relatorio final iniciação cientifica -2011
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Relatorio Final Bolsa CNPq aluno Guilherme Esposito QuerelliTRANSCRIPT
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Faculdade de ciências exatas e tecnologia - FCET
Aquisição de dados via PC como método
investigativo no ensino de física
Bolsista: Guilherme Espósito Querelli
Orientadora: Profa Marisa Almeida Cavalcante
Relatório Final
Agosto de 2011
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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Relatório Final do Projeto de Iniciação Cientifica – fevereiro de 2011 a agosto de 2011
Aquisição de dados via PC como método investigativo no ensino de física
Sumário Objetivo geral ...............................................................................................................................4
O programa Tracker .....................................................................................................................5
Energia e Conservação de energia ...............................................................................................6
Experimento Proposto .............................................................................................................9
Calculo da Energia Total do Pendulo através da equação de movimento (MHS) ...............11
Verificando a conservação de Energia graficamente:.........................................................13
2ª etapa do projeto. Ondas estacionarias ..................................................................................15
Introdução teórica ..................................................................................................................15
Ondas .................................................................................................................................15
Ondas Mecânicas e eletromagnéticas ................................................................................16
Ondas estacionárias ...........................................................................................................18
Velocidade de propagação .................................................................................................20
Determinação da densidade do Fio através de ondas estacionárias ......................................22
Objetivos do experimento ..................................................................................................22
Descrição experimental ......................................................................................................22
Metodologia .......................................................................................................................23
Uso do tracker ....................................................................................................................24
Dados coletados .................................................................................................................25
Gráficos ..............................................................................................................................28
Análise dos resultados ............................................................................................................30
Conclusão ...............................................................................................................................31
Conclusão geral do projeto ........................................................................................................32
Referências.................................................................................................................................33
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Aquisição de dados via PC como método investigativo no ensino de física
Objetivo geral
O objetivo do projeto “Aquisição de dados via PC como método investigativo
no ensino de física” é mostrar de uma maneira simples que o computador e seus
periféricos, podem ser usados nos laboratórios de física para obtenção de resultados
com maior precisão quando comparados aos métodos tradicionais. Neste trabalho
focaremos nossos estudos em elaborar experimentos onde o movimento de um corpo
é filmado e depois analisado eletronicamente. O software utilizado para a analise de
movimentos foi um software livre Tracker. Na 1ª etapa deste projeto desenvolvemos
experimentos que visavam mostrar a conservação de energia mecânica em sistemas
conservativos. Utilizamos para isso o estudo de um pendulo simples. Para a execução
desta etapa foi necessário compreender o mecanismo de operação do software e
elaboramos um tutorial para facilitar a sua utilização por iniciante.
Neste relatório final faremos uma retrospectiva dos trabalhos desenvolvidos
incluindo uma descrição do software Tracker bem como a analise de conservação de
energia em um pendulo simples, utilizando outros recursos disponíveis no software
(ainda pouco explorados), que possibilita potencializar ainda mais o seu emprego em
laboratórios didáticos. Tais recursos permitem a edição de equações e sua
correspondente representação gráfica bem como de se obtenção da relação entre
diferentes variáveis envolvidas, permitindo explorar diferentes grandezas e
características do movimento em estudo. No nosso caso foi possível, por exemplo,
construir em um mesmo sistema de eixos gráficos que relacionavam a energia cinética,
potencial e a energia mecânica em cada ponto da trajetória do pendulo.
Já para os experimentos desenvolvidos no 2º semestre estudamos ondas
estacionarias em cordas e determinamos através da condição de ressonância a
velocidade de propagação destas ondas. Na montagem utilizada neste experimento os
sinais de freqüência variável são obtidos através de um software disponível livremente
na internet e uma caixa de som de PC permite a oscilação de uma corda com
extremidade fixas.
De modo a verificar a compatibilidade dos resultados determinamos a
densidade linear dos fios utilizados obtendo resultados com desvios em relação ao
valor previsto da ordem de 1 a 2 %. Convém salientar que os equipamentos que
permitem esta determinação, disponível em mercado, se valem de geradores de sinais
e amplificadores de custo elevado com resultados, muitas vezes, com semelhante
precisão.
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O trabalho referente a esta aplicação do Tracker no estudo de ondas
estacionarias foi submetido ao IV Encontro estadual de professores promovido pela
UFRGS e aprovado e deverá ser apresentado na sessão de pôster.
O programa Tracker
Desenvolvido pela universidade Cabrillo College(1) esse é um software livre e
código aberto.
Sendo um software de análise de imagens ele necessita de outros dois
aplicativos, também gratuitos, para seu funcionamento. A plataforma JAVA (2) e
também o player de vídeos QuickTime (3). Basicamente esse programa propicia a
analise de imagens, fotos ou vídeos, sendo possível fazer marcações de distâncias,
velocidades, acelerações, ângulos, forças, adição de vetores e também inserção de
novas expressões.
Para isso o programa mede as distâncias em pixels da imagem. Depois de feita
uma calibração, que é muito simples, o software transforma as medidas em pixels na
unidade usada para calibrá-lo.
Esse tipo de software é muito bem vindo nos laboratórios de física das
universidades, pois com o auxilio de uma câmera filmadora, os experimentos clássicos
podem agora serem analisados de outra perspectiva. A gravação algumas vezes
captura fenômenos com duração de milésimos de segundo que o olho nu é incapaz de
notar.
Isso porque nosso sistema de visão tem alguns defeitos crônicos. Além de
perder a noção de profundidade quando as distâncias são muito grandes, por exemplo,
enxergarmos as estrelas como se estivessem todas numa esfera ao redor da Terra, a
esfera celeste, ao invés de ver que elas estão distribuídas pelo espaço, sendo que
estrelas que parecem estar próximas podem estar a centenas de anos luz de distância,
nosso olho não consegue distinguir eventos de curta duração. Algo que aconteça com
menos de s torna-se imperceptível ao olho nu.
