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Relatório e Contas 2015

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Relatório e Contas • 2015

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Índice Geral

Mensagem do Governador ..............................................................................................................................7Sumário Executivo ...........................................................................................................................................10

PARTE I – CONTEXTO ECONÓMICO-FINANCEIRO .................................................................................131.Economia Internacional ..............................................................................................................................141.1. Crescimento da Economia Mundial .....................................................................................................141.2. Comércio Internacional ...........................................................................................................................151.3. Inflação ......................................................................................................................................................161.4. Mercado Monetário ................................................................................................................................161.5. Mercado Cambial Internacional ...........................................................................................................191.6. Mercado Bolsista .....................................................................................................................................211.7. Mercado das Commodities ...................................................................................................................22

2. Economia Nacional .....................................................................................................................................242.1. Sector Real ................................................................................................................................................242.1.1. Actividade Económica .........................................................................................................................242.1.2. Preços ....................................................................................................................................................262.1.3. Evolução do núcleo da inflação ........................................................................................................282.2. Sector Fiscal ..............................................................................................................................................292.2.1. Política e Situação Orçamental ..........................................................................................................292.2.2. Receitas Públicas ..................................................................................................................................302.2.3. Despesas Públicas ...............................................................................................................................322.2.4. Saldos Fiscais e Financiamento .........................................................................................................342.2.5. Dívida Pública ........................................................................................................................................362.3. Sector Monetário e Financeiro ..............................................................................................................372.3.1. Política Monetária e Gestão de Liquidez .........................................................................................372.3.2. Base Monetária ....................................................................................................................................412.3.3. Evolução dos Agregados Monetários ..............................................................................................442.4. Contas Externas .......................................................................................................................................481.2.1. Balança de Pagamentos .....................................................................................................................481.2.2. Reservas Internacionais ......................................................................................................................521.2.3. Mercado Cambial Nacional ...............................................................................................................52

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PARTE II – SISTEMA BANCÁRIO ANGOLANO ........................................................................................55

3. Desempenho do Sistema Bancário Angolano ......................................................................................563.1. Actividade do Sistema Bancário ...........................................................................................................563.2. Principais Indicadores do Sistema Bancário .......................................................................................584. Sistemas de Pagamentos ..........................................................................................................................594.1. Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR) ..............................................................................604.2. Subsistemas de Compensação ............................................................................................................61

PARTE III – ACTIVIDADES RELEVANTES ...................................................................................................63

5. Actividades do Banco Nacional de Angola ............................................................................................645.1. Comités Colegiais ....................................................................................................................................641.2.4. Comité de Política Monetária ............................................................................................................641.2.5. Comité de Estabilidade Financeira ....................................................................................................641.2.6. Comité de Investimento ......................................................................................................................655.2. Organização e Gestão de Recursos .....................................................................................................661.2.7. Desenvolvimento Organizacional ......................................................................................................661.2.8. Gestão de Risco ....................................................................................................................................681.2.9. Recursos Humanos ..............................................................................................................................685.4.4. Tecnologias de Informação .................................................................................................................685.4.5. Gestão de Património e Serviços ......................................................................................................685.4.6. Relações Internacionais ......................................................................................................................695.4.7. Comunicação Institucional ..................................................................................................................69

PARTE IV – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .......................................................................................71

PARTE V – NOTAS ANEXAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .................................................79

PARTE VI – CERTIFICAÇÃO DO CONSELHO DE AUDITORIA ...............................................................151

PARTE VII – RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE ......................................................................157

PARTE VIII – Anexos .....................................................................................................................................1611. Decisões do Comité de Política Monetária ao longo de 2015 .........................................................1622. Documentos normativos emitidos pelo BNA no decurso do ano de 2015 ....................................1623. Relação das Actividades de Âmbito Internacional realizadas pelo BNA no decurso do ano 2015 ...............................................................................................................................1654.E missão e Reserva Monetária ...............................................................................................................1675. Mapa estratégico – Organização dos Objectivos por Perspectivas ................................................1676. Balanço da execução do Plano Estratégico 2013-2015 .....................................................................168

Glossário .........................................................................................................................................................169

Índice de Gráficos

Gráfico 1: Yields dos Mercados Obrigaccionistas.....................................................................................19Gráfico 2: Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Desenvolvidas face ao USD 20Gráfico 3: Índices Accionistas das Principais Economias Mundiais ......................................................22Gráfico 4: Impostos petrolíferos (em % do PIB) .........................................................................................31Gráfico 5: Despesas Correntes (em % do PIB) ...........................................................................................34Gráfico 6: Saldos Fiscais (em % do PIB) ......................................................................................................35Gráfico 7: Dívida Pública (em % do PIB) ......................................................................................................37Gráfico 8: Transacções no MMI e FCO ........................................................................................................39

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Gráfico 9: Stock de Títulos em 2015 ............................................................................................................40Gráfico 10: Taxas de Juro no Mercado Primário em 2015 ......................................................................41Gráfico 11: Emissão versus Circulação Monetária em 2015 (Representação Financeira) ................44Gráfico 12: Conta Corrente e Suas Componentes ....................................................................................49Gráfico 13: Principais Países de Proveniência das Importações ............................................................50Gráfico 14: Conta Financeira e Suas Componentes .................................................................................51Gráfico 15: Reservas Brutas e Rácio de Cobertura das Importações ....................................................52Gráfico 16: Taxa de Câmbio de Referência Nominal e Real no Mercado Primário ............................53Gráfico 17: Vendas de Divisas ......................................................................................................................54Gráfico 18: Crédito Vencido/Crédito Total ..................................................................................................57Gráfico 19: Rácios de Liquidez Geral e Imediata .......................................................................................58Gráfico 20: Rácio de Solvabilidade ..............................................................................................................59Gráfico 21: Estrutura do Sistema de Pagamentos de Angola (SPA) ......................................................59Gráfico 22: Projectos em Curso .....................................................................................................................67

Índice de Quadros

Quadro 1: Produto Interno Bruto Mundial (em %) ....................................................................................14Quadro 2: Comércio Mundial (em %) ..........................................................................................................15Quadro 3: Inflação (em %) .............................................................................................................................16Quadro 4: Estrutura Percentual do PIB (Preços de 2002)..........................................................................25Quadro 5: Receitas Públicas ..........................................................................................................................31Quadro 6: Despesas Públicas ........................................................................................................................33Quadro 7: Financiamento Líquido .................................................................................................................36Quadro 8: Base Monetária ............................................................................................................................42Quadro 9: Síntese Monetária ........................................................................................................................45Quadro 10: Agregados Monetários .............................................................................................................46Quadro 11: Principais Produtos Importados em 2015 (em USD Milhões) ............................................50Quadro 12: Taxas de Câmbio no Mercado Primário e Secundário ........................................................53Quadro 13: Número e Montante de Operações Liquidadas no SPTR ..................................................60Quadro 14: Alocação por Classe de Activo a 31 de Dezembro de 2015 ..............................................66Quadro 15: Documentos Normativos emitidos ao longo de 2015 .........................................................67

Índice de Painéis

Painel 1: Taxas de Juro de referência ..........................................................................................................17Painel 2: Taxas de Juro dos Mercados Interbancários .............................................................................18Painel 3: Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Emergentes face ao USD .......21Painel 4: Preços das CommoditiesEnergéticas e Alimentares ............................................................23Painel 5: Taxas de Crescimento do PIB Real e PIB Real por Sectores de Actividade .........................25Painel 6: Taxa de Inflação e Componentes do IPC ....................................................................................26Painel 7: Contribuição e Representatividade das Classes de Despesas na Inflação .........................27Painel 8: Índice de Preços no Grossista (Taxas de variação, em %) ......................................................28Painel 9: Núcleo de Inflação em 2014 (em %) ...........................................................................................29Painel 10: Taxas de Juro Directoras e Taxas Luibor ..................................................................................38Painel 11: Emissão e Resgate de Títulos em 2015 ...................................................................................40Painel 12: Reserva Bancária - Depósitos Obrigatórios e Livres ..............................................................43Painel 13: Taxas de Juro do Crédito e dos Depósitos no Sistema Bancário (em f.d.p.) .....................47Painel 14: Estrutura do Activo Total (em %) ...............................................................................................56Painel 15: Estrutura do Passivo Total (em %) .............................................................................................57Painel 16: Número e Montante de Documentos Compensados do SCV.............................................61Painel 17: Transferências Efectuadas no STC ............................................................................................61Painel 18: Operações no Multicaixa em 2015 ...........................................................................................62Painel 19: Gestão da Carteira de projectos em 2015 ...............................................................................67

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Mensagem do GovernadorAo longo do ano de 2015 foram notados alguns focos de instabilidade que puseram à prova a solidez da economia mundial e, em particular, da economia Angolana. Apesar de já estar a diminuir a sua dependência face ao sector petrolífero, a economia angolana, por via das suas contas externas, ainda demonstra alguma sensibilidade face às oscilações do preço do petróleo bruto nos mercados internacionais. No entanto, apesar de essa sensibilidade ter tido um efeito nocivo na economia, verificou-se um ajustamento das políticas macroeconómicas que, de alguma forma, ajudaram a suavizar o impacto negativo do choque externo sobre a economia nacional.

Ao longo do ano, os formuladores de política macroeconómica mantiveram-se atentos aos desenvolvimentos económicos nacionais. Do lado da política monetária, o BNA optou por adoptar uma conduta restritiva. Com efeito, aumentou as suas taxas directoras, aumentou o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional, retomou as operações de mercado aberto e implementou as operações de facilidades de absorção de liquidez na maturidade de 7 dias, numa tentativa de eliminar a liquidez excedentária existente no sistema financeiro.

Em termos de política cambial, o BNA desvalorizou o Kwanza de forma regular ao longo do ano, com o objectivo de proteger o stock de Reservas Internacionais Líquidas (RIL). As vendas de divisas aos bancos comerciais também foram geridas de forma mais conservadora devido à menor capacidade de acumulação de divisas.

De forma consentânea, a política fiscal conduzida ao longo do ano de 2015 foi uma política alicerçada no reajustamento das despesas face a esta nova realidade de um preço do petróleo persistentemente mais baixo face aos anos anteriores, nomeadamente através de cortes severos nas despesas com bens e serviços, nos subsídios e nas despesas de capital, enquanto se prosseguia com os esforços de aumentar a base tributária sobre o sector não petrolífero da economia. Ainda assim, foram verificadas ao longo do ano algumas dificuldades de tesouraria de curto prazo, o que obrigou o Tesouro a financiar-se através da emissão de dívida titulada e através do recurso ao crédito do Banco Central.

Os riscos para o sistema financeiro nacional associados ao seu enquadramento macroeconómico situaram-se em níveis inferiores face aos seus respectivos referenciais históricos (crise de 2009), com excepção do risco proveniente da evolução do crescimento económico nacional e da depreciação cambial. Ainda assim, e apesar dos desafios, o sistema financeiro nacional continua a apresentar uma robustez razoável e uma capitalização suficiente para suportar os riscos económicos e financeiros.

Os desafios continuarão em 2016, tendo como grande foco a criação de bases sustentáveis para a diversificação da economia, o contínuo fortalecimento do nosso sistema financeiro e o controlo do nível interno de preços. O BNA continuará empenhado em cumprir com a sua missão e os seus objectivos concertando esforços para garantir o sucesso das suas políticas.

Valter Filipe Duarte da SilvaGovernador

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SUMÁRIO EXECUTIVO

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Sumário Executivo

As estimativas do FMI apontam para uma desaceleração da economia mundial, passando de uma taxa de crescimento real de 3,40% em 2014 para os 3,10% em 2015, tendo como principal foco a desaceleração das economias emergentes. O abrandamento da economia chinesa, derivado da diminuição da procura interna e do fraco crescimento do investimento, foi um dos factores de destaque em 2015, que acabou por contagiar outras economias, das quais a economia angolana, dadas as fortes relações comerciais que as duas economias mantêm entre si.

Entretanto, o ano de 2015 ficou também marcado por uma queda significativa dos preços das principais matérias-primas, provocando um choque a vários níveis nos principais países produtores de commodities, não só energéticas, como também alimentares. Se, por um lado, a queda do preço das commodities energéticas, em especial do Brent em cerca de 46%, reflectiu-se de forma bastante negativa sobre a economia angolana, por outro lado, a queda dos preços das commodities alimentares (reflectido por uma queda do índice de preços da FAO em cerca de 19%) poderá ter ajudado a suavizar a tendência de aceleração da inflação que se tem vindo a verificar em Angola desde o II Semestre de 2014.

Comparando este cenário com a crise de 2008/2009 e a de 2014 até à actualidade, deve-se ter em conta que, enquanto a primeira esteve muito relacionada com a crise económico-financeira internacional vivida naquela altura, a crise actual surgiu associada a uma revolução tecnológica em que a introdução de uma inovação (extracção de petróleo através de gás de xisto) gerou uma maior competitividade de preços. Para além da revolução tecnológica, outros factores contribuíram para este cenário, tais como a desaceleração das economias emergentes, o final da política monetária expansionista norte-americana e de certos controlos à expansão da produção de petróleo (embargo ao Irão), tornando assim mais improvável a recuperação do preço do petróleo para níveis de, por exemplo, 2013 (acima dos 100 USD/bbl).

A persistência de reduzidos preços do petróleo nos mercados internacionais afectou naturalmente o preço de exportação das ramas angolanas, que diminuiu cerca de 48%, e fez com que as receitas de exportação reduzissem 43,9% face ao ano anterior. Por outro lado, as despesas de importação reduziram 29,9% como forma de ajustamento à capacidade da economia de acumular divisas, o que acabou por resultar num saldo da conta de bens superavitário, ainda que menor do que o registado no ano anterior. No entanto, o défice conjunto das contas de serviços, de rendimentos e de transferências correntes superaram o superavit da conta de bens, o que resultou num défice da conta corrente de cerca de 8,4% do PIB. Entretanto, a boa performance da conta financeira ajudou a contrabalançar o défice da conta corrente, levando a que o défice global da Balança de Pagamentos se fixasse nos 2,9% do PIB (contra os 3,7% do PIB em 2014).

Desde o II Semestre de 2014, a taxa de inflação homóloga inverteu a tendência descendente que apresentava nos últimos anos, terminando o ano de 2015 nos 14,27%, praticamente o dobro da taxa verificada em Dezembro de 2014 (de 7,48%). Uma das causas apontadas para a maior pressão existente sobre o nível de preços é a desvalorização da moeda que se tem vindo a verificar desde finais de 2014, devido à escassez de divisas na economia, levando à necessidade de se proteger as reservas internacionais do País e, consequentemente, de se reajustar o valor da moeda. Com efeito, observou-se em 2015 uma depreciação de cerca de 31,65% da taxa de câmbio de referência, com várias intervenções do BNA no mercado cambial ao longo do ano.

Recorde-se que, aquando do choque externo ocorrido no início do segundo semestre de 2008, a taxa de inflação inverteu a tendência de queda que vinha a registar nos últimos anos (tendo registado um valor de 11,78% no final de 2007), fechando o ano de 2008 com um registo de 13,18%. No final de 2010 (mais precisamente em Novembro), a taxa de inflação viria a atingir um pico máximo de 15,89% tendo retomado, a partir de então, a tendência de queda que perdurou até 2014, atingindo os 7,48%. Assim, o impacto do choque externo de 2008 (no qual o preço do Brent atingiu um preço mínimo de cerca de 77 USD/bbl) sobre o nível de preços nacional foi mais suave do que o registado com este

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novo choque externo em 2014/2015, uma vez que não só os preços de exportação caíram muito abaixo desse limite, como também têm perdurado abaixo desse limite durante todo o ano de 2015.

A questão da queda do preço do crude e da consequente diminuição da acumulação de divisas já referida provocou diversos constrangimentos no sector real da economia, entre os quais, dificuldades na importação de matérias-primas indispensáveis ao bom funcionamento da indústria transformadora e de outros sectores da economia, levando a um abrandamento do crescimento real do PIB não petrolífero em cerca de 6,7 p.p. para os 1,5%. Com efeito, o PIB total apresentou um crescimento real de 2,95%, maioritariamente suportado pelo crescimento real do sector petrolífero em cerca de 6,3%.

Em termos de política fiscal, o Ministério das Finanças viu-se obrigado a rever o seu exercício orçamental para 2015, a fim de ter em conta pressupostos mais conservadores para o exercício face aos inicialmente adoptados, bem como fazer alguns reajustamentos nas despesas, tendo em conta a diminuição das receitas durante o ano em questão. Graças a esta revisão do exercício orçamental, o défice global do período situou-se nos 2,04% (contra os 6,6% em 2014). A dívida pública aumentou de 31% do PIB em 2014 para 46,9% do PIB em 2015, principalmente devido ao aumento da dívida interna (titulada), mas mantendo-se ainda assim num patamar confortável.

No âmbito da política monetária, o BNA optou pela condução de uma política monetária restritiva, com o objectivo de reduzir a liquidez excedentária do sistema bancário e inverter, assim, as pressões sobre o nível de preços interno. Assim, ao longo do ano, o Banco Central decidiu aumentar a taxa de juro de referência (dos 9% para os 11%), aumentar a taxa de juro de Facilidade de Cedência de liquidez overnight (dos 9,75% para os 13%), aumentar a taxa de reservas obrigatórias em MN (dos 20% para os 25%), bem como reintroduzir as OMA. O Banco Central decidiu também reduzir de 1,75% para 0% a taxa de Facilidade de Absorção de Liquidez overnight e introduzir as operações de Facilidades de Absorção com uma maturidade de 7 dias a uma taxa de 1,75%. Não obstante estas medidas em geral restritivas e a forte desaceleração da actividade económica nacional, registou-se em 2015 uma expansão monetária, representada pelo agregado monetário M2, que cresceu 11,8% face ao ano anterior.

Relativamente ao sistema financeiro angolano, o crédito líquido continua a ser o item com maior peso na estrutura do activo dos bancos, apesar de ter perdido algum peso para os títulos e valores mobiliários e para as disponibilidades. Continua a verificar-se a migração de activos detidos em ME para MN no agregado do sistema financeiro, sendo que os activos em MN corresponderam a 71,93% do total no final de 2015. Contudo, devido ao aumento do nível de incumprimento, o crédito vencido aumentou 28,67% (de Kz 465,7 Mil Milhões em 2014 para Kz 599,2 Mil Milhões em 2015), tendo o rácio do crédito vencido sobre o crédito total se fixado nos 16,68% em 2015 (14,53% em 2014). Do lado do passivo, os depósitos continuam a deter um peso preponderante, embora em menor escala face ao ano passado. De um modo geral, o sistema bancário apresentou um desempenho satisfatório, apresentando posições favoráveis no que se refere aos principais rácios de rendibilidade, liquidez e solvabilidade.

O presente relatório está organizado da seguinte forma: na Parte I far-se-á uma breve abordagem ao contexto económico-financeiro com os principais acontecimentos na economia internacional e, em particular, na economia angolana, realçando as políticas macroeconómicas que foram tomadas ao longo do ano de 2015. De seguida, a Parte II do relatório aborda o sistema bancário angolano, nomeadamente em termos do seu desempenho, bem como em termos do funcionamento do sistema de pagamentos. A Parte III apresenta um resumo das actividades das principais unidades departamentais do BNA. As Partes IV, V, VI e VII dizem respeito às demonstrações financeiras, respectivas notas, certificação do Conselho de Auditoria e o relatório do Auditor Independente. Por fim, a Parte VIII apresenta alguns anexos, nomeadamente, os documentos normativos emitidos pelo BNA no decurso do ano de 2015.

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PARTE I – CONTEXTO ECONÓMICO-FINANCEIRO

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1. Economia Internacional

1.1. Crescimento da Economia Mundial

Na recente actualização do World Economic Outlook (WEO) de Janeiro de 2016, as estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam para um crescimento económico mundial moderado em 2015, de 3,1%, com as economias emergentes e em desenvolvimento a desacelerar de 4,6% em 2014 para 4,0% em 2015, enquanto as economias desenvolvidas apresentam uma recuperação modesta (de 1,8% em 2014 para 1,9% em 2015). No mesmo documento, o FMI reviu em baixa as previsões de crescimento da economia mundial para 3,4% em 2016 (menos 0,2 p.p. comparativamente com a sua previsão anterior).

Quadro 1: Produto Interno Bruto Mundial (em %)

2013 2014 2015 2016 2017

CRESCIMENTO DO PIB (em %) Estimativas Previsões

Economia Mundial 3,30 3,40 3,10 3,40 3,60

Economias Desenvolvidas 1,30 1,80 1,90 2,10 2,10

EUA 2,20 2,40 2,50 2,60 2,60

Zona Euro -0,50 0,90 1,50 1,70 1,70

Japão 1,60 0,00 0,60 1,00 0,30

Reino Unido 1,70 2,90 2,20 2,20 2,20

Economias Emergentes e em Desenvolvimento 4,70 4,60 4,00 4,30 4,70

Rússia 1,30 0,60 -3,70 -1,00 1,00

China 7,80 7,30 6,90 6,30 6,00

Índia 5,00 7,30 7,30 7,50 7,50

Brasil 2,50 0,10 -3,80 -3,50 0,00

África Subsaariana 5,20 5,00 3,50 4,00 4,70

SADC 4,20 3,50 3,00 3,10 …

Fonte: FMI, World Economic Outlook (Update), Janeiro 2016

Nas economias desenvolvidas, o Produto Interno Bruto (PIB) poderá crescer de 1,9% em 2015 para 2,1% em 2016 (mais 0,2 p.p.). Especificamente, o crescimento económico dos Estados Unidos da América (EUA) foi revisto em baixa para os 2,5% em 2015 (menos 0,1 p.p. face à previsão anterior) e 2,6% em 2016 (menos 0,2 p.p. face à previsão anterior), devido à valorização do Dólar norte-americano, que penaliza as suas exportações, e aos baixos preços do petróleo, que podem contribuir para desincentivar a extracção de crude. Na Zona Euro, estima-se um crescimento económico de 1,5% em 2015 e de 1,7% em 2016 (mais 0,2 p.p.), apoiado pelo consumo privado, que beneficiará dos baixos preços das commodities, enquanto se espera que o crescimento do PIB no Japão seja de 0,6% em 2015 e 1,0% em 2016, suportado pela política monetária expansionista, pelos baixos preços do petróleo, pelas condições financeiras menos restritivas e pelo aumento do rendimento das famílias.

Relativamente às economias emergentes e em desenvolvimento, o FMI antevê uma desaceleração do crescimento económico de 4,6% em 2014 para 4,0% em 2015 (menos 0,6 p.p.) e depois um crescimento de 4,3% em 2016. O FMI aponta para uma desaceleração da economia chinesa para os 6,9% em 2015 (menos 0,4 p.p. relativamente a 2014) e para os 6,30% em 2016 (menos 0,6 p.p.) devido à diminuição da procura interna e do fraco crescimento do investimento, mas acredita que a Índia continue a crescer a um ritmo acelerado, prevendo uma taxa de crescimento de 7,3% em 2015 e 7,5% em 2016 e que o cenário de contracção económica que se estima na Rússia e no Brasil, em reflexo da instabilidade económica e da queda dos preços das commodities, termine só em 2017.

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Na África Subsariana, a maioria dos países da região deverá registar um crescimento económico menos acentuado em 2015, nomeadamente de 3,5%, pressionado pelos baixos preços das commodities alimentares e energéticas e pelo aumento dos custos de financiamento. Para 2016, projecta-se um crescimento económico de 4,0% e no ano seguinte uma aceleração para 4,7%.

Apesar da revisão em baixa das projecções do FMI, o crescimento mundial para 2016 será, ainda assim, superior ao registado em 2015, embora num ritmo mais lento do que o esperado em revisões anteriores. A divulgação dos índices gestores de compras (PMI’s) parece evidenciar um cenário menos robusto no início de 2016, observando-se um movimento mais moderado da actividade económica nos principais blocos económicos. As principais razões que continuam a limitar o crescimento económico mundial prendem-se, sobretudo, com o abrandamento económico chinês, a queda do preço do petróleo e de outras commodities e a subida da taxa fed funds da Reserva Federal norte-americana (Fed), caso a mesma continue a ocorrer.

1.2. Comércio Internacional

O nível de comércio mundial de bens e serviços registou um abrandamento ao longo do ano de 2015, com os principais blocos económicos a apresentarem comportamentos semelhantes em relação ao ano anterior, ao observar-se diminuições das importações e das exportações por parte das economias emergentes e em desenvolvimento, enquanto nas economias desenvolvidas se verificou aumentos das respectivas exportações e importações.

No período em análise, as exportações das economias desenvolvidas cresceram em média 4,5%, (mais 0,90 p.p. face ao ano anterior), enquanto as das economias emergentes e em desenvolvimento registaram um crescimento médio de 5,8% (mais 1,90 p.p. relativamente a 2014). Verifica-se que, apesar do arrefecimento da actividade económica nas economias emergentes e em desenvolvimento, estas continuaram a registar taxas de crescimento das exportações superiores às das economias desenvolvidas, beneficiadas pela depreciação das moedas locais.

Quadro 2: Comércio Mundial (em %)

2013 2014 2015 2016 2017

COMÉRCIO MUNDIAL (em %) Estimativas Previsões

Importação

Import. Economias Desenvolvidas 4,70 0,90 2,00 2,90 3,80

Import. Economias Emergentes e em Desenvolvimento 8,80 6,10 5,40 3,60 3,90

Exportação

Export. Economias Desenvolvidas 5,70 2,00 2,40 3,60 4,50

Export. Economias Emergentes e em Desenvolvimento 6,80 4,60 4,40 3,90 5,80

Fonte: FMI, World Economic Outlook Update, Janeiro de 2016

Em termos de importações, as economias desenvolvidas apresentaram em 2015 uma aceleração de 0,60 p.p. para os 4,0%. Já as economias emergentes e em desenvolvimento registaram uma redução de 3,30 p.p. para os 0,4% derivada, sobretudo, da desaceleração da economia na China, dos reduzidos preços das commodities (com impacto nos países exportadores de matérias-primas) e da expectativa de subida das taxas de juro directoras nos EUA, associada à apreciação do Dólar norte-americano nos mercados internacionais.

A análise às estimativas divulgadas pelo FMI leva à conclusão de que há a percepção, já anunciada por outras instituições como o Banco Mundial e a OCDE, de que o comércio internacional irá crescer menos. Os parceiros comerciais da SADC irão crescer menos (sobretudo a China) e a região irá, por isso, crescer menos que o previsto inicialmente, em linha com a queda dos preços das commodities nos mercados internacionais.

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1.3. Inflação

Ao contrário do sucedido em 2014, no ano de 2015 a taxa de inflação registou uma redução nas economias desenvolvidas, passando de 1,40% para os 0,30% (menos 1,10 p.p.), tendo registado o nível mais baixo desde a crise financeira mundial reflectindo, principalmente, a queda acentuada nos preços das commodities. Como tal, as taxas de inflação na maioria das economias desenvolvidas permanecem abaixo dos objectivos de médio e longo prazo (2,0%) dos respectivos bancos centrais, sendo bem visível o risco de deflação em algumas dessas economias. De forma oposta, a taxa de inflação nas economias emergentes e em desenvolvimento registou uma subida de 5,10% para 5,50% (mais 0,40 p.p.), reflectindo implicações conflituantes de fraca procura interna e de preços das commodities mais baixos, com depreciações cambiais significativas observadas durante o ano de 2015.

Quadro 3: Inflação (em %)

2013 2014 2015 2016 2017TAXAS DE INFLAÇÃO (em %) Estimativas Previsões

Economias Desenvolvidas 1,40 1,40 0,30 1,10 1,70

Economias Emergentes e em Desenvolvimento 5,90 5,10 5,50 5,60 5,90

Fonte: FMI, World Economic Outlook, Update, Janeiro 2016

No final de 2015, a taxa de inflação homóloga foi de 0,20% na Zona Euro (contra os -0,20% em 2014) e de 0,70% nos EUA (contra os 0,80% em 2014). A Zona Euro foi assombrada em 2015 pelo risco de deflação (a queda do petróleo teve impacto na descida dos preços das sub-classes de transportes e combustíveis), apesar do alargamento dos estímulos monetários implementados pelo BCE. Em causa para esta evolução deverão estar os efeitos dos preços baixos do petróleo, a taxa de câmbio do Euro face ao Dólar e a recuperação lenta da actividade económica.

Nos EUA, apesar de um arranque do ano ter sido desanimador, no final do ano a taxa de inflação começou a dar sinais positivos, em reflexo da melhoria das condições do mercado de trabalho, perspectivas de crescimento económico moderado, tendo culminado com a subida das taxas fed funds no final do ano. A classe com maior destaque foi a da prestação de serviços.

Ao contrário do que se verificou nas economias avançadas, nas economias emergentes e em desenvolvimento inverteu-se a tendência de redução dos preços devido, sobretudo, à pressão cambial que se fez sentir. Na China a variação dos preços manteve-se próxima da variação registada em 2014 (1,60% em Dezembro de 2015 contra os 1,50% no período homólogo do ano anterior) em resultado do fraco consumo interno, apesar do programa de estímulos que o Banco Popular da China tem vindo a introduzir.

Relativamente às economias da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), o nível geral de preços em Dezembro de 2015, na generalidade. foi mais alto comparativamente com o período homólogo do ano anterior, tendo a taxa de inflação homóloga se situado nos 24,90% no Malawi (mais 0,70 p.p. em relação a Dezembro de 2014), 21,10% na Zâmbia (mais 13,20 p.p. em relação a Dezembro de 2014), 10,55% em Moçambique (mais 8,62 p.p. em relação a Dezembro de 2014), 6,80% na Tanzânia (mais 2,00 p.p. em relação a Dezembro de 2014), 3,20% nas Ilhas Seychelles (mais 2,70 p.p. em relação a Dezembro de 2014) e 1,30% nas Maurícias (mais 1,10 p.p. em relação a Dezembro de 2014).

1.4. Mercado Monetário

No período em análise, os principais bancos centrais das economias desenvolvidas decidiram manter as suas taxas de juro de política monetária, à excepção do BCE, cuja taxa de referência foi reduzida por duas vezes: a primeira em 10

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p.b. para os 0,15%, com a taxa de depósito em -0,10% no dia 5 de Junho; e a segunda em 0,05% no dia 4 de Setembro. No final do ano de 2014, foi ainda implementado um plano de estímulos monetários, enquanto o Banco de Inglaterra (BoE), a Reserva Federal norte-americana (Fed) e o Banco do Japão (BoJ) mantiveram as suas taxas de referência e os programas de estímulos económicos.

Painel 1: Taxas de Juro de referência

Fonte: Bloomberg

Em 2015, as taxas de juro directoras dos principais bancos centrais internacionais, nomeadamente do Banco Central Europeu (BCE), Banco de Inglaterra (BoE) e Banco do Japão (BoJ), não sofreram qualquer alteração. Por outro lado, a Reserva Federal Norte-americana, depois de ter adiado sucessivamente a subida da taxa de juro de referência ao longo do ano veio, entretanto, elevar as taxas fed funds para o intervalo entre 0,25% e 0,50% em Dezembro de 2015. Concretamente, na reunião do Comité de Política Monetária de Mercado Aberto da Reserva Federal (FOMC), realizada nos dias 17 e 18 de Dezembro de 2015, foi tomada a decisão de elevar a taxa de juro de referência em 0,25 p.p. para os 0,50%, devido às melhorias registadas no mercado de trabalho.

Nas principais economias emergentes, os bancos centrais decidiram, por diversas vezes, alterar as suas taxas de juro directoras. O Brasil, a Rússia, a China e a Índia foram os países que mais alteraram as suas taxas de juro, devido à queda do preço das commodities no mercado internacional e, consequentemente, ao abrandamento da procura interna. No caso do Brasil, a taxa de juro de referência subiu cinco vezes. O Banco Central da Rússia e o Banco Popular da China desceram ambos a taxa de juro de referência cinco vezes. O Banco Central da Índia reduziu a sua taxa de juro de referência quatro vezes.

Por sua vez, o Banco Central da África do Sul (SARB) alterou duas vezes a sua taxa de juro directora ao longo de 2015, tendo a primeira alteração sido verificada em Julho para os 6,0% e a segunda em Novembro para os 6,25%, representando um aumento de 0,50 p.p., devido ao aumento de pressões inflacionistas e a um possível aumento das taxas de juro nos EUA que pressionou o Rand e que se veio a concretizar no final do ano.

Em relação aos restantes países da região da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), ao longo do ano de 2015, quase todos mexeram nas suas taxas de juro de referência, com excepção do Banco Central do Congo (2,0%) e da Tanzânia (12,0%). Do lado das subidas das taxas de juro, destaca-se o Banco Nacional de Angola ao ter subido quatro vezes a sua taxa de juro básica de 9,0% para os 11,0% (mais 2,0 p.p.), o Banco Central de Moçambique que elevou três vezes a sua taxa de juro de facilidade permanente de cedência de 7,5% para os 9,75% (mais 2,25 p.p.), o Banco Central da Namíbia que subiu duas vezes a taxa de juro de referência de 6,0% para os 6,5% (mais 0,5 p.p.) e o Banco da Suazilândia que também subiu por duas vezes a taxa de juro directora de 5,25% para os 5,75% (mais 0,5 p.p.). No que toca aos Bancos Centrais do Malawi e da Zâmbia, estes decidiram subir, no final do ano e apenas uma vez, as taxas de juro de referência para 27,0% (mais 2,0 p.p.) e 15,5% (mais 3,0 p.p.), respectivamente.

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Principais Economias Emergentes

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Do lado do corte das taxas de juro directoras, salienta-se o Banco Central do Botswana que desceu três vezes de 7,5% para os 6,0% (menos 1,5 p.p.) e os Bancos Centrais das Ilhas Maurícias e Madagáscar que desceram uma vez a taxa de juro para os 4,4% (menos 0,25 p.p.) e para os 8,7% (menos 0,8 p.p.), respectivamente.

Painel 2: Taxas de Juro dos Mercados Interbancários

Fonte: Bloomberg

A política monetária dos principais bancos centrais foi acomodatícia evidenciando, no entanto, divergências nos dois lados do Atlântico. Nos EUA, a Fed iniciou o ciclo de subida gradual das taxas de juro directoras, tendo implicações ao nível das taxas de juro de curto prazo (Libor); mas na Zona Euro, o BCE manteve ao longo do ano o cariz ultra-expansionista da sua política, contribuindo para que as taxas Euribor se tivessem negativas. Paralelamente, no Japão, as taxas de juro de curto prazo continuaram próximas de zero, alimentadas pelo reforço do programa de estímulos monetários e pelo excesso de liquidez. O Banco do Japão surpreendeu o mercado anunciando alterações às medidas de política ultra-expansionista, com uma extensão da maturidade das compras de títulos de dívida pública de 7 a 10 anos para 7 a 12 anos, a criação de um novo programa de compras de 300 Mil Milhões de ienes de fundos de investimento de empresas que invistam e criem novos postos de trabalho.

Por sua vez, o Banco de Inglaterra, contrariamente ao esperado no início de 2015, não subiu as taxas de juro directoras, apesar do bom desempenho da economia. Factores como os sinais de abrandamento das economias emergentes e a permanência da taxa de inflação próxima de zero justificaram o adiamento da alteração de política monetária.

Efectivamente, os sinais de aumento da volatilidade dos mercados financeiros mantiveram-se ao longo de 2015, embora com um efeito mais ténue. O comportamento das suas taxas de inflação poderá causar surpresas desagradáveis, caso os preços das principais commodities continuem a cair, empurrando as economias para um cenário de deflação.

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Gráfico 1: Yields dos Mercados Obrigaccionistas

Fonte: Bloomberg

Em 2015, o mercado de dívida pública continuou condicionado pelas políticas ultra-expansionistas dos principais bancos centrais das economias avançadas, pela manutenção das taxas de inflação em níveis baixos e pela incerteza quanto às consequências do abrandamento da economia chinesa no crescimento mundial. Estes factores reflectiram-se na permanência das yields das obrigações de tesouro em níveis baixos. Manteve-se, no mesmo ano de análise, o alargamento do spread entre as Treasuries dos EUA e as Bunds da Alemanha, embora estas últimas tenham registado um aumento mais acentuado no final do ano face às primeiras, relacionado com uma maior debilidade da economia da Zona Euro. Como se pode observar através do gráfico acima, a partir de Junho de 2015 as yields destes títulos obrigacionistas desaceleraram em termos médios face ao ano anterior, o que em grande parte se deve aos efeitos da queda do preço das commodities no comportamento dos Índices de Preços no Consumidor.

De facto, as yields dos Treasuries dos EUA a 10 anos mantiveram-se em níveis baixos, reflectindo a consolidação do mercado de trabalho e a perspectiva de que o FED iniciaria o ciclo de subida das taxas de juro de referência no final do ano. Entretanto, os movimentos das yields da Zona Euro foram determinados pelo programa de compra de dívida de longo prazo, incluindo dívida pública (suportado pelo Programa de Quantitative Easing) em vigor desde Março, entretanto alargado até Março de 2017, pelo facto do BCE ter anunciado que após essa data irá reinvestir os montantes vencidos.

1.5. Mercado Cambial Internacional

Em 2015, o Dólar norte-americano registou uma apreciação face a algumas das congéneres (euro e libra), pelo facto de a economia dos EUA ter apresentado dados económicos robustos comparativamente às demais economias e de as políticas monetárias desses blocos económicos serem divergentes. A apreciação do Dólar deveu-se, sobretudo, ao fortalecimento do mercado de trabalho, à melhoria dos índices de actividade e de confiança dos EUA, à redução dos preços das commodities, à degradação dos indicadores macroeconómicos de algumas economias emergentes, como a taxa de inflação e a taxa de crescimento do produto, nomeadamente no Brasil e na Rússia.

O Dólar apreciou-se em 10,20% face ao Euro devido às preocupações com a situação grega, que levou ao aumento da linha de liquidez de emergência do BCE em 900 milhões de euros. Além disso, a redução dos índices de actividade e de confiança a nível europeu e o programa de estímulos monetários do BCE levaram ao acentuar o efeito de apreciação do Dólar face à moeda única, numa altura em que persistem os riscos de deflação na Europa.

O Dólar norte-americano apreciou-se em 5,44% face à Libra esterlina, reflectindo o desânimo dos investidores em relação aos resultados da reunião do Banco de Inglaterra (BoE) na qual se decidiu manter a taxa de juro de referência

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(ao contrário do que era expectável), a redução da confiança dos consumidores, a revisão em baixa do crescimento económico e as preocupações com a evolução da taxa de inflação, persistindo igualmente uma situação de preços baixos dos combustíveis.

Relativamente à moeda japonesa, por ser considerada uma moeda de refúgio, acabou por registar uma ligeira apreciação face ao dólar norte-americano (de 0,30%), devido ao contexto de incerteza da economia mundial, principalmente da China, bem como a recente queda do comércio internacional. Outros factores como a manutenção da confiança dos agentes económicos na economia japonesa e o facto do desempenho dos sectores da indústria e serviços continuarem positivos, contribuíram para o comportamento do Iene.

Gráfico 2: Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Desenvolvidas face ao USD

Fonte: Bloomberg

Por outro lado, o Dólar norte-americano apreciou-se frente às moedas das principais economias emergentes, influenciado não só pela expectativa de subida das taxas de juro pela Fed, mas também pela degradação dos indicadores macroeconómicos relacionados com este grupo de países, como a taxa de inflação e a taxa de crescimento do PIB, a queda dos preços das principais commodities.

A apreciação do Dólar norte-americano face ao Renminbi foi de 1,98%, devido à turbulência gerada nos mercados financeiros internacionais, depois do Banco Popular da China ter divulgado sinais de contracção do sector industrial e cortado a taxa de juro de referência face aos sinais de desaceleração da economia.

No Brasil, o agravamento do cenário económico e político, a revisão em baixa do rating do país por parte da Standard&Poor’s (S&P) de “BBB-“ para “BB+”, a aceleração da inflação, num contexto de queda dos preços das commodities e a expectativa de aumento das taxas de juro directoras nos EUA, levou a que o Dólar se apreciasse 41,64% face ao Real.

Em relação à moeda Sul-africana, o Dólar apreciou-se em 17,75% devido às greves no sector mineiro, à queda dos preços das commodities (nomeadamente da platina), à tensão no mercado de trabalho por causa do desentendimento em relação ao aumento salarial entre os empregadores e empregados do sector mineiro, aos dados económicos negativos, como os problemas no fornecimento de energia e o défice da balança comercial, e as preocupações com a desaceleração da economia chinesa, que é o principal destino para as suas matérias-primas.

O Dólar registou uma apreciação de 5,10% face à moeda indiana (Rúpia), influenciada pelas expectativas em relação à política do governo e à sua capacidade para resolver as questões políticas e implementar um conjunto de reformas estruturais.

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Relatório e Contas • 2015

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Painel 3: Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Emergentes face ao USD

Fonte: Bloomberg

Por fim, o Dólar também se apreciou frente às principais moedas da SADC, com excepção das moedas da República Democrática do Congo (RDC) e das Ilhas Seychelles. As depreciações das moedas estão associadas a uma oferta limitada de divisas em algumas destas economias, num ambiente onde a procura se manteve, dado o forte peso das importações nas balanças comerciais dos países. Muitas destas economias ainda foram afectadas negativamente pela redução dos preços das commodities e pela demora na implementação de ajustamentos fiscais.

1.6. Mercado Bolsista

Em 2015, o crescimento económico mundial foi decepcionante, quebrando a tendência de subida do ano anterior que os índices accionistas tinham vindo a observar nos últimos anos, e registando o pior desempenho desde 2009.

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(Bra

sil)

USD/BRL (Brasil)

58,00

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5

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USD/INR (Índia)

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22

Gráfico 3: Índices Accionistas das Principais Economias Mundiais

Fonte: Bloomberg

Porém, no primeiro semestre de 2015 foi particularmente favorável para as bolsas europeias e japonesas, que tiraram partido dos seus programas de estímulos monetários. De facto, no caso da Zona Euro, o programa de Quantitative Easing do BCE, a consequente depreciação do Euro e as melhores perspectivas para o crescimento económico contribuíram para os ganhos nesse período. Do outro lado do Atlântico, as bolsas norte-americanas perderam algum vigor em relação a 2014, embora mantendo-se perto de máximos. No entanto, o abrandamento da economia chinesa afectou negativamente o desempenho das bolsas mundiais no segundo semestre de 2015, causando uma forte turbulência nos mercados. Para além da bolsa chinesa, a bolsa brasileira foi fortemente afectada, reflectindo alguma instabilidade política e social.

No final do ano, dois outros eventos contribuíram para a instabilidade nos mercados financeiros: a subida das taxas de juro directoras norte-americanas e o escândalo que ocorreu com a Volkswagen em relação aos níveis de emissão de gases de vários modelos automóveis. Este último acontecimento aumentou o receio dos investidores quanto ao impacto desta situação nas vendas automóveis do grupo e do restante sector automóvel europeu. Destaque ainda para o desempenho negativo das empresas energéticas a nível mundial, em linha com a queda dos preços do petróleo.

Em síntese, durante o ano de 2015, o índice norte-americano S&P 500 encerrou com uma perda residual de 0,73%1. Na Europa, o índice EuroStoxx 600 registou um ganho de 6,79%, enquanto o índice FTSE 100 do Reino Unido caiu 4,93%. Tal como na Europa, também o índice japonês Nikkei 225 registou uma subida relativamente acentuada, de 9,07%. Nos mercados financeiros das principais economias emergentes, os resultados apresentaram-se mistos. Enquanto na Rússia (Micex), na China (Shangai Composite 50 Index) e na África do Sul (JTSE/JSE 40) os índices subiram 26,12%, 9,41% e 4,61%, respectivamente, no Brasil (IBovespa) e na Índia (BSE Sensex 30) os respectivos índices registaram perdas de 13,31% e de 5,03%.

1.7. Mercado das Commodities

Os preços das commodities continuaram a cair de forma acentuada, levando a que o ano de 2015 ficasse marcado como um período em que se registou as maiores quedas dos preços das principais matérias-primas dos últimos anos, tendo-se atingido os níveis registados no ano de 2009. Desde as commodities energéticas, passando pelos metais e acabando nos bens alimentares, as margens brutas dos produtores reduziram-se, deixando de ser atractivas.

De acordo com os dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a procura global por petróleo no ano de 2015 foi de 92,9 Mb/d, tendo subido 1,5 Mb/d em relação ao ano anterior, com a procura por petróleo nos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) a subir para os 46,3 Mb/d (mais 0,6 Mb/d) e nos países fora da OCDE a aumentar em 0,9 Mb/d, fixando-se nos 46,6 Mb/d.

1 Os cálculos apresentados referem-se à diferença entre as últimas posições de 2015 e 2014 de cada índice, respectivamente, de forma a apurar os ganhos no ano de 2015.

