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Relatório de Indicadores Culturais da Funceb edital calendário das artes editais setoriais das artes escola de dança junho de 2017

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Relatório de Indicadores Culturais da Funceb

edital calendário das arteseditais setoriais das artesescola de dança

junho de 2017

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Governo do Estado da BahiaRui Costa

Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SECULT Ba)Jorge Portugal

Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB) Fernanda Tourinho

Diretoria das Artes Maria Íris da Silveira

Diretoria do Centro de Formação em Artes Marle Macedo

Coordenação EditorialCarlota Gottschall | Francisco André | Naiara Vieira

ColaboradoresMércia Queiroz | Rafael Silva | Amanda Pitanga (estagiária) | Jarimara Pires Costa (estagiária) |Leonardo Zacoust (estagiário)

Edição da PublicaçãoCarlota Gottschal | Francisco André

Projeto Gráfico e diagramaçãoEdileno Capistrano Filho

Revisão Editorial e Editoração EletrônicaClaudia Pedreira

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Sumário1. Introdução

2. Calendário das Artes2.1. Definições

2.2. Distribuição Territorial2.3. Distribuição por Linguagem Artística

2.4. Considerações

3. Editais Setoriais das Artes3.1. Definições

3.2. Projetos Selecionados3.2.1. Distribuição Territorial e

por Linguagem Artística 3.2.2. Considerações

4. Escola de Dança da Funceb4.1. Definições

4.2. Análise das Informações4.3. Considerações

AnexosI - Calendário das Artes /

Distribuição Territorial de ProjetosII - Escola de Dança /

Oferta, Demanda e Aderência dos Cursos Regulares

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1. Introdução

Este relatório integra a etapa inicial do projeto de construção de indicadores em cultura nas áreas de atuação da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB) e tem por obje-tivo analisar as informações relativas às políticas de fomento –Calendário das Artes e Edi-tais Setoriais das Artes – e de formação disponibilizada pela Escola de Dança da FUNCEB.

Os indicadores culturais podem servir como instrumento de avaliação, reflexão e planejamento de ações culturais, principalmente, em um período de incertezas, como este que estamos vivendo. Ainda que os dados refiram-se, muitas vezes, a ações im-plantadas em períodos anteriores, seus resultados poderão servir como ponto de parti-da para tomada de decisões e definições de novos rumos para estes ou outros projetos. Pensar políticas públicas para cultura em uma conjuntura de crescimento da economia, ancorada em um ideário político que tem por princípio a democratização do acesso e o incentivo à diversidade é uma coisa, outra situação é conceber políticas com recursos limitados ou inexistentes, em uma conjuntura de indefinições e retrocessos políticos e sociais. Neste contexto, o desafio é infinitamente maior.

O Estado da Bahia é composto por 417 municípios distribuído em uma área de 564.733,177 Km2, onde residem 15,3 milhões de pessoas (IBGE, projeção 2016), muitas destas concentradas em Salvador que acolhe 2,9 milhões de habitantes, ou seja, qua-se 19% dos residentes do Estado. Na última década, embora tenha ocorrido uma maior interiorização de oportunidades em todos os segmentos da economia brasileira, com melhorias sociais e culturais, sobretudo no Nordeste, este fenômeno não foi capaz de alterar a centralidade histórica da capital baiana, líder na oferta de serviços, inclusive culturais, de postos de trabalho e de rendimentos, ainda que outros municípios tives-sem ampliado a sua influência regional, a exemplo de Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus, Vitória da Conquista, Barreiras, Juazeiro, Ilhéus/Itabuna. Esta mudança pôde ser observada, por exemplo, na oferta espontânea de projetos apresentados e selecio-nados nos dois editais analisados neste estudo.

A análise das informações disponíveis para os editais Calendário das Artes e Seto-riais das Artes manteve o princípio de organização adotado pelos gestores da FUNCEB: a territorialidade definida pelo Governo do Estado, a qual considera o universo de 417 municípios agrupados em seis macro regiões, a partir dos 27 territórios de identidade; e as linguagens artísticas tradicionais – música, dança, teatro, audiovisual, circo, literatura e artes visuais. O período analisado decorre do exercício do edital Calendário das Artes (2012-2014) e da assinatura dos Termos de Ajustamento e Conduta – TAC´s para os edi-tais Setoriais das Artes (2013-2014/15). No caso do Calendário, os limites orçamentários do Tesouro Estadual impossibilitaram que este edital fosse executado desde 2015.

Já a Escola de Dança da FUNCEB realiza atividades continuadas desde que foi funda-da em 1984. É a primeira escola pública do gênero a tornar-se uma referência nacional no campo da formação e qualificação artística. Sua sede está localizada no Pelourinho e atua através de núcleos de atividades nos bairros de Nordeste de Amaralina, Enge-nho Velho de Brotas e Lauro de Freitas. A Escola de Dança possui cursos técnicos orga-nizados por dois eixos norteadores: Educação Profissional e Iniciação Artística. Duran-te todo o ano são oferecidos cursos preparatórios, de formação inicial, de qualificação

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profissional e cursos livres. Eventualmente são realizados cursos de curta duração em diversos segmentos da dança.

O resultado destes trabalhos se traduz nas apresentações de mostras artísticas que ocorrem na sede da Escola de Dança, no Espaço Xisto e no Teatro Castro Alves, além da participação em distintos eventos na capital e interior baiano, proporcionando a fruição e socialização da produção artística resultante dos processos formativos viven-ciados com os estudantes no interior dos cursos oferecidos.

A Escola de Dança foi responsável por inaugurar a importante atuação da FUNCEB no âmbito da formação e qualificação profissional nas Artes, que mais tarde culminou no surgimento do Centro de Formação em Artes (CFA), o qual agrega distintas ativida-des formativas relacionadas às linguagens da música, do teatro, além de realizar a gestão administrativa da própria Escola.

Uma vez que são inúmeras as frentes de atuação da Escola de Dança, aqui neste estudo optou-se por disponibilizar tão somente as informações referentes aos cursos regulares (preparatório, técnico de nível médio em dança, livres e qualificação profis-sional) ministrados entre 2011 e 2015. A opção metodológica para organizar e avaliar as informações disponíveis foi a de observar os cursos segundo seus eixos pedagógicos, público alvo e estrutura administrativa.

O presente trabalho é resultado de um esforço técnico da atual gestão da FUNCEB, que vem a público em 2017, com a perspectiva de dar continuidade ao processo de construção de indicadores em cultura e, buscar à luz das informações disponíveis dos editais e da Escola de Dança, servir ao planejamento das ações atuais e futuras da FUNCEB.

As informações serão apresentadas em três seções (Calendário das Artes, Editais Setoriais das Artes e Escola de Dança) e um anexo geral.

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2. Calendário das Artes

2.1. Definições

Por definição o Calendário das Artes “é um edital de incentivo a projetos artístico-cul-turais de pequeno porte, com objetivo de estimular o desenvolvimento das artes na Bahia”. Entre 2012-2014, este edital concedeu “prêmios de até R$ 13 mil para propos-tas de todas as áreas de atuação da FUNCEB e também de propostas transversais” (FUNCEB, 2014)1.

Segundo os gestores responsáveis pela FUNCEB à época, os propósitos norteadores do Calendário das Artes se ancoravam em três princípios: “i) simplificação; ii) territoria-lização; e iii) ampliação, em busca de uma democratização do acesso ao investimento público em face da grande diversidade de realidades de produção e dimensões territo-riais da Bahia”2.

A seleção de projetos, com temática livre e aderência espontânea, resultante de cha-madas públicas, foi considerada inovadora, dentre outros aspectos, pela orientação de que “cada uma das seis macrorregiões da Bahia passassem a concorrer apenas entre si”, em resposta à reivindicação de maior acesso aos benefícios de fomento apresentada pela comunidade artística nas Conferências Estaduais de Cultura realizadas pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia – SECULT em 2007, 2009, 2011 e 2013, já que os projetos de execução em Salvador sempre ficaram com a maior fatia do bolo. Também foram forma-das comissões de seleção especificas para cada agrupamento territorial, estas foram com-postas “por representantes do Governo do Estado, representantes locais e de diferentes regiões baianas, escolhidos em consulta às entidades culturais e à sociedade civil”3.

