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P STC-SDLE-1/EXP/RPT PRIMEIRA REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, TRABALHO E EMPREGO (STC-SDLE-1) ADIS ABEBA, ETIÓPIA 20-24 DE APRIL DE 2015 TEMA:- Protecção Social para o Desenvolvimento InclusivoRELATÓRIO DA REUNIÃO DE PERITOS AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: 00 251 11 5517 700; Fax: +251 115 182 072 www.au.int

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STC-SDLE-1/EXP/RPT

PRIMEIRA REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, TRABALHO E EMPREGO (STC-SDLE-1) ADIS ABEBA, ETIÓPIA 20-24 DE APRIL DE 2015

TEMA:- “Protecção Social para o Desenvolvimento Inclusivo”

RELATÓRIO DA REUNIÃO DE PERITOS

AFRICAN UNION

UNION AFRICAINE

UNIÃO AFRICANA

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: 00 251 11 5517 700; Fax: +251 115 182 072 www.au.int

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INTRODUÇÃO

1. A Reunião de Peritos da Primeira Reunião do Comité Técnico Especializado da União Africana de Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego teve lugar em Adis Abeba, Etiópia, de 20-24 de Abril de 2015. O tema da Conferência foi „Protecção Social para o Desenvolvimento Inclusivo‟.

PARTICIPAÇÃO

2. A Reunião de Peritos contou com a participação dos delegados dos seguintes Estados-membros da UA: Angola, África do Sul, Argélia, Benim, Botswana, Burkina Faso, Burundi, Camarões, Chade, Comores, Congo, República Democrática do Congo, Egipto, Eritreia, Etiópia, Gana, Guiné, Quénia, Lesoto, Libéria, Líbia, Malawi, Mali, Mauritânia, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Ruanda, República Árabe Saaraui Democrática, Senegal, Seicheles, Sierra Leone, Sudão, Swazilândia, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia e Zimbabwe.

3. Participaram nesta reunião representantes dos Órgãos da UA, Comunidades Económicas Regionais (CEDEAO, COMESA), Parceiros Sociais, (OATUU, Busines Africa, ITUC-Africa), Agências das Nações Unidas (OIT, PNUD, UNDESA, FNUAP, UNOCHA, UNICEF, ONUSIDA, OIM, FAO, Organizações Intergovernamentais (UE, LAS), Organizações não governamentais, Organizações da Sociedade Civil, parceiros de cooperação e representantes dos seguintes governos não africanos: Brasil, México, Índia e Palestina.

PONTO 1 DA AGENDA: ABERTURA

4. O Chefe de Divisão, Bem-estar Social, Dr Johan Strijdom, desejou as boas-vindas aos participantes em nome do Director dos Assuntos Sociais. Enfatizou que devem ser criadas políticas para assegurar que o crescimento económico beneficie os pobres e marginalizados, que incluem na sua maioria, mulheres, idosos, pessoas com deficiência e pessoas provenientes de grupos socialmente excluídos. A falta de uma concretização adequada dessas políticas em quadros jurídicos limita a sua eficácia e a perspectiva de protecção social em matéria de directos humanos.

PONTO 2 DA AGENDA: APRESENTAÇÃO SOBRE O CTE PELO GABINETE DO

CONSELHEIRO JURÍDICO E ANÁLISE DOS REGULAMENTOS INTERNOS

5. O Representante do Conselheiro Jurídico da CUA, recordando as decisões da Cimeira da UA, Assembly/Dec.227 (XII) e Assembly/Dec.365 (XVII), fez uma apresentação relativa ao projecto de Regulamento Interno sobre o STC-SDLE. O Representante observou que a elaboração do projecto de Regulamento Interno assenta na prática da União Africana, considerando ao mesmo tempo a natureza tripartida do CTC sobre DSTE. Acrescentou que o projecto de Regulamento Interno adoptado pela reunião seria submetido para a análise do CTE para a Justiça e Assuntos Jurídicos e posteriormente para a adopção do Conselho Executivo. A reunião analisou e adoptou o seu Regulamento Interno e propôs alterações. Contudo, 2 Estados-membros apresentaram reservas.