0,00

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S&P 500 (EUA) EuroStoxx 600 (Europa) FTSE 100 (Reino Unido) Nikkey 225 (Japão) IBovespa (Brasil) FTSE/JSE (África do Sul) Shangai Composite Index (China) BSE Sensex 30 (Índia) Micex (Rússia)

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Relatório e Contas • 2015

23

Do lado da oferta mundial, registou-se um aumento de 2,5 Mb/d face a 2014 para os 94,9 Mb/d em 2015, em resultado do aumento da oferta dos países da OPEP para os 31,8 Mb/d (mais 1,0 Mb/d) e dos países fora da OPEP que registaram um aumento de 1,3 Mb/d, passando para os 56,9 Mb/d.

Ao longo do ano de 2015, os preços médios do petróleo do Mar do Norte (Brent), West Texas Intermediate (WTI) e do gás natural (medido pelo Henry Hub) caíram 46,16% para os 53,54 USD/barril, 47,53% para os 48,78 USD/barril e 38,43% para os 2,63 USD/MMBut, respectivamente.

A justificar a queda dos preços das commotities energéticas estiveram alguns factores, nomeadamente: (i) o excesso de oferta associado à expectativa de retoma das exportações do Irão com o fim do programa nuclear; (ii) os sinais crescentes de desaceleração da economia chinesa; (iii) a apreciação do Dólar norte-americano; (iv) a instabilidade nos mercados financeiros; e, (v) o facto de a produção mundial de petróleo estar a superar a procura após um crescimento na produção de gás de xisto dos EUA e após a decisão da OPEP de não cortar a sua produção.

Para além da relação entre a oferta e procura global de commodities, o facto de o Dólar ser a principal moeda de reserva do mundo e a mais transaccionada nos mercados internacionais, inclusive para as transacções de matérias-primas, faz com que os preços das commodities sejam mais sensíveis a variações cambiais. A retirada dos estímulos económicos levada a cabo pela Reserva Federal dos EUA (designado por Tapering) penalizou ainda mais os preços das commodities.

Painel 4: Preços das Commodities Energéticas e Alimentares

Fonte: Bloomberg

Obs.: Gás Natural está expresso em USD/Milhões de BUT; Brent e WTI estão expressos em USD/barril

No que concerne às commodities alimentares, o Índice de Preços dos Alimentos da Organização da Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) situou-se nos 164,0 pontos em 2015, o que representa uma queda de 18,73% face ao ano passado, em resultado da queda generalizada dos preços de todos os bens alimentares (excepto o açúcar). Segundo a FAO, esta evolução representa a quarta queda anual consecutiva do indicador e a maior descida contínua verificada desde 2000.

As principais razões para o enfraquecimento generalizado dos preços dos bens alimentares em 2015 passaram por uma queda da procura de importações de carne bovina nos EUA; o aumento da produção de carne de porco na União Europeia (UE); a quebra do nível de importações da China por produtos lácteos; expectativa de excesso da oferta de trigo nas maiores economias mundiais, após a remoção das tarifas de exportação na Argentina; a fraca procura global e o consequente aumento da produção de óleo de palma no Sudeste Asiático; as boas perspectivas de produção de soja nos EUA e a melhoria das condições de plantação de soja na América do Sul.

Relativamente ao preço do açúcar, as preocupações com as colheitas em atraso, causadas pelas precipitações excessivas nas regiões produtoras do Sul-Centro do Brasil e ocorrência de danos nas culturas noutros países produtores de açúcar, levaram a um aumento dos preços no final do ano.

1.00

2.00

3.00

4.00

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30.00

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14

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14

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15

Nov

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15

USD/

MM

But

USD/

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l

Commodities Energéticas

BRENT WTI GÁS NATURAL (Henry Hub)

130.0

150.0

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01/20

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15

12/20

15

Commodities Alimentares

Índice de Preços de Alimentos da FAO Índice de preços da carne

Índice de preços dos laticínios Índice de preços dos cereais

Índice de preços do óleo Índice de preços do açúcar

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2. Economia Nacional

2.1. Sector Real2.1.1. Actividade Económica

A economia angolana deparou-se com vários obstáculos económicos no decorrer do ano de 2015 em consequência da redução da cotação internacional do Crude para cerca de metade comparando com a cotação média de 2014. Os impactos estenderam-se a todos os sectores da economia e, segundo as estimativas actualizadas em Fevereiro de 2016, aponta-se que o Produto Interno Bruto agregado tenha registado um crescimento de 2,95% em 2015, sendo que este acomoda um crescimento real de 6,30% do sector petrolífero e de 1,53% do sector não petrolífero. Estas projecções tiveram como pressupostos uma taxa de câmbio média de 120,09 USD/Kz, um preço médio do barril de petróleo de 53,7 USD/barril e uma taxa de inflação de 14,3%. Deste modo, a revisão efectuada distancia-se do previsto no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND 2013-2017), o qual estimava um crescimento para a economia angolana em 2015 de 8,8%.

Na base desta desaceleração do PIB face a 2014 esteve, sobretudo, o abrandamento do sector não petrolífero em 6,7 p.p., transversal a todos os sectores com excepção do sector diamantífero. Destaca-se o sector da indústria transformadora que apresenta uma contracção da sua actividade de 2,1% em 2015 (contra um crescimento de 8,1% no ano anterior), devido principalmente à redução do volume de importações de matérias-primas, materiais de construção e bens de consumo e à não concretização de alguns projectos privados que estavam previstos avançar na indústria alimentar. Estes constrangimentos são resultado da actual conjuntura económica que se define pela redução dos preços do petróleo e, consequentemente, pela dificuldade acrescida em aceder ao mercado cambial devido à gestão controlada das divisas aliada à desvalorização da moeda que foram levadas a cabo pela autoridade monetária do País.

Também os sectores da Energia e da Agricultura registaram fortes diminuições no ritmo de crescimento, apontadas em menos 14,9 p.p. e menos 11,1 p.p., para os 2,5% e 0,8%, respectivamente. No caso do sector da Energia, a desaceleração ocorreu devido ao atraso na entrada de potência prevista de alguns empreendimentos. Já no caso da agricultura, o ritmo de crescimento da actividade desacelerou devido ao facto da produção de cereais, leguminosas e tubérculos ter ficado aquém das metas traçadas para 2015, tendo-se registado também uma diminuição na produção de carne bovina, caprina e de aves face ao ano anterior, ficando também abaixo das metas definidas para o ano.

Painel 5: Taxas de Crescimento do PIB Real e PIB Real por Sectores de Actividade

Fonte: MPDT

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Relatório e Contas • 2015

25

Destacam-se como os sectores que mais contribuíram positivamente para o crescimento económico de 2015, o sector petrolífero (com 1,88 p.p.), e os sectores de Serviços Mercantis (com 0,60 p.p.) e da construção (com 0,38 p.p.). Por outro lado, o único sector a contribuir negativamente para o crescimento económico foi o sector da indústria transformadora com -0,18 p.p..

Quadro 4: Estrutura Percentual do Produto Interno Bruto

Estrutura Percentual (%) 2013 2014 2015 2016 (P)

Sector primário (%) 46,21 44,65 45,36 45,13

Agricultura 11,24 11,97 11,71 12,09

Pescas e derivados 0,29 0,33 0,34 0,34

Diamantes e Outros 2,55 2,46 2,44 2,39

Petróleo 32,13 29,90 30,87 30,31

Sector Secundário (%) 18,94 19,56 19,20 19,50

Indústria Transformadora 8,32 8,59 8,17 8,28

Construção 10,43 10,76 10,82 10,98

Energia 0,19 0,21 0,21 0,24

Sector terciário (%) 34,86 35,79 35,44 35,37

Serviços Mercantis 26,46 27,29 27,09 27,26

Outros 8,40 8,50 8,35 8,11

Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial

Desagregando o PIB global pelos sectores primário, secundário e terciário, denota-se que o sector primário da economia continua a manter o maior peso na estrutura do PIB em 2015, com 45,36%, seguido do sector terciário com 35,44%. No ano em análise, a diversificação da economia ficou aquém do desejável, uma vez que o sector petrolífero continua a registar um peso significativo na estrutura do PIB global em detrimento de sectores como a Agricultura e a Indústria Transformadora.

As projecções de crescimento para 2016 apontam para um crescimento económico em termos reais de 3,3%, tendo como pressupostos uma produção petrolífera de 1.888,8 milhões de barris/dia, a um preço do petróleo de 45 USD/barril, uma taxa de câmbio de USD/Kz 143,8 e uma taxa de inflação no final de 2016 de 11,0%. Projecta-se para o PIB do sector petrolífero um crescimento de 4,8%, e para o PIB do sector Não Petrolífero um crescimento de 2,7%. Segundo estas projecções, a Energia e a Agricultura são os sectores que mais se destacam, com um crescimento de 20,0% e 4,6%, respectivamente, seguidos dos sectores da Indústria Transformadora e da Construção, ambos com 3,1% de crescimento.

No âmbito internacional, o Banco Mundial apresenta uma previsão de crescimento da economia Angolana de 3,3% em termos reais para 2016, enquanto o FMI projecta um crescimento real do PIB total de 3,5%. Ambos justificam as suas projecções para 2016 com o facto de a economia Angolana estar a ser afectada em vários ramos da economia pela diminuição do preço do petróleo nos mercados internacionais.

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2.1.2. Preços

Ao longo de 2015, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Luanda apresentou um perfil tendencialmente crescente, tendo a taxa de inflação homóloga aumentado 6,79 p.p. face a 2014, fixando-se nos 14,27% (7,48% em 2014) e a taxa de inflação média anual aumentado 2,95 p.p., situando-se nos 10,23% (7,28% em 2014). O comportamento da inflação ao longo do ano reflectiu sobretudo a depreciação da moeda nacional em cerca de 31,55% (potenciada pela escassez de divisas no mercado cambial para liquidação de transacções com o exterior), bem como a expansão em mais de 50% da Base Monetária Restrita em Moeda Nacional, apesar da redução dos preços na generalidade das commodities nos mercados internacionais, tanto dos bens alimentares como dos bens energéticos (petróleo e gás natural). Também os sucessivos cortes dos subsídios aos preços dos combustíveis que se traduziram num aumento dos preços dos serviços de transportes bem como da energia eléctrica, tiveram reflexos sobre os preços dos bens e serviços no mercado interno através do aumento dos custos nas cadeias de produção e distribuição.

Painel 6: Taxa de Inflação e Componentes do IPC

Fonte: MPDT

O perfil ascendente dos preços ao longo do ano deveu-se à variação dos preços registada tanto na categoria de Bens (14,32%) como na dos Serviços (14,13%). Na categoria de Bens, os Outros Bens foram os que mais variaram (14,93%), em que a Gasolina, o Gasóleo e a Camisola aparecem no topo da lista com variações de 46,5%, 43,32% e 30,46%, respectivamente, seguidos dos Bens Alimentares (13,93%), em que os produtos com variações mais elevadas foram o Peixe Espada Fresco (29,90%), a Cebola (22,51%) e a Carne de Primeira (22,23%).

No entanto, comparando com a inflação registada no final de 2014, observa-se que a inflação da categoria de Serviços foi a que mais subiu (8,49 p.p.) enquanto a categoria de Bens observou um aumento de 6,13 p.p.. Dentro da categoria de Bens, a subida mais acentuada verificou-se nos Bens Alimentares (7,69 p.p.), em particular, nos Bens Alimentares Processados (7,80 p.p.), nomeadamente em produtos como o Arroz Agulha (18,13 p.p.), o Leite em Pó (16,81 p.p.) e o Frango Congelado (15,75 p.p.), ao passo que os Outros Bens registaram um aumento de apenas 3,53 p.p..

Ao nível das classes que compõem o IPC, a classe de Bens e Serviços Diversos foi a que registou a variação mais elevada no período em análise (24,46%) onde os serviços de cabeleireiro, bem como os artigos e produtos de cuidado pessoal variaram 27,51% e 14,81%, respectivamente, seguida das classes de Educação (23,23%) e de Transportes (21,78%). Contudo, atendendo às variações da inflação, verifica-se que a classe da Saúde foi a que registou maior subida em 10,26 p.p., primordialmente nos serviços médicos tais como análises clínicas, radiografias e consultas, seguida das classes de Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis e de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas com 9,38 p.p. e 7,67 p.p. respectivamente.

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5.00%

10.00%

15.00%

Dez/

12

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13

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13

Dez/

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14

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14

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14

Abr/

15

Ago/

15

Dez/

15

Taxa de Inflação (%)

Homóloga Média dos últimos 12 meses

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n/14

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15

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/15

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15

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15

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o/15

Se

t/15

Ou

t/15

N

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5 De

z/15

IPC e seus componentes (%)

IPC IPC Alim. Não Processados IPC Alim. Processados

IPC Outros Bens IPC Serviços IPC Bens

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Relatório e Contas • 2015

27

Em termos de contribuição de cada classe para a inflação homóloga, verifica-se que, ao longo de 2015, todas as classes (à excepção das Comunicações, que manteve uma contribuição nula) tiveram um contributo positivo na variação dos preços, com principal destaque para as classes de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas (com 6,36 p.p.), Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis (1,46 p.p.) e Bens e Serviços Diversos (1,39 p.p.).

Analisando a representatividade das classes, é possível verificar que a classe de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas a intensificou a sua representatividade na inflação total ao longo de 2015, invertendo a tendência que vinha apresentando no ano anterior.

Painel 7: Contribuição e Representatividade das Classes de Despesas na Inflação

0.00

2.00

4.00

6.00

8.00

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4

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14

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15

Abr-1

5

Jun-

15

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15

Out-1

5

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15

Em p

.p.

Contribuição das Classes na Inflação Homóloga

Classe 01 Classe 02 Classe 03 Classe 04 Classe 05 Classe 06 Classe 07 Classe 08 Classe 09 Classe 10 Classe 11 Classe 12

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15

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15

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15

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5

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15

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15

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15

Nov

/15

Dez/

15

Em %

Representatividade das Classes que mais têm Contribuído para a Inflação em termos de 12 Meses

Classe 1 Classe 3 Classe 4 Classe 5 Classe 7 Classe 11 Classe 12

Fonte: INE

Relativamente ao Índice de Preços no Grossista (IPG), ao longo de 2015 e à semelhança do IPC, este indicador apresentou uma tendência essencialmente ascendente em termos de variações homólogas, ao evidenciar uma taxa de variação de 11,72% (contra os 6,05% registados em 2014). Para esta evolução do IPG, contribuíram maioritariamente os preços dos produtos nacionais (20,41% em 2015, o que corresponde a mais 13,93 p.p. do que em 2014), através dos preços dos produtos do sector da Indústria Transformadora (32,01% em 2015, contra 6,90% em 2014), seguido dos preços dos produtos importados que aumentaram 9,41% em termos homólogos (o que corresponde a mais 3,47 p.p. do que no final de 2014).

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Painel 8: Índice de Preços no Grossista (Taxas de variação, em %)

Fonte: INE

Daqui pode concluir-se que os produtos onde se verificaram maiores aumentos de preços a nível do grossista, foram os produtos nacionais, possivelmente por terem sido afectados quer pelo encarecimento das divisas para a aquisição de matérias-primas e produtos intermédios, quer pelo aumento dos preços dos combustíveis e da electricidade, que contribuiu para encarecer tanto as estruturas de produção como de distribuição.

Evolução do Núcleo da Inflação

Após a análise dos cinco indicadores do núcleo da inflação seleccionados para o acompanhamento e a análise da inflação, nota-se que ao longo do ano de 2015, os mesmos apresentaram uma tendência crescente. Com efeito, os indicadores do núcleo de inflação atingiram as seguintes taxas médias anuais:

• O IPC cheio alisado (N1) variou 14,90%;• O IPC excluindo a Carne (N2) variou 14,60%;• O IPC excluindo o Táxi Colectivo (N3) variou 15,36%;• O IPC excluindo o Vestuário e Calçado (N4) variou 14,84%;• O IPC excluindo o Vestuário, Calçado e Produtos Administrados (N5) variou 14,94%.

Segundo os dados expostos verifica-se que todos os indicadores do núcleo da inflação apresentaram taxas de variação médias anuais superiores às do IPC global e que o IPC excluindo o Táxi Colectivo foi o indicador que registou uma maior variação média anual.

0.00%

2.00%

4.00%

6.00%

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10.00%

12.00%

14.00%

0.00%

0.50%

1.00%

1.50%

2.00%

2.50%

Dez-

13

Jan-

14

Fev-

14

Mar

-14

Abr-1

4 M

ai-1

4 Ju

n-14

Ju

l-14

Ago-

14

Set-1

4 Ou

t-14

Nov

-14

Dez-

14

Jan-

15

Fev-

15

Mar

-15

Abr-1

5 M

ai-1

5 Ju

n-15

Ju

l-15

Ago-

15

Set-1

5 Ou

t-15

Nov

-15

Dez-

15

Varia

ção

Hom

ólog

a

Varia

ção

Men

sal

IPG Mensal e Homólogo

IPG Mensal IPG Homólogo

-5.00%

0.00%

5.00%

10.00%

15.00%

20.00%

25.00%

Dez/

13

Jan/

14

Fev/

14

Mar

/14

Abr/

14

Mai

/14

Jun/

14

Jul/1

4 Ag

o/14

Se

t/14

Ou

t/14

N

ov/1

4 De

z/14

Ja

n/15

Fe

v/15

M

ar/1

5 Ab

r/15

M

ai/1

5 Ju

n/15

Ju

l/15

Ago/

15

Set/

15

Out/

15

Nov

/15

Dez/

15

Varia

ção

Hom

ólog

a

IPG - Produtos Nacionais Vs. Importados

IPG (Produtos Nacionais) IPG (Produtos Importados)

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Relatório e Contas • 2015

29

Painel 9: Núcleo de Inflação em 2014 (em %)

14,27

14,90

6,007,008,009,00

10,0011,0012,0013,0014,0015,0016,00

mar

/11

jun/

11se

t/11

dez/1

1m

ar/1

2ju

n/12

set/1

2de

z/12

mar

/13

jun/

13se

t/13

dez/1

3m

ar/1

4ju

n/14

set/1

4de

z/14

mar

/15

jun/

15se

t/15

dez/1

5

-Variação do IPC Cheio (Alisado) (N1) vs Variação do IPC (Homóloga)

Série1 N1

14,27

14,60

6,007,008,009,00

10,0011,0012,0013,0014,0015,0016,00

mar

/11

jun/

11se

t/11

dez/1

1m

ar/1

2ju

n/12

set/1

2de

z/12

mar

/13

jun/

13se

t/13

dez/1

3m

ar/1

4ju

n/14

set/1

4de

z/14

mar

/15

jun/

15se

t/15

dez/1

5

Variação do IPC excluindo Carne (Alisado) - (N2) vs Variação do IPC (Homóloga)

IPC N2

14,27

15,36

6,007,008,009,00

10,0011,0012,0013,0014,0015,0016,00

mar

/11

jun/

11se

t/11

dez/1

1m

ar/1

2ju

n/12

set/1

2de

z/12

mar

/13

jun/

13se

t/13

dez/1

3m

ar/1

4ju

n/14

set/1

4de

z/14

mar

/15

jun/

15se

t/15

dez/1

5

Variação do IPC excluindo Taxi Colectivo (Alisado) -(N3) vs Variação do IPC (Homóloga)

IPC N3

14,27

14,84

6,007,008,009,00

10,0011,0012,0013,0014,0015,0016,00

mar

/11

jun/

11se

t/11

dez/1

1m

ar/1

2ju

n/12

set/1

2de

z/12

mar

/13

jun/

13se

t/13

dez/1

3m

ar/1

4ju

n/14

set/1

4de

z/14

mar

/15

jun/

15se

t/15

dez/1

5

Variação do IPC excluindo Vestuário e Calçados -(Alisado) (N4) vs Variação do IPC (Homóloga)

IPC N4

14,27

14,94

6,007,008,009,00

10,0011,0012,0013,0014,0015,0016,00

mar

/11

jun/

11se

t/11

dez/1

1m

ar/1

2ju

n/12

set/1

2de

z/12

mar

/13

jun/

13se

t/13

dez/1

3m

ar/1

4ju

n/14

set/1

4de

z/14

mar

/15

jun/

15se

t/15

dez/1

5

Variação do IPC excluindo Vestuário, Calçado e Produtos Administrados (Alisado) - (N5) vs Variação

do IPC (Homóloga)

IPC N5

Fonte: INE e BNA

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30

2.2. Sector Fiscal2.2.1. Política e Situação Orçamental

O ano de 2015 foi um ano repleto de desafios para a economia de Angola. A economia cresceu menos do que havia sido projectado pelo Executivo e o preço do petróleo ficou abaixo das expectativas, o que criou sérios entraves à condução da política fiscal consubstanciada no Orçamento Geral do Estado para 2015. Este novo quadro conjuntural e as incertezas daí decorrentes motivaram a revisão do OGE para 2015, que apresentou uma nova proposta de exercício orçamental, levando em linha de conta pressupostos macroeconómicos mais conservadores face aos iniciais, nomeadamente, um preço médio do barril de petróleo de 40,0 USD (contra os 81,0 USD assumidos na versão anterior do OGE para 2015), uma taxa de crescimento real do PIB de 6,6% (mais modesta do que o valor tido como pressuposto no OGE inicial de 9,7%) e, entre outros, uma taxa de inflação de 9% (superior aos 7% no OGE inicial).

As prioridades da Política Fiscal apresentadas para o ano de 2015 interagiram quer pelo lado da receita, através da potenciação da receita não petrolífera e do reforço do papel regulador do Estado, como pelo lado da despesa, através da melhoria da qualidade da despesa e da racionalização e optimização da despesa com subsídios à economia e outros apoios financeiros do Estado. Esta revisão do Orçamento Geral do Estado trouxe uma perspectiva mais conservadora face à versão inicial, de modo a acomodar o impacto da queda do preço do petróleo e as expectativas de abrandamento da actividade económica. Ainda assim, grande parte da execução da despesa ficou comprometida, sobretudo as despesas associadas ao programa de investimentos públicos.

Desta forma, o OGE revisto reflectiu uma diminuição das receitas em cerca de 35,7% face ao OGE inicial, com as receitas do sector petrolífero a diminuir 59,3% e as receitas do sector não petrolífero a aumentar 1,4%. Esta diminuição das receitas petrolíferas explica-se, basicamente, pela diminuição do preço médio do barril de petróleo, já que a versão revista do Orçamento levou em conta um valor ligeiramente mais optimista para as quantidades exportadas ao longo do ano, de 669,8 milhões de barris (contra os 669,1 milhões de barris previstos na versão inicial). Do lado da despesa, a versão revista do OGE para 2015 preconizou uma redução de 33% das despesas totais, com um corte de 26% das despesas correntes e de 53% das despesas de capital. Tendo em conta a distribuição da despesa pelas funções do Estado, salienta-se que todos os sectores funcionais viram o seu orçamento reduzido face ao OGE inicial, à excepção das despesas com as Operações da Dívida Pública, numa perspectiva de cumprimento das obrigações do Estado e continuidade da capacidade de financiamento no futuro.

A execução fiscal de 2015 baseou-se num preço médio do petróleo de 53,7 USD/barril (contra os 96,9 USD/barril registados em 2014), uma taxa de inflação homóloga de 14,3% (7,5% no ano anterior), uma taxa de câmbio média de 120,1 USD/Kz (98,3 USD/Kz em 2014) e um crescimento real do produto de 3% (contra os 4,8% registados no ano anterior).

2.2.2. Receitas Públicas

Os dados fiscais preliminares do Ministério das Finanças apontam para uma redução da Receita Total de 30,64%, ao passar de Kz 4.402,64 Mil Milhões em 2014 para Kz 3.053,81 Mil Milhões em 2015. A Receita Petrolífera passou de Kz 2.969,78 Mil Milhões em 2014 para Kz 1.574,93 Mil Milhões em 2015 (representando uma diminuição de 46,97%). Por sua vez, a Receita Não Petrolífera passou de Kz 1.128,25 Mil Milhões para Kz 1.157,85 Mil Milhões, o que corresponde a um aumento de 2,62% relativamente a 2014.

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Relatório e Contas • 2015

31

Quadro 5: Receitas Públicas

20142015 OGE

inicial

2015 OGE

Rev.2015 Prel. 2014 2015 Prel. 2014

2015 OGE

inicial

2015 OGE

Rev.2015 Prel.

Em mil milhões de Kz Taxas de Execução Em % do PIB

Receitas 4 402,64 4 184,90 2 692,59 3 053,81 92,78 113,42 38,30 31,04 23,34 24,36

Receitas Correntes 4 402,11 4 184,90 2 692,59 3 052,73 92,78 113,38 38,30 31,04 23,34 24,35

Impostos 4 098,02 3 968,60 2 476,00 2 732,77 90,27 110,37 35,65 29,44 21,47 21,80

Petrolíferos 2 969,78 2 551,20 1 039,20 1 574,93 89,64 151,55 25,83 18,92 9,01 12,56

Não petrolíferos 1 128,25 1 417,30 1 436,80 1 157,85 91,97 80,59 9,81 10,51 12,46 9,24

Contribuições sociais 86,86 127,50 127,53 150,20 52,54 117,78 0,76 0,95 1,11 1,20

Doações 1,52 - 1,50 1,19 - 79,66 0,01 - 0,01 0,01

Outras receitas 215,71 88,80 87,56 168,57 546,09 192,51 1,88 0,66 0,76 1,34

Receitas de capital 0,54 - - 1,08 69,34 0,00 - - 0,01

Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

De referir que, apesar da maior dificuldade na arrecadação de receitas em 2015 quando comparado com 2014, a execução das receitas superou largamente o previsto no OGE revisto, com as taxas de execução das receitas a situarem-se acima dos 100%, com a excepção das receitas não petrolíferas que ficaram pelos 80,6% de execução devido ao abrandamento da actividade económica no sector. A taxa de execução das receitas petrolíferas de 151,6% foi possível uma vez que o preço do petróleo superou em 13,7 USD/bbl o preço tido como pressuposto para a elaboração do Orçamento revisto. Contribuíram também para a evolução das receitas correntes, mas em menor grau, as contribuições sociais e as outras receitas no período, que evidenciaram taxas de execução na ordem dos 117,78% e 192,51%, respectivamente.

Gráfico 4: Impostos petrolíferos (em % do PIB)

-

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

2014 2015 OGE INICIAL 2015 OGE RE V. 2015 PREL.

Outros impostos Impostos s/ o comércio internacional

Impostos s/ bens e serviços Impostos s/ propriedades

Impostos s/ rend.,lu cros e ganhos de capital Impostos não petrolif eros

Fonte:Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

Do lado do sector não petrolífero, não obstante o abrandamento da actividade económica deste sector (3,8% em 2015 contra os 8,2% apurados para 2014), é possível verificar que a arrecadação de impostos referente à actividade do sector não petrolífero aumentou ligeiramente (em 2,62% em termos homólogos), tendo a mesma sido apurada em

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32

Kz 1.157,85 Mil Milhões em 2015 (contra os Kz 1.128,25 Mil Milhões em 2014). No entanto, o OGE revisto para 2015 previa que os impostos não petrolíferos atingissem os 12,46% do PIB, tendo estes ficado abaixo nos 9,24% do PIB (contra os 9,81% do PIB em 2014), concluindo-se daqui que a arrecadação de impostos do sector não petrolífero ficou aquém do esperado, o que se pode verificar através da taxa de execução de apenas 80,59% face ao programado.

Destaca-se, entre as receitas não petrolíferas, a melhoria dos níveis de cobrança dos impostos sobre rendimentos, lucros e ganhos de capital, que representam 57,49% do total dos impostos cobrados nesse sector, e que registam um aumento de 22,16% em termos homólogos. Destaca-se igualmente, um aumento significativo dos impostos sobre propriedades, de 9,31% em termos homólogos. Os outros impostos aumentaram 4,64% face a 2014, tendo os impostos sobre o comércio exterior e sobre bens e serviços, por sua vez, registado uma diminuição da ordem dos 27,22% e 22,25%, respectivamente, em linha com a diminuição das importações, no primeiro caso, e o abrandamento das actividades de comércio e serviços, no segundo. As taxas de execução destas arrecadações face ao programado foram reduzidas, das quais se destaca a execução de apenas 47,95% dos impostos sobre bens e serviços e 50,90% dos impostos sobre o comércio internacional.

2.2.3. Despesas Públicas

Do lado das despesas, o Ministério das Finanças apontou para uma diminuição da Despesa Total em 36,62%, passando de Kz 5.222,02 Mil Milhões em 2014 para Kz 3.309,85 Mil Milhões em 2015. As Despesas Correntes sofreram uma diminuição de 23,75% em relação ao ano anterior, principalmente justificada pelo corte de 55,03% no valor das Despesas em Bens e Serviços. Ainda assim, a rubrica que sentiu a diminuição mais significativa foi a das Despesas de Capital, cuja diminuição foi de 66,96% face ao ano anterior, tendo executado apenas Kz 513,94 Mil Milhões. No geral, as Despesas Totais apresentaram uma execução abaixo do programado (94,59% face ao previsto), devido principalmente à execução abaixo do previsto das despesas relacionadas com remunerações de empregados, bens e serviços e despesas de capital. Por outro lado, o aumento das taxas de juro dos títulos da dívida ao longo de 2015 levou a que a rubrica referente a juros executasse acima do previsto, tendo aumentado 66,18% face ao ano anterior.

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Relatório e Contas • 2015

33

Quadro 6: Despesas Públicas

20142015 OGE

inicial

2015 OGE

Rev.2015 Prel. 2014 2015 Prel. 2014

2015 OGE

inicial

2015 OGE

Rev.2015 Prel.

Em mil milhões de Kz Taxas de Execução Em % do PIB

Despesas 5 222,02 5 215,80 3 499,11 3 309,85 97,15 94,59 45,43 38,69 30,33 26,40

Despesas correntes 3 666,61 3 848,40 2 862,34 2 795,91 99,80 97,68 31,90 28,55 24,81 22,30

Remuneração dos

empregados 1 318,93 1 565,50 1 487,88 1 390,52 96,32 93,46 11,47 11,61 12,90 11,09

Vencimentos 1 246,68 1 481,60 1 408,72 1 313,13 96,76 93,21 10,85 10,99 12,21 10,47

Contribuições

sociais 72,24 83,90 79,16 76,80 89,19 97,02 0,63 0,62 0,69 0,61

Bens e serviços 1 247,75 1 374,40 692,24 561,13 87,21 81,06 10,85 10,20 6,00 4,48

Juros 149,50 231,00 230,98 248,44 117,16 107,56 1,30 1,71 2,00 1,98

Externos 61,89 93,50 93,53 105,87 104,72 113,20 0,54 0,69 0,81 0,84

Internos 87,60 137,50 137,45 142,57 127,89 103,72 0,76 1,02 1,19 1,14

Transferências

correntes 950,44 677,50 451,25 595,82 453,02 132,04 8,27 5,03 3,91 4,75

Subsídios 668,21 374,30 154,33 247,37 124,55 160,28 5,81 2,78 1,34 1,97

Doações 6,07 - 3,53 0,05 - - 0,03

Prestações sociais 233,31 184,82 298,34 229,41 161,42 2,03 - 1,60 2,38

Outras despesas 42,85 112,09 46,58 39,64 41,56 0,37 - 0,97 0,37

Despesas de Capital 1 555,41 1 367,40 636,80 513,94 91,43 80,71 13,53 10,14 5,52 4,10

Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

As Despesas Correntes situaram-se nos Kz 2.795,91 Mil Milhões e revelaram uma taxa de execução de 97,68% face ao programado. Destaca-se, nas Despesas Correntes, a redução das despesas com bens e serviços em 55,03%, devido à necessidade de se controlar o nível de despesas e de o reajustar à menor capacidade do Estado em arrecadar receitas, quer petrolíferas, quer não petrolíferas. Estas despesas com bens e serviços ficaram também aquém do previsto no OGE revisto, executando apenas 81,06% do programado. Por outro lado, as despesas com pessoal aumentaram 5,43% face a 2014, embora tivessem executado apenas 93,46% do programado.

Em situação inversa encontram-se as despesas com juros da dívida, que se situaram nos Kz 248,44 Mil Milhões, o que representa uma expansão de 66,18% face ao ano anterior e uma taxa de execução de 107,56% face ao previsto no OGE revisto. Do total dos juros da dívida, 57,39% correspondem a juros da dívida interna, enquanto os restantes 42,61% correspondem a juros da dívida externa. As despesas com juros aumentaram significativamente devido à maior necessidade de financiamento do Estado verificada em 2015, o que levou ao aumento dos juros dos títulos públicos e das quantidades de títulos emitidos. Ao longo do ano, assistiu-se a um aumento das taxas de juro no mercado primário para todas as maturidades. A evolução recente permite constatar um maior recurso aos BT e OT relativamente ao ano anterior. Assim, em Dezembro de 2015, as taxas de juro de BT a 91, 182 e 364 dias aumentaram face ao período homólogo para os 13,90%, 14,95% e 15,30%, respectivamente (face aos 6,44%, 7,11% e 7,48% registados em 2014 nas mesmas maturidades). As taxas de juro das OT mantiveram-se nos mesmos patamares de 2014.

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34

Gráfico 5: Despesas Correntes (em % do PIB)

Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

As despesas relacionadas com as transferências correntes, nas quais se inserem os subsídios, diminuíram 37,31% face ao ano anterior tendo, contudo, executado acima dos 100% face ao previsto no OGE revisto. Dentro desta rubrica, destaca-se a diminuição das despesas com subsídios em 62,98% face ao ano anterior, em virtude da redução dos subsídios aos preços e dos subsídios operacionais ao longo de 2015.

As Despesas de Capital (com uma taxa de execução de apenas 80,71% face ao programado) evidenciaram, igualmente, uma queda de 66,96% face ao período homólogo em resultado, sobretudo, da contracção das despesas relativas aos programas de investimento público. Recorde-se que a redução das despesas relacionadas com os programas de investimento público foi uma das medidas previstas no OGE por forma a reajustar as despesas à quebra previsível das receitas fiscais durante o ano de 2015.

2.2.4. Saldos Fiscais e Financiamento

Os dados preliminares disponibilizados pelo Ministério das Finanças para o ano de 2015, apontam para um défice global (compromisso) de Kz 256,04 Milhões, correspondente a 2,04% do PIB, o que representa uma melhoria face a 2014 e ao projectado no OGE revisto de 2015. Esta melhoria do saldo global foi possível devido ao facto de o preço médio do petróleo se ter situado cerca de 13,7 USD/barril acima do pressuposto utilizado para a elaboração do OGE, o que permitiu que as receitas petrolíferas executassem em 151,55% do valor programado (apesar de terem diminuído 46,97% face a 2014, representando apenas 12,56% do PIB). Em termos gerais, este défice global menos profundo que o esperado, foi resultado da execução das receitas totais acima do valor inscrito no OGE revisto, ao mesmo tempo que as despesas totais executaram abaixo do previsto.

-

5.00

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

2014 2015 OGE INICIAL 2015 OGE REV. 2015 OGE PREL

Despesas com pessoal Bens e Serviços Juros Transferências Correntes Despesas Correntes

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Relatório e Contas • 2015

35

Gráfico 6: Saldos Fiscais (em % do PIB)

--6,57 -7,65 6,99

-2,04

5,90 2,50

-1,47

2,05

-44,61

-24,86

-14,00

-16,77

2014 2015 OGE INICIAL 2015 OGE RE V. 2015 PREL.

Saldo Global (C ompromisso) Saldo corrente Saldo primário não petrolif ero

Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

O Saldo corrente apresentou uma deterioração face ao ano de 2014, correspondendo a 2,05% do PIB, uma vez que as Receitas correntes diminuíram em maior amplitude quando comparado com a diminuição das despesas correntes. No entanto, destaca-se que o resultado a nível do saldo corrente foi melhor do que o antecipado, uma vez que o OGE revisto previa um défice neste saldo. Por outro lado, o saldo primário não petrolífero tem vindo a melhorar a sua posição, passando de um saldo deficitário de 44,61% do PIB em 2014 para um saldo deficitário de 16,77% do PIB em 2015, potenciado pelo aumento gradual da arrecadação de impostos associados ao sector não petrolífero, aliado a um maior controlo das despesas públicas.

Em termos de financiamento, o Tesouro Nacional recorreu não só ao financiamento interno, com a emissão de títulos públicos, nomeadamente de Bilhetes e Obrigações do Tesouro num montante líquido total de Kz 1.093,17 Mil Milhões (o que representa um aumento de 16,89% face ao ano anterior), tendo também recorrido ao financiamento externo, com empréstimos líquidos num montante total de Kz 240,49 Mil Milhões (correspondendo a uma diminuição de 45,04% face a 2014). Este forte recurso à emissão de títulos públicos foi necessário para assegurar a execução do Orçamento ao longo do ano, de forma a melhor gerir as necessidades de tesouraria de curto prazo.

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36

Quadro 7: Financiamento Líquido

2013 2014 2015 Prel. 2013 2014 2015 Prel.

Em Kz Mil Milhões Em % do PIB

Financiamento líquido -355,73 302,08 -223,52 2,95 2,63 1,78

Financiamento interno

(líquido)-538,90 -135,50 -464,00 4,47 1,18 3,70

Activos -730,95 -549,27 -916,77 6,06 4,78 7,31

Passivos 192,05 413,77 452,77 1,59 3,60 3,61

Crédito líquido obtido 192,05 413,77 452,77 1,59 3,60 3,61

Desembolsos 1 292,66 1 625,84 1 107,04 10,72 14,14 8,83

Amortizações -1 100,61 -1 212,07 -654,27 9,13 10,54 5,22

Financiamento Externo

(líquido) 183,17 437,58 240,49 1,52 3,81 1,92

Activos - - - - - -

Passivos 183,17 437,58 240,49 1,52 3,81 1,92

Empréstimos líquidos

recebidos 183,17 437,58 240,49 1,52 3,81 1,92

Desembolsos 379,89 731,53 580,42 3,15 6,36 4,63

Amortizações -196,73 -293,95 -339,93 1,63 2,56 2,71

Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

Importa ainda referir que, com as medidas tomadas nos últimos dois anos relativamente às reformas fiscais abrangendo o sector não petrolífero e o sector dos combustíveis, o Executivo conquistou um maior espaço de manobra em termos de política orçamental uma vez que, por um lado, reflecte uma tentativa de maior captação de receitas por via da ampliação da base tributária não petrolífera e, por outro, consegue uma redução das despesas com a redução dos subsídios aos combustíveis. Estas são medidas consideradas importantes, dada a actual conjuntura económica de Angola, a qual tem evidenciado uma grande dependência face às receitas do petróleo e que, com a actual quebra do preço do petróleo nos mercados internacionais, veio novamente mostrar a forte necessidade de reestruturação da economia, visando a captação de outras fontes de receitas fiscais do país.

2.2.5. Dívida Pública

Em resultado da necessidade de gerir necessidades de tesouraria de curto prazo ao longo de 2015, o stock da dívida interna ascendeu a USD 24.335,79 Milhões, sendo maioritariamente constituída por títulos públicos, tendo assim aumentado de 19,1% do PIB em 2014 para 25,3% do PIB em 2015, situando-se acima do valor previsto no OGE revisto de 2015 (21,8% do PIB). Por sua vez, o stock da dívida externa ascendeu aos USD 23.605,60 Milhões, passando a representar 22,6% do PIB (contra 15,9% do PIB em 2014). No entanto, deve-se ressalvar que a dívida pública externa se aproxima cada vez mais do valor das reservas brutas de ano para ano, sendo que estas últimas cobrem neste momento 104,65% da dívida externa (contra uma cobertura de 137,94% da dívida externa em 2014). Por outro lado, também é visível que a posição da dívida externa executada em 2015 ficou abaixo do que era antecipado tanto através do OGE revisto como do OGE inicial de 2015.

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Relatório e Contas • 2015

37

Gráfico 7: Dívida Pública (em % do PIB)

15,9%

24,5% 24,0% 22,6%15,1%

11,0%

21,8% 24,3%

31,0%

35,5%

45,8% 46,9%

2014 2015 OGE Inic ial2 015 OGE Rev. 2015 Prel.

Dívida Externa Dívida Interna Stock da Dívida Total

l2

Fonte: BNA

Desta forma, a dívida pública total situou-se nos USD 49.011,08 Milhões, representando 46,9% do PIB (contra os 31,0% do PIB em 2014). Esta evolução reflectiu o aumento tanto do endividamento externo como do endividamento interno devido às maiores necessidades de financiamento para gerir a actividade do Tesouro como forma de compensar a maior dificuldade na arrecadação de receitas.

Através da análise da dívida é visível que a dívida interna cresceu em 2015 a um ritmo mais acelerado do que a dívida externa, com a primeira a crescer 61,43% em apenas um ano, enquanto a segunda cresceu 17,15%. O sector público recorreu ao financiamento interno, nomeadamente à emissão de BT e OT para cobrir as suas necessidades de tesouraria, limitando o financiamento ao sector privado, com implicações negativas ao nível da actividade económica. Por outro lado, com o aumento do peso da dívida pública no PIB, também é possível que as taxas de juro continuem a sofrer pressões “altistas” como já foi verificado ao longo de 2015, uma vez que existe a possibilidade de os investidores exigirem prémios de risco mais elevados à medida que o rácio Dívida/PIB cresce e a arrecadação quer de cambiais quer de receitas em moeda nacional vai diminuindo.

2.3. Sector Monetário e Financeiro2.3.1. Política Monetária e Gestão de Liquidez

A regulação de liquidez por parte do Banco Central visou o cumprimento da sua responsabilidade na execução da política monetária, e teve enfoque na preservação do poder de compra da moeda nacional e na coordenação entre a política fiscal e monetária.

Para o efeito, o BNA recorreu às Operações do Quadro Operacional de Política Monetária, nomeadamente às Operações de Mercado Aberto (OMA) e às facilidades de absorção de liquidez e demais instrumentos de regulação de liquidez. O impacto agregado das operações monetárias foi de expansão sobre a Base Monetária, decorrente fundamentalmente das operações de redesconto concedidas no período a instituições bancárias com dificuldades estruturais de liquidez e da gestão operacional coordenada de políticas, no âmbito da qual as operações de mercado aberto (OMA) ficaram suspensas durante um período.

Ao longo do ano de 2015, o BNA aumentou a taxa de juro de referência e a taxa de juro de Facilidade de Cedência de liquidez Overnight, fixando-se em Dezembro nos 11,00% e 13,00%, respectivamente. Relativamente à taxa de juro de Facilidade de Absorção de liquidez Overnight, esta ao longo do ano, reduziu de 1,75% para 0,00% no mês de Dezembro

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e, foi introduzido neste mesmo mês de Dezembro um novo instrumento, nomeadamente, as operações de Facilidade de Absorção de liquidez com maturidade de 7 dias, a uma taxa de 1,75%.

O Coeficiente de Reservas Obrigatórias em moeda nacional aumentou primeiro de 15% para os 20% em Março de 2015 e depois para os 25% em Junho de 2015, dos quais 10% podem ser cumpridos através de títulos públicos, ponderados de acordo com as maturidades, conforme o Instrutivo nº8/2015 de 03 de Junho, com o objectivo de criar condições para o financiamento do Orçamento Geral do Estado (OGE). O Coeficiente de Reservas Obrigatórias em moeda estrangeira, por sua vez, manteve-se ao longo de todo o ano de 2015 nos 15,0%. De realçar ainda que, as Operações de Mercado Aberto (OMA’s) foram suspensas nos primeiros seis meses do ano, tendo sido retomadas em Junho de 2015, com o objectivo de se efectuar uma gestão rigorosa da liquidez do sistema financeiro.

Painel 10: Taxas de Juro Directoras e Taxas Luibor

Fonte: BNA

No que respeita ao mercado monetário interbancário, em 2015, as operações de cedência de liquidez sem garantia entre as instituições bancárias ascenderam a um volume médio mensal de Kz 525,03 Mil Milhões, com predominância para as operações overnight, tendo-se observado uma redução de cerca de 55,99% comparativamente ao ano de 2014.A taxa LUIBOR overnight, apurada com base nas operações de cedência de liquidez sem garantia entre as instituições bancárias, observou uma tendência de aumento ao longo de todo o ano de 2015, com maior incidência no mês de Junho, reflectindo as condições de liquidez do mercado. Nesse mês de Junho, a taxa LUIBOR situou-se nos 11,29% (contra os 6,25% no mês de Maio), apresentando um aumento de 5,04 p.p. Em Dezembro de 2015, a taxa LUIBOR overnight situou-se em 11,31%, registando um aumento de 5,11 p.p. face ao ano de 2014, em que a taxa se situava em 6,20%.

A taxa LUIBOR nas restantes maturidades, de 1, 3, 6, 9 e 12 meses, apresentaram uma tendência similar, situando-se nos 11,14%, 11,88%, 12,21%, 12,56% e 12,84%, respectivamente, para cada uma das maturidades.

O recurso às operações de Facilidade de Cedência de Liquidez (FCO) permitiu que as instituições bancárias acedessem ao financiamento overnight do BNA nos termos regulamentares. O volume dessas operações em 2015 ascendeu a um valor médio mensal de Kz 97,84 Mil Milhões, com maior incidência no III Trimestre de 2015.

