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RELATÓRIO DE ATIVIDADES Biênio 2015/2017 Procurador regional eleitoral Antonio Carlos de V. C. Barreto Campello MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL EM PERNAMBUCO Recife, setembro de 2017

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RELATÓRIO DE ATIVIDADESBiênio 2015/2017

Procurador regional eleitoral

Antonio Carlos de V. C. Barreto Campello

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL EM PERNAMBUCO

Recife, setembro de 2017

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL EM PERNAMBUCO

Biênio 2015/20176 de novembro de 2015 a 30 de setembro de 2017

Procurador regional eleitoral:Antonio Carlos de Vasconcellos Coelho Barreto Campello Procurador regional eleitoral substituto:Francisco Machado Teixeira Procuradores regionais eleitorais auxiliares:Francisco Machado TeixeiraRoberto Moreira de Almeida

Equipe técnica (servidores do MPF):

AssessoriaCristiane Cavalcanti Barreto CampelloJanaína Angélica Shishido Góes Maria de Fátima Uchôa Ferrer

SecretariaDenise Gomes de AraújoMarina Barreto Gama de OliveiraHelvécio Alves de Mendonça Neto

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As condutas desonestas pra�cadas no Brasil em campanhas eleitorais, reveladas recentemente à

exaustão nos no�ciários jornalís�cos nacionais, demonstram que o poder econômico exercido sem pudor e

as prá�cas corruptas têm �do grande influência no processo eleitoral. Nesse contexto, o Sistema de Jus�ça

Eleitoral – aí incluído o Ministério Público Eleitoral – mostra‐se como importante instrumento de controle

de acesso aos cargos ele�vos, com reflexos benéficos e imediatos no co�diano dos cidadãos.

Nesse sen�do, o incremento dos recursos de fiscalização e a estruturação das Procuradorias

Regionais Eleitorais (PREs) são fundamentais para combater esse modelo doen�o de polí�ca.

É certo que a criação do Grupo Execu�vo Nacional da Função Eleitoral (GENAFE) foi de grande valia

para coordenação do exercício da função eleitoral em todo país, oferecendo subsídios aos procuradores

regionais eleitorais para o exercício do cargo. Porém, ainda há muitas ações que poderiam ser desenvolvidas

no combate ao abuso de poder nas eleições e à corrupção, efe�vadas a par�r de uma melhor estruturação

das PREs, que ainda carecem de recursos �sicos e humanos. Cite‐se, por exemplo, o acompanhamento das

a�vidades durante a campanha eleitoral para posterior confronto com a prestação de contas, para que essa

não seja apenas “um faz de contas”, como se costuma dizer na Jus�ça Eleitoral.

Por fim, expresso o meu agradecimento especial aos servidores lotados na PRE‐PE, bem como o

registro da dedicação com que desempenharam suas funções. O grande volume de serviço nunca foi

pretexto para deixar o clima azedar, sinal de que acreditam na força transformadora do seu labor. A eles,

minha homenagem!

Muito há o que fazer. Esperamos, porém, dentro de nossas limitações, ter retribuído com o trabalho

a confiança em mim depositada.

Antonio Carlos de Vasconcellos Coelho Barreto Campello

Procurador regional eleitoral

APRESENTAÇÃO

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RELATÓRIO DE ATIVIDADES BIÊNIO 2015/2017

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO2. ATUAÇÃO JUDICIAL3. ATUAÇÃO EXTRAJUDICIAL4. ATIVIDADES PREPARATÓRIAS PARA AS ELEIÇÕES 20165. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA6. CURSOS7. CALENDÁRIO – ANO ELEITORAL

1. INTRODUÇÃO

A atuação da Procuradoria Regional Eleitoral na área judicial vem sendo incrementada a cada eleição, em razão de fatores diversos, tal como a ampliação dos meios de fiscalização pelo Ministério Público Eleitoral.

As eleições 2016 foram marcadas pela reforma realizada por meio da Lei 13.165/2015, com destaque para a propaganda eleitoral antecipada, tornando‐a mais flexível. Em razão disso, houve acentuada judicialização em face dos chamados “atos de pré‐campanha”, especialmente por conta de algumas obscuridades na legislação sobre o que seria ou não permi�do nessa fase do processo eleitoral.

