relatorio de estudo de impacto ambiental do projecto de estabelecimento de plantacao de eucalyptus...
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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
LICENCIATURA EM ENGENHARIA FLORESTAL
CADEIRA: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL
GRUPO 1
RELATORIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (REIA)
Estabelecimento de uma Plantação de Eucalyptus sp no Posto Administrativo de
Rotanda (Rotanda e Musapa), Distrito de Sussundenga, na Província de Manica
Docentes:
Professora Doutora Natasha Ribeiro
dr. Aniceto Chaúque
dr. Cláudia Buce
Monitor:
Domingos Machava
Discentes:
Maúnze, Credêncio Raúl
Cuambe, Sheila Oseias
Malobole, Cecília
Chirrime, Mário Paulino
Machel, Vicente Sebastião
Maputo, Maio de 2014
REIA do Projecto de Estabelecimento de uma Plantação de Eucalyptus sp e Centro de Tratamentos de Toros nos
Postos Administrativos de Rotanda e Mussapa, Distrito de Sussundenga, Província de Manica
Lotinho Consultores, Ltda. (Maúnze, Cuambe, Malobole, Chirrime, Machel) Página 2
SUMÁRIO EXECUTIVO
REIA do Projecto de Estabelecimento de uma Plantação de Eucalyptus sp e Centro de Tratamentos de Toros nos
Postos Administrativos de Rotanda e Mussapa, Distrito de Sussundenga, Província de Manica
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Índice
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO ................................................................................. 5
2.1 Estabelecimento do viveiro ................................................................................ 5
2.2 Preparo do terreno .............................................................................................. 5
2.3 Plantio ................................................................................................................ 5
2.4 Manutenção/Maneio .......................................................................................... 5
2.5 Exploração ......................................................................................................... 5
3 SITUAÇÃO AMBIENTAL DE REFERENCIA ...................................................... 6
3.1 Ambiente Biofísico ............................................................................................ 6
3.1.1 Topografia .................................................................................................. 6
3.1.2 Clima .......................................................................................................... 6
3.1.3 Hidrografia.................................................................................................. 6
3.1.4 Vegetação ................................................................................................... 6
3.1.5 Fauna .......................................................................................................... 6
3.2 Ambiente Sócio-económico ............................................................................... 7
3.2.1 Localização Geográfica .............................................................................. 7
3.2.2 Actividades Económicas e Serviços ........................................................... 7
3.2.3 Padrões de uso de terra ............................................................................... 8
3.2.3.1 Agricultura .................................................................................................. 8
3.2.3.2 Pecuária e Avicultura.................................................................................. 8
3.2.3.3 Produção não agrícola ................................................................................ 9
4 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ......................................... 9
5 MEDIDAS DE MITIGAÇÃO ................................................................................ 10
6 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 11
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1 INTRODUÇÃO
O presente documento constitui o Sumário Executivo referente ao Estudo de Impacto
Ambiental do Projecto de Estabelecimento de Plantação de Eucalyptus sp e Centro de
Tratamento de toros no Posto Administrativo de Rotanda (Rotanda e Musapa), Distrito
de Sussundenga na Província de Manica, com a finalidade de produzir pasta para papel.
O projecto foi submetido pela Portucel Sopurcel, onde tendo sido categorizada como de
Categoria A, segundo a legislação Moçambicana, esta deve estar sujeita a um Estudo de
Impacto Ambiental.
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) esteve na responsabilidade da Lotinho
Consultores. Ltda.
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2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO
O projecto irá ter como actividades principais as seguintes:
2.1 Estabelecimento do viveiro
Far-se-ão neste aspecto, actividades de estabelecimento do viveiro e a posterior
produção de mudas a serem usadas na plantação.
2.2 Preparo do terreno
Este processo compreende principalmente a remoção da vegetação e posteriormente o
preparo propriamente dito que, basear-se-á num preparo não localizado (abrangerá toda
área). Para o preparo será privilegiada a técnica mecanizada.
2.3 Plantio
É a fase consistirá essencialmente na colocação de mudas no local definitivo nas covas
previamente abertas.
2.4 Manutenção/Maneio
É nesta etapa que se farão tratos culturais e silviculturais para permitir o crescimento
sustentável; consistirá em manter as áreas limpas e também actividades de protecção
florestal como o controlo de pragas e doenças, controle e ou combate de incêndios.
2.5 Exploração
Neste ponto, destacam-se actividades de colheita/exploração florestal e o posterior
tratamento de toros. A exploração será feita com base no método mecanizado.
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3 SITUAÇÃO AMBIENTAL DE REFERENCIA
3.1 Ambiente Biofísico
3.1.1 Topografia
Este Distrito geomorfologicamente ocorre parcialmente no vasto complexo Gnaisso-
Granítico do Moçambique “ Belt” onde sobressaem em forma de “Inselbergs” as
Rochas intrusivas do Pós-Karroo. A Ocidente do Distrito, ao longo da fronteira com o
Zimbabwe, existe uma cordilheira de montanhas – maciço de Chimanimani com picos
que se elevam acima de 1500 metros e que cobre uma superfície de cerca de 1050 km2,
sendo nesta área onde se localiza o ponto mais alto de Moçambique, o Monte Binga
com 2436 metros de altitude
3.1.2 Clima
Apresenta clima tropical chuvoso de savana com duas estacões distintas. Esta possui
uma precipitação média anual de cerca de 1171 mm e evapotranspiração na ordem dos
1271 mm, temperatura média anual de 23oC.
3.1.3 Hidrografia
A rede hidrográfica do Distrito compreende 4 rios principais, nomeadamente: Revué,
Munhinga, Musapa e Lucite. Para além destes 4 rios existem muitos outros de grande
importância económica para a irrigação por gravidade. Uma grande parte da albufeira
de Chicamba pertence ao território do Distrito de Sussundenga.
3.1.4 Vegetação
Nesta região a vegetação predominante é a de miombo, ocupando cerca de 90% da
região, donde destacam as espécies do género Brachystegia, Julbernadia e Isuberlinia.
Também se destacam espécies como a Panga-Panga, Umbila, Mapepe, Mussussa e
Muocha.
3.1.5 Fauna
Os recursos faunísticos do distrito de Sussundenga incluem a caça, onde encontramos os
seguintes animais: As gazelas, os cabritos de mato, lebres, galinhas de mato e ratos. A
pesca que constitui o peixe do rio e das lagoas artificiais de irrigação, como fonte de
alimentação das famílias.
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3.2 Ambiente Sócio-económico
3.2.1 Localização Geográfica
O distrito de Sussundenga encontra-se localizado no Centro Província de Manica, sendo
limitado a Norte pelos Distritos de Gondola e Manica, a Oeste pela República do
Zimbabwe, a Sul o Distrito de Mossurize e a Este pelo Distrito de Búzi (Sofala). Com
uma superfície de 7057 km2
Fonte: MAE (2005)
3.2.2 Actividades Económicas e Serviços
O distrito de Sussundenga possui potencialidades agrárias, cuja exploração domina a
actividade económica das famílias. O distrito tem um grande potencial para, não só ser
considerado auto-suficiente em termos de autoconsumo e de segurança alimentar, mas
também para ajudar a garantir a segurança alimentar ao resto da província e do país.
Este tem solos férteis e recursos hídricos para irrigação.
Dos 710 mil hectares da superfície do distrito, estima-se em 350 mil hectares o
potencial de terra arável deste distrito, dos quais só 20 mil são explorados pelo sector
familiar em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.
O fomento pecuário no distrito é fraco, porém, dada a tradição de criação de gado e
algumas infra-estruturas existentes, verifica-se algum crescimento do efectivo pecuário.
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O distrito de Sussundenga é potencial não só em recursos florestais e em espécies para
madeira, construção, lenha, carvão, como também em recursos medicinais.
A caça e a pesca são também recursos de que o distrito dispõe para o enriquecimento da
dieta das famílias. As gazelas, cabritos do mato, lebres, galinhas do mato e ratos são os
animais mais caçados e importantes na dieta. O peixe do rio e das lagoas artificiais de
irrigação constituem outra fonte de alimentação para as famílias.
A actividade agro-industrial do distrito foi dominada e perspectiva-se o seu reatamento
pela IFLOMA – Industrias Florestais de Manica.
A indústria moageira de 3a classe possui 103 operacionais; quatro serrações (4) e possui
8 lojas. A nível do distrito, o comércio é assegurado maioritariamente pelas bancas fixas
(259) e por vendedores ambulantes que abastecem a população em produtos de 1a
necessidade. Existem 47 lojas, das quais só 8 estão operacionais.
Em relação ao Turismo, o distrito possui grandes potencialidades turísticas como
Chimanimani, Mahate e Albufeira de Chicamba.
3.2.3 Padrões de uso de terra
3.2.3.1 Agricultura
O distrito de Sussundenga tem solos férteis e recursos hídricos para irrigação. Dos 710
mil hectares da superfície do distrito, estima-se em 350 mil hectares o potencial de terra
arável deste distrito, dos quais só 20 mil são explorados pelo sector familiar (3% o
distrito). Regista-se disputas pela posse da terra entre camponeses e farmeiros vindos de
Zimbabwe. O sistema de produção predominante nos solos de textura pesada e mal
drenados é a monocultura de batata-doce em regime de camalhões ou matutos. Para
além das culturas alimentares e de rendimento, também produz-se fruteiras, coqueiros.
3.2.3.2 Pecuária e Avicultura
A criação de gado neste distrito baseia-se principalmente por criações de espécies como
gado bovino, caprino e aves. No distrito existem cerca de 15 mil criadores de pecuária e
mais de 23 mil de avicultura, a maior parte em regime familiar (MAE, 2005).
Os dados denotam para uma estrutura de produção relactivamente mercantilizada, em
que o nível de vendas varia de 20% nos caprinos a 30% nos bicos, constituindo uma
fonte de rendimento familiar importante.
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3.2.3.3 Produção não agrícola
Constitui uma fonte importante de rendimento familiar. Derivando essencialmente da
venda de madeira, lenha, caniço e carvão, bem como da actividade de caça, pesquisa e
artesanal, efectuado por um conjunto de centenas de explorações familiares.
4 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS
É de facto que qualquer actividade que se leva a cabo sobre o meio ambiente, causa
impactos sobre o mesmo meio, podendo ser positivos ou negativos; portanto, cultivo de
Eucalyptus sp, também está incluso nestas actividades. A implantação das florestas
pode causar efeitos sobre os diversos meios pelo qual está inserido, biofísico e sócio-
ecónomico.
Deste modo, apresenta-se os potenciais impactos que podem ser causados pelo
Eucalyptus sp, sobre os meios pelos quais estes podem incidir, a saber:
Alteração da estrutura do solo;
Erosão de solos;
Compactação de solos;
Aumento da fertilidade de solos;
Poluição sonora;
Alteração da paisagem;
Perda de espécies de flora e fauna;
Redução da disponibilidade do combustível lenhoso;
Criação de emprego;
Sequestro de carbono;
Melhoria de estradas vicinais.
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5 MEDIDAS DE MITIGAÇÃO
Como principais medidas de mitigação do impacto para este projecto, destacam-se as
seguintes medidas de mitigação:
Remoção mínima da vegetação;
Usar maquinaria com rodas largas para aumentar a superfície do contacto com
solo;
Manutenção da maquinaria e veículos serão realizados em local
impermeabilizado dentro da área do estaleiro, e os subprodutos dessas operações
serão armazenados em recipientes ou tanques e depois encaminhados para o
destino final adequado, privilegiando-se a reciclagem.
Planeamento adequado das actividades que envolvem a movimentação de
veículos ruidosos durante o dia, evitando o máximo as zonas de habitações,
estabelecimentos de saúde e de ensino;
Dever-se-á fazer a aspersão com água aos caminhos/estradas de terra batida/não
pavimentadas, na altura em que se verifiquem algumas condições favoráveis à
emissão de poeiras, principalmente na época seca e ventos intensos).
Os camiões que irão transportar materiais para o estabelecimento das infra-
estruturas da empresa deverão ser cobertos, para minimizar o efeito da emissão
de poeiras devido à erosão eólica;
Reservar faixas de vegetação nativa (corredor biológico) e
plantando-se árvores frutíferas, arbustos e gramíneas, que possam
suprir a fauna silvestre com alimento abundante durante todo o ano;
Fazer a integração paisagística da área circundante à plantação, tendo como
enfoque o enquadramento visual da plantação e das outras infra-estruturas
ligadas à plantação, com base no estabelecimento de uma estrutura verde multi-
estratificada;
Contratação de mão-de-obra local para as diferentes actividades do projecto;
Formação da comunidade local em técnicas de produção florestal, convista a sua
contratação nas diferentes actividades relacionadas ao projecto.
Providenciar informação sobre o número de vagas de trabalho disponível e as
qualificações
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Utilização de técnicas de colheita que preservem, no local, as
cascas, folhas e raízes responsáveis em média, por 70% dos nutrientes
contidos nas plantas;
Usar filtros de som em máquinas com poder sonoro elevado;
Fazer a monitoria e manutenção periódica dos equipamentos mais ruidosos, no
sentido de regular as emissões produzidas pelas mesmas;
6 CONCLUSÕES
De acordo com os trabalhos levados a cabo para a apresentação deste sumário, a equipe
técnica da Lotinho Consultores. Ltda., encarregada pelo Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) do projecto proposto: Estabelecimento de uma Plantação de Eucalyptus sp e
Centro de Tratamento de toros no Posto Administrativo de Rotanda (Rotanda e
Musapa), Distrito de Sussundenga, na Província de Manica, pertencente a Portucel
Sopurcel, considerando todas as metodologias que condicionaram o projecto, sendo
primeiro a técnica aplicada aos estudos como os de fauna, flora/vegetação, os sócio-
económicos, visando à protecção do ambiente.
Deste modo, o projecto em causa considera-se que contribuirá de forma positiva e de
modo significativo para o desenvolvimento pretendido no Posto Administrativo de
Rotanda (Rotanda e Musapa), no distrito de Sussundenga e na província em geral,
constituindo este o principal factor justificativo do projecto naquela região de Manica e
do País.
É necessário enfatizar que não se defende a substituição de florestas nativas por
florestas plantadas, por todos os fatores já mencionados, mas sim a implantação de
florestas de eucalipto em áreas onde a floresta nativa já foi derrubada, em
áreas de pastagens ou em áreas degradadas, o que além de garantir o
suprimento de uma matéria-prima essencial para a sociedade pode gerar
melhoria do regime hídrico, do solo, da biodiversidade, enfim, do meio
ambiente.
