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CASAG Relatório dos auditores independentes sobre as demonstrações contábeis findas em 31 de dezembro de 2014.

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CASAG

Relatório dos auditores independentes sobre as demonstrações contábeis findas em 31 de dezembro de

2014.

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À Comissão de Orçamento e Contas

Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Goiás Rua 1.121, 200, Setor Marista, Caixa Postal 15 74.175-120, Goiânia-Goiás

Goiânia/Goiás, 28 de agosto de 2015.

Assunto. Relatórios dos auditores independentes sobre as demonstrações contábeis findas em 31 de dezembro de 2014

Prezado(s) senhor(es),

Consoante nossa carta-proposta nº. 00014715/ES-VS1, apresentamos à esta comissão nosso relatório de auditoria independente sobre as demonstrações contábeis da Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás (“Entidade”), relativo às informações findas em 31 de dezembro de 2014.

Teremos prazer em agendar reunião para apresenta-lo ou prestar esclarecimentos adicionais que V.Sas. julguem necessários.

Cordialmente,

Cássius Pimenta Rodrigues Sócio

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Conteúdo

I.! Relatório dos auditores independentes sobre as demonstrações

contábeis 03

II.! Balanço patrimonial

III.! Demonstração de resultado do exercício

IV.! Demonstração das mutações do patrimônio líquido

V.! Demonstração do fluxo de caixa

VI.! Notas explicativas às demonstrações contábeis

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Relatório dos auditores independentes sobre as demonstrações contábeis

Aos administradores da

Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás Rua 100, 104, Q. F-17, L. 14, Setor Sul 74.080-140, Goiânia-Goiás

Fomos contratados para examinar as demonstrações contábeis da Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2014 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa, para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas.

Responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis

A administração da Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás é responsável pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, assim como pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração dessas demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro.

Responsabilidade dos auditores independentes

Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante.

Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis da entidade para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

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Base para Abstenção de Opinião

1.!Regime de escrituração contábil

A escrituração dos atos e fatos contábeis da entidade é realizada no regime de competência e no regime de caixa.

A utilização do regime de caixa prejudica a representação fidedigna do patrimônio da entidade, distorce o resultado do período, visto que as operações são reconhecidas somente quando do pagamento ou do recebimento.

A Instrução Técnica Geral (ITG) 2002, aplicável às entidades sem fins lucrativos, aborda que as receitas e despesas devem ser reconhecidas respeitando o regime contábil da competência.

2.!Saldo em caixa

Não foi possível atestar a exatidão do saldo da conta caixa, em 31 de dezembro de 2014, no montante de R$ 34.374,73, (trinta e quatro mil, trezentos e setenta e quatro reais e setenta e três centavos), uma vez que até a data final de nossos exames não foram apresentados relatórios financeiros capazes de suportar o saldo apresentado.

O relatório financeiro suporte que a melhor prática define para controle das operações de caixa é o “boletim de caixa”. Foram apresentadas memórias das operações de caixa, porém tecnicamente insuficientes para suportar o saldo final apresentado. Fomos informados ainda, em entrevista ao responsável pelo setor financeiro, que não há relatório que indique a posição da conta caixa, inclusive para data retroativa.

Há valores a débito na ordem de R$ 138.604,95 (cento e trinta e oito mil, seiscentos e quatro reais e noventa e cinco centavos) e a crédito na ordem de R$ 232.339,92 (duzentos e trinta e dois mil, trezentos e trinta e nove reais e noventa e dois centavos), em 31 de dezembro de 2014, com contrapartida em contas de “resultado de períodos anteriores”, fato que denota ausência de conciliação contábil.

3.!Cartões a receber

Não foi possível atestar a exatidão do saldo de cartões a receber, em 31 de dezembro de 2014, no montante de R$ 71.571,43, (setenta e um mil, quinhentos e setenta e um reais e quarenta e três centavos), uma vez que até a data final de nossos exames não foram apresentados os extratos das administradoras dos cartões, capazes de suportar o saldo apresentado.

O departamento financeiro apresentou planilha financeira, para efeito de comparação com saldo contábil, a qual contém montante distinto ao saldo contábil final, originando diferença de R$ 14.024,55 (quatorze mil, vinte e quatro reais e cinquenta e cinco centavos).

