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Relatório de análise do orçamento municipal da cidade de Ilhabela, feito pelo GOPI - Grupo de Trabalho de Orçamento Público e Indicadores, do Instituto Ilhabela Sustentável

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Elaboração Instituto Ilhabela Sustentável GOPI – Grupo de Acompanhamento do Orçamento Participativo e Indicadores Membros do GOPI Álvaro Sandoval Rodrigues Carlos Roberto Nunes Eunice Lacava Kwasnicka Pablo Federico Melero Osvaldo Julião

Colaboradores: Georges Henry Grego

Gilda Helena Leôncio Nunes

Ilhabela, 24 de Outubro de 2013.

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APRESENTAÇÃO O presente Relatório edição 2013, é uma análise efetuada basicamente sobre o orçamento no período 2009-2012, desenvolvido pelo Instituto Ilhabela Sustentável. Gostaríamos de enfatizar a importância da participação cidadã no processo orçamentário e o entendimento sobre o Orçamento Público. Iniciamos esse relatório relembrando a importância da participação cidadã, especificamente no tema aqui apresentado, que é a análise orçamentária do período 2009-2012, e a importância de se conhecer o Orçamento Público. Para nos dar inspiração, fomos buscar novamente o manifesto lido por nosso representante caiçara, o Marcelo “Caiçara” Batista, no lançamento do Instituto Ilhabela Sustentável e do Movimento Nossa Ilha Mais Bela, em 2007. Manifesto Nossa Ilha Mais Bela O município-arquipélago de Ilhabela ostenta com orgulho o título de cidade com maior índice de preservação da Mata Atlântica no Brasil. Com orgulho, como se tal título se devesse exclusivamente à civilidade de seus habitantes, ao trabalho do poder público ou ao respeito que à cidade devotam os que aqui vêm buscar turismo e lazer. Entretanto, quem conhece a história local e percorre nossas ruas, praias, rios e florestas, sabe que a responsabilidade por esses oitenta e poucos por cento de preservação se deve à geografia majestosa dessa Ilha, com suas montanhas agressivamente altas, ao profundo canal que a separa do continente e à criação do Parque Estadual, que evitaram que Ilhabela se transformasse em mais um aglomerado de concreto entupido de automóveis, como tantas outras cidades do litoral brasileiro. Ironicamente, as mesmas características geológicas e geográficas que até aqui vêm protegendo este local, agora o colocam na lista dos paraísos em vias de extinção. A primeira ameaça vem de nossa localização a duas horas de São Paulo, metrópole que sofre um verdadeiro êxodo de moradores que fogem da violência, do trânsito, do estresse e da poluição. Regiões mais pobres do país, como o interior de Minas e da Bahia, também são a origem de migrantes em busca de trabalho e condições mais dignas de vida. Não é por outro motivo que há alguns anos Ilhabela vem registrando um dos maiores índices de crescimento populacional do Brasil. A segunda ameaça vem das próprias belezas naturais, que atraem um fluxo de turistas cada vez mais descontrolado, com picos sazonais que na alta comprometem a qualidade de vida e na baixa penalizam a organização turística e a economia local. A terceira ameaça está na potencialidade portuária do canal de São Sebastião, que promete transformar nossa região de vocação eminentemente turística em um frenético corredor de exportação. E por último, mas não menos ameaçadoras, estão as imensas jazidas de gás e petróleo em nossa plataforma continental, que aliadas ao terminal marítimo de São Sebastião, por onde corre metade do petróleo consumido no Brasil, nos transformam na bola da vez de uma matriz energética baseada em combustíveis fósseis causadores do aquecimento global, com todos os desdobramentos conhecidos em termos de desastres ambientais. Combinados, esses movimentos exercem uma pressão que começa a se tornar insuportável em um município que não recebe investimentos em infra-estrutura nem possui planejamento de longo prazo para fazer face a todas essas ameaças simultaneamente. O resultado tem sido a ocupação desordenada das áreas de preservação, o aumento das mortes no trânsito, os congestionamentos em férias e feriados, a falta de saneamento básico, a poluição dos rios e das praias, a barulheira que compromete a paz, as crises políticas e a falta de participação

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popular nas decisões do poder púbico, além da ausência de civilidade no relacionamento cotidiano entre moradores e turistas. Por outro lado, não podemos esquecer que Ilhabela possui excelentes recursos humanos e sociais, além de imensas riquezas naturais ainda intocadas. É verdade que temos mais de 80% de Mata Atlântica preservada. Temos um manancial de água doce que será um tesouro incalculável em um planeta assolado pelo aquecimento global. Temos um imenso e ainda inexplorado potencial turístico, em escala nacional e internacional. Temos nossa tradição nos esportes náuticos, com particular ênfase para a vela. Temos uma rede de pessoas altamente influentes, que aqui construíram casas de veraneio ou mesmo se mudaram com suas famílias, e se mostram prontas a auxiliar os esforços em prol de Ilhabela com seu peso político e financeiro. Temos uma enorme presença na mídia, onde ecoam ao mesmo tempo nossos problemas e nossas belezas naturais. E temos ainda a força da centenária cultura caiçara, que além de enraizar todos os que aqui nasceram, pode servir de amálgama para criar uma comunidade digna do século 21, ao mesmo tempo coesa e aberta, integrando migrantes de todas as partes do país e do exterior, beneficiando-se simultaneamente da determinação dos paulistas, da força dos mineiros, da alegria dos baianos e da sabedoria dos estrangeiros que escolheram nossa Ilha como lar. Nós que fazemos parte do Movimento Nossa Ilha Mais Bela acreditamos que a única maneira de extrair o máximo de nossas potencialidades, promovendo o desenvolvimento sustentável e garantindo a qualidade de vida em Ilhabela, é estimular a mais ampla mobilização da sociedade civil. Para isso é fundamental recuperar a confiança da população nos processos políticos e valorizar a democracia participativa. Somente através dessa mobilização poderemos reunir forças políticas, sociais e econômicas capazes de comprometer a sociedade e sucessivos governos do arquipélago com objetivos claros, materializados em um conjunto de indicadores e metas de curto, médio e longo prazo. Movimentos como o nosso já foram lançados em metrópoles brasileiras como o Rio e São Paulo. Com eles aprendemos e trocamos idéias e experiências. Entretanto, dadas as características e o tamanho de nossa cidade, acreditamos que o sucesso de Nossa Ilha Mais Bela pode servir de inspiração para milhares de pequenas cidades em todo o país, lançando as sementes de um Brasil sustentável. Um país que combine de forma harmoniosa o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social e proteção ambiental.

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Acompanhamento do Orçamento Público Participativo O Instituto Ilhabela Sustentável - IIS - é uma OSCIP - Organização Social de Interesse Público, criada em 2007 por um grupo de moradores, ambientalistas, empresários, representantes de entidades e veranistas de Ilhabela. Através do Movimento Nossa Ilha Mais Bela, têm o objetivo de estimular a participação popular no diálogo com o poder público e desenvolver programas de educação cidadã. O Movimento não tem partido, não tem candidato, não tem cor e não tem religião. Não é de rejeição do poder público, pelo contrário é para fortalecê-lo. Suas ações são norteadas por 3 dimensões:

1. GESTÃO PÚBLICA, cujo desafio é buscar uma gestão pública municipal que seja profissional, participativa e transparente;

2. MOBILIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL, cujo desafio é transformar a Sociedade Civil de

Ilhabela em um ator organizado, engajado, participativo, cidadão, na vida do município e ativo no controle social;

3. INFLUÊNCIA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E OBRAS REGIONAIS, cujo desafio é propor um Plano Estratégico para Ilhabela bem como para Região Metropolitana e Litoral Norte com forte participação da sociedade civil na sua elaboração e monitoramento.

O Instituto possui Grupos de Trabalho, sendo alguns de caráter permanente como GAC – Grupo de Acompanhamento da Câmara de Vereadores, o GOPI – Grupo de Orçamento Público e Indicadores, bem como outros criados sob demanda. Ciclo Orçamentário: Para melhor compreensão do relatório ora elaborado, vamos resumidamente discorrer sobre as peças orçamentárias. São três as peças que compõe o ciclo orçamentário público:

Plano Plurianual (PPA) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) Lei Orçamentária Anual (LOA).

Dados Importantes do nosso orçamento público municipal e que o cidadão deveria conhecer: 1. O PPA – Plano Plurianual é um instrumento de planejamento que todas prefeituras - além de estados e união - devem elaborar no primeiro ano em que assumem o mandato e cujo objetivo é fazer um planejamento com antecedência, projetando para os 4 anos seguintes, para que possa oferecer bens e serviços, realizar obras e manter programas sociais. (O PPA é sempre defasado em 1 ano em relação ao mandato do executivo. Por exemplo: o período de mandato da gestão pública anterior foi 2009-2012. O PPA refere-se a 2010-2013, ou seja, o prefeito eleito para a gestão 2009-2012, em seu primeiro ano de governo utiliza-se do planejamento feito pela gestão anterior)

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Para isso devem ser feitas audiências públicas para organizar as prioridades. É com base no PPA que os governantes orientam as outras duas leis que compõem o ciclo orçamentário público a LDO e a LOA. O PPA é definido pela prefeitura e, posteriormente, avaliado, complementado e aprovado pela câmara de vereadores. Assim, ao final do ano, ele se transforma em uma lei que irá orientar o conjunto das políticas e, principalmente, o orçamento do município nos próximos quatro anos. A lei que estabelece o PPA deve apresentar, de forma muito clara, quais são as diretrizes, os objetivos, os indicadores, os programas, as ações e as metas da administração pública, de modo a atender ao projeto de desenvolvimento que o governo considera adequado para cumprir as promessas feitas na campanha eleitoral. Nenhuma ação orçamentária pode acontecer se não estiver prevista no PPA, sendo portanto um norteador para execução das políticas públicas e que determina que uma política pública tenha alocação de recursos públicos nos próximos quatro anos. 2. A LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias, é também elaborada anualmente e tem como principal finalidade estabelecer as diretrizes e prioridades que irão orientar a elaboração dos orçamentos fiscais e de investimento do Poder Público, incluindo as empresas públicas e autarquias ajustando-se assim o planejamento de cada ano, também após consulta à população na forma de audiências públicas. A iniciativa do projeto de lei da LDO é exclusiva do prefeito. O projeto é então encaminhado a Câmara Municipal para aprovação.

