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F5M Relatório de Grupo do Primeiro Semestre de 2010 Projeto Desafios do convívio em grupo... Esta é uma turma que, no decorrer de sua convivência na escola, conquistou muita intimidade. Com isso, as crianças têm grande facilidade para se engajar em projetos coletivos e em trabalhos em grupo. Sempre que estimuladas as parcerias, foram boas as discussões e renderam a construção de hipóteses importantes para a dinâmica do Projeto e do trabalho em relação a Língua Portuguesa. Mas, por outro lado, gostam muito de uma conversa paralela, o que muitas vezes dispersou o grupo. Na medida em que elas foram construindo aprendizados significativos, cresceram e ganharam mais autonomia, bem como maior concentração. O grupo nomeou seu Projeto como "Rio, cidade desconhecida" e partiu para o trabalho de uma forma muito mais implicada. Ao final do semestre, passaram a reconhecer mais a escola como espaço de construção do conhecimento, criando maior disponibilidade para alcançar os objetivos propostos para o quinto ano. Percursos do grupo pelo Projeto: "Rio, cidade desconhecida." Partir da indagação: "O que eu não conheço da cidade onde moro?", foi o que nos permitiu entender o quanto há por descobrir, conhecer, desmistificar, reconhecer na cidade. Essa trajetória trouxe à tona os preconceitos em relação ao desconhecido. As crianças tiveram maturidade para perceber e respeitar as diferenças que apareceram ao longo do debate. O respeito e a amizade foram importantes para construirmos um lugar onde todos tiveram liberdade para se expressar. O grupo conquistou a percepção de que nossa maior ferramenta contra o preconceito é a história. Entenderam que só conhecendo a história é que nos apropriamos do percurso de uma pessoa, de um lugar, de um conflito presente na nossa sociedade, etc. Este foi o maior ganho da turma em relação ao Projeto, porque, assim, abrimos o caminho para novas incursões pela cidade. Os alunos estão mais preparados para seguir conhecendo-a. Interessaram-se pelo que havia além das próprias realidades, conhecendo o que há de histórico e cultural nesses fluxos cotidianos da cidade, dedicaram atenção a personagens das ruas e tiveram curiosidade em relação a suas histórias. Reconheceram a cidade como lugar de encontro, de diálogo, de criação, e de reprodução de valores. E o que havia de mais desconhecido dentro de um lugar tão familiar como o bairro de Botafogo? O passeio à Comunidade do Santa Marta trouxe envolvimento com as discussões pertinentes àquela realidade. O projeto "Tudo de cor para o Rio de Janeiro", iniciativa de artistas holandeses, patrocinados por um fabricante de tintas, e que conta com parte da comunidade Santa Marta, para pintar várias casas da favela, propiciou uma boa discussão na turma. Construíram uma argumentação baseada nas leituras de reportagens jornalísticas e nas entrevistas que fizeram durante o passeio. A relação com os moradores, com a Nívea, funcionária da escola e com o Pierre, professor de música do Centro Cultural da Dedé, nos proporcionou uma visita completa. Conheceram a história da comunidade e alguns dos atores que fazem dela um lugar com uma cultura particular. O tema da violência na cidade, a implantação da UPP no morro Dona Marta, a falta de saneamento

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F5M

Relatório de Grupo do Primeiro Semestre de 2010

Projeto Desafios do convívio em grupo... Esta é uma turma que, no decorrer de sua convivência na escola, conquistou muita intimidade. Com isso, as crianças têm grande facilidade para se engajar em projetos coletivos e em trabalhos em grupo. Sempre que estimuladas as parcerias, foram boas as discussões e renderam a construção de hipóteses importantes para a dinâmica do Projeto e do trabalho em relação a Língua Portuguesa. Mas, por outro lado, gostam muito de uma conversa paralela, o que muitas vezes dispersou o grupo. Na medida em que elas foram construindo aprendizados significativos, cresceram e ganharam mais autonomia, bem como maior concentração.

O grupo nomeou seu Projeto como "Rio, cidade desconhecida" e partiu para o trabalho de uma forma muito mais implicada. Ao final do semestre, passaram a reconhecer mais a escola como espaço de construção do conhecimento, criando maior disponibilidade para alcançar os objetivos propostos para o quinto ano. Percursos do grupo pelo Projeto: "Rio, cidade desconhecida." Partir da indagação: "O que eu não conheço da cidade onde moro?", foi o que nos permitiu entender o quanto há por descobrir, conhecer, desmistificar, reconhecer na cidade. Essa trajetória trouxe à tona os preconceitos em relação ao desconhecido. As crianças tiveram maturidade para perceber e respeitar as diferenças que apareceram ao longo do debate. O respeito e a amizade foram importantes para construirmos um lugar onde todos tiveram liberdade para se expressar. O grupo conquistou a percepção de que nossa maior ferramenta contra o preconceito é a história.

