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RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO PROGRAMA DE RESGATE DO PARQUE EÓLICO MINUANO, NOS MUNICÍPIOS DO CHUÍ E SANTA VITÓRIA DO PALMAR, RS. Outubro de 2013 a Março de 2014

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RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO PROGRAMA DE RESGATE

DO PARQUE EÓLICO MINUANO,

NOS MUNICÍPIOS DO

CHUÍ E SANTA VITÓRIA DO PALMAR, RS.

Outubro de 2013 a Março de 2014

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................ 1

1 ACOMPANHAMENTO DE OBRAS E RESGATE DA FAUNA EM GERAL .............................................. 2

2 RESGATE DA ICTIOFAUNA ......................................................................................................... 23

3 RESGATE DA HERPETOFAUNA ................................................................................................... 39

4 RESGATE DA AVIFAUNA ............................................................................................................ 62

5 RESGATE DA MASTOFAUNA ..................................................................................................... 82

6 RESGATE DA QUIROPTEROFAUNA ............................................................................................ 82

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 1

APRESENTAÇÃO

Encaminhamos o primeiro relatório de atividades de resgate da fauna na área de instalação do Parque Eólico Minuano, que está sendo implantado nos municípios de Santa Vitória do Palmar e Chuí, RS. Este relatório abrange o período entre Outubro de 2013 a Março de 2014.

As metodologias de resgate executadas se aplicam aos grupos da ictiofauna, herpetofauna e da avifauna e ocorreram conforme o Plano de Resgate apresentado e a Licença de Instalação emitida pelo IBAMA.

Equipe Técnica

Nome do Profissional Função CRBIO ART Assinatura

Rodrigo G. de Magalhães Coordenação 09870-03 02884/2013

Alessandro Rocha Acompanhamento das obras e resgate herpetofauna

088219-03 01971/2013

Marcelo Duarte Freire Resgate Herpetofauna 034692-03 02856/2013

Cristian Marcelo Joenck Resgate Ornitofauna 034546-03 01868/2013

Felipe Maia Garcias Acompanhamento das obras e resgate da mastofauna

053323-03 01936/2013

Fábio Dias Mazin Acompanhamento das obras e resgate

CTF 0529627-03

Ecólogo

Ândrio Cardozo Gonçalves Resgate da Ictiofauna 053413-03 02977/2013

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 2

1 ACOMPANHAMENTO DAS OBRAS E RESGATE DA FAUNA

As informações aqui apresentadas fazem referência ao acompanhamento das obras e atividades de resgate de fauna na fase inicial das obras dos Parques Eólicos Minuano 1 e 2 (Parque Chuí-VI e Parque Chuí-VII), durante o período de 17 de fevereiro a 31 de março de 2014.

Dados detalhados dos programas de resgate da ictiofauna, da herpetofauna e da avifauna serão apresentados em relatórios específicos dos grupos a seguir.

Período: 17 de fevereiro a 01 de março de 2014

Neste período inicial os esforços foram destinados a supervisão das atividades de valetamento, construção dos acessos e dos sites dos aerogeradores (Figura 1.1).

Figura 1.1 – Detalhe dos tratores de esteiras realizando as atividades na área de influência direta do PE Minuano.

Em especial, nos dias 20 e 21 de fevereiro, foram resgatados quatro indivíduos de Melanophryniscus montevidensis (Figura 1.2), sendo marcados os indivíduos com peso igual ou superior a um grama. Os demais espécimes foram submetidos à biometria e logo após foram soltos em ambientes próximos e com mesma tipologia ambiental de onde foram resgatados (ver Relatório Herpetofauna).

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 3

Figura 1.2 - Resgate de M. montevidensis, no PE Minuano.

Em concomitância, foram previamente marcados os ambientes com a presença dos anuros ameaçados e peixes anuais que poderiam vir a ser impactados, com estaca de coloração amarela e preta. Para destacar a distância segura de áreas com a presença desses grupos zoológicos próximos as áreas de terraplanagem, sobretudo a superfície a ser alterada para a confecção das linhas de acesso, foram utilizadas estacas de cor vermelha e preta, indicando uma distância aproximada de 6 metros entre o limite da estrada e os ambientes em estima (Figuras 1.3 e 1.4).

Figura 1.3 – Detalhe das estacas utilizadas para demarcar as áreas úmidas com presença confirmada de peixes e anfíbios ameaçados de extinção.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 4

Figura 1.4 – Panorama das ambiências a serem protegidas para a conservação dos peixes e anfíbios ameaçados de extinção. No detalhe as estacas indicativas de área protegida.

No dia 21, foi realizada uma reunião entre técnicos da Eletrosul (Figura 1.5), prestadores de serviços encarregados das obras e os supervisores ambientais, na tentativa de realocar o alinhamento do acesso atual, para o alinhamento antigo, o qual era mais indicado para a preservação dos anfíbios e peixes ameaçados de extinção.

Figura 1.5 – Reunião de integração entre operadores e gestores das obras com a equipe de resgate.

No dia 25 foi realizada vistoria nos traçados atuais e marcação das áreas com a presença dos anuros ameaçados e peixes anuais, com estacas de coloração amarela e preta, para destacar a distância segura de áreas com a presença desses grupos zoológicos próximos às áreas de terraplanagem.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 5

Foi realizada a soltura de 70 indivíduos de Melanophryniscus montevidensis em ambientes próximos aos que foram capturados e com mesma tipologia ambiental de onde foram resgatados (Figuras 1.6 a 1.7) (ver Relatório Herpetofauna).

Figura 1.6 - Ambiente onde foram relocados os indivíduos de M. montevidensis.

Figura 1.7- Indivíduos de M. montevidensis a espera da soltura.

No dia 26 no período da manhã foi acompanhada a vistoria na área do Parque junto com técnicos do IBAMA (Figura 1.8).

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 6

Figura 1.8 – Vistoria dos técnicos do IBAMA ao PE Minuano.

No dia 27 no período da manhã foi realizada uma reunião técnica junto com os responsáveis ambientais e supervisores da empresa Eletrosul. A tarde foram demarcados alagados relevantes na estrada central do Parque (Anexo B).

No dia 28 no período da manhã foi detectada uma alteração no sistema de hídrico natural dos alagados presentes na área do acesso central, oriundo pelas obras de drenagem dos acessos internos do complexo eólico, com isso, causando uma reversão da drenagem natural (Figura 1.9) e fazendo com que algumas áreas próximas ao acesso secassem. Perante a esse fato, foi discutido junto como os supervisores ambientais da empreiteira Pavsolo e da Eletrosul uma forma de mitigação para esse problema. Após a reunião a empreiteira restabeleceu o fluxo da natural do corpo hídrico (Figura 1.10) e com isso será projetado um sistema de drenagem provisório para que não ocorra novamente este problema.

Também no dia 28 foi realizada uma vistoria no traçado da linha central, junto com engenheiro Avelino e a Supervisora Ambiental da Eletrosul na tentativa de realocar o alinhamento do traçado atual, para um alinhamento alternativo mais indicado para a preservação dos anfíbios e peixes ameaçados de extinção.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 7

Figura 1.9 – Alteração da drenagem natural encontrada no traçado da linha central.

Figura 1.10 - Restabelecimento do fluxo natural do sistema hídrico, após a intervenção.

No dia 01 de março este corpo hídrico foi percorrido para averiguação das suas condições, sendo consideradas normais.

Período: 03 de março a 08 de março de 2014.

Os esforços foram destinados à supervisão das atividades de construção dos acessos e dos sítios dos aerogeradores, juntamente com o resgate de espécies ameaçadas de extinção.

No dia 03 de março ocorreu um encontro entre os responsáveis pela construção dos acessos, juntamente com a equipe do meio ambiente e da Supervisão da Eletrosul. O ponto discutido foi o traçado do acesso na linha norte, uma vez que o traçado proposto passava por uma grande área alagada, de ocorrência e potencial para os animais ameaçados (figura 1.11).

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 8

Figura 1.11 – Traçado antigo da Linha Norte dentro da área alagada, Parque Eólico Minuano, Chuí, RS.

Nos dias 04 e 05 de março acompanhou-se o trabalho de topografia na marcação do novo layout do acesso na linha central. Já em campo foram constatados conflitos desse novo layout com áreas de ocorrência de espécies de peixes-anuais, áreas de ocorrência do anuro Melanophryniscus montevidensis, bem como áreas potenciais para essas espécies, o que poderá resultar na necessidade de resgate destes grupos. No entanto também foram preservadas áreas potenciais para peixes-anuais ameaçados, notadamente na proximidade do aerogerador 09 do Parque Chuí-VII e aerogerador 05 do Parque Chuí-VI (figura 1.12).

Figura 1.12 - Setas brancas indicando novo traçado da Linha Central, no Parque Minuano, Chuí, RS.

No mesmo dia, foram resgatados 19 indivíduos do anuro Melanophryniscus montevidensis no local onde passava o layout antigo da linha central. Os mesmos foram submetidos a biometria e após foram realocados a áreas próximas, de mesma característica ambiental do local de resgate.

No dia 06 de março foi feita novamente uma visita ao traçado do acesso da linha norte, porém, nessa oportunidade com a presença dos engenheiros Flávio e Franklin juntamente com a bióloga Raquel e o engenheiro Avelino. Ao se depararem em campo com a questão, ficou clara a necessidade de mudança do traçado.

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Também foi feita por parte do engenheiro responsável, a aprovação do novo traçado da linha central que minimiza os impactos e a necessidade de resgates na mesma.

No dia 07 de março combinou-se novo encontro com o pessoal da Pavsolo para se discutir o melhor traçado do acesso da linha norte no ponto já mencionado acima. Foram feitas sugestões de melhor traçado. A topografia ficou de apresentar esboço do novo traçado (figura 1.13).

Figura 1.13 - Esboço do traçado sugerido a Pavsolo para a linha norte de aerogeradores do PE Minuano.

Na Linha Central, no mesmo dia, foram remarcadas com estacas vermelhas, amarelas e fita de marcação, as áreas potenciais e de ocorrência dos táxons ameaçados próximas ao novo traçado da linha central, para que se respeite o limite das obras de acessos até o ponto em questão (figura 1.14).

Figura 1.14 – Áreas remarcadas (alagado 32) com estacas vermelhas e fita zebrada indicando limite de interferência, PE Minuano 1e 2 – Chuí, RS.

Com o início da abertura das valas nesse acesso, notou-se que algumas áreas de ocorrência (charcos) das espécies ameaçadas, sofrerão interferência (figura 1.15) pela proximidade do acesso que estará sendo construído, para tanto estão sendo estudadas medidas de mitigação ou de resgate nos alagados.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 10

Figura 1.15 – Linha branca indicando onde será a vala na proximidade da área de ocorrência de peixes-anuais e anuros (alagado 32) na Linha central do PE Minuano, Chuí, RS.

Período: 10 a 15 de março de 2014

Os esforços foram destinados a supervisão das atividades de construção dos acessos, valetas (Figura 1.16) e dos sites dos aerogeradores.

Figura 1.16 – Detalhe das atividades de valetamento no acesso central, área de

influência direta do PE Minuano, Chuí, RS.

No dia 10, aproveitando as chuvas reinantes ao longo da manhã e da tarde, foram capturados seis indivíduos de Melanophryniscus montevidensis nos charcos ou poças presentes no acesso central, próximos ao pátio do aerogerador 05 do Parque Chuí VI (Figura 1.17).

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Figura 1.17 - Resgate de M. montevidensis, no PE Minuano Chuí, RS.

Em 11 de março, foram percorridos os acessos sul e central, objetivando identificar e isolar os charcos com potencial ou ocorrência já confirmada das espécies de maior interesse conservacionista. As áreas em questão foram marcadas com estacas de madeiras nas cores vermelhas e pretas, além do suporte de uma fita zebrada nas cores amarela e preta (Figura 1.18).

Figura 1.18 – Tipologia dos charcos com peixes-anuais e anfíbios ameaçados de extinção presentes nas proximidades do acesso central e do pátio do Aerogerador 05 do Parque Chuí-VI. No detalhe, a forma de indicação ou isolamento da área.

