relatório gestão 2010 2013
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Relatório de Gestão
20102013
O presente relatório mostra
um resumo das atividades
desenvolvidas pelo Comitê da
Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco
– CBHSF na gestão 2010–2013, conforme
autorização do governo federal, por meio
da Agência Nacional de Águas – ANA.
Um dos marcos iniciais desse processo
de atuação ocorreu em 2010, quando,
precisamente nove anos após a sua
criação, o Comitê passou a contar com
uma agência de bacias, instrumento de
gestão fundamental para o fortalecimento
institucional. A criação da agência – a
terceira implantada no Brasil em bacias
de rios de domínio da União – viabilizou o
início da cobrança pelo uso das águas do
rio São Francisco.
São FranciscoO comitê
do
Instituído por decreto presidencial
em junho de 2001, o Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco
é um órgão colegiado com atribuições
normativas, deliberativas e consultivas no
âmbito da respectiva bacia hidrográfica,
com base nos termos da Resolução CNRH
nº 5, de abril de 2010.
O CBHSF é formado por representantes
da União, dos estados de Minas Gerais,
Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas,
Sergipe e do Distrito Federal; dos
municípios situados no todo ou em parte
da bacia; dos usuários e das entidades
civis de recursos hídricos com atuação
comprovada na bacia.
Em 2011, dez anos após a sua criação,
o CBHSF apresentava a seguinte
composição: Geraldo José dos Santos,
na presidência; Edite Lopes de Souza,
na vice-presidência; e José Maciel
Nunes Oliveira, na secretaria. A Diretoria
São Francisco
Colegiada tinha na sua formação os
representantes da Secretaria de Estado
de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável/MG (Semad); Associação
de Promoção de Desenvolvimento
Solidário e Sustentável (Ades); Federação
dos Pescadores do Estado de Alagoas
(Fepal); Associação Regional de Proteção
Ambiental de Pirapora (Arpa/Pirapora);
Comunidade Quilombola Lagoa das
Piranhas – Bom Jesus da Lapa/BA;
Prefeitura de Afogados da Ingazeira/PE; e
Canoa de Tolda – sociedade socioambiental
do Baixo São Francisco.
Já as Câmaras Consultivas Regionais
(CCRs) eram assim formadas:
• CCR Alto São Francisco – Associação
Regional de Proteção Ambiental de
Pirapora (Arpa/Pirapora) / Associação
Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental (Abes).
• CCR Médio São Francisco – Comunidade
Quilombola Lagoa das Piranhas /
Associação Comunitária Sobradinho II.
• CCR Submédio São Francisco –
Prefeitura de Afogados da Ingazeira /
Irrigante – Pessoa Física.
• CCR Baixo São Francisco – Canoa de
Tolda – Sociedade Socioambiental do
Baixo São Francisco / Federação Estadual
dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag).
A pluralidade da participação das
diversas representações na composição
do colegiado se dá da seguinte forma:
usuários, com 38,7% de participação;
poder público, com 32,2%; sociedade civil,
com 25,8%; e comunidades indígenas, com
3,3%, o que se justifica devido à extensão
de 2.863 km do rio São Francisco e aos
636.920 km2 da área de drenagem da
bacia, o que corresponde a 8% do território
nacional. Cerca de 18 milhões de pessoas
vivem nas regiões correspondentes do rio,
divididas em 504 municípios, distribuídos
entre os estados de Bahia, Minas Gerais,
Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
O convênio de gestão
entre o CBHSF e a
Associação Executiva
de Apoio à Gestão de Bacias
Hidrográficas – AGB Peixe Vivo,
associação civil, pessoa jurídica de
direito privado, composta por empresas usuárias de recursos hídricos e organizações
da sociedade civil, para fins de execução da política de recursos hídricos, foi
firmado em 10 de junho de 2010. A base legal para a formalização de convênios
desta natureza consta da Lei nº 10.881/04, com o objetivo de exercer as funções de
competência das Agências de Água, previstas nos Arts. 41 e 44 da Lei nº 9.433/97,
relativos a recursos hídricos de domínio da União.