Por esse motivo os filmes parecem ser um movimento contínuo, mas na
verdade, um vídeo é uma sequência de imagens apresentadas rapidamente. Em geral
são de 24 a 30 imagens por segundo, dando assim a impressão de ser contínuo. Neste
projeto foi usada uma câmera denominada de alta velocidade(4). Já que ela tem
capacidade de capturar até 300 frames por segundo, ou seja, flagra eventos com cerca
de 0,0034s. Como os softwares de análise de imagens possibilitam passar a imagem
frame a frame esses fenômenos antes imperceptíveis tornam-se observáveis.
Assim, os experimentos clássicos podem ser realizados e filmados para que os
resultados sejam obtidos através de um software de análise de imagens facilitando a
coleta de dados, aprimorando o grau de precisão e, como veremos mais adiante,
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algumas vezes descobrindo erros sistemáticos que prejudicavam a compreensão de
fenômenos.
Energia e Conservação de energia
No início do projeto foi realizado um trabalho com pêndulos cujo objetivo era
verificar a conservação de energia mecânica durante o movimento oscilatório.
Começamos então tratando sobre energia e o que ela é. Nos livros encontra-
se que energia é “a capacidade de realizar trabalho ou por quanto tempo suporta-se
dissipar uma quantidade constante de potência.” Mas daí surge a dúvida sobre o que
exatamente é trabalho. E nas mesmas fontes, encontramos que trabalho é “a energia
consumida em um deslocamento”. Como se vê, entramos em círculo vicioso.
Poderíamos escapar dele usando o termo potência, mas caímos novamente no círculo,
pois as explicações sempre são parecidas com “quão rápido é executado um trabalho”.
Precisaremos nos aprofundar mais em energia para saber o que exatamente ela é.
Escolher algumas, pois ela pode ter várias formas sendo sempre a mesma.
Escolheremos então três energias: Energia cinética, energia potencial
gravitacional e energia mecânica. Todas são energias medidas com a mesma unidade o
joule (J). Existe ainda uma unidade muito presente no cotidiano a caloria (cal) que
mede a energia gasta para elevar de 1°C 1g de água. Nas tabelas nutricionais de
alimentos encontramos os valores em kcal, ele se refere a quantidade de energia
fornecida ao corpo após a digestão do alimento e podemos converter kcal para J
usando a relação: .
O que difere nas diversas formas de energia são as grandezas física que elas
relacionam. Comecemos pela energia cinética. Ela relaciona a massa de um objeto com
sua velocidade para dizer quanta energia esta armazenada no sistema pela equação 1
função:
. Eq. 1
A outra energia escolhida para trabalharmos é a energia potencial
gravitacional. Ela supõe que um corpo em uma dada altura tende a se acelerar, para
isso uma força atuará no sistema, a forca gravitacional, que é dada pela equação 2.
Eq. 2
Onde m é a massa do corpo, g é a aceleração da gravidade local e h é a altura.
Essa altura é relativa a um referencial escolhido como o chão da sala, o nível do mar ou
outra qualquer.
A terceira e última que trabalharemos nessa parte do projeto é a energia
mecânica. Diferente das energias vistas até agora que relacionam grandezas diversas, a
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energia mecânica se calcula apenas com a soma algébrica da energia cinética e da
energia potencial gravitacional. Como mostra a equação 3.
Eq. 3
A questão seguinte é saber o que é a conservação dessa energia mecânica.
Partiremos de um exemplo: um pêndulo longo oscilando com amplitude máxima de
apenas alguns graus no vácuo.
Quando em amplitude máxima, a massa presa ao final do fio (que
consideraremos inextensível) terá velocidade zero. Isso significa que sua energia
cinética é nula. Em contra partida, sua altura em relação à origem é máxima e
consequentemente, sua energia potencial também é máxima. No segundo momento
em que a massa está a uma distância de meia amplitude do centro do movimento, ela
já tem velocidade e então um valor não nulo de energia cinética e ainda tem altura
diferente de zero, mas menor que a altura máxima. Sendo assim, seu valor de energia
potencial é menor que o inicial, mas ainda superior a zero. O movimento continua e
quando a massa está no centro da trajetória, tem velocidade máxima e altura zero de
tal sorte que a energia cinética agora é máxima e a energia potencial é nula. O pêndulo
oscila mais e chega a distância de amplitude máxima agora do outro lado da origem e
vemos que novamente os valores de energia se inverteram. Aqui a energia cinética é
máxima, porque o corpo possui velocidade zero e energia potencial máxima pois sua
altura voltou a ser máxima.
Uma energia se “transforma” na outra e depois volta a ser ela própria.
Enquanto isso o valor da energia mecânica permanece constante com o passar do
tempo. Vejamos a figura 1 que nos da uma melhor idéia disso.
Em A temos o corpo com altura máxima e velocidade zero. Em B, altura e
velocidade têm valores intermediários. E em C velocidade máxima e altura zero.
Abaixo podemos notar as barras com valores de energia potencial e cinética mudando,
enquanto a energia mecânica permanece constante.
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Figura 1. Esquema de energias no movimento de um pêndulo
A maneira com que uma energia se “transforma” na outra não é linear,
podemos observar na figura 2 que não é exatamente na meia altura que temos valores
iguais para Ec e Ep.
Figura 2. Transformação de energia cinética em potencial e vice-versa enquanto
a energia mecânica permanece constante.
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A conservação da energia mecânica se dá quando seu valor se mantém
constante com o passar do tempo. Forças dissipativas como o atrito com o ar são
responsáveis por “roubar” uma parte da energia e fazer o valor de Em decair com o
tempo.
