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RELATÓRIO DE ATIVIDADES ANO DE 2011

Índice ♦♦♦♦ INTRODUÇÃO 2 ♦♦♦♦ ENQUADRAMENTO MACRO-ECONÓMICO ♦♦♦♦ CONJUNTURA DO MERCADO DOS CEREAIS E IMPACTO PARA

A INDÚSTRIA 4 ♦♦♦♦ A CONTINUADA CRISE DA SUINICULTURA 5 ♦♦♦♦ ESTRATÉGIA DA FILEIRA PECUÁRIA E AGROALIMENTAR 6 ♦♦♦♦ CONSTRANGIMENTOS E DESAFIOS DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

COMPOSTOS PARA ANIMAIS 7 ♦♦♦♦ REUNIÕES DA IACA E DA FILEIRA DO PORCO COM O SECRETÁRIO

DE ESTADO DA AGRICULTURA 11 ♦♦♦♦ A FILEIRA AGRO-ALIMENTAR NACIONAL E A GRANDE DISTRIBUIÇÃO 12 ♦♦♦♦ AUDIÊNCIA COM O SECRETÁRIO DE ESTADO

DAS FLORESTAS E DESENVOLVIMENTO RURAL 13 ♦♦♦♦ CONTINGENTE DE MILHO DE PAÍSES TERCEIROS 14 ♦♦♦♦ MAIS UMA CRISE DAS DIOXINAS ♦♦♦♦ ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS 15 ♦♦♦♦ APLICAÇÃO DE TAXAS AO SETOR DOS ALIMENTOS PARA ANIMAIS ♦♦♦♦ REAP – REGIME DE EXERCÍCIO DA ATIVIDADE PECUÁRIA 16 ♦♦♦♦ REUTILIZAÇÃO DAS FARINHAS DE CARNE 17 ♦♦♦♦ NOVA LEGISLAÇÃO PARA O SETOR:

- CATÁLOGO DE MATÉRIAS-PRIMAS PARA ALIMENTAÇÃO ANIMAL SUBSTÂNCIAS INDESEJÁVEIS

♦♦♦♦ FILEIRA DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL DEBATE CONTROLO DA QUALIDADE 18 ♦♦♦♦ REUNIÃO ENTRE A APED E A PLATAFORMA DA FILEIRA DA

CARNE DE PORCO 19 ♦♦♦♦ REFORMA DA PAC ♦♦♦♦ SECÇÃO DE FABRICANTES DE PRÉ-MISTURAS (SFPM) 21 ♦♦♦♦ ASSEMBLEIA ELEITORAL DA SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS ♦♦♦♦ ELEIÇÃO DOS ÓRGÃOS SOCIAIS DA IACA PARA O

MANDATO DE 2012-2014 22 ♦♦♦♦ ANÁLISE DO BALANÇO E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 23 ♦♦♦♦ CONCLUSÃO 24 ♦♦♦♦ INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR 26

- CONTRATOS COLETIVOS DE TRABALHO - ONS-CT 37 / ALIMENTOS PARA ANIMAIS 27 - MOVIMENTO ASSOCIATIVO 28 - REVISTA “ALIMENTAÇÃO ANIMAL” - ANUÁRIO IACA - INFORMAÇÃO SEMANAL - NOTAS DA SEMANA - INFO IACA - REUNIÕES INSTITUCIONAIS 29 - REPRESENTAÇÕES DA IACA - CALENDÁRIO DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES DA IACA EM 2011 31

♦♦♦♦ CONSELHO FISCAL 34 ♦♦♦♦ ASSEMBLEIA GERAL DA IACA DE 16 DE MARÇO DE 2012 35 ♦♦♦♦ ESTATÍSTICA DO SETOR 36 ♦♦♦♦ ANEXOS AO RELATÓRIO 48 ♦♦♦♦ LEGISLAÇÃO NACIONAL RESPEITANTE À INDUSTRIA 65 ♦♦♦♦ LEGISLAÇÃO COMUNITÁRIA APLICÁVEL AO SETOR 56

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RELATÓRIO DE ATIVIDADES ANO DE 2011

INTRODUÇÃO Em conformidade com os Estatutos, a Direção da IACA vem apresentar à Assembleia Geral de 16 de Março de 2012, o Relatório de Atividades e as Contas relativas ao Exercício de 2011. Como é tradicional, o Relatório de Atividades integra, para além do relato da atividade da IACA, todo um conjunto de informações, realçando os dossiers mais relevantes que acompanhámos como a análise da conjuntura do Sector, o impacto da subida dos preços das matérias-primas e a relação entre os fornecedores e a Grande Distribuição Organizada, para além da estatística da produção de alimentos compostos e o consumo de matérias-primas. Gostaríamos de pôr uma particular ênfase no facto de 2011 ter sido um ano de extrema exigência e de enormes preocupações, diríamos, dos mais difíceis que a Indústria já viveu no seu já longo historial, num clima de profunda instabilidade política e social, marcada pela austeridade, pela recessão e incerteza dos mercados a nível internacional e, particularmente, por uma ausência de apoios e estímulos à atividade económica.

ENQUADRAMENTO MACRO-ECONÓMICO O ano de 2011 foi um ano trágico para as empresas, consequência da grave crise económica e financeira que afetou a União Europeia e, muito especialmente, o nosso País, com reflexos muito negativos em toda a atividade empresarial, em particular nas indústrias da alimentação animal e nos sectores ligados à Fileira Pecuária. A crise da dívida soberana e a necessidade de financiamento de Portugal, a crise do Euro, e o efeito de contágio da situação na Grécia e as sucessivas indecisões na resposta dos responsáveis pela política financeira da União Europeia, criaram um clima de profunda instabilidade política em Portugal, consubstanciada na queda do Governo em 23 de Março e nas eleições legislativas antecipadas em 5 de Junho. Tal como aconteceu nos 2 anos anteriores e num quadro de acentuada recessão, os problemas estruturais não só não foram resolvidos como até se agravaram, criando maiores dificuldades e uma clara perda de competitividade da nossa Indústria e da pecuária nacional. Fortemente marcado pela crise e condicionado pelo plano de ajuda financeira de 78 mil milhões de Euros negociados com a Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional para os próximos 3 anos, tendo como contrapartida um exigente programa de austeridade e de reformas estruturais, com cortes na despesa pública e nos salários, aumento de impostos, restrições ao crédito das empresas e uma forte contração na atividade económica, e no consumo, o ano de 2011 foi um ano perdido, mantendo-se, infelizmente os principais estrangulamentos referidos no ano anterior: ���� A excessiva volatilidade dos preços das principais matérias-primas para a alimentação

Animal, consequência da especulação bolsista e dos mercados financeiros ���� As questões ambientais e de licenciamento, designadamente no quadro do REAP ���� A posição dominante das cadeias de distribuição com as consequências, para o tecido Empresarial, decorrentes das gravosas práticas comerciais e da crescente penetração das

marcas brancas ���� A incapacidade das empresas refletirem os aumentos dos custos (matérias-primas, energia, combustíveis) ao longo da cadeia de valor e no consumidor final, assistindo-se a uma redução dos preços ao produtor na generalidade dos produtos de origem animal

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���� A implementação das medidas muito gravosas e de discutível justificação no que toca ao bem-estar nas galinhas poedeiras (1 de Janeiro de 2012) e na suinicultura (1 de Janeiro de

2013), que necessitam de elevados investimentos ���� A absurda exigência da UE na aplicação de regras de segurança alimentar, bem-estar

animal, ambientais e de proteção social aos produtores e fabricantes europeus sem impor essas mesmas regras ou medidas equivalentes, aos produtos importados, provenientes de Países Terceiros

A excessiva volatilidade dos preços das principais matérias-primas em alta permanente e os prazos de pagamento, cada vez mais dilatados, por parte da produção pecuária, empurraram as indústrias da alimentação animal para além do limite da sua capacidade financeira e de endividamento; as fortes restrições no acesso ao crédito acentuaram as dificuldades das empresas, com a falta de liquidez a provocar situações de desespero e o encerramento de unidades fabris e de explorações pecuárias. Todas estas ocorrências e a permanente monitorização do mercado foram levadas ao conhecimento do novo governo, com quem iniciámos de imediato uma intensa colaboração e partilha de preocupações (que esperamos profícua). Infelizmente não são esperadas soluções imediatas dada a reduzida margem de manobra, quer pela ausência de instrumentos financeiros, quer devido ao imobilismo e incapacidade de ação de Bruxelas, fruto das divisões e interesses específicos de alguns Estados-membros. Podemos exemplificar o que acabámos de dizer com a situação que vivemos na suinicultura. Reconhecidas as dificuldades do sector ao nível europeu, desde o último trimestre de 2010, foi apenas na sequência do grave problema de dioxinas na Alemanha, e das suas fortes repercussões no mercado alemão (quebra de preços, bloqueio das exportações), que este país manifestou uma posição favorável à abertura da armazenagem privada de carne de suíno, o que acabou por acontecer durante o primeiro trimestre de 2011. Paralelamente a este processo, a Comissão Europeia decidiu criar uma Comissão Consultiva da Carne de Porco, alargada aos Estados-membros, que reuniu por diversas vezes durante o primeiro semestre e apresentou um conjunto de medidas concretas que visam a sustentabilidade do Sector. O Comissário Agrícola apresentou as conclusões ao Conselho Agrícola, que, apesar da sua premência não tomou quaisquer medidas, face às divergências dos seus membros. Algumas delas estão contempladas nas propostas de reforma da PAC pós-2013 mas o que o Sector necessitava era de medidas urgentes e não de adiamentos. Neste contexto, a conjuntura da nossa indústria dos alimentos compostos foi influenciada negativamente pela evolução da economia portuguesa, cujo PIB registou uma contração de 2.7% no último trimestre (-1.8% no trimestre anterior). A inflação fixou-se nos 3.7% contra os 1.4% de 2010, num ano caracterizado por níveis recorde da taxa de desemprego (14%), fortes quebras no investimento e no consumo (público e privado) e com níveis historicamente baixos em alguns indicadores, designadamente os relativos ao sentimento económico e à confiança dos consumidores. Face à redução do rendimento disponível, podemos assistir a um retrocesso das condições de vida para níveis semelhantes aos finais da década de 70. Infelizmente, as perspetivas para 2012 são de aumento do desemprego, maior conflitualidade e instabilidade social, perda de poder de compra e previsões de redução do PIB em 3.3%, o que significa maiores dificuldades. A conjugação destes fatores com as previsões internacionais e a agenda política da União Europeia, indiciam que muito dificilmente assistiremos a uma recuperação do mercado, sendo até de prever a manutenção da espiral recessiva nos próximos dois anos. Com uma pecuária em crise profunda e descapitalizada, a produção de alimentos compostos para animais, de acordo com as nossas estimativas, registou uma quebra global da ordem dos 2.5% em 2011, apesar da redução mais significativa no sector dos bovinos, registando-se importantes alterações estruturais ao nível da produção de alimentos para porcos. Confirma-se deste modo a tendência para a concentração da atividade e uma redução do chamado “mercado livre” face às integrações.

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CONJUNTURA DO MERCADO DOS CEREAIS E IMPACTO PARA A INDÚSTRIA

Tal como em 2010, a excessiva volatilidade e a especulação dos preços das principais matérias-primas, em particular dos cereais, constituiu uma das principais preocupações da IACA, quer a nível nacional, quer internacional. Para além das pressões sobre o Governo português, de que damos conta em diferentes capítulos deste Relatório de Atividades, no âmbito das nossas responsabilidades na FEFAC, pressionámos a Comissão Europeia a tomar medidas no sentido de eliminar os direitos de importação, quer no quadro das importações normais, quer nos contingentes com direitos tarifários (TRQ). Este tema foi levado ao Conselho Agrícola de 24 de Janeiro, com a FEFAC a elaborar um comunicado de imprensa, para além de uma carta que dirigiu á presidência do Conselho da União Europeia e ao Comissário Agrícola.

