relatorio de gestao e situacao dos recursos hidricos

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  • Governo do Estado de Minas Gerais Governador Antnio Augusto Anastasia

    Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos do Estado de Minas Gerais Sisema

    Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel Semad

    Secretrio Adriano Magalhes Chaves Instituto Mineiro de Gesto das guas Igam

    Diretoria Geral Marilia Carvalho de Melo

    Chefe de Gabinete Maria Auxiliadora Nemsio Cotta

    Diretoria de Gesto das guas e Apoio aos Comits De Bacia DGAC Renata Maria de Araujo Gerncia de Integrao com as Polticas Municipais GIPOM Rodrigo Antnio Di Lorenzo Mundim Gerncia de Planos de Recursos Hdricos e Enquadramento dos Corpos de guas GPRHE Ndia Antnia Pinheiro Santos

    Gerncia de Cobrana pelo Uso de Recursos Hdricos GECOB Dbora de Viterbo dos Anjos Oliveira Gerncia de Apoio aos Comits de Bacias Hidrogrficas GECBH Lilian Mrcia Domingues de Resende Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Monitoramento das guas DPMA Jeane Dantas de Carvalho Gerncia de Pesquisa e Desenvolvimento de Recursos Hdricos GPDRH Thiago Figueiredo Santana Gerncia de Informao em Recursos Hdricos GEIRH Fernanda de Souza Braga Gerncia de Monitoramento Hidrometeorolgico GEMOH Wanderlene Ferreira Nacif

  • EQUIPE TCNICA Instituto Mineiro de Gesto das guas IGAM Albert Antnio Andrade de Oliveira Gegrafo

    Alice Helena dos Santos Alfeu Engenheira de Minas

    Andreia Rodrigues Frois Gestora ambiental

    Anita A. Veiga Gontijo Garcia Engenheira Civil

    talo Pinto Coelho Estagirio de Engenharia Ambiental

    Bruno Csar Comini de Andrade Estagirio de Engenharia Ambiental

    Camila de Almeida Flores Estagiria de Geografia

    Camila Zanon Gomes Advogada

    Caroline Matos da Cruz Correia Jornalista

    Cntia Marina de Assis Igidio Engenheira Ambiental

    Cludio Tavares da Silva Jnior Estagirio de Biologia

    Danusa Nunes Costa Engenheira Ambiental

    Dbora de Viterbo dos Anjos Oliveira Biloga

    Everton de Oliveira Rocha Engenheiro Ambiental

    Fabiana Monteiro de Moura Fernandes Campos Letras

    Fernanda de Souza Braga Gegrafa

    Fernanda Maia Oliveira Biloga

    Gisele Arajo Analista de Informao

    Glauber Bruno Alves Auxiliar Administrativo

    Helen Cruz Estagiria de Gesto Ambiental

    Hiram Jacques Alves Resende Gelogo

    Hiuri Metaxas Estagirio de Gesto Ambiental

    Hugo Phillipe de Jesus Cunha Engenheiro Ambiental

    Irene Mendes Estagiria de Gesto Ambiental

    Jos Agostinho Moreira Calado Tcnico em Contabilidade

    Jos Renato Martins de Souza Administrador

    Joselaine Aparecida Ribeiro Filgueiras Gegrafa

    Jlio Csar Florncio de Oliveira Estagirio de Geografia

    Katiane Cristina de Brito Almeida Biloga

    Lilian Mrcia Domingues de Resende Gegrafa

    Loreno Ramos Toffalini Estagirio de Engenharia Ambiental

    Maria de Lourdes Amaral Nascimento Administradora

    Maria Regina Cintra Ramos Engenheira Agrnoma

    Matheus Duarte Santos Gegrafo

  • Mayra Marques Caldeira Engenheira Ambiental

    Ndia Antnia Pinheiro Santos Gegrafa Patrcia Gaspar Costa Engenheira Agrnoma

    Patrcia Lopes Carvalho Engenheira Civil

    Paula Pereira de Souza Meteorologista

    Regina Mrcia Pimenta de Mello Biloga

    Reginaldo Ventura de S Meteorologista

    Robson Rodrigues dos Santos Gegrafo

    Rodolfo de Oliveira Fernandes Gestor Ambiental

    Rodrigo de Arruda Camargo Engenheiro Ambiental

    Rosangela Pereira dos Santos Pedagoga

    Srgio Pimenta Costa Bilogo

    Silvio Henrique Avila de Souza Pedagogo

    Simone Aparecida de Faria Administradora

    Snia de Souza Ferreira Gegrafa

    Sueli Alves Miranda Engenheira Hdrica

    Tssia dos Santos Elias Biloga

    Teresa Eistrup Santos Engenheira Ambiental

    Thiago Figueiredo Santana Engenheiro Agrnomo

    Tlio Bahia Alves Socilogo

    Vanessa Kelly Saraiva Qumica

    Wanderlene Ferreira Nacif Qumica

    Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel SEMAD Heitor Soares Moreira Engenheiro Ambiental

    Robson Ferreira Bastos Gegrafo

    ORGANIZADORES

    Ndia Antnia Pinheiro Santos Gegrafa

    Tssia dos Santos Elias Biloga

    Tlio Bahia Alves Socilogo

    REVISO GERAL DO TEXTO

    Alessandra Fonseca Vaccaro Cerceau Pedagoga

    FOTOGRAFIA

    Evandro Rodney

  • Apresentao A crescente presso sobre os recursos hdricos, somada s variaes

    climticas e sua distribuio irregular no territrio, impe

    administrao pblica mltiplos desafios, que exigem novas ideias e

    novas solues para a gesto das guas em todo o mundo. Em Minas

    Gerais, Estado com posio estratgica no cenrio nacional por sua

    riqueza hdricae por abrigar nascentes e formadores de importantes

    rios federais, os desafios esto sendo enfrentados de maneira

    gradativa, em sucessivas etapas de desenvolvimento.

    O Estado est entre os mais avanados na gesto de recursos hdricos

    do Pas. Mas preciso avanar mais. Para isso, fundamental investir

    na produo do conhecimento, estimular a pesquisa e a capacitao

    de recursos humanos para a gesto de recursos hdricos. necessrio

    promover o dilogo e reflexes conjuntas - governo e sociedade, para

    que o direcionamento e o acompanhamento das polticas pblicas

    sejam efetivamente realizados de maneira democrtica. E sobretudo

    necessrio conhecer de maneira sistemtica, atualizada e crtica a

    realidade dos recursos hdricos no Estado para que as polticas

    pblicas, as aes e as intervenes se traduzam em ganhos reais e

    avanos significativos para a gesto e o meio ambiente.

    Nesse sentido, o Instituto Mineiro de Gesto das guas (Igam),

    autarquia vinculada a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e

    Desenvolvimento Sustentvel (Semad), apresenta sociedade o

    primeiro Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de

    Minas Gerais. E nada mais oportuno do que public-lo no ms em que

    se comemora o Dia Mundial da gua.

    O Relatrio um documento consistente com informaes

    sistematizadas sobre a situao das guas superficiais e subterrneas

    de domnio do Estado de Minas Gerais, do ponto de vista da

    quantidade e da qualidade, e com uma avaliao estratgica de como

    tem sido a evoluo da gesto e do gerenciamento de seus recursos

    hdricos.

    O trabalho feito com base em dados consolidados at dezembro de

    2012, e apresenta uma retrospectiva histrica da regulamentao e da

    administrao, e marcos fundamentais na implementao da Poltica

    Estadual de Recursos Hdricos, instituda pela Lei 13.199, de 29 de

    janeiro de 1999. O estudo possibilita o acompanhamento e a avaliao

    das aes e atividades relacionadas execuo da Poltica Estadual,

    bem como o aprimoramento do controle social.

    , portanto, com grande satisfao que apresentamos esta publicao,

    certos de que ser uma importante fonte de informao e consulta

    para toda a sociedade, em especial, aos interessados na gesto das

    guas e aos integrantes dos Sistemas Nacional e Estadual de

    Gerenciamento de Recursos Hidricos.

    Boa leitura!

    Marlia Carvalho de Melo

    Diretora Geral do Instituto Mineiro de Gesto das guas - Igam.

  • Sumrio

    1. Introduo ........................................................................................... 3

    2. Caracterizao do Estado de Minas Gerais ......................................... 5

    3. Gesto dos Recursos Hdricos em Minas Gerais ............................... 11

    3.1 A Regulamentao dos Recursos Hdricos no Brasil .............. 11 3.2 Histrico da Gesto de Recursos Hdricos em Minas Gerais . 16 3.3 Legislao Estadual de Recursos Hdricos .............................. 16 3.4. Arranjo Institucional ............................................................... 20

    3.4.1. Comits de Bacias Hidrogrficas do Estado de Minas Gerais ....................................................................................................... 31

    3.4.1.1. Aes de fortalecimento institucional dos Comits de

    Bacia Hidrogrfica ...................................................................... 38

    3.4.1.2. Suporte tcnico, administrativo e financeiro aos CBHs

    de Minas Gerais.......................................................................... 40

    3.4.2. Agncias de Bacia e Entidades a elas Equiparadas no Estado de Minas Gerais ................................................................. 42

    3.5. Instrumentos de Gesto............................................................. 48 3.5.1. Planos de Recursos Hdricos ............................................... 48

    3.5.1.1. Aes prioritrias dos Planos de Recursos Hdricos ..... 56

    3.5.2 Sistema Estadual de Informao sobre Recursos Hdricos .. 61 3.5.3. Enquadramento dos Corpos de gua em Classes, segundo seus usos preponderantes ............................................................ 65 3.5.4 Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hdricos ............... 68

    3.5.4.1. Usos de recursos hdricos que independem de outorga

    .................................................................................................... 69

    3.5.4.1.1. Usos insignificantes ................................................ 69

    3.5.4.1.2. Ncleos Populacionais ............................................ 72

    3.5.4.2. Campanha de Regularizao do Uso de Recursos

    Hdricos em Minas Gerais .......................................................... 72

    3.5.4. Cobrana Pelo Uso Dos Recursos Hdricos ......................... 74 3.5.5.1. Implementao da Cobrana no Estado de Minas Gerais

    ................................................................................................... 75

