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1 RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015 Lisboa, 11 de Abril 2016

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RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

Lisboa, 11 de Abril 2016

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MENSAGEM DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Decorria o mês de Janeiro do ano de 1993, quando é criada uma Instituição de Solidariedade Social, que denominámos de Fundação António Silva Leal, tendo sempre como principal preocupação a prestação de cuidados e apoio solidário aos mais desfavorecidos.

O então sonho de alguns deu aso ao comprometimento de muitos e hoje a FASL assume-se como uma grande organização da economia social, dispersa por várias áreas geográficas do país e que se desdobra numa multiplicidade de Respostas Sociais que abrangem todo o espectro do universo global da Segurança Social.

No mar encarpelado do sector social, remamos norteando-nos pela compreensão de muitos e incompreensão de alguns, embora apanágio da vida das pessoas e das organizações. Mas o objectivo esse, tem uma rota inamovível e postula-se na nossa Razão de Ser.

Também, todos o sabemos, nos conturbados tempos de grandes dificuldades económicas e sociais, foram as Instituições Sociais confrontadas com um redobrado esforço na acção mas, embora exauridas nos meios de resposta e nos apoios, (que não reclamamos) tal como a maioria das demais organizações nacionais, a vontade supera barreiras.

Quando se abordam também questões de índole organizacional deste 3.º Sector da área empresarial, em particular o fundacional, verificamos a existência de muita desinformação sobre as nossas práticas e dinâmicas específicas, mau grado sermos das organizações mais escrutinadas pelos poderes públicos e sujeitas a uma plêiade de obrigações legais em constante mutação. A total transparência das nossas actividades e Contas são expostas por Lei, obrigatoriamente, numa Página da Internet.

Ser solidário, pressupõe hoje a assumpção de responsabilidades, em especial ao nível da gestão, que, nos tempos que correm, assumem desafios inimagináveis na luta quotidiana.

Porém, o “Ser” transforma-se em “Querer” quando as causas justas são a nossa paixão e os desígnios da acção a nossa afirmação de vida.

Assim, aquele sonho pueril que nasceu em Janeiro de 1993, seguirá sendo a tradução fiel da nossa Missão. “Qualquer que seja a origem de um sonho generoso, ele engrandece sempre o homem que o tem”

J. Duhamel

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 4

ALBUFEIRA 4

CENTRO INFANTIL “O BÚZIO” 4

COLÓNIA DE FÉRIAS “O BÚZIO” 6

REFEITÓRIO SOCIAL “O BÚZIO” 7

ATENDIMENTO PSICOSSOCIAL 8

CRECHE “OS AMENDOINHAS” 8

LAR “NOSSA SENHORA DA VISITAÇÃO” 10

UNIDADE DE LONGA DURAÇÃO E MANUTENÇÃO DE ALBUFEIRA 12

CANTINA SOCIAL “ALBUFEIRA” 14

FARO 15

CENTRO INFANTIL “ESTRELA-DO-MAR” 15

CRECHE “MALTA PEQUENA” 16

CASA ABRIGO “SOL NASCENTE” 17

CENTRO COMUNITÁRIO DA “HORTA DA AREIA” 20

SERVIÇOS DE FORMAÇÃO 24

SINTRA 29

LAR “QUINTA DO OITÃO” 29

CANTINA SOCIAL “SINTRA” 30

LISBOA 32

CASA DE ACOLHIMENTO DE EMERGÊNCIA “CASA DA LUZ” 32

LAR DE INFANCIA E JUVENTUDE “LAR ADOLFO COELHO ” 37

CANTINA SOCIAL “QUINTA DA LUZ” 39

APARTAMENTO DE AUTONOMIZAÇÃO “PASSOS EM VOLTA” 39

CENTRO DE ALOJAMENTO E EMERGÊNCIA SOCIAL “PONTO DE LUZ” 42

LAR ESPECIALIZADO “ENTRE MUNDOS” 44

CRECHE “ALGODÃO DOCE” 46

LEIRIA 48

LAR DE INFÂNCIA E JUVENTUDE “COLÉGIO D. DINIS” 48

OUTROS INDICADORES DE GESTÃO 52

GESTÃO DE UTENTES 52

RECURSOS HUMANOS 54

Page 4: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

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INTRODUÇÃO

O presente relatório tem por objetivo efetuar uma caracterização das principais atividades desenvolvidas

durante o ano de 2015.

Ao longo do presente relatório, serão identificadas diferentes formas de caracterização, resultante do

âmbito nacional da acção e das características específicas que cada tipologia de resposta social

apresenta.

O relatório de actividades encontra-se estruturado pelas cinco cidades onde a Fundação tem a sua

intervenção, sendo no seu final feita uma abordagem sobre os utentes abrangidos pelas actividades

desenvolvidas, bem como, uma caracterização dos seus recursos humanos.

De salientar a alteração organizacional verificada ao nível das respostas sociais de Infância, tendo em

conta a dimensão desta área na Instituição e a possibilidade de mobilidade no desempenho de funções

dos colaboradores ou de frequência dos utentes nos vários Equipamentos da Infância da Fundação:

Procedeu-se à renovação e uniformização do fardamento com o objectivo claro de uma

renovação de imagem tornando-a mais apelativa.

Desenvolveram-se de forma uniforme novos instrumentos de trabalho: as equipas das respostas

socias da área de Infância em conjunto com o departamento de Auditoria da Fundação

desenvolveram um conjunto de instrumentos administrativos e pedagógicos a utilizar a partir de

Outubro de 2015. Da compilação e selecção criteriosa dos instrumentos utilizados nos vários

equipamentos da Infância, alguns já existentes, foram revistos e reformulados, e outros foram

criados de forma a simplificar, clarificar e enriquecer os processos dos nossos utentes

promovendo procedimentos de boas práticas nesta área.

ALBUFEIRA

----------------------------------------------- CENTRO INFANTIL “O BÚZIO” -----------------------------------------------

O Centro Infantil tem como objetivo principal dar uma resposta de qualidade no âmbito socioeducativo,

proporcionando às crianças condições adequadas a um crescimento saudável e oferecendo aos pais a

tranquilidade de saberem que os filhos estão num ambiente seguro, controlado, estimulante e promotor

de um desenvolvimento harmonioso. Tendo em conta o processo evolutivo das crianças, prima-se pelo

atendimento personalizado e de estreita colaboração com as famílias, numa partilha de cuidados e

responsabilidades.

Em estreita colaboração com os outros Equipamentos da área da Infância da Fundação, o Centro Infantil

dispõe de um sólido projeto pedagógico e de uma equipa de profissionais qualificados, experientes,

motivados e empenhados em proporcionar todo o tipo de situações pedagógicas, fomentando o

questionamento crítico da criança, a exploração e resolução cooperada de problemas promovendo desta

forma a autonomia, a iniciativa e a responsabilização.

O Centro Infantil “O Búzio” dispõe das respostas sociais de Creche e Pré-Escolar sendo a sua

composição a seguinte:

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Creche:

1 Sala de aquisição da marcha – 2 anos com capacidade para 10 crianças;

1 Sala de 2-3 anos com capacidade para 15 crianças.

Pré-Escolar:

4 Salas heterogéneas com capacidade para 90 crianças.

Enquadramento

Sempre na ótica da manutenção do elevado grau de satisfação e espectativa dos seus clientes, num

contexto de um forte constrangimento financeiro devido ao corte existente nos Acordos com a

Segurança Social relativamente às duas respostas sociais, o Centro Infantil “O Búzio” mantem a sua

boa imagem na comunidade educativa do concelho de Albufeira que o identifica como um

equipamento de referência e de primeira escolha no que se refere à educação na Infância.

Foi neste contexto que a equipa encarou mais um ano de prestação de um serviço de qualidade onde

a estreita colaboração com os encarregados de educação assume um papel fundamental no

desenvolvimento das mais variadas atividades e, por conseguinte, nos resultados das mesmas no

processo educativo dos seus educandos.

Dinâmica e Organização do Equipamento

Vagas para o ano letivo 2015/2016: a previsão de saída de mais de 40 utentes da resposta

social de Pré-Escolar levou a um cuidado redobrado no que à promoção do Equipamento se

refere. De salientar que este número de saídas dadas como certas, mais as que normalmente

acontecem fruto da forte oferta do sector público, correspondia a cerca de 50% dos utentes e

para isso seria necessário a existência de um grande número de inscrições, de forma a colmatar

as saídas e a cumprir o acordo existente. Para que o Equipamento estivesse a 100% da sua

lotação em Setembro de 2015, durante o período de inscrições (Março e Abril de 2015) a

direcção técnica adotou uma estratégia de promoção do Equipamento que consistiu no seguinte:

um reforço mais acentuado de publicações na página do Equipamento no Facebook; distribuição

de panfletos publicitários em pontos estratégicos na cidade de Albufeira (centro de saúde,

clinicas pediátricas, lojas de comercio para crianças, etc.); distribuição de panfletos por parte dos

colaboradores do equipamento na sua área de residência; e foram anexados aos recibos de

mensalidade de Fevereiro, Março e Abril do equipamento Creche “Os Amendoinhas” para que se

captasse o maior número de possíveis utentes.

Reforço do quadro de pessoal: A existência de 3 colaboradoras em situação de licença de

maternidade em simultâneo obrigou a um reforço do quadro de pessoal em Novembro de 2015

uma vez que, com a saída de uma colaboradora com funções de Educação de Infância em 2014

devido a aposentação, foi deliberada a redução de uma sala de Pré-Escolar, reduzindo a

capacidade dessa resposta social e garantido a lotação máxima das 4 salas, medida que veio a

confirmar-se extremamente positiva para a sustentabilidade do Equipamento.

Segurança (substituição do sistema de controlo de acessos): Depois de avaliado o sistema de

controlo de acessos por cartão, e tendo em conta que o mesmo avariou, a direcção técnica

propôs a substituição do mesmo para um sistema biométrico (impressão digital). Salienta-se a

Page 6: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

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melhoria da segurança do edifício e o reconhecimento dos encarregados de educação sobre a

medida tomada.

Sala de acolhimento/repouso: Numa perspetiva de melhoria do espaço e rentabilização do

mesmo, foi adquirida uma televisão de grandes dimensões por forma a que, nos dias chuvosos

ou menos agradáveis, as crianças possam usufruir de um espaço diferente (que não a sua sala)

para visionar alguns filmes ou mesmo conteúdos multimédia de caracter mais pedagógico.

Acolhimento de uma estagiária do curso de auxiliar de Educação Infantil da empresa formadora

Master D.

Substituição dos cortinados: os cortinados de todas as salas deste Equipamento foram

substituídos de forma a melhorar o ambiente educativo.

Actividades Realizadas

- Actividades normais e decorrentes das comemorações das datas festivas (Natal, Carnaval, Pascoa,

Fim de ano lectivo);

- Visitas de Estudo no âmbito do Projeto educativo “Um mar de sonho”:

Visita ao Centro de Ciência Viva de Lagos;

Visita ao ZooMarine;

Visita ao espaço da DocaPesca, Marina e Lota de Albufeira (observação e contacto com as

profissões relacionadas com a atividade piscatória e observação do trajeto do pescado

capturado e vendido em lota);

Visita aos Olhos d’Água (contacto com o espaço da baixa-mar para observação da fauna e flora

existente, observação dos famosos olheiros);

- Actuação da Companhia de Teatro – Animateatro com a peça “Lago dos Cisnes”;

- Comemoração do Dia da Criança com actividades lúdico-desportivas na Praia do Inatel e com um

espectáculo de marionetes.

- Actividades decorrentes da comemoração dos Dias do Pai e da Mãe com participação de toda a

comunidade educativa do estabelecimento;

- Idas à praia durante todo o mês de Julho;

- Realização de uma actividade comemorativa do último dia dos finalistas no Centro Infantil “O Búzio”

denominada “À noite no Búzio…” (pernoita e caça ao tesouro noturna);

- Outras actividades esporádicas.

--------------------------------------------- COLÓNIA DE FÉRIAS “O BÚZIO” ----------------------------------------------

O Instituto da Segurança Social IP revogou o acordou de gestão relativo a esta resposta social, com

efeitos a 31 de Dezembro de 2014, à imagem do que fez com as restantes quatro colónias de férias do

país a cargo de outras Instituições.

Antecipando esta situação, no final de 2014 foram apresentados junto das entidades competentes os

projectos de conversão da Colónia de Férias num (ERPI).

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Contudo, não tendo sido obtida resposta durante o ano de 2015 o que impossibilitou o concurso para a

realização das obras, esta resposta esteve em funcionamento durante a época de verão, tendo acolhido

neste período 244 utentes, aos quais foram conferidos um espaço de lazer e quebra de rotina,

garantindo todas as necessidades básicas elementares: alojamento, alimentação, higiene e tratamento

de roupas. Concomitantemente, foi como habitualmente prestado um serviço de actividades de

animação, adequadas aos grupos de colonos, proporcionando um espaço securizante e fomentando

tanto quanto possível um ambiente de convívio e lazer, a participação nas atividades e no conhecimento

e exploração do município de Albufeira.

------------------------------------------ REFEITÓRIO SOCIAL “O BÚZIO” -----------------------------------------

O Refeitório Social “O Búzio” é uma resposta social da Fundação criada em Julho de 1996 com o

objectivo de constituir um apoio social de primeira linha a pessoas em situação de extrema carência

económica e social, tais como pessoas sem-abrigo ou em risco de marginalização, temporária ou

permanente, com incapacidade para assegurar as suas necessidades básicas.

Para assegurar o apoio específico a estas pessoas em situação de extrema carência, o Refeitório Social

“O Búzio” proporciona alimentação, higiene pessoal e vestuário. Procura ainda estabelecer um processo

de comunicação que visa a realização de um diagnóstico social e concretização de um projecto de vida

de inclusão social.

Atualmente, o Refeitório Social constitui uma resposta social para a população economicamente

desfavorecida, proporcionando um conjunto de apoios de âmbito social, que a seguir se enumeram:

• São servidas 50 refeições diárias, constituídas por sopa, prato quente, bebida, pão e sobremesa,

acrescida de lanche ou de jantar (caso possuam casa onde possam acondicionar a refeição);

• É facultada a realização de higiene pessoal a pessoas sem-abrigo ou que não possuem

condições habitacionais, com disponibilização de gel de banho, champô, pasta e escova de dentes,

toalhas, lâminas de barbear, gel de barbear, entre outros produtos (cerca de 795 pessoas/ano);

• São entregues géneros alimentares a 30 famílias carenciadas para confecção de refeições no

seu domicílio, duas vezes por mês;

• Foi organizado um banco de roupa, no qual são recolhidos donativos de artigos de vestuário que

são distribuídos pelos todos os beneficiários do Refeitório Social.

Atendendo ao acentuado crescimento populacional do concelho de Albufeira, fruto da forte atrcatividade

deste território, o que conjuntamente com razões específicas da conjuntura socioeconómica atual,

permite compreender a confluência de indivíduos ou famílias sem retaguarda familiar, faz aumentar os

riscos de exclusão social face a contextos de sazonalidade do emprego, baixas qualificações escolares

e/ou profissionais e outros fenómenos de desfiliação, tendo no ano de 2015 a resposta social focalizado

a sua atividade nestas novas problemáticas sociais.

Torna-se ainda importante salientar que, no decorrer do ano de 2015, de acordo com o aumento

populacional e o aumento de situações de extrema carência e exclusão social, e vislumbrando a

Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem Abrigo, o Refeitório Social “O Búzio”, em

conjunto com a Câmara Municipal de Albufeira e outras Instituições do concelho, convergiram esforços e

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iniciaram a criação de um grupo de intervenção e acompanhamento de pessoas em situação de sem-

abrigo, para que de uma forma unida e responsável o concelho possa responder correta e rapidamente a

estas situações de flagelo social.

---------------------------------------------- ATENDIMENTO PSICOSSOCIAL ----------------------------------------------

Esta resposta social possui uma ligação muito forte com o Refeitório Social, tendo como objectivo

primordial atender e acompanhar os indivíduos encaminhados. São identificados os problemas/situações

desfavoráveis para a plena concretização de um projecto de vida coeso e pretende-se a

minimização/resolução dos mesmos, através do encaminhamento para diversas instituições/serviços do

concelho de Albufeira.

Através desta resposta social, em articulação com as outras distintas Instituições do concelho, foi

possível a integração de alguns utentes do Refeitório Social em cursos de formação contínua e

profissional, promovendo o desenvolvimento de competências pessoais, sociais e profissionais como

forma de reconverter situações de sem-abrigo e contribuindo para o crescimento e desenvolvimento do

concelho de Albufeira.

---------------------------------------------- CRECHE “OS AMENDOINHAS” -----------------------------------------------

A Creche “Os Amendoinhas” foi cedida pela Câmara Municipal de Albufeira a 26 de Agosto de 2005,

situada em Vale Pedras, tendo vindo este equipamento de cariz social colmatar uma enorme

necessidade do concelho de Albufeira. Acreditando que a criança é um ser único, com direitos a serem

respeitados e deveres a serem entendidos e apreendidos, como qualquer outro ser humano, a Creche

“Os Amendoinhas” é pois um espaço no concelho de Albufeira onde as crianças, com o apoio de uma

equipa de profissionais seleccionados, se podem desenvolver de forma cuidada e orientada. Fornecer-

lhes as condições propícias para o seu desenvolvimento é mais do que um desejo, é dever e

responsabilidade de quem a acerca.

Também acreditando que um ser humano aprende muito melhor sobre a vida e para a vida quando está

feliz, a Creche “Os Amendoinhas” procura desenvolver de forma prazerosa e adequada, os projectos que

levarão as suas crianças alcançar o desenvolvimento bio-psíquico-social e cultural que lhes é possível.

