relatÓrio de atividades - icv.org.br · 4 relatÓrio de atividades | 2008-2009 apresentaÇÃo o...

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

2008-2009

Cuiabá, Maio de 2010

ICV Cuiabá Av. São Sebastião, 4118, sobreloja, Santa Helena

Cuiabá-MT - Brasil - 78045-000 Fone/fax: (65) 3621-3148

ICV Alta Floresta Av. Ariosto da Riva, 3473, Centro

Alta Floresta-MT - Brasil - 78580-000 Fone: (66) 3521-8555 - Fax: (66) 3521-7754

Espaço Vitória Av. José Estevão Torquato, 999, Jardim Vitória

Cuiabá-MT - Brasil - 78055-100 Fone/fax: (65) 3641-1550

Projeto gráfico e Editoração eletrônica Rosalina Taques | DoceDesign

SuMáRIO

APRESENTAÇÃO 4

PRINCIPAIS DESTAQUES DO PERÍODO 7

PROGRAMAS E RESULTADOS 8

Políticas Públicas e Gestão Ambiental | Governança Florestal 9

Monitoramento e Planejamento da Paisagem 12

Conservação e Áreas Protegidas 14

Sustentabilidade e Projetos Demonstrativos 16

Inclusão Socioambiental – Espaço Vitória 18

Comunicação e Educação Socioambiental 19

EQUIPE 23

RELATÓRIO FINANCEIRO 25

RELATÓRIO DE ATIVIDADES | 2008-20094

APRESENTAÇÃO

O Instituto Centro de Vida – ICV é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) de direito privado, caráter científico/cultural, autônoma, apartidária e sem fins lucrativos, decretada de utili-dade pública em Mato Grosso pela lei estadual n° 6.752/96. Fundada em 14 de abril de 1991.

Nossa missão é promover a sustentabilidade e a qualidade de vida através de estudos e ações que favo-reçam a conservação ambiental, o fortalecimento da cidadania e a harmonia entre sociedade e natureza.

Nossa atuação abrange o território do estado de Mato Grosso, e indiretamente a Amazônia como um todo, com foco maior na Amazônia Meridional. Nossos trabalhos de campo estão focados nas regiões: Portal da Amazônia, Cabeceiras do Xingu (eixo da rodovia BR-163), Bacia do Alto Paraguai, Noroeste e Corredor da Amazônia Meridional. Temos nossa sede na capital estadual Cuiabá e um escritório em Alta Floresta, na região norte do estado. Em 2009 também estabelecemos uma base temporária em Lucas do Rio Verde, no médio norte (Figura 1).

Figura 1 – Mapa das áreas de atuação do ICV

Fonte: ICV

RELATÓRIO DE ATIVIDADES | 2008-2009 5

Os principais desafios à sustentabilidade que encontramos nessa área de atuação são a pressão de des-matamento ligada à expansão da fronteira agropecuária e os conseqüentes desequilíbrios ambientais e sociais, bem como a necessidade de recuperar áreas já degradadas nesse processo.

Nesse contexto, nosso trabalho consiste em construir soluções de sustentabilidade, com base em estu-dos e análises, bem como em experiências práticas, e disseminar essas soluções por meio da comunica-ção, educação e empoderamento da sociedade.

Para cumprir essa missão, nosso trabalho é orientado pelos princípios de busca do embasamento téc-nico-científico, diálogo com os diversos segmentos da sociedade, transparência da informação e ética e responsabilidade:

• Embasamento técnico-científico. A atuação e tomada de decisão na área socioambiental requer ba-ses de informação e análises consistentes, abrangendo os diversos campos das ciências naturais e hu-manas. Visando atender essa demanda, buscamos o desenvolvimento da capacidade técnica do nosso quadro de colaboradores, a consolidação de parcerias com outras instituições de pesquisa e o constante aprimoramento da qualidade dos trabalhos realizados.

• Parceria e diálogo com os diversos segmentos da sociedade. As problemáticas socioambientais al-cançam a sociedade como um todo; geralmente, vão além de um determinado grupo ou local e envolvem uma variedade de atores sociais, em diferentes níveis de intervenção (local, regional, estadual, nacional e internacional). Com essa visão, buscamos promover a construção de propostas e soluções com base no diálogo, trabalhando sempre em parceria com outras organizações e movimentos sociais, instituições de pesquisa, órgãos governamentais e representações do setor privado.

• Transparência da informação. A ampla disseminação e disponibilização de informações transparen-tes à sociedade é um fator-chave na proteção efetiva do meio ambiente, no fortalecimento da cidadania e na construção de soluções sustentáveis. Por esse motivo, procuramos atuar como centro difusor de informações consistentes sobre as questões socioambientais, ao mesmo tempo em que mantemos uma divulgação transparente de nossas próprias atividades.

• Ética e responsabilidade. Lidar com questões socioambientais, buscando realizar uma missão de interesse público, significa responsabilidade perante as gerações atuais e futuras, o que exige um com-promisso ético pleno. Assim, procuramos manter e desenvolver cada vez mais esse compromisso, tanto internamente, quanto com nossos parceiros e com a sociedade.


Conselho Diretor

CONSELhO DIRETOR 2006-2008

Sérgio Henrique Guimarães (presidente)

Jane Maria de Oliveira Vasconcellos (vice-presidente)

Adalberto Veríssimo

Carlos Teodoro José Hugueney Irigaray

Darlene Taukane

Marcela Profeta Ribeiro

Mari Gemma De La Cruz

Maria Clara Migliacio

Pierre Girard

Richard Pasquis

CONSELhO DIRETOR 2009-2011

Sérgio Henrique Guimarães (presidente)

Jane Maria de Oliveira Vasconcellos (vice-presidente)

Adalberto Verissimo

Adriana de Carvalho Barbosa Ramos

Carlos Teodoro José Hugueney Irigaray

Darlene Taukane

José Augusto Pádua

Mari Gemma De La Cruz

Mariana de Paiva

Peter May

Tamara Mohr


PRINCIPAIS DESTAQuES DO PERÍODO

As atividades do ICV continuaram crescendo em 2008 e 2009, traduzindo-se no crescimento da receita, fortalecimento da equipe e consolidação dos produtos e resultados gerados.

