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Page 1: Relatorio da seca
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REALIZADA ENTRE OS DIAS 04 E 07 DE DEZEMBRO DE 2012

PALAVRA DO PRESIDENTE

Prezados Senhores e Senhoras,

A Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba vem participando do dia a dia da população do semiárido paraibano, e acompanhando, de perto, o desenrolar desta seca, considerada a maior dos últimos trinta anos, que já dizimou cerca de 50% do rebanho. Diante do quadro que se agrava ao passar dos dias, o Poder Legislativo decidiu criar a ‘Caravana da Seca’, composta por parlamentares e acompanhada da imprensa, para verificar, “in loco”, o que muito dos seuscomponentes já vinham vivenciando nas suas visitas semanais às suas bases, no interior do Estado.

A ‘Caravana’ percorreu, entre os dias 4 a 7 de dezembro de 2012, cerca de 2 mil quilômetros; visitou as regiões e os municípios mais afetados pela seca. Nessas localidades, foram realizadas audiências públicas, onde as autoridades civis e eclesiásticas representativas, e a população em geral puderam apresentar sugestões, propostas e pleitos. Este material foi relacionado eincorporado a um Relatório, que garantirá a sua validade, junto `a sociedade, demonstrando que a Assembleia Legislativa da Paraíba é, realmente, a Casa do Povo.

Em todas as audiências públicas, foram apresentadas sugestões relativas à conclusão das Obras de Transposição das Águas do Rio São Francisco, que representa para todos os paraibanos, senão a solução da seca, a única forma de amenizar os seus efeitos, suprindo a falta de água para beber e para plantar.

Câmaras Municipais, Prefeituras, Sindicatos e Associações apresentaram propos-tas por escrito, pontuando as sugestões especificas para as suas comunidades, que se constituem em um rico acervo de soluções passíveis de serem atendidas, com resultados imediatos.

A Assembleia Legislativa, cumprindo com o seu papel de representante do povo, encaminhará o presente Relatório aos Poderes Executivos Estadual e Federal, a quem compete executar as ações, através de pleitos emergenciais e estruturantes, a fim de que sejam atendidos, especialmente os que vieram diretamente das comunidades e dos municípios, para que eles continuem acreditando nos poderes constituídos para a solução de seus problemas.

João Pessoa, 19 de dezembro de 2012.

Deputado RICARDO MARCELOPresidente da Assembleia Legislativa

Terra, Vida e Esperança(Luíz Gonzaga)

“Estou no cansaço da vidaEstou no descanso da fé

Estou em guerra com a fomeNa mesa, fio e mulherSer sertanejo, senhorÉ fazer do fraco forte

Carregar azar ou sorteComparar vida com morte

É nascer nesse sertão.A batalha está acabando

Já vejo relampearAbro o curral da misériaE deixo a fome passar

O que eu sinto, meu senhor,Não me queixo de ninguém

O que falta aqui é chuvaMas eu sei que um dia vem

Vai ter tudo de farturaPrá quem teve hoje que não tem”

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01 - INTRODUÇÃO

“A caatinga estendia-se de um vermelho indeciso, salpicado de manchas brancas: eram ossa-das. O vôo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos”. A descrição é do livro ‘Vidas Secas’, de Graciliano Ramos, mas se aplica perfeitamente ao cenário encontrado no interior da Paraíba, que vem sendo assolado pela estiagem. A ‘Caravana da Seca’ foi uma ação foi realizada pela Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), do dia 4 a 7 de dezembro deste ano; passou por mais de 50 municípios, percorrendo cerca de 2 mil quilômetros, para verificar, nas localidades, os efeitos devastadores da estiagem.

A viagem pelo interior do Estado começava cedo. Deputados e imprensa dentro de ônibus, viram de perto o sofrimento dos atingidos pela seca. A cada parada o relato do sofrimento e das dificuldades para conseguir água de beber e para manter o rebanho vivo. Ao longo do caminho foi verificado o avanço da desertificação, e a presença da praga da cochonilha, que acaba, pouco a pouco, com a palma, planta forte que tem a capacidade de resistir a estiagens prolon-gadas, e constituii o único alimento para os animais.

Nas Câmaras Municipais, prefeitos, vereadores, representantes de entidades locais e agricul-tores esperavam a ‘Caravana’, para relatar os problemas vivenciados e entregar documentos relatando os problemas, cobrando e apontando soluções. Foram realizadas nove sessões es-peciais.

Ao longo do caminho podiam ser vistos verdadeiros cemitérios de animais. Em Boqueirão de Piranhas, distrito de Cajazeiras, uma placa escrita com Português nada correto, passava bem a mensagem; dizia assim: “Apartir de hoje esta proibido botar qualquer tipu de animal morto neste terreno”. Ao fundo, poderiam ser vistas ossadas de animais, sinal de que o recado não tinha sido atendido.

Em várias propriedades, a ‘Caravana’ encontrou verdadeiros ‘cemitérios de animais’, com a ex-ibição de carcaças que ainda exalavam mau cheiro. Próximo a duas vacas mortas, o agricultor José Braz Macedo, 61 anos, contava a sua história. “Eu vou dividir meu pão com eles. Não vou perder meus animais”.

Ele é morador do Sítio Pitombeiras, no município de Ouro Velho; relatou que retira dinheiro da aposentadoria para dar comida a duas vacas. “Eu peguei um empréstimo para comprar comida para elas e não vou deixar que elas morram de fome, como estas duas vacas do meu vizinho”, disse José Braz.

Para completar a ração dos animais, o agricultor está utilizando mandacaru, uma planta bastante espinhosa. Mesmo sendo uma espécie típica da terra árida, o agricultor relata que até essa planta está difícil de encontrar nesta seca. “Este mandacaru que está aqui veio de Pernambuco e tive que pagar por ele”, contou.

Outro fato que provocou preocupação foi a possibilidade do colapso no abastecimento de água. A barragem Engenheiro Avidos, em Cajazeiras, está com apenas 18% da sua capacidade que é de 255 milhões de metros cúbicos de água; abastece cerca de 20 municípios, e fornece água para o Perímetro Irrigado das Várzeas de Sousa. Caso não volte a chover, já se espera o caos no abastecimento.

No perímetro irrigado de São Gonçalo, foram relatadas mais histórias de prejuízos e dificuldades em decorrência da estiagem. Na localidade moram 928 irrigantes que colhiam 200 mil cocos por dia; com a seca, esse número foi reduzido para 40 mil. “Perdemos 70% da nossa produção e estamos passando por dificuldades”, relatou o irrigante Geraldo Dias.

02 - PERSONAGENS DA SECA

Durante o percurso, muitas histórias, cenas de tristeza, lágrimas e sofrimento de um povo que não perde nunca a esperança de que dias melhores chegarão, juntamente com a chuva e com as ações do Poder Público. Essas são personagens da vida real, cujas histórias se assemelham muito com as narradas em ficção. No município de Pombal encontramos o produtor rural Geraldo Dantas da Costa. Ele relatou que na região choveu, este ano, apenas 100 mm. As lavouras foram perdidas e o açude, construído em 1958, está secando, pela primeira vez.