No dia 12 de março, foi localizado um abrigo (subterrâneo) de coruja-buraqueira (Athene cunicularia) no centro do acesso central, nas coordenadas 22H 276518; 6265810 (anexo C), nas proximidades do pátio do aerogerador 05 do Parque Chuí VI (figura 1. 19). A partir desta comprovação, o local foi observado até que ficasse constatado ou não a presença de ninhegos (filhotes) no abrigo. Após algumas horas de observação, nenhuma atividade reprodutiva foi verificada.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 12

Figura 1.19 – Coruja-buraqueira (Athene cunicularia) na entrada do abrigo presente no centro do acesso central, próximo ao pátio do Aerogerador 05 do Parque Chuí VI.

Dia 13 de março, foi novamente observado o ninho das corujas-buraqueiras (Athene cunicularia) presente no acesso central, para ter certeza de que não havia filhotes no abrigo. Após a confirmação da ausência de ninhegos, optou-se por obstruir a entrada para que as aves não retornassem (Figura 1.20). A cerca de 150 metros do local o mesmo casal tem outro abrigo e passou a frequentá-lo mais intensamente após a interrupção do abrigo em questão.

Figura 1.20 – Abrigo de coruja-buraqueira (Athene cunicularia) obstruído intencionalmente. Estava localizado no alinhamento do acesso central, próximo ao pátio do Aerogerador 05 do Parque Chuí VI.

Em 14 de março, o atual alinhamento do acesso norte foi percorrido com o objetivo de diagnosticar quais os charcos devem ser isolados e quais terão sua superfície suprimida. A princípio o charco presente no pátio do aerogerador 02 do Parque Minuano I (Chui VI) será suprimido, e será avaliada a necessidade de resgate prévio das espécies ameaçadas de extinção.

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Em 15 de março, com as condições climáticas próximas do ideal para o resgate dos anfíbios ameaçados, foram capturados pela manhã 40 espécimes de M. montevidensis nos charcos presentes no início da gleba, próximos ao acesso norte (Figuras 1.21 e 1.22). Este charco está localizado em uma área de intenso transito de veículos (coordenadas 0276907/6267117), deste modo, optou-se pela translocação dos indivíduos. Os indivíduos foram medidos, pesados, sexados e shipados para monitoramento em longo prazo.

Figura 1.21 – Detalhe dos charcos na entrada da gleba onde foram capturados os 40 indivíduos.

Figura 1.22 – Indivíduos de M. montevidensis contidos a espera da biometria e posterior soltura.

No mesmo período foi solicitada pela equipe da PAVSOLO, uma opinião sobre como proceder em relação a APP que é cortada pelo traçado do acesso norte. Em concordância entre os presentes, equipe PAVSOLO e MAIA, optou-se por seguir as condicionantes do Parecer IBAMA e das Licenças Prévia e de Instalação e não intervir no fluxo hídrico daquela APP até que fosse apresentado o modelo de manejo e drenagem para a mesma.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 14

Período: 17 a 22 de março de 2014

Os esforços foram destinados a supervisão das atividades de construção dos acessos, sistema de drenagem (Figura 1.23) e dos sites dos aerogeradores.

Figura 1.23 – Detalhe do sistema de drenagem construído no acesso sul, área de influência direta do PE Minuano, Chuí, RS.

No dia 17, as atividades das obras permaneceram paradas em virtude da reunião entre empreiteira Pavsolo e a Eletrosul. No período da tarde foram translocados os indivíduos de Melanophryniscus montevidensis capturados nos charcos ou poças presentes no acesso central, próximos ao pátio do aerogerador 05 do Parque Chuí VI (Figuras 1.24 e 1.25).

Figura 1.24 - Local para onde foram translocados os indivíduos de M. montevidensis.

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Figura 1. 25 - Detalhe da soltura dos indivíduos Resgatados de M. montevidensis no PE Minuano.

Em 18 de março, foram percorridos os acessos sul e central, objetivando identificar e isolar os charcos com potencial ou ocorrência já confirmada das espécies de maior interesse conservacionista. As áreas em questão foram marcadas com estacas de madeiras nas cores vermelhas e pretas (Figura 1.26).

Foi identificada uma área que necessita a instalação de um sistema de drenagem, pois o acesso irá cruzar uma pequena área alagada que serve como ligação entre dois charcos. A área em questão está localizada no acesso Sul próximo ao site do aerogerador 12 do Parque VII na posição 22H X 276075 Y 6265089.

Figura 1.26 – Marcação com estacas de uma área com ocorrência de espécies ameaçadas de extinção e com interesse conservacionista.

Dia 19 de março o acompanhamento das obras foi executado apenas no período da tarde devido a chuva constante.

Dia 20 de março, foi realizada a captura de três indivíduos de M. montevidensis resgatados na área do acesso Sul. Durante a vistoria diária foi identificada uma área onde o acesso sul irá cruzar

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uma área alagada. A área em questão está localizada no acesso Sul próximo ao site do aerogerador 08 do Parque VI, na posição 22H X 275828 Y 6265354. Atividades de resgate poderão vir a ser executadas nesta área.

No dia 21 de março foi percorrido o trecho oeste do Complexo entre os aerogeradores 04, 05 e 06 do Parque VII, objetivando diagnosticar os possíveis problemas ambientais durante a construção dos acessos.

Foram identificados e repassados aos técnicos da supervisão, dois pontos que necessitam a instalação de um sistema de drenagem, pois o acesso irá cruzar um pequeno corpo da água lótico responsável pela drenagem natural dos campos e é contribuinte do Arroio Chuí. As áreas em questão estão localizadas no acesso Oeste próximo ao site do aerogerador 06 do Parque VII, na posição 22H X 275861 Y 6266574 (Figuras 1.27 e 1.28) e na posição 22H X 275513 Y 6266774 (Figuras 1.29 e 1.30).

Figura 1.27 – Detalhe dos Corpos d’água localizados na linha do acesso Oeste, que necessitam a construção de sistema de drenagem.

Figura 1.28 – Detalhe dos Corpos d’água localizados na linha do acesso Oeste, que necessitam a construção de sistema de drenagem.

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Figura 1.29 – Detalhe dos Corpos d’água localizados na linha do acesso Oeste, que necessitam a construção de sistema de drenagem.

Figura 1.30 – Detalhe dos corpos d’água localizados na linha do acesso oeste, que necessitam a construção de sistema de drenagem.

Também no dia 21 de março, foram percorridos trechos dos acessos em construção para resgatar indivíduos de anfíbios ameaçados, nos quais foram capturados espécimes de M. montevidensis (Figura 1.31) próximos ao acesso e dentro dos drenos construídos nos acessos. Essas áreas estão localizadas em locais de intenso transito de veículos, deste modo, optou-se pela translocação (ver Relatório da Herpetofauna).

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 18

Figura 1.31 – Indivíduo de M. montevidensis capturado durante a execução do resgate de fauna junto à construção dos acessos do PE minuano.

Período: 24 de março a 29 de março de 2014.

Os esforços foram destinados à supervisão das atividades de construção dos acessos e dos sítios dos aerogeradores e drenagens, juntamente com o resgate de espécies ameaçadas.

No dia 24 de março foi feita a verificação das novas estacas na linha central (figura 1.32), junto com o acompanhamento da abertura das valas no acesso aos aerogeradores 04, 05 e 06 do Parque Chuí-VII.

Figura 1.32 – Vista da área potencial para peixes anuais (ponto 39) com marcações perto do acesso na linha central.

No dia 25 de março foi feita verificação de presença de ninhos em eucaliptos que serão suprimidos no acesso oeste da linha central, entre os aerogeradores 04 e 05 do Parque Chuí-VII, (figura 1.33). Não foram constatados ninhos ativos no local.

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Figura 1.33 - Eucaliptos que serão suprimidos no traçado da linha central (Coord. 275105\6267098 -GSM22).

Próximo ao ponto em questão foi confirmada a manutenção do ambiente das APPs (Coordenadas 275814\6266528 e 275938\6266448 – GSM 22) no início do acesso, entre os aerogeradores 06 e 07 do Parque Chuí-VII (Figuras 1.34 e 1.35).

Figura 1.34 – Vista das drenagens naturais preservadas na linha central (275814\6266528 - GSM22)

Figura 1.35 – Valeteamento e drenagem natural no trecho oeste da linha central (275814\6266528 - GSM22)

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Nos dias 26, 27 e 28 acompanhou-se o início das obras de acessos, com a decapagem, colocação de rachão (Figuras 1.36, 1.37, 1.38 e 1.39) e abertura de duas APPs (Coordenadas 0276674\6266313 e 0276638\6266277 - GSM22) no início do acesso principal para as obras de drenagens.

Já no dia 28 as obras já estavam evoluindo no sentido dos aerogeradores 01 e 02 do Parque Chuí VII, trecho que foi monitorado.

Figura 1.36 - Início da abertura do acesso principal - Parques Minuano.

Figura 1.37 - Decapagem próxima ao início do acesso principal.

Figura 1.38 - Trabalho de decapagem sendo executado no acesso dos PE Minuano.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 21

Figura 1.39 - Colocação do rachão no acesso principal do Parque Eólico Minuano.

No dia 29 de março acompanharam-se obras de escavação e colocação das drenagens na APP (Coord. 276674\6266313) no acesso principal (Figuras 1.40 e 1.41).

Também neste mesmo dia, foi feita a soltura de 56 indivíduos de Melanophryniscus montevidensis na área de translocação previamente determinada (ver Relatório da Herpetofauna).

Figura 1.40 – Drenagem natural (Coord. 276674\6266313) aberta para colocação dos tubos de drenagem em cima de placas pré-moldadas.

Figura 1.41 – Galerias a serem colocados nas drenagens naturais do acesso principal do Parque Eólico Minuano.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 22

Período: 31 de março

Os esforços foram destinados a supervisão das atividades de construção dos acessos, das linhas de valetamento e dos sites dos aerogeradores (Figura 1.42).

Figura 1.42 – Detalhe das atividades de valetamento e colocação do “rachão” no acesso norte, área de influência direta do PE Minuano.

No dia 31 de março, foi feita uma avaliação do charco presente nas imediações do pátio do Aerogerador 02 do Parque VII (coordenadas 0277066/6266352), no acesso norte (Figura 1.43). Foi decidido em comum acordo, entre os supervisores da MAIA e da PAVSOLO, que o local seria alterado somente após as atividades de resgate, visto que os anfíbios ameaçados de extinção ocorrem de fato no charco em questão. Uma vez que é aconselhado realizar o resgate durante ou após as chuvas, a área continuou sendo protegida enquanto a equipe de resgate esperou a precipitação adequada para tal atividade.

Figura 1.43 – Detalhe da estaca de identificação e fisionomia charco presente nas imediações do pátio do AG02, acesso norte, área de influência direta do PE Minuano.

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2 RELATÓRIO DE RESGATE DA ICTIOFAUNA

2.1 Introdução

Os peixes anuais (Família Rivulidae) são assim chamados por apresentarem adaptação a vida intimamente relacionada à dinâmica temporal de charcos, poças, brejos e banhados temporários que aparecem logo após as grandes chuvas. No Estado são encontradas 27 espécies, pertencentes aos gêneros Austrolebias, Cynopoecilus e Atlantirivulus (COSTA, 2002b, 2006; CHEFFE et al., 2010; VOLCAN et al. 2011a; COSTA & LANÉS, 2009; LANÉS et al., 2010b; LANÉS, 2011; LANÉS et al. 2012a, 2012b) e distribuídas principalmente em áreas úmidas temporárias (campos alagados, charcos e banhados) do sistema hidrográfico dos Patos-Mirim e do rio Uruguai.

A sobrevivência exclusiva em ambientes temporários, combinado com a limitada área de distribuição, baixa plasticidade ecológica e a descaracterização das áreas úmidas em níveis sem precedentes, fazem com que muitas espécies de rivulídeos estejam ameaças de extinção na região Neotropical. Nesse sentido, foi elaborado “O Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Rivulideos”, com o intuito de estabelecer mecanismos de proteção aos peixes anuais e conservação dos seus habitats ainda remanescentes (ICMBIO, 2012).

Portanto, o presente estudo apresenta as atividades prévias para Resgate da ictiofauna na área do Parque Eólico Minuano, realizadas no mês de outubro de 2013, previamente ao início das obras.

