relatório de grupo - 2º ano a
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Relatoriod e grupo do 2º ano A do fundamental I referente ao 1º bimestre de 2012.TRANSCRIPT
RELATÓRIO DO 1º BIMESTRE – 2º ANO A
PROFª MARCELA
2012
Para isso, logo no início, criamos o “guia amigo”, ou seja, cada aluno novo era acompanhado, durante
os primeiros momentos, por colegas que já conheciam a escola. A tarefa era ajudá-los a explorar os
diferentes locais, apresentá-los aos diversos professores, inventar novas brincadeiras na hora do recreio.
Dessas experiências, surgiram novas parcerias que perduram até hoje.
Sentir, tocar, conhecer
O nosso grupo é formado por alunos que já se
conheciam de anos anteriores do Colégio São Domingos e
outros vindos de diferentes escolas. Na primeira semana,
acolher a todos e garantir os possíveis encontros foi
essencial.
Descobrimos as expectativas individuais e coletivas a partir dos relatos e registros.
O momento mais desejado pelo grupo era a ida a cantina e diariamente as crianças perguntavam “Marcela, é
hoje que vamos comprar na cantina?”.
E outros desejos foram mencionados como aprender a letra cursiva, usar a quadra de futebol, jogar pingue
pongue, comer na hora do recreio.
Em paralelo, fomos construindo coletivamente nossa rotina, o
que ajudou a todos a se adaptarem aos novos desafios
propostos pelo 2º ano, que vão desde a organização dos
materiais, a organização da sala, os horários dos especialistas,
até a escrita diária na agenda sobre a lição de casa, as
produções de texto espontâneas, as lições de casa diárias e os
registros dos cálculos mentais.
“Eu quero aprender a letra cursiva porque ela é bem charmosa e cheia de voltas.” Isabela Carvalho
“Eu gosto de fazer as lições de Matemática sozinho. Às vezes eu entendo os enunciados e, às vezes, eu preciso de ajuda. O Andre me ajuda bastante.” Jorge
A partir de situações ora adequadas e ora inadequadas que foram
surgindo no decorrer das semanas, elaboramos os combinados do grupo.
Utilizamos de diferentes brincadeiras, jogos, dinâmicas e roda de conversa
para analisarmos as posturas, tipos de brincadeiras e quais atitudes
poderiam avançar para um melhor entrosamento entre eles.
“Resolver os problemas conversando não está sendo difícil. O que é mais
difícil é esperar a vez de falar. Todos querem falar ao mesmo tempo e não
conseguem esperar. Mas já melhorou bastante.” Thiago
O desafio começou a surgir: ouvir o amigo, esperar a vez para falar e
resolver os conflitos por meio do diálogo. Aos poucos o grupo está mais
ciente de seus atos e avançam nas relações e na ansiedade de ser
atendido.
Acreditamos que um grupo constituído dá espaço para os erros e para os
acertos, propicia momentos de conflito em que o aluno pode
experimentar novos desafios, permitindo-se aprender com o outro,
posicionando-se frente às diversas situações e sentindo-se acolhidos para
colocar sua própria opinião.
Ouvir, cantar, dançar Em Língua Portuguesa, durante o 1º bimestre, estudamos enfaticamente as marchinhas de carnaval. Ouvimos
muitas delas e conhecemos as diferentes comemorações em alguns Estados do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro e
Pernambuco.
A todo instante queriam ouvir as marchinhas e contavam histórias vivenciadas neste período de festa.
Criamos os nossos bonecos a partir do livro que o colega da nossa sala trouxe para a escola, sobre os bonecos de Olinda,
Recife. Usamos a imaginação , elaboramos as roupas e “demos vida” as nossas personagens através das brincadeiras.
Além de conhecermos um pouco mais sobre a nossa cultura, o trabalho desenvolvido com textos memorizados,
como são as marchinhas, possibilitou a garantia do trabalho para o fechamento da base alfabética e a segmentação
correta das palavras. Seguimos neste desafio para uma melhor organização do texto.
“Eu gostei de fazer o boneco e de inventar as fantasias. Aprendi sobre os bonecos de Olinda e o meu boneco era o
Super Man. Ele salva o mundo e toca guitarra.” Mateus
A visita à escola de samba foi sensacional! As crianças ficaram admiradas com o tamanho dos carros
alegóricos e puderam perceber a importância do trabalho/planejamento de uma comunidade para a
realização do carnaval. Conversando com Denise, a responsável das fantasias da Gaviões da Fiel, os alunos
conheceram as diversas etapas para a realização do desfile como: a seleção do tema, o projeto dos carros
alegóricos (do papel para o real), o desenho detalhado antes das construções, a costura de cada fantasia,
entre outras. Essa experiência possibilitou ampliarmos a discussão e relacionar esse processo de produção
com as nossas atividades como a elaboração da nossa coletânea das marchinhas realizada no computador.