A referida reforma eleitoral também trouxe dificuldades em razão da diminuição dos prazos de registro de candidatura, tornando‐os inexequíveis e concentrando o julgamento dos respec�vos recursos pelo TRE‐PE em época coincidente com o ápice da campanha eleitoral.

Merece realce, igualmente, a atuação extrajudicial da PRE‐PE, a exemplo da fiscalização do cumprimento, pelos par�dos polí�cos, do percentual previsto em lei para incen�var a par�cipação feminina na polí�ca, bem como o desvirtuamento da propaganda par�dária.

No início do ano de 2016, foram planejadas e executadas a�vidades preparatórias para as eleições 2016, tais como modelos de peças, atualização de jurisprudência e designações de promotores auxiliares nos municípios com mais de uma zona eleitoral para os processos de registro de candidatura, propaganda eleitoral e ações judiciais eleitorais.

Diversas inicia�vas também foram adotadas visando a aperfeiçoar o funcionamento administra�vo da Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco (PRE‐PE), especialmente no que se refere ao controle das nomeações e exercício das funções eleitorais por parte dos promotores de Jus�ça. Houve, igualmente, preocupação com a modernização dos meios de comunicação e disponibilização de subsídios para a atuação mais eficiente dos promotores eleitorais nas eleições municipais de 2016, como será melhor discriminado abaixo.

O obje�vo deste relatório é difundir a atuação da PRE‐PE, bem como servir de registro histórico, permi�ndo que a mudança de �tular da função eleitoral ocorra sem prejuízo à con�nuidade do serviço, independentemente de eventual mudança do quadro de servidores. Pretende‐se, igualmente, divulgar as ro�nas administra�vas estabelecidas, apresentando‐se, ao final, sugestão de calendário a ser adotado nos anos eleitorais.

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As eleições 2016 foram marcadas por intensa movimentação processual. Isto ocorreu em grande parte pelo aumento do número de candidatos que vem se verificando a cada eleição, fato agravado diante da atual crise econômica. O incremento também decorre do aprimoramento do Sistema Sisconta Eleitoral, disponibilizado ao MPE e que já conta com cerca de 400.000 registros de possíveis inelegibilidades no país, permi�ndo iden�ficar um número maior de casos de impedimentos, com comunicação automá�ca aos promotores eleitorais. Além disso, cruzamento de dados realizado pelo TSE entre os candidatos e doadores de campanhas eleitorais e os registros constantes nos cadastros dos órgãos públicos, permi�u o levantamento de indícios de irregularidades nas prestações de contas, ensejando a propositura de impugnações respec�vas e de ações com fundamento no abuso do poder econômico e captação ilícita de recursos (“caixa dois”).

O quan�ta�vo de processos também foi incrementado em 2016 em razão da ocorrência de segundo turno em Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Caruaru, bem como em face da realização de duas eleições suplementares nos municípios de Ipojuca e Belo Jardim, em decorrência da confirmação, pelo TSE, do indeferimento do registro de candidatura dos concorrentes vencedores em 2 de outubro.

Nas eleições 2016, a PRE‐PE acompanhou mais atentamente a propaganda eleitoral antecipada, em razão da alteração da Lei 9.504/97, que tornou‐a mais flexível, autorizando os atos de pré‐campanha.

Em razão disso, foram interpostas representações em face de tais atos de pré‐campanha, especialmente em razão de algumas obscuridades na legislação, sendo necessária a consolidação de jurisprudência sobre o assunto.

A minirreforma eleitoral (Lei 13.165/2015) também trouxe alguns atropelos para as eleições de 2016, especialmente por conta da diminuição dos prazos de registro de candidatura, tornando‐os inexequíveis e concentrando o julgamento dos respec�vos recursos pelo TRE‐PE em época coincidente com o ápice da campanha eleitoral, em que as Cortes Eleitorais recebem enorme demanda de processos de propaganda que precisam, igualmente, de atenção especial, sob pena de perda de objeto (pedido de direito de resposta, perda de tempo de inserções etc). Por mais de uma vez a PRE‐PE recebeu, em um único dia, cerca de 100 processos, para serem avaliados em até 48 horas. Às vésperas do segundo turno, o TRE‐PE ainda estava julgando alguns recursos de registro de candidatura.

