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P LANO DE G ERENCIAMENTO DA B ACIA H IDROGRÁFICA DO A LTO J ACUÍ Relatório-T2 2009 C ONSOLIDAÇÃO D AS I NFORMAÇÕES E XISTENTES S OBRE O S R ECURSOS H ÍDRICOS D A B ACIA Passo Fundo Fev/Mar 2009

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PLANO DE GERENCIAMENTO DA

BACIA HIDROGRÁFICA DO ALTO

JACUÍ

Relatório-T2 2009

CONSOLIDAÇÃO DAS INFORMAÇÕES EXISTENTES SOBRE OS RECURSOS

HÍDRICOS DA BACIA

Passo Fundo Fev/Mar 2009

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Plano de Gestão da Bacia do Alto Jacuí Relatório Temático – RT 2, 2009 Elaborado pelo Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí – COAJU Coordenação Técnica e Revisão Claud Goellner Consultor Técnico Ad Hoc Fabiano G.dos Santos Equipe de Apoio Técnico Grupo Técnico do Enquadramento Arno Ernélio Henn Paulo Fernando Kottwitz Paulo Roberto Cervi Fernando José Justen Nélio Koch Nelson Nicolodi Grupo Técnico Agropecuária Sérgio Dockhorn Ferreira Cláudio Macagnan Ivan Carlos Borhz Elio Tolfo Hércules Beatti Nole Bastiani Nelson A Nicolodi José Claudio Secchi Motta João A. Nogueira da Silva Ivan Carlos Gomes Grupo Técnico Geração de Energia Hidroelétrica Paulo Fernando Kottwitz Nélio Koch

Ricardo Suñe Aldabó Lopez Grupo Técnico Poluição Origem Industrial e Domissanitária Claud Goellner Gilmar Mantovani Maroso Urataú B Moreira Grupo Técnico de Mineração Ricardo Suñe Aldabó Lopez Vera Succkau Grupo Turismo,Lazer e Transporte Lúcia de Fátima da Silva Horbach Sérgio Rossato Silviani Teixeira Poma Maidi Schaineder Campos Maria Dulce Bosa Grupo Técnico Indicadores Socio-econômicos Pedro Pressi Antonio Borella de Conto Clovis Oliboni Alves

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ NOTA

Este relatório tem como objetivo a sistematização das informações existentes sobre a Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí, como parte dos relatórios previstos no plano de gerenciamento desta Bacia (relatório T-2). Estes dados foram coletados com base nos estudos realizados pelos Grupos Técnicos do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí – COAJU, no Relatório Anual Sobre a Situação dos Recursos Hídricos no Estado do Rio Grande do Sul - Edição 2007/2008, nos relatórios da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul – SEMA, Projeto Biodiversidade-RS, Agência Nacional da Água – ANA, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, - EMATER, e Associação Brasileiras de Águas Subterrâneas.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

SUMÁRIO

1. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA

2. DIVISÃO EM SUB-BACIAS

3. DISPONIBILIDADES HÍDRICAS

3.1 Águas superficiais 3.2 Águas subterrâneas

4. INDICADORES SOCIAIS

4.1 Municípios, populações 4.2 COREDEs 4.3 Atividade agrícola e pecuária

5. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA BACIA

5.1 Matas ciliares 5.2 Unidades de conservação

6. USO DOS RECURSOS HÍDRICOS

6.1 Abastecimento público 6.2 Agricultura e Pecuária 6.3 Indústria 6.4 Mineração 6.5 Lazer e turismo 6.6 Energia

7. QUALIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS

7.1 Saneamento 7.1.1 Tratamento de resíduos 7.1.2 Tratamento de esgoto

7.2 Indústria 7.3 Pecuária

8. CONFLITOS POTENCIAIS

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ 1. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA

1.1 Hidrografia do Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul distingue-se, basicamente, dois grupos de cursos

d'água, os que correm para o Atlântico e os que correm para o Rio Uruguai,

conforme mostra o mapa.

Figura 1: Divisão do Rio Grande do Sul em Bacias Hidrográficas

A Serra do Sudeste, hidrograficamente pertence à Bacia Atlântica,

dirigindo todos os seus cursos de água para o escoadouro comum de Rio

Grande. Sobressaem-se pelo seu volume, os Rios Jaguarão, Piratini e

Camaquã. Os rios que nascem no talude norte desta serra, irão correr

primeiramente para o Rio Jacuí.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ O Rio Jacuí, o maior do interior do Estado, tem suas nascentes no

Planalto Médio, escoando primeiramente no sentido sul e posteriormente no

sentido Leste, pertencendo portanto à Bacia do Atlântico. Durante seu

percurso para o leste recebe o Rio Taquari, com seu afluente, o Rio das Antas,

que drenam respectivamente as Encostas do Nordeste e Campos de Cima da

Serra.

As bacias hidrográficas atuais, da Região Sul do Brasil, aparentemente,

começaram a ser implantadas no Terciário Inferior, com a instalação de

condições climáticas de maior umidade. A rede de drenagem dessa região,

após sua gênese e evolução, influenciada em parte pelos fatores estruturais e

emoldurada pelos aspectos geomorfológicos, apresenta-se distribuída por

duas grandes bacias hidrográficas: a do Paraná e a do Uruguai e por múltiplas

sub-bacias de pequeno e médio porte (JUSTUS, 1990).

1.2 Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí

A bacia hidrográfica do Alto Jacuí, localizada na Região Hidrográfica

do Guaíba (Figura 2), abrange uma área de 12.985,44 km2 e está localizada na

região do Planalto Médio (Figura 3). Limita-se ao norte e a oeste com os

divisores de água da bacia do Uruguai; ao sul com o divisor do Rio Jacuí; e a

leste com os divisores de água da Bacia do Taquari-Antas (Figura 2), estando

entr as coordenadas geográficas 28°08’ a 29°55’ de latitude Sul e 52°15’ a

53°50’ de longitude Oeste.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Figura 2: Mapa da Região Hidrográfica do Guaíba

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Figura 3: Mapa da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí

Fonte: SEMA, 2009

Com uma População Total de 366.628 habitantes, desta população

284.210 são habitantes urbanos e 82.418 são habitantes rurais, (77,52 e 22,48%,

respectivamente). O que representa uma densidade de um pouco mais de 28

hab./Km2 (Tabela 1). Os cálculos foram realizados com base nas informações

georreferenciadas dos limites e das manchas urbanas municipais e das bacias

hidrográficas, escala 1:250.000. Os arquivos vetoriais dos limites municipais

procedem da Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria da

Agricultura, Pecuária e Agronegócio, tendo sido cedidos pelo setor de

Geoprocessamento da FEPAM (Geofepam) (SEMA, 2008). A bacia abrange de

forma parcial ou total 43 municípios conforme a tabela 1.

Esta bacia é drenada por rios encravados em vales profundos, como o

Rio Jacuí, Jacuí Mirim, Jacuizinho, Rio dos Caixões, Ivaí e Soturno, onde foram

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construídas diversas barragens hidrelétricas. Suas águas são classificadas, de

forma geral, quanto à qualidade como de situação confortável (SEMA, 2006).

Tabela 1: População Urbana e Rural por município da bacia

Município Área do município na bacia

(%)

Pop Urbana

Pop Rural Pop Urbana (Bacia)

Pop Rural (Bacia)

Pop Total (Bacia)

Alto Alegre 100,00 733 1.207 733 1.207 1.940 Arroio do Tigre 100,00 5.860 6.778 5.860 6.778 12.638 Barros Cassal 0,28 3.560 7.890 0 22 22 Boa Vista do Incra 100,00 680 1.767 680 1.767 2.447 Campos Borges 100,00 1.931 1.633 1.931 1.633 3.564 Carazinho 49,02 56.823 1.373 8.022 673 18.695 Chapada 21,16 5.173 4.267 0 903 903 Colorado 100,00 1.919 1.825 1.919 1.825 3.744 Cruz Alta 60,45 61.412 2.038 20.452 1.232 21.684 Ernestina 100,00 1.219 1.791 1.219 1.791 3.010 Espumoso 100,00 10.649 4.342 10.649 4.342 14.991 Estrela Velha 100,00 1.004 2.655 1.004 2.655 3.659 Fortaleza dos Valos 100,00 2.891 1.706 2.891 1.706 4.597 Ibarama 22,04 1.041 3.290 0 725 725 Ibirapuitã 81,99 2.231 1.951 2.231 1.600 3.831 Ibirubá 100,00 14.388 4.302 14.388 4.302 18.690 Jacuizinho 100,00 588 2.031 588 2.031 2.619 Júlio de Castilhos 37,40 16.200 3.341 11.117 1.250 12.367 Lagoa Bonita do Sul

1,89 317 2.300 0 43 43

Lagoa Três Cantos 100,00 783 807 783 807 1.590 Lagoão 52,46 1.159 5.230 0 2.744 2.744 Marau 38,87 28.729 5.049 0 1.963 1.963 Mato Castelhano 7,97 471 2.137 0 170 170 Mormaço 100,00 471 2.107 471 2.107 2.578 Não-Me-Toque 100,00 13.096 2.132 13.096 2.132 15.228 Nicolau Vergueiro 100,00 607 1.152 607 1.152 1.759 Passa Sete 14,45 501 4.495 0 650 650 Passo Fundo 46,14 178.186 5.114 101.347 2.360 103.707 Pinhal Grande 77,92 1.765 2.731 673 2.128 2.801 Quinze de Novembro

100,00 1.866 1.695 1.866 1.695 3.561

Saldanha Marinho 100,00 1.898 1.084 1.898 1.084 2.982 Salto do Jacuí 100,00 10.230 1.924 10.230 1.924 12.154 Santa Bárbara do Sul

62,60 7.125 1.997 3.388 1.250 4.638

Santo Antônio do Planalto

93,28 1.155 874 1.155 815 1.970

Segredo 99,60 1.842 5.180 1.842 5.159 7.001 Selbach 100,00 3.005 1.768 3.005 1.768 4.773 Sobradinho 93,84 11.272 2.890 11.272 2.712 13.984 Soledade 66,40 23.663 6.263 13.468 4.159 17.627 Tapera 100,00 8.645 1.812 8.645 1.812 10.457 Tio Hugo 100,00 1.008 1.585 1.008 1.585 2.593 Tunas 100,00 1.319 3.059 1.319 3.059 4.378 Tupanciretã 18,37 17.787 4.769 13.195 876 14.071 Victor Graeff 100,00 1.257 1.823 1.257 1.823 3.080 Bacia ------- ------- ------- 284.210 82.418 366.628

Fonte: SEMA (2008)

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A população urbana compreende 73,8% do total e a rural

26,20%,caracterizando o processo de migração e urbanização.

O principal tipo fitogeográfico desta bacia é a Floresta Estacional

Decidual. Ocorrem, também, algumas áreas de Floresta Ombrófila Mista, a

qual constitui o limite inferior de sua ocorrência natural (Figura 4).

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Figura 4: Mapa da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí.

Fonte: SEMA/RS, 2009

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

2. DIVISÃO EM SUB-BACIAS

É importante para que se possa realizar o diagnóstico, bem como,

realizar intervenções pontuais e o monitoramento nas águas da Bacia

Hidrográfica do Alto Jacuí, que ela seja dividida em sub-bacias. Para realizar

esta divisão tomou-se por base o ponto mais à montante dos principais

afluentes dentro da bacia, até a sua incorporação ao Rio Jacuí, principal rio

da bacia.

As sub-bacias propostas são: Sub-Bacia do Rio Jacuí-mirim; Sub-Bacia

do Rio Ivaí; Sub-Bacia do Rio Jacuízinho; e Sub-Bacia da Barragem Passo Real.

3. DISPONIBILIDADES HÍDRICAS

3.1 Águas Superficiais

A vazão específica ao longo do período, das águas superficiais na

Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí, segundo a SEMA (2008) é de 24,27 L/s/Km2. A

tabela 2 mostra as disponibilidades de águas superficiais da bacia, onde a

vazão de permanência de 99%, ou seja, em 99% dos dias do ano, é de 0,59

L/s/Km2.

Tabela 2: Disponibilidades hídricas superficiais características da Bacia

do Alto Jacuí Vazão de permanência

(L/s/Km2)

30% 50% 70% 90% 95% 99%

27,22 16,24 9,85 3,46 1,87 0,59

Fonte: SEMA (2008) As vazões hídricas superficiais são apresentadas na tabela 3, onde se

pode observar que a vazão média de verão representa tão somente 35,70 % da vazão média anual, justamente na época de maior uso em praticamente todos os setores.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Tabela 3: Disponibilidades hídricas superficiais características da Bacia

do Alto Jacuí (m3/s) Vazão Média

Anual Vazão Mínima

Anual Vazão Média de

Verão Vazão Mínima de Verão

316,39 24,33 203,43 15,30

Fonte: SEMA (2008) A demanda hídrica total anual na bacia é de 91,07 hm3, sendo a maior

parte da água consumida para irrigação (46,5%), e a menor, devido a pouca

industrialização dos municípios da bacia, é para o setor de abastecimento

industrial (5,1%) (Tabela 4).

Tabela 4: Demandas hídricas superficiais características da Bacia do

Alto Jacuí (m3/s) Abastecimento

Público Abastecimento

Industrial Irrigação Dessedentação animal

Total

0,81 0,14 1,27 0,51 2,73

29,6 % 5,1% 46,5% 18,7% 100,0%

Fonte: SEMA (2008) Já os usos não consultivos na bacia são para a mineração, a pesca e a

geração de energia.

No corte no mapa (Figura 6), que mostra balanço entre a demanda e a

disponibilidade hídrica superficial dos recursos hídricos no Brasil, pode-se se

notar que no Rio Jacuí, principal rio da Bacia, em seu trecho inicial, em Passo

Fundo, têm relação demanda e disponibilidade Excelente, passando, logo

após, para um trecho onde está relação é muito crítica. Sendo estas uma

exceção para o rio, que em sua grande parte possuí uma relação entre a

demanda e a disponibilidade variando entre preocupante e confortável,

dentro dos limites da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí (ANA, 2005).

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Figura 6: Estudos de Disponibilidade e Demandas dos Recursos Hídricos nas Regiões Hidrográficas Brasileiras

Fonte: Adaptado de ANA, março/2005 3.2 Águas Subterrâneas

A Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí faz parte da província

hidrogeológica do Paraná que é, sem dúvida, a mais importante do Brasil

contendo 45% das reservas de água subterrâneas do nosso país (ANA, 2005).

No território da bacia hidrográfica a formação hidrogeológica é composta

basicamente pela Serra Geral I e II, com estimativas de 12,9 e 87,1%,

respectivamente de ocorrência (Figura 7).

