relatório da qualidade do ar

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Governo do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin Governador Secretaria de Estado do Meio Ambiente José Goldemberg Secretário CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental Rubens Lara Diretor Presidente

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Relatório da qualidade do Ar 2003

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  • Governo do Estado de So Paulo

    Geraldo Alckmin Governador

    Secretaria de Estado do Meio Ambiente

    Jos Goldemberg Secretrio

    CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

    Rubens Lara Diretor Presidente

  • COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL

    RELATRIO DE QUALIDADE DO ARNO ESTADO DE SO PAULO

    2003

    SO PAULO2004

  • FICHA CATALOGRFICA

    (Preparada pelo Setor de Biblioteca da CETESB)

    C418r CETESB, So Paulo

    Relatrio de qualidade do ar no Estado de So Paulo 2003. So Paulo : CETESB,2004.

    137pp.: il. ; 30 cm. (Srie Relatrios / SECRETARIA DE ESTADO DO MEIOAMBIENTE, ISSN 0103-4103)

    Publicado anteriormente como : Qualidade do Ar na Regio Metropolitana

    de So Paulo e em Cubato e Relatrio de Qualidade do Ar na Regio

    Metropolitana de So Paulo e em Cubato.

    1. Ar poluio 2. Controle da qualidade do ar So Paulo I.

    Ttulo. II. Srie.

    CDD (18. ed.) 614.71

    CDU (2.ed. med. port.) 614.71(815.6)

    O presente volume foi recolhido Biblioteca Nacional, em cumprimento legislao do Depsito Legal.

    Edio de ArteVera Severo

    ImpressoGrfica CETESB

    Tiragem200 exemplares Impresso em maio/2004

  • Apresentao

    A publicao do Relatrio Anual de Qualidade do Ar no Estado de So Paulo - 2003 um importante compromisso da CETESB com a sociedade. Este relatrio temmostrado a evoluo da poluio atmosfrica no Estado desde 1985 e tem sidoutilizado como uma importante ferramenta de gerenciamento da qualidade do ar e parao estabelecimento de polticas pblicas para o controle das emisses de poluentes.Os resultados apresentados neste relatrio informam os nveis de concentrao dospoluentes observados no ano de 2003 em comparao com outros anos e sintetizamas aes que a CETESB vm desenvolvendo. Se por um lado o esforo da CETESBvm resultando em uma tendncia de queda nas concentraes dos poluentesprimrios, notvel o crescimento da frota de veculos, principalmente, em grandescentros urbanos. Assim sendo, essencial a continuidade nas aes visando reduesgradativas das emisses veiculares por meio do PROCONVE e o PROMOT. Almdisso, o programa de inspeo veicular dever ser um importante fator que trarbenefcios para a qualidade do ar, na medida que haver uma regulagem dos motoresde veculos que esto com altas emisses de poluentes em excesso ao permitido.Em relao s atividades de licenciamento industrial deve-se observar que, em 2003,iniciou-se o processo de renovao das licenas de operao conforme o estabelecidono Decreto 47.397/2002 e que deve proporcionar ganhos ambientais gradativos, poisesto sendo estabelecidos novos critrios e exigncias para a renovao das mesmas.Alm disso, foi assinado recentemente pelo Sr. Governador, o Decreto 48.523/2004que estabelece a necessidade de compensao de emisses de poluentesatmosfricos em reas saturadas o que dever promover melhores prticas ambientaisnos processos industriais que emitem grande quantidade de poluentes.Por fim, a intensificao do uso do gs natural como combustvel veicular,principalmente, na frota de veculos pesados, deve ser incentivada, assim como essencial que os investimentos na rea de transporte coletivo continuem a ser feitospara que So Paulo, que o estado com o maior nvel de desenvolvimento no pas,melhore sua qualidade ambiental.

    Rubens LaraDiretor-Presidente

  • EdioDiretoria de Engenharia, Tecnologia e Qualidade AmbientalEng. Lineu Jos Bassoi

    Departamento de Tecnologia do ArEng. Carlos Eduardo Komatsu

    Diviso de Tecnologia de Avaliao da Qualidade do ArQum. Jesuino Romano

    Coordenao TcnicaQum. Jesuino Romano

    Elaborao TcnicaMet. Carlos Ibsen V. LacavaFs. Jos Bezerra de SousaEng. Larcio VechiniEng. Manoel Paulo de ToledoQum. Maria Helena R. B. MartinsQum. Maria Lucia Gonalves GuardaniEng. Moacir Ferreira da SilvaFs. Renato Ricardo A. LinkeMet. Ricardo AnaziaBil. Rodrigo Coelho FialhoAdm. Silmara Regina da Silva

    Coleta de Amostras, Anlise e Aquisio de Dados :Setor de Amostragem e Anlise do ArSetor de Avaliao de Tecnologia do Ar, Rudo e VibraesSetor de Ecossistemas TerrestresSetor de Meteorologia e Interpretao de DadosSetor de TelemetriaDiviso de Engenharia e Fiscalizao de VeculosRegional da Bacia do Rio Grande e TurvoRegional da Bacia do Piracicaba IRegional da Bacia do Piracicaba IIRegional da Bacia do ParanRegional das Bacias do Sorocaba, Alto Paranapanema e Litoral SulRegional das Bacias do Paraba do Sul e Litoral NorteRegional da Bacia da Baixada SantistaCoordenadoria de Aes de Controle de Poluio

    Processamento de Dados :Setor de Meteorologia e Interpretao de Dados

    Digitao e FigurasRoseli Sachi

    MapasMarise Carrari Chamani

    Distribuio: CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento AmbientalAv. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - Alto de PinheirosTel. 3030.6000 - CEP 05459-900 - So Paulo/SP - Brasil

    Endereo Internet:Este relatrio est disponvel tambm na pgina da CETESBhttp://www.cetesb.sp.gov.br

  • iNDICE

    1 INTRODUO........................................................................................................................................................ 1

    2 FONTES DE POLUIO DO AR NO ESTADO DE SO PAULO .................................................................. 1

    2.1 REGIO METROPOLITANA DE SO PAULO - RMSP ................................................................................................ 12.2 REGIO METROPOLITANA DA BAIXADA SANTISTA................................................................................................. 62.3 INTERIOR................................................................................................................................................................ 9

    2.3.1 Sorocaba........................................................................................................................................................... 92.3.2 So Jos dos Campos ..................................................................................................................................... 122.3.3 Regio Metropolitana de Campinas ............................................................................................................... 14

    3 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR.............................................................................................. 17

    3.1 OBJETIVO ............................................................................................................................................................. 173.2 PARMETROS DE QUALIDADE DO AR................................................................................................................... 173.3 PADRES DE QUALIDADE DO AR.......................................................................................................................... 193.4 NDICE DE QUALIDADE DO AR.............................................................................................................................. 213.5 REDES DE AMOSTRAGEM ..................................................................................................................................... 24

    3.5.1 Rede Automtica......................................................................................................................................... 243.5.2 Redes Manuais............................................................................................................................................ 263.5.3 Outras Redes .............................................................................................................................................. 29

    3.6 REPRESENTATIVIDADE DE DADOS........................................................................................................................ 293.6.1 Rede Automtica......................................................................................................................................... 293.6.2 Rede Manual............................................................................................................................................... 29

    4 CLIMA E POLUIO DO AR NO ESTADO DE SO PAULO ..................................................................... 30

    4.1 ASPECTOS CLIMTICOS........................................................................................................................................ 304.1.1 Regio Metropolitana de So Paulo .......................................................................................................... 304.1.2 Cubato ...................................................................................................................................................... 314.1.3 Regio Metropolitana de Campinas.......................................................................................................... 314.1.4 Sorocaba..................................................................................................................................................... 324.1.5 So Jos dos Campos ................................................................................................................................. 32

    4.2 ASPECTOS SAZONAIS DA POLUIO DO AR EM SO PAULO ................................................................................. 32

    5 A QUALIDADE DO AR NO ESTADO DE SO PAULO EM 2003 ................................................................ 36

    5.1 CARACTERIZAO METEOROLGICA................................................................................................................... 365.1.1 Umidade Relativa ....................................................................................................................................... 385.1.2 Condies Meteorolgicas de Disperso ................................................................................................... 38

    5.2 AVALIAO DA QUALIDADE DO AR NO ESTADO DE SO PAULO .......................................................................... 395.2.1 Distribuio Anual do ndice de Qualidade do Ar..................................................................................... 395.2.2 Partculas Inalveis (MP10) ........................................................................................................................ 405.2.3 Fumaa (FMC) ........................................................................................................................................... 455.2.4 Partculas Totais em Suspenso (PTS)....................................................................................................... 495.2.5 Oznio (O3)................................................................................................................................................. 515.2.6 Monxido de Carbono (CO)....................................................................................................................... 575.2.7 xidos de Nitrognio (NO e NO2) .............................................................................................................. 585.2.8 Dixido de Enxofre (SO2) ........................................................................................................................... 615.2.9 Outros Poluentes ........................................................................................................................................ 655.2.10 Estudos Especiais................................................................................................................................... 675.2.11 Outros Estudos Interior....................................................................................................................... 68

    6 CONTROLE DA POLUIO DO AR................................................................................................................ 70

    6.1 FONTES ESTACIONRIAS ...................................................................................................................................... 706.1.1 Programas de controle na RMSP ................................................................................................................... 706.1.2 Controle de particulados na RMSP................................................................................................................ 706.1.3 Controle para dixido de enxofre................................................................................................................... 706.1.4 Controle para fluoretos .................................................................................................................................. 706.1.5 Cubato .......................................................................................................................................................... 70

  • ii

    6.1.6 Outras reas do Estado de So Paulo ............................................................................................................ 716.1.7 Controle de fontes geradoras de incmodos................................................................................................... 716.1.8 Saturao da qualidade do ar ........................................................................................................................ 72

    6.2 FONTES MVEIS ................................................................................................................................................... 726.2.1 PROCONVE - Programa de Controle da Poluio do Ar por Veculos Automotores ................................... 726.2.2 Converso de veculos para uso do Gs Natural Veicular (GNV). ................................................................ 796.2.3 Veculos Pesados ............................................................................................................................................ 796.2.4 Novos Programas de Controle........................................................................................................................ 806.2.5 Controle da emisso de poluentes em veculos diesel em uso ........................................................................ 816.2.6 Combustveis Histrico e perspectivas ........................................................................................................ 836.2.7 Inspeo e manuteno peridica dos veculos em uso nos grandes centros urbanos................................... 846.2.8 Trfego urbano e medidas no tecnolgicas para a reduo da poluio atmosfrica................................. 84

    7 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................................................... 86

  • ISUMRIO EXECUTIVO

    REGIO METROPOLITANA DE SO PAULO (RMSP)A qualidade do ar na Regio Metropolitana de So Paulo determinada por um complexo sistema defontes mveis (veculos automotores) e fixas (indstrias), pela topografia e pelas condiesmeteorolgicas da regio. As emisses veiculares desempenham hoje um papel de destaque no nvel depoluio do ar na RMSP, uma vez que as emisses industriais, principalmente de dixido de enxofre ematerial particulado, j se encontram em avanado estgio de controle.

    De uma forma ampla, a qualidade do ar da Regio Metropolitana apresenta o seguinte quadro:

    a. Material ParticuladoPartculas Totais em Suspenso (PTS): O monitoramento efetuado a cada seis dias mostra que soexcedidos os padres de qualidade do ar, tanto o de 24 horas (240g/m3), como o anual (80g/m3). Em2001 e 2002 no foi observada nenhuma concentrao acima do nvel de ateno (375g/m3 - 24 horas).Em 2003, houve apenas uma ultrapassagem deste nvel em Osasco (377g/m).

    Fumaa (FMC): Pode-se observar uma reduo nos nveis desse poluente nos ltimos anos. O padrodirio (150g/m3) foi ultrapassado apenas duas vezes em 2003, embora as amostragens sejamrealizadas a cada seis dias. O padro anual (60g/m3) no ultrapassado em nenhuma das estaesdesde 1999.