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RELATÓRIO PRINCIPAL
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Índice
ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................. 17
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................. 17
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19
1.1 Objectivos do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) ........................................ 20
1.2 Metodologia do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) ..................................... 20
2 DEFINIÇÃO DA ACTIVIDADE ........................................................................... 21
2.1 Identificação do Proponente ............................................................................ 21
2.2 Identificação da Equipe Responsável pelo EIA ............................................... 21
2.3 Enquadramento Legal do Projecto ................................................................... 21
2.4 INFRA-ESTRATURAS DO PROJECTO ....................................................... 24
2.5 ALTERNATIVAS DO PROJECTO ................................................................... 25
2.5.1 ALTERNATIVAS LOCACIONAIS ........................................................... 25
2.5.1.1 Alternativa 1 – Implantar o projecto na área proposta ............................. 26
2.5.1.2 Alternativa 2- Implantar a actividade noutro posto Administrativo ......... 26
2.5.1.3 Alternativa 0- Não implantar o projecto ................................................... 27
2.5.2 ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS ........................................................ 27
2.5.2.1 Alternativa 1- Usar maquinaria pesada com pneus largos com poder
sonoro reduzido ....................................................................................................... 28
2.5.2.2 Alternativa 0- Não usar maquinaria pesada .............................................. 28
2.5.3 ALTERNATIVA DE NÃO REALIZAÇÃO DO PROJECTO
(ALTERNATIVA 0) ............................................................................................... 29
2.6 ACTIVIDADES DO PROJECTO ................................................................... 30
2.6.1 Actividades Principais .............................................................................. 30
2.6.2 Actividades Complementares ................................................................... 32
2.6.3 Actividades Secundárias ........................................................................... 32
3 DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE .......................................................................... 33
3.1 Localização do Projecto ................................................................................... 33
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3.2 DISPOSIÇÃO DA ACTIVIDADE ................................................................. 33
3.2.1 Fases do Projecto .......................................................................................... 33
3.3 Requisitos de Mão-de-obra .............................................................................. 34
4 DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA ................................................... 35
4.1 Área de Influência Directa ............................................................................... 35
4.2 Área de Influência Indirecta ............................................................................ 35
5 SITUACAO DE REFERÊNCIA DO LOCAL DE IMPLEMENTAÇÃO DO
PROJECTO .................................................................................................................... 37
5.1 AMBIENTE BIOFÍSICO ................................................................................ 37
5.1.1 Topografia ................................................................................................ 37
5.1.2 Clima ........................................................................................................ 37
5.1.3 Solos ......................................................................................................... 38
5.1.4 Hidrografia................................................................................................ 38
5.1.5 Vegetação ................................................................................................. 39
5.1.6 Fauna ........................................................................................................ 39
5.2 AMBIENTE SOCIO-ECONÓMICO .............................................................. 39
5.2.1 Localização Geográfica e Divisão Administrativa ................................... 39
5.2.2 Estrutura de Governação .......................................................................... 41
5.2.3 Actividades Económicas e Serviços ......................................................... 42
5.2.4 Demografia ............................................................................................... 43
5.2.5 Educação (Analfabetismo e Escolarização) ............................................. 44
5.2.6 Habitação e Condições de vida ................................................................. 44
5.2.7 Padrões de Uso de Terra ........................................................................... 45
5.2.7.1 Agricultura ................................................................................................ 45
5.2.7.2 Pecuária e Avicultura................................................................................ 46
5.2.7.3 Produção não agrícola .............................................................................. 46
5.2.8 Infra-estruturas.......................................................................................... 46
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6 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS IMPACTOS DO PROJECTO ................... 48
6.1 DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS ..................................................................... 54
6.1.1 IMPACTOS NO MEIO BIOFÍSICO ....................................................... 55
6.1.2 IMPACTOS NO MEIO SÓCIO-ECÓNOMICO ..................................... 59
7 DESCRIÇÃO DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO ................................................ 61
8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................... 75
9 LACUNAS DE CONHECIMENTO ....................................................................... 77
10 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)..................................................... 78
10.1 Introdução ........................................................................................................ 79
10.2 Objectivo e Âmbito .......................................................................................... 80
10.3 Princípios Básicos do Plano de Gestão Ambiental (PGA) .............................. 80
10.3.1 Consciencialização Ambiental ................................................................. 80
10.3.2 Mitigação .................................................................................................. 81
10.3.3 Responsabilidade ...................................................................................... 81
10.4 Obrigações e responsabilidades na Gestão Ambiental .................................... 81
10.4.1 O proponente- Portucel Sopurcel ............................................................. 82
10.4.2 MICOA ..................................................................................................... 83
10.4.3 Ministério da Agricultura ......................................................................... 83
10.5 Acções de Gestão Ambiental ........................................................................... 84
10.5.1 Gestão do meio ......................................................................................... 84
10.5.2 Saúde e Segurança .................................................................................... 85
10.5.2.1 Procedimentos de Resposta a Emergência ............................................ 86
10.5.2.2 Emprego ................................................................................................ 87
10.7 Monitoria e Auditoria ...................................................................................... 99
10.7.1 Monitoria .................................................................................................. 99
10.7.2 Auditoria ................................................................................................. 100
10.8 Formação e Educação Ambiental, Saúde e Segurança .................................. 101
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11 PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA ................................................ 103
11.1 Introdução ...................................................................................................... 103
11.2 Objectivos do Processo de Participação Pública ........................................... 104
11.3 Metodologia da Participação Pública ............................................................ 105
11.3.1 Empresa responsável pelo EIA e auscultação pública............................ 106
11.3.2 Definição e envolvimento das PI&As .................................................... 106
11.3.3 Reuniões Públicas ................................................................................... 107
11.3.3.1 Principais aspectos discutidos nas consultas públicas ........................ 107
11.3.3.2 Integração das questões, sugestões e comentários do público ............ 108
11.4 Considerações Finais ..................................................................................... 110
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 111
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ÍNDICE DE GRÁFICOS
Grafico 1: Dados climáticos do Distrito de Sussundenga .............................................. 38
Grafico 2: Famílias, por condições básicas de vida........................................................ 44
Grafico 3: Explorações e área, por culturas principais ................................................... 45
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Cronograma de Fases do Projecto e as respectivas actividades ...................... 33
Figura 2: Mapa da localização geográfica do Distrito de Sussundenga ......................... 39
Figura 3: Proposta de Sistema de Gestão de riscos para plantação de eucalipto............ 87
Figura 4: Cronograma da Participação Pública ............................................................ 105
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Divisão Administrativa do Distrito de Sussundenga ...................................... 40
Tabela 2: População por posto administrativo, idade e sexo, 1/1/2005 ......................... 43
Tabela 3: População, por condição de alfabetização, 1997 ............................................ 44
Tabela 4: Identificação dos impactos do projecto .......................................................... 48
Tabela 5: Análise dos impactos (Abrangência, Intensidade, Duração, Consequência,
Probabilidade, Significância, Natureza e Grau de Confiança) ....................................... 51
Tabela 6: Efeito sobre estrutura do solo ......................................................................... 61
Tabela 7: Efeito sobre composição do solo .................................................................... 61
Tabela 8: Compactação do solo ...................................................................................... 62
Tabela 9: Erosão do solo ................................................................................................ 62
Tabela 10: Poluição sonora ............................................................................................ 63
Tabela 11: Poluição Atmosférica ................................................................................... 64
Tabela 12: Desequilíbrio do ecossistema ....................................................................... 65
Tabela 13: Perda de espécies da flora ............................................................................. 65
Tabela 14: Redução de Biodiversidade e Fragmentação de Populações de Fauna ........ 67
Tabela 15: Alteração da paisagem .................................................................................. 68
Tabela 16: Redução do combustível lenhoso ................................................................. 69
Tabela 17: Geração de emprego ..................................................................................... 69
Tabela 18: Efeito sobre a porosidade do solo ................................................................. 70
Tabela 19: Compactação do solo .................................................................................... 70
Tabela 20: Aumento da fertilidade do solo .................................................................... 71
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Tabela 21: Poluição sonora ............................................................................................ 72
Tabela 22: Poluição atmosférica..................................................................................... 72
Tabela 23: Conservação de mamíferos não voadores .................................................... 73
Tabela 24: Aparecimento de pragas ............................................................................... 73
Tabela 25: Geração de emprego ..................................................................................... 74
Tabela 26: Sequestro de carbono .................................................................................... 74
Tabela 27: Principais riscos associados á etapas da actividade de plantação de Eucalipto
........................................................................................................................................ 85
Tabela 28: Gestão dos impactos do projecto no ambiente biofísico – fase de construção
........................................................................................................................................ 89
Tabela 29: Gestão e monitoramento dos impactos do projecto no ambiente biofísico –
fase de Operação ............................................................................................................. 95
Tabela 30: Datas das reuniões públicas ........................................................................ 105
Tabela 31: Registo das questões e contribuições dos participantes ............................. 108
ÍNDICE DE ANEXOS
Anexo 1: TERMOS DE REFERÊNCIA PARA O ESTUDO DE IMPACTO
AMBIENTAL ............................................................................................................... 113
Anexo 2: DUAT (Direito de Uso e Aproveitamento de Terra) .................................... 123
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1 INTRODUÇÃO
O presente documento constitui o Relatório Principal do Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) do Projecto de Estabelecimento de Plantação de Eucalyptus sp.
A Plantação será estabelecida no Posto Administrativo de Rotanda (Rotanda e
Mussapa), Distrito de Sussundenga na Província de Manica, onde o mesmo será
implementado numa área correspondente a 178 000 há.
O estudo de Pré-viabilidade e Definição de Âmbito (EPDA) e os Termos de Referência
(TdR) do projecto estabelecimento e operação da plantação de Eucalyptus sp e centro de
tratamento de toros foram ambos aprovados pelo MICOA (Ministério para a
Coordenação da Acção Ambiental), onde em anexo apresenta-se os Termos de
Referência. A elaboração do EIA teve como base os Termos de Referência e tomou em
consideração as recomendações do MICOA, a Lei-quadro do Ambiente (Lei 20/97 de 1
de Outubro), Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental
(Decreto 45/2004) e a Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental (Diploma
Ministerial no 129/2006).
As actividades relacionadas à elaboração do Relatório do Estudo de impacto Ambiental
(REIA) envolveram procedimentos de análise de dados primários, levantamentos de
campo complementados por dados secundários. Para a execução teve-se como base
Engenheiros Florestal, Consultor Ambiental, especialista uso de solo e planeamento,
Especialista em Sócio-economia e participação pública.
O relatório é composto por uma síntese das fases/etapas e actividades relacionadas a
concepção do projecto, às alternativas locacionais e tecnológicas, metodologia usado no
EIA para a identificação dos diferentes impactos nas diferentes fases do projecto, assim
como as medidas a serem levadas a cabo a minimização e ou mitigação dos mesmos
impactos e também o plano de gestão ambiental.
Ressaltar que segundo a legislação ambiental, toda a actividade modificadora ou
potencialmente modificadora do meio ambiente, deve ser precedida pela elaboração do
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Estudo de Impacto
Ambiental (REIA)
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1.1 Objectivos do Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Realizado teve como objectivo principal a
avaliação de potências impactos (negativos e ou positivos) no ambiente Biofísico e
Sócio-económico, nas diferentes fases que o projecto compreende. O relatório apresenta
ainda as medidas de mitigação dos impactos negativos e a potenciação dos positivos,
assim como algumas recomendações. As medidas contidas neste relatório foram
propostas baseando-se na análise da situação de referência e do projecto em causa.
1.2 Metodologia do Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
O estudo realizado compunha as seguintes actividades:
Estudos desktop – usados para a descrição da situação de referência em relação a
aspectos biofísicos e sócio económicos da área a ser implantado o projecto;
Trabalho de campo junto à área do projecto em causa;
Identificação dos potenciais impactos, através da confrontação das
características do projecto com às biofísicas e sócio-económicas na área do
projecto.
O desenho de medidas de mitigação dos impactos positivos e as de potenciação
dos impactos positivos.
Formulação e integração das medidas de gestão e monitoramento ambiental ao
Programa de Gestão Ambiental.
Este mesmo Estudo compreendeu também consultas bibliográficas relacionadas com o
projecto.
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2 DEFINIÇÃO DA ACTIVIDADE
2.1 Identificação do Proponente
O proponente do projecto é a Portucel Sopurcel. É uma empresa fundada em 1999 de
origem Portuguesa, produtor de pasta e papel ao nível de África. Em Moçambique
possui a sua sede no Distrito de Manica, Província de Manica.
Actualmente possui unidades de produção de pasta e papel nos países da SADC, de
elevada qualidade no mercado usando tecnologias modernas de processamento bem
como modernas técnicas de produção florestal
2.2 Identificação da Equipe Responsável pelo EIA
A elaboração do Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA) esteve à
responsabilidade da empresa Lotinho Consultores, Ltda. Empresa registada pelo
MICOA para elaboração do EIA, uma empresa com larga experiência em Avaliação de
Impactos Ambientais em Moçambique. Contem nos seus quadros vários especialistas
para analisar os vários descritores necessários para um estudo deste nível e relacionados
com a actividade em causa. O estudo decorreu entre Fevereiro e Maio de 2014.
A Equipa Técnica envolvida na elaboração do EIA é constituída pelos seguintes
elementos:
Coordenador de Projecto – Credêncio Raúl Maúnze;
Consultor Ambiental – Mário Chirrime;
Engenheira Florestal – Sheila Oseias Cuambe;
Especialista em Uso do Solo e Planeamento – Cecília Simone Malobole;
Especialista em Sócio-economia e Participação Publica – Vicente Machel
2.3 Enquadramento Legal do Projecto
O projecto foi classificado pelo Ministério para Coordenação da Acção Ambiental
(MICOA) como de Categoria A, sendo necessária a realização de um Estudo de Impacto
Ambiental (EIA). Nesse contexto, o Estudo de Impacto Ambiental do projecto foi
realizado consoante o preconizado nos diferentes instrumentos legais relevantes, tendo
sido identificados como instrumentos legislativos relevantes os seguintes:
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Constituição da República
Sendo a Constituição a Lei mãe no ordenamento jurídico moçambicano, constitui um
importante instrumento de protecção do ambiente. O no 1 do Artigo 90 determina que
todo o cidadão tem o direito de viver num ambiente equilibrado e o dever de o defender.
Lei do Ambiente (Lei nº 20/97, de 1 de Outubro)
A Lei do Ambiente é aplicável a todas actividades públicas ou privadas, susceptíveis de
influenciar directa ou indirectamente o meio ambiente. A Lei proíbe a poluição. O
Artigo 15 determina que a implementação de actividades de desenvolvimento está
sujeita à aquisição prévia de uma Licença Ambiental por parte do Proponente.
Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental
(Decreto nº45/2004 de 29 de Setembro)
O regulamento define os procedimentos e abrangência de cada uma das etapas do
processo de Avaliação de Impacto Ambiental do projecto. Neste presente caso, tendo
sido classificado o projecto como sendo de Categoria A, a emissão da Licença
Ambiental está condicionada à realização de um Estudo de Impacto Ambiental, cujo
relatório deve ser submetido à DNAIA (Direcção Nacional de Avaliação de Impacto
Ambiental) para aprovação.
Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental (Diploma Ministerial
Nº. 129/2006 de 19 de Julho)
A directiva providencia as orientações e parâmetros gerais para a Avaliação do Impacto
Ambiental (AIA)
Directiva Geral para a Participação Publica no Processo de Avaliação de
Impacto Ambiental (Diploma Ministerial Nº. 130/2006 de 19 de Julho)
Esta directiva reafirma a importância da Participação Pública na AIA, sendo uma
componente bastante auxiliadora a obtenção do desenvolvimento sustentável, onde são
avaliadas de forma conjunta questões de condição ambiental, económica e social.
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Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto no 32/2003
de 12 de Agosto
De acordo com este regulamento, o projecto esta sujeito a auditorias ambientais, a
serem realizadas pelo MICOA sempre que se julgue necessário. Este estabelece ainda
parâmetros para a realização de auditorias ambientais, a que estão sujeitas actividades
publicas e ou privadas que durante a sua implementação possam gerar impactos ao
ambiente.
Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e Emissão de
Efluentes (Decreto Nº. 18/2004 de 2 de Junho)
O regulamento proíbe a deposição no solo, fora dos limites estabelecidos de substâncias
nocivas que possam determinar ou contribuir para a sua degradação (degradação do
solo).
Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto n.º 13 /2006, de 15 de
Junho);
Estabelece regras relativas à produção, emissão ou deposição de qualquer substância
tóxica ou poluidora convista a prevenir ou minimizar os seus impactos negativos sobre a
saúde e o ambiente. Aplica-se a todas as pessoas singulares ou colectivas, públicas ou
privadas e estabelece competências para a gestão de resíduos. Neste regulamento são
definidas as obrigações das entidades produtoras e gestoras de resíduos estabelecendo-
se regras para a recolha, movimentação, acondicionamento, tratamento e valorização de
resíduos.
Lei das Águas (Lei nº16/91 de 3 de Agosto);
A Lei de Águas acentua a importância dos recursos hídricos, enfatizando a necessidade
da sua gestão sustentável de forma que o uso da água pelos múltiplos interessados não
prejudique as necessidades de alguns.
Esta Lei estabelece a proibição de efectuar directa ou indirectamente lançamentos que
possam comprometer a qualidade da água, assim como acumular resíduos sólidos ou
qualquer outra substância que possa comprometer a qualidade da mesma. Regula ainda
os padrões de qualidade da água e sistemas tecnológicos, assim como métodos para
promover o seu tratamento.
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Política de Águas (Resolução 46/2007 de 30 de Outubro);
Os instrumentos legais que regem a gestão da água em Moçambique são a Lei de Águas
– Lei n° 16/1991 de 3 de Agosto e, a Política Nacional de Águas definida pela
Resolução n° 46/2007. Estes instrumentos estabelecem os conceitos e princípios de
domínio hídrico público, gestão da água por bacias hidrográficas, princípio utilizador-
pagador e poluidor pagador, bem como o regime de concessões e licenças para o uso da
água e ainda salvaguarda do equilíbrio ecológico e meio ambiente.
Lei de Florestas e Fauna Bravia (Lei nº10/99 de 17 de Julho)
Define os princípios da gestão dos recursos florestais e faunísticos, sendo de destacar o
reconhecimento e a valorização das tradições e do saber das comunidades locais.
Confere responsabilidade objectiva de todos que causarem danos em recursos florestais
e faunísticos, com a obrigação de procederem à respectiva recomposição ou
compensarem a degradação, bem como os prejuízos causados a terceiros.
2.4 INFRA-ESTRATURAS DO PROJECTO
Este projecto de estabelecimento de uma plantação de Eucalyptus sp terá como infra-
estruturas principais as seguintes:
Escritórios da empresa;
Rede de estradas;
Centro de tratamento de toros;
Viveiro florestal.
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2.5 ALTERNATIVAS DO PROJECTO
2.5.1 ALTERNATIVAS LOCACIONAIS
A legislação ambiental moçambicana enfatiza como instrumento essencial para a gestão
do meio ambiente, o licenciamento ambiental. Tal instrumento, ao ser empregado, deve
incorporar outros instrumentos de gestão ambiental de modo a se tornar mais eficaz, e
cumprir de modo efectivo na gestão. Considerando que a implantação de actividades
potencialmente causadoras de significativo impacto ambiental caso que se aplica as
plantações florestais (plantações de eucalipto),a identificação de áreas destinadas à
instalação deste tipo de actividade deve ser guiada por princípios que tenham por
objectivo a determinação da viabilidade ambiental
Os empreendimentos florestais caracterizam-se por altos investimentos exigindo
estudos prévios de localizações adequadas às suas finalidades, por isso foram avaliadas
duas alternativas locacionais, inclusive para atender o estipulado na legislação, que
estabelece a contemplação de alternativas tecnológicas e de localização de projecto,
confrontando com a alternativa de não execução do mesmo projecto.
A metodologia usada foi a classificar/caracterizar o Distrito de Sussundenga em outras
áreas que pudessem suportar o projecto, baseando-se em aspectos gerais e também
aspectos estabelecidos nos Termos de Referencia do EIA. Os aspectos gerais tomados
em consideração são os seguintes:
Condições edafoclimáticas;
Disponibilidade de áreas antropizadas;
Restrições ambientais.
As alternativas avaliadas foram: (0) não implantar o projecto, (1) implantar o projecto
na área proposta, (2) implantar o projecto noutro posto administrativo.
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2.5.1.1 Alternativa 1 – Implantar o projecto na área
proposta
O posto Administrativo de Rotanda compreende dois postos, sendo Rotanda e Mussapa
com diferentes condições edafoclimáticas, e ambientais, as quais são descritas a seguir:
Condições edafoclimáticas
Esta região apresenta um clima tropical chuvoso, com predominância de solos argilosos
vermelhos e arenosos vermelhos, uma topografia é formada por uma cordilheira de
montanhas, com uma altitude de 1500 mm, mostrando desta forma condições
minimamente favoráveis para a cultura do Eucalipto.
Disponibilidade de áreas Antropizadas
Nesta região, a colonização desordenada de terras, ao longo do tempo resultou em
pastagens desiguais (heterogéneas), deixando a vegetação nativa com algumas clareiras.
Também, houvera ocupações das diferentes áreas da região por diferentes actividades o
que causou a existência de extensas áreas antropizadas.
Restrições Ambientais
A região localiza-se na zona compreendida pela floresta de Miombo e atravessado por
diferentes cursos de água com zonas ambientalmente sensíveis, dai apresentando
algumas restrições ambientais para o estabelecimento de plantação de eucalipto.
2.5.1.2 Alternativa 2- Implantar a actividade noutro posto
Administrativo
Condições edafoclimáticas
Os restantes postos Administrativos deste distrito, apresentam solos vermelhos de
textura média e os líticos, com uma precipitação média anual em torno dos 1271 mm,
com temperaturas médias anuais na ordem dos 23oC. O clima é favorável mas, estas
regiões apresentam grandes áreas abertas já ocupadas com agricultura intensiva irrigada,
eucalipto e agro-indústrias.
