porta-enxertos Tangerina Cleópatra, Limão Cravo e Tangerina Sunki (CCS), por apresentarem

comportamento semelhante entre si quanto à concentração de macronutrientes, enquanto o

Citrumelo Swingle foi analisado individualmente por ter se diferenciado dos demais para a

maioria dos nutrientes, apresentando concentrações mais elevadas de N, Mg e Mn. Usou-se o

diâmetro das plantas acima da média como critério de separação da população de referência.

Através da observação dos dados da e da Erro: Origem da referência não encontrada

(Dados não apresentados), verifica-se que as médias estatísticas da população de referência estão

próximas dos valores ótimos obtidos pelo Índice DRIS para os macronutrientes das folhas de

plantas dos porta-enxertos, respeitadas as diferenças entre as fases de crescimento das plantas.

Contribuição do DRIS para o manejo da adubação de frutíferasDr. Paulo Guilherme Salvador Wadt

EMBRAPA Acre

O Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) tem sido recomendado,

comparativamente ao método do nível crítico, como alternativa para a diagnose do estado

nutricional de várias culturas, em especial, as espécies frutíferas. Entretanto, o sistema DRIS

possui distintos procedimentos de cálculo dos índices DRIS e de obtenção dos padrões

nutricionais, além de diferentes critérios de interpretação, os quais podem alterar o desempenho

dos diagnósticos produzidos, fazendo com que esta superioridade não seja sempre efetiva.

Adicionalmente, não há clareza nos procedimentos a serem adotados para o uso efetivo do

sistema DRIS para a quantificação das adubações. Neste sentido, o objetivo deste capítulo será

realizar uma ampla revisão nos diversos procedimentos de cálculo e de aplicação do sistema

DRIS, com ênfase nas culturas frutíferas (banana, citros, mamão, maça, manga, uva, entre

outras), identificando-se os principais conceitos de organização dos dados para a obtenção das

normas DRIS, as diferentes fórmulas DRIS adotados nestes estudos e os benefícios obtidos com

o uso do DRIS, em especial, os modelos estatísticos utilizados e as diferentes alternativas

utilizadas para a avaliação da qualidade dos diagnósticos obtidos. Para ilustrar as principais

tendências em desenvolvimento, será apresentado um exemplo prático da utilização do DRIS no

monitoramento nutricional de pomares de mangueiras conforme vem sendo indicado pela

Embrapa para a região do Vale do São Francisco, incluindo-se os procedimentos sugeridos para

o compartilhamento dos dados de monitoramento nutricional, o desempenho comparativo de

diferentes métodos DRIS e as práticas recomendadas para adubação corretiva de macro e

micronutrientes nos pomares monitorados.

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Diagnose foliar na cultura do cacau

Prof. Dr. José Olimpio de Souza Júnior UESC

Em 2010 a produção brasileira de cacau foi a maior dos últimos 15 anos, alcançando

aproximadamente 200 mil toneladas de amêndoas secas, um aumento de 29,8% em relação ao

ano anterior. No Brasil, a principal região produtora de cacau é o sul da Bahia, responsável por

73% da produção nacional. O restante da produção nacional vem basicamente de mais cinco

estado: Pará, Espírito Santo, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. A interpretação de análises

de solo tem sido a principal ferramenta para recomendação de corretivos e fertilizantes para a

cultura do cacau, mas a diagnose foliar também tem potencial para ser utilizada não só na fase de

diagnose, mas também visando a correção de deficiências nutricionais e o suprimento mais

adequado de nutrientes, para obtenção de produtividades maiores e economicamente mais

vantajosas. Para alguns nutrientes, inclusive, a diagnose foliar é mais apropriada em relação à

análise de solo. Nessa palestra abordar-se-ão aspectos básicos e aplicados com relação à

diagnose foliar na cultura do cacau, em especial diagnose visual e análise foliar. Serão

apresentados resultados clássicos com relação a essa temática, como: sintomas de deficiência

nutricional, vantagens e desvantagens da diagnose visual; analise foliar, incluindo amostragem,

preparo da amostra para envio ao laboratório e interpretação dos resultados (nível crítico e faixa

de suficiência). Contudo será feita uma abordagem crítica, apontando divergências de

interpretações entre autores, evidenciando incertezas nas tabelas de interpretação e sugerindo que

novas pesquisas precisam ser realizadas. Serão também apresentados resultados recentes e

inovadores na pesquisa, inclusive alguns ainda não publicados, com relação à diagnose

nutricional do cacaueiro, a saber: estimativa não destrutiva do teor foliar de nitrogênio utilizando

o clorofilômetro portátil (índice SPAD); potencial de substituição parcial de potássio por sódio;

partição de nutrientes em cacaueiros safreiros e DRIS (Sistema Integrado de Diagnose e

Recomendação).