Por entender a creche como um microrganismo social, é de sua filosofia empenhar-se na integração dos

seus segmentos – Criança/Família/Creche, fazendo-o de forma variada e concreta, através de encontros

in e extra escolares. as actividades desenvolvidas no ano de 2015 está na linha de actuação dos anos

anteriores, mantendo a preocupação essencial de ser um plano respeitador dos objectivos e premissas

pedagógicas constantes dos documentos estruturantes da Instituição. Com persistência, coerência e

regularidade, cultiva-se o gosto pelo Fazer, Ser, Saber. Com exigência e rigor orienta-se, acompanha-se

o crescimento das crianças, fazendo deles uns futuros empreendedores e construtores do futuro.

Deste modo, a creche não deve entender-se como uma Instituição que desenvolve única e

exclusivamente a sua atuação dentro do espaço sala. A articulação com as famílias, criando pontes

Page 9: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

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entre duas dimensões do processo educativo, é essencial, especialmente na vertente das atitudes e dos

valores. Por esta razão há neste relatório muitas actividades que visam reforçar essa cooperação.

Assim, enraíza-se as bases da sua elaboração nos pressupostos referidos. Fala-se em partilha e em

articulação, a qual é desejada entre os pais deste Equipamento, bem como, da comunidade envolvente,

que se preocupam efectivamente com o sucesso presente e futuro das crianças que lhes estão

confiados.

Durante o ano de 2015, e no sentido de manter o nível de qualidade dos serviços prestados, foram

concretizadas as seguintes acções:

Reparação e Manutenção de Equipamentos

Aquisição de Equipamentos

Objectivos

Reparação dos Ares

condicionados

Substituição dos toldos do espaço

exterior

Motor do ventilador do forno do

fogão

Colocação de um dispositivo p/

porta de entrada

Inspecção Higio-Sanitário

Arranjo de Telefones

Desinfestação da creche

Manutenção fotocopiadora

Da responsabilidade da Fundação

Acções Parcerias

Reparação do Monolume

Melhoramento devido

ao desgaste

Objectivos

Babetes

Resguardos

Acções Parcerias

Cartões da Porta principal

Melhoramento devido

ao desgasteDa responsabilidade da Fundação

Fardas para funcionárias

Equipamento para espaço exterior

para os utentes

Substituição de um Vidro B2

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Recursos Humanos

Pode-se, por fim, constatar que o Plano Anual de 2015 foi cumprido, tendo sido realizadas todas as

actividades planeadas. Foram ainda executadas várias que não estavam previstas, mas consideradas

fundamentais para a melhoria contínua do desempenho do Equipamento.

-------------------------- EQUIPAMENTO “NOSSA SENHORA DA VISITAÇÃO” -------------------------

O Lar Nossa Senhora da Visitação localiza-se na freguesia da Guia, concelho de Albufeira e destina-se à

população idosa. A gestão do edifício foi entregue à Fundação António Silva Leal, através de protocolo,

pela Câmara Municipal de Albufeira em 1997.

Situa-se numa zona de características rurais, onde é possível avistar espaços verdes e usufruir de um

ambiente calmo e sereno, tornando-se deste modo num local aprazível e acolhedor.

Dirigido a toda a população idosa e privilegiando sempre os mais carenciados, proporciona aos seus

utentes a possibilidade de viver com dignidade e qualidade a fase mais vulnerável das suas vidas e de

os proteger de situações dramáticas de exclusão social.

A missão do Lar N. Sra. da Visitação é promover a prestação de serviços humanizados e de qualidade

aos utentes, garantindo a resposta às suas necessidades biopsicossociais, tendo como valor principal a

ética e o respeito pelo utente.

Este Equipamento desenvolve várias atividades de apoio à população idosa, através das respostas

sociais de Lar de Idosos, Centro de Dia e Serviços de Apoio Domiciliário.

Durante o ano de 2015 foram concretizadas diversas ações ao nível dos equipamentos, recursos

humanos, animação e donativos para as quais foram desenvolvidas as seguintes atividades:

Aquisição de equipamentos

Viatura de 5 lugares que permite o alargamento da área de actuação e cumprimento de horário do

Centro de Dia

Sistema de desinfecção para águas quentes sanitárias

Máquina de Lavar Roupa de 8 kg

Aspirador de secreções

Instalação de doseadores de desinfecção das mãos nos corredores e espaços comuns, investindo

na prevenção e controlo de infecções

Objectivos

Contratação duas Educadoras

Contratação de Auxiliar da Acção

Educativa

Contratação Temporário Auxiliar –

mês de Agosto

Celebração de Contrato para

Manutenção do Jardim

Reforço da equipa Da responsabilidade da Fundação

Acções Parcerias

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Requalificação do espaço exterior

Pintura de equipamentos no exterior

Recursos Humanos – Celebração de protocolos

Continuação da prestação de serviço comunitário por ordem judicial por parte de um cidadão

Um estágio da Medida Vida Ativa desenvolvida pelos Serviços de Formação (Ajudante de Cozinha)

Dois acordos de voluntariado de apoio à animação e a alimentação dos utentes

Integração de um voluntário para o Atelier de Música

Recursos Humanos – Formação

Boas Práticas de Higiene das mãos

Suporte Básico de Vida / Técnicas de Desobstrução da via aérea

Posicionamentos, transferências e posturas

Animação – Actividades organizadas, que possibilitam o convívio, a recreação e a interacção com

a comunidade

Visita dos alunos do Instituto para o Desenvolvimento Social (IDS)

Visita dos formandos do curso de Técnico/a de auxiliar de saúde dinamizado pelos Serviços de

Formação

Festas

Janeiras/Reis (actuação do grupo ACRODA)

Aniversário do Lar

Festa de Carnaval (com o palhaço Rabanete)

Missa da Páscoa

Páscoa (caça ao Ovo com as crianças do ATL da CM Albufeira)

Festa da Família (caracolada com actuação do rancho folclórico das Ferreiras)

Festa de São João (actuação do grupo de danças orientais e da Acordeonista Madalena Roque)

Festa do Amigo (actuação do Rancho da Velha Guarda)

Dia do Coração (Aula de Cadeiróbica)

Magusto (castanhas assadas)

Missa de Natal

Festa de Natal (Actuação da Artista Sara, Acuação de colaboradores)

Passeios

OVIBEJA

Armação de Pêra

Carnaval da Guia

Visita ao Parque da Mina

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Mercado mensal da Guia (todos os meses)

Feira da Guia

Animação – Actividades propostas pela comunidade

Festa da Espiga – actividades e almoço convívio no centro lúdico do Cerro D’Ouro

Desfile de Carnaval da Guia – participação com carro alegórico

Acção de Sensibilização da GNR – Burlas e novas notas de 20€

Visita do grupo coral do Centro de Dia do Rossio

Passeio de Barco ao largo de Albufeira

Encontro de quadras populares

Bingo Sénior

Dia mundial da 3ª Idade – Passeio e convívio Sénior no Zoomarine

II Certame Sénior “O Outono da Vida” (com actividade intergeracional de comemoração do dia

internacional do idoso)

Durante o ano de 2015, destaca-se a forte aposta no crescimento do Centro de Dia, com a aquisição de

uma viatura de cinco lugares para poder alargar o raio de ação do transporte da resposta e praticar

horários mais adequados às necessidades dos utentes.

Ao nível dos equipamentos, apostou-se também na aquisição de sistemas de desinfecção, quer das

águas quentes sanitárias, quer num fácil acesso por parte de todos a soluções alcoólicas de desinfecção

das mãos.

Ao nível dos recursos humanos, celebrou-se neste ano um protocolo de voluntariado com a Câmara

Municipal de Albufeira no âmbito do projecto “Albufeira Voluntária”, como forma de dar apoio ao serviço

de animação e rotinas diárias do equipamento.

A 30 de Outubro de 2015, o lar recebeu o projecto de Responsabilidade Social “Dar mãos à obra” da

Liberty Seguros, que interveio na requalificação de alguns espaços do nosso equipamento,

nomeadamente na remodelação da barbearia e na iluminação dos espaços comuns.

---------------------- UNIDADE DE LONGA DURAÇÃO E MANUTENÇÃO DE ALBUFEIRA ---------------------

A Unidade de Longa Duração e Manutenção de Albufeira (ULDMA) visa dar apoio a pessoas com

doenças ou processos crónicos, com diferentes níveis de dependência que necessitam de cuidados

clínicos, de manutenção e de apoio psicossocial em regime de internamento de longa duração.

No âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), a Fundação António Silva

Leal, em parceria com a Administração Regional de Saúde do Algarve IP e o Instituto de Segurança

Social IP, inaugurou em Novembro de 2007 este equipamento.

A ULDMA é uma unidade de internamento, de carácter temporário ou permanente, que dispõe de 20

camas. Durante o período de internamento, são proporcionados cuidados que previnam e retardem o

agravamento da situação de dependência, favorecendo o conforto e a qualidade de vida dos utentes.

Page 13: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

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A ULDMA dispõe de uma Equipa Interdisciplinar (Director Técnico, Médico, Enfermeiro, Fisioterapeuta,

Técnico Superior de Serviço Social, Animador Sociocultural, Psicólogo, Auxiliar de Ação Directa) que

acompanha a evolução do utente e elabora um plano individual de intervenção, durante o período de

internamento, conjuntamente com o utente e/ou familiar responsável de forma a garantir uma

intervenção e encaminhamento adequados às suas necessidades.

Relativamente às actividades desenvolvidas no ano de 2015, continuou-se a investir na qualificação

profissional através da promoção de formações (internas e externas).

Como já tem sido habitual, todos os colaboradores participaram, ao longo do ano, nas actividades

desenvolvidas com e para os utentes com objectivo máximo de conseguir responder às necessidades

individuais e contribuir para o bem-estar geral dos mesmos.

Neste sentido, apresenta-se as actividades desenvolvidas:

Fisioterapia/ Animação Sociocultural

Passeios – passeios ao exterior com atividades lúdicas;

Ginástica de grupo/ Geromotricidade;

Sessões individualizadas;

Atividades socioculturais com utentes e familiares;

Actividades organizadas pela Instituição

Comemoração dos Aniversários dos utentes;

Janeiras (Actuação de Grupo ACRODA);

Dia Mundial do Doente (sessão de esclarecimento sobre “Direitos e Deveres do Doente”,

Lanche Convívio);

Carnaval - Baile de Máscaras e actividades Lúdicas;

Páscoa (Lanche Convívio);

Dia da Higiene das Mãos (Sessão de esclarecimento);

Comemoração do Dia do Enfermeiro (Painel de mensagens e Lanche Convívio);

Comemoração do Dia Mundial da Dança (geromotricidade);

Comemoração do Dia da Família (Lanche Convívio);

Arraial (Grupo de Fadistas locais e actuação dos colaboradores);

Comemoração do Dia Internacional do Idoso (Lanche Convívio);

Comemoração do Dia do Coração - Sessão de Esclarecimento e Actividades (Bowling,

dança);

Magusto (Lanche Convívio);

Festa de Natal (Actuação de artistas da Comunidade);

Formação Interna

Boas práticas de Higiene das Mãos V;

Suporte Básico de Vida;

Processos Comunicacionais;

Prevenção da Infecção do Trato Urinário;

Prevenção da Infecção Respiratória;

Plano Individual de Intervenção;

Posicionamentos, Transferências e Posturas VI;

Page 14: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

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Obstrução da Via Aérea;

Formação Externa

Microbiologia e Antibioterapia;

Primeiras Jornadas Internacionais de Cuidados Continuados;

1.º Encontro Regional de Saúde de Assistentes Sociais no Algarve;

Plano Individual de Intervenção;

Prescrição Racional de Medicação;

Tratamento de Úlceras de Pressão;

Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde;

Jornadas de Cuidados Paliativos.

-------------------------------------------- CANTINA SOCIAL DE ALBUFEIRA ---------------------------------------------

O XIX Governo Constitucional definiu no seu programa, como um dos seus objetivos estratégicos, um

amplo modelo de inovação social, que permitisse dar auxílio e resposta a situações de grave carência

social e económica.

Neste sentido é criado o Programa de Emergência Alimentar (PEA) inserido na Rede Solidária de

Cantinas Sociais, que permite garantir aos indivíduos e famílias que mais necessitam, o acesso gratuito

a refeições diárias, cujo número, dada a sua duração anual e natureza transitória, será definido de

acordo com as características especifica do equipamento social que o vai operacionalizar, mas que terá

como referencial 80 a 100 refeições diárias, que se destinarão preferencialmente, a consumo

externo/domicilio.

Foi neste contexto que no dia 01 de Junho de 2012, a Fundação António Silva Leal honrou o Protocolo

de Colaboração no âmbito da convenção da Rede Solidária de Cantinas Sociais, com o Centro Distrital

de Segurança Social de Faro.

Neste primeiro passo, a Fundação comprometeu-se a disponibilizar 65 refeições diárias, destinadas a

consumo no domicílio, durante 7 dias por semana, disponibilizadas a nível gratuito. Iniciou-se o apoio em

18 de Junho de 2012, com apenas 5 agregados familiares, servindo 15 refeições diárias e 430 mensais.

Em 30 de Novembro do mesmo ano, com o objetivo de minorar o impacto da crise económico-financeira

e de acordo com o aumento acentuado da procura de apoio alimentar, foi assinada uma Adenda ao

Protocolo de Colaboração, com o objetivo de aumentar a distribuição de refeições diárias de 65 para 80.

Em Janeiro de 2013, de acordo com o contínuo crescimento da procura de apoio alimentar, foi assinado

novo Protocolo de Colaboração entre as duas entidades, com o objectivo de aumentar a distribuição de

refeições diárias de 80 para 100.

O presente Protocolo de Colaboração teve continuidade no decorrer do ano de 2015, tal como previsto.

Assim, a Cantina Social prestou apoio, em média, a 27 agregados familiares, correspondendo à

distribuição de 2479 refeições mensais.

Os agregados familiares inseridos nesta medida são encaminhados por instituições locais que detêm

parcerias informais com a Fundação. A par deste apoio alimentar, os agregados familiares usufruem de

um acompanhamento a nível social, que tem como objetivo primordial orientar os indivíduos e famílias

para a procura de condições que possam minorar as fragilidades sociais a que estão expostos.

Page 15: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

15

FARO

---------------------------------------- CENTRO INFANTIL “ESTRELA DO MAR” ----------------------------------------

O ano de 2015 foi um ano de consolidação do Projeto Educativo “Educar com Arte”, cujas atividades

contaram com o empenho de uma equipa de profissionais motivados e com a estreita colaboração das

famílias e da comunidade.

Foram diversos os momentos em que integramos as diferentes formas de expressão e comunicação, de

modo a sensibilizar as crianças para as formas de arte existentes, mas também sensibilizando para a

formação pessoal e social, pois desde que a criança dá os primeiros passos até ingressar no ensino

básico assiste-se a uma gigantesca aquisição de conhecimentos e capacidades necessárias para

enfrentar os desafios ao longo da vida.

Assim, teve-se como objectivo primordial que as temáticas relacionadas com a vertente artística

tivessem um fundamento moral a ser explorado com as crianças, não só na sua relação com o outro mas

também na relação consigo próprio. Defende-se a importância do desenvolvimento integral de cada

criança, no estabelecimento de um suporte emocional efectivo, tão imprescindível na educação de

cidadãos felizes, responsáveis, tolerantes e cooperantes.

Neste sentido, salienta-se as actividades de maior relevância;

Os alunos da ASMAL (Associação de Saúde Mental do Algarve) organizaram e apresentaram às

crianças do Centro Infantil um teatro de fantoches denominado “A Bambolina”;

Ao longo do ano, foram exploradas histórias que deram origem a diversas dramatizações e teatros

de fantoches;

Foi mantida a parceria com o Museu e a Biblioteca Municipal de Faro, realizando-se atividades

mensais por parte do pré-escolar. A parceria com a Biblioteca estende-se à creche, num projecto

cujo objectivo é levar à creche actividades de expressão e compreensão da linguagem;

A convite da Biblioteca Municipal de Faro para representantes da área da Infância, deu-se início a

um projeto intitulado “Atelier dos Sentidos”, um projecto entre gerações (crianças/idosos);

O Carnaval foi dedicado ao Circo. As crianças do Pré-escolar homenagearam esta forma de arte

mascarando-se de artistas de circo, e participaram no desfile da cidade organizado pela Câmara

Municipal de Faro. Por sua vez, as crianças da sala da creche mascararam-se de palhaços e

fizeram uma festa, no Centro Infantil, com a participação dos pais. Nesta festa houve jogos de

dança, jogos de movimento, de descoberta, e brincadeiras de carnaval entre pais e filhos;

Foi convidada uma professora de Hip-hop para dinamizar uma aula no Dia da Mãe com a

participação activa entre as mães e os filhos. Também o Dia do Pai foi vivido de forma especial;

A Semana da família foi a semana privilegiada para que as famílias partilhassem os seus saberes e

experiências com os grupos. Foram dinamizadas actividades de culinária, histórias, dança,

expressão plástica, actividades relacionadas com profissões, entre outras;

Ao longo do ano foram ainda exploradas diversas formas e técnicas de expressão no âmbito das

actividades planeadas e de acordo com os dias festivos do calendário escolar;

Após aprofundar-se diferentes vertentes artísticas, iniciou-se com os grupos de crianças um projecto

de realização prática com o objectivo de apresentar às crianças diferentes formas de expressão e

Page 16: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

16

de representação. Este projecto teve o seu culminar na festa de final de ano, através da

dramatização de uma história com apresentação às famílias. De acordo com as suas faixas etárias,

cada criança participou activamente na construção dos cenários, na planificação das danças e

movimentos, bem como na elaboração dos diálogos que sustentaram a história de “Ting-a-ling, o

pequeno artista”, uma história que enaltece a importância de cada um acreditar no seu potencial;

A Festa de Natal ocorreu num clima verdadeiramente familiar: abriram-se as portas da “casa” às

famílias, e foi num contexto aconchegante que pequenos grupos de crianças actuaram com

canções e danças para os seus pais. A festa prosseguiu com uma surpresa para todos, um mágico

profissional presenteou os presentes com uma actuação de Natal que encantou e encheu os

corações.