    Partculas Inalveis (MP10): Os padres dirio (150g/m3) e anual (50g/m3) so ultrapassados. Quantoao nvel de ateno (250g/m3 - 24 horas), no houve ultrapassagens nos ltimos quatro anos.

    Partculas Inalveis Finas (MP2,5): O padro anual proposto pelos Estados Unidos (15g/m3), utilizadocomo referncia para comparao. Verifica-se que este valor excedido nas estaes que amostrameste poluente.

    b. GasesDixido de Enxofre (SO2): As concentraes sofreram uma reduo sensvel ao longo dos anos e hojetodas as estaes atendem aos padres primrios e secundrios de qualidade do ar (365 e 100g/m em24h, 80 e 40g/m no ano; respectivamente). Ressalte-se ainda que mesmo o novo limite sugerido pelaOrganizao Mundial da Sade - OMS - (125g/m - 24h) est sendo respeitado em todos os locaismonitorados na RMSP.

    Monxido de Carbono (CO): As concentraes de monxido de carbono excedem o padro de qualidadedo ar para 8 horas (9ppm), principalmente durante o inverno. No foram observadas ultrapassagens donvel de ateno (15ppm) em eventos mais crticos. As redues contnuas nas concentraes vinhamsendo observadas at o ano de 2000, motivadas, principalmente, pela renovao da frota de veculos.Nos ltimos 3 anos, porm, observa-se que os nveis praticamente tm-se mantido constantes.

    Oznio (O3): No caso do oznio, o padro de qualidade do ar (160g/m3 - 1h) e tambm o nvel deateno (200g/m3 1h) so freqentemente ultrapassados, principalmente nos dias de alta insolao. Onovo limite sugerido pela OMS (120g/m - 8h) tambm no respeitado.

    Dixido de Nitrognio (NO2): Os dados de dixido de nitrognio mostram que o padro horrio(320g/m) algumas vezes ultrapassado. Destaca-se que este padro mais elevado que o limite sugerido pelaOMS (200g/m3 - 1h). O padro anual (100g/m3), no tem sido ultrapassado nos ltimos anos.

  • II

    Os padres de qualidade do ar so violados, principalmente, pelos gases provenientes dos veculos,motivo pelo qual tem se dado grande nfase ao controle das emisses veiculares. No caso do oznio, oquadro reinante conduz necessidade do controle dos compostos orgnicos e xidos de nitrognio, queso os formadores desse poluente por processos fotoqumicos. Alm do oznio, tais processos aindageram uma gama de substncias agressivas, denominadas genericamente de oxidantes fotoqumicos, euma quantidade considervel de aerossis secundrios, que em funo de seu pequeno tamanho, temsignificativa importncia em termos de sade.

    O PROCONVE - Programa de Controle da Poluio do Ar por Veculos Automotores, principal programade controle das emisses veiculares e responsvel por significativa reduo do impacto ambiental,notadamente por monxido de carbono, passa a ter, mesmo com a sua atualizao, resultados maismodestos. Espera-se ainda ganhos ambientais com a implementao do Programa de Controle daPoluio do Ar por Motociclos e Veculos Similares PROMOT.

    No entanto, a atual situao das condies de trfego e poluio na RMSP requer medidascomplementares que considerem programas de inspeo veicular e melhoria da qualidade doscombustveis, planejamento do uso do solo, maior eficincia do sistema virio e transporte pblico. Destaforma, a reduo dos nveis de poluio do ar no deve se basear, exclusivamente, nas redues dasemisses dos veculos isoladamente, mas numa ao mais complexa e integrada dos diferentes nveisgovernamentais.

    REA DE CUBATOA qualidade do ar em Cubato determinada, principalmente, por fontes industriais, caracterizandodessa forma um problema totalmente diferente da Regio Metropolitana de So Paulo. Esse fato confirmado pelos baixos nveis registrados dos poluentes veiculares, como o monxido de carbono. importante ressaltar que as altas concentraes em Cubato so observadas, quase queexclusivamente, na regio industrial, uma vez que os nveis de concentrao dos poluentes monitoradospermanentemente na regio central de Cubato so mais baixos que os observados na maioria dasestaes da RMSP, exceo feita ao oznio. As concentraes de oznio na estao Cubato-Centroultrapassam o padro de qualidade do ar e aproximam-se dos nveis da RMSP.

    A principal preocupao em Vila Parisi, na rea industrial, so as altas concentraes de materialparticulado. Em 1984 o Plano de Preveno de Episdios Agudos de Poluio do Ar foi efetivamenteimplementado na rea, observando-se desde ento a declarao de estados de Alerta e Emergncia. De1995 a 2003 no mais se atingiu nveis de poluio que levassem declaraes de Alerta ouEmergncia, embora observe-se ainda algumas ultrapassagens do nvel de Ateno.

  • III

    Nmero de estados de Ateno, Alerta e Emergncia em Cubato - Vila Parisi

    ANO ATENO ALERTA EMERGNCIA

    1986 66 1 01987 51 4 01988 37 3 01989 15 0 01990 5 1 01991 31 2 11992 1 0 01993 12 0 01994 57 1 11995 34 0 01996 0 0 01997 3 0 01998 0 0 01999 0 0 02000 0 0 02001 1 0 02002 0 0 02003 1 0 0

    Na declarao de estados de alerta ou emergncia, um plano emergencial para a reduo das emisses acionado at que as concentraes de partculas alcancem nveis normais.

    A anlise dos dados de MP10 indicavam uma queda constante a partir de 1997, embora ainda bem acimado padro de qualidade do ar. No entanto, em 2003 as concentraes medidas foram mais altas que nosltimos anos.

    Estudos realizados pela CETESB, com o uso da tcnica do modelo receptor em Vila Parisi, mostraramser decisiva a participao do grupo de indstrias de fertilizantes na formao do material particuladosuspenso na atmosfera local.

    Ainda na Vila Parisi, os nveis de SO2 se encontram bastante abaixo dos padres legais de qualidade doar. Devemos considerar que uma reduo nas emisses de SO2 sempre desejvel para diminuir o teorde sulfatos secundrios presentes na regio, que contribuem para o material particulado. Outra razopara se controlar as emisses de SO2 a proteo da vegetao da rea, uma vez que estudos tmmostrado que curtas exposies s altas concentraes deste poluente, podem causar danos vegetao.

    Os graves danos vegetao estiveram sob estudo da CETESB e os dados disponveis revelaram queum dos mais importantes agentes fitotxicos encontrados na regio so os fluoretos (slidos e gasosos).As concentraes extremamente elevadas de material particulado, dos componentes do processofotoqumico e os teores de dixido de enxofre, provavelmente tambm desempenham um papel auxiliarnos danos observados.

    O problema de poluio do ar em Cubato, a despeito de sua complexidade, tem seu equacionamentoavanado e parte dos planos de controle j foi consolidada. Alm da nfase ao cumprimento das metasde controle estabelecidas, deve-se ressaltar o estabelecimento de um rgido programa de manutenodas redues obtidas. Dada a grande quantidade de equipamentos de controle instalados, defundamental importncia um programa de vigilncia nas condies de seu funcionamento, uma vez queto importantes quanto a instalao do sistema de controle so a sua operao e manutenoadequadas.

  • IV

    INTERIORDesde 1986, a CETESB avalia as concentraes de fumaa e dixido de enxofre em 17 municpios doEstado de So Paulo. Em 2000, teve incio o monitoramento automtico de partculas inalveis emCampinas, Paulnia, Sorocaba e So Jos dos Campos; oznio em Paulnia, Sorocaba e So Jos dosCampos; monxido de carbono em Campinas e Paulnia; dixido de nitrognio em Paulnia e Sorocaba, edixido de enxofre em Sorocaba, Paulnia e So Jos dos Campos. Constata-se que o oznio e aspartculas inalveis so os poluentes que violam os padres de qualidade do ar, indicando a necessidadede programas de controle para os mesmos. O seguinte quadro apresentado:

    Fumaa (FMC): Em 2003, no foram constatadas ultrapassagens do padro anual e de 24 horas.

    Partculas inalveis (MP10): Em 2003, os padres dirio e anual no foram ultrapassados em nenhumdos municpios que fazem o monitoramento automtico.

    Dixido de enxofre (SO2): Em geral, as concentraes observadas foram extremamente baixas. EmPaulnia constatou-se as maiores concentraes, tanto na rede automtica quanto no monitoramentopassivo.

    Monxido de carbono (CO): Os nveis verificados nos municpios de Campinas e Paulnia, nicos quedispem de monitoramento automtico, so baixos.

    Oznio (O3): Em 2003 houve ultrapassagens do padro e nvel de ateno nos municpios de Paulnia,So Jos dos Campos e Sorocaba. A CETESB tem realizado vrios estudos de curta durao, em outrosmunicpios, com a instalao de estaes mveis e tem-se observado a presena de nveis de oznioacima dos padres.

    Dixido de nitrognio (NO2): Os nveis observados em Paulnia e Sorocaba so baixos, tanto no que serefere ao padro dirio, quanto ao anual.

  • 11 INTRODUOA poluio do ar tem sido um tema extensivamente pesquisado nas ltimas dcadas e caracteriza-se comoum fator de grande importncia na busca da preservao do meio ambiente e na implementao de umdesenvolvimento sustentvel, pois seus efeitos afetam de diversas formas a sade humana, osecossistemas e os materiais.

    O Estado de So Paulo mantm desde a dcada de 70, pela CETESB, redes de monitoramento daqualidade do ar, que tm permitido a medio dos poluentes atmosfricos nas escalas local e regional. OEstado de So Paulo possui reas com diferentes caractersticas e, por isso mesmo, necessitam dediferentes formas de monitoramento e controle da poluio.

    A Regio Metropolitana de So Paulo (RMSP) uma rea prioritria, j que apresenta uma forte degradaoda qualidade do ar, condio caracterstica da maior parte dos grandes centros urbanos. Os poluentespresentes na atmosfera da RMSP esto principalmente relacionados grande emisso proveniente dosveculos automotores leves e pesados e secundariamente pelas emisses originadas em processosindustriais.

    A rea de Cubato outra regio prioritria para efeito de monitoramento e controle da poluio do ar, umavez que possui em sua rea industrial um grande nmero de fontes em condies topogrficas emeteorolgicas bastante desfavorveis disperso dos poluentes emitidos.

    Ambas, RMSP e Cubato, apresentam um nvel tal de comprometimento da qualidade do ar que requeremum sistema de monitoramento que leve em conta, alm do objetivo do acompanhamento dos nveis depoluio atmosfrica a longo prazo, a possibilidade de ocorrncia de episdios agudos de poluio do ar.

    No interior do Estado de So Paulo, em geral, a situao diferente e as necessidades esto relacionadasao acompanhamento da qualidade do ar a longo prazo. Todavia, municpios densamente povoados, reasprximas de grandes centros urbanos e/ou industriais, regies prximas de outras fontes poluidoras, comopor exemplo, queimadas de palha de cana-de-acar, merecem ateno especial e tm sido motivo denovas investigaes por parte da CETESB.

    Este relatrio apresenta os resultados obtidos pelas redes de monitoramento da qualidade do ar, procurandocaracterizar os elementos responsveis pela determinao da qualidade observada e apresentandosucintamente os planos de controle em execuo que visam melhorar a qualidade do ar nas reas afetadas.

    2 FONTES DE POLUIO DO AR NO ESTADO DE SO PAULOLocalizado na Regio Sudeste do Brasil, o Estado de So Paulo possui rea aproximada de 249.000km,que correspondem a 2,9% do territrio nacional. O Estado de So Paulo a unidade da federao de maiorocupao territorial, maior contingente populacional (em torno de 37 milhes de habitantes), maiordesenvolvimento econmico (agrcola, industrial e servios), maior frota automotiva (14,5 milhes deveculos automotores, sendo 40% da frota nacional, dos quais 1,03 milhes so movidos a diesel, 1,96milhes so motocicletas e 11,51 milhes so veculos do ciclo OTTO gasolina, lcool e gs). Comoconseqncia, apresenta grande alterao na qualidade do ar.

    Com relao poluio atmosfrica, destacam-se a Regio Metropolitana de So Paulo (RMSP), e a reade Cubato que possuem, respectivamente, alta emisso de poluentes de origem veicular e industrial.

