relatório de estágio de prática docente ii - séries iniciais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA EaD Relatório de Estágio Estágio Prática Docente II Ensino Fundamental: Séries Iniciais Alessandra Jaeger Novo Hamburgo, 2014.

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Relatório de Estágio de Prática Docente II - Séries Iniciais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – EaD

Relatório de Estágio

Estágio Prática Docente II – Ensino Fundamental: Séries Iniciais

Alessandra Jaeger

Novo Hamburgo, 2014.

Alessandra Jaeger

Estágio Prática Docente II - Ensino Fundamental: Séries iniciais

Supervisor do Estágio CLPD: Analisa Zorzi

Novo Hamburgo, 2014.

Artigo apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia- UFPel/UAB, como requisito à conclusão do Estágio Supervisionado de 2014.

Equipe docente responsável: Professores a distância: Sandra L. O. Campello e Ana Paula Grellert Professor presencial: Simone Lindenmayer e Madebe Schmidt Professor Formador: Dione Moreira Nunes

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RESUMO

O artigo a seguir foi construído a partir das experiências vivenciadas pela aluna do

curso de Licenciatura em Pedagogia à Distância durante o Estágio de Prática Docente

II, que foi realizado em uma turma de primeiro ano do Ensino Fundamental de uma

escola da rede municipal. A escola fica localizada em um bairro da periferia de Novo

Hamburgo e a turma na qual foi realizada a prática atende a dezesseis alunos (doze

meninos e quatro meninas) com idades entre seis e sete anos, no turno da tarde.

Considerando que a escola é um meio de transformação social e que ela só consegue

desempenhar com sucesso o seu papel na medida em que reconhece nas famílias e

na comunidade uma parceria capaz de fortalecer, auxiliar e apoiar as suas ações

veremos a seguir o quanto o compromisso com o processo de ensino-aprendizagem,

privilegiando a construção do conhecimento baseada em um convívio social

harmonioso, em que se envolva uma relação de respeito e solidariedade entre escola,

família e comunidade, é importante para o desenvolvimento integral da criança.

Palavras-chave: educação; família; comunidade; ensino- aprendizagem; autonomia.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................... 6

DESENVOLVIMENTO .............................................................................................................................. 7

AÇÕES NECESSÁRIAS A FIM DE GARANTIR A APRENDIZAGEM DE TODOS ................................................ 9

PLANEJAMENTO: ATIVIDADES QUE ATENDEM ÀS DEMANDAS PRESENTES NA TURMA ........................... 10

SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM E NÃO APRENDIZAGEM: O PAPEL DO PROFESSOR ............................. 13

DIANTE DA MATRIZ CURRICULAR E DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA........................ 13

DIANTE DAS EVIDÊNCIAS DE APRENDIZAGEM E NÃO APRENDIZAGEM: ORGANIZANDO E COORDENANDO

AS PROPOSTAS A FIM DE POTENCIALIZAR O PROCESSO........................................................................ 15

DIANTE DA RELAÇÃO COM A REALIDADE CONCRETA ............................................................................. 19

CONCLUSÃO......................................................................................................................................... 21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 23

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APRESENTAÇÃO

O artigo a seguir explana ao leitor acerca do trabalho realizado durante o

Estágio de Prática Docente II – Ensino Fundamental, séries iniciais – fazendo uma

análise acerca das problematizações inerentes, mais especificamente, ao primeiro ano

do ensino fundamental, série na qual foi realizada a prática, por ser uma etapa tão

importante dentro da educação básica, onde ocorre a transição entre a Educação

Infantil e o Ensino Fundamental, com base na experiência vivenciada durante o

estágio e tendo como referência autores renomados como Freire, Vasconcellos e

Gadotti.

O texto é dividido em duas partes: a primeira, busca contextualizar o leitor com

relação à análise da turma como um todo, enquanto grupo, e diante das demandas,

necessidades e especificidades apresentadas com relação à aprendizagem. Na

segunda parte, o foco é no papel do professor nas situações de aprendizagem e não

aprendizagem, diante de quatro dimensões: matriz curricular e PPP; coordenação e

organização de propostas que potencializam o processo; relação com a realidade

concreta; rede de apoio – recursos e possibilidades que garantiram a aprendizagem

dos alunos.