Em suma, ao longo do ano organizou-se a prática pedagógica de modo a oferecer às crianças uma

aprendizagem globalizante com diversidade e multiplicidade de estímulos num ambiente de confiança e

afecto.

---------------------------------------------- CRECHE “MALTA PEQUENA” ----------------------------------------------

A Creche “Malta Pequena” é um equipamento da Fundação localizado na cidade de Faro, concelho e

distrito de Faro, tendo sido criada devido à necessidade de dar continuidade a um projecto de ensino

iniciado em 1993.

A população escolar desta instituição é proveniente de várias freguesias do concelho de Faro e também

de alguns concelhos vizinhos, como Olhão.

As instalações da creche são constituídas pelo edifício e espaços exteriores, adaptados às exigências

funcionais actuais e têm alguma flexibilidade e capacidade de evolução ao nível construtivo.

Para a criação destes espaços foram tidos em conta a luminosidade e conforto ambiental, a usufruição

do espaço exterior a partir de todo o interior do edifício, a polivalência dos espaços comuns, a eliminação

de barreiras arquitectónicas e a existência de espaços exteriores lúdico-pedagógicos diversificados,

sendo de fácil acesso de viaturas ou outros meios de socorro e emergência.

No único piso do edifício encontram-se vários espaços, como:

Serviços administrativos e área da direcção executiva e pedagógica, hall de entrada, sala de

isolamento, dois gabinetes, arrumos e instalações sanitárias;

Três salas de actividades de creche;

Um berçário;

Sala das educadoras;

Refeitório;

Copa e anexos de apoio;

Instalações sanitárias de apoio aos diversos espaços específicos e diferenciadas por sexos;

Diversos arrumos;

Espaço exterior.

A área exterior é constituída por espaços integralmente tratados, alternando áreas pavimentadas com

áreas de jogo, relvado e caixa de areia.

Page 17: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

17

As actividades dinamizadas resultaram de um projecto educativo cujo período a que se reporta tem a

durabilidade de três anos (2014-2017). Este projecto tem como título “histórias contadas: a importância

das histórias na primeira infância” dando as linhas orientadoras para os projectos pedagóg icos de sala,

orientando-os no tempo e no espaço.

Estes projectos pedagógicos, sendo mais específicos, estão adequados às idades, capacidades e graus

de desenvolvimento dos grupos de crianças.

Para atingir os objectivos propostos, tanto no Projecto Educativo como no Plano Anual de Actividades,

privilegia-se a relação com os pais, pois a família e a Instituição são dois contextos sociais que

contribuem para a educação da criança. Os pais são os responsáveis pela criança e também os seus

principais educadores, sendo a creche complementar da acção educativa da família.

Para que a família e a criança tenham um processo de adaptação o mais facilitador possível a creche

propõe processos de adaptação adequados às suas necessidades, sendo esta a primeira acção do ano

lectivo, criando desde logo laços afectivos, pois o facto de se conseguir criar estes laços afectivos e de

proximidade e um ambiente harmonioso, é indicador de um ano lectivo promissor.

Procurou-se incorporar ao longo do ano todas as áreas de desenvolvimento humano, fossem de carácter

social ou de carácter cognitivo, para que a criança tivesse oportunidade de se desenvolver da melhor

forma, em sintonia com os outros e o mundo em seu redor, tendo sempre os pais como parceiros nesta

aquisição de novos conhecimentos e maturação dos já descobertos.

Para tal, utilizou-se, para além de materiais de desgaste, materiais de desperdício tais como cartão,

copos de iogurte, jornais, revistas, entre outros. Estas práticas são passadas às famílias, sugerindo-lhes

a utilização dos mesmos.

Em conclusão, as actividades planeadas foram cumpridas, no entanto, os seus objectivos ainda não se

encontram atingidos, dado que o ano lectivo ainda se encontra em curso, e este pode sofrer alterações

sempre que a prática pedagógica o exigir.

-------------------------------------------- CASA ABRIGO “SOL NASCENTE” ---------------------------------------------

As Casas Abrigo são respostas sociais de acolhimento temporário para situações de risco/perigo para

mulheres vítimas de violência doméstica com ou sem filhos. São unidades residenciais com carácter

sigiloso e transitório que oferecem morada protegida e atendimento/acolhimento a tempo integral (com

desenho de projecto de vida, estabilização psicológica e aumento de competências pessoais, sociais e

parentais).

Esta resposta social é um equipamento da Fundação António Silva Leal, criada em Dezembro de 2003,

destinado ao acolhimento temporário de mulheres vítimas de violência doméstica acompanhadas ou não

de filhos menores, com capacidade para 10 utentes e ampliada em Janeiro de 2007, passando a

albergar 18 utentes.

Esta Resposta Social tem como objectivo constituir um apoio social de retaguarda para pessoas em

situação de extremo risco físico, psicológico, social, económico e de constituir uma resposta temporária

de suporte que assegure às mulheres e aos seus filhos, um novo modelo relacional securizante, não

Page 18: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

18

violento, que permita a construção de um projecto de vida adequado às suas necessidades e

características pessoais.

Para assegurar o apoio específico a estas pessoas em situação de grande risco, a Casa Abrigo tenta

proporcionar um espaço familiar, garantido às mulheres e crianças, tanto quanto possível, a satisfação

de todas as necessidades básicas, adequadas às respectivas idades, com o intuito não só de promover

a sua reintegração na comunidade e, se possível, na família como também de proporcionar os meios

que contribuam para a valorização pessoal, social e profissional das mulheres e crianças, tendo sempre

como objectivo a integração social.

Assim, desde a abertura desta resposta social que se continua a desenvolver acções e actividades muito

direccionadas para aquisição de competências a todos os níveis da população alvo “Mulheres e

Crianças” mas também dirigida a necessidades específicas de cada grupo, de cada agregado e de cada

utente.

A Casa Abrigo “Sol Nascente”, enquadrada no âmbito das atribuições e competências previstas no

Decreto Regulamentar n.º 1/2006 de 25 Janeiro, da nova Lei n.º 112/2009 de 16 de Setembro, que

estabelece o regime jurídico aplicável à prevenção da violência doméstica, à protecção e à assistência

das suas vítimas, bem como ao V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de

Género (2014-2017), procura com a sua acção combater a violência contra as mulheres, considerando

violência em razão do sexo nomeadamente a violência doméstica, como um dos principais obstáculos ao

pleno gozo dos direitos humanos das mulheres e das liberdades funcionais.

Na contínua aposta na melhoria da qualidade e conforto dos serviços prestados aos nossos utentes, a

Fundação encetou no passado ano de 2015, a transferência desta resposta social para um novo espaço.

Esta alteração permitiu oferecer uma maior privacidade aos utentes, melhorou a oferta dos espaços

comuns, proporcionando às crianças acolhidas um espaço mais adequado para brincarem, para

interagirem e para se dedicarem às tarefas académicas.

Desta forma, centralizou-se num espaço único três equipamentos (dois apartamentos plurifamiliares e

um escritório) que se encontravam espalhados por várias localizações e zonas habitacionais da cidade.

Este equipamento é um edifício de dois pisos, composto por cinco quartos/dormitórios que são

partilhados, escritório, sala multiusos, espaço exterior, garagem, diversas varandas, sala de costura,

cozinha e diversas casas de banho.

Actividades desenvolvidas

A mudança das instalações veio melhorar as condições existentes para o desenvolvimento de

actividades com as utentes e crianças, designadamente, ao ar livre. Para além disso, o espaço

circundante da Casa Abrigo (proximidade da Ria Formosa) revelou-se também uma mais-valia, para

actividades de grupo e/ou individuais.

Jogos interactivos e lúdicos, trabalhos manuais e ditados, visam a proximidade entre utentes e

filhos, bem como entre utentes e as crianças. Promove também uma responsabilização das utentes

no processo escolar e educativo dos filhos.

Leitura de textos e Apoio Escolar. As acções são de carácter semanal, visam o desenvolvimento e

acompanhamento das crianças no percurso escolar, a criação de uma rotina estável, e a

responsabilização das utentes no processo escolar dos filhos.

Page 19: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

19

Realização de passeios nos espaços verdes da cidade, na ra e na praia. Estes passeios foram

realizados ao fim-de-semana, com acompanhamento de colaboradores.

Sinalização do dia de Páscoa. À semelhança do que se sucedeu em anos anteriores, foi preparada

uma mesa especial para comemoração da Sexta-Feira Santa. Revela-se importante esta

sinalização pois promove o convívio e as relações interpessoais entre as utilizadoras.

Sessões de círculos de mulheres. Procurou-se que as utentes tivessem um momento de

socialização entre elas, após deitarem as crianças, onde na presença de colaboradores, partilharam

os seus estados de espírito e/ou simplesmente conversavam entre elas.

Educação Parental Informal. Sessões realizadas entre a equipa técnica da Casa Abrigo e as

utentes, que relembram e ensinam, as diversas competências parentais às utentes.

Sessões de Economia Doméstica. As utentes-mães experienciaram à vez, acompanhar os

colaboradores na elaboração das ementas e refeições diárias, aprendendo técnicas de economia

doméstica.

Celebração dos Aniversários.

Passeio pela cidade para conhecer os diversos equipamentos e a cidade. Actividade realizada em

grupo, sendo de especial interesse para as utentes, fomentando a sua pro-actividade na resolução

de situações páticas individuais (ex. Centro de Emprego).

Sinalização do Dia Internacional da Mulher, em que foi realizado um lanche comemorativo de

utentes e Equipa da Casa Abrigo.

Sinalização do Dia da Criança. Distribuição simbólica de presentes.

Um dia na Colónia de Férias “O Búzio” em Albufeira. Permitiu as utentes passarem um dia diferente

com as crianças, participando em convívio com outros grupos de colonos, e conhecer outra

localidade do Algarve.

Preparação e Orientação para o início do ano lectivo. A sessão cumpriu com os objectivos de

esclarecer algumas dúvidas levantadas pelas mães, no que respeita a horários e procedimentos

para matrículas.

Organização/celebração da Ceia de Natal, de presentes para as mulheres e crianças e

organização/celebração do Ano Novo.

Actividades não planeadas

Também se iniciou protocolo com Cáritas, com idas bimensais às instalações das mesmas, com o

objectivo de receber roupa para utentes e crianças, escolhidas pelas utentes nas instalações.

Foram realizadas novas parcerias no que se refere a Colónias de Verão e Actividades de Tempos

Livres de Verão, nomeadamente com o Clube Náutico (sessão de Canoagem, surf e bodyboard de

utentes e crianças) e com a IPSS das Irmãs de Madre Teresa de Calcutá. Isto permitiu um aumento

intenso de actividades no Verão destinadas a crianças.

A mudança de instalações para uma zona muito próxima da Ria e da Praia permitiu também um

maior aproveitamento da época balnear por parte das utentes e das crianças, sendo estas idas de

carácter semanal.

Page 20: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

20

Manutenção da Horta: as crianças ficaram responsáveis pela alimentação das Galinhas da Horta da

Casa Abrigo.

O início do protocolo de realização de Práticas da Licenciatura de Educação Social da UALG trouxe

um maior dinamismo e aumento de parcerias e de atividades destinadas às utentes.

Protocolos

Prossecução dos protocolos estabelecidos no ano transacto, nomeadamente com o Pingo Doce,

tendo sido possível alargar o protocolo a outras lojas, que passaram a doar mais géneros

alimentares, secos e também produtos de limpeza e higiene.

Continuidade do protocolo com a Cli-Faro para a prestação de serviços de medicina dentária.

Continuidade do protocolo com o Centro de Próteses Dentarias;

Continuidade da colaboração e participação em encontros e grupos de trabalho promovidos pela

Comissão de Igualdade e Género (CIG) – Delegação de Lisboa, em projectos ou programas de

âmbito nacional ou local e, para os quais o nosso contributo, através da experiencia e Know How

nos seja solicitado.

Início de protocolo com o Centro Náutico de Faro.

Início do protocolo com a Universidade do Algarve (UALG) – Licenciatura de Educação Social.

Início do protocolo com Cáritas (vestuário).

Início do protocolo com as Irmãs de Madre Teresa de Calcutá e Projeto AMAR (colónias de férias e

atividades de tempos livres).

--------------------------- CENTRO COMUNITÁRIO “HORTA DA AREIA” ------------------------------

Enquanto estrutura polivalente de vocação social global, o Centro Comunitário Horta da Areia (CCHA)

manteve-se fiel aos princípios que levaram à sua criação: a luta contra a pobreza e exclusão social.

Desenvolve por isso, uma intervenção que se assume como integrada e transversal, em constante

transformação e adaptação, em áreas como a promoção da saúde, ocupação de tempos livres para

crianças e jovens, educação formal e não-formal, promoção de actividades recreativas, acções no

campo da intervenção urbana e da requalificação ambiental, promoção do voluntariado e da participação

da comunidade envolvente, mediação, entre outras.

Das áreas temáticas acima mencionadas, destacaram-se durante o ano de 2015, o conjunto de acções

que se passa a elencar:

Intervenção social – Comunidades Roma|Ciganas

O ano de 2015 marcou a entrada e participação do Centro Comunitário no palco internacional no que

refere à chamada “Questão Cigana”. Com efeito, a participação de um dos elementos da equipa técnica

do Centro Comunitário, nos trabalhos de elaboração do novo Plano de Acção para a Juventude

Roma|Cigana (Roma Youth Action Plan – Budapest), sob orientação do Conselho da Europa, em

Outubro, permitiu encetar contactos com organizações de toda a europa, com vista à elaboração de

futuras parcerias.

Page 21: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

21

A nível local, mantiveram-se diversas acções de promoção da cultura e cidadania, quer através da

participação activa do Centro no grupo de trabalho orientado pela European Anti-Poverty Network

(EAPN) – Núcleo de Faro, quer pela organização ou participação em eventos locais de promoção da

cultura Roma|Cigana).

Projectos em trânsito

HA SAÚDE

O projecto HA_SAÚDE, desenvolvido em parceria com a Unidade de Cuidados na Comunidade do

Centro de Saúde de Faro, manteve as suas actividades ao longo de todo o ano, garantindo presença de

uma enfermeira nas instalações do Centro Comunitário, um dia por semana. Esta presença permitiu o

acompanhamento, in loco, dos agregados familiares residentes no Bairro, dando especial atenção às

grávidas, lactentes e idosos. Ao longo do ano, para além da prestação de cuidados primários,

realizaram-se visitas domiciliárias, acções de informação e sensibilização e ainda encaminhamentos

para especialidades. À semelhança dos anos anteriores, foram ainda realizadas diversas actividades

integradas em projectos de estágios curriculares da Escola Superior de Saúde de Faro, nomeadamente,

workshops sobre nutricionismo e alimentação para bebés.

Viveiro Comunitário

O Viveiro Comunitário (viveiro de plantas aromáticas e leguminosas, em particular) manteve a sua

actividade e permitiu o cultivo e doação de produtos a vários agregados residentes, quer para

transplante, quer para consumo.

Projetos e candidaturas aprovadas

Projeto Sorri Dente!

O Projeto Sorri Dente! surgiu no quadro de uma candidatura ao Projeto Nacional SOBE – Saúde Oral

Bibliotecas Escolares, em parceria com o Centro de Saúde de Faro e prevê um conjunto integrado de

actividades que passam pela realização de um rastreio oral individual para diagnóstico de necessidades

do público-alvo, pelo encaminhamento das crianças com necessidades de cuidados de saúde oral, pela

realização de acções de educação para a saúde oral (para a população em geral, incluindo os

encarregados de educação), pela implementação da escovagem (em contexto da instituição), pela

demonstração da prática correcta da escovagem (junto das crianças e dos encarregados de educação),

pela divulgação da informação sobre saúde oral e pela realização do bochecho de flúor. As principais

metas a atingir passam pela prevenção e redução das doenças orais, pela melhoria dos conhecimentos

e comportamentos inerentes à higiene oral, bem como promover a equidade na prestação de saúde oral.

YUPI!

O Projeto YUPI! surge de uma candidatura ao Programa de Voluntariado “Jumbo mais perto de Nós

2015” e traduz-se na implementação de uma ludoteca nas instalações do Centro Comunitário, que se

destina, em particular, a crianças em idade pré-escolar acompanhadas pelos seus encarregados de

educação. De salientar que a aprovação desta candidatura resultou de um processo de votação por

parte dos clientes do Jumbo de Faro, que a distinguiram por entre outras candidaturas a concurso.

Page 22: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

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Capitães da Areia

O Projecto Capitães da Areia, desenvolvido em parceria com a Companhia de Capoeira Contemporânea

de Faro, surgiu com o objetivo de iniciar a modalidade de Capoeira junto das crianças e jovens

residentes no bairro Horta da Areia.

Acções em destaque | Áreas de Actividade

Mediação

Assumindo a mediação, em particular, a mediação institucional, como um dos pilares da intervenção do

Centro Comunitário, as acções levadas a cabo durante o ano mantiveram o foco nas questões

relacionadas com saúde, educação, protecção social, habitação e emprego.