0.00%

2.00%

4.00%

6.00%

8.00%

10.00%

12.00%

14.00%

16.00%

Dez/13

Fev/1

4

Abr/14

Jun/1

4

Ago/14

Out/14

Dez/14

Fev/1

5

Abr/15

Jun/1

5

Ago/15

Out/15

Dez/15

Taxas de Juro Directoras

Taxa BNA FAO FCO FAL 7 Dias

2.00%

4.00%

6.00%

8.00%

10.00%

12.00%

14.00%

Dez/13

Fev/1

4

Abr/14

Jun/1

4

Ago/14

Out/14

Dez/14

Fev/1

5

Abr/15

Jun/1

5

Ago/15

Out/15

Dez/15

Taxas LUIBOR

Luibor Overnight Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses

Luibor 6 Meses Luibor 9 Meses Luibor 12 Meses

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Relatório e Contas • 2015

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Gráfico 8: Transacções no MMI e FCO

Fonte: BNA

Por outro lado, as instituições bancárias puderam aplicar os seus recursos excedentários de tesouraria em depósitos overnight no Banco Nacional de Angola. Estas operações tiveram maior preponderância em termos de volume diário no III e IV Trimestres do ano, altura em que este tipo de operações voltou a ser remunerado, após o período de suspensão de remuneração entre os meses de Fevereiro a Agosto, no âmbito da gestão operacional coordenada de políticas.Em termos globais, o impacto líquido dessas operações na gestão de liquidez foi de contracção de Kz 10,17 Mil Milhões. Comparativamente a 2014 observou-se uma redução de cerca de 52,86% nas operações deste segmento de mercado.

Mercado de Títulos Públicos

A emissão de títulos do Tesouro Nacional em moeda nacional, em 2015, situou-se em Kz 1.046,41 Mil Milhões, dos quais Kz 657,63 Mil Milhões em Bilhetes do Tesouro (BT) e Kz 388,79 Mil Milhões em Obrigações do Tesouro (OT). Comparativamente a 2014, o volume das emissões de títulos públicos em moeda nacional, em 2015, foi superior em cerca de 46,88%. As emissões visaram, além do pagamento do serviço da dívida interna titulada, a criação de receitas em moeda nacional para a cobertura das despesas correntes e de investimento, do programa anual do Executivo, em conformidade com o orçamento Geral do Estado.

0.00%

2.00%

4.00%

6.00%

8.00%

10.00%

12.00%

14.00%

-

200,000.00

400,000.00

600,000.00

800,000.00

1,000,000.00

1,200,000.00

1,400,000.00

1,600,000.00

1,800,000.00

2,000,000.00

Dez/

13

Fev/

14

Abr/

14

Jun/

14

Ago/

14

Out/

14

Dez/

14

Fev/

15

Abr/

15

Jun/

15

Ago/

15

Out/

15

Dez/

15

Kz M

ilhõe

s

MONTANTE TRANSACIONADO F.C.O LUIBOR OVERNIGHT

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Painel 11: Emissão e Resgate de Títulos em 2015

Fonte: BNA

Os pagamentos do Tesouro Nacional decorrentes do resgate de títulos públicos ocorridos em 2015 totalizaram os Kz 891,66 Mil Milhões, dos quais Kz 631,93 Mil Milhões por resgates de Bilhetes do Tesouro e Kz 259,73 Mil Milhões por resgates de Obrigações do Tesouro. Comparativamente a 2014, o volume do serviço da dívida pública interna titulada foi superior em 164,67%, devido fundamentalmente ao aumento do volume de emissão em 2015.

Nessa perspectiva, a emissão líquida de títulos do Tesouro Nacional foi positiva, permitindo uma arrecadação de receitas internas da ordem dos Kz 2.630,46 Mil Milhões.

O stock de títulos públicos em moeda nacional a 31 de Dezembro de 2015 situou-se nos Kz 2.452,77 Mil Milhões, dos quais cerca de Kz 428,27 Mil Milhões (17,46%) em Bilhetes do Tesouro e Kz 2.024,50 Mil Milhões (82,54%) em Obrigações do Tesouro. Comparativamente com o ano de 2014, observou-se em 2015 um aumento do stock em cerca de 30,16%.

O efeito líquido das emissões com Títulos do Tesouro (BT e OT) sobre a liquidez foi de contracção em cerca de Kz 57,90 Mil Milhões, em resultado do volume das emissões ter sido superior ao volume de pagamentos de resgates e juros ocorridos no ano. O endividamento público por emissão de Títulos do Tesouro em 2015 correspondeu a cerca de 69,81% da sua previsão para o ano.

Gráfico 9: Stock de Títulos em 2015

Fonte: BNA

-

20.000,00

40.000,00

60.000,00

80.000,00

100.000,00

120.000,00

140.000,00

160.000,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mil

hões

BT OT

-10.000,00 20.000,00 30.000,00 40.000,00 50.000,00 60.000,00 70.000,00 80.000,00 90.000,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Milh

ões

BT OT

-

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

3.00

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mill

ions

BT OT

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Relatório e Contas • 2015

41

Relativamente às taxas de juro no mercado primário, estas apresentaram uma tendência ligeira de aumento em todas as maturidades emitidas.

No final do ano de 2015 as taxas médias de juro nominais dos Bilhetes do Tesouro situavam-se em 13,90%, 14,95% e 15,30%, para as maturidades de 91, 182 e 364 dias, respectivamente. Face ao ano anterior, as taxas nominais dos títulos de curto prazo apresentam diferenças de 7,46 p.p., 7,84 p.p. e 7,83 p.p., respectivamente.

Gráfico 10: Taxas de Juro no Mercado Primário em 2015

Fonte: BNA

Relativamente aos títulos do Tesouro Nacional de médio e longo prazo, nomeadamente, as Obrigações do Tesouro em Moeda Nacional, as taxas de juro nominais das Obrigações do Tesouro indexadas à taxa de câmbio mantiveram-se constantes, ao longo do ano, nos 7,00%, 7,25%, 7,50% e 7,77% para as maturidades de 2,3,4 e 5 anos, respectivamente.Para as Obrigações do Tesouro Não Reajustáveis, as taxas de juro nominais efectivas, apuradas com base nas emissões por leilão de preço, situaram-se, em média, nos 7,00%, 7,75%, 8,00% e 8,25% para as maturidades de 2, 3, 4 e 5 anos, respectivamente.

Operações de Mercado Aberto (OMA)

Em 2015, observou-se por um período a suspensão das OMA, no âmbito da gestão operacional coordenada das políticas monetária e fiscal, tendo sido reiniciada a utilização deste instrumento de regulação monetária no mês de Setembro. O volume global das Operações de Mercado Aberto (OMA), para absorção de liquidez, em 2015, foi de Kz 85,78 Mil Milhões e o seu impacto na liquidez foi expansionista em Kz 190,36 Mil Milhões. Comparativamente ao ano de 2014, o volume de Operações de Mercado Aberto em 2015 foi inferior em cerca de 90,65%.

As taxas de juro médias das OMA para as maturidades de 28 e 63 dias aumentaram ao longo do ano cerca de 0,25 p.p. e 1,93 p.p. fixando-se nos 7,50% e 10,00% respectivamente, estando em conformidade com os objectivos da gestão coordenada das políticas monetária e fiscal.

2.3.2. Base Monetária

Analisando o Balanço do BNA verifica-se que, em 2015, a Base Monetária Ampla aumentou em 6,0% relativamente ao ano anterior, situando-se nos Kz 1.675,5 Mil Milhões, derivado essencialmente, da expansão da Base Monetária

0.00%

2.00%

4.00%

6.00%

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10.00%

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BT 63 dias

BT 91 dias

BT 182 dias

BT 364 dias

OT 2 anos

OT 3 anos

OT 4 anos

OT 5 anos

OT 2 anos

OT 3 anos

OT 4 anos

OT 5 anos

BT OT-TXC OT-NR

Dez/14 Dez/15

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Restrita em 31,8%, tendo as Outras Obrigações face às Outras Instituições Financeiras Monetárias (OIFM) registado uma contracção de 87,2% face ao ano anterior. Em particular, a Base Monetária Restrita em MN, apresentou uma expansão de 61,2% face ao ano anterior, o que em termos reais, representa uma expansão de cerca de 46,9%.

Quadro 8: Base Monetária

2013 2014 2015 2014 2015

Em Kz Mil Milhões T.V.H (%)

Base Monetária ampla 1 392,05 1 580,65 1 675,5 13,5 6,0

Base Monetária Restrita 1 160,26 1 237,69 1 631,4 6,7 31,8

Notas e Moedas em

Circulação410,18 477,98 519,6 16,5 8,7

Reserva bancária 750,08 759,72 1 111,8 1,3 46,3

Depósitos obrigatórios 699,47 661,85 885,2 -5,4 33,7

Depósitos

obrigatórios -MN398,55 384,82 765,6 -3,4 98,9

Depósitos

obrigatórios -ME300,92 277,03 119,6 -7,9 -56,8

Depósitos livres 50,61 97,86 226,6 93,4 131,6

Depósitos livres - MN 41,67 67,73 214,4 62,5 216,5

Depósitos livres - ME 8,93 30,13 12,2 237,4 -59,5

Outras Obrigações face a

outras instit. monetárias231,79 342,96 44,1 48,0 -87,2

Fonte: BNA

A expansão da Base Monetária Restrita em 2015 reflectiu não só o aumento da reserva bancária em 46,3%, mas também das notas e moedas em circulação em 8,7%. A evolução positiva da reserva bancária está associada, por um lado, à expansão significativa dos depósitos obrigatórios em moeda nacional em 98,9% devido ao aumento do coeficiente das reservas obrigatórias em MN em 2015 e, por outro lado, à expansão também significativa dos depósitos livres em MN em 216,5% em grande parte, devido à redução da taxa de juro da Facilidade de Absorção Overnight (FAO) de 1,75% para 0,00% que ocorreu em geral ao longo do ano de 2015. Assim, a reserva obrigatória em MN no período em análise registou um aumento de Kz 380,8 Mil Milhões, partindo de um nível de Kz 384,8 Mil Milhões apurado em finais de 2014 para Kz 765,6 Mil Milhões em Dezembro de 2015.

Os depósitos obrigatórios em ME e os depósitos livres em ME, por sua vez, registaram uma queda de 56,8% e 59,5%, respectivamente, o que pode ser consequência do Instrutivo nº 19/2015 de 02 de Dezembro do BNA, que incentivou os bancos a comprarem Títulos do Tesouro em ME utilizando os seus depósitos livres, sendo o valor da compra ponderado (ou deduzido) no cálculo do nível de cumprimento de reservas obrigatórias em moeda estrangeira.

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Relatório e Contas • 2015

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Painel 12: Reserva Bancária - Depósitos Obrigatórios e Livres

Fonte: BNA

Em termos reais, a base monetária restrita em 2015 aumentou cerca de 17,5%, reflectindo o aumento da reserva bancária em 32%, tendo as notas e moedas em circulação registado uma redução de 5,6%. A evolução positiva tanto dos depósitos obrigatórios (em 19,4%) como dos depósitos livres (em 117,3%) explicam o desempenho da reserva bancária em 2015.

Em 2015, a expansão da Base Monetária Ampla em termos nominais teve como contrapartidas, o aumento dos Activos externos líquidos e, em particular, das reservas internacionais líquidas (RIL) em 16,8%. Contudo, importa referir que a evolução positiva desta rubrica reflecte a depreciação cambial de 31,55% ocorrida nos últimos 12 meses. Quando analisadas em USD, as reservas internacionais líquidas apresentam uma redução de cerca de 10,6% face ao ano anterior, reflectindo a deterioração das contas externas, associada à manutenção em baixa do preço do petróleo e à elevada necessidade de importações de bens e serviços, o que tem provocado fluxos de saída de divisas superiores às entradas de divisas.

Por sua vez, os Activos internos líquidos registaram, em 2015, uma contracção de cerca de 30%, em virtude da redução do crédito interno líquido em 1,1% (-15,4% em termos reais) e dos Outros Activos líquidos em 82,4% (-96,7% em termos reais). A evolução negativa do crédito interno líquido reflecte a redução do crédito líquido à administração central em 14,6% (-28,9% em termos reais), já que o crédito as OIFM e o crédito a Outros sectores residentes registaram aumentos de 120,8% (106,5% em termos reais) e 36,1% (21,8% em termos reais), face ao ano anterior, respectivamente. Realça-se aqui, um crescimento bastante expressivo do crédito do BNA às OIFM, em virtude do aumento que se registou durante o ano de 2015 das operações de redesconto, com reflexos ao nível do aumento das reservas livres dos Bancos e, consequentemente, da liquidez bancária.

Relativamente ao multiplicador monetário, observou-se em 2015 uma redução de cerca de 0,62, fixando-se nos 3,50 (contra os 4,12 em 2014), em resultado do crescimento da BM (31,8%) ter sido superior ao crescimento do M2 (11,8%).). No entanto, considerando apenas o PIB não petrolífero, observa-se um ligeiro aumento de 0,06 na velocidade de circulação de moeda, que passa de 1,60 em 2014 para 1,66 em 2015, devido ao facto do crescimento que se espera do PIB não petrolífero (15,7%) ser superior ao crescimento do M2 (11,8%).

Para suportar a procura da economia e também o processo de substituição gradual das notas da família anterior (série 1999) pela nova (série 2012), em 2015 a emissão monetária registou um aumento de cerca de 6% relativamente a Dezembro de 2014, tendo sido emitidas 302,10 milhões de notas, contra a emissão de 285,90 milhões de notas em 2014, isto é, mais 16,20 milhões de notas emitidas em 2015. Financeiramente, verificou-se um aumento no valor emitido na ordem dos 55,83% ou seja, mais Kz 80.300,00 milhões.

A composição da Circulação Monetária, no período em análise, foi constituída por 678,98 milhões de notas e por 274,59 milhões de moedas metálicas, que financeiramente representou um total de Kz 563.757,68 Milhões sendo que, financeiramente, a componente “nota” representou 99,75% (Kz 562.328,03 milhões) e 0,25% a componente “moeda metálica” (Kz 1.430,65 milhões) do valor financeiro total, no montante de Kz 563.757,68 milhões.

0.00 100.00 200.00 300.00 400.00 500.00 600.00 700.00 800.00 900.00

1,000.00

2013 2014 2015

Kz M

ilhõe

s

Depósitos Obrigatórios

Depósitos obrigatórios - MN Depósitos obrigatórios - ME Depósitos obrigatórios

0.00

50.00

100.00

150.00

200.00

250.00

2013 2014 2015

Kz M

ilhõe

s

Depósitos Livres

Depósitos livres - MN Depósitos livres - ME Depósitos livres

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44

Gráfico 11: Emissão versus Circulação Monetária em 2015 (Representação Financeira)

-

100.000,00

200.000,00

300.000,00

400.000,00

500.000,00

600.000,00

Emissão Circulação Monetária

Kz M

ilhõe

s

2014 2015

Fonte: BNA

Em síntese, importa realçar que, em termos de política monetária, o BNA adoptou uma conduta restritiva ao longo de 2015. Com efeito, aumentou as suas taxas directoras, aumentou os requisitos de reservas dos depósitos em Kwanzas e retomou a utilização de instrumentos para a absorção de liquidez. Porém, apesar destes esforços, verificou-se ainda um excesso de liquidez no sistema bancário, em grande parte devido ao aumento do crédito líquido ao Governo Central e do crédito as outras instituições financeiras monetárias. Sendo assim, em 2016, a política monetária deverá continuar a visar uma redução significativa do excesso de liquidez através dos seus instrumentos de política monetária, e uma coordenação e colaboração estreita com os bancos que enfrentam problemas de liquidez de forma a reduzir ou mesmo eliminar as suas necessidades de liquidez.

2.3.3. Evolução dos Agregados Monetários

O ano de 2015 foi caracterizado por uma expansão monetária, não obstante a adopção de uma política monetária restritiva pelo BNA e a forte desaceleração da actividade económica nacional. Com efeito, a oferta de moeda em sentido mais lato, representada pelo agregado monetário M3 e o agregado monetário M2, cresceram ambos cerca de 11,8% face ao ano anterior. Contudo, em termos reais, deduzindo o efeito da taxa de inflação de 2015, o M3 e o M2 reduziram em cerca de 2,5%.

Em contrapartida da expansão monetária, realça-se o crescimento em cerca de 17,0% dos activos externos líquidos no BNA, em particular, das reservas internacionais liquidas em 16,8%, quando convertidos para moeda nacional. Note-se, no entanto, que este crescimento foi justificado sobretudo pelo efeito da depreciação da taxa de câmbio ocorrido nos últimos 12 meses pois, considerando as reservas internacionais líquidas em dólares norte-americanos, estas reduziram cerca de 10,6% face ao ano anterior.

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Relatório e Contas • 2015

45

Quadro 9: Síntese Monetária

2013 2014 2015 2014 2015

Em Kz Mil Milhões T.V.H (%)

Activos Externos Líquidos 3 116,23 3 097,46 3 606,18 -0,6 16,4

BNA 3 096,75 2 904,43 3 396,78 -6,2 17,0

Reservas Internacionais

Líquidas3 041,24 2 818,35 3 291,62 -7,3 16,8

Bancos Comerciais 19,48 193,03 209,40 890,9 8,5

Activo interno líquido 1 280,44 2 012,65 2 105,71 57,2 4,6

Crédito Interno líquido 2 260,41 3 015,87 3 919,49 33,4 30,0

Crédito Líquido ao Governo

Central-666,02 69,17 450,14 110,4 550,8

Crédito ao Governo

Central1 441,31 2 001,79 2 648,39 38,9 32,3

Depósitos do Governo

Central2 107,33 1 932,62 2 198,25 -8,3 13,7

Crédito à Economia 2 926,43 2 946,70 3 469,35 0,7 17,7

dq: Crédito ao sector

Privado2 777,32 2 809,13 3 272,00 1,1 16,5

Outros activos líquidos -979,97 -1 003,22 -1 813,78 -2,4 -80,8

Fonte: BNA

Nota 1 - a partir de Agosto de 2011, as contas do BNA são baseadas na revisão do Plano de Contas e a partir de Julho de 2014 são baseados no novo Plano de Contas.

Nota 2 - A partir de Janeiro de 2011, há uma quebra metodologica nas series temporais, devido a melhoria na classificação e sectorização das contas das outras Instituições Financeiras

Monetarias (OIM)

O aumento do crédito líquido à Administração Central e do crédito a outros sectores residentes determinaram a expansão do crédito interno líquido em 30% (15,7% em termos reais) face ao ano anterior.

O crédito líquido ao Governo Central aumentou significativamente em 550,8% face ao ano anterior, explicado pelo aumento de 32,3% no crédito concedido ao Governo Central para fazer face às suas necessidades de tesouraria, tendo os depósitos do Governo Central no sistema bancário aumentado apenas 13,7%.

Em termos reais, o crédito líquido ao Governo Central aumentou significativamente em 536,5% face ao ano anterior explicado, essencialmente, pelo aumento de 18% no crédito concedido ao Governo Central, tendo os depósitos do Governo Central no sistema bancário reduzido em 0,6%.

O crédito a outros sectores residentes e, em particular, o crédito ao sector privado (que representa 94,3% do total do crédito concedido) apresentou um aumento de 17,7% face ao ano anterior (3,4% em termos reais) em resultado da evolução positiva que se registou no crédito às sociedades não financeiras em 25,0% (10,7% em termos reais), tendo o crédito aos particulares registado uma redução de 6,0% (-20,3% em termos reais) relativamente ao ano anterior.

De facto, o aumento do crédito às sociedades não financeiras está em linha com o objectivo do Executivo no que toca ao tema da diversificação da economia e contribuir para a recuperação económica do país. Em particular, destaca-se o aumento do crédito à Produção e distribuição de electricidade, gás e água (185,46%), à Saúde (68,40%), aos Serviços Sociais (34,52%), à Agricultura (31,40%), ao Comércio (26,94%) e à Indústria Transformadora (25,32%).

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46

Em termos de peso no total do crédito concedido à economia realça-se que, em 2015, o mesmo teve como principal destino as empresas ligadas ao sector de “Comércio por Grosso e a Retalho” que arrecadou cerca de 20,3% do total do crédito concedido à economia (17,9% em 2014), seguido dos “Particulares” com 18,0% (21,3% em 2014) e das empresas ligadas aos sectores de “Serviços Sociais” com 14,4% (12,0% em 2014), “Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas” com 13,9% (13,2% em 2014) e “Construção” com 11,7% (10,9% em 2014).

Nota-se, em 2015, um aumento do peso do crédito concedido sobretudo às empresas ligadas aos “Serviços Sociais” (em mais 2,4 p.p.), ao “Comércio por Grosso e a Retalho” (em mais 2,4 p.p.), às “Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas” (em mais 0,7 p.p.) e à “Construção” (em mais 0,8 p.p.) e, uma redução do peso do crédito concedido sobretudo aos particulares (em menos 3,3 p.p.).

O agregado monetário M2 totalizou os Kz 5.703,7 Mil Milhões (contra os Kz 5.103,5 Mil Milhões no ano anterior), representando um aumento de 11,8%, em resultado da evolução positiva tanto dos passivos monetários (10,4%) como dos passivos quase monetários (13,8%).

O crescimento das notas e moedas em poder do público (12,1%) e dos depósitos à ordem em moeda nacional (18,8%) explica o comportamento dos passivos monetários (M1), enquanto o aumento dos depósitos a prazo em moeda nacional (em 7,9%) e em moeda estrangeira (em 22,1%) explica o comportamento dos passivos quase-monetários. Contudo, realça-se uma redução dos depósitos a ordem em ME em cerca de 9,0% face ao ano anterior.

O M2 em MN, por sua vez, aumentou 14,4% face ao ano anterior (situando-se nos Kz 3.902,7 Mil Milhões) o que, eliminando o efeito da taxa de inflação anual, representa uma estabilização em termos reais face ao ano anterior (0,1%).

Em termos reais, o agregado monetário M2 registou uma redução de cerca de 2,5%, derivado da evolução negativa tanto dos passivos monetários (-3,9%) como dos passivos quase monetários (-0,5%). A redução das notas e moedas em poder do público (-2,2%) e dos depósitos à ordem em moeda estrangeira (-23,3%), explica o comportamento dos passivos monetários (M1), enquanto a redução dos depósitos a prazo em moeda nacional (-6,4%) explica o comportamento dos passivos quase-monetários.

Quadro 10: Agregados Monetários

2013 2014 2015 2014 2015

Em Kz Mil Milhões T.V.H (%)

M3 4 396,68 5 110,12 5 711,90 16,2 11,8

M2 4 394,75 5 103,48 5 703,75 16,1 11,8

M1 2 584,64 3 096,86 3 419,82 19,8 10,4

Notas e Moedas em

poder do público275,55 339,67 380,70 23,3 12,1

Depósitos à ordem- MN 1 470,22 1 905,24 2 263,77 29,6 18,8

Depósitos à ordem - ME 838,87 851,95 775,35 1,6 -9,0

Quase-Moeda 1 810,11 2 006,62 2 283,92 10,9 13,8

Depósitos a Prazo - MN 902,31 1 166,64 1 258,27 29,3 7,9

Depósitos a Prazo - ME 907,79 839,98 1 025,65 -7,5 22,1

Outros Instrumentos equiparáveis

a depósitos*1,94 6,63 8,16 241,8 23,1

* Inclui títulos e acordos de recompra em moeda nacional e estrangeira

Fonte: BNA

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Relatório e Contas • 2015

47

Em termos agregados, em 2015, os depósitos no sistema bancário situaram-se nos Kz 5.323,0 Mil Milhões, registando um aumento de 11,7%, representando, contudo, uma desaceleração relativamente ao ano anterior em que os depósitos totais cresceram cerca de 15,6%. A evolução positiva dos depósitos em 2015 deveu-se ao aumento registado tanto nos depósitos à ordem (em 10,2%) como nos depósitos a prazo (em 13,8%). Nos depósitos à ordem destaca-se, essencialmente, o aumento dos depósitos do sector privado (em 13,4%), tendo os depósitos ao sector público excluindo a administração central e os depósitos das outras instituições financeiras não monetárias reduzido em 22,2% e 42,5%, respectivamente. Nos depósitos a prazo, por sua vez, destaca-se o aumento dos depósitos do sector público excluindo a administração central e do sector privado em 26,3% e 13,2%, respectivamente, tendo os depósitos a prazo das outras instituições financeiras não monetárias reduzido em 65,8% face ao ano anterior.

Em termos reais, os depósitos no sistema bancário registaram uma redução de cerca de 2,21%, em resultado do decréscimo que se verifica tanto nos depósitos à ordem (-3,5%) como nos depósitos a prazo (-0,39%).

Fazendo uma análise do crédito e dos depósitos em termos de moeda, é de realçar que, em 2015, o crédito em moeda estrangeira aumentou o seu peso no total do crédito, enquanto os depósitos em moeda estrangeira reduziram o seu peso no total dos depósitos. O crédito em ME aumentou o seu peso em 4,9 p.p. representando 35,1% do total do crédito (contra os 30,1% em 2014), e os depósitos em ME reduziram o seu peso em 1,7 p.p., representando 33,8% do total dos depósitos (quando em 2014 representavam 35,5%). De realçar que o aumento do peso do crédito em ME no total do crédito poderá estar relacionado com o efeito da depreciação cambial sobre esta rubrica bem como com a redução que se registou no crédito em MN neste período em análise.

Painel 13: Taxas de Juro do Crédito e dos Depósitos no Sistema Bancário (em f.d.p.)

10,00%11,00%12,00%13,00%14,00%15,00%16,00%17,00%18,00%19,00%20,00%

dez/1

3

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14

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4

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14

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14

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4

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4

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15

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5

jun/

15

ago/

15

out/1

5

dez/1

5

Ta xas de Ju ro do Créd ito Empresarial em MN

Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN

Mais de 1 ano MN

10,00%11,00%12,00%13,00%14,00%15,00%16,00%17,00%18,00%19,00%20,00%

dez/1

3

fev/

14

abr/1

4

jun/

14

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14

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4

dez/1

4

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15

abr/1

5

jun/

15

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15

out/1

5

dez/1

5

Ta xas de Ju ro do Créd ito a Particulares em MN

Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN

Mais de 1 ano MN

3,00%

3,50%

4,00%

4,50%

5,00%

5,50%

6,00%

6,50%

dez/1

3

fev/

14

abr/1

4

jun/

14

ago/

14

out/1

4

dez/1

4

fev/

15

abr/1

5

jun/

15

ago/

15

out/1

5

dez/1

5

Ta xas de Ju ro do s DP em MN

DP até 90 dias MN DP 91 a 180 dias MN

DP de 181 dias -1 ano MN DP mais de 1 ano MN

1,00%

2,00%

3,00%

4,00%

5,00%

6,00%

dez/1

3

fev/

14

abr/1

4

jun/

14

ago/

14

out/1

4

dez/1

4

fev/

15

abr/1

5

jun/

15

ago/

15

out/1

5

dez/1

5

Ta xas de Ju ro do s DP em ME

DP até 90 dias ME DP 91 a 180 dias ME

DP de 181 dias -1 ano ME DP mais de 1 ano ME

Fonte: BNA

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48

Relativamente às condições de financiamento no sector bancário, realça-se que, em 2015, as taxas de juro praticadas nas operações activas ao sector empresarial em MN registaram um aumento em todas as maturidades, com excepção da maturidade até 180 dias e, as taxas de juro praticadas nas operações activas a particulares em MN evidenciaram também um aumento em todas as maturidades, com excepção da taxa de juro a mais de 1 ano. As taxas de juro do crédito empresarial em MN oscilaram entre os 14,8% e os 15,4%, enquanto as taxas de juro do crédito aos particulares em MN oscilaram entre os 11,8% e os 16,5%.

O comportamento em geral ascendente das taxas de juro activas sobre o crédito empresarial e a particulares poderá ser efeito do mecanismo de transmissão da política monetária restrita do Banco Central ainda que com algum desfasamento e, do aumento do risco de crédito no sistema bancário tendo em conta o momento em que se vive e o aumento do crédito malparado.

Por sua vez, as taxas de juro praticadas nas operações passivas em MN registaram aumentos nas maturidades até 90 dias e de 91 a 180 dias e reduções nas maturidades de 181 dias a 1 ano e a mais de 1 ano. Por sua vez, as taxas de juro praticadas nas operações passivas em ME, apresentaram acréscimos em todas as maturidades, com excepção, da maturidade de 181 dias a 1 ano. As taxas de juro passivas em MN oscilaram entre os 3,9% e os 5,2% enquanto as taxas de juro passivas em ME oscilaram entre os 2,3% e os 4,6%.

2.4. Contas Externas 2

2.4.1. Balança de Pagamentos

A informação da Balança de Pagamentos reflecte o conjunto de transacções reais e financeiras realizadas pelo País com o resto do mundo durante o ano de 2015.

A redução do preço médio do petróleo bruto e a consequente queda das receitas de exportação das ramas angolanas reflectiu-se negativamente na posição externa da economia angolana. Assim, não obstante a evolução bastante positiva da Conta Financeira, o saldo global da Balança de Pagamentos revelou-se deficitário em 2015, na ordem dos USD 3.069,2 milhões (contra os USD 4.417,2 milhões do período homólogo), impulsionado pelo fraco desempenho da Conta Corrente.

Conta Corrente

Com base nos dados preliminares da Balança de Pagamentos de 2015, a Conta Corrente apresentou um saldo deficitário de USD 8.748,11 Milhões, registando um agravamento de 135,01% em relação a 2014, cujo saldo também foi deficitário na ordem dos USD 3.722,4 Milhões. Desta forma, o défice da Conta Corrente correspondeu a 8,38% do PIB, contra um défice equivalente de 2,86% verificado em 2014.

A contribuir para esta evolução surge a Conta de Bens como a principal responsável ao apresentar uma redução de 57,01% do seu saldo superavitário, tendo passado para os USD 13.148,7 Milhões em 2015, contra os USD 30.583,1 Milhões apurados em 2014, continuando assim a desempenhar um papel importante nas contas externas de Angola, ainda que substancialmente inferior ao ano precedente. Este comportamento é explicado, essencialmente, pela queda das receitas de exportação em 43,9%, tendo as despesas de importação reduzido em 29,9%.

A evolução negativa das exportações em 2015 deveu-se sobretudo à redução das exportações de petróleo (que representam 94,7% do total das exportações), associado exclusivamente à queda do preço médio do petróleo bruto em cerca de 48%, já que o volume de exportações de petróleo aumentou em 6,9%. O preço médio de petróleo das ramas angolanas caiu, passando de USD 96 por barril em 2014 para USD 50 em 2015, ao passo que o volume de exportações de petróleo aumentou, passando de 586,9 Milhões de barris para 627,3 Milhões de barris, respectivamente. Por sua

2 Parte das informações estatísticas aqui apresentadas é considerada ainda preliminar.

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Relatório e Contas • 2015

49

vez, as exportações de Diamantes e de outros bens, que representam 3,2% e 2,1% do total das exportações, reduziram em 20,8% e 51,9% face ao ano anterior, respectivamente.

Gráfico 12: Conta Corrente e Suas Componentes

Fonte: BNA

Tendo em conta a Conta Líquida de Serviços, esta registou um saldo deficitário de USD 15.430,1 Milhões correspondendo, contudo, a uma melhoria de USD 7.816,2 Milhões (33,6%) relativamente ao ano anterior. Esta evolução mais favorável da conta de serviços deveu-se ao aumento das receitas de exportações de serviços em cerca de 3,0% e à redução das despesas de importações de serviços em 31,2%, nomeadamente, de serviços de transportes e viagens (em -32,3%) e de outros serviços (em -30,8%), sobretudo de outros serviços de negócios (dos quais, Assistência técnica) e de Construção.

A Conta Líquida de Rendimentos, por sua vez, registou um saldo deficitário de USD 5.122,9 Milhões, representando uma melhoria de USD 3.727,0 Milhões (42,1%) relativamente ao ano transacto, em resultado do aumento das receitas provenientes da entrada de rendimentos do exterior em 3,0% e à redução das despesas relativas a saída de rendimentos para o exterior em 39,0%, sobretudo, de Lucros e Dividendos.

Relativamente à Conta Líquida de Transferências Correntes, evidenciou um saldo deficitário de USD 1.343,8 Milhões, correspondendo a uma melhoria de USD 3.727,0 Milhões (42,1%) relativamente a 2014, em resultado da redução das despesas relativas a remessas de trabalhadores do sector petrolífero e Outras transferências em 38,2%.

As importações de bens registaram uma redução em termos absolutos de USD 8.535,2 Milhões, correspondendo a uma queda de cerca de 29,9%, devido sobretudo ao decréscimo nas importações de “Outros Bens” (-26,4%) representando 41,7% do total das importações, seguida das importações de “Reactores nucleares, Caldeiras, Máquinas e Aparelhos e instrumentos mecânicos” (em -3,6%), “Combustíveis, óleos e cereais minerais” (em -40,1%), “Obras de ferro fundido, ferro ou aço” (em -20,1%) e “Máquinas, Aparelhos e Materiais eléctricos (em -36,1%). As importações de Alimentos e Combustíveis, que representam 14,7% e 14,0% do total das importações de bens, por sua vez, registaram reduções em termos absolutos de USD 1.069,73 Milhões e USD 1.959,49 Milhões, correspondendo a quedas de cerca de 26,6% e 41,1%, face ao ano anterior, respectivamente.

-30,000.0

-20,000.0

-10,000.0

0.0

10,000.0

20,000.0

30,000.0

40,000.0

50,000.0

60,000.0

2010 2011 2012 2013 2014 2015 (Est.)

USD

Milh

ões

Bens Serviços Transferencias Correntes Rendimentos Conta Corrente

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50

Quadro 11: Principais Produtos Importados em 2015 (em USD Milhões)

DESCRIÇÃO 2013 (FOB) 2014 (FOB) 2015 (FOB)

COMBUSTÍVEIS MINERAIS/ÓLEOS MINERAIS/PRODUTOS DA SUA DESTILAÇÄO/CEREAIS

MINERAIS3 720,85 2 552,00 1 529,20

REACTORES NUCLEARES/CALDEIRAS/MÁQUINAS/APARELHOS E INSTRUMENTOS

MECÂNICOS/PARTES2 273,51 4 174,68 4 022,74

VEÍCULOS AUTOMÓVEIS/TRACTORES/CICLOS/OUTROS TERRESTRES/PARTES/ACESSÓRIOS 1 828,08 3 410,44 1 074,06

MÁQUINAS/APARELHOS/MATERIAIS ELÉCTRICOS/PARTES; APARELHOS GRAVAÇÄO/REPRO

SOM/IMA 1 227,65 2 239,47 1 432,08

EMBARCAÇÖES E ESTRUTURAS FLUTUANTES 370,02 58,46 161,78

OBRAS DE FERRO FUNDIDO, FERRRO OU AÇO 971,52 1 859,72 1 486,63

CARNES E MIUDEZAS, COMESTÍVEIS 1 144,56 912,42 612,09

FERRO FUNDIDO, FERRO E AÇO 551,78 760,46 564,57

BEBIDAS, LÍQUIDOS ALCOÓLICOS E VINAGRES 508,59 638,66 374,13

PLÁSTICO E SUAS OBRAS 419,82 592,94 450,77

OUTROS 9 426,84 11 387,55 8 343,54

TOTAL GERAL 22 443,23 28 586,80 20 051,60

Fonte: BNA

Constata-se que os produtos com maior peso nas importações foram sobretudo os dos sectores de energia, transportes, assim como na construção. Por outro lado, tendo em conta que a produção agro-industrial ainda é insuficiente para satisfazer a procura por produtos agrícolas, as importações de bens alimentares continuam a ter um peso significativo na estrutura das importações.

Gráfico 13: Principais Países de Proveniência das Importações

Fonte: BNA

Ao contrário do verificado em anos anteriores, a China foi o principal país de proveniência dos bens importados em 2015. No entanto, as importações provenientes da China tiveram uma redução de 17,66% face a 2014, fixando-se nos USD 2.861,99 Milhões(em 2014 cresceu 30,35%).

Em relação a Portugal, o segundo país em termos de origem das importações com 12,70% do valor total, as importações de bens deste país registaram um decréscimo de 36,58% em relação ao ano de 2014 fixando-se nos USD 2.627,12 Milhões.

0.00

500.00

1,000.00

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4,500.00

CHINA

PORTU

GAL

SINGAPU

RA

REPÚBLIC

A DA COREIA

BELGICA

E.U.A

BRASIL

ÁFRICA DO SUL

REINO UNIDO

MALÁSIA

USD

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ões

2014 2015

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Relatório e Contas • 2015

51

As importações provenientes de Singapura, o país que se segue a Portugal em termos de peso no total das importações (9,08%), situaram-se nos USD 1.878,99 Milhões, o que apresenta uma redução de 54,21% relativamente ao ano de 2014.

Conta de Capital e Financeira 3

A Conta de Capital e Financeira apresentou um saldo excedentário de USD 5.678,9 Milhões, correspondendo a 5,4% do PIB, contra um saldo deficitário em 2014 de USD 961,2 Milhões (-0,7% do PIB) determinado, fundamentalmente, pela conta financeira, já que a conta de capital tem apresentado valores nulos desde 2013.

A evolução favorável da Conta Financeira deveu-se ao comportamento positivo registado no investimento directo líquido e nos Outros Capitais (líquidos).

Gráfico 14: Conta Financeira e Suas Componentes

Fonte: BNA

O investimento directo líquido apresentou um saldo positivo de USD 6.788,5 Milhões contra um défice no ano anterior de USD 2.331,4 Milhões, devido à redução das saídas de investimento directo para o estrangeiro em menos USD 10.472,2 Milhões face ao ano anterior (-55,5%). De realçar que este fluxo, de natureza essencialmente privada não financeira, relaciona-se com a execução de projectos ligados maioritariamente ao sector petrolífero. As entradas de investimento directo estrangeiro (IDE) alcançaram o valor total de USD 15.186,9 Milhões representado, contudo, uma redução de 8,2% relativamente ao ano anterior, que foi de USD 16.543,1 Milhões. Os Outros Capitais (líquidos), por sua vez, apresentaram um saldo deficitário de USD 5.176,8 Milhões representando, contudo, uma melhoria de USD 635,3 Milhões (10,9%) relativamente ao ano anterior.

No que concerne aos Capitais de Médio e Longo Prazo (líquidos), estes registaram um saldo positivo de USD 4.067,2 Milhões apresentando, contudo, uma redução de 43,4% relativamente ao ano anterior. Esta evolução deveu-se essencialmente à queda em cerca de USD 3.113,6 Milhões (-23,5%) registada nos desembolsos da divida externa. As amortizações da divida externa, por sua vez, estabilizaram-se face ao ano anterior nos USD 6.069,33 Milhões.

Por fim, importa frisar que a Conta de Capital (por via de transferências de capital) tem apresentado valores residuais ao longo dos anos, pelo que o Saldo da Conta de Capital e Financeira é influenciado apenas pela Conta Financeira.

3 Os dados sobre a Conta de Capital e Financeira são estimados

-15,000.0

-10,000.0

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2010 2011 2012 2013 2014 2015 (Est.)

USD

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Capitais de Médio e longo prazo Outros capitais Investimento Directo Conta Financeira

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2.4.2. Reservas Internacionais

A posição das reservas internacionais líquidas (RIL) no final de 2015 foi de USD 24.550,2 Milhões (23,5% do PIB), contra os USD 27.276,1 Milhões (21,0% do PIB) no ano anterior, correspondendo a uma redução de cerca de 10,0% face ao ano anterior. No entanto, apesar disso, assiste-se a um aumento do rácio de cobertura das importações de 6,5 meses em 2014 para os 8,0 meses de importações de bens e serviços em 2015. A redução das RIL em 2015 deveu-se à redução dos Depósitos em moeda estrangeira do Governo e dos Bancos em 14,49% e 67,38%, situando-se nos USD 9.845,90 Milhões e USD 974,22 Milhões, respectivamente, tendo as Reservas do BNA aumentado em cerca de 4,43% face ao ano anterior, fixando-se nos USD 13.883,81 Milhões. Por sua vez, as Obrigações de curto prazo reduziram em 70,35% para os USD 153,73 Milhões, tendo tido por conseguinte um contributo positivo na variação das RIL.

Gráfico 15: Reservas Brutas e Rácio de Cobertura das Importações

Fonte: BNA

Em termos gerais, não obstante ter-se observado alguma perda de reservas cambiais em 2015, estas permanecem ainda em níveis confortáveis, cobrindo 8,0 meses de importações de bens e serviços. Contudo, a permanência dos preços do petróleo em níveis baixos poderá pôr em causa a sustentabilidade das contas externas no futuro. Neste contexto, e de acordo com a agência Moody’s, o actual indicador de vulnerabilidade externa encontra-se já acima do registado para países com rating semelhante.

2.4.3. Mercado Cambial Nacional

Ao longo de 2015, o BNA orientou a sua política cambial para a desvalorização da moeda nacional aliada a intervenções regulares no mercado cambial com a venda de divisas, no sentido de encontrar um equilíbrio entre a oferta e procura por divisas e atenuar as pressões sobre o referido mercado.

Assim, em 2015, verificou-se uma depreciação do Kwanza em relação ao Dólar norte-americano em todos os mercados. Particularmente, em termos médios anuais, o Kwanza no mercado primário registou uma depreciação de 31,65% face ao Dólar, fixando-se no final do período em 135,32 USD/Kz, no mercado secundário depreciou 32,77% no caso das divisas e 36,65% no caso das notas fixando-se em 137,72 USD/Kz e 144,61 USD/Kz, respectivamente e nas casas de câmbio depreciou 87,51% para os 221,08 USD/Kz no final do período.

- 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00 10.00

10,000.00

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Reservas Brutas Rácio de Cobertura das Importações (ELD)

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Relatório e Contas • 2015

53

Quadro 12: Taxas de Câmbio no Mercado Primário e Secundário

dez/11 dez/12 dez/13 dez/14 dez/15

Mercado Primário (USD/Kz) 95,282 95,826 97,619 102,786 135,315

Variação Média 2,85% 0,57% 1,87% 5,29% 31,65%

Mercado Secundário - Divisas (USD/Kz) 96,754 97,672 98,807 103,727 137,717

Variação Média 3,12% 0,95% 1,16% 4,98% 32,77%

Mercado Informal (USD/Kz) 102,417 104,833 104,667 123,750 264,583

Variação Média 1,15% 2,36% -0,16% 18,23% 113,80%

Casas de Câmbio (USD/Kz) 100,375 101,053 101,920 117,900 221,079

Variação Média 3,68% 0,68% 0,86% 15,68% 87,51%

Fonte: BNA

Em termos reais, a moeda nacional no mercado oficial depreciou-se no final do ano de 2015 em relação ao período homólogo do ano anterior 15,93%, ao passar de 73,40 USD/Kz em Dezembro de 2014 para os 85,08 USD/Kz em Dezembro de 2015. No mercado informal também se depreciou, mas em níveis superiores aos da taxa de câmbio oficial.

Gráfico 16: Taxa de Câmbio de Referência Nominal e Real no Mercado Primário

Fonte: BNA

Para além da desvalorização da moeda nacional, o BNA implementou outras medidas no sentido de reforçar o seu empenho na atenuação das pressões sobre o mercado cambial, tais como (i) a venda directa de divisas com base numa lista de prioridades em funções das necessidades primárias da economia, dando uma maior prioridade às importações de géneros alimentícios, medicamentos e matérias-primas para a agricultura, a indústria e o sector petrolífero, (ii) a introdução de restrições aos pagamentos em moeda estrangeira; (iii) o aumento do número de leilões semanais de vendas de divisas e, (iv) a alteração das regras para a participação nas sessões de compra e venda de moeda estrangeira, exigindo que os bancos comerciais constituam contas cativas em Kwanzas no montante correspondente ao volume previsional de necessidades de recursos cambiais para a semana seguinte, visando um maior controlo das necessidades bem como minimizar tendências especulativas.

Assim, em 2015, o BNA vendeu aos bancos comerciais, para efeitos de cobertura de transacções com o exterior, um volume total de USD 17,29 Mil Milhões (contra os USD 19,17 Mil Milhões em 2014), apresentando uma redução de cerca de 9,81% face ao ano anterior. Esta evolução é consequência da redução acentuada do preço do barril de petróleo, que limitou a disponibilidade de oferta de moeda estrangeira ao mercado. De realçar que, o provimento do montante de recursos cambiais aos bancos comerciais permitiu, como contrapartida, e na perspectiva da regulação monetária, absorver liquidez em moeda nacional no montante de Kz 2.109,22 Mil Milhões. Os bancos comerciais ainda adquiriram dos seus clientes USD 2,67 Mil Milhões, contra os USD 15,29 Mil Milhões em 2014 apresentando, contudo, uma queda de 82,55%.