2.2 Material e Métodos

Nessa primeira etapa do plano de resgate do Parque Eólico Minuano, as áreas úmidas temporárias com ocorrência de peixes anuais localizadas durante os estudos da pré-implantação e que podem ser afetadas por qualquer infraestrutura do empreendimento foram demarcadas em campo (Figura 2.1 e Anexo A) com estacas de madeira, com a finalidade de evitar sua supressão e/ou se necessário nortear o resgate de indivíduos e a realocação de substrato dessas populações nas campanhas subsequentes.

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Figura 2.1 - Colocação de estaca demarcando uma área úmida temporária com ocorrência dos peixes anuais A. charrua e A. luteoflammulatus na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS.

Além do estaqueamento dos charcos temporários, também foram amostradas as áreas úmidas que ainda encontravam-se com água para verificar se as espécies ainda ocorriam nesses locais. Para tanto a coleta dos indivíduos foi realizada através de técnica de coleta ativa, utilizando-se puçá “D-Shaped Hand Net” (Figura 2.2) medindo 60 cm de comprimento, 50 cm de altura, malha de tela tecida com 2 mm entre nós adjacentes e bolsa de 50 cm. O esforço não foi padronizado.

Figura 2.2 - Charco temporário sendo amostrado na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS.

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2.3 Resultados

Durante a primeira campanha de resgate do Parque Eólico Minuano foram colocadas estacas demarcando 27 (vinte e sete) pontos com ocorrência de peixes anuais. A lista de pontos e coordenadas está disposta na tabela 2.1 e no anexo A. A numeração dos pontos e suas respectivas coordenadas seguem as mesmas do estudo da pré-implantação do parque realizado entre os meses de outubro de 2011 e setembro de 2012. As imagens dos pontos de amostragem são apresentadas nas figuras 2.3 a 2.22.

Tabela 2.1 - Coordenadas geográficas dos pontos de ocorrência dos peixes anuais na AID no Parque Eólico Minuano, municípios do Chuí e Sta Vitória do Palmar/RS.

Pontos de Amostragem Coordenadas Geográficas

P3 276800 / 6267019

P4 274504 / 6266537

P6 278738 / 6265072

P8 275523 / 6265717

P9 275661 / 6265691

P10 276617 / 6264721

P11 276333 / 6265044

P12 275658 / 6265253

P13 275804 / 6265186

P14 275964 / 6265232

P15 276944 / 6265003

P16 276398 / 6264971

P17 277796 / 6264634

P18 275834 / 6265463

P19 276036 / 6264953

P21 277293 / 6264795

P22 277548 / 6264957

P25 276453 / 6265738

P26 276293 / 6265868

P27 276198 / 6266008

P28 276076 / 6265945

P29 275829 / 6266039

P30 277782 / 6265028

P32 276466 / 6265843

P33 275634 / 6266050

P34 275557 / 6266202

P35 275698 / 6265577

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Figura 2.3 - Charco temporário (ponto P3) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo foi localizada a espécie Austrolebias charrua.

Figura 2.4 - Charco temporário (ponto P9) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo prévio foram localizadas as espécies Austrolebias charrua, Austrolebias luteoflammulatus e Austrolebias prognathus.

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Figura 2.5 - Charco temporário (ponto P10) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo anterior foram localizadas as espécies Austrolebias charrua e Austrolebias luteoflammulatus.

Figura 2.6 - Charco temporário (ponto P11) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo prévio foram localizadas as espécies Austrolebias charrua e Austrolebias luteoflammulatus.

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Figura 2.7 - Charco temporário (ponto P12) na AID do Parque Eólico Minuano. Durante o estudo foi localizada a espécie Austrolebias luteoflammulatus.

Figura 2.8 - Charco temporário (ponto P13) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo anterior foram localizadas as espécies Austrolebias charrua e Austrolebias luteoflammulatus.

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Figura 2.9 - Charco temporário (ponto P14) na AID do Parque Eólico Minuano. Durante o estudo anterior foram localizadas as espécies Austrolebias charrua e Austrolebias luteoflammulatus.

Figura 2.10 - Charco temporário (ponto P16) na AID do Parque Eólico Minuano. Durante o estudo prévio foi localizada a espécie Austrolebias charrua.

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Figura 2.11 - Charco temporário (ponto P17) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo foi localizada a espécie Austrolebias luteoflammulatus.

Figura 2.12 - Charco temporário (ponto P18) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo foram localizadas as espécies Austrolebias charrua e Austrolebias luteoflammulatus.

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Figura 2.13 - Charco temporário (ponto P19) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo foram localizadas as espécies Austrolebias charrua e Austrolebias luteoflammulatus.

Figura 2.14 - Charco temporário (ponto P21) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo foi localizada a espécie Austrolebias luteoflammulatus.

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Figura 2.15 - Charco temporário (ponto P22) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo prévio foi localizada a espécie Austrolebias spp. (possivelmente seja uma das três espécies encontradas).

Figura 2.16 - Charco temporário (ponto P25) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo foram localizadas as espécies Austrolebias charrua e Austrolebias luteoflammulatus.

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Figura 2.17 - Charco temporário (ponto P26) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo foram localizadas as espécies Austrolebias charrua e Austrolebias luteoflammulatus.

Figura 2.18 - Charco temporário (ponto P27) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo prévio foram localizadas as espécies Austrolebias charrua e Austrolebias luteoflammulatus.

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Figura 2.19 - Charco temporário (ponto P28) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo foi localizada a espécie Austrolebias luteoflammulatus.

Figura 2.20 - Charco temporário (ponto P30) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo foram localizadas as espécies Austrolebias charrua e Austrolebias luteoflammulatus.

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Figura 2.21 - Charco temporário (ponto P33) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo foram localizadas as espécies Austrolebias charrua, Austrolebias luteoflammulatus e Austrolebias prognathus.

Figura 2.22 - Charco temporário (ponto P34) na AID do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS. Durante o estudo foi localizada a espécie Austrolebias luteoflammulatus.

Durante esta campanha de resgate prévia a implantação foram reencontradas novamente as

espécies Austrolebias charrua (Figura 2.23), Austrolebias luteoflammulatus (Figura 2.24) e Austrolebias prognathus (Figura 2.25) registradas durante o monitoramento prévio do Parque Eólico Minuano.

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Figura 2.23 - Exemplar de Austrolebias charrua capturado durante a campanha de resgate anterior a instalação do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS.

Figura 2.24 - Exemplar de Austrolebias luteoflammulatus capturado durante a campanha de outubro de 2013 dos peixes anuais prévia a instalação do Parque Eólico Minuano, município do Chuí/RS.

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Figura 2.25 - Exemplar de Austrolebias prognathus capturado durante a campanha de outubro de 2013 previamente a instalação do Parque Eólico Minuano, Chuí/RS.

2.4 Considerações finais

Todas as espécies encontradas são consideradas raras (NOGUEIRA et al., 2010) e estão ameaçadas de extinção, tanto a nível estadual (REIS et al., 2003) quanto federal (ROSA & LIMA, 2008), encontrando-se A. charrua na categoria “em perigo”, A. luteoflammulatus na categoria “criticamente ameaçada” e A. prognathus foi classificada recentemente também como “criticamente ameaça” e considerada como “Espécie Focal” para a conservação no Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Peixes Rivulídeos Ameaçados de extinção (ICMBio, 2013). As principais ameaças às espécies são decorrentes da perda e fragmentação dos seus biótopos, através de sua conversão em lavouras de arroz irrigado (REIS et al., 2003).

No Brasil estas espécies são endêmicas do Rio Grande do Sul, embora também ocorram na República Federativa do Uruguai, onde são igualmente consideradas prioritárias para a conservação (TEIXEIRA DE MELLO et al., 2011). Austrolebias charrua é encontrado no Brasil nos municípios de Rio Grande (ao sul), Chuí e Santa Vitória do Palmar (COSTA, 2006; SILVEIRA et al., 2006; VOLCAN et al., 2010), enquanto A. luteoflammulatus ocorre unicamente no Chuí e Santa Vitória do Palmar (COSTA, 2002; VOLCAN et al., 2006; VOLCAN et al., 2010). Já A. prognathus é encontrada apenas no município do Chuí (VOLCAN et al., 2010).

Nas áreas úmidas temporárias que serão afetadas diretamente serão realizados procedimentos de realocação de substrato para evitar a perda de uma determinada população. Esse processo é realizado durante o período em que o biótopo estiver seco, já que os peixes anuais estarão em fase de ovo enterrados no substrato, facilitando a realocação desse charco temporário para uma nova área e também para evitar qualquer perda ou mortandade de exemplares juvenis e adultos.

2.5 Referências

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3 RELATÓRIO DE RESGATE DA HERPETOFAUNA

3.1 Introdução

O presente estudo apresenta as atividades de Resgate da herpetofauna na área do Parque Eólico Minuano (Chui VI e VII), além da implantação do sistema de evitamento/redirecionamento de indivíduos, este último a título de condicionante prevista na licença de instalação (LI: Nº969/2013) e parecer técnico IBAMA (02/2013) do Parque Eólico, localizado nos municípios do Chuí e Santa Vitória do Palmar, estado do Rio Grande do Sul.

Neste sentido, previamente ao início das atividades foi solicitada ao órgão Ambiental Federal responsável no processo de licenciamento do empreendimento eólico (IBAMA) a emissão de uma autorização de captura e manejo da fauna, incluindo marcação dos indivíduos capturados (Nº 265/2013).

As atividades de resgate do anuro Melanophryniscus montevidensis foram realizadas entre os meses de maio de 2013 a março de 2014, previamente e concomitantemente ao início das obras no Parque Eólico, local de ocorrência da espécie de anuro sapinho-da-barriga-vermelha-uruguaio (Melanophryniscus montevidensis) detectada durante o monitoramento de pré-implantação do empreendimento 2011/2 (MAIA, 2012).

3.2 Material e Métodos

3.2.1 Monitoramento de espécies ameaçadas e/ou raras

Transecções e caminhamentos nos ambientes de ocorrência da espécie M. montevidensis foram realizados previamente, visando mapear sua presença na área ADA (Área Diretamente Afetada), resultando em um mapa de registros das áreas relevantes (anexo B), com intuito de minimizar impactos da obra e orientar o resgate durante a implantação.

Os métodos específicos para o registro dos indivíduos da espécie de interesse seguiram Heyer et al (1994), sendo utilizado o seguinte conjunto de técnicas:

- VES, inventário de espécies através do encontro visual ou auditivo;

- SBS inventário de espécies no sítio reprodutivo.

Indivíduos foram registrados através de coletas diurnas de adultos nos sítios reprodutivos como poças e alagados temporários utilizados para reprodução.

Adicionalmente, esforços de campo a partir da aplicação dos métodos citados acima incluíram translocação de indivíduos capturados durante o período do presente estudo (figuras 3.1 e 3.2).

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Figura 3.1 – Imagem ilustrativa de captura manual de Indivíduos de Melanophryniscus montevidensis na área do Parque Eólico.

Figura 3.2 - Imagem ilustrativa de um indivíduo de Melanophryniscus montevidensis em atividade de vocalização.

Para cada lote de indivíduos capturados a campo, foi realizado procedimento habitual de biometria dos indivíduos, sendo feita a anotação em planilha dos seguintes dados e medidas: data da captura, local da captura, CRC ou comprimento rostro-cloacal (mm); peso (g); sexo e coordenada geográfica. Para o acompanhamento dos indivíduos capturados serão empregados esforços para marcação individual das populações de M. montevidensis por intermédio da colocação de um transponder ou microchip, em parte dos indivíduos capturados, permitindo o uso do método de marcação-captura-recaptura com código individual e posterior translocação de indivíduos capturados e marcados.

O equipamento utilizado para marcação consiste em um Leitor de transponder ou microchip (Animaltag – modelo AT 01), com microchip esterilizado aplicado com seringa individual na porção posterior do dorso do animal. Após a aplicação no animal, o microchip possui longa duração emitindo sinal que pode ser captado sob quaisquer condições ambientais e após tempo

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indeterminando, pois é dotado de bateria interna. A imagem de um indivíduo com microchip instalado no corpo pode ser visualizado na figura 3.3.