Na primeira reunião do Grupo da Suinicultura, realizada em Bruxelas, no dia 8 de Fevereiro, referimo-nos à conjuntura do mercado dos cereais, aos preços suportados pela Indústria e à situação de crise do sector, questionando se fizemos tudo o que era possível para inverter as tendências. Defendemos um conjunto de medidas como a suspensão imediata dos direitos à importação de cereais (trigo e cevada), analisámos o problema dos OGM e o impacto da tolerância zero, sendo urgente acelerar as aprovações de novos eventos (que já têm o parecer positivo da EFSA), sob pena de eventuais ruturas no aprovisionamento e agravamento de preços; a necessidade de regulação dos mercados financeiros para travar a especulação e volatilidade; os biocombustíveis e a utilização de cereais na produção de bioetanol; a utilização de farinhas animais e o apoio à produção de proteaginosas na União Europeia. Na questão dos OGM, referimos que não fazia sentido os Estados-membros votarem contra os novos eventos ou o fim da tolerância zero e depois solicitarem apoios à União Europeia para as produções pecuárias. Refira-se que outras intervenções reforçaram estes pontos de vista e centraram-se nas relações com a grande distribuição alimentar, na inovação, na implementação de uma taxa à exportação de cereais, ou os stocks estratégicos (medidas recusadas pela Comissão), os acordos bilaterais, a regulação e os mercados de futuros. Na sequência desta reunião, a Comissão apresentou uma proposta aos Estados-membros relativa à suspensão dos direitos à importação de cereais até final da campanha, o que veio a acontecer com um Regulamento publicado a 24 de Fevereiro, contribuindo para melhorar a fluidez do mercado, designadamente de trigo e cevada. Por outro lado, fortemente preocupados com a conjuntura do mercado dos cereais e as sucessivas altas de preços, a FEFAC e a COCERAL tiveram uma reunião com a DG AGRI em 16 de Maio para analisar a situação e perspetivas de mercado e o impacto na indústria e na produção pecuária europeias, ficando assente que, caso se assistisse a uma deterioração dos preços dos produtos animais, em particular na suinicultura, a Comissão Europeia estaria disponível para analisar algumas medidas como a modificação dos direitos de importação do sorgo e do centeio e o prolongamento da suspensão dos direitos de importação dos cereais que têm contingentes de importação tarifários (TRQ), designadamente trigo e cevada, para além de 30 de Junho. Porque estas medidas careciam de discussão e de apoio dos Estados-membros, enviámos, juntamente com a ACICO, uma carta ao GPP, no sentido desta proposta ser rapidamente discutida no Comité de Gestão dos Cereais, solicitando-se o apoio do governo português. Apelámos à FEFAC para que os nossos colegas a nível europeu desenvolvessem as mesmas iniciativas e fizemos igualmente um apelo às associações da pecuária para que nos apoiassem. Na sequência de todas estas iniciativas, a DG AGRI colocou na agenda do Comité de Gestão de 16 de Junho o cálculo dos direitos de importação para o centeio e o sorgo e a suspensão dos direitos de importação ao abrigo dos contingentes TRQ, a partir de 1 de Julho de 2011, medidas que viriam a ser contempladas.

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A CONTINUADA CRISE DA SUINICULTURA Para além dos preços das principais matérias-primas, em particular dos cereais, a crise do sector da suinicultura marcou de facto o início do ano de 2011. Na sequência do Conselho Agrícola de 24 de Janeiro, condicionado pelo caso das dioxinas na Alemanha e pelo agravamento da crise do sector suinícola e da Indústria de alimentos compostos para animais, teve lugar no dia 31 de Janeiro, uma audiência com o Ministro da Agricultura em que participaram a IACA, a FPAS e a APIC. Presentes, ainda, o Secretário da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e o subdiretor do GPP. O Ministro começou a sua intervenção dando conta do que se passou no Conselho Agrícola e das decisões tomadas, designadamente a abertura da armazenagem privada e da constituição de um Grupo de Trabalho (avaliação). entre o Comité de Gestão e o Grupo Consultivo da carne de porco (Comissão). A IACA, pelos contactos com Bruxelas e pelas relações com a FPAS, COPA/COGECA e GPP, acompanhou e participou nas reuniões do Grupo, representando a FEFAC. Quanto ao mercado, o Ministro falou de perspetivas positivas ao nível dos cereais porque se previa uma boa campanha mas relembrou que existem fatores que não controlamos como os preços dos combustíveis e a relação euro/dólar, referindo que é enorme a pressão para a contínua alta das matérias-primas com consequências graves em todo o Sector. Referiu estar preocupado e que trabalhou com o Ministério das Finanças para uma linha de crédito alargada para mais 50 milhões de € (o plafond dos 75 milhões de € foi esgotado) no quadro da linha de crédito para a agro-indústria e pecuária e que essa linha de crédito tem os benefícios do PME Investe, ou seja, seria abrangido o nosso sector. A FPAS salientou o problema de financiamento do Sector e o agravamento dos custos de produção, as perdas de 25 a 30 €/porco, o facto das fábricas de alimentos compostos já não poderem ser o principal financiador do sistema, sendo importante a linha de crédito, direto à suinicultura ou aos sectores que integram a Fileira. Quanto ao SIRCA lamentaram não ter sido promulgado o diploma para ser possível aplicar a nova taxa mas o Ministro respondeu que as eleições presidenciais não permitiram essa promulgação. Chamaram igualmente a atenção para o diploma que regula os prazos de pagamento da grande distribuição e que deve ser alargado às PME. O Ministro referiu que foi essa a ideia inicial mas contou com a oposição da Economia e do sector da distribuição, razão pela qual só se aplica às pequenas e micro empresas. A FPAS referiu-se ainda aos OGM e às farinhas de carne e reiterou o facto de que se nada for feito no curto prazo, os encerramentos serão inevitáveis. A IACA situou os problemas do Sector, justificou a questão dos OGM e a importância do fim da tolerância zero – alertámos para o facto de em Abril poderem chegar ao mercado milho e soja da América do Sul e sermos confrontados com ruturas de abastecimento -, a problemática dos biocombustíveis e a concorrência entre alimentação e energia, as farinhas de carne e a linha de crédito (medidas abordadas na intervenção da FPAS), a necessidade dos direitos de importação serem fixados a zero (suspensos) nos casos de contingentes tarifários para trigos e cevadas e o problema da volatilidade e especulação e a necessidade de regulação. O Ministro relembrou que nos OGM tem tido uma posição de apoio às nossas propostas, bem como nas farinhas de carne, mostrando-se preocupado com o problema dos biocombustíveis e o seu impacto nos preços da alimentação. Quanto à regulação, o Ministro concordou com a IACA e relembrou o G20 e a estratégia da França no quadro da sua presidência deste Grupo, salientando que essa regulação tem de ser assumida em bloco. Quanto às importações de cereais, deixámos uma cópia da carta que a FEFAC enviou para o Comissário Ciolos e que resultou das conclusões dos contactos que mantemos permanentemente no âmbito daquela organização europeia, integrando um Grupo de pressão constituído para o efeito. A APIC falou da armazenagem privada e da operacionalização do sistema levado a cabo pelo IFAP, com as candidaturas abertas a partir de 1 de Fevereiro. Portugal não podia ser surpreendido pelas candidaturas dos outros países porque a medida era atrativa. O Ministro deu prioridade a este assunto e instruiu o GPP para uma reunião com o IFAP e a APIC de forma a acelerar o processo. Foi ainda colocada a hipótese de suspensão da taxa SIRCA como medida

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excecional mas o Ministro referiu que se criava um problema de discriminação em relação a outros sectores. Admitiu, quando muito, e se tal fosse possível juridicamente, aplicar efeitos retroativos caso viessem a ocorrer atrasos na publicação da Portaria mas sempre à data do novo Decreto-Lei. Depois destas primeiras intervenções, voltou a insistir-se nos problemas de tesouraria e de liquidez, na pressão de pagamento das matérias-primas, dos atrasos de recebimento e pediu-se para a linha de crédito ter o aval do Estado, o que nunca aconteceu no passado. O Ministro prometeu fazer tudo o que estivesse ao seu alcance, em Portugal e em Bruxelas, no quadro da União Europeia para ajudar o Sector a ultrapassar as dificuldades, sem deixar de salientar que a margem de manobra era reduzida. Em conclusão, as medidas imediatas foram a implementação das ajudas à armazenagem privada e o reforço da linha de crédito, para além de, em Bruxelas, Portugal votar favoravelmente o fim da tolerância zero e pressionar no sentido de se acelerar a utilização das farinhas de carne e interceder pela suspensão de todos os direitos aplicáveis aos cereais e a outras matérias-primas, decisões comunitárias, que não dependem apenas de Portugal. Nesta perspetiva, continuámos a trabalhar no quadro da FEFAC, de outras organizações, da Comissão Europeia e junto dos eurodeputados portugueses, a pugnar por todas as medidas passíveis de serem utilizadas para nos ajudar a ultrapassar esta crise profunda. Finalmente, relembrámos ao Ministro António Serrano que o problema da Indústria se não resumia à suinicultura, sendo transversal a todos os sectores da pecuária. A seguir à audiência com o Ministro da Agricultura, foi operacionalizado o regime de armazenagem privada, que tem um quadro comunitário relativamente bem definido, e anunciado em Conselho de Ministros o alargamento da linha de crédito em mais 50 milhões de € para as empresas agrícolas e pecuárias.

ESTRATÉGIA DA FILEIRA PECUÁRIA E AGROALIMENTAR

Face ao agudizar da crise que se estendia a todos os sectores da atividade pecuária, a IACA tomou a iniciativa de propor um conjunto de ações a todas as organizações da Fileira (10 organizações, incluindo a FIPA), tendo sido entregue ao Governo, em 25 de Fevereiro, um documento que intitulámos “Uma Fileira Agroalimentar Unida pela Sua Sobrevivência”. Esta estratégia viria a ser validada pelos Associados numa Reunião Geral da Indústria, realizada em Fátima a 16 de Março. Para memória futura, o referido documento estratégico que, para além de ter sido entregue a diversos membros do Governo, foi enviado igualmente para a Assembleia da República e discutido na Presidência da República, é publicado em anexo.

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CONSTRANGIMENTOS E DESAFIOS DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS COMPOSTOS PARA ANIMAIS

Fortemente preocupados com a conjuntura e as perspetivas que se colocavam ao nosso sector, tendo em conta as dificuldades da pecuária e a instabilidade dos preços das principais matérias-primas, a IACA enviou em 29 de Junho, uma exposição à nova Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Drª Assunção Cristas, com conhecimento ao Secretário de Estado da Agricultura, Eng.º José Diogo Santiago Albuquerque, sobre os Constrangimentos e Desafios da Indústria de Alimentos Compostos para Animais. Para além de situarmos a importância do Sector no contexto da agro-indústria nacional e na competitividade da Fileira Pecuária, abordamos os problemas que consideramos mais relevantes como a política de aprovisionamento de matérias-primas para a alimentação animal, o REAP, a concorrência desleal, a cooperação institucional, a harmonização do IVA nos alimentos para animais e a concorrência face a Espanha, a relação entre a produção, indústria e grande distribuição alimentar e a biotecnologia, designadamente a política europeia em matéria de OGM, bem como o problema das regras impostas às produções nacionais e europeias (segurança alimentar, ambiente e bem-estar animal), sem garantir as mesmas exigências ao nível das importações de produtos provenientes de Países Terceiros. Para conhecimento dos Srs. Industriais, transcrevemos o teor do referido documento: “Excelência, A Direção da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais - vem por este meio cumprimentar Vossa Excelência pela coragem de aceitar exercer tão elevadas funções, numa conjuntura tão exigente e decisiva para o nosso futuro coletivo e desejar-lhe as maiores felicidades pessoais e profissionais no desempenho do cargo de Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território. No universo da indústria agroalimentar em Portugal, que movimenta anualmente um volume de negócios da ordem dos 14 mil milhões de €, 20% do total da indústria transformadora e 8% do PIB, os sectores das carnes (16%), do leite (11%) e dos alimentos compostos (9%) são os mais importantes, o que significa que a atividade ligada à pecuária é a que assume maior relevância social e económica no panorama da agro-indústria nacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentado das produções animais e para o equilíbrio do mundo rural. Os alimentos compostos representam o custo mais significativo das explorações pecuárias, variando entre 40% nos bovinos a 75% na avicultura de carne. As matérias-primas têm um peso de 80% nos custos de produção dos alimentos compostos para animais, donde se conclui que dos preços das matérias-primas depende a competitividade dos alimentos compostos e, consequentemente, a capacidade competitiva da pecuária portuguesa. Portugal não tem capacidade para aprovisionar o mercado da alimentação animal, dependendo cada vez mais (infelizmente) da Europa e de países exteriores à União Europeia o que nos coloca numa situação mais vulnerável face aos nossos principais concorrentes. Urge inverter esta situação e fomentar a produção nacional, sobretudo de cereais e matérias-primas proteicas, estimulando a contratualização entre a agricultura e a agro-indústria e a produção local e de proximidade. Por outro lado, a segurança da alimentação animal constitui um especto determinante para o bem-estar e saúde animal e, consequentemente, na garantia da qualidade dos produtos de origem animal e na proteção dos consumidores, ou seja, para além dos aspetos económicos e sociais, as questões ligadas à sanidade e higiene continuam a assumir um papel relevante na Sociedade, pelo que a alimentação animal é hoje um elemento central da cadeia alimentar, inquestionavelmente ligado à imagem de Qualidade e de Confiança nos produtos como a carne, o leite e os ovos produzidos em Portugal.