3. LOA - Lei Orçamentária Anual – tem o objetivo de propor o orçamento ajustado ao exercício convertendo em realidade, com valores previstos, as reivindicações da população feitas na LDO, e estabelecendo as despesas e as receitas que serão realizadas no próximo ano, conforme os recursos que o governo arrecada a cada ano. A LOA é, portanto, uma forma de revisão anual do orçamento previsto no PPA que, como se lembram, é um planejamento para 4 anos com visão anual, baseado das diretrizes estabelecidas na LDO.

É prevista em constituição, a participação popular na elaboração de todas essas peças

orçamentárias e para isso são obrigatórias as Audiências Públicas para cada uma delas, para

que haja tal participação.

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Histórico do GOPI – Grupo de Orçamento Público e Indicadores Dentro da dimensão “GESTÃO PÚBLICA” o GOPI tinha como objetivo fazer as análises sobre as peças orçamentárias, porem inicialmente essas análises eram superficiais. Constatamos então, que apenas com a melhor compreensão do sistema Orçamentário Público, e o entendimento de suas peculiaridades - como classificação das despesas e receitas, estruturação das rubricas, funções e sub-funções de governo – termos que explicaremos adiante, poderíamos criar uma metodologia que permitiria a análise do orçamento municipal. A partir dessa constatação, o próximo passo foi capacitar tanto a equipe do IIS, como disponibilizar workshops a cidadãos interessados no tema. Após a viabilização da contratação de um consultor especializado em Orçamento Público alavancamos esse processo de compreensão, criamos vários workshops sobre o Entendimento do processo Orçamentário, inclusive aberto ao público, e passamos a ter conhecimentos e ferramentas para um acompanhamento efetivo do Orçamento Municipal. Deixamos aqui nossos agradecimentos, ao Sr. Osvaldo Julião (ex Secretário de Finanças no município, hoje atuando no município de São Sebastião), que foi o consultor que trabalhou conosco nesse processo. Foi feito um trabalho de pesquisa e entendimento dos diversos locais indicados para busca de informações de transparência como:

Portal do cidadão do TCE-SP - Tribunal de Contas do Estado de São Paulo Arquivos recebidos via download do TCE-SP com planilhas detalhadas de todas as

despesas e receitas do município; Portal de transparência do CGU – Controladoria Geral da União (repasses federais e

convênios); Secretaria da Fazenda de São Paulo (repasses estaduais); Secretaria do Tesouro Nacional; SIAPNET (sistema de informações da administração Pública do TCE-SP); Site da prefeitura municipal de Ilhabela (balancetes de despesas e receitas); Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão/Secretaria de Orçamento Federal.

Vale ressaltar também que o trabalho foi facilitado em função da disponibilização pelo TCE-SP de todas as informações detalhadas de receitas e despesas de todos os municípios paulistas, o que não ocorre em todos os Tribunais de Contas de outros estados. Tendo a compreensão dessas peças orçamentárias, o GOPI trabalhou na análise do PPA, e fazendo a consolidação em Planilhas integradas mostrando:

Detalhamento de todas as despesas e receitas; PPA – planejamento para os 4 anos (2010-2013); LDOs 2009 a 2012; Consolidação por Programa de Governo, Projetos, Áreas / Departamentos

administrativos da prefeitura; Cruzamentos entre despesas e receitas realizadas e previstas nas peças orçamentárias.

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Metas e Indicadores

Dentro do Planejamento Orçamentário, existem mecanismos onde são inseridas as metas e

indicadores dos programas estabelecidos pelo governo e projetos e ações, que deveriam ser

ferramentas de acompanhamento de desempenho relativas à qualidade dos serviços públicos

do município.

Historicamente, as prefeituras não utilizam adequadamente esses mecanismos, e a Sociedade

Civil tem pouco conhecimento e interesse nesse tipo de acompanhamento.

Constatamos que os indicadores constantes no PPA 2010-2013 eram de difícil mensuração e

consequentemente de difícil acompanhamento de resultados.

Em nosso município, estamos experimentando avanços nesse sentido. No último PPA, o

Instituto Ilhabela Sustentável, através do GOPI - Grupo de Trabalho de Orçamento

Participativo e Indicadores, participou, auxiliando voluntariamente de encontros promovidos

pela prefeitura com os gestores financeiros de cada secretaria (funcionários responsáveis em

cada Secretaria por fazer e acompanhar o orçamento), enfatizando a importância dessa

definição de Metas e Indicadores, e como consequência, um conjunto de indicadores foi

inserido no PPA 2014-2017.

Essa edição do PPA ficou bem mais clara que edições anteriores, no tocante a apresentação

dos Programas e estabelecimento dos indicadores, e não obstante ainda haver muito a

melhorar, a iniciativa da parceria pode ser considerada positiva.

Relatório de análise do orçamento público municipal O relatório ora apresentado é uma análise feita pelo GOPI sobre o Orçamento Público do Município de Ilhabela, utilizando comparações com indicadores, inclusive buscando benchmarking com outros municípios, com o objetivo de concretizar o esforço de construir um instrumento de Cidadania Ativa. As informações sobre indicadores são mantidas no SIGA – Sistema de Indicadores e Informações Georeferenciadas e Ambientais, uma ferramenta desenvolvida pelo IIS em cima de uma plataforma tecnológica composta de um banco de dados de Indicadores de Cidadania e Qualidade de Vida e um atlas composto de mapas temáticos sobre zoneamentos, pontos de interesse e alguns indicadores georeferenciáveis que são atualizados anualmente. Essa ferramenta é baseada em plataforma Google, uma vez que o Instituto Ilhabela Sustentável participa do programa Google Earth Outreach Maps Engine Solidário que é um programa de apoio a organizações sem fins econômicos. A pesquisa de indicadores feita anualmente em diversas fontes, pelo IIS/GOPI reúne mais de 300 indicadores, entre eles indicadores financeiros baseados no orçamento público, e que não são necessariamente indicadores definidos pela prefeitura para constarem em seu PPA. No trabalho conjunto feito entre o GOPI e gestores financeiros da prefeitura, acima mencionado, tentamos definir um sub grupo desses indicadores que foram inseridos no PPA.

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O banco de dados de indicadores está dividido em 10 eixos, baseados na Plataforma Ilhabela Sustentável, que é uma adaptação local da PCS – Plataforma Cidade Sustentável, proposto pela Rede Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis. Os eixos são:

01. Governança e Gestão Transparente 02. Meio Ambiente, Consumo e Atitude Responsável 03. Segurança, Equidade e Justiça Social 04. Planejamento Urbano e Ocupação 05. Cultura para a Sustentabilidade 06. Educação para Sustentabilidade 07. Economia Local Dinâmica e Turismo Sustentável 08. Mobilidade e Transporte 09. Ação local para Saúde 10. Esporte, Lazer e Recreação

O relatório está dividido por cada um dos eixos, tomando como base de comparação o período de 2009-20012, bem como o PPA vigente que é 2010-2013, e analisando como a relação entre receita e despesa contribui para o equilíbrio no orçamento público do município, como é a divisão do “bolo orçamentário” e como cada fatia desse bolo contribui e influencia nos indicadores de qualidade de vida. Em alguns pontos desse relatório, será citado o termo “função de governo”, portanto daremos a seguir uma breve explanação sobre seu significado. As funções e suas respectivas sub-funções de governo são um instrumento implementado no orçamento público em nível nacional, que possibilita agrupar de forma padronizada os gastos públicos de uma determinada área. Isso nos permite fazer comparações com quaisquer outros municípios, pois como citado acima, essa codificação é nacionalmente padronizada. Mostramos abaixo uma tabela parcial de funções e sub-funções que poderão ser citadas nesse relatório. FUNÇÃO SUB-FUNÇÃO 01 – Legislativa 031 – Ação Legislativa 032 – Controle Externo 04 – Administração 121 – Planejamento e Orçamento 122 – Administração Geral 123 – Administração Financeira 124 – Controle Interno 125 – Normatização e Fiscalização 126 – Tecnologia da Informação 127 – Ordenamento Territorial 128 – Formação de Recursos Humanos 129 – Administração de Receitas

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130 – Administração de Concessões 131 – Comunicação Social 06 - Segurança Pública 181 – Policiamento 182 – Defesa Civil 183 – Informação e Inteligência 08 – Assistência Social 241 – Assistência ao Idoso 242 – Assistência ao Portador de Deficiência 243 – Assistência à Criança e ao Adolescente 244 – Assistência Comunitária 10 – Saúde 301 – Atenção Básica 302 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial 304 – Vigilância Sanitária 305 – Vigilância Epidemiológica 12 – Educação 361 – Ensino Fundamental 362 – Ensino Médio 363 – Ensino Profissional 364 – Ensino Superior 365 – Educação Infantil 366 – Educação de Jovens e Adultos 367 – Educação Especial 13 – Cultura 391 – Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico 392 – Difusão Cultural 15 – Urbanismo 451 – Infra-Estrutura Urbana 452 – Serviços Urbanos 453 – Transportes Coletivos Urbanos 16 – Habitação 481 – Habitação Rural 482 – Habitação Urbana 17 – Saneamento 511 – Saneamento Básico Rural 512 – Saneamento Básico 18 - Gestão Ambiental 541 – Preservação e Conservação Ambiental 542 – Controle Ambiental 543 – Recuperação de Áreas Degradadas 544 – Recursos Hídricos 545 – Meteorologia 23 – Comércio e Serviços 691 – Promoção Comercial 692 – Comercialização 693 – Comércio Exterior 694 – Serviços Financeiros 695 – Turismo 24 – Comunicações 721 – Comunicações Postais 722 – Telecomunicações