Entenderam que só conhecendo a história é que nos apropriamos do percurso de uma pessoa, de um lugar, de um conflito presente na nossa sociedade, etc. Este foi o maior ganho da turma em relação ao Projeto, porque, assim, abrimos o caminho para novas incursões pela cidade. Os alunos estão mais preparados para seguir conhecendo-a. Interessaram-se pelo que havia além das próprias realidades, conhecendo o que há de histórico e cultural nesses fluxos cotidianos da cidade, dedicaram atenção a personagens das ruas e tiveram curiosidade em relação a suas histórias. Reconheceram a cidade como lugar de encontro, de diálogo, de criação, e de reprodução de valores. E o que havia de mais desconhecido dentro de um lugar tão familiar como o bairro de Botafogo?

O passeio à Comunidade do Santa Marta trouxe envolvimento com as discussões pertinentes àquela realidade. O projeto "Tudo de cor para o Rio de Janeiro", iniciativa de artistas holandeses, patrocinados por um fabricante de tintas, e que conta com parte da comunidade Santa Marta, para pintar várias casas da favela, propiciou uma boa discussão na turma. Construíram uma argumentação baseada nas leituras de reportagens jornalísticas e nas entrevistas que fizeram durante o passeio. A relação com os moradores, com a Nívea, funcionária da escola e com o Pierre, professor de música do Centro Cultural da Dedé, nos proporcionou uma visita completa. Conheceram a história da comunidade e alguns dos atores que fazem dela um lugar com uma cultura particular.

O tema da violência na cidade, a implantação da UPP no morro Dona Marta, a falta de saneamento

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básico, urbanização e política pública apareceram nos debates em sala de aula. A filmagem que estava sendo feita e que interferiu no planejamento da aula passeio rendeu uma discussão sobre a apropriação do espaço público pela iniciativa privada. Ainda aguardamos a visita da garotada, com quem uma parte da turma jogou bola no campinho e dos alunos de música do Pierre para um lanche, um futebol e uma aula de música na nossa escola.

A ida à Feira de São Cristovão foi motivada pela Festa Junina. Queríamos nos aproximar da história desse lugar que freqüentamos há alguns anos e que pouco conhecemos. Lá tivemos acesso à história pessoal da Chiquita e Marabá, que é atravessada pela história da Feira, do Pavilhão, do bairro de São Cristóvão e do povo nordestino. As crianças compreenderam a contribuição dos nordestinos nas transformações e na edificação da cidade do Rio de Janeiro, pois muitos ainda trabalham na construção civil. Perceberam a iniciativa da Feira como uma manifestação popular importante, e passaram a valorizar uma cultura menos familiar. Depois da conversa sobre a variedade lingüística e a oralidade, construíram outra visão em relação ao sotaque que encontraram.

Iniciaremos o segundo semestre dando continuidade aos estudos sobre a cidade do Rio de Janeiro, mas com foco nas causas históricas que geraram alguns dos problemas urbanísticos que vivemos nos dias de hoje. Aprendendo a jogar com as estruturas gramaticais. Monteiro Lobato foi o nosso grande anfitrião da Gramática, através do livro "Emília no País da Gramática". É com ele que as crianças estão vivenciando sutilezas e construindo sentidos para a norma gramatical. Na medida em que se aproximam da variedade da Língua Portuguesa, vão entendendo sua complexidade.

Está sendo um desafio desconstruir uma postura rígida das crianças, que estão excessivamente preocupadas com as classificações gramaticais, como se fossem conquistar um domínio absoluto da gramática. Por outro lado, entendem que precisam estudar agregando mais significados à Língua Portuguesa. As aulas expositivas, o livro de Lobato, as apostilas e fichas e a prática do teste, como um momento específico de preparação, estão aos poucos transformando essa postura e trazendo uma percepção mais dinâmica em relação aos diferentes usos da Língua Portuguesa.

Ao valorizarmos a construção de sentido para as classificações gramaticais, através do debate sobre a riqueza da Língua, eles perceberam como a busca pelo "certo" e "errado" empobrece a discussão. Complementando os estudos do projeto, ampliamos a discussão sobre variedade linguística, desde sua relação com a gramática, até a idéia de preconceito linguístico - perspectiva trazida por Marcos Bagno e Mario Perini. O trabalho ganhou plasticidade e o estudo da gramática ficou mais prazeroso, culminando em uma atividade, na sala dos computadores, sobre a exposição "Menas - o certo do errado e o errado do certo", em cartaz no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.

