relatório de analítica- grupo 2 - anions
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E S T A D O D E G O I Á SUniversidade Estadual de Goiás
Unidade Universitária de Ciências Exatas e TecnológicasQuímica Analítica Experimental I
Prof. Adriana dos Santos
Aula no 11
Ânions do grupo II – Grupo Bário/Cálcio
Acadêmicos:Aline Dourado
Jeverson SoaresJosé Antonio
Leonida LopesMiriã
Thiago Santiago
Anápolis, 11 de Setembro de 2013
1. Introdução
Os ânions do grupo II (Bário/ Cálcio), formam compostos pouco solúveis na
presença de compostos de bário e cálcio em meio amoniacal. Suas reações de
íons: C2O42-, CrO4
2-/Cr2O72-, PO4
3-, SO42- e BO2.
Os ânions arseniatos, metaarsenitos e fluoretos também fazem parte desse
grupo, porém não são analisados por serem tóxicos.
De todos os sulfatos o de bário é o único que não se dissolve na presença
de ácidos fortes. O cromato de bário é amarelo e se dissolve em ácidos fortes
para produzir o dicromato que é laranja.
Identificação do Oxalato: C2O42-.
O ácido oxálico é um ácido diprótico, moderadamente forte. Ele e seus sais
são tóxicos.
O ânion oxalato procedente da segunda dissociação do ácido etanodióico é
incolor e pouco básico. É um composto orgânico muito estudado na inorgânica
pois é encontrado frequentemente entre os íons inorgânicos .
O ácido oxálico, os oxalatos alcalinos e os oxalatos de magnésio e crômio
são solúveis em água; os demais são insolúveis ou pouco solúveis, com
exceção dos de lantanídeos.
Reagente específico: reação com o permanganato.
O ácido oxálico reduz o permanganato diluído descolorindo a solução. A
reação ocorre em meio de ácido sulfúrico diluído e com aquecimento.
Se houver algum precipitado nesta etapa este é de sulfato de bário e deverá
ser descartado.
A reação é muito sensível porém muito pouco seletiva. Todos os ânions
redutores atuam do mesmo modo. No entanto, essa reação torna-se mais
específica executando uma prévia separação do oxalato pela precipitação com
íons de cálcio em meio de ácido acético.
O oxalato é o único ânion redutor que precipitará nestas condições, junto
com ele poderão estar os ânions F-, PO43- E SO4
2-, sendo que nenhum reduz o
permaganato.
Identificação do CrO42-/Cr2O7
2-
Os compostos mais importantes de crômio são os cromatos e dicromatos,
todos coloridos. Os cromatos mais solúveis são todos solúveis em ácidos fortes
ou moderadamente fortes. Os dicromatos são solúveis, sendo o dicromato de
potássio o composto mais importante do crômio. Alguns compostos de crômio
são tóxicos. O íon dicromato é um agente oxidante para alcoóis, cetonas,
ácidos carboxílicos, e converte o íon brometo a bromo e o sulfeto de hidrogênio
à sulfato.
Reagente específico: peróxido de hidrogênio em meio ácido.
o crômio vi reage com a h2o2, originando o pentóxido de cromio, de cor azul
intensa, extraível em éter ou em álcool amílico.
inicialmente o cromato é convertido em dicromato.
o crômio IV reage com o reativo específico, formando o peróxido de crômio.
Identificação do PO43-
O Ânion fosfato é resultante da terceira ionização do H3PO4, um ácido
triprótico moderadamente forte, O ácido ortofosfórico se dissocia em três
etapas, e apresenta várias espécies dependendo da acidez. O H3PO4 em ph
abaixo de 2; O H2PO- entre 2 e 7; O HPO2- entre ph 7 e 12; E a espécie PO43-
acima de 12. O PO43- é incolor e de caráter muito básico. O H3PO4 é um sólido
cristalino, porém se encontra em concentrações concentradas com aspecto
liquido xaporoso. Ele sofre dissociação.
O H3PO4 é um ácido relativamente forte, o H2PO- se comporta como fraco. O
HPO2- se comporta como base fraca e o PO43- é base muito forte. Os
precipitados mais estáveis quase sempre originam o PO43- . O H3PO4 é oxidante
fraco.
Os ortofosfatos alcalinos são solúveis em água com exceção do lítio e os
ortofosfatos primários de alcalinos terrosos. Todos os demais fosfatos são
insolúveis, porém solúveis em ácidos minerais diluídos, com exceção dos de
zircônio e titânio.
Reagente específico: Reação com o molibdato de amônio em ácido
nítrico.
Origina um precipitado amarelo, cristalino pouco volumoso de fosfomolibdato
de amônio.