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4.!Créditos OAB VOX

Identificamos a existência de variação expressiva entre o saldo da conta “boleta bancária” e a posição financeira, emitida pelo departamento comercial, na data de nosso exame.

O montante verificado, referente aos títulos vencidos até 31 de dezembro de 2014, foi superior a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), contudo o saldo contábil apresentado foi de R$ 67.700,60 (sessenta e sete mil, setecentos reais e sessenta centavos).

A apuração exata da variação ficou prejudicada face a impossibilidade de exportação das informações visualizadas, na tela do sistema de gestão.

Obtivemos informações da diretoria financeira que o saldo contábil, apresentado em 31 de dezembro de 2014, fora conciliado com as informações disponíveis à época de fechamento das demonstrações contábeis, e que o saldo atual, visualizado com a supervisora do departamento, refere-se à uma nova posição sobre a inadimplência, após conciliação minuciosa que a mesma está promovendo nos controles deste convênio.

Igualmente fomos alertados pela administração da entidade, que há deficiências no sistema de controle da OAB Vox, deficiências estas que, inclusive, estão a ensejar a adoção de medidas jurídicas em desfavor da empresa prestadora dos serviços de controle, posto que esta empresa não atende as diretrizes previstas no contrato de prestação de serviços, diretrizes estas, dentre outras, a de emitir relatórios de controle capazes de repassar informações de valores a receber, recebidos, inadimplências, dentre outros.

5.!Depósito judicial INSS sobre serviços de terceiros

A entidade indevidamente reconheceu como despesa do período depósito judicial de valor objeto de ação judicial em desfavor da Receita Federal do Brasil, especialmente quanto a discussão de valores de INSS incidentes sobre serviços de terceiros, no montante de R$ 179.610,70 (cento e setenta e nove mil, seiscentos e dez reais, e setenta centavos), realizado em 17 de dezembro de 2014.

Paralelamente, também não foi reconhecido no passivo da entidade a obrigação tributária junto ao INSS, que ficará em aberto até o transito em julgado da ação proposta, não havendo também a atualização mensal dos valores, conforme taxas oficiais periodicamente divulgadas pela Receita Federal do Brasil.

O depósito judicial em questão refere-se à discussão do pagamento da contribuição social sobre os serviços prestados pela UNIMED, com expedição de liminar em 03 de dezembro de 2014 para a realização de depósito integral em conta do juízo.

6.!Adoção inicial das normas contábeis relativas ao ativo imobilizado

Foi apresentado relatório de tombamento patrimonial com data base de 31 de dezembro de 2014, o qual foi parcialmente adotado, restando pontos a adequar e, ainda, pendentes de informações necessárias à correta adequação dos saldos contábeis, sendo:

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a)! Utilização de critérios fiscais para cálculo da depreciação, com a adoção de taxas de depreciação conforme Instrução Normativa SRF nº. 162, de 1998, ausentes ainda informações sobre a vida útil dos ativos e valor passível de recuperação ao final de sua vida útil;

b)! Utilização de saldo contábil global de demonstrações contábeis anteriores (data de referência 1º de janeiro de 2001), para compor o saldo inicial da conta contábil “Instalações”, no valor de R$ 191.892,46 (cento e noventa e um mil, oitocentos e noventa e dois reais e quarenta e seis centavos), lançado no relatório de tombamento como patrimônio com o nº. 10013. Referido saldo se apresentava, ainda, totalmente depreciado, através da escrituração da conta contábil “Depreciação de Instalações”, em igual valor;

c)! Ausência de registro individualizado para bem “Elevador”. Fomos informados que o referido bem integra o saldo global da conta contábil “Instalações”, logo está totalmente depreciado, em que pese ser de aquisição recente e ainda conter base depreciável.

Obtivemos informações do departamento contábil sobre a inexistência de outras informações complementares ao relatório de tombamento patrimonial que tratasse das situações expostas, à exemplo de controles societários.