Donativos e Apoio Alimentar

Ao longo do ano de 2015, o Centro Comunitário deu continuidade à parceria com o Banco Alimentar

Contra a Fome do Algarve, procedendo à recolha e redistribuição mensal de géneros alimentares,

beneficiando directamente 17 famílias. Relativamente aos donativos recebidos sob forma de géneros

alimentares ou de outro tipo, doados por entidades privadas ou por particulares, a sua redistribuição

pelos agregados apoiados assentou nos mesmos pressupostos adoptados ao longo dos anos anteriores,

priorizando agregados com menores a cargo ou com idosos. A frequência e o volume de donativos em

géneros alimentares durante os meses de Maio e Junho permitiram a distribuição de 160 cabazes

alimentares pelas famílias residentes no bairro. O ano de 2015 marca o início da colaboração da ACCA –

Associação de Apoio à Criança Carenciada do Algarve com a Fundação, que financiou directamente,

lentes e armações a crianças sinalizadas com problemas oftalmológicos. Ao longo dos meses de

Novembro e Dezembro, a ACCA lançou uma campanha de solidariedade para a angariação de

brinquedos, vestuário e calçado para as crianças do bairro. Os donativos recolhidos beneficiaram cerca

de uma centena de crianças e foram oferecidos durante a festa de Natal promovida pelo Centro

Comunitário no bairro. Já em Setembro, a ACCA tinha lançado a campanha de Regresso às Aulas, em

Outubro, tendo conseguido recolher material escolar para cerca de 40 crianças e jovens.

Saúde

Para além das acções desenvolvidas no âmbito dos projetos HA SAÚDE e SORRI DENTE!, e ainda da

continuidade do Programa IPI – Intervenção Precoce na Infância – a recente colaboração com a ACCA

permitiu o planeamento de uma intervenção ao nível da psicologia e da terapia da fala para um número

limitado de casos sinalizados, com início previsto em 2016.

Voluntariado

O Centro Comunitário Horta da Areia sempre assumiu a promoção do voluntariado quer local, quer

internacional, sendo que, ao longo do ano, beneficiou da participação de dois voluntários locais cujo

trabalho meritório resultou na continuidade de acções que vêm sendo desenvolvidas desde há alguns

anos a esta parte, em particular na área da animação sociocultural e do apoio logístico. No que refere ao

voluntariado internacional (Programa Erasmus+), o Centro Comunitário acolheu durante o mês de

Page 23: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

23

Outubro mais uma voluntária, oriunda da República Checa e que prestará serviço até Outubro de 2016.

Ressalva-se ainda que o Centro Comunitário mantém a colaboração activa e voluntária de vários

elementos da comunidade do bairro, sempre que necessário, ainda que de forma informal.

Cultura

Nesta área temática mantiveram-se as parcerias existentes, nomeadamente com a Cooperativa Cultural

Mandacaru (a decorrer desde 2012), através de um projecto de intervenção cultural, artística e social,

sendo as artes performativas a metodologia privilegiada de educação não-formal. Assim sendo, foram

apresentados vários espetáculos performativos, que incluíram dança cigana (Grupo Infanto-juvenil de

Dança Cigana Los Niños), Hip-Hop, dança contemporânea e teatro, sendo de destacar as participações:

Na III edição do “Festival Cool Tour” que teve como objectivo a criação de um conjunto de

eventos teatrais dedicados à cultura para crianças;

No XVII Mercadinho Social organizado pela Câmara Municipal de Faro, com o tema: "Família e

Comunidade";

No XVIII Mercadinho Social organizado pela Câmara Municipal de Faro, com o tema: "Infância

e Juventude";

No XVII aniversário do Centro Comunitário Horta da Areia;

Na Festa de Natal do Centro Comunitário Horta da Areia.

Outras acções

Acolhimento e orientação de estágios curriculares

Ao longo do ano de 2015 foram acolhidos diversos estágios curriculares, a saber:

Alunos do curso de Dietética e Nutrição do 4.º ano da Escola Superior de Saúde da

Universidade do Algarve;

Aluno do Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF) do agrupamento de escolas

Tomás Cabreira;

Aluna do Curso Técnico de Apoio Psicossocial, Curso Profissional Nível IV da EU, da Escola

Profissional D. Francisco Gomes D´Avelar da Santa Casa da Misericórdia de Faro (em

trânsito).

Trabalho Comunitário (IRS) – Acolhimento

O Centro Comunitário manteve as acções de acolhimento e supervisão de indivíduos em regime de

prestação de serviço comunitário encaminhados pelo Instituto de Reinserção Social. No ano de 2015,

foram quatro os indivíduos acolhidos, sendo que três deles transitaram do ano anterior.

Representação Institucional

Os elementos da equipa técnica do Centro Comunitário Horta da Areia representam a Fundação em

diversos organismos de âmbito local, a saber:

Conselho Local Ação Social de Faro;

Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco de Faro;

Page 24: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

24

EAPN – European Anti-Poverty Network – Núcleo de Faro.

---------------------------------------------- SERVIÇOS DE FORMAÇÃO ----------------------------------------------

A Fundação António Silva Leal está certificada em 9 áreas de educação e formação, tendo-lhe sido

reconhecida a qualidade técnica exigida pelo referencial de qualidade do sistema de certificação de

entidades formadoras:

010 – Programas de base

090 – Desenvolvimento pessoal

146 – Formação de professores e formadores de áreas tecnológicas

482 – Informática na óptica do utilizador

729 – Saúde – programas não classificados noutra área de formação

761 – Serviços de apoio a crianças e jovens

762 – Trabalho social e orientação

811 – Hotelaria e restauração

862 – Segurança e higiene no trabalho

A actividade formativa desenvolvida em 2015 contemplou a execução de um plano de formação de

27.265 horas de volume de formação, nas áreas de formação 729, 762, 811, 862 e 761, registando-se

um indicador global de concretização das metas propostas, tendo sido a formação financiada destinada

a activos desempregados aquela que mais contribuiu para a taxa de concretização dos objectivos

fixados no plano de actividades.

Caracterização da formação desenvolvida

Os Serviços de Formação concebem, planeiam, organizam, executam e avaliam uma diversidade de

projectos de formação, financiada e não financiada. Não obstante em 2015 a actividade formativa ter

incidido essencialmente na formação financiada, apostou na divulgação do plano de formação junto do

público em geral, utilizando para o efeito as redes sociais, o correio electrónico, a distribuição de flyers e

a participação em encontros e eventos locais e regionais. A rede de parcerias locais revelou-se, mais

uma vez, eficaz na divulgação e concretização da actividade formativa. Para a concretização do seu

plano de formação, a Fundação dispõe de uma equipa multidisciplinar, com capacidades demonstradas

na gestão de diversos projectos de formação financiados e não financiados, bem como um conjunto de

recursos físicos e materiais que viabilizam a realização de actividades práticas potenciadoras de

aprendizagens mais qualificantes.

Formação Contínua Externa

Durante o ano de 2015, os Serviços de Formação organizaram e desenvolveram as seguintes acções

dirigidas ao público em geral, com maior incidência junto doa activos empregados e entidades

empregadoras:

Curso de Técnicas de posicionamento, mobilização, transferência e transporte – Com base

na UFCD 6571 do referencial de formação de Técnico/a Auxiliar de Saúde – nível 4, realizou-se

uma acção de 25 horas, dirigida a profissionais que prestam serviço de cuidadores de pessoas

Page 25: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

25

idosas e/ou acamadas. Nesta acção executou-se um volume de formação de 550 Horas, tendo-

se abrangido 22 participantes. Todos concluíram a formação com sucesso, tendo-se registado

uma taxa de satisfação superior aos 95%.

Curso de Emergência pediátrica – A acção foi criada para responder às necessidades

manifestadas pelo Centro Infantil “Estrela do Mar”, tendo-se promovido esta iniciativa junto do

público em geral e sobretudo outras entidades que prestam serviços de cuidados a criança. Com

esta formação pretendeu-se preparar os participantes para identificar e intervir eficazmente em

situações de emergência ou doença súbita, por forma a permitir a estabilização da vítima até à

chegada do INEM. A formação contou com a participação de 13 formandos, na sua maioria

empregados na actividade de auxiliar de acção educativa. Realizaram-se 91 horas de volume de

formação, não se tendo registado faltas nem desistências. Todos os formandos concluíram com

sucesso tendo revelado uma taxa de satisfação “Muito Bom” de 100% em todos os parâmetros,

incluindo o desempenho do formador.

Curso de Socorrismo geriátrico – A Fundação S. Barnabé, entidade parceira da Fundação,

identificou a necessidade de preparar os seus funcionários, que prestam serviços de cuidados

aos idosos, para intervir em situações de doença súbita ou emergência, que contribuam para

estabilizar a vítima até à chegada dos serviços do INEM. A formação decorreu em Junho, nas

instalações da Fundação S. Barnabé, em Almodôvar, com 20 participantes, e em Beja com 16.

Realizou-se um volume de formação de 252 horas tendo todos os participantes concluído a

formação com sucesso.

Curso de Medidas de autoprotecção – Na sequência da acção de emergência pediátrica, foi

identificada a necessidade, junto dos formandos e entidades que representam, de uma formação

sobre as formas de actuação em caso de emergência em conformidade com os respectivos

planos de segurança. Assim, a acção sobre Medidas de autoprotecção foi divulgada ao público

em geral e às entidades parceiras, concretizando-se numa acção de formação com 15

participantes, com funções em serviços públicos e privados de cuidados de saúde, aos idosos e

crianças. Pretendeu-se com esta formação que os elementos pertencentes à estrutura

organizativa do Plano de Segurança Interno das respectivas entidades/empresas, tomassem

conhecimento dos riscos existentes nos seus trabalhos, das medidas de prevenção de situações

de emergência, bem como das suas funções, face aos cenários de emergência previstos.

Realizou-se um volume de formação de 105 horas, tendo todos os formandos concluído a

formação com sucesso.

Curso de Prevenção da negligência, abusos e maus-tratos – Na sequência da divulgação da

concessão de apoios à frequência de formação profissional pelos trabalhadores, através da

Medida Cheque-Formação, criada pela Portaria n.º 229/2015, de 3 de Agosto, as entidades

empregadoras começaram a manifestar interesse em apresentar candidaturas e, desta forma,

promover junto dos seus funcionários a formação necessária à melhoria dos serviços prestados.

A entidade Semear Afetos, Lda., prestadora de serviços de lar de idosos e apoio domiciliário,

contratou a Fundação para o desenvolvimento deste curso nas suas instalações. A acção teve

por base a UFCD 7226 do referencial de formação de Técnico/a de apoio familiar e à

comunidade, num total de 25 horas de formação. A formação decorreu em horário laboral,

Page 26: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

26

abrangeu 14 funcionários daquela entidade, tendo-se realizado 350 horas de volume de

formação. Não se registaram desistências nem faltas e os resultados finais foram muito positivos

com avaliações finais de 4 (Bom) e 5 (Muito Bom).

Projectos de Formação co-financiados

PROJECTO DE FORMAÇÃO N.º 38/DRG/2014/FASL – MEDIDA VIDA ATIVA

Em Novembro de 2014 foi celebrado um novo Acordo de Cooperação entre o IEFP, IP – Delegação

Regional do Algarve para a realização de 5 novas acções de formação no âmbito da Medida Vida Activa,

nas áreas de educação e formação 762 – Trabalho social e orientação, 729 – Saúde e 811 – Hotelaria e

restauração, nas saídas profissionais de Agente em Geriatria, Técnico/a Auxiliar de Saúde e Operador/a

de Manutenção Hoteleira, em Faro e Albufeira. O projecto foi aprovado para os anos 2014/2015 para a

execução de um volume de formação total de 36.250 horas e 125 adultos abrangidos desempregados e

inscritos nos Centros de Emprego. Nos meses de Novembro e Dezembro de 2014 iniciaram-se três

acções de formação: Geriatria, Técnico/a Auxiliar de Saúde e de Manutenção Hoteleira, com 26

formandos cada, em Albufeira e em Janeiro de 2015 iniciaram-se mais duas acções de Manutenção

Hoteleira em Albufeira e Técnico/a Auxiliar de Saúde em Faro, com 27 e 26 formandos respectivamente.

Os percursos de formação foram constituídos por UFCD’s do Catálogo Nacional de Qualificações (QNQ),

com um total de 200 horas cada, à excepção da 2.ª acção de Manutenção Hoteleira que acrescia 450

horas de Formação Prática em Contexto de Trabalho (FPCT). O projecto terminou em Julho de 2015,

tendo-se conseguido executar a totalidade das 1450 horas de formação, 131 formandos e um volume de

formação 4.475 horas em 2014 e 23.995 horas em 2015. Em termos de quantificação dos resultados

deste projecto, registou-se uma execução física de 78,54% e 81,62% de execução financeira.

Relativamente aos resultados referentes à avaliação e certificação dos formandos, concluíram com

aproveitamento 102 formandos aos quais foi atribuído o respectivo certificado de qualificações.

Registaram-se 29 desistências ao longo do projecto, que acrescidas às faltas na assiduidade foram as

causas para que a execução física não atingisse a meta de 80% prevista no Plano de Actividades.

Contudo, no relatório de acompanhamento e avaliação do projecto, apurou-se que o índice de satisfação

global dos formandos atingiu os 94%. A acção que registou maior satisfação global foi Geriatria, com

98,86%, em que a maioria dos parâmetros de avaliação da qualidade da acção obteve 100% de

satisfação, sendo o parâmetro Duração o que revelou menor satisfação (91,7%). Esta acção decorreu na

Freguesia da Guia, próximo do Lar de Idosos N. Sra. Visitação, da Fundação, o que contribuiu para a

realização de muitas actividades práticas em contexto real de trabalho. Apurou-se, como referido, que a

duração da formação foi o factor que menos satisfez os formandos, tendo os mesmos manifestado que

200 horas são insuficientes para todos os conteúdos que gostariam de ver trabalhados e que o

desempenho dos formadores, a documentação entregue e a motivação e participação dos formandos

foram as variáveis que obtiveram maior registo de satisfação com 99% de formandos muito satisfeitos.

No que concerne ao processo de recrutamento de formandos e formadores, os procedimentos foram

semelhantes aos do projecto anterior, tendo os formandos sido encaminhados pelos Serviços de

Emprego do IEFP, IP, através de sessões colectivas de informação e tendo os formadores mantendo-se

os que já haviam colaborado e que demonstraram um bom desempenho e avaliação positiva pelos

formandos, tendo-se pontualmente recorrido novamente à bolsa de formadores do IEFP, IP.

Page 27: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

27

PROJECTO DE FORMAÇÃO N.º 223/DRG/2015 – FASL – MEDIDA VIDA ATIVA

Em Dezembro de 2015 a FASL assinou novo Acordo de Cooperação com a Delegação Regional do

IEFP, IP para a realização de um novo projecto no âmbito da Medida Vida Ativa. Este constituiu-se como

um novo desafio aos Serviços de Formação, pelas novas saídas profissionais propostas: Cozinha e

Restaurante. O projecto foi aprovado para a realização de 6 acções de formação: Serviço de Cozinha –

nível 2 e Serviço de Cozinha – nível 4; Serviço de Restaurante – nível 2 e Serviço de Restaurante – nível

4 e duas acções de Técnico/a Auxiliar de Saúde. Os locais de realização da formação também

constituíram um desafio, pois desta vez pretendia-se qualificar a população desempregada do Concelho

de Loulé, onde a Fundação não dispõe de qualquer estrutura física e/ou equipamentos. Este desafio

permitiu a celebração de novas parcerias com o meio, nomeadamente com o Município de Loulé, o

Instituto Superior D. Afonso III, bem como com empresas ligadas à hotelaria e restauração. O projecto

pretendeu a realização de 52.500 horas de formação divididas por 6 acções e abranger 150 formandos.

Todas as acções tiveram de iniciar no mês de Dezembro, o que constituiu alguns constrangimentos no

processo de selecção e encaminhamento de formandos, no entanto, a Fundação iniciou todas as acções

conforme previsto em cronograma. A preparação da formação envolveu todos os recursos humanos e

físicos da Fundação, para o aluguer de espaços apropriados e com os requisitos necessários, bem como

para os equipar com todo o material pedagógico e específico das áreas da cozinha e restauração. O

processo de recrutamento dos formadores contou com a colaboração da bolsa do Centro de Formação

Profissional de Faro e com os contactos cedidos pelos próprios formadores contactados. O projecto de

formação foi divulgado ao público em geral, através da página de Facebook dos Serviços de Formação,

com a finalidade de facilitar as inscrições de formandos e de formadores. As acções iniciaram em

Dezembro, com um total de 152 formandos, tendo-se executado até ao final do ano um volume de

formação de 1.922 horas.

Considerações sobre a actividade desenvolvida

À semelhança do que se verificou no ano anterior, continua a constatar-se que a adesão à formação

profissional está muito dependente do estímulo do financiamento, a não ser que lhe estejam associadas

garantias concretas de retorno do investimento, como por exemplo, acesso a uma nova certificação

escolar ou profissional e/ou emprego. Conclui-se que, quer ao nível de particulares, quer ao nível

empresarial, é cada vez maior a procura de formação financiada, sendo esta condição determinante para

a frequência de formação profissional.