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DESENVOLVIMENTO

O Ensino Fundamental é a segunda etapa da educação básica e dá sequência

ao trabalho iniciado na Educação Infantil – ou pelo menos deveria dar. O caso da

turma onde foi realizado o estágio é uma exceção à regra se levarmos em conta que

apenas dois alunos, entre as dezesseis crianças que formam a turma, frequentaram

escolas de Educação Infantil e os demais ficavam em casa com a família (mãe, tia,

avó, prima) ou aos cuidados de “tias cuidadoras”. Diante disso, foi necessário que a

professora parceira buscasse elementos na Educação Infantil - principalmente no que

diz respeito à rotina - para iniciar seu trabalho com a turma uma vez que, por estar

lidando com crianças pequenas e que estão iniciando o convívio social além da

família, se percebeu certa dificuldade, por parte dos alunos, em adaptar-se a regras e

combinações. Nesse sentido, a rotina, segundo Barbosa (2008), é importante, pois

possibilita

[...] constituir uma visão própria como concretização paradigmática de uma concepção de educação e de cuidado. É possível afirmar que elas sintetizam o projeto pedagógico das instituições e apresentam a proposta de ação educativa dos profissionais. A rotina é usada, muitas vezes, como o cartão de visitas da instituição, quando da apresentação desta aos pais ou à comunidade, ou como um dos pontos centrais de avaliação da programação educacional. (BARBOSA, 2008, p. 35)

Por isso, além de atuar como meio de organização da turma de acordo com o

tempo e os espaços a rotina inicia a conscientização das crianças com relação a

determinação de horários e regras que, muitas vezes, não são exigidos em casa, mas

que são determinantes no convívio coletivo. Em função disso, deve ser estabelecida

como fator organizacional, a fim de colaborar para o desenvolvimento do aprendizado

do aluno e não como fator que condiciona a criança a movimentos mecânicos e

previamente estabelecidos.

Partindo, então, dessa primeira problemática, que se refere à falta da

Educação Infantil e que necessitou ser trabalhada continuamente durante o estágio,

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foram observados três pontos, comuns aos alunos, que serviram como base para

suprir as demandas de trabalho com a turma como um todo. São eles:

1. Rotina: Os alunos não estavam habituados com horários fixos para lanchar,

ir ao banheiro e muito menos com a ideia de realizar atividades escolares, já que até

então apenas brincavam em casa. Foi necessário combinar regras e, todos os dias, ao

iniciar a aula, fazer combinações e junto com os alunos, analisar as atividades que

seriam realizadas naquele dia a partir de uma pequena lista escrita no quadro, com

atividades numeradas e lidas em voz alta pela professora.

2. Convivência / interação: As crianças tinham medo de brincar umas com as

outras. A professora relatou que, quando proporcionava momentos de brinquedo livre

para as crianças, elas sentavam na classe e não interagiam. Aos poucos ela foi

explicando que podiam brincar juntos, criar brincadeiras e durante o estágio foi

percebido que esse já não era mais um problema. Agora, os alunos estavam naquela

fase de “fofocas” como, por exemplo: “Professora, o Fulano está me imitando”,

“Professora, o Beltrano foi ao banheiro e não te pediu” ou então “Professora, o Ciclano

disse que se eu não emprestar meu lápis verde ele não vai mais ser meu amigo”.

Nesse sentido, o primeiro contato com o ambiente escolar, que normalmente acontece

durante a Educação Infantil e que está acontecendo somente agora, fez muita falta

para esses alunos uma vez que é preciso dedicar tempo, quase todos os dias, para

discutir sobre combinações e regrinhas de convivência dentro da sala de aula e na

escola a fim de solucionar pequenos conflitos.

3. Noções do corpo: Segundo a professora parceira, no início do ano, as

crianças não apresentavam a menor noção dos movimentos do corpo. Queriam ficar

sentadas e não se sentiam à vontade para realizar atividades na educação física ou

momentos livres no pátio. A única brincadeira que gostavam era pega-pega. Durante o

estágio, isso pôde ser trabalhado de duas maneiras: através das músicas, com a

criação de coreografias com movimentos bem abrangentes de pernas e braços,

rebolar, abaixar, pular, girar....e através de uma pequena “ginástica” no início da aula,

quando brincava com as crianças, dizendo que precisávamos nos alongar e exercitar o

corpo para espantar o frio e aquele soninho que dá no início da tarde. Foi bastante

perceptível o quanto os alunos se sentiam mais relaxados para iniciar a aula.

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Ações necessárias a fim de garantir a aprendizagem de todos

O trabalho com a turma parceira iniciou lá nos momentos de observação.

Percebendo como as crianças eram falantes, ativas e curiosas, foi fácil instigá-las a

serem participativas também nos momentos de aprendizagem. Ao invés de questionar

a professora titular acerca de como era o andamento da aula, a primeira medida

tomada, foi informar às crianças de que a professora estagiária não conhecia muito

bem a escola e sua rotina e que, para que ela pudesse trabalhar ali com tranquilidade,

os alunos poderiam ajudá-la a entender melhor como tudo funcionava.

Essa troca com os alunos foi muito importante. Todos os dias, até o fim do

estágio, eles ainda tinham algo novo para ensinar para a estagiária, sentiam-se

importantes e melhor ainda, responsáveis, pelo bom andamento da aula, tendo o

cuidado de explicar como funcionavam os horários, quais brinquedos podiam levar

para a pracinha, as músicas que cantavam no horário do lanche, na chegada e na

saída, como funcionava o auxílio dos ajudantes, um pouco da dinâmica do bairro, etc.

