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Relatório Cáritas 2009

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Relatório Cáritas 2009

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Expediente

Relatório 2009Este relatório traz uma síntense do conteúdo dos relatórios apresentados em 2009 pelos Regionais da Cáritas Brasileira.

Textos: Ana Vasconcelos

Revisão de textos: Vanice Araújo

Fotos: Arquivos Cáritas e Arte em Movimento

Projeto Gráfico: www.arteemmovimento.org

Colaboração: Fabian Melo Franco

Coordenação: Patrícia Antunes

Balanço patrimonial publicado no Diário Oficial da União número 81, de 30 de abril de 2010, na seção 3, páginas 194 e 195.

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A Cáritas Brasileira é organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Igreja Católica, de atuação social, composta por 162 organizações presentes em 200 países e territórios. Criada em 12 de novembro de 1956 por Dom Helder Câmara, então secretário-geral da CNBB, tem os objetivos: articular nacionalmente as obras sociais da igreja e coordenar o programa de alimentos.

Atualmente, a Cáritas se organiza com 170 entidades membros e 12 regionais: Ceará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Norte 2 (Amapá, Pará), Nordeste 2 (Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Paraíba), Nordeste 3 (Bahia, Sergipe), Espírito Santo e Paraná, e é reconhecida como uma instituição de utilidade pública federal.

Cáritas BrasileiraSDS – Ed. Venâncio III – sala 41070393-920 – Brasília (DF)Telefone: (61) 3214-5400Fax: (61) [email protected]

Diretoria NacionalPresidente: Dom Demétrio ValentiniVice-Presidente: Anadete Gonçalves ReisDiretora-Secretária: Francisca Erbênia de SouzaDiretor-Tesoureiro: Evaldo Praça Ferreira

Secretariado NacionalDiretora Executiva Nacional: Maria Cristina dos Anjos

Coordenação Colegiada:Maria Cristina dos AnjosAdemar BertucciLuiz Cláudio Mandela

Cáritas Brasileira

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Secretariados Regionais

CB-REGIONAL NORDESTE IIPe. JANDEILSON ALENCAR | [email protected] Monte Castelo, 176 - Bairro Boa Vista50050-310 – RECIFE (PE)Telefones: (81) 3231-4923/3435/3532 | Fax: (81) 3231-5272Celular: (81) 9913-5256 | [email protected]

CB-REGIONAL SÃO PAULOAGUINALDO LUIZ DE LIMA | [email protected]. Thomaz Edison, 355 - Barra Funda01140-000 – SÃO PAULO (SP)Telefones: (11) 3392-5911 | Fax: (11) 3392-4282Celular: (11) 9113-6032| [email protected]

CB-REGIONAL NORTE IILINDOMAR DE JESUS DE SOUSA SILVA | [email protected] Barão do Triunfo, 3.15166093-050 – BELÉM (PA)Telefone/Fax: (91) 3226-9273 | Celular: (91) [email protected] | [email protected]

CB-REGIONAL DO PIAUÍMARIA HORTÊNCIA MENDES DE SOUSA | [email protected] Agnelo Pereira da Silva, 3.135 – Bairro São João64045-260 – TERESINA (PI) Telefax: (86) 3233-6302 /3233-7282Celular: (86) 9929-4393 | [email protected]

CB-REGIONAL NORDESTE IIIIR. CLEUSA ALVES DA SILVA | [email protected] Emilia Couto, 270 – Bairro Brotas40285-030 – Salvador (BA)Telefone: (71) 3357-1667 | Telefone/fax: (71) 3356-8013Celular: (71) 9101-5482/ 9141-6293 | [email protected]

CB-REGIONAL CEARÁMARIA GLÓRIA CARVALHO | [email protected] Rufino de Alencar, 80 – Centro60060-620 – FORTALEZA (CE)Telefone: (85) 3253-6998 | Fax: (85) 3231-4783Celular: (85) 9906-7573/9171-6762 | [email protected]

CB-REGIONAL RIO GRANDE DO SULLOIVA MARA DE OLIVEIRA MACHADO | [email protected] Coronel Candré Belo, 452 – 3º piso – Bairro Menino Deus90110-020 – PORTO ALEGRE (RS)Telefone: (51) 3272-1700 | Fax: (51) 3272-1727Celular: (51) 9627-4108 | [email protected]

CB-REGIONAL MINAS GERAISVALQUÍRIA ALVES SMITH LIMA | [email protected] Fornaciari, 129 – Caiçara30770-010 – Belo Horizonte (MG)Telefone: (31) 3412-8743 | Telefone/Fax: (31) 3413-0885Celular: (31) 9922-9898 | [email protected]

CÁRITAS REGIONAL SANTA CATARINAPe. ROQUE FARINERua Deputado Antônio Edu Vieira, 1.524 – Pantanal88040-001 – FLORIANÓPOLIS (SC)Telefone: (48) 3234-7033 | Fax: (48) [email protected]

CÁRITAS ESPÍRITO SANTOHERBERTH GOMES FERREIRA | [email protected] Abílio dos Santos, 47 – Centro29015-620 – Vitória (ES) Telefone: (27) 2104-0250 | Fax: [email protected]

CÁRITAS MARANHÃORICARTE ALMEIDA | [email protected] do Alecrim, 343 – Centro65010-040 – São Luís (MA) Telefone: (98) 3221-2216/3221-2412 | Fax: (98) 3231-2700Celular: (98) 9112-2872 | Graça: (98) [email protected]

CÁRITAS PARANÁMARIO DOS SANTOS | [email protected] Eurico Gaspar Dutra, 343 – Centro86807-165 – Apucarana (PR) Telefone: (43) 3424-6427 | Celular: (43) 9925-3858 [email protected]

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A Cáritas Brasileira testemunha e anuncia o evangelho de Jesus Cristo, defendendo a vida, promovendo e animando a solidariedade libertadora, participando da construção de uma nova sociedade com as pessoas em situação de exclusão social, a caminho do reino de Deus.

• Defesa e promoção de direitos.• Incidência e controle social de políticas públicas.• Desenvolvimento solidário e sustentável.• Fortalecimento da Rede Cáritas.

• Defesa e promoção da vida humana, defesa e promoção da sociobiodiversidade.• Mística e espiritualidade libertadora, ecumenismo, diálogo inter-religioso e intercultural.• Cultura da solidariedade, relações igualitárias de gênero, raça, etnia e geração.• Protagonismo dos excluídos e excluídas, projeto de sociedade solidária e sustentável.• Democracia participativa.

Missão

Diretrizes

Princípios

1 - Promoção e fortalecimento de iniciativas locais e territoriais de desenvolvimento solidário e sustentável.2 - Defesa e promoção de direitos e controle social de políticas públicas.3 - Fortalecimento da articulação da Cáritas com as pastorais sociais, com as CEBs e com o Conjunto da Igreja.4 - Fortalecimento da Rede Cáritas.

Prioridades

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É com alegria e o sentimento de dever cumprido que apresentamos o relatório anual 2009 da Cáritas Brasileira. De maneira simplificada, explicitamos nele as ações realizadas nas diferentes regiões do País, bem como os impactos positivos dessas ações na vida das pessoas mais empobrecidas.

Com 54 anos de atuação, a Cáritas tem buscado cada vez mais ser presença solidária nos grupos e nas comunidades com as quais atua, na ação conjunta com as pastorais sociais e organismos, na luta por políticas públicas e direitos sociais. Com mais de 12 mil agentes compondo a Rede Cáritas, a entidade faz-se presente em cerca de 450 municípios brasileiros, tendo como fio condutor os objetivos estratégicos definidos na Assembleia Nacional realizada em Castanhal, Pará, em novembro de 2007.

O ano de 2009 foi bastante desafiador: vivenciamos as emergências nas regiões Norte e Nordeste do País. Em conjunto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), assumimos a coordenação da Campanha SOS Norte e Nordeste, que envolveu toda a comunidade católica e a sociedade em geral. Essa campanha favoreceu o crescimento do debate sobre mudanças climáticas e seus impactos, bem como sobre a defesa de direitos de pessoas em situação de emergência, e facilitou intervenções concretas na Secretaria Nacional de Direitos Humanos na esfera federal.

Tivemos a oportunidade de aprofundar a nossa compreensão sobre desenvolvimento sustentável e territo-rial, buscando perceber a presença da perspectiva nas ações desenvolvidas pela Cáritas Brasileira. Essa dinâmica nos possibilitou fazer uma releitura de nossas ações e perceber a inter-relação com a gestão territorial, envolvendo aspectos como cultura, biomas, etc.

A Semana da Solidariedade, com o lema “Solidariedade, a força que nos torna humanos”, concedeu mais um passo na consolidação dessa grande mobilização. Fomos inspirados e inspiradas pelas comemorações do centenário do nosso fundador, Dom Helder Câmara.

Com essa inspiração, encerramos o ano de 2009 realizando, em Igarassu, Recife, a 17ª Assembleia Nacional da Cáritas Brasileira. Participaram 135 entidades membros, diretoria nacional, delegações regionais e nacional, totalizando 278 pessoas.

ApresentaçãoMaria Cristina dos Anjos

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Durante o ano de 2009, o Secretariado Nacional, os regionais, as Entidades Membro, enfim, toda a Rede Cáritas Brasileira preparou-se para a realização da 17ª Assembleia Nacional, que aconteceu em Igarassu, Arquidiocese de Olinda e Recife (PE), nos dias 4, 5 e 6 de dezembro.

A 17ª Assembleia Nacional teve como tema “Com D. Helder, profecia e construção do Brasil que queremos”. Na noite de abertura, a presidência falou amplamente sobre o tema, fez o lançamento do prêmio Odair Firmino de Solidariedade e a diplomação das novas associadas. A abertura foi marcada por fortes momentos de mística e espiritualidade, que já davam uma amostra do processo intenso que estava por vir. Nos três dias de trabalhos, muitos debates aconteceram, durante tendas, miniplenárias, fila do povo e da contribuição dos assessores. No decorrer das atividades da 17ª Assembleia Nacional, os participantes elaboraram uma carta que traz a reafirmação de compromissos assumidos por todos que integram a Rede Cáritas Brasileira.

Inspiradas no tema “Com D. Helder, profecia e construção do Brasil que queremos”, as 259 pessoas, repre-sentantes de 153 Entidades Membro, 12 regionais, secretariado e diretoria nacionais tornam pública a presente carta.

Dom Helder é, para a Cáritas, seu fundador e um testemunho vivo de que, por maiores que sejam as agressões à vida, a última palavra não será da morte nem da injustiça. Deus está comprometido com a causa dos empobrecidos. E Ele é a fonte segura da esperança da vitória da vida e da justiça.

Assembleia 2009

É graça divina começar bem.Graça maior é persistir na caminhada certa.Mas a graça das graças é não desistir nunca. (Dom Helder Câmara)

Todos esses ricos momentos mobilizaram, acima de tudo, ideias, vontades, pessoas, homens e mulheres que desejam ver o protagonismo dos grupos e das comunidades, a defesa de direitos e a solidariedade entre as pessoas fortalecidas.

Agradecemos a todas as pessoas que contribuíram para que a Cáritas pudesse avançar na efetivação da sua missão. Somos gratos(as) também a nossos parceiros que nos apoiaram e acreditaram na importância deste trabalho e, de maneira especial, aos agentes Cáritas, que incansavelmente tornaram possível a efetivação da solidariedade. E, mais do que nunca, agradecemos a Deus por nos acompanhar e proteger em nossa missão.

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Inspirados em D. Helder, queremos que nossa homenagem na celebração do centenário de seu nascimento seja o aprofundamento da denúncia de que o sistema econômico capitalista globalizado continua gerando, entre nós e em todo o mundo, ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais jogados na miséria e sem alternativas de vida. Que também seja a renovação dos seguintes compromissos:

• Assumir como suas “as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias das pessoas de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem” (Gaudium et Spes – Vat. II), enfrentando a injustiça, a exploração, a violência, a discriminação e todas as formas de agressão à vida humana e à Terra..• Intensificar a presença solidária junto às pessoas injustiçadas e empobrecidas, reconhecendo sempre seu protagonismo em todas as iniciativas que têm como objetivo a criação de melhores condições de vida e a construção de um projeto popular de Brasil• Reconhecer e promover os valores presentes na vida dos povos e comunidades tradicionais, em especial a sua relação amorosa com a Terra, empenhando-se para que o projeto popular de Brasil tenha como um de seus fundamentos a defesa da Terra como mãe da vida.• Participar ativamente do Plebiscito Popular sobre o limite máximo da propriedade da terra, promovido pelo Fórum Nacional de Reforma Agrária e Justiça no Campo e assumido pela Campanha da Fraternidade Ecumênica – Fraternidade e Economia – como uma ação prioritária.• Valorizar as iniciativas populares, que vão construindo um desenvolvimento integral e holístico, centrado no bom viver de todas as pessoas, comunidades e povos, com alimentos sadios, água e ar puros, com um ambiente equilibrado, favorável a todas as formas de vida.• Empenhar-se, junto com a população urbana, na busca de formas de superação dos problemas que afetam sua existência, de modo especial, com um esforço por interpretar as linguagens que expressam o seu modo de viver, gerando diversificadas formas de cooperação e solidariedade na organização do trabalho e geração de renda, tendo como fundamento seu direito de participar e de usufruir tudo o que a cidade pode oferecer de qualidade de vida.• Contribuir para que o projeto do Brasil que queremos assuma a democracia participativa como um valor presente em todo o processo de sua construção e conquista.• Reforçar, a partir de práticas de relações igualitárias de gênero, as lutas das mulheres que objetivam a conquista de igualdade real de direitos em todas as dimensões da vida, desde as relações domésticas, de trabalho e de presença nos espaços de decisão.• Reconhecer e valorizar o protagonismo e a contribuição específica das juventudes, com sua percepção crítica da realidade e sua criatividade na construção do projeto do Brasil que queremos.

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• Reforçar o processo de julgamento popular do Judiciário, iniciado no Maranhão, e promover atividades semelhantes em outras regiões do País, criando condições para que, no projeto de Brasil que queremos, essa instituição pública seja verdadeiramente democratizada, conte com controle da cidadania e esteja efetivamente a serviço dos direitos de todas as pessoas, comunidades e povos.• Contribuir, a partir das articulações internacionais da Cáritas, no avanço das iniciativas em favor da integração dos povos latino-americanos, tornando possível o intercâmbio cultural, a complementaridade econômica, a troca de experiências no campo da política e da geração solidária de conhecimentos científicos, que ajudem a enfrentar em conjunto os efeitos sociais e ecológicos das mudanças climáticas decorrentes do aquecimento do planeta, causado pelo atual modelo de desenvolvimento.• Testemunhar, pela prática, a confiança na força da organização e das iniciativas populares na construção do novo modelo de desenvolvimento humano e ecológico, tendo claro que as grandes mudanças não acontecem a partir de ruidosos espetáculos, mas através de processos silenciosos de transformação, a partir das raízes da convivência entre as pessoas e com a Terra. • Continuar incentivando diversificadas iniciativas de economia solidária como parte do caminho para um desenvolvimento humano, que contemple todas as dimensões da vida, que respeite e promova a convivência com cada bioma, contribuindo na geração de alternativas que dão sustentação ao projeto popular de Brasil que queremos.• Cultivar uma espiritualidade que seja plural e libertadora, que leve ao restabelecimento e aprofundamento das relações entre as pessoas, com os demais seres vivos, com a Terra e com o transcendente.• Contribuir para que o conjunto da Igreja, bebendo das fontes do cristianismo, resgate sua voz profética e a dimensão do discipulado.

Deus disse: “Eu vi muito bem a miséria do meu povo... Ouvi o seu clamor... e conheço os seus sofrimentos. Por isso, desci para libertá-lo...” (Ex 3,7-8). Contamos com a sua bênção para sermos fiéis aos compromissos assumidos nesta Assembleia.

CARTA DA 17ª ASSEMBLEIA DA CÁRITAS BRASILEIRAIgarassu, Arquidiocese de Olinda e Recife (PE)4 a 6 de dezembro de 2009

Desenvolvimento Solidário Sustentável

Cáritas Brasileira solidariedade pela vida

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O planejamento estratégico da Cáritas Brasileira apontou a luta por um novo modelo de Desenvolvimento que seja Solidário e Sustentável (DSS) como uma das prioridades a serem intensificadas no quadriênio 2008-2011.

Percebendo as necessidades e os desafios para estabelecer esse processo, em 2009 o foco principal foi construir e interiorizar a concepção do DSS – Territorialidade, priorizando processos formativos com a Rede Cáritas, defendendo os biomas, fortalecendo as ações nos territórios, com atenção especial para comunidades tradicionais e outros públicos específicos.

Além disso, fez-se necessário fomentar o debate/formação em toda a Rede Cáritas sobre o projeto popular para o Brasil, através da construção da Assembleia Popular, que ainda precisava ser compreendida enquanto instrumento para fortalecimento das lutas locais e da articulação com as pastorais sociais, sendo necessário, dessa forma, vencer o desafio de construir uma proposta metodológica da CB para orientar essa ação.

Para tal, o Secretariado Nacional realizou vários encontros/oficinas sobre DSS/território, tanto em nível dos regionais como nacionalmente. Para as Assembleias Populares, alguns regionais e inter-regionais realizaram discussões sobre a temática, construindo um tema novo que também foi o tema central da 17ª Assembleia Nacional.

Uma série de ações foi desenvolvida no ano de 2009 pelos regionais da Cáritas Brasileira em todo o País. Veja, a seguir, algumas dessas ações.

PRIORIDADE 1: Promoção e Fortalecimento de Iniciativas Locais e Territoriais de Desenvolvimento Solidário e Sustentável em Articulação com os Movimentos Sociais.

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As ações foram desenvolvidas através dos programas:

Economia Popular Solidária (EPS)

Apoio às iniciativas produtivas dos grupos a partir do Fundo Rotativo Regional – FRR.Participação nas visitas de intercâmbio em comunidades (Boqueirão, Iruaçuba, Diocese Itapipoca) e de experiências de Ecosol (Tianguá), Budega do Povo/Tianguá, Grupo Flor de Croá/Pindoguaba). As visitas têm como objetivo conhecer experiências de produção artesanal e de comercialização e animar e ampliar o olhar para os processos locais de produção e comercialização solidária.

Participação na Feira de Agricultura Familiar e Economia Solidária, região de Crateús.

Encontro Arquidiocesano de Economia Popular Solidária – EPS (Fortaleza) Nesse momento foram trabalhados aspectos organizativos de funcionamento e autogestão, vivências que apontam para a sustentabilidade, relações com a comunidade e com o movimento de Economia Solidária, aprendizados, desafios e potencialidades favorecidas pela mediação assumida pela CAF no triênio 2007 a 2009 para sistematização da trajetória.

Cada grupo retratou essa trajetória a partir da construção de um “pano” específico, transformado no final num “pano” coletivo. Também foram trabalhadas as perspectivas de futuro, construção dos compromissos e agendas para o próximo ano, considerando as prioridades: Plano Trienal 2010 a 2012, Projetos Fundos Rotativos Solidários, CFE 2010, participação nas formações do CFES e os espaços da comissão arquidiocesana de EPS e da RCSES.

Seminário Regional de Economia Popular Solidária – EPS (Fortaleza), tendo como tema a Devolução da Pesquisa do Fundo Nacional de Solidariedade – FNS e Fundos Diocesanos de Solidariedade – FDS e Estudo da Campanha da Fraternidade Ecumênica – CFE 2010.

As Oficinas de EPS são realizadas a partir de estudos e aprofundamento da temática Ecosol, de forma dialogada com os participantes. São partilhadas as experiências locais e estaduais, a exemplo da Rede Budega e da RCSES.

Regional CEARÁ

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Participação e assessoria à Assembleia Budega do Povo, na qual foram definidos importantes aspectos:a) Organização e gestão: funcionamento do espaço interno e relações. b) Produção. c) Comercialização.d) Parcerias e outras relações.

Juventudes

Aconteceram sete encontros regionais e interdiocesanos, com temas abrangendo Juventude e Políticas Públicas, Juventude e Questões de Gênero e Juventude e Agroecologia. Os encontros aconteceram entre agosto e novembro de 2009, em sete municípios, com participação de jovens de comunidades rurais e urbanas e agentes Cáritas.

Organização de catadores(as) de materiais recicláveis

Aconteceram quatro reuniões e uma oficina, todas no município de Fortaleza, no decorrer do ano de 2009, discutindo propostas de elaboração do projeto SENAES. Participaram agentes Cáritas, representantes da rede de catadores e do fórum Lixo e Cidadania.

Várias ações aconteceram, tendo como prioridade as com filhos de catadores nos municípios de Fortaleza, Aracati e Ibicuitinga:a) Oficina de planejamento do projeto Catando Cidadania.b) Formação sobre Estatuto da Criança e do Adolescente.c) Reunião sobre pesquisa diagnóstica – filhos de catadores.d) Seminário Piores Formas de Trabalho Infantil.

Convivência com o semiárido

Aconteceram encontros territoriais do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), nos municípios de Sobral, Itapipoca e Tianguá. Os participantes foram agricultores(as) beneficiados(as) pelo P1+2, lideranças sindicais e representantes de pastorais sociais integrantes do fórum cearense.

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Foram realizadas oficinas de capacitação de lideranças das comissões municipais do P1+2 nos municípios de Sobral e Itapipoca, tendo como público-alvo lideranças sindicais, representantes de pastorais sociais e representantes de ONGs.

Capacitação de agricultores na tecnologia de construção de cisterna calçadão (Itapipoca) e construção e manejo de barragem subterrânea (Irauçuba).

