relatÓrio de actividades - igas.min-saude.pt · grÁfico 23 – distribuiÇÃo da titulaÇÃo ......

118
INSPECÇÃOGERAL DAS ACTIVIDADES EM SAÚDE RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009

Upload: doanhanh

Post on 20-Sep-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  

   

INSPECÇÃO­GERAL DAS 

ACTIVIDADES EM SAÚDE 

 

RELATÓRIO DE ACTIVIDADES

2009  

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 1

 

ÍNDICE    

1.  INTRODUÇÃO  11 

1.1.  ANÁLISE CONJUNTURAL  11 

1.2.  ORIENTAÇÕES PROSSEGUIDAS  13 

2.  ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS E RECURSOS UTILIZADOS  15 

2.1.  ACTIVIDADES PROGRAMADAS DESENVOLVIDAS  15 

2.1.1.  ESTRATÉGIA  15 

2.1.2.  ACÇÕES PREVISTAS  19 

2.1.3.  COLABORAÇÕES  20 

2.2.  ACTIVIDADES NÃO PROGRAMADAS  21 

2.3.  RECURSOS UTILIZADOS  22 

2.3.1.  RECURSOS HUMANOS  22 

2.3.2.  RECURSOS FINANCEIROS E MATERIAIS  23 

2.3.3.  FORMAÇÃO  24 

3.  AVALIAÇÃO FINAL  26 

3.1.  AUTO‐AVALIAÇÃO  26 

3.2.  ANÁLISE GLOBAL DE EXECUÇÃO  30 

3.3.  AUDITORIA  31 

3.4.  INSPECÇÃO  45 

3.5.  FISCALIZAÇÃO  62 

3.5.1.  ENQUADRAMENTOS E MEIOS  63 

3.6.  ACÇÃO E AUDITORIA DISCIPLINARES  82 

3.6.1.  WORKSHOPS SOBRE O NOVO ESTATUTO DISCIPLINAR  83 

3.6.2.  AUDITORIAS DISCIPLINARES  85 

3.6.3.  ACÇÃO DISCIPLINAR  85 

3.7.  GABINETE DO CIDADÃO /LIVRO DE RECLAMAÇÕES  88 

3.8.  SERVIÇO INFORMATIVO  106 

3.9.  SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEAMENTO  111 

3.10.  OUTRAS ACTIVIDADES RELEVANTES  114 

3.11.  MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO E AUSCULTAÇÃO DOS CLIENTES EXTERNOS E INTERNOS  116 

4.  CONCLUSÕES  117 

2    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

ÍNDICE DE GRÁFICOS E FIGURAS 

GRÁFICO 1 – DESPESAS GLOBAIS ‐ 2009 ________________________________________________________ 24 GRÁFICO 2 – FORMAÇÃO POR DOMÍNIOS PRIORITÁRIOS  – 2009  _______________________________________ 25 GRÁFICO 3 – TOTAL DE DESCONFORMIDADES APURADAS/AMOSTRA  _____________________________________ 42 GRÁFICO 4 – DESPESA CONTROLADA COM AS REMUNERAÇÕES PROCESSADAS EM JAN/09 _______________________ 46 GRÁFICO 5 – PRINCIPAIS CONSTRANGIMENTOS E DIFICULDADES NA SP _____________________________________ 48 GRÁFICO 6 – DISTRIBUIÇÃO DO N.º DE NUTRICIONISTAS/DIETISTAS POR DISTRITO, A NÍVEL HOSPITALAR ______________ 49 GRÁFICO 7 – AVALIAÇÃO DO RISCO NUTRICIONAL NO MOMENTO DA ADMISSÃO DOS DOENTES _____________________ 50 GRÁFICO 8 – PAGAMENTO DOS EXAMES DE ACORDO COM AS TABELAS EM VIGOR  _____________________________ 56 GRÁFICO 9 – AUTONOMIZAÇÃO DOS SERVIÇOS ORIGINADOS NOS GML EM CENTROS DE CUSTOS ___________________ 57 GRÁFICO 10 – IVG REALIZADAS NOS ESTABELECIMENTOS OFICIAIS E NOS __________________________________ 64 GRÁFICO 11 –  IVG REALIZADAS EM PORTUGAL CONTINENTAL E NAS REGIÕES AUTÓNOMAS ‐ 2008  _______________ 65 GRÁFICO 12 – PERCENTAGEM REPRESENTATIVA DA AMOSTRA EM RELAÇÃO AO TOTAL DE IVG ____________________ 66 GRÁFICO 13 – PERCENTAGEM REPRESENTATIVA DA AMOSTRA EM RELAÇÃO AO TOTAL DE IVG REALIZADAS EM PORTUGAL _ 66 GRÁFICO 14 – PERCENTAGEM REPRESENTATIVA DA AMOSTRA EM RELAÇÃO AO TOTAL DE IVG ____________________ 67 GRÁFICO 15 – DISTRIBUIÇÃO, POR REGIÃO DE SAÚDE, DAS UNIDADES DE MFR FISCALIZADAS ____________________ 71 Gráfico 16 – LICENCIAMENTO DAS UNIDADES DE MFR FISCALIZADAS  ___________________________________ 72 GRÁFICO 17 – SITUAÇÃO RELATIVA À TITULAÇÃO DE TDT _____________________________________________ 73 GRÁFICO 18 – REQUISITOS GERAIS DAS UPPCS APÓS A FISCALIZAÇÃO ___________________________________ 74 GRÁFICO 19 – DISTRIBUIÇÃO DAS SITUAÇÕES DE INFRACÇÃO NO INÍCIO DA ACÇÃO DE FISCALIZAÇÃO  _______________ 75 GRÁFICO 20 – DISTRIBUIÇÃO DAS NOTIFICAÇÕES POR GRUPOS DE REQUISITOS _______________________________ 75 GRÁFICO 21 – DISTRIBUIÇÃO DAS SITUAÇÕES DE INFRACÇÃO NO FINAL DA ACÇÃO DE FISCALIZAÇÃO ________________ 76 GRÁFICO 22 – DISTRIBUIÇÃO DOS TRABALHADORES POR GRUPOS SUJEITOS A TITULAÇÃO PROFISSIONAL  _____________ 76 GRÁFICO 23 – DISTRIBUIÇÃO DA TITULAÇÃO PROFISSIONAL POR GRUPOS  DE TRABALHADORES ____________________ 77 GRÁFICO 24 – DISTRIBUIÇÃO DA TITULAÇÃO PROFISSIONAL POR GRUPOS  DE TRABALHADORES ____________________ 77 GRÁFICO 25 – PEDIDO DE LICENCIAMENTO DAS INSTALAÇÕES APÓS A FISCALIZAÇÃO ___________________________ 79 GRÁFICO 26 – LICENCIAMENTO PARA EQUIPAMENTO DE RADIOLOGIA APÓS FISCALIZAÇÃO ______________________ 79 GRÁFICO 27 – MEDIDAS CAUTELARES DE SAÚDE PÚBLICA  ____________________________________________ 80 GRÁFICO 28 – REQUISITOS DAS UPPCS APÓS FISCALIZAÇÃO ___________________________________________ 81 GRÁFICO 29 – TOTAL DE RECLAMAÇÕES NO SNS, NO ÚLTIMO TRIÉNIO ____________________________________ 90 GRÁFICO 30 – TOTAL DE RECLAMAÇÕES POR REGIÃO DE SAÚDE (2007-2009)  ______________________________ 91 GRÁFICOS 31 E 32 – PROBLEMAS DE NÍVEL I VISADOS NAS RECLAMAÇÕES – HOSPITAIS (TOTAL) – 2009 _____________ 98 GRÁFICOS 33 E 34 – PROBLEMAS DE NÍVEL II VISADOS NAS RECLAMAÇÕES – HOSPITAIS (TOTAL) – 2009 _____________ 99 GRÁFICOS 35 E 36 – PROBLEMAS DE NÍVEL I VISADOS NAS RECLAMAÇÕES – ARS – CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS (TOTAL) – 2009 ______________________________________________________________________________ 100 GRÁFICOS 37 E 38 – PROBLEMAS DE NÍVEL II VISADOS NAS RECLAMAÇÕES – ARS – CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS (TOTAL) – 2009 ______________________________________________________________________________ 101 GRÁFICOS 39 E 40 – ÁREAS FUNCIONAIS VISADAS NAS RECLAMAÇÕES – HOSPITAIS (TOTAL) – 2009  ______________ 102 GRÁFICOS 41 E 42 – ÁREAS FUNCIONAIS VISADAS NAS RECLAMAÇÕES – ARS – CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS (TOTAL) – 2009  _______________________________________________________________________________ 103 GRÁFICO 43 – % RECLAMAÇÕES POR GRUPOS PROFISSIONAIS (HOSPITAIS - 2009)  __________________________ 104 GRÁFICO 44 – % RECLAMAÇÕES POR GRUPOS PROFISSIONAIS (CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS ARS – 2009) _______ 104 GRÁFICO 45 – % RECLAMAÇÕES POR GRUPOS PROFISSIONAIS (TOTAL CONTINENTAL – 2009) ___________________ 105 GRÁFICO 46 – % ELOGIOS POR GRUPOS PROFISSIONAIS (HOSPITAIS E ARS – 2009) _________________________ 105 GRÁFICO 47 – ORIGEM DOS PEDIDOS __________________________________________________________ 107 GRÁFICO 48 – ORIGEM DO PEDIDO – EVOLUÇÃO NO TRIÉNIO 2007/2009 __________________________________ 108 GRÁFICO 49 – ASSUNTOS VERSADOS NOS PEDIDOS  ________________________________________________ 109 GRÁFICO 50 – TIPO DE ASSUNTO – EVOLUÇÃO NO TRIÉNIO 2007/2009  ___________________________________ 109 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 3

 

GRÁFICO 51 – ENCAMINHAMENTO EFECTUADO ___________________________________________________  110 GRÁFICO 52 – ENCAMINHAMENTO – EVOLUÇÃO NO TRIÉNIO 2007/2009 __________________________________  110 GRÁFICO 53 – Nº DE ACESSOS AO SÍTIO DA IGAS – 2009___________________________________________  112 FIGURA 1      – STAND DA IGAS   _______________________________________________________________________ 114 FIGURA 2      – TRÍPTICO DA IGAS  ______________________________________________________________________ 115  

 

INDICE DE QUADROS 

QUADRO 1 – RECURSOS HUMANOS - 2009  ______________________________________________________  22 QUADRO 2 – ACTIVIDADE OPERACIONAL ‐ 2009 __________________________________________________  23 QUADRO 3 – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEAMENTO ‐ 2009 ______________________________________  23 QUADRO 4 – APOIO ADMINISTRATIVO – 2009 ___________________________________________________  23 QUADRO 5 – DIRECÇÃO E OUTRAS DESPESAS COMUNS ‐ 2009  ________________________________________  23 QUADRO 6 – DESPESAS GLOBAIS – 2009 _______________________________________________________  24 QUADRO 7 – INDICADORES DE GESTÃO DA FORMAÇÃO – 2009 ________________________________________  25 QUADRO 8 – TAXA DE EXECUÇÃO GLOBAL DO PLANO DE ACTIVIDADES - 2009 _______________________________  29 QUADRO 9 – EXECUÇÃO ORÇAMENTAL  – 2009 ___________________________________________________  29 QUADRO 10 – RECURSOS HUMANOS – 2009 _____________________________________________________  30 QUADRO 11 – ACTIVIDADE GLOBAL DA IGAS – 2009 ______________________________________________  30 QUADRO 12 – RESUMO GLOBAL – PRIMEIRAS CONSULTAS  ____________________________________________  51 QUADRO 13 – RESUMO GLOBAL – INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS _________________________________________  51 QUADRO 14 – DADOS COLHIDOS JUNTO DAS ARS/URGIC  ___________________________________________  51 QUADRO 15 – N.º DE UTENTES EM LIC (EVOLUÇÃO - 1.º SEMESTRE DE 2009) _______________________________  52 QUADRO 16 – N.º DE UTENTES EM ESPERA PARA PRIMEIRA CONSULTA (COM E SEM MARCAÇÃO)  __________________  52 QUADRO 17 – TAXA DE ABSENTISMO ESPECÍFICA (2008) _____________________________________________  55 QUADRO 18 – N.º TOTAL DE CIRURGIAS DE OBESIDADE REALIZADAS (2008 / 1.º S 2009)  _______________________  59 QUADRO 19 – N.º TOTAL DE CONSULTAS DE NUTRIÇÃO / N.º TOTAL DE UTENTES COM OBESIDADE  _________________  60 QUADRO 20 – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO N.º TOTAL DE NUTRICIONISTAS / DIETISTAS NOS ACES ______________  61 QUADRO 21 – INTERVENÇÃO DE MÉDICOS PERITOS EM ACÇÕES DE FISCALIZAÇÃO/INSPECÇÃO ‐ 2009  ______________  63 QUADRO 22 – ESTABELECIMENTOS SELECCIONADOS PARA A AMOSTRA ___________________________________  65 QUADRO 23 – N.º DE PROCESSO ANALISADOS POR ENTIDADE (AMOSTRA) _________________________________  68 QUADRO 24 – INSPECÇÕES AOS SERVIÇOS DE SANGUE (COLABORAÇÃO COM A ASST) ‐ 2009  ___________________  82 QUADRO 25 – NÚMERO DE INSCRITOS E NÚMERO DE PARTICIPANTES EFECTIVOS (COM DIREITO A CERTIFICADO), ______  84 QUADRO 26 – DISTRIBUIÇÃO DOS PARTICIPANTES EFECTIVOS NOS WORKSHOPS, POR CARGO/NÍVEL DE RESPONSABILIDADE  ___________________________________________________________________________________  84 QUADRO 27 – MÉDIA DAS AVALIAÇÕES DOS WORKSHOPS EFECTUADAS PELOS PARTICIPANTES (ESCALA DE 1 A 5)  _____  84 QUADRO 28 – AUDITORIAS DISCIPLINARES EFECTUADAS, RECOMENDAÇÕES E MEDIDAS IMPLEMENTADAS  ___________  85 QUADRO 29 – MOVIMENTO PROCESSUAL RELATIVO À ACÇÃO DISCIPLINAR ‐ 2009 __________________________  86 QUADRO 30 – PEÇAS PROCESSUAIS MAIS RELEVANTES ‐ 2009 ________________________________________  86 QUADRO 31 – MOVIMENTO DA ACTIVIDADE PERICIAL DA IGAS ‐ 2009 __________________________________  86 QUADRO 32 – PERITAGENS MÉDICAS REALIZADAS POR PERITOS EXTERNOS (POR ESPECIALIDADE) ‐ 2009 ___________  86 QUADRO 33 – ACTOS MAIS RELEVANTES NO RELACIONAMENTO COM O MP, TRIBUNAIS E ORDENS PROFISSIONAIS ‐ 2009 87 QUADRO 34 – PENAS DISCIPLINARES APLICADAS PELA IGAS, POR TIPO DE ILÍCITO ‐ 2009 ______________________  88 QUADRO 35 – PROVENIÊNCIA DAS RECLAMAÇÕES POR REGIÃO DE SAÚDE (2007-2009)  _______________________  90 QUADRO 36 – ‰ ACTIVIDADE ASSISTENCIAL /RECLAMAÇÕES – ARS (CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS) – 2009 _______  91 QUADRO 37 – ‰ ACTIVIDADE ASSISTENCIAL/RECLAMAÇÕES – HOSPITAIS – 2009 ____________________________  92 QUADRO 38 – ‰ ACTIVIDADE ASSISTENCIAL/RECLAMAÇÕES – HOSPITAIS – NO ÚLTIMO TRIÉNIO __________________  95 QUADRO 39 – EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE PEDIDOS DE INFORMAÇÃO  ____________________________________  106 

4    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

QUADRO 40 – ORIGEM DOS PEDIDOS __________________________________________________________ 107 QUADRO 41 – ASSUNTOS VERSADOS NOS PEDIDOS_________________________________________________ 108 QUADRO 42 – ENCAMINHAMENTO EFECTUADO ____________________________________________________ 110 QUADRO 43 – CLASSIFICAÇÃO DE PASTAS (ARQUIVO TÉCNICO DOCUMENTAL) ‐ 2009 ________________________ 112 QUADRO 44 – REQUISIÇÃO E CONSULTA DE FONTE DE INFORMAÇÃO EM 2009 COMPARATIVAMENTE COM 2008 _____ 113     

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 5

 

NOTA DE APRESENTAÇÃO   

ara cumprimento da sua missão, a Inspecção‐Geral das Actividades em Saúde (IGAS) contou, em 2009, na sua actividade operacional, com 38 inspectores (e ainda, durante alguns meses do ano,  com mais 3  inspectores, 5  inspectores estagiários e a  colaboração de 4  técnicos 

superiores). 

Tratou‐se  do  segundo  ano  de  funcionamento  da  IGAS,  após  o  alargamento  do  seu  âmbito  de actuação ao sector privado e aos organismos centrais do Ministério da Saúde (MS), em virtude da nova Lei Orgânica, aprovada pelo Decreto‐Lei n.º 275/2007, de 30 de Julho. 

De  acordo  com  a  estratégia definida  e o  respectivo Plano de Actividades, desenvolveu‐se uma intensa actividade, com  inúmeras  intervenções, privilegiando, em termos pró‐activos, uma activi‐dade primordialmente preventiva, nas  vertentes de  auditoria, de  inspecção  e de  fiscalização  e, mesmo, na vertente disciplinar. 

Na vertente de auditoria e enquanto entidade de controlo sectorial na área da Saúde, a IGAS visou contribuir para uma gestão mais eficiente dos recursos e para a luta contra o desperdício e, de acordo com as suas  linhas estratégicas, procurou reforçar o exercício do controlo finan‐ceiro do MS, através, designadamente: 

− do incremento do número de acções concluídas, do valor controlado e ainda do núme‐ro de comunicações de  ilícitos a entidades externas (Ministério Público e Tribunal de Contas); 

− do  alargamento  transversal  do  universo  de  controlo  a  instituições  com  diferentes regimes jurídicos (institutos públicos da administração indirecta do Estado, instituições hospitalares com autonomia administrativa e  financeira, hospitais entidades públicas empresariais e, no âmbito da RNCCI, unidades de internamento dos sectores privado e social convencionadas com o Estado); 

− da abrangência temática direccionada aos procedimentos concursais dos hospitais em parceria público privada e ao desempenho organizacional; 

− da implementação do efectivo controlo operacional do MS, procurando, por um lado, potenciar sinergias, minimizar a duplicação de esforços de controlo, e por outro, obter uma taxa de cobertura apropriada, tendo em conta o cumprimento da meta de con‐trolo estabelecida na Lei do Enquadramento Orçamental (tendo sido iniciado o acom‐panhamento sistémico da actividade dos órgãos de  fiscalização dos HEPE bem como das unidades de auditoria interna dos HEPE, das ARS e da ACSS e, tendo também, à luz do disposto na Recomendação 1/2009 do Conselho de Prevenção da Corrupção, sido iniciado o tratamento dos Planos de Risco de Corrupção). 

Na vertente inspectiva, destaca‐se a realização de uma intervenção direccionada à Facturação dos Medicamentos Dispensados aos Utentes do SNS, tendo em consideração a comparticipa‐ção do Estado no respectivo preço de venda ao público (PVP), a qual, teve um impacto positivo no controlo do crescimento da despesa, envolvendo a análise do receituário de 22 farmácias e o controlo efectivo de 536.343, 89€. Para além disso, foi igualmente controlada a despesa com Meios Complementares de Diagnóstico  suportada pelo  SNS  e  verificada, por  amostragem,  a efectividade da realização dos exames em 22 entidades privadas convencionadas nas áreas das Análises Clínicas, Radiologia, Medicina Nuclear e Cardiologia, controlando‐se um valor de des‐pesa na ordem dos dois milhões de euros. Também no que se refere ao controlo da despesa suportada pelo SNS, destaca‐se a acção inspectiva sobre a aplicação do novo Estatuto do Ges‐tor  Público  (acção  a  que  está  a  ser  dada  continuidade  em  2010),  que  envolveu  333  gesto‐res/dirigentes  de  topo,  no  total  dos  estabelecimentos  e  Institutos  Públicos  que  se              

P

6    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

encontram sob a tutela do MS, tendo sido controlada, para  já, uma despesa correspondente a 1.648.071€ (Janeiro de 2009). 

Foram,  ainda,  realizadas  acções  inspectivas,  umas  inovadoras  e  outras  de  acompanhamento, relacionadas com a garantia e a qualidade dos cuidados e com a obtenção de ganhos de saúde, as quais, no seu conjunto, visaram contribuir para a  redução das desigualdades em  saúde, no pressuposto, porém, de que a boa implementação de qualquer estratégia de saúde depende, em larga medida, da qualidade do sistema de monitorização. 

Entre estas acções, destaca‐se as que versaram as seguintes matérias: 

− problemática do  acesso e das  listas de espera,  com  avaliação do panorama  geral, quer para primeiras consultas, quer para cirurgias, com dados actualizados a 30 de  Junho de 2009; 

− problemática do acesso ao nível das patologias oncológicas, dados os graus de prioridade clínica e os correspondentes e mais reduzidos tempos de espera; 

− identificação e avaliação dos mecanismos adoptados pelos estabelecimentos hospitalares do SNS para garantirem e adequarem a alimentação ao estado de saúde de cada doente internado e de assegurarem a sua efectiva nutrição no momento das refeições; 

− funcionamento  da  Saúde  Pública,  acção  que  coincidiu  com  um  conjunto  de  alterações nesta área e que envolveu a deslocação a um  total de 29 USP  (24 ACES e 5 ULS), num universo de cerca de 160 Centros de Saúde; 

− dados e indicadores do balanço social de 2008 (no universo de 61 entidades hospitalares); 

− articulação entre os gabinetes de medicina  legal e os estabelecimentos hospitalares do SNS; 

− iniciativas e projectos de prevenção da obesidade e promoção das boas práticas a este nível, desenvolvidas no âmbito dos cuidados de saúde primários e/ou com a  intervenção da DGS. 

Na  vertente  da  fiscalização  aos  operadores  privados,  com  o  envolvimento  institucional  de outras  entidades  competentes  e  de Ordens  Profissionais, obteve‐se  consideráveis  ganhos  em saúde para a população alvo da actividade das áreas  fiscalizadas, verificando‐se a quase plena correcção  das  não  conformidades  detectadas. Nesta  vertente,  para  além  da  continuação  das fiscalizações  nos  sectores  da  MFR,  da  Patologia  Clínica  e  da  Radiologia  (direccionadas, sobretudo,  à  titulação  profissional),  destaca‐se  a  intervenção  realizada  na  área  da Medicina Dentária, com a participação de Médicos Dentistas e de Médicos de Saúde Pública, a maioria destes na qualidade de Autoridades de Saúde. 

E  salienta‐se  ainda  as  inspecções  realizadas  com  os  meios  humanos  internos  afectos  à fiscalização,  em  conjunto,  ora  com  peritos médicos  (caso  das  inspecções  a  estabelecimentos oficiais  que  realizam  IVG),  ora  com  a  Autoridade  competente  (caso  da  Autoridade  para  os Serviços de Sangue e da Transplantação, com a qual a IGAS colaborou nas inspecções a serviços de sangue), podendo  igualmente afirmar‐se que o objectivo de alcançar serviços de qualidade, apesar  das  resistências  à mudança  encontradas,  ou  deficiências  estruturais  que,  por  vezes, obstaculizam a implementação de novas regras e atitudes, foi, profícua, no sentido da melhoria contínua. 

Na vertente da acção e auditoria disciplinares, destaca‐se o considerável esforço desenvolvido na  instrução dos processos de natureza disciplinar e pré‐disciplinar, providenciando a resposta às muitas solicitações de utentes e de entidades do SNS e exteriores ao SNS. 

Também nesta vertente e em termos de orientação e apoio técnico, destaca‐se a elaboração e divulgação  de  um  ofício  circular  sobre  o  novo  Estatuto  Disciplinar  (aprovado  pela  Lei  n.º 

8    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

   

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 9

 

INTEGRIDADE

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 9

VALORES 

 

 

 

 

INTEGRIDADE

 

RESPEITO

CONFIANÇA

PROFISSIONALISMO

   

ESPÍRITO DE EQUIPA

10    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

   

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 11

 

1. INTRODUÇÃO 

1.1. ANÁLISE CONJUNTURAL 

Vários  factores  influenciaram  conjunturalmente  a  actividade da  IGAS durante o  ano de 2009. Como mais relevantes, à semelhança e na linha do já registado em 2008, refere‐se a mediatiza‐ção dos temas da saúde, a crescente "cultura de controlo", o incremento do combate à fraude e corrupção e as reformas em curso na Administração Pública em geral e no sector da saúde em particular. 

A mediatização dos temas da saúde, vivida nos últimos anos e com sinais de crescente  intensi‐dade, aliada a uma maior consciencialização, por parte dos utentes do  sistema de  saúde, dos seus direitos e dos mecanismos legais para a sua defesa e garantia, designadamente, o sistema de  queixas  e  reclamações,  tem  originado  progressivos  acréscimos  no  volume  de  pedidos  de intervenção da IGAS e, até, de recurso aos tribunais. 

No que se refere à crescente "cultura de controlo" na Administração Pública, assume particular relevo  a  actuação  inspectiva da  IGAS orientada para o  controlo da boa  gestão  financeira dos organismos  e  serviços  do Ministério  da  Saúde  ou  por  este  tutelados.  Esta  actuação  da  IGAS, enquanto órgão de controlo sectorial, insere‐se no SCI ‐ Sistema de Controlo Interno da Adminis‐tração Financeira do Estado, criado pelo DL n.º 166/98, de 25/06, onde a IGAS tem uma respon‐sabilidade acrescida na protecção dos  interesses  financeiros do Estado decorrente do elevado “peso” das despesas de saúde no Orçamento do Estado (a dotação orçamental do Ministério da Saúde para 2009, atingiu o montante de 8 261,1 milhões de euros). Neste sentido, numa pers‐pectiva do controlo financeiro e patrimonial, a IGAS deu continuidade às auditorias realizadas ao abrigo do n.º 2 do artigo 62.º da Lei do Enquadramento Orçamental, com  incremento do mon‐tante dos  fluxos  financeiros controlados, prosseguiu a  realização das acções  inspectivas direc‐cionadas  à  facturação  dos Medicamentos  dispensados  nas  farmácias  de  oficina,  alargou  aos meios complementares de diagnóstico as acções de verificação dos procedimentos de controlo da  facturação suportada pelo SNS e realizou uma acção  inspectiva direccionada à avaliação da aplicação do novo Estatuto do Gestor Público, em todos os estabelecimentos e Institutos Públi‐cos que se encontram sob a tutela do MS. 

Ainda neste sentido, refere‐se a intervenção da IGAS em duas secções a funcionar no âmbito do Conselho  Coordenador  do  SCI,  concretamente,  na  Secção  Especializada  de  Informação  e  Pla‐neamento  (SEIP) e na Secção Especializada de Normas e Metodologias  (SENM), com particular destaque para esta, na qual coordena o grupo de trabalho criado para a elaboração e divulgação de normas e metodologias comuns, a seguir no âmbito das auditorias a realizar ao abrigo do n.º 2 do artigo 62.º da Lei do Enquadramento Orçamental. 

Em termos de reforma da Administração Pública, deve referir‐se,  internamente, a  implementa‐ção dos novos regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações, quer dos trabalhadores das  carreiras de  regime  geral, quer dos da  carreira  especial de  inspecção  e,  externamente,  a entrada em  vigor, no dia 1 de  Janeiro de 2009, do Estatuto Disciplinar  aprovado pela  Lei n.º 58/2008, de 9 de Setembro e a continuação do envolvimento da IGAS nos trabalhos desenvolvi‐dos pela Secção Especializada de Avaliação de Serviços (SEAV) do SCI, na perspectiva da hetero‐avaliação. 

Sobre o  incremento do  combate  à  fraude  e  corrupção,  aponta‐se, na  linha da  explicitação  já ocorrida na nova lei orgânica da IGAS (Decreto‐Lei n.º 275/2007, de 30 de Julho), da sua filiação na EHFNC (European Healthcare Fraud and Corruption Network) em 2007 e de algumas  iniciati‐vas do CPC ‐ Conselho de Prevenção da Corrupção (criado pela Lei n.º 54/2008, de 4 de Setem‐bro), a actuação da IGAS, em termos internos, através da elaboração do seu Plano de Prevenção de  Riscos  e  de  Corrupção  e  a  aprovação  de  um  Código  de  Ética  e  de  Conduta  e,  em                   

12    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

termos externos, continuando a dar especial atenção e prioridade às intervenções  que se pren‐dam com a fraude e corrupção, bem como participando as situações ao Ministério Público e ao CPC. 

Ainda a este respeito, tendo em conta que a fraude e corrupção na saúde têm especificidades comuns nos países europeus, bem como o risco acrescido de fraude no reembolso de despesas de saúde decorrentes da prestação de cuidados por serviços de saúde de um determinado país a utentes doutras nacionalidades  (com maior acuidade nas  regiões  transfronteiriças), a  IGAS, na qualidade  de membro  efectivo  da  EHFNC,  participou,  em  2009,  na  6th  European  Healthcare Fraud and Corruption Network Conference and General Assembly, realizada em Edimburgo, bem como num Seminário sobre gestão do risco, promovido pela Rede, que teve lugar nas instalações do INAMI/RIZIV em Bruxelas. 

Em termos de reformas no sector da saúde, mais especificamente no SNS, com repercussão ao nível do  enquadramento da  actividade desenvolvida pela  IGAS  em 2009  (levando‐a, nomeda‐mente, a elaborar um Projecto de Guião do Procedimento de Inspecção às USF e a reformular e melhorar outros instrumentos e metodologias de trabalho), refere‐se a reestruturação em curso, ao nível dos cuidados primários, com a  implementação e aumento do número de unidades de saúde familiares, o processo de extinção das Sub‐Regiões de Saúde e criação dos Agrupamentos de Centros de Saúde, a continuação da reorganização, ao nível dos cuidados diferenciados, com a agregação de diversos hospitais em centros hospitalares, a continuação da transformação de hospitais em entidades públicas empresariais ‐ Hospitais, E.P.E. – (financiados com base em con‐tratos‐programa anuais), a criação de Unidades Locais de Saúde  integrando a prestação de cui‐dados primários e de  cuidados hospitalares,  a  reorganização dos  serviços de urgência,  com  a criação de Serviços de Urgência Básica, bem como o desenvolvimento da rede nacional de cui‐dados continuados. 

Em função das prioridades definidas ao nível das reformas no sector, concretamente, o desen‐volvimento da  rede de  cuidados  continuados, as novas modalidades de gestão pública  (incre‐mento da contratualização e a iniciativa das parcerias público‐privadas), a continuação da trans‐formação de hospitais em entidades públicas empresariais ‐ Hospitais, E.P.E. e a criação de cen‐tros hospitalares, agregando vários unidades hospitalares e o  lançamento de programas trans‐versais no âmbito do Plano Nacional de Saúde, a  IGAS realizou auditorias de carácter  inovador ou com maior abrangência temática, relevando‐se, as incidentes sobre o funcionamento da Rede de Cuidados Continuados Integrados (abrangendo, entre outros aspectos, a  verificação da exe‐cução das  convenções  celebradas  com  as entidades dos  sectores privado e  social que  a  inte‐gram), a verificação dos procedimentos  concursais dos Hospitais em Parceria Público Privada, bem como a auditoria ao desempenho organizacional (a um serviço de um hospital universitá‐rio).  Entre  as  inspecções  que  revestiram  carácter  inovador,  destacam‐se  as  direccionadas  à organização e  ao  funcionamento dos  Serviços de  Saúde Pública,  a  análise dos  indicadores do balanço  social  (2008) de entidades hospitalares, à articulação entre os gabinetes de medicina legal e os estabelecimentos hospitalares do SNS e a acção (não prevista no Plano de Actividades) sobre a prevenção da obesidade e a promoção das boas práticas a este nível. 

Manteve‐se a colaboração da IGAS com diversas entidades, particularmente, com os Gabinetes Governamentais da Saúde, os Serviços Centrais do Ministério da Saúde  (merecendo particular destaque a colaboração com a ASST, no tocante às inspecções aos serviços de sangue e à prepa‐ração das  intervenções no domínio dos  tecidos e células), o CNPMA  (na preparação das  inter‐venções a realizar junto do centros de procriação medicamente assistida), os estabelecimentos e serviços do SNS, o Ministério Público, os Tribunais, a Provedoria de Justiça, as ordens profissio‐nais (com destaque para a Ordem dos Médicos Dentistas, com cujos médicos se levou a cabo a fiscalização a diversas clínicas e consultórios dentários), os sindicatos, as Regiões Autónomas e outras entidades inspectivas, particularmente com a Inspecção‐Geral de Finanças e a IRAS ‐ Ins‐pecção Regional dos Assuntos Sociais da RAM. 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 13

 

Ainda no âmbito da cooperação internacional no campo das suas atribuições, a IGAS, sob a égide da Organização Mundial da Saúde, organizou e ministrou uma acção de formação, e de partilha de  informação, sobre os serviços de  inspecção no sector da saúde, em Portugal, dirigida a dois altos dirigentes do Ministério da Saúde da Albânia. 

1.2. ORIENTAÇÕES PROSSEGUIDAS 

No  ano de  2009, mantiveram‐se diversas orientações,  já definidas  em  anos  anteriores,  como sejam,  a  realização  de  intervenções  de  natureza  transversal,  abrangendo  a  totalidade  dos estabelecimentos  e  serviços  do  SNS,  a manutenção  do  Serviço  de  Atendimento  na  IGAS,  a triagem  criteriosa  de  instauração  de  procedimentos  de  natureza  disciplinar,  as  intervenções realizadas  em  organismos  centrais  e  regionais  do  Ministério  da  Saúde,  a  colaboração  com organismos centrais e instituições do Ministério da Saúde.  

A IGAS deu ainda especial atenção: 

− ao  incremento de acções  técnicas, prosseguindo as  já anteriormente  iniciadas em áreas como a das auditorias clínicas e a dos serviços de sangue (em colaboração com a ASST); 

− à  intensificação  da  sua  actuação  junto  das  entidades  privadas  de  saúde,  através  da fiscalização  dos  operadores  privados,  tendo,  para  além  de  continuado  a  verificação  de áreas  como  a  das  Análises  Clínicas,  da MFR  e  da  Radiologia,  verificado  também  a  da Medicina Dentária; 

− à  celeridade na  sua  actuação,  em  termos de  instrução dos processos,  sobretudo os de natureza  disciplinar,  atentas  as  alterações  ocorridas  neste  capítulo,  com  a  entrada  em vigor do novo Estatuto Disciplinar em 1 de Janeiro de 2009; 

− à  formação  dos  seus  recursos  humanos,  com  incidência  na  actualização  dos conhecimentos  e  técnicas  de  trabalho  dos  inspectores  e  do  pessoal  de  apoio (administrativo e de informática); 

− à formação de técnicos juristas e dirigentes dos estabelecimentos e serviços dependentes ou  sob  tutela  e  superintendência  do Ministério  da  Saúde, mediante  elaboração  de  um ofício circular e a realização de cinco workshops sobre o novo regime  jurídico‐disciplinar (atentas  as  responsabilidades  da  IGAS,  nesta  matéria,  enquanto  serviço  central  com competências técnico‐normativas); 

− à actualização e melhoria, ou preparação de novos  instrumentos de trabalho (manuais e guiões para a  realização das suas  intervenções, concretamente, auditorias,  inspecções e acções de fiscalização); 

− à modernização do Apoio Técnico, relevando a melhoria das aplicações informáticas para a gestão de processos e as alterações  introduzidas na matriz de risco para a selecção de entidades a auditar. 

14    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

   

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 15

 

2. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS E RECURSOS UTILIZADOS 

2.1.  ACTIVIDADES PROGRAMADAS DESENVOLVIDAS 

2.1.1. ESTRATÉGIA 

A  IGAS  é  o  serviço  de  auditoria,  inspecção  e  fiscalização  no  sector  da  saúde  que  tem  como missão  assegurar o  cumprimento da  lei  e  elevados níveis  técnicos de  actuação,  em  todos os domínios da prestação dos cuidados de saúde, quer pelas instituições, serviços e organismos do Ministério  da  Saúde  ou  por  este  tutelados,  quer  ainda  pelas  entidades  privadas,  pessoas singulares ou  colectivas,  com ou  sem  fins  lucrativos. As  suas  competências desdobram‐se em quatro vertentes fundamentais:  

− auditoria,  com  realização  de  auditorias  financeiras,  ao  desempenho  organizacional,  de sistemas  e  técnicas,  em  relação  às  instituições,  serviços  e  profissionais  integrados  no sistema de saúde; 

− inspecção,  para  verificação  do  cumprimento  da  lei  ou  de  orientações  aplicáveis,  em relação às entidades do sector público ou privado, integradas ou não no sistema de saúde; 

− de fiscalização, para verificação da legalidade e regularidade das actividades e prestações de saúde desenvolvidas por entidades privadas; 

− de  acção  disciplinar,  relativamente  aos  profissionais  (dirigentes  e  trabalhadores)  de estabelecimentos  e  serviços  do  SNS  ou  do  MS,  mediante  a  instrução  de  inquéritos, processos disciplinares e sindicâncias, instaurados ou autuados pelo Inspector‐Geral. 

A  IGAS  tem  como  visão  ser  reconhecida  como  uma  instituição  de  excelência  no  controlo  das actividades em saúde. Neste contexto, a Inspecção‐Geral, enquadrando‐se nas políticas definidas pelo Ministério da Saúde, pretende afirmar‐se e ser reconhecida como um serviço de referência na verificação do cumprimento da lei pelos diversos intervenientes no sector da saúde e na promoção da qualidade dos cuidados prestados pelo Sistema e pelo Serviço Nacional de Saúde, bem como da boa gestão dos recursos públicos afectos à saúde. 

Como linha condutora da actuação da IGAS, em termos de estratégia, aponta‐se o reforço do seu papel  como  entidade  de  controlo  sectorial  na  área  da  saúde  e  a  consequente  promoção  da melhoria do controlo operacional, por parte dos organismos do Ministério da Saúde ou por este tutelados.  

Neste sentido, as acções realizadas em 2009 tiveram em vista:  

− Contribuir  para  a melhoria  da  acessibilidade,  segurança  e  qualidade  na  prevenção  da doença e na prestação de cuidados de saúde, promovendo a efectiva gestão do risco no sistema de saúde; 

− Contribuir  para  uma  gestão  eficaz  e  eficiente  dos  recursos,  tendo  como  prioridade  o exercício do controlo financeiro e do desempenho, no âmbito das actividades em saúde. 

Assim, no tocante às linhas concretas de actuação em 2009, ressaltam:  

a) No que respeita à acessibilidade, continuou‐se a dar prioridade à verificação do acesso aos cuidados  de  saúde  prestados  pelos  estabelecimentos  do  SNS  e  respectivos  tempos  de espera, bem como sobre a organização, gestão e acompanhamento da actividade cirúrgica e das listas de espera nos Centros Regionais do IPO; 

b) Quanto à segurança e qualidade no atendimento e à efectiva gestão do risco no sistema de saúde, as intervenções desenvolvidas incidiram sobre: 

 

16    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

− a monitorização do Sistema SIM‐Cidadão; 

− o funcionamento dos Serviços de Saúde Pública; 

− a organização e funcionamento de Centros de Saúde; 

− a alimentação dos doentes internados nos estabelecimentos hospitalares do SNS; 

− as condições de realização de interrupções voluntárias da gravidez; 

− as áreas da medicina dentária, do sangue e de medicina  transfusional, assim como a dos tecidos e células;   

− as condições de funcionamento de unidades privadas de saúde, seguindo o “rasto” das queixas/denúncias/reclamações. 

c) No que respeita à contribuição para uma gestão eficaz e eficiente dos recursos e tendo em vista  a  sustentabilidade  da  despesa  e  o  aperfeiçoamento  do  reporte  da  informação financeira  das  instituições  do  SNS  e  do Ministério  da  Saúde,  a  IGAS,  no  exercício  do controlo sectorial, realizou intervenções, com incidência nas seguintes áreas:    

−  acompanhamento  e  avaliação  do  controlo  operacional  nos  organismos  e  serviços tutelados  pelo  Ministério  da  Saúde,  com  particular  incidência  sobre  a  análise  do Parecer do Fiscal único sobre o relatório do exercício de gestão dos Hospitais do Sector Público  Empresarial,  bem  como  sobre  as  normas  de  controlo  interno  aprovadas  e implementadas nos referidos Hospitais;  

− auditorias  financeiras, em organismos do Ministério da Saúde, ou por este tutelados, no  quadro  do  plano  anual  de  auditorias  do  Sistema  de  Controlo  Interno  da Administração  Financeira  do  Estado  (art.º  62º,  n.º  2  da  Lei  do  Enquadramento  do Orçamento do Estado); 

− Parcerias Público‐Privadas no âmbito da saúde (em conjunto com a Inspecção‐Geral de Finanças); 

− desempenho organizacional (num Serviço de um hospital universitário); 

− facturação de medicamentos e de meios complementares de diagnóstico efectuados por entidades privadas convencionadas com o SNS;  

− organização  e  funcionamento  da  Rede  de  Cuidados  Continuados  de  Saúde  e,  em particular, a execução dos contratos com entidades dos sectores privado e social nela integradas; 

− remunerações dos gestores dos estabelecimentos e serviços do SNS; 

− balanço social dos estabelecimentos e serviços do SNS.  

Em 2009, a  IGAS prosseguiu a verificação do cumprimento das  recomendações emitidas nas  intervenções  realizadas  em  anos  anteriores  bem  como  a  padronização  dos procedimentos  técnicos  e  dos  instrumentos  de  trabalho,  concretamente  os  guiões  das inspecções  e  das  acções  de  fiscalização  e  os  manuais  de  auditoria,  adequando‐os  às normas e padrões internacionais, e, em particular, às normas internacionais de auditoria. Cumpre  ainda  referir  o  aumento  do  nível  de  utilização  das  tecnologias  de  informação (designadamente nas auditorias realizadas ao abrigo do n.º 2 do art.º 62.º da LEO) em que se atingiu um elevado grau de  informatização dos  respectivos processos, bem como no acesso a aplicações informáticas utilizadas pelo SNS (Registo Nacional do Utente, …).  

d) Na área da acção e auditoria disciplinares: 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 17

 

− mantendo  os  esforços  feitos  no  sentido  do  exercício  da  acção  disciplinar  pelos dirigentes dos próprios estabelecimentos e serviços, a IGAS prosseguiu a realização de auditorias disciplinares, de modo a contribuir para uma cada vez maior autonomia e auto‐suficiência dos estabelecimentos e serviços neste âmbito;  

− na actividade  investigatória, privilegiou as situações de maior gravidade ou melindre, designadamente  nos  casos  em  que  foram  visados  elementos  do  grupo  de  pessoal dirigente, e naqueles em que houve  indícios de fraude e corrupção ou de negligência grave na assistência prestada;  

− na  área  da  função  de  orientação  técnica,  deu  continuidade  à  formação  e  à sensibilização  sobre  o  exercício  da  acção  disciplinar,  concretamente,  através,  da elaboração de um ofício circular e da realização de workshops sobre o novo Estatuto Disciplinar,  dirigidos  a  juristas  das  cinco  Administrações  Regionais  de  Saúde  e  dos estabelecimentos de saúde localizados nas respectivas áreas de influência.  

e) Estando previsto, no Programa do Governo, “um sério esforço de prevenção e combate à acção delituosa, designadamente à criminalidade organizada e económico‐financeira, bem como  à  corrupção”,  a  IGAS  deu  prioridade  a  esta  matéria,  de  modo  transversal, abrangendo quer  as  acções de natureza preventiva quer  as de natureza disciplinar. No âmbito das acções de natureza preventiva,  foi dada particular atenção à verificação dos procedimentos de controlo  interno e da  tomada de medidas de prevenção de  riscos de corrupção  nos  organismos  a  auditar  e,  em  particular,  as  decorrentes  da  actividade  do Conselho de Prevenção da Corrupção; neste sentido, a verificação do seu cumprimento foi contemplado  quer  na  matriz    para  a  selecção  de  entidades  a  auditar  quer  nos questionários  e  demais  instrumentos  de  trabalho  utilizados  nas  auditorias.  Do mesmo modo,  nas  acções  de  natureza  disciplinar,  foi  dada  prioridade  à  investigação  de  casos concretos detectados pela Inspecção‐Geral. 