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Numa conjuntura particularmente adversa em que nos encontramos, com preços de matérias-primas em alta e condicionados pela excessiva volatilidade e especulação nos mercados internacionais, sem que seja possível repassar o aumento dos custos para o consumidor final, com fortes restrições no financiamento e acesso ao crédito e uma pecuária descapitalizada, com atrasos de pagamento dos alimentos compostos cada vez mais dilatados, são inúmeros os desafios e constrangimentos que se nos colocam e entre eles destacamos: os problemas ambientais (REAP); o aprovisionamento de matérias-primas; o IVA; a impossibilidade de utilizarmos farinhas animais e a dependência proteica; a problemática dos organismos geneticamente modificados (Biotecnologia/OGM); a concorrência desleal; e, principalmente, a relação desequilibrada entre a produção e a grande distribuição alimentar; têm vindo a penalizar fortemente a produção pecuária, restringindo os preços ao produtor e o desejável desenvolvimento da atividade. ���� Aprovisionamento de Matérias-Primas: Essenciais para o fabrico de alimentos compostos, as principais matérias-primas têm registado sucessivos agravamentos no mercado nacional, consequência da conjuntura dos mercados internacionais. Ao nível dos cereais, que representam cerca de 60% do consumo de matérias-primas da Indústria, em Junho de 2011, comparativamente a Junho de 2010, o preço do trigo registou um aumento de 65%, a cevada 73% e o milho 47%, pressionando, no sentido da alta, os preços das restantes matérias-primas utilizadas na alimentação animal, conduzindo a um agravamento nos preços dos alimentos compostos na ordem dos 30%, consequência igualmente da subida dos custos de outros fatores como a energia e os combustíveis. No mesmo período, os preços dos produtos animais ao produtor (carnes, leite e ovos) registaram, na maior parte dos casos, uma tendência de baixa dos preços, confrontando-se com margens negativas que põem em risco a rentabilidade e, consequentemente, a sobrevivência de inúmeras explorações agropecuárias no muito curto prazo. Para além da necessidade de tomar medidas no sentido de atenuar os efeitos negativos que decorrem da volatilidade excessiva e que põem em causa a estabilidade das políticas e estratégias de produção agrícola e de aprovisionamento das empresas, apoiamos a introdução de um plano europeu de fomento à produção europeia de oleaginosas e proteaginosas que privilegie a alimentação animal e uma estratégia que tenha em conta a reposição de stocks de segurança, sobretudo ao nível dos cereais. Saudamos a decisão recente da parte da Comissão Europeia de prorrogação da suspensão dos direitos de importação dos cereais de países terceiros, no âmbito dos contingentes tarifários (TRQ) e pensamos que neste quadro de tensões entre a oferta e procura de matérias-primas no mercado mundial, que decorrem do aumento da procura nas chamadas economias emergentes, deve ser repensada a política dos biocombustíveis, privilegiando-se a alimentação, humana e animal, em detrimento de outras utilizações. ���� REAP – Consideramos que o Regime de Exercício da Atividade Pecuária (REAP) é necessário ao planeamento e desenvolvimento sustentado da produção pecuária e à melhoria da sua imagem junto dos consumidores e da opinião pública em geral. Representa igualmente uma oportunidade para uma produção ecologicamente mais eficiente. Receamos no entanto que as restrições legais e a operacionalização do licenciamento possam conduzir ao desaparecimento de um grande número de explorações, pondo em causa a viabilidade da produção. Em nossa opinião, torna-se necessária a revisão da legislação atualmente em vigor, tendo em conta as propostas já apresentadas pelos diferentes sectores da Fileira pecuária. ���� Concorrência Desleal: A alimentação animal não se esgota no sector dos alimentos compostos para animais. Estes apenas representam cerca de 1/3 do total, sendo o restante constituído por matérias-primas, forragens e misturas fornecidas aos animais e que, na maior parte das vezes, não são controlados pelas autoridades oficiais. Tem sido nesta perspetival que temos alertado as autoridades para a proliferação das misturas de matérias-primas, sobretudo ao nível da alimentação de vacas leiteiras, cujos operadores carecem de um enquadramento legal, desde que produzam misturas que não incorporem aditivos ou vitaminas. O facto é que temos conhecimento de que uma parte significativa das misturas fornecidas ao mercado por esses operadores são constituídas por aditivos e vitaminas e, como tal, deveriam constar da lista de fabricantes de alimentos compostos autorizados, pelo que, na prática, a indústria de alimentos compostos para animais está a ser vítima de um processo de concorrência desleal, para além de

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se estar a contribuir, por ausência ou ineficácia ao nível das ações de controlo e fiscalização, para pôr em causa a segurança dos produtos de origem animal. ���� Cooperação Institucional: Ao longo dos 40 anos de história da IACA, a cooperação com as diferentes estruturas da Administração Pública tem sido um dos vectores estratégicos do nosso funcionamento, designadamente com a Direção Geral de Veterinária (DGV) ou o Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP). Tendo como objetivo a partilha de posições e de conhecimento sobre o funcionamento dos mercados agroalimentares ou a evolução da legislação e de dossiers que se discutem em Bruxelas e tirando partido da nossa filiação e representatividade ao nível internacional, pensamos que deveriam ser reativados quer o Conselho Consultivo da Alimentação Animal (DGV), quer as Comissões Consultivas Sectoriais que funcionaram no Gabinete de Planeamento. Temas claramente estratégicos como a PAC pós-2013, os OGM, as Alterações Climáticas, a Sustentabilidade ou a discussão de instrumentos e medidas de natureza política com impacto na nossa competitividade não devem deixar de ser debatidos com as organizações representativas dos diferentes sectores, numa óptica de Fileira.

���� IVA: O diferencial da taxa do IVA entre Portugal e Espanha ao nível de muitos produtos e no nosso caso, nos alimentos para animais de companhia ou nos alimentos para cavalos (8% em Espanha contra 23% em Portugal) também deve ser um aspeto a ser equacionado pelo novo Governo. Na situação atual o sector perde clara competitividade, fomentando-se a fuga ao IVA e o comércio transfronteiriço de alimentos compostos, muitas vezes sem qualquer controlo. Todos os estudos levados a cabo pela IACA demonstram que a redução do IVA seria compensada por um ganho de receita fiscal, conduzindo igualmente ao investimento em unidades fabris, geradoras de emprego e potenciando o aumento da produção nacional. Numa altura em que se discutem eventuais alterações ao regime do IVA, consideramos da maior importância a inclusão de todos os géneros alimentícios e alimentos para animais à taxa reduzida de 6%. ���� Grande Distribuição: É hoje um dado adquirido que a crise que tem afetado a pecuária e os baixos preços na produção, tem ficado a dever-se a uma relação profundamente desequilibrada entre a produção, a indústria e as cadeias de distribuição. A própria Comissão Europeia reconheceu esta situação na sua comunicação ao Conselho sobre o funcionamento da cadeia alimentar, tendo criado fóruns de discussão ao mais alto nível para inverter esta tendência. No âmbito da comunicação sobre a revisão da PAC pós-2013, aborda-se igualmente a relação dos produtores na cadeia alimentar. Práticas abusivas como o não cumprimento de prazos de pagamento, vendas abaixo do custo e o peso crescente das marcas brancas devem ser fortemente combatidas, de forma a ser possível um maior equilíbrio e maior transparência no mercado. Profundamente descapitalizados, a difícil situação dos produtores tem arrastado muitas fábricas de alimentos compostos, que se confrontam com prazos de pagamento cada vez mais dilatados no tempo, com elevados encargos financeiros e riscos de encerramento no curto prazo. ���� Biotecnologia: Um outro problema que importa reter e diretamente ligado ao aprovisionamento de matérias-primas para a alimentação animal, prende-se com a polémica em torno dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM). Cada vez mais cultivados nos países terceiros, têm sido objeto de grande controvérsia na União Europeia porque se trata de um dossier muito politizado e não centrado na ciência e no conhecimento científico, ignorando-se, não raras vezes, as recomendações da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA). Na prática, tem sido vedado à Europa o acesso a matérias-primas em disponibilidade suficiente para aliviar a pressão nos preços de mercado e travar eventuais especulações. A Comissão acaba de aprovar a introdução de uma tolerância (0.1%) na importação de transgénicos já autorizados pela EFSA mas que aguardam ainda a decisão das instituições europeias. Em nossa opinião, esse limiar (solução técnica) é ainda incipiente e deverá ser alargado igualmente à alimentação humana, para além da alimentação animal. Por outro lado, pensamos ser essencial a aceleração dos processos de aprovação de novos eventos (15 meses nos EUA contra 30 meses na União Europeia). De acordo com estudos levados a cabo pela DG AGRI, a atual política comunitária de aprovação de eventos transgénicos, com riscos acrescidos ao nível de um potencial bloqueio na importação de matérias-primas como a soja, milho e derivados, tem um custo total para a Fileira Pecuária

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europeia na ordem dos 9.6 biliões de €. Este aspeto é tanto mais importante quanto é sabido que até 2015 está prevista a comercialização de 124 novos eventos geneticamente modificados. Numa altura em que se debate o futuro da Política Agrícola para o período pós-2013, a qual em nossa opinião, tem de assumir uma vertente claramente virada para a produção de bens alimentares mas sem perder de vista outras funções como a proteção do ambiente, a preservação da paisagem e o ordenamento do território, é altura de questionar se Portugal e a União Europeia querem manter e desenvolver as produções pecuárias ou se preferem apostar na importação de produtos provenientes de países como os EUA, Brasil ou a Argentina, pondo em causa a autossuficiência alimentar da Europa e uma parte importante do mundo rural e a sua sustentabilidade e viabilidade no médio e longo prazo. Como é possível exigir regras restritivas em matéria de segurança alimentar, ambiente e bem-estar animal, fatores que geram custos para as empresas e lhes retiram competitividade, ignorar as novas tecnologias e não ser coerente ao nível das importações de países terceiros de produtos finais como a carne, o leite e os ovos? Como vai ser possível suportar esta situação, quando as unidades de alimentos compostos estão a restringir a atividade, de forma a diminuir os riscos dos incobráveis e as linhas de crédito e outras medidas de relançamento da atividade económica não resolvem, no terreno, os problemas concretos? A agropecuária é essencial para que se evite o abandono, a desertificação, se produzam alimentos, se assegure a soberania alimentar e o equilíbrio da balança de pagamentos, a preservação da paisagem, dos recursos naturais e a aposta no agroturismo. Nesta perspetiva, valorizar e dignificar o Mundo Rural deve ser um compromisso de todos. Com a certeza de que Vossa Excelência partilha de muitas destas nossas preocupações, a Direção da IACA, manifestando inteira disponibilidade de colaboração com o seu Gabinete e com os diferentes serviços do seu Ministério, vem solicitar um pedido de audiência o mais brevemente possível, de forma a discutirmos todos estes pontos em maior profundidade. “ Preocupados com a degradação da conjuntura do Sector e com as consequências da crise da pecuária, que arrasta a nossa Indústria, a IACA desdobrou-se em contactos, quer com o Governo e Administração Pública, quer com outras organizações, no sentido de defender os pontos de vista e os interesses, legítimos, dos seus associados. Na sequência da exposição e da resposta que nos foi enviada, desenvolvemos contactos com o Gabinete da Ministra, no sentido de podermos ser recebidos rapidamente, com a urgência que a situação merecia porque estava em causa a sobrevivência da Fileira Pecuária. Por outro lado, fruto da atuação conjunta com a FPAS e a APIC, insistimos no reforço do pedido de audiência pelo drama vivido na suinicultura e que se alastrava a outros sectores da pecuária, afetando profundamente a nossa Indústria, confrontada com prazos de recebimentos cada vez mais dilatados (na ordem dos 4 a 5 meses) e prazos de pagamento das matérias-primas cada vez mais curtos. Na altura referimos que “as dificuldades de tesouraria são evidentes, muitos produtores pecuários estão a entregar as explorações como ativos e se nada for feito será a rutura no muito curto prazo”. De acordo com as nossas estimativas, tendo como base informações recolhidas junto das empresas associadas, a nossa Indústria necessitaria de cerca de 75 milhões de €/mês para a compra de matérias-primas e as dívidas dos produtores eram da ordem dos 350 milhões de €. Uma situação claramente insustentável.

