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Relatório do Censo de milhafres/mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015 Nordeste, junho 2015

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Relatório do Censo de milhafres/mantas

nos arquipélagos dos Açores e da Madeira

de 2006 a 2015

Nordeste, junho 2015

1_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Relatório do Censo de milhafres/mantas

nos arquipélagos dos Açores e da Madeira

de 2006 a 2015

Nordeste, junho, 2015

Milhafre ou Manta (Foto: Rúben Coelho)

Este relatório foi realizado no âmbito do Projeto Censo de Milhafres / Mantas, coordenado anualmente pela SPEA. Este projeto é uma iniciativa Citizen Science – Cidadania na Ciência, o que permite a aproximação do público em geral da ciência. Deste modo, é possível obter informação de base sobre as populações de milhafres/mantas existentes nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

2_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Missão

Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.

A SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves é uma Organização Não Governamental de Ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal. Como associação sem fins lucrativos, depende do apoio dos sócios e de diversas entidades para concretizar as suas acções. Faz parte de uma rede mundial de organizações de ambiente, a BirdLife International, que atua em 120 países e tem como objetivo a preservação da diversidade biológica através da conservação das aves, dos seus habitats e da promoção do uso sustentável dos recursos naturais.

A SPEA foi reconhecida como entidade de utilidade pública em 2012.

www.spea.pt

www.facebook.com/spea.Birdlife https://twitter.com/spea_birdlife

Relatório do Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, 2015

Direção Nacional: Maria Clara de Lemos Casanova Ferreira, José Manuel Monteiro, Michael Armelin, Adelino Gouveia, Vanda Santos Coutinho, José Paulo Oliveira Monteiro, Manuel Trindade

Direção Executiva: Luís Costa

Coordenação técnica: Rúben Coelho, Ana Mendonça, Joaquim Teodósio (Açores); Ana Isabel Fagundes e Cátia Gouveia (Madeira).

Fotografia da capa: Milhafre Buteo buteo rothschildi, Rúben Coelho

Citação: Coelho, R. 2015. Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Relatório de Projeto. Dados de 2006 a 2015. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Nordeste (relatório não publicado).

Agradecimentos: O Censo de Milhafres/Mantas é um projeto que deve a sua existência a um trabalho quase inteiramente voluntário, sendo de destacar o contributo dos 916 cidadãos individuais e das várias entidades que têm vindo a assegurar a recolha de dados desde o início do Projeto, em 2006. Pela sua dedicação, entusiasmo e esforço, este relatório destina-se especialmente a todos eles (Anexo G).

Agradecemos ainda a Clara Ferreira, Joana Domingues e Susana Costa por todo o apoio a nível de imagem, comunicação e divulgação do Censo, e a Nuno Fonseca, Pedro Monteiro e Rúben Coelho pela cedência de imagens para todos os materiais de divulgação.

É também um agradecimento aos vários voluntários e estagiários que deram o seu contributo para a introdução dos dados na base do projeto.

Deve-se por fim um agradecimento aos investigadores que contribuíram para a análise de dados: Azucena de la Cruz, Carla Veríssimo, Ricardo Ceia, Tiago Marques, Geoff Hilton, Steffen Oppel e Veronica Aponte.

3_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

ÍNDICE

RESUMO / ABSTRACT 04

1. NOTA INTRODUTÓRIA 05

2. METODOLOGIA 06

3. RESULTADOS 08 3.1 Participação de voluntários 09 3.2 Número de milhafres/mantas observados 12 3.3 Número de percursos e quilómetros percorridos 13 3.4 Comportamentos observados 15 3.5 Habitat utilizado pelas aves no momento da observação 17 3.6 Relação entre fatores abióticos e registos de aves 19 3.7 Estimativa de densidades 22 3.8 Estimativa populacional 24

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27

ANEXOS 28

A – Ficha do Censo 28 B – Dístico para a viatura (Açores e Madeira) 34 C – Inquérito aos participantes 35 D – Certificados de Participação 36 E – Lista de colaboradores desta iniciativa entre 2006 e 2015 38

4_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

RESUMO

O presente relatório apresenta os resultados obtidos no Censo de Milhafres/Mantas relativos ao período

de 2006 a 2015, nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Coordenado anualmente pela SPEA, desde

2006, numa iniciativa de cidadania ambiental (Citizen Science), este censo tem como objetivo envolver o

público em geral num projeto científico e obter mais dados sobre as populações de milhafres/mantas

existentes nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

Ao contrário de outras, esta espécie não tem sido alvo de estudos biológicos aprofundados, embora se

conheçam algumas ameaças como a perseguição do Homem, o envenenamento ou a eletrocussão nas

linhas elétricas. Tanto estas razões, como o facto desta ave de rapina diurna ser emblemática nos dois

arquipélagos e ter um papel tão importante nos nossos ecossistemas, por exemplo, enquanto agente

controlador de pragas, revestem esta iniciativa de grande importância.

Ao longo destes 10 anos, para além do número de aves avistadas, têm sido recolhidos outros dados

sobre a espécie, tais como o comportamento e utilização de habitats. Em ambos os arquipélagos, entre

2006 e 2015, foram avistados 5834 milhafres/mantas e percorridos cerca de 21097 km nos 808

percursos realizados. A obtenção destes dados só foi possível devido à participação de 916 voluntários,

que por realizarem mais do que um percurso ou participarem em ilhas diferentes e em diferentes anos,

originaram um esforço equivalente a 1791 observadores no total. Nos Açores, São Miguel (0,452

aves/km), e São Jorge (0,407 aves/km) e Faial (0,401 aves/km) são as ilhas com maior densidade média

de aves por quilómetro percorrido. No arquipélago da Madeira, o Porto Santo apresenta uma densidade

média de 0,332 aves por quilómetro percorrido e a Madeira apenas 0,120 aves/km. Só é possível obter

um volume de informação tão elevado quando os cidadãos se envolvem num projeto e dão o seu

contributo à Ciência, como tem sido o caso nesta iniciativa.

ABSTRACT

This report presents the results of the Common Buzzard Census for the period 2006-2015 in both the

archipelagos of Azores and Madeira. Coordinated annually by SPEA since 2006 as an initiative of Citizen

Science, this census aims to involve the population in general in a scientific project and gather more

information about the populations of Common Buzzard of the archipelagos of Azores and Madeira. Unlike

others, this species has not been object of profound biological studies even if some threats are already

known like the human persecution, poisoning or electrocution in the electric power lines. All these

reasons, together with the fact that this diurnal raptor bird is emblematic in both archipelagos and has an

important role in our ecosystems, e.g. as a plague controller, give this initiative great importance. During

these 10 years, apart from the number of observed birds, other data about the species has been

gathered, such as behaviour and habitat use.

In both archipelagos, between 2006 and 2015, 5834 common buzzards have been observed and around

21097 km were covered in the 808 trails done. The information was due to the participation of 916

volunteers that covered more than one trail or in different islands on different years, originated an effort of

1791 observers in total.

In the Azores, São Miguel (0.452 birds/km), São Jorge (0.407 birds/Km) and Faial (0.401 birds/km) are

the islands with the biggest average density of birds by km covered. In the archipelago of Madeira, Porto

Santo has an average density of 0.332 birds/km and Madeira only 0,120 birds/km. Obtaining such a big

volume of information is only possible when citizens get involved in the project and give their contribution

to Science, as in this initiative.

5_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

1. NOTA INTRODUTÓRIA

O Censo de Milhafres/Mantas é um programa de monitorização a longo prazo, desenvolvido nos

arquipélagos dos Açores e da Madeira.

Coordenado pela SPEA desde 2006, este Censo engloba uma parte científica e outra de cidadania,

constituindo uma ferramenta importante não só para aproximar o público em geral dos projetos

científicos, como também para avaliar a evolução das populações de milhafres/mantas ao longo dos

anos e, eventualmente, poder ter um papel mais ativo nas decisões político-ambientais futuras.