Posteriormente, tais populações translocadas devem ser monitoradas por um período indefinido de tempo, assegurando que animais marcados sejam recapturados, que se encontrem na área escolhida e aptos para praticarem atividade reprodutiva.

Figura 3.3 Indivíduo de Melanophryniscus montevidensis com transponder/microchip instalado no corpo após seção de biometria. A seta no corpo do indivíduo mostra o local em que foi aplicado o transponder subcutâneo.

3.3 Resultados

3.3.1 Monitoramento de espécies ameaçadas e/ou raras

Resgate de indivíduos do anuro Melanophryniscus montevidensis

Foram capturados ao longo de 10 meses um total de 825 indivíduos em diversas áreas no Parque Chuí VI e VII. Deste total, 668 indivíduos (81%) correspondem a indivíduos machos e 157 (19%) a indivíduos do sexo feminino.

A Figura 3.4 e anexo B mostram os locais ao longo das estradas e pátios nas Linhas Norte, Linha Central e Linha Sul e acessos secundários do Parque eólico onde foram realizadas as capturas de indivíduos do anuro M. montevidensis. O anexo 3.1 contém estas informações detalhadas com dados referentes ao Resgate de indivíduos, incluindo data, sexagem dos indivíduos e localização das capturas nas áreas do parque eólico.

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Figura 3.4 - Imagem demonstrando os locais ao longo das estradas e pátios nas Linhas Norte (LN), Linha Central (LC) e Linha Sul (LS) e acessos secundários no Parque eólico onde foram resgatados indivíduos do anuro M. montevidensis (argolas brancas).

A tabela 3.1 mostra um resumo dos resultados obtidos com o período mais representativo nas capturas de indivíduos, incluindo quantidade de locais de captura, localização das capturas, número de indivíduos e precipitação acumulada durante o período de amostragem.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 43

Tabela 3.1 - Resumo dos períodos mais representativo nas capturas de indivíduos durante atividade de Resgate do anuro Melanophryniscus montevidensis, entre maio de 2013 e março de 2014, nos Parques eólicos Minuano, incluindo quantidade de locais de captura, localização das capturas, número de indivíduos e precipitação acumulada durante o período de amostragem; * precipitação ocorrida dia 8/09.

Mês Data Nº indivíduos Nº de Locais Precipitação acumulada (mm)

JUN 28/06/13 25 4 29.7

JUL 03/07/13 26 1

30.2 05/07/13 47 9

SET 06/09/13 39 7

8.5* 07/09/13 86 22

OUT 01/10/13 13 1 Sem precipitação

NOV

03/11/13 189 1 48.5

04/11/13 41 1

29/11/13 22 1 28.5

FEV 23/02/14 69 17 15

MAR

04/03/14 24 6 Sem precipitação

15/03/14 70 3 Sem precipitação

27/03/14 47 5 Sem precipitação

Total indiv./ locais 689 78

Os dados da tabela do anexo 3.1 indicam que foram registradas 131 localidades diferentes com a presença de indivíduos de M. montevidensis ao longo de 36 dias em que ocorreram eventos de resgate.

Desta forma, pode-se constatar segundo os dados da tabela 3.2 que durante as amostragens gerais, treze (13) dias de resgate concentraram 83.5 % dos indivíduos capturados em 78 locais distintos, ou seja, 55.7 % dos locais utilizados para captura (Figura 3.1 e anexo 3.1).

De modo geral, outra constatação (tabela 3.2) é de que a precipitação esteve diretamente relacionada ao sucesso de captura, pois quando próxima ou superior a 30 mm, ocorreu o maior número de indivíduos capturados.

A partir do início das obras de engenharia no parque eólico, em fevereiro de 2014, as capturas estiveram concentradas nas áreas afetadas diretamente e naquelas em vias de intervenção e as capturas não estiveram relacionadas diretamente à quantidade de chuva no período e sim a busca ativa nas imediações das ADAs.

O período com maior captura de indivíduos em uma única localização ocorreu em novembro de 2013. Neste mês foram registrados aproximadamente 88.6 mm de chuva acumulada, com valores bastante elevados de chuva registrados no início (02 e 03/11 – acumulado de 28.4 mm - Inmet.), quando desencadeou a atividade de milhares de indivíduos no parque eólico, resultando na captura de 189 indivíduos em um único local na proximidade da linha Norte (tabela 3.2).

Ainda olhando para os dados contidos na tabela do anexo 3.1, pode-se concluir que os locais relacionados a Linha Norte (65 locais) e Linha Central (54 locais) foram aqueles mais representativos a nível de capturas de indivíduos, visto que sabidamente seriam aquelas áreas com maior incidência de alagados e poças temporárias, algumas delas na zona de conflito da estrada/pátios de manobra com a obra ou localizadas na ADA.

Avaliando a razão sexual dos indivíduos capturados (Anexo 3.1) tem-se uma relação de machos: fêmeas de 5:1. De acordo com o único trabalho disponível sobre o assunto (CAIRO et

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 44

al.2013), a razão sexual de indivíduos da espécie estudada neste trabalho (Melanophryniscus aff. montevidensis) esteve entre 2:1 e 7:1. Desta forma, acredita-se que a razão sexual encontrada no presente trabalho mostra-se normal e dentro do esperado para populações equilibradas quanto a proporção de machos e fêmeas.

Considerando o total de indivíduos capturados (n=825) em relação àqueles que receberam microchip (n=54 indivíduos), 6.5% dos indivíduos amostrados puderam receber a marcação adotada. A continuidade deste tipo de método de marcação irá permitir a médio-longo prazo identificar a área de vida das populações analisadas nos Parques Eólicos.

Evitamento/redirecionamento dos indivíduos do anuro Melanophryniscus montevidensis durante as obras

A utilização de cercas-guias ou pitfall é um método consagrado em pesquisas de campo envolvendo amostragens com captura de diversas espécies de vertebrados, sendo considerado um método bastante eficiente e principalmente por ser uma armadilhagem não seletiva. Diferentemente de armadilhas pitfall, que guiam indivíduos para captura em baldes enterrados no nível do solo, o evitamento funciona como uma contenção de migração e dispersão de indivíduos, mantendo-os dentro dos limites dos alagados e poças reprodutivas (figuras 3.5 e 3.6).

Assim, no presente estudo define-se como sistema de evitamento/redirecionamento de indivíduos a cerca-guia instalada a campo, com intuito específico de obstruir a migração dos indivíduos e desta forma, mitigar possíveis impactos relacionados a extermínio e atropelamento nas estradas e pátios durante as obras de engenharia civil dos parques.

As figuras 3.5, 3.6 e 3.7 ilustram o sistema de evitamento instalado durante a implantação e as Tabelas 3.3, 3.4 e 3.5 e anexo B demonstram as instalações dos sistemas de evitamentos de indivíduos próximos às áreas das estradas e pátios de manobra projetados para os parques eólicos Chuí VI e VII. A Figura 3.8 ilustra imagem contendo todos os locais com os sistemas de evitamento instalados nos Parques Minuano (Anexo B).

Figura 3.5 - Sistema de evitamento instalado no PE Minuano.

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Figura 3.6 – Vista do Sistema durante instalação a campo no PE Minuano.

Figura 3.7 - Evitamento demonstrando a contenção de individuo de M. montevidensis.

Figura 3.8 – Locais com Evitamento (argolas vermelhas) no Parque Minuano.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 46

Tabela 3.3 - Localização e caracterização dos evitamentos de fauna na Linha Norte (LN) nas estradas e pátios de aerogeradores no PE Minuano. CODIGO ÁREA EVITAMENTO:

LN – A Minuano I (Chuí VI)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/PEQUENA

COORDENADA GEOGRAFICA 277636/6265631

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LN – B

Minuano I (Chuí VI)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/MÉDIA

COORDENADA GEOGRAFICA 277662/6265600

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LN – C

Minuano I (Chuí VI)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/GRANDE

COORDENADA GEOGRAFICA 277780/6265511

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 47

Tabela 3.4 - Localização e caracterização dos evitamentos de fauna na Linha Central (LC) nas estradas e pátios de aerogeradores no PE Minuano.

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC – A

Minuano II (Chuí VII)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/MÉDIA

COORDENADA GEOGRAFICA 276014/6266202

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC – B

Minuano II (Chuí VII)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/MÉDIA

COORDENADA GEOGRAFICA 276187/6266071

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC – C

Minuano II (Chuí VII)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/MÉDIA

COORDENADA GEOGRAFICA 276227/6266044

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 48

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC – D

Minuano II (Chuí VII)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/GRANDE

COORDENADA GEOGRAFICA 276607/6265556

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC – E

Minuano II (Chuí VII)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/GRANDE

COORDENADA GEOGRAFICA 276611/6265487

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC – F

Minuano II (Chuí VII)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/PEQUENA

COORDENADA GEOGRAFICA 276644/6265487

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 49

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC – G

Minuano II (Chuí VII)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/MÉDIA

COORDENADA GEOGRAFICA 276746/6265438

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC – H

Minuano II (Chuí VII)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/MÉDIA

COORDENADA GEOGRAFICA 276816/6265409

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC – I

Minuano I (Chuí VI)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/PEQUENA

COORDENADA GEOGRAFICA 276923/6265395

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 50

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC – J

Minuano I (Chuí VI)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/MÉDIA

COORDENADA GEOGRAFICA 276947/6265359

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC – K

Minuano I (Chuí VI)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/GRANDE

COORDENADA GEOGRAFICA 277029/6265293

Tabela 3.5 - Localização e caracterização dos evitamento de fauna na estrada de ligação entre a Linha Central e Sul (LC/LS) no PE Minuano.

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC/LS – A

Minuano II (Chuí VII)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/MÉDIA

COORDENADA GEOGRAFICA 275815/6266088

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 51

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC/LS – B

Minuano II (Chuí VII)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/MÉDIA

COORDENADA GEOGRAFICA 275737/6265986

CODIGO ÁREA EVITAMENTO: LC/LS – C

Minuano II (Chuí VII)

TIPO/TAMANHO ÁREA ALAGADO/PEQUENA

COORDENADA GEOGRAFICA 275718/6265956

Áreas de translocação dos indivíduos do anuro Melanophryniscus montevidensis

Após avaliação inicial foram selecionadas três áreas para translocação de indivíduos denominadas T1, T2a e T2b que embora se encontrem na AID estão fora da área diretamente afetada, não correndo assim risco de interferência pelas obras do empreendimento. A área T1 encontra-se localizada a leste do último aerogerador da Linha Norte do Parque Minuano I (Chuí VI) (Aerogerador 04), fora da influência da estrada e do pátio de manobra a 400 metros de distância deste nas coordenadas 0278526/6264801 (Figura 3.9 e Tabela 3.6). As demais áreas denominadas T2A, nas coordenadas 0277447/6265198 (Figura 3.10) e T2B, nas coordenadas 0277427/6265224 (Figura 3.10 e Tabela 3.6) são áreas de alagados de caráter semipermanente e/ou temporário sazonalmente e foram escolhidas por estarem localizadas dentro das áreas do parque eólico, porém a distância de 500 metros de ambas linhas Norte e Central em ambiente com conjuntos de alagados interligados.

Tabela 3.6 – Localização das áreas selecionadas para translocação dos indivíduos resgatados de M. montevidensis no PE Minuano.

Áreas para translocação de indivíduos Coordenadas central

T1 0278526/6264801

T2A 0277447/6265198

T2B 0277427/6265224

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 52

Figura 3.9 - Imagem mostrando o local T1 de translocação de M. montevidensis no PE Minuano.

Figura 3.10 - Imagem demonstrando os locais de translocação T2a, T2b e a nova área T2c no PE Minuano.

Analisando as áreas adotadas para translocação em relação ao número de indivíduos soltos tem-se que a área T1 (Figura 3.11) recebeu 586 indivíduos, a T2A (Figura 3.12) 103 indivíduos e a T2B (Figura 3.13) 136 indivíduos. Em virtude da necessidade de definir uma capacidade de suporte populacional mínimo em relação às áreas escolhidas para translocação, foi escolhida para continuidade da atividade de translocação uma nova área denominada T2C (Figura 3.10) sendo um alagado temporário conectado durante o período de cheia com as áreas T2 A e B.