Através de deliberação plenária
em outubro de 2003, foram
estabelecidas as diretrizes para
a elaboração do Plano Decenal de Recursos
Hídricos da Bacia do São Francisco, com
prazo para vigorar de 2004 a 2013. O plano foi
aprovado, também por meio de deliberação
plenária, em julho do ano seguinte, com o
conjunto de intervenções prioritárias para a
recuperação e conservação hidroambiental
na Bacia, propondo ainda a integração entre o
Plano da Bacia e o Programa de Revitalização
da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
A relação de investimentos foi aprovada pela
Deliberação nº 15/2004, apresentada no
Resumo Executivo do Plano Decenal da Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco, como o
decenalPlano
decenalprograma de investimentos necessários à
recuperação hidroambiental da Bacia, no total
de R$ 5,2 bilhões para aplicação no período
2004–2013. Os recursos para aplicação,
conforme síntese do plano definido pela
ANA, são oriundos do Orçamento Geral
da União,da compensação paga pelo setor
elétrico aos Estados e Municípios, dos
recursos das concessionárias de serviços
públicos,da cobrança pelo uso da água e dos
financiamentos internacionais.
A DIREC aprovou dentro do Plano de
Aplicação Plurianual – PAP o recurso
necessário para a atualização do Plano
Decenal da Bacia Hidrográfica do Rio São
Francisco, trabalho que terá inicio ainda este
ano de 2013.
As ações de revitalização da
bacia hidrográfica nortearam
as discussões nas diversas
reuniões promovidas, tanto pela
Direc quanto pelas CCRs. Das várias
intervenções e obras, grande parte foi
realizada com recursos financeiros de
Ministérios e instituições do Governo
Federal.
Nesse sentido, a CCR do Baixo São
Francisco realizou reunião ordinária em
abril de 2011, no município alagoano de
Pão de Açúcar, para definir o formato de
apresentação de projetos para captação
de recursos financeiros inscritos no Plano
de Aplicação 2011; a organização de
demandas do Baixo São Francisco para
a pauta da reunião plenária programada
para se realizar em Petrolina (PE); a
questão das usinas nucleares a serem
instaladas na bacia hidrográfica do São
Francisco; e composição e agenda de
reuniões das Câmaras Técnicas do CBHSF
e do Grupo de Trabalho Permanente
de Acompanhamento da Operação
Hidráulica na Bacia do Rio São Francisco
(GTOSF). Além disso, foram discutidos
atividades
2011
assuntos relacionados à reunião pública
do dia 29 de abril sobre o Projeto da
Barragem de Pão de Açúcar.
A respeito do último tópico da pauta,
ainda em abril de 2011, a CCR promoveu
audiência pública para debater a questão
com a população de Pão de Açúcar, a fim
de abrir um ciclo de debates voltados para
assuntos de interesse da população local.
Durante a XIX Reunião Plenária do
CBHSF, realizada em Petrolina (PE), nos
dias 7 e 8 de julho, comemorou-se os dez
anos de atividade do comitê, incluindo o
lançamento do livro “Opará - Guardiões do
Velho Chico”, que mostra toda a história
e os avanços do colegiado no período. O
momento mais importante da plenária,
contudo, foi o lançamento da Carta de
Petrolina, contendo considerações, metas
e premissas em prol da revitalização do
rio São Francisco “para que as gerações
futuras possam se beneficiar das riquezas
naturais e potenciais de suas águas”. O
documento, entre outros aspectos, lista
determinados compromissos a serem
cumpridos, a partir de três focos: água
para todos; saneamento ambiental e
proteção e conservação dos mananciais.
O formato para a captação de recursos
financeiros para o Plano de Aplicação
2011 também foi o tema central da
reunião ordinária do CCR do Médio São
Francisco, realizada em Bom Jesus da
Lapa (BA), em agosto daquele ano.
Também no mês de agosto de 2011, o
CBHSF, a CCR do Baixo São Francisco, a
AGB Peixe Vivo e a Articulação dos Povos
e Organizações Indígenas do Nordeste –
Apoinme promoveram seminário na aldeia
Tigui-Botó, no município de Feira Grande
(AL). No seminário, foram discutidos
temas como o papel da Ouvidoria da
Fundação Nacional do Índio – Funai; o
trabalho da assessoria da Funai junto às
organizações indígenas, a situação dos
territórios indígenas de Alagoas e as
iniciativas das comunidades indígenas na
área ambiental, entre outros.
A proposta para instalação de usinas
nucleares na bacia do São Francisco
representou outro ponto de realização do
CBHSF no ano de 2011. Em outubro, o Comitê
realizou seminário em Maceió para discutir a
questão. O seminário contou com a participação
de especialistas das universidades federais de
Pernambuco (UFPE), de Minas Gerais (UFMG)
e da Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN), no qual se discutiu assuntos como
os impactos de uma usina nuclear, o processo
de licenciamento de instalações nucleares
e a relação entre a energia nuclear, o meio
ambiente e a sociedade.