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REUNIÕES DA IACA E DA FILEIRA DO PORCO COM O SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA

REUNIÃO DA IACA COM O SECRETÁRIO DE

ESTADO DA AGRICULTURA

Por solicitação da IACA reuniram-se com o Secretário de Estado da Agricultura, Eng.º José Diogo S. Albuquerque, o Diretor Pedro Folque e o Sec. Geral Jaime Piçarra. O primeiro agradeceu a disponibilidade e relembrou os objetivos pretendidos com esta reunião, nomeadamente a discussão dos problemas que afetam o Sector da Alimentação Animal e que tinham sido previamente referenciados em carta enviada em 29.06.2011. Alertou para a actual situação da Pecuária Nacional, que conduz a Indústria de Alimentos Compostos e Pré-Misturas Nutricionais para uma rotura financeira no muito curto prazo. O Eng.º. Jaime Piçarra desenvolveu os diferentes pontos (aprovisionamento de matérias-primas e consequências negativas que decorrem da excessiva volatilidade, REAP, concorrência desleal, cooperação institucional, IVA, grande distribuição, revisão da PAC e biotecnologia). Defendeu a necessidade de os diferentes representantes de Portugal em Bruxelas terem posições coerentes na defesa dos interesses do País. Em resposta, o Eng.º. José Diogo S. Albuquerque agradeceu a colaboração da IACA e destacou as questões do REAP e da Grande Distribuição como as áreas em que prometeu intervir, partilhando das posições transmitidas pela IACA, dadas as suas atuais limitações orçamentais. Em relação à biotecnologia (apesar de, em termos pessoais e do GPP ter vindo a apoiar as nossas posições) e ao IVA não se comprometeu, em virtude de ter de ouvir a opinião de outros governantes e muito concretamente da Ministra. Sublinhou que seria prioridade do Ministério a defesa da “Produção Nacional”, o funcionamento equilibrado da cadeia alimentar (em conjunto com o Ministério da Economia) e a alteração do comportamento de alguns agentes da Administração Pública (menos fiscalizadores e mais “parceiros de negócio”). A IACA agradeceu a disponibilidade do SEA e reiterou a importância de apoiar rapidamente a Fileira Pecuária – recordando os apoios à pecuária em Espanha - dada a impossibilidade de repassar os aumentos de custos de produção para o consumidor final e face às dívidas já acumuladas junto da Industria e que decorrem dos atrasos de pagamento. Caso contrário, o Sector iria entrar em colapso rapidamente.

REUNIÃO DA FILEIRA DO PORCO COM O SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA

Na reunião com o SEA, Eng. José Diogo S. Albuquerque, a Fileira do Porco esteve representada pela FPAS (David Neves, Simões Monteiro), APIC (Laurentina Pedroso, Mário Guarda) e IACA (Pedro Folque, Jaime Piçarra); também presente, a convite da FPAS, o representante de Portugal no COPA-COGECA, António Tavares. Após uma breve apresentação do SEA e das prioridades iniciais da sua Secretaria (PRODER e Parcelários), as associações presentes intervieram, salientando a conjuntura atual, recordando o texto que serviu de base ao pedido de audiência à Ministra Assunção Cristas em 26 de Julho, realçando diferentes pontos:

���� O colapso iminente da Fileira, devido à falta de liquidez e apoio bancário e a situação dramática e de desespero que se vive atualmente.

���� Não haver prazos de pagamentos estabelecidos para produtos perecíveis, ao nível das

PME (necessidade de alteração do atual Decreto-Lei).

���� Os prazos de pagamentos da grande distribuição e o não pagamento das verbas do PRODER.

���� Relativamente a uma eventual alteração do IVA, não deve incidir nos produtos

transformados uma vez que criará ainda mais problemas para o Sector.

���� As dificuldades de exportação de produtos animais Portugueses para mercados importantes como a China, Japão e América do Sul, com elevado potencial.

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���� A reconversão das explorações em termos de bem-estar animal, até ao final de 2012. ���� Licenciamento ambiental da indústria agroalimentar. ���� Reformulação do REAP

���� Aplicação do SIRCA, num modelo semelhante ao que vigora em França – pagamento

pelo consumidor.

���� Entrega de um documento conjunto da Fileira com os principais problemas e as propostas de soluções, passado em revista ao longo da audiência.

Como resposta, o SEA voltou a sublinhar as suas limitações orçamentais para intervir na liquidez das empresas. Defendeu o conceito de “Produzir Nacional”, a concentração da oferta para valorizar o produto “Porco” e o Interprofissional na cadeia alimentar. Prometeu intervir a nível do REAP (revisão da legislação, indo ao encontro das propostas das organizações), SIRCA e tentar juntar a Fileira com Grande Distribuição e a Banca, para uma conciliação de interesses. Prometeu dar conta das conclusões da reunião e das preocupações da Fileira à Ministra da Agricultura no sentido de minorar os problemas. Face à insistência na resolução dos problemas financeiros e de liquidez (aliviar a pressão financeira, reestruturação da dívida), o SEA prometeu que iria analisar a situação no quadro dos instrumentos de que dispõe (referimos o exemplo de Espanha) mas não assumiu qualquer compromisso. Reiterámos a ideia de que sem qualquer intervenção neste sentido seria o colapso de toda a Fileira, com o consequente encerramento de unidades, o aumento do desemprego e da nossa dependência externa.

A FILEIRA AGRO-ALIMENTAR NACIONAL

E A GRANDE DISTRIBUIÇÃO Na sequência das iniciativas levadas a cabo durante o início do ano ainda com o anterior Governo, em que elaborámos o Documento que acabamos de transcrever e dos contactos que mantivemos com os novos responsáveis pelo Ministério da Agricultura (MAMAOT) que culminaram com as audiências de 11 de Agosto com o Secretário de Estado da Agricultura, não baixámos os braços e face à gravidade da conjuntura que atravessa a Fileira Pecuária e, consequentemente, a nossa Indústria, convocámos todas as organizações pecuárias e do setor agroalimentar para uma nova reunião que se realizou a 1 de Setembro. Fazendo o ponto de situação de cada Sector, concluímos que a situação era bem pior que a caracterizada no documento de Fevereiro, existindo uma urgente necessidade de financiamento para que o mercado e as empresas possam funcionar. No caso do sector do leite, os produtores sentiam enormes dificuldades na aquisição de reservas alimentares para os seus animais, confrontando-se com aumentos de preços na alimentação (mais 6 € na silagem) e preços no leite à produção estabilizados em baixa, consequência do comportamento da grande distribuição. Por outro lado foram importados cerca de 100 milhões de € em produtos lácteos desde o início do ano. Na suinicultura, o sector estava à beira do colapso; as unidades de alimentos compostos deixaram de poder financiar a atividade e receia-se que possam desaparecer 50% das explorações no muito curto prazo. A situação tem sido agravada pela grande distribuição, sendo necessário sensibilizar este sector e a Banca para apoiar a produção nacional. Foram ainda expressas as preocupações de eventuais aumentos na taxa do IVA e o seu impacto na quebra do consumo, medidas previstas no memorandum de entendimento do Governo com a Troika. O funcionamento do PRODER e as dificuldades na obtenção das verbas nacionais para garantir o cofinanciamento das medidas constituía um outro problema adicional, apesar dos 25 milhões já garantidos e do esforço desenvolvido para se garantir mais 30 milhões até final do ano. Algumas garantias bancárias, uma das nossas reivindicações, foram entretanto desbloqueadas mas muito ainda há a fazer para que o Programa possa cumprir os objetivos para que foi criado e vá ao encontro das necessidades das empresas. Outra nota positiva respeita prende-se com o PME Investe e a decisão das empresas poderem solicitar a extensão do crédito por um período de 12 meses. Dois aspetos importantes mas claramente insuficientes para garantir a sustentabilidade da

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Fileira. Procurando sintetizar as conclusões da reunião, os diferentes sectores consideraram que a conjuntura é particularmente difícil e que se agravou relativamente à reunião de Fevereiro que culminou com a entrega do Documento da Fileira ao Governo de então e cuja cópia fizemos chegar à atual Ministra da Agricultura e Secretário de Estado a seguir à tomada de posse. Foram identificadas como questões mais prementes, para além do problema das matérias-primas, que não depende de Portugal, o financiamento/liquidez/relação com a Banca, o REAP e a relação com a grande distribuição. Quanto ao financiamento, o Ministério estava a trabalhar num pacote de medidas de apoio ao sector agrícola e pecuário e no que respeita ao REAP existe margem de manobra e sensibilidade para a revisão do atual diploma, tendo em conta os pontos de vista da Pecuária. Foi então decidido avançar com propostas concretas relativamente à relação com a grande distribuição, explorando o atual momento político e as declarações recentes de alguns membros do Governo que têm insistido neste ponto como dossier prioritário. Ficou então decidido apresentar ao Governo um documento que apresenta uma nova visão do relacionamento com a grande distribuição e que intitulámos “Um novo Modelo de relacionamento com a grande distribuição é essencial para garantir a sustentabilidade da Fileira Agroalimentar Nacional”, propostas essas que foram entregues à Ministra da Agricultura e ao Ministro da Economia em 23 de Setembro e que divulgamos em anexo. Refira-se que as nossas propostas foram bem acolhidas pelo Gabinete da Ministra e pelo GPP, sendo enquadradas no âmbito da PARCA – Plataforma de Acompanhamento das Relações da Cadeia Alimentar, criada em 15 de Novembro de 2011, através do Despacho nº 15 480/2011.

AUDIÊNCIA COM O SECRETÁRIO DE ESTADO DAS FLORESTAS E DESENVOLVIMENTO RURAL

Na sequência dos contactos desenvolvidos pela IACA, de uma forma autónoma ou em conjunto com outras organizações, a Plataforma da Fileira da Carne de Porco (IACA/APIC/FPAS) reuniu no dia 18 de Outubro com o Eng.º Daniel Campelo, Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural (SEFDR) que estava acompanhado pela Diretora da DGV. As 3 organizações deram conta da situação da Fileira e do agudizar da crise, cuja amplitude é bem maior que a vivida em Julho, uma situação insustentável e para o qual o financiamento é crucial, ao que o SEFDR referiu que infelizmente são todos os sectores a viver esse drama e que compreendia os problemas que afetam toda a Fileira. Na agenda de trabalhos analisaram-se pontos tão diversos como a reestruturação da DGV em DGAV (Direção Geral de Alimentação e Veterinária), o REAP, o Plano de Erradicação da Doença de Aujezcky (PCEDA), o SIRCA, o controlo da alimentação animal, ponto de situação dos alimentos medicamentosos, o IVA, os aumentos dos custos decorrentes da utilização da água a partir da rede pública (com grande impacto nos matadouros), as relações com a grande distribuição e a biotecnologia/OGM.

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CONTINGENTE DE MILHO DE PAÍSES TERCEIROS No J.O. nº 343 de 29/12/2010 foi publicado o Regulamento (UE) nº 1262/2010 da Comissão, que estabeleceu que o concurso ficaria aberto até esgotamento do contingente ou, o mais tardar, até 31 de Maio de 2011. As datas de apresentação de propostas dos concursos parciais realizados neste prazo foram fixadas no Anúncio do Concurso nº 2010/C/ 355/12. Tendo o primeiro concurso sido aberto no dia 13 de Janeiro, os restantes concursos decorreram nas seguintes datas: ���� 27 de Janeiro de 2011 ���� 10 e 24 de Fevereiro de 2011 ���� 10 e 24 de Março de 2011 ���� 14 e 28 de Abril de 2011 ���� 12 e 26 de Maio de 2011 Uma vez que os direitos aduaneiros foram fixados a zero pela Comissão Europeia, as importações ao abrigo do contingente foram incluídas nas importações consideradas como normais, provenientes de Países Terceiros, uma vez que não tinha sentido a fixação de quaisquer abatimentos.

