relatório do segundo semestre de 2004 um espaço coletivo onde ... instrumentos para um ... luiza...

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aparelho fonador, a capacidade de con- centração, assim como também propiciar um espaço coletivo onde se busca um ob- jetivo comum a todos, e que depende fun- damentalmente da contribuição de cada um dos participantes do grupo, sempre em favor do resultado do conjunto. Este fator educativo e socializante do Coral também é colocado em prática quando, imerso no contexto maior de uma escola, o grupo se vê diante de uma tarefa inesperada, de uma solicitação da comu- nidade tal como, a produção de uma gra- vação que possa servir de fundo musical na festa de fim de ano. Assim como na vida, quando surge uma situação nova, temos que aprender a nos colocar diante dela e dar o melhor destino possível à nova tarefa que se apresentou. E assim foi: depois de um semestre bas- tante produtivo onde o repertório se sedi- mentou, agregando novos elementos cêni- cos e musicais, tal como a introdução de percussão corporal junto ao canto, além da oportunidade de se apresentar junto a ou- tros grupos tais como o Colégio Pedro II, a ONG de Santa Tereza “Toca O Bonde- Usina de Gente”e o Congresso anual da Abem (Associação Brasileira de Educação Musical), a "toque de caixa", tivemos que aprender duas novas músicas e produzir uma gravação. A experiência foi muito in- teressante e todos se empenharam da melhor forma, no sentido de compensar o curto tempo que dispusemos para apren- der, ensaiar e gravar as duas músicas em questão: "Orfeu e Eurídice" e "Conyra e Cuillac", para as cenas de segundas e quarta séries. Com esta experiência, terminamos mais um ano de atividades com as crian- ças, cantando um repertório razoavelmen- te complexo, chegando a até 3 vozes poli- fônicas (melodias diferentes cantadas si- multaneamente), além da utilização de percussão vocal e corporal. Uma menção especial deve ser dada à 3ª série de 2004 pela competência de- monstrada na superação das novas difi- culdades, e também à 4ª série que, com sua maior experiência, pôde demonstrar um sentido de solidariedade e união, que certamente será da maior validade em suas experiências futuras. Sabemos que poderemos contar com a 4ª série do próx i- mo ano no sentido de apoiar os futuros "calourinhos" com sua capacidade adquiri- da e desejamos que as crianças da 4ª série que estão se formando em 2004 si- gam seus novos caminhos com muita ale- gria, muito companheirismo e muita músi- ca em suas vidas. Projeto: Flávia Lobão Matemática: Andréa Nívea Inglês: Gabriela A. Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília P Guimarães Educação Física: Carla Cristina Soares Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Rodrigo Maia Artes: Sabrina Romeiro Tribo: Mariana Fiori Coral: Fernando Ariani e Raimundo Queiroz Orientação: Maria Cecília J. A. Moura Coordenação e Direção: Maria Teresa J. A. M oura e Maria Cecília J. A. Moura Relatório do Segundo Semestre de 2004 Ensino Fundamental Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 2535-2434 Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected] TRIBO A Tribo se configura como lugar privilegi- ado para trabalhar com as crianças o senti- mento de pertencimento ao grupo. Senti- mento esse esvaziado de sentido numa sociedade que prima pelo individualismo, pela esperteza de uns sobre outros, que gera formas silenciosas de violência. Nes- se sentido, é um espaço onde as crianças podem reconhecer suas possibilidades, outro e criando, através do diálogo, a auto- nomia individual e do grupo. Um espaço a serviço da transmissão dos valores e re- gras da escola, que busca a construção de instrumentos para um cotidiano escolar cada vez mais saudável, colaborando no aprendizado da escuta do outro e das situ- ações de conflito que as crianças vivenci- am. Intervimos no sentido de ajudá-los a compreender o que seja o problema ins- suas responsabilidades no coletivo, com- preendendo as conseqüências que tem a ação individual na construção de um proje- to que os aproxime ao máximo da solidari- edade e do compromisso com o grupo. Dessa forma, se apropriam da percepção de suas formas de inserção e, portanto, de suas contribuições com a comunidade es- colar, atribuindo significado às suas vivên- cias, dimensionando o valor da troca com o Quarta Série Tarde Ana de Amorim Freitas / Bárbara Tavares Fonseca / Carolina Vieira Schiller / Clara Bianchi Ferran / Dala Mila Carvalho Colo Urrutia Cruces / Isabel T. Bonzi Benevides / João Amaral Serra / João Costa Quintella / Julia Gamarski Graneiro / Juliana Franco Pimentel / Laura Mineiro Teixeira / Luiza Teixeira Botner / Maria Clara Reis Nucci / Maria Gabriela Luiz Correa / Maria Lima de Oliveira / Mariana Minuscoli Vianna / Nina Alves de Alencar Zur / Nina Vianna / Patrícia Monteiro de Castro / Paula Muricy Louzeiro / Pedro de Milita Pizarro Drummond / Pedro Durão Duprat Pereira / Perola Braune Franck da Rocha

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aparelho fonador, a capacidade de con-centração, assim como também propiciar um espaço coletivo onde se busca um ob-jetivo comum a todos, e que depende fun-damentalmente da contribuição de cada um dos participantes do grupo, sempre em favor do resultado do conjunto.