Em novembro, no escritório da AGB Peixe
Vivo, no município de Petrolina (PE), a
CCR do Submédio São Francisco se reuniu
para discutir temas sobre o seminário de
usinas nucleares, projetos do Submédio
para 2011/2012, cronograma de reunião da
CCRMSF, e ainda temas referentes à XX
Plenária do CBHSF.
Também em novembro, em Bom Jesus
da Lapa (BA), foi promovida a reunião
ordinária, com participação da Direc,
equipe técnica da AGB Peixe Vivo e
conselheiros das diversas representações
com assento no Comitê, quando foram
tiradas deliberações importantes que
permitiram a continuidade das ações por
parte da agência de bacia. A empresa
Altran/TCBR – Tecnologia e Consultoria
Brasileira, contratada pela AGB Peixe
Vivo, apresentou a relação dos projetos
hidroambientais a serem implantados
com os recursos financeiros advindos
da cobrança pelo uso da água, bem
como a metodologia utilizada para
desenvolvimento do trabalho e os projetos
a serem contemplados.
A reunião ordinária serviu, ainda, para
que fossem aprovados pelo plenário do
Comitê os 22 projetos voltados para a
recuperação e proteção das nascentes
dos cursos d’água, controle de processos
de erosão em estradas vicinais que
carreiam materiais sedimentáveis aos
corpos de água, recuperação de áreas
degradadas, dentre outras ações inscritas
no componente Proteção e Conservação
de Mananciais, estabelecido como um
dos eixos do compromisso da Carta
de Petrolina. Para serem colocados
em prática, os projetos precisavam ser
descritos e especificados, licitados e
contratados.
O mês de novembro de 2011 contou,
ainda, com a audiência pública realizada
em Bom Jesus da Lapa (BA), convocada
para discutir com a empresa pública Valec
Engenharia, Construções e Ferrovia S.A.,
vinculada ao Ministério dos Transportes,
aspectos da construção e os impactos da
Ferrovia Oeste–Leste. O evento contou
não apenas com a participação de
membros da diretoria do CBHSF como
também do Ministério Público do Estado
da Bahia, e serviu para proporcionar
maior conhecimento sobre a proposta
do empreendimento e abrir espaço
para o debate com as comunidades
afetadas pelo projeto, verificando as
melhores alternativas para alcance do
desenvolvimento sustentável.
REALIZAÇÕES DA AGB PEIXE VIVO
É atribuição da AGB Peixe Vivo prestar apoio técnico
aos Comitês de Bacia Hidrográfica a ela integradas,
mediante planejamento, execução e acompanhamento
de ações, programas, projetos, pesquisas e quaisquer
outros procedimentos aprovados, deliberados e
determinados pelos respectivos comitês de bacia.
Dentre as suas realizações em 2011, a AGB Peixe Vivo
realizou, em novembro, o curso de capacitação de
agentes gestores em recursos hídricos, com duração
prevista até junho do ano seguinte. O projeto para
o curso, aprovado junto ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), com
o apoio do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam)
e Faculdade Fead, teve o planejamento para cinco
turmas, cada uma com três módulos: Hidrogeologia,
Hidrologia e Mediação de Conflitos.
Em 2012, surgem as oportunidades
concretas para a implantação de
ações discutidas e aprovadas no
âmbito do CBHSF. As ações só se tornaram
possíveis devido ao estabelecimento da
cobrança pelo uso de recursos hídricos,
aliada aos demais instrumentos de gestão,
notadamente o Plano de Recursos
Hídricos da Bacia Hidrográfica.
O primeiro passo foi a publicação, em
maio de 2012, no Diário Oficial da União
(DOU), do segundo termo aditivo ao
contrato de gestão nº 014/2010, firmado
entre a ANA e a AGB Peixe Vivo, com a
interveniência do CBHSF. O documento
prevê o repasse dos recursos financeiros
arrecadados com a cobrança pelo
uso da água na bacia hidrográfica,
atividades
2012possibilitando o cumprimento das metas
estabelecidas no programa de trabalho
firmado anteriormente.
Os primeiros resultados apresentados
com a formalização do contrato foram
a disponibilização ao público das
informações sobre o comitê, as ações
da entidade delegatória, a legislação de
recursos hídricos, o cadastro de usuários,
dentre outras, mantendo um endereço
eletrônico atualizado, possibilitando o
acesso a toda a população interessada.