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2.1. ESTATÍSTICA

No período de 06/11/2015 a 18/09/2017, ingressaram na Procuradoria Regional Eleitoral 4.522 processos judiciais, o que corresponde a uma média de 196 processos por mês e 9 processos por dia ú�l. Nesse mesmo período, a PRE‐PE ofertou 5.930 manifestações, incluídas as ciências nos autos. Foram interpostos 349 recursos. Só no mês de setembro de 2016 (ápice do processo eleitoral), entraram na PRE‐PE 1.129 processos, sendo o mês de mais intensa a�vidade judicial, com 966 processos devolvidos para o TRE‐PE com manifestação.

2. ATUAÇÃO JUDICIAL

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A atuação judicial da PRE‐PE é marcada, além das peças processuais, pelas sustentações orais nas sessões de julgamento do TRE‐PE. O Procurador Regional Eleitoral e seus subs�tutos compareceram a 223 sessões, o que corresponde a uma média de nove por mês.

O Grupo Nacional da Função Eleitoral (GENAFE) classificou as PREs em cinco categorias, de acordo com a movimentação processual da unidade, número de zonas eleitorais e população do Estado. A PRE‐PE encontra‐se em primeiro lugar na Categoria 2, abaixo apenas da PRE‐SP (categoria especial), PRE‐MG, PRE‐RJ, PRE‐BA, PRE‐RS e PRE‐PR.

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2.2. DESTAQUES

Em razão da minirreforma eleitoral (Lei 13.165/2015) ter flexibilizado a propaganda eleitoral antecipada, como mencionado, foi dado enfoque ao combate de postagens patrocinadas nas redes sociais, já que a legislação veda a propaganda eleitoral paga na internet.

Em razão disso, os promotores eleitorais foram orientados a acompanhar a u�lização pelos futuros candidatos da ferramenta “link patrocinado” nas redes sociais, por meio da qual é possível determinar, a depender do valor pago, a quan�dade de pessoas a serem a�ngidas, bem como definir o público‐alvo que será alcançado pela publicação de acordo com sua residência, sexo, idade e interesses, aumentando de forma significa�va e ar�ficial a eficiência da publicação que se pretende divulgar, em prejuízo do obje�vo de diminuir a influência do poder econômico nas eleições. Essa conduta, apesar de proibida pelo art. 23, § 3º da Resolução TSE 23.457/15, suscitou a discussão se seria ou não permi�da no período de pré‐campanha.

Sobre o tema, foram envidados esforços para criar jurisprudência acerca da nova legislação no TRE‐PE, por meio de entrega de memoriais aos desembargadores e de sustentações orais nas sessões de julgamento. A tese da PRE‐PE foi adotada pelo TRE‐PE e, com isso, evitou‐se a interposição de diversos recursos especiais.

Todas as no�cias de irregularidade que chegam à PRE‐PE são autuadas como No�cia de Fato ou Procedimento Preparatório Eleitoral (PPE). No período de 06/11/2015 a 18/09/2017, foram instaurados na Procuradoria Regional Eleitoral 200 procedimentos extrajudiciais. Abaixo, PPEs instaurados e medidas que demonstram atuação proa�va da PRE‐PE:

3.1) PPE para acompanhamento da propaganda par�dária dos par�dos polí�cos, com o fim de verificar eventual desvirtuamento para propaganda eleitoral e cumprimento do percentual de par�cipação feminina.

3.2) PPE para apurar a filiação par�dária dos promotores eleitorais.

3. ATUAÇÃO EXTRAJUDICIAL

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3.3) PPE para análise das condições de acessibilidade nas seções eleitorais do estado, com vistas a garan�r o acesso das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

3.4) Encaminhamento de Recomendação aos par�dos polí�cos para observarem a exigência legal de incen�var a par�cipação feminina na polí�ca.