Nesse sentido, destacamos algumas realizações consideradas mais significativas no período:

• Contribuições para a Transparência e Governança Florestal em Mato Grosso, com a divulgação de infor-mações sobre o desmatamento e a gestão florestal e o desenvolvimento de métodos de monitoramento replicáveis em outros Estados da Amazônia;

• Propostas e produtos apresentados na COP XV em Copenhague que contaram com a participação do ICV: método e resultados preliminares da avaliação da governança florestal na Amazônia; projeto-piloto de REDD do Noroeste de Mato Grosso; programa de REDD do estado de Mato Grosso; e mapa de pres-sões e ameaças à Pan-Amazônia;

• Atuação na Mesa-Redonda da Soja Responsável (RTRS), onde o ICV liderou o grupo de acompanhamen-to da sociedade civil e a proposição do critério sobre Áreas de Alto Valor para a Conservação (HCVA);

• Ganho de escala das atividades de campo (projetos-pilotos), com a implantação de 67 hectares de res-tauração florestal em áreas de preservação permanente e de agrofloresta;

• Fortalecimento dos trabalhos junto à agricultura familiar, com a consolidação das ações de busca da sustentabilidade social, econômica e ambiental no assentamento ENA, incluindo alternativas de comer-cialização da produção;

• Participação no Fórum Amazônia Sustentável e na Articulação Regional da Amazônia, redes de escala regional onde o ICV desempenha um papel importante na coordenação;

• Consolidação da produção do laboratório de geotecnologias, com a geração de inúmeros mapas e aná-lises, especialmente na escala municipal e estadual, a realização de cursos, a geração de bases próprias e o desenvolvimento de novos métodos em apoio à gestão ambiental;

• Reconhecimento do trabalho com Áreas Protegidas na Amazônia meridional, com a aprovação final e publicação do Plano de Manejo da Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo e a conclusão do Plano de Manejo do Parque Nacional do Juruena, incluindo inovações metodológicas como o uso de Unidades de Paisagem como base para o planejamento;

• Início das atividades de medição e monitoramento da biomassa florestal e outros trabalhos no tema do carbono florestal, com a perspectiva de apoiar ações e projetos de REDD e seqüestro de carbono, bem como de contribuir com produção científica própria e em parceria;

• Manutenção dos trabalhos de geração de renda no Espaço Vitória, na periferia de Cuiabá, e premiação do projeto Conexão Cheiro Verde pela Fundação Banco do Brasil, graças ao empenho da equipe e ao apoio de vários parceiros;

• Maior inserção no espaço público e na mídia em Mato Grosso, com cerca de 50 mil impressos distribu-ídos pelo ICV no biênio, 221 mil acessos e 33 mil documentos baixados de nossos sites em 2009, e mais de 200 notícias e reportagens baseadas ou citando nossos trabalhos na televisão e imprensa nesse ano.


PROGRAMAS E RESuLTADOS

Em 2008, desenvolvemos os nossos projetos dentro de seis programas:

• Políticas Públicas e Gestão Ambiental

• Monitoramento e Planejamento da Paisagem

• Conservação e Áreas Protegidas

• Sustentabilidade e Projetos Demonstrativos

• Inclusão Socioambiental

• Comunicação e Educação Socioambiental

Em 2009, alguns programas foram reformulados, ficando com a seguinte composição:

• Governança Florestal

• Monitoramento e Planejamento Territorial

• Conservação e Áreas Protegidas

• Sustentabilidade

• Inclusão Socioambiental

• Departamento de Políticas Públicas

• Departamento de Comunicação

Apresentamos a seguir os temas de atuação, abordagem, principais atividades e resultados alcançados pelos diferentes programas no biênio 2008-2009.


Políticas Públicas e Gestão Ambiental Governança Florestal

Esse programa trabalha na formulação de propostas de políticas públicas na área florestal e no monitora-mento e apoio à gestão florestal.

O termo governança aplicado à problemática florestal se refere às formas com as quais os indivíduos, grupos e instituições, sejam eles públicos ou privados, contribuem para a gestão dos recursos florestais. Nesse programa, buscamos promovemos os princípios universalmente reconhecidos da boa governan-ça – transparência, participação, capacidade, coordenação – que consideramos os pilares fundamentais para combater o desmatamento ilegal e, de forma geral, aprimorar a gestão florestal.

Abordamos os instrumentos de comando e controle, como a formulação e aplicação da legislação florestal, Zoneamento Sócio Econômico Ecológico, Cadastramento e regularização ambiental de propriedades rurais, bem como instrumentos econômicos, como Pagamentos por serviços ambientais ou ICMS ecológico.

Nesses temas, intervimos principalmente no âmbito estadual e, na regiões onde temos trabalho de cam-po, no âmbito municipal, sempre monitorando e coordenando nossas ações com o nível federal. Traba-lhamos por meio da realização de estudos, realização de cursos e seminários e participação em fóruns e espaços de diálogo, além da divulgação de informações à sociedade.

Nesse biênio, a inserção do ICV no cenário político estadual cresceu, através do apoio à formulação de leis e políticas que são peças-chave para a gestão ambiental em Mato Grosso, como o Plano de Preven-ção e Controle do Desmatamento e Queimadas (PPCDQ), o Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico e o Código Ambiental, além da participação como representante da sociedade civil no Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema). Nacionalmente, o ICV representou as ONGs do Centro Oeste no Conselho Na-cional de Meio Ambiente (Conama), e trabalhou no grupo técnico de elaboração dos princípios e critérios para a Mesa Redonda da Soja Responsável (RTRS, da sigla em inglês), além de colaborar na estruturação do Grupo de Trabalho da Pecuária Responsável.

Também fortalecemos nossa atuação na avaliação e monitoramento da governança florestal estadual, com o desenvolvimento e aplicação de matrizes de indicadores de transparência da informação e de gestão florestal.

Além disso, intensificamos o trabalho no tema de Redução de Emissões do Desmatamento e Degradação Florestal (REDD), iniciando a construção de um projeto-piloto na região Noroeste de Mato Grosso e de-sempenhando um papel chave na construção da política estadual sobre o tema.

PRINCIPAIS PRODuTOS

• 4 Publicações: REDD: Potencial de Aplicação em MT; Transparência Florestal: Análises do desmata-mento e da gestão florestal em MT; Transparência da Informação Florestal em MT: Análise e Recomenda-ções; Avaliação Ambiental Integrada – Território Portal da Amazônia

• 6 edições do Boletim Transparência Florestal (digital, em parceria com Imazon)

• 3 Seminários: Mudanças Climáticas (Cuiabá, em parceria com o Instituto Socioambiental), Plano de Ges-tão Ambiental Rural (Alta Floresta), Manejo florestal (Alta Floresta, em parceria com o CIPEM)

• 1 Curso de Jovens Mobilizadores Socioambientais (2 módulos, Alta Floresta)

• Criação de um grupo da sociedade civil de acompanhamento da sociedade civil da RTRS

• Participação na construção do documento-base para o desenvolvimento do Programa REDD de Mato Grosso, apresentada na COP xv


• Relatório técnico: Plano de Gestão Ambiental Rural do Portal da Amazônia

• 2 relatórios técnicos protocolados junto aos poderes executivo e legislativo estadual sobre a relevância das Unidades de Conservação propostas no ZSEE

• Contribuições na revisão do Código Ambiental do Estado

• Participação em 80% das reuniões do Conselho Pleno do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Con-sema) e apresentação de 7 pareceres técnicos relativos a recursos

• 5 Artigos e apresentações em eventos científicos

PRINCIPAIS RESuLTADOS

• Apoio à formulação de 4 leis e políticas estaduais:

• Regulamentação do Programa MT Legal de Regularização Ambiental;

• Zoneamento Socio-Econômico-Ecológico;

• Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas (PPCDQ-MT);

• Código Ambiental estadual.

