relatorio luana

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS MEDIANEIRA RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM DIAGNÓSTICO E ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DE PROPRIEDADES RURAIS LOCALIZADAS NA MICROBACIA DO RIO ALEGRIA MEDIANEIRA – PR

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Page 1: Relatorio Luana

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS MEDIANEIRA

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

DIAGNÓSTICO E ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DE PROPRIEDADES RURAIS

LOCALIZADAS NA MICROBACIA DO RIO ALEGRIA

MEDIANEIRA – PR

ABRIL 2007

Page 2: Relatorio Luana

Luana Jesus Oliveira

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

DIAGNÓSTICO E ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DE PROPRIEDADES RURAIS

LOCALIZADA NA MICROBACIA DO RIO ALEGRIA

MEDIANEIRA- PR

ABRIL 2007

ii

Relatório final de Estágio Supervisionado,

apresentado com requisito parcial à obtenção

do Grau de Tecnólogo, do Curso Superior de

Tecnologia em Gerenciamento Ambiental,

promovido pela UTFPR – Universidade

Tecnológica Federal do Paraná, Campus

Medianeira.

Professor Orientador: Marlene M. Bortoli

ii

Page 3: Relatorio Luana

Luana Jesus Oliveira

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM DIAGNÓSTICO E ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DE PROPRIEDADES RURAIS

LOCALIZADAS NA MICROBACIA DO RIO ALEGRIA

Relatório Final de Estágio Curricular Supervisionado, apresentado como requisito essencial à obtenção do Grau de Tecnólogo, no Curso Superior de Tecnologia Ambiental, promovido pela UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná e desenvolvido na área de Adequação Ambiental de Propriedades Rurais no período de 25/08/2006 a 24/02/2007.

______________________________PAULO CÉSAR TONIN

Supervisor

______________________________MARLENE M. BORTOLI

Orientadora

______________________________ELIANE RODRIGUES DOS SANTOS GOMES

Coordenadora do Curso Superior deTecnologia em Gerenciamento Ambiental

_______________________________LUANA JESUS OLIVEIRA

Estagiária

MEDIANEIRA 27 de abril de 2007

iii

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Page 4: Relatorio Luana

“O Homem não teceu a teia da vida, ele é dela apenas m fio. O que ele fizer para a teia estará fazendo a si mesmo”.

Ted Perry, inspirado pelo Chefe Seattle

iv

iv

Page 5: Relatorio Luana

Dedico o presente Relatório Final de Estágio

Supervisionado a meus pais, que sem eles

não seria nada, familiares, colegas,

professores e orientadores, que muito me

apoiaram no decorrer da realização do

estágio.

Luana J. Oliveira

v

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Page 6: Relatorio Luana

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus, pela proteção, força para a realização deste

estágio.

A meus amados pais, Maria Luiza e Cláudio Rogério pelo companheirismo e apoio

incondicional onde pude encontrar a força necessária para agüentar a saudade

em todas as horas.

Ao Fernando Marcante não somente pelos belos momentos juntos, amor e

carinho, como também pela paciência e compreensão nas horas difíceis.

Às amigas Flavia S. de Oliveira, Marciéli Güntzel e Vanessa M.

Ribeiro pelo companheirismo, risos e crises compartilhados.

Aos orientadores Profº Paulo César Tonin, Prof Marlos W. Grigoleto e Profª

Marlene M. Bortoli, pela colaboração, dedicação e aos oportunos esclarecimentos

sobre técnicas e normas de elaboração, procedimentos práticos e conteúdos a

serem desenvolvidos.

E, finalmente, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para além da

consecução do objetivo, para minha formação.

vi

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Page 7: Relatorio Luana

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS...................................................................................ix

LISTA DE FIGURAS................................................................................................x

LISTA DE TABELAS...............................................................................................xi

RESUMO................................................................................................................xii

1 INTRODUÇÃO............................................................................................1

2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO........................................................................5

2.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................5

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................6

3 HISTÓRICO DAS INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS.....................................7

3.1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – UTFPR......7

3.1.1 Campus Medianeira....................................................................................9

3.2 FUNTEF....................................................................................................11

3.3 ITAIPU BINACIONAL................................................................................12

3.3.1 Programa Cultivando Água Boa...............................................................13

3.4 ECOTEC - EMPRESA PILOTO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

AMBIENTAL...........................................................................................................15

4 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ATUAÇÃO..............................................17

5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO.....................19

5.1 TREINAMENTO DOS SOFTWARES UTILIZADOS.................................19

5.2 ATIVIDADES DE CAMPO........................................................................20

5.2.1 Visita às Propriedades Rurais...................................................................20

vii

vii

Page 8: Relatorio Luana

5.3 ATIVIDADES DE ESCRITÓRIO...............................................................35

5.3.1 Confecção do diagnóstico da propriedade................................................35

5.3.2 Confecção da proposta previa de intervenção..........................................38

5.3.3 Confecção do Plano de Controle Ambiental.............................................39

6 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS DURANTE O ESTÁGIO

...................................................................................................................44

6.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA...............................44

6.2 EQUIPAMENTOS DE COLETA DE DADOS............................................45

6.3 EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO........................................................46

7 CONCLUSÃO...........................................................................................47

8 REFERÊNCIAS CONSULTADAS............................................................49

viii

viii

Page 9: Relatorio Luana

LISTA DE ABREVIATURAS

ANA – Agencia Nacional das Águas

APP – Área de Preservação Permanente

CEFET – Centro de Educação Tecnológica do Paraná

UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do

CPF – Cadastro de pessoa Física

ECOTEC – Empresa Piloto de Planejamento e Gestão Ambiental

FUNTEF – Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e Desenvolvimento

Cientifico e Tecnológico da UTFPR

GPS – Global Position Sistem

IAP – Instituto Ambiental do Paraná

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

MC – Mata Ciliar

PCA – Plano de Controle Ambiental

ix

ix

Page 10: Relatorio Luana

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Escritório da empresa piloto ECOTEC................................................ 16

Figura 2 – Bacia hidrográfica do Paraná III ...........................................................18

Figura 3 – Mapa de risco da microbacia do Rio Alegria, no Município de

Medianeira/PR .......................................................................................................27

Figura 4 – Curso d’água de um rio sem os 30 metros de APP............................. 30

Figura 5 – Croqui do diagnóstico confeccionado no software Q-Cad................... 37

Figura 6 – Croqui do diagnóstico confeccionado no software

Spring......................................................................................................................37

Figura 7 – Carta de diagnóstico de uma propriedade no município de Medianeira-

PR...........................................................................................................................38

Figura 8 – Croqui do plano de controle ambiental (PCA) confeccionado no

software Q-Cad.......................................................................................................42

Figura 9 – Croqui do plano de controle ambiental (PCA) confeccionado no

software Spring.......................................................................................................42

Figura 10 – Carta do plano de controle ambiental (PCA) de uma propriedade no

município de Medianeira-PR...................................................................................43

x

x

Page 11: Relatorio Luana

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Informações cadastrais do produtor.....................................................21

Tabela 2 – Informações cadastrais da propriedade...............................................22

Tabela 3 – Largura de faixas de APP.....................................................................28

Tabela 4 – Volume de dejetos produzidos por animal (gado)................................33

Tabela 5 – Volume de dejetos produzidos por animal (suíno)...............................35

xi

xi

Page 12: Relatorio Luana

RESUMO

O presente relatório descreve as atividades realizadas no período de estágio, realizado na Empresa Piloto de Planejamento e Gestão Ambiental – ECOTEC, no período de 25 de agosto de 2006 à 24 de fevereiro de 2007, totalizando a carga horária de 400 horas, sob a orientação primeiramente do professor Marlos Wander Grigoleto e após um período, sob a orientação da Profª Msc. Marlene Magnoni Bortoli. As atividades realizadas compreendiam um projeto de diagnóstico e adequação ambiental das propriedades rurais de acordo com a Legislação Federal vigente, além de dar especial atenção às questões relacionadas com a água, sendo o mesmo fruto da parceria entre a Universidade Tecnologia Federal do Paraná (UTFPR), Itaipu Binacional, projeto cultivando água boa.