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4.1) Reuniões preparatórias para as eleições de 2016:

(i) par�cipação de todos os promotores eleitorais do Estado de Pernambuco, mediante parceria com a Escola Superior do MPPE;

(ii) par�cipação dos promotores eleitorais do Recife responsáveis pela propaganda e pelas ações de inves�gação judicial eleitoral;

(ii) par�cipação dos promotores eleitorais do Recife responsáveis pelo registro de candidatura, para tratar dos mecanismos de consulta de inelegibilidade (radar eleitoral e relatório de conhecimento do Sisconta) e da necessidade de se antecipar ao cruzamento de dados realizado pelo Sisconta;

(iii) par�cipação dos promotores eleitorais das demais cidades da região metropolitana do Recife, para tratar dos mecanismos de consulta de inelegibilidade (radar eleitoral e relatório de conhecimento do Sisconta) e da necessidade de se antecipar ao cruzamento de dados realizado pelo Sisconta e informar sobre as principais propagandas antecipadas;

(iv) par�cipação dos promotores eleitorais de Caruaru e circunscrição para tratar dos mecanismos de consulta de inelegibilidade (radar eleitoral e relatório de conhecimento do Sisconta) e da necessidade de se antecipar ao cruzamento de dados realizado pelo Sisconta e informar sobre as principais propagandas antecipadas. Evento realizado em Caruaru.

4.2) Confecção de modelos de pareceres e recursos especiais sobre assuntos recorrentes.

A exiguidade dos prazos para análise dos recursos interpostos das decisões sobre registro de candidatura, coincidente com o auge do volume de recursos sobre propaganda eleitoral, demandou a preparação prévia de modelos, que foram fundamentais para o cumprimento dos prazos pela PRE‐PE.

4.3) Confecção de modelos de peças processuais e extrajudiciais dirigidas aos promotores eleitorais, com disponibilização na área restrita dos seguintes conteúdos:

(i) ação de impugnação ao registro de candidatura (AIRC), com base em: a) ausência de condições de elegibilidade em geral; b) ausência de condição de elegibilidade em razão da desaprovação das contas eleitorais, com base na ADI 4899, proposta pelo PGR;

4. ATIVIDADES PREPARATÓRIAS PARA AS ELEIÇÕES 2016

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c) inelegibilidades com fundamento no art. 1º, I, alíneas “d” (condenação por abuso de poder econômico); “e” (condenação criminal); “g” (rejeição de contas públicas em razão de aplicação irregular de verbas de gabinete, ausência de recolhimento de contribuição previdenciária, contratação de pessoal sem concurso público, descumprimento de convênio, desobediência à Lei de Responsabilidade Fiscal, não aplicação do percentual mínimo em saúde e educação, omissão no dever de prestar contas etc); “j” (condenação por captação ilícita de sufrágio, conduta vedada e gastos eleitorais ilícitos); “l” (condenação por improbidade administra�va) e “p” (condenação por doação eleitoral acima do limite);

(ii) representação em razão de propaganda eleitoral (antecipada e no período permi�do) paga nas redes sociais (postagens patrocinadas) e em razão de propaganda eleitoral antecipada por meio de outdoor;

(iii) representação por doação acima do limite legal;

(iv) recomendação sobre propaganda em órgãos públicos e derrame de san�nhos no dia da eleição.

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4.4) Encaminhamento de o�cios circulares aos promotores eleitorais:

(i) considerações a respeito da Lei 13.165/2015, que reformou a Lei 9.504/97 (Lei das Eleições), com o intuito de propor a reflexão e amadurecimento sobre o tratamento a ser dado ao tema pelo MPE;

(ii) orientações sobre posicionamento do STF acerca do julgamento de contas públicas de prefeito (dis�nção entre agente polí�co e ordenador de despesas);

(iii) encaminhamento da Portaria PGR/MPF 692, de 19 de agosto de 2016, que ins�tui e regulamenta o PPE, a fim de evitar a invalidação dos procedimentos extrajudiciais na área eleitoral;

(iv) cadastramento no Sistema Eletrônico de Intercâmbio (SEI), acompanhado do resumo das inves�gações em curso a respeito da prá�ca de ilícitos eleitorais.