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26 – Transporte 781 – Transporte Aéreo 782 – Transporte Rodoviário 783 – Transporte Ferroviário 784 – Transporte Hidroviário 785 – Transportes Especiais 27 – Desporto e Lazer 811 – Desporto de Rendimento 812 – Desporto Comunitário 813 – Lazer A receita municipal do ano de 2012 foi de R$ 162.065.620,00. Isso resulta numa média per capita de cerca R$ 5.500,00. Para entendermos o que isso representa, comparemos com a média nacional que, segundo o informativo Multi Cidades, numero 7 de 2011, editado pela FNP, Frente Nacional dos Prefeitos, a média do orçamento dos municípios por habitante no Brasil é de R$ 1.689,00. Ainda, se compararmos com a média das 100 maiores metrópoles brasileiras, cai para menos de R$ 1.000,00. Isso é um pouco menos que o nosso município investe apenas em educação. Vamos comparar com 2 municípios igualmente turísticos: nosso orçamento per capita é 50% maior que o de Campos do Jordão e o dobro do que Socorro. Primeiramente vamos mostrar um gráfico do histórico sobre o orçamento dos últimos 5 anos:

Histórico do Orçamento Municipal de Ilhabela

O que demonstra esse gráfico é que do orçamento executado do primeiro ano para o último ano da gestão do primeiro mandato do prefeito Antonio Luiz Colucci (2009-2012), o

R$ 73.991.500,00

R$ 84.330.000,00

R$ 99.270.000,00

R$ 130.630.000,00

R$ 140.734.700,00

R$ 154.808.170,00

R$ 82.638.056,98

R$ 80.861.704,87

R$ 99.626.935,35

R$ 131.687.829,93

R$ 162.065.620,55

2008

2009

2010

2011

2012

2013

Receitas Arrecadadas

Realizado Orçado: PPA2006-2009 ou 2010-2013

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crescimento foi de aproximadamente 100%. Mesmo considerando que a variação do período baseado no IGPM foi de cerca 25%, o orçamento teve um enorme crescimento. Baseado no orçamento previsto para 2013, nosso município terá uma receita per capita (valor arrecadado médio dividido pelo número de habitantes) de R$ 4.996,00. Tomando como exemplo outros municípios que também recebem um grande montante de royalties, podemos concluir que nosso orçamento é por exemplo superior a Cubatão em 20% e superior a Poá em 50%. Ainda é inferior a um dos municípios campeões de arrecadação por royalties e ICMS que é nosso vizinho, o município de São Sebastião em 14%. Porem todos os municípios acima citados são pontos totalmente fora da curva, com orçamentos de 3 a 4 vezes a média nacional. O que são os Royalties? Os royalties são tributos pagos pelas empresas que exploram petróleo ou gás, como compensação por possíveis danos ambientais causados pela extração. Parte desse valor é repassado aos municípios confrontantes, ou seja, onde se encontram as reservas, seja terrestre ou marítimo, como é nosso caso. Com a exploração do pré-sal, bem como do gás na bacia de Santos, onde o município de Ilhabela está inserido, existe a possibilidade de termos um vertiginoso crescimento da nossa receita de royalties como já vem ocorrendo, conforme mostraremos no gráfico adiante. Porem existem incertezas sobre o futuro, uma vez está tramitando no congresso o projeto de lei PLS 448/2011, que propõe a redistribuição dos royalties entre todos os municípios, alem de outras variáveis como o preço internacional do barril de petróleo, incertezas essas que poderão afetar significativamente os orçamentos municipais. Como não podemos controlar essas variáveis, vamos nos ater a análise da situação atual. Vejamos no quadro adiante os valores arrecadados nos 4 anos referente ao PPA vigente (2010-2013):

R$ 0,00

R$ 5.000.000,00

R$ 10.000.000,00

R$ 15.000.000,00

R$ 20.000.000,00

R$ 25.000.000,00

R$ 30.000.000,00

R$ 35.000.000,00

R$ 40.000.000,00

R$ 45.000.000,00

2010 2011 2012 2013 (Previsto)

2013 (realizado

até Agoosto)

R$ 20.419.456,00

R$ 30.842.831,00

R$ 40.659.474,00 R$ 39.756.000,00 R$ 37.608.000,00

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O valor mostrado para o ano de 2013, foi o valor previsto no Planejamento Orçamentário, porem em análise mais detalhada com os dados disponíveis no TCE-SP, verificamos que até o mês de Agosto/2013, já foi realizado um valor de R$ 37.608.000. Portanto, se fizermos uma projeção aritmética, concluímos que esse valor chegará próximo aos R$ 55.000.000,00, o que implicaria em um aumento de mais de 270% em 4 anos. O que é feito com esses royalties? Pensando que toda exploração de recursos naturais é finita, e, portanto, a arrecadação de royalties sobre petróleo e gás idem, inicialmente propunha-se que os royalties fossem classificados como Receita de Capital, o que significa que não poderiam ser gastos para pagamento de despesas correntes, como folha de pagamento e outras. Portanto deveriam ser aplicados apenas em investimentos em infra-estrutura, não inflando a máquina administrativa, que poderia sucumbir após o término dos royalties. Os recursos dos royalties não deveriam ser utilizados em despesas correntes. Esta é uma fragilidade da legislação atual, que não é eficiente em impedir que os mesmos sejam utilizados em gastos correntes. Esse problema é ainda mais grave se considerarmos a volatilidade das receitas do petróleo e a tendência de aumentar os gastos em momentos de aumento expressivo do preço do petróleo que pode não se sustentar no futuro. A boa administração dos recursos e a geração de poupança para os anos de "vacas magras" é um desafio de todos. Porem várias ações movidas principalmente pelos municípios do estado do Rio de Janeiro, que é o estado que tem mais municípios receptores de royalties, geraram jurisprudência e vem sendo aceito pelos tribunais de contas a classificação como RCL – Receitas Correntes Líquidas, que podem então serem aplicadas em despesas correntes em geral. Fica aqui a dúvida de como será o futuro, quando os royalties se extinguirem, e as máquinas administrativas já estiverem muito “royalties-dependentes”. É fato que a população tem que se apropriar do orçamento público e participar das discussões em APs – Audiências Públicas, colocando seus anseios. Também é fato que nós somos uma democracia jovem, e que apenas a partir da Constituição Federal de 1988 com a introdução de diversos mecanismos de participação, entre eles os conselhos municipais de políticas publicas, é que começou o processo de Orçamento Participativo. Uma pesquisa efetuada pelo IIS em 2010, mostrou que 87% dos moradores de Ilhabela, nunca haviam participado de uma discussão do Orçamento Municipal. Essa pesquisa foi um dos indicadores balizadores para fazermos os workshops sobre o funcionamento do Orçamento Municipal, que teve como foco lideranças de bairro.

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01. Governança e Gestão Transparente O gráfico adiante demonstra a composição das receitas:

Os royalties representam 25% do orçamento, sendo a maior contribuição percentual. É importante notar que o setor de serviços que inclui bancos, serviços de profissionais liberais como engenheiros e arquitetos, pousadas e hotéis, contribuem com o ISS que representa apenas 3% do orçamento municipal. Há de se lembrar que todo esse setor contribui também com outros impostos como IPTU e taxas, como por exemplo a taxa de funcionamento (alvará). Nas cidades da região metropolitana da grande São Paulo o ISS contribui entre 15 a 20% da receita, e na região da RMVale, excluindo-se as pequenas cidades em sua maioria turísticas, e focando nas cidades mais industriais (às margens da BR116) esse percentual varia entre 8% a 15%. A preocupação que deve existir no setor de serviços do município de Ilhabela é que, devido a esse baixo percentual de contribuição para o orçamento municipal e principalmente mascarado pelo alto percentual de contribuição dos royalties, pode haver uma tendência da administração pública a dar pouca atenção ao setor no momento de formulação das políticas públicas. A Avaliação dos investimentos demonstra que o valor investido foi de R$ 33.723.584,69, que representa em torno de 21% do valor arrecadado, considerado um excelente resultado. Se mantido essa proporção podemos concluir que a cada 5 anos o município dobraria seu patrimônio. O Resultado financeiro mostra um superávit de R$ 62.445.426,86. A tabela abaixo mostra o resumo dos dados orçamentários de 2012.

10%

3% 3%

2%

5%

9%

25%

15%

23%

5%

Composição das receitas 2012

IPTU 10%

ISS 3%

Divida Ativa 3%

Outros Impostos 2%

Taxas 5%

Transferencia do Estado 8%

Royalties (transferência da União) 25% Outras transferencias da União 15% Demais Receitas Correntes 23%

Demais Receitas de Capital 5%

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O Índice IFGF 2013 (Índice Firjan de Gestão Fiscal), que é estudo desenvolvido pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) avalia a qualidade de gestão fiscal dos municípios brasileiros. A publicação 2013, baseada em dados orçamentários de 2011, classifica a gestão fiscal das 5.563 prefeituras do País. Esse indicador leva em conta cinco indicadores: investimento, gasto com pessoal, liquidez (relação entre dinheiro em caixa e restos a pagar, que são despesas que têm pagamento jogado para o ano seguinte), receita própria e custo da dívida de longo prazo. Abaixo demonstramos a avaliação do município de Ilhabela:

O resultado geral do Município foi de 0,7644, índice considerado bom (o resultado varia de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, a avaliação é melhor).