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Disponibilidade de áreas Antropizadas
A disponibilidade de áreas produtivas na extensão necessária é antropizada,
apresentando áreas contínuas de vegetação nativa característica de Floresta de Miombo.
Restrições Ambientais
Esta região esta geograficamente localizada na mancha de floresta de Miombo em maior
estágio de regeneração, apresentando neste caso algumas restrições ambientais de alta
intensidade para o estabelecimento do eucalipto.
As principais restrições existentes ao estabelecimento da plantação de eucaliptos nesta
região são as condições edafoclimáticas, disponibilidade de áreas produtivas na
extensão necessária antropizada.
2.5.1.3 Alternativa 0- Não implantar o projecto
Com a implantação do projecto da Portucel Sopurcel (Estabelecimento de plantação de
Eucalyptus sp), a condição sócio-económica da região (posto Administrativo de
Rotanda) irá tender a se manter nos padrões actuais, ou seja, depende da actividade
agro-pecuária fraca e uma agricultura voltada para a subsistência, com índices de
desenvolvimento reduzidos. Esta situação implicará uma pressão ainda maior sobre os
recursos naturais ainda remanescentes.
2.5.2 ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS
As alternativas tecnológicas foram avaliadas em termos de aspectos gerais, sendo eles
os seguintes:
Impactos gerados;
Custos económicos.
As alternativas estudadas foram (0) não usar maquinaria pesada; (1) usar maquinaria
pesada com pneus largos com poder sonoro reduzido.
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2.5.2.1 Alternativa 1- Usar maquinaria pesada com pneus
largos com poder sonoro reduzido
Impactos gerados
Com o uso de maquinaria pesada com pneus largos, serão minimizados impactos tais
como a compactação do solo, destruição da estrutura do solo, poluição sonora e causaria
stress na população adjacente (circundante). O uso destes fará com que o projecto seja
do lado tecnológico sustentável.
Custos económicos
Com a aquisição de maquinaria de poder sonoro reduzido acarretaria valores elevados à
empresa, o que faria com que a empresa tivesse que fazer ajuste no valor do
investimento.
2.5.2.2 Alternativa 0- Não usar maquinaria pesada
Impactos gerados
Com o não uso de maquinaria pesada, faria que com que potências impactos que
poderiam ser por estes criados serem inexistentes.
Custos económicos
O não uso de maquinaria pesada iria acarretar ainda mais o investimento acrescido da
empresa, pois iria ser necessário a contracção de maior número de mão-de-obra para a
implementação do projecto e, faria com que as actividades do projecto não fossem
dinâmicas (tempo acrescido para a realização de actividades como a remoção da
vegetação, tratos culturais e silviculturais e, a exploração), este facto faria com que o
projecto não fosse sustentável (rentável) em termos de relação entre insumos empregues
e a produção obtida em termos de valor.
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2.5.3 ALTERNATIVA DE NÃO REALIZAÇÃO DO
PROJECTO (ALTERNATIVA 0)
Com o não estabelecimento do projecto no local proposto, fará com as condições actuais
se mantenham (vegetação com em degradação devido a agricultura e presença de áreas
de clareiras usadas para pastagem de gado), condições do solo irão se manter (solo com
pouca fertilidade), não haverá incremento de postos empregos e assim a condição
económica das populações locais continuará a mesma, mas em contra partida não
haverá perturbação da condição social e cultural das populações.
É importante realçar que o estabelecimento deste projecto neste Distrito, irá contribuir
de forma significativa em termos melhoria das condições do solo, sequestro de carbono
e também em termos de arrecadação de impostos e aumento da economia local devido
ao emprego que por esta empresa será gerado e, a melhoria de serviços sociais como
hospitais e outros no âmbito da responsabilidade social da empresa.
Colocados esses variados aspectos em relação ao estabelecimento ou não do
projecto proposto, opta se pelo estabelecimento da plantação no local proposto
acreditando ser actualmente a melhor alternativa que melhor atende às
necessidades locais, distritais, provinciais e nacionais em dar inicio de
projectos de possam fornecer produtos variados e assim reduzir de forma
significativa a pressão sobre as florestas nativas e contribuir assim para o
desenvolvimento sustentável.
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2.6 ACTIVIDADES DO PROJECTO
2.6.1 Actividades Principais
Este projecto tem como objectivo o estabelecimento de uma plantação florestal de
Eucalyptus sp para a produção de Pasta e Papel.
Para a concretização deste objectivo, serão desenvolvidas as seguintes actividades:
2.6.1.1 Estabelecimento do Viveiro
Nesta fase far-se-á estabelecimento de um viveiro florestal que irá produzir mudas a
serem usadas no estabelecimento da plantação em causa, usando método de
embalagens, que consiste em produzir em mudas em sacos plásticos.
2.6.1.2 Preparo do terreno
Este processo é de elevada importância, e tem a finalidade de alcançar a produtividade e
a sustentabilidade do cultivo de Eucalyptus sp com um impacto ambiental reduzido. O
sistema de preparo do terreno a ser empregue se baseia num preparo do terreno não
localizado (abrangera toda área), causando a perda de toda vegetação da área. Sempre
que necessário, poder-se-á fazer uma limpeza da área através de diversas etapas
distintas, opcionais e complementares, podendo ser a roçada mecanizada, queima
controlada (quando necessário), sendo que a escolha do sistema deverá depender dos
factores ambientais do local.
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2.6.1.3 Plantio
A fase de plantação consistirá essencialmente na colocação das mudas no seu local
definitivo (plantio), esta actividade incluirá a fertilização do solo.
O plantio será realizado preferencialmente entre os meses de Outubro e Março, em
função das características climáticas da região. As mudas serão entregues próximas aos
locais de plantio, que deverão receber as regas necessárias. As mudas serão plantadas
nos sulcos da sub-solagem. Será utilizado um “chucho para preparar o local que
receberá a muda. Após a colocação da muda no local/cova, a terra é pressionada com o
pé do plantador por um lado e com “chucho” pelo outro. O replantio das mudas mortas
será realizado no máximo até 15 dias após o plantio.
2.6.1.4 Conservação e Manutenção/Maneio
Nesta fase, far-se-ão tratos culturais e silviculturais para permitir o crescimento
sustentável da floresta de eucalipto. Consistirá em manter as áreas com eucalipto
limpas, principalmente em áreas com acentuado défice hídrico para reduzir a
evapotranspiração da vegetação concorrente, seja nativa ou pastagem plantada, através
de roçadas e/ou herbicidações; fornecer nutrientes para as culturas através de adubações
planejadas e também o desbaste assim como a desrama de algumas árvores no
povoamento, para aumentar o espeço de crescimento, reduzindo assim a competição
pela luz e nutrientes. Com a finalidade de subsidiar o maneio florestal e monitorar o
crescimento da floresta, os povoamentos serão submetidos a inventário florestal, que
consiste na avaliação quantitativa e qualitativa dos stands.
Como parte do maneio se incluem ainda as actividades de protecção florestal, incluindo
o controlo de doenças e pragas e a prevenção aos incêndios florestais através da
manutenção de aceiros e da vigilância florestal.
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2.6.1.5 Exploração
É nesta fase também que far-se-ão as colheitas, as operações parciais da colheita
florestal são corte, traçagem, desgalhamento, transporte. O sistema a ser usado para a
colheita será mecanizado. Os resíduos da colheita serão deixados na área com a
finalidade de aumentar a serapilheira e devolver nutrientes ao solo. Os toros
posteriormente deverão passar pelo centro tratamento de toros, para evitar o ataque por
agentes xilófagos.
O abate e araste será feito usando o método mecanizado e, para o transporte dos toros
até ao pátio de armazenamento, será realizado em caminhões com tracção 4 x 2 (quatro
por quatro), carçoria com capacidade de aproximadamente 15 toneladas de carga. Para o
transporte dos toros, serão utilizados os caminhos florestais/estradas florestais
construídas pela mesma empresa no terreno para facilitar o escoamento do produto
(toros). Incluirá também a colheita semi-mecanizada.
2.6.2 Actividades Complementares
Para além das actividades relacionadas com o maneio da plantação a ser estabelecida,
serão complementares a este projecto actividades tais como: construção e ou
reabilitação da rede viária (caminhos florestais), abertura de aceiros convista a
protecção contra incêndios.
2.6.3 Actividades Secundárias
Como actividades secundárias do projecto prevê-se a construção e reabilitação de infra-
estruturas sociais, assim como o apoio às actividades da comunidade local.
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3 DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE
3.1 Localização do Projecto
A implementação deste projecto de estabelecimento de uma plantação de Eucalyptus sp
estará localizada no Distrito de Sussundenga, Posto Administrativo de Rutanda e
Mussapa. O projecto prevê a implantação de 178 000 há de Eucalyptus sp.
3.2 DISPOSIÇÃO DA ACTIVIDADE
3.2.1 Fases do Projecto
O projecto de Estabelecimento de uma plantação de Eucalyptus sp para a produção de
pasta para papel, tem início na produção de mudas Eucalyptus sp e tem o seu término no
tratamento de toros. Todas as fases estão descritas no cronograma a seguir:
Figura 1: Cronograma de Fases do Projecto e as respectivas actividades
3.2.1.1 Construção da Actividade
Esta fase envolve os procedimentos de produção de mudas, preparo e maneio do solo,
descrição dos procedimentos para o plantio, insumos utilizados e o consumo de água.
Far-se-ão principalmente actividades de movimentação de maquinaria, a limpeza do
terreno, a lavoura e posteriormente o estabelecimento da plantação, a instalação das
principais infra-estruturas do projecto como é o caso do centro de tratamento de toros
assim como a abertura de vias de acesso.
Pro
ject
o Construção da
Actividade
Operação
Desativação da Actividade
Produção de mudas; limpeza do terreno;
estabelecimento da plantação e do centro
de tratamento de toros.
Tratamentos Culturais e Silviculturais,
protecção contra queimadas, Exploração
Florestal, tratamento de toros.
Para este projecto não se prevê a
desativação da plantação.
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3.2.1.2 Operação
Esta fase compreende tratamentos culturais e silviculturais, exploração florestal (toros),
abertura de aceiros para a protecção contra incêndios, assim como o tratamento dos
toros, convista o não ataque por agentes fitófagos que poderiam causar sérios danos aos
toros. Também farão parte desta fase as actividades de carácter social, tais como a
construção de infra-estruturas que beneficiem a comunidade local.
3.2.1.3 Desativação da Actividade
Neste ponto, refere-se ao término do projecto e das actividades associadas ao projecto
em análise, mas para este projecto não se prevê a desativação da plantação, assim como
do centro de tratamento de toros, uma vez que a Portucel Sopurcel tem como seus
objectivos investir neste projecto a longo prazo.
3.3 Requisitos de Mão-de-obra
O estabelecimento deste projecto irá necessitar de mão-de-obra nacional com mais
enfoque à zona de implementação do projecto, assim como estrangeira, sendo que a
local deverá ser 100 e a estrangeira em um número de 8.
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4 DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
A delimitação das áreas de influência foi baseada nas discussões técnicas de toda
equipe, que teve como enfoque avaliações preliminares do alcance territorial de cada
impacto significativo esperado. A definição da área de influência foi pela integração dos
limites espaciais do empreendimento. Deste modo, foram distinguidas duas áreas, sendo
a área de influência directa (AID) e a de influência indirecta (AII).
A área de influencia directa, é considerada como sendo aquela que está mais próxima do
empreendimento e que sofre efeitos directos da implantação e/ou funcionamento do
projecto, enquanto a área de influencia indirecta considera-se como aquela em que os
efeitos são menos evidentes e mais diluídos.
4.1 Área de Influência Directa
Para este projecto, foi estabelecida uma área de influência directa como sendo uma área
de 178 mil hectares – área do estabelecimento da plantação, nomeadamente no posto
administrativo de Rutanda e Mussapa.
4.2 Área de Influência Indirecta
A área de influência indirecta compreenderá toda a área da plantação e todo o troço com
que será transportado o produto. Esta área abrangera alguns Distritos circunvizinhos a
este, pois considerando a extensa área que este projecto irá abranger, espera-se que as
actividades do mesmo empreendimento/projecto possam se fazer sentir em outros
distritos adjacentes ao mesmo.
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Área de influência
directa
Área de influência
indirecta
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5 SITUACAO DE REFERÊNCIA DO LOCAL DE IMPLEMENTAÇÃO
DO PROJECTO
5.1 AMBIENTE BIOFÍSICO
A caracterização do meio biofísico baseou-se numa recolha e compilação de dados
secundários com informações bibliográficas e investigações de campo. Os parâmetros e
ou temas abordados no meio biofísico incluem: Topografia, Clima, Solos, Hidrografia,
Vegetação e Fauna (MAE, 2005).
5.1.1 Topografia
Este Distrito geomorfologicamente ocorre parcialmente no vasto complexo Gnaisso-
Granítico do Moçambique “ Belt” onde sobressaem em forma de “Inselbergs” as
Rochas intrusivas do Pós-Karroo. A Ocidente do Distrito, ao longo da fronteira com o
Zimbabwe, existe uma cordilheira de montanhas – maciço de Chimanimani com picos
que se elevam acima de 1500 metros e que cobre uma superfície de cerca de 1050 km2,
sendo nesta área onde se localiza o ponto mais alto de Moçambique, o Monte Binga
com 2436 metros de altitude (MAE, 2005).
5.1.2 Clima
O clima do distrito de Sussundenga, segundo a classificação climática de Koppen, é do
tipo Tropical Chuvoso de Savana (Aw), com duas estacões distintos, a estação chuvosa
e a seca.
Segundo MAE (2005), a precipitação média anual, na estação mais próxima
(Messambuzi) é cerca de 1171 mm, a evapotranspiração potencial média anual está na
ordem dos 1271 mm.
A maior queda pluviométrica ocorre no período compreendido entre Novembro de um
ano a Março do ano seguinte, variando significativamente na quantidade e distribuição,
quer durante o ano, quer de ano para ano, e a temperatura média está em ordem dos
23oC. As médias anuais máximas e mínima são de 29, 5 e 17.6
oC, respectivamente.
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Grafico 1: Dados climáticos do Distrito de Sussundenga
5.1.3 Solos
Este distrito, possui um terreno resultante de diferentes agrupamentos de solos
destacando-se os argilosos vermelhos, os arenosos vermelhos, os vermelhos de textura
média e, os líticos. Estes solos, excepto os litólicos em geral são, moderadamente
profundos a muito profundos, não salinos nem sódicos. Os solos de textura
predominantemente argilosa tem boas capacidades de retenção de nutrientes e água,
enquanto os arenosos são pouco férteis (MAE, 2005).
A parte Sudeste do Distrito faz parte da Bacia sedimentar de Moçambique, sendo
coberta por sedimentos pouco consolidados dominados por areias eólicas intercaladas
por sedimentos de mamanga localmente interceptadas por cursos de drenagem natural
onde ocorrem solos mais recentes, os aluvionares.
5.1.4 Hidrografia
A rede hidrográfica do Distrito compreende 4 rios principais, nomeadamente: Revué,
Munhinga, Musapa e Lucite. Para além destes 4 rios existem muitos outros de grande
importância económica para a irrigação por gravidade. Uma grande parte da albufeira
de Chicamba pertence ao território do Distrito de Sussundenga (MAE, 2005).
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5.1.5 Vegetação
Nesta região a vegetação predominante é a de miombo, ocupando cerca de 90% da
região, donde destacam as espécies do género Brachystegia, Julbernadia e Isuberlinia.
Também se destacam espécies como a Panga-Panga, Umbila, Mapepe, Mussussa e
Muocha.
5.1.6 Fauna
Os recursos faunísticos do distrito de Sussundenga incluem a caça, onde encontramos os
seguintes animais: As gazelas, os cabritos de mato, lebres, galinhas de mato e ratos. A
pesca que constitui o peixe do rio e das lagoas artificiais de irrigação, como fonte de
alimentação das famílias (MAE, 2005).
5.2 AMBIENTE SOCIO-ECONÓMICO
5.2.1 Localização Geográfica e Divisão Administrativa
O distrito de Sussundenga encontra-se localizado no Centro Província de Manica, sendo
limitado a Norte pelos Distritos de Gondola e Manica, a Oeste pela República do
Zimbabwe, a Sul o Distrito de Mossurize e a Este pelo Distrito de Búzi (Sofala). Com
uma superfície de 7057 km2.
Figura 2: Mapa da localização geográfica do Distrito de Sussundenga
Fonte: MAE (2005)
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Tem como áreas de influência a cidade de Chimoio e os distritos de Manica, Gondola,
Mossurize e os distritos da província de Sofala, nomeadamente Chibabava e Búzi. A
Norte o distrito é limitado pelos distritos de Manica e Gondola através dos rios Revué e
Zonue; a Sul pelo distrito de Mossurize e província de Sofala, a Este pela província de
Sofala e a Oeste pela República do Zimbabwe. Segundo dados do III Censo da
População e Habitação de 2007, a população da província é estimada em cerca de
128.866 habitantes, com uma densidade populacional de cerca de 25.8 hab/km.
No que tange à divisão administrativa, o distrito tem quatro (4) postos administrativos:
Sussundenga-Sede, Dombe, Muhoa e Rotanda que, por sua vez, estão subdivididos em
doze (12) localidades.
Tabela 1: Divisão Administrativa do Distrito de Sussundenga
Fonte: MAE (2005)
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5.2.2 Estrutura de Governação
O governo distrital, dirigido pelo Administrador de Distrito, está estruturado nos
seguintes níveis de direcção e coordenação:
Gabinete do administrador;
Administração e Secretaria;
Serviços Distritais de Actividades Económicas;
Serviços Distritais de Educação Juventude Tecnologia e Desporto;
Serviços Distritais da Saúde Mulher e Acção Social;
Coordenação da Acção Ambiental (Representante);
Transportes e Comunicações (Representante);
Delegação do Registo Civil e Notariado;
Comando distrital.
O sistema de governação vigente é baseado no Conselho Executivo. Este é um órgão
distinto do Aparelho do Estado. A nível Distrital.
A governação tem base os Presidentes das Localidades, Autoridades Comunitárias e
Tradicionais. Os presidentes das Localidades são representantes da Administração e
subordinam-se ao Chefe do Posto Administrativo e, consequentemente, ao
Administrador Distrital, sendo coadjuvados pelos chefes de Aldeias, Secretários de
Bairros, Chefes de Quarteirões e Chefes de Blocos.
