relatÓrio anual de fiscalizaÇÃo prefeitura do municÍpio de sÃo paulo · 2011-07-15 ·...

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Folha Nº________________ Proc. 72.000.923/11-24 CELMA REGINA DE ANDRADE Auxiliar Técnico de Fiscalização TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Cód - 233 (Versão 01) ISO 9001 TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO 9001 RELATÓRIO ANUAL DE FISCALIZAÇÃO PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO 2010

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PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

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RELATÓRIO ANUAL DE FISCALIZAÇÃO

EXERCÍCIO DE 2010

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

PREFEITO GILBERTO KASSAB

Relator: Conselheiro Antonio Carlos Caruso Subsecretário de Fiscalização e Controle: Luiz Camargo Coordenadores Chefe de Fiscalização e Controle: Coordenadoria I: Marcos Chust Coordenadoria II: Sandra Cristina de A. Albarello

Coordenadoria IV: Mara Regina Fregonezi Coordenadoria V: Mário Masanao Nishimoto Coordenadoria VI: Marcos Tadeu Barros de Oliveira Coordenadoria VII: Dílson Ferreira da Cruz Junior

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SUMÁRIO

ITEM Fls.

1 - CONTROLE EXTERNO E PRESTAÇÃO DE CONTAS 09/12 1.1 - Publicações e Audiências da Lei de Responsabilidade Fiscal 10/11 1.2 - Projeção Atuarial do RPPS 12

2 - PLANEJAMENTO 13/16 2.1 - Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO 13/14 2.2 - Lei Orçamentária Anual – LOA 15/16

3 - GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 17/63 3.1 - Despesa - Créditos Adicionais 18/24 3.2 - Receita 25/31 3.3 - Despesa 32/44 3.4 - Transferências Financeiras 45 3.5 - Resultado da Execução Orçamentária 45/47 3.6 - Resumo da Execução Orçamentária 47 3.7 - Resultado Primário (art. 9º da LRF) 48/50 3.8 - Despesas com Pessoal 51/57 3.9 - Despesas com Publicidade 58/63

4 - GESTÃO FINANCEIRA 64/70 4.1 - Geração de Caixa 64/66 4.2 - Movimentação Financeira 66 4.3 - Evolução das Disponibilidades 67 4.4 - Recursos Disponíveis X Dívida de Curto Prazo 67/68 4.5 - Atendimento aos Prazos de Pagamento das Despesas 68 4.6 - Aplicações Financeiras 69 4.7 - Resultado Financeiro do Exercício 69/70

5 - GESTÃO PATRIMONIAL 71/125 5.1 - Ativo Financeiro 72 5.2 - Disponível 73/78 5.3 - Realizável 79/84 5.4 - Ativo Permanente 85 5.5 - Dívida Ativa 86/92 5.6 - Passivo Financeiro 93 5.7 - Restos e Serviço da Dívida a Pagar 94/95 5.8 - Outras Contas do Passivo Financeiro 95/96 5.9 - Dívidas Remanescentes de Exercícios Anteriores 97/98 5.10 - Passivo Permanente 99 5.11 - Empréstimos por Contratos Internos e Externos 100/1035.12 - Limite de Endividamento 104/1085.13 - Precatórios Judiciais 109/1165.14 - Outras Dívidas do Passivo Permanente 117/1185.15 - Demonstração das Variações Patrimoniais 119/1245.16 - Saldo Patrimonial 125

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6 - EDUCAÇÃO 126/1956.1 - Gastos Legais 126/1476.2 - Função Educação 148/195

7 - SAÚDE 196/2427.1 - Gastos Legais 196/2057.2 - Desempenho Operacional 205/2417.3 - Principais Constatações 241/242

8 - TRANSPORTES 243/3278.1 - Missão 243 8.2 - Recursos e Execução Orçamentária 244/2518.3 - Análise dos Programas “Melhoria da Mobilidade Urbana - Eficiência no

Trânsito” e “Melhoria da Mobilidade Urbana - Transporte Público” 251/327

9 - GESTÃO AMBIENTAL 328/3539.1 - Meio Ambiente 328/3299.2 - Recursos e Execução Orçamentária 329/3339.3 - Agenda 2012 e Plano Plurianual 2010/2013 333/3389.4 - Indicadores de Desempenho 338/3399.5 - Programa “Cidade mais verde” 339/353

10 - URBANISMO 354/36710.1 - Função Urbanismo 354/35510.2 - Função Urbanismo por Órgãos 355/35610.3 - Programas da Função Urbanismo 356/35810.4 - Projetos/Atividades da Função Urbanismo 358/36110.5 - Análise da Movimentação dos Recursos do Programa “Gestão Adequada

dos Resíduos Sólidos” 361/363

10.6 - Metas Previstas e Realizadas Relativas ao Programa “Gestão Adequada dos Resíduos Sólidos” 363/366

10.7 - Fiscalizações Relativas ao Programa “Limpeza Pública” 366/367

11 - INFRINGÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES DO EXERCÍCIO 368/382

12 - SUGESTÕES DE MELHORIA 383/385

13 - DETERMINAÇÕES/RECOMENDAÇÕES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 386

14 - RESPONSÁVEIS PELAS FISCALIZAÇÕES 387/391

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1 - CONTROLE EXTERNO E PRESTAÇÃO DE CONTAS

A Lei Orgânica do Município de São Paulo dispõe: “Art. 48 - O controle externo, a cargo da Câmara Municipal, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Prefeito, pela Mesa da Câmara e pelo próprio Tribunal, que serão apresentadas obrigatoriamente até 31 de março de cada exercício, mediante parecer prévio informativo, que deverá ser elaborado e enviado à Câmara Municipal no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias, contados da data de seu recebimento, já incluídos nesse prazo eventuais diligências e apreciação definitiva de recursos administrativos. (Alterado pela Emenda 29/07)”

Em conformidade com a legislação vigente, os objetivos da elaboração do presente relatório pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle são:

• demonstrar e avaliar o desenvolvimento da gestão orçamentária, financeira, patrimonial e de desempenho operacional, tendo por base os demonstrativos contábeis do encerramento do exercício e as diversas auditorias realizadas; e

• subsidiar a emissão do Parecer das Contas.

Os exames relativos ao exercício de 2010, junto às Unidades Orçamentárias da Prefeitura do Município de São Paulo, foram efetuados em conformidade com o Plano Anual de Fiscalização.

O presente relatório contempla os resultados das fiscalizações realizadas. As constatações/conclusões de auditoria estão apresentadas em destaque seguidas de suas evidências objetivas e fundamentações.

Prestação de Contas

O Balanço Geral do Município de São Paulo do exercício de 2010, composto de dois volumes e um CD, foi entregue a esta Corte pelo Secretário Municipal de Finanças em 30.03.11.

A entrega dessa documentação, que representa a prestação de contas do Prefeito, foi efetuada de acordo com os parâmetros definidos no art. 69 da Lei Orgânica do Município de São Paulo.

Os Balanços Orçamentário, Financeiro, Patrimonial e a Demonstração das Variações Patrimoniais compõem o Balanço Geral da Prefeitura do Município de São Paulo de 2010 e foram publicados no Diário Oficial da Cidade em 30.03.11.

Foram também apresentados e publicados os demonstrativos consolidados do Município, inclusive os da administração indireta.

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1.1 - PUBLICAÇÕES E AUDIÊNCIAS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

As publicações previstas nos artigos 52 a 55 da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, Relatório Resumido da Execução Orçamentária e Relatório de Gestão Fiscal, ocorreram tempestivamente.

1.1.1 - Artigos 52 a 55 da LRF

Foi observada a estrutura dos modelos de demonstrativos constantes das Portarias da Secretaria do Tesouro Nacional nºs. 462/09 e 757/09 (Manual de Demonstrativos Fiscais) da Secretaria do Tesouro Nacional, com ressalva para as seguintes impropriedades:

a) Demonstrativo das Receitas de Operações de Crédito e Despesas de Capital (RREO – Anexo XI -LRF, art. 53 § 1º, inciso I)

A última coluna descrita não seguiu a Portaria STN nº 462/09.

b) Demonstrativo das Operações de Crédito (RGF – Anexo IV – LRF, art.55, inciso I, alínea “d” e inciso III alínea “c”)

Faltou a caracterização de “REALIZADO” no campo pertinente à coluna do VALOR, conforme prevê a Portaria STN nº 757/09.

c) Demonstrativo da Disponibilidade de Caixa

(RGF – Anexo V – LRF, art. 55, inciso III, alínea “a”)

A estrutura do referido demonstrativo não seguiu o modelo da Portaria STN nº 462/09, que disciplinou os modelos de Relatórios (RREO e RGF) para o exercício de 2010.

d) Demonstrativo dos Restos a Pagar

(RGF – Anexo VI -LRF, art. 55, inciso III, alínea “b”)

A estrutura do referido demonstrativo não seguiu o modelo da Portaria STN nº 462/09, que disciplinou os modelos de Relatórios (RREO e RGF) para o exercício de 2010.

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1.1.2 - Divulgação em meio eletrônico - artigo 48 e artigo 55 § 2º da LRF

Em consulta ao Portal da Prefeitura do Município de São Paulo no dia 04.02.11 verificou-se a disponibilização em meio eletrônico dos relatórios bimestrais e quadrimestrais do exercício de 2010, em observância ao artigo 48 e § 2o do artigo 55 da Lei de Responsabilidade Fiscal. Todavia, não houve divulgação do “Demonstrativo das Receitas e Despesas Previdenciárias do Regime Próprio dos Servidores Públicos” pertinente ao 6º bimestre/10 (art. 53, Inciso II).

1.1.3 - Artigos 8º, 9º §4º e 13 da LRF

O Executivo Municipal estabeleceu, por meio do “Quadro de Distribuição Inicial das Cotas Orçamentárias e Financeiras”, a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso; desdobrou as receitas previstas em Metas Bimestrais de Arrecadação e realizou as audiências públicas das Metas Fiscais tempestivamente, em consonância com o disposto nos artigos 8º, 9º§4º e 13 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

A Lei Orçamentária para 2010 foi publicada em 30.12.09 e o “Quadro de Distribuição Inicial das Cotas Orçamentárias e Financeiras” constou do Anexo A integrante do Decreto nº 51.200 de 22.01.10, publicado no DOC de 23.01.10 (artigo 8º da LRF1). As audiências públicas foram realizadas na Câmara Municipal de São Paulo em 27.05.10, 29.09.10 e 23.02.11 (artigo 9º §4º da LRF2). As metas bimestrais de arrecadação foram estabelecidas e publicadas no DOC de 29.01.10 (artigo 13 da LRF3).

1 Artigo 8º - Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, (...), o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. 2 Artigo 9º § 4º - Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública... 3 Artigo 13 - No prazo previsto no art. 8º as receitas previstas serão desdobradas, (...) em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação...

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1.2 - PROJEÇÃO ATUARIAL DO RPPS

A publicação relativa à projeção atuarial do RPPS não cumpre sua finalidade tendo em vista as impropriedades apontadas.

A Projeção Atuarial do Regime Próprio de Previdência dos Servidores, assinada no âmbito da PMSP, foi publicada à fl. 74 do DOC de 29.01.2011. O IPREM publicou o demonstrativo de forma mais detalhada à fl. 88 daquele DOC:

Em R$ mil Projeção Atuarial dos

Regimes de Previdência Exercício

2010 10º Exercício

2020 20º Exercício

2030 35º Exercício

2045 Receitas Previdenciárias 2.964.476 5.490.958 7.187.774 7.865.532 Despesas Previdenciárias 2.959.754 5.490.958 7.187.774 7.865.532 Resultado Previdenciário 4.721 - - -

Impropriedades constatadas:

- não constam as notas explicativas previstas no Item 1.13.1 do Manual de

Demonstrativos Fiscais – Volume II, aprovado pela Portaria nº 462/09, sobre data da projeção atuarial e hipóteses utilizadas, como massa salarial, idade média e crescimento vegetativo, entre outros listados;

- segundo nota 1, na coluna de Receitas Previdenciárias estão incluídos os repasses efetuados pela Prefeitura referentes às insuficiências financeiras, contudo tal receita não está entre as descritas no item 1.13.1 do citado manual;

- não há informações que permitam avaliar a tendência crescente ou decrescente do repasse da insuficiência financeira, para avaliar o equilíbrio financeiro do regime no futuro.

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2 - PLANEJAMENTO

O Plano Diretor Estratégico (PDE), instituído pela Lei Municipal nº. 13.430 de 13.09.02, o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) são os instrumentos legais que contêm a materialização do planejamento da Administração Municipal, a indicação de suas prioridades e de como o Executivo pretende atingi-las. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) veio reforçar os vínculos entre esses instrumentos e a importância do planejamento e da transparência para a gestão fiscal do Município. Dessa forma, o desempenho da Administração Pública e a qualidade dos serviços prestados ao cidadão dependem fundamentalmente da qualidade desses instrumentos de planejamento e de sua adequação à legislação pertinente.

Dentro desse contexto, apresentamos neste item os principais resultados das fiscalizações relativas ao tema realizadas para o presente exercício, com o objetivo de verificar se tais leis efetivamente estão contribuindo com o seu papel para tornar a Administração Municipal mais eficiente e transparente.

2.1 - Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2011 — Lei Municipal nº. 15.251, de 29.07.2010 — não cumpriu dispositivos instituídos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e na legislação pertinente, restando assim prejudicada a sua transparência e o seu papel de instrumento efetivo de planejamento para a prevenção dos riscos e correção dos desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas.

Com relação à LRF, nas fiscalizações realizadas foram verificados os dispositivos legais pertinentes e constatado que:

- a LDO não atende ao disposto na alínea b do inciso I do artigo 4º da LRF4, pois não estabelece critérios e forma para a eventual limitação de empenho e movimentação financeira, ferindo assim o princípio da transparência fiscal;

- não foram indicados na LDO parâmetros ou diretrizes a serem aplicados na avaliação do controle dos custos e na avaliação dos resultados dos programas de governo a serem incluídos no orçamento, contrariando assim a alínea e do inciso I

4 Art. 4º - A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: I – disporá também sobre: b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;

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do artigo 4º da LRF5. A LDO, em seu artigo 116, mais uma vez limitou-se a remeter a questão para a lei orçamentária;

- a Administração não demonstra nos anexos fiscais da LDO a intenção de ajustar o índice de endividamento do Município à trajetória estabelecida na Resolução 40/01 do Senado Federal, não desenvolvendo assim condições para se adequar ao estabelecido no artigo 317 da LRF;

- a remessa do Relatório de Projetos em Andamento à CMSP foi extemporânea em relação ao determinado no parágrafo único do artigo 458 da LRF. Esse artigo está reproduzido no artigo 139 da LDO avaliada.

A LDO avaliada, embora tenha avançado em relação aos anos anteriores na medida em que relaciona, em seu Anexo I, os programas e ações que devam ser contemplados na LOA de 2011, ainda não apresenta uma ordem de priorização entre os itens incluídos, não atendendo assim o disposto no artigo 13710, § 2º, da Lei Orgânica Municipal (LOM).

Os anexos de metas fiscais constantes da LDO não respeitaram os aspectos formais de elaboração estabelecidos nos manuais da Secretaria do Tesouro Nacional, destacando-se a inexistência de notas explicativas e metodologia de cálculo, o que contraria o princípio da transparência, fundamental ao entendimento dos instrumentos de planejamento orçamentário.

5 Art. 4º - A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: I – disporá também sobre: e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; 6 Art. 11. Em cumprimento ao disposto no "caput" e na alínea "e" do inciso I do art. 4º da Lei Complementar Federal nº 101, de 2000, a alocação dos recursos na lei orçamentária será feita de forma a propiciar o controle de custos das ações e a avaliação dos resultados dos programas de governo. 7 Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro. 8 Art. 45 – Observado o disposto no § 5º do art. 5º, a lei orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias. Parágrafo único –O Poder Executivo de cada ente encaminhará ao Legislativo, até a data do envio do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divulgação. 9 Art. 13. A lei orçamentária não consignará recursos para início de novos projetos se não estiverem adequadamente atendidos aqueles em andamento, e contempladas as despesas de conservação do patrimônio público. § 1º. O disposto no "caput" deste artigo aplica-se no âmbito de cada fonte de recursos, conforme vinculações legalmente estabelecidas. § 2º.Entendem-se por adequadamente atendidos os projetos cuja alocação de recursos orçamentários esteja compatível com os cronogramas físico-financeiros vigentes. 10 Art. 137. [...] § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública municipal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária.

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2.2 - Lei Orçamentária Anual – LOA

A Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2011 — Lei Municipal nº. 15.356, de 28.12.2010 — não cumpriu diversos dispositivos previstos na legislação aplicada e nas demais peças de planejamento.

A Lei Orçamentária para 2011 não apresenta o demonstrativo do efeito, sobre as receitas e as despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, em desconformidade ao §6º do artigo 165 da Constituição Federal – CF11, o §6º do artigo 137 da Lei Orgânica do Município - LOM12, o inciso I do artigo 9º da Lei nº 15.251/2010 – LDO de 201113 e o inciso II do artigo 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF14.

Não foram identificados, de forma individualizada, os projetos e atividades, segundo a sua localização, dimensão, características principais e custo conforme determina o § 8º do artigo 137 da Lei Orgânica do Município – LOM15.

Não foi apresentado, em seus anexos, o demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes dos Anexos de Metas Fiscais da LDO, não atendendo assim o disposto no inciso I do artigo 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF16.

Cabe ressaltar ainda a autorização imprópria contida no seu artigo 1117, facultando ao Executivo a abertura de créditos adicionais por excesso de arrecadação à conta

11 Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. 12 Art. 137 - Leis de iniciativa do Poder Executivo Municipal estabelecerão: § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. 13 Art. 9º. Acompanhará a proposta orçamentária do Município para 2011 mensagem da Chefia do Poder Executivo contendo, no mínimo: I - demonstrativo dos efeitos decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia sobre as receitas e despesas; 14 Art. 5º - O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta lei Complementar: II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado; 15 Art. 137 - Leis de iniciativa do Poder Executivo Municipal estabelecerão: § 8º - A lei orçamentária anual identificará, individualizando-os, os projetos e atividades, segundo a sua localização, dimensão, características principais e custo. 16 Art. 5º - O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta lei Complementar: I – conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º; 17 Art. 11. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos adicionais suplementares à conta de excesso de arrecadação de receitas específicas e vinculadas a determinada finalidade, assim como daquelas relativas à fonte 00 - Recursos do Tesouro Municipal, nos termos do art. 43 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964.

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de receitas específicas e vinculadas a determinada finalidade, não se conformando assim ao estabelecido no § 3º do artigo 43 da Lei nº 4.320/6418.

Não se observa, nos anexos da Lei Orçamentária Anual, a indicação das metas físicas dos projetos/atividades/operações especiais, de forma a permitir tanto sua identificação e individualização quanto o acompanhamento de sua execução ao longo do exercício

18 Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa. § 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

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3 - GESTÃO ORÇAMENTÁRIA

O artigo 102 da Lei Federal nº 4.320/64 estabelece que o Balanço Orçamentário deverá demonstrar as receitas previstas e as despesas autorizadas em confronto com as realizadas.

Em R$

RECEITA PREVISTA REALIZADA DIFERENÇA RECEITA ORÇAMENTÁRIA 25.868.315.400,00 28.131.967.627,41 2.263.652.227,41RECEITAS CORRENTES 26.069.744.605,00 26.862.031.101,86 792.286.496,86

RECEITA TRIBUTÁRIA 11.782.786.086,00 13.105.657.463,95 1.322.871.377,95RECEITAS DE CONTRIBUIÇÃO 205.535.391,00 208.056.574,58 2.521.183,58 RECEITA PATRIMONIAL 423.750.207,00 434.560.831,68 10.810.624,68RECEITA DE SERVIÇOS 261.567.851,00 238.627.597,68 (22.940.253,32)TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 11.640.480.739,00 11.310.878.672,82 (329.602.066,18) OUTRAS RECEITAS CORRENTES 1.755.624.331,00 1.564.249.961,15 (191.374.369,85)

RECEITAS DE CAPITAL 1.229.285.228,00 2.740.602.666,11 1.511.317.438,11OPERAÇÕES DE CRÉDITO 141.440.955,00 19.786.062,73 (121.654.892,27)ALIENAÇÃO DE BENS 195.000.000,00 727.222.805,65 532.222.805,65AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS 5.799.400,00 5.151.197,04 (648.202,96) TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL 406.671.616,00 348.682.177,17 (57.989.438,83)OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL 480.373.257,00 1.639.760.423,52 1.159.387.166,52

DEDUÇÕES DA RECEITA CORRENTE (1.430.714.433,00) (1.470.666.140,56) (39.951.707,56)DÉFICIT ORÇAMENTÁRIO 0,00 0,00 0,00TOTAL DE RECEITAS 25.868.315.400,00 28.131.967.627,41 2.263.652.227,41

DESPESA AUTORIZADA REALIZADA DIFERENÇA DESPESA ORÇAMENTÁRIA 25.157.734.384,40 24.852.659.610,75 305.074.773,65 CRÉDITOS ORÇAMENT. E SUPLEMENTARES 25.156.734.384,40 24.852.659.610,75 304.074.773,65

DESPESAS CORRENTES 21.491.265.849,99 21.260.072.888,77 231.192.961,22 DESPESAS DE CAPITAL 3.665.468.534,41 3.592.586.721,98 72.881.812,43

RESERVA DE CONTINGÊNCIA 1.000.000,00 1.000.000,00

SUPERAVIT ORÇAMENTÁRIO 710.581.015,60 3.279.308.016,66 (2.568.727.001,06) TOTAL DE DESPESAS 25.868.315.400,00 28.131.967.627,41 (2.263.652.227,41)

REPASSE PREVISTO 1.867.394.048,00 RECURSO COMPLEMENTAR RECEBIDO 43.512.185,00 RECURSO COMPLEMENTAR CONCEDIDO 228.556.534,71 REPASSES CONCEDIDOS 2.057.039.105,86

Fonte: PMSP - Balanço Geral 2010.

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3.1 - DESPESA - CRÉDITOS ADICIONAIS

O orçamento consolidado do Município de São Paulo para 2010, originalmente aprovado em R$ 27,9 bilhões, foi acrescido de R$ 1,4 bilhão por conta de créditos adicionais abertos com recursos do superávit financeiro de 2009 (R$ 86,4 milhões) e do excesso de arrecadação (R$ 1,3 bilhão).

De acordo com os arts. 40 a 46 da Lei Federal nº 4.320/64, os créditos adicionais visam atender às despesas não previstas e suplementar dotações no orçamento. Classificam-se em suplementares, especiais e extraordinários e sua abertura para o exercício de 2010 foi disciplinada nos artigos 7º a 13 da Lei Municipal nº 15.089/09 (LOA para 2010). Os créditos adicionais suplementares podem ser abertos utilizando recursos provenientes de: I - superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; II - excesso de arrecadação; III - anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; IV - produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las.

Em R$

Órgão/ Entidade

Orçamento Inicial

Consolidado (A)

Superávit Financeiro

Excesso Arrecadação e art. 12 e 13

LOA

Movimentação Intra-órgão Movimentação Inter-órgãos Orçamento Atualizado

Consolidado (A+B+C+D+E+

F+G)

Suplementação Anulação Suplementação Anulação

(B) (C) (D) (E) (F) (G)

PMSP 24.000.921.352 70.817.251 1.271.040.131 5.687.071.100 (5.687.071.100) 43.512.185 (228.556.535) 25.157.734.384

IPREM 2.817.783.847 - - 133.415.837 (133.415.837) 220.954.885 - 3.038.738.732

AHM 768.136.630 - - 37.398.802 (37.398.802) 7.039.400 - 775.176.030

HSPM 161.749.351 - - 13.303.500 (13.303.500) 562.250 - 162.311.601

SFMSP 142.940.000 15.612.144 - 406.750 (406.750) - (42.337.720) 116.214.424

FUPET 6.291.159 - - 12.746 (12.746) - (1.174.465) 5.116.694

AMLURB 10.000 - - - - - - 10.000

Total 27.897.832.339 86.429.395 1.271.040.131 5.871.608.735 (5.871.608.735) 272.068.720 (272.068.720) 29.255.301.865

Total Movimentação (B+C+D+F) = 7.501.146.981 Fonte: Sistema de Dados Orçamentários e Sistema NovoSEO.

Conforme demonstrado no quadro, o orçamento de 2010, após as atualizações, alcançou o valor de R$ 29,3 bilhões. Os procedimentos adotados pela Assessoria Geral do Orçamento (AGO/SEMPLA) para a emissão dos decretos de abertura de créditos adicionais e sua classificação quanto à oneração ou não do limite legal são satisfatórios. O registro contábil dos créditos adicionais foi regular.

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3.1.1 - Observância à legislação

a) Limites de abertura de créditos adicionais

A abertura de créditos adicionais suplementares observou os limites previstos na Lei nº 15.089/09 (Lei Orçamentária para 2010).

O artigo 7º19 da referida Lei autorizou o Poder Executivo a abrir créditos adicionais suplementares para a Administração Direta e Indireta até o limite de 15% da despesa total fixada.

Com relação à Administração Indireta, o art. 11 da mesma lei autorizou as Autarquias e Fundações a abrirem, por ato próprio, créditos adicionais suplementares em suas dotações, respeitado o mesmo limite de 15% sobre o valor consignado, individualmente considerado, para cada uma das entidades. Desse limite, foram excluídas as situações especificadas nos artigos 8º, 9º e 10 da lei citada.

Limite Consolidado Em R$

Descrição Total Consolidado 1 Despesa fixada para o exercício 27.897.832.339 2 Limite previsto 15% 3 Valor limite (1 x 2) 4.184.674.851 4 Total da movimentação orçamentária 7.501.146.981 5 ( - ) Exclusões autorizadas (Lei 15.089/09) 5.975.749.994 6 Montante que onerou o limite (4 + 5) 1.525.396.987 7 Percentual onerado (6/1) 5,47%

Fonte: Relatório de Créditos Adicionais – AGO e Relatórios do Sistema NovoSEO [FORC404B002].

Limites individuais das Autarquias e Fundações

Em R$ Descrição IPREM AHM HSPM SFMSP FUPET AMLURB

1 Despesa fixada para o exercício 2.817.783.847 768.136.630 161.749.351 142.940.000 6.291.159 10.000

2 Limite previsto 15% 15% 15% 15% 15% 15%

3 Valor limite (1 x 2) 422.667.577 115.220.495 24.262.403 21.441.000 943.674 1.500

4 Total da movimentação orçamentária 354.370.722 44.438.202 13.865.750 16.018.894 12.746 -

5 ( - ) Exclusões autorizadas (Lei 15.089/09) 353.740.722 43.068.802 13.303.500 16.018.894 12.746 -

6 Montante que onerou o limite (4 + 5) 630.000 1.369.400 562.250 - - -

7 Percentual onerado (6/1) 0,02% 0,18% 0,35% 0,00% 0,00% 0,00% Fonte: Relatório de Créditos Adicionais – AGO e Relatórios do Sistema NovoSEO [FORC404B002].

O IPREM, a AHMSP e o HSPM tiveram seus limites legais onerados. Ainda assim, bem abaixo do limite previsto de 15%.

19 “Art. 7º. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos adicionais suplementares por decretos, nos termos do que dispõe a Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, para as Administrações Direta, Indireta e seus Fundos Municipais, até o limite de 15% (quinze por cento) do total da despesa fixada no art. 2º desta lei, criando, se necessário, elementos de despesa e fontes de recurso dentro de cada projeto ou atividade”.

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b) Utilização do Superávit Financeiro

A abertura de créditos adicionais suplementares em 2010 com recursos do superávit financeiro de 2009 foi regular.

O Balanço Patrimonial Consolidado de 2009 registrou superávit financeiro de R$ 87,7 milhões. Desse total, R$ 86,4 milhões foram utilizados para abertura de créditos adicionais, como demonstrado a seguir:

Em R$

Órgão Superávit Financeiro de 2009

Utilizadoem 2010

Administração Direta 104.649.276 70.817.251 Administração Indireta (16.889.372) 15.612.144 Serviço Funerário 35.705.064 15.612.144 IPREM 4.628.142 - Autarquia Hospitalar – AHM (51.748.148) - HSPM (6.579.124) - Fundação Paulistana de Educação e Tecnologia 80.641 - Fundação Catavento 1.024.052 - Consolidado 87.759.904 86.429.395

Fonte: Relatórios Anuais de Fiscalização

c) Excesso de Arrecadação e arts. 12 e 13 da LOA

A abertura dos créditos adicionais tendo como fonte de recursos o excesso de arrecadação em rubricas específicas (arts.12 e 13 da LOA) poderia ter sido efetuada, com melhor propriedade, utilizando a fonte legalmente prevista, qual seja, o inciso II do art.43 da Lei Federal nº 4.320/64 (excesso de arrecadação).

Dois destes créditos adicionais abertos não tiveram suporte suficiente nas receitas a eles vinculadas, tendo em vista que o excesso arrecadado na rubrica específica foi de R$ 41,4 milhões enquanto os créditos abertos somaram R$ 85,3 milhões.

Em 2010 foram abertos:

- Dez créditos adicionais tendo como fonte de recursos o excesso de arrecadação do exercício nos termos do inciso II do art.43 da Lei nº 4.320/64;

- Seis créditos adicionais tendo como fonte de recursos o excesso de arrecadação em rubricas específicas, nos termos dos art.12 e 13 da LOA.

A LOA de 2010 autorizou a abertura de créditos adicionais utilizando como fonte de arrecadação receitas específicas:

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“Art. 12. Fica autorizada a abertura de créditos adicionais suplementares tendo como fonte o inciso II do § 1º do art. 43 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, no que tange aos recursos das fontes 02 – Transferências Federais e 03 – Transferências Estaduais, até o limite dos valores adicionais de despesa, conforme Anexo A desta lei, sem onerar o limite estabelecido no art. 7º desta lei. [...]

Art. 13. Fica autorizada a abertura de créditos adicionais suplementares tendo como fonte o inciso II do § 1º do art. 43 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, no que tange aos recursos arrecadados referentes à gestão do pagamento da folha de salário de servidores/funcionários, do pagamento de fornecedores e de outros serviços bancários, até o limite do valor adicional de despesa, conforme Anexo B desta lei, sem onerar o limite estabelecido no art. 7º desta lei. [...]”

A PMSP realizou consulta a este TCM acerca da legalidade de abertura, mediante a emissão de Decreto do Chefe do Poder Executivo Municipal, de créditos adicionais suplementares na forma prevista pelos artigos 12 e 13 da lei Municipal nº 15.089/09. Por seu turno, o Tribunal manifestou-se em parecer constante do TC nº 72.000.879.10-53:

“é legal a abertura por meio de Decreto do Chefe do Poder Executivo Municipal, de créditos adicionais suplementares já autorizada e definida pelos artigos 12 e 13 da LOA, vigente para o exercício de 2010, tão logo constatado o efetivo ingresso das receitas vinculadas já referidas, firmado o entendimento deste Tribunal de que tais recursos constituem receita e não excesso de arrecadação. O Executivo observará estritamente os limites consignados pelo Legislativo.” g.n. Considerando o posicionamento do TCM de que a abertura de créditos adicionais de acordo com os artigos 12 e 13 da LOA é legal, tão logo constatado o efetivo ingresso das receitas vinculadas, houve impropriedade na abertura de dois créditos (Decretos nº 51.597 e 51.793), para os quais não ocorreu o efetivo ingresso das receitas previstas. O valor aberto de R$ 85,3 milhões superou o excesso de arrecadação de R$ 41,4 milhões na rubrica especificada:

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Em R$

Decretos Valor Fonte de recurso previsto – Art. 12 e 13 da LOA Créditos

Adicionais abertos Cód. Receita Orçado Realizado Excesso

51.597 56.000.000 24219920 SEHAB - CT CEF/Min. Cidades / PAC

(Heliopolis / Pq.Fernanda / Cidade Azul) 50.000.000 91.389.075 41.389.075 (1) 85.287.96151.793 29.287.961

51.652 18.106.000

24729907 CT / CEF / SEHAB / Min. Cidades / PAC Estadual / Mananciais Lotes I a VIII

1.000 123.888.839 123.887.839 (1) 78.268.48751.727 20.100.000

51.890 14.684.316

51.793 25.378.171

51.452 126.000.000 22100100 Alienação de Bens Móveis - 727.222.806 727.222.806 (2) 126.000.000(1) Autorização prevista no art. 12 da Lei Municipal nº 15.089/09 – LOA. (2) Autorização prevista no art. 13 da Lei Municipal nº 15.089/09 – LOA. Fonte: SDO-TCM.

Note-se que abertura de créditos com base nos arts.12 e 13 da LOA revelou-se expediente desnecessário na medida em que a arrecadação global do município resultou em excesso de arrecadação da ordem de R$ 2 bilhões, capaz de suportar a abertura de todos os 16 créditos adicionais (R$ 1,3 bilhão) que utilizaram essas fontes de recurso:

Em R$ Receita Prevista (A) 27.897.832.339

Receita Arrecadada (B) 29.979.441.111

Excesso de arrecadação (C = B-A) 2.081.608.772

Créditos adicionais (1) (D) 1.271.040.131

Excesso não utilizado (E = C – D) 810.568.641 (1) Abertos com recursos do excesso de arrecadação e arts. 12 e 13 da LOA.

Neste sentido, a abertura dos seis créditos adicionais tendo como fonte de recursos o excesso de arrecadação em rubricas específicas poderia ter sido efetuada com a fonte legalmente prevista, qual seja, o inciso II do art.43 da Lei Federal nº 4.320/64 (excesso de arrecadação). Constou, ainda, no parecer, medida preventiva para que a impropriedade não ocorresse em 2011:

“DECIDEM, afinal, à unanimidade, consoante proposta do Conselheiro MAURÍCIO FARIA – Revisor, com o fim de evitar que a impropriedade formal apontada por esta Corte, referente aos artigos 12 e 13 da LOA de 2010, por desatender ao previsto na Legislação Superior quanto à definição do que é excesso de arrecadação, ocorra na elaboração da LOA de 2011, determinar o envio de ofício, acompanhado de cópia do presente Parecer, ao Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, à Comissão de Finanças e Orçamento e à Comissão de Constituição e Justiça.” Todavia, a Lei Orçamentária para 2011 (Lei nº 15.356/10) consignou em seu artigo 11:

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“Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos adicionais suplementares à conta de excesso de arrecadação de receitas específicas e vinculadas a determinada finalidade, assim como daquelas relativas à fonte 00 – Recursos do Tesouro Municipal, nos termos do art. 43 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964.”

Nesse contexto, apesar da autorização legal, é imprópria a eventual abertura de créditos adicionais por excesso de arrecadação à conta de receitas específicas no exercício de 2011.

3.1.2 - Movimentação orçamentária

a) Movimentação de créditos adicionais inter-órgãos

A partir de 2007, em razão da consolidação das contas municipais, a PMSP passou a remanejar seu orçamento por meio de decretos de abertura de créditos adicionais inter-órgãos, ou seja, promovendo a anulação de recursos de uma entidade municipal (Administração Direta, Autarquias ou Fundações) para destinar a outra. Como exemplo, em 2010 ocorreu a movimentação de R$ 220,9 milhões da PMSP para o IPREM e a PMSP também recebeu recursos inter-órgãos do SFMSP de R$ 42,3 milhões.

b) Análise da movimentação de créditos adicionais por Órgão

O quadro a seguir demonstra a movimentação orçamentária líquida dos órgãos que tiveram as maiores variações em relação ao orçado inicialmente:

Em R$

Órgão Orçado (A) Atualizado (B) (B – A) %

Secretaria Municipal de Transportes 919.990.573 1.782.622.184 862.631.611 93,77

Encargos Gerais do Município 4.127.636.747 4.832.619.366 704.982.619 17,08

Secretaria Municipal da Habitação 697.308.967 984.289.702 286.980.735 41,16

Instituto da Previdência Municipal de São Paulo 2.817.783.847 3.038.738.732 220.954.885 7,84

Fundo Municipal de Assistência Social 431.923.898 533.972.316 102.048.418 23,63

Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenv. Sustentável 98.992.995 48.015.137 (50.977.858) (51,50)

Câmara Municipal 399.626.197 324.644.166 (74.982.031) (18,76)

Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente 118.290.000 39.226.915 (79.063.085) (66,84)

Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente 292.962.030 177.896.043 (115.065.987) (39,28)

Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito 772.144.100 622.350.486 (149.793.614) (19,40)

Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura 320.000.000 - (320.000.000) (100,00) Fonte: Sistema SDO-TCM

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Houve aumento expressivo de 93,77% no orçamento da Secretaria Municipal de Transportes. Parte representativa deve-se ao projeto “Melhoria da Mobilidade Urbana - Transporte Público”, com aumento no orçamento referente ao Metrô, no total de R$ 640 milhões.

c) Análise da movimentação de créditos adicionais por Função Tendo por base as funções de governo, as variações mais significativas em relação ao orçamento consolidado inicial foram as seguintes:

Em R$

Função Orçado (A) Atualizado (B) (B – A) %

Transporte 1.707.133.673 2.406.638.670 699.504.997 40,98

Encargos Especiais 2.755.399.360 3.414.720.576 659.321.216 23,93

Previdência Social 4.050.634.474 4.328.571.551 277.937.077 6,86

Urbanismo 2.549.588.776 2.616.400.469 66.811.693 2,62

Comércio e Serviços 67.849.262 121.980.624 54.131.362 79,78

Saneamento 414.512.420 367.812.407 (46.700.013) (11,27)

Legislativa 578.560.197 504.632.056 (73.928.141) (12,78)

Habitação 1.040.926.114 960.706.294 (80.219.820) (7,71)

Gestão Ambiental 423.701.784 253.416.568 (170.285.216) (40,19) Fonte: Sistema SDO-T

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3.2 - RECEITA

3.2.1 - Previsão Orçamentária

Foram arrecadados R$ 28,1 bilhões em 2010, o que representa 8,8% ou R$ 2,3 bilhões a mais que o previsto.

Em 2010 houve excesso de arrecadação da ordem de R$ 2,3 bilhões, em decorrência principalmente das Receitas de Capital, o que representou um aumento de 8,8% em relação ao previsto.

Em R$ mil Categoria Econômica Previsto Arrecadado Dif. %

Receitas Correntes (1) 24.639.030 25.391.365 752.335 3,1

Receitas de Capital 1.229.285 2.740.603 1.511.317 122,9

Total 25.868.315 28.131.968 2.263.652 8,8 (1) Inclui as deduções das receitas correntes Fonte: SDO – TCM

Desde 2003 não ocorria excesso de arrecadação na execução do Orçamento da PMSP:

Excesso/Insuficiência de arrecadação

Fonte: Relatórios Anuais de Fiscalização/SDO - TCM

3,1% 

(8,2%)

(0,8%) (0,5%)

(5,3%)

(7,1%)

(10,4%)

8,8% 

‐3

‐2

‐1

0

1

2

3

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

R$ Bilh

ões

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a) Receitas Correntes

As Receitas Correntes realizadas superaram em 3,1% a previsão orçamentária.

Destaca-se o excesso de arrecadação de 11,1% nas receitas tributárias (R$ 1,3 bilhão); notadamente no ISS e no ITBI, com previsões que se revelaram discretas à luz do crescimento da atividade econômica e do aquecimento do mercado imobiliário na cidade em 2010:

Em R$ mil

Origem Receita Previsto Realizado Dif. %

Receita Tributária

ISS 6.188.626 7.059.432 870.806 14,1 IPTU 3.869.316 4.052.143 182.827 4,7 ITBI 679.459 950.589 271.130 39,9 IRRF s/ Rend. do Trabalho 743.984 733.629 (10.355) (1,4)Outros (1) 301.401 298.056 (3.345) (1,1)Subtotal 11.782.786 13.093.849 1.311.063 11,1

Transferências Correntes

Cota-Parte do ICMS 5.042.694 5.340.742 298.048 5,9 Cota-Parte do IPVA 1.892.338 1.743.336 (149.002) (7,9)Transferências da Educação (2) 1.466.788 1.357.223 (109.566) (7,5)Transferências da Saúde (3) 1.275.459 1.038.573 (236.886) (18,6)Outros (1) 532.487 373.122 (159.365) (29,9)Subtotal 10.209.766 9.852.996 (356.770) (3,5)

Demais Receitas Correntes 2.646.478 2.444.520 (201.958) (7,6)Total das Receitas Correntes 24.639.030 25.391.365 752.335 3,1

(1) Inclui deduções (2) Cód. Alínea 172135, 172401, 972101, 972201. (3) Cód. Alínea 172133, 176201 Fonte: SDO TCM

b) Receitas de Capital

Nas receitas de capital houve excesso de arrecadação de R$ 1,5 bilhão, em contraponto às expressivas insuficiências de arrecadação registradas nos exercícios anteriores.

Há vários exercícios vinham sendo registradas expressivas insuficiências de arrecadação nas receitas de capital:

Receitas de Capital Em R$ milhões

Fonte: SDO (Sistema de Dados Orçamentários – TCM).

Ano Previsto Realizado Insuficiência de Arrecadação

Dif. %

2006 1.235 354 (881) (71,3)

2007 1.569 411 (1.157) (73,7)

2008 2.061 770 (1.291) (62,6)

2009 2.444 942 (1.502) (61,5)

2010 1.229 2.741 1.511 122,9

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Tal comportamento foi alterado de forma substancial em 2010, com a arrecadação de R$ 2,7 bilhões e excesso de arrecadação de R$ 1,5 bilhão. Persiste, porém, a dificuldade de previsão, tanto em rubricas que tiveram excesso como insuficiência de arrecadação. As sete receitas com os maiores excessos tiveram arrecadação oito vezes superior que o montante previsto, sendo que as operações urbanas, somadas, apresentaram o maior excesso de arrecadação (R$1,1 bilhão). Destaca-se também a alienação de bens móveis, pois os recursos provenientes do contrato com o Banco do Brasil (R$ 726 milhões), relativo ao direito de prestar serviços bancários em caráter de exclusividade, não haviam sido previstos no Orçamento. De outro lado, ocorreram elevadas insuficiências de arrecadação em determinadas rubricas:

Em R$ mil

Receitas de Capital Previsto Realizado Dif. % Maiores excessos 287.001 2.355.553 2.068.552 720,7 Alienação de bens móveis - 727.223 727.223 -

Operação Urbana Faria Lima 50.000 581.814 531.814 1.063,6

Operação Urbana Água Espraiada 75.000 481.576 406.576 542,1

CT /CEF/SEHAB/ PAC Estadual/Mananciais Lotes I a VIII 1 125.984 125.983 -

Operação Urbana Água Espraiada - Transportes - 124.500 124.500 -

Fundo Esp. Op. Urbana Água Branca - FEAB - 103.783 103.783 -

Outorga Onerosa - Plano Diretor 162.000 210.672 48.672 30,0

Maiores insuficiências 691.605 96.015 (595.590) (86,1) Conv. PMSP x SABESP – F.M. San. Amb. e Infraestrutura 300.000 78.038 (221.962) (74,0)

Alienação de Outros Bens Imóveis 195.000 - (195.000) (100,0)

PROCENTRO - BID 112.612 17.977 (94.635) (84,0)

FEMA - Crédito de Carbono 83.993 - (83.993) (100,0)

Outras Receitas de Capital 250.679 289.035 38.356 15,3Total 1.229.285 2.740.603 1.511.317 122,9

Fonte: SDO TCM

3.2.2 - Evolução das Receitas

Ficou evidenciada a efetividade do processo de arrecadação da atual gestão municipal, considerando que houve crescimento de 23,7% das receitas, com destaque para o aumento da receita tributária, e que as receitas de capital praticamente triplicaram.

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a) O crescimento de 23,7% das receitas em 2010 superou com folga a inflação do período (IPC-FIPE 6,41%), o que configura significativo aumento real da arrecadação.

Fonte:SDO TCM

b) O crescimento da Receita Tributária, arrecadada pela Prefeitura, superou o das Transferências Correntes, que se originam dos tributos arrecadados pelo Governo do Estado e União.

Nota: Foram consideradas as deduções das receitas tributárias e das transferências correntes. Fonte: SDO TCM

14,2% 

5,9% 

23,7%

18

20

22

24

26

28

30

2007 2008 2009 2010

R$ Bilh

ões

12,1%6,2%

20,6%

15,5%7,8%

10,8%

6

8

10

12

14

2007 2008 2009 2010

R$ Bilh

ões

Receita Tributária Transferências Correntes

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Em R$ mil

Origem Receita 2009 2010 Dif. %

Receita Tributária

ISS 5.959.914 7.059.432 1.099.518 18,4 IPTU 3.229.614 4.052.143 822.529 25,5 ITBI 688.148 950.589 262.440 38,1 IRRF s/ Rend. do Trabalho 681.362 733.629 52.267 7,7 Outros (1) 297.683 298.056 373 0,1 Subtotal 10.856.721 13.093.849 2.237.127 20,6

Transferências Correntes

Cota-Parte do ICMS 4.598.209 5.340.742 742.533 16,1 Cota-Parte do IPVA 1.690.793 1.743.336 52.543 3,1 Transferências da Educação (2) 1.202.045 1.357.223 155.177 12,9 Transferências da Saúde( 3) 1.085.293 1.038.573 (46.720) (4,3) Outros (1) 313.209 373.122 59.913 19,1 Subtotal 8.889.549 9.852.996 963.448 10,8

Demais Receitas Correntes 2.044.576 2.444.520 399.944 19,6 Total das Receitas Correntes 21.790.846 25.391.365 3.600.519 16,5

(1) Inclui deduções (2) Cód. Alínea 172135, 172401, 972101, 972201. (3) Cód. Alínea 172133, 176201 Fonte: SDO TCM

O Imposto sobre Serviços - ISS, principal tributo arrecadado pela Prefeitura, cresceu 18,4% em 2010, em razão do crescimento da atividade econômica.

O IPTU, alavancado pela atualização da planta genérica de valores, e o ITBI, refletindo o aquecimento do mercado imobiliário na cidade, também tiveram peso substancial no aumento das receitas em 2010.

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

2007 2008 2009 2010

R$ M

ilhõe

s

ISS

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

2007 2008 2009 2010

R$ M

ilhõe

s

IPTU

500

600

700

800

900

1.000

2007 2008 2009 2010

R$ M

ilhõe

s

ITBI

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Nas receitas transferidas pelo Governo do Estado, o ICMS subiu 16,1% e o IPVA, apenas 3,1%, em contraponto a um aumento geral de receitas da ordem de 23,7% em 2010.

c) A PMSP arrecadou R$ 5,4 bilhões a mais do que em 2009. Em 2010 as receitas de capital praticamente triplicaram.

Em R$ mil

Categoria Econômica 2009 2010 Dif. %

Receitas Correntes (1) 21.790.846 25.391.365 3.600.519 16,5 Receitas de Capital 942.100 2.740.603 1.798.503 190,9 Total 22.732.946 28.131.968 5.399.022 23,7

(1) Excluída a Receita de Cancelamento de Restos a Pagar no valor de R$ 362.326. Fonte:SDO TCM

Em R$ mil

Receitas de Capital 2009 2010 Dif. %

Operações Urbanas 360.000 1.332.755 972.755 270,2 Operação Urbana Faria Lima 60.000 581.814 521.814 869,7 Operação Urbana Água Espraiada - 481.576 481.576 - Fundo Esp. Operação Urbana Água Branca - FEAB - 103.783 103.783 - Operação Urbana Centro - 10.581 10.581 - Operação Urbana Faria Lima - Transportes 90.000 30.500 (59.500) (66,1) Operação Urbana Água Espraiada - Transportes 210.000 124.500 (85.500) (40,7) Alienação de Bens Móveis 310 727.223 726.913 234.423,8 CT / CEF / SEHAB / PAC Est. / Mananciais Lotes I a VIII - 125.984 125.984 - Outorga Onerosa - Plano Diretor 115.928 210.672 94.744 81,7 Precatórios 382 78.552 78.170 20.464,9 Conv. PMSPxSABESP – F.M.l de San. Amb. e Infraestrutura - 78.038 78.038 - Outras 465.480 187.378 (278.101) (59,7) Total 942.100 2.740.603 1.798.503 190,9 Fonte: SDO TCM

As receitas de capital foram fortemente influenciadas pela arrecadação no final do exercício de 2010 de R$ 1,33 bilhão nas Operações Urbanas, um acréscimo de praticamente R$ 1 bilhão em relação a 2009, em decorrência da transferência de recursos financeiros que se encontravam acumulados na SP Urbanismo.

3.000

4.000

5.000

6.000

2007 2008 2009 2010

R$ M

ilhõe

s

Cota‐Parte do ICMS

1.000

1.500

2.000

2007 2008 2009 2010

R$ M

ilhõe

s

Cota‐Parte do IPVA

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Outra arrecadação significativa ocorreu na rubrica de alienação de bens móveis, decorrente dos R$ 726 milhões pagos contratualmente pelo Banco do Brasil para ter o direito de prestar serviços bancários em caráter de exclusividade.

0

500

1.000

1.500

2007 2008 2009 2010

R$ M

ilhõe

s

Operações Urbanas

0

200

400

600

800

2007 2008 2009 2010

R$ M

ilhõe

s

Alienação de bens móveis

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3.3 - DESPESA

3.3.1 - Orçado x Empenhado

Foram efetuadas despesas de R$ 26,9 bilhões, o que representa 4% a mais que o valor fixado no orçamento. Destaca-se a evolução dos gastos com o Metrô e com a dívida pública (Encargos Especiais).

Em R$ mil

Função Orçado (A)

Empenhado (B) % (B/A) (B – A)

Transporte 1.707.134 2.406.447 141,0 699.313 Encargos Especiais 2.755.399 3.406.440 123,6 651.041 Previdência Social 1.232.851 1.289.833 104,6 56.982 Comércio e Serviços 67.849 121.794 179,5 53.945 Urbanismo 2.406.639 2.448.180 101,7 41.542 Assistência Social 691.762 714.008 103,2 22.246 Desporto e Lazer 239.485 261.279 109,1 21.794 Judiciária 127.168 143.170 112,6 16.002 Energia 114.120 116.473 102,1 2.353 Administração 463.114 465.235 100,5 2.121 Defesa Nacional 754 240 31,8 (514)Reserva de Contingência 1.000 - - (1.000)Relações Exteriores 5.143 3.582 69,6 (1.561)Agricultura 15.781 12.945 82,0 (2.835)Comunicações 164.744 152.390 92,5 (12.353)Direitos da Cidadania 50.756 31.980 63,0 (18.777)Segurança Pública 302.485 282.578 93,4 (19.906)Cultura 362.424 326.754 90,2 (35.670)Trabalho 117.853 81.636 69,3 (36.218)Educação 6.247.178 6.195.478 99,2 (51.700)Saneamento 414.512 361.124 87,1 (53.388)Habitação 1.040.926 959.800 92,2 (81.126)Saúde 4.469.582 4.358.585 97,5 (110.998)Legislativa 578.560 465.516 80,5 (113.044)Gestão Ambiental 423.702 247.191 58,3 (176.510)Subtotal 24.000.921 24.852.660 103,5 851.738 Transferências Financeiras 1.867.394 2.057.039 110,2 189.645 Total 25.868.315 26.909.699 104,0 1.041.383

Fonte: SDO TCM

Os gastos na função transporte superaram em muito a despesa fixada, notadamente com gastos relativos ao metrô.

Nos encargos especiais, os desembolsos com o contrato de refinanciamento foram consideravelmente maiores que o previsto, em decorrência do excesso de arrecadação nas receitas correntes20.

20 O pagamento do contrato de refinanciamento com a União tem por base 13% sobre a receita corrente líquida.

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3.3.2 - Evolução das despesas Após o aumento de apenas 2,9% em 2009 as despesas aumentaram 15,9% em 2010. Após a interrupção ocorrida em 2009 foi retomado o crescimento da despesa, amparado pelo aumento da receita de 2009 para 2010 da ordem de 23,7%. As despesas de 2010 (R$ 26,9 bilhões) aumentaram 15,9%. O valor gasto representa praticamente o dobro de 2005 (R$ 13,9 bilhões), aumento expressivo se comparado à inflação do período (IPC-FIPE 25,33%).

Fonte: SDO – TCM - inclui transferências financeiras para autarquias e fundações.

A maior parte das despesas está concentrada em oito funções de governo, que correspondem a 88,6% do total gasto em 2010. O quadro e gráficos a seguir mostram a evolução de cada uma das oito funções mais representativas:

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Empenhos 13.868.926.528 16.469.155.862 18.790.304.997 22.621.194.278 23.222.081.942 26.909.698.717

18,7%

14,1%

20,4%

2,7%

15,9%

12

14

16

18

20

22

24

26

28

R$ Bilh

ões

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Em R$ mil

Função 2009 (A) 2010 (B) % Vert. (B - A) ∆ %

Educação 5.510.208 6.200.499 23,0 690.291 12,5 Saúde 4.609.371 5.192.860 19,3 583.489 12,7 Encargos Especiais (1) 2.701.210 3.406.440 12,7 705.230 26,1 Previdência Social 2.296.585 2.507.576 9,3 210.990 9,2 Urbanismo 2.698.038 2.448.180 9,1 (249.858) (9,3) Transporte 1.875.635 2.406.447 8,9 530.812 28,3 Habitação 524.273 959.800 3,6 435.527 83,1 Assistência Social 453.154 714.008 2,7 260.854 57,6 Subtotal 20.668.474 23.835.810 88,6 3.167.336 15,3 Legislativa 415.668 465.516 1,7 49.848 12,0 Administração 446.480 465.235 1,7 18.755 4,2 Saneamento 287.316 361.124 1,3 73.808 25,7 Cultura 263.386 326.754 1,2 63.368 24,1 Segurança Pública 238.435 282.578 1,1 44.144 18,5 Desporto e Lazer 161.348 261.279 1,0 99.931 61,9 Gestão Ambiental 238.926 247.191 0,9 8.265 3,5 Comunicações 95.012 152.390 0,6 57.378 60,4 Judiciária 136.247 143.170 0,5 6.923 5,1 Comércio e Serviços 54.130 121.794 0,5 67.664 125,0 Energia 112.354 116.473 0,4 4.119 3,7 Trabalho 59.754 81.636 0,3 21.882 36,6 Direitos da Cidadania 27.073 31.980 0,1 4.907 18,1 Agricultura 9.735 12.945 0,0 3.211 33,0 Relações Exteriores 7.005 3.582 0,0 (3.423) (48,9) Defesa Nacional 739 240 0,0 (500) (67,6) Total 23.222.082 26.909.699 100 3.687.617 15,9

Obs: Foram apropriadas nas respectivas funções as despesas com transferências financeiras para autarquias e fundações, que totalizaram R$ 2.057.039 mil: Previdência R$ 1.217.743 mil/ Saúde R$ 834.275 mil/ Educação R$ 5.021 mil (1) Dívidas e Precatórios Judiciais Fonte: SDO – TCM

A função Educação é a de maior representatividade no orçamento da PMSP. Em 2010 somou empenhos da ordem de R$ 6,2 bilhões, o que representou 23% de todos os gastos. Dada a sua dimensão, um aumento de 12,5% no exercício correspondeu à segunda maior variação em termos nominais (R$ 690,3 milhões).

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Evolução dos gastos por função

Obs.:Para possibilitar a comparação, foi efetuado um ajuste retirando R$373 milhões dos gastos com urbanização de favelas da função habitação para a função urbanismo, à qual ela era originalmente destinada.

As duas funções mais representativas, Educação e Saúde, vêm crescendo de forma consistente.

Em R$ Bilhões

A evolução da participação da função Transporte em 2010 foi impulsionada pelos gastos com o Metrô da ordem de R$ 650 milhões contra R$ 50 milhões em 2009.

A função Urbanismo aumentou discretos 4,6% e não conseguiu retomar o nível de 2008.

0

1

2

3

4

5

6

7

2007 2008 2009 2010

R$ Bilh

ões

Educação

Saúde

Encargos Especiais

Urbanismo

Previdência Social

Transporte

Assistência Social

Habitação

14,3% 

6,7% 

12,5%

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

2007 2008 2009 2010

Educação

29,7% 

9,6% 

12,7% 

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

2007 2008 2009 2010

Saúde

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Em R$ Bilhões

A retomada de crescimento dos encargos especiais reflete os maiores desembolsos com o contrato de refinanciamento, bem como o aumento dos pagamentos de precatórios por via orçamentária, em decorrência da Emenda Constitucional nº 62/0921.

Em R$ Bilhões

O gasto com previdência social acompanhou em 2010 a média de crescimento dos exercícios anteriores, resultando em incremento de R$ 210,9 milhões.

Em R$ Bilhões

21 Em virtude da Emenda Constitucional nº 62/09, o município passou a depositar junto ao Tribunal de Justiça 1,5% de sua receita corrente líquida para fins de pagamento de precatórios judiciais, o que superou os pagamentos espontâneos por via orçamentária efetuados no exercício anterior.

33,8% 1,6% 

28,3% 

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

2007 2008 2009 2010

Transporte

21,8% (10,5%) 

4,6% 

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

2007 2008 2009 2010

Urbanismo (ajustado)

18,8% (12,5%) 

26,1%

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

2007 2008 2009 2010

Encargos Especiais

8,0% 10,04% 

9,2% 

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

2007 2008 2009 2010

Previdência Social

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A função Assistência Social aumentou expressivos 57,6% e a Função Habitação, depois da representativa evolução de 2009, apresentou crescimento discreto.

Em R$ Bilhões

Fonte: SDO TCM

38,1%  13,7% 57,6% 

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

2007 2008 2009 2010

Assistência Social

32,9%61,5%  11,9% 

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

2007 2008 2009 2010

Habitação (ajustado)

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3.3.3 - Acréscimos dos empenhos de 2009 para 2010

Ao contrário do ocorrido em 2009, quando aumentos expressivos em determinadas funções foram compensados pela diminuição de gastos em outras, no exercício de 2010 registraram-se aumentos em praticamente todas as funções:

Obs.: Para possibilitar a comparação, foi efetuado um ajuste retirando R$373 milhões dos gastos com urbanização de favelas da função habitação para a função urbanismo, à qual ela era originalmente destinada. Foram apropriadas nas respectivas funções as despesas com transferências financeiras para autarquias e fundações.

Após a redução de gastos com Encargos Especiais em 2009, ocorreu aumento de 26,1% (R$ 705,2 milhões) em 2010, o que representou o maior aumento nominal de despesa por função.

Os gastos com educação e saúde acompanharam a tendência de crescimento dos anos anteriores. Na saúde, o acréscimo ocorreu principalmente nas transferências para a AHM e HSPM (+ R$ 186 milhões) e em empenhos no elemento de despesa “Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica”, em R$ 391,2 milhões, com destaque para os contratos de gestão.