Com base nas situações mencionadas, entendemos que o relatório de tombamento patrimonial apresentado, base suporte para o saldo contábil, não está de acordo com as normas contábeis vigentes, em especial, nos seguintes aspectos:

a)! Depreciação utilizando taxas fiscais – a seção 17 do Pronunciamento Técnico de Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas (CPC PME), estabelece no item 17.18 que a entidade deve alocar o valor depreciável de ativo em base sistemática ao longo de sua vida útil. Ressaltamos que as taxas fiscais, divulgadas pela Receita Federal, na grande maioria dos casos não retratam a perda econômica do ativo com base em sua vida útil;

b)! Ausência de estudos sobre a vida útil dos ativos inventariados – no item 17.21 do CPC PME, considera que na determinação da vida útil do ativo, a entidade deve considerar os seguintes fatores (uso esperado do ativo; desgaste e quebra física esperada; obsolescência técnica ou comercial; limites legais ou semelhantes no uso do ativo). Destacamos que o referido estudo é indispensável para determinação da vida útil, e por conseguinte, a taxa de depreciação (exemplo: 100% do ativo / [dividido] por sua vida útil [em anos] = [é igual] a taxa de depreciação [anual]).

c)! Ausência de estudos sobre o valor residual dos ativos – conforme item 53 do CPC 27 (Ativo Imobilizado), o valor depreciável de um ativo é determinado após a dedução de seu valor residual. Entende-se por valor residual o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso este ativo já tivesse a idade e a condição esperada para o fim de sua vida útil. Ressaltamos que a ausência de valor residual determina valor zero à todos os ativos, ao final de sua vida útil.

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7.!Aplicação do custo atribuído (deemd cost) sobre ativo imobilizado

Constatamos que a entidade, apesar de atribuir custo a outros itens do ativo imobilizado, adotou a aplicação do custo atribuído somente aos imóveis classificados como terrenos e edificações, localizados em Goiânia/GO. Abaixo saldos do valor residual e valor avaliado, ambos em 31 de dezembro de 2014, apurados pela empresa Ferreira & Filho Contabilidade Ltda. inscrita no CNPJ (MF) nº. 17.588.173/0001-75:

Descrição Valor Residual Valor Avaliado Variação

Instalações 800,01 10.802,39 10.002,38 Veículos de Serviços 269.428,16 344.342,25 74.914,09 Software 68.989,99 69.696,23 706,24 Móveis e Utensílios 91.038,77 101.112,48 10.073,71 Máquinas e Equipamentos 41.218,78 45.153,20 3.934,42 Computadores 97.629,35 104.479,00 6.849,65

Total 569.105,06 675.585,55 106.480,49

Através do relatório de tombamento patrimonial e laudo de impairment identificamos que outros ativos da entidade poderiam ter sido objeto de aplicação do custo atribuído, visto que seus valores contábeis se apresentavam inferiores à avaliação realizada pela referida empresa.

A Lei nº. 11.638, de 2007, vedou a partir de 2008 para todas as sociedades brasileiras novas reavaliações espontâneas de ativos, porém, quando da adoção inicial das normas contábeis internacionais a entidade pode ajustar os saldos iniciais se constatar que há itens do ativo imobilizado ainda em operação, capazes de proporcionar geração de fluxos de caixa futuros, que estejam reconhecidos no balanço por valor consideravelmente inferior ou superior ao seu valor justo, prática denominada como custo atribuído (deemed cost), amparada pela norma ITG 10, aprovada pela Resolução CFC 1.263/09.

Os ajustes ao custo atribuído deveriam ser efetuados sobre os saldos iniciais de bens do ativo imobilizado do exercício social iniciado a partir de 1º de janeiro de 2009, porém, sua aplicação em 2009 é exceção, sendo permitido ser ajustado na abertura do exercício social iniciado a partir de 1º de janeiro de 2010 (Resolução CFC 1.263/09, itens 7 e 8).

Conclui-se que a aplicação do custo atribuído de forma parcial, acaba com o direito da entidade em fazê-lo em período subsequente para os demais ativos, uma vez que a norma permite a atribuição do novo custo somente uma única vez.

Ressaltamos ainda que, com base nas situações levantadas no ponto anterior, ficou evidenciado que a entidade não adotou em sua totalidade as normas contábeis em vigor, o que não garante à aplicação do custo atribuído.