Nos Açores a espécie é conhecida por milhafre ou queimado, ocorrendo a subespécie Buteo buteo

rothschildi, enquanto que na Madeira é conhecida por manta e corresponde à subespécie Buteo buteo

harterti.

Os milhafres/mantas podem ser observados numa grande diversidade de habitats, tais como, áreas

florestais, costeiras, pastagens e mesmo zonas urbanas. Alimentam-se, maioritariamente, de roedores e

sofrem algumas ameaças como a perseguição pelo Homem, o envenenamento ou eletrocussão nas

linhas elétricas (Veríssimo, 2011).

Com a sua envergadura de 110 a 130 cm, podem ser vistos sozinhos ou em grupo, a voar, a pairar,

pousados no solo, em cima de cercas, muros, postes ou fios elétricos e telefónicos.

No entanto, a espécie não é suficientemente conhecida para se saber, com clareza, o seu estatuto de

conservação, ameaças ou para definir medidas de conservação. Assim, com este projeto, a SPEA

pretende:

Promover a conservação das aves e dos seus habitats através do envolvimento direto de um

elevado número de voluntários num projeto de monitorização de aves;

Atualizar anualmente a informação recolhida pelos cidadãos-voluntários do projeto;

Manter os cidadãos informados dos resultados do censo;

Aumentar a participação nas ilhas onde a adesão tem sido mais reduzida;

Divulgar o censo, através dos meios de comunicação social e junto do público em geral;

Apostar na sensibilização de novos participantes;

Obter informação sobre as variações populacionais desta espécie;

Caracterizar a espécie em termos de uso de habitat e comportamento;

Estimar a densidade de milhafres/mantas nos dois arquipélagos, com base em programas

estatísticos de análise de dados.

Dada a dimensão dos arquipélagos e as dificuldades logísticas para assegurar o trabalho de campo em

diversas ilhas, somente com a participação da população tem sido possível obter dados desta espécie

ao longo dos anos.

6_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

2. METODOLOGIA

Este projeto funciona numa base de participação voluntária numa iniciativa denominada de Citizen

Science (Cidadania na Ciência), em que os cidadãos interessados, independentemente da idade e grau

de conhecimento, contribuem para a obtenção dos dados.

O Censo de Milhafres/Mantas decorre desde 2006, uma vez por ano, durante um fim-de-semana,

normalmente no mês de março, e em simultâneo nos arquipélagos dos Açores e da Madeira (com

exceção das ilhas Flores e Corvo, nos Açores, pelo facto de nas mesmas a espécie não estar presente).

Para cada Censo é disponibilizado material de apoio aos participantes, nomeadamente a Ficha do

Censo, o Dístico para a viatura e o Inquérito aos participantes (ver Anexos A, B e C).

Antes de cada Censo, estes materiais, bem como toda a informação relativa ao projeto, são

disponibilizados online no site da SPEA.

Além da divulgação nos canais da SPEA, o censo também é publicitado nos meios de comunicação

social de ambos os arquipélagos, dando a conhecer o projeto e sensibilizando a população em geral a

participar.

O Censo consiste na realização de percursos nas várias ilhas, de modo a registar alguns dados sobre os

milhafres/mantas.

A seleção dos percursos é feita pelos cidadãos interessados em colaborar, contudo a coordenação do

projeto tenta garantir a abrangência de diferentes áreas em cada ilha. Isto permite que os percursos

representem, da melhor maneira possível, a realidade das ilhas e não os melhores locais para a

observação de milhafres/mantas. Os cidadãos podem efetuar percursos num único dia do fim de

semana, ou nos dois dias. Os percursos podem ter o total de quilómetros que o colaborador entenda,

contudo, para obter estimativas mais fiáveis do número de aves existente nos dois arquipélagos, seria

ideal ter 25 percursos diferentes de 20 km cada um, em cada ilha, em cada ano.

Estes percursos podem ser realizados a pé, de bicicleta ou de automóvel, contudo para uma análise

mais robusta dos dados, aconselha-se a realização de automóvel, a uma velocidade constante de 30 a

40 km/h, sem paragens ou saídas da viatura. As contagens devem ser efetuadas entre as 10 e as 14

horas, período coincidente com o período de maior atividade das aves.

Na Ficha do Censo registam-se os nomes e contactos dos colaboradores, a data da realização da

contagem, a ilha, o meio utilizado para efetuar o percurso (a pé, de carro, ou bicicleta), uma breve

descrição do trajeto e as condições meteorológicas que se fizeram sentir.

Anotam-se ainda o número de aves observadas; o quilómetro inicial e final da contagem (a SPEA

recomenda colocar o conta-quilómetros da viatura a zero, ou anotar o indicado no painel, tanto no início

como no final do Censo); os quilómetros a que se observam milhafres/mantas; o comportamento

observado da maioria do grupo, nos casos em que se observa mais do que uma ave; o tipo de habitat e

7_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

a distância a que se encontram da estrada/viatura. As bandas de distância consideradas são A: < 50 m;

B: 50 a 200 m; C: 200 a 500 m; D: > 500 m (Anexo A).

A Ficha dispõe ainda de um campo onde podem ser referidas outras notas, como o local onde se avista

cada indivíduo, se estão em ninhos, assim como outras informações relevantes.

O Dístico destina-se à identificação das viaturas dos participantes no Censo. Desta forma, os restantes

condutores compreenderão mais facilmente a razão da condução em velocidade reduzida (30 a 40

km/h).

O Inquérito disponibilizado permite à coordenação do Censo avaliar a divulgação da informação, a

clareza da mesma e as possíveis dificuldades com a metodologia. A sua análise permitirá a identificação

de possíveis limitações e constrangimentos, conduzindo à resolução dos mesmos nos anos

subsequentes.

Após a realização do Censo, é solicitado aos participantes que enviem à SPEA a Ficha do Censo,

devidamente preenchida e o Inquérito.

De 2011 a 2015 foram emitidos e enviados, Certificados de Participação aos voluntários (Anexo D).

Após a incorporação de toda a informação enviada pelos participantes, na base de dados do projeto, é

possível estimar o número de milhafres/mantas existente nos dois arquipélagos. Esta estimativa efetua-

se recorrendo ao método estatístico denominado amostragem por distâncias, que possibilita estimar a

densidade de populações biológicas.

Esta metodologia permite, ainda, o cálculo de valores de densidade média através da divisão do número

de aves pelo número de quilómetros percorridos, de modo a uniformizar as diferentes áreas das ilhas, o

número de voluntários em cada e os quilómetros percorridos no total.

A partir de uma índice de milhafres/mantas por arquipélago, elaborado com os dados dos vários anos, e

usando a estimativa populacional do ano de 2006 (Ceia et al., 2007) como ano de referência, permite a

indicação de uma estimativa populacional de milhafres/mantas para ambos os arquipélagos.

8_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

3. RESULTADOS

Após a análise e revisão de todas as Fichas do Censo foi possível atualizar todos os resultados por ilha

e por ano.

O Censo de Milhafres/Mantas contou assim, até à data, com 916 voluntários, muitos dos quais

participaram mais do que uma vez no mesmo ano, e mais do que uma vez no total dos 10 anos,

perfazendo assim um esforço total de 1.791 participantes.

Os resultados gerais são apresentados no Quadro 1 onde se verifica que, no total, foram realizados 808

percursos, percorridos cerca de 21.092 km e registadas 5.834 aves.

Arquipélago Aves registadas Esforço de

voluntariado Percursos realizados

Distancia percorrida (km)

Açores 4.923 1.373 622 14.704

Madeira 911 418 186 6.393

Total 5.834 1.791 808 21.097

De seguida apresentam-se os resultados pormenorizados, desde 2006 a 2015, para os dois

arquipélagos, no que se refere a i) participação de voluntários, ii) número de aves observadas, iii)

número de percursos e quilómetros percorridos, iv) comportamentos observados, v) habitats utilizados,

vi) relação entre fatores abióticos e registo de aves e vii) estimativa de densidade de aves.