‐3‐0

34578192244505762636874100124

211261

531583

690705

‐200 0 200 400 600 800

Relações ExterioresDefesa Nacional

AgriculturaEnergia

Direitos da CidadaniaJudiciária

Gestão AmbientalAdministração

TrabalhoSegurança Pública

LegislativaComunicações

HabitaçãoCultura

Comércio e ServiçosSaneamento

Desporto e LazerUrbanismo

Previdência SocialAssistência Social

TransporteSaúde

EducaçãoEncargos Especiais

R$ Milhões

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3.3.4 - Representatividade das Funções sobre o Total das Despesas Os gastos com as principais funções da Prefeitura, em que pese a evolução dos dispêndios, mantiveram-se praticamente no mesmo nível de representatividade sobre o total de despesas de cada exercício. A soma das funções Educação, Saúde e Encargos Especiais, no período de 2007 a 2010, ano a ano, vem mantendo-se em 55% das despesas totais, ancoradas nos percentuais mínimos constitucionais e na obrigação contratual com a União.

Obs.:Para efeito de comparação, foi efetuado um ajuste retirando R$373 milhões dos gastos com urbanização de favelas da função habitação para a função urbanismo, à qual ela era originalmente destinada. Foram apropriadas nas respectivas funções as despesas com transferências financeiras para autarquias e fundações Fonte: SDO – TCM.

A soma dos gastos relativos às outras 16 funções, de menor representatividade, manteve-se estável no período.

24,1  22,8  23,7  23,0 

17,3  18,6 19,8  19,3 

13,8  13,6  11,6  12,7 

13,2  13,3  11,6  10,5 

10,2  9,2  9,9 9,3 

7,3  8,2  8,1 8,9 

1,5  1,8  2,0  2,7 1,3  1,4  2,3  2,2 

11,2  11,0  11,0  11,4 

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2007 2008 2009 2010

Outras

Habitação

Assistência Social

Transporte

Previdência Social

Urbanismo

Encargos Especiais

Saúde

Educação

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3.3.5 - Investimentos

Os investimentos em 2010, considerando o aumento na participação do capital do Metrô (inversão financeira), superaram os de 2009 em expressivos 43%, ultrapassando os gastos dos exercícios anteriores, e ampliaram a sua participação percentual na despesa total da PMSP de 8,9% para 10,7%.

Em R$ mil Descrição 2007 2008 2009 2010

Investimentos 1.990.946 2.424.013 1.980.850 2.364.299 Metrô - 275.000 50.000 650.000 Total 1.990.946 2.699.013 2.030.850 3.014.299

Fonte: SDO TCM

Comparação com a Receita

A tabela mostra que a proporção dos investimentos totais sobre a receita retomou o nível observado em 2007:

Em R$ mil

Descrição 2007 2008 2009 2010

Investimentos Totais (A) 1.990.946 2.699.013 2.030.850 3.014.299

Receita (B) 18.796.521 21.463.920 22.732.946 28.131.968

(A)/(B) 10,6% 12,6% 8,9% 10,7% Fonte: SDO TCM

Em audiência pública realizada na Câmara Municipal em 23.02.11 para demonstrar e avaliar o cumprimento das metas fiscais, a PMSP informou que um dos seus desafios é ampliar a capacidade plena de investimentos com recursos próprios e de terceiros.

0,0 

0,5 

1,0 

1,5 

2,0 

2,5 

3,0 

3,5 

2007 2008 2009 2010

R$ Bilh

ões

Investimentos Metrô

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Maiores investimentos (incluindo Metrô)

Em R$ mil

Projeto/Atividade 2010 % Total

Metrô 650.000 21,6 Programa Mananciais 416.330 13,8 Urbanização de Favelas 373.375 12,4 Condenações Judiciais-Outras Espécies 112.068 3,7 Recapeamento 86.911 2,9 Outras Dívidas 75.872 2,5 Complexo Viário Padre Adelino 75.805 2,5 Aquisição de Materiais, Equipamentos e Serviços de Informática e Comunicação 59.107 2,0 Obras de Emergência para Combate a Enchentes 58.286 1,9 Intervenção, Urbanização e Melhoria de Bairros 54.895 1,8 Drenagem Córrego Aricanduva 53.185 1,8 Construção de Unidades Educacionais de Ensino Fundamental 49.607 1,6 Intervenção no Sistema Viário Metropolitano - Convenio GESP 47.300 1,6 Recuperação do Patrimônio Histórico Cultural - Praça das Artes 45.592 1,5 Reserv. de Regularização - Jd. Orly e Parque Esmeralda - Córrego Pirajussara 39.238 1,3 Obras e Serviços nas Áreas de Riscos Geológicos 37.697 1,3 Canalização de Córregos 36.162 1,2 Regularização Fundiária em Assentamentos 36.055 1,2 Implantação de Parques Urbanos, Naturais e Lineares - FEMA – Créd. de Carbono 30.432 1,0 Outros 676.384 22,4 Total 3.014.299 100

Fonte: SDO - TCM

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3.3.6 - Despesa com contratos

A seguir, demonstram-se os gastos com o elemento de despesa Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica, classificados por função de governo:

Em R$ mil

Função 2009 2010 Dif. %

Saúde 2.337.628 2.728.783 391.155 16,7

Educação 1.378.220 1.711.907 333.688 24,2

Urbanismo 1.384.423 1.448.489 64.065 4,6

Transporte 853.622 951.013 97.392 11,4

Assistência Social 345.337 548.137 202.800 58,7

Saneamento 157.225 192.075 34.850 22,2

Administração 173.983 188.859 14.876 8,6

Desporto e Lazer 106.988 177.887 70.899 66,3

Comunicações 94.844 152.148 57.305 60,4

Comércio e Serviços 48.254 116.593 68.340 141,6

Energia 112.354 116.473 4.119 3,7

Encargos Especiais - 115.492 115.492 -

Gestão Ambiental 75.896 96.810 20.914 27,6

Cultura 74.542 90.568 16.026 21,5

Segurança Pública 28.573 67.010 38.437 134,5

Trabalho 35.282 56.961 21.679 61,4

Legislativa 39.093 51.669 12.576 32,2

Direitos da Cidadania 11.710 14.827 3.117 26,6

Habitação 13.673 14.629 956 7,0

Agricultura 4.961 7.630 2.669 53,8

Judiciária 7.417 6.536 (881) (11,9)

Relações Exteriores 5.198 1.875 (3.322) (63,9)

Defesa Nacional 340 240 (100) (29,4)

Total 7.289.562 8.856.611 1.567.049 21,5 Fonte:SDO TCM

O expressivo aumento percentual na função Assistência Social (+58,7%) resultou da expansão de gastos com convênios relativos à ação sócio-educativa e preventiva à criança, adolescente e jovem. Os encargos especiais refletem os pagamentos decorrentes da rescisão contratual com os bancos Bradesco (R$4,1 milhões) e Itaú (R$111,3 milhões) em decorrência do Banco do Brasil ter assumido o direito para prestar serviços bancários em caráter de exclusividade.

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3.3.7 - Empenhado 2009 x 2010 por Órgão

A variação das despesas, de acordo com os órgãos da Administração Direta, está demonstrada na tabela a seguir:

Em R$ mil Órgão 2009 2010 Dif. %

Câmara Municipal 264.217 287.668 23.451 8,9 Tribunal de Contas 151.451 177.848 26.397 17,4 Secretaria do Governo Municipal 197.115 365.986 168.870 85,7 Secretaria Municipal de Coord. das Subprefeituras 203.307 370.933 167.626 82,4 Secretaria Municipal de Planejamento 9.638 9.906 268 2,8 Secretaria Municipal da Habitação 1.016.958 982.761 (34.197) (3,4) Sec. Mun. de Modernização, Gestão e Desburocratização 511.057 125.848 (385.209) (75,4) Secretaria Municipal de Educação 4.915.690 5.935.427 1.019.736 20,7 Secretaria Municipal de Finanças 221.505 223.244 1.739 0,8 Secretaria Municipal da Saúde / Fundo Municipal de Saúde 3.961.039 4.358.585 397.545 10,0 Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação 123.554 208.672 85.118 68,9 Secretaria Municipal de Transportes 1.319.665 1.782.469 462.804 35,1 Secretaria Municipal dos Negócios Jurídicos 142.408 148.945 6.537 4,6 Secretaria Municipal de Infra-Estrutura Urbana e Obras 254.125 422.232 168.106 66,2 Secretaria Municipal de Serviços 1.018.990 1.031.897 12.907 1,3 Secretaria Municipal de Assistência e Desenv. Social 252.870 307.766 54.896 21,7 Secretaria Municipal de Cultura 230.927 265.506 34.579 15,0 Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente 180.431 173.923 (6.508) (3,6) Encargos Gerais do Município 4.001.666 4.808.827 807.160 20,2 Secretaria Municipal do Trabalho 39.947 67.508 27.560 69,0 Secretaria Municipal de Relações Internacionais 7.005 3.582 (3.423) (48,9) Ouvidoria Geral do Município de São Paulo 2.420 2.590 170 7,0 Secretaria Municipal de Participação e Parceria 58.420 65.746 7.326 12,5 Sec. Mun. da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida 4.256 6.025 1.769 41,6 Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano 11.432 39.892 28.459 248,9 Secretaria Municipal de Segurança Urbana 216.774 225.740 8.966 4,1 Subprefeituras 850.520 897.792 47.271 5,6 Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito 570.543 622.311 51.768 9,1 Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente 32.962 37.507 4.545 13,8 Fundo Municipal de Habitação 27.737 18.758 (8.979) (32,4) Fundo Municipal de Assistência Social 300.294 530.519 230.225 76,7 Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenv. Sustentável 11.920 46.684 34.764 291,6 Fundo Especial de Promoção de Atividades Culturais 12.347 4.828 (7.518) (60,9) Fundo Municipal de Turismo 1.485 480 (1.005) (67,7) Fundo de Desenvolvimento Urbano 191.612 123.747 (67.865) (35,4) Fundo Municipal de Iluminação Pública 177.062 170.510 (6.553) (3,7) Subtotal 21.493.352 24.852.660 3.359.308 15,6 Transferências financeiras 1.728.730 2.057.039 328.309 19,0 Total 23.222.082 26.909.699 3.687.617 15,9 Fonte:SDO TCM

Destacam-se, nos órgãos de maior representatividade no orçamento da PMSP, aumentos em relação a 2009 maiores que o aumento geral da despesa, de 15,9%: Secretaria de Educação (20,7%), Secretaria de Transportes (35,1%) e Encargos Gerais do Município (20,2%).

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Por outro lado, houve aumento de apenas 1,3% na Secretaria de Serviços, tendo em vista que as despesas com varrição e coleta de lixo (Concessão dos serviços divisíveis de limpeza) praticamente não aumentaram em relação ao exercício de 2009.

3.3.8 - Maiores despesas por Projeto-Atividade / Transferências Financeiras

Em R$ mil

Projeto-Atividade / Transferências Financeiras 2010 % Serviço da Dívida Pública Interna - Refinanciamento 2.396.421 8,9 Remuneração dos Profissionais do Magistério - EF 1.515.801 5,6 Coordenação e Administração Geral 1.247.156 4,6 Insuficiência Financeira do Regime de Previdência (1) 1.217.743 4,5 Remuneração dos Profissionais do Magistério - EMEI 1.046.333 3,9 Obrigações e Contribuições Patronais 1.027.246 3,8 Transferências de Recursos para Autarquia Hospitalar Municipal (1) 688.959 2,6 Compensações Tarifárias/Renovação da Frota 660.000 2,5 Metrô (2) 650.000 2,4 Op. e Manut. p/ Atend. Amb., Odont. e Serv. Aux. de Diag. e Terapia por

i d O S i i610.610 2,3

Concessão dos Serviços Divisíveis de Limpeza Urbana em Regime Público 588.947 2,2 Convênios para Operação e Manutenção de CEIs e Creches 529.413 2,0 Sistema Municipal de Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria do SUS 484.392 1,8 Serviços de Engenharia de Tráfego 480.416 1,8 Implementação e Manutenção da Estratégia Saúde da Família 472.188 1,8 Operação e Manutenção do Ensino Fundamental 465.119 1,7 Administração da Subprefeitura 444.851 1,7 Programa Mananciais 416.330 1,5 Op. e Manut. do Atend. Hosp., P.S. e Pronto Atendimento por meio das Org. S i i

377.812 1,4 Urbanização de Favelas 373.375 1,4 Varrição e Lavagem de Vias Públicas 370.379 1,4 Implantação e Manutenção da Assistência Médica Ambulatorial - AMA 369.930 1,4 Gerenciamento de Transporte 369.500 1,4 Operação e Manutenção de Escolas Municipais de Educação Infantil 344.915 1,3 Serviço da Dívida Pública Interna 328.465 1,2 Aquisição de Materiais, Equipamentos e Serviços de Informática e C i

323.537 1,2 Contribuição Formação Patrimônio Servidor Público - PASEP 261.426 1,0 Programa Municipal de Alimentação Escolar 259.390 1,0 Outras Dívidas 252.092 0,9 Administração da Câmara Municipal de São Paulo 247.428 0,9 Operação e Manutenção de Centros de Educação Infantil 237.209 0,9 Ação Sócio-Educativa e Preventiva à Criança, Adolescente e Jovem 211.574 0,8 Programa de Garantia de Renda Familiar Mínima 210.175 0,8 Operação e Manutenção dos Centros Educacionais Unificados 204.217 0,8 Condenações Judiciais-Créditos de Natureza Alimentar 195.905 0,7 Programa Suplementar de Alimentação Escolar - Leve-Leite 195.311 0,7 Condenações Judiciais-Outras Espécies 181.717 0,7 Outros 6.653.417 24,7 Total 26.909.699 100

Fonte: SDO - TCM (1) Transferência Financeira (2) Inclui o cód. 3747 (Metrô – Recursos de Alienação de Bens), no valor de R$ 126 milhões.

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3.4 - TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS

A partir do exercício de 2007, para adequação do processo de consolidação das contas municipais, as transferências de recursos entre a PMSP e as autarquias e Fundações deixaram de acontecer por via orçamentária e passaram a ser realizadas por meio de transferências financeiras. Os recursos transferidos deste modo dispensam empenhamentos ou registros no sistema orçamentário do ente de origem. O empenhamento irá ocorrer no ente beneficiário quando da realização das despesas. As transferências da PMSP em 2010 totalizaram R$ 2 bilhões, com um aumento de 19% em relação ao exercício anterior, percentual maior que o aumento geral da despesa:

Em R$ mil Órgão 2007 2008 2009 2010

IPREM 829.020 908.790 1.077.250 1.217.743Autarquia Hospitalar - AHM 499.613 586.602 522.760 688.959HSPM 48.000 142.292 125.571 145.317Fundação Paulistana de Educação e Tecnologia 3.883 4.567 3.149 5.021Fundação Catavento - 156 - - Total 1.380.515 1.642.406 1.728.730 2.057.039

Fonte: SDO TCM

3.5 - RESULTADO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Durante o exercício de 2010, a execução da despesa guardou proporcionalidade com a entrada das receitas, em situação de equilíbrio orçamentário. O superávit de execução, de R$1,22 bilhão, decorreu integralmente da entrada de recursos financeiros das operações urbanas de R$1,18 bilhão, nos meses de novembro e dezembro.

Apresentados os valores das receitas, despesas e transferências financeiras realizadas pela PMSP durante o exercício de 2010, apura-se o resultado efetivo da execução orçamentária, como demonstrado no quadro a seguir:

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Em R$ mil

Órgãos

Receita Realizada

(A)

Despesa Empenhada

(B)

Saldo antes das Transferências

Financeiras

(C=A-B)

Transferências Financeiras Realizadas

(D)

Resultado Efetivo da Execução

Orçamentária (E=C-D)

PMSP (1) 28.131.968 24.852.660 3.279.308 (2.057.039) 1.222.269 IPREM 1.746.733 2.959.754 (1.213.021) 1.217.743 4.722 Serviço Funerário 101.491 98.520 2.971 - 2.971 Autarquia Hospitalar - AHM 1.920 694.506 (692.586) 688.959 (3.627)HSPM 1.821 151.265 (149.443) 145.317 (4.127)Fundação Paulistana de Educação e Tecnologia 28 4.850 (4.822) 5.021 198

FMLU - - - - - Fundação Catavento - - - - -

Autarquias e Fundações (2) 1.851.994 3.908.896 (2.056.902) 2.057.039 137 Total Consolidado (1) + (2) 29.983.961 28.761.555 1.222.406 - 1.222.406

Fonte: SDO - TCM

A tabela a seguir demonstra os Resultados Orçamentários da PMSP apurados nos últimos exercícios:

Em R$ mil

Categoria Econômica Exercício

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Receitas Realizadas (A) 15.070.862 17.146.861 19.094.739 22.276.849 23.095.272 28.131.968 Receitas Correntes 14.272.958 16.793.066 18.683.381 21.506.951 22.153.173 25.391.365 Receitas de Capital 797.904 353.795 411.358 769.898 942.100 2.740.603Despesas Empenhadas 13.868.927 16.469.156 17.409.790 20.978.788 21.493.352 24.852.660 Despesas Correntes 12.859.571 14.495.529 14.813.247 17.867.682 18.869.864 21.260.073 Despesas de Capital 1.009.355 1.973.627 2.596.543 3.111.106 2.623.487 3.592.587Transferências Financeiras - - 1.380.515 1.642.406 1.726.742 2.057.039Resultado Orçamentário (B) 1.201.936 677.705 304.434 (344.346) (124.822) 1.222.269Resultado/Receita (B/A) 7,98% 3,95% 1,59% (1,55%) (0,54%) 4,34%

Fonte: Relatórios anuais e SDO – TCM

Em 2010, a PMSP voltou a apresentar superávit de execução orçamentária, da ordem de R$ 1,22 bilhão. O superávit foi diretamente influenciado pela arrecadação, nos meses de novembro e dezembro de 2010, de R$ 1,18 bilhão nas Operações Urbanas, em decorrência da transferência de recursos financeiros que se encontravam acumulados na SP Urbanismo. Neste sentido, deduz-se que a execução orçamentária havia chegado ao final do exercício equilibrada quando recebeu os referidos aportes.

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Resultado Orçamentário

3.6 - RESUMO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

A síntese da execução orçamentária de 2010 apresentou-se como segue:

Em R$ mil

Especificação Administração Direta

Administração Indireta Consolidado

Receita Orçamentária Prevista (A) 25.868.315 2.029.517 27.897.832 Receita Orçamentária Realizada (B) 28.131.968 1.851.994 29.983.961 = Excesso/Insuf. de Arrecadação Orçamentária (C=B-A) 2.263.652 (177.523) 2.086.129 Transferência Financeira a Receber (D) - 1.867.394 1.867.394 Transferência Financeira Recebida (E) - 2.057.039 2.057.039 = Excesso/Insuficiência de Arrecadação (F=C-D+E) 2.263.652 12.122 2.275.774

Despesa Fixada (G) 24.000.921 3.896.911 27.897.832 Créditos adicionais Superávit Financeiro (H) 70.817 15.612 86.429 Créditos adicionais Excesso de Arrecadação (I) 1.271.040 - 1.271.040Créditos adicionais Transferência Inter-órgãos (J) 228.557 43.512 272.069 = Despesa Atualizada (K)=(G+H+I+J) 25.571.335 3.956.035 29.527.371 Despesa Empenhada (L) 24.852.660 3.908.896 28.761.555 = Economia Orçamentária Atualizada (M=K-L) 718.676 47.140 765.815 Transf. Financeira a Conceder (N) 1.867.394 - 1.867.394 Transf. Financeira Concedida (O) 2.057.039 - 2.057.039 = Economia de Despesa (Atualizada) (P=M+N-O) 529.031 47.140 576.170

= Economia de Despesa (Fixada) (Q=G+N-L-O) (1.041.383) (11.985) (1.053.368)

Receita Orçamentária Realizada (B) 28.131.968 1.851.994 29.983.961 Despesa Empenhada (L) 24.852.660 3.908.896 28.761.555 = Resultado da Execução Orçamentária (R=B-L) 3.279.308 (2.056.902) 1.222.406 Transferência Financeira Realizada (S) (2.057.039) 2.057.039 - = Resultado Efetivo da Execução (T=R+S) 1.222.269 137 1.222.406

Fonte: SDO TCM e item 3.1 - CRÉDITOS ADICIONAIS

(0,6)

(0,4)

(0,2)

0,0 

0,2 

0,4 

0,6 

0,8 

1,0 

1,2 

1,4 

2005 2006 2007 2008 2009 2010

R$ Bilh

ões

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3.7 - RESULTADO PRIMÁRIO (ART. 9º DA LRF)

O resultado primário alcançado ficou significativamente acima da meta prevista, em observância ao artigo 9º da Lei de Responsabilidade Fiscal. Tal resultado decorreu principalmente do excesso de arrecadação.

Durante o exercício de 2010, a auditoria efetuou acompanhamentos para verificar se a realização da receita comportava o cumprimento das metas de resultado primário estabelecido no anexo de metas fiscais, conforme art. 3322 da Lei de Diretrizes Orçamentárias (Lei nº 14.965/09) e em atendimento ao § 1º, inciso I do artigo 59, da Lei de Responsabilidade Fiscal23.

Os acompanhamentos realizados não indicaram a necessidade de alerta relativo ao resultado primário.

3.7.1 - Arrecadação em 2010

O gráfico demonstra que em todos os bimestres a arrecadação acumulada ficou acima da prevista:

Em R$ mil

Fonte: SDO TCM

22 “Art 33 - Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais desta lei, deverá ser promovida a limitação de empenho e movimentação financeira nos 30 (trinta) dias subseqüentes. Parágrafo único – No caso da ocorrência da previsão contida no “caput” deste artigo, fica o Poder Executivo autorizado a contingenciar o orçamento”. 23 “Art. 59: § 1º Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem: I – a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inciso II do art. 4º e no art. 9º Art. 4º II – (vetado) Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias.”

5.000.000 

10.000.000 

15.000.000 

20.000.000 

25.000.000 

30.000.000 

35.000.000 

1º Bimestre 2º Bimestre 3º Bimestre 4º Bimestre 5º Bimestre 6º Bimestre

Arrecadado

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3.7.2 - Resultado Primário Consolidado para 2010

a) Receita Primária

Houve excesso de arrecadação de R$ 1,7 bilhão em relação à Receita Primária prevista:

Em R$ mil PREVISTA (a) ARRECADADA (b) DIFERENÇA (b - a) RECEITA TOTAL (I) 27.897.832 29.983.961 2.086.129 Aplicações Financeiras 380.656 362.287 (18.369)Operações de crédito 141.441 19.786 (121.655)Amortização de empréstimos 11.829 11.823 (6) Alienação de bens 195.031 727.254 532.223 Serviços Financeiros 6.016 4.080 (1.936)Exclusões (II) 734.973 1.125.230 390.257 RECEITA PRIMÁRIA = (I) - (II) 27.162.859 28.858.731 1.695.872

Fontes: Metas Bimestrais de Arrecadação DOC 29.01.10, SDO TCM e DOC 30.03.11. b) Despesa Primária

A Despesa Primária foi de R$ 26 bilhões, R$ 411 milhões acima da fixada originalmente:

Em R$ mil FIXADA (a) REALIZADA (b) DIFERENÇA (b - a)

DESPESA 27.897.832 28.761.555 863.723 (-) Juros e encargos da dívida 1.898.931 2.293.122 394.191 (-) Amortização 408.207 467.151 58.944 DESPESA PRIMÁRIA 25.590.695 26.001.283 410.588

Fonte: SDO TCM e DOC 30.03.11. c) Resultado Primário

Confrontando a Receita Primária com a Despesa Primária temos um Resultado Primário Consolidado de R$ 2,86 bilhões no exercício de 2010:

Em R$ mil 2010 RECEITA PRIMÁRIA 28.858.731 (-) DESPESA PRIMÁRIA 26.001.283 (=) RESULTADO PRIMÁRIO CONSOLIDADO 2.857.448

Fonte: SDO TCM e DOC 30.03.11.

d) Meta de Resultado Primário

O Anexo de Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2010 estimou a meta de resultado primário para 2010 em R$ 524 milhões:

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Em R$ mil

2010 – LDO - Meta Prevista Consolidada RECEITAS PRIMÁRIAS 27.180.422 DESPESAS PRIMÁRIAS 26.656.110 META DO RESULTADO PRIMÁRIO (LOA) 524.312 Fonte: anexo II da LDO para 2010

Tomando como base a Lei Orçamentária Anual (LOA), a auditoria calculou o valor de R$ 1,57 bilhão como meta de resultado primário para 2010:

Em R$ mil

2010 – LOA - Meta Prevista Consolidada RECEITAS PRIMÁRIAS 27.162.859 DESPESAS PRIMÁRIAS 25.590.695 META DO RESULTADO PRIMÁRIO (LOA) 1.572.164 Fonte: SDO/TCMSP

O Resultado Primário obtido, de R$ 2,86 bilhões, é consideravelmente superior às metas acima referenciadas, comprovando o atendimento ao art. 9º da LRF no que se refere ao Resultado Primário. Destaca-se que o resultado alcançado é praticamente o dobro do registrado em 2009 (R$ 1,46 bilhão).

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3.8 - DESPESAS COM PESSOAL Os gastos com pessoal do Município de São Paulo, referentes ao período de 2007 a 2010, foram comparados com a receita total do município no quadro seguinte:

Evolução das Despesas com Pessoal e Receita Realizada Em R$ mil

2007 2008 2009 2010 Despesa c/ Pessoal Consolidada (a) 6.575.335 7.444.110 7.989.676 8.665.184Receita Total Consolidada (b) 20.564.696 23.876.945 24.863.586 29.986.512% a/b 32% 31% 32% 29%

Fonte: Demonstrativos da Despesa com Pessoal Consolidados (art. 55, I, alínea a, da LRF) e Balanços Orçamentários da PMSP (Demonstrativos de 2010 publicados no DOC 29.01.11 – valores preliminares)

Em que pese o acréscimo linear da despesa com pessoal, ano a ano, a relação despesa/receita foi reduzida em 2010 devido ao representativo aumento da receita ocorrido no exercício:

Evolução das Despesas com Pessoal e Receita Realizada Em R$ bilhões

Em 31.12.10 havia 141.847 ativos, 53.229 inativos e 2.028 pensionistas na PMSP. A quantidade de servidores apresentou aumento de 9% nos últimos cinco exercícios:

0

5

10

15

20

25

30

35

2007 2008 2009 2010

Despesa c/ Pessoal Consolidada (a) Receita Total Consolidada (b)

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Evolução do Quantitativo de Servidores da PMSP entre 2006 e 2010

Fonte: Controle fornecido pela Gestão de Pessoas/SEMPLA.

Gastos com Previdência Social

A PMSP realiza dois tipos de gastos com a previdência social: as despesas com obrigações e contribuições patronais e os repasses para a cobertura da insuficiência financeira. A insuficiência financeira corresponde ao valor que a Prefeitura se obriga a repassar ao Instituto de Previdência Municipal para dar cobertura ao déficit gerado entre o balanceamento das receitas e despesas do regime previdenciário. O gráfico a seguir evidencia a evolução desses gastos entre os exercícios de 2007 e 2010:

Gastos com Previdência Social

Fonte: SDO TCM

40

60

80

100

120

140

160

2006 2007 2008 2009 2010

Milh

ares

Ativos Inativos/Pensionistas

9,6%

18,5%

13,0%

15,8%

9,4%6,5%

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

1,2

1,3

2007 2008 2009 2010

R$ Bilh

ões

Repasses para cobertura da insuficiência Obrigações e Contribuições Patronais

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Enquanto as despesas com obrigações e contribuições patronais cresceram 35% nos últimos três exercícios, os repasses realizados pela PMSP ao IPREM para a cobertura da insuficiência financeira aumentaram em 47%, o que assinala uma tendência crescente da dependência financeira do Regime Próprio de Previdência Social. Em audiência pública realizada na Câmara Municipal em 23.02.11, a PMSP informou que um dos seus desafios é equacionar o déficit do Sistema Previdenciário Próprio.

3.8.1 - Reajuste quadrimestral dos vencimentos dos servidores

A Lei Municipal n° 13.303/02, em seu artigo 2º, prevê que os vencimentos dos servidores municipais serão reajustados quadrimestralmente nos meses de março, julho e novembro, com base no IPC-FIPE, desde que a média das despesas com pessoal e encargos seja inferior a 40% da média das receitas correntes no quadrimestre de apuração. Tal apuração é evidenciada por meio do quadro Demonstrativo da Relação Despesa/Receita, constante do Anexo Único da Lei Municipal n° 13.303/02. a) Demonstrativos da Relação Despesa/Receita

Os demonstrativos apresentados evidenciaram que não eram devidos reajustes nos meses de março, julho e novembro. A documentação de suporte e respectivos cálculos estão adequados e de acordo com os dispositivos legais vigentes. Em R$

Março Julho Novembro Média das Receitas Correntes no Quadrimestre 1.910.269.006,31 1.989.166.571,32 2.003.834.215,98 Média das Despesas de Pessoal e Respectivos Encargos 818.073.930,06 823.312.316,03 837.127.179,95 Média das Despesas de Pessoal e Respectivos Encargos Corrigida pelo IPC-FIPE Acumulado no Quadrimestre 839.100.651,26 831.490.409,74 853.209.751,68 Relação entre a Média das Despesas de Pessoal e Respectivos Encargos Corrigida pelo IPC-FIPE Acumulado e a Média das Receitas Correntes (DP/RC)

43,93% 41,80% 42,58%

0,00% 0,00% 0,00%

Limite de Comprometimento das Receitas Correntes (L) 40% 40% 40%

ÍNDICE A SER APLICADO 0,00% 0,00% 0,00%

Fonte: Demonstrativos constantes dos PAs nº 2011-0.065.796-3, 2011-0.065.797-1 e 2011-0.065.799-8.

Constatou-se que os valores apresentados são consistentes com os demonstrativos de receita e despesa da Administração Direta e Indireta.

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b) Publicação dos Demonstrativos da Relação Despesa/Receita

O Executivo Municipal não publicou os demonstrativos da Relação Despesa/Receita relativos a 2010, infringindo o disposto no § 3º do artigo 2º da Lei nº 13.303/0224.

c) Remessa de informações pela Secretaria de Finanças

Houve remessa intempestiva de informações pela Secretaria Municipal de Finanças dos valores das receitas correntes, em inobservância ao artigo 2º, § 5º, inciso I, da Lei Municipal nº 13.303/0225.

Todos os encaminhamentos mensais dos valores referentes ao período Nov/09 a Out/10 ocorreram com atraso, em infringência ao referido dispositivo legal, como segue:

Data de Envio das Informações pela SF

Mês Data Limite Receitas Correntes

SF nov/09 10/12/09 21/01/2010 dez/09 10/01/10 31/03/2010 jan/10 10/02/10 28/04/2010 fev/10 10/03/10 28/04/2010 mar/10 10/04/10 21/05/2010 abr/10 10/05/10 21/05/2010 mai/10 10/06/10 22/06/2010 jun/10 10/07/10 22/07/2010 jul/10 10/08/10 20/08/2010

ago/10 10/09/10 20/09/2010 set/10 10/10/10 22/10/2010 out/10 10/11/10 23/11/2010

Fonte: Ofícios juntados nos PAs nº 2011-0.065.796-3, 2011-0.065.797-1 e 2011-0.065.799-8.

3.8.2 - Histórico das revisões gerais anuais e dos reajustes quadrimestrais

O total acumulado de revisões e reajustes concedidos nos últimos seis exercícios, 2,50%, foi consideravelmente inferior à inflação do período medida pelo índice IPC-FIPE (30,96%).

24 § 3º - Por proposta da Secretaria de Gestão Pública, o Executivo divulgará, mediante decreto a ser publicado até o dia 20 (vinte) do mês do reajuste, os valores dos padrões de vencimento do funcionalismo municipal, reajustados de acordo com o "caput" deste artigo, bem como o quadro demonstrativo constante do Anexo Único, integrante desta lei. 25 “Art 2º [...] § 5º - Para os fins do disposto neste artigo, serão informados à Secretaria de Gestão Pública, até o dia 10 (dez) de cada mês, relativamente ao anterior:

I – pela Secretaria das Finanças e Desenvolvimento Econômico, os valores das receitas correntes; [...]”

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a) Revisão Geral Anual da Remuneração dos Servidores Públicos A revisão anual acumulada dos vencimentos nos últimos seis exercícios foi de apenas 0,33%.

O quadro a seguir demonstra as revisões salariais concedidas com base no disposto no artigo 1º da Lei Municipal nº 13.303/02, desde o exercício de 2005:

Revisão Geral Anual Exercícios Revisões Anuais

2005 0,10% 2006 0,10% 2007 0,10% 2008 0,01% 2009 0,01%* 2010 0,01%*

Fonte: Relatórios Anuais 2005 a 2009 e DOC de 26.03.11. * Lei Municipal nº 15.364, publicada em 26.03.11.

Os reajustes anuais referentes aos exercícios de 2009 e 2010 foram previstos de forma retroativa na Lei Municipal nº 15.364, publicada no DOC de 26.03.11. b) Reajustes Quadrimestrais A fórmula adotada pelo artigo 2º da Lei Municipal nº 13.303/02, nos níveis de receita corrente e despesa com pessoal do Município, não tem permitido a concessão de reajustes quadrimestrais.

Em apenas dois dos dezoito últimos quadrimestres houve concessão de reajustes: 1,17% em novembro de 2005 e 0,97% em novembro de 2006, perfazendo um reajuste de 2,15%, contra 30,96% do índice IPC-FIPE acumulado no período. O gráfico a seguir demonstra os índices inflacionários de cada quadrimestre desde o exercício de 2005 em contraponto com os reajustes efetivamente concedidos.

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Reajustes Concedidos x Índice Inflacionário (acumulado mar/2005 a nov/2010)

Fonte: Relatórios Anuais 2005 a 2009.

Cabe ressaltar que desde a inclusão do montante pago a título de auxílio-refeição e auxílio-transporte no cálculo do art. 2º da Lei Municipal nº 14.658/07, não houve concessão de reajustes quadrimestrais.

3.8.3 - Despesas com Pessoal - LRF a) Limites de gastos

A despesa com pessoal da PMSP do exercício de 2010 encontra-se dentro dos limites definidos nos artigos 18 a 20 da Lei Complementar nº 101/00, representando 32,49% da Receita Corrente Líquida.

Despesas com pessoal de Jan/10 a Dez/10 Em R$

Valores acumulados no período Poder Executivo (1)

Poder Legislativo (2) Município (1+2)

Receita Corrente Líquida (a) 25.507.108.218,82

Despesas com pessoal (b) 8.287.488.027,75 377.696.177,53 8.665.184.205,28

(b/a) 32,49% 1,48% 33,97% Limite cf. art.20, III, alíneas a, b 54,00% 6,00% 60,00%

Fonte: DOC de 29.01.11 (pgs. 75 a 77)

1,170,97

30,96% IPC‐FIPE acumulado

2,15%Reajuste acumulado

2,171,78

1,171,05 (0,38)

0,97

2,471,36 0,66

2,01

3,071,72

1,291,17

1,23

2,570,99

1,92

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Reajustes concedidos Índice Inflacionário  ‐ IPC‐FIPE

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b) Consistência dos valores do Relatório de Gestão Fiscal

Examinou-se o Demonstrativo da Despesa com Pessoal e da Receita Corrente Líquida e constatou-se que os valores apresentados são consistentes com a documentação de suporte

O demonstrativo de despesas com pessoal da PMSP referente ao exercício de 2010 não incluiu, como deveria, os gastos com pessoal relativos à empresa dependente COHAB.

Os dispositivos da Lei Complementar nº 101/00 aplicam-se, segundo o § 2º, de seu artigo 1º, à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo que nestes estão compreendidos:

“[...] b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. [...] Art 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como: [...] III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos no último caso, aqueles provenientes de participação acionária.” Desta forma, caso existam no município empresas dependentes, suas despesas com pessoal devem ser incluídas para efeito do cálculo dos limites previstos nos artigos 19 e 20 da LRF. Em 2010 a Companhia Metropolitana de Habitação – COHAB foi enquadrada na classificação de dependente. Todavia, no demonstrativo de despesas com pessoal referente ao exercício de 2010 a PMSP não incluiu os gastos da empresa. Importante deixar consignado que os gastos com pessoal dessa empresa não são significativos de modo a alterar a conclusão de que no exercício de 2010 a PMSP observou a Lei Complementar nº 101/00 - LRF no que se refere aos limites de gastos com pessoal.

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3.9 - DESPESAS COM PUBLICIDADE

Os gastos com publicidade compreendem publicações de interesse do Município e de editais e outras publicações legais. Em 2010, o montante empenhado foi de R$ 117 milhões, conforme detalhado a seguir:

Execução Orçamentária de 2010 Em R$

Despesa Vl. Empenhado %/Total

Publicações de Interesse do Município 115.190.000,00 99

Publicação de Editais e Outras Publicações Legais 1.725.668,00 1

Total 116.915.668,00 100 Fonte: SDO TCM

Foi realizada auditoria com abrangência de janeiro a setembro de 2010 para verificar a regularidade das despesas com Publicidade. Em função da representatividade dos valores envolvidos, a análise da auditoria restringiu-se aos gastos com “publicidade de interesse do município”. Os valores gastos por campanhas, tipo de serviço, veiculação e produção no exercício de 2010, estão destacados a seguir:

Valores pagos por campanha Em R$

Campanha Valor % s/ Total Dengue 18.605.719,58 18,3 Saúde 2010 15.543.922,53 15,3 Influenza H1N1 2010 11.424.098,93 11,3 Jogue Lixo no Lixo 9.844.863,69 9,7 Centro de Apoio ao Trabalhador - CAT 8.391.357,33 8,3 Telecentros 5.355.985,22 5,3 Virada Cultural 2010 4.729.764,54 4,7 Virada Esportiva 2010 4.592.962,16 4,5 Boletins das Subprefeituras 3.417.048,29 3,4 Lixo não tem pé 3.259.940,58 3,2 Nota Fiscal Eletrônica 2010 3.075.305,32 3,0 Educação 2010 2.900.926,47 2,9 1° Encontro Municipal dos Gestores de Saúde 1.380.800,53 1,4 Uniforme e Leve Leite 1.200.617,52 1,2 São Paulo Responde 2010 1.159.793,80 1,1 Capacitação de Porta Vozes 1.047.200,00 1,0 Hepatite 2010 1.009.534,19 1,0 Outras 4.569.037,74 4,5 Total 101.508.878,42 100,0

Fonte: Relatório Gerencial SECOM

As principais campanhas realizadas foram: Dengue, Saúde 2010 e Influenza H1N1 que, somadas, representaram 45% do total.

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Valores pagos por tipo de serviço Em R$

Categoria Valor % s/ Total Veiculação 79.423.497,14 78,2 Produção 19.728.528,29 19,4 Distribuição 1.871.048,29 1,8 Testemunhal 485.804,70 0,5 Total 101.508.878,42 100,0 Fonte: Sistema gerencial da SECOM

Os valores mais representativos referem-se à veiculação, majoritariamente por meio de TV e Rádio. Quanto aos gastos com produção, referem-se à elaboração de filme, fotos, material informativo, entre outros.

Valores pagos por tipo de veiculação Em R$ Veiculação Valor % s/ Total

TV 37.490.287,10 47,2 Rádio 19.277.892,54 24,3 Mídia indoor 11.903.401,88 15,0 Jornal 7.710.891,14 9,7 Revista 2.175.589,00 2,7 Internet 830.055,48 1,0 Outros 35.380,00 0,0 Total 79.423.497,14 100,0 Fonte: Relatório Gerencial SECOM

Valores pagos por tipo de serviço de produção Em R$

Produção Valor % s/ Total Mensagens Telefônicas 3.159.202,00 16,0 Filme 3.143.134,21 15,9 Pesquisa 2.919.000,00 14,8 Boletim Informativo 1.760.000,00 8,9 Locação de espaço para evento 1.396.576,61 7,1 Programetes 1.159.793,80 5,9 Consultoria em Comunicação 952.000,00 4,8 Folheto 918.431,45 4,7 Foto/Imagem 778.323,00 3,9 Minuto Cidadão 765.000,00 3,9 Agenda 461.538,70 2,3 Trilha para filme 434.575,00 2,2 Locação de Serviço para evento 222.673,50 1,1 Outros 1.658.280,02 8,4 Total 19.728.528,29 100,0 Fonte: Relatório Gerencial SECOM

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3.9.1 - Execução Orçamentária As despesas empenhadas com publicidade em 2010, R$ 115,2 milhões, superaram as despesas do exercício anterior em 47,8%, percentual considerável se comparado à evolução das despesas totais da PMSP, de 15,9%.

A tabela a seguir demonstra a evolução desses gastos nos últimos exercícios, considerando os valores empenhados:

Fonte: SDO TCM

3.9.2 - Execução dos serviços

A Secretaria Executiva de Comunicação - SECOM mantém registro contábil da execução orçamentária e, adicionalmente, controle gerencial, o qual contém maior número de informações sobre os gastos.

a) Legalidade

O conteúdo dos vídeos, áudios, internet e publicações das campanhas publicitárias estava em consonância com a legislação vigente, ressalvada a inclusão indevida de R$ 2,05 milhões na dotação “publicações de interesse do município” de gastos não caracterizáveis como de publicidade.

A análise demonstrou que houve observância aos dispositivos legais pertinentes ao assunto, exceção feita às seguintes campanhas:

1º Encontro Municipal dos Gestores de Saúde (R$ 1.380.800,53) - realização de evento contemplando construção de palco, sonorização e iluminação, serviços de buffet, recepcionistas, segurança, show com banda, confecção de troféus, entre outros.

0

20

40

60

80

100

120

140

2005 2006 2007 2008 2009 2010

R$ m

ilhõe

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Capacitação de Porta-Vozes (R$666.400,00) - consultoria estratégica para capacitação dos porta-vozes de ações e programas da Prefeitura, especialmente Secretários e Assessores Técnicos, para a comunicação em veículos e mídias de comunicação de massa. Estruturada em pesquisa de ambiente, semana de treinamento e monitoramento. Considerando a descrição dos serviços realizados, verifica-se que as referidas campanhas não guardam compatibilidade com a definição de despesas de publicidade constante no artigo 18 da Lei 14.965/0926 (Diretrizes Orçamentárias para 2010). Vale ressaltar que a Lei Federal nº 12.232/10, que dispõe sobre normas gerais para licitação e contratação pela administração pública de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda, veda em seu artigo 2º § 2º27 a inclusão de atividades como assessoria de imprensa, comunicação ou realização de eventos festivos de qualquer natureza como serviço de publicidade.

Instada a se manifestar, posteriormente à auditoria, a SECOM não concordou com os apontamentos da auditoria, porém não fez qualquer menção ao citado artigo 2º § 2º da Lei nº 12.232/10.

26 Art. 18. As despesas com publicidade de interesse do Município restringir-se-ão aos gastos necessários à divulgação institucional, de investimentos, de serviços públicos efetivamente realizados e do Programa de Metas de que trata o art. 69-A da Lei Orgânica do Município, bem como de campanhas de natureza educativa ou preventiva, excluídas as despesas com a publicação de editais e outras publicações legais. § 1º. Os recursos necessários às despesas referidas no “caput” deste artigo deverão onerar as seguintes dotações: I - publicações de interesse do Município; II - publicações de editais e outras publicações legais. § 2º. Deverá ser criada, nas propostas orçamentárias das Secretarias Municipais de Educação e da Saúde, a atividade referida no inciso I do § 1º deste artigo, com a devida classificação programática, visando à aplicação de seus respectivos recursos vinculados, quando for o caso, bem como nas demais Secretarias Municipais para divulgação do Programa de Metas de que trata o art. 69-A da Lei Orgânica do Município. § 3º. As despesas de que trata este artigo, no tocante à Câmara Municipal de São Paulo, onerarão a atividade “Câmara Municipal - Comunicação”. 27 Art. 2º Para fins desta Lei, considera-se serviços de publicidade o conjunto de atividades realizadas integradamente que tenham por objetivo o estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a execução interna, a intermediação e a supervisão da execução externa e a distribuição de publicidade aos veículos e demais meios de divulgação, com o objetivo de promover a venda de bens ou serviços de qualquer natureza, difundir idéias ou informar o público em geral. § 1º Nas contratações de serviços de publicidade, poderão ser incluídos como atividades complementares os serviços especializados pertinentes: I - ao planejamento e à execução de pesquisas e de outros instrumentos de avaliação e de geração de conhecimento sobre o mercado, o público-alvo, os meios de divulgação nos quais serão difundidas as peças e ações publicitárias ou sobre os resultados das campanhas realizadas, respeitado o disposto no art. 3º desta Lei; II - à produção e à execução técnica das peças e projetos publicitários criados; III - à criação e ao desenvolvimento de formas inovadoras de comunicação publicitária, em consonância com novas tecnologias, visando à expansão dos efeitos das mensagens e das ações publicitárias. § 2º Os contratos de serviços de publicidade terão por objeto somente as atividades previstas no caput e no § 1º deste artigo, vedada a inclusão de quaisquer outras atividades, em especial as de assessoria de imprensa, comunicação e relações públicas ou as que tenham por finalidade a realização de eventos festivos de qualquer natureza, as quais serão contratadas por meio de procedimentos licitatórios próprios, respeitado o disposto na legislação em vigor.

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b) Observância contratual

Houve regularidade na observância das cláusulas contratuais, ressalvadas impropriedades de aspecto formal quanto à instrução documental dos processos de pagamento.

Além de verificar a regularidade da execução orçamentária, a análise enfocou os seguintes aspectos:

− solicitação, especificação e aprovação das peças publicitárias; − comprovação do fornecimento dos serviços/materiais em conformidade com o

estabelecido; − adequada juntada de documentos para a correta instrução dos autos.

Constatou-se a regularidade dos itens examinados, ressalvadas impropriedades de aspecto formal quanto à ausência da nota fiscal do fornecedor de serviço (terceiro contratado pela agência) em 4 processos e ausência da declaração de exclusividade nos serviços de testemunhal em rádio em 2 processos. Ainda com relação ao monitoramento de preços facultado à SECOM nos contratos celebrados com as agências (“cláusula 5.1.7.2 – Se e quando julgar conveniente, a SECOM poderá realizar cotação de preços junto aos fornecedores.”), verifica-se que o sistema gerencial desenvolvido para esta e demais finalidades (Sistema “Visto”) proporciona uma série de informações que permitem o acompanhamento histórico dos preços contratados.

3.9.3 - Controles

Os controles gerenciais dos gastos com publicidade são adequados.

Além do controle da execução orçamentária pelo sistema NovoSEO, a SECOM possui registro gerencial contemplando a identificação detalhada das campanhas, O sistema “Visto” permite inserir informações detalhadas de cada BIO (Boletim Informativo Orçamentário), bem como o material multimídia gerado pela campanha. A implantação do sistema permitiu melhor gerenciamento das campanhas e acompanhamento dos gastos com publicidade resultando em melhoria de controle interno.

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3.9.4 - Publicação e remessa do relatório à Câmara Municipal

A publicação dos relatórios de gastos com publicidade relativa aos 1º e 2º semestres de 2010 e o respectivo envio à Câmara Municipal foram realizados de acordo com o disposto no art.118 da Lei Orgânica do Município28.

A publicação contém os valores com gastos de publicidade na Administração Direta e Indireta e informações detalhadas sobre as campanhas.

28 Art. 118 - O Poder Executivo publicará e enviará ao Poder Legislativo no máximo 30 (trinta dias) após o encerramento de cada semestre, relatório completo sobre os gastos publicitários da Administração Direta e Indireta, para fins de averiguação do cumprimento do disposto no § 1º do art. 37 da Constituição da República.

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4 - GESTÃO FINANCEIRA

O Balanço Financeiro, conforme a Lei Federal nº 4.320/64, demonstra a movimentação das receitas e despesas financeiras, evidenciando também operações não propriamente financeiras, tais como o pagamento e o cancelamento de restos a pagar bem como as despesas empenhadas e ainda não pagas. Balanço Financeiro Em R$

RECEITA DESPESA

ORÇAMENTÁRIA ORÇAMENTÁRIA

RECEITAS CORRENTES 26.862.031.101,86

RECEITAS DE CAPITAL 2.740.602.666,11

DEDUÇÕES DA RECEITA CORRENTE (1.470.666.140,56)

TOTAL DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA 28.131.967.627,41 TOTAL DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA 24.852.659.610,75

INTERFERÊNCIAS ATIVAS INTERFERÊNCIAS PASSIVAS

REPASSES RECEBIDOS - REPASSES CONCEDIDOS 2.057.039.105,86

TOTAL DAS TRANSFERÊNCIAS ATIVAS - TOTAL DAS TRANSFERÊNCIAS PASSIVAS 2.057.039.105,86

EXTRA-ORÇAMENTÁRIA EXTRA-ORÇAMENTÁRIA

DEVEDORES DIVERSOS, PARTICULARES 13.935.347.566,77 DEVEDORES DIVERSOS, PARTICULARES 13.928.500.088,72

DEVEDORES DIVERSOS, PÚBLICOS 44.032.272,34 DEVEDORES DIVERSOS, PÚBLICOS 94.868.203,81

RESTOS A PAGAR 1.787.141.048,36 RESTOS A PAGAR 1.635.913.277,39

CRÉDITOS DE CONTRIBUINTES 66.151.957,98 SERVIÇO DA DÍVIDA A PAGAR 63.993.682,80

DEPÓSITOS DIVERSOS 170.601.029,77 CRÉDITOS DE CONTRIBUINTES 106.447.489,96

CREDORES DIVERSOS, PARTICULARES 8.755.717.460,19 DEPÓSITOS DIVERSOS 11.403.274,84

CREDORES DIVERSOS, PÚBLICOS 840.057.222,45 CREDORES DIVERSOS, PARTICULARES 8.742.967.855,71

RESTOS A PAGAR - CANCELAMENTO 283.032.257,04 CREDORES DIVERSOS, PÚBLICOS 845.057.723,93

TOTAL DA RECEITA EXTRA-ORÇAMENTÁRIA 25.882.080.814,90 TOTAL DA DESPESA EXTRA-ORÇAMENTÁRIA 25.429.151.597,16

SALDO DISPONÍVEL EXERCÍCIO ANTERIOR SALDO DISPONÍVEL PARA O MÊS SEGUINTE

CAIXA 14.590,67 CAIXA 16.651,51

BANCOS 26.361.576,55 BANCOS 24.422.486,34

BANCOS, CONTAS ESPECIAIS 42.252.682,36 BANCOS, CONTAS ESPECIAIS 84.343.250,89

APLICAÇÕES FINANCEIRAS 2.013.315.895,20 APLICAÇÕES FINANCEIRAS 3.648.360.484,58

TOTAL SALDO DISPONÍVEL EXERCÍCIO ANTERIOR 2.081.944.744,78 TOTAL SALDO DISPONÍVEL P/ O MÊS SEGUINTE 3.757.142.873,32

TOTAL 56.095.993.187,09 TOTAL 56.095.993.187,09

Fonte: Balanço Geral PMSP 2010

Este demonstrativo também evidencia a evolução ocorrida nas disponibilidades da Prefeitura, acrescida do superávit gerado, como está focalizado no item a seguir.

4.1 - GERAÇÃO DE CAIXA

No exercício de 2010 a gestão financeira da Prefeitura propiciou uma geração de caixa de R$ 1,6 bilhão, recolocando o disponível, que em 31.12.09 havia decaído aos mesmos níveis de 2005, aos níveis praticados em 2006.

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A Geração de Caixa do período resulta do balanceamento entre os ingressos (receitas orçamentárias e extra-orçamentárias) e os dispêndios (despesas orçamentárias e extra-orçamentárias) e corresponde ao acréscimo ou redução do Disponível. No quadro seguinte foi comparada a Geração de Caixa dos dois últimos exercícios:

Geração de Caixa – 2009 e 2010 Em R$ Ingressos 2009 2010 Δ%

Receita orçamentária 23.095.272.269,20 28.131.967.627,41 21,8 Receita extra-orçamentária 22.832.937.224,01 25.882.080.814,90 13,4

Total dos ingressos ( A ) 45.928.209.493,21 54.014.048.442,31 17,6 Desembolsos

Despesa orçamentária 21.493.351.739,72 24.852.659.610,75 15,6 Transferências financeiras 1.726.742.201,80 2.057.039.105,86 19,1 Despesa extra-orçamentária 23.292.268.348,98 25.429.151.597,16 9,2

Total dos desembolsos ( B ) 46.512.362.290,50 52.338.850.313,77 12,5 Geração de Caixa (A - B) (584.152.797,29) 1.675.198.128,54 -387 Fonte: Balancetes Financeiros

A gestão financeira da Prefeitura em 2010 apresentou superávit, invertendo a tendência dos dois últimos exercícios. Em 2010 a geração de caixa correspondeu a 5,9% da receita orçamentária, como resultado do crescimento consistente das receitas em decorrência da conjuntura econômica favorável, o que possibilitou uma execução orçamentária eminentemente positiva.

Evolução do Disponível – 2010 Em R$ Valores Índice Disponível no início do exercício 2.081.944.744,78 100,0

Geração de Caixa em 2010 1.675.198.128,54 80,5

Disponível em 31.12.10 3.757.142.873,32 180,5 Em 2010, a consistente geração de caixa promoveu um aumento de 80,5% nas disponibilidades financeiras da PMSP, encerrando o exercício com R$ 3,7 bilhões. Capacidade de saldar despesas Para efeito comparativo, pode-se mensurar o volume das disponibilidades utilizando como referencial a capacidade de saldar as despesas de cada exercício. Assim, temos que o saldo do disponível em 31.12.09 foi suficiente para o pagamento de um mês e 3 dias das despesas pagas no início de 2010.

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Do mesmo modo, depois de estimar as despesas que deverão ser pagas em 2011, ajustando os valores de 2010 com o mesmo percentual de majoração (19,06%) atribuído às despesas orçamentárias da Prefeitura, temos que o saldo de 31.12.10 seria suficiente para pagar um mês e 20 dias das despesas de 2011.

4.2 - MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA

Para melhor compreensão da movimentação financeira ocorrida na Prefeitura, partindo dos itens e valores que compõem o Balanço Financeiro de 2010, foi elaborado um demonstrativo financeiro resumido.

Nesse demonstrativo, cada um dos componentes foi submetido a um processo de depuração visando à obtenção de valores eminentemente financeiros. Isto é, foram subtraídos valores cujos registros, apesar de constarem no Balanço Financeiro, correspondem a artifícios contábeis que não representam ingressos ou desembolsos efetivos:

Movimentação Financeira – 2010 Em R$

Contas Valores Receita orçamentária arrecadada (A) 28.131.967.627,41

Despesa orçamentária paga (23.065.518.562,39) Transferências Financeiras (2.057.039.105,86)

Despesa orçamentária efetivamente paga (B) (25.122.557.668,25)

Excedente Orçamentário (A - B) 3.009.409.959,16Receitas e Despesas extra-orçamentárias

Restos e Serviço da Dívida a Pagar (Pagos) (1.416.874.703,15) Depósitos Judiciais 139.981.642,02 Fundo de Reserva (88.593.990,45)

Outras receitas e despesas extra-orçamentárias 31.275.221,03

Resultado Extra-orçamentário (1.334.211.830,62)

Geração de Caixa no exercício 1.675.198.128,54Fonte: Balancete Financeiro

A verificação da movimentação financeira da Prefeitura, utilizando a classificação de orçamentária e extra-orçamentária, evidencia que os recursos orçamentários arrecadados durante o exercício (R$ 28,1 bilhões) permitiu saldar as despesas orçamentárias e as transferências (R$ 25,1 bilhões), restando um excedente orçamentário de R$ 3 bilhões, isto é, 10,7% dos valores arrecadados. O saldo dessa equação foi mais que suficiente para arcar com o pagamento de R$ 1,33 bilhão de despesas extra-orçamentárias (Restos a Pagar e outras) promovendo, adicionalmente, uma geração de caixa de R$ 1,67 bilhão.

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4.3 - EVOLUÇÃO DAS DISPONIBILIDADES

O gráfico seguinte compara a evolução das disponibilidades de 2006 a 2010.

O comportamento das disponibilidades mês a mês, durante os 5 exercícios, fica evidenciado no gráfico que representa a evolução do disponível.

Evolução das disponibilidades de 2006 a 2010 Em R$

A curva de 2010, abandonando a tendência declinante apresentada em 2008 e 2009, retomou o comportamento crescente mostrado nas curvas de 2006 e 2007.

A repetida geração negativa de caixa de 2008 e 2009 consumiu os recursos que haviam sido acumulados nos quatro exercícios anteriores, de tal modo que o nível de caixa de dezembro de 2009 equiparou-se ao de 2005.

O saldo do disponível em 31.12.10, como representado pela curva do gráfico, equiparou-se aos valores verificados entre dezembro de 2006 e janeiro de 2007.

4.4 - RECURSOS DISPONÍVEIS X DÍVIDA DE CURTO PRAZO

As disponibilidades financeiras da Prefeitura em 31.12.10 eram mais que suficientes para saldar as obrigações de curto prazo. Se essas obrigações fossem pagas ainda restaria um saldo de R$ 1,8 bilhão, isto é, 49% do saldo do disponível, caracterizando situação de suficiência das disponibilidades financeiras.

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2006 2007 2008 2009 2010

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A seguir, demonstramos o confronto entre o montante dos recursos financeiros disponíveis e as obrigações de curto prazo:

Recursos disponíveis x obrigações de curto prazo Em R$ Descrição 2009 2010

Disponibilidade 2.081.944.744,78 3.757.142.873,32 (-) Obrigações de Curto Prazo 1.853.788.895,46 1.908.476.554,65

Restos a Pagar 1.644.988.242,35 1.796.216.013,32 Serviço da Dívida a Pagar 63.993.682,80 - Créditos de contribuintes 67.450.082,49 27.154.550,51 Credores Diversos, Particulares 51.385.212,86 64.134.817,34 Credores Diversos, Públicos 25.971.674,96 20.971.173,48

(=) Excedente de disponibilidade 228.155.849,32 1.848.666.318,67 Fonte: Balancetes Patrimoniais

4.5 - ATENDIMENTO AOS PRAZOS DE PAGAMENTO DAS DESPESAS

O pagamento das obrigações da Prefeitura ocorreu tempestivamente em 2011, ressalvado que parte dos precatórios de pequeno valor teve seu pagamento efetivado após os 90 dias convencionais.

No exercício de 2010, sob a égide da Emenda Constitucional nº 62/09, cessou a inadimplência crônica dos precatórios devidos pela Prefeitura. A opção pelo recolhimento mensal de 1,5% sobre 1/12 avos da sua receita corrente líquida, conforme o Decreto nº 51.105/09, reposicionou a entidade numa área de conforto. Os pagamentos das despesas da PMSP durante o exercício foram efetuados de acordo com os parâmetros estabelecidos no § 1º do art. 13 do Decreto nº 51.194, de 21.01.10 (30 dias para vencimento da obrigação a partir da liquidação) e na Portaria SF 039/10 (mínimo de 05 dias úteis para pagamento a partir da liquidação). Porém, ocorreram pagamentos de precatórios de pequeno valor além do limite de 90 dias fixado pelo art.3º da Lei 13.179/0129.

29 “O crédito de pequeno valor não estará sujeito ao regime de precatórios e deverá ser pago, mediante depósito judicial, no prazo de 90 (noventa) dias.”