Palavras-chave: Propriedade rural, Adequação Ambiental.

xii

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Page 13: Relatorio Luana

1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular busca a fixação dos conhecimentos adquiridos no

decorrer do curso, alem expor o estagiário a situações reais do mercado de

trabalho para que o aluno tenha uma visão objetiva de que tipos de situações

o esperam ao término de seu curso, a adaptação psicológica e social necessárias

à sua atuação como profissional e a orientação sobre sua futura especialização

profissional.

Na era moderna, o homem é tido como o centro do universo e o

pensamento são de que os recursos naturais existem para servi-lo e possibilitar

sua sobrevivência. Até o “descobrimento” da agricultura, os humanos sobreviviam

da caça e da coleta de alimentos, como ainda fazem algumas escassas

populações. Esses humanos viviam em baixa densidade populacional alem de

nômades. Após a agricultura, as chamadas sociedades agropastoris alcançaram

densidades populacionais maiores, e começaram a avançar do Oriente médio em

direção à Europa, cruzando com algumas populações caçador-coletoras, deixando

as suas marcas no trajeto, disseminando o conceito de agricultura.

Dadas às dimensões continentais do Brasil, ele oferece um estimulo a

expansão da agricultura no país, com pouca preocupação com o aumento ou

manutenção da produtividade por meio de técnicas de manejo dos recursos

naturais disponíveis. Nessa busca de desenvolvimento agrícola, hectares de

matas nativas foram devastados, e esse processo resultou em diversos problemas

1

Page 14: Relatorio Luana

ambientais, tais como a extinção de várias espécies da fauna e flora, mudanças

climáticas locais, erosão de solos e o assoreamento dos cursos d’água.

O Brasil possui uma rede hidrográfica vasta e densa, que compõe a rede

hidrográfica mais extensa do Globo, com 55.457km2 a maior reserva mundial de

água doce e terceiro maior potencial hídrico da Terra (MMA, 2007). Muitos de

seus rios destacam-se pela profundidade, largura e extensão, o que constitui um

importante recurso natural. A energia hidráulica é a fonte primária de geração de

eletricidade mais importante do Brasil. Os rios brasileiros estão divididos em nove

bacias hidrográficas, das quais seis delas são chamadas bacias autônomas, pois

é formada de um rio principal e seus afluentes como a bacia Amazônica, do

Araguaia-Tocantins, do Paraguai, do Paraná, do São Francisco e do Uruguai. As

demais bacias são agrupadas, sendo elas: Bacia do Nordeste, do Leste e do

Sudeste-Sul.

A bacia hidrográfica que drena suas águas diretamente para o reservatório

de Itaipu é a Bacia do Paraná III, com mais de 8 mil km², podendo ser dividida em

13 sub-bacias, envolvendo 28 municípios, sendo um deles no estado do Mato

Grosso do Sul e os restantes no estado do Paraná. Entre os rios que formam a

rica Bacia do Paraná II, destacamos além do Passo Cuê e São Vicente, o São

Francisco Verdadeiro, que nasce em Cascavel, o São Francisco Falso que nasce

em Céu Azul, o Arroio Guaçu que nasce em Toledo, e o Rio Ocoí, que nasce em

Matelândia.

A Bacia do Paraná III tem importância relevante na economia brasileira, ao

passo que suporta a maior hidrelétrica do mundo, a ITAIPU, que atende a 25% de

toda a energia consumida no Brasil e 95% da consumida no Paraguai, além do

2

Page 15: Relatorio Luana

reservatório com seus 1350 km² de área, que além de apresentar um potencial

turístico por suas nove praias artificiais, apresenta vários outros tipos de usos,

sendo eles para captação de água para o consumo humano, vários pontos de

captação de água para uso agrícola, portos de descarga de areia, bases náuticas,

entre outros.

Apesar de sua importância econômica, a bacia vem sofrendo com a

degradação ambiental e uso inapropriado de suas margens e solos. Os principais

impactos ambientais estão relacionados com erosão, assoreamento e eutrofização

de seus rios e afluentes, tais problemas são causados pela ausência de mata ciliar

e inexistência de um sistema de barreiras de contenção das águas.

Este estágio foi realizado na Empresa Piloto de Planejamento e Gestão

Ambiental (ECOTEC), localizada nas instalações da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná (UTFPR), oriunda da efetivação do convênio entre a Itaipu

Binacional e o Centro de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR), atual

Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR) - Campus de Medianeira,

por intermédio da Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (FUNTEF).

Esse convênio é uma iniciativa da Itaipu Binacional por intermédio do

Programa Cultivando Água Boa, que visa além de garantir a qualidade da água

que forma o Lago de Itaipu, garantir a qualidade das águas que formam a Bacia

do Paraná III. Por intermédio deste programa e em parceria com instituições

diversas, a Itaipu Binacional pretende mobilizar e conscientizar a sociedade que

vive na região da Bacia Hidrográfica do Paraná III, à adoção de um

desenvolvimento sustentável em relação ao meio ambiente.

3

Page 16: Relatorio Luana

Este relatório visa descrever as atividades realizadas nas propriedades

rurais da cidade de Medianeira, na sub-bacia do Rio Ocoí, mais precisamente na

Microbacia do Rio Alegria, as quais partes integrantes da Bacia do Paraná III, nas

imediações do reservatório de Itaipu.

As atividades realizadas tiveram por objetivo o diagnóstico da situação

ambiental das propriedades rurais, visando a proposta de medidas para a

adequação ambiental conforme regulamentos, e melhor conformidade com o meio

ambiente, garantindo assim a qualidade ambiental em toda área de estudo,

principalmente à preservação e melhoria da qualidade da água.

4

Page 17: Relatorio Luana

2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO

O Estágio supervisionado curricular, visa a complementação do currículo do

aluno e sua integração na comunidade ou no mercado de trabalho através da

aplicação de seus conhecimentos teóricos adquiridos na Universidade, em nosso

caso na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, no curso de tecnologia em

gerenciamento ambiental, buscando a sustentabilidade com a utilização

principalmente de praticas conservacionistas ambientalmente corretas, e sempre

acatando as leis referentes ao meio ambiente.

2.1 OBJETIVO GERAL

O principal objetivo do estágio é colaborar na elaboração de projetos de

Adequação de Propriedades Rurais na Bacia do Paraná III, precisamente na

Microbacia do Rio Alegria.

5

Page 18: Relatorio Luana

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os projetos desenvolvidos foram basicamente de propostas de recuperação e

preservação dos recursos naturais como a água, solo e vegetação, tendo como

ações:

A visita às propriedades rurais da Bacia Hidrográfica do Paraná III,

Levantamento das divisas das propriedades: georreferenciamento, medição

de estruturas, vegetação, plantio, pastagem, estradas;

Entrevista com os proprietários e preenchimento dos diagnósticos sócio-

ambientais, digitalização dos mapas no software livre Q-Cad e Spring;

Digitalização dos diagnósticos, pré-propostas e planos de controle

ambiental;

Elaboração de pré-propostas de adequação ambiental das propriedades

visitadas;

Elaborar o Plano de Controle Ambiental (PCA);

Outras atividades correlacionadas com o Projeto Cultivando Água Boa,

referente ao convênio n° 7784/2005 firmado entre a FUNTEF-PR, e a Itaipu

Binacional.