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5.2.3 Actividades Económicas e Serviços
O distrito de Sussundenga possui potencialidades agrárias, cuja exploração domina a
actividade económica das famílias. O distrito tem um grande potencial para, não só ser
considerado auto-suficiente em termos de autoconsumo e de segurança alimentar, mas
também para ajudar a garantir a segurança alimentar ao resto da província e do país.
Este tem solos férteis e recursos hídricos para irrigação (MAE, 2005).
Dos 710 mil hectares da superfície do distrito, estima-se em 350 mil hectares o
potencial de terra arável deste distrito, dos quais só 20 mil são explorados pelo sector
familiar. De um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas
explorações familiares em regime de consociação de culturas com base em variedades
locais. As culturas de rendimento são o algodão, tabaco e girassol, produzidas em
regime de monocultura e, em solos mal drenados é a monocultura da batata-doce em
regime de camalhões ou matutos (época seca), enquanto nos solos moderadamente bem
drenados predominam as consociações de milho, mapira, mandioca e feijão nhemba.
O fomento pecuário no distrito é fraco, porém, dada a tradição de criação de gado e
algumas infra-estruturas existentes, verifica-se algum crescimento do efectivo pecuário.
Dada a existência de boas áreas de pastagem, há condições para o desenvolvimento da
pecuária, sendo as doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão, os principais
obstáculos ao seu desenvolvimento. O distrito de Sussundenga é potencial não só em
recursos florestais e em espécies para madeira, construção, lenha, carvão, como também
em recursos medicinais.
A caça e a pesca são também recursos de que o distrito dispõe para o enriquecimento da
dieta das famílias. As gazelas, cabritos do mato, lebres, galinhas do mato e ratos são os
animais mais caçados e importantes na dieta. O peixe do rio e das lagoas artificiais de
irrigação constituem outra fonte de alimentação para as famílias.
A actividade agro-industrial do distrito foi dominada e perspectiva-se o seu reatamento
pela IFLOMA – Industrias Florestais de Manica.
O comércio, a pequena indústria local (carpintaria, artesanato) e a pesca artesanal como
alternativa à actividade agrícola, ou prolongamento da sua actividade. A indústria
moageira de 3a classe possui 103 operacionais; quatro serrações (4) e possui 8 lojas.
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A nível do distrito, o comércio é assegurado maioritariamente pelas bancas fixas (259) e
por vendedores ambulantes que abastecem a população em produtos de 1a necessidade.
Existem 47 lojas, das quais só 8 estão operacionais.
Em relação ao Turismo, o distrito possui grandes potencialidades turísticas como
Chimanimani, Mahate e Albufeira de Chicamba.
O distrito não possui nenhum sistema formal de crédito e não está representada em
Sussundenga nenhuma instituição bancária.
5.2.4 Demografia
O Distrito tem uma superfície de 7057 km2 e uma população recenseada em 1997 de
96622 habitantes e estimada, à data de 1/1/2005, em 119767 habitantes, o distrito de
Sussundenga tem uma densidade populacional de 16,9 hab/km2. A população é jovem
(47% dos 15 anos de idade), maioritariamente feminina (taxa de masculinidade de 47%)
e de matriz marcadamente rural. A estrutura etária da população do distrito reflecte uma
relação de dependência económica de 1:1, isto é, por cada 10 crianças ou anciões
existem 10 pessoas em idade activa (MAE, 2005).
Tabela 2: População por posto administrativo, idade e sexo, 1/1/2005
Fonte: MAE (2005)
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5.2.5 Educação (Analfabetismo e Escolarização)
Com 73% da população analfabeta, predominantemente mulheres, a taxa de
escolarização no distrito é baixa, constatando-se que somente 32% dos habitantes
frequentam ou já frequentaram a escola.
Tabela 3: População, por condição de alfabetização, 1997
Fonte: MAE (2005)
5.2.6 Habitação e Condições de vida
O tipo de habitação modal do distrito é a palhota, com pavimento de terra batida, tecto
de capim ou colmo e paredes de caniço ou paus. Em relação a ouras utilidades, o padrão
dominante é o de famílias “sem rádio e electricidade, dispondo de 4 bicicletas em cada
dez famílias, vivendo em palhotas sem latrina e água colhida directamente em poços ou
furos e rios ou lagoas”.
Grafico 2: Famílias, por condições básicas de vida
Fonte: MAE (2005)
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Em particular, no que tange às fontes de abastecimento de água, verifica-se que na sua
maioria a população do distrito é abastecida por poços e furos (37%) ou recorre
directamente aos rios e lagoas (60%).
5.2.7 Padrões de Uso de Terra
5.2.7.1 Agricultura
O distrito de Sussundenga tem solos férteis e recursos hídricos para irrigação. Dos 710
mil hectares da superfície do distrito, estima-se em 350 mil hectares o potencial de terra
arável deste distrito, dos quais só 20 mil são explorados pelo sector familiar (3% o
distrito). Regista-se disputas pela posse da terra entre camponeses e farmeiros vindos de
Zimbabwe. O sistema de produção predominante nos solos de textura pesada e mal
drenados é a monocultura de batata-doce em regime de camalhões ou matutos. Para
além das culturas alimentares e de rendimento, também produz-se fruteiras, coqueiros.
Grafico 3: Explorações e área, por culturas principais
Fonte: MAE (2005)
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5.2.7.2 Pecuária e Avicultura
A criação de gado neste distrito baseia-se principalmente por criações de espécies como
gado bovino, caprino e aves. No distrito existem cerca de 15 mil criadores de pecuária e
mais de 23 mil de avicultura, a maior parte em regime familiar (MAE, 2005).
Os dados denotam para uma estrutura de produção relactivamente mercantilizada, em
que o nível de vendas varia de 20% nos caprinos a 30% nos bicos, constituindo uma
fonte de rendimento familiar importante.
5.2.7.3 Produção não agrícola
Constitui uma fonte importante de rendimento familiar. Derivando essencialmente da
venda de madeira, lenha, caniço e carvão, bem como da actividade de caça, pesquisa e
artesanal, efectuado por um conjunto de centenas de explorações familiares.
5.2.8 Infra-estruturas
O distrito tem ligação rodoviária com os principais pontos do Sul e Centro de país
através da ligação à Estrada Nacional Chimoio-Beira, por via da EN216 Chimoio-
Sussundenga-Mossurize. A rede rodoviária do distrito compreende, para além da EN
216, cinco Estradas Regionais totalmente reabilitadas.
As três (3) pistas de aterragem existentes no distrito há mais de 5 anos encontram-se
degradadas por falta de manutenção.
A infra-estrutura de telecomunicações inclui uma central telefónica da rede fixa da
TDM com 39 linhas, para além de 15 rádios de comunicação. O distrito acede ainda, em
vastas áreas, à rede de telefonia móvel dos três operadores existentes. O acesso à
internet pode ser efectuado nas zonas servidas por rede fixa de telecomunicações,
existindo também uma delegação dos Correios de Moçambique. Possui um Telecentro
implantado pela Universidade Eduardo Mondlane (CIUEM).
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Tem abastecimento de água potável e, ainda insuficiente. De acordo com os dados do
Censo de 2007, só 2% da população do distrito beneficia de energia eléctrica,
concentrada na sede de Sussundenga. Actualmente a comunidade de Dombe possui um
grupo gerador eléctrico em funcionamento desde 2003.
O distrito possui 70 escolas (das quais, 60 do ensino primário nível 1) e 43 centros de
alfabetização e, esta servido por 7 unidades sanitárias, que possibilitam o acesso
progressivo da população aos serviços do Sistema Nacional de Saúde, apesar de a um
nível bastante insuficiente.
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6 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS IMPACTOS DO PROJECTO
É de facto que qualquer actividade que se leva a cabo sobre o meio ambiente, causa impactos sobre o mesmo meio, podendo ser positivos ou
negativos; portanto, cultivo de Eucalyptus sp, também está incluso nestas actividades. A implantação das florestas pode causar efeitos sobre os
diversos meios pelo qual está inserido, biofísico e sócio-ecónomico.
Deste modo, apresenta-se os potenciais impactos que podem ser causados pelo Eucalyptus sp, sobre os meios pelos quais estes podem incidir, a
saber:
Tabela 4: Identificação dos impactos do projecto
Meio afectado Actividades do projecto
Fase 1
(Implantação) Potenciais impactos
R.
vegetaçã
o
C. infra-
estrutura
P.
terreno
C.
Viveir
o
Plantaçã
o
Replanti
o
T.
culturais
Fertilizaçã
o
T.
silvicultura
is
Exploraçã
o
Solo Alteração da Estrutura do
solo X X X
Composição do solo X X
Compactação do solo X X X
Erosão do solo X X X
Fertilidade do solo X X
Alteração do Escoamento
Superficial das Águas X X X
Aumento da Vazão Media
dos Cursos de Água X X X
Alteração na Qualidade X X X
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de Água
Atmosfera Poluição Atmosférica X X X
Poluição sonora X X X
Alteração da Qualidade
do Ar X X
Micro-clima da região X
Biodiversidade Desequilíbrio do
ecossistema X
Perda de espécies de flora X
Perda da fauna X
Afugentamento da Fauna X
Redução de
Biodiversidade e
Fragmentação de
Populações de Fauna
X
Socioeconómi
co Alteração da paisagem X X
Redução do combustível
lenhoso X
Mercado de emprego X X X X
Fase 2
(operação)
Solo Compactação do solo X X
Porosidade do solo X X
Composição do solo X
Proteção do Solo e
Encostas contra a Erosão X
Instabilidade dos Taludes X
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Poluição Atmosférica X
Atmosfera Poluição sonora X X
Biodiversidade Aparecimento de novas
espécies
X
Ocorrência de pragas X
Atropelamento de Animais
Silvestres
X
X X
Socioeconómi
co Mercado de emprego
X X X X
Aumento da Capacitação
da Mão-de-obra Local
X X X X
Melhoria das Estradas
Vicinais
X X X
Facilidade para
escoamento da Produção
X X
Interferência na Cultura
Local e das Populações
Tradicionais
X
X X X X X
Aumento da Receita
Tributária e da Renda
X X X X X
Crescimento da Economia
Local e
Empreendedorismo
X
X X X
Fase 3
(desativação)
Não esta prevista a
desativação
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Tabela 5: Análise dos impactos (Abrangência, Intensidade, Duração, Consequência, Probabilidade, Significância, Natureza e Grau de
Confiança)
` Abrangência Intensidade Duração
Consequência
(A+I+D) Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Fase 1 (Implantação)
Estrutura do solo 1 2 1 4 Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Baixa
Composição do solo 1 2 1 4 Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Baixa
Compactação do solo 1 2 1 4 Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Baixa
Erosão do solo 1 2 1 5 Baixa Improvável Muito reduzida Negativo Baixa
Fertilidade do solo 1 2 1 4 Muito baixa Improvável Insignificante Negativo Baixa
Alteração do Escoamento
Superficial das Águas 1 1 1 3 Muito baixa Improvável Insignificante Negativo Baixo
Aumento da Vazão Media dos
Cursos de Água 1 1 1 3 Muito baixa Improvável Insignificante Negativo Baixo
Alteração na Qualidade de Água 2 1 1 4 Muito baixa Improvável Insignificante Negativo Baixo
Alteração da Qualidade do Ar 1 1 1 3 Muito baixa Improvável Insignificante Negativo Alto
Poluição Sonora 1 1 1 3 Muito baixa Provável Insignificante Negativo Alta
Poluição Atmosférica 1 1 1 3 Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Alta
Microclima da região 1 1 1 3 Muito baixa Possível Insignificante Negativo Baixa
Desequilíbrio do ecossistema 2 3 2 7 Alta Provável Elevada Negativo Media
Perda de espécies de flora 1 3 2 6 Media Provável Media Negativo Media
Redução de Biodiversidade e
Fragmentação de Populações de
Fauna 1 3 2 6 Media Provável Media Negativo Media
Afugentamento da Fauna 1 1 1 3 Muito baixa Possível Insignificante Negativo Media
Alteração da paisagem natural 1 3 1 5 Baixa Provável Reduzida Negativo Alta
Redução do combustível lenhoso 1 3 2 6 Media Provável Media Negativo Media
Mercado de emprego 2 2 1 5 Baixa Definitiva Reduzida Positivo Alta
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Fase 2 (operação)
Compactação do solo 1 1 1 3 Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Baixa
Porosidade do solo 1 2 1 4 Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Baixa
Poluição Atmosférica 1 1 1 3 Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Alta
Poluição sonora 1 1 1 3 Muito baixa Definitiva Reduzida Negativo Alta
Composição do solo 1 1 1 3 Muito baixa Possível Insignificante Negativo Baixa
Aumento da fertilidade do solo 1 1 2 4 Muito baixa Provável Muito reduzida Positivo Alta
Aparecimento de novas espécies 1 1 2 4 Muito baixa Possível Insignificante Positivo Baixa
Conservação de mamíferos não
voadores 1 1 2 4 Muito baixa Provável Muito reduzida Positivo Media
Sequestro de carbono 1 1 2 4 Muito baixa Provável Muito reduzida Positivo Alta
Ocorrência de pragas 2 3 5 Baixa Possível Muito reduzida Negativo Media
Mercado de emprego 1 1 3 5 Baixa Definitiva Reduzida Positivo Alta
Instabilidade dos Taludes 1 1 1 3 Muito baixa Improvável Insignificante Negativo Baixa
Aumento da Receita Tributária e
da Renda 2 1 3 6 Media Definitiva Media Positivo Alta
Crescimento da Economia Local e
Empreendedorismo 2 1 3 6 Media Definitiva Media Positivo Alta
Aumento da Capacitação da Mão-
de-obra Local 1 1 2 4 Muito baixa Possível Insignificante Positivo Baixa
Facilidade para escoamento da
Produção 1 1 2 4 Muito baixa Definitiva Muito reduzida Positivo Alta
Conflitos Sociais 1 2 1 4 Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Media
Interferência na Cultura Local e
das Populações Tradicionais 1 2 1 4 Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Media
Proteção do Solo e Encostas
contra a Erosão 1 2 3 6 Media Provável Media Positivo Alta
Atropelamento de Animais
Silvestres 1 1 1 3 Muito baixa Possível Insignificante Negativo Media
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Província de Manica
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Alteração da Estrutura de
Comunidades Aquáticas 1 1 1 3 Muito baixa Possível Insignificante Negativo Baixa
Melhoria das Estradas Vicinais 1 1 2 4 Muito baixa Definitiva Muito reduzida Positivo Alta
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6.1 DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS
É facto que toda e qualquer actividade desenvolvida sobre o meio ambiente promove
impactos sobre o mesmo, sejam eles positivos ou negativos; portanto, o cultivo de
eucalipto também está incluído nessas actividades, a implantação dessas florestas
causará efeitos sobre os diversos meios em que está inserido, físico, biótico e sócio-
económico.
Existe uma série de dúvidas sobre esses impactos, há uma tendência de se acreditar que
a influência que o eucalipto pode causar é negativa, porém sem estar cientificamente
comprovados, entretanto já está comprovado o efeito contrário em muitas situações. Em
diferentes casos são levantados varias questões sobre os possíveis impactos do
estabelecimento de plantação de eucalipto em diferentes regiões de Moçambique no que
tange a questões de o eucalipto causar seca as nascentes, empobrecimento e resseca dos
solos e redução da diversidade vegetal e animal.
Nesta secção são apresentados os reais potenciais impactos ambientais, sócio-
económicos do projecto de estabelecimento da plantação de eucalipto no Distrito de
Sussundenga, concretamente nos postos Administrativos de Rotanda e Mussapa.
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6.1.1 IMPACTOS NO MEIO BIOFÍSICO
Impactos Causas do impacto
IMPACTOS NEGATIVOS
Alteração da Qualidade do Ar pela
Emissão de Gases e Material
Particulado
Directas: Supressão da vegetação; Limpeza do terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; Corte de eucaliptos; Carregamento e transporte de toros;
Indirectas: Movimentação de máquinas e equipamentos.
Alteração da Qualidade do Ar pela
Emissão de Ruído
Directas: Supressão da vegetação; Limpeza do terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; Corte de eucaliptos; Carregamento e transporte de toros;
Indirectas: Movimentação de máquinas e equipamentos.
Alteração da Paisagem Natural Directas: Supressão da vegetação; Limpeza do terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; Plantios.
Indirectas: Alteração das linhas de drenagem e aumento do escoamento superficial das águas, geração
de processos erosivos
Erosão do solo Directas: Supressão da vegetação; Limpeza do terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; Corte de eucaliptos; Carregamento e transporte de toros;
Indirectas: Movimentação de máquinas e equipamentos
Alteração na Qualidade de Água Directas: Supressão da vegetação; Limpeza do terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; Terraplenagem; Gradagem e subsolagem; Corte,
desgalhamento, traçamento, descascamento e baldeio de eucaliptos; Carregamento e transporte de toras;
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Movimentação de máquinas e equipamentos.
Indirectas: Geração de processos erosivos; Alterações físicas, químicas, biológicas e da qualidade do
solo
Alteração da Estrutura do solo Directas: Supressão da vegetação; Limpeza do terreno; Enterramento de resíduos; Implantação e
manutenção de estradas e aceiros; Implantação de pátio de obras; Terraplenagem; Gradagem e
subsolagem; Movimentação de máquinas e equipamentos; Plantio; Combate a formigas; Aplicação de
insumos agrícolas (calagem, adubação, fertilização).
Indirectas: Geração de processos erosivos
Instabilidade dos Taludes Directas: Implantação e manutenção de estradas e aceiros; Implantação de pátio de obras;
Terraplenagem; Gradagem e subsolagem; Movimentação de máquinas e equipamentos.
Indirectas: Geração de processos erosivos; Alteração do escoamento superficial.
Aumento da Vazão Media dos Cursos
d`Água
Directas: Supressão da vegetação; Preparo do solo; Implantação e manutenção de estradas e aceiros;
Implantação de pátio de obras; Terraplenagem; Gradagem e subsolagem; Movimentação de máquinas e
equipamentos.
Indirectas: Geração de processos erosivos; Perda da estrutura física, química e biológica do solo;
Alteração do escoamento superficial
Alteração do Escoamento Superficial
das Águas
Directas: Supressão da vegetação; Preparo do solo; Implantação e manutenção de estradas e aceiros;
Implantação de pátio de obras; Terraplenagem; Gradagem e subsolagem; Movimentação de máquinas e
equipamentos.