Este fator educativo e socializante do Coral também é colocado em prática quando, imerso no contexto maior de uma escola, o grupo se vê diante de uma tarefa inesperada, de uma solicitação da comu-nidade tal como, a produção de uma gra-vação que possa servir de fundo musical na festa de fim de ano.

Assim como na vida, quando surge uma situação nova, temos que aprender a nos colocar diante dela e dar o melhor destino possível à nova tarefa que se apresentou.

E assim foi: depois de um semestre bas-tante produtivo onde o repertório se sedi-

mentou, agregando novos elementos cêni-cos e musicais, tal como a introdução de percussão corporal junto ao canto, além da oportunidade de se apresentar junto a ou-tros grupos tais como o Colégio Pedro II, a ONG de Santa Tereza “Toca O Bonde-Usina de Gente”e o Congresso anual da Abem (Associação Brasileira de Educação Musical), a "toque de caixa", tivemos que aprender duas novas músicas e produzir uma gravação. A experiência foi muito in-teressante e todos se empenharam da melhor forma, no sentido de compensar o curto tempo que dispusemos para apren-der, ensaiar e gravar as duas músicas em questão: "Orfeu e Eurídice" e "Conyra e Cuillac", para as cenas de segundas e quarta séries.

Com esta experiência, terminamos mais um ano de atividades com as crian-ças, cantando um repertório razoavelmen-

te complexo, chegando a até 3 vozes pol i-fônicas (melodias diferentes cantadas si-multaneamente), além da utilização de percussão vocal e corporal.

Uma menção especial deve ser dada à 3ª série de 2004 pela competência de-monstrada na superação das novas difi-culdades, e também à 4ª série que, com sua maior experiência, pôde demonstrar um sentido de solidariedade e união, que certamente será da maior validade em suas experiências futuras. Sabemos que poderemos contar com a 4ª série do próx i-mo ano no sentido de apoiar os futuros "calourinhos" com sua capacidade adquir i-da e desejamos que as crianças da 4ª série que estão se formando em 2004 si-gam seus novos caminhos com muita ale-gria, muito companheirismo e muita músi-ca em suas vidas.

Projeto: Flávia Lobão Matemática: Andréa Nívea Inglês: Gabriela A. Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília P Guimarães Educação Física: Carla Cristina Soares Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Rodrigo Maia Artes: Sabrina Romeiro

Tribo: Mariana Fiori Coral: Fernando Ariani e Raimundo Queiroz Orientação: Maria Cecília J. A. Moura Coordenação e Direção: Maria Teresa J. A. Moura e Maria Cecília J. A. Moura

Relatório do Segundo Semestre de 2004 Ensino Fundamental

Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 2535-2434

Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected]

TRIBO A Tribo se configura como lugar privilegi-

ado para trabalhar com as crianças o senti-mento de pertencimento ao grupo. Senti-mento esse esvaziado de sentido numa sociedade que prima pelo individualismo, pela esperteza de uns sobre outros, que gera formas silenciosas de violência. Nes-se sentido, é um espaço onde as crianças podem reconhecer suas possibilidades,

outro e criando, através do diálogo, a auto-nomia individual e do grupo. Um espaço a serviço da transmissão dos valores e re-gras da escola, que busca a construção de instrumentos para um cotidiano escolar cada vez mais saudável, colaborando no aprendizado da escuta do outro e das situ-ações de conflito que as crianças vivenci-am. Intervimos no sentido de ajudá-los a compreender o que seja o problema ins-

suas responsabilidades no coletivo, com-preendendo as conseqüências que tem a ação individual na construção de um proje-to que os aproxime ao máximo da solidari-edade e do compromisso com o grupo. Dessa forma, se apropriam da percepção de suas formas de inserção e, portanto, de suas contribuições com a comunidade es-colar, atribuindo significado às suas vivên-cias, dimensionando o valor da troca com o

Quarta Série Tarde Ana de Amorim Freitas / Bárbara Tavares Fonseca / Carolina Vieira Schiller / Clara Bianchi Ferran / Dala Mila Carvalho Colo Urrutia Cruces /