No que respeita à organização interna, a IGAS prosseguiu a modernização dos meios de apoio às suas  actividades  operacionais  (quer  com  a  elaboração  e  reformulação  de  manuais  de procedimentos, quer com a actualização do seu sistema informático) e prosseguiu igualmente a formação dos seus recursos humanos, proporcionando‐lhes a frequência de acções de formação adequadas para o desenvolvimento das suas competências profissionais.  

Ainda neste âmbito, cumpre referir a aprovação de um Código de Ética, que estabelece princípios éticos  e  regras  de  conduta  profissional  aplicáveis  aos  seus  trabalhadores  e  que  incorporou  os  valores da  integridade, respeito, confiança, espírito de equipa e profissionalismo, assumidos pela IGAS, com o objectivo de definir padrões de comportamento que norteiem os seus trabalhadores no dia‐a‐dia e que contribuam para potenciar o desempenho organizacional.

Em cumprimento da Recomendação do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), nos termos da qual os órgãos máximos das entidades gestoras de dinheiros, valores ou património públicos, devem elaborar planos de gestão de riscos de corrupção e infracções conexas, a IGAS elaborou, remeteu  ao CPC  e divulgou no  site o  seu próprio  “Plano de  gestão de  riscos de  corrupção  e infracções conexas”.  

Por outro lado, continuou a aprofundar a proximidade aos cidadãos, designadamente através do Serviço Informativo, com atendimento telefónico ou presencial, com o objectivo de garantir aos utentes  da  IGAS  um  atendimento,  esclarecimento  e  eventual  encaminhamento  pertinente, tendo em conta as questões colocadas.  

Em  consonância  com  os  seus  objectivos  estratégicos  –  incrementar  as  acções  inspectivas, alargando o âmbito de actuação da  IGAS, desenvolver os sistemas de  informação de suporte à acção  inspectiva  e  à  partilha  de  informação  interna  e  promover  a  formação  dos  recursos humanos  internos  e  dos  serviços  inspeccionados,  foram  definidos  objectivos  operacionais  e metas concretas a atingir em 2009.  

18    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

No âmbito do incremento das acções inspectivas, previu‐se, concretamente: 

− alcançar  um  acréscimo  de  2%  do  volume  de  fluxos  financeiros  controlados  com  as auditorias previstas no artigo 62º da LEO (62.971.991 euros); 

− efectuar 3 auditorias disciplinares em estabelecimentos hospitalares; 

−  verificar a facturação de 40 entidades privadas, convencionadas e/ou do sector social;  

− realizar 18 acções de fiscalização na área da medicina dentária; 

− realizar  5  acções  inspectivas  inovadoras  ou  de  acompanhamento,  relacionadas  com  a garantia e a qualidade dos cuidados de saúde e com a obtenção de ganhos em saúde. 

De modo a potenciar os  resultados a alcançar com a  sua actuação, a  IGAS definiu  igualmente objectivos  operacionais  e metas  a  atingir  em  2009,  conducentes  à melhoria  do  sistema  de informação de apoio à decisão e de divulgação da  informação  interna e da modernização dos meios de apoio técnico às suas actividades operacionais, concretamente: 

− a criação/melhoria de 2 sistemas de informação de apoio à decisão; 

− a  informatização dos processos de  recolha e/ou  tratamento de  informação de 3 acções inspectivas de âmbito nacional. 

No que se refere à promoção da formação dos recursos humanos internos e dos serviços inspeccionados: 

− realizar acções de  formação  sobre o novo Estatuto Disciplinar, destinadas a  juristas das  Administrações Regionais de Saúde e dos estabelecimentos e serviços do SNS localizados nas  respectivas  área  de  influência,  que  viessem  a  abranger,  pelo  menos,  40%  das entidades referidas; 

− proporcionar 30 horas de formação/inspector.  

 

 

 

 

 

   

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 19

 

2.1.2. ACÇÕES PREVISTAS 

ÁREAS     ACÇÕES  

AUDITORIA 

  Avaliação do controlo operacional no sector da saúde.  

 

Efectuar, ao abrigo do n.º 2 do artigo 62.º da LEO, 4 auditorias financeiras (ao exercício de 2008) – em 3 estabelecimentos hospitalares do SNS e num serviço central do Ministério da Saúde. Efectuar uma auditoria de desempenho num estabelecimento hospitalar. Auditoria à execução de acordos com entidades dos sectores privado e social para prestação de cuidados de saúde continuados.  

Auditoria à facturação de medicamentos. Auditoria à facturação de meios complementares de diagnóstico por entidades privadas e convenciona‐das. 

Auditoria ao sistema de incentivos à actividade de transplantes. 

Elaborar manuais para as auditorias à prestação de cuidados continuados de saúde e ao desempenho dos hospitais. Verificar o cumprimento das recomendações emitidas nas auditorias realizadas ao abrigo do art.º 62.º, n.º 2, da LEOE. 

Auditorias clínicas. 

Auditoria à informação prestada aos utentes pelos estabelecimentos do SNS e do sector convencionado sobre o acesso aos cuidados que prestam – al. f) do art.º 4.º da Lei n.º 41/2007, de 24 de Agosto. 

INSPEC

ÇÕES  

Avaliação do funcionamento dos serviços de saúde pública, a nível do Continente. 

 Aplicação do Novo Estatuto do Gestor Público – DL n.º 71/2007, de 27 de Março, em organismos e servi‐ços do Ministério da Saúde, ou por este tutelados. 

Listas de espera para primeiras consultas hospitalares e intervenção cirúrgicas ‐ follow up. 

 Organização, gestão e acompanhamento da actividade cirúrgica e das listas de espera nos 3  IPO (Lisboa, Porto e Coimbra) – follow up. 

Organização e funcionamento de Centros de Saúde. 

O balanço social nos estabelecimentos e serviços do SNS. 

Articulação do Instituto de Medicina Legal (GML) com os estabelecimentos hospitalares do SNS. 

 Inspecção  aos  estabelecimentos  públicos  onde  se  realizem  interrupções  voluntárias  da  gravidez  (nos termos da Lei n.º 16/2007, de 17 de Abril, e Portaria n.º 741‐A/2007, de 21 de Junho). 

Alimentação dos doentes internados nos estabelecimentos hospitalares do SNS (follow up). 

Elaboração de manual para as inspecções a Unidades de Saúde Familiar.      

FISCAL

IZAÇ

ÃO  

  Fiscalizações na área da medicina dentária  (clínicas e consultórios dentários),  focalizadas na  titulação profissional e nas condições de assepsia e hígio‐sanitárias.  

  Inspecções/fiscalizações aos centros que ministram técnicas de PMA (procriação medicamente assistida) – Decreto Regulamentar n.º 5/2008, de 11 de Fevereiro. 

  Inspecções/fiscalizações na área do sangue (serviços de sangue e de medicina transfusional) – Decreto Lei n.º 267/2007, de 24 de Julho. 

  Inspecções/fiscalizações na área dos tecidos e células (unidades de colheita e transplantação e bancos de tecidos).  

  Outras acções de fiscalização, a realizar em função das eventuais queixas recebidas que, pela sua gravi‐dade, imponham uma intervenção da IGAS “no terreno”.  

ACÇÃ

O E AUDITORIA  

DISCIPLINAR

ES   

Auditorias disciplinares nos três estabelecimentos hospitalares com maior número de queixas em 2008 e que ainda não tenham sido objecto de auditorias disciplinares.  

 

No âmbito da acção disciplinar da  IGAS, um desenvolvimento da actividade  investigatória, no qual  se privilegie as situações de maior gravidade ou melindre, designadamente quando forem visados elemen‐tos do grupo de pessoal dirigente, quando houver indícios de fraude e corrupção ou de negligência grave na assistência prestada. 

 A  realização de  três acções de  formação e de sensibilização  junto dos estabelecimentos e  serviços do SNS sobre o exercício da acção disciplinar, com base no novo regime jurídico‐disciplinar. 

20    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

ÁREAS     ACÇÕES       

REFO

RÇO E 

QUALIFICA

ÇÃO 

DOS RH

 Promoção do recrutamento de inspectores e técnicos de informática. 

 

Qualificação  dos  recursos  humanos,  visando  a  formação  inicial  dos  novos  trabalhadores  e  a requalificação dos actuais, em particular, do seu corpo  inspectivo, recorrendo‐se preferentemente ao INA. 

Conferências sobre temas relevantes para a actividade inspectiva na área da saúde. 

MELHORIA DOS 

SISTEM

AS 

DE INFO

RMAÇÃ

O  Aperfeiçoamento  da  aplicação  informática  para  a  gestão  dos  processos  (GPR)  ‐  disponibilização  de 

informação pertinente para a gestão da IGAS. 

 

Disponibilização, no sítio recentemente criado na  Internet, de um conjunto de  informações, atinentes às suas atribuições e actividades desenvolvidas, passíveis de divulgação bem como de  formulários de suporte a acções inspectivas a realizar junto de unidades de saúde públicas e/ou privadas. 

 A melhoria do funcionamento e da segurança da rede interna bem como no reforço e actualização dos equipamentos. 

       

7  SI 

 Serviço informativo. 

SISTEM

SIM‐CIDADÃO 

 

Acompanhamento do movimento de reclamações introduzidas no Sistema, particularmente, no tocante às  que  motivarem  a  instauração  de  procedimentos  de  natureza  disciplinar  ou  a  participação  ao Ministério Público, bem como as que forem objecto de desistência por parte dos reclamantes. 

 

2.1.3. COLABORAÇÕES 

A  IGAS, pela natureza das suas atribuições, colaborou com diversas entidades e participou em vários projectos, visando aspectos específicos ligados à área da saúde, com particular destaque, no que respeita ao ano 2009, para: 

− a  colaboração  institucional  com  a  tutela,  respondendo  a  diversas  solicitações, designadamente de natureza preventiva e disciplinar; 

− o Conselho Coordenador do Sistema de Controlo Interno da Administração Financeira do Estado  (SCI), em que  integrou as Secções Especializadas de Normas e Metodologias, de Informação  e  Planeamento,  de Qualificação  e  Formação  de  Recursos Humanos  e  a  de Avaliação. Neste âmbito, sublinha‐se a actividade desenvolvida na Secção Especializada de Normas  e  Metodologias,  destacando‐se,  em  particular,  a  coordenação  do  Grupo  de Trabalho para a actualização/revisão dos termos de referência das metodologias a utilizar nas auditorias previstas no n.º 2 do art.º 62º da Lei do Enquadramento do Orçamento do Estado, dando  sequência, entre outras, às propostas apresentadas pelos  inspectores da IGAS decorrentes da experiência entretanto adquirida    “no  terreno”; no  contexto desta Secção, cumpre ainda referir a participação no Grupo de Trabalho criado para actualização da “Matriz de risco para o triénio 2010‐2013”, na sequência da adaptação da matriz, feita pela IGAS, à realidade dos organismos e serviços integrados no  sector da saúde. Também, no  que  se  refere  às  Secções  Especializadas  de  Qualificação  e  Formação  de  Recursos Humanos e de Avaliação,  importa destacar,  respectivamente, a participação da  IGAS no Grupo  de  Trabalho  criado  para  a  elaboração  do  plano  estratégico  de  formação  para inspectores  do  SCI  e  os  contributos  dados  para  a  elaboração  do  policy  paper,  onde constam  os  princípios  orientadores  da  política  de  hetero‐avaliação  do  CC,  face  às responsabilidades que lhe foram conferidas pelo SIADAP 1;   

− a  colaboração  com  a  Direcção‐Geral  da  Saúde,  na  área  da  segurança  e  qualidade  do atendimento  do  utente,  integrando  o  “Grupo  de  Peritos  sobre  Segurança  do Doente  e Gestão do Risco”, bem como o Grupo de Trabalho sobre Quedas de Doentes; 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 21

 

− a colaboração com a Unidade de Missão para os Cuidados de Saúde Continuados e com a Unidade de Missão para a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários; 

− a colaboração com a Autoridade para os Serviços de Sangue e de Transplantação, ao nível das intervenções realizadas na área do sangue e na área dos tecidos e células;  

− a colaboração com o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, tendo em vista a realização de auditorias, inspecções e fiscalizações aos centros públicos e privados que ministrem técnicas de procriação medicamente assistida; 

− a  colaboração  com o Alto Comissariado para  a  Imigração  e o Diálogo  Intercultural,  I.P. (ACIDI); 

− a  colaboração,  mediante  protocolo,  com  a  Entidade  das  Contas  e  Financiamentos Políticos, entidade que coadjuva o Tribunal Constitucional na apreciação e fiscalização das contas dos partidos políticos e das campanhas eleitorais; 

− a  colaboração  com  as  Regiões  Autónomas  da  Madeira  e  dos  Açores,  através  das respectivas  Secretarias Regionais,  em  intervenções  de  natureza  inspectiva  e  disciplinar, vigorando, inclusive, um protocolo de cooperação com a Inspecção Regional dos Assuntos Sociais da RAM (objecto de renovação em Maio de 2008); 

− a disponibilidade e atenção às preocupações manifestadas pelas ordens e organizações profissionais, bem como pelos organismos sindicais, que, para tal, contactaram a IGAS; 

− a articulação com o Ministério Público, Tribunal de Contas e Provedoria de Justiça. 

No  que  concerne  às  relações  internacionais,  a  IGAS,  na  sequência  de  uma  promoção  neste sentido da Organização Mundial da Saúde, acolheu uma delegação do Ministério da Saúde da Albânia  que  teve  por  objectivo  conhecer  a  realidade  portuguesa  no  âmbito  da  inspecção  e controlo das actividades em saúde. O programa, organizado pela IGAS, abrangeu a participação da  Secretaria‐Geral,  da  Direcção‐Geral  da  Saúde,  da  Autoridade  de  Segurança  Alimentar  e Económica, do  Instituto Nacional de  Saúde Dr. Ricardo  Jorge e da Administração Regional de Saúde do Alentejo.  

Em 2009, a IGAS passou a integrar o SOC ‐ Standing Operacional Committee da Rede Europeia de Combate  à  Corrupção  e  à  Fraude  na  Saúde  (EHFCN),  estrutura  de  ligação  entre  a  Comissão Executiva  e  a  generalidade  dos  restantes membros  da  Rede.  Na  sua  qualidade  de membro efectivo, a  Inspecção‐Geral participou na “EHFCN 6th Annual Conference”, que  teve por  tema “Cross‐Border Healthcare in Europe: A Gateway to Fraud and Corruption?" (Edimburgo, Escócia) e,  apresentou  também um  caso de  estudo na  “1st Best Practice  Session  (BPS)”  realizada   em Leiden (Holanda).  

No campo da colaboração com instituições universitárias, em 2009, releva‐se a colaboração com o Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal da Faculdade de Direito de Lisboa no Curso de  Pós‐Graduação  Avançada  em  Reforma  do  Sector  da  Saúde,  bem  como  o  protocolo  de colaboração celebrado com o Instituto Superior de Ciências da Administração (ISCAD), visando a cooperação em áreas de interesse comum. 

2.2. ACTIVIDADES NÃO PROGRAMADAS 

No que  respeita às auditorias,  realizaram‐se 6 acções, não previstas no Plano, aos  “Processos Concursais de oito Hospitais em Parceria Público‐Privada” (em conjunto com a Inspecção‐Geral de Finanças). Em contrapartida, não se realizou a “Auditoria  relativa aos sistemas de incentivos à actividade de  transplantes” que  ficou prejudicada dada a  realização, em  colaboração com a ASST, de acções de diferente natureza (vide Fiscalização), assim como a “Auditoria à informação prestada aos utentes pelos estabelecimentos do SNS e do sector convencionado sobre o acesso aos cuidados que prestam – al.  f) do art.º 4.º da Lei n.º 41/2007, de 24 de Agosto”, que  ficou 

22    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

inviabilizada porque o relatório‐tipo a que se refere o citado artigo, (cujo projecto foi objecto de parecer  desta  Inspecção‐Geral  no  último  trimestre  de  2009)  ainda  não  tinha  sido  aprovado. Contudo, as  intervenções sobre as  listas de espera para consulta e para cirurgias, quer para as várias  especialidades  quer  para  a  Oncologia,  em  particular,  integraram  a  análise  àquela informação.     No que concerne à área das inspecções, para além das previstas no Plano, concluíram‐se ainda 2 inspecções  não  previstas,  de  âmbito  nacional,  que  incidiram,  respectivamente,  sobre  a “Avaliação das medidas implementadas no âmbito da prevenção e controlo da obesidade” e os “Mecanismos  de  controlo  da  assiduidade  e  do  trabalho  suplementar  (follow  up)”.  Para  além destas,  realizaram‐se outras 3 acções  igualmente não previstas no Plano, em que se aplicou o novo guião do procedimento de inspecção à organização e funcionamento dos centros de saúde, entretanto,  já  testado  no  Centro  de  Saúde  de  Silves  (conforme  previsto  em  Plano  de Actividades)1.    

E, relativamente à área da fiscalização, efectuaram‐se  acções de fiscalização para verificação das condições de funcionamento e conformidade legal dos operadores privados (requisito especifico da titulação profissional) nas áreas da medicina física e de reabilitação, das análises clínicas e da radiologia.  Estas 3  acções de  fiscalização,  realizadas  e não previstas no Plano de Actividades, foram possíveis na medida em que, contrariamente ao previsto, as acções relativas à procriação medicamente assistida e às unidades de colheita e transplantação e bancos de tecidos (2 acções a realizar em colaboração com outros organismos – a primeira com o CNPMA e a segunda com a ASST), apesar de alguns desenvolvimentos em termos de preparação, tiveram  início efectivo  já em 2010. 

2.3. RECURSOS UTILIZADOS 

2.3.1.  RECURSOS HUMANOS 

 

O QUADRO 1 ilustra a situação da IGAS, em termos de recursos humanos, por grupo profissional:  

QUADRO 1 – RECURSOS HUMANOS - 2009

Grupo profissional N.º Dirigente Superior  3 Dirigente intermédio a)  6 Inspector e técnico superior  50 Médico  1 Técnico de informática  2 Assistente e coordenador técnico  21 Assistente operacional  7 

Total 90  

a) Inclui 4 chefes de equipa multidisciplinar. 

 

 

 

                                                            1 Não foram consideradas neste ponto, apesar de não se encontrarem expressamente previstas no Plano de Actividades, 9 acções acompanhamento/progresso das recomendações de inspecções a Centros de Saúde realizadas em anos anteriores e a inspecção, de âmbito  nacional,  direccionada  à  “Actividade  cirúrgica  desenvolvida  nos  Serviços  de  Urgência”,  porque,  embora  se  encontrasse prevista no Plano de Actividades da IGAS de 2008, a sua realização deixou de ser exequível no referido ano, e o seu objecto veio a ser   reformulado, já em 2009. 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 23

 

2.3.2. RECURSOS FINANCEIROS E MATERIAIS 

O orçamento da IGAS em 2009 foi de 3.915.801,00€. Após alterações orçamentais e cativações, a Inspecção dispôs de 3.611.957,00€, afecto a quatro actividades: 

− actividade operacional; 

− sistemas de informação e planeamento; 

− apoio administrativo; 

− direcção e outras despesas comuns. 

As  despesas  globais  foram  de  3.401.048,95€,  a  que  correspondeu  um  grau  de  execução  de 94,16%. Os quadros seguintes apresentam a distribuição das despesas pelas quatro actividades e correspondentes rubricas da Classificação Económica. 

QUADRO 2 – ACTIVIDADE OPERACIONAL - 2009

Actividade 254  Despesa (€) 

Pessoal  2.014.304,53

Bens e Serviços  107.099,41

Outras despesas correntes  0,00

Bens de Capital  0,00

Total  2.121.403,94

QUADRO 3 – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEAMENTO - 2009

Actividade 255 Despesa (€) 

Pessoal  270.776,08

Bens e Serviços  14.022,20

Outras despesas correntes  0,00

Bens de Capital  0,00

Total  284.798,28 

QUADRO 4 – APOIO ADMINISTRATIVO – 2009

Actividade 256 Despesa (€) 

Pessoal  452.249,47

Bens e Serviços  15.022,44

Outras despesas correntes  0,00

Bens de Capital  0,00

Total  467.271,91 

QUADRO 5 – DIRECÇÃO E OUTRAS DESPESAS COMUNS - 2009

Actividade 253  Despesa (€) 

Pessoal  296.372,71 

Bens e Serviços  156.556,89 

Outras despesas correntes  17.000,00 

Bens de Capital 57.645,22 Total  527.574,82 

 

A análise do QUADRO 6 e do GRÁFICO 1 (despesas globais) permite concluir que 89,20% da aplicação destas despesas são despesas com pessoal, enquanto as despesas com bens e serviços, outras despesas  correntes  e  com  bens  de  capital  representaram,  respectivamente  8,61%,  0,50%  e 1,69%.  

QUADRO 6 – DESPESAS GLOBAIS – 2009

Despesa (€) 

Pessoal  3.033.702,79 

Bens e Serviços  292.700,94 

Outras despesas correntes  17.000,00 

Bens de Capital  57.645,22 

Total – Geral 3.401.048,95  

 GRÁFICO 1 – DESPESAS GLOBAIS - 2009

24    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

89%

9% 2%0,5%

Pessoal

Bens e Serviços

Outras Desp. Correntes

Bens de Capital

2.3.3. FORMAÇÃO 

Em 2009,  tal como nos anos anteriores, a  IGAS prosseguiu as acções  tendentes à qualificação dos  seus  recursos  humanos  e,  em  particular,  do  seu  corpo  inspectivo,  tendo  recorrido frequentemente a acções de  formação ministradas pelo  INA e que  tiveram particular enfoque nos seguintes domínios prioritários: 

− saúde; 

− direito, com especial atenção ao Novo Código da  Contratação Pública; 

− ciências  empresariais,  dando‐se  prioridade  às  áreas  de  formação  alinhadas  com  a modernização  do  desempenho  da  Administração  Pública,  tendo  em  vista  dotar  os inspectores com as competências necessárias para a realização de auditorias financeiras e do desempenho organizacional; 

− informática, tendo em vista a continuação do esforço de  implementação e aplicação das tecnologias de informação e comunicação; 

− ciências sociais. 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 25

De  salientar  que,  no  âmbito  destes  cinco  domínios  prioritários  de  formação,  enquadra‐se  a formação a nível internacional da EHFCN (European Healthcare Fraud and Corruption Network), organização de que a IGAS é membro efectivo. 

A  IGAS promoveu,  ainda,  a  realização  de duas  acções de  formação nas  suas  instalações:  “ O Novo Código da Contratação Pública” e “ Tecidos e Células – um Guia para Inspecções”. 

A  Inspecção‐Geral das Actividades em Saúde  realizou, cinco workshops, sobre o novo Estatuto Disciplinar, um por cada região de saúde, destinados a dirigentes e juristas de estabelecimentos hospitalares, agrupamentos de centros de saúde e serviços regionais de saúde (ARS). Pretendeu‐se, com estas acções, uma sensibilização relativamente às alterações na matéria, resultantes da entrada  em  vigor  do  novo  Estatuto Disciplinar  em  1  de  Janeiro  de  2009,  e  contribuir  para  a consolidação dos procedimentos mais correctos no domínio do exercício da acção disciplinar. 

Numa perspectiva de enriquecimento do valor profissional e humano, realizou‐se a palestra “ A livre convicção do  julgador e a sua  importância nas decisões”, aberta a  todos os  funcionários, proferida pelo Exmo. Senhor Presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, Juiz Desembargador Dr. Luis Vaz das Neves. 

 

GRÁFICO 2 – FORMAÇÃO POR DOMÍNIOS PRIORITÁRIOS – 2009

48%8%

3% 3%

21%

17%

Saúde

Direito

Ciências Empresariais

Outro

Informática

Ciências Sociais

 

 

Apresenta‐se, seguidamente, os indicadores de gestão de formação: 

 

QUADRO 7 – INDICADORES DE GESTÃO DA FORMAÇÃO – 2009

Nº de Acções  Nº Participações 

Previstas  Realizadas  (%)  Previsto  Realizado  (%) 

50  79  158  200  220  110 

 

Da  análise  do  QUADRO 7  constata‐se  que  os  indicadores  de  formação  foram  positivos, apresentando uma  realização de 158%, em  relação ao número de acções previsto. Quanto ao número de participações, verificou‐se uma taxa de realização de 110%. 

Os colaboradores (trabalhadores) da IGAS frequentaram um total de 4.674 horas de formação, a que correspondeu um custo total  de 46.880€ . 

   

 

26    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

3. AVALIAÇÃO FINAL 

3.1.  AUTO‐AVALIAÇÃO 

O presente Relatório de Actividades espelha a actividade da IGAS no decurso do ano de 2009, de acordo com a sua missão, as linhas orientadoras do Plano de Actividades e os objectivos estraté‐gicos. 

Conforme o disposto no artigo 15.º da Lei nº 66‐B/2007, de 28 de Dezembro (Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública), evidencia‐se seguidamente os resultados alcançados pela IGAS de acordo com o respectivo QUAR de 2009. 

Legenda: S – Superou os objectivos definidos no QUAR; A – Atingiu os objectivos definidos no QUAR; NA – Não Atingiu os objectivos defini‐dos no QUAR 

a) Inspecções realizadas:Inspecção à  Organização e Funcionamento do Centro de Saúde de Silves; Inspecção aos estabelecimentos oficiais em que se realiza IVG;  Inspecção à área da saúde pública no Continente; Inspecção às  medidas implementadas no âmbi‐to da prevenção e controlo da obesidade; “O balanço social nos estabelecimentos e serviços do SNS”;  “Articulação do Instituto de Medicina Legal (GML) com os estabelecimentos hospitalares do SNS”; “A alimentação dos doentes internados nos estabele‐cimentos hospitalares do SNS  (follow up)”; “Listas de espera para primeiras consultas e  intervenções cirúrgicas”; Organização, gestão e acompanhamento da actividade cirúrgica e das listas de espera nos IPO – “follow up”  e a “Actividade cirúrgica desen‐volvida nos serviços de urgência”. 

b) Informatização de recolha e tratamento de informação das acções inspectivas de âmbito nacional, a seguir indicadas, Avaliação da actividade cirúrgica desenvolvida nos serviços de urgência; Inspecção à área da saúde pública a nível nacional (preenchida on‐line), Auditoria à execução de acordos com entidades dos sectores privado e social para a prestação de cuidados de saúde conti‐nuados (GESTCARE); Auditoria à facturação de medicamentos (SINGRA e RNU) e Avaliação do balanço social nos estabelecimen‐tos e serviços do SNS.   

c) Criação do  serviço de webmail  e da Gestão de pedidos de helpdesk; melhoria das  seguintes  aplicações/sistema:   Gestão de Formação; Gestão da Produtividade e Gestão de Processos e Expediente. 

d) Corresponde a 104 estabelecimentos abrangidos, de um universo de 135 estabelecimentos (5 ARS, 62 Hospitais, Centros Hospi‐talares e Unidades Locais de Saúde e 68 Agrupamentos de Centros de Saúde). 

e) Registou‐se um total de 2.694 horas de formação (incluindo os chefes de Equipas Multidisciplinares e uma  inspectora que em 31.12.2009 se encontrava a exercer funções noutro organismo). 

f)  Entidades que os solicitaram: EURINSP, Embaixada da Polónia, EURO‐PERISTAT, OMS, EHFCN/pedido de Draft Quote.  

Nº   Objectivo  Descrição do Objectivo  Classif.

(S/A/NA)  Meta  Resultado  Taxa de realização 

1  Aumentar em 2% o volume de fluxos financeiros controlados com as auditorias previstas no artigo 62º da LEOE  S  62.971.991 €  77.467.000€  123% 

Efectuar  auditorias  disciplinares  nos  três  estabelecimentos hospitalares  que,  no  ano  de  2008,  tiverem  apresentado maior  número  de  reclamações  e  ainda  não  tenham  sido objecto de auditorias disciplinares 

S  3  4  133% 

3 Efectuar  acções  inspectivas  dirigidas  à  facturação  de 40entidades  privadas,  convencionadas  e/ou  do  sector  social com maior nº de irregularidades identificadas 

S  44  69  156,8% 

4  Efectuar acções de fiscalização na área da medicina dentária  S  20  36  180% 

5 Efectuar  acções  inspectivas  inovadoras  ou  de  acompanha‐mento, relacionadas com a garantia e a qualidade dos cuida‐dos de saúde e com a obtenção de ganhos em saúde 

S  5  10 a)  200% 

6  Informatização  dos  processos  de  recolha  e  tratamento  de informação das acções inspectivas de âmbito nacional  S  3  5 b)  167% 

7  Melhorar o sistema de informação de apoio à decisão e de divulgação da informação interna  S  2   5 c)  250% 

8 Acções de formação sobre o novo Estatuto Disciplinar desti‐nadas a dirigentes e juristas de serviços e organismos do SNS e ARS 

S  44  77 d)  175% 

9  Promover  a qualificação dos  recursos humanos, proporcio‐nando em média 30 horas de formação/inspector  S  30h  58,6 e)  195,3% 

10  Pedidos de informação internacionais respondidos dentro do prazo f)  S  75%  80%  106,7% 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 27

 

Como se pode verificar, todos os objectivos que  integraram o QUAR de 2009 foram superados, tendo‐se,  com  os  resultados  alcançados,  para  os  quais  contribuiu  o  forte  empenho  e envolvimento  de  toda  a  organização,  criado  mais  valor  para  os  serviços  de  saúde  e  seus utilizadores. 

APRECIAÇÃO DOS UTILIZADORES DOS SERVIÇOS PRESTADOS 

O grau de satisfação dos stakeholders da IGAS tem‐se observado através do feedback recebido, em função dos trabalhos produzidos por esta Inspecção Geral, seja da Tutela, dos Gestores dos estabelecimentos de  saúde  e Dirigentes dos  Serviços Centrais,  seja de  entidades  exteriores  à Saúde, bem  como em  função dos múltiplos pedidos dirigidos à  IGAS,  tanto para  intervenções concretas no âmbito das suas áreas de competência, como para acções de formação. 

AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLO INTERNO 

Consciente da importância do sistema de controlo interno, a Inspecção‐Geral adopta medidas de controlo  interno  nas  áreas  de  ambiente  e  controlo,  estrutura  organizacional,  actividades  e procedimentos de controlo administrativo implementados no serviço e fiabilidade dos sistemas de informação (ver quadro seguinte).  

 

ÁREAS     DESCRIÇÃO  

AMBIEN

TE E CONTR

OLO

 

 

1.1. A  IGAS,  atendendo  à  sua  dimensão  e  especificidade,  dispõe  de  especificações  técnicas relativas  ao  ambiente  de  controlo,  avaliação  do  risco,  sistemas  de  informação  e  de comunicação,  actividades  de  controlo  e  de  monitorização.  A  filosofia  da  organização assenta sobretudo na consciencialização da necessidade de uma cultura de controlo, visível nas  atitudes,  nos  comportamentos  e  nos  actos  de  gestão,  promovendo  a  eficácia operacional e o cumprimento das políticas e objectivos traçados. 

1.2. São  efectuados  procedimentos  inerentes  ao  controlo  da  legalidade,  regularidade  e  boa gestão mediante a  realização de conferências e validações de procedimentos, e de modo particular, no que se refere a despesas e pagamentos.    

1.3. Face  à  dimensão  da  instituição,  têm‐se  feito  controlos  “a  posteriori”,  por  colaboradores com  formação  adequada,  cuja  periodicidade  está  a  ser  objecto  de  análise  no  âmbito  da implementação da Common Assessment Framework (CAF). 

1.4. A  IGAS dispõe de um Código de Ética e de Conduta para os seus profissionais onde estão claramente definidos valores éticos e de integridade que regem o serviço. 

1.5. A  formação  do  pessoal  da  IGAS  é  um  aspecto  a  que  é  devotada  a maior  atenção,  com elaboração  de  planos  anuais  de  formação,  tendo  em  vista  garantir  as  competências genericamente consideradas exigíveis bem como as específicas na perspectiva das acções a desenvolver pela IGAS. 

1.6. Realizam‐se reuniões frequentes entre os dirigentes superiores, os dirigentes intermédios e o corpo inspectivo. 

1.7. A IGAS não foi, no ano de 2009, objecto de acções de auditoria ou controlo externo.  

ESTR

UTU

RA  

ORG

ANIZACIONAL 

2.1. A IGAS possui um organigrama actualizado e aprovado e que reflecte a Lei Orgânica. 

 

2.2. A avaliação dos trabalhadores da IGAS cumpre o disposto no SIADAP, encontrando‐se avaliados todos os colaboradores (100%). 

 2.3. 76% dos trabalhadores da IGAS frequentaram acções de formação em 2009. 

 

 

   

28    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

ÁREAS     DESCRIÇÃO  

ACTIVIDA

DES E PR

OCE

DIMEN

TOS DE

 CONTR

OLO

 ADM

INISTR

ATIVO 

IMPLEM

ENTA

DOS NO SER

VIÇO

  

3.1. A IGAS dispõe de normas e manuais de controlo interno adequadas à sua dimensão, cuja sistematização e reformulação estão a ser objecto de análise no âmbito da implementação da Common Assessment Framework (CAF), que constitui um dos objectivos do QUAR 2010.   

 3.2 A competência para a autorização da despesa encontra‐se definida e formalizada nos despachos 

de delegação de competências. 

 3.3 A IGAS elabora plano anual de compras. 

 

3.4 Pratica‐se uma rotação dos trabalhadores na maioria das áreas administrativas, existindo  ade‐quada segregação de responsabilidades funcionais, atendendo ao grau de complexidade da IGAS. 

  3.5 As responsabilidades estão definidas e formalizadas.  

  3.6 Encontram‐se descritos os fluxos dos processos e foram estabelecidos padrões de qualidade mínima.  

  3.7 Toda a documentação entrada e saída da IGAS é objecto de registo e classificação e os circuitos dos documentos estão claramente definidos. 

  3.8 A IGAS dispõe de Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas.  

  3.9  O Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas foi aprovado em  2009 e é objecto de monitorização em 2010.  

FIAB

ILIDAD

E DO

S SISTEM

AS DE INFO

RMAÇ

ÃO 

 4.1 A IGAS dispõe de aplicações informáticas para a gestão documental (GPR/QUIDGEST) e inventá‐

rio, sendo um organismo apenas dotado de autonomia administrativa, utiliza as aplicações SIC RAFE e SRH.  

 4.2 As referidas aplicações informáticas não permitem cruzamento de informação, dado que, com 

excepção da GPR e da gestão do inventário, as referidas aplicações são propriedade do Instituto de Informática‐MF.   

  4.3 Os “outputs” obtidos estão a ser objecto de análise no âmbito da implementação da Common Assessment Framework (CAF), que constitui um dos objectivos do QUAR 2010.   

  4.4 A informação extraída dos sistemas de informação é utilizada nos processos de decisão. 

  4.5 Estão instituídos requisitos de segurança para o acesso à informação e activos, por parte de terceiros através do controlador de domínio Windows. 

  4.6 A informação dos computadores de rede está devidamente salvaguardada, sendo realizados backups diários. 

  4.7 No tocante a segurança na troca de informações e software, existe um sistema de firewall, sistema de antívrus e spam, mas não um sistema de encriptação. 

 

A IGAS integrou na sua autoavaliação, os contributos das chefias e dirigentes intermédios  e, no que se  refere à  formação, os demais  trabalhadores  foram ouvidos no âmbito de um  inquérito sobre a avaliação do  impacto da  formação disponibilizada pela  IGAS. O  resultado do  inquérito mostrou que 83% das respostas obtidas recomendam as acções de formação frequentadas em 2009 e que, em 84% das respostas, o motivo da participação foi o desenvolvimento de conheci‐mentos específicos.   

TAXA DE EXECUÇÃO DO PLANO DE ACTIVIDADES 

A   IGAS alcançou um grau de concretização global do Plano de Actividades de 136% (conforme QUADRO 8), medida através da comparação entre o número de acções realizadas e planeadas. Para além de um elevado grau de execução da actividade prevista (88,9%) realizaram‐se, em contra‐partida, mais 17 acções não programadas, que correspondem a   34,7% das acções realizadas.  

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 29

 

QUADRO 8 – TAXA DE EXECUÇÃO GLOBAL DO PLANO DE ACTIVIDADES - 2009

Actividade planeada  versus  

actividade realizada  

Previstas no plano 

Acções não  previstas  no plano 

Total  Realizadas Acções  previstas  

não realizadas 

Taxa de execução (5/2)% 

1  2  3  4  5  6  7 

Auditorias  13  6a)  19  17  2  131% 

Inspecções  10  5  15  15  ‐‐  150% 

Acções de Fiscalização  4  3  7  5  2  125% 

Auditorias Clínicas  3  ‐‐  3  3  ‐‐  100% 

Auditorias Disciplinares  3  1  4  4  ‐‐  133% 

Workshops  3  2  5  5  ‐‐  167% 

Total  36  17  53  49  4  136% 

a) Trata‐se de auditorias aos “Processos Concursais de oito Hospitais em Parceria Público‐Privada” (realizadas em conjunto com a Inspecção‐Geral de Finanças)  que, em 2009, entraram em fase de relatório, cuja conclusão ainda decorre. 

EXECUÇÃO  ORÇAMENTAL  

O orçamento de funcionamento corrigido da IGAS, para 2009, atingiu o montante de 3 611 957 euros,  tendo‐se  alcançado  uma  taxa  de  execução  de  94,16%,  que  se  apresenta  no Quadro seguinte, com a respectiva despesa desagregada pelas principais rubricas da Classificação Eco‐nómica.   

QUADRO 9 – EXECUÇÃO ORÇAMENTAL – 2009

Classificação  Económica 

Despesa  orçamentada 

Despesa  executada  (€) 

Taxa de  execução  (3/2)% 

1  2  3  4 

Pessoal  3.187.839 3.033.702,79 95,16 

Bens e Serviços  326.403 292.700,94 89,67 

Outras despesas correntes  18.350 17.000,00 92,6 

Bens de Capital  79.365 57.645,22 72,6 

Total – Geral  3.611 .957  3.401.048,95  94,16 

 

AFECTAÇÃO REAL DOS RECURSOS HUMANOS 

Como se ilustra no Quadro infra, a taxa de execução dos recursos humanos (obtida através da comparação  dos  efectivos  existentes  no  final  do  ano  com  os  orçamentados  e  previstos  no QUAR 2009) foi de 98,9%.   

Importa sublinhar a evolução positiva do índice de tecnicidade que, em 2009, foi de 67%, rela‐tivamente ao ano anterior, em que foi de 62%. 

 

 

 

 

30    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

QUADRO 10 – RECURSOS HUMANOS – 2009

Grupo profissional  Recursos humanos previstos Recursos humanos

(31.12.2009) Taxa de Execução 

(3/2)% 

1  2  3  4 

Dirigente Superior  3  3  100% 

Dirigente intermédio a)  6  6  100% 

Inspector e técnico superior   48  50  104,2% 

Médico  1  1  100% 

Técnico de informática  3  2  66,66% 

Assistente e coordenador técnico  23  21  91,3% 

Assistente operacional  7  7  100% 

Total  91  90  98,9% 

a) Inclui 4 chefes de equipa multidisciplinar. 

 

3.2. ANÁLISE GLOBAL DE EXECUÇÃO 

Conforme  se  observa  no  quadro  seguinte,  a  IGAS,  no  ano  de  2009,  registou,  em  termos quantitativos, uma actividade desenvolvida/movimento processual muito significativo.   

QUADRO 11 – ACTIVIDADE GLOBAL DA IGAS – 2009

Actividade desenvolvida / movimento processual 

Movim

ento processual 

Relatório do Gabinete do Utente / Número de reclamações  52.779 Atendimento / Serviço Informativo  1.249 Processos de acompanhamento relativos a entidades privadas  216 Processos de acompanhamento relativos a entidades públicas  735 Fiscalizações (estabelecimentos privados fiscalizados)  95 Processos de auditoria  40 Processos de inspecção  51 Auditorias clínicas  3 Processos de auditoria disciplinar  4 Workshops sobre o novo Estatuto Disciplinar / Número de participantes  268 Processos de natureza disciplinar e pré‐disciplinar  419 Processos de contra‐ordenação *  3 Processos de apoio à gestão  171 

Serviço  

externo  Deslocações em serviço externo  495 

Dias de serviço externo  1.109 

Visitas a estabelecimentos  1.009 

Peças elaboradas  Informações  484 

Pareceres  115 Quesitações (para efeitos de peritagens médicas especializadas)  89 Peritagens médicas especializadas e pareceres da assessoria médica  235 Acusações  58 Relatórios  543 Recomendações formuladas  833 

Expe

dien

te  Documentação entrada objecto de registo  9.415 

Correio electrónico (e‐mail)  6.449 

Ofícios expedidos  6.010 

Telecópias enviadas  699 

Total (soma de controlo)  83.576 * Processos previstos no artigo 6.º do DL 111/2000, de 4/7 e no artigo 12.º da Lei 18/2004, de 11/5. 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 31

 

3.3.  AUDITORIA  

CONTROLO FINANCEIRO SECTORIAL Cumpre  à  IGAS,  em  observância  do  disposto  no  seu  enquadramento  orgânico  e  no  quadro  dos princípios de actuação do Conselho Coordenador do Sistema de Controlo Interno da Administração Financeira  do  Estado,  a  avaliação  do  controlo  operacional  exercido  pelos  órgãos,  serviços  ou unidades funcionais de auditoria ou fiscalização inseridos no âmbito dos organismos ou serviços do Ministério  da  Saúde  ou  por  este  tutelados,  tendo  em  vista,  em  especial,  o  acompanhamento,  a informação e a verificação do exercício do controlo interno, bem como a sua operacionalização e a adequação da inserção de cada unidade operativa e respectivo sistema de gestão nos planos globais do Ministério da Saúde. 

À luz do estabelecimento e consolidação de uma cultura de controlo: 

1. Foram recolhidos e tratados dados da ACSS e das cinco ARS sobre a existência das unidades funcionais  de  auditoria,  a  sua  composição,  as  regras  de  organização,  as  actividades desenvolvidas e os resultados alcançados, de modo a manter e reportar à tutela informação integrada, consolidada e actualizada dos trabalhos de auditoria desenvolvidos de forma a, por um  lado,  assegurar  a  cobertura  apropriada,  tendo  em  vista  o  cumprimento  das metas  de controlo estabelecidas no art. 62º da LEO e, por outro, minimizar a duplicação de esforços de controlo. 