EXPERIMENTO PROPOSTO
O intuito do experimento é verificar se a perda de energia em um pendulo
simples pode ser desconsiderada e em quais serão as condições de contorno que
devemos estabelecer para considerar o sistema como conservativo Para isso foi feito
um experimento com dois pêndulos semelhantes. Ambos com mesmo comprimento
de fio (que foi tido como inextensível) e com amplitudes máximas próximas aos 20°. A
diferença entre eles é a massa presa ao fio. As duas são esféricas com quase mesmo
raio, porém uma delas com cerca de 160g e a outra com menos de 4g.
O método usado foi filmar o movimento dos pêndulos e depois usar o
computador e o software Tracker para analisar os dados. Cada pêndulo foi filmado três
vezes com velocidades de captura de imagem diferentes para uma futura comparação.
30, 60 e 300 fps foram as velocidades usadas.
Para verificar a conservação de energia foram propostos dois modos
diferentes, o primeiro, um modo qualitativo, verificou-se através de gráficos do
movimento as amplitudes máximas atingidas pelo pêndulo em sucessivas oscilações.
Se as amplitudes permanecessem constantes, a manutenção do valor da energia
mecânica seria comprovada. Caso as amplitudes fossem diminuindo com o tempo,
concluímos que a energia mecânica também decaiu com o tempo em função das
forças dissipativas presentes no sistema.
O gráfico 1 mostra que para a esfera de maior massa, sim, a energia mecânica
não se alterou significativamente com o tempo e podemos considerar o sistema como
ideal.
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Gráfico 1. Espaço VS. tempo da esfera de maior massa.
Mesmo após algumas oscilações completas, a amplitude máxima atingida pelo
pêndulo permanece igual. Algo que no pêndulo com esfera de menor massa não
ocorreu.
Podemos notar no gráfico 2 que a amplitude máxima atingida pelo pêndulo
decai com o passar do tempo. A cada oscilação completa, a amplitude decai em média
10% do valor mostrando que houve perda da energia mecânica do sistema. O maior
responsável, sem dúvida, foi o atrito com o ar. Nos dois sistemas ele causa uma perda
semelhante de energia, mas no sistema com esfera de menor massa, essa quantidade
de energia representa um percentual maior do que no sistema com esfera de maior
massa.
x(cm) vs. t(s)
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
0 1 2 3 4 5 6 7
T (s)
X (
cm)
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Gráfico 2. Espaço VS. tempo da esfera de menor massa.
Fica evidente que a amplitude máxima decai e com isso o valor máximo da
energia potencial também decai. Como nos limites da trajetória a energia cinética é
nula, a energia mecânica, ali, é composta apenas por energia potencial gravitacional.
Assim sendo, podemos afirmar que no sistema com pêndulo de esfera de pequena
massa, não houve conservação de energia
Para verificar com mais detalhe a perda de energia procedemos a uma analise
mais detalhada da energia total em cada ponto da trajetória do pendulo.
Sabendo massa, velocidade da partícula e gravidade, determinamos os valores
de energia, cinética e potencial em cada ponto e poderíamos saber se houve ou não a
conservação da energia mecânica e qual a fração desta perda.
CALCULO DA ENERGIA TOTAL DO PENDULO ATRAVÉS DA EQUAÇÃO DE MOVIMENTO (MHS)
Para isso usamos um recurso muito interessante oferecido pelo Tracker, que
corresponde a possibilidade de se obter a equação de ajuste do movimento
supostamente esperada e a partir dos dados experimentais verificar qual é a flutuação
nos valores dos coeficientes esperados.
Para o movimento do pendulo ao longo do eixo horizontal (x) o ajuste obtido
para a equação senoidal pode ser visto na figura abaixo
x(cm) vs. t(s)
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00
t (s)
x (c
m)
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Figura 3. Tela do programa Tracker.
Nossa equação para o MHS foi portanto dada por:
A=0,017 m
W=7,804 rad/s
Fase inicial =-1,743 rad
X= 0,017 sen (7,804t-1,743) Eq. 4
Colocando o mouse sobre o valor deste %
podemos alterá-lo para o valor desejado.
Assim o usuário fixa um valor inicialmente
esperado e vai ajustando o valor que mais se
ajusta aos dados experimentais.
O calculo deste % é realizado sobre o valor
inicialmente fixado (supostamente
esperado)
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Assim podemos estimar o valor da Energia mecânica total do pendulo já que
se o sistema foi conservativo devemos esperar que
Em= ½ w2A2m Eq. 5
No nosso caso:
m=0,157 Kg
w=7,804 rad/s
A=0,017rad
Em= 0,002763 J
VERIFICANDO A CONSERVAÇÃO DE ENERGIA GRAFICAMENTE:
Outro recurso muito interessante é a edição de equações no Tracker
Para adicionar equações no programa devemos clicar em Dados na tabela no
canto inferior direito da tela do programa, depois em Definir... e depois em Add.
Aqui adicionaremos em uma das células o nome da função criada e no outro a
equação selecionando as variáveis já contidas no programa. Com os dados obtidos
através da soma entre as Energias Cinética e potencial em cada instante obtivemos:
Gráfico 3. Energia mecânica VS. tempo da esfera de maior massa.
Com um valor médio obtido de
Em= (0,0018±0,0003)J
Apesar dos valores flutuarem em torno de um valor médio indicando uma
certa “conservação de energia mecânica” nota-se que há um erro sistemático
afastando este valor do valor inicialmente obtido (2,7 x 10-3 J). É importante ainda
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observar que para o 1º método considera-se o movimento isento de qualquer
dissipação e executando um MHS. Este erro certamente se deu devido à uma
descentralização da câmera com relação ao movimento do pendulo
Uma melhor aproximação entre estes valores ocorrem na região próxima a
0,8 segundos. Conforme mostra a figura abaixo
Figura 4. Destacando-se a região próxima a 0,8s onde as curvas se ajustam mais
ao esperado.