A transformação do processo seletivo de acesso em prêmio foi outro avanço deste edi-tal e prova disto foi o excelente retorno do número de projetos apresentados, um total de 4.900. Este resultado indica que houve apropriação pela comunidade cultural pelos prin-cípios norteadores do edital Calendário das Artes, ainda que o valor do prêmio (até R$ 13 mil) seja menor do que o disponibilizado por outras formas de fomento. Infelizmente, o recurso disponibilizado pela SECULT para este projeto nos três anos em estudo, ainda que expressivo financeiramente, pois somou um montante de 3,6 milhões de reais, pode selecionar tão somente 282 projetos. Segundo parecer da FUNCEB,

O principal desafio a ser superado na gestão do Calendário das Artes – e não apenas neste me-canismo – é a ampliação do recurso disponível. A Bahia é um estado de grandes dimensões, com 417 municípios, uma disparidade econômica significativa entre as suas regiões e dotado de uma grande diversidade sociocultural. Apesar do aumento financeiro registrado para este edital, é muito evidente que o número de projetos selecionados ainda é bastante aquém do potencial: apenas 5,73% dos inscritos nestes três anos puderam ser efetivamente apoiados. Criou-se um instrumento simples, acessível, construído e revisto de forma democrática e em diálogo com o público-alvo e que se tornou reconhecido por suas potencialidades no alcance territorial em todo o estado, sem, no entanto, estar munido com o investimento adequado. (2014, p.45).

1 Relatório de Gestão 2011-2014 da Fundação Cultural do Estado da Bahia.2 Idem.3 Idem.

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Este depoimento indica o quão longo é o caminho a ser trilhado para que, de fato, o fomento à cultura possa atender às demanda da sociedade no campo da cultura. Se, no período de execução do Calendário das Artes 2012-2014, o limite do valor orçamen-tário disponível para o edital foi apontado pelo grupo gestor como um fator limitante ao atendimento de um número maior de projetos qualificados, no ano seguinte a esta avaliação publicada do referido relatório, este problema se acentuou expressivamente, a ponto de levar a interrupção temporária deste edital desde 2015.

A crise econômica e política instalada no Brasil, com sérias consequências para o universo cultural, resultou na redução do orçamento do Tesouro Estadual destinado a SECULT, uma das pastas com menor percentual de recursos alocados. Também a mu-dança de orientação política do Governo Federal e do Ministério da Cultura, importante parceiro da Secretaria, levou a interrupção de programas e projetos destinados aos estados e municípios com sérias consequências para a continuidade das políticas pú-blicas destinadas a inclusão social.

2.2. Distribuição Territorial

As informações decorrentes das seis chamadas públicas que compuseram as três edi-ções do Calendário das Artes devem ser vistas como importante subsídio para ava-liação dos avanços e identificação de limites a serem superados, considerando esta importante experiência na gestão de políticas públicas de fomento à cultura na Bahia. A sistematização e análise dos dados referentes aos 282 projetos selecionados entre 2012-2014 obedeceu aos critérios de distribuição dos prêmios propostos no referido edital: por território (macrorregiões, territórios de identidade e municípios) e por lin-guagens artísticas (música, teatro, dança, audiovisual, artes visuais, circo, literatura e artes integradas).

A busca por uma maior equidade possível na distribuição territorial do recurso foi um ponto de partida definido pelos gestores. Entretanto, os mesmos observaram na seleção de 2012 que esta meta havia sido parcialmente cumprida, já que Salvador se-diava 38,5% dos projetos analisados. Como medida compensatória, no edital do ano seguinte, os mesmos optaram pela subdivisão do macro território II em duas catego-rias: a) Salvador e b) demais municípios metropolitanos, Recôncavo e Litoral Norte; ainda assim, os agentes culturais de Salvador absorveram 26% do total de recursos aplicados nos período em questão, conforme pode ser visto na Tabela I e Gráfico I.

Tabela I - Recursos Aplicados por MacroterritóriosBAHIA, Calendário das Artes, 2011-2014

MacroterritóriosRecursos Aplicados

(em mil reais)

I 546,00

II 949,00

III 559,00

IV 546,00

V 546,00

VI 520,00

TOTAL 3.666,00

Fonte: SECULT/FUNCEB

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O propósito da distribuição macrorregional dos recursos foi uma tentativa de fazer com que o edital abrangesse o máximo possível do imenso território baiano (ver gráfico 1). Isto porque cada macrorregião é formada por um número diferente de territórios de iden-tidade, que são constituídos por um número distinto de municípios (Ver Tabela II). Outros aspectos qualitativos também devem ser considerados: nem todos os municípios baianos têm potencial cultural para apresentar projetos de interesse público; fatores importantes como o acesso à informação, por exemplo, que define a capacidade local de construção de projetos competitivos varia de um lugar para outro; ou ainda, a falta de interesse da população em participar do edital, podem favorecer o atendimento regional diferenciado.

De toda sorte, o bom alcance territorial dos prêmios do Calendário das Artes é in-questionável, visto que selecionar e executar projetos em 110 municípios baianos foi uma grande vitória, mesmo que esta amostragem represente 26,4% do universo de municípios da Bahia.

Outro aspecto a ser considerado na definição de metas para o alcance do público de artes é a capilaridade e a centralidade regional de algumas sedes municipais ou distri-tais, um bom exemplo é o caso do Capão, em Palmeiras. O posicionamento diferencia-do de algumas localidades reflete o processo de desenvolvimento regional da Bahia, o qual determinou funções distintas para os municípios no interior de seus territórios. Quase sempre, uma ou mais cidades exercem uma centralidade regional provida pelo fluxo de serviços, de recursos e de oportunidades, inclusive culturais. Geralmente es-tes municípios têm lastro histórico e econômico, apresentam maior diversidade e vita-lidade cultural e seus agentes dispõem de aportes diversos.

Este conjunto de fatores favorece a constituição de redes de influência regionais, estaduais, nacionais e internacionais, que imprimem aos agentes culturais uma po-sição privilegiada que, geralmente, se materializa no acesso facilitado às políticas de fomento a cultura.

Os dados da Tabela II indicam que a macrorregião II (Região Metropolitana de Sal-vador, Recôncavo e Litoral Norte) foi responsável pelo maior número de projetos sele-cionados e de recursos alocados (17,7%) nas seis chamadas do Calendário das Artes. Neste conjunto, Salvador absorveu 13,8% do investimento. Na sequência, outros mu-nicípios/ territórios de identidade também se destacaram: Ilhéus/ Litoral Sul (4,3%); Ibotirama/ Velho Chico (3,9%); Cachoeira-São Félix/ Recôncavo (3,9%); Bom Jesus da Lapa/ Velho Chico (3,2%); Vitória da Conquista/ Sudoeste Baiano (3,2%); Paulo Afon-so/ Itaparica (2,5%); Palmeiras/ Chapada Diamantina (2,5%); e Juazeiro/ Sertão do São Francisco (2,1%). Os proponentes destes municípios, frequentemente, consegui-ram aprovar projetos nos três anos consecutivos de chamadas públicas deste edital.

Fonte: SECULT/FUNCEB

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Caetité Metal Open Air | Foto: Antonio Claudio Barbosa

Caetité Metal Open Air | Foto: Antonio Claudio Barbosa

O outro lado da moeda foram os apoios pontuais, de forma descontinuada, regis-trados em 101 municípios que tiveram projetos selecionados em apenas um ano, sem que se tenha informação sobre o impacto que o Calendário das Artes promoveu sobre a realidade da cultura local ou regional. (Ver gráficos no Anexo I).

No momento de definição dos parâmetros norteadores das próximas edições do Calendário das Artes sugere-se uma especial atenção a estas localidades, já que as mesmas têm potencial para o exercício de práticas culturais contínuas e lhes fortalecer pode trazer retorno regional mais abrangente. O Festival Metal Open Air de Caetité e o Festival de Teatro da Caatinga de Irecê, são exemplos de grupos que, inicialmente, fo-ram apoiados pelo Calendário das Artes e, nos anos seguintes, puderam pleitear recur-sos em outras fontes de fomento, como Fundo de Cultura e Editais Setoriais de Artes.

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O impacto dos projetos apoiados pelos editais de cultura nas comunidades benefi-ciadas, razão primeira da existência das políticas públicas, é um desafio que precisa ser enfrentado pelos gestores públicos. A importância da construção de informações confiáveis é um primeiro passo neste sentido. Criar-se expertise de acompanhamento e de avaliação de resultados referentes às políticas de fomento à cultura é tão impor-tante quanto o propósito de ampliar os recursos orçamentários para este segmento.