Durante o ano de 2009, aconteceram seis reuniões da Assembleia Popular, todas em Fortaleza, discutindo construção coletiva da pauta e debates e encaminhamentos. Participaram representantes dos movimentos sociais, pastorais sociais, ONGs e entidades afins.

Além disso, foi garantida a participação nas reuniões bimestrais do Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA), que aconteceram nos municípios de Sobral, Fortaleza, Itapipoca, Iguatu, Quixadá, Tianguá. Participamos também das 7 (sete) reuniões do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional – CONSEA que aconteceram em Fortaleza.

Visando atender os agricultores(as) beneficiados(as) pelo P1+2, aconteceram várias ações:

a) Encontro Estadual de avaliação do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) – Limoeiro do Norte.b) Intercâmbios intermunicipais nos municípios de Itapipoca, Croata, Irauçuba e Sobral, tendo como tema a sistematização das experiências.c) Intercâmbios interestaduais nos municípios de Cajazeiras (PB), Apodi (RN) e Castelo do Piauí (PI). Metodologia Participativa – através da ação/reflexão, valorizando as experiências e saberes locais.d) Encontros comunitários nos municípios de Tianguá, Sobral e Itapipoca.e) Curso de Gestão de Água para Produção de Alimentos Agroecológicos – GAPA nos municípios de Carnaubal, São Benedito, Croatá, Tianguá, Chaval, Graça e Ubajara.f) Curso de Sistema Simplificado de Manejo de Água – SSMA nos municípios de Granja, Tianguá, Carnaubal e São Benedito.g) Construção de barragens subterrâneas no município de Viçosa e na Diocese de Itapipoca.h) Construção de tanques de pedra no município de Croatá.

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As ações foram divididas através dos programas:

Economia Popular Solidária (EPS)

Em 2009, alguns passos importantes foram dados. O movimento lançou o selo de certificação dos produtos da Economia Solidária e concretizou o Sistema Cirandas, que já tem 22 mil empreendimentos cadastrados, além de ter aprovado pelo Conselho Nacional a proposta de Lei Geral para Economia Solidária, ficando o desafio de aprovação no Congresso Nacional, Senado Federal e sancionamento pelo Presidente da República, ainda em 2010.

Em Minas Gerais, o Conselho foi consolidado e realizou oito reuniões. O Programa Estadual de Realização de Feiras Regionais realizou a primeira feira. Nas regiões e localidades, os empreendimentos vêm se estruturando e buscando acessar políticas públicas. E já estão ativas as agroindústrias construídas através do Programa Marcas, fornecendo produtos para a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), aumentando a renda e a garantia de comercialização aos agricultores e agricultoras familiares.

Além disso, o movimento conquistou a aprovação da Lei Federal n° 11.947/2009, que garante que 30% dos produtos da merenda escolar tenham que ser adquirido da agricultura familiar. E a aprovação da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural.

Veja algumas das atividades de 2009:

• Realização de uma oficina estadual com o tema gestão de casas de sementes, com a participação de 40 agricultores e agricultoras no município de Montes Claros.• Aconteceram seis oficinas, com a participação de 180 agricultores e agricultoras familiares, com o tema gestão de casas de sementes nos municípios do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas.• Junto ao Fórum Mineiro de Economia Popular Solidária, foram realizadas dez feiras regionais de EPS em várias regiões do estado, atingindo cerca de 1.200 pessoas de público direto.• Promoção, junto ao Instituto Marista de Solidariedade, dos Cursos de Formação de Formadores do Centro de Formação em Economia Solidária. Cursos realizados em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

Regional MINAS GERAIS

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• Elaboração e aprovação de projetos para implementar três fundos rotativos solidários e 12 Casas de Sementes nos municípios do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas.• Publicação dos materiais de divulgação da Campanha Semente da Gente, boletins técnicos e DVD com filmes educativos para formação e cartazes de divulgação da campanha nos municípios do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas, atingindo um público direto de 2 mil pessoas. COLOCAR A IMAGEM DO CARTAZ• Participação em 12 reuniões do Fórum Mineiro de Economia Popular Solidária, realizadas no município de Belo Horizonte.

Ao longo de 2009, foram Implementadas:

• 9 Casas de Sementes nos municípios do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas, beneficiando 180 agricultores(as).• 16 campos de produção de sementes crioulas em 16 comunidades nos municípios do Vale do Jequitinhonha, Noroeste e Norte de Minas.• 18 campos de ensaios de sementes em 18 comunidades em municípios do Vale do Jequitinhonha, Noroeste e Norte de Minas.

Programa de Segurança Alimentar e Nutricional

Os trabalhos e as ações de segurança alimentar e nutricional na Cáritas Brasileira Regional MG foram readequados em 2009 devido, principalmente, à descontinuidade de projetos financiados por alguns parceiros, tantos governamentais como da cooperação internacional.

Contudo, através dos Projetos Técnicos e de Extensão Rural em convênio com o MDA, a Rede Cáritas, as Cáritas Diocesanas e parceiros garantiram algumas ações a seguir relacionadas:Foram realizadas oficinas comunitárias de Segurança Alimentar e Nutricional em Januária, Jequitinhonha, Pedra Azul, Felisburgo, Antônio Dias, Varzelândia e Paracatu, com a participação de 350 agricultores e agricultoras.

Participação na CRSAN Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha, Médio São Francisco, Região Norte, Região Noroeste, Médio Piracicaba, Vale do Aço, Zona da Mata e Zona da Mata III. A atuação abrangeu 21 municípios e teve a participação de 210 pessoas.

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Convivência com o Semiárido

A ação, participação e envolvimento da Cáritas Regional Minas Gerais na Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) tem se fundamentado como uma importante estratégia institucional, na perspectiva de trabalhar a educação para a convivência com o semiárido a partir das experiências das famílias agricultoras e camponesas.

Do ponto de vista geográfico, essa estratégia visa, em Minas Gerais, às regiões do Vale do Jequitinhonha e do Norte de Minas, por intermédio de três programas:

Ações que aconteceram no P1MC/ASA:

• 10 reuniões com as Comissões Políticas.• 16 cursos de capacitação em Gerenciamento de Recursos Hídricos e Convivência com o Semiárido. Foram envolvidas 499 pessoas.• 799 cisternas de placas, beneficiando igual número de famílias.• 30 reuniões de Mobilização das Famílias, das quais participaram 576 famílias.• 40 Visitas de Mobilização das Famílias, envolvendo 576 famílias.• 60 Visitas de Acompanhamento à Construção de Cisternas, envolvendo 576 famílias.• 5 Capacitações das Comissões Municipais, envolvendo 150 pessoas.• 5 reuniões com pedreiros, envolvendo 30 pessoas.

Além da execução das metas físicas, podemos destacar outros resultados da execução do P1MC em Minas Gerais, como:

• Maior número de instituições da sociedade civil, capacitadas e ativas no fortalecimento da ASA. • Maior articulação das instituições da sociedade civil nos municípios. • Maior apropriação das famílias e instituições do P1MC e das ações da ASA como um todo. • Fortalecimento político das Unidades Executoras Municipais. • Controle Social do P1MC feito pelas famílias e instituições.• Maior autonomia das instituições da sociedade civil nos municípios.• Garantia de água de beber de qualidade para as famílias. • Famílias capacitadas em Gerenciamento de Recursos Hídricos e Convivência com o Semiárido.

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Ações que aconteceram no Programa Uma Terra e Duas Águas – P1+2:

• 15 reuniões com as Comissões Políticas Municipais.• 19 cursos de capacitação de Famílias em Gestão da Água para Produção de Alimentos. Foram envolvidas 382 pessoas.• 4 cursos de capacitação para famílias em Cisterna Calçadão, para manejo de Sistema Simplificado de água para produção, envolvendo 100 pessoas.• 284 cisternas calçadão, beneficiando igual número de famílias.• 10 barragens subterrâneas, beneficiando igual número de famílias.• 50 Visitas de Mobilização e Acompanhamento às famílias e das construções, envolvendo 500 pessoas.

Podemos destacar outros resultados da execução do P1+2 em Minas Gerais, além da execução das metas físicas, como:

• Compromisso do programa para garantir segurança e soberania alimentar e nutricional às famílias que vivem no semiárido. • Oferta descentralizada à água para produção de alimentos de origem vegetal e animal às famílias que já têm acesso à primeira água. • Valorização das experiências de inovação tecnológica de agricultores e agricultoras, registradas nos boletins de experiências sistematizadas e na troca de conhecimentos entre agricultores e agricultoras, através dos intercâmbios.• Mobilização da sociedade civil para implementação do programa. • Participação de todos os atores envolvidos na gestão do programa e no controle social a partir das comissões municipais, comunitárias e dos eventos de avaliação do programa. • Primeiros resultados na melhoria da qualidade de vida das famílias agricultoras da região semiárida, espe-cialmente das crianças, mulheres e idosos.

Ações que aconteceram no Projeto Guarda-Chuva:

O Projeto Guarda-Chuva é uma iniciativa integrada ao P1M1 e visa à construção de 2 mil cisternas para captação de água de chuva e capacitação em gestão de recursos hídricos de comunidades rurais do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. É mais uma conquista política das famílias do semiárido mineiro e das organizações que há dez anos compõem a ASA no estado. E marca uma mudança do olhar do Governo de Minas, que dá sinal de compreensão, apoio

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Secretariados Regionais

CB-REGIONAL NORDESTE IIPe. JANDEILSON ALENCAR | [email protected] Monte Castelo, 176 - Bairro Boa Vista50050-310 – RECIFE (PE)Telefones: (81) 3231-4923/3435/3532 | Fax: (81) 3231-5272Celular: (81) 9913-5256 | [email protected]

CB-REGIONAL SÃO PAULOAGUINALDO LUIZ DE LIMA | [email protected]. Thomaz Edison, 355 - Barra Funda01140-000 – SÃO PAULO (SP)Telefones: (11) 3392-5911 | Fax: (11) 3392-4282Celular: (11) 9113-6032| [email protected]

CB-REGIONAL NORTE IILINDOMAR DE JESUS DE SOUSA SILVA | [email protected] Barão do Triunfo, 3.15166093-050 – BELÉM (PA)Telefone/Fax: (91) 3226-9273 | Celular: (91) [email protected] | [email protected]

CB-REGIONAL DO PIAUÍMARIA HORTÊNCIA MENDES DE SOUSA | [email protected] Agnelo Pereira da Silva, 3.135 – Bairro São João64045-260 – TERESINA (PI) Telefax: (86) 3233-6302 /3233-7282Celular: (86) 9929-4393 | [email protected]

CB-REGIONAL NORDESTE IIIIR. CLEUSA ALVES DA SILVA | [email protected] Emilia Couto, 270 – Bairro Brotas40285-030 – Salvador (BA)Telefone: (71) 3357-1667 | Telefone/fax: (71) 3356-8013Celular: (71) 9101-5482/ 9141-6293 | [email protected]

CB-REGIONAL CEARÁMARIA GLÓRIA CARVALHO | [email protected] Rufino de Alencar, 80 – Centro60060-620 – FORTALEZA (CE)Telefone: (85) 3253-6998 | Fax: (85) 3231-4783Celular: (85) 9906-7573/9171-6762 | [email protected]

e difusão da cisterna como uma tecnologia social de acesso à água para o consumo humano das famílias do semiárido.

A Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais foi escolhida como entidade executora do projeto e conta com as demais entidades da ASA como partícipes/coexecutoras: CAANM, CAV e Cáritas Januária. A metodologia de ação segue os princípios já vivenciados pela ASA em Minas Gerais: a participação da sociedade civil organizada em todas as etapas da execução do projeto, o controle social e uma concepção de educação que amplia as possibilidades de convivência das populações com o semiárido.

As ações foram organizadas através dos programas:

Economia Popular Solidária

Formação e apoio à organização e fortalecimento de empreendimentos econômicos solidários.

No campo das ações da Economia Popular Solidária, houve significativo avanço da articulação em torno da conquista de política de apoio a iniciativas de Fundos Solidários. Nesse sentido, foi realizado, no período de 23 a 25 de julho, na cidade de Ponto Novo, o segundo seminário regional sobre Fundos Solidários e a Sexta Feira Regional da Economia Popular Solidária, organizada pelo Grupo Regional de Economia Popular Solidária (GREPS) e viabilizada com recursos do Banco do Nordeste e do Programa de Segurança Alimentar e Nutricional nos Acampamentos, coordenado pela Cáritas, da SESAN/Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Duzentos e cinquenta pessoas, entre agricultores familiares, artesãos, jovens, assentados, acampados e representantes de entidades e movimentos que os acompanham, estiveram presentes para ouvir quatro apresentações de experiências com Fundos Solidários realizadas na região.

Cinquenta grupos produtivos solidários da região mostraram e venderam seus produtos da agricultura familiar, doces caseiros e artesanatos na Feira da Economia Solidária. A feira e a apresentação cultural lotaram a praça da cidade na noite de sexta-feira.

Regional NORDESTE 3

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Como um dos resultados do fortalecimento da articulação estadual, foi aprovado pelo governo do estado da Bahia, através da Superintendência de Economia Solidária – SESOL, um projeto que beneficia diretamente cerca de 50 empreendimentos da região de Senhor do Bonfim. Está em processo de construção um edital público que pretende disponibilizar cerca de 2 milhões de reais para incentivar essa importante prática de finança solidária.

Os princípios de cooperação e solidariedade, através da gestão coletiva, apontam para o aprendizado contínuo do pensar, do fazer e do viver a democracia, que têm como resultado a construção de alternativas à fragmentação proposta e exigida pelo sistema capitalista. Na prática, essa é a construção de uma alterna-tiva superior ao sistema vigente.

Vários cursos e oficinas foram realizados ao longo do ano de 2009:

• Foram realizados em 9 comunidades dos municípios de Santana, Serra Dourada e Presidente Jânio Quadros encontros e oficinas de formação de empreendimentos solidários baseados na educação popular e na construção coletiva e dialógica do conhecimento. Tiveram a participação de 146 famílias agricultoras do oeste baiano.• Curso Princípios de Economia Popular Solidária – Serra Dourada.• Curso de horticultura – Lagoa dos Coqueiros.• Oficina de formação em apicultura – Aracatu.• Oficina de captação e uso apropriado da água – Caetité.

Segurança Alimentar e Nutricional, em áreas de acampamento e pré-assentamentos nos estados da Bahia e Sergipe (PSAN).

Formação e mobilização social para a Segurança Alimentar e Nutricional, em áreas de acampamento e pré-assentamentos nos estados da Bahia e Sergipe (PSAN).

O PSAN foi desenvolvido nos estados da Bahia e Sergipe, numa parceria entre a Cáritas Brasileira Regional NE3, o MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, a SEDES – Secretaria de Desen-volvimento Econômico e Social do Governo da Bahia, a SEIDES – Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social do Governo do Estado de Sergipe e oito movimentos de luta pela terra desses dois estados (MST, CETA, Pastoral Rural de Paulo Afonso, MTD, FETAG-BA, FETAG-SE). Beneficia diretamente 13.100 famílias, sendo 8.400 na Bahia e 4.700 em Sergipe, e movimentou recursos da ordem de 4,7 milhões de

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reais, o que representa um custo de aproximadamente R$ 358,00 (trezentos e cinquenta e oito reais) por família.

O PSAN foi pautado em ações educativas, participativas e de capacitação, tendo como base a metodologia da alternância, norteando as ações do projeto: capacitação de animadores e mobilizadores populares, sensibilização das famílias, diagnóstico participativo, elaboração e implantação dos projetos, controle social, capacitação de recursos humanos, doação solidária.

Estruturação dos sistemas coletivos de produção:

A concepção dos sistemas coletivos de produção pautou-se na agroecologia, na segurança alimentar e nutricional e no protagonismo das famílias, atendendo à lógica pesquisa/ação: as próprias famílias apresentaram seus saberes populares e os associaram às tecnologias de convivência com o respectivo bioma, que valoriza os recursos naturais disponíveis no local e sua potencialidade. Participaram cerca de 130 núcleos coletivos de produção, com uma média de 100 famílias em cada núcleo, mobilizadas pelos agentes, que, por sua vez, foram acompanhados pela equipe da Cáritas.

Monitoramento e Planejamento:

Reuniões da equipe técnica: reuniões semanais para monitorar e planejar ações, no que se refere à ação técnica pedagógica e o administrativo financeiro, definição de agendas e matriz de planejamento.

Reuniões envolvendo a coordenação colegiada da Cáritas foram realizadas para socialização das ações e para tomadas de definições políticas que implicam na execução das ações.Instrumentos de tabulação de dados para visualizar ação por ação, identificando responsável, cronograma, pendências e estabelecendo relação direta com os gastos financeiros.

Reuniões do grupo gestor: esse é o espaço de deliberações em torno das questões gerais do projeto, que funciona também para integrar os diferentes atores envolvidos, monitorar, avaliar e planejar a execução das ações num processo democrático, participativo e horizontalizado de decisão.

Encontros regionais de monitoramento: espaço de monitoramento, avaliação e planejamento regionalizado e por grupo organizativo, com intercâmbio das experiências e práticas desenvolvidas.

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Visitas de acompanhamento às áreas foram realizadas em diferentes etapas de implantação do projeto para acompanhar o processo de desenvolvimento do PSAN.

Sistematização e publicação das ações do projeto PSAN:

As ações desenvolvidas no programa foram sistematizadas, produzindo um vídeo e uma revista. A construção desses materiais teve como princípio garantir a concepção, a metodologia e os registros de elementos essenciais expressos pelos verdadeiros protagonistas desse projeto: as famílias.

A sistematização foi feita por profissionais com experiência nas temáticas específicas do PSAN. A coordenação do projeto sugeriu as áreas de acampamentos e pré-assentamentos a serem gravadas.

Feiras Estaduais e Seminário de Avaliação:

As Feiras de Sabores e Saberes foram organizadas e divulgadas como espaço de troca de produtos das áreas de reforma agrária, intercâmbio das diversas experiências dos diferentes biomas baianos e sergipanos e espaço de comunicação, com discussão das ações em seminário e lançamento das publicações (revista e pré-edição do vídeo).

Público interno do projeto e sociedade local:

Na Bahia, teve a participação de aproximadamente 300 pessoas, sendo 150 homens e 150 mulheres, na Praça Municipal, em Salvador.

Em Sergipe, tivemos a participação de aproximadamente 150 famílias, 47 agentes, coordenadores(as) dos movimentos/entidades e gestores parceiros (MDS, SEIDES), na Praça do Mercado, em Aracaju.

Reciclando Vidas

O Programa Reciclando Vidas – catadores e catadoras de materiais recicláveis – realizou um Diagnóstico Rápido Participativo Urbano – DRPU, iniciado nos municípios de Barreiras, Santo Antônio de Jesus e Macajuba, em maio de 2009. O DRPU nos revelou questões sobre como é a relação entre os catadores, sobre os conflitos e a pressão enfrentada em seu dia e no seu trabalho. Os resultados evidenciaram que os catadores, apesar do risco, acreditam no meio de sobrevivência e única ocupação, uma forma de inserção social e alternativa para

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a subsistência.

A lógica de um consumo insustentável e suas consequências para o meio ambiente e situação política, econômica e social dos catadores, em cada localidade em que a Cáritas atua, valoriza e potencializa as estra-tégias de enfrentamento das questões que ilustram a realidade dessas pessoas, de promover direitos e a garantia das políticas públicas. O poder local é fundamental como aliado de quem tem as ruas como seu ambiente de trabalho para a viabilização e alcance dos resultados do projeto, com objetivo de promover e facilitar a inclusão civil dos catadores e suas famílias.

A formação e a mobilização dos catadores, catadoras e de suas famílias para a organização do trabalho, da produção, tendo em vista a construção de políticas públicas, foi o foco principal desse programa em 2009.

Além disso, foram realizadas importantes atividades de divulgação, reuniões e oficinas:• Reunião com as pastorais sociais da criança, carcerária, da pessoa idosa, da Diocese de Barreiras, onde foi apresentado o projeto Reciclando Vidas, trazendo uma reflexão sobre a importância do trabalho social, a partir da ação junto aos catadores(as) de materiais recicláveis. • Reuniões para viabilizar intercâmbio de metodologias de atuação junto a catadores com a incubadora de empreendimentos econômicos solidários da Universidade Federal do Recôncavo Baiano.• Oficinas de relações interpessoais com os catadores e catadoras, aplicação de técnicas de vivência para trabalhar emoções, a percepção de si mesmo e do outro, a autoestima e a solidariedade, o respeito e o amor. Reflexão e elaboração do conhecimento para o trabalho coletivo com os catadores e catadoras.

Convivência com o Semiárido

Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido: o acesso a terra e o manejo sustentável dos recursos hídricos foram priorizados em 2009.

O P1+2, desenvolvido pela Cáritas Regional através da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), combina acompanhamento, formação e fortalecimento da infraestrutura produtiva e de captação/armazenamento de água para a produção de alimentos no semiárido. O P1+2 tem promovido a ampliação da produção de alimentos para promoção de segurança alimentar e nutricional, além da possibilidade de comercialização de excedentes.

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As ações desenvolvidas pela equipe do regional junto às comissões municipais, comunitárias e à coordenação estadual da ASA vêm contribuindo para o fortalecimento de iniciativas locais e territoriais de desenvolvimento solidário e sustentável.

Além de contribuir nos processos de formação e mobilização social, a comunicação popular do P1+2, com os Boletins Candeeiro, em especial, vem consolidando a concepção de DSS no território trabalhado. Outro fator relevante e decorrente dessas ações é a ampliação das condições de convivência com os períodos de estiagem aos quais essas comunidades são submetidas anualmente.