Na fig. 4 Destacamos a região próxima a 0,8segundos e observamos que
atingimos maiores valores de energia mecânica.
Esta convergência já era esperada nesta região, visto para o 1º método (com o
ajuste de equação do MHS) o melhor ajuste da função para a reprodução do MHS se
dá nesta mesma região de tempo.
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2ª etapa do projeto. Ondas estacionarias
INTRODUÇÃO TEÓRICA
ONDAS
Para o experimento realizado no segundo semestre do projeto, precisaremos
saber alguns conceitos como o que são ondas estacionárias e como calcular a
velocidade das ondas que se propagam em cordas.
Com certeza para chegar até esses conceitos mais avançados, começaremos
com a explicação de o que é uma onda? Uma perturbação no meio que transporta
energia sem transportar matéria. Mas para leigos essa explicação ainda é um pouco
vago.
Vejamos o caso daquelas enormes fileiras de dominó que são colocados um
ao lado do outro e depois derrubados. A única peça que recebe uma força externa é a
primeira, a partir daí ela derruba a segunda que derruba a terceira e assim até o fim. A
última peça que cai, pode estar a uma distância enorme da primeira, mas ainda assim
ela cai. Uma onda de choque se propagou pelas peças transportando a energia
aplicada na primeira. Mas as peças não saem do lugar. Assim funciona uma onda. Uma
reação que se propaga sem transportar matéria. Um exemplo clássico é o de uma
rolha colocada na água, passa por ela uma onda e faz com que a posição vertical da
rolha se altere. Isso muda momentaneamente a energia potencial gravitacional da
rolha. Mas assim que onda acaba de passar, a rolha volta para a mesma altura e
também a ter a mesma energia potencial. Mesmo após a passagem da onda, a posição
horizontal da rolha permanece inalterada. A figura exemplifica isso.
Figura 5. Movimento da rolha flutuante quando atingida por uma onda.
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ONDAS MECÂNICAS E ELETROMAGNÉTICAS
Até meados do século XIX o único tipo de onda conhecida eram as ondas
mecânicas. Na década de 1870, o físico escocês James Maxwell publicou seus trabalhos
unificando a lei de Gauss, a lei de Ampère que ele modificou e a lei de indução de
Faraday e com isso, criou um conjunto de equações que hoje são conhecidas como leis
de Maxwell em sua homenagem. Esse conjunto de leis, entre outras coisas, diz que os
campos elétricos e magnéticos são de mesma natureza, isto é, observado de um
referencial é um campo magnético, mas de outro pode ser um campo elétrico. Além
disso, Maxwell confirma a proposição de Faraday de que a luz se propaga em forma de
onda. As tais ondas eletromagnéticas são geradas pela propagação de campos
elétricos e magnéticos oscilantes no tempo de maneira cíclica.
Tal proposição de que campos se propagam através de ondas só foi
confirmada por Heinrich Hertz em 1888 numa montagem experimental que usou uma
bobina de Helmholtz modificada e um receptor que era uma espira aberta com esferas
nas pontas separadas por uma pequena distância. A bobina produzia uma alta tensão
e, com isso, um faíscamento nos terminais. Hertz supôs que esse faíscamento
produziria as ondas previstas por Maxell. Para confirmar a presença dessas ondas, o
receptor foi afastado da bobina e se ocorresse uma faísca entre as esferas, teríamos
uma força elétrica transmitida a distância. E foi isso que aconteceu, Hertz viu as
faíscas serem produzidas.
Para confirmar que eram mesmo ondas, Hertz posicionou no fundo de seu
laboratório uma placa metálica que refletiria as supostas ondas. Movendo o receptor
ao longo da linha imaginária que unia a bobina à placa, Hertz viu que em alguns
lugares a faísca era intensa em outros era quase imperceptível. O que houve na
verdade, foi que as ondas refletidas formaram ondas estacionárias (que ainda veremos
o que exatamente são) e com o receptor, Hertz conseguiu determinar o comprimento
dessas ondas que era da ordem de centímetros (hoje sabemos que eram micro-ondas).
Essa verificação fez surgir uma das maiores discussões da física moderna, a
existência ou não do éter. Uma substância transparente de baixíssima densidade que
permeia todo o Espaço. Discussão que durou décadas e hoje a teoria mais aceita é de
que não existe o éter.
Isso tudo por que até a descoberta das ondas eletromagnéticas, as ondas
conhecidas eram as mecânicas e elas por sua vez precisam de um meio material para
se propagar. Daí a teoria de éter, que era o meio usado pelas ondas eletromagnéticas
para se propagar. Além disso, acreditava-se que as ondas eletromagnéticas eram
ondas longitudinais. Esse tipo de onda é o mesmo tipo das ondas sonoras.
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Figura 6. Ondas sonoras no ar.
Nas ondas longitudinais, existe uma variação na posição horizontal das
partículas sem afetar a posição vertical, como podemos ver na imagem, isso faz com
que em dadas regiões, a pressão do ar torna-se maior e em outras, menor. Nesse tipo
de onda, a distância que separa uma região de compressão de outra é .
Atualmente já se admiti que as ondas eletromagnéticas têm outra natureza e são
ondas transversais.
É a forma que a maioria das pessoas imagina quando falamos em ondas, com
uma crista e um vale formando um comprimento, e com a distância de máximo
afastamento da origem nomeado de amplitude.
Figura 7. Esquema de uma típica onda transversal.
Existe ainda um terceiro tipo de onda que une os dois primeiros, são as
chamadas ondas mistas.
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ONDAS ESTACIONÁRIAS
O fenômeno das ondas estacionárias é parte de nosso experimento e,
portanto, precisaremos de algumas informações adicionais sobre ele. Na extremidade
em que a corda está apoiada sobre a roldana, temos a reflexão das ondas geradas.