    3.5.5.2 Mecanismos e Valores de Cobrana.............................. 77

    3.5.5.3 Recursos Arrecadados ................................................... 80

    3.5.5.4 Repasse dos Recursos .................................................... 84

    3.5.6. Penalidades ......................................................................... 85 3.5.6.1 Fiscalizao dos Usos de Recursos Hdricos .................. 90

    3.6. Cadastro de Usurios de Recursos Hdricos .............................. 94 3.6.1. Cadastros de usurios de recursos hdricos em Minas Gerais ...................................................................................................... 94

    3.7. Recursos Institucionalizados .................................................... 100 3.7.1. Fundo de Recuperao, Proteo Ambiental e Desenvolvimento Sustentvel das Bacias Hidrogrficas do Estado de Minas Gerais - Fhidro ............................................................ 100

    3.7.1.1. Competncias de Cada Ente ...................................... 101

    3.7.1.2. Legislao Aplicada ..................................................... 103

    3.7.1.3 Capacitaes para Elaborao de Projetos ................. 103

    3.7.1.4. Projetos Apresentados ao Fhidro ............................... 104

    3.7.1.5 Recursos do Fundo ...................................................... 106

    3.8. Programas ............................................................................... 107 3.8.1. Programa gua Doce ........................................................ 107

    3.8.1.1 Estrutura do Programa gua Doce .............................. 107

    3.8.2. Programa Progua Nacional Sistema Norte/MG ........... 109

  • 3.8.3. Programas do Plano Estadual de Recursos Hdricos de Minas Gerais (PERH-MG) ............................................................ 111

    4. Situao dos Recursos Hdricos em Minas Gerais .......................... 119

    4.1. Disponibilidade Hdrica ............................................................ 119 4.2. Demanda Hdrica ...................................................................... 126

    4.2.1 guas Superficiais .............................................................. 126 4.2.1.1 Setores de usurios: Saneamento, Irrigao, Indstria,

    Minerao, Hidroeletricidade, Transporte Hidrovirio ........... 127

    4.2.1.2 Usos consuntivos outorgados em 2012 ....................... 127

    4.2.1.2.1. rea Irrigada por UPGRH em hectares (ha) ......... 145

    4.2.3. Usos no consuntivos: ...................................................... 146 4.2.2 guas Subterrneas ........................................................... 147

    4.2.2.1 Finalidades para o uso da gua subterrnea outorgadas

    em 2011 e 2012........................................................................ 147

    4.2.2.2. Finalidades para o uso da gua subterrnea outorgadas

    em 2012 por UPGRH ................................................................ 149

    4.3. reas Declaradas de Conflito .................................................. 167 4.4. Monitoramento Quali-Quantitativo ........................................ 169

    4.4.1. Monitoramento Hidrolgico ............................................. 169 4.4.2. Monitoramento Meteorolgico ........................................ 170

    4.4.2.1. Caractersticas climticas do Estado de Minas Gerais 171

    4.4.2.2. Avaliao do acumulado mensal de chuva ................. 174

    4.4.2.3. Avaliao mensal da quantidade mdia de dias sem

    chuva ........................................................................................ 177

    4.4.2.4 Anlise de cenrios dos desastres provocados pelas

    chuvas em Minas Gerais .......................................................... 180

    4.4.3. Monitoramento da Qualidade das guas ......................... 192 4.4.3.1. Qualidade das guas Superficiais ............................... 197

    4.4.3.1.1. Descrio dos clculos dos indicadores da qualidade

    das guas .............................................................................. 197

    4.4.3.1.2. Seleo das estaes de amostragem e

    metodologia de anlise ........................................................ 202

    4.4.3.1.3. Diagnstico da qualidade das guas superficiais . 204

    Contaminao por Txicos CT .............................................. 214

    4.4.3.2. Qualidade das guas Subterrneas ........................... 226

    4.4.3.2.1. Diagnstico da qualidade das guas subterrneas

    .............................................................................................. 227

    5. Avaliao da Gesto e da Situao dos Recursos Hdricos ............. 239

    5.1. Gesto de Recursos Hdricos ................................................... 239 5.2. Situao dos Recursos Hdricos no Estado de Minas Gerais ... 251

    6. Consideraes Finais ....................................................................... 264

    7. Referncias Bibliogrficas ............................................................... 265

  • Lista de Figuras

    Figura 1: Diviso Hidrogrfica Nacional. .......................................................... 7

    Figura 2: Matriz institucional do SINGREH. .................................................... 15

    Figura 3: Organograma da SEMAD. ................................................................ 21

    Figura 4: Organograma do Igam. .................................................................... 26

    Figura 5: Unidades de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos de Minas

    Gerais. ............................................................................................................. 28

    Figura 6: Histrico da Criao dos Comits de Bacias no Estado de Minas

    Gerais. ............................................................................................................. 33

    Figura 7: Unidades de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos e seus

    respectivos Comits de Bacias Hidrogrficas. ................................................ 34

    Figura 8: Criao e estruturao dos CBHs entre 1998 e 2012. ..................... 39

    Figura 9: Entidades equiparadas s agncias de bacia no mbito do Estado de

    Minas Gerais. .................................................................................................. 47

    Figura 10: Objetivos e diretrizes para a elaborao dos Planos de Recursos

    Hdricos. .......................................................................................................... 50

    Figura 11: Nveis de elaborao dos Planos de Recursos Hdricos em Minas

    Gerais. ............................................................................................................. 51

    Figura 12: Planos Diretores de Recursos Hdricos no Estado de Minas Gerais.

    ........................................................................................................................ 55

    Figura 13: Principais caractersticas do processo de atualizao do PDRH Rio

    das Velhas. ...................................................................................................... 56

    Figura 14: Pgina inicial para acesso ao InfoHidro Sistema Estadual de

    Informaes sobre Recursos Hdricos. ........................................................... 64

    Figura 15: Enquadramento dos Corpos de gua: Bacias Hidrogrficas de

    Minas Gerais. .................................................................................................. 67

    Figura 16: Usos de gua considerados insignificantes no Estado de Minas

    Gerais. ............................................................................................................. 71

    Figura 17: Evoluo da implantao da Cobrana pelo Uso de Recursos

    Hdricos no Estado de Minas Gerais................................................................ 76

    Figura 18: Distribuio dos NUFIS em Minas Gerais. ...................................... 87

    Figura 19: Estrutura organizacional de Fiscalizao e Controle Ambiental do

    Estado de Minas Gerais. .................................................................................. 89

    Figura 20: Espacializao das fiscalizaes em recursos hdricos realizadas

    pela Semad. ..................................................................................................... 92

    Figura 21: Cadastro de Usurios de Recursos Hdricos em Minas Gerais. ...... 99

    Figura 22: Representao esquemtica do sistema de dessalinizao adotado

    pelo Programa. .............................................................................................. 108

    Figura 23: Desenho esquemtico do sistema de produo integrado do

    Programa gua Doce..................................................................................... 109

    Figura 24: Detalhamento do Sistema subsistemas. ................................... 109

    Figura 25: Beneficiados pelo Programa Progua. ......................................... 110

    Figura 26: Programas e subprogramas do COMPONENTE 01 do Plano

    Estadual de Recursos Hdricos. ..................................................................... 113

    Figura 27: Programas e subprogramas do COMPONENTE 02 do Plano

    Estadual de Recursos Hdricos. ..................................................................... 114

    Figura 28: Programas e subprogramas do COMPONENTE 03 do Plano

    Estadual de Recursos Hdricos. ..................................................................... 115

    Figura 29: Programas e subprogramas do COMPONENTE 04 do Plano

    Estadual de Recursos Hdricos. ..................................................................... 116

    Figura 30: Vazes Mnimas Especficas Q7,10. ................................................ 122

    Figura 31: Vazes Mnimas Especficas Q95%. ............................................. 123

    Figura 32: Vazes Mdias Especficas adaptado do PERH (IGAM, 2011). . 124

    Figura 33: Finalidades outorgadas em 2011 para uso de gua superficial. .. 126

    Figura 34: Finalidades outorgadas em 2012 para uso de gua superficial. . 126

  • Figura 35: Outorgas emitidas em 2011 para as finalidades saneamento,

    irrigao, indstria, minerao, hidroeletricidade. ...................................... 127

    Figura 36: Outorgas emitidas em 2012 para as finalidades saneamento,

    irrigao, indstria, minerao, hidroeletricidade. ...................................... 127

    Figura 37: Usos outorgados em 2012 na Bacia Hidrogrfica do Rio Doce ... 129

    Figura 38: Usos outorgados em 2012 na Bacia Hidrogrfica do Rio Grande

    (GD1 a GD4). ................................................................................................. 130

    Figura 39: Usos outorgados em 2012 na Bacia Hidrogrfica do Rio Grande

    (GD5 a GD8). ................................................................................................. 131

    Figura 40: Usos outorgados em 2012 na Bacia Hidrogrfica do Rio

    Jequitinhonha. .............................................................................................. 132

    Figura 41: Usos outorgados em 2012 na Bacia Hidrogrfica do Rio Paranaba.

    ...................................................................................................................... 133

    Figura 42: Usos outorgados em 2012 na Bacia Hidrogrfica do Rio Paraba do

    Sul. ................................................................................................................ 134

    Figura 43: Usos outorgados em 2012 na Bacia Hidrogrfica do Rio So

    Francisco (SF1 a SF5). ................................................................................... 135

    Figura 44: Usos outorgados em 2012 na Bacia Hidrogrfica do Rio So

    Francisco (SF6, SF7, SF8, SF10). .................................................................... 136

    Figura 45: Usos outorgados em 2012 na Bacia Hidrogrfica do Rio Pardo. . 137

    Figura 46: Usos outorgados em 2012 nas Bacias Hidrogrficas do Rio Mucuri,

    So Mateus e Itabapoana. ............................................................................ 138

    Figura 47: Usos superficiais outorgados por finalidade, em 2008. .............. 139

    Figura 48: Usos superficiais outorgados por finalidade, em 2009. .............. 140

    Figura 49: Usos superficiais outorgados por finalidade, em 2010 ............... 141

    Figura 50: Usos superficiais outorgados por finalidade, em 2011. .............. 142

    Figura 51: Usos superficiais outorgados por finalidade, em 2012. .............. 143

    Figura 52: Usos superficiais outorgados por finalidade, de 2008 a 2012. ... 144

    Figura 53: reas irrigadas em hectares outorgadas em 2012 nas UPGHRs

    DO2, DO4, DO5 e DO6................................................................................... 145

    Figura 54: reas irrigadas em hectares, outorgadas em 2012, nas UPGRHs

    localizadas na bacia hidrogrfica do Rio Grande. ........................................ 145

    Figura 55: reas irrigadas em hectares, outorgadas em 2012, nas UPGRHs

    JQ2, JQ3, MU1, PN1, PN2, PN3 e PS2............................................................ 145

    Figura 56: reas irrigadas em hectares, outorgadas em 2012, nas UPGRHs

    SF1, SF2, SF3, SF4, SF5, SF6, SF7, SF8, SF10, SM1 e PA1. .............................. 146

    Figura 57: UPGRHs com as maiores reas irrigadas (ha) outorgadas em 2012.

