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RELATÓRIO DA VIII COLEGIADO NACIONAL DE COORDENADORES DE SAÚDE PESSOA IDOSA Data: 26 a 28 de novembro de 2013 Local: Hotel Kubitschek Plaza - Brasília, DF Organização: COSAPI (Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa) /DAET(Departamento de Atenção Especializada e Temática /SAS (Secretaria de Atenção à Saúde) CONTEXTUALIZAÇÃO O Colegiado Nacional de Coordenadores de Saúde da Pessoa Idosa é composto por gestores estaduais, municipais de capitais e de municípios com mais de 500 mil habitantes, responsáveis pela política de atenção à saúde da pessoa idosa nesses territórios. Conta também com convidados, representantes das parcerias intra e intersetoriais. O objetivo do colegiado é articular e alinhar agendas estratégicas com os gestores estaduais e municipais visando a implementação dessa política. O VII Colegiado contou com a participação de 116 profissionais dentre gestores, pesquisadores e comissão organizadora e teve como objetivo geral avaliar as ações desenvolvidas ao longo de 2013 e traçar estratégias para 2014, de forma a qualificar a atenção à saúde da população idosa no SUS. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: I) Discutir estratégias para ampliação e qualificação do cuidado às pessoas idosas no Sistema Único de Saúde (SUS) com os gestores estaduais e municipais de Saúde da Pessoa Idosa, parceiros setoriais e intersetoriais, a partir da agenda de trabalho: a) Revisão da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa e da nova proposta do Caderno de Atenção Básica Nº 19: Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. b) Proposição inicial de Levantamento Censitário nas ILPI´s (Instituições de Longa Permanência para Idosos), realizada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e combate à Fome (Secretaria Nacional de Assistência Social) e Universidade de São Paulo. II) Apresentar realizações de 2013 e agenda para 2014 III) Apresentar as experiências vencedoras da seleção de Experiências Estaduais e Municipais no Campo do Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. Dia 26/11/2013 MESA DE ABERTURA Diretora do Departamento de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde – DAET/SAS/MS – Lêda Lúcia Couto de Vasconcelos Assessora Técnica do Conselho Nacional de Secretários de Saúde – CONASS – Zélia Bentes Assessora Técnica do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde – CONASEMS – Denise Rinahant Presidente da Comissão Intersetorial de Saúde do Idoso do Conselho Nacional de Saúde – CNS Geraldo Adão Coordenadora da Saúde da Pessoa Idosa do Departamento de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde – COSAPI/DAET/SAS/MS – Maria Cristina Correa Lopes Hoffmann Coordenador da Unidade Técnica de Saúde Familiar da Organização Panamericana da Saúde – OPAS – Karla Lisboa Representante do Comitê Assessor da Coordenação da Saúde da Pessoa Idosa – Eliana Bandeira Os discursos de abertura demonstraram o comprometimento técnico e político dos presentes, no que tange ás questões atinentes à saúde da pessoa idosa e, numa fala recorrente, todos os componentes da mesa ressaltaram a importância da iniciativa de mapeamento de experiências exitosas como estratégia

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RELATÓRIO DA VIII COLEGIADO NACIONAL DE COORDENADORES DE

SAÚDE PESSOA IDOSA Data: 26 a 28 de novembro de 2013 Local: Hotel Kubitschek Plaza - Brasília, DF Organização: COSAPI (Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa) /DAET(Departamento de Atenção Especializada e Temática /SAS (Secretaria de Atenção à Saúde)

CONTEXTUALIZAÇÃO O Colegiado Nacional de Coordenadores de Saúde da Pessoa Idosa é composto por gestores estaduais, municipais de capitais e de municípios com mais de 500 mil habitantes, responsáveis pela política de atenção à saúde da pessoa idosa nesses territórios. Conta também com convidados, representantes das parcerias intra e intersetoriais. O objetivo do colegiado é articular e alinhar agendas estratégicas com os gestores estaduais e municipais visando a implementação dessa política. O VII Colegiado contou com a participação de 116 profissionais dentre gestores, pesquisadores e comissão organizadora e teve como objetivo geral avaliar as ações desenvolvidas ao longo de 2013 e traçar estratégias para 2014, de forma a qualificar a atenção à saúde da população idosa no SUS.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

I) Discutir estratégias para ampliação e qualificação do cuidado às pessoas idosas no Sistema Único de Saúde (SUS) com os gestores estaduais e municipais de Saúde da Pessoa Idosa, parceiros setoriais e intersetoriais, a partir da agenda de trabalho: a) Revisão da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa e da nova proposta do Caderno de Atenção Básica Nº 19: Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. b) Proposição inicial de Levantamento Censitário nas ILPI´s (Instituições de Longa Permanência para Idosos), realizada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e combate à Fome (Secretaria Nacional de Assistência Social) e Universidade de São Paulo. II) Apresentar realizações de 2013 e agenda para 2014 III) Apresentar as experiências vencedoras da seleção de Experiências Estaduais e Municipais no Campo do Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa.

Dia 26/11/2013

MESA DE ABERTURA

Diretora do Departamento de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde – DAET/SAS/MS – Lêda Lúcia Couto de Vasconcelos

Assessora Técnica do Conselho Nacional de Secretários de Saúde – CONASS – Zélia Bentes

Assessora Técnica do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde – CONASEMS –Denise Rinahant

Presidente da Comissão Intersetorial de Saúde do Idoso do Conselho Nacional de Saúde – CNS Geraldo Adão

Coordenadora da Saúde da Pessoa Idosa do Departamento de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde – COSAPI/DAET/SAS/MS – Maria Cristina Correa Lopes Hoffmann

Coordenador da Unidade Técnica de Saúde Familiar da Organização Panamericana da Saúde – OPAS – Karla Lisboa

Representante do Comitê Assessor da Coordenação da Saúde da Pessoa Idosa – Eliana Bandeira

Os discursos de abertura demonstraram o comprometimento técnico e político dos presentes, no que tange ás questões atinentes à saúde da pessoa idosa e, numa fala recorrente, todos os componentes da mesa ressaltaram a importância da iniciativa de mapeamento de experiências exitosas como estratégia

de fortalecimento da atuação dos estados e municípios no campo da saúde da pessoa idosa. A seguir são destacados tópicos desenvolvidos pela Diretora do DAET, que representava o Secretário da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), Helvécio Miranda. -Importância de se colocar a saúde integral da pessoa idosa na lógica de redes de atenção. Não se trata de defender uma atenção determinada por ciclos de vida, mas de ressaltar que todas as esferas de cuidado devem ter ações diferenciadas para as populações mais frágeis. -Destaca os desafios do envelhecimento populacional para o sistema de saúde e a necessidade de garantir que o envelhecimento da população brasileira seja com qualidade de vida e independência funcional. -Reforça a necessidade de que qualquer aspecto da discussão de saúde da pessoa idosa se inicie em articulação com a atenção básica, mas deixando claro que há preocupação com o acesso aos cuidados especializados, e que este nível de atenção deve ter um olhar diferenciado para o segmento idoso. -Ressalta que a Saúde também está envolvida em outras discussões essenciais tais como a questão do cuidador, em articulação com a SGETS (Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde). MESA 1 - EXPERIENCIAS EXITOSAS – Apresentação de doze experiências exitosas de gestão municipal e estadual visando qualificação do cuidado à população idosa nos territórios. Coordenação: Eliana Bandeira – Coordenadora Estadual de Saúde da Pessoa Idosa de Minas Gerais e Membro do Comitê Assessor O ciclo clássico das políticas públicas envolve as fases de formulação, implementação e avaliação, apresentadas nessa ordem por uma questão didática. Todas as fases são imprescindíveis para o alcance dos objetivos da política e há vasta literatura mostrando que elas podem e devem ocorrer de forma concomitante. Para conhecer a implementação da política nacional de saúde da pessoa idosa nos territórios, a COSAPI conduziu um processo piloto de prospecção que estimulou o relato de experiências de cuidado, que foram analisadas a partir de quatro critérios descritos a seguir. I ) Alinhamento com princípios e diretrizes do SUS, com a Politica Nacional de Saúde da Pessoa Idosa e com as diretrizes para organização da Rede de Atenção à Saúde com a população idosa. II) Caráter inovador. III) Relevância dos resultados. IV) Potencial para ser replicado em outras realidades As experiências selecionadas, além da apresentação no colegiado com recebimento de certificado, receberão uma visita do Ministério da Saúde e participarão de uma publicação sobre o tema. A partir da divulgação feita para as secretarias municipais e estaduais, foram inscritas 107 experiências e, dentre essas, doze foram selecionadas para apresentação no presente Colegiado. Vale esclarecer que não houve um ordenamento por pontos para as apresentações descritas a seguir. A Mesa se iniciou com a apresentação do Cenário das Experiências Municipais e Estaduais pelo representante do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde ICICT /FIOCRUZ, que apresentou as funcionalidades da ferramenta selecionada para organizar e apresentar as experiências exitosas, conduzida pela Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa. Experiência 1 (estadual) – Fator Idoso: Politica Estadual de Incentivo à Qualificação da Atenção Básica da Secretaria Estadual do Rio Grande do Sul - Coordenadora de Saúde do Idoso da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul - Priscila Farfan Barroso A fala se inicia com a contextualização da situação atual do estado em relação aos cuidados voltados para a população idosa, seguida de exposição da Política de Incentivo Estadual à Qualificação da Atenção Básica em Saúde (PIES), cujo objetivo principal é repassar recursos para o estado, visando o fortalecimento da Atenção Básica no RS, para ser utilizado com despesas correntes de ações e serviços de saúde. As ações elencadas abrangem educação permanente; encontros estaduais de saúde; controle social; gestão/ atenção; construção da linha de cuidado e especificidades, voltando o olhar para idosos indígenas, institucionalizados, etc. Conclui afirmando que há financiamento e equipes para o cuidado da