    2.1 Regio Metropolitana de So Paulo - RMSPA Regio Metropolitana de So Paulo RMSP, est localizada a 23S e 46W, na poro sudeste do Brasil.Possui uma rea de 8.051km com uma populao superior a 17 milhes de habitantes, distribuda em umarea urbanizada e de maneira desordenada em 1.747km dessa rea. O stio urbano situa-se, praticamente,na Bacia Sedimentar de So Paulo, cujo principal vale o do Rio Tiet, orientado no sentido leste-oeste,com uma altitude mdia de 720 metros e uma extensa plancie de inundao. Essa bacia cercada ao nortepela Serra da Cantareira, tambm orientada no sentido leste-oeste e com altitudes que atingem at 1.200metros e a leste-sul pelo reverso da Serra do Mar com altitudes que, em geral, ultrapassam os 800 metros.Est distante cerca de 45km do Oceano Atlntico. A RMSP ocupa cerca de 0,1% do territrio brasileiro e oterceiro maior conglomerado urbano do mundo, responsvel por 1/6 do PIB nacional.

  • 2A regio sofre todo tipo de problemas ambientais, entre os quais est a deteriorao da qualidade do ar,devida s emisses atmosfricas de cerca de 2000 indstrias de alto potencial poluidor e por uma frota deaproximadamente 7,5 milhes de veculos, frota esta que representa 1/5 do total nacional. De acordo com asestimativas de 2003, essas fontes de poluio so responsveis pelas emisses para a atmosfera, dosseguintes poluentes: 1,8 milho de t/ano de monxido de carbono (CO), 415 mil t/ano de hidrocarbonetos(HC), 409 mil t/ano de xidos de nitrognio (NOX), 67 mil t/ano de material particulado total (MP) e 37 milt/ano de xidos de enxofre (SOX). Desses totais os veculos so responsveis por 98% das emisses de CO,97% de HC, 97% NOX, 52% de MP e 55% de SOX.

    Saliente-se que o Brasil o nico pas no mundo que conta com uma frota veicular que utiliza etanol emlarga escala como combustvel. Os veculos movidos a etanol hidratado representam 15,1% da frota deRMSP e os movidos a gasolina (mistura 22% de etanol e 78% de gasolina) representam 70,2%, sendoportanto que o lcool corresponde a 34% do combustvel consumido. Os veculos do tipo flex-fuel (bi-combustvel), lanados recentemente no mercado, correspondem a 0,1%, e as motocicletas representam8,8%. J os veculos movidos a diesel representam 5,8% da frota. Deve-se tambm destacar que a frota daRMSP bastante antiga, sendo que cerca de 50% desta anterior a 1994.

    A estimativa de emisso por tipo de fonte, que um resumo do inventrio de fontes para a RMSP, mostrada na tabela 1. Este inventrio de emisso para a RMSP baseado nas informaes disponveis noano-referncia de 2003. Alguns dos fatores de emisso foram extrados do Compilation of Emission Factorsda EPA - Environmental Protection Agency (Agncia de Proteo Ambiental dos Estados Unidos), enquantoos demais foram obtidos de ensaios das prprias fontes.

    Tabela 1 - Estimativa de emisso das fontes de poluio do ar na RMSP em 2003

    CO HC NOX SOX MP4

    GASOLINA C1 818,6 84,1 46,7 8,0 5,3

    TUBO DE LCOOL 217,9 23,6 13,1 - -

    ESCAPAMENTO DIESEL2 456,3 74,3 333,2 11,5 20,3

    M DE VECULOS TXI 2,4 0,5 0,6 0,3 0,1

    MOTOCICLETA E SIMILARES 262,3 34,6 1,3 0,5 0,7

    V CRTER GASOLINA C - 138,3 - - -

    E E LCOOL - 16,9 - - -

    I EVAPORATIVA MOTOCICLETA E SIMILARES - 18,6 - - -

    S PNEUS3 TODOS OS TIPOS - - - - 8,6

    OPERAES DE GASOLINA C - 11,6 - - -

    TRANSFERNCIA LCOOL - 0,5 - - -

    DE COMBUSTVEL

    F

    I 38,6 5 12,0 5 14,0 5 17,1 6 31,6 6

    X (750) (800) (740) (245)7 (308)7

    A

    1796,1 415,0 408,9 37,4 66,6TOTAL

    EMISSO (1000 t/ano)FONTE DE EMISSO

    OPERAO DE PROCESSO INDUSTRIAL

    (Nmero de indstrias inventariadas)

    1 - Gasolina C: gasolina contendo 22% de lcool anidro e 600ppm de enxofre (massa)2 - Diesel: tipo metropolitano com 1100ppm de enxofre (massa)3 - Emisso composta para o ar (partculas) e para o solo (impregnao)4 - MP refere-se ao total de material particulado, sendo que as partculas inalveis so uma frao deste total5 - Ano de consolidao do inventrio: 19906 - Ano de consolidao do inventrio: 19987 - Estas indstrias fazem parte da curva A e B que representam mais de 90% das emisses totaisCO: monxido de carbono HC: hidrocarbonetos totais NOX: xidos de nitrognio SOX: xidos de enxofreMP: material particuladoNOTA: Devido ao refinamento na metodologia de clculo, no vlida a comparao dos valores aqui apresentados com asestimativas de emisso apresentadas nos relatrios anteriores a 1996.

  • 3A contribuio relativa de cada fonte de poluio do ar na Regio Metropolitana de So Paulo - RMSP estapresentada na tabela 2 e pode ser mais facilmente visualizada na figura 1, onde observa-se que osveculos automotores so as principais fontes de monxido de carbono (CO), hidrocarbonetos totais (HC) exidos de nitrognio (NOX). Para os xidos de enxofre (SOX), as indstrias e os veculos so importantesfontes e no caso das partculas inalveis (MP10) contribuem ainda outros fatores como a ressuspenso departculas do solo e a formao de aerossis secundrios. No caso especfico de partculas inalveis, asestimativas de contribuio relativa das fontes foram feitas a partir de dados obtidos no estudo de modeloreceptor. Portanto, as porcentagens constantes na tabela 2, no que se refere a partculas, no foramgeradas a partir dos dados constantes da tabela 1.

    Tabela 2 - Contribuio relativa das fontes de poluio do ar na RMSP em 2003

    CO HC NOX SOX MP101

    GASOLINA C 45,6 20,3 11,4 21,4 8,0

    TUBO DE LCOOL 12,1 5,7 3,2 - -

    ESCAPAMENTO DIESEL 25,4 17,9 81,5 30,8 30,8

    DE VECULOS TXI 0,1 0,1 0,2 0,8 0,1

    MOTOCICLETA E SIMILARES 14,6 8,3 0,3 1,3 1,1

    CRTER GASOLINA C - 33,3 - - -

    E LCOOL - 4,1 - - -

    EVAPORATIVA MOTOCICLETA E SIMILARES - 4,5 - - -

    OPERAES DE GASOLINA C - 2,8 - - -

    TRANSFERNCIA DE COMBUSTVEL LCOOL - 0,1 - - -

    OPERAO DE PROCESSO INDUSTRIAL (1990) 2,2 2,9 3,4 45,7 10,0

    RESSUSPENSO DE PARTCULAS - - - - 25,0

    AEROSSIS SECUNDRIOS - - - - 25,0

    T O T A L 100 100 100 100 100

    FONTE DE EMISSO POLUENTES (%)

    1 - Contribuio conforme estudo de modelo receptor para partculas inalveis. A contribuio dos veculos (40%) foi rateada entre veculos a gasolina ediesel de acordo com os dados de emisso disponveis (tabela 1).

    Com relao s emisses veiculares, importante o acompanhamento de sua evoluo, uma vez que ocenrio sofre constantes mudanas como alterao do perfil da frota (lcool e gasolina), composio doscombustveis, fatores de emisso dos veculos novos que entram em circulao, onde pesa o avanotecnolgico (como por exemplo, o uso de catalisadores).

  • 40%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    CO HC NOx SOx MP10

    VEC. LEVES VEC. PESADOS PROC. INDUST.RESSUSPENSO AEROSSOL SEC.

    Figura 1 - Emisses relativas de poluentes por tipo de fontes - 2003

    A tabela 3 apresenta os fatores de emisso da frota em 2003 e as figuras 2 e 3 a evoluo dos fatoresmdios de CO, HC e NOX dos veculos leves, nos ltimos 10 anos. A figura 4 apresenta a evoluo da frotalicenciada na RMSP. Os fatores mdios de emisso de veculos leves novos em anos anteriores estoapresentados no item 6.2 Fontes Mveis, na tabela 37.

    Tabela 3 - Fatores mdios de emisso dos veculos em uso na RMSP em 2003

    FONTES DE TIPO DE

    EMISSO VECULO CO HC NOX SOX MP

    GASOLINA C 12,30 1,26 0,70 0,12 0,08

    TUBO LCOOL 19,30 2,09 1,16 -- --

    DE DIESEL 17,80 2,90 13,00 0,43 0,81

    ESCAPAMENTO TXI 1,00 0,20 0,25 0,11 0,06

    MOTOCICLETA E SIMILARES 19,70 2,60 0,10 0,04 0,05

    EMISSO DO GASOLINA C - 2,00 - - -

    CRTER E LCOOL - 1,50 - - -

    EVAPORATIVA MOTOCICLETA E SIMILARES - 1,40 - - -

    PNEUS TODOS OS TIPOS -- -- -- -- 0,07

    FATOR DE EMISSO (g/km)

  • 50,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    35,0

    1992 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

    fato

    res

    md

    ios

    (g/k

    m)

    CO-Gas CO-Alc

    1993 ausncia de dados

    Figura 2 Evoluo dos fatores mdios de emisso de CO dos veculos movidosa lcool e a gasolina C da RMSP

    Na figura 2, so apresentados os fatores da emisso mdia de CO das frotas de veculos a gasolina C e alcool. Nota-se um decrscimo significativo dos fatores para veculos movidos a gasolina C, basicamentedevido s mudanas tecnolgicas implementadas com base na Resoluo PROCONVE, e a significativamodernizao da frota movida por esse combustvel. Observa-se que desde 2001 estes fatorespraticamente se mantm estveis.

    Entretanto, o mesmo no se observa para veculos a lcool, embora representem uma frao bem menorque a dos veculos a gasolina C, sua frota se constitui, em sua maioria, de veculos mais antigos(figura 4).

    0,0

    0,5

    1,0

    1,5

    2,0

    2,5

    3,0

    3,5

    1992 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

    fato

    res

    md

    ios

    (g/k

    m)

    HC-Gas NOx-Gas HC-Alc NOx-Alc

    1993 ausncia de dados

    Figura 3 Evoluo dos fatores mdios de emisso de HC e NOX dos veculos movidos alcool e a gasolina C da RMSP

  • 6Na figura 3, so apresentados os fatores mdios de emisso de hidrocarbonetos totais (HC) e xidos denitrognio (NOX) de veculos a gasolina C e a lcool. Observa-se tambm, nos veculos movidos a gasolinaC, uma queda acentuada dos fatores de emisso de HC na dcada de 90, permanecendo estveis a partirde 2000.

    A reduo dos hidrocarbonetos e xidos de nitrognio, considerados os principais precursores de oznio,pode contribuir para a diminuio das concentraes deste poluente na atmosfera. Entretanto, importantelembrar que, alm do aumento da frota circulante, outras fontes de precursores de O3 na RMSP soconsideradas importantes, como as emisses evaporativas que ocorrem no momento da recarga dostanques dos veculos e dos postos de gasolina, bem como de fontes industriais que emitem compostosorgnicos volteis.

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    1984

    1985

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    n d

    e ve

    cul

    os x

    100

    0

    Gasolina C lcool Total

    Fonte: PRODESPFigura 4 - Evoluo da frota de veculos automotores leves na RMSP

    oportuno destacar que os dados apresentados na tabela 3 e na figura 4 foram processados com base nocadastro de registro de veculos do DETRAN - Departamento Estadual de Trnsito.