O município avaliado em primeiro lugar no ranking nacional como melhor gestão é o município de Poá que atingiu o índice 1. O quadro abaixo demonstra a evolução do número de servidores ativos no período analisado.

Fonte: SIAP –Eixo Aspectos Administrativos, item 1.2.

0

500

1000

1500

2009 2010 2011 2012

766 917 966 1489

Número de Servidores Ativos

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16

Observamos um crescimento de 44% no número de servidores. Será razoável um aumento de cerca de 44% no número de funcionários públicos entre 2009 e 2012? Se nosso orçamento crescer com os royalties, esse número crescerá junto? Porque não criar um fundo para que parte dessa riqueza seja destinada às futuras gerações, como já é feito em outros países? A Lei Complementar 101/2000, mais conhecida como LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal - permite os municípios a aplicarem no máximo 54% de sua RCL – Receita Corrente Líquida em Despesa de Pessoal. Em nosso município esse percentual é de cerca de 35%. 02. Meio Ambiente, Consumo e Atitude Responsável. O gráfico abaixo demonstra a evolução dos gastos com a função de governo Gestão Ambiental.

Constatamos que nessa função o valor total gasto em 2014 (somatória de todas as despesas) aumentou em mais que 100% de 2011 para 2012. É importante citar algumas das fontes de receitas que são utilizadas nessa função. Uma delas é a TPA – Taxa de Proteção Ambiental, valor cobrado de todos os veículos cujas placas não são do município, no momento da saída da balsa. O valor total da TPA no ano de 2012 foi de R$ 2.877.882,00. Para efetuar a cobrança dessa taxa, existe um serviço terceirizado, atualmente prestado pela empresa Neel, cujo valor pago no ano de 2012 foi de aproximadamente R$ 585 mil. Isso significa que aproximadamente 20% do valor arrecadado é gasto no próprio serviço. Não obstante esse alto custo de serviços, o controle de cobrança não é eletrônico, o que vem sendo solicitado tanto pela câmara de vereadores, como pelo CMMA – Conselho Municipal de Meio Ambiente, pois está definido em lei. Outra fonte de receita é a taxa de limpeza/lixo, cobrada anualmente juntamente com o IPTU. O valor total dessa taxa foi de R$ 2.836.267,00. O município gera quase 10 mil toneladas de resíduos ao ano. Como não temos Aterro Sanitário Controlado, todo resíduo exceto parte dos recicláveis triados, são transbordados para o Município de Tremembé.

2009 2010 2011 2012

5.695.569,60

4.056.352,51 4.586.235,91

9.643.868,27

Gastos com Meio Ambiente

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17

Em 2012 houve um significativo aumento do percentual de coleta de resíduos recicláveis, passando de 11% em 2011 para 15% em 2012. Podemos atribuir esse aumento a diversas campanhas de reciclagem tanto da prefeitura através de Educação Ambiental, quanto de ONGs locais, incluindo o Instituto Ilhabela Sustentável que promoveu em 2012 o projeto “Cuidando bem do nosso Lixo”. Apesar não ser um alto percentual, é o mais alto da região e um dos mais altos do Brasil. Esse percentual significa uma economia de R$ 250 mil para o município, que deveriam ser aplicados integralmente no CTR – Centro de Triagem com o objetivo de aumentar gradativamente os investimentos no local, uma vez que hoje este é um dos gargalos para aumentar o percentual de coleta reciclada. Os 85% dos resíduos (100% -15% recicláveis) são transbordados. Esse transbordo custou em 2012 R$ 1,7 milhões bilhões, entre a disposição final efetuada pela empresa Resicontrol, no valor de R$ 435 mil e o transporte efetuado pela empresa Peralta R$ 1.252 mil. Isso implica em um custo médio no ano de 2012 de R$ 170,00/Tonelada (não está incluso aqui o serviço de varrição e limpeza urbana). No ABC Paulista esse custo médio é em torno de R$ 90,00. Existe uma proposta de mudar o município receptor dos resíduos para Jambeiro, cuja distância é aproximadamente 40% menor, e esperamos que essa menor distância possa refletir na efetiva redução dos custos de transporte e disposição final dos resíduos. Vale lembrar que o Plano Nacional de Mudanças do Clima estabeleceu a meta de aumento de reciclagem de 20% até 2015 e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), definiu que ficará proibido, a partir de 2014, enviar para aterros sanitários qualquer tipo de resíduo que seja passível de reciclagem ou reutilização. No tema saneamento temos atendimento em 87% dos domicílios com água tratada. Como existem vários bairros mais distantes, bem como comunidades tradicionais isoladas não atendidos pela Sabesp, deveria ser reservada uma verba orçamentária do município para soluções isoladas de captação e tratamento de água, obedecendo o principio da universalização, definida na Política Nacional de Saneamento. Não obstante a isso, na função de governo 17, Saneamento Básico, não existe nenhum valor alocado para tal. O mesmo ocorre com o sistema de coleta e tratamento de esgoto. Em 2012 o número de economias domésticas (termo utilizado pela Sabesp para definir a quantidade de imóveis distintos, passiveis de conexão) era de 12.548. Desses, em 2012, 3264 estavam conectados, o que dá uma taxa de coleta de esgotos de 26%. Porem, segundo informações da Sabesp, existiam 4275 ligações disponíveis, o que dá uma diferença de 1.011 (denominadas ligações factíveis pela Sabesp, ou seja, pontos disponíveis porem ainda não conectados). Esse baixo percentual de coleta de esgotos tem refletido diretamente na balneabilidade de nossas praias, que em média tem ficado 17% das semanas imprópria, sendo que algumas dessas praias chegam a ficar mais de 60% nessa condição, como demonstrado no quadro adiante:

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(fonte: Cetesb). Destacamos no gráfico abaixo, o histórico de investimentos da concessionária Sabesp em nosso município, que apesar de não fazer parte da análise orçamentária municipal, e sim da esfera estadual, esses investimentos nos afetam diretamente.

Alem dos investimentos acima, conforme informações da Sabesp, já estão aprovadas em 2013 novas licitações para atendimento de esgoto no bairros da Água Branca, Cocaia, Reino, e Green Park, alem do projeto de abastecimento e reservatórios de água, totalizando um valor de R$ 16.840.667,00. Percentualmente temos o pior índice de coleta e tratamento de esgotos da região do litoral norte. Porem podemos concluir que se a Sabesp mantiver o mesmo nível de investimentos ocorridos nos últimos 5 anos, para os próximos 5 anos, teremos um nível satisfatório de coleta e tratamento de esgotos, bem como abastecimento de água tratada. Nossa grande preocupação fica por conta do sistema de tratamento, uma vez que a estimativa de substituição da atual EPC – Estação de pré-condicionamento do sistema Itaquenduba, por uma ETE - Estação de Tratamento de Esgotos em nível secundário, requer um investimento de uma única vez de cerca R$ 30 milhões. Lembramos que conforme o Relatório de qualidade ambiental da Coordenadoria de Planejamento Ambiental (SMMA 2013), o ICTEM (Índice de Coleta e Tratabilidade de Esgoto) de Ilhabela é <=2,5 PÉSSIMO. Isto ocorre devido ao fato da eficiência global de remoção de DBO (Demanda Biológica de Oxigênio, que é o indicador de

2009 2010 2011 2012

R$ 15.720.309,00

R$ 17.906.904,00

R$ 10.407.617,00

R$ 5.065.268,00

Investimentos em Saneamento pela Sabesp

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19

quantidade de ateria orgânica) ser considerada nula em função da disposição oceânica dos efluentes ser feita através de emissário submarino (fonte CETESB). Os impactos ambientais que podem decorrer da operação de emissários, apontados neste mesmo diagnóstico, são: aumento de matéria orgânica e a contaminação microbiótica nos pontos de lançamentos, e possibilidade de que se favoreça a floração de algas e ciano bactérias. 03. Segurança, Equidade e Justiça Social Abaixo analisamos os gastos no período, com a função de governo SEGURANÇA.

Constatamos 2 grandes saltos nos valores. O primeiro ocorrido em 2010, refere-se aos valores repassados pelo Município à Polícia, principalmente no período de alta temporada, quando o quadro recebe um contingente que chega próximo a 3 vezes o contingente normal. O segundo salto ocorrido em 2011, refere-se a:

Realocação de recursos do Departamento de Trânsito que anteriormente eram

contabilizados na função de governo TRANSPORTE. Esse valor em 2011 foi de R$

1.231.566,00.

Inicio das Atividades do Corpo de Bombeiros até então não existente no município, que a

infraestrutura e parte do contingente é custeada pelo município.

Portanto a função de governo SEGURANÇA passa a consolidar todos os custos com:

Departamento de Trânsito

Corpo de Bombeiros

Defesa Civil

Complementação Salarial às Polícias Civil e Militar, incluindo atividade delegada que é um convênio aprovado por lei entre a prefeitura e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), que permite que policiais sejam contratados pelo município em horário de folga ou durante suas férias.

2009 2010 2011 2012

186.879,25 418.921,35

2.378.308,71

2.816.735,16

Gasto em Segurança

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20

Vejamos nos quadros adiantes os efeitos causados na área de segurança.