Ainda em cumprimento ao contrato, a AGB
Peixe Vivo oferece o apoio e o fortalecimento
às atividades do CBHSF na estruturação de
suas instâncias (Diretoria Executiva, Diretoria
Colegiada, Câmaras Consultivas Regionais,
Câmara Técnicas, Grupos de Trabalho), bem
como a organização de reuniões plenárias e
técnicas, seminários e oficinas, entre outros.
Dentro desse planejamento de atividades,
foi realizada a XXI Reunião Plenária
Ordinária do CBHSF, no início de julho de
2012, em Belo Horizonte (MG). Diversos
assuntos pertinentes ao andamento das
atividades do Comitê da Bacia do São
Francisco foram discutidos e definidos
pela assembleia.
No primeiro dia de agosto de 2012 ocorreu
a XI Reunião Plenária Extraordinária do
CBHSF, no auditório da ANA, em Brasília
(DF). Na pauta, a escolha do nome para
assumir a presidência do colegiado, a
fim de concluir o mandato, encerrado
em 2013. O escolhido, por aclamação, foi
Anivaldo de Miranda Pinto.
Já a vice-presidente do CBHSF, Avani
Torres, foi eleita na última semana de
novembro de 2012, em Penedo (AL),
durante a XXII Reunião Plenária Ordinária
e a XII Reunião Plenária Extraordinária
do CBHSF. Durante a reunião, também
houve a indicação e a aprovação do novo
coordenador da CCR do Alto São Francisco,
Márcio Tadeu Pedrosa; apresentação
do Plano de Aplicação Plurianual (PAP)
2013–2015; apresentação do Programa
de Revitalização do São Francisco
– MMA/SRHU, informações sobre o
processo de renovação do licenciamento
de barragens na bacia; e debates sobre a
gestão estadual de recursos hídricos na
bacia do São Francisco.
Ainda durante o evento em Penedo, a AGB
Peixe Vivo apresentou informações sobre
os projetos contratados com recursos da
cobrança/2011 e o respectivo andamento;
sobre o programa de comunicação e
sobre a renovação das concessões das
hidrelétricas.
Outra realização da atual gestão foi o II
Seminário de Povos Indígenas do Rio São
Francisco, no município de Petrolândia
(PE), em setembro de 2012. Temas como
direito ambiental, demarcação de terras,
impacto da construção das barragens,
implantação de usinas nucleares na
bacia e implantação dos projetos
hidroambientais foram discutidos com
mais de 20 representações indígenas
dos estados de Pernambuco, Alagoas,
Sergipe, Bahia e Minas Gerais.
Em 2012, houve a reativação e a
normatização de reuniões das seguintes
câmaras técnicas: Câmara Técnica
de Assuntos Institucionais e Legais
(CTIL), que teve papel fundamental na
formatação do novo regimento interno
aprovado na plenária de Brasília (DF);
Câmara Técnica de Planos, Programas
e Projetos (CTPPP), a quem coube o
trabalho para que o CBHSF pudesse
aprovar seu primeiro Plano de Aplicação
Plurianual (PAP), aprovado em novembro
de 2012 na plenária de Penedo (AL);
Câmara Técnica de Articulação Institucional
(CTAI), que assumiu todo o processo
eleitoral para renovação dos membros do
CBHSF; Grupo de Trabalho Permanente de
Acompanhamento da Operação Hidráulica
na Bacia do Rio São Francisco (GTOSF), que
discutiu o hidrograma ambiental apresentando
pela rede de pesquisa HidroEco e a redução
das vazões no São Francisco; e o Grupo de
Acompanhamento do Contrato de Gestão
(GACG), cuja responsabilidade foi a de analisar
relatórios de gestões entre AGB e ANA.
Ainda durante a plenária realizada em
Penedo, vale destacar a aprovação
da Deliberação 71, que, entre outras
decisões, considera a possibilidade de
revisão do PAP para o próximo período,
após 2015, compreendendo toda a forma
organizacional, bem como os percentuais
destinados para as Ações de Gestão,
Planejamento e Estruturais, desde que de
acordo com o Plano da Bacia vigente.
REALIZAÇÕES DA AGB PEIXE VIVO
Em março de 2012, a AGB Peixe Vivo firmou contrato com vigência de 24 meses com a
empresa CDLJ Publicidade, para desenvolvimento de amplo trabalho de comunicação.