Durante o ano de 2009, foi desenvolvida uma série de atividades de formação e mobilização social para a convivência com o semiárido, com foco na produção de alimentos. Participaram 94 famílias dos municípios de Caetité, Guanambi, Riacho de Santana, Botuporã, Matina, Palmas de Monte Alto, Pindaí, Caturama e Boquira.

Uma Oficina de Construção de Cisterna Calçadão, uma oficina de construção de barragem subterrânea para implementação das tecnologias: 143 cisternas calçadão, 6 barragens subterrâneas, 4 tanques de pedra e 8 bombas populares em Caetité e Riacho de Santana.

Construção, em mutirão e apoio técnico dos pedreiros formados pela ASA, de 14 barragens subterrâneas comunitárias, 103 cisternas calçadão familiares e 13 tanques de pedra comunitários.

Formando as famílias em manejo de sistemas simplificados de água para a produção de alimentos, houve a participação de 96 agricultores e agricultoras dos municípios de Guanambi, Riacho de Santana, Matina e Caetité.

Várias oficinas de gestão da água para produção de alimentos foram realizadas, envolvendo 197 famílias.

Elaboração de mais 4 boletins Candeeiro, sistematizando as experiências com as famílias agricultoras para a multiplicação dos resultados. Além disso, foram mobilizadas as rádios locais para a convivência com o semiárido: divulgação dos programas Riquezas da Caatinga, Sertão da Gente e do Spot do Programa.

Organizando visitas de intercâmbio para a construção coletiva do conhecimento, foram 4 intercâmbios intermunicipais e participação em 1 intercâmbio interestadual.

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Com o objetivo de promover e fortalecer iniciativas de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, de fortalecer o desenvolvimento e a articulação de iniciativas de Economia Popular Solidária, de ampliar o processo de convivência com o semiárido e promover a crítica e a denúncia sobre o atual modelo de desenvolvimento capitalista e seus efeitos socioambientais, subsidiando a formulação de alternativas, realizamos, em 2009, uma série de atividades. A seguir, algumas delas estão relacionadas:

• Sistematização do Projeto Fecundação. Através de oficinas e visitas de campo, foi elaborado o documento.• Fundo Produtivo Solidário. Mobilização de 95 famílias de agricultores e agricultoras que aderiram ao fundo em 2009.• Recuperação de aguadas comunitárias através da mobilização das famílias, contratação de empresa e execução dos serviços com participação da comissão gestora e das famílias. Aconteceram 14 aguadas com cerca de 300 famílias de agricultores e agricultoras no município de Itainópolis. • Reuniões da Comissão Gestora do projeto Fecundação: 6 reuniões realizadas com representantes de 5 enti-dades do poder público e de 8 entidades da sociedade civil do município.• Visitas de mobilização das comunidades: 24 comunidades visitadas pela equipe técnica e membros da Comissão Gestora, 290 famílias de Itainópolis.• Implantação de três grupos com criação de pequenos animais, dois grupos com criação de ovinos e um grupo com criação de galinhas, nas comunidades rurais de Tombador e Serra. • Apoio a dois grupos com criação de peixes, através da construção dos tanques com trator e manejo da criação feito pelas famílias. Participaram oito famílias no município de Itainópolis. • Ações do P1+2 – Programa Uma Terra e Duas Águas, com mobilização das famílias, capacitação em GAPA e SSMA e construção da implementação. Participaram 92 famílias de agricultores e agricultoras das comunidades de Massapé, Caldeirão, Acauã e Queimada Nova. • Construção de 20 cisternas de placas, beneficiando igual número de famílias no município de Flores.• Campanha de preservação do rio Itaim e celebração em defesa do rio. Participaram pessoas envolvidas no mutirão de limpeza do lixo nas ruas e acessos ao rio Itaim. O ato celebrativo aconteceu sob a ponte que dá acesso a Itainópolis, na zona urbana da cidade, e teve a participação de 300 pessoas.• Foram realizados 10 mutirões agroecológicos, que são iniciados com uma reunião para discutir a temática específica de cada mutirão, seguida das práticas de manejo de pequenos animais ou serviços com as famílias

Regional PIAUÍ

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atendidas. Participaram 198 famílias no município de Itainópolis.• EPS – acompanhamento ao grupo de piscicultura Jardim I e Formoso, através de visitas mensais, manejos, reuniões, debates, partilha e prestação de contas. Participaram 37 famílias de agricultores e agricultoras do município de Barras. • Acompanhamento técnico e administrativo contábil ao projeto Fruto Daqui. Os Associados em Cooperativa produzem polpa de frutas que compram in natura de agricultores associados. Participaram 44 associados com cerca de 3 mil estudantes beneficiados. As ações aconteceram no município de José de Freitas.

Neste segundo ano de vigência do atual plano quadrienal, deu-se continuidade a um conjunto de ações desenvolvidas direta e/ou indiretamente pelo Secretariado Regional e Cáritas Diocesanas do Estado do Rio Grande do Sul em parceria com organizações e movimentos sociais que atuam na mesma perspectiva de construção de um outro mundo possível.

Dentro dos efeitos produzidos e resultados alcançados através desse trabalho, percebem-se avanços e também dificuldades. Avançou-se na discussão e construção das políticas públicas, porém ainda existem grandes dificuldades de realmente serem implementadas políticas de estado, à medida que ainda persiste a cultura de implementação de políticas de governo.

Um avanço percebido em 2009 foi a realização de mais de dez feiras regionais e estadual de Economia Solidária, tanto por seu perfil de multiplicação, organização e qualificação como pelo espaço de articulação e formação dos empreendimentos de Economia Solidária. Uma das preocupações trabalhadas foi em relação ao meio ambiente e à produção de alimentos saudáveis a partir da agroecologia e o artesanato feito a partir do reaproveitamento de material reciclado entre outros projetos. Mesmo com esses avanços, a Feira de Santa Maria, que têm um caráter latino-americano, foi cancelada judicialmente por alegações ligadas aos perigos da gripe suína, embora localmente outros eventos tenham ocorrido, no mesmo período, sem qualquer restrição. Por isso, a Feira de Santa Maria foi adiada para janeiro de 2010, antecedendo as atividades dos 10 anos do Fórum Social Mundial de Porto Alegre.

Regional RIO GRANDE DO SUL

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Tendo em vista a expressividade na realização das feiras de Economia Solidária, o governo federal implementou um programa de apoio à realização de feiras locais, regionais e estaduais. Devido à sua organização e articulação, o Rio Grande do Sul foi o estado que mais acessou os recursos do programa de apoio às feiras do governo federal, ainda que os recursos sejam escassos e não deem conta da demanda atual.

Várias atividades foram realizadas ao longo de 2009, tanto em âmbito estadual quanto em âmbito diocesano, envolvendo 27.591 pessoas.

Algumas atividades realizadas:

• Participação e contribuição na realização da 3ª Feira de Economia Popular Solidária da Diocese de Bagé. Presença de 9 grupos de expositores e cerca de 300 participantes.• Participação em oito reuniões preparatórias da comissão organizadora e realização da Feira de EPS da Romaria do(a) Trabalhador(a), dia 1º de maio de 2009. 129 grupos de expositores e cerca de 5 mil participantes.• Participação em 24 reuniões da coordenação geral e nove reuniões do GT de Formação. Preparatórias à Feira Estadual de EPS de Porto Alegre.• Realização da 11ª Feira Estadual de Economia Popular Solidária, de 27 de setembro a 3 de outubro de 2009, em Porto Alegre (RS), com 280 participantes.• Apoio a 23 projetos sociais pelo Fundo e um projeto econômico produtivo pelo Fundo Rotativo Solidário, durante as quatro reuniões da Comissão Estadual de Desenvolvimento Solidário Sustentável, beneficiando 7.100 pessoas.• Apoio a 56 projetos através dos Fundos Diocesanos de Solidariedade, beneficiando 3.252 pessoas.• Acompanhamento e assessoria aos grupos apoiados pelo Fundo Estadual e Fundos Diocesanos de Solidariedade nas dioceses de Passo Fundo, Cruz Alta, Erexim, Bagé, Vacaria e Pelotas, tendo a participação de 878 participantes.• Publicação do Caderno de Formação número 19: Experiências de Desenvolvimento Solidário Sustentável/Território.• Apoio à realização das Feiras Diocesanas de Sementes Crioulas e Biodiversidade das Dioceses de Santa Cruz do Sul, Passo Fundo e Erexim, com 11.854 participantes.• Participação em cinco reuniões do grupo de trabalho de coordenação do Seminário Estadual sobre Alimentação Escolar.• Realização do Seminário Estadual de Alimentação Escolar nos dias 14 e 15 de outubro, durante a Semana

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da Alimentação 2009, com 124 participantes.• Realização de quatro reuniões de articulação preparatórias para a Campanha da Fraternidade 2010, cujo tema é Economia e Vida.• Realização, em parceria com a Associação Nacional das Escolas Católicas, de Seminário Estadual preparatório à Campanha da Fraternidade 2010 e oficina sobre Economia Popular Solidária.• Reunião com a Prefeitura de Porto Alegre para tratar sobre projeto de biodiesel a partir do óleo de cozinha usado.

Cinco avanços significativos marcaram o ano de 2009 nas ações voltadas para o Desenvolvimento Solidário e Sustentável: A expansão e o fortalecimento no estado da Rede Mandioca, que hoje está presente em mais de 60 comuni-dades rurais de aproximadamente 20 municípios maranhenses. O fortalecimento dessa rede aponta para uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável e solidário, à medida que é desenvolvida a partir dos valores e culturas populares, numa abrangência territorial, na perspectiva de favorecer o fortalecimento e a construção de cadeias produtivas.

Essa estratégia, além de criar alternativas de melhoria de renda e qualidade de vida, favorece a construção de alternativas de segurança alimentar e nutricional numa região extremamente empobrecida, a partir de uma cultura marginalizada, como era a mandioca. Outro destaque do ano foi a ampliação das estratégias populares e solidárias de comercialização da produção, através de realização de feiras e intercâmbios locais e estaduais de economia solidária. Inúmeros grupos populares foram envolvidos nesses processos de comercialização e trocas de experiências, criando novas perspectivas de articulação, fortalecimento e inserção de suas práticas e produtos, ao mesmo tempo que vão abrindo espaços de criação de novos mercados alternativos solidários.

Os avanços nas negociações junto às instituições de crédito, como o Banco do Nordeste (BNB), possibilitaram a constituição e retomada das experiências de fundos de crédito solidário, agora a partir de novas bases e critérios de financiamento e rotatividade, abrindo-se com isso perspectivas para ampliação dessas iniciativas em 2010.

Regional MARANHÃO

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Nesse mesmo espírito, as experiências da Ciranda da Solidariedade, iniciadas ainda em 2006, através da parceria com a Rede de Educação Cidadã (RECID), estão se consolidando e fazendo valer os princípios da ciranda com grupos que foram apoiados inicialmente, já repassando adiante o apoio recebido, além de ter suscitado novas práticas de gestão dentro dos grupos, espírito solidário nas comunidades e mudanças no hábito alimentar das famílias na perspectiva da segurança alimentar e nutricional.

Uma nova experiência também se fortalece no fazer Cáritas do Maranhão, que aponta para outra perspectiva de visibilidade para um segmento e uma temática até então ignorados, “invisíveis”. Trata-se do processo de mobilização e de organização dos catadores de materiais recicláveis em quatro municípios, já apontando significativos resultados para os referidos grupos, como, por exemplo, a sensibilização dos catadores para a importância de sua atividade e de seu papel estratégico – são agentes de meio ambiente e de desenvolvi-mento sustentável –, o início do processo de organização/grupalização, sinalizando a construção de maior organicidade no segmento e formação em economia solidária, a construção de diálogo com o poder público na perspectiva da garantia e efetivação de direitos para os(as) catadores(as), além de incidência para que haja políticas públicas adequadas para a coleta e o tratamento de resíduos sólidos.

Algumas atividades realizadas:

• Promoção e assessoria da Plenária Estadual da Rede Mandioca, com a participação de 140 pessoas, no município de Vargem Grande.• Visitas aos 16 grupos apoiados com recursos do Fundo Solidário, sendo 52 famílias participantes.• Reunião de coordenação da Rede Mandioca, com 14 participantes no município de Codó.• Realização de três feiras microrregionais (Codó, Viana e São Bernardo), com a participação de 30 grupos.• Acompanhamento ao projeto Reciclando Vidas (planejamento nacional em Brasília, monitoramento em São Luís, planejamento estadual em Balsas e avaliação em São Luís).• Participação como membro da coordenação das reuniões periódicas de coordenação do FEESMA (Fórum Estadual de Economia Solidária do Maranhão). Participaram 12 representantes de entidades. As reuniões aconteceram em São Luís.

Várias oficinas aconteceram em 2009. Veja algumas a seguir:

• Oficinas sobre gestão produtiva e comercialização, com a participação de 90 pessoas nos municípios de São Mateus e São Bernardo.

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• Duas Oficinas Locais de Capacitação em Desenvolvimento e EPS em Barra do Corda e Viana, com participação de 50 pessoas.• Oficina de capacitação de técnicos e agentes Cáritas sobre Agroecologia.• Realização da I Oficina Regional de Sementes com representantes das dioceses de São Raimundo Nonato, Floriano, Oeiras, Picos e Parnaíba (exposição da temática e visita a uma experiência).• I oficina Pedagógica para professores(as) – Educação contextualizada e convivência com o semiárido –, com 81 professores e professoras, diretoras(es), secretárias(os) da rede de educação pública municipal e estadual.• I oficina de convivência com o semiárido para multiplicadores(as). Participaram 46 pessoas de 17 comuni-dades envolvidas no projeto em Itainópolis.• V Oficina Pedagógica, com participação de 88 pessoas no município de Flores.

Em 2009, consolidou-se o processo de refundação da Cáritas Brasileira. Percebe-se a necessidade de realizar uma grande escuta com todos os agentes e pessoas, que, de alguma forma, contribui para a existência da Cáritas no regional. A escuta mostrou que a Cáritas Brasileira, em cinco anos de processo de refundação, deu passos importantes na perspectiva de ampliar sua ação de solidariedade, como a implantação das equipes diocesanas, a harmonia com os projetos e linhas nacionais e a ampliação para outras dioceses. Tudo isso marcou um novo processo emergente no regional. Porém a escuta mostrou também limite ao desenvolvimento da ação, como a ausência de um trabalho com os voluntariados, a ausência de projeto de sustentação das equipes regionais, a dificuldade de comunicação e financeira de muitas ações desenvolvidas e a necessidade de uma espiritualidade enraizada nas ações desenvolvidas.

Nessa prioridade, ocorreu um avanço no programa dos catadores, com o aporte financeiro vindo da União Europeia, desde o primeiro trimestre de 2009, possibilitando a organização nas três cidades do projeto: Paragominas, Bragança e Abaetetuba.

Houve em Paragominas uma articulação direta dos catadores com a Economia Solidária, criando uma importante interação dos programas. A Economia Solidária vive um grande momento: o de expansão de sua metodologia e a organização de grupos nas dioceses, o que representa uma alternativa de influência junto à construção de políticas públicas. Além disso, a troca contínua de experiência entre os grupos possibilitou um salto qualitativo no desenvolvimento da Economia Solidária no estado do Pará.

Regional NORTE 2

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Regional SANTA CATARINA

Algumas atividades realizadas:

• Encontro das comunidades que trabalham com produtos oleaginosos – Rede Andiroba.• Encontro entre Redes de Economia Solidária e Curso de Formação de Agentes.• Formação para grupos de mulheres produtoras de sabão no município de Óbidos.• Acompanhamento aos projetos do FNS em Abaetetuba.• Mapeamento das potencialidades das comunidades para desenvolver a Economia Solidária em Abaetetuba.• Feira e Seminário Regional de EPS em Paragominas.• Seminário pela solidariedade para elaboração de subsídios em Paragominas.• Criação de viveiros comunitários em Bragança.• Formação sobre os sistemas agroecológicos nas comunidades e recuperação das nascentes dos rios. O evento aconteceu em Bragança.• Criação da loja de produtos de EPS e feira mensal de produtos nos bairros da cidade de Bragança.• Instalação de 53 unidades do projeto Água em Casa, Limpa e Saudável, através da Cáritas Metropolitana de Belém.

A Cáritas Brasileira Regional Santa Catarina, em conjunto com as entidades membros, realizou dois seminários diocesanos de Desenvolvimento Solidário e Sustentável, na perspectiva da convivência com os biomas e territórios, com participação de 70 pessoas, representando grupos apoiados pela Cáritas ou Fóruns Regionais.

Participação no seminário Nacional de DSS, promovido pela Cáritas Brasileira, em Belém (PA).

Quanto à relação institucional, a Cáritas esteve presente nas reuniões do FCES, articulando, planejando, avaliando, juntamente com outras entidades e empreendimentos, os passos da Economia Solidária no estado.

Com a participação no FCES, os grupos participaram das feiras de economia solidária, do mapeamento em ES. Também os grupos de agroecologia e alimentação passaram a vender seus produtos no programa do PAA e também vender para a merenda escolar.

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A Cáritas Brasileira Regional Santa Catarina esteve presente na Comissão Gestora Estadual do mapeamento de empreendimentos de Economia Solidária em Santa Catarina, uma política da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), cujo objetivo era conhecer os empreendimentos de Economia Solidária em Santa Catarina, com dados mais apurados sobre a forma de trabalho, meio de produção, gestão e comercialização dos produtos/serviços.

Em 2009, foram aprovados quatro projetos pelo Fundo Rotativo, sendo dois urbanos e dois rurais, beneficiando 25 famílias diretamente. Outros grupos apoiados anteriormente pela Cáritas estão inseridos no processo de acompanhamento e formação das entidades membros nas dioceses. Esses grupos desenvolvem atividades de artesanato, panificação e atividades de agricultura.

Muitos dos grupos têm enfrentado grandes dificuldades na comercialização de seus produtos/serviços, por não produzirem em grande quantidade, tendo, quase sempre, que comercializar em feiras, eventos, venda direta, etc.

Várias atividades foram realizadas em 2009. Veja, a seguir, algumas delas:

• Projeto de Desenvolvimento Solidário e Sustentável, Territórios e Convivências com Biomas (PCI). A Cáritas Brasileira Regional Santa Catarina, em conjunto com as Entidades Membro, realizou dois seminários diocesanos de Desenvolvimento Solidário e Sustentável na perspectiva da convivência com os biomas e territórios, com participação de 70 pessoas, representando grupos apoiados pela Cáritas ou dos Fóruns Regionais.• Articulação com os FRES e FCES. A Cáritas Brasileira Regional Santa Catarina esteve presente na Comissão Gestora Estadual do mapeamento de empreendimentos de Economia Solidária em Santa Catarina, uma política da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), cujo objetivo era conhecer os empreendimentos de Economia Solidária em Santa Catarina, com dados mais apurados sobre a forma de trabalho, meio de produção, gestão e comercialização dos produtos/serviços. A participação na Feira Catarinense e em feiras regionais de Economia Solidária fortaleceu a construção de uma rede mais solidária. • Acompanhamento e apoio a grupos de EPS. O Fundo de Miniprojetos é composto de recursos de doação da Misereor/KZE e também de recursos do Fundo Rotativo, constituído a partir das devoluções de projetos de geração de trabalho e renda apoiados pelos MPAs. Em 2009, foram aprovados quatro projetos pelo Fundo Rotativo, sendo dois urbanos e dois rurais, beneficiando 25 famílias diretamente.

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Regional NORDESTE 2

Segurança Alimentar e Nutricional em Acampamentos e Pré-Assentamentos da Reforma Agrária (PSAN).

O PSAN atendeu em 2009 aproximadamente 1.100 famílias acampadas e pré-assentadas da região do semiárido em 25 municípios, com os objetivos de implantar sistemas coletivos de produção diversificados e apropriados ao semiárido para o autoabastecimento alimentar e nutricional das famílias e estimular a adoção de práticas alternativas de manejo e conservação de sementes crioulas, plantas medicinais, de espécies da caatinga e de criatórios de pequenos animais, oferecendo o apoio técnico, gerencial e orga-nizacional aos grupos familiares como suporte às atividades produtivas e de beneficiamento da produção.

Algumas atividades:

• Elaboração de uma cartilha educativa. Pesquisa de temáticas que abrangem os processos de formação do projeto. Entre elas, destacamos: Segurança Alimentar e Nutricional, Políticas Públicas de SAN e Agroecologia.• Um encontro de formação do grupo de agentes mobilizadores/capacitadores. Oficinas temáticas realizadas com as famílias e lideranças para discutir os objetivos, as metas e etapas/fases, a área de abrangência e a metodologia do projeto. Participaram 31 agentes de mobilização.• Vinte encontros para realização de Diagnóstico Rápido Participativo com as famílias acampadas. Oficinas trimestrais realizadas com os agentes de mobilização para discutir, com as famílias beneficiárias, questões relevantes sobre aspectos sociais e econômicos. Participaram 1.000 famílias.• Vinte oficinas de Segurança Alimentar e Nutricional e Processos Participativos. Atividades grupais no intuito de explorar temas relacionados ao manejo e conservação de sementes crioulas, plantas medicinais e espécies nativas da caatinga. Teve a participação de agentes mobilizadores e de cerca de 300 de famílias acampadas e pré-assentadas de 25 municípios.• Implantação de 100 projetos coletivos de produção com as famílias acampadas e pré-assentadas. Oficinas temáticas de formação: cada grupo definiu sua preferência de acordo com as condições locais e culturais para a produção dos projetos coletivos. Participaram 1.000 famílias de 25 municípios.• Instalação de 23 cozinhas coletivas nos núcleos produtivos dos acampamentos e pré-assentamentos, beneficiando 1.100 famílias.