Como podemos notar, houve sensível melhora na maioria dos indicadores, porem a área de trânsito continua sendo uma preocupação, visto que no indicador Lesão corporal culposa por acidente de trânsito, tivemos um aumento de aproximadamente 17% de 2011 para 2012. Analisamos tambem o número de policiais, conforme informações do SIAP que é mostrado no gráfico abaixo.

2009 2010 2011 2012

86

45 51

28

Roubo - Outros

2009 2010 2011 2012

6

8

2 3

Estupro

2009 2010 2011 2012

806 709 738 654

22 9 31

11

Furtos

Furto - Outros Furto - Veículos

2009 2010 2011 2012

96

114

Lesão Corporal Culposa por Acidente

de Trânsito

2009 2010 2011 2012

14 13 10 15

34 33 35 38

Número de policiais

Policiais Civis Policiais Militares

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O número ideal de policiais por habitantes recomendado pela ONU (Organização das Nações Unidas) é que haja 1 policial para cada 250 habitantes. Temos 1 policial para cada 530 habitantes, portanto teríamos que dobrar nosso contingente para atendermos essa recomendação. Como o comando das Polícias Estaduais faz suas alocações baseadas em estatísticas, e ainda que queiramos uma melhoria em nossos indicadores de segurança, a realidade é que estamos muito melhor comparados às médias de outros municípios, portanto com poucas chances de termos um aumento no contingente nas polícias estaduais (Militar e Civil) Portanto a opção que teríamos no município, e que já foi adotada por diversos outros, é a criação de uma guarda municipal, que apesar de limitações de atuação como, por exemplo, efetuar prisões entre outros, poderia atuar como guarda de apoio a turistas, ronda escolar, guarda patrimonial, fiscalização ambiental, entre outros. Para atender a recomendação da ONU, teríamos que complementar o número de policiais através de uma guarda municipal com um contingente entre 45 a 50 membros. Buscamos exemplos em outros municípios para estimar o custo de uma possível guarda municipal. O município de Vinhedo possui 61.612 habitantes (aproximadamente o dobro do nosso), e possui uma guarda municipal com um contingente de 95 guardas. O custo anual, conforme informações obtidas no Portal do Cidadão do TCE-SP, o orçamento anual desta guarda é de R$ 2,8 milhões. Baseado nesse número, precisaríamos ter um incremento no orçamento anual na função SEGURANÇA de 1,2 milhões. A expectativa de crescimento da receita para 2014, conforme dados apresentados na Audiência Pública da LOA 2013 para 2014, é de 33% ou seja, em torno de R$ 50 milhões. Portanto um aumento em segurança no valor de 1,2 milhões representa direcionar pouco mais que 2% desse aumento para essa área. 04. Planejamento Urbano e Ocupação O número total de domicílios do ultimo censo do IBGE foi de 14.540. Baseado no número de novas obras aprovadas na prefeitura, estimamos que atualmente esse número seja de 14.914, sendo que 28% desses domicílios são de uso ocasional (2ª. residência/veranistas). A evolução dos gastos em Habitação e Urbanismo, segundo o sistema SIAP é mostrado adiante.

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Abaixo a tabela de obras aprovadas na prefeitura no período.

Número de aprovações de obras na prefeitura

Ano Conservação Construção

2008 141 469

2009 55 162

2010 94 162

2011 109 212

2012 41 54

Média anual no período 146 212

Fonte: PLHIS

O PLHIS - Plano Local de Habitação de Interesse Social, desenvolvido em 2012 mostra que existe oficialmente no município apenas 80 moradias de interesse social, implantado através do CDHU (bairro do Reino). Ainda conforme o PLHIS existe:

40 unidades habitacionais tipo cortiços/favelas;

2.420 unidades habitacionais com carência de infraestrutura;

1.823 unidades com inadequação fundiária;

Um déficit habitacional imediato de 644 unidades de habitação de interesse social;

Uma déficit habitacional futuro estimado em 655 (até 2020).

2009 2010 2011 2012

6.255.298,89

10.658.644,77 10.511.362,28

25.973.285,18

Gastos em Habitação e Urbanismo

Page 23: Relatorio de analise do orcamento 2009 2012 vfinal

23

O PEIb - Parque estadual de Ilhabela ocupa 78% da área do arquipélago, sob gestão do estado,

portanto 22% são áreas municipais.

TGCA Taxa geométrica de crescimento populacional anual é de 3,12% (últimos 10 anos) que é

um dos maiores do estado.

Ilhabela tem 16 núcleos de ocupação desordenada.

Os gastos no último ano do período analisado (2012) na função de governo Habitação foi de

apenas R$ 444.235,00.

05. Cultura para a Sustentabilidade

Na função de governo Cultura, estão inclusos todos os gastos, tanto da Secretaria Municipal de Cultura como da FUNDACI – Fundação de Arte e Cultura de Ilhabela, que é um Órgão do município.

O gasto per capita no ano de 2012 foi de R$ 90,65, ou seja, um valor superior ao esporte e lazer. Foram atendidos 1.806 habitantes em seus diversos programas sociais, e as bibliotecas públicas atenderam 4.506 pessoas durante o ano de 2012. Detectamos que os gastos no período com shows tem sido em torno de 1 milhão de reais ao ano. Os gastos com shows estão normalmente alocados em duas unidades diferentes, a saber:

Unidade Secretaria de Cultura/FUNDACI a quem foi deixada a competência para definir e

gerir shows de pequeno porte, ligados a manifestações de cultura local.

2009 2010 2011 2012

2.053.771,00 2.190.029,00 2.288.339,00

2.808.824,00

Gastos com Cultura

Page 24: Relatorio de analise do orcamento 2009 2012 vfinal

24

Unidade Gabinete do prefeito, incluso na rubrica 3.3.90.39.00 a quem que foi deixada a

competência para definição de shows de grande porte, e que tem como consequência

grandes gastos.

Os valores relacionados para pagamento destes shows de grande porte têm sido muito altos e, em nosso entender, merecem uma aprofundada análise e reflexão, especialmente em relação ao atendimento à austeridade na utilização de recursos públicos definida pelo inciso I, do art. 2º, no Capítulo I, da Lei 962/12 LDO. Porque não repetir o ocorrido em shows recentes como Titãs, Rita Lee, Ídolos dos Anos 80 e principalmente o Jazz Festival Ilhabela, que atraíram patrocínios importantes, para diminuir os subsídios do erário público, evitando que o município seja o principal patrocinador do evento? Conforme estabelecimento de prioridades aferidas em Audiências Públicas e Reuniões de Bairros publicada como anexo à Lei nº 962/12 - LDO, não há menção a shows e além disso , a decisão e verba desses shows deveriam estar integralmente na Pasta da Cultura.

06. Educação para Sustentabilidade A Lei Complementar 101/2000, mais conhecida como LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal -obriga os municípios a aplicarem no mínimo 25% de sua receita de impostos, próprios e transferidos, na função de governo Educação.

O percentual aplicado em Ilhabela, no último do período analisada (2012) foi de 40,39%, portanto os gastos em educação cumprem a LRF. Em geral esse percentual é seguido à risca, uma vez que o TCE-SP rejeita a prestação de constas do chefe do executivo caso esse percentual não for obedecido. Vejamos no gráfico abaixo o gasto per capita.

2009 2010 2011 2012

R$ 18.338.130,00

R$ 24.986.107,00

R$ 31.033.671,00

R$ 38.208.078,00

Gastos em Educação

Page 25: Relatorio de analise do orcamento 2009 2012 vfinal

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Ao analisarmos a função de governo Educação, vemos que nosso município investe muito mais que a grande maioria das cidades, o que deveria ser muito bom. Porem se compararmos os indicadores de educação, como IDEB e SARESP, o percentual investido em educação não tem se refletido nos mesmos patamares nesses indicadores, senão vejamos. O IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, é uma avaliação que foi criada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2007, com dados contabilizados a partir de 2005, e leva em conta dois fatores que interferem na qualidade da educação: o rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) e médias de desempenho nas avaliações da pasta (Prova Brasil e Saeb). Os exames avaliam o conhecimento dos alunos em língua portuguesa e matemática no final dos ciclos do Ensino Fundamental, de 4ª série (5º ano) e 8ª série (9º ano), e no terceiro ano do Ensino Médio. O IDEB é avaliado a cada 2 anos (nos anos ímpares), portanto vamos analisar os dados referentes a 2011, uma vez que os dados de 2013 ainda não foram disponibilizados. O desempenho das escolas paulistas é acima das instituições de ensino de outros Estados. Anos iniciais do ensino fundamental – avaliado no (4º/5º): O índice do município de Ilhabela é de 5,3. Nesse nível escolar a média do estado é de 4,7. Escolhemos um município do estado como modelo para comparação, o município de Cajuru. Cajuru, no interior do Estado de São Paulo, conseguiu a maior nota do país no IDEB (8,6) com formação de professores, investimento em infraestrutura, envolvimento de todos, avaliação constante e acompanhamento do ensino, além de 30% da verba destinada à educação, como dito anteriormente a LRF obriga 25%. Nesse município o valor gasto em educação por habitante em 2012, foi de R$ 687,00. Esse valor representa em torno da metade do que nosso município gasta. Anos finais do ensino fundamental – avaliado no (8º/9º): O índice do município de Ilhabela foi de 4,7. A média estadual é 5,0. Aqui faremos uma comparação oposta. O município de Cubatão (cidade contemplada com recebimento alto de Royalties), que tem um gasto por habitante em educação de aproximadamente R$ 1.800,00, ou seja, quase 50% a mais que nosso município, e possui um IDEB pífio 4,6. Outro caso a ser comparado é com o município de Paulínia, um dos campeões de arrecadação, em ICMS, Royalties e ISS, que com um orçamento anual em torno de 1 bilhão, está adotando a