Em solução diluídas de fosfato é necessário aquecer suavemente em banho-
maria para conseguir uma boa precipitação. O ferrocianeto forma um
precipitado pardo de Fe(CN)6(MoO2)2.2H20, que dissolve muito lentamente à
quente. Os iodetos dão um precipitado verde escuro ou uma solução na
mesma cor, que lentamente origina o precipitado. Elimina-se este precipitado
por precipitação com a prata. A adição de nitrato de amônio sólido, acelera e
favorece a precipitação . O precipitado se dissolve em hidróxido e em amônio,
portanto, a reação deve-se desenvolver em meio ácido.
Identificação do Sulfato: SO42-:
O ânion sulfato é incolor, neutro e é originado do ácido sulfúrico. Os mais
importantes precipitados que formam sulfatos são os de chumbo e os alcalinos
terrosos. Em soluções concentradas do cátion, também podem precipitar os
sulfatos de prata e mercúrio II, porém estes sulfatos são praticamente solúveis
em diluição. O PbSO4, a valores de ph próximos a 10, se transforma em
hidróxido, mais estáveis neste meio, que posteriormente se dissolve pela
formação de plumbito.
Todos os sulfatos aumentam ligeiramente sua solubilidade em meios muito
ácidos, devido a protonação e liberam o íon SO42-.
Os sulfatos insolúveis de cálcio, prata e mercúrio II, podem ser solubilizados
pela reação de protonização. A desagregação por fusão com o Na2CO3 é um
método efetivo para solubilizar sulfatos.
Reagente específico: Reação com íon bário.
Origina um precipitado branco de BaSO4, insolúvel em ácidos minerais,
inclusive com aquecimento até a ebulição.
2. Objetivo
Identificar e determinar a presença dos ânions do grupo II –
Bário/Cálcio, através das várias reações de características de cada ânion e
dentro da solubilidade de seus respectivos sais.
3. Procedimentos Experimentais
Oxalato:
Transferir 10 gotas da solução preparada para análise de ânions.
Neutralizar com ácido acético 3,0 mol/L, contando as gotas do ácido
adicionadas e monitorando o pH utilizando papel indicador de pH. A
seguir, adicionar a solução acima, o mesmo número de gostas de ácido
em excesso.
Obs.: este procedimento só pode ser considerado, se a amostra for
tratada com Na2CO3.
Aquecer em banho-maria fervente para expelir o CO2, proveniente do
carbonato. Esfriar e adicionar 3 a 4 gotas de nitrato de cálcio 0,1 mol/L.
Um precipitado branco formado imediatamente, indica a presença de
oxalato.
Obs. Uma característica importante na identificação deste precipitado
(oxalato de cálcio), é a insolubilidade em soluções neutras e em ácido
acético diluído, mas solúveis em soluções fortemente ácidas.
Centrifugar e lavar o precipitado com duas porções de 1 mL de água
destilada e algumas gotas de ácido nítrico 3,0 mol/L. Adicionar 1 mL de
água e aquecer a solução em banho-maria mantendo a temperatura de
60 a 70ºC. Em seguida, adicionar permanganato de potássio 0,02 mol/L,
gota a gota.
Obs.:a redução do íon permanganato é catalisada pelo íon manganês
formado no processo.
A descoloração da primeira gota da solução de permanganato pelo
oxalato, pode demorar a ocorrer, até que se forme suficiente quantidade
de catalisador. A reação com as gotas subsequentes é instantânea. O
desaparecimento da coloração rósea, após as primeiras gotas,
acompanhado da formação de gás carbônico, confirma a presença do
ânion oxalato.
Fosfato
Transferir 10 gotas da solução preparada para análise de ânions.
Acidificar com ácido nítrico concentrado, adicionar 2 gotas em excesso e
aquecer até fervura.
Obs.: adicionar ácido nítrico e aquecer, pois caso os íons tiossulfato e
sulfeto, etc, estiverem presentes, serão oxidados evitando a interferência
na determinação deste íon.
Esfriar e adicionar de 5 a 10 gotas do reagente específico de moliblato de
amônia, em ácido nítrico. Aquecer não mais do que 40ºC para apressar a
precipitação.
Um precipitado amarelo, brilhante de molibdofosfato de amônio, indica a
presença de fosfato.
Obs.: O ortoarseniato produz um precipitado semelhante. A interferência
deste ânion é reduzida ao mínimo se a temperatura não exceder a 40ºC.
Cromato e dicromato
1- Reação com acetato de bário:
A presença deste ânion já é indicada pela cor amarela da solução
preparada para análise.
Transferir 10 gotas da solução preparada para analise de ânions.
Acidificar com ácido acético 3,0 mol/L e aquecer até a fervura.
Obs.: a fervura elimina o gás carbônico, caso a amostra tenha sido
preparada com carbonato e pode decompor ânions precipitáveis.
Esfriar e adicionar algumas gotas de acetato de bário 1,0 mol/L. Um
precipitado amarelo confirma a presença do íon cromato na amostra.
Obs.: o íons cromato forma precipitado com sais de bário, podendo desta
forma ser separado de espécies redutoras como iodeto, o qual poderia
interferir neste ensaio.