Seu Geraldo também cria gado; diz que já tem uma dívida de mais de R$ 80 mil, que tomou em-prestado aos vizinhos, para comprar ração e sustentar o rebanho. “Eu perdi seis vacas, mas na região existem fazendeiros que já perderam de 400 a 500 cabeças de gado”, destacou. De acordo com ele, o Governo do Estado ajuda com ração subsidiada, mas diz que muito são os comprador para pouca ração.

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No sítio Tingui, no município de Monteiro, mora o criador Francisco de Assis Leite da Cruz. Ele tem que se deslocar para Boa Vista, a 140 quilômetros do lugar onde mora, à busca de mandacaru que será usado na alimentação do rebanho de 26 vacas. O produtor pega os cactos que ficam na beira da estrada; revela que perdeu toda a palma que plantou, por causa da seca e da praga da cochonilha. “Eu também tenho que comprar ração, complementada com os cactos para alimentar os animais”, disse.

No sítio Cachoeirinha de Cima, município de Sumé, o produtor José Patriota Alcântara, informou que já perdeu 56 reses este ano, restando um rebanho de 40 animais. Viúvo e com deficiência na fala, ele toca a propriedade, de 950 hectares, juntamete com o amigo José Severino Andrade. Segundo José Severino, a seca de 1993 foi grande, “mas essa tá pior”. Ele alega que na outra ainda havia palma forrageira, na região: agora as plantações foram destruídas pela cochonilha do carmim.

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Um veterinário e criador do município de Sumé, Wandson Braz, também sofre com os problemas da seca; reclama que as políticas publicas não são específicas para o semi-árido. “Essa região precisa, principalmente, de subsídios. Hoje, os criadores têm muitas dividas rurais, junto as insti-tuições financeiras; as políticas de crédito não são compatíveis. De acordo com um trabalho da Fundação Getúlio Vargas, 45% dos encargos das dívidas dos produtores rurais do Nordeste são ilegais, então existem 5 mil agricultores no semiárido, já executados em juízo, prester a perder suas propriedades”, denuncia.

Ele alerta, também, para o processo de desertificação do semiárido; aponta, entre outros fatores, o desmatamento para uso de lenha, e a implantação desordenada de pastagens com capim buffel. “Não sou contra o uso dessa gramínea, mas os cultivos estão sendo feitos com desmatamentos grosseiros, queimadas e uso de herbicidas. Isso está destruindo a caatinga. O bioma caatinga é sensível, e muito rico, mas precisa de socorro imediato, por que o processo de degradação éacelerado”, afirma Braz.

José Carlos Marinho, produtor do sítio São José, em Soledade, tem um pequeno rebanho leiteiro. Para sustentar os animais, compra ração e complementa com coroa de frade, um cacto típico da caatinga. Ele ainda mantém um pequeno plantio de palma forrageira, foi feito há dois anos, mas que está murchando devido a falta de água e da cochonilha do carmim.

A parte atingida ele arrancou; logo alimentou o gado, mas voltou a descobrir plantas atacadas pela praga. “Vou arrancar as plantas imediatamente e dar ao gado, antes que perca tudo”, contou. Seg-undo o produtor, o açude do sítio secou; agora ele “compra água a R$ 60 a carrada”, para a família e para os animais.

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Em São Joãozinho de Boa Vista, no Cariri, a ‘Caravana’ encontrou Almir Pereira da Costa. Para garantir a alimentação e não deixar que os peixes morram, ele pega traíras, em um açude onde só resta lama. Ele revelou que distribui os peixes com os moradores. Segundo Almir, essa situação tem sido comum na região, uma das mais castigadas pela seca.

Eis algumas das muitas histórias que a ‘Caravana da Seca’ ouviu e pode vivenciar de perto, ao lon-go dos cerca de 2 mil quilômetros percorridos. Essas histórias mostram um pouco dos problemas que estão sendo vivenciados pelos paraibanos, que lutam dia a dia para garantir a sobrevivência dos seus rebanhos, até para conseguir água potável e atender outras necessidades diárias.

03 - AÇÕES DA ALPB

A ALPB realizou nos últimos dois anos, uma série de atividades, para cobrar providências dos governos Federal e Estadual, no sentido de minimizar os efeitos da estiagem. A agenda positiva nesse sentido, instalada na Casa de Epitácio Pessoa, sob a orientação do presidente, o deputado Ricardo Marcelo, foi intensificada no ano de 2011 e 2012. Diversas sessões especiais, seminários e audiências públicas foram realizadas, para debater o tema, bem como requerimentos e projetos de lei aprovados com o objetivo de minimizar o problema.

Para se ter uma idéia da extensa agenda da ALPB, sobre a Seca, só em 2011, cinco sessões especiais, sobre o assunto, foram realizadas, a exemplo da que discutiu, no mês de abril, os efeitos da praga Cochonilha do Carmim; praga que vem dizimando a palma forrageira (ouro verde do semi-árido) e, consequentemente, prejudicando o rebanho paraibano; e a que debateu, em setembro, os problemas do setor agropecuário nordestino. Outras sessões especais importantes foram as que discutiram: o endividamento dos pequenos agricultores e agropecuaristas do Estado com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB); e a situação do trabalhador rural do Estado. Os parlamentares defendem o perdão das dividas com o BNB dos pequenos agricultores e agropecuaristas.

Leis editadas

Entre as leis aprovadas está a de número 9.360, de 01 de junho de 2011, incentivando a agroeco-logia, a agricultura orgânica e familiar; a 9559, que institui o dia da Caatinga. Outro Projeto de Lei aprovado é o 151/2011, que institui à política estadual de combate a desertificação e mitigação dos efeitos da seca. A lei já foi autografada pelo presidente da ALPB: aguarda sanção do governador Ricardo Coutinho (PSB).

Requerimentos

Os deputados também vêm realizando diversos pronunciamentos na tribuna do Plenário José Mariz, apresentando requerimentos para cobrar as autoridades. Só no esforço concentrado, reali-zado no último dia 28 de novembro para limpar a pauta, 124 requerimentos aprovados, com mais da metade sendo referentes à seca e parlamentares solicitando dos Poderes Executivo Federal e Estadual ações de combate aos efeitos da estiagem nos municípios paraibanos assolados pela falta de água.

Entre as solicitações estão diversos requerimentos, pedindo que o Governo do Estado, através da secretaria de Infraestrutura, perfure poços artesianos em diversas cidades da região do Cariri, a exemplo de Boa Vista, Gurjão, São João do Cariri, Cabaceiras e Juazeirinho. Outros deputados também solicitam a construção de cisternas, aumento do número de carros pipas para distribuir água e aumento da distribuição de milho e ração para os pequenos produtores alimentarem seus rebanhos.

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Audiências Públicas

A Casa de Epitácio Pessoa também realizou uma audiência pública, no dia 21 de maio deste ano, para discutir os efeitos da estiagem, na Paraíba. Outra audiência pública, solicitada pela Mesa Di-retora, foi realizada no último dia 29 de novembro, quando foi debatido o fechamento de pequenas usinas de beneficiamento de leite na Paraíba, em decorrência da seca; e o plano de distribuição de milho e ração, ofertado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), para socorrer o re-banho paraibano. Segundo os deputados, a distribuição é insuficiente, por isso cobram o aumento da distribuição com produtores rurais.