60.00

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USD/

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Taxa de Câmbio Real Taxa de Câmbio Nominal

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De realçar que, em 2015, o total das vendas de divisas efectuadas pelo BNA ficou aquém da procura por divisas pelos Bancos Comerciais (de cerca de USD 45,11 Mil Milhões), satisfazendo apenas cerca de 38,3% da procura total.

Gráfico 17: Vendas de Divisas

Fonte: BNA

As vendas de divisas directas para assegurar questões prioritárias, isto é, excluindo os leilões de vendas de divisas do BNA aos bancos comerciais, situaram-se nos USD 9.79 Mil Milhões.

Por outro lado, as vendas de divisas dos bancos comerciais aos seus clientes em 2015 diminuíram 47,02% face ao ano anterior para os USD 18.432,19 milhões (USD 34.790,53 milhões em 2014), o que corresponde a 94,16% das divisas que adquiram através das várias fontes (BNA, Clientes e Mercado interbancário). Do total de vendas de divisas aos bancos comerciais, 50,88% foram destinados às operações de mercadorias, 37,35% para as operações de invisíveis, 7,58% para reposição cambial, 2,16% para as casas de câmbio e 2,04% para as operações de capitais. Em termos gerais e relativamente ao ano anterior, verifica-se um aumento do peso das operações de invisíveis (em mais 2,87 p.p.) e da reposição cambial (em mais 0,50 p.p.) no total das vendas de divisas e, uma redução do peso das operações de mercadorias (em menos 2,60 p.p.), das casas de câmbio (em menos 0,57 p.p.) e das operações de capitais (em menos 0,20 p.p.) no total das vendas de divisas.

De realçar que, o volume de pagamentos efectuados para as operações de importações de bens e serviços, apurado com base na informação regulamentar reportada ao Banco Central pelas instituições bancárias, foi de USD 18,77 Mil Milhões. A fonte de recursos em moeda estrangeira para a sua cobertura foi fundamentalmente garantida, em cerca de 92,13%, pelo BNA, através de sessões regulares de leilão de vendas de divisas no mercado primário.

Para terminar, refira-se que, apesar das medidas tomadas pelo BNA no sentido de atenuar a pressão sobre o mercado cambial, este permaneceu ainda durante o ano de 2015 com desequilíbrios, como reflexo dos problemas de liquidez no mercado cambial bem como das expectativas de desvalorização e dos controlos cambiais.

-

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BNA Clientes Interbancário

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Relatório e Contas • 2015

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PARTE II – SISTEMA BANCÁRIO ANGOLANO

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3. Desempenho do Sistema Bancário Angolano

3.1. Actividade do Sistema Bancário

Em Dezembro de 2015, o Activo do Sistema Bancário atingiu um montante de cerca de Kz 8.387,1 Mil Milhões comparativamente aos Kz 7.128,5 Mil Milhões registados em Dezembro de 2014, representando um aumento de cerca de 17,66% (2,96% em termos reais) motivado sobretudo pelo aumento de títulos e valores mobiliários e das disponibilidades em 47,92% (29,45% em termos reais) e 35,40% (18,49% em termos reais), respectivamente.

Relativamente à estrutura de negócios da banca, o crédito líquido manteve a sua relevância com um peso de 38,05% (apesar de ter diminuído o seu peso em cerca de 3 p.p.), seguindo-se os títulos e valores mobiliários com 27,27% e disponibilidades com 18,43%.

Painel 14: Estrutura do Activo Total (em %)

Fonte: BNA

Ao longo de 2015 continuou a verificar-se a migração de activos detidos em Moeda Estrangeira (ME) para Moeda Nacional (MN) no agregado do sistema financeiro, sendo que os activos em MN representaram 71,93% do total, valor que é superior em 1,09 p.p. em relação ao período homólogo.

O crédito total do sistema bancário atingiu um total de Kz 3.593,31 Mil Milhões (contra Kz 3.205,51 Mil Milhões registados no período homólogo) tendo aumentado 12,10% face ao ano anterior. No que concerne à denominação por moedas, o crédito em MN aumentou 7,28% face ao período homólogo, correspondendo a um peso de 69,91% do total da carteira. De igual modo, o crédito em ME aumentou em cerca de 25,15%, devido sobretudo ao efeito da variação cambial, representando 30,09% do total da carteira.

Por sua vez, o crédito vencido aumentou de Kz 465,7 Mil Milhões em 2014 para os Kz 599,2 Milhões no final de 2015, apresentando um aumento de 28,67% (12,60% em termos reais), devido sobretudo ao aumento significativo do nível de incumprimento. Com efeito, o rácio de crédito vencido sobre o crédito total aumentou de 14,53% para 16,68%.

18.43%

6.17%

27.27%

0.04% 0.63% 0.68%

38.05%

0.00%

3.28% 0.00% 5.45%

Composição do Activo em Dezembro de 2015

16.01%

11.59%

21.69%

0.00% 0.30% 0.48%

41.20%

0.00%

3.20% 0.00% 5.53%

Composição do Activo em Dezembro de 2014

Disponibilidades

Aplicações de liquidez

Títulos e valores mobiliários

Instrumentos financeiros derivados

Créditos no sistema de pagamentos

Operações cambiais

Créditos

Clientes comerciais e industriais

Outros valores

Inventários comerciais e industriais e adiantamentos a fornecedores

Imobilizações

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Relatório e Contas • 2015

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Gráfico 18: Crédito Vencido/Crédito Total

Fonte: BNA

As provisões constituídas para o crédito vencido aumentaram de Kz 162,3 Mil Milhões em Dezembro de 2014 para Kz 260,5 Mil Milhões em Dezembro de 2015, apresentando um acréscimo de 60,46% (46,19% em termos reais). Consequentemente o peso do crédito vencido não provisionado sobre os fundos próprios regulamentares diminuiu de 42,10% em Dezembro de 2014 para 33,52% em Dezembro de 2015, atenuando assim o risco de crédito.

Relativamente ao passivo total, este aumentou em mais Kz 1.101,4 Mil Milhões, totalizando os Kz 7.508,0 Mil Milhões, representando uma expansão de cerca de 17,19% (2,56% em termos reais) face ao período homólogo. Esta evolução resultou do aumento dos depósitos em 13,89% face ao ano anterior, fixando-se nos Kz 6.094,30 Mil Milhões, mantendo-se como a maior fonte de captação de recursos das instituições financeiras bancárias, com um peso de 81,17% sobre o passivo total. Deduzindo o efeito da taxa de inflação, os depósitos totais reduziram cerca de 0,33% face ao ano anterior. Importa referir que 59,20% do total dos depósitos agregados do sistema estão concentrados em apenas quatro bancos.Relativamente à denominação por moeda e à semelhança do Activo, o passivo apresenta-se predominantemente em moeda nacional, representando cerca de 67,70% do volume total de obrigações do sistema bancário.

Painel 15: Estrutura do Passivo Total (em %)

Fonte: BNA

14.5%

17.0% 18.3% 18.1%

16.7%

0.0%

2.0%

4.0%

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Dec-14 Mar-15 Jun-15 Sep-15 Dec-15

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0.02%

2.24% 0.00%

0.51% 0.00%

Composição do Passivo Total em Dezembro de 2015

83.52%

5.18% 0.10% 0.01%

1.45% 0.77%

6.27% 0.09% 1.91%

0.00%

0.68% 0.00%

Composição do Passivo Total em Dezembro de 2014

Depósitos

Captações para liquidez

Captações com títulos e valores mobiliários

Instrumentos financeiros derivados

Obrigações no sistema de pagamentos

Operações cambiais

Outras captações

Adiantamentos de clientes

Outras obrigações

Fornecedores comerciais e industriais

Provisões para responsabilidades prováveis

Provisões técnicas

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No fim do exercício económico de 2015, o resultado líquido da banca aumentou em mais Kz 94,9 Mil Milhões, situando-se nos Kz 139,5 Mil Milhões em Dezembro de 2015, representando um aumento de cerca de 212,84% (173,77% em termos reais) influenciado pelo aumento dos resultados de negociações e ajuste ao valor justo dos proveitos de operações cambiais.

3.2. Principais Indicadores do Sistema Bancário

Fazendo uma análise dos principais indicadores do sistema bancário, realça-se que, em termos de rendibilidade do sistema, o ROE4 e o ROA5 aumentaram de 4,88% para 12,84% (7,96 p.p.) e de 0,63% para 1,68% (1,05 p.p.), respectivamente. A margem financeira aumentou de Kz 214,6 Mil Milhões em Dezembro de 2014 para Kz 297,3 Mil Milhões em Dezembro de 2015 (38,56%), como consequência do aumento dos proveitos de títulos e valores mobiliários e dos proveitos de créditos em cerca de Kz 70,3 Mil Milhões (77,71%) e Kz 41,9 Mil Milhões (16,58%), respectivamente, motivando por sua vez o aumento do produto bancário de 53,01% para os 56,37%.

Tendo em conta a situação actual do mercado cambial, o rácio de liquidez imediata em ME do sistema bancário diminuiu consideravelmente de 29,73% para 19,80%, deixando perceber uma menor capacidade de cobertura das suas obrigações de curto prazo com clientes. De forma contrária, o rácio de liquidez imediata em MN aumentou de 50,09% para 65,53%, devido ao aumento das disponibilidades em cerca de 90,81% (Kz 533,5 Mil Milhões).

Gráfico 19: Rácios de Liquidez Geral e Imediata

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

dez/14 mar/15 jun/15 set/15 dez/15

Liquidez Geral( ME e MN) Liquidez Geral ME

Liquidez Geral MN Liquidez Im ediata (ME e MN)

Liquidez Imediata MN Liquidez Imediata ME

Fonte: BNA

Devido ao aumento em maior proporção dos depósitos face aos créditos, o rácio de transformação (crédito/depósitos) diminuiu ligeiramente de 59,90% para 58,96%.

Em Dezembro de 2015, o conjunto dos bancos a actuar no sistema financeiro possuía Fundos Próprios Regulamentares (FPR) avaliados em Kz 1.124,9 Mil Milhões, representando um incremento de Kz 203,6 Mil Milhões face a 2014, Exigências de Capital para o Risco Cambial (ECRC) avaliados em Kz 91,1 Mil Milhões, representando um aumento de Kz 41,2 Mil Milhões face a 2014, e Activos Ponderados pelo Risco (APR) avaliados em Kz 4.769,4 Mil Milhões, tendo aumentado cerca de Kz 622,4 Mil Milhões relativamente ao ano anterior.

4 Rendibilidade dos Capitais: Este rácio corresponde à capacidade de geração de lucro dos capitais próprios, ou seja, corresponde ao rácio entre os Resultados Líquidos

de uma organização num determinado período e o valor dos seus capitais próprios existente no final desse mesmo período.

5 Rendibilidade do Activo: O ROA permite avaliar a capacidade dos activos de uma determinada organização em gerar resultados, e calcula-se pelo rácio entre o valor

dos Resultados Operacionais e o valor do Activo Total.

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Relatório e Contas • 2015

59

Gráfico 20: Rácio de Solvabilidade

19,85%

21,15%

19,57%

18,80%

19,80%

17,50%

18,00%

18,50%

19,00%

19,50%

20,00%

20,50%

21,00%

21,50%

0,00

1.000,00

2.000,00

3.000,00

4.000,00

5.000,00

6.000,00

dez/14 mar/15 jun/15 set/15 dez/15

Kz M

il M

ilhõe

s

FPR ECRC APR Rácio de solvabilidade

Fonte: BNA

De um modo geral, o sistema bancário angolano continuou a demonstrar capitalização suficiente para suportar razoáveis riscos económicos e financeiros, com o rácio de solvabilidade a situar-se em 19,80% no final de 2015, acima do limite mínimo regulamentar de 10%, tal como estabelece o Aviso N.º 05/07, de 12 de Setembro.

4. Sistemas de Pagamentos

O Sistema de Pagamentos de Angola (SPA) é composto por três subsistemas de compensação — Subsistema de Compensação de Cheques (SCC), Subsistema Multicaixa (MCX) e Subsistema de Transferências a Crédito (STC) — e um subsistema de liquidação - Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR), através do qual são liquidados os saldos das compensações, bem como as operações efectuadas no Sistema de Gestão de Mercado de Activos (SIGMA) e transferências interbancárias individuais de fundos de valor igual ou superior a Kz 5 milhões ou, ainda, as transferências de carácter urgente solicitadas por clientes bancários de valor inferior ao indicado.

Gráfico 21: Estrutura do Sistema de Pagamentos de Angola (SPA)

Instrumento

Operador

Subsistema

Subsistemas  de  compensação

Cartões  Cheques

EMISMCX

Liquidação  por  bruto

•compra/v.  ME•Banco  a  Banco•Valor  elevado•…

BNASPTR

Transf.  Crédito

EMISSTC

EMISSCC

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Nesta perspectiva, para garantir o adequando funcionamentos dos subsistemas referidos acima compete ao BNA por meio da sua função de controlo e acompanhamento dos sistemas de pagamentos assegurar o cumprimento dos objectivos de interesse público — segurança, fiabilidade operacional, transparência e eficiência tendo em vista a excelência do seu funcionamento e a minimização de potenciais riscos de forma a proporcionar a estabilidade das instituições financeiras e dos mercados.

A legislação angolana confere ao Banco Nacional de Angola responsabilidades no controlo do regular funcionamento do SPA, que o Banco operacionaliza ao nível do seu Departamento de Sistema de Pagamentos Assim, no período em análise, o controlo e acompanhamento dos subsistemas foi executado em conformidade com metodologias e princípios emanados no Documento de Política de Vigilância, bem como o Manual de Normas e Procedimentos de Vigilância. Neste âmbito, o BNA realizou encontros com os intervenientes do SPA através de reuniões do Conselho Técnico do Sistema de Pagamentos de Angola (CTSPA). que é o órgão consultivo do BNA para a regulamentação do Sistema de Pagamentos de Angola, deste modo, foi emitida regulamentação6 relacionada com instrumentos ou subsistemas de pagamentos, de forma a aprimorar as condições de enquadramento regulamentar, facilitar a oferta de instrumentos e serviços de pagamento inovadores por parte dos operadores bem como promover o acesso aos serviços de pagamento pelos agentes económicos.

4.1. Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR)

Tendo em consideração o papel central do SPTR como sistema de liquidação por bruto em tempo real, a sua disponibilidade é imprescindível para o funcionamento regular do SPA, assim como para a estabilidade do sector financeiro. Em termos operacionais, o SPTR teve 248 sessões, correspondentes aos dias úteis do ano, cujas horas médias de abertura e fecho foram 07h53 e 18h54 7 , respectivamente.

Quadro 13: Número e Montante de Operações Liquidadas no SPTR

Volume T.V.H.

2015/2014

Montante (Kz Mil Milhões) T.V.H.

2015/20142013 2014 2015 2013 2014 2015

Total 265 327 318 097 323 048 1,56% 75 043 105 275 70 224 -33,29%

Interb. 13 290 12 505 10 801 -13,63% 24 279 29 804 12 664 -57,51%

SIGMA 11 005 15 779 17 274 9,47% 40 956 61 695 43 741 -29,10%

Lev/Dep 11 238 15 372 11 263 -26,73% 773 2 261 1 849 -18,24%

Clientes 219 263 271 053 277 486 2,37% 5 743 9 595 9 450 -1,52%

Outros 10 531 3 388 6 224 83,71% 3 291 1 919 2 521 31,39%

Fonte: BNA

Em termos de volume de operações, destacam-se as ordenadas por clientes bancários que totalizaram 277 mil (85,29% do volume global), correspondendo um crescimento de 2,37% em relação ao ano anterior. Como consequência dessa variação, o número total de operações liquidadas no SPTR registou um aumento de 1,56% face ao ano de 2014.

O montante de operações liquidadas em 2015, excluindo os saldos de compensação, apresentou um decréscimo de 33,29% face ao total de 2014, em virtude da diminuição verificada a nível das operações interbancárias e do SIGMA, cujos decréscimos foram de 57,50% e 29,10%, respectivamente.

6 Para informações mais detalhadas sobre esta regulamentação consultar anexos do presente relatório.

7 Fecho tardio da aplicação (segundo o MPN-SPTR, o fecho do SPTR deve ocorrer as 17h), devido a necessidades de liquidação das operações dos Mercados de Activos,

Cambial e principalmente para garantir a liquidação das operações do Ministério das Finanças, relacionadas essencialmente com pagamento de salários da função

pública e outras despesas do Estado.

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Relatório e Contas • 2015

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4.2. Subsistemas de Compensação

Em termos globais, no ano de 2015, os subsistemas de compensação do SPA obtiveram um crescimento em volume e em montante das operações de cerca de 21,64% e 8,89%, respectivamente, face a 2014. O Subsistema Multicaixa foi o que registou maior predominância no SPA em termos de volume e montante de operações em cerca de 98,92% e 54,73%, respectivamente.

Em meados de 2015, com a substituição do SCV pelo Subsistema de Compensação de Cheques (SCC), o cheque passou a ser o único instrumento de pagamento em suporte de papel compensado no SPA, correspondendo a 100% do volume e do montante deste novo subsistema.

Painel 16: Número e Montante de Documentos Compensados do SCV

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

2013 2014 2015

mer

o de

Ope

raçõ

es

Ord. de Saque

Doc. de Crédito

Cheques

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

2013 2014 2015

Kz M

ilhõe

s

Fonte: BNA

No período em análise, o Subsistema de Transferências a Crédito (STC) processou 1,31 milhões de transferências no montante total de Kz 620.778 milhões, representando um aumento de 52,51% e 34,48%, respectivamente, face ao ano de 2014.

Painel 17: Transferências Efectuadas no STC

Fonte: BNA

0 20,000 40,000 60,000 80,000

100,000 120,000 140,000 160,000 180,000 200,000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Núm

ero

de O

pera

ções

0

10,000

20,000

30,000

40,000

50,000

60,000

70,000

80,000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Kz M

ilhõe

s

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Na rede Multicaixa, em 2015, foram registadas 165 milhões de operações, o que corresponde a um aumento de 21,62% face ao ano anterior, das quais 60,69% foram levantamentos e 39,31% pagamentos. Apesar da quota de cartões activos na rede ter diminuído em 2015 cerca de 3,1%, as operações financeiras na rede registaram um crescimento de 27% face ao ano anterior.

Painel 18: Operações no Multicaixa em 2015

0

5

10

15

20

25

30

35

jan

fev

mar abr

mai jun jul

ago

set

out

nov

dez

Núm

ero

de O

pera

ções

Outras ops

Outros pagtos

Comps(i ncl. Dev.)

Levs 0

50

100

150

200

250

300

jan

fev

mar abr

mai jun jul

ago

set

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Kz M

il M

ilhõe

s

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PARTE III – ACTIVIDADES RELEVANTES

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5. Actividades do Banco Nacional de Angola

5.1. Comités Colegiais

O Banco Nacional de Angola, segundo a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho, tem como principais funções assegurar a preservação do valor da moeda nacional e participar na definição das políticas monetária, financeira e cambial.Neste âmbito, compete ao Banco Nacional de Angola a execução, acompanhamento e controlo das políticas monetárias, cambial e de crédito, a gestão do sistema de pagamentos e administração do meio circulante no âmbito da política económica do País.Por forma a estabelecer directrizes para a implementação das suas principais atribuições, o Banco Nacional de Angola instituiu três comités colegiais, nomeadamente o Comité de Política Monetária, o Comité de Estabilidade Financeira e o Comité de Investimentos.

5.1.1. Comité de Política Monetária

O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola tem como objectivo definir o curso da Política Monetária e estabelecer a Taxa Básica de Juros – a Taxa BNA – bem como as taxas de juro das facilidades permanentes de cedência e de absorção de liquidez.

O Comité é constituído pelo Governador do Banco Nacional de Angola, que o preside, pelos Vice-Governadores e pelos Administradores do BNA. Como convidados às reuniões de periodicidade mensal do CPM constam também os Directores dos Departamentos de Estudos Económicos (que exerce a função de secretariado), de Mercados de Activos e de Estatística do Banco Nacional de Angola8.

Ao longo do ano de 2015, o CPM acompanhou a evolução da conjuntura económica quer a nível nacional quer a nível internacional, com base na qual tomou decisões no âmbito das suas funções. A evolução da taxa de inflação que, em termos homólogos, se situou acima da meta prevista para 2015, foi um dos indicadores que justificou a tomada de decisão no sentido de aumento das taxas de juro directoras ao longo do exercício.

5.1.2. Comité de Estabilidade Financeira

De acordo com o Despacho de 08 de Maio de 2012, o BNA criou o Comité de Estabilidade Financeira (COMEF), um órgão de consulta do Conselho de Administração no domínio da estabilidade financeira, apoiando na definição de directrizes e estratégias para a mitigação do risco sistémico, assim como na adopção de políticas macro-prudenciais em articulação com as demais entidades de supervisão do Sistema Financeiro Nacional.

Compete ao COMEF, por um lado, definir os mecanismos de prevenção e os planos de contingência para a solução de crises financeiras e, por outro, avaliar a execução macroeconómica e o comportamento das principais variáveis que possam afectar a estabilidade financeira, incluindo a situação do sistema financeiro mundial na perspectiva do risco sistémico e probabilidade de contágio a nível doméstico. Para o efeito, é analisado e avaliado o comportamento dos principais indicadores de crescimento, rentabilidade, liquidez e solvência do sistema financeiro angolano, propondo políticas que promovam a sua solidez e eficiência.

Este Comité é presidido pelo Governador do BNA e integra os demais membros do Conselho de Administração, membros do corpo directivo do BNA cujas matérias têm relação com a estabilidade financeira, podendo ainda participar outras entidades Reguladoras do Sistema Financeiro e individualidades convidadas. O COMEF reúne-se ordinariamente uma vez por trimestre e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu presidente.

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No ano de 2015, foram realizadas quatro reuniões trimestrais, nas quais foram analisadas as vulnerabilidades do sistema financeiro angolano e as acções implementadas para a mitigação dos diferentes riscos que promovem a instabilidade financeira, ao nível da conjuntura macroeconómica, sector externo, mercado monetário, sistema de pagamentos e sistema financeiro, destacando-se:

1) O estabelecimento de requisitos mínimos de informação que as instituições financeiras devem satisfazer para publicitar os produtos e serviços financeiros que comercializam junto do público;

2) O Estabelecimento de metodologias para a constituição de Provisões;

3) A implementação e acompanhamento dos requisitos de Branqueamento de Capital e Financiamento ao Terrorismo no sistema financeiro.

5.1.3 Comité de Investimento

No decurso do exercício económico de 2015, o Comité de Investimento, no seu papel de apoio ao Conselho de Administração na definição, análise, aprovação e monitoramento dos activos externos (reservas internacionais brutas), sob gestão do Banco Nacional de Angola, efectuou duas sessões de trabalho, no âmbito da assessoria do Banco Mundial à gestão das reservas, cujo alcance visou:

1) O reforço da Governance e adopção das boas práticas de gestão das reservas internacionais, mediante o incremento de competências dos decisores das estratégias de investimento, a adopção do modelo de alocação estratégica de activos e a adequação do monitoramento dos indicadores de risco financeiro e a revisão do quadro normativo de referência á gestão das reservas;

2) Sobre matérias relacionadas com as sociedades gestoras de activos, foi recomendado a criação de um sector especializado, de modo a elevar os níveis de qualidade do monitoramento dos investimentos, que permitam a preservação do capital e proporcionem a liquidez ajustada ao perfil do Banco Central.

Gestão das Reservas

As Reservas Internacionais Brutas têm como princípios base da sua gestão a preservação do capital, a elevada liquidez dos activos financeiros que a compõem e a obtenção de retorno ajustados ao perfil conservador do Banco Nacional de Angola enquanto Banco Central.

Com referência a 31 de Dezembro de 2015 as Reservas Internacionais Brutas contraíram 11% no ano, situando-se em USD 24.703,93 Milhões. A queda das receitas petrolíferas, decorrente do contínuo decréscimo do preço do barril de petróleo nos mercados internacionais, a execução da despesa fiscal e as intervenções no mercado cambial interbancário foram os principais factores de contracção do exercício.

Os investimentos com os recursos que compõem as reservas internacionais brutas são efectuados adoptando uma estratégia activa, com perfil conservador, de acordo com as boas práticas da gestão das reservas emanadas pelos organismos multilaterais, designadamente o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

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Quadro 14: Alocação por Classe de Activo a 31 de Dezembro de 2015

Classes de Activo %

Instrumentos do mercado Monetário (Depósitos Bancários e Equivalentes) 43%

Títulos de Dívida (Soberanas, supranacionais, agências governamentais) 48%

Ouro 3%

Outros Investimentos 7%

100%

Fonte: BNA

A exposição por moeda, no final do exercício, reparte-se em 73% USD, 11% EUR, 10% GBP e 6% outras moedas.

A qualidade de crédito da carteira sob gestão do Banco Nacional de Angola é de 70% em entidades com notação de rating considerado com bom grau de investimento (superior BB). A duração média da carteira sob gestão fechou em torno dos 2 anos, sendo que o nível de liquidez dos activos se situou acima dos 94%. O Valor em Risco total da carteira saldou-se em 1,42% no final de 2015, representando a perda máxima esperada dos investimentos efectuados.

A rentabilidade anualizada dos investimentos com as reservas internacionais situou-se em torno dos 5% igualando ao exercício de 2014, considerando a manutenção de um ambiente de baixas taxas de juros para os instrumentos monetários e de rendimento fixo.

5.2. Organização e Gestão de Recursos

5.2.1. Desenvolvimento Organizacional

No domínio da Organização, Planeamento e Controlo Interno, o Banco continuou a desenvolver esforços no sentido de modernizar a sua estrutura, processos e procedimentos internos e de se adequar aos princípios e às melhores práticas de governação corporativa.

No último ano do ciclo de Planeamento Estratégico traçado para o período de 2013-2015, o BNA desenvolveu um conjunto de acções de carácter estratégico e estruturante dentre as quais se destaca a elaboração do Balanço do Plano Estratégico relativo ao período compreendido entre 2013 e 2015, aprovado pelo Conselho de Administração do Banco em Março de 2013, o qual se converteu num orientador do desenvolvimento das acções desenvolvidas pelo BNA durante o período.

O balanço da execução do Plano Estratégico 2013 – 2015 evidencia o grau de execução das acções enquadradas nas diferentes perspectivas do mapa estratégico. Neste sentido, é de destacar a perspectiva do sistema financeiro, com um grau de execução de 75%, seguindo-se a sociedade e organização e infra-estrutura, ambas com 64% e, finalmente, a perspectiva do capital humano com 58%. No geral, o grau de execução do Plano Estratégico foi de 65%.

Abrangendo a generalidade dos âmbitos de actuação da instituição, nomeadamente, Política Monetária e Cambial, Supervisão das Instituições Financeiras, Gestão do Meio Circulante, Organização, Controlo Interno e Transparência Institucional, e Infraestruturas Físicas e Tecnológicas, com alcance e repercussão em termos de processos, sistemas de informação, pessoas e infraestruturas físicas e tecnológicas, o ano em análise foi marcado pelo início de 16 projectos e pela conclusão de 11. (vide Relação de Projectos em anexos)

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Relatório e Contas • 2015

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Painel 19: Gestão da Carteira de projectos em 2015

1

2

7

3

3

Projectos Novos

Polí tica Monetária e Cambial

Supervisão das Instituições Financeiras

Organização, Co ntrolo In terno e Transparência Institucional

Capital Humano

Infraestrutura Tecnológica

Infraestrutura Fí si ca

1

1

2

4

3

Projectos Concluídos

Fonte: BNA

No cômputo geral, o portfólio do BNA passou a integrar 32 projectos, os quais têm contribuído, significativamente, para a modernização organizacional do Banco, traduzida em resultados reflectidos na melhoria paulatina do seu funcionamento.

Gráfico 22: Projectos em Curso

22

13

3

5

7

Polí tica Monetária e Cambial

Supervisão das Instituições Financeiras

Organização, Co ntrolo Interno e Transparência InstitucionalCapital Humano

Infraestrutura Tecnológica

Infraestrutura Fí si ca

No âmbito da actividade normativa e de normalização foram emitidos e normalizados 60 documentos de carácter normativo9 , voltados para a organização e funcionamento do sistema financeiro e da própria instituição.

Quadro 15: Documentos Normativos emitidos ao longo de 2015

Ano

Despachos Avisos Instrutivos

Organização ProjectosCirculação Monetária

Política Monetária e

Cambial

Sistemas de Pagamentos

Política Monetária e

Cambial

Sistemas de Pagamentos

2015 18 3 7 6 6 17 3

Total 28 12 20

Fonte: BNA

9 O Anexo 3 apresenta uma tabela que contém todos os Despachos, Avisos e Despachos criados ao longo de 2015.

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5.2.2. Gestão de Risco

Em 2015, o Departamento de Gestão de Risco (DRI) beneficiou de uma reestruturação, com a aprovação do novo Manual de Organização Administrativa (MOA) através de Despacho n.º 27/2015. Esta reestruturação do Departamento surge no sentido de proporcionar um melhor alinhamento e adequação da sua estrutura e processos aos objectivos estratégicos do Banco Nacional de Angola, em consonância com a Orientação Estratégica “Desenvolvimento de uma cultura de gestão de risco e robustecimento do sistema de controlo interno”, associada ao objectivo de “Fortalecer a Governação Corporativa”, tendo sido criadas quatro funções principais, nomeadamente: Riscos Financeiros, Riscos Não Financeiros, Compliance e Gestão da Continuidade de Negócio.

5.2.3. Recursos Humanos

No âmbito do objectivo estratégico voltado para o desenvolvimento do capital humano importa destacar:

1) A operacionalização do Fundo de Pensões dos Trabalhadores do BNA, sob gestão de uma seguradora;

2) A continuidade de iniciativas de desenvolvimento e valorização contínua das competências dos trabalhadores, através da formação de curto prazo (seminários) e médio prazo (mestrados no país e no exterior, em diversas especialidades e universidades de referência). Além da formação técnico profissional, o BNA continuou a apostar na aprendizagem da língua inglesa dos técnicos e gestores intermédios;

3) A implementação de projectos ligados à promoção social, saúde e bem-estar dos trabalhadores;

4) O desenvolvimento do projecto ESS MSS, com vista à criação do Portal do RH, que tem como objectivo a descentralização da função RH, permitindo um maior envolvimento dos colaboradores nas actividades da responsabilidade do DRH, referentes à actualização de cadastro, gestão de tempos (efectividade), gestão da formação, entre outras funcionalidades.

5.2.4. Tecnologias de Informação

Na vertente das tecnologias de informação e comunicação, em 2015, as acções estiveram direccionadas para a adopção de boas práticas na sua gestão, a criação das condições tecnológicas para garantir a continuidade dos serviços em caso de falha na infraestrutura e a implementação da arquitectura tecnológica integrada e escalável.

5.2.5. Gestão de Património e Serviços

Ao longo do ano de 2015, na continuidade do cumprimento do Plano Estratégico da Instituição e tendo em conta a Linha de orientação Estratégica “Modernização das infraestruturas físicas” foram levadas a cabo várias obras de reabilitação parcial ou total de edifícios adstritos ao património do BNA, bem como a adequação e modernização de edifícios no âmbito do processo de automatização do sistema de recontagem e casas fortes, estudos de impacto ambiental no âmbito do controlo dos níveis de poluição dos projectos de edificação.

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Relatório e Contas • 2015

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5.2.6. Relações Internacionais

Durante o ano de 2015, o BNA participou em várias actividades promovidas pelos distintos organismos regionais e internacionais dos quais é membro, bem como por instituições congéneres ou similares com as quais mantém relações de cooperação bilateral, sendo de destacar as actividades constantes do quadro 3 dos Anexos do presente relatório.

5.2.7. Comunicação Institucional

Ao longo do ano de 2015, tendo em consideração a relevância crescente das actividades do BNA, convindo manter a sociedade devidamente informada sobre as matérias de carácter público, foram desenvolvidas várias actividades de carácter externo e realizadas outras de carácter interno, no âmbito da política de responsabilidade social e promoção da identidade de imagem da Instituição.

Deste leque de actividades, destacam-se as campanhas de comunicação sobre o lançamento das moedas comemorativas e de poder liberatório de 50 e 100 Kz, a parceria com o Ministério da Educação sobre a inclusão da literacia no ensino primário e a divulgação da campanha de comunicação sobre as medidas de educação financeira face à crise económica actual, destacando-se o programa “ABC da educação financeira”.

No que respeita às actividades de carácter social, mais especificamente, por ocasião do 39º aniversário do BNA, procedeu-se à realização de um concurso de fotografia, bem como a angariação de fundos destinados a crianças e idosos carenciados.

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PARTE IV – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

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Introdução

De acordo com o previsto no artigo 86.º da Lei nº. 16/10 de 15 de Julho, são apresentadas as Demonstrações Financeiras do Banco Nacional de Angola (adiante designado por “BNA” ou “Banco”), relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2015, que compreendem o Balanço, a Demonstração dos resultados, a Demonstração dos resultados e do outro rendimento integral, a Demonstração das alterações nos capitais próprios, a Demonstração dos fluxos das operações em moeda estrangeira e as respectivas Notas anexas às Contas, aprovadas pelo Conselho de Administração em sessão realizada em 22 de Julho de 2016.

A preparação e apresentação de Demonstrações Financeiras, em conformidade com os procedimentos e Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro, foram definidas como um objectivo do BNA, reflectindo o sentido da trajectória seguida pelo seu Conselho de Administração, tendo em vista a modernização do Modelo de Governação e de Gestão.

Este objectivo consubstanciou-se na adopção parcial das Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (IAS/IFRS) como referencial contabilístico para a preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras do exercício findo em 31 de Dezembro de 2015.

As Demonstrações Financeiras são apresentadas em milhares de Kwanzas (mAOA).

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Principais mutações na composição do Balanço

Valores em milhares de AOA 2015 2014 Variação

Montante %

ACTIVO 4 074 424 758 3 431 576 075 642 848 683 19%

Ouro 85 106 242 72 231 818 12 874 424 18%

Activos sobre o exterior 3 422 880 887 2 951 414 683 471 466 204 16%

Activos internos 464 628 948 340 291 688 124 337 260 37%

Activos tangíveis e intangíveis 31 727 460 26 785 619 4 941 841 18%

Outros activos 70 081 221 40 852 267 29 228 954 72%

PASSIVO 3 452 173 548 3 123 054 455 329 119 093 11%

Notas e moedas em circulação 519 587 896 477 974 757 41 613 139 9%

Reservas bancárias 1 111 718 421 759 715 456 352 002 965 46%

Mercado monetário interbancário 43 914 129 342 955 673 (299 041 544) -87%

Conta Única do Tesouro 1 380 718 438 1 203 526 437 177 192 001 15%

Outras responsabilidades internas 137 973 - 137 973 0%

Fundo Monetário Internacional 103 081 220 159 106 961 (56 025 741) -35%

Outros passivos 293 015 471 179 775 171 113 240 300 63%

CAPITAIS PRÓPRIOS 622 251 210 308 521 620 313 729 590 102%

Em 31 de Dezembro de 2015, o Activo do Banco apresenta um saldo de mAOA 4.074.424.758, traduzindo um acréscimo de mAOA 642.848.683 comparativamente a 31 de Dezembro de 2014. Esta variação de 19%, deve-se essencialmente à reavaliação cambial dos investimentos financeiros denominados em moeda estrangeira, decorrente da desvalorização de 32% do Kwanza face ao Dólar dos Estados Unidos, sendo igualmente explicada pelas seguintes situações:

• Aumento de 37% dos “Activos internos” associado essencialmente ao aumento de mAOA 98.318.147 das operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária;

• Investimento na construção e reabilitação do património do Banco, que se reflectiu num aumento líquido de mAOA 4.941.841 dos “Activos tangíveis e intangíveis”;

• Reconhecimento de mAOA 13.539.567 nos “Outros activos” referente aos Kwanzas a serem repatriados no âmbito do Acordo de Conversão Monetária com o Banco da Namíbia (BoN);

Em 31 de Dezembro de 2015, o Passivo do Banco apresenta um saldo de mAOA 3.452.173.548, que se traduz num acréscimo de mAOA 329.119.093, face a 31 de Dezembro de 2014, explicado essencialmente pelas seguintes situações:

• Aumento de 46% das “Reservas Bancárias” decorrente da publicação dos Instrutivos n.º 03/2015 de 23 de Fevereiro e nº 16/2015 de 22 de Julho, que aumentaram a percentagem das reservas obrigatórias em moeda nacional de 15% para 20% e de 20% para 25%, respectivamente, sobre os activos elegíveis;

• Diminuição de 87% do “Mercado monetário interbancário”, decorrente da diminuição das operações ocasionais de absorção de liquidez das instituições de crédito;

• Aumento de mAOA 177.192.001 do saldo da “Conta Única do Tesouro” (CUT), explicada essencialmente pelo efeito de actualização cambial das posições em moeda estrangeira, tendo este efeito sido parcialmente compensado pela redução destas posições decorrente dos pagamentos efectuados em nome do Tesouro;

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• Redução de 35% das responsabilidades para com o Fundo Monetário Internacional (FMI) decorrente da contínua amortização do empréstimo celebrado no Standby Arrangement; e

• Aumento de 63% do saldo da rubrica “Outros passivos” explicado essencialmente por:

- Aumento de mAOA 38.324.843 referentes aos reforços das provisões de riscos de mercado e de riscos diversos nos montantes de mAOA 37.178.781 e mAOA 1.146.062, respectivamente;

- Reconhecimento de mAOA 52.275.943 referente ao valor a pagar no âmbito do Acordo de Conversão Monetária com o Banco da Namíbia (Nota 17); e

- Reconhecimento de mAOA 34.859.104 referente à actualização das responsabilidades com pensões de reforma e outros benefícios de acordo com o cálculo actuarial.

Em 31 de Dezembro de 2015, os Capitais Próprios do Banco apresentam um saldo de mAOA 622.251.210, que traduz um aumento de mAOA 313.729.590 face a 31 de Dezembro de 2014, em consequência de:

• Aumento das reservas de reavaliação cambial em mAOA 328.668.528;

• Resultado do exercício de 2015 de mAOA 12.949.684; e

• Estes impactos foram parcialmente compensados pela distribuição de dividendos ao Ministério da Finanças (MINFIN), referentes ao resultado do exercício económico de 2014, no valor de mAOA 8.737.295 e pela redução de mAOA 19.151.327 da reserva de reavaliação de justo valor, justificada maioritariamente pela desvalorização da cotação do ouro no mercado.

Evolução dos resultados

No exercício de 2015, os principais indicadores da conta de resultados evoluíram do seguinte modo:

Valores em milhares de AOA 2015 2014 Variação

Montante %

Margem financeira 59 628 806 27 459 037 32 169 769 117%

Comissões líquidas 7 231 527 12 253 352 (5 021 825) -41%

Resultados em operações financeiras 11 329 911 6 420 963 4 908 948 76%

Resultados operacionais 78 284 798 26 519 592 51 765 206 195%

Resultados de exploração (143 525 358) (58 090 785) (85 434 573) 147%

RESULTADO DO EXERCÍCIO 12 949 684 14 562 159 (1 612 475) -11%

O resultado do exercício de 2015 ascende a mAOA 12.949.684, sendo a variação face ao exercício anterior explicada essencialmente por:

• Aumento de 117% da “Margem financeira” decorrente essencialmente dos juros de operações de redesconto e dos rendimentos das Obrigações do Tesouro indexadas ao Dólar dos Estados Unidos, e dos juros de crédito interno;

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Relatório e Contas • 2015

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• Diminuição de 41% das “Comissões líquidas” explicada essencialmente pela redução de mAOA 3.794.504 das comissões recebidas por operações realizadas por conta de terceiros e pelo aumento de mAOA 912.985 das comissões de gestão e custódia de instrumentos financeiros;

• Aumento de 76% dos “Resultados em operações financeiras” decorrente do acréscimo de mAOA 6.175.549 dos resultados provenientes das aplicações geridas por entidades externas;

• Aumento de 195% dos “Resultados operacionais” resultante essencialmente do acréscimo de mAOA 53.755.317 dos resultados cambiais, justificado pela desvalorização cambial do Kwanza;

• Aumento de 147% dos “Resultados de exploração” explicada essencialmente por:

- Reforço de mAOA 38.178.781 de provisões reconhecidas no exercício;

- Aumento de mAOA 15.857.633 dos custos com pessoal explicado essencialmente pelo aumento da rubrica “Encargos sociais obrigatórios” de mAOA 18.870.137 referente ao apuramento e reconhecimento das responsabilidades com pensões de reforma e outros benefícios, que foi parcialmente compensado por redução da rubrica “Encargos sociais facultativos”.

Reconhecimento de mAOA 39.554.882 de perdas por imparidade líquidas de reversões nomeadamente a depósitos à ordem de moeda estrangeira e operações de redesconto nos montantes de mAOA 6.585.330 e mAOA 32.969.552, respectivamente.