O Sistema Aqüífero Serra Geral I é um aqüífero com alta a média

porosidade para águas subterrâneas em rochas com porosidade por fraturas e

a parte centro-oeste denominada Serra-geral no Planalto do Rio Grande do

Sul. Predominam capacidades especificas de vazões em poços entre 1 e 4

m³/h/m, e excepcionalmente valores superiores a 4 m³ /h/m. As salinidades em

geral são baixas, em média 200 mg/l. Poços que captam águas mais salinas,

provavelmente tem correspondência a porções do aqüífero com influência do

Sistema Aqüífero Guarani.

O Sistema Aqüífero Serra Geral II, possui média ou baixa disponibilidade

para águas subterrâneas em rochas com porosidade por fratura e ocupa a

parte oeste do Estado, com capacidade especifica de vazão inferior a 0,5

Muito Crítica Preocupant Confortável Excelente 5 % 10 % 20 % 40 %

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m³/h/m. Podem ocorrer em certos pontos dio sistema áreas mais fraturadas ou

com arenitos na base, estas podem ter vazão especifica de até 2 m³/h/m. A

salinidade destas águas é baixa, geralmente com valor inferior a 250mg/l.

Estes sistemas aqüíferos, Serra Geral I e Serra Geral II, apresentam

porosidade por fraturas, conferindo como característica destes sistemas uma

vulnerabilidade de alta -média à contaminação.

A potabilidade e qualidade destas águas para abastecimento público

e irrigação foram abordadas no Relatório do Projeto Mapa Hidrológico do Rio

Grande do Sul, que realizou análises de água nos sistemas Serra Geral I e II e

mostra uma predominância quase absoluta de águas doces e potáveis. Os

valores de pH, mais alcalinos, ferro e manganês podem ultrapassar, em alguns

casos, os limites da potabilidade. Quanto à irrigação cinco amostras

apresentaram problemas quanto à alcalinização, e uma quanto à

alcalinização e salinização.

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Figura 7: Estudos de Disponibilidade e Demandas dos Recursos Hídricos nas Regiões Hidrográficas Brasileiras

Fonte: Adaptado de ABAS, 2005.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ O Programa Pró-Guaíba classifica a criticidade da disponibilidade de

águas subterrâneas da bacia no ano de 2005 como sendo média (Figura 8)

Figura 8: Criticidade na disponibilidade do uso da água subterrânea na

bacia.

Já a Secretária Estadual do Meio Ambiente – SEMA/RS no relatório anual

dos recursos hídricos no ano de 2006 diz que, a reserva reguladora anual de

água subterrânea na Bacia do Alto Jacuí é de 2,023 hm3/ano, com uma vazão

com capacidade específica média da bacia (Q/s) em geral baixa, e para a

formação hidrogeológica Serra Geral II e Botucatu confinado com Q/s muito

baixa (Tabela 5, Figura 9).

Tabela 5:Disponibilidades hídricas superficiais características da Bacia do Alto Jacuí Reserva (hm3/ano) Vazão (m3/hora) Aqüífero Afluente Capacidade Específica

Média na Bacia

2,023 17,68 Serra Geral I e II

Muito baixa a baixa

Botucatu confinado muito

baixa

Fonte: SEMA (2008)

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Figura 9: Produtividade dos aqüíferos da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí – G050

Fonte: Adaptado de SEMA, 2006

4. INDICADORES SOCIAIS

4.1 Municípios e populações

4.1.1 Índice de Desenvolvimento Socioeconômico

A Fundação de Economia e Estatística do Estado do Rio Grande do Sul –

FEE, apresenta o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico para o Rio

Grande do Sul – IDESE, que tem como objetivo acompanhar o nível de

desenvolvimento do estado, muito semelhante ao IDH. O IDESE varia de zero a

um e, assim como o IDH, permite que se classifique o Estado, os municípios ou

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

os Coredes em três níveis de desenvolvimento: baixo (índices até 0,499), médio

(entre 0,500 e 0,799) ou alto (maiores ou iguais que 0,800).

Ao analisar o IDESE, do ano de 2005 (Tabela 6), dos municípios que

compõem a Bacia do Alto Jacuí, esta se enquadra como tendo nível de

desenvolvimento médio (0,682), onde somente cinco municípios possuem

índice maior que a média estadual (0,761). São os municípios de Cruz Alta

(0,783), Marau (0,777), Não-Me-Toque (0,766), Passo Fundo (0,787) e Tapera

(0,764). Dos fatores que compõem o IDESE (educação, renda, saneamento e

saúde), o fator saneamento é destaque negativo, pois está abaixo da média

estadual (0,568), com média para a bacia de (0,327), sendo este fator

classificado com nível de desenvolvimento baixo. Já os fatores educação e

saúde encontram-se muito próximos da média estadual (0,853 e 0,851

respectivamente), ambos com média na bacia de (0,850), classificados como

de desenvolvimento alto. O fator renda teve resultado um pouco a baixo da

média estadual (0,774) com (0,702) considerado desenvolvimento médio.

Tabela 6: Índice de Desenvolvimento Socioeconômico – IDESE, dos

municípios da Bacia do Alto Jacuí no ano de 2005

Municípios Educação Renda Saneamento Saúde Idese Área do

município na bacia (%)

Posição (RS)

Alto Alegre 0,935 0,643 0,216 0,851 0,661 100 296° Arroio do Tigre 0,818 0,746 0,267 0,856 0,672 100 268° Barros Cassal 0,772 0,571 0,242 0,826 0,603 0,28 430° Boa Vista do Incra 0,866 0,711 0,195 0,851 0,656 100 308° Campos Borges 0,834 0,668 0,351 0,833 0,672 100 270° Carazinho 0,890 0,754 0,582 0,812 0,760 49,02 51° Chapada 0,886 0,753 0,282 0,847 0,692 21,16 208° Colorado 0,886 0,799 0,335 0,892 0,728 100 118° Cruz Alta 0,872 0,788 0,624 0,847 0,783 60,45 22° Ernestina 0,863 0,673 0,063 0,854 0,613 100 409° Espumoso 0,823 0,741 0,432 0,843 0,710 100 157° Estância Velha 0,857 0,727 0,415 0,861 0,715 100 143° Fortaleza dos Valos 0,845 0,738 0,383 0,851 0,704 100 174° Ibarama 0,793 0,575 0,077 0,851 0,574 22,04 478° Ibirapuitã 0,821 0,616 0,061 0,805 0,576 81,99 473° Ibirubá 0,867 0,831 0,421 0,822 0,735 100 98° Jacuizinho 0,796 0,575 0,237 0,833 0,610 100 415° Júlio de Castilhos 0,838 0,741 0,487 0,846 0,728 37,4 119° Lagoa Bonita do Sul 0,873 0,559 0,055 0,844 0,583 1,89 464° Lagoa dos Três Cantos 0,928 0,754 0,279 0,893 0,714 100 148° Lagoão 0,753 0,470 0,197 0,805 0,556 52,46 485° Marau 0,856 0,812 0,583 0,856 0,777 38,87 31°

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Municípios Educação Renda Saneamento Saúde Idese Área do

município na bacia (%)

Posição (RS)

Mato Castelhano 0,938 0,584 0,057 0,838 0,604 7,97 427° Mormaço 0,844 0,711 0,056 0,850 0,615 100 403° Não-Me-Toque 0,880 0,779 0,529 0,874 0,766 100 41° Nicolau Vergueiro 0,884 0,732 0,064 0,852 0,633 100 372° Passa Sete 0,775 0,588 0,100 0,861 0,581 14,45 466° Passo Fundo 0,860 0,825 0,653 0,807 0,787 46,14 21° Pinhal Grande 0,827 0,637 0,348 0,871 0,671 77,92 274° Quinze de Novembro 0,877 0,760 0,512 0,863 0,753 100 61° Saldanha Marinho 0,914 0,753 0,397 0,863 0,732 100 113° Salto do Jacuí 0,792 0,640 0,523 0,786 0,685 100 224° Santa Bárbara do Sul 0,867 0,809 0,480 0,841 0,749 62,6 68° Santo Antônio do Planalto 0,866 0,778 0,334 0,847 0,706 93,28 169° Segredo 0,806 0,503 0,169 0,851 0,582 99,6 465° Selbach 0,867 0,785 0,317 0,892 0,715 100 141° Sobradinho 0,849 0,678 0,485 0,866 0,719 93,84 135° Soledade 0,823 0,676 0,625 0,849 0,743 66,4 80° Tapera 0,857 0,787 0,506 0,907 0,764 100 44° Tio Hugo 0,854 0,807 0,060 0,873 0,648 100 333° Tunas 0,780 0,566 0,282 0,839 0,617 100 398° Tupanciretã 0,809 0,788 0,522 0,858 0,744 18,37 78° Victor Graeff 0,926 0,760 0,257 0,892 0,709 100 159° Média na Bacia 0,850 0,702 0,327 0,850 0,682 Média do Rio Grande do Sul 0,853 0,774 0,568 0,851 0,761

Fonte: Adaptado de FEE, 2005

Sabe-se que saneamento é um conjunto de fatores como o

abastecimento de água, o tratamento de esgotos e também a disposição e

tratamento dos resíduos sólidos. A falta de saneamento pode ocasionar

problemas ao meio ambiente e a vida humana, entre estes problemas

encontra-se, principalmente, a poluição dos recursos hídricos com o

lançamento de esgoto e resíduos sólidos sem adequado tratamento. O baixo

nível de desenvolvimento deste fator no IDESE demonstra que investimentos

em saneamento devem ser realizados nos municípios que compõem a Bacia

do Alto Jacuí para que se tenha melhora na qualidade ambiental.

4.1.2 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IDH-M é um índice

medido pela Organização das Nações Unidas – ONU, através do Programa

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das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. É importante salientar que

a última medição deste índice foi juntamente com o censo demográfico do

IBGE no ano 2000 e compõem o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

Embora os dados sejam antigos, se comparados com os dados do IDH-M de

1991, podem mostrar crescimento dos municípios nos setores avaliados. O IDH-

M é composto por fatores específicos que são: renda, longevidade e

educação, e que variam de 0 até 1 (valor mínimo e máximo

respectivamente). Alguns municípios se destacam pelo grande crescimento,

como Lagoão, Fortaleza dos Valos e Barros Cassal, com crescimentos de 22,32;

16,22 e 16,03% respectivamente.

Os municípios da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí tiveram um aumento

médio de 10,91% no IDH-M, na comparação entre os períodos de 1991 e 2000,

fato que é bastante significativo se comparado ao crescimento nacional

(Tabela 7).

Tabela 7: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-

M, dos municípios da Bacia do Alto Jacuí no ano de 2000 Município IDHM, 1991 IDHM, 2000 Crescimento 1991/2000

(%) Alto Alegre (RS) 0,713 0,797 11,78 Arroio do Tigre (RS) 0,677 0,764 12,85 Barros Cassal (RS) 0,599 0,695 16,03 Boa Vista do Incra (RS) 1 Campos Borges (RS) 0,682 0,76 11,44 Carazinho (RS) 0,741 0,799 7,83 Chapada (RS) 0,745 0,816 9,53 Colorado (RS) 0,766 0,817 6,66 Cruz Alta (RS) 0,758 0,825 8,84 Ernestina (RS) 0,717 0,806 12,41 Espumoso (RS) 0,719 0,787 9,46 Estância Velha (RS) 0,749 0,808 7,88 Fortaleza dos Valos (RS) 0,709 0,824 16,22 Ibarama (RS) 0,657 0,74 12,63 Ibirapuitã (RS) 0,650 0,712 9,54 Ibirubá (RS) 0,741 0,824 11,20 Jacuizinho (RS) 1 Júlio de Castilhos (RS) 0,75 0,804 7,20 Lagoa Bonita do Sul (RS) 1 Lagoa dos Três Cantos (RS) 0,774 0,838 8,27 Lagoão (RS) 0,551 0,674 22,32 Marau (RS) 0,762 0,83 8,92 Mato Castelhano (RS) 0,675 0,774 14,67 Mormaço (RS) 0,674 0,776 15,13 Não-Me-Toque (RS) 0,786 0,833 5,98 Nicolau Vergueiro (RS) 0,703 0,796 13,23

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Município IDHM, 1991 IDHM, 2000 Crescimento 1991/2000 (%)

Passa Sete (RS) 0,629 0,714 13,51 Passo Fundo (RS) 0,756 0,804 6,35 Pinhal Grande (RS) 0,705 0,773 9,65 Quinze de Novembro (RS) 0,746 0,828 10,99 Saldanha Marinho (RS) 0,742 0,818 10,24 Salto do Jacuí (RS) 0,677 0,749 10,64 Santa Bárbara do Sul (RS) 0,715 0,792 10,77 Santo Antônio do Planalto (RS) 0,728 0,813 11,68 Segredo (RS) 0,642 0,72 12,15 Selbach (RS) 0,796 0,856 7,54 Sobradinho (RS) 0,684 0,753 10,09 Soledade (RS) 0,728 0,798 9,62 Tapera (RS) 0,74 0,827 11,76 Tio Hugo (RS) 1 Tunas (RS) 0,641 0,719 12,17 Tupanciretã (RS) 0,724 0,787 8,70 Victor Graeff (RS) 0,758 0,831 9,63 Média da Bacia 0,710 0,787 10,91

1 Municípios sem dados

Fonte: Adaptado do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

Se comparados os fatores isoladamente, a educação foi o setor que

obteve maior crescimento no mesmo período 11,53%, enquanto que o fator

renda obteve o menor crescimento 9,53%. O IDH-M (2000) e o IDESE (2005)

médios para a Bacia do Alto Jacuí, obtiveram índices parecidos 0,787 e 0,761

respectivamente, ou seja, índices de desenvolvimento humano e

socioeconômico médio (Tabela 8).