Fundo de Convivência com a Seca

A ALPB defende a criação do Fundo Permanente de Convivência com os Efeitos da Seca. A delib-eração foi resultado da sessão especial realizada no dia 20 de novembro, para discutir propostas definitivas e emergenciais de combate aos problemas enfrentados pelas populações urbanas e rurais, em decorrência da seca que assola cerca de 200 municípios.

O autor da proposta apresentou um requerimento de apelo propondo a criação do fundo. O docu-mento será analisado pelos parlamentares da Casa Epitácio Pessoa e encaminhado à presidenta Dilma Rousseff (PT).

Agenda Positiva

A agenda positiva de convivência com a seca, da Casa de Epitácio Pessoa, foi intensificada, quan-do representantes da Assembleia Legislativa visitaram as obras executadas no Eixo Norte, região de São José de Piranhas (PB): não ficaram satisfeitos com o que viram, pois o cenário era de obras paralisadas. A partir daí, a ALPB formou uma comissão para fiscalizar as obras da bacia Leste do projeto de Transposição de águas do Rio São Francisco, que desemboca na cidade paraibana de Monteiro.

Em setembro, a comissão do poder Legislativo, composta por parlamentares, técnicos e represent-antes do Executivo, e da sociedade civil organizada fez uma visita para fiscalizar o andamento de trechos da obra e coletou informações para elaboração de um relatório contendo sugestões a fim viabilizar a conclusão do projeto e aperfeiçoar sua execução.

O documento, contendo 14 sugestões para viabilizar a conclusão do projeto e otimizar sua ex-ecução, foi distribuído com deputados federais, estaduais, senadores e encaminhado à Presidência da República, Ministério da Integração Nacional e a Mesa Diretora das assembléias e governa-dores dos nove Estados nordestinos.

Entre as sugestões apresentadas, no relatóri, o está a criação, pelo Governo do Estado, de um Grupo de Trabalho Multidisciplinar para estudar os problemas ambientais que irão ocorrer com a entrada das águas, no Estado. A agilização de obras dos PBA’s, nos 54 municípios paraibanos que serão beneficiados com o projeto e a proposta de fortalecimento da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa) também integram a lista.

Na Capital Federal, a Assembleia Legislativa democrata encontrou os representantes da Comissão Especial Externa, no Senado, também criada para tentar solucionar os problemas das obras de transposição. Lá contou com o apoio da bancada federal paraibana, no Congresso Nacional, além do ministro das Cidades, o paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP) e a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

A obra do projeto da Transposição de Águas do Rio São Francisco começou em 2007; foi orçada em R$ 4,5 bilhões. Hoje, ela custa R$ 8,2 bilhões. A previsão para conclusão era 2012, mas, atual-mente, o Governo Federal já fala que a obra será finalizada em 2015.

Exército na Transposição

No mês passado, a ALPB sugeriu ao Exército Brasileiro que a corporação assuma as obras da transposição do Rio São Francisco. De acordo com o documento, os únicos trechos do projeto que foram concluídos, ou estão em fase de conclusão, estão sob a responsabilidade dos militares.

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A solicitação integra ações adotadas pelo Poder Legislativo, sob a orientação do presidente Ricar-do Marcelo, que pretende agilizar a conclusão da obra, sobretudo no Eixo Leste, onde a carência de água de beber é maior. Os fatores que agravam a situação, tais como, baixa umidade relativa do ar, desertificação, fruto das adversidades climáticas, requerem estratégias que visem, pelo menos a médio e longo prazo, criar condições de vida para a população, e para o rebanho, este em vias de dizimação.

04 – DEMANDAS RECEBIDAS PELA ‘CARAVANA DA SECA’

Por ausência de verdadeiras políticas estruturais de convivência com o semiárido, a agricultura familiar e qualquer produção agrícola e agroindustrial tornam-se insustentáveis. Verifica-se a perda da criação familiar e os rebanhos de pequeno, médio e grande produtor, bem como a queda da produção de leite, e a perda de produção e segurança alimentar. A ‘Caravana da Seca’, ao longo dos 2.000km percorridos, recebeu inúmeros pleitos, em vários mu-nicípios. Alguns, solicitam ações emergenciais imediatas e pontuais: outros, mais amplos, demandam tempo e aplicação de somas expressivas de recursos públicos. Todos, porém, com um único propósito: permitir que o homem viva com mais dignidade no semiárido e driblar o êxodo rural, quase inevitável.Para efeito prático dividiremos as demandas dos municípios visitados pela ‘Caravana” em Emer-genciais ou Imediatistas e Estruturantes ou Preventivas.

4.1 – AÇÕES EMERGENCIAIS OU IMEDIATISTAS:

Ação Pleitos Competência

Operação Pipa

Ampliar a operação carro-pipa, melhorando a prestação dos serviços, frutos de reclamações em todos os municípios visitados pela Caravana da Seca, quer seja pela quantidade insuficiente dos caminhões ofertados ou pela ausência de uma fiscalização mais eficiente.

• Governo Federal Ø Exército Brasileiro • Governo Estadual Ø Sec. Infraestrutura

Distribuição de Ensilagem, Torta e

Soja

Aumentar a oferta dos produtos que atualmente são disponibilizados em quantidades insignificantes, desburocratizando o cadastro e o acesso por parte dos produtores.

• Governo Estadual Ø EMPASA

Oferta de Milho Subsidiado

Acelerar o reabastecimento dos armazéns da CONAB com milho, para suprir o Programa de Venda Direta em Balcão, bem como, adotar cronogramas de venda por municípios e expandir os pontos de venda.

• Governo Federal Ø CONAB

Recuperação e instalação de poços.

Priorizar a recuperação, desobstrução e instalação dos poços existentes, principalmente os inseridos nas localidades com maior densidade demográfica.

• Governo Estadual

Limpeza e desobstrução de

pequenas e médias barragens

Estabelecer uma política de recuperação e melhoramentos localizados das pequenas barragens, de tal forma que possibilite o armazenamento de água para o consumo humano e animal.

• Governo Estadual

Limpeza e desobstrução de

pequenas e médias barragens

Estabelecer uma política de recuperação e melhoramentos localizados das pequenas barragens, de tal forma que possibilite o armazenamento de água para o consumo humano e animal.

• Governo Estadual

Pagamento dos fornecedores do

Programa Leite da Paraíba e

desburocratizar o acesso de novos produtores ao

programa

Priorizar o pagamento dos produtores fornecedores do Programe Leite da Paraíba que estão em atraso, bem como, diminuir os entraves burocráticos que impedem ou atrasam o acesso de novos produtores ao programa.

• Governo Estadual Ø FAC Ø EMATER Ø INTERPA

Restabelecimento da distribuição de leite do Programa leite da Paraíba

Restabelecer a distribuição do leite, que contribui consideravelmente para a nutrição das famílias de baixa renda, principalmente no período de estiagem como o atual, onde a escassez de alimento é mais agravada.

• Governo Estadual Ø FAC

Elevação do teto financeiro dos

fornecedores do Programa Leite da

Paraíba

Elevar o teto financeiro dos fornecedores do Programa Leite da Paraíba, atualmente fixado em R$ 4.000,00 (quatro mil reais), para R$ 20.000,00 (vinte mil reais) o semestre/produtor.