    2.2 Regio Metropolitana da Baixada SantistaA Regio Metropolitana da Baixada Santista, com uma rea de 2.372km2 e 1,5 milho de habitantes, composta por nove municpios, entre eles Cubato, cuja importncia industrial o faz singular na regio emque est inserido. Cubato, com uma rea de 142km2 e aproximadamente 108 mil habitantes, dista cerca de40 km da cidade de So Paulo. Cubato sempre foi conhecida como uma rea afetada por problemas sriosde poluio atmosfrica, em funo de sua topografia acidentada associada s condies meteorolgicasdesfavorveis disperso de poluentes, e das grandes emisses de poluentes industriais.

    A tabela 4, a seguir, apresenta os valores de emisso para as indstrias prioritrias que totalizam 260 fontesde emisso em Cubato. o resultado de levantamentos industriais realizados e inclui:

    10 indstrias qumicas/petroqumica07 fbricas de fertilizantes01 fbrica de gesso01 fbrica de cimento01 siderrgica01 fbrica de papel

    As estimativas das emisses de cada empresa esto expressas em toneladas/ano. Para comparao comos fatores de emisso na RMSP, que esto expressos em 1000 toneladas/ano, estes totais acumulados

  • 7foram divididos por 1.000 (tabela 1). Um mapa da regio ilustrando a localizao das principais indstrias edas estaes medidoras da qualidade do ar apresentado na figura 5.

    Tabela 4 Estimativas de emisso de processos industriais e queima de combustvel emfontes estacionrias em Cubato

    CO HC NOx SOx MP NH3 F- Cl- HCl

    Benzoato do Brasil Ltda. 0,39 0,08 4,23 9,78 1,22 - - - -Bunge Fertilizantes S.A - Planta 1 0,26 0,06 2,87 413,08 72,71 4,53 9,49 - -Bunge Fertilizantes S.A - Planta 2 2,84 0,37 17,93 65,05 55,77 - 8,37 - -Carbocloro Indstrias Qumicas 25,36 3,37 36,29 17,97 3,66 - - - 22,82Cargill Fertilizantes S.A 2,84 0,52 27,24 78,74 20,26 0,42 2,21 - -Cimento Rio Branco S.A 3,30 0,69 36,35 2,97 20,93 - 0,02 - -Columbian Chemical do Brasil Ltda. 19255,00 718,58 - 3051,44 10,46 - - - -Companhia Brasileira de Estireno - CBE 31,70 4,16 37,84 0,23 2,87 - - - -Companhia Santista de Papel - Ripasa 6,22 1,28 83,11 197,40 14,51 - - - -Companhia Siderrgica Paulista - COSIPA 2271,88 4,88 14465,12 6615,04 3562,21 1,05 - - -Copebrs Ltda. 0,87 0,19 9,54 2420,86 100,21 3,14 175,76 - -Hidromar Indstrias Qumicas Ltda. - - - - - - - 0,01 -Indstria de Fertilizantes Cubato - IFC - - - - 0,69 - - - -Petrobras S.A - Refinaria Presidente Bernardes 936,06 2156,33 4822,89 12034,90 111,97 - - - -Petrobras Distribuidora S.A - TECUB - 231,12 - - - - - - -Petrobras Transportes S.A - Transpetro - 54,44 - - - - - - -Petrocoque S.A - Indstria e Comrcio - - - 707,49 69,71 - - - -Ultrafertil Complexo Cubato 5,57 0,73 480,69 0,04 3,44 0,57 - - -Ultrafertil Complexo Piaaguera 77,90 10,30 381,70 569,54 318,06 3,89 3,51 - -Ultrafertil Terminal Martimo - - - - 0,62 - - - -Union Carbide do Brasil S.A 46,04 6,03 54,80 0,33 4,17 - - - -

    Total (1000t/ano) 22,67 3,19 20,46 26,18 4,37 0,01 0,20 0,00 0,02

    Emisses de Poluentes (t/ano)Empresa

    * Ano de consolidao do inventrio: 2003

  • 8Figura 5 Mapa esquemtico da regio de Cubato mostrando a localizao das indstrias edas estaes medidoras.

  • 92.3 InteriorEm 2000, foram instaladas estaes automticas nos municpios de Sorocaba, So Jos dos Campos,Campinas e Paulnia. Com o objetivo de melhor caracterizar as principais fontes responsveis pela poluiodo ar local, mostrado, a seguir, uma estimativa das emisses nesses municpios.

    2.3.1 SorocabaO municpio de Sorocaba, com uma rea de 443km2, localiza-se a 90 quilmetros a oeste da capital doEstado de So Paulo com uma populao em torno de 500 mil habitantes, segundo o ltimo censo. Devido asua localizao com fcil acesso rodovirio e ferrovirio, conta atualmente, com cerca de 1.400estabelecimentos industriais, dos quais 150 so de mdio a grande porte.

    A estimativa de emisso por tipo de fonte apresentada na tabela 5 e a contribuio relativa de cada fonte,na tabela 6. Como o municpio de Votorantim se localiza a poucos quilmetros de Sorocaba e em processode conurbao, apresentada a estimativa considerando ambos os municpios.

    Tabela 5 - Estimativa de emisso das fontes de poluio do ar de Sorocaba e Votorantimem 20031

    CO HC NOX SOX MP

    GASOLINA C2 22,61 2,32 1,29 0,22 0,15

    TUBO DE LCOOL 6,83 0,74 0,41 -- --

    ESCAPAMENTO DIESEL3 14,69 2,39 10,73 0,73 0,67

    M DE VECULOS TXI nd nd nd nd nd

    MOTOCICLETA E SIMILARES4 14,44 1,91 0,07 0,03 0,04

    V CRTER GASOLINA C -- 3,69 -- -- --

    E E LCOOL -- 0,53 -- -- --

    I EVAPORATIVA MOTOCICLETA E SIMILARES -- 1,03 -- -- --

    S PNEUS5 TODOS OS TIPOS -- -- -- -- 0,27

    OPERAES DE GASOLINA C -- 0,37 -- -- --

    TRANSFERNCIA LCOOL -- 0,02 -- -- --

    DE COMBUSTVEL

    F

    I 2,24 0,74 6,51 5,19 3,45

    X

    A

    60,81 13,74 19,01 6,17 4,58TOTAL

    EMISSO (1000 t/ano)FONTE DE EMISSO

    OPERAO DE PROCESSO INDUSTRIAL

    (36 indstrias inventariadas)6

    1 Utiliza-se o mesmo perfil de idade da frota da RMSP2 - Gasolina C: gasolina contendo 22% de lcool anidro e 700ppm de enxofre (massa)3 - Diesel: teor de enxofre de 0,24% (massa)4 Errata: no Relatrio referente ao ano de 2000, para emisso de NOX, leia-se 0,1 ao invs de 0,5.5 - Emisso composta para o ar (partculas) e para o solo (impregnao)6 Inclui tambm os municpios de Mairinque, Salto de Pirapora e Alumniond = no disponvel

  • 10

    Tabela 6 - Contribuio relativa das fontes de poluio do ar no municpio de Sorocaba eVotorantim em 2003

    CO HC NOX SOX

    GASOLINA C 37,18 16,89 6,79 3,57

    TUBO DE LCOOL 11,23 5,39 2,16 -

    ESCAPAMENTO DIESEL 24,16 17,39 56,44 11,83

    DE VECULOS TXI - - - -

    MOTOCICLETA E SIMILARES 23,75 13,90 0,37 0,49

    CRTER GASOLINA C - 26,86 - -

    E LCOOL - 3,86 - -

    EVAPORATIVA MOTOCICLETA E SIMILARES - 7,50 - -

    PNEUS TODOS OS TIPOS - - - -

    OPERAES DE GASOLINA C - 2,69 - -

    TRANSFERNCIA DE COMBUSTVEL LCOOL - 0,15 - -

    OPERAO DE PROCESSO INDUSTRIAL1 3,68 5,39 34,25 84,12

    T O T A L 100 100 100 100

    FONTE DE EMISSO POLUENTES (%)

    1 Inclui tambm os municpios de Mairinque, Salto de Pirapora e AlumnioObs.: A contribuio relativa do material particulado no foi calculada pela falta de estimativa da contribuio das fontes ressuspenso de poeira do

    solo e aerossis secundrios.

  • 11

    Tabela 7 Estimativa de emisses atmosfricas relativas queima de combustveis nas fontesestacionrias em Sorocaba, Votorantim, Mairinque, Salto de Pirapora e Alumnio.

    C O H C N Ox SOx M PAos Villares S. A 1 Sorocaba 3,89 0,87 39,02 115,96 11,76Avicultura Granja Cu Azul Ltda Sorocaba 0,14 0,04 1,58 3,39 0,49Borco l Indstria de Borracha Ltda Sorocaba 0,20 0,04 1,93 4,72 27,65Campari do Brasil Ltda Sorocaba 0,68 0,16 7,21 15,39 0,66Cargill Agrcola S/A 2 M airinque 9,90 557,84 103,07 317,41 422,73Cimento Rio Branco S/A - Fbrica de Salto P irapora3 Salto de P irapora 1779,34 58,42 3239,82 22,39 520,84Cimento Rio Branco S/A - Fbrica de Santa Helena4 Votorantim 204,07 37,51 1043,18 1672,53 47,56CBA - Companhia Brasileira de Alumnio5 A lumnio 163,99 38,13 2004,86 2927,32 2209,43Companhia Nacional de Estamparia - CIAN6 Sorocaba 0,87 0,12 6,25 14,06 16,70Cooper Too ls Industrial Ltda7 Sorocaba 0,29 0,03 1,17 2,06 0,30Copenor - Companhia Petroquimica do Nordeste S/A8 Sorocaba 53,24 42,69 - - -Enertec do Brasil Ltda9 Sorocaba 0,45 0,06 2,44 6,23 11,15Fersol Indstria e Comrcio Ltda M airinque 0,12 0,02 0,78 - 0,02Fiao Alpina Ltda Votorantim 0,49 0,08 2,01 0,01 8,11Giannone & Cia. Ltda Sorocaba - - - - 2,46United M ills Ltda Sorocaba 0,11 0,02 0,47 - 0,04Hartmann M apo l do Brasil Ltda Sorocaba 2,66 0,44 10,65 0,05 1,04Hokko do Brasil Indstria Qumica e Agropecuria Ltda Salto de P irapora 0,01 - 0,09 - -Iharabrs S/A Ind. Qumicas Sorocaba 0,51 0,17 3,65 6,96 0,41Indstria M ineradora Pagliato Ltda10 Votorantim - - - - 23,76Indstria Txtil M etidieri S/A Votorantim 0,22 0,06 2,46 7,52 0,58Jimenez Ind. e Comercio Ltda Sorocaba 0,39 0,10 4,28 12,44 1,06Linhanyl S. A Linhas p/ Cozer Sorocaba 0,27 0,07 2,98 7,62 0,61M etso Brasil Indstria e Comrcio Ltda - Unidade Fundio Sorocaba 1,37 0,22 5,46 0,02 0,52M etso Brasil Indstria e Comrcio Ltda - Unidade Equipamentos Sorocaba 0,19 0,03 0,76 - 0,07Realflex Produtos de Borracha Ltda Sorocaba 0,03 0,01 0,13 - 0,01Refriso Refrigerantes Sorocaba Ltda Sorocaba 0,03 0,01 0,34 1,04 0,03Resicontro l S/A 11 Sorocaba - 0,04 - - -Satrnia Sistemas de Energia Ltda12 Sorocaba 0,06 0,01 0,29 11,05 18,29Seirem do Brasil Ind. Txtil Ltda Sorocaba 0,36 0,13 2,12 2,52 123,92Oval A limentos Desidratados Ltda Sorocaba 0,93 0,16 3,74 0,02 0,36Sohovos Industrial Ltda Sorocaba 0,03 0,01 0,14 0,01 0,01Sorocaba Refrescos S. A Sorocaba 0,63 0,19 5,07 11,52 0,97SPL Construtora e Pavimentadora Ltda Sorocaba 8,18 0,04 2,56 2,22 0,87Votocel Filmes Flexveis Ltda Votorantim 0,65 0,10 3,34 0,02 0,18YKK do Brasil Ltda Sorocaba 0,85 0,22 8,94 26,55 2,05

    2,24 0,74 6,51 5,19 3,45

    Observaes:

    Emisso do s po luentes ( t / ano )Empresas M unic pio

    T o ta l (1000t / ano )Fonte: Inventrio de Emisses atmosfricas com base no consumo de combusttveis e produo industrial informados pelos empreendimentos no ano de 2003

    2) as emisses de M P e HC provenientes do processo produtivo representam 78,75 e 99,59%, respectivamente, das emisses to tais da planta.