Isabel T. Bonzi Benevides / João Amaral Serra / João Costa Quintella / Julia Gamarski Graneiro / Juliana Franco Pimentel / Laura Mineiro Teixeira / Luiza Teixeira Botner / Maria Clara Reis Nucci / Maria Gabriela Luiz Correa / Maria Lima de Oliveira / Mariana Minuscoli Vianna /

Nina Alves de Alencar Zur / Nina Vianna / Patrícia Monteiro de Castro / Paula Muricy Louzeiro / Pedro de Milita Pizarro Drummond / Pedro Durão Duprat Pereira / Perola Braune Franck da Rocha

A meio, a medo, acordava, e daquele estro estrambótico. O que: aquilo nunca parava, não tinha começo nem fim? Não havia tempo decorrido. E como ajuizado terminar, então? Precisava. E fiz uma for-ça, comigo, para me soltar do encanta-mento. Cada um de nós se esquecera de si mesmo, e estávamos transvivendo, so-brecrentes, disto: que era o verdadeiro viver? E era bom demais, bonito – o mil-maravilhoso – a gente voava num amor, nas palavras: o que se ouvia dos outros e no nosso próprio falar. E como terminar?

Guimarães Rosa Mais uma vez, nos entregamos, cuida-

dosamente, a tradição do contar e quere-mos dizer, já, de um princípio básico, que nos acompanhou durante todo o percurso: nenhuma aprendizagem pode ser efetiva se a afetividade não está direcionada em relação ao que está sendo estudado, é preciso estar “seduzido”. Pensamos que a escola, de modo geral, assume este com-promisso e, compartilhando desta idéia, nos esforçamos para que, a despeito de toda a exigência, de toda a preocupação com os conteúdos e com a tal da quinta-série, a escola não se descaracterizasse, abandonando talvez o que tem de mais especial: o sabor – sabor e saber não po-dem ser apartados, sob o risco de esteril i-dade de nossas práticas educativas. Por isso, nos agrada a imagem, a idéia, a rea-lização do mestre amoroso, ocupado com a experiência dos sabores e dos saberes.

Foi na perspectiva deste princípio que assumimos dois desafios fundamentais.

O primeiro, e tendo em mãos o que chamamos na escola de Projeto - na im-possibilidade de denominá-lo disciplina, o que seria um contra-senso, já que a idéia é quebrar com as amarras disciplinares, falaremos de tempos-espaços de integra-ção - fomos buscar, dentro dos nossos limites, uma integração em profundidade, largura e síntese e, com isso, a descober-ta de cada um em suas múltiplas possibil i-dades e potencialidades. Tentamos não perder de vista que ”Jogo, palco, texto ou biografia, o mundo é comunicação... nes-sa situação confluem sentidos e constela-ções de sentidos[...] arrastando consigo as areias dos nossos percursos molecula-

taurado e a levantar soluções possíveis, reconhecendo na diferença o fator chave para a transformação das relações.

Procuramos vincular as vivências espe-cíficas da Tribo às demais instâncias da comunidade escolar e às questões do mundo atual. O trabalho em parceria com a Educação Física foi rico nas discussões acerca das Olimpíadas, ressaltando sem-pre a importância de uma conduta solidá-ria, do jogar com o outro e não contra o outro, desconstruindo a visão do que repre-senta ser vencedor, ressaltando a amizade e a diversão como o principal nesse mo-mento proporcionado pela escola.

Trabalhamos no sentido de estreitar as relações com o Projeto Institucional e com os projetos de cada turma, colaborando com uma parcela no entendimento de seus desdobramentos e procurando, junto com as crianças, relações que possam acrescentar o repertório de significações que elas atribuam ao projeto que desen-volvem.

Acreditamos que esse trabalho tenha dado suporte ao prazer de conhecer e de viver nesse mundo, mesmo com todas as dificuldades que ele traz.

PROJETO Sentimos bastante emoção nesse mo-

mento final. Que tarefa difícil esta de es-crever algo, que pretende ser o relato de um percurso, com alguma objetividade, quando estamos com o coração um pouco apertado, com vontade de recomeçar, fi-car mais um pouco, ler mais uma história, dar umas boas risadas, ter mais uma idéi-a, fazer vibrar, brilharem os olhos, enfim, viver um pouco mais a sala de aula, o pessoal e o poético, o trabalho e a alegria. O percurso foi longo, diário, intenso – ten-so e cheio de afeto, é impossível chegar ao final sendo o que se era – por isso, é preciso admitir que esse relato está en-charcado de emoção e boas lembranças. Aliás, todo esse sentimento é velho co-nhecido, quando nos encontramos, pela primeira vez, e eram bem pequeninos, em nossa “Turma da Memória”, na Educação Infantil. Foi realmente um presente este reencontro. Revendo fotos e relatórios, rememorando, encontramos o relatório final da Turma da Memória, em 1999, on-de recorremos a Guimarães Rosa na ten-tativa de dizer deste sentimento da despe-dida com alguma beleza e precisão...