• Governo Federal • Governo Estadual

Ø FAC

Venda de Ingredientes Protéicos pela

EMPASA

Criar uma linha de crédito específica para a aquisição de ingredientes protéicos para os produtores rurais fornecedores do Programa Leite da Paraíba, com a interveniência da FAC.

• Governo Estadual Ø FAC Ø EMPASA

Distribuição de cestas básicas

Promover a distribuição de cestas básicas com as famílias de baixa renda, que dependam direta ou indiretamente da produção agrícola para a subsistência.

• Governo do Estado • Governo Federal

Endividamento Rural

Buscar uma solução emergencial para a situação de milhares de produtores rurais que estão com dívidas impagáveis junto aos bancos oficiais, através da adoção de uma política de crédito rural específica para o semiárido, que leve em consideração as secas.

• Governo do Federal • Senado da República • Câmara Federal • Governo Estadual

Implantação de Dessalinizadores

Instalação de dessalinizadores para nos pontos de captação d’água com elevado teor de sal, tornando-a apta ao consumo humano.

• Governo do Estado • Governo Federal

Isenção de impostos para a compra de ração

animal

Implantar uma política de isenção de impostos para a aquisição de ração animal nos períodos de seca no Estado da Paraíba

• Governo Federal • Governo Estadual

Restituição (compensação) da redução do FPM

Que os municípios do Estado da Paraíba possam receber uma restituição (compensação) do FPM (Fundo de

• Governo Federal

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4.2 – AÇÕES ESTRUTURANTES E PREVENTIVAS:

I – Priorizar a conclusão das Obras de Transposição do Rio São Francisco.

A Comitiva da Assembléia Legislativa da Paraíba, que visitou as Obras do PISF – Projeto de In-tegração do Rio São Francisco, nos dias 4, 5, 6 e 7 de setembro de 2012, percorreu 1.900 km, incluindo a visita ao PIVAS - Projeto de Irrigação das Várzeas de Sousa, as Obras do Eixo Norte e do Eixo Leste do PISF e o Açude Poções, no município de Monteiro, onde as águas do Rio São Francisco chegarão ao Rio Paraíba.

A Obra “Projeto São Francisco” é sem dúvida a “maior obra hídrica” do Hemisfério Sul, de uma complexidade tal que valoriza a Engenharia Brasileira, tornando-a capacitada, a nível mundial, de concorrer com as Construtoras Gigantes, que fazem no Hemisfério Norte as “Obras Monumentais” que encantam os seus visitantes (vide mapa 01).

A Comitiva “viu tudo” e ouviu dos responsáveis pelos TRECHOS, 02 (dois) no Eixo Norte e 01(um) no Eixo Leste, as explicações/esclarecimentos, sempre atestadas pelo representante do MIN – Ministério da Integração Nacional, as quais foram consolidadas nos Quadros I, II, III e IV em An-exo, onde foram apensadas as SUGESTÕES julgadas oportunas para que as Metas constantes do Quadro - III sejam cumpridas.

A Comitiva também apurou, pela sensibilidade de cada um, a ânsia do “povo sofrido” que aposta nessa obra redentora, para salvá-la da angústia pela falta de água de beber e de plantar, sendo esse o fator preponderante para que as Metas, 03 (três) no Eixo Norte e 03(três) no Eixo Leste, sejam cumpridas pelo Governo Federal.

Na oportunidade, a Comitiva “Viu” e constatou problemas ambientais nos Rios Paraíba e Piranhas, além de outros, motivo pelo qual necessita de intervenção urgente por parte do Governo do Estado. As principais intervenções que precisam ser executadas:

a) A despoluição do Rio Paraíba e do Açude Poções, para que estejam em condições de receber as águas do Rio São Francisco, após a conclusão da Meta - 3L, em 2014, pelo Gov-erno Federal;

b) Desassoreamento do Rio Piranhas, para que possa receber águas do Rio São Fran-cisco, sem inundar as Várzeas de Sousa, onde já se produz alimentos verdes, com certifi-cação de orgânicos, sendo assim um paradigma para os futuros Projetos de Irrigação, que surgirão com o uso das águas dos Açudes que serão abastecidos pelas águas do PISF, lib-erando as das chuvas para a irrigação racional, no conceito da Sinergia Hídrica, que multi-plica as águas do São Francisco e dão segurança hídrica para pelo menos 54 (cinqüenta e quatro) municípios paraibanos que serão contemplados com os PBA’s – Projetos Básicos Ambientais (abastecimento d’água, esgotamento, aterro sanitário e drenagem), logo após a conclusão da Meta – 3N, em 2015, pelo o Governo Federal. A Paraíba, para receber esses benefícios, imprescindivelmente, contará com a Ação Disciplinar do TCE – Tribunal de Contas do Estado, que têm condições jurídicas de impor, aos municípios o cumprimento das suas obrigações a fim de se tornarem capacitados a receber as águas de beber e plantar, e devolver as águas servidas, sem poluir os rios receptores.

As Metas estão definidas, temos que acreditar nelas para poder cobrá-las da Presidente Dilma Roussef.

c) Faz-se necessário que o Governo do Estado, crie, em caráter prioritário, um grupo de trabalho multidisciplinar, para estabelecer um Cronograma de Trabalho, com Metas a serem alcançaveis, visando solver os Problemas Ambientais nos mananciais e dos rios receptores das águas do PISF, a seguir relacionados: Açude Poções, Rio Paraíba, Barragem Engenheiro Avidos, Rio Piranhas, Rio Piancó, Rio do Peixe, Açudes Coremas/ Mãe D’Água, Barragem Acauã, Açude São Gonçalo e Açude Lagoa do Arroz.

Como os rios Paraíba, Piancó, Piranhas e Peixe, receberão um “fio d’água” que alimentarão os aluviões, tornando as terras marginais propícias à Agricultura Familiar, é necessário que seja anali-sada, com antecedência, a questão fundiária, visando a Implantação das VPR’s – Vilas Produtivas Rurais, à semelhança do que o Governo Federal está executando, ao longo dos 02 (dois) Eixos (no Eixo Norte 16 VPR’s e no Eixo Leste 02 VPR’s). Essas Ações também se adéquam ao Canal da Vertente Litorânea.