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Tabela 8: Detalhamento dos fatores que compõe do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M, dos municípios

da Bacia do Alto Jacuí no ano de 2000

Município IDHM-Renda,

1991

IDHM-Renda,

2000

Crescimento 1991/2000

(%)

IDHM-Longevidade,

1991

IDHM-Longevidade,

2000

Crescimento 1991/2000

(%)

IDHM-Educação,

1991

IDHM-Educação,

2000

Crescimento 1991/2000

(%)

Alto Alegre (RS) 0,608 0,696 14,47 0,734 0,807 9,95 0,797 0,887 11,29 Arroio do Tigre (RS) 0,583 0,664 13,89 0,692 0,789 14,02 0,757 0,84 10,96 Barros Cassal (RS) 0,559 0,617 10,38 0,601 0,698 16,14 0,638 0,77 20,69 Boa Vista do Incra Campos Borges (RS) 0,569 0,669 17,57 0,714 0,755 5,74 0,764 0,855 11,91 Carazinho (RS) 0,685 0,733 7,01 0,685 0,752 9,78 0,854 0,912 6,79 Chapada (RS) 0,635 0,694 9,29 0,765 0,852 11,37 0,834 0,901 8,03 Colorado (RS) 0,752 0,7 -6,91 0,727 0,838 15,27 0,82 0,912 11,22 Cruz Alta (RS) 0,683 0,748 9,52 0,734 0,807 9,95 0,856 0,92 7,48 Ernestina (RS) 0,599 0,704 17,53 0,76 0,829 9,08 0,793 0,886 11,73 Espumoso (RS) 0,669 0,704 5,23 0,705 0,807 14,47 0,783 0,851 8,68 Estância Velha (RS) 0,711 0,74 4,08 0,707 0,775 9,62 0,828 0,909 9,78 Fortaleza dos Valos (RS) 0,668 0,77 15,27 0,657 0,807 22,83 0,802 0,895 11,60 Ibarama (RS) 0,604 0,641 6,13 0,647 0,746 15,30 0,72 0,832 15,56 Ibirapuitã (RS) 0,569 0,615 8,08 0,667 0,698 4,65 0,714 0,824 15,41 Ibirubá (RS) 0,688 0,767 11,48 0,705 0,807 14,47 0,831 0,898 8,06 Jacuizinho Júlio de Castilhos (RS) 0,67 0,695 3,73 0,766 0,828 8,09 0,813 0,889 9,35 Lagoa Bonita do Sul Lagoa dos Três Cantos (RS) 0,67 0,751 12,09 0,794 0,84 5,79 0,859 0,924 7,57 Lagoão (RS) 0,497 0,561 12,88 0,553 0,698 26,22 0,604 0,763 26,32 Marau (RS) 0,688 0,751 9,16 0,782 0,827 5,75 0,815 0,911 11,78 Mato Castelhano (RS) 0,583 0,678 16,30 0,698 0,781 11,89 0,743 0,862 16,02 Mormaço (RS) 0,549 0,653 18,94 0,77 0,833 8,18 0,702 0,842 19,94 Não-Me-Toque (RS) 0,695 0,751 8,06 0,822 0,84 2,19 0,841 0,907 7,85

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Município IDHM-Renda,

1991

IDHM-Renda,

2000

Crescimento 1991/2000

(%)

IDHM-Longevidade,

1991

IDHM-Longevidade,

2000

Crescimento 1991/2000

(%)

IDHM-Educação,

1991

IDHM-Educação,

2000

Crescimento 1991/2000

(%)

Nicolau Vergueiro (RS) 0,605 0,683 12,89 0,742 0,824 11,05 0,761 0,88 15,64 Passa Sete (RS) 0,544 0,575 5,70 0,681 0,778 14,24 0,663 0,788 18,85 Passo Fundo (RS) 0,717 0,775 8,09 0,688 0,725 5,38 0,864 0,912 5,56 Pinhal Grande (RS) 0,591 0,664 12,35 0,766 0,803 4,83 0,757 0,852 12,55 Quinze de Novembro (RS) 0,672 0,717 6,70 0,734 0,844 14,99 0,831 0,924 11,19 Saldanha Marinho (RS) 0,706 0,71 0,57 0,705 0,844 19,72 0,814 0,901 10,69 Salto do Jacuí (RS) 0,627 0,678 8,13 0,657 0,717 9,13 0,747 0,851 13,92 Santa Bárbara do Sul (RS) 0,667 0,704 5,55 0,657 0,778 18,42 0,822 0,893 8,64 Santo Antônio do Planalto (RS) 0,632 0,69 9,18 0,765 0,852 11,37 0,788 0,896 13,71 Segredo (RS) 0,547 0,607 10,97 0,672 0,746 11,01 0,707 0,808 14,29 Selbach (RS) 0,682 0,809 18,62 0,822 0,838 1,95 0,883 0,92 4,19 Sobradinho (RS) 0,645 0,694 7,60 0,647 0,713 10,20 0,761 0,851 11,83 Soledade (RS) 0,649 0,706 8,78 0,768 0,833 8,46 0,766 0,855 11,62 Tapera (RS) 0,676 0,735 8,73 0,703 0,838 19,20 0,842 0,909 7,96 Tio Hugo Tunas (RS) 0,515 0,573 11,26 0,758 0,8 5,54 0,65 0,785 20,77 Tupanciretã (RS) 0,653 0,684 4,75 0,702 0,803 14,39 0,817 0,874 6,98 Victor Graeff (RS) 0,626 0,734 17,25 0,794 0,838 5,54 0,853 0,92 7,85 Média Bacia 0,633 0,693 9,53 0,717 0,795 10,89 0,782 0,872 11,53

1 Municípios sem dados

Fonte: Adaptado do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ 4.2 Conselho Regional de Desenvolvimento

A Bacia do Alto Jacuí participa, com seus municípios, em cinco

Conselhos Regionais de Desenvolvimento – COREDEs (Tabela 9). Dos 43

municípios da bacia, 12 fazem parte do COREDE Alto da Serra do Botucaraí

(Tabela 10); 8 do Vale do Rio Pardo (Tabela 11); 13 do Alto Jacuí (Tabela 12); 7

da Produção (Tabela 13); e 3 do COREDE Central (Tabela 14).

Tabela 9: Municípios da Bacia do Alto Jacuí e COREDEs (FEE, 2006) Municípios COREDEs

Alto Alegre Alto da Serra do Botucaraí Arroio do Tigre Vale do Rio Pardo Barros Cassal Alto da Serra do Botucaraí Boa Vista do Incra Alto Jacuí Campos Borges Alto da Serra do Botucaraí Carazinho Produção Chapada Produção Colorado Alto Jacuí Cruz Alta Alto Jacuí Ernestina Produção Espumoso Alto da Serra do Botucaraí Estrela Velha Vale do Rio Pardo Fortaleza dos Valos Alto Jacuí Ibarama Vale do Rio Pardo Ibirapuitã Alto da Serra do Botucaraí Ibirubá Alto Jacuí Jacuizinho Alto da Serra do Botucaraí Júlio de Castilhos Central Lagoa Bonita do Sul Vale do Rio Pardo Lagoa dos Três Cantos Alto Jacuí Lagoão Alto da Serra do Botucaraí Marau Produção Mato Castelhano Produção Mormaço Alto da Serra do Botucaraí Não-Me-Toque Alto Jacuí Nicolau Vergueiro Alto da Serra do Botucaraí Passa Sete Vale do Rio Pardo Passo Fundo Produção Pinhal Grande Central Quinze de Novembro Alto Jacuí Saldanha Marinho Alto Jacuí Salto do Jacuí Alto Jacuí Santa Bárbara do Sul Alto Jacuí Santo Antônio do Planalto Produção Segredo Vale do Rio Pardo Selbach Alto Jacuí Sobradinho Vale do Rio Pardo Soledade Alto da Serra do Botucaraí Tapera Alto Jacuí Tio Hugo Alto da Serra do Botucaraí Tunas Vale do Rio Pardo

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Tupanciretã Central Victor Graeff Alto da Serra do Botucaraí

Tabela 10: Municípios da Bacia do Alto Jacuí que pertencem ao COREDE Alto da Serra do Botucaraí

Município

Área (Km2)

2006

Dens. Demográfica (hab./Km2)

2006

Taxa de Analfabetismo

(%)

2000

Exp. de vida ao nascer (anos)

2000

Coef. Mort.

Infantil (por mil

nascidos) 2007

PIBpm (R$ mil)

2006

PIB per capita

(R$)

2006

Exportações Totais

(U$ FOB)

Data de Criação

Município de origem

Alto Alegre

783,1 19,2 11,27 73,4 22,35 172.931,00 11.794,00 1.254.804,00 19/12/1954 Soledade

Barros Cassal

648,9 17,7 19,03 66,9 23,53 86.666,00 8.148,00 05/11/1963 Soledade

Campos Borges

237,3 15,2 12,69 70,34 0 28.113,00 7.549,00 13/04/1988 Espumoso

Espumoso 783,1 19,2 11,27 73,4 22,35 172.931,00 11.794,00 1.254.804,00 18/12/1954 Soledade Ibirapuitã 307 13,7 16,44 66,9 22,22 35.046,00 9.065,00 10/12/1987 Soledade Jacuizinho 315,7 8,2 0 28.478,00 11.423,00 16/04/1996 Salto do Jacuí

e Espumoso Lagoão 383,7 16,6 23,27 66,9 20,2 41.642,00 6.779,00 20/04/1988 Soledade Mormaço 146,1 17,5 13,85 75,01 0 28.166,00 11.487,00 20/03/1992 Soledade Nicolau Vergueiro

155,8 11,4 7,75 74,45 0 28.061,00 15.435,00 20/03/1992 Marau

Soledade 1.213,40 24,7 11,73 75,01 13,48 250.258,00 8.099,00 39.571.247,00 29/03/1875 Passo Fundo Tio Hugo 114,2 22,4 0 34.545,00 14.472,00 16/04/1996 Victor Graeff,

Ernestina e Ibirapuitã

Victor Graeff

238,3 13,1 3,53 75,28 0 57.785,00 17.384,00 23/10/1965 Não-Me-Toque e Passo Fundo

Média 16,6 13,1 71,8

Fonte: Adaptado FEE, 2005

Tabela 11: Municípios da Bacia do Alto Jacuí que pertencem ao COREDE Vale do Rio Pardo

Município

Área (Km2)

2006

Dens. Demográfica (hab./Km2)

2006

Taxa de Analfabetismo

(%)

2000

Exp. de vida ao nascer (anos)

2000

Coef. Mort. Infantil (por mil

nascidos) 2007

PIBpm (R$ mil)

2006

PIB per capita

(R$)

2006

Exportações Totais

(U$ FOB)

Data de Criação

Município de origem

Arroio do Tigre 318,5 39,6 10,91 72,35 35,97 155.105,00 12.425,00 200.000,00 06/11/1963 Sobradinho Estrela Velha 281,7 13 14,05 71,52 29,41 47.996,00 13.096,00 28/12/1995 Arrio do

Tigre Ibarama 193,1 22,6 12,09 69,78 18,87 42.495,00 10.709,00 15/12/1987 Sobradinho Lagoa Bonita do Sul

108,5 23,8 23,81 29.465,00 11.505,00 16/04/1996 Sobradinho

Passa Sete 304,8 16,2 16,55 71,71 47.078,00 10.335,00 28/12/1995 Sobradinho Segredo 247,5 28,3 14,85 69,78 21,98 58.542,00 8.507,00 05/05/1988 Sobradinho Sobradinho 130,4 108,5 11,45 68,51 31,91 131.453,00 9.084,00 17.980,00 03/12/1927 Soledade Tunas 218 20,1 20,22 73,01 47,62 33.996,00 7.995,00 08/12/1987 Soledade

Fonte: Adaptado FEE, 2005

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Tabela 12: Municípios da Bacia do Alto Jacuí que pertencem ao

COREDE do Alto Jacuí

Município

Área (Km2)

2006

Dens. Demográfica (hab./Km2)

2006

Taxa de Analfabetismo

(%)

2000

Exp. de vida ao nascer (anos)

2000

Coef. Mort.

Infantil (por mil

nascidos)

2007

PIBpm (R$ mil)

2006

PIB per capita

(R$)

2006

Exportações Totais

(U$ FOB)

Data de Criação

Município de origem

Boa Vista do Incra

503,5 4,8 64,52 45.357,00 19.334,00 16/04/1996 Cruz Alta e Fortaleza dos Valos

Colorado 286,2 13,3 5,13 75,29 58,82 61.069,00 15.933,00 03/07/1962 Carazinho, Tapera e Santa Bárbara do Sul

Cruz Alta 1360,4 47,2 6,47 73,4 11,53 894.339,00 12.949,00 28.673.600,00 11/03/1833 Rio Pardo Fortaleza dos Valos

650,3 7,2 7,61 73,4 79.160,00 14.967,00 39.270,00 03/05/1982 Cruz Alta

Ibirubá 611,8 30,6 5,3 73,4 26,43 318.704,00 16.567,00 15.706.149,00 15/12/1954 Cruz Alta Lagoa dos Três Cantos

138,6 11,5 1,95 75,43 26.961,00 17.738,00 20/03/1992 Tapera e Não-Me-Toque

Não-Me-Toque 361,7 41,8 5,62 75,43 5,71 272.273,00 17.848,00 20.241.097,00 18/12/1954 Carazinho Quinze de Novembro

223,6 15,9 3,21 75,62 57.006,00 15.432,00 38.390,00 08/12/1987 Ibirubá e Cruz Alta

Saldanha Marinho

221,6 13,6 6,37 75,62 44.019,00 14.223,00 7.521,00 09/05/1988 Santa Bárbara do Sul e Colorado

Salto do Jacuí 519,2 23,3 12,33 68,02 17,54 136.403,00 10.576,00 670.191,00 15/05/1982 Espumoso, Arroio do Tigre e Cruz alta

Santa Bárbara do Sul

971,2 9,5 7,87 71,7 10,75 183.134,00 18.224,00 11.949.440,00 21/01/1959 Cruz Alta, Ibirubá e Carazinho

Selbach 176,7 27,1 4,68 75,28 67.279,00 13.273,00 39.756,00 22/09/1965 Tapera Tapera 179,6 58,3 7,1 75,29 13,79 170.494,00 15.327,00 4.951.311,00 18/12/1954 Carazinho

Tabela 13: Municípios da Bacia do Alto Jacuí que pertencem ao COREDE da Produção

Município

Área (Km2)

2006

Dens. Demográfica (hab./Km2)

2006

Taxa de Analfabetismo

(%)

2000

Exp. de vida ao nascer (anos)

2000

Coef. Mort. Infantil (por mil

nascidos) 2007

PIBpm (R$ mil)

2006

PIB per capita

(R$) 2006

Exportações Totais

(U$ FOB)

Data de Criação

Município de origem

Carazinho 665,1 87,6 6,06 70,13 12,36 755.752,00 12.192,00 3.622.001,00 24/01/1931 Passo Fundo Chapada 684 13,9 6,04 76,12 11,49 134.471,00 14.290,00 12/02/1959 Sarandi e

Palmeira das Missões

Ernestina 239,1 12,7 7,38 74,73 25,64 43.109,00 13.777,00 11/04/1988 Passo Fundo Marau 649,3 50,8 5,89 74,64 10,15 841.346,00 25.491,00 23.605.382,00 18/12/1954 Passo Fundo e

Guaporé Mato Castelhano

238,4 10,8 11,41 71,86 32.972,00 12.537,00 30/03/1992 Passo Fundo

Passo Fundo 780,4 232,2 5,64 68,51 14,65 2.613.647,00 13.880,00 41.982.972,00 28/01/1857 Cruz Alta Santo Antônio do Planalto

206,5 9,9 6,03 76,12 40.939,00 20.521,00 20/03/1992 Carazinho e Não-Me-Toque

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Tabela 14: Municípios da Bacia do Alto Jacuí que pertencem ao COREDE Central

Município

Área (Km2)

2006

Dens. Demográfica (hab./Km2)

2006

Taxa de Analfabetismo

(%)

2000

Exp. de

vida ao

nascer (anos)

2000

Coef. Mort.