2. Dando cumprimento ao estipulado no Ponto 2.9.9 do POCMS, a IGAS solicitou aos Hospitais E.P.E.  informação  sobre as normas de  controlo  interno aprovadas e  implementadas,  tendo concluído que a maioria dos Hospitais EPE não  tem  instituídos, estruturados, organizados e divulgados de forma coerente e sistemática, procedimentos de controlo interno adaptados à sua realidade institucional. 

3. Tendo em conta que a vivência de uma cultura de controlo se baseia prioritariamente, por um lado,  na  identificação  precoce  do  risco  e,  por  outro,  na  adopção  de  princípios  que  o minimizem, tem sido, por esta Inspecção Geral, à luz do disposto na Recomendação 1/2009 do Conselho de Prevenção da Corrupção, iniciado o tratamento dos Planos de Risco de Corrupção elaborados nos moldes propostos por este Conselho, de modo a permitir conhecer e sinalizar quais as entidades e as áreas de  risco de maior prevalência do ponto de vista do  risco de corrupção e infracções conexas, bem como as medidas a adoptar tendo em vista reduzir esses riscos.  

4. Tendo  como  finalidade  obter  uma  visão  genérica  do  exercício  da  actividade  do  órgão  de fiscalização das Entidades Públicas Empresariais, em especial no que respeita à  fiabilidade e confiança  na  informação  financeira  produzida  e  na  necessidade  de  transparência  na  sua divulgação,  foi objecto de análise o Parecer do Fiscal único  sobre o  relatório de gestão do exercício e a certificação das contas dos Hospitais do Sector Público Empresarial, bem como o relatório anual global da acção fiscalizadora. Em síntese, a recolha da referida informação (que decorreu entre Setembro e Novembro de 2009) permitiu retirar as seguintes conclusões: 

‐ Da totalidade das Entidades Hospitalares E.P.E. (39), apenas 8 (20%) se consideram estar em conformidade  com  o  dever  de  divulgação  da  informação  (Relatórios  actualizados)  no  seu respectivo Site da Internet; 

‐ Destas oito Entidades, apenas o Centro Hospitalar de Trás‐os‐Montes e Alto Douro, E.P.E. e o Hospital  Distrital  da  Figueira  da  Foz,  E.P.E.  disponibilizavam,  à  data,  a  totalidade  da documentação. Subsistiam ainda três Entidades que não dispunham de Portal na Rede e três Centros Hospitalares que não mantinham actualizado o endereço electrónico; 

‐  A  maioria  dos  HEPE  (21  Entidades)  ainda  não  divulgava  na  Internet  qualquer  tipo  de informação  sobre  os  Relatórios  e  Contas  (Relatório  de  Gestão)  com  os  respectivos 

32    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

documentos produzidos pelo Fiscal Único (Certificação Legal de Contas, Relatório e Parecer do Fiscal Único e Relatório Anual da Acção Fiscalizadora Efectuada); 

‐  Na  Certificação  Legal  de  Contas,  relativas  a  2008  e  2007,  na  totalidade,  o  Fiscal  Único levantou 33 Reservas (uma por desacordo) e 28 Ênfases; 

‐ A maioria das Reservas/Ênfases são relativas a Recursos Humanos  (19 ocorrências) na sua maioria  relacionadas  com o  facto de o Balanço não evidenciar no Passivo das Entidades  a responsabilidade actual por complementos de reforma a pagar a pessoal no futuro; 

‐ As Reservas/Ênfases relativas ao  Imobilizado representam a segunda maior  frequência  (16 ocorrências) e na sua maioria prendem‐se com avaliações e registos de titularidade de bens móveis e imóveis.  

AUDITORIAS REALIZADAS AO ABRIGO DO Nº 2 DO ART. 62.º DA LEI DO ENQUADRAMENTO ORÇAMENTAL 

A IGAS concluiu, ao abrigo do n.º 2 do art. 62.º da LEO (Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto, republicada pela Lei n.º 48/2004, de 24 de Agosto), 4 auditorias financeiras ao exercício de 2008, realizadas a três estabelecimentos hospitalares e a um serviço  integrado do Ministério da Saúde, seleccionados de acordo com os resultados de uma Matriz de Risco desenvolvida para o efeito. 

O objectivo destas auditorias consiste em avaliar os sistemas e os procedimentos de controlo interno das operações de execução do Orçamento do Estado instituídos, nos termos do nº 5 do artigo 58º da LEO,  verificando  a  sua  adequação  e  operacionalidade  e  a  apresentação  de  recomendações  que possam contribuir para a melhoria do sistema e colmatar eventuais fragilidades detectadas. 

Tendo em conta o vasto âmbito de  intervenção nos domínios orçamental, económico, financeiro e patrimonial  bem  como  o  complexo  universo  de  actuação  e  conscientes  da  necessidade  de  um esforço  significativo de desempenhar essas  funções de  forma  sustentada,  foram  consolidados os documentos metodológicos  (Matriz de  risco e questionários) de  suporte à actividade e  foram utilizadas  grelhas  de  apreciação  das metodologias  instituídas  (GAMI),  pretendendo  criar  um referencial  genérico  quanto  à  necessidade  de  observância  das  boas  práticas  e  das  normas  e princípios de auditoria geralmente aceites. 

Instituições auditadas 

Um  Instituto Público  integrado na Administração  Indirecta do Estado: Administração Regional de Saúde do Centro, IP (ARSC, IP) 

Duas  entidades  Públicas  Empresariais:  Centro  Hospitalar  do  Porto,  EPE  (CHP,  EPE)  e  Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, EPE (CHBA, EPE) 

Um Serviço e Fundo Autónomo: Hospital Amato Lusitano, o qual a partir de 01 de Janeiro de 2010 integrou a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, Entidade Pública Empresarial. 

Resultados da avaliação ao Sistema de Controlo Interno Instituído 

Os resultados obtidos das referidas auditorias são integrados no relatório anual sintético do Conselho Coordenador do Sistema de Controlo Interno da Administração Financeira do Estado no domínio da actividade  financeira  do  Estado,  reportado  ao  ano  anterior,  relevando  para  a  informação  que acompanha  o  relatório  da  Conta  Geral  do  Estado,  a  enviar  à  Assembleia  da  República,  dando cumprimento ao previsto no art.º 63.º da Lei de Enquadramento Orçamental. 

Nem todos os impactos resultantes das auditorias, dado o seu carácter proactivo e pedagógico são passíveis,  no  seu  imediato,  de  quantificação  dado  que  representam  sobretudo  alterações progressivas nos procedimentos e na cultura organizacional e de gestão.  

No entanto, conforme se demonstra no quadro infra: 

− Foi emitido um conjunto significativo de recomendações (cerca de 300) perfazendo um total de recomendações  consideradas  essenciais  ao  controlo  interno,  que  serão  objecto  de 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 33

 

acompanhamento da sua execução por parte da  IGAS em sede de  follow‐up no próximo ano económico. 

− Foi detectada despesa que eventualmente consubstancia  ilícito de natureza financeira e dado cumprimento  ao  dever  de  comunicação  de  infracção  ao  Tribunal  de  Contas  no montante quantitativo de 3.143.739,31€. 

Recursos utilizados e resultados alcançados 

(em Euros) Recursos utilizados  Universo a controlar 

N.º de Efectivos (ETC)  Valor dos custos directos estimados Nº 

de Acções 

Universo da despesa 

Universo da receita 

8*  74,825,32*  4  1.339.863 mil €  1.017.551 mil € 

* Incluindo ainda 4 inspectores em período experimental e o valor do custo com a vertente prática da respectiva formação.  

                  (em Euros) 

Valor da despesa controlada 

Valor da receita controlada 

Despesa Irregular 

Receita Irregular Ilícitos financeiros a 

comunicar ao Tribunal de Contas 

77.467 mil €  25.790 mil €  16.635 mil €  16 mil €  3 130 mil € 

 

O quadro seguinte procura sintetizar, por entidade auditada, as principais conclusões por objectivos de controlo: 

Deficiências detectadas 

Objectivos de controlo 

CHP, EPE Não conformidades 

CHBA, EPE Não conformidades 

ARS Centro, IP Não conformidades 

HospitalAmato Lusitano 

Não conformidades Ambiente de controlo e estrutura organizacional (A) 

Os  circuitos  e  as responsabilidades funcionais,  os  fluxos de  informação  a comunicação  inter‐serviços e os circuitos dos  documentos, designadamente,  das áreas  transversais  e de  apoio  à  actividade assistencial,  não  se encontram claramente definidos. A  entrada  e o  registo do expediente no CHP não  se  encontra centralizado existindo, inclusivamente expediente que não é objecto  de  qualquer registo  de  entrada  e de classificação. Nem  sempre  se encontram  nos processos administrativos internos, informações,  e  nos despachos  que  sobre eles  foram  exarados, identificados,  de forma bem  legível, os funcionários  e 

Regulamentos  internos desactualizados.  Manual  de procedimentos  sem  aprovação pelo órgão de gestão. Ausência de  procedimentos  para determinadas áreas. .Ausência  de  sistema  integrado de controlo  interno, abarcando todos  os  riscos,  adaptado  à dimensão  e  complexidade  do CHBA. Ausência de código de conduta devidamente  formalizado  e actual  que  consubstancie valores  e  mecanismos  de prevenção  e  combate  à  fraude e corrupção. Auditoria  Interna  com dependência  funcional  da Direcção  Financeira,  na prossecução  da  sua  actividade. Ausência  de  planeamento  com identificação das áreas de risco. Ausência  de  acompanhamento e  adaptação  dos  instrumentos de  gestão  e  de  controlo  por parte do órgão de gestão. Ausência  de  formalização  dos fluxos  de  informação  e comunicação  inter‐serviços  ‐ circuitos pouco  intuitivos e não identificados  pelos funcionários. Processos administrativos 

Inexistência  de regulamento  interno adaptado  à  nova estrutura. Ausência  de  chefias intermédias  dificultando a  implementação de um adequado  sistema  de controlo interno. Inexistência  de Procedimentos formalizados de Controlo Interno. Atrasos  pontuais  na implementação  da avaliação  de desempenho do pessoal. Nos  processos administrativos  internos, informações  e despachos  que  sobre eles  foram  exarados, bem  como  nos documentos  do  sistema contabilístico,  nem sempre  a  identificação dos  seus  subscritores acontecem  ou  nem sempre  é  referida  a qualidade  em  que  o fazem. O  Relatório  de Actividades  não  está elaborado  de  acordo 

Inexistência  de regulamento interno.  Procedimentos  de controlo  interno  e  de supervisão financeira não formalizados Ausência  de  chefias intermédias  nas  áreas financeiras,  recursos humanos  e aprovisionamento.    

34    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

Objectivos de controlo 

CHP, EPE Não conformidades 

CHBA, EPE Não conformidades 

ARS Centro, IP Não conformidades 

Hospital Amato Lusitano 

Não conformidades agentes  seus subscritores,  nem  a qualidade  em  que  o fazem. O CHP não possui um Manual  de Procedimentos  de Controlo Interno. As  inconformidades  e pontos  fracos diagnosticados  no âmbito das auditorias efectuadas  pela Auditora  Interna mantêm‐se,  na  sua esmagadora maioria. Não  foram estabelecidos contratos – programa internos. 

internos, informações e despachos que não identificam, de forma bem legível, os seus subscritores, nem a qualidade em que o fazem.   

com  o  estabelecido  no DL  n.º  183/96  de  27  de Setembro.   

Orçamento e Planeamento (B) 

  Não  evidências  de  articulação entre  os  diversos  planos estratégicos. Despesa autorizada e paga sem que  o  facto  gerador  da obrigação  demonstre evidências  de  planeamento  e fundamentação. Compromissos  assumidos  sem previsão  orçamental  e  não evidência de previsão anual. não  evidencia  salvaguarda  dos critérios  de  economia, eficiência e eficácia. Não estão claramente definidos os  circuitos  de  aprovação  da despesa,  aprovação  de  NE, autorização  de  procedimentos e autorização de pagamentos. 

Orçamentos  elaborados em  valores  históricos  e não  de  acordo  com  as verdadeiras  realidades desta ARSC. A  instituição  não  possui informação  actualizada permanentemente sobre a  evolução  da  despesa efectuada.  

Incumprimento  do princípio  orçamental  do equilíbrio Falta de articulação entre o  orçamento  e  outros instrumentos  de planeamento estratégico. As regras de execução da despesa  não  são integralmente cumpridas. A  aplicação  SIDC  é permissiva  a  registos  de cabimentos  em  meses anteriores bem como em rubricas  com  dotações orçamentais já negativas. 

Disponibilidades (C) 

Os  valores  da  receita em TM não são diária e  integralmente depositados. Encontra‐se  por regularizar contabilisticamente  o valor em  falta em TM provenientes  da consulta  externa  de Estomatologia. Foram  verificadas situações  de  cheques emitidos  pelo Hospital há mais de 3 meses  ainda  em trânsito. Não  é  elaborado  o Orçamento  de Tesouraria  enquanto instrumento  de gestão previsional. As  reconciliações bancárias  não  são efectuadas  com regularidade  e  não assegura  segregação de  funções relativamente  à tesouraria. 

Não  são  elaborados instrumentos  de  gestão  de tesouraria eficazes. Não  cumprimento  integral  do princípio  da  segregação  de funções na Tesouraria. Não existe regulamento para os fundos  de  maneio;  não  são registados  movimentos  na conta  118.  Não  é  efectuado controlo  regular dos  fundos de maneio. Não  é  efectuada  regularmente contagem física do numerário e dos  documentos  à responsabilidade do tesoureiro. Não há efectivo  controlo  sobre os espólios entregues à guarda da Tesouraria. As reconciliações bancárias não são  efectuadas  com regularidade mensal. Diferenças  entre  os  valores  de cadastro e os contabilísticos. Imobilizado  que  não  se encontra registado.    

Inexistência  de  normas ou  regulamentos uniformes  relativamente ao  controlo  das disponibilidades,  em especial  dos  fundos  de maneio. Inexistência  de balancete de tesouraria. Existência  de  diversas contas  bancárias  na Banca Comercial. 

Inexistência  de  um verdadeiro  fundo  fixo  de caixa  e  de  adequados procedimentos  de segregação  de  funções em diversas operações de tesouraria.  O  princípio  da  unidade de  tesouraria  não  se encontra  integralmente cumprido. 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 35

 

Objectivos de controlo 

CHP, EPE Não conformidades 

CHBA, EPE Não conformidades 

ARS Centro, IP Não conformidades 

HospitalAmato Lusitano 

Não conformidades Não  são  efectuadas regularmente contagens  físicas  do numerário  e  dos documentos  à responsabilidade  dos tesoureiros A  Tesouraria  não funciona  em  regime de fundo fixo. Não  existe  um regulamento  sobre  a gestão  e funcionamento  dos fundos  de  maneio existentes. O  Princípio  da Unidade  de Tesouraria não está a ser  integralmente cumprido. 

Imobilizado (D)  Não  existem  normas internas  de  forma  a controlar  todos  os bens  do  imobilizado afecto à entidade. Os  bens  do imobilizado  corpóreo do  CHP  registados  na contabilidade  não  se encontram devidamente suportados  por inventário detalhado. Foram  identificados equipamentos retirados dos serviços, abatidos  e  vendidos como  sucata  ou desmantelados  sem suporte documental e sem  que  tivessem merecido  publicidade e  transparência necessárias  à  boa gestão  de  dinheiros públicos. As  intervenções  não estão  a  ser contabilizadas  como grandes  reparações  a acrescer ao custo dos bens. Não  são  efectuados registos  de  suporte  à gestão  e  custos  com viaturas. Não  se  encontrava encerrado o  processo de  emissão  da facturação correspondente  a prestação  de  serviços efectuados  ao  SNS respeitante ao ano de 2008. 

Aplicativos  de  cadastro  e inventário  desactualizados. Integração no SIDC por  ficheiro com  erros  de  parametrização. Sistemas  de  etiquetagem desapropriado.  Não  permite um sistema de leitura de código de  barras  ou  outro tecnologicamente avançado. Adiantamentos  a  fornecedores sem  evidências  de  que estivessem  previamente considerados e autorizados. Não  são  efectuadas  inspecções físicas,  ainda  que  por amostragem,  aos  bens inventariados. Utilização  de  espaços  para  fins (cedência  onerosa  de apartamentos  de  Lagos)  que não  se enquadra na missão do CHBA  e  insuficiência  no controlo da sua utilização. Não  estão  garantidos mecanismos  de  controlo eficazes  quanto  à  gestão  da frota.  Não  são  controlados  os consumos de combustíveis. Não  estão  estabelecidos  e evidenciados os procedimentos de  controlo  de acompanhamento  da facturação  vs  termos  do contrato. O  controlo  da  execução contratual  ou  a  prestação  de serviços  externos  é  efectuado por  funcionários  dos  próprios fornecedores.  

Inexistência  de Inventário Actualizado. 

As  responsabilidades nesta  área  encontram‐se repartidas entre serviços, sem  que  haja  uma adequada  articulação entre todos eles. Não cumprimento do que estipula  o  ponto  2.9.7.3 do  POCMS  e  não cumprimento  do  CIBE quanto  à  inventariação de  bens  imóveis  e  sua contabilização. 

Receitas e cobranças (E) 

Não  se  encontrava encerrado o  processo 

Ausência  de  conciliação  da informação  contida  no  SONHO 

Deficiente  promoção  dos procedimentos  de 

36    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

Objectivos de controlo 

CHP, EPE Não conformidades 

CHBA, EPE Não conformidades 

ARS Centro, IP Não conformidades 

Hospital Amato Lusitano 

Não conformidades de  emissão  da facturação correspondente  a prestação  de  serviços efectuados  ao  SNS respeitante ao ano de 2008. Alguns  actos  não terão  sido  facturados pelo CHP por  falta de elementos de registo. O  CHP  tem  vindo  a acumular  dívidas, provenientes  da ausência  de pagamento  das  Taxas Moderadoras que não são  relevadas contabilisticamente  e reflectidas  nas demonstrações financeiras constituindo  violação de  princípios contabilísticos.   

com a do SIDC.Os  saldos  contabilísticos  de terceiros  não  reflectem  os montantes  de  taxas moderadoras do SONHO. Operações  contabilísticas  de anulação  de  dívida  sem fundamento. Não  é  realizada  de  forma estruturada  e  regular,  a conferência  entre  as  receitas liquidadas  e  arrecadadas,  o exame das contas de clientes e facturas  emitidas,  a circularização  periódica  de clientes  e  o  cruzamento  entre os  registos  contabilísticos  e  a informação proporcionada pelo SONHO. A  constituição/reforço  ou anulação/reposição  das provisões  para  créditos  de cobrança  duvidosa  apenas  é efectuada a 31.12 . As provisões não  são baseadas em  informação  rigorosa,  nem acompanham  a  evolução  da dívida  que  provisionam,  não sendo  cumprido  integralmente o princípio da prudência. 

liquidação e  cobrança de receita. As  receitas  provenientes da  cedência  de  espaços não  se  encontram  a  ser controladas e cobradas. 

Aquisição de bens e serviços (F) 

A  concessão  da exploração  dos  bares não  possui enquadramento contratual,  para  além de,  na  sua  essência, violar  o  princípio  da concorrência,  pois  a escolha das entidades que  exploram  os bares  foi  feita  de forma  directa,  sem consultas  ao mercado. A requisição de MCDT ao  exterior  não  têm por  fundamento  a falta  de  capacidade instalada do CHP para realizar  ou  qualquer outro  tipo  de justificação. Não  está salvaguardada  a segregação  de funções relativamente  a alguns  armazéns  de material de consumo. Alguns  artigos  em armazém,  para  além de  considerados como  consumidos, encontravam‐se  com prazo  de  validade ultrapassado. No  final  do  exercício de  2008  foram apuradas  quebras  de 

Elevada  desorganização  dos processos de aquisição de bens e  serviços  e  ausência  de controlo  sobre a execução dos “contratos”.  Ausência  de  controlo  sobre  os processos de aquisição abertos: quantidade,  tipificação, montantes,  notas  de encomenda  associadas, facturas  apresentadas  e  valor por executar. Aquisições  de  bens  e  serviços que  pela  sua  natureza  e montantes  obrigariam  a elaboração de  contrato escrito e  alguns  deveriam  ter  sido remetidos  a  fiscalização  prévia pelo Tribunal de Contas. Prestação de serviços médicos: ausência  de  identificação  dos profissionais.  Não  respeito pelos  valores  ‐hora  fixados, sem fundamentação. O  tipo  de  procedimento  de aquisição  não  obedecem  ao disposto  no DL  n.º  197/99,  de 08.06, Irregularidades quanto à avaliação  de  propostas. Irregularidades  na  fase  de adjudicação. Falha  do  sistema  de  controlo de existência e dificuldades de apuramento dos custos com os consumos mensais. Não  se  considera  fiável  a informação  relativa  à  gestão  e controlo de existências. 

Existência  de procedimentos  sem fundamentação  legal (Ajustes  Directos),  e procedimento  concursal adequado,  omissão  de informação  de Cabimento  prévio  e despesa fraccionada. Verificou‐se  a  existência de  contratos  sem submissão a visto do TC. Deficiências  na  Gestão de  Stocks  (atraso  nos registos  de  entradas  e saídas,  instalações deficientes,  modelos  de requisição  dos  produtos não uniformizados. 

Inexistência  de segregação  de  funções relativamente às áreas de recepção,  armazenagem, registo  e  conferência  de stocks. As  saídas  do  armazém central  são  registadas como  consumo  efectivo, apesar  da  existência  de stocks  de  segurança  nos serviços clínicos. Incumprimentos  das disposições  legais aplicáveis  em  sede  de aquisição  de  bens  e serviços designadamente, com  o  recurso  a sucessivos  ajustes directos  e  consequente fraccionamento  de despesa. Alguns  contratos  não foram  remetidos  a fiscalização  prévia  do Tribunal de Contas  Processos  de  despesa sem  cabimento orçamental  ou  cuja informação  relativa  ao cabimento é inexistente. 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 37

 

Objectivos de controlo 

CHP, EPE Não conformidades 

CHBA, EPE Não conformidades 

ARS Centro, IP Não conformidades 

HospitalAmato Lusitano 

Não conformidades existências  no montante  de 33.328,95  €,  não sendo  objecto  de qualquer  investigação interna  evidenciada nem  apuradas eventuais responsabilidades. 

Custos com pessoal (G) 

O  CHP  emprestou  a outras  instituições hospitalares medicamentos  e material  de  consumo clínico,  que ascendiam, em 31‐12‐2008, a 202.961,07 €, não  existindo mecanismos  que permitam  controlar esses empréstimos. Os  processos individuais do pessoal não  se  encontram devidamente documentados. A  prestação  de serviço  por trabalhadores independentes,  não se  encontra suportada  por contratos de tarefa ou avença,  nem  foi efectuada  ao  abrigo dos  princípios  da concorrência,  boa gestão, transparência. São  concedidos adiantamentos  de verbas  aos trabalhadores  por conta do vencimento. A  realização de horas extraordinárias não se encontra  prévia  e devidamente autorizada. Não  se  encontram previstos mecanismos de  controlo  do exercício  da  clínica privada. A  responsabilidade dos colaboradores, no âmbito  do  contrato de  telecomunicações que  o  CHP  firmou com a Vodafone, está a  ser  assumida  pelo Hospital  por  omissão do SGRH.    

Não  existe  politica  de recrutamentos/admissões. Não foram elaborados todos os documentos  previsionais  de recursos  humanos  constantes das normas legais aplicáveis. Autorizada  contratação  sem fundamentação  (p.e. levantamento  da  necessidade) e  sem  recurso  a  processo  de selecção. A  contratação  de  serviços médicos não cumpre o exposto no  Despacho  n.º  29533/2008, do SEAS. Contratos  de  avença  que  não respeitam  os  requisitos  legais desta  contratação  e  sem  que fique  apresentada  justificação de não ser adequado o recurso a contrato de trabalho. O  SIADAP  não  é  devida  e correctamente aplicado. Não  está  implementado  o controlo  da  assiduidade  e pontualidade  por  registo biométrico. Não existe um  regulamento de horário  de  trabalho devidamente aprovado. Não estão a  ser  respeitados os limites  impostos  para  o trabalho extraordinário. Atribuição  de  prémios  de produtividade/qualidade  sem que  estejam  devidamente definidos os critérios e a  forma de  controlo;  pagamento  de prémios  sem  evidências  de controlo da produtividade. Pagamento  de  Subsídio  de deslocação e ajudas de custo a prestadores de serviço como se de  trabalhadores  com  contrato de  trabalho  se  tratassem: registo  contabilístico  na  conta de  custos  com  o  pessoal;  Não incidência  de  IRS;  valores  não explicitados  pelo  CHBA  na declaração  anual;  Recibos verdes  não  considerando  estes montantes. Processos de ajudas de  custo  que  não  apresentam autorização  prévia;  Boletins Itinerários  com  a  aprovação sem data e sem evidências dos cálculos  efectuados  – autorização  de  processamento sem  indicação  da  despesa  a autorizar. 

Atrasos  na  aplicação  do SIADAP.  Inexistência  de regulamento  de  Horário de  Trabalho  aprovado  e de um  rigoroso  controlo de assiduidade. Não  estão  estabelecidos critérios  quanto  ao recurso  a  horas extraordinárias  e controlo  sobre  a realização das mesmas. Deficiências  ao  nível  do processamento  de vencimentos  (aplicação "somos pessoas"). 

Ausência de uma política de  gestão  na contratualização  externa de  recursos  humanos com  o  devido enquadramento legal. Ausência de uma política de  planeamento, negociação de valor/hora e de  controlo no  recurso às  contratações  de serviços. Trabalho  extraordinário sem  carácter  de excepção,  ultrapassando, em  regra o  limite de 1/3 da  remuneração  ‐base, sem  que  seja  precedido de  fundamentação  e  de autorização. 

38    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

Objectivos de controlo 

CHP, EPE Não conformidades 

CHBA, EPE Não conformidades 

ARS Centro, IP Não conformidades 

Hospital Amato Lusitano 

Não conformidades Os  procedimentos  instituídos não  garantem  que  qualquer alteração  que  deva  ser registada  nos  processos individuais  seja  de  imediato comunicada  ao  sector  dos recursos humanos. Não  está  devidamente assegurada  a  segurança  dos registos no RHV. O CHBA não  tem procedido ao cálculo  actuarial  das  eventuais responsabilidades com pensões de forma a considerar, ao fecho de  cada  exercício,  os correspondentes montantes. 

Sistemas de informação (H) 

O nível de abrangência e  integração  das diferentes  aplicações entre  si  e  em  especial com  a  aplicação  de contabilidade  SIDC  é pouco  funcional  ou mesmo inexistente. Encontram‐se reflectidos  na  conta 422 – Edifícios e outras construções  os investimentos efectuados  nos terrenos  e  edifícios arrendados  pelo  CHP, para  exercer  a  sua actividade. Não  se  encontra reconhecida  no Balanço  a responsabilidade  do CHP  com  as  pensões de reforma. O  custo  com  a prestação  de  serviços de  consultoria,  em 2008,  num  total  de 1.121.769,56€, não  foi registado  na respectiva  rubrica, conta  6223691  ‐ Estudos,  pareceres, projectos, mas  sim  na conta  6223699  ‐ Outros  Trabalhos Especializados. 

Não  se  encontra  aprovado  o regulamento  dos  SI  e  não  há procedimentos  de  controlo  e auditoria de sistemas. Não  existem  manuais  de utilizador,  de  gestão  dos sistemas  e  cópia  dos aplicativos,  nem  se  encontra salvaguardada  a  formação  dos trabalhadores  sobre  os aplicativos  adquiridos  pelo CHBA. Em algumas aplicações não está assegurado  o  controlo  de acesso  através  de  perfis  de utilização. Ineficiência  na  utilização  dos aplicativos,  resultado  da dificuldade  de  integração  com os aplicativos relacionados, que por vezes resulta na duplicação de procedimentos de registo.  

Os  Sistemas  de Informação, nomeadamente  no  que respeita  a  informação financeira, não garantem a  intercomunicabilidade de  informação  entre serviços. 

A gestão dos sistemas de informação  é  assegurada em  regime  de outsourcing. SI  com  acesso limitado/condicionado  a aplicações  informáticas fornecidas externamente. Não  se  garante  a impossibilidade  de manipulação  de  dados por  pessoas  externas  e não  autorizadas  pelo HAL. 

Prestação de contas (I) 

  Reportes  de  informação obrigatória apresentada fora de prazo. Os  registos  contabilísticos  e outros  elementos  utilizados  na informação  financeira constante  da  prestação  de contas  podem  não  resumir  de forma  adequada  os  factos económicos ocorridos. Foram  registados  erros  de contabilização  não  se encontrando  garantido  o respeito  pelos  diversos princípios  contabilísticos 

Verificaram‐se  atrasos significativos na remessa da Conta de Gerência ao TC. 

Os registos contabilísticos e  outros  elementos utilizados  na  informação financeira  constante  da prestação de  contas, não resumem  de  forma adequada  os  factos económicos  ocorridos, porquanto  as demonstrações financeiras não  traduzem de  forma  fidedigna  a realidade  patrimonial  e operacional  do  HAL.Não  são  respeitados 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 39

 

Objectivos de controlo 

CHP, EPE Não conformidades 

CHBA, EPE Não conformidades 

ARS Centro, IP Não conformidades 

HospitalAmato Lusitano 

Não conformidades fundamentais. 

diversos  princípios contabilísticos  em diversas  áreas identificadas ao  longo do relatório. 

 

Foi  possível  constatar  um  número  bastante  significativo  de  deficiências  evidenciando  múltiplas fragilidades nos sistemas de controlo interno vigentes, com especial destaque para as seguintes:  

− Ausência de procedimentos de controlo ou procedimentos de controlo insuficientes; 

− Desactualização do cadastro do imobilizado; 

− Deficiente controlo de stocks; 

− Omissão das regras de contratação pública; 

− Atribuição de remunerações e outros benefícios sem observância da legislação aplicável; 

− Deficiências inerentes ao processo orçamental da despesa e da receita; 

− Sistemas  informáticos  que  não  garantem  a  plenitude  e  exactidão  da  informação financeira; 

− Falta de fiabilidade nos documentos de prestação de contas. 

AUDITORIA AO ABRIGO DO N.º 1 DO ART. 62.º DA LEI DO ENQUADRAMENTO ORÇAMENTAL.  

Foi concluída uma auditoria ao desempenho de um Serviço do Hospital de São João do Porto, EPE, desenvolvida  ao  abrigo  da  alínea  a)  do  art.  4º  do DL  275/2007  de  30  de  Julho  e  no  âmbito  da realização de uma acção piloto para operacionalização dos suportes metodológicos elaborados para o desenvolvimento de Auditorias de Desempenho Organizacional, previstas no n.º 1 do artigo 62º da Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto (Lei de enquadramento do Orçamento do Estado), republicada pela Lei n.º 48/2008, de 24 de Agosto que estabelece que as entidades deverão ser sujeitas a auditoria externa, abrangendo a avaliação da missão, os objectivos do organismo, bem  como a economia, eficiência e eficácia da respectiva despesa.  

Foi apresentado um diagnóstico da avaliação do desempenho, traduzida na actividade desenvolvida no período 2003‐2008, em especial na eficiência da aplicação dos recursos utilizados na actividade assistencial registada. 

Concluiu‐se  em  síntese  que,  não  obstante  a  falta  de  total  coerência  e  fiabilidade  na  informação produzida e disponibilizada, a análise da eficiência permite concluir que os resultados obtidos e os recursos  utilizados,  nos  anos  de  2005  a  2008,  registaram  valores  crescentes  de  produção  e  de produtividade, com custos unitários decrescentes, indiciando efectivos ganhos de eficiência. 

VERIFICAR O CUMPRIMENTO DAS RECOMENDAÇÕES EMITIDAS NAS AUDITORIAS REALIZADAS AO ABRIGO DO N.º 1 DO ART. 62.º DA LEI DO ENQUADRAMENTO ORÇAMENTAL. 

Foram  realizadas  acções  de  acompanhamento  às  recomendações  proferidas  nas  auditorias financeiras e de gestão concluídas em anos anteriores, tendo como objectivo obter uma conclusão sobre  o  impacto  proporcionado  pelas medidas  preconizadas,  avaliando  o  grau  de  aplicação  das mesmas, procurando verificar dentro de cada área abordada, a progressão registada ao nível da sua implementação face ao que, ao tempo, havia sido concluído e recomendado.  

40    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

Sublinhe‐se ainda que foi recomendada e confirmada parcelarmente a reposição de 9 736, 15 € de despesas consideradas irregulares. 

 

GRAU DE IMPLEMENTAÇÃO 

Entidades  Grau de implementação 

Instituto da Droga e da Toxicodependência, IP Bom grau de Implementação (nível 5) 

Hospital de Ovar Grau de cumprimento adequadamente satisfatório face ao expectável (77%) 

Hospital Joaquim Urbano  Razoável grau de Implementação (nível 3) 

Hospital de S. João, EPE  Grau de Implementação ainda reduzido (nível 2)  

Conclui‐se,  por  conseguinte,  que  as  instituições  revelam,  em  regra,  uma  suficiente  aderência  às orientações  formuladas pela  IGAS. Mesmo relativamente às  instituições que revelaram mais baixo impacto  da  acção  na  correcção  das  anomalias  detectadas,  reconhece‐se  o  esforço  desenvolvido pelos Conselhos de Administração na  implementação de medidas de maior  controlo,  as quais,  a médio  prazo,  certamente  contribuirão  para  a  supressão  daquelas  desconformidades,  indo  ao encontro do que foi recomendado pela IGAS. 

AUDITORIA À EXECUÇÃO DE ACORDOS COM ENTIDADES DOS SECTORES PRIVADO E SOCIAL PARA PRESTAÇÃO DE 

CUIDADOS CONTINUADOS DE SAÚDE NO ÂMBITO DA ESTRUTURA DA RNCCI (DECRETO‐LEI N.º 101/2006, DE 06 DE JUNHO). 

Após a elaboração de um Manual específico  ,  foi desenvolvida a auditoria à execução de acordos com entidades do sector privado e social para prestação de cuidados continuados,  incidindo sobre os acordos para unidades de internamento (UI) estabelecidos com entidades dos sectores privado e social e articulação com a Unidade de Missão. 

O objectivo genérico da auditoria consistiu em verificar a conformidade, legal e contratual, dos actos de  execução  dos  acordos  celebrados  entre  as UI  (seleccionadas  na  acção  de  planeamento)  e  as respectivas ARS e verificar a adequação dos procedimentos de controlo implementados na estrutura operacional da RNCCI e nas ARS, em especial no que se refere à facturação das UI. 

Atendendo ao universo de 188 de Unidade de  Internamento da RNCCI, nos  termos do Despacho Conjunto n.º 2732/2009, de 21 de  Janeiro e acolhendo apenas as unidades de  internamento dos sectores privado e social, num total de 160, agrupa‐se, por tipologia e por ARS, no quadro seguinte, as referidas unidades de internamento.   UNIVERSO DAS UNIDADES DE INTERNAMENTO  

Sectores  privado e social  N

orte 

Centro 

LVT 

Alentejo 

Algarve 

Total 

Unidades de Convalescença (UC)  8 4 5 0  2  19Unidades de Média Duração ou Reabilitação (UMDR)  25 18 9 6  2  60Unidades de Longa Duração ou Manutenção (ULDM)  26 28 8 8  6  76Unidades de Cuidados Paliativos (UCP)  1 0 4 0  0  5

Total  60 50 26 14  10  160

 

Para uma melhor  consolidação da acção a nível nacional, em  termos de economia de  recursos e eficiência das operações a desenvolver, foi determinado o desenvolvimento de uma acção por região conforme quadro infra, encetando os trabalhos junto das respectivas equipas operacionais da RNCCI, 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 41

 

as  equipas  coordenadoras  regionais  e  as  equipas  coordenadoras  locais,  tendo  por  base  as metodologias vertidas no guião que precedeu a presente acção bem como o resultado das acções‐piloto concluídas. 

Região N.º Unidades estabelecidas 

Unidades auditadas  Valor  controlado (UC)  (UMDR)  (ULDM)  Total 

ARS Norte  60  3  4  1  8  286.582,51 € 

ARS Centro  50  1  3  0  4  479.804,70 € ARS LVT  26  1  2  2  5  393.544,68 € ARS Alentejo  14*  0  3  2  5  207.253,51 € ARS Algarve  10  1  0  2  3  82.173,72 € 

Total  160  6  12  7  25  1.449.359,12 € 

* Duas unidades de Internamento, à data da intervenção, ainda não estavam em funcionamento 

AUDITORIA AOS PROCESSOS CONCURSAIS DOS HOSPITAIS EM PARCERIA PÚBLICO‐PRIVADA (PPP) 

Na sequência do Despacho do Ministro de Estado e das Finanças n.º 196/09, de 23 de Março de 2009,  a  Inspecção‐Geral  das Actividades  em  Saúde  (IGAS)  e  a  Inspecção‐Geral  de  Finanças  (IGF) realizaram, conjuntamente, seis auditorias aos procedimentos concursais dos hospitais em Parceria Público‐Privada (PPP).  Os trabalhos “de campo” incidiram sobre  matérias associadas ao programa global das PPP‐Hospitais, concretamente: ‐ auditorias aos procedimentos concursais dos hospitais em Parceria Público‐Privada dos hospitais de Cascais, Vila Franca de Xira, Loures, Braga; ‐ auditorias aos procedimentos concursais dos hospitais em Parceria Público‐Privadada 2.ª vaga – hospitais de Lisboa Oriental e do Algarve; ‐  auditorias  aos  procedimentos  concursais  dos  hospitais  em  Parceria  Público‐Privada  – matérias comuns. 

 No final de 2009, as auditorias encontravam‐se em fase de relatório, cuja conclusão ainda decorre. 

AUDITORIA AO CONTROLO DA FACTURAÇÃO/DESPESA COM MEDICAMENTOS SUPORTADA PELO SNS 

No âmbito do controlo do crescimento da despesa com os medicamentos, para além de uma auditoria  conjunta  com  a  ACSS  e  o  Infarmed,  a  IGAS  realizou,  em  2009,  uma  auditoria direccionada  à  facturação  dos  medicamentos  dispensados  aos  utentes  do  SNS,  tendo  em consideração  a  comparticipação  do  Estado  no  respectivo  preço  de  venda  ao  público  (PVP)  e visando a análise e a verificação dos procedimentos e circuitos do Sistema de Conferência de Facturas de Medicamentos (SCFM). 

A referida acção, que envolveu 7  inspectores e a organização de 5 processos de auditoria, teve um impacto positivo no controlo do crescimento da despesa, mediante a análise do receituário de  22  farmácias  situadas  nas  áreas  de  influência  das  10  (ex)  Sub‐regiões  que  registaram  um crescimento da despesa com medicamentos  igual ou superior a 5%  (em 2008). No  total  foram analisadas  11.697  receitas  que  geraram  um  encargo  para  o  SNS  de  536.343,89€  (despesa controlada).  

Em seguida, apresenta‐se mapa com a distribuição geográfica da acção. 

  

 

A  análise  efectuada  ao  receituário  perspectivou  o  cumprimento  das  normas  legais  aplicáveis (Portaria nº  1501/2002, de 21.12), designadamente  em matéria de prescrição  e  validação do receituário e dos regimes de comparticipação, geral e especiais e o aferir dos registos de venda pelo sistema Matrix nas farmácias com aplicação informática. 

Da  realidade  observada  e,  sobretudo,  considerando  os  resultados  dos  testes  efectuados, destacam‐se  2.357  desconformidades,  traduzindo  um  encargo  para  o  SNS  de  107.127,57€, conforme os quadros que de seguida se inserem:   

GRÁFICO 3 – TOTAL DE DESCONFORMIDADES APURADAS/AMOSTRA

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

800.000

Nº REC Nº EMB.    PVP SNS UTENTE

Out/2008 e Abril/2009

TOTAL AMOSTRA TOTAL TESTE 1 E 2

 

A  esmagadora  maioria  das  desconformidades  detectadas  (apenas  197  se  enquadram  nas situações decorrentes do registo de venda do medicamento) respeitam ao  incumprimento das regras e formalismos de prescrição e validação previstos na Portaria n.º 1501/2002, de 21.12, e enquadrando‐se numa multiplicidade de situações (por  lote e tipo de  lote), nomeadamente na identificação  (do  utente  e  nº  de  beneficiário,  do  local  de  prescrição,  da  entidade  financeira 

42    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 43

 

responsável,  etc.),  seja  em  relação  aos  campos  e  meios  de  validação,  seja  no  tocante  aos elementos relativos ao RECM. No panorama das   desconformidades a salientar, é de chamar a atenção para a falta de assinaturas e datas, em especial no que se refere à assinatura do utente (nalguns  casos  com  forte  suspeita  de  rubricas  apostas  por  outras  pessoas),  bem  como  para eventual    imputação de (co)responsabilidades aos diversos  intervenientes: o médico prescritor, os serviços que fazem a 1ª validação, o utente e os farmacêuticos. 

 

Na  sequência  da  acção  ficou  evidenciada,  entre  outras  medidas/recomendações,  a necessidade de: 

− Resolver  o  problema  da  não  integração  das  aplicações  informáticas,  já  por  si  com limitações  importantes,  nomeadamente  quanto  à  leitura  automática  para  todos  os campos  (sem  excepção);  e,  assim,  foi  recomendada  a  alteração/extensão  das funcionalidades, por  forma  a permitir  a  leitura óptica do maior  número  de  campos do receituário  com  necessidade  de  controlo  obrigatório  (v.g.  data  da  dispensa  dos medicamentos); 

− Ultrapassar  os  problemas  e  riscos  (v.g.  de  duplicação  de  facturação),  decorrentes  da impossibilidade  de  se  identificar/aferir  se  uma  embalagem  de  um  determinado medicamento já foi vendida, ou se ainda consta dos Stock; 

− Garantir  a  aceleração  do  processo  (e  medidas)  tendente  a  implementar  a  prescrição electrónica em todos os locais de prescrição e por todo o tipo de prescritores; 

− Assegurar a actualização permanente do prontuário terapêutico do SAM online; 

− Aditar  ao  SCFM  uma  opção  que  permita  a  consulta  de  uma  base  de  dados  com  as assinaturas dos médicos prescritores,  idealmente assinaturas electrónicas, para obviar às dificuldades  de  reconhecimento  no  momento  da  conferência  e  à  utilização indevida/falsificação; neste particular e no  imediato, deve  ser  rigorosamente proibido o eventual acesso ao SAM por parte de terceiros; 

− Aplicar  rigorosamente  a  lei  e  os  normativos  vigentes,  designadamente  nos  casos  de rejeição,  donde  resulte  a  invalidade  da  receita,  como  parece  ocorrer  em  algumas  das situações detectadas na acção; 

− Analisar e ponderar uma solução adequada relativamente ao facto de o cartão do cidadão não  conter  todos  os  dados  antes  inseridos  nos  cartões  que  pretendeu  substituir, concretamente o cartão do utente, em especial no que respeita aos RECM. 