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Indirectas: Geração de processos erosivos; Perda da estrutura física, química e biológica do Solo
IMPACTOS POSITIVOS
Melhoria da Fertilidade Directas: Preparo do solo; Plantio e replantio do eucalipto.
Proteção do Solo e Encostas contra a
Erosão
Directas: Plantio e replantio do eucalipto.
IMPACTOS NEGATIVOS
Redução de Biodiversidade e
Fragmentação de Populações de Fauna
Directas: Supressão da vegetação; Limpeza do terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; Movimentação de máquinas e equipamentos; Enterramento de
resíduos.
Indirectas: Geração de processos erosivos; Alterações da paisagem; Alterações físicas, químicas,
biológicas e da qualidade do solo; Alterações da qualidade da água; Redução da biodiversidade vegetal;
Interferência com comunidades de elevada fragilidade ambiental e com áreas de preservação
permanente; Fragmentação da vegetação; Aumento populacional de espécies oportunistas e exóticas de
animais; Afugentamento da fauna
Afugentamento da Fauna Directas: Supressão da vegetação; Limpeza do terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; Corte de eucaliptos; Carregamento e transporte de toros;
Movimentação de máquinas e equipamentos; Enterramento de resíduos; Combate a formigas.
Indirectas: Geração de processos erosivos; Alterações da paisagem; Alterações físicas, químicas,
biológicas e da qualidade do solo; Alterações da qualidade da água; Redução da biodiversidade vegetal;
Interferência com comunidades de elevada fragilidade ambiental e com áreas de preservação
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permanente; Fragmentação da vegetação; Perda de biodiversidade e fragmentação de populações
Da fauna; Afugentamento da fauna; Aumento populacional de espécies oportunistas e exóticas de
animais
Aparecimento de pragas Directas: Supressão da vegetação; Limpeza do terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; Enterramento de resíduos.
Indirectas: Alterações da paisagem; Redução da biodiversidade vegetal; Interferência com
comunidades de elevada fragilidade ambiental e com áreas de preservação permanente; Fragmentação
da vegetação; Perda de biodiversidade e fragmentação de populações da fauna; Afugentamento da fauna
Atropelamento de Animais Silvestres Directas: Supressão da vegetação; Corte de eucaliptos; Carregamento e transporte de toras; Limpeza do
terreno; Implantação e manutenção de estradas e aceiros; Implantação de pátio de obras; Movimentação
de máquinas e equipamentos.
Indirectas: Redução da biodiversidade vegetal; Interferência com comunidades de elevada fragilidade
ambiental e com áreas de preservação permanente; Fragmentação da vegetação; Afugentamento da
fauna; Perda de biodiversidade e fragmentação de populações da fauna.
Alteração da Estrutura de
Comunidades Aquáticas
Directas: Implantação e manutenção de estradas e aceiros; Carregamento e transporte de toras;
Movimentação de máquinas e equipamentos.
Indirectas: Geração de processos erosivos; Remoção de partículas do solo para os corpos hídricos;
Risco de contaminação da fauna aquática por adubos e defensivos agrícolas
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IMPACTOS POSITIVOS
Aumento da Proteção a Remanescentes
Nativos de Vegetação e à Fauna
Directas: Implantação do projecto como um todo.
6.1.2 IMPACTOS NO MEIO SÓCIO-ECÓNOMICO
Impactos Causas do impacto
IMPACTOS NEGATIVOS
Insegurança da população Directas: Aquisição de terras; Experiências anteriores sem êxito.
Indirectas: Existência de mão-de-obra ociosa, porém não qualificada; Conflitos de terra; Especulação
imobiliária; Conflitos sociais
Interferência na Cultura Local e das
Populações Tradicionais
Directas: Empreendimento como um todo;
Indirectas: Choque entre diferentes culturas; Conflitos sociais
Conflitos Sociais Directas: Aquisição de terras;
Indirectas: Insegurança da população; Falta de fiscalização e acompanhamento da situação fundiária
das terras adquiridas para o empreendimento; Especulação imobiliária.
IMPACTOS POSITIVOS
Geração de Empregos Directos e
Indirectos
Directas: Instalação do projecto como um todo.
Indirectas: Empreendedorismo; Facilidade de escoamento da produção; Melhorias de execução das
políticas públicas sociais e assistências
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Melhoria das Estradas Vicinais Directas: Implantação e manutenção de estradas e aceiros
Facilidade para Escoamento da
Produção
Directas: Implantação e manutenção de estradas e aceiros
Crescimento da Economia Local e
Empreendedorismo
Directas: Instalação do empreendimento como um todo.
Indirectas: Criação de postos de trabalho; facilidade para escoamento da produção; aumento da receita
tributária; Melhorias dos acessos regionais a localidades isoladas
Aumento da Capacitação da Mão-de-
Obra Local
Directas: Empreendimento como um todo.
Indirectas: Geração de Empregos Directos e Indirectos; Empreendedorismo
Aumento da Receita Tributária e da
Renda
Directas: Empreendimento como um todo.
Indirectas: Empreendedorismo; Geração de empregos directos e indirectos.
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7 DESCRIÇÃO DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO
FASE 1: IMPLANTAÇÃO DA ACTIVIDADE
Tabela 6: Efeito sobre estrutura do solo
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Baixa
Medidas
de
Mitigação
Remoção mínima da vegetação;
Limpeza somente no local onde colocar a muda;
Uso de maquinaria com rodas larga para diminuir a superfície do
contacto;
Uso da técnica manual para remover a vegetação;
Com
mitigação
Muito
baixa
Improvável Insignificante Negativo Alto
Tabela 7: Efeito sobre composição do solo
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Baixa
Medidas
de
mitigação
Remoção mínima da vegetação e ou remover apenas no local onde
vai colocar a planta para evitar a perca de nutrientes por lixiviação
e evaporação.
Manutenção da maquinaria e veículos serão realizados em local
impermeabilizado dentro da área do estaleiro, e os subprodutos
dessas operações serão armazenados em recipientes ou tanques e
depois encaminhados para o destino final adequado, privilegiando-
se a reciclagem.
No caso de derrame acidental de substâncias contaminantes, a área
deverá ser delimitada e as substâncias imediatamente recolhidas e
os solos sujeitos a remediação através de técnicas apropriadas
Com
mitigação
Muita
baixa
Improvável Insignificante Negativo Media
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Tabela 8: Compactação do solo
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Baixa
Medidas
de
mitigação
Uso da técnica manual para remover a vegetação, (por ex: enxada,
catana, machado, serrote, entre outros);
Usar maquinaria com rodas largas para aumentar a superfície do
contacto com solo;
Redução e ou aplicação de menor prazo de tempo possível para as
actividades que envolvam o uso de maquinaria pesada;
Remoção mínima da vegetação permitirá com que solo não fique
totalmente exposta
Remover a vegetação somente no local onde colocar a muda, o
que irá reduzir o uso de maquinaria pesada em locais que não irão
receber as mudas/plantas.
Com
mitigação
Muito
baixa
Improvável Insignificante Negativo Alta
Tabela 9: Erosão do solo
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Baixa Improvável Muito reduzida Negativo Baixa
Medidas
de
mitigação
Manter o sítio bem drenado;
Reduzir ao mínimo as áreas com solos descobertos e limitar a
exposição dos solos soltos principalmente no período de chuvas.
Remoção mínima da vegetação permitirá não deixar totalmente
exposto o solo ou descoberto e reduz o escoamento superficial da
água no solo.
Remover a vegetação apenas no local onde vai colocar a planta,
desta maneira poderá causar impactos insignificantes ao ambiente
pelo facto de não deixar o solo descoberto.
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Evitar a compactação do solo usando maquinaria com rodas largas
para aumentar a superfície do contacto com solo;
Redução e ou aplicação de menor prazo de tempo possível entre a
remoção da vegetação e o estabelecimento da plantação;
Recomenda-se a remoção controlada da vegetação nas zonas
próximas aos cursos de água (remoção apenas das árvores e dos
arbustos de maiores dimensões), de forma a evitar fenómenos de
erosão dos solos nas suas margens.
Com
mitigação
Muito
baixa
Improvável Insignificante Negativo Alta
Tabela 10: Poluição sonora
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Muito baixa Definitiva Reduzida Negativo Alta
Medidas
de
mitigação
Fazer a monitoria e manutenção periódica dos equipamentos mais
ruidosos, no sentido de regular as emissões produzidas pelas
mesmas;
Planeamento adequado das actividades que envolvem a
movimentação de veículos ruidosos durante o dia, evitando o
máximo as zonas de habitações, estabelecimentos de saúde e de
ensino;
Utilizar equipamentos, métodos de construção que originam menor
ruído possível durante o processo de construção das infra-
estruturas da empresa;
Usar filtros de som em máquinas com poder sonoro elevado
Com
mitigação
Muito
baixa
Possível Insignificante Negativo Media
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Tabela 11: Poluição Atmosférica
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Alta
Medidas
de
mitigação
Os camiões que irão transportar materiais para o estabelecimento
das infra-estruturas da empresa deverão ser cobertos, para
minimizar o efeito da emissão de poeiras devido à erosão eólica;
Dever-se-á fazer a aspersão com água aos caminhos/estradas de
terra batida/não pavimentadas, na altura em que se verifiquem
algumas condições favoráveis à emissão de poeiras,
principalmente na época seca e ventos intensos).
As vias/caminhos a serem usados para o transporte do material
pelos camiões deverão antecipadamente serem limitadas e
predefinidas, de forma a facilitar a aplicação da aspersão quando
necessária;
Aplicar limites de velocidade, de preferência entre 20km/h a
50km/h;
Deverão ser aplicados limites de velocidade reduzidos para os
camiões de transporte de materiais inertes.
Evitar a queima dos resíduos provenientes da remoção da
vegetação;
Com
mitigação
Muito
baixa
Possível Insignificante Negativo Alta
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Tabela 12: Desequilíbrio do ecossistema
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Alta Provável Elevada Negativo Media
Medidas de
mitigação
Repovoamento de espécies em vias de extinção em outros
lugares;
Plantar a floresta em forma de mosaicos, contendo
compartimentos de 50 a 100 ha, separados por
corredores de florestas nativas (denominados corredores
biológicos);
A abertura de caminhos florestais/vias de acesso,
preferencialmente deve ser feita em locais já perturbados ou de
reduzida baixa importância em termos de riqueza do ecossistema;
Com
mitigação
Baixa Possível Muito
reduzida
Negativo Media
Tabela 13: Perda de espécies da flora
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Media Provável Media Negativo Media
Medidas
de
mitigação
Reservar faixas de vegetação nativa (corredor biológico)
e plantando-se árvores frutíferas, arbustos e gramíneas,
que possam suprir a fauna silvestre com alimento
abundante durante todo o ano;
Plantar a floresta em forma de mosaicos, contendo
compartimentos de 50 a 100 ha, separados por
corredores de florestas nativas (denominados corredores
biológicos);
Sempre que possível, localizar as infra-estruturas e as actividades
do projecto nas na zona mais perturbada;
A remoção da vegetação no local da implantação das infra-
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estruturas sempre que possível devera ser retirada apenas no sítio
a receber a infra-estrutura;
A abertura de caminhos florestais/vias de acesso,
preferencialmente deve ser feita em locais já perturbados ou de
reduzida baixa importância em termos de conservação biológica.
Privilegiar as estradas/caminhos já existentes, abertos durante a
fase de implantação convista a evitar a abertura de novos acessos,
articulando sempre que possível com aspectos relacionados com
os impactos socioeconómicos, pois a abertura de acessos também
deverá considerar a minimização de impactos nas proximidades de
povoados;
Todos os trabalhadores e pessoal de apoio devem receber
formação ambiental para serem habilitados na conservação de
habitats;
Repovoamento de espécies em vias de extinção em outros lugares;
Emprego de técnicas preventivas de colecta de material botânico,
visando utilização desse germoplasma para trabalhos de
recomposição vegetal.
Com
mitigação
Baixa Provável Reduzida Negativo Alta
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Tabela 14: Redução de Biodiversidade e Fragmentação de Populações de Fauna
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Media Provável Media Negativo Media
Medidas
de
mitigação
Plantação intercalada dos eucaliptos com árvores frutíferas,
que sirvam de alimentos para uma gama maior de
espécies de pássaros;
Reservar faixas de vegetação nativa (corredor biológico)
contínua ou quase contínua que liga diferentes
habitats, para permitir mobilidade das diversas espécies;
Todos os trabalhadores e pessoal de apoio devem receber
formação ambiental para serem habilitados na conservação de
habitats e fauna associada;
Todas as redes de estradas devem ser planificadas com cuidado de
forma a minimizar a dissecção ou fragmentação de habitats
importantes para a fauna;
Todos os trabalhadores e pessoal do projecto devem ser avisados
(indução), através da formação ambiental, da importância
ecológica e de conservação da comunidade de avifauna na região.
Com
mitigação
Baixa Provável Reduzida Negativo Alta
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Tabela 15: Alteração da paisagem
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Baixa Provável Reduzida Negativo Alta
Medidas
de
mitigação
Fazer a integração paisagística da área circundante à plantação,
tendo como enfoque o enquadramento visual da plantação e das
outras infra-estruturas ligadas à plantação, com base no
estabelecimento de uma estrutura verde multi-estratificada;
Privilegiar-se trabalhos de descompactação e reposição do cenário
existente, logo após o saneamento de todos os equipamentos e
materiais e desperdícios provenientes da instalação do centro de
tratamento de toros e construção de outras infra-estruturas do
projecto, com a finalidade de restabelecer a continuidade
paisagística;
Com
mitigação
Muito
baixa
Provável Muito
reduzida
Negativo Alta
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Tabela 16: Redução do combustível lenhoso
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Media Provável Media Negativo Media
Medidas
de
mitigação
Estabelecimento de alguns talhões de espécies florestais com uma
maior capacidade de produção de carvão e lenha numa outra zona
para ajudar a suprir as necessidades energéticas da comunidade
local;
Incentivar o uso racional da floresta remanescente e o posterior
reflorestamento para garantir a manutenção e ou disponibilidade
do combustível lenhoso por varias gerações/longo período;
Incentivar a comunidade a usar outras fontes de energia;
Com
mitigação
Baixa Possível Muito
reduzida
Negativo Alta
Tabela 17: Geração de emprego
Sem
potenciação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Baixa Definitiva Reduzida Positivo Alta
Medidas de
potenciação
Contratação de mão-de-obra local para as diferentes actividades
do projecto;
Formação da comunidade local em técnicas de produção
florestal, convista a sua contratação nas diferentes actividades
relacionadas ao projecto.
Providenciar informação sobre o número de vagas de trabalho
disponível e as qualificações
Com
potenciação
Media Definitiva Media Positivo Alta
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FASE 2 (EXPLORAÇÃO)
Tabela 18: Efeito sobre a porosidade do solo
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Baixa
Medidas
de
mitigação
Uso da técnica manual para remover a vegetação, (por ex:
enxada, catana, machado, serrote, entre outros);
Usar maquinaria com rodas largas para aumentar a superfície
do contacto com solo;
Redução e ou aplicação de menor prazo de tempo possível para
as actividades que envolvam o uso de maquinaria pesada;
Evitar a compactação do solo usando maquinaria com rodas
largas para aumentar a superfície do contacto com solo;
Uso de maquinaria de colheita florestal com um guincho
permita que após abatida a árvore esta não caia, mas sim vá
directo ao camião ou ao local de amontoação dos toros;
Com
mitigação
Muito
baixa
Possível Insignificante Negativo Media
Tabela 19: Compactação do solo
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Muito baixa Provável Muito baixa Negativo Baixa
Medidas
de
mitigação
Usar maquinaria com rodas largas para aumentar a superfície do
contacto com solo;
Uso de maquinaria de colheita florestal com um guincho permita
que após abatida a árvore esta não caia, mas sim vá directo ao
camião ou ao local de amontoação dos toros;
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Limitar a circulação de máquinas pesadas em lugares estritamente
não necessárias à exploração florestal;
Depois da desmontagem do estaleiro de maquinaria, dever-se-á
aplicar medidas de descompactação e arejamento dos solos,
cobertura com terra arável e replantação.
Com
mitigação
Muito
baixa
Possível Insignificante Negativo Media
Tabela 20: Aumento da fertilidade do solo
Sem
potenciação
Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Muito
baixa Provável
Muito
reduzida Positivo Alta
Medidas de
potenciação Utilização de técnicas de colheita que preservem, no local,
as cascas, folhas e raízes responsáveis em média, por 70% dos
nutrientes contidos nas plantas;
Com
potenciação
Media Provável Media Positivo Alta
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Tabela 21: Poluição sonora
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Muito baixa Definitiva Reduzida Negativo Alta
Medidas
de
mitigação
Fazer a monitoria e manutenção periódica dos equipamentos mais
ruidosos, no sentido de regular as emissões produzidas pelas
mesmas;
Planeamento adequado das actividades que envolvem a
movimentação de veículos ruidosos durante o dia, evitando o
máximo as zonas de habitações, estabelecimentos de saúde e de
ensino;
Usar filtros de som em máquinas com poder sonoro elevado
Com
mitigação
Muito
baixa
Possível Insignificante Negativo Media
Tabela 22: Poluição atmosférica
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Muito baixa Provável Muito reduzida Negativo Alta
Medidas
de
mitigação
Evitar a queima de resíduos provenientes da exploração florestal;
Conservar em lugar seguro e evitar o derramamento dos produtos
químicos a serem usados para o tratamento de toros;
Evitar a queima ao ar livre de resíduos e recipientes provenientes
do tratamento de toros.