Esse tipo de reflexão segue um padrão, as ondas que chegam são refletidas de volta na
corda com a amplitude invertida, o que chega máximo retorna mínimo.
Figura 8. Onda em corda sendo refletida num anteparo fixo.
Entretanto, enquanto essa onda refletida volta, uma nova onda foi gerada
pela caixa de som e outro fenômeno muito comum em ondulatória se faz presente; a
interferência. Quando duas ondas se encontram elas sofrem uma interferência onde as
amplitudes se somam. Se duas amplitudes máximas se encontrarem em concordância
de fase, teremos durante um intervalo de tempo, uma onda com amplitude igual a
soma das duas outras, essa é a interferência construtiva (fig.9-a). Em contrapartida, se
uma crista encontrar um vale, ou seja, em discordância de fase, teremos uma anulação
de ambas no tempo em que ocuparem a mesma posição e teremos, o que
conhecemos por interferência destrutiva (fig 9-b). O último caso é a interferência
parcial, quando elas nem se anulam e nem constroem amplitude de diferentes
tamanhos , compreendida entre o máximo e o minimo (fig. 9-c).
Figura 9-a.
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Figura 9-b.
Figura 9-c.
Uma coincidência entre o tempo de uma ser refletida e retornar a uma
posição onde a outra onda gerada sofrerá uma interferência construtiva e sendo o
comprimento da corda, múltipo de , teremos uma onda que aparenta estar
parada na corda.
Se sobrepormos ondas iguais com velocidades contrárias, teremos pontos da
corda em que a amplitude é zero e outros onde a amplitude é máxima. São os
chamados nós e anti-nós. Para nosso caso, onde a corda está presa a dois pontos (no
oscilador e no apoio) eles serão nós.
Como visto o comprimento da corda deve ser múltiplo de portanto
L= esse coeficiente n dizemos ser o número do harmônico, por exemplo. No
primeiro harmônico, a onda formada na corda tem apenas um ventre. No segundo,
uma onda completa seria formada, no terceiro ⅔ e assim sucessivamente.
A região entre dois nós é conhecida como ventre ou anti-nós.
Figura 10. Harmônicos em cordas.
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Na corda, quando esse fenômeno ocorre, é fácil identificar o comprimento da
onda que estamos trabalhando, basta medir a distancia entre dois nós ou anti-nós e
teremos ½ . Para o experimento, cujo objetivo é determinar graficamente a
densidade linear da corda através da montagem que gera ondas estacionárias,
precisaremos da equação da velocidade das ondas em cordas.
O aplicativo em Java do PHET projeto da Universidade do Colorado permite
mostrar diferentes situações, com pulsos manuais, oscilador com diferentes
freqüências, cordas de diferentes densidades, presa nas duas extremidades, uma
extremidade livre, etc.
Abaixo uma representação deste simulador
Figura 11. Onda estacionaria com 6 ventres
Simulador disponível em
(http://xviiisnefnovastecnologias.blogspot.com/2011/04/ondas-estacionarias.html)
VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO
A onda se propagando, faz a corda se curvar de maneira que a parte superior
da curva pode ser considerada um arco de circunferência, isso ajudará a encontra a
relação que desejamos.
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Figura 12. Atribuição de valores para cálculo da velocidade de propagação de ondas
em cordas.
A tensão na corda sendo T, o raio da suposta circunferência R, 2θ e Δs
permitem obter a equação que relaciona velocidade de propagação da onda com a
tensão da corda e sua densidade linear.
Para isso aplicaremos a segunda Lei de Newton, onde a força resultante é
igual a massa multiplicada da aceleração. A aceleração no nosso caso será a aceleração
centrípeta já que o trecho em vermelho na corda está na borda de um círculo se
movendo para a esquerda.
Eq. 6
A massa do trecho da corda pode ser calculada multiplicando seu
comprimento e sua densidade linear.
Eq. 7
Mas o comprimento , então
Eq. 8
A força resultante será a soma das forças que a tração exerce em ambos os
lados do trecho da corda. Como trabalhamos apenas com o movimento horizontal da
corda, a força resultante será também apenas no eixo vertical.
Eq. 9
Para pequenos ângulos o sin pode ser substituído apenas por θ trabalhando
em radianos, de maneira que chegamos a:
Eq. 10
Pela segunda lei de Newton, temos:
Eq. 11
Eq. 12
Simplificando, chegamos na equação da velocidade em cordas.
ou
22
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Eq. 13
Assim, um gráfico construído com valores de v² e T, deverá ser uma reta, onde
o coeficiente angular será o valor da densidade linear que procuramos no fio.
DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DO FIO ATRAVÉS DE ONDAS ESTACIONÁRIAS
OBJETIVOS DO EXPERIMENTO
Determinar a densidade linear de um fio através de uma montagem
experimental que produz no fio, considerado inextensível, ondas estacionárias usando
uma caixa de som e o sistema de áudio do PC.
DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL
Foi usado uma montagem desenvolvida por (Cavalcante et AL, 2004) em que
usando o sistema de áudio do PC, uma caixa de som modificada e um auto-falante com
um pino acoplado, . Como esta montagem é possível variar a frequência de oscilação
da corda até que a condição de ressonância para gerar uma onda estacionaria seja
atingida. Na outra extremidade do fio está presa uma massa para tensionar. Ele é
esticado entre o falante e um apoio com uma roldana deixando a massa pendurada.
Essa massa é pequena, pois a maneira com que é colada o pino do falante em que a
corda está fixada não suporta fortes tensões, com massas da ordem de 5 a 10g. ,
conforme mostra a figura abaixo.
Figura 13. Montagem do experimento.
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A montagem completa ainda conta com um computador como visto no
esquema 1.