6

Page 19: Relatorio Luana

3 HISTÓRICO DAS INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

3.1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – UTFPR

A trajetória da UTFPR iniciou-se em 1909, com a criação das Escolas de

Aprendizes Artífices nas capitais do país pelo presidente Nilo Peçanha, sendo

inaugurada no Paraná os 16 dias do mês de janeiro de 1910.

O ensino era destinado à alunos carentes, os quais freqüentavam o ensino

primário pela manhã e alguns ofícios de profissões como alfaiataria, sapataria e

marcenaria à tarde. Com o passar dos anos, a quantidade de alunos aumentou, a

entidade evoluiu e em 1978 tornou-se o Centro Federal de Educação Tecnológica

do Paraná (CEFET-PR), passando a ministrar cursos superiores. A partir da

implantação desses cursos, deu-se início ao processo de grande desenvolvimento

da Instituição, que avançaria, nas décadas de 80 e 90, com a criação dos

Programas de Pós-Graduação.

Em 1990, o Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Técnico fez com

que o CEFET-PR se expandisse para o interior do Paraná, onde implantou cinco

unidades, entre elas a de Medianeira, onde sua integração com a sociedade se

fez de forma gradativa, entrelaçando sua história à da educação regional.

No ano de 1998, tomando a qualificação de seus profissionais formados

como indicador da qualidade de ensino, o CEFET-PR toma uma importante

7

Page 20: Relatorio Luana

decisão criando um projeto para a transformação do Centro de Educação

Tecnológica em Universidade Tecnológica.

Em 10/10/2005, através da sanção do Presidente da República e da

publicação no Diário Oficial da União, a Lei nº 11.184 institui a criação da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, após sete anos de

ardoroso preparo.

Os objetivos e missões da UTFPR ainda vem sendo discutidos, em virtude

da recente aprovação do projeto de transformação do sistema CEFET-PR em

UTFPR.

Sendo assim, o CEFET-PR até então vinha sendo uma autarquia federal de

regime especial vinculada ao Ministério da Educação, com autonomia

administrativa, patrimonial, financeira, didática e disciplinar (CEFET-PR, 2003, p.

3). Então o CEFET-PR até então tinha como objetivos ministrar ensino em nível

superior (graduação, pós-graduação e licenciatura), nível técnico, de educação

continuada e ensino médio regular, bem como, realizar pesquisas aplicadas na

área tecnológica. No cumprimento de tais objetivos a Instituição tem como

diretrizes: a integração do ensino de nível técnico com o de nível superior; a

ênfase na formação especializada; conjugação no ensino, da teoria com a prática;

relacionamento com o complexo empresarial bem como a integração com a

comunidade; atuação na área de formação e aprimoramento de recursos

humanos; estrutura organizacional adequada; e, realização de pesquisa aplicada

voltada às necessidades e peculiaridades regionais.

8

Page 21: Relatorio Luana

3.1.1 Campus Medianeira

Foi através do Programa de extensão e Melhoria do Ensino Técnico, criado

em 04/07/86 pelo Governo Federal com a finalidade de viabilizar e acelerar o

desenvolvimento do interior do País, possibilitando o surgimento de novos pólos

tecnológicos em várias regiões, que nasceu o CEFET – Unidade de Medianeira,

hoje UTFPR – Campus medianeira. Criado em 06/02/87 através da Portaria

067/87 a Unidade de Medianeira passa a oferecer um ensino, que prioriza o pleno

desenvolvimento do cidadão e sua qualificação profissional para o mundo

moderno.

A partir de 1990, a Unidade coloca à disposição de estudantes paranaenses

e de outros estados, os cursos Técnicos em Alimentos e em Eletromecânica, e a

partir de então o CEFET de Medianeira não parou mais de crescer. Em julho de

1996, criou-se em nível de 3 grau o Curso Superior de Tecnologia em Alimentos,

Modalidade Industrialização de Carnes.

Em 1998, fundamentado na Lei 9394, de 290/12/96 que estabelece o

ensino médio profissionalizante, como etapa final da educação básica, é

implantado o Curso de Ensino Médio no CEFET. Logo após, em 1999 são criados

novos e importantes cursos superiores: Tecnologia em Alimentos - Modalidade

Laticínios e Modalidade Industrialização de Carnes (nova visão), Tecnologia em

Eletromecânica - Modalidade Operação e Manutenção Industrial e Tecnologia

Ambiental - Modalidade Resíduos Industriais, formando profissionais qualificados

e preparados para atuarem em sua área favorecendo o desenvolvimento sócio -

econômico e sócio – ambiental, um ano depois cria-se o curso de Tecnologia em

9

Page 22: Relatorio Luana

Informática – Modalidade sistemas de Informação. Em fevereiro de 2006 a

UTFPR, volta a ofertar cursos Técnicos de nível médio por uma determinação do

MEC o Campus Medianeira passou a ofertar dois cursos técnicos de nível médio,

sendo eles: Técnico em química e Técnico em Saúde e Segurança no Trabalho. O

Campus Medianeira da UTFPR, buscando atender os estudantes da região Oeste

do Paraná, iniciou em fevereiro de 2007 seu primeiro curso de Engenharia

(Engenharia da Produção Agroindustrial).

3.1.1.1 Curso Superior de Tecnologia em Gerenciamento Ambiental

Criado em 2004, o curso superior de Tecnologia em Gerenciamento

Ambiental, além da formação científico tecnológica, oferece disciplinas na área de

gestão ambiental, o tecnólogo em gerenciamento ambiental, atua na manutenção

ou estabelecimento das condições ambientais essenciais à qualidade de vida,

adaptação das empresas à gestão e normalização ambientais, planejamento,

coordenação e orientação de dinâmicas físico biológicas e sócio econômicas,

desenvolvendo uma política ambiental e promovendo o desenvolvimento

sustentável.

O mercado de trabalho deste profissional abrange todas as indústrias

geradoras de resíduos, secretarias de meio ambiente, órgãos de fiscalização,

empresas de consultoria e assessoria, dentre outros.

10

Page 23: Relatorio Luana

O profissional pode, ainda, atuar fundamentalmente no(a) compreensão das

inter-relações ambientais, identificando o seu desequilíbrio; comando de trabalho

em equipes, formulação e proposição de soluções na área ambiental;

planejamento, coordenação e orientação de ações de acordo com as dinâmicas

físico biológicas e sócio econômicas, formulação e desenvolvimento de planos de

política ambiental nas empresas, pesquisa e desenvolvimento de novas

tecnologias.

3.2 FUNTEF

A FUNTEF trata-se de uma fundação de apoio à educação, pesquisa e

desenvolvimento científico e tecnológico da UTFPR com objetivos de: apoiar a

instituição na consecução de objetivos relacionados com o ensino, a pesquisa e a

extensão; contribuir para a promoção do desenvolvimento científico, tecnológico,

artístico e cultural, da preservação ambiental e para o aprimoramento das relações

entre a universidade, sua comunidade e a sociedade; divulgar e fomentar os

programas, planos, projetos e atividades de ensino, pesquisa e extensão da

UTFPR e prestar assessoria técnica e administrativa para sua concretização;

executar em conjunto com a UTFPR, a prestação de serviços à comunidade;

promover cursos, seminários com intuito de difundir o conhecimento técnico-

11

Page 24: Relatorio Luana

científico; criar e desenvolver centros de desenvolvimento de tecnologia, em

parceria com instituições públicas e privadas.

3.3 ITAIPU BINACIONAL

A Usina Hidrelétrica de ITAIPU, a maior em operação no mundo, é um

empreendimento binacional desenvolvido pela parceria brasileira e paraguaia no

rio Paraná, sendo resultado de intensas negociações entre o Brasil e Paraguai,

que ganharam impulso na década de 60, e resultaram na assinatura da Ata do

Iguaçu em 22/06/1966. Em 1973 os dois países assinaram o Tratado de ITAIPU,

estabelecendo o aproveitamento dos recursos hídricos pertencentes aos dois

países, no trecho do rio Paraná desde as Sete Quedas até a Foz do rio Iguaçu.

