relatório de gestão 2011 - 2015
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RELATRIODE
GESTO
2011
2015
SADEMENTALNOSUS
CUIDADOEMLIBERDADE,DEFESADEDIREITOS
EREDEDEATENOPSICOSSOCIAL
MINISTRIODASADE
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MINISTRIODASADE
SecretariadeAtenoSade
DepartamentodeAesProgramticasEstratgicas
SADEMENTALNOSUS
CUIDADOEMLIBERDADE,DEFESADEDIREITOS
EREDEDEATENOPSICOSSOCIAL
RELATRIODEGESTO20112015
BrasliaDF
2016
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Elaborao,distribuioeinformaes
CoordenaoGeraldeSadeMental,lcooleOutrasDrogasDepartamentodeAesProgramticasEstratgicas(Dapes)SecretariadeAtenoSade(SAS)
Ministrioda
Sade
(MS)
SetordeAutarquiaFederalSul(SAF/SUL),Trecho2,Lote05/06,) EdifcioPremium,BlocoF,Torre2,sala13Brasilia,DFCEP:70.070600
Contatos:TelefoneGeral:(5561)3315.9144Email:[email protected]
Redao,dadoseorganizaodoRelatrio:
EquipedaCoordenaoGeraldeSadeMental,lcooleOutrasDrogas/DAPES/SAS/MS:Adlia Benetti de Paula Capistrano Alexandre Teixeira Trino Ana Carolina da Conceio Andrea BorghiMoreiraJacintoAretuzaSantosdeOliveiraFreitasBarbaraCoelhoVazCsarHenriquedosReisCinthiaLociksde Arajo Clarisse Moreira Al Claudio Antnio Barreiros Daniel Adolpho Daltin Assis Daniela Piconez eTrigueiros Debora Estela Massarente Pereira Enrique Arajo Bessoni Fernanda Rodrigues da Guia FloraMoura Lourenzo Gabriela Hayashida Isadora Simes de Souza Izadora Isa Soares Luz Janaina BarretoGonalvesJaquelineTavaresdeAssisHinaraHelenaSilvaPereiradeSouzaIvanaGomesdeAlmeidaJuliannaGodinho Dale Coutinho June Correa Borges Scafuto Kayan Vogado Alves Karen Costa Oliva Keyla KikushiCmara LarissadeAndradeGonalves LeisenirdeOliveira MarcelHenriquedeCarvalho Mariana da CostaSchorn Marina Rios Amorim Michaela Batalha Juhasova Milena Leal Pacheco Ndia Maria Silva Pacheco
Patricia
Portela
de
Aguiar
Patrcia
Santana
Santos
Paula
Silva
Oliveira
Pedro
de
Lemos
MacDowell
Pedro
Henrique Marinho Carneiro Polliana Barbosa da Rocha Pollyanna Fausta Pimentel de Medeiros Raquel deAguiar Alves Raquel Turci Pedroso Roberto Tykanori Kinoshita Rubia Cerqueira Persequini Samia AbreuOliveiraTaiaDuarteMotaThaisSoboslaiThiagoMonteiroPithonVivianePaulaRocha
Arte da Capa e Contracapa: Obra de Maria do Socorro Santos, pintora e militante do Movimento da LutaAntimanicomialdoRiodeJaneiro,quefaleceuemmarode2005.Direitos autorais: Projeto Maria do Socorro Santos/Instituto Franco Basaglia/Projeto Transverses ESS/UFRJ.
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. DAPES. Coordenao Geral de Sade Mental,lcooleOutrasDrogas.
SadeMentalnoSUS:CuidadoemLiberdade,DefesadeDireitoseRededeAtenoPsicossocial.RelatriodeGesto20112015.MinistriodaSade:Braslia.Maio,2016,143p.
Versopreliminar1,fechadaem09/06/2016
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LISTADESIGLAS
ABAtenoBsica
ACSAgenteComunitriodeSade
AIH AutorizaodeInternaoHospitalarAIH
Anvisa
AgnciaNacional
de
Vigilncia
Sanitria
ATSM reaTcnicadeSadeMentaldoMinistriodaSade
BPA/CBoletimdeProduoAmbulatorialConsolidado
BPA/I BoletimdeProduoAmbulatorialIndividualizado
CAB34 CadernodeAtenoBsican34sademental
CAPSCentrodeAtenoPsicossocial
CATCasadeAcolhimentoTransitrio
CDPD ConvenoInternacionaldasNaesUnidassobreosDireitosdasPessoascomDeficincia
Cebas CertificaodasEntidadesBeneficentesdeAssistnciaSocial
CGMADCoordenaoGeraldeSadeMental,lcooleoutrasDrogas
CGPC CoordenaoGeraldePromoodaCidadania
CGPDS CoordenaodePromoodosDireitosSociais
CGSI CoordenaoGeraldeSistemasdeInformao/DRAC/SAS/MS
CIF ClassificaoInternacionaldeFuncionalidades,IncapacidadeseSade
CIRComissoIntergestoresRegional
CISM
ComissoIntersetorial
de
Sade
Mental
CIST CadastrodeInclusoSocialpeloTrabalho
CNES CadastroNacionaldeEstabelecimentodeSade
CNMP ConselhoNacionaldoMinistrioPublico
CnRConsultrionaRua
CNS ConselhoNacionaldeSade
Coasa CoordenaodeAcompanhamentodasAesdeSadeeSeguranaAlimentar
Cogem
Coordenao
de
Gnero
e
Assuntos
Geracionais
Conad ConselhoNacionaldePolticasSobreDrogas
Conasems ConselhoNacionaldeSecretriosMunicipaisdeSade
Conass ConselhoNacionaldeSecretriosdeSade
CONTRANConselhoNacionaldeTrnsito
COPOLAD CooperationProgrammeonDrugsPoliciesbetweenLatinAmericaandtheEuropeanUnion
COPPE/UFRJ Instituto Alberto Luiz Coimbra de Psgraduao e Pesquisa de Engenharia da Universidade
FederaldoRiodeJaneiro
Cosems ConselhodeSecretriosMunicipaisdeSade
CTComunidadeTeraputica
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DAB DepartamentodeAtenoBsica
Dahu DepartamentodeAtenoHospitalareUrgncias
Dasi DepartamentodeAtenoSadeIndgena
Datasus DepartamentodeInformticadoSUS
DCNT
DoenasCrnicas
No
Transmissveis
Deges DepartamentodeGestodaEducaonaSade
Demas DepartamentodeMonitoramentoeAvaliaodoSUS/SE/MS
DenasusDepartamentoNacionaldeAuditoriadoSUS
DEPEN DepartamentoPenitencirioNacional/MJ
DPDS DiretoriadePromooaoDesenvolvimentoSocial
Drac DepartamentodeRegulao,AvaliaoeControledeSistemas/SAS/MS
DSEI DistritosSanitriosEspeciaisIndgenas
EADEducaoDistncia
ECA EstatutodaCrianaedoAdolescente
ECAR SistemadePlanejamentoeMonitoramento
eCR EquipedeConsultrionaRua
ECT eletroconvulsoterapia
Enraps EncontrodeNacionaldeRedesdeAtenoPsicossocialdoSUS
ESFEstratgiadeSadedaFamlia
eSF
Equipe
de
Sade
da
Famlia
EUDAP EuropeanDrugAddictionPreventionTrial
FCES FichaCadastraldeEstabelecimentodeSade
FIOCRUZ FundaoOsvaldoCruz
FORMSUS servioparacriaodeformulriosnawebdoDatasus
FUNAD FundoNacionalAntidrogas
FUNAI FundaoNacionaldondio
GBG
Good
Behavior
Game
GUIAAD GuiaEstratgicoparaoCuidadodePessoascomnecessidadesrelacionadasaoconsumodelcool
eoutrasdrogas
GTGrupodeTrabalho
GTI GrupodeTrabalhoIntersetorial
HCTP HospitaldeCustdiaeTratamentoPsiquitrico
IBGE InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatstica
IDHM ndicedeDesenvolvimentoHumanoMunicipal
IES InstituiesdeEducaoSuperior
IPCA ndiceNacionaldePreosaoConsumidorAmplo
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Ipea InstitutodePesquisaEconmicaAplicada
LBI LeiBrasileiradeInclusodaPessoacomDeficincia
LDO LeideDiretrizesOramentrias
LGBTLsbicas,Gays,Bissexuais,TravestiseTransexuais
LOA
LeiOramentria
Anual
MDSMinistriodoDesenvolvimentoSocialeCombateFome
MEMunicpioElegvel
MECMinistriodaEducao
MinCMinistriodaCultura
MJ MinistriosdaJustia
MSMinistriodaSade
MTEMinistriodoTrabalhoeEmprego
NasfNcleodeAtenoSadedaFamlia
NuteEUFSC NcleoMultiprojetosdeTecnologiaEducacionaldaUniversidadeFederaldeSantaCatarina
OEA OrganizaodosEstadosAmericanos
ONU OrganizaodasNaesUnidas
OPAS/OMS OrganizaoPanAmericanadeSade OrganizaoMundialdaSade
PAB PisodeAtenoBsica
Pacs ProgramadeAgentesComunitriosdeSade
PAR
Planode
Ao
Regional
PETSade ProgramadeEducaopeloTrabalhoparaaSade
PMAQAB ProgramadeMelhoriadoAcessoeQualidadedaAtenoBsica
PNAISARI PolticaNacionaldeAtenoIntegralSadedeAdolescentesemConflitocomaLei,emRegime
deInternaoeInternaoProvisria
PNAISP Poltica Nacional de Ateno Integral Sade das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema
Prisional
PNASH/Psiq
Programa
Nacional
de
Avaliao
dos
Servios
Hospitalares/Psiquiatria
PNEPS PolticaNacionaldeEducaoPermanenteemSade
PNH PolticaNacionaldeHumanizao
PNPS PolticaNacionaldePromoodaSade
PNS PlanoNacionaldeSade
PnudProgramadasNaesUnidasparaoDesenvolvimento
PO ProgramasOramentrios
PPA PlanoPlurianual
PREVINE ICongressoInternacionaldePrevenodosProblemasRelacionadosaoUsodeDrogas
PRH ProgramaAnualdeReestruturaodaAssistnciaHospitalarPsiquitricanoSUS
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PronacoopSocial ProgramaNacionaldeApoioaoAssociativismoeCooperativismoSocial
PSE ProgramaSadenaEscola
PTSProjetoTeraputicoSingular
PVCProgramadeVoltaparaCasa
RAADH
Reuniode
Altas
Autoridades
em
Direitos
Humanos
RAAS RegistrodasAesAmbulatoriaisdeSade
RAPSRededeAtenoPsicossocial
RASRedesdeAtenoSade
RDReduodeDanos
RDCResoluodaDiretoriaColegiada
RHS RedeHumanizaSUS
RUERededeAtenosUrgncias
Saips SistemadeApoioImplementaodePoliticasdeSade
SamuServiodeAtendimentoMveldeUrgncia
SARR ServiosdeAtenoemRegimeResidencial
SASSecretariadeAtenoSade
SAV SuporteAvanadodeVida
SBV SuporteBsicodeVida
SDH SecretariadosDireitosHumanos
Senad
Secretaria
Nacional
de
Polticas
Sobre
Drogas
do
Ministrio
da
Justia
Senaes SecretariaNacionaldeEconomiaSolidria/TEM
Senasp SecretariaNacionaldeSeguranaPblica/MJ
Sesai SecretariaEspecialdeSadeIndgena
SFP StrengtheningFamiliesProgram
SGTES SecretariadeGestodoTrabalhoedaEducaonaSade
SGEP SecretariadeGestoEstratgicaeParticipativa
SIA/SUS
Sistema
de
Informaes
Ambulatoriais
SIH/SUS SistemadeInformaesHospitalaresdoSUS
Sinase SistemaNacionaldeAtendimentoSocioeducativo
Sinpas SistemaNacionaldePrevidnciaeAssistnciaSocial
Sismob SistemadeMonitoramentodeObrasFundoaFundo
SisnadSistemaNacionaldePolticasPblicassobreDrogas
Sisprofns SistemadePropostasFundoaFundo
SNJ SecretariaNacionaldaJuventude
SNPDCA SecretariaNacionaldeDireitosHumanos/SDH
SRTServioResidencialTeraputico
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Suas SistemanicodeAssistnciaSocial
SUPERA Sistemaparadetecodousoabusivoedependnciadesubstnciaspsicoativas:encaminhamento,
intervenobreve,reinserosocialeacompanhamento
SUSSistemanicodeSade
SVS
Secretaria
de
Vigilncia
em
Sade
TEA TranstornosdoEspectrodoAutismo
TEDTermodeExecuoDescentralizada
Tepac TpicosEspeciaisdePoliciamentoeAesComunitrias
TETOMACTetoFinanceirodeMdiaeAltaComplexidade
UAUnidadedeAcolhimento
UAAUnidadedeAcolhimentoAdulta
UAiUnidadedeAcolhimentoInfantojuvenil
UBS UnidadeBsicadeSade
UFRN UniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte
UFSC UniversidadeFederaldeSantaCatarina
Unasus UniversidadeAbertadoSUS
UnB UniversidadedeBraslia
UNGASS AssembleiaEspecialdaOrganizaodasNaesUnidas
Unifesp UniversidadeFederaldeSoPaulo
UNODC
Escritriodas
Naes
Unidas
sobre
Drogas
e
Crime
UPAUnidadedeProntoAtendimento
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Listadefiguras
Figura1.RegiesdeSadeBrasil.................................................................................................................8
Figura 2. Mapas Evoluo do Indicador de Cobertura de CAPS/100 mil habitantes (Brasil, dez/2006,
dez/2011edez/2015).................................................................................................................................46
Figura
3.