Dessa maneira, os alunos foram se sentindo cada vez mais seguros para colaborar

durante a aula, opinar nas discussões e partilhar suas experiências também com os

colegas e demonstraram surpresa ao perceber que a professora também estava ali

para aprender o que confirma a afirmação de Gadotti (2003) quando diz que “[...]

Reconhecer uma competência ou habilidade estimula e motiva as pessoas a continuar

aprendendo [...]” (p.42)

Percebeu-se então, que a motivação para o aprendizado, seria fator

determinante para o sucesso do projeto a ser desenvolvido durante o estágio. Para

Vasconcellos (1992), a motivação, na sala de aula,

[...] é um complexo e dinâmico processo de interações entre os sujeitos (professor-aluno, aluno-professor, aluno-aluno, etc.), os objetos de conhecimento (temas, assuntos, objetos, etc.) e o contexto em que se inserem (sala de aula, escola comunidade, realidade em geral, etc.) (VASCONCELLOS, 1992, p. 7)

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Então, partindo da ideia de que uma temática atual e que estivesse em foco na

mídia e também na comunidade pudesse ser parte importante do processo de

motivação, a Copa do Mundo foi escolhida como tema principal do projeto de estágio.

Seguindo a perspectiva de Vasconcellos no que diz respeito à motivação, pensou-se o

processo da seguinte forma:

1 – Interação entre os sujeitos: Estimular os alunos a participarem ativamente,

falando, compartilhando experiências e percebendo que a professora não é

dominadora do conhecimento e também aprende durante a aula;

2 – Interação com o objeto de conhecimento: Explicar aos alunos, no início das

observações, o que seria feito, de onde partiríamos bem como onde poderíamos (e

não deveríamos, como uma obrigação) chegar, além é claro, de utilizar as informações

trazidas por eles mesmos (e que às vezes nem tinham a ver com o tema) como forma

de incrementar e tornar mais atrativas e significativas as atividades propostas.

3 - Contexto: Utilizar o tema gerador da escola (Meu espaço de vida: escola,

família, comunidade e natureza), partir de temas já apresentados às crianças, utilizar

eventos que estejam ocorrendo no país, no mundo ou município – Copa do Mundo,

gincana municipal da Copa (a escola participou da equipe Suíça) e semana do meio

ambiente.

Planejamento: atividades que atendem às demandas presentes na turma

Levando em consideração os três aspectos presentes no processo de

motivação dos alunos com relação ao trabalho que seria realizado no estágio, criou-se

o projeto “A Copa do Mundo é nossa, é do mundo inteiro. Torcendo pelo meu país,

tenho orgulho de ser brasileiro.” O objetivo principal foi que os alunos entendessem a

copa como um acontecimento importante para o nosso país, mas que envolve países

e pessoas do mundo inteiro, além de utilizar a empolgação com a torcida pela vitória

do Brasil como mola propulsora para o aprendizado em sala de aula.

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Vasconcellos (1992) nos fala sobre a importância da mobilização para o

conhecimento no sentido de que o aluno encare o objeto a ser conhecido como um

desafio a partir de um significado inicial.

A mobilização se coloca como um momento especificamente pedagógico, em relação à teoria dialética do conhecimento, uma vez que esta supõe o interesse do sujeito em conhecer. [...] O trabalho inicial do educador é tornar o objeto em questão, objeto de conhecimento para aquele sujeito. (VASCONCELLOS, 1992, p.3)

Nesse sentido, buscou-se na primeira semana, expor aos alunos o tema que

seria trabalhado, contar sobre algumas atividades que seriam feitas ao longo do

projeto, desafiando-lhes a trazer o que já conheciam sobre a Copa do Mundo de

maneira que o assunto não caísse de paraquedas em sala de aula.

Partiu-se então de uma atividade chamada “Charada”, onde cada um dos

dezesseis alunos (a professora também) recebeu meia folha de ofício. De um lado da

folha, havia um número, do outro lado, uma figura, sílaba ou palavra. Inicialmente a

atividade seria realizada no pátio, mas, em função da chuva, foi feita dentro da sala de

aula. Para melhor aproveitamento do espaço, foi necessário fazer a brincadeira em

forma de varal, com um fio pendurado em frente ao quadro aonde cada aluno ia

pendurando sua folha, de acordo com o seu número, em ordem crescente, o que fez

com que todos participassem ativamente, concentrando-se ao máximo para saber

quando seria sua vez na sequência.

Assim, tomadas pela curiosidade de descobrir qual seria o tema das atividades

que realizariam durante a passagem da professora estagiária, as crianças foram se

envolvendo na atividade de forma natural. De acordo com PPP escola,

[...] o incentivo à curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento a indagação e o conhecimento da criança, são relevantes para a formação da ação do professor e da escola. [...]. (PPP, 2012, p.14)

Após a revelação da charada, foi possível perceber o entusiasmo dos alunos,

uma vez que já começaram a compartilhar informações sobre o tema e contar sobre a

gincana da Copa que a escola havia participado.