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Economia Solidária e Agroecologia – Tecendo Redes Solidárias nos Estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba.

Parece-nos significativo situar a importância do Nordeste e dos estados onde a Cáritas atua para o fortalecimento da economia solidária. Segundo mapeamento dos Empreendimentos de Economia Solidária – EES, realizado pela Secretaria Nacional de Economia Solidária – SENAES, considerando a distribuição territorial, a Região Nordeste concentra 43,5% dos EES. Os estados de AL, PE e PB representam 26%. Isso demonstra a importância da região para o trabalho de EPS que a Cáritas NE II desenvolve. A Cáritas entende a Economia Solidária como uma estratégia de desenvolvimento, não como ações compensatórias, e sim como uma alternativa ao capitalismo, que surge dentro da sociedade, por parte dos(as) trabalhadores(as) como reação à sua exclusão, à sua miséria e desigualdade.

Para um desenvolvimento solidário, é muito importante um planejamento do desenvolvimento brasileiro territorializado, que respeite as diferenças sociais, culturais e econômicas e as condições de sustentabilidade ambiental.

Algumas atividades:

• Acompanhamento à Rede de Bancos de Sementes, através de reuniões, intercâmbios, encontros estaduais, seminários, debates, participação em feiras, participação em fóruns e elaboração de projetos de apoio. Participaram 1.038 pessoas. As ações aconteceram na Paraíba e em Alagoas.• Acompanhamento à Rede de Apicultura na Paraíba e de apicultores em Pernambuco. Ações através de visita de intercâmbios de apicultores(as) da Paraíba, Cooperativa de Apicultores de Rio Grande do Norte, encontros estaduais, curso de meliponicultura e seminários. Participaram 96 famílias. As ações aconteceram na Paraíba e Pernambuco.• Articulação dos(as) catadores(as) através de reuniões, intercâmbios, encontros estaduais, seminários, participação em feiras, participação em fóruns e elaboração de projetos de apoio. Participaram cerca de 1.880 pessoas. As ações aconteceram em Pernambuco, Paraíba e Alagoas.• Articulação de artesãos(ãs) através de reuniões, intercâmbios, encontros estaduais, seminários, debates, participação em feiras, participação em fóruns e elaboração de projetos de apoio. Participaram 406 pessoas. As ações aconteceram em Pernambuco e Alagoas.

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• Articulação de agricultores agroecológicos familiares através de reuniões, intercâmbios, encontros estaduais, seminários, debates, participação em feiras e em fóruns e elaboração de projetos de apoio. Participaram 885 pessoas. As ações aconteceram em Pernambuco e Alagoas.

Projeto Raízes

Foram beneficiadas 1.907 famílias da região do semiárido, sendo agricultores familiares, apicultores, mulheres, jovens e professores da rede pública de ensino.

Houve um avanço significativo no processo participativo nas ações e gestão do projeto através das comissões municipais e do conselho gestor regional, além do envolvimento dos gestores municipais nas ações do projeto.

Algumas atividades:

• Construção de 690 cisternas familiares para captação de água de chuva. Aconteceram visitas técnicas para identificação das fontes alternativas de recursos hídricos, diagnóstico participativo sobre recursos hídricos, capacitação de pedreiros locais para instalação das cisternas, realização da obra hídrica, curso de manejo e gerenciamento de recursos hídricos. 690 famílias foram beneficiadas nos municípios de Casserengue, Cacimbas, Poço Dantas (PB), Ibirajuba (PE) e Cacimbinhas (AL).• Construção de duas cisternas comunitárias. Capacitação de pedreiros, realização de obra comunitária, curso de manejo e gerenciamento de recursos hídricos comunitários. 620 pessoas atendidas nos municípios de Casserengue (PB) e Cacimbinhas (AL).• Construção de 12 cisternas escolares. Curso de manejo e gerenciamento de recursos hídricos comunitários, capacitação de pedreiros, realização de obra comunitária. 680 pessoas atendidas no município de Ibirajuba (PE) e Cacimbinhas (AL).• Construção de 36 obras hídricas. As ações acontecem com metodologia através de visitas técnicas para identificação das fontes alternativas de recursos hídricos, diagnóstico participativo sobre recursos hídricos, capacitação de pedreiros locais e realização da obra. 960 pessoas atendidas nos municípios de Casserengue, Cacimbas, Poço Dantas (PB), Ibirajuba (PE) e Cacimbinhas (AL).

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Em relação aos desafios de São Paulo, em suas dimensões territoriais, sociais e populacionais, percebemos que temos muito a avançar. Mas, de acordo com o nosso PMAS e o nosso encontro inter-regional de agosto, podemos visualizar o quanto avançamos em relação a essa nossa proposta. Considerando o envolvimento do regional com as demais instâncias de defesa e também de sua aproximação com o Secretariado Nacional, penso que avançamos de forma significativa em relação ao cumprimento dessa prioridade.

Regional SÃO PAULO

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“O P1MC e P1+2 foram oportunidades das famílias carentes receberem uma cisterna, a água da chuva é enviada por Deus. O curso de capacitação que cada família participa é muito importante, porque sabemos dos nossos direitos. É um trabalho educativo, motiva o mutirão, a organização da comunidade. As famílias sabem de onde vem o dinheiro e como foi gasto.”Maria do Socorro Rodrigues Gomes, Sítio Congo Limoeiro do Norte.

"A gente quer mostrar para o governo que é possível desenvolver a região sem agressão, preservando o jeito local de produzir, baseado no comércio solidário, sem agredir a natureza e sem tirar as pessoas do seu lugar."Jaime Conrado, assessor de Desenvolvimento Territorial Solidário Sustentável da Cáritas Brasileira Regional Maranhão.

“O projeto PSAN vem para fortalecer nossa luta e quem sabe até propiciar uma renda. Alimenta nós e nossos filhos.”Maria Auxiliadora, do Acampamento Dom Josué Brandão de Castro, acompanhado pela Cáritas de Própria (SE).

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Crônica do P1+3

“Imagine na sua, na minha comunidade, no semiárido camponês, termos o direito de acesso a uma terra, duas águas e uma rádio! A terra já sabemos para que serve. As duas águas também: beber e cozinhar, produzir e alimentar! Mas, a rádio, é pra comunicar?A ASA fala das tecnologias de convivência com o semiárido e dá apoio pra fazer junto com a comunidade camponesa. Faz-se a caixa de captar água de chuvas pra beber e cozinhar. A cisterna calçadão, que também junta muita água pra produção, comer e até vender.Pensar e sonhar são direitos universais, até estadual. A Articulação do Semiárido em comunicação de Minas Gerais, ASA-MG, desde 2003, em assembleias, oficinas e encontros, clama pelo direito de instru-mentalizar e fortalecer a comunicação popular. A rádio é uma delas.É tão simples! Numa casinha no pé de serra, tem-se energia, é só ligar o cabo do transmissor, os outros equipamentos de som, esticar a antena e pronto! É só comunicar. Comunicamos todos nós: fala Maria, fala João, fala a criançada, fala o padre, falam as instituições, fala o prefeito, o vereador, todos e todas sem distinção de cor e de valor, como se faz cá no Vale, como se faz cá no Norte de Minas Gerais.A ASA vai ficar surpresa com o quanto é importante ter terra, ter água, ter produção, ter comunicação livre da repressão!É sério, não é difícil, não! Uma dica para a ASA: reúna a comunidade, dê formação e, com pouco tempo, acontece a mobilização. O próprio povo camponês se comunicando e tanta gente se beneficiando em toda a redondeza.É sério, não é difícil, não! Uns 8 mil contos de réis se compra o kit de transmissão, dinheiro pouco pra tanta importância na comunicação do sertão!Pronto, a rádio tá no ar e o próximo passo agora, com ajuda da ASA, é inscrever e cobrar do governo federal o direito de se comunicar.Chegando a concessão, aí sim, vamos em frente com a educação do campo, terra, água, produção e comunicação popular.Salve o P1+3, porque para sonhar e lutar nunca é tarde demais, pois comunicar e mobilizar é preciso!”Decanor Nunes – Vale do Jequitinhonha (MG)

Direito e Controle Social

Cáritas Brasileira solidariedade pela vida

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A defesa dos direitos das populações excluídas e a intervenção nos espaços de discussão, proposição e controle social de políticas públicas são características fortes na atuação da Cáritas Brasileira. Em 2009, a meta do Secretariado Nacional era incidir diretamente no Judiciário e no Ministério Público, através de ações de formação e articulação das organizações e movimentos sociais, na perspectiva da efetivação dos direitos humanos.

Os grupos populares e movimentos sociais animados e coordenados pela Cáritas Brasileira em todo território nacional apontaram avanços importantes na luta pelos direitos do povo. Porém ainda observamos que grande parte da população brasileira não tem os seus direitos assegurados, tampouco são acolhidas as suas reclamações junto aos organismos como Judiciário e Ministério Público. Também em 2009 havia a perspectiva da elaboração de uma política de ação específica para as emergências.

A Cáritas Brasileira, por meio da prioridade de defesa e promoção dos direitos e controle social de políticas públicas, vem buscando contribuir com o fortalecimento das mobilizações sociais, acreditando que só é possível a transformação dessa realidade a partir da mobilização e formação de redes de articulação em 2009. Foi expressiva a participação de Agentes Cáritas nos fóruns e Conselhos Municipais em todo o País. Veja a seguir algumas atividades que aconteceram em 2009.

PRIORIDADE 2: Defesa e Promoção dos Direitos e Controle Social de Políticas Públicas

O ano de 2009 nos possibilitou um maior conhecimento dos grandes projetos do agrohidronegócio presentes no cotidiano das comunidades, como a Barragem do Figueiredo, carcinicultura, energia eólica instalada em áreas de proteção ambiental e transposição das águas do rio São Francisco para o Canal da Integração.

Através dos processos de formação e mobilização social, a conscientização política por parte das lideranças comunitárias foi fortalecida para que ocorra o enfrentamento aos grandes projetos de "desenvolvimento".

Regional CEARÁ

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Além disso, em 2009, a campanha contra exploração sexual de crianças e adolescentes realizada em quatro cidades – Fortaleza, Tauá, Massapé e Crateús – contribuiu para a sensibilização da sociedade sobre a violação de direitos de crianças e adolescentes.

Apresentamos, a seguir, algumas atividades de 2009 organizadas por programas:

Emergências

• Participação na reunião de organização da campanha emergencial na Arquidiocese de Fortaleza, coordenada pela CAF e Pastorais Sociais.• Escuta do relato da situação dos municípios, das ações realizadas de socorro imediato, da situação de desabrigados, das perdas de moradias, produção, etc. E, ainda, das propostas de ações reestruturantes de reabilitação e da organização em conjunto com as parcerias: FCSA, conselho de pastoral, prefeitura e Defesa Civil, entre outros.• Reunião realizada em Fortaleza, com a Defesa Civil do estado, solicitada pelo representante da USAID durante as visitas ao estado. Continuidade à agenda de diálogo e visitas às parcerias para construção dos projetos emergenciais, parte da campanha emergencial assumida em 2009, pela CB. Participaram representante da Defesa Civil do estado do Ceará, representante da USAID e Secretariado Regional e Nacional da Cáritas.• Elaboração de projetos de atendimento imediato e reconstrução a serem apoiados pela Cáritas – campanhas, CRS-OFDA. Coleta de informações e diagnóstico das dioceses/municípios. Construção de projetos locais. • Sistematização do projeto regional. Socialização e encaminhamentos com as equipes diocesanas. Os municípios participantes foram Itapipoca, Itapajé, Sobral, Bela Cruz, Tianguá, Jaguaruana, Itaiçaba e Fortaleza.• Participação na Nacional sobre Emergências, no Seminário Nacional Política de Emergências, na Oficina Nacional de Emergência e no Seminário Meio ambiente e Direitos Humanos, todos realizados em Brasília.

A Cáritas Brasileira valoriza e qualifica a participação de Entidades Membro e grupos acompanhados em processos de incidência em políticas públicas e/ou orçamento público.

Aconteceram seis reuniões do Fórum DCA, todas em Fortaleza. As ONGs participantes debateram sobre as temáticas relativas a direitos de crianças e adolescentes.

42Ações que tiveram como participantes Agentes Cáritas e lideranças comunitárias:

a) Formação em Políticas Públicas – Módulo VII. Realizada em Crateús, tendo como tema estudo sobre conselhos gestores de políticas públicas.b) Formação sobre ciclo orçamentário. Realizada em Fortaleza, tendo como temas exposição dialogada, trabalhos em grupos e educação popular.c) Formação em Políticas Públicas – Módulo VIII. Realizada em Crateús, tendo como tema avaliação de toda a formação de três anos e revisão.d) Encontro Regional sobre Direitos Humanos. Realizado em Fortaleza, tendo como tema a análise de conjuntura sob ótica dos direitos humanos. Aprofundamento da temática. Trabalhos em grupo.

A Cáritas Brasileira contribui com os processos de mobilização social de caráter popular no Brasil com as seguintes ações: Participação no FSM 2009, em Belém. • Ato Dia Internacional da Mulher, passeata com cerca de 300 pessoas, representantes de entidades da sociedade civil e lideranças feministas. • Encontro Nacional do Grito dos Excluídos, realizado em São Paulo, tendo como metodologia a análise de conjuntura. Exposição dialogada. Trabalhos em grupos – aprofundamento do tema.• Grito dos Excluídos, realizado em Fortaleza. Passeata – ato – Celebração Ecumênica com representantes das comunidades de base e de pastorais sociais, organismos, movimentos sociais, religiosos(as) e jovens.• Romaria da Terra: Visitas às comunidades de Iguatu para troca de experiências e acolhida solidária. Partilha da alimentação, caminhada/romaria e Celebração Eucarística. Participaram representantes das comunidades, pastorais sociais, organismos, bispos e párocos.

A realidade social de Minas Gerais no ano de 2009 não é tão diferente do ano anterior. Continua aumentando o índice da população com seus direitos negados, dependente de políticas compensatórias e longe da garantia de políticas públicas.

A Cáritas, em conjunto com os movimentos sociais mineiros, atuando em um ambiente de redes sociais, tem

Regional MINAS GERAIS

43sido importante na denúncia, na resistência e na garantia de direitos. Se a ofensiva segue, podemos dizer que segue também um processo de acúmulo de forças com intuito de alterar a atual correlação de forças desfavorável aos trabalhadores e trabalhadoras em Minas Gerais.

Entendemos que a participação nessa diversidade de articulações nos coloca em posição vantajosa e, ao mesmo tempo, de grande responsabilidade na construção do diálogo e da unidade, com fins de maior eficácia e otimização das forças que se colocam em movimento.

Essa participação nos exige debater o projeto de sociedade que almejamos e construímos. Acompanhe, a seguir, algumas das atividades realizadas por programas.

Programa Infância, Adolescência e Juventude

O Programa Infância, Adolescência e Juventude sofreu, no ano de 2009, certo impacto em decorrência do término do plano quadrienal com a Cáritas Suíça. Ações de acompanhamento aos grupos locais não puderam ser realizadas com mais frequência e não tivemos como dar suporte financeiro às ações planejadas pelos grupos.

Na verdade, nosso apoio financeiro era muito tímido, mas fazia diferença no montante dos apoios das enti-dades parceiras do programa. Com essa deficiência, o processo de acompanhamento e monitoramento dentro da metodologia de PMAS, proposto pela Cáritas, não pôde ser continuado. Procuramos garantir, durante o ano, algumas ações de formação de âmbito regional e local, bem como participar dos processos de avaliação do programa nacional.

Atividades realizadas:

• Encontro de formação para educadores(as), adolescentes e jovens sobre Segurança Pública, no município de Belo Horizonte.• Participação em quatro atividades da Frente Estadual de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes, entre os meses de março e setembro, em Belo Horizonte.• Participação, mobilização do Dia de Luta Antimanicomial, em 18 de maio, com cerca de 1.000 participantes, no município de Belo Horizonte.• Oficinas locais com a temática violência, nas microrregiões do Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha, Triângulo, Vale do Rio Doce e região central, no primeiro semestre.

44• 21 oficinas locais sobre segurança pública nas microrregiões do Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha, Triângulo, Vale do Rio Doce e região central, no segundo semestre. • Participação da reunião de discussão sobre enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes, no município de Pirapora, no Norte de Minas. • Participação em duas reuniões com SEDESE – Secretaria de Desenvolvimento Social, no município de Belo Horizonte. • Participação na assembleia de eleição da sociedade civil do conselho municipal e estadual dos direitos da criança e do adolescente, no município de Belo Horizonte, tendo a participação de 50 entidades. • Participação no encontro estadual do comitê gestor da criança e do adolescente do semiárido. Foi realizado em Belo Horizonte, com a participação de 25 entidades.

Romaria da Terra e das Águas de 2009

Durante cinco anos consecutivos, a Romaria da Terra e das Águas vem sendo realizada em localidades onde há Cáritas Diocesanas. A última foi realizada na Diocese de Araçuaí, na cidade de Itinga, uma das regiões mais empobrecidas do Brasil. Cerca de 5 mil romeiros tiveram oportunidade de conhecer um pouco mais da realidade do Vale, como sua riqueza cultural, espírito de solidariedade, partilha, luta e resistência popular, que, em meio ao sistema socioeconômico, político, capitalista e excludente, perpetua a exploração das pessoas e de todo o meio ambiente.

Na Carta da Romaria, foram denunciados: “os grandes projetos desenvolvimentistas baseados no fortaleci-mento do agronegócio, ligados a grandes grupos econômicos nacionais e internacionais, que promovem enormes danos sociais e ambientais através da implantação de projetos de monoculturas de eucalipto, grandes barragens, exploração de minérios, pecuária extensiva, projetos que contam com forte apoio dos poderes públicos em todas as suas esferas”.

Grito dos Excluídos

O Grito dos Excluídos no ano de 2009 foi animado e mobilizado por algumas Pastorais e Movimentos Sociais. Diferentemente dos anos anteriores, a arquidiocese, enquanto instituição, não se disponibilizou para mobilização das paróquias e comunidades, logística e articulação política do Grito. Algumas paróquias se envolveram, mas sem priorizar a agenda para um envolvimento integral nas atividades.

45Muitas ações e reuniões foram necessárias para organização. Umas das mais importantes foi o Seminário de Formação, no qual foi possível resgatar a sua importância no contexto atual. O seminário foi assessorado pelo Padre Alfredinho, que trouxe reflexões sobre o histórico do projeto popular para o Brasil.

Nosso objetivo para o ano de 2009 era fortalecer a articulação da Assembleia Popular e do Grito dos Excluídos, além de promover ações que ampliassem a garantia dos direitos da população.

Grito dos Excluídos

Falando de mobilizações, não podemos deixar de registrar a importância do Grito dos Excluídos, que na 15ª edição ainda se coloca como um instrumento de resistência política e de expressão dos anseios e propostas das populações excluídas.

Nos últimos quatro anos, tem contribuído no debate da construção do país que queremos, trazendo para discussão questões da democracia participativa e da importância do envolvimento do povo brasileiro nas decisões que afetam a soberania da nação.

Nesse sentido, a realização do Plebiscito Popular tem sido de fundamental importância na construção coletiva desse país que queremos e um rico processo pedagógico no exercício da democracia participativa. O Grito dos(as) Excluídos(as) em 2009 afirmou a necessidade de inversão de prioridades, para que a vida seja colocada acima do mercado, do lucro e do capital, e trouxe para a pauta dos debates essa preocupação com a vida e a organização popular.

Ao longo dos processos de mobilização e reflexão em torno do Grito dos Excluídos em 2009, refletimos profundamente com os estudantes, lavradores, sem-terra, sem-teto, catadores, jovens, mulheres e homens das comunidades populares.

A defesa da vida e dos direitos requer uma participação popular livre e autônoma, plural e igualitária, uma mudança do modelo econômico e o controle social sobre os recursos públicos, a qualidade e o preço dos serviços prestados à população.

Regional NORDESTE 3

46O Grito, nos últimos três anos, trouxe para a cena um novo conceito, o de democracia participativa ou direta, no qual todos os cidadãos e cidadãs foram chamados a celebrar a Semana e o Dia da Pátria com uma nova consciência. Mesmo com alguns relatos feitos pelos agentes Cáritas nos nossos encontros de avaliação apontando para a dificuldade de mobilização em algumas Dioceses, de um modo geral tivemos na semana da Independência do Brasil eventos de reflexão e de mobilização de rua em mais de 40 municípios acompanhados pela Cáritas na Bahia e Sergipe.

Mobilização em defesa do rio São Francisco Outra frente de mobilização que, apesar de bastante fragilizada nesse último ano, ainda permanece presente no horizonte de prioridade de várias dioceses é a Defesa do Rio São Francisco, que vem congregando a Rede Cáritas em ações contra a transposição e a favor de outro modelo de desenvolvimento, além do combate à privatização da água e ao hidronegócio.

Nesse processo, merece destaque a luta das comunidades ribeirinhas, vazanteiros, pescadores e pescadoras, marisqueiras e do “povo do São Francisco” em geral contra a transposição das suas águas e por um projeto de revitalização que resgate a qualidade da água e a vitalidade cultural desse grande “rio-mar”, de extrema importância para a vida de milhões de pessoas.

Assim, a Cáritas compõe, juntamente com outras organizações e movimentos, uma articulação que tem buscado unificar a luta e que tem conseguido barrar, em muitos momentos, a concretização da transposição do rio e tem conseguido pautar a verdadeira revitalização a partir do desenvolvimento sustentável, incluindo os povos da bacia.