    ....................................................................................................................... 146

    Figura 58: Usos no consuntivos outorgados em 2011 para todas as UPGRHs.

    ....................................................................................................................... 146

    Figura 59: Usos no consuntivos outorgados em 2012 para todas as UPGRHs.

    ....................................................................................................................... 147

    Figura 60: Finalidades outorgadas em 2011 para uso de gua subterrnea.

    ....................................................................................................................... 147

    Figura 61: Finalidades outorgadas em 2012 para uso de gua subterrnea.

    ....................................................................................................................... 147

    Figura 62: Usos outorgados para gua subterrnea, em 2012, na Bacia

    Hidrogrfica do Rio Doce. ............................................................................. 150

    Figura 63: Usos outorgados para gua subterrnea, em 2012, na Bacia

    Hidrogrfica do Rio Grande (GD1 a GD4). ..................................................... 151

    Figura 64: Usos outorgados para gua subterrnea, em 2012, na Bacia

    Hidrogrfica do Rio Grande (GD5 a GD8). ..................................................... 152

    Figura 65: Usos outorgados para gua subterrnea, em 2012, na Bacia

    Hidrogrfica do Rio Jequitinhonha. ............................................................... 153

    Figura 66: Usos outorgados para gua subterrnea, em 2012, na Bacia

    Hidrogrfica do Rio Paranaba. ..................................................................... 154

  • Figura 67: Usos outorgados para gua subterrnea, em 2012, na Bacia

    Hidrogrfica do Rio Paraba do Sul. .............................................................. 155

    Figura 68: Usos outorgados para gua subterrnea, em 2012, na Bacia

    Hidrogrfica do Rio So Francisco (SF1 a SF5). ............................................. 156

    Figura 69: Usos outorgados para gua subterrnea, em 2012, na Bacia

    Hidrogrfica do Rio So Francisco (SF6 a SF9). ............................................. 157

    Figura 70: Usos outorgados para gua subterrnea, em 2012, na Bacia

    Hidrogrfica do Rio Piracicaba e Jaguari. ..................................................... 158

    Figura 71: Usos outorgados para gua subterrnea, em 2012, na Bacia

    Hidrogrfica do Rio Pardo. ........................................................................... 159

    Figura 72: Usos outorgados para gua subterrnea, em 2012, nas Bacias

    Hidrogrficas dos Rios Mucuri e Itabapoana. ............................................... 160

    Figura 73: Usos subterrneos outorgados por finalidade em Minas Gerais,

    2008. ............................................................................................................. 161

    Figura 74: Usos subterrneos outorgados por finalidade em Minas Gerais,

    2009. ............................................................................................................. 162

    Figura 75: Usos subterrneos outorgados por finalidade em Minas Gerais,

    2010. ............................................................................................................. 163

    Figura 76: Usos subterrneos outorgados por finalidade em Minas Gerais,

    2011. ............................................................................................................. 164

    Figura 77: Usos subterrneos outorgados por finalidade em Minas Gerais,

    2012. ............................................................................................................. 165

    Figura 78: Usos subtrrneos outorgados por finalidade, de 2008 a 2012. .. 166

    Figura 79: reas com declarao de conflito no Estado de Minas Gerais. .. 168

    Figura 80: Comportamento de cada ms em torno da mdia climatolgica.

    ...................................................................................................................... 174

    Figura 81: Mapa de distribuio da mdia do Acumulado: precipitao anual

    em torno da mdia do perodo 1979-2012. ................................................. 177

    Figura 82: Quantidade mdia de dias sem chuva de cada ms. .................. 178

    Figura 83: Mapa de distribuio da mdia do nmero de dias sem chuva

    Anual em torno da mdia do perodo 1979-2012. ....................................... 180

    Figura 84: Municpios atingidos por desastres relacionados com o

    incremento das precipitaes hdricas 2011/2012, adaptado de Cedec (MG).

    ....................................................................................................................... 182

    Figura 85: Municpios atingidos pela Seca em Minas Gerais em 2012. ........ 189

    Figura 86: Evoluo do Programa de Qualidade das guas Superficiais e

    Subterrneas no Estado de Minas Gerais. .................................................... 194

    Figura 87: Estaes de monitoramento na rede bsica de qualidade das

    guas superficiais no Estado de MG. ............................................................ 195

    Figura 88: Pontos de monitoramento de guas subterrneas da rede mineira.

    ....................................................................................................................... 196

    Figura 89: ndice de Qualidade da gua no Estado de Minas Gerais em 2012.

    ....................................................................................................................... 206

    Figura 90: Pontos de monitoramento e respectivas classes de oxignio

    dissolvido no Estado de Minas Gerais em 2012. ........................................... 210

    Figura 91: Estaes de monitoramento utilizadas na anlise de tendncia do

    IQA, com destaque para estaes que apresentaram melhora (elevao) ou

    piora (reduo) do indicador, no perodo de 2000-2012. ............................ 212

    Figura 92: Contaminao por Txicos no Estado de Minas Gerais em 2012.

    ....................................................................................................................... 215

    Figura 93: ndice de Estado Trfico no Estado de Minas Gerais em 2012. ... 218

    Figura 94: Pontos de monitoramento e respectivas classes de densidade de

    cianobactrias no Estado de Minas Gerais em 2012. ................................... 221

    Figura 95: Pontos de monitoramento e respectivas classes de ICE no Estado

    de Minas Gerais em 2012. ............................................................................ 225

    Figura 96: Parmetros medidos nas guas subterrneas monitoradas no

    Estado. ........................................................................................................... 226

  • Figura 97: Diagrama trilinear de Piper para as medianas das concentraes

    inicas nos poos monitorados nas sub-bacias SF6, SF9 e SF10, no perodo de

    2005 a 2011. ................................................................................................. 228

    Figura 98: Rede de monitoramento nas sub-bacias SF6, SF9 e SF10 (no Norte

    de Minas). ..................................................................................................... 229

    Figura 99: Percentuais de violao em relao ao total de medies

    realizadas, para cada poo, frente aos parmetros da gua para consumo

    humano......................................................................................................... 230

    Figura 100: Percentuais de violao em relao ao total de medies

    realizadas, para cada poo, frente aos parmetros da gua para

    dessedentao humana, irrigao e recreao. ........................................... 231

    Figura 101: Mapa hidrogeoqumico do sistema aqufero Guarani. ............. 233

    Figura 102: Rede de monitoramento no aqufero Guarani no Tringulo

    Mineiro. ........................................................................................................ 236

    Figura 103: Comparao entre o nmero de processos de outorgas para gua

    superficial emitidos em 2011 e 2012. .......................................................... 253

    Figura 104: Comparao entre o nmero de processos de outorgas para gua

    subterrnea emitidos em 2011 e 2012. ....................................................... 254

  • Lista de Quadro

    Quadro 1: Relao das entidades equiparadas s funes de agncia de

    bacia. .............................................................................................................. 46

    Quadro 2: Situao dos Planos Diretores de Recursos Hdricos em Minas

    Gerais. ............................................................................................................. 53

    Quadro 3: Aes listadas no Plano Estadual e nos Planos Diretores de

    Reucursos Hdricos.. ....................................................................................... 58

    Quadro 4: Subsistemas/Mdulos do InfoHidro. ............................................ 63

    Quadro 5: Usos das guas doces por classe de qualidade. ............................ 66

    Quadro 6: Relao das metodologias de cobrana aprovadas. .................... 77

    Quadro 7: Usos cobrados em bacias com metodologias de cobrana j

    aprovadas. ...................................................................................................... 78

    Quadro 8: Total de empreendimentos, nmero de captaes e de

    lanamentos de efluentes cadastrados por UPGRH. ...................................... 96

    Quadro 9: Legislao aplicada ao FHIDRO. .................................................. 103

    Quadro 10: Relao dos componentes e dos subcomponentes do Programa

    gua Doce. .................................................................................................... 108

    Quadro 11: Relao dos municpios mineiros atingidos pelos desastres

    relacionados s chuvas em 2011/2012. ....................................................... 183

    Quadro 12: Relao dos municpios mineiros que decretaram situao de

    emergncia pela seca em 2012. ................................................................... 190

    Quadro 13: Principais caractersticas do monitoramento por regio/aqufero

    monitorado no Estado de Minas Gerais. ...................................................... 193

    Quadro 14: Relao dos poos monitorados e seus usos atuais. ................ 232

    Quadro 15: Implementao dos Instrumentos de Gesto e Instituio dos

    rgos e Entidades Integrantes do SEGRH. ................................................. 243

    Quadro 16: Os principais avanos e desafios da gesto de recursos hdricos

    no Estado. ..................................................................................................... 247

  • Lista de Tabela

    Tabela 1: Principais caractersticas das Bacias hidrogrficas de domnio da

    Unio no Estado de Minas Gerais. .................................................................... 8

    Tabela 2: Criao e composio dos 36 Comits de Bacias Hidrogrficas/MG.

    ........................................................................................................................ 35

    Tabela 3: Total de equipamentos cedidos por CBH ....................................... 41

    Tabela 4: PPUs praticados em RS/m3. ............................................................ 79

    Tabela 5: Valores repassados e ndice de repasse no perodo 2010 a 2012. 85

    Tabela 6: Fiscalizaes 2011. ....................................................................... 90

    Tabela 7: Nmero de Auto de Infrao e cdigos aplicados em 2011 e 2012.

    ........................................................................................................................ 93

    Tabela 8: Quantidade de capacitaes realizadas e o nmero de participantes

    por municpio................................................................................................ 104

    Tabela 9: Valores repassados e no repassados, do total conveniado por ano.

