relatório do perfil do jovem empreendedor brasileiro
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Perfil do Jovem Empreendedor Brasileiro - Pesquisa CONAJETRANSCRIPT
1
2
Realizador
Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje)
Rodrigo Paolilo – Presidente
Fabrízio Guaglianone – Vice-presidente
David Chagas Coutinho Júnior – Diretor-executivo
Fernando Fagundes Milagre - Diretor de Projetos
Ananda da Silva Carvalho - Coordenadora Nacional
Fabiano de Cristo –Revisão de Análise
Priscila Dias Rocha de Araújo – Levantamento e tabulação de dados
Michel Brendo Gomes dos Santos– Levantamento e tabulação de dados
Bruno Netto – Designer
Bruno Morais - Designer
Fernando Dantas – Imprensa
ParceirosPequenas Empresas & Grandes Negócios – PEGN
Sandra Regina Boccia - Diretora de Redação
Bruna Martins Fontes - Editora
Marisa Adan Gil - Editora
3
Sumário
2 INTRODUÇÃO
2.1 A CONAJE
2.2 A PESqUISA
3 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
3.1 INFORMAÇõES SOCIOECONôMICAS DO JOVEM
3.1.1 IDADE
3.1.2 GêNERO
3.1.3 NíVEL DE ESCOLARIDADE E PRINCIPAIS ÁREAS DE ESPECIALIzAÇÃO
3.2 MOTIVAÇÃO DO JOVEM PARA EMPREENDER
3.1 RAzõES
3.2 PREPARAÇÃO DO JOVEM PARA EMPREENDER
3.2.1 COMO SE PREPARA, SE CONECTA E BUSCA REPRESENTATIVIDADE
3.2.2 O qUE BUSCA O JOVEM EMPREENDEDOR
3.3 CARACTERíSTICAS DAS EMPRESAS DOS JOVENS EMPREENDEDORES
3.3.1 SEGMENTO, PORTE, GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA
3.3.2 ATUAÇÃO DO JOVEM EMPREENDEDOR
3.4 AMBIENTE EMPREENDEDOR
3.4.1 APOIO, DESEMPENhO E VISÃO DE FUTURO
3.4.2 INVESTIMENTO
3.4.3 CAPACITAÇÃO
3.4.4 PRINCIPAIS OBSTÁCULOS E SOLUÇõES
4 CONCLUSÃO
5 BIBLIOGRAFIA
4
4
4
5
5
5
5
6
6,7
8
8
8,9
9,10
10
10,11,12
13
14
14,15
15,16
16,17
17,18
18,19,20
21
4
2. INTRODUÇÃO
2.1 A Conaje
A Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje) é uma entidade representativa do empreendedor jovem no Brasil. Pautada em valores como empreendedorismo, ética, espírito jovem, interdependência, pluralidade, patriotismo, transparência e colaborativismo, a Conaje desenvolve seu trabalho por meio de ações que fortaleçam o empreendedorismo, sobretudo as geridas por jovens. Atuando sob três pilares – capacitação, relacionamento e representatividade – a Conaje reúne, por meio dos núcleos regionais de movimentos jovens de 22 estados brasileiros, mais de 36 mil jovens empresários e empreendedores ligados direta ou indiretamente à instituição.
Através de seus projetos desenvolvidos em parceria com os movimentos estaduais e locais, a Conaje trabalha constantemente na formação de jovens empreendedores e na construção de um melhor ecossistema de negócios para esse público. Promove e articula, ainda, ações de networking, estimulando o fortalecimento de uma rede de jovens empresários espalhadas por todo o Brasil, além do intercâmbio com movimentos jovens empresariais internacionais, sobretudo no Bloco Mercosul, na Federação Iberoamericana de Jovens Empresários (FIJE), nos países lusófonos e na Aliança dos Jovens Empreendedores do G20 (G20 Young Entrepreneurs’ Alliance).
2.2 A Pesquisa
Em parceria com a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, da Editora Globo, a Conaje realizou, em junho de 2014, uma pesquisa para traçar o “Perfil do Jovem Empreendedor Brasileiro”.