Romaria da Terra e das Águas A cidade de Bom Jesus da Lapa, no oeste da Bahia, vem vivendo, há 32 anos, dias especiais. Cerca de 10 mil pessoas participam todos os anos da Romaria da Terra e das Águas. O evento tem a duração de três dias, com missas, confissões, via sacra, plenários e debates nos eixos: terra, água, quilombolas, políticas públicas e juventude.

47No primeiro dia, acontece a acolhida dos(as) romeiros(as) e, no início da noite, a abertura com a primeira celebração, quando as caravanas são apresentadas. O segundo dia é aberto com o Ofício de Nossa senhora, seguido pelos chamados "Plenarinhos".

Romeiros e romeiras de diversos municípios da Bahia e estados vizinhos se dividiram entre os temas Terra – Cerrado, Caatinga e Agronegócio, Reforma Agrária e Segurança Alimentar, Água – Bacia do Rio São Francisco e Pescadores, O Semiárido e os Grandes Projetos, Quilombolas – Territórios de Cultura e Resistência, Política Modelos de Desenvolvimento e Juventude – A Juventude quer viver com o pé no chão: terra e água em comunhão.

Durante a tarde, acontece um dos principais momentos da romaria: a Via Sacra. Baseada na Paixão de Cristo, a Via Sacra acontece com três paradas. A primeira é a condenação, que começa na Esplanada, caracterizada pelo Projeto de Transposição de Águas do Rio São Francisco (luta que temos travado já há alguns anos) e a situação das águas.

A segunda é na Igreja de Bom Jesus dos Navegantes e simboliza o sofrimento e a morte, demonstrados pelo trabalho degradante e escravo, as carvoarias e mineradoras, grandes projetos de irrigação, entre outros.

A terceira e última parada acontece nas margens do São Francisco e simboliza os sinais de esperança, expressos pela revitalização e pelos projetos populares que resistem e dão certo.

O dia é sempre encerrado com a noite cultural e apresentações de artistas da região. Os resultados dos "Plenarinhos" são apresentados no Grande Plenário, que acontece na manhã do terceiro dia, logo após a Missa da Ressurreição.

A Romaria da Terra e das Águas, de Bom Jesus da Lapa, é organizada pela Comissão Pastoral da Terra Regional Bahia e Sergipe, com as equipes das Dioceses de Barra, Bom Jesus da Lapa, Caetité, Barreiras, Irecê e Vitória da Conquista, Santuário de Bom Jesus da Lapa, Cáritas Regional Nordeste 3 e Articulação Popular em Defesa do São Francisco.

48Combate à corrupção eleitoral e campanha Ficha Limpa O Comitê Estadual da Assembleia Popular na Bahia incorporou nas suas ações em 2009 a Mobilização Nacional para coleta de assinaturas pela aprovação da Lei de Iniciativa Popular, que exige que os candidatos tenham ficha limpa. O Comitê produziu 10 mil panfletos e 5 mil praguinhas, que foram encaminhadas aos municípios. Ao longo do ano, foram realizados debates, palestras e oficinas que aprofundaram a temática sobre o combate à corrupção eleitoral e a importância da aprovação da Lei de Iniciativa Popular “Ficha Limpa”.

Em Salvador, no ano 2009, entre as diversas temáticas abordadas na Semana Social Arquidiocesana, a Lei de Iniciativa Popular teve um destaque especial. Na oportunidade, foi realizado um conjunto de entrevistas em rádios populares de Salvador, que aprofundou com o grande público os principais pontos abordados pelo projeto de lei.

É importante salientar que as Pastorais Sociais, os movimentos e organizações que se articulam em torno da Assembleia Popular no estado continuaram mobilizados em torno do projeto de lei, até que alcançamos o número de assinaturas necessário para o seu encaminhamento ao Congresso Nacional (um milhão e trezentas mil assinaturas).

Assembleia Popular Durante o ano de 2009, conseguimos consolidar o Comitê Estadual da Assembleia Popular na Bahia. Esse tem sido um espaço importante de articulação, de formação e de retomada dos processos unificados de luta em torno da construção do Projeto Popular para o Brasil. Como integrantes do comitê da Assembleia Popular/Bahia contamos com sem-terras, sem-tetos, pescadores(as), quilombolas, mulheres em situação de violência, estudantes, desempregados(as), indígenas, jovens de comunidades populares, enfim, tem sido um espaço plural e com grandes potenciais de retomada das lutas populares na Bahia.

Um aspecto relevante do processo de organização da Assembleia Popular na Bahia tem sido o seu enraizamento nas diferentes regiões do estado e também a sua aliança estratégica com a articulação de políticas públicas. Ao possibilitar esse movimento de aproximação entre as duas articulações, estamos

49conseguindo garantir uma interface entre o controle social das políticas públicas e as mobilizações e luta pela transformação do modelo de desenvolvimento e para o avanço dos processos democráticos e de participação popular.

Cerca de 100 representantes de entidades, pastorais e movimentos sociais do estado da Bahia realizaram em 2009 a 2ª Assembleia Popular da Bahia – Mutirão por um novo Brasil. Garantimos aí um processo de planejamento, identificando as prioridades da Assembleia Popular para 2010: visibilizar o projeto popular para o Brasil, fortalecer o trabalho de base e ampliar o processo de formação de militantes.

Articulação de políticas públicas da Bahia Outra frente de ação que gostaríamos de evidenciar diz respeito ao controle das políticas públicas e do orçamento. O Brasil, além de ser campeão de desigualdades, tem ostentado também títulos em corrupção e mau uso de recursos públicos. A superação dessa realidade e a construção de uma cultura política marcada pela participação popular se constituem numa tarefa árdua, que exige muita mobilização e articulação das forças sociais. A campanha “Quem não deve não teme”, que tem sua ação voltada diretamente para o exercício do direito de acesso às contas públicas pelo(a) cidadão(ã) – garantido pelo artigo 31 da Constituição Federal de 1988 –, mesmo com todas as reconhecidas dificuldades, alcançou resultados além dos esperados. Foram 412 municípios (99% dos municípios baianos) que receberam a petição, cartaz, fôlder e questionários da campanha. E muitos desses municípios, de alguma forma, refletiram sobre a importância da transparência das contas públicas.

No final de 2008, a Cáritas, AATR, FASE, CAA, IRPPA, Movimento Sem Teto da Bahia (MSTB), Conselho Nacional das Comunidades Quilombolas (CNQ), juntamente com os grupos de cidadania de vários municípios e várias organizações e movimentos realizam encontro de finalização e avaliação da campanha “Quem não deve não teme”. Definimos pela sua reedição em 2009.

Avaliação dessa quarta edição da campanha reafirma a importância da consolidação da articulação das organizações que atuam com políticas públicas na Bahia, bem como a necessidade de sistematizar e divulgar as práticas de democratização do acesso a essas políticas, que vêm sendo experimentadas no âmbito da Cáritas e das entidades parceiras.

50

Em 2009, com o objetivo de promover e apoiar iniciativas de defesa de direitos de populações em situação de vulnerabilidade social e emergencial, é que caminharam as ações do Regional, sempre na perspectiva do protagonismo dos excluídos e excluídas, contribuindo e animando o processo de articulação dos movimentos sociais, pastorais sociais e organizações da sociedade civil.

Também nesse ano, garantimos a participação e atuação em vários espaços de promoção e controle de políticas públicas, Conselho e Fórum Municipal e Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Fórum de Combate ao Trabalho Escravo, Comitê Estadual de Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, Fórum Nacional de Defesa Civil.

Atividades realizadas:

• Mobilização social para o Dia Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. Nesse evento, ocorreram caminhadas, protesto e manifestos contra violência nas comunidades (morte da criança Idamaris, de 8 anos, vítima de violência doméstica), passeatas e panfletagem. Participaram 550 pessoas entre crianças, adolescentes, jovens e comunidade em geral.• Mobilização de voluntários para atuar nas emergências. Foram enviados convites e aconteceram reuniões nas paróquias, reunião com o clero e divulgação nos meios de comunicação. Além disso, houve distribuição de donativos aos atingidos pelas enchentes. Aconteceram reuniões, distribuição de senhas e cadastros de 4.390 famílias. • Foram construídas 17 casas e reformadas mais 16, num mutirão que teve a participação de 33 famílias no município de Esperantina.• Realização da Semana de Solidariedade em todas as dioceses. Nos eventos, aconteciam missa, debate, teatro sobre a vida e missão de Dom Helder Câmara, Gincana de Solidariedade, ato público e visitas às escolas.• Realização da Semana de Solidariedade em todas as dioceses, com missas, debates, teatro sobre a vida e missão de Dom Helder Câmara, Gincana de solidariedade, ato público, visitas às escolas. Tivemos uma média de 400 participantes de Teresina, Picos, SRN e Parnaíba.

Regional PIAUÍ

51Seminários:

• O seminário Direitos e Responsabilidades, realizado no município de Cocal, teve a participação de 210 pessoas.• Seminário Nacional sobre Emergência em Brasília, representação de duas pessoas do regional.• No V Seminário Internacional de Defesa Civil, em São Paulo, houve a representação do regional e apoio na participação 26 representantes do município de Cocal.

No que concerne às políticas públicas, destaca-se a iniciativa da Secretaria Nacional de Economia Solidária, em parceria com outros ministérios do governo federal, de lançar alguns programas de apoio à Economia Solidária, além da ampliação do programa já existente de apoio à realização das feiras de EPS. Entretanto, dos novos programas de Economia Solidária (Centros de Referência e Comercialização em Economia Solidária, Centros de Formação em Economia Solidária, Núcleo Estadual de Assistência Técnica em Economia Solidária e o Programa Brasil Local), poucos foram satisfatoriamente efetivados, problemas foram identificados nos editais e nos processos de seleção de projetos e a metodologia aplicada foi questionada, pois não atendia aos princípios da Economia Solidária.

Além disso, a definição dos municípios a serem atendidos foi previamente definida, ou seja, as entidades não puderam debater, redimensionar o formato, a metodologia e os municípios que seriam atendidos. Percebemos avanços tanto em termos legais, no sentido de garantir o direito humano à alimentação a todos os brasileiros, como em ações e programas que fazem o alimento chegar a quem de fato precisa.

Falta ainda ao governo ousadia na implementação de políticas estruturantes, como a reforma agrária e agrícola e a aprovação de um marco legal em relação à assistência técnica e extensão rural, desafios pela frente para o próximo período.

Regional RIO GRANDE DO SUL

52Em relação às ações desenvolvidas pela Cáritas do RS, verifica-se um crescente no apoio a projetos de produção de alimentos e garantia da segurança e soberania alimentar de grupos e comunidades. Também é expressiva a participação de agentes Cáritas nos fóruns e Conselhos Municipais de Segurança Alimentar e Nutricional, motivados a partir do curso de formação em segurança e soberania alimentar desenvolvido em 2008, que teve a participação de mais de 100 agentes de Cáritas.

Nas ações da prioridade 2 – Defesa e Promoção dos Direitos e Controle Social de Políticas Públicas, envolvemos um público de aproximadamente 40.861 pessoas em todo o estado.

Algumas atividades realizadas:

• Encontro Estadual de Formação em Políticas Públicas e Controle Social, com participação de 22 pessoas.• Encontros de Formação em Políticas Públicas nas dioceses de Pelotas, Bagé e Vacaria. Os encontros alcançaram um público de 635 pessoas.• Divulgação das mobilizações junto aos fóruns, conselhos, grupos de base, organizações parceiras, atingindo cerca de 3 mil pessoas.• Elaboração e aprovação do projeto Fundo de Apoio às Emergências no Rio Grande do Sul, em parceria com a Cáritas da Alemanha.• Promoção da Campanha de Solidariedade ao Povo Gaúcho, em favor das famílias atingidas pelas enchentes de novembro/2009.• Participação no Fórum Social Mundial de Belém do Pará.• Participação em 6 plenárias mensais do Fórum Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável.• Audiência pública no Ministério Público Estadual e Assembleia Legislativa para tratar da liberação de recursos para a produção de alimentos nas 37 aldeias e comunidades indígenas no estado do Rio Grande do Sul.• Apoio e participação na audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa para tratar da demarcação das áreas quilombolas no Rio Grande do Sul.• Debate e aprofundamento do tema da Assembleia Popular, com participação de representantes das Cáritas Diocesanas e Pastorais Sociais no Encontro Inter-Regional (RS, SC, PR) e Assembleia Estadual da Cáritas do Rio Grande do Sul, com participação de 101 pessoas.

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2009 foi um ano particularmente importante para a sociedade civil no Maranhão. A retomada das grandes mobilizações sociais para discutir e pautar amplamente os temas de interesse público foi a grande contribuição no processo de construção do Tribunal Popular do Judiciário. A grande participação popular em todas as etapas do processo revelou uma grande demanda reprimida perante as instituições jurisdicionais. Foram recorrentes nas vozes populares em todo processo do TPJ o descontentamento, a descrença e a ilegitimidade do Judiciário maranhense.

Toda a luta por direitos, pelo controle e efetivação das Políticas Públicas esbarram na inoperância ou, quando não, na conivência com a violação dos direitos humanos e desvio dos recursos públicos.

Noutra frente de atuação, no âmbito dessa prioridade – Defesa e Promoção de Direitos e Controle Social de Políticas Públicas –, destacamos a continuidade do processo de formação para o controle social e publicização de políticas, orçamentos e contas públicas na esfera municipal. Esse também tem sido o esforço das equipes diocesanas no sentido de potencializar os setores populares, como lideranças comunitárias, comitês e fóruns de cidadania. A Cáritas garantiu a coordenação, material didático e assessoria das seguintes atividades:

• Curso Interestadual: “Políticas Públicas, Direitos Humanos e Combate à Corrupção Eleitoral”. O curso, do qual participaram 57 pessoas, foi realizado no município de Bacabal.• Curso de Formação Social e Política da Diocese de Caxias (Políticas Públicas e Combate à Corrupção). Participaram 33 pessoas, no município de Caxias.• Oficina local de Políticas Públicas da Cidade Olímpica (uma das maiores ocupações urbanas da América Latina, localizada em São Luís). Participaram 36 pessoas.

Outras atividades realizadas:

• Curso Estadual de Formação em Políticas Públicas e Controle Social (II Etapa). Construído a partir de Metodologia do Trabalho Popular: das experiências e vivências locais de Controle Social de PP e DHs, em formato de oficina e seminários. O curso, do qual participaram 45 pessoas, aconteceu no município de São Luís.

Regional MARANHÃO

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• Encontro de formação para lideranças comunitárias. Com a participação de 40 pessoas, o encontro foi realizado em Piquiá/Açailândia.• Seminário “Lançamento Estadual do Tribunal Popular do Judiciário. Aconteceu uma Tribuna Popular, seguida de painel com organizações parceiras, da qual participaram cerca de 410 pessoas, no município de São Luís.• Aconteceram cinco Caravanas/Plenárias nas várias regiões do estado, fechando com Plenária Estadual do Tribunal Popular do Judiciário (grande plenária, tribuna popular e painel de instituições e autoridades), com a participação de cerca de 2.426 pessoas de todo o estado.

A Cáritas Brasileira Regional Norte II prioriza a construção coletiva das ações de mobilização, participando de fóruns e conselhos nos quais é possível discutir coletivamente as estratégias de mobilização. Em 2009, trabalhamos com a meta de valorizar e qualificar a participação de entidades membros e grupos acompanha-dos em processos de incidência em Políticas Públicas. Observamos que no último ano tem ocorrido um processo de esvaziamento das mobilizações sociais, devido a um processo de fragmentação dos movimentos. Isso tem enfraquecido a luta popular e os movimentos vêm perdendo o poder de mobilizar a sociedade.

Algumas ações, como a realização do Grito dos Excluídos na periferia, têm ocorrido como uma alternativa de construção de uma nova metodologia junto aos excluídos, capaz de retomar a sensibilização e ocasionar uma mobilização efetiva da população.

Algumas atividades realizadas em 2009:

• Articulação das Cáritas Diocesanas para o Projeto Reciclando Vidas.• Oficina Nacional de Planejamento do Projeto Reciclando Vidas com a Cáritas Alemã.• Participação no seminário em defesa da Amazônia, em Óbidos.• Acompanhamento aos grupos (quilombola) impactados pela ALCOA, Mineração Rio do Norte, em Óbidos.

Regional NORTE 2

55• Oficina de capacitação de lideranças, acompanhamento e subsídio às lideranças dos conselhos, em Abaetetuba.Conhecendo a realidade atual dos catadores para uma efetiva participação no encontro de formação, no qual o planejamento foi construído em conjunto com os catadores de Abaetetuba.• Encontro regional das assembleias populares, em Bragança.• Construção do Galpão – Aura pela Cáritas Metropolitana de Belém.• Realização do Grito dos Excluídos. Animamos e acompanhamos todas as atividades preparatórias ao logo do ano de 2009.

Em 2009, o Regional assumiu a luta pela criação da Defensoria Pública, em Santa Catarina junto com as Pastorais Sociais, fortalecendo o movimento pró-criação da Defensoria Pública em SC. Houve boa participação das Dioceses e Entidades Membro durante a Campanha pela Implantação da Defensoria Pública, que passou por vários momentos. A coleta de assinaturas foi um momento importante para a Rede Cáritas, a ida às ruas e a presença nos espaços de debate contribuíram para o fortalecimento da rede em SC. A mobilização para audiências divulgou o tema, mobilizou as pastorais e movimentos sociais.

A mobilização de recursos e doações durante as enchentes em 2008 possibilitou a implementação de pequenos projetos de Desenvolvimento Comunitário, acompanhados pela ASA, na perspectiva da reconstrução da vida das famílias atingidas e também toda a campanha de distribuição de donativos da Cáritas Diocesana de Blumenau. A Cáritas SC avançou no entendimento de qual é o seu papel na atuação em emergências e destacamos que o trabalho com emergências tornou-se prioridade, pensando ações de prevenção, de atendimento e de reconstrução da vida dos atingidos. Foram beneficiadas 2.212 famílias com os recursos com convênios emergenciais.

As ações de formação de Políticas Públicas no regional em 2009 foram divididas em dois eixos: controle social e participação nas mobilizações cidadãs, tendo como estratégia fundamental a formação.

Regional SANTA CATARINA

56Duas entidades membros têm atuação forte em ações de formação e participação em conselhos: ASA e Cáritas Diocesana de Lages.

Nessa direção, percebe-se que as Dioceses estão avançando nesse campo. Ao mesmo tempo que incentivam as Cáritas paroquiais e as organizações de base para a participação nesses espaços, a própria Cáritas possibilita a formação e a presença nos conselhos e fóruns.

A nossa participação no seminário nacional de emergências e na oficina de elaboração do plano de emergências da Cáritas foi fundamental para pensarmos a necessidade de maior clareza do papel da Cáritas na atuação com as emergências e do estabelecimento de um processo formativo anterior à Política de Emergências da CB/SC.

Uma estratégia de destaque nas políticas públicas tem sido o recente programa dos Territórios da Cidadania, um programa que vem buscando integrar ações de vários ministérios, articulando localmente as ações, contando para isso com a participação do poder público local e organizações sociais que se reúnem em Colegiados Territoriais. A realização de encontros, intercâmbio para troca de experiências, seminários, fóruns, conferências e feiras foi a oportunidade para que os beneficiários se inserissem em instâncias deliberativas de políticas públicas numa perspectiva de fortalecimento de um desenvolvimento territorial solidário e sustentável que possibilite avançar na defesa e promoção de direitos e controle social de políticas públicas. Algumas atividades realizadas em 2009:

Economia Solidária e Agroecologia – Tecendo Redes Solidárias nos Estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba.

• Participação nos Fóruns Estaduais de Economia Solidária, através da promoção/coordenação/assessoria/presença nas plenárias estaduais, reuniões da Comissão Gestora Estadual e Regional dos Centros de Formação, Seminários Regionais de mapeamento dos empreendimentos solidários. Participaram três

Regional NORDESTE 2

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representantes do secretariado (um por estado), além da presença de representantes das Entidades Membro. Percebe-se um avanço significativo em Alagoas no que diz respeito à organização. Os artesãos e as artesãs têm participado ativamente e de maneira propositiva no Fórum Estadual de Economia Solidária. Conquistaram 3 (três) pontos de comercialização no mercado público em Maceió, participaram do Fórum Social Mundial, nas atividades de serviços oferecidos pelos grupos de EPS aos participantes do FSM.• Aprovação da Lei de Criação do Conselho Municipal de Economia Solidária do município de João Pessoa (PB). • Participação no Conselho de Desenvolvimento Sustentável de Pernambuco – CDS – PE, através de reuniões ordinárias, e na Câmara Temática de Desenvolvimento Territorial.• Participação no Território de Cidadania do Médio Sertão na Paraíba.• Participação no Conselho de Segurança Alimentar, no qual aconteceram reuniões, seminários, debates nos estados da Paraíba e Pernambuco.

Infância, Adolescência e Juventude (PIAJ)

• Atendimento direto a Crianças e Adolescentes, através de atividades socioeducativas diárias. Participaram 262 famílias nos municípios das Dioceses de Guarabira (PB), Caruaru (PE) e Penedo (AL).• Ações formativas nas escolas em torno do tema desnaturalização da violência, a partir do debate sobre as causas estruturais. Participaram 262 famílias nos municípios de Cajazeiras, Campo de Santana (PB).• Diagnóstico com famílias que trabalham com catação de material reciclável (famílias de filhos atendidos pelo PIAJ). Participação de 37 pessoas da Cáritas Diocesana de Palmeira dos Índios (AL).

CREFAS – “Centro de Referência e Formação da Criança e Adolescente Surdos”.