• Participação em 2 conselhos e vários espaços coletivos:

• Conselho Nacional do Meio Ambiente;

• Conselho Estadual de Meio Ambiente;

• Grupo do Pacto pelo Fim do Desmatamento e pela Valorização da Floresta.

• Apoio à formulação e aprovação de 5 princípios e 25 critérios para Soja Responsável

• Apoio à estruturação do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável

• Estruturação de um grupo de trabalho para desenhar as bases de um Programa de REDD em Mato Grosso

• Elaboração do Projeto Piloto de REDD no Noroeste de Mato Grosso, em parceria com o Governo do Estado e a TNC

• Desenvolvimento de metodologia de avaliação da gestão florestal replicável a outros estados da Amazônia;

• Participação no desenvolvimento de metodologia de avaliação da governança florestal replicável em outros países de florestas tropicais

DEsTAquEs:

• 800 pessoas diretamente envolvidas em cursos e seminários

• Participação na 15ª Conferência das Nações unidas sobre Mudanças Climáticas (COP XV), realizada em Copenhague, Dinamarca, na qual foram apresentados várias propostas e produ-tos que contaram com a participação do ICV: o método e resultados preliminares da avaliação da governança florestal na Amazônia, o projeto-piloto de REDD do Noroeste de Mato Grosso, o programa de REDD do estado de Mato Grosso, o mapa da RAIsG de pressões e ameaças à Amazônia.


PRINCIPAIS FONTES DE RECuRSOS

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS PúbLICAS EM 2009

Em articulação com outras organizações através de espaços coletivos, temos atuação na escala regional da Amazônia, buscando sempre contribuir com a construção e manutenção de espaços de diálogo nos níveis municipal, estadual e federal. Atuamos com outras organizações em espaços colegiados, redes de ONGs, associações locais e articulações regionais, nacionais e internacionais. Também temos parcerias com órgãos de governo e empresas. Nesse contexto, participamos de fóruns, redes e espaços coletivos, entre os quais:

• Fórum Amazônia Sustentável/FAS – membro da Comissão Executiva

• Articulação Regional Amazônica/ARA – ponto focal no Brasil

• Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais – GT Floresta

• Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento/FORMAD

• Fórum Mato-grossense de Mudanças Climáticas

• Grupo de Princípios e Critérios da Mesa Redonda da Soja/RTRS

• Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável

Nesses espaços, o ICV trabalha mobilizando o capital social para fortalecer as organizações da sociedade e influenciar políticas públicas e privadas no sentido da sustentabilidade ambiental e social, através de maior transparência e consistência das informações.

Participação na COP XV, oficinas e seminários

PROjETOS DESENVOLVIDOS FINANCIADORES PERÍODO

Diálogos – Construindo consensos para o acesso aos recursos naturais na Amazônia

União Européia (consórcio liderado por WWF-Brasil) 2005 – 2009

Gestão Ambiental Rural (Gestar) – Território Portal da Amazônia

Ministério do Meio Ambiente/ Organização das Na-ções Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)

2005 – 2008

Apoio ao Entorno do Parque Nacional do Juruena WWF-Brasil 2008 – 2009

Cadeias Produtivas Sustentáveis USAID (consórcio liderado por TNC) 2008 – 2009

Participação na Mesa Redonda da Soja Respon-sável

Fundação Doen e Solidaridad 2008 – 2009

Iniciativa para Governança das Florestas (GFI - Governance of Forests Initiative)

Governo da Noruega (consórcio liderado por WRI - World Resources Institute)

2008 – 2013

Governança florestal e redução do desmatamento David & Lucile Packard Foundation 2008 – 2009


Monitoramento e Planejamento da Paisagem

O programa visa gerar e disponibilizar informações para a gestão ambiental com base em técnicas e ferra-mentas de sensoriamento remoto e geoprocessamento. Buscamos subsidiar tecnicamente as discussões nos espaços de diálogos e apoiar e capacitar técnicos, especialmente no nível municipal, para desenvol-verem ações de gestão ambiental.

A produção de diagnósticos territoriais ganhou destaque em 2008 como uma ferramenta de apoio ao planejamento territorial, especialmente na escala municipal e para a recuperação de áreas degradadas. A geração de análises sobre o desmatamento e as queimadas continuou como uma importante contribui-ção do ICV para a gestão florestal do estado de Mato Grosso, proporcionando à sociedade informações precisas para compreender e opinar sobre o tema.

Nesse período, também iniciamos uma atividade de capacitação de pessoas e entidades da sociedade civil organizada no uso de geotecnologias aplicadas à gestão ambiental, com foco no monitoramento das florestas. Contribuímos assim para que essas pessoas possam exercer mehor seu papel de controle social, plantando a semente de uma rede da sociedade civil de monitoramento ambiental do estado. Nos cursos realizados, colocamos a disposição dos participantes o conhecimento e experiência acumulados no laboratório de geoprocessamento do ICV desde 2005. Baseados no uso de softwares livres, os cursos buscam tornar essa tecnologia acessível a lideranças e técnicos de organizações socioambientais.

Também participamos da Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG), um grupo de onze organizações da sociedade civil dos países da região amazônica que consolida informações e metodologias para produção de mapas e análises estratégicos na escala regional (raisg.socioambiental.org).