O filme "O Tapete Vermelho" evidenciou a oralidade como expressão válida na construção de sentidos de linguagem. A apostila "Gramática da Emília I" provocou o debate sobre identidade cultural, revelando o requinte de uma língua que é falada de diferentes maneiras. Então, porque apenas uma forma é a considerada correta? Voltamos a Marcos Bagno, que nos ensina: "A ortografia oficial é fruto de um decreto, de um ato institucional por parte do governo, e fica muitas vezes sujeita aos gostos pessoais ou às interpretações dos fenômenos lingüísticos por parte dos filólogos, que ajudam a estabelecê-la. Por isso, na virada do século XX se escrevia ELLE; na primeira metade do século XX se escrevia ÊLE e agora, no limiar do século XXI, se escreve ELE".

Os inúmeros exemplos que a ortografia oferece para brincar, foram valorizados pelas crianças a ponto de listarem as palavras que não "podem" (não querem) mais errar, como forma de fixar a norma vigente. A Reforma Ortográfica foi ilustrativa e informativa em relação às transformações operadas por ela. Mas ainda há muito o que caminhar. Ao final do primeiro semestre, os alunos ganharam uma enorme possibilidade de reflexão sobre a Língua. Compreenderam muito da formação das palavras e recorreram ao dicionário para dúvidas de qualquer ordem. Certamente a

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sistematização desse conhecimento e a apropriação dele vêm da possibilidade de uma reflexão sobre a Língua. Recentemente já encontramos alguns pronomes oblíquos, incorporados em seus textos. Crônicas: descobrindo o prazer de mais um gênero literário. "As crônicas, como as laranjas, podem ser doces ou azedas; consumidas em gomos ou pedaços, na poltrona de casa, ou virar suco, espremidas nas salas de aula" (Carlos Eduardo Novaes).

Durante o semestre tivemos muitas oportunidades de produções de textos, ricas e variadas. Desde as legendas das fotos do passeio, nos moldes de uma manchete informativa de jornal, passando pela poesia, sinopses, resenhas críticas, reconto, texto narrativo direto e indireto, chegando às crônicas como o gênero no qual estamos de fato nos aprofundando. Chegou na hora certa, quando as crianças já tinham o instrumental necessário do projeto para, em crônica, apresentar sua forma de ver determinada realidade e brincar com o texto escrito. Observaram pessoas e situações do dia-a-dia somadas a uma boa dose de humor e crítica. Conheceram e releram diferentes cronistas como Drummond, Rubem Braga, Luis Fernando Veríssimo, Sérgio Porto, João do Rio, João Ubaldo Ribeiro e muitos outros. De tempo em tempo, procuramos eleger uma produção de texto das crianças para debates, atividades em dupla, individuais e em grupos.

Essas atividades, permitem o exercício da releitura de seus próprios textos, criando condição para que todas elaborem seus textos com maior competência, buscando referências internas e externas. Afinal, de que adianta a rima, a conjugação verbal e tantos adjetivos, se não for para colocá-los a serviço de uma boa escrita, brincar com as palavras e fazer malabarismos literários? Literatura é linguagem carregada de significado... Adotar um livro de literatura que seduza uma turma inteira, é tarefa árdua. É como fazer vinte e cinco pessoas gostarem de um mesmo perfume. Uns envolveram-se mais, outros menos, mas todos se permitiram o mergulho. E foi bom! Desfrutar da literatura misteriosa e diferente de Amòs Oz, trouxe momentos de silêncio, tranqüilidade e espanto para o grupo. O livro conta a história de uma aldeia que constrói um tipo específico de preconceito, de exclusão de uma minoria pela maioria. Esse comportamento é velado e, nesse caso, misterioso. O livro aflora a generosidade que existe em nós e atiça nosso pensamento crítico em torno dos "não ditos". Mexeu bastante com todos e trouxe sustentação para boa parte do nosso projeto.

A prática do "leitor do dia", adotada pelo grupo, deu forma, tanto à atividade de centralizar um texto no debate da turma, quanto trouxe a possibilidade de ampliarem seu vínculo com a leitura em voz alta, para além da conhecida e escolarizada demonstração de fluência. Alguns aproveitaram a oportunidade para compartilhar textos de interesse particular com a turma, ler enunciados, trechos de livros, reportagens do jornal do dia, e etc. Esta prática foi responsável por abrir um novo diálogo com o espaço da biblioteca. Hoje, as crianças se permitem dizer que não gostaram de um livro e trocá-lo, pedem sugestões à professora e se dirigem com prazer à estante designada para os quinto e sexto anos da escola. Ali encontram livros mais relacionados aos seus interesses atuais.

Fechamos o semestre com a "Ciranda de Livros", onde as crianças compartilharam seus livros preferidos com os amigos da turma. No próximo semestre, o acervo da biblioteca será incrementado com títulos mais direcionados ao público juvenil. O trabalho de interpretação de texto atravessou todos os eixos descritos acima. Interpretamos o tempo todo, construímos sentidos múltiplos de textos e de nossas conversas, ouvimos os argumentos de cada um, conhecemos o ponto de vista de diferentes autores, buscando a compreensão e o entendimento de quem escreve e de quem fala.

