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Relatório Não Técnico PROJETO DE CONSERVAÇÃO DE TARTARUGAS MARINHAS DA ILHA DO PRÍNCIPE Temporada 2012/13

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Relatório Não Técnico PROJETO DE CONSERVAÇÃO DE TARTARUGAS MARINHAS DA ILHA DO PRÍNCIPE

Temporada 2012/13

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ÍNDICE

1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO ________________________________________________________________ 3

2 A EQUIPA DA ATM NA ILHA DO PRÍNCIPE ______________________________________________________ 3

3 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE TRABALHO ___________________________________________________________ 4

3.1 Caracterização resumo das praias ____________________________________________________________ 5

4 ESPÉCIES DE TARTARUGA NA ILHA DO PRÍNCIPE _________________________________________________ 6

4.1 Descrição sumária das diferentes espécies de tartarugas marinhas que ocorrem na ilha do Príncipe ______ 7

5 ATIVIDADES REALIZADAS E RESULTADOS _______________________________________________________ 7

5.1 Cronograma de Atividades _________________________________________________________________ 7

5.2 Monitorização da Nidificação nas Praias _______________________________________________________ 8

5.2.1 Coordenação das atividades de monitorização ________________________________________________ 8

5.2.2 Recolha de dados biológicos e ecológicos ____________________________________________________ 9

5.2.2.1 Tipo de dados obtidos __________________________________________________________________ 9

5.2.2.2 Protocolos de recolha de dados __________________________________________________________ 9

5.2.3 Principais resultados obtidos _____________________________________________________________10

5.2.3.1 Monitorização geral da nidificação _______________________________________________________10

5.2.3.2 Monitorização da nidificação por praias ___________________________________________________12

5.2.3.3 Monitorização da nidificação por espécies _________________________________________________13

5.2.3.4 Monitorização dos ninhos ______________________________________________________________14

5.2.3.5 Programa de Marcação ________________________________________________________________15

5.3 Atividades de Proteção e Fiscalização ________________________________________________________15

5.3.1 Coordenação das atividades de proteção ___________________________________________________16

5.3.2 Atividades realizadas ____________________________________________________________________16

5.4 Integração Comunitária e Ecoturismo ________________________________________________________16

5.4.1 Centro de visitas da Praia Grande__________________________________________________________17

5.5 Sensibilização das Comunidades Locais ______________________________________________________17

5.6 Formação Técnica e Apoio Científico ________________________________________________________19

5.6.1 Parcerias e contactos institucionais ________________________________________________________19

5.6.2 Estandardização de protocolos de monitorização _____________________________________________20

5.6.3 Ações de formação realizadas ____________________________________________________________20

5.7 Divulgação do Projeto ____________________________________________________________________21

6 RECOMENDAÇÕES FUTURAS ________________________________________________________________22

6.1 Ações de Proteção e Monitorização _________________________________________________________22

6.1.1 Praias de desova _______________________________________________________________________22

6.1.2 Área marinha __________________________________________________________________________23

6.1.3 Criação da base de dados nacional de conservação ___________________________________________23

6.1.4 Aprofundamento do conhecimento científico ________________________________________________23

6.2 Ações de sensibilização e envolvimento da comunidade local ____________________________________23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________________________________________________24

AGRADECIMENTOS __________________________________________________________________________24

ANEXO I ____________________________________________________________________________________25

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Projeto de Conservação de Tartarugas Marinhas da Ilha do Príncipe - RELATÓRIO NÃO TÉCNICO 2012/13

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1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO

O Projeto de Conservação das Tartarugas Marinhas na Ilha do Príncipe surgiu na sequência de um Research Agreement assinado em 2012 entre a Here Be Dragons (adiante designada por HBD) e a Associação para a Proteção, Pesquisa e Conservação das Tartarugas Marinhas nos Países Lusófonos (adiante designada por ATM).

Em 2012/13 este projeto teve como principais objetivos: a) proceder ao levantamento, e estabelecer uma caracterização da situação atual de nidificação das tartarugas marinhas na ilha do Príncipe (nomeadamente identificar as espécies nidificantes, a sua abundância e a sua distribuição nas principais praias de nidificação); e b) implementar um programa de monitorização e proteção dos principais locais de nidificação, identificados anteriormente na ilha do Príncipe (Ferreira et al., 2012).

A ATM iniciou assim o seu trabalho em São Tomé e Príncipe em 2012, dando continuação a algumas vertentes dos trabalhos começados por iniciativas anteriores, como o Programa Sada e a Comissão Tartaruga Marinha, de forma a poder dar recomendações específicas aos atores governamentais, públicos e privados para a gestão e recuperação das tartarugas marinhas do arquipélago, em particular da ilha do Príncipe, promovendo também atividades de educação ambiental e promoção da consciência de conservação.

OBJETIVOS PRINCIPAIS - 2012/13

1. Realizar um levantamento das praias de nidificação perto ou dentro das zonas de concessão da HBD e monitorizá-las para determinar a distribuição e abundância dos ninhos e fêmeas;

2. Avaliar as ameaças antropogénicas reais e potenciais nos habitats críticos à sobrevivência das tartarugas marinhas para permitir o desenvolvimento de planos de gestão específicos a cada área, a delimitação de áreas protegidas, e a identificação de zonas onde a restrição da iluminação em frente à praia e outras ameaças pode ser necessária;

3. Definir a base para a integração de projetos de conservação de tartarugas marinhas na ilha em planos de ecoturismo futuro e desenvolvimento comunitário;

4. Promover e facilitar a participação local nas ações de conservação e aumentar a consciência sobre o estado de conservação das tartarugas marinhas e a sua importância ecológica, social e económica;

5. Fortalecer os programas de monitorização em curso e previstos, para promover o apoio a iniciativas de conservação, e auxiliar os órgãos competentes na aplicação da legislação de proteção;

6. Fornecer aconselhamento profissional e especializado a arquitetos, arquitetos paisagistas e outros profissionais envolvidos no desenvolvimento das áreas de concessão da HBD.

2 A EQUIPA DA ATM NA ILHA DO PRÍNCIPE

Em 2012/13, a equipa da ATM na ilha do Príncipe era constituída pela Coordenadora do Projeto, a bióloga Joana Hancock, e um grupo de 15 guardas locais (Figura 2.1). A equipa de guardas inicial era formada por 7 guardas terrestres, que nas temporadas anteriores estavam encarregues da proteção da Praia Grande e 2 guardas marinhos, previamente integrantes do Programa Sada, aos quais se juntaram 5 guardas terrestres e um guarda marinho adicionais, recrutados pela ATM. Os guardas foram financiados pela HBD.

Figura 2.1 – Equipa inicial de guardas que trabalhou com a ATM durante a temporada 2012/13 (Da esquerda para a direita: Domingos Mendes, Lurdinikx Sacramento, Osvaldo Veiga, Nuno Couto, Lourenço Quaresma, Hualton Carvalho, Manuel Gomes (Lindo), Paulino Soares, Osmar Borges e Heldér Pereira (Dedé).

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3 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE TRABALHO

A monitorização de praias foi mais focada nas zonas de concessão da HBD - Praias Boi, Macaco, Uba, Sundi e Bom Bom Island Resort (BBIR), e na Praia Grande, dada a sua reconhecida importância para a nidificação de tartarugas marinhas, por ter sido alvo de uma monitorização regular em anos anteriores, e por ser considerada uma “praia índice” para análise comparativa do histórico existente. Foram também incluídas as praias localizadas a Noroeste da ilha (nomeadamente as localizadas entre as praias Iola e Ribeira Izé) e no Sul da ilha (Praia Grande do Infante e Seca), ainda que com uma regularidade menor (N.B. a distribuição da nidificação, nestas praias, já tinha sido estudada anteriormente (Ferreira et al., 2012), tendo esta informação sido considerada nas opções tomadas pela ATM). O desenvolvimento dos trabalhos foi estruturado de acordo com diferentes áreas de proteção (identificadas na Figura 3.1). Todos os dados recolhidos no decurso dos trabalhos de campo através de ferramentas GPS foram posteriormente georreferenciados e integrados num sistema de informação geográfica (SIG).

Figura 3.1 – Áreas de intervenção na temporada de 2012/13 na ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe.