II- Criação, pelo Governo do Estado, de um Grupo de Trabalho Multidisciplinar para es-tudar os problemas ambientais que ocorrerão com a entrada da água do PISF;

III- Os Órgãos competentes do Governo do Estado devem se antecipar ao estudo das Questões Fundiárias que surgirão, ao longo dos rios receptores e do Canal da Vertente Litorânea;

IV- Agilização das ações relativas à implantação dos PBA’s, nos 54 municípios já contem-plados com esse benefício;

V- Desenvolver estudo para utilização das águas dos açudes que receberão águas do PISF, tornando efetivo o Conceito de Sinergia Hídrica, na Paraíba;

VI- Adotar como missão prioritária, o tratamento de esgotos sanitário dos 54 municípios, para que seja garantida a qualidade dos efluentes que entrarão nos riachos e rios receptores das águas do PISF;

VII- Definição da ocupação, ou não, das margens por onde passarão as águas do PISF;

VIII- Definir pontos de retirada d’água, ao longo do Rio Paraíba, no sentido de evitar o des-vio de água, como acontece atualmente no Canal da Redenção

IX- Definir com o MIN/DNOCS o problema da Barragem Engenheiro Avidos, conforme Pro-jeto existente na Secretaria dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecno-logia;

X- Fomentar o desenvolvimento tecnológico, junto às instituições de ensino superior, para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de baixo custo, voltadas para amenizar o sofrimento do povo, nas regiões atingidas pela seca;

XI- Priorizar a implantação de adutoras, a fim de atender as cidades e comunidades ru-rais, com prioridade para o abastecimento humano e a dessedentação dos animais, con-forme preceitua a Lei Brasileira de Recursos Hídricos nº 9.433/1997;

XII- Revitalização dos Perímetros Irrigados com viabilidade econômica, com aproveita-mento eficiente do uso da água, em 80% ;

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XIII- Instalações de medidores elétricos especiais do Programa Tarifa Verde nos manan-ciais, com segurança hídrica de qualidade em que tenham áreas com solos aptos para irri-gação eficiente, com linhas de créditos subsidiadas para pequenos projetos de irrigação;

XIV- Implantação de um programa de barragens subterrâneas;

XV- Implantação de barramentos, obedecendo ao Conceito Base Zero - CBZ, eficiente, barato e ecologicamente correto, cujo barramento tem o formato de arco romano deitado e rampado; isso é feito exclusivamente com pedras do próprio local, sem argamassa, arru-madas de modo “inteligente”, de forma a que trabalhem estruturalmente quase a uma com-pressão pura;

XVI- Encontrar solução definitiva para o Endividamento dos Produtores do Semiárido do Nordeste Brasileiro (área seca), junto às Instituições Financeiras Oficiais (Banco do Brasil e Banco do Nordeste), com subsídios da dívida, mediante compromisso de geração de em-prego e manutenção dos rebanhos;

XVII- Implantar Abastecimento D’água Singelo – ADS- nos Assentamentos Rurais do Esta-do, e nas Comunidades Rurais organizadas, através de Associações Comunitárias carentes;

XVIII- Capacitar os jovens do meio rural , através de cursos profissionalizantes que obe-deçam, ou respeitem as vocações regionais;

XIX- Intensificar ações para neutralizar os efeitos da Praga da Cochonilha do Carmim;

XX- Massificar a construção de cisternas de placas para o acúmulo de água para o con-sumo humano;

XXI- Adequar a Adutora do Cariri que, atualmente, não atende às demandas do Seridó e do Curimatau;

XXII- Fazer com que a aplicação dos recursos, para conviver com os efeitos da seca, sejam tripartites, de forma que o Governo Federal entre com 50%, o Governo do Estado com 25% e o Governo Municipal com 25% (sugestão da FAMUP);

XXIII- Planejamento e implementação de um programa emergencial de assistência técnica e de capacitação do produtor em práticas emergenciais de gestão da propriedade, em épocas de seca, incluindo técnicas de aproveitamento de materiais alternativos para alimentação animal;

XXIV- Implantar um programa de geração de renda para que o sertanejo, abandonado à própria sorte nos rincões do interior, não transforme o pouco que ainda resta do bioma Caatinga em carvão, que, por sua vez, se transforma em renda.

4.3 – AÇÕES EMERGENCIAIS PROPOSTAS PELOS MUNICÍPIOS VISITADOS PELA CARA-VANA DA SECA:

Município Documento Pleitos

Picuí

Ofício nº 207/2012

• Recuperação de 18 poços artesianos; • Desassoreamento de 50 poços amazonas; • Recuperação de 14 tanques de pedra; • Instalação de 04 dessalinizadores; • Locação de 04 carros-pipa para abastecimento; • Fornecimento de 3000 (três mil) cestas básicas.

São Domingos

Ofício nº 059/2012 –

Câmara Municipal de São

Domingos

• Solicita a continuação da liberação de água do Canal da Redenção para o Rio Piranhas até o Rio Piancó, através de sifão, de tal forma que possibilite o abastecimento das cidades de comunidades que recebem água do Rio Piranhas.

São Bento

E-mail encaminhado pela Senhora Joelma Santos

• Disponibilidade de mais carros-pipa; • Alimentação para o rebanho.

Pombal Documento da

Câmara de Vereadores

• Ampliação do número de carros-pipa; • Definir um ponto de captação de água mais

próximo de Pombal para os carros-pipa do Exército;

• Limpeza dos porões dos pequenos açudes; • Aumentar a ensilagem distribuída; • Aumentar a quantidade de milho, torta de

caroço de algodão e farelo de soja vendidos aos produtores;

• Credenciar novos criadores a compra de milho, torta de caroço de algodão e farelo de soja;

• Distribuição de cestas básicas; • Manutenção da abertura de um dos sifões do

Canal da Redenção para a garantia de água no Rio Piranhas, a partir dos limites dos municípios de Aparecida e São Domingos de Pombal até a sua confluência com o Rio Piancó.

Serra Branca

Oficio nº 115/2012 – Prefeitura

Municipal de Serra Branca

• Ampliação do número de carros-pipa; • Limpeza dos porões dos pequenos açudes; • Recuperação e instalação de 41 poços

artesianos.

Serra Branca

Ofício nº 09/2012 –

Associação de Desenvolvimento

das Comunidades

Rurais

• Disponibilizar um carro-pipa para atender 43 (quarenta e três) famílias residentes nos Sítios Feijão, Aguiadas, Aroeiras, Melada e Boa Vista.

Serra Branca Pleito da

Associação dos • Identificar os entraves que dificultam na esfera

federal a liberação dos recursos para os

Page 11: Relatorio da seca

Relatório nº 01 – Conselho

Municipal de Desenvolvimento Rural de Catolé

do Rocha/Prefeitura

Municipal

• Limpeza dos pequenos açudes; • Ampliação do número de carros-pipa; • Prorrogar o Convênio nº 091/2012 entre a

Prefeitura Municipal de Catolé do Rocha e o Governo do Estado;

• Recuperação de pequenos açudes e barreiros; • Desburocratizar o acesso dos produtores aos

alimentos animais doados ou vendidos pelos Governos Federal e Estadual.

Brejo dos Santos

Pleitos entregues pelo

Vereador Francisco

Rinaldo Soares

• Ampliação do número de carros-pipa; • Estimular a fixação do homem no campo

através de políticas públicas de adaptação ao clima e ao solo da região.

Nova Floresta

Ofício nº 123/2012 – Prefeitura

Municipal de Nova Floresta

• Ampliação do número de carros-pipa;

São

José de Espinharas

Requerimento – Vereador José Salomão da

Nóbrega Gomes

• Solicita a diminuição do preço do alimento animal que está estocado no Agrocentro de Patos, de R$ 0,30 (trinta centavos) para R$ 0,10 (dez centavos) o quilograma;

• Aumento da cota de ração animal por produtor , de 1.000 (um mil) para 3.000 (três mil) quilogramas;

• Limpeza e desobstrução de poços artesianos; • Ampliação do número de carros-pipa.