Infantil (por mil

nascidos) 2007

PIBpm (R$ mil)

2006

PIB per capita

(R$)

2006

Exportações Totais

(U$ FOB) Data de Criação Município de origem

Júlio de Castilhos

1929,4 10,2 8,36 74,67 11,67 254.827,00 12.171,00 17.253.249,00 14/07/1891 São Martinho

Pinhal Grande

477,1 9,5 9,37 73,16 74.399,00 14.402,00 20/031992 Júlio de Castilhos

Tupanciretã 2.251,90 9,9 8,03 73,16 21,08 347.278,00 15.698,00 11.889.343,00 21/12/1928 Júlio de Castilhos, Cruz Alta e Santo Ângelo

4.3 Atividade agrícola e pecuária

A economia da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí está baseada

principalmente na agricultura e pecuária. Segundo as estimativas do IBGE e

da EMATER, a agricultura, gerou uma receita de R$ 1.046.921.421,81 para o

período 2004/2005 (Tabela 15), onde se destaca a importância da produção

de soja, milho, trigo e arroz.

Tabela 15: Resumo econômico das atividades agrícolas na Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí

Área cultivada Total Valor Cultura (ha) (ton.) (R$) Aveia 9.270 11.188,89 2.797.221,33

Girassol 665 709,3481 248.271,83 Arroz Irrigado 78.723 148623,1 44.586.926,70 Arroz Sequeiro 2.584 2632 657.911,59

Cana de Açúcar 1 2.917 94965,01 ------------ Cevada 31.532 58893,85 17.668.154,90

Feijão Safra 14.103 15072,09 19.593.714,86 Feijão Safrinha 2.608 1568,373 2.038.884,36

Milho 132.135 379971,9 125.390.712,17 Soja 839.577 1405141 702.570.493,37

Sorgo Granifero 1.370 2061 566.650,43 Trigo 233.306 373721 130.802.480,28

Fumo 1 48.983 143.692 ------------ Horticultura 19 --------------- -----------------

Total 2494547 1.046.921.421,81 1 Valor em reais não calculado

Fonte: Adaptado EMATER-RS (2005); IBGE (2005)

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A pecuária, juntamente com a agricultura, é uma atividade economicamente muito importante na bacia do Alto

Jacuí, onde se pode destacar a bovinocultura de corte, com um rebanho total no ano de 2005 de 406.257 cabeças,

também é importante salientar o desenvolvimento da região como pólo de bacia leiteira, com a implantação de várias

indústrias de laticínios nos últimos anos. A região, que contava em 2005 com 83.379 vacas em lactação, deve ter tido um

aumento significativo com a chegada destas novas indústrias.

Tabela 16: Atividades de pecuária na BH do Alto Jacuí

Município

Área na Bacia

Hidrográfica

(km2)

Bovinos de Corte (Cabeça

s)

Bovinos Leite

(Nº de vacas)

Suinocultores

(Nº)

Suínos terminados

(Nº/Ano)

Avicultores(Nº)

Aves Terminada

s (Nº/Ano)

Confinadores (Nº)

Cabeças Terminadas

(Nº/Ano)

Alto Alegre 115,00 732 609 6 500 Arroio do Tigre 319,00 910 880 62 8125 Barros Cassal 1,82 28000 1500 5 1000 Boa Vista do Incra 503,00 1829 1088 4 907 Campos Borges 237,00 1650 960 6 480 1 800 Carazinho 325,98 8700 1500 1 200 Chapada 144,73 699 4776 561 2667 718 2676 Colorado 286,00 5000 1850 60 20000 Cruz Alta 839,00 28565 1100 3 2594 Ernestina 239,00 3950 2750 12 1900 5 510000 Espumoso 783,00 8000 4000 100 1000 4 17000 7 3000 Estrela Velha 282,00 3000 660 10 400 Fortaleza dos Valos 650,00 7595 1302 5 1800 Ibarama 193,00 5800 1300 840 5870 840 57200 Ibirapuitã 251,71 5357 1625 9 1731 9 488500 Ibirubá 612,00 3760 7460 67 19680 10 1800 2 308 Jacuizinho 316,00 8500 314 Julio de Castilhos 1.200,03 68721 3030 Lagoa Bonita do Sul 78,44 2660 1900 208 4800

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Município

Área na Bacia

Hidrográfica

(km2)

Bovinos de Corte (Cabeça

s)

Bovinos Leite

(Nº de vacas)

Suinocultores

(Nº)

Suínos terminados

(Nº/Ano)

Avicultores(Nº)

Aves Terminada

s (Nº/Ano)

Confinadores (Nº)

Cabeças Terminadas

(Nº/Ano)

Lagoa dos Três Cantos 139,00 471 1801 15 75690 1 45000 Lagoão 201,45 2560 950 Marau 252,27 2300 5950 3 5400 23 100540 Mato Castelhano 18,97 3750 450 Mormaço 146,00 2500 500 4 264000 Não-Me-Toque 362,00 970 2630 258 65290 13 93000 Nicolau Vergueiro 156,00 500 1665 115 4200 27 3362000 Passa Sete 44,07 3786 90 15 180 20 2000 Passo Fundo 354,28 9000 5463 80 9000 50 2800000 Pinhal Grande 477,00 15054 2524 531 535 Quinze de Novembro 224,00 6921 3551 16 21000 Saldanha Marinho 222,00 1018 2098 1 950 Salto do Jacuí 519,00 7322 1648 252 1022 346 2889 Santa Bárbara do Sul 596,18 9890 2240 23 1300 2 400 Santo Antonio do Planalto 193,09 231 1438 2 880 5 1800 Segredo 246,01 8069 785 5 1666 Selbach 177,00 1012 3646 324 36000 4 155000 Sobradinho 130,00 4858 1031 23 644 Soledade 805,43 57697 1350 167 1342 38 1824000 2 300 Tapera 180,00 1200 2200 35 43000 11 990000 Tio Hugo 114,00 2900 300 7 540000 1 200 Tunas 218,00 7915 214 430 2717 700 11000 Tupanciretã 413,69 58916 1731 11 3600 Victor Graeff 238,00 3989 520 246 10290 10 750000 2 200

TOTAL; 13.804,15 406.257 83.379 4.499 354.560

2.845

12.018.405 29 9.008 Fonte: Adaptado IBGE (2005), EMATER-RS (2005)

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5. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

O Inventário Florestal Contínuo – DEFAP/RS, através de cartas DSG

1:250.000, classifica que o uso do solo na Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí é

predominantemente para atividades agrícolas (100,90 km2) e de campos e,

ou, pastagens (7.885,61 km2) (Tabela 17).

Tabela 17: Distribuição do uso do solo na Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí CARTA -

DSG - 1:250.000 (E.M.A) Eucalipto Pinus Acácia Agricultura

Solo Exposto

Campo/ Pastagem Urbano Água Duna Banhado Nuvens NClass Total

.....................................................................................(km2).......................................................................................... Alto Jacuí 2.769,63 41,44 31,71 0,05 100,90 2.975,24 7.885,61 13,23 287,25 0,98 5,98 0 18,24 14.130,26

Fonte: DEFAP

5.1 Matas Ciliares

O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, em seu relatório

“Análise das características da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí, utilizando

imagens do satélite CBERS” afirma que as margens das Barragens de Ernestina

e Passo Real, apresentam poucos remanescentes de mata ciliar,

apresentando uso intensivo do solo, próximo aos corpos hídricos, para

agricultura e pastagem.

Já o DEFAP, através da digitalização da rede de drenagem das cartas

topográficas 1:250.000, considerando-se uma faixa de 30 m para cada

margem, cruzadas com uso da terra, obteve a quantificação das Áreas de

Preservação Permanente – APP (Tabela 18). Chama atenção a grande área

de solo exposto nas cartas que envolvem os municípios da BH.

Tabela 18: Classificação do uso do solo em APP, através do uso das cartas que se enquadram dentro dos limites da BH.

CARTA Campos Nativas Eucalipto Pinus Acácia Agricultura Solo

Exposto Dunas Urbano Nuvem Banhado NClass Total .................................................................................(km2).................................................................................... Cruz Alta 93.380 101.035 4.954 0.000 0.000 6.478 367.930 0.000 0.870 0.312 0.000 0.000 574.959 Passo Fundo 212.830 253.983 0.127 7.872 0.000 11.260 100.513 0.000 0.805 0.000 0.000 7.625 595.015 Santa Maria 154.481 110.548 0.150 0.050 0.000 51.858 68.836 0.000 0.734 0.000 0.000 0.000 386.657

Fonte: DEFAP

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A determinação das áreas de preservação permanente, conforme

estabelece a legislação florestal, necessitaria ainda de um mapa de classes

de declividade elaborado a partir do Modelo Numérico do Terreno - MNT,

metodologia que necessita a digitalização das curvas de nível.

A Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí possui uma cobertura florestal de

2.842,83 km², o que representa 1,006% da cobertura do Estado, sendo 2.769,63

km² (0,98%) de florestas nativas em seus estágios iniciais, médios e avançados

de sucessão e 73,20 km² (0,026%) de reflorestamentos assim distribuídos: 41,44

km² (0,015%) de Eucaliptos, 31,71 km² (0,011%) de Pinus e 0,05 km² (0,00001%)

de Acácia-negra (Tabela 19).

Tabela 19: Distribuição da cobertura florestal na Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí Floresta Natural Eucalyptus spp. Pinus spp Acacia mearnsii

Área Estado Área Estado Área Estado Área Estado Carta (km²) (%) (km²) (%) (km²) (%) (km²) (%)

Alto Jacuí 2.769,63 0,98 41,44 0,015 31,71 0,011 0,05 0 Fonte: Adaptado do Inventário Florestal Contínuo, DEFAP,

5.2 Unidades de Conservação

A Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí, segundo o Projeto RS`-

Biodiversidade, uma das políticas do Governo do Estado para proteção e

conservação dos recursos naturais, possuí duas Unidades de Conservação e

uma Reserva Particular do Patrimônio Natural do RS, que são,

respectivamente:

• Parque Estadual Quarta Colônia, possui uma área de 1.847,90

(ha), e está localizado nos municípios de Agudo e Ibarama, com

administração estadual e criada pelo Decreto n°44.186;

• Floresta Nacional de Passo Fundo possui uma área de 1.328,00

(ha), localizada no município de Mato Castelhano, implantada

pela Portaria Federal IBDF 561;

• Fazenda Rodeio Bonito, possui uma área de 2.761,55 (ha),

localizada no município de Júlio de Castilhos, criada pela Portaria

021/92-N.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ 6. Uso dos Recursos Hídricos

O uso dos recursos hídricos normalmente esta ligado ao abastecimento

público, saneamento, atividades industriais, agrícolas, pecuária e irrigação,

mas existem outras formas de se fazer uso destes, como as atividades de lazer

e turismo, geração de energia e mineração. O uso da água para todos estes

fins é um direito legítimo. A tabela 20 mostra o balanço entre a demanda e

consumo dos recursos hídricos médios setorizados anuais da Bacia Hidrográfica

do Alto Jacuí. O setor de irrigação representa 69,4% do consumo total,

enquanto que a dessedentação animal 19,8%,o consumo humano 8,7% e o

uso industrial 2,2%.

Tabela 20: Resumo consumo X demanda média anual setorizada dos recursos

hídricos na Bacia do Alto Jacuí.

Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí Humano Irrigação Animal Indústria Total

Consumo hídrico médio (m³/s) 0,16 1,27 0,36 0,004 1,83

Demanda hídrica média (m³/s) 0,81 1,27 0,51 0,14 2,73

Na tabela 21, são apresentados os valores de balanços hídricos em

termos de demandas versus disponibilidade e consumo versus disponibilidade.

Tanto a demanda como o consumo, na época de verão representam mais de

um terço da disponibilidade hídrica mínima.

Tabela 21: Balanços hídricos setorias – demandas versus disponibilidades e

consumo versus disponibilidades (em%).

Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí Média Anual Média Verão Mínima Verão

Demanda versus disponibilidade 0,9 3,0 39,8

Consumo versus disponibilidade 0,6 2,6 34,0

6.1 Abastecimento Público

O abastecimento de água é uma questão essencial para as

populações e fundamental a ser resolvida pelos riscos que sua ausência ou seu

fornecimento inadequado podem causar à saúde pública, onde temos a

água como sendo o principal elemento para a manutenção da vida, higiene

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pessoal e das habitações, combate a incêndios entre outros. Nos municípios

da Bacia do Alto Jacuí o abastecimento público é feito, quase totalmente,

pela Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN, que tem uma

abrangência de 98% no abastecimento de água. São 35 municípios atendidos,

com 25 captações de água na bacia hidrográfica, totalizando 110.000

economias e 382.000 pessoas. São 6 estações de tratamento de água e 3 de

esgotos. Como fonte de água, também são utilizados 104 poços tubulares

profundos.

Tabela 22: Captações de água para abastecimento público pela

CORSAN na Bacia do Alto Jacuí.

Município Tipo de Captação Manancial Bacia Salto do Jacuí Barr. Acumulação/Poço Rio Jacuí Alto Jacuí Agudo Barragem Nível Arroio Ullmann Alto Jacuí Cruz Alta Barragem Nível/Poço Lajeado da Cruz Alto Jacuí Sobradinho Barragem Nível/Poço Arroio Carijinho Alto Jacuí Dona Francisca Direta Rio Jacuí Alto Jacuí Soledade Direta/Poço Rio Espraiado Alto Jacuí Faxinal do Soturno Fonte/Poço Fonte/Poço Alto Jacuí Alto Alegre Poço Poço Alto Jacuí Arroio do Tigre Poço Poço Alto Jacuí Campos Borges Poço Poço Alto Jacuí Colorado Poço Poço Alto Jacuí Espumoso Poço Poço Alto Jacuí Fortaleza dos Valos Poço Poço Alto Jacuí Ibirubá Poço Poço Alto Jacuí Ivorá Poço Poço Alto Jacuí Júlio de Castilhos Poço Poço Alto Jacuí Lagoa Bonita do Sul Poço Poço Alto Jacuí Lagoão Poço Poço Alto Jacuí Não-me-Toque Poço Poço Alto Jacuí Nova Palma Poço Poço Alto Jacuí Santa Bárbara do Sul Poço Poço Alto Jacuí Selbach Poço Poço Alto Jacuí Tapera Poço Poço Alto Jacuí Tupanciretã Poço Poço Alto Jacuí Victor Graeff Poço Poço Alto Jacuí Barros Cassal Barragem acumulação ----- Pardo Cachoeira do Sul Direta Rio Jacuí Baixo Jacuí Carazinho Barragem de nível Rio da Várzea Várzea Chapada Poço ----- Passo Fundo Marau Direta Arroio Marau Taquari-antas Passo Fundo Barragem Rio Passo Fundo Passo Fundo

Fonte: CORSAN,2008

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ 6.2 Agricultura e Pecuária

O uso dos recursos hídricos para a atividade agrícola e pecuária é

fundamental para que se possam ter safras regulares ao longo dos anos, assim

como aumento dos rebanhos na região. Políticas públicas têm incentivado o

uso dos recursos hídricos para a obtenção de melhores resultados no campo.

A Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí tem nestas duas atividades suas

maiores demandas hídricas, com 1,27 m³/s (46%) para a irrigação e 0,51 m³/s

(18,7%) para a dessedentação animal, para uma demanda total setorial anual

média de 2,73 m³/s.

Na agricultura este uso acontece principalmente no cultivo de arroz em

áreas alagadas e na irrigação para as culturas como a soja, milho e trigo. São

utilizados dois sistemas de irrigação na bacia aspersão e inundação, estes

atendem a uma área total de 17.678 hectares. O sistema por aspersão tem um

consumo 11.223 m³/hectare atendendo a uma área de 8.703 hectares, com

um consumo total anual de 0,097 km³; enquanto que o sistema por inundação

consome 7.623 m³/hectare sendo responsável por irrigar uma área de 8.975

hectares, com um consumo total de 0,069 km³/ano (Tabela 23).

Tabela 23: Uso da água na irrigação na Bacia do Alto Jacuí.

Sistema Área(hectares) Consumo (m3/hectare)

Consumototal (km3/ano) %

Aspersão 8.703 11.223 0,097 13,9

Inundação 78.723 7.626 0,6 86,1

Consumo Total

0,697

No caso da irrigação por aspersão, uma das principais fontes de água,

são as estruturas de reservação do tipo açude de acumulação de águas das

chuvas. Na tabela 24 é apresentado uma estimativa do volume potencial total

de água armazenada, considerando-se o número de açudes, a lâmina de

água em hectares e uma profundidade média de 1,5 metros.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Tabela 24: Volume de água armazenada em açudes na Bacia do Alto

Jacuí.

Número de açudes

Lâmina (hectare)

Profundidade média (m)

Total acumulado(km3)

10.410 5.483,50 1,5 0,83

Em relação ao consumo na pecuária e dessedentação animal, os

valores são mostrados na tabela 25, a partir do levantamento dos rebanhos e

dados médios de consumo de água por unidade animal obtidos na

bibliografia técnica especializada. A avicultura representa 80,7% do consumo

total.

Tabela 25: Uso da água pela pecuária na Bacia do Alto Jacuí.

Atividade Número

de Animais Consumo

(m3/unidade) Consumo

total (km3/ano) % Bovinocultura corte 339.526 500 0,17 14,9 Bovinocultura leite 71.634 500 0,035 3,2

Suinocultura 352.699 26 0,0092 0,8

Avicultura 10.213.021 9 0,92 80,7 Bovinocultura confinada 7.434 500 0,004 0,35 Consumo total (km3/ano) = 1,14

O uso da água na pecuária representa 62% , enquanto que a atividade

de irrigação representa 38%, dum total de 1,84 km3/ano.

Tabela 26: Comparativo do uso e consumo da água entre os setores de

irrigação e pecuária na Bacia do Alto Jacuí.

Atividade Consumo anual

(km3) % do Total

Pecuária 1,14 62

Irrigação 0,697 38

Total 1,84 100

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ 6.3 Indústria

A indústria na região do alto Jacuí é uma atividade pouco desenvolvida

e por isso faz pouco uso da água com apenas 0,004 m³/s (5,1%) do uso total

setorial anual médio.

6.4 Mineração

A metodologia utilizada foi o levantamento dos dados no Cadastro

Mineiro do Departamento Nacional de Produção Mineral – Ministério de Minas

e Energia (DNPM – MME), pertinentes aos municípios que fazem parte da Bacia

Hidrográfica do Alto Jacuí, essas empresas são as mineradoras registradas e

legalizadas, esta pesquisa foi realizada pelo grupo de estudo técnico do

COAJU com dados do ano de 2005.

Tabela 27: Atividades de mineração na Bacia Hidrográfica do Alto

Jacuí.

Atividades do DMIN em Municípios da bacia do Alto Jacuí

Municípios Areia/ Cascalho Saibro Argila Agata/

Ametista Basalto Rocha Ornamental Calcário Carvão Pesquisa

Mineração Total Município

Alto Alegre 1 0 0 1 3 0 0 0 0 5 Arroio do Tigre 1 0 0 3 3 0 0 0 0 7 Barros Cassal 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 Boa Vista do Incra 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Campos Borges 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 Carazinho 3 6 1 0 2 1 0 0 0 13 Chapada 0 3 0 0 2 0 0 0 0 5 Colorado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Cruz Alta 1 6 5 0 2 1 0 0 0 15 Ernestina 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2 Espumoso 0 4 1 2 1 1 0 0 0 9 Estrela Velha 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 Fortaleza dos Valos 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 Ibarama 0 0 0 0 1 1 0 0 0 2 Ibirapuitã 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 Ibirubá 0 2 0 0 2 0 0 0 0 4 Jacuizinho 1 2 0 0 0 0 0 0 0 3 Júlio de Castilhos 1 0 0 1 1 1 0 0 0 4 Lagoa Bonita do Sul 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Lagoa dos Três Cantos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Lagoão 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Marau 0 0 0 0 2 3 0 0 0 5 Mato Castelhano 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Mormaço 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Os trabalhos de exploração mineral na Bacia Hidrográfica utilizam

quase que exclusivamente métodos de lavra a céu aberto (Figura 10). A

seleção de um determinado método depende de outras características das

jazidas e, às vezes, de fatores externos não controláveis.

Não Me Toque 0 4 0 0 0 0 0 0 0 4 Nicolau Vergueiro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Passa Sete 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Passo Fundo 0 6 2 0 9 8 0 0 0 25 Pinhal Grande 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2 Quinze de Novembro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Saldanha Marinho 0 2 0 0 2 0 0 0 0 4 Salto do Jacuí 0 0 0 0 4 37 0 0 1 42 Santa Bárbara do Sul 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Santo Antônio do Planalto 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Segredo 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Selbach 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sobradinho 0 0 0 0 5 2 0 0 0 7 Soledade 0 1 0 0 3 2 0 0 0 6 Tapera 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 Tio Hugo 0 1 1 0 0 0 0 0 0 2 Tunas 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2 Tupanciretã 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 Vitor Graeff 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Total 9 40 11 8 46 62 0 0 3 179

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Figura 10: Método de lavra a céu aberto.

Na tabela 28 é apresentado o resumo geral das mineradoras registradas no

Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), no âmbito da Bacia

Hidrográfica do Alto Jacuí.O maior número de empresas explora basalto. Em

conversas mantidas com geólogos e ambientalistas, é possível estimar em 40%

do total as empresas não registradas (legalizadas) oficialmente. As principais

substâncias extraídas por empresas não registradas são: basalto, argila, ágata,

ametista e citrino. Por exemplo, em Campos Borges há empresas que extraem

basalto, ágata e ametista, sem registro no DNPM.

Foram identificados os seguintes métodos:

• Métodos para jazidas aluvionares e de substâncias minerais não

consolidadas. Nesta classe estão incluídos os métodos que promovem o

desmonte e o transporte da substância mineral por meios hidráulicos,

mecânicos e mistos, sendo que as jazidas se apresentam submersas ou

não.

• Métodos de lavra por bancadas: quando os trabalhos situam-se acima

do nível topográfico geral, tem-se a lavra em encosta. Caso os

trabalhos se desenvolvam abaixo daquele nível, é aberta uma cava em

degraus, conformando bancadas no sentido descendente.

• Método de lavras por tiras: são aplicáveis à lavra de substâncias

minerais, cujas jazidas se caracterizam pela grande extensão em área,

quando comparadas com a espessura.

Tabela 28: Resumo geral das atividades de mineração na Bacia

Hidrográfica do Alto Jacuí de acordo com a natureza do mineral explorado.

Mineral Mineradoras registradas DNPM Basalto 69 Argila 39 Areia 34 Carvão 34 Ágata 33 Saibro 15 Água mineral 14 Sienito 10 Calcário (tipos diversos) 8 Cascalho 4 Arenito 4 Turfa 4 Linhito 3 Ametista / Citrino 3

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Caulim 2 Cobre 2 Bentonita 1 Gnaisse 1 Ouro 1 Rocha carbonática 1 Jaspe 1

O principal e mais característico impacto causado pela atividade de

mineração é a degradação visual da paisagem (Figura 11). Os efeitos da

degradação ambiental podem ser assim resumidos: focos de erosão,

escorregamento de massas de solo/rochas; assoreamento de vales e cursos

d’água; poluição visual e poluição sonora. Existem duas diretrizes básicas que

podem ser aplicadas na luta contra os efeitos nocivos causados pela

mineração: prevenção e minimização dos impactos; restauração e

eliminação dos danos.

Figura 11: Degradação ambiental causada pela mineração.

Um dos maiores transtornos sofridos pelos habitantes próximos às

minerações relaciona-se com a poeira. Esta pode ter origem tanto nos

trabalhos de perfuração da rocha como nas etapas de beneficiamento e do

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

transporte da produção. Essa poeira apresenta uma fração muito fina, que

fica durante muitas horas em suspensão no ar, espalhando-se por extensas

áreas.

A disposição final de rejeitos não constitui problema mais sério, quando

destinados aos trabalhos de recuperação das áreas. Entretanto, durante a

fase da lavra devem ser observados cuidados especiais para que estes não

estejam lançados no sistema de drenagem. No caso das lavras de areia e de

caulim, esse problema, às vezes, é evitado com a construção de tanques para

a decantação o que, de outra parte, possibilita o reaproveitamento da água.

Em algumas explorações de quartzito observou-se a existência de diques

secos, que barram o carregamento de finos durante a época de chuvas,

promovendo também a filtragem da água. Havendo, entretanto, a

necessidade da formação de pilhas de estéril, é importante que elas sejam

devidamente estabilizadas através da implantação de vegetação.

6.4.1 Medidas preventivas e corretivas para a defesa do meio ambiente

6.4.1.1.Basalto, saibro, cascalho

Substâncias minerais extraídas na maioria dos municípios da Bacia

Hidrográfica. A principal utilização é na construção civil, pavimentação de

ruas e estradas.

Na extração das rochas ornamentais, o controle ambiental e a

utilização racional dos minérios são temas importantes tanto para a empresa

quanto para comunidade local. As pedreiras de basalto (nome científico,

riolito) geram, durante a fabricação das peças de forma padronizada, uma

quantidade elevada de retalhos (fragmentos), que são prejudiciais para o

meio ambiente. Os retalhos tabulares de tamanho grande e de forma irregular

são utilizados para pavimentação local. Os retalhos menores são

transformados em britas para materiais de construção das estradas. O

aproveitamento do pó fino ainda está em pesquisa.

Após o esgotamento comercial de uma pedreira, é fundamental que

seja implementado um plano de recuperação da área.

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6.4.1.2.Argila e caulim

A argila é uma substância terrosa proveniente da degeneração de

rochas feldspáticas, constituída basicamente pela combinação da sílica e da

alumina, em fragmentos inferiores a dois micra de diâmetro, com outras

substâncias, o que faz variar-lhe a cor, do branco ao avermelhado, a

plasticidade e a capacidade de absorção de água.

O grande problema na extração da argila é o assoreamento dos rios,

fazendo com que fiquem rasos, prejudicando a fauna aquática. Cada etapa

do ciclo de vida do produto tem conseqüências ambientais, desde a extração

da matéria-prima até a eliminação do resíduo. As etapas do ciclo de vida da

cerâmica que mais exercem influência sobre o meio ambiente são três: a

extração da matéria-prima, a escolha e forma de utilização da fonte

energética e a emissão dos resíduos resultantes do processo de produção. A

extração da argila como matéria-prima causa alterações profundas na área

onde foi retirada a matéria-prima, como erosão e modificação da paisagem.

Já com relação à fonte energética necessária no processo produtivo, o tipo

de combustível e a tecnologia empregada causam diferentes conseqüências

ambientais. A queima da lenha será mais problemática do que utilizar o gás

como fonte de energia. Utilizar um forno com maior eficiência energética vai

significar queimar menos combustível e assim gerar menos resíduo atmosférico.

Há uma distância muito grande em termos de gerenciamento,

tecnologia adotada, qualidade do produto e desempenho ambiental entre as

indústrias de cerâmica vermelha e de cerâmica de revestimento, como pisos e

azulejos. No caso da cerâmica vermelha, temos muitas micros e pequenas

empresas que não dispõem de tecnologias e gerenciamento preocupados

com a variante ambiental. Muitas apresentam um processo quase artesanal

de produção que se reflete de forma negativa no meio ambiente. Do outro

lado, temos empresas de cerâmica de revestimento que tem processos

produtivos muito semelhantes ao que existe de melhor em relação ao

ambiente.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ O caulim é argila pura, refratária, branca, friável, usada especialmente

em cerâmica e porcelana. As empresas que atuam na extração dessa

substância devem tomar as medidas de segurança necessárias para prevenir

acidentes que possam poluir mananciais, além de executar planos de

recuperação das áreas degradadas. O processo de exploração produz

turbidez (perene ou temporária) das águas, por agentes inócuos e

quimicamente estáveis. O caulim não é um agente tóxico, não prejudicando

a qualidade da água, caso venha a ser despejado em mananciais. Mesmo

assim, as empresas mineradoras devem se abster da lavra nas nascentes. Existe

tecnologia para a limpeza de água suja pelo caulim, tais como o emprego de

bacias ou tanques de decantação.

6.4.1.3.Areia, arenito, calcário, bentonita e rocha carbonática

O arenito é uma rocha sedimentária de origem detrítica formada de

grãos agregados por um cimento natural silicoso, calcário ou ferruginoso que

comunica ao conjunto em geral qualidades de dureza e compactação; é

usada principalmente como material de construção e pavimentação.

Calcário é uma designação comum às rochas sedimentares

(metamorfizadas ou não) constituídas essencialmente por carbonato de cálcio

e de magnésio; inclui as formas quase puras de carbonato de cálcio

cristalizado (calcita, aragonita), as de teor mais elevado de carbonato de

magnésio (dolomita) e as de variável teor de impurezas (mármore, greda ou

giz etc.); é muito disperso na crosta terrestre. Usado como pedra em

edificação, na produção de cal, como corretivo da acidez do solo, na

fabricação de cimento, como fundente e na refinação do açúcar.

Areia é massa solta, pulverulenta, que reúne granículos, cujo tamanho

convencional está compreendido entre 0,06 mm e 2 mm, resultantes da

desagregação de rochas siliciosas, graníticas ou argilosas pela ação dos

agentes da erosão, tais como a água corrente ou da chuva, o ar e

intemperismo. É encontrada no leito dos rios, dos mares, nas praias e desertos.