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Projeto de Conservação de Tartarugas Marinhas da Ilha do Príncipe - RELATÓRIO NÃO TÉCNICO 2012/13

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3.1 Caracterização resumo das praias

Praia Grande

Localização

N1 33 29.2 E7 24 55.6

Extensão aproximada

1.400 m

Espécie(s) de tartarugas a desovar

Chelonia mydas (principal), Eretmochelys imbricata e

Dermochelys coriacea

Localidade mais próxima

Picão, a 1,2 km

Praia Boi

Localização

N1 40 49.0 E7 27 35.9

Extensão aproximada

320 m

Espécie(s) de tartarugas a desovar

Chelonia mydas (principal), Eretmochelys imbricata e

Dermochelys coriacea

Localidade mais próxima

Picão, a 3,8 km

Praia Macaco

Localização

N1 40 54.8 E7 27 09.7

Extensão aproximada

500 m

Espécie(s) de tartarugas a desovar

Eretmochelys imbricata (principal), Chelonia mydas,

Dermochelys coriacea e Lepidochelys olivacea

Localidade mais próxima

Picão, a 3 km

Praia Uba

Localização

N1 40 28.0 E7 27 31.3

Extensão aproximada

50 m

Espécie(s) de tartarugas a desovar

Eretmochelys imbricata

Localidade mais próxima

Picão, a 3,5 km

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Praias Ribeira Izé e Micotó

Localização

N1 41 14.1 E7 23 46.6

Extensão aproximada

1.140 m (Ribeira Izé: 640 m + Micotó: 500 m)

Espécie(s) de tartarugas a desovar

Eretmochelys imbricata (principal), Chelonia mydas e

Dermochelys coriacea

Localidade mais próxima

Aeroporto, a 3,5 km; Roça da Sundi, a 2 km

Ponta Marmita

Localização

N1 40 58.3 E7 22 20.3

Extensão aproximada

50 m

Espécie(s) de tartarugas a desovar

Eretmochelys imbricata

Localidade mais próxima

Roça da Sundi, a 2,2 km

Praia Grande do Infante

Localização

N1 33 20.8 E7 25 11.3

Extensão aproximada

1.400 m

Espécie(s) de tartarugas a desovar

Chelonia mydas (principal), Eretmochelys imbricata e

Dermochelys coriacea

Localidade mais próxima

Praia Seca, a 1,5 km

4 ESPÉCIES DE TARTARUGA NA ILHA DO PRÍNCIPE

A ilha do Príncipe tem quatro espécies de tartarugas marinhas a nidificar nas suas praias. Chelonia mydas, tartaruga verde (“mão branca” ou “ambô” na designação local), Dermochelys coriacea, tartaruga de couro (“ambulância” ou “Fernando Pó” na designação local), Eretmochelys imbricata, tartaruga de pente (“sada” ou “de caco” na designação local) e Lepidochelys olivacea, tartaruga oliva (ou “tatô” na designação local).

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Projeto de Conservação de Tartarugas Marinhas da Ilha do Príncipe - RELATÓRIO NÃO TÉCNICO 2012/13

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4.1 Descrição sumária das principais espécies de tartarugas marinhas que ocorrem na ilha do Príncipe

Tartaruga de Pente, Sada ou de Caco

Eretmochelys imbricata

Praias com atividades

Todas as praias da ilha com alguma incidência registada em 2012/13 nas

praias da Ribeira Izé e Micotó

Estado de conservação

Em perigo crítico de extinção (Lista Vermelha da IUCN1). O stock do Atlântico

Oriental desta espécie é considerado uma unidade de gestão independente

(Wallace et al., 2010), sendo a população de São Tomé e Príncipe uma das 10

populações de tartarugas marinhas mais ameaçadas do mundo (Wallace et al.,

2011).

População mundial estimada

Cerca de 8.000 fêmeas reprodutoras

Tartaruga Verde, Mão Branca ou Ambô

Chelonia mydas

Praias onde nidifica

Praia Grande, Grande do Infante, Seca, Rio São Tomé, Boi, Ribeira Izé e Micotó

Estado de conservação

Em perigo de extinção (Lista Vermelha da IUCN)

População mundial estimada

200.000 fêmeas reprodutoras

Tartaruga de Couro, Ambulância ou Fernando Pó

Dermochelys coriacea

Praias onde nidifica

Praia Grande, Grande do Infante, Boi, Macaco, BBIR e Ribeira Izé

Estado de conservação

Em perigo crítico de extinção (Lista Vermelha da IUCN)

População mundial estimada

34.500 fêmeas reprodutoras

5 ATIVIDADES REALIZADAS E RESULTADOS

5.1 Cronograma de Atividades

A monitorização das praias de nidificação de tartarugas marinhas teve início a 20 de agosto de 2012 e terminou a 28 de fevereiro de 2013 (Quadro 5.1). É de referir que este período assegurou o levantamento de dados nos meses de maior atividade de nidificação, e permitiu abranger as datas de início e de final dos trabalhos de monitorização levados a cabo em anos anteriores, garantindo assim uma base de comparação com o histórico existente. Outras atividades, como as de

1 A Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) das espécies ameaçadas, também conhecida como Lista Vermelha da IUCN ou, em inglês, IUCN Red List ou Red Data List, foi criada em 1963 e constitui um dos inventários mais detalhados do mundo sobre o estado de conservação mundial de várias espécies de plantas, animais, fungos e protistas.

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sensibilização, foram programadas pontualmente (com uma ou duas semanas de antecedência), de acordo com a disponibilidade da coordenadora e/ou professores (Quadro 5.13).

Quadro 5.1 – Cronograma de atividades do Projeto de Conservação de Tartarugas Marinhas da Ilha do Príncipe na temporada 2012/13.

Atividades realizadas JUN

JUL

AG

O

SET

OU

T

NO

V

DEZ

JAN

FEV

MA

R

AB

R

MA

I

JUN

Preparação da temporada (Lisboa, Portugal)

x x

Monitorização das praias x x x x x x x x x

Fiscalização marinha x x x x x x x x x x x x

Limpeza das praias e manutenção de trilhos

x x x x x x

Formação de guardas x x x x x x

Sensibilização nas comunidades x x x x x x

Sensibilização nas escolas x x

Processamento, análise de dados e elaboração do relatório (Portugal)

x x x x

5.2 Monitorização da Nidificação nas Praias

Objetivo Específico:

Levantamento das praias de nidificação perto ou dentro das zonas de concessão da HBD, e sua monitorização para determinar a distribuição e abundância de ninhos e fêmeas nidificantes.

5.2.1 Coordenação das atividades de monitorização

A presença de equipas de guardas nas praias permitiu não só a proteção eficaz das fêmeas nidificantes durante o período de desova, mas também o levantamento de dados biológicos (biometria e análise da condição física das fêmeas, número de ovos por ninho, taxas de eclosão, etc.) e ecológico-comportamentais (seleção do local de desova, horários de emergência na praia, etc.) de tartarugas encontradas e o seguimento de ninhos (ver 5.2.2.1).

O plano de monitorização definido para a temporada de 2012/13 na ilha do Príncipe encontra-se resumido no Quadro 5.2.

A monitorização da nidificação foi efetuada através de duas atividades principais - patrulhas noturnas e os censos diurnos, realizados de modo individual ou complementares -, tal como segue:

Patrulhas Noturnas: organizadas entre as 18:00h e as 06:00h do dia seguinte, com uma duração mínima de 6 horas, dependendo da atividade observada. Permitiram o encontro de fêmeas nidificantes e por consequente o registo de dados relativos à sua biometria, condição física, escolha de local e horário para nidificação, bem como a sua identificação através da marcação externa (anilhas).

Censos Diurnos: organizados durante o dia, sempre que possível com início nas primeiras horas do dia. Permitiram o registo completo de atividades de nidificação nas praias, comprovação dos dados levantados pelos guardas, e investigação de qualquer atividade suspeita (roubo de ninhos, matança de fêmeas). Durante estes censos foi realizada também a localização dos ninhos (por estacas e/ou GPS) e seguimento destes, para estudo das taxas de eclosão em algumas praias.

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Quadro 5.2 – Caracterização da monitorização realizada em cada praia de estudo em 2012/13.