Balanços em 31 de Dezembro de 2015 e 2014

ACTIVO Notas 2015 2014 PASSIVO E CAPITAIS PRÓPRIOS Notas 2015 2014

Ouro 3 85 106 242 72 231 818 Notas e moedas em circulação 12 519 587 896 477 974 757

Activos sobre o exterior Responsabilidades para com instituições de crédito

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 4 245 764 198 211 542 012 nacionais relacionadas com operações de política monetária

Aplicações em instituições de crédito 5 1 218 574 149 1 119 514 666 Reservas bancárias 13 1 111 718 421 759 715 456

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 7 724 121 967 566 238 487 Mercado monetário interbancário 13 43 914 129 342 955 673

Activos financeiros disponíveis para venda 7 1 155 254 857 975 239 369 Responsabilidades internas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional 8 79 165 716 78 374 350 Conta Única do Tesouro 14 1 380 718 438 1 203 526 437

Investimentos em associadas e outras entidades 9 - 505 799 Outras responsabilidades 14 137 973 -

3 422 880 887 2 951 414 683 Responsabilidades externas para com outras entidades

Activos internos Fundo Monetário Internacional 8 103 081 220 159 106 961

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 4 14 893 516 348 806 Responsabilidades com pensões e outros benefícios 15 143 033 493 113 483 305

Aplicações em instituições de crédito 5 13 170 660 15 048 761 Provisões 16 78 934 326 40 609 483

Operações de financiamento às instituições de Outros valores passivos 17 71 047 652 25 682 383

crédito relacionadas com operações de política monetária 6 205 147 525 106 829 378 Total do Passivo 3 452 173 548 3 123 054 455

Investimentos detidos até à maturidade 7 56 581 424 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital 7 174 440 000 174 440 000 Capital 18 270 000 000 270 000 000

Investimentos em associadas e outras entidades 9 395 823 430 360 Reservas de reavaliação 19 302 480 590 (7 036 611)

464 628 948 340 291 688 Outras reservas 20 36 820 936 30 996 072

Resultados transitados 20 - -

Activos tangíveis 10 31 072 715 26 054 252 Resultado do exercício 12 949 684 14 562 159

Activos intangíveis 10 654 745 731 367 Total dos Capitais Próprios 622 251 210 308 521 620

Outros valores activos 11 70 081 221 40 852 267

Total do Activo 4 074 424 758 3 431 576 075 Total do Passivo e Capitais Próprios 4 074 424 758 3 431 576 075

As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

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Demonstrações dos resultados para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014

Notas 2015 2014

Juros e rendimentos similares 22 67 803 818 35 132 638

Juros e encargos similares 23 (8 175 012) (7 673 601)

Margem financeira 59 628 806 27 459 037

Rendimentos de serviços e comissões 24 10 169 726 13 947 017

Encargos com serviços e comissões 25 (2 938 199) (1 693 665)

Comissões líquidas 7 231 527 12 253 352

Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados 26 11 681 346 5 505 797

Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 27 - 915 166

Resultados de investimentos em associadas e outras entidades 28 (351 435) -

Resultados em operações financeiras 11 329 911 6 420 963

Resultados cambiais 29 80 592 773 26 837 456

Custos relativos à emissão de notas e moedas 30 (1 961 527) (1 518 452)

Resultados de alienação de outros activos 31 4 047 44 113

Outros resultados operacionais 32 (350 495) 1 156 475

Resultados operacionais 78 284 798 26 519 592

Custos com pessoal 33 (54 923 975) (39 066 342)

Fornecimentos e serviços de terceiros 34 (9 160 299) (7 620 685)

Amortizações do exercício 10 (1 707 421) (2 348 396)

Provisões líquidas de reposições e anulações 16 (38 178 781) (9 055 362)

Perdas por imparidade líquidas de reversões 4 e 6 (39 554 882) -

Resultados de exploração (143 525 358) (58 090 785)

Resultado do exercício 12 949 684 14 562 159

As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

Demonstrações dos resultados e do outro rendimento integral para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014

2015 2014

Resultado líquido do exercício 12 949 684 14 562 159

Itens que poderão ser reclassificados posteriormente para resultados

Variações da reserva de reavaliação de justo valor de:

Activos financeiros disponíveis para venda 604 937 15 554 725

Ouro (19 756 264) (2 554 720)

Variações da reserva de reavaliação cambial 328 668 528 (27 143 042)

- -

Rendimento / (gasto) reconhecido directamente nos Capitais Próprios 309 517 201 (14 143 037)

Rendimento integral do exercício 322 466 885 419 122

As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

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Relatório e Contas • 2015

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Demonstrações das alterações nos capitais próprios para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014

Capital

ReservasResultados transitados

Resultado do exercício TotalReservas de reavaliação Outras reservas

Justo valor Cambial Reserva legal Reserva livre

Saldos em 31-12-2013 270 000 000 (49 306 313) 56 412 739 12 712 155 12 712 155 (111 534) 14 208 239 316 627 441

Transferência de resultados de 2013 - - - 2 841 648 2 841 648 - (5 683 296) -

Distribuição de resultados de 2013 - - - - - - (8 524 943) (8 524 943)

Outras variações de reservas - - - - (111 534) 111 534 - -

Rendimento integral do exercício - 13 000 005 (27 143 042) - - - 14 562 159 419 122

Saldos em 31-12-2014 270 000 000 (36 306 308) 29 269 697 15 553 803 15 442 269 - 14 562 159 308 521 620

Transferência de resultados de 2014 - - - 2 912 432 2 912 432 - (5 824 864) -

Distribuição de resultados de 2014 - - - - - - (8 737 295) (8 737 295)

Rendimento integral do exercício - (19 151 327) 328 668 528 - - - 12 949 684 322 466 885

Saldos em 31-12-2015 270 000 000 (55 457 635) 357 938 225 18 466 235 18 354 701 - 12 949 684 622 251 210

As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

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Demonstrações dos fluxos das operações em moeda estrangeira para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014

2015 2014

Actividades Operacionais

Proveitos de aplicações de liquidez 9 416 979 11 559 981

Proveitos de títulos e valores mobiliários 17 220 384 31 036 766

Despesas de produção de notas e moedas (601 046) (3 009 189)

Pagamentos de custos administrativos (3 031 472) (2 204 649)

Acordo de conversão monetária com o BoN (5 415 770) -

Outros pagamentos e recebimentos (42 069) (1 006 779)

Fluxos de caixa de actividades operacionais 17 547 006 36 376 130

Actividades de Investimento

Investimentos em:

Títulos de dívida soberana estrangeira 82 308 616 (10 520 950)

Aplicações geridas por entidades externas 14 951 230 30 229 605

Aplicações de liquidez - -

Operações cambiais (24 209 665) 745 513

Aquisições e alienações de imobilizado (17 773) (617 463)

Fluxos de caixa de actividades de investimento 73 032 408 19 836 705

Actividades de Financiamento

Diminuições (aumentos) de depósitos de residentes:

Tesouro Nacional (162 411 026) (567 631 385)

Instituições Financeiras - Reservas bancárias (73 750 780) 263 072 334

Fundo Monetário Internacional (41 495 338) (49 175 295)

Fluxos de caixa de actividades de financiamento (277 657 144) (353 734 346)

Efeito da variação cambial em caixa e seus equivalentes 340 016 192 40 986 556

Variação de caixa e seus equivalentes 152 938 462 (256 534 955)

Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no início do exercício 1 344 043 331 1 600 578 286

Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no fim do exercício 1 496 981 793 1 344 043 331

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o agregado “Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira” apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito (Nota 4)

Notas e moedas em moeda estrangeira em caixa 13 561 014 16 454

Depósitos à ordem em moeda estrangeira:

No exterior 245 764 198 211 542 012

No país 1 326 419 327 115

Aplicações em instituições de crédito (Nota 5)

Depósitos a prazo

No exterior 1 216 574 172 1 117 014 525

No país 19 755 990 15 017 998

Aplicações subordinadas - 125 227

1 496 981 793 1 344 043 331

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PARTE V – NOTAS ANEXAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

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1 – NOTA INTRODUTÓRIA

A origem do Banco Nacional de Angola remonta a 14 de Agosto de 1926, data da criação do Banco de Angola, com sede em Lisboa. Até 1957, o Banco de Angola deteve, em exclusivo, o comércio bancário, altura em que surgiu no mercado o Banco Comercial de Angola, de direito estritamente Angolano, representando um novo marco na história do país.

No panorama das transformações político-económicas que se sucederam até à década de 80, e tendo em atenção a importância do sistema monetário e financeiro do país, foi desenvolvido em Agosto de 1975 o chamado processo da tomada da Banca, que levou ao confisco do activo e passivo do Banco de Angola e à criação do Banco Nacional de Angola, um ano após a independência nacional, através da Lei n.º 69/76, publicada no Diário da República Nº 266 – 1ª Série, de 10 de Novembro de 1976.

A partir de 1978 e através da Lei n.º 4/78, de 25 de Fevereiro, a actividade bancária passou a ser exclusivamente exercida pelos bancos do Estado, na medida em que foram formalmente encerrados os bancos comerciais privados, facilitando assim a extensão da rede de balcões do BNA por todo o território nacional.

Em 1991 e com base na Lei n.º 5/91, de 20 de Abril - Lei das Instituições Financeiras, iniciou-se um novo passo na implementação de um sistema bancário de dois níveis, pelo que o BNA passou a exercer a função de Banco Central consagrado como autoridade monetária e agente da autoridade cambial, retirando-se assim das funções comerciais que exercia até então.

Neste momento, o BNA está presente no país, através das suas delegações regionais localizadas nas províncias de (i) Cabinda; (ii) Huíla; (iii) Benguela; (iv) Malange; e (v) Huambo.

De acordo com a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho – Lei do Banco Nacional de Angola, que estabelece a sua Lei Orgânica, as suas funções passaram a ter dois vectores principais: i) assegurar a preservação do valor da moeda nacional e, ii) como Banco Central:

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a) Actuar como banqueiro único do Estado;

b) Aconselhar o Estado nos domínios monetários, financeiro e cambial;

c) Colaborar na definição e executar a política cambial bem como o respectivo mercado;

d) Gerir as disponibilidades externas do país ou as que lhe sejam cometidas;

e) Agir como intermediário nas relações monetárias internacionais do Estado;

f) Zelar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de financiador de última instância;

g) Garantir e assegurar um sistema de informação, compilação e tratamento das estatísticas monetárias, financeira e cambiais e demais documentação, nos domínios da sua actividade de forma a servir como instrumento eficiente de coordenação, gestão e controlo;

h) Elaborar e manter actualizado o registo completo da dívida externa do país, assim como efectuar a sua gestão; e

i) Elaborar a balança de pagamentos externos do país.

O Conselho de Administração, enquanto órgão responsável pela definição das políticas de gestão e administração do BNA, é responsável pela preparação e apresentação das demonstrações financeiras e das demais informações constantes do presente relatório, zelando pela sua integralidade e objectividade, de forma a garantir que as operações e transacções decorrentes da sua missão sejam realizadas e processadas de acordo com o estabelecido nas normas e procedimentos em vigor.

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2 – BASES DE APRESENTAÇÃO E RESUMO DAS PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1 – Bases de apresentação

As demonstrações financeiras do BNA para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2015 foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações, com base no plano de contas aprovado pelo Conselho de Administração no exercício de 2013. Este plano de contas considera na sua globalidade, as orientações técnicas e os princípios consagrados nas Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (IAS/IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), com as derrogações descritas na alínea b) abaixo.

O Banco adoptou o plano de contas pela primeira vez no exercício findo em 31 de Dezembro de 2013, considerando para o efeito os termos da IFRS 1 – Adopção pela primeira vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro, as quais foram aplicadas retrospectivamente para todos os períodos apresentados.

A Lei Orgânica do Banco não determina a estrutura de apresentação das demonstrações financeiras que o Banco deve adoptar. Desta forma, coube ao Conselho de Administração do BNA decidir sobre a aplicabilidade das Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (IFRS/IAS) nas demonstrações financeiras, tendo em consideração a sua Lei Orgânica e as suas funções enquanto entidade operadora das políticas fiscal, cambial e monetária do país.

Adopção de normas (novas ou revistas) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Commitee (IFRIC)

As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões têm aplicação obrigatória pela primeira vez no exercício findo em 31 de Dezembro de 2015:

• IFRS3–Concentraçãodeactividadesempresariais:Clarifica que a IFRS 3 exclui do seu âmbito de aplicação a formação de um acordo conjunto nas demonstrações financeiras do próprio acordo conjunto.

• IFRS13–Mensuraçãopelo justovalor: Clarifica que a excepção de aplicação da norma a activos e passivos financeiros com posições compensadas se estende a todos os contractos no âmbito da IAS 39, independentemente de cumprirem com a definição de activo ou passivo financeiro da IAS 32.

• IAS40–Propriedadesdeinvestimento: Clarifica que é necessário aplicar juízo de valor para determinar se a aquisição de uma propriedade de investimento constitui uma aquisição de um activo ou uma concentração de actividades empresariais abrangida pela IFRS 3. Não foram produzidos efeitos significativos nas demonstrações financeiras no exercício findo em 31 de Dezembro de 2015, decorrente da adopção das normas, interpretações, emendas e revisões acima referidas.

a) Normas, interpretações, emendas e revisões que irão entrar em vigor em exercícios futuros

As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões não foram adoptadas em 31 de Dezembro de 2015, em virtude de a sua aplicação não ser ainda obrigatória, apenas em exercícios económicos futuros:

•IAS19–Benefíciosdosempregados: (Emenda):Contribuições de empregadosEsta emenda aplica-se a contribuições de empregados ou terceiros para planos de benefícios definidos. Simplifica a contabilização das contribuições que sejam independentes do número de anos de prestação de serviço do empregado, como por exemplo, contribuições efectuadas pelo empregado que sejam calculadas com base numa percentagem fixa do salário, que sejam uma quantia fixa ao longo de todo o período de serviço ou

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uma quantia que dependa da idade do empregado. Tais contribuições passam a poder ser reconhecidas como uma redução dos custos do serviço no período em que o serviço é prestado.

• Melhoramentosdasnormasinternacionaisderelatofinanceiro(ciclo2010-2012)– Estas melhorias envolvem a clarificação de alguns aspectos relacionados com:

• IFRS2–Pagamentoscombaseemacções:definiçãodevestingcondition;Actualiza definições, clarifica o que se entende por condições de aquisição e clarifica ainda situações relacionadas com preocupações que haviam sido levantadas sobre condições de serviço, condições de mercado e condições de performance.

• IFRS3–Concentraçãodeactividadesempresariais:contabilizaçãodepagamentoscontingentes;Introduz alterações no reconhecimento das alterações de justo valor dos pagamentos contingentes classificados como passivos ou activos relacionados com combinações de negócios, os quais passam subsequentemente a ser valorizados ao justo valor através de resultados, independentemente de estarem, ou não, no âmbito da IAS 39 (ou IFRS 9).

• IFRS 8 – Segmentos operacionais: divulgações relacionadas com o julgamento aplicado emrelação à agregação de segmentos e clarificação sobre a necessidade de reconciliação do total deactivosporsegmentocomovalordeactivosnasdemonstraçõesfinanceiras;

• IAS16–Activosfixos tangíveisea IAS38–Activos intangíveis:necessidadedereavaliaçãoproporcionaldeamortizaçõesacumuladasnocasodereavaliaçãodeactivosfixos:No caso de revalorização a norma passa a prever a possibilidade de entidade poder optar entre proceder ao ajustamento do valor bruto com base em dados observáveis no mercado ou que possa alocar a variação, de forma proporcional, à alteração ocorrida no valor contabilístico sendo, em qualquer dos casos, obrigatória a eliminação das amortizações acumuladas por contrapartida do valor bruto do activo. Estas alterações só se aplicam a revalorização efectuadas no ano em que a alteração for aplicada pela primeira vez e ao período imediatamente anterior. Pode fazer a reexpressão para todos os períodos anteriores mas não é obrigada a fazê-lo. Contudo, se não fizer, deverá divulgar o critério usado nesses períodos

• IAS24–Divulgaçõesdepartesrelacionadas:definequeumaentidadequepresteserviçosdegestãoàEmpresaouàsuaempresa-mãeéconsideradaumaparterelacionada:Clarifica que uma entidade de gestora – uma entidade que presta serviços de gestão – é uma parte relacionada sujeita aos requisitos de divulgação associados. Adicionalmente, uma entidade que utilize os serviços de uma entidade de gestão é obrigada a divulgar os gastos incorridos com tais serviços.

• IFRS13–Mensuraçãopelojustovalor:clarificaçõesrelativasàmensuraçãodecontasareceberou a pagar de curto prazo.

• Melhoramentosdasnormasinternacionaisderelatofinanceiro(ciclo2012-2014) – Estas melhorias envolvem a clarificação de alguns aspectos relacionados com:

• IFRS 5 – Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas:introduz orientações de como proceder no caso de alterações quanto ao método expectável de realização(vendaoudistribuiçãoaosaccionistas);

• IFRS 7 – Instrumentos financeiros: divulgações: clarifica os impactos de contratos deacompanhamento de activos no âmbito das divulgações associadas a envolvimento continuado de activos desconhecidos, e isenta as demonstrações financeiras intercalares das divulgações

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exigidasrelativamenteacompensaçãodeactivosepassivosfinanceiros;

• IAS19–Benefíciosdosempregados:definequea taxaautilizarparaefeitosdedescontodebenefícios definidos deverá ser determinada com referência às obrigações de alta qualidade de empresasquetenhamsidoemitidasnamoedaemqueosbenefíciosserãoliquidados;

• IAS34–Relatofinanceirointercalar:clarificaçãosobreosprocedimentosaadoptarquandoainformação está disponível em outros documentos emitidos em conjunto com as demonstrações financeiras intercalares.

• IAS1–Apresentaçãodedemonstraçõesfinanceiras–“DisclosureIniciative”

• Esta emenda vem clarificar alguns aspectos relacionados com a iniciativa de divulgações, designadamente: (i) a entidade não deverá dificultar a inteligibilidade das demonstrações financeiras através da agregação de itens materiais com itens imateriais ou através da agregação de itens materiais com naturezas distintas; (ii) as divulgações especificamente requeridas pelas IFRS apenas têm de ser dadas se a informação em causa for material; (iii) as linhas das demonstrações financeiras especificadas pela IAS 1 podem ser agregadas ou desagregadas, conforme tal for mais relevante para os objectivos do relato financeiro; (iv) a parte do outro rendimento integral resultante da aplicação do método da equivalência patrimonial em associadas e acordos conjuntos deve ser apresentada separadamente dos restantes elementos do outro rendimento integral segregando igualmente os itens que poderão vir a ser reclassificados para resultados dos que não serão reclassificados; (v) a estrutura das notas deve ser flexível, devendo estas respeitar a seguinte ordem:

- Uma declaração de cumprimento com as IFRS na primeira secção das notas;

- Uma descrição das políticas contabilísticas relevantes na segunda secção;

- Informação de suporte aos itens da face das demonstrações financeiras na terceira secção;

- Outra informação na quarta secção.

• IAS 16 – Activos fixos tangíveis e IAS 38 – Activos intangíveis – Métodos de depreciaçãoaceitáveis

• Esta emenda estabelece a presunção (que pode ser refutada) de que o rédito não é uma base apropriada para amortizar um activo intangível e proíbe o uso do rédito como base de amortização de activos fixos tangíveis. A presunção estabelecida para amortização de activos intangíveis só poderá ser refutada quanto o activo intangível é expresso em função do rendimento gerado ou quando a utilização dos benefícios económicos está altamente correlacionada com a receita gerada.

• IAS27–DemonstraçõesFinanceirasSeparadas

• Esta emenda vem introduzir a possibilidade de mensuração dos interesses em subsidiárias, acordos conjuntos e associadas em demonstrações financeiras separadas pelo método da equivalência patrimonial, para além dos métodos de mensuração actualmente existentes. Esta alteração à norma é de aplicação retrospectiva.

O BNA não procedeu à aplicação antecipada nas demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de Dezembro de 2015, não sendo estimados impactos significativos nas demonstrações financeiras decorrentes da sua adopção.

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b) Derrogações de normas e interpretações

À data de transição, e considerando as especificidades da sua actividade enquanto regulador do sistema financeiro e responsável pela execução das políticas monetária e cambial do país, bem como pela gestão das reservas internacionais, o Banco decidiu não adoptar as seguintes normas e interpretações emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC):

• IAS 21 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio: O Banco manteve inalterado o tratamento contabilístico dado às variações cambiais decorrentes da actualização dos activos e passivos expressos em moeda externa às taxas de câmbio em vigor, sendo as valias cambiais potenciais reconhecidas numa rubrica de capitais próprios denominada “Reservas de reavaliação cambial” e apenas registadas como resultados quando realizadas. Face a grande volatilidade dessas valias e a sua condição de potenciais, o Conselho de Administração considerou que a adopção da norma poderia traduzir-se numa possível alteração dos princípios de capitalização do Banco e em interferência na gestão da política monetária, considerando que a distribuição de dividendos ou a cobertura de prejuízos daí resultantes, afectariam directamente a magnitude da base monetária com eventuais efeitos inflacionistas, para além de gerar fluxos financeiros entre o Tesouro e o Banco Central com base em resultados não efectivos.

• IFRS 9 – Instrumentos financeiros (2009) e emendas posteriores - Esta norma insere-se no projecto de revisão da IAS 39 e estabelece os novos requisitos relativamente à classificação e mensuração de activos e passivos financeiros, à metodologia de cálculo de imparidade e para a aplicação das regras de contabilidade de cobertura. Esta norma é de aplicação obrigatória para os exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2018.

• IFRS 10 – Demonstrações financeiras consolidadas: O Banco decidiu não apresentar demonstrações financeiras consolidadas, mantendo as suas participações valorizadas ao custo de aquisição com reconhecimento de eventuais perdas por imparidade, independentemente do controlo e/ou influência significativa que possa ter sobre as entidades participadas.

• IFRS16–Locações- Esta norma vem introduzir os princípios de reconhecimento e mensuração de locações, substituindo a IAS 17 – Locações. A norma define um único modelo de contabilização de contractos de locação que resulta no reconhecimento pelo locatário de activos e passivos para todos os contractos de locação, excepto para as locações com um período inferior a 12 meses ou para as locações que incidam sobre activos de valor reduzido. Os locadores continuarão a classificar as locações entre operacionais ou financeiras, sendo que a IFRS 16 não implicará alterações substanciais para tais entidades face ao definido na IAS 17.

Estas derrogações de normas e interpretações continuaram a ser aplicadas nas demonstrações financeiras do Banco no exercício findo em 31 de Dezembro de 2015.

Adicionalmente, o Banco decidiu adoptar parcialmente as seguintes normas e interpretações emitidas pelo IASB e pelo IFRIC:

• IAS 39 – Instrumentos financeiros: Reconhecimento e mensuração: As obrigações do Tesouro recebidas no âmbito da realização do aumento de capital social aprovado pela Lei do BNA foram registadas no reconhecimento inicial, na linha de activos financeiros recebidos em aumento de capital, pelo seu valor nominal, mais uma vez tendo em consideração o impacto da adopção desta norma na capitalização do Banco e da sua consequente interferência na gestão de política monetária do país.

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• IAS19–Benefíciosaempregados:O Banco encontra-se a aplicar a IAS 19 para todos os benefícios a empregados, excepto em relação ao reconhecimento das responsabilidades com pensões de reforma e outros benefícios pós emprego. Para apurar estas responsabilidades, o Banco solicita anualmente um estudo actuarial a um perito independente, o qual tem por base pressupostos actuariais e financeiros que melhor se adaptam à população e à realidade do Banco. Todas as responsabilidades com pensões de reforma são registadas por contrapartida de resultados. Após a constituição do fundo de pensões, que se espera que ocorra em 2015, o Banco irá reavaliar a sua posição quanto à aplicabilidade desta norma, tendo em conta que o artigo 88º da Lei Orgânica do Banco prevê que sejam registados em resultados do exercício dotações para o fundo de pensões.

As demonstrações financeiras do BNA em 31 de Dezembro de 2015 e 2014 encontram-se expressas em milhares de Kwanzas, tendo os activos e os passivos denominados em outras divisas sido convertidos para a moeda nacional, com base nas taxas de câmbio médias indicativas que se seguem:

Moedas 2015 2014

1 Dólar dos Estados Unidos (USD) 135,315 102,863

1 Euro (EUR) 147,832 125,195

1 Dólar Canadiano (CAD) 97,535 88,488

1 Rand da África do Sul (RAD) 14,206 8,875

1 Libra Esterlina (GBP) 200,300 160,003

1 Yuan Renmimbi da China (CNY) 20,846 16,585

A 4 de Janeiro de 2016 verificou-se um forte depreciação do kwanza, face as restantes moedas internacionais, apresentando as seguinte taxas de câmbio:

Moedas 31-12-2015 04-01-2016

1 Dólar dos Estados Unidos (USD) 135,315 155,612

1 Euro (EUR) 147,832 169,664

1 Dólar Canadiano (CAD) 97,535 112,137

1 Rand da África do Sul (RAD) 14,206 14,206

1 Libra Esterlina (GBP) 200,300 230,656

1 Yuan Renmimbi da China (CNY) 20,846 23,964

Os efeitos da depreciação do Kwanza no Balanço do Banco são apresentados na nota 38.

2.2 – Resumo das principais políticas contabilísticas

Além dos princípios contabilísticos aplicáveis a certas rubricas das demonstrações financeiras, descritos especificamente ao longo do presente anexo, de uma forma geral o BNA utiliza na preparação das suas demonstrações financeiras os seguintes princípios contabilísticos e critérios valorimétricos:

a) Especialização de exercícios

O Banco Nacional de Angola adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação à generalidade das rubricas das demonstrações financeiras. Deste modo, os proveitos e custos são reconhecidos em função do período de vigência das operações, sendo registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu recebimento ou pagamento.

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b) Transacções em moeda estrangeira

As contas do Banco são preparadas na divisa do ambiente económico em que opera (“moeda funcional”), sendo expressas em Kwanzas.

As operações em moeda estrangeira são registadas segundo os princípios do sistema “multi currency”, isto é, registadas nas respectivas moedas de denominação, sendo convertidas para Kwanzas com base nas taxas de câmbio em vigor na data em que ocorrem. Os activos e passivos denominados em moeda estrangeira são convertidos para Kwanzas mediante a utilização da taxa de câmbio média publicada pelo Banco na data de relato financeiro. Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais potenciais são registados numa rubrica específica de capital próprio denominada “Reservas de reavaliação cambial”, sendo as diferenças cambiais efectivamente realizadas, quer sejam negativas ou positivas, registadas na demonstração dos resultados do exercício em que ocorrem, nas respectivas rubricas de “Perdas e ganhos associados a diferenças cambiais” (Nota 19 e 29).

c) Instrumentos financeiros

1. Reconhecimento inicial

Os activos e passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor, excepto para as obrigações do Tesouro emitidas para a realização do capital social, sendo os custos directamente imputados à transacção acrescidos ao valor da posição em balanço.

O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda de um activo ou pago para transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes no mercado à data da mensuração.

2. Classificação de instrumentos financeiros

2.a. Activos financeiros

Os activos financeiros, com excepção dos activos mencionados no ponto 1 anterior, são reconhecidos e valorizados de acordo com a IAS 32 e a IAS 39 e compreendem as categorias específicas abaixo indicadas:

– Activos financeiros ao justo valor através de resultados;

– Activos financeiros disponíveis para venda; e

– Investimentos detidos até à maturidade.

A classificação e mensuração destes activos financeiros reflecte a intenção do Banco relativamente a cada investimento, tendo presente que a classificação inicial é, salvo algumas excepções, irrevogável e visa, nos termos da IAS 39 – Instrumentos financeiros: Reconhecimento e mensuração, a ser mantida até ao reembolso ou venda do activo.

2.a.i. Activos financeiros ao justo valor através de resultados

Os activos financeiros ao justo valor através de resultados incluem:

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• Títulos de rendimento fixo e variável que o Banco tenha optado, no seu reconhecimento inicial, por registar e avaliar ao justo valor através de resultados;

• Instrumentos financeiros derivados com justo valor positivo (incluindo os embutidos em activos).

Os activos financeiros classificados nesta categoria são registados ao justo valor, sendo as valias potenciais resultantes da valorização subsequente registadas em resultados, na rubrica de “Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados”.

O Banco classifica nesta categoria as aplicações geridas por entidades externas. A posição junto de cada um dos gestores é actualizada com base na valorização reportada no extracto enviado periodicamente pelas respectivas entidades externas. O Banco não tem modelos internos de valorização dos instrumentos financeiros não cotados utilizando como referência a valorização reportada pelos Gestores externos e nos casos dos fundos obtém as demonstrações financeiras auditadas.

O montante dos compromissos de capital remanescente, assumidos junto dos gestores externos, está registado numa rubrica extrapatrimonial, sendo actualizado simultaneamente sempre que é paga uma chamada de capital e aumentada a posição de investimento junto da entidade em questão.

2.a.ii. Activos financeiros disponíveis para venda

Os activos financeiros disponíveis para venda incluem títulos de rendimento fixo que não se encontrem classificados como activos financeiros ao justo valor através de resultados ou como investimentos detidos até à maturidade.

Os activos financeiros disponíveis para venda são mensurados ao justo valor, sendo as variações reconhecidas directamente em capitais próprios na rubrica “Reservas de reavaliação de justo valor”, até à maturidade ou venda do título, momento em que o ganho ou perda anteriormente reconhecido em capitais próprios é reconhecido em resultados.Os juros corridos de títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são registados em resultados, de acordo com o método da taxa de juro efectiva.

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência objectiva em que os activos financeiros disponíveis para venda estão com imparidade, considerando a situação dos mercados e a informação disponível sobre os emitentes.

De acordo com a IAS 39, a evidência objectiva que um activo financeiro disponível para venda se encontra com imparidade inclui dados observáveis acerca dos seguintes eventos de perda:

• Dificuldades financeiras significativas do emitente;

• Incumprimento contratual do emitente em termos de reembolso de capital ou pagamento de juros;

• Probabilidade de falência do emitente;

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• Desaparecimento de um mercado activo para o activo financeiro devido a dificuldades financeiras do emitente.

Para além dos eventos referidos, o Banco considera como evidência objectiva de imparidade uma diminuição significativa e prolongada do justo valor dos activos financeiros.

Quando existe evidência objectiva de que um activo financeiro disponível para venda está com imparidade, a eventual perda é registada em resultados após o desreconhecimento das menos valias potenciais reconhecidas em reservas de reavaliação de justo valor.

As perdas por imparidade registadas em títulos de rendimento fixo são revertidas através de resultados, sempre que houver uma alteração positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade. As perdas por imparidade relativas a títulos de rendimento variável não podem ser revertidas. No caso de títulos de rendimento fixo ou variável para os quais tenha sido reconhecida imparidade, posteriores variações negativas de justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

2.a.iii. Investimentos detidos até à maturidade

Os investimentos detidos até à maturidade incluem os activos financeiros com pagamentos fixados ou determináveis e maturidade fixada relativamente aos quais tenha a intenção e capacidade de deter até ao seu vencimento.

Estes activos são inicialmente reconhecidos pelo seu justo valor. Em geral, o justo valor no momento inicial corresponde ao valor de transacção e inclui proveitos e custos directamente atribuíveis à transacção. Posteriormente, os investimentos detidos até à maturidade são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro efectiva e sujeito a testes de imparidade.

Os juros corridos de títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são registados em resultados, na rubrica “Juros e rendimentos similares”, de acordo com o método da taxa de juro efectiva.

As obrigações do Tesouro emitidas em moeda nacional indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos e as indexadas ao índice de preços do consumidor estão sujeitas a actualização do valor nominal do título de acordo com a variação dos respectivos indexantes. Deste modo, o resultado da referida actualização do valor nominal do título é reflectido na demonstração dos resultados do exercício em que ocorre.

Quando existe evidência objectiva de que um investimento detido até à maturidade está com imparidade, a eventual perda por imparidade corresponde à diferença entre a quantia escriturada do activo financeiro e o valor de actualização dos fluxos de caixa futuros estimados (excluindo o efeito de eventos futuros), descontados à taxa de juro efectiva original calculada no reconhecimento inicial, devendo a mesma ser registada por contrapartida de resultados.

Se num período subsequente o montante da perda diminui e essa diminuição puder ser objectivamente relacionada com um evento que ocorreu após o reconhecimento da imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados.

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2.a.iv. Operações activas de mercado aberto

As operações de cedência de liquidez às instituições financeiras bancárias são suportadas por títulos públicos em moeda nacional. Estes títulos são registados em contas extrapatrimoniais pelo seu valor nominal. Os fundos cedidos são registados na rubrica de activo “Aplicações em instituições de crédito”, sendo periodificados os respectivos juros a receber.

2.a.v. Activos financeiros recebidos em aumento de capital

As obrigações do Tesouro Nacional recebidas no âmbito da realização do aumento de capital social do Banco são reconhecidas em balanço pelo seu valor nominal, conforme referido na alínea b) do ponto 2.1.

2.a.vi. Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações e política monetária

Conforme previsto na Lei do Banco Nacional de Angola, o Banco pode conceder empréstimos às instituições financeiras, empréstimos por um prazo não inferior a três meses. Os mesmos podem ser concedidos com dispensa de garantia, desde que, na opinião do Conselho de Administração, estejam em causa exigências de liquidez da instituição de crédito devedora e do interesse público.

Estes financiamentos são registados inicialmente pelo valor nominal. A cada data de balanço o Conselho de Administração analisa os indícios objectivos de imparidade. O montante de perda por imparidade apurado é reconhecido directamente em resultados do exercício na rubrica “ Perdas por imparidade líquidas de reversão”.

As instituições financeiras detidas a 100% pelo Estado Angolano, não são sujeitas a perdas por imparidade.

2.b. Passivos financeiros

Os passivos financeiros incluem notas e moedas em circulação, depósitos de outras instituições, títulos emitidos pelo Banco Central, outros instrumentos no âmbito da política monetária e financiamentos obtidos junto do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor, deduzido de custos directamente atribuíveis à transacção, sendo posteriormente valorizados ao custo amortizado.Qualquer diferença entre o montante recebido líquido de custos de transacção e o montante a pagar na maturidade é reconhecida na demonstração dos resultados durante a vida do passivo através do método da taxa efectiva.

2.b.i. Notas e moedas em circulação

As notas e moedas em circulação são registadas pelo seu valor de emissão (valor facial) na rubrica de “Emissões de notas e moedas”. Os encargos com a sua produção são reconhecidos linearmente como gastos ao longo do período de vida útil das notas e moedas, na rubrica “Outros encargos e gastos – emissão de notas e moedas”, actualmente estimada em 5 anos.

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2.b.ii. Títulos emitidos pelo Banco Central

As emissões de Títulos do Banco Central (TBC) encontram-se registadas na rubrica de passivo “Dívida emitida – Títulos do Banco Central”. Na data de emissão, os títulos são reconhecidos pelo seu justo valor (valor de emissão), sendo posteriormente valorizados ao custo amortizado de acordo com o método da taxa de juro efectiva.

2.b.iii Operações passivas de mercado aberto

Os fundos captados das instituições financeiras, decorrentes das operações de absorção de liquidez são registados na rubrica de passivo “Responsabilidades para com instituições de crédito – Mercado monetário interbancário”, sendo os respectivos juros a pagar reconhecidos de forma linear durante a vigência do prazo das operações.

2.b.iv Fundo Monetário InternacionalO reconhecimento das transacções e saldos com o FMI segue as indicações dadas por esta instituição, que consideram as características específicas das relações financeiras dos países membros com o Fundo.

As posições junto do FMI são denominadas em Direitos de Saque Especiais (DSE) e convertidas para Kwanzas à taxa de câmbio à data de referência, sendo os activos e passivos registados separadamente. Adicionalmente, todas as variações cambiais potenciais das posições junto do FMI são reconhecidas na rubrica de Capitais Próprios “Reserva de reavaliação cambial”, ao invés dos juros e comissões pagas, decorrentes da relação mantida com esta entidade, que são reconhecidos na demonstração dos resultados.

3. Método de valorização

Activo Método de avaliação / Fonte de informação

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito Valor nominal

Aplicações em instituições de crédito Valor nominal

Activos financeiros ao justo valor através de resultados Justo valor com base nos extractos das entidades externas

Activos financeiros disponíveis para venda Justo valor com base no terminal financeiro da bloomberg

Investimentos detidos até à maturidade Custo amortizado

Activos financeiros recebidos no aumento de capital Valor nominal

Investimentos em associadas e outras entidades Custo de aquisição

Operações de financiamento às instituições de

crédito relacionadas com operações de política monetária Valor nominal

Passivo Método de avaliação / Fonte de informação

Notas e moedas em circulação Valor facial

Títulos do Banco Central Custo amortizado

Responsabilidades para com instituições de crédito

nacionais relacionadas com operações de política monetária Valor nominal

Responsabilidades internas para com outras entidades Valor nominal

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3.a. Justo valor

Os instrumentos financeiros registados nas categorias de activos ou passivos financeiros ao justo valor através de resultados e activos ou passivos financeiros disponíveis para venda são valorizados pelo justo valor.

O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda de um activo ou pago para transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes no mercado à data da mensuração.

3.b. Custo amortizado

Os instrumentos financeiros mantidos ao custo amortizado são inicialmente registados pelo justo valor acrescido ou deduzido de custos ou proveitos directamente atribuíveis à transacção. O reconhecimento dos juros é efectuado pelo método da taxa efectiva. Para as obrigações do Tesouro adquiridas no âmbito da realização do aumento de capital do Banco que não têm qualquer remuneração associada, considerou-se uma taxa efectiva nula pelo que as mesmas se encontram registadas no balanço do Banco pelo respectivo valor nominal.

Sempre que a estimativa de pagamentos ou cobranças associadas a instrumentos financeiros valorizados pelo seu custo amortizado seja revista, o respectivo valor de balanço é ajustado por forma a reflectir os seus fluxos de caixa revistos. O novo custo amortizado é apurado calculando o valor presente dos fluxos de caixa futuros revistos à taxa de juro efectiva ajustada do instrumento financeiro. Este ajustamento no custo amortizado é reconhecido directamente na demonstração dos resultados.

4. Reclassificação de activos financeiros

De acordo com a IAS 39, é possível reclassificar alguns activos financeiros classificados como activos financeiros ao justo valor através de resultados ou disponíveis para venda para outras categorias de activos financeiros, se forem cumpridos alguns requisitos, não sendo contudo permitidas reclassificações para a categoria de activos financeiros ao justo valor através de resultados.

A reclassificação para as categorias de investimentos detidos até à maturidade apenas é possível se o Banco tiver intenção e capacidade para manter os activos até à sua maturidade ou num futuro previsível.

d) Ouro

O ouro é valorizado em Dólares dos Estados Unidos ao preço de fecho diário disponível na bolsa de Nova Iorque. As valias potenciais provenientes da valorização ao justo valor e da reavaliação cambial são registadas em contas distintas de “Reservas de reavaliação”. As valias efectivas são registadas na demonstração dos resultados, no momento da alienação das posições de ouro detidas. As valias efectivas resultantes do justo valor são registadas nas rubricas “Ganhos em activos não financeiros” ou “Perdas em activos não financeiros”, consoante se tratem de mais ou menos valias, respectivamente. As valias efectivas resultantes da reavaliação cambial são registadas nas rubricas “Ganhos associados a diferenças cambiais” ou “Perdas associadas a diferenças cambiais”, consoante se tratem de mais ou menos valias, respectivamente.

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência

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objectiva de imparidade, considerando para o efeito um declínio prolongado e significativo do seu valor ao longo do tempo.

Quando existem indícios objectivos de que o ouro está com imparidade, a perda potencial acumulada na reserva de reavaliação de justo valor é desreconhecida do capital próprio e registada nos resultados do período, sendo que posteriores variações potenciais negativas de justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

As perdas por imparidade registadas em ouro são revertidas através de resultados, se houver uma alteração positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade.

e) Participações financeiras

As participações financeiras são registadas ao custo de aquisição, sendo os recebimentos decorrentes das distribuições de lucros reconhecidos em resultados.

Adicionalmente, são efectuados testes de imparidade em cada data de relato financeiro, de forma a avaliar a recuperabilidade do investimento de acordo com o previsto na IAS 36 – Imparidade de activos, sendo registada imparidade quando existem perdas de carácter permanente.

f) Activos tangíveis

Os activos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, reavaliado ao abrigo do disposto no Decreto-Lei nº 6/96, de 26 de Janeiro, de modo a reflectir o efeito da desvalorização da moeda nacional, sendo deduzido das respectivas depreciações e perdas por imparidade acumuladas. Os custos de reparação, manutenção e outras despesas posteriores ao reconhecimento inicial, associadas ao seu uso, são reconhecidos como custo do exercício. Os custos incorridos com benfeitorias que permitam um acréscimo dos benefícios económicos futuros estimados inicialmente, bem como um aumento da vida útil do bem, deverão ser capitalizados no valor do activo.

As depreciações são calculadas com base no método das quotas constantes e de acordo com a vida útil estimada, correspondente ao período em que se espera que o activo esteja disponível para uso:

Anos de vida útil

Imóveis 50

Equipamento:

Mobiliário e material 10

Máquinas e ferramentas 10

Equipamento informático 3 a 10

Instalações interiores 10

Material de transporte 3

Equipamento de segurança 3 a 10

Outro equipamento 10

Obras em imóveis arrendados 3 a 5

Sistemas de tratamento automático de dados 3

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No âmbito do processo de implementação das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) como referencial contabilístico, o BNA realizou uma revisão das políticas contabilísticas, nomeadamente a referente aos activos tangíveis, classificados na categoria de imóveis.

Esta revisão consubstanciou-se na aprovação do novo manual de políticas contabilísticas pelo Conselho de Administração. De acordo com a norma IAS 16 – “Activos Fixos Tangíveis”, o Banco deve escolher entre dois métodos possíveis para mensurar os activos fixos tangíveis, sendo estes o método do custo e o método de revalorização. A política contabilística deve ser aplicada a uma classe inteira de activos fixos tangíveis, neste caso os imóveis de uso próprio. Atendendo aos requisitos da norma e à realidade específica do Banco, o Conselho de Administração aprovou o método do custo como política contabilística a aplicar, sendo que os principais aspectos que suportam esta decisão são os seguintes:

• As anteriores políticas contabilísticas do Banco, que previam o modelo do custo como método de mensuração dos imóveis de uso próprio, cumpriam a maior parte dos requisitos das IAS 16, não tendo sido identificada a necessidade de alterar este método de mensuração.

• O modelo de revalorização acresce complexidade aos registos contabilísticos associados a estes activos, criando necessidades de alteração de procedimentos internos e de parametrizações do sistema informático, decorrentes dos ajustamentos de justo valor e consequentes (i) reexpressão ou eliminação das depreciações acumuladas e (ii) reestimativa das amortizações do exercício. Importa referir que a norma prevê que quando um item do activo fixo tangível for revalorizado, toda a classe do activo fixo tangível à qual pertença esse activo deve ser revalorizada.

• Conforme exposto na norma, o justo valor de edifícios deve ser determinado com base em avaliações realizadas por peritos independentes e profissionalmente qualificados. De acordo com a IFRS 13 – Mensuração pelo justo valor, o justo valor corresponde ao valor que seria recebido na venda de um activo numa transacção entre entidades de mercado não relacionadas entre si.

Contudo, não é possível determinar o justo valor destes imóveis de forma fiável, dado que em Angola não existem transacções de mercado com activos comparáveis.

Adicionalmente, existe uma dificuldade acrescida na avaliação de alguns dos imóveis de uso próprio do Banco, tendo em consideração as características muito específicas desses imóveis, nomeadamente no caso do edifício sede que em 1995 foi elevado a património histórico-cultural. A este respeito, importa ainda salientar que os imóveis do Banco não se destinam à venda, mas ao uso no decurso das suas operações, pelo que um valor de mercado teórico sem referência a transacções comparáveis apenas traria volatilidade acrescida aos capitais próprios do Banco.

• No âmbito da análise de benchmark efectuada foram analisados os relatórios e contas dos bancos centrais dos países de língua portuguesa, tendo verificado que todos eles optaram pelo modelo do custo, como método de mensuração dos activos fixos tangíveis.

Por último, importa salientar que a norma IAS 16 prevê que os valores de balanço dos activos fixos tangíveis, incluindo imóveis de uso próprio, devem ser deduzidos de quaisquer perdas por imparidade acumuladas.

Neste sentido, deverá ser definida uma periodicidade para avaliação de indícios de imparidade nos

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activos fixos tangíveis do Banco, o que não implica a realização de avaliações de mercado, mas sim o consumo do imóvel pelas operações pelo Banco.

Os terrenos e o património artístico detidos pelo Banco não são objecto de depreciação.

As despesas com obras em imóveis arrendados são depreciadas por um período compatível com o da sua utilidade esperada ou do contrato de arrendamento.

Periodicamente são realizadas análises no sentido de identificar evidência de imparidade em activos tangíveis. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos tangíveis exceda o seu valor recuperável (maior de entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo nos resultados do exercício, na rubrica “Imparidade de outros activos”.

O imobilizado em curso encontra-se registado pelo valor total das despesas já facturadas ao Banco, sendo transferido para imobilizado firme quando começa a ser efectivamente utilizado, iniciando-se então a sua amortização.

g) Activos intangíveis

Esta rubrica compreende, essencialmente, custos com a aquisição de sistemas de tratamento de dados utilizados no desenvolvimento da actividade do Banco.

Os activos intangíveis são registados pelo seu custo de aquisição, deduzidos de depreciações e perdas por imparidade. As depreciações são registadas pelo método das quotas constantes, ao longo do período de vida útil estimada dos activos, o qual corresponde a um período de três anos. Anualmente é efectuada uma análise para apuramento de eventuais perdas por imparidade. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos intangíveis exceda o seu valor recuperável (maior de entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo nos resultados do exercício, na rubrica “Imparidade de outros activos”.

h) Benefícios dos empregados

1. Benefícios de curto prazo

Os benefícios de curto prazo tais como os salários, os subsídios de natal, férias e do 14 de Agosto são reflectidos em resultados na rubrica de “Gastos com pessoal” no período a que respeitam, de acordo com o princípio da especialização de exercícios.

2. Benefícios pós-emprego

O Banco estabeleceu um plano de benefícios definidos, assegurando aos seus empregados, ou às suas famílias, o pagamento de um complemento de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e pensões de sobrevivência, relativamente às pensões a que os trabalhadores têm direito pelo facto de estarem inscritos no regime da Segurança Social.

O Banco assegura aos reformados e respectivo cônjuge bem como aos empregados com doenças crónicas (não abrangidas pelo seguro de saúde) o pagamento das despesas com assistência médica e medicamentosa. Adicionalmente, o Banco oferece anualmente aos seus reformados cabazes de Natal.

O valor total das responsabilidades com pensões e compensação de reforma, por serviços passados

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relativos ao plano de benefício definido é determinado por actuários independentes, utilizando o método do crédito unitário projectado e registado integralmente na rubrica do passivo “Responsabilidades com pensões e outros benefícios”, enquanto o Fundo de Pensões não for constituído.

O valor total das responsabilidades com assistência médica e medicamentosa e com cabazes de Natal é estimado pelo Conselho de Administração, sendo reconhecido na rubrica do passivo “Responsabilidades com pensões e outros benefícios”.

Durante o exercício de 2015, mediante a publicação do despacho nº 335/15 de 27 de Outubro, foi constituído o fundo de pensões dos trabalhadores do BNA, sendo que o Conselho de Administração deliberou um aporte financeiro inicial sob a forma de contribuição extraordinária a cada trabalhador que aderiu ao plano de pensões, de forma proporcional ao tempo de serviço que cada um dedicou ao BNA, desde a sua admissão no Banco, com a finalidade de estimular a adesão ao fundo de pensões, bem como retribuir a contribuição dada por cada trabalhador ao desenvolvimento e consolidação da instituição. O montante do aporte financeiro inicial é calculado com base num estudo actuarial. As contribuições terão início a 1 de Janeiro de 2016 e prevê alterações nos actuais benefícios pós-emprego.

i) Provisões e passivos contingentes

Uma provisão é constituída quando existe uma obrigação presente (legal ou construtiva) resultante de eventos passados relativamente à qual seja provável o futuro dispêndio de recursos, e este possa ser determinado com fiabilidade. O montante da provisão corresponde à melhor estimativa do valor a desembolsar para liquidar a responsabilidade na data do balanço. De acordo com o n.º 2 do artigo 5.º da Lei Orgânica do Banco, o Conselho de Administração pode criar outras reservas e provisões destinadas a cobrir riscos de depreciação ou prejuízos a que determinadas naturezas de activos ou operações estejam particularmente sujeitas.