Esquema 1. Montagem completa do experimento
A condição de ressonância é estabelecida quando o comprimento da corda for
múltiplo inteiro de ½ Mas sabemos que v=F, onde F corresponde a frequencia de
oscilação da corda.
METODOLOGIA
Para uma corda fixa nas duas extremidades, como o caso deste experimento a
condição de ressonância é estabelecida quando o comprimento da corda for múltiplo
inteiro de ½ Mas sabemos que v=F, onde F corresponde a freqüência de oscilação
da corda.
Portanto para que tenhamos ondas estacionarias devemos ter que:
L= n ½ (v/F) Eq. 14
Assim, fixando um comprimento L, teremos freqüências bem definidas para
cada condição de ressonância (1º 2º ...no harmônico) e que depende da velocidade de
propagação da corda.
De outro lado ao fixarmos a frequência do gerador de sinais teremos que
buscar o valor do comprimento L para o qual a ressonância é estabelecida.
Escolhemos para este experimento este 2º procedimento
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O experimento consiste, portanto, em ligar o gerador de áudio em uma
frequência conhecida; escolher uma massa para ser presa ao fio e mover a caixa de
som para frente ou para traz vagarosamente até que na corda seja obtida a condição
de ressonância e se obtenha a formação de uma onda estacionária.
Quando isso ocorrer, medir com a régua a distância entre o falante e o apoio
da corda. Precisaremos para cálculos posteriores, o tamanho do comprimento de
onda, então devemos nos atentar para o fato de se for formado o primeiro harmônico,
multiplicar por 2 o valor medido (que é de apenas um ventre), se for o segundo
harmônico, já temos o valor, para o terceiro multiplicamos o valor encontrado por ⅔ e
assim sucessivamente.
Como nossa determinação será dada através da análise gráfica, precisaremos
de vários pontos de forma que a próxima etapa é alterar a massa presa ao fio e refazer
a medida do λ. Esse processo deve ser repetido no mínimo dez vezes para a construção
de um gráfico no futuro.
Nos procedimentos convencionais estas medidas são realizadas com uma
régua diretamente sobre a montagem, nas medidas que serão efetuadas neste
experimento utilizaremos o Tracker para nos auxiliar nestas medidas
USO DO TRACKER
A vantagem de utilização do tracjer é que faremos a medida do comprimento
de onda e da frequência de oscilação da corda vibrante com maior precisão tendo em
vista que a captura do vídeo se fará com elevadas taxas de aquisição e as resoluções de
comprimento também serão bastante precisas.
Na tela do computador, abriremos no programa Tracker o vídeo do
experimento. Começaremos calibrando o programa para que as distâncias lidas nele
sejam as reais. O programa trabalha com contagem de pixels para medir espaços, e
então colocamos junto a montagem da caixa de som com fio e etc, uma fita de papel
de comprimento conhecido (em geral usa-se 10cm). No botão fita métrica com
transferidor escolheremos a função measuring stick. Essa é a fita de calibração do
programa.
Arrastando as extremidades até as extremidades da fita que colocamos, e
ainda escrevendo em sua caixa de texto o número de centímetros ou metros que ela
mede, fazemos com que o programa nos forneça as futuras medidas já em centímetros
ou metros e com o tamanho verdadeiro.
Existe uma função que nos permite ajustar a posição do sistema de
coordenadas, ele pode ser deslocado e girado. Para facilitar nosso cálculos, não
precisamos nos ater muito a posição em que esta a coordenada (0,0), mas precisamos
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posicionar o eixo x exatamente no plano da corda. Os futuros cálculos do comprimento
de onda serão mais simples fazendo este passo.
Na montagem clássica, a frequência de vibração da corda supomos ser igual a
frequência lida na tela do gerador digital. Quando é feita a montagem moderna, tanto
frequência quanto comprimento de onda, serão medidos através do PC.
A frequência será determinada da seguinte maneira: clicando no botão Novo
escolhemos a opção ponto de massa. Essa função nos permite marcar a posição de
algo em quadros sucessivos. Usaremo-la marcando o ponto (apertando a tecla control
e clicando no ponto desejado) onde o fio está. Depois pularemos alguns quadros no
botão step forward (uma seta no canto direito na parte de baixo da tela) até que o fio
oscilante volte para o mesmo ponto. Para terminar, precisaremos saber a distância
entre o pino do falante e o apoio que nos dará o comprimento de onda, lembrando da
relação entre os harmônicos.
Isso é feito clicando no botão novo para escolher a função vetor. Com ela
poderemos criar um vetor entre os pontos desejados. As dimensões do vetor
aparecerão no canto inferior direito da tela. Para uma melhor precisão, é preciso que
seja feita a soma das componentes vetoriais. Clicando em dados podemos inserir
equações para que o próprio programa efetue os cálculos.
DADOS COLETADOS
Foram usadas quatro cordas com densidades lineares diferentes para verificar
se a montagem é mesmo eficaz. A câmera usada grava os vídeos a 300fps mas, o
reproduz a apenas 60fps e por isso precisamos modificar esse valor no programa
Tracker. As freqüências usadas também foram diferentes apenas por uma questão
prática do tamanho da onda gerada na corda para poder enquadrá-la no campo de
visão da filmadora.