6. A reunião formulou as seguintes recomendações:

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a) Que um pedido para a organização de reuniões anuais do CTE DSTE,

tais como com o CTE para as Finanças, Questões Monetárias,

Planificação Económica e Integração, seja submetido aos órgãos

deliberativos da UA;

b) Que, de modo geral, o Regulamento Interno do CTE, com excepção do

regulamento específico ao CTE DSTE, esteja em conformidade com o do

CTE para a Justiça e Assuntos Jurídicos, que foi adoptado pelo

Conselho Executivo;

PONTO 3 DA AGENDA: ELEIÇÕES PRELIMINARES DA MESA

7. Em conformidade com o Acto Constitutivo da UA para a composição do CTE e depois de efectuadas as consultas adequadas entre os Estados-membros e Parceiros Sociais de cada região, a Mesa do STC-SDLE-1 foi eleita como segue:

Presidente Zimbabwe – Governo – África Austral

1º Vice-presidente Níger – Governo – África Ocidental

2º Vice-presidente Argélia – Trabalhadores – Norte de África

3º Vice-presidente Quénia – Empregadores – África Oriental

Relator RDC – Governo – África Central

PONTO 4 DA AGENDA: ADOPÇÃO DA AGENDA E DO PROGRAMA DE

TRABALHO

8. A reunião adoptou a agenda e o programa de trabalho.

PONTO 5 DA AGENDA: APRESENTAÇÃO E PAINEL DE DEBATE SOBRE O

TEMA DA CONFERÊNCIA

9. O primeiro membro do painel, a Sra. Natalia Winder, Conselheira Principal de Protecção Social Regional da UNICEF, mencionou que o reforço das medidas de protecção social foi utilizada para orientar a expansão da assistência social, mas uma abordagem mais abrangente está a ser defendida e implementada por alguns Estados-membros. Tal resulta do reconhecimento da protecção social como chave para o crescimento inclusivo, e de se tratar de um direito humano, com impactos claros sobre a saúde, educação e nutrição, especialmente para as mulheres e as crianças.

10. O segundo membro do painel, o Dr. Ricardo Aparício, Director do Conselho Nacional de Avaliação da Política de Desenvolvimento Social (CONEVAL), México, observou que este conselho independente, constituído por investigadores académicos com ligações eficientes às repartições públicas, avalia o impacto das políticas públicas e mede a pobreza multidimensional na sociedade mexicana. O CONEVAL trabalha sistematicamente e fornece dados aos pobres, melhora as políticas socioeconómicas e ajuda a concretizar os

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direitos sociais de forma sistemática. Os resultados do CONEVAL ajudam os seus governos na elaboração dos orçamentos para assegurar um melhor acesso dos pobres aos serviços de saúde, para colmatar a lacuna nutricional e no ensino.

11. O terceiro membro do painel, Exma. Sra. Dra. Anta Sarr Diako, Ministra e Delegada Geral da Protecção Social e Solidariedade Nacional do Senegal reflectiu sobre as suas experiências relativas ao tema da conferência. Afirmou que o Presidente e o Governo do Senegal abordam a protecção social não como uma tarefa, mas como um investimento para o crescimento inclusivo e a redução da pobreza, sendo uma prioridade fundamental para o Governo. O Senegal acredita que para se promover o desenvolvimento sustentável e a protecção social é necessário ter como base uma boa governação dessas intervenções. O país fez investimentos na saúde e na educação, bem como na transformação da economia informal em economia formal.

12. O quarto membro do painel, a Sra. Lydia Muriuki, Secretária para o Desenvolvimento Social do Quénia, afirmou que o Quénia vive um período de transformação, de uma economia exclusiva para uma economia inclusiva, por meio de transferência de dinheiro, como forma de dar resposta às desigualdades económicas. Cinco (5) programas de transferência de dinheiro foram implementados, isto é, para os idosos, órfãos e crianças vulneráveis, pastores de gado nas zonas rurais, subsídios alimentares nas zonas urbanas e pessoas com deficiência. Algumas das transferências de dinheiro estão condicionadas à vacinação das crianças. Registou-se melhorias na saúde e nutrição, bem como no índice de matrículas das crianças no Quénia.