(www.itaipu.gov.br)

Em 1970 o consórcio, formado pelas empresas IECO (dos Estados Unidos

da América) e ELC (da Itália), venceu a concorrência internacional para a

realização dos estudos de viabilidade e para a elaboração do projeto da obra. O

início do trabalho se deu em fevereiro de 1971. Em maio de 1974, foi criada a

entidade binacional ITAIPU, para gerenciar a construção da usina, sendo que o

início efetivo das obras ocorreu em janeiro do ano seguinte. (www.itaipu.gov.br)

Em 13 de outubro de 1982, com a conclusão das obras da barragem de

ITAIPU, as comportas do canal de desvio foram fechadas e começou a ser

formado o reservatório da usina. O Lago de ITAIPU, com área de 1.350 Km², foi

12

Page 25: Relatorio Luana

formado em apenas 14 dias. Nesse período, as águas subiram 100 metros e

chegaram às comportas do vertedouro às 10 horas do dia 27 de outubro,

constituindo-se assim mais uma ferramenta para o desenvolvimento de ambos

países. (www.itaipu.gov.br)

A potência instalada da Usina é de 12.600 MW (Megawatts), com 18

unidades geradoras de 700 MW cada. A produção recorde de 2000 – 93,4 bilhões

de KWh (quilowatts-hora) – foi responsável pelo suprimento de 95% da energia

elétrica consumida no Paraguai e 24% de toda demanda do mercado brasileiro.

Atualmente estão sendo instaladas mais duas unidades geradoras de 700 MW,

que concretizarão o projeto ITAIPU em sua totalidade. (www.itaipu.gov.br).

3.3.1 Programa cultivando água boa

O programa cultivando água boa foi lançado em 20 de junho de 2003,

tendo como objetivo implementar a política de responsabilidade ambiental e social

da ITAIPU, buscar o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico,

sustentável na sua área de interferência, ou seja, na bacia do Paraná III.

O programa é uma megaproposta inspirada na concepção de políticas

publicas dos governos, para ações conjuntas entre instituições federais, estaduais,

municipais e a sociedade civil, visando o encaminhamento das mudanças

estruturais que a nação exige. Apesar de seu foco principal seja a gestão por

bacias hidrográficas, fazem também parte outros programas que envolvem

questões socioambientais da região do reservatório de Itaipu.

13

Page 26: Relatorio Luana

Para que a participação fosse efetiva e, para que o projeto fosse

tecnicamente viável, o cultivando água boa adotou um novo modelo de gestão,

assentado em quatro metodologias:

1) Gestão Ambiental, com adoção de procedimentos da Norma NBR ISO

14001.

2) Gestão Territorial, para investigar, organizar e fornecer as informações

sobre cada pedaço do território abrangido pelo programa.

3) Gestão Participativa, metodologia fundamentada nos princípios de

políticas indutoras de projetos e programas de desenvolvidos por parceiros que

têm problemas comuns e precisam resolvê-los conjuntamente.

4) Gestão por Programas: com procedimentos que visam garantir a

organização, estruturação e padronização dos projetos, no que diz respeito a:

objeto, tempo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicações, riscos,

aquisições e integração.

O Programa estende as ações ambientais da ITAIPU a toda a bacia

hidrográfica do Paraná III, que abrange 28 municípios do Oeste do Paraná, mais

Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, buscando principalmente a qualidade da

água da região.

3.4 ECOTEC - EMPRESA PILOTO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

AMBIENTAL

14

Page 27: Relatorio Luana

A Empresa Piloto de Planejamento e Gestão Ambiental, ECOTEC, é

oriunda do convênio firmado entre ITAIPU Binacional e a UTFPR – Campus

Medianeira, para a realização de projetos de adequação ambiental em

propriedades rurais.

Localizada nas dependências da UTFPR, Campus Medianeira, a empresa

iniciou suas atividades em 02 de agosto de 2004, elaborando projetos nos

municípios de Matelândia e Céu Azul, especialmente nas microbacias do Lajeado

Xaxim e Sabiá e depois em Medianeira e Missal.

Inicialmente, era constituída de nove estagiários de Tecnologia Ambiental,

responsáveis pela coleta de informações, trabalho em campo e elaboração dos

projetos ambientais e, três estagiários de Tecnologia em Eletromecânica, os quais

eram incumbidos de elaborar os mapas gráficos das propriedades visitadas.

Em virtude da expansão do convênio, houve a necessidade da ampliação

das instalações da empresa piloto, bem como o aumento no número de

estagiários. Atualmente, a Ecotec conta com 15 alunos, acadêmicos do curso de

Tecnologia Ambiental, responsáveis inclusive pela elaboração dos mapas gráficos,

atividades antes incumbidas aos estagiários do curso de Tecnologia em

Eletromecânica.

Em 2005, firma-se o segundo convênio para a realização dos trabalhos na

Sub-bacia do Rio Ocoí, nas microbacias da água Bonita, em Missal, e do rio

Alegria, em Medianeira. Buscando uma melhor organização dos trabalhos,

formaram-se cinco equipes de três alunos, cada equipe supervisionada por um

professor orientador, que, por sua vez, são orientados pelo coordenador geral.

15

Page 28: Relatorio Luana

Após tais modificações, realizaram-se trabalhos nas microbacias

mencionadas.

Figura 1 – Escritório da empresa piloto ECOTEC

Fonte: MENDES, 2006.

16

Page 29: Relatorio Luana

4 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ATUAÇÃO DO ESTÁGIO

A área de abrangência para a realização das ações ambientais é a sub-bacia

do Rio Ocoí, microbacias de Água Bonita, no município de Missal, e do Rio

Alegria, em Medianeira, ambas localizadas no oeste do estado do Paraná, sendo

parte integrante da Bacia do Paraná III.

A Bacia do Paraná III constitui a rede hidrográfica do território paranaense que

drena suas águas diretamente no Reservatório de Itaipu. Esta bacia atinge 8.000

km² e pode ser subdividida em 13 sub-bacias e inúmeras microbacias que

envolvem total ou parcialmente os municípios de Altônia, Cascavel, Céu Azul,

Diamante do Oeste, Entre Rios do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Itaipulândia,

Marechal Cândido Rondon, Maripá, Matelândia, Medianeira, Mercedes, Missal,

Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Pato Bragado, Quatro Pontes,

Ramilândia, Santa Helena, Santa Teresa do Oeste, Santa Teresinha de Itaipu,

São José das Palmeiras, São Miguel do Iguaçu, São Pedro do Iguaçu, Terra Roxa,

Toledo e Vera Cruz do Oeste.

Entre os rios que formam a bacia pode-se destacar o São Francisco

Verdadeiro, que nasce em Cascavel, o Guaçu, que nasce em Toledo, o São

Francisco Falso, que nasce em Céu Azul, o Ocoí, que nasce em Matelândia; além

do São Vicente e Passo Cuê.

A sub-bacia do Rio Ocoí, foi escolhida para o referido levantamento e

diagnóstico ambiental, por estar em condições preocupantes do ponto de vista

ambiental. Pertencente a esta sub-bacia está a microbacia dos Rios Alegria e

17

Page 30: Relatorio Luana

Água Bonita. Ambos comportam inúmeras nascentes e córregos que alcançam as

águas do Rio Ocoí e, conseqüentemente, o Reservatório da Usina Hidrelétrica de

Itaipu.

Pelas Figuras 01 é possível visualizar a localização geográfica da Bacia do

Paraná, Bacia do Paraná III, Sub-bacia do Rio Ocoí, sendo destacada a

microbacia do Rio Alegria.

Figura 2: Bacia hidrográfica do Paraná IIIFonte: Cultivando Água Boa (2007).