2009 2010 2011 2012

R$ 760,85 R$ 888,39

R$ 1.070,38 R$ 1.233,19

Gasto em Educação per capita

Page 26: Relatorio de analise do orcamento 2009 2012 vfinal

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tarifa zero no transporte público, e tem um gasto em educação per capita de aproximadamente R$ 3.080,00, que representa quase 3 vezes o que gastamos em nosso município; seu IDEB é de 4,4 em escolas municipais. Apresentamos no gráfico abaixo, outro indicador, o SARESP - Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo. Para entendimento do gráfico, mostramos antes a tabela do intervalo do indicador de avaliação:

Intervalo Avaliação

SARESP - Ensino Médio - (3o. ano) Língua Portuguesa 0 a 375

SARESP - Ensino Médio- (3o. ano) Matemática 0 a 400

SARESP - Fundamental I - (5o. ano) Língua Portuguesa 0 a 250

SARESP - Fundamental I - (5o. ano) Matemática 0 a 275

SARESP - Fundamental II - (9o. ano) Língua Portuguesa 0 a 325

SARESP - Fundamental II - (9o. ano) Matemática 0 a 350

A conclusão é que um alto gasto na Educação normalmente se traduz em escolas modernizadas, reformadas e bem aparelhadas, porem nem sempre reflete na qualidade do ensino.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

SARESP - Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo

Indicadores do município de ILHABELA

2010

2011

2012

RMVale

Nota Máxima

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07. Economia Local Dinâmica e Turismo Sustentável O gráfico abaixo mostra o PIB per capita do município. É um valor bem inferior à média do estado, bem como da RMVale - Região Metropolitana Vale do Paraíba. Está próximo ao PIB das cidades de Ubatuba e Caraguatatuba. No litoral norte, apenas a cidade de São Sebastião tem um destaque, inclusive com o PIB per capita maior que média do estado de São Paulo, impulsionado principalmente pela Petrobrás/Transpetro instalada na cidade.

O que pode ser notado é que a cidade de São Sebastião, nossa mais próxima vizinha, padece dos mesmos problemas sociais que as outras 3 cidades do Litoral Norte, o que mostra que apenas um PIB alto não significa que haja uma distribuição de renda na mesma proporção. A estimativa do PEA – População Economicamente Ativa para 2012 em nosso município é de aproximadamente de 18.000 pessoas. IFDM – índice Firjam de Desenvolvimento Municipal, que avalia saúde, educação e emprego e renda, é 0,7436, nos colocando na 386ª Posição em relação aos 645 municípios do estado de São Paulo, sendo que Caraguatatuba é a melhor colocada nesse indicador, aparecendo na posição 90ª. Entre os 5.564 municípios do Brasil, Ilhabela ocupa a posição 914ª. A estimativa da Secretaria Municipal de Turismo é de que recebemos anualmente 1,5 milhões de turistas/veranistas, com um ticket médio de R$ 160,00. Isso representa uma entrada de riqueza para a cidade de R$ 240 milhões/ano. Dos 1,5 milhões de turistas ao ano, 348 mil foram provenientes dos navios de cruzeiro, com base nos números da temporada (2012-2013), um significativo aumento em relação temporada 2011-2012, representando um crescimento de 34,25%. O ticket médio do turista de navio é bem inferior ao do turista convencional, principalmente pelo pouco tempo de estadia na cidade (em torno de 8 horas), alem de estimar-se que apenas 60% dos turistas dos navios desembarcam. A estimativa de receita proveniente dos turistas de navio é de R$ 13 milhões/ano.

R$ 30.264,00

R$ 20.413,00 R$ 13.336,00

R$ 11.671,00

R$ 42.410,00

R$ 12.218,00

PIB Per Capita

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Considerando que o turismo é a principal indústria de Ilhabela, e considerando que a Secretaria Municipal de Turismo e Fomento é responsável pela elaboração de políticas públicas para fomentar o setor, destacamos o total de gastos dessa secretaria no período 2009-2012, no gráfico abaixo.

Em nossa análise nos anos de 2010 e 2011 detectamos que haviam alocações referentes a obras de reurbanização, que no entender da gestão municipal eram classificadas dentro da função turismo. Numa análise mais focada em 2011 detectamos que praticamente 50% do orçamento foram em obras, principalmente na reurbanização da Avenida Princesa Isabel. Também fizemos uma análise do Fundo Municipal de Turismo nesse mesmo período representado pelo gráfico abaixo.

Esse fundo deveria ser utilizado para ações de promoção, fomento e planejamento do turismo, ações essas que são deliberadas pelo COMTUR – Conselho Municipal de Turismo. Vemos nessa análise, um total esvaziamento desse fundo, portanto limitando as ações COMTUR.

2009 2010 2011 2012

R$ 1.530.848,00

R$ 3.606.064,00

R$ 5.201.242,00

R$ 2.059.537,00

Orçamento da SecTur

Orçamento baseado no balancete de despesas

2009 2010 2011 2012

R$ 309.000,00

R$ 192.844,00

R$ 86.824,00

R$ 30.228,00

Histórico do F.M.Turismo (rubrica 1.7.6.1.99.01 Turismo)

Page 29: Relatorio de analise do orcamento 2009 2012 vfinal

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Selecionamos no ano de 2012, todas as despesas relacionadas ao Carnaval. O total foi de R$ 677.552,00. Fazendo uma análise da economia do município, baseada nas informações do SIAP, tivemos a seguinte mudança nos setores econômicos, demonstrado no quadro abaixo:

Como podemos notar, houve grande mudança entre os setores, com grande diminuição no setor comercial e um grande aumento no setor de serviços. A variação é muito expressiva para tratar-se simplesmente de uma mudança de perfis dos setores, e acreditamos que se trata de adequação ou recadastramentos nos estabelecimentos. Não conseguimos comprovar o real motivo. O setor de pousadas e hotéis conta com aproximadamente 6.500 leitos, segundo levantamento da ABRHI – Associação de Bares, Restaurantes e Hotéis de Ilhabela. Um grande problema socioeconômico do município é a falta de oportunidade principalmente para jovens. Portanto é importante e necessário pensar em políticas públicas que criem novas oportunidades para esse público. Foi planejado no PPA2014-2017, a construção de uma escola de gastronomia e hotelaria a ser administrada pelo sistema S. O valor previsto de investimentos é de R$ 6 milhões. Novas alternativas na área de turismo também se fazem necessárias, e vemos o PEIb – Parque Estadual de Ilhabela como um grande potencial que deve ser fomentado na área de Ecoturismo, para diminuir o problema da baixa sazonalidade. O valor gasto pela prefeitura para apoio ao ecoturismo em 2012 foi de R$ 85.978,00, que representa 0,1% do orçamento público municipal.

3 4 3 2 510 550 600

1.342

1.287 1.406 1.500

859

2009 2010 2011 2012

setores econômicos

Estabelecimentos - Setor INDUSTRIAL Estabelecimentos - Setor SERVIÇOS

Estabelecimentos - Setor COMERCIAL

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08. Mobilidade e Transporte Analisando a frota, constatamos que o número de veículos e motos continua crescendo de forma vertiginosa, apresentando um crescimento de aproximadamente 30% entre 2009-2012, como mostra o gráfico abaixo.

O município possui uma restrita malha viária com cerca de 130km, sendo pouco mais de 40Km na orla principal, portanto sem alternativas paralelas para ligar o centro ou o terminal da balsa aos bairros. Apesar de novos trechos de ciclovia/ciclo-faixa, não existe um plano de mobilidade, não existem locais para guarda de bicicletas e, portanto as possibilidades de junção de modais, como bicicleta-ônibus, praticamente não existem. Pensando na bicicleta como meio de transporte, não apenas como passeio, falta opção para ligação aos bairros. No ano de 2012 foram investidos R$ 1.018.115,00 em obras relacionadas à ciclovia. É um investimento significativo, que se replicado em todos os anos, provocaria em breve uma grande melhora na malha cicloviária. Entretanto deve ser feito um melhor planejamento sobre a mobilidade, assim como reavaliação de parte das obras na orla, pois como pudemos notar, parte da estrutura recém construída foi danificada pela ressaca do mar, que é comum em determinadas épocas do ano. Não é aceitável que haja gastos públicos constantes para consertar o traçado de uma ciclovia, sabendo-se previamente que esse problema existe. Outra alternativa futura de mobilidade seria o transporte aquaviário. Algumas cidades tem nesse modal uma forma de transporte coletivo. É comum em algumas regiões do nordeste, como por exemplo, a região de Camamú na Bahia, onde esse tipo de transporte é utilizado entre Camamú, Barra Grande, Maraú e região. Para isso foram iniciadas construções de vários píeres que serviriam de atracadouros, espalhados pela cidade, sendo que 2 deles encontram-se com as obras paradas. Selecionamos todos os gastos relacionados a píeres no período 2009-2012, e constatamos que o valor total foi em torno de R$ 400 mil. Somando-se o numero de acidentes de moto, bicicleta, atropelamentos e acidentes de transito com vítima, chegamos a quase 300 acidentes ao ano, sendo que pouco mais de 1/3 são acidentes de moto, praticamente todos atendidos no hospital municipal. Estima-se que o gasto