13. Além das apresentações, a reunião formulou as seguintes observações/recomendações:

i. Para que as intervenções de protecção social sejam eficazes, é

imperioso ter uma coordenação e estrutura de financiamento a funcionar

correctamente;

ii. As transferências de dinheiro são mais eficazes se existe um

crescimento económico no país;

iii. As famílias pobres devem ser assistidas para que possam acumular

activos produtivos;

iv. Há necessidade de se dar resposta à pobreza multidimensional e inter-

geracional;

14. A transformação da economia informal para a economia formal permitirá o financiamento dos actuais programas de protecção social.

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PONTO 6 DA AGENDA: APRESENTAÇÕES DA AGENDA 2063 DA UNIÃO

AFRICANA SOBRE A POSIÇÃO COMUM AFRICANA RELATIVA À AGENDA DE

DESENVOLVIMENTO PÓS-2063

15. Devido a atrasos durante a reunião, à reafectação do pessoal relevante da Comissão a outras missões, e tendo em conta que a Agenda 2063 foi apresentada aos dois sectores em 2014, as apresentações em causa não foram feitas, mas a literatura relevante foi distribuída aos participantes na reunião.

PONTO 7 DA AGENDA: DUAS SESSÕES PARALELAS: APRESENTAÇÕES

SECTORIAIS E DEBATES SOBRE O DESENVOLVIMENTO SOCIAL, TRABALHO

E EMPREGO

16. Os peritos dos sectores do Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego reuniram-se em sessões paralelas.

CONCLUSÕES DA SESSÃO SECTORIAL – DESENVOLVIMENTO SOCIAL

17. A Sessão Sectorial sobre Desenvolvimento Social foi presidida pela perita do Zimbabwe, a Sra. Precious Sibeya, em representação do Presidente da recém-eleita Mesa do STC-SDLE.

Recomendações sobre a implementação do Quadro Político Social para África

18. Aspectos conceptuais, políticos e económicos da protecção sociais

Para assegurar uma África próspera tal como prevista na Agenda 2063 da UA os

Estados-membros da União Africana teriam de expandir, no limite dos seus recursos

disponíveis, a segurança social e a protecção para todos e pleno acesso à educação e

serviços de saúde de qualidade e a preços acessíveis para todos os cidadãos. A

Protecção social deve incluir uma vasta gama de políticas e programas.

a) A adopção da protecção social deve fundar-se nos direitos humanos, tornando-a acessível a todos. Para isso, a protecção social deve ser motivada pela convicção e uma visão política não partidária detida pelo Estado e aceite como o alicerce das relações cidadão-Estado, denominada também por contrato social. Os Estados-membros devem desenvolver sistemas de protecção social que visam, de forma mais ampla, garantir a inclusão social, política e económica, particularmente dos grupos vulneráveis, incluindo as mulheres e crianças, pessoas com deficiência, idosos e pessoas que vivem e estão afectadas pelo VIH/SIDA. Sendo assim, a protecção social deve ser um conjunto exaustivo e detalhado de políticas sectoriais que protegem os cidadãos – priorizando os mais pobres – dos choques sociais, ambientais e económicos que ocorrem durante todo o seu ciclo de vida e consolidam a sua resiliência, bem como melhoram igualmente o seu bem-estar. Os Estados-membros podem considerar uma vasta gama de políticas, tais como as transferências sociais, transferências de dinheiro e segurança de saúde, que combinam e coordenam os serviços sociais e benefícios, que incluem as transferências sociais do regime não contributivo e contributivo, em sinergia com as políticas sectoriais.