Diagnose foliar na cultura da mangaDr. Davi José Silva

EMBRAPA Semi-árido

A manga (Mangifera indica L.) é uma das principais frutas tropicais produzidas no

Brasil, com área cultivada, em 2009, estimada em 74 mil hectares e com uma produção superior

a 1,1 milhão de toneladas, sendo as regiões Sudeste e Nordeste responsáveis por 28,6 e 68,6 %

da área cultivada, respectivamente, com importância tanto para o mercado interno como para o

mercado externo. As exportações de manga em 2010 foram da ordem de 124,7 mil toneladas

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correspondendo a US$ 119,9 milhões de dólares na balança comercial brasileira, sendo a região

do Vale do São Francisco responsável por 80% deste montante. No manejo de pomares de

mangueira, a análise da fertilidade dos solos tem sido utilizada como parâmetro essencial no

planejamento e monitoramento dos programas de adubação. No entanto, a utilização da análise

de fertilidade dos solos como única ferramenta para a recomendação de fertilizantes é limitada

pela impossibilidade desta técnica em permitir rápidas correções na disponibilidade dos

nutrientes e melhoria da eficiência das adubações. Neste sentido, a avaliação do estado

nutricional dos pomares por meio da diagnose foliar impõe-se como uma medida complementar

no monitoramento dos programas de fertilização. Contudo, a interpretação do estado nutricional

dos pomares de mangueira pela técnica da diagnose foliar é afetada por vários fatores como,

variedade, idade da folha, posição da folha no broto, fase fenológica da planta, altura de

amostragem na planta, posição dos ramos em relação aos pontos cardeais e tipos de solo. Outros

fatores, não menos importantes, referem-se a mobilidade diferenciada de alguns elementos no

floema (N, P, K e Mg,) em relação a outros de menor mobilidade (Ca, S e B), que também

afetam o processo de diagnose foliar. Apesar desta variabilidade dos diferentes processos que

afetam a diagnose foliar, é importante que a avaliação nutricional de um pomar possa resultar em

prognósticos consistentes com as reais necessidades das mangueiras. Neste sentido, neste

capitulo serão discutidos os métodos utilizados com maior frequência na diagnose foliar da

mangueira, assim como situações em que ocorrem diferenças nos resultados obtidos entre

diferentes métodos, apresentando-se as principais técnicas adotadas (método dos níveis críticos

ou das faixas de suficiência e sistema DRIS), com seus respectivos valores de referência,

procurando-se destacar suas vantagens e desvantagens.

Diagnose foliar na cultura do abacaxizeiro e do maracujazeiro

Prof. Dr. Almy Junior Cordeiro de Carvalho

UENF

Em 2009 as áreas plantadas do abacaxizeiro e do maracujazeiro no Brasil foram de,

aproximadamente, 62.000 e 51.000 ha, respectivamente (IBGE, 2011), estando entre as

principais fruteiras cultivadas no País e representando, ano após ano, uma alternativa para os

agricultores, notadamente por serem fruteiras com boas possibilidades de ganhos financeiros em

curto espaço de tempo e área. No entanto, existem diversos aspectos da produção que carecem de

aprimoramento no processo produtivo e que possibilitem avanços não só na área de produção – o

que tem sido comum – mas, principalmente, na produtividade, na sustentabilidade ambiental e na

qualidade do produto colhido. Um dos fatores mais importantes para a obtenção de avanços no

cultivo destas duas fruteiras diz respeito à nutrição mineral das plantas. Do ponto de vista

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científico, avanços consideráveis foram obtidos nos últimos anos. Entretanto, tais avanços nem

sempre alcançam os produtores rurais e os processos produtivos. O principal desafio é

transformar uma etapa importante da nutrição das plantas, a diagnose foliar, em instrumento

fundamental no aprimoramento da produção e que tal instrumento se torne indispensável para

que o produto colhido tenha cada vez mais qualidade do ponto de vista da nutrição alimentar,

incluído naquilo que é considerado atualmente como subproduto, e, ainda, que as plantas sejam

cada vez mais tolerantes/resistentes ao ataque de pragas e doenças. Atualmente, são conhecidos

14 elementos minerais considerados essenciais para a maioria das plantas: N, P, K, Ca, Mg e S

(denominados macronutrientes) e B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn e Ni (denominados

micronutrientes). Os nutrientes cuja literatura apresentam como mais freqüentes de se obter

resposta à adubação do maracujazeiro e do abacaxizeiro são N, P, K e B. Como saber se as

plantas estão bem supridas de nutrientes? A análise foliar é o método indicado para verificar se

algum nutriente está deficiente ou em excesso. É necessário, porém, dispor de dados na literatura

que permitam avaliar se os resultados da análise foliar realizada são adequados ou não. Para isso,

faixas críticas ou faixas de suficiência (ou adequadas) devem estar disponíveis. Existem,

entretanto, razoável variação entre os dados apresentados, inclusive em função da parte da folha

analisada. As faixas denominadas adequadas podem representar situações específicas de clima,

solo e variedade, podendo, portanto apresentar valores variados de acordo com os fatores

mencionados. Em todos os casos, se o resultado cair dentro da faixa, considera-se que o nutriente

não está deficiente; entretanto, se for inferior à faixa tem sido considerado por alguns autores que

o nutriente está deficiente. Obviamente é possível que o nutriente esteja deficiente, entretanto, as

faixas existentes não permitem tal afirmativa. Para isso seria necessário dispor de pelo menos

duas faixas, uma considerada como deficiente e outra como adequada. Alguns resultados de

pesquisa já permitem inferir para o estabelecimento de faixas de composição mineral das folhas

para o maracujazeiro e para o abacaxizeiro, relacionando-as com níveis de produtividade. Tais

resultados podem nortear melhor a diagnose foliar, permitindo, por exemplo, trabalhar melhor as

perspectivas de aplicação efetiva do DRIS (Diagnosis And Recommendation Integrated System)

como forma de avaliação do estado nutricional das plantas e a possível correção do manejo da

adubação destas duas fruteiras, tendo por objetivo a elevação da produtividade.