Em 2009, foram feitos atendimentos direto a adolescentes e jovens com deficiência auditiva em 37 oficinas de cidadania, 14 oficinas de educação ambiental, 11 oficinas sobre sexualidade, 58 oficinas de bancas de estudos de Português e Matemática, 7 oficinas de Libras (Língua Brasileira de Sinais), 9 oficinas de escrita de sinais/signWriting, 13 oficinas de teatro, 26 oficinas de informática, 31 oficinas de esporte e 8 oficinas de arte. Com a participação de 175 pessoas, as ações aconteceram no Centro de Referência e Formação da Criança e Adolescente Surdos (CREFAS), no município de Nazaré da Mata (PE).

O acompanhamento sociofamiliar foi fortalecido através de 5 reuniões/rodas de conversa e 83 atendimentos aos familiares. As ações aconteceram no Centro de Referência e Formação da Criança e Adolescente Surdos

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cente Surdos (CREFAS), no município de Nazaré da Mata (PE).

Foi realizado um curso de audiovisual, que ofereceu técnicas de cinema. Foram produzidos filmes pelos cursistas e realizado uma amostra em uma livraria na cidade de Recife, seguido de um debate sobre o trabalho das pessoas com deficiência auditiva. Participaram 110 jovens surdos no CREFAS, no município de Nazaré da Mata (PE).

Aconteceram também um curso de fotolibras e três oficinas de 24 horas sobre fotografia, com dinâmicas, aulas teóricas e práticas, finalizando com exposição de fotografias na praça do município de Nazaré da Mata (PE). Participaram 30 pessoas.

Com relação à articulação e às relações institucionais, houve participação da equipe do CREFAS em eventos regionais e nacionais. Entre eles se destacam a vigília e palestra de combate à violência contra a mulher, a palestra de políticas públicas para mulheres e saúde da mulher e a passeata de luta pelos direitos dos surdos. 2° Congresso Nacional.

Emergências chuvas – Desenvolvimento de ações solidárias.

A enchente ocorrida em junho de 2005 nos municípios de Jaboatão dos Guararapes, Moreno e Vitória de Santo Antão deixou muitos desabrigados e o trabalho continua intenso nessas áreas ainda em 2009. Nesse ano, atendemos 2.043 famílias desabrigadas, em sua maioria moradores de áreas de risco –ribeirinhas ou em morros.

Tivemos alguns avanços em 2009, como a entrega das novas moradias às 668 famílias desabrigadas nos municípios de Vitória de Santo Antão e Moreno, apesar da demora, que não podemos deixar de citar.

Passaram-se quatro anos até que as casas fossem entregues. No município de Jaboatão, 1.055 famílias ainda não receberam suas casas. A construção será iniciada em breve, já que o governo do estado adquiriu recentemente o terreno no local sugerido pelos desabrigados. Audiências públicas mensais têm sido realizadas com todos os órgãos envolvidos na construção das casas dos desabrigados em Jaboatão, promovidas pelo Ministério Público. Além disso, foram criadas Comissões de gestão e fiscalização, com participação dos desabrigados e órgãos públicos nos municípios de Vitória de Santo Antão e Jaboatão.

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Uma dificuldade tem sido a falta de interface entre programas regionais, como, por exemplo, o Programa de Economia Solidária atuando junto a famílias atendidas pelo Projeto Emergência, o que traria possibilidades concretas de geração de renda, além da esperança de reconstrução da vida dessas famílias.

Representantes do Comitê Intermunicipal têm participado em espaços de proposição de políticas públicas e controle social, como a Conferência das Cidades, Saúde, Assistência Social.

Atendimentos psicossocial e jurídico foram garantidos em 2009 aos desabrigados das chuvas, através de acolhimentos individuais e em grupo, triagens e estudo de caso. Participaram cerca de 200 pessoas nos municípios de Moreno, Vitória de Santo Antão e Jaboatão dos Guararapes (PE).

Atividades de planejamento, monitoramento e avaliação do Projeto “Emergências Chuvas”, através de reuniões trimestrais com parceiros públicos e com as famílias. Participaram 80 pessoas, nos municípios de Moreno, Vitória de Santo Antão e Jaboatão dos Guararapes (PE).

O programa de Políticas Públicas visava à formação de, aproximadamente, 80 agentes Cáritas nas sub-regiões pastorais do estado. Compreendemos que a meta foi em parte alcançada, através da preparação de 60 agentes, interno e externo das Entidades Membro. Dadas as dimensões populacionais e territoriais das sub-regiões, não foi possível atender a todas. Portanto, ainda existe a necessidade e perspectiva de continuidade nesse processo de formação. E, quando olhamos para a demanda e a situação sociopolítica do estado de São Paulo e os desdobramentos dessa realidade, essa demanda fica ainda é mais evidente. Programa de Reassentamento de Refugiados, através de acompanhamento e desenvolvimento de refugia-dos palestinos e colombianos. Nesse exercício, tiveram várias implicações, pois o fato de o programa não estar cumprindo a finalidade proposta fez com que o regional, juntamente com a coordenação nacional, considerasse as dificuldades operacionais causadas pelo modelo de gestão e desenvolvimento do programa.

E, diante do processo de reestruturação do regional em 2009, o programa passou por uma avaliação que ocasionou uma reformulação. Em 2010, reiniciará com outra metodologia e com nova equipe de assessores.

Regional SÃO PAULO

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“Desde os 8 anos, estou envolvido nos trabalhos do PIAJ e da Cáritas. Sempre foi bom poder compartilhar experiências, vivenciar e construir um novo mundo, junto com outros adolescentes. É um trabalho diferenciado, porque visa à formação humana e ao exercício do protagonismo juvenil, que nos encoraja (crianças, adolescentes e jovens) a participar ativamente dos espaços de proposição, deliberação e avaliação das políticas públicas. É importante ressaltar a maneira como as ações também influenciam as nossas vidas. Por exemplo: a partir deste ano, farei faculdade de Ciências Sociais, algo despertado principalmente depois de perceber a importância do trabalho social para a transformação da realidade.”Leon Patrick Afonso de Souza – 18 anos

“Com o Tribunal Popular do Judiciário, as pessoas estão perdendo o medo de juízes, de promotores, às vezes até de entrar em uma repartição, de fazer uma denúncia. Antes da mobilização para o TPJ, tanto no campo religioso quanto social, havia um esfriamento, uma apatia. O TPJ aqueceu, pôs mais fogo. Durante todo o processo, os eventos corresponderam às expectativas, voltando aos velhos e bons tempos de grandes mobilizações.”Teresinha Moura – São Luís.

Conjunto da Igreja

Cáritas Brasileira solidariedade pela vida

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Em 2009, fortalecer a Igreja enquanto espaço de compromisso social era ponto determinante nas ações do Secretariado Nacional. Sendo assim, esse fortalecimento foi garantido nos regionais através das atividades que envolveram o Centenário Dom Helder, a Campanha da Fraternidade, apropriação do Documento de Aparecida, Intereclesial das CEBs. Precisamos seguir adiante, convictos da dimensão sociotransformadora da Igreja, que é constituída de quatro aspectos complementares e indissociáveis: sensibilidade para com os fracos e indefesos, solidariedade a determinadas emergências, profetismo no combate à injustiça e espiritualidade libertadora.

Priorizar a construção dos fóruns das Pastorais Sociais e organismos nas Dioceses e Regionais também era uma meta para 2009. Nesse sentido, em todo o País procuramos criar diferentes trabalhos e diálogos com as Pastorais Sociais, com os Regionais, assumindo e participando do Fórum de Pastorais Sociais, contri-buindo na organização e coordenação deles.

Um importante passo em 2009 foi garantir a participação das Cáritas Diocesanas, Regionais e Secretariado Nacional na animação, organização e mobilização das campanhas e gestão coletiva dos Fundos Diocesanos de Solidariedade e dos Fundos Rotativos. Houve ainda em 2009 a realização e divulgação da pesquisa sobre os 10 anos de atuação do FNS/FDS.

PRIORIDADE 3: Fortalecimento da Articulação da Cáritas com as Pastorais Sociais, as CEBs e o Conjunto da Igreja.

Em 2009, a participação na articulação estadual das Pastorais Sociais, ampliou e fortaleceu a atuação perante os grandes projetos que geram impactos negativos às famílias acompanhadas.

Regional CEARÁ

63Atuação em conjunto com as Pastorais Sociais nas mobilizações como Gritos dos Excluídos(as) e Campanha Ficha Limpa trouxe grandes resultados, como a formação de agentes pastorais para o Grito dos Excluídos e a abrangência em nível estadual da Campanha Ficha Limpa, com grande número de assinaturas coletadas.

Em junho e novembro de 2009, aconteceram as reuniões do CONSER (Conselho Regional Episcopal) – CNBB Regional NE 1, com a participação do regional. As reuniões tiveram pauta definida pelos bispos, tendo momentos de exposição e estudo de temas prioritários para a Igreja, espaço para informes das Pastorais, CEBs e Organismos e também momentos de orações e celebração eucarística.

Articulação das equipes diocesanas e participação no Retiro e na Assembleia das Pastorais Sociais. Nesses momentos, aconteceram orações e partilha da vida, estudo em grupos e palestras, reflexões individuais e coletivas, avaliações e planejamentos participativos. Participaram o Bispo Referencial das PS, representantes das Pastorais Sociais, CEBs e Organismos. As articulações aconteceram no município de Cacaia, em maio, e em Fortaleza, em dezembro.

Aconteceram duas reuniões com os Bispos do Regional NE I. As reuniões tiveram como pauta o debate em torno da presença da Cáritas na Regional Ceará. Participaram bispos diocesanos, representantes da CB, Colegiada Regional e Conselho Regional.

Ações que tiveram a participação de representantes das Pastorais Sociais, CEBs e Organismos da Diocese, Secretariado Regional, CNBB N1:a) Evento de Lançamento da CF 2009 em Fortaleza – fevereiro.b) Encontro de Avaliação da CF 2009 em Fortaleza – maio.c) Encontro de formação sobre a CFE 2010 em Fortaleza – setembro.

Em 2009, houve uma aproximação importante do Regional, das Dioceses com as Pastorais Sociais. Acreditamos que os trabalhos das Pastorais Sociais são de grande importância, principalmente pelo conhecimento das comunidades empobrecidas, pela visita domiciliar, contato pessoal, vínculo, acolhida, mística e descoberta de lideranças locais, desenvolvendo a autoestima para um protagonismo popular.

Regional MINAS GERAIS

64O Fórum das Pastorais Sociais tem sido um espaço muito rico para aprofundar nossa identidade e missão e ocupar um espaço na institucionalidade da Igreja. Além disso, fortalece as Pastorais e o desenvolvimento de ações no campo político dentro da dimensão social da Igreja. Confere visibilidade ao nosso trabalho e articulação com a rede social, os movimentos, os fóruns, as redes e assim alcança com mais urgência e eficácia o objetivo da igualdade e justiça social. Um exemplo de articulação foi a realização do Grito dos Excluídos, no qual construímos um processo de formação, a mobilização das comunidades e o dia de grande mobilização, anúncio e denúncia social.

Algumas atividades realizadas:

• Encontro de Formação das Pastorais Sociais, no município de Belo Horizonte, com a participação de 150 pessoas.• Reuniões do Fórum das Pastorais Sociais durante todo o ano de 2009, em Belo Horizonte, tendo a participação de 20 entidades.• Assembleia da CNBB Leste II, em Belo Horizonte, tendo a participação de 80 pessoas.• Participação na Reunião Nacional das Pastorais Sociais, em Brasília.

Em 2009, foi realizado o segundo encontro regional das Pastorais Sociais do Regional Nordeste 3, numa iniciativa coordenada pela Cáritas, CPT e CNBB. Junto com os(as) representantes das diversas Pastorais Sociais, participaram as pessoas que articulam e animam o Grito dos Excluídos nas diversas Dioceses do Regional.

Foi um esforço coletivo para identificar o impacto dos grandes projetos nas diversas regiões dos dois estados: Bahia e Sergipe. Situações tais como a ameaça às colônias de pescadores expulsos de suas áreas pelos grandes empreendimentos turísticos, a extração de urânio e outros minérios em Caetité, com graves riscos ambientais e à saúde da população, e o extermínio de jovens nas médias e grandes cidades foram levantadas, apontando os desafios que o conjunto das Pastorais Sociais tem a enfrentar. A realização da semana da solidariedade com enfoque na Campanha da Fraternidade reuniu agentes de

Regional NORDESTE 3

65pastoral e pessoas ligadas a entidades e empreendimentos de Economia Solidária e apontou pistas para uma ação mais efetiva e articulada na consolidação de processos que apontem para um novo modelo de desenvolvimento pautado na sustentabilidade e solidariedade. Eis os principais:

• Comprometer Agentes Cáritas na animação da Campanha da Fraternidade, com enfoque nos elementos da Economia Popular Solidária. • Estimular a criação das comissões gestoras dos Fundos Diocesanos de Solidariedade. • Fortalecer as articulações dos grupos de Economia Popular Solidária na busca das Políticas Públicas. • Criar mecanismos para a construção de bancos populares que atendam a pequenas iniciativas.• Intensificar a formação nas comunidades para o maior envolvimento no debate sobre o projeto popular para o Brasil, através da Assembleia Popular. • Fortalecer o diálogo com as Dioceses, grupos e Igrejas em torno das propostas da Campanha da Fraternidade: Economia e Vida. • Mobilizar e incentivar as comunidades para ações ecumênicas e estimular a criação dos Fundos Rotativos Solidários. • Fortalecer os grupos da base e ampliar a discussão sobre os biomas.

As campanhas são momentos especiais de mobilização de uma grande parcela da população diante de uma questão relevante para a sociedade. Em 2009, animamos a Campanha Ficha Limpa através da mobilização da sociedade civil em todo o estado. Participaram 250 pessoas da Cáritas: voluntários e voluntárias, representantes de grupos, agentes das Cáritas diocesanas e equipe da Cáritas regional. As ações aconteceram nos municípios de Teresina, Parnaíba, S. R. Nonato, Floriano, Campo Maior e Barras.

Elaboração do Projeto de captação de recursos para a Coordenação do FPS. A Cáritas e a CNBB elaboram a primeira versão para posterior aprovação do bispo referencial – D. Pedro.

Para a realização da Romaria da Terra e da Água, foram mobilizadas todas as Dioceses, Pastorais e Paróquias do Regional. Realizamos intervenção na mídia e encontros de preparação nas comunidades. Participaram 100 pessoas da Cáritas: voluntários e voluntárias, representantes de grupos, agentes das Cáritas Diocesanas e equipe da Cáritas Regional.

Regional PIAUÍ

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O ano de 2009 foi marcado por intensas atividades. Apesar de ser um retrato da inserção histórica da Igreja em temas sociais, as romarias e mobilizações estaduais das Pastorais Sociais passaram por debate interno de avaliação com a CNBB, no qual foram discutidos diversos questionamentos quanto à continuidade e perfil desses eventos. O que se percebe é que cresce uma visão descomprometida com as causas sociais, retrocedendo no tempo os avanços das décadas recentes do trabalho social da igreja, através das Pastorais Sociais.

Esse contexto se reflete na atual fragilidade da articulação das Pastorais Sociais, há anos em busca da liberação de uma pessoa para garantir a articulação, bem como de recursos financeiros destinados a garantir todo o trabalho, sem os quais as demandas acabam sendo pulverizadas entre as já concorridas agendas de cada pastoral, organismo ou setor, precarizando a capacidade de presença e protagonismo ativo da igreja no mundo social e nos espaços de articulação com outros setores da sociedade civil e movi-mentos sociais comprometidos com a transformação social e com os princípios da Doutrina Social da Igreja.

Um grande passo tem sido dado na direção de implantar os Fundos Diocesanos de Solidariedade. A meta quadrienal do regional é implantar o fundo em 100% das dioceses.

Uma ação aglutinadora de esforços foi a campanha de coleta de assinaturas para o projeto de lei Ficha Limpa (Lei 9.840), contra a corrupção eleitoral, gerando amplo envolvimento das Cáritas Diocesanas, forte adesão dos movimentos sociais e, com destaque, a preponderância do Grito dos Excluídos para divulgação dessa lei de iniciativa popular.

No Rio Grande do Sul, foram coletadas mais de 72 mil assinaturas e, no conjunto, o número de pessoas que aderiram à iniciativa foi superior a 1,5 milhão. 2010 – Acompanhamento da tramitação e aprovação do projeto de lei no Congresso Nacional.

Regional RIO GRANDE DO SUL

67Algumas atividades realizadas:

• 32ª Romaria da Terra, “Água: sangue da terra”, em Sapucaia do Sul.• 12ª Romaria do Trabalhador e da Trabalhadora: “Não somos máquinas, pessoa humana é o que somos”, em Gravataí.• Elaboração e aprovação de projeto de organização e dinamização dos Fundos Diocesanos de Solidariedade e Campanha da Fraternidade de 2010.• Reuniões das Pastorais Sociais do Regional Sul 3 (Comissão Pastoral da Terra, Pastoral da Juventude, Pastoral Operária, Pastoral da Saúde, Pastoral Carcerária, Pastoral DST/Aids e Cáritas).

Em 2009, os processos de preparação e realização da XI Romaria Estadual da Terra e das Águas ajudaram a dar concretude e direcionar a atuação da Igreja do Maranhão no seu compromisso em defesa dos mais empobrecidos durante todo o ano, ocasionando o fortalecimento das Pastorais Sociais e CEBs.

Algumas atividades realizadas:

• Reuniões mensais (janeiro a dezembro) da Coordenação das Pastorais Sociais. Participaram das reuniões representantes das seguintes entidades: CNBB, Cáritas, CPT, CEBs, ASP, Pastoral da Mulher e Pastoral do Surdo. Todas as reuniões aconteceram em São Luís.• Coordenação e realização da XI Romaria Estadual da Terra e das Águas. Aproximadamente 5 mil pessoas representando organizações, movimentos e pastorais das 12 dioceses do Maranhão. A romaria aconteceu no município de Codó.• Campanha Estadual Emergencial em prol das vítimas das enchentes. Foram beneficiadas 250 famílias através de kits alimentares. Os municípios atingidos foram: Bacabal, Brejo de Areia, São Luiz Gonzaga e Trizidela do Vale.• Reuniões de acompanhamento e de organização dos voluntários para o atendimento emergencial e de convivência nos abrigos. Participaram 120 pessoas voluntárias, integrando os comitês locais de atendimento. Os municípios participantes foram: Bacabal, Pedreiras, Trizidela do Vale, Codó, Itapecuru-Mirim, Viana, São Luiz Gonzaga, Conceição do Lago-Açu e Timbiras.

Regional MARANHÃO

68• Organização das doações de kits higiene, limpeza, de dormir e cestas básicas para famílias vitimadas pelas enchentes. Foram atendidas 6.500 famílias nos municípios de Bacabal, Pedreiras, Trizidela do Vale, São Luiz Gonzaga, Codó, Itapecuru-Mirim, Viana, Cajari, Arari, Vitória do Mearim, Lago da Pedra, Monção, Timbiras e Conceição do Lago Açu.• Construção, em regime de mutirão, de 73 moradias para famílias atingidas pelas enchentes na Comunidade Unha de Gato, município de Lago da Pedra.• Apoio de crédito às iniciativas de recuperação das atividades produtivas das famílias vítimas das enchentes. Foram beneficiadas 90 famílias dos municípios de Monção, Codó, Alto Alegre do Pindaré, Bacabal, Tutoia, Magalhães de Almeida, Vargem Grande, Itapecuru-Mirim, Pedreiras, atingidos pelas enchentes.• Participação no Seminário Nacional sobre Aquecimento Global e na audiência junto à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados para denúncia sobre a situação de violação de direitos das famílias atingidas pelas enchentes no Maranhão. O seminário aconteceu em Brasília (DF).

Regional NORTE 2

Os Fundos Diocesanos de Solidariedade foram priorizados em 2009, tanto no âmbito das Pastorais Sociais quanto no conselho regional dos bispos. As relações foram estreitadas com as Pastorais, criando importantes articulações.

Algumas atividades realizadas:

• Oficina dos Fundos de Solidariedade Nacional e Diocesana.• Reunião, encontros e seminários e formação da equipe de animação de campanhas, em Óbidos.• Desenvolvimento de projetos de geração de renda junto às comunidades de base, em Abaetetuba.• Reunião com as Pastorais, comunidades rurais e urbanos de Paragominas.• Participação dos encontros de formação da Regional Norte II/CNBB, em Bragança.• Realização do encontro dos pescadores para discutir a Comissão Pastoral da Pesca (CPP), em Bragança.

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Em 2009, a articulação com o conjunto da Igreja aconteceu através de participação dos membros nas reuniões da Coordenação Regional de Pastoral (COREPAS), reuniões do Conselho Regional de Pastoral CRP e na 46ª Assembleia Regional de Pastoral.

A Cáritas Brasileira Regional Santa Catarina, em espírito de diálogo e colaboração, procurou incentivar o conjunto da Igreja em SC, para um avanço das prioridades assumidas nas Diretrizes Gerais, além de dar visibilidade à Cáritas dentro das instâncias eclesiais catarinense.