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Figura 3.11 - Local de translocação T1 - Alagado permanente.

Figura 3.12 - Local de translocação T2A – poça temporária

Figura 3.13 - Local de translocação T2B – poça temporária.

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3.4 Considerações finais

Estima-se que ocorram ainda, no entorno das áreas diretamente afetadas do Parque Minuano, mais indivíduos desta espécie, portanto o resgate terá continuidade ao longo do próximo trimestre, visando diminuir os conflitos diretos relacionados a construção das estradas e demais obras em relação as populações locais.

Para tanto, adicionalmente está prevista a implantação de mais sistemas de evitamento com intuito de mitigar o potencial efeito da construção da estrada sobre subpopulações locais e posteriormente, eventos relacionados ao aumento de circulação de pessoal e maquinário a partir da próxima fase da obra, com a construção das fundações e posteriormente a montagem dos aerogeradores.

Esta espécie é considerada uma espécie de alta prioridade para conservação no presente monitoramento na fase de implantação do empreendimento eólico.

3.5 Referências

CAIRO, S., ZALBA, S. M., ÚBEDA, C. A. 2013 Reproductive pattern in the southernmost populations of South American redbelly toads. Journal of Natural History p. 1–10. 2013.

HEYER, W. R., DONNELLY, M. A., MCDIARMID, R. W., HAYEC, L. A. & FOSTER, M. S. 1994. Measuring and monitoring biological diversity: standart methods for amphibians. Washington: Smithsonian Institution Press. (ed).

MAIA MEIO AMBIENTE. 2012. Relatório Final do Monitoramento da pré-implantação do Complexo Eólico Minuano, Chuí/RS. Relatório Técnico entregue a FEPAM/SEMA, RS.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 55

Anexo 3.1 - Dados referentes ao Resgate de indivíduos do anuro Melanophryniscus montevidensis, incluindo data e localização das capturas, número e sexagem dos indivíduos. Nº Referência

dos Indivíduos Data Sexo

Coord. Geografica (WGS 84)

1

04/05/13

M 277171/6266200

2 M

3 M

4 M 277551/6265809

5 M 277144/6266208

6 M

7 M 277160/6266193

8 M

9 M 277401/6266111

10 M 277346/6266200

11 M 277249/6266278

12 28/06/13 M

277769/6264660 13 - M

14 - M

15 - M

16 - M 277780/6264653

17 - F

277827/6264616

18 - M

19 - M

20 - M

21 - M

22 - M

277881/6264560

23 - M

24 - M

25 - M

26 - F

27 - M

28 - M

29 - M

30 - M

31 - M

32 - F

33 - M

34 - M

35 - M

36 - M

37 29/06/13 M 277987/6265424

38 - F 278113/6265332

39 - M 278144/6265307

40 - M

278247/6265206 41 - M

42 - M

43 03/07/13 M

276900/6264460

44 - M

45 - M

46 - M

47 - M

48 - M

49 - M

50 - M

51 - M

52 - M

53 - M

54 - M

55 - F

56 - M

57 - M

58 - M

59 - M

60 - M

61 - M

62 - M

63 - M

64 - M

65 - M

66 - M

67 - M

68 - M

69 05/07/13 M

276564/6266744 70 - M

71 - M

72 - M

276447/6266686

73 - M

74 - M

75 - M

76 - M

77 - M

78 - M

79 - M

276944/6266567

80 - M

81 - M

82 - F

83 - M

84 - M

276980/6266557 85 - M

86 - M

87 - M 276904/6266405

88 - M

89 - M

276904/6266405 90 - F

91 - M

92 - M

276881/6266392

93 - M

94 - M

95 - M

96 - M

97 - M 276738/6266399

98 - M

99 - F

276796/6266408

100 - M

101 - F

102 - M

103 - M

104 - M

105 - M

106 - M

107 - M

108 - M

109 - M

110 - M

111 - M

112 - M

113 - M

114 - F

115 - M

116 06/07/13 F 276812/6267067

117 - M 276655/6266907

118 - M

119 - M 276606/6266859

120 - M

121 - M 276341/6266571

122 - M

123 - M 276282/6266506

124 29/07/13 M

277729/6264694 125 - M

126 - M

127 - M

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 56

128 - M

129 - M

130 - M

131 - M 277801/6264616

132 - M

277869/6264557

133 - M

134 - M

135 - M

136 - M

137 30/07/13 M 278504/6265035

138 - F

139 - M

278290/6265120

140 - M

141 - M

142 - M

143 - M

144 - M

145 - F

146 - M

147 - M

148 - M

149 - M

150 - M

151 03/08/13 M

276253/6266470 152 - F

153 - M

154 02/09/13 M

278187/6265161

155 - M

156 - M

157 - M

158 - M

159 - M

160 - M

161 - M 278221/6265252

162 - M 277875\6264551

163 - M 277691\6264696

164 - M 277486\6264848

165 - F

166 - M 278033\6264665

167 05/09/13 F 278422/6265075

168 - M 278309\6265150

169 - M 278328\6265096

170 - M 277797\6264619

171 06/09/13 M 277783\6264635

172 - M

173 - M

277747\6264658

174 - M

175 - M

176 - M

177 - M

178 - F

179 - M

180 - M

181 - M

182 - M

183 - M

184 - M

185 - M

186 - M

187 - M

188 - M

189 - M

190 - M

191 - M

192 - M

193 - M

194 - F 277676/6264726

195 - M

196 - M

197 - M

198 - M 277498\6264597

199 - M

200 - M 277628\6264754

201 - M

202 - M 277653\6264732

203 - M

204 - M

277781\6264654

205 - F

206 - M

207 - M

208 - M

209 - M

210 07/09/13 M 277819/6264593

211 - M

277778/6264634

212 - M

213 - M

214 - M

215 - M

216 - F 277686/6264704

217 - M

218 - M

277746/6264665

219 - M

220 - M

221 - M

222 - F

223 - M

277691/6264696

224 - M

225 - M

226 - M

227 - F

228 - M

229 - M

230 - M

231 - M

232 - M

233 - M

277390/6264983 234 - M

235 - M

236 - M

237 - M 277951/6265455

238 - M 277729/6264684

239 - M 275978/6266142

240 - M

241 - M 276195/6266030

242 - M

243 - M 276588/6265694

244 - M

245 - M

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4 RELATÓRIO DE RESGATE DA AVIFAUNA

4.1 Introdução

Uma das medidas de mitigação do empreendimento eólico denominado de Parque Eólico Minuano, localizado nos municípios do Chuí e Santa Vitória do Palmar, Rio Grande do Sul, foi a implantação de um Plano de Resgate e Monitoramento da Fauna. Para elaboração desse Plano de Resgate foram consideradas a Instrução Normativa (IN) do IBAMA de nº 146, de 11 de Janeiro de 2007, e a Portaria da FEPAM de n° 75 de 01 de agosto de 2011, além de recomendações de estudos prévios de monitoramento na área prospectada e na região deste empreendimento (MAIA 2012a, b) quanto à conservação das espécies ameaçadas de extinção a nível regional (MARQUES et al. 2002) e a nível nacional (IBAMA 2003).

A IN 146 estabelece os “critérios para procedimentos relativos ao manejo de fauna silvestre (levantamento, monitoramento, salvamento, resgate e destinação) em áreas de influência de empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de impactos a fauna sujeitas ao licenciamento ambiental, como definido pela Lei n° 6938/81 e pelas Resoluções Conama n° 001/86 e n° 237/97” (art. 1°, IN 146/2007). Enquanto que a Portaria 75 estabelece os procedimentos para emissão de autorizações para captura e manejo de exemplares da fauna silvestre nos processos de licenciamento que tramitam na FEPAM.

Dentre as espécies ameaçadas de extinção ocorrentes na região do empreendimento, muitas estão reclusas em áreas distantes, próximas de outros empreendimentos ou são migratórias, porém algumas são ocorrentes nesta área de instalação do presente empreendimento. Estas espécies foram alvos de esforços de captura e marcação individual para fornecimento de informações a respeito da presença, ausência e ou distanciamento das mesmas durante as atividades de instalação, e futuramente de operação, deste empreendimento.

Desta forma o presente relatório de resgate da avifauna é encaminhado em cumprimento à condicionante 2.6 dos Requisitos do IBAMA para atendimento da LI Nº969/2013.

4.2 Material e Métodos

Durante os estudos de monitoramento da avifauna deste empreendimento foram executados concomitantemente as atividades de resgate, captura e marcação das aves com a finalidade de conciliar na medida do possível condições favoráveis para os respectivos resultados. Isto se deve pelas implicações sobre condições climáticas (por exemplo, ventos muitos fortes ou chuva), da presença de determinadas espécies (por exemplo, espécies migratórias), e das atividades referentes a obra do empreendimento (por exemplo, grande movimentação de pessoas e ou máquinas) em determinados momentos durante as campanhas realizadas. Desta forma, sempre que possível foi empregado determinado esforço no resgate das aves visando à otimização dos recursos e o aproveitamento de bons resultados em condições favoráveis.

Adicionalmente, os esforços empregados em áreas próximas de outros empreendimentos nas cercanias, igualmente em fase de instalação, também foram aproveitados para detectar espécies alvos e para contribuir com informações pertinentes. Logo, somando os resultados destas áreas (PE Minuano e PE Chuí e CESVP nos municípios de Chuí e Santa Vitória do Palmar), foram diferenciados em seus respectivos graus de influência (direta ou indireta). Neste sentido, a área de influência direta (AID) é classificada como a extensão de delimitação da área do empreendimento e a área de influência indireta (AII) compreende a extensão de até 20 km pelo alto poder de deslocamento de muitas aves, especialmente as aves de grande porte e espécies migratórias.

A nomenclatura e sistemática das espécies de aves são baseadas nas recomendações do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2014), o status de ocorrência das espécies no Rio Grande do Sul segue Bencke (2001) e a classificação das aves consideradas ameadas de extinção é

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 63

conforme Marques et al. (2003) e IBAMA (2003). Futuras atualizações destas listagens estão para serem publicadas e deverão ser adotadas assim que forem disponibilizadas.

Segundo estudos recentes a região compreendida pelos municípios de Santa Vitória do Palmar, porção sul e Chuí são conhecidas pela grande diversidade de fauna, sendo que a comunidade de aves está distribuída em 245 espécies com presença confirmada, sendo a maioria residentes (n=178) e outras migratórias oriundas de outras partes do Brasil (n=17), Hemisfério Sul (n=13) e Hemisfério Norte (n=22), conforme MAIA (2014).

Dentre estas espécies, na região, foram confirmadas dez espécies ameaçadas de extinção, destas cinco ocorrem na área de estudos do PE Minuano (anexo C), sendo na AID, o gavião-cinza* (Circus cinereus, figura 4.1, AID e AII), a noivinha-do-rabo-preto (Xolmis dominicanus, figura 4.2, AID e AII) e o arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris, figura 4.3, AID e AII e, até o momento, exclusivamente na AII o maçarico-acanelado (Tryngites subruficollis) e o arapaçu-platino (Drymornis bridgesii).

Dentre as aves ameaçadas de extinção a nível regional e nacional algumas (Xolmis dominicanus, Sporophila palustris e Xanthopsar flavus) são consideradas globalmente ameaçadas de extinção e são classificadas como prioritárias para ações de proteção como seleção de Áreas para Conservação das Aves (IBAs), conforme Bencke et al. (2006), Devenish et al. (2009) e IUCN (2010). Entretanto, apenas a Xolmis dominicanus possui ocorrência nesta área e de forma inconstante, por ter sido registrada apenas uma vez na AID (MAIA 2012a).

Já o fato da espécie Drymornis bridgesii (figura 4.4 e anexo C) ter sido encontrada, bem como ter sua reprodução confirmada na região, na primavera de 2012 (a cerca de dois quilômetros do PE Minuano - figura 4.5), na AID do PE Chuí, denota grande importância para o monitoramento desta espécie que aparentemente está colonizando esta área ocupando capões de eucaliptos, o que pode levar posteriormente a sua ocorrência com maior proximidade do PE Minuano.

Figura 4.1 - Imagem ilustrativa de um Gavião-cinza (Circus cinereus), ave ameaçada de extinção encontrada na AID e AII do PE Minuano no Chuí, RS.