18

Page 31: Relatorio Luana

5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO

Após a efetivação do contrato de estágio junto ao RH da UTFPR – Campus

Medianeira iniciou-se as atividades.As principais atividades desenvolvidas foram:

Treinamento dos softwares utilizados;

Trabalho de campo para avaliação das propriedades rurais,

Elaboração dos diagnósticos de Adequação ambiental das Propriedades

visitadas,

Elaboração dos planos de controle ambiental;

Elaboração dos projetos executivos de adequação de propriedades.

5.1 TREINAMENTO DOS SOFTWARES UTILIZADOS

Antes que os projetos fossem iniciados, houve um treinamento dos

softwares que são utilizados no estágio, como o Q-Cad, ferramenta de desenho

utilizada na confecção da planta do lote rural, e o Spring, software de

geoprocessamento que possibilita a geração, manipulação e análise das áreas

diagnosticadas, por meio da sobreposição de imagens de satélite ao desenho

confeccionado no Q-Cad.

19

Page 32: Relatorio Luana

A adoção destas ferramentas foi um pedido da Itaipu, por serem softwares

livres e para que se pudesse criar um banco de dados com as informações

referentes à gestão ambiental das microbacias.

5.2 ATIVIDADES DE CAMPO

As atividades de campo foram realizadas por meio de visitas às

propriedades rurais e levantamento dos aspectos ambientais de cada uma.

5.2.1 Visita às propriedades rurais

Foram visitadas as propriedades rurais localizadas nas microbacias do Rio

Alegria, Municípios de Medianeira onde eram preenchidos diagnósticos da

situação sócio-ambiental por meio de entrevista com os proprietários da terra. Era

apresentada a finalidade, os objetivos do projeto e as atividades que seriam

desenvolvidas na propriedade, enfatizando a importância e a necessidade de se

fazer a adequação desta à legislação ambiental. As visitas às propriedades

ocorriam uma vez por semana, e o restante da semana procedia os trabalhos de

escritório.

20

Page 33: Relatorio Luana

5.2.1.1 Informações cadastrais

Ao chegar na propriedade rural, éramos apresentados pela professor(a)

orientador nossa equipe de trabalho e, na seqüência durante a visita eram

coletados os dados pessoais do proprietário e os dados referentes à propriedade,

paralelamente era feita à verificação da escritura para a coleta dos dados

cadastrados no registro do imóvel.

A tabela 1 apresenta os itens referentes as informações cadastrais do

produtor e na tabela 2, os itens referentes as informações cadastrais da

propriedade.

Tabela 1 – Informações cadastrais do produtor

Nome:

Endereço residencial:

Município:

C.P.F:

Telefone:

Pessoa de Contato:

Integração, Quais?

Associação de Produtores e Sindicatos? Sindicatos?

Associado em Cooperativa:

Conselho Comunitário?

11. Assistência Técnica?

21

Page 34: Relatorio Luana

Tabela 2 - Informações cadastrais da propriedade

Nº INCRA:

Razão Social:

2. Endereço da propriedade:

3. Município da propriedade:

4. Corpo receptor = curso d’água: 5. Sistema de Produção:

6. Nº de construções:

7. Área total construída em m2:8. Área total (ha):

9. Área de lavoura (ha):

10. Nº de empregados:

11. Mão de Obra:

12. Outras informações

13. Nº de animaisa.Suinocultura: b. Pecuária de leite: c. Pecuária de corte: d. Avicultura:

e. Muares f. Ovinos g. Caprinos h. Outros

Depois desse primeiro contato com o produtor, percorríamos toda a

propriedade e fazíamos o seu levantamento, delimitando as divisas, áreas de

agricultura, pastagem, sede, condições de preservação permanente e reserva

legal e medição das edificações.

22

Page 35: Relatorio Luana

5.2.1.2 Medição das instalações

As medições das instalações eram realizadas com auxilio de trena e com a

tomada de pontos com o GPS do modelo GARMIN GPS V NAVEGATOR, para

obter-se a coordenada geográfica correta desta instalação. Durante este

procedimento também era tomada à distância das instalações até pontos

estratégicos como, a nascente mais próxima, as divisas da propriedade, as

estradas externas e o rio ou drenagem natural mais próximo, através destas

distâncias observou-se haveria a necessidade de relocação das instalações.

Segundo a Lei Nº 4771/ 65, estas instalações devem possuir uma distância

mínima de 30 metros de rios ou cursos d’água existentes e estarem distantes no

mínimo 50 metros de nascentes.

As pocilgas devem estar localizadas a uma distância mínima de 50 metros

da divisa vizinha.

Foram medidas, com o auxílio de uma trena, as casas, garagens,

galinheiros, aviários, pocilgas, leiterias, galpões e demais estruturas existentes

sobre a propriedade a fim de determinar suas áreas totais, além de ter sido

observado o material com o qual foram construídas (tijolo, madeira, mista), e suas

condições. Essas informações foram utilizadas na determinação dos custos para a

implantação do projeto de adequação proposto para a propriedade, nos casos em

que foi detectada a necessidade de relocar alguma dessas estruturas.

23

Page 36: Relatorio Luana

5.2.1.3 Análise do uso e práticas de manejo do solo

O trabalho desenvolvido, era a avaliação da carta de risco de solo onde,

dividia-se a propriedade em glebas e poderíamos analisar as limitações desta

área, obtendo-se então uma conclusão prévia das limitações que a determinada

área possui.

Esta atividade também consiste na verificação dos usos do solo, bem como

na observação da existência ou não de práticas conservacionistas destes.

Observou-se que o uso do solo nas microbacias possui algumas

peculiaridades, principalmente devido à qualidade do solo, pois as características

morfológicas encontradas na microbacia do Rio Alegria são adequadas à

produção agrícola por apresentar baixa declividade do terreno e elevada fertilidade

e profundidade do solo. Já a microbacia da Água Bonita, apresenta grande

declividade e solos muito rasos e pedregosos, que conseqüentemente induzem ao

manejo de animais e reduzem a área fértil para a agricultura.

No que se refere às práticas de conservação dos solos, as mais comuns

observadas foram: plantio direto na palha (PDP), sistema de curvas de nível ou

terraceamento e rotação de culturas. Tais práticas são as mais indicadas para

evitar a perda de solo e de água de áreas de agricultura e pastagem.

O plantio direto é um sistema de manejo do solo onde a palha e restos

vegetais (folhas, colmos, raízes) são deixados na superfície do solo. O solo é

revolvido apenas no sulco onde se depositam sementes e fertilizantes e as plantas

24

Page 37: Relatorio Luana

infestantes são controladas por herbicidas. Não existe preparo do solo além da

mobilização no sulco de plantio. Considera-se que para o sucesso do sistema são

fundamentais a rotação de culturas e o manejo integrado de pragas, doenças e

mato.

O plantio direto é um sistema de manejo muito eficiente no controle da

erosão. A palha sobre a superfície protege o solo contra o impacto das gotas de

chuva, reduzindo a desagregação e o selamento da superfície, garantindo maior

infiltração de água e menor arraste de terra. O plantio direto reduz em até 90% as

perdas de terra e em até 70% a enxurrada (FERNANDES, 2006).

Os sistemas de cultivo em curvas de nível ou terraceamento tanto em áreas

agrícolas como em pastagem se faz necessário, pois constitui - se de uma técnica

que reduz a velocidade de escoamento das águas pluviais e a conseqüente

erosão dos solos. Também é benéfico por reter o volume de água que poderia

atingir rios, carreando consigo partículas de solo, ocasionando o assoreamento

desse corpo d’água (FERNANDES, 2006).

A rotação de culturas consiste em alternar, anualmente, espécies vegetais,

numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter, ao mesmo tempo,

propósitos comerciais e de recuperação do solo.