Matemática Nosso ano começou com a revisão das operações. No retorno das férias, em geral, acontece dos alunos apresentarem dúvidas na subtração com recurso e, principalmente, na divisão, operação trabalhada mais recentemente.

A calculadora marcou presença em algumas aulas e serviu para dar um status ainda maior ao cálculo

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mental que, surpreendendo a todos, em um duelo, ganhou em disparada. Na escola, há tempos a maquininha foi incorporada de forma intencional às propostas, sem o receio de que ela possa desestimular o uso da memória ou inibir o uso de estratégias originais de cálculo.

Para que os cálculos ganhassem um "contexto", preparamos uma apostila de problemas que ganhou cara de jogo. Com esse material, o objetivo de reconhecerem problemas com estruturas semelhantes foi atingido. Acreditamos que quanto maior e mais diverso for o contato do aluno com situações-problema, mais se ampliará seu acervo de recursos.

Além da calculadora, cartões numerados, tabelas, cartas de baralho, dados e mais o livro didático enriqueceram as propostas. Mas nem todas as aulas foram animadas e originais. No quinto ano precisamos alternar atividades lúdicas e exploratórias com outras onde se exige maior treino e sistematização.

Começamos um trabalho breve envolvendo gráficos. Além das propostas que o livro didático traz, os alunos fizeram pesquisas de opinião que serviram de motivação para a construção de seus gráficos. Fizemos, também, em sala, a complexa contagem dos votos para a escolha do autor que iria batizar a biblioteca, o que proporcionou uma grande quantidade de cálculos.

O estudo e as reflexões sobre o sistema de numeração decimal nunca terminam. Desenvolver competências para ler, escrever, comparar e decompor números grandes foi um de nossos objetivos, ocupando nossas aulas e proporcionando importantes conclusões.

Uma das novidades iniciadas neste trimestre foi o trabalho com expressões numéricas, através de um material estruturado com essa finalidade. Interessante como os alunos, durante esse tipo de aprofundamento, revelam seus conhecimentos sobre as quatro operações e o efeito que cada operação provoca nas quantidades.

A outra novidade ficou por conta da exploração de malhas quadriculadas e quadradinhos de papel. Com esses materiais, ficou mais interessante aprender o que é perímetro e o que é área, e descobrir algumas relações numéricas envolvendo conceitos como "ser divisor de" ou "ser número primo". O desdobramento que se segue abordará os critérios de divisibilidade, múltiplos e mmc, presentes em problemas e jogos, atividades que convidam à interação e à descoberta. Mas isso fica para agosto.

Tribo O GRUPOFoi um semestre intenso de conversas, reflexões e avaliações sobre a experiência rica, porém difícil, de conviver. Conviver com o outro, conviver com a aprendizagem, conviver com uma nova demanda de trabalho, com uma nova rotina escolar. Este grupo, que está junto há, pelo menos, quatro anos, é muito alegre, produtivo, criativo, mas acaba esquecendo, na empolgação do social, a necessidade de uma pausa para as aulas acontecerem, sem tantas interrupções. Como grupo, faltou a esta turma uma tomada de consciência sobre o objetivo de estarmos todos aqui, numa sala de aula, numa escola, todas as manhãs. Qual a função da escola? Essa indagação provocou a todos. Pensamos juntos sobre o assunto, escrevemos sobre o estar de cada um no grupo, como eu ajudo ou atrapalho, sou ajudado ou não. Discutimos sobre o respeito com o jeito de ser e aprender de cada um. Refletimos sobre o quanto é importante estar à vontade entre seus pares, para acertar e para errar. Em como é fundamental poder contar com o outro. Ainda estamos caminhando nessas reflexões, que já rendem frutos e algum amadurecimento. Certamente nossas conversas continuarão no segundo semestre, quando falaremos também sobre o Sexto Ano, as expectativas, os anseios, as dúvidas e sobre como cada um dará continuidade à sua escolaridade.

AS ATIVIDADES

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DesejosRegistrar num papel qual o seu desejo para este ano na turma: aprendizagens, amizades, descobertas, amadurecimento, passeios, campeonatos e tantos outros. Esse desejo fica bem guardado até a última Tribo do ano. Então, numa roda, cada um relê o seu, acha graça, não entende a letra, descobre que já aconteceu, ou que não é mais seu desejo. Não importa. A ideia é fazer o seu melhor sempre. Mesmo que não se realizem, o importante é manter a motivação para viver por inteiro cada momento, porque sabemos que, no percurso, os desejos podem se transformar e tomar novos rumos.