    1) foram includas as emisses de M P dos fornos de patenteamento e tmpera, com base em amostragens em chamin acompanhadas pela CETESB, porm, no incluiu as emisses atmosfricas de chumbo do processo de tratamento trmico de arames.

    3) as emisses de M P, SOx e NOx baseiam-se em resultados de amostragens em chamins acompanhadas pela CETESB. 99,85% das emisses de NOx so devidas ao processo produtivo do fo rno de clnquer.4) as emisses de M P e SOx baseiam-se em resultados de amostragens em chamin acompanhadas pela CETESB. Os dados referem-se s emisses do fo rno de clnquer 2 que funcionou durante 05 meses no ano de 2003. 95,44% das emisses estimadas de NOx so devidas ao processo produtivo do forno de clnquer.5) 96,31% da emisses estimadas de M P so devidas aos processos de produo de alumnio .6) Considera dados de amostragem em chamin de 16/04/2003 da caldeira a cavacos de madeira7) no foram includas as emisses atmosfricas de chumbo do processo de tratamento trmico de ferramentas.8) as emisses de CO e HC referem-se apenas ao processo produtivo.9) 58,40% das emisses de CO; 68,35% das emisses de NOx e 71,31% das emisses de HC referem-se ao consumo de GLP em empilhadeiras,cozinha e lavanderia industriais. As emisses remanescentes de M P e SOx, provenientes do processo produtivo , com base em amostragensem chamins de Jan/2003 equivalem a 99,55 e 92,06% , respectivamente do to tal da planta.10) 52,59% das emisses de M P so devidas ao processo industrial. 11) as emisses de HC referem-se ao armazenamento de solventes e processamento para preparo de "blend" de resduos para co-processamento .12) as emisses de M P e SOx provenientes do processo industrial, conforme amostragens em chamins, representam 99,96 e 97,66%,respectivamente do total da planta

  • 12

    2.3.2 So Jos dos CamposO municpio de So Jos dos Campos com rea de 1.102km2 conta com uma populao em torno de 540mil habitantes. Atualmente, o parque industrial conta com cerca de 900 empresas e a frota constituda de,aproximadamente, 190 mil veculos. Localizado na poro mdia do Rio Paraba do Sul, distante cerca de 70quilmetros a nordeste da capital do Estado, ladeando a Rodovia Presidente Dutra, que liga os dois maiorescentros produtores e consumidores do pas que so a Regio Metropolitana de So Paulo e a do Rio deJaneiro.

    A estimativa de emisso por tipo de fonte apresentada na tabela 8 e a contribuio relativa de cada fonte,na tabela 9.

    Tabela 8 - Estimativa de emisso das fontes de poluio do ar no municpio deSo Jos dos Campos em 20031

    CO HC NOX SOX MP

    GASOLINA C2 22,11 2,27 1,26 0,22 0,14

    TUBO DE LCOOL 6,27 0,68 0,38 -- --

    ESCAPAMENTO DIESEL3 11,02 1,80 8,05 0,26 0,50

    M DE VECULOS TXI nd nd nd nd nd

    MOTOCICLETA E SIMILARES 10,60 1,40 0,05 0,02 0,03

    V CRTER GASOLINA C -- 3,61 -- -- --

    E E LCOOL -- 0,49 -- -- --

    I EVAPORATIVA MOTOCICLETA E SIMILARES -- 0,75 -- -- --

    S PNEUS4 TODOS OS TIPOS -- -- -- -- 0,24

    OPERAES DE GASOLINA C -- 0,36 -- -- --

    TRANSFERNCIA LCOOL -- 0,02 -- -- --

    F

    I 0,71 0,91 3,62 16,39 1,75

    X

    A

    50,71 12,29 13,36 16,89 2,66TOTAL

    EMISSO (1000 t/ano)FONTE DE EMISSO

    OPERAO DE PROCESSO INDUSTRIAL5

    (5 indstrias inventariadas)

    1 - Utiliza-se o mesmo perfil de idade da frota da RMSP2 - Gasolina C: gasolina contendo 22% de lcool anidro e 800ppm de enxofre (massa)3 - Diesel: tipo metropolitano com 1100ppm de enxofre (massa)4 - Emisso composta para o ar (partculas) e para o solo (impregnao)nd - no disponvel

  • 13

    Tabela 9 - Contribuio relativa das fontes de poluio do ar no municpio de So Jos dosCampos em 2003

    CO HC NOX SOX

    GASOLINA C 43,60 18,47 9,43 1,30

    TUBO DE LCOOL 12,36 5,53 2,84 -

    ESCAPAMENTO DIESEL 21,73 14,65 60,25 1,54

    DE VECULOS TXI - - - -

    MOTOCICLETA E SIMILARES 20,90 11,39 0,37 0,12

    CRTER GASOLINA C - 29,37 - -

    E LCOOL - 3,99 - -

    EVAPORATIVA MOTOCICLETA E SIMILARES - 6,10 - -

    PNEUS TODOS OS TIPOS - - - -

    OPERAES DE GASOLINA C - 2,93 - -

    TRANSFERNCIA DE COMBUSTVEL LCOOL - 0,16 - -

    OPERAO DE PROCESSO INDUSTRIAL 1,40 7,40 27,10 97,04

    T O T A L 100 100 100 100

    FONTE DE EMISSO POLUENTES (%)

    Obs.: A contribuio relativa do material particulado no foi calculada pela falta de estimativa da contribuio das fontes ressuspenso de poeira do

    solo e aerossis secundrios.

    Na tabela 10 so apresentadas as estimativas individuais das empresas que representam mais de 90% dototal das emisses.

    Tabela 10 Estimativa de emisses atmosfricas relativas queima de combustveis nasfontes estacionrias em So Jos dos Campos

    Emisso dos poluentes (t/ano)1

    CO HC NOX SOX MPPetrleo Brasileiro S.A. - Petrobrs / REVAP2 700,0 820,1 3508,4 15523,7 1305,8General Motors do Brasil2 8,9 17,1 12,3 174,1 309,2Crylor Ind. E Com. de Fibras Txteis Ltda. -- -- 81,6 672,0 69,6Monsanto do Brasil Ltda. -- 0,4 -- -- 2,9Embraer -- 75,3 13,9 16,8 59,9Total (1000t/ano) 0,71 0,91 3,62 16,39 1,75

    Empresa

    1 Ano de consolidao do inventrio: 20002 - Ano de consolidao do inventrio de MP, SOX e CO: 2003

  • 14

    2.3.3 Regio Metropolitana de Campinas

    A Regio Metropolitana de Campinas com uma rea de 3.348km2 e 2,3 milhes de habitantes, compostapor 19 municpios. A Regio conta com um grande sistema virio, tendo como eixos principais as rodoviasAnhangera e Bandeirantes. Esse sistema permitiu uma ocupao urbana ao redor de cidades de mdio egrande porte, ocasionando intensa atividade industrial e de servios ao lado de grande atividade agro-industrial e, conseqentemente, problemas de ordem ambiental. Destacam-se a cidade de Campinas, comuma populao em torno de 970 mil habitantes, considerada como a sede da regio, responsvel porcerca de 17% da produo industrial do Estado, e o municpio de Paulnia, que conta com um grande parqueindustrial. Assim como a RMSP, a cidade conta, atualmente, com uma frota de veculos que responsvelpor uma parte significativa da poluio atmosfrica.

    A estimativa de emisso por tipo de fonte apresentada na tabela 11 e a contribuio relativa de cada fonte,na tabela 12.

    Tabela 11 - Estimativa de emisso das fontes de poluio do ar na RegioMetropolitana de Campinas em 20031

    CO HC NOX SOX MP

    GASOLINA C2 117,32 12,06 6,70 1,15 0,77

    TUBO DE LCOOL 34,55 3,73 2,07 -- --

    ESCAPAMENTO DIESEL3 82,70 13,47 60,40 1,93 3,76

    M DE VECULOS TXI nd nd nd nd nd

    MOTOCICLETA E SIMILARES 75,90 10,02 0,39 0,13 0,19

    V CRTER GASOLINA C -- 19,14 -- -- --

    E E LCOOL -- 2,68 -- -- --

    I EVAPORATIVA MOTOCICLETA E SIMILARES -- 5,39 -- -- --

    S PNEUS4 TODOS OS TIPOS -- -- -- -- 1,45

    OPERAES DE GASOLINA C -- 2,10 -- -- --

    TRANSFERNCIA LCOOL -- 0,09 -- -- --

    DE COMBUSTVEL

    F

    I 0,50 11,82 17,79 25,15 5,62

    X

    A

    310,97 80,50 87,35 28,36 11,79TOTAL

    EMISSO (1000 t/ano)FONTE DE EMISSO

    OPERAO DE PROCESSO INDUSTRIAL

    (30 indstrias inventariadas)

    Com referncia s fontes mveis tem-se as seguintes consideraes:1 - Inclui 22 municpios mais o municpio de Limeira. Utiliza-se o mesmo perfil de idade da frota da RMSP2 - Gasolina C: gasolina contendo 22% de lcool anidro e 700ppm de enxofre (massa)3 - Diesel: tipo metropolitano com 1100ppm de enxofre (massa)4 - Emisso composta para o ar (partculas) e para o solo (impregnao)nd = no disponvel

  • 15

    Tabela 12 - Contribuio relativa das fontes de poluio do ar na Regio Metropolitanade Campinas em 2003

    CO HC NOX SOX

    GASOLINA C 37,73 14,98 7,67 4,06

    TUBO DE LCOOL 11,11 4,63 2,37 -

    ESCAPAMENTO DIESEL 26,59 16,73 69,15 6,81

    DE VECULOS TXI - - - -

    MOTOCICLETA E SIMILARES 24,41 12,45 0,45 0,46

    CRTER GASOLINA C - 23,78 - -

    E LCOOL - 3,33 - -

    EVAPORATIVA MOTOCICLETA E SIMILARES - 6,70 - -

    PNEUS TODOS OS TIPOS - - - -

    OPERAES DE GASOLINA C - 2,61 - -

    TRANSFERNCIA DE COMBUSTVEL LCOOL - 0,11 - -

    OPERAO DE PROCESSO INDUSTRIAL 0,16 14,68 20,37 88,68

    T O T A L 100 100 100 100

    FONTE DE EMISSO POLUENTES (%)

    Obs.: A contribuio relativa do material particulado no foi calculada pela falta de estimativa da contribuio das fontes ressuspenso de poeira do

    solo e aerossis secundrios.

    Na tabela 13 so apresentadas as estimativas individuais das empresas inventariadas para o ProjetoPaulnia em 2001.