Sabendo qual seria o ponto de partida, foi então necessário mostrar aos alunos

por onde passaríamos e onde poderíamos chegar. É interessante deixar claro que, o

tema Copa do Mundo foi escolhido por estar em foco no mundo inteiro durante o

período de estágio, sendo assim, foi utilizado com o objetivo de gerar interesse por

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parte dos alunos com relação às atividades, instigando-os a conhecer fatos concretos

sobre o evento, que é discutido por toda a sociedade atualmente, mas, principalmente,

gerar a motivação necessária para que os componentes curriculares que são

explanados no plano de estudos fossem contemplados de forma satisfatória pelo

grupo de alunos em geral.

Surgiu então a ideia de montar um álbum da copa com a turma. Foi explicado

aos alunos, que ao longo do trabalho com a professora estagiária, cada um criaria o

seu álbum, que seria composto por diversas atividades que seriam feitas durante o

estágio.

Ainda de acordo com Vasconcellos (1992), pode-se dizer que esse é um ponto

crucial no processo de ensino-aprendizagem, pois é uma forma de “ [...] ajudar o

educando a elaborar e explicitar a sínteses do conhecimento [...]” (p.3). Assim, a partir

do diálogo acerca das atividades que seriam realizadas durante o projeto, os alunos

tiveram uma visão global do seu próprio aprendizado, motivados pelas habilidades que

já possuíam para desenvolver determinadas atividades e também pela curiosidade das

novas experiências que seriam proporcionadas ao longo do processo.

Nos últimos dias do estágio, o álbum da copa foi concluído e foi feita uma roda

de conversa com os alunos para retomar, através das atividades do álbum (que

envolviam pintura, recorte, colagem – habilidades pouco desenvolvidas em função da

falta da educação infantil) o que cada uma das crianças havia aprendido. É o que

Vasconcellos (1992) chama de “Elaboração da Síntese do Conhecimento” que,

segundo ele, se refere à “[...] dimensão relativa à sistematização dos conhecimentos

que vem sendo adquiridos, bem como da sua expressão. [...]” (p. 3). Assim, os

próprios alunos perceberam que as mesmas atividades onde eles descobriram quem é

a mascote da copa, quem são e de onde vêm as pessoas que participam desse

evento, como é a camisa da nossa seleção, a bandeira do nosso país, também

auxiliaram no desenvolvimento de habilidades ligadas à motricidade, alfabetização e

letramento, matemática, artes, geografia e etc.

De um modo geral, as atividades foram planejadas de maneira a trabalhar nos

diversos espaços (dentro e fora da escola), com propostas que oportunizassem a

construção e a aquisição do conhecimento, valorizando a cultura dos alunos, da

própria comunidade e, ao mesmo tempo, ampliar a visão de mundo, por meio de

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aprendizagens significativas e buscando sobrepor os fatores qualitativos aos

quantitativos.

SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM E NÃO APRENDIZAGEM: O PAPEL DO

PROFESSOR

Diante da matriz curricular e do Projeto Político Pedagógico da Escola

Por saber que a maioria dos alunos não havia frequentado a Educação Infantil,

ficou clara também a necessidade de atentar, além das questões curriculares, também

para o brincar. Levando em consideração que a turma tem aula em uma sala que é

utilizada pela turminha da faixa etária 5 no turno da manhã e que, por isso, é repleta

de brinquedos, foi necessário alterar um pouco o planejamento e permitir que as

crianças tivessem momentos de brincadeira livre. O PPP da escola parceira dialoga

com a importância do brincar para as crianças, pois, segundo o documento, é pelo

brincar que a criança se prepara para o aprender, adquire novos conceitos e

informações e interage com o mundo.

[...] O brincar torna-se um elemento muito importante para o desenvolvimento da criança, sendo um modelo ativo e formador de sua imaginação. [...] Brincando ela imita gestos e atitudes do mundo adulto, descobre o mundo, vivencia leis, regras, experimenta sensações. Ao brincar, afeto, motricidade, linguagem e outras funções cognitivas estão profundamente interligadas o que contribui para o processo de apropriação de signos sociais. [...] (PPP, 2012, p.17)

Atentando para essa questão que faz parte da filosofia da escola parceira,

foram adicionados ao planejamento, momentos em que as crianças pudessem brincar

sem atividades e propostas direcionadas. Em alguns dias, os alunos podiam ficar em

torno de quinze minutos após o recreio brincando na pracinha e com brinquedos

escolhidos na sala de aula. Em outros dias, quando as atividades já estavam prontas,

podiam brincar dentro da sala, com roupas, acessórios e fantasias disponíveis e nos

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dias de chuva, quando o recreio era na sala, podiam escolher brinquedos e tinham

mais uns dez minutos além do recreio para continuar a brincadeira.

