relatório compressor 19

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ID MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS E LABORATÓRIO LTDA ANÁLISE DE ÓLEO DO COMPRESSOR ATLAS COPCO IAGO RAMON CAMARGO RODRIGUES Auxiliar Técnico Pindamonhangaba, Julho de 2013.

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Relatório analises de óleo compressor atlas copco oleo roto inject

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Page 1: Relatório Compressor 19

ID MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS

E LABORATÓRIO LTDA

ANÁLISE DE ÓLEO DO COMPRESSOR ATLAS

COPCO

IAGO RAMON CAMARGO RODRIGUES

Auxiliar Técnico

Pindamonhangaba, Julho de 2013.

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Resumo

Neste trabalho realizamos uma série de testes laboratoriais no óleo lubrificante utilizado

no compressor 19 a fim de descobrir se o mesmo está ou não admissível para utilização

no equipamento.

O fluido em estudo é o óleo lubrificante Roto Inject Fluid 46 da marca Atlas Copco.

O serviço foi contratado pela empresa Tenaris Confab.

Sumário

Introdução ................................................................................................................... 3

1. Coleta de amostras .................................................................................................. 4

2. Testes Realizados..................................................................................................... 4

2.1 Códigos de contaminantes sólidos ISO 4406-99:.................................................. 4

2.2 Análise de Viscosidade cinemática: ..................................................................... 5

2.3 Água Presente - Método Karl Fischer ASTM D 4928: ......................................... 6

2.4 Acidez Total (TAN) ASTM D 974: ..................................................................... 7

Lubrificante estudado ................................................................................................. 8

Resultados do laboratório ........................................................................................... 9

Conclusão .................................................................................................................. 12

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Introdução Este trabalho tem por finalidade definir o estado químico-físico do óleo lubrificante

utilizado no compressor número 19 da marca Atlas Copco localizado na área do

Revestimento 4.

O trabalho iniciou-se pelo pedido de analisar o óleo dos compressores, afim de melhorar

o rendimento dos mesmos com o trabalho de preditiva.

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1. Coleta de amostras No dia 18 de fevereiro de 2013 foi realizada a troca de óleo e manutenção preventiva no

compressor 19, serviço prestado pela empresa Atlas Copco, a mesma que fabrica os

compressores e o óleo lubrificante utilizado nos mesmos (Roto-Inject Fluid 46).

No dia 7 de março de 2013 foi coletada a primeira amostra. A amostra foi retirada do

ponto de drenagem localizada na parte inferior do reservatório de óleo e enviada para

análise.

A segunda amostra foi coletada no dia 3 de abril de 2013 pelo ponto de abastecimento e

enviada para análise.

No dia 5 de maio de 2013 foi coletada a terceira amostra, esta foi retirada pelo ponto de

abastecimento, pois notou-se que teria um resultado mais confiável para a análise.

A quarta amostra foi retirada pelo ponto de abastecimento no dia 5 de junho de 2013.

A quinta foi retirada pelo ponto de abastecimento no dia 2 de julho de 2013.

Além destas, foi retirada uma amostra de óleo novo para ser usado como padrão no dia

28 de maio durante a manutenção preventiva do compressor 21.

Temos, portanto a coleta de seis amostras até a presente data desde relatório.

2. Testes Realizados

Descrição dos testes e equipamentos utilizados nas analises.

2.1 Códigos de contaminantes sólidos ISO 4406-99: 2.1.1 Objetivos do teste

• Determinação do grau de limpeza do sistema;

• Investigação da composição das partículas presentes, possível origem e

tipo de desgaste (abrasivo, adesivo, fadiga) produzido nos componentes

mecânicos do equipamento.

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2.1.2 Descrição do teste

O código ISO é uma maneira de representar os estados de limpeza, que

indicam a quantidade de partículas de certo tamanho ou maiores

contabilizadas por mililitro da amostra.