As vantagens da rotação de culturas são inúmeras. Além de proporcionar a

produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas, se adotada e

conduzida de modo adequado e por um período suficientemente longo, essa

prática melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo; auxilia no

controle de plantas daninhas, doenças e pragas; repõe matéria orgânica e protege

o solo da ação dos agentes climáticos e ajuda a viabilização do Sistema de

25

Page 38: Relatorio Luana

Semeadura Direta e dos seus efeitos benéficos sobre a produção agropecuária e

sobre o ambiente como um todo.

A adoção dessas práticas na microbacia é importante, pois além de garantir a

qualidade da água dos rios e córregos, proporciona ao produtor uma agricultura

sustentável em que a produção é mais rentável, trazendo benefícios não somente

ao meio ambiente, mas também benefícios econômicos a quem as utilizam.

Foram também observadas as características do perfil do solo como:

Características do Perfil de Solo

o Te - Textura dos horizontes superficial e subsuperficial

o Pr - Profundidade Efetiva do Solo

o Dr - Drenagem Interna do Solo

o Pd - Pedregosidade

o I - Risco de Inundação

o R - Relevo

Níveis de Intensidade

o 1 - Nulo;

o 2 - Ligeiro;

o 3 - Moderado;

o 4 - Forte;

o 5 - Muito forte;

Após a análise do mapa de risco, e de seus fatores limitantes, era

elaborada a proposta para manejo da área, e o local adequado para receber

26

Page 39: Relatorio Luana

dejetos provenientes da suinocultura e bovinocultura. Estes dejetos deveram

sofrer previamente processo de fermentação, por período comprovadamente

seguro. A figura 3 apresenta um exemplo de mapa de risco.

Figura 3. Mapa de risco da microbacia do Rio Alegria, no Município de Medianeira/PR.Fonte: Banco de dados ECOTEC, 2007.

27

Page 40: Relatorio Luana

5.2.1.4 Avaliação de mata ciliar

A mata ciliar, também conhecida como mata de galeria, mata de várzea, ou

floresta ripária, é a formação vegetal nas margens dos rios, córregos, lagos,

represas e nascentes. As áreas de mata ciliar são consideradas pelo Código

Florestal Federal como “área de preservação permanente”.

O termo “mata ciliar” foi difundido principalmente à correlação entre a

função que os cílios exercem em nossos olhos de agressões externas e aquela

que a vegetação nativa exerce sobre os corpos hídricos, sendo assim, mata ciliar

também protege o leito dos corpos d’água retendo as impurezas do ambiente

(sedimentos, lixo, agrotóxicos, entre outros), impedindo que essas impurezas

cheguem à água, preservando a sua qualidade.

Conforme o Código Florestal Federal em seu artigo 2º, ao longo dos rios ou

de qualquer curso d’água é obrigatória a presença de vegetação, tal que a largura

mínima dessas faixas de vegetação, a tabela 3, apresenta uma síntese da largura

dos rios com a faixa de APP.

Tabela 3 – Largura de rio x largura mínima da faixa de APP

SITUAÇÃO LARGURA MÍNIMA DA FAIXA

Rios com menos de 10 metros de largura 30 metros em cada margem

Rios com 10 a 50 metros de largura 50 metros em cada margem

Rios com 50 a 200 metros de largura 100 metros em cada margem

28

Page 41: Relatorio Luana

Rios com 20 a 600 metros de largura 200 metros em cada margem

Rios com largura superior a 600 metros 500 metros em cada margem

Nascentes Raio de 50 metros

Lagos ou reservatórios em áreas urbanas 30 metros no espelho d’água

Lagos ou reservatórios em zona rural, com área

menor que 20 hectares

50 metros ao redor do espelho d’água

Lagos ou reservatórios em zona rural, com área

igual ou superior a 20 hectares

100 metros ao redor do espelho d’água

Represas de hidrelétricas 100 metros ao redor do espelho d’água

Fonte: Adaptado do Código Florestal (Lei n.º 4.771/65).

A ausência de mata ciliar faz com que a água da chuva escoe sofre a

superfície, não permitindo sua infiltração e armazenamento no lençol freático,

reduzindo assim as nascentes, os córregos, rios e riachos. Sendo ela uma

proteção natural contra o assoreamento, sua ausência acarreta também a erosão

das margens, levando a terra para dentro do rio, tornando-o barrento dificultando

assim a entrada de luz solar e conseqüentemente a vida aquática.

Existe também, com a conservação das matas ciliares a formação de

corredores de biodiversidade naturais, possibilitando que as espécies, tanto da

flora quanto da fauna, possam se deslocar, reproduzir e garantir a biodiversidade

da região.

29

Page 42: Relatorio Luana

Com a principal função de evitar que ocorram fortes enxurradas na

superfície do solo, as quais carregariam junto com a água, solo com nutrientes,

material orgânico e poluente para o interior dos rios e de outros corpos hídricos.

Alem de controlar o fluxo das águas subterrâneas, a mata ciliar promove a

estabilidade térmica, recarga dos aqüíferos subterrâneos, e ainda forma um

sistema tampão, agindo como filtro entre as porções mais altas da bacia

hidrográfica e o sistema aquático.

A figura 4, corresponde a uma foto ilustrando o curso d’água de um rio sem

a devida faixa de APP.

Figura 4. Curso d’água de um rio sem os 30 metros de APP

Fonte: Mendes, 2006.

30

Page 43: Relatorio Luana

5.2.1.5 Avaliação de reserva legal

Durante as visitas era observado se a propriedade possuía RL (Reserva

Legal), se caso fosse afirmativo, a área era inteiramente circulada, e com auxilio

do GPS tinha-se a posição correta e a porcentagem que esta representava dentro

da propriedade.

O Código Florestal brasileiro determina que toda propriedade rural deve

preservar 20% de sua área total, onde não pode ser derrubada a mata nativa.

Estas áreas chamam de "Reserva Legal". O parágrafo 2 do artigo 16 da Lei

4771/65 estabelece: "A Reserva Legal, assim entendida a área de, no mínimo 20

% (vinte por cento) de cada propriedade, onde não é permitido o corte raso,

deverá ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de

imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de

transmissão a qualquer título, ou de desmembramento."

A averbação da Reserva Legal é condição legal para o exercício de direito a

exploração. Se inexistente a RL, a condição legal para a exploração estará

ausente, devendo seu proprietário ser responsabilizado pela recuperação do que

foi extraído, ainda que possa existir no imóvel área de floresta superior ao limite

percentual previsto em lei (MUSSETI, 2001).

31

Page 44: Relatorio Luana

5.2.1.6 Estradas rurais

As estradas de acesso das propriedades eram verificadas em relação ao seu

estado de conservação: cascalhamento, existência de voçorocas e de lombadas

ligadas aos terraços existentes nas áreas adjacentes, a fim de determinar a

necessidade ou não de adequação.

5.2.1.7 Atividades zootécnicas

Nesta etapa eram verificados o número de animais e as condições e

sistemas de manejo da criação, eram levantados os dados sobre: pecuária de

corte e de leite. Levantavam-se também dados sobre outros animais.

Na microbacia visitada a maior parte da atividade zootécnica é a pecuária.

Os animais encontrados em maior número e freqüência foram o gado leiteiro e de

corte, de criação do tipo extensiva, sendo assim o resíduo acumulado era mínimo

desta forma era proposto à raspagem da leiteria e o envio dos dejetos até uma

esterqueira em conjunto com a suinocultura.

Os plantéis encontrados nas propriedades na sua maioria eram de

subsistência ou comercialização em pequena escala, sendo que os animais eram

criados soltos em sistema de criação extensiva, apresentando poucos

32

Page 45: Relatorio Luana

inconveniências na forma de manejo do gado, como a distribuição do gado em

áreas extensas, com acesso na maioria das vezes direto aos cursos d’água.