presentação brasileira em Atenas, a ginás-tica rítmica. Trabalhamos seus elementos de solo, experimentando algumas mano-bras, equilíbrios e sustentação em mov i-mentos que buscavam, principalmente, clareza de intenção e limpeza na execu-ção. Foi um importante exercício para a turma que, mesmo improvisando, entendia a importância de saber selecionar os ges-tos que dariam qualidade à movimentação.

Carla, professora de Educação Física, veio nos dar uma aula sobre os movimen-tos de circuduções e balancês, demons-trando-os em direções variadas. Depois, apresentou as possibilidades de realizar esses mesmos movimentos com cada a-parelho da ginástica rítmica.

As fitas, os arcos, as massas e as cor-das foram adaptadas nas aulas de Ex-pressão Corporal e utilizadas em improv i-sações e composições feitas individual-mente e em duplas. Essas aulas foram muito dinâmicas e ricas. Os movimentos com os aparelhos foram utilizados nos gritos de guerra criados por cada equipe nas Olimpíadas.

Vimos um vídeo do grupo Corpo e, a partir da apreciação feita, experimentamos alguns dos elementos observados. Reali-zamos diferentes propostas de improvisa-ção, procurando atingir uma boa organiza-ção coletiva em movimento pelo espaço. Giros, saltos, rolamentos e suspensões foram realizados nos diferentes níveis e em cruzamentos que desafiavam as crian-ças para manterem em alerta a atenção com o corpo.

No final do ano, começamos os ensaios para a Festa Pedagógica. Coreografamos a música criada pela Manoela, professora de Música, para representar um conto an-dino sobre o amor de Conyra e Cuillac. Também organizamos a movimentação para o samba da Sá Pereira, "Catando So-nhos no Tempo", apresentado no encerra-mento do espetáculo.

Temos certeza que essas crianças a-prenderam muito nestes anos e têm, to-das, um grande potencial para realizarem com segurança a atividade corporal que desejarem.

EDUCAÇÃO FÍSICA O semestre teve início, como é de pra-

xe, cheio de expectativas por conta das crianças que ficam muito ansiosas aguar-dando nosso torneio anual. Imbuídos do espírito olímpico que tomou conta de to-dos neste ano e totalmente engajados no nosso projeto institucional “Catando So-nhos no Tempo”, conseguimos enfim, rea-lizar um desejo antigo: fazer uma grande Olimpíada na Sá Pereira.

Foram três dias de muita diversão, mui-ta garra e muito empenho das crianças e de toda a equipe da escola, pois foi preci-so muita cooperação mútua para que tudo saísse a contento.

As equipes foram formadas por crian-ças de todas as turmas, o que fez desta olimpíada um momento ímpar de integra-ção, de socialização, de aprendizado e de grande confraternização, tendo “o respeito ao outro” como ponto fundamental.

Além de uma belíssima abertura com direito a performance criada nas aulas de expressão corporal, Hino Nacional e hino da olimpíada trabalhados nas aulas de música e juramento do atleta com versão em inglês estudados nas aulas de inglês e teatro; tivemos várias modalidades de jo-gos e esportes, como: pique-bandeira, queimado, futebol, ping-pong, cabo-de-guerra, corrida do saco, estafetas (competições por equipes), pular corda, ginástica artística e salto em distância, onde os pequenos atletas colocaram to-das as suas habilidades à prova.

Também participaram de uma gincana cultural muito bacana abordando “condutas solidárias” (que foi tema das aulas da Tribo), “conhecimentos gerais sobre esportes e Olimpíadas” e um belís-simo concurso de “grito de guerra”, no qual, as crianças esbanjaram criatividade tocando, dançando e cantando com muita disposição e alegria.

As Olimpíadas foram sem dúvida, o ponto máximo do semestre, um evento muito enri-quecedor e gratificante tanto para nós, que a idealizamos, como para as crianças que par-ticiparam efetivamente e tiveram seus valo-res a todo o momento sendo testados, re-mexidos e até modificados.

No decorrer do semestre seguimos com nossos jogos e atividades pré-desportivas, aprendendo novas regras, modificando outras, discutindo condutas, descobrindo novas habilidades e aprimorando as já adquiridas. Tudo isso nos divertindo a va-ler, como sempre. Acreditamos que o “jogo”, dentro de qualquer uma de suas classificações, quer seja “de exercício”, “simbólico”, “de construção” ou “de regras” continua sendo fonte inesgotável de a-prendizagem e prazer.