    ...................................................................................................................... 105

    Tabela 10: Quantidade de projetos aprovados ainda no conveniados. ..... 105

    Tabela 11: Situao financeira dos projetos contratados com recursos no

    reembolsveis junto ao BDMG. .................................................................... 106

    Tabela 12: Situao financeira dos projetos contratados com recursos

    reembolsveis junto ao BDMG. .................................................................... 106

    Tabela 13: Situao dos projetos conveniados com a Semad. .................... 106

    Tabela 14: Planejamento e execuo dos recursos do Fhidro entre 2002 e

    2012. ............................................................................................................. 106

    Tabela 15: Vazes Especficas por UPGRH, adotadas como Disponibilidades

    Hdricas no PERH. ......................................................................................... 120

    Tabela 16: Demanda hdrica subterrnea por finalidade de uso em 2012. . 148

    Tabela 17: Quantificao das DACs emitidas pelo Igam. ............................. 167

    Tabela 18: UPGRHs com DACs emitidas pelo Igam. ..................................... 167

    Tabela 19: Quantidade de municpios atingidos pelos desastres provocados

    pelas chuvas no Estado de Minas Gerais no perodo de 2001 a 2012. ......... 180

    Tabela 20: Quantidade de municpios atingidos pelos desastres provocados

    pelas chuvas no Estado de Minas Gerais que decretaram Situao de

    Emergncia ou Estado de Calamidade Pblica e foram reconhecidos pelo

    Governo Federal no perodo de 2001 a 2012. .............................................. 181

    Tabela 21: Quantidade de municpios que decretaram situao de

    anormalidade devido estiagem/seca no Estado de Minas Gerais no perodo

    de 2004 a 2012. ............................................................................................. 187

    Tabela 22: Quantidade de municpios atingidos pela Seca que decretaram

    Situao de Emergncia e foram homologados pelo Governo Estadual e

    reconhecidos pelo Governo Federal no perodo de 2004 a 2012. ................ 187

    Tabela 23: Pesos atribudos aos parmetros para o clculo do IQA ............ 197

    Tabela 24: Classes do ndice de Qualidade da gua e seu Significado. ........ 198

    Tabela 25: Classes da Contaminao por Txicos e seus significados. ......... 199

    Tabela 26: Classes do ndice de Estado Trfico (Rios) e seu Significado. .... 200

    Tabela 27: Classes do ndice de Conformidade ao Enquadramento e seus

    Significados ................................................................................................... 202

    Tabela 28: Nmero de estaes na rede bsica e das utilizadas para o clculo

    dos ndices e da Anlise de Tendncia. ......................................................... 204

    Tabela 29: Estaes de amostragem que apresentaram as piores condies

    de IQA no Estado de Minas Gerais em 2012. ................................................ 205

    Tabela 30: Estaes de amostragem que apresentaram as piores condies

    de OD em 2012. ............................................................................................ 209

    Tabela 31: Estaes de amostragem que apresentaram tendncia de

    elevao do IQA no Estado de Minas Gerais. ............................................... 213

  • Tabela 32: Estaes de amostragem que apresentaram tendncia de reduo

    do IQA no Estado de Minas Gerais. .............................................................. 213

    Tabela 33: Estaes de amostragem que apresentaram as piores condies

    de CT no Estado de Minas Gerais em 2012. ................................................. 216

    Tabela 34: Estaes de amostragem que apresentaram as piores condies

    de IET no ano de 2012 no Estado de Minas Gerais. ..................................... 219

    Tabela 35: Estaes de amostragem que apresentaram densidades de

    cianobactrias superiores a 50000 cl/mL. .................................................. 222

    Tabela 36: Diviso hidroqumica do aqufero Guarani analogia com as

    estaes monitoradas no estudo do Programa Estratgico de Ao PEA. 234

    Tabela 37: Sntese dos resultados dos indicadores IQA, CT e IET, por UPGRH,

    considerando a categoria desses indicadores que foi predominante no ano de

    2012 .............................................................................................................. 257

  • LISTA DE SIGLAS

    ABHA Associao Multissetorial de Usurios de Recursos Hdricos da Bacia

    Hidrogrfica do Rio Araguari

    AGB Peixe Vivo Associao Executiva de Apoio Gesto de Bacias

    Hidrogrficas Peixe Vivo

    AGBs Agncias de Bacias Hidrogrficas

    AGEVAP Associao Pr-Gesto das guas da Bacia Hidrogrfica do Rio

    Paraba do Sul

    AI Autos de Infrao

    ANA Agncia Nacional de guas

    ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica

    APA Associao de Proteo Ambiental de Una

    ASCOM Assessoria de Comunicao

    ASF Associao Ambientalista do Alto So Francisco

    BDMG Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais

    CAMG Cidade Administrativa de Minas Gerais

    CBH Comit de Bacia Hidrogrfica

    CEEIBH Comits Estaduais de Estudos Integrados de Bacias Hidrogrficas

    CEEIGRAN Comit Executivo de Estudos Integrados da Bacia do Rio Grande

    CEEIPAR Comit Executivo de Estudos Integrados da Bacia do Rio Paranaba

    CEEIPARMO Comit Executivo de Estudos Integrados das Bacias dos Rios

    Pardo e Mogi-Guau

    CEEIVAP Comit Executivo de Estudos Integrados da Bacia do Rio Paraba

    do Sul

    CEEIVASF Comit Executivo de Estudos Integrados do Vale do Rio So

    Francisco

    CEIDOCE Comit Executivo de Estudos Integrados da Bacia do Rio Doce

    CeMAIS Centro Mineiro de Alianas Intersetoriais

    Cemaden Centro Nacional de Alertas de Desastres Naturais

    CERH Conselho Estadual de Recursos Hdricos

    CERH-MG Conselho Estadual de Recursos Hdricos de Minas Gerais

    CETESB Companhia Ambiental do Estado de So Paulo

    CIBAPAR Consrcio Intermunicipal da Bacia Hidrogrfica do Rio Paraopeba

    CNARH Cadastro Nacional de Usurios de Recursos Hdricos

    CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico

  • CNRH Conselho Nacional de Recursos Hdricos

    COMLAGO Consrcio dos Municpios do Lago de Trs Marias

    CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

    COPAM Conselho Estadual de Poltica Ambiental

    Copasa Companhia de Saneamento de Minas Gerais

    Cemig Companhia Energtica de Minas Gerais

    CPRM Companhia de Pesquisa Recursos Minerais

    CTIL Cmara Tcnica Institucional e Legal

    CTIG Cmara Tcnica de Instrumentos de Gesto

    CTPLAN Cmara Tcnica de Planos

    Codevasf Companhia do Desenvolvimento dos Vales do So Francisco e do

    Parnaba

    DAC Declarao de rea de Conflito

    DAE-MG Departamento de guas e Energia do Estado de Minas Gerais

    DCC Diretoria de Contratos e Convnios

    DN Deliberao Normativa

    DNAEE Departamento Nacional de guas e Energia Eltrica

    DRH-MG Departamento de Recursos Hdricos do Estado de Minas Gerais

    DO Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos do Rio Doce

    DFHAS Diretoria de Fiscalizao dos Recursos Hdricos e Atmosfricos

    DIGICOB Sistema Digital de Cobrana

    FMCBH Frum Mineiro de Comits de Bacia

    FEAM Fundao Estadual do Meio Ambiente

    FEAMA Fundao Educacional, Assistencial e de Proteo ao Meio

    Ambiente

    FHIDRO Fundo de Recuperao, Proteo e Desenvolvimento Sustentvel

    das Bacias Hidrogrficas do Estado de Minas Gerais

    FJP Fundao Joo Pinheiro

    FOBI Formulrio Integrado de Orientao Bsica

    FCEI Formulrio Integrado de Caracterizao do Empreendimento

    GD Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos do Rio Grande

    GECOB Gerncia de Cobrana pelo Uso de Recursos Hdricos

    GEIRH Gerncia de Informao em Recursos Hdricos

    GEPRH Gerncia de Projetos e Programas em Recursos Hdricos

    GIPOM Gerncia de Integrao com as Polticas Municipais

    GPDRH Gerncia de Pesquisa e Desenvolvimento em Recursos Hdricos

  • GPRHE Gerncia de Planos de Recursos Hdricos e Enquadramento de

    Corpos de guas

    GRUFINCH Grupo Unido Filhos do Novo Chico

    IBIO Instituto Bio Atlntica

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    IGAM Instituto Mineiro de Gesto das guas

    IGS Instituto de Governana Social

    ICE ndice de Conformidade ao Enquadramento

    IEMA Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos

    IET ndice de Estado Trfico

    InfoHidro Sistema Estadual de Informao sobre Recursos Hdricos

    IQA ndice de Qualidade das guas

    IRRIPLAN Irriplan Engenharia Ltda.