Os Serviços de Formação pretendem consolidar esta vertente através da realização de novos projectos

de candidatura aos Programas Operacionais do PORTUGAL 2020, tendo participado em todas as

iniciativas e sessões de informação e esclarecimento sobre a operacionalização dos Programas

Operacionais, assim como às medidas de formação/qualificação profissional do IEFP, IP,

designadamente constituindo-se como Entidade Formadora Externa dos Cursos de Aprendizagem,

através da aprovação das três candidaturas apresentadas nas Regiões do Algarve, do Alentejo e de

Lisboa, para desenvolver acções de formação nas saídas profissionais de Técnico/a auxiliar de saúde,

Técnico/a de apoio familiar e à comunidade e Recepcionista de hotel. Pretende-se abranger os jovens

em situação de desemprego e que não estão a frequentar qualquer sistema de formação/educação, bem

como o público desempregado e em situação de desfavorecimento social, caracterizado pela baixa taxa

Page 28: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

28

de escolaridade e qualificação profissional. No intuito de potenciar a intervenção formativa junto dos

activos empregados e do tecido empresarial, através do enquadramento da legislação do trabalho que

traz obrigações no que se refere à formação dos seus colaboradores, apresentaram-se propostas de

formação contínua à medida das necessidades e interesses dos potenciais clientes. Para este objectivo

contribuiu a divulgação, junto do público em geral, da rede de parcerias e das entidades empregadoras,

da medida Cheque-Formação, cujo objectivo principal é o incentivo à formação profissional através da

concessão de um apoio financeiro tanto aos desempregados inscritos no IEFP, IP como aos activos

empregados e respectivas entidades empregadoras.

Em termos de análise global dos resultados da actividade em 2015, verifica-se que foram conseguidos

os objectivos propostos em plano, apurando-se um índice de satisfação muito positivo de todos os

intervenientes, formandos, formadores e entidades envolvidas, que reforçam a qualidade técnica dos

Serviços de Formação e da Fundação enquanto entidade formadora certificada.

Page 29: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

29

SINTRA

---------------------------------------------- LAR “QUINTA DO OITÃO” ----------------------------------------------

A ERPI “Quinta do Oitão” foi entregue à Fundação, através de Acordo de Gestão datado de 01/08/2004 e

funciona com Acordo de Cooperação com o Instituto de Solidariedade Social de Lisboa, datado de 01 de

Abril de 2004.

A ERPI rege-se pelos normativos aplicáveis, designadamente pela Portaria n.º 67/2012, de 21 de Março,

Decreto – Lei n.º 156/2005, de 15 de Setembro, pelo Despacho Normativo n.º 31/2000, de 31 de Julho,

Circular n.º 4 da DGSS, de 16 de Dezembro de 2014, pelo Compromisso de Cooperação para o Sector

Social e Solidariedade, pelo disposto regulamento e pelo acordo de cooperação com o Instituto de

Segurança Social, IP.

Esta ERPI é uma residência colectiva que tem como objectivo responder globalmente às necessidades

do idoso, que não tem possibilidade de se manter no seu meio familiar ou social em situação definitiva.

Tem capacidade e em acordo 30 pessoas, tendo 10% da sua capacidade com exclusividade de uso por

parte dos serviços da Segurança Social. A ERPI destina-se a acolher pessoas idosas de ambos os

sexos, temporária ou permanentemente, com idade igual ou superior a 65 anos, ou inferior desde que

em situação de excepção devidamente justificada, manifestando vontade por si, ou em caso de

incapacidade pelo seu responsável, de vir a residir na ERPI.

A ERPI tem como orientação clara, para o cumprimento da missão, envolvendo toda a estrutura, onde

impere a qualidade, responsabilidade e respeito, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos

utentes, através da humanização dos serviços e da dignidade das relações, cultivando o respeito pelo

próximo, promovendo a manutenção da funcionalidade e da autonomia, elaborando assim um plano de

desenvolvimento individual e plano individual de cuidados, procurando assim a excelência.

No ano de 2015, a ERPI “Quinta do Oitão” manteve sempre a lotação máxima, (30 utentes), tendo uma

lista de espera, para integração de Idosos/dependentes no Lar.

Para uma melhor qualidade de vida dos utentes, tem várias actividades programadas ao longo do ano,

as quais são acompanhadas e desenvolvidas por uma Animadora Sociocultural, promovendo e

estimulando capacidades físicas, mentais e cognitivas, concentração e memória, e respeitando sempre

os tempos e as vontades dos utentes.

As actividades desenvolvidas podem ser individuais ou em grupo, no interior ou exterior da Instituição, e

tendo contando ainda, com parcerias com Instituições locais.

Importa salientar três das actividades exteriores, com um elevado número de participantes: o

Campeonato de Bowling (inter-instituições), os cantos corais promovidos pela Acção Social da Câmara

Municipal de Sintra e os almoços convívio, com outras Instituições de Solidariedade Social.

No interior da Instituição, regista-se uma maior adesão por parte da população feminina, pois o Atelier de

costura e pintura tem preenchido os dias de algumas utentes. Estes trabalhos são expostos, para que os

visitantes possam vê-los.

Importa referir que a satisfação/motivação demostrada pelos utentes tem sido muito significativa,

falando-se da oração semanal e da missa mensal, celebrada dentro da Instituição pelo Sr. Padre da

Page 30: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

30

Paróquia de São Pedro e a Oração celebrada pela Congregação das Irmãs Doroteias do Linhó, que

tanto conforto espiritual tem trazido aos utentes.

Aquisições/ Melhoramentos do Equipamento

. Substituição de toda a tubagem de água quente e fria (casa das caldeiras e no edifício);

. Requalificação de toda a enfermaria (paredes, chão e aplicação de lavatório e armário de parede);

. Aquisição de arca frigorífica e microondas;

. Aquisição de colchões e colchoes anti-escara;

. Aquisição de cadeira de banho;

. Aquisição de Âmbar;

. Aquisição de 2 Cubas com interiores em inox;

. Aquisição de armário;

. Aquisição de Fardas;

. Aquisição de cortinados (quarto e sala);

. Aquisição de edredons, lenções e atoalhados;

. Aquisição de loiças (cozinha);

. Pintura no interior do edifício e janelas;

. Reparação do fogão;

. Reparação do frigorífico;

. Reparação da varinha mágica;

. Reparação da máquina de lavar à loiça;

. Reparação do elevador;

A substituição das tubagens na casa das caldeiras, foi financiada em 50% pelo Programa de Apoio das

Instituições sem Fins Locativos (PAFI) da Camara Municipal de Sintra, tendo as restantes aquisições e

reparações sido totalmente suportadas por esta Fundação.

---------------------------------------------- CANTINA SOCIAL ----------------------------------------------

Esta valência disponibiliza 100 refeições diárias, nos 7 dias da semana (2.ª feira a Domingo), estando

sempre lotados. Foram fornecidas ao longo do ano 36500 refeições gratuitas aos seus beneficiários.

A Cantina Social tem articulado com os serviços de Acção Social da Camara Municipal de Sintra, Acção

Social de Freguesia de Rio de Mouro e Acção Social da União das Freguesia de São Pedro e Santa

Maria. Todas as situações têm inerente um estudo socioeconómico prévio (pelas entidades acima

descritas).

No decorrer do ano, tem-se assistindo, felizmente, a pessoas/famílias a organizarem-se e a não

necessitar mais desta ajuda social, dando de imediato lugar a outros indivíduos mais carenciados.

Acrescenta-se ainda, que as refeições são confeccionadas nesta ERPI, distribuídas no Mercado da

Serra das Minas, freguesia de Rio de Mouro, para consumo no domicílio (take away).

Page 31: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

31

Programa “Direito à Alimentação” – Município de Sintra

Este é um programa já iniciado no ano de 2012 decorrendo dentro dos prossupostos propostos,

permitindo chegar a mais indivíduos e famílias carenciadas do município de Sintra.

Disponibiliza 3 refeições gratuitas de 2ª feira a 6 ª feira para consumo no domicílio (take away).

Este programa da Câmara Municipal de Sintra é totalmente gratuito para os seus beneficiários e

costeado na sua totalidade por esta Fundação.

Page 32: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

32

LISBOA

------------------- CASA DE ACOLHIMENTO DE EMERGÊNCIA “CASA DA LUZ” ------------------

A “Casa da Luz” consiste numa resposta social que foi pensada para o acolhimento de crianças e jovens

em situação de perigo iminente para a sua vida e integridade física ou psíquica, tendo sido criada no dia

03 de abril de 2002, sendo nessa altura a Casa da Luz uma estrutura dependente do Centro Distrital de

Lisboa, Instituto de Segurança Social, IP. (ISS IP).

Posteriormente, o ISS IP lançou o desafio à Fundação de assumir esta resposta social, tão específica e

única. Assim, em resultado dos acordos de gestão e cooperação celebrados no ano de 2004, entre o ISS

IP, entidade proprietária do Edifício, e a Fundação, esta última assume, desde 01 de maio de 2004, a

gestão, organização e funcionamento da Casa da Luz.

Esta resposta social, com capacidade para 30 utentes, tem por missão o acolhimento de crianças e

jovens do sexo feminino, entre os 12 e os 18 anos, que se encontrem em situação de perigo, e crianças

do sexo masculino, com menos de 12 anos, desde que filhos ou irmãos das supra-referidas jovens.

A Casa da Luz tem como objectivo principal dar resposta imediata e urgente às situações de crianças e

jovens em perigo, cuja manutenção no meio familiar não se mostra possível a curto prazo, por via de

situações de negligência, maus-tratos, inexistência de contexto familiar minimamente estruturado ou

comportamentos que coloquem a criança ou jovem em perigo, levados a cabo pela família ou pela

própria criança ou jovem.

Ao mesmo tempo que se pretende proporcionar às crianças/jovens acolhidas todos os cuidados básicos

essenciais, a Equipa Técnica Multidisciplinar procede ao estudo e avaliação de cada situação, tendo em

vista a definição do diagnóstico preliminar e o encaminhamento mais adequado de cada criança ou

jovem.

Este encaminhamento institucional é da responsabilidade do Centro Distrital de Lisboa, Núcleo de

Infância e Juventude, Equipa de Admissões – Gestão Centralizada de Vagas.

Tendo em conta que a Casa da Luz é uma resposta de emergência e um acolhimento transitório, as

actividades desenvolvidas têm em conta o contexto e as necessidades específicas de cada criança e

jovem, procurando-se desenvolver projectos no quotidiano e não a longo prazo.

Assim, o Plano de Acção e Actividades, elaborado anualmente, tem sempre em atenção, a

Temática/Problemática da Instituição – Crianças e Jovens em Risco, População alvo (Crianças e Jovens

dos 12 aos 18 anos com Medida de Acolhimento Institucional decretada pela Entidade competente) e a

capacidade dos Recursos Humanos existentes o que, consequentemente, se reflecte na formulação dos

objectivos, programas e respectivas actividades a desenvolver.

Objectivos Estratégicos:

Estimular a realização de actividades;

Apoiar a auto-realização e a auto-educação da criança ou jovem enquanto pessoa, detentora de

direitos, mas também de deveres;

Orientar, coordenar, dinamizar e representar as utentes, defendendo os seus interesses, bem-

estar e a sua futura integração na Família/Sociedade.

Page 33: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

33

Garantir as boas práticas ao nível do acolhimento e encaminhamento das jovens;

Operacionalizar a missão institucional através de projectos específicos no decorrer do

acolhimento;

Implementar uma cultura de trabalho planificado e em rede entre as várias equipas da Casa da

Luz e da Fundação;

Promover a interiorização das regras sociais e da lei para apoiar as crianças e jovens na

construção de uma identidade social e civil responsável que possibilite a sua construção

enquanto cidadãos ativos e participantes;

Contribuir para o desenvolvimento adequado de estratégias promotoras do desenvolvimento

biopsicossocial das jovens, tendo em especial atenção:

o As suas necessidades individuais e de desenvolvimento;

o Os seus direitos mas também as suas responsabilidades;

o A prestação de cuidados básicos de qualidade;

o A promoção do seu acesso à educação;

o A promoção do seu acesso aos cuidados de saúde necessários;

o A promoção da cooperação entre jovens.

Objectivos operacionais/ instrumentais:

Promover um acolhimento inicial securizante e contentor através da preparação, sempre que

possível, do grupo de jovens em acolhimentos, bem como da própria criança ou jovem a acolher;

Promover o desenvolvimento de competências pessoais das crianças e jovens acolhidas:

o Assegurar e supervisionar os cuidados de higiene, saúde, alimentação e vestuário;

o Promover hábitos alimentares saudáveis;

o Monitorizar alterações alimentares dignas de registo;

o Acompanhar, assegurar e promover os cuidados de higiene diários;

o Apoiar e sensibilizar para a importância da higiene e vestuário adequado a cada local e

condições climatéricas.

Garantir o acesso aos cuidados de saúde adequados a cada fase do desenvolvimento:

o Confirmar e operacionalizar o Plano Nacional de Vacinação;

o Sensibilizar, orientar e promover o acompanhamento na área do planeamento familiar;

o Sensibilizar para a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis;

o Despistar, orientar e promover o acompanhamento na área da saúde mental sempre que

necessário;

o Garantir a presença das jovens nas consultas de todas as especialidades que lhes são

indicadas, fornecendo as condições necessárias para tal;

o Garantir e supervisionar o cumprimento das prescrições e indicações médicas, tanto a

nível de medicação, de exames, ou outros meios complementares de diagnóstico;

o Garantir a existência dos medicamentos necessários às necessidades das jovens, bem

como a sua adequada toma;

o Assegurar a existência de produtos de primeira necessidade na área da saúde, em que

não seja necessário prescrição médica (p. ex. material para primeiros socorros);

Page 34: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

34

o Elaborar relatórios de saúde de todas as utentes, de acordo com a evolução do

processo de saúde da menor.

Garantir o acesso à Educação incentivando o sucesso escolar:

o Promover a (re)integração em estabelecimento de ensino ou em cursos de formação

profissional, das crianças e jovens acolhidas;

o Acompanhar com proximidade o percurso escolar e a integração escolar das crianças e

jovens;

o Apoio e acompanhamento na realização de estudo para promoção da aquisição dos

conteúdos programáticos;

o Estabelecimento de contactos regulares com os directores de turma e vigilância das

cadernetas e cadernos escolares;

o Elaborar relatórios individuais de desempenho escolar no final de cada período escolar,

ou sempre que solicitado.

Facilitar e promover a adequada integração de cada criança e jovem, quer na Casa da Luz quer

na comunidade envolvente, através do desenvolvimento das suas competências pessoais

sociais das crianças, através de dinâmicas de grupo em áreas como:

o A confiança, em nós próprios e nos outros;

o O respeito, nomeadamente o respeito pelo por si própria e pelo outro;

o A gestão do conflito e a assertividade;

o O autoconhecimento, exercício de escuta e percepção do outro;

o O desenvolvimento de consciência crítica;

o O civismo;

o A cooperação;

o A justiça.

Promover a inserção social e cultural das jovens, incentivando-as a participar em

projecto/actividades organizadas pela Casa da Luz, quer no interior (ateliers de pintura,

culinária, entre outros, dinâmicas de grupo), quer no exterior (saídas programadas para

visitas a museus, monumentos históricos, idas a praia ou piscina, cinema, teatro, bowling ou

jogos de futebol, entre outras) ou por entidades externas (tais como a Escola Superior de

Enfermagem de Lisboa, a Junta de Freguesia de Carnide, entre outras);

Contribuir para a promoção da autonomização progressiva das jovens em acolhimento,

apoiando-as na participação e realização de actividades da vida diária:

o Programar e planificar as suas saídas;

o Apoiar na planificação e execução das tarefas semanais (responsabilidade em execução

de tarefas domésticas simples, tais como colocar e levantar a mesa);

o Gerir o seu dinheiro de bolso;

o Utilização da rede de transportes públicos;

o Aceder e utilizar recursos da comunidade (Instituições bancárias, correios, unidades

locais de saúde, entre outras).

Promover, sempre que possível, a manutenção/ reforço de laços familiares, por via de:

Page 35: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

35

o Articular permanentemente com as famílias ou pessoas de referências das crianças e

jovens, promovendo-se, sempre que possível, uma intervenção conjunta e sustentável;

o Promover e assegurar as condições para a realização de visitas;

o Acompanhar as visitas dos familiares na instituição;

o Promover a regularidade dos contactos directos;

o Promover, sempre que desejável, a realização de Terapia Familiar;

o Salvaguardar o direito à privacidade;

o Assegurar o bem-estar das utentes durante as visitas;

o Promover, sempre que desejável e possível, a ocorrência de saídas para o exterior ou

pernoitas das jovens junto dos seus familiares ou pessoas de referência;

Facilitar e mediar o processo de desvinculação das crianças e jovens ao CAE Casa da Luz, por

via de trabalho sistemático, em parceria entre equipas (técnica e educativa), no decorrer do

acolhimento.

Por forma a desenvolver estes objectivos, e para além da gestão diária da vida quotidiana destas jovens,

destacamos algumas das atividades desenvolvidas no ano de 2015:

Formação escolar e profissional

Com o objectivo de integrar as crianças/jovens na escola ou em cursos de formação profissional, dando-

lhes assim ferramentas para que no futuro possam estar preparadas para integrar o mundo do trabalho,

desenvolveu-se um acompanhamento de proximidade do seu percurso escolar, através de supervisão

diária, contactos regulares com as escola e com os respetivos directores de turma, promoção do estudo

acompanhado e estudo individual.

Foi em 2015 que se iniciou o “Centro de Apoio ao Estudo”, espaço localizado no Parque Social, mas fora

das instalações da Casa da Luz, no qual as jovens para além de manuais escolares diversos, têm

acesso a computadores com ligação à Internet, e uma pequena biblioteca com diversos tipos de livros

que as jovens são estimuladas a ler e consultar para fomentação de hábitos de leitura, bem como

alargamento da sua cultura geral.

As jovens foram incentivadas e acompanhadas a feiras, promovidas por diversos estabelecimentos de

ensino, para apresentação e divulgação de ofertas formativas ao nível vocacional e de formação

profissional.