Este ano, uma novidade: registramos, também, um desejo para a nossa cidade.

A Campanha Embarque e Desembarque da Escola"Seja solidário consigo mesmo ajudando a todos. Cuide do embarque e do desembarque." "Seja rápido e pense nos outros, não demore pra sair do carro." "Brinque, mas fique na escuta do seu nome."...

Estas e muitas outras palavras de ordem, slogans e toques fizeram parte da nossa primeira campanha em prol de uma vida melhor num pedacinho da nossa cidade: a porta da escola, a Rua Capistrano de Abreu e adjacências. Colocamos em prática as nossas reflexões sobre o tema do ano: As Cidades: Das Aldeias às Grandes Metrópoles. Sabemos que o trânsito é um dos problemas da cidade grande. E o Rio de Janeiro também sofre deste mal. Então, porque não cuidar, na nossa medida, cada um fazendo a sua parte, para que a circulação da rua flua livremente, mesmo nos horários de entrada e saída da escola? Foi o que fizemos! E parece que funcionou, pois sentimos uma melhora e uma atenção maior de todos. Mas a maior conquista foi a experiência vivida pelas crianças de participar, agir, opinar, transformar uma situação real da nossa cidade.

As Regras de ConvivênciaAos menores elas são apresentadas, aos maiores lembradas. São muito importantes nossas conversas sobre a convivência diária numa turma, dentro do espaço escolar. É um assunto que perpassa todas as Tribos, ao longo do ano. As regras estão escritas, mas acreditamos que elas só são efetivamente assimiladas quando vividas e, então, discutidas. Trata-se de uma conquista gradativa, que acontece com as situações reais do nosso dia a dia, de conflito ou de cuidado com o outro, que aproveitamos para conversar, analisar, discutir, buscar soluções. As crianças, aos poucos, entendem que as regras são dinâmicas, modificam-se com as alterações da escola - novo prédio, novas salas, novas turmas, mais espaço – mudam com o amadurecimento dos alunos, com as trocas, as avaliações, as novidades do mundo moderno que invadem a escola. Mas a sua essência - o cuidado consigo e com o outro - é universal e atemporal.

A CopaSaber ganhar, saber perder. Como são difíceis essas aprendizagens! Muitos sabem bem o que é espírito esportivo, mas não conseguem colocar em prática esse saber. A emoção de uma derrota no jogo, na brincadeira com o amigo, na defesa de uma ideia, na tarefa, numa atuação teatral é mais forte do que todo seu conhecimento a esse respeito. Optamos por conversar pouco sobre o tema e reservar um espaço para assistir ao filme "Ernesto no país do futebol", de André Queiroz e Thais Bologna. Através da experiência difícil de um menino argentino que mora no Brasil e tem que lidar com a derrota de seu país contra o Brasil numa Copa do Mundo. Com este enredo, o filme fala muito mais do que mil conversas sobre o assunto. A reação das crianças, durante e depois do filme, nos deu a certeza de que a história, tão próxima de suas próprias histórias, tocou cada um na medida certa.

O RelaxamentoO relaxamento não pode faltar. Um breve, porém intenso momento para estar consigo mesmo e

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perceber a grandeza que existe em cada um: corpo, mente, sentimentos, afetos, sentidos, desejos. Aos poucos, sem pressa, é possível se perceber diferente e, assim, perceber o outro e o contexto – seja ele qual for – com mais equilíbrio e mais possibilidade de agir e de cuidar. Artes Com o tema "as cidades", escolhemos a arte urbana como foco. Através da internet os alunos apreciaram interferências urbanas que se encontram espalhadas por diversas partes do mundo. A ideia era se questionar: Como elas, particularmente, interferem no dia-a-dia das pessoas que circulam pela cidade, como mudam a relação das pessoas com o espaço e como aparecem e somem, sem que nos demos conta. Conversamos também sobre as diferentes técnicas usadas pelos artistas.

Inspirados nessa proposta, iniciamos um processo de pesquisa na escola, procurando locais que incitassem nossa criatividade. A brincadeira era tal qual a de olhar para as nuvens e pensar com que elas se parecem. Olhar as paredes, escadas, pregos ou buraquinhos que fizessem nossa imaginação trabalhar e os tornassem objetos com funções diferentes. A princípio, começamos fotografando os locais e registrando as ideias. Imprimimos as fotos e desenhamos as ideias por cima delas. Depois de prontas, votamos nas propostas mais interessantes e, a partir daí, discutimos quais seriam os materiais mais adequados para executar os projetos. Tinta acrílica e adesivos coloridos foram os materiais mais próximos aos sprays e stickers que vemos por aí.