Centrifugar e lavar o precipitado com 1,0 mL de água destilada. Dissolver
o precipitado com ácido nítrico 3,0 mol/L e adicionar 1,0 mL de água.
Aquecer em banho-maria fervente até dissolver o precipitado.
Obs.: Se houver algum precipitado nesta etapa, este é de sulfato de bário
e deverá ser descartado.
Esfriar e adicionar 0,5 mL de álcool amílico e mais duas gotas de água
oxigenada 20 volumes recentemente preparada, e agitar.
Uma coloração azul na fase aquosa, confirma a presença de crômio IV.
2 – Reação com chumbo:
Transferir 10 gotas da solução preparada para análise de ânions.
Adicionar 3 gotas de nitrato de chumbo 5%. O aparecimento de um
precipitado amarelo, de cromato de chumbo, confirma a presença do íon
cromato na amostra.
Sulfato
Transferir 10 gotas da solução preparada para análise de ânions.
Acidificar com ácido clorídrico 3,0 mol/L em excesso e , em seguida, mais
3 gotas de cloreto de bário a 5%.
O aparecimento de um precipitado branco, insolúvel em ácido, indica a
presença do ânion sulfato.
Obs.: outros sais de bário não precipitam em meio fortemente ácido.
4. Resultados e Discussão
Oxalato
Transferiu-se 10 gotas da solução preparada para análise de ânions.
Neutralizou-se com ácido acético 3,0 mol/L, utilizou-se 10 gotas do ácido
até que através do papel indicador de pH observou-se a neutralização. A
seguir, adicionou-se a solução acima, 10 gotas.
Amostra foi tratada com Na2CO3.
Aqueceu-se em banho-maria fervente até que expeliu-se todo o CO2,
proveniente do carbonato. Esfriou-se e adicionou-se 4 gotas de nitrato de
cálcio 0,1 mol/L.
Um precipitado branco se formou imediatamente, indicando a presença
de oxalato.
Centrifugou-se e lavou-se o precipitado com duas porções de 1 mL de
água destilada e algumas gotas de ácido nítrico 3,0 mol/L. Adicionou-se 1
mL de água e aqueceu-se a solução em banho-maria mantendo a
temperatura de 60 a 70ºC. Em seguida, adicionou-se permanganato de
potássio 0,02 mol/L, gota a gota.
Após algum tempo, houve a descoloração da primeira gota da solução de
permanganato pelo oxalato, até que formou-se uma suficiente quantidade
de catalisador. A reação com as gotas subsequentes ocorreu-se de modo
instantâneo. Pouco a pouco houve o desaparecimento da coloração
rósea, após as primeiras gotas, acompanhado da formação de gás
carbônico, confirmando a presença do ânion oxalato.
Fosfato
Transferiu-se 10 gotas da solução preparada para análise de ânions.
Acidificou-se com ácido nítrico concentrado, adicionou-se 2 gotas em
excesso e aqueceu-se até fervura.
Todos os íons tiossulfato e sulfeto, etc, presentes, foram oxidados assim
não interferiu na determinação deste íon.
Esfriou-se e adicionou-se de 10 gotas do reagente específico de
moliblato de amônia, em ácido nítrico. Aqueceu-se até 35ºC que
apressou a precipitação.
Um precipitado amarelo brilhante formou-se, que era o molibdofosfato
de amônio, indicando a presença de fosfato.
Cromato e dicromato
A partir da reação com chumbo transferiu-se 10 gotas da solução
preparada para análise de ânions. Adicionou-se 3 gotas de nitrato de
chumbo 5%. Um precipitado amarelo, de cromato de chumbo formou-se,
confirmando a presença do íon cromato na amostra.
Sulfato
Transferiu-se 10 gotas da solução preparada para análise de ânions.
Acidificou-se com ácido clorídrico 3,0 mol/L em excesso e , em seguida,
mais 3 gotas de cloreto de bário a 5%.
Formou-se um precipitado branco. Adicionou-se ácido sulfúrico para ver
se era solúvel. A insolubilidade no ácido, indicou a presença do ânion
sulfato.
5. Conclusão
A análise de ânions diferentemente da análise de cátions é realizada de
modo isolado. Assim, a cada etapa uma alíquota é recolhida para realizar
determinado procedimento. É preciso ter muito cuidado, pois para descobrir
a presença de cada íon, devido a sua característica específica, utiliza uma
maneira diferente de proceder. Diferentemente da análise do ânions esse
grupo não é de compostos voláteis, não há liberação de gás, exceto a do
oxalato, uma vez que a amostra foi tratada com Na2CO3. Outro fator relevante
é que os compostos formados pelos ânions desse grupo são pouco solúveis
na presença de compostos de bário e cálcio em meio amoniacal.
Referências Bibliográficas
TAVARES, Maria; FILHO, Nelson; GAMA, Romualdo. Práticas em Química -
Análise Qualitativa: Volume II, Análise de Aniôns do grupo II. Goiás, 2010. Pg.
26-31.