Distribuio
dos
(as)
alunos
(as)
formados
(as)
nos
trs
Cursos
Distncia
em
Sade
Mental
por
curso(Brasil,dez/2014)............................................................................................................................113
Figura4.Nmerodeprofissionaistituladoscomoenfermeirosespecialistasemsadementalporestado
(2015)........................................................................................................................................................114
Listadegrficos
Grfico 1. Evoluo do investimento financeiro federal nos Centros de Ateno Psicossocial (Brasil,
dez/2002adez/2015).................................................................................................................................25
Grfico 2. Srie histrica de expanso dos CAPS (Brasil, dez/1998 a
2015)...........................................................................................................................................................45
Grfico 3. Srie histrica Indicador de Cobertura de CAPS/100 mil habitantes, por regio (Brasil,
dez/2002adez/2015)................................................................................................................................48
Grfico 4. Evoluo dos registros de procedimentos ambulatoriais em sade mental aprovados e
estimativadaproduosemantidaatendnciaanterior.Brasil,2008 2014.........................................55
Grfico5.SriehistricahabilitaoServiosResidenciaisTeraputicos20132015................................65
Grfico6.
Nmero
Beneficirios
Programa
de
Volta
para
Casa
2003
2015............................................66
Grfico 7. Srie histrica percentual de Hospital Psiquitrico por porte (Brasil, dez/2002
dez/2015)....................................................................................................................................................68
Grfico8.LeitosSUSemhospitaispsiquitricosporano(Brasil,dez/2002adez/2015)..........................69
Grfico9.Repassesderecursosfederaisdeincentivofinanceiroparaodesenvolvimentodeestratgias
docomponenteReabilitaoPsicossocial(Brasil,2005a2013)................................................................72
Grfico 10. Repasses de recursos federais de incentivo para as Chamadas de Protagonismo e
ReabilitaoPsicossocialde2012e2013,porRegiodoBrasil.................................................................73
ListadeQuadros
Quadro1.ComponentesdaRededeAtenoPsicossocialRAPS..............................................................9
Quadro2.PortariasinstituioGruposCondutoresEstaduaisdaRAPSporestado.................................11
Quadro3.ReduoparmetropopulacionalparaimplantaodeCAPS.................................................47
Quadro 4. Audincias Pblicas na Cmara Legislativa e Senado Federal com participao da
CGMAD.......................................................................................................................................................97
Quadro5.ProduesTcnicasnoCampodelcooleoutrasDrogasentre20112015............................98
Quando6.MdulosdaIChamadaProjetoPercursosFormativosdaRAPS.............................................111
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Listadetabelas
Tabela1.PactuaoPlanosdeAodaRAPSporestado..........................................................................12
Tabela2.EmendasParlamentaresdesignadasCGMAD(Brasil,20112015)...........................................26
Tabela
3.
Propostas
de
construo
aprovadas
por
programa,
por
ano
e
por
insero
de
Ordem
de
Servio(Brasil,2015)..................................................................................................................................31
Tabela 4. Total de propostas aprovadas por programa e por emenda, por tipo (Brasil, 2013 a
2015)...........................................................................................................................................................31
Tabela5.Totaldepropostasaprovadasporprogramaeporemenda,portipoeporUF(Brasil,2013a
2015)..........................................................................................................................................................32
Tabela6.VagasofertadasdoCursodeFormaoCaminhosdoCuidado,porUF(Brasil,2015)...............40
Tabela 7. Srie histrica do nmero de CAPS habilitados no Brasil por Tipo (Brasil, dez/2006 a
2015)...........................................................................................................................................................49
Tabela8.DistribuiodosCAPSporMunicpioElegvel(ME),endemunicpioscomCAPSHabilitado
porUF(Brasil,dez/2006a2015)................................................................................................................50
Tabela9.UnidadesdeAcolhimentohabilitadas(Brasil,2015)..................................................................61
Tabela 10. Servios Hospitalares de Referncia com leitos de sade mental, lcool e outras drogas
habilitadoporUF(dez/2015)......................................................................................................................63
Tabela 11. Iniciativas de gerao de trabalho e renda, empreendimentos econmicos solidrios e
cooperativassociais
da
RAPS
(Brasil,
dez/2005
a
dez/2013)......................................................................74
Tabela12.Alcanceemnmerosdeescolas,educadoreseeducandosporterritrionoPrpilotodoGBG
(JogoElos)emnmeros 2013..................................................................................................................89
Tabela13.Alcanceemnmerosdeescolas,educadores,turmaseeducandosporterritrionoPilotodo
JogoElos 2014..........................................................................................................................................89
Tabela 14. Alcance em nmero de escolas, turmas e educandos por territrio no Piloto Jogo Elos
2015............................................................................................................................................................90
Tabela15.Alcanceemnmerosdeescolas,professores,turmaseeducandosporterritrionoPrpiloto
Unplugged #Tamojunto 2013............................................................................................................91
Tabela16.Alcanceemnmerosdeescolas,professores,profissionaisdasade,turmaseeducandospor
territriodo#Tamojunto 2014.............................................................................................................91
Tabela 17. Alcance em nmeros de escolas, professores, turmas, educandos, profissionais da sade,
multiplicadoreslocaisporterritriodo#Tamojunto 2015......................................................................92
Tabela 18. Alcance em nmeros de grupos e famlias, por territrio por territrio no Prpiloto do
FortalecendoFamlias 2013......................................................................................................................93
Tabela 19. Alcance em nmeros de facilitadores, grupos e famlias por territrio no Piloto do
FortalecendoFamlias 2014.....................................................................................................................94
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Tabela 20. Alcance em nmeros de facilitadores, grupos e famlias por territrio no Piloto do
FortalecendoFamlias 2015.....................................................................................................................94
Tabela21.ResumodosprogramasdePETSadeMentalapoiadosentre2011e2015..........................107
Tabela22.NmerodeprogramasdePETSadeMentalapoiadosporUFentre2011e2015................108
Tabela
23.
Programas
de
Residncia
Mdica
em
Psiquiatria
e
Psiquiatria
da
Infncia
e
Adolescncia
por
ano............................................................................................................................................................109
Tabela24.ProgramasdeResidnciaMultiprofissionalemSadeMentalporano................................109
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SUMRIO
Apresentao...................................................................................................................................... 1
1.1.ticaecuidado............................................................................................................................. 2
1.1.Desinstitucionalizao............................................................................................................... 2
1.2.Reabilitao
Psicossocial............................................................................................................ 4
1.3.ReduodeDanos..................................................................................................................... 5
2.GestodaPoltica............................................................................................................................ 7
2.1.RegionalizaoeTerritrios....................................................................................................... 7
2.2.14e15ConfernciasNacionaisdeSade............................................................................... 22
2.3.FinanciamentoemSadeMental,lcooleOutrasDrogasnoSUS................................................ 24
2.4.GestodaInformaoeComunicao....................................................................................... 28
2.5.ProgramaCrack,PossvelVencer............................................................................................ 29
3.IEncontroNacionaldeRedesdeAtenoPsicossocialdoSUS(ENRAPS)............................................. 34
4.RededeAtenoPsicossocial RAPS............................................................................................... 36
4.1.AtenoBsicaemSade......................................................................................................... 36
4.2.AtenoPsicossocialEstratgica............................................................................................... 44
4.3.AtenodeUrgnciaeEmergncia........................................................................................... 57
4.4.AtenoResidencialdeCarterTransitrio................................................................................ 59
4.5.AtenoHospitalar.................................................................................................................. 62
4.6.EstratgiasdeDesinstitucionalizao........................................................................................ 64
4.7.EstratgiasdeReabilitaoPsicossocialedeFortalecimentodoProtagonismodeUsuriose
FamiliaresdaRAPS........................................................................................................................ 71
5. TemastransversaisdaPolticaNacionaldeSadeMental,lcooleoutrasDrogas........................... 79
5.1. AesjuntosPopulaesTradicionais................................................................................ 79
5.2. PopulaesemvulnerabilidadeeaequidadenoacessoSadeMental................................. 83
5.3. AesrelacionadasaocampodelcooleOutrasDrogas........................................................ 85
5.4 Aes
relacionadas
ao
pblico
Infantojuvenil...................................................................... 1025.5 AesdeFormaoeEducaoPermanente....................................................................... 106
5.6 DireitoQualidade(QualityRights)..................................................................................... 115
5.7 ParceriasInternacionais.................................................................................................... 116
Anexos........................................................................................................................................... 117
AnexoI:CartadaXIIIReuniodoColegiadodeCoordenadoresdeSadeMental.............................. 117
AnexoII:RelatrioFinalDoXVIIIColegiadoNacionaldeCoordenadoresdeSadeMental,lcooleoutras
Drogas........................................................................................................................................ 118
AnexoIII:LegislaodaCoordenaoGeraldeSadeMental,lcooleoutrasDrogasreferentesao
perodoentre2011e2015........................................................................................................... 131
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AnexoIV:RESUMOEXECUTIVORelatriodeGesto20112015.................................................... 132
RefernciasBibliogrficas............................................................................................................. 141
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Apresentao
Este relatrio registra os principais avanos, diretrizes e desafios da implantao da PolticaNacionaldeSadeMental,duranteoperodode20112015,emtermosde legislao,ampliaodo
acesso,
qualificao
do
cuidado
e
gesto
da
poltica,
com
vistas
a
subsidiar
a
continuidade
dos
processosdereformaemtodasasesferasdegesto.O Ministrio da Sade, por meio da Coordenao Geral de Sade Mental, lcool e Outras
Drogas (CGMAD), trabalha desde o incio da dcada de 1990 na construo de instrumentos para ainduodaimplantaodomodelodeatenosadementaldebasecomunitria,orientadoparaadefesa e promoo dos direitos humanos das pessoas com necessidades decorrentes de sofrimentopsquico e/ou decorrentes do uso de lcool e outras drogas, no mbito do Sistema nico de Sade(SUS).