Sala de estudo e atelier

Este projecto/actividade tem como objectivo implementar os hábitos de estudo, motivando desta forma

para a aquisição dos conteúdos programáticos das diferentes disciplinas. Para o efeito dispõe, dentro da

Casa da Luz, de três espaços distintos, um deles com computadores com ligação à Internet, onde as

jovens podem estudar ou ler.

A dinamização do atelier tem como principal objectivo promover a entreajuda e o espírito de grupo,

assim como desenvolver as capacidades artísticas.

No decorrer de 2015 destacam-se alguns dos ateliers que maior adesão tiveram:

Page 36: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

36

- Culinária e doçaria;

- Reutilização de materiais (capsulas de café, roupa usada, jornais, etc);

- Pintura de telas e mandalas;

- Replantação de canteiros (hortenses e alfazemas);

- Modelagem, corta e montagem de enfeites diversos (Carnaval, Páscoa, Primavera; São Martinho,

Halloween, Natal);

Integração na comunidade

Integrar as crianças/jovens na comunidade tem como objectivo criar espaços e tempos de aprendizagem

que possam ajudá-las a encontrar vias de expressão das suas vivências, competências e saberes

práticos, assim como desenvolver o sentimento de pertença e de entre ajuda.

A integração das utentes na comunidade contribui de forma a reforçar os princípios e os valores sociais,

promovendo o desenvolvimento de uma boa relação entre pessoas e criando contextos lúdicos e

educativos que satisfaçam as necessidades afectivas, cognitivas e ideológicas, assegurando desta forma

momentos de confiança e desinibição, assim como a elevação do nível de auto-estima.

Acredita-se estar-se assim a formar cidadãos intervenientes, críticos e responsáveis, assim como a

fomentar o gosto pela vida e pela amizade.

Em 2015 as jovens integraram diversas actividades promovidas pela Junta de Freguesia de Carnide, tais

como peças de teatro, Feira das Expressões e Feira de Carnide.

Simultaneamente a Fundação proporcionou-lhes o acesso a idas a museus, tais como Museu da Cidade,

Museu do Traje, Museu do Teatro, Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos, Museu de História Natural,

procurando sensibilizar para a ecologia acompanhando-as em percursos pedonais e passeios a locais

como o Parque de Monsanto, a Quinta Pedagógica dos Olivais ou a Estufa-fria.

Em termos lúdicos, a Fundação promove recorrentemente saídas para a Piscina de Carnide, praias,

cinema, jogos de futebol, bowling, bicicletas, entre outros.

Assegurar o contacto com a família

A Casa da Luz funciona, sempre que possível, em articulação com as famílias das crianças e jovens que

serão mantidas informadas da sua evolução devendo promover-se, sempre que necessário, encontros

regulares com os seus familiares dentro e fora da Instituição.

No caso em que os laços familiares existentes sejam ténues ou mesmo em situação de ruptura, deve ser

estimulado o fortalecimento ou restabelecimento das relações familiares, sempre que benéfico ao

superior interesse da criança/jovem, com vista ao equilíbrio afectivo e emocional das crianças ou jovens,

desde que essa relação não se mostre desaconselhável ou não haja decisão judicial em contrário.

Consequentemente, no decorrer da primeira semana de acolhimento são entrevistados e agendados os

contactos iniciais com o agregado familiar de origem, obviamente se não inibidos judicialmente deste

direito, e em observância dos desejos das jovens.

Celebração de dias festivos

Pretende-se com este projecto/actividade o amadurecimento intracultural, a valorização da auto-estima,

o desenvolvimento das capacidades artísticas e motoras, bem como o apreender formas de

Page 37: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

37

relacionamento interpessoal das crianças/jovens, para que estas valorizem a sua gravitação e aceitação

social dentro dos grupos, gerando, naturalmente a melhoria do seu sentimento de pertença.

De acordo com a cultura das diversas jovens em acolhimento são celebrados dias de maior relevo,

promovendo-se actividades lúdicas, desenvolvimento da história subjacente a cada comemoração.

-------------------- LAR DE INFANCIA E JUVENTUDE “LAR ADOLFO COELHO” ------------------

Esta resposta social, situada no concelho de Lisboa, freguesia de Carnide, destina-se ao acolhimento de

crianças e jovens do sexo feminino, em situação de vulnerabilidade social e no âmbito de uma medida

de promoção e protecção. O Lar de Infância e Juventude resulta dos acordos de gestão e cooperação

celebrados entre o Instituto da Segurança Social IP, entidade proprietária do Edifício Instituto Adolfo

Coelho, e a Fundação.

Os referidos acordos destinam-se a permitir a realização de actividades e serviços de apoio a crianças e

jovens do sexo feminino em risco de exclusão social, com idades compreendidas entre os 12 e os 18

anos, salvaguardando-se também o acolhimento de irmãos e filhos destas, de menor idade e de ambos

os sexos, sendo que as crianças do sexo masculino nestas condições só poderão ser admitidas até aos

12 anos. O Lar Adolfo Coelho deverá dar prioridade ao acolhimento de jovens gestantes.

Com uma capacidade para 30 residentes, este espaço tem como objectivo proporcionar os meios que

contribuam para a valorização pessoal das jovens, ou seja, promover durante a permanência no Lar as

suas aptidões pessoais, profissionais e sociais, susceptíveis de evitar situações de exclusão social e

tendo em vista a sua efectiva (re)inserção social.

Tendo em conta que a missão do Lar Adolfo Coelho é proporcionar a satisfação das necessidades

básicas ao nível físico e psíquico, com vista a salvaguarda dos interesses, integração na família ou

comunidade, construindo a progressiva autonomização das nossas utentes, sentiu-se a necessidade de

elaborar um Plano de Actividades, que se encontra dividido em onze projectos, distribuindo-se da

seguinte forma: Acolhimentos de Crianças e Jovens, Cuidados Básicos, Formação Escolar e

Profissional, Sala de Estudo e Atelier; Integração na Comunidade, Assegurar o Contacto com a Família,

Celebração de dias festivos e dias temáticos, Ateliers de Culinária, Quartos de Autonomização, Projecto

Crescer Bem, Saber Ser e Estar e o projeto Dinâmicas de Grupo. Desta forma o Lar Adolfo Coelho

propõe avançar num processo dinâmico e participado, que envolva transversalmente técnicos e

residentes, exercendo a sua função segundo valores que regem a missão da Fundação.

Procura-se, com a intervenção técnica, contribuir para a implementação de estilos de vida saudáveis das

residentes, garantindo, com recurso aos serviços de saúde locais, os cuidados necessários a um bom

nível de saúde. Implica proporcionar uma alimentação saudável qualitativa e quantitativamente

adequada às respectivas idades, salvaguardando as situações que necessitem de alimentação especial.

De acordo com a população alvo, cada vez mais urge sensibilizar e orientar as crianças/jovens para o

planeamento familiar.

Em termos de projectos e áreas desenvolvidas em 2015, e dando continuidade aos projectos base já

desenvolvidos nos anos anteriores destacam-se:

o Formação escolar e profissional: com o objectivo de integrar as residentes na escola ou em

cursos de formação profissional ajustados ao perfil de cada utente de forma a promover o

Page 38: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

38

sucesso escolar e a sua futura integração no mercado de trabalho. Promover a envolvência da

família reforçando a importância do seu papel no desenvolvimento sustentado das crianças e

jovens acolhidas.

o Dinamização da sala de estudo: com o objectivo de implementar hábitos de estudo, motivando

para a aquisição dos conteúdos programáticos das diferentes disciplinas, disponibilizando apoio

regular de forma a concluir com sucesso os objectivos escolares para o ano letivo.

o Integração na comunidade: com o objectivo de promover a inclusão das crianças e jovens na

sociedade, investir desde o início do acolhimento na aquisição de competências que promovam

a inclusão social. Incentivar para integrar em projectos sociais desenvolvidos fora da Instituição

fundamentais para a aquisição de normas e valores ajustados à sociedade. Participação em

espaços e tempos de aprendizagem que possam ajudar a encontrar vias de expressão das suas

vivências, competências e saberes práticos, assim como desenvolver o sentimento de pertença

e entre ajuda.

o Articulação com as famílias: através de contacto regular, os familiares e figuras de referência

são informadas da evolução e bem-estar da criança/jovem. Sempre que possível e necessário,

promover encontros regulares com os familiares dentro e fora da Instituição. Incentivar a família

a colaborar no desenvolvimento do projecto de vida da criança e jovem residente de forma a

contribuir activamente no desenvolvimento do projecto de vida delineado.

o Celebração dos dias festivos: procurando-se o amadurecimento intracultural das residentes, a

valorização da auto-estima, o desenvolvimento das capacidades artísticas e motoras, bem como

o apreender formas de relacionamento interpessoal, para que valorizem a sua gravitação e

aceitação social dentro dos grupos.

o Ateliers de culinária: através da realização de ateliers de culinária pretende-se assegurar o

aperfeiçoamento de competências que visem a subsistência em meio natural de vida de forma a

garantir o desenvolvimento integral da jovem.

o Quartos de pré – autonomia: com o objectivo de assegurar os meios necessários à

autonomização e desenvolvimento pessoal das jovens com vista à sua integração na

comunidade ou em apartamento de autonomia. Envolver a residente, diariamente, na definição

de estratégias que possibilitem o desenvolvimento de competências pessoais e sociais de forma

a garantir a sua autonomização pessoal e social.

o Projecto “Crescer Bem”: com o objetivo de promover o desenvolvimento de competências

parentais das utentes acolhidas através de actividades que fomentem comportamentos

adequados nos cuidados básicos prestados aos filhos diariamente e que visem o reforço da

relação mãe-filho, salvaguardando o direito e bem-estar das jovens mães.

o Projecto “Saber Ser e Estar”: para colmatar as dificuldades evidenciadas pelas residentes na

relação interpessoal, objectivo deste projecto visa a aquisição de competências e

comportamentos assertivos que facilitem a inserção na comunidade, escola e no emprego.

o Projecto “Dinâmicas Grupo”: tem como objectivo promover a relação interpessoal de forma a

se reforçar o vínculo afectivo entre utentes acolhidas na Instituição. Pretende-se promover a

capacidade de resolução de problemas e conflitos com vista à integração positiva em contexto

institucional de forma a salvaguardar o bem-estar ao longo do acolhimento.

Page 39: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

39

O Lar Adolfo Coelho tem como visão garantir que todas as crianças e jovens tenham um acolhimento

correspondente às suas necessidades e um Projecto de Vida delineado, acompanhado e avaliado

sempre que possível, com vista à reintegração familiar ou plena autonomia, e com a participação de

cada criança/jovem e as respectivas famílias, considerando-se essencial o envolvimento dos elementos

familiares no processo da criança/jovem.

--------------------------------------- CANTINA SOCIAL “QUINTA DA LUZ” -------------------------------------

Em Novembro de 2012, no âmbito do Programa de Emergência Alimentar (PEA), a Fundação António

Silva Leal celebrou um protocolo de colaboração com o Instituto de Segurança Social, I.P. tendo assim

aberto mais uma resposta social na freguesia de Carnide, Concelho de Lisboa – Cantina Social, que

pressupõe a confecção e disponibilização de refeições, para o consumo no domicílio.

Os serviços da Cantina Social estão disponíveis todos os dias, das 14h15 às 15h00, sendo asseguradas

100 refeições diárias constituídas por uma dose de sopa, um prato principal e uma peça de fruta.

A admissão dos beneficiários é feita pela Fundação e de acordo com os seguintes critérios:

o Situação já sob apoio social, desde que o apoio atribuído não seja do âmbito alimentar;

o Situações recentes de desemprego múltiplo e com despesas fixas com filhos;

o Famílias/indivíduos, com baixos salários e encargos habitacionais fixos;

o Famílias/indivíduos, com reformas/pensões ou outro tipo de subsídios sociais baixos;

o Famílias monoparentais, com salários reduzidos, encargos habitacionais fixos e despesas fixas

com filhos;

o Situações de emergência temporária, tais como incêndio, despejo ou doença entre outras;

o Os beneficiários podem usufruir da Cantina Social através da procura directa ou sinalizados por

parceiros da Rede Social, principalmente a Junta de Freguesia de Carnide e os Serviços de

Acolhimento Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, sendo posteriormente a situação

avaliada pela Fundação.

Não podem beneficiar da Cantina Social, famílias que recebam apoio por qualquer outra via ao nível da

alimentação (como por exemplo: banco alimentar, outra cantina social, distribuição directa de alimentos a

sem-abrigo, entre outras).

Tendo em conta a situação de vulnerabilidade extrema verificada nos diversos agregados, as refeições

são totalmente gratuitas e é efetuado um acompanhamento próximo com as entidades que acompanham

os agregados familiares.

------------------- APARTAMENTO DE AUTONOMIZAÇÃO “PASSOS EM VOLTA” ----------------

O Projecto “Passos em Volta” – Apartamento de Autonomia para a autonomização progressiva de

jovens, vem dar cumprimento ao Artigo 45.º da Lei n.º 147/99 de 01 de Setembro, alterado pela Lei n.º

142/2015 de 8 de Setembro Protecção de Crianças e Jovens em Perigo, tendo iniciado o seu

funcionamento em Dezembro de 2013 com uma capacidade de 5 jovens, considerando a necessidade

de existência deste tipo de resposta social e a autonomização de jovens institucionalizadas.

Page 40: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

40

Objectivos gerais

Proporcionar às jovens que estão privadas do seu meio natural de vida um apoio para a preparação

da sua independência e autonomia;

Promover uma resposta transitória entre a passagem de um sistema de acolhimento residencial e a

aplicação de uma medida para autonomia de vida;

Capacitar as jovens para o trabalho, para os afetos, para a família, para a saúde, de modo a que

consigam experienciar todas a as áreas da sua vida de uma forma mais autónoma e equilibrada;

Assegurar todas as condições favoráveis ao seu desenvolvimento pessoal que possibilitem uma

integração social harmoniosa e a consequente autonomização.

Objectivos específicos

Proporcionar um ambiente acolhedor e propício à socialização;

Promover o ingresso ou a continuação da formação escolar, profissional e laboral;

Promover a valorização pessoal, social e familiar das jovens;

Promover a educação para a saúde e sexualidade;

Promover aprendizagens sociais (organização das actividades da vida diária) oferecendo

orientações nas escolhas individuais na educação e/ou no trabalho;

Promover a educação para a cultura e para o lazer;

Promover o conhecimento e a cidadania;

Aprender a utilizar a rede social e institucional;

Promover a gestão económica e doméstica;

Proporcionar as condições adequadas para um crescimento afectivo e emocional;

Apoiar a jovem na transição para a completa autonomia.

Para alcançar os objectivos propostos, a intervenção, que inclui apoio económico, inicia-se num apoio ao

nível da organização do Apartamento (espaço físico), em que são trabalhadas questões como:

Coabitação conjunta;

O respeito pelo espaço do outro;

O espaço e privacidade de cada uma;

A partilha versus espaço individual;

A forma de organização das tarefas domésticas;

Gestão da economia doméstica.

Vínculos de referência e reparadores.

A intervenção direcciona-se complementarmente com um apoio ao nível psicopedagógico e social, em

que são trabalhadas questões nas áreas:

Da saúde;

Da educação;

Da profissionalização;

Da gestão económica;

Page 41: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

41

Gestão das actividades de lazer;

Gestão das actividades de cultura, entre outras.

Pretende-se um apoio psicológico pontual às jovens, nomeadamente da mediação de conflitos interiores

e relacionais sendo que, caso exista necessidade de um apoio continuado, este é prestado através do

Centro de Saúde ou outro recurso institucional existente na zona de implementação do projecto, como

aconteceu em 2015 com duas das jovens acolhidas.

Face às questões levantadas nesta fase da adolescência/entrada no estado adulto, entendeu-se como

pertinente elaborar um esquema de acções de formação sobre temáticas que interessassem em

particular a estas jovens, tais como:

Sexualidade;

Comportamentos aditivos;

Comportamentos alimentares;

Relacionamento interpessoal, entre outras;

E outras áreas específicas da formação profissional.

No entanto, e à semelhança do que já sucedera nos anos transactos, as jovens em 2015 também não

aderiram a estes temas, sobretudo porque se trata de jovens há vários anos institucionalizadas tendo já

abordado estes assuntos ao longo dos anos, quer nas escolas, quer nas instituições de onde são

oriundas. Assim, no final do ano de 2015 foi proposto às jovens que fossem elas a sugerir temas que de

alguma forma lhes interessassem. Alguns dos temas propostos, entre outros, foram:

O respeito pelo outro;

O exercício de cidadania;

A importância do trabalho;

O profissionalismo;

Os comportamentos alimentares;

A gestão orçamental.

Ao longo de 2015 estiveram em permanência no apartamento cinco jovens, ou seja a totalidade da

capacidade do mesmo, mas acabaram por passar pelo Apartamento oito jovens. Destas, quatro eram

oriundas do Lar Adolfo Coelho e as três restantes provenientes de outros Lares de Infância e Juventude

que cumpriam os critérios de admissão.

Das sete jovens que residiram no Apartamento, três iniciaram actividade laboral, três prosseguiram os

seus estudos e uma manteve a actividade laboral iniciada em 2014

Em Abril e Setembro de 2015, duas jovens foram integradas, com sucesso, na comunidade, tendo uma

delas alugado um quarto num apartamento onde já residia uma amiga e a outra alugado o seu próprio

apartamento, mantendo o seus postos de trabalho, encontrados enquanto residiam no apartamento.

Uma terceira jovem, por motivos que se prendem com as suas opções religiosas, deixou o apartamento

indo residir para o Brasil.