Praia Período Tipo Periodicidade

Praia Grande

20/08/12 a 15/02/13 Patrulhas Noturnas

Diária (18h – 05h)

01/11/12 a 31/03/13 Censos Diurnos

Mínimo cada 3 dias

Praia Boi (HBD)

01/10/12 a 31/01/13 Patrulhas Noturnas

Diária (20h - 01h)

01/11/12 a 31/03/13 Censos Diurnos

Mínimo cada 3 dias

Praias Macaco e Uba (HBD) 01/09/12 a 15/03/13 Censos Diurnos

Semanal

Praia do BBIR (HBD) 01/09/12 a 28/02/13 Censos Diurnos

Semanal Pontual

Praias da Ribeira Izé e Micotó (Sundi) 01/10/12 a 30/03/13

Censos Diurnos

Patrulhas Noturnas

Mínimo cada 3 dias Patrulhas noturnas

conforme a atividade registada

Praias Sundi (HBD), Margarida,

Ponta Marmita e Iola (Sundi) 01/10/12 a 31/01/13

Censos Diurnos

Patrulhas Noturnas

Mínimo cada 3 dias Patrulhas noturnas regulares

conforme a atividade registada

Praias Grande do Infante e Seca (Infante) 01/09/12 a 14/11/12 15/11/12 a 15/02/13

Censos Diurnos

Semanal Mínimo cada 2 dias

Prainha, Praia da Areia, Bumbo, Cemitério, Candeia e Rio São Tomé (Sul)

01/09/12 a 31/03/13 Censos Diurnos

Registo pontual

5.2.2 Recolha de dados biológicos e ecológicos

5.2.2.1 Tipo de dados obtidos

A presença nas praias à noite, e consequente encontro das fêmeas nidificantes, permitiu a recolha de uma série de dados biológicos e comportamentais, enquanto os censos diurnos foram utilizados principalmente para levantamento de dados ecológicos:

Biológicos: biometria, condição física, número de posturas e ovos por ninho, taxas de eclosão;

Ecológicos e Comportamentais: intervalos de renidificação2 e remigração

3; escolha do local de desova (quer da praia, quer

do local exato do ninho dentro desta; e horário para nidificação.

Foi também durante as patrulhas noturnas que foi realizada a identificação das fêmeas individuais através da marcação externa (anilhas). O programa de marcação foi essencial para recolha de dados como o número de fêmeas, e intervalos de renidificação e remigração (ver 5.2.3.4).

5.2.2.2 Protocolos de recolha de dados

Os protocolos de recolha de dados foram mantidos iguais aos utilizados em temporadas anteriores, de modo a permitir a medição de padrões sazonais na atividade de nidificação e comparações precisas entre as praias e entre anos. Os dados foram recolhidos pelos guardas, sob supervisão da coordenadora e após terem recebido formação adequada:

Marcação das Fêmeas: A identificação de fêmeas foi feita através da marcação individual com anilhas metálicas externas (tipo Inconel, série EEC001-EEC399, Universidade da Florida, E.U.A.), na 2ª ou entre a 2ª e 3ª escama marginal das barbatanas anteriores (ver 5.2.3.4 para resultados obtidos e lista de fêmeas identificadas).

Biometria e Condição Física das Fêmeas: A biometria das fêmeas (medidas curvas da carapaça, em centímetros) foi feita com fita métrica flexível de 1,5 m. Foram também feitas observações complementares da condição geral das tartarugas

2 Intervalo de Renidificação: Intervalo de dias entre nidificações sucessivas da mesma fêmea (normalmente 10-14 dias) 3 Intervalo de Remigração: Intervalo, em anos, entre temporadas de reprodução sucessivas (normalmente cada 2-3 anos)

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encontradas, nomeadamente o registo de feridas, cicatrizes e amputações. Em casos de inconsistência nos valores de biometria registados para uma mesma fêmea em momentos diferentes, estes dados foram registados mas não foram considerados para conclusões de análise.

Ninhos: Todos os ninhos registados nas praias referidas no Quadro 5.2 (exceto as das áreas Infante e Sul) foram georreferenciados com um GPS Garmin Etrex10. Na Praia Grande e na Praia Boi, os ninhos foram também marcados e identificados com uma estaca numerada de madeira, para facilitar o seu seguimento durante o período de incubação, a fim de se estudar as taxas de eclosão.

O processo de recolha de dados foi uniformizado para todas as praias de São Tomé e Príncipe, e regularmente monitorizada para assegurar uma recolha correta dos dados, seguindo as recomendações internacionais fornecidas por entidades como a SWOT, o Marine Turtle Specialist Group e a WIDECAST. Os dados foram inseridos numa base de dados nacional, e tratados e analisados com o programa Microsoft Excel.

A validação dos dados foi efetuada por observações diretas dos ninhos durante os censos diurnos semanais realizados pela coordenadora (exceto Praia Grande do Infante, que foi efetuada pelo guarda Nuno Couto), além da verificação regular dos cadernos de registos entregues a cada equipa de guardas. Pontualmente, e sempre que possível, a coordenadora acompanhou as equipas no trabalho noturno.

5.2.3 Principais resultados obtidos

5.2.3.1 Monitorização geral da nidificação

Durante a temporada de 2012/13, foram feitos 811 registos de atividades de nidificação de quatro espécies distintas, dos quais 535 correspondem a posturas (Quadro 5.3).

Quadro 5.3 – Resumo dos registos de atividades de nidificação das diferentes espécies na ilha do Príncipe, durante a temporada 2012/13.

Espécie Ninhos Rastos Total

Atividades

Chelonia mydas 377 214 591

Eretmochelys imbricata 125 55 180

Dermochelys coriacea 32 7 39

Lepidochelys olivacea 1 0 1

TOTAL 535 276 811

Os dados registados indicam que, para C. mydas, as duas principais praias de nidificação foram a Praia Grande e a Praia Grande do Infante, onde se registou 86,1% dos ninhos desta espécie. A maior parte das atividades de E. imbricata e D. coriacea (55,6% e 78,1% respetivamente) foi registada nas praias nas quais foi assegurada monitorização regular através de patrulhas noturnas, um resultado que demonstra que as áreas de monitorização e proteção foram bem escolhidas e representativas da nidificação e ocorrência das diferentes espécies. O resumo dos registos para a ilha do Príncipe consta da Figura 5.1 e 5.2.

Com base nos registos efetuados durante as patrulhas noturnas, verificou-se que a maior parte da atividade de nidificação, independentemente da espécie, foi registada nas primeiras horas da noite, com um pico de atividade entre as 19h e as 23h. É de salientar que, por diversas vezes, tartarugas da espécie E. imbricata foram observadas a desovar nas praias durante o período diurno, enquanto as outras espécies foram registadas exclusivamente durante a noite, ou excecionalmente, de madrugada (Figura 5.3).

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Projeto de Conservação de Tartarugas Marinhas da Ilha do Príncipe - RELATÓRIO NÃO TÉCNICO 2012/13

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Figura 5.1 – Distribuição da nidificação por espécie (CM: Chelonia mydas, EI: Eretmochelys imbricata, DC: Dermochelys coriacea) e por área de proteção, registada durante a temporada 2012/13 na ilha do Príncipe.

Figura 5.2 – Distribuição quinzenal da nidificação ao longo da temporada para todas as espécies, durante a temporada 2012/13 na ilha do Príncipe.

Figura 5.3 – Distribuição temporal dos registos efetuados durante as patrulhas noturnas (18h – 05h) na Praia Grande (todas as espécies) durante a temporada 2012/13 na ilha do Príncipe.

0

50

100

150

200

250

300

INFANTE PRAIA GRANDE

NORTE SUNDI SUL

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Área de protecção

DC

EI

CM

0

50

100

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200

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Actividades

Ninhos

0

5

10

15

20

25

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35

40

18h 19h 20h 21h 22h 23h 24h 01h 02h 03h 04h 05h

me

ro d

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sto

s

Hora do Registo

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5.2.3.2 Monitorização da nidificação por praias

A. Praia Grande

A Praia Grande é uma das principais praias de desova da espécie C. mydas na ilha do Príncipe. Esta praia tem sido monitorizada regularmente durante os últimos 3 anos, sendo considerada a "praia índice" da ilha, onde se focaram os principais esforços de monitorização durante a temporada 2012/13. O resumo dos registos desta praia encontra-se no Quadro 5.4.

B. Praias da zona Norte (para desenvolvimento turístico)

As praias Macaco, Boi, Uba e Sundi, todas sob concessão do grupo HBD, serão no futuro alvo de diferentes tipos de desenvolvimento para atividades turísticas, enquanto as praias do BBIR já sofreram alterações, e por essa razão devem ser monitorizadas regularmente.

Apesar de os dados levantados pela ATM em 2012/13 indicarem que estas são praias de baixa densidade de ninhos (apenas 5% do total registado em toda a ilha, ver Figura 5.4), devem referir-se alguns resultados de particular interesse: nas praias Macaco, Boi e Uba registou-se uma afluência relativamente elevada de tartarugas da espécie E. imbricata e de D. coriacea (14.4% e 34.5% dos ninhos destas espécies foi registado nestas praias, respetivamente – ver Figura 5.5). Ainda que estes dados sejam apenas relativos a uma temporada, não devendo portanto ser considerados representativos, indicam que estas praias são importantes para a desova destas duas espécies, devendo por isso ser monitorizadas e geridas com particular atenção, de forma a minimizar as alterações físicas previstas na área de desova, bem como o distúrbio causado às fêmeas e ninhos durante o período de nidificação.