AUDITORIA  À  FACTURAÇÃO  DE  MEIOS  COMPLEMENTARES  DE  DIAGNÓSTICO  PRESTADOS  POR  ENTIDADES 

PRIVADAS CONVENCIONADAS COM O SNS   

Enquadrada na mesma perspectiva de controlo da despesa, a auditoria em referência assumiu um  carácter  nacional,  abrangendo  a  totalidade  das ARS  (5)  e  foi  desenvolvida  através  de  10 acções inspectivas, organizadas por vários distritos (ex‐SRS), tendo sido alvo de verificação física 22 entidades privadas convencionadas e, para o efeito, afectos à acção 4 inspectores. 

Em seguida, apresenta‐se mapa com a distribuição geográfica da acção. 

 

 

 

 

Destacam‐se, entre outras, as seguintes conclusões: 

Na  grande  maioria  das  situações  analisadas,  a  conferência  da  facturação  dos  Meios 

− A  aplicação  informática  utilizada  na  gestão  e  conferência  da  facturação  dos  MCD  é 

− A nova Tabela de MCDT Convencionados, publicada ainda no decurso da acção, não veio 

− O grau de implementação da prescrição electrónica nos serviços públicos de saúde ainda 

− Relativamente às 22 entidades convencionadas alvo de verificação física, as divergências 

− As diferentes  tabelas dos preços dos exames complementares de diagnóstico  realizados 

− Complementares de Diagnóstico  (MCD)  apresentada pelas entidades  convencionadas, é assegurada  por  entidades  privadas  (vg.  Confact,  Lda,  Green  Search,  Escrivânia,  Lda, Partner Solution e New Link Solutions – Consultadoria e Engenharia, SA);  

completamente  obsoleta  e  desactualizada,  não  garantindo  a  identificação  de  todos  os casos em que ocorre uma errónea codificação dos exames, nem efectuando qualquer tipo de validação dos exames prescritos com os efectivamente realizados;  

resolver todas as dificuldades, mantendo‐se todas as eventuais incorrecções dependentes da  verificação  dos  conferentes,  cujo  controlo  depende muito  da  constante motivação incutida nos operadores, já que, na maioria dos serviços auditados, não existem Manuais de Procedimentos;  

não é o adequado, pois, apesar de nalgumas  regiões  (ARS Norte) o mesmo atingir uma taxa  de  cerca  de  90%,  noutras  (ARS  Algarve)  ainda  se  recorria,  predominantemente,  à prescrição manual;  

mais comuns detectadas na facturação prendem‐se com  incorrecções na codificação dos exames  prescritos,  nas  taxas moderadoras  e  nos  domicílios,  exames  inexistentes  e/ou excesso de actos por exame nas tabelas em vigor e/ou sem justificação clínica;  

nas  entidades  convencionadas  nunca  contemplaram,  nas  nomenclaturas  expressas  em 

44    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 45

 

valores  de  “C”  e  “K”  e  no  âmbito  da  Medicina  Nuclear,  os  produtos  radioactivos  a administrar aos doentes; 

− Numa  das  entidades  auditadas,  tem  vindo  a  ser  validado  o  pagamento  de  um  valor unitário  por  cada  radiofármaco  utilizado  na  realização  das  cintigrafias  de  perfusão  do miocárdio manifestamente  superior  aos  valores  cobrados,  em  idênticas  circunstâncias, por outras entidades  convencionadas na área da Medicina Nuclear,  sem que a  referida despesa estivesse devidamente justificada ( 71.185,58€); 

− As    cintigrafias  de  perfusão  do miocárdio  têm  vindo  a  ser  facturadas,  pelas  entidades convencionadas  na  área da Medicina Nuclear,  com  base  em  diferentes  códigos:  alguns operadores  facturam os exames pelo valor unitário de   41,34 € e outros   pelo valor de 18,66 €; 

− Foram  identificadas  situações  de  despesa  irregular  relacionadas  com  requisições  de cintigrafias  cardíacas  facturadas  com  base  no  código  previsto  para  a  TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA DE  EMISSÃO  CEREBRAL,  que  não  foram  acompanhadas  do  termo  de responsabilidade  sancionado  pelo  responsável  máximo  pelo  local  de  prescrição, contrariamente ao previsto no Despacho do Ministro da Saúde n.º 16/94, de 09/03;   

− Na    área  da  Cardiologia,  foram  identificadas  situações  em  que  os  operadores  não respeitaram  a  obrigatoriedade  de  guardar  em  arquivo  as  cópias  dos  resultados  dos exames (electrocardiogramas simples);  

− Na área da Patologia/Análises Clínicas,  concluiu‐se pela existência de diversas  situações em que, apesar de só ser prescrito um exame, são  facturados dois  (vg. códigos 093.0   e 115.5), bem como casos de códigos de exames mal atribuídos/facturados ;     

− Ficou,  ainda,  evidenciada  a  falta  de  controlo  dos  documentos  que  suportaram  a facturação das despesas realizadas com portes (Aviso‐Recibo dos CTT) e com a tipografia;  

− Foram,  igualmente,  identificadas situações em que  foram pagos,  indevidamente, valores cobrados a título de domicílios; situação   potenciada pelo facto da aplicação  informática utilizada  não  permitir,  também,  cruzar  a  informação  relativa  aos  domicílios  (respectiva localização e data da realização dos exames), por forma a  inviabilizar a dupla facturação dos quilómetros;  

− Concluindo‐se,  ainda,  pela  necessidade  de  actualização/revisão  do  modelo  das convenções nesta matéria, dado que os principais laboratórios dispõem, actualmente, de postos de colheita e/ou delegações nas diferentes  localidades e não apenas nos centros urbanos ou cidades. 

3.4.  INSPECÇÃO 

APLICAÇÃO DO NOVO ESTATUTO DO GESTOR PÚBLICO – DL 71/2007, DE 27/3, EM ORGANISMOS E SERVIÇOS 

DO MINISTÉRIO DA SAÚDE OU POR ESTE TUTELADOS  

A Inspecção‐Geral da Saúde realizou, entre 2004 e 2006, uma inspecção temática e o respectivo follow‐up,  com  o  objectivo  de  proceder  à  identificação  e  verificação  da  regularidade  e conformidade  do  sistema  remuneratório,  bem  como  dos  benefícios  e  regalias  suplementares atribuídos aos dirigentes dos estabelecimentos e serviços do SNS, a qual assumiu um carácter nacional,  envolvendo,  para  além  dos  órgãos  dirigentes  de  todos  os  estabelecimentos hospitalares que integravam o SNS, igualmente os órgãos dirigentes de todas as ARS e SRS.  

Com a entrada em vigor do novo Estatuto do Gestor Público (EGP), foi contemplada no Plano de Actividades de 2009 uma  inspecção direccionada à avaliação da aplicação do referido diploma, cuja primeira fase ficou concluída no ano transacto.  

Tendo em conta a extensão das matérias abordadas e o número de organismos abrangidos na acção, optou‐se por assinalar, na 1 ª fase, alguns dos aspectos críticos, deficiências, omissões ou lacunas  encontradas,  cuja  análise  permitiu  definir  o  critério  de  selecção  das  entidades  onde serão  realizadas,  no  decurso  de  2010,  acções  destinadas  à  verificação  da  conformidade  das respostas e eventual realização de testes substantivos (2.ª fase).  

 

GRÁFICO 4 – DESPESA CONTROLADA COM AS REMUNERAÇÕES PROCESSADAS EM JAN/09 AOS 333 GESTORES PÚBLICOS/DIRIGENTES DE TOPO

0 €200.000 €400.000 €600.000 €800.000 €

1.000.000 €1.200.000 €1.400.000 €

Remuneração Base Despesas Representação

Global ARS/Outros Institutos Global Hospitais  

Destacam‐se, entre outras, as seguintes conclusões: 

Na sequência da análise efectuada a 77 entidades (66 estabelecimentos hospitalares/ULS do SNS e 11 Institutos Públicos) foi controlada a regularidade da despesa com as remunerações mensais fixas pagas, no mês de Janeiro de 2009, a 333 gestores/ dirigentes de topo, no valor global de 1.648.071€, que não inclui as remunerações variáveis e ou as demais regalias. No período em análise, as remunerações base da quase totalidade dos directores clínicos e de 48% dos presidentes do conselho de administração foram processadas com base nos respectivos vencimentos de origem, enquanto a remuneração base da maioria dos vogais executivos e dos enfermeiros directores teve por base o valor padrão estabelecido para as empresas do SEE, na vigência da RCM n.º 29/89. 

No  que  se  refere  às  remunerações  processadas,  em  Janeiro  de  2009,  aos  membros  dos Conselhos Directivos dos 11  Institutos Públicos analisados  (5 ARS, ACSS,  IDT,  INFARMED,  INSA, IPS,  INEM),  aquelas  também  variaram  em  função  da  natureza  dos  cargos,  da  opção  pelo vencimento  de  origem  (quando  aplicável)  e  da  respectiva  classificação  para  efeitos  da equiparação a empresas públicas. 

Na realidade, dos 11 organismos analisados, apenas 4  foram equiparados a empresas públicas para  efeitos  da  fixação  do  estatuto  remuneratório  dos membros  dos  respectivos  conselhos directivos, por força do n.º 1 do artigo 25.º da Lei n.º 3/2004, de 15 de Janeiro, com a redacção introduzida pelo Decreto‐Lei n.º 105/2007, de 3 de Abril (ACSS, INFARMED, IDT e INEM). 

Em 2009, foi, ainda, privilegiado o controlo das situações de acumulação de funções, dado que, de entre as  linhas de força do novo EGP, se destaca, no preâmbulo do diploma, a  limitação da cumulação  de  funções,  a  atribuição  de  relevo  e  o  desenvolvimento  acrescidos  ao  regime  de incompatibilidades,  a  par  da  consagração  do  princípio  geral  de  que  o  exercício  de  funções executivas por parte do gestor público tem lugar em regime de exclusividade. 

Com base na realidade apurada, foi possível concluir que, nalguns casos, não foram cumpridas as disposições legais aplicáveis nesta matéria, tendo sido contabilizado o valor total de 80.785,46 € referente a despesa irregular nas situações em que os membros dos conselhos de administração 

46    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 47

 

dos hospitais, estando autorizados, ao abrigo do disposto no Decreto‐Lei n.º 223/2004, de 3 de Dezembro, a acumular as respectivas funções com o exercício de actividade médica não regular remunerada,  não  respeitaram  o  limite  remuneratório  de  uma  terça  parte  da  remuneração referente ao exercício de funções no conselho de administração (apenas foram contabilizados os valores a repor relativos a 2008 e Janeiro de 2009). 

Concluiu‐se, igualmente, que, por via de uma alegada opção pelo vencimento de origem, alguns enfermeiros directores continuavam a receber o suplemento de horário acrescido. 

INSPECÇÃO À ÁREA DA SAÚDE PÚBLICA NO CONTINENTE 

Na  sequência da  conclusão da acção  realizada, no ano anterior,   ao  funcionamento da Saúde Pública  (SP) na ARS Algarve,  I.P., em 2009, a  IGAS alargou a extensão do mesmo às  restantes ARS, I.P., o que coincidiu com um conjunto de acontecimentos que operaram diversas alterações nesta área, entre os quais, a reforma organizacional da SP, por via das modificações recebidas da reforma  dos  cuidados  de  saúde  primários  (criação  dos  ACES),  assim  como  da  sua  legislação específica.  

A  acção  inspectiva  em  referência  envolveu  a  deslocação  a  um  conjunto  de  serviços, seleccionados de forma aleatória, que perfizeram um total de 29 USP (24 ACES e 5 ULS), e a que corresponde um universo de cerca de 160 Centros de Saúde.  

 No  conjunto  das  conclusões  da  acção,  destacam‐se  as  principais  limitações  e condicionamentos:  

− De  um modo  geral,  a  SP  pauta‐se  por  uma  situação  de  grande  carência  a  nível  de  pessoal médico e de enfermagem, assim como de técnicos de outras áreas, destacando‐se a disparidade na distribuição dos recursos (Beja e Viana do Castelo são verdadeiras realidades antípodas com 2 e 15 médicos de SP, respectivamente);  

− As equipas de SP não se adequam às exigências actuais, devendo mormente passarem a ser constituídas, não só por Médicos de SP, Enfermeiros de SP e Técnicos de Saúde Ambiental, mas igualmente  por  Técnicos  de  Saúde  na  área  da  Engenharia  Sanitária,  de  Laboratório, Nutricionistas e Psicólogos Clínicos, Técnicos de Serviço Social, Higienistas Orais, Técnicos com formação na área da Matemática e da Estatística, assim como de outras áreas do saber;  

− O quadro legal em vigor aponta, por exemplo no que toca ao número de Autoridades de Saúde por ACES, para o aspecto populacional, concretamente, um Delegado de Saúde e o rácio de um Adjunto por cada 75 000 habitantes residentes na área de intervenção, não se podendo ignorar que, a nível  local, não é  fácil gerir esse  limite, porque há  situações em que a deslocação da Autoridade de Saúde envolve distâncias  consideráveis,  seja pelo número de quilómetros em causa, seja pelas condições rodoviárias, e logo algo demorada;  

− O sistema de controlo da assiduidade, faltas, horas extraordinárias, ajudas de custo e utilização de viatura própria, levanta ainda muitas dúvidas e até alguma indefinição, não se encontrando devidamente apreendido; 

− Há unidades funcionais (USF/UCC) dentro da organização cujas regras privativas, do ponto de vista  retributivo,  lhes possibilitam posicionar melhor os seus  integrantes, o que  torna  (ainda) mais complicado para as USP atraírem os recursos humanos que necessitam; 

− As  taxas  cobradas no âmbito da SP assentam em  legislação arcaica ultrapassada, obsoleta e geradora de diferentes interpretações, porquanto, não há, designadamente, uma uniformidade relativamente  ao  modus  operandi,  seja  no  que  toca  à  quantia  cobrada  por  acto,  no  que concerne  à  periodicidade  de  entrega  das  quantias  cobradas,  na  guarda  das mesmas  (sem 

grandes garantias de  segurança) e no  respectivo depósito bancário  (oscila entre o diário e o mensal); 

− As quantias cobradas não reflectem minimamente o valor dos actos praticados nem fazem jus ao  serviço  técnico  especializado  prestado,  o  que,  atendendo  às  dificuldades  económico‐financeiras que o país enfrenta, significa tão só receita que o mesmo poderia e deveria gerar, mas que não gera, ou melhor, gera muito pouco;  

− A ausência de harmonização no valor das  taxas a pagar pelos agentes portuários nos Portos Nacionais, difere de porto para porto  e  causa perturbação nos mesmos; para  além disso,  é muito  inferior ao cobrado nos outros portos europeus, o que  leva, por um  lado, a uma maior procura para a obtenção da documentação necessária à navegação  junto das Autoridades de Saúde Portuárias portuguesas  e, por outro,  a  inexistência de proporcionalidade no  custo de afectação de recursos humanos/custo da intervenção em saúde, quando e se comparado com a de outros organismos (MAI‐SEF);  

− Finalmente, uma das questões que urge resolver na SP em geral prende‐se com as tecnologias da informação (TIs); na verdade, o que se verifica é um total alheamento desta área da saúde no que  toca  aos  recursos  que  aquelas  permitem  e  o  não  desenvolvimento  de  uma  estratégia organizacional  que  apoie,  facilite  e  complemente  a  actividade  desenvolvida;  a  adopção  de medidas no campo das TIs, ao nível da SP, não poderá deixar de resultar na recolha em tempo real de dados e análises clínicas e laboratoriais, como deverá melhorar a capacidade de lançar alertas  precoces  a  nível  nacional  e  até  comunitário, melhorar  a  vigilância  das  doenças mais preocupantes e, à medida que as organizações sejam reformuladas e os sistemas implantados, o êxito vai depender, então, da partilha de experiências e práticas entre  todos e do grau de comprometimento  pessoal  e  individual  de  cada  um,  ao  desempenhar  o  seu  papel  neste processo.  

GRÁFICO 5 – PRINCIPAIS CONSTRANGIMENTOS E DIFICULDADES NA SP

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

Carência de RH

Dificuldade na utilização de viaturas

Problemas com 

hardware

Inexistência de software próprio

Ausência de apoio jurídico

Sim

Não

 

A  ALIMENTAÇÃO  DOS  DOENTES  INTERNADOS  NOS  ESTABELECIMENTOS  HOSPITALARES  DO  SNS (ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO N.º 19/05‐IT) 

Esta  acção  foi  realizada  na  sequência  do  processo  n.º  19/05‐IT  (que  teve  por  objectivo  a identificação e a avaliação dos mecanismos adoptados pelos estabelecimentos hospitalares do SNS para garantirem e adequarem a alimentação ao estado de saúde de cada doente internado e de assegurarem a sua efectiva nutrição no momento das refeições), a fim de se avaliar o nível de  cumprimento  das  recomendações  produzidas  no  âmbito  da  acção  inicial  nas  diferentes unidades hospitalares, algumas das quais actualmente integradas em Centros Hospitalares.  

48    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 49

Das  92  unidades  hospitalares  analisadas,  27  encontram‐se  na  área  de  influência  da  ARS  do Norte, I.P.; 29 na da ARS Centro, I.P; 29 na da ARS LVT, I.P.; 5 na ARS do Alentejo, I.P. e 2 na da ARS do Algarve, I.P.  

Em  termos  globais,  foi‐nos possível  concluir que o  grau de  cumprimento das  recomendações efectuadas no âmbito da acção foi positivo, pois 92% das unidades hospitalares que compõem o universo executaram‐nas acima de 50%.  

No entanto, a maioria (51%) não cumpriu a recomendação de rever e ajustar, pelo menos uma vez  por  semana,  o  plano  de  tratamento  nutricional  dos  doentes  desnutridos  ou  em  risco  de desnutrição; e apenas 28% do  total das entidades avalia o volume de sobras por  tabuleiro, de forma permanente e sistemática, de acordo com parâmetros previamente fixados, por forma a garantir a eficácia do registo da ingestão alimentar por doentes (e não apenas nas situações em que  o  risco  nutricional  já  se  encontra  diagnosticado)  e  garante  que  o  volume  de  nutrientes absorvido artificialmente e todo o volume de nutrientes não absorvidos é devidamente anotado no processo clínico do doente. 

A média de nutricionistas/dietistas é de 3 profissionais por cada unidade  inquirida, sendo que nas  regiões  do Norte  e  Centro  existe  um  profissional  por  cada  100  camas,  enquanto  que  na região Sul, esse número desce para 71, o que nos permite concluir que esta  região dispõe de mais 30% de profissionais nesta área. 

 

GRÁFICO 6 – DISTRIBUIÇÃO DO N.º DE NUTRICIONISTAS/DIETISTAS POR DISTRITO, A NÍVEL HOSPITALAR

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Aveiro

Beja

Braga

Bragança

Castelo Branco

Coim

bra

Évora

Faro 

Guarda

Leiria

Lisboa

Portalegre

Porto

Santarém

Setúbal

Viana do

 Castelo

Vila Real

Viseu

Nutricionistas Dietistas 

Por  outro  lado,  uma  vez  que  as  boas  práticas  nutricionais  dependem,  em  grande  parte  da qualidade  e  da  segurança  alimentares  instituídas  nas  entidadesabrangidas  pela  acção  de acompanhamento,  foram objecto de  verificação,  in  loco, o Hospital Central de  Faro,  E.P.E., o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E., o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E. e o Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde, E.P.E., nos quais  foram aplicadas fichas de verificação e questionários de satisfação dos utentes. 

Concluímos  que  as  referidas  entidades  dispõem,  na  generalidade,  dos  meios  técnicos necessários para assegurar a  implantação das boas práticas nutricionais e o cumprimento das normas aplicáveis quanto à higiene e segurança alimentares. No entanto, alguns dos Serviços de Nutrição  padecem  de  limitações  em  termos  de  recursos  humanos  e  logísticos  (alguns  dos espaços  de  trabalho  destinados  ao  pessoal  que  integra  os  respectivos  serviços  são 

 

desadequados)  e,  numa  situação,  o  órgão  de  gestão  não  se  encontrava  suficientemente sensibilizado quanto à importância do Serviço de Alimentação e Dietética.  

GRÁFICO 7 – AVALIAÇÃO DO RISCO NUTRICIONAL NO MOMENTO DA ADMISSÃO DOS DOENTES NOS ESTABELECIMENTOS HOSPITALARES DO SNS

29%

33%

38%

Todos Nalguns Nenhuns

 

Igualmente,  segundo  a  informação  obtida  junto  dos  responsáveis  pela  área  da  Nutrição,  o pessoal das carreiras médica e de enfermagem ainda não estava suficientemente sensibilizado para as questões relacionadas com a alimentação dos doentes. Durante o processo de admissão dos  doentes,  o  pessoal médico,  por  vezes,  demonstra‐se  relutante  em  promover  a  avaliação analítica do estado nutricional e o pessoal de enfermagem, apesar do equipamento disponível, tem sido resistente quanto à necessidade de pesagem dos doentes. 

Finalmente,  e  apesar  de  algumas  unidades  inquiridas  terem  respondido  que  possuem  ou  se encontram  em  vias  de  o  fazer,  concluiu‐se  que  a  grande maioria  não  dispõe  nem  adquiriu utensílios adequados à alimentação de doentes com necessidades especiais. 

LISTAS DE ESPERA PARA PRIMEIRAS CONSULTAS E INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS 

A  IGAS  empreendeu,  nos  últimos  anos  (2006/2009),  no  âmbito  dos  respectivos  planos  de actividades e extra planos, várias acções relacionadas com a problemática do acesso e das listas de espera, envolvendo, quanto a algumas delas, não só o levantamento quantitativo do número de doentes em espera e dos  tempos de espera, mas  também outros aspectos conexos, como sejam, os recursos, a produção e ainda a regulação e gestão respectivas.  

No  âmbito  da  acção  de  follow‐up  realizada  no  ano  de  2009,  procurou‐se  obter  a  informação pertinente, em  termos de evolução do panorama geral, quer para as primeiras consultas, quer para as  intervenções cirúrgicas, designadamente em termos de utentes em espera e tempos de espera, sem deixar de considerar alguns dos aspectos acima focados.  

Os dados  inicialmente apurados  (tendo como  referência o  final do ano de 2008), em especial quanto à dimensão  (n.º de utentes) das  listas de espera, por comparação com o ano de 2007, resumem‐se nos quadros seguintes: 

 

 

 

 

 

50    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 51

 

QUADRO 12 – RESUMO GLOBAL – PRIMEIRAS CONSULTAS

ARS’S Total utentes espera  Variação  

31.12.2007  31.12.2008  % 

NORTE  174.527  183.530  5,2 % 

CENTRO  175.111  144.941  ‐ 17,2 % 

LISBOA E VALE DO TEJO  103.521  115.903  12,0 % 

ALENTEJO  11.869  11.329  ‐ 4,5 % 

ALGARVE  9.037  20.198  123,5 % 

TOTAIS  474.065  475.901  0,4 % 

 

 

QUADRO 13 – RESUMO GLOBAL – INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS

ARS’S Total utentes espera  Variação 

31.12.2007 31.12.2008 %NORTE  57.218  53.513  ‐ 6,5 % 

CENTRO  52.092  43.893  ‐ 15,7 % 

LISBOA E VALE DO TEJO  58.062  47.739  ‐ 17,8 % 

ALENTEJO  4.506  4.067  ‐ 9,7 % 

ALGARVE  5.184  7.092  36,8 % 

TOTAIS  177.062  156.304  ‐ 11,7 % 

QUADRO 14 – DADOS COLHIDOS JUNTO DAS ARS/URGIC

ARS’S IGAS  URGIC 

31.12.2008 

NORTE  53.513  55.168 

CENTRO  43.893  38.902 

LISBOA E VALE DO TEJO  47.739  60.592 

ALENTEJO  4.067  4.168‐ 

ALGARVE  7.092  7.377 

TOTAIS  156.304  166.207 

 

 

Face  ao  panorama  geral  traçado,  a  IGAS  procurou  (ainda  em  2009),  por  um  lado,  obter informação relativa às medidas e/ou acções desencadeadas conjuntamente com os Hospitais da área de influência de cada ARS e, por outro, actualizar os dados essenciais – doentes/episódios em espera e tempos de espera ‐ a 30 de Junho de 2009, para ambas as áreas e para o conjunto de indicadores e especialidades consideradas no processo. 

 

 

 

 

 

QUADRO 15 – N.º DE UTENTES EM LIC (EVOLUÇÃO - 1.º SEMESTRE DE 2009)

 

Especialidades cirúrgicas  ARS NORTE  ARS CENTRO  ARS LVT  ARS ALENTEJO  ARS ALGARVE

 31Dez 2008 

30Jun09 (10.07.09) 

31Dez 2008 

30Jun 2009 

31Dez 2008 

30Jun 2009 

31Dez 2008 

30Jun 2009 

31Dez 2008 

30Jun2009 

CIRURGIA CARDIOTORACICA  409  389 3 28 297 377 0  0  0 0

CIRURGIA GERAL  10.952  11.344 10.706 10.426 10.513 12.570 778  888  2.221 2.355

CIRURGIA MAXILO FACIAL  149  23 50 59 280 507 0  0  0 0

CIRURGIA PEDIÁTRICA  1.433  504 352 115 1.279 1.339 132  122  0 0

C. PLÁSTICA RECONSTRUTIVA  3.526  4.274 758 654 4.234 4.718 103  102  257 216CIRURGIA VASCULAR  4.451  4.447 862 1.051 2.435 2.976 0  0  0 0DERMATOLOGIA‐VENEREOLOGIA  247  169 413 456 132 156 0  0  42 106

ESTOMATOLOGIA  354  610 77 146 228 255 0  0  0 0GINECOLOGIA  4.133  3.827 3.239 3.083 2.154 3.040 260  309  484 494NEUROCIRURGIA  921  1.066 712 837 2.285 2.749 0  0  123 115

OFTALMOLOGIA  6.032  6.773 9.348 6.836 6.336 8.270 1.325  1.300  1.113 1.077

ORTOPEDIA  10.588  13.472 10.680 8.731 9.783 11.302 995  1.082  1.726 1.638

OTORRINOLARING.  7.196  7.957 4.156 3.557 4.446 5.810 237  431  1.005 1.051

UROLOGIA  3.122  3.373 2.537 2.290 3.337 4.042 237  410  121 128

TOTAIS (14 ESPECIALIDADES)  53.513  58.228 43.893 38.269 47.739 58.111 4.067  4.644  7.092 7180

DIFERENÇAS  (+) 4.715  (‐) 5.624  (+) 10.372  (+) 577  (+) 88 

INFORMAÇÃO ARS/URGIC (31.12.2008) 

55.168  38.902  60.592  4.168  7.377 

QUADRO 16 – N.º DE UTENTES EM ESPERA PARA PRIMEIRA CONSULTA (COM E SEM MARCAÇÃO)

Especialidades  ARS NORTE  ARS CENTRO  ARS LVT  ARS ALENTEJO  ARS ALGARVE

 31Dez 2008 

30Jun09(5.07.09)

31Dez 2008 

30Jun 2009 

31Dez2008 

30Jun2009 

31Dez 2008 

30Jun 2009 

31Dez 2008 

30Jun2009 

CARDIOLOGIA  3.891  4.968 5.448 4.879 4.254 3.158 440  482  1.093  804CIRURGIA GERAL  8.102  13.412 11.558 8.823 6.007 4.286 820  591  2.396  2.524

CIRURGIA VASCULAR  10.966  12.527 510 520 2.112 1.270 48  63  0  0DERMATOLOGIA E VENEROLOGIA  24.514  27.579 8.182 7.653 10.402 13.375 1.016  1.003  2.470  2.345

ENDOCRINOLOGIA  4.469  6.477 2.466 2.474 4.315 3.217 225  166  0  12ESTOMATOLOGIA  6.218  7.647 7.015 7.761 1.051 929 575  348  238  123

GASTRENTEROLOGIA  5.452  6.319 3.071 2.775 4.532 2.997 151  106  663  827GINECOLOGIA  7.991  11.979 6.942 6.089 6.045 6.990 478  477  1.303  1.872

MEDICINA FÍSICA E DE REABILITAÇÃO 

3.551  3.210 2.725 2.803 990 1.036 553  440  161  15

MEDICINA INTERNA  2.532  4.116 3.504 3.130 1.495 1.179 524  476  1.594  476NEUROCIRURGIA  2.359  3.295 1.748 2.551 2.714 2.307 24  25  760  714NEUROLOGIA  4.141  4.479 3.252 2.502 3.366 3.082 366  404  833  332

OFTALMOLOGIA  40.068  48.395 34.863 23.405 34.167 33.999 2.350  2.442  3.158  5.617ORTOPEDIA  16.507  22.273 15.279 13.926 9.336 7.788 959  1.201  1.909  1.675

OTORRINOLARING.  21.719  24.178 16.649 14.532 10.193 7.778 1.585  1.556  1.270  1.547PEDIATRIA  3.216  5.012 2.678 2.495 2.244 2.448 297  211  504  595

PNEUMOLOGIA  2.688  3.483 5.308 3.676 2.320 1.751 219  186  381  232PSIQUIATRIA  5.199  5.575 3.541 2.608 2.122 1.789 325  164  499  385

REUMATOLOGIA  1.107  1.020 2.662 2.846 504 839 0  0  46  177UROLOGIA  8.840  9.555 7.540 7.035 7.734 6.043 374  329  920  593TOTAIS  

(2O ESPECIALIDADES) 183.530  225.499  144.941  122.483  115.903 106.261 11.329  10.670  20.198  20.865 

Diferenças  (+ ) 41.969  (‐) 22.458 (‐) 9.642 (‐) 659 (+) 667     

Destacam‐se as seguintes conclusões: 

− Quanto  às  listas  de  espera  para  Primeira  Consulta  das  diversas  especialidades hospitalares,  os  indicadores  actualizados  a  30.06.09,  confirmam  o  panorama  geral 

52    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 53

 

anteriormente  traçado, denotando  até um  certo  agravamento  na dimensão da  lista de espera  (mais  9.877).  Porém,  é  de  observar  e  valorizar  o  decréscimo,  com  algum significado, registado em três das ARS (Centro, LVT e Alentejo), porém, não suficiente para contrariar o peso (e agravamento) verificado na ARS do Norte. Embora, neste caso, para além  da  inclusão  de  vários  hospitais  que  pertenciam  à  área  de  influência  da  ARS  do Centro, a fonte de informação (SONHO) possa ajudar a explicar tais valores; 

− Não  se  colheram  evidências  de  alterações  significativas  (quanto  às  valências  mais problemáticas e tempos de espera mais dilatados), sobretudo tendo como referência um quadro tendencialmente compatível com os TMRG; 

− Relativamente à actualização dos dados básicos que reflectem, sobretudo, a dimensão das listas de espera para cirurgia (LIC), o quadro geral relatado, face aos elementos fornecidos pelos  hospitais,  com  referência  a  31.12.2008,  revelou,  aparentemente,  um  acréscimo significativo (que se traduziria em 10.128 utentes, a somar aos 156.304 reportados a final de 2008). Mas, levando em linha de conta as discrepâncias observadas entre tais dados e os fornecidos pelas ARS/URGIC (166.207), os valores serão muito próximos;  

− Quanto aos tempos de espera, conferem‐se os sinais e, nalguns casos, a consolidação da tendência de melhoria no  acesso, embora  as  situações mais problemáticas  (valências e hospitais) não registem grandes alterações e, em muitos casos, ainda estejam “fora” dos TMRG, para os diversos tipos/graus de prioridade clínica;  

− Alertou‐se  para  as  discrepâncias  dos  “dados”  em  apreço,  particularmente  dos  que respeitam  à  dimensão  da  LIC  e  que,  nalguns  casos,  traduzem  variações  muito significativas, susceptíveis de “distorcer” um dos vértices nucleares duma “problemática” cuja visibilidade e impacto públicos são crescentes e que não serão, compreensivelmente, justificadas  por  meras  razões  ligadas  exclusivamente  aos  “sistemas”  e  tecnologias  de informação. Ou  seja, podem estar em questão,  também, o entendimento e a aplicação das regras e dos critérios do SIGIC (por exemplo e eventualmente, quanto aos registos da cirurgia programada em ambulatório, aos cancelamentos e às transferências). 

 

ORGANIZAÇÃO,  GESTÃO  E  ACOMPANHAMENTO  DA  ACTIVIDADE  CIRÚRGICA  E  DAS  LISTAS  DE  ESPERA  NOS 

INSTITUTOS DE ONCOLOGIA (IPO) – FOLLOW‐UP  

Atendendo  a  que  a  problemática  do  acesso  se  coloca  com  particular  acuidade  ao  nível  das patologias  oncológicas,  dados  os  graus  de  prioridade  clínica  e  os  correspondentes  e  mais reduzidos  tempos  de  espera,  a  IGAS  realizou  em  2009,  em  conformidade  com  o  previsto  no respectivo Plano de Actividades, uma acção de acompanhamento/follow‐up de uma  inspecção realizada  em  2007  e  2008,  especialmente  direccionada  aos  (3)  Institutos  Portugueses  de Oncologia, Francisco Gentil (Lisboa, Porto e Coimbra) procurando caracterizar, quantificar e, na medida do possível, avaliar a organização, gestão e acompanhamento da actividade cirúrgica e das listas de espera. 

Não  obstante  alguns  dos  hospitais  gerais,  centrais  e  distritais,  disporem  de  recursos  e capacidade de resposta, designadamente na área cirúrgica, os IPO têm assumido e continuam a assumir um papel  referencial no contexto nacional,  tanto na capacidade de  resposta concreta aos  casos/problemas  clínicos,  quanto  nas  variantes  de  orientação  e  articulação  com  os estabelecimentos hospitalares e  com outros organismos e entidades, designadamente os que detêm especiais funções/responsabilidades, a nível regional e central. 

Destacam‐se, entre outras, as seguintes conclusões: 

− A informação prestada pelas entidades indicadas revela, face aos dados e indicadores apurados no  âmbito  da  intervenção  temática  realizada  pela  IGAS,  em  2007,  uma  evolução  global 

54    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

favorável, tanto em relação ao número de inscritos na lista de espera (LIC), quanto em relação aos tempos de espera;  

− Contudo, a percentagem dos doentes operados (para além dos tempos máximos de espera do respectivo nível de prioridade) ainda se mantinha elevada, ou seja    ( e segundo os dados da UCGIC e CNDO), no  IPO de Coimbra ‐  28% e, nos  IPO de Lisboa e Porto ‐ 42%; 

− Para além destes indicadores, cabe relevar outros aspectos favoráveis, designadamente os que são consubstanciados nos propósitos e, nalguns casos, em medidas concretas,  tomadas e/ou anunciadas  (v.g.  respostas da ARS do Norte,  IPO do Porto, e ARS de  Lisboa),  sugerindo uma meritória  concertação de  esforços  (que  envolve outras  entidades  e  estruturas),  tendentes  a resolver e/ou minorar constrangimentos e dificuldades mais prementes  (sobretudo nalgumas áreas/valências) e, no fundo, a melhorar a acessibilidade e a capacidade e qualidade da resposta à procura e solidificar a confiança que os doentes do SNS depositam nos serviços;  

− Neste  quadro  de  referências,  justifica  natural  destaque  a  informação  (pronunciamento)  do Senhor Coordenador Nacional das Doenças Oncológicas, desde  logo pelo  reconhecimento de lacunas, insuficiências, disfuncionalidades e outros pontos fracos, quer do Sistema (no sentido mais  lato e no sentido mais estrito –SIGIC), quer da Rede de Referenciação, em especial a de referenciação clínica, na sua cadeia horizontal e vertical, quer do Processo (na vertente clínica e administrativa,  previstas  no  sistema  e  na  rede).  Depois,  pelas  medidas,  anunciadas  e/ou preconizadas relativamente a todo o “problema”, já que, mesmo com a introdução de medidas legislativas e outras  regras associadas, nomeadamente no  capítulo do acesso  (referenciação, tempos máximos de resposta garantidos e outras, ‐v.g. no âmbito do PNPCDO) a qualidade da resposta  (celeridade,  adequação, multidisciplinaridade,  eficácia,  universalidade)  ainda  não  é compatível com a complexidade e especificidade da cirurgia oncológica. 

O  BALANÇO  SOCIAL  NOS  ESTABELECIMENTOS  E  SERVIÇOS  DO  SNS  (EM  PARTICULAR  A  DIMENSÃO  DO 

ABSENTISMO E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA ÉPOCA DE FÉRIAS) 

A  IGAS desenvolveu em 2009 uma acção  inspectiva visando a obtenção e análise de dados e indicadores do balanço social de 2008, individualmente, dos meses de Julho, Agosto e Setembro do mesmo ano, perspectivando‐se, assim, outra informação com interesse e relevância temática (no  contexto  e  objectivos  da  gestão  de  recursos  humanos),  designadamente  quanto  à organização do trabalho nos períodos de férias, tendo sido analisadas 61 entidades. 

Da  análise  produzida  decorrem,  além  dos  dados  e  indicadores  essenciais  que  se  propugnava obter,  questões  de  normalização,  integridade,  correcção,  e,  portanto,  fiabilidade  dos  dados, podendo  envolver,  tanto o  rigor dos procedimentos de  recolha  e  tratamento da  informação, como os próprios sistemas e ferramentas informáticos. Do que é um bom exemplo a diferença de valores  indicados nos diversos quadros do balanço  social para o  total de efectivos. Alguns destes dados e  indicadores  foram comparados com os  fornecidos pela ACSS, relativos ao total do Ministério da Saúde. 

Assim, do apurado, cabe salientar, de seguida, alguns dos resultados: 

− No que se refere à caracterização geral dos recursos humanos (número de efectivos, por escalão  etário  e  relação  jurídica  de  emprego),  os  dados  apurados,  para  o  grupo  de entidades analisadas, traduzem um número total de efectivos de 95.884, superior ao total de efectivos, para o grupo dos “Hospitais”que consta no Balanço Social do Ministério da Saúde elaborado pela ACSS (86.620); 

− Em  relação  ao  item  Ausências  ao  Trabalho/Absentismo,  salienta‐se  que  o  primeiro tratamento dos dados (total de dados inscritos no mapa respectivo) conduziu a valores da ordem de 2.400.000 dias de ausência (no ano de 2008), e, sem contar as faltas por conta das férias e outras, a um pouco mais de 1.500.000 dias;  

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 55

− Como consequência, a taxa de absentismo global, considerando aquele total, traduziu‐se em 10,72%, enquanto que, expurgando o número de dias de ausência inseridos naqueles dois  campos,  a  taxa  de  absentismo  desce  para  7,40%,  valor  que  acolhemos  como referencial  na  análise  produzida,  nomeadamente  na  sua  comparabilidade  com  os indicadores constantes da informação enviada pela ACSS, que é inferior, quer ao apurado para  o  global  do Ministério  da  Saúde  (7,77%),  quer  ao  apurado  apenas  para  o  sector hospitalar (7,41%). 

QUADRO 17 – TAXA DE ABSENTISMO ESPECÍFICA (2008)

 

  Indicadores  Anual 

Efectivo Global  95.884 

Ausências  1.562.114 

Taxa geral de absentismo  7,40% 

Taxa de ab

sentismo 

Casamento  0,09% 

Maternidade / Paternidade  2,08% 

Nascimento  0,05% 

Falecimento de familiar  0,12% 

Doença  3,18% 

Doença prolongada 

 

 

 

 

 

 

 1,31%  

Assistência a familiares  0,32% 

Trabalhador‐estudante  0,15%  

  Com perda de vencimento  0,04% 

Cumprimento de pena disciplinar  0,00% Injustificadas 0,05%

 

 

 

− A comparação com as taxas de absentismo constantes dos suportes de  informação remetidos pela ACSS, leva a concluir que, na maior parte dos grupos, são muito próximas, sendo de anotar os casos do pessoal médico (4,41%) e de enfermagem (6,77%) das entidades analisadas nesta acção, que apresentam taxas ligeiramente mais baixas do que no global do Ministério da Saúde (MS) ‐ 5,19% e 7,06%, respectivamente;  

− Considerando os motivos das ausências, os dados expostos patenteiam o forte contributo das ausências por motivo de doença para a taxa de absentismo global (43% das ausências), mais se concluindo  que,  somando  a  este  valor  o  número  de  ausências  por  motivo  de  ausência prolongada  (valor agregado na  informação da ACSS) o peso destes dois motivos passa para a ordem dos 60% (inferior ao peso registado para o global do MS, que é de 63,9%); 

− Mais  se  concluiu  que  estes  dois  motivos  e  as  ausências  por  maternidade/paternidade correspondem  a  cerca  de  90%  dos  dias  de  ausência,  no  total  considerado,  mostrando‐se insignificantes os restantes, salvo as ausências para assistência a familiares; 

− Assim, a   taxa de absentismo específica mais relevante, que correspondente às ausências por doença, de 3,18%, somada à taxa de absentismo por doença prolongada (1,31%), é equiparável à taxa de absentismo global apurada para alguns dos grupos profissionais, designadamente o pessoal médico e à taxa global de algumas entidades; 

− Confrontando estes  indicadores com os  informados pela ACSS, para o global do MS e para o sector hospitalar, verifica‐se, de novo, que as taxas específicas correspondentes são superiores, respectivamente, de 4,96% e 4,60%; 

− Comparando,  ainda,  as  taxas de  absentismo  apuradas para o  ano  com  as  apuradas para os meses de Verão/férias, os  valores destas últimas mostram‐se  ligeiramente  inferiores  (a  taxa referencial oscila entre 5,67% e 6%). 

A ARTICULAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS HOSPITALARES COM OS GABINETES DE MEDICINA LEGAL ( INML, IP) 

Através da acção inspectiva em referência, prevista no Plano de Actividades de 2009, foi possível quantificar  e  identificar,  não  apenas  os  gabinetes  de  medicina  legal  (GML)  instalados  nos estabelecimentos  hospitalares  do  SNS,  mas  igualmente  conhecer  e  avaliar  a  respectiva articulação, no que concerne ao  funcionamento, protocolos e/ou procedimentos  instituídos e, bem  assim,  a  dimensão  e  expressão  financeira  dos  encargos  relativos  ao  ano  de  2008  e  1.º semestre de 2009. 

Enunciam‐se, de seguida, alguns dos resultados apurados: 

− No  total  das  entidades  inquiridas  (60),  23  (38%)  têm  em  funcionamento  nas  respectivas instalações um GML, sendo que, uma delas (CHTMAD, EPE), dispõe actualmente de dois GML (de Vila Real  e  Chaves),  noutra  (ULSNA,  EPE)  existe  um GML  (de  Portalegre)  e  a  respectiva Extensão (de Elvas), o que perfaz um total de 25 GML/Extensão; 

− Uma  maioria  significativa  (18)  das  unidades  hospitalares  avaliadas  onde  se  encontram instalados  GML,  fornecem  material  de  consumo  corrente  para  realização  de  peritagens  e colheita de amostras, 5 não fornecem e 2 não responderam a esta questão;  

− Na maioria  dessas  entidades  (21),  é  autorizada  a  realização  de  exames  complementares  de diagnóstico a pedido dos respectivos GML/Extensão, sendo que, apesar de em 4 situações ter ficado indiciado que os referidos exames não são facturados ao INML, apenas 1 entidade (HSM – GML Braga), reconheceu expressamente não o fazer; 

 

GRÁFICO 8 – PAGAMENTO DOS EXAMES DE ACORDO COM AS TABELAS EM VIGOR

 

 

4

18

3

Não  Sim Não aplicável

− Do  confronto  entre  os  valores  alegadamente  pagos  e  aqueles  que  o  total  dos  hospitais inquiridos  alega  ter  debitado,  com  referência  ao  exercício  económico  de  2008, excepcionando  6  entidades,  cujos  valores  das  despesas  relativas  ao  ano  de  2008  se apresentam  coincidentes,  todas  as  demais  são  discrepantes,  apresentando  um  diferencial positivo ou  inversamente negativo; não  foi possível efectuar uma análise  comparativa dos valores, relativamente a 3 entidades hospitalares. 