Tabela II - Total de Municípios, Municípios Selecionados e Projetos Contemplados no Calendário das ArtesBAHIA, 2012-2014

Territórios de IdentidadeTotal de

Municípios Municípios Beneficiados

Projetos Selecionados

Macro Região I 62 17 42

BAIXO SUL 15 4 7

COSTA DO DESCOBRIMENTO 8 3 6

EXTREMO SUL 13 2 5

LITORAL SUL 26 8 24

Macro Região II 52 18 73

RMS 13 7 50

RECÔNCAVO 19 8 17

LITORAL NORTE 20 3 6

Macro Região III 80 23 43

ITAPARICA 6 2 8

PIEMONTE NORTE DO ITAPICURU 9 2 3

PORTAL DO SERTÃO 17 8 10

SEMI-ÁRIDO NORDESTE II 18 2 4

SERTÃO DO SÃO FRANCISCO 10 2 8

SISAL 20 7 10

Macro Região IV 80 20 42

BACIA DO JACUÍPE 15 3 4

CHAPADA DIAMANTINA 24 5 14

IRECÊ 20 5 11

PIEMONTE DA DIAMANTINA 9 3 7

PIEMONTE DO PARAGUAÇU 13 4 6

Macro Região V 49 15 42

BACIA DO PARAMIRIM 8 2 5

BACIA DO RIO CORRENTE 11 2 6

BACIA DO RIO GRANDE/ OESTE BAIANO 14 2 3

VELHO CHICO 16 9 28

Macro Região VI 93 17 40

MÉDIO RIO DE CONTAS 16 3 11

MÉDIO SUDOESTE DA BAHIA 13 3 6

SERTÃO PRODUTIVO 20 4 5

VALE DO JIQUIRIÇÁ 20 5 8

SUDOESTE BAIANO/ VITÓRIA DA CON-QUISTA

24 2 10

TOTAL GERAL 417 110 282

Fonte: SECULT/FUNCEB

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Nos anos observados, os municípios que mais se destacaram pela capacidade de apresentar projetos selecionados foram: Macrorregião I (Valença, Porto Seguro, Prado e Ilhéus); Macrorregião II (Salvador, Cachoeira-São Félix e Alagoinhas); Macrorregião III (Paulo Afonso, Senhor do Bonfim, Feira de Santana, Euclides da Cunha, Juazeiro e Serrinha); Macrorregião IV (Pé de Serra, Palmeiras, Xique-Xique, Jacobina, Itaberaba); Macrorregião V (Macaúbas, São Félix do Coribe, Barreiras e Ibotirama); Macrorregião VI (Jequié, Itapetinga, Caetité, Amargosa, Vitória da Conquista).

2.3. Distribuição por Linguagem Artística

O que se observou nas seis chamadas dos três editais foi que além das formas tradi-cionais de artes previstas (artes visuais, audiovisual, circo, dança, literatura, música, teatro) também foram apresentados projetos que contemplavam outras formas de ex-pressão, como: patrimônio imaterial, artesanato e as decorrentes do uso das novas tecnologias. Em geral, este projetos não foram selecionados, já que escapavam ao escopo do edital, mas são indicativos de uma demanda reprimida que deve ser consi-derada nas próximas edições do Calendário das Artes.

Tabela III - Distribuição dos Projetos por Linguagem Artística nas MacrorregiõesBAHIA, Calendário das Artes, 2012-2014.

Linguagens Artísticas Macro 1 Macro 2 Macro 3 Macro 4 Macro 5 Macro 6 TOTAL

Artes Visuais 4 8 4 4 5 4 29

Artes Integradas 7 12 4 7 6 12 48

Audiovisual 6 13 6 4 6 2 37

Circo 3 7 3 6 0 3 22

Dança 6 8 6 2 1 4 27

Literatura 1 5 5 3 7 5 26

Música 9 9 6 9 10 5 48

Teatro 6 11 9 7 7 5 45

TOTAL 42 73 43 42 42 40 282

Fonte: SECULT/FUNCEB

Dentre os 282 projetos selecionados, as formas tradicionais de expressão artística como música (17% do total), teatro (15%) e artes integradas (17%) responderam por 49% do total de projetos aprovados nas seis chamadas espontâneas do Calendário das Artes. A denominação artes integradas diz respeito a projetos que utilizam mais de uma linguagem. Muitas vezes, neste escopo estão inclusos projetos referentes a manifestações da cultura popular, como o reisado e a capoeira.

Neste quadro, chama atenção a posição de destaque dos projetos de audiovisual (13% dos selecionados), pois supera expressões artísticas habituais como artes visuais (10%), dança (9%) e literatura (8%). Esta proeminência reflete o significado contemporâ-neo das linguagens eletroeletrônicas como canal de comunicação, interação e expressão para as populações citadinas, sobretudo para os jovens, mas, também, indica a impor-tância da existência nas localidades, de universidades que oferecem cursos relacionados à linguagem, como cinema, comunicação, rádio e televisão, conforme atesta a relação de municípios que tiveram projetos selecionados: Cachoeira-São Félix /Recôncavo; Salva-dor /RMS; Ilhéus /Litoral Sul; Bom Jesus da Lapa /Velho Chico; Prado /Extremo Sul; Paulo

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Afonso /Bacia do Paramirim; Itapetinga /Médio Rio de Contas; Valença /Baixo Sul; Feira de Santana /Portal do Sertão; Euclides da Cunha /Semi Árido Nordeste II.

Para esta linguagem foram selecionados projetos com finalidades diversas: difusão, criação e produção e formação através de apoio a cineclubes, confecção de documen-tários e, até mesmo, desenvolvimento de metodologia para aplicação em curso de fil-magem pela mídia de telefonia móvel.

A linguagem do circo, uma das expressões artísticas mais tradicionais e de maior alcance para boa parte da população baiana que reside no interior do Estado, foi a de menor número de projetos inscritos e, consequentemente, selecionado. Sabe-se que não são poucas as dificuldades de sobrevivência e de participação competitiva des-tes agentes nos processos seletivos. Na Macrorregião V, por exemplo, não houve vali-dação de projetos. Também no circo, Salvador/RMS (7 projetos) manteve a liderança, seguidos de Ilhéus /Sul (3), Palmeiras /Chapada Diamantina (3), Senhor do Bonfim / Piemonte Norte do Itapicurú (2), Xique-Xique /Irecê (2), Jequié /Médio Rio de Contas, Serrinha /Sisal (1), Itaberaba / Piemonte do Paraguaçu (1), Ipiaú /Médio Rio de Contas (1). Em geral, os projetos selecionados foram daquelas localidades que dispõem de circos fixos ou de escolas circenses.

2.4. Considerações

As informações sistematizadas a partir dos editais do Calendário das Artes apontam aspectos a serem considerados para a tomada de decisões futuras:

1. O Calendário das Artes comprova a viabilidade de editais destinados aos pequenos produtores culturais e aos artistas residentes no interior do Estado;

2. A simplificação de documentos viabiliza a participação mais ampla de artistas com variados graus de organização e formalização;

3. A separação de Salvador nos critérios de distribuição do recurso dos editais de-monstrou minimizar o problema da centralidade da produção cultural da capital;

4. É preciso reforçar a capacidade de resposta dos produtores que apresentam pro-jetos continuados, principalmente daqueles destinados aos municípios do interior do Estado que possuem capilaridade regional;

5. É necessário avaliar a pertinência de se estender o escopo das linguagens artísticas para além das artes tradicionais. Já que na prática, pelo significado criativo e pela importância cultural de alguns projetos, foram selecionadas propostas tecnológi-cas, de patrimônio imaterial e de artesanato;

6. É preeminente a necessidade de construção de um banco de dados confiável e abrangente que inclua todos os projetos inscritos. Assim se evitaria o que ocorreu nas edições 2012-2014, quando 94,3% do total de projetos enviados a FUNCEB ti-veram suas informações perdidas. Com isto deixou-se de ter um arquivo indicativo da produção cultural e do estágio de construção criativa dos pequenos produtores baianos;

7. É imperativo buscar-se definir estratégias de acompanhamento dos projetos se-lecionados em todas as etapas previstas, assim como de mensuração do impacto produzido sobre o público alvo definido.

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3. Editais Setoriais das Artes

3.1 Definições

Os Editais Setoriais das Artes foram disponibilizados ao público desde 2012 e têm por propósito atender as demandas das sete linguagens artísticas do desígnio da FUNCEB. Estes editais integram os concursos setoriais incentivados pelo Fundo de Cultura da Bahia (FCBA), gerido pela Secretaria de Cultura da Bahia - Secult BA através de cha-madas públicas anuais e atendem a seguinte classificação: Edital Setorial de Artes Vi-suais, Edital Setorial de Audiovisual, Edital Setorial de Circo, Edital Setorial de Dança, Edital Setorial de Literatura, Edital Setorial de Música e Edital Setorial de Teatro. As chamadas públicas se destinam aos projetos que contemplam “variados elos da rede produtiva de cada setor, relacionados à criação, pesquisa, formação, produção, difu-são, circulação, memória e ações transversais nas áreas específicas” (FUNCEB, 2014)4.

Segundo parecer dos gestores responsáveis pelo gerenciamento dos editais, a pro-posta de conteúdo dos projetos resulta de demandas espontâneas da comunidade cultural, com temática livre, devendo “apenas atender à predominância setorial do ob-jeto do edital e respeitar o teto orçamentário definido para cada concurso”. A opção por distribuir setorialmente o recurso do Fundo de Cultura destinado às artes foi uma tentativa de evitar “que o orçamento disponível se concentre em poucos segmentos selecionados”5.