C. Praias da zona da Sundi

As praias da zona da Sundi, nomeadamente as praias Ribeira Izé, Micotó, Margarida e Ponta Marmita, foram confirmadas como uma das principais zonas de nidificação para a espécie E. imbricata, e, como tal, de importância regional na conservação desta espécie. Para o conjunto destas praias foi registado um total de 41 ninhos, ou seja, 34% de toda a atividade registada na ilha para esta espécie. A maioria dos registos foi feita nas praias da Ribeira Izé e Micotó, onde ninhos de outras espécies foram igualmente registados, mas em menores números

Nestas praias foram frequentes os encontros com pessoas presentes na praia para colher ovos, ou capturar fêmeas, e algumas denúncias foram feitas. O acesso relativamente fácil a estas praias pela estrada da Azeitona/aeroporto, e Sundi, além da passagem frequente de gado bovino na zona do areal foram as principais ameaças identificadas, e requerem atenção.

D. Praia Grande do Infante e Praia Seca

A monitorização nestas praias foi realizada com uma supervisão limitada, e portanto os dados devem ser avaliados com cuidado. Apesar dessa limitação, os números obtidos sugerem que a Praia Grande do Infante pode ser a praia de maior importância para a desova da espécie Chelonia mydas na ilha do Príncipe, algo já sugerido em estudos anteriores (Ferreira et al., 2012). Nestas praias, foram apenas obtidos o número de ninhos de cada espécie, uma vez que foi identificado um erro na contagem dos rastos (sem ninho).

E. Praias da zona Sul

A monitorização nestas praias foi realizada exclusivamente pelos guardas marinhos, e esporadicamente, durante as atividades de fiscalização no mar. Os resultados indicam que as pequenas praias localizadas na zona Sul da ilha são importantes para a nidificação da tartaruga E. imbricata. Estes dados não foram confirmados pela coordenadora, e portanto devem ser avaliados com cuidado.

Quadro 5.4 – Resumo dos registos de atividades de nidificação das diferentes espécies nas praias do Príncipe, durante a temporada 2012/13.

Praia Espécie Ninhos Rastos Total Atividades

PRAIA GRANDE

Chelonia mydas 73 60 133

Eretmochelys imbricata 9 3 12

Dermochelys coriacea 7 4 11

TOTAL 89 67 156

MACACO

Chelonia mydas 0 3 3

Eretmochelys imbricata 6 9 15

Dermochelys coriacea 1 1 2

Chelonia mydas 7 15 22

Eretmochelys imbricata 7 7 14

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13/26

Dermochelys coriacea 8 2 10

TOTAL 22 24 46

RIBEIRA IZE E MICOTO

Chelonia mydas 8 4 12

Eretmochelys imbricata 31 30 61

Dermochelys coriacea 4 1 5

TOTAL 43 35 78

MARGARIDA E PONTA MARMITA

Chelonia mydas 0 3 3

Eretmochelys imbricata 7 10 17

Dermochelys coriacea 1 1 2

TOTAL 8 14 22

IOLA

Chelonia mydas 0 1 1

Eretmochelys imbricata 4 3 7

Dermochelys coriacea 0 0 0

TOTAL 4 4 8

PRAIA GRANDE DO INFANTE

Chelonia mydas 196 N/D

Eretmochelys imbricata 36 N/D

Dermochelys coriacea 1 N/D

TOTAL 233 N/D

PRAIA SECA

Chelonia mydas 24 N/D

Eretmochelys imbricata 13 N/D

Dermochelys coriacea 1 N/D

TOTAL 38 N/D

PRAIAS ZONA SUL (AREIA, CEMITÉRIO, BUMBO, CANDEIA)

Chelonia mydas 24 4 28

Eretmochelys imbricata 8 5 13

Dermochelys coriacea 0 2 2

TOTAL 32 11 43

RIO S. TOMÉ

Chelonia mydas 45 N/D 45

Dermochelys coriacea 6 0 6

TOTAL 51 0 51

BBIR

Chelonia mydas 0 1 1

Eretmochelys imbricata 2 2 4

Dermochelys coriacea 3 1 4

5.2.3.3 Monitorização da nidificação por espécies

Tartaruga Mão Branca (C. mydas) A tartaruga Mão Branca (Chelonia mydas) foi a espécie registada em maior número na ilha do Príncipe (591 registos), tendo sido contabilizados 377 ninhos na temporada de 2012/13 (Quadro 5.3). As principais

praias de nidificação para esta espécie foram identificadas como a Praia Grande (73 ninhos), e as praias na área do Infante, das quais se destacam a Praia Grande do Infante (196 ninhos), e o Rio São Tomé (45 ninhos) (Figura 5.4).

Figura 5.4 – Distribuição dos ninhos da espécie C. mydas pelas diferentes áreas da ilha do Príncipe, durante a

temporada 2012/13.

20%2%

2%

58%

18%

Chelonia mydas

Praia Grande

Sundi

Norte

Infante

Sul

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Tartaruga Sada (E. imbricata) Foram feitos 180 registos de atividades de nidificação da tartaruga Sada (Eretmochelys imbricata), dos quais 125 ninhos, na temporada de 2012/13 (Quadro 5.3). Esta espécie foi registada praticamente em todas as praias da ilha, com principal incidência na zona norte, no complexo de praias adjacentes à comunidade costeira da Sundi (Figura 5.5).

Figura 5.5 – Distribuição dos ninhos da espécie Eretmochelys imbricata pelas diferentes áreas da ilha do Príncipe, durante a temporada 2012/13.

Tartaruga Ambulância (D. coriacea) Foram feitos apenas 39 registos de atividades de nidificação para a tartaruga Ambulância (Dermochelys coriacea), dos quais 32 foram registos de ninhos (Quadro 5.3). Não foi encontrado nenhum padrão de dispersão da atividade nas praias da ilha (Figura 5.6).

Figura 5.6 – Distribuição dos ninhos da espécie Dermochelys coriacea pelas diferentes áreas da ilha do Príncipe, durante a temporada 2012/13.

Tartaruga Tatô (L. olivacea) Foi registado apenas um ninho desta espécie, na Praia Macaco. O ninho foi apenas confirmado após a eclosão do mesmo, e observação das crias para identificação da espécie. Sendo o rasto da tartaruga Tatô (L. olivacea) e da tartaruga Sada (E. imbricata) parecidos e fáceis de confundir por pessoas inexperientes, alerta-se para a possibilidade de esta espécie nidificar no Príncipe, mas estar a ser registada como tartaruga Sada (nos casos em que o animal não é observado durante a postura).

5.2.3.4 Monitorização dos ninhos

Tartaruga Mão Branca Na Praia Grande a maioria dos ninhos foram "marcados" com estacas para permitir o seu acompanhamento durante a incubação. Dos 73 ninhos inicialmente registados nesta praia, foi confirmada a eclosão de 30 (41,1%), sendo que 16 foram destruídos (21,9%) e de 27 se perdeu a localização, quer por remoção ou perda das estacas, o que não permitiu encontrar o ninho para a sua monitorização (Figura 5.7).

7%

34%

15%

39%

5%

Eretmochelys imbricata

Praia Grande

Sundi

HBD

Infante

Sul

28%

12%

38%

3%

19%

Dermochelys coriacea

Praia Grande

Sundi

Norte

Infante

Sul

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Figura 5.7 – Registo do destino dos ninhos da espécie Chelonia mydas na Praia Grande.

O total de ninhos de C. mydas onde foram registadas eclosões foram analisados após a eclosão dos mesmos, para estimativa da taxa de eclosão (percentagem de ovos eclodidos num ninho relativamente ao número total de ovos desse ninho). Destes ninhos, com um número médio de 106 ovos cada um, eclodiram 2 599 crias, obtendo-se uma taxa de eclosão média de 84,5%.

Para toda a ilha, e com base na estatística obtida, estima-se que dos 73 ninhos registados possam ter eclodido mais de 30.700 crias desta espécie, estimado utilizando um valor de referência de perda de ninhos de 21,9%, e assumindo os valores da Praia Grande como representativos da ilha.

Tartaruga Sada Dos 125 ninhos encontrados de E. imbricata, foram analisados 7 de várias praias, tendo-se obtido uma taxa de eclosão média de 77,4%, com cada ninho tendo em média 128 ovos. Com base nestes valores, considerando o número total de ninhos registados para esta espécie (125) e assumindo uma perda de ninhos nula, estima-se que possam ter eclodido mais de 12 300 crias de E. imbricata na ilha do Príncipe durante a temporada 2012/13.

5.2.3.5 Programa de Marcação

A marcação de tartarugas com anilhas para identificação de fêmeas individuais foi realizada nas Praias Grande, Boi e Ribeira Izé, tendo sido identificados um total de 61 indivíduos pertencentes a três espécies distintas (Quadro 5.5).

Quadro 5.5 – Número de fêmeas individuais identificadas como resultado do programa de marcação realizado nas Praias Grande, Boi e Ribeira Izé durante a temporada 2012/13.