Na tabela 4, temos a forma de quantificação dos resíduos gerados por

cabeça de gado para a caracterização do diagnóstico.

Tabela 4. Volume de dejetos produzidos por animal (Gado)

Características do Plantel

Categoria Nº de Cabeças Volume Unitário de

Dejetos/dia (L)

Volume Total de

Dejetos/dia (L)

Vacas 32

Touros 32

Bezerros 10

Nas propriedades visitadas, foram diagnosticadas apenas atividades de

avicultura voltada à subsistência.

A criação de suínos em confinamento tem potencial para poluir, sendo que

essa característica se deve, fundamentalmente, à composição química dos

dejetos e quando estes são lançados ao solo, cursos ou fontes de água, sem o

adequado tratamento pode contaminá-los.

Esses dejetos devem passar pelo tratamento adequado, fazendo–se

necessária uma reciclagem de dejetos, dentro dos princípios da preservação

ambiental. A dimensão econômica do desenvolvimento sustentável integra

aspectos de competitividade e viabilidade em relação à capacidade tecnológica de

33

Page 46: Relatorio Luana

produzir.

Com a reciclagem dos dejetos de suínos e uso de biofertilizantes nas áreas

agrícolas, é possível o retorno econômico. Os sistemas de produção e o grau de

especialização das unidades buscam a viabilidade e o alcance social da

suinocultura no desenvolvimento sustentável.

Nas visitas às propriedades rurais, observou-se predominância de

atividades de suinocultura voltada à subsistência, as quais foram quantificados os

diferentes plantéis encontrados nas propriedades como: número de suínos e tipo

de sistema de criação (matrizes, terminação, etc). Através destes, devido muitas

vezes à precariedade das pocilgas e sua localização em lugares inadequados,

muitos dos sistemas de criação geravam passivos ambientais.

Devido às vezes a precariedade das instalações para a atividade como falta

de calhas e beirais para evitar o acúmulo das águas da chuva e assim propiciar o

aparecimento de vetores.

Na elaboração dos diagnósticos eram realizados os cálculos da geração de

dejetos para sabermos a quantidade de resíduos gerados e a forma de manejo

indicada.

Tabela 5. Volume de dejetos produzidos por animal (Suíno)

VOLUME ESTIMADO DE DEJETOS PRODUZIDOS (l).

CategoriaNúmero deAnimais

Volume de dejetosUnitário /dia [ L ]

Volume totalde dejetos /dia [ L]

Fêmeas em maternidade e gestação

27

Leitões em creche 1,4

34

Page 47: Relatorio Luana

Suínos em terminação 16

Reprodutores 9

Total

5.3 ATIVIDADES DE ESCRITÓRIO

Após visita as propriedades rurais, realizadas uma vez por semana, realizou-se

no decorrer de cada semana a atividade de escritório, onde eram preenchidos os

diagnósticos de cada uma das propriedades visitadas, a proposta prévia de

intervenção e o plano de controle ambiental.

5.3.1 Confecção do diagnóstico da propriedade

Para a confecção do diagnóstico da propriedade, inicialmente eram

passados os pontos coletados com o GPS durante as visitas ao responsável pela

execução dos croquis para o programa computacional Q-CAD versão 2.0, depois

esse croqui era passado ao programa computacional Spring 4.1, onde eram feitos

os ajustes necessários de acordo com a foto aérea fornecida pela Itaipu.

35

Page 48: Relatorio Luana

Os ajustes que eram necessários de serem feitos, por exemplo, deslocar o

desenho alguns, milímetros em tela, justificados pelo fato do desenho ser baseado

em pontos do GPS. Este equipamento pode coletar pontos com até 8 metros de

variação da realidade, se não forem apresentadas algumas condições necessárias

para o pleno funcionamento, como por exemplo, nebulosidade, excesso de nuvens

no céu e etc.

Após ter sido feitos os ajustes, o croqui era exportado para o Q-cad onde

eram passados os layers nos desenhos, e eram exportados novamente os layers

para o Spring 4.1, onde neste programa se atribuíam as classes temáticas

correspondentes as observadas na propriedade rural, como pode ser observado

nas figuras a seguir.

Após o desenho estar pronto no Spring, o utilizava-se do programa Scarta,

parte adicional do Spring 4.1. este era usado para a confecção da carta final,

neste se caracterizava atributos como legendas, identificações e outros atributos

necessários, como limites da bacia de cada cidade, rede viária, hidrografia e etc.

A figura 5 ilustra um exemplo de croqui do diagnóstico da propriedade

confeccionado no software Q-cad, enquanto a figura 6 e 7 ilustram

respectivamente um exemplo de croqui do diagnóstico confeccionado no software

Spring e uma carta de diagnóstico de uma propriedade no município de

Medianeira-PR.

36

Page 49: Relatorio Luana

Figura 5: Croqui do diagnóstico confeccionado no software Q-Cad.Fonte: Autor, 2007.

Figura 6: Croqui do diagnóstico confeccionado no software Spring.Fonte: Autor, 2007.

37

Page 50: Relatorio Luana

Figura 7: Carta de diagnóstico de uma propriedade no município de Medianeira-

PR.

Fonte: Autor, 2007.

5.3.2 Confecção da proposta previa de intervenção

A proposta de intervenção consiste em propor ações visando modificar a atual

situação indevida das propriedades rurais, quando necessário, sendo essas

modificações referentes à:

Atividades Zootécnicas;

Sistema Proposto de Manejo de Dejetos;

Instalações (Distância das instalações projetadas ou reformadas);

38

Page 51: Relatorio Luana

Planejamento de Uso das Terras (áreas de Mata Ciliar, áreas de

Nascentes, áreas de Reserva Legal, Uso Agrosilvopastoril - Aplicação

de Dejetos, Critério adotado para a aplicação de Dejetos).

5.3.3 Confecção do plano de controle ambiental

Através dos dados obtidos durante a visita à propriedade e elaboração do

diagnóstico ambiental, formulava-se o PCA que possui todas as informações

sobre as intervenções a serem realizadas na propriedade.

Nele, há informações como:

Descrição Geral da Propriedade:

o Ocupação das Terras;

o Quantificação dos Plantéis;

o Dados sobre Abastecimento de Água;

o Dados sobre Infra-estrutura, Pontos Críticos e Outras

Ocorrências Relevantes.

Unidades de Planejamento - Grupos de Manejo:

o APP e Reserva Legal (atendendo a legislação vigente);

o Lavouras e Pastagens Anuais e Permanentes;

o Reflorestamentos;

o Suinocultura, Bovinoculturas de Corte e de Leite, Piscicultura

e Outras Criações;

39

Page 52: Relatorio Luana

o Estradas, Terraços e Outras Obras;

o Custos para Relocação, Demolição e Construção de

Edificações.

A partir do calculo dos 20% da área da propriedade que necessita ser

preservada como reserva florestal legal. De acordo com Portaria 233 do IAP, a

recuperação da RL devera ser realizada com espécies nativas em plantios

heterogêneos visando a reconstituição do ecossistema original. Poderá ser

admitido o plantio temporário de espécies exóticas, como pioneiras, desde que

atendidos os critérios técnicos definidos em instrução normativa própria, a ser

emitida pelo IAP, conforme parágrafo 2 do artigo 44 da Lei Federal n 4.771/65

(Código Florestal).

Se necessária a recomposição de vegetação ciliar ao longo da margem dos

corpos d’água e da nascente, esta deverá ser realizada com a utilização de

espécies nativas, através de plantio,semeadura ou regeneração natural e/ou

isolamento da área de acordo com orientação técnica especifica(cercas).

As Cercas propostas ao longo da APP e RL com cerca, de acordo com as

exigências do IAP (palanque de madeira, seis fios de arame), favorecem a

regeneração natural da floresta.