Um importante marco dessa trajetria, na gesto atual, a publicao do Decreto n7.508/2011 que estabeleceu a exigncia da ateno psicossocial como um dos requisitos para ainstituio das Regies de Sade e para a organizao das Redes de Ateno Sade (RAS),
considerandoa
necessidade
de
que
o
SUS
oferea
uma
rede
de
servios
de
integrada,
articulada
e
resolutiva.
Nessesentido,instituiuseaRededeAtenoPsicossocial(RAPS)pormeiodapublicaodaPortarian3.088/2012baseadanosprincpiosediretrizesdoSUSedaPolticaNacionaldeSadeMental,lcooleOutras Drogas. Esperase que o fortalecimento da RAPS promova a oferta qualificada de atenointegralecontinua,demodoaproduzirtransformaonasrealidadessociaisemproldocuidadoemliberdade, de equidade, de tolerncia s diferenas, de ampliao da autonomia e de garantia dedireitoshumanosedecidadania.
No caminhar das construes tcnicopolticas desse perodo, podemos destacar doisimportantes marcos: a nfase e o redirecionamento do olhar sobre as questes relacionadas aosproblemas decorrentesdo uso das drogas lcitas e ilcitas, e a contnua mobilizao e articulaointerfederativa(Unio,Estadosemunicpios)paraaceleraodosprocessosde desinstitucionalizao.
Ambos
destaques
trouxeram
como
desafios
a
necessidade
de
ampliao
de
estratgias
paraqualificaodocuidadonosterritrios,ampliaodaimplantaodospontosdeatenodaRAPSeo
fortalecimentoda articulaointersetorialcomdiversosatoresdasociedade.Aconstruodasaesqueseroapresentadascontoucomacolaboraodediversosatores
nacionais e internacionais e com a participao de usurios e familiares, num amplo processo dedebates e construo coletiva no sentido de dar continuidade a histria da reforma psiquitricabrasileira que at o presente momento pode ser marcada pela experincia concreta dos territriosorientandoasdiretrizesdapoltica.
Oprimeirocaptulo,intituladodeticadoCuidado,abordaquestesreferentesaosprincpiosediretrizesparaocuidadonocampodasademental,lcooleoutrasdrogas.Nosegundo,GestodaPoltica, so descritos os processos colegiados de construo da poltica com os territrios,
financiamento,informao
e
comunicao
em
sade
mental
e
o
Programa
Crack.
No
terceiro
captulo
apresentado o I Encontro Nacional de Redes de Ateno Psicossocial do SUS e no quarto, oscomponentesdaRAPSeaesvinculadasaosseuspontosdeateno.Finalmente,noquintocaptulo,Temas Transversais da RAPS,encontramse as Aes junto a Povos Indgenas e PopulaesTradicionais, PopulaesemvulnerabilidadeeEquidadedoacesso,Aesrelacionadasaocampodelcool e outras drogas e ao pblico infantojuvenil, Formao e educao permanente, Direito Qualidade(QualityRights)eParceriasInternacionais.SegueaindaemanexooResumoExecutivodesteRelatrio(anexoIV).
Braslia,maiode2016.
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1.1.ticaecuidado
O Brasil, enquanto signatrio da Declarao Universal de Direitos Humanos e da ConvenodosDireitosdasPessoascomDeficincia(CDPD),temsidoticaepoliticamentecoerentecomessescompromissosnombitodoSistemanicodeSade(SUS).Nessesentido,temsebuscadoproduzirnas diretrizes da atual poltica de sade mental, instrumentos de fomento e garantia de direitos,
especialmenteno
que
se
refere
s
construes
histricas
do
campo
da
Reforma
Psiquitrica
brasileira.
Asadeconstituiumdireitofundamental,sendotemacrucialparaacompreensodoEstadoDemocrtico de Direito, do tipo de sociedade em que se vive e dos avanos que se almejam comrelao evoluo das garantias e direitos fundamentais dos indivduos. Nesse sentido, as polticasassistenciaisassumemocompromissodesuperarformaspunitivaseexcludentespormeiodeprticasinclusivaseintegrais.
OcompromissoticonocontextodasaesdecuidadonoSUSvem,aolongodasuahistria,sendo pautado em legislaes consonantes com os preceitos da Reforma Sanitria e ReformaPsiquitricaBrasileira.
APolticaNacionaldeSadeMental,lcooleOutrasDrogas,combasenasLeisn10.216/01,n 10.708/03 e n 11.343/06, configurouse como uma politica de Estado alinhada aos princpios e
diretrizesde
organismos
internacionais
que
objetivam
o
alcance
do
maior
grau
possvel
de
sade
por
todosospovos.
AsalvaguardadedireitoshumanosedecidadaniaqueaLei10.2016/01trouxeapossibilidadereal de transformaes de relaes e paradigmas, desde seu processo de formulao at os diasatuais, principalmente quando se aplica e/ou considera a lei nas aes do cotidiano. Podemos dizerque,sobretudo,elaafirmaousuriocomosujeitodedireitos,cabendoaoEstadopromoverespaosde participao poltica e de protagonismo, reconhecendo em suas aes a autonomia e asmanifestaesdosmovimentossociais.
1.1.DESINSTITUCIONALIZAO
A
Poltica
Nacional
de
Sade
Mental
brasileira
tem
como
eixo
organizador
a
desinstitucionalizao, compreendida como um processo complexo que envolve no apenas adesospitalizao de moradores de hospitais psiquitricos, mas fundamentalmente a construo decondiesefetivasparaumcuidadocomunitriocontnuoequalificadoparatodososquenecessitemdeateno,tratamento,reabilitaoereinserosocial.
Estoimplicadasnodireitovidacomunitriaesocialdepessoascomtranstornosmentais:a)amontagemderedesamplasediversificadasdebaseterritorial;b)aconstruonasociedadedeumanovasensibilidadeculturalparaaquestodaloucura;c)aproduodeconhecimentocientficoedeoutros saberes oriundos da cultura relacionados inovao do cuidado; d) a oferta de qualificaopermanenteparaosoperadoresdamudana;e)aaberturaegarantiadecondiessustentveisparaa participao e protagonismo dos usurios e familiares, e f) o compromisso das esferas de gesto
pblica,
diretamente
ligadas
ao
tema,
para
conduzir
e
mediar
os
inevitveis
conflitos
que
seapresentamnoprojetoticopolticodeconstruodeumlugarsocialparaaloucura.
O processo de mudana de modelo assistencial encontrase em curso e apresenta amplaparticipao social, com destacado protagonismo de usurios e familiar. A atuao dos movimentossociaisnacrticasinstituiesasilaresesuasuperaoprticapormeiodenovosmodosdeorganizare trabalhar, gerando novas instituies e novas sociabilidades uma caracterstica do Brasil quediferenciaequalificaaPolticaNacionaldeSadeMentalbrasileiraevalorizadapelaOMSeOPAS.
Sugerimos cinco chaves de leitura para a compreenso da importncia do processo dedesinstitucionalizaoemtodososnveis.Essascincodimensessofundamentaisparaasuperaodomodeloasilar:
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3
OCircuitodeControle
Omanicmionopodesercompreendidosenoapartirdolugarqueocupaemumcircuitodecontrole, central no modo de funcionamento da nossa sociedade. Esse circuito envolve um amploconjuntodeinstituies(osistemadesade,osistemadeeducao,osistemadejustia,osistemade
assistncia
social,
entre
outros)
que
produzem
e
reproduzem
lgicas
de
normalizao
impositiva,
sempre envolvendo algum nvel de uso da fora. O manicmio ocupa nesse circuito uma posiofundamentalparaasustentaodomodelodenormalizao impositiva,eleo localdeescoamentodetodaafalhadosdemaissistemasdenormatizao(educao,justia,sade,assistnciasocialetc),e assume a condio de depositrio do no normal. Nesse sentido, exerce uma funoprimordialmentenegativa,caracterizandosecomoumainstituioderecluso,contenoeexclusode sujeitos que, em sua lgica, so considerados incurveis e sem valor social. Resumidamente, nalgica manicomial o que opera no apenas o binmio normalanormal, mas tambm formas deinvalidaodosujeito.
Assim, no circuito do controle, a intersetorialidade s estar efetivamente a servio doprocessodedesinstitucionalizaoseforcapazdetensionarosprocessosdenormalizaoimpositivanosdiversosnveisinstitucionaisdocircuito,revertendoofluxodeexcluso.
InstituioAbertaeInstituioFechada
O desafio do fechamento do manicmio corresponde ao da abertura da instituio. Umainstituioabertaaquelaemqueopoderinstitucionalnotemcomonorteanormalizao.Issonosignifica que a instituio no tenha normas. Pelo contrrio, o desafio produzir regras, normas econdutas a partir do consenso, da negociao, da mediao, baseadas na participao e noprotagonismo dos usurios. A normatizao no pode vir formatada, alheia s relaes prprias decada instituio. Essa noo de abertura ou no de uma instituio vinculase aos movimentosdinmicos das relaes de poder envolvidas: as relaes institucionais abrem e fechamconstantemente. As instituies, portanto, dificilmente so inteiramente abertas, mas o desafio
mantlas
abertas
pelo
maior
tempo
possvel.
A
participao
na
produo
das
normas
sempre
envolve
o exerccio do poder. Este, contudo, no deve ser unidirecional, mas dialgico. Na relao com ousurioesseexercciodialgicodevesedaremato,produzindoabertura.
OExercciodoPoder
As instituies esto estruturadas por relaes de poder hierarquizadas, que se produzemtanto a partir de atribuies formais quanto a partir do cotidiano. Essas estruturas hierrquicasfacilmente enrijecem as relaes, produzindo alienao e falta de autonomia entre aquelesparticipantes que se encontram em posies inferiores na hierarquia. Quem est abaixo no temacesso s informaes que orientam as tomadas de decises acima, mesmo quando diretamenteimpactadoporestas.Tcnicasetecnologiascomoamedicalizaoexcessivaouo eletrochoque,porexemplo,promovemaalienaodaautonomiadosusuriosaelassubmetidos,quenoparticipamdaescolhasobreotratamentoadequadoenososatisfatoriamenteinformadosdesuasconsequncias.Amudananasrelaesdepoderdevesedarnoregimeformaletambmnoregimecotidiano,nasrelaes que se constroem no dia a dia do manicmio. Abrir a instituio a alternativa ao seufuncionamentobaseadonashierarquiasdepoder.