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Figura 4.2 - Noivinha-do-rabo-preto (Xolmis dominicanus) espécie ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul, encontrada no PE Minuano, RS.

Figura 4.3 – Imagem ilustrativa de um Arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris), ameaçado de extinção encontrado na AID e AII do PE Minuano no Chuí, RS.

Figura 4.4 - Arapaçu-platino (Drymornis bridgesii), espécie ameaçada de extinção registrado nas cercanias (AII) do PE Minuano no Chuí, RS.

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Figura 4.5 - Filhotes de arapaçu-platino (Drymornis bridgesii), nas cercanias (AII) do PE Minuano no Chuí, RS.

Capturas e marcações individuais de aves relevantes

Visando identificar visualmente os indivíduos de espécies relevantes (ameaçadas de extinção, migratórias e aves de rapina como Falconiformes e Strigiformes) que ocupam a área do empreendimento (AID e AII) adotou-se as marcações por anilhas metálicas (de alumínio) fornecidas pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (CEMAVE/ICMBio), e adicionalmente algumas espécies com anilhas coloridas (plásticas).

A captura das aves em geral foi realizada através de redes ornitológicas (de fabricação polonesa, Ecotone), devido aos diferentes tamanhos das aves a serem capturadas foram utilizadas as seguintes especificações de redes: malhas = 16 mm, 19 mm e 45 mm e dimensões = 6m a 12m de comprimento x 2,3m a 3m de altura.

As redes foram instaladas com auxílio de hastes de alumínio ou outro material nos locais apropriados para cada espécie alvo. Para auxiliar as capturas e direcionar as espécies alvos até as redes foi utilizada gravação de áudio das vozes das espécies (Playback) e em alguns momentos foram utilizadas fotografias impressas das espécies próximas às redes (Figura 4.6).

Devido às particularidades do grupo de aves de rapinas, por serem predadoras e muitas vezes adotarem a tática de espreita e espera por suas presas adotaram-se as armadilhas denominadas de balchatri (BERGER e MUELLER, 1959). De maneira geral, a balchatri é um artefato composto por uma isca viva protegida por uma gaiola coberta por laços específicos para prender as patas ou dedos da ave que vier tentar predar tal isca (figura 4.7). As iscas utilizadas são pequenos roedores domésticos (hamster-chinês, Cricetulus griseus, e ou gerbil, Meriones unguiculatus), bem como pequenos pássaros domésticos (periquitos, Melopsittacus undulatus, ou canários-belga, Serinus canaria). A utilização das balchatri ocorreu de forma oportunista sempre que uma ave de rapina foi avistada pousada ou voando em comportamento de caça na área de estudo (AII e AID).

Ao executar as capturas foram registradas em planilhas de campo as seguintes informações: Localização georeferenciada por GPS (Datum WGS 84) e data; Número de indivíduos de cada espécie capturados; Informações de biometria, sexagem pela plumagem ou presença de placa de incubação, idade (filhote/ninhego, jovem ou adulto) e outras informações pertinentes.

As capturas e marcações individuais de aves durante este estudo são regulamentadas perante as autorizações do CEMAVE/ICMBIO (Licença de captura e anilhamento) Nº do Projeto: 3562/2. Enquanto que eventualmente alguma coleta é autorizada pelo IBAMA sob Nº do Processo (Licença de Coleta): 02001.0005312009-64. Os procedimentos de captura, marcação e soltura são realizadas pelo biólogo/ornitólogo Cristian Marcelo Joenck e pelo estagiário Fernando Jacobs.

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Através das capturas e marcações será possível ao longo deste estudo, bem como posteriormente, acompanhar visualmente a ocorrência e permanência destes indivíduos marcados na área impactada pelo empreendimento e avaliar as condições de ocupação destas aves.

As capturas são possíveis somente em dias não chuvosos e com pouco vento. Então ocorre a maior atividade das aves e as condições que propiciam a ocultação da rede (com menos movimentação das bolsas) e o desenredamento das aves é facilitado, aumentando a integridade das aves capturadas e tornando mais imediata a soltura, pois as penas molhadas demoram em secar, prejudicam o voo e termo regulação das aves.

Figura 4.6 – Imagem ilustrativa da disposição da rede ornitológica armada para captura de aves em geral utilizada na área do PE Minuano, Chuí, RS.

Figura 4.7 - Balchatri, armadilha para captura de aves de rapina (Falconiformes e Strigiformes), utilizada na área do PE Minuano, Chuí, RS

4.3 Resultados

Os trabalhos iniciados na fase de instalação do PE Minuano (LI) ocorreram no período de janeiro, fevereiro e março de 2014, quando foram percorridas a área do empreendimento (AID) e a área indireta (AII) na busca das espécies ameaçadas de extinção, locais de possível reprodução das

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espécies relevantes (detalhados nos relatórios específicos de monitoramento de fauna). Desprendeu-se maior esforço e dedicação para os locais de possível conflito como abertura de acessos, estradas e locais das instalações dos aerogeradores e futuramente de possível colisão (pela proximidade das estruturas a serem instaladas), bem como outras de relevância para abrigo ou alimentação. Nesse período foram aproveitados os intervalos de menor movimentação de veículos e funcionários da obra para capturar as aves de rapinas (Falconiformes) que ocupam a AID e AII. São aves que com a intensa movimentação da obra se afastam dessa área, o que dificulta sua captura.

Neste primeiro trimestre foram encontradas cinco espécies de aves ameaçadas de extinção: o gavião-cinza (Circus cinereus), o maçarico-acanelado (Tryngites subruficollis), o arapaçu-platino (Drymornis bridgesii), a noivinha-do-rabo-preto (Xolmis dominicanus) e o arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris), conforme a tabela 4.1 e anexo C.

Tabela 4.1 - Lista de aves ameaçadas de extinção encontrada na área de implantação do PE Minuano, durante as campanhas de monitoramento (Camp.) realizado desde janeiro a março de 2014. Localização conforme coordenadas geográficas (Datum WGS 84, UTM 22H) e ordem cronológica das campanhas realizadas.

Localização Espécie Observação Camp.

0276677/6264090 Circus cinereus Uma fêmea adulta caçando. 1

0274728/6266636 Circus cinereus Uma fêmea adulta caçando. 1

0275311/6266358 Circus cinereus Uma fêmea adulta, voando entre 5 a 15 m. 1

0279653/6320784 Circus cinereus Uma fêmea adulta. 1

0276699/6264925 Circus cinereus Uma fêmea adulta caçando. 1

0280216/6284621 Circus cinereus Uma fêmea adulta voando baixo sentido O-L 2

0292401/6283390 Circus cinereus Um macho adulto voando no sentido L-O entre 5 a 15 metros

de altura. 2

0289291/6287459 Circus cinereus Fêmea adulta voando baixo sentido N-S, entre 5 a 15 metros. 3

0286379/6285838 Circus cinereus Uma fêmea voando baixo, sentido L-O, entre 0 a 5 metros. 3

0274685/6267341 Circus cinereus Uma fêmea adulta voando baixo sentido N-S. 3

0276794/6264264 Circus cinereus Uma fêmea adulta pousada no solo, posteriormente ficou

volante sobre o banhado e voou sentido SO-NE. 3

2275111/6267102 Circus cinereus No transecto TR1. 3

0276794/6264264 Circus cinereus No ponto de censo PT4. 1

0275311/6266358 Circus cinereus No ponto de censo PT2. 1

0281806/6273608 Drymornis bridgesii Dois indivíduos adultos, distantes a 6 km do capão do ninho. 2

0287545/6285082 Limnoctites rectirostris Um indivíduo detectado por vocalização. 1

0291498/6286736 Limnoctites rectirostris Um indivíduo anilhado, com anilha rosa Pink no tarso

esquerdo. 1

0289291/6287459 Limnoctites rectirostris Um indivíduo anilhado com anilha rosa claro no tarso

esquerdo. 1

0292822/6280940 Limnoctites rectirostris Um indivíduo detectado por vocalização. 1

0292822/6280940 Limnoctites rectirostris Dois indivíduos. 2

0286886/6285668 Limnoctites rectirostris Um indivíduo. 2

0290479/6286411 Limnoctites rectirostris Dois indivíduos. 2

0290479/6286411 Limnoctites rectirostris Dois indivíduos 3

0286379/6285838 Limnoctites rectirostris Um indivíduo. 3

0276794/6264264 Limnoctites rectirostris Dois indivíduos. 3

0276794/6264264 Limnoctites rectirostris Vocalização, no ponto de censo PT4. 1

0276629/6326062 Tryngites subruficollis Bando de 67 indivíduos, no solo. 2

0273954/6326317 Tryngites subruficollis Bando de 27 indivíduos voando baixo sentido NO-SE. 2

0292159/6278871 Xolmis dominicanus Um casal. 2

0291314/6277665 Xolmis dominicanus Casal próximo da borda do banhado Salies. 3

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Na final da fase prévia de instalação (LP), do PE Minuano, em agosto e setembro de 2012, foi iniciada a captura de indivíduos do arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris) que diretamente poderiam sofrer algum impacto desde pela perturbação da movimentação de funcionários e veículos nas obras ou pela supressão de vegetação e alteração do meio ambiente dos locais de ocorrência desta espécie. Durante este esforço antecipado foi possível capturar e marcar seis indivíduos de arredio-do-gravatá (L. rectirostris, figuras 4.8 a 4.13) e um de tico-tico-do-banhado (Donacospiza albifrons, figura 4.14) conforme a tabela 4.2 e o anexo C.

Durante o início da fase de instalação deste empreendimento foi possível realizar 23 capturas de indivíduos que representaram duas espécies, sendo elas: o gavião-carijó (Rupornis magnirostris, n=3, figuras 4.15 a 4.16) e o falcão quiri-quiri (Falco sparverius, n=14, figuras 4.17 a 4.27 e anexo C), conforme a tabela 4.2.

As aves de rapina marcadas são espécies comuns no Rio Grande do Sul, bem como no Brasil, porém não são menos relevantes se comparadas com outras espécies de status mais importante (por exemplo, ameaçadas de extinção), pois ambas as espécies (Rupornis magnirostris e Falco sparverius) somam 62,5% do total das aves de rapinas colididas (n=7 espécies) em parques eólicos no Rio Grande do Sul (BIOMAGEM 2011 e 2012, MAIA 2010b e 2012). Além disso, ocupam locais conflitantes deste empreendimento por forragear no espaço aéreo que será compartilhado com os aerogeradores a serem instalados neste empreendimento.

Ainda neste primeiro trimestre foram efetuados esforços de capturas de aves de rapina noturnas (corujas) na periferia da AID do PE Minuano. Apesar de investidas de alguns indivíduos (murucututu, Bubo virginianus) nas armadilhas balchatri, não foi obtido sucesso.

Figura 4.8 - Arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris) espécie ameaçada de extinção capturada e marcada (F32280) durante o estudo prévio da instalação do PE Minuano no Chuí, RS.

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Figura 4.9 - Arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris) espécie ameaçada de extinção capturada e marcada (F32281) durante o estudo prévio da instalação do PE Minuano no Chuí, RS.

Figura 4.10 - Arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris) espécie ameaçada de extinção capturada e marcada (F32282) durante o estudo prévio da instalação do PE Minuano no Chuí, RS.

Figura 4.11 - Arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris) espécie ameaçada de extinção capturada e marcada (F32283) durante o estudo prévio da instalação do PE Minuano no Chuí, RS.

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Figura 4.12 - Arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris) espécie ameaçada de extinção capturada e marcada (F32284) durante o estudo prévio da instalação do PE Minuano no Chuí, RS.

Figura 4.13 - Arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris) espécie ameaçada de extinção capturada e marcada (F32285) durante o estudo prévio da instalação do PE Minuano no Chuí, RS.

Figura 4.14 - Tico-tico-do-banhado (Donacospiza albifrons), capturado e marcado (E125332) na AID do PE Minuano no Chuí, RS.

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Figura 4.15 - Gavião-carijó (Rupornis magnirostris), jovem, capturado em armadilha “balchatri” e marcado (R45221) na AII do PE Minuano no Chuí, RS.