PRINCIPAIS PRODuTOS

• 3 cursos: curso básico em Geotecnologia (Cuiabá e Alta Floresta), curso de uso de GPS (Terra Indígena Kayabi)

• 1 seminário sobre Zoneamento Ecológico Econômico municipal (Marcelândia)

• 7 diagnósticos ambientais territoriais: Avaliação Ambiental Integrada (Portal da Amazônia), 4 diagnósti-cos municipais (Alta Floresta, Marcelândia, Carlinda, Colíder), 1 diagnóstico de assentamento (ENA, em Feliz Natal), 1 diagnóstico da bacia hidrográfica do Rio Manissaua-Missu

• 170 mapas e análises produzidos e divulgados, incluindo análises periódicas sobre desmatamento, queimadas e degradação florestal, 1 mapa de áreas críticas para o desmatamento em Mato Grosso, ma-pas e análises servindo de base aos projetos do ICV e de organizações parceiras

• 2 bases cartográficas de hidrografia, nascentes, áreas alagadas e Áreas de Preservação Permanente: Terri-tório Portal da Amazônia (16 municípios) e Bacia hidrográfica do Rio Manissauá-Missu, afluente do Rio Xingu

• Ampliação do banco de imagens de satélite de MT

• 2 métodos desenvolvidos: 1 para cálculo automático de APP associada a rios e outro de eliminação de sobreposição em bases cartográficas fundiárias da SEMA/MT

• 2 sobrevôos virtuais dos projetos de Restauração de Áreas Degradadas (Assentamento Ena e muni-cípio de Marcelândia)


• Fortalecimento da gestão ambiental em 5 municípios (Alta Floresta, Marcelândia, Carlinda, Colíder, Feliz Natal)

• Contribuição para a criação do Programa de Proteção as Nascentes de Alta Floresta


• Contribuição para o planejamento de ações de sustentabilidade no Território Portal da Amazônia (16 mu-nicípios), na bacia do Xingu, no Estado de Mato Grosso, bem como nas escalas da Amazônia e do país

• Apoio a 1 política estadual (Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento) e 3 políticas municipais (ZEE Marcelândia e Agenda 21 Alta Floresta e Carlinda)

• Apresentação de dois trabalhos no Congresso Brasileiro de Sensoriamento Remoto (Natal/RN)

PRINCIPAIS PROjETOS E FONTES DE RECuRSOS

Em 2009, nosso Laboratório de Geotecnologias foi transferido de Alta Floresta para Cuiabá, facilitando a interlocução com os órgãos públicos e parceiros. Também foi consolidado o processo de produção de bases cartográficas próprias.

DEsTAquE:

Participação na RAIsG para elaboração de análises de pressões e ameaças no contexto Pan Amazônico

Mapas elaborados no laboratório de geotecnologias do ICV ou com sua participação


Governança florestal e redução do desmatamento David & Lucile Packard Foundation 2006 - 2009

Observatório da Paisagem do Território Portal da Amazônia Fundação Ford 2005 - 2009


Conservação e Áreas Protegidas

Este programa atua na criação e implantação de unidades de conservação (UCs), com enfoque principal no norte de Mato Grosso, sul do Pará e sudeste do Amazonas, visando a consolidação do Corredor de Conservação da Amazônia Meridional. A abordagem promove a participação da comunidade nos proces-sos de criação e gestão de unidades de conservação e a busca de alternativas de sustentabilidade das populações nas áreas de entorno.

A experiência com as campanhas de campo de diagnóstico para plano de manejo de unidades de con-servação foi consolidada estes anos através da elaboração de uma metodologia de planejamento por unidades de paisagem – um aprofundamento do método de Avaliação Ecológica Rápida, tradicionalmente usado nesse tipo de diagnóstico. O método foi utilizado nas campanhas de campo para o Plano de Mane-jo do Parque Nacional do Juruena, onde se mostrou adequado para uma UC complexa como esta, com quase dois milhões de hectares.

Em 2008, também começamos a trabalhar com o mapeamento de Áreas de Alto Valor para a Conserva-ção (High Concervation Value Areas - HCVA). Realizamos um mapeamento inicial dessas áreas em Mato Grosso, para ser usado como referência de áreas que não poderiam sofrer novos desmatamentos nas certificações voluntárias de commodities agrícolas.

PRINCIPAIS PRODuTOS

• Plano de Manejo do Parque Nacional do Juruena (MT/AM)

• Diagnósticos temáticos e apoio técnico em Sistema de Informação Geográficas na elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual do Cristalino (Norte de MT)

• Diagnósticos temáticos de vegetação e ictiofauna para a elaboração do Plano de Manejo do Parque Nacional dos Campos Amazônicos (AM)

• Publicação Plano de Manejo da Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo (PA)

• 4 oficinas técnicas e de planejamento participativo (Parque Nacional Juruena, Reserva Biológica Nas-centes da Serra do Cachimbo) e 1 seminário (HCVA)

• 2 métodos de planejamento desenvolvidos: Unidades de Paisagem e Fotopontos

• Elaboração de primeiro mapa de HCVA no Brasil: Piloto de mapeamento de áreas com alto valor para a conservação na bacia do Xingu

• Analise do Impacto do fogo de sub-bosque na dinâmica do carbono em áreas de floresta na Amazônia meridional em parceria com a Universidade de Exeter

• Analise das estimativas de estoque de carbono florestal para redução das incertezas das emissões do des-matamento e degradação florestal: através da implantação de parcelas temporárias de inventário florestal

• Plano de monitoramento do projeto Carbono das Nascentes do Xingu, de seqüestro de carbono através do reflorestamento de Áreas de Preservação Permanente, apoiado pela iniciativa Natura Carbono Neutro

• Publicação da Cartilha Apiacás – Povo e Memória


• Planejamento da conservação em 2,44 milhões de hectares de áreas protegidas

• Apoio a 1 política de conservação regional (Mosaico da Amazônia Meridional), abrangendo 37 municípios


DEsTAquE:

100 pessoas envolvidas em oficinas e seminários

PRINCIPAIS PROjETOS E FONTES DE RECuRSOS

Atividades de campo e oficinas participativas para geração de planos de manejo de Unidades de Con-servação


Plano de Manejo da RB do Cachimbo WWF-Brasil 2005 – 2008

Diagnóstico e Plano de Manejo do PN Juruena WWF-Brasil 2006 – 2009

Educação Ambiental em Apiacás WWF-Brasil 2008

Identificação de Áreas de Alto Valor para a Conservação – HCVA IUCN-NL 2008


sustentabilidade e Projetos Demonstrativos

O objetivo deste programa é trabalhar, através de uma perspectiva agroecológica, a sustentabilidade da agricultura familiar no estado de Mato Grosso. Desenvolvemos ações que promovem o fortalecimento do capital social e a sustentabilidade social, cultural, econômica e ambiental das comunidades rurais. O foco é o desenvolvimento e disseminação de práticas sustentáveis, como recuperação de áreas degradadas, a criação de agroflorestas e o manejo ecológico de pastagens.

Em 2008 as atividades de capacitação em técnicas e práticas sustentáveis envolveu técnicos, lideranças e agricultores familiares de sete municípios: Alto Paraguai, Apiacás, Diamantino, Feliz Natal, Marcelândia, Nortelândia e Cláudia. As intervenções em projetos pilotos de restauração florestal, agroflorestas e mane-jo de pastagens somam mais de 100 hectares.