Não importa a tecnologia utilizada, a extração de areia é sempre uma

atividade danosa ao ambiente. Os principais danos são: retirada de cobertura

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

vegetal, erosão / assoreamento e alteração paisagística. Além disto, sabe-se

que a camada de areia funciona como filtro físico e biológico para as águas

subterrâneas e que, portanto, sua retirada representa a diminuição destas

importantes funções no ecossistema local. Outra perda importante ao se

extrair grandes quantidades de areia é a diminuição da pressão sobre os

lençóis de água subterrâneos.

Atualmente, em termos de preço final das obras, não há matéria prima

ou produto que substitua a areia para os fins de construção civil porque não

existe um concorrente em preço para ela. Seu preço enquanto matéria

natural é zero. Apenas o custo de extração, o de transporte e a margem de

lucro do minerador e do transportador é que compõem seu preço de

comercialização. O fato de ser barata faz com que ela seja utilizada em

grande escala. Algumas medidas paliativas são: cobrança de uma taxa sobre

a utilização da areia, estimulando o investimento em pesquisa de materiais

que a substituam; estimular o combate ao desperdício e a redução do

consumo. Outra forma de induzir a racionalização do uso é o estabelecimento

de regras mais rígidas para os empreendedores do ramo de extração de

areia. A exigência de garantias financeiras para a exploração, da mesma

ordem dos custos de reparação ou mitigação dos danos ambientais, pode

contribuir para um aumento do valor atribuído ao bem mineral, aumentando

consequentemente os níveis de cuidado no seu uso.

É importante ressaltar que as empresas que exploram a areia não adotam

uma política de recuperação ambiental e o poder público não possui

condições de fiscalização da atividade. As alternativas possíveis de induzir

mudanças neste modelo econômico – exploratório é através do

estabelecimento de regulação rígida, definição de preço público para a

areia, similar ao que ocorre com a água; e restrição das áreas de exploração.

6.4.1.5.Carvão, turfa e linhito

O linhito é um carvão fóssil, de formação atribuída à era Terciária, rico

em detritos vegetais, de cor preta ou marrom-escura, fraco poder calorífico,

alto teor de água e matérias voláteis; constitui um estágio intermediário entre

a turfa e o carvão betuminoso; lignito.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Turfa é a massa de tecido de várias plantas, especialmente de musgos

do gênero Sphagnum, produzida por lenta decomposição anaeróbica

associada à ação da água, encontrada em várias partes do mundo, com

variação de consistência (do torrão até o limo) e de cor (de verde-claro ao

negro), usada como fertilizante, forragem, combustível e na feitura de carvão.

Na água, as reações químicas desencadeadas pelo carvão têm, entre

outras características, a acidificação do meio. Ocorre o aumento da acidez

das águas para níveis que inviabilizam a presença de vida bem como o uso /

consumo; aumento de sólidos suspensos nas fontes de água, contaminação

por metais pesados e outros elementos e compostos químicos, etc...).

No ar, a emissão de particulados finos associados a elementos e

compostos químicos compromete a qualidade do ar da região onde é

explorado o carvão. Com a ocorrência de fenômenos naturais sobre os quais

o homem não pode interferir como a inversão térmica, este processo de

dispersão se agrava e a concentração destes poluentes atmosféricos

permanece por bom tempo ao alcance da respiração das pessoas, com

repercussões negativas na saúde. A emissão de CO2 na atmosfera, provocada

pela atividade carbonífera, constitui-se num de seus maiores responsáveis pelo

efeito estufa.

A contaminação do solo é outro impacto negativo provocado pelo

carvão. A contaminação direta com o comprometimento total para a

atividade agrícola de produção de alimentos das áreas ocupadas por rejeitos.

Todos os particulados finos em suspensão no ar e os demais elementos e

compostos químicos emitidos para a atmosfera pela atividade carbonífera

retornam ao solo, quer por deposição natural em dias secos, quer pelas

chuvas, acidificando e o contaminado. Cabe ressaltar a capacidade de

produção de acidez e de contaminação dos óxidos de enxofre e de

nitrogênio, por exemplo, emitidos em grande quantidade pela atividade

carbonífera.

6.4.1.6.Ágata, ametista, citrino e jaspe

Ametista é uma variedade gemológica do quartzo, de coloração roxa

e normalmente usada como pedra preciosa.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Citrino é uma variedade de quartzo cristalino transparente, amarelado,

alaranjado ou amarronzado, semelhante ao topázio, usado como gema;

Outros nomes: citrinita, pseudotopázio, quartzo-topázio, topázio-citrino,

topázio-da-boêmia, topázio-dos-joalheiros, topázio-indiano, topázio-

madagascar, topázio-ocidental, topázio-ouro, topázio-saxônico.

Jaspe é uma variedade de calcedônia muito usada como pedra

ornamental devido às múltiplas cores que apresenta, resultantes de inclusões

de óxido de ferro; jasperita.

Ágata é uma variedade calcedônia que apresenta anéis concêntricos,

geralmente de várias cores, e que é usada como gema na confecção de

jóias e objetos ornamentais.

O principai problema na exploração dessas substâncias é o

desmatamento natural para o acesso à lavra e o assoreamento dos cursos

d´água, já que boa parte das jazidas encontra-se em sopés de montanhas

que margeiam rios. Além disso, a exploração atinge, eventualmente, fontes

aqüíferas do lençol freático. Estas fontes naturais ficam expostas, desviadas ou

são exploradas inadequadamente.

6.4.1.7.Sienito e gnaisse

Gnaisse é uma rocha metamórfica feldspática, nitidamente cristalina,

constituída por mica, quartzo, anfibólio e outros minerais. Pedra de preço

acessível, encontrada na natureza em forma de placas. Resiste bem a

choques mecânicos e a intempéries e, por isso, é aplicada em estado bruto

nas áreas externas. Outra de suas qualidades é ser antiderrapante.

O sienito faz parte do grupo de rochas plutônicas, que contém álcali-

feldspato, pequena quantidade de plagioclásio, um ou mais minerais máficos,

e quartzo. Graças à sua estética, é muito valorizada no mercado internacional

e também no Brasil, onde é bastante confundida com o granito. Apresenta

boa resistência à abrasão e oferece brilho intenso. É usada depois de polida e

lustrada, o que a torna ideal para aplicações internas, como em banheiros,

bancadas, mesas ou ainda em detalhes arquitetônicos, dado o seu custo

elevado.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

6.4.1.8. Água mineral

No Brasil, água mineral é considerada minério, e sua lavra devem ser

autorizados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, do

Ministério de Minas e Energia. Ou seja, mesmo que uma empresa detenha a

concessão de um parque de águas, a lavra de novos poços e fontes tem de

ser autorizada pelo DNPM.

6.4.1.9.Cobre e ouro

O cobre é o elemento químico de número atômico 29 (símbolo Cu).

Um dos primeiros metais conhecidos pelo homem, é usado em fios condutores

de eletricidade, encanamentos, em ligas como latão com zinco e bronze com

estanho. O cobre é um dos elementos mais poluidores do meio ambiente.

6.4.2.Medidas preventivas e corretivas para a defesa do meio ambiente

Considerando que a degradação topográfica da paisagem constitui

uma das principais interferências da mineração no meio físico no qual ela se

instala, surge como idéia imediata, a necessidade de recuperação do solo ou

de reabilitação das áreas já mineradas. Para a realização dos trabalhos de

prevenção, bem como para a minimização dos impactos ambientais, é

necessário que se tenha um conhecimento perfeito de como a mineração

atua nas suas diferentes etapas (desde a lavra até o beneficiamento), quais as

formas de poluição ou degradação associadas a cada uma dessas etapas e

como se apresentará o produto final da lavra.

Do ponto de vista de recuperação, é necessário que se conheçam as

metas de planejamento regional e a vocação natural do solo para diferentes

tipos de ocupação. As substâncias minerais exploradas podem ser

caracterizadas como material consolidado, que demanda o uso de

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

explosivos, e material friável ou plástico, que permite uma exploração manual

ou mecanizada. A configuração da paisagem poderá ou não facilitar os

trabalhos posteriores de reabilitação.

Apesar de a mineração ocasionar sérios danos ambientais, não existe

no Brasil uma legislação específica, no sentido de obrigar os mineradores a

fazer uma recuperação dos terrenos degradados pelas operações minerais. As

exceções se devem a alguns poucos exemplos dados por órgãos

governamentais, proporcionando a implantação de áreas de lazer, e por raros

empresários, objetivando, através da recuperação, um retorno lucrativo.

Considerando que a degradação topográfica da paisagem constitui

uma das principais interferências da mineração no meio físico no qual ela se

instala, surge como idéia imediata, a necessidade de recuperação do solo ou

de reabilitação das áreas já mineradas. Para a realização dos trabalhos de

prevenção, bem como para a minimização dos impactos ambientais, é

necessário que se tenha um conhecimento perfeito de como a mineração

atua nas suas diferentes etapas (desde a lavra até o beneficiamento), quais as

formas de poluição ou degradação associadas a cada uma dessas etapas e

como se apresentará o produto final da lavra.

Do ponto de vista de recuperação, é necessário que se conheça as

metas do planejamento regional e a vocação natural do solo para os

diferentes tipos de ocupação. As substâncias minerais exploradas podem ser

caracterizadas como material consolidado, que demanda o uso de

explosivos, e material friável ou plástico, que permite uma exploração manual

ou mecanizada. A configuração da paisagem poderá ou não facilitar os

trabalhos posteriores de reabilitação.

Apesar de a mineração ocasionar sérios danos ambientais, não existe

no Brasil uma legislação específica, no sentido de obrigar os mineradores a

fazer uma recuperação dos terrenos degradados pelas operações minerais. As

exceções se devem a alguns poucos exemplos dados por órgãos

governamentais, proporcionando a implantação de áreas de lazer, e por raros

empresários, objetivando, através da recuperação, um retorno lucrativo.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

6.5 Lazer e Turismo

As informações sobre lazer e turismo na bacia Hidrográfica do Alto

Jacuí, são informações de difícil acesso, faltam informações e estas ainda

precisam ser pesquisadas pelo grupo técnico.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ 6.6 Energia

A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL traz no seu Banco de

Informações de Geração – BIG, a Capacidade que o Estado do Rio Grande

do Sul tem em gerar energia. Este banco de dados disponibiliza informações

sobre as usinas regularizadas em operação, construção e as outorgadas no

período de 1998 a 2005. O Estado possui, no total, 109 empreendimentos em

operação, gerando 6.953.969 kW de potência (Tabela 29). Está prevista para

os próximos anos uma adição de 3.174.678 kW na capacidade de geração do

Estado, proveniente dos 12 empreendimentos atualmente em construção e

mais 34 com sua Outorga assinada.

Tabela 29: Total de empreendimentos em operação no RS

Do total da potência elétrica do estado, a Bacia Hidrográfica do Alto

Jacuí contribui com 15,6%, esta geração ocorre principalmente com as Usinas

Hidrelétricas do Jacuí, Passo Fundo, Passo Real e Itaúba, que contribuem com

a potência de 1.076.400 kW, enquanto que a contribuição das pequenas

centrais hidrelétricas e centrais geradoras hidrelétricas na bacia são de 11.252

kW (Tabela 30).

Tabela 30: Total de empreendimentos em operação na BH do Alto Jacuí

Usina Potência

(kW) Destino da

Energia Proprietário Município Rio Pequena Central Hidrelétrica

Colorado 1.120 Serviço Público 100% para Centrais Elétricas de Carazinho S/A. Tapera Puitã Cotovelo do Jacuí

3.340 Autoprodução de Energia

100% para Cooperativa de Energia e Desenvolvimento Rural Ltda

Victor Graeff Jacuí

Ernestina 4.800 Serviço Público 100% para Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica

Ernestina Jacuí

Subtotal 9.260 Central Geradora Hidrelétrica

Cafundó 986 Registro 100% para Usina Hidro Elétrica Nova Palma Ltda. Júlio de Castilhos/Nova

Palma

Soturno

Ivaí 700 Registro/Serviço 100% para Companhia Estadual de Geração e Júlio de Ivaí

Tipo Quantidade Potência (kW) %

CGH 29 17.764 0,26 EOL 3 150.000 2,16 PCH 30 270.716 3,89 UHE 13 4.853.650 69,80 UTE 34 1.661.839 23,90

Total 109 6.953.969 100

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Usina Potência

(kW) Destino da

Energia Proprietário Município Rio Público Transmissão de Energia Elétrica Castilhos

Nova Palma

306 Registro 100% para Usina Hidro Elétrica Nova Palma Ltda. Júlio de Castilhos/Nova

Palma

Soturno

Subtotal 1.992 Usina Hidrelétrica de Energia

Jacuí 180.000 Serviço Público 100% para Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica

Salto do Jacuí Jacuí

Passo Fundo

226.000 Propriedade Independente

de Energia

100% para Tractebel Energia S/A Entre Rios do Sul

Passo Fundo

Passo Real 158.000 Serviço Público 100% para Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica

Salto do Jacuí Jacuí

Itaúba 512.400 Serviço Público 100% para Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica

Pinhal Grande Jacuí

Subtotal 1.076.400 Total Geral 1.087.652

Tabela 31: Total de empreendimentos em construção na BH do Alto

Jacuí.

Tipo Denominação Potência (MW) Consórcio

PCH Eng.Jorge Freher 17 Boca do Monte & Coprel

PCH Eng. Henrique Kotzian 13 Boca do Monte & Coprel

6.6.1 Descrição e Dados Técnicos das Usinas

Neste item, oferecemos a descrição e apresentação das principais

características de cada um dos empreendimentos de geração de energia

hidroelétrica referidos na Tabela 20, os quais estão localizados na área de

abrangência da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí. Dividimos esta

apresentação de dados, por tipo de empreendimento.

6.6.1.1 Pequena Central Hidrelétrica

A Usina Colorado, do tipo PCH, é um aproveitamento hidroelétrico no

curso do Rio Puitã, com potência instalada de 1,12MW. Sua localização

geopolítica fica no município de Tapera/RS, possuindo um reservatório de

2,40Km² formado por uma barragem tipo concreto com 89,0 m comprimento e

2,15m de altura.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Figura 12: Vista parcial da tomada d’água da PCH Colorado.

A PCH Cotovelo do Jacuí, é o 2º aproveitamento do Rio Jacuí, na

ordem de sua cascata, entrou em operação no ano de 2000, possui uma

potência instalada de 3,34 MW e sua localização geopolítica fica no município

de Vitor Graeff/RS, seu reservatório possui uma área de drenagem de 1.515,0

Km². Sua barragem é do tipo gravidade, fio d’água com 90 m de

comprimento e 6,0 metros de altura, crista cota 374, alagando áreas a sua

margem esquerda do Município de Mormaço e direita de Vitor Graeff.