Quadro 1_Resultados gerais do Censo de Milhafres/Mantas, nos dois arquipélagos (Dados de 2006 a 2015).

9_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

3.1 Participação de voluntários

No total participaram 916 voluntários individuais (Quadro 2), com alguns deles a realizarem mais do que

um percurso num ano ou a participaram em mais do que uma ilha e em mais do que um ano.

Como tal, os dados foram organizados em 3 tabelas diferentes: voluntários no total dos anos para cada

ilha (Quadro 2); voluntários por ano e por ilha (Quadro 3) e esforço de voluntariado (Quadro 4).

A contabilização dos voluntários refere-se ao número de voluntários que participaram uma ou mais

vezes, contando entidades individuais, ou seja, um voluntário ao participar em diferentes anos ou apenas

num, é contabilizado somente uma vez.

A contabilização da participação individual refere-se ao total de voluntários diferentes que têm

participado no censo em cada ano, sendo contabilizados em cada ano das suas participações

independentemente, sendo indiferente se participou em um em mais do que um percurso, etc.

O esforço de voluntariado refere-se ao número de elementos que participaram, e percursos que

realizaram, em cada ilha e em cada ano, indiferentemente se se trata da mesma pessoa.

Nos Açores, São Miguel e Terceira são as ilhas com mais voluntários individuais até ao momento, 255 e

207 respetivamente. A Madeira teve 200 participantes ao longo destes 10 anos. O Porto Santo teve

apenas 20 (Quadro 2).

Ilha Voluntários

Santa Maria 35

São Miguel 255

Terceira 207

Graciosa 13

São Jorge 41

Pico 69

Faial 76

Total Açores 696

Madeira 200

Porto Santo 20

Total Arq. Madeira 220

Total Arquipélagos 916

Quadro 2_Número total de voluntários que participaram pelo menos uma vez, de 2006 a 2015, para cada ilha dos dois arquipélagos.

10_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

No que se refere à participação individual por ano e por ilha, denota-se uma oscilação ao longo dos

anos, nos dois arquipélagos (Quadro 3).

Nos Açores destaca-se um mínimo de 40 participantes, em 2009, e um máximo de 195, em 2015, ano

em que a adesão superou, em muito, as expetativas. Em 2011, obtivemos a segunda maior adesão, com

162 voluntários. Até à data, São Miguel foi a ilha que registou maior número de voluntários em todo o

arquipélago (380), seguida da Terceira (288 participantes) e do Pico com 100 voluntários. A adesão nas

restantes ilhas oscila entre os 31 participantes na Graciosa e os 97 no Faial.

No arquipélago da Madeira, e ainda no Quadro 3, observa-se uma variação de menor amplitude no

número de voluntários. À semelhança do que se registou nos Açores, o ano de 2009 foi aquele com

menor adesão (10 participantes) e o ano de 2014 foi aquele com maior adesão (103 participantes). De

2006 a 2013, o número de voluntários oscilou entre 10 e 38 participantes. Em 2015, obtivemos 40

voluntários.

No total, a ilha da Madeira teve maior participação (308 voluntários) do que o Porto Santo (24

voluntários).

No arquipélago dos Açores regista-se uma maior adesão em 2015, quando comparada com os anos

anteriores. No arquipélago da Madeira regista-se uma menor adesão em 2015, contudo foi o segundo

melhor ano de adesão.

Ilha Ano

Total 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Santa Maria 7 7 6 2 4 11 3 6 3 8 57

São Miguel 22 19 35 15 26 43 50 44 33 93 380

Terceira 44 39 8 9 7 42 45 21 34 39 288

Graciosa 2 2 0 0 4 8 3 4 3 5 31

São Jorge 7 3 0 2 1 12 1 3 6 14 49

Pico 3 12 2 9 4 26 19 6 8 11 100

Faial 4 0 8 3 0 19 6 19 13 25 97

Total Açores 89 82 59 40 46 161 127 103 100 195 1002

Madeira 21 26 23 9 15 36 22 15 101 40 308

Porto Santo 4 0 0 1 1 2 12 2 2 0 24

Total Arq. Madeira

25 26 23 10 16 38 34 17 103 40 332

Total Arquipélagos

114 108 82 50 62 199 161 120 203 235 1334

Quadro 3_Número de voluntários individuais por ano e por ilha, nos dois arquipélagos.

11_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Olhando para o esforço de voluntariado (Quadro 4 e Gráfico 1), percebe-se a importância que o

contributo de 916 voluntários individuais dão a um projeto desta natureza, com a realização de mais do

que um percurso, em mais do que uma ilha e por mais do que um ano, tornando possível a obtenção dos

5.834 registos de aves.

Tanto no arquipélago dos Açores como no da Madeira, destacam-se os valores obtidos em 2009

(mínimo de 48 nos Açores e de 17 no arquipélago da Madeira), em 2014 (máximo de 129 no arquipélago

da Madeira) e em 2015 (máximo de 290 nos Açores).

Ilha Ano

Total 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Santa Maria 11 8 8 2 4 17 4 8 4 10 76

São Miguel 32 21 42 19 30 61 61 57 60 135 518

Terceira 47 49 8 12 9 69 60 31 48 49 382

Graciosa 2 2 0 0 4 12 9 10 9 15 63

São Jorge 7 9 0 2 2 25 1 9 7 27 89

Pico 3 13 2 10 4 28 27 6 14 23 130

Faial 4 0 8 3 0 25 7 19 18 31 115

Total Açores 106 102 68 48 53 237 169 140 160 290 1373

Madeira 23 29 30 11 21 42 24 19 127 63 389

Porto Santo 4 0 0 6 1 2 12 2 2 0 29

Total Arq. Madeira

27 29 30 17 22 44 36 21 129 63 418

Total Arquipélagos

133 131 98 65 75 281 205 161 289 353 1791

Gráfico 1_Esforço de voluntariado, nos dois arquipélagos (Dados de

2006 a 2015).

Quadro 4_Esforço de voluntariado nos dois arquipélagos.

12_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

3.2 Número de milhafres/mantas observados

Desde 2006 até à data, registaram-se 5.834 observações de milhafres (4923 nos Açores e 911 no

arquipélago da Madeira). A média de avistamentos de milhafres nos Açores é de cerca de 492 indivíduos

por ano (Quadro 5). São Miguel e Terceira são as ilhas com mais milhafres avistados (2404 e 1029 aves,

respetivamente). A Graciosa é a ilha em que se observaram menos aves (170).

No arquipélago da Madeira contabilizaram-se 206 mantas em 2014, mais do que em qualquer um dos

restantes anos. O ano de 2012 foi aquele com menos observações (32). No total dos 10 anos,

avistaram-se 806 mantas na ilha da Madeira e 105 no Porto Santo. Destaca-se o ano de 2009 em que o

número de mantas avistadas no Porto Santo foi bastante superior ao avistado na Madeira (71 vs. 23,

respetivamente).

Ilha Ano

Total 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Santa Maria 26 9 25 35 2 53 80 20 3 25 278

São Miguel 176 177 222 236 215 273 328 238 182 357 2404

Terceira 99 132 38 29 24 268 65 111 73 190 1029

Graciosa 18 13 0 0 23 29 13 34 17 23 170

São Jorge 22 16 0 2 6 103 28 106 28 87 398

Pico 20 36 15 26 60 34 23 18 34 68 334

Faial 22 0 42 14 0 99 15 30 41 47 310

Total Açores 383 383 342 342 330 859 552 557 378 797 4923

Madeira 135 113 94 23 32 94 25 33 203 54 806

Porto Santo 5 0 0 71 3 4 7 12 3 0 105

Total Arq. Madeira

140 113 94 94 35 98 32 45 206 54 911

Total Arquipélagos

523 496 436 436 365 957 584 602 584 851 5834

No Gráfico 2 podem ver-se os registos de observações, ao longo dos anos, para os dois arquipélagos.

Gráfico 2_Observações de milhafres/mantas, ao longo dos anos, nos dois arquipélagos.