Atendendo aos pleitos da comunidade cultural baiana apresentados nas Conferên-cias de Cultura na Bahia6 de ampliar o acesso aos editais, os gestores programaram ações para simplificar as exigências de documentos obrigatórios na inscrição dos pro-jetos e ampliar o formato das comissões de seleção que passaram a ser compostas por representantes da SECULT/FUNCEB e da sociedade civil integrados às linguagens avaliadas, residentes na capital, no interior e também em outros estados.

Foi também alvo de atenção especial dos gestores dos editais as singularidades do setor de audiovisual que, devido a sua complexidade, caráter transversal e efeito multiplicador sobre a comunidade cultural e de apoio à produção, requer tratamento orçamentário diferenciado. Assim, o recurso destinado ao audiovisual foi “dividido em duas categorias com tetos orçamentários diferenciados, uma com limite maior para produção de longa-metragem e outros formatos de longa duração, em compreensão à especificidade dos altos custos deste tipo de projeto, e outra para produção de curta duração e ações distintas”7.

Para elaboração deste estudo usou-se como fonte de informação a base de dados da SECULT/FUNCEB referente aos projetos selecionados nos editais Setoriais das Artes

4 Fundação Cultural do Estado da Bahia. Relatório de Gestão 2011-2014.5 Idem.6 As Conferencias de Cultura ocorreram nos anos de 2007, 2009, 2011, 2013.7 Idem.

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de 2012 e 2014. Para a sistematização dos dados tomou-se como marco a assinatura dos Termos de Ajuste e Conduta (TACs) pelos proponentes, o que se processou entre 2013-20158.

3.2. Projetos Selecionados

Nos editais Setoriais das Artes executados entre 2013-2015 foram selecionados 323 projetos que receberam o montante de R$ 28,5 milhões. Entre o primeiro e o segundo edital registrou-se um acréscimo de 20,4% no conjunto de projetos escolhidos e de 31,2% do total de recursos aplicados entre as diversas linguagens artísticas (Ver Tabela IV e Gráfico 2).

O bom desempenho dos projetos da linguagem audiovisual é o destaque destes editais. Tal resultado deve estar relacionado ao dinamismo do mercado, favorecido pela diversificação de oportunidades e pela legislação e, também, em função do tra-tamento especial recebido pelo setor, por esta e outras linhas de fomento, justificado pelas especificidades de sua produção e pelo efeito multiplicador positivo que provoca no mercado local.

8 No processo de tratamento dos dados foi possível identificar consistência em boa parte das informações que serão aqui apre-sentados, mas também houve fragilidades, a exemplo das categorias de enquadramento dos projetos nos elos da rede produtiva: criação, pesquisa, formação, difusão, produção, memória e ações transversais. Como se tratava de autodeclaração, tudo leva a crer que houve dificuldade no entendimento destes conceitos, visto que 57% dos projetos selecionados foram enquadrados na categoria produção, o que muitas vezes, não condiz com a descrição do objeto. Frente à impossibilidade de uma checagem, este item não foi tratado neste estudo

Tabela IV - Editais Aprovados e Valor AplicadoBAHIA, 2013 - 2015

Ano do Edital

Ano de Assinatura

do TACQuant. Valor

2012 2013 147 12.332,25

2014 2014/15 177 16.174,24

TOTAL 324 28.506,49

Fonte: SECULT/FUNCEB

Fonte: SECULT/FUNCEB

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O investimento total destinado aos projetos selecionados de audiovisual nos anos em estudo foi de R$ 11,94 milhões. A maioria dos projetos pleiteou valores de até R$ 100 mil (65 do total de 94) com destinos diversos, ainda que se registrasse casos de dois projetos de longa metragem que custaram R$ 2,32 milhões (19,4% do montante total). O primeiro, com TAC assinado em 2013, foi o filme Travessia (R$ 1,24 milhões), do cineasta e roteirista João Gabriel, que traz no elenco principal atores reconhecidos nacionalmen-te. A O2 Play, distribuidora da O2 Filmes, é a empresa responsável por sua distribuição em circuito nacional com estreia em 2017. Este filme teve estreia mundial na 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e recebeu os prêmios de Melhor Filme, Melhor Ator (Chico Diaz) e Melhor Montagem no 10ª Fest Aruanda. Além dos recursos de financia-mento pelo Fundo de Cultura da Bahia, através do Edital Setorial de Audiovisual, o filme também conta com apoio do FSA através da ANCINE.

Fonte: SECULT/FUNCEB

Nos editais em questão, os projetos de audiovisual destacaram-se tanto pelo per-centual de propostas selecionadas (29% do conjunto), quanto pelo montante de recur-sos aplicados (42%). Na sequência destacaram-se os projetos de teatro (18%); segui-dos pelos de música, dança e artes visuais, que alcançaram patamares semelhantes de captação de recursos (em torno de 10%); já os projetos de literatura (4%) e de circo (5%) responderam pelo menor montante beneficiado (ver Gráficos 3).

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O segundo longa selecionado foi o Filho de Boi (R$ 1,08 milhões), dirigido pela cine-asta baiana Paula Gomes, que baseia o seu roteiro na experiência do universo circen-se. Em 2016, a produtora Plano 3 Filmes liderou a seleção de crianças e adolescentes residentes em Euclides da Cunha, Juazeiro e Queimadas. Segundo a cineasta a ideia é “trabalhar, principalmente, com não atores. É uma ficção com alma de documentário”. Ver tabela V.

Tabela V - Distribuição dos recursos do edital setorial de audiovisualBAHIA, 2013-2015

Intervalo de Valor (em mil reais) Número de Projetos Valor / % (em milhão de reais)

Até 100 65 4,15 / 35

101-300 22 2,85 / 23,6

301-600 5 2,62 / 22,0

Mais de 1 mil 2 2,32 / 19,4

Total 94 11,94 / 100,0

Fonte: SECULT/FUNCEB

A participação competitiva da linguagem audiovisual vem sendo estimulada pela tecnologia digital, sobretudo da telefonia móvel, que facilitou o acesso e ampliou as possibilidades de expressão contemporânea, sobretudo entre os jovens; a implanta-ção de cursos universitários especializados e afins em cidades do interior do Estado, a exemplo de Vitória da Conquista, Cachoeira, Ilhéus, Feira de Santana, Juazeiro, San-ta Maria da Vitória; a institucionalização do audiovisual9, que determina uma maior exibição de produções de conteúdo nacional, principalmente na televisão; e também a ampliação de diversificação de programas estaduais de incentivo e fomento ao au-diovisual e outras linhas de apoio da Agencia Nacional de Cinema - ANCINE. Estes mo-vimentos confluentes, entretanto, ainda não foram capazes de superar os limites da distribuição do conteúdo nacional de audiovisual, condição que dificulta o acesso das obras pelo público, destinatário principal dos projetos incentivados com recursos dos contribuintes.

Em relação às demais linguagens a participação de projetos selecionados entre os dois editais foi relativamente proporcional, a exceção esteve com os projetos de dan-ça (menos seis projetos) e de circo (menos um projeto) que compareceram com um número menor de projetos enviados. Já quando a observação se refere aos recursos alocados, esta condição se limitou a capacidade de captação dos projetos de circo, que, entre os dois editais, reduziu seu montante em 14,2% relativamente ao processo seletivo anterior. Os projetos de teatro se superaram de um edital para o outro (mais dez selecionados e 127% no recurso aportado), seguidos de literatura (mais sete proje-tos e 127% do recurso), artes visuais (mais 2 projetos e 93% do recurso), música (mais três projetos e 22% do recurso) e audiovisual (mais 14 projetos e 3,4% do recurso). Ver gráficos 4 e 5.

9 Lei n. 12.485 de 12/09/2011 que beneficia a produção nacional.

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Outro dado relevante que expressa o perfil do mercado cultural baiano é a grande participação de proponentes na condição de pessoa física (90%). Fatores como a baixa institucionalização do mercado e a possibilidade de um mesmo grupo concorrer com mais de um projeto são explicações para tão baixa participação de empresas neste concurso público.

No último período foi grande o esforço da Secretaria de Cultura para buscar profis-sionalizar o mercado cultural através de cursos e oficinas proferidos por especialistas, inclusive em diversas cidades do interior do Estado, em resposta as reivindicações apresentadas nas Conferências de Cultura. Caminho que deve ser perseguido para ten-tar modificar este quadro. (ver Gráfico 6).

Fonte: SECULT/FUNCEB

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3.2.1. Distribuição territorial e por linguagem artística

As informações disponíveis apontam que os proponentes residentes em Salvador apre-sentaram 2/3 dos projetos selecionados. De maneira geral, os postulantes, indepen-dentemente de sua origem, em grande frequência, incluem a atuação na capital em seus projetos; também é comum a ocorrência de projetos que alcançam uma ou mais cidades do interior; ou ainda, aqueles de grande circulação, que visam abranger di-versas localidades do Estado. Esta variedade de ações dificultou a organização destas informações por municípios, assim optou-se por agrupá-las segundo os territórios de identidade mais representativos (Ver tabela VI) e por linguagem de atuação.

