relatÓrio de estÁgio em microbiologia - farmÁcia

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM MICROBIOLOGIA CLÍNICA DO CURSO DE FARMÁCIA

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UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTNIO CARLOS COORDENAO DE ESTGIO PROFESSOR ORIENTADOR: Tlio Lage ESTAGIRIO(A): Gesiane Gonalves Ferreira

MICROBIOLOGIA CLNICA

RELATRIO DE ESTGIO CURRICULAR - I

EMPRESA: UNIPAC SETOR: de Microbiologia PERODO DE REALIZAO: 18/06/2011 a 30/06/2011 TOTAL DE DIAS: 5 dias TOTAL DE HORAS: 25 horas NOME DO(A) SUPERVISOR(A): Tlio Lage FUNO: Professor / Supervisor de estgio FORMAO PROFISSIONAL: Bacharel e licenciado em Biologia

Ipatinga - MG 2011

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SUMRIO

1 INTRODUO.......................................................................................................................2 2 CARACTERIZAO DO LOCAL DE ESTGIO................................................................4 3 SNTESE DA CARGA HORRIA SEMANAL....................................................................5 4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.......................................................................................6 4.1 Coleta, transporte e conservao de amostra........................................................................6 4.2 Esfregao...............................................................................................................................7 4.2.1 Fixao do Esfregao.........................................................................................................8 4.3 Exames diretos sem colorao .............................................................................................9 4.3.1 Salina .................................................................................................................................9 4.3.2 Hidrxido de potssio........................................................................................................9 4.4 Colorao de Gram.............................................................................................................10 4.5 Procedimentos para semeadura em meios de cultura..........................................................11 4.5.1 Semeadura qualitativa......................................................................................................11 4.5.2 Semeadura quantitativa....................................................................................................11 4.5.3 Procedimentos gerais.......................................................................................................12 4.6 Incubao............................................................................................................................13 4.7 Caractersticas macroscpicas das colnias........................................................................14 4.8 Identificao de Staphylococcus ........................................................................................16 4.9 Identificaes de Streptococcus e Enterococcus ...............................................................16 4.10 Provas de identificao de cocos Gram positivos ............................................................17 4.10.1 Prova da catalase ...........................................................................................................17 4.10.2 Coagulase ......................................................................................................................17 4.10.3 Teste de CAMP .............................................................................................................18 4.11 Enterobactrias .................................................................................................................18 4.12 Bacilos Gram negativos no fermentadores......................................................................19 4.13 Meios de cultura................................................................................................................20 4.14 Teste de suscetibilidade antimicrobiana...........................................................................21 4.14.1 Prova de sensibilidade por Disco-Difuso (Kirby-Bauer)............................................21 5 CONCLUSO.......................................................................................................................22 REFERNCIAS........................................................................................................................23

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1 INTRODUO

O Laboratrio de Microbiologia possui o objetivo de apontar o responsvel por um determinado estado infeccioso e indicar atravs do monitoramento de populaes microbianas qual o perfil dos microrganismos que esto interagindo com o homem. Com essas informaes, a equipe de sade capaz de definir quais microrganismos podem ser responsveis pelo quadro clnico do paciente e assim, propor um tratamento mais adequado. As atividades em um laboratrio de microbiologia incluem estabelecer informaes sobre a melhor amostra biolgica, reconhecer a flora normal e os contaminantes, determinar o tratamento que beneficiar o paciente, identificar microrganismos com propsitos epidemiolgicos, obter resultados rpidos em casos de emergncia, racionalizar no uso de antimicrobianos, relatar os resultados e ainda, manter uma educao mdica contnua em relao aos aspectos das infeces (ORGANIZAO MUNDIAL DA SADE, 2002; MURRAY et al.,2002). Diferentes microrganismos como bactrias, fungos, e vrus causam infeces ao organismo humano. O grupo patognico em destaque so as bactrias que constituem a flora humana e que normalmente no trazem risco aos indivduos saudveis, devido sua baixa virulncia, mas que causam infeces em indivduos em estado clnico comprometido, por isso so denominadas como bactrias oportunistas (ORGANIZAO MUNDIAL DA SADE, 2002). O segundo grupo de importncia mdica nas infeces so os fungos, sendo a Cndida albicans e o Aspergillus os patgenos mais freqentes. Dentre as viroses, o vrus da hepatite B e C, enteroviroses e viroses associadas com pneumonia so comumente registrados (MURRAY et al.,2002). Os patgenos implicados nas infeces so transmitidos ao indivduo tanto via endgena, ou seja, pela prpria flora do paciente, quanto pela via exgena. Esta ltima veiculada pelas mos, secreo salivar, fluidos corpreos, ar e materiais contaminados, como por exemplo, equipamentos e instrumentos utilizados em procedimentos mdicos invasivos, que facilitam a penetrao destas barreiras de modo a elevar o risco de infeco (MURRAY et al.,2002). Os principais fatores que influenciam a aquisio de uma infeco so o estado imunolgico, idade (recm-nascidos e idosos so mais vulnerveis), uso abusivo de