(v) acompanhamento individual dos atos de pré‐campanha dos principais candidatos do município, para que seja possível apurar ao longo do tempo eventual abuso de poder econômico ou uso indevido dos meios de comunicação social;

(vi) acompanhamento das condutas vedadas (programas sociais, propaganda ins�tucional e uso de bens e servidores públicos), com modelo de portaria e o�cio a ser encaminhado ao prefeito respec�vo.

4.5) Publicação de Orientações Norma�vas:

(i) candidatura fic�cia de servidores públicos e de mulheres;

(ii) sistema Pardal;

(iii) módulo Conta Suja no Sistema Sisconta Eleitoral;

(iv) doação acima do limite legal.

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4.6) Designação de promotores eleitorais auxiliares nos municípios com mais de uma zona eleitoral.

Assinatura da Portaria Conjunta PRE‐PE/MPPE nº 02/2016, designando promotores para auxiliarem os promotores atuantes nas zonas eleitorais indicadas pelo TRE‐PE para processar e julgar os processos de registro de candidatura, propaganda eleitoral e ações de inves�gação judicial eleitoral.

4.7) Acompanhamento das medidas liminares suspendendo as decisões do Tribunal de Contas que rejeitaram as contas públicas dos candidatos.

Realização de reunião com o Procurador‐Geral do Estado e com o Presidente do Tribunal de Contas, bem como encaminhamento para o promotor de jus�ça da vara respec�va, com o fim de pleitear judicialmente a revogação das medidas liminares suspensivas dos efeitos da rejeição das contas.

4.8) Encaminhamento de o�cios para os diversos órgãos solicitando alimentação do Sistema Sisconta nos três primeiros meses do ano eleitoral. Os o�cios do Tribunal Regional Federal da 5ª Região e do Tribunal de Jus�ça foram entregues pessoalmente pelo PRE.

4.9) Solicitação ao TRE‐PE da lista dos candidatos que �veram as contas eleitorais desaprovadas para propor ação de impugnação de registro de candidatura, com base na ADI 4899, ajuizada pelo PGR.

4.10) Determinação à ASSPA da realização de pesquisas antecipadas de possível causa de inelegibilidade dos principais candidatos, com o fim de preparar previamente as AIRCs, considerando que o prazo de impugnação da candidatura é de apenas cinco dias.

4.11) Reunião com a Secretaria de Defesa Social, Polícia Militar e Polícia Civil acerca da segurança nas eleições e repressão aos ilícitos eleitorais.

4.12) Reunião com a Polícia Federal para tratar sobre a segurança das eleições e para solicitar atenção aos inquéritos policiais que inves�gam crimes eleitorais em razão da exiguidade dos prazos prescricionais.

4.13) Expedição, próximo ao prazo de registro de candidatura, de orientações aos promotores eleitorais, com disponibilização de roteiro de atuação e orientações gerais.

4.14) Assinatura da Portaria nº 40/2016, regulamentando o plantão durante o período eleitoral.

4.15) Encaminhamento de o�cios aos órgãos públicos informando a impossibilidade de realização de campanha nas dependências das repar�ções públicas.

4.16) Aprovação pelo TRE‐PE, mediante provocação da PRE‐PE, de Resolução sobre o Sistema Sisconta Eleitoral (Res. TRE‐PE 264/2016).

A referida resolução dispõe sobre a prestação de informações rela�vas a pessoas julgadas por atos que implicam causa de inelegibilidade, por meio de alimentação da ferramenta eletrônica Sisconta Eleitoral, e a obtenção de relatórios de informação do sistema para fins de registro no cadastro eleitoral.

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Segundo dispõe, devem ser providenciados o�cios conjuntos assinados pelos Presidente e Corregedor do TRE‐PE e Procurador Regional Eleitoral dirigidos aos órgãos listados na Resolução TRE‐PE 264/2016, requisitando a alimentação do Sisconta Eleitoral.

4.17) Disponibilização pelo TRE‐PE, a pedido da PRE‐PE, de um auxiliar de plenário, pleito que foi atendido e de grande importância para o desenvolvimento dos trabalhos na sessão.

4.18) Designação pelo TRE‐PE, a pedido da PRE‐PE, de procuradores auxiliares para atuarem nos processos de registro de candidatura.

4.19) Par�cipação na Campanha “Vote Limpo” 2016 da OAB.