MÚSICA Começamos e semestre em clima de

olimpíadas. Aproveitamos este contexto para fazermos uma apreciação do Hino Nacional. As crianças ouviram oito ver-sões diferentes do hino, cada uma delas apresentando um arranjo diferente. Pude-mos observar como uma mesma música pode inspirar variados ritmos e formações instrumentais e como o tratamento que cada arranjo recebeu remete a diferentes emoções e climas.

Partimos dessa apreciação para a com-posição do hino da olimpíada da escola. Quando o hino ficou pronto, as crianças da quarta série visitaram todas as turmas com a tarefa de ensina-lo.

Depois desse mergulho no hino nacio-nal, foi a vez de iniciarmos uma “olimpíada musical”. As turmas foram divididas em equipes, cada equipe escolheu seu nome e começamos, através de jogos e brinc a-deiras, uma animada jornada. Os conteú-dos aprofundados foram: apresentação das figuras rítmicas e suas pausas, leitura e escrita rítmica e melódica, ditado rítmico e prática de conjunto. A última prova da olimpíada foi um “show de talentos”. Cada equipe escolheu uma música para apre-sentar e cuidou da distribuição de tarefas e do arranjo. Depois de apresentados os “shows”, os pontos foram somados e tive-mos uma alegre premiação.

CORAL Como todos já sabemos, a atividade do

Coral visa alcançar o objetivo de, a uma só vez, desenvolver a sensibilidade e inte-ligência musical, a percepção auditiva, o

Em outro momento estivemos envolvi-dos com o corpo humano nas artes visu-ais, reconhecendo que sua representação esteve sempre presente, cultuando um ideal de beleza, tanto nas antigas civiliza-ções como convivendo com estereótipos apresentado pelos meios de comunicação de massas contemporâneos. Assim, o pa-drão de beleza, continua a ser representa-do, nos proporcionando pistas para com-preender os valores e a realidade de épo-ca e culturas diferentes.

Começamos esse trabalho tentando responder à pergunta, por escrito: Para você, o que é o corpo ideal? Os resulta-dos foram interessantes e expressavam o que essa meninada vê, ouve, pensa e diz.

Em um segundo momento as crianças trouxeram uma imagem que representava esse corpo ideal. Apreciamos as imagens procurando sempre relacioná-las ao texto a que se referia.

Em seguida, disponibilizamos várias imagens de figuras humanas de diversos tempos e lugares para organizarem crono-logicamente de acordo com suas hipóte-ses, justificando a ordem. Foi uma grande atividade de leitura, pois puseram em jogo

tudo o que sabiam, procurando o nome do autor na obra, pensando sobre o material utilizado e o tema da mesma. O resultado pôde ser comparado com a ordenação cronológica correta, seguida de muitos comentários.

Por fim, apreciamos o trabalho Meta-morfose cultural, 1997, de Nelson Screnci, reconhecendo que os artistas sempre par-tem de algo que conhecem, levam em conta o contexto, sua experiência cotidia-na e também se inspiram nas obras de outros artistas. As crianças escolheram duas imagens de figura humana que con-trastassem e receberam fotocópias em preto e branco de cada uma delas para que transformassem, com diversas inter-venções, uma na outra, como uma meta-morfose cultural. Foi um desafio e tanto modificar imagens estabelecidas, o que significou muita criatividade dos meninos e das meninas nesse final de ano.

Boas férias e muitas felicidades nos caminhos a serem trilhados!

TEATRO Começamos o semestre de olho nas

Olimpíadas. Alguns jogos que aprendemos

no 1° semestre foram adaptados para a realidade das Olimpíadas enquanto outros foram criados especificamente para traba-lharmos o tema em que estávamos envol-v idos. Os jogos visam estimular atitude, solidariedade, respeito, entre outros aspec-tos. São eles: Corrida em câmera lenta com obstáculos, Congela e Máscara com temas de esporte, Jogo do Passo, criação de esquetes baseados em notícia de jor-nais, situações de bastidores e familiares tudo sobre o tema “Jogos Olímpicos”.

Em seguida mergulhamos de corpo e alma na peça de final de ano através dos mitos de criação e das histórias dos povos e países trabalhados durante o ano e que estavam presentes na música composta para o carnaval “Gregos, Árabes, Andinos, Africanos, Egípcios, Chineses”. Com a peça pronta demos início aos ensaios on-de estamos vivenciando a maioria dos personagens, até decidirmos qual será o time oficial para o dia da apresentação.