pessoa idosa, ressaltando importância do apoio do Estado nas ações voltadas para a saúde da pessoa idosa. Experiência 2 (municipal) – Centro de Desenvolvimento e Promoção do Envelhecimento Saudável – CEDPES do Serviço de Geriatria do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP – Geriatra e Professor da USP - Marcel Hiratsuka Inicialmente são tecidas considerações gerais acerca da população idosa da cidade de São Paulo: índice de envelhecimento, demandas e necessidades específicas. Discorre acerca da fundação do CEDESPE, em 2009, ressaltando seus princípios de focalizar a saúde ao invés da doença. O Objetivo do projeto consiste em mapear e avaliar a funcionalidade dos idosos visando inclusão nas ações de manutenção, promoção da autonomia e independência da pessoa idosa. O CEDESPE realiza atividades de promoção do envelhecimento saudável, prevenção de comorbidades, inclusão social de idosos independentes ou não, e também se dedica a pesquisas. O processo de adesão é simples e passa por inscrição, avaliação e encaminhamento as atividades. É importante ressaltar a demonstração de parcerias institucionais visando a ampliar o leque de atividades oferecidas. A avaliação é feita novamente a cada seis meses de modo a monitorar possíveis evoluções além da frequência da pessoa idosa nas atividades. As pesquisas mostraram que a grande maioria de idosos participantes do CEDESPE melhora sua satisfação em outras áreas da vida cotidiana, bem como suas relações interpessoais. Também se vê aumento na adesão e permanência nas atividades físicas e a melhora da aptidão física contribui para a diminuição dos índices de quedas na população atendida. A exposição se conclui com os resultados de pesquisas realizadas com os participantes do CEDESPE, publicadas em periódicos de áreas como psicoterapia, fisioterapia e educação física. Experiência 3 (municipal) – Construção da Rede de Atenção à Saúde do Idoso na Regional de Saúde do Paranoá Distrito Federal – Secretaria de Saúde do Distrito Federal - Coordenadora do Programa de Atenção à Saúde do Idoso - Paranoá/SES/DF - Viviane Cristina Peterle. A exposição se inicia com uma contextualização acerca das especificidades geográficas, de modo a explicar especificidades epidemiológicas de cada regional de saúde. A iniciativa tem como objetivo a constituição de Grupo de Trabalho (GT) composto por representantes da atenção básica e atenção hospitalar, dentre outros setores para identificar as características da rede, identificar e pactuar com os diversos pontos de atenção e avaliar instrumentos de gestão como a caderneta do idoso, ficha de cadastro dos idosos SES/DF e questionário de avaliação. Relata que o projeto buscava, inicialmente, investigar a causa do grande número de quedas na população idosa. Logo depois veio a criação da “Sala de Acolhimento”, exclusiva para o atendimento ao idoso, confecção das “caixas personalizadas”, para melhorar a adesão às prescrições de medicamentos e formação de grupos para encontros com as áreas de psicologia e nutrição, além de atividades de socialização. Outras ações desenvolvidas abrangem a investigação de prevalência de patologias e os fatores de risco na população e capacitação dos profissionais envolvidos no processo. Em paralelo se desenvolve o projeto GERANEURO, parceria entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e a Universidade de Brasília (UnB), que desenvolve oficinas com foco em estimulação cognitiva e memória, bem como capacitação de cuidadores.

Experiência 4 (municipal) – Construção de Rede de Atenção aos Casos de Violência Contra o Idoso da Secretaria Municipal de Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Coordenadora do DANTS - Joseane Boff Zanella.

Nessa experiência estadual foram apresentadas estratégias de sensibilização dos profissionais de saúde para a correta notificação das situações de violência no SINAN. Os resultados evidenciam um aumento de notificações a partir do trabalho de avaliação, discussão e encaminhamentos dos casos notificados, o que dá insumos para auxiliar as equipes na identificação dos casos e para a qualificação do

preenchimento e encaminhamento. Ao mesmo tempo, é orientado que a especificidade de cada situação seja considerada. A discussão dos casos envolve esforço intersetorial no território, com a participação de equipes de saúde da UBS, Núcleo de Atenção ao Idoso, Núcleo de Saúde Mental, equipes dos CRAS e Serviço de Proteção Especial ao Idoso da Assistência Social. Ao mesmo tempo, busca-se considerar a especificidade de cada situação. As notificações orientam encaminhamentos para a rede intersetorial de atenção. O número de notificação aumentou com a implantação da rede. Em 2007 foram 35 casos e em 2012 foram notificados 162.

Experiência 5 (municipal) – Instrumentos de Avaliação dos Indicadores de Saúde da Pessoa Idosa: Uma Experiência Exitosa da Secretaria Municipal de Fortaleza - Assessora Técnica da Atenção Primária de Saúde do Município de Fortaleza - Gerídice Andrade de Moraes

Inicialmente apresentaram-se dados demográficos e de acesso de idosos aos serviços de saúde na cidade de Fortaleza. Em seguida, os objetivos e o processo de implementação de instrumentos de avaliação de indicadores de saúde. O Objetivo da experiência consiste em elaborar e implantar instrumentos de acompanhamento, monitoramento e avaliação de indicadores de saúde da pessoa idosa em Fortaleza. A implantação de assessorias técnicas do idoso nas seis Regionais de Saúde de Fortaleza e as reuniões sistemáticas entre esses profissionais possibilitaram a construção dos instrumentos, indicadores e mapas que auxiliam o desenvolvimento da política municipal de atenção à pessoa idosa. Os instrumentos foram aplicados nas 92 UBS, totalizando 350 equipes ESF, 250 equipes de Saúde Bucal e 2.482 ACS. A análise dos indicadores permitiu diálogo com toda a rede de atenção e destacam-se como resultados a percepção da subnotificação dos casos de violência contra idosos, baixos índices de atenção à saúde bucal e necessidade de referência para os casos de demências. Outros aspectos de destaque referem-se às articulações intersetoriais e ao envolvimento dos profissionais de saúde no processo. Afirma-se que a experiência tem potencialidade de replicação em outros locais e contribui na otimização do monitoramento, avaliação e planejamento das ações estratégicas na atenção básica, como foco na pessoa idosa.

Experiência 6 (estadual) – Estratégias Singulares de Implantação da Caderneta do Idoso no Município de Caxias do Sul do Rio Grande do Sul – Núcleo de Estratégia da Saúde da Família - Nadia Peresin Perottoni.

O Objetivo da inciativa foi conhecer e avaliar o processo de implantação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa nos 7 munícipios selecionados e seu papel como instrumento de gestão do cuidado, incentivo à construção de planos terapêuticos singulares, de oportunidade para refletir processos de trabalho e de sensibilizar a equipes da AB para a importância da caderneta e identificação de recursos e parcerias comunitárias. Foram apresentadas sete experiências de implementação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa no município de Caxias do Sul (RS). A metodologia utilizada variou conforme as particularidades de cada unidade de saúde, composição da equipe ou características locais. Nas unidades de saúde tradicionais destaca-se o agendamento das consultas e o uso de grupos como o Hiperdia, entre as principais estratégias de atuação. Nas unidades de saúde que possuem Estratégia Saúde da Família (ESF), por outro lado, destaca-se a atuação do Agente Comunitário de Saúde, de forma complementar ao restante da equipe da UBS, especialmente nas visitas domiciliares. Como resultados, foram salientados o aumento do vínculo da pessoa idosa com os profissionais que atuam na Atenção Básica (AB) e a maior compreensão das equipes quanto à importância do desenvolvimento de parcerias intersetoriais como forma de garantir o cuidado em rede.

Experiência 7 (municipal) – A Potencialidade do Profissional de Saúde Para a Mediação de Conflitos Intrafamiliares: A Experiência do Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso da Gerencia de Programa de Saúde do Idoso – Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro - Gerência de Programas de Saúde do Idoso-SMS-RJ - Margareth Gloria Sgambato Ferreira.

O Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso (PADI / Melhor em Casa), trabalha na residência dos pacientes, sendo considerado o espaço ideal e acolhedor, principalmente para os pacientes idosos. Com essa ferramenta de trabalho e ação à saúde os profissionais identificam as necessidades dos usuários, incluindo os conflitos intrafamiliares. A metodologia utilizada para esse trabalho baseia-se na mediação de conflitos e as ações são realizadas por meio de Oficinas, em parceria com a Coordenação de Politicas de Intersetorialidade. Tendo em vista as dificuldades inerentes à mediação de conflitos, as oficinas visam capacitar os profissionais do PADI para identificar situações de violência contra a pessoa idosa e propor estratégias de enfrentamento. As oficinas são realizadas mensalmente, por assistentes sociais e psicólogos. Outras técnicas usadas nas Oficinas estão voltadas para a mediação no campo judicial, sendo realizado um curso básico para os profissionais do PADI, na Escola Nacional de Mediação e Conciliação (ENAM). Outros parceiros externos também são convidados a participar dessas oficinas. Para o desdobramento dessas intervenções, foram elaborados projetos para o trabalho, como a realização de grupos de acolhimento, com temas específicos e conforme a demanda dos familiares incluindo o cuidador. As oficinas têm demonstrado ser facilitadoras nas ações de intervenção dos profissionais do PADI, uma vez que, situações familiares conflituosas acabam interferindo negativamente na saúde do usuário atendido. As oficinas têm provocado resultados positivos demonstrados na mudança do olhar à atenção à saúde da pessoa idosa, por todos os profissionais do PADI. Experiência 8 (municipal) – Programa Acompanhante de Idosos da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo - Coordenador de Saúde do Idoso da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de São Paulo - Sergio Paschoal. Existem 1.338.138 idosos em São Paulo e, destes, 60% dependem do Sistema Único de Saúde. O Programa é uma Política Inovadora e, hoje, tornou-se uma politica pública municipal. Dados de pesquisas municipais revelaram uma parcela de idosos vivendo sozinhos, sem acesso aos serviços de saúde, frágeis ou em risco de fragilização. O projeto, custeado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), se iniciou em 2004 na região do bairro Santa Cecília. Foram firmadas diversas parcerias tais como as experiências de capacitação de acompanhantes de idosos realizadas com a UNIFESP e a atuação de participantes dos programas “Começar de Novo” e “Anjos Urbanos”. Destaca-se que apesar das diferenças socioeconômicas entre os idosos, no município de são Paulo, problemas como o isolamento social e a falta de cuidados adequados são semelhantes. Os objetivos do projeto inclui: oferecer acompanhamento domiciliar e apoio às atividades de vida diária, desenvolvendo: ações de cuidado e suporte aos idosos em situação de dependência; ações de cuidado e suporte aos familiares e/ou cuidadores; promoção da autonomia e independência; integração social; ampliação do acesso aos serviços de saúde; melhoria da qualidade de vida e, pelo somatório de todos esses fatores, busca evitar ou postergar a institucionalização. Os critérios de inclusão são: idade igual ou superior a 60 anos; dependência funcional para as AVD’s, decorrente ou não de agravos à saúde; mobilidade reduzida; dificuldade de acesso aos serviços de saúde; insuficiência no suporte familiar ou social; isolamento ou exclusão social; risco de institucionalização e residência na área de abrangência. As atividades são definidas em um Plano de Cuidados e incluem auxílio nas atividades domésticas (internas ou externas); acompanhamento a consultas e a atividades de reabilitação; Inserção e integração na rede de saúde; construção e fortalecimento da rede de proteção social; campanhas de vacinação; organização e supervisão da medicação e estimulação cognitiva; acompanhamento em atividades sociais e atividades externas como visitas a amigos e vizinhos, entre outros. A equipe também passa por ações e atividades como educação permanente e treinamentos; palestras sobre diversos temas como patologias; prevenção e promoção da saúde; autonomia e independência, alimentação; higienização; sexualidade, discussão de casos, dentre outros. O projeto tem se revelado como estratégia valiosa no campo da saúde, na garantia de acesso, equidade e atenção integral.

Experiência 9 (municipal) – Programa Maior Cuidado – Projeto Cuidador de Idosos, Qualificando e Humanizando o Cuidado – Uma experiência intersetorial da Secretaria Municipal de Belo Horizonte. Saúde da Pessoa Idosa da Secretaria Municipal de Belo Horizonte - Cristina Sartini.

É um programa intersetorial resultante da parceria entre Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Assistência Social, e Associação de Cuidadores de Minas Gerais (ACI). Realiza atenção domiciliar por meio da oferta de cuidadores para idosos em situação de fragilidade clínica e vulnerabilidade social e respectivas famílias. Consiste no cuidado domiciliar de rotina, realizado por um cuidador, aos idosos semi-dependente e dependentes, moradores das áreas de abrangência dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) participantes. Trata-se de pessoas que vivenciam situações de vulnerabilidade social e de saúde, seja pela fragilização de vínculos familiares e/ou sociais ou pela diminuição das possibilidades de inserção comunitária. Tem como objetivos prevenir ou retardar a institucionalização; fortalecer a função protetiva da família; reduzir internações hospitalares; reduzir risco de quedas/fraturas; favorecer a manutenção da independência e da autonomia; melhorar qualidade de vida, tanto do idoso quanto da família e qualificar e humanizar o cuidado no domicílio. As competências estão distribuídas e bem definidas entre os parceiros. Cabe à Secretaria Municipal de Saúde, por meio da ESF e dos NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), selecionar e acompanhar os idosos; avaliar globalmente e elaborar o plano de cuidados; participar das reuniões intersetoriais; e elaborar rotinas de cuidado, entre outros. A Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social seleciona, cadastra e acompanha os idosos e suas famílias; realiza visita domiciliar e faz o estudo social dos casos; promove o acesso a benefícios, programas de transferência de renda e serviços sócio assistenciais; promove atividades coletivas com famílias; mobiliza para a cidadania e para a aquisição de documentos civis; participa das reuniões intersetoriais, gerencia e coordena as atividades dos cuidadores. Abrange uma área de 40 centros de saúde adscritos às áreas de 26 Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e atendeu 443 pessoas em 2013.

No eixo saúde, o cuidador deve executar as Rotinas de Cuidado conforme orientações das ESF/ NASF; atuar em conformidade com o Parecer Técnico da SMS; auxiliar, estimular e/ou executar as AVD’s básicas; observar e adaptar o meio ambiente em que vive o idoso, para melhorar o conforto e a segurança, conforme as orientações da ESF/NASF, dentre outros. No eixo Assistência social, o cuidador deve seguir a rotina de cuidados proposta pela SMAS; orientar a família na organização do cuidado; contribuir para a redução do stress do cuidador familiar; facilitar a convivência comunitária, atuando como elo entre a família, a pessoa cuidada e a comunidade. O Programa tem mostrado grandes avanços como a promoção do envelhecimento digno; a qualificação do cuidado domiciliar a identificação de violações de direitos, dentre outros. Assim como todas as políticas, há os desafios a serem superados, entretanto, observa-se que a integração entre as Políticas de Assistência Social e Saúde, no município de Belo Horizonte, tem se tornado uma importante ferramenta para a garantia dos direitos e superação de situações adversas, trazendo benefícios para os idosos e suas famílias.

Experiência 10 (municipal) – Tenda do Conto: Um Espaço de Vivencia, História e Escuta da Secretaria Municipal de Campo de Brito de Sergipe - Estratégia Saúde da Família - Fernanda Carneiro Melo.

A Tenda do Conto teve inicio mediante as necessidades de ampliar as ações voltadas para a saúde da pessoa idosa, daquelas que já eram realizadas. A Estratégia de Saúde da Família busca romper os paradigmas cristalizados e incorpora um novo modo de pensar e agir na perspectiva de mudança e conversão do modelo assistencial. Considerada como essencial para estabelecimento de novas relações entre usuários, profissionais e serviços de saúde, alicerçadas na humanização. A Tenda do Conto constitui uma ferramenta que otimiza o acolhimento e estabelece vínculos com a comunidade. A Tenda foi escolhida pela equipe da ESF da Gameleira em Campo do Brito–SE, através de Maria Betânia Bulhões, como dispositivo para acolher os usuários do Grupo do HIPERDIA e Idosos introduzindo uma nova prática de saúde que se diferencia pela sensibilidade de seus atores em protagonizar a inovação da promoção da saúde, além de oferecer um espaço de valorização do outro. Ela acontece mensalmente na

USF da Gameleira (pioneira em Campo do Brito) e nas outras 5 (cinco)USF do município uma vez por mês no Grupo do HIPERDIA . Os agentes de saúde convidam previamente, sempre orientando que os convidados devem levar algo que represente algum fato ou história vivida. Ao som de zabumba, de cirandas da vida começa-se a arrumar a tenda. Uma mesa exibe fotografias antigas, castiçal, filtro de barro, flores, caixas de madeira, ferramentas de trabalho dos usuários; uma colcha de fuxico confeccionada pela Educadora Popular, dentre outros para decorarem a mesa. As cadeiras são postas em roda, mas uma delas, à frente da mesa, a cadeira de balanço, coberta por uma manta que aquecerá os contadores de histórias daquele dia, aqueles que são narradores e autores de sua própria história. São oferecidos sucos medicinais como: suco de capim santo com limão, couve com cenoura e limão, pão com creme de couve e cenoura e com isso, eles degustam e aprendem a valorizar a alimentação natural e saudável. Todos os objetos trazidos pelos usuários e equipes são transformados em poesias, contos e histórias de vida. Na apresentação, Fernanda informa que a Tenda está em conformidade com as normativas do SUS. No final, é feita a avaliação do encontro e sugestões para o próximo. Entre abraços e aplausos os participantes se despedem cantando e dançando em roda, fazendo o corredor dos cuidados, onde cada um cuida do outro.

Experiência 11 (municipal) – Implementação do Centro de Convivência e Cultura Cuca Fresca – Projeto Desencuca de Goiânia - Gerente do Centro de Convivência e Cultura do Município de Goiânia - Marla Borges de Castro.