Figura 13: Vista da.PCH Cotovelo do Jacuí

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

A Usina de Ernestina, na ordem cronológica é o 1º dos cinco

aproveitamos de Responsabilidade da CEEE, bem como, o 1º na ordem da

cascata do Rio Jacuí. Esta usina entrou em operação no ano de 1957, possui

uma potência instalada de 4.800 kW e sua localização geopolítica fica no

município de Tio Hugo/RS. Seu reservatório possui uma área inundada de 57,12

Km², confrontando com os seguintes Municípios: Margem Direita – Passo Fundo,

Ernestina e Tio Hugo. Margem Esquerda – Marau, Ibirapuitã e Nicolau

Vergueiro.

Figura 14: Vista parcial da barragem da PCH Ernestina.

6.6.1.2 Central de Geração de Energia

A Usina Cafundó, do tipo PCH, é um aproveitamento hidroelétrico no

curso do Rio Soturno, com potência instalada de 0,93MW. Sua localização

geopolítica fica no município de Nova Palma/RS, possuindo um reservatório de

0,308 Km² formado por uma barragem tipo gravidade em Pedra Basáltica / Fio

D’água, com 108,5 m comprimento e 7,30m de altura, inundando áreas de:

Júlio de Castilhos na margem direita e de Nova Palma na margem esquerda.

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Figura 15: Vista parcial da barragem da UHE Cafundó – Fio D’água

A PCH do Ivai, na ordem cronológica é o 1º dos três aproveitamos do rio

Ivai, é de propriedade da CEEE , bem como, o 2º na ordem da cascata do rio.

Esta usina entrou em operação no ano de 1950, possui uma potência instalada

de 0,75 MW com um gerador de igual potência e sua localização geopolítica

fica no município de Júlio de Castilhos/RS. O reservatório da UHE Ivai possui

uma área inundada de 0,036Km², atingindo os seguintes municípios: Margem

Direita – Júlio de Castilhos, Margem Esquerda – Salto do Jacuí. Sua Barragem é

do tipo Gravidade/Concreto armado.

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Figura 16: Vista parcial casa de máquinas e canal de descarga CGH

Ivaí.

A Usina Nova Palma, do tipo PCH, é um aproveitamento hidroelétrico no

curso do Rio Soturno, com potência instalada de 0,28MW. Sua localização

geopolítica fica no município de Nova Palma/RS, possuindo um reservatório de

0,010Km² formado por uma barragem tipo Laje em Contrafortes/DECA, com

78,0 m comprimento e 4,0m de altura, inundando áreas de: Júlio de Castilhos

na Margem Direita e Nova Palma na margem esquerda.

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Figura 17: Vista parcial da barragem da CGH Nova Palma – Fio d’água

6.6.1.3 Usina Hidrelétrica de Energia

A Usina de Jacuí, rebatizada recentemente por decreto estadual, como

usina Leonel de Moura Brizola, na ordem cronológica é o 2º dos cinco

aproveitamos de Responsabilidade da CEEE, bem como o 4º na ordem da

cascata do Rio Jacuí. Esta usina entrou em operação no ano de 1962, possui

uma potência instalada de 180.000 kW distribuídos em 6 geradores de 30.000

kW e sua localização geopolítica fica no município de Salto do Jacuí/RS. O

reservatório da UHE Jacuí, denominado Maia Filho, figura 18, está totalmente

localizando no território do município de Salto do Jacuí, com área inundada

de 4,5 Km². Sua Barragem é do tipo Gravidade – Concreto Armado e o sistema

de adução via túnel revestido com 1.186,6 m de extensão.

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Figura 18: Vista parcial da barragem Maia com vertimento.

A Usina de Passo Real na ordem cronológica é o 3º dos cinco

aproveitamentos de Responsabilidade da CEEE, bem como o 3º na ordem da

cascata do Rio Jacuí. Esta usina entrou em operação no ano de 1972, possui

uma potência instalada de 158.000 kW distribuídos em 2 geradores de 79.000

kW e sua localização geopolítica fica no município de Salto do Jacuí/RS. O

reservatório da UHE Passo Real é o maior lago artificial do RS, com uma área

inundada de 248,0 Km² e perímetro de 578 Km, atingido áreas territoriais na

sua margem direita dos Municípios de Selbach, Ibirubá, 15 de Novembro,

Fortaleza dos Valos e Salto do Jacuí e margem esquerda: Alto Alegre, Campos

Borges, Jacuizinho e Salto do Jacuí. A Barragem é do tipo

Gravidade/enrocamento com núcleo de argila com extensão 3.800 m.

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Figura 19: UHE Passo Real - Vista panorâmica da casa de máquinas e

complexo tomada d’água, barragem e subestação. A Usina de Itaúba, na ordem cronológica é o 4º dos cinco

aproveitamentos de Responsabilidade da CEEE, bem como o 5º na ordem da

cascata do Rio Jacuí. Esta usina entrou em operação no ano de 1978, possui

uma potência instalada de 500 MW distribuídos em 4 geradores de 125 MW e

sua localização geopolítica fica no município de Pinhal Grande/RS. O

reservatório da UHE Itaúba possui uma área inundada de 13,9 Km²,

confrontando áreas municipais a margem direita: Pinhal Grande, Júlio de

Castilhos e Salto Jacuí, na margem esquerda, Estrela Velha e Salto do Jacuí. A

Barragem é do tipo Gravidade – Enrocamento com núcleo de argila.

Figura 20: Vista da casa de máquinas, sistema tomada d’água,

condutos forçados e vertedouro – UHE Itaúba.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

7. QUALIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS

Este capítulo tem como contribuinte fundamental o estudo realizado

pelos grupos técnicos do COAJU, e também de estudo realizado pela

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O estudo da UFRGS foi realizado em três estações de amostragem, Rio

Jacuí, Rio Jacuí Mirim e Passo Real, estação 1, 2 e 3 respectivamente, em dois

períodos março de 2003 e abril de 2004. Este estudo mostrou que a água na

bacia se classifica como sendo de qualidade boa, com valor acima de 70,

tendo apenas um resultado abaixo deste valor, para a estação do Rio Jacuí

em março de 2003, com valor de 63,45 (Figura 21).

Figura 21: IQA das águas na Bacia do Alto Jacuí.

Para a demonstração dos índices de qualidade de água esta bacia foi

dividida em dois trechos, o primeiro é composto pelos rios Jacui (PR-1) e Jacui

Mirim (PR-2) e dos reservatórios Passo Real (PR-3), Maia Filho (JC-1) e Itaúba (IT-

1) (Figura XX) e o segundo parte do reservatório de Itaúba (ATBI0), Rio

Jacuizinho (ATJZ1), Jusante da foz do Rio Jacuizinho (ATDF3), Junto as Bóias

(ATDF4) e Jusante no Rio Jacuí conforme mostra a figura 22.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Figura 22: Pontos de amostragem trecho 1 da bacia hidrográfica do

Alto Jacuí.

Figura 23: Pontos de amostragem trecho 2 da bacia Hidrográfica do

Alto Jacuí.

A qualidade das águas superficiais do primeiro trecho da bacia,

medidos no período de janeiro de 2007 a janeiro de 2008, mostram que apesar

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

da alternância entre períodos de seca e períodos mais chuvosos o IQA, Índice

de Qualidade da Água se manteve como sendo classe 2, de boa qualidade

(Figura 24).

Para o mesmo período também foram medidos o IQA dos reservatórios

selecionados no trecho 1, que apresentaram queda para Classe 2, água

pouco degradada (Figura 25).

Figura 24: Resultados de IQA nas águas do trecho 1 da Bacia

Hidrográfica do Alto Jacuí

Fonte: Bioensaios Análises e Consultoria Ambiental Ltda, 2008.

Figura 25: Resultados de IQA nas águas da Bacia Hidrográfica do Alto

Jacuí

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Fonte: Bioensaios Análises e Consultoria Ambiental Ltda, 2008.

Para o segundo trecho da bacia foi avaliado o IQA das águas

superficiais da usina de Dona Francisca em quatro épocas março, junho e

dezembro de 2007 e agosto de 2008 (Figura 26).

Figura 26: Resultados do IQA na UHE de Dona Francisca.

Fonte: UFRGS, 2008.

7.1 Saneamento

7.1.1 Tratamento de Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos são rejeitos originados das várias atividades humanas,

como processos industriais, agrícolas e hospitalares, e sua composição varia

muito com alguns fatores como renda, escolaridade e hábitos da população.

Cidades mais desenvolvidas apresentam resíduos mais industriais, enquanto

que àquelas menos desenvolvidas apresentam resíduos na sua maior parte

resíduos orgânicos. A tomada de decisão sobre qual sistema é mais adequado

para o tratamento dos resíduos em um município deve ser feita de forma

individualizada.

O problema dos resíduos sólidos pode ser separado em duas partes,

coleta e destinação deste material.

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ No que se refere à coleta de lixo, as criticidades foram estabelecidas

conforme as seguintes faixas (Figura 27):

Alta Criticidade: percentual de domicílios com lixo coletado inferior a

70%.

Média Criticidade: percentual de domicílios com lixo coletado entre

70% e 90%.

Baixa Criticidade: percentual de domicílios com lixo coletado superior a

90%.

Figura 27: Coleta de Lixo domiciliar no ano de 2002.

Quanto à destinação do lixo, as criticidades foram estabelecidas

conforme as seguintes condições:

Alta Criticidade: Inexistência de licença para o destino do lixo ou auto

de infração sem encaminhamento de solução.

Média Criticidade: Licença de Operação vencida e existência de

apenas Licença Prévia ou de Instalação ou existência de Termo de Conduta

Ambiental com o cumprimento das exigências.

Caxias do Sul

Cruz Alta

Santa Maria

Porto Alegre

Santa Cruz do Sul

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Baixa Criticidade: Licença de Operação em vigor para Aterro Sanitário

ou Aterro Controlado.

Figura 28: Destinação do resíduo sólido domiciliar para o ano de 2002.

Os dados tanto quanto ao aspecto de coleta como de destinação dos

resíduos sólidos, mostram que inúmeros municípios da bacia, apresentam

índices de criticidade de média a alta.

7.1.2 Tratamento de Esgoto

O esgoto sanitário compreende as águas servidas, utilizadas para

higiene pessoal, cocção de alimentos e lavagem de utensílios, tanto por

processos industriais como residenciais, comerciais, administrativos e

hospitalares. Esgotos sanitários apresentam uma composição praticamente

uniforme, que é constituída, primeiramente, por matéria orgânica

biodegradável, microrganismos, nutrientes, óleos, graxas e detergentes.

A poluição hídrica de origem doméstica ou cloacal foi estimada a partir

das populações dos municípios componentes da Bacia Hidrográfica do Alto

Caxias do Sul

Cruz Alta

Santa Maria

Porto Alegre

Santa Cruz do Sul

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Jacuí (censo IBGE) e pela Norma NBR 7929 (ABNT, 1992), considerando-se a

vazão de lançamento de 150L/hab.dia e um equivalente populacional de 54

g DBO5/hab.dia. Os valores são apresentados na tabela 32.

Tabela 32: Geração de esgotos domésticos na bacia hidrográfica do

Rio Alto Jacuí. Município Doméstica Agudo 889.852

Alto Alegre 113.497 Arroio do Tigre 855.305 Barros Casal 632.691 Cachoeira do Sul 4.851.507 Campos Borges 212.047 Carazinho 3.118.505 Cerro Branco 289.792 Chapada 551.144 Colorado 230.279 Cruz Alta 3.894.641 Dona Francisca 205.860 Ernestina 208.652 Espumoso 895.710 Faxinal Soturno 369.782 Fortaleza dos Valos 262.964 Ibarama 266.195 Ibirapuitã 290.504 Ibirubá 1.011.671 Ivorá - Júlio de Castilhos 1.202.967 Lagoa dos Três Cantos 86.724 Lagoão 312.458 Marau 1.387.803 Mato Castelhano 124.118 Mormaço 129.867 Não-me-toque 761.299 Nicolau Vergueiro 96.853 Nova Palma 33.482 Paraíso do Sul 367.537 Passo Fundo 8.559.232 Pinhal Grande 239.969 Quinze de Novembro 193.432 Restinga Seca 851.527 Saldanha Marinho 178.321 Salto do Jacuí 670.633 Santa Bárbara do Sul 548.978 Santo Antônio do Planalto 112.073 São João do Polesine 141.419 Segredo 372.519 Selbach 252.124 Silveira Martins 138.299 Sobradinho 1.106.006 Soledade 1.549.589 Tapera 583.088 Tunas 241.721 Tupanciretã 1.261.495 Victor Graeff 212.978 São Martinho da Serra 172.298

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Pejuçara 230.662 Panambi 1.732.673 Total

43.302.711

7.2 Indústria

Para a determinação das concentrações brutas, ou seja, dos efluentes

antes do tratamento, foram consultados laudos de análises fisico-químicas e

biológicas realizadas pelo laboratório da FEPAM, onde se selecionou os

parâmetros Demanda Bioquímica de Oxigênio (mg/L 02), Demanda Química

de Oxigênio (mg/L 02) e a carga de metais pesados, representados pelo

Cromo Total, Ferro Total e Níquel (mg/L). Uma vez conhecidas as

concentrações características dos parâmetros citados, calculou-se o ìndice de

poluição para cada tipologia industria, expresso em t.dia/m3.ano,

considerando-se os dias de funcionamento por ano. Os índices específicos

foram multiplicados pela vazão de lançamento dos efluentes para retratar o

valor das cargas brutas em t/ano das indústrias. Como exemplo:

I DBO5 = A. X DBO5. N, onde:

N= número de dias trabalhados/ano

A= coeficiente para transformação de

unidades e é igual a

10-6 L.t/m3.mg

Desta forma, o cálculo das cargas brutas de poluentes, para cada

indústria e, depois, para cada município, foi determinado da seguinte

maneira:

Carga bruta= Q . I poluição, onde:

Q = vazão em m3/dia

A vazão foi determinada segundo o inventário de despejos líquidos do

setor industrial-SISAUTO (Sistema de Automonitoramento do Serviço de

Diagnóstico e Avaliação da Poluição de Origem Industrial da FEPAM). Para a

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

determinação das cargas remanescentes, isto é, as cargas de poluição após

o tratamento, foram consultados os dados disponíveis no Inventário de

Despejos Líquidos disponíveis no SISAUTO.

Os resultados do levantamento demonstram que a Bacia Hidrográfica

do Alto Jacuí se caracteriza pela baixa densidade industrial com potencial de

poluição de águas (12,7/município), sendo que somente cinco municípios

(Carazinho, Cruz Alta, Marau, Passo Fundo e Soledade) concentram 55,6% das

Indústrias com potencial poluidor hídrico. A percentagem total de indústrias

com potencial poluidor hídrico na bacia é de 21,8% (Tabela 33).