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8.!Direitos estatutários convertidos em participação nas subseções da OAB/GO

A entidade possui registrado, à título de investimento, o montante de R$ 4.246.923,32 (quatro milhões, duzentos e quarenta e seis mil, novecentos e vinte e três reais e trinta e dois centavos), resultado da conversão de créditos estatutários, devidos pela Ordem dos Advogados do Brasil (Seção Goiás), em participação patrimonial e/ou financeira em algumas sedes das subseções localizadas no interior do Estado de Goiás, especialmente as localizadas nos municípios de Caldas Novas, Ceres, Luziânia e Piracanjuba, todos do Estado de Goiás.

Em análise ao contrato assinado com a OAB/GO, entendemos que não há a possibilidade de geração de benefícios futuros sobre a participação nas subseções, uma vez que referido contrato, além de não permitir à CASAG a obtenção de resultado financeiro efetivo destas participações, não deixa claro a efetiva propriedade da CASAG sobre o imóvel cedido e quais os benefícios, ainda que econômicos, que referida participação a ela trará.

O Pronunciamento Técnico que trata da Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, aborda na seção 4.44 os critérios para reconhecimento de ativos, devendo um ativo ser reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluam para a entidade e seu custo ou valor possa ser mensurado com confiabilidade.

Já na seção 4.45, a norma contábil alerta que um ativo não deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando os gastos incorridos não proporcionarem a expectativa provável de geração de benefícios econômicos para a entidade além do período contábil corrente. Ao invés disso, tal transação deve ser reconhecida como despesa na demonstração do resultado.

9.!Reformas em andamento

A entidade não reconheceu como ativo os gastos com reformas em andamento, no valor de R$ 286.624,00 (duzentos e oitenta e seis mil, seiscentos e vinte e quatro reais), referente ao Contrato de Empreitada firmado com a empresa Sólida Soluções Construtiva Ltda. – EPP, inscrita no CNPJ (MF) nº. 20.013.887/0001-60.

Consta como objeto do referido contrato a prestação de serviços do tipo empreitada por preço global, para realização de reparos e obras de construção civil, em especial a reforma do edifício localizado na Avenida Goiás, quadra 2, lotes 08/10, centro, Goiânia – Goiás, com fornecimento de mão de obra, materiais, conforme memorial descritivo.

Paralelamente, o gasto já realizado foi reconhecido como despesa, através da conta 4.1.05.01.01.0001 – F.I.D.A, pelo regime de caixa, com contrapartida direta na conta bancária junto à CREDIJUR (1.1.01.02.01.0008), pelos valores abaixo:

Data Histórico Valor (R$)

05/11/2014 Lanc. Ref. Reforma Prédio Goiás Contrato - Solida Engenharia E Consultoria 112.356,61

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Data Histórico Valor (R$)

05/11/2014 Lanc. Ref. Reforma Prédio Goiás Contrato - Solida Engenharia E Consultoria 28.131,28

Total 140.487,89

Fomos informados que a contabilização atual atende o modelo de prestação de contas exigido pelo Fundo de Integração e Desenvolvimento Assistencial dos Advogados (FIDA).

Entendemos que os gastos incorridos com a reforma não podem ser classificados como despesa de manutenção periódica, devido as características das modificações executadas (entre elas, citamos: remoção do forro em PVC, instalação de forro em gesso, remoção do piso e instalação de novo piso [1° pavimento]), as quais aumentarão a vida útil do bem. Igualmente, a reforma do referido imóvel visa a obtenção de benefícios futuros pelo seu uso (instalação da ótica) e locação a terceiros (pavimentos superiores).

O ativo imobilizado da entidade não está reconhecido adequadamente em suas demonstrações contábeis. Em especial, sobre as reformas, destacamos a seguir os critérios que devem ser satisfeitos para reconhecimento do item como imobilizado:

(a)!For provável que benefícios futuros econômicos associados ao item fluirão para a entidade, e;

(b)!O custo do item puder ser mensurado confiavelmente.