O estudo identificou, além de características socioeconômicas, o perfil de negócios e empresas destes jovens, a motivação e o preparo para empreender, a percepção do ambiente empreendedor do País, além das dificuldades enfrentadas e as propostas de melhoria.
A pesquisa foi realizada de forma online e alacançou 27 estados brasileiros, com a participação de 5.181 jovens, com idade entre 18 e 39 anos, das cinco regiões brasileiras. A margem de erro foi de 5% e o intervalo de confiança de 95%.
A pesquisa identificou entre os participantes:
- 61% dos jovens já possuem seu próprio negócio e se consideram “jovens empreendedores”
- 39% dos jovens desejam ter seu próprio negócio, denomiados de “potenciais jovens empreendedores”
Os resultados permitem entender o que o jovem pensa, o que ele quer, como ele se conecta com o universo empreendedor, quais os obstáculos do empreendedorismo no Brasil e sua participação em entidades empresariais jovens, buscando ainda suprir as necessidades emergentes do “ato de empreender”.
5
3 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
3.1 Informações Socioeconômicas do Jovem
3.1.1 Idade
Entre os jovens que já empreendem, a faixa etária mais ativa está entre 26 e 30 anos de idade, com 38% dos entrevistados na pesquisa. Já entre os jovens que desejam se tornar empreendedores a faixa etária está entre 21 e 25 anos. Isto sugere que existe um tempo de maturação entre ter a ideia e a vontade de empreender, e também a consequente aplicação.
3.1.2 Gênero
O sexo masculino predomina na atividade empreendedora entre os jovens brasileiros e, principalmente, nos empreendedores. Neste caso, percebemos que os homens tem mais interesse em transformar a intenção de empreender em realidade.
9%16%
18-20anos
IdadePotenciais Jovens Empreendedores
IdadeJovens Empreendedores
18-20anos
21-25anos
26-30anos
31-35anos
36-39anos
21-25anos
26-30anos
31-35anos
36-39anos
34%
20%
38%
28%
26%
15%
GêneroPotencial Jovem Empreendedor
GêneroJovem Empreendedor
Feminino
Masculino
Feminino
Masculino60%
40%
72%
28%
6
3.1.3 Nível de escolaridade e Principais áreas de Especialização Para os 28% dos jovens que não se sentem preparado
Tanto os potenciais empreendedores quanto os jovens que já empreendem estão investindo mais em educação, tendo o ensino superior como o maior indicador do nível de escolaridade, seguido pela pós-graduação, em ambos os públicos. A pesquisa aponta também que o curso mais escolhido entre os jovens brasileiros é o de Administração, com 34,15% dos potenciais empreendedores, e 35,06% dos empreendedores. Presume-se, por meio dos indicadores, que a vontade de empreender ou mesmo as atividades dos jovens que já tem seu negócio podem ter ajudado a definir a escolha profissional. Para 28% dos jovens que ainda não se sentem preparados, o curso de Administração é o que mais se aprox-ima de uma formação para empreender, mesmo que ainda não atenda aos requisitos necessários para uma formação adequada.
3.2 Motivação do Jovem para empreender
30% dos potenciais jovens empreendedores colocam a “independência” como principal fator de motivação. No entanto, indicam, especialmente, duas razões que tem impedido a realização do sonho:
1. não tem dinheiro(35%)
2. não se sente preparado (28%)
Por outro lado, os jovens que já tem empreendimentos apontam “o desejo de ser empreendedor e a identificação de uma oportunidade” como principais fatores para terem iniciado a caminhada empreendedora com 30% e 28% dos entrevistados, respectivamente.
56% 44%40%
11%
25%
15%
0% 0%
EscolariadadePotencial Jovem Empreendedor
EscolariadadeJovens Empreendedores
0%
0%0%
0%5%
EnsinoFundamental Ensino
FundamentalEnsino Médio
Ensino MédioEnsinoSuperior Ensino
SuperiorPós Graduação
Pós GraduaçãoMestrado
Mestrado
Doutorado
4%
7
Este resultado pode ser ratificado no Relatório da Pesquisa Global de Empreendedorismo (2013), quando revela que o brasileiro tem empreendido por “oportunidade” e não mais por “necessidade”.