Tabela 33: Distribuição do número de indústrias por potencial poluidor hídrico e total por município da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí.

Município Indústrias com potencial poluidor

Total de Indústrias

Alto Alegre 3 11

Arroio do Tigre 8 52

Barros Casal 8 27

Campos Borges 2 16

Carazinho 53 257

Chapada 7 43

Colorado 3 16

Cruz Alta 36 174

Ernestina 2 23

Espumoso 10 61

Fortaleza dos Valos 3 15

Ibarama 4 25

Ibirapuitã 3 27

Ibirubá 15 94

Jacuizinho

Júlio de Castilhos 20 66

Lagoa Bonita do Sul

Lagoa dos Três Cantos 4 10

Lagoão 3 9

Marau 33 138

Mato Castelhano 1 14

Mormaço 2 5

Não-Me-Toque 18 77

Nicolau Vergueiro 1 6

Passa Sete

Passo Fundo 101 656

Pinhal Grande 4 12

Quinze de Novembro 4 28

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Município Indústrias com potencial poluidor

Total de Indústrias

Restinga Seca 29 96

Saldanha Marinho 1 10

Salto do Jacuí 18 38

Santa Bárbara do Sul 7 38

Santo Antônio do Planalto 6 14

São João do Polinese 8 32

Segredo 5 26

Selbach 9 27

Sobradinho 16 88

Soledade 81 188

Tapera 8 9

Tio Hugo

Tunas 3 35

Tupanciretã 6 35

Victor Graeff 2 12

Total 547 2510

O percentual de redução da carga poluidora, em termos de DBO,

na bacia é de 46,7%, sendo que 70% dos municípios não possuem indústrias

com tratamento de efluentes e somente 30% apresentam redução na

poluição bruta. Do total de 43 municípios, oito (Carazinho, Cruz Alta, Ibirubá,

Julho de Castilhos, Marau, Passo Fundo, Restinga Seca e Tapera) concentram

5.730 t/ano de DBO5, totalizando 83,3% da poluição na Bacia (Tabela 34).

Tabela 34: Distribuição da carga de DBO5 Bruta e remanescente nos municípios da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí.

Município DBO5 Bruta (t/ano)

DBO5 remanescente

(t/ano)

Remanescente (%)

Alto Alegre 13 13 0

Arroio do Tigre 85 85 0

Barros Casal 26 26 0

Campos Borges 13 13 0

Carazinho 235 88 63

Chapada 44 40 9

Colorado 34 34 0

Cruz Alta 293 293 0

Ernestina 13 13 0

Espumoso 146 146 0

Fortaleza dos Valos 51 51 0

Ibarama 84 84 0

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Município DBO5 Bruta (t/ano)

DBO5 remanescente

(t/ano)

Remanescente (%)

Ibirapuitã 29 29 0

Ibirubá 226 102 29

Jacuizinho - - -

Júlio de Castilhos 508 501 1

Lagoa Bonita do Sul - - -

Lagoa dos Três Cantos 38 38 0

Lagoão 0 0 0

Marau 1510 75 95

Mato Castelhano 26 26 0

Mormaço 6 6 0

Não-Me-Toque 84 84 0

Nicolau Vergueiro 11 11 0

Passa Sete - - -

Passo Fundo 2304 634 73

Pinhal Grande 9 9 0

Quinze de Novembro 2 2 0

Restinga Seca 344 344 0

Saldanha Marinho 0 0 0

Salto do Jacuí 50 50 0

Santa Bárbara do Sul 59 59 0

Santo Antônio do Planalto 53 53 0

São João do Polinese 13 13 0

Segredo 0 0 0

Selbach 45 45 0

Sobradinho 14 14 0

Soledade 89 86 4

Tapera 310 49 84

Tio Hugo - - -

Tunas 3 3 0

Tupanciretã 98 80 19

Victor Graeff 7 7 0

Total 6.875 3.206 -

A redução da poluição metálica na bacia é pequena (38,5%),

refletindo, a baixa utilização de sistemas específicos de remoção destes

poluentes. A grande maioria das indústrias não possui tratamento (71,4%) e tão

somente 28,6% dos municípios o possuem. Um total de três municípios é

responsável por 87,7% da carga metálica remanescente na bacia que é de

8,28 t/ano (Tabela 35).

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Tabela 35: Distribuição da carga metálica de origem industrial nos

municípios que compreendem a Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí Município Carga Bruta

(t/ano) Carga

remanescente (t/ano)

Remanescente (%)

Alto Alegre - - -

Arroio do Tigre - - -

Barros Casal 0,05 0,05 0

Campos Borges - - -

Carazinho 0,74 0,74 0

Chapada - - -

Colorado - - -

Cruz Alta 0,07 0,07 0

Ernestina - - -

Espumoso 0,02 0,02 0

Fortaleza dos Valos 0,01 0,01 0

Ibarama - - -

Ibirapuitã - - -

Ibirubá 0,25 0,25 0

Jacuizinho - - -

Júlio de Castilhos 0,01 0,01 0

Lagoa Bonita do Sul

Lagoa dos Três Cantos - - -

Lagoão 0,01 0,01 0

Marau 8,78 0,13 98,5

Mato Castelhano - - -

Mormaço - - -

Não-Me-Toque 0,08 0,08 0

Nicolau Vergueiro - - -

Passa Sete - - -

Passo Fundo 7,36 5,5 25,3

Pinhal Grande - - -

Quinze de Novembro - - -

Restinga Seca 0,03 0,03 0

Saldanha Marinho - - -

Salto do Jacuí 0,22 0,22 0

Santa Bárbara do Sul - - -

Santo Antônio do Planalto 0,04 0,04 0

Segredo _ _ _

Selbach 0,03 0,03 0

Sobradinho _ _ _

Soledade 1,31 1,02 22

Tapera 8,12 0,08 99

Tio Hugo

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Município Carga Bruta (t/ano)

Carga remanescente

(t/ano)

Remanescente (%)

Tunas 0,01 0,01 0

Tupanciretã - _ _

Victor Graeff - - _

Total 27,14 8,28 -

A vazão industrial corresponde a 9,92 % da vazão total de efluentes

para a bacia do Alto Jacuí e a 11 % da vazão doméstica. Do total dos

despejos potenciais para a bacia, a grande maioria e que merece maior

atenção é o do esgoto cloacal com 90,1 %.Na tabela 36 é apresentado os

valores da carga orgânica de poluição nos setores doméstico e industrial em

termos de DBO 5,20.

Tabela 36: Distribuição da carga orgânica de DBO5 industrial e doméstica dos municípios que compõem a Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí ( t/ano)

Município Doméstica Industrial Total % Industrial

Agudo 136 320 456 30

Alto Alegre 13 41 54 24 Arroio do Tigre 85 308 393 22 Barros Casal 26 228 254 10

Cachoeira do Sul 252 1747 1999 13 Campos Borges 13 76 89 14 Carazinho 88 1123 1211 7 Cerro Branco 69 104 173 40 Chapada 40 198 238 17 Colorado 34 83 117 29 Cruz Alta 293 1402 1695 17 Dona Francisca 7 74 81 8 Ernestina 13 75 88 15 Espumoso 146 322 468 31 Faxinal Soturno 19 133 152 13

Fortaleza dos Valos 51 95 146 35 Ibarama 84 96 180 47 Ibirapuitã 29 105 134 22 Ibirubá 162 364 526 31 Ivorá - - - - Júlio de Castilhos 501 433 934 54 Lagoa dos Três Cantos 38 31 69 55 Lagoão 0 112 112 0 Marau 7 46 53 13 Mato Castelhano 26 45 71 36 Mormaço 6 47 53 12 Não-me-toque 84 274 358 23 Nicolau Vergueiro 11 35 46 24 Nova Palma 18 120 138 13 Paraíso do Sul 51 132 183 28 Passo Fundo 634 3081 3715 17 Pinhal Grande 9 86 95 10

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Quinze de Novembro 2 70 72 2,8 Restinga Seca 344 307 651 53 Saldanha Marinho 0 64 64 0 Salto do Jacuí 50 241 291 17 Santa Bárbara do Sul 59 198 257 23

Santo Antônio do Planalto 53 40 93 57 São João do Polesine 13 51 64 21 Segredo 0 134 134 0 Selbach 45 91 136 33 Silveira Martins 14 50 64 22 Sobradinho 14 398 412 4 Soledade 86 558 644 13 Tapera 49 210 259 19 Tunas 3 87 90 4 Tupanciretã 80 454 534 15 Victor Graeff 7 77 84 8 São Martinho da Serra 68 62 130 52 Pejuçara 26 83 109 24 Panambi 17 624 641 3 Total

3868 15135 19003 -

A contribuição da carga orgânica remanescente de origem industrial,

em termos de DBO5, corresponde a 20,35 % da carga total e a 25,5 % da carga

doméstica. A maior carga poluidora é representada pelos despejos

domésticos com 79,7 % da carga total. A carga orgânica expressa em termos

de DQ) de origem doméstica e industrial é apresentada na tabela 37.

Tabela 37: Distribuição da carga orgânica de DQO industrial e

doméstica nos municípios que compõem a Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí (t/ano).

Município Doméstica Industrial Total % Industrial

Agudo 279 961 1240 22

Alto Alegre 26 123 149 17 Arroio do Tigre 173 924 1097 16 Barros Casal 59 683 742 8 Cachoeira do Sul 524 5240 5764 9 Campos Borges 26 229 255 10 Carazinho 195 3368 3563 5 Cerro Branco 139 313 452 31 Chapada 74 595 669 11 Colorado 68 249 317 21 Cruz Alta 579 4206 4785 12 Dona Francisca 15 222 237 6 Ernestina 26 225 251 10 Espumoso 298 967 1265 24 Faxinal Soturno 39 399 438 9 Fortaleza dos Valos 104 284 388 27 Ibarama 153 287 440 35 Ibirapuitã 58 314 372 16 Ibirubá 288 1093 1381 21 Ivorá - - - - Júlio de Castilhos 1021 1299 2320 44

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Lagoa dos Três Cantos 79 94 173 46 Lagoão 1 337 338 0,29 Marau 374 1499 1873 20 Mato Castelhano 52 134 186 28 Mormaço 14 140 154 9 Não-me-toque 170 822 992 17 Nicolau Vergueiro 22 105 127 18 Nova Palma 40 360 400 10 Paraíso do Sul 104 397 501 21 Passo Fundo 1464 9244 10708 14 Pinhal Grande 19 259 278 7 Quinze de Novembro 3 209 212 1 Restinga Seca 697 920 1617 43 Saldanha Marinho 0 193 193 0 Salto do Jacuí 135 724 859 16 Santa Bárbara do Sul 119 593 712 17

Santo Antônio do Planalto 115 121 236 49 São João do Polesine 27 153 180 15 Segredo 1 402 403 0,24 Selbach 92 272 364 25 Silveira Martins 27 149 176 15 Sobradinho 31 1194 2225 3 Soledade 376 1674 2050 18 Tapera 154 630 784 20 Tunas 8 261 269 3 Tupanciretã 161 1362 1523 11 Victor Graeff 13 230 243 5 São Martinho da Serra 139 186 325 43 Pejuçara 52 249 301 17 Panambi 39 1871 1910 2 Total

8384 46765 55149 -

A carga remanescente de DQO de origem industrial é responsável por

15,2 % da carga total e por 17,92 % da carga doméstica que, por sua vez,

compõe 84,8 % da carga total de despejos para a bacia.

Tabela 38: Resumo da distribuição das cargas de poluição totais da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí (t/ano)

DBO5

Rem. Ind. DQO

Rem. Ind.

DBO 5 Doméstica

DQO Doméstica

DBO 5 Total

DQO Total

Total

3.868 (20,35%)

8.384 (15,2%)

15.135 (75,65%)

46.765 (84,8%)

19.003 (25,7%)

55.149 (74,3%)

74.152 (100%)

A carga de poluição da bacia do Alto Jacuí se caracteriza pela maior

contribuição dos valores de DQO (74,3 % da carga total), principalmente de

origem doméstica.

Tabela 39: Vazão de efluentes m3/ano da bacia Hidrográfica do Alto

Jacuí

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________

Doméstica Industrial Total 43.302.111 (90,08%)

4.772.856 (9,92%)

48.075.567 (100%)

Em termos de DBO e DQO, também um pequeno número de municípios

concentram em suas indústrias a maior parte da carga poluidora (78 %),

facilitando possíveis ações localizadas. As vazões industriais de despejos na

Bacia correspondem a uma pequena fração (9,9 %) do total de efluentes, o

mesmo acontecendo com a carga poluidora de DBO (20,3%) e DQO

(15,2%).Ações específicas devem ser conduzidas no sentido de implantar

sistemas de saneamento e tratamento do esgoto cloacal, pois este tipo de

despejo representa 90,1 % da vazão total e 78 % da carga poluidora.

7.2 Pecuária

A pecuária, como já citado anteriormente, é uma atividade com

grande influência na economia local e estas atividades produzem grandes

impactos na carga orgânica de poluição da bacia. Em termos de volume de

dejetos produzidos, a bovinocultura de corte e a avicultura representam,

respectivamente 36,2% e 31,4% respectivamente.

Tabela 40: Carga de poluição dos dejetos s da atividade pecuária na Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí.

Atividade Animais Produção (L/animal/dia)

Produção anual (km3) % Total

Bovinocultura corte 339.526 30 3,7 36,2 Bovinocultura leite 71.634 60 1,57 15,4 Suínos terminados/ano 352.699 11 1,42 14 Aves terminadas/ano 10.213.021 0,86 3,2 31,4 Confinamento 7.434 30 0,3 3

Total 10,20 km3/ano

Quanto a carga orgânica de poluição, expressa pela DBO,tem-se um

total de 163.336 ton/ano,sendo 62% representada pela bovinocultura de leite

e de corte e 20,6% pela avicultura (Tabela 41).

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Comitê de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí_______________ Tabela 41: Carga de poluição dos dejetos s da atividade pecuária na

Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí.

Atividade Animais DBO(kg/unidade/dia) Total (ton/ano) Total (%)

Bovinocultura 346.960 0,8 101.312 62,1 Suinocultura 352.699 0,22 28.321 17,3 Avicultura 10.213.021 0,009 33.703 20,6

Total 163.336 ton/ano

8. PRINCIPAIS SITUAÇÕES DE CONFLITO

As principais situações de conflito identificadas para a bacia

hidrográfica são apresentadas a seguir:

8.1.O alagamento de terras para geração de energia com perda de

área para os agricultores;

8.2.A ocupação de Áreas de Preservação Permanentes (APP) para as

atividades de lazer, turismo,agricultura e gado de leite;

8.3.O uso de sistemas de irrigação diminuindo a disponibilidade de água

para abastecimento público;

8.4.O incentivo a Pecuária Leiteira na bacia e os cuidados que esta

atividade deve ter com as APP’s.