Com
mitigação
Muito
baixa
Possível Insignificante Negativo Alta
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Tabela 23: Conservação de mamíferos não voadores
Sem
potenciação Analise
Probabilidad
e Significância Natureza Grau de confiança
Muito baixa Provável
Muito
reduzida Positivo Media
Medidas de
potenciação
Manutenção do sub-bosque para fornecer alimentos aos
mamíferos;
Reservar faixas de vegetação nativa (corredor biológico)
e plantando-se árvores frutíferas, arbustos e
gramíneas, que possam suprir a fauna silvestre com
alimento abundante durante todo o ano;
Todas as redes de estradas devem ser planificadas com cuidado
de forma a minimizar a dissecção ou fragmentação de habitats
importantes para a fauna
Com
potenciação
Baixa Definitiva Reduzida Positivo Alta
Tabela 24: Aparecimento de pragas
Sem
mitigação Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Baixa Possível Muito reduzida Negativo Media
Medidas de
mitigação
Aplicação de técnicas de levantamento, controle, combate há
pragas;
Elaborar programas de controlo fitossanitário eficientes;
Aplicação de inimigos naturais;
Com
mitigação
Muito
baixa
Improvável Insignificante Negativo Alta
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Tabela 25: Geração de emprego
Sem
potenciação Analise
Probabilidad
e Significância Natureza Grau de confiança
Baixa Definitiva Reduzida Positivo Alta
Medidas de
potenciação
Contratação de mão-de-obra local para as diferentes actividades
do projecto;
Formação da comunidade local em técnicas de produção
florestal, convista a sua contratação nas diferentes actividades
relacionadas ao projecto.
Com
potenciação
Media Definitiva Media Positivo Alta
Tabela 26: Sequestro de carbono
Sem
potenciação
Analise Probabilidade Significância Natureza Grau de confiança
Muito
baixa Provável
Muito
reduzida Positivo Alta
Medidas de
potenciação Atribuição de créditos de carbono convista a incentivar a manutenção
de alguns talhões com árvores não maduras, pois estas absorvem mais
carbono que as maduras;
Contemplar áreas de não-corte ou que venham
associados ao reflorestamento de matas nativas, sem finalidades
comerciais;
Com
potenciação
Baixa Definitiva Reduzida Positivo Alta
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8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
De acordo com os trabalhos levados a cabo para a apresentação deste Relatório do
Estudo de Impacto Ambiental (REIA), a equipe técnica da Lotinho Consultores. Ltda.,
encarregada pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projecto proposto:
Estabelecimento de uma Plantação de Eucalyptus sp no Posto Administrativo de
Rotanda (Rotanda e Musapa), Distrito de Sussundenga, na Província de Manica,
pertencente a Portucel Sopurcel, considerando todas as metodologias que
condicionaram o projecto, sendo primeiro a técnica aplicada aos estudos como os de
fauna, flora/vegetação, os sócio-económicos, visando à protecção do ambiente, foi
possível identificar os seguintes impactos:
Os impactos negativos mais significativos serão decorrentes durante a fase de
construção da actividade e sua operação, onde destacam-se:
Redução do combustível lenhoso
Poluição sonora e atmosférica;
Redução de Biodiversidade e Fragmentação de Populações de Fauna;
Perda de espécies da flora;
Erosão de solos.
Em relação aos aspectos positivos, estes decorrentes ao nível da componente social,
com contribuição para aspectos como: Criação de emprego, Contribuição para a
arrecadação de impostos, Aumento da economia da população, Melhoria das condições
de escoamento de produtos devido a abertura de caminhos e a sua reabilitação, Redução
das queimadas descontroladas.
Deste modo, o projecto em causa considera-se que contribuirá de forma positiva e de
modo significativo para o desenvolvimento pretendido no Posto Administrativo de
Rotanda (Rotanda e Musapa), no distrito de Sussundenga e na província em geral,
constituindo este o principal factor justificativo do projecto naquela região de Manica e
do País.
É necessário enfatizar que não se defende a substituição de florestas nativas por
florestas plantadas, por todos os fatores já mencionados, mas sim a implantação de
florestas de eucalipto em áreas onde a floresta nativa já foi derrubada, em
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áreas de pastagens ou em áreas degradadas, o que além de garantir o
suprimento de uma matéria-prima essencial para a sociedade pode gerar
melhoria do regime hídrico, do solo, da biodiversidade, enfim, do meio
ambiente.
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9 LACUNAS DE CONHECIMENTO
As principais lacunas de conhecimento relacionadas ao estudo foram:
Inexistência de dados sobre a fauna existente no posto Administrativo de
Rotanda (Rotanda e Musapa);
Acesso limitado e por vezes inexistentes os dados sobre cobertura e uso de terra
e infra-estruturas do distrito.
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PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL
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10 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)
10.1 Introdução
Este Plano de Gestão Ambiental (PGA) foi preparado no âmbito do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) do Projecto de estabelecimento de plantação de Eucalyptus sp e
Centro de tratamento de toros no Posto Administrativo de Rotanda (Rotanda e Musapa),
Distrito de Sussundenga, na Província de Manica, contém instruções que permitirão ao
Proponente integrar as questões ambientais e sociais identificadas durante o EIA que
poderão surgir do processo de execução do PGA.
Na essência, esta PGA constitui um mecanismo orientador para implementação das
medidas de mitigação e de potenciação recomendadas sobre os impactos ambientais e
sociais negativos e positivos respectivamente.
O cumprimento das instruções incluídas neste documento é da inteira responsabilidade
da Portucel Sopurcel. Subsequentemente, durante a construção do projecto o
Proponente poderá delegar responsabilidades às diferentes partes intervenientes no
projecto, como forma de garantir que as orientações e instruções sejam efectivamente
observadas. Esta PGA contém, portanto, as especificações para as quais o Proponente
será obrigado a aderir, durante a construção do projecto, e na fase de Operação do
projecto.
De salientar que o Plano de Gestão Ambiental é um documento dinâmico e susceptível
a mudanças com o tempo. Portanto, este PGA deverá ser actualizada a medida que o
projecto vai sendo implementando e quando as medidas tomadas se mostrarem
desajustadas ou ultrapassadas para uma determinada realidade.
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10.2 Objectivo e Âmbito
A preparação deste PGA é uma exigência da regulamentação sobre o Processo de AIA
em Moçambique e suas Directivas. O PGA tem como objectivos gerais assegurar que as
actividades do projecto sejam desenvolvidas, conduzidas e administradas duma maneira
ambientalmente responsável.
O Plano de Gestão Ambiental aqui apresentado tem como objectivos específicos
estabelecer procedimentos práticos para a mitigação dos impactos negativos
significativos, bem como de valorização dos impactos positivos identificados durante o
EIA. Tem como objectivos ainda identificar acções, responsabilidades e medidas de
monitorização das questões de impacto, incluindo de saúde e segurança, de modo a
garantir que a actividade é implementada de forma sustentável, tanto de ponto de vista
ambiental, como socioeconómico.
10.3 Princípios Básicos do Plano de Gestão Ambiental (PGA)
Os princípios básicos de o Plano de Gestão Ambiental se baseia são os seguintes:
10.3.1 Consciencialização Ambiental
O proponente deve ser sensível em relação às necessidades do ambiente, dai que as
fases de construção e operação terão que que tomar em conta os aspectos ambientais e
não degradar (ou degradar ao mínimo) as condições ambientais do local.
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10.3.2 Mitigação
Qualquer que seja a actividade que faça parte do ciclo de vida do projecto deverá incluir
medidas de mitigação apropriadas de forma a assegurar que os impactos negativos
sejam mitigados e geridos de boa maneira. A mitigação implica a identificação das
acções a adoptar, a minimização ou eliminação dos impactos negativos, a potenciação
dos benefícios referentes ao projecto em causa. As medidas práticas são portanto,
desenhadas com intuito de reduzir os impactos adversos ou potenciar os impactos
benéficos do projecto.
10.3.3 Responsabilidade
O proponente devera assumir a responsabilidade completa pela implementação e
controlo das acções estabelecidas para administrar os impactos ambientais. A
efectividade das medidas de mitigação ambiental requere uma avaliação pelo
proponente. O proponente deve controlar o ambiente durante o processo de construção e
operação de acordo com o Plano de Gestão Ambiental.
10.4 Obrigações e responsabilidades na Gestão Ambiental
A responsabilidade geral de cumprimento do PGA recai totalmente sobre a Portucel
Sopurcel, na qualidade de Proponente do projecto. A implementação das medidas
constantes no presente PGA é da responsabilidade do Proponente, que deverá contratar
o engenheiro ambiental coma a função de realizar inspecções internas periódicas e
elaborar relatórios periódicos sobre a implementação do PGA para a Portucel Sopurcel.
Os Acordos contratuais entre o Proponente e o Empreiteiro que fará a abertura de
caminhos florestais devem incluir cláusulas que obriguem o Empreiteiro ao
cumprimento dos requisitos de protecção ambiental.
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10.4.1 O proponente- Portucel Sopurcel
A Portucel Sopurcel tem de gerir as actividades do Projecto de tal modo que se proteja o
ambiente e a saúde e segurança dos trabalhadores. Para tal, a Portucel Sopurcel deve:
Incluir requisitos Ambientais e de Saúde e Segurança na documentação
contratual, para assegurar que o Empreiteiro que fara a abertura de caminhos
florestais e construirá os escritórios, assim como o centro de tratamento de toros
possa ser por si responsabilizado pelo seu desempenho;
Gerir as obras de modo a assegurar a mínima afectação possível da saúde e
segurança dos trabalhadores, das comunidades, garantindo a criação de
condições para a minimização de tais efeitos;
Disponibilizar pessoal profissionalmente qualificado para apoiar nos
compromissos relacionados com boas práticas de engenharia, saúde, segurança e
protecção ambiental, conforme necessário;
Monitorar e avaliar o desempenho relativo à saúde, segurança e protecção
ambiental; e Providenciar condições de capacitação técnica quando necessário,
tendo em vista a protecção dos recursos humanos, ambientais, culturais e físicos.
É da responsabilidade da Portucel Sopurcel a execução das seguintes acções:
Obtenção de quaisquer licenças/autorizações/aprovações necessárias para a
implementação do projecto;
Disseminação de informação sobre o projecto, em particular sobre os perigos
das intervenções a executar, as datas, horários ou quaisquer outros aspectos
relevantes para garantir a segurança dos trabalhos e minimizar o impacto social
negativo;
Realização de inspecções ao local para monitorar as práticas de trabalho e
assegurar que as mesmas estão em conformidade com o estabelecido na PGA.
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10.4.2 MICOA
O MICOA é responsável pela coordenação de todas as actividades ambientais a nível
nacional e por essa razão deve ser o principal impulsionador à promoção da
sustentabilidade ambiental e social em todos os projectos e para todos os recursos
nacionais. O MICOA e as suas respectivas direcções têm a responsabilidade de
estabelecer os padrões de aceitação para os vários indicadores ambientais, através de
novas legislações; e devem coordenar, avaliar, e monitorar em conjunto as medidas e
acções propostas no PGA de forma a preparar as auditorias ambientais, assim que
necessário.
10.4.3 Ministério da Agricultura
O ministério da Agricultura, criado pelo Decreto Presidencial nº12/2005, é o órgão
central do aparelho de Estado que, de acordo com os princípios, objectivos e tarefas
definidos pelo Governo, dirige, planeia e assegura a execução das políticas nos
domínios da terra, agricultura, pecuária, florestas, fauna bravia e hidráulica agrícola.
Este organismo, especificamente para este projecto, estará ligado à Direcção Provincial
de Agricultura de Manica e numa escala distrital, ligada aos Serviços Distritais de
Actividades Económicas dentro do Escritório de Administração do Distrito de
Sussundenga.
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10.5 Acções de Gestão Ambiental
10.5.1 Gestão do meio
Deverá ser seguido o procedimento de Saúde e Segurança Ambiental (SSA) do
Empreiteiro para o saneamento e a higiene do meio, como forma de gerir este aspecto
do projecto.
A Portucel Sopurcel deve obedecer às seguintes exigências:
Caso necessário, procedimentos rigorosos de controlo ambiental devem ser
seguidos para o manuseamento e armazenamento de produtos potencialmente
perigosos (combustíveis, preservantes e outros). As instalações de
armazenamento e manuseamento devem obedecer a todos os regulamentos
respeitantes ao armazenamento e manuseamento destes materiais;
Após a conclusão das infra-estruturas da empresa (escritórios e centro de
tratamento de toros), deve-se executar uma operação de limpeza apropriada;
Deverão ser envidados todos os esforços para reduzir, reutilizar ou reciclar o
lixo produzido nas actividades de construção;
O lixo deve ser gerido de tal forma, que se evite o perigo à saúde e segurança
dos trabalhadores e do público, de modo a minimizar o impacto no meio
ambiente;
Deverão ser seguidos os mecanismos de deposição de resíduos sólidos
aplicáveis nos termos da legislação moçambicana. Deverá ser dada atenção
particular aos requisitos da Lei-quadro do ambiente de Outubro de 1997 e ao
Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto nº 13/2006 de 15 de Junho);
Se for necessário construir uma área para a deposição local dos resíduos sólidos, que se
apliquem as seguintes regras:
Caso sejam identificados resíduos sólidos perigosos, devem ser tomadas
medidas para garantir que todas as actividades que envolvam a sua transferência,
armazenamento e a possibilidade de contaminação, sejam confinadas e
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devidamente cercadas. O uso, armazenamento e deposição destes materiais
deverão seguir os procedimentos apropriados.
10.5.2 Saúde e Segurança
A consciencialização em relação à Saúde e Segurança desempenham um papel
importante para que se alcance conformidade com a legislação Moçambicana sobre a
saúde e segurança dos trabalhadores e a prevenção de acidentes. Os seguintes passos
devem ser dados para garantir que todas as pessoas envolvidas no estabelecimento e na
execução do projecto estejam adequadamente informadas:
A Portucel Sopurcel deverá nomear um elemento responsável pela Saúde e
Segurança (Oficial de Saúde e Segurança, OSS), podendo ser, igualmente, o
gestor ambiental;
A Portucel Sopurcel realizará auditorias de conformidade em relação à aplicação
das normas de Saúde e Segurança, durante todo o período de execução do
projecto;
O Responsável pela Saúde e Segurança da empresa deverá promover a
consciencialização dos trabalhadores no local sobre a Saúde e Segurança através
de palestras, reuniões e promoções durante toda a fase de
construção/implantação e operação;
O principal objectivo é evitar a ocorrência de ferimentos e acidentes fatais durante as
fases de construção/implantação (construção de escritórios e centro de tratamento de
toros) e de operação.
Tabela 27: Principais riscos associados á etapas da actividade de plantação de
Eucalipto
Etapas do Projecto Principais Riscos
Remoção da Vegetação Queda da árvore por cima de
pessoas
Estabelecimento de Escritórios, Centro de
Tratamento de Toros e construção de
caminhos florestais e abertura de aceiros
Queda de
pessoas/peças/ferramentas;
Queda de materiais;
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Quebra de partes móveis por parte
da maquinaria;
Corte e ou ferimentos
Exploração Florestal Queda de materiais;
Quebra de partes móveis por parte
da maquinaria;
Queda da árvore por cima de
pessoas
Esmagamento de elementos da
fauna local
Corte e ou ferimentos
10.5.2.1 Procedimentos de Resposta a Emergência
A possibilidade de acidentes e outras situações de emergência sempre existe. Uma
planificação e preparação eficazes podem reduzir o número de ferimentos, reduzir a
perda de bens e minimizar a perda de produção. Um programa eficaz de preparação e
resposta a emergências devem conter cláusulas para:
A avaliação da possibilidade de ocorrência de acidentes e emergências;
As responsabilidades organizacionais chave;
A prevenção de incidentes;
Planos/procedimentos para responder a incidentes;
A testagem periódica dos planos e procedimentos de emergência;
A revisão periódica dos planos/procedimentos de emergência;
Acordos com os provedores de apoio a emergências.
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Figura 3: Proposta de Sistema de Gestão de riscos para plantação de eucalipto
Fonte: (Impacto, 2011)
10.5.2.2 Emprego
A Portucel Sopurcel deverá adoptar uma política de emprego que beneficie também os
trabalhadores, evitando conflitos, particularmente quando o emprego temporário chega
ao fim. Procedimentos de Emprego devem ser elaborados para a contratação de
trabalhadores não qualificados, semi-qualificados e qualificados. Ao considerar os
pedidos de emprego, o Empreiteiro deverá ser o mais objectivo e imparcial possível.
Neste sentido, a Portucel Sopurcel deverá tomar em conta as seguintes condições:
Todo o recrutamento será feito em datas fixas e locais definidos;
Não se deve admitir trabalhadores eventuais, temporários, numa base ad hoc;
Deve-se fazer saber o número exacto de oportunidades de emprego, juntamente
com as aptidões e qualificações associadas;
Deve-se indicar claramente a duração máxima provável do emprego.
As oportunidades de emprego devem estar disponíveis para homens e para mulheres. O
recrutamento deve ser sujeito a monitoria e auditoria apropriadas, para garantir
transparência. O procedimento para a contratação de trabalhadores temporários poderá
ser o seguinte:
A contratação de cidadãos Moçambicanos deve continuar uma prioridade;
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As autoridades locais devem estar informadas sobre todas as actividades de
recrutamento;
Sempre que possível, as candidaturas devem ser feitas com a participação das
autoridades locais;
Deverá ser compilado um inventário com o resumo das necessidades de
trabalhadores temporários. O inventário deve conter pelo menos a seguinte
informação:
O número de pessoas necessárias;
O período durante o qual os trabalhadores são necessários;
O local onde os trabalhadores são necessários;
As aptidões e experiências que os trabalhadores devem preferivelmente
ter. Dever-se-á dar preferência aos trabalhadores que já possuem as
aptidões e experiências necessárias;
A legislação e normas do Ministério do Trabalho (MITRAB) deverão ser respeitadas.
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10.6 Programa de Gestão Ambiental dos Impactos do Projecto
A proposta de Plano de Gestão e Monitoramento dos vários potenciais impactos do projecto é apresentada nas tabelas seguintes:
Tabela 28: Gestão dos impactos do projecto no ambiente biofísico – fase de construção
FASE DE CONSTRUÇÃO
Meio Biofísico
Impacto Medida de mitigação Monitoramento Auditoria
Efeito sobre estrutura
do solo Remoção mínima da vegetação; Limpeza somente no local onde colocar a
muda;
Uso de maquinaria com rodas larga para diminuir a superfície do contacto
Gestor Ambiental
de Campo
Direcção Provincial
da Coordenação para
a Acção Ambiental
Efeito sobre
composição do solo
Remoção mínima da vegetação e ou remover apenas no local onde vai
colocar a planta para evitar a perca de nutrientes por lixiviação e
evaporação
Gestor Ambiental
de Campo
Direcção Provincial
da Coordenação para
a Acção Ambiental
Compactação do solo Usar maquinaria com rodas largas para aumentar a superfície do contacto
com solo;
Redução e ou aplicação de menor prazo de tempo possível para as
actividades que envolvam o uso de maquinaria pesada;
Remoção mínima da vegetação permitirá com que solo não fique
Gestor Ambiental
de Campo
Direcção Provincial
da Coordenação para
a Acção Ambiental
REIA do Projecto de Estabelecimento de uma Plantação de Eucalyptus sp e Centro de Tratamentos de Toros nos Postos Administrativos de Rotanda e Mussapa, Distrito de Sussundenga,
Província de Manica
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totalmente exposta
Erosão do solo Reduzir ao mínimo as áreas com solos descobertos e limitar a exposição
dos solos soltos principalmente no período de chuvas.