2009 2010 2011 2012

3534 4037 4678 5282

3.402 3.856 4.238 4.584 1.481 2.191

2.482 2.767

Frota

Automóveis Motos Outros

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31

médio com acidentados com moto seja de R$ 25 mil (segundo informações do hospital já tivemos casos em que o acidentado custou mais que R$ 100 mil aos cofres municipais), teríamos uma estimativa anual com acidentes de trânsito entre R$ 3 a 4 milhões, ou seja, em torno de 25% do orçamento do hospital. A melhor forma de diminuir esse custo seria aplicar maciçamente em educação no trânsito, bem como aumentar e aprimorar a fiscalização, prioritariamente (mas não somente) no setor de motocicletas, que é onde se gera o maior custo para o sistema de saúde. A receita provinda das multas de trânsito poderia ser aplicada para esse fim. Analisando essa receita notamos que apesar do montante ter diminuído de cerca 20% entre 2010 e 2012, ainda assim representa um valor significativo, em torno de R$ 500 mil, que deveria ser integralmente aplicado em educação para o transito. Fechando o eixo mobilidade urbana, analisando o período 2009-2012, bem como os PPAs 2010-2013 e o recém aprovado PPA 2014-2017, notamos que os gastos direcionados a pavimentação, considerando também verbas provindas do estado (como foi o caso da perimetral Norte e Sul), têm sido em torno de R$ 5 milhões/ano. Acreditamos que o mesmo esforço deve ser feito também para melhoria nos outros modais, como ciclovias e guarda-bikes, incentivo ao transporte hidroviário, e principalmente melhoria do transporte público, para que seja incentivado o maior uso de transportes coletivos em detrimento do individual. Se o município de Paulínia que tem uma alta receita per capita impulsionada pelos royalties está implantando a tarifa zero no transporte público, por que nós que também temos uma grande receita de royalties, não podemos pensar ao menos em subsidiar o sistema permitindo uma baixa tarifa, e também para que seja aumentada a disponibilidade de horários, incentivando assim o aumento da população que se utiliza do sistema de transporte público? 09. Ação local para Saúde Abaixo mostraremos a evolução dos gastos em saúde em nosso município:

2009 2010 2011 2012

R$ 18.647.410,87 R$ 20.963.223,12

R$ 26.226.797,09

R$ 34.393.798,92

Despesas totais na Saúde

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A LRF obriga os municípios a aplicarem no mínimo 15% de sua receita de impostos, próprios e transferidos, na função de governo Saúde. Os dados de 2012 mostram que esse percentual em Ilhabela foi largamente superado, chegando a 49%. Como podemos notar, entre 2009 a 2012, o total das despesas com saúde em nosso município aumentou em 84%, porem como houve também uma pequena variação populacional, mostraremos no quadro abaixo a evolução dos gastos em saúde per capita, ou seja, gasto médio por habitante:

Ainda assim, a variação foi de 70%. Se considerarmos que a variação do período baseado no IGPM foi em torno de 25%, temos ainda assim um crescimento real das despesas em 45%. Verificamos que do montante gasto em saúde, boa parte é gasto no hospital, portanto vamos fazer uma análise apenas dos gastos em hospital. Baseado nas informações obtidas no TCE-SP, sub função de governo 302 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial, o gasto no ano de 2012 foi de R$ 578,00/habitante. Poá, que foi considerado pela FIRJAN o município com melhor gestão fiscal, gastou nesse mesmo período R$ 279,00/habitante. Existe uma crença relacionada à relação entre o custo de manter um hospital municipal x população atendida em cidades menores, com a tendência a imaginar que cidades menores, por ter menor escala, teriam custos maiores por habitante. Apenas como exercício e reflexão de que isto pode não ser sempre verdadeiro, tomamos como exemplo um pequeno município do interior paulista, o município de Rinópolis, de apenas 9.935 habitantes, que possui um hospital mantido pelo município através da instituição Sociedade Misericórdia de Rinópolis, assim como ocorre em nosso município através da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Ilhabela e a conclusão é a seguinte: O custo por habitante para a função Saúde, sub-função Assistência Hospitalar e Ambulatorial é de R$ 103,00/habitante (contra os R$ R$ 578,00 de nosso município).

2009 2010 2011 2012

R$ 773,69 R$ 745,36 R$ 904,59

R$ 1.110,09

Despesas na Saúde per capita

Despesas na Saúde per capita

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Obviamente, outros fatores devem ser comparados, como por exemplo, o atendimento que é dado em nosso hospital a turistas, que não entram no cálculo do número de habitantes, mas de qualquer forma, os números estão aí. No processo de construção do PPA2014-2017, a prefeitura municipal realizou diversas audiências públicas, e o quadro abaixo mostra um resumo com o número de citações em alguns tópicos, quadro esse consolidado pela própria prefeitura.

Agilizar marcação de consultas (flexibilidade de horário e tempo) 47

Segurança e Policiamento 26

Mais médicos nos Postos de Saúde 26

Agilizar os do resultado de exames (Demora para chegar) 22

Ampliação da escola ou construção de um novo prédio 21 Acelerar a construção de calçadas e pavimentação, melhorias no asfalto no Sul da Ilha e sinalização da malha viária 12

Mais médicos capacitados, mais dentistas e ginecologistas nos Postos de Saúde. 12

Capacitação para os professores 11

Mais horários de ônibus 10

Área de lazer no Gleba II 10

Espaço Cultural na Barra Velha (Alta e Baixa) 10

Ampliação do Posto de saúde/Construção de um novo Posto de saúde (com acessibilidade e local plano) 10

Oficinas Culturais na Armação (Teatro, danças, etc) 9

Mais médico nos postos de Saúde para atender mais pessoas por dia. 8

Implantação de rede de rede de coleta e sistema de tratamento de esgoto em todo Sul de Ilhabela : Sistema Portinho/Feiticeira; Sistema Praia Grande/Bexiga/Curral; Sistema Ponta da Sela/São Pedro 7

Controle na coleta de lixo 6

Multa nos estabvelecimentos comerciais que não separa o lixo 6

Congelamento dos núcleos de ocupação do Sul (Escada do Portinho, Bexiga, Rodamonte) 6

Mais oportunidade de emprego para jovens com menos de 18 anos 5

Mais vagas para dentistas nos Postos de Saúde, devido a grande demanda da população 4

Construção de calçadas a passarelas mais planas 4

Implementar um Programa de Educação Ambiental Intensiva, ensinando a separação do lixo reciclável e a necessidade de incorporar esse hábito em todas as familias 4

Colocar mais ônibus para o Sul, no horário em que há demanda de usuários (Horário de pico deve ter onibus que comporte mais passageiros) 4

Limpar e sinalizar todos os acessos à costeira ou praia, previstos no Plano Diretor 4

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Educação para que a população coloque o lixo no horário correto 3

Moradia popular para as pessoas de baixa renda 3

Mais remédio gratuítos 3 Implantar rede de distribuição e sistemas de tratamento de água nos bairros após Veloso (limite do atual atendimento Sabesp) 3

Posto Policial no Sul da Ilha o ano inteiro 3

Mais equipamentos no Posto de Saúde 2

Posto policial no bairro da Armação 2

Unidade de estudo e pesquisa em castelhanos (previsto no Plano Diretor) 2

Mais câmeras de monitoramento (Perequê (Av. São Joáo) e Barra Velha) 1

Especialista em pediatria nos Postos 1

Convidar os membros das igrejas com antecedencia para essas reuniões 1

Colocar no orçamento verba para construção de habitação de interesse social 1

Posto da Polícia Ambiental na Feiticeira 1

Criação de um Parque Municipal 1

Atividades para idosos 1

Melhor divulgação e explicação sobre reunião "O que é LDO" 1 Apesar do alto custo de nosso sistema de saúde, ainda é o item que gera mais demanda da população. O número de atendimentos ambulatoriais em 2012 foi de 79.465, o número de internações foi de 2227. O número de leitos disponíveis no sistema público de saúde é de 50 leitos, o que dá em torno de 1,8 leitos para cada 1.000 habitantes. A OMS – Organização Mundial de Saúde recomenda 4,5 leitos para cada 1.000 habitantes. Em nosso município esse índice é questionável, uma vez que conforme informações do SIAP, temos uma taxa de ocupação de leitos menor que 50%. 10. Esporte, Lazer e Recreação Por sermos uma cidade turística, e com quase 80% de seu território ocupado pelo PEIb – Parque Estadual de Ilhabela, e pelo próprio estilo de vida dos ilhabelenses, longe de grandes metrópolis, temos no esporte e lazer uma das principais formas de passatempo, que também está intimamente ligado à qualidade de vida. Portanto é de crucial importância investimentos e gastos nessa área, que devem ser vistos de 2 formas distintas: 1. Desenvolvimento de atividades físicas com a população, como forma de melhoria da

qualidade de vida; 2. Apoio e desenvolvimento de eventos esportivos, que acabam sendo uma forma de

turismo, o turismo esportivo, que alem de contribuir com o aumento do turismo no município, traz um turista de qualidade, que reconhece a qualidade do local para práticas

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esportivas. Nesse quesito, já temos o título de capital nacional da Vela, porem muitos outras modalidades tem feito de nosso município um destino esportivo, como por exemplo o triátlon cross country, cuja principal prova nacional e uma das mais importantes do mundo, o XTerra, iniciou-se aqui em nosso município. Também tem sido palco de grandes provas de canoagem, e SUP – Stand-Up Paddle, assim como local constante de prática de mountain bike, corrida de montanha, entre outros.

Abaixo demonstramos o histórico de gastos na função de governo Desporto e Lazer.