Page 42: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

42

Relativamente ao plano de acção elaborado com vista à autonomização das jovens, o mesmo foi

cumprido, quer no que se refere à intervenção delineada ao nível do apartamento, quer na prestação de

apoio psicopedagógico e social, sendo que, no que se refere a duas das jovens, houve uma forte

incidência na procura de emprego, o que se conseguiu de forma bem sucedida, pois ambas viram já os

seus contrato renovados, por mais do que uma vez.

Em termos das acções de formação temáticas não se realizaram enquanto tal, quer por haver

resistência das jovens às mesmas, quer pela dificuldade de compatibilizar, no seio do grupo, os seus

horários escolares e laborais.

Ainda assim, c alguns dos temas foram abordados nas reuniões semanais realizadas com o grupo.

Foram celebradas as datas festivas e aniversários, tendo sido as jovens, embora com supervisão,

responsáveis pela decoração do apartamento, aquisição dos géneros alimentares necessários,

preparação e confecção das refeições. Estes são momentos em que as jovens desenvolvem as suas

capacidades culinárias e promovem o espírito de entreajuda e de grupo, aprendem a planear, organizar

e concretizar uma festa.

Todas as jovens foram envolvidas na elaboração e operacionalização do seu Plano de Autonomia. De

igual modo, as jovens participaram na definição de estratégias que possibilitem um funcionamento

harmonioso do apartamento, um ambiente contentor e acolhedor, mas tendo sempre presente a

aquisição das competências necessárias ao início de uma vida autónoma e a sua inserção plena na

comunidade.

----------- CENTRO DE ALOJAMENTO E EMERGÊNCIA SOCIAL “PONTO DE LUZ” ---------

O Centro de Alojamento de Emergência Social dispõe de 25 vagas e iniciou a sua actividade/intervenção

em Janeiro de 2014. Tem como principal objectivo o alojamento no âmbito da emergência social, através

da Linha Nacional de Emergência Social (144) ou dos Serviços Locais do Instituto de Segurança Social

IP de pessoas em situação de perigo que necessitam de uma resposta imediata.

A Linha Nacional de Emergência Social (LNES) é um serviço público gratuito, de âmbito nacional, com

funcionamento contínuo e ininterrupto para protecção e salvaguarda da segurança dos cidadãos em

situação de Emergência Social (24 horas, 365 dias por ano). O “Ponto de Luz” é uma resposta social que

proporciona o alojamento imediato, assegurando a acessibilidade a um posterior

encaminhamento/acompanhamento social, numa perspectiva de inserção e autonomia, em articulação

com as Equipas do Centro Distrital de Segurança Social de Lisboa.

Este projecto surgiu da necessidade de resposta ao aumento de situações de

vulnerabilidade/emergência social vivenciadas por indivíduos ou famílias que necessitam de um local de

permanência temporária, onde serão apoiados na definição de estratégias de mudança.

Procurar-se-á o desenvolvimento de uma intervenção em rede com os serviços da segurança social, de

modo a ser definido, em tempo útil, o encaminhamento mais adequado para o indivíduo ou agregado

familiar, tendo em conta as suas características e necessidades.

O tempo de permanência no Centro de Alojamento de Emergência Social é definido pelo Centro Distrital

de Segurança Social de Lisboa.

Page 43: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

43

Objectivos gerais:

Accionar uma resposta social imediata às situações de emergência social e assegurar a

acessibilidade a um posterior encaminhamento/acompanhamento social, numa perspectiva de

inserção e autonomia.

Objectivos específicos:

Garantir condições de protecção a situações de vulnerabilidade com risco associado;

Sinalizar e encaminhar para acompanhamento situações de grave exclusão social;

Promover a inserção comunitária e o adequado encaminhamento, em articulação com as

equipas locais;

Aumentar ou fazer emergir a sua capacidade de resiliência.

Destinatários

Todos os cidadãos que se encontrem em situação de vulnerabilidade e perigo e que necessitem de

acolhimento de emergência. É dada prioridade ao acolhimento de idosos em situação de abandono, de

pessoas vítimas de violência doméstica e pessoas em situação de sem-abrigo.

Caracterização das pessoas e/ou famílias alojadas em 2015

Em 2015 foram alojadas, em vagas de alojamento provisório (até 72h) 42 indivíduos, cujas razões de

admissão foram:

Violência doméstica: 15

Desalojamento: 6

Sem abrigo: 2

Outras: 19

A nível de encaminhamento após a saída:

Rede de suporte familiar/amigos 14

Resposta social ( Casa Abrigo, ERPI, etc) 9

Autonomização 1

Saída sem encaminhamento 18

Em vagas para alojamento temporário (3/6 meses) foram alojados 141 indivíduos, cujas razões para

admissão foram:

Violência domestica 15

Desalojamento 65

Perda de autonomia 13

Sem abrigo 21

Outras 27

Ao nível de encaminhamento após saída:

Rede familiar/amigos 24

Resposta Social (Casa Abrigo, ERPI, etc) 18

Autonomização 55

Page 44: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

44

Saída sem encaminhamento 35

Saída por incumprimento de regras 3

Transição para vaga temporária 6

----------------------------------- LAR ESPECIALIZADO “ENTRE MUNDOS” ----------------------------------

Esta resposta social, situada no concelho de Lisboa, freguesia de Carnide, destina-se ao acolhimento de

crianças e jovens do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos mediante uma

medida de Promoção e Protecção, e que pelo seu percurso e comportamento necessitam de um

ambiente contentor e securizante. Este lar destina-se a desenvolver programas de reabilitação

psicossocial e terapêutica para jovens com perturbação grave do desenvolvimento e estruturação da

personalidade (subtipo B), encontrando-se em funcionamento desde Setembro de 2014 com uma

capacidade para 12 utentes.

O Lar de Infância e Juventude Especializado resulta dos acordos de gestão e cooperação celebrados

entre o Instituto da Segurança Social IP, e a Fundação António Silva Leal, e vem dar resposta ao

aumento da severidade dos comportamentos disruptivos das jovens que possuem perturbações graves

do desenvolvimento e estruturação da personalidade, que passa por um acolhimento de longa duração

para minimizar e alterar as perturbações graves do comportamento de jovens do sexo feminino.

A intervenção neste tipo de lar especializado assenta na necessidade de encontrar uma resposta

adequada às jovens que são acolhidas, de forma a reparar experiências passadas e promover novos

modelos de vinculação e socialização. Urge a implementação de uma intervenção de qualidade que

promova e incuta mecanismos de controlo externo sistematizados, uma vez que esta tipologia de jovens

demonstra lacunas ao nível do controlo interno dos impulsos.

Assim, as actividades desenvolvidas em 2015 foram:

Os cuidados básicos, com o intuito de contribuir para a implementação de estilos de vida saudáveis

das residentes, implica garantir, com o recurso aos serviços de saúde locais, os cuidados

necessários a um bom nível de saúde, particularmente nos aspectos preventivos e de despiste de

situações anómalas. Implica, também, proporcionar uma alimentação saudável qualitativa e

quantitativamente adequada, salvaguardando as situações que necessitem de alimentação

especial.

Formação escolar: com o objectivo de colmatar o desinvestimento e absentismo escolar,

combatendo a dificuldade de pensar simbolicamente e a pobreza de linguagem, dando-lhes assim

ferramentas para que no futuro possam estar preparadas para integrar o mundo do trabalho ou

continuação do seu projecto escolar. Este trabalho é feito através da elaboração de planos de

ensino mediante o projecto educativo de cada jovem no interior do Lar, onde são leccionadas as

aulas, encontrando-se a funcionar uma turma de Programa Integrado de Educação e Formação

(PIEF) e onde algumas jovens têm aulas via Skype.

Integração na comunidade: com o objectivo de promover a inclusão das jovens na comunidade

criando espaços e tempos de aprendizagem que possam ajudar as jovens a encontrar vias de

expressão das suas vivências, competências e saberes práticos, assim como desenvolver o

sentimento de pertença e de entre ajuda. A integração das utentes na comunidade contribui de

Page 45: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

45

forma a reforçar os princípios e os valores sociais, promovendo o desenvolvimento de uma boa

relação entre pessoas e criando contextos lúdicos e educativos que satisfaçam as necessidades

afectivas, cognitivas e ideológicas das jovens, assegurando desta forma momentos de confiança e

desinibição, assim como a elevação do nível de auto-estima.

Articulação com as famílias que serão mantidas informadas da evolução da jovem devendo

promover-se, sempre que possível e necessários encontros regulares com os seus familiares.

Celebração de dias festivos, procurando-se o amadurecimento intracultural, a valorização da auto-

estima, o desenvolvimento das capacidades artísticas e motoras, bem como o apreender formas de

relacionamento interpessoal das nossas jovens, para que estas valorizem a sua gravitação e

aceitação social dentro dos grupos, gerando, naturalmente a melhoria do seu sentimento de

pertença.

Ateliers de culinária, de forma a desenvolver capacidades culinárias e promover o espírito de

entreajuda e o espirito de grupo.

Dinâmicas de grupo, torna-se benéfico um trabalho de grupo com esta população, uma vez que ao

nível individual as jovens estabelecem barreiras por vezes intransponíveis à intervenção. O grupo

acaba por surgir com a imagem do representante experimental de interacção social, pelo que

possibilita o tratamento da psicopatologia de cada adolescente, através do comportamento do grupo

como um todo. Assim de forma mais contentora e securizante é possível trabalhar as questões

internas de cada jovem que se encontra institucionalizada.

Treino de competências, mediante o programa Umbrella, com o intuito de desenvolver na jovem

mais abertura nas questões relacionadas com a afectividade, maior sensibilidade nos problemas

interpessoais, o desenvolvimento de competências na resolução de problemas, uma maior

facilidade em encontrar soluções alternativas; capacidade de avaliar as consequências das acções

e aptidões de regulação emocional e de autocontrolo.

O encaminhamento da Jovem é um momento fundamental no qual se reforçam as suas expectativas

tendo em conta o diagnóstico realizado pela Equipa Técnica. Aquando do encaminhamento da Jovem é

fundamental assegurar que esta continuará a usufruir de um ambiente estável, equilibrado e que

proporcione as condições essenciais ao seu bem-estar biopsicossocial. O encaminhamento é planeado

com esta desde o momento do seu acolhimento, sendo essencial uma desvinculação gradual e

equilibrada.

Com este tipo de intervenção terapêutica não se pretende transformar a personalidade das jovens mas é

possível com um setting terapêutico contentor melhorar o seu funcionamento psicológico, de forma a

surgir uma mudança efectiva em cada residente e assim as tornar cidadãs responsáveis, capazes de

integrar a comunidade num futuro próximo.

Page 46: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

46

---------------------------------------------- CRECHE “ALGODÃO DOCE” ----------------------------------------------

A gestão da Creche Algodão foi cedida à Fundação António Silva Leal pela Câmara Municipal de Lisboa,

em 2013, através do programa de Desenvolvimento de Creches em Lisboa - B.a.ba, cujo principal

objetivo é o de dotar a cidade de Lisboa com uma rede de creches. Este espaço destina-se a receber

crianças com idades compreendidas entre 4 e os 36 meses, com a capacidade total de 84 crianças.

A resposta social de Creche é composta por:

2 Salas de Berçário – com capacidade de 10 crianças cada;

2 Salas dos 12-24 meses – com capacidade de 14 crianças cada;

2 Salas dos 24-36 meses – com capacidade de 18 crianças cada.

A Creche Algodão Doce iniciou a sua prática educativa em outubro de 2013 e a equipa pedagógica da

Creche defende os seguintes objetivos “proporcionar o atendimento individualizado de cada criança num

clima de segurança afetiva e física, que contribua para o seu desenvolvimento global; colaborar

estritamente com a família numa partilha de cuidados e responsabilidades em todo o processo evolutivo

de cada criança; estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas caraterísticas

individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diferenciadas;

proporcionar à criança um ambiente de estabilidade e segurança afetiva, que seja própria ao

desenvolvimento global e harmonioso de todas as suas capacidades; contribuir para uma boa integração

no meio físico e social envolvente, permitindo à criança oportunidade de observar e compreender o que

se passa à sua volta de forma a participar de maneira mais adequada; desenvolver as capacidades de

experimentação, comunicação e criatividade e incentivar a participação das famílias no processo

educativo.” (in Guião Técnico n. 4, editado pela ex-DGAS, aprovado em 29.11.1996).

Em 2015 concluiu-se o Projeto Educativo (2013/2015) “À descoberta …”, que tinha como eixo orientador

a crença de que a aprendizagem é um processo e não um produto acabado, oferecendo às crianças

múltiplas oportunidades de aprendizagem e o Plano Anual de Atividades foi elaborado tendo em conta as

efemérides e as festividades/acontecimentos a celebrar ao longo do ano letivo, com um conjunto de

atividades adequadas e apelativas a esta faixa etária e tendo sempre como objetivo o de integrar a

família na dinâmica da Creche. De salientar as seguintes atividades:

- as estações do ano, como a construção de diversos painéis alusivos às diferentes estações, a

observação da natureza, a prova de frutos da época, a exploração de roupas, entre muitas outras;

- o Baile de Carnaval que contou com a presença entusiasta de muitas famílias;

- as atividades relacionadas com o Dia do Pai e o Dia da Mãe com a dinamização de diversas

atividades por parte dos pais;

- a confeção de folares da Páscoa, do sumo de laranja e espetadinhas de fruta no Dia da

Alimentação; dos bolinhos de castanha no Dia de São Martinho e do doce de abóbora no Dia das

Bruxas;

- a celebração do Dia da Família com um lanche convívio no espaço exterior da Creche, com

diversas atividades artísticas e a dinamização de uma aula de expressão motora para pais e filhos;

- a comemoração do Dia da Criança com a duração de uma semana, e que contou com diversas

atividades: a visita do Panda à Creche, insufláveis; peça de teatro “Dó, Ré, Mi”, dinamizada pela

companhia Cativar – animação para a infância, visita à Quinta Pedagógica dos Olivais e ao Jardim

Zoológico com a participação das famílias; cinema e ida ao parque infantil;

Page 47: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

47

- a festa de natal e a festa de final de ano, no Auditório das Irmãs Hospitaleiras, proporcionou às

diversas famílias um excelente momento de convívio, com a apresentação de cada uma das salas, com

a apresentação das atividades extracurriculares (Expressão Musical e Dança Criativa), uma

apresentação dos encarregados de educação e uma apresentação da Equipa Algodão Doce, seguido de

um lanche convívio;

- as atividades de verão que contaram com diversas idas ao parque infantil e muitos mergulhos

nas piscinas colocadas no espaço exterior da Creche.

Além destes documentos e atividades cada sala possui ainda um Projeto Curricular, elaborado pelas

educadoras, onde consta a caraterização do grupo, os seus interesses e necessidades e as atividades a

desenvolver de acordo com as competências e objetivos que se pretende alcançar até ao final do ano

letivo, assim como os interesses das crianças.

No final de ano letivo de 2014/2015, a Direção Técnica da Creche Algodão Doce, propôs-se à realização

do Questionário de Avaliação do grau de satisfação de utentes junto dos encarregados de educação,

onde foi referido a importância da colaboração de todos, merecendo o nosso agradecimento. A análise

dos questionários recolhidos confirmou que o grau de satisfação é elevado (escala de 1 a 5):

Instalações, Equipamentos e Sinalética – média de 4.6; Fiabilidade – média de 4.6; Competência

Técnica – média de 4.6; Responsabilidade/Recetividade – média de 4.5; Atendimento/comunicação –

média de 4.7 e Apreciação Global – média de 4.5. Pensamos que a apresentação dos resultados é

explícita e cabe-nos manter e elevar o grau de satisfação para que a Creche Algodão Doce seja

reconhecida como uma creche de referência em Lisboa.

Page 48: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

48

LEIRIA

---------------------------- LAR DE INFÂNCIA E JUVENTUDE –“COLÉGIO D. DINIS” ------------------------------

Situada no Concelho de Leiria, esta resposta social resulta de um Acordo de Gestão e Cooperação

celebrado entre a Fundação António Silva Leal e o Instituto de Segurança Social IP a 01 de Março de

2005. Destina-se ao acolhimento de crianças e jovens do género masculino em situação de

vulnerabilidade e/ou exclusão social encaminhados por Tribunal ou Comissões de Proteção de Crianças

e Jovens através de medidas de Promoção e Protecção.

Com uma capacidade para 25 utentes, o Colégio D. Dinis acolhe crianças e jovens com necessidade de

substituição da família natural, com o objectivo de lhes garantir uma estrutura securizante e equilibrada

de forma a criar as condições ideais para um crescimento e desenvolvimento plenos e pró-activos.

Tendo em vista a intervenção global da Fundação, bem como a especificidade e individualização da

intervenção realizada com cada criança e jovem, considera-se de extrema importância a procura e

desenvolvimento constantes de parcerias com entidades locais de forma a proporcionar actividades,

aulas e consultas que promovam o bem-estar e a plena integração dos jovens no meio que os rodeia.

Durante o ano de 2015 foram desenvolvidos e mantidos diversos projectos em áreas multidisciplinares

com uma elevada aceitação e participação da parte das crianças e jovens acolhidos no Colégio.

Projecto Faço Parte

De forma a trabalhar a integração/relação da própria Instituição na/com a sociedade leiriense, foi

realizado um investimento na constituição de uma bolsa de voluntariado especializado que permite aos

nossos jovens a possibilidade de dar o seu contributo social através da realização de tarefas voluntárias

junto de populações distintas e com fragilidades a diversos níveis. Este projecto pretende a transmissão

de valores positivos como o esforço, o trabalho, o altruísmo e o trabalho em grupo.