4.20) Convênio firmado entre a OAB, PRE‐PE e TRE‐PE para combate ao caixa dois.

Designação de promotor eleitoral para acompanhar os gastos de campanha e fazer cotejamento com as prestações de contas. Projeto piloto apenas para os candidatos a prefeito de Recife. Termo de cooperação firmado entre OAB e PRE‐PE para desenvolvimento do projeto‐piloto.

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A atuação administra�va desenvolvida pela secretaria da PRE‐PE envolve todas as a�vidades próprias de administração, além do controle de designação dos promotores eleitorais, do cadastramento no Sistema Único da entrada e saída dos processos judiciais (recebidos diretamente do TRE‐PE) e da autuação e tramitação dos procedimentos extrajudiciais, tendo em vista que estas duas úl�mas a�vidades não são executadas pela DIREPE (Divisão de Registro, Distribuição e Informações Processuais e Extrajudiciais), vinculada a Coordenadoria Jurídica desta Procuradoria Regional da República.

No biênio em análise, foram adotadas diversas medidas tendentes a modernizar e estruturar a atuação da PRE‐PE, a seguir listadas.

5.1) Site da PRE‐PE.

Reestruturação do site da Procuradoria Regional Eleitoral, com maior destaque na página da PRR5 e atualização do conteúdo;

Estruturação e detalhamento do formulário de denúncias, com ampliação dos canais de comunicação (disponibilização no site do Sistema Pardal, u�lizado pelo TRE‐PE).

5.2) Área restrita aos promotores eleitorais.

Criação de área restrita no site da PRE‐PE des�nada aos promotores eleitorais (acesso mediante o fornecimento de senha pela PRE‐PE), contendo modelos de peças processuais, jurisprudência, legislação (leis e resoluções do TSE sobre as eleições 2016), comunicados, pareceres relevantes da PRE‐PE, material didá�co dos cursos oferecidos, no�cias, portarias, orientações norma�vas e informações de interesse da área.

5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA

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5.7) Fixação de ro�nas administra�vas a serem adotadas pela secretaria da PRE‐PE em relação à designação dos promotores para a função eleitoral:

(i) consulta à filiação par�dária dos promotores de Jus�ça indicados pelo PGJ/PE para assumir a função eleitoral;

(ii) controle das designações dos promotores eleitorais (Portarias 31 e 37/2017 PRE‐PE):

(iii) envio de e‐mail dando boas vindas aos novos promotores eleitorais, com repasse de informações básicas e de acesso à área restrita;

(iv) encaminhamento ao TRE‐PE, até o dia 30 de cada mês, da relação atualizada dos promotores eleitorais do Estado de Pernambuco, com a respec�va Zona Eleitoral e ato de designação;

(v) atualização constante do quadro de promotores eleitorais do Estado de Pernambuco, com a indicação da Zona Eleitoral respec�va, ato de designação e período do mandato (início e término);

(vi) solicitação à PGJ, com antecedência de até 15 dias antes do término do respec�vo período de designação de cada promotor eleitoral, de indicação de promotor de Jus�ça para sucessão no exercício daquelas funções. A solicitação visa evitar solução de con�nuidade no exercício da função eleitoral e deverá ser efetuada por o�cio a ser assinado pelo Procurador Regional Eleitoral;

(vii) envio, por e‐mail, para a Seção de Apoio aos Juízos Eleitorais (SEAGE) do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE‐PE), cópia das portarias de designação dos promotores de Jus�ça para oficiarem perante a Jus�ça Eleitoral, no prazo máximo de três dias após publicação no DMPF‐e;

(viii) Comunicar, sempre que possível, à Seção de Apoio aos Juízos Eleitorais (SEAGE) do TRE‐PE, a data do término do exercício da função eleitoral, como forma de colaboração do controle de pagamento da gra�ficação eleitoral, exercido legalmente pelo TRE‐PE;

(ix) manter atualizada no sí�o eletrônico da Procuradoria Regional Eleitoral a lista dos promotores eleitorais.

5.8) Reuniões com o TRE‐PE em razão da implantação do Processo Judicial Eletrônico no âmbito da Jus�ça Eleitoral. Trata�vas com o setor de informá�ca para integração com o Sistema Único.