MAIS UMA CRISE DAS DIOXINAS Na Alemanha, na sequência de análises a dioxinas efetuadas a alimentos para galinhas poedeiras e cujos resultados foram de 1.56 mg/kg, 2 vezes superiores ao limite legal estabelecido, as autoridades decidiram encerrar várias explorações no início de 2011, assistindo-se, posteriormente, a um embargo das exportações alemãs de carne de porco. Num comunicado de imprensa, o Presidente da FEFAC, Patrick Vanden Avenne, exprimiu a sua satisfação pelo facto dos programas de autocontrolo implementados pela indústria de alimentos compostos terem permitido descobrir a contaminação por dioxinas, de ácidos gordos provenientes da indústria do biodiesel. Estes produtos, declarados “apenas para utilização técnica”, acabaram por ser utilizados na produção de gorduras para a cadeia da alimentação animal. Salientou ainda o facto das empresas de alimentos compostos que receberam o produto em causa estarem a colaborar com as autoridades, comprovando-se a eficácia do sistema de rastreabilidade. Finalmente, a FEFAC chamou a atenção das autoridades europeias para a necessidade das empresas fornecedoras de misturas de gorduras e de ácidos gordos desenvolverem sistemas de rastreabilidade, em particular quando se tratam de empresas que fabricam produtos para uso técnico. Face a esta situação, a Comissão Europeia decidiu apresentar um plano de monitorização das dioxinas que desde o início contou com uma minoria de bloqueio de alguns Estados-membros, entre os quais Portugal que considerou a proposta desproporcionada e com custos de controlo incomportáveis para a Indústria. Depois de várias reuniões e de várias pressões da FEFAC e das Associações filiadas junto das respectivas autoridades, a Comissão acabou por aprovar um plano de monitorização mais de acordo com os interesses do Setor.

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ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS Devido à firme oposição de países como a Polónia, Hungria, Luxemburgo, Grécia, Lituânia e Letónia, e à necessidade de convencer a França a votar favoravelmente, foi adiada a votação da proposta de colocar um ponto final na tolerância zero nos OGM (LLP – Low Level Presence) para o dia 22 de Fevereiro. Foi assim aprovada, por maioria qualificada, a proposta da Comissão que introduz uma tolerância de 0.1% de OGM nos alimentos para animais no caso da presença de eventos transgénicos autorizados nos países terceiros exportadores e ainda não aprovados na União Europeia mas com parecer positivo da EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos). Embora o limite seja relativamente incipiente, trata-se de um passo importante e fundamental para o fim da política de tolerância zero e uma medida para a qual temos vindo a insistir desde há muito tempo. Recorde-se que maiorias qualificadas em matéria de OGM são uma raridade pelo que imperou neste processo algum bom senso da parte da maior parte dos Estados-membros, a que não será alheia a crise da pecuária. O passo seguinte, em 2012, será o de estender esta tolerância à alimentação humana e tentar aumentar o limiar para níveis que permitam a importação de matérias-primas sem problemas e evitando possíveis bloqueios ou ruturas de abastecimento de milho, soja e respectivos derivados.

APLICAÇÃO DE TAXAS AO SETOR DOS ALIMENTOS PARA ANIMAIS

Em 22 de Julho, fomos surpreendidos por uma Circular da DGV relativa à aplicação de taxas aos estabelecimentos do Setor dos alimentos para animais no âmbito dos controlos oficiais, no quadro do Decreto-Lei nº 178/2008, de 16 de Agosto e do Reg. (CE) nº 882/2004 sobre os controlos dos alimentos para animais e géneros alimentícios. De imediato fizemos sentir à DGV o nosso descontentamento perante esta situação porque constitui mais um custo para as empresas, agravando as suas já débeis condições de funcionamento. Esta taxa não podia ser aplicada em pior altura. Recordamos que em 2008, em contactos na altura com a DGV, foi possível sensibilizar as autoridades para os nossos argumentos e o pagamento da taxa, prevista na legislação, nunca foi aplicado. Aqui deixamos expresso o documento enviado à então Diretora Geral de Veterinária, Drª Susana Pombo, em 28 de Julho de 2011: “Na sequência dos contactos já mantidos com a DGV, designadamente com o Dr. José Manuel Costa, sobre a Circular relativa às taxas aplicáveis ao Sector dos Alimentos para Animais no âmbito dos controlos oficiais, considerando a situação crítica que atravessamos, vimos reiterar a nossa opinião de que esta taxa não poderia ter vindo em pior altura. O setor confronta-se com um conjunto de custos extremamente elevados e que decorrem dos preços das matérias-primas, extremamente voláteis e instáveis, acompanhados da alta dos preços da energia e dos combustíveis. Os cereais já sofreram agravamentos superiores a 60% no último ano e os alimentos compostos tiveram aumentos da ordem dos 30% que os produtores pecuários não têm conseguido transferir para o consumidor final. As margens da produção pecuária são negativas e os atrasos de pagamento são cada vez mais dilatados (nalguns casos, da suinicultura, 5 meses), estimando-se uma dívida da pecuária à nossa Indústria na ordem dos 350 milhões de €. Por outro lado, os prazos para a compra de matérias-primas têm sido cada vez mais curtos, necessitando o nosso Setor de cerca de 75 milhões de €/mês para satisfazer estas necessidades. Sem rentabilidade, muitas explorações pecuárias estão a entregar os animais e respetivas instalações como ativos às unidades fabris. Vivemos uma situação de verdadeira asfixia financeira, com perspetivas de encerramento de inúmeras pecuárias e unidades fabris no muito curto prazo, se não existirem alterações da conjuntura atual. A situação é dramática para a Fileira que já não pode suportar quaisquer sobretaxas.

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É neste contexto, de enormes dificuldades, que fomos surpreendidos com a aplicação desta taxa que não deixa de ser mais um custo para as empresas e que vem agravar as já débeis condições de funcionamento do nosso tecido empresarial, pelo que a IACA não pode deixar de expressar o seu protesto e preocupação que decorre da implementação desta medida, solicitando desde já a sua imediata suspensão. Em nome da competitividade e sustentabilidade do Setor.” Em resposta às nossas preocupações, a DGV referiu-nos que esta taxa já estava a ser aplicada, desde 2008 aos sectores que operam em produtos de origem animal e que a Comissão Europeia – tendo como objetivo a harmonização dos procedimentos nos Estados-membros -, bem como auditorias internas, “forçaram” a implementação da legislação. Em nossa opinião, para esta decisão terá contribuído a situação em que Portugal se encontra e a necessidade de aumentar as receitas e reduzir o deficit, deixando pouca margem de manobra à DGV, que compreende a situação em que o Setor se encontra e partilha inteiramente das nossas preocupações. Esperemos que esta taxa represente uma melhor atuação ao nível do controlo e fiscalização da qualidade das matérias-primas, de todos os operadores e que contribua para colocar um ponto final na concorrência desleal que tantas vezes temos denunciado. É o mínimo que podemos e devemos exigir, uma melhor eficácia de atuação das autoridades oficiais.

REAP – REGIME DE EXERCÍCIO DA ATIVIDADE PECUÁRIA

Preocupada com a operacionalização do REAP e o impacto que este processo está a ter no licenciamento das explorações pecuárias, sobretudo tendo em conta os prazos previstos no Decreto-Lei nº 78/2010, de 25 de Junho, a IACA enviou, em finais de Dezembro de 2010, com resposta em Janeiro de 2011, uma exposição à Diretora Geral de Veterinária, na sua qualidade de Presidente da respetiva Comissão de Acompanhamento. Fizemos sentir igualmente as nossas preocupações ao Dr. Fragoso de Almeida, na sua qualidade de coordenador do Grupo interministerial, de ligação, entre outras entidades, com o Ministério do Ambiente (Grupo de Trabalho). A profunda crise que o Setor pecuário e a Indústria de alimentos compostos estão a atravessar aconselha maior bom senso na implementação prática do REAP. De resto, outras organizações como a FPAS, FEPASA, CAP e CONFAGRI manifestaram igualmente as suas apreensões, quer ao Ministérios da Agricultura, quer ao do Ambiente, no sentido de dispormos de um Regime que tenha em conta a realidade nacional e, mais importante, que não constitua um entrave ao futuro da atividade pecuária em Portugal. Nesta perspetiva e face às pressões existentes, o Ministério da Agricultura informou que os prazos seriam adiados por mais 6 meses, de 31 de Dezembro para 30 de Junho (pedido de regularização da atividade, artigo 67º) e de 31 de Março para 30 de Setembro (atualização de registos e reclassificação das explorações, artigo 66º), de acordo com uma proposta do MADRP). Mais tarde, em Novembro, na sequência de contactos das organizações, entre as quais a IACA, o novo Governo publicava o Decreto-Lei nº 107/2011, de 16 de Novembro, que introduzia novas alterações ao REAP, alterando, uma vez mais os prazos para os processos de regularização e de reclassificação para 31 de Março de 2013. Os novos responsáveis do MAMAOT reconheceram igualmente que a legislação base tem de ser revista, à luz da experiência de funcionamento do Decreto-Lei e das reivindicações do sector pecuário. As questões ambientais, a par do problema das matérias-primas e do funcionamento da grande distribuição alimentar são neste momento os principais problemas que se colocam ao nosso sector, exigindo uma posição concertada da parte de todas as organizações com interesse na atividade pecuária, junto do poder político.

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REUTILIZAÇÃO DAS FARINHAS DE CARNE

O tema da reutilização das farinhas animais foi recorrente ao longo de 2011, sobretudo ao nível da redução dos custos da suinicultura, tendo sido confirmada esta intenção pelas autoridades de Bruxelas. No entanto, conscientes de que a Comissão Europeia poderia avançar na revisão do Reg. (CE) nº 999/2001, sem a definição de uma tolerância e impondo a separação de linhas, ou seja, exigindo unidades dedicadas, a FEFAC, em nome da indústria europeia de alimentos compostos para animais, enviou uma carta ao Comissário Dalli, considerando que seria prematura a reintrodução das farinhas de carne (farinhas de aves para suínos e farinhas de suínos para aves) nas condições propostas pela DG SANCO. De acordo com a FEFAC, mais de 90% das unidades fabris existentes na União Europeia (4 000) não têm linhas dedicadas, pelo que a implementação das propostas da Comissão iria contribuir para a criação de eventuais distorções de mercado, conduzindo a perdas de competitividade da maior parte das empresas de alimentos compostos para animais. Foram basicamente estes os argumentos utilizados, no sentido de pressionar a Comissão a introduzir uma tolerância analítica, de forma a permitir uma utilização nas unidades multi- espécies. Em algum momento, a indústria europeia de alimentos compostos para animais e muito menos a IACA, se assumiu contra a reutilização das farinhas de carne nas aves e nos suínos. Pelo contrário, sempre se defendeu a sua incorporação, garantida a segurança alimentar, mas desde que salvaguardados os legítimos interesses da indústria de alimentos compostos para animais. A proposta da Comissão começou a ser discutida em Outubro, no âmbito do Comité Permanente e a nova legislação poderá entrar em vigor a partir de Julho de 2012.

NOVA LEGISLAÇÃO PARA O SETOR: CATÁLOGO DE MATÉRIAS-PRIMAS PARA ALIMENTAÇÃO ANIMAL E

SUBSTÂNCIAS INDESEJÁVEIS Foi publicado o Reg. (UE) nº 575/2011 da Comissão, de 16 de Junho de 2011 relativo ao Catálogo de Matérias-Primas para Alimentação Animal, no quadro do artigo 24º do Reg. (CE) nº 767/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de Julho de 2009, sobre a colocação no mercado e utilização de alimentos para animais. Recordamos que foi desenvolvida uma primeira versão do Catálogo de matérias-primas para a alimentação animal, no âmbito do Reg. (UE) nº 242/2010 da Comissão, de 19 de Março de 2010. Posteriormente, esta versão foi alterada, a partir do contributo dos operadores do Sector e suas organizações representativas, entre as quais a FEFAC. Para além da contribuição via FEFAC, a IACA esteve envolvida neste processo, no que diz respeito à sua tradução para português num Grupo de Trabalho liderado pela DGV e que contou com a participação de técnicos da Estação Zootécnica Nacional e da Quimitécnica. O Catálogo está organizado em 3 partes, a Parte A com as disposições gerais, a Parte B que inclui o Glossário de processos e a Parte C relativa às Listas de matérias-primas para alimentação animal, com os Grupos, a descrição das matérias-primas e as declarações obrigatórias. Com a publicação desta nova legislação é revogado o Reg. (UE) nº 242/2010. Para além desta, foi publicada uma outra legislação, relativa a alterações ao nível das substâncias indesejáveis. Trata-se do Reg. (UE) nº 574/2011 da Comissão, de 16 de Junho de 2011, que altera o anexo I da Diretiva 2002/32/CE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito aos limites máximos de nitrite, melanina e Ambrosia spp. e à contaminação cruzada inevitável de certos coccidiostáticos e histomonostáticos em alimentos não visados para animais, ao mesmo tempo que consolida os anexos I e II, para melhorar a sua clareza e legibilidade.

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Esta diretiva e as suas adaptações subsequentes foram transpostas para a ordem jurídica interna na sua última redação pelo Decreto-lei nº 139/2010 de 29 de Dezembro. O Reg. (UE) nº 574/2011 é aplicável a partir de 1 de Julho de 2011 mas as disposições relativas a Ambrosia spp. são aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 2012.