Outra questão norteadora da proposta pedagógica da escola, a qual se

necessitou fazer referência durante o estágio foi o tema gerador. Em seu PPP (2012),

a escola parceira expõe que

Como nossa proposta educacional é a de formar cidadãos autônomos e construir saberes, entendemos também que estes não acontecem somente dentro do espaço escolar. De acordo com estudos, e com base nos interesses da nossa comunidade, escolhemos para a nossa prática educativa trabalhar com a metodologia denominada “Tema Gerador”, para o desenvolvimento dos conteúdos formais, informais e essenciais do educando. (PPP, 2012, p. 21)

De acordo com Costa e Pinheiro (2013)

[...] com os temas geradores, parte-se da contextualização, ou seja, de um assunto presente no dia-a-dia dos educando e do educador. Na busca de uma interpretação mais crítica do tema, percebe-se que os conhecimentos de senso comum não são suficientes para a plena compreensão do tema em questão. Esse é o momento em que se provoca o aluno para a aprendizagem. (COSTA e PINHEIRO, 2013, p. 41)

Assim, pode-se dizer que os temas geradores são os assuntos ou questões

extraídas da realidade dos educandos, que agem como fio condutor das atividades,

uma vez que possibilitam a articulação com os conteúdos escolares, tornando-os

significativos, com real valor social, de forma contextualizada e interdisciplinar.

Dada a importância à metodologia utilizada na escola, foi então necessário

propor atividades que estivessem relacionadas com o tema gerador da mesma: “Meu

espaço de vida: família, escola, comunidade e natureza”. Diante disso, aproveitando a

programação da semana do meio ambiente, quando as crianças tiveram a

oportunidade de sair da escola e assistir a uma peça de teatro sobre a importância da

preservação ambiental, lançou-se a proposta de, em conjunto com a atividade já

prevista de caminhada pelo bairro da escola para enfeitá-lo com bandeirinhas no dia

da abertura da Copa do Mundo, a turma criasse um panfleto, com dicas de

preservação do meio em que vivemos e alertando a comunidade sobre a gincana da

reciclagem que está acontecendo na escola. As crianças criaram, coletivamente, cinco

frases, a professora estagiária digitou, imprimiu e cada uma ganhou dois panfletos

para fazer um desenho bem bonito sobre a natureza e entregar na comunidade.

Durante a caminhada, os alunos puderam enfeitar o bairro com as bandeirinhas que

confeccionaram em sala de aula, dialogar com moradores sobre o panfleto, pedir

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colaboração na doação de material reciclável para a turma vencer a gincana, além de

recolher algum lixo que foi encontrado pelo caminho. Foi possível notar surpresa e

encantamento por parte dos moradores que não estão acostumados com esse tipo de

abordagem na comunidade.

A educação ambiental, aliás, é outro fator que recebe atenção no PPP da

escola, onde consta que

[...] essa educação ambiental, desenvolvida no âmbito do ensino formal, pode e deve proporcionar ao educando experiências reais de intervenção no meio social, pela proposição de um trabalho que inclua o exercício de procedimentos e atitudes. (PPP, 2012, p. 40)

Dessa forma, foi possível perceber, no rosto dos alunos, a ansiedade em poder

entregar seus panfletos aos moradores do entorno, empenhados em explicar o que

estava escrito e o porquê de estarem participando de tal ação. No momento em que se

sentiram ativos, protagonistas de um acontecimento dentro da comunidade e

portadores de informações que poderiam beneficiar o meio em que vivem, as crianças

mostraram segurança ao se expressar, contando o que haviam aprendido, bem como

entusiasmadas com relação às atividades escolares.

Diante das evidências de aprendizagem e não aprendizagem:

organizando e coordenando as propostas a fim de potencializar o

processo

A palavra de ordem para mediar as situações de aprendizagem dentro da sala

de aula foi: paciência. Apesar de alguns terem muita facilidade para aprender e

desenvolver as atividades, os outros alunos conseguiam acompanhar tranquilamente,

apenas em ritmo mais lento, e até mesmo aqueles que demoravam mais pode se dizer

que suas dificuldades eram muito mais relacionadas ao comportamento e

concentração do que à aprendizagem propriamente dita pois, quando se expressavam

oralmente demonstravam compreensão acerca daquilo que havia sido trabalhado.