Remoção mínima da vegetação permitirá não deixar totalmente exposto o
solo ou descoberto e reduz o escoamento superficial da água no solo.
Remover a vegetação apenas no local onde vai colocar a planta, desta
maneira poderá causar impactos insignificantes ao ambiente pelo facto de
não deixar o solo descoberto.
Redução e ou aplicação de menor prazo de tempo possível entre a
remoção da vegetação e o estabelecimento da plantação;
Gestor Ambiental
de Campo
Direcção Provincial
da Coordenação para
a Acção Ambiental
Poluição sonora Fazer a monitoria e manutenção periódica dos equipamentos mais
ruidosos, no sentido de regular as emissões produzidas pelas mesmas;
Planeamento adequado das actividades que envolvem a movimentação de
veículos ruidosos durante o dia, evitando o máximo as zonas de
habitações, estabelecimentos de saúde e de ensino;
Usar filtros de som em máquinas com poder sonoro elevado.
Gestor Ambiental
de Campo
Direcção Provincial
da Coordenação para
a Acção Ambiental
Poluição Atmosférica Os camiões que irão transportar materiais para o estabelecimento das
infra-estruturas da empresa deverão ser cobertos, para minimizar o efeito
Gestor Ambiental
de Campo
Direcção Provincial
da Coordenação para
REIA do Projecto de Estabelecimento de uma Plantação de Eucalyptus sp e Centro de Tratamentos de Toros nos Postos Administrativos de Rotanda e Mussapa, Distrito de Sussundenga,
Província de Manica
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da emissão de poeiras devido à erosão eólica;
Dever-se-á fazer a aspersão com água aos caminhos/estradas de terra
batida/não pavimentadas, na altura em que se verifiquem algumas
condições favoráveis à emissão de poeiras, principalmente na época seca
e ventos intensos).
As vias/caminhos a serem usados para o transporte do material pelos
camiões deverão antecipadamente serem limitadas e predefinidas, de
forma a facilitar a aplicação da aspersão quando necessária;
Aplicar limites de velocidade, de preferência entre 20km/h a 50km/h;
a Acção Ambiental
Desequilíbrio do
ecossistema Repovoamento de espécies em vias de extinção em outros lugares;
Plantar a floresta em forma de mosaicos, contendo compartimentos de
50 a 100 ha, separados por corredores de florestas nativas
(denominados corredores biológicos);
A abertura de caminhos florestais/vias de acesso, preferencialmente deve
ser feita em locais já perturbados ou de reduzida baixa importância em
termos de riqueza do ecossistema
Gestor Ambiental
de Campo
Direcção Provincial
da Agricultura
Perda de espécies da
flora Reservar faixas de vegetação nativa (corredor biológico) e
plantando-se árvores frutíferas, arbustos e gramíneas, que
possam suprir a fauna silvestre com alimento abundante
Gestor Ambiental
de Campo
Direcção Provincial
da Agricultura
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Província de Manica
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durante todo o ano;
Plantar a floresta em forma de mosaicos, contendo compartimentos de
50 a 100 ha, separados por corredores de florestas nativas
(denominados corredores biológicos);
Sempre que possível, localizar as infra-estruturas e as actividades do
projecto nas na zona mais perturbada;
A remoção da vegetação no local da implantação das infra-estruturas
sempre que possível devera ser retirada apenas no sítio a receber a infra-
estrutura;
A abertura de caminhos florestais/vias de acesso, preferencialmente deve
ser feita em locais já perturbados ou de reduzida baixa importância em
termos de conservação biológica.
Privilegiar as estradas/caminhos já existentes, abertos durante a fase de
implantação convista a evitar a abertura de novos acessos, articulando
sempre que possível com aspectos relacionados com os impactos
socioeconómicos, pois a abertura de acessos também deverá considerar a
minimização de impactos nas proximidades de povoados;
Todos os trabalhadores e pessoal de apoio devem receber formação
ambiental para serem habilitados na conservação de habitats;
Repovoamento de espécies em vias de extinção em outros lugares;
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Emprego de técnicas preventivas de colecta de material botânico, visando
utilização desse germoplasma para trabalhos de recomposição vegetal.
Redução de
Biodiversidade e
Fragmentação de
Populações de Fauna
Plantação intercalada dos eucaliptos com árvores frutíferas, que
sirvam de alimentos para uma gama maior de espécies de
pássaros;
Reservar faixas de vegetação nativa (corredor biológico) contínua
ou quase contínua que liga diferentes habitats, para permitir
mobilidade das diversas espécies;
Todos os trabalhadores e pessoal de apoio devem receber formação
ambiental para serem habilitados na conservação de habitats e fauna
associada;
Todas as redes de estradas devem ser planificadas com cuidado de forma
a minimizar a dissecção ou fragmentação de habitats importantes para a
fauna;
Todos os trabalhadores e pessoal do projecto devem ser avisados
(indução), através da formação ambiental, da importância ecológica e de
conservação da comunidade de avifauna na região
Gestor Ambiental
de Campo
Direcção Provincial
da Agricultura
Alteração da
paisagem Fazer a integração paisagística da área circundante à plantação, tendo
como enfoque o enquadramento visual da plantação e das outras infra-
Gestor Ambiental
de
Direcção Provincial
da Coordenação para
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estruturas ligadas à plantação, com base no estabelecimento de uma
estrutura verde multi-estratificada;
Privilegiar-se trabalhos de descompactação e reposição do cenário
existente, logo após o saneamento de todos os equipamentos e materiais e
desperdícios provenientes da instalação do centro de tratamento de toros e
construção de outras infra-estruturas do projecto, com a finalidade de
restabelecer a continuidade paisagística
Campo a Acção Ambiental
MEIO SÓCIO-ECONÓMICO
Redução do
combustível lenhoso Estabelecimento de alguns talhões de espécies florestais com uma maior
capacidade de produção de carvão e lenha numa outra zona para ajudar a
suprir as necessidades energéticas da comunidade local;
Incentivar o uso racional da floresta remanescente e o posterior
reflorestamento para garantir a manutenção e ou disponibilidade do
combustível lenhoso por varias gerações/longo período;
Incentivar a comunidade a usar outras fontes de energia
Gestor Ambiental
de Campo
Direcção Provincial
da Agricultura
Geração de emprego Contratação de mão-de-obra local para as diferentes actividades do
projecto;
Formação da comunidade local em técnicas de produção florestal,
convista a sua contratação nas diferentes actividades relacionadas ao
Portucel Sopurcel Ministério do
Trabalho
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Província de Manica
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projecto.
Providenciar informação sobre o número de vagas de trabalho disponível
e as qualificações
Tabela 29: Gestão e monitoramento dos impactos do projecto no ambiente biofísico – fase de Operação
FASE DE OPERAÇÃO
MEIO BIOFÍSICO E SÓCIO-ECONÓMICO
Impacto Medida de mitigação Monitoramento Auditoria
Efeito sobre a
porosidade do solo
Usar maquinaria com rodas largas para aumentar a superfície do contacto
com solo;
Redução e ou aplicação de menor prazo de tempo possível para as
actividades que envolvam o uso de maquinaria pesada;
Evitar a compactação do solo usando maquinaria com rodas largas para
aumentar a superfície do contacto com solo;
Uso de maquinaria de colheita florestal com um guincho permita que após
abatida a árvore esta não caia, mas sim vá directo ao camião ou ao local
de amontoação dos toros
Gestor Ambiental
de Campo
Direcção Provincial
da Coordenação para
a Acção Ambiental
Compactação do solo Usar maquinaria com rodas largas para aumentar a superfície do contacto
Gestor Ambiental
de Campo
Direcção Provincial
da Coordenação para
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com solo;
Uso de maquinaria de colheita florestal com um guincho permita que após
abatida a árvore esta não caia, mas sim vá directo ao camião ou ao local
de amontoação dos toros;
Limitar a circulação de máquinas pesadas em lugares estritamente não
necessárias à exploração florestal;
Depois da desmontagem do estaleiro de maquinaria, dever-se-á aplicar
medidas de descompactação e arejamento dos solos, cobertura com terra
arável e replantação
a Acção Ambiental
Aumento da
fertilidade do solo
Utilização de técnicas de colheita que preservem, no local, as
cascas, folhas e raízes responsáveis em média, por 70% dos
nutrientes contidos nas plantas
Gestor Ambiental
de
Campo
Direcção Provincial
da Coordenação para
a Acção Ambiental
Poluição sonora Fazer a monitoria e manutenção periódica dos equipamentos mais
ruidosos, no sentido de regular as emissões produzidas pelas mesmas;
Planeamento adequado das actividades que envolvem a movimentação de
veículos ruidosos durante o dia, evitando o máximo as zonas de
habitações, estabelecimentos de saúde e de ensino;
Usar filtros de som em máquinas com poder sonoro elevado
Gestor Ambiental
de
Campo
Direcção Provincial
da Coordenação para
a Acção Ambiental
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Poluição atmosférica Evitar a queima de resíduos provenientes da exploração florestal;
Evitar a queima ao ar livre de resíduos e recipientes provenientes do
tratamento de toros
Direcção Provincial
da Coordenação para
a Acção Ambiental
Conservação de
mamíferos não
voadores
Manutenção do sub-bosque para fornecer alimentos aos mamíferos;
Reservar faixas de vegetação nativa (corredor biológico) e
plantando-se árvores frutíferas, arbustos e gramíneas, que
possam suprir a fauna silvestre com alimento abundante
durante todo o ano;
Todas as redes de estradas devem ser planificadas com cuidado de forma
a minimizar a dissecção ou fragmentação de habitats importantes para a
fauna
Gestor Ambiental
de
Campo
Direcção Provincial
da Agricultura
Aparecimento de
pragas
Aplicação de técnicas de levantamento, controle, combate há pragas;
Elaborar programas de controlo fitossanitário eficientes;
Aplicação de inimigos naturais;
Gestor Ambiental
de
Campo
Direcção Provincial
da Agricultara
Geração de emprego Contratação de mão-de-obra local para as diferentes actividades do
projecto;
Formação da comunidade local em técnicas de produção florestal,
convista a sua contratação nas diferentes actividades relacionadas ao
Portucel Sopurcel Direcção Provincial
do Trabalho
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projecto.
Sequestro de carbono Atribuição de créditos de carbono convista a incentivar a manutenção de
alguns talhões com árvores não maduras, pois estas absorvem mais
carbono que as maduras;
Contemplar áreas de não-corte ou que venham associados ao
reflorestamento de matas nativas, sem finalidades comerciais;
Portucel Sopurcel Direcção Provincial
da Agricultura
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10.7 Monitoria e Auditoria
10.7.1 Monitoria
Para que se cumpra com todos os requisitos legais, assim como as recomendações e
condições relacionadas ao projecto no que tange as medidas de mitigação dos impactos
(negativos e potenciação/valorização dos impactos positivos propostas no EIA), é
desenhado um plano/programa de monitoria que abrangerá a realização dos planos
seguintes:
Plano de monitoria de resíduos;
Plano de monitoria da paisagem;
Plano de monitoria dos recursos hídricos;
Plano de monitoria da qualidade do ar (poeiras, fumos e gases de escape e
compostos odoríferos);
Plano de monitoria do ambiente sonoro;
Plano de monitoria da segurança, higiene e saúde.
O presente Programa de Monitoria tem como objectivo principal fazer o
acompanhamento ambiental e social periódico, dos impactos específicos que cada
actividade que compreende o projecto.
Em função dos resultados que poderão ser obtidos, poder-se-á justificar-se o
ajustamento do conjunto de parâmetros a analisar relactivamente a um determinado
factor ambiental e social e/ou das periodicidades de amostragem, diminuindo ou
aumentando o número a frequência com que se realizará no contexto do processo.
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10.7.2 Auditoria
Serão realizadas as Auditorias de forma se apurar o desempenho (desempenho
ambiental) do projecto e o seguimento às condições inerentes a Licença Ambiental, mas
também como os objectivos que aparecem vinculados no presente Plano de Gestão
Ambiental (PGA) e no programa de monitoria.
A auditoria tem como objectivos principais a avaliação do cumprimento dos requisitos
estipulados no PGA, identificar casos de não conformidade.
O proponente deverá estabelecer procedimentos e programas pra auditorias, de forma
que se garanta a abrangência e calendarização das auditorias. Este deve primeiro
considerar principalmente os resultados da monitoria, a fim de avaliar se foram
atingidos os objectivos e metas, e a existência de qualquer que seja caso de falta de
conformidade em relação ao preconizado no Plano de Gestão Ambiental (PGA) em
relação aos termos de autorização e exigências/requisitos legais.
A auditoria deve também verificar se a implementação do PGA foi realizada de acordo
com os esquemas planificados e se próprio Plano de Gestão Ambiental está a ser
adequadamente actualizado com base nos requisitos das Operações e impactos
identificados. A auditoria deverá verificar se todas as acções correctivas identificadas
foram realizadas e avaliar a eficácia dessas acções.
O MICOA deverá ser comunicado/informado em relação aos resultados obtidos nas
auditorias. A efectivação da execução das acções recomendadas da auditoria feita será
avaliada durante a realização da auditoria seguinte.
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10.8 Formação e Educação Ambiental, Saúde e Segurança
Todos os intervenientes e ou funcionários/trabalhadores envolvidos em actividades que
possam resultar em qualquer que seja o impacto ambiental e social deverão beneficiar
de formação para consciencialização e também dotar estes de capacidades necessárias
para realizar com êxito e de forma responsável as suas funções.
Todos os trabalhadores devem estar conscientes do projecto proposto convista a
realização das actividades propostas de uma forma a respeitar a população local, a sua
terra e recursos, e os habitats sensíveis. Sem se limitar a: formação de iniciação, uso de
cartazes educativos e conversas será uma opção viável.
No decurso da formação, serão apresentados/discutidos os aspectos seguintes:
Políticas ambientais, de saúde e segurança da empresa e regulamentos
ambientais moçambicanos aplicáveis.
Restrições e procedimentos para as operações do sistema.
Declaração e clarificações sobre as políticas de comunicações do projecto como
todo.
Procedimentos de combate a incêndios.
Procedimentos de resposta a emergências.
Procedimentos de apresentação de relatório e tratamento de incidentes.
Necessidade de evitar a destruição de animais e plantas, assim como a
eliminação de lixo e/ou poluição do solo local e recursos hídricos.
Neste projecto, serão considerarão os níveis educacionais do pessoal nos planos de
educação ambiental, saúde e segurança no trabalho, fazendo a avaliação da necessidade
de um programa de capacitação em matérias de gestão ambiental, saúde para todas as
partes envolvidas e/ou interessadas, sempre que necessário.
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PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
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11 PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
11.1 Introdução
O presente relatório descreve o processo de Participação Pública realizado para o
Projecto de Estabelecimento de uma Plantação de Eucalipto spp, nos postos
administrativos de Mussapa e Rotanda, foi realizado de acordo com a Directiva Geral
para o Processo de Participação Pública no Processo de Avaliação Impacto Ambiental
(Diploma Ministerial nº 130/2006). O mesmo foi realizado nas duas fases do projecto
(EPDA, TdR’s e EIA), sendo na fase do EPDA, onde foram informadas e auscultadas as
PI&As sobre o projecto e também dar subsídios que possam influenciar na
categorização do projecto pelo MICOA.
Deste modo, foi realizada outra consulta na fase do EIA, onde esta obedeceu os mesmos
moldes de modo com que as partes interessadas e afectadas tomassem parte deste
processo em Abril do mesmo ano.
De acordo com o Regulamento sobre o processo de Avaliação de Impacto Ambiental,
considera-se o Processo de Participação Pública como sendo a audiência pública. Ela
implica o fornecimento de informações e auscultação de todas as partes interessadas e
afectadas, directa ou indirectamente por uma actividade e a formulação de sugestões.
Este processo de Participação Pública foi levado a cabo pela Lotinho consultores. Ltda.,
em conformidade com o plasmado na legislação vigente no país, concretamente o
Decreto 45/2004 de 29 de Setembro, referente ao Processo de Avaliação de Impacto
Ambiental e também a respectiva Directiva Geral sobre o Processo de Participação
Pública no Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Diploma Ministerial130/2006
de 19 de Julho) para as actividades/projectos classificados como sendo de Categoria A.
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11.2 Objectivos do Processo de Participação Pública
O processo da Participação Pública foi levado a cabo com o objectivo de assegurar que
as preocupações e questões levantadas pelas diferentes partes interessadas e afectadas
(PI&As), diferentes organizações e ou indivíduos fossem levados em conta durante o
Estudo de Impacto Ambiental (EIA), também tinha o objectivo de dar a oportunidade de
as diferentes partes interessadas teçam alguns comentários em relação aos vários
resultados do EIA antes da submissão do relatório a aprovação pela entidade
competente.
Nas fases do EPDA e EIA, a Consulta pública tinha como objectivos:
Apresentar informação geral do projecto;
Divulgar as actividades e o respectivo faseamento da Avaliação do Impacto
Ambiental (AIA);
Recolher questões e comentários/sugestões sobre o projecto;
Iniciar um processo de colaboração com as partes interessadas e afectadas,
incluindo instituições potencialmente relacionadas com o Projecto e o público
em geral;
Divulgar os resultados do estudo decorrido na fase EIA;
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11.3 Metodologia da Participação Pública
A Participação Pública foi realizada em duas fases (EPDA e EIA), tendo seguido o
seguinte cronograma:
Figura 4: Cronograma da Participação Pública
Os encontros referentes a esta componente foram levados a cabo nos seguintes locais e
datas:
Tabela 30: Datas das reuniões públicas
Fases Local Data
EPDA
Sussundenga 15 de Março de 2014
Rotanda 22 de Março de 2014
Mussapa 29 de Março de 2014
EIA
Sussundenga 5 de Abril de 2014
Rotanda 12 de Abril de 2014
Mussapa 19 e Abril de 2014
EPDA e
TdR’s
Apresentação do Relatório do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e
Definição de Âmbito (EPDA) e Termos de Referência (TdR), onde deu-
se a conhecer o projecto, colher inquietações e opiniões/sugestões do
projecto em causa.