Figura 4.16 - Gavião-carijó (Rupornis magnirostris), adulto, capturado e marcado (R45222) na AII do PE Minuano no Chuí, RS

Figura 4.17 - Falcão quiri-quiri (Falco sparverius), macho, capturado em armadilha “balchatri” e marcado (L79107) na AII do PE Minuano no Chuí, RS.

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Figura 4.18 - Falcão quiri-quiri (Falco sparverius) marcado (L79108), fêmea, na área do CEVSP em Santa Vitória do Palmar, RS.

Figura 4.19 - Detalhe da anilha (L79109) do quiri-quiri (Falco sparverius), macho, capturado na AII do PE Minuano no Chuí, RS.

Figura 4.20 - Falcão quiri-quiri (Falco sparverius) marcado (L79110), fêmea, na AII do PE Minuano no Chuí, RS.

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Figura 4.21 - Falcão quiri-quiri (Falco sparverius) marcado (L79111), fêmea, na AII do PE Minuano no Chuí, RS.

Figura 4.22 - Detalhe do dorso do falcão quiri-quiri (Falco sparverius), macho, marcado (L79112) na área do PE Minuano no Chuí, RS.

Figura 4.23 - Detalhe do dorso do falcão quiri-quiri (Falco sparverius), fêmea, marcada (L79113), na PE Minuano no Chuí, RS.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 74

Figura 4.24 - Falcão quiri-quiri (Falco sparverius), macho, marcado (L79114), na área do PE Minuano no Chuí, RS.

Figura 4.25 - Falcão quiri-quiri (Falco sparverius), macho, marcado (L79115), na área do PE Minuano no Chuí, RS.

Figura 4.26 - Falcão quiri-quiri (Falco sparverius), macho, marcado (L79116) na área PE Minuano no Chuí, RS.

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Figura 4.27 - Falcão quiri-quiri (Falco sparverius), macho, capturado em armadilha “balchatri” e marcado (L79117) na área do PE Minuano no Chuí, RS.

Outras aves foram capturadas e marcadas durante os estudos de monitoramento e resgate de outros empreendimentos eólicos em instalação na região (PE CHUÍ no Chuí e CESVP em Santa Vitória do Palmar), totalizando até o momento 106 indivíduos que representam 29 espécies de aves conforme anexo 4.1. Dentre estas aves foram marcadas espécies migratórias como: o papa-lagarta-acanelado (Coccyzus melacoryphus, n=1), o filipe (Myiophobus fasciatus, n=2), o enferrujado (Lathrotriccus euleri, n=1), o sabiá-poca (Turdus amaurochalinus, n=2), o pedreiro-dos-andes (Cinclodes fuscus, n=1), a calandra-de-três-rabos (Mimus triurus, n=1) e o príncipe (Pyrocephalus rubinus, n=1), além de outras aves residentes e rapinas conforme anexo 4.1 (Lista completa de marcação de aves).

Tabela 4.2 - Lista de aves capturadas e marcadas com anilhas de metal padrão ICMBio/CEMAVE (CEMAVE) e ou anilhas plásticas coloridas na área de implantação do PE Minuano nos municípios do Chuí e Santa Vitória do Palmar, RS, durante as campanhas de resgate da avifauna realizadas em agosto e setembro de 2012 e fevereiro e março de 2014. Apresentamos a localização conforme coordenadas geográficas (UTM, Datum WGS 84), ordem cronológica das campanhas realizadas e espécies ameaçadas de extinção (MARQUES et al. 2002) destacadas em vermelho.

Localização geográfica Anilha CEMAVE Anilha color

Espécie Idade Sexo Data Tarso Código Tarso Cor

22H 275162/6266488 Dir F32280 Esq Azul Limnoctites rectirostris A Ind 29.08.2012

22H 275167/6266488 Dir F32281 Esq Laranja Limnoctites rectirostris A Ind 29.08.2012

22H 274604/6267715 Esq F32282 Dir Branca Limnoctites rectirostris A Ind 28.09.2012

22H 274445/6267903 Esq F32283 Dir Laranja Limnoctites rectirostris A Ind 28.09.2012

22H 276750/6264223 Esq F32284 Dir Vermelha Limnoctites rectirostris A Ind 29.09.2012

22H 276750/6264223 Dir F32285 Esq Amarela Limnoctites rectirostris A Ind 29.09.2012

22H 276779/6263979 Esq E125332 Dir Branca Donacospiza albifrons A Ind 28.09.2012

22H 0276605/6266848 Dir L79107 Não Não Falco sparverius A M 25.02.2014

22H 0276605/6266848 Dir L79108 Não Não Falco sparverius A F 25.02.2014

22H 0275784/6266056 Esq L790109 Não Não Falco sparverius A M 25.02.2014

22H 0276198/6308889 Esq L79110 Não Não Falco sparverius A M 26.02.2014

22H 0276917/6278041 Esq L79111 Não Não Falco sparverius A F 27.02.2014

22H 0276476/6270185 Esq L79112 Não Não Falco sparverius A M 27.02.2014

22H 0294458/6287157 Esq R45221 Não Não Rupornis magnirostris J Ind. 28.02.2014

22H 0283090/6287583 Dir R45222 Não Não Rupornis magnirostris A M 28.02.2014

22H 0277644/6271596 Esq L79113 Não Não Falco sparverius A F 28.02.2014

22H 0276996/6270937 Dir L79114 Não Não Falco sparverius A M 28.02.2014

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22H 0275252/6269467 Dir L79115 Não Não Falco sparverius A M 28.02.2014

22H 02825260/6278043 Dir L79116 Não Não Falco sparverius A M 01.03.2014

22H 0277416/6278885 Esq L79117 Não Não Falco sparverius A M 26.03.2014

22H 0278727/6265735 Dir L79118 Não Não Falco sparverius A F 28.03.2014

22H 0283082/6287666 Esq S38216 Não Não Rupornis magnirostris A F 28.03.2014

Neste primeiro trimestre na busca de espécies ameaçadas de extinção na AID do PE Minuano foi encontrado o gavião-cinza (Circus cinereus, figura 4.28) ocupando a porção sudeste e noroeste da área (AID), quando foi avistado caçando a baixa altura (cerca de 5 a 10 metros). Adicionalmente encontrou-se nas cercanias (AII) dois indivíduos de arapaçu-platino (Drymornis bridgesii, figura 4.29) ocupando um grande capão de eucalipto situado nas coordenadas geográficas 0281806/6273608, distante seis quilômetros do local de sua nidificação detectado no estudo prévio (onde não foram registrados durante as campanhas deste período) e distante 7,8 quilômetros da AID do PE Minuano (Anexo C).

Nas próximas campanhas serão realizadas atividades para captura e marcação destes indivíduos, bem como a identificação e confirmação do local de próxima nidificação, e a verificação da ocorrência de outros indivíduos. Segundo relatos recentes de moradores das cercanias foram avistados pelo menos três indivíduos no grande capão de eucalipto, porém foram apenas confirmadas duas aves. Esta área está fora da AID do Complexo Eólico Chuí e dos Parques Eólicos Minuano e sendo confirmada a nidificação medidas de sinalização serão estudadas. O local da nidificação detectado no estudo prévio continuará a ser monitorado, porém por estar próximo a estrada que teve um aumento de circulação de veículos, provavelmente não será utilizado pela espécie nessa estação reprodutiva.

Figura 4.28 - Imagem ilustrativa de um Gavião-cinza (Circus cinereus), encontrado na AID, na porção sudeste do PE Minuano no Chuí, RS.

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Figura 4.29 - Arapaçu-platino (Drymornis bridgesii), encontrado na AII do PE Minuano no Chuí, RS.

4.4 Referências

BENCKE, G. A. 2001. Lista de Referência das Aves do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. 104p. (publicações Avulsas FZB, n.10).

BENCKE, G. A.; MAURICIO, G. N.; DEVELEY, P. F.; GOERCK, J. 2006. Áreas importantes para a conservação das Aves no Brasil. Parte 1- Estados e Domínios da Mata Atlântica. São Paulo: SAVE Brasil.

BIOIMAGEM. 2011. Relatório Trimestral de Operação da Central Eólica de Tramandaí (outono/2011). Relatório Técnico não publicado entregue à FEPAM/SEMA, RS.

BIOIMAGEM. 2012. Relatório Trimestral de Operação da Central Eólica de Tramandaí (primavera/2011). Relatório Técnico não publicado entregue a FEPAM/SEMA, RS.

BRASIL. Instrução Normativa do IBAMA de nº 146, de 11 de Janeiro de 2007. Estabelece os critérios para procedimentos relativos ao manejo de fauna silvestre. Brasília, 2007.

CBRO (Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos) (2014). Lista das aves do Brasil. [on line]. Disponível em http://www.cbro.org.br/CBRO/listabr.htm. Acessado em maio de 2014.

DEVENISH, C., DÍAZ FERNÁNDEZ, D. F., CLAY, R. P., DAVIDSON, I. & YÉPEZ ZABALA, I. (Eds). 2009. Important Bird Areas Americas - Priority sites for biodiversity conservation. Quito, Ecuador: BirdLife International (BirdLife Conservation Series No. 16).

IBAMA.(2003). Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/sbf/fauna/index.cfm. Acesso em 02 de setembro de 2006.

IUCN. 2010. Red List of Threatened of Species. Disponível em: http://www.iucnredlist.org/ (acessado em 08/06/20109).

MAIA MEIO AMBIENTE, 2014. 6º. Relatório Trimestral de monitoramento da implantação do Complexo Eólico de Santa Vitoria do Palmar, RS. Relatório Técnico entregue a FEPAM/SEMA, RS.

MAIA MEIO AMBIENTE, 2012a. Relatório final do monitoramento da pré-implantação do Parque Eólico Minuano, Chuí, RS. Relatório Técnico não publicado, entregue ao IBAMA.

MAIA MEIO AMBIENTE, 2012b. Relatório final do monitoramento da pré-implantação do Parque Eólico Chuí, Chuí, RS. Relatório Técnico não publicado, entregue a FEPAMA/SEMA, RS.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 78

MAIA MEIO AMBIENTE 2010b. Relatório Final do Monitoramento da Operação do AEI – Osório, RS. Relatório Técnico não publicado entregue a FEPAM.

MARQUES, A. A; FONTANA, C. S.; VÉLEZ, E.; BENCKE, G. A.; SCHNEIDER, M. & REIS, R. E. (orgs.) 2002. Lista das espécies da fauna ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul. Decreto no. 41.672, de 11 de junho de 2002. Porto Alegre, FZB / MCT-PUCRS / PANGEA (Publicações Avulsas FZB, 11).

MMA (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE). 2003. Instrução Normativa nº 3, de 27 de maio de 2003. Lista das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 28 de maio de 2003.

RIO GRANDE DO SUL. Portaria da FEPAM de n° 75 de 01 de agosto de 2011. Estabelece os procedimentos para emissão de autorizações para captura e manejo de exemplares da fauna silvestre nos processos de licenciamento que tramitam na FEPAM. Rio Grande do Sul, 2011.

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 79

ANEXO 4.1 - Lista de aves marcadas no(s) tarso(s) com anilhas individuais (fornecidas pelo CEMAVE/ICMBio) e coloridas nas áreas dos empreendimentos eólicos CE Santa Vitória do Palmar, CE Chuí e PE Minuano instalados nos municípios de Santa Vitória do Palmar, porção sul e Chuí no Rio Grande do Sul. Informação etária, sexo e data de marcação das aves. Ordem cronológica das capturas ocorridas desde agosto de 2012 até março de 2014.