Nesse sentido, dar atenção ao desenvolvimento oral dos alunos foi

fundamental para o sucesso do projeto como um todo. É claro que, se tratando de

uma turma de primeiro ano, a atenção da aprendizagem é bastante voltada para a

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alfabetização das crianças, no entanto, como a maioria dos alunos ainda está no nível

silábico, foi necessário, como nos coloca Freire (1996), escutar o que as crianças

tinham a dizer, não meramente por fazê-lo, mas levando o que diziam em

consideração durante o projeto a fim de fazer com que os alunos se reconhecessem

como “arquitetos” da própria aprendizagem: “[...] desafiar o aluno a que se vá

percebendo na e pela própria prática, sujeito capaz de saber.[...] ” (p. 124)

Ainda de acordo com a perspectiva Freiriana

Uma das tarefas essenciais da escola, como centro de produção sistemática de conhecimento, é trabalhar criticamente a inteligibilidade das coisas e dos fatos e a sua comunicabilidade. É imprescindível, portanto, que a escola instigue constantemente a curiosidade do educando em vez de “amaciá-la” ou “domesticá-la”. É preciso mostrar ao educando que o uso ingênuo da curiosidade altera a sua capacidade de achar e obstaculiza a exatidão do achado. [...] (FREIRE, 1996, p. 124)

Indo por esse caminho, dialogando e tentando descobrir de que forma cada

aluno recebia e interiorizava as propostas feitas pela professora, foi possível notar a

satisfação das crianças quando percebiam que conseguiam identificar letras, sílabas e

aos poucos descobrir as primeiras palavras sem a ajuda da professora. A medida que

as atividades eram apresentadas, seu desenvolvimento era discutido coletivamente e

os resultados obtidos iam sendo compartilhados com todos, as crianças foram

enfrentando o desafio da aprendizagem cada vez mais seguras, movidas pela

curiosidade mas, principalmente, pelo prazer de dominar, cada vez com mais

propriedade, uma temática que está em todas as rodas de conversa: na família, nos

vizinhos, na escola, etc.

Levando ainda em consideração que os sujeitos em questão são crianças em

seu primeiro ano escolar, é totalmente impossível afirmar coisas como “Fulano não

aprendeu nada”, “Ciclano não é capaz de realizar determinada proposta” ou “Beltrano

não corresponde às expectativas de forma satisfatória”. Percebe-se, claro, que

algumas crianças já apresentam maior facilidade com relação aos conteúdos e

demandas escolas, principalmente com relação à alfabetização, mas isso se deve ao

fato de que, recorrendo às suas realidades, se sabe que as respectivas famílias

estimulam as mesmas com relação ao conhecimento do alfabeto, dos números, de

placas, rótulos e etc., o que imprime nelas um ritmo mais acelerado no

desenvolvimento das atividades. Por outro lado, mesmo advindas de famílias aonde o

nível escolar dificilmente chega ao Ensino Fundamental completo, foi possível

perceber nos alunos que apresentaram um ritmo mais lento para absorver as

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propostas e que levavam mais tempo para desenvolvê-las (muitas vezes fazendo de

forma errada), tanto potencial para a aprendizagem quanto naqueles que já

conseguiam realizar as atividades com maior autonomia. Mas qual o problema então?

A abordagem.

Enquanto para alguns alunos bastavam cinco minutos de exposição do que

deveria ser feito, para os demais, era necessário rumar por outros caminhos:

Sentar ao lado de um aluno, passando-lhe mais confiança enquanto realizava a

atividade;

Conversar com determinado aluno, após conversa com todo o grupo,

realizando um atendimento individual, de modo que ele pudesse focar mais

facilmente na fala da professora;

Realizar movimentos com o corpo, fazer gestos, expressões faciais que

dramatizassem situações a serem analisadas, uma vez que algumas crianças

têm um vocabulário ainda muito pequeno, desconhecem muitas palavras

devido a pouca convivência com outras crianças e falta de estímulo dos adultos

em casa;

Instigar ao erro, provocar alguns alunos de modo que realizassem as

atividades, inicialmente, como sabiam ou como achavam que deveriam ser

realizadas e certificá-los de que, mesmo tendo uma maneira correta de fazer,

poderiam surgir outras que nos levassem até o mesmo resultado ou a

resultados melhores ainda. O erro, aliás, no que diz respeito à alfabetização, é

um medo muito presente nessa frase de transição entre a “escrita do desenho”

e a escrita dos textos propriamente ditos pela qual estão passando as crianças

da turma parceira. Muitas vezes, o medo de errar era tão maior que a

curiosidade de aprender que, mesmo sabendo realizar determinada atividade,

alguns alunos limitavam-se a dizer “não sei”. Sobre os erros cometidos pelas

crianças durante a alfabetização, Rangel (2008) aponta que

[...] Alguns pesquisadores utilizam a teoria de Ferreiro que aponta o erro como uma etapa natural e necessária para a criança aprender, e a partir dessa leitura concluem que o professor não deve inibir a criança. Ela irá errar sim, dizem eles, e nós deixaremos, pois ela acabará aprendendo a escrever certo. Ficará mais confiante, podendo escrever, comunicar-se e a correção virá com o tempo. (RANGEL, 2008, p. 43)