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4.6 - APLICAÇÕES FINANCEIRAS

A maior parte das disponibilidades da Prefeitura corresponde às Aplicações Financeiras.

Composição do Disponível Em R$ 2009 % 2010 % Caixa 14.590,67 - 16.651,51 - Bancos e Contas Especiais 68.614.258,91 3,3 108.765.737,23 2,9 Aplicações Financeiras 2.013.315.895,20 96,7 3.648.360.484,58 97,1

SALDO DO DISPONÍVEL 2.081.944.744,78 100,0 3.757.142.873,32 100,0 Fonte: Balancetes Patrimoniais

O saldo médio mensal das aplicações em 2010 foi de R$ 3,54 bilhões, correspondendo a um aumento de 15,3% sobre as aplicações médias de 2009, que foram de R$ 3,07 bilhões. Os rendimentos auferidos como resultado das aplicações financeiras em 2010 alcançaram a importância de R$ 353,5 milhões, o que corresponde a uma redução de 4,2% sobre as receitas de aplicações em 2009 (R$ 369 milhões). A redução dos rendimentos auferidos com as aplicações financeiras deveu-se à queda da rentabilidade oferecida pelos bancos. A média da taxa Selic de 2010 foi de 0,7898% a.m, inferior à de 2009 que alcançou a média de 0,8073% a.m.

4.7 - RESULTADO FINANCEIRO DO EXERCÍCIO A Lei nº 4.320/64 introduz o conceito de Resultado Financeiro no capítulo que cuida da abertura de créditos suplementares e especiais: A abertura de créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis conforme estabelece o art. 43 da citada lei. Consideram-se recursos, para essa finalidade, “§ 1º I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;”

“§2º - Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.” A PMSP obteve em 2010 um resultado financeiro de R$ 1,52 bilhão:

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RESULTADO FINANCEIRO em 31.12.10 Em R$

Disponível 3.757.142.873,32

Realizável 565.149.869,06

Total do Ativo Financeiro 4.322.292.742,38

Restos e Serviço da Dívida a Pagar 1.796.216.013,32

Créditos de Contribuintes 27.154.550,51 Depósitos Diversos 892.907.988,82 Credores Diversos, Particulares 64.134.817,34 Credores Diversos, Públicos 20.971.173,48

Total do Passivo Financeiro 2.801.384.543,47

Resultado Financeiro - Superávit 1.520.908.198,91 Fonte: Balanço Patrimonial

A partir do resultado da equação acima demonstrado, a Prefeitura poderá promover em 2011 abertura de créditos adicionais suplementares utilizando como recurso o superávit financeiro de 2010, observado conjuntamente o limite do resultado financeiro consolidado. No exercício de 2010 a PMSP utilizou dessa faculdade promovendo a abertura de créditos adicionais que totalizaram R$ 70,8 milhões, correspondendo a 82,6% do valor apurado como superávit financeiro (R$ 104,6 milhões), com base no Balanço Patrimonial de 2009 (item 3.1.1.b).

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5 - GESTÃO PATRIMONIAL

Consiste nos atos de gerir os bens, direitos e obrigações sob a responsabilidade da Administração Pública, bem como situações que, mediata ou indiretamente, possam vir a afetar o seu patrimônio. Apresenta-se a seguir o Balanço Patrimonial da PMSP em 31.12.10:

Em R$ ATIVO PASSIVO

ATIVO FINANCEIRO 4.322.292.742,38 PASSIVO FINANCEIRO 2.801.384.543,47

DISPONIVEL 3.757.142.873,32 RESTOS A PAGAR 1.796.216.013,32

CAIXA 16.651,51 CRÉDITOS DE CONTRIBUINTES 27.154.550,51

BANCOS 24.422.486,34 DEPÓSITOS DIVERSOS 892.907.988,82

BANCOS, CONTAS ESPECIAIS 84.343.250,89 CREDORES DIVERSOS, PARTICULARES 64.134.817,34

APLICAÇÕES FINANCEIRAS 3.648.360.484,58 CREDORES DIVERSOS, PÚBLICOS 20.971.173,48

REALIZÁVEL 565.149.869,06

DEVEDORES DIVERSOS, PARTICULARES 113.765.807,38

DEVEDORES DIVERSOS, PÚBLICOS 451.384.061,68

ATIVO PERMANENTE 61.770.857.640,94 PASSIVO PERMANENTE 61.934.207.899,79

BENS MÓVEIS 398.537.997,56 DÍVIDA FUNDADA INTERNA 47.832.895.444,06

BENS IMÓVEIS 13.514.685.562,75 EMPRÉSTIMOS POR CONTRATOS 47.832.895.444,06

DÍVIDA ATIVA A COBRAR 40.623.959.900,11 DÍVIDA FUNDADA EXTERNA 575.366.201,01

VALORES INSCRITOS NA DÍVIDA ATIVA 42.690.143.034,77 EMPRÉSTIMOS EXTERNOS POR CONTRATOS 575.366.201,01

PROVISÃO P/ AJ. A VALOR RECUPERÁVEL (2.066.183.134,66) DIVERSOS 13.525.946.254,72

AÇÕES E OUTROS VALORES 3.841.698.478,27 ENCARGOS DECORR. DE PRECAT. JUDICIAIS 14.497.263.789,90

ALMOXARIFADO 121.179.175,57 PRECATÓRIOS JUDICIAIS - AJUSTES (1.345.931.933,09)

BENS E VALORES A INCORPORAR 582.505.227,41 PARCELAMENTO DE DEBITO - PASEP 66.059.152,85

FINANCIAMENTOS CONCEDIDOS 1.221.525,65 DÍVIDA COM INSS 308.555.245,06

CRÉDITOS DE PRECATÓRIOS 95.400.821,02

RESSARCIM. DE EMPRESAS E AUTARQ. 212.414.244,50

RECURSOS EM GARANTIA 13.268.327,42

DIREITOS CREDITÓRIOS 2.365.986.380,68

SALDO PATRIMONIAL SALDO PATRIMONIAL 1.357.557.940,06

ATIVO REAL LÍQUIDO 1.357.557.940,06

ATIVO COMPENSADO 103.456.627.158,20 PASSIVO COMPENSADO 103.456.627.158,20

DEVEDORES POR VALORES 45.652.409.589,14 VALORES EM PODER DE TERCEIROS 45.652.409.589,14

VALORES DE TERCEIROS 940.282.118,46 CREDORES POR VALORES EM N/PODER 940.282.118,46

DÍVIDA AUTORIZADA A UTILIZAR 2.051.207.792,24 AUTORIZAÇÕES DE DÍVIDAS A UTILIZAR 2.051.207.792,24

GARANTIAS DIVERSAS 538.681.687,90 GARANTIAS CONCEDIDAS A TERCEIROS 538.681.687,90

DIVERSOS 54.274.045.970,46 DIVERSOS 54.274.045.970,46

TOTAL DO ATIVO 169.549.777.541,52 TOTAL DO PASSIVO 169.549.777.541,52

Fonte: Balanço Patrimonial da PMSP

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5.1 - ATIVO FINANCEIRO O Ativo Financeiro compreende os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários, representado pelas contas do Disponível e Realizável, conforme demonstrado a seguir: Comparativo do saldo do Ativo Financeiro 2009 x 2010 Em R$

Contas Saldo em % Vertical ∆% 31.12.09 31.12.10

Caixa 14.590,67 16.651,51 0 14,1 Bancos 26.361.576,55 24.422.486,34 1 (7,4) Bancos, Contas Especiais 42.252.682,36 84.343.250,89 2 99,6 Aplicações Financeiras 2.013.315.895,20 3.648.360.484,58 84 81,2 Total do Disponível 2.081.944.744,78 3.757.142.873,32 87 80,5 Devedores Diversos, Particulares 123.212.115,86 113.765.807,38 3 (7,7) Devedores Diversos, Públicos 486.991.544,56 451.384.061,68 10 (7,3) Total do Realizável 610.203.660,42 565.149.869,06 13 (7,4) Total do Ativo Financeiro 2.692.148.405,20 4.322.292.742,38 100 60,6

Fonte: Balanços Patrimoniais O saldo do Ativo Financeiro em 2010 de R$ 4,3 bilhões apresentou um acréscimo de R$ 1,6 bilhão ou 60,6% em relação ao exercício anterior. As aplicações financeiras constituem a maior parte (84%) do Ativo Financeiro, portanto, o seu crescimento (81,2% em 2010) é determinante na evolução deste grupo de contas.

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5.2 - DISPONÍVEL

Os controles sobre as contas bancárias, comuns, especiais e de aplicações financeiras revelaram-se consistentes, mas a existência de pendências antigas indica que, apesar da atenção dedicada às conciliações bancárias, o Departamento Técnico de Administração Financeira – DEFIN/SF deverá ajustar os seus procedimentos para adequá-los à solução integral das pendências. (itens 5.2.1, 5.2.2 e 5.2.3)

O Disponível da PMSP engloba as contas: Caixa, Bancos Contas Comuns, Bancos Contas Especiais e Aplicações Financeiras.

Composição do Disponível Em R$

2009 2010 ∆%

Em 31.12 % Vertical Em 31.12 % Vertical Caixa 14.590,67 0,0 16.651,51 0,0 1,4

Bancos 26.361.576,55 1,3 24.422.486,34 0,6 (7,4) Banco Itaú 4.538.040,99 0,2 458.432,25 0,0 (89,9) Banco Bradesco 20.229.989.30 1,1 8.834.163,43 0,2 (56,3) Banco do Brasil 1.499.021,40 0,0 15.004.916,05 0,4 900,0 Banco Nossa Caixa 50.851,72 0,0 2.888,20 0,0 (94,3) Caixa Econômica Federal 43.673,14 0,0 122.086,41 0,0 179,5

Bancos Contas Especiais 42.252.682,36 2,0 84.343.250,89 2,2 100,0 Banco Itaú 220.560,30 0,0 191.055,87 0,0 (13,4) Banco do Brasil 34.529.859,75 1,7 81.459.205,14 2,2 136,0 Banespa 49.431,83 0,0 49.431,83 0,0 - Banco Nossa Caixa 6.349.769,24 0,3 104.888,40 0,0 (98,3) Caixa Econômica Federal 1.103.061,24 0,0 2.538.669,65 0,0 130,1

Aplicações Financeiras 2.013.315.895,20 96,7 3.648.360.484,58 97,2 81,2 Banco Itaú 326.007.711,58 15,7 29.188.372,00 0,9 (91,1) Banco Bradesco 52.415.419,28 2,5 0,00 0,0 (100,0) Banco do Brasil 981.106.071,20 47,1 2.330.188.619,01 62,0 137,5 Banespa 0,31 0,0 0,31 0,0 -

Banco Nossa Caixa 73.945.883,98 3,5 32.893.022,36 0,9 (55,5) Caixa Econômica Federal 579.840.808,85 27,9 1.256.090.470,90 33,4 116,6

TOTAL 2.081.944.744,78 100,0 3.757.142.873,32 100,0 80,5 Fonte: Balancete do Disponível

Entidades Bancárias Os recursos que a Prefeitura mantém nas contas bancárias para possibilitar a sua operação estão a seguir agrupados, por entidade bancária:

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Comparativo dos Recursos Agrupados por Entidade Bancária 2009 x 2010 Em milhões de R$

Banco 2009 % Vertical 2010 % Vertical Banco do Brasil 1.017,1 48,8 2.426,7 64,6 Caixa Econômica Federal 580,9 27,9 1.258,8 33,5 Banco Itaú 330,8 15,9 29,9 0,8 Banco Nossa Caixa 80,4 3,9 32,9 0,9 Banco Bradesco 72,7 3,5 8,8 0,2

Total 2.081,9 100,0 3.757,1 100,0 Fonte: Balancete do Disponível – 2009 e 2010 Em 2010, aumentou sensivelmente a concentração dos haveres financeiros da Prefeitura em dois bancos oficiais (Banco do Brasil e Caixa). Em 2009 as duas entidades detinham 76,7% passando para 98,1% em 2010. O maior incremento (de R$ 1 bilhão para R$ 2,42 bilhões) verificado no Banco do Brasil é conseqüência do ajuste assinado no início do exercício. Contrato celebrado com o Banco do Brasil Em 19.01.10, a Prefeitura assinou contrato com o Banco do Brasil, após negociações, que culminaram com a substituição do Banco Itaú e do Bradesco visando os seguintes serviços bancários: - prestação de serviços de movimentação das disponibilidades de caixa da Prefeitura e suas aplicações financeiras; - pagamento aos servidores ativos, inativos e pensionistas da administração direta, autarquias e fundações; - pagamento dos fornecedores da PMSP, das autarquias e das fundações; - crédito consignado em folha de pagamento para o funcionalismo público. Foi avençado que, pela garantia da exclusividade de prestação dos serviços, o Banco do Brasil pagaria ao município a quantia de R$ 726 milhões. O valor ajustado foi creditado à Prefeitura em quatro parcelas: a primeira de R$ 126 milhões em 28.01.10; a segunda de R$ 200 milhões em 30.07.10 e as duas restantes, perfazendo a soma de R$ 400 milhões, creditadas em 15.12.10. Saldos Contábeis x Extrato Bancário Em 31.12.10, a comparação entre os saldos contábeis e os extratos bancários apresentava as seguintes divergências:

Disponível: Saldo contábil x Saldo de extrato em 31.12.10 Em R$ Bancos Quant. Razão (a) Extratos (b) Divergências (a-b)

Contas Comuns 40 24.422.486,34 15.758.559,28 8.663.927,06

Contas Especiais 183 84.343.250,89 76.829.840,43 7.513.410,46

Aplicações Financeiras 223 3.648.360.484,58 3.770.530.209,14 (122.169.724,56)

Total 3.757.126.221,81 3.863.118.608,85 (105.992.387,04)Fontes: Balancete do Disponível e Extratos Bancários

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Os sistemas bancários, ao promoverem registros e lançamentos da movimentação das contas em tempo real, mantêm os saldos rigorosamente atualizados. Já os registros da Prefeitura refletem um processamento mais lento, visto que muitos lançamentos ocorrem somente após minuciosa interpretação de um operador. Esse diferencial faz com que os saldos dos extratos, em geral, sejam menores que os da contabilidade da Prefeitura, caso das Contas Comuns e das Contas Especiais.

Por outro lado, nas contas de Aplicações Financeiras essa situação se inverte, os saldos dos extratos são superiores, por outra razão. Os bancos efetuam seus registros em base de competência, diferentemente da Prefeitura, que utiliza o regime de caixa (art. 35 da Lei nº 4.320/64) reconhecendo as receitas por ocasião do resgate. Em 31.12.10, essa divergência, isto é, o total dos rendimentos das aplicações financeiras ainda não reconhecido contabilmente na Prefeitura, somava R$ 122,1 milhões.

Para efeitos de auditoria e verificação das contas bancárias (comuns, especiais e de aplicações financeiras) foram selecionadas aquelas contas que apresentaram maior divergência entre o razão e o extrato nos saldos de 31.12.10.

5.2.1 - Bancos Contas Comuns A Prefeitura utilizou 40 contas comuns para movimentar seus recursos em 2010.

As verificações efetuadas nas contas constantes do demonstrativo evidenciaram registros de pendências que permanecem sem tratamento adequado pelo Departamento Técnico de Administração Financeira (DEFIN - SF).

Contas Comuns: saldo contábil x saldo de extrato em 31.12.10 Em R$

BANCO CONTA RAZÃO EXTRATO DIFERENÇA

BANCO DO BRASIL 7.970-7 PMSP-SF/PAGTOS TESOURO MUNICIPAL. 473.921,20 6.581.252,10 (6.107.330,90)451.127-1 PMSP C / Movimento 5.021.408,10 0,00 5.021.408,108.030-6 PMSP-SF/Conta Rendimentos Caixa Único. 6.435.490,47 0,00 6.435.490,477.976-6 PMSP-SF/RETENÇÃO INSS BOLETIM. 67.428,33 529.467,54 (462.039,21)BANCO BRADESCO 59.180-7 PMSP-SF/Conta Movimento. 2.740.519,40 209.106,14 2.531.413,2661.110-7 PMSP-SMS/Pagamento a Fornecedores 4.569.811,70 9.402,40 4.560.409,3059.200-5 PMSP-SF/Crédito em Conta Corrente. 800.767,64 0,00 800.767,6459.190-4 PMSP-SF/Retenção INSS. 697.845,83 0,00 697.845,83BANCO ITAÚ 63.476-8 PMSP-SF-C/MOVIMENTO 277.526,74 10,00 277.516,74

Fontes: Balancete do Disponível e Extratos Bancários

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5.2.2 - Bancos Contas Especiais

A Prefeitura utilizou-se de 183 contas especiais para movimentar os recursos especiais ou vinculados em 2010.

Os controles revelaram-se consistentes, mas as pendências indicadas precisam ser regularizadas:

Contas Especiais: saldo contábil x saldo de extrato em 31.12.10 Em R$

BANCO DO BRASIL CONTA RAZÃO EXTRATO DIFERENÇA

412.017-5 C PMSP-FUNSET 10.530.969,26 0,00 10.530.969,267.993-6 PMSP-SF/Depósito Administrativo - Lei 13.476/2002 0,00 5.404.970,37 (5.404.970,37)5.093-8 PMSP 170.139,25 0,00 170.139,255.914-5 PMSP- Agentes Arrecadadores/Zoonoses. 152.362,12 2.993,50 149.368,62

Fontes: Balancete do Disponível e Extratos Bancários

5.2.3 - Bancos - Aplicações Financeiras

Cada conta bancária, comum ou especial, tem uma conta de aplicação correspondente. Isto é, em 31.12.10 as 223 contas bancárias em uso pela Prefeitura tinham uma correspondente de aplicação atrelada.

As verificações efetuadas evidenciaram que os controles, em geral, são consistentes. Porém, as nove contas de aplicação indicadas, por apresentaram o saldo do extrato menor que o contábil, carecem de regularização.

Bancos Aplicações: saldo contábil x saldo de extrato em 31.12.10 Em R$

Conta Corrente Descrição Saldo Contábil Saldo Extrato Diferença

Brasil 139.264-6 A PMSP-SEHAB/Obra de Urb Favela Heliópolis Gleba A e N 180.053,07 18.642,77 161.410,30

5.062-8 A PMSP- Retenção INSS 205.709,33 0,00 205.709,33

58.021-X A PMSP - FUNDEF 488.288,79 0,00 488.288,79

Caixa Econômica Federal 013.647.021-8 A PMSP-SMT/Corredor Expresso Cidade Tiradentes 86.997,79 0,00 86.997,79

013.001.759-7 A PMSP-SMT/Corredor Expresso Cidade Tiradentes 200.028,17 0,00 200.028,17

013.000.330-6 A PMSP-SEHAB/Urb Integ Fav/Heliópolis-Glebas A,N e K- 25.788.649,52 23.491.125,93 2.297.523,59

013.000.007-2 A PMSP-SIURB/Prog de Restr Urbana-Sist Viário Jacu Pêssego 124.528,99 0,00 124.528,99Nossa Caixa

13.007.178-0 A PMSP-SMS/FMS-Cont. das Obras Hosp M'Boi e Tiradentes. (Encerrada em 06/11/09) 160.535,01 0,00 160.535,01

Itaú 5.641-4 A PMSP-SMC/FUNCAP- Museu do Folclore 50.293,32 0,00 50.293,32Fontes: Balancete do Disponível e Extratos Bancários

Adicionalmente, verificou-se que os rendimentos resultantes das aplicações financeiras estão sendo atribuídos e contabilizados corretamente. Ressalva-se, porém, a remuneração das aplicações financeiras de cinco fundos, como demonstrado no item a seguir.

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5.2.4 - Atribuição e contabilização das receitas e dos rendimentos das aplicações financeiras aos Fundos Municipais.

Os procedimentos de transferências e contabilização das receitas e dos rendimentos das aplicações financeiras dos Fundos Municipais da Prefeitura devem ser revistos para evitar que os recursos dos fundos deixem de ser creditados. Em 2010, do total de quinze fundos ativos, cinco deixaram de ter seus recursos totalmente creditados.

As receitas vinculadas aos Fundos Municipais que venham a ser depositadas na conta do Tesouro, conforme o artigo 4° da Instrução Normativa nº 9/09 – SUTEM/SF, serão transferidas pelo DEFIN à conta específica do Fundo, mediante solicitação do Órgão responsável.

As leis de criação de cada fundo, por seu turno, definem os recursos que constituirão o patrimônio de cada um, deixando explicitado que o rendimento proveniente da aplicação de seus recursos disponíveis pertencem ao próprio fundo.

Para verificação dos procedimentos de atribuição e contabilização das receitas e dos rendimentos das aplicações financeiros feitas até outubro/10 em nome dos fundos municipais da Prefeitura, foram efetuados testes e outros procedimentos de auditoria e, apurou-se que, do total de quinze fundos ativos, cinco deixaram de ter seus recursos totalmente creditados:

Fundo/Legislação Receita transferida

Rendimento aplicação

Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – FEMA - Lei nº13.155/0130

não R$ 9,5 milhões* não

Fundo Municipal de Limpeza Urbana – FMLU – Lei 13.478/0231 não R$ 42,4 milhões* não

Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano Municipal – FUNDURB – Lei 13.430/0232 sim não Fundo Municipal de Esportes, Lazer e Recreação Lei nº13.790/04 33 sim não Fundos de Promoção de Atividades Culturais – FEPAC Lei nº10.923/9034 sim não

30 Lei nº13.155/01. “Art. 2º O Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - FEMA será constituido de recursos provenientes de: ... inciso VIII – Rendimentos obtidos com a aplicação de seu próprio patrimônio;” “Art. 3º Os recursos do Fundo... serão depositados em conta especial mantida em instituição financeira oficial” 31 Lei 13.478/0. “Art. 80 Os recursos do Fundo Municipal de Limpeza Urbana – FMLU serão depositados em conta especial, vinculada exclusivamente ao atendimento de suas finalidades, mantida em instituição oficial.” Art 81 Constituirão recursos do Fundo Municipal de Limpeza Urbana – FMLU ... inciso X – Juros e resultados de aplicações financeiras. 32 Lei nº13.430/02 – “Art. 236. O Fundo de Desenvolvimento Urbano - FUNDURB será constituido derecursos provenientes de: ... inciso VII – rendimentos obtidos com a aplicação de seu próprio patrimônio” 33 Lei nº13.790/04. “Art. 2º Constituirão recursos do Fundo Municipal de Esportes, Lazer e Recreação. ... inciso III – o retorno e resultados de suas aplicações” 34 Lei nº10.923/90. “Art. 11 Constituirão receitas do FEPAC o rendimento proveniente da aplicação de seus recursos disponíveis.”

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Conforme destacado no quadro, os rendimentos auferidos sobre as aplicações financeiras não foram atribuídos aos respectivos fundos e, em dois destes (FEMA e FMLU), os recursos depositados na conta do Tesouro deixaram de ser transferidos para as respectivas contas especiais.

5.2.5 - Centralização das Contas de Autarquias e Fundações

Os controles mantidos pelo Tesouro sobre as contas centralizadas das fundações e autarquias (Consolidação por Grupo de Contas) não indicou saldo ou conta em nome de Fundação Catavento em 31.12.10.

O Decreto nº 45.686/05, de 01.01.05, que dispõe sobre a unificação de caixa do Tesouro Municipal promoveu a centralização das contas bancárias das autarquias e fundações da Prefeitura, transferindo o controle para o Tesouro. Todas as entidades definidas pelo decreto tiveram seus numerários centralizados no Tesouro, incluindo suas aplicações financeiras. Para ajuste dos controles o Tesouro definiu junto ao ente bancário a utilização de duas contas especializadas do Banco do Brasil. Uma, denominada conta centralizadora (nº 8.043-8 – PMSP-SF-DEP. ADM Lei 13.476/02), para recepcionar os valores a serem aplicados de todas as contas integrantes (fundações e autarquia), e outra conta (nº 8.030-6 - Conta Rendimentos Caixa Único) na qual seriam acumulados os resultados das aplicações financeiras. O banco informa a posição diária da movimentação desse grupo de contas que são acompanhadas pelo DEFIN através de um relatório consolidado:

Consolidação Grupo de Contas em 31.12.10 Em R$

BANCO CONTA VALOR 5.415-1 AUTARQUIA HOSPITALAR MUNICIPAL 78.374.122,00 7.993-6 PMSP-SF-DEP. ADM Lei 13476/02 (*) 5.404.970,37 7.994-4 PMSP-SF-PAG. SEQUESTRO PRECATÓRIOS 52.716.905,65 8.008-X FUND. PAULISTANA EDUC TEC 479.123,85 255.000-8 HOSPITAL SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL 12.425.851,49 8.030-6 PMSP-SF-CTA REND CX ÚNICO 6.435.480,47

Fontes: Relatório “Consolidação por Grupo de Contas”

A listagem com a Consolidação por Grupo de Contas, que demonstra os saldos das contas dos entes centralizados, não incluiu a Fundação Catavento que, conforme último demonstrativo contábil, apresenta um saldo de conta em banco no valor de R$ 1.012 mil.

5.3 - REALIZÁVEL

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As contas que compõem o Realizável representam a soma dos créditos financeiros junto a pessoas de direito público ou privado e que deverão ser convertidos e realizados em dinheiro, em curto prazo. O Realizável da PMSP em 2010 apresentou uma retração de 7,4%, passando a corresponder a apenas 13,1% do Ativo Financeiro, composto majoritariamente do Disponível. O quadro seguinte compara os saldos das contas do Realizável em 2009 e 2010.

Em R$

Conta 2009 2010 ∆% Realizável 610.203.660,42 565.149.869,06 -7,4 Devedores Diversos, Particulares 123.212.115,86 113.765.807,38 -7,7

Débitos de Terceiros 504.170,55 620.927,89 23,2

Cheques em Cobrança Judicial 1.946.178,33 1.945.886,40 0,0

Débitos de Servidores Municipais 68.271.128,28 65.179.943,02 -4,5

Exatores – C/ Caixas e Postos 1.643,17 1.643,17 0,0

Débitos Pagos a Regularizar 23.262.381,13 23.262.381,13 0,0

Recursos a Receber 26.044.086,24 20.445.449,17 -21,5

DAT - OP 3.182.528,16 2.309.576,60 -27,4

Devedores Diversos, Públicos 486.991.544,56 451.384.061,68 -7,3 Retenções Judiciais 194.225.008,28 156.466.949,30 -19,4

Fundo de Reserva – Depósito Judicial 206.323.121,93 294.917.112,38 42,9

Valores a Receber – Villa Lobos 86.443.414,35 -0- -100,0 Fonte: Balanço Patrimonial e Balancete Analítico Mensal

A redução (-7,4%) apresentada pelo Realizável em 2010 decorre principalmente da recuperação de valores classificados na conta Retenções Judiciais (Seqüestros) e do recebimento do precatório registrado como Valores a Receber – Villa Lobos.

5.3.1 - Devedores Diversos – Públicos

a) Retenções Judiciais

Nesta conta foram registrados todos os valores seqüestrados pela Justiça, no período de 2004 a 2009, por conta de precatórios não pagos.

Em outubro de 2009, para melhor classificação dos valores seqüestrados, foi transferida a importância de R$ 970,1 milhões desta conta para a recém-criada conta Precatórios Judiciais – Seqüestros, redutora do Passivo Permanente. Na conta Retenções Judiciais restou um saldo de R$ 194,2 milhões. O saldo remanescente em Retenções Judiciais, em tese, corresponderia aos

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seqüestros ocorridos após a edição do Decreto Municipal nº 51.105/09 que configurou a opção da Municipalidade por um dos novos regimes de pagamento de precatórios. Segundo entendimentos da Procuradoria Geral do Município os seqüestros ocorridos após 11.12.09 são indevidos e, portanto, seriam recuperáveis. De fato, no exercício de 2010, parte dos seqüestros registrados na conta Retenções Judiciais (R$ 42,1 milhões) foram recuperados pela Prefeitura. Com a baixa desses valores o saldo no encerramento do exercício foi de R$ 156,5 milhões. A verificação de eventos subseqüentes permitiu comprovar que no primeiro trimestre de 2011 foram recuperados mais R$ 6 milhões, o que deve esgotar a parte efetivamente recuperável dos seqüestros, baseados no cômputo dos seqüestros efetivamente promovidos após a formalização da opção da Prefeitura. b) Fundo de Reserva – Depósito Judicial O saldo de R$ 294,9 milhões corresponde à incorporação do Fundo de Reserva sobre os depósitos judiciais que constam registradas no Passivo Financeiro da Prefeitura (conta 0106.15). A Lei nº 10.819/03 e o Decreto nº 44.564/04 determinam que, dos recursos provenientes dos depósitos judiciais, 70% podem ser utilizados pela Prefeitura para pagamento de sua dívida fundada e dos precatórios e o restante (30%) constitui o Fundo de Reserva. O saldo de R$ 294,9 milhões do Fundo de Reserva em 31.12.10 corresponde a 34,8% dos depósitos contabilizados no Passivo Financeiro da Prefeitura (conta 0106.15), indicando superdimensionamento do fundo. Os extratos do Banco do Brasil, porém, assinalam que os depósitos judiciais nessa data alcançaram o montante de R$ 982,8 milhões (utilizando este valor como referencial temos que o valor do fundo coincide com os 30%). A discrepância dos dois registros (o valor dos depósitos nos extratos bancários é maior em R$ 135 milhões que os das contas da Prefeitura) traz como conseqüência que os numerários liberados e atualmente no Disponível da Prefeitura são menores (em R$ 135 milhões) do que poderiam ser. c) Valores a Receber – Villa Lobos

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O saldo de R$ 86.443.414,35 apresentado por esta conta em 31.12.09 correspondia à nona parcela de precatório a receber do Estado com a ordem cronológica de nº 669/92. O valor total do precatório a receber pela Prefeitura (R$ 450.495.170,90), recebível em 10 parcelas, havia sido registrado em 2001, em conta do Ativo Permanente. Ocasionalmente, o pagamento da 9ª parcela depositado pelo Estado de São Paulo junto à Justiça em dezembro/09 foi efetivamente creditado na conta da Prefeitura em 11.01.10. A contabilidade, em dezembro de 2009, notificada do depósito já feito pelo Estado, transferiu o valor da 9ª parcela do Ativo Permanente para o Financeiro, promovendo em janeiro/10 a baixa definitiva pela comprovação do crédito efetivo em conta bancária. Restou pendente de recebimento o valor correspondente à 10ª parcela que consta registrado no Ativo Permanente da Prefeitura na conta Crédito de Precatório do Estado de São Paulo - Villa Lobos. O saldo atualizado em 31.12.10 atinge o montante de R$ 94.909.614,20.

5.3.2 - Devedores Diversos - Particulares a) Débitos de Servidores Municipais O saldo de R$ 65,2 milhões, em 31.12.10, incorpora o valor de R$ 39,1 milhões referente à transferência para fins de regularização contábil do saldo da conta do passivo financeiro (conta 0107.05.001 – Credor por Folha de Pagamento). O valor envolvido na transferência (saldo devedor), feita a cada fechamento mensal, é proveniente de divergências antigas acumuladas na contabilização da Folha. O cômputo desse valor no Realizável não se coaduna com as características inerentes a este agrupamento, qual seja, a propriedade de representarem créditos ou de serem conversíveis em dinheiro. Descontado o valor originado na conta Credor por Folha de Pagamento o saldo efetivo da conta Débitos de Servidores Municipais fica reduzido a R$ 26,1 milhões. b) Débitos Pagos a Regularizar

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Os valores registrados no Realizável, na conta Débitos Pagos a Regularizar, devem ser regularizados na medida em que correspondem a despesas já realizadas, como a devolução de R$ 4 milhões para a União, em razão da não utilização de recursos pela SEHAB.

A conta Débitos Pagos a Regularizar não apresentou movimentação em 2010. Manteve o mesmo saldo de 31.12.09, isto é, o montante de R$ 23,2 milhões. A maior parte do saldo (R$ 19,2 milhões) refere-se à taxa debitada pela Nossa Caixa a título de administração do fundo de reserva (de 2004 a 2009). Nesse período, deixaram de proceder à execução orçamentária dessas despesas apesar do contrato assinado junto ao banco estipular dotação específica. Débitos Pagos a Regularizar Em R$

Taxas debitadas de 2004 a 2006 4.996.443,22 Taxas debitadas em 2007 5.044.289,23 Taxas debitadas em 2008 5.015.604,05 Taxas debitadas em 2009 4.206.044,63 Taxas de Administração do Fundo de Reserva – Nossa Caixa 19.262.381,13 Devolução de Recursos não Utilizados pela PMSP/SEHAB à União referente Contrato de Repasse nº0157896/2003/Ministério das Cidades 4.000.000,00

Total 23.262.381,13 Fonte: Razões Analíticos 2006, 2007 e 2009.

Cabe notar que tanto o registro das taxas bancárias nesta conta (R$ 19,2 milhões) quanto o registro da devolução de recursos para a União (R$ 4 milhões) são meros artifícios contábeis procrastinatórios, na medida em que essas despesas deixaram de ser reconhecidas nos exercícios em que efetivamente ocorreram (2004 a 2009). Quanto ao exercício de 2.010, apesar da continuidade operacional do Fundo de Reserva, não foi efetuado o registro contábil das taxas que continuaram a ser debitadas pelo banco. Nesse sentido, devem ser reconhecidas as despesas que incidiram sobre os Depósitos Judiciais e o Fundo de Reserva em 2010, procedendo aos registros contábeis dos valores debitados pelo banco no total de R$ 4,9 milhões.

Os depósitos judiciais e o Fundo de Reserva foram mantidos sob o controle da Nossa Caixa até 12.03.10, quando foram encampados pelo Banco do Brasil. Com base nos extratos encaminhados pela Nossa Caixa e Banco do Brasil, foram listadas as taxas apropriadas em 2010:

Taxas Aplicadas pela Nossa Caixa/Banco do Brasil Em R$

mês 2.010

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jan 496.545,29 fev 444.788,97 mar 656.048,50 abr 616.350,78 mai 639.859,57 jun 623.321,58 jul 702.415,66

ago 752.446,52 set *439.586,86 out

A Taxa não foi debitada depois que o Termo de Convênio expirou. nov

dez Total 5.370.363,73

*Valor informado, mas não debitado do fundo até março/11

As taxas de administração sobre os depósitos e Fundo de Reserva calculadas e informadas pelos dois bancos, referentes ao período de janeiro a setembro/10, somaram R$ 5,37 milhões, porém somente foram debitados da conta do Fundo R$ 4,93 milhões, restando pendentes de lançamento R$ 439,5 mil, referentes a setembro/10.

A partir da transferência dos depósitos para o Banco do Brasil em 12.03.10, os valores cobrados a título de taxa de administração de janeiro a setembro de 2010 (R$ 5,3 milhões) apresentaram majoração, não justificada, sobre os valores que vinham sendo debitados pelo banco sucedido. Tal diferença decorre do critério utilizado pelos bancos: na Nossa Caixa, a tarifa era calculada sobre o valor histórico dos depósitos, no Banco do Brasil, provavelmente, sobre o valor dos depósitos atualizados. O Termo do Convênio, porém, não previa esta metodologia de cálculo.

Assim, devem ser reavaliadas as condições contratuais para a renovação do Termo de Convênio com o Banco do Brasil, com destaque à cláusula que regula a cobrança da taxa de administração que onera a guarda e o controle dos depósitos judiciais.

A Secretaria de Finanças, por meio do Ofício GABSF nº 11/2010, de 09.09.10, solicitou esclarecimentos ao Banco do Brasil quanto aos valores debitados como taxas de administração e o fornecimento da memória de cálculo correspondente, sem resposta até o encerramento da auditoria (março/11). O convênio assinado com o banco em 20.09.04 expirou em 17.09.10, sem emissão de aditamento. Espera-se a assinatura de um novo Termo de Convênio com o Banco do Brasil após a promulgação da Lei que cuida da transferência dos depósitos judiciais para a conta única do Tesouro, cujo projeto foi

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encaminhado pelo Prefeito à Câmara Municipal em 29.09.10. c) Recursos a Receber O saldo de R$ 20,4 milhões refere-se a numerários que ingressaram nas contas bancárias ao final de dezembro. Provisoriamente, permanecem nesta conta até serem classificados ou reconhecidos como receita.

5.3.3 - Reavaliação do Realizável Da verificação criteriosa sobre a composição das contas do Realizável constata-se a existência de valores que não representam créditos ou não tem qualquer possibilidade de realização, como demonstrado no quadro seguinte:

Em R$

Conta 2010 Não Realizável Realizável 565.149.869,06 212.527.723,96 Devedores Diversos, Particulares 113.765.807,38 62.397.305,16 Débitos de Terceiros 620.927,89

Cheques em Cobrança Judicial 1.945.886,40

Débitos de Servidores Municipais 65.179.943,02 39.134.924,03

Exatores – C/ Caixas e Postos 1.643,17

Débitos Pagos a Regularizar 23.262.381,13 23.262.381,13

Recursos a Receber 20.445.449,17

DAT - OP 2.309.576,60

Devedores Diversos, Públicos 451.384.061,68 150.130.418,80 Retenções Judiciais 156.466.949,30 150.130.418,80

Fundo de Reserva – Depósito Judicial 294.917.112,38 Fonte: Balancete Analítico Mensal

Parte do saldo do Realizável da Prefeitura apresentado no Balanço de 2010 não representa créditos ou não tem possibilidade de realização. Estima-se que o saldo mais adequado do Realizável seria de R$ 352,6 milhões com a retirada dos registros que não correspondem a valores recebíveis (R$ 212,5 milhões).

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5.4 - ATIVO PERMANENTE Compreende os bens, créditos e valores cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa. A seguir apresenta-se a composição do Ativo Permanente:

Em R$

Conta Saldo em 31.12.09 Saldo em 31.12.10 Diferença ∆ %

Bens Móveis 364.659.103,13 398.537.997,56 33.878.894,43 9,3 Bens Imóveis 12.520.271.367,38 13.514.685.562,75 994.414.195,37 7,9 Bens Industriais 0,05 - (0,05) - Dívida Ativa a Cobrar 36.981.877.928,38 42.690.143.034,77 5.708.265.106,39 15,4Provisão para Ajustes a Vlr Recuperável (1.558.049.187,35) (2.066.183.134,66) (508.133.947,31) 32,6Ações e Outros Valores 3.086.575.541,64 3.841.698.478,27 755.122.936,63 24,5Almoxarifado 88.679.443,25 121.179.175,57 32.499.732,32 36,6Bens e Valores a Incorporar 490.296.980,32 582.505.227,41 92.208.247,09 18,8Financiamentos Concedidos 1.221.525,65 1.221.525,65 - - Créditos de Precatórios 85.655.038,14 95.400.821,02 9.745.782,88 11,4Ressarcimentos de Empresas/Autarquias 203.730.603,63 212.414.244,50 8.683.640,87 4,3 Recursos em garantia - 13.268.327,42 13.268.327,42 - Direitos Creditórios - 2.365.986.380,68 2.365.986.380,68 -

TOTAL 52.264.918.344,22 61.770.857.640,94 9.505.939.296,72 18,2 Fonte: Balanço Patrimonial - PMSP

As contas de saldo mais relevante são Bens Imóveis e Dívida Ativa a Cobrar que, somadas, representam 91% do Ativo Permanente. Destacam-se: - a evolução representativa da dívida ativa a cobrar (+R$5,7 bilhões); - o aumento de R$755 milhões nas ações, dos quais R$650 milhões referentes ao Metrô; - a recepção de direitos creditórios da COHAB, em decorrência da assunção das dívidas da empresa pela PMSP. Em 29.01.10, nos termos do Ofício GABSF nº 26/2010, a PMSP considerou a COHAB empresa estatal dependente. Em 31.08.10 foi firmado Contrato de Confissão e Assunção de Dívidas celebrado entre o Município de São Paulo e a COHAB, com a interveniência da União, por meio do Banco do Brasil. A assunção das dívidas foi amparada pelas Leis Municipais nº 11.494/94 e nº 14.517/07. Tais leis estabelecem que, concomitantemente à assunção das dívidas, o Município passa a ter os direitos creditórios dos ativos contratualmente vinculados a elas, ou seja, os recebíveis de mutuários nos contratos habitacionais e os direitos referentes ao Fundo de Compensação das Variações Salariais - FCVS. Com base em documentos fornecidos pela empresa, a contabilização no Ativo Permanente da PMSP foi efetuada em 01.11.10 pelo valor de R$2,3 bilhões e foi atualizada monetariamente em novembro e dezembro.

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5.5 - DÍVIDA ATIVA Constituem Dívida Ativa, a partir da data da sua inscrição, as importâncias devidas à Fazenda Pública, vencidas e não pagas, relativas a tributos e demais obrigações, bem como os respectivos adicionais (multas, juros, atualização monetária, etc.), após apurada a sua liquidez e certeza. A Dívida Ativa do Município compõe-se de dois grupos: um de origem tributária e outro de origens diversas (não tributária). Em 31.12.10, os valores inscritos na Dívida Ativa a Cobrar da PMSP somavam R$ 40,6 bilhões, apresentando um incremento de R$ 5,2 bilhões sobre o saldo de dez/2009.

Em R$

Comparação dos saldos 2009 2010 ∆% %Vert. ISS 24.025.765.168 28.115.596.230 17 69 TPCL/IPTU 6.369.824.028 7.236.831.453 14 18 Outras Tributárias 2.514.723.604 2.912.646.049 16 7

Dívida Ativa Tributária 32.910.312.801 38.265.073.732 16 94 Dívida Ativa Não Tributária 4.071.565.128 4.425.069.302 9 11 Valores Inscritos na Dívida Ativa 36.981.877.928 42.690.143.034 15 105 (-) Provisão p/ajustes a Valor Recuperável (1.558.049.187) (2.066.183.134) 32 (5)

Dívida Ativa a Cobrar 35.423.828.741 40.623.959.900 15 100 Fonte: Balancete Mensal Analítico

O crescimento da dívida ativa em 2010 foi de 15%, tendo ficado acima da inflação do período (6,41% medida pelo IPCA). Demonstra-se, a seguir, a movimentação ocorrida com a conta Dívida Ativa a Cobrar: Movimentação da Dívida Ativa a Cobrar: 2009 x 2010 Em R$

2009 2010 ∆% Saldo Inicial (em 01.01) 32.839.157.994,93 36.981.877.928,38 12,6 (+) Inscrição da Dívida Ativa 1.151.755.874,30 1.930.847.652,97 67,6 (+) Acréscimos da Dívida Ativa 4.249.962.685,92 5.338.199.868,54 25,6 ( -) Cobrança da Dívida Ativa (266.602.733,07) (273.290.996,33) 2,5 ( -) Cancelamento da Dívida Ativa (990.659.868,27) (1.215.965.180,73) 22,7 ( -) Anistia (1.736.025,43) (71.455.046,28) 4.016,0 (-) Remissão - (71.191,78) -

Valores Inscritos na Dívida Ativa 36.981.877.928,38 42.690.143.034,77 15,4 (-) Provisão p/ajustes a Valor Recuperável (1.558.049.187,35) (2.066.183.134,66) 32,6

Dívida Ativa a Cobrar 35.423.828.741,03 40.623.959.900,11 14,7 Fontes: Balancetes e razões patrimoniais

O acréscimo do saldo final no exercício de 2010 resultou das inscrições da Dívida Ativa (R$ 1,9 bilhão) e, principalmente, dos juros e atualização monetária que incidiram sobre os saldos (R$ 5,3 bilhões).

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As baixas ocorridas na conta decorreram principalmente de cancelamentos, no montante de R$ 1,2 bilhão, e de recebimentos por cobrança, que totalizaram R$ 273 milhões. Destaca-se a variação da conta de anistia, reflexo da realização do saneamento relativo às multas lavradas pela Lei Municipal nº 10.508/88 (muro, passeio e limpeza - MPL) e parcialmente anistiadas pela Lei nº 11.574/94.

5.5.1 - Inscrições

O volume de inscrições superou consideravelmente o de 2009, com aumento de 67,6%.

A “Inscrição da dívida ativa” inclui, ainda, reinscrições que tiveram como origem o cancelamento de parcelas de crédito, como explicado no item 5.5.4.

5.5.2 - Acréscimos

Os valores contabilizados como acréscimo da dívida totalizaram R$ 5,3 bilhões no exercício.

Tais acréscimos correspondem a juros e correção monetária incidentes sobre o principal e multa antes e após a inscrição na dívida ativa e ficam circunscritos ao que dispõe o art. 1º, caput, e § 3º da Lei Municipal nº 10.734/89, alterado pela Lei nº 13.275/02 (atualização monetária pelo IPCA e juros de mora de 1,0% ao mês).

Por meio de testes realizados relativos à correção monetária e juros no período de janeiro a agosto de 2010 verificou-se que os percentuais utilizados nos casos individuais obedecem ao padrão utilizado na legislação própria.

5.5.3 - Cobrança

Os valores contabilizados na cobrança da Dívida Ativa (Quadro Contábil) vêm sendo conciliados mensalmente pelo Departamento de Contabilidade com a efetiva arrecadação declarada pelo Tesouro (Boletim da Receita).

Existe uma diferença normal e sistêmica entre os valores registrados como cobrança da dívida ativa pelo Tesouro (boletim da receita) e os valores contabilizados através do Quadro Contábil da Dívida. Tal divergência refere-se a valores rejeitados no instante do processamento por razões diversas (erro no código de barras, dados incompletos, documentos rasgados, preenchimento incorreto). Depois de corrigidos são devolvidos para a devida regularização no processamento.

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As divergências apuradas em 2010 foram objeto de conciliação mensal pela Secretaria de Finanças. Em agosto/10, o valor acumulado desta diferença totalizava R$ 592 mil.

Evolução dos valores arrecadados Comparando-se a arrecadação obtida (R$ 617 milhões) com a do exercício anterior (R$ 525 milhões) constata-se que houve um incremento na cobrança de 17,5%, influenciado principalmente pelo PPI, que aumentou 32,6%.

Os valores demonstrados como cobrança, a partir de 2002, representam a somatória dos valores arrecadados pelos programas que passaram a incentivar a liquidação de valores devidos à Prefeitura (Refis e PPI), como pode ser apreciado no quadro que segue:

Consolidação do resultado da arrecadação por cobrança Em R$

Cobrança→ Divida Ativa Refis PPI Total

2002 259.996.589 3.709.598 263.706.1872003 284.540.057 20.878.546 305.418.6032004 355.764.179 17.272.183 373.036.3622005 422.766.820 13.888.241 436.655.0612006 249.874.523 10.076.739 337.098.085 597.049.3462007 210.756.895 43.230.477 344.355.048 598.342.4212008 280.704.918 7.158.732 290.909.951 578.773.6022009 264.017.352 7.149.678 253.643.921 524.810.9522010 271.742.012 8.569.870 336.362.541 616.674.423

Fonte: Boletim de Realização e Receita Arrecadada no mês por código (19300000 e 19130000) O Departamento Fiscal - FISC vem concentrando esforços para realizar acordos extrajudiciais com os contribuintes e demonstrar as vantagens do ingresso no PPI ou PAT (Parcelamento Administrativo de Débitos Tributários) para regularização das dívidas. Adicionalmente, tanto o Departamento Judicial – JUD quanto o Departamento Fiscal – FISC estão enviando as cartas de citação já acompanhadas do documento de arrecadação para que o contribuinte possa efetuar o pagamento.

5.5.4 - Cancelamentos Exames evidenciaram a regularidade dos cancelamentos efetuados no exercício de 2010, os quais estão devidamente documentados.

Os cancelamentos decorrem de situações como decisões judiciais favoráveis ao contribuinte, inviabilização da dívida, anistia de dívidas tributárias, bem como erros na inscrição de dívidas.

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Contabilização Continua vigorando o procedimento de baixar sempre o valor total do crédito, mesmo que se trate de cancelamento parcial do valor inscrito. A dívida é reinscrita pelo novo valor devido. Esse procedimento provoca distorções ao superestimar contabilmente tanto os valores das inscrições como os dos cancelamentos. Acerca dessa questão verificou-se que há encaminhamento para constituição de um Grupo de Trabalho Intersecretarial com a finalidade de analisar os problemas verificados na sistemática atual e propor uma disciplina dos procedimentos de revisão dos lançamentos constituídos do crédito tributário. O sistema atualmente em uso também promove “cancelamentos” quando se dá o pagamento integral dos valores avençados no programa Refis e no Programa de Parcelamento Incentivado, conforme já apontado no Relatório das Contas de 2009.

A origem autuou um processo a fim de solucionar a deficiência apontada. O assunto foi objeto de debates em reuniões realizadas por FISC, JUD, SF e PRODAM que resultaram na elaboração de uma Ata com os procedimentos a serem realizados para solução da questão.

5.5.5 - Cobrança dos Maiores Devedores

De forma geral, constatou-se que há efetivo acompanhamento para a cobrança dos grandes devedores, ocasionando, inclusive, novos ingressos no Plano de Parcelamento Incentivado (PPI).

O tratamento da cobrança dos maiores devedores do Município de São Paulo é atributo de uma unidade especializada pertencente à estrutura de FISC, denominada Edex (Equipe de Débitos Expressivos). Relevantes vitórias têm sido obtidas na esfera da penhora online (bloqueio das contas bancárias dos devedores). Grandes contribuintes que possuem dívidas têm ingressado no Plano de Parcelamento Incentivado (PPI) para se livrarem da constrição judicial a que se viram submetidos.

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Maiores devedores de ISS em novembro de 2010:

Em R$

Devedor Valor Total Execuções Fiscais

Cia Itauleasing de Arrendamento Mercantil 1.153.431.410,95 Brasanitas 579.496.352,87 Unimed Paulistana Sociedade Cooperativa 546.418.644,37 Unimed de São Paulo Cooperativa 443.717.907,67 BCN Leasing Arrendamento Mercantil 376.097.169,04 Dixie Toga S A 364.077.808,46 São Paulo Transporte SA 324.470.267,38 Universo Online Ltda 288.600.502,74 Banco do Brasil SA 279.075.335,76 Cooperativa dos Profissionais da Saúde 262.295.435,35

Fonte: SDA - Execuções Fiscais

Em relação ao IPTU, os maiores devedores no mesmo período eram os seguintes:

Em R$

Devedor Valor Total Execuções Fiscais

Jockey Club de São Paulo 183.804.773,26 Rede Ferroviária Federal S A 113.411.921,80 Associação Nóbrega de Educação e Assistência 94.243.956,88 Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 91.696.097,80 Ceagesp Cia de Entrepostos e Armazéns Gerais 61.383.046,69 Caixa Econômica Federal 43.567.013,01 Fonte: SDA – Execuções Fiscais

5.5.6 - Provisão para ajuste da Dívida Ativa a valor recuperável e Saneamento do Sistema da Dívida Ativa - SDA

O superdimensionamento do saldo da dívida ativa a cobrar tem sido objeto de discussão desde as auditorias anteriores ao exercício de 2004. Nesse sentido, há duas questões a serem enfrentadas: • a constituição de uma conta redutora da dívida ativa a receber; e

• ações que visem o saneamento de créditos inscritos na Dívida Ativa e que, por qualquer motivo, tenham deixado de efetivamente representar valores a serem recebidos pela municipalidade, a exemplo de créditos posteriormente remitidos ou anistiados por leis municipais.

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a) Provisão para ajuste da Dívida Ativa a valor recuperável

Foi constituída a Provisão para ajuste da Dívida Ativa a valor recuperável, porém não foram abrangidas todas as dívidas consideradas de baixa expectativa de recebimento pelo Grupo instituído pela Portaria Intersecretarial SF/SNJ nº 07/08, o que não equaciona de forma efetiva O

superdimensionamento do saldo da Dívida Ativa.

A conta “Provisão para ajuste da Dívida Ativa a valor recuperável” destina-se a registrar os valores a receber que apresentem significativa probabilidade de não realização, propiciando maior consistência e transparência aos demonstrativos contábeis. Em 31.12.10 a Provisão era de R$ 2 bilhões, o que representa apenas 4,8% do total da Dívida Ativa inscrita. É louvável a criação da provisão, porém verificou-se que não foram abarcadas todas as dívidas cuja expectativa de recebimento é considerada muito baixa, o que prejudica o objetivo de trazer maior transparência aos valores relacionados à dívida ativa.

b) Saneamento dos saldos do Sistema da Dívida Ativa - SDA

As ações e procedimentos que contribuem para o saneamento dos saldos do Sistema da Dívida Ativa vêm sendo efetuados.

Os Departamentos envolvidos no tratamento da Dívida Ativa lidam diretamente com ações visando o saneamento do SDA. Diversos processos administrativos abordam o tema, direta ou indiretamente, em decorrência de discussões jurídicas, concessão de isenções, remissões etc., com repercussões sobre o saldo do Sistema. Constatou-se de forma geral que os processos que tratam de saneamento continuam em andamento e visam conferir maior consistência aos valores registrados. Por vezes, o processo de saneamento ocorre de forma morosa, pois o exame da repercussão das benesses legais depende de uma análise a ser efetuada caso a caso.

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5.5.7 - Eficácia dos controles

Estão sendo envidados esforços para introdução de melhorias na área de sistemas com vistas a um melhor gerenciamento da dívida ativa, porém elas ocorrem de forma morosa e pontual. As deficiências de cunho contábil no sistema SDA ainda se fazem presentes, mas estão sendo objeto de tratamento pelas unidades envolvidas.

Foram detectados esforços para introdução de melhorias com vistas a um melhor gerenciamento da dívida ativa. Contudo, é necessária maior agilidade na implementação das soluções propostas. Deficiências do referido sistema, no âmbito contábil, ainda se fazem presentes, como abordado no item 5.5.4 - Cancelamentos, as quais estão sendo objeto de tratamento pelas unidades envolvidas.

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5.6 - PASSIVO FINANCEIRO

A Dívida Pública de Curto Prazo, também denominada Dívida Flutuante ou Passivo Financeiro, é constituída pelos compromissos vencíveis em prazo inferior a 12 meses, resultantes de operações de caráter financeiro que se refletem no fluxo de caixa e no Patrimônio Financeiro, decorrentes ou não da execução orçamentária. O quadro a seguir apresenta a composição do saldo em 31.12.10 em comparação ao exercício de 2009:

Passivo Financeiro 2010 x 2009 Em R$

CONTAS Saldo em % Vertical ∆%

31.12.09 31.12.10 Restos a Pagar 1.644.988.242,35 1.796.216.013,32 64,1 9,2Serviço da Dívida a Pagar 63.993.682,80 - - - Créditos de Contribuintes 67.450.082,49 27.154.550,51 1,0 (59,7)Depósitos Diversos 733.710.233,89 892.907.988,82 31,9 21,7Credores Diversos Particulares 51.385.212,86 64.134.817,34 2,3 24,8Credores Diversos Públicos 25.971.674,96 20.971.173,48 0,7 (19,3)

Total 2.587.499.129,35 2.801.384.543,47 100,0 8,3Fonte: Balanços Patrimoniais

Em 31.12.10, a dívida pública de curto prazo era de R$2,8 bilhões, dos quais 64% representados pelos restos a pagar. Na comparação com o exercício anterior, houve acréscimo de 8,3% no saldo total.

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5.7 - RESTOS E SERVIÇO DA DÍVIDA A PAGAR

Restos a Pagar, segundo o artigo 36 da Lei nº 4.320/64, são despesas orçamentárias empenhadas, mas não pagas até o encerramento do exercício, distinguindo-se as processadas das não processadas. No caso de parcelas de amortizações, juros e encargos da Dívida Fundada, tais despesas são classificadas como Serviço da Dívida a Pagar.

Movimentação de Restos e Serviço da Dívida a Pagar em 2010 Em R$ Exercício de

inscrição Saldo em 31.12.09

Movimentação em 2010 Saldo em 31.12.10 Pagamentos Cancelamentos Inscrição

RESTOS A PAGAR 2004 41.915,81 (41.915,81) 0,00 0,00 0,002005 2.412.728,11 (248.685,64) (2.164.042,47) 0,00 0,002006 2.591.940,61 (866.504,45) (138.454,78) 0,00 1.586.981,382007 3.069.923,19 (196.916,61) (71.969,47) 0,00 2.801.037,112008 2.774.280,33 (1.040.060,04) (829.533,56) 0,00 904.686,732009 1.634.097.454,30 (1.359.035.304,09) (271.279.890,47) 0,00 3.782.259,742010 0,00 0,00 0,00 1.787.141.048,36 1.787.141.048,36

Subtotal 1.644.988.242,35 (1.361.429.386,64) (274.483.890,75) 1.787.141.048,36 1.796.216.013,32SERVIÇO DA DÍVIDA A PAGAR

2009 63.993.682,80 (55.445.316,51) (8.548.366,29) 0,00 0,00Total 1.708.981.925,15 (1.416.874.703,15) (283.032.257,04) 1.787.141.048,36 1.796.216.013,32

Fonte: Relatório Acompanhamento da Execução Orçamentária – Restos (NovoSEO)

Os pagamentos somaram R$ 1,4 bilhão e saldaram 82,9% dos valores remanescentes até 31.12.09. Parte do saldo (16,6%) também foi reduzida por cancelamentos, no total de R$ 283 milhões.

5.7.1 - Inscrição de Restos a Pagar no Exercício

A inscrição dos Restos a Pagar do exercício de 2010 ocorreu em observância ao Decreto Municipal nº 51.194/10.

Para analisar a regularidade da inscrição foi considerado o Decreto nº 51.194/10, que dispõe sobre a execução orçamentária do exercício. A inscrição dos empenhos de 2010 não pagos no próprio exercício alcançou R$ 1,78 bilhão, assim distribuídos por secretaria/órgão:

Inscrições em 2010 – Restos Em R$ mil Órgão /Secretaria Total % s/total

16 - Educação 657.007 36,8

18 - Saúde 227.608 12,7

14 - Habitação 154.301 8,6

23 - Serviços 96.016 5,4

93 - Fundo de Assistência Social 60.315 3,4

Demais 591.894 33,1

Total 1.787.141 100,0 Fonte: Relatório Acompanhamento da Execução Orçamentária – Restos (NovoSEO)

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5.7.2 - Saldo de exercícios anteriores

Durante o exercício houve morosidade na regularização dos restos a pagar não processados.

O prazo inicialmente estabelecido para liquidação de despesas inscritas em restos a pagar do exercício de 2009 sofreu diversas alterações, tendo sido prorrogado até 30 de julho de 2010, conforme Decreto Municipal nº 51.595/10. Apesar dessa data limite verifica-se que novas liquidações ocorreram entre 01/08 e 22/09/10, revelando a morosidade, por parte das Unidades Orçamentárias, na regularização dos restos não processados, que excederam o prazo estipulado pela legislação, a exemplo do ocorrido em exercícios anteriores.