Tabela VI - Editais aprovados segundo a origem dos proponentes por Territórios de IdentidadeBAHIA, 2012- 2014

Território Identidade 2013 2014 TOTAL

RMS 103 123

226Salvador 96 116

Outros (RMS) 7 7

RECONCAVO 3 13 16

CHAPADA DIAMANTINA 6 5 11

LITORAL SUL 8 2 10

SERTÃO DO SÃO FRANCISCO 5 3 8

IRECÊ 4 2 6

PORTAL DO SERTÃO 2 4 6

MÉDIO RIO DE CONTAS 2 3 5

SUDOESTE 3 0 3

OUTROS* 10 22 32

TOTAL 146 177 323

Fonte: SECULT/FUNCEB

Artes visuais: a maioria dos projetos selecionados destinou-se a publicação e re-edição de livros artísticos, de postais, de desenhos, incluindo também as etapas de produção e difusão; os projetos de formação visaram a execução de cursos e oficinas. Apenas um projeto voltou-se para a categoria de memória, a instalação visual Lanterna Mágica, com fotos sobre a guerra de Canudos, de Flávio de Barros, de 1897. Os locais mais recorrentes para execução das ações foram: Salvador, Cachoeira, Irecê, Juazeiro, Feira de Santana, Paulo Afonso, Porto Seguro.

Audiovisual: Vários foram os formatos de projetos selecionados: criação, produção e restauração de filmes de longa-metragem, a exemplo do Abrigo Nuclear de Roberto Pires, lançado em 1981; filmes de curta-metragem no formato de animação e de ficção; programa para televisão; organização de mostras de filmes e vídeos; publicação de web catálogo; incentivo à cineclubes, caso de Lençóis e do Cine Clube Mário Gusmão em Cachoeira; recurso para produção de festivais, a exemplo da 6ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Arraial d´Ajuda – Arraial Cine Fast, que ocorre em Porto Seguro e do Festival de Cinema Baiano – FECIBA; mostra competitiva de curtas produzidos em Cachoeira, Itabira, Itabuna, Juazeiro, Serra Preta, São Félix e Salvador, com apresentação no Cine Santa Clara, em Ilhéus; projetos de formação voltados ao

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intercambio de jovens cineastas; oficinas de audiovisual (roteiro, direção de arte e de fotografia, operação de áudio), como a Oficina de Introdução ao Audiovisual que ocorreu em Quijingue; oficina de narrativas cinematográficas pelo uso de dispositivos móveis - Cinema In Mov, destinada a crianças e jovens, ocorrido em Maragogipe; e o projeto Parto: oficinas para jovens da comunidade quilombola de Santiago de Iguape em Cachoeira. Vários projetos selecionados, diretamente ou de maneira transversal, destinam-se a preservação da memória.

Circo: diversos foram os objetivos propostos nos projetos selecionados: pesquisa es-tética, manutenção e construção de equipamentos, oficinas de formação, cursos livres, encontro de jovens para disseminação da experiência circense, recursos para circulação e encontro de circos. Chamou atenção o uso frequente de recursos audiovisuais com objetivo de registro, difusão das técnicas circenses e formação de jovens. A maioria dos projetos teve como destino de realização cidades do interior da Bahia, com destaque para as ações desenvolvidas em Palmeiras, no distrito do Capão, na Chapada Diaman-tina e em Dias D´Avila, na Região Metropolitana de Salvador. Alguns projetos atestam o caráter itinerante da arte circense, já outros se destinaram a manutenção dos circos fixos.

Dança: Chamam atenção os projetos voltados à circulação de espetáculos e aqueles destinados às ações de formação em dança pela prática de oficinas, seminários, cursos dirigidos ao aprendizado de dança contemporânea, balé clássico, dança afro e residên-cias artísticas em Vitória da Conquista e Palmeiras; o projeto da Escola Aberta de Dança do Candeal, em Salvador; os projetos de pesquisa e apoio ao Núcleo de Estudos em Dança Contemporânea, em Juazeiro, Curaça e Senhor do Bonfim. No campo da difusão foram contemplados: o Festival Etno Tribes 2014; o Mini Festival Itinerante, que circulou por diversas cidades do interior da Bahia; e o Festival Sertão de Dança de Ibotirama.

Literatura: os projetos selecionados abrangeram diversos estilos literários: poesia, quadrinhos, contos diversos, literatura infantil, e-books e variadas abordagens literá-rias com temas de matriz africana. Boa parte dos projetos selecionados destinava-se diretamente a formação, seja através de curso de formação continuada; oficinas de leitura infanto-juvenil; oficinas literárias; formação de leitores; oficinas de leitura desti-nadas à inclusão social, a exemplo dos projetos voltados aos filhos das marisqueiras e pescadores de Madre de Deus e o Ler Transforma o Mundo, em Valente. Outros projetos envolveram multilinguagens digitais e abrangeram várias etapas da cadeia produtiva do livro (produção/formação/difusão), assim foram os projetos de audiolivros, livros falados, livros digitais e criação de plataforma on line.

Também aconteceram projetos destinados a difusão de obras: eventos com leitura; saraus literários e festivais, a exemplo do II Festival de Ilustração e Literatura da Bahia, realizado em Salvador e Ipiaú. Apenas dois projetos tiveram foco na preservação da memória: Anciões em Contos e Encontros e Equéde - a Mãe de Todos, do Terreiro da Casa Branca em Salvador.

Ainda que Salvador tenha sediado o maior número de projetos selecionados, é de grande importância a participação de projetos literários em Feira de Santana, Ilhéus, Cachoeira, Ipiaú, Irecê, Valente, Lençóis, Paulo Afonso, Ipirá, Maracás, Planaltino, Amargosa, Madre de Deus e Valente.

Música: Espelhando a diversidade de estilos da música baiana, os projetos sele-cionados incluíram: axé music, samba, reaggae, samba, forró, hip hop, rock, rap, mú-sica eletrônica, música clássica, música instrumental, apresentados nos formatos de shows, ensaios de blocos, programas de rádio, gravação e remasterização de CD, pro-dução de fonogramas digitais, festivais, concursos, seminários, oficinas de formação

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musical. Também se fizeram presente as representações da cultura popular tradicional, como as chulas e os batuques.

Salvador manteve a sua dianteira, enquanto alguns municípios tiveram mais de um projeto selecionado: Juazeiro, Caetité, Vitória da Conquista, Cachoeira, Muritiba e Bom Jesus da Lapa, Camaçari, Xique-Xique, Feira de Santana, Ilhéus, Jequié, Itaberaba, João Dourado, Santa Bárbara, Maragogipe, Poções, Conceição do Coité, Iramaia, Lençóis.

Teatro: Os projetos selecionados objetivaram a montagem de peças teatrais, criação e adaptação de textos, oficinas de formação e seminários, intercâmbio e encontros de grupos, manutenção de grupos teatrais, circulação de espetáculos pelo Estado da Bahia, festivais e mostras cênicas. Boa parte destes projetos destinara-se ao público infanto-ju-venil. As localidades que mais se destacaram foram: Salvador com grande destaque, se-guida por Pojuca, Rio Real, Santo Amaro, Cachoeira, Feira de Santana, Alagoinhas, Paulo Afonso, Juazeiro, Santo Sé, Xique-Xique, Bom Jesus da Lapa, Jequié, Vitória da Conquista, Valença, Itubera, Irecê, Seabra, Governador Mangabeira, Irará, Guanambi.

3.2.2. Considerações

As informações apresentadas apontam aspectos que chamam atenção para avaliação destes dois editais e para decisões futuras:

1. A importância do audiovisual por sua capilaridade no mercado cultural, tanto por envolver todas as linguagens, quanto por abranger outros segmentos do mercado local, a exemplo de hospedagem, bebidas e alimentação, transporte, segurança, dentre outros. Também ficou evidente o uso do recurso de audiovisual para o re-gistro e como parte de seus objetivos para as demais linguagens, como o circo, o teatro, a música e a dança;

2. Grande parte dos projetos voltou-se à formação como objeto central ou como ações secundárias. Foi recorrente o propósito de disseminar conhecimento;

3. Alguns municípios participaram mais ativamente do processo de editais, seja na condição de origem do proponente, ou como, lócus para execução dos projetos. Esta constatação pode ser justificada por diversos fatores: pulsão da cena cultural local; presença de faculdades que oferecem cursos, direta ou indiretamente, rela-cionados às artes; maior poder aquisitivo da população, o que possibilita o consu-mo cultural fora de casa.