De acordo com a decisão definida e aprovada pelo Banco em 2013, a provisão para riscos de mercado poderá corresponder até 5% do valor de balanço das posições em activos sobre o exterior, tendo uma natureza equivalente a uma reserva, dado que apresenta um carácter de permanência, destinando-se a cobrir riscos potenciais de balanço numa perspectiva de médio e longo prazo, considerando evoluções inesperadas dos mercados financeiros, assim como o agravamento generalizado do risco de crédito. Os seus reforços e reposições são efectuados por contrapartida de resultados, conforme definido no artigo 88.º da Lei Orgânica do Banco. A 31 de Dezembro de 2015, a provisão para riscos de mercado corresponde a 2,5% do valor de balanço dos títulos de dívida soberana estrangeira, a 5% do valor de balanço das aplicações geridas por entidades externas e a 1% do valor de balanço dos depósitos a prazo, uma vez que corresponde à melhor estimativa do Conselho de Administração relativamente à exposição ao risco de mercado das referidas posições activas. Em 31 de Dezembro de 2014, correspondia a 2% do valor de balanço dos títulos de dívida soberana estrangeira e 3,5% do valor do balanço das aplicações geridas por entidades externas.

A rubrica “Provisão para riscos diversos” inclui provisões para cobrir potenciais responsabilidades de natureza específica, nomeadamente execução de garantias prestadas ou outros compromissos, abertura de contingências relativas a questões cambiais e outras responsabilidades ou contingências legais.

Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos contingentes são apenas objecto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua concretização seja remota.

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j) Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis

As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em rubricas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos reconhecidos em resultados ao longo do período de vida das operações.

k) Impostos

Considerando as alterações regulamentares em sede de imposto de consumo que ocorreram durante o exercício de 2014, através da aprovação do Decreto-Legislativo Presidencial n.º 3-A/14, de 21 de Outubro de 2014, bem como as alterações que já haviam sido introduzidas pelo Decreto Presidencial n.º 7/11, de 30 de Dezembro, o Banco Nacional de Angola encontra-se a analisar o enquadramento da isenção prevista no artigo 92º da Lei n.º 16/2010, de 15 de julho à luz do referido Decreto-Legislativo Presidencial. Ate à presente data ainda não foram concluídos os trabalhos de enquadramento, porém apenas foram identificadas possíveis contingências não mensuradas. Verificou-se durante o exercício de 2015, tal como no passado, o pagamento de direitos alfandegários e inerentes sobre a importação de mercadorias e de outros impostos que não se inserem no âmbito da isenção prevista na sua Lei Orgânica.

l) Capital social

Os aumentos de capital são reconhecidos na rubrica do capital próprio de “Capital”, no momento em que são subscritos. O montante não realizado é registado numa rubrica de “Devedores por capital não realizado”.

m) Reservas e resultados transitados

As reservas do Banco são constituídas e movimentadas de acordo com o estabelecido no artigo 89º da Lei Orgânica do Banco e dividem-se entre (i) a reserva legal e (ii) outras reservas que o Conselho de Administração delibere.

Os resultados transitados representam resultados de períodos anteriores que se encontram a aguardar aplicação por parte do Conselho de Administração.

n) Demonstrações dos fluxos das operações em moeda estrangeira

Para efeitos da preparação das demonstrações dos fluxos das operações em moeda estrangeira, o Banco considera como caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira todos os depósitos à ordem e todos os depósitos a prazo, partes integrantes das rubricas “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” (Nota 4) e “Aplicações em instituições de crédito” (Nota 5).

o) Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas

Na preparação das demonstrações financeiras do Banco são utilizadas estimativas e valores futuros esperados. Estas estimativas são subjectivas por natureza e podem afectar o valor dos activos e passivos, proveitos e custos, assim como de passivos contingentes divulgados. As estimativas com maior impacto nas demonstrações financeiras do Banco incluem as abaixo apresentadas.

1. Pensões de reforma e sobrevivência e compensação por reforma

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As responsabilidades por pensões de reforma e sobrevivência e por compensação de reforma são estimadas tendo por base avaliações actuariais efectuadas por peritos externos. Estas estimativas incorporam um conjunto de pressupostos financeiros e actuariais, nomeadamente a taxa de desconto, tábuas de mortalidade, invalidez, crescimento das pensões e dos salários, entre outros. Não obstante a Lei Geral do Trabalho de 7/15, de 15 de Junho que revoga a Lei nº 2/2000, de 11 de Fevereiro, extinguir as responsabilidades com a compensação de reforma aos trabalhadores, o Conselho de Administração encontra-se a analisar o enquadramento legal das actuais responsabilidades com compensações de reforma devidas aos trabalhadores do Banco.

Os pressupostos adoptados correspondem à melhor estimativa do Conselho de Administração quanto ao comportamento futuro das referidas variáveis.

2. Responsabilidades com cabazes e assistência médica e medicamentosa dos reformados

As responsabilidades com cabazes de Natal e assistência médica e medicamentosa dos reformados são estimadas pelo Banco, tendo por base pressupostos actuariais e financeiros, nomeadamente a taxa de desconto, a taxa de inflação e as tábuas de mortalidade.

O Banco considera que as responsabilidades registadas nas demonstrações financeiras reflectem de forma adequada a melhor estimativa na data de balanço dos montantes a desembolsar.

3. Determinação de perdas por imparidade em activos financeiros disponíveis para venda

De acordo com os requisitos de valorização destes activos, as menos-valias resultantes da desvalorização do respectivo valor de mercado são reconhecidas por contrapartida de reservas de reavaliação de justo valor. Sempre que exista evidência objectiva de imparidade, as menos-valias acumuladas que tenham sido reconhecidas na reserva de reavaliação de justo valor devem ser transferidas para custos do exercício.

No caso de instrumentos de dívida classificados nesta categoria, as menos-valias são transferidas da reserva de reavaliação para resultados sempre que existam indícios de que possa vir a ocorrer incumprimento dos fluxos de caixa contratuais, nomeadamente, por dificuldades financeiras do emitente, existência de incumprimento de outras responsabilidades financeiras, ou uma degradação significativa do rating do emitente.

4. Provisões para riscos de mercado e riscos diversos

O plano de contas do Banco prevê a existência de uma provisão para riscos de mercado e uma provisão para riscos diversos. Estas provisões possuem uma natureza equivalente a uma reserva, embora os seus reforços e reposições sejam efectuados directamente por contrapartida da demonstração de resultados. A definição do montante da Provisão para riscos de mercado tem em consideração os critérios de prudência de gestão apropriados no contexto dos investimentos do Banco em activos financeiros nos mercados internacionais. A provisão para riscos diversos tem em vista a cobertura de outros riscos e contingências futuras, sendo os montantes apurados com base em critérios de prudência para os outros elementos patrimoniais e extrapatrimoniais.

Os pressupostos adoptados para estas duas provisões correspondem à melhor estimativa do

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Conselho de Administração quanto ao comportamento futuro das referidas variáveis.

5. Determinação de perdas por imparidade em Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária

As perdas por imparidade sobre as operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária têm em consideração critérios de prudência, tendo em vista a cobertura de riscos e contingências futuras. Os pressupostos adoptados para a determinação das perdas de imparidade correspondem à melhor estimativa do Conselho de Administração.

As Operações de financiamento às instituições de crédito detidas em 100% pelo Estado Angolano não são sujeitas a perdas por imparidade.

3 – OUROEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Oz (*) Montante Oz (*) Montante

Ouro 592 901 85 106 242 592 901 72 231 818

(*) 1 onça de ouro fino = 31,103481 gramas de ouro fino.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o Banco detém 592.901 onças de ouro (Oz) a um custo médio de 1.695,91 USD, sendo o seu valor de mercado nestas datas de 1.060,18 USD e 1.184,37 USD, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a reserva de reavaliação de justo valor referente à posição de ouro regista uma menos valia potencial que ascende a mAOA 50.953.833 e mAOA 31.197.569 respectivamente (Nota 19).

Durante os exercícios de 2015 e 2014, o Banco não reconheceu perdas por imparidade do ouro, tendo registado na reserva de justo valor as mais ou menos valias potenciais resultantes da valorização deste activo.

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4 – CAIXA E DISPONIBILIDADES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITOEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

No exterior

Depósitos à ordem 245 764 198 211 542 012

No país

Depósitos à ordem

Em moeda estrangeira 595 772

Valor aplicado 730 647 327 115

Perdas por imparidade - -

Em moeda nacional 651 651

Notas e moedas em caixa

Em moeda estrangeira 13 561 014 16 454

Em moeda nacional - 47

Fundo de maneio

Em moeda nacional 5 432 4 539

14 893 516 348 806

260 657 714 211 890 818

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, fazem parte da rubrica “No país – Notas e moedas em caixa – Fundo de maneio”, os meios físicos existentes nas tesourarias de Luanda e de cada uma das delegações regionais, sendo o seu controlo efectuado regularmente por meio de inventários físicos.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os saldos apresentados na rubrica “No país – Notas e moedas em caixa – Em moeda estrangeira” encontram-se maioritariamente denominados em Dólares dos Estados Unidos.

A rubrica “Depósitos à ordem no Exterior” incluí o valor de 660 milhões dólares norte americanos, correspondente a 89.308 milhões de Kwanzas a 31 de Dezembro de 2015, que referem-se a contas garantia, reserva e caução no âmbito do Protocolo de entendimento Brasil Angola. (Nota 21)

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Relatório e Contas • 2015

101

5 – APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

No exterior

Depósitos a prazo

Valor aplicado 1 216 574 172 1 117 014 525

Juros a receber 1 999 977 2 374 914

Aplicações subordinadas - 125 227

1 218 574 149 1 119 514 666

No país

Depósitos a prazo

Valor aplicado 19 755 990 15 017 998

Juros a receber - 30 763

Perdas por Imparidade (6 585 330) -

13 170 660 15 048 761

1 231 744 809 1 134 563 427

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a composição da rubrica “Depósitos a prazo – Valor aplicado” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2015

Até 1 mês Entre 1 a 3 meses

Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses Total

Depósitos a prazo (valor aplicado)

No exterior 355 896 318 286 423 490 252 613 251 321 641 113 1 216 574 172

No país - 19 755 990 - - 19 755 990

355 896 318 306 179 480 252 613 251 321 641 113 1 236 330 162

2014

Até 1 mês Entre 1 a 3 meses

Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses Total

Depósitos a prazo (valor aplicado)

No exterior 254 289 270 266 933 848 378 374 071 217 417 337 1 117 014 525

No país - 15 017 998 - - 15 017 998

254 289 270 281 951 846 378 374 071 217 417 337 1 132 032 523

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “No exterior – Depósitos a prazo” representa as aplicações do BNA em bancos internacionais, com prazos máximos até um ano e remuneradas a uma taxa média anual de 0,80% e 0,81%, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “No país – Depósitos a prazo” corresponde integralmente a uma aplicação detida junto de uma instituição financeira bancária nacional, denominada em Dólares dos Estados Unidos e remunerada a uma taxa média anual de 3,07%.

Em 31 de Dezembro de 2015, o Banco registou uma perda por imparidade de mAOA 6.585.330, relativa as sua aplicações a prazo. Esta perda por imparidade equivale a 33,3% do referido valor aplicado, uma vez que o montante de mAOA

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13.170.660 corresponde à melhor estimativa do Conselho de Administração relativamente à recuperabilidade deste activo.

Em 31 de Dezembro de 2014, a rubrica “Aplicações subordinadas” corresponde a um depósito mantido junto do AfreximBank para realização de capital subscrito, tendo o mesmo sido desmobilizado no exercício de 2015.

6 – OPERAÇÕES DE FINANCIAMENTO ÀS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO RELACIONADAS COM OPERAÇÕES DE POLÍTICA MONETÁRIAEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Instituição financeira Valor absorvido Encargos a pagar Imparidade Valor líquido

de Balanço Valor absorvido Encargos a pagar Imparidade Valor líquido

de Balanço

Banco Económico 143 706 722 - (28 954 410) 114 752 312 88 653 766 91 632 - 88 745 398

Banco de Poupança e Crédito 81 410 355 - - 81 410 355 - - - -

Banco Angolano de Negócios e Crédito 13 000 000 - (4 015 142) 8 984 858 - - - -

238 117 077 - (32 969 552) 205 147 525 88 653 766 91 632 - 88 745 398

Esta rubrica inclui as operações activas realizadas em mercado aberto, nomeadamente, operações de redesconto e depósitos overnight.Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Operações de redesconto” apresenta a seguinte distribuição por instituição financeira:

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, estas instituições financeiras detêm Obrigações de Tesouro a garantir parte das operações de redesconto bancário nos montantes de mAOA 115.454.417 e mAOA 34.260.766, respectivamente. Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, as operações de redesconto têm prazos de 29 e 30 dias respectivamente, e são remuneradas a uma taxa média anual de 15% e 7,64%, respectivamente.

As operações de redesconto visam ceder liquidez por prazo mais alargado às instituições financeiras bancárias, na qualidade de prestamista de última instância. Estas operações são concedidas a exclusivo critério do BNA, mediante solicitação formal da instituição financeira, sendo realizadas com o compromisso de recompra dos activos dados em garantia. Em 31 de Dezembro de 2015, o Banco registou uma perda por imparidade no montante de mAOA 32.969.552, equivalente a 33,3% do valor de balanço deduzido dos colaterais inerentes às “Operações de redesconto”, uma vez que corresponde à melhor estimativa do Conselho de Administração relativamente à exposição ao risco de mercado das referidas posições activas. Em 31 de Dezembro de 2015, os colaterais inerentes às “Operações de redesconto” referentes Banco Económico e Banco Angolano de Negócios e Crédito, ascendem, mAOA 56.483.491 e mAOA 954.574, respectivamente.

Os depósitos overnight são disponibilizados pelo Banco Nacional de Angola, sendo executados por iniciativa directa das instituições financeiras bancárias.

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Relatório e Contas • 2015

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7 – ACTIVOS FINANCEIROSA rubrica de instrumentos financeiros apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Activos sobre o exterior

Activos financeiros ao justo valor através de resultados

Aplicações geridas por entidades externas 724 121 967 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda

Títulos de dívida soberana estrangeira

Emissores públicos estrangeiros

Valor nominal 843 563 046 724 113 910

Variações de justo valor (Nota 19) (3 862 817) (1 808 860)

Rendimentos a receber 12 772 063 13 075 914

Organismos financeiros internacionais

Valor nominal 302 132 280 241 336 037

Variações de justo valor (Nota 19) (640 984) (3 299 878)

Rendimentos a receber 1 291 269 1 822 246

1 155 254 857 975 239 369

1 879 376 824 1 541 477 856

Activos internos

Investimentos detidos até à maturidade

Obrigações do Tesouro

Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos 56 053 142 42 791 092

Juros a receber 528 282 403 291

56 581 424 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital

Obrigações do Tesouro 174 440 000 174 440 000

231 021 424 217 634 383

2 110 398 248 1 759 112 239

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a desagregação da rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados – Aplicações geridas por entidades externas” por tipologia de instrumento financeiro é a seguinte:

2015 2014

Aplicações geridas por entidades externas

Instrumentos de dívida:

Dívida pública e corporate 295 106 088 311 883 712

Dívida estruturada com capital garantido 47 235 220 34 914 987

Instrumentos de capital:

Fundos de capital de risco 79 376 842 71 882 415

Fundos de investimento mobiliário 28 830 709 55 139 663

Fundos de investimento imobiliário 65 299 702 44 406 331

Fundos de investimento alternativo (hedge funds) 13 285 162 5 783 926

Outros instrumentos de capital (5 371 870) 17 387 174

Depósitos e outros activos monetários 200 360 114 24 840 279

724 121 967 566 238 487

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A rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados – Aplicações geridas por entidades externas” diz respeito a investimentos em activos de carteira discricionária. As responsabilidades futuras assumidas pelo BNA para chamadas de capital decorrentes de investimentos em fundos de investimento alternativo junto de dois gestores externos, registadas em contas extrapatrimoniais, ascendiam em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a aproximadamente mAOA 15.606.019 e mAOA 14.378.706, respectivamente (Nota 21).

Os resultados da valorização destas aplicações ao seu justo valor são reflectidos na rubrica da demonstração de resultados “Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados” (Nota 26).

A 31 de Dezembro de 2015 a rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados – Aplicações geridas por entidades externas” inclui o montante de 52.555.699 milhares de kwanzas correspondente ao justo valor negativo de instrumentos financeiros derivados e a 31 de Dezembro de 2014 o montante de 33.793.620 milhares de Kwanzas.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a composição da rubrica “Títulos de dívida soberana estrangeira – Valor nominal” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2015

Até 1 ano Entre 1 a 3 anos

Entre 3 e 5 anos

Mais de 5 anos Total

Títulos de dívida soberana estrangeira

Emissores públicos estrangeiros 78 114 178 322 517 837 352 964 576 89 966 455 843 563 046

Organismos financeiros internacionais 48 161 450 204 393 100 13 531 500 36 046 230 302 132 280

126 275 628 526 910 937 366 496 076 126 012 685 1 145 695 326

2014

Até 1 ano Entre 1 a 3 anos

Entre 3 e 5 anos

Mais de 5 anos Total

Títulos de dívida soberana estrangeira

Emissores públicos estrangeiros 62 394 726 218 679 940 276 872 774 166 166 470 724 113 910

Organismos financeiros internacionais 12 519 500 113 789 312 87 433 550 27 593 675 241 336 037

74 914 226 332 469 252 364 306 324 193 760 145 965 449 947

Os resultados da valorização dos títulos de dívida soberana estrangeira ao seu justo valor são reflectidos nos Capitais Próprios na rubrica “Reserva de reavaliação” (Nota 19).Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os títulos de dívida soberana estrangeira são remunerados a uma taxa média anual de 1,59% e 1,56%, respectivamente.

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Relatório e Contas • 2015

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Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a desagregação por prazos residuais das Obrigações do Tesouro classificadas nas rubricas de “Investimentos detidos até à maturidade” e de “Activos financeiros recebidos em aumento de capital” é a seguinte:

2015

Até 1 ano Entre 1 a 3 anos

Entre 3 e 5 anos

Mais de 5 anos Total

Investimentos detidos até à maturidade

Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos - 56 053 142 - - 56 053 142

Activos financeiros recebidos em aumento de capital

Obrigações do Tesouro - - - 174 440 000 174 440 000

2014

Até 1 ano Entre 1 a 3 anos

Entre 3 e 5 anos

Mais de 5 anos Total

Investimentos detidos até à maturidade

Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos - 42 791 092 - - 42 791 092

Activos financeiros recebidos em aumento de capital

Obrigações do Tesouro - - - 174 440 000 174 440 000

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, as Obrigações do Tesouro classificadas na categoria de investimentos detidos até à maturidade são remuneradas a uma taxa média anual de 8,00%.

As valias associadas à variação do valor nominal das Obrigações do Tesouro indexadas a taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos são reconhecidas pelo método da taxa efectiva na rubrica da demonstração dos resultados “Juros e rendimentos similares” (Nota 22).

O saldo da rubrica “Activos financeiros recebidos no aumento de capital” diz respeito a Obrigações do Tesouro emitidas pelo Ministério das Finanças para realização de parte do capital social subscrito no exercício de 2011, tal como definido na Lei n.º16/10 de 15 de Junho, Lei do BNA. Estes títulos caracterizam-se por não apresentarem remuneração associada e possuírem uma maturidade de 20 anos.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o Banco não detinha quaisquer activos financeiros em incumprimento nas categorias de Activos financeiros ao justo valor através de resultados, Activos financeiros disponíveis para venda e Investimentos detidos até à maturidade.

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8 – FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, as posições activas e passivas junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) têm a seguinte composição:

2015 2014

Activos sobre o exterior

Quota FMI 44 007 563 43 318 798

Direitos de saque especiais 35 158 153 35 055 552

79 165 716 78 374 350

Responsabilidades externas

Atribuição de direitos de saque especiais 41 998 438 41 307 738

Conta títulos 37 439 101 41 744 409

Standby Arrangement 17 052 931 54 148 497

Contas nº1 / nº2 6 590 750 1 596 327

Ajustamentos do FMI a regularizar - 20 309 990

103 081 220 159 106 961

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Activos sobre o exterior – Quota FMI” corresponde à participação inicial da República de Angola, equivalente a 286.300.000 Direitos de Saque Especiais (“DSE”).

A rubrica “Responsabilidades externas – Standby Arrangement” representa as responsabilidades assumidas pela República de Angola referentes a financiamentos obtidos junto do FMI, sendo estes denominados em DSE. O reembolso do empréstimo obtido iniciou-se em Fevereiro de 2013, tendo sido liquidados nos exercícios de 2015 e 2014 os montantes de 246.934 mDSE e 329.245 mDSE, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a taxa de câmbio de AOA para DSE corresponde a aproximadamente 0,00650570 e 0,00660914, respectivamente.

9 – INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS E OUTRAS ENTIDADESEsta rubrica apresenta a seguinte composição: Durante o exercício de 2015, o BNA desreconheceu a participação e a aplicação subordinada que detinha junto do AfreximBank (Nota 5).

2015 2014

No exterior

Afrexim Bank - 499 914

Participação - 5 885

Dividendos a receber - 505 799

No país

EMIS, SARL 395 823 430 360

395 823 936,159

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Relatório e Contas • 2015

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Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o BNA detém uma participação de 41% e 43% do capital da EMIS Empresa Interbancária de Serviços S.A., respectivamente, registada ao custo de aquisição, cujo objectivo social é a gestão da rede multicaixa e a consolidação do sistema de pagamentos de retalho de Angola. Conforme estabelecido no mandato que autoriza esta participação social, o BNA tem vindo a reduzir a sua participação, tendo passado de uma participação maioritária de 51% para os actuais 41%, estando em curso acções que visam a progressiva redução dessa participação.

10 – ACTIVOS TANGÍVEIS E INTANGÍVEISOs movimentos ocorridos nas rubricas de imobilizações corpóreas, incorpóreas e em curso durante os exercícios de 2015 e 2014 foram os seguintes:

Saldo em 31-12-2014 Movimentos decorridos no exercício de 2015 Saldo em 31-12-2015

Abates

Valor Bruto Amortizações acumuladas Valor Líquido Aquisições Amortizações

do exercício Valor Bruto (Amortizações) Transferências Valor Bruto Amortizações acumuladas Valor Líquido

Activos tangíveis

Imóveis 19 015 270 (4 229 512) 14 785 758 787 772 (494 086) - - 2 929 581 22 732 623 (4 723 598) 18 009 025

Equipamento 5 845 751 (2 411 336) 3 434 415 978 714 (719 232) (39 108) 28 059 - 6 785 357 (3 102 509) 3 682 848

Património artístico 51 968 - 51 968 - - (321) 225 - 51 647 225 51 872

Activos tangíveis em curso 7 782 112 - 7 782 112 4 476 440 - - - (2 929 581) 9 328 970 - 9 328 970

32 695 101 (6 640 848) 26 054 252 6 242 926 (1 213 318) (39 429) 28 284 - 38 898 597 (7 825 882) 31 072 715

Activos intangíveis

Software 2 712 718 (1 981 351) 731 367 417 479 (494 103) - - - 3 130 197 (2 475 452) 654 745

35 407 819 (8 622 199) 26 785 619 6 660 405 (1 707 421) (39 429) 28 284 - 42 028 794 (10 301 334) 31 727 460

Saldo em 31-12-2013 Movimentos decorridos no exercício de 2014 Saldo em 31-12-2014

Abates

Valor Bruto Amortizações acumuladas Valor Líquido Aquisições Amortizações

do exercício Valor Bruto (Amortizações) Transferências Valor Bruto Amortizações acumuladas Valor Líquido

Activos tangíveis

Imóveis 18 091 460 (3 832 249) 14 259 211 462 747 (397 263) - - 461 063 19 015 270 (4 229 512) 14 785 758

Equipamento 5 691 835 (2 084 850) 3 606 985 633 857 (806 415) (479 941) 479 929 - 5 845 751 (2 411 336) 3 434 415

Património artístico 51 968 - 51 968 - - - - - 51 968 - 51 968

Activos tangíveis em curso 3 836 047 - 3 836 047 4 407 128 - - - (461 063) 7 782 112 - 7 782 112

27 671 310 (5 917 099) 21 754 211 5 503 732 (1 203 678) (479 941) 479 929 - 32 695 101 (6 640 848) 26 054 252

Activos intangíveis

Software 2 942 529 (1 635 934) 1 306 595 569 490 (1 144 718) (799 301) 799 301 - 2 712 718 (1 981 351) 731 367

30 613 839 (7 553 033) 23 060 806 6 073 222 (2 348 396) (1 279 242) 1 279 230 - 35 407 819 (8 622 199) 26 785 619

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108

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Activos tangíveis em curso” refere-se às seguintes obras em curso, por delegação:

2015 2014

Luanda 8 569 963 5 539 924

Moxico 541 225 -

Cuando-Cubango 151 998 -

Cabinda 65 784 400 935

Benguela - 1 768 849

Huila - 71 013

Uíge - 1 391

9 328 970 7 782 112

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o saldo da rubrica “Luanda” inclui, essencialmente, o investimento que tem vindo a ser efectuado na edificação do Museu da Moeda, bem como reflecte igualmente o contínuo investimento na melhoria das instalações do edifício sede do Banco.

Em 2015, a diminuição verificada na rubrica “Cabinda” é explicada essencialmente pela conclusão da construção de uma sala de recontagem e destruição automática de notas nessa província, a par do que já sucedeu na sede e noutras delegações regionais.

Em 2014, o saldo da rubrica “Benguela” corresponde à construção do centro de formação do BNA na delegação regional de Benguela e à reabilitação da residência de função que foram concluídas durante o exercício de 2015.

11 – OUTROS VALORES ACTIVOSEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Devedores e outras aplicações

Devedores diversos 25 958 716 25 958 716

"Valores a receber ao abrigo do Acordo de Conversão Monetária com o Banco da Namíbia” 13 539 567 -

Devedores por capital não realizado 13 027 112 21 764 407

Pessoal 3 670 094 2 957 709

Adiantamentos a fornecedores 129 058 3 465 690

Governo Central - 67 049

Despesas com encargo diferido

Emissões de notas e moedas 8 753 146 7 388 173

Fornecimentos e serviços de terceiros 11 247 34 783

Outros activos

Depósitos de transgressões cambiais (Nota 17) 3 327 617 1 249 089

Economato 428 795 300 908

Contas de regularização 1 235 869 10 001

70 081 221 40 852 267

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Relatório e Contas • 2015

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Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores diversos” apresenta o seguinte detalhe:

2015 2014

Operações pendentes de regularização 25 848 219 2 790 126

Suprimentos EMIS 103 614 103 614

Cauções a receber 6 883 2 800

Condomínio das flores - 638 068

Condomínio nova vida - 79 850

25 958 716 3 614 458

Em 31 de Dezembro de 2015, o saldo da rubrica “Operações pendentes de regularização” corresponde essencialmente às operações de esterilização da Conta Única do Tesouro e recebimentos em nome do Tesouro, realizados no final deste exercício.

Em 31 de Dezembro de 2015, o saldo da rúbrica “Devedores e outras aplicações – Valores a receber ao abrigo do Acordo de Conversão Monetária com o Banco da Namíbia” corresponde essencialmente aos valores em Kwanzas, a serem repatriados para Angola no âmbito do Acordo de Conversão Monetária com o Banco da Namíbia, celebrado em 22 de Setembro de 2014.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o saldo da rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores por capital não realizado” corresponde ao valor que se encontra por realizar pelo Ministério das Finanças, referente ao aumento de capital social que visa cumprir com o artigo n.º 4 da Lei Orgânica do BNA.

Nos exercícios de 2015 e 2014, a variação no saldo desta rubrica decorre dos seguintes movimentos:

Saldo em 31 de Dezembro de 2013 61 579 350

Reduções do exercício de 2014

Emissão de Obrigações do Tesouro 31 290 000

Afectação de dividendos a distribuir relativo ao exercício de 2013

Exercício de 2013 8 524 943

Saldo em 31 de Dezembro de 2014 21 764 407

Reduções do exercício de 2015

Afectação de dividendos a distribuir relativo ao exercício de 2014

Exercício de 2014 8 737 295

Saldo em 31 de Dezembro de 2015 13 027 112

Durante o exercício de 2014, o Ministério das Finanças emitiu obrigações do Tesouro não indexadas, de cupão zero, no valor de mAOA 31.290.000 para realização de parte desse capital social (Nota 7).

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o saldo da rubrica “Devedores e outras aplicações - Pessoal” pode ser detalhado da seguinte forma:

2015 2014

Projectos habitacionais 3.311.679 2.563.000

Fundo social 358.415 394.709

3.670.094 2.957.709

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No âmbito da política social vigente no BNA e por forma a prestar apoio na obtenção de habitação própria, o Conselho de Administração decidiu adquirir lotes de apartamentos para atribuição aos seus colaboradores na modalidade de renda resolúvel. Neste contexto, o saldo da rubrica “Projectos habitacionais” representa o montante em dívida não subsidiado pelo BNA que será reembolsado pelos trabalhadores.

A rubrica “Fundo social” diz respeito ao montante a receber referente a ajudas extraordinárias concedidas pelo Banco aos seus colaboradores para pagamento de despesas pontuais de cariz pessoal. Estes valores são posteriormente cobrados aos respectivos beneficiários, juntamente com o processamento salarial.

A rubrica “Devedores e outras aplicações – Adiantamentos a fornecedores” corresponde integralmente aos montantes adiantados à empresa produtora de notas e moedas nacionais.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o saldo da rubrica “Emissões de notas e moedas” corresponde as despesas associadas à produção de notas e moedas de Kwanza. Os custos incorridos com a sua produção são inicialmente registados nesta rubrica e depois reconhecidos linearmente em resultados, ao longo do período de vida útil das mesmas, actualmente estimado em 5 anos.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, as despesas com produção de notas e moedas apresentam a seguinte distribuição:

2015 2014

Notas 7.468.469 6.543.971

Moedas 1.284.677 844.202

8.753.146 7.388.173

12 – NOTAS E MOEDAS EM CIRCULAÇÃOEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Emissão monetária

Notas emitidas 698 307 468 640 483 815

Moedas emitidas 1 799 507 915 407

Notas e moedas para circulação

Notas (180 222 506) (163 413 874)

Moedas (296 573) (10 591)

519 587 896 477 974 757

Esta rubrica representa a produção de notas e moedas que o Banco Nacional de Angola colocou no mercado como instrumento de troca nas relações comerciais do país, deduzido dos valores faciais que o BNA detém nas suas casas fortes e que aguardam a entrada em circulação no mercado ou destruição, por já não apresentarem as condições físicas necessárias para circulação.

Os custos associados à depreciação anual das notas estão reflectidos na rubrica “Outros valores activos – Despesas com encargo diferido” (Nota 11), os quais são reconhecidos linearmente em resultados do exercício, após entrada em circulação, ao longo da vida útil estimada das notas, estabelecido actualmente em 5 anos.

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Relatório e Contas • 2015

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13 – RESPONSABILIDADES PARA COM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NACIONAIS RELACIONADAS COM OPERAÇÕES DE POLÍTICA MONETÁRIAEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Reservas bancárias

Em moeda nacional 979 987 436 452 552 934

Em moeda estrangeira 131 730 985 307 162 522

1 111 718 421 759 715 456

Mercado monetário interbancário

Operações ocasionais de absorção de liquidez 24 933 131 216 481 673

Valor absorvido 24 850 000 215 005 570

Encargos a pagar 83 131 1 476 103

Operações permanentes de absorção de liquidez 18 980 998 -

Depósitos overnight - 126 474 000

43 914 129 342 955 673

1 155 632 550 1 102 671 129

A rubrica “Reservas bancárias” representa os depósitos em moeda nacional e moeda estrangeira efectuados pelas instituições financeiras bancárias nacionais, visando satisfazer as exigências legais relativas aos níveis mínimos de reservas obrigatórias definidos pelo Banco Central, os quais não são remunerados.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o coeficiente considerado para o apuramento das reservas bancárias em moeda nacional ascende a 25% e 15%, respectivamente, sobre a base de incidência.

A rubrica “Mercado monetário interbancário” representa as operações de absorção de liquidez, realizadas em moeda nacional, destinadas a gerir a liquidez do sistema bancário nacional.

Em 31 de Dezembro de 2015, as operações permanentes de absorção de liquidez dizem respeito a operações de absorção com duração de sete dias, de acordo com a Directiva nº 13/DMA/15, de 28 de Dezembro, e apresentam a seguinte distribuição por instituição financeira:

2015

Instituição financeira Valor absorvido

Banco de Negócios Internacional 8 000 998

Banco Angolano de Investimentos 8 000 000

Banco de Comércio e Indústria 2 000 000

Banco Privado Atlântico 980 000

18 980 998

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Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, as responsabilidades do BNA pela realização de “Operações ocasionais de absorção de liquidez” em mercado aberto apresentam a seguinte distribuição por instituição financeira:

2015 2014

Instituição financeira Valor absorvido

Encargos a pagar Total Valor

absorvidoEncargos a

pagar Total

Banco de Fomento de Angola 9 000 000 35 808 9 035 808 98 655 092 990 329 99 645 421

Banco Kwanza Invest 4 800 000 28 337 4 828 337 - - -

Banco Angolano de Investimentos 4 000 000 2 106 4 002 106 93 681 613 390 131 94 071 744

Standard Chartered Bank de Angola 3 050 000 9 503 3 059 503 - - -

Banco de Comércio e Indústria 2 000 000 3 576 2 003 576 2 260 622 9 399 2 270 021

Banco de Crédito do Sul 1 000 000 3 066 1 003 066 - - -

Banco Regional do Keve 500 000 556 500 556 5 808 084 26 362 5 834 446

Banco de Negócios Internacional 500 000 179 500 179 392 459 514 392 973

Standard Bank Angola - - - 12 000 000 54 768 12 054 768

Finibanco - - - 1 750 000 4 536 1 754 536

Banco BIC - - - 457 700 64 457 764

24 850 000 83 131 24 933 131 215 005 570 1 476 103 216 481 673

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a composição da rubrica “Operações ocasionais de absorção de liquidez – Valor absorvido” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2015

Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 mês a 3 meses Total

Banco de Fomento de Angola 9 000 000 - 9 000 000

Banco Kwanza Invest 2 400 000 2 400 000 4 800 000

Banco Angolano de Investimentos 4 000 000 - 4 000 000

Standard Chartered Bank de Angola 2 650 000 400 000 3 050 000

Banco de Comércio e Indústria 2 000 000 - 2 000 000

Banco de Crédito do Sul 500 000 500 000 1 000 000

Banco Regional do Keve 500 000 - 500 000

Banco de Negócios Internacional 500 000 - 500 000

21 550 000 3 300 000 24 850 000

2014

Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 mês a 3 meses Total

Banco de Fomento de Angola 48 651 059 50 004 033 98 655 092

Banco Angolano de Investimentos 49 953 245 43 728 368 93 681 613

Standard Bank Angola 12 000 000 - 12 000 000

Banco Regional do Keve 4 807 598 1 000 486 5 808 084

Banco de Comércio e Indústria 1 359 922 900 700 2 260 622

Finibanco 500 000 1 250 000 1 750 000

Banco BIC - 457 700 457 700

Banco de Negócios Internacional 100 959 291 500 392 459

117 372 783 97 632 787 215 005 570

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Relatório e Contas • 2015

113

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a taxa média de remuneração das operações ocasionais de absorção de liquidez é de 8,46 % e 5,65%, respectivamente.

14 – RESPONSABILIDADES INTERNAS PARA COM OUTRAS ENTIDADESEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Conta Única do Tesouro

Em moeda estrangeira 1 337 114 906 1 184 366 454

Em moeda nacional 16 251 054 19 159 983

Valores a regularizar ao FMI 27 352 478 -

1 380 718 438 1 203 526 437

Outras responsabilidades 137 973 -

A rubrica “Conta Única do Tesouro” está inserida no âmbito do protocolo celebrado em 2002 com o Ministério das Finanças, referente à gestão da Política Fiscal e Monetária, na qual o Tesouro deposita, entre outras receitas, as resultantes dos impostos da exploração de petróleo e dos financiamentos obtidos. A remuneração desta conta apesar de prevista no protocolo nunca foi implementada, sendo convicção do Conselho de Administração do Banco que a referida remuneração referente ao exercício de 2015 e exercícios anteriores não seja exigível, dado que o protocolo se encontra actualmente em revisão.

Em 31 de Dezembro de 2015, o saldo da rubrica “Outras responsabilidades” corresponde ao valor em dívida referente ao contrato de leasing financeiro celebrado com o Banco Económico, em Agosto de 2015, para aquisição de viaturas ligeiras.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Responsabilidades externas para com outras entidades - Ajustamentos do FMI a regularizar” inclui o montante de mAOA 27.352.478 referente a uma transferência efectuada pelo Ministério das Finanças em 2008 para realização da quota de Angola junto ,do Fundo Monetário Internacional.

Adicionalmente a rubrica “Valores a regularizar ao FMI” inclui em 31 de Dezembro de 2015, que inclui o montante de mAOA 27.352.478 referente a uma transferência efectuada pelo Ministério das Finanças em 2008 para realização da quota de Angola junto do Fundo Monetário Internacional.

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15 – RESPONSABILIDADES COM PENSÕES E OUTROS BENEFÍCIOS

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a estimativa das responsabilidades por serviços prestados relativamente aos reformados e à população activa do Banco elegível ascende a:

2015 2014

Reformados

Pensões de reforma e sobrevivência 73 352 187 57 649 469

Assistência médica e medicamentosa 10 085 926 8 070 926

Cabazes de Natal 3 199 752 2 889 975

Trabalhadores no activo

Pensões de reforma e sobrevivência 51 139 349 38 989 519

Compensação de reforma 2 923 801 3 581 975

Cabazes de Natal 2 332 478 2 301 441

143 033 493 113 483 305

O Banco assumiu o compromisso, a título voluntário, de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações pecuniárias a título de complemento de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e pensões de sobrevivência aos seus trabalhadores. Neste sentido, as responsabilidades com pensões e outros benefícios consistem em provisões que o Conselho de Administração decidiu constituir a partir do exercício de 2010, com o objectivo de cobertura das responsabilidades com serviços passados relativas a pensões por velhice, reforma antecipada e de sobrevivência dos seus colaboradores, com base num plano de benefícios definido. As mesmas são calculadas através da aplicação de 60% sobre o valor do salário pensionável dos participantes elegíveis.

Durante o exercício de 2015, foi constituído o fundo de pensões dos trabalhadores do BNA, mediante a publicação do Despacho n.º 335/15 de 27 de Outubro. As contribuições para o fundo de pensões terão início a 1 de Janeiro de 2016, sendo que o Conselho de Administração deliberou um aporte financeiro inicial sob a forma de contribuição extraordinária a cada trabalhador que aderiu ao plano de pensões, de forma proporcional ao tempo de serviço no Banco, desde a sua admissão, com a finalidade de estimular a adesão ao fundo de pensões, bem como retribuir a contribuição dada por cada trabalhador ao desenvolvimento e consolidação da instituição.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o número de participantes abrangidos pelo plano de benefícios definido (plano de pensões) é apresentado no quadro seguinte:

Número de participantes 2015 2014

Activos 1 827 1 829

Reformados e pré-reformados 1 534 1 511

3 361 3 340

As responsabilidades decorrentes do plano de pensões foram determinadas com base em estudos actuariais com referência a 31 de Dezembro de 2015 e 2014, tendo sido utilizado o método do crédito unitário projectado.

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Relatório e Contas • 2015

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Os principais pressupostos actuariais e financeiros são os seguintes:

Pressupostos actuariais e financeiros 2015 2014

Taxa de juro 2,50% 2,50%

Taxa esperada de crescimento salarial 2,00% 2,00%

Taxa de crescimento das pensões 0,00% 0,00%

Data de retroatividade 01.01.1984 01.01.1984

Data de corte 31.12.2015 31.12.2014

Tábua de mortalidade/sobrevivência PF-60/64 PF-60/64

Momento de atribuição da pensão de reforma 60 anos de idade com

mínimo de 5 anos de serviço

60 anos de idade com mínimo de 5 anos de

serviço

As responsabilidades com compensação de reforma correspondem ao montante a pagar aos colaboradores que atingem a reforma, conforme disposto na Lei n.º 2/2000 e os artigos n.º 218º e 262 da Lei Geral do Trabalho (Nota 2.2. h). Em 31 de Dezembro de 2015, o Conselho de Administração encontra-se a analisar o tratamento a adoptar relativamente às actuais responsabilidades com compensações de reforma devidas aos trabalhadores do Banco, pelo que o BNA não efectuou o desreconhecimento destas responsabilidades.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o Banco reconheceu responsabilidades por serviços passados referentes à obrigação construtiva associada à assistência médica e medicamentosa dos reformados e às despesas com os cabazes de Natal dos reformados e dos trabalhadores activos (Nota 33).

16 – PROVISÕESNos exercícios de 2015 e 2014, os movimentos ocorridos na rubrica de provisões foram os seguintes:

Saldo em 31-12-2013 Dotações Utilizações Saldo em

31-12-2014 Dotações Utilizações Regularizações Saldo em 31-12-2015

Provisão para riscos de mercado 30 567 773 8 755 362 - 39 323 135 37 178 781 - - 76 501 916

Provisão para riscos diversos 1 140 538 300 000 (154 190) 1 286 348 1 000 000 (12 744) 158 806 2 432 410

31 708 311 9 055 362 (154 190) 40 609 483 38 178 781 (12 744) 158 806 78 934 326

Em 31 de Dezembro de 2015, a provisão para riscos de mercado ascende a mAOA 76.501.916, que corresponde a 2,5% do valor de balanço dos títulos de dívida soberana estrangeira, a 5% do valor de balanço das aplicações geridas por entidades externas e a 1% do valor de balanço dos depósitos a prazo, uma vez que corresponde à melhor estimativa do Conselho de Administração relativamente à exposição ao risco de mercado das referidas posições activas. Em 31 de Dezembro de 2014, o saldo da rubrica “Provisão para riscos de mercado” ascendia a mAOA 39.323.135, que correspondia a 2% do valor de balanço dos títulos de dívida soberana estrangeira e 3,5% do valor do balanço das aplicações geridas por entidades externas.

O saldo da rubrica “Provisão para riscos diversos” corresponde ao montante estimado para fazer face aos diversos riscos inerentes à actividade do Banco. Em 31 de Dezembro de 2015, o Conselho de Administração decidiu constituir uma dotação de mAOA 1.000.000 para fazer face a possíveis contingências fiscais.

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17 – OUTROS VALORES PASSIVOSEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Credores e outros recursos

Valores a pagar ao abrigo do Acordo de Conversão Monetária com o Banco da Namíbia 52 275 943 -

Credores diversos 10 829 784 8 278 669

Fundo habitacional 4 059 451 2 961 975

Impostos a pagar 1 106 646 348 160

Banco Mundial 80 498 -

Adiantamentos dos Bancos Comerciais 44 488 5 744 496

Encargos a pagar 2 449 724 2 325 545

Contas de regularização 201 118 6 023 538

71 047 652 25 682 383

A rubrica “Credores e outros recursos – Valores a pagar ao abrigo do acordo monetário com o Banco da Namíbia” representa os montantes em Kwanzas repatriados pelo Banco da Namíbia (BoN) e que serão posteriormente liquidados em Dólares dos Estados Unidos pelo Banco Nacional de Angola (BNA), no âmbito do acordo de conversão monetária celebrado entre os dois Bancos Centrais.

A rubrica “Credores e outros recursos – Credores diversos” apresenta o seguinte detalhe:

2015 2014

Fornecedores 6 464 350 5 941 157

Depósitos de transgressões cambiais (Nota 11) 3 327 617 1 249 089

Cauções de empresas 1 037 817 789 149

Outros credores - 299 274

10 829 784 8 278 669

A rubrica “Credores e outros recursos – Fundo habitacional” corresponde à estimativa do Conselho de Administração para financiar investimentos imobiliários de cariz social, em conformidade com o disposto na Lei Orgânica do Banco. A rubrica “Credores e outros recursos - Impostos a pagar” corresponde essencialmente aos montantes retidos de impostos sobre aplicações de capitais nas operações de mercado monetário interbancário durante o mês de Dezembro 2015.

A variação ocorrida na rubrica “Credores e outros recursos - Adiantamentos dos bancos comerciais” é explicada pela entrada em funcionamento do Banco de Activos e Créditos de Angola e do Banco Prestígio. Em 31 de Dezembro de 2015, o saldo da rubrica “Credores e outros recursos – Banco Mundial” corresponde integralmente ao valor recebido do Tesouro para pagamento da quota da República de Angola junto da “International Development Association” (IDA).

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Encargos a pagar” corresponde essencialmente à especialização do subsídio de férias e do prémio de desempenho a atribuir ao pessoal e aos órgãos de gestão.Considerando que o montante de subsídio de férias atribuído em determinado exercício são um direito adquirido no ano imediatamente anterior, o Banco releva contabilisticamente, no final de cada exercício, o valor deste subsídio e respectivos encargos sociais entregáveis no ano seguinte.