O Centro de Convivência é equipamento público surgido após a Reforma Psiquiátrica no Brasil. É um espaço de sociabilidade, vínculo solidário, autonomia e cidadania e possui um papel significativo no processo de desinstitucionalização e na inclusão social. O Centro de Convivência é conhecido por subverter os padrões conhecidos e clássicos de se executar saúde, introduzindo as artes, o artesanato, a recreação e esporte, como linguagens que redesenham possibilidades de cuidado em saúde, já que a arte, a convivência e as intervenções urbanas aglutinam, em grupos heterogêneos, interesses, e não diagnósticos. O Centro de Convivência e Cultura Cuca Fresca, em Goiânia, foi implantado em maio 2012 (DSM – Atenção Básica), localizado no Distrito Sanitário Sul. Tem característica de porta aberta. As práticas são destinadas a toda comunidade, abrangendo com isso diferentes faixas etárias e realidades, com atenção especial a populações com vulnerabilidades diversas, principalmente pessoas com sofrimento mental e idoso. São pessoas encaminhadas também pela RAPS (Rede de Atenção Psicossocial), outros setores e demanda espontânea. Em virtude as particularidades de cada região, os Centros de Convivências são construídos distintamente, diferenciando-se a cerca do funcionamento e organização. Os objetivos estão baseados na construção de espaços de convivência nos territórios capazes de operar no fortalecimento de vínculos solidários, através de práticas que promovam cultura, saúde e lazer, garantindo a singularidades de cada um, acolhimento e desenvolvimento de potencialidades. Além disso, O Centro de Convivência Cuca Fresca realiza atividades esportivas e de lazer: jogos de mesa (dama, dominó, baralho), Pebolim, mesa de ping-pong, piscina (recreação e hidroginástica), jogos de quadra (vôlei, futebol, peteca), alongamento e ginástica localizada. Atividades artísticas e culturais, atividades de educação e cidadania; atividades de práticas integrativas, de culinária e de Geração de Renda também são ofertadas, além das atividades verbais como rodas de conversas, reuniões com os movimentos sociais e conselhos. O Projeto destaca ainda, I Mostra de Arte Insensata Itinerante – parcerias intersetoriais; exposição de artes plásticas, oficinas, atelier aberto, cinema, mercado maluco, palco com shows e os grupos artísticos: Bloco de Percussão DesenCuca; Grupo de Fantoche ‘Los Fantóxicos Fantásticos’ e Banda DeLírios do Cuca. O resultado das ações e estratégias deste dispositivo que opera a partir da linguagem da arte, cultura, lazer e das interações com outros setores estão na criação e fortalecimento de laços sociais e afetivos, a promoção da inclusão social, a ressignificação do cotidiano e produção de sentido para vida destas pessoas.

Experiência 12 (municipal): Idoso, a Sua Casa é Segura? - Prefeitura Municipal de Selbach do Rio Grande do Sul - Fiscal Sanitário Municipal da Prefeitura de Selbach - Jorge Rogelson Sebben.

O objetivo principal desse projeto foi difundir informações para a prevenção de quedas de idosos no ambiente doméstico. As ações são promovidas em duas frentes, a primeira com os próprios idosos, que participam de atividades educativas com profissionais de saúde qualificados em visitas domiciliares (agentes comunitárias de saúde) e em palestras organizadas localmente. A outra frente é com os comerciantes e fabricantes de móveis e materiais de construção, para que eles possam indicar ao cliente idoso o material de construção mais indicado a sua casa. Também foi elaborado um panfleto com dicas para tornar a casa mais segura, preconizando o uso de piso anti derrapante, luz noturna, corrimãos nas escadas, barras de apoio nos banheiros, assim como remoção de tapetes e extensões e uso de moveis com cantos arredondados. O panfleto foi distribuído entre idosos, cuidadores, agentes comunitários, arquitetos, comerciantes de material de construção e fabricantes de móveis. Ao entregar o panfleto os comerciantes são capacitados para orientar idosos e seus familiares para que possam identificar os riscos de queda e as medidas para evita-las.

Como o município tem uma vasta zona rural, as informações também foram difundidas em grupos locais de idosos como associações comunitárias, clubes recreativos e reuniões promovidas pela secretaria municipal de saúde. No caso dos comerciantes foi apresentado um vídeo sobre a prevenção de quedas no ambiente doméstico durante uma das reuniões da Associação Comercial e Industrial de Selbach (ACIS) e distribuído os panfletos. Mesmo assim para atingir o comercio e a indústria de forma mais abrangente os estabelecimentos foram visitados e os vendedores orientados.

O financiamento do projeto se deu por meio da disponibilização de recursos para Projetos de Prevenção de Violências e Acidentes (Portaria 227/2011).

Pontos destacados no plenário, após as apresentações: tanto as experiências quanto a iniciativa de se divulgar as inúmeras formas de implementação da política foram muito elogiadas pelo plenário. O CONASEMS se interessou pela divulgação e ofereceu-se para publicá-las em sua página eletrônica e também para apresenta-las em congresso a ser realizado em 2014.

MESA 2 - PROPOSTA DE REVISÃO DO CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA 19 Apresentação da proposta revisada do Caderno de Atenção Básica Nº 19: Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa - Flávia Lanna – Médica de Família da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte Coordenação: Felipe de Oliveira Cavalcante – Coordenador Geral de Áreas Técnicas da Atenção Básica do Ministério da Saúde. A apresentação se inicia com o relato do planejamento da escolha dos temas e conteúdos do Caderno de Atenção Básica Nº 19 (CAB 19). Foram expostos os capítulos e temas abordados, que tratam do envelhecimento populacional e políticas de saúde, bem como os respectivos desdobramentos. Destacaram-se as premissas para elaboração do conjunto de ações denominado de “combo” por envolver o lançamento simultâneo da Caderneta da Pessoa Idosa, do CAB 19 e de rodadas de capacitação das equipes para utilização dos instrumentos. Ressaltou-se a estratégia de buscar subsídios nas diversas áreas técnicas do Ministério da Saúde, de modo a contemplar todos os programas que, em algum momento, contemplem a saúde da pessoa idosa. Foi destacado que o CAB, articulado à Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, facilita a lógica de atendimento das equipes de Atenção Básica. Além disso, recomenda-se evitar a tendência de levar todos os pontos referentes às especialidades para a AB, reconhecendo seus limites e a necessidade de coordenação com toda a rede. Durante o debate se destacou a necessidade de usar os protocolos assistenciais da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS) e políticas vigentes no SUS. Abaixo, a proposta apresentada de capítulos e temas abordados, que tratam do envelhecimento populacional e políticas de saúde:

ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E POLÍTICAS DE SAÚDE

1. Introdução: contextualização demográfica e epidemiológica 2. Políticas públicas para a pessoa idosa no Brasil: bases históricas 3. O Modelo de Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa no SUS: cuidado em rede

• Diretrizes do modelo (incluir aqui humanização e acolhimento) • A Atenção básica como ordenadora do cuidado • Articulação dos pontos de atenção à saúde • Articulação intersetorial

ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA PESSOA IDOSA

1. Estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças • Estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças • Alimentação saudável • O tabagismo e o alcoolismo em idosos. • Rastreamentos, quimioprevenção e vacinação em idosos. • A saúde bucal dos idosos

2. Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa • A importância da caderneta de saúde da pessoa idosa • Conceito de funcionalidade e de idoso vulnerável • Identificação do idoso de risco

3. A Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa • Atribuições dos profissionais da AB • Avaliação multidimensional do idoso • Plano de Cuidados • Auto Cuidado Apoiado

DOENÇAS E CONDIÇÕES CRÔNICAS DE SAÚDE FREQUENTES EM IDOSOS

• Hipertensão arterial sistêmica • Diabetes mellitus • Doenças cerebrovasculares • Insuficiência cardíaca • DPOC • Dor crônica • Osteoartrose e afecções nos pés • Depressão e ansiedade em idosos • O sono nos idosos • Sarcopenia • Parkinsonismo e doença de Parkinson no idoso

AS GRANDES SÍNDROMES GERIÁTRICAS

• Incapacidade cognitiva: abordagem do idoso com demência • Instabilidade postural e quedas em idosos: identificando os principais fatores

de risco e as intervenções preventivas • Imobilidade: o idoso acamado • Incontinência urinária e fecal • Iatrogenia: cuidados com medicamentos no idoso e estratégias para aumentar

a adesão • Incapacidade comunicativa: abordagem do idoso com deficiência visual e

auditiva

CUIDADOS PROLONGADOS DE IDOSOS

• Atenção domiciliar • Leitos de cuidados prolongados • Cuidados paliativos e finitude

SUPORTE FAMILIAR E SOCIAL

• O papel da família • Interdição e curatela • A violência e maus tratos em idosos • Cuidando de quem cuida: a saúde do cuidador do idoso • A institucionalização do idoso • Como proceder no caso de óbito da pessoa idosa

Dentre as sugestões destaca-se a proposta de incluir no CAB um capitulo sobre interações medicamentosas, além da inclusão de tópicos que envolvam aspectos práticos, para facilitar o uso do CAB pelos profissionais. Foi sugerida, como exemplo desse uso prático, a descrição de um passo-a-passo para a realização de estratificação por capacidade funcional e identificação do idoso de risco. Também foi sugerido que o capítulo abordasse a organização da saúde do idoso na Estratégia de Saúde da família e que a Caderneta não fosse um capitulo a parte, mas sim apresentada como um instrumento de avaliação. Demais sugestões: destacar a hidratação, no capítulo sobre alimentação e nutrição; abordar

as interações dos chás e medicamentos conhecidos como “naturais”; incluir cuidados com a pele, especialmente para acamados; abordar de questões de saúde mental. Destacou-se ainda a necessidade de se abordar a obesidade no capítulo sobre Nutrição e Alimentação Saudável e aspectos práticos da incorporação da Caderneta no processo de trabalho da ESF e do NASF. Também foi proposta a inclusão de outras doenças – disfagia, insuficiência coronariana, diarreia e constipação, febre, distúrbios emocionais e transtornos mentais, Alzheimer e doenças respiratórias – no capítulo de morbidade.