 

 

56    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 57

 

GRÁFICO 9 – AUTONOMIZAÇÃO DOS SERVIÇOS ORIGINADOS NOS GML EM CENTROS DE CUSTOS

 

0

20

Alguns Não Não responde

Sim

2

11

1

11

Vítimas de abuso sexual ‐ procedimentos instituídos no SNS 

− Do  universo  das  60  entidades  hospitalares  questionadas  sobre  a  existência  de procedimentos  implementados durante o período nocturno  relativamente às vítimas de abusos  sexuais,  independentemente da  idade das mesmas, bem  como da existência de eventuais  protocolos  de  articulação  com  o  INML/MP  sobre  essa  matéria,  apenas  39 instituições  (65%)  informaram  a  IGAS  nessa  conformidade,  sendo  que  as  restantes  21 (35%) não responderam;  

− Considerando, apenas, o universo das entidades hospitalares que responderam (39), pelo menos 19 instituições (cerca de 49%) revelaram não dispor de qualquer protocolo (formal) de articulação  com o  INML ou, em alternativa, de procedimentos  instituídos para  fazer face à situação, enquanto 20 entidades  (cerca de 51%), responderam afirmativamente à mesma; 

− Os procedimentos a adoptar  relativamente às vítimas de abuso  sexual, durante a noite, em regra, diferiam em função da idade das vítimas (criança ou adulto), sendo que, nalguns casos, se distingue consoante se trata de crianças com idade até aos 14, 16 ou 18 anos de idade; 

− Alguns  procedimentos  apresentavam‐se  detalhados,  com  instruções  para  avaliação  e encaminhamento, prevendo a colheita de amostras e incluindo, nomeadamente, fichas de tipo  de  registo  padronizado  e  vocacionadas  para  os  maus  tratos/abuso  sexual (contemplando a  identificação dos  intervenientes, as circunstâncias do acontecimento e exame físico detalhado) e assegurando a observação clínica por Ginecologia/Obstetrícia; 

− De  igual  modo,  alguns  dos  referidos  estabelecimentos  responsabilizam‐se,  durante  o período nocturno e/ou aos fins‐de‐semana e feriados e de acordo com as  instruções dos GML,  a  realizar  as  colheitas  necessárias  (até  72h  horas  após  o  abuso),  através  dos respectivos ginecologistas (segundo protocolo de colheitas do INML); 

− Noutros,  o  respectivo  serviço  de  ginecologia/obstetrícia,  durante  o  período  nocturno, garante a observação das vítimas de abuso sexual pelo médico ginecologista de serviço, que procede ao exame físico, colheita de exsudados e realização de testes sereológicos de gravidez  e  para  despiste  de  doenças  infecto‐contagiosas  e,  quando  há  necessidade  de realização  de  perícia  médico‐legal,  são  tomadas  as  medidas  apropriadas  para  a  sua efectivação na manhã seguinte; 

− Estes  últimos  procedimentos  não  estão,  porém,  generalizados,  nas  20  entidades,  dado que  nalgumas delas os normativos  referem  expressamente  a  impossibilidade de  serem recolhidas  amostras  genitais  (meios de prova), encontrando‐se  salvaguardado  apenas o tratamento do doente, quando necessário; 

 

58    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

− As referidas entidades estão sensibilizadas para a necessidade de se adoptarem medidas no sentido de preservação das provas (vg. guardar a roupa íntima em envelope de cartão), embora  algumas  delas  sobreponham  as  questões  técnicas  e  formais  às  materiais, enquanto  que  outras,  alegando  que  os  GML  não  trabalham  no  período  nocturno,  na ausência  de  um  serviço  permanente  das  delegações  do  INML,  prevêem  a  recolha  e preservação  das  amostras  e  o  respectivo  acondicionamento  pelos  serviços  (vg. Ginecologia)  ou  pelo médico  que  as  recebe  e  a  sua  posterior  remessa  à  delegação  do INML; 

− Existem,  ainda,  evidências  da  existência  de  orientações  técnicas  relativas  à  colheita  de produtos a realizar por profissionais do SNS, nas suspeitas de violações, existindo mesmo, nalguns casos, kits de colheita; 

− Finalmente, concluiu‐se pela necessidade de reforçar a articulação entre os Ministérios da Saúde  e  da  Justiça  para  garantir,  não  só  a  realização,  atempada  e  eficaz,  de  perícias médico‐legais e a resposta aos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual, cujos vestígios  importa  recolher  e preservar no mais  curto  espaço de  tempo possível  após  a prática  do  facto, mas  igualmente  a  protecção  e  o  respeito  pela  dignidade  das  vítimas quando  a  ocorrência  se  verifica  fora  do  horário  de  funcionamento  dos  GML  e  das Delegações do INML, IP, não se apresentando ainda suficiente, para este efeito, o facto de ter sido estabelecida a possibilidade dos GML  (já  instalados em 23 estabelecimentos de saúde) poderem receber as denúncias destes crimes e adoptarem as medidas cautelares, necessárias e urgentes, para garantir a conservação dos meios de prova. 

 

AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS IMPLEMENTADAS NO ÂMBITO DA PREVENÇÃO E CONTROLO DA OBESIDADE 

A acção  inspectiva em  referência, que não se encontrava prevista no Plano de Actividades da IGAS,  foi desenvolvida no  segundo  semestre de 2009,  com o objectivo de  se proceder, numa primeira  fase, à avaliação das medidas  implementadas no âmbito da prevenção e controlo da obesidade, com a finalidade de capacitar os  inspectores para, em 2010, procederem à aferição do cumprimento dos requisitos normativo‐legais vigentes no que respeita à temática em apreço. 

 

Enunciam‐se, de seguida, alguns dos resultados apurados: 

− No total dos 61 estabelecimentos hospitalares, responderam ao questionário 54 (88,5 %), sendo que a maioria dos que não responderam pertence à ARS LVT (5);  

− De igual modo, dos 68 ACES, 51 remeteram a resposta ao questionário (75 % do universo), sendo que dos restantes (17 ACES) que não responderam (25 % do universo), 8 pertencem à ARS LVT; 

− No  que  se  refere  à  garantia  de  acesso  a  consultas  de  obesidade,  26  estabelecimentos hospitalares,  asseguraram  as  referidas  consultas,  a maioria  dos  quais  (18)  nas  ARS  do Norte e Centro;  

− Em 2008,  foram  realizadas 29.380  consultas  e no 1.º  semestre de 2009, 17.571, o que totalizou 46.951 consultas; 

− Conclui‐se, ainda, que no universo referido, 22 estabelecimentos hospitalares realizaram 2.163 cirurgias de obesidade, 7 dos quais na ARS Norte, 7 na ARS Centro, 6 na ARS LVT, 1 na ARS Alentejo e, por fim, 1 na ARS Algarve (cfr. quadro seguinte). 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 59

 

QUADRO 18 – N.º TOTAL DE CIRURGIAS DE OBESIDADE REALIZADAS (2008 / 1.º S 2009)

ARS  Estabelecimentos Hospitalares 2008  2009   

TOTAIS 1º Semestre 2º Semestre 1º Semestre 

NORTE 

Hospital São Marcos – Braga  20  13  6  39 

C H de Vila Nova de Gaia / Espinho, E.P.E.  8  8  3  19 

C H do Porto, E.P.E.  8  8  22  38 

C H do Alto Ave, E.P.E.  19  15  27  61 

C H do Tâmega e Sousa, E.P.E.  3  0  1  4 

C H de Entre o Douro e Vouga, E.P.E.  77  63  72  212 

Hospital São João, E.P.E. – Porto  107  88  82  277 

SUB‐TOTAIS  242  195  213  650 

CENTRO 

C H de Coimbra, E.P.E.  102  5  67  174 

Hospital Distrital da Figueira da Foz, E.P.E.  23  16  20  59 

Hospital Infante D. Pedro, E.P.E. – Aveiro  3  1  5  9 

Hospital São Teotónio, E.P.E. – Viseu  0  0  10  10 

Hospital de Santo André, E.P.E. – Leiria  3  7  9  19 

Hospitais da Univ. de Coimbra, E.P.E.  23  10  17  50 

Unidade Local de Saúde da Guarda, E.P.E.  30  23  12  65 

SUB‐TOTAIS  184  62  140  386 

LVT 

Hospital de Curry Cabral  44  43  46  133 

C H de Lisboa Central, E.P.E.  88  92  80  260 

C H de Lisboa Norte, E.P.E.  175  132  76  383 

C H de Setúbal, E.P.E.  18  24  19  61 

Hospital Distrital de Santarém, E.P.E.  52  NR  35  87 

Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca, E.P.E. 7  1  17  25 

SUB‐TOTAIS  384  292  273  949 

ALENTEJO  Hospital do Espírito Santo – Évora, E.P.E.  45  NR  42  87 

ALGARVE  Hospital Central de Faro, E.P.E.  15  31  45  91 

TOTAIS  870  580  713  2.163 

Legenda: NR - Não respondeu  

− No  total  das  entidades  que  realizaram  consultas  de  obesidade,  18  candidataram‐se  a Centros de Tratamento da Obesidade  (5 entidades na ARS Norte, 5 na ARS Centro, 6 na ARS  LVT,  1  na  ARS  Alentejo  e  1  na  ARS  Algarve);  assim,  dos  22  estabelecimentos hospitalares que realizam cirurgias de obesidade, excluem‐se o Hospital de São Marcos – Braga, o C H Tâmega e Sousa, E.P.E., o Hospital  Infante Dom Pedro, E.P.E. – Aveiro e o Hospital de Santo André, E.P.E.;  

− No mesmo  universo,  16  estabelecimentos  hospitalares  possuíam  a  valência  de  cirurgia bariátrica/obesidade, tendo‐se apurado que, em 31.07.2009, 1.879 utentes encontravam‐se em  lista de espera para cirurgia e a sua esmagadora maioria com grau de prioridade normal (1.850); 

− Relativamente aos ACES, conclui‐se que no total dos 51 avaliados, 36 realizavam consultas de nutrição ou dietética  (17 na ARS Norte, 11 na ARS Centro, 4 na ARS  LVT, 2 na ARS Alentejo e ARS Algarve, respectivamente);  

60    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

− O número total de consultas de nutrição ou dietética realizadas nos ACES analisados, no período em análise, totalizou 75.035 (59,6 % das quais realizadas na ARS Norte), para um total de 27.661 utentes (78,9% dos quais pertencentes à ARS Norte). 

QUADRO 19 – N.º TOTAL DE CONSULTAS DE NUTRIÇÃO / N.º TOTAL DE UTENTES COM OBESIDADE

ARS  Nome do Agrupamento N.º Total de consultas de nutrição ou dietética 

N.º Total de utentes assistidos nas consultas de nutrição / dietética com 

diagnóstico de obesidade 2008  1.º S 2009  2008  1.º S 2009 

NORTE 

Alto Trás‐os‐Montes I — Nordeste  5.374  2.866  1.528  884 

Alto Trás‐os‐Montes II — Alto Tâmega e Barroso  1.538  922  796  505 

Douro I — Marão e Douro Norte  3.425  1.926  709  411 

Ave I — Terras de Basto  565    540   

Ave II — Guimarães / Vizela  1.385  770  1.067  605 

Ave III — Famalicão  909  508  505  416 

Cávado I — Braga  1.630  661  319  161 

Tâmega II — Vale do Sousa Sul  1.954  1.105  402  229 

Tâmega III — Vale do Sousa Norte  1.756  1.285  1.200  1.019 

Grande Porto I — Santo Tirso / Trofa  1.411  840  1.194  715 

Grande Porto III — Valongo  1.627    1.567  707 

Grande Porto IV — Maia  1.177  830  1.071  751 

Grande Porto V — Póvoa do Varzim / Vila do Conde 1.384  890  978  663 

Grande Porto VI — Porto Ocidental  835  461  204  103 

Grande Porto VII — Porto Oriental  1.973  884  665  403 

Grande Porto VIII — Gaia  1.614  854  836  487 

Grande Porto IX — Espinho / Gaia  910  468  131  55 

SUB‐TOTAIS 29.467  15.270  13.712  8.114 

CENTRO 

Baixo Vouga I  473  529  195  167 

Baixo Vouga II  886  825  290  319 

Baixo Vouga III  129  160  60  75 

Beira Interior Sul  483  291  153  109 

Cova da Beira  832  680  292  202 

Baixo Mondego II  78  183  57  133 

Pinhal Interior Sul  850    272   

Pinhal Litoral I  601  500  184  124 

Pinhal Litoral II  3.714  2.307  692  486 

Dão / Lafões II  1.183  645  208  140 

Dão / Lafões III  385  436  117  106 

SUB‐TOTAIS 9.614  6.556  2.520  1.861 

LVT 

Grande Lisboa VIII — Sintra – Mafra  0  192  0  192 

Península de Setúbal I — Almada   3.681  1.985     

Península de Setúbal III — Arco Ribeirinho  145  475  70  141 

Península de Setúbal IV — Setúbal ‐ Palmela  2.326  1.290     

SUB‐TOTAIS 6.152  3.942  70  333 

ALENTEJO  Alentejo Central I  689  512  89  75 

Alentejo Central II  1.132  603  151  66 

SUB‐TOTAIS 1.821  1.115  240  141 

ALGARVE Algarve I — Central  476  468  340  262 

Algarve II — Barlavento  66  88  28  40 

SUB‐TOTAIS 542  556  368  302 

TOTAIS  47.596  27.439  16.910  10.751 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 61

 

QUADRO 20 – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO N.º TOTAL DE NUTRICIONISTAS / DIETISTAS NOS ACES

ARS N.º de ACES avaliados 

N.º Total de ACES com Nutricionistas / 

Dietistas 

N.º Total de ACES sem Nutricionistas / 

Dietistas 

N.º Total de Nutricionistas / 

Dietistas 

% de Nutricionistas / Dietistas por ARS 

NORTE  20  17  3  36  55,4 % 

CENTRO  13  11  2  13  20 % 

LVT  14  5  9  8  12,3 % 

ALENTEJO  2  2  0  3  4,6 % 

ALGARVE  2  2  0  5  7,7 % 

TOTAIS  51  37  14  65  100 % 

 

ACTIVIDADE CIRÚRGICA DESENVOLVIDA NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA QUE CONSTITUEM OS PONTOS DA REDE DE 

REFERENCIAÇÃO DE URGÊNCIA/EMERGÊNCIA DO SNS 

No Plano de Actividades da  IGAS de 2008 estava prevista a acção referenciada, cuja realização deixou  de  ser  exequível  no  referido  ano,  devido  a  várias  vicissitudes,  relacionadas  com  a realização de outras acções não previstas no Plano de Actividades. O objecto da referida acção foi reformulado,  já em 2009, tendo sido direccionado à “Actividade Cirúrgica desenvolvida nos Serviços  de  Urgência  que  constituem  os  pontos  da  Rede  de  Referenciação  de Urgência/Emergência do SNS”.  

Destacam‐se, de seguida, as principais conclusões:  

−  Foram avaliados 52 estabelecimentos, mediante a  resposta a um questionário, onde se pediam  informações  relativas  aos  anos  de  2007  e  2008  sobre  a  actividade  cirúrgica decorrente de episódios de urgência; 

− Em  termos  de  caracterização  geral,  registou‐se  um  aumento  de  1%  no  número  de episódios  de  urgência  de  2007  para  2008,  verificando‐se  que  a  principal  causa  de admissão  nos  serviços  de  urgência  em  2008  está  genericamente  associada  a DOENÇAS (77%), seguindo‐se os ACIDENTES (escolar, viação, desportivo, etc.); 

− A maioria  dos  doentes  submetidos  à  triagem  na  urgência,  por  prioridade  clínica,  são URGENTES e POUCO URGENTES, enquanto que os NÃO URGENTES perfaz 0,5% do  total dos episódios (5.581.255). Porém, os denominados OUTROS CASOS, também classificados como BRANCOS constitui 4,6% daquele total;  

− 4 hospitais apresentaram valores DESCONHECIDOS sem explicação pertinente;  

− A  demora  média  entre  a  admissão  e  a  triagem  de  prioridades  foi  de  11  minutos, apurando‐se  8  hospitais  em  que  a  demora  foi  igual  ou  superior  a  15  minutos  e  13 estabelecimentos que não responderam;  

− Em relação à duração ou demora média entre a triagem de prioridades e a 1.ª observação médica, destacam‐se  inúmeros  casos de demora  superior  a 60 minutos  em 2007  e  em 2008;  

− A especialidade com maior intervenção nos serviços de urgência dos hospitais, em 2007 e 2008, foi a Medicina; 

− Os indicadores sobre a produção cirúrgica, por especialidade médica, mostram que as que tiveram maior  intervenção em urgência, em cada um dos 52 hospitais, em 2007 e 2008, foram a Cirurgia e a Ortopedia. 

 

 

62    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

MECANISMOS DE CONTROLO DA ASSIDUIDADE E DO TRABALHO SUPLEMENTAR /FOLLOW‐UP 

Na  sequência  das  inspecções  temáticas  realizadas  pela  IGAS  desde  2006,  subordinadas  aos mecanismos de controlo da assiduidade e do trabalho suplementar, foi desencadeada, em 2009, uma acção de  follow‐up, dirigida às 13  instituições hospitalares que, em 2008, ainda alegaram dificuldades para a implementação de meios biométricos de controlo da assiduidade. 

No  total  dos  estabelecimentos  inquiridos,  9  já  tinham,  entretanto,  em  funcionamento  ou  já haviam adquirido sistemas biométricos de controlo da assiduidade. Quanto aos restantes 4, que ainda alegaram constrangimentos de vária ordem, a IGAS manter‐se‐á atenta aos subsequentes desenvolvimentos. 

INSPECÇÃO À ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CENTROS DE SAÚDE – APLICAÇÃO DO NOVO GUIÃO DO PROCEDIMENTO DE INSPECÇÃO AOS CENTROS DE SAÚDE 

No 1.º semestre de 2009 foi iniciada a aplicação do novo GUIÃO DO PROCEDIMENTO DE INSPECÇÃO AOS CENTROS DE SAÚDE, no âmbito das inspecções realizadas nos Centros de Saúde (CS) de Silves, Lagoa e Vila Nova de Famalicão;  foi, deste modo, aplicado o novo  “instrumento de  trabalho” actualizado, mais normalizado e abrangente do que o anterior, no que se refere aos métodos de recolha  de  informação,  à  definição  de  objectivos  em matéria  de  controlo  interno. Os  testes utilizados  passaram  a  contemplar matérias  até  então  omissas no  anterior  guião,  tais  como  a “Receita  e  Despesa”,  o  “Património/Imobilizado”  e  alguns  dos  aspectos  relacionados  com  a aplicação do PNS e a obtenção de ganhos em saúde (indicadores relacionados com a aplicação de Programas Nacionais de Saúde). 

Porém, com a recente extinção das Sub‐regiões de Saúde e a  implementação e capacitação da nova estrutura organizacional centralizada nos ACES, está perspectivada, até ao final de 2010, a introdução das modificações e alterações que se venham a tornar necessárias. 

As acções inspectivas aos CS permitiram identificar diversas desconformidades e irregularidades, concretamente  ao  nível  dos  instrumentos  de  gestão,  do  pessoal  (horários  médicos, produtividade  dos  profissionais,  horas  extraordinárias,  ausência  ou  deficiências  no preenchimento de registos clínicos), do acesso e humanização nos cuidados de saúde prestados, incluindo a articulação com os hospitais de  referência, dos processos de despesas, bem como deficiências no controlo de disponibilidades, do imobilizado e das existências de medicamentos e material de consumo clínico.  

Para além das 3 acções inspectivas realizadas nos CS de Silves, Lagoa e Vila Nova de Famalicão e de  uma  acção  de  follow‐up  (no  CS  da  Covilhã),  procedeu‐se  ao  acompanhamento  das recomendações  formuladas  em  relatórios de  9  inspecções  anteriores  tendo‐se  verificado,  em geral,  o  cumprimento  das  recomendações  por  parte  dos  responsáveis  pela  gestão  desses Centros. 

GUIÃO DO PROCEDIMENTO DE INSPECÇÃO ÀS UNIDADES DE SAÚDE FAMILIAR (USF) 

A Inspecção‐Geral iniciou, nos últimos anos, um alargado “processo” de reformulação e melhoria dos  instrumentos de  trabalho, no  sentido de alterar e melhorar as metodologias de  trabalho. Neste contexto, em 2009, no cumprimento do previsto no Plano de Actividades, procedeu‐se à elaboração do Projecto de Guião do Procedimento de  Inspecção às USF, nos  termos e para os efeitos do disposto no artigo 27.º do Despacho n.º 3786/2008, de 22.01 (DR, 2:º série, n.º 32, de 14.02.08), do Ministro da Saúde que aprovou o Regulamento dos Procedimentos da IGAS.  

 

3.5. FISCALIZAÇÃO 

Na vertente da Fiscalização aos operadores privados, com o envolvimento institucional de outras entidades  competentes  e  de  Ordens  Profissionais,  pese  embora  as  lacunas  e  as  omissões 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 63

 

legislativas  não  potenciarem  o  integral  cumprimento  da missão,  obtiveram‐se  consideráveis ganhos em  saúde para a população alvo da actividade das áreas  fiscalizadas,  verificando‐se a quase plena correcção de todas as não conformidades detectadas. 

Na  vertente  das  inspecções  “inovadoras”  –  no  sentido  de  novas  áreas  de  actuação  ‐, concretizadas  com  os  mesmos  escassos  recursos  humanos  internos  afectos  à  fiscalização, realizadas ora com o envolvimento de profissionais externos especialistas, ora com a Autoridade competente (caso da ASST), pode igualmente afirmar‐se que o objectivo perseguido de alcançar serviços  de  qualidade, muito  embora  as  resistências  à mudança  encontradas,  ou  deficiências estruturais, obstaculizem por vezes a implementação de novas regras e atitudes, foi, profícua, no sentido da melhoria contínua a caminho da excelência. 

 

3.5.1. ENQUADRAMENTOS E MEIOS 

A  IGAS detém  competência  genérica para  a  fiscalização de Unidades Privadas Prestadoras de Cuidados de Saúde (UPPCS), desde 1 de Agosto de 2007, ou seja, desde a entrada em vigor da sua nova Lei Orgânica ‐ D.L. n.º 275/2007 de 30.07. 

Contudo, em matéria de  instauração e  instrução de processos de contra‐ordenação, bem como do  respectivo  regime  sancionatório,  tem  vindo  a  ser  produzida  legislação  avulsa,  a  conferir algumas  competências  específicas  a  outras  entidades  para  actuação  ao  nível  das  unidades privadas  de  cuidados  de  saúde, mas  não  ainda  à  IGAS,  a  qual,  detém,  porém,  actualmente competências próprias para o efeito na área da Procriação Medicamente Assistida, na área dos Tecidos e Células e na área do Sangue, áreas recentes nas quais intervirá de forma articulada ou autonomamente já no próximo ano, tendo a área dos Serviços de Sangue servido como área de intervenção precoce já no corrente ano. 

Além dos constrangimentos  legais referidos, ao nível da possibilidade de actuação enquadrada pela  legislação  vigente  e  exequível,  registaram‐se  também  limitações  ao  nível  dos  recursos humanos afectos,  tendo, durante o ano de 2009, sido possível afectar à Fiscalização apenas 5 elementos permanentes, um elemento a meio tempo, e um novo elemento  já no final do ano, este em formação. 

De referir que, por motivos de experiência adquirida no ano anterior, no tocante à fiscalização aos estabelecimentos oficialmente reconhecidos para a IVG e de afinidade de conteúdo, a acção inspectiva aos estabelecimentos oficiais que realizam IVG (tendo abrangido 8 estabelecimentos) foi efectuada por elementos afectos à fiscalização. 

Em algumas das acções de fiscalização/inspecção, particularmente quando a vertente clínica dos aspectos  a  verificar  o  justificava,  e  conforme  se  pode  observar  no  quadro  seguinte,  a  IGAS integrou nas respectivas equipas, nos termos da alínea l), do n.º 1, do artigo 4.º do mencionado Decreto‐lei n.º 275/2007, de 30 de Julho, médicos peritos de várias especialidades. 

 

QUADRO 21 – INTERVENÇÃO DE MÉDICOS PERITOS EM ACÇÕES DE FISCALIZAÇÃO/INSPECÇÃO - 2009

Especialidade  Número de intervenções % 

Ginecologia/Obstetrícia 8  9,10 

Saúde Pública Medicina Dentária 

44 36 

50,00 40,90 

Total Geral  88  100,00%

 

Com as acções de fiscalização e a inspecção realizadas pela EMF obteve‐se consideráveis ganhos em  saúde  para  a  população  alvo  das  áreas  fiscalizadas,  verificando‐se  uma  quase  pleen acorrecção  das  não  conformidades  detectadas  em  função  das  cerca  de  350  recomendações formuladas, no conjunto das acções. 

Actuando, portanto, em termos de prevenção, a  IGAS privilegiou uma actuação tanto quanto possível abrangente, tendo levado a efeito, precedidas dos respectivos, planos, guiões, fichas de verificação e demais documentos de trabalho, as acções globais, de inspecção e fiscalização que a seguir se enunciam: 

 

(a) INTERRUPÇÃO  VOLUNTÁRIA  DA  GRAVIDEZ  NOS  ESTABELECIMENTOS  OFICIAIS  –  ACÇÃO INSPECTIVA 

Na  sequência  da  acção  de  fiscalização  efectuada,  no  último  trimestre  de  2008,  aos estabelecimentos oficialmente reconhecidos para a prática de IVG por opção da mulher, e numa linha  de  continuidade  no  que  concerne  à  avaliação  das  condições  em  que  as mesmas  são realizadas desde a entrada em vigor da (nova) legislação que rege esta matéria, foi desenvolvida no 1.º semestre de 2009 uma acção  inspectiva subordinada ao tema, mas  tendo, agora, como destinatários os estabelecimentos oficiais. 

De referir que esta acção  incidiu sobre oito dos estabelecimentos oficias que realizam  IVG por opção  da mulher  nas  primeiras  10  semanas  de  gravidez2,  com maior  expressão  em  termos estatísticos,  encontrando‐se  programada  nova  inspecção  a  efectivar  em  2010,  contemplando outros estabelecimentos do mesmo universo. 

De  acordo  com  os  dados  oficiais,  em  2008  existiam,  em  Portugal  Continental,  39 estabelecimentos  oficiais  que  reportaram  à Direcção‐Geral  da  Saúde  a  realização  de  IVG  por opção da mulher e que, no seu conjunto, naquele ano, foram responsáveis pela efectivação de 12.015 IVG ao abrigo da alínea e) do n.º 1 do artigo 142.º do Código Penal. 

Além  daquelas  entidades  houve  que  ter  em  conta  os  hospitais  públicos  (estabelecimentos oficiais, portanto) das Regiões Autónomas,  responsáveis por 287  IVG por opção da mulher ao abrigo  da mencionada  alínea  e)  em  2008,  e  os  estabelecimentos  oficialmente  reconhecidos (unidades  privadas),  em  número  de  3  em  Portugal  Continental  que,  no  mesmo  período, realizaram 5.216  IVG ancoradas na mesma alínea, e que  foram objecto de acção  fiscalizadora promovida por esta Inspecção‐Geral no último trimestre de 2008. 

GRÁFICO 10 – IVG REALIZADAS NOS ESTABELECIMENTOS OFICIAIS E NOS ESTABELECIMENTOS OFICIALMENTE RECONHECIDOS, EM PORTUGAL - 2008

12302; 70,22%

5216; 29,78%

Total de IVG (p/opção da mulher) realizadas nos estabelecimentos oficiais em Portugal (Continente e RegiõesAutónomas)Total de IVG (p/opção da mulher) realizadas nos estabelecimentos oficialmente reconhecidos (Três em PortugalContinental)

 

                                                            2 Ao abrigo da alínea e) do n.º 1 do artigo 142.º do Código Penal, com a redacção que lhe foi introduzida pelo artigo 1.º da Lei n.º 16/2007, de 17 de Abril 

64    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 65

GRÁFICO 11 – IVG REALIZADAS EM PORTUGAL CONTINENTAL E NAS REGIÕES AUTÓNOMAS - 2008

17231; 98,36%

287; 1,64%

Total de IVG (p/opção da mulher) realizadas em Portugal Continental nos estabelecimentos oficiais e nosoficialmente reconhecidosTotal de IVG (p/opção da mulher) realizadas nas Regiões Autónomas nos dois únicos estabelecimentos queas efectuam e que são oficiais  

 

O objecto da  acção  inspectiva  reportava‐se  às  IVG  realizadas nos  estabelecimentos oficiais  e, quanto  a  estes,  cingimo‐nos  àqueles  que  se  encontram  localizados  em  Portugal  Continental, resultando, mesmo assim, um elevado número de entidades a inspeccionar. 

Porquanto, de acordo com o relatório anual sobre esta matéria produzido pela DGS relativo ao ano  de  2008,  o  número  de  estabelecimentos  que  caberiam  no  universo  da  acção  era  de  39, distribuídos  de  Norte  a  Sul  do  país,  contudo,  atentos  os  constrangimentos  em  matéria  de recursos humanos, foi definido desenvolver a mesma com base em amostragem representativa quer em termos de localização geográfica, quer em termos de número de IVG realizadas. 

Pelo que, para o efeito, foram seleccionados oito estabelecimentos oficiais que preenchiam os requisitos  no  que  concerne  à  representatividade  geográfica,  sendo  dois  deles  da  região  do Norte, dois da região Centro, outros dois da região de Lisboa e Vale do Tejo, um do Alentejo e outro  do  Algarve,  e  no  que  respeita  ao  número  de  IVG  realizadas,  uma  vez  que  somadas representavam cerca de 41% das IVG por opção efectuadas em Portugal Continental e cerca de 28% do total nacional (incluindo Regiões Autónomas e privados), o que melhor se ilustra através do quadro e dos gráficos seguintes. 

 

QUADRO 22 – ESTABELECIMENTOS SELECCIONADOS PARA A AMOSTRA

Estabelecimento  Região  Nº de IVG realizadas em 2008 (por opção da mulher) 

1  Norte  256 2  Norte  749 3  Centro  451 4  Centro  468 5  Lisboa e Vale do Tejo  1406 6  Lisboa e Vale do Tejo  535 7  Alentejo  320 8  Algarve  749 

Total de IVG realizadas pelas entidades  seleccionadas/visitadas 

4934 

 

 

GRÁFICO 12 – PERCENTAGEM REPRESENTATIVA DA AMOSTRA EM RELAÇÃO AO TOTAL DE IVG REALIZADAS NOS ESTABELECIMENTOS OFICIAIS EM PORTUGAL CONTINENTAL

 

12015

4934

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

Total de IVG (p/opção da mulher) realizadas nos estabelecimentos oficiais em Portugal Continental

Total de IVG (p/opção da mulher) realizadas nos estabelecimentos oficiais visitados

100%

41,07%

 

GRÁFICO 13 – PERCENTAGEM REPRESENTATIVA DA AMOSTRA EM RELAÇÃO AO TOTAL DE IVG REALIZADAS EM PORTUGAL (INCLUINDO REGIÕES AUTÓNOMAS E ESTABELECIMENTOS OFICIALMENTE RECONHECIDOS)

 

17518

4934

02000400060008000100001200014000160001800020000

Total de IVG (p/opção da mulher) realizadas em Portugal (Continente e Regiões Autónomas), nos estabelecimentos oficiais e nos oficialmente 

reconhecidos

Total de IVG (p/opção da mulher) realizadas nos estabelecimentos oficiais visitados

100%

28,17%

 

 

Verificando‐se, assim, uma amostra que representa 41,07% do total de IVG efectuadas em 2008 em  Portugal  Continental,  percentagem  essa  bastante  significativa  e  que  não  sofre  grandes desvios quando comparada com o  total nacional  (Portugal Continental e Regiões Autónomas), excluindo as privadas3 estas apenas (e então) em número de 3, sendo que uma delas teve a seu cargo a realização de um elevado número de IVG (4.975). 

Efectivamente se, apenas, tivermos em conta o número de IVG realizadas nos estabelecimentos oficiais de Portugal, constata‐se que a amostra se manteve acima dos 40%, conforme gráfico que segue. 

                                                            3 Como já referido, os estabelecimentos privados/estabelecimentos oficialmente reconhecidos para a IVG foram objecto de fiscalização pela IGAS em 2008 e voltarão a sê‐lo no 2º semestre de 2010. 

66    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 67

GRÁFICO 14 – PERCENTAGEM REPRESENTATIVA DA AMOSTRA EM RELAÇÃO AO TOTAL DE IVG REALIZADAS NOS ESTABELECIMENTOS OFICIAIS EM PORTUGAL

 

12302

4934

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

Total de IVG (p/opção da mulher) realizadas nos estabelecimentos oficiais em Portugal (Continente e Regiões Autónomas)

Total de IVG (p/opção da mulher) realizadas nos estabelecimentos oficiais visitados

100%

40,11%

 

O desenvolvimento da  acção  foi desdobrada nas oito  visitas  acima  referidas, dando origem  à elaboração de  igual número de relatórios sectoriais,  individualmente remetidos aos respectivos estabelecimentos para conhecimento, pronúncia e correcção das  insuficiências detectadas, que foram  suportadas nos pareceres  técnicos elaborados pelos peritos médicos que  integraram as equipas. 

Refira‐se que, nos termos da Portaria n.º 741‐A/2007, de 21 de Junho, para os estabelecimentos de saúde  oficiais  não  existem  exigências  no  que  respeita  a  reconhecimento  de  aptidão  para  a realização da IVG como se impõe para as entidades privadas. 

Todavia,  de  acordo  com  a  mesma  Portaria,  compete  ao  Conselho  de  Administração  do estabelecimento, organizar o Serviço ou Departamento de Ginecologia e Obstetrícia com vista à realização da  IVG e estabelecer,  sob  coordenação da ARS  competente, acordos de articulação com os cuidados de saúde primários, bem como garantir os procedimentos administrativos e as condições  técnicas  e  logísticas  apropriadas  à  execução  da  IVG,  nas  circunstâncias  legalmente permitidas, assim  como os meios necessários ao  imediato acesso a um método  contraceptivo após a interrupção, quando adequado. 

De  realçar que, no que  respeita à prática de  IVG, em 2008 os estabelecimentos oficiais  foram responsáveis pela realização de 70,22% das mesmas, cabendo aos estabelecimentos oficialmente reconhecidos os restantes 29,78%, conforme foi já mencionado supra. 

Donde se  infere que o sistema público,   pese embora a escassez de  recursos   e a necessidade de reorganização e de reafectação que esta prática implicou, considerando ainda o elevado número de profissionais que exerceu o seu direito de objecção de consciência,  tem procurado dar  resposta a esta nova realidade no sentido da realização do aborto seguro. 

A forma como têm respondido a esta nova exigência é, de certa maneira e com base na amostra, homogénea,  uma  vez  que,  com  excepção  de  um  estabelecimento  (o  n.º  5),  não  existem verdadeiras equipas multidisciplinares constituídas para esta actividade, existindo, ao invés, uma disponibilização de tempo por parte de alguns profissionais para a sua realização, em instalações que não são exclusivas, e privilegiando‐se em todas as entidades incluídas na amostra o método medicamentoso, regra geral com percentagens superiores a 95%, nalgumas mesmo 100%, não sendo disponibilizadas IVG cirúrgicas ab initio, apenas se recorrendo à via cirúrgica por ineficácia do protocolo dito médico. 

Da colheita de dados obtida a partir de uma amostra aleatória de processos clínicos, a qual se definiu previamente que seria de 5% do número total de IVG realizadas por entidade, num mínimo de 25 

 

68    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

processos e sem prejuízo de número superior, o que totalizou 301 processos clínicos analisados4, repartidos da forma descrita no quadro seguinte, concluiu‐se que a sua sistematização, é, por regra, incipiente e a sua incompletude quase constante. 

 

QUADRO 23 – N.º DE PROCESSO ANALISADOS POR ENTIDADE (AMOSTRA)

Estabelecimento Nº de IVG realizadas em 2008 

(por opção da mulher) Nº de Processos Analisados 

1  256 252  749 483  451 254  468 305  1406 746  535 357  320 258  749 39

Total   4934 301 

O resultado da análise da amostra relativa aos processos clínicos dos estabelecimentos visitados permitiu concluir que, de uma maneira geral, aqueles têm registos deficientes/insuficientes, não havendo  sequência  nos  mesmos,  nem  sistematização  na  informação,  o  que  dificulta  a  sua recolha e consequentemente pode obstar a continuação dos cuidados pelos diversos técnicos. 

Constatou‐se, igualmente, que existem procedimentos/regras instituídos legalmente que podiam não  estar,  e  nalgumas  situações  não  estavam  mesmo,  a  ser  cumpridos,  sendo  óbvia  a necessidade da revisão urgente dos processos de registo e da sistematização dos mesmos, bem como o estrito cumprimento do disposto na Portaria n.º 741‐A/2007, de 21 de Junho. 

Verificou‐se  que  a  IVG  medicamentosa  tem  uma  expressão  elevadíssima,  ao  passo  que  a cirúrgica praticamente não existe, o que,  segundo foi explicado, se fica a dever aos meios que a mesma envolve, sendo certo, porém, que a esta se acaba muitas vezes por recorrer em virtude do  insucesso  da  primeira,  realçando‐se  que  quanto  ao  método  cirúrgico  por  aspiração,  na maioria  dos  estabelecimentos  esta  é  ainda  realizada  com  sondas metálicas  e  não  disposable (descartáveis). 

Para  além da  consulta  aos processos  clínicos,  foram  verificados diversos pontos  considerados relevantes  e  que  se  poderão  dividir  em  obrigações  gerais  e  obrigações  especiais,  conforme terminologia adoptada na ficha de verificação e nos relatórios individuais, tudo de acordo com a Portaria  n.º  741‐A/2007,  de  21  de  Junho,  tendo‐se  procurado,  no  que  respeita  à  primeira, analisar as áreas transversais a qualquer estabelecimento de saúde e, relativamente à segunda, verificar os requisitos legais estabelecidos para a prática desta actividade. 

Ao nível das obrigações gerais, verificou‐se grande paridade das entidades no que  respeita ao seu  cumprimento,  embora  nalgumas  delas  se  tenha  constatado  deficiências  que,  por  não  se tratar  de  anomalias  graves  ou  impeditivas  do  seu  normal  funcionamento,  foram  objecto  das respectivas recomendações nos relatórios parcelares. 

Relativamente às obrigações especiais, o preenchimento dos seus requisitos mostra igualmente algumas semelhanças entre as entidades, isto no que respeita aos recursos humanos e técnicos, bem como às  instalações disponibilizadas, com excepção do estabelecimento nº. 5 que possui espaço  próprio  e  pessoal  de  enfermagem,  administrativo  e  auxiliar,  exclusivo  para  esta actividade. 

                                                            4 Constatou‐se que 2 deles não cabiam na amostra, pelo que o número  real de processos clínicos com relevância material passou a ser de 299. 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 69

 

A  este  respeito  e  em  matéria  de  instalações,  existem  entidades  cujos  espaços  afectos  à actividade devem ser repensados,  já que estes, nalguns estabelecimentos, são partilhados com outras consultas/exames, além de que nem sempre a acessibilidade estava garantida, sendo que na maioria das entidades não havia informação ao público sobre a existência desta consulta. 

Em matéria  de  equipamentos,  constatou‐se  que,  praticamente  todas  as  entidades  possuíam, num sector ou noutro, falhas no que respeita aos equipamentos que neles devem existir e que se encontram referidos na Portaria n.º 741‐A/2007, de 21 de Junho. 

No que concerne à organização e aos recursos humanos que estão afectos à prática de IVG por opção, dir‐se‐á que, com excepção do estabelecimento nº. 5, todos careciam de rever a orgânica que envolve a realização da actividade, uma vez que não possuem pessoal que lhe esteja afecto, acabando  aquela  por  se  desenvolver  devido  ao  esforço  de  alguns  profissionais  que  se disponibilizam, existindo até um estabelecimento em que apenas um médico ali presta serviço, acabando por não estar assegurada a participação de dois profissionais de  saúde, um médico para datar e comprovar a gravidez e outro para realizar a IVG, sendo que, no caso do recurso ao método medicamentoso, este pode contar com a participação de um enfermeiro, embora sob supervisão médica. 

O número real de médicos objectores, ou seja daqueles que apresentaram na Direcção Clínica o documento  de  objecção  de  consciência,  é,  nalgumas  entidades,  bastante  inferior  ao  referido pelos Directores de Serviço, além da necessária conjugação entre o número total de especialistas e os que estão envolvidos na actividade, concluindo‐se que mais médicos poderiam  colaborar nesta actividade, melhorando a acessibilidade e garantindo uma melhor assistência.  

Refira‐se, ainda, que foi detectada a admissão de utentes para realização de IVG por opção, pela via da urgência e que para aqui são encaminhadas pelo próprio secretariado que presta apoio à actividade, o que é uma prática não recomendada. 

Da acção resultaram as seguintes recomendações: 

Ao nível da ginecologia e da anestesia:  

− Quanto às Instalações e Equipamentos 

Os Blocos Operatórios devem cumprir a legislação, em todas as suas vertentes.  

A(s)  Unidade(s)  de  Cuidados  Pós‐Anestésicos  deve(m)  encontrar‐se    estruturada(s)  e equipada(s), conforme o previsto nos quadros 1 e 2 anexos à Portaria n.º 741‐A/2007 de 21 de Junho. 

− Quanto aos Recursos Humanos 

Há  que  criar  equipas  multidisciplinares  (médicos,  enfermeiros,  psicólogos  e  técnicos superiores  de  serviço  social),  horários  flexíveis  e  disponibilidade  de  contactos  mais acessíveis (através de telemóveis, por exemplo).  

Há que proporcionar formação profissional em aspectos técnicos e de aconselhamento. 

Deve ser promovida formação em organização e registo de processos. 

Devem ser realizadas reuniões periódicas para discussão e reflexão. 

Devem ser elaborados protocolos de actuação.  

− Quanto à Organização e Funcionamento 

A este respeito, julga‐se que a Consulta Prévia deverá estar organizada, com publicitação de horário, e dispor de equipa multidisciplinar  (no mínimo com médico e enfermeiro e, preferencialmente,  incluindo psicólogos e  técnicos  superiores de  serviço  social). É nesta consulta que deve ser discutida a escolha e o início de um método contraceptivo. 

70    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

Que  seja  dada  à mulher  possibilidade  de  escolher  o método  de  IVG,  se  cirúrgico,  se medicamentoso. 

Os recursos humanos devem existir em número suficiente para dar resposta à procura e facilitar a acessibilidade. 

Os  horários  devem  ser  flexíveis,  com  publicitação,  para  permitir  a  satisfação  da acessibilidade. 