  • 16

    Tabela 13 Estimativa de emisses atmosfricas relativas queima de combustveis nasfontes estacionrias na Regio Metropolitana de Campinas

    Empresa Municpio CO HC NOX SO2 MPAjinomoto Limeira nd 4,0 171,7 741,1 53,3Ashland Campinas 0,4 nd 4,8 51,0 3,2BannQumica Paulnia 49,5 3,2 232,8 180,4 15,2Basf Paulnia 1,4 0,2 18,9 44,2 3,5Ceralit Campinas 4,2 0,4 120,0 594,5 517,8CPFL-Carioba Americana 121,0 25,1 72,9 1727,1(2) 625,6CRBS Paulnia 0,5 0,1 7,1 15,6 1,2DuPont Paulnia nd 23,3 12,0 31,8 3,9EliLilly Cosmpolis nd 0,4 25,6 62,7 4,6Ester Cosmpolis nd nd nd nd 424,0Fibra Americana nd 6,8 292,3 261,8 65,9Fripal Paulnia 11,7 0,2 1,1 nd 5,1Galvani Paulnia 1,8 0,3 23,0 241,4 197,4Goodyear Americana nd 2,5 105,1 317,5 23,7Hercules Paulnia 0,7 0,1 9,3 21,5 1,7KratonPolymers Paulnia nd 0,6 93,7 238,3 11,4Miracema Campinas 70,4 1,1 11,0 34,0 33,0Orsa Paulnia 11,9 1,8 159,1 375,8 20,0Papirus Limeira nd 1,5 69,6 300,6 21,6Petrobrs-Replan Paulnia nd 10941,2 13360,8 14739,4(2) 1228,2Pirelli Campinas 6,9 1,0 91,3 204,0 16,6Poliamida Americana nd nd 1095,0 nd ndPolienka Americana nd 0,7 37,1 420,3 25,9Rhodia Paulnia 167,2 222,7 1328,4 3076,3 331,7Rhodiaco Paulnia 50,5 575,5 nd nd ndRipasa Limeira nd 5,6 368,7 1033,2 1786,8Santista-Textil Americana nd 0,7 30,8 245,2 186,7Syngeta Paulnia 0,4 nd 4,3 10,2 0,8Teka Artur Nogueira nd 0,6 30,7 132,3 9,5Textil-Tabacow Americana nd 0,4 16,7 48,7 3,8Total (1000t/ano) 0,50 11,82 17,79 25,15 5,62

    Emisses de Poluentes (t/ano)1

    1 Ano de consolidao do inventrio: 20012 Ano de consolidao do inventrio: 2002nd = no disponvel

  • 17

    3 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR3.1 ObjetivoOs principais objetivos do monitoramento da qualidade do ar so:

    - fornecer dados para ativar aes de controle durante perodos de estagnao atmosfrica, quando osnveis de poluentes na atmosfera possam representar risco sade pblica;

    - avaliar a qualidade do ar luz de limites estabelecidos para proteger a sade e o bem estar daspessoas;

    - acompanhar as tendncias e mudanas na qualidade do ar devidas alteraes nas emisses dospoluentes, e assim auxiliar no planejamento de aes de controle;

    - informar populao, rgos pblicos e sociedade em geral os nveis presentes da contaminao do ar.

    3.2 Parmetros de Qualidade do ArO nvel de poluio do ar medido pela quantificao das substncias poluentes presentes neste ar.Conforme a Resoluo CONAMA n 3, de 28/06/1990, considera-se poluente atmosfrico qualquer formade matria ou energia com intensidade e em quantidade, concentrao, tempo ou caractersticas emdesacordo com os nveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar imprprio, nocivo ou ofensivo sade, inconveniente ao bem-estar pblico, danoso aos materiais, fauna e flora ou prejudicial segurana, ao uso e gozo da propriedade e s atividades normais da comunidade.

    A variedade de substncias que podem estar presentes na atmosfera muito grande. No entanto, comrelao a sua origem, os poluentes podem ser classificados em:

    - Poluentes Primrios: aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emisso;

    - Poluentes Secundrios: aqueles formados na atmosfera atravs da reao qumica entre poluentesprimrios e/ou constituintes naturais na atmosfera.

    Quando se determina a concentrao de um poluente na atmosfera, mede-se o grau de exposio dosreceptores (seres humanos, outros animais, plantas, materiais) como resultado final do processo delanamento deste poluente na atmosfera a partir de suas fontes de emisso e suas interaes naatmosfera, do ponto de vista fsico (diluio) e qumico (reaes qumicas).

    O sistema pode ser visualizado da seguinte forma:

    FONTES DE EMISSO ---------> ATMOSFERA ----------> RECEPTORES(POLUENTES) (DILUIO

    E/OUREAES QUMICAS)

    importante frisar que, mesmo mantidas as emisses, a qualidade do ar pode mudar em funo dascondies meteorolgicas que determinam uma maior ou menor diluio dos poluentes. por isso que aqualidade do ar piora com relao aos parmetros CO, MP e SO2 durante os meses de inverno, quando ascondies meteorolgicas so mais desfavorveis disperso dos poluentes. J em relao formao dooznio, este poluente apresenta maiores concentraes na primavera e vero, devido a maior intensidadeda luz solar. A interao entre as fontes de poluio e a atmosfera vai definir o nvel de qualidade do ar, quedetermina por sua vez o surgimento de efeitos adversos da poluio do ar sobre os receptores.

    A determinao sistemtica da qualidade do ar deve ser, por questes de ordem prtica, limitada a umrestrito nmero de poluentes, definidos em funo de sua importncia e dos recursos materiais e humanosdisponveis. De uma forma geral, a escolha recai sempre sobre um grupo de poluentes que servem comoindicadores de qualidade do ar, consagrados universalmente: dixido de enxofre (SO2), material particulado(MP), monxido de carbono (CO), oznio (O3) e dixido de nitrognio (NO2). A razo da escolha dessesparmetros como indicadores de qualidade do ar est ligada a sua maior freqncia de ocorrncia e aosefeitos adversos que causam ao meio ambiente.

    A tabela 14 mostra um quadro geral dos principais poluentes considerados indicadores da qualidade do ar

  • 18

    POLUENTE CARACTERSTICAS FONTES PRINCIPAIS EFEITOS GERAIS SOBRE A SADE EFEITOS GERAIS AO MEIO AMBIENTE

    Partculas de material slido ou lquido que Processos industriais, veculos moto- Quanto menor o tamanho da partcula, Danos vegetao, deteriorao da visibi-Partculas Totais ficam suspensos no ar, na forma de poeira, rizados (exausto), poeira de rua maior o efeito sade. Causam efeitos lidade e contaminao do solo.em Suspenso neblina, aerossol, fumaa, fuligem, etc. ressuspensa, queima de biomassa. significativos em pessoas com doena

    (PTS) Faixa de tamanho < 100 micra. Fontes naturais: plen, aerossol pulmonar, asma e bronquite.marinho e solo.

    Partculas Inalveis Partculas de material slido ou lquido que Processos de combusto (indstria e Aumento de atendimentos hospitalares e Danos vegetao, deteriorao da visibi-(MP10) ficam suspensos no ar, na forma de poeira, veculos automotores), aerossol secun- mortes prematuras. lidade e contaminao do solo.

    e Fumaa neblina, aerossol, fumaa, fuligem, etc. drio (formado na atmosfera).Faixa de tamanho < 10 micra. Gs incolor, com forte odor, semelhante ao Processos que utilizam queima de Desconforto na respirao, doenas Pode levar formao de chuva cida,gs produzido na queima de palitos de leo combustvel, refinaria de petrleo, respiratrias, agravamento de doenas causar corroso aos materiais e danos fsforos. Pode ser transformado a SO3, veculos a diesel, polpa e papel. respiratrias e cardiovasculares j vegetao: folhas e colheitas.

    Dixido de que na presena de vapor de gua, passa existentes. Pessoas com asma, doenasEnxofre rapidamente a H2SO4. um importante crnicas de corao e pulmo so mais (SO2) precursor dos sulfatos, um dos sensveis ao SO2.

    principais componentes das partculasinalveis.Gs marrom avermelhado, com odor forte Processos de combusto envolvendo Aumento da sensibilidade asma e Pode levar formao de chuva cida,

    Dixido de e muito irritante. Pode levar a formao veculos automotores, processos bronquite, abaixar a resistncia s danos vegetao e colheita.Nitrognio de cido ntrico, nitratos (o qual contribui industriais, usinas trmicas que infeces respiratrias.

    (NO2) para o aumento das partculas inalveis na utilizam leo ou gs, incineraes.atmosfera) e compostos orgnicos txicos.

    Monxido de Gs incolor, inodoro e inspido. Combusto incompleta em veculos Altos nveis de CO esto associados aCarbono automotores. prejuzo dos reflexos, da capacidade de

    (CO) estimar intervalos de tempo, no aprendi-zado, de trabalho e visual.

    Gs incolor, inodoro nas concentraes No emitido diretamente atmosfera Irritao nos olhos e vias respiratrias, Danos s colheitas, vegetao natural,Oznio ambientais e o principal componente da produzido fotoquimicamente pela diminuio da capacidade pulmonar. plantaes agrcolas; plantas ornamentais.

    (O3) nvoa fotoqumica. radiao solar sobre os xidos de Exposio a altas concentraes podenitrognio e compostos orgnicos resultar em sensaes de aperto novolteis. peito, tosse e chiado na respirao.

    O O3 tem sido associado ao aumento deadmisses hospitalares.

    Tabela 14 - Fontes, caractersticas e efeitos dos principais poluentes na atmosfera

  • 19

    3.3 Padres de Qualidade do ArUm padro de qualidade do ar define legalmente o limite mximo para a concentrao de um componenteatmosfrico que garanta a proteo da sade e do bem estar das pessoas. Os padres de qualidade do arso baseados em estudos cientficos dos efeitos produzidos por poluentes especficos e so fixados emnveis que possam propiciar uma margem de segurana adequada.

    Atravs da Portaria Normativa n. 348 de 14/03/90 o IBAMA estabeleceu os padres nacionais de qualidadedo ar e os respectivos mtodos de referncia, ampliando o nmero de parmetros anteriormenteregulamentados atravs da Portaria GM 0231 de 27/04/76.

    Os padres estabelecidos atravs dessa portaria foram submetidos ao CONAMA em 28/06/90 etransformados na Resoluo CONAMA n. 03/90.

    So estabelecidos dois tipos de padres de qualidade do ar : os primrios e os secundrios.

    So padres primrios de qualidade do ar as concentraes de poluentes que, ultrapassadas, poderoafetar a sade da populao. Podem ser entendidos como nveis mximos tolerveis de concentrao depoluentes atmosfricos, constituindo-se em metas de curto e mdio prazo.

    So padres secundrios de qualidade do ar as concentraes de poluentes atmosfricos abaixo das quaisse prev o mnimo efeito adverso sobre o bem estar da populao, assim como o mnimo dano fauna e flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como nveis desejados deconcentrao de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.

    O objetivo do estabelecimento de padres secundrios criar uma base para uma poltica de preveno dadegradao da qualidade do ar. Devem ser aplicados s reas de preservao (por exemplo: parquesnacionais, reas de proteo ambiental, estncias tursticas, etc.). No se aplicam, pelo menos a curtoprazo, a reas de desenvolvimento, onde devem ser aplicados os padres primrios. Como prev a prpriaResoluo CONAMA n. 03/90, a aplicao diferenciada de padres primrios e secundrios requer que oterritrio nacional seja dividido em classes I, II e III conforme o uso pretendido. A mesma resoluo prevainda que enquanto no for estabelecida a classificao das reas os padres aplicveis sero os primrios.

    Os parmetros regulamentados so os seguintes : partculas totais em suspenso, fumaa, partculasinalveis, dixido de enxofre, monxido de carbono, oznio e dixido de nitrognio. Os padres nacionais dequalidade do ar fixados na Resoluo CONAMA n. 03 de 28/06/90 so apresentados na tabela 15.

  • 20

    Tabela 14 - Padres nacionais de qualidade do ar (Resoluo CONAMA n 03 de 28/06/90)

    POLUENTE TEMPO DE PADRO PADRO MTODO DEAMOSTRAGEM PRIMRIO SECUNDRIO MEDIO

    g/m g/mpartculas totais 24 horas1 240 150 amostrador deem suspenso MGA2 80 60 grandes volumes

    partculas inalveis 24 horas1 150 150 separaoMAA3 50 50 inercial/filtrao

    fumaa 24 horas1 150 100 refletnciaMAA3 60 40

    dixido de enxofre 24 horas1 365 100 pararosanilinaMAA3 80 40

    dixido de nitrognio 1 hora1 320 190 quimiluminescnciaMAA3 100 100

    monxido de carbono 1 hora1 40.000 40.000 infravermelho35ppm 35ppm no dispersivo

    8 horas1 10.000 10.0009ppm 9ppm

    oznio 1 hora1 160 160 quimiluminescncia1 - No deve ser excedido mais que uma vez ao ano.2 - Mdia geomtrica anual.3 - Mdia aritmtica anual.