Em 2009, a missão do programa foi atualizada permitindo a incorporação de outras atividades: consiste em contribuir “para a conservação dos recursos naturais através do restauro de áreas alteradas e do fortalecimento da agricultura familiar no estado, construindo formas mais harmônicas de uso da terra, incentivando a diversificação da produção e apoiando a comercialização, primando pela autonomia das comunidades rurais e condições de vida mais justas.”

Desenvolvemos técnicas de restauro com plantio de sementes em larga escala, com plantadeiras, o que demanda um aporte grande de sementes florestais e a adubação verde. A Rede de Sementes do Xingu tem papel importante nisso, contribuindo inclusive com o complemento da renda de pequenos produ-tores – um foco de investimento do ICV, que atua como articulador da Rede de Sementes do Xingu na área de influência da BR-163.

PRINCIPAIS PRODuTOS

• 3 viveiros construídos no Projeto de Assentamento ENA (PA ENA)

• 36 dias de campo realizados com agricultores familiares de Mato Grosso nos municípios em que atuamos;

• 2 Boletins ‘No ENA’ escritos pela comunidade;

• Publicação de 1 cartilha do Plano de Desenvolvimento do PA ENA;

• Intercambio com povo indígena Ykpeng e assentados do PA ENA;

• 22 mutirões com agricultores dos municípios nos quais atuamos;

• 2 visitas de intercambio.


• 67 hectares de áreas-piloto de intervenção (recuperação de nascentes e matas ciliares, agrofloresta, manejo de pastagens) em 7 municípios;

• Apoio na estruturação e reforma do viveiro da prefeitura de Marcelândia e assistência técnica na produ-ção de mudas;

• Apoio e participação na rede de economia solidária (comercialização da produção);

• Liderança e Participação na Rede de sementes no eixo da BR163;

• Participação na câmara técnica de agroecologia do estado de Mato Grosso;

• 308 pessoas treinadas e capacitadas em SAFs, manejo ecológico de pastagem e;

• Parcerias com prefeituras municipais de Feliz Natal, Diamantino, Alto Paraguai, Nortelandia, Marce-landia e Apiacás.


• Apoio ao INCRA para renovação e cancelamento da suspensão da licença ambiental do PA ENA.

DEsTAquE:

Agricultores do assentamento Ena são os primeiros do médio norte a acessar recursos da Co-nab no Programa de Aquisição de Alimentos.

PRINCIPAIS FONTES DE RECuRSOS

Plantio para recuperação de APP, atividades comunitárias, e mapas das áreas de atuação


Governança Florestal nas cabeceiras do Xingu Comissão Européia 2007 - 2010

Recuperação de Nascentes e Matas Ciliares em Marcelândia Fundo Nacional do Meio Ambiente – FMNA 2007 - 2009

Práticas Sustentáveis no Portal da Amazônia Projetos Demonstrativos – MMA 2005 - 2008

Manejo de Pastagens no Portal da Amazônia Ministério da Agricultura 2008

Protegendo as Nascentes do Pantanal IUCN NL -EGP 2009 - 2010


Inclusão socioambiental Espaço Vitória

O Programa de Inclusão Socioambiental é a consolidação do trabalho iniciado pelo ICV no bairro Jardim Vitória em 2001, em Cuiabá. O Espaço Vitória, como é conhecida a sede do programa, se configura como um centro agregador de atividades comunitárias, educativas e laborais, aberto à comunidade do bairro.

Em 2008, o grupo de compostagem produziu e comercializou uma média de duas toneladas por mês de composto orgânico e foram implantadas 60 hortas domésticas. A profissionalização de jovens entrou em foco nesse período, com cursos de capacitação em princípios e softwares de comunicação visual, um campo de interesse dos jovens e que pode gerar emprego e renda em pequenas empresas e no próprio bairro. O Espaço Vitória também promoveu atividades culturais e de lazer para a comunidade, como ses-sões de vídeo e Festa Junina.

Em 2009, apesar da interrupção da principal fonte de recursos, os trabalhos puderam ser mantidos e o Espa-ço Vitória contou com a parceria da rede de supermercados Modelo no desenvolvimento de dois projetos:

• Oficina Mágica

Transforma uniformes inutilizados pelos funcionários da mesma rede de supermercados em novas con-fecções e peças decorativas, como descanso para mesas, bolsas, tapetes e até colares, que também serão comercializados nas lojas do supermercado. Mais uma vez o supermercado fornece a matéria-prima e compra o produto para revendê-lo nas lojas. A iniciativa beneficia, diretamente, as famílias de 10 costureiras da comunidade, com a renda totalmente revertida para as participantes do Projeto.

• Conexão cheiro Verde - Modelo de Comércio Justo

Os resíduos oriundos dos restaurantes, refeitórios e da seção de frutas, verduras e legumes das lojas passaram a ser recolhidos e depois transformados em composto orgânico para a produção de hortaliças. O mercado faz a coleta e a entrega dos resíduos no Espaço Vitória, onde os moradores fazem a com-postagem, através de produtos naturais para bio-decomposição, transformando-os em adubo orgânico. Esse composto é utilizado nos canteiros para produção de tempero verde, que é vendido na rede de supermercados. Atualmente, o mercado comercializa, diariamente, cerca de 100 maços de cheiro verde produzidos no Espaço Vitória, beneficiando, diretamente, 25 famílias que integram o conjunto de ações sócio-educativas do projeto.

PRINCIPAIS PRODuTOS

• Produção e comercialização de 2 toneladas / mês de composto orgânico

• Estruturação de 60 hortas domésticas

• 14 cursos de informática básica

• 1 formação em webdesign (9 módulos)

• 3 oficinas de desenvolvimento comunitário

• 1 turma de alfabetização de adultos


• 750 pessoas atendidas nas atividades de geração de renda, formação e culturais

• Participação nos fóruns municipal e estadual sobre coleta seletiva de resíduos


DEsTAquE:

O “Conexão Cheiro Verde – Modelo de Comércio Justo” foi finalista do Prêmio Fundação Banco do Brasil sendo certificado como tecnologia social em 2009.

PRINCIPAIS PROjETOS E FINANCIADORES

Plantio do projeto Conexão Cheiro Verde e oficinas de geração de renda e costura.


Permacultura: Espaço e Multiuso de Envolvimento Comunitário e In-clusão Socioambiental

Petrobras Fome Zero 2006 – 2008

Aquarela Digital Instituto HSBC Solidariedade 2008


Comunicação e Educação socioambiental

A Comunicação cumpre papel estratégico para a realização dos objetivos e missão do ICV, que se tornou referência nacional na comunicação ambiental do estado de Mato Grosso. Contribui para a conscientiza-ção dos diversos públicos com que o ICV se relaciona em relação aos temas socioambientais. Também é responsável pela orientação e acompanhamento das várias ações educativas desenvolvidas pelo ICV, inclusive aquelas vinculadas a outros programas.