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Tabelas
Tabela 1: dados referentes ao fio número 1
frequência no gerador (Hz) 150 massa (g) 5,5 ρ medido (g/cm) 0,045
frequência de oscilação do fio (Hz)
75 massa de cada clips (g)
0,69
λ (m) λ/2 (m) v (m/s) v² (m²/s²)
massa (g)
Tração (gm²/s²)
ρ (g/cm) Tempo de cada
frame (s)
Período entre frames (s)
Frequência dos frames
(1/s)
0,548 0,274 41,151 1693,405 5,5 53,79 0,031 1,67E-01
0,577 0,288 43,3485 1879,092 6,19 60,53 0,032 2,34E-01 6,67E-02 14,98
0,604 0,302 45,345 2056,169 6,88 67,28 0,032 3,00E-01 6,67E-02 14,98
0,621 0,310 46,6245 2173,844 7,57 74,03 0,034 3,67E-01 6,67E-02 14,98
0,657 0,328 49,3275 2433,202 8,26 80,78 0,033 A freqüência da corda encontrada é de aproximadamente 15Hz. Porém deve-se
lembrar que o vídeo de 300fps é reproduzido a 60fps, ou seja, a freqüência
desejada é 5 vezes maior.
0,671 0,335 50,373 2537,439 8,95 87,53 0,034
0,689 0,344 51,744 2677,442 9,64 94,27 0,035
0,713 0,356 53,4855 2860,699 10,33 101,02 0,035
0,723 0,361 54,282 2946,536 11,02 107,77 0,036
0,745 0,372 55,878 3122,351 11,71 114,52 0,036
0,775 0,387 58,125 3378,51 12,4 121,27 0,035 Frequência da corda 75
Tabela 2: dados referentes ao fio número 2.
frequência no gerador (Hz) 100 massa (g) 5,5 ρ medido (g/cm) 0,085
frequência de oscilação do fio (Hz)
50 massa de cada clips (g)
0,69
λ (m) λ/2 (m) v (m/s) v² (m²/s²)
massa (g)
Tração (gm²/s²)
ρ (g/cm) Tempo de cada
frame (s)
Período entre
frames (s)
Frequência dos frames
(1/s)
0,581 0,290 29,08 845,64 5,5 53,79 0,031 1,50E-01 0,613 0,306 30,66 940,03 6,21 60,733 0,032 2,50E-01 1,00E-01 9,99
0,656 0,328 32,84 1078,46 6,92 67,677 0,032 3,50E-01 1,00E-01 9,99
0,687 0,343 34,37 1181,29 7,63 74,621 0,034 4,50E-01 1,00E-01 9,99
0,705 0,352 35,29 1245,38 8,34 81,565 0,033 A freqüência da corda encontrada é de aproximadamente 10Hz. Porém deve-
se lembrar que o vídeo de 300fps é reproduzido a 60fps, ou seja, a
freqüência desejada é 5 vezes maior.
0,711 0,355 35,56 1264,51 9,05 88,509 0,034
0,737 0,368 36,89 1360,87 9,76 95,452 0,035
0,766 0,383 38,3 1466,89 10,47 102,396 0,035
0,795 0,397 39,79 1583,24 11,18 109,340 0,036
0,822 0,411 41,14 1692,50 11,89 116,284 0,036
0,840 0,420 42,01 1764,84 12,6 123,228 0,035 Frequência da corda 50
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Tabela 3: dados referentes ao fio número 3.
frequência no gerador (Hz) 200 massa (g) 5,5 ρ medido (g/cm) 0,155
frequência de oscilação do fio (Hz)
100 massa de cada clips (g)
0,69
λ (m) v (m/s) v² (m²/s²)
massa (g)
Tração (gm²/s²)
ρ (g/cm) Tempo de cada
frame (s)
Período entre frames (s)
Frequência dos frames (1/s)
0,223 22,30 497,63 5,5 53,79 0,108 4,67E-01 0,234 23,40 547,96 6,21 60,73 0,110 5,17E-01 5,01E-02 19,98
0,241 24,09 580,42 6,92 67,67 0,116 5,67E-01 5,01E-02 19,98
0,247 24,68 609,11 7,63 74,62 0,122 6,17E-01 5,00E-02 19,98
0,262 26,27 690,25 8,34 81,56 0,118 A freqüência da corda encontrada é de aproximadamente 20Hz. Porém deve-se lembrar que o vídeo de 300fps é reproduzido a 60fps, ou
seja, a freqüência desejada é 5 vezes maior.
0,266 26,66 711,04 9,05 88,50 0,124
0,282 28,22 796,86 9,76 95,45 0,119
0,293 29,36 862,45 10,47 102,39 0,118
0,297 29,75 885,07 11,18 109,34 0,123
0,307 30,71 943,55 11,89 116,28 0,123
0,314 31,45 989,13 12,6 123,22 0,124 Frequência da corda 100
Tabela 4: dados referentes ao fio número 4.
frequência no gerador (Hz) 150 massa (g) 5,5 ρ medido (g/cm) 0,373
frequência de oscilação do fio (Hz)
75 massa de cada clips (g)
0,69
λ (m) v (m/s) v² (m²/s²)
massa (g)
Tração (gm²/s²)
ρ (g/cm) Tempo de cada
frame (s)
Período entre frames (s)
Frequência dos frames (1/s)
0,203 15,29 233,86 5,5 53,79 0,230 6,67E-02 0,217 16,31 266,09 6,19 60,53 0,227 1,33E-01 6,67E-02 15
0,219 16,48 271,01 6,88 67,28 0,248 2,00E-01 6,67E-02 15
0,224 16,83 283,24 7,57 74,03 0,261 2,67E-01 6,67E-02 15
0,231 17,34 300,93 8,26 80,78 0,267 A freqüência da corda encontrada é de aproximadamente 15Hz. Porém deve-se lembrar que o vídeo de 300fps é reproduzido a 60fps, ou
seja, a freqüência desejada é 5 vezes maior.
0,235 17,69 313,02 8,95 87,53 0,279
0,244 18,30 335,16 9,64 94,27 0,281
0,252 18,96 359,48 10,33 101,02 0,281
0,259 19,46 378,78 11,02 107,77 0,284
Frequência da corda 75
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No programa Tracker, foram extraídos apenas os dados do comprimento de onda (ou
meia onda em alguns casos) e a frequência de oscilação da corda. Todos os outros
foram calculados no Excel e os gráficos construídos em um software livre chamado
SciDAVis.