O  processo  clínico,  com  os  registos  efectuados  de  modo  a  garantir  fiabilidade,  deve conter,  para  além  da  folha  de  diário  clínico  e  registo  de  enfermagem,  documento  de Consentimento para a Interrupção de Gravidez, o certificado de Comprovação do Tempo de  Gestação  (com  ecografia  anexa)  e  a  declaração  de  Informações  e  Esclarecimentos prestados na Consulta Prévia. 

Deverão  existir  protocolos  de  actuação  em  situações  de  transferência  para  outros hospitais e respectivo transporte. 

− Quanto à objecção de consciência 

Julgamos, neste ponto, dever ser esclarecido o âmbito e alcance do conceito de objecção de consciência, posto verificar‐se amiúde que os profissionais se declaram objectores de consciência apenas para a realização de IVG ao abrigo da alínea e) do n.º 1 do art.º 142.º do CP. 

− Quanto à qualidade e segurança 

  Devem dispor de  sistemas de promoção e  garantia da qualidade para  a prestação de cuidados personalizados e praticarem elevados níveis de qualidade; 

  Deve  ser  fornecida  informação  pessoal  e  criar‐se  folhetos  informativos,  contendo instruções relativas à forma de actuar, caso surjam complicações. 

− Finalmente, devem ser cumpridos os prazos previstos na Lei e respectiva regulamentação (quer no tocante ao acesso à consulta, quer no tocante ao período de reflexão, quer no tocante à realização da IVG, quer ainda no tocante ao encaminhamento para consulta de planeamento  familiar),  devendo  ainda  ser  garantidos  quer  a  prescrição  de  um método contraceptivo (sendo que o DIU ou o implante podem ser inseridos imediatamente após a aspiração/curetagem  e  os  contraceptivos  hormonais,  orais  ou  injectáveis,  podem  ser iniciados  no  próprio  dia  da  realização  da  IVG  ou  no  dia  seguinte),  quer  a marcação/efectivação  de  uma  consulta  de  saúde  reprodutiva/planeamento  familiar  (no Hospital ou no Centro de Saúde). 

  Quando  tecnicamente  inviável,  como  será  o  caso  de  gravidezes muito  incipientes,  deve  ser justificado o não cumprimento.  

  Acresce  que  a  toma  hospitalar  do  Mifepristone,  junto  a  um  técnico  de  saúde  que  não necessariamente um médico tem de ser promovida em todas as situações, e tal tem que ser efectivamente registado no processo clínico. 

Ao nível da saúde pública:  

A  constituição,  implementação  e  operacionalização  das  CCI  ,  tendo  em  vista  a  prevenção  e controlo das infecções nosocomiais e a conquista de ganhos em saúde; 

A correcta gestão dos resíduos hospitalares, com especial incidência para os grupos III e IV, em todo  o  seu  percurso  (triagem,  acondicionamento  nos  serviços  geradores,  circuitos  de transporte, armazenamento temporário e destino final); 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 71

A  implementação  do  Sistema  HACCP,  evitando  toxinfecções  alimentares  e  a melhoria  da prestação  de  serviços  nas  suas  diferentes  fases  como  garantia  do  fornecimento  de  uma alimentação de qualidade; 

A  implementação  de  serviços  internos  de  Segurança, Higiene  e  Saúde  no  Trabalho,  o  que permitirá  identificar  factores de risco, evitando doenças profissionais, bem como promover ainda uma boa saúde ocupacional e motivação no trabalho; 

Que se acautele a manutenção e o correcto  funcionamento dos sistemas de climatização e condições ambientais das instalações, dos equipamentos de gases medicinais e da verificação dos teores residuais nas salas do Bloco Operatório, bem como dos equipamentos do Sector de Esterilização, através de Programas de Manutenção e Prevenção instituídos para o efeito e levados a cabo por firmas certificadas; 

Que  se  disponha  e mantenha  em  estado  funcional  geradores  de  emergência  e  UPS  para salvaguarda  de  fornecimento  de  energia  ao  Bloco  Operatório  e  restantes  sectores  vitais, instalados,  testados e abrangidos  igualmente por Programa de Manutenção e Prevenção a cargo de firmas certificadas; 

E,  para  além  do  referido,  o  registo  de  todos  os  procedimentos  relevantes  na  assistência prestada (incluindo os registos nos processos clínicos, como já mencionado).  

 

(b) ACÇÃO  DE  FISCALIZAÇÃO  PARA  VERIFICAÇÃO  DAS  CONDIÇÕES  DE  FUNCIONAMENTO  E CONFORMIDADE  LEGAL  DOS OPERADORES  PRIVADOS  NA  ÁREA  DA MEDICINA  FÍSICA  E  DE REABILITAÇÃO – REQUISITO ESPECÍFICO DA TITULAÇÃO PROFISSIONAL 

No ano de 2009,  IGAS deu continuidade e procedeu ao alargamento das acções de fiscalização direccionadas à titulação dos profissionais a exercer funções em Unidades Privadas Prestadoras de Cuidados de Saúde (UPPCS) que prosseguem actividades de Medicina Física e de Reabilitação, iniciadas em 2008 e que então abrangeu 13 operadores. 

Foram  seleccionadas  21  unidades  de  saúde  privadas  a  fiscalizar  nas  áreas  geográficas correspondentes às cinco Administrações Regionais de Saúde, conforme gráfico que  se  segue, tendo  sido posteriormente  apurado que, numa das  instituições  seleccionadas, não  se  exercia actividade na área da medicina física e reabilitação (mas apenas de massagem). 

GRÁFICO 15 – DISTRIBUIÇÃO, POR REGIÃO DE SAÚDE, DAS UNIDADES DE MFR FISCALIZADAS  

30%

10%40%

10%

10%

Norte

Centro

LVT

Alentejo

Algarve

 

Estas  acções  de  fiscalização  foram  desenvolvidas  de  uma  forma  essencialmente  preventiva  e pedagógica, com vista à detecção das situações que não obedecessem aos requisitos fixados na legislação aplicável e sua consequente correcção em tempo oportuno. 

A  titulação  dos  profissionais  foi  um  dos  objectivos  visados,  tendo  sido  fiscalizados  193 profissionais  exercendo  funções  na  área  da Medicina  Física  e  de  Reabilitação  cuja  titulação profissional é obrigatória por lei, dos quais 57 Médicos, com a Especialidade de Medicina Física e 

 

de Reabilitação –  Fisiatria  ‐,  sendo que a  totalidade destes  (100% do universo)  se encontrava devidamente titulada, 5 Médicos de outras Especialidades, cuja totalidade (100% do universo) se encontrava,  igualmente,  devidamente  titulada  e  131  Técnicos  de  Diagnóstico  e  Terapêutica  (TDT), dos quais 123 detinham a  respectiva  cédula profissional  (90,4% do universo), 8  tinham requerido aos competentes serviços de saúde a autorização para o exercício da profissão (5,8 % do universo) ‐  tendo cinco deles, recebido resposta positiva e estando os restantes 3 a aguardar resposta. 

Constatou‐se, no decurso da acção de fiscalização, a existência, de um conjunto de funcionários (102),  com  cursos  habilitantes  efectuados  em  escolas  profissionais  que,  sob  a  designação  de Técnicos Auxiliares  de Diagnóstico  e  Terapêutica,  apresentam  uma  diversidade  de  conteúdos funcionais – v. g. massagistas, auxiliares de  fisioterapia, massagem desportiva  ‐  ,  tendo alguns (19%), à semelhança dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica,  requerido autorização para o exercício da profissão como TDT ou, inclusivamente, como “auxiliares de fisioterapia”, sendo de questionar  o  pedido  de  autorização  para  o  exercício  destas  últimas  funções,  visto  que  a necessidade do mesmo não decorre de qualquer normativo. 

Constatou‐se  também,  na  acção  desenvolvida,  que  todas  as  UPPCS  abrangidas  praticam  o mínimo de valências legalmente exigidas na área da Medicina Física e de Reabilitação. 

No que concerne à licença de funcionamento das 20 UPPCS objecto da acção de fiscalização, 19 tinham licença de funcionamento emitida nos termos da lei (95 % do universo), sendo que uma delas possuía uma  licença provisória válida até 1 de Agosto de 2009 e uma outra apresentou a licença a posteriori, após notificação  para o efeito, efectuada pela equipa inspectiva, conforme o seguinte gráfico ilustrativo. 

Gráfico 16 – LICENCIAMENTO DAS UNIDADES DE MFR FISCALIZADAS

17

1 2

Com Licenciamento

Licenciamento provisório

Sem Licenciamento

 

A  informação recolhida permitiu concluir que 68% das UPPCS fiscalizadas praticam as valências para as quais obtiveram autorização de funcionamento. Nas restantes 32% constatou‐se que as valências praticadas nem sempre correspondem às valências autorizadas.  

Relativamente  aos  Directores  Clínicos/Responsáveis  Clínicos,  constatou‐se  que,  das  20 instituições  fiscalizadas,  apenas  em  10  delas  os mesmos  se  encontravam  em  presença  física verificável, dando cumprimento ao  legalmente exigido pelo n.º 2 do artigo 23º do Decreto‐Lei n.º 500/99, de 19 de Novembro. 

Relativamente ao Regulamento interno salienta‐se que na sua generalidade (95%), as UPPCS não cumpriam o disposto na  lei, na medida em que o mesmo ou não existia, ou encontrava‐se em fase  de  Projecto.  Após  a  intervenção  da  IGAS,  14  (70%)  das  instituições  corrigiram  a desconformidade constatada e procederam à elaboração de Regulamentos Internos cumprindo os  requisitos  legalmente  exigidos  (no  que  pode  considerar‐se  um  assinalável  índice  de cumprimento directamente decorrente da acção da IGAS). 

Exceptuando cinco das UPPCS  fiscalizadas,  todas as  restantes possuíam os  respectivos seguros obrigatórios  de  responsabilidade  civil  profissional  e  da  actividade  de  medicina  física  e  de reabilitação (75% do universo). As cinco instituições em falta vieram a regularizar a sua situação 

72    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 73

após a intervenção efectuada pela IGAS, resultando daqui um índice de 100% de cumprimento, das recomendações efectuadas. 

 

(c) ACÇÃO  DE  FISCALIZAÇÃO  PARA  VERIFICAÇÃO  DAS  CONDIÇÕES  DE  FUNCIONAMENTO  E CONFORMIDADE  LEGAL  DOS  OPERADORES  PRIVADOS  NA  ÁREA  DAS  ANÁLISES  CLÍNICAS  – REQUISITO ESPECÍFICO DA TITULAÇÃO PROFISSIONAL 

Pretendeu‐se com esta acção de  fiscalização do exercício da actividade das unidades privadas prestadoras de cuidados de  saúde, direccionada à  titulação dos profissionais  (tendo em conta que as habilitações académicas e profissionais destes, atestam a sua qualificação profissional e lhes  confere  competências  para  o mundo  do  trabalho  e  para  a  tecnologia  da  área  onde  são protagonistas,  permitindo  o  aperfeiçoamento  e  o  crescimento  da  actividade),  efectuar  um retrato  da  realidade  e,  tanto  quanto  possível,  imbuídos  ainda  de  um  espírito  pedagógico,  na senda  das  acções  efectuadas  em  2008,  alertar  as UPPCS  visitadas  para  as  desconformidades verificadas, instando‐as a suprir as deficiências detectadas.    

Em termos globais, os resultados finais da presente  intervenção, concretizada em 19 acções de fiscalização,  evidenciaram,  quanto  ao  seu  objecto  central  (verificação  da  titulação  dos profissionais), a titulação de todos os médicos e farmacêuticos (especialistas) que colaboravam com as UPPCS  fiscalizadas, e no que  respeita aos TDT e aos enfermeiros, a  titulação da  larga maioria  dos  colaboradores  destes  grupos  profissionais,  não  tendo  sido  encontrado  qualquer caso de exercício ilegal da profissão. 

No  caso  particular  dos  TDT,  grupo  profissional  com  uma  expressão  significativa  na  área  da patologia clínica e cuja titulação se encontra na dependência directa da ACSS do Ministério da Saúde, é notória a pendência de um número apreciável de processos  individuais de pedido de autorização para o exercício desta profissão na amostra considerada (patente nos 73,77 % nesta situação),  que  aguardam  deferimento  naquele  organismo  e  a  que  urge  dar  resposta  com prioridade máxima. 

GRÁFICO 17 – SITUAÇÃO RELATIVA À TITULAÇÃO DE TDT

25,41%

73,77%

0,82%

C/ cedula profissional

C/ pedido de autorização

C/ habilitações

 

Não  obstante  a  relatividade  associada  aos  dados  extraídos  sobre  uma  amostra  limitada, nomeadamente no que aos indicadores de titulação diz respeito, quer na sua dimensão quer na sua expressão, a tendência e o sentido globais dos mesmos espelham, por um lado, um cenário não muito distante da  realidade  já  conhecida em  termos nacionais,  convidando, por outro,  a uma  reflexão  alargada  ao  nível  da  comunidade  da  saúde,  não  apenas  sobre  os  actuais mecanismos  legais de  regulação da  titulação profissional do  grupo dos  TDT, mas  também do quadro legal e institucional reservado à actividade de fiscalização neste domínio. 

Constatou‐se  também  que,  na  generalidade,  as  UPPCS  cumpriam  as  suas  obrigações  gerais relacionadas com a sua  identificação e com a  informação aos utentes, bem como quanto à sua 

 

organização  interna,  ainda  que,  neste  domínio,  se  saliente,  pela  negativa,  a  fraca  adesão detectada na elaboração do competente relatório anual de actividades e algumas insuficiências no respectivo Regulamento Interno, cenário esse que evoluiu favoravelmente após a introdução das medidas de conformidade legal decorrentes da acção fiscalizadora da IGAS. 

 

GRÁFICO 18 – REQUISITOS GERAIS DAS UPPCS APÓS A FISCALIZAÇÃO

0

5

10

15

20 18 19 19 19 1917

1 21 1 1 1 1 1Sim

Não 

N/A

 

Por outro  lado, e no que respeita ao  licenciamento das UPPCS, quer dos  laboratórios centrais, quer dos respectivos postos de colheita, não obstante a amostra ter reflectido um cenário muito positivo,  com  uma  larga  maioria  de  estabelecimentos  já  licenciados  (89  %  da  amostra considerada), o resultado deverá ser apreciado com alguma reserva na extrapolação para o todo nacional,  atendendo  à  sua  forte  componente  “regional”,  quer  em  termos  de  processo  de licenciamento na área de patologia clínica quer de fiscalização, uma vez que esta última incidiu especialmente nas regiões Norte, Centro e de Lisboa e Vale do Tejo, todas elas com indicadores favoráveis neste domínio. 

Sem prejuízo do que  antecede,  importará  ter  igualmente presente que  se mantém  ainda  em curso o acompanhamento das acções efectuadas, o qual permitirá percepcionar, caso a caso, as medidas  adicionais  que  venham  a  ser  tomadas  para  correcção  das  não  conformidades  ainda subsistentes,  na  sequência  das  oportunas  recomendações  efectuadas  pela  IGAS,  sempre  no sentido  do  cumprimento  da  legislação  aplicável,  bem  como  a  monitorização  da  evolução funcional da área da patologia clínica. 

 

(d) ACÇÃO  DE  FISCALIZAÇÃO  PARA  VERIFICAÇÃO  DAS  CONDIÇÕES  DE  FUNCIONAMENTO  E CONFORMIDADE LEGAL DOS OPERADORES PRIVADOS NA ÁREA DA RADIOLOGIA – REQUISITO ESPECÍFICO DA TITULAÇÃO PROFISSIONAL 

A realização das visitas de fiscalização aos 20 estabelecimentos de Radiologia inseridas na Acção de Fiscalização decorreu em duas  fases, no período compreendido entre 02 de Março e 09 de Julho de 2009, tendo cada uma das visitas, à semelhança das demais acima descritas para outras áreas, sido sempre efectuada sem “aviso prévio” do operador. 

A  distribuição  regional  da  amostra  dos  estabelecimentos  considerada  para  a  Acção  de Fiscalização, contemplou uma abrangência de todo o território do continente, com um equilíbrio entre as diversas  regiões, sendo que Norte e LVT ocuparam no seu conjunto, 60% do  total de 

74    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 75

estabelecimentos  (as  regiões com maior população  servida), cabendo à  região Centro 20 % e, Alentejo e Algarve, 15 % e 5 %, respectivamente. 

Nesta  acção  de  Fiscalização  foi  possível  concluir  em  primeiro  lugar  que,  do  total  de  20 estabelecimentos  que  integravam  a  amostra,  foram  objecto  de  notificação  –  instrumento utilizado como meio para suprimento de não conformidades desde logo detectadas ou remessa de elementos não disponíveis no  local  ‐, 19 deles  (apenas num dos  casos, não  foi  sentida  tal necessidade,  atendendo  ao  elevado  nível  de  desempenho  e  conformidade  legal  do estabelecimento  em  causa),  dados  que  indiciam  uma  percentagem  de  incumprimento  inicial face aos requisitos legais exigíveis da ordem dos 95 %, conforme consta do gráfico seguinte:  

 

GRÁFICO 19 – DISTRIBUIÇÃO DAS SITUAÇÕES DE INFRACÇÃO NO INÍCIO DA ACÇÃO DE FISCALIZAÇÃO

 

5%

95%

Sem Infracção

Com Infracção

 

Das  notificações  efectuadas,  retira‐se  que  as  principais  matérias  de  infracção  estiveram relacionadas  com  áreas  de  “titulação  profissional”e  “inventário  do  equipamento  radiológico” (com  17  notificações  cada  uma),  seguidas  do  “regulamento  interno”  (com  um  total  12 notificações) e ainda do “seguro de responsabilidade civil” (11 notificações no total), conforme a distribuição das notificações por grupos de requisitos: 

 

 

GRÁFICO 20 – DISTRIBUIÇÃO DAS NOTIFICAÇÕES POR GRUPOS DE REQUISITOS

3

17 17

2 35

1

13

2 1

11

 

O balanço final da Acção de Fiscalização na área da Radiologia, no ano de 2009, que se traduziu no apuramento de um  total de 2 estabelecimentos em que persistiram  infracções  (mesmo no 

 

76    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

final da Acção) numa amostra com um total de 20 estabelecimentos (ou seja, constituindo 10 % da amostra), em oposição ao cenário encontrado  logo no  início da Acção, dominado por uma larga maioria de estabelecimentos que, nesse momento, não  cumpria os  requisitos  legais em relação aos quais incidia a fiscalização (19 estabelecimentos em situação de incumprimento, de um total de 20, representando este incumprimento 95 % do total). 

 

GRÁFICO 21 – DISTRIBUIÇÃO DAS SITUAÇÕES DE INFRACÇÃO NO FINAL DA ACÇÃO DE FISCALIZAÇÃO

 

O objecto central da Acção de Fiscalização na área da Radiologia, a “titulação profissional” dos vários grupos de trabalhadores que a ela se encontram sujeitos para o exercício de funções em Saúde, nos  termos da  lei, ou  seja, os médicos, os  técnicos de  diagnóstico  e  terapêutica  e os enfermeiros,  determina  que  seja  feita  uma  análise  sumária  dos  resultados  obtidos  também neste  domínio,  nomeadamente  aqueles  que  permitem  caracterizar,  do  ponto  de  vista  de recursos humanos  e  respectiva distribuição por  grupos profissionais,  a  amostra  fiscalizada no subsector da radiologia, bem como o nível de cumprimento face às exigências legais de titulação que  lhes  são  aplicáveis,  distinguindo  entre  profissionais  titulados  (com  cédula  profissional emitida),  profissionais  com  titulação  em  curso  (mediante  comprovativo)  e  profissionais  sem titulação, sem prejuízo das habilitações académicas / profissionais. 

Os  valores  expressos  que  se  seguem,  reflectem  os  resultados  finais  da  situação  em  que  os profissionais  de  saúde  visados  na  presente  Acção  de  Fiscalização  se  encontravam,  após  a conclusão  do  processo multi‐etápico  que  constituiu  a  intervenção  integrada  da  IGAS,  no  que respeita  à  sua  titulação  legalmente  imposta,  devendo  considerar‐se,  para  a  obtenção  destes bons níveis de desempenho, o efeito persuasivo decorrente do instrumento de  notificação e da insistência  na  necessidade  de  correcções  ainda  subsistente,  com  o  envio  do  relatório  de fiscalização, bem como os contactos pluri‐institucionais levados a cabo pela IGAS (abrangendo as entidades  responsáveis  pelo  reconhecimento  do  exercício  da  actividade  dos  profissionais envolvidos, especialmente a ACSS, do Ministério da Saúde, a qual é responsável pela  titulação profissional no grupo dos TDT). 

 

GRÁFICO 22 – DISTRIBUIÇÃO DOS TRABALHADORES POR GRUPOS SUJEITOS A TITULAÇÃO PROFISSIONAL

 

90%

10%

Sem Infracção

Com Infracção

050

100150200250

Médicos Especialistas TDT Enfermeiros

210

117

6

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 77

 

 

GRÁFICO 23 – DISTRIBUIÇÃO DA TITULAÇÃO PROFISSIONAL POR GRUPOS DE TRABALHADORES

 

0

100

200

300

Médicos Especialistas

TDT Enfermeiros

207

96

60 2204 0 0

Com titulação profissional

Processo de titulação em curso

Sem titulação profissional

 

 

GRÁFICO 24 – DISTRIBUIÇÃO DA TITULAÇÃO PROFISSIONAL POR GRUPOS DE TRABALHADORES

 

98%

2%

81%

19%100%

Com titulação profissional

Sem titulação profissional

Processo de titulação emcursoMédicos

TDT 

eiros Enferm  

 

Numa  leitura  sumária  dos  gráficos  anteriores,  pode  ser  inferido  desde  logo  que,  é  no  grupo profissional dos  TDT  (e o  segundo  representado  em maior  valor  absoluto,  logo  após o  grupo profissional  dos  médicos),  que  existe  um  maior  número  (tanto  em  termos  relativos  como absolutos) de profissionais sem o respectivo processo de titulação concluído, que aguardavam o deferimento e/ou conclusão desse processo  (22), sendo bem evidente a elevada expressão do número de processos ainda pendentes na Administração Central do Sistema de Saúde  (ACSS), cerca de 19 %, do total de TDT presentes na amostra fiscalizada. 

Resulta  também  evidente  que  o  grupo  profissional  dos  enfermeiros,  representado  aqui  em menor valor absoluto, é aquele onde não se colocaram quaisquer problemas /questões relativas às evidências de titulação dos seus membros (todos os indivíduos desta classe eram portadores de cédulas profissionais válidas, na amostra considerada), sendo aqui o nível de cumprimento, de 100 %. 

Relativamente ao grupo profissional dos médicos,  importa contudo esclarecer que o número e percentagem de médicos  referidos  como  “sem  titulação”,  respectivamente  calculados em 4 e em  2  %,  não  correspondem,  na  prática,  a  profissionais  não  qualificados  ou  sem  título profissional, mas antes àqueles para os quais não  foi colhida evidência completa de  titulação, isto  mais  por  incumprimento  das  obrigações  legais  dos  estabelecimentos  face  à  IGAS  (1 estabelecimento), quer na fase de resposta à notificação quer na posterior e subsequente fase 

 

78    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

de  resposta  ao  relatório  parcelar  de  fiscalização,  do  que  por  responsabilidade  directa  dos profissionais médicos em causa. 

Em  síntese, e no domínio da  titulação profissional  legalmente exigida aos grupos profissionais abrangidos por esta Acção de Fiscalização, e mesmo salvaguardada a fundamentação exposta no ponto anterior no que se refere ao grupo profissional dos médicos, pode ser apresentado como resultado válido para esta Acção, que no seu final, não subsistiu nenhum profissional, do grupo dos TDT,  cuja  situação não estivesse  legalizada, pelo menos do ponto de  vista  formal,  com a existência  de  pedido  para  emissão  de  cédula  profissional  ou  processo  de reconhecimento/autorização  para  o  exercício  da  actividade  profissional,  junto  dos  serviços competentes da ACSS. 

Outro item especialmente relevante na laboração deste tipo de unidades (radiologia em saúde) ‐ a  exposição  a  radiações  ionizantes‐,  considerada  uma  actividade  de  risco  elevado  pela OIT  ‐ prende‐se com o controlo da dosimetria efectuado nos trabalhadores expostos às radiações no exercício  das  suas  funções,  nos  termos  da  legislação  aplicável,  requisito  esse  que  foi especialmente  avaliado  nesta  Acção  de  Fiscalização,  e  que  levou  à  detecção  de  3 estabelecimentos onde tal controlo não era realizado, abrangendo um total de pelo menos 22 trabalhadores nessas condições. 

Ainda no domínio da  actividade, e no que  ao  seguro de  responsabilidade  civil previsto na  lei concerne,  foram  encontradas  situações  de  incumprimento  do  disposto  na  lei  em  11  dos  20 estabelecimentos  fiscalizados  nesta  amostra,  referentes  a  ausência  de  seguro  ou  coberturas desajustadas, das quais 9 foram corrigidas em sede de notificação, tendo subsistido no final da Acção de Fiscalização, 2 estabelecimentos em situação de  infracção, por não terem feito prova de um seguro válido conforme e nos termos legalmente exigidos. 

Outras  situações que, não  tendo  constituído  requisitos  individualizados no  âmbito das  visitas que  integraram  a  Acção  de  Fiscalização,  suscitam  porém  um  misto  de  reflexão  e  de preocupação,  tais  como  a  que  se  prende  com  as  disposições  legais  que  determinam  a obrigatoriedade da presença de médico da especialidade na realização de exames e tratamentos de  algumas  valências  (mamografia e TAC, entre outros),  tendo  sido detectado que, em pelos menos 2 do  conjunto dos 20 estabelecimentos visitados, decorria a prática de exames destas valências,  e  sem  a  presença  de  qualquer  profissional médico  no  local,  incluindo  do  próprio director clínico que, conforme a  lei, deve assegurar a “presença física que garanta a qualidade dos  exames”.  Tal  facto,  além  de  constituir  a  violação  de  um  preceito  legal,  consubstancia‐se também na demissão, por parte dos profissionais médicos, das responsabilidades e dos deveres clínicos que, desde há muito, estão  consagrados na  lei, podendo  com  tal prática,  colocar em sério risco a segurança e saúde dos utentes desses serviços. 

 

(e) ACÇÃO DE FISCALIZAÇÃO NA ÁREA DA MEDICINA DENTÁRIA  (CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS DENTÁRIOS)  FOCALIZADA NA  TITULAÇÃO  PROFISSIONAL  E NAS  CONDIÇÕES  DE  ASSEPSIA  E HIGIO‐SANITÁRIAS 

Pretendeu‐se  com  esta  acção  de  fiscalização  ao  funcionamento  das  unidades  privadas prestadoras de cuidados de saúde na área da medicina dentária, realizada em articulação e com a colaboração activa da Ordem dos Médicos Dentistas e das Administrações Regionais de Saúde, a  primeira  através  da  nomeação  de  peritos  médicos  dentistas  e  as  segundas  através  da nomeação de peritos médicos de Saúde Pública, na sua maioria na qualidade de Autoridades de Saúde, e direccionada à titulação dos profissionais e às condições higio‐sanitárias e de assepsia, efectuar um retrato da realidade, e imbuídos ainda de uma postura essencialmente pedagógica, alertar  as  UPPCS  abrangidas  para  as  desconformidades  verificadas,  instando‐as  a  suprir  as deficiências detectadas. 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 79

O alcance de  tal desiderato assumiu ainda maior  relevância no contexto da área específica da medicina dentária, quer pelo facto de nunca ter havido lugar à conclusão de qualquer processo de  licenciamento  na  vigência  da  sua  legislação  base  aplicável,  quer  pelas  lacunas  legislativas existentes5, quer ainda pelas profundas alterações entretanto verificadas no que diz respeito ao novo enquadramento legal no domínio do licenciamento e fiscalização destas unidades privadas de saúde (Cfr. DL n.º 279/2009, de 6/10). 

 

GRÁFICO 25 – PEDIDO DE LICENCIAMENTO DAS INSTALAÇÕES APÓS A FISCALIZAÇÃO

15

11

10

Sem Pedido

Com Pedido

S/Resposta

 GRÁFICO 26 – LICENCIAMENTO PARA EQUIPAMENTO DE RADIOLOGIA APÓS FISCALIZAÇÃO

14

6

6

91 C/ Pedido 

LicenciamentoS/ Pedido de LicenciamentoLicenciadas

S/ Resposta

S/ Equip. RX

 

Apesar das condicionantes resultantes de uma apertada delimitação temporal para a realização das acções, bem como da limitação de recursos humanos passíveis de serem afectos à mesma, o que conduziu a que a amostra de UPPCS efectivamente fiscalizada fosse reduzida (36 operadores de 45  inicialmente seleccionados), às quais acresce a mudança do regime  legal aplicável, entre outras, também às unidades de saúde desta área do sector privado, já no final do seu decurso, considera‐se,  ainda  assim que os  resultados obtidos  constituem uma base documental muito válida. 

Em termos globais, os resultados finais da presente  intervenção, concretizada em 36 acções de fiscalização, evidenciaram, quanto ao seu objecto central ‐ a verificação da titulação legalmente exigível  aos  trabalhadores,  bem  como  das  condições  higio‐sanitárias  e  de  assepsia  das instalações e equipamentos das UPCCS da área de Medicina Dentária ‐, por um lado, a titulação da grande maioria dos profissionais abrangidos, especialmente no que aos médicos diz respeito, e, por outro,  salvo um ou outro  caso pontual, uma  generalizada  insuficiência das  respectivas instalações,  equipamentos,  descartáveis  e  fármacos,  por  vezes  com  grave  risco  ou  perigo eminente para a saúde. 

                                                            5 Atentar, designadamente, entre outras  lacunas e omissões, na Comissão Técnica Nacional  (CTN) e nas Comissões de Verificação Técnica  (CVT), previstas,  respectivamente, nos arts. 10.º e 11.º do DL n.º 233/2001, de 25/08,   as quais nunca  foram  criadas; O Manual de Boas Práticas (MBP), previsto nos arts. 6.º e 7.º do mesmo diploma legal, nunca teve a respectiva concretização legal. 

 

O cenário que antecede quanto às instalações e equipamentos, traduzido num elevado número de  não  conformidades  detectadas  e  subsequentes  recomendações  correctivas,  bem  como  na determinação  de  várias  medidas  cautelares  de  salvaguarda  da  saúde  pública,  resulta essencialmente,  em  nosso  entender,  do  abandono  a  que  estas  unidades  privadas  de  saúde foram votadas ao  longo dos anos, não apenas ao nível do respectivo  licenciamento e posterior controlo de avaliação e acompanhamento, mas também por se encontrarem sujeitas ao regime jurídico aprovado pelo Decreto‐Lei n.º 233/2001, de 25 de Agosto, diploma  legal com diversas lacunas, contradições e omissões que prejudicaram a sua exequibilidade. 

 

GRÁFICO 27 – MEDIDAS CAUTELARES DE SAÚDE PÚBLICA

0

10

20

30

40

Suspensão Total da 

Actividade

Suspensão Parcial da Actividade

Eliminação Imediata de Materiais

3 27

33 3429

Sim

Não

 

Não obstante a heterogeneidade existente nos operadores da área da medicina dentária, bem como a relatividade associada aos dados extraídos sobre uma amostra limitada, concretamente no  que  aos  indicadores  relativos  às  condições  de  funcionamento  diz  respeito,  quer  na  sua dimensão quer na sua expressão, crê‐se que a tendência e o sentido global dos mesmos acabam por traduzir, neste particular, um cenário não muito distante da realidade existente em termos nacionais. 

Bem diferente poderá  ser o cenário global nacional ao nível da  titulação dos profissionais em exercício de actividade, quer dos médicos estomatologistas, médicos dentistas e odontologistas, quer  dos  técnicos  de  diagnóstico  e  terapêutica  e  ainda,  embora  excepcionalmente,  dos ajudantes  de  técnico  de  prótese  dentária6,  uma  vez  que  o  universo  abrangido  pela  presente acção de  fiscalização não  se afigura de  todo  representativo, dado decorrer essencialmente do histórico de denúncias efectuadas à  IGAS, por vezes reenviadas por outras entidades oficiais, e nas quais apenas muito pontualmente tal situação era objecto de reclamação.  

Neste contexto, importará ainda realçar o papel a desempenhar pelos operadores e profissionais de saúde, na incessante busca do aperfeiçoamento e cumprimento das obrigações legais, a que nenhum serviço da Administração se pode substituir, sendo essencial a sua colaboração activa para a melhoria destes resultados, como de resto foi sentida ao  longo da presente  intervenção na elevada receptividade e bom acolhimento por todos os  intervenientes, não só da actividade inspectiva, mas também das próprias recomendações efectuadas, as quais, em muitos casos e a exemplo do verificado em outras acções levadas a cabo junto de operadores privados de outras áreas da  saúde,  foram  implementadas e concretizadas ainda antes da  recepção dos  relatórios finais de fiscalização pelas UPPCS. 

                                                            6 Cfr. n.ºs 3 e 4 do Artigo 4.º do Decreto‐Lei n.º 320/99, de 11 de Agosto. 

80    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 81

Constatou‐se  também  que,  na  generalidade,  as  UPPCS  cumpriam  as  suas  obrigações  gerais relacionadas com a informação aos utentes, bem como quanto à sua organização interna, ainda que,  neste  domínio,  se  saliente,  pela  negativa,  a  fraca  adesão  detectada  na  elaboração  do respectivo Regulamento  Interno,  cenário  esse  que  evoluiu  favoravelmente  após  a  introdução das medidas de conformidade legal decorrentes da acção fiscalizadora da IGAS. 

 

GRÁFICO 28 – REQUISITOS DAS UPPCS APÓS FISCALIZAÇÃO

 

 

2530 31 33

23

3428

23

8

2 3 17

0 353 4

2 26

2 58

05

101520253035 

 

 Sim Não

 S/Resposta

 

 

 

   

Sem prejuízo do que antecede, importará ter igualmente presente que não obstante a conclusão da acção de fiscalização, se mantém ainda em curso o acompanhamento das acções parcelares efectuadas, o qual permitirá percepcionar, caso a caso, as medidas adicionais que venham a ser tomadas para correcção das não conformidades ainda subsistentes, na sequência das oportunas recomendações  efectuadas  pela  IGAS,  sempre  no  sentido  do  cumprimento  da  legislação aplicável, bem como a monitorização da evolução funcional da área da medicina dentária. 

 

(f) ACTIVIDADES  DESENVOLVIDAS  PELA  IGAS  EM  2009,  NA  ÁREA  DO  SANGUE,  EM 

COLABORAÇÃO COM A ASST E O IPS 

O  ciclo  de  inspecções  em  Serviços  de  Sangue  do  SNS,  correspondeu  a  um  trabalho  conjunto desenvolvido por três serviços do Ministério da Saúde – a ASST, a IGAS e o IPS ‐ , tendo em vista a  concessão  de  autorizações  a  serviços  de  sangue,  em  cumprimento  de  disposições  legais comunitárias (v.g., as Directivas nº 2002/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Janeiro  de  2004,  nº  2004/33/CE  da  Comissão,  de  22  de Março  de  2004,  nº  2005/61/CE  da Comissão, de 30 de Setembro de 2005 e nº 2005/62/CE da Comissão, de 30 de Setembro de 2005) e da legislação nacional que transpôs essas Directivas (Decreto‐Lei nº 267/2007, de 24 de Julho), tendo constituído desde logo, um imperativo legal. 

Durante o ano de 2009, o trabalho desenvolvido decorreu em duas fases, as quais, no seu total, abrangeram a realização de 22 acções inspectivas dirigidas a 19 estabelecimentos hospitalares e a 1  laboratório de  saúde pública. Das  inspecções  realizadas,  resultaram, quanto  ao propósito central das acções (decisão sobre eventual autorização, a conceder pela ASST, nos termos do DL nº 267/2007, de 24/07), a concessão de autorizações não condicionadas a 7 estabelecimentos, a concessão de autorizações condicionadas sem suspensão de actividades por períodos variáveis (6 e 8 meses) a 10 estabelecimentos e, por fim, a concessão de autorizações condicionadas com suspensão de actividades por períodos variáveis (6 e 8 meses) a 3 estabelecimentos. 

Em  resultado  de  todas  as  inspecções  levadas  a  cabo  durante  o  período  considerado  e  da subsequente  implementação das recomendações daí decorrentes, foram atingidos substanciais 

82    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

ganhos  em  saúde,  traduzidos,  especialmente,  no  aumento  da  qualidade  e  das  condições  de segurança na área do sangue e dos componentes, bem como no cumprimento das disposições legais comunitárias e nacionais, aplicáveis ao sector. 

Para além do seu carácter inovador e pioneiro naquilo que deve ser o entendimento mais amplo do  “serviço  público”,  o  modelo  de  colaboração  institucional  e  de  parceria  estratégica  que permitiu aliar e articular 3 serviços do Ministério da Saúde em torno de um só desígnio, tornou possível  a  criação  de  uma  “frente  operacional  comum”,  reunindo  todo  o  capital  de conhecimento  e  de  experiência  das  instituições  e  elementos  representados  numa  equipa modelar,  reconhecida e apreciada nas  suas qualidades, competências e  trabalho por  todos os Serviços de Sangue, nos quais desenvolveu a sua actividade neste período de tempo. 

Para a Inspecção‐Geral das Actividades em Saúde, a sua participação nestas acções  inspectivas, desde  o  primeiro  instante,  a  sua  contribuição  efectiva  no  processo  de  planeamento  e  de execução  das  acções,  e  o  próprio  valor  acrescentado  daí  resultante,  quer  internamente  quer externamente,  constitui  uma mais‐valia  importante  que  credibiliza  e  dignifica  a  sua  vertente técnica e operacional na área do sangue, dando seguimento àquilo que vem sendo a sua  longa tradição de actuação no sector público da Saúde em Portugal, e dando garantias reais de rigor e de isenção a todos os operadores envolvidos no processo. 

 

Sintetiza‐se,  no  quadro  seguinte,  a  colaboração  com  a  ASST,  no  domínio  das  inspecções  aos Serviços de Sangue, para efeitos de autorização. 

 

QUADRO 24 – INSPECÇÕES AOS SERVIÇOS DE SANGUE (COLABORAÇÃO COM A ASST) - 2009

ESTABELECIMENTOS INSPECCIONADOS 

HORAS DE TRABALHO 

RESULTADOS 

Autorização 

Autorização condicionada  Suspensão de 

actividades Objecto de 

recomendações 6 meses 

8 meses 

20  7657 7  3  9  3  20 

 

 

(g) OUTRAS ACÇÕES 

Paralelamente,  durante  o  ano  de  2009,  a  EMF  foi  procedendo  à  análise  das  denúncias  ou reclamações  recebidas  (216),  visando  estabelecimentos  privadas,  procurando  dar  sempre resposta  a  todas,  ainda  que,  pontualmente,  com  eventual  encaminhamento  para  outras entidades competentes na matéria. 

 

3.6. ACÇÃO E AUDITORIA DISCIPLINARES 

Nos termos do n.º 1 do artigo 2.º do Decreto‐Lei n.º 275/2007, de 30 de Julho, a Inspecção‐Geral das Actividades em Saúde (IGAS) tem como missão “assegurar o cumprimento da lei e elevados níveis  técnicos de actuação, em  todos os domínios da prestação dos cuidados de  saúde, quer pelas instituições, serviços e organismos do Ministério da Saúde (…), ou por este tutelados, quer ainda pelas entidades privadas, pessoas  singulares ou  colectivas,  com ou  sem  fins  lucrativos”, com as faculdades, para além de outras, de, nos termos das alíneas c), d) e e) do n.º 2 do mesmo artigo  2.º,  “Auditar  as  instituições  e  serviços  integrados  no MS,  ou  por  este  tutelados  (…)”, 

                                                            7 As horas de trabalho referidas correspondem ao envolvimento de 2 inspectores da IGAS, sem contabilizar os tempos de preparação das acções e de elaboração de relatórios. 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 83

 

“Desenvolver  a  acção disciplinar em  serviços e organismos do MS ou por este  tutelados, nos termos previstos no presente diploma” [vide, neste aspecto, nomeadamente, o n.º 3 do artigo 2.º e as alíneas e), f), g), h),  i),  j),  l) e m) do n.º 1 do artigo 4.º do mesmo diploma] e “Efectuar acções  de  prevenção  e  detecção  de  situações  de  corrupção  e  de  fraude  promovendo  os procedimentos adequados”. 

No  decurso  de  2009,  a  IGAS,  no  âmbito  da  actividade  desenvolvida  em  termos  de  acção  e auditoria disciplinares, contando com 14 inspectores nesta área (um dos quais chefe de equipa) e  de  acordo  com  as  suas  atribuições  e  competências,  direccionou  a  sua  actuação  em  dois sentidos fundamentais, a saber: 

‐ orientação e apoio técnico em matéria jurídico‐disciplinar, mediante a realização de auditorias disciplinares  e  de  ofício  circular  e  workshops  sobre  o  novo  Estatuto  Disciplinar  (Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores que Exercem Funções Públicas, aprovado pela Lei n.º 58/2008, de 9 de Setembro); 

‐ acção disciplinar, com tramitação de procedimentos de natureza disciplinar e pré‐disciplinar. 

No tocante à orientação e apoio técnico em matéria jurídico‐disciplinar, foram realizadas quatro auditorias  disciplinares  em  estabelecimentos  hospitalares  (Hospital  de  Nossa  Senhora  da Conceição  de  Valongo,  Centro  Hospitalar  do Médio  Ave,  E.P.E.,  Unidade  Local  de  Saúde  de Matosinhos,  EPE  e  Hospital  do  Litoral  Alentejano‐Santiago  do  Cacém)  e  concretizados  cinco workshops  sobre  Procedimentos  de  Natureza  Disciplinar  nos  Estabelecimentos  e  Serviços  de Saúde,  destinados  a  dirigentes  e  juristas  de  estabelecimentos  hospitalares,  agrupamentos  de centros  de  saúde  e  serviços  regionais  de  saúde  ‐  um  na  área  de  cada ARS.  Estes workshops constituíram,  relativamente a 2008, um esforço adicional que, naquele ano, não  foi, de  todo, possível concretizar. 

Quanto à tramitação de procedimentos de natureza disciplinar e pré‐disciplinar e atento o teor do novo Estatuto Disciplinar, foi feito um considerável esforço no sentido de se conseguir maior celeridade na tramitação destes processos. 

 

3.6.1. WORKSHOPS SOBRE O NOVO ESTATUTO DISCIPLINAR 

Tendo entrado em vigor no dia 1 de  Janeiro de 2009 a Lei n.º 58/2008, de 9 de Setembro, que aprovou  o  novo  estatuto  disciplinar  –  Estatuto  Disciplinar  dos  Trabalhadores  que  Exercem Funções Públicas – e não  tendo  sido possível à  IGAS ministrar,  já em 2008, qualquer acção de formação  sobre  o  novo  estatuto  (porque  se  deu  prioridade,  já  naquele  ano,  bem  como  no primeiro  semestre  de  2009,  à  instrução  dos  processos  em  curso),  elaborou‐se  em  Janeiro  de 2009,  com divulgação por  todos os  serviços e estabelecimentos dependentes ou  sob  tutela do Ministério  da  Saúde,  um  ofício‐circular  alertando  para  os  aspectos  essenciais  do  novo  regime disciplinar dos  trabalhadores que exercem  funções públicas  (Ofício Circular n.º 1 /IGAS/2009) e planeou‐se,  com  realização  efectiva  no  segundo  semestre  de  2009,  como  já  referido,  cinco workshops  sobre  o  novo  estatuto  disciplinar  (um  em  cada  região  de  saúde),  destinados  a dirigentes e juristas. 