As atividades de comunicação desenvolvidas consistem em:

• Produção de notícias;

• Assessoria de comunicação;

• Reformulação da logomarca do ICV;

• Impressão de publicações, mapas, cartões de visita, certificados de cursos, entre outros;

• Relatoria de eventos e reuniões;

• Parceria na redação e edição de outros produtos com instituições parceiras.

Em 2008, reestruturamos os sites institucionais do ICV (www.icv.org.br) e da Estação Vida (www.estacao-vida.org.br), com renovação total do visual e do sistema de administração de conteúdo. Também criamos um novo portal, dedicado ao tema da responsabilidade socioambiental – o Agroambiente (www.agroam-biente.org.br). O atendimento à imprensa também foi intensificado, com em média um repórter de veículo nacional atendido por mês, como as revistas Época e Retratos do Brasil.

No campo da educação, foram concluídas as atividades de educação rural na região das nascentes do Paraguai, bem como as atividades com os professores da rede municipal de ensino de Apiacás; e iniciou-se o primeiro módulo da Formação de Agentes Socioambientais do Manito, na bacia do Xingu, em parce-ria com o Instituto Socioambiental.

E em 2009, a Comunicação tornou-se Departamento, refletindo o seu papel crescente no apoio e atendi-mento direto às atividades dos demais programas do ICV.

PRINCIPAIS PRODuTOS

• Boletim Governança Florestal no Xingu, 8 edições, 12.000 exemplares

• Folha Portal da Amazônia, 5 edições, 20.000 exemplares

• Folha Portal da Amazônia Edição Especial: Fogo, 10.000 exemplares

• Suplementos Especiais No Ena e Boletim Xingu-Araguaia, 2.000 exemplares

• 88 notícias redigidas (em 2009)

• Spots de Rádio Minuto Y Ikatu Xingu, 5 edições

• Vídeos: No Ena, GAPA, Padeq

• Calendário 2010 da Campanha Y Ikatu Xingu

• 1 programa de formação com 12 cursos sobre manejo sustentável do Cerrado (Diamantino, Alto Para-guai, Nortelândia)

• 2 cursos para educadores/ multiplicadores: formação de professores (Apiacás), comunicadores popu-lares no ENA (Feliz Natal)



• Internet (3 sites) em 2009:

• Acessos: 22.100;

• Visualização de 60.100 páginas;

• Download da biblioteca: 13.817;

• Download da mapoteca: 12.242;

• Total de bytes transferidos: 91 Gb.

• Replicação de notícias e releases nos veículos de comunicação em 2009: 107 inserções registradas, incluindo sites e jornais impressos regionais, estaduais e nacionais

• Notícias que derivaram de demanda espontânea da imprensa (entrevistas) em 2009: 96, com destaque para a abertura de espaço nas revistas Sustenta e Página 22

• 49 mil impressos distribuídos

• 110 pessoas envolvidas em atividades de educação socioambiental

DEsTAquE:

25 mil pessoas atingidas por ações de comunicação

PRINCIPAIS PROjETOS E FINANCIADORES

Para saber mais acesse os nossos sites:

www.icv.org.br

www.estacaovida.org.br

www.agroambiente.org.br


Formação de multiplicadores em manejo sustentável nas Nas-centes do Paraguai

Fundo Nacional do Meio Ambiente 2006 - 2008


Boletins editados e distribuídos pelo ICV

Algumas publicações do ICV no biênio


EQuIPE

Uma organização é feita das pessoas nela envolvidas e, para o ICV, isso é de extrema importância. Por isso investimos no desenvolvimento do nosso quadro de profissionais, inclusive na sua capacitação. Com esse objetivo, implantamos em 2009 a função de Gestão de Pessoas no Departamento Administrativo--Financeiro do ICV. Além de administrar contratações, demissões e a folha de pagamentos, tem como papel central desenvolver e implementar nossas políticas de cargos e salários, benefícios e apoio à forma-ção profissional continuada, bem como as normas e procedimentos relevantes, consolidadas no acordo coletivo firmado em 2009.

Em 31 de dezembro de 2009, a equipe do ICV contava com um total de 34 colaboradores, incluindo 17 analistas, técnicos e educadores, dois jornalistas, oito funcionários da área administrativa e financeira e sete estagiários. O quadro de colaboradores cresceu em 2008 com relação a 2007, seguindo a ampliação das atividades do ICV, porém teve uma retração em 2009, por dois motivos: i) a interrupção de um impor-tante financiamento às atividades do Espaço Vitória, que impôs a demissão da maior parte dessa equipe no início de 2009, ano em que o Espaço continuou em modo de funcionamento mínimo; e ii) a reformu-lação de nossas atividades no campo da Conservação e Áreas protegias, acompanhada pela saída de dois colaboradores desse programa. As novas contratações realizadas nos demais programas no período compensaram só parcialmente essas demissões. No entanto, já estamos recompondo essas equipes.

Notas: não inclui funcionários cedidos a organizações parceiras (FORMAD:2 e uFMT:1); não inclui consultores/ colaboradores eventuais

O percentual de colaboradores da área técnica (analistas, técnicos e educadores) que possuem mestrado ou doutorado cresceu de 26% para 35% entre o final de 2007 e o final de 2009, refletindo a profissiona-lização do ICV.

Nota: não inclui funcionários da área administrativa nem de comunicação, nem estagiários

Em termos de equilíbrio de gênero, a situação também melhorou, com 52% de mulheres entre os funcio-nários no final de 2009 contra somente 40% no final de 2007. O próximo desafio é equilibrar também esse percentual nos cargos de coordenação, onde tínhamos 22% de mulheres no final de 2009.