Diagnose foliar na cultura do abacate, da acerola e da nectarinaProfa. Dra. Sarita Leonel

UNESP/FCAA aceroleira (Malpighia emarginata DC.) planta de clima tropical é originária da região

do mar mediterrâneo, sendo encontrada também na América Central, no Norte e Noroeste da

América do Sul. No Brasil, vem sendo cultivada comercialmente nas regiões sudeste e nordeste,

13

sendo que, nos últimos anos, tem-se observado uma grande expansão da área cultivada com

acerola, esse fato se deve principalmente ao alto teor de vitamina C presente nos seus frutos,

facilidades de cultivo, ótima adaptação edafoclimática e produção praticamente o ano todo. Com

a expansão da área cultivada surgiu paralelamente, a necessidade de práticas mais apuradas em

relação aos tratos culturais, combate às pragas e doenças e o manejo nutricional. A aceroleira é

uma planta de crescimento intenso e que apresenta alta demanda por nutrientes, quando cultivada

em condições de clima e manejo adequados. As plantas iniciam a produção, já a partir do

primeiro ano de cultivo, ocasião em que podem produzir até 2 kg de frutos frescos. Aos seis anos

produz, em média, 47 kg por planta. Entretanto, para a obtenção de produções elevadas e frutos

de boa qualidade, é necessário o conhecimento das exigências nutricionais exibidas pelos

genótipos de aceroleira desenvolvidos em pesquisa. Apesar da sua grande importância, destacada

pelo constante crescimento da área de cultivo, as informações que auxiliam no planejamento das

recomendações de adubação para os diversos genótipos desta espécie ainda são escassas. O

conhecimento dos teores de nutrientes nas folhas é uma medida efetiva para acompanhar a

evolução do estado nutricional da cultura e para organizar estratégias eficientes de manejo da

adubação mineral visando altas produtividades. Recomenda-se na condução das pesquisas, como

regra geral, a colheita de em média 100 folhas maduras por planta, a uma mesma altura e na

posição mediana da copa (± 1,5 m de altura do solo) e de todos os lados da planta. Em

abacateiros, a observação visual dos sintomas foliares é muito utilizada para avaliar possíveis

deficiências ou excessos nutricionais. Dentre os principais efeitos da deficiência de N, estão a

redução do crescimento vegetativo, com formação de brotos curtos e finos e a desfolhação

precoce dos ramos, pouco antes ou durante o florescimento; já o excesso estimula as brotações e

aumenta a queda de frutos na pré-colheita. A deficiência de P é muito comum em solos ácidos,

causando aparição de manchas necróticas nas folhas. Com relação ao K, a deficiência é

reconhecida pelo aparecimento de manchas necróticas similares às da deficiência de P, e

formação de brotos delgados e curtos, com morte dos ponteiros nos meses mais secos. Já a

deficiência de Ca induz a formação de folhas com margens irregulares, curvadas para baixo, e a

de Mg causa clorose entre as nervuras ou nas margens das folhas, sempre com as nervuras de

coloração verde. Os sintomas de deficiência de S são muito similares aos da deficiência de N. A

deficiência de Zn manifesta-se primeiramente em folhas jovens que apresentam clorose

pontuada, distribuída ao acaso no limbo foliar. Já a deficiência de B se caracteriza pela aparição

de lesões corticosas entre as nervuras das folhas jovens e perfurações similares a um “tiro de

munição”. No caso de deficiência de Cu, as folhas jovens ficam deformadas, enquanto que as

folhas adultas são pequenas, escuras e com nervuras bronzeadas. Já a deficiência de Mn aparece

em folhas jovens, como uma clorose entre as nervuras. Em abacateiros, as deficiências de Na, Cl

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e Fe são pouco comuns e não são conhecidos sintomas associados ao excesso de K, Ca, Mg, S e

Fe. A nectarineira e o pessegueiro pertencem à família botânica Rosácea, subfamília Prunoidea,

gênero Prunus (L.) e subgênero Amygdalus. Todas as cultivares comerciais pertencem à espécie