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Os prémios de desempenho a pagar ao pessoal e aos órgãos de gestão atribuídos são registados como custo no exercício a que se referem, embora sejam pagos apenas no exercício seguinte.

Em 31 de Dezembro de 2014, a rubrica “Contas de Regularização” inclui essencialmente três operações de esterilização da CUT e dois levantamentos de instituições financeiras bancárias efectuados nos últimos dias de 2014 que a esta data se encontravam pendentes de compensação. Estas operações foram objecto de regularização em Janeiro de 2015.

18 – CAPITAL

O capital do BNA é de mAOA 270.000.000, podendo ser aumentado por incorporação de reservas, deliberadas pelo Conselho de Administração e ratificadas pelo Titular do Poder Executivo (Lei n.º 16/10 de 15 de Junho).

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o capital subscrito e não realizado é de mAOA 13.027.110 e mAOA 21.764.407, respectivamente. A variação registada é justificada pela realização do capital, por via da incorporação dos dividendos distribuídos, com referência a 31 de Dezembro de 2014 (Nota 11).

19 – RESERVAS DE REAVALIAÇÃOEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Reserva de reavaliação de justo valor

Activos financeiros disponíveis para venda (4 503 801) (5 108 738)

Ouro (50 953 833) (31 197 569)

(55 457 634) (36 306 307)

Reservas de reavaliação cambial 357 938 224 29 269 696

302 480 590 (7 036 611)

20 – OUTRAS RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOSEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Outras reservas

Reserva legal 18 466 235 15 553 803

Reserva livre 18 354 701 15 442 269

36 820 936 30 996 072

Resultados transitados - -

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21 – CONTAS EXTRAPATRIMONIAISAs rubricas extrapatrimoniais apresentam a seguinte composição:

2015 2014

Responsabilidades por prestação de serviços 2 862 855 973 1 883 792 852

Garantias prestadas e outros passivos eventuais 1 523 577 042 720 031 765

Notas e moedas fora de circulação 714 413 624 451 975 000

Compromissos perante terceiros

Residentes 31 813 469 45 825 368

Não residentes 15 606 019 14 378 706

Garantias recebidas 4 695 914 3 748 155

Serviços prestados por terceiros 664 854 664 854

5 153 626 895 3 120 416 700

Na rubrica “Responsabilidades por prestação de serviços” encontram-se registadas as responsabilidades do BNA actuando enquanto custodiante dos títulos emitidos pelo Ministério das Finanças. Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:

2015 2014

Responsabilidades por prestação de serviços

Obrigações do Tesouro em moeda nacional 1 934 210 948 1 274 513 722

Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 488 303 307 234 491 638

Bilhetes do Tesouro 421 822 485 374 786 086

Outros valores depositados 18 517 826 -

Valores administrados pela instituição 1 406 1 406

2 862 855 973 1 883 792 852

A rubrica “Garantias prestadas e outros passivos eventuais” refere-se essencialmente a garantias e avales prestados e a promissórias assumidas pelo BNA, perante entidades estrangeiras, as quais se encontram garantidas pelo Ministério das Finanças. Nos exercícios de 2015 e 2014 esta rubrica é decomposta em:

2015 2014

Garantias prestadas e outros passivos eventuais

Garantias institucionais prestadas

Financiamento da China 974 246 933 566 677 608

Financiamento do Brasil - 1 998 248

974 246 933 568 675 856

Promissórias

Promissórias definitivas da linha Brasil 502 533 975 74 683 778

Promissórias a favor de outros 46 796 133 45 656 515

Promissórias provisórias da linha Brasil - 31 015 616

549 330 108 151 355 909

1 523 577 042 720 031 765

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Estas responsabilidades encontram-se suportadas pelo Protocolo sobre a Gestão da Política Fiscal e Monetária celebrado com o Ministério das Finanças. O mesmo identifica o Ministério como o responsável pelo seu pagamento, sendo o BNA o garante da dívida em caso de incumprimento por parte do Ministério das Finanças.

A rubrica “Notas e moedas fora de circulação” é constituída integralmente pelas notas e moedas da nova família de Kwanza que se encontram prontas para emissão, bem como pelas notas deterioradas que aguardam destruição.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Compromissos perante terceiros” inclui os compromissos futuros assumidos pelo Banco para chamadas de capital decorrentes de investimentos em fundos de investimento alternativo junto das entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão discricionária, que ascendem ao montante de mAOA 15.606.019 e mAOA 14.378.706, respectivamente.

22 – JUROS E RENDIMENTOS SIMILARESEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Aplicações em instituições de crédito

Operações de redesconto 14 695 611 1 840 863

Depósito a prazo 7 839 939 10 552 139

Operações overnight 6 125 854 601 667

Investimentos detidos até à maturidade 17 663 447 5 559 572

Activos financeiros disponíveis para venda 13 506 018 16 367 332

Juros de crédito interno 7 615 833 -

Disponibilidades em outras instituições de crédito 357 111 202 804

Devedores e outras aplicações 5 8 261

67 803 818 35 132 638

Nos exercícios de 2015 e 2014, a rubrica “Aplicações em instituições de crédito” diz respeito essencialmente aos ganhos obtidos com juros de depósitos a prazo e juros de operações de cedência de liquidez realizadas pelo BNA.

As rubricas “Investimentos detidos até à maturidade” e “Activos financeiros disponíveis para venda” representam os ganhos obtidos com os juros de cupão e os rendimentos resultantes do reconhecimento pelo método da taxa efectiva das diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) das obrigações do Tesouro Nacional e dos títulos de dívida soberana estrangeira detidos em carteira, respectivamente.

23 – JUROS E ENCARGOS SIMILARESEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Juros de empréstimos 5 531 003 -

Recursos de instituições de crédito 2 613 756 7 611 404

Outros juros e encargos similares 30 253 -

Títulos do Banco Central - 62 197

8 175 012 7 673 601

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No exercício de 2015, a rubrica “Juros de Empréstimos” diz respeito ao reconhecimento dos juros do financiamento do Fundo Monetário Internacional. Em 2015, a política de reconhecimento de gastos relacionados com o Fundo foi alterada, tendo sido registados todos os custos incorridos desde 2009.

Nos exercícios de 2015 e 2014, a rubrica “Recursos de instituições de crédito” diz respeito aos custos incorridos com os juros das operações de absorção de liquidez realizadas pelo BNA.

24 – RENDIMENTOS DE SERVIÇOS E COMISSÕESEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Comissões recebidas por operações realizadas por conta de terceiros

Ministério das Finanças 10 080 991 13 875 495

Comissões recebidas por serviços prestados

Sistema de Pagamentos em Tempo Real 88 735 71 522

10 169 726 13 947 017

A rubrica “Comissões recebidas por operações realizadas por conta de terceiros” refere-se a comissões arrecadadas em consequência das transferências bancárias efectuadas em nome do Tesouro Nacional, nos termos do protocolo celebrado entre o BNA e o Ministério das Finanças.

25 – ENCARGOS COM SERVIÇOS E COMISSÕES

Nos exercícios de 2015 e 2014, esta rubrica ascende a mAOA 2.938.199 e mAOA 1.693.665, respectivamente, dizendo respeito ao reconhecimento das comissões cobradas pelas entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão discricionária, comissões de custódia dos títulos de dívida soberana estrangeira, comissões pagas decorrentes das relações mantidas com o FMI e a comissões de manutenção de contas à ordem.

26 – RESULTADOS DE ACTIVOS FINANCEIROS VALORIZADOS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS

Nos exercícios de 2015 e 2014, esta rubrica ascende a mAOA 11.681.346 e mAOA 5.505.797, respectivamente, representando o resultado líquido das mais e menos valias potenciais de justo valor associadas às posições das carteiras geridas por entidades externas.

27 – RESULTADOS DE ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

No exercício de 2014 esta rubrica ascende a mAOA 915.166, representando as mais-valias obtidas com a alienação de títulos de divida soberana estrangeira, classificados na categoria de activos financeiros disponíveis para venda.

28 – RESULTADOS DE INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS E OUTRAS ENTIDADES

No exercício de 2015, o saldo desta rubrica corresponde integralmente à perda de mAOA 351.435, decorrente do desreconhecimento das posições activas e passivas mantidas junto do Afreximbank (Nota 9).

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29 – RESULTADOS CAMBIAISEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Ganhos cambiais

Ganhos associados a diferenças cambiais 56 938 635 26 879 847

Ganhos em operações cambiais 35 087 507 8 573 098

92 026 142 35 452 945

Perdas cambiais

Perdas em operações cambiais 10 786 615 3 657 907

Perdas associadas a diferenças cambiais 646 754 4 957 582

11 433 369 8 615 489

80 592 773 26 837 456

A partir de 31 de Dezembro de 2007, e tendo como base a deliberação constante da acta nº 08/A/2008 de 26 de Julho do Conselho de Administração, apenas as variações cambiais realizadas são reflectidas nas rubricas “Ganhos associados a diferenças cambiais” e “Perdas associadas a diferenças cambiais” da demonstração dos resultados dos exercícios em que ocorrem. As diferenças cambiais potenciais são reconhecidas na rubrica “Reservas de reavaliação cambial” nos Capitais Próprios (Nota 19).

A variação ocorrida nos “Resultados cambiais”, entre o exercício 2015 e 2014, resulta da desvalorização cambial do Kwanza que se verificou durante o exercício de 2015.

30 – CUSTOS RELATIVOS À EMISSÃO DE NOTAS E MOEDAS

Nos exercícios de 2015 e 2014, esta rubrica ascende a mAOA 1.961.527 e mAOA 1.518.452, respectivamente, sendo composta pela especialização dos custos relativos à emissão de notas e moedas.

31 – RESULTADOS DE ALIENAÇÃO DE OUTROS ACTIVOSEsta rubrica apresenta a seguinte composição: Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o saldo das rubricas “Ganhos em activos não financeiros” e “Perdas com alienação de outros activos” correspondem aos ganhos e perdas com a alienação de activos tangíveis, respectivamente.

2015 2014

Ganhos com alienação de outros activos

Ganhos em activos não financeiros 15 193 44 125

Perdas com alienação de outros activos

Perdas em activos não financeiros 11 146 12

11 146 12

4 047 44 113

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32 – OUTROS RESULTADOS OPERACIONAISEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Outros rendimentos e receitas

Supervisão

Multas e penalidades 466 906 778 534

Outros 242 025 1 028 898

708 931 1 807 432

Outros encargos e gastos

Rendas de locação operacional 573 987 419 072

Quotizações e donativos 319 713 198 721

Outros encargos e gastos diversos 146 434 -

Impostos

Impostos aduaneiros 19 292 33 064

Taxas - 100

1 059 426 650 957

(350 495) 1 156 475

Nos exercícios de 2015 e 2014, a rubrica “Supervisão – Multas e penalidades” corresponde às coimas aplicadas pelo BNA às instituições financeiras pelo incumprimento das disposições legais em vigor.

Não obstante, o Banco no geral estar isento do pagamento de impostos, verificaram-se nos exercícios de 2015 e 2014, o pagamento de direitos alfandegários e inerentes sobre a importação de mercadorias e de outros impostos que não se inserem no âmbito da isenção prevista na sua Lei Orgânica.

33 – CUSTOS COM PESSOALEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Remuneração de empregados 13 411 377 13 675 383

Encargos sociais obrigatórios 33 059 060 14 188 923

Encargos sociais facultativos 7 646 823 10 591 890

Remuneração dos órgãos de gestão 427 124 354 856

Outros 379 591 255 290

54 923 975 39 066 342

Nos exercícios de 2015 e 2014, a rubrica “Encargos sociais obrigatórios” é constituída essencialmente pelos reforços efectuados nas estimativas das responsabilidades por serviços prestados referentes a pensões de reforma e sobrevivência (Nota 15).

Nos exercícios de 2015 e 2014, a rubrica “Encargos sociais facultativos” inclui o reconhecimento das responsabilidades por serviços passados referentes a assistência médica e medicamentosa dos reformados e às responsabilidades com cabazes de Natal (Nota 15).

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34 – FORNECIMENTOS E SERVIÇOS DE TERCEIROSEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014

Fornecimentos

Outros fornecimentos de terceiros 293 195 153 553

Água, energia e combustíveis 168 636 137 368

Material de consumo corrente 102 230 165 110

Material para assistência e reparação 84 727 72 707

Publicações 43 071 40 932

Material de higiene e limpeza 21 979 28 318

Material de decoração e conforto 15 775 66 144

Serviços

Serviços especializados 5 294 224 4 327 891

Conservação e reparação 929 053 832 935

Rendas e alugueres 732 176 554 851

Deslocações, estadas e representação 454 922 476 604

Comunicações 336 503 323 388

Publicidade e edição de publicações 321 958 287 121

Transportes 316 167 106 870

Seguros 45 601 46 893

Outros serviços não especializados 82 -

9 160 299 7 620 685

A rubrica “Serviços – Serviços especializados” apresenta o seguinte detalhe:

2015 2014

Consultoria e auditoria 3 156 157 2 253 318

Informática 470 027 275 868

Licença de utilização de usuários 395 391 576 062

Outros custos com trabalho independente 330 458 -

Avenças e honorários 261 702 907 027

Limpeza 192 675 166 325

Segurança e vigilância 132 944 109 817

Judiciais 29 728 59

Mão-de-obra eventual 24 558 15 940

Jardinagem 20 870 10 825

Desinfestação de instalações 9 285 -

Avaliadores externos 9 120 -

Recrutamento de Pessoal 2 322 -

Outros serviços especializados 258 987 12 650

5 294 224 4 327 891

Nos exercícios de 2015 e 2014, a rubrica “Consultoria e auditoria” regista essencialmente os custos relativos a serviços prestados no âmbito de projectos de consultoria, bem como de revisão e certificação externa das demonstrações financeiras do Banco.

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35 – PARTES RELACIONADASAs entidades relacionadas do Banco com as quais manteve saldos ou transacções nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014 são as seguintes:

35.1 – Ministério das FinançasO Ministério das Finanças (MINFIN) representa o Estado enquanto único accionista do BNA, constituindo a principal entidade relacionada do Banco.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os saldos ou transacções mantidas com esta entidade podem ser apresentados da seguinte forma:

2015 2014

Activo

Investimentos detidos até à maturidade (Nota 7) 56 581 424 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital (Nota 7) 174 440 000 174 440 000

Devedores por capital não realizado (Nota 11) 13 027 112 21 764 407

Devedores e outras aplicações (Nota 11) - 67 049

Total do Activo 244 048 536 239 465 839

Passivo

Ajustamentos do FMI a regularizar (Nota 8) - 20 309 990

Conta Única do Tesouro (Nota 14)

Em moeda estrangeira 1 337 114 906 1 184 366 454

Em moeda nacional 16 251 054 19 159 983

Valores a regularizar ao FMI 27 352 478 -

Total do Passivo 1 353 365 960 1 223 836 427

Capital próprio

Capital (Nota 18) 270 000 000 270 000 000

Total dos Capitais Próprios 270 000 000 270 000 000

Valor líquido de balanço (1 379 317 424) (1 254 370 588)

Resultados

Juros de investimentos detidos até à maturidade (Nota 22) 17 663 447 5 559 572

Comissões recebidas (Nota 24) 10 080 991 13 875 495

Impostos (Nota 32) (19 292) (33 164)

Total dos Resultados 27 725 146 19 401 903

Extrapatrimoniais (Nota 21)

Responsabilidades por prestação de serviços

Custódia de títulos emitidos pelo Tesouro

Obrigações do Tesouro em moeda nacional 1 934 210 948 1 274 513 722

Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 488 303 307 234 491 638

Bilhetes do Tesouro 421 822 485 374 786 086

Garantias prestadas e outros passivos eventuais

Garantias institucionais prestadas 974 246 933 568 675 856

Promissórias 549 330 108 151 355 909

Total das Extrapatrimoniais 4 367 913 781 2 603 823 211

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35.2 – Empresa Interbancária de Angola (EMIS)Trata-se do processador e operador de referência do sistema de pagamentos a nível nacional.

O BNA constitui o maior accionista, sendo que a participação maioritária de 51% tem uma participação de 51%, vindo a ser gradualmente reduzida, apresentando em 31 de Dezembro de 2015 uma participação de 41% no capital social da entidade. Esta participação que visou assegurar a promoção do desenvolvimento do sistema de pagamentos de Angola, vai continuar a ser reduzida até a sua completa extinção, tal como previsto na lei que a autorizou.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os saldos activos do BNA para com a EMIS incluem a participação no capital social que ascende a mAOA 373.646 e mAOA 409.500, respectivamente, que representa 373.646 acções e 409.500 acções, respectivamente, com o valor nominal unitário de AOA 1.000, bem como um valor de mAOA 22.177 correspondente a valores a receber de entradas no capital de novos bancos comerciais. Adicionalmente, em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o Banco apresenta suprimentos junto da EMIS no valor de mAOA 103.614 (Nota 11).

35.3 – Conselho de Administração do Banco Representa o órgão com o poder exclusivo de tomada de decisão no Banco, sendo actualmente composto por três membros.

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, as remunerações atribuídas ao Conselho de Administração do Banco, bem como outros benefícios atribuídos, nos termos do respectivo regulamento, ascenderam a mAOA 427.124 e mAOA 354.856, respectivamente (Nota 33).

36 – DIVULGAÇÕES RELATIVAS A INSTRUMENTOS FINANCEIROS

Políticas de gestão dos riscos financeiros inerentes à actividade do BNA

Gestão das reservas internacionaisA gestão dos riscos financeiros relacionados com as reservas internacionais é assegurada pelo Departamento de Gestão de Reservas (DGR). A avaliação e controlo do risco de crédito, risco de liquidez, risco de mercado (risco cambial e risco de taxa de juro) e risco operacional são efectuados de acordo com as directrizes de investimento e perfil de risco espelhadas nas Linhas Mestres e na Política de Investimento aprovados pelo Conselho de Administração, que têm como objectivo primordial a preservação do capital. No âmbito da prossecução desse objectivo, a gestão de reservas deverá ter em consideração a liquidez necessária para fazer face aos compromissos do Estado Angolano e do Banco Nacional de Angola, bem como a maximização da rentabilidade, respeitando as linhas de actuação aprovadas.

Face a finalidade de optimizar o desempenho e concretizar os objectivos estratégicos do BNA, as Linhas Mestres e a Política de Investimento têm promovido o desenvolvimento do sistema vigente, definindo limites e restrições relativamente à exposição das reservas internacionais, dos quais se destacam:

• Definição de limites por tipo de instrumento financeiro;

• Definição de limites por contraparte, atendendo à sua qualidade creditícia;

• Definição de limites por moeda;

• Definição de prazos médios de investimento;

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126

• Definição de benchmarks de rentabilidade e de limites de flutuação face à carteira de referência definida (stop-loss);

• Definição de uma delegação de competências para os investimentos sob gestão.

Gestão da política monetária e cambialPara a execução da política monetária durante 2015, o Banco Nacional de Angola manteve intervenções regulares de absorção de liquidez no mercado monetário, através da realização de operações de mercado aberto (OMA), instrumento previsto no seu quadro operacional de política monetária. Assessoriamente o Banco Nacional de Angola utilizou os demais instrumentos regulamentares, com particularidade para as facilidades de liquidez e as reservas obrigatórias.

As operações de mercado aberto realizadas pelo Banco Nacional de Angola tiveram como suporte a sua carteira própria de títulos, tendo a magnitude das suas intervenções sido adequadas à sazonalidade dos factores condicionantes da sua variação, tendo em vista a persecução dos objectivos de regulação de liquidez e variação da base monetária.

O exercício da função de autoridade monetária e estabilizador do sistema financeiro, pelo Banco Nacional de Angola, visou igualmente a criação de referências remuneratórias para as aplicações de recursos financeiros. Assim, ao longo do exercício de 2015, a Taxa Básica do Banco Nacional de Angola (Taxa BNA), assim como as taxas das facilidades de liquidez, foram reduzidas por decisão do Comité de Política Monetária em momentos distintos do exercício, como forma de transmitir ao mercado a direcção para a curva de juros do dinheiro. Como reflexo de um exercício rigoroso de gestão da liquidez a LUIBOR, taxa de juro das operações interbancárias de cedência de liquidez, continuou a descrever uma tendência de redução, criando-se, no mercado interbancário, oportunidades de financiamento de curto prazo a custos significativamente reduzidos.

Do ponto de vista da estabilidade cambial, o Banco Nacional de Angola manteve, de igual modo, regulares as suas intervenções no mercado cambial primário, alocando recursos para o suprimento de necessidades de pagamentos externos da economia, assim como para o exercício da regulação de liquidez, no âmbito da gestão operacional coordenada de políticas monetária e fiscal, mas fundamentalmente.

Nessa mesma perspectiva, a gestão da política cambial visou a estabilidade das taxas de câmbio dos mercados, em todos os seus segmentos, formal e informal, com ofertas regulares de divisas ao mercado, que permitiram a satisfação das necessidades da economia e a variação da taxa de câmbio em níveis confortáveis com a estabilidade de preços.

No contexto descrito acima, apresentam-se de seguida as divulgações requeridas pelas normas IFRS 7 e IFRS 13 para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014.

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Relatório e Contas • 2015

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Justo valor de instrumentos financeirosEm 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os instrumentos financeiros e o ouro apresentam o seguinte valor de balanço, por metodologia de valorização:

2015 2014

Valorizados ao justo valor

Não valorizados ao

justo valorTotal Valorizados ao

justo valor

Não valorizados ao

justo valorTotal

Activo

Ouro 85 106 242 - 85 106 242 72 231 818 - 72 231 818

Activos sobre o exterior

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 245 764 198 245 764 198 - 211 542 012 211 542 012

Aplicações em instituições de crédito - 1 218 574 149 1 218 574 149 - 1 119 514 666 1 119 514 666

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 724 121 967 - 724 121 967 566 238 487 - 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda 1 155 254 857 - 1 155 254 857 975 239 369 - 975 239 369

Fundo Monetário Internacional - 79 165 716 79 165 716 - 78 374 350 78 374 350

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - 505 799 505 799

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 14 893 516 14 893 516 - 348 806 348 806

Aplicações em instituições de crédito - 13 170 660 13 170 660 - 15 048 761 15 048 761

Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operaçõede política monetária

- 205 147 525 205 147 525 - 106 829 378 106 829 378

Investimentos detidos até à maturidade - 56 581 424 56 581 424 - 43 194 383 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - 174 440 000 174 440 000 - 174 440 000 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - 395 823 395 823 - 430 360 430 360

Total 1 964 483 066 2 008 133 011 3 972 616 077 1 613 709 674 1 750 228 515 3 363 938 189

Passivo

Notas e moedas em circulação - 519 587 896 519 587 896 - 477 974 757 477 974 757

Responsabilidades para com instituições de crédi nacionais relacionadas com operaçõesde política monetária

Reservas bancárias - 1 111 718 421 1 111 718 421 - 759 715 456 759 715 456

Mercado monetário interbancário - 43 914 129 43 914 129 - 342 955 673 342 955 673

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro - 1 380 718 438 1 380 718 438 - 1 203 526 437 1 203 526 437

Outras responsabilidades - 137 973 137 973 - - -

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional - 103 081 220 103 081 220 - 159 106 961 159 106 961

Total - 3 159 158 077 3 159 158 077 - 2 943 279 284 2 943 279 284

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Justo valor para os activos e passivos financeiros não reconhecidos em balanço ao justo valor

2015 2014

Valor de balanço Justo valor Diferença Valor de

balanço Justo valor Diferença

Activo

Activos sobre o exterior

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 245 764 198 245 764 198 - 211 542 012 211 542 012 -

Aplicações em instituições de crédito 1 218 574 149 1 212 153 910 (6 420 239) 1 119 514 666 1 121 286 224 1 771 558

Fundo Monetário Internacional 79 165 716 79 165 716 - 78 374 350 78 374 350 -

Investimentos em associadas e outras entidades - - - 505 799 633 554 127 755

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 14 893 516 14 893 516 - 348 806 348 806 -

Aplicações em instituições de crédito 13 170 660 13 170 660 - 15 048 761 14 365 326 (683 435)

Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária

205 147 525 205 147 525 - 106 829 378 106 829 378 -

Investimentos detidos até à maturidade 56 581 424 56 850 206 268 782 43 194 383 43 554 503 360 120

Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174 440 000 48 543 753 (125 896 247) 174 440 000 45 195 185 (129 244 815)

Investimentos em associadas e outras entidades 395 823 636 862 241 039 430 360 624 422 194 062

Total 2 008 133 011 1 876 326 346 (131 806 665) 1 750 228 515 1 622 753 760 (127 474 755)

Passivo

Notas e moedas em circulação 519 587 896 519 587 896 - 477 974 757 477 974 757 -

Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias 1 111 718 421 1 111 718 421 - 759 715 456 759 715 456 -

Mercado monetário interbancário 43 914 129 43 902 064 (12 065) 342 955 673 342 911 827 (43 846)

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro 1 380 718 438 1 380 718 438 - 1 203 526 437 1 203 526 437 -

Outras responsabilidades 137 973 137 973 - - - -

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional 103 081 220 103 081 220 - 159 106 961 159 106 961 -

Total 3 159 158 077 3 159 146 012 (12 065) 2 943 279 284 2 943 235 438 (43 846)

No apuramento do justo valor apresentado no quadro anterior, foram utilizados os seguintes pressupostos:

• Para efeitos do cálculo do justo valor das “Aplicações em instituições de crédito” foram descontados os fluxos de caixa futuros a taxas de mercado de acordo com as moedas e prazos residuais das aplicações, adicionadas de um spread de risco representado pelas curvas CDS (credit default swaps) das respectivas contrapartes.

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Relatório e Contas • 2015

129

• Para efeitos do cálculo do justo valor dos “Investimentos em associadas e outras entidades” foi considerado o método da equivalência patrimonial, tendo por base a situação líquida das entidades à data das últimas demonstrações financeiras disponíveis e auditadas e na percentagem de participação detida pelo Banco.

• Para os instrumentos classificados na categoria “Investimentos detidos até à maturidade” e “Activos financeiros recebidos no aumento de capital” foi apurado com base nos fluxos de caixa previsionais futuros, sendo que a taxa de actualização utilizada corresponde à média da taxa nominal de juro das últimas emissões de títulos do tesouro colocada pelo BNA no mercado primário, com prazos residuais equivalentes aos das emissões constantes em carteira. Os fluxos de caixa previsionais foram apurados mediante a fixação do valor nominal a cada data de relato financeiro.

• Para as posições activas e passivas junto do “Fundo Monetário Internacional” foi considerada como aproximação ao justo valor as posições divulgadas por esta entidade.

• Para as restantes rubricas considera-se que o justo valor é igual ao seu valor de balanço, por representarem investimentos e financiamentos de curto prazo (inferiores a 1 ano).

Justo valor para os activos financeiros reconhecidos em balanço ao justo valor

2015 2014

Custo de aquisição Justo valor Valia

potencialCusto de

aquisição Justo valor Valia potencial

Activo

Ouro 136 060 075 85 106 242 (50 953 833) 103 429 387 72 231 818 (31 197 569)

Activos sobre o exterior

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 762 273 611 724 121 967 (38 151 644) 577 436 037 566 238 487 (11 197 550)

Activos financeiros disponíveis para venda 1 159 758 658 1 155 254 857 (4 503 801) 980 348 107 975 239 369 (5 108 738)

Total 2 058 092 344 1 964 483 066 (93 609 278) 1 661 213 531 1 613 709 674 (47 503 857)

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130

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a forma de apuramento do justo valor dos instrumentos financeiros e do ouro, reconhecidos em balanço ao justo valor, apresenta o seguinte detalhe por hierarquia de valorização ao justo valor:

2015

Técnicas de valorização

Nivel 1Cotações de

mercado

Nível 2Inputs observáveis

de mercado

Nível 3Outras técnicas de

valorizaçãoTotal

Activo

Ouro 85 106 242 - - 85 106 242

Activos sobre o exterior

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 644 745 125 79 376 842 724 121 967

Activos financeiros disponíveis para venda 1 155 254 857 - - 1 155 254 857

Total 1 240 361 099 644 745 125 79 376 842 1 964 483 066

2014

Técnicas de valorização

Nivel 1Cotações de

mercado

Nível 2Inputs observáveis

de mercado

Nível 3Outras técnicas de

valorizaçãoTotal

Activo

Ouro 72 231 818 - - 72 231 818

Activos sobre o exterior

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 494 356 073 71 882 414 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda 975 239 369 - - 975 239 369

Total 1 047 471 187 494 356 073 71 882 414 1 613 709 674

Para efeitos de apresentação nesta nota, os instrumentos financeiros registados em balanço ao justo valor são classificados de acordo com a seguinte hierarquia, conforme previsto na norma IFRS 13 – Mensuração ao justo valor:

• Nível 1 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor com base em cotações publicadas em mercados activos a que o Banco tem acesso. Incluem-se nesta categoria os títulos valorizados com base em preços executáveis (com liquidez imediata) publicados por fontes externas;

• Nível 2 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor mediante a utilização de dados observáveis directa ou indirectamente em mercados activos. Incluem-se nesta categoria os títulos valorizados tendo por base avaliações fornecidas por contrapartes externas e técnicas de valorização interna que utilizam exclusivamente dados observáveis de mercado;

• Nível 3 - Os instrumentos financeiros que são valorizados através de modelos internos com alguns inputs que não correspondem a dados observáveis de mercado.

Na forma de apuramento do justo valor apresentado nos quadros anteriores, foram considerados os seguintes pressupostos:

• Tratando-se de um activo líquido transaccionado em mercado activo, o justo valor do ouro corresponde

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Relatório e Contas • 2015

131

ao produto da multiplicação da quantidade de ouro detida pelo BNA pela cotação da Onça emitida por uma entidade especializada (Golds Gold Spot), extraída do terminal financeiro da bloomberg. Para o apuramento do custo de aquisição considerou-se a taxa de câmbio em vigor nas respectivas datas de transacção, pelo que, as valias potenciais apuradas incluem igualmente uma componente de valia cambial.

• O justo valor dos instrumentos classificados na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de resultados” corresponde à valorização evidenciada nos reportes periódicos enviados pelas contrapartes. Este justo valor é atribuído pelas próprias contrapartes, através do recurso a cotações de mercado e/ou modelos de valorização interna.

• O justo valor da rubrica “Activos financeiros disponíveis para venda” foi apurado com base nos preços de mercado dos títulos de dívida soberana estrangeira detidos em carteira. Para o efeito, considerou-se o preço “bid” dado pelo contribuidor BGN, extraído do terminal financeiro da Bloomberg, bem como as taxas de câmbio em vigor na data de relato financeiro. Para o apuramento do custo de aquisição consideraram-se as taxas de câmbio em vigor nas respectivas datas de transacção, pelo que, as valias potenciais apuradas incluem igualmente uma componente de valia cambial.

Risco de crédito

A gestão de risco de crédito é assegurada pelas áreas de negócio do Banco, nomeadamente pelo Departamento de Gestão de Reservas (DGR) e Departamento de Mercados de Activos (DMA), sendo as mesmas responsáveis pela segmentação do risco em função das características dos produtos e dos seus emitentes.

O risco de contraparte consiste no risco de crédito inerente a transacções nos mercados financeiros, correspondendo à possibilidade de incumprimento pelas contrapartes dos termos contratados, e subsequente ocorrência de perdas financeiras para o Banco. Os tipos de transacções abrangidas incluem disponibilidades e aplicações em instituições de crédito, compra e venda de títulos e a contratação de operações de venda com acordo de recompra.

Na gestão e aplicação das reservas internacionais e dos activos internos, o DGR e o DMA assumem na sua actividade um determinado nível de exposição ao risco de crédito. Estes departamentos de negócio regulam de forma criteriosa e prudente a exposição ao risco de crédito, estabelecendo limites de concentração de risco, que são revistos periodicamente.

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132

Exposição máxima ao risco de crédito

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a exposição máxima ao risco de crédito pode detalhar-se da seguinte forma:

2015 2014

Activo

Activos sobre o exterior

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 245 764 198 211 542 012

Aplicações em instituições de crédito 1 218 574 149 1 119 514 666

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 724 121 967 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda 1 155 254 857 975 239 369

Fundo Monetário Internacional 79 165 716 78 374 350

Investimentos em associadas e outras entidades - 505 799

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 14 893 516 348 806

Aplicações em instituições de crédito 13 170 660 15 048 761

Operações de financiamento às instituições de crédito relacio-nadas com operações de política monetária

205 147 525 106 829 378

Investimentos detidos até à maturidade 56 581 424 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174 440 000 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades 395 823 430 360

Total 3 887 509 835 3 291 706 371

Posições fora de balanço 1 523 577 042 720 031 765

Qualidade de crédito dos activos financeiros

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a exposição ao risco de crédito por rating de contraparte, pode detalhar-se da seguinte forma:

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Relatório e Contas • 2015

133

2015

Rating externo

AAA a AA- A+ a A- BBB+ a BBB- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total

Activo+B9:B25

Activos sobre o exterior

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 384 555 51 772 859 197 898 786 415 455 1 632 1 568 (4 710 657) 245 764 198

Aplicações em instituições de crédito - 495 310 349 288 865 033 271 755 759 47 010 167 115 632 841 1 218 574 149

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - 724 121 967 724 121 967

Activos financeiros disponíveis para venda 828 894 313 - 12 210 923 31 291 936 - - 282 857 685 1 155 254 857

Fundo Monetário Internacional - - - - - - 79 165 716 79 165 716

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - 14 893 516 14 893 516

Aplicações em instituições de crédito - - - - - - 13 170 660 13 170 660

Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária

- - - - - - 205 147 525 205 147 525

Investimentos detidos até à maturidade - - - - 56 581 424 - - 56 581 424

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - 174 440 000 - - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - 395 823 395 823

Total 829 278 868 547 083 208 498 974 742 303 463 150 278 033 223 1 568 1 430 675 076 3 887 509 835

2014

Rating externo

AAA a AA- A+ a A- BBB+ a BBB- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total

Activo+B9:B25

Activos sobre o exterior

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 145 643 920 2 287 744 63 542 689 3 039 1 410 - 63 210 211 542 012

Aplicações em instituições de crédito 129 116 250 492 979 023 342 882 522 10 766 273 22 553 403 - 121 217 195 1 119 514 666

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - 566 238 487 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda 938 769 422 473 087 23 192 218 - - - 12 804 642 975 239 369

Fundo Monetário Internacional - - - - - - 78 374 350 78 374 350

Activos internos - - - - - - 505 799 505 799

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito

Aplicações em instituições de crédito - - - - - - 348 806 348 806

Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária

- - - - - - 15 048 761 15 048 761

Investimentos detidos até à maturidade - - - 43 194 383 - - - 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - 174 440 000 - - - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - 430 360 430 360

Total 1 213 529 592 495 739 854 429 617 429 228 403 695 22 554 813 - 795 031 610 3 184 876 993

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134

Na construção destes quadros foram considerados os seguintes pressupostos:

• O rating considerado para as contrapartes é extraído do terminal financeiro da bloomberg, através das notações atribuídas entre a Standard & Poors e Moody’s ou equivalente.

• Para as entidades Federal Reserve System (FED) e Bank for International Settlements (BIS) considerou-se a atribuição de rating AAA por representarem uma instituição central e internacional, respectivamente, que visam a estabilidade monetária e financeira.

• Para os instrumentos financeiros das rubricas “Investimentos detidos até à maturidade” e “Activos financeiros recebidos no aumento de capital” considerou-se o rating da República de Angola, por representarem instrumentos financeiros emitidos pelo Estado.

• Tendo em consideração a informação insuficiente divulgada pelas entidades externas sobre os títulos detidos nas várias carteiras discricionárias classificadas na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de resultados”, não é possível divulgar a qualidade creditícia destas aplicações.

• Para as posições activas e junto do FMI e de entidades nacionais não existe informação de rating disponível.

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Relatório e Contas • 2015

135

Concentração de risco de créditoEm 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a exposição a risco de crédito, por região geográfica detalha-se da seguinte forma:

2015

Área Geográfica

Europa América África Ásia Oceânia Supranacio-nais Total

Activo

Activos sobre o exterior

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 133 434 485 87 810 036 24 519 677 245 764 198

Aplicações em instituições de crédito 1 101 829 565 - - 116 744 584 - 1 218 574 149

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 582 070 335 142 051 632 - - - - 724 121 967

Activos financeiros disponíveis para venda 350 967 995 426 236 909 19 927 802 55 826 801 16 563 300 285 732 050 1 155 254 857

Fundo Monetário Internacional - - - - - 79 165 716 79 165 716

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 14 893 516 - - - 14 893 516

Aplicações em instituições de crédito - - 13 170 660 - - - 13 170 660

Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária

- - 205 147 525 - - - 205 147 525

Investimentos detidos até à maturidade - - 56 581 424 - - - 56 581 424

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174 440 000 - - - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - 395 823 - - - 395 823

Total 2 168 302 380 656 098 577 484 556 750 197 091 062 16 563 300 364 897 766 3 887 509 835

2014

Área Geográfica

Europa América África Ásia Oceânia Supranacio-nais Total

Activo

Activos sobre o exterior

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 147 997 472 63 543 713 - 827 - - 211 542 012

Aplicações em instituições de crédito 976 946 439 51 432 014 125 228 91 010 985 - - 1 119 514 666

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 425 545 204 120 095 920 - - 20 597 363 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda 302 486 683 337 116 774 14 830 301 79 736 081 226 584 908 14 484 622 975 239 369

Fundo Monetário Internacional - - - - 78 374 350 78 374 350

Activos internos - - 505 799 - - - 505 799

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito

Aplicações em instituições de crédito - - 348 806 - - - 348 806

Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária

- - 15 048 761 - - - 15 048 761

Investimentos detidos até à maturidade - - 43 194 383 - - - 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174 440 000 - - - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - 430 360 - - - 430 360

Total 1 852 975 798 572 188 421 248 923 638 170 747 893 325 556 621 14 484 622 3 184 876 993

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136

Risco de liquidez

O risco de liquidez é o risco de uma instituição não dispor de fundos necessários para fazer face, a cada momento, às suas obrigações de pagamento.

O Conselho de Administração do Banco define limites de concentração por prazos de maturidade, os quais são revistos anualmente, sendo responsabilidade do Departamento de Mercados de Activos (DMA) e do Departamento de Gestão de Reservas (DGR) verificar, numa base diária, o cumprimento dos limites.

De seguida apresentam-se os mapas referentes ao risco de liquidez, considerando a totalidade dos fluxos de caixa contratuais não descontados dos instrumentos financeiros, de acordo com a respectiva maturidade contratual.

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Relatório e Contas • 2015

137

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os fluxos de caixa contratuais não descontados dos activos e passivos financeiros apresentam a seguinte estrutura:

2015

Prazos residuais

Até 1 mês Entre 1 mês e 3 meses

Entre 3 e 6 meses

Entre 6 meses e 1

ano

Entre 1 e 3 anos

Entre 3 e 5 anos

Mais de 5 anos Indeterminado Total

Activo+B8:B42

Activos sobre o exterior

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 245 764 198 - - - - - - - 245 764 198

Aplicações em instituições de crédito 356 230 646 286 921 021 254 232 995 325 442 096 - - - - 1 222 826 758

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 724 121 967 724 121 967

Activos financeiros disponíveis para venda 976 198 66 388 384 31 338 442 46 633 342 517 524 517 447 000 767 166 779 177 - 1 276 640 827

Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 79 165 716 79 165 716

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 14 893 516 - - - - - - - 14 893 516

Aplicações em instituições de crédito - 13 170 660 - - - - - - 13 170 660

Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária

240 783 988 - - - - - - - 240 783 988

Investimentos detidos até à maturidade - - 2 242 126 2 242 126 58 295 268 - - - 62 779 520

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 174 440 000 - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 395 823 395 823

Total 858 648 546 366 480 065 287 813 563 374 317 564 575 819 785 447 000 767 341 219 177 803 683 506 4 054 982 973

Passivo

Notas e moedas em circulação - - - - - - - 519 587 896 519 587 896

Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias - - - - - - - 1 111 718 421 1 111 718 421

Mercado monetário interbancário 35 683 850 8 436 227 - - - - - - 44 120 077

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro - - - - - - - 1 380 718 438 1 380 718 438

Outras responsabilidades - 14 803 14 803 29 605 118 422 32 854 - - 210 487

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional 2 200 378 3 300 567 3 300 567 6 601 134 1 650 284 - - 86 028 290 103 081 220

Total 37 884 228 11 751 597 3 315 370 6 630 739 1 768 706 32 854 - 3 098 053 045 3 159 436 539

Liquidez ajustada 820 764 318 354 728 468 284 498 193 367 686 825 574 051 079 446 967 913 341 219 177 (2 294 369 539)

Liquidez acumulada 820 764 318 1 175 492 786 1 459 990 979 1 827 677 804 2 401 728 883 2 848 696 796 3 189 915 973 895 546 434

Continua na próxima página

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138

2014

Prazos residuais

Até 1 mês Entre 1 mês e 3 meses

Entre 3 e 6 meses

Entre 6 meses e 1

ano

Entre 1 e 3 anos

Entre 3 e 5 anos

Mais de 5 anos Indeterminado Total

Activo

Activos sobre o exterior

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 211 542 012 - - - - - - - 211 542 012

Aplicações em instituições de crédito 254 725 398 267 472 796 380 270 768 220 222 191 - - - 125 227 1 122 816 380

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 566 238 487 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda 23 870 583 7 793 666 51 594 771 14 957 139 371 444 989 366 247 943 254 125 764 - 1 090 034 855

Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 78 374 350 78 374 350

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 505 799 505 799

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 348 806 - - - - - - - 348 806

Aplicações em instituições de crédito - 15 048 761 - - - - - - 15 048 761

Investimentos detidos até à maturidade - - 1 711 644 1 711 644 47 926 024 - - - 51 349 312

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 174 440 000 - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 430 360 430 360

Total 490 486 799 290 315 223 433 577 183 236 890 974 419 371 013 366 247 943 428 565 764 645 674 223 3 311 129 122

Passivo

Notas e moedas em circulação - - - - - - - 477 974 757 477 974 757

Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias - - - - - - - 759 715 456 759 715 456

Mercado monetário interbancário 244 844 024 88 896 237 10 283 690 - - - - - 344 023 951

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro - - - - - - - 1 203 526 437 1 203 526 437

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional 2 165 940 8 289 024 11 927 468 15 249 550 16 939 471 14 163 60 103 116 202 896 170 848 615

Total 247 009 964 97 185 261 22 211 158 15 249 550 16 939 471 14 163 60 103 2 557 419 546 2 956 089 216

Liquidez ajustada 243 476 835 193 129 962 411 366 025 221 641 424 402 431 542 366 233 780 428 505 661 (1 911 745 323)

Liquidez acumulada 243 476 835 436 606 797 847 972 822 1 069 614 246 1 472 045 788 1 838 279 568 2 266 785 229 355 039 906

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Relatório e Contas • 2015

139

Os principais pressupostos utilizados na construção dos quadros acima apresentados são os seguintes:

• Os juros dependentes de indexantes de mercado ou outros referenciais, apenas determináveis em data futura (por exemplo os juros das Obrigações do Tesouro Nacional indexadas à taxa de câmbio ou ao índice de preços do consumidor) foram apurados com base em estimativas quanto ao valor futuro desses referenciais, baseadas no último valor conhecido.

• Não são considerados eventuais incumprimentos ou reembolsos antecipados.

• Os depósitos à ordem (incluindo juros) e as participações detidas em carteira no activo, são considerados activos e passivos à vista, pelo que se encontram contemplados na coluna “Até 1 mês”.

• Para os restantes activos financeiros foi considerado que a sua maturidade era indeterminada, tendo sido incluídos na coluna “Indeterminado”, assim como as notas e moedas em circulação, reservas bancárias e Conta Única do Tesouro que embora sejam passivos financeiros exigíveis à vista não é expectável que tenham esse prazo de liquidação.

Risco de mercado

O risco de mercado corresponde à probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou nos capitais próprios, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos instrumentos financeiros detidos pelo Banco, como, por exemplo, o risco de oscilações nas taxas de juro e de câmbio.

O Banco assume exposição a riscos de mercado, ou seja, a riscos provenientes de posições em aberto em taxas de juro, moeda estrangeira e outros produtos expostos a movimentos do mercado.

Risco cambial

Traduz-se na probabilidade do valor de um instrumento financeiro se alterar devido à flutuação da taxa de câmbio da moeda estrangeira associada ao instrumento.

A política de investimentos em moeda externa é definida por uma das áreas de negócio do Banco, designadamente o Departamento de Gestão de Reservas (DGR). As disponibilidades, aplicações e recursos em instituições de crédito, os títulos detidos em carteiras geridas interna e externamente, bem como os financiamentos expõem o Banco a risco cambial, ainda que o mesmo seja gerido com a definição de limites de exposição por cada moeda, à composição das Reservas Internacionais. Estes limites são definidos pelo DGR e aprovados pelo Conselho de Administração do Banco.

