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Relatrio Final de Estgio
Mestrado Integrado em Medicina Veterinria
OSTEOCONDROSE EM CAVALOS
Francisco Silva Pinto Neves
Orientador: Dr. Lus Miguel Paiva Benites da Silva Atayde
Co-Orientadores: Dr. Miguel A. Valds Vzquez
Dr. Vtor Jos Lopes Grcio
Porto 2010
Relatrio Final de Estgio
Mestrado Integrado em Medicina Veterinria
OSTEOCONDROSE EM CAVALOS
Francisco Silva Pinto Neves
Orientador: Dr. Lus Miguel Paiva Benites da Silva Atayde
Co-Orientadores: Dr. Miguel A. Valds Vzquez
Dr. Vtor Jos Lopes Grcio
Porto 2010
i
Resumo
O presente relatrio representa o culminar do estgio curricular do Mestrado Integrado
em Medicina Veterinria, realizado nas reas de Medicina Interna, Cirurgia e Reproduo de
equinos.
Nas dezasseis semanas decorridas, compreendidas entre Janeiro e Maio de 2010, o meu
estgio foi dividido em duas partes: uma, no Hospital de Referencia La Equina, sediado em
Mlaga, sob orientao do Dr. Miguel Valds, uma referncia a nvel mundial; a outra, na
Fundao Alter Real (FAR), sede da coudelaria Alter Real, sediada em Alter do Cho, tendo tido
a oportunidade de acompanhar diariamente o trabalho de um veterinrio com grande experincia
nesta rea, Dr. Vtor Grcio.
A primeira parte, que teve a durao de um ms, foi realizada nas reas de Medicina
Interna e Cirurgia de Equinos. Neste perodo tive a oportunidade de auxiliar a equipa do Hospital
nas diversas consultas e cirurgias, participando nos mais variados procedimentos clnicos, desde
simples desparasitaes at situaes de emergncia/ urgncia, com recepo e estabilizao dos
animais, exame geral, diagnstico e instituio de teraputica (Anexo I). Tive ainda a
possibilidade de promover a prestao de cuidados nos animais internados (aperfeioando
tcnicas de administrao, colheitas de amostras e suporte), realizao e interpretao de exames
complementares de diagnstico (radiografias, ecografias, anlises hematolgicas e bioqumicas,
coprologias e endoscopias) e discusso diria dos casos clnicos.
Nos restantes trs meses de estgio participei no acompanhamento reprodutivo das guas
da FAR, guas do Posto Hpico, garanhes da FAR e garanhes externos instituio. Em
termos prticos, foi possvel aprofundar os meus conhecimentos ao nvel da clnica reprodutiva
equina, tendo realizado diversas colheitas e anlise de smen e posterior inseminao artificial
com smen fresco e participado nos procedimentos envolvidos na manipulao de smen
refrigerado e congelado (Anexo I).
Esta experincia constituiu um complemento prtico exaustivo dos conhecimentos
tericos adquiridos, na rea de equinos, ao longo dos cinco anos do Mestrado Integrado em
Medicina Veterinria. Assim, pude inteirar-me da realidade actual da profisso de Mdico
Veterinrio de equinos nas diferentes reas de clnica, cirurgia e reproduo. As realidades que
presenciei em Espanha, embora diferentes da Portuguesa, permitiram-me estabelecer
comparao sobre metodologias de trabalho e acima de tudo ficar a par dos avanos tecnolgicos
e cientficos que permitem cada vez mais uma abordagem com uma viso preventiva da
Medicina Veterinria.
ii
Agradecimentos
A elaborao deste trabalho dependeu da confiana, incentivo, amabilidade, ajuda e
disponibilidade dos seguintes, a quem dirijo os mais sinceros agradecimentos:
Ao meu orientador, Professor Lus Atayde por toda a ajuda, apoio, profissionalismo e
grande pacincia que teve comigo desde o planeamento at concluso deste relatrio. Tambm
no posso deixar de agradecer por tudo o que me ensinou no mundo dos cavalos e por ser uma
pessoa com grande responsabilidade na conquista dos meus objectivos.
Ao meu co-orientador, Dr. Miguel Valds que pelo seu profissionalismo, experincia,
competncia, amizade e esprito de equipa, me permitiu uma aprendizagem de qualidade durante
o ms que estive no Hospital de Referencia La Equina.
Ao meu co-orientador, Dr. Vtor Grcio, pela amizade, apoio, conselhos de vida e crticas
construtivas essenciais para me tornar num excelente veterinrio.
A todos os docentes do ICBAS, em especial ao Professor Dr. Antnio Rocha e ao Dr.
Tiago Pessanha, pela disponibilidade, amizade, apoio e incentivo para comigo.
Dra. Patrcia Becerra Salas, a todos os trabalhadores e internos (Ely e Rocio) do
Hospital de Referencia La Equina, pelo companheirismo, boa disposio diria e simpatia.
A todos os trabalhadores da FAR pela boa disposio e simpatia para comigo durante
todo o perodo de estgio.