ESPÉCIE

PRAIA

Chelonia mydas Eretmochelys

imbricata Dermochelys coriacea N.º e %

Praia Grande 29 5 4 38 (62.2%)

Praia Boi 4 4 4 12 (19.6%)

Praia Ribeira Izé 2 8 1 11 (18%)

A lista completa das fêmeas identificadas e das respetivas marcas colocadas encontra-se nos quadros I.I, II.I e III.I do Anexo I do presente documento.

5.3 Atividades de Proteção e Fiscalização

Objetivo Específico:

Avaliar as ameaças antropogénicas reais e potenciais nos habitats críticos à sobrevivência das tartarugas marinhas para permitir o desenvolvimento de planos de gestão específicos a cada área, a delimitação de áreas protegidas, e a identificação de zonas onde a restrição da iluminação em frente à praia e outras ameaças pode ser necessária.

41,1%

21,9%

37,0%

Chelonia mydas

Ninhos eclodidos

Ninhos destruídos

Ninhos sem localização

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5.3.1 Coordenação das atividades de proteção

As atividades de proteção consistiram principalmente em patrulhas noturnas e diurnas nas praias de nidificação da ilha, realizadas pelos guardas terrestres (ver Quadro 5.2) e fiscalização da área marinha, realizada pelos guardas marinhos. Ambas atividades, principalmente as realizadas no mar pelos guardas marinhos, foram coordenadas em colaboração com a Direção do Parque Natural do Príncipe. No mar, estas atividades consistiram em fazer uma fiscalização diária (sempre que as condições do mar permitiram) da zona costeira, sendo que três zonas de trabalho foram definidas: Norte (da Ponta Marmita até à Praia das Burras), Nordeste e Este (da Praia Macaco até à Praia Grande) e Sul (de Santo António até ao Rio S. Tomé).

5.3.2 Atividades realizadas

A principal tarefa dos guardas, no âmbito do programa de proteção, foi de monitorizar quaisquer atividades suspeitas de captura de tartarugas marinhas nas praias de desova e no mar, fiscalizar e revistar barcos de pesca suspeitos na área e seguir possíveis pistas ou informação obtida através de conversas diárias com pescadores, bem como observações diretas de captura de tartarugas e coleta de ovos. Todos os casos confirmados de captura de tartarugas ou destruição dos ninhos foram denunciados às autoridades, através do Parque Natural do Príncipe. No caso de situações de presença de caçadores ou atividades suspeita nas praias ou no mar, os guardas receberam instruções de fazer sensibilização e tentar recolher informação, assumindo sempre uma atitude não agressiva, a fim de evitar quaisquer confrontos.

As investigações realizadas pelos guardas apontam zonas de maior captura, assim como as comunidades onde se consome carne de tartaruga. Os resultados indicam que a situação é particularmente crítica na Praia das Burras, Seca, Macaco e Ribeira Izé, onde se pensa que as capturas foram regulares, uma vez que se observaram diversos indícios de captura: restos de carapaça de tartaruga encontrados debaixo de água e cascas de ovos na praia. No caso da Praia Seca e Ribeira Izé foram entregues denúncias as autoridades competentes. Nos restantes casos, ainda que identificados os infratores, a falta de provas concretas impossibilitou as ações de denúncia.

Algumas das intervenções realizadas pelos guardas estão resumidas no Quadro 5.6.

Quadro 5.6 – Resumo das principais intervenções de proteção e intervenção em situações suspeitas, realizadas pelos guardas durante a temporada 2012/13.

Data Local de

Intervenção Tipo de Intervenção

17/09/12 Ribeira Izé Libertação – Tartaruga Mão Branca (C. mydas) capturada por pescadores encontrada escondida nas rochas entre BBIR e Ribeira Izé, e libertada viva pelo guarda Elísio Trulha.

22/09/12 Ribeira Izé Libertação – Tentativa de Captura de tartaruga Mão Branca (C. mydas) fêmea, que tentava desovar. Intervenção do guarda Elísio Trulha, com subsequente libertação da tartaruga (viva).

29/09/12 Ribeira Izé

Libertação – Avistamento com potencial tentativa de Captura de tartaruga Sada (E. imbricata) fêmea, que tentava desovar na praia. Intervenção do guarda Elísio Trulha, com subsequente libertação da tartaruga (viva). A tartaruga já se encontrava marcada, e o número de marca foi registado.

02/11/12 Santo António

Denúncia – Confirmada comercialização de carne de tartaruga Mão Branca (C. mydas) preparada em prato típico (Calulú) numa cantina local. Visita da condenadora e guarda Hélder Vaz Pereira (Dedé) para sensibilização dos proprietários, e denúncia junto das autoridades ambientais da situação.

03/12/12 Zona Sul Investigação – Casco de tartaruga Verde (C. mydas) encontrado no fundo do mar na Prainha. Não foram encontradas evidências ou provas de quem havia feito a captura.

13/12/12 Zona Sul Investigação – Plastrão de tartaruga Mão Branca (C. mydas) encontrado no fundo do mar no Portinho. Não foram encontradas evidências ou provas de quem havia feito a captura.

21/01/13 Praia Seca Investigação – Quatro tartarugas Mão Branca (C. mydas) capturadas e mortas, caso investigado pelo guarda da CTM, Santinho. Não foram encontradas evidências ou provas de quem havia feito a captura.

26/01/13 Praia

Cemitério Libertação – Guardas marinhos informados de uma tartaruga Mão Branca (C. mydas) presa em redes. A tartaruga foi resgatada e libertada pelo guarda Nuno Couto.

5.4 Integração Comunitária e Ecoturismo

Objetivo Específico:

Definir a base para a integração de projetos de conservação de tartarugas marinhas na ilha em planos de ecoturismo futuro e desenvolvimento comunitário.

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5.4.1 Centro de visitas da Praia Grande

Em colaboração com a administração do Parque Natural do Príncipe e a equipa da HBD, a equipa da ATM propôs-se a concluir os planos iniciais, desenvolvidos pela ONG Marapa em 2005, para o "Centro de Visitantes da Praia Grande", na Praia Grande (Fig.5.8) . Este projeto visou a recuperação da "Casa da Praia Grande" de forma a recuperar a ideia inicial subjacente à sua construção, ou seja, de ter uma infraestrutura para receber visitantes locais e estrangeiros, que poderá servir como área de exposição permanente (posters informativos, material didático, etc.), e de apoio a guardas, investigadores e/ou convidados (até 4 pessoas), que tenham de pernoitar na praia. É de notar que se dará prioridade às atividades relacionadas com a proteção de tartarugas marinhas durante a época de nidificação e eclosão. O projeto de uso do Centro de Visitantes da Praia Grande, está a ser realizado pela ATM em conjunto com o staff do BBIR e a equipa da HBD, que não só apoiou financeiramente, mas também forneceu móveis para a casa e deu apoio logístico

Figura 5.8 – Situação atual da Casa da Praia Grande, que funcionará futuramente como Centro de Visitantes.

5.5 Sensibilização das Comunidades Locais

Objetivo Específico:

Promover e facilitar a participação local nas ações de conservação e aumentar a consciência sobre o estado de conservação das tartarugas marinhas e a sua importância ecológica, social e económica.

Várias atividades de sensibilização para a necessidade de conservação das tartarugas marinhas foram realizadas durante a temporada de 2012/13, variando em tema, público-alvo e tipo de intervenção. As atividades organizadas visaram principalmente dois grupos: pescadores e crianças, e os principais temas abordados foram a ecologia das tartarugas marinhas, a sua importância ecológica e as principais ameaças à sua sobrevivência.

As principais atividades realizadas estão resumidas no Quadro 5.7.

Quadro 5.7 – Principais atividades de sensibilização realizadas durante a temporada 2012/13 na ilha do Príncipe.

Data Local e Tipo de Intervenção Público-alvo Audiência (aprox.)

01/09/12 02/09/12

Comunidade Praia da Palha – Atividade de Sensibilização (reunião) realizada durante saída para a pesca, no mar

Pescadores Submarinos

6

04/09/12 11/09/12

Comunidade Praia Seca – Atividade de Sensibilização (reunião) realizada na praia

Comunidade/ Pescadores

6

06/10/12

Sundi (roça e praia) - Projeção de Vídeo, Palestra e Discussão Praia Sundi - Atividade de Sensibilização (reunião) realizada na praia (participação e intervenção do Deputado Regional da ilha do Príncipe)

Comunidade Pescadores

60 30

16/11/12 Escola da Sundi - Palestra, projeção de vídeo e teatro (atividade reportada e transmitida pela TVS)

Crianças 125

24/11/12 Comunidade Ponta do Sol - Atividade de Sensibilização (reunião) realizada na comunidade (participação e intervenção do Presidente do Governo Regional do Príncipe,

Comunidade 20

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Eng. Tozé Cassandra)

26/01/13

Comunidade Praia das Burras - Atividade de Sensibilização (reunião) realizada na comunidade (Participação e intervenção Sr. Presidente do Governo Regional, Tozé Cassandra; Eng. Arlindo de Carvalho e Dr. Vítor Bonfim, da Direcção Geral do Ambiente (Reportagem transmitida pela TVS)).

