relatÓrio de pesquisa - .maçom brasileiro sobre as forças e fraquezas de sua maçonaria, bem como
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RELATRIO DE PESQUISA:
CMI MAONARIA NO SCULO XXI
Demandante: Rudy Barbosa Levy - CMI
Pesquisador responsvel: Kennyo Ismail - GLMDF
Superviso: Rony Fernandes Pinto Junior - GLMERS
1. APRESENTAO
Esta pesquisa teve por objetivo, de modo geral, saber a opinio dos maons regulares
membros das obedincias manicas brasileiras confederadas CMI Confederao Manica
Interamericana (24 Grandes Lojas confederadas CMSB, 07 Grandes Orientes confederados
COMAB, e o Grande Oriente do Brasil), sobre a Maonaria de hoje e as perspectivas para a mesma no
restante deste sculo XXI.
Com seus resultados, busca-se conhecer um pouco mais das opinies e percepes do
maom brasileiro sobre as foras e fraquezas de sua Maonaria, bem como seus anseios de
realizao da mesma para os prximos anos. Assim, alm de uma anlise de ambiente interno da
Maonaria brasileira, que pode servir de informao til ao desenvolvimento de planos de ao pelas
diferentes obedincias; pode-se, sobretudo, compreender as diferentes vertentes orgnicas de
pensamento que se destacam entre os maons que formam a base da pirmide manica.
2. MTODO
Neste captulo, so apresentados a estrutura do instrumento de coleta de dados, os
procedimentos que conduziram a coleta, os mtodos adotados para anlise dos dados coletados e a
amostra participante da pesquisa.
2.1. Procedimento e instrumento de coleta de dados
A pesquisa foi realizada por meio de um questionrio virtual, desenvolvido e disponibilizado
via link por uma ferramenta de pesquisas fornecida gratuitamente pelo Google, e divulgado no meio
manico brasileiro via websites e redes sociais no perodo entre 21 de fevereiro e 18 de maro de
2018, ou seja, por 25 dias completos, obteve-se um total de 12.818 respostas que, aps a devida
limpeza da base, resultou em 7.817 respostas vlidas.
O questionrio foi estruturado de forma a proporcionar brevidade na resposta, buscando,
assim, reduzir sua rejeio entre o pblico-alvo. Das seis questes que compunham o questionrio,
trs tinham o carter de coleta de dados bsicos de perfil, que foram: 1) Obedincia; 2) Idade; 3)
Tempo de ordem. Esses dados foram coletados de forma a verificar se h tendncias por regio
geogrfica, faixa etria ou tempo na instituio. Outras duas questes quantitativas eram, de certa
forma, opostas e complementares. Uma basicamente perguntava ao irmo o que, na opinio dele, a
Maonaria deveria fazer e no est fazendo, enquanto que a outra perguntava o que a Maonaria
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no deveria fazer e est fazendo. A outra pergunta era aberta, ou seja, de carter mais qualitativo,
e consistia na seguinte indagao: Como voc gostaria de ver a Maonaria neste sculo XXI?
Considerando a quantidade de variveis disponveis nas questes 5 e 6 do questionrio, as
quais permitiam mltiplas marcaes, de forma a no favorecer uma concentrao de marcaes nas
primeiras variveis, foi utilizado a ferramenta de distribuio aleatria.
O cabealho do questionrio explicava o objetivo da pesquisa e garantia o anonimato dos
respondentes, bem como o uso no comercial das respostas. Foram desconsideradas as
participaes que responderam a questo aberta de forma ilegvel ou com palavras fora do contexto,
como sim ou no. Tambm aqueles que informaram ano de nascimento abaixo de 18 anos ou
acima de 114 anos.
2.2. Participantes
A amostra vlida obtida, num total de 7.817 respondentes, equivale a, aproximadamente, 4%
do universo dos maons regulares brasileiros, mostrando-se indita e significativa.
A representatividade da amostra tambm foi constatada pela distribuio das respostas vlidas entre
todas as 32 obedincias manicas brasileiras atualmente confederadas CMI, seguindo certa
proporcionalidade ao quantitativo de membros declarado de cada uma. Dos respondentes
computados, 58% so membros de Grandes Lojas confederados CMSB, 28% so de Grandes
Orientes confederados COMAB, e 14% so de membros do Grande Oriente do Brasil - GOB. A baixa
participao de maons do GOB em comparao com seu market-share, de quase 30%, pode ser
reflexo da discordncia de seu Soberano Gro-Mestre com a divulgao e realizao da pesquisa.
2.3. Estratgia de anlise de dados
Com o objetivo de obter um conhecimento preliminar dos dados quantitativos coletados, foi
realizada uma anlise estatstica exploratria. Tal anlise permitiu identificar e tratar problemas
inerentes aos dados, como, por exemplo, a existncia de outliers e respostas incompletas.