6.1) Curso “Capacitação em prá�ca eleitoral” realizado em parceria com o MPPE para os promotores eleitorais. Par�cipação do procurador regional eleitoral, de uma servidora do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco e do procurador da República Rodrigo Tenório.

6.2) Palestra proferida pelo procurador regional eleitoral no Seminário Integrado para as Eleições de 2016, com o tema “O olhar do Tribunal de Contas do Estado e da Jus�ça Eleitoral sobre a Inelegibilidade”, realizado em Caruaru.

6.3) Palestra proferida pelo procurador regional eleitoral no curso de iniciação de novos promotores de Jus�ça.

6. CURSOS

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RELATÓRIO DE ATIVIDADES BIÊNIO 2015/2017

6.4) Palestra proferida pelo procurador regional da República Roberto Moreira Almeida: “O MPF e o emprego das Forças Armadas nas Eleições 2016”.

6.5) Disponibilização na área restrita dos promotores eleitorais, no site da PRE‐PE, do link (TV MPF) rela�vo ao curso “Eleições Municipais de 2016” ministrado em Brasília.

6.6) Par�cipação do procurador regional eleitoral nas reuniões e cursos promovidos pelo GENAFE em Brasília.

Com o obje�vo de ins�tucionalizar a atuação da PRE‐PE nas eleições e de evitar que as experiências sejam esquecidas em razão de mudança do Procurador Regional Eleitoral e dos servidores do gabinete eleitoral, segue abaixo sugestão de calendário a ser adotado nos anos eleitorais, com base nas a�vidades desenvolvidas.

7. CALENDÁRIO ‐ ANO ELEITORAL

JANEIRO

Pesquisar jurisprudência do TSE sobre assuntos mais recorrentes.

FEVEREIRO

Iniciar a confecção de modelos de peças sobre assuntos recorrentes, de acordo com as Resoluções do TSE acerca das eleições vindouras.

MARÇO

No primeiro trimestre, providenciar o�cios conjuntos assinados pelo Presidente do TRE‐PE, Corregedor do TRE‐PE e Procurador Regional Eleitoral dirigidos aos órgãos listados na Resolução TRE‐PE 264/2016, requisitando a alimentação do Sisconta Eleitoral.

ABRIL

Iniciar pesquisas antecipadas de inelegibilidade dos principais candidatos (ex. prefeitos e governadores em primeiro mandato, vereadores e deputados em exercício, devido a grande probabilidade de se candidatarem à reeleição).

Acompanhar liminares suspendendo a decisão do Tribunal de Contas que rejeita as contas públicas dos candidatos. Agendar reuniões com Procuradoria‐Geral do Estado e com o Tribunal de Contas.

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MAIO

Realizar reuniões com os promotores eleitorais (as orientações vão variar de acordo com a eleição – geral ou municipal).

Solicitar designação pelo TRE‐PE de procuradores auxiliares (varia de acordo com a eleição). Providenciar a designação de promotores eleitorais para auxiliares os promotores atuantes nas zonas

eleitorais designadas pelo TRE‐PE para processar e julgar os processos de registro de candidatura, propaganda eleitoral, ações de impugnação judicial eleitoral e prestação de contas.

JUNHO

Expedir recomendações ou enviar modelos de recomendação para os promotores eleitorais sobre assuntos diversos: candidaturas fic�cias de servidores públicos e mulheres, propaganda em órgão públicos, derrame de san�nhos no dia da eleição, acompanhamento das condutas vedadas aos agentes públicos (programas sociais, propaganda ins�tucional e uso de bens e servidores públicos).

Solicitar ao TRE‐PE um auxiliar de plenário para o período eleitoral.

JULHO

Realizar reunião com a Secretaria de Defesa Social, Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Federal. Publicar portaria regulamentando o plantão durante o período eleitoral.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES BIÊNIO 2015/2017

Page 14: RELATÓRIO DE ATIVIDADES Biênio 2015/2017 - mpf.mp.br · O quantavo de processos também foi incrementado em 2016 em razão da ocorrência de segundo turno em Recife, Olinda, Jaboatão

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Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco

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