5.8 - OUTRAS CONTAS DO PASSIVO FINANCEIRO

Excluindo-se Restos a Pagar, as demais contas do Passivo Financeiro totalizaram R$ 1 bilhão em 31.12.10, conforme quadro a seguir:

Comparativo Saldos Variação 2010 x 2009 Em R$ Outras Contas do Passivo Financeiro Saldo em 31.12.09 Saldo em 31.12.10 ∆ %

Créditos de contribuintes 67.450.082,49 27.154.550,51 -59,7Créditos a Regularizar 61.750.043,58 20.508.340,31 -66,8Recolhimentos de diferenças de arrecadação a regularizar 4.882.817,59 5.465.925,39 11,9Outros 817.221,32 1.180.284,81 44,4

Depósitos Diversos 733.710.233,89 892.907.988,82 21,7Depósitos Judiciais 707.988.967,31 847.970.609,33 19,8Caução de Termo de Permissão de uso de vias públicas 11.906.535,48 14.656.675,82 23,1Outros 13.814.731,10 30.280.703,67 119,2

Credores Diversos, Particulares 51.385.212,86 64.134.817,34 24,8Consignatários 37.734.239,51 35.241.238,98 -6,6Retorno de Recursos - Beneficiários/SDTS 9.564.309,96 23.137.690,04 141,9Outros 4.086.663,39 5.755.888,32 40,8

Credores Diversos, Públicos 25.971.674,96 20.971.173,48 -19,3Governo do Estado 12.625.892,15 1.220.215,17 -90,3Diversos 11.042.776,21 17.296.007,33 56,6Outros 2.303.006,60 2.454.950,98 6,6

Total 878.517.204,20 1.005.168.530,15 14,4Fonte: Balancete Analítico

Em relação ao saldo final de 2009, houve acréscimo de 14,4% nos demais débitos de curto prazo, tendo sido constatada a regularidade da movimentação contábil e a observância ao prazo legal para repasse das consignações.

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A principal variação, em termos absolutos, ocorreu em “Depósitos Judiciais” no valor de R$ 140 milhões, que representam 84,3% dos demais débitos de curto prazo. O saldo dos Depósitos Judiciais em 31.12.10, no valor de R$ 847,9 milhões, não foi ajustado aos valores dos documentos bancários, os quais estão majorados pela atualização monetária. A Secretaria de Finanças assinalou providências para a solução da questão.

Conforme determina a Lei Municipal nº 10.819/03 e o Decreto Municipal nº 44.564/04, dos recursos provenientes dos depósitos judiciais realizados em dinheiro, referentes a tributos e seus acessórios, 70% podem ser utilizados pela Prefeitura para pagamento de sua dívida e precatórios e o restante (30%) constitui o fundo de reserva. Durante o exercício, os registros contábeis apresentaram discrepância em relação ao saldo informado pelo Banco do Brasil, este em valor superior. No encerramento do exercício, o valor contabilizado era R$ 847,9 milhões enquanto o bancário indicava R$ 989 milhões. Com vistas à solução da questão, a Prefeitura demonstrou ter notificado o banco para que seja encaminhado relatório das transferências efetivas e do saldo de depósitos judiciais.

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5.9 - DÍVIDAS REMANESCENTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 5.9.1 - Sabesp

Continuam sem registro nas contas patrimoniais da Prefeitura empenhos emitidos em 2008 por conta de despesas incorridas (R$ 323,7 milhões) com serviços prestados pela Sabesp e posteriormente cancelados.

No final de 2008, foram canceladas indevidamente diversas notas de empenho (restos a pagar) dos exercícios de 2004 a 2007 emitidas em favor da Sabesp, no total de R$ 323,7 milhões, conforme assinalado no Relatório Anual de Fiscalização daquele exercício. Por conta do início de tratativas para celebração de convênio com a Sabesp, visando o equacionamento de pendências financeiras entre ambos, os valores foram cancelados e suprimidos do Passivo Financeiro da Prefeitura transferindo os registros contábeis para o sistema compensado no final de 2008. A auditoria, à época, opinou pelo restabelecimento da contabilização dos valores cancelados até que o convênio fosse celebrado e ocorresse o lançamento da dívida novada. Não há indicativos da realização de encontro de contas e os demonstrativos contábeis relativos ao exercício de 2010 demonstram que a situação permanece inalterada, pois o montante está contemplado apenas no sistema compensado. A Prefeitura sinaliza que, tão logo as negociações sejam concluídas e o instrumento de consolidação dos valores de créditos e débitos entre as partes seja formalizado, os registros contábeis serão providenciados.

5.9.2 - Eletropaulo O acordo celebrado entre a Prefeitura e a Eletropaulo em 2009 no montante de R$ 344,1 milhões está sendo pago tempestivamente, mas constitui obrigação que não está contemplada nos demonstrativos contábeis.

Em 05/01/09, a Prefeitura celebrou Termo de Acordo com a Eletropaulo S.A em que ficou acertada a quitação das pendências financeiras do Município junto àquela Companhia no montante de R$ 344.160.943,33, relativos ao fornecimento de energia elétrica e outros serviços realizados de 1996 a 2001. O referido Termo foi precedido de parecer da Secretaria dos Negócios Jurídicos, a qual, no que tange à legalidade, entendeu que o mesmo, por envolver dívidas do exercício de 2004 e anteriores, está amparado pelas hipóteses de aplicação das Portarias Intersecretariais nº 1 e 2/SGM/SF/SJ/SEMPLA/2005.

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Até 31.12.10, o pagamento das parcelas alcançou R$ 193,2 milhões e foi realizado tempestivamente.

5.9.3 - Dívidas do exercício de 2004 e anteriores

A Prefeitura possui dívidas remanescentes de 2004 e exercícios anteriores decorrentes de cancelamento de empenhos promovido pelo Decreto nº 45.664/04, de despesas realizadas sem empenho, bem como do cancelamento de Restos a Pagar promovido pelo Decreto nº 46.872/05. Quanto ao saldo pendente de pagamento, testes realizados em março de 2010 indicavam a existência de, no mínimo, R$ 196 milhões devidos dentre os quais R$ 158,4 milhões referentes às empresas municipais. Para estas foram destinados R$ 57,4 milhões em 2010. Os pagamentos aos demais fornecedores somaram R$ 3,7 milhões no período.

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5.10 - PASSIVO PERMANENTE

A Dívida Pública do Município de São Paulo está registrada contabilmente no seu Passivo Permanente compreendendo a Dívida Fundada decorrente de empréstimos; Precatórios Judiciais; o parcelamento de débitos do PASEP; e a Dívida com o INSS. Em 31.12.10, o Passivo Permanente era de R$ 61,9 bilhões, representando um acréscimo de 20,2% em relação ao saldo final de 2009, e correspondente a mais que o dobro do orçamento total da PMSP para 2010, de R$ 25,9 bilhões.

Passivo Permanente 2009 x 2010 Em R$

2009 2010 % Vertical ∆ %

Empréstimos Internos por Contratos 39.612.650.008 47.832.895.444 77,2 20,8

Empréstimos Externos por Contratos 608.291.787 575.366.201 0,9 (5,4)

Total Dívida Fundada 40.220.941.794 48.408.261.645 78,2 20,4

Precatórios Judiciais (1) 10.926.159.064 13.151.331.857 21,2 20,4

Parcelamento de Débito – PASEP 74.320.317 66.059.153 0,1 (11,1)

Dívida com o INSS 305.296.992 308.555.245 0,5 1,1

Programa Modern. Adm. Tributária – PMAT (2) 6.856.358 - - -

Total Diversos 11.312.632.731 13.525.946.255 21,8 19,6

Passivo Permanente 51.533.574.525 61.934.207.900 100,0 20,2 Fonte: Balanço Patrimonial 2009 e 2010. (1) Em 2010, considerado ajuste da conta redutora no valor de R$1.345.931.933 (2) Dívida totalmente quitada em 2010.

O aumento do Passivo Permanente, no montante de R$ 10,4 bilhões, deveu-se, principalmente, ao aumento de R$ 8,2 bilhões no saldo dos empréstimos internos e ao incremento de 20%, R$ 2,2 bilhões, no saldo da dívida com Precatórios Judiciais. A soma dos Empréstimos Internos e dos Precatórios Judiciais responde por 98,5% do Passivo Permanente.

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5.11 - EMPRÉSTIMOS POR CONTRATOS INTERNOS E EXTERNOS

A Dívida Fundada, de acordo com o artigo 29 da Lei de Responsabilidade Fiscal, é o montante das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses. Na PMSP a dívida fundada corresponde aos empréstimos por contratos internos e contratos externos. O quadro seguinte demonstra a dívida fundada por credor/contrato em 31.12.10:

Dívida Fundada por Credor em 31.12.10 Em R$

Credores Empréstimos Vigência (Amortização)

Saldos em 31.12.10

% s/ total

União Federal/BB

Refinanciamento 05/00 a 05/2030 44.056.796.538 91,0 DMLP 10/98 a 04/2024 28.331.783 0,1 Rolagem Federal Lei 8727/93 04/94 a 04/2014 3.174.335.543 6,6 Total 47.259.463.865 97,6

Caixa Econômica Federal

Cingapura I 04/96 a 06/2015 5.971.660 0,0 Cingapura II 07/96 a 09/2017 16.656.724 0,0 Cingapura III 03/98 a 07/2014 6.117.115 0,0 Total 28.745.499 0,1

Banco Nacional Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES

Prog. Prioritário Investimento Transportes 05/02 a 06/2017 162.109.666 0,3 Prog. Imp. Transportes Urbanos - 2a. Etapa 12/03 a 01/2019 382.576.414 0,8 Total 544.686.080 1,1

Total Dívida Fundada Interna 47.832.895.444 98,8

Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID

Procav – BID II - Cont. 849/OC 07/03 a 01/20 325.821.662 0,7 Prover/Cingapura – BID III - Cont.938/OC 07/04 a 07/21 186.007.247 0,4 Procentro – BID IV 12/10 a 06/29 63.537.292 0,1 Total 575.366.201 1,2

Total Dívida Fundada Externa 575.366.201 1,2 Total da Dívida Fundada 48.408.261.645 100,0

Fonte: Demonstrativos da Dívida Fundada Interna e Externa - NovoSEO

A partir de 2000, a União tornou-se a maior credora do Município de São Paulo. Em 31.12.10, seu crédito atingiu o valor de R$ 47,3 bilhões, representando 97,6% da dívida referente a empréstimos por contratos.

Contratação de novos Empréstimos

No exercício de 2010, tanto a autorização da Lei Orçamentária para 2010 como as autorizações contidas nas leis orçamentárias anteriores não foram utilizadas para contratações de novos empréstimos.

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COHAB

Em 29.01.10, nos termos do Ofício GABSF nº 26/2010, a PMSP pleiteou junto à Secretaria do Tesouro Nacional a assunção das dívidas da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo - COHAB com a União provenientes de recursos tomados junto ao Sistema Financeiro de Habitação por meio da Caixa Econômica Federal, uma vez que a COHAB foi considerada empresa estatal dependente. A assunção das dívidas foi amparada pelas Leis Municipais nº 11.494/94 e nº 14.517/07. Em 31.08.10 foi firmado Contrato de Confissão e Assunção de Dívidas celebrado entre o Município de São Paulo e a COHAB, com a interveniência da União, por meio do Banco do Brasil. A contabilização no Passivo Permanente da PMSP foi efetuada em 01.11.10 pelo valor de R$ 2,8 bilhões na conta de empréstimos internos (União/BB/Rolagem Federal Lei nº 8.727/93), suportada por documentos fornecidos pela empresa.

5.11.1 - Movimentação e regularidade da contabilização

A movimentação dos empréstimos e sua contabilização estão regulares.

No período examinado ocorreu a seguinte movimentação nas contas:

Empréstimos por Contratos – 2010 Em R$

Contratos Internos Contratos Externos Total Saldo em 31.12.09 39.612.650.008 608.291.787 40.220.941.795

Mais Liberação de Empréstimos - 17.976.832 17.976.832 Correção monetária 4.268.471.144 52.323.471 4.320.794.615 Variação Cambial 5.673.994 135.881.552 141.555.546 Incorporação de Juros 1.572.462.793 - 1.572.462.793 Estorno Serviço da Dívida 11.626.846 26.800.936 38.427.782 Encampação de Dívidas Passivas 2.805.693.355 - 2.805.693.355

Menos Amortizações c/ Empenhos (382.072.534) (30.327.803) (412.400.337)Amortizações c/ Restos (10.597.262) (25.077.969) (35.675.231)Correção Monetária (42.352.980) (49.566.124) (91.919.104)Variação Cambial (5.669.284) (145.335.734) (151.005.018)Acerto Contábil (2.990.637) (15.600.745) (18.591.382)

Saldo em 31.12.10 47.832.895.444 575.366.201 48.408.261.645 Fonte: Razões Patrimoniais.

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A dívida fundada do município teve um aumento de 20,4% (R$ 8,2 bilhões) em relação ao exercício anterior, como conseqüência, principalmente, dos seguintes fatores:

- correção monetária do saldo da dívida no valor de R$ 4,3 bilhões; - incorporação de juros no montante de R$ 1,6 bilhão; e - encampação da dívida da COHAB no valor de R$ 2,8 bilhões.

Contrato de Refinanciamento com a União

O exame da documentação e dos cálculos para os pagamentos feitos em 2010 confirmam a observância das cláusulas contratuais no que se refere ao prazo de pagamento, ao cálculo dos juros e à comissão do agente, bem como a conformidade com os valores informados pela Secretaria do Tesouro Nacional - STN.

Demais contratos

A verificação não revelou impropriedades. Constatou-se, também, que os controles relativos aos contratos são realizados de forma organizada e eficaz e estão documentados em processos administrativos.

5.11.2 - Pagamento do serviço da dívida

O total de pagamentos do serviço da dívida fundada, incluindo restos a pagar, foi de R$ 2,77 bilhões, conforme detalhado a seguir:

Pagamento do Serviço da Dívida em 2010 Em R$

Resumo Dívida Interna Dívida externa

Total % s/ total Pagto. Empenho Pagto. Restos Pagto. Empenho Pagto.Restos

Juros da dívida 2.275.582.036 6.801.348 13.644.510 11.602.624 2.307.630.519 83,3 Outros encargos 3.349.756 80.576 271.972 25.105 3.727.410 0,1 Principal resgatado 391.988.284* 10.597.262 30.327.803 25.077.969 457.991.319 16,5

TOTAL 2.670.920.076 17.479.186 44.244.286 36.705.699 2.769.349.247 100,0 Fonte: NovoSEO * Este valor diverge do apresentado no quadro anterior devido a ajustes de pagamentos do Refinanciamento por alteração na Receita Líquida Real após seu efetivo fechamento, tais ajustes são lançados como acertos contábeis.

O total de desembolsos com a Dívida por Contratos em 2010 corresponde a cerca de 12% do total das despesas pagas em 2010 pela PMSP (R$ 23,1 bilhões), sendo a maior parte destinada ao pagamento de juros (83%).

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5.11.3 - Execução Orçamentária O quadro a seguir demonstra a execução orçamentária do serviço da dívida de janeiro a dezembro de 2010:

Em R$

Elementos de Despesa Orçamento Atualizado Empenhado Liquidado Pago

32902100 Juros s/ Dívida p/ Contrato 2.126.930.692 2.123.407.382 2.123.407.382 2.123.407.382

32902200 Outros Encargos s/ Dívida p/ Contrato 3.501.212 3.497.159 3.497.159 3.497.159

32909200 Despesas de Exercícios Anteriores 166.217.165 166.217.165 166.217.165 166.217.165

46907100 Principal da Dívida Contratual Resgatado 468.677.468 467.015.948 467.015.948 467.015.948

46909200 Despesas de Exercícios Anteriores 134.767 134.767 134.767 134.767

TOTAL 2.765.461.305 2.760.272.422 2.760.272.422 2.760.272.422 Fonte: NovoSEO OBS: (1) além das dívidas por contrato estão englobadas os valores relativos às dívidas com PMAT, INSS e PASEP. (2) não estão englobados os valores pagos a título de restos a pagar.

Foram constatadas as seguintes impropriedades relativas à execução orçamentária da dívida fundada:

a) a parcela do Refinanciamento paga em jan/10 (R$ 166 milhões) foi

executada como Despesas de Exercícios Anteriores. Porém, a utilização de DEA para o pagamento da referida despesa não encontra amparo no artigo 3735 da Lei nº 4.320/64, visto que era conhecida à época de sua realização;

b) o valor de R$ 8,9 milhões referente à execução da dívida externa foi

indevidamente apropriado na dotação referente às amortizações do Serviço da Dívida Pública Interna.

35 Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

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5.12 - LIMITE DE ENDIVIDAMENTO O capítulo VII da Lei Complementar nº 101/00 (LRF), trata, entre outros, dos limites para as dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantias. As Resoluções nºs 40 de 20.12.01 e 43 de 21.12.01, ambas do Senado Federal, dispõem sobre as operações de crédito dos entes federados, inclusive concessão de garantias, limites e condições de autorização. Por seu turno, o art.9º da LRF dispõe sobre a meta de resultado nominal, como forma de controle do endividamento.

5.12.1 - Limite da Dívida Consolidada e Mobiliária

Considerando que a relação entre a dívida consolidada líquida e a receita corrente líquida era de 1,9298 em 31.12.2001, a PMSP deveria observar a seguinte trajetória de ajuste da dívida para atingir a relação máxima de 1,2 em 2016:

Quadro 01 – Trajetória de ajuste da dívida consolidada líquida em cada exercício financeiro

% Dívida Consolidada Líquida / Receita Corrente Líquida

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 1,9298 1,8812 1,8325 1,7839 1,7352 1,6866 1,6379 1,5892 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

1,5406 1,4919 1,4433 1,3946 1,3460 1,2973 1,2487 1,2000 Fonte: Relatório de Gestão Fiscal Janeiro a Dezembro/2010 – DOC 29.01.11 – pág. 78

Quadro 02 - Evolução da Dívida Consolidada – 2010 Em R$ mil

Especificação 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Dívida Consolidada (I) 31.558.158 33.373.067 36.033.563 39.626.489 46.092.247 48.003.309 58.627.499

(-) Deduções (II) 2.012.732 3.089.458 4.409.511 3.768.884 2.451.003 4.176.875

Disponibilidade de Caixa Bruta 412.514 2.280.475 3.472.330 4.271.860 2.835.826 2.180.586 3.907.946

Demais Haveres Financeiros 99.376 375.684 545.700 1.085.911 1.389.019 622.440 573.136

(-) Restos a Pagar processados 534.311 643.427 928.572 948.259 455.961 352.023 304.208

(=) Dívida Consolidada Líquida – DCL (I-II) (A) 31.558.158 31.360.335 32.944.105 35.216.977 42.323.363 45.552.306 54.450.624

Receita Corrente Líquida - RCL (B) 12.942.010 14.180.429 16.756.495 18.582.357 20.815.917 21.902.408 25.504.557

DCL/RCL efetivo (A/B) 2,4384 2,2115 1,9660 1,8952 2,0332 2,0798 2,1349

DCL/RCL definido pela Resolução nº 40/01 1,7839 1,7352 1,6866 1,6379 1,5892 1,5406 1,4919Fonte: Relatórios anuais e Relatório de Gestão Fiscal de 2010 – Demonstrativo da Dívida Consolidada Líquida. DOC 30.03.11

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Em 31.12.10 a relação entre a dívida consolidada líquida (DCL) e a receita corrente líquida (RCL) foi de 2,1349, quando deveria ter chegado, no máximo, a 1,4919, encontrando-se fora da trajetória exigida pelo inciso II do art. 3º36 da Resolução nº 40/01 do Senado Federal.

Evolução dos Indicadores

No exercício de 2010, o índice efetivo (relação entre DCL e RCL) apresentou discreto acréscimo, conforme observado no gráfico a seguir:

Evolução dos Índices

Enquanto a dívida consolidada líquida aumentou expressivos 19,5% de 2009 para 2010, o aumento percentual da receita corrente líquida foi menor (16,5%), impactando no aumento do índice DCL/RCL (aumento de 2,6%). O aumento da dívida consolidada líquida decorreu principalmente da correção monetária referente ao IGP-DI, indexador do contrato de Refinanciamento com a União, o qual alcançou 11,3% em 2010.

36 Art.3º A dívida consolidada líquida dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ao final do décimo quinto exercício financeiro contado a partir do encerramento do ano de publicação desta Resolução, não poderá exceder, respectivamente, a: [...] II - no caso dos municípios: a 1,2 (um inteiro e dois décimos) vezes a receita corrente líquida, definida na forma do art.2º. Parágrafo único. Após o prazo a que se refere o caput, a inobservância dos limites estabelecidos em seus incisos I e II sujeitará os entes da Federação às disposições do art. 31 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Art.4º No período compreendido entre a data da publicação desta Resolução e o final do décimo quinto exercício financeiro a que se refere o art. 3º, serão observadas as seguintes condições: I - O excedente em relação aos limites previstos no art. 3º apurado ao final do exercício do ano da publicação desta Resolução deverá ser reduzido, no mínimo, à proporção de 1/15 (um quinze avo) a cada exercício financeiro; II - para fins de acompanhamento da trajetória de ajuste dos limites de que trata o art. 3º, a relação entre o montante da dívida consolidada líquida e a receita corrente líquida será apurada a cada quadrimestre civil e consignada no Relatório de Gestão Fiscal a que se refere o art. 54 da Lei Complementar nº 101, de 2000.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

DCL/RCL (A/B) DCL/RCL definido pela Resolução nº 40/01   

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Note-se que em 31.12.10 o contrato de Refinanciamento com a União representava 81% da dívida consolidada líquida, influenciando diretamente sua evolução.

A assunção da dívida da COHAB no valor de R$ 2,8 bilhões também contribuiu para o referido acréscimo.

Contrato de Refinanciamento com a União

O contrato estipula o pagamento da dívida em 360 prestações mensais e consecutivas, sem carência, calculadas com base na Tabela Price, observado o limite de dispêndio mensal de 1/12 (um doze avos) de 13% da Receita Líquida Real do Município.

A evolução do saldo do contrato, a partir do seu início até 31.12.10, está demonstrada no quadro seguinte:

Evolução do Saldo Devedor do Refinanciamento - 03.05.00 a 31.12.10 Em R$

2000 a 2009 2010 Acumulado até 31.12.10

Variação s/ Saldo Inicial

Saldo Inicial 11.261.073.310 38.500.623.990 11.261.073.310 - (+) correção monetária 17.291.897.267 4.218.111.827 21.510.009.095 191,01 (+) incorporação de juros 9.157.304.219 1.553.804.910 10.711.109.130 95,12 (+) acerto contábil 952.071.634 (1.686.169) 950.385.465 8,44 (-) amortização (161.722.441) (214.058.017) (375.780.458) (3,34) Saldo Final 38.500.623.990 44.056.796.542 44.056.796.542 291,23

Fonte: DEHAD - Demonstrativo da Dívida Fundada e Razão Analítico.

O crescimento (291,23%) apresentado pela dívida no período de 2000 a 2010 decorre, principalmente, da correção monetária calculada com base no IGP–DI, no montante de R$ 21,51 bilhões, e da incorporação de juros (9% a.a.), no valor de R$ 10,71 bilhões. Esses valores somados representam 73% do total do saldo devedor em 31.12.10.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Bilhõe

s

Principal (‐) Amortizações Correção Monetária Incorporação de Juros Acerto Contábil

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A amortização do principal, efetuada desde o início da vigência do contrato, corresponde a apenas 3,34% do saldo devedor inicial, tendo ocorrido nos pagamentos de 2000 a 2002, em dezembro de 2008 e em alguns meses de 2009 e 2010. O gráfico seguinte evidencia a desproporção dos juros pagos e a amortização efetiva em 2010:

Contrato de Refinanciamento - Juros e Amortização Pagos em 2010

Proposta para readequação da Dívida Pública

Em manifestação endereçada a este Tribunal datada de 24.03.11 a PMSP assim se posicionou: “Quanto à relação da Dívida Consolidada Líquida (DCL) e a Receita Corrente Líquida (RCL), estar acima do limite legal estabelecido, informamos que o IGP-DI- indexador do Contrato de Refinanciamento com a União – alcançou 11,31% no ano, impactando profundamente a Dívida Consolidada. O Prefeito Gilberto Kassab encaminhou ao Ministério da Fazenda uma nova proposta para renegociação desse Contrato, solicitando o recálculo da dívida por IGP-DI mais juros de 6% a.a, retroativo à data da assinatura do contrato e novo prazo para a amortização extraordinária de 20%. Após essa renegociação o Município propõe a substituição do indexador atual, IGP-DI para IPCA e taxa de juros de 3%a.a.. Não se vislumbra possibilidade de recondução da dívida do município à trajetória definida pela LRF, sem que a União aceite as mudanças necessárias no citado Contrato de Refinanciamento.”

Juros

Amortização

0,0 

0,5 

1,0 

1,5 

2,0 

2,5 

2010

Bilhõe

s

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5.12.2 - Resultado Nominal

O Resultado Nominal de R$ 8.904.062.221,66 em 2010 é superior ao limite máximo estabelecido na LDO, em inobservância ao artigo 9º da LRF37.

A meta de resultado nominal tem por objetivo medir a evolução da dívida fiscal líquida. No âmbito do Município de São Paulo, a meta constante da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2010 previu aumento de R$ 4.631.081.000 na Dívida Fiscal Líquida.

5.12.3 - Limite para Operações de Crédito e Garantias

Em 31.12.10, os totais das receitas com operações de crédito bem como o montante das garantias prestadas pela PMSP atendiam aos limites previstos no inciso I do art. 7º, no caput do art. 9º e no art. 10 da Resolução nº 43/01 do Senado Federal.

Limite das Operações de Crédito Em 2010, os totais das receitas com operações de crédito realizadas pela PMSP representaram apenas 0,08% da Receita Corrente Líquida, abaixo do limite de 16% previsto no inciso I do artigo 7º e no art. 10 da Resolução nº 43/01 do Senado Federal. Limite do Saldo Global das Garantias Concedidas Constata-se que o montante das garantias prestadas pela PMSP encontrava-se, em 31.12.10, abaixo do limite de 22% da Receita Corrente Líquida – RCL estabelecido no art. 9º caput da Resolução nº 43/01 do Senado Federal. Conforme nota explicativa, por meio do contrato de Confissão e Assunção de Dívidas, em 31.08.10, a PMSP assumiu a dívida da COHAB. Com isso, as garantias passaram de R$ 2.688.037.046,59 em 2009 para R$ 43.564.133,79 em 2010, e o percentual sobre a receita corrente líquida foi reduzido de 12,27% para somente 0,17%.

37 Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias.

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5.13 - PRECATÓRIOS JUDICIAIS Precatório é uma ordem judicial de pagamento de débitos da Fazenda Pública, devido por força de sentença transitada em julgado, conforme dispõe o artigo 100 da Constituição Federal. O saldo dos Precatórios Judiciais em 2010 alcançou a importância de R$ 14,5 bilhões, representando 23,4% do Passivo Permanente da Prefeitura.

Em milhares de R$ Exercício Precatórios (a) Evolução Passivo Permanente (b) Evolução % a/b

2006 6.784.561 100 41.721.743 100 16,2 2007 7.680.822 113 44.550.745 107 17,2 2008 9.620.700 142 50.659.040 121 19,0 2009 11.896.303 175 51.533.574 123 23,1 2010 14.497.264 213 61.934.208 148 23,4

Fonte: Balanço Patrimonial da PMSP

O exercício de 2010, sob a égide da Emenda Constitucional nº 62, de 09.09.2009, trouxe modificações nas obrigações com precatórios. A Emenda alterou o artigo 100 da Constituição Federal e acrescentou o artigo 97 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, instituindo regime especial de pagamentos a ser adotado pelos Estados, Distrito Federal e Municípios. Até que seja editada lei complementar sobre o assunto (§ 15 do art. 100), o pagamento de precatórios dos entes que estejam em mora com tais obrigações dar-se-á conforme o disposto no artigo 97 do ADCT.

O artigo 97 do ADCT estabeleceu que, para saldar os precatórios devidos, os pagamentos serão feitos mediante depósito em conta bancária especial administrada pelo Tribunal de Justiça, cabendo ao ente as seguintes opções: vinculação mensal de parte da receita corrente líquida (§ 1º, I) ou vinculação ao saldo total (§ 1º, II). O Município de São Paulo, conforme Decreto nº 51.105, de 11.12.09, optou pelo depósito mensal equivalente a 1/12 do valor correspondente a 1,5% da receita corrente líquida (§ 1º, I). � Quanto à destinação dos recursos, segundo estabelece o artigo 100, § 1º, da Constituição Federal, os créditos de natureza alimentar possuem preferência sobre os demais débitos e, dentre eles, terão preferência, segundo estabelece o artigo 100, § 2º, da Constituição Federal, aqueles “cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data da expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei”.

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5.13.1 - Regime especial de pagamentos – Emenda nº 62/09 a) Depósitos O Município de São Paulo efetuou os depósitos previstos no regime especial de pagamento estabelecido pela Emenda Constitucional nº 62/09.

Em 2010, o valor depositado em conta especial somou R$ 377,6 milhões, conforme demonstrado a seguir:

Em R$

Mês Base Receita Corrente

Líquida (a) 1,50% sobre RCL

(b) Depositado (1/12 de b)

dez/09 (*) 21.514.315.200,00 322.714.728,00 26.892.894,00 jan/10 21.704.783.298,76 325.571.749,78 27.130.979,12 fev/10 21.902.413.348,51 328.536.200,23 27.378.016,69 mar/10 22.234.364.972,02 333.515.474,58 27.792.956,22 abr/10 22.629.929.998,21 339.448.949,97 28.287.412,50 mai/10 23.001.625.960,40 345.024.389,41 28.752.032,45 jun/10 23.285.981.645,56 349.289.724,68 29.107.477,06 jul/10 23.599.414.624,96 353.991.219,37 29.499.268,28 ago/10 23.839.421.668,34 357.591.325,03 29.799.277,09 set/10 24.163.651.013,09 362.454.765,20 30.204.563,77 out/10 24.498.957.219,97 367.484.358,30 30.623.696,52 nov/10 24.719.691.250,25 370.795.368,75 30.899.614,06 dez/10 25.003.330.949,70 375.049.964,25 31.254.163,69

Total Depositado 377.622.351,45 Fonte: Demonstrativo de Cálculo Mensal (*) recolhido como DEA – despesas de exercícios anteriores em jan/10

O recolhimento foi efetuado sobre a receita consolidada, incluindo o IPREM e o Serviço Funerário, que também são devedores de precatórios, criando direitos e obrigações entre os entes envolvidos. No final de 2010, foi provisionado em conta redutora de Precatórios o montante correspondente aos depósitos da Prefeitura e a diferença foi lançada como um crédito a receber das autarquias no valor de R$ 1,7 milhão. Com a sistemática da Emenda nº 62/09, o total depositado pelo município junto ao Tribunal de Justiça deve ter a seguinte destinação, consoante Decreto Municipal nº 51.378/10 (alterado pelo Decreto Municipal nº 52.011/10): • 50% para o pagamento de precatórios em ordem cronológica de apresentação, respeitadas as preferências definidas nos §§ 1ºe 2º do artigo 100 da Constituição Federal; • 50% para o pagamento de acordos diretos com os credores, aprovados pela Câmara de Conciliação de Precatórios instituída na Procuradoria Geral do Município.

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Como reflexo das disposições legais vigentes, os precatórios podem ser de natureza alimentar ou de natureza não alimentar. O saldo de precatórios da Prefeitura ainda contempla as obrigações definidas em lei como de pequeno valor:

Em R$

Precatórios 2009 2010 ∆% Alimentares 5.933.205.586,15 7.870.320.734,39 32,6

Parcelados art. 78 4.816.838.206,26 5.460.677.705,36 13,3 Ofícios Complementares/Integrais 1.145.906.349,51 1.166.500.499,02 1,8

Não alimentares 5.962.744.555,77 6.627.178.204,38 11,1 Pequeno Valor 952.809,17 1.190.255,48 24,9

Total Geral (1) 11.896.902.951,09 14.498.689.124,25 21,8 (1) Saldos do Passivo Permanente e Restos a Pagar

Os precatórios de natureza alimentícia decorrem, principalmente, de ações promovidas por servidores contra o município. Os demais precatórios não enquadrados como alimentares são originários:

• do parcelamento previsto no artigo 78 do ADCT (pagamento em até dez

anos, de modo que os valores resultantes de ações ajuizadas até 31.12.99 estivessem quitados até o final de 2010);

• de desapropriações de imóvel residencial único do credor, para os quais o

prazo de parcelamento previsto no artigo 78 do ADCT é reduzido para dois anos (integrais);

• do pedido de complemento dos valores pagos no parcelamento previsto

artigo 33 do ADCT.

Até o início da vigência da Emenda 62/09, a Prefeitura havia saldado até a ordem cronológica nº 195/01 de natureza alimentar e, quanto aos parcelados, desde o vencimento inicial em 2001, a Prefeitura havia concluído o pagamento da 3ª parcela.

b) Utilização dos Depósitos efetuados pela Prefeitura

Em 2010, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo não efetuou quitações de precatórios com os recursos depositados pela Prefeitura. Em 15/03/2011, foi disponibilizada no site do referido Tribunal a lista de precatórios pendentes de pagamento, com ordem cronológica até o ano de 2009, contemplando Prefeitura Municipal de São Paulo, IPREM - Instituto de Previdência Municipal de São Paulo e Serviço Funerário do Município de São Paulo.

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Posteriormente, foi divulgada lista contemplando precatórios pagos em 31/03/2011 incluindo ordem cronológica e prioridades dos exercícios de 2001 e 2002. c) Acordos com credores No Município, foram convocados por meio do Edital 01/2011 da Câmara de Conciliação os titulares de créditos de natureza alimentícia do exercício de 2.001 (OCs 196/01 a 393/01), portadores de doenças graves, para apresentarem propostas de acordo direto (com deságio de 5%), sendo que o valor total a ser pago está limitado a R$ 100 mil por credor. Também foram convocados os titulares de créditos de precatórios de outras espécies do exercício de 1.996 (OCs 01 a 304/96), para apresentarem propostas de acordo direto (com deságio de 50 %), sendo que o valor total a ser pago está limitado a R$ 500 mil por credor. d) Alteração do percentual de depósito O percentual inicialmente adotado pela Prefeitura era o mínimo permitido, considerando o perfil da cidade de São Paulo (nível de governo, localização geográfica e o montante da dívida com precatórios consoante disposto art. 97, § 2º, II, b) e perdurou até 31.12.10 quando foi publicado o Decreto nº 52.064/10. A edição do novo decreto elevou o percentual para 2,55% da receita corrente líquida a partir de janeiro/11, visando atender a Resolução nº 115/2010 do Conselho Nacional de Justiça (alterada pela de nº 123). As resoluções editadas pelo Conselho Nacional de Justiça resultaram da constatação de que os depósitos mensais feitos por alguns municípios e estados em 2010, considerando o percentual de aporte mínimo, dificilmente saldariam as dívidas com precatórios em 15 anos (meta ideal proposta pela Justiça). No caso do Município de São Paulo, considerando o total depositado em 2010 (R$ 377 milhões), a dívida com precatórios seria paga em 28,9 anos. Com o novo percentual, a previsão é de que sejam depositados R$ 712 milhões, o que reduz em 10 anos o prazo para quitação:

Saldo devido em

R$ bilhão (1) Depósito em

R$ milhão Tempo Quitação

em anos 2010 10,7 377 28 2011 12,9 712(2) 18

(1) saldo de precatórios a pagar no início do exercício sem considerar novas inscrições e atualização monetária em exercícios subseqüentes

(2) previsão para o exercício

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De fato, a opção da Prefeitura pelo regime especial de pagamento de precatórios no percentual de 1,5% posicionou a municipalidade numa área de conforto: o desembolso do exercício de 2010 (R$389 milhões) representou uma economia de R$ 158 milhões sobre os valores do exercício anterior (R$ 547 milhões). Houve uma mudança no perfil da dívida que, de quase totalmente vencida (80%) passou para uma condição com vencimento médio de 18 anos.

5.13.2 - Requisitórios de pequeno valor

Houve descumprimento do prazo no pagamento de requisitórios de pequeno valor.

Os únicos precatórios cujos pagamentos mantiveram a fórmula anterior à edição da EC 062/09 são os de pequeno valor. Isto é, a Prefeitura continua a pagá-los diretamente no prazo de 90 dias, a partir da data da requisição expedida pelo juízo da execução. No âmbito do Município de São Paulo, o crédito de pequeno valor é definido pela Lei nº 13.179/01 e o limite é reajustado no início de cada exercício, sendo que para 2010 o valor definido foi de R$ 12.905,78, conforme Portaria Intersecretarial nº 001/10 - SNJ/SF. Durante o exercício foram pagos precatórios (empenhos e restos) de pequeno valor no total de R$ 11,3 milhões, superior em 8,5% aos pagamentos de 2009 (R$ 10,4 milhões). Com relação ao prazo, os exames efetuados indicaram que, dos 307 requisitórios de pequeno valor com pagamento devido entre janeiro e setembro de 2010, 128 excederam o limite de 90 dias38, indicando descumprimento na legislação.

5.13.3 - Execução orçamentária

O quadro a seguir apresenta a movimentação nas dotações orçamentárias de precatórios em 2010:

Em R$

Tipo Orçamento Inicial de 2009

Orçamento Inicial de 2010

Orçamento Atualizado

Valor Empenhado

Valor Pago

Pequeno Valor 7.900.000,00 1.697.246,00 12.845.864,00 12.148.415,24 10.723.010,89Alimentar 440.933.999,00 202.420.602,00 197.171.987,00 195.905.118,61 195.905.118,61Outras Espécies 381.637.164,00 168.490.151,00 182.590.151,00 181.717.232,84 181.717.232,84Total 830.471.163,00 372.607.999,00 392.608.002,00 389.770.766,69 388.345.362,34

Fonte: Relatório NovoSEO – Acompanhamento da Execução Orçamentária

38 Lei nº 13.179/01: Art. 3º - O crédito de pequeno valor não estará sujeito ao regime de precatórios e deverá ser pago, mediante depósito

judicial, no prazo de 90 (noventa) dias [...]

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O orçamento inicial de 2010, destinado ao pagamento de precatórios, apresentou uma redução de 55% sobre as verbas de 2009. A redução repercute a nova sistemática de pagamentos consagrada pela EC nº 62/09, em que os valores previstos consideraram que os depósitos mensais alcançariam R$ 371 milhões no exercício.

5.13.4 - Movimentação e regularidade da Contabilização

A contabilização da movimentação dos precatórios judiciais encontra-se regular, com as seguintes ressalvas:

- divergências na inscrição de ordens cronológicas do MOC (item a); - não foi providenciada a baixa dos precatórios que originaram seqüestros e que já se encontram resolvidos (item e).

Em 31.12.10, o total dos precatórios a pagar somava R$ 13 bilhões apresentando, após a movimentação do período, um aumento de R$ 2,26 bilhões ou 21,1% sobre o saldo do exercício anterior. A síntese da movimentação e o saldo a pagar nos exercícios de 2.009 e de 2.010 estão apresentados a seguir:

Em R$

Movimentação 2009 2010 ∆%

Saldo inicial (01.01) 9.620.700.771,19 11.896.302.994,51 23,7

Inscrição do MOC 1.529.176.838,72 1.341.472.553,79 (12,3) + Reversão de Restos a Pagar 9.306.612,74 599.956,58 (93,5) + Outros lançamentos 11.438.963,65 13.285.320,12 16,1 = Encargos com Precatórios Judiciais 1.550.946.114,29 1.355.357.830,49 (12,6) = Inscrições no exercício 1.550.946.114,29 1.355.357.830,49 (12,6)

+ Atualização Monetária 909.060.270,25 1.286.779.605,16 41,6

(-) Amortizações do Exercício (112.069.780,26) (10.723.010,89) (90,4)

(-) Amortizações de Exercícios Anteriores (9.191.595,32) (565.506,16) (93,8)

(-) Cancelamentos/Estorno de Restos (63.142.785,64) (29.888.123,23) (52,7)

= Saldo Final da Conta em 31.12 11.896.302.994,51 14.497.263.789,90 21,9 Ajustes (+) Restos a Pagar 599.956,58 1.425.404,35 137,6 (-) Pagamentos EC 62/09 - (375.788.002,41) - (-) Saldo de Seqüestros (1.164.368.938,96) (1.126.610.879,98) (3,2)

= Precatórios a Pagar em 31.12 10.733.133.968,71 12.996.290.311,86 21,1 Fontes: Razão Analítico

Para apuração do saldo efetivo dos precatórios a pagar cabem os seguintes ajustes: adição dos restos a pagar; subtração dos pagamentos efetuados pelo regime especial da EC nº 62/09 e subtração do total seqüestrado.

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a) Inscrições

Do total de R$ 1,3 bilhão, 98,9% referem-se ao MOC (Mapa Orçamentário de Credores) de 2010 recebido do Tribunal de Justiça e o restante a requisitórios de pequeno valor, precatórios recebidos da Justiça do Trabalho e reversão do saldo de restos a pagar. Os valores referentes ao MOC estão demonstrados a seguir:

Em R$ Tipos de Ações 2009 (a) 2010 (b) % b/a

Desapropriações 47.993.548,49 53.415.048,33 11,3 Outras Espécies 186.893.298,13 114.964.843,41 (38,5)

Subtotal 234.886.846,62 168.379.891,74 (28,3)

Alimentar 1.294.289.992,10 1.173.092.662,05 (9,3)

Total 1.529.176.838,72 1.341.472.553,79 (12,3)

Os exames, realizados por amostragem, evidenciaram que:

• houve inscrição em duplicidade da OC 206/10 (de natureza alimentar),

• não houve inscrição da OC 026/10 (de natureza alimentar),

• 25 OCs de outras espécies não foram inscritas. Neste caso, houve a regularização pelo Departamento Fiscal (FISC) no movimento de janeiro/11.

b) Atualização monetária

Em 2010 a atualização monetária dos precatórios a pagar alcançou R$ 1,28 bilhão, sendo 59,3% relativos aos precatórios de natureza alimentar.

c) Cancelamentos

Os cancelamentos são decorrentes de despachos judiciais, comunicados à PMSP por meio de ofícios recebidos do Tribunal de Justiça. Houve uma diminuição de 54,9% em relação a 2009, sendo que a parte mais significativa dessa movimentação refere-se às ações desapropriatórias (Ofícios Complementares), cujos beneficiários ingressaram com novo pleito, reclassificados em outra categoria de precatórios.

d) Amortizações

O total dos desembolsos com precatórios em 2010 alcançou a importância de R$ 389 milhões (amortizações e depósitos) e foi 28,8% menor que o do ano anterior (R$ 547 milhões em amortizações e valores seqüestrados).

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As amortizações corresponderam aos pagamentos dos créditos de pequeno valor (R$ 11,3 milhões). Os depósitos mensais junto ao Tribunal de Justiça, destinados ao regime especial da EC nº 62/09 no período (R$ 377,6 milhões), não resultaram em pagamento efetivo de precatórios no exercício de 2010, como já explicitado. No âmbito Patrimonial, tais depósitos foram registrados como conta redutora do passivo.

e) Seqüestros Permanecem registrados no Passivo Permanente os precatórios relacionados a seqüestros que já tiveram sua condição jurídica resolvida (cerca de R$ 300 milhões).

O maior destaque verificado em 2.010, no âmbito dos precatórios, foi a ausência de seqüestros. Tal mudança nos gastos da Prefeitura reflete a vigência dos dispositivos introduzidos pela Emenda Constitucional nº 62/09. Não poderá ocorrer seqüestro de valores, conforme dispõe o §13 do artigo 97 do ADCT, enquanto estiverem sendo efetuados depósitos pelo regime especial de pagamentos de precatórios, exceto em caso de liberação intempestiva dos recursos pela PMSP. Entre 2004 e 2010, os valores seqüestrados totalizaram R$ 1,1 bilhão, como evidenciou a movimentação da conta referente aos seqüestros.

5.13.5 - Controles

Os controles sobre precatórios mostraram-se adequados, ressalvado o apontado nos itens anteriores quanto ao prazo de pagamento de requisitórios de pequeno valor e quanto à regularidade da contabilização das inscrições e seqüestros. O Sistema de Controle e Cadastro de Precatórios encontra-se em um processo de consistência e ajustes para finalmente alcançar o resumo contábil da movimentação mensal dos precatórios.

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5.14 - OUTRAS DÍVIDAS DO PASSIVO PERMANENTE

As verificações e o acompanhamento dos respectivos registros mostraram que os controles são adequados e estão documentados em processos administrativos.

5.14.1 - Dívida com o INSS

O valor total da dívida com o INSS registrado no passivo permanente, em 31.12.10, encontra-se demonstrado no quadro a seguir:

Movimentação 2010 Em R$

Saldo 31.12.09

Atualização Monetária Amortização Acertos

Contábeis Saldo

31.12.10 Parcelamento - Contribuições Patronais 85.996.517 7.302.808 (9.510.188) - 83.789.137 Parcelamento - Retenções 16.892.942 1.364.342 (3.529.062) - 14.728.222

Total Lei nº 11.960/09 (a) 102.889.460 8.667.150 (13.039.250) - 98.517.359 Total TADF nº 60.178.723-4 (b) 202.407.532 12.039.865 (5.151.197) 741.686 210.037.886

Total Geral 305.296.992 20.707.014 (18.190.447) 741.686 308.555.245 Fonte: DEHAD/SF – Planilha Parcelamento de Débito / Razões Patrimoniais (a) Os saldos iniciais da Lei nº 11.960/09 são de setembro/09 e provisórios até a consolidação dos dados do pedido de parcelamento. (b) Anhembi,CET, PRODAM, SPTRANS, EMURB

Em relação a 31.12.09, o saldo da dívida com o INSS aumentou 1,1%, decorrente do balanceamento entre a atualização monetária do saldo devedor e das amortizações efetuadas. As verificações documentais e o acompanhamento dos respectivos registros mostraram que os controles são adequados e estão documentados em processos administrativos.

a) Lei Federal nº 11.960/09 Os dois novos parcelamentos, acolhidos pela Lei Federal nº 11.960/09, foram realizados em agosto/09. Aguarda-se, ainda, a consolidação dos dados do pedido, bem como o cálculo dos descontos das multas moratórias e as de ofício, e da redução dos juros de mora previstos na Lei. Os valores foram lançados como saldos provisórios.

b) Termo de Amortização da Dívida Fiscal

Refere-se ao Termo celebrado com o INSS em 2003, no montante de R$ 221,72 milhões, que abrange:

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− Débitos de diversas origens acumulados pelas autarquias, empresa pública e sociedades de economia mista municipais, alguns deles referentes a exercícios antigos, como 1986, 1990 e 1992.

− Contribuições não recolhidas entre 17.12.98 e 30.06.01 dos servidores ocupantes de cargos em comissão e dos servidores temporários da Administração Direta.

O saldo deste contrato em 31.12.10, R$ 210,0 milhões, apresentou crescimento de 3,8% em relação a 31.12.09. A prestação mensal é calculada com base em um percentual do montante repassado ao município de São Paulo referente ao Fundo de Participação dos Municípios – FPM retido pela Receita Federal. Desde o advento da Lei Federal nº 11.960/09 o percentual de retenção foi alterado de 7,24% para 4%.

5.14.2 - Parcelamento de Débito - PASEP

Esta conta registra o parcelamento de débito do PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) junto à Receita Federal, pactuado inicialmente em agosto/05, no montante original de R$ 101,38 milhões, referente a valores não recolhidos entre abril/03 e julho/05. Adicionalmente, com base na Medida Provisória nº 303/06 foi editada a Portaria Conjunta PGFN/SRF nº 002/06, e realizado novo pedido de parcelamento dos débitos, em 04.09.06, substituindo o anterior. O pedido de parcelamento foi deferido em março/2008. Em 2009, a Lei Federal nº 11.94139 autorizou novo parcelamento e a PMSP efetuou o pedido em setembro/09. Aguarda-se, ainda, a consolidação dos dados do pedido, enquanto os valores são lançados como saldos provisórios. Houve redução de 11,1% do saldo entre dez/09 e dez/10. Nesse período a PMSP efetuou os pagamentos do principal no montante de R$ 14,3 milhões, conforme demonstrado no quadro a seguir:

Parcelamento de débito do PASEP – Movimentação 2010 Em R$

Saldo em 31.12.09

Atualização monetária Amortização Acerto Contábil Saldo em

31.12.10 74.320.317,24 6.089.285,92 (14.292.908,16) (57.542,15) 66.059.152,85

Fonte: Razões Contábeis

39 Art. 1o Poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 (cento e oitenta) meses, nas condições desta Lei, os débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e os débitos para com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, inclusive o saldo remanescente dos débitos consolidados [...] no Parcelamento Excepcional – PAEX, de que trata a Medida Provisória no 303, de 29 de junho de 2006 [...].

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5.15 - DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

A Demonstração das Variações Patrimoniais está definida no artigo 104 da Lei nº 4.320/64.

Em R$

RESULTANTES DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA 29.847.321.986,71 RESULTANTES DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA 27.211.230.712,56RECEITAS CORRENTES 26.862.031.101,86 DESPESAS CORRENTES 21.260.072.888,77RECEITAS DE CAPITAL 2.740.602.666,11 DESPESAS DE CAPITAL 3.592.586.721,98DEDUÇÕES DA RECEITA CORRENTE (1.470.666.140,56)

TOTAL RECEITA ORÇAMENTÁRIA 28.131.967.627,41 TOTAL DESPESA ORÇAMENTÁRIA 24.852.659.610,75TRANSFERÊNCIAS ATIVAS TRANSFERÊNCIAS PASSIVAS REPASSE RECEBIDO 0,00 REPASSE CONCEDIDO 2.057.039.105,86TOTAL 0,00 TOTAL 2.057.039.105,86MUTAÇÕES PATRIMONIAIS MUTAÇÕES PATRIMONIAIS AQUISIÇÕES DE BENS MÓVEIS 102.619,20 COBRANÇA DA DÍVIDA ATIVA 273.290.996,33AQUISIÇÃO DE TÍTULOS E VALORES 755.122.959,00 EMPRÉSTIMOS CONTRATADOS EXTERNOS 17.976.831,51ALMOXARIFADO - AQUISIÇÕES 348 308 965 87 EMPRÉSTIMOS CONTRATADOS INTERNOS 1 809 231 21BENS A INCORPORAR 143.915.007,19 RECEBIMENTOS DE CRÉDITOS 8.454.936,90AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA FUNDADA 466.966.191,94 AMORTIZAÇÃO DE JUROS 938.616,10

TOTAL 1.715.354.359,30 TOTAL 301.531.995,95INDEPENDENTES DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA INDEPENDENTES DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA INSCRIÇÃO DA DÍVIDA ATIVA 1.930.847.652,97 CANCELAMENTO DA DÍVIDA ATIVA 1.215.965.180,73INSCRIÇÃO DE OUTROS CRÉDITOS 2.354.152.461,39 ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA NÃO FIN. - DIVERSOS 1.307.520.117,10CANCELAMENTO DE DÍVIDAS PASSIVAS 28.462.718,86 VARIAÇÕES ECONÔMICAS DIVERSAS 1.572.466.704,48REAVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS 812.913.417,32 BAIXA- BENS MÓVEIS E INDUSTRIAIS 805.054,59ALMOXARIFADO - ENTRADAS DIVERSAS 121.968.256,34 ALMOXARIFADO - BAIXAS 437.777.489,89ACRÉSCIMOS DA DÍVIDA ATIVA 5.338.199.868,54 ENCARGOS C/ PRECATÓRIOS JUDICIAIS 1.353.932.426,14ATUALIZAÇÃO MON. NÃO FINAN.- CRÉDITOS A REC. 22.323.008,04 CORREÇÃO MONETÁRIA DA DÍVIDA FUNDADA 4.293.578.226,22ATUALIZAÇÃO MON. NÃO FINANCEIRA - INTERNA 58.786.533,31 ANISTIA - DÍVIDA ATIVA 71.526.238,06VARIAÇÃO CAMBIAL NÃO FINANCEIRA - INTERNA 8.082.379,47 VARIAÇÃO CAMBIAL NÃO FINANCEIRA - INTERNA 7.069.426,99VARIAÇÃO CAMBIAL NÃO FINANCEIRA - EXTERNA 160.936.479,05 VARIAÇÃO CAMBIAL NÃO FINANCEIRA - EXTERNA 135.881.551,80ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DE RESSARCIMENTOS 12.074.747,74 PROVISÕES 508.133.947,31INCORPORAÇÃO DE BENS IMÓVEIS 183.566.792,55 ENCAMPAÇÃO DE DÍVIDAS PASSIVAS 2.805.693.355,28RESTOS A PAGAR - CANCELAMENTO 283.032.257,04 DIVERSOS 165.699.774,70EMENDA CONSTITUCIONAL 62/2009 377.548.092,58

DIVERSOS 68.628.399,35

TOTAL 11.761.523.064,55 TOTAL 13.876.049.493,29SUB-TOTAL DE VARIAÇÕES ATIVAS 41.608.845.051,26 SUB-TOTAL DE VARIAÇÕES PASSIVAS 41.087.280.205,85DÉFICIT VERIFICADO 0,00 SUPERÁVIT VERIFICADO 521.564.845,41TOTAL DE VARIAÇÕES ATIVAS 41.608.845.051,26 TOTAL DE VARIAÇÕES PASSIVAS 41.608.845.051,26Fonte: Balanço DEVARP 2010

A Demonstração das Variações Patrimoniais da PMSP (Administração Direta), referente ao exercício de 2010, foi elaborada em consonância com o anexo 15 da Lei Federal nº 4.320/64. Cabem, porém, os seguintes reparos:

- Deixaram de ser registrados nas contas de mutações patrimoniais passivas R$ 727,2 milhões resultantes da alienação de bens móveis, relacionados no Boletim da Receita da PMSP.

- As notas explicativas não contêm indicativos da origem e do destino dos recursos auferidos com a alienação dos bens móveis ocorridos no exercício.

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5.15.1 - Variações Ativas

a) Resultantes da Execução Orçamentária É composta da Receita Orçamentária arrecadada durante o exercício e das Mutações Patrimoniais, decorrentes da incorporação de elementos no Ativo Permanente e diminuições nas contas do Passivo Permanente, decorrentes de pagamentos.

Em R$ Variações Ativas Resultantes da Execução Orçamentária

2009 2010 ∆% Receita Orçamentária 23.095.272.269,20 28.131.967.627,41 21,8 Interferências Ativas - Repasses Recebidos 35.500.000,00 -- (100,0) Mutações Patrimoniais 1.074.296.865,13 1.715.354.359,30 59,7

Total 24.205.069.134,33 29.847.321.986,71 23,3 Fonte: Demonstração das Variações Patrimoniais da PMSP

O incremento de 23,3% no total das variações resultantes da execução orçamentária resulta, principalmente, do acréscimo de R$ 5 bilhões verificado na Receita Orçamentária, isto é, um aumento de 21,8% em relação ao exercício anterior. As mutações patrimoniais, igualmente, registraram um incremento de 59,7%, resultado do aumento do volume de Títulos e Valores (292,5%) adquiridos em 2010. A maior aquisição refere-se aos R$ 650 milhões destinados ao Metrô.

b) Independentes da Execução Orçamentária

Estas variações refletem os fatos que geraram superveniências ativas e/ou insubsistências passivas, independentes de autorização legislativa, ou seja, que não resultaram da execução do orçamento, mas que produzem alterações positivas no patrimônio.

Em R$ Variações Ativas Independentes da Execução Orçamentária

2009 2010 ∆% Inscrição da Dívida Ativa 1.151.755.874,30 1.930.847.652,97 67,6 Inscrição de outros créditos 618.779,52 2.354.152.461,39 Acréscimos da Dívida Ativa 4.249.962.685,92 5.338.199.868,54 25,6 Cancelamento – Restos a Pagar -- 283.032.257,04 Emenda Constitucional 62/2009 -- 377.548.092,58 Outras Contas 4.038.230.767,27 1.477.742.732,03

Total 9.440.568.107,01 11.761.523.064,55 24,6 Fonte: Demonstração das Variações Patrimoniais da PMSP

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O acréscimo de 24,6% nas variações ativas independentes da execução orçamentária da Prefeitura reflete, principalmente, a movimentação ocorrida na Dívida Ativa (Inscrição da Dívida Ativa e Acréscimo da Dívida Ativa). Em 2.010, as duas contas somadas corresponderam a 62% deste grupo de variações. Cabe destaque à Inscrição de Outros Créditos no montante de R$ 2,35 bilhões referentes aos direitos creditórios provenientes de transação efetuada com a COHAB envolvendo, em contrapartida, a encampação de suas dívidas, que adicionou o montante de R$ 2,8 bilhões ao Passivo da Prefeitura. O cancelamento de Restos (R$ 283 milhões), que até o exercício anterior era tratado como receita orçamentária, em 2010 passou a ser classificado como variação independente da execução orçamentária. Em 2010, os pagamentos destinados aos precatórios (R$ 377 milhões), percentual da receita líquida da Prefeitura depositados junto à Justiça (conforme a EC nº 62/09), foram registrados em conta retificadora do Passivo, com reflexos nas variações ativas.

5.15.2 - Variações Passivas

a) Resultantes da Execução Orçamentária É composta das Despesas Orçamentárias, empenhada durante o exercício e pelas Mutações Patrimoniais, decorrentes da desincorporação de elementos no Ativo Permanente e acréscimos de elementos no Passivo Permanente.

Em R$ Variações Passivas - Resultantes da Execução Orçamentária

2009 2010 ∆% Despesas Orçamentárias 21.493.351.739,72 24.852.659.610,75 15,6 Interferências Passivas - Repasses Concedidos 1.762.242.201,80 2.057.039.105,86 16,7 Mutações Patrimoniais 294.360.736,27 301.531.995,95 2,4

Cobrança da Dívida Ativa 266.602.733,07 273.290.996,33 2,5 Empréstimos contratados externos 15.137.359,63 17.976.831,51 18,8 Empréstimos contratados internos 2.690.000,00 1.809.231,21 (32,7) Recebimento de créditos 9.930.643,57 8.454.936,90 (14,9)

Total 23.549.954.677,79 27.211.230.712,56 15,5 Fonte: Demonstração das Variações Patrimoniais da PMSP O crescimento das Variações Passivas Resultantes da Execução Orçamentária (15,5%) resulta quase integralmente do crescimento que as despesas orçamentárias apresentaram (15,6%).

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As Mutações Patrimoniais em 2010 deixaram de refletir os valores referentes à alienação de bens. O Boletim da Receita acusa o ingresso de R$ 727,2 milhões a título de Alienação de Bens Móveis. Quase a totalidade deste valor corresponde à transação efetuada com o Banco do Brasil, visando a exclusividade de prestação de serviços, no valor de R$ 726 milhões. O restante refere-se à alienação de outros bens móveis. Tais valores deixaram de ser lançados nas contas patrimoniais e, portanto, não foram refletidos nas mutações patrimoniais passivas. A maior parte dos recursos auferidos com a contratação do banco, como previsto no art. 13 da Lei nº 15.089/09 (Lei Orçamentária para 2010) já foi aplicado no Metrô de São Paulo (R$ 650 milhões). Restaram pendentes de aplicação R$ 76 milhões. A falta de lançamento nas contas de Variações Patrimoniais infringiu o disposto no artigo 104 da Lei Federal nº 4.320/6440. Ademais, ao deixar de indicar a origem e o destino dos recursos auferidos com a alienação em tela, não atendeu o que estabelece o art. 50, VI, da LC nº 101/0041.

b) Independentes da Execução Orçamentária

As variações passivas independentes da execução orçamentária são oriundas de fatos que geraram insubsistências ativas e/ou superveniências passivas, independentes de autorização legislativa, ou seja, que não resultam da execução do orçamento, mas que produzem alterações negativas no patrimônio.