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Mas, se a criança escrever errado e repetir o erro inúmeras vezes, ela não

tomará aquilo como hábito e escreverá errado para sempre? O questionamento talvez

não se aplique no trabalho realizado durante o estágio, até porque a maioria das

crianças ainda está descobrindo as vogais, formando as primeiras sílabas. No entanto,

é válido no sentido de que, mesmo estando muito no começo da caminhada escolar,

percebeu-se a necessidade de mostrar às crianças que, como em tudo na vida, na

escola nós também aprendemos com os erros. Não no sentido de corrigir uma

atividade e dizer ao aluno “Ei, isso aqui está errado. Apague e faça novamente.”, mas

na perspectiva de provocá-lo, questionando:

Por que você realizou a atividade dessa maneira? Pra você, é mais fácil dessa

forma?

Como chegou nesse resultado? Pode me explicar como se faz?

Olha, eu fiz o meu diferente. Pode me explicar porque escreveu assim no seu

trabalho?

Vamos ver: será que mais alguém aqui na turma fez como você? Vamos pedir

uma ajuda aos colegas, ver o que eles têm a nos dizer, como fizeram a

atividade e se podem colaborar com a gente.

Abordagens com simples questionamentos, que induzam à auto-correção, que

permitam à criança entender o que está errado e porque está errado, funcionam de

forma muito mais eficiente do que um simples “está incorreto, precisa refazer e se for

necessário o colega te ajuda.” dito ao vento e já meio sem paciência com relação à

dificuldade do aluno. O erro deve ser utilizado no sentido de permitir ao aluno que crie

quantas hipóteses forem necessárias para que ele se aproprie do objeto em estudo e

não como ênfase naquilo que é tido como uma escrita correta, por exemplo, e que

poderá bloquear o desejo de se comunicar através da leitura e da escrita.

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Diante da relação com a realidade concreta

Um fator que foi primordial para que a prática do estágio transcorresse de

forma tranquila, foi a observação feita durante vinte horas, antes de iniciar a prática

com a turma, pois, através deste momento foi possível entender que, além da

demanda de conteúdos a serem trabalhados durante o período de estágio, seria muito

importante dar continuidade ao trabalho feito pela professora parceira, desde o início

do ano letivo, envolvendo questões comportamentais dos alunos. Nesse sentido, de

acordo com Vasconcellos (1992), conhecer a realidade do educando é “O primeiro

passo, portanto, do educador, enquanto articulador do processo de ensino-

aprendizagem [...]” e ele completa, dizendo:

[...] Não se trata de conhecer a “vida íntima” de cada aluno, membro da comunidade, etc., mas de apreender suas principais características, seus determinantes. Com relação aos alunos, é importante que se conheça suas necessidades, interesses, representações, valores, experiências, expectativas, problemas que se colocam, etc., como forma de ter pontos de articulação com o conhecimento a ser construído. (VASCONCELLOS, 1992, p.6)

Logo, somente conhecendo com antecedência um pouco da história, das

necessidades e maneira como os alunos se colocam em sala de aula e na vida, seria

possível organizar um planejamento que, ao mesmo tempo, abrangesse a diversidade

existente na sala de aula e fosse flexível o bastante caso surgisse a necessidade de

alterar alguma atividade em função das demandas curriculares e especificidades das

crianças.

Além disso, foi preciso pesquisar bastante sobre o tema trabalhado a fim de

esclarecer as dúvidas dos alunos durante as aulas – e que não eram poucas. Levar

conteúdo pronto, limitado a um determinado número de informações, seria uma

injustiça com o potencial apresentado pelas crianças, que demonstravam vontade de

perguntar, de se envolver nos assuntos debatidos. Gadotti (2003) fala com bastante

propriedade acerca da importância da pesquisa no trabalho do professor quando nos

diz que

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O novo professor é um profissional que aprende em rede (ciberespaço da formação), sem hierarquia, cooperativamente (saber organizar o seu próprio trabalho). É um aprendiz permanente, organizador do trabalho do aluno; consciente, mas também sensível. Ele desperta o desejo de aprender para que o aluno seja autônomo e se torne sujeito da sua própria formação. [...] precisa desenvolver habilidades de colaboração (trabalho em grupo, interdisciplinaridade), de comunicação (saber falar, seduzir, escrever bem, ler muito), de pesquisa (explorar novas hipóteses, duvidar, criticar) e de pensamento (saber tomar decisões). (GADOTTI, 2003, p.53)

Dessa forma, sendo o futebol um tema de pouco conhecimento da estagiária,

foi necessário, além de organizar um planejamento que atendesse às demandas da

turma como um todo, um trabalho aprofundado de pesquisa acerca do tema

trabalhado, visando esclarecer o maior número de dúvidas o possível que pudessem

surgir durante o desenvolvimento do projeto. Ainda assim, foi necessário sair um

pouco da rotina da turma e levar para dentro da sala de aula um novo aliado do

aprendizado: o notebook. Conectado à rede wireless da escola, cada vez que surgia

uma pergunta cuja resposta não estava na ponta da língua, a estagiária podia recorrer

a uma pesquisa rápida, deixando os alunos intrigados e espantados, por não saber

responder a dúvida na hora e ao mesmo tempo encantados com a possibilidade de

ajudar a professora a descobrir algo novo.