12

14

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31 /12/2 007

31 /12/2 008

31 /12/2 009

Número de colaboradores do ICV

analistas

té cnicos/ educador esjornalis tas

administrativo

estagiários

2 6%

3 8%

29 % 6%

0 % 2 0% 40 % 6 0% 80 % 100 %

3 1/1 2/2 00 7

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3 1/1 2/2 00 9

Percentual de colaboradores com mestrado e doutorado

Mestrado

Doutor ado


Nota: não inclui estagiários

Equipe de coordenação do ICV

COORDENAçãO EXECuTIVA

Coordenador Executivo Laurent Micol (a partir de Maio/2009)

Coordenadora Adjunta Karin Kaechele (a partir de Maio/2009)

Coordenador Administrativo-Financeiro Walter Ariano Jr

PROGRAMAS

Governança Florestal João Andrade

Monitoramento e Planejamento Territorial Ricardo Abad M. de Mendonça

Conservação e Áreas Protegidas Gustavo Vasconcellos Irgang (até outubro de 2009)

sustentabilidade Karin Kaechele

Inclusão socioambiental Erlon Marcelino Bispo

DEPARTAMENTOS

Políticas Públicas Sérgio Henrique Guimarães

Comunicação Gisele Neuls (até agosto de 200

40 %

44 %

5 2%

60%

56%

48 %

0% 20% 40 % 6 0% 8 0% 100 %

3 1/12 /200 7

3 1/12 /200 8

3 1/12 /200 9

Percentual de mulheres e homens

Mulher es

Home ns


RELATÓRIO FINANCEIRO

Exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2009

CONTEúDO DO RELATÓRIO FINANCEIRO

• Parecer dos auditores independentes

• Balanços patrimoniais

• Demonstrações de resultados

• Demonstrações das mutações do patrimônio social

• Demonstrações dos fluxos de caixa

• Notas explicativas às demonstrações contábeis


Parecer dos Auditores Independentes


Balanços patrimoniais

Exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2009 – Em Reais (R$)

ATIVO NOTA EXPlICATIVA 2009 2008

CIRCULANTE

Disponibilidades 3 63.435 171.041

Contas a receber de projetos 4 496.666 161.937

Outras contas a receber 10.545 1.387

Serviços a faturar 17.348 -

Total do ativo circulante 587.994 334.365

NÃO CIRCULANTE

Investimentos 1.893 1.893

Imobilizado 5 452.220 544.525

Intangível 5 21.764 26.080

Total do ativo não circulante 475.877 572.498

PASSIVO NOTA EXPlICATIVA 2009 2008

CIRCULANTE

Ordenados a pagar 72.563 57.194

Férias e encargos sociais 158.046 168.432

Obrigações fiscais e sociais 6 249.488 156.257

Recursos vinculados a projetos 7 446.650 420.246

Outras obrigações 63.320 45.317

Total do passivo circulante 990.067 847.446

PATRIMONIO SOCIAL

Superávit acumulado 47.765 167.070

Déficit do exercício 26.039 (107.653)

Total do patrimônio social 73.804 59.417


Demonstrações de resultados


2009 2008

RECEITAS

Doações nacionais 641.762 1.202.746

Doações internacionais 2.804.952 2.128.471

Receitas financeiras 3.698 7.319

Outras receitas 35.599 14.346

3.486.011 3.352.882

DESPESAS

Salários e benefícios 1.445.316 1.459.540

Encargos sociais 477.325 438.949

Serviços prestados por terceiros 410.514 380.979

Administrativas e gerais 618.731 723.054

Viagem e diárias 419.013 374.171

Depreciação e amortização 89.073 83.842

3.459.972 3.460.535

Déficit do exercício 26.039 (107.652)


Demonstrações das mutações do patrimônio social


SuPERáVIT ACuMuLADO

suPERÁVIT/DéFICIT TOTAL

saldos em 1º de janeiro de 2008 358.688 (139.149) 219.539

Ajustes de exercícios anteriores (52.469) (52.469)

Incorporação ao patrimônio social (139.149) 139.149 -

Déficit do exercício (107.653) (107.653)

Saldos em 31 de dezembro de 2008 167.070 (107.653) 59.417

Ajustes de exercícios anteriores (19.280) (19.280)

Doações recebidas de ativo imobilizado 7.628

Incorporação ao patrimônio social (107.653) 107.653 -

Superávit do exercício - 26.039 26.039

Saldos em 31 de dezembro de 2009 47.765 26.039 73.804


Demonstrações dos fluxos de caixa


2009 2008

Fluxo de caixa das atividades operacionais

superávit (déficit) do exercício 26.039 (107.653)

Ajustes para reconciliar o resultado líquido ao caixa líquido das atividades operacionais

Depreciação e amortização 89.073 83.842

Ajustes de exercício anterior (19.280) (52.470)

Baixa de ativo imobilizado 47.471 1.106

Doações recebidas 7.628 -

150.931 (75.175)

(Aumento) redução dos ativos

Circulante:

Contas a receber de projetos (334.729) (92.594)

Outras contas a receber (9.158) 996

Despesas do exercício seguinte (17.348) 5.919

(361.235) (85.679)

Aumento (redução) dos passivos

Circulante:

Ordenados a pagar 15.369 (5.584)

Férias e encargos sociais (10.386) 59.480

Obrigações fiscais e sociais 93.231 85.994

Outras obrigações 18.002 40.602

Recursos vinculados a projetos 26.404 (248.766)

142.620 (68.274)

Caixa líquido utilizado (gerado) pelas atividades operacionais (67.684) (229.128)

Fluxo de caixa das atividades de investimento

Acréscimos de imobilizado e intangivel (39.923) (97.465)

Caixa líquido utilizado nas atividades de investimentos (39.923) (97.465)


2009 2008

(REDuçãO) AuMENTO NAs DIsPONIBIlIDADEs (107.607) (326.593)

Saldo inicial das disponibilidades 171.041 497.634

Saldo final das disponibilidades 63.434 171.041

(REDuçãO) AuMENTO NAs DIsPONIBIlIDADEs (107.607) (326.593)


Notas explicativas às demonstrações contábeis


1. CONTEXTO OPERACIONAl

O Instituto Centro de Vida foi fundado em 14 de abril de 1991, sendo uma instituição civil de direito privado sem fins lucrativos, de caráter científico-cultural, com fins de interesse público, autônoma e sem vincu-lação político-partidária, nem distinção de credo, raça, etnia e classe social. Foi declarada de utilidade pública pela Lei estadual nº. 6.752/96 e qualificada como OSCIP conforme DOU de 05 de dezembro de 2003. É dirigida por seus instituidores e sócios efetivos, tem prazo de duração indeterminado, com sede e foro em Cuiabá-MT, possuindo sub-sede em Alta Floresta – MT. A Entidade tem como objetivo realizar e estimular o desenvolvimento de ações que contribuam para a proteção do meio-ambiente, o uso susten-tável dos recursos naturais, a melhoria da qualidade de vida e a manutenção da diversidade biológica e cultural, para as presentes e futuras gerações, bem como desenvolver ações de interesse público para a concretização do respeito pela vida, liberdades, direitos humanos e o fortalecimento da cidadania.