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19. Financiamento da protecção social

a) O subfinanciamento crónico da protecção social em África apela para uma vontade política forte para mobilizar recursos e quadros institucionais adequados para a agenda de protecção social e assegurar a sustentabilidade financeira. Esta sustentabilidade financeira dependerá da firme articulação da agenda de protecção social com o financiamento interno e sua reflexão no Quadro das Despesas de Médio Prazo dos Estados-membros (QDMP). A mobilização eficiente dos recursos internos, através de reformas fiscais e formas inovadoras de financiamento, pode oferecer um espaço fiscal para grandes investimentos na protecção social em África. O sector privado pode desempenhar um papel fulcral para a sustentabilidade financeira da protecção social no continente, como um contribuinte responsável para as políticas fiscais dos Governos.

b) Embora o financiamento interno seja a principal fonte de financiamento dos programas de protecção social, a coordenação internacional vai continuar a desempenhar um papel importante em termos de apoio aos países africanos. A cooperação técnica e o apoio para o desenvolvimento das capacidades pelos parceiros de desenvolvimento, tais como o sistema das Nações Unidas, vão continuar a desempenhar um papel preponderante no que diz respeito a apoio aos Governos, para que estes possam reforçar os seus sistemas de protecção social, incluindo o intercâmbio e parcerias no âmbito da cooperação Sul-Sul. É preciso prestar atenção para não criar fundos verticais, mas antes redobrar os esforços dos governos para a prestação de apoio esteja integrado nas prioridades, instituições e sistemas dos governos.

c) Os sistemas de protecção social são investimentos com um efeito multiplicador que promovem o desenvolvimento social e sustentável, o crescimento económico inclusivo, a criação de emprego, promovem os mercados locais, melhorando a inclusão económica e ocupacional. A protecção social deve ser articulada com acções voltadas para a produtividade inclusiva com enfoque nos mais vulneráveis.

20. Administração e gestão de programas de protecção social

a) Os programas de protecção social devem ser geridos através de sistemas públicos baseados em quadros jurídicos nacionais e ajustados às estratégias de desenvolvimento. A União Africana pode prestar assistência aos Estados-membros através da criação de um quadro jurídico modelo que seja suficientemente flexível para a integração na legislação nacional de acordo com as realidades nacionais. A CUA é ainda solicitada a facilitar a assistência técnica aos Estados-membros relativamente à governação e gestão dos programas de protecção social. A CUA deve documentar e disseminar boas práticas e incentivar a criação de fóruns de aprendizagem. É essencial que haja uma definição clara das funções e responsabilidades das instituições e estruturas de coordenação a nível local e nacional. Afigura-se importante incentivar os sistemas de informação e monitorização para assegurar a eficiência dos serviços prestados, seus resultados, bem como do seu processo de

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gestão, a fim de reforçar e melhorar as políticas. Os sistemas de protecção social podem ser mais eficientes e estender o seu impacto quando são promovidos por ofertas de serviços bem planificadas, baseadas na análise das necessidades e vulnerabilidades (i.e. pobreza, segurança alimentar, nutrição, alterações climáticas, incapacidade e saúde, incluindo VIH, Malária e Tuberculose), que funcionam com critérios de ilegibilidade transparentes e precisos. O sistema de protecção social destina-se a todos os cidadãos nas mesmas condições de vulnerabilidade e será guiado pelos princípios de universalidade, de uniformidade, participação, ou seja, homogeneidade na qualidade da prestação de serviços, independentemente do local, e equidade.

b) Os beneficiários da protecção social (serviços e benefícios) devem ser reconhecidos como detentores da direitos e cidadãos activos com o direito de advogar para a realização dos seus direitos económicos e sociais. Portanto, é importante assegurar a sua participação no desenvolvimento, implementação e monitorização dos sistemas de protecção social através dos processos participativos de base comunitária e ligação dos regimes de protecção social não formais ou tradicionais.

Recomendações Gerais

21. A nível continental, a CUA deve considerar a elaboração de um Protocolo adicional à Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos, relativa aos direitos dos cidadãos à Segurança Social e Protecção Social;

22. Os Estados-membros foram determinantes na adopção de uma Plataforma Básica de Protecção Social e tendo adoptado igualmente as recomendações da OIT 202 sobre a Plataforma Básica de Protecção Social em 2013, que foi baseada na Convenção 102, Normas Mínimas de Protecção Social, 1952. Os Estados-. Membros, portanto, são incentivados a realizar progressivamente a implementação da Plataforma Básica de Protecção Social como um processo baseado em direitos, inclusive a prestação de educação, saúde, assistência social e subsídios de desemprego. Os Estados-membros são convidados a implementar a Plataforma Básica de Protecção Social ao seu próprio ritmo podendo obter apoio fiscal, técnico e político das Comunidades Económicas Regionais, Comissão da UA, OIT, OSC e do Sector Privado.