Este projecto teve, em 2015, a inscrição de sete jovens sendo que quatro se dedicaram ao trabalho

voluntário em Lar de Idosos (organização de actividades lúdicas e tempo de companhia), um realizou

trabalho voluntário na Cruz Vermelha (recepção e tratamento de donativos em géneros) e dois

participaram em campanhas de prevenção de consumo de substâncias psicotrópicas durante as festas

estudantis.

Projeto A Minha Casa

Com o objectivo de proporcionar às crianças e jovens acolhidos no Colégio D. Dinis uma sensação de

pertença e a percepção de que a Instituição é um LAR (local onde há harmonia e onde as pessoas se

sentem bem), os rapazes são incentivados a cuidar e manter tanto o edifício como o jardim e todo o

espaço exterior. Para tal, aos fins-de-semana, foram incentivados a, de forma voluntária, exercerem

determinadas tarefas de manutenção e embelezamento. Como forma de incentivo, estavam

contemplados na semanada complementos sempre que eram desempenhados trabalhos/tarefas.

Concurso de Motivação Escolar

À semelhança dos anos transactos, foi novamente implementado o Concurso de Motivação Escolar que

pretende estimular e incentivar a população acolhida no Colégio D. Dinis para uma boa performance e

Page 49: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

49

para o sucesso educativo/formativo. O concurso possui um regulamento específico que permite, através

de diversos instrumentos, monitorizar a performance escolar dos nossos jovens. Esta monotorização

permitiu exercer um controlo mais eficaz e imediato tanto ao nível comportamental como ao nível do

aproveitamento escolar permitindo desta forma, agilizar as medidas e estratégias adequadas a cada

criança e jovem. No final de cada período lectivo foram atribuídos prémios aos melhores alunos; no final

do ano foi premiado o melhor aluno com um prémio individual assim como todos os que transitaram de

ano, através da organização de um acampamento com a duração de uma semana na praia de S. Pedro

de Moel.

Projecto Sou Capaz

Com o objectivo de transmitir conhecimentos e capacitar as nossas crianças e jovens relativamente a

tarefas domésticas como a limpeza de espaços variados, conhecimentos básicos de tratamento de roupa

e de cozinha, foi feita no início do ano uma escala de serviço rotativa em que todos os jovens realizam

tarefas diárias. A responsabilidade da realização das tarefas compete aos próprios jovens que devem

consultar a tabela de rotatividade (afixada em diversas áreas comuns) de forma a saber a tarefa

atribuída.

Atelier de Autonomização

Através da organização de actividades e concursos como o Masterchef Junior e o Cook Off Inkas,

promoveu-se a aquisição de competências ao nível da economia doméstica, gestão financeira, cozinha,

regras básicas de higiene na cozinha e organização de tempo.

Parede da Fama

Também à semelhança dos anos transatos, foi dada uma grande relevância à Parede da Fama onde

foram afixados e evidenciados todos os sucessos pessoais e formativos e/ou profissionais das crianças e

jovens acolhidos no Colégio D. Dinis. Este projecto tem uma grande aceitação por parte da população

residente pois sentem os seus sucessos reconhecidos e valorizados.

Projeto VALORIZA-TE

Em parceria com o Instituto Português do Desporto e da Juventude IP, durante o verão de 2015, cinco

jovens acolhidos no Colégio D. Dinis com mais de 16 anos, foram integrados no Projeto VALORIZA-TE,

organizado por aquele instituto em parceria com o Município de Leiria (e outros parceiros empresariais

da região de Leiria). Este projecto consistiu na integração dos jovens no mercado de trabalho durante

uma quinzena em troca de uma retribuição financeira em forma de bolsa.

Actividades lúdico-pedagógicas

Durante os períodos de férias, interrupções da Páscoa e Verão, foram organizadas diversas actividades:

Baptismo de Voo em parceria com a Associação Sonho de Menino

Concurso de Fotografia (celebração do Dia Mundial da Fotografia)

Page 50: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

50

Celebração de aniversários em contexto o mais familiar possível de forma a transmitir o sentimento

de pertença e de individualidade

Celebração de feriados e dias mundiais de referência como tema de transmissão de conhecimentos

e tratamento de informação

Prática desportiva de variados desportos para promover a integração e pertença grupais

Torneios de futebol, com organização externa, durante as interrupções lectivas do verão

Actividades culturais como visitas à biblioteca, cinema, teatro, circo, concertos musicais e

exposições diversas de forma a proporcionar a integração social

Participação nas semanas das Brisas do Lis – Night Run durante o verão

Acampamento de verão

Colónias de férias “Onda 2015 II” e “Caritas”

Parcerias

Tendo em vista a intervenção global da Fundação, bem como a especificidade da intervenção com cada

criança e jovem, foram desenvolvidas e mantidas diversas parcerias com entidades locais de forma a

proporcionar actividades e o acesso a consultas que promovam o bem-estar e a plena integração dos

jovens no meio que os rodeia, nomeadamente parcerias com Câmara Municipal de Leiria, Instituto

Português do Desporto e da Juventude IP, Cruz Vermelha Portuguesa, Associação Fazer Avançar,

Clínica Dentária DentalCare, Clínica Mota, Centro Hospitalar Leiria/Pombal, Janelas Verdes, Centro de

Respostas Integradas, Tecnitalentos, Visage, Panidor, Refood, Associação Desportiva Amigos da

Ribeira do Sirol, Grupo Recreativo Amigos da Paz, Sporting Clube Marinhense, Lis Tiger Club –

Academia Desportiva, Hóquei Clube de Leiria, Associação Recreativa Desportiva Outeiros da Gândara e

Hóquei Clube Marinhense.

Bolsa de Voluntariado Especializado

De forma a trabalhar a integração/relação da própria Instituição na/com sociedade leiriense, foi criada

uma bolsa de voluntariado especializado com duas vertentes principais:

Trabalho voluntário relacionado directamente com o trabalho com as crianças e jovens acolhidos no

Colégio D. Dinis (actividades lúdico-terapêuticas, apoio ao estudo, trabalhos de expressão plástica e

corporal, actividades de carácter desportivo, entre outras)

Trabalho voluntário relacionado indirectamente com as crianças e jovens ou seja, trabalho de

manutenção do edificado, trabalho na cozinha, na lavandaria, jardinagem, entre outros.

Trabalho com os familiares de referência

Durante o ano de 2015 foram realizadas reuniões de dois em dois meses com os familiares de referência

das nossas crianças e jovens de forma a estreitar a articulação entre estes e a equipa multidisciplinar do

Colégio D. Dinis. As reuniões foram realizadas no próprio Colégio, de forma a proporcionar um maior

envolvimento dos familiares, sempre que possível, nos Projectos de Vida das crianças e jovens.

Page 51: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

51

Dia da Família / Festa de Natal

Por altura do Natal, à semelhança dos anos transactos, foi realizada a festa da família. Com este dia

aberto não só às famílias mas também aos parceiros, foi proporcionada a possibilidade aos familiares e

jovens de conviverem, desmistificando algumas ideias pré-concebidas acerca do trabalho realizado no

Colégio D. Dinis. Foi também realizada uma retrospectiva através de recursos visuais (filmes e

fotografias) de todas as actividades e eventos realizados ao longo do ano assim como diversos números

e peças preparadas pelos jovens com o objectivo específico de serem apresentadas neste dia particular.

Intervenção Técnica

A intervenção técnica no Lar de Infância e Juventude Colégio D. Dinis tem por base o superior interesse

de cada criança e jovem acolhido, sendo totalmente respeitados os seus direitos e sendo

delineado/construído e operacionalizado o respetivo Projecto de Vida, contando com a sua participação,

bem como envolvendo os agregados familiares. A implementação de políticas sociais inovadoras e

absolutamente pioneiras apontam para uma institucionalização diferente, basicamente securizante,

contentora de angústias e promotora do desenvolvimento pessoal e da construção da identidade e cujo

objetivo último é sempre uma eficaz integração social repleta de autonomia.

Page 52: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

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OUTROS INDICADORES DE GESTÃO

---------------------------- GESTÃO DE UTENTES ----------------------------

Número de Utentes nas Respostas Sociais

RESPOSTAS SOCIAIS C/ ACORDO S/ ACORDO TOTAL

INFÂNCIA E JUVENTUDE

Creche “O Búzio” 25 0 25

Pré-Escolar “O Búzio” 90 0 90

Creche “Os Amendoinhas” 82 20 102

Creche “Estrela do Mar” 17 0 17

Pré-Escolar “Estrela do Mar” 20 0 20

Creche “Malta Pequena” 48 7 56

Creche “Algodão Doce” 0 70 70

TERCEIRA IDADE

Lar de Idosos “N. Sra. Visitação” 36 9 45

Centro de Dia “N. Sra. Visitação” 16 0 16

Apoio Domiciliário “N. Sra. Visitação” 28 0 28

Lar de Idosos “Quinta do Oitão” 30 0 30

SAÚDE

Unidade de Longa Duração e Manutenção de Albufeira 20 0 20

FORMAÇÃO

Serviços de Formação 386

FAMILIA E COMUNIDADE

Centro Comunitário “Horta da Areia” 60 0 60

Casa Abrigo “Sol Nascente” 18 0 18

Colónia de Férias “O Búzio” 0 244 244

Refeitório Social “O Búzio” 40 0 40

Page 53: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

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Cantina Social “Albufeira” 100 0 100

Cantina Social “Sintra” 100 0 100

Cantina Social “Quinta da Luz” 100 0 100

Cantina Social “CAES” 25 0 25

INFÂNCIA E JOVENS EM PERIGO

Casa de Acolhimento de Emergência “Casa da Luz” 30 0 30

Lar de Infância e Juventude “Colégio Dinis” 25 0 25

Lar de Infância e Juventude “Instituto Adolfo Coelho” 30 0 30

Apartamento de Autonomização “Passos em Volta” 5 0 5

CAES “Ponto de Luz” 25 0 25

Lar Especializado “Entre Mundos” 11 0 11

Distribuição dos utentes por tipologias de resposta

---------------------------- RECURSOS HUMANOS ----------------------------

No que respeita à componente Capital Humano, em 2015 verificou-se um incremento na criação líquida

de emprego, com o início de actividade de novos estabelecimentos. Mantiveram-se contudo o nível da

estrutura organizativa e hierárquica e os objectivos estratégicos enfocados na criatividade e inovação.

22%

7%

1%

23%

40%

7% Infância e Juventude

Terceira Idade

Saúde

Formação

Familia e Comunidade

Infância e Jovens em Risco

Page 54: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

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Caracterização

Em 31 de Dezembro de 2015, a Fundação contava nos seus quadros com 272 colaboradores,

distribuídos conforme a seguir se apresenta:

266 Colaboradores contratados pela Fundação, incluindo efetivos e contratados a termo (certo

ou incerto);

2 Colaboradoras do Instituto de Segurança Social IP destacados no estabelecimento Centro

Infantil O Búzio;

4 Colaboradoras em regime de voluntariado.

Relativamente à distribuição por géneros, 235 do total de colaboradores eram mulheres e 37 homens,

mantendo-se a preponderância do sexo feminino no quadro de pessoal.

Por nível de qualificação, a Fundação apresenta uma estrutura baseada em quadros semiqualificados,

onde se enquadram as categorias profissionais com maior peso, designadamente as de ajudante de

acção directa e de acção educativa.

Page 55: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

55

No que concerne às habilitações literárias dos recursos humanos, cerca de 37,5% do total de

colaboradores apresenta habilitações iguais ou inferiores ao 3.º ciclo do ensino básico, enquanto 36%

apresenta habilitações de nível superior.

Ao nível da distribuição etária, constata-se que 79,7% dos colaboradores têm idade superior a 25 anos e

inferior ou igual a 55 anos, correspondendo a um nível médio etário de 42,2 anos:

No que respeita à antiguidade, 58,6% dos colaboradores trabalham na Instituição há 5 ou mais anos e

36,8% há mais de 10 anos, ao que corresponde a uma antiguidade média de 6,7 anos:

Estrutura Etária N.º Elementos %

Até 25 anos

4.5%

De 26 a 30 anos 27 10.2%

De 31 a 35 anos 42 15.8%

De 36 a 40 anos 52 19.5%

De 41 a 45 anos 36 13.5%

De 46 a 50 anos 27 10.2%

De 51 a 55 anos 28 10.5%

De 56 a 60 anos 26 9.8%

De 61 a 65 anos 12 4.5%

Mais de 65 anos 4 1.5%

Total 266

12

Page 56: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

56

Relativamente ao regime de contratação, 181 colaboradores estão em situação de contrato permanente

– efetivo (68,05%), correspondendo os contratos a termo certo a um total de 76 (28,57%) e os contratos

a termo incertos a um total de 09 (3,38%) motivados pela necessidade de substituição de colaboradores

ausentes temporariamente, ao abrigo das alíneas a) a c) do n.º 2 do artigo 140.º do Código do Trabalho

aprovado pela Lei n.º 7/2009 de 12 de Fevereiro.

Absentismo

Em relação ao absentismo, constatou-se um acréscimo de 5.841 horas, designadamente nas ausências

motivadas por doenças não profissionais e por maternidade/paternidades.

Antiguidade N.º %

Até 1 ano 41 15.4%

De 1 a 2 anos 39 14.7%

De 2 a 5 anos 30 11.3%

De 5 a 10 anos 58 21.8%

De 10 a 15 anos 74 27.8%

Mais de 15 anos 24 9.0%

Total 266

Page 57: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

57

Fluxo de entradas e saídas

Durante o ano de 2015, observaram-se 72 admissões, das quais 06 foram necessárias de modo a

suprimir ausências prolongadas, e 72 saídas, das quais 31 foram motivadas pela iniciativa dos respetivos

colaboradores.

Prestadores de serviços

Em 2015, a Fundação beneficiou de serviços regulares de 52 profissionais em regime de prestação de

serviços, em áreas diversas como enfermagem, fisioterapia, formação e consultadoria jurídica, bem

assim como serviços esporádicos prestados por 20 profissionais, também naquele regime.

Formação contínua

Em 2015, motivado pelo enfoque na formação externa enquanto entidade formadora certificada, a

Fundação registou um volume de formação que correspondeu a várias acções de formação

integralmente garantido por entidades externas com um total de 190 horas e acções de formação interna

no total de 22 horas. Em cada acção de formação participaram vários colaboradores, o que possibilitou a

formação a 67 colaboradores (25,0%).

Destacamentos de funcionários do Instituto de Segurança Social IP

Por solucionar, mantém-se ainda o facto de alguns acordos de gestão celebrados com o ISS IP

contemplarem o destacamento de funcionários daquele instituto de modo a garantir a adequabilidade da

equipa e da prestação dos serviços, com a consequente redução na comparticipação financeira

estabelecida para a despectiva resposta social. Assim, estava previsto o destacamento das seguintes

unidades:

Centro Infantil O Búzio: 11 funcionários

Colégio D. Dinis: 7 funcionários

Como inicialmente referenciado, atualmente os funcionários destacados resumem-se a 2 no Centro

Infantil O Búzio, devido a saídas que se tem verificado por diversas razões. Com o objetivo de não

comprometer a qualidade dos serviços prestados, a Fundação tem assumido a substituição destes

funcionários, através da contratação de colaboradores, com os consequentes acréscimos nos gastos e

Motivo N.º horas

remuneradas - 2015 N.º horas não

remuneradas - 2015 N.º horas

remuneradas - 2014 N.º horas não

remuneradas - 2014

Acidente de trabalho 22 2139 0 780

Doença não profissional 0 17483 0 17218

Assistência inadiável a filho, neto ou membro do agregado

0 332 0 129

Trabalhadores-estudantes 0 0 30 0

Falecimento de cônjuge, parente ou afim 185 0 201 0

Maternidade/paternidade 22 9421 23 4543

Outras ausências justificadas 213 595 458 850

Ausências injustificadas 0 545 0 884

Total 442 30515 712 24404

TOTAL GLOBAL 30957 25116

Page 58: RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2015

58

sem qualquer contrapartida por parte deste Instituto. Esta é uma situação que se tem procurado alterar

junto do ISS IP embora, até ao final de 2015, sem resultados práticos.

Perspectivas futuras

Para o próximo ano, a política de recursos humanos não sofrerá alterações substanciais em termos

estratégico-políticos, mantendo-se focada na diminuição do nível de absentismo, assente na proximidade

com os equipamentos sociais, de modo a avaliar e identificar a existência de condicionantes internas que

originem estas ausências, seja ao nível de procedimentos directamente relacionados com as tarefas

desempenhadas, seja ao nível da gestão motivacional.

Mantém-se a pretensão em resolver o impasse que resulta do incumprimento do ISS IP no que respeita

ao destacamento dos funcionários previstos, sendo que, como alternativa, poder-se-á considerar o

assumir definitivo por parte de Fundação da integração destes elementos, embora sujeito à devida

compensação financeira.

A maximização de recursos e a obtenção de benefícios com a contratação de pessoal continuará,

certamente, a ser tido em consideração, procurando-se tirar partido das iniciativas governamentais de

promoção ao emprego. Contudo, a transferência dos trabalhadores afectos ao estabelecimento Instituto

para o Desenvolvimento Social implica directamente que o requisito da criação líquida de emprego não

seja cumprido, pelo que este será uma situação a tratar directamente com as diferentes delegações

regionais do IEFP IP, dado não estarmos perante uma situação de destruição de emprego.

Considerando-se a formação contínua um factor decisivo no que respeita aos Recursos Humanos, dado

conferir aos seus quadros uma maior empregabilidade, aptidões e até motivação, o que se repercute

directamente na qualidade dos serviços prestados, esta componente voltará a ser um objectivo concreto,

embora condicionado pela disponibilidade dos diversos serviços da Fundação.

Lisboa, 13 de Abril 2016