Comunidade/ Pescadores

50

03/02/13 Praia Grande - Atividade de Sensibilização (reunião) realizada na praia com os visitantes

Adultos /Crianças 100

21/02/13

Escola Paula Lavre (Santo António) - Palestra e projeção de vídeos (atividade reportada e transmitida pela TVS e RTP Internacional)

Crianças 350

21/02/13 22/02/13

Jardim de Infância de Santo António - Palestra e projeção de vídeos

Crianças 150

24/02/13 Praia da Sundi - Jogos na praia Crianças 50

Figura 5.9 – Ação de sensibilização realizada na comunidade da Sundi.

Figura 5.10 – Encontro com a comunidade da Praia Burra, com a presença do Presidente do Governo Regional do Príncipe, Eng. Tozé Cassandra, do Diretor Geral do Ambiente, Eng. Arlindo de Carvalho, e do Diretor do Serviço de Conservação da Natureza e Saneamento do

Meio Ambiente, Dr. Victor Bonfim.

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Figura 5.11 – Campanhas de sensibilização nas diferentes escolas da ilha.

5.6 Formação Técnica e Apoio Científico

Objetivo Específico:

Fortalecer os programas de monitorização em curso e previstas, para promover o apoio a iniciativas de conservação, e auxiliar os órgãos competentes na aplicação da legislação de proteção.

5.6.1 Parcerias e contactos institucionais

Parque Natural Príncipe (PNP) A ATM e o PNP estabeleceram desde o início uma estreita colaboração no desenvolvimento de ações conjuntas nos domínios das atividades a que se dedicaram, sempre com o intuito e no âmbito da conservação da biodiversidade da Ilha do Príncipe.

ONG Marapa A ONG Marapa e a ATM assinaram um memorando de entendimento para apoio à coordenação e supervisão científica do trabalho realizado pela ONG Marapa na ilha de São Tomé. A ATM apoiou também técnica e institucionalmente a ONG Marapa e outros atores relevantes para a revisão da Lei Nacional para a proteção das tartarugas marinhas em São Tomé e Príncipe.

Figura 5.12 – Coordenadora da ATM com técnico da ONG Marapa responsável pelos trabalhos de conservação de tartarugas marinhas em São Tomé, Sr. Elísio Neto, e o Presidente da ONG Marapa, Dr. Jorge Rio Carvalho.

Comissão Tartarugas Marinhas (CTM) ATM contou com o apoio de dois membros da CTM para os trabalhos realizados nas Praias Grande do Infante, Seca, Iola, Marmita e Margarida, que, após formação específica, receberam um salário mensal durante a temporada de nidificação, bem como equipamento de patrulha (incluindo gasolina para uso de embarcação).

Por outro lado, foram realizadas várias reuniões decisivas entre a ATM, o Diretor do PNP e a CTM com o intuito de apoiar a reestruturação da CTM como ONG. A ATM participou, a pedido da CTM, na revisão de novos estatutos e elaboração de um novo regulamento interno (Fig. 13).

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Figura 5.13 – Assembleia geral da CTM, organizada com o apoio da ATM e PNP, que resultou na eleição de um novo presidente e órgãos sociais.

5.6.2 Estandardização de protocolos de monitorização

Uma das principais preocupações iniciais da ATM foi a falta de estandardização dos protocolos de trabalho adotados entre as duas ilhas e a inconsistência na recolha de dados nas praias de desova. Embora tenha havido alguma padronização de protocolos de monitorização de nidificação de praias, não existem padrões globais oficialmente aprovados. O resultado é que diferentes projetos acabam por relatar diferentes tipos de dados e utilizam diferentes metodologias de recolha de dados, o que torna os resultados em grande parte incompatíveis.

Nesse sentido, a ATM e a ONG Marapa estabeleceram uma parceria para implementar as diretrizes sugeridas pelo Grupo SWOT (State of the World’s Sea Turtles), a fim de melhorar os protocolos de monitorização existentes e a eficácia da documentação das atividades de desova nas praias de São Tomé e Príncipe.

5.6.3 Ações de formação realizadas

A formação teórica dos guardas da ATM (12) e os membros da CTM (4) dada pela coordenadora da ATM, sobre a biologia e conservação das tartarugas marinhas de São Tomé e Príncipe, teve lugar na sede da Escola Missionária Nossa Senhora da Conceição, nos dias 7, 8 e 9 de agosto de 2012. A formação prática dos guardas em técnicas de monitorização de praia e gestão de ninhos teve lugar na Praia Grande, a 12 de agosto. Um total de 15 guardas locais foram totalmente treinados em pesquisa de tartarugas marinhas e técnicas de monitorização (Quadro 5.8). Nos dias 25 e 27 de julho, o mesmo curso havia já sido dado na ilha de São Tomé, para os 13 guardas terrestres desta ilha, através da parceria com a ONG Marapa (Fig. 5.14). Foram também formados trabalhadores do BBIR em questões relacionadas com a conservação das tartarugas marinhas da ilha do Príncipe, durante um pequeno curso inserido num programa intensivo de formação do quadro do BBIR na temática da conservação da biodiversidade e promoção da sustentabilidade que esta entidade promove, um passo importante na obtenção da Certificação de Sustentabilidade que este resort procura obter (Fig. 5.15).

Figura 5.14 – Participantes nos cursos de formação realizados pela ATM: a) na ilha do Príncipe, e b) na ilha de São Tomé.

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Projeto de Conservação de Tartarugas Marinhas da Ilha do Príncipe - RELATÓRIO NÃO TÉCNICO 2012/13

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Figura 5.15 – Participantes no curso de formação realizado no BBIR pela ATM.

Quadro 5.8 – Programa e horário do curso de formação “biologia e conservação das tartarugas marinhas de São Tomé e Príncipe” levada a cabo pela ATM nas duas ilhas, durante a temporada 2012/13.

TARTARUGAS MARINHAS EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

DIA 1

Biologia de Tartarugas Marinhas 08h00-09h30 TEÓRICO

Ecologia em Áreas de Alimentação 09h30-10h40 TEÓRICO

Ameaças e Conservação 11h00-12h00 TEÓRICO

TÉCNICAS DE MONITORIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO I

DIA 2

Monitorização de Praias de Desova 08h00-09h00 TEÓRICO

Identificação de Espécies 09h00-10h00 TEÓRICO/PRÁCTICO

Identificação de Rastos 10h20-12h00 TEÓRICO/PRÁCTICO

TÉCNICAS DE MONITORIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO II

DIA 3

Gestão de Ninhos e Centros de Incubação 08h00-09h00 TEÓRICO/PRÁCTICO

Marcação e Biometria 09h00-10h00 TEÓRICO/PRÁCTICO

Ecoturismo em Praias de Desova 10h20-11h00 TEÓRICO

Sessão de Esclarecimento e Distribuição de Equipas para as patrulhas futuras

11h00-12h00 TEÓRICO

5.7 Divulgação do Projeto

São Tomé e Príncipe A Televisão Santomense (TVS) realizou quatro reportagens sobre o trabalho de conservação desenvolvido pela ATM (Fig.5.16), que incluíram entrevista à coordenadora e em alguns casos aos guardas, transmitindo as atividades realizadas na comunidade da Sundi (16/11/12), na Praia das Burras (26/01/13), na Escola Paula Lavre (21/02/13) e na Praia Grande (14/02/13) (visita independente de representantes da “Rede Biosfera” às Praias Boi e Grande, para filmagem de crias de tartarugas marinhas a eclodir, para promoção da ilha do Príncipe como Reserva da Biosfera). A Rádio Regional foi também uma grande aliada, passando uma entrevista à coordenadora (14/02/13) e uma press release sobre o encontro com a polícia a 05/11/12). Foi também mencionada a parceria entre a HBD e a ATM no jornal Tela Nón (04/09/12: "HBD – Vida Boa assinou acordo que permite reforço da proteção das tartarugas no Príncipe”), e a ONG Marapa (da ilha de São Tomé) divulgou amplamente a parceria com a ATM em todos os eventos em que participou em São Tomé, tendo inserido o logótipo da ATM em posters, placards e diversas publicações.

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Figura 5.16 – O guarda Hualton Carvalho é entrevistado na escola da Sundi pela Rádio Regional e a TVS em relação ao trabalho da ATM na ilha do Príncipe.