Manterascontradiesabertas
Essachaverelacionasediretamentecomasegunda,epressupea inevitabilidadedequeasinstituiesalternemmomentosdemaioraberturaoufechamento.Essascontradiesso inerentess relaes, sobretudo as institucionais, e implicam a necessidade de respostas dinmicas e de
maleabilidade.
Para
manter
as
contradies
abertas
necessrio
recorrer
a
dispositivos
como
as
-
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reuniesdeequipe,asassembleiasdeusurios,entreoutros,cujosentidoaproduodenormasemconsenso.Mesmoquenosejapossvelotempotodo,oconsensodeveseronorteadordasaes.
AoPrtica
emato,nasrelaesempricas,quepodemosvalidartodasessaschaves.Naproduoena
transformaoparticipativa
das
normas,
o
sujeito
consegue
se
superar
e
se
adaptar,
processo
que
gera
potncia para que ele possa transitar de forma mais coesa nas relaes sociais. A participao dosujeito na norma, sua capacidade de fazla cumprir, so percursos para a cidadania. Sade,participaoecidadaniageramautonomia.Essaautonomiaproduz interdependnciacomocoletivoparaapactuaoeoconsensosobreoutrasnormas.
Oprocessodedesinstitucionalizao,apesardosavanos,aindaumdesafio,especialmentese considerarmos que muitas equipes de sade ainda utilizam o recurso da internao em hospitalpsiquitrico como principal resposta s situaes de crise em sade mental e s necessidadesdecorrentesdousodelcooleoutras.Destaforma,assegurarocompromissodosprofissionaisdoSUSnoprocessodedesinstitucionalizaoumpasso importanteparaqualificarotrabalhoegarantirosdireitosdosusurios.Tratase,portanto,deconsiderara desinstitucionalizaocomoumeixotico
tcnicopoltico
da
prtica
cotidiana
e
da
transformao
do
cuidado
na
ateno
psicossocial
e,
portanto,umeixonorteadordasprticasdetodaaRAPS.Desinstitucionalizar significa promover mudana, transformao de toda ordem, no s da
vida dos moradores de hospitais psiquitricos, mas tambm dos familiares, profissionais, dacomunidade,entretantosoutrosatoresenvolvidosnesteprocesso.Assim,Rotelli(2001)compreendeque:
Estamos sempre mais convencidos de que o trabalho teraputico seja estetrabalho de desinstitucionalizao voltado para reconstruir as pessoas comoatores sociais, para impedirlhes o sufocamento sob o papel, ocomportamento, a identidade estereotipada e introjetada que a mscaraquesesobrepedosdoentes.Quetratarsignifiqueocuparseaquieagoraparaquesetransformemosmodosdeviveresentirosofrimentodopacientequeaomesmotempotransformesuavidaconcretacotidiana(ROTELLI,2001).
De acordo com Niccio (2001), essa transformao passa por um encontro com o cotidianoque fala da vida, da criao, da misria, da poltica, da transformao do papel de tcnicos, doencontro/desencontro com famlias, da aproximao com organizaes do bairro, da construo deumanovacultura.Assim,algumasperguntassonecessrias:comomoverasrelaes institucionais?Como ir desconstruindo os anis da corrente da violncia e excluso legitimada pelas instituies,transformar relaes de objetivao e submisso em relaes que produzem diferentes formas deagir,pensaresentir?
No curso do processo de desinstitucionalizao fundamental que seja considerado o
exercciode
poder
do
usurio,
possibilitando
que
ele
tenha
voz
e
volte
a
assumir
a
responsabilidade
sobre as decises e condutas de sua vida. Dessa forma, o que se prope no simplesmente adesospitalizaodemoradoresdehospitaispsiquitricos,masaconstruodeumlugarsocialnoqualse invente cotidianamente tecnologias para a produo de uma teia de relaes necessrias para aemancipaodossujeitos.Essaemancipao,portanto,necessariamentecoletiva.
1.2.REABILITAOPSICOSSOCIAL
Asestratgiasdereabilitao psicossocialsoentendidas como umconjuntode prticasquebuscam transformar as relaes de poder entre as pessoas e as instituies (ROTELLI, 1994). VisampromoveroprotagonismoparaoexercciodosdireitosdecidadaniadeusuriosefamiliaresdaRAPS
por
meio
da
criao
e
desenvolvimento
de
iniciativas
articuladas
com
os
recursos
do
territrio
nos
camposdotrabalho/economiasolidria,dahabitao,daeducao,dacultura,dasade,produzindo
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novaspossibilidadesdeprojetosparaavida(ASSISetal,2014).
Em outras palavras, a reabilitao psicossocial constituda de aes de emancipaojuntoaosusuriosefamiliaresnosentidodagarantiadeseusdireitosedapromoodecontratualidadenoterritrio.importanteressaltarqueasestratgiasdereabilitaopsicossocialedeprotagonismono
se
restringem
a
um
ponto
de
ateno
ou
aes
isoladas,
mas
envolvem
a
criao
de
novos
campos
de
negociaoeformasdesociabilidade.
OProjetoTeraputicoSingularnestecontexto
O Projeto Teraputico Singular (PTS) um plano de ao voltado ao futuro de algum, queacompanha e est presente na busca da realizao dos sonhos de uma pessoa, com projees decurto, mdio e longo prazo. Significa que as aes de hoje devem ser orientadas a pavimentar ocaminhoparaumavidamelhor(CARNEIRO,H.;OLIVEIRA,W.F.,2014).AconstruodoPTSpressupeadesconstruodeideias,valores,crenasenormasconstrudassocialmentesobreolouco,aloucuraeomanicmio,taiscomoasdepericulosidade(parasieparaosoutros),normalidade,curaecustdia,separaomenteecorpo,entreoutras.SegundoTykanori:
O principal mtodo para a modificao de crenas atravs das aes e vivnciasprticas que podem por em cheque estas crenas, de modo a possibilitar um novoolhar, uma nova percepo e principalmente um novo modo de se emocionar,
diferentedoqueseestacostumado(CARNEIRO,H.;OLIVEIRA,W.F.,2014).
OPTSpartedoprincpiodeque
Cada pessoa/famlia/comunidade o produto das interaes que teve durantea suahistria e contexto de vida. Cada uma dessas histrias nica. Desse modo, paraconstituir um projeto futuro precisamos de um plano pensado de modo muitoespecial, na medidajusta para a pessoa e/ou coletivo (famlia/comunidade). E aqui,
para
que
seja
na
medidajusta,
o
principal
parmetro
a
participao
da
prpria
pessoa/famlia/comunidadenaelaboraodoPTS(CARNEIRO,H.;OLIVEIRA,W.F.,2014).
O PTS se configura como uma ferramenta fundamental para os trabalhadores de sadeenvolvidos no acompanhamento de pessoas com longa permanncia em hospitais psiquitricos,garantindo que estas consigam protagonizar a reconstruo de seus percursos de vida de formaautnoma.
1.3.REDUODEDANOS
AReduodeDanosapresentasenocontextodesserelatriodegestocomoaspectoamplo,polissmico
e
que
est
presente
no
conjunto
normativo
da
RAPS
como
diretriz
para
o
cuidado.
Nesse
sentido,no seafirma apenas como tecnologia decuidado, mas antes, busca a reduo de danos sadedecorrentesdouso,abusoedependnciadedrogas,pormeiodeaesquevalorizemodilogoeoreconhecimentodosdesejosdosusurios.Dessaformavalorizaseoexercciodacontratualidadeedas contradies engendradas nas relaes sociais, visando superao da relao vertical entreespecialistaseusuriosemqueaautoridadetcnicaprescindedasparticularidadesexperienciadaspelos usurios para prescrever procedimentos ou medicamentos associados aos sinais e sintomasapresentados.AReduodeDanosumelementofundamentalparaoaprofundamentodasrelaesentre os sujeitos e favorece a ampliao do acesso aos servios de sade na medida em que seuhorizontenohipotecaocuidadooferecidoaumacertaposturadousurio(p.e.abstinncia).
preciso lembrar que a Reduo de Danos uma estratgia que vem sendo discutida e
experienciadano
SUS
h
longa
data
e
est
refletida
em
importantes
documentos
normativos
como
a
PolticadeAtenoIntegralaosUsuriosdelcooleOutrasDrogaspublicadapeloMinistriodaSade
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em2003queinstituicomodiretrizparaocuidadodosusuriosdelcooleoutrasdrogasaReduodeDanos,assimcomonaPortaria3088de2011queinstituiaRededeAtenoPsicossocial.
Dessa forma, compreendemse as abordagens orientadas pela RD como compromisso ticonoscontextosdecuidadoporreconhecerousurioemsuassingularidades,permitindoconstruircomeleestratgiasparaadefesaemanutenodavida(BRASIL,2004).
a
perspectiva
de
Reduo
de
Danos
que
oferece
amparo
para
a
noo
de
baixa
exigncia
preconizadanaRAPS.Abaixaexigncianocotidianodosserviostraduzsenadisponibilidadeparaocontatocomousurioesuaspossibilidadesderelao,visandoadiminuiodebarreirasdeacessoedesestimulandojulgamentosmoraisacercadascondiesexperienciadaspelossujeitos.Nessesentidono est associada exclusivamente a um ponto de ateno. Tratase de um elemento norteador nocontexto da RAPS que ultrapassa inclusive o mbito da sade. O reconhecimento amplo dasnecessidades dos sujeitos relacionadas ao acesso aos direitos sociais (habitao, educao,justia,assistncia social, cultura...) inspiraram a implantao de aes, no Brasil, relacionadas baixaexigncia,queforamobservadase incentivadaspelaCGMAD.ExemplosdissosoProgramascomooPrograma De Braos Abertos em So Paulo (SP) e Atitude em Recife (PE) que expressamcaractersticasdebaixaexignciaemsuasofertas.Taisaesguardamsemelhanasimportantescomo
experincias
internacionais
de
Housing
First
onde
a
moradia
um
elemento
central
para
um
conjuntodeofertasdeassistnciaecuidado.Por fim um outro aspecto importante que tange o debate sobre a Reduo de Danos o
surgimento de novas institucionalizaes em volume significativo nos territrios. Aes de carterasilarecomorientaonicapelaabstinncia,porentidadesdecartermajoritariamentereligiosoefilantrpico,muitasvezesdissociadasnoSUSedoSUAS(ComunidadesTeraputicas)temimpactadoadiscusso sobre as estratgias de oferta de cuidado. A anlise e discusso sobre as novasinstitucionalizaes constituemse como um desafio importante para a construo do cuidado, nombito do SUS, de base territorial que promova os direitos de cidadania dos usurios e fortalea oprotagonismoeoexercciodaliberdade.
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2.GestodaPoltica
2.1.REGIONALIZAOETERRITRIOS
No mbito do SUS, este perodo foi marcado pela nfase da regionalizao e nas redesdeateno a sade a partir da publicao do Decreto n 7508/2011. Muito embora no se trate de
conceitosnovos,
vistos
serem
amplamente
debatidos
nas
universidades
e
nas
prticas
dos
servios,
considerandoaConstituioFederalde1988easdiretrizesdoSUS.Inaugurouse a definio de novos parmetros para a conformao de aes e arranjos
institucionais potentes para dar concretude aos princpios constitucionais de integralidade edescentralizao,asaber:
RegiesdeSade
ARegiodeSadeconstituisecomo
espao geogrfico contnuo constitudo por agrupamentos de Municpios limtrofes,
delimitado
a
partir
de
identidades
culturais,
econmicas
e
sociais
e
de
redes
de
comunicao e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de
integraraorganizao,oplanejamentoeaexecuodeaeseserviosdesade.No
mbito da gesto, coube esfera estadual em articulao com os municpios a
definiodasregiesdesade(BRASIL,2011a).