MESA 3 - PROPOSTA REVISADA DA CADERNETA Apresentação da versão revisada da Caderneta da Pessoa Idosa Edgar Nunes – Coordenador do Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG e membro do Comitê Assessor da COSAPI e Dália Romero – ICICT/FIOCRUZ e Coordenadora do Projeto. Coordenação: João Macedo – Médico Geriatra, Professor da UFCE e membro do Comitê Assessor da COSAPI Inicialmente foi exposto o processo de reformulação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, por meio da elaboração de um mapa cognitivo. A motivação da COSAPI para propor a reformulação da Caderneta está fundamentada na necessidade de rever instrumentos e estratégias para qualificar o cuidado da população idosa no SUS. A estratégia “combo” incluiu a revisão e implantação da caderneta com forte articulação com a Atenção Básica, a atualização do CAB 19 como instrumento de qualificação do cuidado à pessoa idosa pelas equipes de Atenção Básica, atrelada à capacitação para uso dos instrumentos e inserção de indicadores estratégicos no E-sus. Além de trazer informações aprofundadas das condições de saúde dessa população, a caderneta é longitudinal permitindo o acompanhamento do idoso por cinco anos, inclusive com construção de gráficos de acompanhamento e monitoramento da vulnerabilidade clinica e social. O mapa foi elaborado para identificar as necessidades do idoso, a partir de entrevistas com informantes-chave, revisão da legislação e da literatura correlata. Ressaltou-se que as políticas atuais do MS são os principais pontos norteadores desta versão da Caderneta. Em seguida, foi exposto o conteúdo da Caderneta, cujo protótipo foi distribuído aos presentes para que acompanhassem e fizessem suas considerações. Além disso, também foi destacada a proposta de diagramação e o Manual de Preenchimento. A seguir, apresenta-se o sumário proposto para a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, constante na versão preliminar distribuida: 1. Dados pessoais 2. Pessoas de referência 3. Identificação do Idoso de Risco

3.1 Diagnósticos e internações prévios 3.2 Cirurgias 3.3 Medicamentos

a. Medicamentos, fitoterápicos, suplementos e vitaminas em uso b. Medicamentos potencialmente inapropriado para idosos c. Medicamentos de alta vigilância d. Medicamentos associados com reações adversas ou alergias

3.4 Velocidade da marcha 3.5 Dados antropométricos 3.6 Quedas 3.7 Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional para Atenção Básica (IVCF-AB)

4. Pressão arterial 5. Avaliação ambiental 6. Avaliação dos pés 7. Índice do risco de quedas para a Atenção Básica 8. Glicemia 9. Identificação da dor crônica 10. Hábitos de vida: tabagismo, álcool e atividade física 11. Calendário de vacinação

12. Saúde bucal 13. Cuidados com a saúde bucal da pessoa idosa 14. Os dez principais mitos sobre o envelhecimento 15. Dez passos para uma alimentação saudável para pessoa idosa 16. Direitos da Pessoa Idosa 17. Cuidados com o uso de medicamentos 18. Agenda de Consultas / Exames 19. Atualização da caderneta 20. Lista pessoal de endereços e telefones úteis

Contribuições do plenário: Em primeiro lugar, houve referência à lista de medicamentos potencialmente de risco, cuja leitura pode estimular o idoso a abandonar os tratamentos prescritos. Outra questão levantada foi em relação à estratificação de risco sócio-familiar, tendo sido citadas as escalas de Gijon e a de Coelho e Savassi. Além disso, sugeriu-se a inclusão da auto-avaliação de Saúde Bucal na Caderneta. Outro ponto bastante citado foi a importância de uma ficha-espelho para monitoramento e controle dos dados para planejamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS), de modo que a Caderneta seja, efetivamente, usada como instrumento de gestão. A capacitação foi outro aspecto de interesse, tendo sido questionado como se faria o treinamento dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de toda a equipe, bem como os recursos existentes para a ação. Foi relatada dificuldade de adesão dos profissionais ao uso da Caderneta, nos processos anteriores sendo demandada a publicação de uma norma do MS, definindo as responsabilidades. No que diz respeito aos níveis de informatização dos municípios, destacaram-se pontos opostos. Primeiro, deve-se levar em consideração que as diversas regiões não contam com as mesmas facilidades tecnológicas ou de fluxo de dados, entretanto, onde tais recursos são disponíveis, deve-se aproveitar essa característica para reduzir os custos de capacitação por meio do uso de estratégias de telessaúde. Outras sugestões abrangeram: incluir, na identificação pessoal, o idioma do idoso, dado que o País recebeu e recebe migrantes de outras nações; acrescentar “outras drogas” nas questões sobre hábitos de vida; questionar a ocorrência de alteração cognitiva após episódio de queda e o que motivou a queda; incluir, nas recomendações de hábitos saudáveis, a prática de atividade física de três vezes na semana; incluir metadona na lista de medicamentos de alta vigilância; incluir câncer de estômago e leucemia na lista de doenças; questionar se houve reação, e de que tipo, no campo de vacinação. Por fim, o coordenador da mesa ressaltou a importância da coerência entre o CAB e a Caderneta e como a aplicação prática na ESF deve ser sempre considerada na elaboração dos instrumentos. A mesa finalizou a discussão informando que a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa estará em consulta pública no final de dezembro e meados de janeiro e contribuições serão benvindas.

MESA 4 - PROPOSTA DO LEVANTAMENTO CENSITÁRIO NAS ILPIs Apresentação do Projeto de Levantamento Censitário nas ILPIs Profª Maria Lúcia Lebrão – Professora da USP, Yeda Duarte – Professora da USP e membro do Comitê Assessor da COSAPI. Coordenação: Mariana de Souza Machado Neris – Coordenadora do Serviço de Acolhimento do Departamento de Proteção Social e Combate á Fome – MDS. A Apresentação se inicia com uma declaração veemente, acerca da necessidade de participação dos coordenadores regionais para o desenvolvimento na pesquisa. O título ora adotado é “Estudo das Condições Sociodemográficas e Epidemiológicas dos Idosos Residentes em ILPI´s Registradas no Censo SUAS”. As pessoas idosas institucionalizadas apresentam vulnerabilidades biológicas, sociais ou de ambas as naturezas aumentadas. Se há incremento nas demandas de saúde, ocorre, em igual proporção, a necessidade de cuidado. São apresentados dados demográficos e a estimativa de 1% de idosos

residentes em ILPI. Ressaltam-se as mudanças sociodemográficas que impactam na diminuição da disponibilidade de cuidadores familiares. As famílias estão cada vez menores, muitas não têm filhos e ademais, o fato de tê-lo também não garante a provisão de cuidado na velhice. As mulheres, tradicionais cuidadoras, estão inseridas no mercado de trabalho e esse processo não tem volta. De acordo com dados do SABE (Estudo Saúde, Bem Estar e Envelhecimento), em média as famílias dão conta de 50% das demandas de cuidado. Esse dado é obtido da seguinte maneira: primeiro o idoso é perguntado se necessita de auxílio para desenvolver as Atividades da Vida Diária e depois se recebe esse auxílio. Metade dos que afirmam necessitar de ajuda respondem que não a recebem. O idoso institucionalizado apresenta vulnerabilidades socioeconômicas e de saúde e a definição de competências das áreas de Saúde e Assistência Social representam um desafio. No que diz respeito às políticas públicas, um desafio inicial refere-se à definição de competências de cada setor. Formalmente, há delimitações claras, traduzidas nos diversos normativos do SUS e do SUAS, entretanto, no dia a dia dos serviços ocorre, por exemplo, o acolhimento de idosos hígidos juntamente com demenciados, frágeis e/ou acamados. Ou seja, na prática, as instituições demandam ações simultâneas de ambos os sistemas e, para a pactuação de políticas intersetoriais, se faz necessário o conhecimento da realidade dos equipamentos e dos seus residentes. De acordo com as informações iniciais remetidas pela SNAS há 1227 unidades cadastradas como ILPI ou casa-lar, nas quais residem com 45.695 pessoas, distribuídas da seguinte forma: 1040 em abrigos institucionais (ILPI); 130 em casas – lares; 10 em repúblicas e 47 em outros tipos de acolhimento institucional. No que tange à natureza jurídica, 90,2% das instituições são privadas. Sob o aspecto geográfico, a maior concentração é na região Sudeste. A pesquisa tem como objetivo principal realizar um levantamento censitário visando traçar o perfil das condições de vida e saúde dos residentes nas ILPIs participantes, bem como avaliar as condições estruturais das instituições. Os resultados subsidiarão a política de reordenamento dos serviços de acolhimento. Objetivos específicos: a)traçar o perfil das condições de vida (sociodemográfico, econômico, rede de apoio social) e saúde das pessoas idosas residentes nas Instituições de Longa Permanência; b)conhecer a estruturas/condições ambientais físicas, de funcionamento, de recursos humanos e financeiras das ILPIs; c)observar a integração e articulação das ILPIs com outros setores da comunidade, no território; d)conhecer as interfaces e parcerias estabelecidas entre as ILPIs e os serviços de saúde, e outros serviços da assistência social, e/ou outras políticas sociais nos territórios, com vistas ao atendimento integral às pessoas idosas; e) Identificar os serviços e atividades que as instituições oferecem aos acolhidos, bem como identificar o tipo de vinculação com o poder público; f)verificar o perfil dos profissionais que atuam nas ILPIs. A metodologia propõe um levantamento censitário, abrangendo todas as instituições por meio de entrevista telefônica e um levantamento amostral para os residentes, cuja amostra representativa foi calculada em 5.000 participantes. Para a realização do sorteio da amostra será necessário ter o cadastro dos residentes e o projeto piloto será desenvolvido na região Norte, que não contará com sorteio. Os dados devem ser coletados em parceria com os serviços locais, vinculados às secretarias de assistência social e de saúde. Para as instituições, serão investigadas as variáveis dados de identificação (nome, endereço, natureza, modalidade de gestão, filantropia, estrutura física; dados do responsável técnico; capacidade e ocupação; recursos humanos (tipo, quantidade e carga horária); recursos financeiros; motivos de institucionalização; atividades e serviços oferecidos; parcerias e convênios; relação com o sistema de saúde (público e suplementar); relação com outros serviços do SUAS. A avaliação dos residentes abrangerá identificação (sexo, idade, etnia, estado civil, escolaridade, filhos, origem, religião); motivo da institucionalização; relações extra-institucionais; avaliação cognitiva (MEEM + Pfeffer); condições de saúde (doenças referidas/prontuário, incontinência urinária e fecal, vacinação); fragilidade; avaliação funcional/nível de dependência; assistência à saúde (uso de serviços ambulatoriais, hospitalização, uso de serviços de urgência/emergência) e aplicação de testes funcionais (velocidade de caminhada, força de preensão manual).