Em R$

Variações Passivas - Resultantes da Execução Orçamentária

2009 2010 ∆% Correção Monetária da Dívida Fundada 253.584.441,47 4.293.578.226,22 1.593 Variações econômicas diversas 1.422.407.379,42 1.572.466.704,48 10,5 Encampação de Dívidas Passivas - 2.805.693.355,28 - Encargos com Precatórios Judiciais 1.550.346.157,71 1.353.932.426,14 -12,7 Outras Contas 5.697.804.214,92 3.850.378.781,17 -32,4

Total 8.924.142.193,52 13.876.049.493,29 55,5 Fonte: Demonstração das Variações Patrimoniais da PMSP

40 Art.104 – A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício. 41 Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursos provenientes da alienação de ativos.

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O acréscimo de 55,5% reflete integralmente as variações provocadas pela movimentação da conta Empréstimos por Contratos Internos: a Correção Monetária da Dívida Fundada as Variações Econômicas Diversas e a Encampação de Dívidas Passivas. A Correção Monetária da Dívida Fundada apresentou um acréscimo de 1.593% como reflexo da incidência do IGP – DI, que acumulou 11,3% em 2010, bem acima dos outros índices inflacionários. Os R$ 4,3 bilhões de correção adicionados ao passivo da Prefeitura em 2010 evidenciam o efeito perverso do indexador imposto à dívida da Prefeitura, que já se aproxima dos R$ 50 bilhões. A Encampação de Dívidas Passivas (R$ 2,8 bilhões) refere-se à assunção da dívida da COHAB junto à União.

5.15.3 - Resultado Patrimonial

A movimentação das variações patrimoniais da PMSP (Administração Direta) em 2010 proporcionou um resultado patrimonial superavitário de R$ 521 milhões.

O Resultado Patrimonial integra o Saldo Patrimonial da Prefeitura que fica demonstrado no Balanço Patrimonial de encerramento do exercício. Segue, com base na apuração feita a partir das variações patrimoniais, comparação entre os exercícios de 2010 e 2009:

Em R$

RESULTADO PATRIMONIAL 2009 2010 ∆%

VARIAÇÕES ATIVAS Resultantes da Execução Orçamentária

Receita Orçamentária 23.095.272.269,20 28.131.967.627,41 21,8Interferências Ativas - Repasses Recebidos 35.500.000,00 -- (100,0)Mutações 1.074.296.865,13 1.715.354.359,30 59,7

Independentes da Execução Orçamentária 9.440.568.107,01 11.761.523.064,55 24,6Total 33.645.637.241,34 41.608.845.051,26 23,7

VARIAÇÕES PASSIVAS Resultantes da Execução Orçamentária

Despesa Orçamentária (21.493.351.739,72) (24.852.659.610,75) 15,6Interferências Passivas - Repasses Concedidos (1.762.242.201,80) (2.057.039.105,86) 16,7Mutações (294.360.736,27) (301.531.995,95) 2,4

Independentes da Execução Orçamentária (8.924.142.193,52) (13.876.049.493,29) 55,5

Total (32.474.096.871,31) (41.087.280.205,85) 26,5RESULTADO PATRIMONIAL (Superávit) 1.171.540.370,03 521.564.845,41 (55,5)

Fonte: Demonstração das Variações Patrimoniais da PMSP

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O resultado patrimonial apresentado no exercício de 2010, superavitário em R$ 521 milhões, apresentou uma redução de 55,5% sobre o resultado do exercício anterior. Essa redução resulta do comportamento das variações independentes da execução orçamentária que tiveram suas variações passivas aumentadas em 55,5%, enquanto as variações ativas cresceram apenas 24,6%.

5.15.4 - Resultado Patrimonial – Resumo O resultado patrimonial pode ser visto a partir das flutuações ocorridas nas contas patrimoniais. O quadro seguinte apresenta um resumo mostrando como as contas patrimoniais contribuíram na apuração do resultado de 2010. Resumo das Variações das Contas Patrimoniais de 2010 Em R$ milhões Contribuições para o Resultado

Dívida Ativa a Cobrar – Aumento 5.200,1 Direitos Creditórios – Inscrição e Atualização 2.366,0 Disponível – Aumento 1.675,2 Bens Imóveis - Aumento 994,4 Ações e Outros Valores - Aumento 755,1

Fatores Redutores do Resultado Empréstimos por Contratos Internos - Aumento (8.220,2) Encargos Decorrentes de Precatórios - Aumento (2.225,2) Outros Valores Ativos e Passivos (23,9)

Resultado Patrimonial 521,5 Fonte: Balanço Patrimonial e Demonstração das Variações Patrimoniais da PMSP

O demonstrativo evidencia a importância que a movimentação de duas contas tem no Resultado Patrimonial da Prefeitura: a Dívida Ativa como contribuição positiva (representa 47% dos valores positivos) e do outro lado, como contribuição negativa, os Empréstimos por Contratos (correspondendo a 78% dos valores negativos).

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5.16 - SALDO PATRIMONIAL

O Saldo Patrimonial da entidade corresponde à acumulação histórica dos resultados patrimoniais apurados nos balanços anuais. Pode também ser representado pela diferença ente o Ativo Real e o Passivo Real.

Em 2.010, o Saldo Patrimonial da Prefeitura representava um ativo real líquido de R$ 1,357 bilhão, conforme demonstrado a seguir:

Saldo Patrimonial Em R$

Ativo Real Líquido em 2009 835.993.094,65 Resultado Patrimonial em 2010 - Superávit 521.564.845,41

Saldo Patrimonial em 2010 - Ativo Real Líquido 1.357.557.940,06 Fonte: Balanço Patrimonial

O gráfico e o quadro seguintes demonstram a evolução do Saldo Patrimonial da Prefeitura de 2006 a 2010:

Em R$ Milhões

Em R$ mil

Exercício 2006 2007 2008 2009 2010 Saldo Patrimonial 161.675 353.240 (335.547) 835.993 1.357.558

Fonte: Balanços Patrimoniais

‐600

‐400

‐200

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

2006 2007 2008 2009 2010

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6 – EDUCAÇÃO 6.1 – Gastos Legais

Os Municípios devem aplicar, anualmente, 25%, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino, conforme disposto na Constituição Federal (CF) – artigo 21242. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em seu artigo 6943, prevê, ainda, que os Municípios devem aplicar, anualmente, 25% ou o que constar em suas Leis Orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público. A Lei Orgânica do Município de São Paulo (LOM), por sua vez, estabelece em seu artigo 20844, que o Município aplicará, anualmente, no mínimo 31% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental, da educação infantil e inclusiva. A Lei Municipal nº. 13.245/01 define as despesas que poderão ser consideradas no cômputo do percentual das receitas destinadas à educação, nos termos da Lei Orgânica do Município. Além das receitas oriundas de impostos e transferências, o Município recebe recursos do FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, instituído pela Lei Federal nº. 11.494/07. O FUNDEB atende ao ensino fundamental e à educação infantil, que são áreas de atuação prioritária dos Municípios45, e tem vigência de 14 anos, a partir do primeiro ano da sua implantação (2007).

42 A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. 43 A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público. 44 O Município aplicará, anualmente, no mínimo 31% (trinta e um por cento) da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental, da educação infantil e inclusiva. 45 Constituição Federal art. 211 parágrafo 2º.

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Cumpre observar que, em 2010, o Fundo foi plenamente implantado, atingindo 20% das receitas de impostos e transferências dos Estados e Municípios. O acompanhamento e controle social sobre a distribuição, transferência e a aplicação dos recursos do FUNDEB devem ser realizados pelos conselhos criados especificamente para esse fim. A Prefeitura do Município de São Paulo publicou, no DOC de 29.01.11, os demonstrativos de aplicação dos recursos na educação relativos ao exercício de 2010, a partir dos quais procedemos às análises com vistas a verificar o atendimento à legislação vigente. Foram realizadas auditorias com o objetivo de verificar a regularidade dos Gastos com Ensino – contabilização, legitimidade da documentação, controles e legalidade dos atos, sob O.S. nºs. 2010.01793.1 e 2010.01794.1, processo TC nº. 72.001.900.10*83.

6.1.1 – Tomada de Contas: Constituição Federal - 25% e Lei Orgânica do

Município - 31% a) Receitas consideradas

A receita considerada para efeito de cálculo do valor mínimo a ser aplicado no ensino fundamental, na educação infantil e na educação inclusiva totalizou R$ 20.964.979.329 segundo a publicação da PMSP e R$ 20.887.172.493 segundo a Auditoria, perfazendo uma diferença de 0,37%, ou seja, R$ 77.806.836. No exercício de 2010, a receita considerada para efeito de cálculo do valor mínimo a ser aplicado no ensino fundamental, na educação infantil e na educação inclusiva totalizou R$ 20.964.979.329 segundo a publicação da PMSP e R$ 20.887.172.493 segundo a Auditoria, perfazendo uma diferença de 0,37%, ou seja, R$ 77.806.836. Essa diferença decorre, principalmente, do fato de a PMSP ter efetuado reclassificações de receitas no período entre a publicação do Demonstrativo de Aplicação de Recursos na Educação (29.01.2011) e o relatório Balancete Mensal da Realização da Receita Orçamentária, disponível no Sistema NovoSEO em 24.02.2011. Tais reclassificações envolveram os seguintes valores:

(R$ 745.830) da rubrica “Receita Tributária a Classificar”;

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R$ 474.807.503 das rubricas relacionadas a Programas de Parcelamentos

Incentivados (PPI), utilizados para pagamento de impostos e taxas em atraso;

R$ 58.387.432 do Parcelamento Administrativo de Débitos Tributários (PAT);

R$ 523.818 do Parcelamento Especial para Ingresso no Simples Nacional (PISN).

A Auditoria considerou os valores constantes do Balancete Mensal da Realização da Receita Orçamentária já ajustados em função da reclassificação desses montantes para as rubricas próprias, zerando/alterando as rubricas citadas. Para efeito de cumprimento do artigo 212 da Constituição Federal, devem ser aplicados 25% do total das receitas consideradas, R$ 5.221.793.123, e para o cumprimento do artigo 208 da Lei Orgânica do Município (LOM), devem ser aplicados 31% dessas receitas, R$ 6.475.023.473.

b) Despesas consideradas

Em 2010, as despesas consideradas com Ensino Fundamental, Educação Infantil e Inclusiva somaram, pelos dados da PMSP, R$ 7.705.604.877 e, pelos dados da Auditoria, R$ 7.692.914.296, sendo R$ 6.725.533.567 nos termos constitucionais e R$ 967.380.729 de despesas inclusivas. As maiores despesas foram com Remunerações, Obrigações Patronais e Aposentadorias. Consideramos irregular o critério de rateio adotado para apropriação das despesas com Difusão Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, até que seja apresentado estudo detalhado a respeito do público atendido pelas bibliotecas municipais, de forma a justificar o percentual dos alunos da educação infantil e do ensino fundamental que frequentam tais unidades. As despesas consideradas na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental, educação infantil e inclusiva foram calculadas pela PMSP levando-se em conta seus valores empenhados e analisadas pela Auditoria com base nos valores liquidados e restos a pagar não processados, com disponibilidade financeira, conforme preceitua a Portaria STN nº. 559/07, que alterou a forma de elaboração do Anexo X - Demonstrativo das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino – MDE. A referida Portaria foi substituída pela Portaria STN nº. 462/09, aplicável a partir do exercício de 2010, que aprovou a 2ª edição do Manual de Demonstrativos Fiscais, cujo Anexo X também trata do

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demonstrativo de receitas e despesas com MDE, e manteve as pequenas alterações introduzidas pela Portaria STN nº. 577/08 que aprovou a 1ª edição do referido Manual para 2009.

Quadro 01 – Despesas com educação fundamental, infantil e inclusiva em R$

Despesas consideradas PMSP AUDITORIA

Empenhado Liquidado (A)

Restos não processados (B)

Total C = A + B

Ensino Fundamental e Educação Infantil 04 Administração 1.062.078 1.062.078 - 1.062.07804.331 Proteção e Benef.ao Trabalhador 1.062.078 1.062.078 - 1.062.07809 Previdência Social 1.428.315.202 1.415.036.940 13.278.261 1.428.315.20209.271 Previdência Básica 585.119.534 585.119.534 - 585.119.53409.272 Previdência do Reg. Estatutário 694.287.197 694.287.197 - 694.287.19709.331 Proteção e Benef. ao Trabalhador 148.908.471 135.630.210 13.278.261 148.908.47112 Educação 5.244.856.905 4.760.453.666 484.418.208 5.244.871.87512.122 Administração Geral 456.156.574 395.794.988 60.361.586 456.156.57412.126 Tecnologia da Informação 100.944.736 53.155.152 47.789.583 100.944.73612.128 Formação de Recursos Humanos 6.213.810 5.672.648 536.872 6.209.52112.361 Ensino Fundamental 2.277.371.898 2.074.616.129 202.755.769 2.277.371.89812.365 Educação Infantil 2.372.411.567 2.203.925.557 168.505.269 2.372.430.82612.367 Educação Especial 31.758.320 27.289.191 4.469.129 31.758.32026 Transporte 47.700.051 47.700.051 - 47.700.05126.453 Transportes Coletivos Urbanos 47.700.051 47.700.051 - 47.700.05128 Encargos Especiais 3.584.362 3.584.362 - 3.584.36228.841 Refinanciamento da Dív. Interna 3.584.362 3.584.362 - 3.584.362Despesas com Fundamental e Infantil (D) 6.725.518.597 6.227.837.097 497.696.470 6.725.533.567

Educação Inclusiva 08 Assistência Social 260.269.713 242.998.837 17.256.259 260.255.09608.242 Assist. ao Portador de Deficiência 7.999.694 7.277.749 721.945 7.999.69408.243 Assist.à Criança e ao Adolescente 252.270.019 235.721.088 16.534.314 252.255.40212 Educação 636.304.026 554.226.453 82.077.574 636.304.02612.122 Administração Geral 81.491.500 75.069.285 6.422.216 81.491.50012.126 Tecnologia da Informação 44.624.022 39.077.066 5.546.955 44.624.02212.306 Alimentação e Nutrição 288.034.362 221.306.157 66.728.205 288.034.36212.361 Ensino Fundamental 217.397.524 214.868.662 2.528.862 217.397.52412.366 Educação de Jovens e Adultos 4.756.619 3.905.283 851.336 4.756.61913 Cultura 12.690.935 - - -13.392 Difusão Cultural 12.690.935 - - -26 Transporte 70.821.606 70.821.606 - 70.821.60626.453 Transportes Coletivos Urbanos 70.821.606 70.821.606 - 70.821.606

Despesas com Inclusiva (E) 980.086.280 868.046.896 99.333.834 967.380.729

Despesas com Fundamental, Infantil e Inclusiva F = D + E 7.705.604.877 7.095.883.993 597.030.304 7.692.914.296

Fontes: PMSP – Demonstrativo de Aplicação de Recursos na Educação – Despesas – DOC 29.01.11; AUD – Acompanhamento da Execução Orçamentária (Sistema NovoSEO) e Sistema de Dados Orçamentários – TCMSP – Dezembro/2010.

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As diferenças entre os valores de despesas consideradas consistem, basicamente:

na divergência, no total de R$ 14.970, entre os números extraídos pela Auditoria do Sistema NovoSEO e os valores constantes dos demonstrativos publicados pela PMSP na Função 12 – Educação: Sub-Função 12.128 – Formação de Recursos Humanos e Sub-Função 12.365 – Educação Infantil;

na divergência, no valor de R$ 14.617, entre os números extraídos pela Auditoria

do Sistema NovoSEO e os valores constantes dos demonstrativos da PMSP na Função 08 – Assistência Social: Sub-Função 08.243 – Assistência à Criança e ao Adolescente;

em função de a Auditoria não ter considerado os valores (R$ 12.690.935) com a

Difusão Cultural (Projetos/Atividades 5961, 5981, 5982, 6384, 6387 e 6389), tendo em vista que consideramos irregular o critério de rateio adotado para apropriação desta despesa, pois não foi apresentado, pela SMC, estudo detalhado a respeito do público atendido pelas bibliotecas municipais, de forma a justificar o índice de 80% dos alunos da educação infantil e do ensino fundamental que frequentam tais unidades.

Cabe observar que, quanto às demais despesas, os valores apresentados como empenhados pela PMSP correspondem exatamente à soma dos valores liquidados e dos restos a pagar não processados encontrados pela Auditoria, já que em 31.12.10 havia disponibilidade financeira para seu pagamento. Em 2010, as despesas consideradas com as atividades da Educação Infantil e Fundamental alcançaram 98,19% do total liquidado mais restos a pagar não processados, com destaque para gastos com Remuneração, Obrigações Patronais e Aposentadorias (59,32%), Operação e Manutenção das escolas (19,65%), que representaram, aproximadamente, 79% do total das despesas. Os gastos com projetos representaram 1,76% e com operações especiais, 0,05%. Entre as despesas consideradas com as atividades da educação inclusiva, destacaram-se o Programa de Garantia de Renda Familiar Mínima (21,73%), Programas com Alimentação Escolar (29,77%), Ação Sócio-Educativa e Preventiva à Criança, Adolescente e Jovem (20,03%), Compensações Tarifárias – Outros Ensinos (7,32%), Administração dos Centros Educacionais Unificados (6,40%), Proteção Social Especial à Crianças, Adolescentes e Jovens (6,05%), Operação e Manutenção de Telecentros (4,37%). Com relação a projetos cabe destaque às despesas com Construção de Unidades Educacionais Integradas, com 0,46% do total.

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c) Cálculo dos percentuais

No exercício de 2010, o Município de São Paulo aplicou:

pelos dados da Auditoria, considerando as despesas liquidadas mais os restos a pagar não processados com disponibilidade financeira, o Município de São Paulo aplicou 27,44% da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e da educação infantil e 32,07% quando consideradas também as despesas com a educação inclusiva;

pelos dados publicados pela PMSP, que utiliza as despesas empenhadas, foram aplicados 27,34% da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e da educação infantil e 32,01% quando consideradas também as despesas com a educação inclusiva;

pelo enquadramento dado pelo SIOPE e pela STN, que exclui as despesas com inativos, foram aplicados 24,12% da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e da educação infantil e 28,75% quando consideradas também as despesas com a educação inclusiva, ensejando a aplicação ao Município de São Paulo das penalidades previstas no artigo 28 da Lei Federal nº. 11.494/2007 e no artigo 25, § 1º, inciso IV, alínea b da Lei Complementar nº. 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Os percentuais aplicados na educação estão no Quadro 02.

Quadro 02 – Apuração do percentual aplicado na Educação – CF 25% e LOM 31% em R$

CÁLCULO DOS PERCENTUAIS PMSP empenhado

AUDITORIA liq.+ restos não

processados Diferença

PMSP - AUD

Despesas com Ensino Fundamental e Educ.Infantil 6.725.518.597 6.725.533.567 (14.970) (-) Acréscimo com o FUNDEB 2010- aplicado 948.716.362 994.128.339 (45.411.977) (-) Adicional 2008 e 2009 - aplicado 45.410.938 - 45.410.938

A (=) Valor aplicado no Ensino Fundamental e Educação Infantil 5.731.391.297 5.731.405.228 (13.931)

B Receitas consideradas 20.964.979.329 20.887.172.493 77.806.836

A/B * 100 Percentual aplicado no Ensino Fundamental e Educação Infantil (Mínimo de 25%) 27,34% 27,44% (0,10)%

C Despesas com Educação Inclusiva 980.086.280 967.380.729 12.705.551B Receitas consideradas 20.964.979.329 20.887.172.493 77.806.836

C/B * 100 Percentual aplicado na Educação Inclusiva 4,67% 4,63% 0,04%

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CÁLCULO DOS PERCENTUAIS (continuação)

PMSP empenhado

AUDITORIA liq.+ restos não

processados Diferença

PMSP - AUD

Despesas com Ensino Fundamental e Educação Infantil e Inclusiva 7.705.604.877 7.692.914.296 12.690.581

(-) Acréscimo com o FUNDEB 2010 - aplicado 948.716.362 994.128.339 (45.411.977) (-) Adicional 2008 e 2009 - aplicado 45.410.938 - 45.410.938

D (=) Valor aplicado 6.711.477.577 6.698.785.957 12.691.620B Receitas consideradas 20.964.979.329 20.887.172.493 77.806.836

D/B * 100 Percentual aplicado no Ensino Fundamental, Infantil e Inclusiva (Mínimo de 31%) 32,01% 32,07% (0,06)%

Fontes: PMSP – Demonstrativo da Aplicação de Recursos na Educação – DOC 29.01.11. No exercício de 2010, a dedução realizada pela PMSP considerou o montante dos recursos adicionais no valor de R$ 994.127.300, sendo R$ 948.716.362 relativos ao acréscimo aplicado das transferências do FUNDEB de 2010 e R$ 45.410.938 relativos ao Adicional 2008 e 2009 aplicados. A Auditoria apurou valores diferentes em relação ao acréscimo do FUNDEB aplicado, R$ 994.128.339, e constatou que somente foram aplicados os recursos adicionais de 2010. A diferença entre os valores da PMSP e da Auditoria está explicado a seguir nos itens 6.1.2.a e 6.1.2.c. Em 2010, pelos dados da Auditoria, a PMSP aplicou 27,44% da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e da educação infantil e 32,07% quando consideradas também as despesas com a educação inclusiva. As diferenças observadas entre os percentuais apresentados pela PMSP e os apurados pela Auditoria são resultantes: da diferença entre o total de receitas apresentado pela PMSP e o apurado pela Auditoria, explicada no item 6.1.1.a; da divergência entre os valores de despesas apresentados pela PMSP e os apurados pela Auditoria, demonstrado no item 6.1.1.b; e dos ajustes de contabilização no acréscimo do FUNDEB, explicado a seguir no item 6.1.2.a. Cabe lembrar que, no exercício em que for observado o cancelamento de restos a pagar, relativos a exercícios anteriores, que impacte no não cumprimento dos percentuais mínimos, a parcela responsável pelo impacto será deduzida para efeito de cálculo dos percentuais do exercício em referência.

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Com base nas informações relativas a restos a pagar, disponíveis até 31.12.10, a Auditoria constatou que, embora tenham ocorrido cancelamentos, os percentuais mínimos de 2006 a 2009 foram cumpridos, não havendo, portanto, parcela a ser excluída. Por fim, conforme informaremos no item 6.1.1.d a questão dos gastos com inativos pode influenciar negativamente o alcance dos percentuais mínimos obrigatórios com Educação, conforme Quadro 03:

Quadro 03 – Apuração dos percentuais sem inativos em R$ CÁLCULO DOS PERCENTUAIS PMSP AUDITORIA

Despesas com Ensino Fundamental e Educação Infantil 6.725.518.597 6.725.533.567(-) Despesas com Inativos 693.626.428 693.626.428(=) Despesas com Ensino Fundamental e Educação Infantil Ajustadas 6.031.892.169 6.031.907.139(-) Total de Recursos Adicionais 994.127.300 994.128.339(=) Valor aplicado no Ensino Fundamental e Educação Infantil 5.037.764.869 5.037.778.800Receitas consideradas 20.964.979.329 20.887.172.493Percentual aplicado no Ensino Fundamental e Educação

24,03% 24,12%e Infantil (Mínimo de 25%)

Despesas com Educação Inclusiva 980.086.280 967.380.729Receitas consideradas 20.964.979.329 20.887.172.493Percentual aplicado na Educação Inclusiva 4,67% 4,63%

Despesas com Ensino Fundamental e Educação Infantil e Inclusiva Ajustadas 7.011.978.449 6.999.287.868(-) Total Recursos Adicionais 994.127.300 994.128.339(=) Valor aplicado 6.017.851.149 6.005.159.529Receitas consideradas 20.964.979.329 20.887.172.493Percentual aplicado no Ensino Fundamental e na Educação

28,70% 28,75%Infantil e Inclusiva (Mínimo de 31%) Fonte: Quadro 02 excluindo os inativos

Adotando-se o enquadramento dado pelo Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação - SIOPE e pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN para as despesas com inativos, os percentuais relativos ao ano de 2.010 passariam a ser os seguintes:

pelos dados da Auditoria, considerando as despesas liquidadas somadas aos restos a pagar não processados com disponibilidade financeira, o Município de São Paulo teria aplicado 24,12% da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e da educação infantil e 28,75% quando consideradas também as despesas com a educação inclusiva;

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pelos dados publicados pela PMSP, que utiliza as despesas empenhadas, teriam sido aplicados 24,03% da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e da educação infantil e 28,70% quando consideradas também as despesas com a educação inclusiva.

Cumpre informar, portanto, que os percentuais mínimos obrigatórios não seriam atingidos no encerramento do exercício, caso adotássemos o enquadramento dado pelo SIOPE e pela STN para as despesas com inativos, ensejando a aplicação ao Município de São Paulo das penalidades previstas no artigo 28 da Lei Federal nº. 11.494/200746 e no artigo 25, § 1º, inciso IV, alínea b da Lei Complementar nº. 101/0047 (Lei de Responsabilidade Fiscal), podendo ensejar até a rejeição das Contas do Executivo.

d) Inativos

Não foi realizado estudo para verificar a compatibilidade das funções dos servidores alocados no quadro dos inativos da Educação com esta área, contrariando a Lei Municipal nº. 13.245/01, em seu artigo 2º, parágrafo único, que dispõe que o Poder Executivo Municipal deveria promovê-lo, no prazo de 120 dias da promulgação da lei.

Destacamos que o Grupo de Estudo (TC nº. 72.002.292.08-09) instituído para avaliar, técnica e juridicamente, a exclusão das despesas com inativos da Educação do cômputo dos Gastos com a Manutenção e o Desenvolvimento do Ensino Municipal concluiu com base na Portaria STN nº. 559/2007, pela sua exclusão. O processo encontra-se pendente de julgamento. A PMSP vem apropriando as despesas com inativos utilizando rateio que considera a proporção dos gastos do pessoal ativo da Educação em relação ao gasto total do pessoal ativo da PMSP. No ano de 2010, os gastos considerados pela PMSP com os servidores inativos foram da ordem de R$ 693.626.42848.

46 Art. 28 O descumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Federal e do disposto nesta Lei sujeitará os Estados e o Distrito Federal à intervenção da União, e os Municípios à intervenção dos respectivos Estados a que pertencem, nos termos da alínea e do inciso VII do caput do art. 34 e do inciso III do caput do art. 35 da Constituição Federal. (g.n.) 47 Art. 25 Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. §1º São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias: IV – comprovação, por parte do beneficiário, de: b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde. (g.n.) 48 10,31% das despesas com Ensino Infantil e Fundamental.

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Devido à expressividade desses valores, é importante que, se incluídas, essas despesas sejam consideradas pelo seu valor efetivo, ou seja, que se identifique qual parcela do valor corresponde efetivamente à Educação. Nesse sentido, destacamos que há Determinação desta Corte de Contas para que a Prefeitura do Município de São Paulo:

“32. Cumpra o artigo 2º, parágrafo único, da Lei Municipal nº 13.245/01, referente ao rateio dos gastos com inativos para comprovação dos gastos com educação. (Determinação de 2004)"

A Lei Municipal nº. 13.245/01, em seu artigo 2º, parágrafo único, dispõe que o Poder Executivo Municipal deverá promover, no prazo de 120 dias, da promulgação da lei, estudo para verificar a compatibilidade das funções dos servidores alocados no quadro dos inativos da Educação com funções desta área. O texto legal tem por objetivo a apropriação dos gastos pelos valores efetivos dos proventos de aposentadoria dos servidores da Educação. Portanto, constata-se que o procedimento inadequado de rateio vem sendo utilizado na apuração dos gastos com o ensino desde 2002. Por outro lado, desde abril de 2007, constatamos a existência de relatórios da folha de pagamentos (emitido por SMG, atual SEMPLA) apresentando separadamente os gastos com inativos da educação. Atualmente, tais relatórios são gerados por meio do Sistema Integrado de Gestão de Pessoas e Competências (SIGPEC), entretanto, as informações deles constantes, ainda, carecem de ajustes para que os valores reais das despesas com inativos da educação sejam apurados. Sobre o assunto, destacamos que, por intermédio do Ofício nº. 370/2010/ SEMPLA.G, as Secretarias responsáveis (SME, SF e SEMPLA) informam que os estudos previstos na Lei Municipal nº. 13.245/01 ainda não foram satisfatoriamente concluídos em virtude das limitações dos mecanismos de informação disponíveis. Assim, ainda não foi atendida a recomendação para que a PMSP cumpra o artigo 2º, parágrafo único, da Lei Municipal nº. 13.245/01, referente ao rateio dos gastos com inativos para comprovação dos efetivos gastos com educação. Outro aspecto relativo às despesas com inativos da Educação é que, desde o exercício de 2001, em face do disposto no artigo 2º, IX, da Lei Municipal nº. 13.245/01 e da manifestação da Assessoria Jurídica de Controle Externo deste

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Tribunal, as despesas com inativos do quadro da educação têm sido consideradas na apuração do percentual aplicado na educação, estabelecido no artigo 212 da Constituição Federal (mínimo de 25%). Em 19.12.06, foi promulgada a Emenda Constitucional nº. 53, que alterou o artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Em 21.08.07, foi publicada a Portaria STN nº. 559/07 (substituída sem alterações significativas pela Portaria STN nº. 462/09), na qual foram introduzidos conceitos e interpretações importantes e relevantes na questão dos inativos. Em 2007, foram realizados encontros entre os Tribunais de Contas, com a participação de técnicos do Ministério da Educação e da Secretaria do Tesouro Nacional, que objetivaram a uniformização de procedimentos de auditoria e resultou na publicação da Portaria STN nº. 559/07, utilizada pela auditoria na análise dos Demonstrativos das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino – MDE. Tal fato implica relevantes alterações nas análises, como a possível não inclusão das despesas com inativos na apuração do percentual aplicado na educação (25%), em que pese o disposto na Lei Municipal nº. 13.245/01. A Portaria STN nº. 559/07 disciplina e regulamenta a “prestação de contas” dos recursos da educação com a seguinte fundamentação:

o Demonstrativo das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino evidencia os recursos públicos destinados à educação provenientes da receita resultante de impostos e das receitas vinculadas ao ensino, as despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino por vinculação de receita, acréscimos e decréscimos referentes às transferências do FUNDEB, o cumprimento dos limites constitucionais e outras informações;

o artigo 72 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê a

publicação dos relatórios expressos no artigo 165 da Constituição Federal (Relatório Resumido da Execução Orçamentária – bimestral) c/c o artigo 52 da Lei de Responsabilidade Fiscal;

constitui fator determinante para a elaboração do demonstrativo, o artigo 25, §

1º, inciso IV, alínea b da Lei de Responsabilidade Fiscal, que determina, como condição para o recebimento de Transferências Voluntárias por parte do ente da Federação, o cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e saúde.

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Em relação às despesas com inativos, a interpretação conjunta dos artigos 37 e 40 da Constituição Federal, com os artigos 70 e 71 da Lei nº. 9.394/96 e o artigo 22 da Lei Federal nº. 11.494/07 permite concluir que para fins de limite constitucional com manutenção e desenvolvimento do ensino deve-se considerar apenas as despesas destinadas à remuneração e ao aperfeiçoamento dos profissionais da educação que exerçam cargo, emprego ou função na atividade de ensino, excluindo-se as despesas que envolvam gastos com inativos e pensionistas, pois a lei faz distinção entre as espécies de rendimento: remuneração, proventos e pensões. Apenas a contribuição patronal do Regime Próprio de Previdência Social – RPPS referente ao pessoal ativo da área de educação deve ser considerada para fins do limite constitucional com manutenção e desenvolvimento do ensino49. Face à nova legislação, a Assessoria Jurídica de Controle Externo (AJCE) emitiu novo parecer no sentido da aplicabilidade dos preceitos insertos na Portaria STN nº. 559, de 21.08.07, e a consequente não inclusão dos gastos com inativos no cômputo das despesas consideradas, indicando que os preceitos da Portaria são passíveis de aplicação para exercícios seguintes. Desta forma, verifica-se que o Município de São Paulo, ao incluir as despesas com inativos no cálculo do limite constitucional fere o entendimento claramente exposto na Portaria STN nº. 559/07. Por ser um assunto extremamente importante, no Parecer do Relatório Anual de Fiscalização do Executivo do exercício de 2007, conforme Ata da 2.382ª Sessão Extraordinária publicada em 18.07.08, foi determinado à Subsecretaria de Fiscalização e Controle que instituísse um Grupo de Estudos para avaliar, técnica e juridicamente, a exclusão das despesas com inativos da Educação do cômputo dos Gastos com a Manutenção e o Desenvolvimento do Ensino Municipal, tendo presentes as orientações da Portaria nº. 559/07 da Secretaria do Tesouro Nacional e a Lei Municipal nº. 13.245/01. Assim sendo, foi autuado o TC nº. 72.002.292.08-09, no qual face aos estudos realizados, referido Grupo de Estudo concluiu pela exclusão das despesas com inativos da Educação do cômputo dos Gastos com a Manutenção e o Desenvolvimento do Ensino Municipal. O processo encontra-se pendente de julgamento.

49 Fonte: Portaria STN nº 559/2007 – pág. 64/67.

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Por fim, conforme já informado por meio dos Memorandos C-II Nº. 066/10, C-II Nº. 076/10 e C-II Nº. 081/10, ao verificarmos o cumprimento do artigo 3º da Portaria do Ministério da Educação nº. 844, de 8 de julho de 200850, constatamos que os dados constantes dos “Relatórios de Indicadores” dos exercícios de 2008 e 2009 disponibilizados no site do SIOPE, referentes à aplicação de recursos vinculados à Educação, diferem daqueles publicados no Diário Oficial da Cidade de São Paulo pela PMSP no Demonstrativo de Aplicação de Recursos na Educação, especificamente em relação ao percentual de aplicação das receitas de impostos e transferências vinculadas à Educação em MDE (mínimo de 25% para os municípios). Tal divergência, em suma, se deve ao fato de que o SIOPE não considera as despesas com aposentados e pensionistas (inativos) naquelas enquadradas como “Manutenção e Desenvolvimento do Ensino”. Nesses termos, para o sistema SIOPE não há cumprimento do percentual de 25%, previsto constitucionalmente. Assim, verifica-se que esta Coordenadoria tem apurado os gastos com educação com base na interpretação vigente da Lei Municipal nº. 13.245/01, e propôs, desde outubro/2008, com respaldo na Emenda Constitucional nº. 53 (que alterou o artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT), a alteração da interpretação da referida lei municipal e a consequente exclusão das despesas com inativos da Educação do cômputo dos Gastos com a Manutenção e o Desenvolvimento do Ensino Municipal. Como este assunto é de grande relevância e: 1) afeta diretamente a apuração dos percentuais constitucionais mínimos de aplicação dos recursos em Educação; 2) tendo em vista que este Tribunal anualmente emite “Certidão” a respeito do cumprimento do mínimo constitucional com a Manutenção e Desenvolvimento da Educação – MDE, apuramos os gastos com base na legislação municipal e também pelas regras do SIOPE e da STN, enquanto aguardamos o pronunciamento oficial desta Egrégia Corte, nos autos do TC nº. 72.002.292.08-09; e 3) demonstraremos, de forma destacada, o impacto dos gastos com inativos no cumprimento do percentual constitucional mínimo no item 6.1.1.c deste relatório.

50 Art. 3º A partir de 1º de janeiro de 2009 o preenchimento completo e atualizado do SIOPE [Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação] pelos Estados, Distrito Federal e Municípios será condição para a celebração de convênios e termos de cooperação com o Ministério da Educação ou Órgãos da administração indireta a ele vinculados. (g.n.)

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6.1.2 – Tomada de Contas: FUNDEB a) Cálculo do percentual aplicado em remuneração

Em 2010, 88,76% dos recursos do FUNDEB foram aplicados na remuneração dos profissionais do Magistério, contudo o atendimento ao artigo 60, inciso XII, do ADCT/CF fica condicionado à apresentação pela PMSP do relatório detalhado das despesas incluídas nas dotações de remuneração. Cumpre informar, todavia, que ainda não foi atendida a Recomendação para que a SME apure os valores gastos com seu quadro de pessoal de maneira que se possa conhecer o gasto efetivo com pessoal da SME (nos termos do artigo 22 da Lei Federal nº. 11.494/07), por cargos, unidades escolares, Diretorias Regionais de Educação, dentre outros, permitindo também a correlação com as dotações orçamentárias utilizadas para pagamento das remunerações (Recomendação 2007). Restou aplicar, ainda, R$ 8.581.761 do adicional referente aos recursos recebidos do FUNDEB em 2010 em despesas com o ensino fundamental e a educação infantil. Este saldo representa 0,35% do valor das receitas do FUNDEB e está dentro do limite estabelecido no parágrafo 2º do artigo 21 da Lei Federal nº. 11.494/07, que regulamenta a questão do Adicional do FUNDEB. Todavia, é impreterível que esses recursos sejam utilizados, ainda, no 1º trimestre de 2011, de acordo com a legislação retro mencionada. A aplicação dos recursos do FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação está prevista no ADCT, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº. 53/06, no artigo 60, inciso XII51. O artigo 22 da Lei Federal nº. 11.494/07 é mais detalhado, definindo inclusive o que se considera por “remuneração”, “profissionais do magistério da educação” e “efetivo exercício”. O artigo 9º da Lei Federal nº. 11.494/07 estabelece que, para efeito de distribuição de recursos, serão consideradas exclusivamente as matrículas presenciais efetivas, nos respectivos âmbitos de atuação prioritária. Por sua vez, os recursos também

51 Art. 60, inciso XII – proporção não inferior a 60% (sessenta por cento) de cada Fundo referido no inciso I do caput deste artigo será destinada ao pagamento dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício.

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deverão ser utilizados na sua totalidade no âmbito da atuação prioritária, segundo os artigos 60, inciso IV, do ADCT, e 21, § 1º, da Lei Federal nº. 11.494/07. O artigo 211, § 2º, da CF estabelece que “Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.” (grifo nosso) Os recursos dos Fundos serão utilizados em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no artigo 70 da Lei Federal nº. 9.394/96 (artigo 21, caput, da Lei Federal nº. 11.494/07). O quadro 04 demonstra os valores que compõem os recursos do FUNDEB e o montante a ser aplicado na educação básica:

Quadro 04 – Demonstrativo do FUNDEB em R$

ESPECIFICAÇÕES PMSP AUDITORIA diferença PMSP - AUD

Transferências da União 175.243.364 175.031.720 211.644 Transferências do Estado 2.268.788.365 2.269.000.010 (211.644)

A Valor recebido do FUNDEB (Rubricas) 2.444.031.729 2.444.031.729 - B Rendimentos de Aplicações Financeiras – FUNDEB 16.469.153 16.469.153 -

C=A+B Receita total do FUNDEB 2.460.500.882 2.460.500.882 -

FPM 25.114.555 25.113.525 1.030 ITR 137.883 137.883 - LC 87/96 7.102.306 7.102.306 - ICMS 1.068.148.451 1.068.148.442 9 IPVA 348.667.191 348.667.191 - IPI – EXPORTAÇÃO 8.621.434 8.621.434 -

D Total retido para o FUNDEB 1.457.791.820 1.457.790.781 1.039

E=C-D Acréscimo resultante das transferências do FUNDEB 1.002.709.062 1.002.710.101 (1.039)

Operação e Manutenção de EMEF (2842) 37.214.134 37.214.134 - Remuneração dos Profissionais do Magistério - EF (2858) 1.242.487.131 1.242.487.131 - Operação e Manutenção de EMEI (2837) 150.154.467 150.154.467 - Operação e Manutenção de CEI (2845) 80.592.587 80.592.587 - Remuneração dos Profiss. do Magistério - EMEI (2856) 939.786.900 939.786.900 - Remuneração dos Profissionais do Magistério - CEI (2867) 1.683.901 1.683.901 -

F Despesas com Educação Básica – fonte 04 2.451.919.121 2.451.919.121 -

Aplicação Recursos Saldo 2008/2009 45.410.938 - 45.410.938G Aplicação Recursos 2010 2.406.508.183 2.451.919.121 (45.410.938)

Aplicação Total 2.451.919.121 2.451.919.121 -

H=F-D Adicional Aplicado 994.127.300 994.128.339 (1.039)

Adicional Aplicado Saldo 2008/2009 45.410.938 - 45.410.938I Adicional Aplicado 2010 948.716.362 994.128.339 (45.411.977)

Total Adicional Aplicado 994.127.300 994.128.339 (1.039)

J=E-I Adicional a aplicar 2010 53.992.699 8.581.761 45.410.938 Adicional a aplicar 2008/2009 - 45.410.938 (45.410.938)

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FUNDEB – MÍNIMO DE 60%

ESPECIFICAÇÕES PMSP AUDITORIA diferença PMSP - AUD

C Receita total do FUNDEB 2.460.500.882 2.460.500.882 - K=60%*C Valor legal a ser aplicado 1.476.300.529 1.476.300.529 -

Remuneração dos Profissionais do Magistério - EF (2858) 1.242.487.131 1.242.487.131 - Remuneração dos Profiss. do Magistério - EMEI (2856) 939.786.900 939.786.900 - Remuneração dos Profissionais do Magistério - CEI (2867) 1.683.901 1.683.901 -

L Total da Remuneração dos Profissionais do Magistério 2.183.957.932 2.183.957.932 -

M=L/C Percentual aplicado 88,76% 88,76% - Fontes: PMSP - Demonstrativo Aplicação de Recursos do FUNDEB - DOC 29.01.11; Auditoria – Valores apurados As diferenças de R$ 211.644, verificadas nas rubricas de “Transferências da União” e “Transferências do Estado”, referem-se à inversão de contabilização no exercício de 2009 do código SAF (Sistema de Administração Financeira) nos Recibos de Recolhimentos entre União e Estado. Os ajustes necessários foram efetuados no exercício de 2010 e não alteraram o valor total recebido (letra A). Já as diferenças verificadas no acréscimo das transferências do FUNDEB e no adicional aplicado são decorrentes de ajustes de contabilização nas deduções do ICMS e FPM de 2009, no valor de R$ 1.039. Apesar dessas diferenças verificamos que o cálculo das deduções está correto.

Em síntese, para o exercício em análise, pelos dados da Auditoria:

a PMSP recebeu R$ 2.444.031.729 do FUNDEB e contribuiu com R$ 1.457.790.781 para o Fundo. Considerando-se também os rendimentos contabilizados de aplicações financeiras, no total de R$ 16.469.153, o acréscimo resultante das transferências do FUNDEB foi de R$ 1.002.710.101;

o percentual aplicado na remuneração dos profissionais do magistério atingiu

88,76%, contudo o atendimento ao artigo 60, inciso XII, do ADCT/CF fica condicionado à apresentação pela PMSP do relatório detalhado das despesas incluídas nessas dotações;

restou aplicar, ainda, R$ 8.581.761 do adicional referente aos recursos recebidos

do FUNDEB em 2010 em despesas com o ensino fundamental e a educação infantil. Este saldo representa 0,35% do valor das receitas do FUNDEB e está dentro do limite estabelecido no parágrafo 2º52 do artigo 21 da Lei Federal nº. 11.494/07, que regulamenta a questão do Adicional do FUNDEB. Todavia, é impreterível que esses recursos sejam utilizados, ainda, no 1º trimestre de 2011, de acordo com a legislação retro mencionada.

52 Art. 21. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício financeiro em que lhes forem creditados, em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (...) § 2º. Até 5% (cinco por cento) dos recursos recebidos à conta dos Fundos, inclusive relativos à complementação da União recebidos nos termos do § 1º do art. 6º desta Lei, poderão ser utilizados no 1º (primeiro) trimestre do exercício imediatamente subsequente, mediante abertura de crédito adicional.

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Quanto aos gastos com pessoal, informamos que há Recomendação no Parecer das Contas do Executivo, a qual transcrevemos a seguir:

“Que a Prefeitura do Município de São Paulo 18. Apure os valores gastos com seu quadro de pessoal de maneira que se possa conhecer o gasto efetivo com pessoal da SME, por cargos, unidades escolares, Diretorias Regionais de Educação, dentre outros, permitindo também a correlação com as dotações orçamentárias utilizadas para pagamento das remunerações. (Recomendação de 2007)”

Conforme Ofício nº. 096/2011-SME/AJ, os estudos com vistas a atender a referida recomendação foram iniciados, uma vez que a Administração Municipal não conta com um sistema pronto que possa obter os dados com gastos de pessoal da forma preconizada, todavia não determinou prazo para conclusão. Desse modo, permanece não atendida a citada recomendação.

b) Conselho do FUNDEB

Os pareceres do Conselho do FUNDEB não atendem plenamente ao preconizado na legislação, notadamente quanto: a) ao acompanhamento e controle da repartição, transferência e aplicação dos recursos, especialmente quanto à aplicação mínima de 60% com a remuneração dos profissionais do magistério e o exame dos registros contábeis e demonstrativos gerenciais; e b) à supervisão do Censo Escolar. Portanto, houve infringência aos incisos I, VI e VII do artigo 7º da Lei Municipal nº. 14.666/08.

O Conselho do FUNDEB não havia encaminhado, até o encerramento desta auditoria, o parecer relativo ao exercício de 2010 a este Tribunal de Contas. O acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos dos Fundos serão exercidos pelos Conselhos do FUNDEB, conforme estabelece o artigo 24 da Lei Federal nº. 11.494/07. As prestações de contas dos recursos do FUNDEB, por sua vez, devem ser apresentadas ao Poder Executivo Municipal em até 30 dias antes do vencimento do prazo para prestação de contas ao Tribunal e devem ser instruídas com parecer do Conselho responsável, de acordo com o disposto no artigo 27, parágrafo único, da Lei Federal nº. 11.494/07.

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No Município de São Paulo, o Conselho do FUNDEB foi criado por meio da Lei Municipal nº. 14.666, de 10.01.08. O Regimento Interno foi aprovado em 22.09.08, sendo publicado no DOC em 10.12.08. O Conselho do FUNDEB elaborou relatório sobre a aplicação dos recursos do fundo referente ao exercício de 2007, somente em 16.09.09. Referido trabalho trouxe uma série de recomendações, as quais já foram objeto de análise e comentários no TC nº. 72.002.193.09-08, que cuidou dos Gastos com Educação do exercício de 2009. Já os relatórios sobre a aplicação dos recursos do fundo referentes aos exercícios de 2008 e 2009 foram encaminhados ao Tribunal em 2010, atendendo à Determinação nº. 27 de 2009, abaixo transcrita.

“27. Que o Conselho do FUNDEB do Município de São Paulo conclua os pareceres sobre as prestações de contas dos recursos do FUNDEB, relativos aos exercícios de 2008 e 2009, até o 1º semestre de 2010, enviando, a seguir, cópia a este Tribunal (Determinação 2009)”.

Constata-se evolução dos procedimentos adotados pelo Conselho do FUNDEB, uma vez que os relatórios relativos aos exercícios de 2007, 2008 e 2009 foram concluídos e encaminhados a este Tribunal. Entretanto, verifica-se que os pareceres do Conselho ainda não atendem plenamente ao preconizado na legislação, notadamente quanto: a) ao acompanhamento e controle da repartição, transferência e aplicação dos recursos, notadamente quanto à aplicação mínima de 60% com a remuneração dos profissionais do magistério e o exame dos registros contábeis e demonstrativos gerenciais; e b) à supervisão do Censo Escolar. Portanto, houve infringência aos incisos I, VI e VII do artigo 7º da Lei Municipal nº. 14.666/08. Requisitamos à SME cópia do parecer do Conselho do FUNDEB relativo ao exercício de 2010. A Secretaria, por meio do Ofício nº. 115/2011 – SME/AJ, respondeu à nossa requisição, entretanto não forneceu o referido relatório. O Conselho do FUNDEB, por meio do Ofício nº. 003/2011-CACS-FUNDEB, informou que o Parecer sobre as contas do FUNDEB ainda não foi elaborado, descumprindo o artigo 27, parágrafo único, da Lei Federal nº. 11.494/07, quanto ao prazo de encaminhamento do parecer.

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c) Adicional de 2008 e 2009

O Adicional do FUNDEB 2009 e 2008, no montante de R$ 45.410.938, não foi utilizado em 2010, contrariando o disposto no parágrafo 2º do artigo 21 da Lei Federal nº. 11.494/07. O saldo do FUNDEB transferido do exercício de 2009 para 2010 foi de R$ 45.410.938, sendo R$ 6.640.192 do Adicional de 2008 e R$ 38.770.746 do Adicional de 2009. Na publicação dos gastos com o FUNDEB, a PMSP informa aplicação dos recursos do Adicional FUNDEB 2009 e 2008 (R$ 45.410.938) no exercício de 2010. Por outro lado, a Auditoria constatou que não foi aberto crédito adicional com recursos do FUNDEB para aplicação do referido saldo, contrariando o disposto no parágrafo 2º do artigo 21 da Lei Federal nº. 11.494/07. A aplicação dos recursos no valor de R$ 45.410.938 refere-se à aplicação do Adicional do FUNDEB 2010, diminuindo o valor de R$ 53.992.699, publicado pela PMSP, para R$ 8.581.761. Portanto, o valor total do Adicional não aplicado é de R$ 53.992.699 a ser utilizado impreterivelmente no 1º trimestre do exercício de 2011, conforme disposto no parágrafo 2º do artigo 21 da Lei Federal nº. 11.494/07.

6.1.3 – Publicação dos Demonstrativos

Os Demonstrativos das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino – MDE foram publicados nos prazos legais estabelecidos, mas não seguem a formatação proposta pela Portaria STN nº. 462/09 (que substituiu a Portaria STN nº. 559/07), especificamente no tocante à evidência da disponibilidade financeira vinculada à educação e ao demonstrativo que indique a movimentação financeira do FUNDEB.

Os Demonstrativos das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento de Ensino – MDE foram publicados nos prazos estabelecidos na LOM – artigo 209 (trinta dias após o encerramento do semestre) e na LDB – artigo 72 (trinta dias após o encerramento do bimestre). Quanto à publicação dos demonstrativos, destacamos a existência de Determinação de 2007, no sentido de que a:

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“Prefeitura do Município de São Paulo 2. Publique, em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação, os Demonstrativos das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino nos moldes da Portaria STN 559/07, especificamente no tocante à indicação das despesas consideradas pelos valores liquidados e de restos a pagar não processados, explicitação da disponibilidade financeira vinculada à educação e demonstrativo que indique a movimentação financeira do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB. (Determinação de 2007)”

Observamos que, a partir de janeiro de 2010, a PMSP passou a publicar tanto os valores empenhados quanto os liquidados no Demonstrativo da aplicação dos recursos na Educação. Entretanto, o cálculo dos percentuais aplicados ainda considera, apenas, os valores empenhados. Desse modo, permanece o apontamento efetuado pela Auditoria, em razão da divergência de critérios adotados: a) PMSP – valores empenhados; e b) Auditoria – valores liquidados e restos a pagar não processados com disponibilidade financeira. Portanto, a publicação da PMSP não segue a formatação proposta pela Portaria STN nº. 462/09 (que substituiu a Portaria STN nº. 559/07), especificamente no tocante à evidência da disponibilidade financeira vinculada à educação e ao demonstrativo que indique a movimentação financeira do FUNDEB.

6.1.4 – Eficácia dos Controles

Os controles exercidos sobre os gastos com a Educação necessitam ser aperfeiçoados, proporcionando maior transparência dos dados, tendo em vista que as despesas mais significativas envolvem “Pagamentos/ Vencimentos dos profissionais que atuam na Educação”, quer sejam, ativos ou inativos, e em ambos os casos, não há Relatórios/Demonstrativos que suportem os valores publicados, não cumprindo determinação deste Tribunal. Carecem ainda de ajuste o critério de rateio utilizado para a apropriação dos gastos com Difusão Cultural da Secretaria Municipal de Cultura e a utilização do saldo dos recursos do FUNDEB, no exercício seguinte, dentro do prazo legal.

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Necessário se faz que a PMSP ultime a elaboração de Relatórios/ Demonstrativos que suportem os valores publicados no Demonstrativo de Aplicação de Recursos na Educação, oferecendo transparência aos gastos, pois:

as despesas com Pagamentos/Vencimentos dos profissionais que atuam na Educação, quer sejam, ativos ou inativos, representam, aproximadamente, 60% dos gastos;

60% das aplicações, para efeito de cumprimento das regras do FUNDEB,

devem corresponder a despesas com remuneração dos profissionais do magistério e para tanto devem ser atendidos os conceitos de: quem é considerado profissional do magistério, remuneração, efetivo exercício, nos termos da legislação vigente;

os valores correspondentes às despesas com “Remuneração dos

profissionais que atuam na Educação” são utilizados para estabelecer critérios de rateio de várias despesas computadas nos gastos com educação;

a PMSP não informa o detalhamento dos dados publicados com

“Remuneração dos profissionais que atuam na Educação” e em auditorias anteriores verificou-se a inconsistência dos valores.

Salientamos que constam determinações/recomendações deste Tribunal, porém não atendidas. São elas:

18) Apure os valores gastos com seu quadro de pessoal de maneira que se possa conhecer o gasto efetivo com pessoal da SME, por cargos, unidades escolares, Diretorias Regionais de Educação, dentre outros, permitindo também a correlação com as dotações orçamentárias utilizadas para o pagamento das remunerações (Recomendação de 2007). 33) Dê continuidade, em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação, às medidas visando ao cumprimento do disposto no parágrafo único do artigo 2º da Lei Municipal 13.245/01, quanto à vinculação de servidores inativos à Pasta da Educação, para fins de rateio de suas despesas nos gastos com educação (Determinação de 2005). 36) Que a SME proceda para que o Sistema Integrado de Gestão de Pessoas e Competências – Sigpec seja adequado em relação à atribuição de aulas e readaptações e passe a realizar o cálculo dos pagamentos efetuados aos profissionais da educação relativos ao Fundeb de forma a propiciar transparência na aplicação dos recursos (Recomendação de 2009).

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Consignamos, ainda, que a não elaboração de “Relatórios/Demonstrativos” transparentes poderá ensejar a não aceitação dos valores publicados nos termos da exigência Constitucional. Por fim, carecem ainda de ajuste o critério de rateio utilizado para a apropriação dos gastos com Difusão Cultural da Secretaria Municipal de Cultura e a utilização do saldo dos recursos do FUNDEB, no exercício seguinte, dentro do prazo legal, conforme comentado nos itens 6.1.1.b e 6.1.2.a.

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6.2 – Função Educação

6.2.1 – Introdução

A função Educação é exercida em consonância com a Constituição Federal; com os preceitos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (Lei Federal nº 9.394/96), as diretrizes do Plano Nacional de Educação - PNE (Lei Federal nº 10.172/01) e o Plano Plurianual – PPA de 2010-2013 (Lei nº 15.090/2009). O Município de São Paulo atua prioritariamente na Educação Infantil (EI) e no Ensino Fundamental (EF), detendo uma pequena participação no Ensino Médio (EM). A grandeza da Rede Municipal de Ensino (RME) pode ser retratada por seus números. Compreende o contingente considerável de 3.008 escolas, sendo 1.437 escolas públicas diretas e 1.571 conveniadas. Ao final do exercício de 2010, as unidades escolares comportavam 981.912 alunos, dentre eles, 418 mil da Educação Infantil e 478 mil do Ensino Fundamental. O quadro de pessoal conta com 61.872 profissionais do magistério e 23.714 técnicos de apoio à área de educação.

No exercício de 2010 foram empenhados na função Educação R$6,19 bilhões, representando um acréscimo de aproximadamente 12,5% em relação ao ano de 2009. Em termos de programas de governo, a Educação Infantil e o Ensino Fundamental receberam a aplicação de quase 75% dos recursos do exercício. As despesas com “Remunerações dos Profissionais do Magistério – EF, EMEI e CEI”, por sua vez, absorveram perto de 42% dos valores empenhados de 2010. No quadriênio 2007-2010 ocorreu um aumento na aplicação de recursos empenhados na Função Educação da ordem de R$1,7 bilhão, representando um acréscimo de aproximadamente 37%. No entanto, o número de matriculados na Rede Municipal de Ensino foi reduzido em 79.030 no período. O custo médio por aluno/ano passou de R$ 4.257,74 em 2007 para R$ 6.309,61 em 2010, representando um aumento de 48% no custo por aluno. Todavia, esse investimento não se reflete, qualitativamente, na pontuação mínima considerada adequada à série.

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Os recursos vinculados disponíveis totalizaram, em 2010, R$ 524 milhões, dos quais R$ 147 milhões correspondem a saldo oriundo de exercício anterior e R$ 377 milhões do próprio exercício, originados de transferências federais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação–FNDE. Foram empenhados R$ 258 milhões, principalmente, em programas de Alimentação Escolar. Dos recursos vinculados recebidos, R$ 156 milhões permaneceram nos cofres públicos sem utilização, sendo R$ 121 milhões referentes a QESE e R$ 34 milhões ao PNAE (valor próximo a R$ 21 milhões deverá ser aplicado na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar). Em 2010 teve início o novo Plano Plurianual (PPA 2010/2013) que incorporou inovações da Agenda 2012, lançada em 31.03.2009, e que apresenta as diretrizes do governo, seus programas e objetivos, composto por ações e suas respectivas metas físicas e financeiras. Cada um dos programas, por sua vez, é acompanhado por indicadores de desempenho-efetividade, os quais permitem medir quanto dos objetivos estipulados foram atingidos, avaliando, assim, o impacto do conjunto de ações na sociedade. Das 65 metas relativas à Função Educação, estabelecidas no PPA 2010/2013, 34 foram atingidas, 30 não foram atingidas e 1 não pode ser avaliada devido a erro no registro da previsão. Dentre as metas não atingidas (46%), algumas tiveram como motivação o fato de terem sido mal planejadas, como no caso das construções e reformas, que desconsideraram questões relativas à disponibilidade de terrenos, meio ambiente e demanda por escolas, e outras, por ter havido mudanças na política relativa ao programa, congelamento de recursos orçamentários, dentre outros. Essas causas se repetem ao longo dos anos. Ressaltamos o grande número de metas previstas no PPA para os quais a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que os dados registrados não eram os corretos. A avaliação das metas financeiras ficou prejudicada pelo fato de que não foi informada a correlação existente entre meta física e financeira, e a avaliação e monitoramento do PPA por meio dos indicadores depende da conclusão dos serviços contratados junto à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).