“Eu gostei muito de visitar a escola de samba. Antes eu achava que os carros alegóricos eram só carros e lá no barracão vi que eles eram maiores do que eu imaginava.” Andre
Cheirar, comer, provar, contar
Em Matemática focamos inicialmente, no trabalho com o sistema
monetário, uma vez que uma das marcas do 2º ano é a utilização
consciente da cantina. Toda 4ª feira demonstram como estão avançando
em suas estratégias de cálculos, nas relações entre o valor e as
notas/moedas e ao mesmo tempo a importância de uma boa alimentação.
Optamos por enviar para casa a filipeta de controle dos produtos a fim
de que a família acompanhassem o processo do trabalho. Nesse momento,
as crianças aproximam-se do cálculo com o sistema monetário, já que seu
uso implica em operar com números decimais. Nesse início do ano, a
mediação da professora ainda é intensa, mas aos poucos nossos alunos se
tornam autônomos tanto na escolha do lanche quanto no cálculo a ele
relacionado.
Um momento que marcou bastante o grupo foi a ida a feira localizada
próxima a escola. As crianças queriam saber o total de dinheiro que
tínhamos para comprarmos as frutas para a nossa aula de Ciências
Naturais.
“É legal comer na cantina e pagar o meu lanche. As aulas de Matemática me ajudaram a usar melhor o dinheiro.” Thomas
Sentir, imaginar, relacionar As aulas de Ciências Naturais foram exploradas em
diferentes espaços e com diversas estratégias.
Realizamos experimentos, conhecemos instrumentos
científicos, comparamos as visões dos animais com
as dos seres humanos e relacionamos as situações do
cotidiano a partir dos nossos cinco sentidos.
“Eu nunca tinha ido ao laboratório e gostei muito que na aula de Ciências Naturais fomos até lá! Usei o binóculo, vi a visão da libélula e olhei no microscópio algumas flores azuis. Descobri que o camaleão pode usar um olho para atacar e o outro para se proteger.” Laura
“A atividade era brincar com o olfato. Tinha café, manjericão e alho e de olho fechado tinha que adivinhar o que era pelo cheiro. O Vanderlei e a Lilian também participaram.” Lucas
Levantaram hipóteses, aguçaram suas sensações relatando sempre o que sentiam, ouviam e
perceberam que podemos usar outros sentidos na falta ou na falha de um deles.
“A brincadeira sobre a visão foi muito legal porque eu
percebi que tem coisas que eu não consigo ver só com os
olhos, mas posso sentir, imaginar.” Isabela Baida
“A gente foi na feira comprar frutas para comer e estudar
sobre o paladar. O que eu mais gostei de provar foram as
mexericas. Compramos kiwi, maçã, limão, melão. Foi
muito divertido!” Enzo
Na ida a feira as crianças puderam provar os
diferentes sabores das frutas e refletir na
compra consciente dos alimentos saudáveis.
Se organizaram no uso do dinheiro para pagar
e receber o troco, na pergunta sobre os
valores e quem levaria cada fruta até a escola.
A nossa salada de frutas ficou uma delícia!
Olhar, observar, comparar, localizar Onde você mora? Com quem você mora? Que caminho você percorre da sua casa até a escola?
Em Ciências Humanas, descobrimos a localização da casa e do bairro de cada um, possibilitando o
conhecimento dos bairros vizinhos e dos mais distantes . As crianças escreveram as cartas contando
mais detalhes das suas moradias e ficaram ansiosos com a chegada da correspondência.
“Eu gostei muito de
escrever a carta para o
Ketan. Contei para ele
onde eu moro e o que tem
ao redor do meu prédio.
Entreguei a carta na caixa
de correio e ele disse que
recebeu no dia 14 de
março.” Lucas
No Google Maps encontraram suas casas e acompanharam o caminho até a escola ou até o
endereço de um amigo.. Elaboramos um mapa gigante, comparamos os quarteirões e encontramos os
pontos de referência para possíveis pontos de encontros. Com este trabalho as crianças se integraram
bastante, reconheceram no amigo identidades semelhantes e conheceram um pouco mais sobre os
seus colegas.
“Descobri que o Ketan, a Isa e o Enzo moram perto da minha casa. No computador eu gostei de entrar no
Google Maps e encontrei a imagem da minha casa. Vi o carro da minha mãe entrando na garagem ...
Achei engraçado!” Pedro
Finalizamos o 1º bimestre repleto de conquistas, novidades e aprendizagens. Um grupo marcado pela intensa
participação, vibração, criatividade, curiosidade e afetividade que cresce a cada dia com suas vivências e experiências!
Esse é o começo de uma nova história! Profª Marcela
A partir desse momento, os professores especialistas compartilham seus relatos, produzidos a partir das experiências
desse bimestre.
MÚSICA Iniciamos o ano "Com um Sonho na Cabeça", um projeto de integração de linguagens: Língua
Portuguesa, Artes Plásticas e Música. As crianças cantaram marchinhas de carnaval tradicionais e
compuseram uma canção de carnaval. Cantamos as músicas dos "outros", conhecendo compositores
como João de Barro e Chiquinha Gonzaga. Ouvimos marchinhas do Maranhão, de São Luiz do
Paraitinga e gravações antigas com a Carmem Miranda.