10.! Receitas de vendas

A entidade reconheceu indevidamente como receitas de vendas os valores recebidos dos associados, através dos convênios “plano de saúde Unimed” e “plano de telefonia Claro”, pelos montantes abaixo indicados, havendo, ainda, o reconhecimento de tais valores pelo regime de caixa, em detrimento do regime de competência, não retratando adequadamente operações não liquidadas:

Descrição Valor (R$) Vendas Plano de Saúde 54.020.759,44 Rec. OAB Vox 828.757,92

Os respectivos montantes não correspondem, na sua totalidade, uma receita para entidade, sendo receita apenas um percentual à título de comissão sobre as vendas realizadas. Por outro lado, a maior parcela dos valores acima corresponde obrigação financeira da entidade para com as operadoras dos referidos convênios. Em ambas as situações não há controles internos eficientes, suportados por relatórios adequados.

Da forma apresentada, a entidade não evidencia em seu passivo as obrigações financeiras devidas às operadoras dos planos, reconhecendo indevidamente uma receita global que não tem direito.

De acordo com item 23.4 do Pronunciamento Técnico PME, destacamos que tais

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recebimentos não devem ser reconhecidos como receita, exceto a comissão:

“CPC PME 23.4 - A entidade deve incluir na receita apenas a entrada bruta dos benefícios econômicos recebidos e a receber pela entidade por sua própria conta. A entidade deve excluir do resultado todos os valores coletados em nome de terceiros tais como tributos sobre vendas, sobre produtos e serviços e sobre o valor adicionado. No relacionamento como uma agência, a entidade deve incluir na receita somente o valor de sua comissão. Os valores recebidos em nome do titular não são considerados como receita da entidade”.

11.! Despesas com processos judiciais

Os processos que compõem a Despesa com Processos Judiciais reconhecida no exercício de 2014, no montante de R$ R$ 1.048.743,05 (um milhão, quarenta e oito mil, setecentos e quarenta e três reais e cinco centavos) contemplam indevidamente valores de processos anteriores a esta competência, na ordem de R$ 828.346,32 (oitocentos e vinte e oito mil, trezentos e quarenta e seis reais e trinta e dois centavos).

Valores pertinentes a exercícios já encerrados devem ser tratados como déficits/superávits de exercícios anteriores, no Patrimônio Líquido.

12.! Despesa com cartões de crédito

Não foi possível atestar a exatidão das despesas com cartões de crédito, no montante de R$ 108.270,11 (cento e oito mil, duzentos e setenta reais e onze centavos), uma vez que até a data final de nossos exames não foram apresentados os extratos das administradoras dos cartões, capazes de suportar o saldo escriturado.

13.! Resultado do período

Verificamos que os critérios de contabilização adotados, especialmente a inobservância do regime de competência, resultaram em oscilações expressivas nas contas de resultado durante o exercício de 2014. A seguir, apontaremos por grupo as principais situações identificadas:

(a)! Receitas

1.!Contabilização dos recebimentos dos planos (Unimed e Claro), conforme citado no item n° 10, acima, com conta redutora identificada como “custos de convênio”, ambos por regime de caixa.

No mês de setembro, a conta redutora “Unimed” apresentou saldo positivo de R$ 3.435,47 (três mil, quatrocentos e trinta e cinco reais e quarenta e sete centavos) evidenciando a inexistência de custo para ser confrontado com a receita de venda de plano de saúde, superior a R$ 4,6 milhões, resultando em um superávit de R$ 4.404.064,71 (quatro milhões, quatrocentos e quatro mil, sessenta e quatro reais e setenta e um centavos) no mês.

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Em outubro, foi contabilizada receita com venda de plano no valor de R$ 4.674.885,66 (quatro milhões, seiscentos e setenta e quatro mil, oitocentos e oitenta e cinco reais e sessenta e seis centavos) e na conta redutora “Unimed” o montante de R$ 7.174.958,76 (sete milhões, cento e setenta e quatro mil, novecentos e cinquenta e oito reais e setenta e seis centavos) à título de custos, que somado com as outras operações do grupo de receitas, resultou em receita total negativa, no valor de R$ 2.160.364,09 (dois milhões, cento e sessenta mil, trezentos e sessenta e quatro reais e e nove centavos), conforme apresentado no quadro anterior.