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A análise amostral das ações relativas à função Educação, realizadas durante o exercício de 2010, demonstra que todo o processo de desenvolvimento da Educação apresenta pontos sensíveis na sua execução. A fim de fornecer uma visão geral da Educação, segmentamos em três macro-temas, cada um dos quais demonstra uma extensa relação de desafios e problemas a serem solucionados: a Qualidade do Ensino que aborda fatores que podem afetar esse objetivo, os Insumos que suportam diretamente o desenvolvimento da Educação e a Proteção Social que abrange o conjunto de ações e/ou problemas existentes em virtude das carências sociais. A totalidade dos programas e ações que receberam análise por parte deste Tribunal, em qualquer dos macro-problemas, apresentaram deficiências relacionadas ao planejamento, acompanhamento, fiscalização e apuração de indicadores que revelem os resultados alcançados. Tais problemas ocorrem principalmente devido a:

Ausência de uma política adequada de administração de pessoal, principalmente em relação ao preenchimento dos módulos de pessoal de apoio e de professores substitutos, e também em relação às faltas e à movimentação constante do professor durante o ano letivo;

Ausência de uma ação efetiva para a adequação física das escolas nos moldes exigidos pela legislação, visando ao atendimento dos alunos de inclusão;

Falta de procedimentos instituídos para planejar, acompanhar e fiscalizar os programas e ações, de maneira a certificar o que deve ser contratado ou conveniado, como, quando, em que quantidade, e se os serviços/fornecimentos contratados ou conveniados estão sendo executados conforme as cláusulas pactuadas;

Baixo investimento na capacitação dos professores, elemento fundamental para a melhora da qualidade da Educação;

Definição, avaliação e monitoramento dos indicadores para os programas ainda em fase de implantação pela FIPE e planejamento deficiente das metas, inclusive com diversos erros de registro.

Quanto ao desempenho dos alunos nas avaliações oficiais realizadas por órgãos especializados, encontramos algumas situações.

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As avaliações externas examinadas (Prova São Paulo e Prova Brasil) revelaram que as proficiências médias da RME-SP se situam abaixo das pontuações mínimas consideradas como “adequadas” para todos os anos escolares avaliados (4ºs Anos dos Ciclos I e II do Ensino Fundamental), em ambas as áreas avaliadas - Língua Portuguesa e Matemática. Em relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), foi verificado que o desempenho dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental se situa abaixo das metas estabelecidas pelo Ministério da Educação/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (MEC/INEP) em todos os anos avaliados, assim como o indicador do Município se encontra abaixo dos números obtidos pela Rede Estadual de São Paulo. As médias alcançadas pelo Brasil na avaliação internacional de desempenho escolar (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes - PISA 2009) se situam consideravelmente abaixo das pontuações médias apresentadas pelos países desenvolvidos (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE), indicando a necessidade de implantação de melhores políticas públicas para a área educacional. Os gastos em 2010 com Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação evidenciam a falta de investimentos na capacitação dos professores, elemento fundamental para a melhora da qualidade da Educação. Todas essas deficiências não permitem assegurar que a aplicação dos recursos públicos esteja se realizando de forma a atingir os objetivos propostos na função Educação e que as metas estabelecidas sejam atendidas, bem como não garantem a otimização do gasto público, e caso não se concretize as providências necessárias ao saneamento das falhas, necessário se faz a apuração de responsabilidade do gestor.

6.2.2 – Diagnóstico dos macroproblemas da Educação no Município de São Paulo

Todo o processo de desenvolvimento da Educação no Município de São Paulo apresenta pontos sensíveis na sua execução. A fim de fornecer uma visão geral, segmentamos as conclusões alcançadas a partir das fiscalizações realizadas, em 2010, em três macro-temas, cada um dos quais demonstra uma extensa relação de desafios e problemas a serem solucionados:

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1. Qualidade de Ensino – Procuramos nesse tópico identificar, nas fiscalizações deste Tribunal, as situações que apontam fatores que podem afetar ou interferir na proposição de oferecer Educação com qualidade. Analisamos os procedimentos de planejamento, acompanhamento e fiscalização. Não se objetiva avaliar a qualidade do ensino, pois esta é aferida pelos órgãos especializados por meio de avaliações oficiais, as quais também foram abordadas neste relatório.

2. Insumos-podem ser classificados genericamente como todas as despesas

e investimentos que contribuem para a formação de determinado resultado. Na atividade da Educação os insumos são compreendidos como todas as atividades e projetos que suportam diretamente o seu desenvolvimento, tais como: a construção, reforma e ampliação das unidades educacionais; os serviços de limpeza, conservação e vigilância, aquisição de equipamentos, sistemas informatizados etc. Considerando a dimensão da Rede Municipal é necessário o planejamento e a coordenação de ações eficientes, bem como o acompanhamento e a fiscalização para atingir os fins propostos, caso contrário o sistema educacional não consegue se desenvolver adequadamente.

3. Proteção Social-conjuntos de ações e/ou problemas os quais inicialmente

não se ligam diretamente à escola/educação, porém, em virtude das carências sociais passam a ter tratamento pelos gestores, exemplos: preenchimento do tempo livre do aluno, suporte à família, ações junto à comunidade; fornecimento de material escolar, uniforme e alimentação suplementar etc.

6.2.3 – Dimensionamento

Apresentamos a seguir um panorama estatístico da Educação Pública da cidade de São Paulo, que revela a grandiosidade e a complexidade da sua Rede Municipal de Ensino.

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a) Escolas

A Rede Municipal de Ensino do Município de São Paulo registrava, em dezembro de 2010, perto de 3 mil unidades escolares (48% da Rede Direta e 52% da Rede Conveniada), representando um acréscimo de 259 escolas em relação aos números de 2007.

As Creches Particulares (Convênios) foram as unidades que apresentaram o maior crescimento no quadriênio 2007-2010, registrando um aumento de 250 escolas no período.

O acréscimo verificado na quantidade de escolas da Educação Infantil (+312 unidades de 2007 a 2010) ainda é insuficiente para atender a demanda por vagas nesta etapa de ensino. Em dezembro de 2010, o Município registrava cerca de 120 mil crianças na fila de espera por vagas na Educação Infantil.

Em dezembro de 2010, a Rede Municipal de Ensino do Município de São Paulo (RME-SP) totalizava cerca de 3 mil unidades escolares, dos quais, 48% da Rede Direta e 52% da Rede Conveniada (Quadro 1).

Quadro 1 - Unidades Educacionais da RME-SP

Fonte: Relatório de Dados Gerenciais SME-ATP/CI (Assessoria Técnica e de Planejamento/Centro de Informática). Em 31.12.2010, havia 46 Centros de Educação Unificados – CEUs, cujas unidades internas já constam nos tipos específicos de escola. Data base: mês de dezembro de cada ano.

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Comparando os dados de 2007 em relação a 2010, observamos que houve um acréscimo de aproximadamente 259 unidades escolares na RME-SP. As escolas que apresentaram os maiores aumentos no período foram as Creches Particulares (Convênios) e as Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), com acréscimos de 250 e 70 unidades, respectivamente.

O incremento de 312 escolas na Educação Infantil, entre 2007 e 2010, proporcionou o acréscimo de aproximadamente 11 mil vagas na rede, conforme verificamos no subitem “b”. Esse aumento, todavia, ainda é insuficiente para atender à demanda de vagas desta etapa de ensino. Segundo informação mais recente divulgada pela SME, em dezembro de 2010, o Município de São Paulo registrava perto de 120 mil crianças na fila de espera por vagas na Educação Infantil. Em relação às escolas do Ensino Fundamental, verificamos um aumento de 70 unidades no mesmo período. Contudo, o número de alunos desta etapa de ensino apresentou queda de aproximadamente 8% no quadriênio de 2007-2010 (perto de 44 mil matrículas). O incremento da quantidade de escolas aliado à redução do número de matrículas pode ser explicado pela política pública de “remanejamento de turnos”, ou seja, escolas que possuíam três turnos diurnos passaram a ter dois turnos diurnos, sendo os alunos remanejados para novas escolas, proporcionando, assim, uma melhor distribuição de alunos/escolas/turnos.

b) Matrículas

Em dezembro de 2010, a Rede Municipal de Ensino de São Paulo atendia a aproximadamente 982 mil alunos, dos quais, perto de 43% matriculados na Educação Infantil e 49% no Ensino Fundamental.

De 2007 a 2010 observamos redução de quase 79 mil matrículas na Rede, ocasionada, sobretudo, pela diminuição do número de atendimentos observado no Ensino Fundamental (-44 mil matrículas).

Por outro lado, a Educação Infantil registrou aumento de aproximadamente 11 mil atendimentos no quadriênio 2007-2010, sendo que houve diminuição do número de matrículas na Rede Direta (-18 mil) e aumento na Rede Conveniada (+29 mil), evidenciando a opção do Município de expansão da Rede por meio de convênios.

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A RME-SP registrava perto de 982 mil alunos ao final de 2010, dos quais 43% matriculados na Educação Infantil e 49% no Ensino Fundamental, evidenciando que o Município de São Paulo atende aos dispositivos da Constituição Federal e da LDB, que estabelecem como área de atuação prioritária dos Municípios, a Educação Infantil e o Ensino Fundamental (Quadro 2).

Quadro 2 – Matrículas da RME - SP

Fonte: Relatório de Dados Gerenciais SME-ATP/CI.

Data base: mês de dezembro de cada ano.

Entre 2007 e 2010, verificamos que houve redução de aproximadamente 79 mil matrículas na RME-SP. O decréscimo observado no período foi ocasionado, sobretudo, pela redução do número de matrículas no Ensino Fundamental (-44 mil) e na Educação de Jovens e Adultos - EJA (-46 mil). A Educação Infantil, por outro lado, apresentou aumento de quase 11 mil matrículas no mesmo período, sendo que houve redução do número de atendimentos na Rede Direta (-18 mil) e aumento na Rede Conveniada (+29 mil), evidenciando, assim, a opção do Município de São Paulo de expansão da rede por meio de convênios.

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Constatamos, por fim, que as matrículas na Educação Infantil, em 2010, registraram decréscimo de perto de 14 mil atendimentos em relação ao ano de 2009. Esta redução pode ser atribuída, dentre outros fatores, à implantação do Ensino Fundamental em 9 anos, que acarretou a matrícula de crianças de 6 anos nesta etapa de ensino e não mais na pré escola.

c) Pessoal

Em dezembro de 2010, a SME registrava um contingente de aproximadamente 86 mil servidores, representando um crescimento de quase 14 mil profissionais em relação aos números de 2007. Esse aumento foi ocasionado, principalmente, pelo aumento de quase 10 mil docentes no período, sendo que desse total, perto de 5 mil profissionais foram acrescidos entre 2009 e 2010. Do total de servidores da Secretaria em 2010, aproximadamente 62 mil correspondem aos profissionais do Magistério e 24 mil aos outros profissionais da Educação.

A SME está estruturada em uma Unidade Administrativa e 13 Diretorias Regionais de Educação (DREs).

A Unidade Administrativa concentra o Gabinete do Secretário, o Conselho Municipal de Educação, a Divisão Administrativa, a Assessoria Jurídica, a Assessoria Técnica e Planejamento, a Assessoria Especial Sala CEU (Centro Educacional Unificado) e a Assessoria de Comunicação e Imprensa. Comporta, ainda, uma Coordenadoria Geral de Núcleos de Ação Educativa (CONAE) composta por 3 Divisões: Recursos Humanos, Núcleo Técnico e Diretoria de Orientação Técnica (DOT). O Município de São Paulo foi subdividido em 13 regiões, sendo que para cada uma delas há uma DRE, a qual é responsável pelas unidades escolares em seus limites territoriais, com a função de coordenar a política educacional de SME e propiciar suporte técnico, pedagógico e administrativo. A SME registrava, ao final de 2010, aproximadamente 86 mil servidores, representando um crescimento de quase 14 mil profissionais em relação a 2007. O incremento observado no período foi ocasionado, principalmente, pelo aumento de perto de 10 mil docentes no quadro de pessoal da Secretaria no quadriênio de 2007-2010, sendo que desse total, perto de 5 mil profissionais foram acrescidos entre 2009 e 2010 (Quadro 3).

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Quadro 3 - Evolução da SME-SP – Pessoal

Fonte: SME-ATP/CI. Obs.: Os valores de 2007, 2008 e 2009, informados anteriormente, foram retificados e complementados pela Secretaria.

Do total de servidores da Secretaria em 2010, perto de 62 mil correspondem aos docentes e 24 mil aos outros profissionais da Educação.

6.2.4 – Análise orçamentária

No exercício de 2010 foram empenhados na função Educação R$ 6,19 bilhões, representando um acréscimo de aproximadamente 12,5% em relação ao ano de 2009. Em termos de programas de governo, a Educação Infantil e o Ensino Fundamental receberam a aplicação de quase 75% dos recursos do exercício. As despesas com “Remunerações dos Profissionais do Magistério - EF, EMEI e CEI”, por sua vez, absorveram perto de 42% dos valores empenhados de 2010. Observamos que no quadriênio 2007-2010 ocorreu um aumento na aplicação de recursos empenhados na Função Educação da ordem de R$ 1,7 bilhão, representando um acréscimo de aproximadamente 37%. No entanto, o número de matriculados na Rede Municipal de Ensino foi reduzido em 79.030 no período. O custo médio por aluno/ano passou de R$ 4.257,74 em 2007 para R$ 6.309,61 em 2010, representando um aumento de 48% no custo por aluno. Todavia, esse investimento não se reflete, qualitativamente, na pontuação mínima considerada adequada à série.

No quadro a seguir, apresentamos o total de recursos da função Educação no quadriênio de 2007-2010, em suas várias fases:

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Quadro 4 - Fases da Despesa 2007-2010 (R$)

Fases 2007 2008 2009 2010 Variação 2007-2010

Dotação inicial 4.242.864.236 5.099.534.841 5.823.637.131 6.247.178.279 47% Dotação atualizada 4.684.214.091 5.523.103.310 5.933.420.423 6.227.655.827 33% Empenhado 4.517.216.859 5.161.669.515 5.507.059.056 6.195.478.315 37% Liquidado 4.033.326.021 4.852.799.677 5.015.345.681 5.582.292.203 38% Pago 3.888.104.458 4.734.039.340 4.963.355.662 5.530.101.955 42%

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO e Sistema NovoSEO em 24.02.11

Foram empenhados R$ 6,19 bilhões na função Educação no exercício de 2010, ou seja, 99,5% da dotação atualizada de R$ 6,23 bilhões, expressando um incremento perto de 12,5% (R$ 688,4 milhões) em relação ao ano de 2009. Analisando os dados de 2007 em relação a 2010, observamos que houve um acréscimo de R$1,7 bilhão nos recursos aplicados, representando um acréscimo de aproximadamente 37% no período. A execução do orçamento da função Educação é realizada por vários Órgãos da Administração, conforme demonstrado no quadro seguinte:

Quadro 5 - Demonstrativo da Função Educação por Órgãos – 2010 (R$) Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO e Sistema NovoSEO em 25.02.11 SME: Secretaria Municipal de Educação; SMADS: Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social; SMPP: Secretaria Municipal de Participação e Parceria; SEMDET: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho; SP-MP: Subprefeitura São Miguel

Do total de recursos com a função Educação em 2010, perto de 96% foram executados pela Secretaria Municipal de Educação, responsável, principalmente, pela organização e manutenção da Educação Infantil e do Ensino Fundamental e pelo Programa Municipal de Alimentação Escolar.

Órgãos Dotação Inicial Dotação AtualizadaEmpenhado

Valor A.V. (%) SME 5.967.298.584 5.965.720.278 5.935.426.691 96% SMADS 220.000.000 210.175.313 210.175.313 3% SMPP 51.132.276 45.879.273 45.119.692 1% SEMDET 8.667.419 5.800.963 4.756.619 0% SP-MP 80.000 80.000 - 0%

Total 6.247.178.279 6.227.655.827 6.195.478.315 100%

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A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, responsável pela administração do Programa de Garantia de Renda Familiar Mínima, aplicou perto de 3% dos valores empenhados. Os demais Órgãos, por fim, foram responsáveis pela execução de cerca de 1% do total de recursos do exercício de 2010. Comparando-se o volume de recursos empenhados no quadriênio 2007-2010 em relação à quantidade de alunos matriculados, chega-se a conclusão de que o custo médio por aluno/ano passou de R$ 4.257,74 (2007) para R$ 6.309,61 (2010) representando um aumento de 48% no custo por aluno. Verifica-se que, apesar do aumento significativo do custo/aluno/ano, qualitativamente, o desempenho dos alunos nos exames oficiais não atingiu as pontuações mínimas consideradas adequadas às séries.

a) Recursos Vinculados

Em 2010, os recursos vinculados disponíveis totalizaram R$ 524 milhões, dos quais R$ 147 milhões correspondem a saldo oriundo de exercício anterior e R$ 377 milhões do próprio exercício, originados de transferências federais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação-FNDE. Foram empenhados R$ 258 milhões, principalmente, em programas de Alimentação Escolar.

Dos recursos vinculados recebidos, R$ 156 milhões permaneceram nos cofres públicos sem utilização, sendo R$ 121 milhões referentes a QESE e R$ 34 milhões ao PNAE (valor próximo a R$ 21 milhões deverá ser aplicado na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar).

Parte da execução orçamentária da função Educação é realizada com recursos originários de transferências federais, sendo que existem legislações específicas que regem a aplicação da maioria desses recursos. Os recursos federais são distribuídos aos Municípios pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, autarquia federal que transfere os valores consignados no orçamento da União, aos Estados e Municípios, em contas correntes específicas, sem a necessidade de celebração de qualquer tipo de ajuste. O total das receitas de recursos vinculados da educação foi perto de R$ 377 milhões, dos quais foram empenhados 69%, aproximadamente R$ 258 milhões.

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Quadro 6 - Demonstrativo de recursos vinculados (R$)

Movimentação de recursos em 2010 QESE PNAE (1) PDDE PNATE TOTAL Saldo financeiro em 31.12.09 121.825.088 25.753.925,07 - - 147.579.013

(+) Total de receitas (2) 297.029.840 72.265.908,96 7.306.005 97.575 376.699.329

(=) Total de recursos disponíveis 418.854.928 98.019.834,03 7.306.005 97.575 524.278.342

(-) pagamento de Restos 2008 e 2009 (97.646.670) (12.232.407,92) - - (109.879.078)

(-) Despesas de 2010 (3) (199.725.490) (51.387.525,30) (7.306.005) - (258.419.021)

Saldo não utilizado em 31.12.10 121.482.769 34.399.901 - 97.575 155.980.244

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO e Sistema NovoSEO em 24.02.11.

Legenda: QESE - Quota Estadual e Municipal do Salário-Educação; PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar; PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola; PNATE – Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar.

Obs.: 1. PNAE – envolve várias contas bancárias; 2. o total de receitas inclui rendimentos financeiros; 3. o total de valores empenhados portanto inclui os valores inscritos em restos a pagar 2010.

b) Perfil do gasto

b.1) Natureza da Despesa

A seguir os valores empenhados na função Educação por Natureza da Despesa, no quadriênio de 2007-2010:

Quadro 7 - Natureza da Despesa na Função Educação (R$)

Código Especificação 2007 2008 2009 2010 TOTAL A.V. (%)

31901100 Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil 2.175.000.233 2.447.725.018 2.683.115.604 3.008.327.806 10.314.168.661 48%

33903900 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 979.096.652 1.267.383.436 1.377.604.654 1.651.786.366 5.275.871.107 25%

33903200 Material de Distribuição Gratuita 232.814.440 195.426.651 424.411.739 322.925.125 1.175.577.955 5%

44905100 Obras e Instalações 430.589.158 429.839.468 195.237.385 67.012.746 1.122.678.758 5%

33904600 Auxílio-Alimentação 152.089.890 234.342.756 261.473.280 296.024.977 943.930.904 4%

33904800 Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas 162.060.066 168.767.153 184.070.116 204.171.629 719.068.964 3%

33903000 Material de Consumo 142.406.896 145.973.565 122.715.833 139.074.818 550.171.112 3%

33903600 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 78.298.112 86.330.853 100.156.920 105.985.870 370.771.756 2%

33903700 Locação de Mão-de-Obra 50.731.442 74.931.973 69.269.046 56.005.217 250.937.677 1%

44905200 Equipamentos e Material Permanente 43.629.452 35.282.513 25.954.324 83.967.218 188.833.507 1%

44906100 Aquisição de Imóveis 27.397.827 19.050.470 1.156.398 49.998.606 97.603.302 0%

31909200 Despesas de Exercícios Anteriores - - - 91.223.239 91.223.239 0%

33904900 Auxílio-Transporte 15.982.757 17.449.457 18.076.765 22.631.930 74.140.908 0%

33503900 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica - - - 59.055.148 59.055.148 0%

33909300 Indenizações e Restituições 8.011.990 23.129.642 7.013.837 - 38.155.470 0%

33904700 Obrigações Tributárias e Contributivas 5.019.291 6.037.257 8.844.252 6.823.251 26.724.050 0%

33909200 Despesas de Exercícios Anteriores 6.855.333 4.173.928 5.395.851 4.477.002 20.902.115 0%

33504100 Contribuições 2.454.584 2.620.552 3.466.382 7.268.850 15.810.368 0%

44909200 Despesas de Exercícios Anteriores 429.576 642.121 8.222.957 2.369.748 11.664.401 0%

outros 4.349.160 2.562.701 10.873.714 16.348.768 34.134.342 0%

TOTAL 4.517.216.859 5.161.669.515 5.507.059.056 6.195.478.315 21.381.423.744 100%

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO e Sistema NovoSEO em 25.02.11 - valores empenhados

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No exercício de 2010, a maior despesa empenhada da função Educação, por natureza do gasto, refere-se ao item Vencimentos e Vantagens – Pessoal Civil, que alcançou quase 49% do total do orçamento executado, seguida por Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica (27%), Material de Distribuição Gratuita (5,2%) e Auxílio-Alimentação (4,8%).

A maior despesa empenhada da função Educação, no quadriênio de 2007-2010, por natureza do gasto, igualmente foi a despesa com Vencimentos e Vantagens – Pessoal Civil, que atingiu perto de 48% do total de valores empenhados do período. As outras despesas significativas do período são: Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica (25%), e Material de Distribuição Gratuita e Obras e Instalações, ambas com 5%.

b.2) Programas de Governo

Para a implementação das políticas de Educação são desenvolvidos Programas de Governo, que por sua vez se subdividem em ações específicas que buscam atingir os objetivos propostos. O quadro e o gráfico que seguem demonstram os valores empenhados na função Educação, apresentando os Programas desenvolvidos no período de 2007-2010:

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Quadro 8 - Programas da Função Educação (R$) Cód. Programas 2007 2008 2009 2010 TOTAL A.V.

(%) 1122

Acesso à educação e qualidade do ensino - Ensino fundamental

1.608.645.739

2.004.380.952

2.453.097.282

2.266.061.871 8.332.185.844 39%

1121

Acesso à educação e qualidade do ensino - Educação infantil

1.437.153.298

1.554.350.892

1.611.845.399

2.375.318.880 6.978.668.469 33%

1128

Acesso à educação e qualidade do ensino - Alimentação escolar 409.745.899 524.025.065 531.093.286 540.376.460 2.005.240.710 9%

1124

Acesso à educação e qualidade do ensino - Educação integrada 533.956.462 442.034.708 265.444.525 240.729.103 1.482.164.798 7%

2610 Suporte administrativo 148.494.828 190.621.945 189.457.146 251.225.483 779.799.403 4%

1143

Fortalecimento da rede de proteção social - Assistência Geral

162.376.550 170.735.369 185.776.095 210.175.313 729.063.327 3%

2620

Sistema de informação e processamento de dados 48.158.380 57.097.710 63.539.974 109.259.374 278.055.438 1%

1127

Acesso à educação e qualidade do ensino - Formação, Avaliação e Aprimoramento do Ensino

48.505.381 73.719.189 57.242.533 84.647.956 264.115.058 1%

1320

Incentivo à produção cultural e à interação criativa 26.514.928 36.394.702 39.831.058 44.624.022 147.364.709 1%

1125

Acesso à educação e qualidade do ensino - Educação especial 18.736.673 15.986.286 37.192.592 31.758.320 103.673.871 0%

1126

Acesso à educação e qualidade do ensino - Ampliação do tempo de permanência do aluno

32.029.243 23.151.228 16.620.798 14.838.430 86.639.698 0%

2110

Melhoria da qualidade do ensino - Ensino Médio 11.803.666 24.227.075 15.485.235 7.107.589 58.623.564 0%

1123

Acesso à educação e qualidade do ensino - Educação de jovens e adultos

8.220.835 10.534.360 16.596.838 9.427.324 44.779.356 0%

0343

Assistência e Desenvolvimento Social à Família-Proteção Social Básica

15.186.578 27.803.580 - - 42.990.158 0%

2920 Divulgação Oficial 3.315.000 4.173.967 19.000.000 4.200.000 30.688.967 0%

1410

Estímulo ao emprego e à qualificação dos trabalhadores 3.936.793 2.022.294 4.379.655 4.756.619 15.095.360 0%

2120

Melhoria da qualidade do ensino - Ensino Profissional 436.607 410.194 456.641 475.902 1.779.344 0%

1270 Ações de economia sustentável - - - 495.670 495.670 0%

Total 4.517.216.859

5.161.669.515

5.507.059.056

6.195.478.315

21.381.423.744

100%

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO e Sistema NovoSEO em 25.02.11

Obs.: O programa Educação Indígena, existente até o exercício de 2009, está englobado no programa Acesso à educação e qualidade do ensino – Educação infantil a partir de 2010.

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Dentre os Programas de Governo os que mais se destacam são: Educação Infantil e Ensino Fundamental, por serem constitucionalmente atribuídos ao Município, representando aproximadamente 38% e 37%, respectivamente, dos gastos na função Educação no exercício de 2010. Analisando os dados do quadriênio 2007-2010, observamos que os programas Educação Infantil e Ensino Fundamental absorveram aproximadamente 72% do total de recursos aplicados na função e apresentaram incremento de 65% e 41%, respectivamente, no período. O programa Acesso à educação e qualidade do ensino – Educação integrada, por sua vez, apresentou a maior redução de gastos no período, em termos de valor, R$ 293 milhões, representando diminuição de 55%.

b.3) Projetos e Atividades As ações para atingir os objetivos propostos nos programas se desenvolveram em projetos e atividades, sendo os mais significativos observados no quadro que segue:

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Quadro 9 - Movimentação dos Recursos Empenhados por Projeto/Atividade (R$)

Cód. Projeto/Atividade 2007 2008 2009 2010 TOTAL A.V. (%)

Ensino Fundamental

2858 Remuneração dos Profissionais do Magistério - EF 887.264.482 1.119.308.218 1.479.045.783 1.515.801.466 5.001.419.949 23%

2842 Operação e Manutenção do Ensino Fundamental 496.019.842 604.245.245 597.289.162 465.119.426 2.162.673.674 10%

1431 Construção de Unidades Educacionais de Ensino Fundamental

56.035.158 155.388.656 111.682.465 49.607.255 372.713.534 2%

2815 Fornecimento de Uniformes e Material Escolar - EF 79.875.736 31.300.364 168.550.369 77.424.652 357.151.121 2%

2848 Transporte do Escolar - EF 45.889.856 53.595.924 50.962.888 55.571.350 206.020.018 1%

2870 Manutenção e Conservação de Equipamentos de Ensino Fundamental

- - - 63.521.112 63.521.112 0%

Educação Infantil

2856 Remuneração dos Profissionais do Magistério - EMEI - 288.138.176 503.234.521 1.046.332.937 1.837.705.634 9%

2837 Operação e Manutenção de Escolas Municipais de Educação Infantil

611.744.568 530.567.555 297.135.277 344.915.027 1.784.362.426 8%

2825 Convênios para Operação e Manutenção de CEIs e Creches 256.595.521 351.074.681 414.344.255 529.412.672 1.551.427.130 7%

2845 Operação e Manutenção de Centros de Educação Infantil 439.113.063 273.136.505 223.951.937 237.208.940 1.173.410.444 5%

2847 Transporte do Escolar - EI 44.994.142 46.842.243 49.655.019 53.518.045 195.009.449 1%

2850 Fornecimento de Uniformes e Material Escolar - EI 39.083.715 13.807.955 88.139.436 38.014.590 179.045.696 1%

2869 Manutenção e Conservação de Equipamentos de Educação Infantil

- - - 68.193.852 68.193.852 0%

2867 Remuneração dos Profissionais do Magistério - CEI

- - - 10.209.147 10.209.147 0%

Alimentação Escolar

6552 Programa Municipal de Alimentação Escolar 317.617.034 287.166.361 160.434.108 259.389.690 1.024.607.192 5%

2823 Programa Suplementar de Ali-mentação Escolar - Leve-Leite - - 169.711.525 195.310.804 365.022.330 2%

6556 Apoio Suplementar de Alimentação - QESE - 193.087.511 162.669.919 - 355.757.430 2%

6553 Programa Nacional de Alimen-tação Escolar - PNAE/FNDE 46.989.728 41.189.682 35.193.143 51.387.525 174.760.077 1%

Demais projetos e atividades

2851 Administração dos Centros Educacionais Unificados 173.755.387 189.816.697 200.651.027 204.217.497 768.440.608 4%

6166 Programa de Garantia de Renda Familiar Mínima 162.376.550 170.735.369 185.776.095 210.175.313 729.063.327 3%

1849 Construção de Unidades Educacionais Integradas 360.201.075 252.213.873 64.531.182 10.553.287 687.499.418 3%

2855 Administração da Diretoria Regional de Educação 95.580.479 110.945.798 119.347.766 149.439.879 475.313.922 2%

2800 Administração da Secretaria Municipal de Educação 52.690.802 79.373.526 69.757.036 77.414.106 279.235.470 1%

2170 Aquisição de Materiais, Equipamentos e Serviços de Informática

48.158.380 57.097.710 63.539.974 109.259.374 278.055.438 1%

8404 Operação e Manutenção de Telecentros 24.153.158 34.851.651 38.732.775 42.226.244 139.963.827 1%

outros 279.078.184 277.785.815 252.723.394 331.254.126 1.140.841.518 5%

Total 4.517.216.859 5.161.669.515 5.507.059.056 6.195.478.315 21.381.423.744 100%

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO e Sistema NovoSEO em 25.02.11.

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No exercício de 2010, aproximadamente 42% do total de recursos da função Educação foram empenhados nos itens “Remuneração dos Profissionais do Magistério – EF, EMEI e CEI”. Observamos que, do total de despesas do período de 2007-2010, excluindo as despesas com o item “Remuneração dos Profissionais do Magistério – EF, EMEI e CEI” (32%), as ações em que mais foram empenhados recursos se referem a “Operação e Manutenção de CEI, EMEI e EMEF” (23%) que envolve a remuneração do pessoal de apoio à educação, as pequenas manutenções dos imóveis, serviços de limpeza e vigilância, entre outros. Em seguida aparece o item “Convênios para Operação e Manutenção de CEIs e Creches” (7%), que corresponde ao pagamento efetuado às conveniadas para operação de Centros de Educação Infantil e Creches Particulares. Destacamos, ainda, a atividade “Programa Municipal de Alimentação Escolar” e demais atividades relacionadas à alimentação com participação de 10% sobre o total de recursos empenhados no quadriênio 2007-2010.

b.4) Educação Infantil e Ensino Fundamental

Tendo em vista que a maior aplicação dos recursos na função Educação ocorre nos programas de Acesso à educação e qualidade do ensino – Educação Infantil e Acesso à educação e qualidade do ensino – Ensino Fundamental, detalhamos a seguir os principais projetos e atividades desenvolvidos:

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Quadro 10 - Programa Acesso à educação e qualidade do ensino – Educação Infantil (R$)

Cód. Projeto/Atividade Empenhado2009

Empenhado 2010

A.V. (%)

Variação2009-2010

2856 Remuneração dos Profissionais do Magistério - EMEI 503.234.521 1.046.332.937 44%

110% 2867 Remuneração dos Profissionais do

Magistério - CEI - 10.209.147 0%

2825 Convênios para Operação e Manutenção de CEIs e Creches 414.344.255 529.412.672 22% 28%

2837 Operação e Manutenção de EMEI 297.135.277 344.915.027 15% 16% 2845 Operação e Manutenção de CEI 223.951.937 237.208.940 10% 6%

2869 Manutenção e Conservação de Equipamentos de Educação Infantil - 68.193.852 3% -

2847 Transporte do Escolar - EI 49.655.019 53.518.045 2% 8%

2850 Fornecimento de Uniformes e Material Escolar - EI 88.139.436 38.014.590 2% -57%

2841

Autonomia e Gestão Democrática dos Recursos na Rede Escolar – APM/PTRF (Associação de Pais e Mestres de escolas/Programa de Transferência de Recursos Financeiros) - EI

19.639.303 22.212.541 1% 13%

1452 Construção de CEI - 8.160.017 0% 47% 1427 Construção de EMEI 9.702.213 6.085.641 0%1429 Reforma e Ampliação de CEI - 4.476.918 0% 39% 1426 Reforma e Ampliação de EMEI 4.344.911 1.554.020 0%

2868 Programa Dinheiro Direto na Escola/ Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (PDDE/FNDE) - Educação Infantil

- 2.888.054 0% -

2852 Operação e Manutenção da Educação Indígena 1.698.526 2.136.479 0% 26%

Total 1.611.845.399 2.375.318.880 100% 47% Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO em 15.03.11.

Obs.: 1. em 2009, as atividades de remuneração e os projetos de construção, reforma e ampliação de escolas infantis estavam englobados na Educação Infantil. Para 2010, eles foram desmembrados em EMEI e CEI. Foram somados para efeito de cálculo e comparação, os exercícios de 2009 e 2010;

2. a partir de 2010, a educação infantil abrange a educação indígena.

No Programa Acesso à educação e qualidade do ensino – Educação Infantil, no exercício de 2010, aproximadamente 44% dos recursos empenhados são referentes à atividade Remuneração dos Profissionais do Magistério – EMEI, seguidos pelas despesas com Convênios para Operação e Manutenção de CEIs e Creches (22%), Operação e Manutenção de EMEIs (15%) e Operação e Manutenção de CEIs (10%).

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Quadro 11 - Programa Acesso à educação e qualidade do ensino – Ensino Fundamental (R$)

Cód. Projeto/Atividade Empenhado2009

Empenhado 2010 A.V. (%) Variação

2009-2010

2858 Remuneração dos Profissionais do Magistério - EF 1.479.045.783 1.515.801.466 67% 2%

2842 Operação e Manutenção do Ensino Fundamental 597.289.162 465.119.426 21% -22%

2815 Fornecimento de Uniformes e Material Escolar - EF 168.550.369 77.424.652 3% -54%

2870 Manutenção e Conservação de Equipamentos de Ensino Fundamental - 63.521.112 3% -

2848 Transporte do Escolar - EF 50.962.888 55.571.350 2% 9%

1431 Construção de Unidades Educacionais de Ensino Fundamental 111.682.465 49.607.255 2% -56%

2840 Autonomia e Gestão Democrática dos Recursos na Rede Escolar- APM/PTRF - EF 22.226.319 24.363.549 1% 10%

1470 Cobertura de Quadras Esportivas das Escolas Municipais de Ensino Fundamental - 5.406.183 0% -

1430 Reforma e Ampliação de Unidades Educacionais de Ensino Fundamental 14.093.654 4.828.929 0% -66%

2859 Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE/FNDE - EF 9.236.677 4.417.951 0% -52%

2838 Concessão de Bibliotecas-Prêmio 9.965 - 0% - Total 2.453.097.282 2.266.061.871 100% -8%

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO em 15.03.11.

No Programa Acesso à educação e qualidade do ensino – Ensino Fundamental quase 67% do total de despesas empenhadas de 2010 são referentes à Remuneração dos Profissionais do Magistério. Na sequência, os valores mais significativos são relativos aos gastos com Operação e Manutenção do Ensino Fundamental (21%) e Fornecimento de Uniformes e Material Escolar e Manutenção e Conservação de Equipamentos de Ensino Fundamental, ambos com 3%.

A seguir comentaremos as variações da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, apresentadas nos quadros 10 e 11.

Para 2010 foram criadas novas dotações relativas à “Manutenção e Conservação de Equipamentos de educação infantil e ensino fundamental” (2869 e 2870, respectivamente), nas quais serão incluídas despesas com serviços prediais, classificados como de segundo escalão, que compreendem os de manutenção preventiva, reparações que demandem pessoal especializado, adaptações e modificações. Até o exercício anterior, estas despesas eram realizadas nas atividades de “Operação e Manutenção de educação infantil e ensino fundamental”, dotações estas que para 2010 foram utilizadas para garantir o funcionamento regular e a manutenção das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) e Centros de Educação Infantil (CEIs), excetuando-se os serviços de segundo escalão, suportados pelas novas dotações.

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Quando analisamos a variação de recursos aplicados entre 2009 e 2010, verificamos que a Educação Infantil apresentou uma variação positiva de 47%, influenciada, principalmente, pela “Remuneração dos profissionais do Magistério” e pelo “Fornecimento de uniformes e material escolar”. Questionada quanto ao aumento significativo nas dotações de remuneração de profissionais da educação infantil, a SME, considerando que o empenhamento da folha de pagamento do pessoal das EMEF, EMEI e CEI é automático, acredita que tal aumento pode ter sido em decorrência dos parâmetros estabelecidos no sistema da folha de pagamento para a contabilização do pagamento da remuneração dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício (docentes e especialistas das EMEF, EMEI e CEI) para fins de comprovação da aplicação dos 60% dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). No entanto, não especificou quais são os parâmetros estabelecidos. Com relação ao fornecimento de uniformes e material escolar, tanto do Ensino Fundamental quanto da Educação Infantil, a queda na aplicação de recursos quando comparados os exercícios de 2009 e 2010, deve-se ao momento de aquisição, conforme segue:

• 2009 Aquisição de uniforme e material escolar para o ano letivo de 2009 e

grande parte de uniforme e material escolar para o ano letivo de 2010;

• 2010 Saldo residual de uniforme e material escolar para o ano letivo de 2010 e parte da aquisição de uniforme e material escolar para o ano letivo de 2011.

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6.2.5 – Metas do Plano Plurianual

Das 65 metas físicas do PPA 2010/2013, 34 foram atingidas, 30 não foram atingidas e 1 não pode ser avaliada. Algumas das metas não atingidas tiveram como motivação o fato de terem sido mal planejadas, como no caso das construções e reformas, que desconsideraram questões relativas à disponibilidade de terrenos, meio ambiente e demanda por escolas. Outras, por ter havido mudanças na política relativa ao programa, congelamento de recursos orçamentários, dentre outros. Essas causas se repetem ao longo dos anos. Ressaltamos o grande número de metas previstas no PPA para os quais a SME informou que os dados registrados não eram os corretos. A avaliação das metas financeiras ficou prejudicada pelo fato de que não foi informada a correlação existente entre meta física e financeira, e a avaliação e monitoramento do PPA por meio dos indicadores depende da conclusão dos serviços contratados junto à FIPE. Transcrevemos a seguir as metas dos dois principais programas (Educação Infantil e Ensino Fundamental), para o exercício de 2010, em conjunto com os dados de sua realização. EIXO: Cidade de Direitos Programa - 1121 - Acesso à educação e qualidade do ensino – Educação Infantil Objetivo - Assegurar o desenvolvimento integral da criança até 5 (cinco) anos

de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Quadro 12 - Indicadores

Descrição Unidade de Medida

Índice

Atual Ao final do PPA

Nº de crianças cadastradas sem acesso a vagas em creches unidade 57.607 indefinido Nº de crianças cadastradas sem acesso a vagas em pré-escola unidade 14.585 indefinido Percentual de alunos em EMEI com jornada de 6 hs Percentual 25,8 100 Fonte: PPA 2010/2013

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Quadro 13 – Ações, metas físicas e financeiras Produto/Unidade de Medida/Região Meta Física – 2010 Meta Financeira – 2010

R$1,00 Previsto Realizado Previsto Realizado

Reforma e ampliação de escolas municipais de Educação Infantil - EMEI (nº de EMEIs reformadas, ampliadas ou adequadas) (Região) 39 05 22.111.333 1.554.019

Construção de Escolas Municipais de Educação Infantil – EMEI (nº de EMEIs construídas) (Região) 0 - 0 -

Construção de Escolas Municipais de Educação Infantil – EMEI (nº de EMEIs contruídas) (Distrito) 9 02 22.888.667 6.085.641

Construção de Escolas Municipais de Educação Infantil – EMEI (nº de EMEIs contruídas) (SubPrefeitura) 0 - 0 -

Reforma e ampliação de Centros de Educação Infantil – CEI ( nº de CEIs reformados, ampliados e/ou adequados) (Região) 12 01 15.000.000 4.476.918

Construção de Centros de Educação Infantil – CEI (nº de CEIs construídas) (Distrito) 19 01 15.000.000 8.160.016

Convênios para Operação e Manutenção de CEIs e Creches (nº de crianças atendidas) (Região) 136.478 131.640 498.064.444 529.412.672

Operação e Manutenção de Escolas Municipais de Educação Infantil (nº de EMEIs operadas e mantidas) (Região)

1.015 (Obs.: 508) 507 384.360.987 344.915.027

Autonomia e gestão democrática dos recursos da rede escolar – APM/PTRF – EI (nº de APMs atendidas pelo PTRF) (Região)i 869 867 23.517.172 22.212.540

Parceria Público Privada creches (nº de vagas ofertadas) (Região) 130 - 1.000.000 - Operação e manutenção de Centros de Educação Infantil (nº de CEIs operados e mantidos) (Região)

714 (Obs.: 358) 357 309.584.414 237.208.939

Transporte do Escolar EI (nº de alunos da EI transportados) (Região) 38.700 39.289 61.692.283 53.518.044 Fornecimento de Uniformes e Material Escolar EI (nº de alunos da Educação Infantil atendidos) (Região) 270.000 255.071 48.963.120 38.014.589

Operação e manutenção da Educação Indígena (nº de CECIs operados e mantidos) (Região)

6 (Obs.: 3) 3 8.825.976 213.479

Remuneração dos profissionais do magistério EMEI (nº de EMEIs operadas e mantidas) (Região)

509 (Obs.: 508) 507 432.614.918 1.046.332.936

Remuneração dos profissionais do magistério CEI (nº de CEIs operados e mantidos) (Região)

500 (Obs.: 358) 358 278.750.829 10.209.147

Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE/FNDE – EI (nº de APMs atendidas pelo PDDE) (Região) 803 868 5.000.392 2.888.054

Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE/FNDE – EI (nº de APMs atendidas pelo PTRF) (Região) 78 -(*) 563.049 -

Manutenção e conservação de equipamentos de Educação Infantil (percentual de equipamentos de EI mantidos/conservados) (Região) 100 100 25.255.547 68.193.852

Fonte: PPA 2010/2013 e Ofício nº 100/2011-SME/AJ e nº 135/2011-SME/AJ – Secretaria Municipal de Educação/Assessoria Jurídica

(Obs.): A SME esclarece que os valores previstos são superiores ao número de escolas existentes e estão apresentados de forma equivocada no PPA. Utilizamos, assim, os números do Quadro 1 como valor previsto. Esses números estão indicados no item (Obs.:).

(*) Foi considerado, neste caso, como valor previsto, a somatória dos 2 itens “Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE/FNDE”, ou seja,803 + 78 = 881 APMs atendidas, de forma que o valor realizado de 868 não atingiu a meta.

EIXO: Cidade de Direitos Programa - 1122 - Acesso à educação e qualidade do ensino – Ensino Fundamental Objetivo - Assegurar a todos os alunos a formação e o desenvolvimento

necessários para o exercício da cidadania, proporcionando condições para desenvolver competências que possibilitem o prosseguimento nos estudos.

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Quadro 14 – Indicadores

Descrição Unidade de Medida

Índice

Atual Ao final do PPA

Taxa de evasão dos alunos do Ensino Fundamental Porcentagem 1,1 0,85 Meta IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) Ciclo I - 4,3 5,2 Meta IDEB Ciclo II - 3,9 5 Percentual de alunos em EMEF com jornada de 7 horas Porcentagem 0 100 Percentual de crianças alfabetizadas até o fim do 3º ano do EF Porcentagem 0 100

Fonte: PPA 2010/2013

Quadro 15 – Ações, metas físicas e financeiras

Produto/Unidade de Medida/Região Meta Física – 2010 Meta Financeira – 2010 R$1,00

Previsto Realizado Previsto Realizado Reforma e ampliação de unidades educacionais de Ensino Fundamental (nº de EMEFs reformadas, ampliadas e/ou adequadas) (Região)

35 7 33.979.178 4.828.928

Construção de unidades educacionais de Ensino Fundamental (nº de EMEFs construídas) (Região) 0 8(*) 60.766.642 49.607.254

Construção de unidades educacionais de Ensino Fundamental (nº de EMEFs contruídas) (Distrito) 49 - 31.725.883 -

Construção de unidades educacionais de Ensino Fundamental (nº de EMEFs contruídas) (SubPrefeitura) 2 - 1.294.939 -

Cobertura de quadras esportivas das escolas municipais de Ensino Fundamental ( nº de EMEFs com quadras cobertas) (Região) 77 3 8.000.000 5.406.182

Fornecimento de Uniformes e Material Escolar EF (nº de alunos do Ensino Fundamental atendidos) (Região) 600.000 586.158 69.003.115 77.424.651

Autonomia e gestão democrática dos recursos na rede escolar – APM/PTRF – EF (nº de APMs atendidas pelo PTRF) (Região) 580 554 27.231.471 24.363.549

Operação e manutenção do Ensino Fundamental (nº de EMEFs operadas e mantidas) (Região)

1.646 (Obs.: 537) 539 862.971.524 465.119.425

Transporte do Escolar EF (nº de alunos do EF transportados) (Região) 42.500 46.882 65.120.968 55.571.349

Remuneração dos profissionais do magistério EF (nº de EMEFs operadas e mantidas) (Região) 574 574 1.069.048.620 1.515.801.466

Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE/FNDE – EF (nº de APMs atendidas pelo PDDE) (Região) 556 537 11.436.559 4.417.950

Manutenção e conservação de equipamentos de Ensino Fundamental (percentual de equipamentos de EF mantidos e conservados) (Região)

100 100 33.357.766 63.521.111

Programa Projovem Urbano (não definido) (Região) 0 - 1.000 - Fonte: PPA 2010/2013 e Ofício nº 100/2011-SME/AJ e nº 135/2011-SME/AJ – Secretaria Municipal de

Educação/Assessoria Jurídica. (Obs.): A SME esclarece que os valores previstos são superiores ao número de escolas existentes e estão apresentados

de forma equivocada no PPA. Utilizamos, assim, os números do Quadro 1 como valor previsto. Esses números estão indicados no item (Obs.:).

(*) Foi considerado, neste caso, como valor previsto, a somatória dos 3 itens “Construção de unidades educacionais de Ensino Fundamental”, ou seja, zero relativo à Região, 49 relativo à Distrito, e 2 relativo à SubPrefeitura, totalizando 51 EMEFs construídas.

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6.2.6 – Análise Operacional da Execução dos Programas por Macro Problemas a) Qualidade de Ensino a.1) Quadro de professores e de pessoal de apoio

O quadro de apoio e de professores das EMEFs da RME se revelou incompleto em sua maior parte, exceto quanto ao módulo de Secretário de Escola. Se considerarmos, no caso dos professores, as situações em que todas as aulas estão atribuídas, embora existam professores que não contam no módulo, temos que o Fund II das EMEFs apresenta, em sua maioria, falta do professor substituto. Embora o módulo de substitutos tenha sido aprovado pela maioria dos diretores, foi desconsiderado o problema maior, que são os motivos pelos quais é constante a falta do professor.

As justificativas da SME não foram suficientes para demonstrar que houve um planejamento adequado, que garantisse pessoal de apoio e professores suficientes nas escolas, facilitando a ação do gestor, priorizando o atendimento ao aluno e a qualidade do ensino. Ainda, a constante movimentação de professores durante o ano letivo, dinamismo fundamentado na legislação em vigor, foi motivo de constantes alterações que dificultaram a rotina da escola.

As informações fornecidas pela SME mostraram que o quadro de apoio da RME, composto atualmente pelas carreiras de Auxiliar Técnico de Educação (ATE) e de Agente Escolar (profissionais que desenvolvem tarefas relacionadas com a operação e manutenção das escolas, e no caso dos ATEs também podem exercer o cargo em comissão de Secretário de Escola), e também por profissionais cujos cargos estão destinados à extinção na vacância (Inspetor de Alunos, Auxiliar de Secretaria e Auxiliar Administrativo de Ensino), além dos profissionais da carreira de Agente de Apoio e de Assistente de Gestão de Políticas Públicas (AGPP), cargos não exclusivos da RME, abrigava, em agosto de 2010, 19.374 servidores dos quais 17.813 efetivos. Desse quadro, 13% estavam afastados, em sua maioria por laudo médico de readaptação funcional (73%).

As EMEFs contavam com 8.583 desses servidores de apoio, dos quais 81% em exercício e 19% afastados. Desses, 62% referiam-se a laudo médico de readaptação funcional. No momento da fiscalização não estavam sendo providos por concurso os cargos de Agente de Apoio vigilante e Agente escolar.

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Quanto ao quadro de professores, a SME informou que em setembro de 2010 a RME contava com 60.679 cargos ocupados, sendo 31.946 no Ensino Fundamental (13.106 no Ensino Fundamental Ciclo I (Fund I) e 18.840 no Ensino Fundamental Ciclo II (Fund II), 28.600 efetivos, 2.332 contratados, 55 admitidos e 959 em comissão). Acumulavam cargos 1.196 professores do Fund I e 1.249 do Fund II.

Embora ocupados esses 31.946 cargos de professores, 84% deles correspondiam a professores em regência (ligados à sala de aula). Novamente se constatou como maior motivo de afastamento o laudo médico de readaptação funcional temporária e definitiva. Observamos que o assunto, embora já tratado no Relatório Anual de Fiscalização (RAF) 2009, merece a seguinte recomendação:

“Que a SME realize um estudo para identificar a origem dos problemas de saúde que levam a situações de afastamento e ausências e adote medidas de melhoria.”

Enquanto não for dada atenção e solução a esse ponto, teremos somente paliativos que podem até melhorar a situação, mas não solucionar.

Relativamente à distribuição dos cargos nas diversas escolas, temos que a quantidade de funcionários de apoio e de professores, para cada unidade escolar, é estabelecida por legislação específica, e o conjunto de cargos por escola e as respectivas quantidades recebe a denominação de “módulo”.

Para melhor entendimento das conclusões alcançadas em nossa fiscalização, cabe observar que, no caso dos professores, podemos encontrar escolas com módulos de professores, incompletos, porém, com docentes disponíveis (aulas atribuídas). Ainda, observamos que no Fund I as aulas são ministradas por um único professor e no Fund II há um professor para cada matéria, havendo um módulo de professores substitutos. O número desses professores, tanto regentes como substitutos, não é o mesmo para todas as escolas.

O módulo do Fund I contempla cada classe com um professor regente e, dependendo do número de classes de cada turno, há um acréscimo de 1 até 4 professores nesse turno.

No Fund II, para cada matéria haverá um módulo definido, uma vez que cada disciplina tem seu professor. A determinação da quantidade de professores no módulo vai considerar as horas aulas semanais de cada matéria e a jornada do professor de 25 horas/aulas semanais. De modo simplificado, cada grupo de 25 horas aulas semanais de determinada matéria corresponde a um professor. Compõe ainda o módulo um quadro de substitutos, determinado em função do número de classes, não considerando os turnos.

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A SME informou, relativamente à quantidade de EMEFs da RME com módulos completos, dentre as 534 EMEFs existentes, que: • 342 possuíam o módulo de Agente Escolar completo; • 415 possuíam o módulo de ATE completo; • 101 possuíam o módulo de Agente de Apoio- Vigilância completo; • 534 possuíam o módulo de Secretário de Escola completo; • 309 possuíam o módulo de professores do Fund I completo; • 287 possuíam o módulo de professores de Português de Fund II completo; • 209 possuíam o módulo de professores de Matemática de Fund II completo.

Visando complementar as informações da SME, foi realizada por amostragem, fiscalização em algumas EMEFs. A seguir nossas conclusões quanto ao preenchimento dos módulos das EMEFs:

• 80% possuíam o módulo de Agente Escolar completo; • 75% possuíam o módulo de ATE completo; • 30% possuíam o módulo de Agente de Apoio- Vigilância completo; • 100% possuíam o módulo de Secretário de Escola completo; • 30% possuíam o módulo de professores do Fund I completo; • 35% possuíam o módulo de professores de Português de Fund II completo; • 25% possuíam o módulo de professores de Matemática de Fund II completo.

Considerando que as constatações de nossa amostra são corroboradas com a situação da RME apresentada pela SME, concluímos que o quadro de apoio e de professores das EMEFs da RME se revelou incompleto em sua maior parte, exceto quanto ao módulo de Secretário de Escola. Considerando as situações em que os alunos não estão sem professor designado para a matéria, embora estes não contem no módulo, temos que:

• Professores de Fund I: 100% das unidades estavam com todas as aulas

atribuídas e 100% possuíam os professores substitutos;

• Professores de Português do Fund II: 100% das unidades estavam com todas as aulas atribuídas e 35% não possuíam professores substitutos;

• Professores de Matemática do Fund II: 95% das unidades estavam com todas as aulas atribuídas e 70% não possuíam professores substitutos;

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Concluímos que desconsiderando a questão do módulo, o Fund II das EMEFs apresentam, em sua maioria, falta do professor substituto, o que pode gerar dificuldades ao gestor principalmente na hora de cobrir faltas do dia a dia, licenças curtas e afastamentos como licenças médicas, gestantes, etc.

Observamos ainda, com relação aos módulos de professores, que o processo de preenchimento dos módulos, no decorrer do ano letivo, é dinâmico, e que esse dinamismo fundamentado na legislação em vigor causa constantes alterações que dificultaram a rotina da escola, motivo pelo qual foi proposta a recomendação:

“Que a SME promova um estudo no sentido de minimizar a movimentação dos professores durante o ano letivo, promovendo um melhor planejamento, de forma a restringir essa movimentação às situações imprevisíveis, contribuindo para que o gestor (diretor da escola) tenha melhores condições de administrar e evitando a descontinuidade das aulas, e como consequência, uma melhoria na qualidade do ensino.”

a.2) Adequação das condições físicas das EMEFs

A estrutura física das EMEFs permite que os alunos desenvolvam suas atividades mais cotidianas (estudo, refeições e esportes). A análise foi visual e por amostragem.

Nenhuma dessas EMEFs contempla todos os itens descritos na legislação e normas técnicas relativas à acessibilidade. Foram realizadas adaptações para facilitar o acesso do cadeirante, porém na maioria dos casos há necessidade de algum tipo de ajuda de outra pessoa por conta de obstáculos.

A adequação das condições físicas das EMEFs foi verificada visualmente e por amostragem, com o objetivo de concluir se essa estrutura física permitia que os alunos desenvolvessem suas atividades mais cotidianas (estudo, refeições e esportes). Foram analisados itens como salas de aula, de leitura e de informática, refeitório, banheiros e quadras. A existência de corrimão e sinalização visual nas escadas foi observada como item de segurança dos alunos.

Tendo em vista a política da inclusão nas escolas, também foi verificada a existência ou não de elevadores, rampas e banheiros para deficientes, que promovam ao aluno cadeirante condições de acesso à escola e participação nas atividades rotineiras.

Constatou-se que a maior parte dos ambientes da amostra estava em bom estado, e permitiam que os alunos desenvolvessem suas atividades mais cotidianas. O banheiro foi o ambiente que apresentou o maior número de problemas, porém estes não comprometiam a sua utilização e, quanto às escadas, a maioria estava em bom estado, apresentando corrimão, porém sem sinalização visual na borda do degrau.

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Nenhuma das escolas visitadas contemplava todos os itens descritos na legislação e normas técnicas relativas à acessibilidade. Foram realizadas adaptações para facilitar o acesso do cadeirante à escola, porém, na maior parte delas, é necessário alguma ajuda de outra pessoa por conta de obstáculos, tais como degrau ou grelhas no caminho, uma inclinação elevada na rampa, dentre outros. Sobre o assunto já existe a seguinte determinação: “Adéque as unidades escolares para garantir a acessibilidade dos portadores de necessidades especiais (Determinação de 2007).”

a.3) Apoio Didático-Pedagógico Educacional – Cadernos de Apoio Pedagógico e Reforço Escolar para Língua Portuguesa e Matemática

Os procedimentos de análise da contratação de material de reforço para as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, realizado em função de resultados apresentados na Prova São Paulo 2007/2008, bem como do acompanhamento da sua execução, demonstraram que a SME continua apresentando deficiências no planejamento da contratação e nos procedimentos de controle e fiscalização dos contratos, de forma a não cumprir o princípio da eficiência e da economicidade. Tais deficiências se devem à ausência de justificativa para a necessidade da contratação/aditamento, para a contratação direta (principalmente para os serviços de impressão – 46% do valor total), e dos quantitativos (não era clara também, a quantidade contratada); havia inconsistência na especificação técnica dos cadernos e vídeos e falta de clareza das condições da execução do contrato. Na execução contratual constatou-se que o serviço de impressão foi terceirizado/subcontratado e a quantidade entregue divergia da contratada.

Em virtude dos resultados apresentados na Prova São Paulo 2007/2008 (avaliação do desempenho dos alunos nos diferentes anos dos Ciclos I e II do Ensino Fundamental) terem revelado defasagens na aprendizagem dos alunos, a SME entendeu ser necessária a produção de novo material didático com objetivo de fornecer aos alunos material de reforço escolar nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática.

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O material de reforço articula dois recursos: cadernos para os alunos e guia para professores com orientações didáticas para uso de tais cadernos; e vídeos para uso na sala de aula, que reproduzidos em DVDs acompanharão o guia do professor. Para tanto, foi celebrado o Contrato nº 114/SME/09 com a Fundação Padre Anchieta, cujo objeto é a contratação de serviços de: a) produção, editoração e publicação de 36 cadernos de Apoio Pedagógico e Reforço Escolar e 36 Guias de Orientações Didáticas para professores nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática; b) produção e duplicação de 38 DVDs com 62 vídeos para o trabalho de Língua Portuguesa e de Matemática. Inicialmente, o Contrato previa 1.225.400 volumes para os alunos e 49.500 volumes de guia professor por semestre. Essa quantidade foi alterada pelo Termo Aditivo nº 82/SME/2010, passando para 1.228.678 volumes para os alunos e 110.078 volumes de guia professor. No que tange aos vídeos, devem ser produzidos 62 vídeos com duração de 3 a 20 minutos cada um. O valor contratual já aditado é de cerca de R$ 16,125 milhões. A análise do Contrato nº 114/SME/09 concluiu pela sua irregularidade, principalmente pelas seguintes infringências: a) ausência de clareza e precisão na estipulação das condições de execução contratual; b) ausência de justificativa da real necessidade da contratação (insuficiência do material didático); c) produção parcial (primeira versão) dos conteúdos de Língua Portuguesa para os alunos do 1º e 3º anos, sem que esse serviço fosse “descontado” da contratação; d) ausência de comprovação dos quantitativos previstos na especificação do objeto e de especificação do conteúdo de Matemática do Ciclo II; e) insuficiência de justificativa das causas que caracterizaram a contratação direta, principalmente em relação ao material didático-pedagógico e os serviços de impressão; f) não padronização da pesquisa de mercado; g) objeto a ser contratado diferente daquele estipulado nas especificações técnicas (quantidade de volumes e quantidades de DVDs). Sugeriu-se que, na Prova São Paulo de 2010, fosse realizada uma avaliação específica sobre os conteúdos pedagógicos de Língua Portuguesa e Matemática abordados nos cadernos de reforço escolar dos alunos e professores e dos vídeos contratados.