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antibiticos, procedimentos mdicos (invasivos), imunossupresso e falhas nos procedimentos de controle de infeco (ROSSI e ANDREAZZI, 2005). O estgio de Microbiologia tem o objetivo de ampliar e aprimorar os conhecimentos sobre a rea de atuao clnica microbiolgica, preparar o estudante para a rotina de um laboratrio de microbiologia tomando por conhecimento os princpios de elaborao e da colheita, conservao e transporte do material de interesse clnico; estabelecer e executar rotinas microbiolgicas, dentro dos padres tcnico-cientficos vigentes, que permitam o isolamento e identificao dos principais agentes infecciosos de importncia clnica; determinar a sensibilidade s drogas antimicrobianas; efetuar o controle de qualidade de suas atividades e dos processos de esterilizao e divulgar e pr em prtica normas de Biossegurana. Este relatrio tem como objetivo descrever as atividades desenvolvidas no estgio de Anlises Clnicas no setor de Microbiologia no Laboratrio de Microbiologia da Faculdade Presidente Antnio Carlos, assim como as principais atribuies do profissional farmacutico neste setor.

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2 CARACTERIZAO DO LOCAL DE ESTGIO

O estgio de parasitologia clnica foi realizado no laboratrio 417 no quarto andar da Faculdade Presidente Antnio Carlos, Campus Ipatinga, localizado na Rua Salermo, 299 Bairro Bethnia. As atividades foram instrudas e supervisionadas pelo professor Tlio Lage. O laboratrio onde foram feitas as atividades do estgio amplo, disposto com bancadas nas quais esto dispostos os microscpios, tambm: cadeiras, televisor, lousa branca, armrios com equipamentos e materiais para a realizao de anlises diversas, pia, armrios, produtos qumicos, materiais de coleta de urina e equipamentos de laboratrio como capela de fluxo laminar e centrfuga.

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3 SNTESE DA CARGA HORRIA SEMANAL

Semana 18.06.11 20.06.11 21.06.11- 22.06.11 30.06.11

Nmero de dias 01 03 01

Nmero de horas 05 15 05

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

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Durante o perodo de estgio foram ministradas pequenas aulas tericas antes de iniciar as prticas, com ilustraes dos procedimentos e esquemas das tcnicas que seriam realizadas. Estas atividades e as informaes concedidas durante o estgio em microbiologia esto descritas a seguir. 4.1 Coleta, transporte e conservao de amostra Todo resultado liberado pelo laboratrio de microbiologia consequncia da qualidade da amostra recebida. O material coletado deve ser representativo do processo infeccioso investigado e escolhido o melhor stio da leso, evitando contaminao com as reas adjacentes. A coleta e o transporte inadequados podem ocasionar falhas no isolamento do agente etiolgico e favorecer o desenvolvimento da flora contaminante, induzindo a um tratamento no apropriado. Portanto, procedimentos adequados de coleta devem ser adotados para evitar o isolamento de um falso agente etiolgico, resultando numa orientao teraputica inadequada. O profissional responsvel pela coleta ser tambm responsvel por identificar de forma legvel o material a ser encaminhado ao laboratrio de microbiologia. A amostra deve conter: 4.2 Esfregao Nome e registro do paciente Leito ou ambulatrio e especialidade Material colhido Data, hora e quem realizou a coleta Assegurar a sobrevivncia e isolamento do microrganismo, pois o laboratrio Evitar o contato prolongado dos microorganismos com anestsicos utilizados Evitar erros de interpretao nas culturas quantitativas, principalmente urina e

Transportar as amostras imediatamente ao laboratrio para: de microbiologia trabalha basicamente em funo da viabilidade dos microrganismos. durante a coleta, pois eles podero exercer atividade bactericida. lavado broncoalveolar.

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Os esfregaos devem ser preparados com um gradiente de espessura suficientemente denso para facilitar a visualizao, mas, tambm, bastante esparso para revelar as caractersticas do agrupamento. Os melhores resultados sero obtidos se as mesmas permanecerem no lcool at o momento do uso. A tcnica para preparo do esfregao deve ser realizada da seguinte maneira: Identificar a lmina. Rolar toda a superfcie do swab sobre a lmina para no destruir as clulas. Fixar rapidamente na chama. Quando material escasso, demarcar a rea do esfregao. Proceder o mtodo de colorao mais apropriado.