Existem diferentes classificações, porém dois tamanhos de partículas são

as mais importantes (5µm e 15µm) e determinam o código ISO. Este é

formado por dois números separados por uma barra. O primeiro faz

referência à quantidade de partículas por ml de 5µm ou maiores, e o

segundo as de 15µm ou maiores.

Os limites de contaminação recomendados são estabelecidos de acordo

com o equipamento, compressor, redutor, sistema hidráulico etc.

A partir da observação morfológica das partículas no microscópio, se

determina a composição dos contaminantes, o tipo de desgaste sofrido

pelo equipamento, as possíveis origens das partículas e a deteriorização

normal ou anormal do equipamento.

2.1.3 Equipamento do laboratório:

-Kit de filtração Sartorius

-Microscópio Nikon Eclipse 50i

-Membranas de nitrato de celulose Microclar N50025WPH

Estado: Calibrado e certificado ISO 9001

2.2 Análise de Viscosidade cinemática: Viscosidade cinemática a 40ºC e 100ºC ASTM D 445

Índice de viscosidade ASTM D 2270

2.2.1 Objetivos do teste

• Determinação da viscosidade cinemática dos lubrificantes;

• A Medida de viscosidade a 40 °C e 100 °C marca exatamente a escala de

variação da mesma com a temperatura, o índice de viscosidade.

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2.2.2 Descrição do teste

Viscosidade Cinemática ASTM D 445

É a resistência de um fluido à força de deslocamento, a espessura da

película lubrificante depende desta propriedade.

Se mede o tempo necessário para uma determinada quantidade de óleo, à

uma temperatura constante, fluir pela ação da gravidade através de

capilares de dimensões específicas.

Obtém-se o valor da viscosidade multiplicando o tempo pelo fator da

pipeta. A unidade resultante é o Centistoke. Este procedimento se realiza

em duas temperaturas 40°C e 100°C.

Índice de viscosidade ASTM D 2270

A viscosidade dos líquidos reduz com o aumento da temperatura, se a

viscosidade do lubrificante varia muito com a temperatura, é possível que

a película lubrificante se rompa e as superfícies rígidas que se interagem

entrem em contato, produzindo assim um maior desgaste.

O índice de viscosidade é uma maneira arbitraria e comparativa de

expressar esta variação.

2.2.3 Equipamento do laboratório:

-Viscosímetro Cannon CT1000

-Pipetas viscosimétricas Cannon Fenske

Estado: Calibrado e certificado ISO 9001

2.3 Água Presente - Método Karl Fischer ASTM D 4928: 2.3.1 Objetivo do teste

• Detecção quantitativa da contaminação com água do óleo lubrificante

até 0.1 ppm (parte por milhão).

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2.3.2 Descrição do teste

Através deste tipo de ensaio é possível detectar quantitativamente a

contaminação por água do óleo lubrificante.

O método consiste em uma titulação coulométrica totalmente

automatizada, do qual se extrai resultados de alta exatidão e precisão.

Este método possui uma grande sensibilidade, pois é possível detectar

contaminação de água em óleo lubrificante da ordem de partes por

milhão.

Equipamento do laboratório:

-Titulador coulométrico Karl Fischer Aquastar EMD

-Estado: Calibrado e certificado ISO 9001

2.4 Acidez Total (TAN) ASTM D 974: 2.4.1 Objetivos do teste

• Medida dos ácidos livres presentes no lubrificante, minerais e

orgânicos;

• Detecção de degradação anormal do lubrificante.

2.4.2 Descrição do teste

O número de ácido total é uma forma de mensurar os ácidos livres

presentes no lubrificante, geralmente tantos os ácidos minerais quanto os

orgânicos.

É determinada a quantidade de hidróxido de potássio para a neutralização

dos ácidos livres formados em 1 grama de óleo mediante titulação

colorimétrica.