A execução e fixação dos trabalhos foi minuciosa e muito divertida, assim como vê-los tomando conta e dando vida a nossa escola. Finalmente, fotografamos os trabalhos prontos e fizemos um jogo, para que os visitantes da Mostra encontrassem todas as intervenções.

Depois da feira, começamos uma proposta individual livre, com o intuito de relaxar e curtir outros materiais. Nas últimas aulas do semestre usamos os lápis pastel na confecção de uma colcha de retalhos de chitão, para enfeitar o casamento e a Festa Junina.

Inglês O projeto institucional deste ano despertou na garotada a vontade de sair do Rio de Janeiro e viajar pelo mundo. Foi assim que surgiu a ideia de brincarmos de "travel agency" e preparar roteiros de viagem para diferentes cidades do mundo. A turma se dividiu em grupos e se organizou para desenvolver essa tarefa trazendo pesquisas, livros e imagens.

Pensamos numa sensibilização para o tema, assistindo a alguns DVDs e ouvindo algumas músicas, nas quais as cidades escolhidas aparecem como fonte inspiradora.

Porém, ao chegarmos à sala de informática para iniciar a escrita, percebemos que algumas noções gramaticais e regras da língua inglesa estavam um pouco esquecidas e precisavam ser revistas. Foi necessário postergarmos o início do projeto e fazer um trabalho de reflexão sobre a língua.

As fichas "Lets talk about" serviram como base teórica e apoio, com exercícios e dicas para que fosse possível esclarecermos algumas dúvidas e praticássemos o uso das convenções. Ainda pensando em rever conteúdos, frequentamos a sala de informática onde foi possível trabalhar em sites específicos, fazendo exercícios online e brincando com jogos educativos. Nesses momentos, a turma trabalhou em duplas e essas debateram as questões que surgiram num processo de troca que muito beneficiou a todos. Eles se divertiram bastante!

Neste momento estamos mais preparados para começar a escrever os textos e as legendas que farão parte dos folhetos sobre as cidades a fim de continuarmos o projeto. Apertem os cintos e boa viagem!

Música

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Iniciamos o ano conversando sobre o tema do projeto institucional "Cidades", e pesquisando maneiras de relacioná-lo com as aulas de música. Nesta intenção, fizemos experiências musicais com os sons que observamos em nossa cidade, ouvimos músicas de cidades diferentes e assistimos a vídeos de músicos que atuam nas ruas de suas cidades. Passamos ao estudo do pandeiro. As crianças receberam uma apostila com as informações básicas sobre o instrumento e sua técnica. Propusemos então uma gincana, onde pudemos, de maneira animada, nos aprofundar no estudo do pandeiro e na linguagem musical utilizada na apostila. Na tentativa de por em prática os novos conhecimentos e buscando uma parceria com as aulas de Projeto, compusemos uma música e preparamos um arranjo onde utilizamos o pandeiro. O resultado foi apresentado na Mostra de Artes. Com a proximidade da Festa Junina, aproveitamos para conhecer mais sobre o ritmo "ciranda". Ouvimos e assistimos a vários vídeos e escolhemos a música "Ciranda de Tarituba", do folclore de Paraty, para uma prática de conjunto.

CoralCom o novo grupo, F4 começando, F5 com a experiência do ano passado, e alguns de F6 que optaram por continuar no coral à tarde, nossa primeira tarefa foi organizar o grupo procurando equilibrar as forças, de modo análogo ao que se faz com os jogadores de um time de futebol. Não tem nada a ver um goleiro no ataque e um atacante agarrando no gol, certo?! Procurando favorecer as características individuais, levamos m consideração os seguintes aspectos para a “escalação do time”: alcance vocal, domínio rítmico, musicalidade, facilidade de afinação, tendência vocal para o agudo ou para o grave e capacidade de concentração ou maturidade observadas no trabalho coletivo. Com os 50 componentes da manhã e os 65 da tarde em suas posições, dividimos o repertório em duas vertentes:

Músicas novas, pesquisadas e arranjadas em função do projeto deste ano, "As Cidades", estimulando o processo de aprendizagem de todo o grupo:

- Suite Carioca: na verdade uma coleção de músicas que agrega "Valsa de uma Cidade", de Antônio Maria, "Primavera", de Braguinha, "Cidade Maravilhosa", de André Filho e um “pot-pourit” de hinos de futebol.

- Colagem Carioca: coleção de temas ligados à cidade do Rio de Janeiro composta, em sua versão integral, de "Rua da Passagem", de Lenine e Arnaldo Antunes e "Santa Teresa", de Gui Guimarães e Marinaldo Guimarães, já lidos nos ensaios, não apresentados na Mostra de Artes, e os temas já apresentados "Do Leme ao Pontal", de Tim Maia, "Aquele Abraço", de Gilberto Gil e "Rio 40 Graus", de Fernanda Abreu, Fausto Fawcett e Laufer.