Quadro 5_Número de milhafres/mantas observados por ano e por ilha, nos dois arquipélagos.

13_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

3.3 Número de percursos e quilómetros percorridos

Ao longo destes 10 anos, percorreram-se cerca de 21.097 km nos 808 percursos realizados nos dois

arquipélagos (aproximadamente 14.704 km nos Açores e 6.393 km na Madeira e Porto Santo).

Nos Açores, o número de percursos e de quilómetros percorridos oscilou entre os 24 percursos de 2009

feitos em 707,20 km e os 123 percursos de 2015 feitos em 2.660 km.

São Miguel (224 percursos; 5720 km) e Terceira (193 percursos; 3.508,25 km) são as ilhas do

arquipélago com maior número de percursos efetuados e quilómetros percorridos (Quadros 6 e 7).

Desde 2006 até à data, na ilha da Madeira percorreram-se 173 percursos num total de 6.130,31 km e no

Porto Santo realizaram-se 13 percursos em 262,45 km (Quadros 6 e 7).

Quadro 6_Número de quilómetros percorridos em cada ilha e em cada ano, nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

Ilha Ano

Total 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Santa Maria 50,20 65,40 77,10 49,00 39,80 198,50 100,30 97,40 25,00 113,10 815,80

São Miguel 374,20 408,30 458,20 323,40 532,93 558,40 738,20 474,99 794,18 1057,20 5720,00

Terceira 291,10 247,10 103,30 120,00 126,07 789,11 494,17 359,00 493,90 484,50 3508,25

Graciosa 49,10 16,20 0,00 0,00 90,00 118,40 62,00 80,50 57,27 57,10 530,57

São Jorge 45,00 75,80 0,00 18,80 175,00 300,30 44,80 76,00 131,9 348,30 1215,90

Pico 86,00 387,00 0,00 180,00 28,00 220,70 202,50 146,92 214,30 345,40 1810,82

Faial 29,00 0,00 97,55 16,00 0,00 251,40 149,22 133,40 171,88 254,40 1102,85

Total Açores 924,60 1199,80 736,15 707,20 991,80 2436,81 1791,19 1368,21 1888,43 2660,00 14704,19

Madeira 666,00 753,90 607,10 345,50 387,56 756,35 399,70 328,5 1363,70 522,00 6130,31

Porto Santo 28,00 0,00 0,00 85,70 52,40 8,85 18,50 35,00 34,00 0,00 262,45

Total Arq. Madeira

694,00 753,90 607,10 431,20 439,96 765,20 418,20 363,5 1397,7 522,00 6392,76

Total Arquipélagos

1618,60 1953,70 1343,25 1138,40 1431,76 3202,01 2209,39 1731,71 3286,13 3182,00 21096,95

Ilha Ano

Total 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Santa Maria 4 3 3 1 2 8 3 5 2 6 37

São Miguel 16 12 16 13 13 23 26 20 31 54 224

Terceira 26 25 3 4 7 42 25 17 23 21 193

Graciosa 1 1 0 0 2 5 3 4 3 3 22

São Jorge 4 3 0 1 2 13 1 3 5 12 44

Pico 2 5 1 4 2 7 7 3 8 15 54

Faial 1 0 3 1 0 11 6 5 9 12 48

Total Açores 54 49 26 24 28 109 71 57 81 123 622

Madeira 12 16 15 6 9 20 10 8 54 23 173

Porto Santo 2 0 0 6 1 1 1 1 1 0 13

Total Arq. Madeira 14 16 15 12 10 21 11 9 55 23 186

Total Arquipélagos 68 65 41 36 38 130 82 66 136 146 808

Quadro 7_Número de percursos efetuados em cada ilha e em cada ano, nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

14_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

No Gráfico 3, pode observar-se que no total dos dois arquipélagos não há uma relação direta entre o

número de percursos efetuados e os quilómetros percorridos. O ano de 2009 foi aquele com menos

percursos realizados (36), tendo sido percorridos 1138,40 km.

Já em 2015, o número de percursos foi o mais elevado dos 10 anos (146), mas os quilómetros efetuados

foram mais elevados de todos os anos em 2014 (3286,13).

Gráfico 3_Total de percursos efetuados e quilómetros percorridos, ao

longo dos anos, nos dois arquipélagos.

15_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

3.4 Comportamentos observados

O comportamento mais registado em todas as ilhas e todos os anos foi o voo.

O Quadro 8 apresenta os totais obtidos para os arquipélagos e para cada comportamento observado.

Comportamento Arquipélago dos

Açores Arquipélago da

Madeira Total nos dois Arquipélagos

Pousado no Solo 41 14 55

Pousado num Poste, árvore ou outros locais

405 66 471

Voar 3167 675 3842

Não Aplicável 41 10 51

Não Definido 11 11 22

No conjunto dos arquipélagos, a maioria das aves foi observada a voar (87%) e apenas 11% pousadas

em postes, árvores ou noutros locais (Gráfico 4).

A percentagem de comportamentos não registados não é significativa.

Gráfico 4_Comportamento dos milhafres nos dois arquipélagos.

Quadro 8_Comportamentos observados durante o Censo (Registos por arquipélago e para o total em ambos os arquipélagos, nos 10 anos).

16_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Nos Açores os valores percentuais são semelhantes aos valores do total dos arquipélagos (Gráfico 5).

Gráfico 5_Comportamento dos milhafres nos Açores.

No arquipélago da Madeira o cenário repete-se, com mais registos de aves em voo (87%).

Registos de observações pousadas em postes, árvores ou noutros locais correspondem a 9% (Gráfico

6).

Gráfico 6_Comportamento das mantas no arquipélago da Madeira.

17_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

3.5 Habitat utilizado pelas aves no momento da observação

O Quadro 9 realça os totais obtidos para os arquipélagos, relativos a cada habitat.

Habitat Açores Madeira Total nos dois Arquipélagos

Floresta 1061 397 1458

Pastagem 2128 65 2193

Campo de cultivo 130 113 243

Zona Urbana 222 79 301

Outro 167 110 263

Não Definido 35 18 53

Somando os resultados obtidos nos dois arquipélagos, a maioria das observações ocorreu em áreas de

pastagens (49%) e em áreas florestais (32%). A percentagem de comportamentos não registados pelos

participantes é de 1% (Gráfico 7).

Gráfico 7_Ocupação de habitat, pelos milhafres/mantas, nos dois

arquipélagos.

Quadro 9_Ocupação de habitat registado durante o Censo (Dados por arquipélago e para o total em ambos os arquipélagos, nos 10 anos).

18_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Nos Açores, 57% das observações foram em pastagens e 28% em áreas florestais (Gráfico 8).

Gráfico 8_Ocupação de habitat, pelos milhafres, nos Açores.

No arquipélago da Madeira, prevaleceram observações em áreas florestais (51%), campos de cultivo e

outros (15%). As zonas urbanas e as pastagens apresentam 10% e 8% de ocupação, respetivamente

(Gráfico 9).

Gráfico 9_Ocupação de habitat, pelas mantas, no arquipélago da

Madeira.

19_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

3.6 Relação entre fatores abióticos e registo de aves

No que diz respeito aos fatores abióticos, como a chuva, o vento, o sol e a visibilidade, registados nos

dois arquipélagos, pode observar-se que, de um modo geral, quando as condições meteorológicas são

de pouca chuva e vento, e quando há sol e boa visibilidade, os registos de aves por quilómetro são

maiores.

Em relação à quantidade de chuva, o Gráfico 10 mostra que com muita chuva apenas se registam 0,05

aves por quilómetro ao passo que quando não chove os registos são de 0,29 aves por quilómetro.

Gráfico 10_Influência da quantidade de chuva, no total de registos de

aves/km (Dados dos dois arquipélagos, de 2006 a 2015).

M: Muita chuva | P: Pouca chuva | N: Nenhuma chuva

20_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Em relação à ocorrência de chuva, há mais registos de aves por quilómetro quando não chove do que

quando chove de forma constante e intermitente (Gráfico 11).