4. Salvador manteve o destaque na competição dos editais estudados. Em menor pro-porção, mas participação continua destacaram-se: Cachoeira, Ilhéus, Irecê, Juazei-ro, Vitória da Conquista, Feira de Santana, Paulo Afonso e Porto Seguro;

5. Nos próximos editais é preciso incentivar as ações destinadas à memória e a pesquisa;6. É urgente investir na construção de um banco de dados para próximos editais que

abranja o conjunto de projetos inscritos;7. É indicado que a SECULT/FUNCEB esclareça aos proponentes produtores culturais,

artistas, gestores públicos e membros da comissão, os conceitos dispostos nas fi-chas de inscrição para que as informações tenham maior precisão;

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4. Escola de Dança da Funceb

4.1. Definições

Segundo o seu regimento interno, o principal objetivo da Escola de Dança é propor-cionar aos estudantes a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencia-lidades específicas na arte da dança, além da preparação consciente da cidadania e prosseguimento de estudos.

O curso Técnico de Nível Médio em dança observa o que é disposto na Lei de Diretri-zes e Bases da Educação Nacional (LDB) – Lei 9.34/96 e os demais dispositivos legais que regulamentam o ensino profissionalizante no país. Nesse sentido, além de prepa-rar os estudantes com uma diversidade de técnicas, modalidades e princípios da Dan-ça, o curso proporciona uma titulação de nível técnico, possibilitando aos estudantes a emissão de registro profissional junto ao Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetá-culos e Diversões (SATED) e participarem de produções profissionais na área da dança.

Os cursos Preparatórios oferecidos no turno vespertino são destinados a crianças e adolescentes. Contribuem para a vocacionalização de novos artistas da dança, na medi-da em que proporcionam aos estudantes o contato com técnicas e procedimentos dessa linguagem. Esses cursos realizam também um importante papel de formação humana e cidadã, proporcionando o desenvolvimento e a socialização do público infanto-juvenil.

No turno noturno são realizados os Cursos Livres, voltados ao público em geral, com intensa participação da comunidade soteropolitana. A variedade de cursos oferecidos nesta modalidade possibilita desde a difusão da linguagem da dança entre pessoas atuantes em distintas áreas do conhecimento, com pouca ou nenhuma experiência no campo específico, até o condicionamento físico de bailarinos profissionais que quei-ram manter-se em atividade ou aumentar o seu repertório de conhecimento dentro de uma modalidade específica da dança.

Já os cursos de Qualificação Profissional, ofertados no turno matutino, se destinam aos dançarinos profissionais e objetivam o aperfeiçoamento técnico e uma formação continuada. Há também a realização sazonal de cursos de férias e de curta duração, que envolve distintas especialidades e/ou modalidades da dança. Geralmente, são realizados no período de recesso dos cursos regulares quando há uma maior disponi-bilidade de infraestrutura física da Escola para a sua realização.

Essa grande diversidade de cursos oferecidos na Escola de Dança proporciona di-ferentes experiências neste campo artístico, contemplando distintos momentos da formação cênica dos estudantes. Por esse motivo, os cursos oferecidos são reunidos didaticamente em dois grandes eixos pedagógicos:

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4.2. Análise das Informações

Os indicadores quantitativos da Escola de Dança apontam que, entre 2011 e 2015, fo-ram atendidos em média 1.200 estudantes por ano, alocados nos vários cursos ofer-tados. A análise anual dos dados aponta para a percepção de um fluxo ascendente na oferta e no preenchimento de vagas na Escola de Dança no período em questão. Essa trajetória numérica indica a ocorrência de dois fatores conjugados: o aumento da pro-cura por parte da sociedade dos cursos da Escola de Dança; e o esforço da FUNCEB em responder a esta demanda (ver tabela VII).

Tabela VII - Quadro anual de Procura, Oferta e Aderência de EstudantesFUNCEB, Escola de Dança, 2011-2015

Escola de Dança (2011 a 2015)

AnoCandidatos/

InscritosMatriculados Concluintes Aderência10 Evasão

2011 859 834 607 73% 27%

2012 1230 1171 816 70% 30%

2013 1242 1146 874 76% 24%

2014 1324 1236 983 80% 20%

2015 1685 1607 1075 67% 33%

TOTAL 6340 5994 4355 73% 27%

Fonte: Escola de Dança/ CFA/ FUNCEB

10 Denominamos aderência nesse relatório a permanência dos estudantes durante os cursos, cumprindo a exigência mínima de 75% de freqüência nas aulas.

ESCOLA DE DANÇA DA FUNCEB

EIXO EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

EIXO EDUCAÇÃO ARTÍSTICA

Curso Técnico de Nível Médio

em Dança

Curso de Férias

Curso Preparatório

Curso de Qualificação Profissional

Cursos Livres

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Fonte: Escola de Dança/ CFA/ FUNCEB

Convém salientar que os dados disponíveis não possibilitam aferir com exatidão o quantitativo geral de procura por vagas, uma vez que a coordenação dos Cursos Livres e Preparatório, justamente os que oferecem maior número de vagas, entre 2011 e 2015 adotou a metodologia de escolha dos estudantes pela distribuição de senhas confor-me o número de vagas disponível. O que impossibilitou registrar a real demanda da sociedade por este serviço ofertado.

A ausência de um processo seletivo para ingresso de estudantes nos referidos cur-sos leva a relativização da necessidade de registro oficial de candidatos interessados e daqueles que não puderam ser contemplados no ano, em razão do número limitado de turmas. Sabe-se, por relatos dos profissionais envolvidos no atendimento direto ao público dos Cursos Livres e Preparatório, que é grande a demanda reprimida da comunidade durante os períodos de matrícula, prova disto é que o sistema de dis-tribuição de senhas é bastante disputado. Por seu turno, a Escola de Dança, para planejar ampliar a oferta anual de vagas, considera as variáveis orçamentárias e/ou do aumento da demanda.

Outro dado interessante é o índice médio de aderência e evasão na Escola de Dan-ça, o qual indica um bom percentual de permanência dos estudantes do início ao fim dos cursos (73%). Dentre outros fatores, pode atribuir este êxito à proposta artístico--pedagógica sistematizada e conduzida pela instituição.

Tabela VIIIQuadro geral de Procura, Oferta e Aderência dos EstudantesEscola de Dança, 2011-2015

Escola de Dança (2011 a 2015)

AnoCandidatos/

InscritosMatriculados Concluintes Aderência Evasão

Cursos Livres 1618 1618 1230 76% 24%

Preparatório 2887 2887 2654 92% 8%

Técnico de Nível Médio em Dança

1019 673 105 16% 84%

Qualificação Profissional

816 816 366 45% 55%

TOTAL 6340 5994 4355 73% 27%

Contudo, quando se faz uma observação específica dos cursos vê-se que existem disparidades tanto na oferta de vagas, quanto na procura e índice de permanência dos estudantes. O de menor aderência é o curso Técnico de Nível Médio em Dança (16%), seguido de Qualificação Profissional (45%). Este dois indicadores apontam a necessi-dade de enfrentamento do problema por parte dos gestores da Escola de Dança. Uma análise primeira avaliação sugere uma apetência da Escola de Dança para vocação de novos artistas. Os Cursos Livres e Preparatórios, que integram o eixo de ensino denomi-nado Iniciação Artística, se destacam no âmbito da procura/oferta e também no tempo de permanência dos estudantes nos cursos.

A esse respeito, fatores contextuais precisam ser considerados. Primeiramente, é importante destacar a natureza e o público específico de cada curso. Os Cursos Livres e

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Preparatórios atendem a uma parcela mais diversa da população, enquanto os cursos Técnicos de Nível Médio e Qualificação Profissional, ambos integrantes do Eixo Educa-ção Profissional, destinam-se à comunidade artística da área da dança.

Os Cursos Preparatórios são voltados ao público infanto-juvenil, sendo suas aulas realizadas no turno vespertino. Esses estudantes geralmente frequentam as aulas de dança no horário oposto às suas atividades escolares, fator que possibilita conciliar as atividades do curso com as demandas da educação formal. Outro aspecto decisivo é o incentivo e acompanhamento dos pais, importantes parceiros no envolvimento dos estudantes com o curso. Sazonalmente, a Escola de Dança oferece atividade destinada também às mães destas crianças.

Já os Cursos Livres, que primam por distintos propósitos em relação à linguagem da dança, selecionados os alunos de acordo com as suas apetências pessoais. Há tam-bém uma predisposição do curso para atender pessoas inseridas no mercado de traba-lho, uma vez que as aulas são realizadas fora do horário comercial.