Músicas trabalhadas anteriormente, quando a F5 tem a oportunidade de ajudar a F4 a aprender o repertório antigo: La Bamba, de Ritchie Valens e Planeta Blue, de Milton Nascimento e Fernando Brant.

Em oposição ao desejo das crianças por variedade, novidade e rapidez de resultados, tentamos mostrar-lhes a perspectiva de que o trabalho pode ser aprofundado, bem cuidado, e que o prazer imediato pode ser adiado, um pouquinho, em função de uma gratificação maior, que só pode ser alcançado com a convergência de todas as forças e intenções. De qualquer modo, como trabalhamos com diversos temas integrados em uma nova forma, pudemos atendê-las em parte, possibilitando a satisfação natural de alcançar os objetivos, mesmo que parciais. Sempre que um tema, trecho ou elemento é dominado, a “dança do dedinho” (gesto com o polegar que alegremente se dirige para o alto, com acompanhamento do piano) provoca uma explosão de alegria.

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Montamos um repertório aparentemente pequeno, mas razoavelmente complexo, a várias vozes, incluindo alguma encenação, trabalhando-o da melhor forma possível, sem deixar de respeitar as limitações reais de idade das crianças. A preparação adequada para apresentação em palco, incluindo a organização, movimentação e concentração, foram aspectos também valorizados.

Na auto-avaliação da apresentação da Mostra, baseada no vídeo do evento, ouvimos: “Não imaginava que ficaria tão bom” ... “No dia, me concentrei e deu tudo certo!” ... “A gente estava concentrado porque tinha muita gente lá” ... , confirmando a alegria e a gratificação com o resultado do trabalho.

Teatro As cidades e os cidadãos foram nossos objetos de estudo no primeiro semestre de 2010. Quais os direitos e deveres dos cidadãos? Quais dos nossos direitos não nos são concedidos? Quais são os nossos deveres que não praticamos? Esses foram temas para muitas improvisações que os alunos realizaram durante nossos primeiros encontros. As crianças tiveram a oportunidade de contar suas experiências e ouvir outras tantas narradas pelos seus colegas de turma. Foi interessante notar que nossos alunos possuem uma compreensão clara sobre quais são os direitos e deveres que eles exercem.

"Quais são os personagens que encontramos nas grandes metrópoles como o Rio de Janeiro?" e "Quais são os lugares onde esses personagens transitam?" Após responder as perguntas, os alunos foram estimulados a imaginar quais são as situações de conflito que podem ocorrer com esses personagens nesses lugares. No entanto, precisávamos, antes, definir o que é o conflito. Uma cena teatral só existe quando há um conflito; este, por sua vez, só acontece quando os personagens possuem objetivos. Sendo assim, começamos nosso estudo compreendendo a noção de objetivo. Inicialmente, os alunos realizaram um exercício corporal que pudesse lhes dar a idéia concreta de objetivo e obstáculo. O ator "A" e o ator "B" estão num mesmo ponto no espaço cênico. "A" tem como objetivo sair daquele ponto. "B" tem como objetivo fazer com que "A" permaneça naquele ponto. Já está armada nossa situação de conflito: "B" é obstáculo de "A" e vice-versa. Assim, compreendemos que o conflito de uma cena é aquilo que dificulta, ou até impede que os personagens atinjam seus objetivos. Porém, este obstáculo/conflito pode ser concreto ou abstrato. Utilizamos algumas histórias do livro "NY, a Vida nas Grandes Cidades", do cartunista Will Eisner, para que pudéssemos nos aprofundar em nosso estudo. No capítulo "Pessoas Invisíveis", descobrimos personagens com objetivos claros e tentamos encontrar quais eram os conflitos que apareciam naquelas histórias. Um trem do metrô que quebra, pode ser um obstáculo para o personagem que tem como objetivo chegar ao trabalho; o medo de ser rejeitado serve como obstáculo para o personagem que deseja declarar seu amor à pessoa amada. Assim, os alunos foram criando cenas e fazendo algumas improvisações sobre os temas propostos pelos quadrinhos.

Após estudo sobre objetivos e obstáculos, que são fundamentais na construção de uma história, partimos para o estudo do personagem. Todo personagem tem um sentimento guia. O sentimento guia de um personagem é aquele que permeia todas as suas ações, e define seu comportamento em determinado período de tempo. Um sentimento é capaz de definir a expressão facial, o tom de voz e até o movimento corporal de um personagem. Os alunos do quinto ano fizeram inúmeros exercícios, a fim de compor um personagem através do sentimento.

Era hora de começar os preparativos do casório! Já é tradição na escola, a encenação do casamento da Festa Junina, pelos alunos do quinto ano. O roteiro foi desenvolvido a partir de um tema abordado nas aulas de Projeto: o preconceito. Rapidamente, as crianças se apropriaram do texto e demos continuidade ao nosso trabalho.