Considerando essa etapa, as anlises sequenciais puderam ser interpretadas com mais confiana,
tanto pelo conhecimento do pesquisador das caractersticas dos dados quanto pelo reconhecimento
e tratamento dos possveis problemas detectados.
Para realizar o conjunto de anlise dos dados do presente estudo, foram utilizados os
softwares Microsoft Excel 2013 e SPSS 23.0. O primeiro passo realizado foi a descrio das
estimativas bsicas das variveis, calculando, porcentagem, mdia e o desvio-padro das mesmas ao
nvel agregado da amostra. Tambm foram obtidas as matrizes de correlao, indicando o
relacionamento entre as variveis.
Como uma complementao desse estudo quantitativo, foi realizada uma anlise de
contedo das respostas coletadas na questo aberta (de nmero 4) presente no questionrio, que
trata sobre a expectativa do maom para a Maonaria neste sculo XXI. A compreenso das
diferentes expectativas dos maons pode colaborar para uma melhor compreenso de suas vises e
opinies organizacionais, as quais no so examinadas nas questes quantitativas 5 e 6.
O processo de anlise do contedo das respostas dissertativas utilizado tem por base e
referncia principal Bardin (2009). Para essa autora, a anlise de contedo tida como um mtodo
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de anlise textual de forma a interpretar sua mensagem e compreender seus significados. O mtodo
utilizado d nfase presena de determinada caracterstica ou conjunto de caractersticas em uma
mensagem com o objetivo de encontrar o elemento que d sentido comunicao. No caso de
mltiplos elementos, optou-se por categorizar o primeiro elemento apresentado, por entender que
foi o primeiro que o respondente desejou expor. A partir da, realizada a categorizao, agrupando
os dados e definindo temas comuns s repostas.
As categorias geralmente so definidas de duas formas distintas. Seguindo uma orientao
positivista, elas podem ser definidas a priori, baseadas em hipteses que norteiam o estudo. Ou
podem ser definidas a posteriori, com base unicamente na interpretao do contedo obtido
(BARDIN, 2009). Optou-se, neste caso, em realizar a categorizao pelo segundo modo.
Importante registrar que as anlises realizadas so interpretaes que conferem significados
s mensagens coletadas. Os textos expostos podem se diferenciar dos originais coletados apenas por
pequenas correes quanto ao emprego correto da lngua portuguesa, mas sem modificar o sentido
de seus contedos.
Seguindo o mtodo sugerido por Bardin (2009), durante a explorao dos dados coletados foi
realizada a codificao dos temas de forma a se obter a representao temtica do contedo. Os
dados foram enumerados e agregados em unidades conforme a identificao das caractersticas em
comum entre as respostas. As categorias e subcategorias foram ento determinadas, contendo
unidades selecionadas conforme critrios de excluso mtua, homogeneidade, pertinncia,
objetividade e fidelidade (BARDIN, 2009).
Observando ainda a sugesto de Bauer (2002), todas as unidades de registro foram
categorizadas, mesmo que para isso seja necessrio criar uma categoria como outros, como foi no
caso deste estudo. Aps a estratgia de anlise delimitada e as categorias e subcategorias definidas,
foi realizada a anlise do contedo das respostas, que colaborar para a discusso dos resultados do
estudo quantitativo.
3. RESULTADOS
A seguir, so apresentados os resultados das questes que compunham o questionrio
conforme descrito no mtodo, de seus cruzamentos e suas correlaes.
3.1. Distribuio
Os participantes da pesquisa apresentam distribuio relativamente proporcional
realidade. Observa-se que, das 32 obedincias manicas brasileiras consideradas, 12 delas (37,5%)
acumulam, aproximadamente, 80% dos participantes. E elas coincidem exatamente com as
obedincias manicas mais populosas do Brasil. Tem-se, assim, quase que um Pareto, mas
distanciando-se um pouco da concentrao 20-80, apresentando, assim, uma maior distribuio:
37-80, o que um ponto positivo da Maonaria brasileira.
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Tabela 1: Distribuio dos participantes por Obedincia
Fonte: elaborada pelo autor
OBEDINCIA MANICA QTD %
Grande Oriente do Brasil 1114 14,25%
Grande Loja Manica de Minas Gerais 888 11,36%
Grande Loja de Santa Catarina 755 9,66%
Grande Oriente Paulista 713 9,12%
Grande Oriente de Minas Gerais 539 6,90%
Grande Loja Manica do Mato Grosso do Sul 472 6,04%
Grande Loja do Paran 379 4,85%
Grande Loja Manica do Estado de So Paulo 377 4,82%
Grande Loja Manica do Estado do Rio Grande do Sul 268 3,43%
Grande Oriente do Paran 256 3,27%
Grande Oriente de Santa Catarina 254 3,25%
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