E com essa mesma alegria e entusias-mo, pretendemos apresentar um espetá-culo que celebre numa grande festa o final de mais um ano letivo.

Fica para a P4 a grandiosa responsabi-lidade de abarcar e abraçar, ora alinha-vando, ora inaugurando histórias e mais histórias. Ela será o fio condutor capaz de gerar eletricidade necessária e mais que suficiente para nortear o destino de tais histórias... Nossas histórias...

Trazendo uma outra linguagem e vesti-da na roupagem do atual questionamento.

É ela que mais do que ninguém estará celebrando o rito de passagem.

E chora cavaco o alarido surdo da bat i-da do tamborim...

Tambora ni mim u tupiniquim em jasmim Em quanto querubim se fez nu em jar-

dim Tambora no peito crescente vontade A deriva de Adélia no Prado Que deixa um Q de Saudade.

Rodrigo Maia

EXPRESSÃO CORPORAL Com o espírito olímpico presente no

mundo, iniciamos o semestre abordando uma das modalidades que teve grande re-

nas performances para a apresentação da “Odisséia”. A proposta era fazer um conv i-te à leitura do livro, para isso era necessá-rio criar um pretexto para que a história “aparecesse”. Teve de tudo um pouco, o livro desaparecido das prateleiras, perdido o último exemplar, e a história tendo que ser garantida às próximas gerações atra-vés da oralidade; estudantes mergulhando no livro, viajando no tempo, e conhecendo pessoalmente não apenas Ulisses, mas também Penélope e seus pretendentes, Vovô Penélope contando para suas netas as aventuras do avô Ulisses, e muito mais!

Mas como integrar tudo isso? Literatu-ra, História, Ciências – Odisséia, Grécia, Olimpíadas, esportes, virtudes, vida sau-dável e beleza. Tivemos a idéia de prepa-rar uma apostila que pudesse, a partir do conhecimento da História dos Jogos Olím-picos, reunir um pouco dessas tantas coi-sas de modo articulado e, também, que pudesse representar um convite para ou-tros desdobramentos. Foi assim que, a partir de uma conversa sobre a beleza olímpica, idéia trazida por Monteiro Lobato em seu Minotauro, pudemos refletir tam-bém sobre os nossos modelos, em geral, padronizados e impostos pela mídia, e

res, individuais, comunitários e soci-ais.”(Boaventura de Sousa Santos. Um discurso sobre as Ciências )

O segundo desafio, não menos impor-tante na construção deste trabalho, diz respeito ao cuidado permanente para que as atividades de escrita e leitura fossem vivenciadas enquanto experiência, para além de seu caráter instrumental, ou seja, queríamos pensá-las, em uma dimensão formadora, humanizadora, como práticas que co-movem, atravessam a gente e transformam. Todos sabemos da abun-dância de estímulos e da quantidade de informações que caracterizam o nosso mundo, porém quase nada “nos passa” e é justo aí que insistimos em resistir. “Pensar e escrever são fundamentalmente questões de resistência”, “Ler para viver?” “Ler para fazer perguntas.”(Susan Sontag, Flaubert e Kafka, respectivamente). Essas inquietações nos acompanharam diaria-mente no encontro com esses meninos e meninas. Foi bonito de se ver, em muitas crianças, um certo apaixonamento por seus escritos, ou pelo movimento, pela descoberta de poder ser também o autor da idéia, da história, do poema, do rap, da notícia, enfim, por um deixar-se arrebatar pela magia da linguagem escrita, comple-mento de nossa especificidade humana. Naturalmente que para algumas crianças o movimento neste sentido ainda é tímido. Dar conta dos aspectos lingüísticos textu-ais ainda é tarefa difícil, ou seja, estão ain-da muito ocupadas com as questões orto-gráficas, questões de coerência e coesão, por exemplo, desconsiderando, de certo modo, os aspectos mais semânticos e lite-rários no momento da produção do texto. Mas, ainda nessas crianças, percebemos um grande esforço para assumirem, mes-mo que parcialmente, a condição de auto-ria. Obviamente que a capacidade de ope-racionalização de toda produção relacio-na-se, invariavelmente, com a competên-cia de leitura. E não há mesmo outro jeito: É preciso trabalhar “com” e “sobre” a Lín-gua para compreender o sistema de escri-ta e elaborar hipóteses, buscando regula-ridades.

Iniciamos o semestre já em clima de Olimpíadas. A leitura da Odisséia apre-sentava a Grécia Antiga de modo muito especial. Um pouquinho antes, havíamos conhecido o Velho Santiago – O velho e o mar - em sua “luta” com o peixe, nos ad-miramos com sua perseverança, sabedori-a e delicadeza. Era hora de nos aventurar por outros mares. Assim, conhecemos Ulisses, também acompanhamos sua “luta” de retorno à Ítaca, a sua casa.