Prunus pérsica (L.) Batsch. São admitidas três variedades botânicas, todas pertencentes à

espécie Prunus pérsica (L.) Batsch: a) vulgaris (pêssego comum); b) nucipersica (nectarina) e c)

platicarpa (pêssego achatado). A variedade nucipersica produz frutas com epiderme glabra,

geralmente muito colorida, denomidas nectarinas ou pêssegos pelados. A ausência de pelos

deve-se a um fator genético recessivo. Atualmente, existe um número de cultivares de nectarina

de valor econômico. Contudo, os trabalhos de nutrição e adubação não distinguem as nectarinas

dos pêssegos. Sendo assim, as considerações apresentadas são obtidas de trabalhos envolvendo

na grande maioria, cultivares de pessegueiros. A frutificação e a produção da maioria das plantas

frutíferas temperadas, incluindo o pessegueiro, estão associadas, num primeiro momento, ao

desenvolvimento adequado das gemas florais. Com isso, os manejos nutricional e fitossanitário,

bem como condições ambientais adequadas para superação da dormênica das plantas são

fundamentais. A absorção de elementos minerais pelo pessegueiro varia em função dos estados

fisiológicos da planta durante o ciclo de produção. Embora a recomendação padrão mundial

para a coleta das amostras foliares seja no período de frutificação, onde são evidenciadas as

maiores necessidades, para a maioria dos elementos nutrientes, pois os frutos são os drenos mais

fortes da planta, outras épocas podem refletir melhor a extração de outros nutrientes. Alguns

autores reportam que a época de amostragem foliar na frutificação pode ser considerada muito

tardia, para suprir as necessidades de fertilização da estação de crescimento do ano. Com relação

aos teores foliares considerados adequados para pessegueiros e nectarineiras, são apresentados

padrões internacionais conforme segue: N (3,0-3,5%), P (0,14-0,25%), K (2,0-3,0%), Ca (1,8-

2,7%) Mg (0,30-0,80%), Na (<0,02%), Cl (< 0,3%), Fe (100-250 µg g-1), Cu (5-16 µg g-1), Mn

(40-160 µg g-1), Zn (20-50 µg g-1), e B (15-19 µg g-1). A exportação de nutrientes, em kg/t,

através de frutas, ramos podados e folhas, sem considerar o crescimento da planta em

pessegueiros, é da ordem de: N (3,5); P2O5 (1,05) e K2O (5,5). A quantidade de macronutrientes

(kg/ha) exportados pelas colheitas dos frutos (kg/ha) de pessegueiro é de: N (70); P(6); K (40); S

(4); Ca (1,2) e Mg (2,4).

Diagnose foliar na cultura da goiaba e da carambolaProf. Dr. Danilo Eduardo

Rozane

UNESP Registro

A atividade agrícola, atualmente sob um mercado globalizado e competitivo, exige a

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utilização de todas as ferramentas disponíveis à obtenção de colheitas compensadoras e com

qualidade. Um dos fatores determinantes do aumento de produtividade das culturas é o

atendimento das exigências nutricionais dos vegetais, especialmente através da calagem e da

adubação. Em função do melhoramento genético, as plantas passaram a produzir mais e com

qualidade superior, porém, a exigência em nutrientes também aumentou. Por outro lado, os solos

brasileiros são naturalmente pobres em termos de fertilidade e/ou têm sido submetidos à

constante exploração, conduzindo-os à exaustão. Seja qual for o caso, a calagem e a adubação

são imposições à exploração agrícola de forma sustentável e à conservação do solo como recurso

natural.

A análise química do solo e a diagnose foliar são instrumentos que permitem determinar

se a correção da acidez e a adubação têm alcançado os efeitos desejados nas plantas. Através

dessas determinações, é possível avaliar se todos os benefícios do manejo da fertilidade do solo

estão sendo refletidos pelas culturas. É necessário, porém, estar ciente das inúmeras variáveis

que podem afetar o diagnóstico do estado nutricional dos vegetais e, portanto, deve haver

constante avaliação das técnicas empregadas para esse fim.

Determinar as necessidades nutricionais das plantas é um desafio constante na

agricultura. Apesar dos elementos minerais exigidos para a adequada nutrição das plantas serem

os mesmos para todos os vegetais, as quantidades necessárias são muito variáveis de uma cultura

para outra, sendo função de características da espécie, das condições edafoclimáticas, da

capacidade produtiva, do ciclo da planta (anual, perene, semi-perene), dentre outros.

Comparativamente a outras regiões do mundo, o Brasil apresenta características de solo,

clima, disponibilidade de água e diversidade de espécies frutíferas que dotam o País de

condições privilegiadas para tornar-se um pólo produtor e exportador de frutas de grande

potencialidade.

Desde há muito tempo, porém, há carência de informações sobre aspectos ligados ao

manejo da fertilidade do solo, de insumos e da exigência nutricional das plantas frutíferas,

impedindo que o Brasil se destaque nessa área do Agronegócio.

A goiaba e a carambola são duas frutíferas perenes bastante apreciadas, seja para

consumo in natura, seja dos seus produtos processados industrialmente.

Oferecer condições favoráveis ao desenvolvimento dos pomares de goiabeiras e de

caramboleiras é importante, não apenas para assegurar o valor nutritivo da fruta, mas também

pela perspectiva que representa no incremento da produção agrícola, na ampliação da atividade

industrial e no potencial de exportação. Além disso, o cultivo de espécies perenes, como são as

goiabeiras, permite a ocupação de solos considerados inadequados à atividade agrícola

convencional, contribuindo, assim, com um sistema mais conservacionista.

16

Em função do exposto e, da importância da adequada nutrição mineral para essas duas

frutíferas, pretende-se apresentar os principais resultados de pesquisa sobre o assunto, bem como

as perspectivas para a adequada exploração da goiabeira e da caramboleira de modo durável.