23. A Comissão da UA deve colocar no seu Website, todos os Protocolos e instrumentos políticos que possam facilitar a implementação do Quadro de Política Social pelos Estados-membros.

24. Recomendações sobre a Implementação do Apelo para uma Acção Acelerada relativa ao Plano de Acção para uma África Digna para a Criança

a) Os peritos adoptaram o Projecto de Posição Comum Africana relativo à campanha da UA de pôr cobro ao casamento infantil em África e, além disso, exortaram os Estados Membros a resolver as causas do casamento infantil, tendo ainda recomendado que medidas de protecção social sob a forma de acesso à educação e ao emprego fossem alargadas para as áreas rurais e favelas urbanas onde a alta pobreza,

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práticas tradicionais nocivas, altas taxas de analfabetismo e a falta de segurança e a instabilidade política prevalecem.

25. Recomendações relativas à Implementação do Quadro Político e Plano de Acção sobre o Envelhecimento

A reunião dos Peritos:

a) Adoptou o quadro de Avaliação e Monitorização tendo solicitado que os indicadores sobre cuidados para as pessoas idosas e normas sobre residências e cuidados alternativos fossem adicionados;

b) Aprovou o Protocolo sobre os Direitos das Pessoas Idosas para apresentação avante ao CTE de Justiça e Assuntos Jurídicos, e às Conferências da UA;

c) Solicitou que a CUA facilitasse o processo de revisão do Plano de Acção sobre o Envelhecimento da UA de 2002 e apresentasse um relatório sobre a implementação do Plano pelos Estados-membros ao STC-SDLE- 2.

26. Recomendações sobre a Implementação da Arquitectura da UA para a Deficiência

A reunião de Peritos:

a) Adoptou o questionário para o Quadro de Avaliação e Monitorização para o Plano de Acção Continental sobre a Década Africana das Pessoas com Deficiência (2010-2019) e solicitou que a acessibilidade aos edifícios, o direito ao emprego das Pessoas com Deficiência, o apoio aos DPO e a partilha de melhores práticas constituíssem questões prioritárias.

b) Adoptou o Relatório sobre a estrutura de substituição do Instituto Africano de Reabilitação (ARI), com pequenas alterações, com o entendimento de que o novo Instituto da UA sobre Deficiência (AUDI) será um Instituto completamente novo com nenhum envolvimento com o dissolvido ARI.

27. Recomendações da Reunião com Estados-membros da ARI sobre o Atraso do Pagamento das Contribuições Estatutárias

28. A reunião dos peritos instou os antigos Estados-membros do ARI a pagar 30% dos seus pagamentos em atraso auditados urgentemente, com vista a liquidar todas as dívidas pendentes devidas ao funcionários da ARI.

29. Recomendações sobre os Desafios Sociais Emergentes

Os Peritos recomendaram que:

a) Comportamentos sociais positivos sejam cultivados, aumento da lavagem das mãos, práticas de enterro seguras, uma diminuição de práticas nocivas, tais como a mutilação genital feminina (MGF);

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b) Um estudo abrangente sobre o impacto social da Doença do Vírus do Ébola (EVD) seja realizado com recomendações para mitigar as consequências sociais;

c) Os grupos pobres e vulneráveis sejam priorizados relativamente à prestação de serviços sociais, incluindo transferências sociais nos países afectados;

d) Os serviços de protecção social, ou seja, transferências de dinheiro, comida, sementes, adubos, ferramentas e gado sejam aumentados nos países afectados, em termos de cobertura e independentemente da localização geográfica e cobram todas as categorias das pessoas vulneráveis;

e) As necessidades económicas das mulheres sejam priorizadas, que o envolvimento das OSC seja reforçado e que a juventude seja central no processo de recuperação.