FILEIRA DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL DEBATE CONTROLO DA QUALIDADE

Passados 5 anos da entrada em vigor da nova legislação relativa à higiene dos alimentos para animais e preocupada com a Qualidade na Fileira da Alimentação Animal, numa altura em que é tão importante garantir a Confiança nos produtos portugueses, a IACA promoveu um Seminário subordinado ao tema “ O Controlo da Qualidade na Fileira da Alimentação Animal: APPCC e Dioxinas” que se realizou em Fátima, em 17 de Junho, e que contou com a presença de cerca de 100 participantes. Na Introdução ao tema, o Eng.º Pedro Corrêa de Barros, Presidente da IACA e Dr. Fernando Anjos, assessor destacaram a importância do cumprimento das normas previstas no Regulamento Higiene e a necessidade de desenvolver sistemas de controlo de qualidade que garantam a segurança dos alimentos produzidos, designadamente a implementação do APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo). Foi ainda recordado que todos os operadores são corresponsáveis pela segurança dos produtos ao nível da cadeia alimentar, bem como a recente crise das dioxinas na Alemanha. No que respeita aos oradores convidados, o Dr. José Manuel Costa, da DGV falou do Plano Nacional de Controlo da Alimentação Animal e a Verificação do Cumprimento da Legislação do Sector. A Drª Laura Carvalho, da empresa Sabonarte abordou a implementação do APPCC nas unidades fabris, do ponto de vista do Auditor, enquanto o Eng.º Pedro Prisca (Finançor) se referiu à execução do APPCC e de outros requisitos de qualidade numa empresa de alimentos compostos, destacando o caso prático da sua unidade. A terminar, o Eng.º Américo Martins (ASAE) abordou o Controlo Laboratorial de Dioxinas e PCB, explicando a origem e formação das dioxinas e o seu controlo laboratorial, com destaque para o protocolo que a IACA mantêm com o LATC no quadro do apoio laboratorial às empresas associadas. No período de debate, muito vivo e participado, foi possível tirar algumas conclusões importantes. Porque a segurança alimentar constitui hoje um elemento fundamental para a presença de qualquer empresa no mercado, o controlo da qualidade assume uma importância decisiva, sendo essa uma Responsabilidade que deve ser exercida em todos os pontos da Cadeia alimentar. Este aspeto é tanto mais relevante quanto é sabido que as regras que são impostas em matéria de segurança alimentar na União Europeia não são semelhantes às condições de produção das matérias-primas importadas de Países Terceiros, o que exige uma maior atenção e preocupação, quer da parte das Empresas, quer das Autoridades Oficiais. É importante que os operadores interiorizem e assumam estas exigências de Qualidade, no interesse de toda a Fileira da Alimentação Animal porque quando existem problemas ao nível da segurança alimentar todo o Sector é considerado culpado perante a Opinião Pública. Por último, ficou claro que a indústria dos alimentos compostos para animais não é produtora de dioxinas e que a generalidade dos problemas que têm ocorrido, ficou a dever-se a matérias-primas que não cumprem os requisitos legais de segurança alimentar, tendo sido deixado um alerta às empresas para que exijam Certificados de Qualidade aos seus fornecedores.

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REUNIÃO ENTRE A APED E A PLATAFORMA DA FILEIRA DA CARNE DE PORCO

No dia 26 de Outubro, teve lugar na sede da APED a reunião entre esta organização e a Plataforma da Fileira do Porco, na sequência de um convite feito à IACA por aquela organização, depois de um encontro no Ministério da Agricultura sobre a reforma da PAC em que, entre outros temas muito variados se abordou o problema das relações entre a produção, a indústria e a grande distribuição No final, passámos em revista algumas conclusões que visam futuros contactos, designadamente ao nível de reuniões no quadro da Plataforma que vai ser criada pelos Ministérios da Agricultura e da Economia: ���� Disponibilidade para o diálogo e cooperação (todos) ���� Os problemas devem ser abordados a mais alto nível (Plataforma Fileira da Carne de

Porco) ���� Revisão do PVP (preços de venda ao público) e discussão no âmbito de reuniões futuras ���� Retomar colaboração com a APIC ���� Acordo ao nível dos cereais e matérias-primas (para discussão) ���� Prazos de pagamento PME (desacordo da APED) ���� Associados da APED estão preocupados com a Fileira da Carne de Porco e os seus problemas

REFORMA DA PAC Tal como previsto, foi anunciado pelo Comissário Agrícola, a 12 de Outubro, o projeto de reforma da Política Agrícola Comum para o período 2014/2020 (PAC pós-2013), cujas propostas são encaradas por Bruxelas como “um novo contrato com os agricultores”. No essencial, a PAC mantêm em 2020 (60.6 mil milhões de €), os montantes previstos para 2013 (60.3 mil milhões de €), divididos em 2 pilares: um primeiro pilar que contempla as ajudas diretas e o apoio aos mercados (46.15 mil milhões, dos quais as ajudas diretas são de 43.45 mil milhões) e um segundo pilar para o desenvolvimento rural, onde estarão alocados cerca de 14.5 mil milhões de €. Pelo menos temos uma relativa estabilização das verbas destinadas à agricultura, num contexto de enormes dificuldades financeiras e em que se receava uma quebra significativa nas ajudas ao Sector. O que não significa que seja uma boa proposta, pelo menos para Portugal, sobretudo quando a PAC anuncia desafios económicos, ambientais e territoriais e procura conciliar ambiente com aumento da produção e da competitividade, conjugando, ao mesmo tempo, eficácia e simplificação. Desde logo o modelo das ajudas diretas vai sofrer uma alteração significativa com a introdução de um “pagamento ecológico” (elemento verde ou “greening”) que acresce ao pagamento de base e que representa 30% da dotação dos pagamentos diretos. Este pagamento obedece a 3 critérios: diversificação de culturas, pastagens permanentes e superfícies de interesse ecológico (pelo menos 7% da área elegível). Existe uma definição de agricultor ativo (quem pode receber ajudas), novos direitos em 2014, um regime mais favorável para os jovens agricultores, bem como um regime simplificado para os pequenos agricultores. Existe ainda a possibilidade de ligamento das ajudas para determinados sectores mas não poderá ser excedido um limite de 5% do envelope financeiro. Está prevista uma redistribuição das ajudas entre Estados-membros, com uma aproximação de 1/3 da diferença entre o nível atual e 90% da média comunitária em 2020, o que coloca Portugal (que é dos países que menos ajudas recebe) em último lugar dos antigos membros e em 23º lugar, atrás da Roménia, Lituânia, Estónia e Letónia se a proposta da Comissão fosse aprovada tal como está elaborada. Uma situação que embora nos beneficie face à situação atual, estará muito longe do tão prometido reequilíbrio das ajudas diretas de que o Comissário tanto falava. Vai existir ainda um plafonamento das ajudas às explorações e os fundos não utilizados poderão ser canalizados para o apoio ao desenvolvimento rural, onde, entre outras medidas, estão previstas o reforço da investigação e desenvolvimento, gestão dos recursos naturais, gestão de riscos,

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reforço das organizações de produtores e melhoria do funcionamento da cadeia alimentar, preservação dos ecossistemas, apoios à competitividade e viabilidade das explorações agrícolas. Para além destes aspetos estão previstos, em termos de apoio aos mercados, uma maior clareza das regras de concorrência, a aposta na contratualização, uma rede de segurança com a manutenção dos mecanismos de intervenção e armazenagem privada para responder às crises e um fundo para reserva de crise, num sistema que funcionará com a experiência recente da E-coli e para o qual estão destinados cerca de 500 milhões de €/ano. Claramente insuficientes… O que se vai seguir? Pela primeira vez, o Parlamento Europeu vai ser chamado a intervir e a decidir, no âmbito do processo de co-decisão e do Tratado de Lisboa, ou seja, a reforma da PAC vai ter de ser aprovada pelos eurodeputados, para além dos Estados-membros. O objetivo da Comissão Europeia e do Parlamento é que a reforma entre em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2014 e tudo aponta para que o processo negocial seja encerrado no primeiro semestre de 2013, durante a presidência da Irlanda. O eurodeputado português Luis Capoulas Santos vai ser um dos relatores da proposta da parte do Parlamento Europeu, num processo que vai passar igualmente pela auscultação das Associações. A IACA coordena este dossier ao nível da FIPA e aceitou liderar o Grupo de Trabalho responsável por esta temática no âmbito da FEFAC, como aconteceu com a anterior revisão (Exame de Saúde da PAC). Entretanto, a 17 de Outubro, no Ministério da Agricultura, do Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (MAMAOT) teve lugar uma Sessão de apresentação das propostas da reforma da PAC – presidida pelo Secretário de Estado da Agricultura e encerrada pela Ministra Assunção Cristas – com uma primeira auscultação das organizações, no sentido de preparar a posição portuguesa para o Conselho Agrícola desta semana. A IACA, através do seu Secretário-Geral, esteve presente neste evento e em representação da FIPA, juntamente com o Presidente Jorge Henriques e o Diretor-Geral Eng.º Pedro Queiroz. O Secretário de Estado da Agricultura justificou a metodologia de atuação do Ministério a 3 níveis: ao nível do GPP, o trabalho do Grupo de Peritos, coordenado pelo Prof. Francisco Avillez e um diálogo permanente com as organizações do Sector. Refira-se aliás que todos os documentos e propostas de reforma estão disponíveis no site do GPP em www.gpp.pt Portugal está fortemente preocupado com as ajudas, designadamente o problema da redistribuição, a questão da superfície elegível, a convergência entre Estados-membros, os critérios de redistribuição do 2º pilar, a gestão de risco, o ligamento de algumas ajudas, o apoio aos mercados e o apoio ao regadio, aparentemente não elegível no quadro das propostas da PAC, o que é inaceitável. Numa altura em que Portugal precisa de produzir, a função da PAC deve ser a de estimular a produção agrícola e agroalimentar, de forma a reduzir a nossa dependência externa. Em termos de inicio de negociação, esta proposta, tal como está, não serve os interesses nacionais. Em suma, as propostas da Comissão não respondem aos desafios da agro-indústria e podem ser uma oportunidade perdida. Iremos naturalmente lutar por propostas que sirvam os interesses da Fileira agroalimentar e do nosso País. A encerrar este primeiro encontro de muitos que se irão seguir até à conclusão do processo, a Ministra agradeceu os contributos e reflexões das organizações, salientando que só faz sentido uma posição de Portugal em Bruxelas se for aberta e contar com a participação de todos, porque a Agricultura é uma área crucial para o Governo, sobretudo no contexto de grave crise em que nos encontramos. Ao longo das negociações que agora começam, vai bater-se pelos seguintes princípios:

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���� Reconhecimento da Agricultura pela Sociedade Portuguesa ���� Manutenção de um nível elevado de apoio ao rendimento dos agricultores, modernização das explorações e aumento do nível de autossuficiência alimentar ���� Valorização das Organizações de Produtores e do papel do Interprofissional ���� Apoios ao regadio ���� Novo Programa de Desenvolvimento Rural ���� Uma PAC reforçada e mais adaptada aos interesses do nosso País

SECÇÃO DE FABRICANTES DE PRÉ-MISTURAS (SFPM)

Durante o ano de 2011, a SFPM procurou acompanhar a evolução da legislação do setor, colaborando com a DAA (Divisão de Alimentação Animal) da DGV e participando nos Comités da FEFAC, Bruxelas (rotulagem de alimentos para animais, tolerâncias analíticas, catálogo de matérias primas, alimentos medicados e outros temas). Participou nas reuniões da Fileira Agroalimentar e na Plataforma da Carne de Porco. Esteve presente nas reuniões com os Secretários de Estado da Agricultura e das Florestas e Desenvolvimento Rural. Representou a IACA nas VI Jornadas Internacionais de Suinicultura, organizadas pela UTAD, Vila Real, apresentando o tema "Balanço Electrolitico em Suínos". Apresentou a comunicação "Tolerâncias Analíticas em Aditivos - o caso dos Oligoelementos" na Reunião Geral da Industria, realizada em Fátima. Colaborou na avaliação da proposta da Comissão Europeia sobre o controlo de dioxinas em óleos e gorduras, por solicitação da DAA/DGV. Participou na reunião promovida pela ASA, com os produtores de soja do Illinois (USA). Manteve a representação trimestral da Secção na revista "Alimentação Animal" e reuniu os seus associados (Plenário e Eleições).