Diagnose foliar na cultura do mamão

Dr. Aureliano Nogueira da Costa Incaper

A necessidade de identificação das exigências nutricionais do mamoeiro, durante todo o

ciclo, é uma necessidade que destaca a importância da Diagnose foliar para o monitoramento

visando manter o fluxo contínuo de crescimento, emissão de flores, desenvolvimento da planta e

produção de frutos. O sucesso da prática de recomendação de adubação e calagem do mamoeiro

depende, principalmente do diagnóstico da fertilidade do solo e da nutrição, que deve ser feito,

com base nos resultados da análise física e química do solo para identificar a real

disponibilidade dos nutrientes no solo, e a sua absorção pela planta. Os resultados obtidos com o

diagnóstico foliar pelo Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) auxiliarão no

processo de tomada de decisão quanto à recomendação de adubação. O manejo nutricional visa

obter o equilíbrio entre os nutrientes para promover o aumento do vigor e a resistência do

mamoeiro às condições adversas climáticas e/ou ataque de pragas e doenças. A diagnose foliar

do mamoeiro vem se destacando no diagnóstico do estado nutricional e nas recomendações de

adubação (COSTA, 1996), por considerar que o teor do nutriente na planta é resultante da ação e

interação entre os fatores que afetam a disponibilidade do nutriente no solo e a sua absorção pela

planta (MUNSON ; NELSON, 1973). A diagnose foliar, baseada em métodos padronizados de

amostragem, é o critério mais eficaz na avaliação do estado nutricional de plantas frutíferas, com

a grande vantagem de considerar a própria planta como o extrator dos nutrientes do solo,

permitindo a avaliação direta de seu estado nutricional, constituindo, assim, uma forma indireta

de avaliação da fertilidade do solo (COSTA; COSTA , 2003). O Sistema Integrado de Diagnose

e Recomendação de Adubação (DRIS) é um método de diagnose do estado nutricional de planta

que vem sendo utilizado em diversas culturas e tem como base o cálculo de índice para cada

nutriente, considerando sua relação com os demais, e comparando cada relação com as relações

médias de uma população de referência. O Instituo Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e

Extensão Rural – INCAPER, desenvolveu o software DRIS para a cultura do mamoeiro, e vem

sendo utilizado com sucesso no diagnóstico do estado nutricional e recomendação de adubação.

Desenvolvido por Costa (1995) com base em pesquisas realizada em lavouras comerciais

garantiu a originalidade do trabalho sendo pioneiro, no estabelecimento das normas DRIS de

referência para o mamoeiro do grupo solo. Os teores médios dos nutrientes nas lavouras de alta

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produtividade consideradas lavouras de referência para o mamoeiro do grupo formosa foi o

mais recente trabalho de pesquisa nessa área. O fundamento básico do DRIS-mamão, consiste no

equilíbrio nutricional do mamoeiro, ou seja, o equilíbrio relativo entre os nutrientes integra,

dentro de certos limites, as condições capazes de refletirem seu potencial produtivo e, desse

modo, as normas de referência são elaboradas para a população de alta produtividade, sendo

considerada para o mamoeiro a produtividade maior ou igual a 60 t/ha/ano (COSTA, 1995). O

DRIS utiliza os resultados da análise química vegetal, para os cálculos dos índices DRIS a partir

das relações envolvendo as concentrações dos nutrientes, tomados dois a dois. Para o cálculo

dos índices DRIS, compara-se, por meio de uma equação estudentizada, as relações na amostra

que está sendo analisada com as relações padrões para o mamoeiro, denominadas de normas

DRIS, obtidas de lavouras comerciais de alta produtividade e qualidade dos frutos. As principais

vantagens verificadas por Costa (1995) no uso do DRIS são:

1. O uso das relações das concentrações dos nutrientes, tomados dois a dois, são

freqüentemente, melhores indicadoras do estado nutricional do mamoeiro do que a

concentração do nutriente tomada isoladamente;

2. A diagnose nutricional é calculada com base no equilíbrio entre os diversos nutrientes, a

partir de um banco de dados obtidos de uma população com características desejáveis,

como por exemplo, alta produtividade e qualidade dos frutos. A consideração do equilíbrio

nutricional ótimo é particularmente importante nas situações em que pretende-se atingir altas

produtividades.

3. As normas DRIS (média, desvio-padrão e coeficiente de variação para a população de alta

produtividade e com características desejáveis) podem ser aplicadas em várias regiões do

país;

4. O diagnóstico pode ser feito em diferentes fases fenológicas e independentemente do

cultivar.

5. Os nutrientes limitantes, tanto por deficiência quanto por excesso, podem ser prontamente

identificados e ordenados em função do desequilíbrio.

Diagnose foliar na cultura da macieira e da videiraDr. Gilmar Ribeiro Nachtigall

EMBRAPA Uva e Vinho

O manejo dos nutrientes é fundamental para o bom desempenho dos pomares e vinhedos.