Nos  quadros  seguintes,  dá‐se  conta  da  adesão,  por  parte  dos  destinatários,  aos  workshops realizados, bem  como do  cargo/nível de  responsabilidade dos participantes e da avaliação que estes fizeram dos workshops (tendo em conta, com expressão pelos mesmos, numa escala de 1 a 5, em questionário preparado para o efeito e entregue para resposta no final dos workshops, o agrado,  a  adequação  do  desenvolvimento  das  matérias  ao  nível  dos  conhecimentos  dos participantes, a correspondência às expectativas iniciais, a clareza da abordagem e a possibilidade de virem a aplicar os conhecimentos adquiridos). 

E, como se pode observar nos referidos quadros, registou‐se, no conjunto dos 5 workshop, uma taxa de adesão por serviços/estabelecimentos de cerca de 83,7%, em  termos de  inscrição para 

84    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

participação nos workshops e de 77%, em  termos de participação efectiva  (tendo por base um universo de 135 serviços/estabelecimentos  (ARS, agrupamentos de centros de saúde, hospitais, centros  hospitalares  e  unidades  locais  de  saúde),  sobressaindo  a  participação  de  profissionais com  responsabilidades  de  direcção/chefia  (50%  dos  participantes  efectivos)  e  uma  avaliação muito positiva dos workshops por parte dos profissionais que neles participaram – classificação média de 4,05, numa escala de 1 a 5. 

 

QUADRO 25 – NÚMERO DE INSCRITOS E NÚMERO DE PARTICIPANTES EFECTIVOS (COM DIREITO A CERTIFICADO), NOS WORKSHOPS REALIZADOS PELA IGAS, SOBRE O NOVO ESTATUTO DISCIPLINAR 

REGIÕES DE 

SAÚDE 

SERVIÇOS / ESTABELECIMENTOS  PROFISSIONAIS 

 Com  profissionaisinscritos 

Com participantesefectivos (com 

direito a certificado) 

Inscritos Participantes efectivos 

(com certificado) 

Norte  32  29  93  75 

Centro  34  33  90  73 

L V Tejo  36  31  89  65 

Alentejo  5  5  27  19 

Algarve  6  6  46  36 

TOTAL  113  104  345  268 

 

QUADRO 26 – DISTRIBUIÇÃO DOS PARTICIPANTES EFECTIVOS NOS WORKSHOPS, POR CARGO/NÍVEL DE RESPONSABILIDADE 

CARGO/NÍVEL DE RESPONSABILIDADE  NÚMERO DE PARTICIPANTES EFECTIVOS  % 

Direcção/Chefia  134  50% 

Técnico superior  124  46,27% 

Outro  10  3,73% 

TOTAL  268  100% 

 

QUADRO 27 – MÉDIA DAS AVALIAÇÕES DOS WORKSHOPS EFECTUADAS PELOS PARTICIPANTES (ESCALA DE 1 A 5) 

REGIÃO DE SAÚDE  NÚMERO DE QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS  MÉDIA DAS AVALIAÇÕES 

Norte  51  3,729 

Centro  58  4,128 

L V Tejo  61  4,089 

Alentejo  13  3,938 

Algarve  33  4,394 

TOTAL  216  4,052 

 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 85

 

3.6.2. AUDITORIAS DISCIPLINARES 

Fazendo um esforço no sentido de prosseguir a realização de auditorias disciplinares, o que, tal como relativamente a acções de formação sobre o Estatuto Disciplinar, também não foi possível no ano de 2008 (atentas as prioridades então estabelecidas), a IGAS, como já referido, realizou em  2009  auditorias  disciplinares  em  4  estabelecimentos  hospitalares,  as  quais  foram consideradas  muito  úteis  e,  como  se  pode  observar  no  quadro  seguinte,  com  grande receptividade  no  tocante  às  recomendações  formuladas  na  sequência  daquelas  auditorias, tendo‐se alcançado uma taxa de implementação das recomendações superior a 70%.

Conforme ficara estabelecido no QUAR da IGAS, como um dos objectivos para 2009, pretendia‐se  efectuar  auditorias  disciplinares  nos  três  estabelecimentos  hospitalares  que,  em  2008, tivessem  apresentado maior  número  de  reclamações  e  ainda  não  tivessem  sido  objecto  de auditoria  disciplinar.  Neste  sentido,  de  entre  os  estabelecimentos  hospitalares  com  maior representatividade  de  reclamações  em  2008  (número  de  reclamações  versus  actividade assistencial  desenvolvida)  e  que  ainda  não  haviam  sido  auditados  disciplinarmente,  nem figuravam entre os previstos para efeitos de outras acções programadas pela  IGAS para 2009, constavam: o Hospital de N.ª Sr.ª da Conceição de Valongo (2,21‰), o Centro Hospitalar do Médio Ave, EPE (2,06‰) e a Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE (2,00‰). Logrando-se realizar ainda uma quarta auditoria disciplinar, seleccionou-se também, por ordem de representatividade de reclamações, o Hospital do Litoral Alentejano (1,87‰).

QUADRO 28 – AUDITORIAS DISCIPLINARES EFECTUADAS, RECOMENDAÇÕES E MEDIDAS IMPLEMENTADAS 

ESTABELECIMENTOS  AUDITADOS 

RECOMENDAÇÕES.FORMULADAS 

MEDIDAS IMPLEMENTADAS 

Centro Hospitalar do Médio Ave, EPE 

13  − Todas implementadas 

Hospital do Litoral Alentejano  12 − Objecções compreensíveis quanto a uma das recomendações e implementadas as demais 

H. de N.ª Sr.ª da Conceição de Valongo 

16 − 4 implementadas − 1 difícil de implementar − Propósito de implementar as demais 

Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE 

7 − 6 implementadas − 1 a aguardar data própria 

TOTAL  48 − 34 implementadas (taxa de implementação superior a 70%) 

 3.6.3. ACÇÃO DISCIPLINAR 

Tendo o exercício da acção disciplinar como objectivo, essencialmente, a reposição da disciplina e a  reafirmação dos valores que  lhe estão  subjacentes –  indispensáveis ao  funcionamento de qualquer organização e mesmo ao desenvolvimento de qualquer actividade – a  IGAS, de uma forma proactiva, continuou a pautar a sua  intervenção neste domínio por uma actuação, além de  correctiva,  sobretudo  preventiva  e,  com  salvaguarda  daquelas  em  que  a  IGAS  tinha competência  instrutória  exclusiva ou  que  se  relacionasse  com  eventuais  indiciadas  infracções muito  graves  (fraude,  corrupção  ou  actuação  assistencial  negligente  com morte  ou  sequelas graves), remetendo as situações para os responsáveis dos próprios organismos, para efeitos dos procedimentos adequados, por lhes competir a eles, em primeira linha, o respectivo exercício do poder disciplinar. 

86    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

Conforme se pode observar no quadro seguinte, e apesar da escassez dos meios humanos que foi possível afectar a esta vertente de actuação da IGAS, foi notório o esforço desenvolvido em 2009, em termos de processos de natureza disciplinar e pré‐disciplinar instruídos. 

QUADRO 29 – MOVIMENTO PROCESSUAL RELATIVO À ACÇÃO DISCIPLINAR - 2009

TIPO DE PROCESSO  NÚMERO DE PROCESSOS

Processos de natureza pré‐disciplinar 101Processos de Inquérito 187Processos disciplinares 131

Total 419 

E, no âmbito da actividade instrutória desenvolvida, foi elaborado pelos respectivos instruto‐res  um  elevado  número  de  peças  processuais,  destacando‐se  pela  sua  importância  as                727 discriminadas no quadro seguinte. 

 

QUADRO 30 – PEÇAS PROCESSUAIS MAIS RELEVANTES - 2009

INFORMAÇÕES  PARECERES  QUESITAÇÕES ACUSAÇÕES RELATÓRIOS TOTAL 

182  74  89  58  324  727 

 

Por outro  lado, constituindo os processos, cujo objecto se prende com a assistência prestada, cerca de 50% dos processos de natureza disciplinar movimentados na Inspecção‐Geral, e sendo a prova nos  referidos processos de natureza eminentemente  técnico‐científica, a  IGAS  recorreu, na sua instrução, à intervenção, não só de um assessor médico, como também de peritos médi‐cos de diversas especialidades, assumindo esta actividade pericial uma importância crucial, quer pelo elevado volume de trabalho que representou (selecção dos elementos a apreciar, elabora‐ção de histórias clínicas, formulação de quesitos, emissão de pareceres, prestação de esclareci‐mentos  complementares,  etc.),  quer  pelo  papel  determinante  de  tais  pareceres  nas  decisões finais proferidas nos processos. 

Nos quadros seguintes, dá‐se conta da actividade pericial desenvolvida no âmbito da acção dis‐ciplinar,  em  termos,  respectivamente,  de  número  total  de  pareceres  periciais  emitidos  e  de pareceres emitidos por médicos peritos das várias especialidades médicas, quanto a estes, com repartição por especialidade. 

QUADRO 31 – MOVIMENTO DA ACTIVIDADE PERICIAL DA IGAS - 2009

ORIGEM DOS PARECERES N.º DE PARECERES Pareceres Médicos a cargo do Assessor Médico da IGAS  94Peritagens Médicas de Especialidades (peritos externos) 52

Total 146

QUADRO 32 – PERITAGENS MÉDICAS REALIZADAS POR PERITOS EXTERNOS (POR ESPECIALIDADE) - 2009

ESPECIALIDADES N.º DE PERITAGENSAnestesiologia  2 3,85 %Cardiologia  1 1,92 %Cirurgia Geral  4 7,69 %Cirurgia Maxilo‐Facial 1 1,92 %Cirurgia Plástica  1 1,92 %Endocrinologia  1 1,92 %

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 87

 

ESPECIALIDADES N.º DE PERITAGENS Estomatologia  2 3,85 %Farmacologia  1 1,92 %Gastroenterologia 3 5,77 %Ginecologia/Obstetrícia 5 9,62 %Medicina Interna 13 25,00 %Nefrologia  1 1,92 %Neurologia  2 3,85 %Oftalmologia  1 1,92 %Ortopedia  9 17,31 %Otorrinolaringologia 1 1,92 %Pedopsiquiatria  1 1,92 %Pneumologia  2 3,85 %Radiologia  1 1,92 %

Total 52 100,00 %  

Ainda associado à acção disciplinar desenvolvida, salienta‐se, pela sua importância, o relaciona‐mento, neste domínio, com os Serviços do Ministério Público, os DIAP, Tribunais e Ordens Pro‐fissionais (especialmente a dos Médicos e a dos Enfermeiros), seja por motivo das participações efectuadas pela IGAS àquelas entidades ou efectuadas pelas mesmas à IGAS, seja pela colabora‐ção  reciprocamente  prestada,  em  termos  de  facultação  de  peças  processuais,  depoimentos prestados, peritagens realizadas, etc.. 

Apresenta‐se, no quadro seguinte, os números relativos aos actos mais  importantes no âmbito do referido relacionamento. 

 

QUADRO 33 – ACTOS MAIS RELEVANTES NO RELACIONAMENTO COM O MP, TRIBUNAIS E ORDENS PROFISSIONAIS - 2009

COMUNICAÇÕES DA IGAS AO MP E TRIBU‐

NAIS 

COMUNICAÇÕES DO MP E TRIBUNAIS À 

IGAS 

COMUNICAÇÕES DA IGAS A ORDENS PROFIS‐

SIONAIS 

COMUNICAÇÕES DE ORDENS PROFISSIONAIS 

À IGAS 

PROCESSOS COM DEPOI‐MENTOS DE INSPECTORES A PEDIDO DOS TRIBUNAIS 

TOTAL

38  51  132  151  17  389 

 

No  ano  de  2009,  foram  aplicadas  no  âmbito  da  acção  disciplinar  desenvolvida  pela  IGAS  21 penas disciplinares  (14 delas, de  repreensão escrita – uma pena que, para além de ser a mais adequada para as  infracções menos graves, era possível ser aplicada sem dependência de pro‐cesso disciplinar prévio, nos termos do artigo 28.º do Estatuto Disciplinar, aprovado pela Lei n.º 58/2008, de 9 de Setembro). 

Anote‐se que não se inclui neste número as penas disciplinares eventualmente aplicadas pelos gestores dos próprios estabelecimentos e  serviços, na  sequência de expediente que  lhes  foi remetido pela IGAS para os procedimentos adequados. 

 

 

 

 

 

QUADRO 34 – PENAS DISCIPLINARES APLICADAS PELA IGAS, POR TIPO DE ILÍCITO - 2009

Penas  

Tipo de  ilícito 

Demissão Suspensão MultaRepreensão 

escrita TOTAL  % 

Deficiente actuação assistencial  ‐ 1 1 4 6  28,57%

Falta de assiduidade  ‐  1  ‐  ‐  1  4,76% 

Apropriação, Furto ou Recebimento indevido de dinheiros 

1(*)  3  ‐  ‐  4  19,05 

Aproveitamento abusivo de benefícios/viagens, proporcinados pela 

Indústria Farmacêutica ‐  ‐  ‐  9  9  42,86 

Violação de outros deveres gerais  ‐ ‐ ‐ 1 1  4,76TOTAL  1 5 1 14 21  100,00%  4,76 23,81 4,76 66,67 100,00   

(*) – Pena aplicada pelo próprio órgão de gestão do organismo a que o arguido pertencia (artigo 14.º, n.º 2, do E.D.), na sequência de processo disciplinar instruído pela IGAS. 

 

3.7.  GABINETE DO CIDADÃO /LIVRO DE RECLAMAÇÕES 

A  Inspecção‐Geral  das  Actividades  em  Saúde  (IGAS)  tem  devotado  a  melhor  atenção  à participação dos utentes através da análise das reclamações recolhidas pelo Gabinete do Utente, incluindo  as  do  Livro  de  Reclamações,  bem  como  das manifestações  de  reconhecimento  do desempenho  dos  profissionais  (elogios),  nas  várias  instituições  do  Serviço Nacional  de  Saúde (SNS).  

Pelo  terceiro  ano  consecutivo,  funcionou  o  Sistema  de Gestão  das  Sugestões  e  Reclamações (SGSR) SIM‐Cidadão8,  mas por motivos técnicos o sistema  foi suspenso no decurso do mês de Novembro de 2009. A operacionalidade do  sistema  apenas  foi  retomada em Março de 2010,  tendo  o  acesso  ao  mesmo  passado  a  revelar‐se  mais  difícil,  justificando‐se  uma  análise  e resolução  deste  problema  por  parte  da DGS,  assim  como  a  revisão  e  ajustamento  de  alguns critérios relativos ao registo das exposições. 

Os  resultados apresentados neste  relatório  tiveram, assim, por base um  inquérito nacional às reclamações dos utentes do SNS, ocorridas no ano de 2009, realizado pela IGAS. 

Como principais conclusões, em função dos resultados apurados, aponta‐se o seguinte: 

− Em  2009,  verificou‐se  um  aumento  global  das  reclamações  apresentadas  nos estabelecimentos hospitalares e nos  serviços afectos à prestação de  cuidados de  saúde primários que se encontram na dependência das ARS, sendo que a diminuição registada na  ARS  do  Centro,  IP,  parece  ser  uma  consequência  da  reorganização  territorial,  que implicou  a  transferência  de  serviços  e  estabelecimentos  para  a  área  de  influência  de outras ARS; 

− No total das 52.779 reclamações, cerca de 20% não foram registadas no SGSR, a maioria das quais (11%) referentes aos estabelecimentos hospitalares; 

                                                            8 O  SIM‐Cidadão  assenta  num modelo  descentralizado  que  confere  ao Gabinete  do Utente,  criado  pelo  despacho  n.º  26/86,  da Ministra  da  Saúde,  de  30  de  Junho,  a  responsabilidade  pela  análise,  tratamento,  proposta  de  resolução  e  resposta  a  todas  as exposições dos utentes do Serviço Nacional de Saúde, facultando à tutela a obtenção de indicadores de gestão relacionados com o grau de satisfação dos cidadãos e, consequentemente, com o funcionamento dos serviços. A partir de 1/1/2009, com a entrada em vigor do Decreto‐Lei n.º 234/2008, de 2 de Dezembro,  foram  transferidas para a DGS as  competências atribuídas à ACSS,  IP em matéria de qualidade, tendo passado para aquela Direcção‐Geral a gestão do SGSR. 

88    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 89

 

− No  total  das  reclamações,  62%  das  mesmas  foram  efectuadas  nos  estabelecimentos hospitalares, no entanto foi igualmente nestas entidades que se registou o maior número de exposições de conteúdo elogioso (88%); 

− No pressuposto de que as  reclamações de que  foram alvo os  serviços de  saúde devem relativizar‐se em função da actividade por aqueles  realizada, foi determinado o peso das reclamações no total da actividade assistencial, concluindo‐se que a taxa de reclamações (permilagem) foi de 1,66‰ nos estabelecimentos hospitalares e de 0,52 ‰ nos cuidados de saúde primários (vg. ACES); 

− Comparativamente  com  a  correspondente  actividade  assistencial, os números  totais de reclamações  por  instituição  hospitalar  afiguram‐se  expressivos  (iguais  ou  superiores  a 2,5‰) em 13% do total das unidades ou estabelecimentos hospitalares analisados, tendo‐se  verificado,  ainda,  que  a  referida  taxa  aumentou,  em  2009,  em  33  entidades hospitalares relativamente ao ano anterior; 

− No que se refere à tipologia, a situação manteve‐se idêntica à registada no ano anterior9, na medida em que os dados  globais demonstram que o problema de nível 1 que mais reclamações motivou  foi  a  “Prestação  de  Cuidados  de  Saúde”  (24.701  (53,22%))  e,  no âmbito deste, foi sobretudo o “Tempo de Espera para a Prestação de Cuidados de Saúde” (nível 2) (14.291 (32,15%)) que esteve na origem das reclamações, embora no âmbito dos serviços afectos aos  cuidados de  saúde primários, das  regiões do Norte, Centro,    LVT e Alentejo a maior percentagem de reclamações motivadas pela prestação de cuidados de saúde estivesse associada a situações de “Doentes sem Cuidados” (nível 2)10 e no Algarve a “Tempo de Espera para Cuidados de Saúde”; 

− De  igual  modo,  à  semelhança  do  verificado  no  passado,  a  área  alvo  do  maior número  de  reclamações  nas  instituições  hospitalares  foi  o  Serviço  de  Urgência (56%),  enquanto  que,  nos  Centros  de  Saúde,  foi  a  área  das  consultas  médicas (45%)11; 

− O padrão também se mantém no que se refere ao grupo profissional sobre o qual recaiu, em 2009, o maior número de reclamações, o dos médicos surge em primeiro lugar (48%)12, sendo também este o alvo do maior número de elogios (30%)13; 

− E,  com  24%  de  reclamações,  surgem  as  Direcções/Chefias  (enquanto representantes  das  estruturas  organizacionais),  seguidos  dos  assistentes  técnicos (11%), dos enfermeiros (8%) e, em termos de elogios, surgem os enfermeiros (24%), seguidos dos auxiliares de acção médica  (17%), os assistentes  técnicos  (12%) e as Direcções/Chefias (9%); 

− Finalmente, na  linha do concluído em anos anteriores é nossa convicção de que o aumento  das  reclamações  não  traduz  necessariamente  uma  diminuição  da qualidade do funcionamento de alguns serviços, mas pode traduzir a forma como os Gabinetes  do  Utente/Cidadão  têm  incentivado  e  valorizado  a  participação  do cidadão  na  melhoria  do  funcionamento  dos  serviços;  dado  que  a  maioria  das 

                                                            9 Os dados apurados no inquérito são, apenas, relativizados em função da situação do Centro Hospitalar do Porto, E.P.E;  do Centro Hospitalar do Alto Ave, E.P.E.; do Hospital Garcia da Orta, E.P.E., e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E., os quais, apesar de  terem  indicado o número  total de  reclamações, não  conseguiram efectuar a  repartição das  reclamações por  tipologia, situação originada pela suspensão do SGSR a par do elevado número de reclamações. 10 O que, tratando‐se de cuidados de saúde primários, se prende, sobretudo, com situações de utentes sem médico de família. 11 A conclusão retirada das respostas não contempla a situação das seguintes entidades: Centro Hospitalar do Porto, E.P.E., Hospital Garcia de Orta, E.P.E., Almada e Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E.. 12 A conclusão não  inclui, por ausência de  resposta a esta questão apenas, as  reclamações apresentados nos 4 estabelecimentos referenciados nas notas anteriores, bem como o Centro Hospitalar de Cascais (HPP Cascais). 13 Não conseguiram desagregar o número total de elogios por grupo profissional, as seguintes entidades: Centro Hospitalar do Alto Ave, E.P.E.  (Unidade de Fafe); Centro Hospitalar de Cascais  (HPP Cascais); Hospital Garcia da Orta, E.P.E. e Hospital Professor Dr. Fernando da Fonseca, E.P.E., Amadora/Sintra. 

reclamações  estão  relacionadas  com  problemas  estruturais  ligados  à  organização dos serviços e aos recursos disponíveis, não afectando o mérito e o profissionalismo da generalidade dos profissionais da Saúde. 

 

PROVENIÊNCIA E TAXAS DAS RECLAMAÇÕES 

Apresenta‐se, nos quadros e gráficos seguintes, os resultados no triénio (2007 – 2009) sobre o número  de  reclamações  e  respectiva  proveniência,  bem  como  relativamente  às  taxas  de reclamação, no ano de 2009, nos actuais ACES, nos observatórios de apoio ao SGSR/ARS e nos hospitais. 

 

PROVENIÊNCIA DAS RECLAMAÇÕES  

QUADRO 35 – PROVENIÊNCIA DAS RECLAMAÇÕES POR REGIÃO DE SAÚDE (2007-2009)

Região de Saúde  Hospitais  ARS  TOTAL 

   2007  2008  2009  2007  2008  2009  2007  2008  2009 

Norte  7.377  8.879  11.142 3.807 4.429 6.357 11.184 13.308  17.499 

Centro  4.537  4.643  3.305 2.022 2.394 2.079 6.559 7.037  5.384 

Lisboa e Vale do Tejo  11.794  14.019  15.530 6.283 7.687 9.164 18.077 21.706  24.694 

Alentejo   659  813  1.110 509 487 891 1.168 1.300  2.001 

Algarve  1.781  1.600  1.652 883 1.463 1.549 2.664 3.063  3.201 

TOTAL  26.148  29.954  32.739 13.504 16.460 20.040 39.652 46.414  52.779 

 

GRÁFICO 29 – TOTAL DE RECLAMAÇÕES NO SNS, NO ÚLTIMO TRIÉNIO

0

20.000

40.000

60.000

20072008

2009

39.65246.414

52.779

TOTAL

 

 

 

 

90    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 91

 

GRÁFICO 30 – TOTAL DE RECLAMAÇÕES POR REGIÃO DE SAÚDE (2007-2009)

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

Norte Centro Lisboa e Vale do Tejo

Alentejo  Algarve

2007 2008 2009

 

TAXAS DE RECLAMAÇÕES 

 

QUADRO 36 – ‰ ACTIVIDADE ASSISTENCIAL /RECLAMAÇÕES – ARS (CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS) – 2009

ARS  TAA  TR  ‰  TDOU  TRU  ‰  TCM  TRCM  ‰ 

Algarve  1.390.604  1.549  1,11 324.151  625  1,93 1.065.176  650  0,61

LVT  11.861.817  9.164  0,77 1.375.996 525  0,38 10.446.359  2.146  0,21

Centro  5.426.232  2.079  0,38 1.193.697 472  0,40 4.209.649  968  0,23

Norte  17.331.118  6.357  0,37 2.069.726 901  0,44 15.157.774  2.633  0,17

Alentejo  2.485.148  891  0,36 564.703  214  0,38 1.865.175  326  0,17

Totais ‐ 2009  38.494.919  20.040 0,52 5.528.273 2.737 0,50 32.744.133  6.723  0,21

Legenda: TAA ‐ Total da Actividade Assistencial; TR ‐ Total de Reclamações; TDOU ‐ Total de Doentes Observados na Urgência; TRU ‐ Total de Reclamações à Urgência; TCM ‐ Total de Consultas Médicas; TRCM ‐ Total de Reclamações à Consulta Médica;  ‰ Peso das reclamações face à actividade assistencial considerada (taxa de reclamações ‐ permilagem); 

  

 

92    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

QUADRO 37 – ‰ ACTIVIDADE ASSISTENCIAL/RECLAMAÇÕES – HOSPITAIS – 2009

Instituições Hospitalares 

TAA  TR  ‰  TDOSU  TRSU  ‰  TCE  TRCE  ‰  TDS  TRI  ‰ 

• Hospital Garcia de Orta, E.P.E. ‐ Almada 

481.725  2037  4,23  161.134  ‐  ‐  259.600  ‐  ‐  22.336  ‐  ‐ 

• Centro Hospitalar Médio Ave, E.P.E. 

316.344  1049  3,32  128.614  832  6,47 158.805  135  0,85  15.067  37  2,46 

• Hospital Reynaldo dos Santos ‐ Vila Franca de Xira 

190.471  605  3,18  110.571  484  4,38 66.194  38  0,57  9.801  32  3,26 

• Centro Hospitalar de  Setúbal, E.P.E. 

411.013  1127  2,74  135.259  823  6,08 217.574  169  0,78  16.133  33  2,05 

• Hospital Nossa Senhora da Conceição ‐ Valongo 

95.041  252  2,65  63.767  194  3,04 28.839  6  0,21  1542  31  20,10

• Hospital do Montijo (Centro Hospitalar Barreiro Montijo, E.P.E.) 

61.865  158  2,55  43.838  137  3,13 16.131  4  0,25  1.623  5  3,08 

• Hospital Pedro Hispano (ULS de Matosinhos, E.P.E. ) 

378.396  958  2,53  103.934  555  5,34 239.283  104  0,43  16.373  9  0,55 

• Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E. P. E . 

300.306  758  2,52  131.755  ‐  ‐  112.035  ‐  ‐  12.465  ‐  ‐ 

• Hospital Santa Maria, E.P.E.  (Centro Hospitalar Lisboa Norte, E.P.E.) 

1.041.527  2619  2,51  286.430  840  2,93 632.268  741  1,17  38.867  125  3,22 

• Centro Hospitalar de Cascais (HPP ‐ Cascais) 

203.197  501  2,47  114.851  311  2,71 71.790  25  0,35  10.991  ‐   ‐ 

• Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, E.P.E. ‐ Amadora / Sintra 

595.648  1441  2,42  250.357  1064  4,25 266.601  193  0,72  40.321  200  4,96 

• Centro Hospitalar do  Porto, E.P.E. 

611.396  1444  2,36  131.032  ‐  ‐  413.136  ‐  ‐  22.939  ‐  ‐ 

• Maternidade Dr. Alfredo da Costa 

121.688  273  2,24  32.171  80  2,49 70.102  112  1,60  12.989  19  1,46 

• Centro Hospitalar das Caldas da Rainha (Centro Hospitalar do Oeste Norte) 

185.967  417  2,24  86.891  332  3,82 82.716  50  0,60  8.549  10  1,17 

• Hospital de Faro E.P.E. 

414.445  894  2,16  145.462  476  3,27 211.589  128  0,60  19.966  110  5,51 

• Centro Hospitalar Lisboa Ocidental , E.P.E. 

693.885  1472  2,12  183.270  702  3,83 439.181  276  0,63  29.559  121  4,09 

• H. S. Sebastião, E.P.E. ‐ Santa Maria da Feira (CH de Entre o Douro e o Vouga, E.P.E) 

421.753  799  1,89  154.480  714  4,62 224.316  131  0,58  19.740  58  2,94 

• Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E. 

682.662  1286  1,88  180.635  750  4,15 424.698  300  0,71  25.656  96  3,74 

• Hospital do Litoral Alentejano ‐ Santiago do Cacém, E.P.E 

128.252  240  1,87  56.376  149  2,64 60.045  39  0,65  4.852  14  2,89 

• Centro Hospitalar Médio Tejo, E.P.E 

420.135  759  1,81  198.529  429  2,16 181.935  74  0,41  17.970  84  4,67 

• H. Nossa Senhora do Rosário, E.P.E. ‐ Barreiro  (CH Barreiro Montijo, E.P.E.) 

388.944  701  1,80  139.729  487  3,49 169.138  53  0,31  13.348  24  1,80 

• Hospital Curry Cabral 

315.537  543  1,72  99.281  258  2,60 175.132  114  0,65  13.623  44  3,23 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 93

 

Instituições Hospitalares

TAA  TR  ‰  TDOSU  TRSU  ‰  TCE  TRCE  ‰  TDS  TRI  ‰ 

• Centro Hospitalar Lisboa Zona Central, E.P.E 

924.826  1558  1,68 251.906  787  3,12 579.943  497  0,86  39.248  110  2,80 

• Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, E.P.E 

494.977  797  1,61 189.976  472  2,48 236.171  86  0,36  27.443  42  1,53 

• Centro Hospitalar do Alto  Ave, E.P.E 

444.866  678  1,52 157.253  467  2,97 238.566  67  0,28  23.148  30  1,30 

• Hospital Pulido Valente, E.P.E. (Centro Hospitalar Lisboa Norte, E.P.E) 

184.030  276  1,50  ‐    ‐    ‐  147.892  119  0,80  11.364  41  3,61 

• Hospital Santo André, E.P.E. ‐ Leiria 

377.442  564  1,49 153.162  241  1,57 189.998  66  0,35  20.392  58  2,84 

• Hospital do Espírito Santo ‐ Évora, E.P.E. 

300.367  442  1,47 76.310  254  3,33 177.166  78  0,44  13.563  51  3,76 

• Hospital Santa Maria Maior, E.P.E. ‐ Barcelos 

178.364  261  1,46 88.876  139  1,56 77.937  24  0,31  5.208  9  1,73 

• Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 

98.968  135  1,36  ‐    ‐   ‐   82.630  79  0,96  2.932  30  10,23

• Centro Hospitalar do Alto Minho, E.P.E. (ULS Alto Minho, E.P.E.) 

373.445  509  1,36 136.708  263  1,92 194.275  134  0,69  21.580  52  2,41 

• Centro Hospitalar de Torres Vedras 

188.499  256  1,36 91.450  172  1,88 77.519  45  0,58  9.219  22  2,39 

• Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde 

176.181  237  1,35 84.654  196  2,32 81.986  17  0,21  7.243  11  1,52 

• Hospital Bernardino Lopes de Oliveira ‐ Alcobaça (Centro Hospitalar do Oeste Norte) 

53.960  70  1,30 37.460  63  1,68 14.116  2  0,14  1.620  3  1,85 

• Hospital Infante D. Pedro, E.P.E. ‐ Aveiro 

347.377  442  1,27 143.397  300  2,09 173.680  36  0,21  18.161  30  1,65 

• Hospital Distrital de Santarém, E.P.E.  

309.463  376  1,22 125.819  203  1,61 143.150  61  0,43  16.791  37  2,20 

• Hospital S. João, E.P.E. ‐ Porto 

1.118.836  1336  1,19 266.417  741  2,78 671.949  388  0,58  42.990  125  2,91 

• Centro Hospitalar do Baixo Alentejano, E.P.E. (ULS Baixo Alentejo, E.P.E.) 

179.505  208  1,16 67.161  105  1,56 93.520  39  0,42  8.889  30  3,37 

• Hospital S. Miguel ‐ Oliveira de Azeméis (Centro Hospitalar de Entre o Douro e o Vouga, E.P.E.) 

73.419  84  1,14 43.042  75  1,74 24.501  3  0,12  1.678  6  3,58 

• Hospital S. Marcos ‐ Braga 

482.407  526  1,09 185.473  255  1,37 236.266  75  0,32  26.161  80  3,06 

• Unidades Hospitalares (ULS do Norte Alentejano, E.P.E.) 

207.439  220  1,06 83.823  113  1,35 95.691  34  0,36  18.543  21  1,13 

• Centro Hospitalar  Trás‐os‐Montes e Alto Douro, E.P.E. 

496.405  521  1,05 196.874  278  1,41 218.469  67  0,31  27.361  85  3,11 

• Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E.  

277.051  270  0,97 90.726  142  1,57 154.863  43  0,28  12.994  56  4,31 

• Hospital Distrital de Pombal 

66.346  62  0,93 40.758  42  1,03 21.870  1  0,05  1.832  3  1,64 

• Hospitais Universidade de Coimbra, E.P.E. 

791.268  683  0,86 166.197  245  1,47 529.429  227  0,43  46.035  106  2,30 

94    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

Instituições Hospitalares

TAA  TR  ‰  TDOSU  TRSU  ‰  TCE  TRCE  ‰  TDS  TRI  ‰ 

• Hospital Amato Lusitano ‐ Castelo Branco (ULS de Castelo Branco, E.P.E.) 

186.789  161  0,86  76.912  100  1,30 82.951  27  0,33  9.558  5  0,52 

• Hospital Sousa Martins ‐ Guarda (ULS da Guarda, E.P.E.) 

155.113  120  0,77  65.537  80  1,22 75.454  20  0,27  10.609  20  1,89 

• Hospital S. Teotónio, E.P.E. ‐ Viseu 

458.907  351  0,76  152.004  199  1,31 208.274  41  0,20  25.202  99  3,93 

• Hospital Cândido de Figueiredo ‐ Tondela 

47.479  35  0,74  32.686  29  0,89 13.514  1  0,07  1.005  3  2,99 

• Hospital Distrital de Águeda 

79.962  57  0,71  46.579  44  0,94 27.389  9  0,33  3.508  1  0,29 

• Hospital Visconde de Salreu ‐ Estarreja 

14.697  10  0,68  ‐  ‐  ‐  12.485  ‐  ‐  1.174   ‐    ‐  

• Centro Hospitalar de Coimbra, E.P.E 

482.504  322  0,67  139.054  147  1,06 272.012  62  0,23  24.158  67  2,77 

• Hospital Distrital de S. João da Madeira (Centro Hospitalar de Entre o Douro e o Vouga, E.P.E.) 

79.811  52  0,65  ‐  ‐  ‐  76.018  50  0,66  1.845  4  2,17 

• Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E 

240.388  152  0,63  88.618  100  1,13 119.565  25  0,21  15.359  14  0,91 

• Hospital S. Pedro Gonçalves Telmo ‐ Peniche (Centro Hospitalar do Oeste Norte) 

52.567  30  0,57  41.660  27  0,65 9.957  ‐  ‐  812  1  1,23 

• Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, E.P.E. 

276.952  156  0,56   ‐   ‐   ‐  220.592  30  0,14  12.169  10  0,82 

• Hospital Dr. Francisco Zagalo ‐ Ovar 

33.070  18  0,54   ‐   ‐    ‐   30.738  3  0,10  1.160  2  1,72 

• Hospital Arcebispo João Crisóstomo ‐ Cantanhede 

19.795  10  0,51   ‐  ‐   ‐   17.488  7  0,40  409  2  4,89 

• Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, E.P.E. 

151.369  76  0,50   ‐    ‐   ‐  125.360  54  0,43  6.477  11  1,70 

• Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto 

49.334  24  0,49   ‐    ‐    ‐   45.613  7  0,15  574  ‐  ‐ 

• Hospital Nossa Senhora da Assunção ‐ Seia (ULS da Guarda, E.P.E.) 

68.397  33  0,48  35.523  22  0,62 26.206  11  0,42  669  2  2,99 

• Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. 

328.402  152  0,46  9.327  23  2,47 241.946  40  0,17  11.285  24  2,13 

• Hospital Distrital da Figueira da Foz, E.P.E. 

184.789  76  0,41  75.356  32  0,42 92.622  5  0,05  5.500  8  1,45 

• Hospital de Magalhães Lemos, E.P.E. 

62.579  25  0,40   ‐    ‐    ‐   44.099  6  0,14  2.928  13  4,44 

• Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra 

38.126  11  0,29   ‐    ‐    ‐   32.936  8  0,24  1.813  3  1,65 

• Hospital José Luciano de Castro ‐ Anadia 

15.868  4  0,25  ‐  ‐  ‐  14.582  3  0,21  950  ‐  ‐ 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 95

 

Instituições Hospitalares

TAA  TR  ‰  TDOSU  TRSU  ‰  TCE  TRCE  ‰  TDS  TRI  ‰ 

• Hospital Joaquim Urbano 

118.915  20  0,17  ‐    ‐   ‐  32.436  8  0,25  639  4  6,26 

• Centro Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais 

2.602  ‐  ‐   ‐    ‐    ‐   2.431   ‐    ‐  171   ‐   ‐ 

Total  19.754.053  32.739  1,66 6.379.064 15.973 2,50 10.807.363 5.297 0,49  917.079  2.383 2,60 

Legenda: TAA  ‐ Total da Actividade Assistencial; TR  ‐ Total de Reclamações; TDOSU  ‐ Total de Doentes Observados no Serviço de Urgência; TRSU ‐ Total de Reclamações no Serviço de Urgência; TCE ‐ Total de Consultas Externas; TRCE ‐ Total de Reclamações na Consulta Externa; TDS  ‐ Total de Doentes Saídos; TRI  ‐ Total de Reclamações no  Internamento; ‰  ‐ Peso das  reclamações  face à actividade assistencial considerada (taxa de reclamações ‐ permilagem). 

QUADRO 38 – ‰ ACTIVIDADE ASSISTENCIAL/RECLAMAÇÕES – HOSPITAIS – NO ÚLTIMO TRIÉNIO

   2007  2008  2009 

Instituições Hospitalares  TAA  TR  ‰  TAA  TR  ‰  TAA  TR  ‰ 

• Centro Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais 

1.836  6  3,27 1.983  5  2,52  2.602   ‐ ‐

• Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E. P. E . 

277.406  872  3,14 283.166  763  2,69  300.306  758 2,52

• Hospital Garcia de Orta, E.P.E. ‐ Almada  453.813  1266  2,79 473.332  2018  4,26  481.725  2.037 4,23

• Hospital Central de Faro  350.646  909  2,59 400.124  837  2,09  414.445  894 2,16

•  Hospital  Santa  Maria,  E.P.E.  (Centro Hospitalar Lisboa Norte, E.P.E) 

876.506  2080  2,37 979.366  2284  2,33  1.041.527  2.619 2,51

• Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.  370.753  843  2,27 387.573  1089  2,81  411.013  1.127 2,74

• Hospital Reynaldo dos Santos  ‐ Vila Franca de Xira 

202.579  454  2,24 203.823  751  3,68  190.471  605 3,18

•  Hospital  Pulido  Valente,  E.P.E.  (Centro Hospitalar Lisboa Norte, E.P.E) 

171.264  363  2,12 182.897  334  1,83  184.030  276 1,50

• Maternidade Dr. Alfredo da Costa  113.354  226  1,99 117.119  302  2,58  121.688  273 2,24

• Centro Hospitalar Lisboa Ocidental , E.P.E.  659.469  1285  1,95 699.027  1401  2,00  693.885  1.472 2,12

•    Hospital  Pedro  Hispano  (ULS  de Matosinhos, E.P.E.) 

380.440  730  1,92 405.749  810  2,00  378.396  958 2,53

• Hospital S. Sebastião, E.P.E. ‐ Santa Maria da Feira (Centro Hospitalar de Entre o Douro e o Vouga, E.P.E:) 

419.866  804  1,91 424.106  643  1,52  421.753  799 1,89

•  Hospital  do  Montijo  (Centro  Hospitalar Barreiro Montijo, E.P.E) 

62.973  113  1,79 64.160  125  1,95  61.865  158 2,55

• Centro Hospitalar de Torres Vedras  184.259  330  1,79 186.532  296  1,59  188.499  256 1,36

•  Centro  Hospitalar  de  Vila  Nova  de Gaia/Espinho, E.P.E 

592.654  1029  1,74 632.175  1679  2,66  682.662  1.286 1,88

•  Hospital  Professor  Doutor  Fernando  da Fonseca ‐ Amadora / Sintra,  E.P.E 

555.086  963  1,73 551.927  1161  2,10  595.648  1.441 2,42

• Centro Hospitalar de Cascais (HPP ‐ Cascais)  208.157  359  1,72 214.139  202  0,94  203.197  501 2,47

•  Hospital  Bernardino  Lopes  de  Oliveira  ‐ Alcobaça (Centro Hospitalar Oeste Norte) 

59.938  102  1,70 57.646  85  1,47  53.960  70 1,30

• Hospital Infante D. Pedro, E.P.E. ‐ Aveiro  293.749  465  1,58 328.023  513  1,56  347.377  442 1,27

•  Hospital  Nossa  Senhora  da  Conceição  ‐ Valongo 

95.505  145  1,52 96.858  214  2,21  95.041  252 2,65

• Hospital Nossa Senhora do Rosário, E.P.E.  ‐ Barreiro  (Centro Hospitalar Barreiro Montijo, E.P.E) 

363.421  547  1,51 337.352  538  1,59  388.944  701 1,80

• Centro Hospitalar Médio Ave, E.P.E.  276.860  412  1,49 287.772  592  2,06  316.344  1.049 3,32

• Hospital Santo André, E.P.E. ‐ Leiria  337.514  492  1,46 364.257  592  1,63  377.442  564 1,49

• Hospital do Espírito Santo ‐ Évora, E.P.E.  246.057  346  1,41 284.476  410  1,44  300.367  442 1,47

• Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, E.P.E.  473.829  649  1,37 473.579  715  1,51  494.977  797 1,61

• Hospital Curry Cabral  314.063  428  1,36 307.759  613  1,99  315.537  543 1,72

•  Hospital  Santa  Maria  Maior,  E.P.E.  ‐ Barcelos 

148.236  201  1,36 156.659  193  1,23  178.364  261 1,46

96    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

   2007  2008  2009 

Instituições Hospitalares  TAA  TR  ‰  TAA  TR  ‰  TAA  TR  ‰ 

• Centro Hospitalar Lisboa Zona Central, E.P.E  1.024.810  1269  1,24 905.080  1.521  1,68 924.826  1.558  1,68

•  Centro  Hospitalar  Alto Minho,  E.P.E.  (ULS Alto Minho, E.P.E.) 

357.770  428  1,20 364.242  439  1,21 373.445  509  1,36

• Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa  123.236  144  1,17 98.387  136  1,38 98.968  135  1,36

• Centro Hospitalar do  Porto, E.P.E.  770.102  890  1,16 781.328  1.255  1,61 611.396  1.444  2,36

• Hospital Distrital de Santarém, E.P.E.   282.320  325  1,15 303.484  369  1,22 309.463  376  1,22

• Hospital S. João, E.P.E. ‐ Porto  923.323  1056  1,14 984.532  1.011  1,03 1.118.836  1.336  1,19

• Centro Hospitalar Médio Tejo, E.P.E  402.486  459  1,14 416.137  455  1,09 420.135  759  1,81

• Hospital Cândido de Figueiredo ‐ Tondela  50.247  57  1,13 50.790  53  1,04 47.479  35  0,74

•  Centro  Hospitalar  das  Caldas  da  Rainha (Centro Hospitalar Oeste Norte) 

160.808  182  1,13 172.947  274  1,58 185.967  417  2,24

•  Hospital  Sousa Martins  ‐  Guarda  (ULS  da Guarda, E.P.E.) 