A conclusão da pesquisa pretende mostrar as reais necessidades sociais e de saúde dos residentes em ILPIs de forma a subsidiar a política de reordenamento dos serviços de acolhimento e assegurar o acesso a condições dignas de vida. Vale ressaltar, mais uma vez, que um levantamento desse porte demandará a colaboração de todos os coordenadores de políticas destinadas à população idosa. As questões apresentadas para o debates destacaram: questionamento acerca do acesso do gestor público nas ILPI, cuja maioria é privada; a existência de instituições improvisadas e sem registro nos órgãos de fiscalização e acompanhamento; a necessidade de contemplar, nas variáveis investigadas, dados de saúde bucal; a importância do diálogo entre assistência social e saúde uma vez que tais instituições, na realidade, sempre terão uma natureza híbrida. Destacou-se também a necessidade de abandonar o chavão “de quem é a responsabilidade” e de se qualificar as famílias para evitar a institucionalização. Também foi citada a judicialização do acolhimento. A coordenação da mesa esclareceu que a rede de serviços de acolhimento é composta por instituições pública ou privada que prestam serviços em conformidade com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, instituída por resolução do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). A partir de 2009 só se considera serviço de acolhimento os que estão previstos na tipificação. A república é para pessoas independentes, por isso fica fora da pesquisa. Em paralelo, as casas-lares também entram no universo investigado, porque admitem pessoas com grau de dependência 31. Atualmente há um processo de reordenamento de um sistema com características centenárias, iniciado sob a lógica do assistencialismo e não dos direitos. O levantamento censitário apontará, não apenas a localização mas também as dificuldades de gestão e de manutenção dessas entidades. As organizações privadas sem fins lucrativos têm de se adequar às regras do SUAS pois, mesmo não sendo públicas elas são de interesse público. No que tange à judicialização das questões relacionadas ao acolhimento de idosos em ILPI, foi ressaltada a importância de sensibilizar o judiciário para evitar a abertura de serviços que violam, ao invés de proteger os direitos do idoso. A motivação do acolhimento é uma das questões mais importantes a serem investigadas. Ela alertará acerca das falhas que ocorreram antes da institucionalização, de modo a orientar a Assistência Social na oferta de cuidados que evitem ou posterguem a institucionalização, tais como a implantação de Centros Dia. Ressalta que MDS está implantando um centro dia em cada UF, para pessoas com deficiência e que essa ação deve ser ampliada para o público idoso. O desafio maior é a formação de redes. Esclarece que as Unidades de Acolhimento são serviços residenciais e que é necessário quebrar o paradigma da instituição total. O SUAS não apoia a manutenção de uma equipe de saúde dentro das instituições e sim o atendimento em rede. Há necessidade de se fortalecer a articulação com a atenção básica em saúde e pensar em formas de atendimento similares àquelas prestadas ao idoso residente na comunidade. Faz-se necessário construir um modelo de responsabilidade integrada que envolva pactuação nas Comissões Intergestoras Tripartite (CIT) tanto do SUS quanto do SUAS. No que tange à coleta de dados, foi esclarecido que se pretende trabalhar com equipes regionais por meio do treinamento de multiplicadores. Ressalta-se que as instituições pesquisadas são aquelas que responderam ao Censo SUAS, portanto, há necessidade de pactuação com as equipes locais de assistência social. A Mesa finaliza esclarecendo que a pesquisa mostrará muito do que já sabemos: há instituições de boa e má qualidade e também as improvisadas, entretanto, um mapeamento de abrangência nacional auxiliará a traçar políticas para subsidiar essa abordagem intersetorial. A realização da pesquisa reflete um compromisso dos dois ministérios e um passo importante na direção do exercício da intersetorialidade nas questões relativas ao cuidado da pessoa idosa.

Dia 27/11/2013

MESA 1 - Politica da Atenção Básica para qualificação da atenção no SUS

1 Grau de dependência explicitado na Resolução de Diretoria Colegiada Anvisa Nº 283/2005.

Apresentação: Olívia Medeiros – Representante da Coordenação – Geral de Gestão da Atenção Básica do Ministério da Saúde

Coordenação: Maria Cristina Hoffmann – Coordenadora da Saúde da Pessoa Idosa/DAET/SAS/MS Foram apresentadas as linhas gerais da nova Politica Nacional de Atenção Básica e as principais ações desenvolvidas no momento, e ressaltada a importância da aproximação e a parceria estabelecida entre a COSAPI e a Atenção Básica, em projetos estratégicos como os que compõe o “COMBO”(Caderneta, CAB 19 e capacitações). Em seguida, foram destacadas ações relativas ao e-SUS2, Melhor em Casa, Mais Médicos, Saúde Bucal e PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica ), com destaque para os resultados de cada ação, com base no 1º. Ciclo de avaliação externa, separando as variáveis relativas à saúde da pessoa idosa. Por fim, recomendou que os presentes visitassem a Comunidade de Práticas da AB e convidou para a Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica. Após a apresentação, algumas pessoas tiraram suas dúvidas, principalmente em relação ao acesso ao e-SUS.

Mesa 2 – Avaliação 2013 e Planejamento das Ações Prioritárias para 2014

Apresentação: Maria Cristina Hoffmann – Coordenadora da Saúde da Pessoa Idosa/DAET/SAS/MS Coordenação: Maria Cristina Costa de Arrochela Lobo – Coordenadora Adjunta da Saúde da Pessoa Idosa/DAET/SAS/MS Inicialmente, Cristina Lobo fez uma rápida uma avaliação de 2013, destacando a satisfação com o número de experiências inscritas e selecionadas e contextualizando a ampliação da articulação e entrada dos temas de saúde da pessoa idosa nas agendas estratégicas do MS, bem como a importância de dar continuidade a este cenário em 2014. Cristina Hoffmann apresenta os principais pontos norteadores da PNPI em nível nacional, baseado no modelo de atenção adotado. Na ação 1 apresenta o Modelo de Atenção Integral de Saúde da Pessoa Idosa. Destaca a necessidade de organizar o cuidado e potencializar ações já desenvolvidas para definir as linhas de cuidado. Enfoca que a Atenção Básica amplia e ordena o acesso ao cuidado, entretanto este deve ser qualificado. Na ação 2 refere-se à revisão da Caderneta da Pessoa Idosa e do Caderno de Atenção Básica, além da estratégia de capacitação, com o intuito de qualificar o cuidado. A ação 3 engloba o Levantamento Censitários das Instituições de Longa Permanência para idosos (ILPI), que representa um avanço nos processos de trabalho com foco na intersetorialidade. Trata-se de um desafio encampados pelo MS e pelo MDS, cuja realização depende, fundamentalmente, da cooperação de estados e municípios e do envolvimento das instâncias locais de saúde e assistência social. A ação 4 aborda o Edital Intersetorial para Apoio a Experiências de Cuidado envolvendo o cuidador, também de natureza essencialmente intersetorial, cujo objetivo principal é conhecer e, posteriormente, apoiar de forma técnica e financeira, experiências de gestão municipal e estadual desenvolvidas e que resultem na ampliação da oferta de cuidadores e melhoria do cuidado de pessoas idosas em situação de vulnerabilidade clinica ou social. Também se destacaram outras ações tais como o mapeamento de experiências municipais e estaduais no campo do envelhecimento e saúde da PI; educação Permanente / capacitação; ampliação da participação da COSAPI em diversos conselhos nacionais, ampliando o espaço político do MS na interface com o controle social e com outros órgãos do Estado. Também se destacou a aproximação do CONASS e CONASEMS, como ponto positivo para a coordenação, considerando-se as experiências exitosas. Foi reiterado a importância de articulações internas e externas feitas durante o ano de 2013, consideradas muito positivas para o avanço da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.

2 O e-SUS é uma das estratégias do Ministério da Saúde para desenvolver, reestruturar e garantir a

integração dos sistemas, de modo a permitir um registro da situação de saúde individualizado por meio do Cartão Nacional de Saúde. O nome, e-SUS, faz referência a um SUS eletrônico, cujo objetivo é sobretudo facilitar e contribuir com a organização do trabalho dos profissionais de saúde.

Como prioridades para 2014, foram elencadas alguns pontos essenciais: aperfeiçoar o Modelo de Atenção a Saúde da Pessoa Idosa com a definição de linhas de cuidado e a ampliação do acesso na AB e RAS; implementar o Combo (Caderneta+CAB 19+ capacitação das equipes); lançar o Edital de cuidado com foco no cuidador para identificar, apoiar iniciativas e realizar estudos de caso para subsidiar a formulação de politicas de cuidado; dar continuidade às ações de educação permanente e ao apoio a estudos e pesquisas. Finalizando, referiu-se a mudanças internas na Coordenação, relacionadas à entrada e saída de profissionais e enfatizou a execução dos recursos financeiros que se estrutura a partir do planejamento, e definição de prioridades de gestão, evitando a celebração de convênios que pulverizam os recursos e não contribuem para a sinergia de ações.