Amostra coletada com swab Rodar o swab suavemente pela lmina limpa, evitando a destruio dos elementos celulares e dos grupamentos Quando somente um swab for coletado, coloc-lo em um tubo estril contendo uma pequena quantidade de salina estril (0,4 ml) e agitar (vortex) Comprimir o swab contra as paredes do tubo e utiliz-lo para fazer o esfregao. O restante do material pode ser inoculado nos meios de cultura. Observao: materiais clnicos coletados com swab so menos recomendados para cultura. Coletar, sempre que possvel, dois swabs: um ser utilizado para fazer o esfregao e o outro para cultura. Aspirados, exsudatos, etc. Materiais recebidos em seringas sero transferidos para um tubo estril e agitados (vortex), quando necessrio Selecionar a poro mais purulenta ou mucosa com pipeta ou ala bacteriolgica Amostras muito espessas ou purulentas podem ser diludas com uma gota de salina estril e espalhadas sobre uma grande rea da lmina formando um esfregao delgado

Escarro

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Com auxlio de ala bacteriolgica ou um palito de madeira, pescar uma poro purulenta do escarro que seja representativa Rolar esta poro na parede do frasco para separar do material salivar Em seguida, colocar o material na extremidade de uma lmina limpa confeccionando um esfregao delgado Quando a quantidade de saliva for grande e pequenas pores purulentas forem visveis, transferir a amostra para uma placa de Petri para facilitar a retirada do material representativo Urina jato mdio - Homogeneizar bem o material e utilizar uma gota da amostra, sem centrifugao Cultura em caldo - Transferir uma a duas gotas para uma lmina limpa utilizando ala bacteriolgica ou pipeta; - Espalhar suavemente o material a fim de obter um esfregao delgado. Meio slido - Utilizar uma gota de salina estril em uma lmina limpa; - Transferir uma pequena poro da colnia com ala bacteriolgica; - Misturar suavemente para obter um esfregao levemente turvo e homogneo. Observao: para evitar a formao de aerossis, nunca misturar o material vigorosamente. 4.2.1 Fixao do Esfregao Todo o esfregao, antes de ser submetido colorao, deve estar seco (exposto ao ar), sendo fixado com calor brando 50C. A fixao excessiva e o superaquecimento iro distorcer a morfologia celular e a fixao insuficiente permitir a sada do material durante o processo de colorao. Deixar a lmina esfriar antes de iniciar a colorao. A fixao pelo metanol ou etanol tambm pode ser utilizada. Alm de prevenir a lise das hemcias, evita que os esfregaos, principalmente os de urina, desprendam-se no momento da colorao. Deixar o esfregao secar numa superfcie plana; aps, colocar uma a

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duas gotas de lcool (1min), drenando o excesso, sem lavar. No aquecer a lmina antes da colorao.

4.3 Exames Diretos sem Colorao 4.3.1 Salina O exame direto com salina permite observar a morfologia bacteriana e verificar a existncia de motilidade. utilizado tambm para pesquisa fresco de Trichomonas em secrees e fungos (leveduriformes ou filamentosos) em diversos materiais. Materiais - Salina (Soro fisiolgico a 0,85%) - Lmina - Lamnula Procedimento - Goteja-se uma gota de salina no centro da lmina de microscopia e nela suspende-se uma colnia ou uma alada do material a ser investigado. - Cobre-se com a lamnula e observa-se ao microscpio em objetiva de 40X ou 100X. 4.3.2 Hidrxido de potssio utilizado para pesquisar fungos (leveduriformes e principalmente filamentosos) em material biolgico na presena de muco, restos celulares, escamas de pele, pelos e unhas. A adio de hidrxido de potssio facilita a microscopia j que esse dissolve a queratina e o muco destacando as estruturas fngicas, quando presentes. Materiais - Hidrxido de potssio em soluo aquosa a 10% ou 20% - Lmina - Lamnula Procedimento: - Coloca-se uma pequena quantidade do material no centro da lmina - Adiciona-se uma ou duas gotas de KOH

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- Cobre-se com a lamnula e aguardar 30 minutos ou aquecer ligeiramente para acelerar o clareamento - Examina-se com objetiva de 10X ou 40X. Obs: As lminas podero ser colocadas em cmara mida e, aps 24 horas, realizar segunda leitura ao microscpio.

4.4 Colorao de Gram A colorao de Gram usada para classificar as bactrias com base no tamanho, morfologia celular e comportamento diante dos corantes. No laboratrio de microbiologia clnica este um teste rpido para o diagnstico de agentes infecciosos, sendo tambm utilizado para avaliar a qualidade da amostra clnica analisada. As interpretaes dos esfregaos corados pelo Gram envolvem consideraes relacionadas com as caractersticas da colorao, tamanho, forma e agrupamento das clulas. Estas caractersticas podem ser influenciadas por vrios fatores, incluindo idade da cultura, o meio de cultivo utilizado, a atmosfera de incubao e a presena de substncias inibidoras. o mtodo de anlise utilizado para bacterioscopia da maioria dos materiais biolgicos ou culturas de microrganismos em meios slidos ou lquidos; para as amostras analisadas de culturas jovens (