Apresentação dos resultados do EIA, convista a verificar se as
inquietações apresentadas na fase do EPDA e TdR’s foram integradas
no estudo.
EIA
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11.3.1 Empresa responsável pelo EIA e auscultação pública
A Lotinho Consultores. Ltda. é uma empresa Moçambicana devidamente registada e
Financiada inteiramente por capital Moçambicano. A Lotinho Consultores. Ltda. está
registada no Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) para
desenvolver Estudos de Impacto Ambiental (EIA) em Moçambique e possui uma vasta
experiência nesse domínio.
Equipa de elaboração responsável pela Participação Pública é a seguinte:
Coordenador de Projecto – Credêncio Raúl Maúnze;
Consultor Ambiental – Mário Chirrime;
Engenheira Florestal – Sheila Oseias Cuambe;
Especialista em Uso do Solo e Planeamento – Cecília Simone Malobole;
Especialista em Sócio-economia e Participação Publica – Vicente Machel
11.3.2 Definição e envolvimento das PI&As
O primeiro passo na preparação do processo de participação pública foi a definição de
quem seriam as partes interessadas e afectadas, onde se baseou no conhecimento prévio
sobre instituições do Governo, ONG’s e o sector privado que opera na área. Foi
considerado relevante o envolvimento dos seguintes grupos e ou organizações no
Processo de Participação Pública:
MICOA;
Ministério de Agricultura;
Governo do Distrito;
SDAE, SDMAS;
Chefes dos Postos Administrativos de Rotanda e Mussapa;
Grupos ambientais e ONG’s;
Organizações académicas/de pesquisa;
Meios de comunicação social;
Comunidade local.
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A oportunidade de envolvimento na AIA (Avaliação de Impacto Ambiental) foi
divulgada seguindo a seguinte estratégia:
Distrito de Sussundenga: anúncios no Emissor provincial da Rádio Moçambique
em Manica, Rádio Comunitária, convites endereçados às diferentes instituições
que constituíam o principal grupo alvo (Governo provincial, Governo Distrital,
representantes das concessões florestais operando na área do projecto,
instituições de ensino superior baseadas em Manica, Grupos ambientais e
ONG’s), sendo que o encontro foi realizado no dia 22 de Março de 2014.
Para as comunidades do Postos Administrativos de Rotanda e Mussapa foram
feitos os convites através das estruturas formais e comunitárias locais.
11.3.3 Reuniões Públicas
Neste processo, realizaram-se no total de seis encontros públicos em vários locais, as
primeiras três reuniões foram realizadas na fase de EPDA na Cidade de Chimoio,
Sussundenga (Rotanda e Mussapa).
11.3.3.1 Principais aspectos discutidos nas consultas
públicas
Os benefícios do projecto para comunidade;
Oportunidades de emprego;
Impactos do projecto;
Compensação por perdas e danos;
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11.3.3.2 Integração das questões, sugestões e comentários
do público
Um documento de Discussão foi preparado contendo informação sobre o projecto e a
AIA. O objectivo deste documento era providenciar informação sobre os objectivos do
Processo de Participação Pública, os detalhes técnicos, actividades do projecto e a
metodologia de AIA.
Com base no documento apresentado, as partes interessadas e afectadas (PI&As) foram
igualmente convidadas a exporem as suas questões, preocupações e sugestões sobre o
projecto.
As questões/sugestões e ou comentários colocados foram identificados através de
Reuniões públicas em Sussundenga, Rotanda e Mussapa. Estas perguntas e respostas
encontram-se integradas no Relatório de Participação Pública.
Tabela 31: Registo das questões e contribuições dos participantes
Perguntas Respostas
João Nhamirre: De onde virá a mão-de-
obra para o projecto
A mão-de-obra para este projecto será, na
sua maioria dos dois postos
administrativos abrangidos pelo projecto,
assim como nalguns caso se houver a
necessidade poder-se-á contratar mão-de-
obra estrangeira (de outras províncias).
Sofia Quinze: Sabendo que as nossas
machambas estão localizadas na área
compreendida pelo projecto, então o que
será feito delas.
No caso das machambas serão indicados
outros sítios com características e
condições favoráveis para a prática de suas
actividades de modo com que não haja
interferência na plantação e evitando os
possíveis conflitos.
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Sabino Ualeia: Sendo que o projecto é de
grande vulto e de grande importância para
o Distrito, mas quais serão os reais ganhos
para a comunidade
Para além de mão-de-obra, outros serão a
colocação das colmeias dentro da
plantação por parte da comunidade que irá
contribuir de forma significativa na
economia familiar através da produção de
mel que, de forma indirecta ira contribuir
para a melhoria da saúde.
Também esta parte será reforçada na
responsabilidade social na construção de
infra-estruturas para o benefício da
comunidade.
Sérgio Muanambila: Sabendo que é um
projecto grande e que envolve várias
actividades, quais serão os reais impactos
do mesmo.
Os impactos deste projecto serão em
ambas partes (Ambiente biofísico e sócio-
económico). A remoção da vegetação vai
reduzir a disponibilidade do combustível
lenhoso;
Emissão de poeiras que poderá causar
doenças respiratórias que afetarão de
forma significativa a saúde da
comunidade.
Criação de emprego na comunidade;
Construção de infra-estruturas como
caminhos florestais que poderão ajudar a
comunidade no escoamento dos produtos.
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11.4 Considerações Finais
De forma sumária, as partes interessadas e afectadas envolvidas nas consultas públicas,
mostraram a favor do projecto e optimistas em relação ao projecto pois com a criação de
emprego para a comunidade vai reduzir o índice de desemprego e aumentar o
rendimento/nível económico da população local e, através da responsabilidade social do
projecto, influirá no desenvolvimento social da comunidade através da disponibilização
de serviços de saúde, fontes de água e outros serviços sociais, mas a mesma mostrou
inquietação em relação ao destino que se dá às machambas abrangidas pelo projecto, a
questão das poeiras que de forma significativa poderão afectar a saúde da população,
assim como o problema da disponibilidade do combustível lenhoso visto que é a
principal fonte para a comunidade. Referente aos aspectos apresentados pela população,
a equipe tomou nota convista a serem analisados com mais detalhes nos estudos
especializados a ser realizados e o desenho de soluções.
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12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ambiqual, A. e. (2013). Estudo de Impacto Ambiental (EIA)- Plantação e Construção
de uma fábrica de Arroz no Distrito de MOpeia, Província de Zambézia.
Maputo, Maputo, Moçambique.
Decreto 45/2004. Regulamento do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental.
Maputo, Moçambique.
Diploma ministerial no. 129/2006, I. N. (n.d.). Directiva Beral de Elaboração de
Estudos de Impacto Ambiental. Maputo, Maputo, Moçambique.
Ferbasa. (2001). Relatório de Impacto no Meio Ambiente (RIMA): Projecto Maraltino-
Estudo de Impacto Ambiental da Ampliação da Base Florestal da Cia de Ferro
Ligas da Bahia Ferbasa. Pojuca, Bahia, Brasil.
MAE, M. d. (2005). Perfil do Distrito de Sussundenga- Província de Manica. Maputo,
Moçambique.
Diploma Ministerial 130/2006 de 19 de Julho. Directiva para o Processo de
Participação Pública no processo de Avaliação de Impacto Ambiental. Maputo.
Moçambique.
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ANEXOS
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Anexo 1: TERMOS DE REFERÊNCIA PARA O ESTUDO DE IMPACTO
AMBIENTAL
Índice
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 114
1.1 Identidade do Requerente .............................................................................. 115
1.2 Identidade da Equipe de AIA ......................................................................... 115
2 AVALIAÇÃO E MITIGAÇÃO DE IMPACTOS ................................................ 116
2.1 Natureza dos potenciais impactos .................................................................. 116
3 TERMOS DE REFERÊNCIA PARA OS ESTUDOS ESPECIALIZADOS ....... 116
3.1 METODOLOGIA DE ESTUDO ................................................................... 116
3.1.1 Estudos desktop ...................................................................................... 116
3.2 ESTUDOS ESPECIALIZADOS ................................................................... 117
4 O RELATÓRIO DE ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL ........................... 118
4.1 Conteúdo do REIA ......................................................................................... 118
4.2 ALTERNATIVAS A AVALIAR NO EIA .................................................... 119
4.3 PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA ............................................. 120
4.4 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA) ............................................... 121
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 122
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1 INTRODUÇÃO
A Portucel Sopurcel. É uma empresa fundada em 1999 de origem Portuguesa, produtor
de pasta e papel à nível de África. Actualmente possui unidades de produção de pasta e
papel nos países da SADC, de elevada qualidade no mercado usando tecnologias
modernas de processamento bem como modernas técnicas de produção florestal
A Portucel Sopurcel pretende no Posto Administrativo de Rutanda e Mussapa, Distrito
de Sussundenga, na província de Manica, desenvolver um projecto de estabelecimento
de uma plantação de Eucalyptus sp, que irá abranger uma área de 178 mil hectares.
O projecto conta ainda com actividades complementares do mesmo, como o de
montagem de um centro de tratamento de toros, vias de acesso (Caminhos florestais),
abertura de aceiros, assim como também os escritórios da mesma empresa. Além das
actividades principais do projecto, desenvolver-se-ão algumas actividades algumas
actividades complementares ao projecto e de benefício a comunidade local.
Concernente à legislação Moçambicana (decreto 45/2004, do Conselho de Ministros),
este projecto foi considerado como sendo da categoria A, o que necessita de um Estudo
de Impacto Ambiental (EIA) completo. Assim sendo, de acordo com o decreto acima
citado, é necessário que se efectue um Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição
de Âmbito (EPDA) e os respectivos Termos de Referência (TdR) para o EIA.
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1.1 Identidade do Requerente
O proponente do projecto é a Portucel Sopurcel. É uma empresa fundada em 1999 de
origem Portuguesa, produtor de pasta e papel ao nível de África.
Actualmente possui unidades de produção de pasta e papel nos países da SADC, de
elevada qualidade no mercado usando tecnologias modernas de processamento bem
como modernas técnicas de produção florestal.
1.2 Identidade da Equipe de AIA
A Lotinho Consultores, Ltda. é uma empresa com larga experiência em Avaliação de
Impactos Ambientais em Moçambique. Contem nos seus quadros vários especialistas
para analisar os vários descritores necessários para um estudo deste nível e relacionados
com a actividade em causa.
A Equipa Técnica envolvida na elaboração do EIA é constituída pelos seguintes
elementos:
Coordenador de Projecto – Credêncio Raúl Maúnze;
Consultor Ambiental – Mário Chirrime;
Engenheiro Florestal – Sheila Oseias Cuambe;
Especialista em Uso do Solo e Planeamento – Cecília Simone Malobole;
Especialista em Sócio-economia e Participação Publica – Salina Augusto
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2 AVALIAÇÃO E MITIGAÇÃO DE IMPACTOS
2.1 Natureza dos potenciais impactos
Para este projecto, os potenciais impactos identificados são principalmente de natureza
biofísica, biótica, sócio-económica, donde deste os que mais se destacam são os de
natureza biofísica.
3 TERMOS DE REFERÊNCIA PARA OS ESTUDOS
ESPECIALIZADOS
A análise das condições do local tais como: a fertilidade do solo, condições da
população que será reassentada, a biodiversidade (flora e fauna), será alvo de um estudo
especializado, elaborado por especialistas em cada uma das áreas.
3.1 METODOLOGIA DE ESTUDO
3.1.1 Estudos desktop
Nos estudos desktop, os dados serão compilados e analisados pelo consultor, incluindo
mapas topográficos, geológicos, de solos, uso e cobertura do solo, vegetação. Com estas
informações, far-se-ão descrições dos seguintes tópicos da área do projecto:
Meio biofísico (Clima, Geologia, geomorfologia e topografia, solos, vegetação e
fauna);
Demografia: uso da terra, infra-estruturas, actividades económicas, Saúde,
Educação e áreas de interesse histórico-cultural.
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3.2 ESTUDOS ESPECIALIZADOS
No que tangue a este aspecto, deverá se elaborar um relatório possuindo todas as
condições do local tais como:
Consequências da remoção da vegetação, sobre a fauna que nela habita;
Mecanismos de protecção de ecossistemas sensíveis da biodiversidade;
Fazer o levantamento da fauna e flora existente no local da implementação do
projecto.
A descrição das condições actuais das populações que se encontram na área de
projecto, referente ao tipo de habitação predominante, hábitos e costumes, fonte
de água e energia e também as actividades económicas realizadas por estas
populações;
Propor novos locais com condições de reassentamento quase iguais/semelhantes
às condições locais.
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4 O RELATÓRIO DE ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
4.1 Conteúdo do REIA
O relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA), conforme o estabelecido na
Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental, irá possuir os seguintes itens:
Sumário Executivo;
Relatório Principal;
Índice;
Abreviaturas e acrónimos;
Introdução;
Definição da actividade;
Descrição da actividade;
Delimitação da área de influência
Situação de referência do local de implantação do projecto;
Análise dos impactos ambientais do projecto;
Descrição de medidas de compensação e mitigação;
Conclusões e Recomendações;
Referências Bibliográficas
Plano de Gestão Ambiental;
Relatório de Participação Pública.
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4.2 ALTERNATIVAS A AVALIAR NO EIA
Neste presente caso, consoante as questões relacionadas às actividades a serem
realizadas e as condições do terreno e com base nos potenciais impactos, foram
consideras as seguintes possíveis alternativas para este empreendimento:
(0) Não implantar o projecto;
(1) Implantar o projecto na área proposta;
(2) Implantar o projecto noutro posto administrativo.
Tomando em consideração que o projecto proposto consiste no estabelecimento de uma
plantação de Eucalyptus sp e construção de um centro de tratamento de toros após a
colheita, pode considerar que a continuidade do mesmo irá criar postos de emprego na
região, contribuindo deste modo para o crescimento económico e consequentemente a
melhoria da qualidade de vida da população desta mesma região; haverá sequestro do
carbono por parte do povoamento a ser estabelecido, servindo assim como uma medida
de mitigação das mudanças climáticas e assim, promoverá uma sustentabilidade
ambiental.
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4.3 PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
Segundo o artigo 14, do Decreto 45/2004 de 29 de Setembro, sobre o Processo de
participação pública, diz:
A participação pública processo compreende a consulta e audiência pública. Ela
implica o fornecimento de informação e auscultação a todas as partes
interessadas e Afectadas, directa ou indirectamente, por uma actividade, o
pedido de esclarecimento, a formulação de sugestões, devendo realizar-se em
conformidade com a respectiva Directiva a emitir pelo MICOA.
A participação pública é obrigatória para actividades de categoria A, sendo
facultativa para actividades de categoria B, todavia, ela deve ocorrer sempre que
implique: a deslocação permanente ou temporária das populações ou
comunidades; a deslocação de bens ou restrição no uso dos recursos naturais.
Têm o direito a tomar parte no processo de participação pública ou de se
fazerem representar, todas as partes interessadas ou afectadas, directa ou
indirectamente pela actividade.
Neste âmbito, a consulta pública decorrerá durante a fase do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) que, consistirá na realização de reuniões de auscultação pública no
distrito de Sussundenga, concretamente nos postos administrativos de Rutanda e
Mussapa.
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4.4 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)
O plano de gestão de ambiental tem como enfoque a identificação dos principais
impactos ambientais, sócio-económicos, segurança ocupacional relactiva a todas fases
de implementação do projecto em análise “Estudo de Impacto Ambiental para o
estabelecimento de uma plantação de Eucalyptus sp nos Postos Administrativos de
Rutanda e Mussapa, Distrito de Sussundenga, Província de Manica”
O Plano de Gestão Ambiental deverá apresentar/fornecer aquilo que são as bases e
directrizes para o correcto desenvolvimento do projecto (assegurar que as actividades do
projecto sejam desenvolvidas e conduzidas de uma forma ambientalmente responsável),
daí que o PGA deve efectuar um conjunto de obrigações, medidas e responsabilidades
de cada um dos intervenientes do projecto.
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1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ambiqual-Ambiente e Qualidade (2013). Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
Plantação e Construção de uma fábrica de Arroz no Distrito de Mopeia, Província de
Zambézia. Moçambique. 228pp.
Decreto 45/2004 de 29 de Setembro, Regulamento do Processo de Avaliação de
Impacto Ambiental.
Diploma Ministerial n.o 129/2006. Directiva Geral de Elaboração de Estudos de
Impacto Ambiental de 19 de Julho de 2006. Imprensa Nacional de Moçambique.
MAE-Ministério da Administração Estatal (2005). Maputo-Moçambique. Perfil do
Distrito de Sussundenga-Província de Manica. 67p.
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Anexo 2: DUAT (Direito de Uso e Aproveitamento de Terra)
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
AUTORIZAÇÃO PROVISÓRIA DE DIREITO DE USO E
APROVEITAMENTO DE TERRA
Regulamento da Lei de Terra
Decreto no 6698 de Dezembro de 1998
no 1, 2 e 3 do artigo n
o 28
ENTIDADE QUE AUTORIZA: Ministério da Agricultura.
No da autorização: 0000/0006, Nome do titular Portucel Sopurcel.
Representada por Credêncio Raúl Maúnze.
Portador do BI no 110022233344 emitido em 04/04/12 Pelo arquivo de
identificação de Maputo nascido em 10/02/65, natural de Mambone, distrito de
Govuro, Província de Inhambane, Nacionalidade Moçambicana.
Data do despacho de autorização provisória 04/04/14 constante na folha no 45,
parcela no
08/22660 com área de 178 000ha, do processo legal
no
14320/45320, Localizada na província da Manica, distrito de
Sussundenga, posto administrativo de Rotanda (Rotanda e Musapa)
Fins de aproveitamento: Plantação de Eucalipto.
A autorização é concedida por um período de 50 anos.
Serviço emissor do presente título: Direcção Nacional de Terra e
Florestas.
Local e data de emissão: Maputo, 04/04/14.
O Director nacional
Manuel da Conceição