    JQ Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos do Rio

    Jequitinhonha

    MGS Minas Gerais Administrao e Servios AS

    MMA Ministrio do Meio Ambiente

    MOVER Movimento Verde de Paracatu

    MU Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos do Rio Mucuri

    NUFIS Ncleos Regionais de Fiscalizao Ambiental

    NCEP National Centers for Enviromental Prediction

    ONG Organizao No-Governamental

    PA Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos do Rio Pardo

    PAD Programa gua Doce

    PNQA Programa Nacional de Avaliao da Qualidade das guas

    PCJ Piracicaba, Capivari e Jaguari

    PDRH Plano Diretor de Recursos Hdricos de Bacia Hidrogrfica

    PEA Programa Estratgico de Aes

    PSAG Projeto Sistema Aqufero Guarani

    PERH Poltica Estadual de Recursos Hdricos

    PERH-MG Plano Estadual de Recursos Hdricos de Minas Gerais

    PESV Parque Estadual Serra Verde

    PIB Produto Interno Bruto

    PIRH Plano Integrado de Recursos Hdricos

    PJ Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos dos Rios

    Piracicaba e Jaguari

    PN Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos do Rio

    Paranaba

  • PMMG Polcia Militar de Minas Gerais

    PPU Preo Pblico Unitrio

    PRH Plano de Recursos Hdricos

    PROGUA Programa de Desenvolvimento Sustentvel de Recursos Hdricos

    para o Semirido Brasileiro

    Proclima Programa de Monitoramento Climtico em Tempo Real da Regio

    Nordeste

    PS Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos do Rio Paraba

    do Sul

    RPACs Relatrios de Planejamento das Atividades de Cadastro

    RHAS Regio Hidrogrfica do Atlntico Sudeste

    RHPR Regio Hidrogrfica do Paran

    RHAL Regio Hidrogrfica do Atlntico Leste

    RHSF Regio Hidrogrfica do So Francisco

    RMBH Regio Metropolitana de Belo Horizonte

    SCOBVER Subcomit Executivo de Estudos Integrados da Bacia do Rio

    Verde

    SEEIASF Subcomit Executivo de Estudos Integrados do Alto So Francisco

    SEGRH Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hdricos de Minas

    Gerais

    SEGRH-MG Sistema de Gerenciamento de Recursos Hdricos de Minas

    Gerais

    SEMAD - Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento

    Sustentvel

    SEPLAG Secretaria de Estado de Planejamento e Gesto

    SF Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos do Rio So

    Francisco

    SIAM Sistema Integrado de Informao Ambiental

    SIG Sistema de Informaes Geogrficas

    SNIRH Sistema Nacional de Informaes sobre Recursos Hdricos

    SINGERH Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos

    SIMGE Sistema de Meteorologia e Recursos Hdricos de Minas Gerais

    SISEMA Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos

    SCQA Sistema de Clculo da Qualidade da gua

    Siscad Sistema de Cadastro de Usos e Usurios de gua

    Siscob Sistema de clculo da Cobrana pelo uso da gua

    Sismap Sistema de Solicitao de Mapas

    SRH/MMA Secretaria de Recursos Hdricos / Ministrio do Meio Ambiente

    SRHU Secretaria de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano

  • SUPRAM Superintendncia Regional de Regularizao Ambiental

    SUCFIS Subsecretaria de Controle e Fiscalizao Ambiental Integrada

    SUFAI Superintendncia de Fiscalizao Ambiental Integrada

    TCE Tribunal de Contas do Estado

    UPGRH Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos

    UPGRH DO1 Rio Piranga

    UPGRH DO2 Rio Piracicaba

    UPGRH DO3 Rio Santo Antnio

    UPGRH DO4 Rio Suau Grande

    UPGRH DO5 Rio Caratinga

    UPGRH DO6 Rio Manhuau

    UPGRH GD1 Alto Rio Grande

    UPGRH GD2 Rio das Mortes

    UPGRH GD3 Entorno do Reservatrio de Furnas

    UPGRH GD4 Rio Verde

    UPGRH GD5 Rio Sapuca

    UPGRH GD6 Afluentes dos rios Mogi-Guau e Pardo

    UPGRH GD7 Mdio rio Grande

    UPGRH GD8 Baixo rio Grande

    UPGRH JQ1 Rio Jequitinhonha

    UPGRH JQ2 Rio Araua

    UPGRH JQ1 Mdio e Baixo rio Jequitinhonha

    UPGRH MU1 Rio Mucuri

    UPGRH PA1 Rio Pardo

    UPGRH PJ1 Rios Piracicaba e Jaguari (parte mineira)

    UPGRH PN1 Alto rio Paranaba

    UPGRH PN2 Rio Araguari

    UPGRH PN3 Baixo rio Paranaba

    UPGRH PS1 Rios Preto e Paraibuna

    UPGRH PS2 Rios Pomba e Muria

    UPGRH SF1 Alto Rio So Francisco

    UPGRH SF2 Rio Par

    UPGRH SF3 Rio Paraopeba

    UPGRH SF4 Entorno da Represa de Trs Marias

    UPGRH SF5 Rio das Velhas

    UPGRH SF6 Rios Jequita e Pacu

  • UPGRH SF7- Rio Paracatu

    UPGRH SF8 Rio Urucuia

    UPGRH SF9 Rio Pandeiros

    UPGRH SF10 Verde Grande

    URC Unidades Regionais Colegiadas

    ZCAS Zona de Convergncia do Atlntico Sul

  • Introduo

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 2

  • Introduo

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 3

    1. Introduo

    O Instituto Mineiro de Gesto das guas Igam, autarquia estadual

    vinculada a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e

    Desenvolvimento Sustentvel Semad, vem, na condio de rgo

    gestor do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hdricos

    (SEGRH-MG), apresentar seu 1 Relatrio de Gesto e Situao dos

    Recursos Hdricos de Minas Gerais.

    A iniciativa dessa publicao visa apresentar sociedade, de forma

    transparente e objetiva, a gesto e a situao das guas superficiais e

    subterrneas de domnio do Estado de Minas Gerais, disponibilizando

    informaes, em linguagem clara e de fcil compreenso, que

    possibilitem o acompanhamento e avaliao das aes e atividades

    relacionadas execuo da Poltica Estadual de Recursos Hdricos,

    instituda pela Lei 13.199, de 29 de janeiro de 1999, bem como o

    aprimoramento do controle social dessa poltica pblica face aos seus

    mltiplos desafios que se intensificam com a crescente presso sobre

    os recursos hdricos.

    A publicao est estruturada nos seguintes captulos: Captulo 1

    Introduo; Captulo 2 Caracterizao do Estado de Minas Gerais;

    Captulo 3 A Gesto dos Recursos Hdricos de Minas Gerais; Captulo

    4 A Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais e Captulo 5

    Avaliao da Situao e da Gesto dos Recursos Hdricos de Minas

    Gerais. Cabe ressaltar que as informaes constantes desse Relatrio

    esto atualizadas at 2012, ano-base do documento.

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 4

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 5

    2. Caracterizao do Estado de Minas Gerais

    O presente captulo objetiva apresentar uma caracterizao sinttica

    do Estado de Minas Gerais, especialmente sobre sua diviso

    hidrogrfica.

    O Estado de Minas Gerais uma das 27 unidades da Repblica

    Federativa do Brasil, situado na Regio Sudeste entre os paralelos de

    1413'58" de latitude norte e 2254'00" de latitude sul e os meridianos

    de 3951'32" e 5102'35", a oeste de Greenwich. Seus limites

    compreendem, ao norte e nordeste, a Bahia; a leste o Esprito Santo; a

    sudeste o Rio de Janeiro; ao sul e sudeste So Paulo; a oeste Mato

    Grosso do Sul e a noroeste o Estado de Gois e Distrito Federal.

    Com uma rea de 586.528 km, o qu corresponde, aproximadamente,

    a 7% da rea total do Pas, o quarto estado brasileiro em extenso

    territorial, sendo superado apenas pelo Amazonas (1.577.820 km),

    Par (1.253.165 km) e Mato Grosso (906. 807 km). Segundo o Censo

    Demogrfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    IBGE, a populao do estado a segunda maior do Pas com

    19.597.330 habitantes, apresentando uma densidade demogrfica de

    33,41 hab./ km. Minas Gerais tambm a unidade federativa

    brasileira com maior nmero de municpios, 853 no total,

    apresentando uma taxa de urbanizao de 85,3%. Sua capital Belo

    Horizonte, com 2.375.151 habitantes.

    Estado sem acesso ao mar, localizado no interior do Brasil, Minas

    Gerais concentra em seu territrio as nascentes e formadores de

    importantes rios federais, o qu lhe confere posio estratgica na

    gesto de recursos hdricos do Pas bem como a alcunha de caixa

    dgua brasileira. Desse modo, o espao mineiro est inserido em

    quatro regies hidrogrficas, conforme diviso hidrogrfica nacional

    adotada pelo Conselho Nacional de Recursos Hdricos CNRH, por

    meio de sua Resoluo n 32, de 15 de outubro de 2003.

    Segundo essa resoluo, considera-se como regio hidrogrfica o

    espao territorial brasileiro compreendido por uma bacia, grupo de

    bacias ou sub-bacias hidrogrficas contguas com caractersticas

    naturais, sociais e econmicas homogneas ou similares, com vistas a

    orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hdricos. As

    quatro Regies Hidrogrficas Nacionais que abrangem o Estado so

    (Figura 1 e Tabela 1):

    1. Regio Hidrogrfica do So Francisco RHSF: constituda pela

    bacia hidrogrfica do rio So Francisco, a qual drena 40% da

    rea do Estado;

    2. Regio Hidrogrfica do Paran RHPR: constituda pela bacia

    hidrogrfica do rio Paran situada no territrio nacional. Em

    Minas Gerais compreendem as bacias Hidrogrficas dos rios

    Paranaba, Grande e dos rios Piracicaba e Jaguari, cujas reas

    de drenagem totalizam 27% da rea territorial do Estado;

    3. Regio Hidrogrfica do Atlntico Leste RHAL: constituda

    pelas bacias hidrogrficas de rios que desguam no Atlntico

    trecho Leste, estando limitada ao norte e a oeste pela regio

    hidrogrfica do So Francisco e ao sul pelas bacias hidrogrficas

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 6

    dos rios Jequitinhonha, Mucuri e So Mateus, inclusive. Em

    Minas Gerais compreende as bacias hidrogrficas dos rios

    Jequitinhonha, So Mateus, Mucuri, Pardo, Buranhm,

    Perupe, Jucuruu, Itanhm e Itanas, as quais drenam 17% da

    rea territorial do Estado, e

    4. Regio Hidrogrfica do Atlntico Sudeste RHAS: constituda

    pelas bacias hidrogrficas de rios que desguam no Atlntico

    trecho Sudeste, estando limitada ao norte pela bacia

    hidrogrfica do rio Doce, inclusive, a oeste pelas regies

    hidrogrficas do So Francisco e do Paran e ao sul pela bacia

    hidrogrfica do rio Ribeira, inclusive. Em Minas Gerais

    compreendem as Bacias Hidrogrficas do Rio Paraba do Sul,

    Doce, Itabapoana e Itapemirim, as quais totalizam uma rea

    de drenagem correspondente a 16% da rea do Estado.

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 7

    Figura 1: Diviso Hidrogrfica Nacional.

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 8

    Tabela 1: Principais caractersticas das Bacias hidrogrficas de domnio da Unio no Estado de Minas Gerais.