O estado nutricional das culturas da macieira e videira é influenciado por uma série de fatores

como: tipo de cultivar e porta-enxerto, tipo e manejo do solo, tipo de sistema de condução e de

plantio, fatores climáticos, entre outros. O sucesso no cultivo de fruteiras perenes, como a

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macieira e videira, depende do manejo adequado de todos os fatores de produção. O manejo

adequado da fertilidade do solo e o acompanhamento do estado nutricional das plantas

representam parte desses fatores. De nada adianta utilizar cultivares e porta-enxertos adequados,

realizar um bom manejo de plantas, das pragas e das doenças, se o solo não fornecer nutrientes

de forma adequada e no momento correto. As exigências nutricionais para atender os diversos

processos fisiológicos (crescimento vegetativo, floração e frutificação), variam de acordo com a

idade da planta. Num primeiro momento, o desenvolvimento vegetativo tem maior importância

do que a frutificação ou a produção de frutos, enquanto que, a partir desta fase, esta relação se

iguala ou se inverte. Além disso, cada nutriente tem sua importância relativa para a obtenção da

máxima produtividade e qualidade. Este capítulo tem por objetivo caracterizar a importância dos

principais nutrientes para a produtividade e qualidade da produção da macieira e videira no

Brasil, destacando o diagnóstico nutricional, realizado através da identificação de sintomas

característicos de deficiência e/ou da análise foliar, como método para a correção de deficiências

nutricionais. Trata-se de publicação pioneira na área de nutrição mineral das culturas da macieira

e videira, constituindo fonte de consulta para estudantes, produtores e técnicos O texto será

dividido em tópicos e organizado em 26 páginas e 15 figuras coloridas, de modo a facilitar o

entendimento e a ordem de acontecimentos.

Diagnose foliar em figueira e pereiraProf. Dr. Francisco Maximino Fernandes

UNESP/FEIS

A produtividade agrícola das culturas é função das inter-relações do solo, clima,

planta e homem. Um dos procedimentos para cálculo de adubação se baseia na determinação das

quantidades de nutrientes removidos pela cultura em um determinado período. Para plantas

anuais essa determinação é simples uma vez que é possível medir o crescimento e as quantidades

de nutrientes contidos na planta e no produto. Para as plantas perenes e, principalmente as

conduzidas sob poda drástica, é possível medir a quantidade de nutrientes exportada pela

produção, mas fica muito difíceis avaliar a necessidade de nutrientes para o crescimento (ramos,

brotos, sistema radicular, tronco) e a produção de folhas. A diagnose foliar ou análise de folhas é

uma ferramenta complementar à análise de solo, que pode e deve ser usada para se fazer uma

adubação adequada e pode ser utilizada para ajustar programas de adubação ou as doses de

fertilizantes. Portanto, a análise de folhas não substitui a análise de solo. A folha é órgão da

planta que indica melhor se o estado nutricional é adequado ou não. Uma planta com estado

nutricional adequado possui nas suas folhas todos os nutrientes em quantidades e proporções

equilibradas que pode reverter em produções econômicas. As frutíferas constituem um grupo de

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culturas de importância crescente e a demanda por informações sobre calagem e adubação tem

aumentado muito. A nutrição, em muitos casos, além de afetar de forma marcante a

produtividade, tem efeito também sobre a qualidade dos frutos, conservação pós-colheita e

suscetibilidade das plantas a pragas e doenças. Entretanto, as informações sobre a nutrição das

plantas frutíferas, de uma maneira geral, são limitadas e elas têm surgido de forma esparsa em

todo o mundo e transferidas de uma região para outra. Embora isso não seja o ideal, os resultados

são aceitáveis, desde que ancorados em elementos técnicos, tais como composição química das

culturas, análise de solo e diagnose foliar. A análise química de folhas permite a avaliação do

estado nutricional das plantas, ou seja, permite identificar o nível de comprometimento da

produtividade, em função da situação nutricional, principalmente em casos extremos. A

composição química das folhas é afetada por diversos fatores externos como internos da planta.

Desta forma, a amostragem precisa ser bem definida quanto à época, tipo de folha, posição na

árvore e representatividade do pomar de figueira e de pereira.

Diagnose foliar nas culturas do caju, pêssego e caquiProf. Dr. Márcio Cleber de Medeiros Corrêa

UFC

Por se constituir numa espécie de matriz energética das plantas e ainda aliar,

normalmente, a máxima atividade metabólica nas mesmas a uma relativa facilidade de coleta, a

folha tem sido o órgão mais utilizado em análises de tecido vegetal para fins de diagnose e

manejo nutricional nas culturas, inclusive para frutíferas perenes de porte naturalmente mais

elevado. Nesse sentido, comparam-se teores de nutrientes em folhas de uma determinada planta,

ou conjunto de plantas, com teores em folhas de plantas da mesma espécie extremamente

produtivas e aparentemente saudáveis, considerando-se haver uma relação direta entre a saúde da

planta e a expressão da sua capacidade produtiva. Para tanto, observam-se critérios que visam

aumentar a precisão, a representatividade e a confiabilidade das medidas de teores dos nutrientes.