Decorrente da política contabilística descrita na alínea b) da Nota 2.2, o Banco regista todos os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais potenciais numa rubrica de capitais próprios, não tendo qualquer impacto na demonstração dos resultados do Banco.

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140

Em 31 Dezembro de 2015 e 2014, os instrumentos financeiros, por moeda nacional e estrangeira, apresentam o seguinte detalhe:

2015

KwanzasDólares dos

Estados Unidos

Euros Libras Esterlinas

Yuan Renminbi Outros Total

Activo

Ouro - 85 106 242 - - - 85 106 242

Activos externos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 272 588 601 (71 893 780) 19 946 910 24 511 801 610 666 245 764 198

Aplicações em instituições de crédito - 1 002 014 737 44 095 292 147 982 373 23 782 873 698 874 1 218 574 149

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 581 708 299 142 413 668 - - - 724 121 967

Activos financeiros disponíveis para venda - 765 504 322 146 205 293 162 725 703 55 826 801 24 992 738 1 155 254 857

Fundo Monetário Internacional - - - - - 79 165 716 79 165 716

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 6 084 14 887 432 - - - - 14 893 516

Aplicações em instituições de crédito - 13 170 660 - - - - 13 170 660

Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária

205 147 525 - - - - - 205 147 525

Investimentos detidos até à maturidade 56 581 424 - - - - - 56 581 424

Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174 440 000 - - - - - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades 395 823 - - - - - 395 823

Total 436 570 856 2 734 980 293 260 820 473 330 654 986 104 121 475 105 467 994 3 972 616 077

Passivo

Notas e moedas em circulação 519 587 896 - - - - - 519 587 896

Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias 979 987 435 131 730 986 - - - - 1 111 718 421

Mercado monetário interbancário 43 914 129 - - - - - 43 914 129

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro 43 603 532 1 337 114 906 - - - - 1 380 718 438

Outras responsabilidades 137 973 - - - - - 137 973

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional - - - - - 103 081 220 103 081 220

Total 1 587 230 965 1 468 845 892 - - - 103 081 220 3 159 158 077

Continua na próxima página

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Relatório e Contas • 2015

141

2014

KwanzasDólares dos

Estados Unidos

Euros Libras Esterlinas

Yuan Renminbi Outros Total

Activo

Ouro - 72 231 818 - - - 72 231 818

Activos externos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 196 192 834 12 843 656 183 758 1 239 934 1 081 829 211 542 012

Aplicações em instituições de crédito - 950 694 260 131 598 056 31 953 473 5 268 877 - 1 119 514 666

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 443 120 310 123 118 177 - - - 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda - 595 855 734 149 201 572 131 154 416 79 736 081 19 291 566 975 239 369

Fundo Monetário Internacional - - - - - 78 374 350 78 374 350

Investimentos em associadas e outras entidades - 505 799 - - - - 505 799

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 348 806 - - - - - 348 806

Aplicações em instituições de crédito - 15 048 761 - - - - 15 048 761

Investimentos detidos até à maturidade 43 194 383 - - - - - 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174 440 000 - - - - - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades 430 360 - - - - - 430 360

Total 218 413 549 2 273 649 516 416 761 461 163 291 647 86 244 892 98 747 745 3 257 108 811

Passivo

Notas e moedas em circulação 477 974 757 - - - - - 477 974 757

Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias 452 552 934 307 162 521 - - - - 759 715 456

Mercado monetário interbancário 342 955 673 - - - - - 342 955 673

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro 19 159 983 1 184 366 454 - - - - 1 203 526 437

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional - - - - - 159 106 961 159 106 961

Total 1 292 643 347 1 491 528 975 - - - 159 106 961 2 943 279 284

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142

Risco de taxa de juro

O risco de taxa de juro diz respeito ao impacto que movimentos nas taxas de juro têm nos resultados e no valor patrimonial dos activos e passivos do Banco. Este risco decorre essencialmente da existência de diferentes prazos de vencimento ou de reapreciação dos activos, passivos e posições fora de balanço da entidade, face a alterações na inclinação da curva de taxas de juro. Desta forma, o risco de taxa de juro corresponde ao risco do valor actual dos fluxos de caixa futuros de um instrumento financeiro sofrer flutuações em virtude de alterações nas taxas de juro de mercado.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os instrumentos financeiros, por tipo de taxa de juro, apresentam o seguinte detalhe:

2015

Exposição

Sujeito a taxa de juro Não sujeito a taxa de juro Total

Taxa fixa Taxa variável

Activo

Ouro - - 85 106 242 85 106 242

Activos externos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 54 426 221 191 337 977 245 764 198

Aplicações em instituições de crédito 1 218 574 149 - - 1 218 574 149

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - 724 121 967 724 121 967

Activos financeiros disponíveis para venda 1 155 254 857 - - 1 155 254 857

Fundo Monetário Internacional - - 79 165 716 79 165 716

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 14 893 516 14 893 516

Aplicações em instituições de crédito 13 170 660 - - 13 170 660

Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária 205 147 525 - - 205 147 525

Investimentos detidos até à maturidade 56 581 424 - - 56 581 424

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174 440 000 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - 395 823 395 823

Total 2 648 728 615 54 426 221 1 269 461 241 3 972 616 077

Passivo

Notas e moedas em circulação - - 519 587 896 519 587 896

Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias - - 1 111 718 421 1 111 718 421

Mercado monetário interbancário 43 914 129 - - 43 914 129

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro - - 1 380 718 438 1 380 718 438

Outras responsabilidades - - 137 973 137 973

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional 103 081 220 - - 103 081 220

Total 146 995 349 - 3 012 162 728 3 159 158 077

Continua na próxima página

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Relatório e Contas • 2015

143

2014

Exposição

Sujeito a taxa de juro Não sujeito a taxa de juro Total

Taxa fixa Taxa variável

Activo

Ouro - - 72 231 818 72 231 818

Activos externos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 51 171 570 160 370 442 211 542 012

Aplicações em instituições de crédito 1 119 514 666 - - 1 119 514 666

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - 566 238 487 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda 975 239 369 - - 975 239 369

Fundo Monetário Internacional - - 78 374 350 78 374 350

Investimentos em associadas e outras entidades - - 505 799 505 799

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 348 806 348 806

Aplicações em instituições de crédito 15 048 761 - - 15 048 761

Investimentos detidos até à maturidade 43 194 383 - - 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174 440 000 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - 430 360 430 360

Total 2 152 997 179 51 171 570 1 052 940 062 3 257 108 811

Passivo

Notas e moedas em circulação - - 477 974 757 477 974 757

Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias - - 759 715 456 759 715 456

Mercado monetário interbancário 342 955 673 - - 342 955 673

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro - - 1 203 526 437 1 203 526 437

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional 159 106 961 - - 159 106 961

Total 502 062 634 - 2 441 216 650 2 943 279 284

Para efeitos da elaboração dos quadros anteriores, foram considerados os seguintes pressupostos:

• Na rubrica “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” foram distinguidos os montantes de depósitos à ordem regulares em instituições de crédito, não sujeitos a taxa de juro, dos que se encontram sujeitos a taxa de juro variável, nomeadamente os depósitos com aplicações overnight contratadas.

• Tendo em consideração a informação insuficiente divulgada pelas entidades externas sobre os títulos detidos nas várias carteiras discricionárias classificadas na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de resultados”, não é possível divulgar a exposição por tipo de taxa de juro destas aplicações.

• Apesar do cupão pago pelas obrigações do Tesouro Nacional, classificadas na categoria “Investimentos detidos até à maturidade”, ser variável devido à flutuação do valor nominal em função da taxa de câmbio da data de liquidação, a taxa de cupão associada a cada título é fixa.

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144

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os instrumentos financeiros por data de maturidade ou prazo de refixação de taxa, apresentam o seguinte detalhe:

2015

Datas de refixação

Até 1 mês Entre 1 mês e 3 meses

Entre 3 e 6 meses

Entre 6 meses e 1

ano

Entre 1 e 3 anos

Entre 3 e 5 anos

Mais de 5 anos Indeterminado Total

Activo

Ouro - - - - - - - 85 106 242 85 106 242

Activos externos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 245 764 198 - - - - - - - 245 764 198

Aplicações em instituições de crédito 356 056 187 286 659 247 253 332 917 322 525 798 - - - 1 218 574 149

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 724 121 967 724 121 967

Activos financeiros disponíveis para venda - 62 445 017 27 193 035 26 244 587 540 485 191 370 736 662 128 150 365 - 1 155 254 857

Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 79 165 716 79 165 716

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 14 893 516 - - - - - - - 14 893 516

Aplicações em instituições de crédito - 13 170 660 - - - - - - 13 170 660

Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária

205 147 525 - - - - - - - 205 147 525

Investimentos detidos até à maturidade - - - - 56 581 424 - - - 56 581 424

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 174 440 000 - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 395 823 395 823

Total 821 861 426 362 274 924 280 525 952 348 770 385 597 066 615 370 736 662 302 590 365 888 789 748 3 972 616 077

Passivo

Notas e moedas em circulação 519 587 896 - - - - - - - 519 587 896

Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias 1 111 718 421 - - - - - - - 1 111 718 421

Mercado monetário interbancário 35 602 758 8 311 371 - - - - - 43 914 129

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro 1 380 718 438 - - - - - - - 1 380 718 438

Outras responsabilidades - 7 255 8 424 17 486 79 255 25 553 - - 137 973

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional 103 081 220 - - - - - - - 103 081 220

Total 3 150 708 733 8 318 626 8 424 17 486 79 255 25 553 - - 3 159 158 077

Continua na próxima página

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Relatório e Contas • 2015

145

2014

Datas de refixação

Até 1 mês Entre 1 mês e 3 meses

Entre 3 e 6 meses

Entre 6 meses e 1

ano

Entre 1 e 3 anos

Entre 3 e 5 anos

Mais de 5 anos Indeterminado Total

Activo

Ouro - - - - - - - 72 231 818 72 231 818

Activos externos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 211 542 012 - - - - - - - 211 542 012

Aplicações em instituições de crédito 254 682 189 267 296 547 379 273 296 218 137 407 - - - 125 227 1 119 514 666

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 566 238 487 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda 23 014 341 4 636 997 47 498 990 - 334 405 585 369 866 242 195 817 214 - 975 239 369

Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 78 374 350 78 374 350

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 505 799 505 799

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 348 806 - - - - - - - 348 806

Aplicações em instituições de crédito - 15 048 761 - - - - - - 15 048 761

Investimentos detidos até à maturidade - - - - - 43 194 383 - - 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 174 440 000 - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 430 360 430 360

Total 489 587 348 286 982 305 426 772 286 218 137 407 334 405 585 413 060 625 370 257 214 717 906 041 3 257 108 811

Passivo

Notas e moedas em circulação 477 974 757 - - - - - - - 477 974 757

Títulos do Banco Central - - - - - - - - -

Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias 759 715 456 - - - - - - - 759 715 456

Mercado monetário interbancário 244 536 398 88 339 114 10 080 161 - - - - - 342 955 673

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro 1 203 526 437 - - - - - - - 1 203 526 437

Outras responsabilidades - - - - - - - - -

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional 159 106 961 - - - - - - - 159 106 961

Total 2 844 860 009 88 339 114 10 080 161 - - - - - 2 943 279 284

Page 146: Relatório e Contas 2015 - bna.ao1def6d57-e395-47b3-8c49-91f2101a26c3}.pdf · Mensagem do Governador Ao longo do ano de 2015 foram notados alguns focos de instabilidade que puseram

146

37 - RESPONSABILIDADES CONTINGENTES

Devido às alterações regulamentares em sede de Imposto Consumo que ocorreram durante o exercício de 2014, através da aprovação do Decreto-Legislativo Presidencial n.º 3-A/14, de 21 de Outubro de 2014, bem como as alterações que já haviam sido introduzidas pelo Decreto Presidencial n.º 7/11, de 30 de Dezembro, o Banco Nacional de Angola está analisar o enquadramento da isenção prevista no art.92º da Lei nº 16/2010 de 15 de Julho Lei do Banco Nacional de Angola, à luz do referido Decreto-Legislativo Presidencial. Até à presente data ainda não foram concluídos os trabalhos de enquadramento, apenas foram identificadas possíveis contingências não mensuradas.

38 - EVENTOS SUBSEQUENTES A DATA DE REFERÊNCIA

Na preparação das demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2015, o Banco utilizou para conversão para moeda nacional dos seus activos e passivos denominados em outras divisas, as taxas de câmbio médias apresentadas na nota 2.

Contudo, no período compreendido entre 31 de Dezembro de 2015 e 4 de Janeiro de 2016, ocorreu uma variação muito significativa na taxa de câmbio média do mercado monetário primário. Em 31 de Dezembro de 2015 e 4 de Janeiro de 2016, as taxas de câmbio do Kwanza (AOA) face às unidades monetárias estrangeiras utilizadas foram as seguintes:

31-12-2015 04-01-2016

1 Dólar dos Estados Unidos (USD) 135,315 155,612

1 Euro (EUR) 147,832 169,664

1 Dólar Canadiano (CAD) 97,535 112,137

1 Rand da África do Sul (RAD) 14,206 14,206

1 Libra Estrelina (GBP) 200,300 230,656

1 Yuan Renmimbi da China (CNY) 20,846 23,964

Caso esta variação tivesse sido reflectida nas contas de 31 de Dezembro de 2015 do Banco, os activos e passivos expressos em moeda estrangeira passariam a ser os seguintes:

Moeda

NacionalMoeda

Estrangeira Total Moeda Nacional

Moeda Estrangeira Total

ACTIVO

Ouro - 85 106 242 85 106 242 - 97 872 021 97 872 021

Activos sobre o exterior

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 245 764 198 245 764 198 - 282 628 374 282 628 374

Aplicações em instituições de crédito - 1 218 574 149 1 218 574 149 - 1 401 358 020 1 401 358 020

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 724 121 967 724 121 967 - 832 738 924 832 738 924

Activos financeiros disponíveis para venda - 1 155 254 857 1 155 254 857 - 1 328 540 951 1 328 540 951

Fundo Monetário Internacional (2) - 79 165 716 79 165 716 - 79 165 716 79 165 716

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - -

- 3 422 880 887 3 422 880 887 - 4 022 304 006 4 022 304 006

Activos internos

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Relatório e Contas • 2015

147

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 6 083 14 887 433 14 893 516 6 083 17 120 520 17 126 603

Operações de financiamento às instituições de

Aplicações em instituições de crédito 13 170 660 13 170 660 - 15 146 235 15 146 235

Crédito relacionadas com operações de política monetária 205 147 525 - 205 147 525 205 147 525 - 205 147 525

Investimentos detidos até à maturidade - 56 581 424 56 581 424 - 65 068 533 65 068 533

Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174 440 000 - 174 440 000 174 440 000 - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades 395 823 - 395 823 395 823 - 395 823

379 989 431 84 639 517 464 628 948 379 989 431 97 335 288 477 324 719

Activos tangíveis 31 072 715 - 31 072 715 31 072 715 - 31 072 715

Activos intangíveis 654 745 - 654 745 654 745 - 654 745

Outros valores activos 40 074 261 30 006 960 70 081 221 40 074 261 34 507 949 74 582 210

Total do Activo 451 791 152 3 622 633 606 4 074 424 758 451 791 152 4 154 147 243 4 605 938 395

PASSIVO E CAPITAIS PRÓPRIOS

Notas e moedas em circulação 519 587 896 - 519 587 896 519 587 896 - 519 587 896

Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias 979 987 435 131 730 986 1 111 718 421 979 987 435 151 490 391 1 131 477 826

Mercado monetário interbancário 43 914 129 - 43 914 129 43 914 129 - 43 914 129

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro 43 603 532 1 337 114 906 1 380 718 438 43 603 532 1 537 679 672 1 581 283 204

Outras responsabilidades 137 973 - 137 973 137 973 - 137 973

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional (2) - 103 081 220 103 081 220 - 118 543 213 118 543 213

Responsabilidades com pensões e outros benefícios 143 033 493 - 143 033 493 143 033 493 - 143 033 493

Provisões 78 934 326 - 78 934 326 78 934 326 - 78 934 326

Outros valores passivos 13 833 623 57 214 029 71 047 652 13 833 623 65 796 028 79 629 651

Total do Passivo 1 823 032 407 1 629 141 141 3 452 173 548 1 823 032 407 1 873 509 302 3 696 541 709

Capital 270 000 000 - 270 000 000 270 000 000 - 270 000 000

Reservas de reavaliação - 302 480 590 302 480 590 - 581 138 956 581 138 956

Outras reservas 36 820 936 - 36 820 936 36 820 936 - 36 820 936

Resultados transitados - - - - - -

Resultado do exercício 12 949 684 - 12 949 684 21 436 793 - 21 436 793

Total dos Capitais Próprios 319 770 620 302 480 590 622 251 210 328 257 729 581 138 956 909 396 686

Total do Passivo e Capitais Próprios 2 142 803 027 1 931 621 731 4 074 424 758 2 151 290 136 2 454 648 259 4 605 938 395

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39 – AFECTAÇÃO DO RESULTADO DE 2015Tendo em consideração que o resultado apurado no exercício, que foi de mAOA 12.949.684, o Conselho de Administração deliberou no dia 22 de Julho de 2016, no sentido de se proceder à seguinte distribuição daquele resultado, nos termos do disposto no artigo 89.º da Lei do BNA:

• 20%, ou seja mAOA 2.589.937 para Reserva legal;• 20%, ou seja mAOA 2.589.937 para Reserva livre;• 60%, ou seja mAOA 7.769.810 para o Tesouro Nacional, a título de dividendos.

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Estas Demonstrações Financeiras foram aprovadas pelo Conselho de Administração em sessão realizada em 22 de Julho de 2016, pelo que são assinadas pelos seus membros.

Luanda, 22 de Julho de 2016.

_____________________________________________ Valter Filipe Duarte da Silva (Governador)

_____________________________________________Manuel António Tiago Dias (Vice-Governador)

_____________________________________________Suzana Maria de Fátima Camacho Monteiro (Vice-Governadora)

_____________________________________________António Manuel Ramos da Cruz (Administrador)

_____________________________________________Gilberto Moisés Moma Capeça (Administrador)

_____________________________________________Ana Paula Patrocínio Rodrigues (Administradora)

_____________________________________________Samora Machel Januário Silva (Administrador)

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PARTE VI - CERTIFICAÇÃO DO CONCELHO DE AUDITORIA

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PARTE VII - RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE

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PARTE VIII - ANEXOS

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1. Decisões do Comité de Política Monetária ao longo de 2015

No exercício de 2015, os principais indicadores da conta de resultados evoluíram do seguinte modo:

Data FAO FAL - 7 Dias Taxa BNA FCO

22/dez/14 1,75% - 9,00% 9,75%

02/fev/15 1,75% - 9,00% 9,75%

13/fev/15 0,00% - 9,00% 9,75%

27/fev/15 0,00% - 9,00% 9,75%

30/mar/15 0,00% - 9,25% 10,00%

27/abr/15 0,00% - 9,25% 10,00%

29/mai/15 0,00% - 9,25% 10,00%

29/jun/15 0,00% - 9,75% 10,50%

27/jul/15 0,00% - 10,25% 11,00%

28/ago/15 0,00% - 10,50% 12,00%

16/set/15 1,75% - 10,50% 12,50%

29/set/15 1,75% - 10,50% 12,50%

27/out/15 1,75% - 10,50% 12,50%

30/nov/15 1,75% - 10,50% 12,50%

23/dez/15 0,00% 1,75% 11,00% 13,00%

Obs.: FAO - Facilidades Permanentes de Absorção de Liquidez Overnight; FCO - Facilidades Permanentes de Cedência de Liquidez Overnight

2. Documentos normativos emitidos pelo BNA no decurso do ano de 2015

AVISOS

Aviso n.º 01/2015, de 29.01.15, DR- I Série, n.º 15

Política Monetária e Cambial - Importação e exportação de moeda e cheque de viagem. Estabelece os procedimentos de importação, exportação e reexportação de moeda estrangeira, bem como de cheques de viagem, a serem observados pelas instituições financeiras. – Revoga o Aviso n.º 01/2014.

Aviso n.º 02/2015, de 29.01.15, DR- I Série, n.º 15

Política Monetária e Cambial - Limites de exposição ao risco cambial. Estabelece o limite de exposição ao risco de câmbio e ao ouro das instituições financeiras sujeitas à supervisão do Banco Nacional de Angola. – Revoga o Aviso n.º 05/2010.

Aviso n.º 03/2015, de 20.04.2015, DR- I Série, n.º 53

Publicidade de produtos e serviços financeiros - Estabelece as normas e princípios que regem a publicidade dos produtos e serviços financeiros comercializados pelas instituições financeiras sob a supervisão do Banco Nacional de Angola. – Revoga o Aviso n.º 09/2014.

Aviso n.º 04/2015, de 20.04.2015, DR- I Série, n.º 53

Circulação Monetária, Nova Família do Kwanza - Visa fixar o período a partir do qual as cédulas das Séries de “1999” e “2003” deixarão de manter-se em circulação. – Revoga o Aviso n.º 08/2014.

Aviso n.º 05/2015, de 20.04.2015, DR- I Série, n.º 53

Sistema de Pagamentos de Angola – Cheque normalizado. Tem como objectivo definir os requisitos dos formulários de cheques utilizados. – Revoga o Aviso n.º 08/2014.

Aviso n.º 06/2015, de 20.04.2015, DR- I Série, n.º 53

Sistema de Pagamentos de Angola - Número bancário angolano (NBA) e Número internacional da conta bancária (IBAN). Estabelece as regras de identificação de contas de depósito. - Revoga o Aviso n.º 03/2004.

Aviso n.º 07/2015, de 20.04.2015, DR- I Série, n.º 53

Sistema de Pagamentos de Angola - Serviço de compensação de valores (SCV), Subsistema de compensação de cheques (SCC). Tem como objectivo definir as datas e requisitos para a extinção do Serviço de Compensação de Valores (SCV) e a entrada em produção do Subsistema de Compensação de Cheques (SCC). Revoga os Avisos n.º 05/2006, n.º 27/2012 e n.º 04/2014.

Aviso n.º 08/2015, de 20.04.2015, DR- I Série, n.º 53

Sistema de Pagamentos de Angola - Estabelece as condições de obrigatoriedade da liquidação de transferências interbancárias no Sistema de Pagamentos Por Bruto em Tempo Real (SPTR).

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Aviso n.º 09/2015, de 20.04.2015, DR-I Série, n.º 53

Sistema de Pagamentos de Angola - Prazo de execução e de disponibilização de fundos aplicáveis. Estabelece os prazos para a execução de transferências e de remessas de valores, bem como para a disponibilização de fundos ao beneficiário, em resultado de depósitos de numerário e de cheques, de transferências ou de remessas de valores. – Revoga o Aviso n.º 02/2012.

Aviso n.º 10/2015, de 16.06.2015, DR- I Série, n.º 88

Política Cambial - Estabelece as regras de entrada e saída de moeda nacional e estrangeira no território nacional, na posse de pessoas singulares, residentes e não residentes cambiais, que se destinem ou tenham por proveniência a República da Namíbia, utilizando a fronteira terrestre de Santa Clara (Cunene - Angola) e Oshikango (Namíbia).

Aviso n.º 11/2015, de 24.12.2015, DR- I Série, n.º 174

Sistemas de pagamentos, classificação dos subsistemas - Regula a classificação dos subsistemas de compensação e de liquidação do Sistema de Pagamentos de Angola (SPA), tendo em vista a adopção de mecanismos de controlo de riscos, bem como dispor sobre o funcionamento e operacionalização dos referidos subsistemas, e sobre as responsabilidades dos respectivos operadores.

Aviso n.º 12/2015, de 28.12.2015, DR- I Série, n.º 175

Política Cambial - Acordo de Conversão Monetária entre o Banco Nacional de Angola e o Banco da Namíbia, Entrada e saída de moeda nacional e moeda estrangeira na fronteira terrestre de Santa Clara (Angola), Regras operacionais a observar pelas instituições financeiras. Define novas regras ao quadro de procedimentos para as transacções a realizar pelas instituições financeiras bancárias e casas de câmbio, no âmbito do Acordo de Conversão Monetária celebrado entre o Banco Nacional de Angola e o Banco da Namíbia e estabelece novos procedimentos sobre o transporte de moeda nacional e moeda estrangeira na fronteira terrestre de Santa Clara (Angola) e Oshikango (Namíbia). Revoga o Aviso n.º 12/2015, de 16 de Junho e o Instrutivo n.º 11/2015 de 18 de Junho.

INSTRUTIVOS

Instrutivo n.º 01/2015 Classificação de Países, Bancos Multilaterais de Desenvolvimento e Organizações Internacionais. Estabelece os critérios de classificação dos países e de identificação dos bancos multilaterais de desenvolvimento e das organizações internacionais para efeitos prudenciais.

Instrutivo n.º 02/2015 Metodologias para a Constituição de Provisões - Estabelece as metodologias que podem ser utilizadas para definir os montantes mínimos de provisões que devem ser constituídos, no âmbito das disposições sobre o processo de constituição das provisões previstas no Aviso n.º 12/2014, de 17 de Dezembro.

Instrutivo n.º 03/2015 Política Monetária - Reservas Obrigatórias - Visa ajustar as regras de apuramento e cumprimento das Reservas Obrigatórias ao actual quadro de estabilidade macroeconómica. – Revoga o Instrutivo n.º 07/2014.

Instrutivo n.º 04/2015 Política Cambial, Compra e Venda de Moeda Estrangeira, Regras Operacionais Adicionais. Visa ajustar os procedimentos relativos à realização das sessões de compra e venda de moeda estrangeira, pelo Banco Nacional de Angola, estabelecidos pelo Instrutivo n.º 01/2011, de 12 de Abril, tendo em vista o objectivo de se preservar o equilíbrio do mercado cambial.

Instrutivo n.º 05/2015 Sistema de Pagamentos - Especificações técnicas do cheque normalizado. Visa ajustar as especificações técnicas do cheque normalizado, com vista melhorar a clareza e o rigor. – Revoga o Instrutivo n.º 03/2012.

Instrutivo n.º 06/2015 Sistema de Pagamentos - Câmara de Compensação Automatizada de Angola, Garantias para Liquidação de Saldos. Surge da necessidade de se implementar processos de contenção do risco de liquidação nos subsistemas da Câmara de Compensação Automatizada de Angola (CCAA).

Instrutivo n.º 07/2015 Casas de Câmbio - Regras Operacionais. Visa regular os termos e condições em que as casas de câmbio podem realizar a compra e venda de moeda estrangeira. – Revoga o Instrutivo n.º 04/2013.

Instrutivo n.º 08/2015 Política Monetária - Reservas Obrigatórias. Visa ajustar as regras de apuramento e cumprimento das Reservas Obrigatórias ao actual quadro de estabilidade macroeconómica. – Revoga o Instrutivo n.º 03/2015.

Instrutivo n.º 09/2015 Metodologias para a Constituição de Provisões. Visa estabelecer as metodologias que podem ser utilizadas na definição dos montantes mínimos de provisões que devem ser constituídos, no âmbito das disposições sobre o processo de constituição das provisões previstas no Aviso n.º 12/2014 de 17 de Dezembro, sobre provisões. – Revoga o Instrutivo n.º 02/2015.

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Instrutivo n.º 10/2015 Política Cambial - Sessões de Compra e Venda de Moeda Estrangeira, Procedimentos Extraordinários de Participação. Visa ajustar os procedimentos de realização das sessões de compra e venda de moeda estrangeira, com o objectivo de preservar o equilíbrio entre a operacionalização do mercado cambial e os objectivos de política cambial. - Revoga o Instrutivo n.º 01/2011.

Instrutivo n.º 11/2015 Acordo de Conversão Monetária entre o Banco Nacional de Angola e o Banco da Namíbia, Regras Operacionais a Observar pelas Instituições Financeiras. Define as regras operacionais a observar pelas instituições financeiras bancárias e casas de câmbio, localizadas na zona fronteiriça de Santa Clara, Província do Cunene.

Instrutivo n.º 12/2015 Política Cambial – Operações cambiais, Procedimentos. Define os novos requisitos a observar pelas Instituições Financeiras Bancárias, no processo de realização de operações cambiais de mercadorias, invisíveis correntes, capitais e venda às Casas de Câmbio.

Instrutivo n.º 13/2015 Mercado Monetário Interbancário - MMI, Operações de Cedência de Liquidez dos Bancos de Desenvolvimento. Estabelece os procedimentos para as Operações de Cedência de Liquidez dos Bancos de Desenvolvimento.

Instrutivo n.º 14/2015 Política Monetária e Cambial - Mercado Cambial, Margem máxima para operações de venda de divisas. Tem como objectivo adequar os mecanismos de operacionalização do mercado cambial, em particular do mercado secundário de venda de divisas. Revoga o Instrutivo n.º 03/2014.

Instrutivo n.º 15/2015 Política Monetária e Cambial - Mercado Cambial, Margem máxima para operações de venda de divisas. Tem como objectivo suspender a vigência e consequente aplicabilidade do Instrutivo n.º 14/2015, de 07 de Julho, reestabelece a vigência do Instrutivo n.º 3/2014, de 4 de Abril e toda a regulamentação que não o contrarie. Revoga o Instrutivo n.º 14/2015.

Instrutivo n.º 16/2015 Política Monetária: Reservas Obrigatórias – Visa ajustar as regras de apuramento e cumprimento das R.O ao actual quadro de estabilidade macroeconómica.

Instrutivo n.º 17/2015 Venda de Moeda Estrangeira – Visa ajustar os procedimentos para a realização de sessões de venda de moeda estrangeira às casas de câmbio.

Instrutivo n.º 18/2015 Cartões de Pagamento: Informação Estatística - Estabelece a periodicidade, forma e o conteúdo da informação estatística a ser prestada ao BNA pelos emissores e adquirentes de cartões de pagamento e pela sociedade operadora do subsistema Multicaixa.

Instrutivo n.º 19/2015 Política Monetária: Reservas Obrigatórias – Visa ajustar as regras de apuramento e cumprimento das R.O ao actual quadro de estabilidade macroeconómica – Revoga o Instrutivo nº 16/2015.

Instrutivo n.º 20/2015 Política Cambial - Reporte e monitorização de transacções cambiais- aprimorar a qualidade do sistema de acompanhamento e tratamento das operações cambiais, por forma a melhorar a qualidade da informação prestada pelas Instituições Financeiras Bancárias.

Fonte: BNA.

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Relatório e Contas • 2015

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3. Relação das Actividades de Âmbito Internacional realizadas pelo BNA no decurso do ano 2015

Instituição Evento Local Data

Comunidade para o Desenvolvimento da

África Austral (SADC)

Encontro do Subcomité de Supervisores Bancários dos Governadores dos Bancos Centrais da SADC (CCBG) Windhoek, Namíbia 11 a 12 de

Fevereiro

Reunião do RRP e do Subcomité Macroeconómico do CCBG Lusaka, Zâmbia 25 a 29 de Fevereiro

Workshop sobre a integração dos Sistemas de Pagamento Maputo, Moçambique 03 a 05 de Março

Reunião do Subcomité Macroeconómico da SADC Gaberone, Botswana 12 a 13 de Março

Acompanhamento da implementação da Convergência Macroeconómica no âmbito do Mecanismo de Revisão de Pares (PRP)

Gaberone, Botswana 19 a 20 de Março

Reunião do Subcomité de Mercados Financeiros do CCBG Manzini, Swazilândia 24 a 26 de Março

Reunião do Subcomité Macroeconómico do CCBG Harare, Zimbabwe 04 a 06 de Julho

Reunião do Subcomité de Recursos Humanos do CCBG Livingstone, Zâmbia 14 a 17 de Julho

Reuniões do Painel de Avaliação por Pares da Convergência Macroeconómica e dos Ministros das Finanças Bulawayo, Zimbabwe 01 a 04 de

Agosto

Encontro das Subcomissões de Arquitectura de Sistemas e de IT Governance Victoria, Ilhas Seychelles 18 a 21 de

Agosto

Reunião do Subcomité de Mercados Financeiros do CCBG Pretória, África do Sul 19 a 20 de Agosto

Reunião do Grupo de Trabalho do CCBG Pretória, África do Sul 28 a 30 de Setembro

Reunião do Comité de Controlo Cambial Joanesburgo, Africa do Sul

20 a 21 de Outubro

41ª Reunião do Comité dos Governadores dos Bancos Centrais da SADC (CCBG) Luanda, Angola 28 a 30 de

Outubro

Workshop no âmbito do Projecto de Integração de Pagamentos Mbabane, Swazilândia 17 a 19 de Novembro

Reunião do Subcomité de Controlo Cambial e Workshop sobre a validação da restritividade do controlo cambial Gaberone, Botswana 9 a 10 de

Dezembro

Instituto de Gestão Macroeconómica e Financeira da África

Austral e do Leste (MEFMI)

Workshop sobre análise e gestão da Despesa Pública Windhoek, Namíbia 24 a 28 de Agosto

19ª Reunião do Conselho de Governadores e Fórum Executivo Combinado Lima, Peru 5 a 6 de Outubro

Workshop sobre a metodologia de compilação e análise das estatísticas monetárias e financeiras Nairobi, Quénia 19 a 30 de

Outubro

Fórum dos Vice-Governadores e Secretários de Estado Nairobi, Quénia 23 a 24 de Novembro

Banco de Moçambique

7º Fórum Mundial sobre Políticas de Inclusão Financeira e 10º Encontro do Grupo de Trabalho sobre Protecção ao Consumidor e Conduta de Mercado

Maputo, Moçambique 2 a 4 de Setembro

Encontro de continuidade de negócio Maputo, Moçambique 9 a 11 de Setembro

Banco de Cabo Verde Comemoração do 40º Aniversário do Banco de Cabo Verde Praia, Cabo Verde 22 de Setembro

Banco da Namíbia

Assinatura da Adenda ao Acordo Bilateral de Conversão Monetária entre Angola e Namíbia Oshakati, Namíbia 04 de Junho

Visita de trabalho no âmbito do Acordo de Conversão Monetária Windhoek, Namíbia 23 a 27 de

Novembro

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Banco de Portugal

V Encontro de Contabilidade dos Bancos Centrais da CPLP Lisboa, Portugal 27 a 29 de Maio

XIV Conferência sobre Auditoria, Risco e Governance Lisboa, Portugal 24 de Junho

XXV Encontro de Lisboa entre os Bancos Centrais da CPLP Lisboa, Portugal 25 de Junho

Visita de trabalho ao Departamento de Risco Lisboa, Portugal 16 a 18 de Novembro

Workshop sobre as Centrais de Balanço e de Responsabilidades de Crédito Lisboa, Portugal 23 a 24 de

Novembro

Banco do Brasil

Visita técnica no âmbito da implementação da ferramenta de Auditoria Interna Brasília, Brasil 23 a 27 de Março

3º Encontro de Supervisão Bancárias dos Bancos Centrais dos Países de Língua Oficial Portuguesa Brasília, Brasil 16 a 18 de Junho

Seminário Internacional de Boas Práticas Estatísticas Rio de Janeiro, Brasil 24 de Julho a 4 de Agosto

Formação no âmbito do Sistema de Gestão da Continuidade do Negócio Brasília, Brasil 26 a 31 de

Outubro

Workshop sobre “stress tests” Brasília, Brasil 30 Novembro a 1 de Dezembro

Semana Internacional da Cidadania Financeira Brasília, Brasil 7 a 11 de Dezembro

Fundo Monetário Internacional (FMI)

Reunião Anual Lima, Peru 9 a 11 de Outubro

Formação sobre Elementos Principais de Supervisão Bancária Ebéne, Maurícias30 de Novembro

a 11 de Dezembro

Grupo Banco Mundial (GBM)

Workshop sobre Gestão de Risco e de Renda Fixa Paris, França 23 a 27 de Fevereiro

Workshop sobre os fundamentos da Gestão de Activos Joanesburgo, África do Sul 13 a 17 de Julho

Colóquio sobre o Programa de Monitoria e Gestão de Reservas Internacionais Londres, Inglaterra 9 a 12 de

Novembro

Banco de Pagamento Internacional (BIS)

Encontro de alto nível sobre Supervisão Bancária Cape Town, Africa do Sul 29 a 30 de Janeiro

Reunião Geral Anual Basileia, Suíça 27 a 28 de Junho

Conselho de Estabilidade Financeira (FSB)

7ª Reunião do Grupo Consultivo Regional para a África Austral Zanzibar, Tanzânia 11 de Março

Mesa redonda sobre o Correspondente Bancário e 8ª Reunião do Grupo Consultivo Regional para África Subsariana Cape Town, Africa do Sul 3 a 4 de

Dezembro

Organização das Nações Unidas (ONU)

6.ª Conferência dos Estados partes da Convenção Contra a Corrupção São Petersburgo, Rússia 2 a 6 de

Novembro

Organização Mundial do Comércio (OMC) 2º Exame da Política Comercial de Angola Genebra, Suíça 22 a 24 de

Setembro

Fonte: BNA.

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Relatório e Contas • 2015

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4. Emissão e Reserva Monetária

Notas emitidas Reserva monetária

Denominações Quantidade total Valor Financeiro Quantidade Total Valor Financeiro

10.000,00 0 0 20 200.000,00

5.000,00 19 95.000,00 66 330.000,00

2.000,00 20,4 40.800,00 64,6 129.200,00

1.000,00 42,2 42.200,00 67,8 67.800,00

500 70 35.000,00 50 25.000,00

100 72 7.200,00 10 1.000,00

50 78,5 3.925,00 0 0

Total 302,1 224.125,00 278,4 753.000,00

Moedas emitidas Stock - IV Trimestre/2015

Quantidade total Valor Financeiro Quantidade Total Valor Financeiro

100 1,05 105 0,82 82,38

50 1,08 54 0,79 39,67

20 19,88 397,6 6,5 130,05

10 19,16 191,6 1,98 19,78

5 20,84 104,2 0,02 0,09

1 20 20 1,68 1,68

0,5 15 7,5 11,24 5,62

Total 97,01 879,9 23,03 279,27

Fonte: BNA.

5. Mapa estratégico – Organização dos Objectivos por Perspectivas

Sociedade

SistemaFinanceiro

OrganizaçãoeInfra-estrutura

CapitalHumano

ContribuirparaEstabilidadeMonetáriaeCambialeGerirasReservas Internacionais

ContribuirparaaInclusãoFinanceiraeDesenvolverasAcçõesdeResponsabilidadeSocial

Assegurar oDesenvolvimentodoCapitalHumano

FortaleceraGovernaçãoCorporativa ModernizaraInfra-estruturaFísicaeTecnológica

Assegurar aConsolidaçãodaSupervisãodas

InstituiçõesFinanceiras

ContribuirparaaConsolidaçãodaPolitica

Macro-Prudencial

Assegurar aEficiênciaeEficáciadaGestãodo

MeioCirculante

Assegurar aModernizaçãodos

SistemasdePagamentos

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6. Balanço da execução do Plano Estratégico 2013-2015

Sociedade ObjectivosGrau de Execução

91% ≥GE≤ 100% 50% ≥GE≤ 91% < 50% Média OE Média Perpectiva

Sociedade

(A) Contribuir para Estabilidade Monetária e Cambial e Gerir as Reservas Internacionais

98% 64% - 81%

64%(B) Contribuir para a inclusão Financeira e Desenvolver Acções de Responsabilidade Social

- 70% 26% 48%

Sistema Financeiro

(C) Assegurar a consolidação e supervisão das Instituições Financeiras

100% 79% 33% 71%

75%(D) Contribuir para a consolidação da política macroprudencial 100% 55% - 77%

(E) Assegurar a modernização do Sistema de Pagamentos. - 80% - 80%

(F) Assegurar a eficiência e eficácia da gestão do meio circulante. - 71% - 71%

Organização e Infra-estrutura

(G) Fortalecer a Governação Corporativa 97% 73% 26% 65%

64%(H) Modernizar a infra-estrutura física e tecnológica. 98% 67% 25% 63%

Capital Humano

(I) Assegurar o desenvolvimento do capital humano. 100% 58% 15% 58% 58%

MÉDIA 65%

Fonte: BNA.

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Relatório e Contas • 2015

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GLOSSÁRIO

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Glossário

ATM: Automatic Teller Machine

BAD: Banco Africano de Desenvolvimento

BAI: Banco Angolano de Investimentos, S.A.

BANC: Banco Angolano de Negócios e Comércio, S.A.

BCA: Banco Comercial Angolano, S.A.R.L.

BCE: Banco Central Europeu

BCGTA: Banco Caixa Geral Totta de Angola, S.A.R.L.

BCH: Banco Comercial do Huambo, S.A.

BCI: Banco de Comércio e Indústria, S.A.R.L.

BDA: Banco de Desenvolvimento de Angola

BESA: Banco Espírito Santo Angola, S.A.R.L.

BFA: Banco de Fomento Angola, S.A.R.L.

BI: Bilhete de Identidade

BIC: Banco BIC, S.A.

BIS: Banco Internacional de Pagamentos

BKI: Banco Kwanza Investimento, S.A.

BM: Base Monetária

BMA: Banco Millennium Angola, S.A.

BMF: Banco BAI Micro Finanças, S.A.

BMMN: Base Monetária em Moeda Nacional

BNA: Banco Nacional de Angola

BNI: Banco de Negócios Internacional, S.A.

BPA: Banco Privado do Atlântico, S.A.

BPC: Banco de Poupança e Crédito, S.A.R.L.

BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

BT: Bilhetes do Tesouro

BVB: Banco Valor, S.A.

CCAA: Câmara de Compensação Automatizada de Angola

CCBG: Comité dos Governadores dos Bancos Centrais da SADC

CI: Comité de Investimentos

CMA: Zona Monetária Comum

COMEF: Comité de Estabilidade Financeira

CPM: Comité de Política Monetária

CTSPA: Conselho Técnico do Sistema de Pagamento Angolano

CUA: Comissão da União Africana

DEE: Departamento de Estudos Económicos

DES: Departamento de Estatística

DJU: Departamento Jurídico

DMA: Departamento de Mercados de Activos

DPS: Departamento de Património e Serviços

DRI: Departamento de Gestão de Risco

DSC: Departamento de Supervisão Comportamental

DSI: Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições

Financeiras

DSP: Departamento de Sistemas de Pagamento

EMIS: Empresa Interbancária de Serviços

EUA: Estados Unidos da América

FAO: Facilidade de Absorção de Liquidez

FAO: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura

FCO: Facilidade de Cedência de Liquidez

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Relatório e Contas • 2015

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FMI: Fundo Monetário Internacional

FNB: Finibanco Angola

GCI: Gabinete de Comunicação Institucional

ICE: Indicador de Clima Económico

INE: Instituto Nacional de Estatística

Inf: Inflação

INF_IR: Componente Irregular Presente na Inflação

INF_SA: Inflação Ajustada da Componente Sazonal

INF_SF: Componente Sazonal Presente na Inflação

INF_TC: Componente Tendencial e Cíclica

IPC: Índice de Preços ao Consumidor

IPI: Índice de Produção Industrial

KEVE: Banco Keve, S.A.R.L.

LUIBOR: Luanda Interbank Offered Rate

MCX: Multicaixa

MEFMI: Instituto de Gestão Macroeconómica e Financeira da África

Austral e do Leste

MT102 e MT103: São mensagens que transferem os pagamentos

realizados pelos bancos em nome de clientes e os pagamentos a

clientes de bancos realizados pelo BNA em seu nome próprio ou do

Tesouro Nacional.

MT202: São mensagens que transferem os pagamentos feitos pelos

bancos em nome próprio a outro banco.

OGE: Orçamento Geral do Estado

OMA: Operações de Mercado Aberto

OT: Obrigações do Tesouro

PERT: Projecto Executivo para a Reforma Tributária

PIB: Produto Interno Bruto

PRP: Painel de Revisão de Estudos

ROA: Rendibilidade do Activo

ROE: Rendibilidade dos Capitais

SADC: Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral

SADCBA: Associação Bancária da SADC

SBA: Standard Bank de Angola, S.A.

SCC: Subsistema de Compensação de Cheques

SCV: Serviço de Compensação de Valores

SFA: Sistema Financeiro Angolano

SIGMA: Sistema de Gestão de Mercados e Activos

SIRESS: Sistema de Liquidação Electrónica Regional da SADC

SNM: Sistema de Notas e Moedas

SOL: Banco Sol

SPA: Sistema de Pagamento Angolano

SPTR: Sistema de Pagamento em Tempo Real

SSIF: Sistema de Supervisão das Instituições Financeiras

STC: Subsistema de Transferência a Crédito

TBC: Títulos do Banco Central

TPA: Terminal de Pagamento Automático

VTB: Banco VTB África, S.A.

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Av. 4 de Fevereiro, nº 151 - Luanda, AngolaCaixa Postal 1243Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125

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