Escola de Dança | Foto: Dayse Cardoso

Supõe-se que os fatores que influenciam para definir os altos índices de evasão do Curso Técnico de Nível Médio, podem estar relacionados às condições socioeconômicas dos estudantes. A grande maioria dos participantes é jovem entre 19 e 25 anos, faixa etá-ria favorável ao ingresso dos indivíduos no mercado de trabalho, uma vez que o curso é realizado semanalmente no turno matutino, conciliar atividade produtiva e frequência ao curso é sempre um fator que pode influenciar negativamente na decisão de permanência dos alunos na Escola. Outro fator a ser levado em consideração é a ausência de uma po-lítica de assistência estudantil, apesar dos esforços institucionais. Este estímulo poderia favorecer a estabilidade desses jovens durante todo o percurso formativo.

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O curso de Qualificação Profissional, por tratar do aperfeiçoamento de artistas da dança já inseridos no mercado de trabalho, está sujeito à dinâmica desse próprio mer-cado, que sazonalmente requer disponibilidade integral dos profissionais envolvidos em processos criativos, temporadas e/ou turnês. Isso naturalmente impacta na ade-rência dos estudantes aos cursos e nos índices de evasão.

Com o intuito de delinear uma breve fotografia do público atendido pela Escola de Dança, foi usado o banco de dados desta instituição para se observar o perfil dos es-tudantes que frequentaram os cursos no período em questão. As informações encon-tradas são densas e complexas, em virtude da diversidade de atividades que ocorrem na Escola de Dança, que inclui atividades destinadas ao público dos cursos regulares, com a realização de mostras didáticas semestrais, participação em distintos eventos na capital e interior do Estado, além da manutenção de suas atividades de formação em Núcleos localizados no Nordeste de Amaralina, Solar da Boa Vista (Engenho Velho de Brotas) e Lauro de Freitas.

Esta condição determinou que uma primeira análise dos dados sobre os estudantes priorizasse os cursos regulares (Preparatório, Técnico de Nível Médio em Dança, Quali-ficação Profissional e Livres), em uma analise geral, não se atendo, portanto, às espe-cificidades de cada um deles. Opção que permite um apontamento mais homogêneo sobre o perfil sociocultural dos estudantes que frequentaram a Escola de Dança entre 2011-2015. Isso trará reflexões acerca do enquadramento da sua filosofia de trabalho e dos impactos das suas atividades na formação, aperfeiçoamento e difusão da dança no Estado.

Tabela IX - Faixa Etária dos Estudantes Escola de Dança, 2011-2015

Escola de Dança (2011 a 2015)

Ano

Faixa etária

Eixo Iniciação Artística Eixo Qualificação ProfissionalTotal

05 a 09 Anos 10 a 17 Anos 18 a 25 anos 26 a 50 anos

2011 68 446 171 149 834

2012 108 415 259 366 1148

2013 119 385 243 334 1081

2014 169 489 229 274 1161

2015 147 541 373 378 1439

TOTAL 611 2276 1275 1501 5663

O ponto de partida foi os registrados dos estudantes matriculados nos Cursos Pre-paratórios, os quais apontaram uma predominância de jovens na faixa etária entre 10 e 17 anos, representando aproximadamente 40% do público atendido pela Escola de Dança. Ainda que entre 2011 e 2015 tivesse aumentado a procura por parte dos jovens e adultos acima de 18 anos. As crianças de 05 a 09 anos (8%), os pré-adolescentes e adolescentes de 10 a 17 anos (40%), faixas etárias que compreendem os estudantes que ingressam nesses cursos, correspondem juntas a um total de 51% dos matriculados.

Fonte: Escola de Dança/ CFA/ FUNCEB

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A faixa etária é uma variável importante para compreendermos o processo curricular e o organograma dos cursos da Escola de Dança, uma vez que este é um dos critérios de validação e distribuição dos estudantes nos cursos. Os Eixos Iniciação Artística e Educação Profissional estão organizados de forma a criar um itinerário formativo que possibilita aos alunos o contato com a linguagem da dança desde os estágios iniciais da sua formação até a sua especialização profissional.

Os adultos acima de 26 anos compõem o segundo maior público da Escola, corres-pondendo a 26% dos participantes entre 2011 e 2015, seguidos dos jovens de 18 a 25 (23%). Essas duas faixas etárias estão distribuídas entre o Curso Técnico de Nível Mé-dio, o curso de Qualificação Profissional e os Cursos Livres.

Durante o processamento das informações disponíveis, procurou-se identificar a ori-gem dos estudantes, com o objetivo de aferir a abrangência territorial de atendimento dos cursos da Escola de Dança. Todavia, os dados encontrados foram insuficientes para traçar esse panorama de modo preciso11. Só nos foi possível sistematizar, a origem e lo-calização das residências dos estudantes, o que nos possibilita uma análise, ainda que parcial, do mapa cartográfico de atuação territorial da Escola de Dança (ver Tabela X).

Escola de Dança | Foto: Taylla de Paula

11 No período em foco não existia nos formulários de inscrição e matrícula itens destinados a identificação da naturalidade dos estudantes. Tem-se apenas o campo genérico “cidade” para declaração, cabendo ao estudante a interpretação para informar o seu município de origem ou a cidade onde reside. Ademais, em aproximadamente 26% das fichas de inscrição esse campo não foi preenchido pelo alunato.

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Tabela XOrigem dos Estudantes da Escola de Dança por macrorregiõesBahia, 2011-2015

Escola de Dança (2011 a 2015)

2011 2012 2013 2014 2015 TOTAL

Salvador 426 776 777 866 995 3840

Metropolitana 32 40 40 24 48 184

Interior do Estado 6 14 8 12 9 49

Outras regiões do país 2 0 0 0 0 2

Internacionais 8 7 28 12 7 62

Origem Não especificada 1599 23 46 59 130 1857

TOTAL 2073 860 899 973 1189 5994

Fonte: Escola de Dança/ CFA/ FUNCEB

Como presumível, as comunidades de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho fo-ram as principais beneficiárias das atividades promovidas pela Escola de Dança, uma vez que suas principais ações ocorrem na capital baiana. No que tange aos cursos regulares, em razão da frequência com que são ministradas as aulas, residir na região metropolitana é uma condicionante a ser cumprida em função das variáveis de custo e de tempo.

É possível que os cursos de curta duração realizados em períodos específicos atraiam estudantes de outras regiões do Estado, que podem se deslocar à capital e ali permanecerem durante um período específico. Vale salientar que estas informações não constam desta primeira etapa de sistematização de indicadores, não estando, por-tanto, inseridas nos contextos dos dados aqui apresentados.

Apesar de corresponder a uma taxa inferior a 5% do público total da Escola de Dan-ça, chama a atenção o interesse de residentes de outros países e Estados brasileiros nas atividades da Escola. Esses indicadores apontam para potencialidade de intercâm-bios nacionais e internacionais com outras instituições artísticas e pedagógicas como um caminho a ser explorado.

O depoimento oral de docentes e demais profissionais do quadro de funcionários da Escola de Dança indica que alguns estudantes de outras localidades matricularam--se nos cursos Técnico de Nível Médio e de Educação Profissional, atraídos pela gra-de curricular da Escola. Essa informação, ainda que seja relevante para percepção da abrangência da instituição, não pôde ser averiguada por sua baixa representatividade estatística. Pode-se ponderar a possibilidade de que parte desta informação esteja embutida na informação sobre os moradores de Salvador ou do montante de formulá-rios cuja origem do aluno não foi especificada. O certo é que não se pode precisar as áreas de atuação e os impactos da instituição em outras regiões da Bahia.

Considerando a predominância de estudantes de Salvador na Escola de Dança, bus-cou-se desagregar os dados com o intuito de identificar a cartografia de origem destes segundo os bairros de moradia, como um indicativo, ainda que parcial, da condição socioeconômica dos jovens que demandam os serviços da instituição. O mapeamento cartográfico dos estudantes matriculados na Escola de Dança levou em consideração a divisão administrativa adotada pela prefeitura do município (Tabela VII), que agrega os bairros soteropolitanos em subprefeituras.

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Tabela XI - Estudantes Residentes em Salvador Escola de Dança, 2011-2015

Zonas MunicipaisEstudantes (2011-2015)

1. Centro - Brotas 714

2. Subúrbio - Cidade Baixa 549

3. Pirajá - Cajazeiras 243

4. Itapuã - Ipitanga 142

5. Barra - Pituba 550

6. Liberdade - São Caetano 442

7. Cabula - Tranquedo Neves 270

8. Iguatemi - Pau da Lima 249

9. Centro Histórico 585

10. Orla 184

TOTAL 3928

Fonte: SECULT/FUNCEB

Também pensando em delinear uma perspectiva mais geral, outro critério de triagem adotado foi a tradicional subdivisão da cidade em quatro grandes regiões (Tabela XII).