Mesa 3 – Apresentação da Metodologia de Trabalho em Grupo: Maria Cristina Lobo, Elizabeth Hernandes, Carolina Carvalho

Para finalizar os trabalhos do Colegiado, foi planejada a elaboração de um produto síntese para ser divulgado, a partir das discussões. E propiciar subsídios tanto para a implementação das ações em curso quanto para o planejamento do próximo exercício. Esse documento materializa a proposta de trabalho coletivo entre a coordenação Nacional e as Unidades da Federação e respectivos territórios. Os participantes foram divididos em três grupos que discutiram temas diferentes, de modo a contemplar todas as estratégias de ampliação e qualificação do cuidado das pessoas idosas no Sistema Único de Saúde (SUS). Foi sugerido que o debate considerasse as experiências e necessidades locais, a partir de algumas questões norteadoras. Grupo I – Tema: Modelo de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa: contribuições para a implementação nos estados e municípios Questões norteadoras: escolher estratégias (articulações, pactuações e parcerias); identificar desafios para a incorporação do modelo proposto na gestão municipal e estadual; estabelecer o que será necessário para aperfeiçoar no modelo, considerando as diversas realidades representadas no GT, para impactar na melhoria da atenção ofertada as pessoas idosas no SUS; identificar linhas de cuidado prioritárias Grupo II – Tema: Ampliar o acesso e qualificar a atenção à Pessoa Idosa na Atenção Básica Questões norteadoras: identificar arranjos institucionais necessários para incluir as demandas específicas da pessoa idosa nas agendas de trabalho das equipes de atenção básica; dispositivos que devem ser utilizados para responder às demandas das pessoas idosas (ex. seguimento na rede, matriciamento, construção dos planos terapêuticos singulares, capacitação, implantação da caderneta); ações dirigidas à pessoa idosa que devem ser priorizadas pela Atenção Básica. Grupo III – Tema: Instrumentos estratégicos de gestão (COMBO: caderneta, CAB e capacitação): implementação, incorporação na agenda de trabalho das equipes de saúde e proposta de monitoramento. Questões norteadoras: identificar pontos positivos e negativos no processo de implantação das versões anteriores da caderneta e como os gestores municipais e estaduais podem contribuir para o êxito no processo de implementação da caderneta; apontar critérios para distribuição das cadernetas com a definição de grupos de idosos a serem priorizados (curto, médio e longo prazo); listar estratégias para a implementação do COMBO (ex. oficinas regionais, cursos EAD, inclusão no e-sus); identificar o que é necessário para que o COMBO seja efetivo na qualificação do cuidado e da gestão nos territórios?

Dia 28/11/2013 GRUPO 1 : Apresentação do resultados das discussões de grupo

GRUPO 1 : Discussão das diretrizes para o cuidado das pessoas idosas no SUS: modelo de atenção

integral à saúde da pessoa idosa. 1.1) Estratégias de articulação, pactuação e parcerias. Foi elencado um conjunto de ações que podem auxiliar na formação de redes para potencializar a implementação da política de saúde do Idoso, descritas a seguir.

Planejar ações e levantar dados sobre a população idosa, nos territórios.

Trabalhar articulação com o legislativo, o judiciário, a assistência social e os conselhos de participação cidadã, entre outros e estimular a efetiva participação dos conselhos de idosos.

Disponibilizar educação continuada e permanente para os profissionais da rede.

Atentar para a necessidade de regionalização, inclusive dentro de um mesmo município, no caso de territórios muito extensos e/ou diversificados.

Verificar as parcerias que podem ser estabelecidas para Integrar e criar linhas estratégicas entre a AB e outros setores.

Proceder à utilização e adequação das linhas de cuidado já criadas.

Articular com o legislativo, judiciário, assistência social e outras redes.

Utilizar as conferências municipais e a participação popular dos conselhos para delimitar as demandas.

Estabelecer planejamento das ações e levantamentos da real situação do idoso (clínica, cultural, social, linguística, econômica, etc.).

Priorizar as ações da Atenção Básica, ordenadora do cuidado, verificando as parcerias que podem ser estabelecidas.

Conhecer os idosos em cada área através da ação dos agentes comunitários de saúde e estabelecer com eles as suas reais demandas.

Estabelecer classificação de risco com identificação de dois grupos: a)risco habitual – idosos mais saudáveis e independentes, que devem ser acompanhados na AB; b)alto risco – idosos com comprometimento funcional, que devem ser avaliados pela atenção especializada ou outros pontos de atenção.

Disponibilizar educação continuada e permanente para os profissionais da rede.

Proceder à utilização e adequação das linhas de cuidado já criadas.

Reforçar a necessidade de integração entre a saúde e assistência, reconhecendo que o usuário é o mesmo, em ambos os campos de atenção.

Abordar o paradigma estruturante, que é a capacidade funcional, em todos os ciclos de vida e em todos os pontos de atenção e agentes (hospitais, família, AB, etc.).

Propor ações de promoção à saúde e prevenção de doenças em idosos de risco habitual e outras faixas etárias para promover o envelhecimento saudável.

1.2) Desafios para a Incorporação do Modelo nas Gestões Estadual e Municipal

Articular a atenção básica com outros setores e programas que têm interface e ações direcionadas ao idoso.

Identificar todos os pontos de atenção necessários e conectá-los, garantindo o acesso aos recursos existentes.

Propor encontros de discussão permanente, aos profissionais envolvidos, em todos os níveis de atenção, onde se possa abordar o cuidado da pessoa idosa na rede, já que o papel das pessoas é importante na composição e articulação da rede.

Contemplar a pessoa idosa na estratificação de riscos em doenças crônicas e outras redes.

Requalificar os profissionais do NASF com inserção de especialistas (gerontólogos/geriatras).

Garantir a atenção ao idoso nas decisões políticas a partir da presença em colegiados.

Criar indicadores específicos para o idoso no PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica) e no COAP (Contrato Organizativo da Ação Pública).3

Propor soluções para a alta rotatividade dos profissionais da atenção básica;

Aumentar e qualificar o número de profissionais nas áreas técnicas.

Construir e implementar o Modelo de Atenção incluindo linha de cuidado, avaliação multidimensional e PTS (Plano Terapêutico Singular).

Financiamento – não havendo linhas de financiamento as propostas não se efetivam.

Implantar os Centros /Unidades de referência, pois é um ponto específico das redes do idoso.

Reconhecer a precariedade no Serviço Auxiliar de Diagnóstico e Terapia (SADT em municípios pequenos e buscar maneiras solução).

Favorecer um trabalho intersetorial que atenda os Idosos Institucionalizados;

Construir indicadores estratégicos e incluí-los no E-SUS;

Trabalhar no sentido de evitar a internação hospitalar de idosos por causas sensíveis à intervenção da atenção básica.

1.3) O que precisa ser aperfeiçoado no Modelo? O modelo de atenção proposto no colegiado pode ser aperfeiçoado mediante a inclusão dos pontos descritos a seguir.

Adequar o dimensionamento dos profissionais das equipes da Atenção Básica.

Favorecer a Educação permanente.

A rede deve ser articulada e integrada, o que pressupõe pontos de atenção conectados por sistema de apoio e logístico: sistema de apoio ( diagnóstico e terapêutico); sistema logístico (prontuário informatizado)e sistemas informacionais.

Referência ao transporte sanitário em saúde, sincronizado com a agenda de consulta compreendendo o transporte do usuário na rede, de material biológico e de urgência e emergência (SAMU), além do transporte dos profissionais da equipe. Pode ser disponibilizado na forma de consórcios intermunicipais.

Inserir o cuidador na lógica do sistema - Incluir no modelo a integração do cuidador no serviço de saúde.

Articular com as politicas especifica e prever ações para a diversidade do idoso em situação de rua; prisional; indígenas; quilombolas; homossexual; negro; gênero. Trata-se de questões que envolvem articulações amplas.

1.4) Linhas de cuidado prioritárias A Linha de cuidado deve:

Abordar o idoso de risco habitual e idoso de alto risco, apontando os serviços e cuidados necessários, determinando onde se encontra, na rede que atenda às suas necessidades;

Conter os fluxos para os diversos pontos de atenção e protocolos específicos, determinando o que é da AB e o que é dos outros pontos de atenção.

Ressaltar as Síndromes Geriátricas: a)síndrome de fragilidade (quedas e internação, entre outros); b)incapacidade cognitiva: demências, depressão , delirium – a detecção precoce é fundamental; c) Idade superior a 80 anos; d) Polifarmácia, multimorbidades, entre outras.

3 O Contrato Organizativo da Ação Pública é um instrumento de gestão compartilhada que define, entre os entes federativos,

as suas responsabilidades no SUS, permitindo, a partir de uma região de saúde, uma organização dotada de unicidade conceitual, com diretrizes, metas e indicadores claramente explicitados e que devem ser cumpridos dentro de prazos estabelecidos. Tudo isso pactuado com clareza e dentro das práticas federativas que devem ser adotadas num Estado Federativo.

Idoso de alto risco e com déficits/ incapacidades que não podem ser resolvido na AB;

Apoio pela equipe matricial e centros de atenção secundária (unidades de referência);

Proposta de realizar oficina para alinhamento conceitual da Linha de cuidado do idoso, trazendo os parceiros que tenham interface.

GRUPO 2: Grupo II – Ampliar o acesso e qualificar a atenção à Pessoa Idosa na Atenção Básica 2.1) Quais os arranjos institucionais necessários para incluir as demandas peculiares da pessoa idosa nas agendas de trabalho das equipes de atenção básica.

Fomentar articulação com a Coordenação de Atenção Básica dos Municípios e Estado;

Elaborar Diagnóstico de Saúde da População Idosa;

Implantar /Implementar o Sistema de Informação em Saúde;

Construir e pactuar indicadores no COAP da Saúde da Pessoa Idosa (Ex.: mortalidade por DCNT < 70 anos);

Qualificar e sensibilizar os profissionais da AB em Envelhecimento /Telessaúde/ Matriciamento;

Construir e implementar Protocolos de Atendimento;

Construir e Implementar o Modelo de Atenção - Linha de cuidado / Avaliação Multidimensional/ PTS –Plano de Cuidado /NASF/ESF;

Fortalecer a Regulação para atender as demandas da população idosa;

Buscar e fortalecer a Intersetorialidade;

Ampliar e qualificar RH;

Estabelecer, captar e alocar financiamento

Fortalecer a participação social.