Monteiro

Requerimento da Câmara

Municipal de Monteiro

• Ampliação do número de carros-pipa; • Limpeza de barragens e açudes públicos.

Cajazeiras

Paróquia de Nossa Senhora

da Piedade – Pe Agripino Ferreira

de Assis

• Limpeza de barragens e açudes públicos; • Limpeza de cacimbas; • Priorizar as outorgas para a utilização das

águas do açude Piancó; • Priorizar e aumentar a oferta da alimentação

animal que atualmente são disponibilizados em quantidades insignificantes, desburocratizando o cadastro e o acesso por parte dos produtores;

• Dotar de uma melhor infraestrutura os pontos de venda e distribuição da ração animal, de tal forma que possibilite acelerar o acesso por parte dos produtores.

Cajazeirinhas

Ofício nº 055/2012 – Vereador

Waerson Jos

• Desburocratizar o acesso dos produtores aos alimentos animais doados ou vendidos pelos Governos Federal e Estadual;

• Ampliação do período de uso do Programa

Sumé

Ofício nº 106/2012 – Câmara de

Vereadores de Sumé

• Baratear os custos da ração de ensilagem da EMPASA para o pequeno produtor rural;

• Aumentar o percentual da cota do farelo de soja e torta de algodão por produtor;

• Assegurar o Programa de venda de ração durante o próximo ano (enquanto perdurar a seca);

• Li ; • Elevar o teto financeiro dos fornecedores do

Programa Leite da Paraíba, atualmente fixado em R$ 4.000,00 (quatro mil reais), para R$ 20.000,00 (vinte mil reais) o semestre/produtor

4.4 – AÇÕES ESTRUTURAIS PROPOSTAS PELOS MUNICÍPIOS VISITADOS PELA CARAVANA DA SECA:

Município Documento Pleitos

Picuí Ofício nº 207/2012 – Prefeitura Municipal de Picuí

• Construção de 50 (cinqüenta) poços amazonas;

• Construção de 200 (duzentas) cisternas de placa;

• Recuperação das estradas vicinais. • Perfuração de 40 poços artesianos, com

instalação de cata-vento ou bomba elétrica e caixa d’água;

Sousa

Documento entregue pelo senhor José

Rodoph Diniz Dias

• Implantação de um Ramal Adutor com ETA para levar água de Coremas para Sousa , propiciando que as águas do Açude São Gonçalo fossem utilizadas para irrigação.

Sousa

Ofício nº 81/JUSG/2012 –

Junta de Usuários da Água do

Perímetro Irrigado de São Gonçalo

• Ampliação do período de uso da tarifa verde, acrescentando pelo menos mais cinco horas;

• Construção de um Ramal Adutor com ETA para levar água de Coremas para Sousa , propiciando que as águas do Açude São Gonçalo fossem utilizadas para irrigação.

Catolé do Rocha

Documento entregue pelo

Senhor Josivam Alves e citados na

Plenária

• Solicita a construção do Açude do Saco, tendo em vista que o Açude Carneiro que atende os municípios de Jericó, Mato Grosso, Lagoa, Brejo dos Santos e Bom Sucesso está com nível baixíssimo;

• Solicita a adequação e/ou ampliação da Adutora Paulista do Rio Piranhas que abastece Catolé do Rocha, que já não mais atende a demanda da população.

São Bento

E-mail encaminhado pela Senhora Joelma

Santos e citados na Plenária

• Perfuração de poços; • Construção de cisternas de placas; • Construção de um açude de grande porte; • Distribuição de medidores Tarifa Verde,

gratuitamente para os pequenos agricultores;

• Recuperação dos pequenos e médios açudes;

• Esgotamento Sanitário das cidades que margeiam o Rio Piranhas;

• Revitalização do Perímetro Irrigado

Page 12: Relatorio da seca

São Bento

E-mail encaminhado pela Senhora Joelma

Santos e citados na Plenária

• Perfuração de poços; • Construção de cisternas de placas; • Construção de um açude de grande porte; • Distribuição de medidores Tarifa Verde,

gratuitamente para os pequenos agricultores;

• Recuperação dos pequenos e médios açudes;

• Esgotamento Sanitário das cidades que margeiam o Rio Piranhas;

• Revitalização do Perímetro Irrigado

Pombal Documento da

Câmara de Vereadores

• Perfuração de poços tubulares; • Construção de cisternas de placas; • Ampliação da quantidade de agricultores

inscritos no Programa Garantia Safra; • Perdão das dívidas dos pequenos e médios

produtores, contraídas perante o Banco do Nordeste;

• Construção de uma adutora partindo do Rio Piancó nas proximidades da ponte sobre a linha férrea até o Rio Piranhas, cruzando a Fazenda Grossos.

• Construção de uma adutora para atender o município de Pombal com captação no Rio Piancó, partindo da Fazenda São João até o Riacho Gado Bravo

Serra Branca

Oficio nº 115/2012 – Prefeitura

Municipal de Serra Branca

• Perfuração de 30 poços tubulares; • Construção de 10 barragens subterrâneas; • Construção de 100 cisternas de placas; • Construção de uma Adutora para atender a

Região das Serras (Tambor, Jatobá, Serra Verde, Capoeiras, Varejão e Jericó)

Serra Branca

Oficio CMSB nº 079/2012 – Câmara Municipal de Serra

Branca

• Solicita a elaboração do projeto técnico para a construção de uma Adutora para levar água do Açude Serra Branca II até a Região das Serras, onde residem aproximadamente 2000(duas mil) pessoas.

Serra Branca

Ofício nº 08/2012 – Associação de

Desenvolvimento das Comunidades

Rurais

• Perfuração e instalação de poços artesianos para atender as famílias residentes nos Sítios Feijão, Aguiadas, Aroeiras, Melada e Boa Vista

Serra Branca

Pleito da Associação dos

Usuários de Água dos Sítios Salão, Lagoa da Serra e

Adjacências

• Firmar convênios entre o Projeto Cooperar e Associações, tendo em vista que através do Conselho Municipal é mais burocrático;

• Solicita que o Governo do Estado, através das Associações Comunitárias, construa barragens subterrâneas ao longo dos

Catolé do

Rocha

Relatório nº 01 – Conselho Municipal

de Desenvolvimento

Rural de Catolé do Rocha / Prefeitura

Municipal

• Construção de pequenos açudes e barreiros para o acúmulo d’água;

• Perfuração e instalação de poços artesianos;

• Implantação de uma adutora para levar água de três poços existentes na Várzea para as Comunidades Riacho do Povo, Catolé de Baixo, Mapirunga, Vaca Morta e Distrito de Picos, atendendo mais de 2.000 (duas mil) pessoas;

• Solicita uma patrulha mecanizada para a construção de açudes, barreiros, barragens subterrâneas e recuperação de estradas;

• Construção de uma nova adutora para atender a cidade de Catolé do Rocha, que tenha capacidade de abastecer a cidade com eficiência por mais 50 anos;

• Elaboração de um projeto executivo para construção de um açude de grande porte no município de Catolé do Rocha;

• Disponibilidade de raquetes de palma forrageira resistentes a cochonilha do carmim.