Dentre esses critérios estão: a uniformidade quanto às cultivares copa e porta-enxerto (se

enxertada), as condições ambientais (tipo de solo, clima, época ou estação do ano), os tratos

culturais empregados (adubações, podas, controle do mato e pragas, irrigação, etc.), a idade das

plantas, a predefinição da folha índice (idade da folha e posição no ramo), tipo de ramo (com ou

sem frutos) e sua posição na copa da planta, número de plantas e folhas a serem amostradas. É

inegável a importância da análise foliar como ferramenta para avaliar a disponibilidade de

nutrientes em frutíferas quando acompanhada da análise de solos e de dados relativos à

produtividade e ao histórico de manejo do pomar, fundamentalmente quando não se conhece

bem o histórico do pomar (Ernani, 2003). Para o cajueiro ainda não há recomendações

20

definitivas tanto para o método de amostragem quanto para os teores adequados, particularmente

para as condições brasileiras, o que reflete uma atual carência de estudos que avaliem

principalmente as épocas de amostragem e diferentes estádios fenológicos em pomares

geneticamente mais uniformes, de clones recomendados comercialmente, sob diferentes

condições ambientais. Há indicativos de conteúdos adequados nas folhas de cajueiro, porém,

ainda há relevantes divergências entre autores em relação a alguns nutrientes, tais como N e K

(HAAG et al., 1975, RICHARDS, 1993, KERNOT, 1998), principalmente por diferenças

metodológicas, genotípicas, ambientais ou de manejo. Os resultados obtidos por HAAG et al.

(1975), por exemplo, são referentes a cajueiros do tipo gigante, do qual não existem ainda clones

comerciais recomendados e cujos pomares são formados por propagação seminífera. Por sua vez,

no estudo realizado por CRISÓSTOMO et al. (2004) em pomar uniforme constituído pelo clone

de cajueiro anão CCP 76 não foi possível a detecção de diferenças entre teores de alguns

nutrientes em folhas de plantas adubadas e não adubadas apresentando diferenças de

produtividade de mais de 50% entre elas, o que pode estar relacionado, ao menos em parte, à

época de amostragem já que a recomendação atual refere-se a folhas recém maduras coletadas no

período de florescimento, o que ocorre naturalmente na estação seca do ano, quando há menor

disponibilidade de água no solo com consequente tendência de redução nos teores de nutrientes e

maior variabilidade dos resultados (BEZERRA et al., 1999; ROZANE et al., 2009). Para as

culturas do pêssego e caqui, anteriormente classificadas irrefutavelmente como frutíferas de

clima temperado, o enfoque atual para a diagnose foliar envolve o detalhe da introdução dessas

culturas em áreas de clima tropical, incluindo o Vale do Médio São Francisco e áreas de

Tabuleiros Costeiros no nordeste do estado do Ceará. Pela simples situação de introdução em

novos ambientes há que se desenvolver adaptações para as novas realidades, levando-se em

conta possíveis alterações fisiológicas em função da diferença climática e da condição

imperativa de manejo irrigado. Em função da ausência de estudos conclusivos ou, simplesmente,

pela ocorrência de épocas, lapsos fenológicos ou condições de cultivo diferentes pode haver mais

de um método recomendado para amostragem de folhas para as diversas culturas. O importante é

escolher o método mais apropriado a cada situação e interpretar os resultados da análise

comparando-os com padrões obtidos através do mesmo método, disponíveis na literatura ou

determinados localmente, sem esquecer que a época de amostragem deve favorecer a utilização

dos resultados no mesmo ciclo produtivo (Farrell et al., 2010).

21

Diagnose foliar na cultura do cocoProf. Dr. Salatiér Buzetti

UNESP/FEIS

A produção brasileira de coco está distribuída por quase todo o território nacional, com

exceção dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em função das suas limitações

climáticas durante parte do ano. A produção de coco no Brasil concentra-se muito na região

litorânea do Nordeste, cultivado de forma extensiva e/ou semi-extensiva, sendo o fruto

comercializado in natura ou vendido para indústrias de alimentos que produzem o leite de coco

e/ou coco ralado como principais produtos. O aumento significativo da demanda por água de

coco, observado nos últimas anos, gerou uma rápida expansão do plantio com coqueiros da

variedade Anã, os quais, passaram a ocupar áreas não tradicionais de cultivo com esta cultura.

Estes plantios encontram-se principalmente localizados em pólos de irrigação da região NE,

sendo a produção voltada para atender o mercado de frutos verdes in natura para consumo da

água de coco. Assim, a adubação recomendada para a cultura baseia-se na experiência de

plantios da região Nordeste, sendo que, no Sudeste, pouco se tem feito para a calibração das

doses de N, P e K a serem aplicadas. Além das diferenças edafoclimáticas, grande parte dos

coqueirais da região NE visa à produção de coco-seco, enquanto em São Paulo cultiva-se

principalmente coqueiro-anão para extração de água. Há uma deficiência em relação aos dados

de pesquisas sobre a cultura e, principalmente, àqueles ligados à nutrição mineral. As poucas

informações existentes são, na maioria, para a variedade gigante ou para o coqueiro híbrido. A

idéia de se usar o teor do nutriente mineral como critério para avaliar o estado nutricional de

plantas é muito atraente, pois a interpretação correta dos resultados de uma análise química de

plantas depende de muita pesquisa para o estabelecimento de índices de calibração. O coqueiro é

uma planta que se desenvolve continuamente, com floração e frutificação simultânea e

conseqüentemente elevada necessidade nutricional. O estado nutricional dos coqueiros tem efeito