    Regio Hidrogrfica

    Bacia Hidrogrfica

    Nascente Foz

    Estados Situados na Bacia

    (UF)

    rea da Bacia Total (km)

    rea da Bacia em

    MG (km)

    rea da Bacia

    em MG (%)

    Municpios de MG

    na Bacia (Sedes)

    Populao de MG

    na Bacia1 (Habitantes)

    RHSF Rio So Francisco Serra da Canastra

    (So Roque de Minas-MG)

    Oceano Atlntico (Brejo Grande-SE/

    Piaabuu-AL)

    MG/DF/ GO/BA

    PE/AL/SE 639.219 234.558,26 40 221 8.509.078

    RHPR Rio Paranaba Serra Mata da Corda (Rio Paranaba-MG)

    Rio Paran (Aparecida do Taboado-MS)

    MG/GO/MS 226.500 70.637,77 12 44 1.576.450

    RHPR Rio Grande Serra da Mantiqueira

    (Bocaina de Minas-MG)

    Rio Paran (Santa Clara D

    Oeste-SP)

    MG/SP/ RJ/MS

    143.000

    86.087,39 14,70 206 3.719.133

    RHPR Rios Piracicaba e

    Jaguari Sapuca Mirim-MG

    Rio Piracicaba (Americana-SP)

    MG/SP 12.400 1.159,46 0,20 4 64.107

    RHAL Rio Jequitinhonha Serra do Espinhao

    (Serro-MG) Oceano Atlntico

    (Belmonte-BA) MG/BA 70.315 65.750,82 11,20 60 812.844

    RHAL Rio So Mateus Confluncia, no municpio de So Mateus-ES, dos Rios Cotax

    (com nascente em Itambacuri-MG) e Cricar (com nascente em So Flix de Minas-MG).

    Oceano Atlntico (Conceio da Barra

    -ES) MG/ES 13.500 5.640,80 1,00 13

    101.310

    RHAL Rio Mucuri Confluncia, em Tefilo Otoni-MG, dos Rios Mucuri do Norte (com

    nascente em Ladainha-MG) e Mucuri do Sul (com nascente em Malacacheta-MG).

    Oceano Atlntico (Mucuri-BA)

    MG/BA 15.400 14.569,16 2,50 12

    294.956

    RHAL Rio Pardo Montezuma-MG Oceano Atlntico (Canavieiras-BA)

    MG/BA 32.050 12.728,79 0,30 11 117.604

    RHAL Rio Buranhm Santo Antnio do Jacinto-MG Oceano Atlntico (Porto Seguro-BA)

    MG/BA 377,8 323,92 2,20 1 11.775

    RHAL Rio Perupe Serra dos Aimors-MG Oceano Atlntico (Nova Viosa-BA)

    MG/BA 6.014 50,25 0,00 1 8.412

    1IBGE, Censo Demogrfico 2010.

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 9

    ...Continuao

    Regio Hidrogrfica

    Bacia Hidrogrfica

    Nascente Foz Estados Situados

    na Bacia (UF)

    rea da Bacia Total (km)

    rea da Bacia em MG

    (km)

    rea da Bacia em MG (%)

    Municpios de MG

    na Bacia (Sedes)

    Populao de MG

    na Bacia2 (Habitantes)

    RHAL Rio Itanhm Fronteira dos Vales-MG Oceano Atlntico

    (Alcobaa-BA) MG/BA 6.193 1.510,94 0,10 4 20.234

    RHAL Rio Itanas Nanuque-MG e Mucurici-ES Oceano Atlntico

    (Conceio da Barra-ES) MG/ES/BA 4.800 128,91 0,02 0 0

    RHAS Rio Paraba do

    Sul

    Confluncia, prxima ao municpio de Paraibuna-SP, dos rios Paraibuna (com nascente

    em Cunha-SP) e Paraitinga (com nascente em Areias-SP).

    Oceano Atlntico (So Joo da Barra-RJ)

    MG/RJ/SP 54.400 20.717,69 3,50 80

    1.451.085

    RHAS Rio Doce Serra do Espinhao (Ressaquinha-MG)

    Oceano Atlntico (Linhares-ES)

    MG/ES 82.000 71.251,19 12,10 191 2.869.869

    RHAS Rio Itabapoana Serra do Capara

    (Alto Capara-MG)

    Oceano Atlntico (So Francisco de

    Itabapoana-RJ) MG/ES/RJ 4.875 666,02 0,10 4 38.330

    RHAS Rio Itapemirim Lajinha-MG Oceano Atlntico (Itapemirim-ES)

    MG/ES 6.014 31,94 0,01 0 0

    2 IBGE, Censo Demogrfico 2010.

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 10

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 11

    3. Gesto dos Recursos Hdricos em Minas Gerais

    O presente captulo objetiva traar um panorama da gesto dos

    recursos hdricos de Minas Gerais, promovendo uma retrospectiva

    histrica da regulamentao e da administrao desse recurso natural,

    elencando o arcabouo legal e o arranjo institucional vigentes. Nesse

    sentido, apresentado o estgio de implementao da Poltica

    Estadual de Recursos Hdricos, descrevendo a implantao de seus

    instrumentos de gesto, assim como a instituio e atuao dos rgos

    e entidades integrantes do Sistema Estadual de Gerenciamento de

    Recursos Hdricos SEGRH-MG. Em seguida, so destacadas as aes

    de cadastramento dos usos e usurios de recursos hdricos do Estado;

    a criao e operacionalizao do Fundo de Recuperao, Proteo e

    Desenvolvimento Sustentvel das Bacias Hidrogrficas do Estado de

    Minas Gerais (FHIDRO), incluindo os projetos de proteo e de

    melhoria dos recursos hdricos por ele financiados. Por fim, so

    abordados outros programas em execuo no Estado pelo Igam e os

    previstos no Plano Estadual de Recursos Hdricos PERH-MG.

    3.1 A Regulamentao dos Recursos Hdricos no Brasil

    O Cdigo das guas, editado pelo Decreto n 24.643, de 10 de julho de

    1934, constitui-se no primeiro diploma legal a tratar do uso das guas

    no Brasil, servindo de modelo para a legislao de outros pases, por

    apresentar dispositivos considerados avanados para a poca. Ainda

    em vigor, o Cdigo j teve alguns dispositivos atualizados e

    regulamentados, a exemplo dos artigos referentes ao uso mltiplo e

    conservao da qualidade das guas, e do captulo que trata dos

    aproveitamentos hidreltricos (ALVES, 2012).

    Com a promulgao da Constituio da Repblica Federativa do Brasil,

    de 05 de outubro de 1988, iniciou-se uma reforma legal e institucional

    da gesto de recursos hdricos no Pas. Uma mudana essencial

    promovida pela Constituio Federal de 1988 foi a classificao das

    guas em bens pblicos de domnio da Unio ou dos Estados,

    revogando-se tacitamente os dispositivos do Cdigo das guas que

    definiam as guas dominiais como particulares, bem como os

    dispositivos que tratavam dos direitos das guas alveolares ou

    marginais, relacionados com a propriedade da terra, deixando de

    existir no Brasil, desde ento, guas sob domnio municipal ou privado.

    Desse modo, no artigo 20, inciso III da Constituio, ficaram definidos

    como bens da Unio os lagos, rios e quaisquer correntes de gua em

    terrenos de seu domnio ou que banhem mais de um Estado, sirvam

    de limites com outros pases, ou se estendam a territrio estrangeiro

    ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias

    fluviais (BRASIL, 2008, p.29). J no artigo 26, inciso I, inclui-se como

    bens dos Estados as guas superficiais ou subterrneas, fluentes,

    emergentes e em depsito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as

    decorrentes de obras da Unio (BRASIL, 2008, p.31) 3.

    3Embora no existam mais guas sob domnio dos municpios, esses so responsveis

    juntamente com a Unio e Estados, conforme artigo 23 da Constituio Federal de 1988, pelo exerccio de polcia das guas, incumbindo-lhes proteger o meio

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 12

    Assim, a Constituio Federal de 1988 conferiu um vasto domnio

    hdrico aos Estados, cabendo a esses entes federados a administrao

    da maioria absoluta das nascentes e dos pequenos e mdios corpos

    dgua e a totalidade dos aquferos subterrneos enquanto Unio

    cabe administrar as guas dos grandes rios e aquelas acumuladas em

    lagos formados por barragens construdas com recursos dela

    originrios como o so, por exemplo, boa parte dos reservatrios das

    grandes usinas hidreltricas e dos audes nordestinos.

    A Constituio Federal tambm estabeleceu em seu artigo 21, inciso

    XIX, como competncia da Unio instituir sistema nacional de

    gerenciamento de recursos hdricos e definir critrios de outorga de

    direitos de seu uso (BRASIL, 2008, p.31), competindo-lhe tambm

    legislar privativamente sobre guas, conforme inciso IV do artigo 224.

    Para regulamentar o inciso XIX do artigo 21 da Constituio, foi

    editada a Lei Federal 9.433, de 08 de janeiro de 1997, tambm

    conhecida por Lei das guas, que criou o Sistema Nacional de

    Gerenciamento de Recursos Hdricos SINGERH5, regulamentando

    ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas (inciso VI) e o de registrar, acompanhar e fiscalizar as concesses de direitos de pesquisa e de explorao de recursos hdricos e minerais em seu territrio (inciso XI). 4 Devido a esse impedimento constitucional dos Estados legislarem sobre guas, a

    maioria das Constituies Estaduais e respectivas legislaes pertinentes apenas tratam da organizao dos Estados para a administrao das guas de seu domnio, subordinando-as legislao federal de guas e de meio ambiente (PAGNOCCHESCHI, 2000) 5 Lei 9.433/97...:

    desse modo o inciso XIX do art. 21 da Constituio Federal de 1988, e

    instituiu a Poltica Nacional de Recursos Hdricos, baseada nos

    seguintes fundamentos:

    Art. 1 A Poltica Nacional de Recursos Hdricos

    baseia-se nos seguintes fundamentos:

    I - a gua um bem de domnio pblico;

    II - a gua um recurso natural limitado, dotado de

    valor econmico;

    III - em situaes de escassez, o uso prioritrio dos

    recursos hdricos o consumo humano e a

    dessedentao de animais;

    IV - a gesto dos recursos hdricos deve sempre

    proporcionar o uso mltiplo das guas;

    V - a bacia hidrogrfica a unidade territorial para

    implementao da Poltica Nacional de Recursos

    Hdricos e atuao do Sistema Nacional de

    Gerenciamento de Recursos Hdricos;

    Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos, com os seguintes objetivos: I - coordenar a gesto integrada das guas; II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hdricos; III - implementar a Poltica Nacional de Recursos Hdricos; IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservao e a recuperao dos recursos hdricos; V - promover a cobrana pelo uso de recursos hdricos.