Brejo dos Santos

Pleitos entregues pelo Vereador

Francisco Rinaldo Soares

• Construção de pequenos açudes e barreiros para o acúmulo d’água;

• Perfuração e instalação de poços artesianos;

• Implantação de um sistema de desenvolvimento sustentável na região, para que as pessoas não fiquem sempre reféns de ações assistencialistas do Governo.

Nova Floresta

Ofício nº 123/2012 – Prefeitura

Municipal de Nova Floresta

• Perfuração de poços tubulares; • Construção de pequenos barreiros; • Construção de barragens subterrâneas; • Construção de cisternas de placas; • Aquisição de máquinas agrícolas e

equipamentos.

Monteiro Requerimento da Câmara Municipal

de Monteiro

• Construção de pequenas e médias barragens;

• Perfuração e instalação de poços artesianos;

• Construção de passagens molhadas e de nível na zona rural;

• Requer que a Assembleia Legislativa solicite ao Governo Federal a retomada imediata das obras de Transposição do Rio São Francisco.

Page 13: Relatorio da seca

Cajazeiras

Paróquia de Nossa Senhora da Piedade

– Pe Agripino Ferreira de Assis

• Priorizar a solução para o problema estrutural do Açude Boqueirão que há anos vem apresentando falhas na sua estrutura, que impedem o armazenamento por longos períodos;

• Perfuração e instalação de poços artesianos;

• Criar uma política de financiamento agrícola diferenciada para o semiárido, que leve em consideração as secas que são cíclicas e recorrentes.

Cajazeirinhas Ofício nº 055/2012 – Câmara Municipal

de Cajazeirinhas

• Perfuração e instalação de poços artesianos;

• Construção de pequenas e médias barragens;

• Estudar a alternativa de construir adutoras para abastecer as comunidades que habitam ao longo do Rio Pianco;

• Priorizar a liberação de recursos do PAC II para a construção de 40 casas populares, já aprovadas.

Sumé

Ofício nº 106/2012 – Câmara de

Vereadores de Sumé

• Construção de barragens subterrâneas no leito do Rio Pedra Comprida e outras bacias;

• Revitalização do Perímetro Irrigado do DNOCS;

• Criar um programa de recuperação da caatinga, devido ao grande número de áreas em desertificação;

• Criar um programa de incentivo de pequenas irrigações para produção de alimento humano e produção de forragem;

• Recuperação de acessos rurais, passagens molhadas, recapeamento de áreas alagadas, etc.

Barra de Santa Rosa Pleito levado à

Plenária de Picuí pelo Prefeito

• Construção da Barragem Sabão, cujo Projeto Executivo já foi elaborado pelo DNOCS.

Pedra Lavrada Pleito levado à

Plenária de Picuí pelo Prefeito

• Construção da Barragem Serra Branca; • Incluir uma disciplina na Grade Curricular

do Ensino Fundamental que trate da convivência com o Semiárido.

05 – OBRIGAÇÕES DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

• Encaminhar o presente Relatório aos Poderes Executivos Estadual e Federal, a quem com-pete executar as ações, apelando para que os pleitos emergenciais ou estruturantes sejam atendi-dos, especialmente os que vieram diretamente das comunidades e dos municípios;• Criar o Fórum das Assembleias do Nordeste, para discutir as políticas públicas estruturantes para a região;• Destinar Emendas a Lei Orçamentária Anual (LOA) para ações de enfrentamento e de con-vivência com a seca;• Elaboração do Projeto de Lei que dispõe sobre a Outorga do Direito de Uso dos Recursos Hídricos e dá outras providências;• Convocar, ou convidar, as autoridades públicas, para discutir as ações de convivência com a seca;• Solicitar que a Comissão Externa do Senado da República para acompanhar os Programas de Transposição e Revitalização do Rio São Francisco – CTERIOSFR - realize uma audiência pública, na Paraíba;• Elaboração do Documento ‘Carta da Paraíba’ que será confeccionado no dia 10 de janeiro de 2012, com a participação de diversas entidades, contendo as principais ações estruturantes para o nosso Estado;• Realizar no dia 22 de março de 2013, em Campina Grande, um Seminário que buscará estratégias para o enfrentamento dos efeitos causados pela variabilidade climática, subdesenvolvi-mento, desertificação, política de crédito rural equivocada, falta de assistência técnica e insuficiên-cia de recursos públicos aplicados no semiárido seco da Paraíba.

06 – CONCLUSÃO

“Recordar é viver”: Isso é o que diz a sabedoria popular. Recordar é fazer memória e a memória faz história, também dizem os entendidos em matéria de conhecimentos simplórios. Então, por que não nos recordarmos de que no tempo do Império D. Pedro, visitando o Nordeste brasileiro ficara chocado com a dureza da seca, e prometera vender até a última jóia da Coroa, a fim de que tal problema fosse solucionado? Se vendeu alguma jóia ninguém sabe, mas o problema não foi resolvido: isso todos sabemos!

No caminhar da ‘Caravana da Seca’ pelos sertões, constataram-se as mazelas provocadas por uma das maiores secas dos últimos tempos e os efeitos nefastos sobre a economia paraibana.

Constatamos que a maneira como o Poder Público trata as secas é rudimentar e absolutamente arcaica; foca apenas o paliativo, esquecendo, ou não priorizando o estruturante. Estas medidas paliativas parecem só agravar o tema e a maneira como ele é tratado chega a ser demagógico. É preciso uma solução emergencial, mas, sobretudo, estruturante, que seja realmente viável e que resolva o problema.

Verificamos que a falta de políticas de convivência com a seca acarreta no êxodo rural, com conse-quências imprevisíveis, tais como o inchaço das cidades sedes dos municípios, vilas, povoados, ou migração para estados do sudeste. Isso aumenta o cenário desalentador de pobreza e de miséria dos pequenos produtores e agricultores de sequeiro que resistem e insistem viver no meio rural. Que o bolsão seco está se tornando numa espécie de “alojamento de contemplados” com as políti-cas compensatórias.

Constatamos que a seca diminui a produtividade das propriedades, que acarretando na queda da receita e a consequentemente incapacidade de liquidar os financiamentos contraídos junto aos bancos oficiais. Como resultado constata-se mais de 5 mil produtores executados judicialmente,

Page 14: Relatorio da seca

na iminência de perderem suas propriedades rurais. Isso reflete da falta de uma política de crédito rural, voltada para o semiárido, que leve em consideração o fenômeno das secas, cíclicas e recor-rentes.

É voz recorrente, nos quatro cantos da Paraíba, a necessidade de priorizar as obras da Trans-posição do Rio São Francisco que trará água para 12 milhões de pessoas residendentes no Nor-deste Setentrional. Até agora só foram, executados 43% da obra que estava prevista, para ser entregue em 2010, a maior parte de seus lotes está paralisada.