OutroFlexibilidade
de Tempo Fonte deRenda
Identificaçãode uma boa oportunidade
Sempre quis ser
empreendedor
Independência
Não me sintopreparado
não tenho dinheiro
28%35%
Influênciafamiliar
Influênciafamiliar
Não tenhotempo
Outro
Maisindependência
17%
HoráriosFlexíveis
9%
Necessidadede uma fonte
de renda5%
17%
2%
18%
16%
30%
6%
20%8%
9%
11%
Motivação para empreendederPotencial empreendedor
Razão de ainda não empreender
Motivação para empreenderJovem Empreendedor
Outro11%
Sempre quis serempreendedor
30%
Identificaçãode uma
opotunidadede negócio
28%
8
3.1 Razões
3.2 Preparação do Jovem para empreender
3.2.1 Como se prepara, se conecta e busca representatividade
Sendo a falta de capacitação empreendedora um dos principais motivos que impedem o jovem de abrir o seu negócio, 43% dos potenciais empreendedores afirmaram não ter acessado nenhuma forma de capacitação na área e 40% manifesta ter participado de cursos aleatórios sobre o tema. É mínimo o acesso à capacitação empreendedora na educação de base, na qual uma pequena população de 9% participou do Programa Júnior Achievment. Durante o período universitário, a metade dos potenciais empreendedores pesquisados não estão engajados em qualquer movimento estudantil. Nesse período, quando há participação em entidades estudantis, a Empresa Junior é apontada como uma alternativa de participação desses jovens com 28%.
Desta forma, entende-se que o jovem pouco se engaja em movimentos estudantis que possam ajudá-lo a suprir a carência em capacitação empreendedora apresentada, o que leva a sugerir que esses movimentos precisam encontrar uma forma mais objetiva de atrair o jovem na fase acadêmica, já que esses movimentos podem complementar a formação empreendedora dos jovens que querem empreender.
JúniorAchieviment
Cursos deEmpreendedorismo
NenhumAIESEC7%
MovimentoEstudantil
Outro6%
Outro
40%Nenhum50%
Empresa Júnior28%
43%
8% 9%
Preparação para empreenderPotencial Empreendedor
Participação em movimentosestudantis
Potencial Empreendedor
9
Grande parte se conecta com o empreendedorismo via redes sociais e sites (31%). A Tv e o rádio representam canais menos utilizados por essa faixa etária, com (9%), o que demonstra uma característica dos jovens da geração Y nascidos na década de 90. Entre os jovens que já empreendem, o principal canal de conexão com o mundo dos negócios também são as redes sociais e sites (33%), mas nota-se um equilíbrio muito grande na preferência deles, logo em sequência, por Jornal/revista e eventos de empreendedorismo, que juntos correspondem a 50% da forma de conexão. A exemplo dos potenciais empreendedores, os jovens que tem negócio pouco acessam Tv/rádio com essa finalidade.
A pesquisa aponta que as entidades, instituições, empresas e movimentos que trabalham diretamente com empreendedorismo devem utilizar especialmente os canais na web, por meio de sites e redes sociais, além das revistas, para alcançar o público empreendedor jovem.
3.2.2 O que busca o jovem empreendedor
Embora 59% dos jovens não participem de movimentos empresariais, 41% dos pesquisados participam de alguma entidade empresarial, buscando especialmente o relacionamento (42%) e a capacitação empreendedora(21%), o que demonstra o crescimento dos movimentos jovens que representam a classe nos últimos 15 anos.
Em suas expectativas e sugestões quanto a decisão de se engajar em entidades empresariais jovens, destacam-se a representatividade e a capacitação. Juntas representam 57% dos pesquisados.
A geração direta de negócio não é o foco do jovem quando se participa de movimentos desta conotação. Implica-se uma tentativa de suprir a ausência do preparo na educação de base e na universidade para exercer uma atividade empreendedora e também a vontade de fazer relacionamento com outras pessoas que também empreendem, buscando uma representação da classe empresarial jovem e a troca de experiências.