Tivemos no período 2009-2012 um aumento de 32% nessa função. Considerando o valor gasto per capita, temos a seguinte análise: O gasto per capita em Ilhabela é em torno de R$ 75,00 ano/habitante. Para comparação em nossa região temos:

Ubatuba: R$ 26,00 ano/habitante

Caraguatatuba: R$ 43,00 ano/habitante

São Sebastião: R$ 120,00 ano/habitante Em 2012, 2 programas foram responsáveis pela maior parte do orçamento:

Programa Ilhabela o Ano Inteiro: R$ 595.585,00 (onde se concentram os eventos esportivos)

Programa Esporte é Vida: R$ 129.747,00 (onde se concentram os programas esportivos sociais)

Concluímos que 28% do orçamento nessa função de governo referem-se ao programa de apoio a eventos. Numa análise minuciosa sobre esse montante de R$ 595.585,00, verificamos que 20% desse montante (R$ 120.000,00) foi destinado a uma única empresa, o Instituto XTerra, que é o organizador do XTerra Brazil. Achamos importe continuar com apoios institucionais a grande eventos esportivos, porem a mesma importância deve ser dada também a outros eventos.

2009 2010 2011 2012

1.629.226,00 1.774.541,53

1.966.413,84 2.156.400,00

Gastos com Desporto e Lazer

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Considerações finais Abaixo listamos os 11 maiores credores da prefeitura no ano de 2012 (fizemos uma linha de corte em R$ 1 milhão), onde 7 são ligados a obras/engenharia, totalizando apenas esses, em R$ 17.808.646,65.

CREDOR VALOR PAGO Principais Obras

Identificadas

IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE ILHABELA R$ 21.624.783,32

SOLOVIA ENGENHARIA E CONSTRUCÕES LTDA R$ 4.156.235,15 Reurbanização e pavimentação

COPLEM ENGENHARIA E EMPREENDIMENTOS LTDA. R$ 3.888.898,08 Construção de escolas

ASSOCIACAO CENTRO DE TRIAGEM DE MAT. RECICL. DE ILHABELA R$ 3.227.122,23

PROJEMAR CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA R$ 2.367.887,75 Pista de skate e UBS Água Branca

GRUPO ARQUITETURA LTDA R$ 2.030.025,57 PEII - Polo Esportivo Integrado da Barra

PRÉ ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA. R$ 2.008.292,06

TCL TECNOLOGIA E CONSTRUÇÕES LTDA R$ 1.961.331,22 Reurbanização e pavimentação

EXPRESSO FENIX VIAÇÃO LTDA R$ 1.513.720,87 WILNEY CARDOSO ARQUITETURA E CONSTRUÇÕES LTDA R$ 1.395.976,82 Fonte da Vila

LIMPAR LIMPEZA AMBIENTAL LTDA - ME R$ 1.331.119,78

Total apenas das 7 empresas ligadas à engenharia R$ 17.808.646,65

O total das receitas orçadas para o ano corrente de 2013, que não fez parte dessa análise, é de R$ 154.808.170,00 e acreditamos que o valor executado será maior que o orçado. Também já ocorreu a Audiência Pública da LOA 2013 (planejamento para 2014), e o valor orçado para 2014 é de R$206.517.000,00. Também já ocorreram as Audiências Públicas referentes ao PPA 2014-2017. O GOPI já analisou a proposta e oficiou à Câmara de vereadores as seguintes sugestões e subsídios para elaboração de emendas para aplicação de recursos orçamentários no PPA 2014-2017: 1. Saneamento Alocar 2% do orçamento para Saneamento para todos os anos até atingir a Universalização: áreas não atendidas pela SABESP, Construção Estação tratamento de esgoto, conforme

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estabelecido no relatório final da Conferência da Cidade 2013 e Elaboração do Plano de Macro Drenagem do Município. Justificativas:

O saneamento é seguramente um dos mais graves problemas da cidade de Ilhabela com

importantes reflexos sobre os aspectos de saúde pública, economia, turismo e outros

relativos à qualidade de vida, e sempre aparece como reivindicação nas Audiências

Públicas;

As Ocupações irregulares não serão atendidas pela Concessionária (SABESP) e deverão ser

atendidas pelo município. Fazendo uma projeção com base nos valores informados pelo

Prefeito, do Núcleo Santa Teresinha cujo valor estimado é de R$ 1 milhão, necessitaremos

de no mínimo R$10 milhões para sanear as 16 Ocupações existentes em Ilhabela.

Salientamos que enquanto estas comunidades não estiverem saneadas, os córregos

continuarão poluídos e consequente as praias continuarão impróprias;

Os Sistemas Isolados do município que não serão atendidos pela Concessionária Sabesp

até 2020 : antecipação da Implantação de sistemas de esgotamento sanitário que só serão

atendidos pela Concessionária Sabesp a longo prazo ( conforme estabelecidos no Plano

diretor da Sabesp) , e que poderão ser antecipados pela concessionária em parceria com

a prefeitura, a sociedade civil e a iniciativa privada ;

Comunidades tradicionais : lembrando que o Projeto Bela Ilha que previa saneamento para

as comunidades tradicionais, foi descontinuado;

Aprimoramento no sistema de tratamento e de esgoto existente,com implantação de ETE

Estação de Tratamento de Esgoto com eficiência de remoção de DBO (demanda biológica

orgânica), visto que EPC – Estação de Pre-Condicionamento é considerado pela CETESB de

eficiência nula na remoção de DBO, onde não há remoção de lodo e automaticamente dá a

Ilhabela a menor nota do Litoral Paulista no ICTEM ( Índice de Coleta e Tratabilidade de

Esgoto). Estimado em R$30milhões. A Sabesp não tem previsão orçamentária em curto

prazo, sendo importante que a PMI contribua com parte do recurso para viabilizar a

construção da ETE o mais breve o possível.

Devido à nossa geografia, a falta de drenagem contribui para a falta de balneabilidade das

praias, lembrando que a execução do Plano cabe ao município.

2) Gerenciamento das Podas Alocar um valor de R$500.000,00

Justificativas

Atendimentos ao TAC – Termo de Ajustamento de Conduta, área de antigo lixão com

pendências ambientais Processos nº35/00149/04 (TAC) e nº83.316/2005 (TCRA),

referentes ao gerenciamento da área contaminada, que encontram-se em análise na PGE -

Procuradoria Geral do Estado.

Já existem ofício e abaixo assinado da população com reivindicações enviados a PMI,

Câmara Municipal, Cetesb e Ministério Público, visto que o chorume proveniente do antigo

lixão escorre pelas ruas do bairro da Água Branca causando contaminação do solo e curso

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d´água e as podas depositadas sem nenhum tratamento geram incêndios frequentes que

geram poluição do ar e consequentemente problemas respiratórios da população local.

3) Mudança do CTR (Centro Triagem de Resíduos): Alocar um valor de R$500.000,00. Justificativas:

O local é insalubre para o trabalho realizado pelos associados do CTR (Centro de Triagem

de Resíduos), área de antigo lixão que ainda tem pendências ambientais, conforme citado

acima (TAC/TCRA).

Há casos de hanseníase já detectados.

Área é insuficiente para ampliação das instalações para aumento do percentual de coleta

seletiva em acordo com a Politica Nacional de Resíduos Sólidos, e planejamento do CMMA

- Conselho de Meio Ambiente de Ilhabela, com aumento do volume de 10% ao ano.

4) Drenagem antigo lixão (cumprimento do TAC) Alocar um valor de R$800.000,00. Justificativas:

Atendimentos ao TAC – Termo de Ajustamento de Conduta, área de antigo lixão com

pendências, conforme citado acima.

Já existem ofício e abaixo assinado da população com reivindicações enviados a PMI,

Câmara Municipal, Cetesb e Ministério Público, visto que o chorume proveniente do antigo

lixão escorre pelas ruas do bairro da Água Branca causando contaminação ao local.

5) Plano Estratégico de Ilhabela Antecipar para 2014 o valor de R$ 590.000,00. Justificativa:

O Planejamento estratégico é uma importante ferramenta de gestão sendo assim

relevante que seja executado no inicio da gestão.

Criar Fundo municipal de desenvolvimento urbano, conforme proposta surgida na

Conferência das Cidades (com verbas provenientes de royalties), que poderá ser utilizado

para a elaboração do Planejamento estratégico.

6) Verba para contratação de consultoria para conduzir o processo de revisão do Plano

Diretor Alocar um valor de R$300.000,00.

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Justificativa:

Como há a necessidade de se revisar o PD, faz-se necessária a contratação de consultoria

especializada para conduzir o processo de forma técnica e participativa conforme

estabelecido no Estatuto das cidades.

Possíveis fontes de remanejamento para realocação:

PPA – orçado para 2014

Novo paço Municipal 6.360.000

Desapropriação do Hotel Pelicano 6.000.000

Pavimentação de vias 5.328.000

PPA – orçado para 2015

Pavimentação de vias 5.600.00

PPA – orçado para 2016

Pavimentação de Vias 5.800.000

PPA – orçado para 2017

Complexo esportivo da Costa Bela 1.600.000

Museu Náutico 5.000.000

Pavimentação de Vias 6.300.000

Ainda há muito que caminhar, porem já começa a existir a consciência da importância de se ter uma administração através de indicadores e metas. É importante conscientizarmos que o Orçamento Público é “NOSSO DINHEIRO”, e assim como, quando temos dinheiro em um banco devemos acompanhar o extrato periódico, a mesma lógica deveria ser aplicada ao nosso dinheiro público e acompanha-lo onde está sendo aplicado.

Resta-nos continuar empoderando a sociedade civil para que possa apropriar-se dessas

informações, e quando necessário, cobrar seus vereadores para proposições de mudanças de

prioridades que são traduzidas em emendas a serem aprovadas pela Câmara de Vereadores.

Podemos considerar que, o que estamos experimentando é na realidade um processo de

orçamento participativo, cujo passo seguinte deveria ser a mudança para um processo de

Planejamento e Orçamento Democrático.

Participe do Orçamento Público de nossa cidade, e lembre-se:

“Se você não se interessa pelo orçamento público que é nosso dinheiro, tem muitos que se interessam”.