    A mesma resoluo estabelece ainda os critrios para episdios agudos de poluio do ar. Esses critriosso apresentados na tabela 16. Ressalte-se que a declarao dos estados de Ateno, Alerta e Emergnciarequer, alm dos nveis de concentrao atingidos, a previso de condies meteorolgicas desfavorveis disperso dos poluentes.

    A Legislao Estadual (DE 8468 de 08/09/76) tambm estabelece padres de qualidade do ar e critriospara episdios agudos de poluio do ar, mas abrange um nmero menor de parmetros. Os parmetrosfumaa, partculas inalveis e dixido de nitrognio no tm padres e critrios estabelecidos na LegislaoEstadual. Os parmetros comuns s legislaes federal e estadual tm os mesmos padres e critrios, comexceo dos critrios de episdio para oznio. Neste caso a Legislao Estadual mais rigorosa para onvel de ateno (200g/m3).

    Quanto ao chumbo inorgnico, a CETESB adota, como referncia, o valor estabelecido pela AgnciaAmbiental Americana (USEPA), de 1,5g/m - mdia trimestral mvel, com coleta em Amostrador de GrandeVolume. Este valor deve ser respeitado em atmosferas onde haja processos industriais de manipulao dochumbo.

    No anexo 1 so tambm apresentados, como exemplo de nveis de referncia internacional, os padres dequalidade do ar adotados pela Agncia de Proteo Ambiental dos Estados Unidos da Amrica e os nveisrecomendados pela Organizao Mundial da Sade para os principais poluentes.

  • 21

    Tabela 15 - Critrios para episdios agudos de poluio do ar (Resoluo CONAMA n 03 de28/06/90)

    PARMETROS ATENO ALERTA EMERGNCIApartculas totais em suspenso 375 625 875

    (g/m) - 24 horaspartculas inalveis 250 420 500(g/m) - 24 horas

    fumaa 250 420 500(g/m) - 24 horasdixido de enxofre 800 1.600 2.100(g/m) - 24 horas

    SO2 X PTS 65.000 261.000 393.000(g/m)(g/m) - 24 horas

    dixido de nitrognio 1.130 2.260 3.000(g/m) - 1 hora

    monxido de carbono 15 30 40(ppm) - 8 horas

    oznio 400* 800 1.000(g/m) - 1 hora

    * O nvel de ateno declarado pela CETESB com base na Legislao Estadual que mais restritiva (200 g/m).

    3.4 ndice de Qualidade do ArOs dados de qualidade do ar obtidos pela CETESB em suas estaes automticas de monitoramento,juntamente com uma previso meteorolgica das condies de disperso dos poluentes para as 24 horasseguintes, so divulgados diariamente atravs de um boletim de qualidade do ar. Para simplificar o processode divulgao dos dados utilizado um ndice de qualidade do ar.

    A estrutura do ndice de qualidade do ar contempla, conforme Resoluo CONAMA n. 03 de 28/06/90, osseguintes parmetros: dixido de enxofre, partculas totais em suspenso, partculas inalveis, fumaa,monxido de carbono, oznio e dixido de nitrognio. O ndice obtido atravs de uma funo linearsegmentada, onde os pontos de inflexo so os padres de qualidade do ar. Desta funo, que relaciona aconcentrao do poluente com o valor ndice, resulta um nmero adimensional referido a uma escala combase em padres de qualidade do ar. Para cada poluente medido calculado um ndice conforme figura 6.Para efeito de divulgao utilizado o ndice mais elevado, isto , a qualidade do ar de uma estao determinada pelo pior caso.

    Depois de calculado o valor do ndice, o ar recebe uma qualificao, feita conforme a tabela 17. Tambmnesta tabela, esto apresentados os critrios de definio das faixas, os nmeros que definem as mudanasde faixa para cada poluente, assim como uma descrio geral de efeitos sobre a sade e precauesrecomendadas.

    Assim, a ultrapassagem do padro de qualidade do ar identificada pela qualidade inadequada (ndicemaior que 100). A qualidade m (ndice maior ou igual a 200), indica a ultrapassagem do nvel de ateno, apssima (ndice maior ou igual a 300), indica a ultrapassagem do nvel de alerta e a crtica (ndice maior que400), a ultrapassagem do nvel de emergncia.

    Cabe esclarecer que a ultrapassagem do nvel de ateno no implica necessariamente na declarao doestado de Ateno, medida essa adotada pela CETESB e que considera tambm a previso das condiesde disperso dos poluentes na atmosfera para as 24 horas seguintes

  • 22

    Tabela 16 Estrutura do ndice de qualidade do ar

    Produto daNvel de SO2 PTS Mdia de MP10 Fumaa CO O3 NO2

    Qualificao/ Qualidade do Mdia 24 h Mdia 24 h SO2 x PTS Mdia 24 h Mdia 24 h Mdia 8 h Mdia 1 h Mdia 1 h Descrio dos Efeitosndice Ar g/m g/m Mdia 24 h g/m g/m ppm g/m g/m Sobre a Sade

    g/m0

    Boa(0 - 50)

    50 50% PQAR 80(a) 80(a) 50(a) 60(a) 4,5 80 100(a)

    Regular(51 - 100)

    100 PQAR 365 240 150 150 9,0 160 320 Leve agravamento de sintomas em

    Inadequada pessoas suscetveis, com sintomas (101 - 199) de irritao na populao sadia.

    200 ATENO 800 375 65.000 250 250 15,0 200 1130 Decrscimo da resistncia fsica,

    M e significativo agravamento dos(200 - 299) sintomas em pessoas com enfer-

    midades crdio-respiratrias. Sintomas gerais na populao sadia.

    300 ALERTA 1600 625 261.000 420 420 30,0 800 2260 Aparecimento prematuro de certas

    Pssima doenas, alm de significativo(300 - 399) agravamento de sintomas.

    Decrscimo da resistncia fsica em pessoas saudveis

    400 EMERGNCIA 2100 875 393.000 500 500 40,0 1000 3000 Morte prematura de pessoas

    Crtica doentes e pessoas idosas.(> 400) Pessoas saudveis podem acusar

    sintomas adversos que afetam sua atividade normal

    500 CRTICO 2620 1000 490.000 600 600 50,0 1200 3750

    SO2 - dixido de enxofre CO - monxido de carbono PTS - partculas totais em suspenso O3 - oznio (a) - PQAR anual MP10 - material particulado NO2 - dixido de nitrognio

  • 23

    Fonte: EPA Guideline for public reporting of daily air quality pollutant indexFigura 6 Relao entre concentrao do poluente e o valor ndice de qualidade

  • 24

    3.5 Redes de AmostragemA CETESB possui uma rede automtica de monitoramento da qualidade do ar que funciona na RMSP eCubato desde 1981 e nos municpios de Paulnia, So Jos dos Campos, Sorocaba e Campinas a partirde 2000. Possui tambm uma rede manual que mede os teores de dixido de enxofre e fumaa na RMSP(desde 1973) e interior (desde 1986), e outra que mede as partculas totais em suspenso desde 1983 naRMSP e Cubato. A partir de 2000, a rede para medio de SO2 no interior passou a ser realizada somentepor amostradores passivos

    3.5.1 Rede AutomticaA rede automtica composta por 29 estaes fixas de amostragem e 2 estaes mveis distribudas comosegue: RMSP (23 estaes), Cubato (2 estaes), Paulnia (1 estao), Campinas (1 estao), Sorocaba(1 estao) e So Jos dos Campos (1 estao), conforme ilustrado na figura 7. As duas estaes mveisso deslocadas em funo da necessidade de monitoramento em locais onde no existem estaes deamostragem ou para estudos complementares prpria rede. Est previsto para 2004, a instalao naRMSP de duas novas estaes e de novos monitores de O3, CO e NOX em estaes j existentes.

    A atual rede mede os seguintes parmetros: partculas inalveis, dixido de enxofre, xidos de nitrognio,oznio, monxido de carbono, hidrocarbonetos totais no metano, metano, direo do vento, velocidade dovento, umidade relativa, temperatura, presso atmosfrica e radiao solar (global e ultravioleta), conformedistribuio mostrada na tabela 20. Os endereos das estaes podem ser encontrados na tabela B doanexo 2.

    Na tabela 18, so apresentados os mtodos utilizados para determinao dos diversos poluentesamostrados pela rede automtica.

    Tabela 17 - Mtodos de determinao dos poluentes - Rede Automtica

    PARMETRO MTODOpartculas inalveis radiao Betadixido de enxofre fluorescncia de pulso (ultravioleta)

    xidos de nitrognio quimiluminescnciamonxido de carbono infravermelho no dispersivo (GFC)

    hidrocarbonetos cromatografia gasosa / ionizao de chamaoznio ultravioleta

  • 25

    CAMPINAS

    CUBATO

    SO JOS DOS CAMPOS

    GUARULHOS

    SO PAULOS. CAETANO DO SUL

    OSASCO

    TABOO DA SERRA

    DIADEMA

    SO BERNARDO DO CAMPO

    MAU

    STO. ANDR

    PAULNIA

    SOROCABA

    N

    ESTADO DE SO PAULO

    Sorocaba

    Campinas-Centro

    Paulnia

    N.S. do

    Centro

    Santana

    Pq. D. Pedro II

    Moca

    S.J.dos Campos

    Guarulhos

    S.Miguel Paulista

    Penha

    MauS.C.do Sul

    Cambuci

    S.B.do Campo

    Diadema

    Congonhas Cubato-Centro

    Cubato-Vila ParisiSanto Amaro

    Cerqueira CsarPinheiros

    Taboo da Serra

    Lapa

    Osasco

    Ibirapuera

    Sto.Andr-CentroSto.Andr-Capuava

    07

    1505

    13

    21

    03

    11

    19

    01

    09

    17

    08

    16

    06

    14

    22

    04

    12

    20

    02

    10

    18

    27

    25

    24

    55

    42

    51

    44

    Figura 7 Localizao das Estaes da Rede Automtica

  • 26

    3.5.2 Redes Manuais No que se refere ao material particulado, a rede manual da RMSP composta por 9 estaes deamostragem que medem fumaa, 9 estaes que medem partculas totais em suspenso e 4 estaes quemedem partculas inalveis finas (MP2,5), sendo todas as coletas efetuadas durante 24 horas a cada seisdias. Em Cubato as partculas totais em suspenso so medidas em 1 local. As localizaes das estaesso apresentadas nas tabelas C e D do anexo 2. A rede operada no interior e litoral do Estado compostapor 19 estaes que medem fumaa nos seguintes municpios: Campinas, Paulnia, Americana, Limeira,Piracicaba, Jundia, Taubat, So Jos dos Campos, Sorocaba, Votorantim, Itu, Salto, Ribeiro Preto,Franca, Araraquara, So Carlos e Santos. Os endereos podem ser encontrados na tabela E do anexo 2.

    A rede de amostradores passivos est instalada no interior do Estado desde 1995. composta por 25estaes de amostragem que medem mensalmente os teores de dixido de enxofre, alm das 19 estaesamostradoras de fumaa, que passaram a utilizar este mtodo de medio a partir de 2000. Em 1999 foiinstalada, dentro do Projeto Entre Serras e guas, uma rede composta por mais 6 estaes. Em 2003, naRMSP, as estaes que realizavam o monitoramento de SO2 pelo mtodo de perxido de hidrognio,passaram a utilizar amostradores passivos para esta avaliao. Esses amostradores foram desenvolvidospelo Setor de Amostragem e Anlise do Ar da CETESB. A localizao das estaes apresentada na tabelaF do anexo 2.

    Os mtodos de medio utilizados nas redes manuais esto apresentados na tabela 19.