31%
21%
17%
19%9%
Outro
Site / Redes Sociais
TV / Rádio
Jornal / Revista
Faço parte de movimentos de jovensempreendedores
Eventos sobreempreendedorismo
3%2%
Jornal / Revista
TV / Rádio
Sites / RedesSociais
Eventos sobreempreendedorismo
Outros
25% 25%
15%
33%
Conexão com o empreendedorismoPotencial Empreendedor
10
Fica muito claro, portanto, a importância do jovem participar de movimentos empresariais, já que serão os grandes auxiliares na sua formação.
3.3 Características das Empresas dos Jovens Empreendedores
3.3.1 Segmento, porte, geração de emprego e renda
O segmento de negócio que mais atrai o potencial jovem empreendedor é o de “serviços”, com 45% das respostas dos pesquisados, sendo o agronegócio a de menor adesão, com 4%. Dos jovens que já
59%
31%
4%
6%
AJE
Movimento Jovemda Indústria
Movimento Jovemdo Comércio
Nenhuma
Participação em entidadesempresariais - Jovem
empreendedorAssociativismo
Capacitação
Curiosidade
Relacionamento
Convite
Outros
Empreendedorismo
42%
21%10%
13%
1%
1%
2%
0%
10%
O que busca nas entidadesempresariais jovens
Representatividade
Capacitação
Geração de Negócios
Relacionamento
Outros
14%
28%
9%
20%
29%
O que espera das entidadesempresariais que o representam
Representatividade
Capacitação
Geração de Negócios
Relacionamento
Outros
38%
15%28%
11%
8%
O que segere para as entidadesempresariais que o
representam
11
empreendem, grande parte de seus negócios correspondem também ao segmento de serviços”, com 48%, sendo o segmento de agronegócio, da mesma forma, onde menos atuam os jovens empreendedores, com 3%.
Observa-se também um crescimento da preferência pelo segmento de tecnologia, em ambos os casos. Daqueles que já empreendem, 60% possuem um único negócio, exercendo neste a função de sócio investidor e administrador. Pelo motivo de uma empresa de prestação de serviços ser mais simples e, normalmente, necessitar de menos capital investido, a conclusão é que este é o segmento mais escolhido, já que se percebe que o capital é uma barreira para 35% dos jovens que querem empreender.
45%
15%
30%
6%
4% 3%
Agronegócio Agronegócio
Serviços
Serviços
Tecnologia
Tecnologia
Comércio
Comércio
Indústria
Indústria
48%
13%
24%
12%
Segmento preferencialPotencial jovem empreendedor
Segmento de empresaJovens Empreendedores
Ambos52%
Sócio - administrador
45%
Sócio - investidor
3%
Tipo de Sócio - JovemEmpreendedor
12
As micro empresas e empresas de pequeno porte representam, juntas, 73% do porte de empresas dos jovens empreendedores.
Grande parte dessas empresas (73%) emprega, diretamente, até nove funcionários, ratificando o reconhecimento de que as micro e pequenas empresas são responsáveis por 85% da geração de emprego e renda do País, o que corresponde a totalidade de 826,7 mil novos empregos criados - dados gerados por um estudo do SEBRAE (2013).
Observa-se também que a quantidade de jovens abrindo empresa na modalidade de Micro Empreendedor Individual (MEI) vem crescendo, representando 17% dos entrevistados. A sugestão é que isso se justifica pelas facilidades apresentadas para a abertura, que é gratuita e rápida, gerando o Cadastro Nacional de Pessoal Jurídica – CNPJ online, contemplando até 15 atividades por empresa e com simplificação de impostos, já que o empreendedor paga apenas o INSS – Imposto Nacional de Pessoa Jurídica , ISS – Imposto sob serviço e ICM – Imposto sob circulação de mercadorias (Portal do Empreendedor, 2013).
Essas facilidades, somadas à burocracia “quase nula” proposta nesta modalidade de empresa, tendem a permitir que o jovem experimente a atividade empreendedora sem tantos riscos e investimentos quanto às obrigações legais de uma empresa, tornando-se uma ótima alternativa para se começar o primeiro negócio.