A cerca devera ser construída com arame liso e palanques de madeira, e

devera ter altura mínima de 1,50m, obedecendo as seguintes especificações:

Distancia de 6m entre palanques e utilização de seis fios de arame;

altura dos palanques igual a 1,50m a partir do nível do solo;

40

Page 53: Relatorio Luana

Os palanques deverão ser enterrados a uma profundidade igual ou superior

a 0,70cm e os palanques mestres a uma profundidade igual ou superior a

1,10m;

A distancia entre arames devera ser de 23cm medidas a partir de 10cm do

topo do palanque. Apos a colocação dos arames, estes deverão ser

esticados de maneira apresentar uma tensão de 80 a 90 da carga de

ruptura do material utilizado;

No inicio e finais da cerca deverão ser colocados dois palanques-mestre,

com distanciamento de 1 metro entre eles;

O material a ser utilizado poderá ser madeira de maçaranduba ou itauba,

com comprimento mínimo de 2,20m, podendo ter formato irregular, e largura

mínima de 12cm para palanques mourões, já para palanques mestres devera ter

2,60m de comprimento de formato irregular porem com largura mínima de 20cm.

O arame deve ser tipo ovalado, bitola 15x17 com carga mínima de ruptura de

700Kgf e os balacins devem ser de aço, tipo CERCAFIX/ACO FIX.

O orçamento necessário para a adequação é gerado automaticamente pelo

Portal de Informações do Sistema de Gerenciamento Ambiental de Microbacias

Hidrográficas – SIG@LIVRE Itaipu, a partir do preenchimento dos dados do plano

de controle ambiental.

A figura 8 ilustra um exemplo de croqui do plano de controle ambiental da

propriedade confeccionado no software Q-cad, enquanto a figura 9 e 10 ilustram

respectivamente um exemplo de croqui do plano de controle ambiental

confeccionado no software Spring e uma carta de plano de controle ambiental de

uma propriedade no município de Medianeira-PR.

41

Page 54: Relatorio Luana

Figura 8: Croqui do plano de controle ambiental (PCA) confeccionado no software Q-CadFonte: Autor, 2007.

Figura 9: Croqui do plano de controle ambiental (PCA) confeccionado no software SpringFonte: Autor, 2007.

42

Page 55: Relatorio Luana

Figura 10: Carta do plano de controle ambiental (PCA) de uma propriedade no município de Medianeira-PR.Fonte: Autor, 2007.

43

Page 56: Relatorio Luana

6 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS DURANTE O ESTÁGIO

Para o desenvolvimento das atividades foram utilizados equipamentos para

assegurar a proteção e segurança dos membros das equipes durante as visitas

nas propriedades, equipamentos para coleta de dados em campo, e equipamentos

que constituem o trabalho de escritório.

6.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA

Para o bom andamento das atividades realizadas a campo e segurança dos

membros da equipe de trabalho, evitando a ocorrência de acidentes indesejados,

fez-se necessário o uso de equipamentos de proteção e segurança, tais como:

Chapéu;

Botas com solado de chapa de aço;

Protetor solar e repelente;

Cantil;

Kit de primeiros socorros.

6.2 EQUIPAMENTOS DE COLETA DE DADOS

44

Page 57: Relatorio Luana

Para o levantamento dos dados, medição das instalações,

georreferenciamento das divisas, obtenção de imagens, localização geográfica e

comunicação entre os membros da equipe no trabalho à campo fez-se necessário

o uso de alguns materiais e equipamentos para o proceder das atividades

realizadas.

Esses materiais são:

Trenas (50 e 20 metros);

GPS’s de navegação (GPS V da marca GARMIN);

Máquina fotográfica digital;

Rádios comunicadores;

Pranchetas;

Mapa territorial;

Mapa hidrográfico;

Mapa de solos;

Diagnóstico impresso em A4.

6.3 EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO

45

Page 58: Relatorio Luana

Para o preenchimento dos dados levantados em campo, proposição das

intervenções e confecção dos mapas das propriedades rurais diagnosticadas, os

equipamentos de escritório são compostos por:

Computadores (sistema Bit Win);

Impressora a laser colorida;

Arquivo de aço;

Armários para arquivar os dados coletados e os projetos.

46

Page 59: Relatorio Luana

7 CONCLUSÃO

O tecnólogo ambiental tem como suas atribuições atuar na manutenção ou

estabelecimento das condições ambientais essenciais para a qualidade de vida, o

saneamento dos problemas ambientais sejam eles de ordem industrial, urbana ou

rural, buscando o desenvolvimento sustentável, e para isso é necessário que

esteja a par da situação ambiental na qual ele irá atuar e as corretas formas de

manejo para a obtenção de um ambiente equilibrado.

A realização desse Estagio Supervisionado foi muito proveitosa, pois alem

de proporcionar uma visão ampla da situação ambiental que se encontra a

microbacia do Rio Alegria, possibilitou uma visão ampla dos problemas ambientais

de toda a região da Bacia do Paraná III.

O trabalho em equipe, a colaboração dos orientadores, supervisores,

colegas e proprietários das propriedades rurais possibilitaram a troca de

conhecimentos e este pôde ser repassado e aperfeiçoado, sendo assim estágio

proporcionou um aprendizado que está muito além do quadro negro e das quatro

paredes das salas de aula.

Colocam-se em prática muito dos conhecimentos adquiridos em sala de

aula, principalmente no que se refere às legislações ambientais, às técnicas de

manejo, procedimentos de restauração de ambientes degradados,

desenvolvimento ambiental sustentável e educação ambiental por meio da

conscientização ambiental.

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É necessário o repasse de informações e conhecimentos a todos os seres

responsáveis pela manutenção do meio ambiente, por meio da Educação

Ambiental, que é um caminho que trará resultados muito mais satisfatórios em

longo prazo, alem das práticas de manejo dos recursos naturais disponíveis para

alcançar o tão comentado Desenvolvimento Sustentável.

Pôde-se observar que os proprietários rurais entendem a necessidade de

preservar as matas ciliares, para a qualidade das águas, mas não se mostram

totalmente convencidos da necessidade de restaurar a área de Reserva Legal.

Com base nos projetos realizados, vê-se que muito precisamos fazer para

restaurar os ambientes degradados pela ação humana, sendo que essas ações se

estendem desde o correto manejo dos recursos ainda disponíveis até ações

corretivas para restabelecer o que foi degradado.

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Page 61: Relatorio Luana

8 REFERÊNCIAS CONSULTADAS

ANA – Agencia Nacional das Águas. CARTA DE PRINCÍPIOS COOPERATIVOS PELA ÁGUA. Disponível em < http://www.ana.gov.br/SalaImprensa/noticiasExibe.asp?ID_Noticia=362 >. Acesso em 14 mar 2007.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ – CEFET/PR. Edição Comemorativa, 90 anos. 23 de Setembro de 1999.

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ – CEFET/PR. Resgate da História: 14 Anos Cefet/Pr Medianeira. 2004, 47p..

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Page 62: Relatorio Luana

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MMA; SEMA/PR .Monitoramento Quali-Quantitativo dos Recursos Hídricos Superficiais, como subsídio para sua gestão, na Bacia do Paraná III - MMA e SEMA/PR Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agua/doce/index.html&conteudo=./agua/doce/programas/baciaparana.html> Acesso em 03 mar 2007.

MUSSETI, R. A. Do critério da autoridade competente na averbação da reserva legal Disponível em : < http:// www.ambito-juridico.com.br/aj/damb0001.html > Acessado em 10/12/2004 17h12min

PORTAL de Informações do Sistema de Gerenciamento Ambiental de Microbacias Hidrográficas – SIG@LIVRE Itaipu. Disponível em: <http//sgabh.itaipu.gov.br/portal_sda> Acesso em: 16 abr.2007

SEMA – Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Programa Estadual de Restauração e Conservação de Matas Ciliares.

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