Gráfico 11_Influência da ocorrência de chuva, no total de registos de

aves/km (Dados dos dois arquipélagos, de 2006 a 2015).

C: Chuva constante | Int: Chuva intermitente| N: Nunca chove

Em relação à influência do vento o maior número de registos ocorre com vento moderado e os menores

com vento forte (Gráfico 12).

Gráfico 12_Influência da quantidade de vento, no total de registos de

aves/km (Dados dos dois arquipélagos, de 2006 a 2015).

21_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Quando o céu está coberto com muitas nuvens também se torna mais difícil realizar avistamentos,

contudo quando o céu está limpo e com sol os registos aumentam (Gráfico 13).

Gráfico 13_Influência das condições do céu, no total de registos de

aves/km (Dados dos dois arquipélagos, de 2006 a 2015).

O mesmo se passa com a visibilidade, quando esta é muita favorece significativamente os registos de

aves por quilómetro, ao contrário da moderada ou nenhuma visibilidade que não permite tantos registos

(Gráfico 14).

Gráfico 14_Influência da visibilidade, no total de registos de aves/km

(Dados dos dois arquipélagos, de 2006 a 2015).

22_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

3.7 Estimativa de densidade

Para os 10 anos, foi possível estimar uma densidade de milhafres/mantas (aves/km percorrido), para as

várias ilhas de ambos os arquipélagos (Quadro 10).

Ilha Ano

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Santa Maria 0,52 0,14 0,32 0,71 0,05 0,27 0,80 0,21 0,12 0,22

São Miguel 0,47 0,43 0,48 0,73 0,40 0,49 0,44 0,50 0,23 0,34

Terceira 0,34 0,53 0,37 0,24 0,19 0,34 0,13 0,31 0,15 0,04

Graciosa 0,37 0,80

0,26 0,24 0,21 0,42 0,30 0,40

São Jorge 0,49 0,21

0,11 0,03 0,34 0,63 1,39 0,21 0,25

Pico 0,23 0,09

0,14 2,14 0,15 0,11 0,12 0,16 0,20

Faial 0,76

0,43 0,88

0,39 0,10 0,22 0,24 0,18

Total Açores 0,41 0,32 0,46 0,48 0,33 0,35 0,31 0,41 0,20 0,24

Madeira 0,20 0,15 0,15 0,07 0,08 0,12 0,06 0,10 0,15 0,10

Porto Santo 0,18

0,83 0,06 0,45 0,38 0,34 0,09

Total Arq. Madeira 0,20 0,15 0,15 0,22 0,08 0,13 0,08 0,12 0,15 0,10

Total Arquipélagos 0,32 0,25 0,32 0,38 0,25 0,30 0,26 0,35 0,18 0,21

O arquipélago dos Açores apresenta, para todos os anos, maiores densidades de aves por quilómetro

percorrido do que o arquipélago da Madeira (Gráfico 15).

Gráfico 15_Densidade total de milhafres/mantas observados em cada

arquipélago, em cada ano.

Quadro 10_Densidade de milhafres/mantas nas ilhas dos dois arquipélagos.

23_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Nos Açores, São Miguel, São Jorge e Faial são as ilhas com maior densidade média de aves (Gráfico

16).

Gráfico 16_Densidade média de milhafres, por ilha, no arquipélago dos

Açores (Dados de 2006 a 2015).

No arquipélago da Madeira destaca-se o Porto Santo com uma média de 0,332 aves/km percorrido

(Gráfico 17).

Gráfico 17_Densidade média de mantas, por ilha, no arquipélago da

Madeira (Dados de 2006 a 2015).

24_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

3.8 Estimativa populacional

Para os 10 anos, foi possível elaborar um índice de milhafres/mantas por arquipélago. A partir deste, e

usando a estimativa populacional do ano de 2006 como ano de referência (Ceia et al., 2007), foi possível

fazer uma estimativa populacional de milhafres/mantas para ambos os arquipélagos (Gráfico 18).

Gráfico 18_Index de milhafres / mantas, por arquipélago (Dados de

2006 a 2015).

Gráfico 19_Estimativa populacional de milhafres / mantas, por

arquipélago (Dados de 2006 a 2015).

A partir dos valores populacionais estimados em 2006, foi possível estimar que o tamanho atual da população de Milhafres é de 3.625 indivíduos e a população de Mantas é de 187 indivíduos.

25_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Coordenado anualmente pela SPEA, o Censo de Milhafres/Mantas integra-se numa iniciativa Citizen

Science, ou seja, Cidadania na Ciência. O milhafre/manta é uma das espécies mais emblemáticas dos

dois arquipélagos, sendo no caso dos Açores a única espécie de ave de rapina diurna facilmente

reconhecível. Feito o apelo à participação dos cidadãos foi, de facto, surpreendente a grande adesão

logo no primeiro ano do censo (89 nos Açores e 25 no arquipélago da Madeira). Esta tendência

manteve-se no ano seguinte, contudo de 2008 a 2010 verificou-se uma redução significativa. Em 2011,

verificou-se um grande aumento, contudo nos anos seguintes houve uma tendência decrescente até

2013.

Em 2015, a participação superou a de todos os outros anos, quer nos Açores como no somatório de

ambos os arquipélagos. Em 2014, a participação na Madeira foi a maior de todos os anos, tendo

também atingido uma adesão muito boa nos Açores. Estas maiores adesões poderão ser explicados

pelo facto da iniciativa ter já alguns anos, sendo conhecida por mais cidadãos que estavam assim mais

sensibilizados para colaborar e por já se encontrarem familiarizados com a metodologia. Adicionalmente,

e tendo em conta os inquéritos realizados todos os anos após o censo, a coordenação do projeto

apostou numa forte divulgação utilizando diversos meios de comunicação social: correio eletrónico,

comunicados de imprensa, rádio, televisão e redes sociais como forma de motivar novos voluntários e

manter os de anos anteriores.

Neste sentido, o interesse demonstrado pela RTP Açores e pela SIC Internacional pelos trabalhos

desenvolvidos pela SPEA, através da realização de duas reportagens sobre o Censo, uma na ilha

Terceira e outra em São Miguel, foi também fundamental para a promoção desta iniciativa.

Em paralelo, a criação de um microsite inteiramente dedicado ao Projeto no site da SPEA, antes do fim-

de-semana do censo, facilitou a interação com o público que desta forma pôde aceder à ficha do censo,

ao dístico para a viatura, ao panfleto editado em 2007 (Ceia et al., 2007). Tendo ainda em conta a

opinião dos participantes, a metodologia foi reformulada com o objetivo de simplificar a recolha de

dados.

Desde o início do censo, em 2006, já participaram 916 cidadãos diferentes, nos dois arquipélagos, que

por realizarem mais do que um percurso ou participarem em ilhas diferentes e em diferentes anos,

originaram um esforço de 1.791 observadores totais.

A ilha de São Miguel, Terceira e Madeira têm sido as ilhas com mais voluntários ao longo dos anos o

que poderá justificar por serem as ilhas com maior dimensão e densidade populacional.

Relativamente ao número de milhafres/mantas, 2011 foi o ano com mais registos no arquipélago dos

Açores (859 milhafres), o que poderá estar relacionado com o número de voluntários deste ano (161). O

mesmo se verifica no arquipélago da Madeira, em que o ano com mais voluntários foi em 2014, e foram

avistadas 206 mantas.

Os valores do número de milhafres/mantas poderão ser influenciados por uma grande variedade de

fatores, como o número de participantes, o número de percursos efetuados e quilómetros percorridos,

bem como com a experiência do observador e a sua facilidade em identificar estas aves.

Adicionalmente, o método escolhido pelos participantes para realizar o censo, as condições

meteorológicas e a hora a que este se realiza poderão também influenciar as observações. Todas estas

variáveis não são, na maioria dos casos, diretamente relacionáveis. Por exemplo, nos Açores, em 2006,

26_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

houve 89 participantes que efetuaram 54 percursos, num total de 924,60 km. Embora tenha havido

menos participantes em 2007 (82), estes percorreram mais quilómetros (1199,80) num menor número de

percursos (49). Em 2015, em ambos os arquipélagos, participaram 235 voluntários, que percorreram

3.182 quilómetros em 146 percursos.