Além de gerar emprego, as empresas dos jovens empreendedores também geram renda ao Brasil. O faturamento anual bruto de suas empresas correspondem, especialmente, à faixa de até R$ 60 mil ao ano e até R$ 360 mil ao ano, que juntas totalizam 64% das empresas dos pesquisados.
Nota-se também um crescimento das que faturam acima de R$ 360 mil até R$ 3.600 milhões (27%).
52%
21%
17%
9%
Empresa depequeno porte-EPPMicro empresa-ME
Micro EmpreendedorIndividual - MEI
Grande
Média
Até 9funcionários
De 10 a 49funcionários
De 50 a 99funcionários
Mais de 100funcionários
até R$ 60mil / ano
acima de R$ 60 milaté R$ 360 mil / ano
acima de R$ 360 milaté R$ 3.600.000,00 /anoacima de R$ 3.600.000,00até 48 milhões / ano
acima de 48 milhões até300 milhões / ano
73%
19%
4% 4%
32%
32%
27%
8%
1%
1%
Porte de Empresas Jovens Empreendedores
Número de FuncionáriosJovens Empreendedores
Faturamento Anual BrutoJovens Empreendedores
13
3.3.2 Atuação do jovem empreendedor
Entre os jovens empreendedores, percebe-se um certo equilíbrio entre o percentual dos que criaram sua própria empresa (55%) e dos que atuam em empresas familiares (45%), as quais são passadas de pai para filho.
Grande parte dos empreendedores exercem nestas empresas a função de sócio, sendo que dificilmente ocupam um cargo de liderança que não seja o de sócio proprietário. Observando que poucos destes jovens que possuem empresa familiar estão no processo de sucessão, entende-se que este já está in-serido no quadro social e nas atividades da empresa como sócio ou líder, o que demonstra que o jovem vem conquistando espaço por suas características e vem fazendo a diferença nas empresas familiares tradicionais. Ainda podemos identificar que 40% dos jovens empreendedores já possuem mais de uma empresa, mostrando seu comportamento e espírito empreendedor mais amadurecido.
Não55%
Sim45%
Sócio74%
Sucessor9%
Exerce
Sócio
cargo de liderança
17%
60%
26%
8%
2%2% 2%
Nenhuma
Uma
Duas
Três
Quatro
Mais de quatro
Empresa FamiliarJovem Empreendedor
Cargo na empresaJovem Empreendedor
Quantidade de empresas quepossui Jovem Empreendedor
14
3.4 Ambiente Empreendedor
3.4.1 Apoio, desempenho e visão de futuro
O estudo apontou que para a abertura do primeiro negócio, a metade dos jovens empreendedores não buscou qualquer ajuda. A outra metade diversificou o apoio, usando especialmente o auxílio das redes sociais (24%) para buscar informações e de consultorias (12%) para os procedimentos inerentes ao início das atividades entre os órgãos de governo e o jovem empreendedor.
Apesar desta baixa procura, a pesquisa aponta que grande parte dos jovens (77%) foram bem sucedidos em seus negócios e nunca fecharam uma empresa, indo no contraponto às pesquisas sobre falência. Eles também pretendem expandir a empresa, no entanto 46% manifestam interesse em expandir em ramos de negócios diferentes aos que já atuam.
46%
31%
16%
7%
Sim, dentro do(s)ramos(s) que já atuo
Sim, porém em ramos (s) diferente(s)ao(s) que já atuoNão
Não sei
50%
Sim23%
Não 77%
24%
2%5%
7%
12%
Incubadora
TV / Rádio
Sites / Redes Sociais
Eventos sobreempreendedorismo
Consultoria
Nenhum
Desejo de abrir novo negócioJovens Empreendedores
Ajuda na abertura do negócioJovens Empreendedor
Empresa encerrada / fechada Jovens Empreendedores
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A forma com a qual o jovem inicia suas atividades empreendedoras reflete as características desta geração. Ao buscar informações direto na web e contratar especialistas da área, pressupõe-se que o jovem está em busca de resultados rápidos, objetivos e eficientes. O apoio dos órgãos oficias de governo ligados à regulamentação empresarial não são procurados nem para busca de informações e nem para a regulamentação. Os jovens preferem “terceirizar” esse contato, o que indica uma dificuldade de relacionamento e comunicação e até mesmo insatisfação do empreendedor com os resultados destas instituições quando procuradas.