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A escolha dos personagens foi muito difícil. Muitos alunos queriam fazer o mesmo personagem, rejeitando qualquer proposta que fosse diferente daquilo. Decidimos então, fazer uma bateria de testes, para que todos tivessem a chance de mostrar seu trabalho. As crianças levaram o texto para casa e decoraram a cena para o dia combinado. O teste foi feito, todos haviam se preparado e estavam aptos a desempenhar qualquer papel. Os amigos da turma votaram e, em seguida os professores avaliaram os votos. Votação encerrada, personagens decididos. Iniciamos nosso trabalho.

Expressão Corporal Em roda, nos apresentamos e relembramos as regras de convivência. Para dialogar com o Projeto da Escola, optamos pela Dança de Rua. Experimentamos, sem contextualização, uma sequência de movimentos pré-concebida e dançamos, exaustivamente, durante os quarenta e cinco minutos de aula; entretanto, a reprodução pura e simples do movimento não era nosso objetivo. Para continuar o trabalho, era necessário pesquisar a origem dessa dança, os diferentes tipos, a qualidade de movimento, assistir a vídeos, buscar referências para que pudéssemos , juntos, recriar nossa sequência e entender o trabalho de composição coreográfica. Através deste estudo, teríamos elementos para nos auxiliar nessa construção. Percebemos que as acrobacias estavam presentes em todos os vídeos e tentamos reproduzi-las. Para tanto, conversamos sobre os cuidados necessários com o nosso corpo e com o do colega. Assistimos a tudo em câmera lenta, tentando compreender a biomecânica e as alavancas do corpo para realizar cada suporte acrobático. A seriedade e o comprometimento com que o grupo participou dessa aula, nos fizeram crer que tínhamos acertado em nossa escolha.

Com o resultado das pesquisas e improvisações, iniciamos a nossa célula coreográfica. Conversamos sobre os elementos que poderiam nos auxiliar no processo, tais como: diferentes maneiras de posicionar o corpo no espaço, direções a utilizar, trabalhar a inversão de movimento, planos diferenciados, deslocamentos, repetição, formas diferentes de organização, pequenos e grandes grupos, solos, entre tantas outras possibilidades dentro de um processo criativo.

Recebemos a visita do Grupo de Dança de Rua da Maré. No pátio da escola, eles assistiram ao nosso trabalho, nos mostraram o deles e, no fim, nos deram uma aula. A troca de experiência e o aval do grupo profissional deixaram nossos alunos seguros e contentes com o resultado do nosso processo.

Extremamente competentes e envolvidos com a proposta, as crianças da F5M produziram de uma maneira bastante satisfatória. Terminaram a coreografia em apenas quatro aulas e tiveram tempo de sobra, antes da Mostra de Artes, para lapidar sua criação.

Para encerrar o projeto da Dança de Rua, assistimos ao vídeo da Mostra com a finalidade de apreciar e criticar nosso trabalho, apontando nossos acertos e erros.

E da dança urbana fomos direto para a festa de São João. O resultado pôde ser visto em nossa Festa Junina, quando dançamos o Mineiro Pau.

Educação Física

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experimentar e desenvolver as ações motoras de correr, parar, saltar, lançar, quicar, chutar, testar equilíbrio e mudanças de direção, resultando em maior coordenação e noção de tempo, melhor locomoção pelo espaço e diferentes possibilidades de movimento. As competições por equipes contribuíram, ainda, para reforçar o trabalho em grupo.

Estas atividades colocaram à prova as emoções dos meninos e meninas abrindo espaço para reivindicações e exposição de sentimentos de alegria e tristeza com as vitórias e derrotas. Também através delas pudemos exercitar as regras de convivência, o respeito ao outro e às diferenças e a paciência para solucionar problemas.

Nos Pereirões livres, onde as crianças podem escolher que atividade querem fazer, os grupos foram estimulados a por em prática sua capacidade de dividir o espaço, ceder em suas escolhas e chegar a um consenso, aprendizados importantes não só na Educação Física, como na vida fora do universo escolar.

A Copa da Sá Pereira foi um sucesso! As crianças deram um show em campo e fora dele, com animadas torcidas.

São bem organizados e ansiosos para que o jogo comece logo. Adoram o queimado e, se depender deles, não variam a escolha da atividade. Depois que, juntos, determinamos o jogo, incentivando-os a novas experiências, batem os times com pressa, para que a atividade comece logo. A turma é bastante participativa.

Encerramos o semestre com o nosso Pereirão Junino, onde realizamos brincadeiras desta festa tradicional, adaptadas em forma de competições por equipes, reforçando a importância do trabalho coletivo. Viva Santo Antônio, São Pedro e São João!