sobre seu crescimento vegetativo, além de determinar, em grande parte, o volume e a qualidade

da produção. O acompanhamento do estado nutricional da cultura por meio de análises de tecido

foliar é apontada como ferramenta auxiliar para a recomendação de adubação. O conteúdo de

nutrientes no tecido foliar de coqueiros pode variar em função do tipo de planta (gigante ou

híbridos). Portanto, a obtenção de elevadas produtividades e de frutos de boa qualidade está

diretamente ligada à nutrição balanceada. A necessidade de nutrientes para a cultura do coqueiro

deve ser determinada através das análises de solo e foliar, pois devido à imprecisão da

amostragem e dos métodos analíticos, principalmente em determinar a fração mineral

assimilável, somente a análise do solo não é suficiente para estudar e avaliar a nutrição do

coqueiro. Portanto, o estudo nutricional da planta oferece maior precisão, principalmente quando

22

esta apresenta um sistema radicular que ocupa um grande volume de solo. A análise foliar

baseia-se no fato de que havendo maior produtividade, haverá maior remoção de nutrientes e

conseqüentemente maior imobilização destes na folha. Assim, esta técnica tem sido a mais

adotada para monitorar o estado nutricional do coqueiro, pois além de fornecer um bom quadro

do estado nutricional da cultura, principalmente com relação à sua grande sensibilidade às

variações nutricionais, também possibilita o estudo da dinâmica dos nutrientes e suas inter-

relações com a planta. Na amostragem foliar, a escolha da folha a ser amostrada é muito

importante, pois na maioria das vezes ocorrem variações expressivas em função da sua posição

na planta. Considera-se que a folha amostrada deve estar localizada no meio da copa, assim

sendo, no coqueiro adulto a folha 14 é a que melhor expressa o estado nutricional da planta, para

plantas jovens, recomendam-se as folhas 4 e 9. Identificada a folha a ser amostrada, devem ser

coletados três folíolos de cada lado da sua parte central, amostrando-se apenas 10 cm. As

amostras devem ser coletadas a partir de áreas homogêneas com aproximadamente 10 ha,

tomando-se 25 plantas para compor uma amostra de coqueiros de origem genética desconhecida,

20 plantas para coqueiros híbridos e 15 planta para coqueiros anões. As amostras devem ser

coletadas no início do período seco.

Os palestrantes Dr. Dirceu Mattos Júnior (IAC). Palestra “Diagnose foliar na cultura do

citros” e Dr. Heitor Cantarella (IAC). Palestra “Contribuição do uso eficiente de fertilizantes

na nutrição das plantas ministraram as palestras no evento, mas não foi disponibilizado o resumo

das mesmas, embora, consta no livro do evento o texto na íntegra.

4. PARTICIPANTES

Os participantes do evento têm origem exclusivamente do Brasil. A relação dos participantes

contendo nome/e-mail, endereços e outras informações constam em anexo.

5. CONCLUSÕES:

O III Simpósio Brasileiro sobre nutrição de plantas aplicada a sistemas de alta

produtividade, contou com bom número de participantes, incluindo pesquisadores, professores,

estudantes de graduação, mestrado e doutorado, produtores rurais, extensionistas e empresários

de diversos setores ligados à agricultura e à Nutrição de Plantas.

Os objetivos gerais do acordo com Agrisus referente ao apoio a publicação do livro foi

atingido, tendo a publicação de uma obra importante, contendo informações específicas sobre

23

diagnose foliar em frutíferas redigida por renomados pesquisadores brasileiros e bem atualizada.

Por fim, a oportunidade de organizar eventos dessa natureza é gratificante e

enriquecedora, inclusive para a formação dos alunos da graduação e pós-graduação que

contribuíram com o evento e a possibilidade da integração dos pesquisadores e os produtores

rurais.

6. COMPENSAÇÕES OFERECIDAS À FUNDAÇÃO AGRISUS:

Além das palestras, foi publicado um livro que reuniu os temas abordados, sendo

uma fonte de consulta e contribuirá para a ampliação e consolidação do conhecimento atual da

nutrição das principais frutíferas do Brasil, dirimindo dúvidas, consolidando conceitos e

ampliando a discussão sobre o assunto. Na capa desta obra constou o apoio com logomarca da

Fundação Agrisus (em anexo), reforçando a missão desta entidade que objetiva fortalecer a

agricultura brasileira, constituindo a principal compensação do evento com a Fundação,

conforme prometido. E também no evento foi disponibilizado espaço para Agrisus com banners

e apresentação em plenário da Fundação.

7. DEMOSTRAÇÃO FINANCEIRA DOS RECURSOS DA FUNDAÇÃO AGRISUS:

Recurso da Agrisus: R$5000,00 (confecção do livro do evento)Outras agências que ajudaram na impressão do referido livro: Fundunesp: R$2000,00; CNPq: R$5000,00; PROEX/Unesp: R$500,00

8. DATA E NOME DO COORDENADOR

17 de abril de 2012

Prof. Renato de Mello PradoCoordenador do evento

Observações:a) Prazo de entrega: 30 dias após término do evento.b) Enviar via E-mail.c) Outros materiais como vídeos, Cds, programas, etc deverão ser enviados em duplicata.