3.4.2 Investimento
Uma minoria dos jovens que já possuem negócios afirmaram ter obtido investimento de terceiros para iniciar suas atividades. Dos 31% que obtiveram investimento, a maior parte o adquiriu com a família e amigos (47%), e o financiamento formal dos bancos aparece apenas com 25% da fonte de recursos das empresas pesquisadas.
A média de investimentos de terceiros utilizadas pelas empresas estão nas faixas de 0-10% e 10-30% em relação ao investimento inicial total, o que significa dizer que 34% dos jovens empreendedores que abriram suas empresas tiveram até 30% delas financiadas por terceiros.
Ter na família e amigos a fonte de financiamento mais significativa entre os jovens empreendedores traz uma reflexão sobre os mecanismos de crédito para abertura do primeiro negócio. No Brasil não há política de incentivo do empreendedorismo jovem com este propósito. O jovem quer empreender e a falta de capital é um dos principais obstáculos, intensificado com a dificuldade no acesso a crédito via instituições financeiras, que os fazem recorrer à família e amigos com capital próprio.
Sendo a faixa etária de 26 a 30 anos a que mais empreende entre os jovens e a de 21 a 25 anos a que
Não 69%
Sim 31% 47%
25%
22%
5%1%
Obteve investimento deterceiro
Fonte de recursos da empresa
Família e / ouamigos
Financiamento bancário
Investimentoanjo
Fundos deCapital de Risco
Outro
16
mais quer empreender, sugere-se que o histórico financeiro e de crédito destes está em processo inicial ou de amadurecimento, e que as exigências das agências de financiamento podem ser muito complexas e até impeditivas para que os jovens as acessem. Isto pode explicar também a indicação de “não ter dinheiro” como o principal fator apontado pelo potencial empreendedor para ainda não ter aberto seu negócio.
3.4.3 Capacitação
Num contexto onde o jovem empreendedor obteve preparo deficiente em empreendedorismo, no qual não costuma buscar apoio no momento da abertura do negócio e tem dificuldades no acesso a financiamento para iniciar as atividades - recorrendo à família e amigos – o cenário que se apresenta é de necessidades e demandas emergenciais em capacitação empreendedora direcionada ao jovem. Entre as áreas pesquisadas, as que se destacam são Planejamento Estratégico, Marketing e Inovação com 65%, 53% e 50% respectivamente.
43,84%
2,18%Outro
Gestão de Pessoas
Comunicação Empresarial
Internacionalização
Direito Empresarial
Finanças e acesso a Capital
Vendas
Logística
Marketing
Comportamento Empreendedor
Sucessão Familiar
Gestão de Empresas
Negociação
Planejamento Tributário
Planejamento Estratégico
Inovação
29,27%
19,64%
28,05%
43,07%
44,48%
20,09%
53,15%
31,77%
16,05%
45,96%
43,77%
40,89%
65,53%
50,45%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
Que tipo de assuntos, técnicas ouconhecimentos gostaria de se aprofundarpara melhorar a gestão de seu negócio?
17
A pesquisa identifica que os jovens abrem suas empresas com dificuldades em planejar, o que poderia evitar erros e reduzir riscos, já que seriam prevenidos no planejamento. quando a empresa consegue ter êxito, há uma carência no posicionamento da marca e em estratégias empresariais, fazendo-o ter uma busca intensa por inovação, através da qual poderá diferenciar-se no mercado, tornando as empresas dos jovens mais competitivas e permitindo sua sobrevivência.