Demoramos um pouco nisso! Insistimos para que as crianças aprendessem, esti-massem e se comprometessem com a leitura em voz alta. Não há melhor manei-ra de ganhar consciência do que se lê, e, portanto, do que se poderá vir a escrever. Semanalmente, e impreterivelmente, part i-lhávamos desta leitura, vivíamos este mo-mento coletivo. “O que os signos impres-sos mostram é o desenho da palavra “embalsamada”, é a leitura em voz alta que a ressuscita completamen-te.” (Saramago) Foi bastante o que apren-demos sobre a Grécia, suas histórias fan-tásticas, sua arte e cultura, seus deuses e heróis, homens e mulheres, e um pouco das relações que aí se estabelecem. Foi um desafio e tanto o trabalho em “Os con-tadores de histórias”: Organizaram peque-

chegar ao tão esperado estudo da Sexua-lidade. Antes disso, não foi pouco o que discutimos sobre a necessidade dos cui-dados com o corpo, tendo em conta a perspectiva do homem, da mulher, do me-nino, da menina, por inteiros, tendo em conta uma saúde integral. Avaliamos pro-pagandas de TV e até ousamos na cons-trução e filmagem de algumas contra-propagandas. Foi uma delícia esse traba-lho! A meninada precisou pesquisar bas-tante: anabolizantes, bulimia, anorexia, silicone, cirurgias plásticas, suplementos alimentares – a regra era dividir com todos o que cada grupo ia descobrindo. E por falar em gente por inteiro, trouxemos tam-bém em nossa apostila, Os doze trabalhos de Hércules, como possibilidade de olhar cuidadosamente para as virtudes. Tínha-mos como desafio descobrir os ensina-mentos nas entrelinhas de cada trabalho e, depois, relacioná-los com a atualidade. Trouxeram notícias, especialmente de jor-nais, organizadas em pequenos cartazes, que de algum modo sinalizasse para a aprendizagem, ou não, dos mesmos.

Quando nos demos conta, já era hora de preparar a Feira de Ciências, estáv a-mos bastante envolvidos com as conver-

sas sobre a Sexualidade, cuidando para que pudessem compreender que são mui-tos os modos de ser menino e de ser me-nina porque são muitas as famílias, as culturas, os lugares, enfim, as dimensões culturais, afetivas e sociais aí contidas. Contribuir para um relacionamento mais respeitoso entre as crianças, a partir do maior conhecimento de seu corpo, das tantas transformações que estão por vir e da observação atenta das diferenças e das igualdades entre as pessoas era a nossa intenção. O esforço foi tentar garan-tir um espaço acolhedor para que pudes-sem falar de suas dúvidas e curiosidades. Assim, na Feira de Ciências, as crianças “... vinham para explicar as coisas do mundo, como a vida se fez.” Ciclos da vi-da, especialmente a puberdade, reprodu-ção, herança genética, células e até clo-nagem fizeram parte de nosso estudo! Foi muito o que essa meninada trabalhou, to-do o processo de planejamento e preparo da feira foi valiosíssimo, a despeito de qualquer resultado final que pudéssemos ter. Acreditamos que demos passos signi-ficativos na construção da autonomia, no gosto pela pesquisa, no fortalecimento da

colaboração grupal e na busca de uma relação ensino/aprendizagem com, como nos ensinou Barthes, “nenhum poder, um pouco de saber, um pouco de sabedoria, e o máximo de sabor possível.”(Barthes, Roland. Aula. )

Terminada a feira, o fim do ano já se aproximara, era muito ainda o que tínha-mos por fazer: cuidar do nosso projeto de conhecer um pouquinho mais os gêneros literários: biografias, poesias, contos, crô-nicas, fábulas... em nossa “Farra Literá-ria”. Estudar a História da América Latina, desejo suscitado lá no primeiro semestre, quando nos encontramos com o tal velho, sua Ilha de Cuba e, mais tarde, viajando com Che Guevara, em Diários de Motoci-cleta. Assim, retornaríamos ao começo do ano letivo, retomando a nossa história de latino-americanos e preparando, para a festa de encerramento, uma bela repre-sentação de tudo isso.