Atualmenteh438regiesdesadenombitodasmicrorregies,circunscritasinstnciadas
ComissesIntergestoresRegionais(CIR),organizadasem438RedesRegionaisdeAtenoSade.
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Figura1.RegiesdeSade Brasil
Fonte:PROADISUSMapadaSade.Disponvelem:http://mapadasaude.saude.gov.br/mapadasaude/
O desafio da regionalizao premente na estruturao solidria e organizativa do SUS,especialmente se considerarmos que 89%1dos municpios do territrio nacional so de pequenoporte, isto , contm populao de at 50.000 habitantes. Por outro lado h um significativoadensamento populacional, uma vez que apenas 5% dos municpios concentram mais de 50% dapopulaobrasileira.
O fortalecimento da governana no processo da regionalizao fundamental e se constitui
comoquesto
complexa
na
medida
em
que
implica
na
necessidade
de
anlise
e
pactuao
de
aes
e
servios que ultrapassam os limites geogrficos dos municpios, exigindo a construo de novasestruturas formais nos territrios para que seja possvel superar o planejamento das aes locaisbaseadoapenasnasrealidadesmunicipais.Dessaformaaregiopotenteparaquesejamdiscutidaseproduzidasaesqueincidamefetivamentesobreoscontextosreaisdevidadaspessoas,apartirdassuasdiversasdimenses,noserestringindosomenteaombitodasade.Istoporquenoterritrioque se expressa a vida cotidiana, na dinamicidade que lhe inerente, de forma a incidir sobre osmodosdeviver,astomadasdedecisoeoexercciodedireitos. Almdasade,outrasimportantespolticas sociais que operam sobre o transporte, educao e assistncia social tm lanado mo danoo de territrio e da regionalizao. Isso implica na afirmao de uma tendncia em que seressaltaaimportnciadasaesintersetoriais.
1IBGE2010
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RedesdeAtenoSade:aRededeAtenoPsicossocial
OMinistriodaSadeadotouaestratgiadaorganizaodoSUSapartirdacriaodasRedesde Ateno Sade, com subredes temticas, com a finalidade de superar a fragmentao nocontextodaatenonasRegiesdeSade,bemcomoparaasseguraraousuriooconjuntodeaeseserviospararespondersuasnecessidadesdesade.
ARededeAteno Sade definidana legislao vigente como o conjuntode aes eserviosde sade articuladosemnveisde complexidade crescente, com a finalidadedegarantir aintegralidadedaassistnciasade(BRASIL,2011a).
A constituio da Rede de Ateno Psicossocial, instituda pela Portaria GM, 3.088, dedezembrode2011,republicadaemmaiode2013sevaledeprocessosdepactuaocircunscritosdimenso regional e da construo de aes e servios que ofeream respostas adequadas sparticularidades dos territrios, sendo responsvel pelo cuidado continuado e pela reabilitaopsicossocial.
Comestaperspectiva,compemaRAPSsetecomponentes,comdiversospontosdeatenoregulamentadospornormativasespecficas,asaber:atenoBsica;atenopsicossocialestratgica;atenodeurgnciaeemergncia;atenoresidencialdecartertransitrio;atenohospitalaremhospitais
gerais;
estratgias
de
desinstitucionalizao;
ereabilitao
psicossocial.
Quadro1.ComponentesdaRededeAtenoPsicossocialRAPS
Fonte:CoordenaodeSadeMental,lcooleOutrasDrogas/DAPES/SAS/MS
Noentanto,destacamosque:
Aefetivaodasdiretrizesedosobjetivosdarededeatenopsicossocialedeum
trabalhoemredenosedpelasomatriadepontosdeatenoimplantadosnem
peloelencoorganizativodoscomponentesou,ainda,pelasimplesmodernizaodo
circuitoassistencial.ARAPSseefetivaisto,sexistenadependnciadepessoas
(de pontos de ateno diversos) que se conectam e se coordenam com uma
finalidadecomum.(ASSISetal,2014).
Ressaltando,que:
-
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... nessa nova configurao das RAPS, os hospitais psiquitricos no constituem
pontos de ateno e esto colocados como objeto do componente de
desinstitucionalizao.(ASSISetal,2014).
Para a concretizao dessa RAPS a intensificao da articulao interfederativa foi uma das
estratgiasfundamentais
para
o
direcionamento
da
reorganizao
dos
territrios,
nesse
sentido:
AimplantaodasregiesedasRAPSdentrodonovoquadroinstitucionalexigeque
os trs nveis de gesto do SUS federal, estadual e municipal estabeleam
mecanismosdepactuaoadequados.Umdosmecanismospropostosfoiacriaode
Grupos Condutores das Redes Temticas, instncia onde os gestores se articulam de
modo a produzir consensos em torno de Planos de Ao da RAPS. Para que o
Ministrio da Sade, atravs da Coordenao Geral de Sade Mental, pudesse estar
presentecomregularidadenessesfruns,aequipefoiampliadademodoquecadaum
dos27estadostivesseumprofissionaldedicadosquesteslocais.Estaaproximao
entre
federao,
estados
e
municpios
tem
permitido
a
formao
de
uma
viso
geral
da reforma psiquitrica no Brasil e os debates que ocorrem dessas instncias
alimentam a compreenso da enorme diversidade institucional, cultural e social do
pas. O desafio est em combinar as diretrizes gerais da poltica nacional com as
particularidadeseespecificidadesdasregies(ASSISetal,2014).
A estratgia de Referncia Tcnica desenhada pela CoordenaoGeral de Sade Mental,
lcooleOutrasDrogas(CGMAD)nesteperododegestodesenvolveuseaomesmotempoemquese
produziu de forma ampliada no Ministrio da Sade discusses e arranjos no formato do apoio
institucional, tendo como finalidade a articulao/integrao das diferentes polticas e Redes de
Ateno
Sade
nos
territrios.
NocontextodaRAPS,aatuaodasrefernciastcnicasjuntoaosEstadosconstituiusecomo
uma estratgia de mo dupla tendo como resultados destacados: a) o fortalecimento da Poltica
Nacional de Sade Mental, lcool e Outras Drogas nos territrios, no sentido da mudana de
paradigma assistencial luz dareabilitaopsicossocial; b)a construode novas agendas e pautas
que emergem dos contextos locais para o mbito nacional, com vistas elaborao de subsdios
tcnicosecriaodenovasprticasparaasustentaodaRAPS,somandosesdemaisinstnciasde
controlesocialdoSUS.
Oplanejamento,apactuaoeacompanhamentodaimplantaoequalificaodaRAPSso
dimenses fundamentais para a consolidao da rede, motivo pelo qual as referncias tcnicas
participaram ativamente da constituio dos Grupos Condutores Estaduais da RAPS, formalmente
institudosem25estadosdopas.
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Quadro2.PortariasinstituioGruposCondutoresEstaduaisdaRAPSporestado
UF NormativaEstadual
Acre Portarian538,de01deagostode2012
Alagoas PortariaSESn46,de27defevereirode2012
Amap PortariaEstadualGAB/SESAAPn230/2013
Amazonas PortariaGSUSAMn332,de5demaiode2014
BahiaDeliberaoCIBBA,de10dejulhode2012(GrupoCondutorEstadualdeRedesdeAtenoSade)
Cear
DistritoFederal
EspritoSanto Portarian331S,de06denovembrode2012
Gois ResoluoCIB/GOn183,de05dejunhode2012
Maranho ResoluoCIB/MAn129,de19dejunhode2012
MatoGrosso Portarian096/2012/GBSES,de27dejunhode2012
MatoGrossodoSul Resoluon095/SES/MS,de13dedezembrode2011
MinasGerais ResoluoSES/MGn3149,de17defevereirode2012
Par ResoluoSES/MGn95,de20deabrilde2012
Paraba PortariaSES473de10desetembrode2012
Paran DeliberaoCIB/PRn228,de19dejulhode2012
Pernambuco ResoluoCIB/PEn1944,de07demaiode2012
Piau PortariaSESAPI/GABn362,de29deagostode2012
RiodeJaneiro DeliberaoCIB/RJn1647,de08demarode2012
RioGrandedoNorte Portarian121/GS/SESAP,de19deabrilde2012
RioGrande
do
Sul
Resoluo
CIB/RS
n
592,
de
11
de
novembro
de
2013
Rondnia ResoluoCIB/ROn43,de19deabrilde2012
Roraima ResoluoCIB/RR n29,de13desetembrode2012
SantaCatarina DeliberaoCIB/SCn108,de19deabrilde2012
SoPaulo DeliberaoCIB/SPn35,de25demaiode2012
Sergipe DeliberaoCIB/SEn078/2012,de24demaiode2012
Tocantins PortariaSESAUn648,de17deagostode2012
Fonte:CoordenaodeSadeMental,lcooleOutrasDrogas/DAPES/SAS/MS
PormeiodaimplantaodosGruposCondutoresdaRAPS,induziuseapactuaodoPlanode
Ao Regional da RAPS, contendo anlise do contexto local bem como as propostas de aes e
serviosprevistosparaodesenvolvimentoeconsolidaodaRAPS.Adimensopolticoadministrativa
dosestadosedasmicrorregiesdesadetemimpactadonosprocessosdepactuao.
No que se refere aos Grupos Condutores da RAPS despontam como desafios: assegurar a
regularidade das reunies, a anlise sobre a diversidade de composies e membros integrantes, o
fortalecimentodosGruposCondutoresRegionaise Municipaisa fimdeampliarosespaoscoletivos
nas diferentes instncias de discusso e pactuao, e o desenvolvimento de estratgias de
monitoramentoeavaliaodosPlanosdeAoRegionais(PAR)pactuados.Almdisso,hnecessidade
de se discutir formas de integrar as discusses das redes temticas, considerando que em muitas
localidades
osrepresentantes
das
gestes
nos
grupos
condutores
so
as
mesmas
pessoas,
mas
as
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pautaseparticularidadesdecadatemticamantmsefragmentada. Noperodode20122015foram
pactuados169PlanosdeAodaRAPS,comopodeservistonaTabela1.
Tabela1.PactuaoPlanosdeAodaRAPSporestado
UFNRegiesde
SadeNRegies
comPAR%RegiescomPAR
Norte
AC 3 0 0%
AM 9 0 0%
AP 3 3 100%
PA 13 0 0%
RO 7 0 0%
RR 2 2 100%
TO 8 0 0%
Nordeste
AL
10
10
100%BA 28 2 7%
CE 22 0 0%
MA 19 19 100%
PB 16 0 0%
PE 12 0 0%
PI 11 0 0%
RN 8 0 0%
SE 7 7 100%
CentroOeste DF 1 0 0%
GO
18
17
94%
MS 4 0 0%
MT 16 0 0%
Sudeste
ES 4 4 100%
MG 77 77 100%
RJ 9 9 100%
SP 63 19 30%
Sul
PR 22 0 0%
RS 30 0 0%
SC
16
0
0%
Brasil 438 169 35%Fonte:CoordenaodeSadeMental,lcooleOutrasDrogas/DAPES/SAS/MS
Atualmente h Planos de Ao da RAPS sendo pactuados progressivamente, conforme o
encaminhamento dos planejamentosde cadamicrorregio, enquantooutrosestosendo pactuados
abrangendoatotalidadedoestado.Talsingularidadeseexpressa,tambm,naabrangnciadosPlanos
deAo (PAR)pactuados.H10estadoscomatotalidadederegiesdesadecomRAPSpactuada,
enquanto outros 14 Estados do pas tm a totalidade de seus PAR em processo de elaborao nas
regiesdesadeouemanlisetcnicapeloMinistriodaSade.