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O Termo de Aditamento nº 82/SME/2010 do referido contrato foi considerado irregular pelas seguintes infringências: a) suceder contrato considerado irregular; b) termo de aditamento extemporâneo; c) justificativa insuficiente para demonstrar a necessidade do aditamento e suas quantidades; d) falta de clareza e precisão nas condições de execução contratual; e) preço contratado indevidamente justificado; f) o serviço de impressão foi terceirizado/subcontratado (46% do valor total da contratação) e não poderia ter sido contratado por dispensa de licitação; g) o termo de aditamento não apresenta a alteração ocorrida no cronograma físico-financeiro. No acompanhamento da execução do contrato concluiu-se que este não está sendo executado conforme o pactuado, devido às seguintes constatações: a) as quantidades de cadernos, guias e vídeos entregues de Língua Portuguesa não estão de acordo com o estipulado; b) houve subcontratação/terceirização do serviço de impressão dos cadernos, dos guias e duplicação dos vídeos, sendo que não há tal previsão no contrato; c) foi constatada diferença de valor entre a nota de remessa da empresa subcontratada (FTD S.A.) e o constante no contrato (- R$ 6.037.476,61) sob pena de caracterizar sobrepreço. Agrega-se, ainda, as falhas relativas à ausência: de formalização da análise e aprovação dos conteúdos dos cadernos de reforço escolar e vídeos, da análise dos relatórios entregues pela contratada e de termo circunstanciado comprovando a adequação do objeto aos termos contratuais. Essas situações demonstram que a SME continua apresentando falha no planejamento da contratação (erro de especificação técnica dos cadernos e vídeos; e, com relação à quantidade, não sabia exatamente qual a demanda necessária) e falhas nos procedimentos de controle e fiscalização dos contratos, de forma a não cumprir o princípio da eficiência e da economicidade.

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a.4) Educação Infantil – Convênios p/ Operação e Manutenção de CEIs

As fiscalizações realizadas permitiram concluir que, apesar da evolução quantitativa da rede conveniada, as ações da SME permanecem deficientes para garantir a perfeita aplicação dos recursos públicos, uma vez que ocorrem falhas de controle e execução no acompanhamento dos Convênios, necessitando a Secretaria aperfeiçoar seus procedimentos, pois, caso contrário, os convênios da Educação Infantil podem não estar atingindo o objetivo de cuidar e educar a criança. Verificou-se anomalias desde as ações de caráter geral, como as ausências de justificativa para: lavratura de convênio, de chamamento público para escolha da entidade e de estudo sobre o custo da educação infantil; e também, falhas nas ações que visaram o estabelecimento de objetivos e metas do Plano de Trabalho e do Projeto Pedagógico, quando da formalização do Termo de Convênio, uma vez que estes não estavam descritos de maneira clara e mensuráveis quantitativamente e/ou qualitativamente; e não havia definição clara da contrapartida da entidade, com respectiva prestação de contas. Essas anomalias dificultaram o acompanhamento e a fiscalização por parte da SME e consequentemente a verificação do cumprimento dos objetivos do convênio.

O aumento da demanda que se verificou nos últimos anos na Educação Infantil no Município de São Paulo não foi acompanhado na mesma proporção pela expansão de sua Rede Pública Direta, ocasionando a adoção da Política de Governo da expansão de atendimento à Educação Infantil por meio da celebração de convênios com entidades interessadas em desenvolver tal atividade. Apesar da evolução quantitativa da rede conveniada, a SME não evoluiu proporcionalmente sua atuação no acompanhamento e fiscalização, revelando inúmeras falhas que comprometem a Educação Infantil na Rede Conveniada.

A análise do convênio firmado com a Sociedade Educativa e Beneficente Estrela da Esperança para atendimento às crianças de 0 a 2 anos no CEI Erik Gunnar Eriksson (Convênio nº 038/SME/2010-RI) foi considerada formalmente irregular. Nessa análise, observou-se que permanecem infringências que demandam por parte da SME uma ação de aspecto geral relativa à celebração de convênios, já apontados em fiscalizações anteriores, tais como:

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• falta de justificativa na escolha de celebração de Convênio – faz-se necessário que a Administração apresente justificativa, não só acerca da demanda por serviço público a ser suprida com auxílio do Terceiro Setor, mas também, porque adotou determinada forma jurídica, em detrimento de outra;

• ausência de chamamento público com indicação de critérios objetivos para a escolha da entidade com quem se celebrará o convênio – contrariando o princípio da isonomia e os artigos 5º e 6º do Decreto Municipal nº 40.384/2001. Ademais, a realização de um processo objetivo de escolha possibilitaria à SME distinguir, entre as entidades interessadas, qual possui condições de melhor utilizar a verba pública destinada àquele convênio, estimulando as conveniadas a se profissionalizarem e a melhorarem a gestão da verba repassada;

• ausência de estudo sobre o custo da educação infantil – o valor mensal do repasse do convênio analisado foi obtido por meio das Portarias da SME, que estipularam o per capita e o adicional de berçário, entretanto, não consta a justificativa da composição de tais valores. A SME deveria elaborar planilha de custo por criança na Educação Infantil como forma de planejamento e acompanhamento, pois é essencial evidenciar o valor necessário a ser despendido com cada criança para se obter um atendimento adequado e com qualidade. Assim, com o conhecimento do valor mínimo necessário para que uma criança abrangida pela Educação Infantil tenha atendimento de qualidade, poderia-se exigir das conveniadas a aplicação integral desse valor, com a posterior prestação de contas, tanto do repasse municipal, como da parte que couber à conveniada.

Constatou-se também as seguintes infringências:

a) O Plano de Trabalho não estava em conformidade com as normas a ele aplicáveis, pois: não havia descrição clara das metas e objetivos a serem atingidos pelo Convênio; os valores apresentados de Recursos Humanos no Plano de Aplicação dos Recursos Financeiros estavam incorretos e o posterior aumento de despesa não estava justificado; não se estabeleceu a contrapartida da Entidade; a quantidade de crianças por sala era superior ao permitido por não ter sido considerada somente a área livre/disponível; havia falta de Auxiliar de Desenvolvimento Infantil para a quantidade de crianças matriculadas no Berçário I; e o Projeto Pedagógico não estava de acordo com a legislação pertinente;

b) Empenhamento insuficiente para cobertura da despesa no exercício à época da lavratura do Convênio;

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c) Falta de providências quanto à concessão de autorização de funcionamento;

d) Não exigência na prestação de contas de extratos bancários de conta corrente única e específica para o convênio, impossibilitando a conciliação bancária, dentre outros.

Dentre os pontos abordados, relacionamos abaixo, alguns que são de fundamental importância que sejam obedecidos, pois influenciam diretamente os instrumentos de acompanhamento e controle, objetivando a utilização eficiente e eficaz dos recursos públicos, são eles:

• Metas a serem atingidas – não basta a menção genérica, devem ser descritas

qualitativamente e quantitativamente, de maneira a permitir uma avaliação do seu alcance, não só pela auditoria mas pela SME, que é responsável pela aprovação, acompanhamento e fiscalização dos convênios.

• Contrapartida – Não se pode aleatoriamente considerar que qualquer valor que

exceda o repasse seja contrapartida. Se a SME tivesse um estudo com a planilha de custo de cada criança, então seria realmente possível determinar que a diferença entre o repasse e o custo calculado por criança seria a contrapartida da entidade. Na apresentação do Plano de Trabalho, a entidade já deveria comprovar capacidade de captar outras receitas, além do repasse municipal, a fim de garantir a plena satisfação das necessidades de cada criança atendida, baseada no custo mínimo planejado pela própria Secretaria. E exigir a prestação de contas dessa contrapartida.

• Objetivos do Projeto Pedagógico – Assim como o comentado sobre metas, os objetivos estabelecidos para o Projeto Pedagógico devem ser descritos qualitativa ou quantitativamente, de forma a permitir a avaliação e acompanhamento.

O acompanhamento do Convênio considerou irregular a execução, pelos seguintes motivos:

• O imóvel utilizado pela conveniada encontrava-se pendente de regularização

por falta de Alvarás de Funcionamento e de aprovação do Corpo de Bombeiros;

• Falta de providências quanto à concessão de autorização de funcionamento por parte de DRE;

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• Metragem das salas informada com área útil livre é inferior à real, resultando em quantidade de crianças superior ao permitido;

• Alimentos perecíveis armazenados em dissonância quanto ao estabelecido;

• Quantidade de Auxiliares de Desenvolvimento Infantil (ADIs) insuficiente para o

Berçário I; • Ausência de Plano de Capacitação Permanente dos recursos humanos da

conveniada;

• Informações quanto a ações, metas e diretrizes estão vagamente descritas, sem especificações do que foi executado, como era, como ficou, sob quais orientações e com que objetivo, resultando em Relatórios de Visita da Supervisão Escolar com observações vagas e não mensuráveis quantitativa e qualitativamente.

Não há um planejamento de fato do acompanhamento do desenvolvimento da criança, já que sequer é feito um diagnóstico inicial dela. E sem um registro individual de cada uma, não é possível aferir sua evolução de acordo com o esperado para cada faixa etária. Também não há evidências de que a conveniada promova uma avaliação individual final. Concluiu-se que o processo de avaliação do desenvolvimento integral da criança apresenta deficiências que também prejudicam a verificação do cumprimento dos objetivos do convênio; dentre outros.

Destacamos, também, que o Plano de Trabalho não estava em conformidade com as normas aplicáveis, pois: não havia descrição clara das metas e objetivos a serem atingidos pelo Convênio; não se estabeleceu a contrapartida da Entidade e o Projeto Pedagógico não estava de acordo com a portaria aplicável por também não prever acompanhamento do desenvolvimento da criança. Essas situações prejudicam a verificação do cumprimento dos objetivos do convênio.

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a.5) Indicadores de Desempenho da Educação

As avaliações externas examinadas (Prova São Paulo e Prova Brasil) revelaram que as proficiências médias da RME-SP se situam abaixo das pontuações mínimas consideradas como “adequadas” para todos os anos escolares avaliados (4ºs Anos dos Ciclos I e II do Ensino Fundamental), em ambas as áreas avaliadas - Língua Portuguesa e Matemática.

Em relação ao IDEB, foi verificado que o desempenho dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental se situa abaixo das metas estabelecidas pelo MEC/INEP (Ministério da Educação/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) em todos os anos avaliados, assim como o indicador do Município se encontra abaixo dos números obtidos pela Rede Estadual de São Paulo.

As médias alcançadas pelo Brasil na avaliação internacional de desempenho escolar (PISA 2009) se situam consideravelmente abaixo das pontuações médias apresentadas pelos países desenvolvidos (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE), indicando a necessidade de implantação de melhores políticas públicas para a área educacional.

Os gastos em 2010 com Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação evidenciam a falta de investimentos na capacitação dos professores, elemento fundamental para a melhora da qualidade da Educação. Os resultados e conclusões da análise dos principais indicadores da função da Educação estão sintetizados a seguir.

a.5.1) Sistemas de Avaliações Externas

A avaliação externa do rendimento escolar - provas elaboradas por instituições externas às escolas – objetiva primordialmente oferecer indicadores comparativos de desempenho para a formulação, reformulação e monitoramento de políticas públicas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da Educação do País.

As avaliações externas de desempenho escolar revelam que, de maneira geral, o desempenho do aluno piora conforme a progressão escolar, sendo as maiores deficiências observadas na área de Matemática.

Ressaltamos que a performance dos estudantes nas avaliações deve ser entendida como resultado da combinação de vários fatores, como aspectos socioeconômicos e características da família, do aluno, do professor e da escola.

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Apresentamos, a seguir, os resultados das avaliações externas efetuadas no âmbito municipal (Prova São Paulo e Prova da Cidade), federal (Prova Brasil/SAEB que compõe o IDEB e ENEM) e internacional (PISA).

a.5.1.1) Prova São Paulo

Ao longo de todas as edições da Prova São Paulo disponíveis até o momento (2007 a 2009), as proficiências médias da RME-SP se situaram abaixo das pontuações mínimas consideradas como “adequadas” para os 4ºs Anos dos Ciclos I e II do Ensino Fundamental, em ambas as áreas avaliadas (Língua Portuguesa e Matemática). Analisando os números da Prova São Paulo 2009, foi constatado que o desempenho dos alunos piora conforme a progressão escolar, sendo as maiores deficiências registradas na disciplina de Matemática, como pode ser observado no Gráfico nº 1.

Gráfico 1 - Prova São Paulo – Evolução do Desempenho x Nível Básico

Fonte: SME. Obs.: Em 2008, as médias do 4º Ano do Ciclo I contemplam os números do PIC. Se considerarmos apenas as classes regulares, as médias são 163,6 para Língua Portuguesa e 178,1 para Matemática, conforme informações da Secretaria através da planilha “Prova São Paulo 2007 x 2008”. Foi utilizado os números do Relatório de Análises Técnico Pedagógicas.

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Em 2009, aproximadamente 84% dos alunos do 4º Ano do Ciclo I e 91% do 4º Ano do Ciclo II apresentaram desempenho “abaixo do adequado” em Matemática, e em relação à disciplina de Língua Portuguesa, perto de 72% dos alunos do 4º Ano do Ciclo I e 83% dos estudantes do 4º Ano do Ciclo II registraram desempenho “abaixo do adequado” em 2009, como demonstrado no Gráfico nº 2.

Gráfico 2 - Distribuição dos Alunos por Nível de Proficiência – Prova São Paulo 2009

Fonte: SME.

Com relação à Formação Continuada dos Profissionais do Magistério, tendo por base os elementos constantes nos documentos da SME, não foi possível concluir se as formações oferecidas aos docentes, após o diagnóstico efetuado na Prova São Paulo, abrangeram um número significativo de profissionais da Rede, bem como o número de horas/formação ofertada. Não foi possível atestar, igualmente, se é expressiva a quantidade de escolas que utilizaram realmente o material de apoio ofertado pela Secretaria (“Cadernos de Apoio e Aprendizagem”), e se este produziu resultados efetivos.

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a.5.1.2) Prova da Cidade

Em 2010, cerca de 70% das escolas da Rede aderiram à Prova da Cidade, totalizando perto de 300 mil alunos, no entanto, o resultado ainda não foi divulgado. A Prova da Cidade não possui escala de proficiência, em razão de suas especificidades, e segundo esclarecimentos da SME, constitui um instrumento pedagógico para a escola e não uma ferramenta diagnóstica para políticas públicas.

a.5.1.3) Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)

Na Rede Municipal de Ensino de São Paulo, o IDEB 2009 das escolas é, em média, 4,7 nos Anos Iniciais e 3,2 nos Anos Finais do Ensino Fundamental. Embora o IDEB aponte, de modo geral, avanço da Rede ao longo das avaliações, o desempenho dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental se situa abaixo das metas estabelecidas pelo MEC/INEP em todos os anos avaliados (Gráfico 3), bem como o IDEB do Município se encontra abaixo dos números obtidos pela Rede Estadual de São Paulo.

Gráfico 3 – IDEB – Evolução da RME-SP

Fonte: MEC/INEP.

Foram visitadas 8 escolas da RME-SP, selecionadas em razão do alto/baixo desempenho no IDEB 2009 e foram constatados alguns pontos em comum entre as diferentes unidades: Escolas com Alto Desempenho no IDEB: baixa rotatividade do corpo diretivo/gestor/docentes e alto comprometimento dos professores e pais com o processo de aprendizagem dos alunos.

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Escolas com Baixo Desempenho no IDEB: baixo perfil socioeconômico, vulnerabilidade social interferindo consideravelmente na vida escolar, alta rotatividade do corpo diretivo/gestor/docente e baixo comprometimento dos pais na educação dos filhos.

Em todas as unidades visitadas, há consenso sobre os seguintes aspectos: a) não existe falta de recursos financeiros para o dia a dia escolar, b) necessidade de oferta de cursos de qualificação/formação de professores durante a jornada de trabalho dos profissionais na escola, uma vez que a maioria dos docentes possui mais de um emprego, impossibilitando a frequência nos cursos oferecidos em outros horários e, c) necessidade de ação conjunta das Secretarias para combater os problemas socioeconômicos que afetam significativamente o processo de aprendizagem, bem como a integração dos recursos locais (postos de saúde, transporte, assistência social, dentre outros).

a.5.1.4) Prova Brasil/Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB)

Com exceção do desempenho em Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental, as médias obtidas pela Rede Municipal de Ensino de São Paulo na Prova Brasil apresentaram avanço ao longo dos anos; todavia, estes números permanecem abaixo das pontuações mínimas consideradas como “adequadas”.

A performance da Rede em Matemática – Anos Finais do Ensino Fundamental registrou piora ao longo das avaliações, confirmando as deficiências apontadas na Prova São Paulo.

a.5.1.5) Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)

No Município de São Paulo, 8 escolas municipais oferecem o Ensino Médio, sendo que destas, 2 não tiveram suas notas do Enem divulgadas em razão da baixa taxa de participação dos alunos.

Das 6 escolas que tiveram suas notas divulgadas, apenas 2 obtiveram pontuação acima da média nacional na Prova Objetiva. Em relação à Redação, 3 unidades apresentaram pontuação acima da média do País. Foi ressaltado que, em razão do caráter voluntário do Enem, os resultados do exame não refletem a média dos alunos das escolas.

a.5.1.6) Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA)

O Brasil apresentou crescimento de 33 pontos na média geral do PISA, entre a 1ª avaliação aplicada em 2000 (368 pontos) e o último exame, ocorrido em 2009 (401 pontos), sendo um dos países que apresentou o maior avanço no período.

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Entretanto, os números obtidos pelo País se situam consideravelmente abaixo das pontuações médias apresentadas pelos países membros da OCDE (496 pontos). Dos 65 países que participaram do exame, o Brasil apresentou a 54ª colocação na Média Geral, a 53ª em Leitura, a 57ª em Matemática e a 53ª em Ciências. O pior desempenho do País foi observado na área de Matemática, confirmando os resultados verificados na Prova São Paulo e Prova Brasil. No Brasil, dentre as 27 Unidades da Federação que participaram do PISA 2009, o Estado de São Paulo registrou média geral de 409 pontos, se situando acima da média do País (401 pontos). O Estado de São Paulo apresentou as seguintes colocações, entre as Unidades da Federação avaliadas: 7ª posição na Média Geral, 5ª em Leitura, 8ª em Matemática e 7ª em Ciências.

a.5.2) Formação e Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação

A SME apresentou despesas com Formação e Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação próximas a R$ 6 milhões, no exercício de 2010. Considerando que a Secretaria registrou perto de 62 mil professores em seu quadro de pessoal em dezembro de 2010, o valor gasto por docente foi de aproximadamente R$ 96 no ano.

a.5.3) Programa de Ações Articuladas do Município de São Paulo

O Município de São Paulo finalizou e encaminhou a Fase Diagnóstica do Plano de Ações Articuladas, em 16.11.10, e aguarda manifestação do MEC.

a.5.4) Agenda 2012

Das 7 metas da Agenda 2012, sob responsabilidade da SME, 1 foi cumprida no decorrer do ano de 2010 (Meta nº 16: Implantação do Ciclo de 9 Anos no Ensino Fundamental). Em relação aos valores previstos para o ano de 2010, foi constatado que: 4 não atingiram os números estimados para o período (Metas nºs 12, 13, 15 e 111), 1 não possui valor previsto para o referido ano (Meta nº 14) e não é possível atestar o atendimento da Meta nº 38, em razão da ausência dos valores realizados referentes ao ano de 2010.

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b) Insumos para a Educação

b.1) Construção de EMEIs e EMEFs

A análise do edital de pré-qualificação de empresas para obras e serviços relativos à construção de 125 EMEIs e 30 EMEFs, bem como de uma representação, revelou diversas irregularidades tais como: não constou orçamento que reflita o valor estimado; os locais dos terrenos ainda não estão definidos e com isso a análise do licenciamento ambiental fica prejudicada; falta de projeto básico; tendo em vista que as escolas a serem construídas não se revestem de complexidade técnica, a pré-qualificação não é aplicável neste caso; o procedimento de promover a licitação em lotes, em vez de permitir que os licitantes concorram para escolas isoladas diminui a competitividade dos licitantes; há critérios subjetivos para julgamento das propostas. Foi realizado o acompanhamento de edital de Pré-qualificação nº 002/2010/SIURB/EDIF para pré-qualificação de empresas para execução de obras e serviços relativos à construção de 155 escolas dividas em 15 lotes, com valor orçado de R$ 587,5 milhões, e data de abertura das propostas prevista para 12.07.2010. Dessas escolas, 125 são EMEIs e 30, EMEFs.

A análise do referido edital apontou diversas irregularidades, dentre as quais destacamos: a) não consta do todo analisado o orçamento de referência que reflita o valor estimado; b) os locais dos terrenos só serão definidos por época da futura concorrência, e como consequência a análise do licenciamento ambiental fica prejudicada; c) os projetos fornecidos nesta pré-qualificação não atendem a definição de projeto básico; d) as escolas do presente programa não se revestem de complexidade técnica, não sendo a pré-qualificação aplicável no presente caso; e) a licitação de 155 escolas agrupadas em lotes que variam de 9 a 12 escolas não permite que os licitantes concorram para escolas isoladas, diminuindo o âmbito de possíveis licitantes; f) constam critérios subjetivos para o julgamento das propostas; g) não foram justificados os índices econômico-financeiros utilizados para a qualificação econômico-financeira. Ainda, a exigência de número certo ou mínimo de contratos e, também, a exigência de 3 edificações em cada contrato são fatores limitantes ao número de empresas capazes de atender as exigências desta pré-qualificação, restringindo o caráter competitivo; e também, a exigência de um número não inferior a 3 unidades de elevadores, para serviços que não serão executados pelos construtores e sim subcontratados às empresas fabricantes, foram itens considerados restritivos.

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Foi também analisada representação interposta em face desse edital, em que se concluiu pela procedência nos seguintes aspectos: a) da ilegalidade do procedimento de pré-qualificação, tendo em vista que o objeto a ser licitado não tem complexidade técnica; b) há exigências restritivas para a qualificação técnica; c) da falta de projeto básico; d) da falta de orçamento detalhado; e) da infração ao princípio da economicidade, tendo em vista que a escolha do método construtivo não está plenamente justificada; f) da falta de indicação dos locais de obra; e g) da falta de recursos orçamentários. Destacou-se que o procedimento de pré-qualificação substitui a fase de habilitação do processo licitatório e, como tal, devem nela constar os requisitos para a qualificação técnica dos licitantes. Dessa forma, a presença do projeto básico se mostra indispensável, assim como orçamento detalhado em planilhas. O valor dele derivado vai informar a exigência de capacidade financeira dos licitantes. Em continuidade, no Diário Oficial da Cidade (DOC) de 07.01.2011 foi publicada a homologação do certame, em que 14 construtoras/consórcios foram pré-qualificadas.

b.2) Ensino Fundamental – Operação e Manutenção de EF – Outros Serviços de Terceiros Pessoa Jurídica – Serviços de Limpeza

As auditorias realizadas na atividade “Serviços de Limpeza” revelaram que permanecem as falhas relativas à falta de planejamento por parte da SME. Tais falhas refletiram na anulação/revogação de dois Pregões relativos à contratação de serviços de limpeza, um para os CEUs (Pregão nº 32/SME/2009), e outro para as áreas administrativas (Pregão nº 01/SME/2010), e também, motivaram a contratação emergencial de 3 ajustes para serviços de limpeza em CEUs.

Algumas infringências têm sido recorrentes nas análises de contratação de serviços de limpeza. Dentre elas, duas se destacam. Uma refere-se à definição nas contratações das quantidades de postos de serviços por localidade, ao invés do critério de m2 estabelecido na Portaria nº 52/06 – SMG. Outra, diz respeito à falta de justificativa das quantidades estimadas dos postos de serviço contratados em função das necessidades, bem como da ausência de descrição e os quantitativos do material de consumo e dos equipamentos necessários, refletindo na pesquisa de preço, que não expressa a composição de todos os custos.

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b.3) Ensino Fundamental – Operação e Manutenção de EF – Outros Serviços de Terceiros Pessoa Jurídica – Serviços de Segurança e Vigilância

As fiscalizações realizadas na atividade “Serviços de Vigilância” revelaram significativas deficiências tanto de planejamento, como de fiscalização e controle exercidos pela SME.

As falhas no planejamento se refletiram na constatação de inúmeras irregularidades e infringências na análise dos editais dos Pregões nº 39/SME/2009 e nº 36/SME/2010, culminando inclusive na revogação do primeiro.

Os acompanhamentos de execução de todos os contratos originados do Pregão nº 75/SME/2007 permitiram concluir que nenhum deles estava sendo executado conforme pactuado, e revelaram que a fiscalização e os controles exercidos por SME são ineficientes, originando a conclusão da auditoria de glosa de medições e aplicação de multas.

c) Proteção Social na Educação - Programa Municipal de Alimentação Escolar

Ficou demonstrada a fragilidade existente por parte da SME no planejamento, controle e fiscalização das ações relacionadas ao Programa Municipal de Alimentação Escolar. Esses fatos originaram na merenda terceirizada problemas relacionados à elaboração de justificativas para as contratações, tanto sob o aspecto das quantidades necessárias, como dos preços praticados, e impossibilitaram afirmar que houve regularidade na execução dos contratos em especial quanto à qualidade e quantidade dos alimentos servidos. Ainda, motivaram questionamentos quanto à necessidade do gasto e à aceitação da merenda pelos alunos, pois apenas aproximadamente 50% dos alunos consomem a merenda. Quanto à merenda direta, retardaram a implantação no Município de São Paulo, da inovação decorrente do disposto no artigo 14 da Lei Federal nº 11.947/09 e da Resolução CD/FNDE nº 38/09 relativa à obrigatoriedade da utilização de no mínimo 30% dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou suas associações.

O Programa Municipal de Alimentação Escolar objetiva suprir as necessidades nutricionais das crianças, jovens e adultos nele inseridos, fornece alimentação adequada em unidades escolares e foi desenvolvido com recursos do orçamento da Secretaria Municipal de Educação – SME e de transferências governamentais federais (PNAE/FNDE – Programa Nacional de Alimentação Escolar do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). O Departamento de Merenda Escolar – DME, da SME, realiza os atos necessários ao atingimento desses objetivos.

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A merenda escolar pode ser preparada pelo Agente Escolar, com insumos adquiridos e distribuídos pelo DME (alimentos in natura, congelados e não perecíveis), ou ser terceirizada, situação em que o DME contrata a empresa que fornece os insumos, prepara as refeições na própria escola e as distribui. No início do exercício de 2010, na terceirização da merenda, estavam em vigor 8 contratos decorrentes do Pregão Presencial nº 08/SME/DME/2009, dos quais, dois foram analisados em 2010.

Os contratos nº 96/SME/DME/2009 e nº 101/SME/DME/2009 foram analisados formalmente, com conclusão pela regularidade com ressalvas, dentre as quais destacamos a falta de garantia contratual em um período do contrato 96/SME/DME/2009. Os Termos Aditivos apresentaram infringências que levaram à conclusão pela irregularidade, motivada principalmente pela ocorrência de: a) prestação de serviços (inclusive a 5ª refeição nas CEIs integral) sem o devido lastro contratual em alguns períodos; b) falta de formalização das alterações constantes do Anexo “A” do Termo Aditivo; c) valor incorreto dos quantitativos aditados; d) impossibilidade de afirmar com segurança se os preços ofertados foram vantajosos para a Administração por não estarem especificados os preços de cada tipo de alimentação a ser servida para os CEIs com período integral, dentre outras. Os citados contratos foram objeto de acompanhamento de execução contratual em 2010, e revelaram que esses instrumentos não estavam sendo executados conforme pactuados. Foram constatados: a) fornecimento da 5ª refeição sem formalização de Termo Aditivo; b) recursos empenhados insuficientes para o atendimento total do contrato; c) utilização de alimentos não homologados pelo DME; d) falta de higiene em equipamentos e utensílios utilizados no preparo da merenda escolar; e) produtos armazenados com prazo de validade vencido e embalagens danificadas; f) inobservância do número mínimo de manipuladores de alimentos; g) Atestados de Saúde Ocupacional (ASO) já vencidos; h) falta de evidência da visita semanal obrigatória das nutricionistas da empresa; i) refeições servidas abaixo do peso mínimo de porcionamento determinado pelo DME; j) fragilidade nos controles exercidos pelas escolas sobre os contratos.

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Foram apontadas impropriedades em relação ao DME, quanto a não aprovação e distribuição do manual orientativo às unidades envolvidas na merenda escolar, ao não atendimento do número mínimo de unidades a serem fiscalizadas e não realização da Avaliação de Aceitabilidade e pesquisa de opinião pública junto à direção das escolas. Cabe destacar a constatação de que há fraca adesão à merenda pelos alunos matriculados nas EMEFs, pois na amostragem verificou-se que a adesão à merenda, em média, fica em torno de 50% dos alunos. Essa constatação levou a questionar os gastos realizados com o fornecimento da merenda escolar, pois, ou a comida é ruim, ou o cardápio não atrai os alunos ou, principalmente, a maioria dos alunos não necessita da refeição, ou então, as quantidades licitadas estavam superiores às estimadas. As irregularidades constatadas geraram o apontamento de multas que deverão ser aplicadas pela Municipalidade. Em setembro de 2010 foram assinados quatro contratos emergenciais nº 04 a 07/SME/DME/2010, sendo que os de nº 04/SME/DME/2010 e nº 06/SME/DME/2010 foram analisados formalmente. Essas análises concluíram pela irregularidade desses contratos, principalmente, por não restarem justificados a necessidade da contratação direta e os preços contratados. Os contratos anteriores previam prorrogação. No entanto, foi informado que algumas empresas manifestaram não possuir interesse na prorrogação. Em 04.09.2010, foi publicado o despacho autorizando a realização da Consulta Pública nº 003/SME/DME/2010, para nova contratação, dividido em 14 lotes, e seu edital foi analisado, sendo concluído que o edital necessitava de ajustes, pois repetia alguns dos problemas já abordados acima, decorrentes de falta de planejamento, controle e fiscalização. Foram realizados os ajustes apenas em relação aos quantitativos. Dessa consulta resultou o Pregão nº 20/SME/DME/2010, cujo edital foi acompanhado, e uma representação. Esta foi considerada procedente em parte tendo resultado na alteração do item que tratava de qualificação financeira.

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Concluiu-se que o Edital reunia condições de prosseguimento desde que o DME revisasse o valor médio apurado a partir das pesquisas de mercado, analisasse os preços por item de alimentação, adequasse a classificação funcional programática, exigisse a comprovação da viabilidade e satisfatoriedade da subcontratação, e estabelecesse: mecanismos para que o contrato tenha sua vigência adequada ao calendário de aula escolar; mecanismos para que o DME permita a correta apuração do porcionamento efetivamente servido pela contratada quando da implantação do sistema self-service; formas como se dará a respectiva adequação dos preços contratados quando houver a diminuição do porcionamento nos CEIs e EMEIs, que assim solicitarem.

O Pregão nº 20/SME/DME/2010 foi concluído com a homologação de 12 lotes conforme DOC de 08.01.2011.

Finalmente, cabe ressaltar que foi realizada inspeção para verificar a veracidade de notícias relativas à má qualidade dos produtos, dos equipamentos, das instalações e dos serviços relacionados tanto à merenda escolar terceirizada como à direta, constatadas nas visitas do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) realizadas em escolas municipais, na qual se concluiu pela procedência das irregularidades apontadas e em alguns casos pelo agravamento da situação encontrada àquela época. Com relação à merenda elaborada por funcionários da escola com produtos adquiridos pelo DME (direta), houve em 2010 uma inovação decorrente do disposto no artigo 14 da Lei Federal nº 11.947/09 e da Resolução CD/FNDE nº 38/09, qual seja: no mínimo 30% dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), deverão ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou suas associações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas. Tal dispositivo legal fundamentou a Chamada Pública nº 01/SME/DME/2010, com a finalidade de aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar para a alimentação escolar (dispensa de licitação – contratação direta), cuja sessão de abertura foi marcada para o dia 22.06.2010.

O Edital foi acompanhado e concluiu-se que a Chamada Pública não reunia condições de prosseguimento e foi determinada a suspensão ad cautelaum da sessão até que fossem afastados os apontamentos da Auditoria, fato que ainda não ocorreu. No entanto, a SME tem realizado reuniões com os técnicos do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA e FNDE para viabilizar a aquisição.

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Os principais apontamentos dizem respeito à: a) necessidade da SME informar as quantidades atualmente previstas para abastecer as escolas de acordo com o gênero alimentício constante da Chamada Pública; b) necessidade de definição dos gêneros alimentícios a serem requisitados, não apenas pelo consultor do FNDE, mas também pelo mapeamento das cooperativas e associações de agricultura familiar com potencial de abastecimento para a demanda do município de São Paulo; c) necessidade de indicação da periodicidade da aquisição; d) necessidade de comprovação no processo administrativo de que a definição da demanda dos gêneros alimentícios observaram as “Diretrizes” da Resolução do FNDE; e) falta de justificativa no processo administrativo da não inclusão da prioridade na aquisição de alimentos orgânicos e/ou agroecológicos; dentre outras.

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7 - SAÚDE 7.1 - Gastos Legais

O município cumpriu a exigência de aplicação mínima na saúde de 15% da receita dos impostos arrecadados, de acordo com a Emenda Constitucional nº 29/00, considerando tanto as despesas empenhadas apuradas pela PMSP (19,28%) quanto as liquidadas apuradas pela Auditoria (18,56%). A Prefeitura publicou em 29.01.11 o Demonstrativo de Aplicação dos Recursos na Saúde relativo ao exercício de 2010, apresentando informações detalhadas por projetos e atividades.

Tabela 1 - Aplicação dos Recursos na Saúde (Exercício de 2010)

Em R$

Receitas A1 - Receitas decorrentes de impostos 20.887.139.597,08 

Despesas Valores Empenhados Valores Liquidados

A2 - Despesas referentes à EC 29/00 4.027.161.546,20 3.877.259.243,99 B - Aplicações não associadas à EC 29/00 1.648.390.159,63 1.535.214.797,21

Total de gastos com saúde 5.675.551.706 5.412.474.041 Percentual de Aplicação (A.2 / A.1) 19,28% 18,56

Fonte: NovoSeo.

Verificamos que os valores apurados pela auditoria referentes às despesas coincidem com os publicados pela PMSP, enquanto os da receita apresentaram ligeira variação, o que resultou uma diferença de 0,07 a maior no percentual de aplicação com saúde. Esse fato ocorreu porque os valores publicados eram provisórios, tinham receitas a classificar e também os números decorrentes do Programa de Parcelamento Incentivado PPI foram reclassificados. Considerando a receita publicada o percentual de aplicação na saúde, pela despesa liquidada, seria de 18,49%. No exercício de 2010 o município cumpriu a exigência constitucional, tanto pelas despesas empenhadas (19,28%) como pelas liquidadas (18,56%), portanto acima do mínimo exigido de 15%.

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7.1.1 - Demonstrativo da receita

Apresentamos tabela abaixo os dados das receitas que constituem a base de cálculo para o percentual mínimo de gastos com saúde.

Tabela 2 - Receitas Consideradas na Base de Cálculo (E.C. 29/00)

Em R$

Receita  Realizada/2010 

A.1 RECEITA DECORRENTE DE IMPOSTOS  20.887.139.597,08 

1.1 Impostos  12.920.938.362,16 

Imposto s/ a Propriedade Predial  3.878.863.644,33 

Imposto s/ a Propriedade Territorial Urbana  173.279.229,31 Imposto de Renda e Proventos de Qualquer Natureza  858.774.717,63 

Imposto s/ Transmissão "INTER‐VIVOS" de Bens Imóveis e de Direitos Reais s/ Imóveis ‐ ITBI‐IV  950.588.753,11 

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza  7.059.431.862,35 

Imposto s/ Venda a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos ‐ IVV  155,43 

1.2 Transferência da União  167.584.029,71 

Cota‐Parte do Fundo de Participação dos Municípios  131.383.084,01 

Cota‐Parte do Imposto s/ a Propriedade Territorial Rural  689.416,86 

Transferência Financeira do ICMS ‐ Desoneração ‐ LC nº 87/96  35.511.528,84 

1.3 Transferências do Estado  7.127.185.688,24 

Cota‐Parte do ICMS  5.340.742.418,30 

Cota‐Parte do IPVA  1.743.335.955,76 

Cota‐Parte do IPI s/ Exportação  43.107.314,18 

1.4 Outras Receitas Correntes  671.431.516,97 

Multas e juros de Mora de Impostos  128.097.054,95 

Multa e Juro de Mora da Divida Ativa de Impostos  102.237.958,07 

Receita da Divida Ativa de Impostos  441.063.555,63 

Programa de Parcelamento Incentivado ‐ PPI  32.948,32 

Fonte: NOVOSEO/SDO.

7.1.2 - Demonstrativo da despesa

A Prefeitura publicou o demonstrativo dos gastos com saúde contendo valores empenhados, liquidados e restos a pagar não processados, entretanto, para o cálculo do percentual aplicado foram utilizados os valores empenhados, embora as normas do SUS adotem as despesas liquidadas. Salientamos que, conforme constou das determinações de exercícios anteriores deste Tribunal, no julgamento das contas do Executivo 2008 (DOC 09.07.2009), a Secretaria Municipal da Saúde, em conjunto com a Secretaria Municipal de

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Planejamento, deveria considerar as despesas liquidadas no Demonstrativo da Aplicação dos Recursos vinculados à Saúde, em consonância com o estabelecido pela Portaria nº 2.047 do Ministério da Saúde.

O art. 4º da Portaria nº 2.047/GM, de 05 de novembro de 2002, do Ministério da Saúde, estabelece que “os recursos aplicados em ações e serviços públicos de saúde em cada Ente Federado, serão calculados pela soma das despesas liquidadas com essas ações...” (grifo nosso).

A 7ª edição do Manual de Elaboração do Anexo de Metas Fiscais e do Relatório Resumido da Execução Orçamentária da Secretaria do Tesouro Nacional, aprovada pela Portaria nº 575, de 30 de agosto de 2007, no item que trata do Demonstrativo da Receita de Impostos e das Despesas Próprias com Saúde, estabelece que as despesas sejam consideradas no momento em que são liquidadas, entretanto dispõe: “no encerramento do exercício, as despesas com ações e serviços públicos de saúde inscritas em Restos a Pagar poderão ser consideradas para fins de apuração dos percentuais de aplicação estabelecidos na Constituição Federal, desde que haja disponibilidade financeira vinculada à saúde.”

7.1.2.1 - Despesa com recursos próprios (EC 29/2000)

A tabela a seguir, elaborada pela auditoria, demonstra os gastos com a saúde efetuados com recursos próprios, detalhados por projeto / atividade:

Tabela 3 - Despesas vinculadas à EC. 29/2000 por projeto/atividade

Descrição Valores em R$ Empenhados Liquidados

1. Atividades - SMS/FMS - Recursos Municipais 2.186.898.738,12 2.091.543.186,34

2170 Aquisição de Materiais, Equipamentos e Serviços de Informática e Comunicação 44.038.259,03 32.361.511,19

2180 Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da PMSP 896.099,63 782.246,54

2200 Operação e Manutenção do Centro de Controle de Zoonoses 4.303.855,33 2.393.743,30

2318 E1770 Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho 1.000.000,00 1.000.000,00

2330 E2775 Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho 100.000,00 100.000,00

2338 E 2777 B3:F45ransferencia a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos - Associação Cruz Verde 100.000,00 100.000,00

4100 Coordenação e Administração Geral 248.118.597,56 224.053.523,48

4101 Operação e Manutenção de Unidades de Saúde 132.214.231,90 114.292.531,91

4102 Operação e Manutenção do Departamento Técnico de Transportes 1.776.051,81 1.450.380,67

4103 Oper./Manut. Unidades Hospitalares, Pronto Socorros e Pronto Atendimento 127.960.967,36 110.984.276,23

4105 Oper.e Manut. Serv.de Atendimento Médico de Urgência - SAMU 7.907.434,96 7.281.240,33

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Descrição Valores em R$ Empenhados Liquidados

1. Atividades - SMS/FMS - Recursos Municipais 2.186.898.738,12 2.091.543.186,34

4106 Operação da Assistência Farmacêutica 47.004.881,98 42.937.280,70

4107 Administração do Material Hospitalar, Ambulatorial e Odontológico 56.267.849,73 49.722.433,15

4108 Apoio à Consolidação da Participação Social no SUS - Municipal 168.419,66 149.334,86

4109 Operação e Manutenção das Farmácias Populares 255.943,22 255.943,22

4111 Operação e Manutenção do Programa Saúde da Família - PSF 124.311.171,21 124.311.171,21

4113 Coordenação de Integração e Regulação do Sistema de Saúde 565.717,48 565.717,48

4122 Operação e Manutenção do Programa Mãe Paulistana 16.258.342,50 15.687.453,58

4123 Implantação e Manutenção da Assistência Médica Ambulatorial - AMA 369.930.033,90 369.930.033,90

4124 Implantação e Manutenção do Serviço Especializado em Saúde Mental 49.777.010,53 49.391.725,77

4125 Oper. e Manut. Atend. Ambulatorial, Odont. e SADT por meio das OS's 600.536.173,97 595.714.351,63

4126 Oper. e Manut. Atend. Hospitalar, PS e PA por meio das OS's 338.853.398,85 338.844.398,85

4127 Operação e Manutenção PRHDOM - Programa Hospital Domiciliar 414.471,08 235.393,72

4130 Operação e Manutenção de Vigilância em Saúde 12.039.826,43 6.898.494,62

8052 Publicações de Interesse do Município 2.100.000,00 2.100.000,00

2. Pessoal - SMS/FMS - Recursos Municipais 999.037.285,48 999.037.285,48

4100 Coordenação e Administração Geral 999.037.285,48 999.037.285,48

3. Projetos - SMS/FMS - Recursos Municipais 22.625.429,43 12.154.021,90

1472 E 1559 Aquisição de Equipamentos novos de Odontologia para UBS Jd Helena (Zona Leste) 9.526,74 -

3100 Construção de Equipamentos de Saúde 5.962.308,00 1.161.414,39

3101 Ampliação e Reforma de Equipamentos de Saúde 13.594.954,45 10.845.185,70

3106 Construção e Instalação do Hospital Municipal de Vila Brasilândia 9.257,00 -

3300 Reforma e Ampliação do Centro de Controle de Zoonoses 3.049.383,24 147.421,81 4. Recursos Supervisionados pela Secretaria Municipal de

Finanças - 28.17 50.000,00 50.000,00

0046 Outras Dívidas - DEA NE nº 52385 14.05.2010 50.000,00 50.000,00

5. Autarquia Hospitalar - Atividades - Recursos Municipais 239.981.371,17 209.696.319,03

4100 Coordenação e Administração Geral 79.450.561,34 76.618.389,63

4103 Oper./Manut. Unidades Hospitalares, Pronto Socorros e Pronto Atendimento 160.530.809,83 133.077.929,40

6. Autarquia Hospitalar - Pessoal e Encargos - Recursos Municipais 334.270.000,00 324.892.586,24

4100 Coordenação e Administração Geral 334.270.000,00 324.892.586,24 7. Outros Encargos Apropriados - Recursos Municipais Fator de

rateio 0,1893 244.298.722,00 239.885.845,00

28.15.6821 Obrigações e Contribuições Patronais 194.457.738,00 194.457.738,00

28.15.6822 Benefícios a Servidores Ativos 352.969,00 352.969,00

28.17.6825 Contribuição Formação Patrimônio Servidor Público - PASEP 49.488.015,00 45.075.138,00

Total de Gastos com Saúde - Emenda Constitucional 29/00 4.027.161.546,20 3.877.259.243,99 Fonte: NovoSeo/SDO.

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Considerando os valores liquidados, o montante da despesa vinculada à EC. 29/2000 totalizou R$ 3.877.259.243,99. O demonstrativo publicado pela PMSP está de acordo com o apurado pela Auditoria.

7.1.2.2 - Apuração do fator de rateio das despesas diversas

No item 7 da tabela 3, são apresentados valores apropriados aos gastos com saúde, mediante rateio. Estes gastos não pertencem à função saúde, são benefícios a servidores que são classificados proporcionalmente aos servidores lotados na saúde. O fator de rateio da despesa é calculado com base nos gastos da SMS com pessoal em relação à despesa total da Prefeitura com pessoal (Elemento de despesa 31901100 – Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil), que esse ano representou 0,1893.

7.1.2.3 - Repasses a instituições

Os valores repassados para as instituições filantrópicas pela prestação dos diversos serviços, como por exemplo, o PSF (Programa Saúde da Família) e a AMA (Atendimento Médico Ambulatorial), bem como aqueles repassados para as Organizações Sociais para atender aos Contratos de Gestão, são considerados gastos em saúde em sua totalidade, pela PMSP. Entretanto, verificamos que os recursos repassados não são totalmente utilizados no exercício, o que pode resultar distorção do valor gasto, isto é, os recursos liquidados e pagos pela PMSP, não necessariamente representam aplicação de recursos em saúde no período considerado. Deveriam ser consideradas na apuração dos recursos aplicados na Saúde as despesas efetivamente executadas pelas instituições parceiras, conforme suas prestações de contas, e não o valor financeiro repassado às mesmas pela Secretaria Municipal de Saúde, conforme constou das determinações de exercícios anteriores deste Tribunal, no julgamento das Contas do Executivo de 2008, todavia o demonstrativo publicado pela PMSP não contempla a exclusão dos valores repassados e não aplicados.

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7.1.2.4 - Despesas não associadas à EC. 29/2000 Além das receitas de que trata a Emenda Constitucional 29/00, o município aplica na saúde recursos provenientes de outras fontes, tais como transferências da União, do Estado e recursos próprios da administração indireta, destinados a atender às ações e serviços de saúde. Os recursos transferidos são movimentados em contas bancárias divididas em dois grupos básicos, conforme o tipo de repasse: fundo a fundo e convênios. Os repasses fundo a fundo são efetuados pelo Fundo Nacional de Saúde ao Fundo Municipal, mensalmente, de forma regular e automática, destinados à Atenção à Saúde no âmbito do município. A seguir apresentamos as despesas não associadas à EC 29/00 do exercício de 2010:

Tabela 4 - Despesas não vinculadas à EC. 29/2000

Em R$ Descrição Empenhado Liquidado

1. Atividades - SMS/FMS - Recursos Federais / Estaduais 1.078.550.048,92  1.025.386.950,172170 Aquisição de Materiais, Equip. e Serviços Inform. e Com. 1.780.946,19  902.408,98 2180 Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da PMSP 1.063.192,40  544.298,00 4101 Operação e Manutenção de Unidades de Saúde 7.082.630,47  6.467.184,22 4103 Oper./Manut. Unidades Hospitalares, PS e PA 16.095.698,80  11.440.573,70 4105 Oper.e Manut. SAMU 33.884.057,47  30.317.596,49 4106 Operação da Assistência Farmacêutica 74.071.656,42  61.637.280,06 4107 Administração Mat. Hospitalar, Ambulat. e Odontológico 37.531.323,19  22.009.759,46 4109 Operação e Manutenção das Farmácias Populares 1.078.849,93  1.011.090,05 

4111 Operação e Manutenção do Programa Saúde da Família - PSF 347.877.140,72  345.984.537,20 

4113 Coordenação de Integração e Regulação do Sistema de Saúde 483.826.574,51  481.825.735,80 

4120 Gratificação de Municipalização e Agentes de Saúde 802.480,00  802.480,00 4124 Implant. e Manut. Serviço Especializado em Saúde Mental 26.388,30  17.388,30 

4125 Operação e Manutenção para Atendimento Ambulatorial, Odontológico e Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia por meio das Organizações Sociais - OS's

10.073.665,00  10.073.665,00 

4126 Operação e Manutenção do Atendimento Hospitalar, Pronto Socorros e Pronto Atendimento por meio das Organizações Sociais ‐ OS's 

38.958.284,86  38.958.284,86 

4130 Operação e Manutenção de Vigilância em Saúde 24.397.160,66  13.394.668,05 2. Pessoal - SMS/FMS - Recursos Federais / Estaduais 42.237.228,66  42.237.228,66 

4101 Operação e Manutenção de Unidades de Saúde 10.280.790,46  10.280.790,46 4120 Gratificação de Municipalização a Agentes de Saúde 31.956.438,20  31.956.438,20 

3. Projetos SMS/FMS - Recursos Federais / Estaduais 10.786.534,60  2.907.742,21 3101 Ampliação e Reforma de Equipamentos de Saúde 10.786.534,60  2.907.742,21 

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Em R$ Descrição Empenhado Liquidado

4. Autarquias Hospitalares - Atividades - Recursos Federais e Estaduais 119.793.979,12  79.405.524,93 4100 Coordenação e Administração Geral 2.000,00  127,69 

4103 Oper./Manut. Unidades Hospit., Pronto Socorros e Pronto Atend. 119.756.607,83  79.385.210,27 

4119 Projeto Sentinela 35.371,29  20.186,97 5. Encargos e Atividades - Fonte 00 - índice 0,1893 394.783.880,94  383.541.848,20 

02.10 Hospital do Servidor Público Municipal 149.447.582,49  138.205.549,75 Atividade 50.487.756,75  39.484.962,62Auxílios 1.377.660,65  1.375.842,39Pessoal 97.382.165,09  97.344.744,74Projeto 200.000,00  ‐

18.10.4121 Servidores Comissionados no HSPM 14.597.946,45  14.597.946,45 28.15.6815 Aposentados Comissionados (0,1893) 219.598,00  219.598,00 03.10.8660 Aposentadorias e Pensões 230.518.754,00  230.518.754,00 

6. Atividades com recursos próprios da Administração Indireta 2.238.487,39  1.735.503,04 

01.10.4100 Coordenação e Administração Geral - Autarquia Hospitalar Municipal - AHM 83.888,57  ‐ 

01.10.4103 Por.Manut. Unidades Hospitalares Pronto Socorros e Pronto Atendimento AHM 376.998,10  253.874,00 

02.10.4100 Coordenação e Administração Geral 1.777.600,72  1.481.629,04 Total de Gastos não vinculados à EC 29/2000 1.648.390.159,63  1.535.214.797,21

Fonte: NovoSeo/SDO.

Considerando os valores liquidados, o montante da despesa não vinculada à EC. 29/2000 totalizou R$ 1.535.214.797,21.

7.1.3 - Demonstração do percentual da receita aplicada em saúde

Na tabela 5 a seguir apresentamos o resumo das despesas liquidadas com saúde e o respectivo percentual de aplicação em relação às receitas.

Tabela 5 - Aplicação das Receitas decorrentes de impostos - EC 29/00

Em R$

A Receita decorrente de Impostos (tabela 2) 20.887.139.597,08

B Aplicação em saúde – EC 29/2000 (tabela 3) 3.877.259.243,99

B/A % de Aplicação da Receita decorrente de Impostos em saúde (EC 29/2000) 18,56

A tabela 5 demonstra que, considerando os valores liquidados, o índice de aplicação dos recursos em ações e serviços públicos de saúde foi de 18,56% no exercício de 2010. Ressalvamos, entretanto, que não foram excluídos os valores repassados, mas não aplicados em convênios e contratos de gestão. Ressalvamos, ainda, que não levamos em conta os restos a pagar não processados em 31.12.2010 e, eventualmente, processados até 01/03/2011.

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7.1.4 - Composição dos valores da Função Saúde O objetivo da tabela 6, a seguir, é mostrar a diferença entre os valores apurados neste trabalho e aqueles que compõem a função saúde. Nos demonstrativos são utilizados recursos classificados nos Encargos Gerais do Município e IPREM, que embora não pertençam à função saúde, abrangem todo o Município e são apropriados conforme o fator de rateio.

Tabela 6 - Composição dos valores da Função Saúde

Em R$ Descrição Valores

Empenhados LiquidadosA. Recursos aplicados na Saúde (EC 29/00) 4.027.161.546,20 3.877.259.243,99

B. Recursos aplicados na Saúde (não se enquadram na EC 29/00) 1.648.390.159,63  1.535.214.797,21C. Aplicações na Saúde (C=A + B) 5.675.551.705,83  5.412.474.041,20

D. Recursos que não pertencem à função saúde* 475.087.074,00  470.674.197,00 28.15.6821 Obrigações e Contribuições Patronais 194.457.738,00  194.457.738,00 28.15.6822 Benefícios a Servidores Ativos 352.969,00  352.969,00 28.17.6825 Contrib. Form. Patrimônio Servidor Público – PASEP 49.488.015,00  45.075.138,00 28.17.0046 Outras dívidas 50.000,00  50.000,00 28.15. 6815 Aposentados Comissionados (Índice 0,1893) 219.598,00  219.598,00 03.10.8660 Aposentadorias e Pensões (Índice 0,1893) 230.518.754,00  230.518.754,00 

Total dos Gastos na Função Saúde = C – D 5.200.464.631,83  4.941.799.844,20(+) indenizações e restituições da SMS (fonte 00)  447.097,01  447.097,01 (+) indenizações e restituições da SMS (outras fontes)  3.404.451,42  3.404.451,42 (+) indenizações e restituições do HSPM  39.685,36  39.685,36 

Total considerado na Função Saúde  5.204.355.865,62  4.945.691.077,99Fonte: NovoSEO/SDO.

7.1.5 - Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS)

O SIOPS está previsto na Norma Operacional da Assistência à Saúde - NOAS 01/2002, sendo um instrumento de fundamental importância para a transparência e o controle da ação governamental na saúde. Este demonstrativo integra o Relatório da Execução Orçamentária para verificação do cumprimento do disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (LC 101/2000, art. 25, §1º, inciso IV, alínea “b”) e deverá ser publicado até trinta dias após o encerramento do 3º e 6º bimestres. Até o encerramento deste relatório a SMS não havia remetido ao Ministério da Saúde as informações referentes ao encerramento do exercício de 2010.

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7.1.6 - Situação contábil do Fundo Municipal de Saúde

O Fundo Municipal de Saúde criado em 2003 ainda não foi implementado de acordo com o disposto na legislação.

O Fundo Municipal de Saúde é elemento constitutivo do SUS e sua implementação está prevista, no âmbito Federal, na Constituição de 1988 - Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, § 3º do artigo 7753.

No âmbito do Município de São Paulo, a Lei nº. 13.563, de 24.04.03, dispôs sobre o FMS – Fundo Municipal de Saúde e a sua regulamentação deu-se através do Decreto nº. 44.031, de 24.10.2003. Encontra-se estabelecido na lei, em seu art. 2º54, que o Fundo objetiva criar condições financeiras e de gerenciamento de recursos destinados ao desenvolvimento de ações e serviços de saúde, executados e coordenados pela Secretaria Municipal de Saúde - SMS, para implantação, consolidação e manutenção do Sistema Único de Saúde – SUS.

Segundo o § 1º do art. 5º, da LM nº. 13.563/03, todos os recursos destinados ao Fundo deverão ser contabilizados como receita orçamentária municipal, em rubrica específica do Fundo, a ele alocadas dotações na lei orçamentária, obedecendo a sua aplicação às normas gerais de direito financeiro.

As receitas devem ser repassadas pela Secretaria de Finanças, após sua arrecadação, mediante depósito em conta corrente específica da Secretaria Municipal da Saúde/Fundo Municipal de Saúde, em percentuais definidos na Lei Orçamentária Anual, de acordo com as disposições constitucionais (art. 5º, § 2º).

O Fundo Municipal de Saúde de São Paulo não é operacionalizado de acordo com o disposto nas legislações referidas, visto que é contabilizado apenas pelas despesas, não demonstrando a movimentação das receitas vinculadas ao mesmo, que não são repassadas previamente mediante depósito em conta corrente específica, como determina o art. 71 da Lei 4.320/6455. Os recursos estão concentrados na Secretaria das Finanças, e o Demonstrativo da Receita e Despesa do Fundo apresenta a coluna da receita como Déficit Orçamentário.

53 "§ 3º Os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinados às ações e serviços públicos de saúde e os transferidos pela União para a mesma finalidade serão aplicados por meio de Fundo de Saúde que será acompanhado e fiscalizado por Conselho de Saúde, sem prejuízo do disposto no art. 74 da Constituição Federal." (AC) 54 Art. 2º - O Fundo Municipal de Saúde - FMS, vinculado à Secretaria Municipal da Saúde - SMS, tem como objetivo criar condições financeiras e de gerenciamento de recursos destinados ao desenvolvimento de ações e serviços de saúde, executados e coordenados pela Secretaria Municipal da Saúde - SMS, para implantação, consolidação e manutenção do Sistema Único de Saúde - SUS, de acordo com os princípios e normas a ele aplicáveis. 55 Art. 71. Constitui fundo especial o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, facultada a

adoção de normas peculiares de aplicação.

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Essa situação tem sido objeto de análise e apontamento em auditorias anteriores e constou como Recomendação nos Relatórios das Contas do Executivo Municipal dos exercícios de 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009. Assim, no presente trabalho reiteramos nossa recomendação apresentada nas ocasiões citadas. O Ministério Público do Estado de São Paulo, pelo Ofício 2.594/2010 (fl. 41 do TC 72.000.613-10*56), encaminhou a este Tribunal cópia de Ação Civil Pública, proposta em face do Município de São Paulo, com vista à implementação do Fundo Municipal de Saúde. No dia 16 de fevereiro passado, os Órgãos da Prefeitura reuniram-se principalmente para fornecimento de subsídio para a defesa a ser formulada pela Procuradoria Geral do Município. Não foi lavrada ata da referida reunião.

7.2 - Desempenho Operacional Avaliamos o Desempenho Operacional da Função Saúde em 2010 levando em consideração as principais auditorias realizadas e a análise das metas estabelecidas nos instrumentos de planejamento, em especial do PPA 2010-2013. Além disso, apresentamos as despesas realizadas para atender aos programas de governo, a produção de serviços e o comportamento dos principais indicadores de saúde no período de 2006 a 2010.

7.2.1 - Análise das despesas realizadas 7.2.1.1 - Despesas por órgão

A tabela 7 apresenta a divisão da Função Saúde por órgão, considerando-se as despesas liquidadas no período de dois anos, de 2009 a 2010.

Tabela 7 - Despesas por órgãos (2009-2010)

Em R$

Órgão 2009 2010 Variação % (09/10)

Secretaria Municipal da Saúde 3.796.121.128,82 4.191.715.909,64 10,42

Autarquia Hospitalar Municipal 547.005.630,22 614.248.304,20 12,29

Hospital Serv. Público Municipal 130.553.437,98 139.726.864,15 7,03

Total 4.473.680.197,02 4.945.691.077,99 10,55

Fonte: Sistema de Dados Orçamentários - TCMSP.