Tabela XII - Quadro anual de Procura, Oferta e Aderência de EstudantesFUNCEB, Escola de Dança, 2011-2015

Escola de Dança (2011 a 2015)

Centro Orla Subúrbio Miolo12 TOTAL

2011 205 109 97 103 514

2012 260 169 194 153 776

2013 313 145 147 172 777

2014 274 173 218 201 866

2015 335 133 267 260 995

TOTAL 1387 729 923 889 3928

Fonte: SECULT/FUNCEB

Em ambas as divisões, as regiões que compreendem o eixo central da cidade apa-recem como as principais beneficiadas (40% dos estudantes). Esse setor agrupa os bairros de Brotas, Federação, Liberdade, São Caetano, Barbalho, e regiões como Cam-po Grande, Dois de Julho e Pelourinho, onde está sediada a Escola de Dança. Seguido pelos bairros da Orla (Barra, Nordeste de Amaralina, Rio Vermelho, Pituba, Itapuã, Ipi-tanga) onde residem 21% dos beneficiados; a região do Miolo (Iguatemi, Pernambués, Cabula, Brasilgás, Imbuí, Bairro da Paz) que responde por 20% dos matriculados; e o Subúrbio Ferroviário (Ribeira, Comércio, Plataforma, Fazenda Couto, Paripe) que parti-cipa com 19% do total.

12 Bairros da parte mais interna da cidade, correspondendo geograficamente às regiões onde se localizam a Avenida Paralela, Rodoviária, Rótula do Abacaxi, Cabula, BR 324 e imediações.

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Em linhas gerais, os dados acerca do perfil dos estudantes nos levam a aferir que o trabalho da Escola de Dança contempla distintas parcelas da população, congregando em um mesmo espaço pessoas de diferentes regiões da cidade e classes sociais dis-tintas, ainda que a predominância é de indivíduos pertencentes às classes populares.

4.3. Considerações

1. O processo de reunião de dados possibilitou um diagnóstico acerca da organização interna da Escola, lançando luz a demandas que dizem respeito à preservação da memória das atividades realizadas pela instituição. Nesse sentido, atualmente es-tão sendo discutidas, sistematizadas e implantadas ferramentas para um gerencia-mento mais eficaz das informações sobre os cursos, o corpo docente e discente da Escola, a fim de aperfeiçoar os mecanismos de planejamento pedagógico, processo seletivo e de inscrição dos estudantes, além da alimentação contínua de um banco de informações. Isso trará benefícios futuros, seja para a organização interna da instituição, seja no desafio de possibilitar o acesso à informação e a transparência nos mecanismos de gestão da Escola de Dança e da Fundação Cultural como um todo;

2. As fragilidades identificadas no banco de dados apontam para a hipótese de que a Escola de Dança estivesse operando acima da sua capacidade atual de adminis-tração, evocando demandas no que tange à contratação de pessoal, ampliação de sua estrutura física e orçamentária para dar conta das suas inúmeras frentes de tra-balho. Isso justifica, por exemplo, as fragilidades de retenção dos dados sobre os estudantes no momento de realização da matrícula, onde claramente há o aumento de fluxo de pessoas e de atividades nas dependências da instituição;

3. Em um escopo mais geral, os índices de evasão e o grande volume de interessados nas atividades da Escola apontam uma aderência dos estudantes e da parcela da sociedade que tem conhecimento da existência dos cursos regulares à filosofia de trabalho adotada pela instituição durante o período analisado;

4. Os indicadores numéricos sobre evasão no período entre 2011 e 2015, no âmbito do Curso Técnico de Nível Médio em Dança, apontam a necessidade de uma reflexão sobre a sua execução, a fim de identificar os problemas que impulsionam a baixa aderência dos estudantes. Fatores como o horário das aulas, a ausência de uma po-lítica de assistência estudantil, ou mesmo uma revisão da sua estrutura curricular, são questões relevantes que devem ser ponderadas e discutidas;

5. Os dados disponíveis não dão conta de aferir os impactos do trabalho da Escola de Dança em nível estadual, o que auxiliaria, inclusive, o planejamento institucional em curso, com vistas a instituir novos núcleos em cidades do interior afastadas da região metropolitana;

6. Entende-se que a preservação e publicização das informações institucionais sobre a Escola de Dança, seja através de sítios eletrônicos específicos, ou a partir do incentivo a publicações do corpo docente e/ou discente, é um meio de ampliar e difundir as ações da Escola de Dança para além de seus beneficiários diretos, mas envolvendo todos os interessados no tema;

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Anexos

I - Calendário das Artes / Distribuição Territorial de Projetos

Municípios Beneficiados pelo Calendário das Artes por Territórios de IdentidadeBahia, Macro Região I, 2012-2014

Fonte: SECULT/FUNCEB

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Recursos aplicados segundo origem dos proponentes, por Território de IdentidadeBahia, 2012-2014

Baixo Sul

Território de Identidade 2012 2013 2014 Total

Cairu 0,00 0,00 13,000 13,00

Gandu 13,00 0,00 0,00 13,00

Valença 26,00 13,00 0,00 39,00

Wenceslau Guimarães 13,00 0,00 13,00 26,00

Total 52,00 13,00 26,00 91,00

Costa do Descobrimento

Território de Identidade 2012 2013 2014 Total

Belmonte 0,00 0,00 13,000 13,00

Porto Seguro 13,00 26,00 13,00 52,00

Santa Cruz Cabrália 0,00 13,00 0,00 13,00

Total 13,00 39,00 26,00 78,00

Extremo Sul

Território de Identidade 2012 2013 2014 Total

Caravelas 13,00 0,00 0,00 13,00

Prado 26,00 13,00 13,00 52,00

Total 39,00 13,00 13,00 65,00

Litoral Sul

Território de Identidade 2012 2013 2014 Total

Buerarema 0,00 13,00 13,00 26,00

Canavieiras 0,00 0,00 13,00 13,00

Ilhéus 52,00 39,00 65,00 156,00

Itabuna 26,00 13,00 0,00 39,00

Itacaré 0,00 26,00 0,00 26,00

Itajuípe 0,00 13,00 0,00 13,00

Maraú 0,00 0,00 13,00 13,00

Uruçuca 0,00 13,00 13,00 26,00

Total 78,00 117,00 117,00 312,00

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Municípios Beneficiados pelo Calendário das Artes por Territórios de IdentidadeBahia, Macro Região II, 2012-2014

Municípios Beneficiados pelo Calendário das Artes por Territórios de IdentidadeBahia, Macro Região III, 2012-2014

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Municípios Beneficiados pelo Calendário das Artes por Territórios de IdentidadeBahia, Macro Região IV, 2012-2014

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Municípios Beneficiados pelo Calendário das Artes por Territórios de IdentidadeBahia, Macro Região V, 2012-2014

Municípios Beneficiados pelo Calendário das Artes por Territórios de IdentidadeBahia, Macro Região VI, 2012-2014

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Fonte: SECULT/FUNCEB

ANEXO II - ESCOLA DE DANÇA

OFERTA, DEMANDA E ADERÊNCIA DOS CURSOS REGULARES

Quadro geral de Procura e Oferta de Vagas

Escola de Dança, 2011-2015

Anexo II - Escola de DançaOferta, Demanda e Aderência dos Cursos Regulares

Aderência dos Estudantes

Escola de Dança, 2011-2015

Aderência Eixo Iniciação Artística

(Cursos Livres e Cursos Preparatórios)

Escola de Dança, 2011-2015

Quadro geral de Procura e Oferta de VagasEscola de Dança, 2011-2015

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Aderência dos Estudantes

Escola de Dança, 2011-2015

Aderência Eixo Iniciação Artística

(Cursos Livres e Cursos Preparatórios)

Escola de Dança, 2011-2015

Aderência dos Estudantes

Escola de Dança, 2011-2015

Aderência Eixo Iniciação Artística

(Cursos Livres e Cursos Preparatórios)

Escola de Dança, 2011-2015

Aderência Eixo Iniciação Artística (Cursos Livres e Cursos Preparatórios)Escola de Dança, 2011-2015

Aderência dos EstudantesEscola de Dança, 2011-2015

Aderência Eixo Educação Profissional

(Curso Técnico de Nível Médio em Dança e Cursos de Qualificação Profissional)

Escola de Dança, 2011-2015

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Aderência Eixo Educação Profissional

(Curso Técnico de Nível Médio em Dança e Cursos de Qualificação Profissional)

Escola de Dança, 2011-2015

Aderência Eixo Educação Profissional

(Curso Técnico de Nível Médio em Dança e Cursos de Qualificação Profissional)

Escola de Dança, 2011-2015

Aderência Eixo Educação Profissional (Curso Técnico de Nível Médio em Dança e Cursos de Qualificação Profissional)Escola de Dança, 2011-2015

PERFIL DOS ESTUDANTES

Faixa Etária dos Cursos Regulares Escola de Dança, 2011-2015

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Origem dos Estudantes Escola de Dança, 2011-2015

Estudantes Residentes em SalvadorEscola de Dança, 2011-2015

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