    Tabela 18 - Mtodos de determinao dos poluentes - Rede Manual

    PARMETRO MTODO

    fumaa refletncia

    partculas totais em suspenso gravimtrico/amostrador de grandes volumes

    material particulado inalvel - 2,5 g/m gravimtrico/amostrador dicotmico

    dixido de enxofre cromatografia inica/amostrador passivo

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    Tabela 19 - Configurao das Redes Automtica e ManualRede Automtica

    ESTAO LOCALIZAON DAS

    ESTAES MP10 SO2 NO NO2 NOx CO CH4 HCNM O3 UR TEMP VV DV P RAD01 Parque D. Pedro II X X X X X X X X X X X X X02 Santana1 X X X X03 Moca2 X X X X04 Cambuci X05 Ibirapuera3 X X X X X X X X X X X X X06 Nossa Senhora do X07 So Caetano do Sul X X X X X X X X X X X X X X08 Congonhas X X X X X X09 Lapa4/5/6/7 X X X X X X X10 Cerqueira Csar5 X X X X X X11 Penha4 X12 Centro4 X X13 Guarulhos X X X14 Santo Andr - Centro X X X X15 Diadema X X16 Santo Amaro X X X X X17 Osasco5/6/7 X X X X X X X X X18 Santo Andr - Capuava X X X X19 So Bernardo do Campo X X X20 Taboo da Serra X21 So Miguel Paulista X X X X X X22 Mau X X X X X27 Pinheiros8 X X X X X X X

    TOTAL MONITORES RMSP 23 7 9 9 9 11 2 2 12 4 4 13 13 2 124 Cubato - Centro3/5/6 X X X X X X X X X X X X X25 Cubato - Vila Parisi X X X X

    TOTAL MONITORES LITORAL 2 2 1 1 1 0 1 1 1 1 1 2 2 1 042 Campinas-Centro X X X X44 Paulnia5 X X X X X X X X X X X X X X X51 Sorocaba X X X X X X X X X X55 So Jos dos Campos X X X X X X X

    TOTAL MONITORES INTERIOR 4 3 2 2 2 2 1 1 3 4 4 3 3 1 1TOTAL ESTAES FIXAS 29 12 12 12 12 13 4 4 16 9 9 18 18 4 2

    49 Estao Mvel I X X X X X X X X X X X50 Estao Mvel II X X X X X X X X X X X X X

    TOTAL GERAL 31 14 14 14 14 15 5 5 18 11 11 20 20 4 2

    P A R M E T R O S

    M P10 Partculas inalveis P Presso AtmosfricaSO2 Dixido de enxofre TEM P Temperatura

    NO M onxido de nitrognio RAD Radiao Total e Ultra-vio letaNO2 Dixido de nitrognio

    NOX xidos de nitrognio 1 - monitor M P10 em operao a partir de 03/08/2003

    CO M onxido de carbono 2 - monito r M P10 em operao a partir de 28/07/2003

    CH4 M etano 3 - monito r SO2 temporariamente fo ra de operao

    HCNM Hidrocarbonetos to tais menos M etano 4 - monito r M P10 temporariamente fora de operao

    O3 Oznio 5 - monito r NOX temporariamente fora de operao

    VV Velocidade do Vento 6 - monito r O3 temporariamente fora de operao

    DV Direo do Vento 7 - monito r CO temporariamente fora de operao

    UR Umidade Relativa do Ar 8 - estao em reforma

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    Rede Manual

    LOCALIZAO LOCALIZAODAS DAS

    ESTAES ESTAESAmericana - OMS X X Aclimao - OMS1 X XAraatuba X Campos Elseos - OMS1 X XAraraquara - OMS X X Cerqueira Csar - OMS X X X XAtibaia X Ibirapuera - OMS X X XBarretos X Mairipor XBauru X Moema- OMS1 X XBragana Paulista X Mogi das Cruzes - OMS1 X XCampinas - OMS X X Osasco XCampinas - Chapado X Parque D. Pedro II XCatanduva X Pinheiros - OMS X X X XCosmpolis X Pa. da Repblica - OMS1 X XFranca - OMS X X Santo Amaro XGuaratinguet X Santo Andr - Capuava XItirapina X So Bernardo do Campo XItu - OMS X X So Caetano do Sul X XJacare X Suzano XJoanpolis X Tatuap - OMS1 X XJundia - OMS X X TOTAL RMSP 4 9 9 10Jundia - Pa. Dos Andradas XJundia - Vila Arens X Cubato - Vila Parisi XLimeira - OMS X X Santos - OMS X XLimeira - Ceset - OMS X X Santos - Aparecida XLimeira - Vila Queirz X TOTAL LITORAL 1 1 2Marlia X 1 - Incio de monitoramento de SO2 com amostrador passivo: janeiro/2003Mato XNazar Paulista XPaulnia - OMS X XPaulnia - Bairro Cascata XPaulnia - Sta. Terezinha XPindamonhangaba XPiracicaba - OMS X XPiracicaba - Sta. Terezinha XPresidente Prudente XRibeiro Preto - OMS X XSalto - OMS X XSo Carlos - OMS X XSo Jos do Rio Preto XSo Jos dos Campos - OMS X XSertozinho XSorocaba - OMS X XSorocaba - Aeroporto XSorocaba - Edem XSorocaba - H. Campos - OMS X XTaubat - OMS X XVargem XVotorantim - OMS X XTOTAL - INTERIOR 18 46FMC FumaaPTS Partculas totais em suspensoMP2,5 Partculas inalveis finasSO2 Dixido de enxofre

    PARMETROS

    MP2,5 FMC PTS SO2FMC SO2

    PARMETROS

  • 29

    3.5.3 Outras RedesSempre que h necessidade, a CETESB instala redes manuais de amostradores, seja para estudos depoluentes no regulamentados, ou para esclarecer alguns aspectos de poluio do ar na regio. Para tanto,so utilizados nestas redes diversos dispositivos para a coleta dos poluentes.

    3.6 Representatividade de DadosA adoo de critrios de representatividade de dados de extrema importncia em sistemas demonitoramento. O no atendimento ao critrio de representatividade de dados para uma determinadaestao, em um determinado perodo, significa que as falhas de medio ocorridas comprometemsignificativamente o resultado obtido.

    Os critrios de representatividade de dados utilizados pela CETESB e considerados para a elaborao desterelatrio so apresentados a seguir:

    3.6.1 Rede AutomticaMdia horria: 3/4 das medidas vlidas na hora

    Mdia diria: 2/3 das mdias horrias vlidas no dia

    Mdia mensal: 2/3 das mdias dirias vlidas no ms

    Mdia anual: 1/2 das mdias dirias vlidas para os quadrimestres janeiro-abril, maio-agosto e setembro-dezembro

    3.6.2 Rede ManualMdia diria: pelo menos 22 horas de amostragem

    Mdia mensal: 2/3 das mdias dirias vlidas no ms

    Mdia anual: 1/2 das mdias dirias vlidas para os quadrimestres janeiro-abril, maio-agosto e setembro-dezembro

  • 30

    4 CLIMA E POLUIO DO AR NO ESTADO DE SO PAULO4.1 Aspectos ClimticosEm termos de precipitao, o clima do Estado de So Paulo pode ser dividido em duas estaespredominantes: uma estao chuvosa que compreende, o perodo de outubro a abril, e outra estao secaque vai de maio a setembro. A estao chuvosa influenciada pelo aquecimento continental que, associado conveco tropical, sistemas extratropicais (frentes frias) e reas de instabilidade continental, favorece aocorrncia de chuvas abundantes. Na estao seca, o clima predominantemente influenciado pelapassagem rpida de frentes frias provenientes do sul do continente, sendo essa estao caracterizada nos pela diminuio da precipitao, mas tambm pela diminuio das temperaturas e ocorrncia de perodosde grande estabilidade atmosfrica, proporcionando com isso condies mais desfavorveis disperso depoluentes na atmosfera.

    Alm das caractersticas gerais observadas nas duas estaes, o estado apresenta ainda regies comfortes contrastes climticos, resultado das diferentes caractersticas geogrficas como relevo e vegetao.Entre os fatores geogrficos que influenciam na climatologia nas escalas local e regional pode-se destacar aproximidade do mar, a presena de montanhas e depresses, entre outros, que criam fenmenos comobrisas martima e terrestre, circulao de vale-montanha, etc.

    Tabela 20 Dados climatolgicos anuais de alguns municpios do Estado de So Paulo

    PARMETRO SO PAULO SANTOS CATANDUVA C. DO JORDO ITAPEVA

    792 m 14 m 536 m 1579 m 647 m

    Temperatura Mdia (C) 19,3 21,3 22,4 13,4 18,1Precipitao Total (mm) 1455 2081 1338 1783 1232Umidade Rel. Mdia (%) 78 80 69 83 73Insol. Total (horas e dcimos) 1733 1494 2524 1578 2102Nebulosidade Mdia (0-10) 7,2 6,3 4,8 6,4 5,7Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia - INMET

    A tabela acima apresenta algumas das normais climatolgicas de 30 anos (1961-1990) em municpios comdiferentes condies climticas. Pode-se perceber diferenas significativas entre as regies. O municpio deSantos, na regio litornea, possui um clima mido, quente, altos ndices de precipitao e uma insolaomenor relativamente s outras reas. Em contraposio, em Catanduva, no noroeste do estado, o clima quente e seco, com insolao alta e precipitao mais baixa. A regio de Itapeva, localizada ao sul doestado, apresenta parmetros climticos intermedirios. O municpio de Campos do Jordo, localizado naSerra da Mantiqueira caracterizado por temperaturas mais baixas, umidade e precipitao anual elevadas.Por sua localizao, a cidade de So Paulo sofre influncias tanto da circulao terra-mar quanto doaquecimento continental e apresenta valores normalmente intermedirios com relao s variveismeteorolgicas.

    A seguir, faz-se ento uma descrio mais detalhada das condies climticas da RMSP, Campinas,Cubato, Sorocaba e So Jos dos Campos, regies que apresentam avaliao mais completa em termosde qualidade do ar.

    4.1.1 Regio Metropolitana de So PauloDurante o perodo chuvoso, grandes reas de instabilidade alimentadas pela umidade proveniente do interiordo continente se formam na regio sul e sudeste e se associam passagem de frentes frias organizando,dessa forma, intensa atividade convectiva e aumentando sobremaneira a precipitao na faixa leste doestado, onde se encontra a RMSP. Dessa forma, durante este perodo as condies de disperso dospoluentes emitidos na atmosfera so bastante favorveis.

    No perodo seco, a regio encontra-se sob o domnio dos anticiclones (sistemas de altas presses)subtropical e polar. Os anticiclones que atuam nesse perodo so de dois tipos: os anticiclones polares quepodem ser continentais ou martimos e anticiclone subtropical martimo. Os sistemas frontais, provenientesdo extremo sul do continente, atuam de maneira rpida na regio, causando pouca precipitao.

  • 31

    Estudos mostram que quando a RMSP, durante o perodo seco, est sob a atuao do anticiclonesubtropical martimo e uma frente fria se encontra ao sul do estado, a condio meteorolgica na regioprovoca uma diminuio da velocidade do vento (normalmente inferior a 1,5m/s), muitas horas de calmaria(velocidade do vento em superfcie inferior a 0,5m/s), cu claro, grande estabilidade atmosfrica e formaode inverso trmica muito prxima superfcie (abaixo de 200m), condies estas desfavorveis disperso dos poluentes emitidos na RMSP. Normalmente, essa situao de estagnao atmosfrica interrompida com a chegada na regio de uma nova massa de ar associada a um sistema frontal,aumentando a ventilao, instabilidade e, em muitos casos, provocando a ocorrncia de precipitao. Outrapeculiaridade que no perodo seco a umidade relativa chega a atingir valores de 15%, principalmente noms de setembro, acarretando um grande desconforto populao.

    Alguns estudos mostram ainda que o desenvolvimento urbano acelerado da regio a partir dos anos 50ocasionou o processo de formao de ilha de calor. Este processo pode ter provocado algumas mudanasno clima da regio, tais como a diminuio de nevoeiros no centro da cidade e diminuio da garoa tpicaque ocorria na regio.

    4.1.2 CubatoEm virtude de sua localizao, o fluxo de vento e conseqentemente as condies de disperso dospoluentes dentro da rea de Cubato so fortemente influenciadas pela topografia local, sob todas ascondies meteorolgicas. Isso particularmente importante sob o domnio de anticiclones com cu claro,quando os deslocamentos atmosfricos na rea so quase dominados pelos fenmenos meso emicrometeorolgicos.

    Podem ser identificadas duas bacias areas principais: a do Vale do Mogi, que se estende de norte paranordeste da Vila Parisi e a rea urbana de Cubato, entre a montanha (Serra do Mar) e a regio demanguezal. O clima