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 13

    VI - a gesto dos recursos hdricos deve ser

    descentralizada e contar com a participao do

    Poder Pblico, dos usurios e das comunidades.

    A referida Poltica tambm introduziu novos instrumentos de gesto,

    inclusive econmicos (como a Cobrana pelo Uso de Recursos

    Hdricos), indo alm dos tradicionais instrumentos de comando e

    controle, os quais so apresentados em seu art. 5, conforme

    transcrito abaixo:

    Art. 5 So instrumentos da Poltica Nacional de

    Recursos Hdricos:

    I - os Planos de Recursos Hdricos;

    II - o enquadramento dos corpos de gua em

    classes, segundo os usos preponderantes da gua;

    III - a outorga dos direitos de uso de recursos

    hdricos;

    IV - a cobrana pelo uso de recursos hdricos;

    V - a compensao a Municpios;

    VI - o Sistema de Informaes sobre Recursos

    Hdricos.

    E em seu art. 33 ficou definida a composio do SINGREH (Figura 2):

    Art. 33. Integram o Sistema Nacional de

    Gerenciamento de Recursos Hdricos:

    I - o Conselho Nacional de Recursos Hdricos;

    I-A. - a Agncia Nacional de guas;

    II - os Conselhos de Recursos Hdricos dos Estados e

    do Distrito Federal;

    III - os Comits de Bacia Hidrogrfica;

    IV - os rgos dos poderes pblicos federal,

    estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas

    competncias se relacionem com a gesto de

    recursos hdricos;

    V - as Agncias de gua.

    Inspirada na Lei das guas francesa de 19646, a Poltica Nacional de

    Recursos Hdricos considerada atualmente uma das mais avanadas

    legislaes de recursos hdricos do mundo.

    O modelo de gerenciamento por ela adotado rompeu com a histrica

    atuao centralizada, setorial e burocrtica do Estado brasileiro,

    promovendo uma gesto descentralizada, integrada e participativa,

    viabilizada atravs dos conselhos de recursos hdricos, comits de

    bacias hidrogrficas e as agncias de guas. Os conselhos de recursos

    hdricos e os comits de bacias hidrogrficas so rgos colegiados

    compostos por representantes do poder pblico, dos usurios e da

    6L'ASSEMBLE NATIONALE ET LE SNAT FRANAIS. Loi n 64-1245 du 16 dcembre

    1964 relativeau rgime et larpartitiondeseaux et laluttecontreleurpollution, Paris France, 1964.

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 14

    sociedade civil organizada e com atribuies normativas, deliberativas

    e consultivas em sua rea de jurisdio. J as agncias de guas so

    entidades de carter executivo e de funo tcnica e administrativa

    em suas respectivas reas de abrangncia (uma ou mais bacias

    hidrogrficas).

    Por fim, cabe esclarecer que a reestruturao da administrao federal

    de 19957 j havia transferido a competncia pela gesto das guas do

    Ministrio das Minas e Energia para o Ministrio do Meio Ambiente e

    da Amaznia Legal MMA, cuja denominao foi alterada, com a

    incluso dessa pasta, para Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos

    Hdricos e da Amaznia Legal. No mbito do MMA criada, em 1999, a

    Secretaria de Recursos Hdricos8, responsvel pela formulao da

    poltica hdrica e, em 2000, a Agncia Nacional de guas ANA9,

    responsvel pela sua implementao e pela outorga dos direitos de

    uso de recursos hdricos de domnio da Unio10.

    7 Promovida pela Medida Provisria n 813, de 1 de janeiro de 1995, dispondo

    sobre a organizao da Presidncia da Repblica e dos ministrios. 8 Atual Secretaria de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano SRHU.

    9 A Lei 9.984, de 17 de julho de 2000, dispe sobre a criao da Agncia Nacional de

    guas ANA, entidade federal de implementao da Poltica Nacional de Recursos Hdricos e de coordenao do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos. 10

    Com a criao da ANA, o setor de energia eltrica passou a depender do setor de recursos hdricos, uma vez que para licitar a concesso ou autorizao do potencial de energia hidrulica em corpos dagua de domnio da Unio, a Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL deve obter previamente junto quela Agncia uma declarao de disponibilidade hdrica. Se o potencial estiver localizado em corpo d gua de domnio estadual ou do Distrito Federal, a declarao deve ser obtida junto

    respectiva entidade gestora. Outorgada a concesso ou autorizao de uso do potencial, a declarao ser transformada, automaticamente, em outorga de direito de uso do recurso hdrico (POMPEU, 2004).

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 15

    Fonte: SRH/ MMA, 2013.

    Figura 2: Matriz institucional do SINGREH.

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 16

    3.2 Histrico da Gesto de Recursos Hdricos em Minas Gerais

    A explorao dos recursos hdricos em Minas Gerais, assim como no

    restante do Pas, tambm esteve historicamente associada gerao

    de energia eltrica, sendo sua administrao balizada pelo Cdigo das

    guas de 1934. A gesto desse recurso natural no Estado competia

    originalmente ao Departamento de guas e Energia Eltrica do Estado

    de Minas Gerais DAE, conforme Decreto-Lei 1.721, de 22 de abril de

    1946, tendo sua denominao posteriormente modificada para

    Departamento de guas e Energia do Estado de Minas Gerais DAE-

    MG, rgo ento responsvel por estudar as reservas de energia

    hidrulica no Estado (levantando o cadastro das quedas dgua e

    executando servios de hidrometria), e exercer encargos que

    resultassem de delegao de funes do Governo Federal ao Governo

    do Estado, relativas a guas e energia eltrica.

    Com a Lei Estadual n 9.528, de 29 de dezembro de 1987, o DAE-MG,

    ento vinculado Secretaria de Estado de Minas e Energia, passou a se

    chamar Departamento de Recursos Hdricos do Estado de Minas Gerais

    DRH-MG, tendo como atribuies o gerenciamento, a fiscalizao e o

    controle da utilizao dos recursos hdricos do Estado; a programao,

    coordenao, superviso e execuo de estudos que visassem

    elaborao do plano diretor de recursos hdricos do Estado de Minas

    Gerais; e a promoo, avaliao, incentivo e execuo de estudos e

    projetos na rea de recursos hdricos, visando a sua utilizao racional

    integrada, seu aproveitamento mltiplo, a promoo do

    desenvolvimento cientfico, tecnolgico e de pesquisas e projetos que

    fornecessem novos subsdios ao setor. Tambm, nesse ano, registra-se

    a criao do Conselho Estadual de Recursos Hdricos por meio do

    Decreto Estadual 26.961, de 28 de abril de 1987.

    Com a edio da Lei Estadual n 12.188, de 10 de julho de 1996, a

    Secretaria de Estado de Recursos Hdricos, Minerais e Energticos teve

    sua denominao alterada para Secretaria de Minas e Energia e, como

    consequncia mais significativa, a transferncia do DRH para a

    Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento

    Sustentvel SEMAD. J no ano seguinte, a Lei Estadual n 12.584, de

    17 de julho de 1997, modificou a denominao do DRH para Instituto

    Mineiro de Gesto das guas Igam. De acordo com seu regulamento,

    contido no Decreto Estadual n 45.818, de 16 de dezembro de 2011, o

    Igam tem por finalidade executar a Poltica Estadual de Recursos

    Hdricos, alm de ser a entidade gestora do Sistema Estadual de

    Gerenciamento de Recursos Hdricos SEGRH-MG, a seguir

    apresentados.

    3.3 Legislao Estadual de Recursos Hdricos

    A Constituio do Estado de Minas Gerais, promulgada em 21 de

    setembro de 1989, disps de forma conjunta sobre a Poltica Hdrica e

    Minerria11 a ser executada pelo Poder Pblico. Seu art. 249 afirma

    que essa Poltica se destina ao aproveitamento racional dos recursos

    hdricos, em seus mltiplos usos, e sua proteo, prevendo em seu art. 11

    Ttulo IV Da Sociedade; Captulo II Da Ordem Econmica; Seo VI Da Poltica Hdrica e Minerria.

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 17

    250 o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hdricos,

    baseado na adoo da bacia hidrogrfica como unidade de

    gerenciamento.

    Com a demora na aprovao da Poltica Nacional de Recursos Hdricos,

    cujo projeto de lei tramitou no Congresso Nacional por duas

    legislaturas (1991-1996), alguns Estados se anteciparam em relao

    Unio, aprovando suas respectivas leis estaduais de recursos hdricos.

    Esse foi o caso de So Paulo, o qual foi seguido por Cear, Distrito

    Federal, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Rio

    Grande do Norte e Paraba (SETTI et al., 2001).

    Antes, porm, destaca-se que, desde 1989, o Departamento Nacional

    de guas e Energia Eltrica DNAEE vinha desenvolvendo em Minas

    Gerais um projeto piloto, em cooperao com o Governo da Frana,

    denominado Projeto Rio Doce, cujo escopo tratava da simulao da

    operao de um comit e de uma agncia de bacia baseado no modelo

    de gerenciamento francs, incluindo a aplicao dos princpios

    usurio-pagador e poluidor-pagador visando o financiamento de 50%

    dos investimentos previstos no Plano Diretor da Bacia. Os resultados

    desse Projeto indicaram a viabilidade da aplicao desse sistema de

    gesto no Brasil, vindo a subsidiar a elaborao da lei estadual de

    recursos hdricos, assim como a prpria Lei 9.433/1997 (SEMAD;

    FUNDAO JOO PINHEIRO - FJP, 1998).

    Em outubro de 1993 foi promovido o Seminrio Legislativo guas de

    Minas pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, visando

    discusso de diretrizes e propostas para a elaborao de uma poltica

    estadual de recursos hdricos, sendo ento editada em 20 de junho de

    1994, a Lei 11.504 que estabeleceu em Minas Gerais sua Poltica

    Estadual de Recursos Hdricos e seu Sistema Estadual de

    Gerenciamento de Recursos Hdricos - SEGRH, nos moldes da lei

    paulista. Todavia, embora previsse a figura dos Comits de Bacia

    Hidrogrfica e das Agncias de Bacia Hidrogrfica enquanto

    integrantes do SEGRH (Art.17), bem como inclusse a Cobrana pelo

    Uso de Recursos Hdricos dentre seus instrumentos de gesto (Art.8),

    a referida lei sofreu importantes vetos pelo Governo Estadual, como o

    do art.12 que tratava dessa Cobrana.