Após vivenciarmos cantando e tocando, nos arriscamos a compor letra e melodia, decidindo "o que
sai e o que fica, decidindo o que nos identifica...”. Ficou assim:
NOSSA MARCHINHA
LUCAS, JORGE E GABRIEL DISSERAM NÃO
MELHOR ENERGIA LIMPA DO QUE POLUIÇÃO TROCA, CARRO POR SKATE E BICICLETA
THOMAS,TIAGO,ENZO E MATEUS VÃO SER ATLETAS
O PEDRO DISSE E O ANDRE TAMBÉM CARRO MOVIDO A LUZ SOLAR FAZ BEM
ISA, LAURA, ISABELA E KETAN QUEREM VOAR E QUEM QUISER TAMBÉM, PODE SONHAR.
Construímos um ganzá (instrumento de percussão) com sucata e coquinhos do colégio.
Estudamos sobre timbres de vozes e de instrumentos. Brincamos com a duração do tempo, com as
alturas do som e com brincadeiras cantadas.
A percepção auditiva entrou como conteúdo integrado a Ciências Naturais e aguçamos nossa
audição com os olhos fechados, com a brincadeira gato mia e apreciação de obras gravadas.
Um exercício que as crianças adoram é reger, brincar de ser "maestro". Exercitam as pausas,
intensidades e os outros parâmetros sonoros brincando, com um gestual bem dramático.
Monica Huambo
Artes Plásticas
O que os alimentos nos contam sobre sujeitos, tempos e lugares?
Essa foi a pergunta lançada para os alunos
do 2º ano nas aulas de artes plásticas.
Iniciamos nossas investigações observando
os lanches dos próprios alunos. Tendo em
mãos tantos alimentos, criaram composições
usando bananas, sanduíches de queijo, maçãs,
sucos, entre outras coisas mais. Desenharam e
pintaram experimentando a tinta aquarela.
Fomos então investigar representações de
alimentos de outros tempos e outros lugares e
começamos pelas obras de Albert Echkout. Que
histórias essas obras poderiam nos contam?
Contamos um monte delas sobre Natureza
Morta!
Olhamos em livros de arte e buscamos mais
informações estéticas sobre o assunto: estilos,
cores, composição, artistas, assuntos, tudo isso
dará um ‘’bom caldo ‘’ para nossas próximas
conversas.
Profª Elô
Educação Física
Aprendemos e experimentamos muitos movimentos com a bola (acertar os alvos que escolhemos,
lançar e tentar segurar sem cair no chão, lançar e tentar pular a bola, lançar e tentar passar por baixo
dela quando pingar no chão...), coordenamos a batida da bola com o bastão, que foi um dos grandes
desafios da nossa aula e ainda experimentamos de muitos jeitos o nosso corpo em movimento.
Jogamos e gostamos muito do tijolinho, pega-pega na linha, futebol e queimada. Também jogamos
o xadrez gigante!
Construímos brincadeiras com vários materiais e o desafio foi conseguir ouvir todas as ideias e
escolher os materiais adequados para a brincadeira.
Este texto foi produzido coletivamente com o professor da área e os alunos do 2º ano A.
Brincar é... Liberdade de ação, não literalidade, imprevisibilidade, repetição, expressão,
espontaneidade, investigação e gratuidade.
Não importa a brincadeira: ouvir histórias; brincar de correr; esconder, perseguir, atirar,
com brinquedo ou sem brinquedo; fantasiado; cantar na roda; brincar sozinho, em silêncio ou brincar junto, fazendo algazarra.
...brincar pelo prazer de brincar!
Histórias e brincadeiras
“Mamãe, podemos passear no bosque?”, perguntam os Cabritinhos à Mamãe Cabra. “Tudo bem, mas cuidado com o Lobo! Não se aproximem da casa dele, hein!?”, responde a Mamãe Cabra preocupada com seus filhotes. Os Cabritinhos saem de casa pulando e cantarolando: “Vamos passear no bosque, enquanto seu lobo não vem. Está pronto seu Lobo?”
“Não, estou escovando os dentes”, responde o Lobo. “Vamos passear no bosque, enquanto seu lobo não vem. Está pronto seu Lobo?” “Sim!!!”, responde o Lobo, depois de vestir os sapatos, tomar café, tomar banho, etc. Os cabritinhos, desesperados, correm para baixo da saia da Mamãe Cabra, enquanto o Lobo tenta pegá-los. Aquele que não consegue escapar, transforma-se em Lobo na próxima rodada.
História do Lobo e os sete Cabritinhos, registrada pelos Irmãos Grimm e contada de boca para as crianças, transforma-se em brincadeira... “Seu lobo está pronto?”
Assim, aproximamos o “tempo de HB” do tempo das histórias e brincadeiras vividas espontaneamente num quintal!