Em Santa Catarina, temos Fundos Diocesanos de Solidariedade organizados em sete Dioceses, com participação na divulgação e/ou na gestão (Florianópolis, Lages, Criciúma, Tubarão, Joinville, Chapecó e Rio do Sul). Em Blumenau, a Cáritas Diocesana está buscando uma aproximação com o conselho do FDS. A Cáritas propôs e assessorou uma reunião do Fórum da Pastoral Social sobre a temática de Fundos Solidários

Regional SANTA CATARINA

Nossas atividades seguiram em 2009 no sentido de garantir maior integração com as pastorais sociais, como realização de planejamentos de ações conjuntas e estabelecimento de agendas comuns. Um desafio ainda continua sendo o de sistematizar as informações sobre essa prioridade, na qual elas acontecem dentro do regional, número de participantes e seus efeitos na vida das pessoas. Algumas atividades realizadas: • Escola Fé e Política. Aconteceram oficinas de formação com Agentes Pastorais Diocesanos nos estados de PE, PB, AL e RN.• Seminário Preparatório para Campanha da Fraternidade 2010.• Romarias da Terra, com uma caminhada em João Pessoa (PB).• Grito dos Excluídos, com mobilização pública e seminários nos estados de PE, PB, AL e RN.• Reuniões do Setor Pastoral Social Regional e Diocesano. Reuniões mensais ou bimestrais, dependendo da realidade de cada localidade, nos estados de PE, PB, AL e RN.

Regional NORDESTE 2

Rede Cáritas

Cáritas Brasileira solidariedade pela vida

71

A gestão na Rede Cáritas se caracteriza pela proximidade das relações entre o Nacional, os Regionais, Dioceses e Entidades Membro. Em 2009, a Coordenação Colegiada Nacional definiu o processo de acompanhamento do Secretariado Nacional, fazendo visitas/diálogos regulares em todos os Regionais, Conselhos Consultivos e em alguns Regionais com os Bispos Referenciais. Algumas reuniões de 2009 podem ser destacadas pela relevância dos resultados alcançados, como a reunião com as Cáritas do Norte, do Centro-Oeste e as Cáritas do estado do Rio de Janeiro.

A Rede Cáritas Brasileira se ampliou e se fortaleceu no ano de 2009 com a constituição de 17 novas Entidades Membro, algumas dessas na região amazônica. Foram criados em 2009 mais dois Regionais da Cáritas Brasileira, que estão em processo de estruturação, articulando e consolidando seus caminhos. O Regional Paraná foi criado em maio de 2009, é um Regional com 8 Entidades Membro estruturadas e 5 entidades em formação. Hoje ele conta com um conselho regional e um articulador Regional - Mário dos Santos. O Regional tem sua sede na CNBB Regional em Curitiba. No próximo ano está se prevendo realizar uma Assembléia Regional para avaliação da caminhada. O Regional do Espírito Santo foi recentemente criado, porém, já conta com 04 Dioceses. Tendo sido definido o seu conselho regional e permanecendo o Herbert Gomes Ferreira como articulador regional.

A Rede Permanente de Solidariedade (RPS) representa uma possibilidade de garantir a política de sustentabi-lidade da Cáritas Brasileira e em 2009 foi organizada e fortalecida em suas bases. A sustentabilidade em uma rede só é possível se todos estiverem atuantes, isso no âmbito local, Diocesano, Regional, Inter-Regional ou Nacional.

Diversas ações foram realizadas nesse sentido, porém há o desafio de a RPS ser apropriada de fato por toda a Rede Cáritas. Dessa forma, consideramos a RPS como um instrumento em estruturação.

A comunicação foi colocada como elemento fundamental para serem fortalecidas as relações de parceria com a Igreja como um todo e dar visibilidade às ações da Rede Cáritas. Em 2009, estabelecemos um novo canal de comunicação, mais informal e direto. Foi criado o "Partilhando", que atinge todo o público da Rede Cáritas.

PRIORIDADE 4: Organização e Fortalecimento da Rede Cáritas

72A Semana de Solidariedade ajudou a fortalecer a mística e a espiritualidade, bem como a aproximar e envolver Regionais, Dioceses, Entidades Membro, Pastorais Sociais e a Sociedade. Para 2010, foi lançado o Prêmio Odair Firmino de Solidariedade, que será concedido anualmente, durante a Semana de Solidariedade, realizada em celebração ao aniversário de fundação da Cáritas Brasileira, em 12 de novembro. Entre os objetivos da premiação está o de destacar iniciativas de caráter coletivo e grupos que promovam a Cultura da Solidariedade, Direitos Humanos, Incidência e Controle Social de Políticas Públicas.

Lançamos, ainda em 2009, a campanha Sou Cáritas. Essa campanha chega como uma estratégia de fortalecimento da organização. Iniciada pela Cáritas Internationalis, convida todos(as) os(as) agentes Cáritas no mundo a uma reflexão sobre a identidade e a missão da organização e, ao mesmo tempo, sobre a responsabilidade de cada um(a) em fazer visível esse amor e solidariedade com os(as) mais empobrecidos(as). Ser Cáritas é também uma postura pessoal, é explicitar uma opção por uma missão específica. É uma opção de SER e ESTAR no mundo.

Regional CEARÁ

A adoção da metodologia do PMAS pelas entidades membros e alguns dos grupos acompanhados foi um avanço importante conquistado em 2009. Avançamos também nos processos de sistematização de experiências, envolvendo os sujeitos.

SOMOS CÁRITASFaça parte desta Redewww.caritas.org.br

73Em nível regional, os encontros de formação trouxeram maior qualificação das equipes e diretorias. Já o Inter-Regional constituiu-se para o nosso Regional como espaço importante de trocas e fortalecimento da identidade da Cáritas.Algumas atividades realizadas:

• Encontros Interdiocesanos para criação da Comissão Regional de Sustentabilidade.• Solicitação de doação para Receita Federal, com o objetivo de realizar bazar. Preparo de documentação necessária e acompanhamento ao processo alfandegário, diálogo e envio de relatórios à Cáritas Suíça. Acesso a doações vindas da Europa para realização de bazar.• Planejamento da RPS, construindo metas por Entidade Membro e Regional.

Ações para manter a identidade política, pedagógica e a mística institucional perante a dinâmica de negociação de projetos:

• Participação na 17ª Assembleia da Cáritas Brasileira – Igarassu (PE). Acompanhamento às Assembleias das Cáritas Diocesanas e Cáritas Arquidiocesana de Fortaleza, tendo como pauta momentos de oração, análise de conjuntura e/ou estudo de uma temática e trabalhos em grupos.• Aconteceram três encontros regionais de Planejamento, Monitoramento e Avaliação no município de Aquiraz, em março, agosto e novembro. Nos encontros, tiveram momentos de oração, análise de conjun-tura, partilhas da Cáritas Diocesana e EM, trabalhos em grupo, debates, encaminhamentos e avaliação dos encontros.• Acompanhamento ao processo de PMAS nas Dioceses com ações de encaminhamento de instrumento de avaliação para os grupos responderem previamente. Oficina sobre elaboração do plano trienal de CAF e CD com as equipes, assessoria aos momentos de validação dos planos junto aos grupos e paróquias (assembleias). Revisão do plano sistematizado, acompanhamento à negociação com a financiadora.• Acompanhamento à visita da representante de Misereor à CD de Limoeiro do Norte e no município de Potiretama. Reunião em Fortaleza com os representantes da Misereor e da Rede Cáritas Ceará, tendo como pauta a exposição das expectativas, partilha das equipes diocesanas de Cáritas, a partir de um instrumento encaminhado por Misereor. Partilha da Misereor. • Realização da Semana da Solidariedade 2009 na Regional Ceará, de 5 a 12 de novembro. Aconteceram celebrações comunitárias e eucarísticas, programas de rádio, seminários e oficinas.

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O Secretariado Regional, a partir da avaliação da caminhada e dos desafios apontados, tem se esforçado na busca de criar a estrutura e o ambiente necessários para acompanhar o amadurecimento, a profissionalização e o fortalecimento institucional do conjunto das Cáritas Diocesanas e do Secretariado Regional. Em 2009, a preocupação com a qualidade das condições de trabalho resultou no início da revisão do nosso plano de cargos e salários. Mesmo com a diminuição da equipe de assessores do secretariado, conseguimos, gradativamente, contratar mais agentes para o desenvolvimento do trabalho nas Cáritas Diocesanas e, aos poucos, estamos superando os desafios no campo da sustentabilidade do nosso quadro de pessoal.

O sistema de Planejamento, Monitoramento, Avaliação e Sistematização (PMAS) adotado pela Cáritas Brasileira tem favorecido as atividades de gestão, assim como tem contribuído com as Cáritas Diocesanas e grupos acompanhados na realização dos seus planejamentos. Ele tem sido aprimorado e ajustado para viabilizar o bom desenvolvimento das dinâmicas institucionais, especialmente aquelas que apontam para elementos de forte relação com a construção de referenciais práticos relacionados principalmente com as dinâmicas de sistematização de conhecimento popular.

Em 2009, houve uma retomada do trabalho da comunicação popular voltada para a visibilidade institucional na perspectiva de uma agenda pública que fortaleça o desenvolvimento solidário e sustentável e a mobilização

Ações voltadas para os(as) comunicadores(as) populares da Cáritas Brasileira:

• Participação do encontro da rede de comunicadores(as) da Cáritas Brasileira, realizado em Brasília, de 26 a 28 de fevereiro. No encontro, uma construção coletiva da pauta, debates, encaminhamentos e avaliações.• Encontro territorial da rede de comunicadores(as), realizado no município de Itapipoca. No encontro, apresentação de vídeos, exposição dialogada, grupos de trabalho e avaliação.• Elaboração e repasse do boletim eletrônico “Comunicado Vida” e de release para mídia.• Participação da equipe de comunicação na 17ª Assembleia da Cáritas Brasileira – Igarassu (PE), na qual ocorreram reuniões de preparação durante a assembleia, elaboração de boletins e apresentações e acompanhamento das filmagens.

Regional MINAS GERAIS

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Tendo como objetivo garantir a formação processual dos agentes Cáritas, iniciamos em setembro a implementação do Plano Regional de Formação, que está previsto para ser desenvolvido em todo o regional ao longo do quadriênio.

Participaram do primeiro módulo 30 Agentes Diocesanos do Polo Paraguaçu (Diocese de Feira de Santana, Serrinha, Rui Barbosa e Alagoinhas). 85% dos(as) agentes que participaram da formação são voluntárias(os), o que testemunha o compromisso desse grupo com a missão de Jesus Cristo e da Cáritas Brasileira.

Regional NORDESTE 3

social. Implementação de uma política eficiente de mobilização de recursos que garantam a sustentabilidade institucional.

Consideramos que as estratégias centrais da nossa atuação precisam estar voltadas para o fortalecimento da Rede Cáritas, alimentando o diálogo e a integração de ações das Cáritas Diocesanas, Secretariado Regional e Secretariado Nacional, comunidades, grupos e voluntários.

Para que a rede funcione, nossas instâncias precisam estar em grande sintonia com as prioridades estratégicas nacionais, tiradas na Assembleia de Belém, com as demandas e os debates que constituem o campo de ação local, articulada com o conjunto da Igreja e com movimentos sociais.

Algumas atividades realizadas:

• Assembleia Regional da Cáritas Minas, realizada em Belo Horizonte, com a participação de 60 pessoas, que são parceiras e que fazem parte das Cáritas Diocesanas em todo o estado.• Assembleias Diocesanas realizadas nos municípios de Januária, Almenara, Itabira, Araçuaí, Paracatu, Diamantina, Juiz de Fora, Montes Claros, Governador Valadares e Janaúba, tendo a participação da comunidade, grupos, Agentes e Diretorias.• Oficina Territorial de Mobilização de Recursos, realizada em Belo Horizonte, tendo a participação das Cáritas Diocesanas do Vale do Jequitinhonha, Zona da Mata e Vale do Aço.• Aconteceram encontros do PMAS nas Dioceses, Territoriais e Regionais e um encontro no Nacional.

76Entre as temáticas trabalhadas no módulo estão as seguintes: história da Cáritas no contexto da história da Igreja/sociedade, mística e espiritualidade da Cáritas e das Pastorais Sociais, Marco Referencial (missão, princípios, identidade, diretrizes), ação em rede/gestão compartilhada.

Semana da Solidariedade

• Sensibilização e mobilização das Entidades Membro, distribuição de material informativo e de divulgação. • Encontro regional, tendo como metodologia o estudo sobre a Campanha da Fraternidade 2010 – Economia e Vida Oficinas (Convivência com os Biomas, Fundos Solidários, Direito da Criança e Adolescente, Mobiliza-ções Populares, Feira de Economia Solidária, Intercâmbio de Grupos e Empreendimentos de Economia Popular Solidária).

PMAS e Assembleia Eletiva

• Encontro de planejamento regional, tendo tópicos relevantes como a análise de conjuntura sociopolítica e eclesial, momentos celebrativos, elaboração do POA a partir das prioridades estratégicas da Cáritas.• Encontro de monitoramento e Assembleia Eletiva, análise de conjuntura sociopolítica e eclesial, momentos celebrativos. Coletivo das ações desenvolvidas pelo conjunto do regional, tendo como referência o Plano Operativo Anual. Eleição da Coordenação Colegiada Regional.

A compreensão da construção do Planejamento Estratégico no Regional para 2009 nos apontou que este deve ser para a Rede Cáritas no regional, e não para o secretariado no regional, o que nos levou a perceber o desafio de mobilizar para uma participação mais efetiva das entidades membros e conselho regional nos processos de gestão do regional.

Algumas atividades realizadas:

• Construção dos Planejamentos Diocesanos e Regional na perspectiva do Planejamento Estratégico da CB. Instrumento de PMAS, levantamento da realidade Diocesana, trabalho de grupo. Participaram oito Dioceses do Regional, totalizando cerca de 135 pessoas.• Mobilização para a criação da Cáritas Diocesana de Oeiras e a sua filiação como Entidade Membro da CB.

Regional PIAUÍ

77Aconteceram estudos sobre a Cáritas, reuniões diocesanas e Assembleia Diocesana. • Três etapas do curso de formação para agentes da Cáritas. Aconteceram exposição sobre os temas, trabalhos em grupos e oficinas. Participaram 120 pessoas na Regional Teresina.• Todo o regional participou da Semana de Solidariedade, com a visita à comunidade Mandacaru. 450 pessoas se envolveram, participando de um dia de vivência comunitária, visitas, grupos de trabalhos, celebrações, gincana nas escolas e palestras.• Participação da comunicação do regional (assessoria de imprensa), enviando regularmente sugestões de pauta para a imprensa do estado, com os assuntos comuns ao trabalho da Cáritas (em alguns casos, já há uma autonomia da imprensa – Ficha Limpa).• Produção de spots para a Romaria da Terra e da Água (parceria com a Rádio Pioneira).• Cobertura fotográfica dos eventos e experimentação de galeria virtual, usando a fotografia como ferramenta de conhecimento, através de imagens das ações da Cáritas e também da valorização das pessoas agentes e voluntárias.• Animação de redes virtuais regionais, nacionais e internacionais, com inserção de mensagens, notícias, fotografias, divulgação de campanhas, fazendo com que as ações da Cáritas Regional do Piauí sejam conhecidas pelas diversas Cáritas do mundo e por outras entidades que tem o mesmo viés social.• Produção de peças promocionais, formação e de identificação (adesivo para carro, crachás de eventos, instrumentos de trabalho, fôlderes, cartões, bolsas para eventos, camiseta e banners), afirmando a identidade da Cáritas nas diversas ações e na circulação dentro das áreas de atuação.• Experiência de divulgação do clique semiárido em redes sociais. Uso das várias redes sociais (Twitter, Orkut, Facebook), que contam com milhões de pessoas interligadas, para que elas possam se integrar à campanha.

Em relação ao fortalecimento institucional, enquanto Rede Cáritas, pode-se dizer que houve avanços em alguns aspectos, principalmente em relação à construção de um planejamento estratégico e à implantação do Planejamento, Monitoramento, Avaliação e Sistematização – PMAS das atividades desenvolvidas. Foi aprimorado o sistema de prestação de contas e informações quanto ao uso dos recursos financeiros enviados às Cáritas Diocesanas, a partir de uma plataforma de preenchimento pela internet (relatório

Regional RIO GRANDE DO SUL

78on-line), contendo descrição minuciosa das atividades desenvolvidas com esses recursos. Essa plataforma vem aprimorando e agilizando muito o sistema de registro e sistematização desses dados. O maior desafio ainda continua sendo a sustentabilidade das Cáritas Diocesanas, nas quais, em muitas delas, existe apenas um agente da Cáritas liberado e responsável pela articulação do trabalho na Diocese e, em outras Dioceses, somente pessoas voluntárias, o que dificulta viabilizar processos mais sistemáticos de trabalho.

Deve existir, além da mobilização de recursos de agências de cooperação e poder público, um maior comprometimento da Igreja local com o trabalho desenvolvido pelas Cáritas Diocesanas.

Em 2009, foram realizadas três oficinas locais de mobilização de recursos e, para 2010, o desafio é dar continuidade aos processos iniciados e ampliar o número de Cáritas Diocesanas, para que seja elaborado seu plano de mobilização de recursos.

Algumas atividades realizadas:

• Renovação das parcerias da Cáritas Regional RS com Misereor, Secours Catholique/Cáritas da França, Cáritas Alemã.• Acompanhamento e assessoria administrativa e financeira às Cáritas Diocesanas de Bagé, Rio Grande, Erexim e Vacaria, com 35 participantes.• Realização de oficina de mobilização de recursos nas Dioceses de Erexim e Bagé, com 20 participantes.• Tomada de imagens e atualização do vídeo institucional da Cáritas Brasileira Regional RS, de acordo com as prioridades do quadriênio. Participaram 30 pessoas e a tiragem foi de 50 cópias.

Boletim Cáritas Informa – Periodicidade: trimestral, com 3 mil exemplares.• Construção da rede de comunicadores da Cáritas Regional RS, com 10 agentes.• Realização de encontros diocesanos de formação de agentes comunitários da Cáritas nas seguintes Dioceses: Cruz Alta, Santa Cruz do Sul, Bagé, Vacaria, Pelotas e Erexim, com 633 agentes participantes.• Encontros Diocesanos de formação sobre voluntariado nas dioceses de Bagé, Vacaria e Pelotas, com 155 participantes.• Realização da 38ª Assembleia Estadual da Cáritas Brasileira Regional RS, com a participação de 60 pessoas.• Participação em três reuniões do Conselho Consultivo Nacional da Cáritas Brasileira.• Reunião nacional do grupo de trabalho sobre bazares solidários e Rede Permanente de Solidariedade.• Atualização do vídeo institucional da Cáritas Brasileira Regional RS de acordo com as prioridades do quadriênio.

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Boletim Cáritas Informa – periodicidade: trimestral e tiragem de 3000 exemplares.Informativo Eletrônico Cáritas duas edições.• Construção da rede de comunicadores da Cáritas Regional RS, formada por 10 agentes.• Participação no Encontro Nacional de Comunicadores da Cáritas Brasileira.

Em relação aos objetivos propostos no início de 2009, pôde-se constatar que houve um avanço significativo na direção daquilo que se propôs: ter Cáritas Diocesanas institucionalizadas no regional era um passo importante a ser dado, considerando o quadro anterior, no qual as Dioceses diretamente eram as Entidades Membro vinculadas à Rede. Das seis inicialmente propostas, conseguiu-se a institucionalização de três Enti-dades Membro.

O Secretariado Regional tem buscado, através dos convênios que vem estabelecendo, garantir as condições mínimas que permitam o protagonismo das equipes diocesanas nas suas bases. Dessa forma, ações locais e de caráter mais amplo puderam ser realizadas, com uma participação e atuação mais efetivas.

Algumas atividades de 2009:

• Assembleia de Fundação da Cáritas Diocesana de Croatá, da qual participaram 38 representantes de grupos acompanhados pela Cáritas, de Pastorais e Membros da equipe Diocesana da Cáritas. A Assembleia aconteceu no município de São Mateus.• Assembleia de Fundação da Cáritas Diocesana de Imperatriz, da qual participaram 20 representantes de grupos acompanhados pela Cáritas, de Pastorais e Membros da equipe Diocesana da Cáritas. A assembleia aconteceu no município de Imperatriz.• Assembleia de Fundação da Cáritas Diocesana de Bacabal. Participaram 29 representantes de grupos acompanhados pela Cáritas, de Pastorais e Membros da equipe Diocesana da Cáritas.• Oficina Estadual de Elaboração de Projetos. Participaram 22 membros de equipes das Cáritas Diocesanas e do Secretariado Regional. A oficina aconteceu em São Luís.• Elaboração e aprovação de projetos e celebração de parcerias para liberação de agentes nas Dioceses e viabilização de ações locais (BNB, Reciclando Vidas, Recid/MA). Participaram membros das Equipes Diocesanas da Cáritas (foram liberados sete Agentes Diocesanos através dos projetos).

Regional MARANHÃO

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O fortalecimento institucional em 2009 foi uma das principais demandas das Cáritas Diocesanas, pois as equipes não conseguem garantir a sustentação de suas ações. Em Bragança, observamos uma boa articulação com o poder público, firmando um apoio financeiro.

Nesse ano, conseguirmos avançar no campo da formação, na definição dos programas e linhas de ações em harmonia com o Nacional. Falta ainda uma política de sustentabilidade para todo o regional, incluindo as Dioceses e Prelazias e uma política que valorize os voluntariados da Cáritas Brasileira.

Algumas atividades:

• Formação da equipe da Cáritas da Prelazia, visitas às paróquias e formação de equipes nas paróquias de Óbidos.• Visitas às paróquias para mobilizar e fortalecer a Cáritas na Diocese. Reunião da Cáritas Regional, Cáritas Local e o Bispo. Criação da equipe do FDS, todos os eventos ocorridos no município de Abaetetuba.• Implementação do projeto “Amigos da Cáritas”, em Bragança.• Articulação da Cáritas em Augusto Correa.• Conhecer o sistema de Planejamento, Monitoramento e Avaliação (PMA). Desenvolver e aplicar. Os eventos aconteceram no município de Bragança. Assembleia regional realizada em Belém.• Articulação com os meios de Comunicação (TV Nazaré e outros) na Cáritas Metropolitana de Belém.