ASSEMBLEIA ELEITORAL DA SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS Teve lugar no dia 14 de Outubro de 2011 a eleição da Direção da Secção das Empresas Fabricantes de Pré-Misturas para o Mandato de 2012-2014 que passa a ser a seguinte:

Empresa: Eurocereal - Comercialização de Produtos Agropecuários, S.A. Representada por: José Pedro Dias Folque de Gouveia

Empresa: Premix - Especialidades Agrícolas e Pecuárias, LDª Representada por: Ingrid Van Dorpe Empresa: D.I.N. - Desenvolvimento e Inovação Nutricional, S.A. Representada por: José Sereno de Melo

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ELEIÇÃO DOS ÓRGÃOS SOCIAIS DA IACA PARA O MANDATO DE 2012-2014

Foram eleitos na Assembleia Geral Ordinária, realizada no dia 14 de Dezembro de 2011, os novos Órgãos Sociais da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais, para o mandato correspondente ao triénio de 2012-2014.

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL Presidente: Nutroton – Indústrias da Avicultura, S.A. Representante: Pedro Manuel de Almeida Correia de Barros Vice-Presidente: Racentro – Fábrica de Rações do Centro, S.A. Representante: Avelino da Mota Gaspar Francisco Secretário: Rações Veríssimo, S.A. Representante: Manuel António Lagoa de Sousa Veríssimo

CONSELHO FISCAL Presidente: Nutricampo – Produção de Rações, S.A. Representante: Alfredo Manuel Ribeiro da Silva Santos Vogal: J. Silva & Filho, S.A. Representante: Joaquim Manuel Barreiro da Silva Vogal: Rações Zêzere, S.A. Representante: Jorge José Rodrigues Fernandes

DIREÇÃO Presidente: Raporal – Rações de Portugal, SA Representante: Maria Cristina Guarda de Sousa Vogais: Progado – Sociedade Produtora de Rações, S.A. Representante: José Filipe Ribeiro dos Santos Alimentação Animal Nanta, S.A Representante: António Queiróz Santana Rações Valouro, S.A. Representante: Manuel António Chaveiro Soares Finançor Agro-Alimentar, S.A. Representante: José Romão Leite Braz Ovopor - Agro-pecuária dos Milagres, S.A. Representante: Rafael Pereira das Neves Eurocereal-Comercialização de Produtos Agro-Pecuários, S.A. Representante: José Pedro Dias Folque de Gouveia

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ANÁLISE DO BALANÇO E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

As Contas do Exercício de 2011 são fruto da conjugação de fatores implementados ao longo dos últimos anos e de uma política de gestão rigorosa, que urge continuar a privilegiar, contribuindo assim, para a qualidade e dinâmica da nossa Associação. Este conjunto de decisões e a forma como foram geridas, originaram um saldo positivo, o qual se fica a dever em grande parte à revista “Alimentação Animal”, que apresenta uma receita superior a 19.200 euros. Deste modo, se isolarmos a gestão corrente da IACA das receitas eventuais decorrentes dos fatores atrás descritos, temos um Resultado Liquido positivo da ordem de 17.500 euros, já com os critérios de prudência adotados, nomeadamente no montante de Imparidades de Dívidas a Receber. Com estas justificações, temos, assim, uma imagem mais fiel e tecnicamente mais correta da situação da IACA. Relativamente ao ano de 2010, constatamos diminuições de 6,1% na Quotização (VSP), 4,3% em FSE, 4% em Outros Rendimentos e Ganhos, 6,2% em Outros Gastos e Perdas, 41,9% em Gastos de Depreciação e Amortização, 94,4% em Juros e Gastos Similares Suportados; em contrapartida, realçamos aumentos de 0,5% em Gastos com Pessoal e 10,2% em Juros e Rendimentos Similares Obtidos. Face aos resultados apresentados e seguindo uma prática de há longos anos, a Direção propõe aos Senhores Associados que o Resultado Líquido do Período, no montante de 36.713,71 Euros, seja distribuído da seguinte forma:

Fundo Social 11.014,11 euros Reservas Livres 25.699,60 euros

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CONCLUSÃO Neste último ano de Mandato, em condições de enormes dificuldades e particulares exigências para o Sector, a Direção tem consciência que exerceu as suas funções na defesa intransigente dos legítimos interesses da Indústria e dos seus associados, com empenho e espírito de missão, junto da Administração, nacional e comunitária, das nossas congéneres associativas e da opinião pública em geral. Tal é possível porque não trabalhamos sozinhos, mas numa estratégia concertada com todos os intervenientes na cadeia alimentar, em permanente procura de consensos e de soluções que permitam o desenvolvimento sustentável da Indústria e da Pecuária nacionais e dos sectores delas dependentes, direta ou indiretamente. Os resultados, apesar do ambiente profundamente adverso e da crescente degradação da conjuntura económica e financeira, num quadro de crescente instabilidade política e social, só foi possível graças à cooperação, profissionalismo e sentido de responsabilidade de inúmeras pessoas e Instituições e à criação de sinergias com todas essas organizações e empresas. É importante destacar o apoio dos nossos parceiros e anunciantes à Revista “Alimentação Animal”, não só pela sua viabilização económica mas, sobretudo por fazerem desta publicação - porta-voz da IACA e do Sector - uma referência de qualidade, de opinião livre e plural e de partilha de informações neste importante mercado. Sem menosprezar quaisquer outras entidades, gostaríamos de agradecer à Direcção-Geral de Veterinária, à Direcção-Geral de Empresa, ao Gabinete de Planeamento e Políticas, aos DTIA (INRB) e LATC (ASAE) e ao IPQ, pelo atempado conselho, pela disponibilidade em nos ouvirem e conhecer as nossas posições, participar nos nossos eventos e connosco dialogar. Um particular agradecimento ao Ministro da Agricultura, Prof. Doutor António Serrano, e aos membros do seu Gabinete, bem como a sua sucessora Profª Doutora Assunção Cristas, aos Secretários de Estado Eng.º José Diogo Santiago Albuquerque e Eng.º Daniel Campelo, que nos receberam por diversas vezes ao longo do ano e que estiveram do nosso lado em dossiers tão importantes como os OGM, a problemática do IVA, do REAP, o problema das relações com a grande distribuição e a criação da PARCA, a eliminação dos direitos de importação dos cereais, a manutenção do contingente de importação de milho de Países Terceiros e a necessidade de stocks de cereais de intervenção ou a reforma da PAC pós-2013 e as medidas de apoio aos mercados. Num espirito de leal cooperação, sem esquecer que os clientes são a razão de existir da Indústria, privilegiámos as relações com as organizações ligadas à pecuária, designadamente com as FEPABO, ANEB, FPAS e FEPASA, na procura de soluções conjuntas para o desenvolvimento sustentado da Fileira Pecuária, das quais realçamos a criação da Plataforma da Carne de Porco, em conjunto com a FPAS e APIC, e que urge consolidar no próximo ano. Cumprimentamos ainda as FIPA, CAP, CONFAGRI, CNA, FENALAC, ANIL, ANPOC, ANPROMIS, APIC, APCRF, ACICO e a APED que connosco colaboraram em diversas iniciativas ou que nos convidaram para eventos por si realizados, preocupadas com a nossa perspectiva sobre a evolução da Fileira Agroalimentar, em matérias tão importantes como os OGM, a reforma da PAC, os mercados agrícolas e pecuários e, naturalmente, os preços das matérias-primas e dos alimentos compostos para animais. Pelo intenso trabalho desenvolvido em prol da melhoria da credibilidade da nossa Indústria, agradecemos à Dr.ª Ilidia Felgueiras, na sua qualidade de Presidente da CT 37. A nossa gratidão, pelo empenho que colocaram na defesa das nossas posições a nível internacional à FEFAC nas pessoas dos seus Presidente, Patrick Vanden Avenne e Secretário-Geral, Alexander Döring e à FIPA, nas pessoas do seu Presidente Jorge Henriques e do Secretário-Geral Eng.º Pedro Queiroz.

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Agradecemos igualmente aos responsáveis da REPER, em Bruxelas, e aos Eurodeputados Drª Maria do Céu Patrão Neves e Dr. Luís Capoulas Santos, designadamente na COMAGRI, e pela “cumplicidade” e apoio das posições da IACA nos principais dossiers em discussão ao nível do Parlamento Europeu. Aos Membros da Mesa da Assembleia-Geral, do Conselho Fiscal, da Direção da Secção de Pré-Misturas e da Comissão Executiva, o nosso agradecimento pelo contínuo apoio que muito contribuiu para o prestígio desta Instituição. Ao Jaime Piçarra, nosso Secretário-Geral, um Obrigado muito especial pelo sacrifício, empenho, inteligência e profissionalismo como tem, permanentemente, promovido e defendido a nossa Indústria, em Portugal e nos fóruns internacionais, e pelo espírito de Equipa e de Missão demonstrados ao serviço da IACA. Aos Assessores e Colaboradores da IACA, pela dedicação, profissionalismo e competência que assumiram no seu trabalho quotidiano e nas iniciativas em que a IACA participou ou que promoveu, o nosso caloroso e Amigo agradecimento. Terminamos com uma palavra para aqueles que são e serão sempre a razão da nossa existência, os nossos Associados, que com as suas sugestões e críticas, sempre construtivas, o seu apoio e empenhamento, nos deram a força e o estímulo para continuarmos a realizar este trabalho gratificante, numa Associação com uma cultura ímpar e de referência no universo associativo, e que nos incentivam a fazer sempre mais e melhor. É esta a nossa Herança, é isto que estamos a transmitir à nova Direção, convictos que estamos a depositar a IACA nas mãos das pessoas certas para no Futuro assumirem a responsabilidade de nos conduzir para o Sucesso que merecem aqueles que, apesar de tudo, sempre confiaram na IACA. Lisboa, 08 de Março de 2012 A Direção PEDRO CORRÊA DE BARROS Presidente JOSÉ FILIPE RIBEIRO DOS SANTOS Vogal MARIA CRISTINA GUARDA DE SOUSA Vogal MANUEL ANTÓNIO CHAVEIRO SOARES Vogal JOSÉ ROMÃO LEITE BRAZ Vogal JOSÉ PEDRO DIAS FOLQUE DE GOUVEIA Vogal ANTÓNIO QUEIRÓZ SANTANA Vogal

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INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

CONTRATOS COLECTIVOS DE TRABALHO

Trabalhadores de Escritório – Nível Nacional

���� Revisão salarial com FETESE, FESAHT e FEPCES publicados no BTE nº 29, de 08.08.2009 - As tabelas salariais produzem efeito a partir de 01.01.2009

Pessoal Fabril do Sul ���� Revisão salarial com FESAHT publicada no BTE nº 1 de 08.01.2008 ���� Revisão salarial com FETICEQ publicada no BTE nº 6 de 15.02.2008 - As tabelas salariais produzem efeito a partir de 01.08.2007

Pessoal Fabril do Norte ���� Revisão salarial e outras com FETICEQ e FESHAT publicada no BTE nº 12 de 29.03.2008 - As tabelas salariais produzem efeito a partir de 01.11.2007

Semi-Vertical (Motoristas, Ajudantes de Motorista, Metalúrgicos e Outros)

���� Revisão salarial com FESAHT publicada no BTE nº 1 de 08.01.2008 ���� Revisão salarial com FETICEQ publicada no BTE nº 6 de 15.02.2008 - As tabelas salariais produzem efeito a partir de 01.07.2007

Técnicos de Vendas ���� Revisão com Sindicato dos Técnicos de Vendas publicada no BTE nº 7 de

22.02.2005 (este Sindicato está encerrado) - Tabelas salariais de 01.12.2004

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ONS-CT 37/ALIMENTOS PARA ANIMAIS A atividade da IACA como ONS "Organismo de Normalização Sectorial" concretizou-se através da ocorrência de 5 reuniões da CT 37 na sede da IACA, no ano de 2011. A visita anual ao ONS do elemento de ligação do IPQ não ocorreu este ano, o que lamentamos, dada a importância de nos mantermos atualizados quanto às diretivas do órgão coordenador. Mais uma vez a reunião internacional da ISO não ocorreu no ano de 2011. Lamentamos o facto, uma vez que esta participação é de todo o interesse, pois é nestas reuniões que nos atualizamos com a metodologia e o conhecimento científico que estão a ser utilizados por este organismo internacional. As principais atividades realizadas no âmbito da CT 37 foram: 1. Votação de projetos de Normas ISO em toda a sua cadeia acompanhando a sua elaboração até à sua elaboração definitiva. 2. Participação no processo de votações paralelas de documentos ISO e CEN. 3. Transposição de Normas CEN para Normas Portuguesas. 4. Normas NP EN ISO publicadas pelo IPQ durante o ano de 2010 NP EN ISO 15914 - Alimentos para Animais - Determinação do teor total de amido pelo método enzimático Normas NP EN ISO em elaboração NP EN ISO 6497 - Alimentos para Animais - Amostragem (Colheita de Amostras) A atual composição da CT 37 é a seguinte: Presidente: Ilídia Felgueiras Secretário: Fernando Anjos Vogais: Elsa Cancela Elsa Martins Olga Moreira Maria Clara Sampaio Farelo Cruz Isabel Antão Anabela Nunes José Manuel Nunes da Costa Isabel Lopes