30. Sessões de Informação

O Índice de Desenvolvimento Social Africano (ASDI) foi desenvolvido através de um processo alargado de consulta em resposta a um pedido dos Estados-membros para a criação de um instrumento para apoiar a elaboração de políticas. Avalia o grau de exclusão enfrentado pelas pessoas nas seis dimensões fundamentais de bem-estar: sobrevivência, saúde, educação, emprego, renda produtiva e qualidade de vida

A ASDI segue uma abordagem de ciclo de vida para avaliar padrões e factores que afectam a exclusão humana ao longo do ciclo de vida do indivíduo. Esta pode ser desagregada por sexo e localização geográfica e pode ser usada para identificar políticas sociais que contribuem para a redução da exclusão humana ao longo do tempo, tanto a nível nacional e subnacional e para diferentes grupos sociais.

A aplicação do índice é liderada por equipas de implementação nacional com membros provenientes de instituições do governo chave tais como ministérios das finanças, planificação, economia, saúde, educação e os institutos nacionais de estatística. Cinco países estão actualmente envolvidos na fase experimental do Índice na região apoiados pelo ECA, através de uma série de acções de formação técnica.

A reunião recomendou a ASDI como um instrumento útil com bons indicadores de desenvolvimento social para medir a exclusão, devendo este ser abordado através de políticas eficazes

RESULTADO DA SESSÃO SECTORIAL – TRABALHO E EMPREGO

31. A Sessão Sectorial de Trabalho e Emprego foi presidida pelo Perito do Zimbabwe, Sr. Poem Mudyawabikwa, em representação do Presidente da recém-eleita Mesa do STC-SDLE-1

32. Recomendações sobre o Projecto de 1° Programa Quinquenal para a Implementação do Plano de Acção sobre o Emprego. Erradicação da Pobreza e Desenvolvimento Inclusivo

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a) Após a devida apreciação e contribuições significativas e alterações feitas ao Projecto de 1º Programa Prioritário Quinquenal, a ser incorporada pela CUA, a reunião recomendou a sua adopção pelos Ministros.

33. Recomendações sobre a Iniciativa Especial relativa aos Trabalhadores Domésticos

a) Os Estados-membros devem:

i. Estabelecer um salário mínimo para os trabalhadores domésticos e facilitar o alargamento da Cobertura da Protecção Social;

ii. Reforçar o diálogo social sobre o trabalho doméstico no desenvolvimento de políticas e legislação;

iii. Ratificar as Convenções Relevantes da OIT (102, 189, 138, 182, 29, 105) e integrá-las nas leis nacionais;

iv. Melhorar a aplicação da legislação sobre trabalho doméstico; v. Facilitar o acesso da Inspecção do Trabalho a casas particulares; vi. Participar em campanhas e advocacia para educar os

intervenientes sobre as leis laborais relacionadas com os trabalhadores domésticos; e

vii. Desenvolver estatísticas de empregos sólidas relacionadas com os trabalhadores domésticos;

b) A CUA deve:

i. Defender e comunicar aos Estados-membros em matéria de ratificação da Convenção da OIT sobre os Trabalhadores Domésticos;

ii. Compilar e divulgar boas práticas e lições aprendidas sobre os trabalhadores domésticos, legislação, aplicação da lei, acesso aos mecanismos jurídicos, tanto para empregadores como para trabalhadores domésticos e inspecção do trabalho;

iii. Realizar um estudo sobre os desafios do sector informal e transformar o trabalho doméstico em trabalho decente;

c) A reunião adoptou a Iniciativa Especial com alterações para apreciação pelos Ministros.

34. Recomendações sobre a Sensibilização e Mobilização do Sector privado para o Envolvimento nas Políticas da UA sobre infra-estruturas, Agricultura, Indústria Farmacêutica, Comércio, Desenvolvimento Económico

Na sequência da apresentação pelo departamento de Infra-estruturas e Energia (DIE) sobre o Programa de Desenvolvimento de Infra-estruturas em África (PIDA), os peritos apresentaram as seguintes recomendações:

a) que o Departamento dos Assuntos Sociais (DAS) trabalhe em metodologias de trabalho intensivo para PIDA;

b) que Business Africa e o sector privado estejam envolvidos na implementação do PIDA.