É claro, e talvez nem fosse necessário dizer, que as respostas das crianças ao que pretendemos e propomos são sempre bastante diferentes porque também são diferentes seus conhecimentos de mundo, seus conhecimentos lingüísticos e, natu-ralmente a capacidade de fazer tantas re-lações. Mas, já ficaremos satisfeitos se este percurso tiver colaborado na percep-ção de que a escrita e a leitura são sem-pre procuras, talvez sempre inacabadas, porque sempre será possível ler e escre-ver numa outra direção e com outro senti-do; se os dogmas com os quais nos en-contramos puderam ser problematizados e transformados em questionamentos; se as respostas reabriram as possibilidades das perguntas e, sobretudo, se os nossos pontos de chegada puderam representar apenas pontos de partida. Felizes mesmo ficaremos se tivemos podido contribuir para que essa meninada tenha compreendido/sentido o conhecimento como uma aventura encantada.

INGLÊS Iniciamos o segundo semestre com o

tema Olimpíadas. Pudemos nos familiar i-zar com os nomes das modalidades olím-picas em inglês e em português, des e-nhando as favoritas, escrevendo suas le-gendas, brincando de mímica e bingo para praticar o vocabulário aprendido e obser-vando um livro de fotografias da equipe olímpica dos Estados Unidos de 1996 (Olimpíadas de Atlanta), fotografadas por Annie Leibovitz.

Demos continuidade ao semestre dedi-cando-nos à localização atlas dos países que têm o inglês como língua oficial ou uma das línguas oficiais. Além de ampliar a sua percepção sobre a quantidade e localização dos países no planisfério que falam inglês, as crianças puderam perce-ber que o inglês faz parte da vida cultural e econômica de países diversos espalha-dos pelos cinco continentes.

Finalizamos o semestre inspirados pe-los “Year Books”, anuários comuns nas universidades e em algumas escolas ame-ricanas nos quais os alunos que estuda-ram naquele ano na instituição falam dos seus sonhos, expectativas e dos momen-tos de que mais gostaram. As crianças listaram as atividades, projetos e passei-

os, de que mais gostaram em todas as matérias e selecionaram imagens de cada uma delas, além de criar legendas em português e em inglês. Foi um momento de envolvimento, retrospectiva e de elabo-ração de muitas despedidas: da escola, dos amigos e professores.

ARTES Envolvidos com as Olimpíadas, come-

çamos o semestre apreciando fotos jorna-lísticas de atletas em movimento. As cri-anças tinham o desafio de reproduzir o movimento observado, com caneta preta, reconhecendo a cópia como parte do pro-cesso de criação e não como seu fim. O cenário e o figurino ficaram a critério de cada um, selecionando os elementos que comporiam o fundo e destacando a figura com o lápis de cor.

O contato com esse material possibilitou a representação de figuras humanas em posições distintas das criações habituais, caracterizando a relação de complementa-ridade entre imaginação e realidade.

...É a realidade que fornece os ingredi-entes para a imaginação, assim como é a imaginação que aponta os ingredientes de que a realidade carece...

Rita Ribes

MATEMÁTICA Retornamos ao trabalho envolvidos em

números com vírgula. O sistema de numera-ção decimal está presente em nossa vida desde muito cedo e a vírgula é um acessó-rio, de certa forma, banalizado em seu papel até que se pare para pensar sobre ela. As primeiras descobertas nesse campo numéri-co são acompanhadas de muita estranheza. Naturalmente, os alunos esperam que os decimais “se comportem” e “funcionem” co-mo os números naturais. E descobrem que muito do que vale para um conjunto, não vale para o outro. Em Matemática, nas sé-ries iniciais, esse é o mais significativo dos “saltos”. Gradativamente, a cada operação, a cada desafio, os conflitos vão provocando rearrumação das aprendizagens e formula-ção de novas hipóteses. A cada possibilida-de de praticar, de refletir e de discutir, des-cobrem que são capazes de novas generali-zações.

Grande parte do nosso tempo é dedica-do a esse trabalho e deixamos para o final as frações. Por vários motivos, mas princi-palmente pela complexidade de sua natu-reza. Na escola cuidamos apenas de dois aspectos: a correspondência entre a re-presentação fracionária e notação decimal e o cálculo de frações de quantidades, muito presente em problemas.

Em nosso diário de bordo de 2004 es-tão registrados jogos e atividades que vão deixar saudade.

Registramos também um frio na barriga e uma certa preocupação. Eram as provas nas outras escolas que se aproximavam. Essa situação foi enfrentada de forma mais ou menos ansiosa, por cada criança, cada família, de acordo com suas caracte-rísticas pessoais, expectativas e compe-tências. No entanto, o ano chega ao fim e todos estão agora com seus caminhos traçados.

Mais uma jornada cumprida. Só que a despedida não tem, como an-

tes, o gosto bom de “no ano que vem tem mais”. Em contrapartida nos despedimos como uma torcida fiel que acredita no ta-lento de seus craques. Tenham, em 2005, muitos bons jogos...