Em relação ao comportamento da espécie, em ambos os arquipélagos a maioria dos indivíduos foram

observados a voar. Este é, sem dúvida, um comportamento frequente, apesar de ser o que mais facilita

a sua observação.

A nível de habitat, avistaram-se milhafres/mantas maioritariamente em áreas de pastagem e de florestas.

As pastagens são excelentes zonas de alimentação, onde é mais fácil a deteção das mesmas. As zonas

urbanas e campos de cultura também são utilizados, ainda que em menor proporção.

O uso de habitat depende não só da biologia da espécie, como também das características do local, em

si. Na Madeira, por exemplo, foram observados menos aves em pastagens, porque este não é um

habitat tão frequente como nos Açores.

Relativamente aos fatores abióticos depreende-se que são registadas mais aves por quilómetro quando

as condições meteorológicas são mais favoráveis. O único fator abiótico que aparentemente não

influencia com condições menos favoráveis é o vento, havendo inclusive mais aves com o vento

moderado.

No que respeita à densidade média, ilhas como São Miguel, São Jorge e Faial apresentam valores mais

altos do que as restantes (0,452; 0,407 e 0,401 aves/km respetivamente). Apesar de a Madeira ser a

maior ilha em termos de área (75.852,4 ha), é a que tem menor densidade média de mantas (0,120

aves/km). Ilhas pequenas, como a Graciosa, têm, em termos absolutos, menos milhafres do que a

Madeira, contudo os valores de densidade média são mais elevados (0,375 aves/km). São Miguel, não

só é uma ilha grande (74457,5 ha) como tem uma densidade média de milhafres elevada (0,452

aves/km). Estes valores poderão estar relacionados com o habitat de alimentação disponível e não tanto

com a área das ilhas.

Os valores de densidade média obtêm-se da divisão do número de aves pelo número de quilómetros

percorridos. Deste modo, anos em que não houve voluntários, como 2007 e 2010 no Faial, 2008 e 2009

na Graciosa, 2008 em São Jorge e 2007 e 2008 no Porto Santo, não puderam ser tidos em conta.

Relativamente à estimativa populacional, verifica-se uma maior oscilação na população de mantas no

arquipélago da Madeira do que na população de milhafres no arquipélago dos Açores. Esta instabilidade

poderá ser explicada pelo facto de ser uma população mais pequena distribuída em apenas duas ilhas.

No arquipélago da Madeira, atualmente, a população de mantas está estimada em 187 aves, tendo-se

verificado um decréscimo de 274 aves observadas entre 2014 e 2015. No arquipélago dos Açores,

estima-se que a população atual seja de 3.625 aves, mais 584 aves do que em 2014.

Os resultados aqui apresentados são então o reflexo dos percursos efetuados em cada ilha, em cada

ano, dos quilómetros percorridos, dos dados disponíveis para análise e do número de

voluntários/cidadãos-cientistas.

A SPEA pretende continuar a motivar os cidadãos a participar, de modo a que, ao percorrerem um

número significativo de quilómetros, permitam a obtenção de valores de densidades médias cada vez

mais fiáveis de milhafres/mantas existentes em cada ilha dos dois arquipélagos.

27_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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28_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

ANEXOS

A – Ficha do Censo

1

2

3

4

5

29_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Identificação de Milhafres/Mantas

30_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

100

m

31_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

32_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

33_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

34_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

B – Dístico para a viatura

Açores

Madeira

35_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

C – Inquérito aos participantes

36_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

D – Certificados de participação

Açores

37_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Madeira

38_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

E –Lista de colaboradores desta iniciativa entre 2006 e 2015

Arquipélago dos Açores

Santa Maria Alberto Martins Alfredo Rodrigues Ana Guimarães Ana Loura Angélica Câmara Carlos Borges César Batista Cristiana Guimarães Emanuel Figueiredo Filipe Moriente Frederico Pereira Henrique Chaves Jaime Bairos Joana Pombo Tavares Joana Silva João Palma José Bernardino Liliana Marreiros Luísa Tavares Márcia Santos Maria Chaves Mariana Monteiro Mónica Melo Nelson Moura Nuno Braga Nuno Viegas Paulo Chaves Pedro Leonardo Ricardo Tronassos Rita Gago da Câmara Sérgio Oliveira Sofia Chaves Freitas Teresa Pombo Vanessa Esteves Virginia Bernardino

39_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

São Miguel Adelino Cabral Aizune Parro Ana Cristina Abreu Mendonça Ana Cristina Costa Ana Domingos Ana Filipa Melo Ana Hipólito Ana Luisa Ana Margarida Cardoso Dias Ana Paixão Ana Remígio Ander Lasa André Batista André Carreiro André Cordeiro Andreia Amaral Aniceto Cordeiro Anna Lloveras Armengol António Abreu António Maria Cardoso Dias Armando Santos Rodrigues Armando Silva Artur Gil Azucena de la Cruz Bárbara Furtado Correia Benoit Sandré Bruno Aguiar de Andrade Bruno Henriques Vieira Bruno Sousa Carla Melo Carla Ponte Carla Veríssimo Carles Fermí Jareño Martí Carlos Silva Carlos Vieira Carmo Barreto Carolina Ferraz Caroline Terral Catarina Medeiros Catarina Pacheco Chiara Bettelli Cláudia Furtado Cláudia Moreira Cláudio Carreiro Conceição Maciel Cristina Teixeira Custódia Baptista Daniel Melo Daniel Sousa Daniela Furtado Faria David Bordas David Cardoso David Santos David Teves Débora Moniz Deborah Estima Dina Gonçalves Dulce Verissimo Elisabete Medeiros Emma Danmark Fábio Mota Fátima Melo Fátima Ramos Fátima Tadeu Fernanda P.A.C Vicente Fernando Gomez Marquez Filipa Dias Filipa Simas Filipa Teves Filipa Viegas Filipe Figueiredo Filipe Luís Frederico Melo Gerbrand Michielsen Gilda Pontes Gonçalo Ferreira Graça Melo

Guadalupe Melo Helena Sousa Herberto Gomes Hildeberto Correia Hildeberto Ferreira Horácio Amaral Horácio Medeiros Horácio Melo Hugo Oliveira Hugo Sampaio Imanol Mendizabal Inês Henriques Inês Lacerda Irene Sàez Isabel Ferreira Jessica Sánchez Espejo Joana Cristina Câmara Joana Noia Joana Pacheco João Brum João de Sá Baptista João Feleja João Maria Cardoso Dias João Pedro Melo Joaquim Teodósio Jorge Manuel Cardoso Jorge Medeiros José Aguiar José Aires Teles José Benedicto Royuela José Branco Ferreira José Fernando Melo José García Gallén José João José Luís Vicente Juan Pedro Ruíz Karen Fsojen Lisa Carreiro Lola Renard Lourdes Lourdes Pérez Peñil Lúcia Ventura Lucie Svorcova Lucínia Oliveira Luís Armas Luís Costa Luís Estrela Luís Noronha Botelho Luís Pacheco Luísa Soares Madalena Maciel Mafalda Castro Manuel José Correia Cabral Manuela Livro Marco António Milán Valera Marco Machado Margarida Borges Mariangela Grandolfo Maria Arruda Maria de Fátima Medeiros Maria Helena Cardoso Dias Maria Helena Soares de Sousa Maria Huamán Benitez Maria Luíz Soares Maria Manuela Livro Maria Simões Maria Soares Vieira Marília Morgado Marina Gray Marina Zapata Mario Gómez Sánchez Mário Mendonça Marisa Arosa Marisa Ferreira Marlene Mendonça Michael Simas Miguel Fontes