2.2)Quais dispositivos devem ser utilizados para responder as demandas das pessoas idosas (ex. seguimento na rede, matriciamento, construção dos planos terapêuticos singulares , capacitação, implantação da caderneta etc) Dada a complexidade da pergunta, foi elaborada uma figura explicativa.

2.3) Quais são as ações dirigidas à pessoa idosa que devem ser priorizadas pela Atenção Básica (promoção, prevenção e atenção)?

Promoção: prática corporal e atividade física / alimentação saudável /saúde bucal;

Prevenção: quedas/acidentes/violência/imunização/álcool tabagismo/DST/AIDS/DCNT;

Atenção: acolhimento humanizado/classificação de risco/plano terapêutico singular(plano de cuidado).

GRUPO 3: Instrumentos estratégicos de gestão (COMBO: caderneta, CAB e capacitação): implementação, incorporação na agenda de trabalho das equipes de saúde e proposta de monitoramento. 3.1) Identificar pontos positivos e negativos no processo de implantação das versões anteriores da caderneta. Positivos

Colocou o Tema Envelhecimento na pauta;

Em alguns casos o município se responsabilizou pela impressão e distribuição;

Possibilitou a sensibilização dos profissionais da AB. Negativos

Faltou capacitação suficiente implicando falta de adesão de gestores e dos profissionais de saúde, o que os impediu de compreender o alcance da caderneta; também não houve orientação de como implantar e como fazer a ficha espelho.

O manual de preenchimento foi insuficiente.

Os idosos deixaram de utilizar a caderneta, porque os profissionais não a solicitavam nos atendimentos.

Dificuldade e insuficiência de distribuição: algumas localidades receberam a caderneta, mas não distribuíram de forma estratégica.

Não houve divulgação na mídia.

Alguns municípios iniciaram a distribuição pela ESF, mas nem todos contam com essa modalidade.

Faltaram alguns conceitos como vulnerabilidade e fragilidade

Não havia visão longitudinal do idoso;

A caderneta demandou tempo dos profissionais, entretanto não foi utilizada em ações de relevância para a saúde do idoso, e com o tempo foi “esquecida”.

Apenas identificava os problemas.

Há entraves nos aspectos orçamentários que comprometem todo o processo de implantação e implementação da caderneta, desde a sua impressão até a sua chegada nas mãos do idoso. CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA

Ao contrário da caderneta, o caderno (antigo) é excelente para a capacitação.

Questionou-se o custo do CAB: quanto vai custar para imprimir o novo caderno? Quem o fará?

O CAB antigo tem aspectos extremamente importantes, pois traz instrumentos de rastreio.

Foi observado que embora seja da AB, fala de atenção terciária. O CAB novo poderia ser simplificado.

A impressão do antigo caderno foi escassa.

Necessário estabelecer critérios para publicação e distribuição, de modo a estimar o número ideal de CABs distribuídos, se a distribuição se fará por UBS, ESF ou município, por exemplo. Atrelado ao caderno deve haver uma capacitação sobre a aplicação dos instrumentos, pois , nesse caso em particular, a simples publicação não é suficiente.

Para alguns, o CAB é mais um instrumento de diagnóstico que de orientação de ações e deve servir como respaldo para a AB.

Receber o CAB antigo depois da caderneta não possibilitou o “casamento” dos dois instrumentos, portanto, é importante que a capacitação da caderneta e do CAB seja feita simultaneamente.

Sobre a nova proposta da Caderneta o grupo elencou alguns pontos, são eles:

Duas questões fundamentais, que podem determinar se a caderneta será um instrumento efetivo de gestão: se as informações vão constar no e-SUS e de que forma o gestor terá acesso às informações.

A respeito dos Medicamentos Potencialmente Perigosos afirmou-se que: • explicitar que alguns medicamentos são potencialmente perigosos pode ser prejudicial ao

idoso, considerando a diversidade da população brasileira, interferindo na adesão aos medicamentosos;

• questiona-se se esta informação não é de reponsabilidade exclusiva do médico que atende à pessoa, se efetivamente traz informação e segurança à população idosa e aos profissionais e se evitaria a automedicação.

Faltou abordar os temas DST e sexualidade.

Deveriam consta apenas “medicamentos em uso”.

As avaliações deveriam ser detalhadas no CAB e não na caderneta.

É um instrumento de gestão e auto-gestão. 3.2) Como os gestores municipais e estaduais podem contribuir para o êxito no processo de implementação da caderneta.

Capacitação dos profissionais.

Busca de recursos locais para auxiliar na implementação. 3.3) Aponte critérios para distribuição das cadernetas com a definição de grupos de idosos a serem considerados prioritários (curto prazo) e também médio e longo prazo.

Foram elencados diversos critérios para o início da distribuição: começar pelas ILPI; por grupos organizados (Hiperdia, centro-dia,...); pelos indivíduos até 69 anos, pois seriam atrelados ao indicador de diminuição de mortalidade prematura; pelos idosos que recebem BPC; pelos idosos da ESF de cada município;

Fazer aproximação com o SUAS é uma estratégia para melhorar a distribuição da caderneta;

As verbas destinadas as Redes poderiam ser utilizadas para favorecer a distribuição da caderneta. O Ministério deve dar diretrizes, apoiar e monitorar estados e municípios;

É importante envolver COSEMS, CONASEMS, CONASS; A caderneta deve ser considerada de responsabilidade federal, estadual e municipal;

Os municípios devem solicitar as cadernetas de acordo com um planejamento feito previamente com metas; essa implantação deve ser acompanhada. Uma vez atingida à meta, nova remessa pode feita.

Todos os idosos devem receber (100% de cobertura) de uma só vez, estabelecendo metas de curto/longo/médio prazo, para que não haja desperdícios nem perda de informações;

A criação de critérios para a distribuição como faixa etária, sexo ou raça, não garantirá o fortalecimento da AB;

3.4) Estratégias para a “indução” da implementação do COMBO (ex. oficinas regionais, cursos EAD, inclusão no e-sus)

Como fazer se destinarmos os recursos de 2 anos e ½ para a impressão da caderneta (em CD);

Identificar Parcerias;

Pactuar na CIT, CIB...;

Divulgação na mídia nacional (ex: “Use a caderneta de saúde da pessoa idosa” no material das campanhas de vacinação);

3.5) O que é necessário para que o COMBO seja efetivo na qualificação do cuidado e da gestão nos territórios?

Capacitação e sensibilização de profissionais e gestores;

Boa distribuição.

CONSIDERAÇÕES FINAIS O evento foi muito bem avaliado pelos participantes que o consideraram produtivo e agregador, no sentido de efetivar a rede nacional de implementação da política de saúde da pessoa idosa. Encaminhamentos: - Considerando a repercussão do mapeamento de experiências exitosas, foi decidido em plenário que a iniciativa será incorporada ao calendário anual da COSAPI com apresentações no último colegiado do ano. O CONASEMS convidou três gestores para apresentarem as suas experiências no Encontro nacional do CONASEMS a ser realizado em junho de 2014. As experiências serão publicadas e divulgadas no Site do Ministério da Saúde. - Foi aprovada por todos os presentes para ampla divulgação, a Carta do VIII Colegiado de SPI com o objetivo de garantir inclusão de indicadores de monitoramento visando garantir qualificação e aperfeiçoamento da Atenção Básica, ordenadora da atenção integral à saúde da pessoa idosa. - Serão incorporadas as contribuições dos participantes na proposta de reformulação do Caderno de Atenção básica – CAB 19 - A versão da Caderneta SPI estará em consulta pública no final de dezembro ou início de janeiro. O endereço para contribuições será amplamente divulgado - Avaliar possibilidade de lançar ou divulgar Caderneta no Congresso Nacional do CONASEMS - O Grupo sugeriu a criação de espaço virtual permanente para que o colegiado possa trocar informações, avaliar processos, compartilhar boas práticas. - Necessidade de realização de oficinas temáticas para alinhamentos conceituais e elaboração de propostas de ação em temas como: enfrentamento da violência, sexualidade. DST e AIDS, linhas de cuidado especificas para complementar modelo, indicadores estratégicos. - Articular estratégias visando ampliação da oferta de dispositivos intersetoriais como centro dia e ampliação da oferta de cuidadores na rede de atenção Outras contribuições: - Ampliar ações com a Telessaúde - Ampliar articulação com legislativo e judiciário além dos parceiros MEC, SDH e MDS - Reforçar estratégias para mudança do paradigma sobre o envelhecimento e Saúde da pessoa Idosa - Importância de aproximar do CONASS e do CONASEMS para articular ações da área - Necessidade de elaborar diagnóstico acerca da população idosa (os gestores querem mais dados e indicadores, principalmente em nível local). - Necessidade de trabalho intersetorial, de materializar o discurso do trabalho em rede. Ex.: pactuar com o SUAS a distribuição da caderneta; colaborar no levantamento censitário, entre outros. - Ampliar as parcerias interfederativas para implementar o combo: Caderneta, CAB 19 e Capacitação . - Capacitação e educação permanente. - Ampliação e qualificação do RH e combater a precarização do trabalho em saúde, inclusive na gestão. Tendo em vista a ênfase nesses temas, serão encaminhados aos os participantes as apresentações, o relatório do evento e a relação de participantes com respectivos endereços, de modo que a Coordenação Nacional possa dar a continuidade do processo de fortalecimento da rede de implementação da Política Nacional de Saúde do Idoso.

Brasília, 13 de dezembro de 2013