Ofortalecimento
dos
mecanismos
de
planejamento
das
aes
e
servios
sistematizados
por
meiodosPlanosdeAoRegionaisdaRAPSestratgicoparaadefiniodecompromissosdegesto
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populacional, a concentrao maior nas capitais e nos municpios considerados de grande porte,sendoestesemmenornmeronaregio.
Os municpios de pequeno porte, por outro lado, so maioria, sendo caracterstica adificuldadede acesso, devido s longas distncias entre os municpios. Dessa forma o planejamentoregional necessita,muitasvezes,derearranjosdas portarias paragarantirdaatenocontinuapara
toda
populao.
Entre
outras
caractersticas
semelhantes
dessas
quatro
unidades
da
federao,
est
a
presenamaciadepopulaestradicionais,principalmenteindgena,sendooEstadodoMatoGrossoaquelecommaiornmerodedistritossanitriosespeciaisindgenasdaregioeoMatoGrossodoSulcomasegundamaiorpopulaoindgenadopas.Devidoorganizaofundiria,ascondiesdevidae a presena macia destes povos nestas unidades da federao, tratase de uma prioridade para aCGMAD/MS, principalmente nos estado do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul onde o sofrimentodecorrentedousodesubstnciaspsicoativaseograndenmerodetentativasdesuicdioobrigamaRAPS a se reorganizar para garantir o cuidado em sade mental, o que ainda um desafio para agesto,jquenessaregioaindaencontramosanecessidadedeexpansoequalificaodosservios.
AregioconformadapeloDFeseuentornopossuicaractersticaspeculiaresqueserefletemdiretamente na definio das polticas pblicas, uma vez que a relao observada no se limita
proximidade
geogrfica.
Esses
aspectos
tm
reflexos
em
praticamente
todos
os
setores
sade,
educao, transporte, segurana e meio ambiente , como acontece nas grandes regiesmetropolitanas, com a diferena fundamental de que envolve territrios de trs unidades daFederao. Entre 2012 e 2013, um ciclo de rodas de conversa foi planejado e realizado pelosmunicpios da Regio Intermunicipal de Desenvolvimento Econmico (RIDE) do DF e GO. Pelaproximidade territorial, o ciclo procurou discutir acesso aos servios da RAPS, matriciamento, sadementalnaatenobsica,entreoutrosdesafiosdaregionalizao.Oacessoaserviostambmumapautatransversalatodas as unidades,hajavista adensidade populacional e o porte municipal paraimplantaodeservios.
Para o planejamento dessas e outras aes, de acordo com os princpios da regionalizao,todososestadostmGrupoCondutorEstadualdaRAPSimplantadoseGruposCondutoresMunicipaisimplantadosnascapitais,comexceodoDF,essepossuiumcolegiadogestordesademental,queconta comapoio tcnico destaCoordenao. Por fim,apenaso Estado de Gois tem Plano deAoaprovadoepublicadoemportariapeloMinistriodaSade,enquantoodemaistempactuadospelasCIReouemfasededesenvolvimento.
ARegioSudestecompostaporquatroestadosEspritoSanto,MinasGerais,RiodeJaneiroeSo Paulototalizando1668 municpios, quejuntos correspondema 42% dapopulaobrasileira(estimativa IBGE2015). Reneos trsestadoscom maiorPIB per capitaemaiorpopulaodo pas(SoPaulo,MinasGeraiseRiodeJaneiro),constituindosecomoaregiomaisrica,populosaecommaior densidade populacional, apresentando ndices sociais relativamente elevados, alta taxa deurbanizao, alm das maiores possibilidades de investimentos na rea da sade, mas tambmimportantes problemas ligados violncia, vulnerabilidade e desigualdade sociais, falta de gua edemaisproblemastpicosdasgrandesmetrpoles.
Ao contrrio do que se observa em outras regies do pas, o Sudeste caracterizase peladiversidadederealidadeslocais,marcadapelacoexistnciadegrandesreasmetropolitanasemtodososestadosedeumnmeroexpressivodemunicpiosdepequenoporte.Cercade60%dosmunicpioscontacompopulaoinferiora15milhabitantesesomente92municpios(5,5%)destaregiotmde150milhabitantes.Talaspectoevidenciaaimportnciaecomplexidadedosarranjoslocoregionaisnaconformaoeconsolidaodasredesdeatenosade.
NocontextodaRAPS,paraalmdosGruposCondutoresEstaduais implantadosemtodososestados,hexperinciasconsolidadasdeGruposCondutoresRegionaiseMunicipais.ComexceodeSoPaulo,osdemaisestadostmPlanosdeAoEstaduaisdaRAPSpactuadoseaprovados.
Nessa regio encontramse os maiores polos manicomiais do Brasil, abrangendo o maiornmerode moradorese de leitosemhospitalpsiquitrico.No perodoentre2011e2015, todososestados da regio desenvolveram aes vinculadas aos processos de desinstitucionalizao que
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resultaramnofechamentodegrandeshospitaispsiquitricosounadiminuiodeseusleitos,muitasvezesdesencadeadaspelaatuaodoMinistrioPblicoououtrasinstituiesdopoderjudicirio.
Em So Paulo, destacaramse processos de desinstitucionalizao e adequao da RAPS emcurso nas Regies de Sade de Araatuba, Marlia, Presidente Prudente, Piracicaba, So Jos dosCampos,SoJoodaBoaVistaeSorocaba.
No
Rio
de
Janeiro,
cinco
das
sete
regies
com
hospitais
psiquitricos
estavam
nessa
mesma
situao:CentroSul, MdioParaba,Metropolitana IcomdoishospitaispsiquitricosdesabilitadosnacapitalRiodeJaneiroem2015,MetropolitanaIIemqueoprocessodedesinstitucionalizaodoHospitalColniadeRioBonitoseencontravanaetapafinalem2015 eNoroeste,queaofinalde2014fechouseultimohospitalpsiquitricoemBomJesusdeItabapoana.
Em Minas Gerais as aes dedesinstitucionalizao culminaram com o fechamento dequatrohospitaispsiquitricosnamacrorregiodeSadeSudeste,sendotrshospitaisnomunicpiodeJuizdeForae01hospitalemLeopoldina,seguidodaexpansodaRAPSnaregio;emBeloHorizontehouveofechamentodaClinicaSerraVerdeeemBarbacenadaClinicaMantiqueira.
No Esprito Santo intensificouse o processo dedesinstitucionalizao da Clnica Santa IzabeldomunicpiodeCachoeirodoItapemirim nicohospitalprivadoentreostrsexistentesnoEstado,
sobretudo
a
partir
do
final
de
2015,
quando
a
instituio
anunciou
o
trmino
do
convnio
de
140
leitos
comSUS.EsteprocessoenvolveaqualificaodaRAPSdemuitosmunicpiosdoEstado.Asustentabilidadeeconsolidaodestaredeabarcamdesafiosrelacionadosaocofinanciamento
dosestadosparaaRAPS;aosdesenhosdegestoconstrudosnasrelaesdeparceriapblicoprivadoimpulsionadas pelos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e pela vinculao das OrganizaesSociaisdeSade(OSS)noSUS;assimcomotransformaodalgicaassistencialambulatorialcomofortalecimento da ateno psicossocial na ateno bsica e sua articulao com os demaiscomponentesdaRAPSedarede intersetorialnaperspectivada integralidade.Compeestecenrio,ainda, a coexistncia de programas estaduais no campo de lcool e outras drogas no alinhados Poltica Nacional de Sade Mental, lcool e Outras Drogas, especificamente nos estados do EspritoSantoeSoPaulo.
A regio Sul composta por 1.191 municpios, divididos pelos estados do Paran, SantaCatarinaeRioGrandedoSul.Apopulaototaldaregio,em2010,totalizava27.386.981habitantes(IBGE),sendo84,9%dessapopulaourbana,e15,1%rural.
Reunindo cenrios ambientais e socioculturais diversificados, a regio teve sua histriamarcada desde o perodo colonial por diferentes processos migratrios, principalmente de povoseuropeus,comoitalianos,alemes,entreoutros.Adiversidadetnicaeculturaligualmenteserevelapela presena de povos indgenas, quilombolas, e outros povos e comunidades tradicionais, comofaxinalensesegruposdematrizesafricanas.Dopontodevistaeconmico,asatividadessedistribuempordiferentessetores,comoosdaagropecuria,indstria,turismo,extrativismo,agriculturafamiliar.Os ndices de Desenvolvimento Humano (IDHM) dos trs estados da regio sul esto entre os maisaltosdopas3,etambmasposiesrelativasdoPIBpercapitaestoentreo4e7lugarentreos27estadosbrasileiros.EmrelaoevoluodadesigualdadeapartirdosdadosdosCensosde2000e2010, a regio sul apresentou os menores ndices de desigualdade social, e apresentou a maiorreduonondicedeGini.
Importante destacar que os trs estados mostram nmeros expressivos de municpios depequeno porte, e cerca de 70% do total dos municpios conta com menos de 15 mil habitantesparmetropopulacionalmnimoparaaimplantaodosserviosdeCAPSI.Essedadorevelaumduploaspecto,deumladoapontandoparaopapeldaatenobsicanaofertadecuidadoemsadementalcombasecomunitria.Poroutrolado,apontaaimportnciadaarticulaoentreserviosemmbitoregional, e do fortalecimento das Comisses Intergestores Regionais CIR. De outro modo, ecomplementandoessecenrio,emrelaoaosmunicpiosquepodem implementartodosospontosdaRAPS,ouseja,municpiosapartirde150milhabitantes,so09noEstadodoParan,08municpiosemSantaCatarinae12municpiosnoRioGrandedoSul.
3Disponvel em http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/o_atlas/idhm
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Emrelao presenade GrupoCondutor da RAPS,ostrsestados instituramseus GruposCondutoresemmomentosdistintos,ParaneSantaCatarinaformalizaramseusGCjnoanode2012;RioGrandedoSulofezdoisanosdepois.Contudo,osencontrosdoGC nostrsestadosapresentaramalguns momentos de descontinuidade, fato que no contribui para o fortalecimento da relaointerfederativa em torno das questes da RAPS. Ainda no houve a publicao pelo Ministrio da
Sade
do
Plano
de
Ao
da
RAPS
de
nenhum
dos
trs
estados,
embora
j
tenha
ocorrido
aprovao
tcnicanombitodaCGMAD doPlanodeAoEstadualdaRAPS emSantaCatarinaenoRioGrandedo Sul, faltando para a concluso desses processos, a publicao das Portarias pelo Ministrio daSade.Dopontodevistaestadualeregional,ocorreramdiscussesepactuaesnoRioGrandedoSulacerca do Plano de Ao Estadual da RAPS (Resoluo 655/14 CIBRS), e no Paran discusses epactuaesemmbitoregional.Deummodogeral,umadiscussoimportantenostrsestadosparaofortalecimento do modelo de ateno psicossocial aquela referente aos leitos de sade mental,particularmente quanto ao dimensionamento da implantao de leitos a partir dos parmetrosdefinidos pela portaria 148, de 31 dejaneiro de 2012. Outro desafio para a regio a efetivao econtinuidade dos processos de desinstitucionalizao, com uma efetiva substituio do modeloassociadoaoshospitaispsiquitricosaindapresentesnaregio,pelomodelodeatenopsicossocial
com
base
territorial
e
comunitria,
por
meio
dos
diferentes
componentes
e
servios
que
compe
a
RAPS.