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Após a apresentação, pelo Departamento dos Assuntos Económicos (DEA) sobre como envolver o sector privado na promoção do desenvolvimento social na África no âmbito da Agenda 2063, a reunião recomendou que:

a) o envolvimento do sector privado Africano, em particular do Business Africa seja reforçado como um veículo para o crescimento inclusivo;

b) o DEA e o DSA devem realizar uma análise aprofundada sobre a participação do sector privado no desenvolvimento social;

35. Recomendações sobre os Programas de Protecção Social para as PME

A reunião adoptou o relatório sobre programas de protecção social para as PME;

36. Recomendações sobre como Melhorar a Situação da Mulher nos Mercados Africanos de Trabalho como contribuição para o Tema da União Africana de 2015: “Ano de Empoderamento e Desenvolvimento da Mulher Rumo à Agenda 2063”

A reunião adoptou o relatório e as recomendações nele contidas apresentou sugestões significativas a serem incluídos para a melhoria do documento:

a) Incluir organizações de mulheres como principais intervenientes na matriz;

b) Melhorar o documento fazendo referências a fontes estatísticas;

c) Adicionar um novo objectivo de incentivar a educação da mulher nas áreas de ciência e tecnologia;

d) Defender perante os Estados-membros a necessidade de apoiar a educação e alfabetização da rapariga nas zonas rurais;

e) Incluir o acesso ao financiamento das mulheres nos objectivos;

f) Promover a vontade política e orientar o empoderamento da mulher;

g) Aumentar a representação e a participação da mulher em e organizações de trabalhadores e empregadores;

h) Incluir parceiros sociais e os três centros de formação em Administração Laboral regionais como intervenientes;

i) Desenvolver mecanismos de M&A destinados ao acompanhamento da implementação.

37. Sessões de informação sobre o Acompanhamento da Implementação do Quadro da UA de Harmonização e Coordenação dos Sistemas de Informação sobre o Mercado de Trabalho (LMIS-HCF)

A reunião tomou nota das informações prestadas pela Comissão.

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38. Recomendações contidas no Relatório sobre as Actividades do Grupo Africano em Genebra

Recomendações sobre o Instrumento de Alteração da Constituição da OIT de 1986:

i. Apelar aos países africanos que ainda não o não fizeram a ratificarem a

alteração de 1986;

ii. Encetar o diálogo com os países africanos que ainda não ratificaram a

Alteração de 1986 a identificar os desafios enfrentados na ratificação do

instrumento;

iii. Desenvolver uma estratégia para exercer pressão junto dos países,

especialmente a América Latina, bem como os que ocupam os assentos

não electivos no Órgão de Direcção, a ratificar a Alteração de 1986;

iv. Solicitar ao Coordenador do Grupo Africano a encetar o diálogo com os

coordenadores regionais, por forma a promover a ratificação da

Alteração de 1986.

A reunião recomenda aos Ministros a aprovação das candidaturas abaixo para os seguintes postos na OIT:

Presidente do Grupo Governamental, para o período 2015/2016, S.E. Embaixador Sammi Eddico, Representante Permanente da República do Gana junto das Nações Unidas e de outras organizações internacionais em Genebra;

Vice-presidente do Grupo Governamental da 104ª CDI, S.E. Embaixador Modest Jonathan Mero, Representante Permanente da República da Tanzânia junto do Escritório das Nações Unidas e de outras organizações internacionais em Genebra;

Presidente da 105ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho (CIT) em Junho de 2016, aguardando que a África Austral apresente o seu candidato;

Presidente de Verificação de Poderes da 104ª Sessão da CDI a ser presidido pelo Chade, em Junho de 2015;

Presidente da Comissão de Finanças da 104ª Sessão da CDI em Junho de 2015, cujo candidato deve ser apresentado pelo Norte de África;