2.4.3 Equipamento do laboratório:

- Material analítico de vidro, indicador Naftolbenzeina, solvente Alcohol

Isopropílico-Tolueno.

- Estado: Calibrado e certificado ISO 9001

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Lubrificante estudado

Figura 1 – Dados técnicos do lubrificante (imagem retirada do catálogo do mesmo).

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Resultados do laboratório

Tomemos como base os dados do resultado dos testes do óleo novo mostrados na tabela

1.

Atlas Copco: Aceite nuevo Particulado

Código ISO 18/15 5µm 450 15µm 32 30µm 2 Metal 90% Sílica 2% Oxido 8%

Viscosidade Visc40 45.2cSt Visc100 6.9cSt Índ.Visc. 108,2

Tabela 1 – Resultados testes óleo Roto-Inject Fluid novo.

Baseado nessas informações e no equipamento foi estipulado o Código ISO limite de

21/17. Acima deste limite o óleo está não admissível por particulado.

Em relação à viscosidade tem-se por padrão os valores limites de 10% para mais ou

para menos a partir do valor nominal de viscosidade do óleo. Acima desse valor e

abaixo de 25% do valor nominal o óleo entra no estado de alarme, devendo ser tomado

um controle maior sobre o mesmo. Acima ou abaixo de 25% do valor nominal o óleo

está não admissível e deve ser trocado. O valor nominal deste óleo no caso é 46 cSt, por

possuir um Grau ISO 46.

Obs.: O resultado do teste de viscosidade à 40ºC deve ser o valor nominal do óleo.

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Analisemos os gráficos a seguir:

Figura 2 – Tendência de partículas iguais ou maiores que 5µm.

Figura 3 – Tendência de partículas iguais ou maiores que 15µm.

Figura 4 – Tabela detalhada de contaminação.

Em relação à contaminação por partículas notamos nas figuras 2 e 3 uma queda de

valores, isso se deve ao fato da troca de ponto de coleta, que era na mangueira de dreno

e passou a ser no ponto de abastecimento. Observou-se que retirando óleo pelo dreno, as

partículas decantadas no fundo aumentam a relação partícula/ml de amostra, e

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diminuem a confiabilidade da análise. Foi então que a partir da segunda amostra o óleo

foi retirado pelo ponto de abastecimento, melhorando assim a qualidade das amostras.

Nos resultados dos testes de viscosidade notamos os valores acima do limite de 25% do

valor nominal e uma tendência de incremento a partir da segunda amostra como mostra

a figura 5.

Figura 5 – Tendência de viscosidade a 40°C.

Figura 6 – Tabela detalhada de viscosidade.

Compressor 19 Período Estado

07/03/2013 Não admissível 03/04/2013 Não admissível 07/05/2013 Não admissível 05/06/2013 Não admissível 12/07/2013 Não admissível

Tabela 2 – Resultados das análises x período

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Conclusão Com base nos resultados das análises podemos determinar que o óleo se encontra NÃO

ADMISSÍVEL desde a primeira coleta.

Isso pode ter ocorrido talvez por uma contaminação de mistura de óleos em algum

momento entre a manutenção preventiva (onde há a troca de óleo) e a primeira coleta.

Outra hipótese seria a de que a troca de óleo pode não ter sido totalmente efetiva,

deixando contaminantes ou restos do lubrificante antigo no sistema, alterando assim a

viscosidade e fazendo com que o óleo se encontre não admissível desde o primeiro

momento.

É de extrema importância seguir precisamente o calendário de troca de óleo como

indicado pelo fabricante do óleo e do compressor. A não obediência desta norma pode

acarretar na degradação do óleo por tempo de uso alterando assim suas características

físico-químicas.

É altamente recomendável fazer um estudo mais aprofundado a respeito deste tema,

visto que é um fato incomum. Um estudo de TLM para identificar o melhor lubrificante

para o tipo específico do equipamento e de seu uso seria ideal.