No decorrer do ano, foram contratadas empresas gerenciadoras e fiscalizadoras para
projetos que visam à proteção e conservação de mananciais, adequação de estradas
vicinais, cercamento de nascentes e áreas de recarga, controle de processos erosivos,
dentre outros. A iniciativa foi semelhante para formatação dos 22 (vinte e dois) projetos
hidroambientais demandados pelas Câmaras Consultivas Regionais do CBHSF e
aprovados na reunião plenária do colegiado em Bom Jesus da Lapa, em novembro de
2011, cujas contratações aconteceram a partir do segundo semestre.
Foram contratadas empresas para execução de oito obras hidroambientais de recuperação
de bacias, assim localizadas: bacia do Rio Jatobá, em Buritizeiro (MG); bacia do Córrego
da Onça, em Pirapora (MG); bacia do Rio das Pedras e Córrego Buritis, em Guaraciama
(MG); bacia do Ribeirão Canabrava, em Pompéu (MG); recuperação no entorno da Represa
de Três Marias, em Morada Nova
de Minas (MG) (todas no Alto São
Francisco); bacia do Rio Itaguari,
em Cocos (BA – Médio São
Francisco); bacia do Rio Salitre,
em Morro do Chapéu (BA); bacia
do Rio Mocambo, em Curaçá (BA
– Submédio São Francisco).
No ano de 2013, o CBHSF se
pautou por diversas reuniões
de cunho administrativo
e também ações de natureza
institucional. Merece destaque a reunião
do Grupo de Trabalho Permanente
de Acompanhamento da Operação
Hidráulica na Bacia do Rio São Francisco
- GTOSF, realizada em Brasília, quando se
reafirmou a necessidade de os usuários
das águas do rio pactuarem uma forma
sustentável de uso, capaz de contemplar
todos os segmentos produtivos e também
o ecossistema aquático. Os integrantes
do grupo discutiram a possibilidade de
rever as restrições já vigentes para as
operações hidráulicas, bem como a
importância de iniciar o processo de
atividades
2013discussão entre os usuários, com vistas ao
estabelecimento de um Pacto das Águas,
ou seja, a definição de usos compatíveis
para os diversos segmentos, tais como
hidrelétricas, irrigantes, empresas de
saneamento, indústrias, navegação e
pesca, de modo a assegurar também a
sobrevivência dos seres vivos que formam
a biota do rio.
Em fevereiro, o Comitê convidou as prefeituras,
autarquias e empresas públicas de municípios
que têm territórios na bacia do São Francisco a
manifestarem interesse em obter a contratação
do Plano Municipal de Saneamento Básico
– PMSB preconizado na Lei Federal nº
11.445/2007, que estabelece as diretrizes
nacionais para o saneamento básico. As
demandas selecionadas pela Diretoria
Colegiada – Direc seriam contratadas com
recursos financeiros arrecadados com a
cobrança pelo uso da água. A decisão foi
aprovada durante plenária ocorrida em
Penedo (AL), por meio da Deliberação
CBHSF Nº 71/2012, que definiu o Plano de
Aplicação Plurianual do colegiado para o
período 2013-2015.
No plano político-institucional, mereceu
destaque as negociações e manifestações
do CBHSF junto à Agência Nacional de
Águas – ANA em relação à anunciada
redução nas vazões dos reservatórios do
rio São Francisco (Sobradinho e Xingó) - de
1.300m3/seg para 1.100m3/seg,. Diversas
reuniões aconteceram a partir do mês de
fevereiro, inclusive com participação do setor
elétrico, visando minimizar os efeitos da
redução sobre as comunidades ribeirinhas.
No mês de abril, o CBHSF finalizou o
processo de alteração do Regimento
Interno do colegiado, que passou a valer
automaticamente após deliberação assinada
por seu presidente, Anivaldo Miranda. O
novo regimento foi resultado dos trabalhos
desenvolvidos pelos membros durante a
XIII Plenária Extraordinária, realizada no
auditório da Agência Nacional de Águas –
ANA, em Brasília. Vale ressaltar que a Ctil foi
responsável por consolidar as sugestões de
todos os membros antes da aprovação final
do regimento.
Com mais de 50 artigos, o Regimento
Interno do CBHSF dispõe sobre normas,
procedimentos, atribuições referentes
a todas as instâncias do Comitê no
desempenho de suas funções, envolvendo
desde a Diretoria Colegiada às Câmaras
Técnicas e demais órgãos. É, portanto, de
importância fundamental para o processo
de atuação institucional do Comitê.