Presidente do Segmento “Emprego e Política Social” da Secção de Política de Desenvolvimento da 325ª sessão (Novembro de 2015) e da 326ª sessão (Março de 2016) do Órgão de Direcção;

Representação de África no Grupo de Trabalho Tripartido sobre o Mecanismo (SRM) de Avaliação das Normas, cuja candidatura deve ser feita por um país de cada vez com base nas sub-regiões da África Ocidental, Central, Austral e Oriental, de referir, a este respeito, as seguintes candidaturas:

1. Quénia (África Oriental) 2. Mali (África Ocidental) 3. Namíbia (África Austral) 4. Camarões (África Central)

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O Zimbabwe continuará como porta-voz do Grupo Africano para o Comité encarregado de Facilitar as Transacções da economia informal para a formal;

A reunião solicitou aos Estados-membros a submeter, até 30 de Abril de 2015, as candidaturas da Comissão ao porta-voz do Grupo Africano no Comité para o Debate Recorrente sobre o objectivo estratégico da protecção social (protecção do trabalho), no quadro do acompanhamento da Declaração da OIT relativa à Justiça Social para uma Globalização Justa, 2008, bem como para:

o porta-voz do Grupo Africano no comité sobre as pequenas e medias

empresas e a criação do emprego produtivo .

39. Recomendações dos Termos de Referência para o Conselho Consultivo Africano de Migração Laboral

A reunião formulou recomendações concretas para melhorar o documento, incluindo sobre a composição, o mandato e a mesa do Conselho Consultivo e adoptou os Termos de Referência.

40. Recomendações contidas no Projecto de Documento sobre a Integração do SPIREWORK no Programa Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP)

A reunião aprovou o projecto de documento.

41. Recomendações sobre os Termos de Referência para a organização da Conferência Regional sobre Saúde e Segurança no Trabalho em África, em 2016

A reunião formulou recomendações concretas sobre os objectivos da conferência e propôs que fosse realizada em Novembro de 2016. Os Estados-membros interessados a acolher a conferência são convidados a submeter as suas ofertas até Junho de 2015.

42. Sessões de informação

As reuniões obteve informações da:

a) CEDEAO b) Business Africa c) ITUC-Africa

Page 14: RELATÓRIO DA REUNIÃO DE PERITOS - saspen.org · STC-SDLE-1/EXP/RPT PRIMEIRA REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO ... 7. Em conformidade com o Acto Constitutivo da UA para a composição

STC-SDLE-1/EXP/RPT

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PONTO 8 DA AGENDA: ANÁLISE DO PROJECTO DE PROTOCOLO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS IDOSAS PARA ADOPÇÃO FINAL

43. A reunião analisou e adoptou o projecto de Protocolo sobre os Direitos dos Idosos.

PONTO 9 DA AGENDA: ANÁLISE DO PROJECTO DE AGENDA E DO PROGRAMA DE TRABALHO DA REUNIÃO DOS MINISTROS

44. A reunião analisou e adoptou o projecto de agenda e o programa de trabalho da reunião dos Ministros.

PONTO 1O DA AGENDA: DATA E LOCAL DA REUNIÃO DO 2º COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, TRABALHO E EMPREGO

45. A reunião aceitou a oferta da Argélia para acolher o STC-SDLE-2 em 2017 numa data a ser determinada em concertação com a CUA. O Ruanda ofereceu-se a acolher a reunião extraordinária do STC-SDLE caso for necessário a sua realização.

PONTO 11 DA AGENDA: DIVERSOS

46. Nenhuma questão foi levantada para debate sob o ponto “Diversos”.

PONTO 12 DA AGENDA: ANÁLISE E ADOPÇÃO DO RELATÓRIO DA REUNIÃO DE PERITOS

47. Os Peritos adoptaram o seu relatório com alterações.

PONTO 13 DA AGENDA: ENCERRAMENTO

48. O Presidente do STC-HPDC-1, Dr. Poem Mudyawabikwa agradeceu a reunião pelas contribuições construtivas e a CUA pelo seu apoio enquanto secretariado.