Aos meus colegas de estgio, Alexandra, Ins, Nelson e Ndia pelo companheirismo,
partilha de trabalho e momentos divertidos, foram sem dvida bons tempos passados juntos.
Aos meus eternos amigos pela amizade e momentos de descontraco proporcionados,
essenciais ao meu bem-estar e sucesso.
Aos meus amigos e companheiros de longas noites de estudo, Alex, Pedro Garcia, Bruno,
Pedro Carvalho, Filipe, Joo Paulo e a todos aqueles que contriburam de alguma forma para o
meu sucesso.
Dani, no s pelo apoio, carinho e ajuda, mas tambm pela fora e persistncia que me
transmitiu nos momentos mais difceis.
Ao meu big brother, pela amizade, incentivo e ajuda incondicional, mesmo nos
momentos mais difceis que tive que passar enquanto estudante. Muito obrigado Gonalo por
estares sempre presente.
Aos meus pais, a quem dedico este trabalho, pelo carinho, fora, amizade e acima de tudo
pelo grande esforo que fizeram para a realizao deste curso e assim tornar real o meu sonho.
So sem dvida eles que merecem o maior agradecimento. MUITO OBRIGADO.
iii
NDICE GERAL
Pgina
Resumo i
Agradecimentos ii
ndice Geral iii
ndice de Abreviaturas v
I INTRODUO 1
II REVISO BIBLIOGRFICA 2
1. Ossificao endocondral 2
2. Osteocondrose 3
2.1.Etiopatogenia da osteocondrose 5
2.1.1. Alimentao 5
2.1.1.1. Deficincia em cobre 6
2.1.1.2 Dietas com elevados nveis energticos 6
2.1.2. Predisposio gentica 7
2.1.3. Stress biomecnico e exerccio 9
2.1.4. Sexo 10
2.2. Histopatogenia 10
2.3.Modelos de patogenia 11
2.4. Prevalncia da osteocondrose 12
2.5. Protocolos de seleco para as diferentes raas 14
2.5.1. KWPN 14
2.5.2. PRE 15
2.5.3. PSL 15
2.6. Diagnstico da osteocondrose 15
2.7. Tratamento da osteocondrose 17
2.7.1. Tratamento mdico 18
iv
2.7.1.1. Repouso e exerccio controlado 18
2.7.1.2. Anti-inflamatrios no esterides 18
2.7.1.3. Corticosterides 19
2.7.1.4. Componentes naturais da cartilagem 20
2.7.1.4.1. cido hialurnico 20
2.7.1.4.2. Glicosaminoglicanos polisulfatados 20
2.7.1.4.3. Polisulfato de pentose 20
2.7.1.4.4. Glucosamina e sulfato de condroitina 21
2.7.2. Tratamento cirrgico 21
2.7.2.1. Artrotomia 21
2.7.2.2. Artroscopia 21
2.7.3. Ps-operatrio 22
2.8. Projeces radiogrficas indicadas para os principais pontos anatmicos
afectados pela osteocondrose
22
III CASOS CLNICOS 24
1. Caso clnico n 1 24
2. Caso clnico n 2 25
3. Caso clnico n 3 26
4. Discusso 27
IV CONCLUSO 28
V - BIBLIOGRAFIA 29
ANEXOS
v
NDICE DE ABREVIATURAS
AH cido hialurnico
AINEs Anti-inflamatrio no esteride
COX Ciclooxigenase
DMSO Dimetilsulfxido
DOD Doenas Ortopdicas de
Desenvolvimento
FAR Fundao Alter Real
h2 Heritabilidade
IA Administrao Intra-articular
IGF Insuline-like Growth Factor
Ihh Indian Hedgehog
IM Administrao Intramuscular
IV Administrao Intravenosa
Kg - Kilograma
KWPN Royal Dutch Warmblood Studbook
LM Lateromedial
MAE Membro anterior esquerdo
McIII Terceiro osso metacarpiano
MCF Articulao metacarpofalngica
mg miligrama
ml - mililitro
MPD Membro posterior direito
MPE Membro posterior esquerdo
MtIII Terceiro osso metatarsiano
MTF Articulao metatarsofalngica
OA Osteoartrite
OC Osteocondrose
OCD Osteocondrite dissecante
PO Administrao Oral
PRE Pura Raza Espaola
PSGAG Glicosaminoglicano polissulfatados
PSL Puro Sangue Lusitano
PTHrP Parathyroid Hormone ralated
Peptide
QTLs Quantitative Trait Loci
RM Ressonncia Magntica
F1 Primeira falange
TAC Tomografia Computadorizada
TGF- Transforming Growth Factor-
TRC Tribunales de Reproductores
Calificados
UI Unidades Internacionais
VEGF Factor de crescimento endotelial
1
INTRODUO
As doenas reumticas so mais antigas no nosso planeta do que o cavalo ou o homem. J
o Platicarpo, rptil que viveu h cerca de 100 milhes de anos, apresentava leses de artrose
conforme pode ser verificado no fssil existente no museu de Histria Natural do Kansas (Viana
de Queiroz 1996).
Hoje em dia, a performance desportiva tornou-se no objectivo cen