151.943  165  1,09 152.794  144  0,94 155.113  120  0,77

• Centro Hospitalar de Coimbra, E.P.E  310.067  335  1,08 401.576  363  0,90 482.504  322  0,67

• Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde 

180.529  187  1,04 185.528  211  1,14 176.181  237  1,35

• Centro Hospitalar do Baixo Alentejo, E.P.E. (ULS Baixo Alentejo, E.P.E.) 

163.368  169  1,03 175.419  212  1,21 179.505  208  1,16

• Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E.   268.682  272  1,01 256.252  292  1,14 277.051  270  0,97

•  Unidades  Hospitalares  da  (ULS  do  Norte Alentejano, E.P.E.) 

144.334  144  1,00 195.772  191  0,98 207.439  220  1,06

• Centro Hospitalar do Alto  Ave, E.P.E.  411.135  407  0,99 415.877  442  1,06 444.866  678  1,52

• Hospital S. Marcos ‐ Braga  427.327  402  0,94 464.459  449  0,97 482.407  526  1,09

• Hospital do Litoral Alentejano ‐ Santiago do Cacém, E.P.E. 

292.895  262  0,89 112.817  211  1,87 128.252  240  1,87

• Hospitais Universidade de Coimbra  744.472  660  0,89 763.356  680  0,89 791.268  683  0,86

• Hospital Distrital de Águeda  77.406  67  0,87 83.743  66  0,79 79.962  57  0,71

•  Centro  Hospitalar    Trás‐os‐Montes  e  Alto Douro, E.P.E. 

500.560  410  0,82 488.284  513  1,05 496.405  521  1,05

• Hospital S. Teotónio, E.P.E. ‐ Viseu  404.522  328  0,81 432.362  328  0,76 458.907  351  0,76

• Hospital Dr. Francisco Zagalo ‐ Ovar  71.094  54  0,76 30.845  18  0,58 33.070  18  0,54

• Hospital Distrital de Pombal  66.328  48  0,72 63.918  57  0,89 66.346  62  0,93

•  Hospital  Distrital  de  S.  João  da  Madeira (Centro Hospitalar Entre o Douro e o Vouga, E.P.E.) 

87.452  62  0,71 79.830  77  0,96 79.811  52  0,65

• Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto  39.967  26  0,65 46.482  51  1,10 49.334  24  0,49

•  Hospital  Amato  Lusitano  ‐  Castelo  Branco (ULS de Castelo Branco, E.P.E.) 

184.200  118  0,64 178.550  161  0,90 186.789  161  0,86

• Hospital José Luciano de Castro ‐ Anadia  55.435  35  0,63 15.574  19  1,22 15.868  4  0,25

•  Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. 

250.593  154  0,61 252.228  162  0,64 328.402  152  0,46

•  Hospital  Arcebispo  João  Crisóstomo  ‐ Cantanhede 

53.192  30  0,56 14.829  3  0,20 19.795  10  0,51

• Hospital de Magalhães Lemos, E.P.E.  75.666  40  0,53 82.764  34  0,41 62.579  25  0,40

• Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E.  239.255  122  0,51 231.718  103  0,44 240.388  152  0,63

• Hospital Distrital da Figueira da Foz, E.P.E.  181.740  87  0,48 184.967  87  0,47 184.789  76  0,41

•  Hospital  S.  Pedro  Gonçalves  Telmo  ‐ Peniche (Centro Hospitalar Oeste Norte) 

53.504  25  0,47 55.782  23  0,41 52.567  30  0,57

•  Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, E.P.E. 

328.636  147  0,45 336.527  199  0,59 276.952  156  0,56

• Hospital Visconde de Salreu ‐ Estarreja  54.066  23  0,43 47.557  16  0,34 14.697  10  0,68

•  Instituto  Português  de  Oncologia  de Coimbra Francisco Gentil, E.P.E.  

144.710  56  0,39 149.577  48  0,32 151.369  76  0,50

• Hospital Nossa Senhora da Assunção  ‐ Seia (ULS Guarda, E.P.E.) 

73.503  22  0,30 73.438  16  0,22 68.397  33  0,48

•  Hospital  S.  Miguel  ‐  Oliveira  de  Azeméis (Centro Hospitalar Entre o Douro e o Vouga, E.P.E.) 

103.073  27  0,26 84.601  68  0,80 73.419  84  1,14

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 97

 

   2007  2008  2009 

Instituições Hospitalares  TAA  TR  ‰  TAA  TR  ‰  TAA  TR  ‰ 

• Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra  66.954  15  0,22 35.714  12  0,34  38.126  11 0,29

• Hospital Joaquim Urbano  100.312  20  0,20 106.937  20  0,19  118.915  20 0,17

Total  18.892.255 26.148 1,38 19.178.583 29.954 1,56  19.754.053  32.739 1,66

Legenda: TAA ‐ Total da Actividade Assistencial; TR ‐ Total de Reclamações;  ‰ ‐ Peso das reclamações face à actividade assistencial considerada (taxa de reclamações‐ pemilagem). 

 

REPARTIÇÃO  DAS  RECLAMAÇÕES  POR  TIPOLOGIA  (ASSUNTOS  VERSADOS),  POR  ÁREAS  FUNCIONAIS  E  POR GRUPOS PROFISSIONAIS VISADOS 

Nos  gráficos  seguintes  observa‐se  a  repartição  das  reclamações  apresentadas  em  2009,  por tipologia(problemas de nível  1  e   de nível  2), por  áreas  funcionais  e por  grupos profissionais visados. 

 

TIPOLOGIA DAS RECLAMAÇÕES 

Nos estabelecimentos hospitalares, o problema de nível 1 que mais  reclamações motivou, no ano de 2009,  foi a  “Prestação de Cuidados de Saúde”. Constatou‐se que 15.636  (53,54%) das reclamações apresentadas nos estabelecimentos foram motivadas por problemas deste nível. 

Analisando  os  problemas  elencados  no  nível  2  (por  desagregação  dos  agrupados  no  nível  1), nomeadamente,  o  “Tempo  de  Espera  para  Cuidados  de  Saúde”,  “Doentes  sem  Cuidados”  e “Cuidados Desadequados”,  observa‐se  que    “Tempo  de  Espera  para  Cuidados  de  Saúde”  é  a principal  motivação  das  reclamações  apresentadas  a  este  nível  nos  estabelecimentos hospitalares, concretamente com 11.011 (37, 71%) reclamações. 

Os dados apurados não contemplam, porém, a situação do Centro Hospitalar do Porto, E.P.E, do Centro Hospitalar do Alto Ave, E.P.E., do Hospital Garcia da Orta, E.P.E e do Centro Hospitalar do Barlavento  Algarvio,  E.P.E.,  em  virtude  destas  entidades  não  terem  conseguido  efectuar  o tratamento das  reclamações por área  funcional  (situação originada pela  suspensão do SGSR e pelo elevado número de reclamações), isto apesar de terem conseguido indicar o número total de reclamações de que foram alvo. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

GRÁFICOS 31 E 32 – PROBLEMAS DE NÍVEL I VISADOS NAS RECLAMAÇÕES – HOSPITAIS (TOTAL) – 2009

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

Norte Centro LVT Alentejo Algarve

N.º de Re

clam

açõe

s

Actos Administrativos de Gestão Prestação de Cuidados de SaúdeRelacionais/Comportamentais Infraestruturas /Amenidades  

 

 

25,92%

53,54%

13,80%6,73%

Actos Administrativos de Gestão Prestação de Cuidados de Saúde

Relacionais Comportamentais Infraestruturas e Amenidades

98    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 99

GRÁFICOS 33 E 34 – PROBLEMAS DE NÍVEL II VISADOS NAS RECLAMAÇÕES – HOSPITAIS (TOTAL) – 2009

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

Norte

Centro

LVT

Alentejo

Algarve

N.º de Reclamações

Cuidados Hoteleiros Instalações e EquipamentosAtendimento Cuidados DesadequadosDoentes sem Cuidados Tempo Espera para Cuidados SaúdeSistemas de Informação ProcedimentosLeis/Regras/Normas  

 

9,46%10,45%

6,01%

37,71%5,73%

10,11%

13,80%4,58% 2,15%

Leis/Regras/Normas ProcedimentosSistemas de Informação Tempo Espera Cuidados de SaúdeDoente sem Cuidados Cuidados DesadequadosAtendimento Instalações e EquipamentosCuidados Hoteleiros  

 

Tal como nos estabelecimentos hospitalares, também nos serviços responsáveis pela prestação de  cuidados de  saúde primários o problema  (de nível 1) que mais  reclamações motivou  foi a “Prestação de Cuidados de Saúde”, com 9.065 (52,68%) reclamações. Mas no que respeita aos problemas de nível 2,   o que mais  reclamações motivou  foi o dos “Doentes  sem Cuidados”14. Este facto não se verifica em todas as ARS, já que, nos serviços responsáveis pela prestação de cuidados de saúde primários da área de  influência da ARS do Algarve,  foi o “Tempo de Espera para Cuidados de Saúde” que mais reclamações motivou. 

                                                            14 Vide nota de rodapé 3. 

 

“Doentes  sem  Cuidados”  e  “Tempo  de  Espera  para  Cuidados  de  Saúde”,  com  4.175  e  3.910, respectivamente,  representam  24,26%  e  22,72%  das  reclamações  apresentadas  nos  serviços responsáveis pela prestação de cuidados de saúde primários, visando a prestação de cuidados de saúde. 

 

GRÁFICOS 35 E 36 – PROBLEMAS DE NÍVEL I VISADOS NAS RECLAMAÇÕES – ARS – CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS (TOTAL) – 2009

 

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

Norte Centro LVT Alentejo Algarve

N.º de Re

clam

açõe

s

Actos Administrativos de Gestão Prestação de Cuidados de SaúdeRelacionais/Comportamentais Infraestruturas /Amenidades

 

28,07%

52,68%

14,87%4,39%

Actos Administrativos de Gestão Prestação de Cuidados de SaúdeRelacionais Comportamentais Infraestruturas e Amenidades

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

100    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 101

GRÁFICOS 37 E 38 – PROBLEMAS DE NÍVEL II VISADOS NAS RECLAMAÇÕES – ARS – CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS (TOTAL) – 2009

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

Norte

Centro

LVT

Alentejo

Algarve

N.º de Reclamações

Cuidados Hoteleiros Instalações e EquipamentosAtendimento Cuidados DesadequadosDoentes sem Cuidados Tempo Espera para Cuidados SaúdeSistemas de Informação ProcedimentosLeis/Regras/Normas  

 

7,47%15,55%

5,04%

22,72%24,26%

5,69%

14,87%3,63% 0,76%

Leis/Regras/Normas ProcedimentosSistemas de Informação Tempo Espera Cuidados de SaúdeDoente sem Cuidados Cuidados DesadequadosAtendimento Instalações e EquipamentosCuidados Hoteleiros

 

 

ÁREAS FUNCIONAIS VISADAS 

À  semelhança  do  constatado  em  anos  anteriores,  na  globalidade  dos  hospitais,  a  área mais visada nas reclamações apresentadas pelos utentes do SNS, no ano de 2009, foi a Urgência. Mais de metade das reclamações foram referentes a esta área/serviço (56,03%). 

Os dados apurados não contemplam, porém, a  situação do Centro Hospitalar do Porto, E.P.E, Hospital Garcia da Orta, E.P.E e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E., em virtude 

 

destas  entidades  não  terem  conseguido  efectuar  o  tratamento  das  reclamações  por  área funcional (situação originada pela suspensão do SGSR e pelo elevado número de reclamações), isto apesar de terem conseguido indicar o número total de reclamações de que foram alvo. 

 

GRÁFICOS 39 E 40 – ÁREAS FUNCIONAIS VISADAS NAS RECLAMAÇÕES – HOSPITAIS (TOTAL) – 2009  

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

Gestão (Direcções/Chefias)

Serviço de Urgência Consulta Externa Internamento Outras Áreas/Serviço

N.º de reclam

açõe

s

 

 

 

1,06%

56,03%18,58%

8,36%

15,98%

Gestão (Direcções/Chefias) Serviço de Urgência Consulta Externa

Internamento Outras Áreas/Serviço 

À semelhança do constatado em anos anteriores, verifica‐se que quase metade das reclamações apresentadas nos serviços responsáveis pela prestação de cuidados de saúde primários visou a área das consultas médicas (44,82%). 

 

 

 

 

 

 

 

102    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 103

GRÁFICOS 41 E 42 – ÁREAS FUNCIONAIS VISADAS NAS RECLAMAÇÕES – ARS – CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS (TOTAL) – 2009

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

Gestão (Direcções/Chefias) USF Serviço de Urgência Consulta  Internamento Outras Áreas/Serviço

N.º de reclam

açõe

s

 

 

6,97%

12,21%

18,25%

44,82%

0,25%

17,50%

Gestão (Direcções/Chefias) USF Serviço de Urgência

Consulta Internamento Outras Áreas/Serviço 

 

 

 

GRUPOS PROFISSIONAIS VISADOS 

Ressalvando a situação do Centro Hospitalar do Porto, E.P.E., do Hospital Garcia de Orta, E.P.E, do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E., do Centro Hospitalar do Alto Ave,E.P.E., e do Centro Hospitalar de Cascais  (HPP, Cascais), que não efectuaram  a desagregação, do número total  das  reclamações  que  indicaram,  por  grupo  profissional,  constatou‐se  que  o  grupo mais visado pelas reclamações nos estabelecimentos hospitalares foi, em geral, o dos médicos. Esta tendência foi, porém, contrariada na ARS do Centro, IP, onde o grupo profissional mais visado foi o das Direcções/Chefias (enquanto representantes das estruturas organizacionais).  

No ano de 2009, nos estabelecimentos hospitalares, 49,28% das reclamações visaram o pessoal médico. 

 

 

 

 

 

GRÁFICO 43 – % RECLAMAÇÕES POR GRUPOS PROFISSIONAIS (HOSPITAIS - 2009)

28,42%

49,28%

6,61%

6,05%2,03%

7,61%

Direcções/Chefias Médico EnfermeiroAssistentes Técnicos Aux. Acção Médica Outro Pessoal

Tal como nos estabelecimentos hospitalares, também nos serviços responsáveis pela prestação de cuidados de  saúde primários, o grupo profissional mais visado pelas  reclamações  foi o dos médicos. Este  facto, porém, não  se verificou, nos mesmos  termos, em  todas as  regiões, dado que nos serviços da ARS do Algarve,  IP, o grupo visado no maior número de reclamações foi o das Direcções/Chefias.   Em termos globais, quase metade das reclamações apresentadas pelos utentes do SNS no ano de 2009 (47,11%) visaram o grupo profissional dos médicos. 

 

GRÁFICO 44 – % RECLAMAÇÕES POR GRUPOS PROFISSIONAIS (CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS ARS – 2009)

17,92%

47,11%

10,36%

19,41%

0,56% 4,64%

Direcções/Chefias Médico EnfermeiroAssistente Técnico Aux. Acção Médica Outro Pessoal

 

104    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 105

GRÁFICO 45 – % RECLAMAÇÕES POR GRUPOS PROFISSIONAIS (TOTAL CONTINENTAL – 2009)

24,44%

48,46%

8,03%

11,11%1,47% 6,49%

Direcções/Chefias Médico EnfermeiroAssistentes Técnicos Aux. Acção Médica Outro Pessoal

 

 

A  forma  de  actuação  dos  profissionais  de  saúde  não  é  somente  motivo  de  reclamação.  O trabalho desenvolvido por estes profissionais é, também, motivo de reconhecimento por parte dos utentes do SNS. 

No total das entidades inquiridas apenas não conseguiram desagregar o número total de elogios por  grupo profissional,  as  seguintes: Centro Hospitalar do Alto Ave,  E.P.E.  (Unidade de  Fafe); Centro Hospitalar de Cascais  (HPP Cascais); Hospital Garcia da Orta, E.P.E. e Hospital Professor Dr. Fernando da Fonseca, E.P.E., Amadora Sintra. 

Exceptuando as entidades supra, conclui‐se que foi sobre o grupo profissional dos médicos que os utentes apresentaram, em regra, o maior número de elogios. Com efeito, 29,94% dos elogios registados em 2009, nos estabelecimentos hospitalares e ACES, visaram este grupo profissional.  

 

GRÁFICO 46 – % ELOGIOS POR GRUPOS PROFISSIONAIS (HOSPITAIS E ARS – 2009)

9,08%

29,94%

24,47%

11,50%

16,70%

8,32%

Direcções/Chefias Médico EnfermeiroAssistentes Técnicos Aux. Acção Médica Outro Pessoal

 

 

 

 

 

 

 

106    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

3.8. SERVIÇO INFORMATIVO 

 EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE PEDIDOS DE INFORMAÇÃO 

O Serviço  Informativo da  IGAS visa garantir o melhor atendimento  (telefónico/presencial) dos cidadãos e dos operadores da saúde. Ainda que não sendo um veículo de resolução definitiva de todas  as  questões/reclamações  colocadas,  é  um  contacto  directo  do  utente  com  a Administração Pública, confirmando‐se plenamente a sua utilidade. 

Este  Serviço  Informativo  tem  espelhado,  desde  o  ano  da  sua  implementação  (2002),  uma tendência  crescente, mais  acentuada  em  2008,  com  um  aumento  de  104,6%  face  ao  ano  de 2007, apontando os números registados em 2009 para uma estabilização. 

Conforme resulta dos valores do quadro resumo global, que se segue, regista‐se um acréscimo mínimo  (0,6%) no número de contactos/solicitações no ano de 2009  face ao ano de 2008, no entanto  há  a  referir  que,  no  mês  de  Dezembro/09,  devido  a  anomalias  no  equipamento informático central da IGAS, foram perdidos parte dos registos (8 dias), não tendo sido possivel a sua recuperação o que, após média calculada, entre 8 dias normais,   do mesmo mês, seria na ordem de 40 registos (5 por dia) e,  teríamos, assim, um acréscimo de 3,8% face a 2008. 

 

QUADRO 39 – EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE PEDIDOS DE INFORMAÇÃO

ANO  2007  2008  ↑  2009  ↑ 

               a)     b) 

N.º de pedidos  607  1.242  635  104,6% 1.249  7  0,6% 

a) Este número, após média calculada no mês de Dezembro, seria de 1.289 / b) +3,8%  

ORIGEM DOS PEDIDOS DE INFORMAÇÃO 

Analisando os dados , confirma‐se o já verificado no ano de 2008, ocupam maior destaque, com percentagens  aproximadas, os  contactos/solicitações por parte de Hospitais  (16,9%)15, os dos particulares em geral (15,0%), seguindo‐se os dos interessados em processos em curso na IGAS (13,1%). 

Verifica‐se ainda, que os utentes das entidades privadas de saúde, com 8,6% e os utentes dos centros de saúde,com 8,4% do total dos contactos/solicitações, manifestaram um acréscimo de 52,9% e de 50,0%, respectivamente. E os contactos por parte das ARS/ex‐sub‐regiões, que tendo apenas 5% da totalidade dos contactos, face ao ano de 2008, tiveram um acréscimo de 43,2%16. 

                                                            15 Há que ter presente as várias inspecções  em curso na IGAS, nomeadamente o proc. n.º 5/09‐INS (estatuto do gestor público), o proc.º  7/09‐INS  (actividade  cirúgica  nos  SU), o  proc.  8/09‐INS  (balanço  social),  entre outros  ,  alguns  com  questionários  a  serem preenchidos, cujas dúvidas, com frequência, foram sanadas via telefone. 16 Neste caso podemos mencionar o proc. n.º 1/2009‐AUD (facturação de MCDT).  

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 107

QUADRO 40 – ORIGEM DOS PEDIDOS 

Evolução 

2008     Jan.  Fev.  Mar. Abr  Mai  Jun  Jul  Ago  Set  Out  Nov  Dez  Tot  %  2008/2009 

198  Hospitais  14  15  41  24  24  6  26  11  13  18  10  9  211  16,9%  6,6%  13 

44  ARS/SRS  4  6  7  5  10  7  3  4  10  1  3  3  63  5,0%  43,2%  19 

36  Centros de Saúde  4  0  1  2  3  6  1  5  10  6  3  2  43  3,4%  19,4%  7 

30  Outros Serviços do M.Saúde  4  2  8  5  3  1  3  0  3  4  1  1  35  2,8%  16,7%  5 

64  Outros Serviços Públicos  4  9  13  5  11  2  2  1  8  7  2  1  65  5,2%  1,6%  1 

43  Entidade Privadas de Saúde  3  0  2  9  4  11  5  1  1  3  1  2  42  3,4%  ‐2,3%  ‐1 

73  Utentes Hospitais  11  10  10  6  10  5  4  8  13  6  6  4  93  7,4%  27,4%  20 

70  Utentes Centros de Saúde  9  17  9  0  10  11  1  9  15  5  10  9  105  8,4%  50,0%  35 

12 Utentes Outros Serv de 

Saúde(INEM)  0  1  1  3  1  0  1  0  1  1  0  1  10  0,8%  ‐16,7%  ‐2 

70  Utentes Entidades Privadas  7  5  8  18  15  16  10  5  10  6  3  4  107  8,6%  52,9%  37 

266  Interessados Proc. curso IGAS  22  22  14  17  13  12  18  14  10  6  9  7  164  13,1%  ‐38,3%  102 

152  Comunicação Social  10  9  15  18  16  6  16  17  6  1  2  8  124  9,9%  ‐18,4%  ‐28

184  Particulares ‐Geral  14  22  23     19  18  18  12  24  14  14  9  187  15,0%  1,6%  3 

1242  Total‐Geral  106  118  152  112  139  101  108  87  124  78  64  60  1249  100%     7 

GRÁFICO 47 – ORIGEM DOS PEDIDOS

16,9%

5,0%3,4%

2,8%

5,2%3,4%7,4%8,4%0,8%

8,6%

13,1%

9,9% 15,0%

Hospitais ARS/SRSCentros de Saúde Outros Serviços do M.SaúdeOutros Serviços Públicos Entidade Privadas de SaúdeUtentes Hospitais Utentes Centros de SaúdeUtentes Outros Serv de Saúde(INEM) Utentes Entidades PrivadasInteressados Proc. curso IGAS Comunicação SocialParticulares -Geral

 

GRÁFICO 48 – ORIGEM DO PEDIDO – EVOLUÇÃO NO TRIÉNIO 2007/2009

0

50

100

150

200

250

300

2007

2008

2009

ASSUNTOS VERSADOS NOS PEDIDOS DE INFORMAÇÃO Relativamente  a  este  indicador,  prevalecem  os  pedidos  directamente  relacionados  com  a actividade desenvolvida pela  IGAS, embora no  item  reportado à  informação/expediente  sobre processos em curso na IGAS, se observe uma diminuição no número de contactos, na ordem de 15,6%, neste caso, a explicação mais consentânea, prender‐se‐á com o esforço dos dirigentes da IGAS e dos  Inspectores, responsáveis pela  instrução dos processos, em prestar  informação aos interessados. 

Observa‐se ainda que o item assuntos diversos se mantém, face ao ano de 2008, como um dos mais elevados com 20,3% do total, verificando‐se um acréscimo de 30,4%. 

No que  se  refere aos esclarecimentos  sobre matéria disciplinar,  verifica‐se um decréscimo de 8,6% face ao ano de 2008.  

 

QUADRO 41 – ASSUNTOS VERSADOS NOS PEDIDOS 

                                          Evolução 

2008     Jan.  Fev.  Mar.  Abril Maio Junho Julho Agos Set  Out Nov Dez  Total  %  2008/2009 

621  Inf. Expediente Proc. IGAS  38  47  79  54 62 44 52 39 41 26 22 20  524  42,0%  ‐15,6% ‐97

93  Esclarec. Matéria Disciplinar  16  9  11  6 10 3 8 5 1 6 4 6  85  6,8%  ‐8,6% ‐8

85  Inf. Reclam.Hospitais SNS  15  12  11  9 13 6 6 8 15 7 6 5  113  9,0%  32,9% 28

92  Inf. Reclam.ARS/ C.Saúde/UCCI  11  19  11  5 12 12 7 10 17 5 11 9  129  10,3%  40,2% 37

86  Inf. Recl.Entid. Saúde/Privadas  8  10  11  8 18 17 9 7 11 6 2 4  111  8,9%  29,1% 25

51  Inf./Recl. Outros Serv. Públicos  2  2  0  1 1 0 0 1 4 3 0 4  18  1,4%  ‐64,7% ‐33

20  Inf./Recl. Outras Entidades  0  1  1  0 0 1 0 0 1 0 0 12  16  1,3%  ‐20,0% ‐4

194  Assuntos diversos  16  18  28  29 23 18 26 17 34 25 19    253  20,3%  30,4% 59

1242  Total‐Geral  106  118  152  112  139  101  108  87  124 78  64  60  1249  100%     7

108    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 109

GRÁFICO 49 – ASSUNTOS VERSADOS NOS PEDIDOS

42,0%6,8%

9,0%

10,3%

8,9%

1,4% 1,3%

20,3%

INF. EXPEDIENTE PROC. IGAS ESCLAREC. MATÉRIA DISCIPLINAR INF. RECLAM.HOSPITAIS SNS

INF. RECLAM.ARS/ C.SAÚDE INF. RECL.ENTID. SAÚDE/PRIVADAS INF./RECL. OUTROS SERV. PÚBLICOS

INF./RECL. OUTRAS ENTIDADES ASSUNTOS DIVERSOS

GRÁFICO 50 – TIPO DE ASSUNTO – EVOLUÇÃO NO TRIÉNIO 2007/2009

0

200

400

600

800

2007

2008

2009

 

ENCAMINHAMENTO EFECTUADO 

Relativamente a este  indicador, e  seguindo a  tendência do ano de 2008, verifica‐se   que, em 58,4%  dos  contactos,  numa  primeira  abordagem,  foi  possivel  informar/encaminhar satisfatóriamente, mesmo que, eventualmente, não em definitivo. 

Podemos ainda concluir, face aos dados recolhidos que, por parte do atendimento da IGAS, foi desenvolvido um esforço no  sentido de encaminhar os utentes, para os Gabinetes de Utente (GU) dos serviços visados e para aí efectuarem a sua reclamação ou solicitarem esclarecimentos (14,7%), verificando‐se em termos percentuais um aumento de 38,6% face ao ano 2008. 

Há que realçar o item  casos a expor a outras entidades,  com um acréscimo de 283,3%, face ao ano de 2008. Neste caso podemos afirmar que, grande parte destes contactos dizia respeito a assistência médica prestada por entidades privadas, sendo, por esse motivo, encaminhados para a Ordem dos Médicos. 

Por último, com a terceira percentagem mais elevada (10,6%), os casos a expor a outros serviços do MS   e,  com um acréscimo de 19,8%,  face ao ano de 2008,  resultaram, em boa parte, das  preocupações relacionadas com o vírus H1N1  (Gripe A), o que  levou os utentes a tentar obter 

 

informação junto da IGAS, tendo, neste caso, sido normalmente encaminhados para a Direcção‐Geral da Saúde.  

QUADRO 42 – ENCAMINHAMENTO EFECTUADO 

Evolução

2008 Jan. Fev. Mar. Abril Maio Junho Julho Agos Set Out Nov Dez Total % 2008/2009

132 Casos a expor Gestão / GU 18 25 15 10 18 12 8 14 29 10 14 10 183 14,7% 38,6% 51

109 Casos expor Gestão e/ou IGAS 8 9 13 3 5 10 5 9 6 7 5 2 82 6,6% -24,8% -27

111 Casos expor outros serviços do MS a) 12 11 14 14 9 9 11 11 10 10 15 7 133 10,6% 19,8% 22

104 A expor outros S. Pub. Compete. 9 10 5 6 20 17 7 2 14 3 2 3 98 7,8% -5,8% -6

6 Casos expor outras entidades 1 0 2 2 2 2 3 4 3 1 0 3 23 1,8% 283,3% 17

780 C/trat. cons. suficiente/inf.proc. 58 63 103 77 85 51 74 47 62 47 28 35 730 58,4% -6,4% -50

1242 Total-Geral 106 118 152 112 139 101 108 87 124 78 64 60 1249 100% 7

GRÁFICO 51 – ENCAMINHAMENTO EFECTUADO

14,7%

6,6%

10,6%

7,8%

1,8%

58,4%

Casos a expor Gestão / GU Casos expor Gestão e/ou IGASCasos expor outros serviços do MS A expor outros S. Pub. Compete.Casos expor outras entidades Casos c/trat. Cons. suficiente

GRÁFICO 52 – ENCAMINHAMENTO – EVOLUÇÃO NO TRIÉNIO 2007/2009

0

500

1000

2007

2008

2009

110    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 111

 

3.9. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEAMENTO 

Nos termos do Despacho n.º 4031/2008 de 15 de Fevereiro foi criada a unidade orgânica flexível DSIP ‐ Divisão de Sistemas de Informação e Planeamento que durante o ano de 2009 prosseguiu as suas funções numa perspectiva de Modernização Administrativa e de criação de Valor para a IGAS e para todos os stakeholders da Inspecção‐Geral. 

Continuou‐se a desenvolver e a implementar os sistemas de informação e o planeamento tendo em atenção as necessidades da IGAS, de forma inovadora e estruturante, de modo a contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços prestados. 

Assim, visando a melhoria continua da gestão, do planeamento e controlo interno da Inspecção‐Geral,  , no sentido de obter uma resposta mais eficiente e adequada aos actuais requisitos da AP, procedeu‐se ao aperfeiçoamento das funcionalidades das seguintes aplicações: 

− Gestão de formação; 

− Gestão de produtividade; 

− Gestão de processos e expediente. 

Refira‐se  que na Gestão da Produtividade teve‐se especial atenção à tipologia de informação e ao  cálculo de dias úteis por  inspector, permitindo  a monitorização do desempenho, e  conse‐quentemente o estabelecimento de rácios e o melhor planeamento das acções. 

Conscientes da  importância dos sistemas de apoio à gestão e suporte à decisão, bem como do dos sistemas de controlo interno, implementou‐se o sistema de Gestão de pedidos de helpdesk e procedeu‐se à actualização dos dados na  Gestão de inventário de equipamento informático. 

De salientar ainda a criação do serviço de webmail da Inspecção‐Geral, que veio a permitir uma comunicação de  forma  institucional,  rápida e  segura  com os  inspectores que  se encontram  a exercer actividade no exterior. 

Em  termos de acessos a sistemas de  informação externos, estabeleceu‐se o acesso através da ACSS à Rede Nacional de Utentes (RNU) e ao SINGRA; através da Direcção‐Geral do Orçamento ao SIGO ‐ Sistema de Informação de Gestão Orçamental e à RTIC ‐ Rede Telemática de Informa‐ção Comum da Direcção‐Geral do Consumidor. Para além dos acessos a  sistemas de  informa‐ção/plataformas, transversais na A.P.. 

No âmbito do Sistema de Gestão das Sugestões e Reclamações (SGSR) – SIM‐Cidadão, procedeu‐se à monitorização do  funcionamento dos Gabinetes de Utente/Cidadão nos estabelecimentos do SNS.  

Salienta‐se a elaboração da primeira base de dados preenchida on‐line, na IGAS, com o levanta‐mento de dados da saúde pública a nível nacional e respectivo tratamento de dados. 

Procedeu‐se à  informatização e respectivo tratamento estatístico dos questionários enviados a nível nacional a entidades públicas e/ou privadas no âmbito das seguintes inspecções: 

− Follow‐up do processo 19/2005‐IT  ‐ A alimentação dos doentes  internados nos hospitais do SNS; 

− Actividade cirúrgica desenvolvida nos serviços de urgência; 

− A avaliação das medidas  implementadas no âmbito da prevenção e controlo da obesida‐de; 

− O balanço social nos estabelecimentos e serviços no SNS. 

 

 SÍTIO DA IGAS  

O sítio da IGAS à semelhança do que ocorreu em 2009 continuou a ser um meio de comunicação da  actividade  da  Inspecção‐Geral,  inclusivamente  foi  um  meio  de  colaboração  nacional,  da divulgação pública das medidas de prevenção da “Gripe A”. 

O  recém‐criado  sítio, durante o  ano de 2009,  apresentou no  total 17.744  visitas, distribuídas conforme se apresenta no Gráfico seguinte.  

GRÁFICO 53 – Nº DE ACESSOS AO SÍTIO DA IGAS – 2009

Jan

Fev

Mar

Abr 

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

1266

1076

1194

13091613

14982322

2248

1414

1099

1707

998

Nº de acessos

 

ARQUIVO TÉCNICO DOCUMENTAL Em  termos de acções de gestão e manutenção do arquivo  técnico documental continuou‐se a actualização dos  conteúdos das pastas  relativas ao acervo documental  com 1057 pastas, este trabalho  também  englobou  a  criação  de  pastas  com  novos  conteúdos,  designadamente,  as relacionadas com os recém criados Agrupamentos de Centros de Saúde e com a implementação da  temática  relacionada  com as  instituições da Administração Pública, ou  seja, as de  serviços transversais a toda a actividade da A. P.. 

Assim, as pastas encontram‐se organizadas segundo a classificação de  instituições e temas (ver quadro abaixo). 

QUADRO 43 – CLASSIFICAÇÃO DE PASTAS (ARQUIVO TÉCNICO DOCUMENTAL) - 2009

Tipo de Pasta NºAgrupamentos de Centros de Saúde 68Centros de Saúde 344Hospitais do Sector Público Administrativo 68Hospitais do Sector Público Empresarial 59Instituições da Administração Pública 3Instituições da Saúde 189Legislação – Códigos e Compilações 115Temáticas sobre Administração Pública 70Temáticas sobre Carreiras Profissionais 17Temáticas da Saúde 124

1057

112    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 113

 

 

No  que  concerne  à  requisição  e  consulta  de  diversa  informação  técnica  à  DSIP,  em  2009 registou‐se  um  aumento  do  número  de  solicitações  comparativamente  com  o  ano  anterior, conforme descrito no quadro seguinte:  

QUADRO 44 – REQUISIÇÃO E CONSULTA DE FONTE DE INFORMAÇÃO EM 2009 COMPARATIVAMENTE COM 2008

Ano  Jan  Fev  Mar  Abr  Mai  Jun  Jul  Ago  Set  Out  Nov  Dez  Total 

2008  209  76  82  58  82  56  125  45  116  270  131  42  1292 

2009  135  58  54  82  136  215  198  72  59  266  169  108  1552 

 

De  referir que  a  actividade desta Divisão  também passou pelo  incremento da utilização  e da prestação  de  informação  através  de  meios  electrónicos,  nomeadamente  email  e  pastas partilhadas), e concomitantemente houve no ano de 2009 um aumento do recurso a ficheiros de documentos electrónicos e mesmo à digitalização de documentos. Numa perspectiva de  agilizar  a divulgação de  informação  junto de  todos os  trabalhadores da IGAS, esta unidade orgânica  iniciou a divulgação electrónica diária da  informação relevante do Diário  da  Republica,  bem  como  deu  continuidade  à  recolha,  compilação  e  divulgação  de informação, através do Boletim Mensal Electrónico.   

APOIO TÉCNICO 

Neste  âmbito  foi  prestado  apoio  técnico  às  seguintes  Inspecções  Temáticas:  a  “Actividade cirúrgica  desenvolvida  nos  serviços  de  urgência”,  “Alimentação  nos  estabelecimentos hospitalares  do  SNS”  e  “Facturação  de Meios  Complementares  de Diagnóstico  por  entidades privadas e convencionadas”. 

Na  área da  fiscalização prestou‐se  apoio  à  “Inspecção  aos estabelecimentos de  saúde oficiais onde se realiza a interrupção voluntária da gravidez”. 

No âmbito do apoio técnico à área de auditoria, procedeu‐se ao desenvolvimento da matriz de risco da IGAS para selecção das entidades a auditar no quadro do artigo 62º nº2 da LEO. 

DESMATERIALIZAÇÃO 

Na  generalidade,  está  bem  patente  a  continuação  do  esforço  da  desmaterialização  dos documentos  e  alguns procedimentos,  assim neste  âmbito  foram  implementados os  seguintes métodos/procedimentos: 

− Distribuição diária da informação relevante do Diário da República por email; 

− Desenvolvimento de métodos de  trabalho de  resposta a consultas  internas e externas por meios electrónicos; 

− Criação  de  questionários  de  avaliação  electrónicos  de  suporte  a  acções  inspectivas  a nível nacional; 

− Tratamento  estatístico  da  informação  recolhida  nos  questionários  electrónicos  das acções inspectivas, por processo automático; 

− Incremento da consulta das pastas de rede informática partilhadas; 

− Incremento da utilização como instrumento de trabalho o sitio da Inspecção‐Geral; 

− Divulgação do material didáctico de  apoio  aos workshops  realizados nas 5  regiões de saúde sobre o novo estatuto disciplinar,  através do sítio da IGAS. 

3.10. OUTRAS ACTIVIDADES RELEVANTES 

A  Inspecção‐Geral das Actividades em Saúde, como membro efectivo, apresentou um caso de estudo  na  European  Healthcare  Fraud  and  Corruption  Network  (EHFCN)  “1st  Best  Practice Session (BPS)”  realizada  em Leiden, Holanda, nos dias 15 e 16 de Janeiro de 2009. 

Participação da IGAS na exposição dos 30 anos do SNS no Centro de Congressos do Estoril de 28 a 31 Maio, 2009, ver FIGURA 1.

FIGURA 1 – STAND DA IGAS

 

 

Para  a  referida  exposição  criaram‐se  posters,  uma  apresentação  multimédia  e  um  tríptico informativo da actividade da IGAS distribuído aos visitantes do stand, ver figura que se segue. 

114    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 115

FIGURA 2 – TRÍPTICO DA IGAS

 

 

 do Decreto‐Lei n.º 118/2009, de 19 de Maio, cuja vigência se  inicia a 17 de Agosto de 

ecção‐Geral do Consumidor a celebração de 

tion 

de colaboração entre a Inspecção‐

 e apresentou um poster com a 

 acolheu, entre os dias 26 a 28 de Outubro 

Através2009,  foi  criada  a  Rede  Telemática  de  Informação  Comum  (RTIC)  destinada  ao  registo  e tratamento  de  reclamações  dos  consumidores,  bem  como  ao  intercâmbio  de  informação estatística  designadamente  em  matéria  de  conflitualidade  de  consumo  entre  as  diversas entidades reguladoras e de controlo de mercado. 

Assim no dia 4 de Agosto de 2009, teve lugar na Dirprotocolo de adesão à RTIC com as entidades  reguladoras e de controlo de mercado,  tendo a Inspecção‐Geral das Actividades em Saúde participado na celebração do referido protocolo. 

A IGAS recebeu o senhor Paul Vincke, Presidente da European Healthcare Fraud and CorrupNetwork  (EHFCN)  numa  visita  de  trabalho  com  o  objectivo  de  reforçar  a  cooperação  técnica entre os membros da EHFCN no dia 16 de Setembro de 2009. 

No dia 05 de Setembro de 2009, foi celebrado um protocolo Geral  das  Actividades  em  Saúde  (IGAS),  e  o  Instituto  Superior  de  Ciências  da  Administração (ISCAD), visando a cooperação em áreas de interesse comum. 

A Inspecção‐Geral como membro efectivo da EHFCN, participousua  actividade  e  um  caso  prático,  na  “EHFCN  6th  Annual  Conference”  com  o  seguinte  tema “Cross‐Border Healthcare  in Europe: A Gateway  to  Fraud and Corruption?", que decorreu em Edimburgo, Escócia, nos dias 6 e 7 de Outubro 2009. 

Promovida pela Organização Mundial de Saúde a IGASde  2009,  uma  Delegação  do  Ministério  da  Saúde  da  Albânia,  constituída  pelos  senhores Gazmend Bejtja  (Director Public Health  in  the MoH) e Alban Ylli  (Director of  the  Institute  for Public Health), com o objectivo de conhecer a realidade portuguesa no âmbito da  inspecção e 

 

116    RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 

 

controlo das actividades em saúde.  O programa envolveu um conjunto de intervenções e visitas de trabalho que, para além da  IGAS, abrangeu a participação da Secretaria‐Geral do Ministério da Saúde, da Direcção‐Geral da Saúde, da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e da Administração Regional de Saúde do Alentejo. 

 

3.11. MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO E AUSCULTAÇÃO DOS CLIENTES EXTERNOS E INTERNOS 

A IGAS procurou integrar na sua actividade, quer os contributos dos seus quadros técnicos e das respectivas chefias, quer os provenientes de parceiros externos, designadamente aqueles que são expressos pelos serviços centrais do Ministério da Saúde e ainda pelos representantes dos grupos  profissionais  da  saúde  (como  é  o  caso  dos  sindicatos  e  das  associações  e  ordens profissionais). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 117

 

 

 

4. CONCLUSÕES 

A  IGAS,  com  os  escassos  meios  disponíveis,  alcançou  em  2009,  no  conjunto  das  acções 

 o  facto de, mercê do  grande  empenhamento de  toda  a organização,  se  ter 

o  ano  completo  de  actuação  ao  abrigo  das  novas  atribuições  e 

ditoria,  se 

planeadas  e das  acções  realizadas, uma  taxa de  execução de  136%,  tendo  sido  realizadas  17 acções não previstas mas que, ao longo do ano, se revelaram de grande acuidade em termos de oportunidade e tendo 4 das previstas, por diversos circunstancialismos, imponderáveis e alheios à  IGAS,  sido  substituídas  por  outras  (auditoria  ao  sistema  de  incentivos  à  actividade  de transplantação, auditoria à informação prestada aos utentes sobre o acesso – al. f) do artigo 4.º da  Lei  n.º  41/2007,  de  24  de Agosto,  acção  junto  dos  centros  de  PMA  e  acção  na  área  dos tecidos  e  células,  estas  duas  com  realização  em  articulação  ou  em  colaboração  com  outros organismos). 

Salienta‐se  aindalogrado superar todos os objectivos operacionais fixados no QUAR, tendo‐se, com os resultados alcançados,  contribuído  para  uma maior  sensibilidade  em  relação  ao  controlo  da  despesa,  à legalidade na actuação e à segurança e qualidade dos serviços prestados – sublinhando‐se, neste sentido,  as  833  recomendações  formuladas  pela  IGAS,  no  conjunto  das  diversas  acções desenvolvidas em 2009. 

Tratando‐se  do  segundcompetências,  o  ano  de  2009  constituiu  um  ano  de  consolidação  da  nova  missão, nomeadamente, agora também, no tocante aos operadores privados, de modo a assegurar em todos os sectores de actividade, o cumprimento da Lei e elevados níveis de actuação. 

Com  particular  destaque,  sublinha‐se  que,  ao  nível  das  áreas  de  inspecção  e  aucontinuou  a  privilegiar  a  realização  de  intervenções  de  carácter  transversal,  permitindo abranger,  com  tais  intervenções,  todos  os  estabelecimentos  do  SNS;  ao  nível  da  área  da fiscalização,  se  revelou de extrema  importância as  intervenções na Medicina Dentária  (com a colaboração da Ordem dos Médicos Dentistas e das Autoridades de Saúde) e nos  serviços de sangue  (em colaboração com a ASST); e, ao nível da área disciplinar, sendo o primeiro ano de vigência  do  novo  Estatuto Disciplinar,  se  efectuou  um  grande  esforço,  não  só  em  termos  de tramitação  de  processos,  como  em  termos  de  orientação  e  apoio  técnico‐normativo  aos estabelecimentos e serviços do SNS, mediante elaboração de um ofício circular e realização de cinco workshops sobre o novo Estatuto.