A ATM também participou em alguns eventos de projeção nacional, como o Seminário sobre “Alterações Climáticas e suas Repercussões Sócio-Ambientais” (20 e 24 de agosto de 2012, ilha de São Tomé), onde a coordenadora Joana Hancock fez uma apresentação oral sobre as “Adaptações e mudanças climáticas em zonas costeiras: as tartarugas marinhas como espécies". Esta apresentação feita a 22 de agosto foi posteriormente publicada no livro de atas do encontro (disponível no site: http://climatechangestp2012.weebly.com/livro-de-actas.html).

Internacional A divulgação do projeto foi também feita através do blogue da ATM (www.tartarugasmarinhas.pt/blog; 22 entradas – Quadro 5.9) e da página do Facebook (www.facebook.com/ATM.AssociacaoTartarugasMarinhas); no decorrer do projeto, foram registadas mais de 200.000 visitas ao website da ATM, e o Facebook contava, até finais do mês de março, já com 1.700 seguidores, estimando-se que as publicações tiveram aproximadamente entre 250 e 800 visualizações.

Quadro 5.9 – Algumas das principais entradas no blogue da ATM (www.tartarugasmarinhas.pt/blog) relacionadas com o Projeto de Conservação de Tartarugas Marinhas da ilha do Príncipe (inclui link).

13/08/2012 Curso de Formação

15/08/2012 Conheça a nossa equipa no Príncipe

20/08/2012 Início da temporada em São Tomé

06/10/2012 Visita à comunidade da Sundi

14/10/2012 Noite de Patrulha em São Tomé

05/10/2012 Encontro com a Polícia

11/10/2012 Primeiro ninho de tartaruga Sada confirmado no Príncipe

18/11/2012 Primeiras tartaruguinhas marcar o tardio arranque da temporada de desova no príncipe

21/11/2012 Tartaruga de couro confirmada na praia boi

16/11/2012 Surpresa da ATM na escola da Sundi no príncipe

26/01/2013 Presidente do governo regional do Príncipe com ATM na Praia Burra

10/02/2013 Chegámos às 1000 tartaruguinhas nascidas na praia grande

20/02/2013 Sessão de formação do staff do BBIR

20/02/2013 Sessão de formação do staff do Bom Bom Island Resort termina da melhor forma

21/02/2013 Campanha de sensibilização sobre tartarugas marinhas inicia nas escolas do Príncipe

6 RECOMENDAÇÕES FUTURAS

6.1 Ações de Proteção e Monitorização

6.1.1 Praias de desova

O trabalho de fiscalização e monitorização deve continuar, com a realização de patrulhas diurnas e/ou noturnas durante a temporada forte de reprodução (outubro a março) nas principais praias de desova, de forma a minimizar a captura de que muitas fêmeas são alvo quando sobem à praia e proteger os ninhos encontrados. Em paralelo, espera-se poder investir na formação específica das equipas de patrulha, para que os guardas possam recolher dados biológicos e ecológicos das tartarugas, bem como informação das características bióticas e abióticas das praias, fundamentais para diversos estudos científicos.

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Projeto de Conservação de Tartarugas Marinhas da Ilha do Príncipe - RELATÓRIO NÃO TÉCNICO 2012/13

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Zonas prioritárias: As praias onde a ATM recomenda incidir esforços adicionais de fiscalização e monitorização são as Praias Grande e Grande do Infante, praias da zona da Ribeira Izé e Sundi sendo estas as principais praias de desova de C. mydas e E. imbricata, respetivamente.

6.1.2 Área marinha

A captura ilegal de tartarugas marinhas nas águas da ilha do Príncipe continua a ser um problema frequente, sendo considerada atualmente a principal ameaça nesta ilha. A ATM propõe que sejam desenvolvidos trabalhos de proteção direta de tartarugas marinhas (juvenis, sub-adultos e adultos) no mar durante todo o ano, levados a cabo por guardas marinhos em embarcações próprias. No futuro, se vierem a ser desenvolvidas atividades turtle watching, muito importantes como forma de sensibilização, quer associada ao BBIR (ou outros resorts) quer associada ao PNP, essas atividades poderão vir a ser integradas no plano de monitorização/fiscalização marinha.

Zonas prioritárias: Adicionalmente à monitorização nas praias de nidificação, é importante que se desenvolvam também trabalhos de proteção no mar, através de uma fiscalização marinha eficiente, que abranja idealmente toda a costa da ilha. A Norte era importante garantir a proteção da zona compreendida entre a Praia Grande e a Ponta Marmita, com incidência na Praia Burra, e a sul da ilha seria importante estender as patrulhas à Praia Seca, Praia Abade/Nova Estrela.

6.1.3 Criação da base de dados nacional de conservação

Também é prioridade da ATM continuar com o trabalho iniciado na criação de uma base de dados científica nacional, e o estabelecimento de um protocolo de trabalho estandardizado em ambas as ilhas, uma ação essencial para garantir a adequada recolha e análise comparativa de dados no país.

6.1.4 Aprofundamento do conhecimento científico

Os trabalhos de conservação devem ser sempre acompanhados por um conhecimento científico sólido, que permita a adoção de escolhas criteriosas relativamente às prioridades dos temas a abordar, bem como às opções relativas às intervenções e metodologias a seguir. Além disso, só com uma monitorização cientificamente rigorosa é possível avaliar o sucesso e impacto das ações desenvolvidas, assim como identificar lacunas e corrigir práticas.

O conhecimento científico sobre as populações de tartarugas marinhas da ilha do Príncipe – nomeadamente as tartarugas C. mydas e E. imbricata – é ainda bastante escasso e fragmentado. Apesar dos vários trabalhos de pesquisa realizados no passado, a informação obtida e/ou publicada é grosseira e incompleta, nomeadamente no que toca à distribuição no espaço e no tempo das desovas, à importância real dos efetivos populacionais, e, entre outros, ao sucesso reprodutor das diferentes espécies. Além disso, não existem estimativas quantificadas sobre os diversos fatores de ameaça nesta região (predação natural e artificial, mortalidade associada à caça e à pesca, etc.), nem modelos que permitam prever a evolução futura das populações, por exemplo, em relação ao provável impacto das alterações climáticas.

Aproveitando todo o esforço de conservação que irá ser posto em prática, e a presença de equipas no terreno, bem como a organização logística associada ao projeto, a ATM acredita que esta é uma boa oportunidade para dar seguimento a alguns estudos já começados na ilha do Príncipe e iniciar um novo programa de carácter científico, mais abrangente e completo, a ser desenvolvido a longo prazo na região.

6.2 Ações de sensibilização e envolvimento da comunidade local

Dois pontos importantes em que a ATM recomenda que seja feita uma maior aposta são a sensibilização e o envolvimento da comunidade local no desempenho das suas atividades, implicando-a na proteção do seu património natural. A intenção é envolver e habilitar a população da ilha do Príncipe com novas competências técnico-científicas, tais como técnicas de monitorização e investigação de tartarugas marinhas, através de formações específicas orientadas pela equipa da ATM, e potenciar a criação de postos de trabalho e a obtenção de novas fontes de rendimento. Exemplos de postos de trabalhos incluem guardas terrestres, guias associados aos projetos de conservação, entre outros que possam surgir.

Para maior integração da comunidade, a ATM sugere ainda a alocação de 1 pessoa em cada uma das principais comunidades (Burras, Sundi, Abade, Praia Seca e Lapa) como responsável pela monitorização regular das praias próximas da sua comunidade durante o pico da temporada de desova (de novembro a janeiro). Esta pessoa poderá ou não integrar a equipa de guardas, e será o ponto focal do programa de conservação de tartarugas marinhas na sua comunidade. Cada um desses pontos focais receberá formação específica em primeiros auxílios a tartarugas marinhas, técnicas de monitorização e investigação de tartarugas marinhas, e será responsável não só por organizar ações de sensibilização nas comunidades, mas também realizar denúncias no caso de infrações relacionadas com tartarugas marinhas, como captura e consumo destes animais, pesca com dinamite, etc.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

− Ferreira R.L. e Martins H.R. (2013). Nesting Hawksbill Turtle, Eretmochelys imbricata, Disorientation at a Beach Resort on

Príncipe Island, West Africa. Marine Turtle Newsletter 136:7-9;

− Ferreira R.L., Bolten A.B., Prazeres O.L. e Martins H.R. (2011). Sea Turtle Nesting on Príncipe Island, West Africa. In Proc.