Miguel Rebelo Milton Rodrigues Mónica Afonso Mónica Amaral Mónica Lopes Fernandes Montserrat Ciges Natacha Machado Natália Abreu Natália Melo Noemí Rodríguez Nuno Cardoso Dias Nuno Carreiro Nuno Fereira Nuno Fonseca Nuno Teixeira Nuno Silva Pablo Vivanco Berástegui Paula Buron Patrícia Cabral Patrícia Pacheco Pereira Paula Lourenço Paula Soares Paulo Araújo Paulo Furtado Paulo Lima Paulo Maciel Amaral Paulo Sousa Jerónimo Pedro Aguiar Pedro Diogo Medeiros Pedro Furtado Pedro Maria Cardoso Dias Pedro Monteiro Pedro Sousa Ricardo Ceia Rita Sousa Melo Rodrigo Cabral Rodrigo Hintze Rosa Guri Rui Âmbar Rui Sousa Sabrina Pimentel Samantha Orbo Sandra Hervías Sandra Monteiro Samuel Harford Santiago Tores Sara Cabral Sara Lachun Sara Pimentel Sara Rego Pereira Sidónia Costa Simas Sílvia Jiménez Sílvia Rocha Simón Pauvert Sofia Botelho Sofia Livro Noronha Sónia Arruda Susana Gomes Tiago Susana Peixoto Susana Sanches Susana Silva Telma Simas Teófilo Braga Thijs Valkenburg Tiago Dias Tiago Matos Tiago Melo Tiago Menezes Tiago Oliveira Tomás Matos Toni Vera Martins Vicente Ponte Vidália Baptista Vítor Coelho Yaiza López

40_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Terceira Adriana Garcia Afonso Rego Alexandra Reis Álvaro Areias Ana Lúcia Vieira Ana Sofia Ana Teixeira Ana Vilela André Belo André Branco André Santos Aníbal Garcia Anselmo Falcão António Antunes António Lopes Aristides Silva Artur Duarte Augusto Lopes Vilela Branca Correia Brás Barcelos Bruno Cardoso Bruno Costa Bruno Dias Bruno Rosa Bruno Santos Bruno Silveira Bryan Silveira Cândida Mendes Carla Aurora Carla Nunes Carlos Pereira Carolina Viveiros Cátia Lopes Cátia Ramos Cecília Melo Cecilia Herbon Célia Ourique César Silva Clémence Ballotti Clemence Vanommeslaeghe Cristiana Pacheco Cristina Santos Daniela Silvestri Dárcio Fonseca Dário Ponte Dário Silva Débora Guilherme Décio Figueiredo Duarte Leonardo Duarte Martins Dulce Campos Eduardo Jorge Veiga Eduardo Pacheco Elizabeth Ferreira Elizabeth Pacheco Elsa Dimas Silva Elsa Violante Ferreira Fábio Barcelos Fátima Goulart Fiama Fernandes Filipe Afonso Filipe Albuquerque Filipe Barata Filipe Costa Filipe Vaz Filomena Ferreira Flávia Mendes Flávia Neves Flávio Rosa

Flávio Silveira Francisco Lourenço Frederico Santos Gisele Toste Guilherme Bruges Gustavo Silva Héber Goulart Helena Meireles Helena Silva Hugo Dias Hugo Gomes Hugo Gonçalves Hugo Mesquita Ingrid Kellen Isabel Barreiros Isabel Lorenço Isabel Maria Dinis Medeiros Jerry Bettencourt Joana Cunha Lourenço João Bernardo Barreiros João Bettencourt João Coelho João Esquivel João Medeiros João Pedro Barreiros João Pedro Lemos João Rafael Marques João Vilela Joana Falcão Joel de Sousa Lima Jorge Roman Ferrando José Antas de Barros José Carlos Andrade José Coelho José Correia José Costa e Silva José Fernando Pacheco José Henrique Pires Borges José Sousa Coelho José Zaragoza Ballester Laia Sanz Carbonell Laura Barbosa Lénio Sardinha Lisa Fortuna Lisandra Maria Moniz Lisandra Pereira Luca Silvestri Lucas Lamelas López Luís Esquivel Luís Barcelos Luísa Sequeira Magda Gonçalves Manuel Martins Manuel Sequeira Manuela Lourenço Márcia Sousa Márcio de Sousa Lima Márcio Vítor Marco Amaral Marco Penteado Margarita Diaz Maria Cristina Marinho Maria de Fátima Goulart Maria Elisa Pereira Maria Isabel Tiago Maria Margarida Arruda Maria Nunes Maria Paula Cordeiro Maria Sequeira

Maria Vitalina Antas de Barros Marina Lima Mário Mendes Mário Rego Marisa Santos Marta Amaral Melissa Morais Michael Reut Miguel Ferreira Mónica Nunes Neide Pereira Nuno Ávila Nuno Lourenço Nuno Quadros Oldemiro Rocha Olga Gomes Orlando Guerreiro Patrícia Meirinho Patrícia Rocha Paula Gil Paulo Eduardo de Sousa Paulo Mendes Paulo Pereira Pedro Barcelos Pedro Lima Pedro Magalhães Pilar Brum Raul Nogueira Renata Dias Ricardo Ávila Ricardo Borges de Lima Rodrigo Ávila Rodrigo Borges Rodrigo Nunes Romana Fagundes Rúben Coelho Rui Carvalho Rui Godinho Rui Lopes Rute Neves Sandra Borges Sandra Graça Sandra Santos Silva Sandra Serpa Sara Alves Sara Silveira Sílvia Silva Sílvia Torres Sofia Catarina Faria Sofia Goulart Sofia Rodrigues Sofia Terzopoulou Sónia Pereira Teixeira Sónia Sebastião Sónia Silva Soraia Silvina Susana Ázera Telma Marques Teresa Ferreira Tiago Noite Tiago Toste Vasco Amorim Vasco Luís Vasco Valadares Victor Araújo Victor Costa Victor Medina Will Jack Sharkey Zenaida Leandro Lénio

41_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Graciosa Ana Baptista Ana Margarida Silva Ana Pereira Ana Rita Lopes Carlos Picanço Jorge M. Gonçalves José Raposo Luís Aguiar Madalena Picanço Marco Silva Maria Cecília Raposo Olinda Silva Pedro Raposo São Jorge Carina Cardoso Carla Ávila Catarina Brasil Catarina Fernandes Cecília Brasil Cidália Ramada David Silva Délis Fontes Diana Braga Dina Nunes Elisabete Almeida Ernestina Brasil Hélio Borba Jacinto Bettencourt João Alexandre Roque João Porteiro Jorge Santos Lisandra Ávila Lúcia Alves Marco Bettencourt Mário Brasil Marisa Azevedo Marta Bettencourt Marta Cunha Michael Cardoso Odilia Teiveira Paulo Filipe Macedo Raúl Bettencourt Ricardo Fontes Sandra Silveira Serafim Brazil Tânia Azevedo Tiago Pereira Tiago Rodrigues Viterbo Serpa Vítor Fernandes

42_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Pico Afonso Martins Ana Cesário Ana Paula Penha Ana Sousa Costa António Terra Bruno Machado Carla Silva Carmo Goulart Morisson Catarina Costa Cecília Jorge Cláudia Melo Conceição Bettencourt Cristina Dalila Rodrigues Emanuel Veríssimo Filipe Correia Filipe Lopes Francisco Rosa Franz Hutschenreuter Graça Eiras Inês Terra Jane Hill José Costa José Machado Laura Lisandra Pinheiro Manuel Maciel Rosa Manuel Martinho Goulart Costa Manuel Paulino Ribeiro Costa Marcio Terra Maria do Carmo Sousa Costa Maria Manuela Silva Marta Costa Nilton Goulart Patrícia Figueiredo Paul Foster Paulo Alves Pedro Silva Renata Ávila Suzete Ferreira Tânia Serpa Teresa Melo Tiago Terra Valter Medeiros Vanda Maria Alves Serpa Verónica Neves