2.!Contabilização de R$ 195.877,87 (cento e noventa e cinco mil, oitocentos e setenta e sete reais e oitenta e sete centavos) como receitas de exercícios anteriores, referente à ajustes das contas capital junto à Instituição CrediJur. Os referidos ajustes não correspondem receita da entidade, sendo indevida sua classificação como tal. Sugerimos que os mesmos sejam reclassificados para o grupo do patrimônio líquido, na conta de ajustes de exercícios anteriores.

(b)! Custos

1.!Contabilização do custo das mercadorias vendidas somente em dezembro, no montante de R$ 776.580,61 (setecentos e setenta e seis mil, quinhentos e oitenta reais e sessenta e um centavos) contribuindo para o resultado negativo do mês, superior à R$ 2 milhões.

(c)! Despesas

1.!Contabilização deficitária das provisões de férias e 13° salário no decorrer do exercício. Somente em dezembro estas despesas representaram 68% e 87% de toda a despesa do período, evidenciando a contabilização por regime de caixa.

2.!Contabilização indevida de empréstimos à funcionários como despesa, na conta “4.1.02.01.02.0011 – Empréstimos à Funcionários” no total de R$ 1.768,08 (mil, setecentos e sessenta e oito reais e oito centavos);

3.!Contabilização indevida dos pagamentos realizados ao convênio Claro como despesa, através da conta “4.1.02.01.10.0019 – Desp. Claro OAB Vox” no montante de R$ 834.995,98 (oitocentos e trinta e quatro mil, novecentos e noventa e cinco reais e noventa e oito centavos). De forma semelhante ao convênio Unimed estes valores deveriam ser provisionados como Passivo Financeiro e não transitar pelo resultado da entidade;

4.!Contabilização das despesas com depreciação apenas no mês de dezembro, no montante de R$ 1.321.180,47 (um milhão, trezentos e vinte e um mil, cento e oitenta reais e quarenta e sete centavos) conforme relatório de tombamento patrimonial. Em análise ao relatório de tombamento, identificamos que parte desta despesa refere-se à exercícios anteriores, logo a contabilização desta parcela devia ser realizada no grupo do patrimônio líquido, na conta de ajustes de exercícios anteriores;

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5.!Contabilização de despesas com processos judiciais apenas no mês de dezembro, no montante de R$ 1.048.743,05 (um milhão, quarenta e oito mil, setecentos e quarenta e três reais e cinco centavos) conforme relatório do departamento jurídico, referente aos processos classificados como perda provável. Em análise ao relatório, identificamos que somente R$ 220.396,73 (duzentos e vinte mil, trezentos e noventa e seis reais e setenta e três centavos)

Com base nos itens 1 a 13, não nos foi possível concluir sobre o possível efeito, se algum, destes sobre a representação adequada e em todos os aspectos relevantes, da posição patrimonial e financeira da Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás e o resultado de suas operações, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, correspondentes ao período findo em 31 de dezembro de 2014.

Baseados nas Normas Brasileiras de Auditoria NBC’s TA 580 e 705, aprovadas pelas Resoluções CFC nº’s. 1.227, de 2009 e 1.232, de 2009, e em todos os fatos descritos anteriormente, concluímos que, independentemente de ter obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre cada uma das incertezas, não nos é possível expressar opinião sobre as demonstrações contábeis devido à possível interação das incertezas e seu consequente efeito cumulativo sobre estas.

Abstenção de Opinião

Devido à relevância dos assuntos relatados no parágrafo Base para Abstenção de Opinião, e em conformidade com as Normas Brasileiras de Auditoria NBC’s TA 580 e 705, aprovadas pelas Resoluções CFC nº’s. 1.227, de 2009 e 1.232, de 2009, não nos foi possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião de auditoria. Consequentemente, não expressamos uma opinião sobre as demonstrações contábeis anteriormente referidas.

Goiânia, Goiás, 28 de agosto de 2015.

Marol Auditoria e Consultoria Contábil e Empresarial S/S Ltda. CRC GO-001101/O-2

Cássius Pimenta Rodrigues CRC GO-014601/O-0

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