ReuniesdosColegiadosdeCoordenadoresdeSadeMental
A criao de colegiados de gesto tripartite da Poltica de Sade Mental, lcool e outrasDrogas do SUS uma das mais importantes conquistas dos ltimos anos. O Colegiado Nacional deCoordenadoresdeSadeMentalsurgiuem2003,efoiinstitudoformalmentepelaPortariaGM/MSn3.796, de 06 de dezembro de 2010, tendo em sua composio representaes da CoordenaoNacionaldeSadeMental,CoordenaesEstaduaisdeSadeMental,CoordenaesdeSadeMentaldas Capitais, alm de representaes do Conselho Nacional de Secretrios de Sade (CONASS),Conselho Nacional de Secretrios Municipais de Sade (CONASEMS), Conselho de SecretriosMunicipais
de
Sade
(COSEMS),
Conselho
Nacional
de
Sade
(CNS)
e
de
representaes
do
componente intersetorial da Poltica Nacional de Sade Mental: Secretaria dos Direitos Humanos(SDH), Ministrios da Justia (MJ), do Trabalho e Emprego (MTE), do Desenvolvimento Social eCombateFome(MDS),daCultura(Minc)edaEducao(MEC).
Desde sua implantao, o Colegiado Nacional de Coordenadores de Sade Mental tem adeterminaodesereunirduasvezesaoano,comafinalidadedeassessoraroMinistriodaSadenaconduo da Poltica Nacional de Sade Mental; propor mecanismos de avaliao e monitoramentodessaPoltica;elaborarrelatriostcnicossobresituaescomplexasquenecessitamdeintervenoda gesto; analisar e propor as atualizaes necessrias para as normas tcnicas e as diretrizes doMinistrio da Sade sobre sade mental e ateno integral em lcool e outras drogas; e contribuirparaampliarainterlocuodagestodapolticadesadecomasorganizaesdasociedadecivil,das
entidadescientficas
e
profissionais,
e
das
polticas
intersetoriais.
No perodo de 2011 a 2015, o Colegiado Nacional de Coordenadores de Sade Mental sereuniuseisvezes,sempreemBraslia/DF.Aseguirseroapresentadasassntesesdecadaumadessasreunies,comdestaqueparaospontosdemaiorrelevnciaparaPolticaNacionaldeSadeMental,lcooleOutrasDrogas,bemcomoeventuaisencaminhamentos.
XIIIReuniodoColegiadoNacionaldeCoordenadoresdeSadeMental(2011)
AXIIIReuniodoColegiadoNacionaldeCoordenadoresdeSadeMentalaconteceunosdias09e10deagostode2011etevesuaprogramaovoltadaparaadiscussodasquestesrelacionadasRededeAtenoPsicossocialnosmbitosestadualemunicipal,comnfasenasquestesdelcoole
outrasdrogas.
A
Reunio
contou
com
a
presena
do
Senhor
Ministro
da
Sade
Alexandre
Padilha,
que
participoudodebateemrelaospropostasdoMinistriodaSadeparaaRAPS.
-
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DentreasdeliberaesdaPlenriaFinal,destacamse:
Que a rea Tcnica de Sade Mental, lcool e outras Drogas/MS apoie tcnica efinanceiramente, a realizao do I Frum Panamaznico de Sade Mental, lcool e OutrasDrogas, visando o fortalecimento da poltica na regio da Amaznia Legal, sob a tica das
especificidades
e
a
construo
de
modelos
que
contemplem
a
realidade
regional;
QueoMinistriodaSadereviseotextoeimagensdascampanhaspublicitriasdeprevenoaousodolcooleoutrasdrogas,deixandodefocarnapedagogiadohorror,naproduodeestigma,culpaepreconceito;
QueoMinistriodaSadeamplieareaTcnicadeSadeMental,lcooleoutrasDrogas/MS,dotandoa de infraestrutura, equipe tcnica e recursos institucionais para acompanhar aimplantao da Poltica Nacional de Sade Mental, lcool e outras Drogas, no contexto daReformaPsiquitricaemtodososcantosdopas,inclusivecomncleosregionaisdegestodoMinistriodaSade.
Apartir
das
discusses
nesta
reunio,
o
Colegiado
de
Coordenadores
Estaduais
e
Municipais
se
posicionouarespeitodeorientaesparaatemticadelcooleoutrasdrogasnacartaintituladaEmDefesadaCidadaniadosUsuriosdelcooleoutrasDrogas(anexoI).
Almdisso, no dia 11 deagosto foirealizadoo lanamentodoRelatrio Finalda IVConfernciaNacional de Sade Mental Intersetorial, bem como sesso solene no Senado Federal emcomemorao aos 10 anos da Lei 10.216, com discusso das principais proposies para a PolticaNacional de Sade Mental, lcool e outras Drogas gesto 20112014, apresentada como uma dasmarcasprioritriasdoSUSnogovernovigente.
XIVReuniodoColegiadoNacionaldeCoordenadoresdeSadeMental(1sem/2012)
AXIV
foi
realizada
nos
dias
20,
21
e
22
de
maro
de
2012,
contou
com
a
presena
de
cerca
de
150 pessoas entre coordenadores estaduais e municipais de sade mental, representantes do CNS,CONASS,CONASEMSedosparceirosintersetoriaisdaculturaedosdireitoshumanos.DestacaramseapresenadeumausuriadaRAPS,trabalhadoradeumempreendimentosolidriodasademental,namesa Reabilitao Psicossocial: estratgias para fortalecimento do cooperativismo social e deintervenesnaculturaedegestoresdedoisDistritosSanitriosdeAtenoSadeIndgena.
OstemasdiscutidosnasMesaseGruposdeTrabalhodoColegiadoNacionaldeCoordenadoresde Sade Mental foram: a RAPS, seus Componentes, Pontos de Ateno e sua articulao com asdemaisRedesdeAtenoaSade(RAS);Vulnerabilidade,SofrimentoeEstadodeDireitosnocontextodo uso de lcool e outras drogas; estratgias de Desinstitucionalizao e Reabilitao Psicossocial;Ateno Psicossocial aos Povos Indgenas; e fortalecimento do processo de Gesto das Polticas de
SadeMental,
lcool
e
Outras
Drogas
os
territrios.
Neste ano, ao considerar a necessidade de fortalecer o processo de gesto das polticas desade mental levando em conta as caractersticas loco regionais e considerando tambm anecessidadedesubsidiaradefiniodepautasprioritriasnombitonacional,oColegiadoNacionaldeliberoupelacriaodeColegiadosRegionais.
Estes Colegiados Regionais seriam desdobramento do Colegiado Nacional de CoordenadoresdeSadeMentalanteriore,aomesmotempo,preparaoparaoseguinte:estratgiaqueexpandeapossibilidadedeparticipaodosmunicpiosnasreuniesdeColegiado,fortalecendoademocraciaeaparticipaodetodosnaconstruodaRAPS.
Noanode2012foramrealizadosquatroColegiadosRegionais:Norte,Nordeste,CentroOesteeSul.AregioSudestenorealizouReuniodeColegiadoRegional.
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XVReuniodoColegiadoNacionaldeCoordenadoresdeSadeMental(2sem/2012)
AXVReuniodoColegiadoNacionaldeCoordenadoresdeSadeMentalocorreunosdias13e14dedezembrode2012.Noprimeirodia,aConfernciaProjetos,aes,resultadosdotrabalhodarededeatenopsicossocialnoanode2012eperspectivaspara2013buscouapresentaropanoramados resultados conquistados naquele ano, bem como produzir subsdios aos coordenadores para arealizaodoraciocniogerencialepolticonecessrioparaoanoseguinte.ForamdiscutidostambmprocessosdeDesinstitucionalizaoeasinterfacescomoJudicirio:tantoemsituaesdeinternaocompulsriaquantopormeiodeTermosdeAjustamentodeConduta.
Houve ainda Grupos de Trabalho divididos por regio, com a finalidade de retomar asdiscussesdosColegiadosRegionais,avaliandoencaminhamentos,dificuldades,resultadospositivos,almdeinduodaRedeparaoanoseguinte.Destareunio,foramproduzidososseguintesencaminhamentos:
AnecessidadedetodososestadosrealizaremseusColegiadosRegionaisatmaiode2013;
QueostcnicosdaATSMcontinuemapoiandoarealizaodestesColegiadosRegionais;
Que a ATSM compile os relatrios finais de cada Colegiado Regional a fim de subsidiar eproduzirdiscusseseencaminhamentoscomunsparaocoletivodasregies;
QueaATSMfaarecomendaesaosmunicpiossobreacontinuidadedasaesemcursoedaquelaspactuadasnoprocessodeimplementao/implantaodaRAPS;
Queosgestoresde estados emunicpios fomentemespaoscoletivos para arediscussodocuidado dos usurios de SM internos dos Hospitais de Custdia e Tratamento Psiquitrico(HCTP),noprocessodefechamentodesseshospitais.
Almdisso,
o
Colegiado
Nacional
de
Coordenadores
de
Sade
Mental
recomendou
que
todos
os
gestores e apoiadores se comprometessem a pautar/defender em todos os espaos coletivos depactuao/deliberaodoSUS,onecessriocompromissonofinanciamentodaRAPS.
XVIReuniodoColegiadoNacionaldeCoordenadoresdeSadeMental(2013)
OXVIColegiadoNacionaldeCoordenadoresdeSadeMental,aconteceunodia23dejulhode2013,emBrasliaDF,efoiorganizadojuntamentecomoSeminrioNacionaldosConsultriosnaRua e Sade Mental na Ateno Bsica: novas tecnologias e desafios para a gesto do cuidado,realizadonosdias24e25dejulho.
Alm do Colegiado Nacional, o ano de 2013 contou com uma srie de encontros de grandeportecomooICongressoBrasileirodeCAPSi(ConCAPSi),queaconteceunoRiodeJaneiro,afimdediscutir
servios
estratgicos
da
RAPS
para
crianas
e
adolescentes;
o
Frum
Nacional
de
Sade
MentalInfantojuvenil,queaconteceuemBraslia,econtoucomapresenadePromotoresEstaduais,DefensoresPblicoseCoordenadoresdeSadeMentalparaalinhamentodasaesparagarantiadecuidados na RAPS;; o I Simpsio Internacional Sobre Drogas: da Coeso Coero, com parceriasinterministeriais; o Seminrio Radica(lizar) a Formao em defesa da Reforma Psiquitrica, a IReunioRegionaldeUsuriosdeSadeMentaleFamiliaresdasAmricasea1OficinadeFormaosobreoWHOQUALITYRIGHTS,realizadosemBraslia;eoIEncontroNacionaldaRedePsicossocial(ENRAPS)nofinalde2013emPinhais/PR.