2. APREsENTAçãO DAs DEMONsTRAçõEs CONTÁBEIs E PRINCIPAIs PRÁTICAs CONTÁBEIs

As demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, especificamente aplicáveis às entidades sem fins lucrativos, conforme a Norma Brasileira de Contabilida-de - NBC-T nº 10.19, aprovada pela Resolução nº 877, de 18 de abril de 2000, do Conselho Federal de Contabilidade - CFC e a NBC-T nº 10.16, aprovada pela Resolução nº 922, de 13 de dezembro de 2001, e consoante as seguintes principais práticas contábeis:

a) Doações e contribuições

As doações e contribuições recebidas e sem destinação específica são reconhecidas como receitas de doações.

b) Disponibilidades

Consistem de dinheiro em caixa, depósitos bancários, investimentos temporários de curto prazo de liqui-dez imediata, registrados pelos valores de custo acrescidos dos rendimentos auferidos até as datas dos balanços, que não excedem o seu valor de mercado ou de realização.

c) Contas a receber de projetos

Representam valores a receber dos projetos de financiadores e estão registrados pelo seu valor nominal.

d) Imobilizado e intangível

Registrado ao custo de aquisição ou construção. As depreciações e amortizações são computadas pelo método linear, com base nas seguintes taxas anuais: edificações – 4%; veículos – 20%; máquinas e equi-pamentos, móveis e utensílios, instalações - 10% e equipamentos de informática - 20%.

e) Apuração do resultado

O resultado é apurado em conformidade com o regime contábil de competência dos exercícios.

f) Demais passivos

Demonstrados por valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos encargos incorridos.


g) utilização de estimativas

A preparação de demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil re-quer que a Administração se baseie em estimativas para o registro de certas transações que afetam os ativos, os passivos, as receitas e as despesas da Entidade, bem como a divulgação de informações sobre dados das suas demonstrações contábeis. Os resultados finais dessas transações e informações, quan-do de sua efetiva realização em períodos subsequentes, podem diferir dessas estimativas. As principais estimativas relacionadas às demonstrações contábeis referem-se à determinação da vida útil dos bens do ativo imobilizado.

h) Apresentação da demonstração de resultados

Com o objetivo de propiciar uma melhor representação das despesas e por terem relevância no conjunto dos gastos da Entidade, na demonstração de resultados de 2009 foram destacadas as rubricas de Salá-rios e benefícios, e encargos sociais, anteriormente consideradas como Despesas de pessoal e Serviços prestados por terceiros, incluída no ano anterior como Despesas administrativas. Para permitir a compa-rabilidade entre os exercícios, foram reclassificados os valores do ano de 2008.

i) Controle dos empréstimos entre projetos

Para permitir um maior controle das operações de empréstimos temporários entre os projetos, os valores são contabilizados, simultaneamente, em conta de ativo e de passivo circulantes, sem representar qual-quer efeito no patrimônio social da Entidade. Em 31 de dezembro de 2009 o saldo desta rubrica era de R$ 1.000.457 (R$ 774.025 em 2008). A partir do exercício findo em 31 de dezembro de 2009, os balanços patrimoniais de 2009 e 2008 estão apresentados sem a inclusão de tais valores, uma vez que foram com-pensados entre si.

3. DIsPONIBIlIDADEs

4. CONTAs A RECEBER DE PROJETOs

Os valores correspondem a recursos aplicados em atividades de Projetos durante os exercícios mencio-nados e que serão restituídos pelos seus financiadores no ano seguinte.

2009 2008

Caixa e bancos 32.144 121.449

Aplicações financeiras 31.290 49.592

63.434 171.041

PROjETO 2009 2008

Diálogos 81.771 1.982

Redd Cotriguaçú 142.274 -

Apoio à Criação de UCs no Noroeste do Mato Grosso 81.153 -

Carbono das Nascentes do Xingu 16.448 -

Adote uma Nascente - 1.002


5. IMOBIlIzADO E INTANGíVEl

6. OBRIGAçõEs FIsCAIs E sOCIAIs

PROjETO 2009 2008

Governança Florestal nas Cabeceiras do Xingu 74.445 -

Coleta Sistemática de Informações Juruena – Apuí 311 -

Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do Entorno do Parque Juruena - 10.930

GFI - Iniciativa de Governança Florestal 32.109 -

Gestar – Gestão Ambiental Rural - 148.023

HCVA - Avaliação de Áreas de Alto Valor de Conservação 2.485 -

Produção Responsável nos Estados do Pará e Mato Grosso 65.760 -

496.666 161.937

IMOBIlIzADO 2009 2008

Terrenos 58.278 58.278

Edificações 209.515 209.515

Máquinas e equipamentos 53.205 42.129

Móveis e utensílios 25.524 21.767

Veículos 113.886 190.086

Computadores e periféricos 216.296 185.662

Instalações 15.200 13.722

Total 691.904 721.159

Depreciação acumulada (239.684) (176.633)

Valor líquido 452.220 544.526

INTANGÍVEL 2009 2008

Sistemas e programas 38.259 33.976

Marcas e patentes 2.917 2.917

Total 41.176 36.893

Amortização acumulada (19.412) (10.813)

Valor líquido 21.764 26.080

2009 2008

INSS – salários 143.321 103.912

INSS – serviços prestados 14.304 2.904


7. RECuRsOs VINCulADOs A PROJETOs

A Entidade contabiliza no passivo os recursos recebidos de financiadores e que ainda não foram aplica-dos nos respectivos Convênios ou Projetos. O saldo em 31 de dezembro de 2009 era de R$ 446.650 (R$ 420.246 em 2008).

8. IMuNIDADE TRIBuTÁRIA

Tendo em vista que a Entidade não distribui parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a título de lucro ou participação nos resultados, aplica integralmente os recursos para manutenção dos seus objetivos institucionais e mantém a escrituração regular de suas receitas e despesas, ela está imune ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL.

9. PATRIMôNIO sOCIAl

Representa a dotação inicial da Entidade, acrescida dos superávits, de doações patrimoniais e diminuído dos déficits apurados anualmente desde a data da sua constituição.

10. COBERTuRA DE sEGuROs

A Entidade possui cobertura de seguro apenas para os veículos.

11. INsTRuMENTOs FINANCEIROs

Em 31 de dezembro de 2009, os instrumentos financeiros constantes do balanço patrimonial, represen-tados, substancialmente, por aplicações em fundo de investimentos de renda fixa, estão registrados a valores iguais ou próximos dos de mercado. A Entidade não transaciona com derivativos ou quaisquer outros ativos de risco.

2009 2008

Imposto de renda retido na fonte – salários 50.171 20.301

Imposto de renda retido na fonte – serviços prestados 18.200 12.056

FGTS 12.231 10.816

Outros tributos 11.261 6.268

249.488 156.257

relatÓrio de atividades - icv.org.br · 4 relatÓrio de atividades | 2008-2009 apresentaÇÃo o...

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