    Assim, com o advento da Lei Federal 9.433/1997, a lei mineira de

    recursos hdricos teve que ser adequada, resultando na edio da

    atual Lei 13.199, de 29 de janeiro de 1999, sendo a mesma

    regulamentada pelo Decreto 41.578, de 08 de maro de 2001. Os

    fundamentos dessa Lei esto dispostos em seus artigos 2 e 3:

    Art. 2 - A Poltica Estadual de Recursos Hdricos

    visa a assegurar o controle, pelos usurios atuais e

    futuros, do uso da gua e de sua utilizao em

    quantidade, qualidade e regime satisfatrios.

    Art. 3 - Na execuo da Poltica Estadual de

    Recursos Hdricos, sero observados:

    I - o direito de acesso de todos aos recursos hdricos,

    com prioridade para o abastecimento pblico e a

    manuteno dos ecossistemas;

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 18

    II - o gerenciamento integrado dos recursos hdricos

    com vistas ao uso mltiplo;

    III - o reconhecimento dos recursos hdricos como

    bem natural de valor ecolgico, social e econmico,

    cuja utilizao deve ser orientada pelos princpios

    do desenvolvimento sustentvel;

    IV - a adoo da bacia hidrogrfica, vista como

    sistema integrado que engloba os meios fsico,

    bitico e antrpico, como unidade fsico-territorial

    de planejamento e gerenciamento;

    V - a vinculao da cobrana pelo uso dos recursos

    hdricos s disponibilidades quantitativas e

    qualitativas e s peculiaridades das bacias

    hidrogrficas;

    VI - a preveno dos efeitos adversos da poluio,

    das inundaes e da eroso do solo;

    VII - a compensao ao municpio afetado por

    inundao resultante da implantao de

    reservatrio ou por restrio decorrente de lei ou

    outorga relacionada com os recursos hdricos;

    VIII - a compatibilizao do gerenciamento dos

    recursos hdricos com o desenvolvimento regional e

    com a proteo do meio ambiente;

    IX - o reconhecimento da unidade do ciclo

    hidrolgico em suas trs fases: superficial,

    subterrnea e meterica;

    X - o rateio do custo de obras de aproveitamento

    mltiplo, de interesse comum ou coletivo, entre as

    pessoas fsicas e jurdicas beneficiadas;

    XI - a gesto sistemtica dos recursos hdricos, sem

    dissociao dos aspectos de quantidade e

    qualidade;

    XII - a descentralizao da gesto dos recursos

    hdricos;

    XIII - a participao do poder pblico, dos usurios e

    das comunidades na gesto dos recursos hdricos.

    Alm de reproduzir os seis instrumentos de gesto12 previstos na

    Poltica Nacional de Recursos Hdricos, a Lei 13.199/99 acresceu em

    seu artigo 9 mais outros trs instrumentos: o Plano Estadual de

    Recursos Hdricos; o rateio de custos das obras de usos mltiplos, de

    interesse comum ou coletivo e as penalidades. J os objetivos do

    Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hdricos SEGRH-MG

    esto dispostos no artigo 32:

    12

    I - Planos de Recursos Hdricos; II - enquadramento dos corpos de gua em classes,

    segundo os usos preponderantes da gua; III - outorga dos direitos de uso de recursos hdricos; IV - cobrana pelo uso de recursos hdricos; V - compensao a Municpios; VI - Sistema de Informaes sobre Recursos Hdricos.

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 19

    Art. 32 - O SEGRH-MG tem os seguintes objetivos:

    I - coordenar a gesto integrada e descentralizada

    das guas;

    II - arbitrar administrativamente os conflitos

    relacionados com os recursos hdricos;

    III - implementar a Poltica Estadual de Recursos

    Hdricos;

    IV - planejar, regular, coordenar e controlar o uso, a

    preservao e a recuperao de recursos hdricos do

    Estado;

    V - promover a cobrana pelo uso de recursos

    hdricos.

    E a composio do SEGRH-MG, segundo o artigo 2 do Decreto

    41.578/01, est assim definida:

    Art. 2 - Integram o SEGRH-MG:

    I - a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e

    Desenvolvimento Sustentvel - SEMAD, rgo

    central coordenador;

    II - o Conselho Estadual de Recursos Hdricos - CERH-

    MG, rgo deliberativo e normativo central;

    III - o Instituto Mineiro de Gesto das guas - IGAM,

    rgo gestor;

    IV - os Comits de Bacia Hidrogrfica de rios de

    domnio estadual; rgos deliberativos e

    normativos na sua rea territorial de atuao;

    V - as Agncias de Bacias Hidrogrficas e as

    entidades a elas equiparadas13 - unidades

    executivas descentralizadas;

    VI - os rgos e entidades dos poderes estadual e

    municipais cujas competncias se relacionem com a

    gesto dos recursos hdricos14.

    Em seguida, sero delineadas as competncias dos entes integrantes

    do SEGRH-MG15. Ademais, cabe meno de destaque, enquanto

    13

    No mbito federal, as nomenclaturas utilizadas, respectivamente, so Agncias de guas e Entidades Delegatrias. 14

    Conforme prev a Lei 13.199/99, em seu art. 33, pargrafo nico, o Poder Executivo disciplinar, mediante decreto, as atribuies de rgos e entidades da administrao pblica estadual incumbidos de exercer aes ou atividades relacionadas com a gesto de recursos hdricos. 15

    A Lei Delegada n. 125, de 25 de janeiro de 2007, instituiu o Sistema Estadual de

    Meio Ambiente e Recursos Hdricos SISEMA, sendo posteriormente revogada pela Lei Delegada n 180, de 20 de Janeiro de 2011,que dispe sobre a estrutura orgnica da Administrao Pblica do Poder Executivo do Estado de Minas. A Lei Delegada n. 180 de 2011, em seu art. 202, estabeleceu os seguintes rgos e entidades integrantes do SISEMA: I - a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel - SEMAD; II - o Conselho Estadual de Poltica Ambiental - COPAM; III - o Conselho Estadual de Recursos Hdricos - CERH; IV - a Fundao Estadual do Meio Ambiente - FEAM; V - o Instituto Mineiro de Gesto das guas - IGAM; VI - o Instituto Estadual de Florestas - IEF; VII - os ncleos de gesto ambiental das demais Secretarias de Estado; VIII - a Polcia Ambiental da Polcia Militar de Minas Gerais; IX - os comits de bacias hidrogrficas; e X - as agncias de bacias hidrogrficas.

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 20

    legislao pertinente matria, a Lei 13.771, de 11 de dezembro de

    2000, que dispe sobre a administrao, a proteo e a conservao

    das guas subterrneas de domnio Estado.

    3.4. Arranjo Institucional

    O SEGRH-MG tem como seu rgo central coordenador a Semad, cuja

    organizao est disposta no Decreto n. 45.824, de 20 de dezembro

    de 2011. Sua finalidade planejar, organizar, dirigir, coordenar,

    executar, controlar, fiscalizar e avaliar as aes setoriais a cargo do

    Estado, relativas proteo e defesa do meio ambiente, ao

    gerenciamento dos recursos hdricos e articulao das polticas de

    gesto dos recursos ambientais, com vistas ao desenvolvimento

    sustentvel, propondo diretivas e deliberaes normativas ao CERH-

    MG e o Conselho Estadual de Poltica Ambiental COPAM16. Em

    conjunto com a Secretaria de Estado de Planejamento e Gesto

    Seplag compete-lhe formular, em nvel estratgico, planos, programas

    e projetos referentes preservao, conservao e ao uso

    16

    De acordo com o Decreto 41.578 de 2001, em seu art.7, a compatibilizao das normas de gesto dos recursos hdricos e de gesto ambiental se dar com o estabelecimento, mediante deliberao normativa conjunta, de critrios e normas gerais em matrias afetas a ambos os colegiados, em especial, sobre as competncias das cmaras especializadas; o enquadramentos dos corpos de gua em classes, segundo seus usos preponderantes; licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos pblicos e privados, capazes de impactar as colees hdricas, bem como as que envolvam o uso outorgvel dos recursos hdricos e sobre a outorga dos direitos de uso de recursos hdricos para empreendimentos de grande porte e potencial poluidor.

    sustentvel dos recursos hdricos, proteo de mananciais e gesto

    ambiental de bacias hidrogrficas. A estrutura orgnica da Semad est

    configurada no organograma abaixo (Figura 3).

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 21

    Fonte: http://www.meioambiente.mg.gov.br/images/stories/organograma/2012/2/semad.jpg

    Figura 3: Organograma da SEMAD.

  • Gesto dos Recursos Hdricos

    1 Relatrio de Gesto e Situao dos Recursos Hdricos de Minas Gerais 22

    O CERH-MG o rgo colegiado deliberativo e normativo central do

    SEGRH-MG composto, de forma paritria, por representantes do

    poder pblico estadual e municipal, dos usurios e de entidades da

    sociedade civil ligadas aos recursos hdricos17. Sua estrutura

    constituda de: Presidncia, a cargo do Secretrio de Meio Ambiente e

    Desenvolvimento Sustentvel; Secretaria Executiva, a cargo do

    Secretrio Adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel;

    Plenrio, sua instncia de deliberao, e por trs Cmaras Tcnicas, de

    carter permanente: Institucional e Legal - CTIL, de Instrumentos de

    Gesto CTIG, de Planos CTPLAN, alm de uma Comisso

    Permanente de Fiscalizao e Acompanhamento do Repasse dos

    Recursos Arrecadados com a Cobrana pelo Uso de Recursos Hdricos

    no Estado de Minas Gerais. Seu regimento interno, estabelecido pela

    Deliberao Normativa CERH-MG n. 01, de 17 de agosto de 1999,

    atribui-lhe as seguintes competncias:

    Art. 4 Ao CERH-MG compete:

    I estabelecer os princpios e as diretrizes da

    Poltica Estadual de Recursos Hdricos a serem

    observados pelo Plano Estadual de Recursos

    Hdricos e pelos Planos Diretores de Bacias

    Hidrogrficas;

    II aprovar o Plano Estadual de Recursos Hdricos e