Estas demandas oriundam da falta de políticas públicas voltadas para capacitação do jovem para o empreendedorismo. A partir do momento em que a pauta não é obrigatória nas escolas e em todos os cursos de nível superior, o país não considera, portanto, o empreendedorismo como alternativa de profissão e geração de emprego e de renda. A abordagem do tema na educação não reflete a mesma importância que os os resultados econômicos das micro e pequenas empresas tem demosntrado.
3.4.4 Principais obstáculos e soluções
Por grau de dificuldade, da maior para a menor, os jovens empreendedores elencam os principais obstáculos no ato de empreender:
1 – Falta de capacitação
2 – Recrutamento e retenção de mão de obra qualificada
3 – Burocracia para abertura da empresa
4- Gestão financeira do negócio
5 – Dificuldade para cumprir as obrigações fiscais ( impostos)
48%
22%
37%
7%
19%
14%
23%
10%
20%
Excesso deRegulamentação Alto investimento em
qualificação
Oferta de treinamento
Pouca qualificação
Qualidade de Educação
Outros
Alta carga tributária
Morosidade dosprocessos
Outros
BurocraciaJovens Empreendedores
Capacitação EmpresarialJovens Empreendedores
4%Acesso à informações decrédito
Altas taxas de juros
Exigência documental
Garantia
Outros
Acesso ao CréditoJovens Empreendedores
36% 28%
23%9%
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quanto ao ambiente empreendedor brasileiro e o estímulo aos jovens, a pesquisa apontou três pontos críticos do país: burocracia, capacitação e acesso ao crédito.
Na burocracia, mais da metade dos jovens apontou a morosidade dos processos, excesso de regulamentação e a alta carga tributária como os principais problemas (52%). Como solução o jovem aponta a desburocratização através de procedimentos online tanto para abertura das empresas, quanto para alterações e gestão do negócio, além da redução da carga tributária que eleva consideravelmente os custos das empresas.
No que se refere à capacitação, na visão dos jovens empreendedores, os principais problemas do Brasil correspondem à qualidade da educação brasileira, oferta de treinamentos em empreendedorismo e pouca qualificação das pessoas nesta área (56%). A solução que o jovem vislumbra é a inserção do empreendedorismo oficialmente na educação de base brasileira como disciplina curricular.
No acesso ao crédito, a maior dificuldade do jovem empreendedor está nas altas taxas de juros e na exigência documental excessiva, o que inviabiliza o acesso especialmente para os que estão começando o primeiro negócio (51%). Para este problema o jovem aponta a redução das garantias e o excesso de documentações, além de linhas específicas para abertura da primeira empresa.
Contudo, o ambiente empreendedor que o País oferece ao jovem é desanimador, no qual não se insere capacitação empresarial na educação, não se facilita o acesso a capital para abertura do negócio e apresentam-se processos de regulamentação e gestão extremamente complexos e onerosos para desenvoltura deste jovem como empreendedor. O percentual de “outros” nas três dificuldades expostas são inerentes aos relatos pontuais de experiências reais enfrentadas pelos pesquisados nessas áreas do ambiente empreendedor.
4 CONCLUSÃO
Este estudo permite concluir que os jovens brasileiros possuem motivação para empreender, especialmente entre os 21 e 30 anos de idade. A maior parte dos potenciais jovens empreendedores e de jovens já empreendedores têm nível superior, com o curso de Administração sendo o preferencial em razão do desejo de empreender ou da atividade que já desempenha.
As principais dificuldades enfrentadas em ambos os públicos são a burocracia, a falta de capacitação e a dificuldade no acesso ao crédito. Esses itens têm dificultado a gestão de seus negócios ou mesmo a realização do sonho de abrir seu negócio.
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Os jovens buscam sanar essas dificuldades ao participar de entidades empresariais jovens como a Conaje, especialmente em busca de capacitação e relacionamento para troca de experiências. Buscam expandir seus negócios em áreas difententes aos segmentos que já atuam e costumam se conectar ao ambiente empreendedor especialmente via redes sociais/sites, jornais/revistas e eventos de empreendedorismo.