No mês de maio, o Comitê do São Francisco
iniciou na cidade de Paulo Afonso (BA) a
série de oficinas sobre os usos múltiplos das
águas do rio São Francisco. Outras quatro
edições do evento ocorreram nas cidades
de Juazeiro (BA), Barreiras (BA), Penedo
(AL) e Três Marias (MG), com participação
de membros do colegiado e instituições
convidadas.
Também em maio, dia 16, um acontecimento
importante foi a escolha do novo secretário
da CCR do Alto São Francisco, Marcus
Vinicius Polignano, em Belo Horizonte
(MG). Membro titular do CBHSF, Polignano
representa a sociedade civil na instituição,
por meio do Instituto Guaicuy e estará à
frente da secretaria até agosto, quando
ocorrerá a mudança de diretoria e membros
do Comitê.
O primeiro semestre de 2013 foi ainda
marcado pela finalização do processo de
contratação das 22 obras hidroambientais
realizadas nas diferentes regiões fisiográficas
da bacia com recursos da cobrança pelo uso
da água. Um passo importante para marcar,
de forma efetiva, o comprometimento do
CBHSF com a gestão de recursos hídricos
do país. No total, cerca de R$ 20 milhões
foram repassados pelo CBHSF visando o
aumento da qualidade e quantidade da água
da bacia do São Francisco e seus afluentes.
Entre as ações que vêm sendo realizadas
estão a construção de pequenas barragens
para captação de água da chuva; cercamento
de margens e nascentes para preservação
ambiental; adequação das estradas para
melhorar a drenagem das águas da chuva e
reduzir o assoreamento dos cursos d´água,
além do trabalho de educação ambiental e
mobilização social.
Os municípios privilegiados com as intervenções
técnicas são Pirapora (MG), Buritizeiro (MG),
Morada Nova (MG), Pompéu (MG), Paracatu
(MG), Conselheiro Lafaiete (MG), Lagoa da
Prata (MG), Cocos (BA), Paratinga (BA), Bom
Jesus da Lapa (BA), Serra do Ramalho (BA),
Morro do Chapéu (BA), Curaçá (BA), Brejinho
(PE), Ibimirim (PE), Afogados da Ingazeira
(PE), Arapiraca (AL), Campo Grande (AL),
Feira Grande (AL) e Propriá (SE).
Julho foi marcado pelo I Encontro de Comitês
de Bacias Hidrográficas dos Afluentes do rio
São Francisco, que aconteceu no dia 17, em Belo
Horizonte (MG). Dentre os assuntos debatidos
durante o encontro estavam: o Plano Decenal
e o Pacto das Águas. Os afluentes do Rio São
Francisco estão entre os estados de Minas Gerais,
Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
Vale ainda destacar neste primeiro semestre do
ano, as diversas plenárias eleitorais realizadas nas
diversas regiões da bacia visando a renovação
do quadro de membros do colegiado. Entre os
eventos, foi especialmente marcante a plenária
realizada no município baiano de Rodelas para
escolha dos representantes indígenas que
farão parte da nova gestão do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF.
Bastante representativa, a plenária contou
com a presença de representantes das
principais comunidades indígenas da bacia
do São Francisco.
Realizações da AGB Peixe Vivo
Em 2013 ocorreu o processo de contratação, mobilização e coordenação
de todo o processo eleitoral do CBHSF. A AGB Peixe Vivo alinhou
com a Direc todos os passos do processo eleitoral que iniciou com
a disponibilização das informações sobre a documentação necessária
para as entidades e instituições interessadas em participar, com base
na Resolução DIREC N.27 que estabelece as normas, procedimentos e
critérios para o processo de renovação dos membros titulares e suplentes
do CBHSF, passando pelos encontros e oficinas de mobilização social
finalizando com o processo de eleição e posse dos novos representantes
do CBHSF 2013-2016 a ocorrer durante a XIV Plenária Extraordinária,
que acontecerá em Salvador/BA nos dias 19 e 20 de agosto de 2013.
Este é um produto do Programa de Comunicação do CBHSF Contrato nº 07/2012 — Contrato de Gestão nº 014/ANA/2010— Ato Convocatório nº 043/2011.
Direitos Reservados. Permitido o uso das informações desde que citada a fonte.