A Cáritas Brasileira Regional Santa Catarina chega ao final de 2009 com nove Entidades Membro filiadas, das dez que tem no Regional de CNBB. Além das que já possuíam a filiação, a Cáritas Diocesana de Rio do Sul se tornou Entidade Membro reconhecida em Assembleia Regional e Nacional.

Na perspectiva de fortalecer as Entidades Membro da rede, o Secretariado Regional esteve presente com visitas e acompanhamento às Dioceses de Florianópolis, Blumenau, Criciúma, Joinville, Lages, Rio do Sul, Chapecó, Tubarão e Caçador. Entre as pautas discutidas com as EM estão os regimentos das Cáritas Diocesanas, debates sobre o processo de filiação, relação com Diocese e Pastorais, troca de coordenações e equipes.

Regional NORTE 2

Regional SANTA CATARINA

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A CB/SC realizou uma oficina de comunicação com representantes das EM/Dioceses para discutir a Política de Comunicação da Cáritas Brasileira e a criação da rede de comunicadores no estado. A oficina oportunizou o debate e a compreensão sobre a política de comunicação da CB e do papel de cada um na composição e no andamento da Rede de Comunicadores. A realização da 5ª Assembleia da CB/SC demonstrou um maior comprometimento da rede com a construção coletiva do Plano Operacional Anual 2009 POA, reafirmando a Assembleia como espaço legítimo de tomada de decisões, encaminhamentos e fortalecimento da caminhada.

Foi realizada uma oficina sobre a política de formação da Cáritas Brasileira (Porto União, agosto de 2009). Destaca-se uma maior compreensão sobre a política de formação e decidimos potencializar a formação dos Agentes Cáritas. Foi constituída uma equipe para realizar essa tarefa.

Foi realizada uma oficina sobre mobilização de recursos para aprofundar os conhecimentos e tirar indicati-vos de outras fontes de recursos para a sustentabilidade da rede em SC. Percebe-se que as EM/Dioceses estão, em geral, fragilizadas em relação à sustentabilidade, especialmente financeira. Como resultado da oficina, houve a sugestão de que a equipe de mobilização de recursos da CB/SC comece a desenhar a construção de um projeto que envolva as EM/Dioceses, a ser enviado ao BNDES.

O ano de 2009 foi de renovação do convênio com Misereor KZE e de muito diálogo para construção do projeto, feito de maneira coletiva nas reuniões do Fórum da CB/SC. Percebemos que Misereor aposta no trabalho da Cáritas em Santa Catarina, mas exige maior dedicação na medição dos impactos, no diagnóstico da realidade e desafios e na análise de viabilidade dos projetos (Fundo Rotativo).

No ano de 2009, houve uma maior presença do Secretariado Nacional no Regional NE II em relação ao ano anterior, o que para nós foi de grande importância nas atividades desse ano.

O planejamento de ações preparatórias para a Assembleia Regional, com visitas às Entidades Membro e encontro do Secretariado com os diretores.

Regional NORDESTE 2

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Outro avanço foram projetos Raízes, PIAJ sendo executados pelas Entidades Membro, estando mais próximos das bases.

Houve ainda maior integração com as Pastorais Sociais, em função da realização de planejamento de ações conjuntas.

Algumas atividades realizadas:

• Assembleia Eletiva da CB Regional NE II. Visita preparatória às Entidades Membro, sistematização de resultados, apresentação de resultados ao Secretariado Nacional, Conselho Regional e às Entidades Membro, através de um encontro com diretores. A Assembleia ocorreu no município de Lagoa Seca (PB).• Elaboração de projetos regionais (EPS, Raízes, PIAJ, Segurança Alimentar). Oficinas com participação das Entidades Membro e sistematização posterior pelos colaboradores e assessoria externa (em alguns casos). As ações aconteceram em Recife (PE).• Na Semana da Solidariedade, aconteceram feiras solidárias, seminário, evento público em escolas de Campina Grande, Recife e Palmeira dos Índios.• Planejamento, Monitoramento, Avaliação, Sistematização. Aconteceram dois encontros com participação das Entidades Membro, Secretariado Regional e Nacional. Elaboração de relatórios de projetos e relatório geral. As ações aconteceram no município de Lagoa Seca (PB). Algumas ações da assessoria de comunicação:

• Divulgação e cobertura do evento “O Documento de Aparecida, a Luz de Dom Helder Câmara”, através da produção de release para divulgação na imprensa pernambucana. Produção de matérias para o site nacional e regional da Cáritas e site de entidades parceiras.• Cordel “Dom Helder Câmara – Memórias de um profeta popular”, escrito pela diretora da Cáritas Diocesana de Palmeira dos Índios. Edição e acompanhamento da produção do cordel.• Produção de materiais de divulgação do projeto Um Olhar sobre o Semiárido. Produção de banner e fôlder de apresentação do projeto.• Divulgação e cobertura do lançamento da Campanha da Fraternidade 2009. Divulgação de materiais sobre a CF, produção de matérias para site, envio de release para imprensa local, acompanhamento de entrevistas em veículos de comunicação.• Organização e cobertura do Encontro Segurança Alimentar. Produção de materiais de divulgação, infraestrutura do evento, envio de release para imprensa e produção de notícias.

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Queremos aqui destacar a importância da sintonia entre Regional, Secretariado e Diretoria Nacional nesse último ano e do acompanhamento e responsabilidade social entre esses envolvidos. Mas o maior destaque dessa prioridade IV, “Organização e Fortalecimento da Rede Cáritas”, ficou por conta do comprometimento das EM, em defesa e manutenção desse regional.

Desse comprometimento quero destacar a responsabilidade social em que a Cáritas Arquidiocesana de Campinas contribuiu e contribui com o processo. Também louvamos a Deus pela equipe/comissão que assumiu com carinho a continuidade dos trabalhos desse Regional em nossa última Assembleia Nacional e os frutos vindouros desse trabalho.

O Plano de Ação aconteceu para o maior fortalecimento administrativo do regional, fazendo parte da parceria entre o Regional São Paulo e a Cáritas Alemã. Foi proposto o desenvolvimento de um plano de ação para a continuidade dos trabalhos no Regional São Paulo para, com isso, assegurar sua continuidade administrativa e pessoal, visto que já estava abalada nesse momento do Regional.

Regional SÃO PAULO

Balanço Financeiro

Cáritas Brasileira solidariedade pela vida

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Balanço Patrimonial em 31 de Dezembro de 2009

As notas explicativas são partes integrantes das demonstrações contábeis

ATIVOCIRCULANTE 8.753.519,08 13.725.729,76

6.340.925,27 10.568.581,378.932,20 5.424,12

1.166.735,28 2.246.367,355.165.257,79 8.316.789,902.412.593,81 3.157.148,39

13.313,75 13.977,74576.913,67 878.950,30

1.822.366,39 2.264.220,354.687.351,85 4.830.810,19

44.011,68 75.801,8475.801,8444.011,68

654.597,21 654.597,213.988.742,96 4.100.411,143.660.035,48 3.658.005,48

462.449,57 448.233,74826.723,86 738.901,34855.670,55 801.090,41

57.878,44 57.878,44

DisponívelCaixasBancosAplicações FinanceirasCréditosImpostos a RecuperarAdiantamentosOutros Créditos

Outros Créditos

ImóveisMóveisInformáticaVeículosInstalações

InvestimentosImobilizado

NÃO CIRCULANTEREALIZÁVEL A LONGO PRAZO

31/12/2009 31/12/2008

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As notas explicativas são partes integrantes das demonstrações contábeis

ATIVOMáquinas e equipamentos 252.734,73 238.427,83

7.044,50 7.044,50(2.133.794,17) (1.849.170,60)13.440.870,93 18.556.539,95

31/12/2009 31/12/20088.100.027,05 12.457.023,21

41.130,00 164.718.15259.601,58 156.967,74

5.948.723,26 9.853.337,631.850.572.21 2.281.999,69

281,90 1.009,991.009,99281,90

5.340.561,98 6.098.506,7531.318,92 7.646,00

5.300.915,18 4.898.035,50(644.721,36) (50.854,79)

963.384,30 963.384,30(310.335,06) 280.295,74

13.440.870,93 18.556.539,95

Direitos e Outros(-) DepreciaçãoTOTAL DO ATIVOPASSIVOCIRCULANTEFornecedores DiversosEncargos sociais a recolherProjetos a executar

Diversos

Superávit/Déficit AcumuladoAjuste de exercícios anterioresReserva de reavaliaçãoSuperávit/ Déficit do exercícioTOTAL DO PASSIVO

PATRIMÔNIO SOCIALFundo Patrimônio Social

Outros débitosNÃO CIRCULANTE

31/12/2009 31/12/2008

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DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO DOEXERCÍCIO ENCERRADO EM 31/12/2009 E 31/12/2008

EM R$ 31/12/2009 31/12/2008RECEITA OPERACIONAL 37.579.777,26 24.258.316,79

2.829.326,20 1.599.397,1134.750.451,13 22.658.919,68

4.138.332,61 3.235.499,634.138.332,61 3.235.499,634.138.332,61 3.235.499,63

33.846.229,61 20.633.012,18

33.846.229,61 20.633.012,18

2.050.134,57 1.254.566,40

21.220,83 27.209,81

2.429.705,36 1.467.252,41176.037,29 693.430,07277.385,75 377.136,26

977.203,77 1.141.413,38

918.760,94 992.038,60

Receitas Patrominiais/IncondicionaisReceitas de acordos diversos (convênio/contratos/outros)DESPESAS OPERACIONAISSustentabilidade, Fortalecimento e Organização da CáritasGestão, Fortalecimento e Sustentabilidade Rede Cáritas(-) CUSTO COM FILANTROPIA-GRATUIDADESDefesa e Promoção de Direitos da População emSituação Exclusão Social

Fórum Nacional de Reforma AgráriaMOBILIZAÇÕES CIDADÃ E CONQUISTA DERELAÇÕES DEMOCRÁTICASPolíticas Públicas: Mobilização e C. Social

Atendimento e Prom a Grupos em Situação de R. e EmergênciaReforma Agrária

Defesa e Prom. Direitos da Infância e Adolescência e JuventudeSegurança Alimentar e Nutricional Sustentabilidade Hidrica, Energia e Biosegurança

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DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO DOEXERCÍCIO ENCERRADO EM 31/12/2009 E 31/12/2008

EM R$ 31/12/2009 31/12/2008Talher Educação Cidadã 45.831,90 131.237,31

12.610,93 18.137,4719.045.301,89 10.247.113,3815.252.422,50 6.211.051,40

3.524.547,15 3.796.454,59313.017,74 239.607,39

8.816.597,16 5.424.890,47

8.503.419,70 5.191.870,77243.586,91 196.757,87

36.261,83601.566,74

69.590,55346.549,94

92.183,30 96.613,13414.933,61 359.446,05

(310.335,06) 280.295,74

Jubileu BrasilDESENVOLVIMENTO SOLIDÁRIO E SUSTENTÁVELConvivência com o Semi-áridoEconomia Popular e SolidáriaCatadores(as) de Material Recicláveis

SUSTENTABILIDADE, FORTALECIMENTO E ORGANIZAÇÃO

(-) Depreciações e amortizações(=) Superávit/Déficit do exercício

(+) Receitas não operacionais(-) Despesas não operacionais

Desenvolvimento da Cultura da SolidariedadeFormação Agentes para a Prática da SolidariedadeComunicação para a Mobilização Social

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Demonstração de Fluxos de Caixa pelo Método Direto

2009 2008

Fluxos de caixa das atividades operacionais

R$

Recebimentos de clientes 37.579.777,33 24.258.316,79 Pagamentos a fornecedores e empregados (4.138.332,61) (3.235.499,63) Caixa gerado pelas operações 33.441.454,72 21.022.817,16 Juros pagos 0 - Imposto de renda e contribuição social pagos

0 -

Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos

0 -

Caixa líquido proveniente das atividades operacionais

33.441.454,72 21.022.817,16

Fluxos de caixa das atividades de investimento

0 -

Fluxos de caixa das atividades de financiamento

0 -

Caixa e equivalentes de caixa no início do período

10.568.581,37 9.040.418,27

Dedução líquido de caixa e equivalentes de caixa

(4.227.656,10) (1.528.163,10)

Caixa e equivalentes de caixa no fim do período

6.340.925,27 10.568.581,37

As notas explicativas são partes integrantes das demonstrações contábeis

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As notas explicativas são partes integrantes das demonstrações contábeis

DEMONSTRAÇÃO DA VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO ATIVO CIRCULANTE 31/12/2009 31/12/2008 No Início do Exercício 13.725.729,76 12.398.709,22 No Final do Exercício 8.753.519,08 13.725.729,76 Total do Ativo Circulante (4.972.210,68) (1.327.020,54) PASSIVO CIRCULANTE No Início do Exercício 12.457.023,21 11.551.995,32 No Final do Exercício 8.100.027,05 12.457.023,21 Total do Passivo Circulante (4.356.996,16) (905.027,89) VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE

(615.214,52) (421.992,65)

DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM 31/12/2009 31/12/2009 31/12/2008 Patrimônio Social Inicial 6.098.506,75 5.773.811,28 Ajuste de Exer cícios Anteriores (644.721,36) (50.854,79) Superávit ou Déficit do Exercício (310.335,06) 280.295,74 (+/-)Transferência para a conta de ajuste exercícios anteriores

197.111,65 95.255,63

Patrimônio Social no Final do Exercício 5.340.561,98

6.098.506,75

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DEMONSTRAÇÃO DO SUPERÁVIT/DÉFICIT ACUMULADO 31/12/2009 31/12/2008 Superávit/Déficit Acumulado Saldo anterior 6.098.506,75 5.773.810,17 Ajustes de Exercícios anteriores (644.721,36) (50.854,79) Superávit/Déficit do Exercício (310.335,06) 280.295,74 (+/-)Transferencia para a conta de ajuste de exercícios anteriores

197.111,65 95.255,63

Total no Final do Exercício 5.340.561,98 6.098.506,75

Destinação / Aplicação do Recurso Ativo Imobilizado 4.643.340,17 4.755.008,35 Reserva para suporte a projetos e manutenção 697.221,81 1.343.498,40 TOTAL DAS APLICAÇÕES 5.340.561,98 6.098.506,75

Dom Luiz Demétrio Valentini Diretor Presidente

CPF nº 053.728.440 -00

Maria Cristina dos Anjos da Conceição Diretora Executiva Nacional

CPF nº 431.118.666 -53

José Fernando Santos Coordenador Contábil

CRC-DF nº 8.248/0

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NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO EXERCÍCIO ENCERRADO EM 31.12.2009

Nota 01-Contexto OperacionalA Cáritas Brasileira é uma associação civil de direito privado, de caráter beneficente e filantrópico sem fins lucrativos, que tem como objetivo principal o seguinte: a) promover e articular ações de assistência social, cultural, educação de base e promoção da solidariedade a famílias pessoas empobrecidas, em especial crianças, adolescentes, idosos populações de rua e outros que se encontrem em situações de risco, nas áreas rural e urbana, para que vigorem a justiça social, a fraternidade humana e a caridade cristã; b) atuar na prevenção, no socorro imediato e na reabilitação de grupos sociais e comunidades em situações de emergência natural e social; c) realizar ações solidárias de geração de trabalho e renda e de preservação do meio ambiente; d) investigar, estudar, analisar e desenvolver estratégias de combate à miséria e à pobreza; e) formar e capacitar agentes para a ação social e o exercício da cidadania; f) defender e promover os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana; g) elaborar e publicar livros, revistas, boletins, periódicos e subsídios de interesse da entidade.

Nota 02-Apresentação das Demonstrações ContábeisAs demonstrações contábeis estão elaboradas de acordo com as práticas contábeis conforme a Lei 6.404/76 e Resolução CFC nº 877/2000, que aprovou a NBC/T. 10.19 e demais disposições complementares, divulgadas de forma comparativa a do exercício anterior.

Nota 03-Principais Diretrizes Contábeisa) Apuração dos resultadosA entidade adota escrituração por regime misto, onde as receitas não são apropriadas na data de assinatura dos acordos (Convênios/Contratos/Outros) e sim quando da entrada do recurso, adotando assim para a maioria das receitas o regime de caixa e as despesas o regime de competência.b) Aplicações financeirasEstão demonstradas pelo valor das aplicações acrescidas dos rendimentos correspondentes apropriadas até

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a data do balanço patrimonial.c) AdiantamentosEstão representados por adiantamentos para projetos, viagens, encontros e empregados no Secretariado Nacional e Regionais.d) Outros CréditosEstão representados por recursos cedidos à projetos que ainda não possuem saldo para suprir despesas. Porém, já possui recurso aprovado para sua execução. Estes recursos serão devolvidos posteriormente.

Nota 04 - Realizável a Longo PrazoRepresentam empréstimos entre os regionais para aplicação em projetos e outros que serão devolvidos posteriormente.

Nota 05 – Imobilizado Está demonstrado pelo custo de aquisição até 31/12/2004, acrescida da correção monetária até 31/12/1995 e deduzida da depreciação acumulada pelo método linear nas taxas anuais: Imóveis 4%, móveis e utensílios 10% , informática 20%, veículos 20%, instalações 10%, máquinas e Equipamentos 10% , que levam em consideração a vida útil econômica dos bens.

Nota 06 - Passivo Circulantea)Fornecedores:Representam apropriações de contas comprovadamente pendentes.b)Empréstimos e financiamentos:Estão representados por créditos tomados de projetos que possuem recursos para suprir dívidas de outros projetos.c)Projetos a executar:Refere-se a doações recebidas de Instituições Internacionais, Governamentais e empresas privadas e pessoas físicas para aplicação nas atividades no exercício de 2010.

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Nota 07-Assistência Social – Gratuidadesa) Do valor das gratuidades apuradas pela Cáritas Brasileira em 2009, foi descontado o correspondente às receitas recebidas como doação pela CNBB e repassado para a Cáritas, e subvenções e auxílios recebidos diretamente de Órgãos Públicos.

b) Foram concedidas gratuidades com observância do limite fixado pelo artigo 3º inciso VI do decreto nº 2536 de 06/04/1998, conforme demonstrativo comparativo abaixo:

Nota 08 - Isenções Previdenciárias UsufruídasEm atendimento ao parágrafo único do artigo 4º do decreto nº 2536 de 06/04/1998 e da conformidade com o artigo 206 do decreto nº 3048-99, são demonstrados a seguir os valores relativos às isenções previdenciárias como se devido fosse gozadas durante o exercício:

c) Dia 27 de novembro de 2009, foi aprovada a Lei 12.101 que dispõe sobre a certificação de entidades beneficentes de assistência social e regula os procedimentos de isenção de contribuição previdenciária. E ainda não há até a data do levantamento destas demonstrações, regulamentação sobre a referida legislação.

DESCRIÇÃO 2009 GRATUIDADES PERCENTUAL Receitas Operacionais 37.579.777,33 Receitas não Operacionais 601.566,74 27.185.572,49 71,20% (-)Convênios Órgãos Públicos (7.589.321,95) (-)Gratuidade Recebidas de Entidades (2.203.316,15)

Total 27.185.572,49

Base de Contribuição Valor(R$) % Isenção

Usufruída Gratuidades Concedidas

Salários 5.548.137,71 26,80 1.486.900,91 Serviços Prestados 1.443.332,11 20,00 288.666,42 27.185.572,49 Total 6.991.469,82 1.775.567,33

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PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES

1) Examinamos o Balanço Patrimonial da CÁRITAS BRASILEIRA , levantados em 31 de Dezembro de 2009 e as respectivas Demonstrações de Resultado do Exercício, de Origens e Aplicações de Recursos, da Variação do Capital Circulante Liquido, das Mutações do Patrimônio Social, correspondentes ao exercício findo naquela data, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas Demonstrações Contábeis.

2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos; o volume de transações, o sistema contábil e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas, adotadas pela administração da CÁRITAS BRASILEIRA, bem como da apresentação das Demonstrações Contábeis tomadas em conjunto.

3) Em nossa opinião, as Demonstrações Contábeis referidas no parágrafo 1, quando lidas em conjunto com as Notas Explicativas que as acompanham, representam adequadamente, em todos seus aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da CÁRITAS BRASILEIRA, em 31 de Dezembro de 2009 e o Resultado de suas Operações, referentes ao exercício findo naquela data, de acordo com as Práticas Contábeis adotadas no Brasil.

4) De acordo com nossos testes e avaliações, somos de opinião que alem das Práticas Contábeis adotadas no Brasil, que a entidade ainda atendeu ao conteúdo do Inciso 6º do art. 3º do Decreto 2.536/98 de 06/04/1998 tanto no que tange a gratuidade bem como a prestação de serviços de assistência social.

5) A Demonstração dos Fluxos de Caixa está preparada em conexão com as demonstrações contábeis do exercício de 2009, e foi submetida aos mesmos procedimentos de auditoria descritos no parágrafo 2 e, em nossa opinião, essa demonstração esta adequadamente apresentada, em todos os seus aspectos relevantes, em relação ás demonstrações mencionadas no parágrafo 1, tomadas em conjunto.

Brasília , 16 de abril de 2010.

HILDO JARDIM ALEGRIADiretor Técnico

Contador CRC/RJ-041841/0-8 T-RS S DF

ANEND AUDITORES INDEPENDENTES S/SCRC/RJ - 003550/S-DF

HILDO JARDIM ALEGRIA FILHOContador

CRC/RS-079484/O-8 DF