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CONCLUSÃO

Somente um projeto educativo comprometido com o desenvolvimento social e

cultural de seus alunos, bem como da comunidade onde está inserida, possibilitará à

escola que cumpra a função e a responsabilidade de garantir às crianças o acesso aos

conhecimentos necessários para o exercício da cidadania. Dessa forma, o Projeto

Político Pedagógico da escola parceira firma o comprometimento da mesma com sua

função de transformar os indivíduos através da educação na medida em que propõe

como objetivo geral ampliar a visão de mundo dos educandos por meio de

aprendizagens significativas, mas tendo como ponto de partida a valorização da

cultura da sua própria comunidade dentro de um currículo formal e informal, que

oportunize a construção e não a transmissão do conhecimento.

Nesse sentido, o olhar sensível com relação aos alunos da turma parceira

diante do fato de estarem pela primeira vez em contato com o ambiente escolar, nos

leva à conclusão de que a escola parceira realmente põe em prática aquilo que almeja

e propõe em seu projeto. O fato de estarmos lidando com crianças que ainda não

tiveram uma experiência escolar e que ainda não estão acostumadas ao convívio

coletivo fora da família e nem ao fato de produzir algo individualmente a partir das

solicitações da professora, deixou claro que as necessidades relacionadas aos

cuidados e à segurança que a criança precisa sentir em si mesma para desenvolver as

atividades coletivamente ou a partir de combinações com a professora e os outros

colegas, mesmo no ensino fundamental, ainda é um ponto crucial no processo de

aprendizagem. Além disso, o apoio à utilização de uma metodologia dialética, que

prevaleça diante da mera exposição de conteúdos na sala de aula, nos leva a

acreditar, com maior certeza, que é possível – e necessário – encaminhar a prática

pedagógica por novos rumos, ouvindo o que aluno tem dizer e utilizando as

informações que estão explícitas e implícitas em sua fala e suas ações como forma de

dar sentido aos objetos de estudo, impulsionando ainda mais o processo de

aprendizagem.

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Pode-se afirmar também, a partir da experiência durante o estágio, que a

aprendizagem é um processo que envolve a participação total e global do indivíduo,

pois foi possível perceber que os alunos foram capazes de criar hipóteses e construir o

conhecimento não somente através de atividades de leitura e escrita ou físicas, mas

principalmente através das reflexões, que são tão importantes para formar cidadãos

com princípios de liberdade, respeito e cientes de seu papel dentro da sociedade.

Portanto, ficou clara a importância do que já se havia discutido em outros momentos a

respeito de buscar desenvolver o processo de aprendizagem das crianças a partir de

assuntos, temas geradores e estratégias que remetam significado entre o que é

ensinado e a realidade vivenciada pelos alunos, visando melhor compreensão e

interesse pelas atividades escolares.

Por fim, pode-se dizer que o segundo estágio de prática docente foi bastante

significativo e importante para a formação no curso de Licenciatura em Pedagogia à

Distância. A experiência vivenciada na escola parceira, seja com a turma de alunos,

que era maravilhosa, ou com o grupo de professores e funcionários, que, em conjunto

com a direção formam uma equipe extremamente dedicada e comprometida com o

desempenho do papel da escola em sua comunidade, serviu para ratificar, com

certeza total, que, ainda que haja dúvidas, obstáculos burocráticos e até mesmo

pessoas que possam nos desmotivar durante o caminho, chega uma hora que o

coração fala mais alto, não há como fugir e nem nada que impeça a realização de

quem sonhou um dia ser professora.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Por amor e por força: rotinas da educação

infantil. - Porto Alegre: Artmed, 2008.

COSTA, Jaqueline de M.; PINHEIRO, Nilcéia Aparecida Maciel. O ensino por meio

de temas-geradores: a educação pensada de forma contextualizada,

problematizada e interdisciplinar. In: Revista Imagens da Educação [on line].

2013, v.3, n. 2, p. 37-44.

http://eduem.uem.br/ojs/index.php/ImagensEduc/article/view/20265/pdf.

Acesso em 23/06/2014.

Escola parceira. Projeto Político Pedagógico – Novo Hamburgo, 2012.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática

educativa. – São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura)

GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido. - Novo

Hamburgo: Feevale, 2003.

RANGEL, Annamaria Píffero. Alfabetizar aos seis anos. - Porto Alegre: Mediação,

2008.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Metodologia Dialética em Sala de Aula. In: Revista

de Educação AEC. Brasília: abril de 1992 (n.83).