32nd Symposium on Sea Turtle Biology and Conservation. Huatulco, México;

− IUCN (2012). The IUCN Red List of Threatened Species. Versão 2012.2. <http://www.iucnredlist.org>. (consultado a 10 de

maio de 2013);

− Loureiro N.S., Carvalho H. e Rodrigues Z. (2011). Praia Grande of Príncipe Island (Gulf of Guinea): an important nesting

beach for the green turtle Chelonia mydas. Arquipelago. Life and Marine Sciences 28: 89-95;

− Wallace B.P., DiMatteo A.D., Bolten A.B, Chaloupka M.Y., Hutchinson B.J., Abreu-Grobois F.A., Mortimer J.A., Seminoff

J.A., D. Amorocho, Bjorndal K.A., Bourjea J., Bowen B.W., Briseño Dueñas R., Casale P., Choudhury B.C., Costa A., Dutton

P.H., Fallabrino A., Finkbeiner E.M., Girard A., Girondot M., Hamann M., Hurley B.J., Lopez-Mendilaharsu M., Marcovaldi

M.A., Musick J.A., Nel R., Pilcher N.J., Troëng S., Witherington B. e Mast R.B. (2011). Global conservation priorities for

marine turtles. PLoS ONE 6(9): e24510. doi:10.1371/journal.pone.0024510;

− Wallace B.P., DiMatteo A.D., Hurley B.J., Finkbeiner E.M., Bolten A.B., Chaloupka M.Y., Hutchinson B.J., Abreu-Grobois

F.A., Amorocho D., Bjorndal K.A., Bourjea J., Bowen B.W., Briceño Dueñas R., Casale P., Choudhury B.C., Costa A., Dutton

P.H., Fallabrino A., Girard A., Girondot M., Godfrey M.H., Hamann M., López-Mendilaharsu M., Marcovaldi M.A.,

Mortimer J.A., Musick J.A., Nel R., Seminoff J.A., Troëng S., Witherington B. e Mast R.B. (2010). Regional management

units for marine turtles: A novel framework for prioritizing conservation and research across multiple scales. PLoS One

5(12): e15465. doi:10.1371/journal.pone.0015465.

AGRADECIMENTOS

A ATM e toda a sua equipa gostariam de agradecer a todas as entidades e pessoas que nos apoiaram no desenvolvimento deste trabalho na temporada de 2012/2013 das quais gostaríamos de salientar:

À HBD e ao Bom Bom Island Resort cuja parceria com a ATM permitiu a concretização deste trabalho, em especial com

quem tivemos um contacto mais direto: Nuno Rodrigues, Tânia Garcia, Teresa Pires, Tiago Cid, Jurie Bruwer, Otto

Pienaar, Francisco Plácido, Ricardo Madeira;

Ao Governo Regional do Príncipe em especial ao Exmo. Sr. Presidente Eng. José Cassandra e ainda ao apoio prestado ao

projeto pela Exma. Sra. D. Plácida Lopes - Assessora da Comunicação Social do Governo Regional do Príncipe;

À Direção Geral do Ambiente da República Democrática de São Tomé e Príncipe, ao Exmo. Sr. Diretor Geral Dr. Arlindo de

Ceita Carvalho;

À Direção do Serviço de Conservação da Natureza e Saneamento do Meio Ambiente, Exmo. Sr. Diretor Dr. Victor Bonfim;

Ao Parque Natural do Príncipe em especial ao Exmo. Sr. Diretor Daniel Ramos em todo o apoio e trabalho conjunto que

desenvolveu em estreita parceria com a ATM;

À Equipa da Marapa com quem a ATM estabeleceu uma parceria de cooperação – Eng.º Jorge de Carvalho do Rio

(Presidente), Bastien Loloum (Coordenador Programa Tatô), Anne Vidie (voluntária), Eliseo Neto (Técnico), Hipólito

Lima (Guarda) e restantes guardas;

À equipa da Rádio Regional da Ilha do Príncipe e TVS;

Ao Dr. Rogério Ferreira pelo apoio prestado com a informação facultada relativamente às épocas de nidificação

anteriores.

Agradecimentos pessoais da Joana Hancock, coordenadora do projeto no terreno em 2012/13, a toda a equipa de guardas e ainda a Simon Valle, Domingas Couto, Ana Cabral, José Santos Ferreira, Carlos Marcelino e Henry Conjae, Dra. Leonor Sardinha, ao Sr. João Paulo Cassandra e ao Sr. Albino, Sr. Joaquim Ananias da Imigração pelo apoio e ajuda prestada.

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Projeto de Conservação de Tartarugas Marinhas da Ilha do Príncipe - RELATÓRIO NÃO TÉCNICO 2012/13

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ANEXO I

Quadro I.I – Lista de marcas colocadas pela equipa da ATM em fêmeas da espécie C. mydas (CM), durante a temporada 2012/13.

Espécie

Marca esquerda Marca direita PIT Data marcação Praia

CM EEC007 EEC008 12/11/12 Praia Grande

CM EEC009 EEC010 04/12/12 Praia Grande

CM EEC011 EEC012 25/11/12 Praia Grande

CM EEC019 EEC020 01/12/12 Praia Grande

CM EEC021 EEC022 01/12/12 Praia Grande

CM EEC024 04/12/12 Praia Grande

CM EEC026 EEC027 29/11/12 Praia Grande

CM EEC032 EEC033 01/01/13 Praia Grande

CM EEC077 EEC076 29/11/12 Praia Grande

CM EEC077 EEC076 29/11/12 Praia Grande

CM EEC077 EEC076 02/01/13 Praia Grande

CM EEC078 EEC253 28/11/12 Praia Grande

CM EEC092 EEC093 12/01/13 Praia Grande

CM EEC101 EEC102 11/09/12 Praia Grande

CM EEC103 EEC104 09/10/12 Praia Grande

CM EEC105 EEC106 23/11/12 Praia Grande

CM EEC107 EEC108 29/11/12 Praia Grande

CM EEC112 10/01/13 Praia Grande

CM EEC112 EEC113 23/01/13 Praia Grande

CM EEC116 EEC119 22/01/13 Praia Grande

CM EEC117 EEC118 12/12/12 Praia Grande

CM EEC120 EEC122 01/01/13 Praia Grande

CM EEC121 EEC125 16/01/13 Praia Grande

CM EEC126 EEC127 29/11/12 Praia Grande

CM EEC130 EEC131 12/12/12 Praia Grande

CM EEC132 EEC133 19/12/12 Praia Grande

CM EEC139 EEC140 11/01/13 Praia Grande

CM EEC151 EEC152 25/01/13 Praia Grande

CM EEC154 EEC155 26/01/13 Praia Grande

CM BBQ521 BBQ522 13/12/12 Praia Grande

CM EEC080 EEC081 18/11/12 Boi

CM EEC084 EEC085 01/12/12 Boi

CM EEC089 EEC088 03/12/12 Boi

CM EEC280 21/12/12 Ribeira Izé

CM EEC297 04/01/13 Ribeira Izé

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Quadro II.I – Lista de marcas colocadas ou registadas pela equipa da ATM em fêmeas da espécie E. imbricata (EI), durante a temporada 2012/13.

Espécie Marca esquerda Marca direita PIT Data marcação

Praia

EI EEC017 EEC018 30/11/12 Praia Grande

EI EEC114 EEC115 21/12/12 Praia Grande

EI EEC123 EEC124 977200008028412 24/12/12 Praia Grande

EI 977200008023442 19/12/12 Praia Grande

EI EEC094 EEC095 04/01/13 Boi

EI EEC096 EEC097 14/01/13 Boi

EI EEC098 EEC099 14/01/13 Boi

EI EEC226 EEC227 17/01/13 Boi

EI EEC176 20/12/12 Sundi

EI EEC278 EEC289 04/01/13 Ribeira Izé

EI EEC279 EEC292 03/01/13 Ribeira Izé

EI EEC284 EEC283 23/12/12 Ribeira Izé

EI EEC291 EEC296 28/12/12 Ribeira Izé

EI EEC294 EEC290 20/12/12 Ribeira Izé

EI EEC295 20/12/12 Ribeira Izé

EI KUDU086 KUDU087 03/01/13 Ribeira Izé

Quadro III.I – Lista de marcas colocadas ou registadas pela equipa da ATM em fêmeas da espécie D. coriacea (DC), durante a temporada 2012/13.

Espécie

Marca esquerda Marca direita PIT Data marcação Praia

DC EEC013 EEC014 28/11/12 Praia Grande

DC EEC015 EEC016 28/11/12 Praia Grande

DC EEC109 EEC110 21/12/12 Praia Grande

DC EEC128 EEC129 10/12/12 Praia Grande

DC EEC271 EEC270 31/01/13 Praia Grande

DC EEC082 EEC083 21/11/12 Boi

DC EEC087 EEC086 03/12/12 Boi

DC EEC090 EEC091 12/12/12 Boi

DC EEC100 14/01/13 Boi

DC EEC282 EEC281 28/12/12 Ribeira Izé