É preciso investir em políticas estruturantes que mudem o paradigma do semiárido. Na Austrália, o semiárido é produtivo. Questiona-se: por que o nosso também não pode ser?Faltam políticas públicas, com investimentos em tecnologias e ações estruturantes que ajudem o homem a conviver harmonicamente com a seca. Estamos há séculos de atraso. Por exemplo: o que mais foi relatado à ‘Caravana da Seca’ é a necessidade de se construir cisternas de placas para o acúmulo de água de uso humano, e a des-sedentação animal. Há registros de cisternas públicas de mais de dois mil anos, em regiões como a China e o deserto de Negev, hoje território de Israel e Jordânia. Como forma de contribuir para que o homem do campo que reside em nosso semiárido conviva de forma mais harmônica com a seca a Assembleia Legislativa elenca algumas das principais ações estruturantes que devem ser desenvolvidas pelo Poder Executivo com o propósito de construir um ambiente favorável a subsistência, com ações concretas exequíveis de caráter permanente:

1º - Priorizar a conclusão das Obras de Transposição do Rio São Francisco;

2º - A despoluição do Rio Paraíba e do Açude Poções para que estejam em condições de rece-ber as águas do Rio São Francisco;

3º - Desassoreamento do Rio Piranhas para que possa receber águas do Rio São Francisco, sem inundar as Várzeas de Sousa onde já se produz alimentos verdes com certificação de orgânic-os, sendo assim um paradigma para os futuros Projetos de Irrigação, que surgirão com o uso das águas dos Açudes que serão abastecidos pelas águas do PISF, liberando as das chuvas para a irrigação racional, no conceito da Sinergia Hídrica, que multiplica as águas do São Francisco e dão segurança hídrica para pelo menos 54 (cinqüenta e quatro) municípios paraibanos que serão contemplados com os PBAs – Projetos Básicos Ambientais (abastecimento d’água, esgotamento, aterro sanitário e drenagem), logo após a conclusão da Meta – 3N, em 2015, pelo o Governo Fed-eral;

4º - Faz-se necessário o Governo do Estado, criar em caráter prioritário um grupo de trabalho multidisciplinar, para estabelecer um Cronograma de Trabalho, com Metas a serem alcançadas, visando solver os Problemas Ambientais nos mananciais e nos rios receptores das águas do PISF a seguir relacionados: Açude Poções, Rio Paraíba, Barragem Engenheiro Avidos, Rio Piranhas, Rio Piancó, Rio do Peixe, Açudes Coremas/ Mãe D’Água, Barragem Acauã, Açude São Gonçalo e Açude Lagoa do Arroz;

5º -Criação pelo Governo do Estado de um Grupo de Trabalho Multidisciplinar para estudar os problemas ambientais que irão ocorrer com a entrada da água do PISF;

6º - Os Órgãos competentes do Governo do Estado devem se antecipar no estudo das Questões Fundiárias que surgirão ao longo dos rios receptores e do Canal da Vertente Litorânea;

7º -Agilização das ações relativas à implantação dos PBAs, nos 54 municípios já contemplados com esse beneficio;

8º - Desenvolver estudo para utilização das águas dos açudes que receberão águas do PISF, tornando efetivo o Conceito de Sinergia Hídrica na Paraíba;

9º - Adotar como missão prioritária o tratamento do esgoto sanitário dos 54 municípios para que seja garantida a qualidade dos efluentes que entrarão nos riachos e rios receptores das águas do PISF;

10º -Definição da ocupação ou não das margens por onde passarão as águas do PISF;

11º - Definir pontos de retirada d’água, ao longo do Rio Paraíba, no sentido de evitar o desvio de água como acontece atualmente no Canal da Redenção;

12º - Definir com o MIN/DNOCS o problema da Barragem Engenheiro Avidos, conforme Projeto existente na Secretaria dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia;

13º - Fomentar o desenvolvimento tecnológico, junto às instituições de ensino superior, para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de baixo custo, voltadas para amenizar o sofrimento do povo, nas regiões atingidas pela seca;

14º - Priorizar a implantação de adutoras para atender as cidades e comunidades rurais, com prioridade para o abastecimento humano e a dessedentação dos animais, conforme preceitua a Lei Brasileira de Recursos Hídricos nº 9.433/1997;

15º - Revitalização dos Perímetros Irrigados com viabilidade econômica, com aproveitamento eficiente no uso da água em 80% ;

16º - Instalações de medidores elétricos especiais do Programa Tarifa Verde nos mananciais com segurança hídrica de qualidade e que tenham áreas com solos aptos para irrigação eficiente, com linhas de créditos subsidiadas para pequenos projetos de irrigação;

17º - Implantação de um programa de barragens subterrâneas;

18º - Implantação de barramentos obedecendo ao Conceito Base Zero - CBZ, que é eficiente, barato e ecologicamente correto, cujo barramento tem o formato de arco romano deitado e rampa-do e que é feito exclusivamente com pedras do próprio local, sem argamassa, arrumadas de modo “inteligente” de forma a que trabalhem estruturalmente quase a uma compressão pura;

19º - Encontrar uma solução definitiva para o Endividamento dos Produtores do Semiárido do Nordeste Brasileiro (área seca) junto às Instituições Financeiras Oficiais (Banco do Brasil e Banco do Nordeste), com subsídios da dívida, mediante compromisso de geração de emprego e manuten-ção dos rebanhos;

20º - Implantar Abastecimento D’água Singelo – ADS- nos Assentamentos Rurais do Estado, e nas Comunidades Rurais organizadas através de Associações Comunitárias carentes desse serviço;

21º - Capacitar os jovens do meio rural, através de cursos profissionalizantes que obedeçam ou respeitem as vocações regionais;

22º - Intensificar ações para neutralizar os efeitos da Praga da Cochonilha do Carmim que está dizimando a palma forrageira, principal fonte de alimentos do efetivo pecuário em tempos de seca;

23º - Massificar a construção de cisternas de placas para o acúmulo de água para o consumo

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humano;

24º - Adequar a Adutora do Cariri, que atualmente não atende às demandas do Seridó e Curima-tau;

25º - Fazer com que a aplicação dos recursos para conviver com os efeitos da seca sejam tri-partites, de tal forma que o Governo Federal entre com 50%, o Governo do Estado com 25% e o Governo Municipal com 25% (sugestão da FAMUP);

26º – Promover o planejamento e implementação de um programa emergencial de assistência técnica, e de capacitação do produtor, em práticas emergenciais de gestão da propriedade, em épocas de seca, incluindo técnicas de aproveitamento de materiais alternativos, para alimentação animal;

27º Implantar programas de geração de renda, para que o sertanejo, abandonado à própria sorte, nos rincões do interior, a fim de transformar o pouco que ainda resta do bioma Caatinga em carvão, que por sua vez se transforma em renda;

28º Criação, pelo Governo Federal, do Fundo Permanente de Convivência com os Efeitos da Seca.

Absolutamente nada, do que foi abordado nesse Relatório, terá um sentido lógico e será efetiva-mente plausível, se não investirmos maciçamente em educação. É necessário educar o povo do semiárido, principalmente crianças e jovens, de forma contextualizada, respeitando as vivências regionais. Concebendo o semiárido como tema indispensável em salas de aula da região, através do enfoque na convivência sustentável dos educadores e educandos com o meio em que vivem.

Deve-se priorizar a lógica educativa emancipatória que valoriza a cultura, a história, as vivências e a força do povo do semiárido. A região deve ser abordada em suas características peculiares, especificidades e diferenças e, buscando através alternativas de tecnológicas, ações viáveis, para a permanência das pessoas na região.

OBS: Entidades parceiras estão elaborando contribuições para serem incorporadas ao Relatório Final.

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