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MOVIMENTO ASSOCIATIVO

EXCLUSÃO

Data Socio nº Associado 18-03-2011 12 Silva & Dias - Indústrias de Alimentação Importação e Comércio, SA

18-03-2011 106 Alimentargado - Rações SA

REVISTA “ALIMENTAÇÃO ANIMAL” Durante o ano de 2011 editámos 4 números da Revista “Alimentação Animal” (AA). Foram produzidos os nºs 75 (CRISE DA PECUÁRIA E DA INDÚSTRIA AGRO ALIMENTAR) 76 (ALIMENTAÇÃO ANIMAL EM MODO DE PRODUÇÃO BIOLÓGICO: UM MERCADO COM FUTURO) 77 (RELAÇÕES COM A GRANDE DISTRIBUIÇÃO) 78 (REFORMA DA PAC – PROPOSTA DA COMISSÃO E REAÇÕES DA INDÚSTRIA)

ANUÁRIO IACA Em 2011 a IACA procedeu à edição do 21º ANUÁRIO IACA correspondendo, assim, às manifestações transmitidas não só pelas Empresas associadas como, também, pelo interesse que tem sido expresso à Associação pelas mais diversas entidades públicas e privadas quanto à oportunidade e validade desta publicação. Com esta iniciativa pretendemos promover a divulgação e um melhor conhecimento do que representa este importante e imprescindível Sector industrial no âmbito da Fileira Pecuária e Economia Nacional.

INFORMAÇÃO SEMANAL Manteve-se regular ao longo do ano a edição da Informação Semanal que se destina fundamentalmente às Empresas associadas, Administradores e Quadros. Durante o ano de 2011 foram editados 52 números. Esta publicação continua a gozar de boa aceitação por parte dos seus leitores, pela atualidade dos dados e outras informações sectoriais, sendo o elo de ligação, por excelência, entre a IACA e os seus associados, os quais a ela têm acesso na área restrita do nosso site.

NOTAS DA SEMANA Em 2011 foram elaboradas 3 Notas da Semana que se encontram disponíveis na área reservada do site da IACA.

INFO IACA Em 2011 foram publicadas 15 edições da INFO IACA. �

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REUNIÕES INSTITUCIONAIS Assembleias-Gerais Realizaram-se, durante o ano, 2 Assembleias Gerais ordinárias. Conselho Fiscal Durante o ano de 2011 realizaram-se 2 reuniões do Conselho Fiscal.

Direção Realizaram-se 7 reuniões da Direção da IACA.

Comissão Executiva Durante o ano de 2011 realizaram-se 5 reuniões.

Reunião Geral da Indústria A Reunião da Geral da Indústria teve lugar em Fátima, no Dom Gonçalo Hotel & SPA, no dia 16 de Março

Secção Pré-Misturas

Durante o ano de 2011 realizou-se 1 Plenário da Secção.

REPRESENTAÇÕES DA IACA A nossa Associação está representada nas seguintes entidades/organismos: FEFAC Conselho da FEFAC José Romão Braz Jaime Piçarra (suplente) Assembleia-Geral José Romão Braz José Filipe Ribeiro dos Santos Comités: ▬ Nutrição Animal Manuel Chaveiro Soares Fernando Anjos (Suplente) ▬ Produção Industrial de Alimentos Compostos Jaime Piçarra (Vice-Presidente) ▬ Alimentos de Aleitamento José Romão Braz ▬ Premix Pedro Folque

Fernando Anjos Ingrid Van Dorpe (Suplentes)

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▬ EFMC Fernando Anjos ▬ Colégio de Directores Jaime Piçarra FIPA ▬ Direção José Filipe Ribeiro dos Santos ▬ PARE (Política Agrícola) Jaime Piçarra (Coordenador) ▬ Ambiente Fernando Anjos ▬ Secretários-Gerais Jaime Piçarra NORMALIZAÇÃO ▬ ONS Maria Ilidia Felgueiras Fernando Anjos (Suplente) ▬ CT 37 – Alimentos para Animais Maria Ilídia Felgueiras Fernando Anjos

COMISSÃO CONSULTIVA CULTURAS Jaime Piçarra ARVENSES (G.P.P.) COMISSÕES CONSULTIVAS SECTORIAIS DOS Jaime Piçarra BOVINOS, DOS SUÍNOS E DAS AVES (G.P.P.) CONSELHO CONSULTIVO ALIMENTAÇÃO Fernando Anjos ANIMAL (D.G.V.) BOLSA DO BOVINO (Assembleia Geral) Jaime Piçarra CIB – CENTRO DE INFORMAÇÃO DE Jaime Piçarra (Presidente da BIOTECNOLOGIA Assembleia Geral) GRUPO CONSULTIVO DOS CEREAIS (COMISSÃO EUROPEIA/DGAGRI) Jaime Piçarra

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CALENDÁRIO DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES DA IACA EM 2011

DATA JANEIRO 6 Comissão Executiva da IACA

11 Reunião da CT 37 Comité Alimentos Compostos da FEFAC

12 Grupo Consultivo PAC pós 2013 18 Reunião da Direção da IACA

23 a 29 Viagem EUA (missão Sorgo)

31 Reunião Preparatória da Audiência com o Ministro da Agricultura

Audiência com Ministro da Agricultura (IACA / APIC / FPAS)

DATA FEVEREIRO

8 Reunião Fileira Pecuária

10 Colégio de Diretores Gerais da FEFAC

Reunião no Parlamento Europeu 17 Comité Comp. da Food Drink Europe

23 PARE

Comité EFMC (FEFAC) 24 Workshop sobre Higiene 28 Audiência da Fileira Pecuária com o Ministro da Agricultura

DATA MARÇO 4 Grupo Consultivo da Carne de Suíno

10 Reunião REAP na Estação Zootécnica Reunião da Comissão Executiva da IACA

16 Reunião da Direção da IACA (em Fátima) Reunião Geral da Indústria (em Fátima)

23 Audiência Engº Sevinate Pinto (Presidência da República) Audiência da Fileira com Ministro da Agricultura / Fileira

24 Reunião da CT 37 100ª Reunião do Comité Nutrição Animal da FEFAC (Roma)

25 Grupo Consultivo dos Cereais da Comissão Europeia 25 e 26 UTAD (Vila Real) Jornadas de Suinicultura

29 Encontro de Setores na Alimentaria com Ministro da Agricultura Reunião do Conselho Fiscal da IACA

30 Assembleia Geral do CIB

Data ABRIL 2 e 16 Workshop de comunicação com os média – CIB 6 Comité Pré-Misturas (FEFAC) 7 Seminário SORGO (USG Council /I ACA)

14 Assembleia Geral Ordinária da IACA

Reunião com o Presidente da CAP

18 Reunião APED / IACA Grupo de Trabalho de Sevilha (GPP)

26 Sociedade Cientifica de Suinicultura

Data MAIO

5

Reunião da Comissão Executiva

Reunião com a Direção Geral de Veterinária

Reunião da CT 37 6 Grupo Consultivo da Carne de Suíno

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19 Reunião da Direção da IACA 25 Assembleia Geral da CESFAC (Madrid)

Data JUNHO

2 Seminário da ACICO “O Mercado das Matérias-Primas Alimentares na Campanha 2011/2012 e a Política Europeia de OGM”

8 e 9 Assembleia Geral e Conselho FEFAC 15 Reunião da Comissão Executiva da IACA 17 Seminário IACA “Controlo da Qualidade na Fileira da Alimentação

Animal: APPCC e Dioxinas” 21 a 24 Congresso OIPORC 2011 23 PARE

Data JULHO 1 Grupo Consultivo dos Cereais da Comissão Europeia 7 Encontro – Biotecnologia para a Agricultura Portuguesa (Elvas)

21 Reunião da Direção da IACA

Contratação Coletiva de Trabalho 27 Reunião Preparatória do CGMC 2013 29 Reunião Grupo SP8

Data AGOSTO

11

Audiência concedida pelo Secretário de Estado da Agricultura à IACA Audiência concedida pelo Secretário de Estado da Agricultura à IACA/FPAS/APIC

Data SETEMBRO 1 Reunião da Fileira Pecuária – Conjuntura do Sector Pecuário 6 Reunião com Produtores de Soja (IACA / ISA – Illianois Soybean

Association) 15 Colégio Diretores Gerais FEFAC e reunião com Presidência da União

Europeia (Varsóvia)

22 Reunião da Direção da IACA

Reunião da CT 37 27 Plenário da SFPM

Data OUTUBRO 6 Grupo Consultivo dos Cereais da Comissão Europeia 11 Comité Pré-Misturas da FEFAC

12

Comité Nutrição Animal da FEFAC

Apresentação na Representação da Comissão Europeia em Portugal das “Propostas de Legislação sobre o futuro da Política Agrícola Comum pós 2013”

14 Assembleia Eleitoral da Secção de Pré-Misturas Plenário da Secção de Pré-Misturas

17 Reunião das Confederações Agrícolas com o Secretário de Estado da Agricultura

18 Reunião na FPAS

Audiência do Secretário de Estado das Florestas com a IACA/APIC/FPAS

20 Reunião da Comissão Executiva da IACA 26 Plataforma da Fileira da Carne de Porco com a APED

(IACA/FPAS/APIC) 27 Reunião da Direção da IACA

Data NOVEMBRO 2 Reunião com a Eurodeputada Drª Maria do CéuPatrão Neves

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7 Reunião do COMAGRI com ministro da Agricultura (Parlamento Europeu)

8 Reuniões no Comité Europeu 9 Comité COMP da Food Drink Europe 14 3ª Sessão de Esclarecimento (D.G.V.) 15 Reunião do Conselho Fiscal da IACA 16 Grupo PARE (FIPA) 22 Reunião sobre a PAC pós-2013

25 Reunião da Direção da IACA

Assembleia Geral do CIB

Data DEZEMBRO 9 Grupo Consultivo dos Cereais (Comissão Europeia) 12 Reunião Preparatória da Audiência com o Secretário de Estado das

Florestas e Desenvolvimento Rural 14 Assembleia Geral Ordinária da IACA “Eleições”

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CONSELHO FISCAL

Parecer Reunido hoje, em sessão ordinária, na sua sede social, o Conselho Fiscal da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA apreciou e discutiu o RELATÓRIO E CONTAS DO EXERCICIO DE 2011, tendo deliberado emitir o seguinte parecer:

1- Que sejam aprovados o Relatório, o Balanço e Contas referentes ao ano de 2011.

2- Que o Resultado Líquido do Exercício, positivo, de 36.713,71 euros, seja transferido, de acordo com a proposta da Direção, para o Fundo Social e Reservas Livres.

3- O Conselho Fiscal entende dever realçar o esforço realizado pela Direção no

cumprimento do Orçamento de 2011 com a contenção de despesas, de modo a assegurar o equilíbrio económico-financeiro da Associação no curto/médio prazo.

4- Que a Assembleia-Geral aprove um voto de louvor e reconhecimento à Direção, à

Comissão Executiva, ao Secretário-Geral, aos Assessores e a todos os Colaboradores, pela dedicação e eficiência postas ao serviço da nossa Associação e da Indústria que representa.

Lisboa, 29 de Fevereiro de 2012 �

O CONSELHO FISCAL

(aa) Alfredo Manuel Ribeiro da Silva Santos - Presidente

Joaquim Manuel Barreiro da Silva - Vogal Jorge José Rodrigues Fernandes - Vogal

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ASSEMBLEIA GERAL DA IACA DE 16 DE MARÇO DE 2012

a) O Relatório da Direção, o Balanço e as Contas do ano de 2011 e o Parecer do Conselho Fiscal foram aprovados por unanimidade.

b) Igualmente foi aprovada, por unanimidade, a seguinte proposta:

“A Direção propõe aos Senhores Associados que o Resultado Líquido do Período, no montante de 36.713,71 Euros, seja distribuído da seguinte forma:

Fundo Social 11.014,11 euros Reservas Livres 25.699,60 euros