43_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Faial Alexandra Cebola Alfredo Martins André Nogueira Melo André Vieira Aurora Ribeiro Bela Dutra Berta Meirinho Bruno Pereira Carlos Escobar Carlos Pedro César Serpa Christopher Pham Clara Ângela Loureiro Cláudia Ávila Gomes Cristina Perry Nava Daniel Alves Dejalme Vargas Duarte Vieira Elisabete Azevedo Elisabeth Carvalho Emanuel Constantino Emanuel Rodrigues Fernando Tempera Francisco Lourenço Frederico Cardigos Gerald Hechter Taranto Glória Neves Gonçalo Graça Guilherme Simões Hélder Fraga Hugo Parra Inês Lima Joana Duarte Joana Lisboa João Silveira Jorge Caret Jorge Dias José Almeida José Meirinho Juliano Colino Leonor Porteiro Lisa Medeiros Luís Miguel Rodrigues Luís Silva Mara Schmiing Márcia Maria da Ajuda Neves Maria José Pitta Groz Maria Melo Marisa Antunes Marlene Lemos Miguel Duarte Mónica Inácio Orlanda André Paola Visicchio Paolo Lambardi Patrícia Pedro Patrícia Simões Paulo Sergio Pedro Afonso Pedro Dores Raquel Pereira Regina Dores Ricardo Pereira Rui Vargas Ruth Higgins Sandra Dart Sílvia Lino Simão Medeiros Sónia Alves Susana Oliveira Suzana Margarida Morais Tiago Taveira Tomás Melo Vasco Lourenço Vera Escobar

44_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Arquipélago da Madeira Madeira Adriano Olim Afonso Barreira Albino Olim Álvaro Pereira Ana Gouveia Ana Lúcia Pereira Ana Lucília Rodrigues Ana Nunes Ana Sofia Ornelas Mendonça Ana Sofia Ribeiro André João Nunes André Ornelas Ferreira António António Verruga António Vulcano Arsénio Serrão Bruno Aveiro Bruno Gomes Bruno Vieira Carla Alexandra Sol Carvalho Carla do Carmo Pereira Carla Gonçalves Dias Carla Guerreiro Carla Nóbrega Carla Triunfante de Sousa Carlos Correia Carlos Figueira Carlos Gomes Carlos Monteiro Carlota Guerreiro Carmen Gutierrez Carmo Rodrigues Carolina Caldeira Catarina Fagundes Cátia Freitas Cátia Gouveia Constantino Caldeira Constantino Marullo Cristina Camacho Cristina Martins David Rodrigues Dina Aveiro Vieira Diogo Gouveia Dionísio Sousa Dolores Mendes Dora Martínez Carbonell Edgar Viana Emanuel Nélio Moniz Emanuel Oliveira Estefanía Pereira Eugénia Azevedo Eusébio Góis Fabrício Nunes Fernanda Rosa Abreu Filipa Erra Filipe Caldeira Ildefonso Filipe Silva Francisco Azevedo Gabriel Aveiro Vieira Gonçalo Direito Gonçalo Silva Gonçalo Vieira Gracelina Silva Gualter Silva Guilherme Monteiro Helena Serrão

Henrique José Rodrigues Henrique Mota Honório Teixeira Hugo Romano Ilda Cima Isaac Mas Isabel Fagundes Javier Alvarez Javier Garcia Joana Caldeira Joana Fraga Andrade João Cruz João Miguel Gouveia João Nunes João Santos Joel Pereira Jorge Jorge Barrigão Cavaleiro Jorge Donaire Jorge Ferreira José Arlindo Fernandes Câmara José Fagundes José Ferreira José Gomes José Lopes José Manuel Moniz José Paulo Freitas Barreto José Rogério Freitas José Vieira José Virgílio Câmara Laura Castelló Lia Rodrigues Lígia Santos Lília Pereira Liliano Neves Lisete Fernandes Luís Aveiro Vieira Luís Correia Luís Direito Luís Paulo Franco Gomes Luís Renato Nunes Luísa Vieira Manuel Anelso Carvalho Marco Livramento Marco Mendonça Maria Clotilde da Conceição Maria de Jesus Nunes Maria Helena Correia Oliveira Maria Helena Fagundes Maria João Aveiro Maria José de Freitas Maria José Faria Maria José Rocha Maria Lúcia Ferro Maria Merês Drumond Maria Ornelas Maria Pilar Suarez Mariana Oliveira Marie Louise de Freitas Mário Augusto Marisa Toledano Marsrida Suarez Marta Cuesta Marta Faria Marta Gonzalbez Marta Sofia Nunes

Mary Anne de Freitas Matilde Alexandra Sol Carvalho Miguel Cassiano Sol Carvalho Mónica Lopes Nádia Coelho Nelson Fernandes Nicola Pestana Nuno Cunha Octávio Rodrigues Orlando Sá Patrícia Gonçalves Patrícia Lopes Patricia Pestana Patrícia Serrano Candelas Paula Marília Paulo Figueira Paulo Jorge Perestrelo Viveiros Paulo Sandro Freitas Paulo Sérgio Camacho Abreu Paulo Sousa Pedro Augusto Pedro Góis Pedro Gouveia Pedro M. C. B. Monteiro Pedro Miguel Carvalho Pedro Sepúlveda Monteiro Rafael Faria Rafael Nunes Rafaela Rodrigues Raquel Ferreira Raquel Santos Roberto Fogaréu Roberto Lucas Freitas da Silva Roberto A. Moritz Roberto Moniz Roberto Moritz Roberto Perneta Rodrigo Silva Rosa Alves Rui Alves Rui Camacho Rui Pita Rui Sousa Samuel Figueira Sara Barrigão Cavaleiro Sara Faria Sérgio Soledad Álvarez Sónia Jesus Sónia Santos Tânia Pestana Tânia Pipa Teresa Azevedo Teresa Pinto Leão Teresa Maria da Silva Valter Vera Abreu Vicente Reinecke Victor Hugo Velosa Victor Reinecke Vítor Gomes Vítor Leitão Vivaldo Nunes Vladimiro Prioste Pereira Yolanda Gonzáles Zélia Maria Pereira da Encarnação

45_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Porto Santo Ana Maria Leão André Ferreira Carla Rubina Dias Dina Santos Elizabeth Zino Franck Zino Graziela Rodrigues Isabel Bettencourt João Gomes Juan Carlos Tormo Magna Correia Maria Luísa Sousa Maria Raquel Ferreira Marinela Allaen Mauro Gomes Micaela Melim Mónica Rodrigues Nashdina Amirali Teresa Drumond Leão

46_ Censo de Milhafres/Mantas nos arquipélagos dos Açores e da Madeira de 2006 a 2015

Entidades Açores Agrupamento de Escuteiros da Maia CNE 1089 Associação Regional de Canoagem dos Açores Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo Centro de Jovens Naturalistas de Santa Maria Clube do Ambiente da Escola Francisco Ornelas da Câmara, Praia da Vitória Culturpico Curso de Licenciatura de Guias da Natureza da Universidade dos Açores – Campus de Angra do Heroísmo Departamento de Oceanografia e Pescas, da Universidade dos Açores EDA – Electricidade dos Açores Escola Profissional do Pico Escola Secundária Vitorino Nemésio Gê-Questa GNR Grupo de Escuteiros nº 45 da Horta Grupo de Escuteiros nº 80 de Ponta Delgada Grupo de Escuteiros nº 1300 da Pedreira Grupo de Escuteiros nº 1089 da Maia Grupo de Escuteiros nº 1342 de Santo António de Nordestino Os Montanheiros – Núcleo da Terceira Os Montanheiros – Núcleo de São Jorge RDP Açores Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente Universidade dos Açores Madeira Amigos do Camelo CET Guias Natureza UMa Birds & Company EB1/PE Boliqueime EEM Escola Professor Eleutério de Aguiar Direção Regional de Educação Direção Regional de Florestas e Conservação da Natureza Galp energia Parque Ecológico do Funchal Porto Santo Verde, Geoturismo e Gestão ambiental, EEM Serviço do Parque Natural da Madeira

A SPEA agradece a participação de todos!