Localização geográfica

Anilha CEMAVE Anilha color Espécie Idade Sexo Data

Tarso Código Tarso Cor

22H 275162/6266488 Dir F32280 Esq Azul Limnoctites rectirostris A Ind 29.08.2012

22H 275167/6266488 Dir F32281 Esq Laranja Limnoctites rectirostris A Ind 29.08.2012

22H 274604/6267715 Esq F32282 Dir Branca Limnoctites rectirostris A Ind 28.09.2012

22H 274445/6267903 Esq F32283 Dir Laranja Limnoctites rectirostris A Ind 28.09.2012

22H 276750/6264223 Esq F32284 Dir Vermelha Limnoctites rectirostris A Ind 29.09.2012

22H 276750/6264223 Dir F32285 Esq Amarela Limnoctites rectirostris A Ind 29.09.2012

22H 276779/6263979 Esq E125332 Dir Branca Donacospiza albifrons A Ind 28.09.2012

22H 0276219/6267784 Dir F32286 Dir Branca Limnoctites rectirostris J Ind 15.12.2012

22H 0290476/6286414 Esq F32287 Esq Amarela Limnoctites rectirostris A Ind 16.12.2012

22H 0290476/6286414 Esq F32288 Esq Amarela Limnoctites rectirostris A Ind 16.12.2012

22H 0291507/6279151 Esq F32290 Esq Branca Limnoctites rectirostris A Ind 16.12.2012

22H 0291507/6279151 Dir F32289 Dir Branca Limnoctites rectirostris A Ind 16.12.2012

22H 0288618/6273865 Não Não Não Não Sporophila collaris A M 18.12.2012

22H 0288618/6273865 Dir J52721 Esq Amarela Coccyzus melacoryphus A Ind 18.12.2012

22H 0288618/6273865 Esq E125333 Não Não Myiophobus fasciatus A Ind 18.12.2012

22H 0289486/6274781 Dir E125334 Esq Amarela Sporophila palustris A M 18.12.2012

22H 0289486/6274781 Dir E125335 Esq Branca Sporophila collaris J M 18.12.2012

22H 0292531/6279049 Dir F32291 Esq Rosa Sporophila collaris A M 17.01.2013

22H 0292212/6278725 Dir E125336 Esq Amarela Sporophila palustris A M 18.01.2013

22H 0291530/6277972 Esq F32292 Dir Rosa Limnoctites rectirostris J Ind 20.01.2013

22H 0276883/6270806 Dir L79101 Não Não Falco sparverius A M 20.01.2013

22H 0290181/6282605 Dir S38220 Não Não Rupornis magnirostris A Ind 20.01.2013

22H 0291585/6283972 Dir L79102 Não Não Falco sparverius A F 20.01.2013

22H 0291530/6277972 Esq E125337 Dir Vermelha Sporophila collaris J Ind 29.03.2013

22H 0291530/6277972 Dir E125338 Esq Vermelha Sporophila collaris A Ind 29.03.2013

22H 0291530/6277972 Dir E125339 Esq Azul Claro Sporophila collaris J Ind 29.03.2013

22H 0291530/6277972 Dir E125340 Esq Azul Claro Sporophila palustris A M 29.03.2013

22H 0291530/6277972 Esq E125341 Dir Azul Claro Sporophila palustris J Ind 29.03.2013

22H 0282096/6281393 Esq S38211 Não Não Rupornis magnirostris A Ind 31.03.2013

22H 0289161/6281300 Dir M28751 Não Não Falco sparverius A F 31.03.2013

22H 0286580/6285732 Dir F32293 Esq Rosa Limnoctites rectirostris A Ind 17.04.2013

22H 0286580/6285732 Esq F32294 Dir Rosa Limnoctites rectirostris A Ind 17.04.2013

22H 0285808/6286163 Dir F32295 Esq Laranja Limnoctites rectirostris A Ind 17.04.2013

22H 0285808/6286163 Esq E125334 Não Não Troglodytes musculus A Ind 17.04.2013

22H 0287457/6285150 Dir F32296 Esq Vermelha Limnoctites rectirostris A Ind 18.04.2013

22H 0287199/6285401 Dir F32297 Esq Azul Claro Limnoctites rectirostris A Ind 18.04.2013

22H 0287199/6285401 Esq F32998 Dir Azul Claro Limnoctites rectirostris A Ind 18.04.2013

22H 0284052/6286997 Dir F32299 Dir Laranja Limnoctites rectirostris A Ind 18.04.2013

22H 0292558/6279215 Dir F32300 Esq Rosa claro Limnoctites rectirostris A Ind 19.04.2013

22 H 0292822/6280940 Dir F43001 Esq Laranja Limnoctites rectirostris A Ind 22.05.2013

22 H 0292822/6280940 Esq F43002 Dir Laranja Limnoctites rectirostris A Ind 22.05.2013

22H 0292661/6280766 Dir J52722 Esq Amarela Turdus amaurochalinus A Ind 22.05.2013

22 H 0292822/6280940 Dir D11462 Não Não Cranioleuca sulphurifera A Ind 22.05.2013

22H 0290093/6286746 Dir F43003 Esq Rosa Limnoctites rectirostris A Ind 23.05.2013

22H 0290093/6286746 Esq F43004 Dir Rosa Limnoctites rectirostris A Ind 23.05.2013

22H 0289673/6287117 Dir F43005 Esq Vermelha Limnoctites rectirostris A Ind 26.05.2013

22H 0291236/62775774 Dir F43006 Esq Rosa claro Limnoctites rectirostris A Ind 26.05.2013

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 80

22H 0291041/6278983 Dir F043007 Esq Azul esc. Limnoctites rectirostris A Ind 12.06.2013

22H 0290964/6278922 Esq F43008 Dir Azul esc. Limnoctites rectirostris A Ind 12.06.2013

22H 0290964/6278922 Dir E83540 Esq Branca Limnornis curvirostris A Ind 12.06.2013

22H 0294088/6281397 Dir E125344 Esq Azul esc. Sporophila collaris Ind Ind 13.06.2013

22H 0294088/6281397 Esq E125343 Dir Verde esc. Sporophila collaris Ind Ind 13.06.2013

22H 0294088/6281397 Dir E125345 Esq Verde esc. Sporophila collaris J Ind 13.06.2013

22H 0294088/6281397 Esq E125346 Dir Azul esc. Sporophila collaris J M 13.06.2013

22H 0284942/6277711 Esq L79103 Não Não Falco sparverius A F 14.06.2013

22H 0284348/6290431 Esq L79104 Não Não Falco sparverius A F 14.06.2013

22H 0291352/6277668 Esq E125347 Dir Branca Sporophila collaris A M 15.06.2013

22H 0291352/6277668 Dir E125348 Esq Amarela Sporophila collaris A M 15.06.2013

22H 0291352/6277668 Esq E125349 Dir Amarela Sporophila collaris J Ind 15.06.2013

22H 0291358/6277710 Esq H64031 Dir Amarela Embernagra platensis A Ind 16.06.2013

22H 0291358/6277710 Esq E125350 Dir Azul Claro Sporophila collaris A M 16.06.2013

22H 0291358/6277710 Dir D11463 Esq Branca Hymenops perpicillatus A M 16.06.2013

22H 0291358/6277710 Dir H64032 Não Não Embernagra platensis A Ind 16.06.2013

22H 0290479/6286411 Dir E148981 Esq Azul Claro Sporophila collaris A M 03.07.2013

22H 0290479/6286411 Esq E148982 Dir Rosa claro Sporophila collaris Ind Ind 03.07.2013

22H 0290479/6286411 Dir F43009 Esq Rosa Cinclodes fuscus A Ind 03.0.7.2013

22H 0290479/6286411 Dir G83541 Não Não Annumbius annumbi A Ind 03.07.2013

22H 0284052/6286997 Esq G83542 Dir Rosa Mimus triurus A Ind 04.07.2013

22H 0284052/6286997 Esq F43010 Esq Rosa Limnoctites rectirostris A Ind 04.07.2013

22H 0284052/6286997 Dir F32299 Dir Laranja Limnoctites rectirostris A Ind 04.07.2013

22H 0284052/6286997 Não Não Dir Rosa Chloroceryle americana A M 04.07.2013

22H 0285163/6278023 Esq S328212 Não Não Rupornis magnirostris A Ind 30.08.2013

22H 0292771/6285144 Dir S328214 Não Não Rupornis magnirostris A Ind 31.08.2013

22H 0280291/6279876 Esq S328213 Não Não Rupornis magnirostris J Ind 30.08.2013

22H 0285509/6286238 Esq F43011 Esq Laranja Limnoctites rectirostris A Ind 31.08.2013

22H 0294391/6287077 Esq S38215 Não Não Rupornis magnirostris A Ind 01.09.2013

22H 0274858/6269138 Dir L79105 Não Não Falco sparverius A F 01.09.2013

22H 0281285/6282131 Esq L79106 Não Não Falco sparverius A M 01.09.2013

22H 0292408/6279446 Esq F43012 Dir Rosa Limnoctites rectirostris A Ind 01.09.2013

22H 029134/6277723 Esq P11425 Não Não Milvago chimango A Ind 19.09.2013

22H0291264/6277616 Esq F43013 Dir Branca Limnoctites rectirostris A Ind 19.09.2013

22H 0291086/6277315 Dir P11426 Não Não Milvago chimango A Ind 20.09.2013

22H 0291264/6277616 Dir D79932 Não Não Pseudocolapteryx flaviventris A Ind 20.09.2013

22H 0291264/6277616 Dir D11464 Não Não Poospiza nigrorufa A M 20.09.2013

22H 0291264/6277616 Dir E148983 Não Não Geothlypis aequinoctialis A M 20.09.2013

22H 0293738/6280860 Dir F43014 Dir Rosa Limnoctites rectirostris A "M" 15.10.2013

22H 0193738/6280860 Dir E148984 Não Não Myiophobus fasciatus A Ind 15.10.2013

22H 0293855/620987 Esq D79933 Não Não Latrotriccus eureli A Ind 16.10.2013

22H 0293855/620987 Dir F43015 Não Não Stephanophorus diadematus A "M" 16.10.2013

22H 0293855/620987 Dir D79934 Esq Rosa Pyrocephalus rubinus A M 16.10.2013

22H 0293855/620987 Dir C79651 Não Não Parula pitiayumi A Ind. 16.10.2013

22H 0293855/620987 Dir J52723 Dir Amarela Turdus amaurochalinus A M 16.10.2013

22H 0295227/6282744 Dir D79935 Não Não Basileuterus culicivorus A Ind. 18.10.2013

22H 0295227/6282744 Dir G83543 Não Não Icterus pyrropterus A Ind. 18.10.2013

22H 0292600/6279206 Esq G83545 Dir Branca Molothrus bonariensis F Ind. 20.11.2013

22H 0292536/6279241 Dir E14900 Dir Branca Sporophila collaris A M 20.01.2014

22H 0276605/6266848 Dir L79107 Não Não Falco sparverius A M 25.02.2014

22H 0276605/6266848 Dir L79108 Não Não Falco sparverius A F 25.02.2014

22H 0275784/6266056 Esq L790109 Não Não Falco sparverius A M 25.02.2014

22H 0276198/6308889 Esq L79110 Não Não Falco sparverius A M 26.02.2014

22H 0276917/6278041 Esq L79111 Não Não Falco sparverius A F 27.02.2014

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 81

22H 0276476/6270185 Esq L79112 Não Não Falco sparverius A M 27.02.2014

22H 0294458/6287157 Esq R45221 Não Não Rupornis magnirostris J Ind. 28.02.2014

22H 0283090/6287583 Dir R45222 Não Não Rupornis magnirostris A M 28.02.2014

22H 0277644/6271596 Esq L79113 Não Não Falco sparverius A F 28.02.2014

22H 0276996/6270937 Dir L79114 Não Não Falco sparverius A M 28.02.2014

22H 0275252/6269467 Dir L79115 Não Não Falco sparverius A M 28.02.2014

22H 02825260/6278043 Dir L79116 Não Não Falco sparverius A M 01.03.2014

22H 0277416/6278885 Esq L79117 Não Não Falco sparverius A M 26.03.2014

22H 0278727/6265735 Dir L79118 Não Não Falco sparverius A F 28.03.2014

22H 0283082/6287666 Esq S38216 Não Não Rupornis magnirostris A F 28.03.2014

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1º Relatório de Resgate PE MINUANO | 82

5 RESGATE DA MASTOFAUNA

Neste período não houve atividade de resgate deste grupo da fauna na área do Parque Eólico Minuano.

6 RESGATE DA QUIROPTEROFAUNA

Neste período não houve atividade de resgate deste grupo da fauna. Foram averiguados capões e indivíduos de eucalipto que serão retirados na busca por colônias de quirópteros, porém não foram registradas nestes, nenhum vestígio de utilização por quirópteros.