O cenário não favorável para que o jovem empreenda traz demandas de políticas públicas voltadas para a inserção do empreendedorismo na educação de base, programas que incentive a abertura da primeira empresa e uma facilitação do acesso ao crédito para jovens em início de empresa, além da desburocratização dos processos regulatórios e fiscais. A “esquiva”do jovem empreendedor em buscar apoio dos órgãos governamentais e afins na abertura do negócio aponta a ausência de prioridade política para esta pauta e, consequentemente, a ausência de relaciomamento entre o jovem empreendedor e o governo, ou mesmo um relacionamento inefizaz, quando realizado.
Contemplando especialmente micro e pequenas empresas, os empreendimentos dos jovens brasileiros empregam em sua maioria até nove funcinários e faturam nas faixas de até R$ 60 mil ou entre R$60 mil e R$ 360 mil. São predominantemente do segmento de “serviços”, sendo que os jovens já estão à frente como sócios investidores e administradores com uma taxa de desempenho exitosa. A maioria dos entrevistados nunca fecharam uma empresa, demostrando uma forte capacidade criativa e características empreendedoras fortes como a persistência mediante as dificuldades.
A pesquisa traçou os seguintes perfis:
PERFIL: Quem são, o que pensam, o que querem?
PERFIL DO JOVEM EMPREENDEDOR BRASILEIRO
• De 26 a 30 anos é a faixa que mais empreende
• Predominantemente homens
• Ensino superior concluído
• Administração é a preferência na escolha profissional
• A vontade de ser um empreendedor e a identificação de uma oportunidade de negócio são os princi-pais motivos para serem empreendedores.
• Utiliza redes sociais, sites como principais meios de conexão com o mundo dos negócios, seguido de jornal e revista. A Tv/rádio são os canais menos acessados pelos jovens empreendedores.
• Prefere abrir empresa no segmento de “serviços”. O “agronegócio” é o segmento menos atrativo ao jovem empreendedor
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• Busca capacitação e relacionamento ao participar de entidades empresariais jovens e não a geração direta de negócios
• Porte de empresas micro e pequena (73%)
• Empregam até nove funcionários (73%)
• Faturamento anual bruto predomina nas faixas de até R$ 60 mil e a de R$ 60 mil a R$ 360 mil (64%)
• A metade não buscou qualquer ajuda para abrir o negócio e a outra metade preferiu buscar informações nas redes sociais e consultoria para procedimentos de abertura
• O índice de sucesso é maior do que o de negócios encerrados entre os jovens (77%)
• Grande parte deseja abrir novos negócios em segmentos diferentes aos que já atuam
• Planejamento estratégico, marketing e inovação estão entre as principais demandas de capacitação
• Falta de capacitação, recrutamento e retenção de mão de obra qualificada e burocracia são as principais dificuldades enfrentadas na gestão do negócio.
Perfil do Potencial Jovem Empreendedor Brasileiro
• Entre 21 e 25 anos é a faixa que mais quer empreender
• Predominantemente homens
• Ensino superior concluído
• Administração é a preferência na escolha profissional
• A busca da independência é o principal motivo para querer abrir o próprio negócio
• A falta de dinheiro e a falta de preparo são os principais motivos que o impedem de abrir a empresa
• Não obteve preparo para se tornar empreendedor
• Não participa de movimentos estudantis na universidade
• Utiliza mais as redes sociais e sites para se conectar ao empreendedorismo e utilizam pouco a Tv e rádio.
• Prefere abrir empresa no segmento de “serviços”. O “agronegócio” é o segmento menos atrativo ao potencial jovem empreendedor
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5 BIBLIOGRAFIA
ENDEAVOR. Empreendedores Brasileiros: perfis e percepções; 2013.
ENDEAVOR. Observatório do Empreendedorismo; 2013.
IBqP; FGV; SEBRAE; UFPR . Global Entrepreneurship Monitor: Empreendedorismo no Brasil – Relatório Executivo; 2013.
FNq; PEGN. Retrato do Empreendedor Brasileiro; 2013
SEBRAE. Mpes geram 85% de empregos. Valor PRO; 2013.
http://www.ecofinancas.com/noticias/mpe-gera-85-empregos-ano-afirma-sebrae. Acessado em 14 de Julho de 2014.
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