Demais eventos realizados neste ano, com o apoio da Coordenao Nacional de SadeMental/MSforamosColegiadosRegionais,IFrumdeSadeMentalInfantojuvenildaRegioSuleIIColegiado de Coordenadores de Sade Mental da Regio Sul, em Curitiba/PR; I Frum de Sade
MentalInfantojuvenil
da
Regio
Centro
Oeste
e
II
Colegiado
de
Coordenadores
de
Sade
Mental
da
-
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RegioCentro Oeste,emCampoGrande/MS,etambmoIFrumdeSadeMentalInfantojuvenildaRegioNorteeIIColegiadodeCoordenadoresdeSadeMentalRegioNorte,emBelm/PA.
XVIIReuniodoColegiadoNacionaldeCoordenadoresdeSadeMental(2014)
AXVIIreuniodoColegiadoNacionalocorreude2a4dedezembrode2014econtoucoma
presenado
Ministro
Arthur
Chioro
em
sua
abertura.
Os
principais
temas
abordados
no
encontro
foram:OBemViverdosPovosIndgenas;desafiospara implantaodaRAPS,comnfasenoprojetoPercursosFormativoseEngrenagensdaEducaoPermanente;DesconstruodemitosnaPolticadelcool e outras Drogas; Racismo e Sade Mental; Situaes de Crise e ateno contnua nos CAPS;AesdeSadeMentalnaAtenoBsica;ProcessosdeDesinstitucionalizao;eQualityRightscomoestratgiadegarantiadeDireitosdosusuriosdeSadeMental
XVIIIReuniodoColegiadoNacionaldeCoordenadoresdeSadeMental(2015)
A XVIII Reunio do Colegiado Nacional aconteceu nos dias 08 a 10 de dezembro de 2015. Aprogramao desse evento estimulou reflexes sobre temas especficos relacionados com a
sustentabilidade
da
Rede
de
Ateno
Psicossocial
RAPS,
considerando
toda
a
conjuntura
econmica
e
polticaeoriscoderetrocessosnasReformasSanitriaePsiquitrica.Esseeventoteveaparticipaode mais de 250 pessoas, estando presentes os Coordenadores de Sade Mental de Estados eMunicpios, usurios e familiares, pesquisadores, trabalhadores do SUS, parlamentares,representantes de diversas reas tcnicas do Ministrio da Sade (Secretaria Especial de SadeIndgenaSESAI,SecretariadeGestoEstratgicaeParticipativaSGEP,DepartamentodeAtenoBsica DAB, Departamento de Gesto da Educao na Sade DEGES), participao de outrosMinistrios (Secretaria Nacional de Economia Solidria SENAES/MTE, Secretaria Nacional SobreDrogas SENAD/MJ), entidades e associaes de Movimentos de apoio Luta Antimanicomial erepresentantesdaOrganizaoPanamericanadeSadeOPAS/OMSdoBrasil.
OColegiadoNacionaldeCoordenadoresdeSadeMentalencerrousenodia10dedezembro,DiaInternacional dos Direitos Humanos. No por acaso foram reafirmados como marcos da ReformaPsiquitricaeSanitriaquenodevemretroceder:
PrincpiosdoSUS;
PrincpiosdaReduodeDanoscomoticadecuidado;
Protagonismo;
DireitosHumanos;
Produodevida;
Cuidadoemliberdade,integralelongitudinal.
A metodologia de trabalho deste Colegiado se deu por meio de rodas de conversas que foramdivididasnosseguintestemas:SadeMentalnaAtenoBsica;DemandasassociadasaoConsumodelcool e outras Drogas; Sade Mental Infantojuvenil; Ateno Crise; Desinstitucionalizao e aReabilitaoPsicossocial.
Assntesesdosgruposrefletiramaavaliaoelaboradaportrsgeraesdegestores,apartirdoacmulo dedebatesnoapenasrelativosaosanosde2011a2015,massimdosltimos25anos,apartirdeumaavaliaodaPolticadeSadeMentalnoBrasildesdeDeclaraodeCaracas,de1990,marcodaReformaPsiquitricanomundo.
Aplenria
final,
conduzida
pelos
Coordenadores
possibilitou
a
troca
do
consolidado
das
seis
rodas
de conversa realizadas durante o evento bem como aprovao das cartas abertas de apoio
-
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easmoesdeapoioerepdio(anexoII).Duas(02)Cartas:1 CartaabertaaoExmo.Sr.MinistrodaSadeMarceloCastroe2CartaaosGestoreseTrabalhadoresdaRAPS
Quatro(04)Moes:1MoodeRepdioSecretariadeSadedoEstadodoRioGrandedo Sul a uma Poltica Manicomial; 2 Moo em Defesa da Democracia; 3 Moo de
Apoio
Descriminalizao
do
porte
e
plantio
para
consumo
prprio
das
drogas
ilcitas;
4
MoodeApoioaoprocessodeDesinstitucionalizaodeSorocabaeregionoEstadodeSoPaulo.
MenoHonrosaPstumaaoSr.BrazGeraldoPeixoto,pelacontnualutaantimanicomialqueempreendeu,comopaiefamiliar,naReformaPsiquitricaenadefesadosCAPS.
ColegiadosRegionaisdeCoordenadoresdeSadeMental:Norte,Nordeste,CentroOeste,Sul
ONortesustentouencontrosanuaisde2011a2014enaestticadeescritatcnicaeafetivada Carta de Palmas, anunciada em 2014, expressouse a importncia do encontro e da afetaopresencialparaconstruocoletiva.Destemodoforamsublinhadas:a importnciadoApoioTcnico
dombito
federal
junto
s
gestes
locais
e
territrio;
e
tambm
a
visibilidade
das
prticas
e
dos
povos
tradicionais,emespecialpovosindgenas,assentadosrecorrentementemaisnosaberfazerenorelatooral em grupo do que nos registros formais escritos, tpicos da burocracia do poder pblico e dasregrasdeproduodeconhecimentodeacadmico.
Na Regio Nordeste, realizado em 2012, as discusses foram em torno do processo deresponsabilidade e sustentabilidade da RAPS entre os entesfederativos e construo do cuidadolongitudinal.
Nas reunies dos Colegiados do Sul, que aconteceram em 2012 e 2013, houve a nfase nanecessidadedearticulaointraeintersetorial,bemcomoreflexesinterdisciplinares,paraampliaoda capacidade de elaborao de respostas complexas inerentes ateno psicossocial, envolvendofatores como: condio de sade e cuidado integral; direitos civis e direitos humanos;
desintitucionalizao
e
reabilitao
psicossocial;
cuidado
produtor
de
autonomia.
Foi
apontado
tambmodesafiodeimplantaodeCAPSregionaisegovernana.No CentroOeste, realizado em 2012, o destaque maior ficou na discusso sobre o tema
indgena,consideradoinditopelosparticipantes,poisessadiscussonuncahaviasidotemadaSademental.Esteve presente uma indgena (GuaranKawo) que nos relatouas dificuldadesreferentes sade mental dos seus indgenas, dando destaque ao alcoolismo e suicdio. Em paralelo, foramapresentadas questes fundamentais sobre lcool e outras drogas, incluindo a descrio dosdispositivosdaRAPS,experinciasdoCentroOeste,eapontamentodehaverpoucaprticaeescassezdeservios.AprogramaoabarcouumpainelinfantojuvenilsobreaexpansodosCAPSinoBrasileoutrosobreaquestoindgena.
NoforamrealizadasreuniesdeColegiadoRegionaldeSadeMental,lcooleOutrasDrogas
naregio
Sudeste
no
perodo.
Esta modalidade de participao dos diferentes entes na construo da RAPS nos territriosprivilegiou o exerccio da democracia. Da mesma forma, possibilitou que decises importantesrelativasimplantaoe implementaodaRAPSfossemmaiscondizentescomoscontextosvividosnosterritrios.
Podemos destacar algumas discusses que partiram dos colegiados regionais e pautaram apolticanacional:asestratgiasdeeducaopermanenteparaestruturaoefortalecimentodaRAPS;asestratgiasparapotencializar encontrocomaspopulaestradicionaiseacriaodeestratgiasdecuidado que levem em considerao essa populao; a ampliao do fortalecimento daintersetorialidade para o olhar para questes da infncia ejuventude; a organizao da RAPS e asnecessidadedediversificaodospontosdeateno.
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9. Efetivar as polticas de sade dirigidas a pessoas portadoras de necessidades especiais nasdeficincias: fsica, motora, auditiva, visual, transtorno mental, entre outras, qualificando oacesso e prioridade em lugares pblicos e privados com sinalizao visual, faixas, placas eadesivosinformativos,eumsistemadetransporteadaptadoparalocomoodessescidados.
10.Garantir
interlocuo
e
integrao
entre
SUS
e
percia
do
INSS
para
os
casos
de
benefcios
para
portadores de qualquer deficincia, inclusive os pacientes com sofrimento mental, paraavaliao dos laudos com a concluso indicativa de afastamento ou no e o porqu, comqualidadeecoerncia,proporcionandoumatendimento.
Outrasdeliberaesaprovadasqueenvolvemasquestesdesademental:
1. ReativarosConselhosdeSeguridadeSocialnasesferasmunicipal,estadual/DFefederalcomoespaos de definio de estratgias e responsabilidades complementares voltadas valorizaodavida,prevenodasdoenas,violncias,usodedrogas,acidentes,violaesdedireitosedeafirmaodaculturadapaz.
2. Rever os critrios para concesso de benefcio scio previdencirio para que incluam aspessoasqueusamdrogasequeestejamemtratamento.
3. Agirparaqueosconselhosdesade(estaduais/DF,municipaisefederal)atuemnosentidodaproibiodapropagandadedrogaslcitasnamdia.
4. Criar novos parmetros de avaliao que levem em conta, alm do ndice populacional, ascaractersticasepidemiolgicasdapopulao,paraimplantaodeprogramasnosmunicpios,como,entreoutros,odeenfrentamentoaousodecrackeoutrasdrogas.
5. IncluiraSadedoAdolescentecomoumdoseixosprioritriosnoPactodaSade,garantindoo acesso aos servios integrais da Rede de Ateno na Promoo, Proteo e Recuperao
relacionadasao:
Planejamento
Familiar,
Gravidez
na
Adolescncia,
DST
Aids,
Hepatites
Virais,
Violncias, uso de lcool, cigarro, crack e outras drogas, estimulando hbitos alimentaressaudveiseaprticaregulardeatividadefsica,entreoutros.
6. Implantar polticas pblicasde acordo com asdiretrizes da PolticaNacional Sobre o Uso delcooleOutras Drogas,alinhada aos preceitos da reforma psiquitrica brasileira, garantindoassistncia universal e integral ao usurio, e apoio aos familiares visando a reestruturaofamiliaredemaisformasdereduodedanos,promovendoainclusosocialdogrupofamiliaraoqualpertence,exigindodoEstado participaotripartiteno financiamento,ampliandoosCaps AD e Capsi e leitos hospitalares para desintoxicao em hospital geral, consultrios derua.
7. Garantir o aumento dos recursos para investimentos em