GRÁFICOS
A partir dos gráficos construídos, podemos extrair a partir do coeficiente
angular de uma linha de tendência linear, a densidade linear do fio usado. Comparei o
valor obtido graficamente com o valor esperado para obter o erro percentual relativo.
Gráfico 4. Construído com dados do fio 1
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Gráfico 5. Construído com dados do fio 2.
Gráfico 6. Construído com dados do fio 3.
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Gráfico 7. Construído com dados do fio 4.
Os valores obtidos para o coeficiente linear da reta em cada gráfico é o valor
calculado para a densidade linear dos fios, para simplificar a visualização eles são
apresentados na tabela abaixo já comparados com seu valor esperado e o erro
percentual entre eles.
fio Comprimento (cm) Massa (g) Densidade medida (g/cm) Densidade calculada (g/cm) Desvio percentual (%)
1 0,813 0,037 0,045510455 0,042±0,001 8,4
2 0,944 0,081 0,085805085 0,076±0,004 10,3
3 0,883 0,137 0,155152888 0,136±0,008 12,3
4 0,831 0,310 0,373044525 0,390+0,031 4,6
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Inicio a análise dos resultados citando a principal contribuição do método
moderno em que foi usada a câmera filmadora de alta velocidade e o programa
Tracker.
Na montagem clássica consideramos a frequência de oscilação da corda como
sendo igual à frequência de vibração do pino do auto-falante lida na tela do gerador de
sinais. Depois de todos os cálculos o resultado obtido para a densidade linear do fio é
quatro vezes menor que o resultado esperado. Não sabíamos o que causava esse erro.
Quando realizamos o experimento com a montagem moderna, filmando e
analisando via PC, foi constatado que a frequência de vibração da corda não é a
mesma que lemos no gerador, é apenas metade. Um vídeo feito a 300fps, mostra o
pino do auto-falante completa uma oscilação enquanto o fio só completa meia
oscilação.
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Assim, a velocidade que usamos no cálculo da densidade é apenas metade da
velocidade real, e já que o gráfico é construído com v² em um dos eixos, essa diferença
que era de duas vezes sobe para quatro vezes. Com isso os resultados obtidos com o
novo método, apresentaram um desvio percentual de em média 8,5%. É um ganho
considerável tendo em vista que os resultados foram razoavelmente satisfatórios.
CONCLUSÃO
Com a medida realizada nos moldes clássicos encontrávamos uma discrepância
significativa no valor de densidade linear do fio e que nos impedia de usar a montagem
desenvolvida por (Cavalcante et AL, 2004) para experimentos quantitativos.
No entanto foi através do uso do Tracker que percebemos que a freqüência de
oscilação da corda é na verdade metade do valor da freqüência estabelecida no
gerador de áudio.
Isso mostra que o uso de tecnologias mais avançadas nos permite observar
fenômenos que antes seriam muito difíceis de serem observados e neste caso
imperceptíveis.
Embora tenhamos obtido sucesso com esta descoberta, acreditamos que estes
valores apresentados para a densidade da corda podem ser melhorados se;
a. Aumentar a amostra, trabalhando com diferentes harmônicos e maiores
freqüências
b. Fazer a coleta de dados em duas etapas; na 1ª etapa destinada a
determinação do comprimento de onda fazer a aquisição com uma taxa de
aquisição menor e vídeo de maior resolução de preferência em HD. Isso nos
permitiria melhor resolução na medida de distancia; e na 2ª etapa
aumentarmos a taxa de aquisição do vídeo (até 300fps) para a
determinação da freqüência.
Estamos no momento refazendo algumas medidas, agora em 2 etapas distintas,
HD para determinar o comprimento de onda e slow-motion para a determinação da
freqüência, de modo que na apresentação do trabalho no IV EEEFis na UFRGS , bem
como para a apresentação no encontro de iniciação previsto para novembro, já
teremos novas tabelas e novos gráficos com melhores resultados.
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Aquisição de dados via PC como método investigativo no ensino de física
Conclusão geral do projeto
A tecnologia de análise de imagens presente no projeto além de proporcionar
grande precisão nos experimentos revelou erros sistemáticos antes desconhecidos.
Portanto, o uso de tecnologias nos laboratórios das universidades, podem não apenas
alterar o modo como conduzimos a relação ensino-aperndizagem, mas também
propiciar que descobertas cientificas relevantes seja realizadas, possibilitando
transformar o espaço de aula em laboratório em um ambiente de investigação e
pesquisa.
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Referências
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(2) http://ciencia.hsw.uol.com.br/forca-potencia-torque-energia.htm
acessado em: 28/07/2011
(3) http://www.unitsconversion.com.ar/esp/conversionunidadesenergia/ca
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30/07/2011
(5) http://ww2.unime.it/weblab/awardarchivio/ondulatoria/ondas.htm
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(6) http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/Biografias/Maxwell/Maxwell.html
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(7) http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/01/onda-
longitudinal-1.jpg acessado em: 02/08/2011
(8) http://200.198.28.154/sistema_crv/banco_objetos_crv/%7B85FA40D6-
9B5B-499D-B2C9-EAFFCE40FA50%7D_f%C3%ADsica7.jpg acessado em:
02/08/2011
(9) CAVALCANTE, M. A. ; TAVOLARO,C.R.C; “ONDULATÓRIA E ACÚSTICA
ATRAVÉS DE EXPERIMENTOS ASSISTIDOS POR COMPUTADOR” IX Encontro
Nacional de Pesquisa em Ensino de Física (2004)
http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/ix/atas/posteres/po51-39.pdf
acessado em: 03/08/2011
(10) http://www.fisica.ufs.br/egsantana/ondas/transversal/transversal.html
acessado em: 03/08/2011