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A tabela 8 apresenta a participação percentual da Função Saúde no orçamento geral da Prefeitura nos últimos cinco anos, considerando-se as despesas liquidadas.

Tabela 8 - Participação percentual da Saúde no orçamento da PMSP

Em R$

Ano 2006 2007 2008 2009 2010 Função Saúde 3.382.293.398,92 3.042.965.833,47 3.880.317.310,51 4.473.680.197,02 4.945.691.077,99

Total PMSP 17.755.116.320,83 18.391.923.602,10 22.633.748.046,37 23.590.782.046,65 27.127.222.909,53

Part. (%) 19,05% 16,55% 17,14% 18,96% 18,23% Fonte: Sistema de Dados Orçamentários – TCMSP.

Em 2010, verifica-se um aumento nominal de 10,55%,em relação a 2009 porém, a participação percentual no total do orçamento da PMSP decaiu 0,73% comparativamente a 2009.

7.2.1.2 - Despesas por fonte de recursos

Dos recursos destinados à saúde, o Tesouro Municipal contribuiu com 76,64%, o restante ficou distribuído entre transferências federais (22,85%) e estaduais (0,47%). As tabelas seguintes apresentam a evolução dos recursos aplicados na saúde, por fonte de recurso, em valores nominais e em percentual, respectivamente.

Tabela 9 - Despesas por fonte de recursos

Em R$ Fonte 2006 2007 2008 2009 2010

00 Tesouro Municipal 2.315.343.522,55 2.118.523.896,79 2.885.216.146,54 3.417.275.536,00 3.790.613.677,56

02 Transferências Federais 942.487.367,31 829.843.586,32 874.865.261,02 1.013.093.830,17 1.130.093.836,44

03 Transferências Estaduais 40.702.141,97 5.203.241,69 33.199.983,95 40.994.397,16 23.248.060,95

05 Outras Fontes - - - 142.104,22 -

06 Rec.próprios Adm Indireta 72.224.162,39 72.251.748,28 2.361.711,77 2.174.329,47 1.735.503,04

07 Receita Condicionada 11.536.204,70 17.143.360,39 84.674.207,23 - -

Total 3.382.293.398,92 3.042.965.833,47 3.880.317.310,51 4.473.680.197,02 4.945.691.077,99

Fonte: Sistema de Dados Orçamentários – TCMSP.

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Tabela 10 - Evolução do Financiamento da Saúde

Em (%) Fonte 2006 2007 2008 2009 2010

00 Tesouro Municipal 68,45 69,62 74,36 76,39 76,64

02 Transferências Federais 27,87 27,27 22,55 22,65 22,85

03 Transferências Estaduais 1,20 0,17 0,86 0,92 0,47

05 Outras Fontes 0,00 0,0 0,00 0,00 0,00

06 Rec.próprios Adm Indireta 2,14 2,37 0,06 0,05 0,04

07 Receita Condicionada 0,34 0,56 2,18 0,00 0,00

Total 100 100 100 100 100

Fonte: Sistema de Dados Orçamentários – TCMSP.

A participação dos recursos próprios da municipalidade vem aumentando a cada ano, enquanto que a participação percentual dos recursos federais permanece praticamente estagnada desde 2008. Observa-se também que a participação dos recursos estaduais é muito pequena.

7.2.1.3 - Despesas por subfunção A tabela a seguir apresenta a distribuição dos recursos orçamentários da Função Saúde por subfunção, considerando as despesas liquidadas nos últimos cinco anos.

Tabela 11 - Despesas por subfunção Em R$

Subfunção 2006 2007 2008 2009 2010

122 Administração Geral 1.310.548.517,21 1.384.291.443,00 1.646.653.933,95 1.673.035.683,90 1.751.307.541,61

301 Atenção Básica 461.158.156,75 454.628.209,57 530.143.875,82 633.429.610,50 1.697.336.123,91

302 Assist. Hosp. e Ambulatorial 1.575.735.135,72 1.155.747.020,16 1.663.107.544,62 2.112.714.827,29 1.454.909.930,94

126 Tecnologia da Informatiz. 29.720.123,06 42.725.759,20 34.725.632,68 35.757.985,76 33.263.920,17

128 Form. Recursos Humanos 1.622.343,40 1.366.515,52 1.521.380,87 1.604.861,80 4.083.061,39

304 Vigilância Sanitária - - - - 2.541.165,11

131 Comunicação Social 3.390.498,18 4.149.529,36 4.107.529,91 17.065.126,57 2.100.000,00

422 Direitos Indiv, Colet. e Difusos 118.624,60 57.356,66 57.412,66 72.101,20 149.334,86

Total 3.382.293.398,92 3.042.965.833,47 3.880.317.310,51 4.473.680.197,02 4.945.691.077,99

Fonte: Sistema de Dados Orçamentários – TCMSP.

As subfunções com valores mais expressivos são as que se referem a “Administração Geral”, “Atenção Básica” e “Assistência Hospitalar e Ambulatorial”, respectivamente, que respondem por 99,14% da totalidade das despesas.

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Verifica-se que em 2010 houve uma expressiva mudança nos valores destinados às subfunções “Atenção Básica” e “Assist. Hosp. e Ambulatorial” em relação a 2009. A mudança ocorreu, principalmente, em decorrência do desmembramento e remanejamento de atividades dentro dessas subfunções. Como exemplo, podemos citar a criação da atividade “Implantação e Manutenção da Assistência Médica Ambulatorial - AMA” que agora compõe a Atenção Básica. Anteriormente, os valores destinados às AMAs faziam parte da subfunção Assistência Hospitalar e Ambulatorial.

7.2.1.4 - Despesas por Natureza

Em 2010, as despesas de capital atingiram a menor participação dos últimos 5 anos, representando apenas 1,1% do total, que demonstra a falta de investimento na área. A próxima tabela demonstra as despesas por natureza.

Tabela 12 - Resumo por Natureza da Despesa

Em R$

Despesa 2006 Part.% 2007 Part.

% 2008 Part.% 2009 Part.

%

2010

Part %

Corrente 3.283.640.423,93 97,1 2.953.065.692,03 97,0 3.750.150.711,76 96,6 4.372.779.605,66 97,7  

4.893.631.399,99 

98,9

Capital 98.652.974,99 2,9 89.900.141,44 3,0 130.166.598,75 3,4 100.900.591,36 2,3

52.059.678,00

1,1

Total 3.382.293.398,92 100 3.042.965.833,47 100 3.880.317.310,51 100 4.473.680.197,02 100,0

4.945.691.077,99

100

Fonte: Sistema de Dados Orçamentários – TCMSP. O grande volume de gastos na saúde ocorre visivelmente nas despesas correntes, ou seja, despesas de custeio. Os investimentos vinham apresentando crescimento em sua participação nos anos de 2006 a 2008, uma vez que foram construídos dois novos hospitais (Cidade Tiradentes e M´Boi Mirim) entregues em 2007 e 2008 respectivamente. Nesse sentido, com o orçamento apertado e sem recursos necessários, o caminho encontrado pelo poder público parece ser a busca de recursos da esfera privada na forma de investimentos para uma melhora rápida nas condições de atendimento médico/hospitalar da população.

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A PMSP/SMS lançou ao final do exercício de 2010 uma consulta pública com a realização de audiência em 03.12.2010 com o intuito de promover o Programa de Parcerias Público-Privadas (PPP) para a Modernização da Rede Hospitalar do Município de São Paulo. A parceria a ser estabelecida na modalidade Concessão Administrativa prevê como escopo que o parceiro privado seja o responsável pela execução dos projetos de arquitetura e engenharia baseados na concepção da SMS, pelo financiamento, pela construção, pelo fornecimento de equipamentos e mobiliários, e pela prestação de serviços não assistenciais: Esterilização, Lavanderia, Limpeza, Manutenção predial, de equipamentos e de sistemas de informação, Nutrição, Portaria, Telefonia e Vigilância. A remuneração será feita pelo Poder Público em função de unidades definidas de uso ou critérios de desempenho. São dezesseis as Unidades de Saúde envolvidas no processo, três novos hospitais, três hospitais totalmente reformados e equipados, seis novos edifícios que substituirão os que atualmente abrigam os hospitais e quatro Centros de Diagnóstico por Imagem. Embora publicada a minuta, ainda não houve a publicação do Edital até a presente data.

7.2.1.5 - Despesas por Elemento

A próxima tabela demonstra as despesas por elemento.

Tabela 13 - Despesas por elemento Em R$

Elemento de Despesa 2008 Part.(%) 2009 Part.(%) 2010 Part.(%)

339039 Outros Serviços de Terceiros – PJ

1.817.688.596,34 46,84 2.375.338.955,81 53,10 960.064.226,99 19,41

319011 Venc. e Vant Fixas - Pessoal Civil

1.320.280.450,31 34,03 1.351.288.038,32 30,21 1.375.986.395,52 27,82

339030 Material de Consumo 260.245.825,01 6,71 191.726.328,62 4,29 251.109.876,02 5,08

339046 Auxílio-Alimentação 128.701.142,33 3,32 129.875.842,64 2,90 141.066.816,62 2,85

339092 Desp. Exercícios Anteriores 5.822.228,36 0,15 113.692.832,37 2,54 40.760.855,95 0,82

319013 Obrigações Patronais 72.000.676,18 1,86 80.278.328,73 1,79 86.693.004,89 1,75

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Elemento de Despesa 2008 Part.(%) 2009 Part.(%) 2010 Part.(%)

339037 Locação de Mão-de-Obra 69.021.752,05 1,78 70.040.334,91 1,57 83.577.829,38 1,69

449093 Indenizações e Restituições 1.146.161,78 0,03 41.770.571,29 0,93 2.409.790,16 0,05

445052 Equip. e Material Permanente 52.523.701,97 1,35 21.742.046,05 0,49 4.634.187,10 0,09

339049 Auxílio-Transporte 20.779.208,41 0,54 20.599.791,40 0,46 26.381.305,30 0,53

339036 Outros Serv. Terceiros-Pes.Física

18.011.956,35 0,46 18.832.813,66 0,42 24.159.400,94 0,49

445051 Obras e Instalações 38.396.378,48 0,99 18.486.664,05 0,41 10.146.923,28 0,21

319113 Obrigações Patronais - RPPS

6.376.519,90 0,16 6.949.455,95 0,16 6.864.524,44 0,14

449052 Equip. e Material Permanente 27.813.325,03 0,72 6.216.780,75 0,14 22.912.871,03 0,46

449061 Aquisição de Imóveis 151.221,18 0,00 5.648.242,57 0,13 - 0,00

319091 Sentenças Judiciais 10.736.544,95 0,28 4.927.619,94 0,11 - 0,00

449092 Desp. de Exercícios Anteriores

70.207,64 0,00 4.438.126,39 0,10 640.896,45 0,01

319094 Indeniz. e Rest. Trabalhistas 2.450.953,38 0,06 3.955.681,70 0,09 3.124.274,17 0,06

449039 Outros Serviços Terceiros - PJ 4.727.224,75 0,12 1.408.942,13 0,03 1.658.666,02 0,03

449051 Obras e Instalações 5.338.377,92 0,14 1.181.292,33 0,03 2.656.343,96 0,05

339032 Material de Distribuição Gratuita

- 0,00 1.125.714,80 0,03 2.262.293,20 0,05

339048 Outros Auxílios Financ. a P.Física

832.181,54 0,02 858.112,83 0,02 925.515,45 0,02

339047 Obrig. Tributárias e Contributivas

830.517,74 0,02 822.596,54 0,02 579.520,18 0,01

335039 Outros Serv. Terceiros – PJ - 0,00 726.685,00 0,02 1.881.906.780,72 38,05

339033 Passagens/desp. com locomoção 818.349,80 0,02 463.562,30 0,01 750.178,57 0,02

319092 Desp. Exercícios Anteriores 304.271,37 0,01 409.552,94 0,01 1.011.507,35 0,02

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Elemento de Despesa 2008 Part.(%) 2009 Part.(%) 2010 Part.(%)

339093 Indenizações e Restituições 819.122,00 0,02 282.342,91 0,01 1.481.443,63 0,03

339014 Diárias - Civil 239.732,14 0,01 250.027,54 0,01 483.565,47 0,01

339035 Serviços de Consultoria 169.633,80 0,00 226.100,00 0,01 12.000,00 0,00

339091 Sentenças Judiciais 4.531,17 0,00 108.886,75 0,00 4.430.085,20 0,09

445039 Outros Serv. Terceiros - PJ - 0,00 7.925,80 0,00 - 0,00

319004 Contrat. por Tempo Determinado

14.016.518,63 0,36 - 0,00 - 0,00

449035 Serviços de Consultoria - 0,00 - 0,00 7.000.000,00 0,14

Total 3.880.317.310,51 100 4.473.680.197,02 100 4.945.691.077,99 100

Fonte: Sistema de Dados orçamentários – TCMSP

Verifica-se que a despesa mais representativa da função saúde refere-se a Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica, visto que a somatória dos elementos de despesa representados pelos códigos 339039, 449039 e 335039 respondem por 57,5% do total da despesa, a seguir temos “Vencimentos e Vantagens Fixas -Pessoal Civil”, com 27,8%. Destacamos que somente a partir de 2010 a SMS passou a classificar corretamente a rubrica 33.50.39, referente aos recursos destinados às Organizações Sociais e às entidades filantrópicas, que possuem Contratos de Gestão e/ou Convênios com a SMS. Esse elemento sozinho já concentra 38% dos recursos da função saúde.

7.2.2 - Principais Programas e Instrumentos de planejamento Além do Plano Plurianual (PPA), que deveria ser principal instrumento de planejamento de médio prazo da administração pública, o Município de São Paulo elaborou o Plano Municipal de Saúde, que expressa, em síntese, as propostas e ações estratégicas da Prefeitura na área da Saúde, compreendendo a Agenda 2012, programa de metas da cidade de São Paulo. A tabela 14 reporta o andamento das ações previstas pela Agenda 2012.

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Tabela 14 - Balanço do cumprimento de metas da Agenda 2012

Meta Status Evidência

Construir 3 novos hospitais Não iniciada Novos hospitais farão parte da PPP. Edital ainda não foi lançado.

10 novas unidades AMA-Especialidades Atingida Meta atingida em fevereiro de 2010. 50 unidades de atendimento odontológico AMA-Sorriso

Não iniciada Contrato de Gestão com o IABAS está suspenso desde dezembro de 2009.

Garantir 7 ou mais consultas para as gestantes cadastradas no programa Mãe Paulistana

Em andamento A meta foi atingida em 2009 e 2010.

160 novas equipes do Programa Saúde da Família

Em andamento 132 novas equipes até março de 2011.

39 novos Núcleos de Apoio à Saúde da Família

Em andamento 36 novos NASF até março de 2011.

Ampliar o Remédio em Casa para atender pacientes com colesterol e triglicérides elevados (dislipidemia), mas controlados por medicamentos

Atingida Remédios começaram a ser disponibilizados em julho de 2009

Remédio em Casa para 30% dos portadores de dislipidemia controlada

Em andamento 10% dos doentes atendidos até março de 2011.

20 novas unidades do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS)

Em andamento 11 novos CAPS até março de 2011.

Fonte: Agenda 2012/SMS.

Até o momento, das 9 metas consignadas, 2 (22,2%) foram atingidas, 5 (55,6%) estão em andamento e 2 (22,2%) ainda não foram iniciadas. As metas mais difíceis de serem atingidas dizem respeito à construção de 3 novos hospitais e da implantação de 50 unidades da AMA Sorriso Na tabela 15 são apresentados os principais programas da saúde municipal, considerando-se as despesas liquidadas. Verifica-se que os três programas listados primeiramente (Integralidade da Atenção, Suporte Administrativo, SUS com Qualidade) respondem por 96,7% dos recursos liquidados na função saúde em 2010.

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Tabela 15 - Despesas por programa

Em R$

Programa 2006 2007 2008 2009 2010

Valores Part. (%)

1111 Integralidade da Atenção 1.382.661.830 976.861.841 1.588.426.277 2.111.303.813

2.549.098.665

51,54

2610 Suporte Administrativo 1.310.548.517 1.384.291.443 1.646.653.934 1.673.035.684

1.751.307.542

35,41

1113 SUS com Qualidade 516.252.260 488.890.440 423.274.729 488.437.283

482.540.788

9,76

1114 Assistência Farmacêutica 48.699.825 78.473.427 98.015.210 79.843.935

105.841.594

2,14

2620

Sistema de Informação e Processamento de Dados

29.720.123 42.725.759 34.725.633 35.757.986

33.263.920

0,67

1112 Fortalecimento de Assistência à Saúde 89.398.002 66.206.878 83.592.617 66.551.903

17.455.507

0,35

1540 Capacitação do funcionalismo - - - -

4.083.061

0,08

2920 Divulgação Oficial 3.390.498 4.149.529 4.107.530 17.065.127

2.100.000

0,04

0341 Fortalecimento Institucional e Melhoria da Gestão

1.622.343 1.366.516 1.521.381 1.604.862 - -

0316 Promoção de Relações Nacionais e Internacionais

- - - 79.605 - -

Total 3.382.293.399 3.042.965.833 3.880.317.311 4.473.680.197

4.945.691.077

100

Fonte: Sistema de Dados Orçamentários – TCMSP. A seguir detalhamos esses programas, apontando os valores liquidados em 2010 e apresentando as respectivas metas contidas no PPA. Ressaltamos que não há na SMS, até a presente data, relatório gerencial de acompanhamento das metas atingidas em 2010, motivo pelo qual deixamos de analisar as realizações deste exercício.

7.2.2.1 - Acesso à Saúde e Qualidade no Atendimento - Integralidade da Atenção (1111) Este programa tem como objetivo realizar ações de prevenção, promoção e reparação da saúde e manter a infra-estrutura dos equipamentos visando à ampliação do acesso da população, com redução das desigualdades regionais e aperfeiçoamento da qualidade das ações e serviços de saúde.

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A tabela a seguir demonstra a execução orçamentária do Programa 1111 - Integralidade da Atenção, por projeto/atividade.

Tabela 16 - Integralidade da Atenção (1111)

Em R$ Projeto / Atividade 2006 2007 2008 2009 2010

2318 Ao Instituto Do Câncer Dr. Arnaldo Vieira De Carvalho

- - - - 1.000.000,00

2330

Transferência a Instituições Privadas Sem Fins Lucrativos - Instituto Arnaldo Vieira De Carvalho

- - - - 100.000,00

2338

Transferência a Instituições Privadas Sem Fins Lucrativos - Associação Cruz Verde

- - - - 100.000,00

4101 Operação e Manut. de Unidades de Saúde 75.706.536,71 96.198.373,25 140.311.872,69 137.615.986,51

131.421.302,85

4103 Oper./Manut. Unid Hosp, PS e PA 309.399.728,03 453.903.562,53 943.848.101,86 1.376.602.698,47

349.751.309,02

4104 Contribuição ao HSPM 48.000.000,00 - - - -

4105 Operação e Manutenção SAMU 3.018.979,77 8.017.394,75 12.518.491,52 41.579.617,71

37.598.836,82

4107 Adm. Material Hospitalar, Ambul. e Odontológico.

35.219.926,97 49.144.384,62 88.005.942,54 46.388.294,31

71.823.217,91

4111 Implem./Manut. Estratégia Saúde da Família

350.448.727,80 322.575.742,19 350.739.273,77 460.204.429,38

470.295.708,41

4116 Contribuição a Autarquias Hospitalares 515.509.822,35 - - - -

4117 Manutenção de Equipamentos de Saúde

7.351.922,54 7.637.955,47 5.350.770,74 - -

4119 Projeto Sentinela - - 10.086,06 8.894,85

20.186,97

4120 Gratific. Municipalização Agentes de Saúde

26.305.301,27 27.089.716,77 32.861.721,81 34.575.399,77

32.758.918,20

4121 Servidores Comissionados no HSPM

11.160.884,50 11.661.481,19 14.780.016,22 14.328.492,08

14.597.946,45

4122

Operação e Manutenção do Programa Mãe Paulistana

- - - - 15.687.453,58

4123

Implantação e Manutenção da Assistência Médica Ambulatorial - AMA

- - - - 369.930.033,90

4124

Implantação e Manutenção do Serv Especializado -Saúde Mental

- - - - 49.409.114,07

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Projeto / Atividade 2006 2007 2008 2009 2010

4125

Operação e Manut. p/Atend Ambulatorial, Odontológico e Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia por meio das Organizações Sociais - OS's

- - - - 605.788.016,63

4126

Operação e Manut p/ Atend Hospitalar, Pronto Socorros e Pronto Atendimento por meio das Organizações Sociais - OS's

- - - - 377.802.683,71

4127

Operação e Manutenção do PROHDOM - Programa Hospital Domiciliar

- - - - 235.393,72

4130 Operação e Manutenção de Vigilância em Saúde

- - - - 20.778.543,00

6922 Aditivo Termo de Convênio - PMSP / GRAAC

- 323.278,27 - - -

6933 Aditivo Termo de Convênio PMSP / GRAACC

540.000,00 - - - -

9527 Implantação de UTI Adulto - 309.952,00 - - -

Total 1.382.661.829,94 976.861.841,04 1.588.426.277,21 2.111.303.813,08

2.549.098.665,24

Fonte: Sistema de Dados Orçamentários – TCMSP.

No orçamento de 2010 foram criados novos projetos/atividades que identificam melhor as ações de saúde realizadas, sendo os mais importantes os que dizem respeito à implantação das AMAs e dos Contratos de Gestão. A tabela 17 mostra as ações e metas físicas para 2010 e de 2011 a 2013 do programa Integralidade da Atenção relacionadas no Plano Plurianual.

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Tabela 17 - Ações e metas físicas - Integralidade da Atenção (1111)

Programa 1111 ‐ Acesso à Saúde e qualidade no atendimento ‐ Integralidade da atenção 

Ações e Metas Físicas  2010  2011 a 2013 

4101 ‐ Operação e Manutenção de Unidades de Saúde 1.525  4.660 

Unidades e equip. de saúde operados/mantidos (Unidade) 

4103 ‐ Oper./Manut. Unidades Hospitalares, Pronto Socorros e Pronto Atendimento  100  100 

Atendimentos de saúde realizados (Percentual) 4105 ‐ Oper.e Manut. Serv.de Atendimento Médico de Urgência ‐ SAMU 

221  1.284 Bases e unidades de atendimento SAMU operadas (Unidade) 4107 ‐ Administração do Material Hospitalar, Ambulatorial e Odontológico 

100  100 Unidades de saúde abastecidas (Percentual) 4111 ‐ Implementação e Manutenção da Estratégia Saúde da Família 

1.005  3.990 Equipes de Saúde da Família mantidas e ampliadas (Unidade) 4119 ‐ Projeto Sentinela 

100  100 Risco hospitalar gerenciado (Percentual) 4120 ‐ Gratificação de Municipalização e Agentes de Saúde 

4.474  11.385 Servidores e agentes de saúde c/ vencimentos equiparados (Unidade) 4121 ‐ Servidores Comissionados no Hospital Serv. Público Municipal ‐ HSPM 

100  100 Servidores comissionados no HSPM pagos (Percentual) 4122 ‐ Operação e Manutenção do Programa Mãe Paulistana 

10  90 Gestantes cadastradas monitoradas (Percentual) 4123 ‐ Implantação e Manutenção da Assistência Médica Ambulatorial ‐ AMA 

121  549 AMAs e AMAs Especialidade e Sorriso implantadas/mantidas (Unidade) 4124 ‐ Implantação e Manutenção do Serviço Especializado em Saúde Mental 

50  299 CAPS implantados e mantidos (Unidade) 4125 ‐ Operação e Manutenção para Atendimento Ambulatorial, Odontológico e Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia por meio das Organizações Sociais ‐ OS's  16  84 

Contratos de gestão acompanhados e fiscalizados (Percentual) 

4126 ‐ Operação e Manutenção do Atendimento Hospitalar, Pronto Socorros e Pronto Atendimento por meio das Organizações  14  42 

Contratos de gestão acompanhados e fiscalizados (Unidade) 4127 ‐ Operação e Manutenção do PROHDOM ‐ Programa Hospital Domiciliar 

3  37 Equipes do Progr.Hospitalar Domiciliar mantidas/ampliadas (Unidade) 4130 ‐ Operação e Manutenção de Vigilância em Saúde 

82  258 Unidades de vigilância em saúde operadas/mantidas (Unidade) 

Fonte: PPA 2010-2013 - Anexo II – Metas

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Os números referentes às metas de 2011 a 2013, excetuando-se aqueles que tratam de índices percentuais, devem ser desconsiderados, uma vez que o sistema utilizado pela Secretaria de Planejamento para consolidar o PPA soma as metas de 2011, 2012 e 2013 e não apresenta a discriminação ano a ano da evolução esperada desses números. Tal sistema cria um cenário distorcido para o final do período, no caso 2013. Dessa forma, das 34 metas físicas do PPA relacionadas à Saúde, 14 (41,18%) não podem ser acompanhadas. Analisamos as outras metas elencadas e encontramos diversas incoerências e inconsistências, como listaremos a seguir. É o caso, por exemplo, das metas relacionadas a atividades rotineiras da SMS, como: 4103 – Operação e Manutenção das Unidades Hospitalares, PS e PA, 4107 - Administração do Material Hospitalar, Ambulatorial e Odontológico, e 4121 - Servidores Comissionados no HSPM, cujas quantificações dos objetivos são, respectivamente, 100% dos atendimentos de saúde realizados, 100% das unidades de saúde abastecidas e 100% dos servidores comissionados no HSPM pagos. Ora, é da própria natureza dessas atividades seu atendimento integral. Se a referência para o percentual de atendimentos de saúde de Hospitais, PS e PA for o próprio número de atendimentos, esse jamais ficará abaixo de 100%. Também não é concebível supor que uma unidade de saúde funcione sem que seja mantido seu abastecimento, tampouco considerar que apenas 50%, por exemplo, dos servidores comissionados no HSPM recebam seu salário. O que se espera do PPA, do ponto de vista operacional, é que sejam apontadas diretrizes quantificáveis para a implementação de políticas públicas. Mesmo nesse caso, porém, as metas apresentam algumas deficiências. A meta relacionada à atividade 4105 - Oper. e Manut. SAMU, por exemplo, em 2010, é de “221 bases e unidades de atendimento SAMU operadas”. Não é possível inferir, apenas por essa meta, quantas bases e ambulâncias estão previstas para 2010. Na Coordenação de Apoio ao Desenvolvimento da Gerência Hospitalar da SMS (COGERH) fomos informados de que o objetivo em 2010 era operar 66 bases do SAMU, com 155 unidades de atendimento disponíveis (ambulâncias, motos, unidades de suporte), totalizando o número de 221. Entendemos que esses dados deveriam estar discriminados no anexo de metas, visando à publicidade e transparência das informações.

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A título de comparação, no PPA 2005-2009 constavam as duas metas físicas: “manter e ampliar o número de ambulâncias” e “ampliar e manter o número de bases do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)”. A mesma situação é encontrada na meta da atividade 4123 - Implantação e Manutenção da AMA: 121 AMAs / AMAs Especialidades / AMAs Sorriso implantadas/mantidas em 2010. Não há qualquer discriminação do número específico previsto de AMAs Tradicionais, AMAs Especialidades e AMAs Sorriso. Outra meta que apresenta problemas, apesar de mensurável, é a referente à atividade 4125 - Operação e Manutenção para Atendimento Ambulatorial, Odontológico e Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia por meio das Organizações Sociais - OS's: 16% dos Contratos de Gestão acompanhados e fiscalizados em 2010. É errado estabelecer qualquer percentual para esse tipo de atividade que corresponda a menos de 100% dos Contratos acompanhados e fiscalizados, vez que é a única função da SMS nesse processo. Essa e outras demonstrações de falta de prioridade contribuem para a obtenção de resultados como os descritos no item 7.2.5.4, onde são apresentadas as conclusões dos acompanhamentos desses contratos em 2010.

7.2.2.2 – Acesso à Saúde e Qualidade no Atendimento - Fortalecimento de Assistência à Saúde (1112)

O objetivo deste programa é expandir a rede dando continuidade aos projetos de construção, ampliação, reforma e modernização das unidades de saúde com o objetivo de aumentar a capacidade de assistência à população. A tabela 18 apresenta as despesas do Programa 1112 - Acesso à Saúde e Qualidade no Atendimento - Fortalecimento da Assistência à Saúde, por projeto/atividade.

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Tabela 18 - Fortalecimento de Assistência à Saúde

Em R$ Projeto / Atividade 2006 2007 2008 2009 2010

1474 Serviços de Reforma do Auditório do Hospital do Servidor Público - - - - 0,00

2200 Operação e Manutenção do Centro de Controle de Zoonoses - - - - 2.393.743,30

3100 Construção de Equipamentos de Saúde - - - - 1.161.414,39

3101 Ampliação e Ref. Equipamentos de Saúde 13.999.831,85 33.552.495,57 44.914.189,19 56.581.327,57 13.752.927,91

3104 Aquisição de Equip. para Unidades de Saúde 7.144.391,70 9.253,31 12.856.082,87 - -

3106 Construção e Instalação do Hospital Municipal de Vila Brasilândia - - - - 0,00

3114 Constr. e Instal. Hospital Municipal M'Boi Mirim 32.426.158,12 25.802.470,52 24.441.260,80 - -

3116 Constr. e Instal. Hospital Municipal Cid. Tiradentes 35.780.822,18 203.119,16 - - -

3300 Reforma e Ampliação do Centro de Controle de Zoonoses - - - - 147.421,81

9715 Constr. Centro Comunit UBS Jardim Vera Cruz-E 1143 4.871,09 - - - -

Total 89.356.074,94 59.567.338,56 82.211.532,86 56.581.327,57

17.455.507,41

Fonte: Sistema de Dados orçamentário - TCMSP

Verifica-se que houve queda nos valores destinados a investimentos em relação aos anos anteriores. Na comparação com 2009 a queda foi de 69,1%. A seguir, apresentamos a tabela 19, que mostra as ações e metas físicas para 2010 e de 2011 a 2013 do programa Fortalecimento da Assistência à Saúde relacionadas no Plano Plurianual:

Tabela 19 - Ações e metas físicas - Fortalecimento da Assistência à Saúde (1112)

Programa 1112 ‐ Acesso a Saúde e Qualidade no Atendimento ‐ Fortalecimento de Assistência à Saúde Ações e Metas Físicas  2010  2011 a 2013 

2200 ‐ Operação e Manutenção do Centro de Controle de Zoonoses 0  0 

() 3100 ‐ Construção de Equipamentos de Saúde 

1  3 Unidades de saúde construídas (Unidade) 3101 ‐ Ampliação e Reforma de Equipamentos de Saúde 

52,5  47,5 Unidades de saúde ampliadas e reformadas (Percentual) 3106 ‐ Construção e Instalação do Hospital Municipal de Vila Brasilândia 

10  90 Hosp.Vila Brasilândia construído/instalado (Percentual) 3107 ‐ Construção e Instalação do Hospital Municipal Parelheiros 

10  90 Hosp.Parelheiros construído/instalado (Percentual) 3108 ‐ Construção e Instalação do Hospital Municipal Vila Matilde 

10  90 Hosp. Vila Matilde construído/instalado (Percentual) 3109 ‐ Construção de Centros de Controle de Zoonoses Regionais 

1  3 Centros de Controle de Zoonoses construídos e instalados (Unidade) 3300 ‐ Reforma e Ampliação do Centro de Controle de Zoonoses 

0  0 () 

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No projeto 3101 - “Ampliação e Reforma de Equipamentos de Saúde” caberia uma meta em números absolutos de unidades a serem reformadas e não em percentual, como consta. Ao estipular uma meta de ampliar e reformar 52,5% das unidades, não há definição de quais unidades precisam de reforma e ampliação, ou mesmo, quais delas tem necessidade desse tipo de intervenção. Já os projetos 2200 - "Operação e Manutenção do Centro de Controle de Zoonoses” e 3300 - "Reforma e Ampliação do Centro de Controle de Zoonoses” simplesmente não apresentam qualquer indicador de meta física.

7.2.2.3 - Acesso à saúde e qualidade no atendimento - SUS com Qualidade (1113) O objetivo do programa é coordenar e regular a Gestão Plena do SUS no Município através de políticas, programas e projetos que visem promover o atendimento à população e garantir a participação social na política de saúde. A tabela a seguir apresenta as despesas do Programa 1113 - SUS com Qualidade, por projeto/atividade:

Tabela 20 - SUS com Qualidade

Em R$

Fonte: Sistema de Dados orçamentário - TCMSP

Este programa é realizado basicamente por meio da atividade 4113 - Coordenação de Integração e Regulação do SUS, que registra as despesas referentes aos pagamentos às entidades privadas conveniadas SUS, que atendem a demanda submetida à regulação e autorização do Complexo Regulador Municipal. Na tabela 21 constam as ações e metas físicas para 2010 e de 2011 a 2013 do programa SUS com Qualidade relacionadas no Plano Plurianual:

Projeto / Atividade 2006 2007 2008 2009 2010

4108 Apoio à Consolidação da Participação Social no SUS - Municipal

118.624,60 57.356,66 57.412,66 72.101,20

149.334,86

4113 Coordenação de Integração e Regulação do Sistema de Saúde

516.133.635,24 488.833.083,08 423.217.316,57 488.365.182,04

482.391.453,28

Total 516.252.259,84 488.890.439,74 423.274.729,23 488.437.283,24

482.540.788,14

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Tabela 21 - Ações e metas físicas – SUS com Qualidade (1113)

Programa 1113 ‐ Acesso à saúde e qualidade no atendimento ‐ SUS com qualidade Ações e Metas Físicas  2010  2011 a 2013 

4108 ‐ Apoio à Consolidação da Participação Social no SUS ‐ Municipal 100  100 

Conselho Municipal de Saúde em funcionamento (Percentual) 

4108 ‐ Apoio à Consolidação da Participação Social no SUS ‐ Municipal  100  100 Conselhos Gestores da CRS Sul em funcionamento (Percentual) 

4108 ‐ Apoio à Consolidação da Participação Social no SUS ‐ Municipal  100  100 Conselhos Gestores da CRS Leste em funcionamento (Percentual) 4108 ‐ Apoio à Consolidação da Participação Social no SUS ‐ Municipal 

100  100 Conselhos Gestores da CRS Norte em funcionamento (Percentual) 4108 ‐ Apoio à Consolidação da Participação Social no SUS ‐ Municipal 

100  100 Conselhos Gestores da CRS Sudeste em funcionamento (Percentual) 4108 ‐ Apoio à Consolidação da Participação Social no SUS ‐ Municipal 

100  100 Conselhos Gestores da CRS Centro Oeste em funcionamento (Percentual) 4113 ‐ Sistema Municipal de Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria do SUS  1  3 Sistema mantido (Unidade) 

4118 ‐ Organização das Conferências Municipais  1  3 Conferências de saúde realizadas (Unidade) 

Fonte: PPA 2010-2013

Este programa apresenta mais um exemplo, em sua atividade 4108 - Apoio à Consolidação da Participação Social no SUS – Municipal, de medida percentual que não serve para acompanhamento e planejamento: não há a expectativa de que o Conselho Municipal de Saúde deixe de funcionar nos próximos anos. Menos ainda de que um percentual do Conselho deixe de existir. Da mesma forma, é esperado que as unidades das Coordenadorias Regionais de Saúde mantenham seus Conselhos Gestores funcionando, e no caso de unidades novas, criem e mantenham novos Conselhos Gestores. Teria melhor significado gerencial uma meta numérica de Conselhos Gestores que acompanhassem as metas de criação de novas unidades de saúde, por exemplo.

7.2.2.4 - Acesso à Saúde e Qualidade no Atendimento - Assistência Farmacêutica

(1114) Este programa tem como objetivo proporcionar o acesso, a garantia de regularidade e a racionalidade do abastecimento de medicamentos para toda população.

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A seguir apresentamos as despesas do programa Assistência Farmacêutica.

Tabela 22 - Assistência Farmacêutica

Em R$ Projeto / Atividade 2006 2007 2008 2009 2010

4106 Operação da Assistência Farmacêutica e Remédio em Casa

47.894.157,00 77.670.283,74 97.134.973,24 78.889.744,77

104.574.560,76

4109 Operação e Manut. Farmácias Populares 805.668,43 803.143,62 880.236,81 954.190,04

1.267.033,27

Total

48.699.825,43

78.473.427,36

98.015.210,05

79.843.934,81

105.841.594,03

Fonte: Sistema de Dados orçamentário – TCMSP

A Assistência Farmacêutica trata da aquisição e distribuição de medicamentos. Na tabela 23 apresentamos as ações e metas físicas desse programa.

Tabela 23 - Ações e metas físicas - Assistência Farmacêutica (1114)

Programa 1114 ‐ Acesso à saúde e qualidade no atendimento ‐ Assistência farmacêutica Ações e Metas Físicas  2010  2011 a 2013

4106 ‐ Implementação e Manutenção da Assistência Farmacêutica e Remédio em Casa  100  100 Medicamentos contemplados na REMUME atendidos (Percentual) 4106 ‐ Implementação e Manutenção da Assistência Farmacêutica e Remédio em Casa  100  100 Pacientes cadastrados no Progr. Remédio em Casa atendidos (Percentual) 4109 ‐ Operação e Manutenção das Farmácias Populares 

14  42 Farmácias Populares mantidas (Unidade) 

Fonte: PPA 201-2013

Assim como nos demais programas, as atividades relacionadas à Assistência Farmacêutica parecem apenas justificar sua vinculação ao orçamento, ao invés de servirem como instrumento de planejamento de fato. A atividade 4106 - Implementação e Manutenção da Assistência Farmacêutica e Remédio em Casa apresenta duas metas de 100% para 2010 que tratam na prática da manutenção das ações atuais. Já a atividade 4109 - Operação e Manutenção das Farmácias Populares tem como meta manter a parceria com o Governo Federal no Programa “Farmácia Popular do Brasil”.

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Diante das deficiências e inconsistências apresentadas em todo o item 7.2.2, resta claro que a elaboração do PPA 2010-2013, no que diz respeito às metas traçadas pela SMS, não passou de mero processo formal oriundo de uma obrigação legal, não cumprindo assim o seu real objetivo, o de se transformar em instrumento efetivo no planejamento da saúde municipal.

7.2.3 - Produção de Serviços

A seguir apresentamos a produção de serviços de saúde do Município de São Paulo.

7.2.3.1 - Unidades Básicas de Saúde, Ambulatórios de Especialidades e Atendi-

mento Médico Ambulatorial Na tabela a seguir estão demonstradas as quantidades de consultas médicas realizadas em AMA (Atendimento Médico Ambulatorial), UBS (Unidade Básica de Saúde), AE (Ambulatório de Especialidades) e AMA Especialidades, no período de 2006 a 2010.

Tabela 24 – Evolução do número de consultas médicas no período

Evolução do nº de Consultas médicas 2006 2007 2008 2009 2010¹ Variação % (10/06)

AMA 1.435.016 3.748.098 6.841.832 9.683.987 9.957.014 593,9 UBS 9.214.402 8.959.273 8.768.363 8.615.207 8.545.886 -7,3

Ambulatório de Especialidade 821.648 842.869 879.588 824.573 857.342 4,3

AMA Especialidade - - 80.728 313.220 655.359 711,8² Fonte: SMS/CEINFO ¹ Os dados ambulatoriais de 2010 são preliminares, pois a produção pode ser apresentada até 3 meses após sua realização; ² A variação nesse caso é referente ao período 2008/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2008.

Verifica-se pela tabela um crescimento expressivo da produção tanto das AMAs ao longo dos últimos cinco anos (593,9%) quanto das AMAs Especialidades de 2008 a 2010 (711,8%). As AMAs decorrem de novos modelos de atendimento e sua quantidade foi ampliada rapidamente ao longo do período, o que explica a evolução observada. No caso da AMA tradicional percebemos uma estabilização do número de atendimentos a partir de 2009. No período analisado também se observa uma queda de 7,3% no número de consultas nas UBS e um aumento de 4,3% no número de consultas em Ambulatórios de Especialidade.

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7.2.3.2 - Prontos Socorros e Prontos Atendimentos

Na tabela 25 apresentamos o número de atendimentos de Urgência / Emergência dos prontos socorros e prontos atendimentos isolados do Município nos últimos cinco anos.

Tabela 25 - Consultas Médicas de Urgência / Emergência

Unidades 2006* 2007 2008 2009 2010** Var. % 10/06 Var.% 10/09

PSM 21 de Junho 205.616 191.468 192.386 185.700 182.902 -11,0 -1,5

PSM Vl. Mª Baixa 99.316 97.190 88.096 89.689 88.921 -10,5 -0,8

PSM Lauro Ribas 162.654 148.545 135.663 130.343 135.065 -17,0 3,62

PSM Julio Tupy 192.767 193.536 198.382 211.812 212.703 10,3 0,4

PA Glória Bonfim 134.218 98.853 59.481 78.495 88.486 -34,1 12,7

PA São Mateus II 99.409 106.099 70.432 59.155 129.747 30,5 119,3

PA Atualpa Rabelo 113.418 102.718 74.271 52.650 96.712 -14,7 83,7

PSM Augusto G. Mattos 147.980 145.909 116.887 96.727 118.259 -20,1 22,3

PSM Balneário S. José 74.649 75.673 69.801 76.431 108.280 45,1 41,7

PSM Maria Antonieta 121.965 121.910 142.349 68.663 94.612 -22,4 37,8

PSM Sylvio Camargo 111.061 76.633 83.151 84.649 99.019 -10,8 17,0

PA Jardim Macedônia 74.851 71.366 69.807 58.696 35.037 -53,2 -40,3

PSM Álvaro Dino 123.946 118.893 109.949 111.180 120.212 -3,0 26,2

PSM João C. Mezomo 120.379 102.200 98.568 95.204 102.859 -14,6 8,0

PSM Caetano V. Netto 99.728 85.401 65.703 52.968 43.162 -56,7 -18,5

PSM Perus 149.465 119.039 111.702 101.075 118.995 -20,4 17,7

Total 2.031.422 1.855.433 1.686.628 1.553.437 1.774.971 -13,2 14,2 Fonte: SMS/CEINFO * Foram excluídas de 2006 as consultas do extinto PA Parelheiros; ** Os dados de 2010 estavam fechados até novembro (no caso do PSM Vl. Mª Baixa, até outubro), e foi feita uma projeção até o final do ano.

Observando-se a variação do total de atendimentos em PA e PS isolados de 2006 a 2010, verificamos que em 2010 foi interrompida uma série histórica de queda do número de consultas, tendo sido apresentado um crescimento de 14,2% em relação a 2009.

7.2.3.3 - Hospitais A seguir apresentamos os atendimentos de urgência/emergência dos hospitais municipais no período de 2006 a 2010.

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Tabela 26 - Consultas Médicas de Urgência / Emergência

Hospitais 2006 2007 2008 2009 2010* var. % 10/06 Cármino Caricchio 304.114 317.766 302.189 286.874 197.857 -34,9 Alexandre Zaio 130.961 203.788 210.931 194.996 75.211 -42,6 Ignácio P. Gouvêa 168.070 135.964 134.657 167.214 69.358 -58,7 Alípio C. Netto 304.096 272.382 310.428 320.571 182.501 -40,0 Tide Setubal 203.785 170.183 123.840 135.094 134.369 -34,1 Waldomiro de Paula 176.946 131.182 225.648 235.186 92.393 -47,8 Arthur R. Saboya 211.658 184.827 233.469 230.951 130.958 -38,1 Benedicto Montenegro 115.406 104.248 64.331 66.316 66.051 -42,8 Fernando Mauro Pires 256.467 342.650 406.570 376.316 383.205 49,4 Menino Jesus 80.019 71.546 63.986 59.007 57.864 -27,7 Mário Degni 24.643 25.482 23.518 21.439 21.166 -14,1 José S. Hungria 193.686 147.653 125.181 97.834 85.394 -55,9 Mário de Moraes A. Silva 45.746 46.371 53.063 56.365 57.061 24,7 José Storópolli 243.329 244.331 238.923 228.646 218.229 -10,3 Cidade Tiradentes - 81.863 240.897 234.730 255.482 212,1¹ M' Boi Mirim - - 108.901 155.163 171.758 57,7² S. Luiz Gonzaga - - - 239.204 250.661 4,8³

Total 2.458.926 2.480.236 2.866.532 3.105.906 2.449.518 -0,4 Fonte: SMS/CEINFO *os hospitais apresentam dados até outubro e novembro de 2010; a tabela traz projeção desses valores até dezembro/2010. ¹ variação referente ao período 2007/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2007; ² variação referente ao período 2008/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2008; ³ variação referente ao período 2009/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2009.

O número total de consultas de urgência e emergência nos hospitais municipais segue uma evolução inversa à dos prontos-socorros e prontos-atendimentos isolados no período de 2006 a 2010. Após uma série histórica de aumento no número de atendimentos, para os quais contribuíram o surgimento dos Hospitais de Cidade Tiradentes, M’Boi Mirim e São Luiz Gonzaga, em 2010 verifica-se uma queda na produção, com o número de consultas 0,4% menor do que em 2006. A seguir são apresentadas as cirurgias realizadas nos hospitais municipais nos últimos cinco anos.

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Tabela 27 - Cirurgias

Hospitais 2006 2007 2008 2009 2010* Var. % 10/06Cármino Caricchio 3.748 3.402 4.208 4.144 4.217 12,5 Alexandre Zaio 1.005 1.030 1.603 1.765 1.566 55,8 Ignácio Proença de Gouvêa 762 673 467 533 531 -30,3 Alípio C. Netto 3.648 3.833 3.818 3.587 2.648 -27,4 Tide Setubal 1.934 2.491 2.303 1.728 1.505 -22,2 Waldomiro de Paula 2.584 2.331 1.957 1.937 1.737 -32,8 Arthur R. Saboya 2.843 2.696 2.577 2.726 2.615 -8,0 Benedicto Montenegro 636 602 667 847 670 5,3 Fernando Mauro Pires 3.721 4.258 3.447 3.677 4.195 12,7 Menino Jesus 2.810 2.742 2.625 3.229 4.144 47,5 Mário Degni 1.272 1.271 1.280 1.408 1.261 -0,9 José Soares Hungria 1.511 1.020 1.433 1.447 1.212 -19,8 Mário de Moraes A. Silva 6.555 7.643 8.649 9.408 9.362 42,8 Vereador José Storópoli 2.748 2.736 3.072 3.311 3.317 20,7 Cidade Tiradentes - - 3.397 5.543 6.057 78,3¹ M' Boi Mirim - - 1.960 4.036 5.239 167,3² São Luiz Gonzaga - - - 4.462 3.620 -18,9³

Total 35.777 36.728 43.463 53.788 53.895 50,6 Fonte: SMS/CEINFO

* Os hospitais apresentaram dados até outubro e novembro de 2010; a tabela traz projeção desses valores até dezembro/2010. ¹ A variação nesse caso é referente ao período 2007/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2007; ² A variação nesse caso é referente ao período 2008/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2008; ³ A variação nesse caso é referente ao período 2009/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2009.

A tabela mostra um aumento de 50,6% no número de cirurgias nos hospitais municipais entre 2006 e 2010. A entrada dos hospitais Cidade Tiradentes, M’Boi Mirim e São Luiz Gonzaga na rede contribuíram consideravelmente para esse aumento. A seguir apresentamos a evolução da quantidade de partos realizados nos Hospitais Municipais

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Tabela 28 - Partos

Hospitais 2006 2007 2008 2009 2010* Var. % 10/06

Carmino Caricchio 1.125 1.153 608 70 40 -96,4

Alexandre Zaio 19 20 17 25 16 -15,8

Ignácio Proença de Gouvêa 769 371 622 926 976 27,0

Alípio C. Netto 2.818 3.187 3.177 2.573 1.823 -35,3

Tide Setubal 2.116 1.937 1.631 1.813 1.285 -39,3

Waldomiro de Paula 2.655 2.570 2.426 2.151 2.221 -16,3

Arthur R. Saboya 779 778 830 703 772 -0,9

Benedicto Montenegro 18 12 10 10 5 -72,2

Fernando Mauro Pires 3.441 3.476 3.378 3.774 4.017 16,7

Mário Degni 1.800 1.817 1.798 1.768 1.717 -4,6

José Soares Hungria 608 370 605 584 545 -10,3

Mário de Moraes A. Silva 5.109 5.333 5.978 6.004 6.108 19,6

Vereador José Storópoli 1.398 1.431 1.673 1.911 2.532 81,1

Cidade Tiradentes - 548 2.823 3.220 4.052 639,3¹

M' Boi Mirim - - 1.705 3.785 4.305 152,5²

São Luiz Gonzaga - - - 2.445 1.997 -18,3³

Total 22.655 23.003 27.281 31.762 32.412 43,1 Fonte: SMS/CEINFO * A maioria dos hospitais apresentou dados até outubro e novembro de 2010; a tabela traz projeção desses valores até dezembro/2010. ¹ variação referente ao período 2007/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2007; ² variação referente ao período 2008/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2008; ³ variação referente ao período 2009/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2009.

Verifica-se um aumento de 43,1% no total de partos em 2010 comparativamente a 2006. O aumento do número de hospitais nos últimos anos também contribui para esse número. A tabela a seguir apresenta a quantidade de leitos instalados nos Hospitais Municipais nos últimos cinco anos.

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Tabela 29 - Leitos Instalados

Hospitais 2006 2007 2008 2009 2010* var. % 10/06 Carmino Caricchio 400 384 349 324 268 -33,0 Alexandre Zaio 50 50 52 50 52 4,0 Ignácio Proença de Gouvêa 97 72 82 91 76 -21,6

Alípio C. Netto 278 278 278 278 278 0,0 Tide Setubal 190 174 175 179 184 -3,2 Waldomiro de Paula 184 159 155 161 164 -10,9 Arthur R. Saboya 171 151 168 195 197 15,2 Benedicto Montenegro 37 37 36 36 36 -2,7 Fernando Mauro Pires 254 254 254 254 254 0,0 Menino Jesus 71 72 69 58 55 -22,5 Mário Degni 81 81 81 81 81 0,0 José Soares Hungria 108 108 107 107 107 -0,9 Mário de Moraes A. Silva 146 148 152 158 160 9,6 Vereador José Storópoli 153 168 179 184 170 11,1 Cidade Tiradentes - 50 221 228 228 356,0¹ M' Boi Mirim - - 140 230 205 46,4² São Luiz Gonzaga - - - 179 171 -4,5³

Total 2.220 2.186 2.498 2.793 2.686 21,0 Fonte: SMS/CEINFO * Média dos meses disponíveis. ¹ A variação nesse caso é referente ao período 2007/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2007; ² A variação nesse caso é referente ao período 2008/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2008; ³ A variação nesse caso é referente ao período 2009/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2009.

Verifica-se que a soma das médias de leitos instalados nos hospitais municipais em 2010 resultou num valor 21% maior do que em 2006, um aumento que também pode ser em grande parte explicado pela entrada em funcionamento dos três novos hospitais.

7.2.3.4 - Exames

A tabela a seguir apresenta a produção de exames de imagem e clínicos no município de São Paulo nos últimos cinco anos.

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Tabela 30 - Exames

Exames de Imagem Tipo de

Procedimento Procedência 2006 2007 2008 2009 2010 Var. % 10/06

Radiologia

Rede Própria 1.619.609 1.732.352 2.257.934 2.815.869 3.034.575 87,36 Contratados Privados 473.593 453.408 380.834 332.969 275.018 -41,93

Total 2.093.202 2.185.760 2.638.768 3.148.838 3.309.593 58,11

Ultrassonografia

Rede Própria 282.632 340.634 448.966 430.022 516.212 82,64 Contratados Privados 113.202 122.661 159.401 174.313 164.903 45,67

Total 395.834 463.295 608.367 604.335 681.115 72,07

Mamografia

Rede Própria 90.839 150.008 134.010 158.543 177.387 95,28 Contratados Privados 60.353 55.043 36.415 35.269 35.162 -41,74

Total 151.192 205.051 170.425 193.812 212.549 40,58

Tomografia

Rede Própria 3.266 15.234 27.065 38.175 47.170 1344,27Contratados Privados 38.318 41.386 34.699 41.430 45.285 18,18

Total 41.584 56.620 61.764 79.605 92.455 122,33

Densitometria Óssea

Rede Própria - 104 6.107 7.722 8.558 N.A Contratados Privados 546 833 541 2.305 6.180 1031,87

Total 546 937 6.648 10.027 14.738 2599,27

Ecocardiografia

Rede Própria 2.515 5.180 3.793 15.994 28.969 1051,85Contratados Privados 27.101 27.238 25.625 28.667 27.201 0,37

Total 29.616 32.418 29.418 44.661 56.170 89,66

Endoscopia

Rede Própria 11.451 11.730 19.444 19.651 19.302 68,56 Contratados Privados 67.746 62.826 42.080 36.197 39.811 -41,23

Total 79.197 74.556 61.524 55.848 59.113 -25,36

Ressonância Magnética

Rede Própria - - - - 4.031 N.A Contratados Privados 6.264 5.208 4.223 8.289 8.574 36,88

Total 6.264 5.208 4.223 8.289 12.605 101,23

Eletroneuromiografia

Rede Própria 642 1.229 1.431 1.336 1.566 143,93 Contratados Privados 1.053 700 83 865 832 -20,99

Total 1.695 1.929 1.514 2.201 2.398 41,47

Otoneurológico

Rede Própria 119 160 230 121 515 332,77 Contratados Privados 43 21 - 200 240 458,14

Total 162 181 230 321 755 366,05 Total Imagem 2.799.292 3.025.955 3.582.881 4.147.937 4.441.491 58,66

Exames Clínicos

Laboratório clínico

Rede Própria 10.751.710 8.871.167 9.577.355 10.648.996 10.010.744 -6,89 Contratados Privados 6.284.415 16.576.203 15.088.029 20.017.655 21.011.667 234,35

Total 17.036.125 25.447.370 24.665.384 30.666.651 31.022.411 82,10

Anatomia patológica

Contratados Privados 612.337 635.171 615.539 608.576 589.057 -3,80

Próprios 15.504 16.995 12.041 17.680 15.380 -0,80 Total 627.841 652.166 627.580 626.256 604.437 -3,73

Total Clínicos 17.663.966 26.099.536 25.292.964 31.292.907 31.626.848 79,05 Fonte: SMS/Gerência de Processamento/Ceinfo.

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O número de exames de imagem cresceu 58,66% entre 2006 e 2010, sendo que o único exame a apresentar diminuição de produção no período foi o de endoscopia. Já os exames clínicos apresentaram crescimento de 79,05% no total, sendo que os exames de anatomia patológica diminuíram 3,73%.

7.2.3.5 - Relação entre recursos financeiros e indicadores de produção de serviços

Apresentamos na tabela a seguir a evolução dos recursos financeiros aplicados na função saúde e dos principais indicadores de produção entre 2009 e 2010.

Tabela 31 - Recursos aplicados x Resultados apresentados

Indicador 2009 2010 Variação

% (10/09) Recursos financeiros (R$) 4.473.680.197,02 4.945.691.077,99 10,5 Consultas AMA 9.683.987 9.957.014 2,8 Consultas UBS 8.615.207 8.545.886 -0,8 Consultas Especialidades 1.137.793 1.512.701 32,9 Consultas de Urgência e Emergência 4.659.343 4.224.489 -9,3 Cirurgias 53.788 53.895 0,2 Partos 31.762 32.412 2,1 Leitos instalados 2.793 2.686 -3,8 Exames de Imagem 4.147.937 4.441.491 7,0 Exames Clínicos 31.292.907 31.626.848 1,1 Fonte: SMS/CEINFO.

A evolução dos recursos liquidados de 2009 para 2010 foi da ordem de 10,5%, sendo que o crescimento mais significativo na produção diz respeito às consultas de especialidades com um aumento de 32,9% no período. O número de exames de imagem realizados também apresentou um crescimento relevante, 7%. Houve redução de 9,3% nos atendimentos de Urgência e Emergência. Os outros indicadores de produção se mostraram estáveis no período.

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7.2.4 - Indicadores de saúde Neste item são apresentados alguns indicadores referentes aos hospitais municipais. A seguir apresentamos tabela com a taxa de mortalidade dos hospitais municipais.

Tabela 32 - Taxa de Mortalidade Geral

Hospitais 2006 2007 2008 2009 2010* var. % 10/06Carmino Caricchio 10,2 9,8 10,1 10,4 9,7 -4,6 Alexandre Zaio 5,7 8,2 6,7 8,9 8,1 42,4 Ignácio Proença de Gouvea 8,9 7,4 8,3 9,3 8,2 -8,0

Alípio C. Netto 4,9 4,9 4,5 4,6 8,1 67,0 Tide Setubal 5,2 5,0 4,6 5,1 7,1 36,8 Waldomiro de Paula 2,4 2,9 3,6 3,9 3,7 52,9 Arthur R. Saboya 6,3 6,2 6,4 4,7 3,4 -45,9 Benedicto Montenegro 6,4 4,8 7,2 7,1 6,4 -0,5 Fernando Mauro Pires 4,2 4,1 3,3 4,0 3,9 -6,7 Menino Jesus 3,0 1,7 1,6 1,4 1,6 -45,8 Mário Degni 3,0 1,9 1,7 2,2 1,5 -49,3 José Soares Hungria 6,8 7,1 6,8 6,4 8,5 24,8 Mário de Moraes A. Silva 0,8 0,7 0,6 0,6 0,6 -23,1 Vereador José Storópoli 3,2 3,9 2,1 2,5 2,2 -31,7 Cidade Tiradentes - 4,4 2,6 1,9 2,0 -54,8¹ M' Boi Mirim - - 4,6 4,2 3,1 -31,9² São Luiz Gonzaga - - - 4,3 4,8 12,9³

Média** 5,1 4,9 4,7 4,8 4,9 -3,6 Fonte: SMS/CEINFO. * Média dos meses disponíveis. ** Média aritmética simples. ¹ A variação nesse caso é referente ao período 2007/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2007; ² A variação nesse caso é referente ao período 2008/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2008; ³ A variação nesse caso é referente ao período 2009/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2009.

A média das taxas de mortalidade geral apresentou uma queda de 3,6% em relação a 2006. A seguir apresentamos a média de permanência dos hospitais municipais.

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Tabela 33 - Média de Permanência Em dias

Hospitais 2006 2007 2008 2009 2010* var. % 10/06

Carmino Caricchio 8,4 8,4 8,6 9,2 9,2 9,0

Alexandre Zaio 4,4 4,0 3,4 4,9 6,5 46,7 Ignácio Proença de Gouvea 6,1 6,8 6,9 6,4 7,1 15,6

Alípio C. Netto 7,7 7,3 7,2 7,4 6,4 -17,1

Tide Setubal 5,9 6,3 6,1 6,1 6,7 13,9

Waldomiro de Paula 5,7 5,6 5,7 5,2 5,0 -12,3

Arthur R. Saboya 6,2 5,6 6,3 6,0 7,2 16,1

Benedicto Montenegro 5,6 4,6 4,7 4,1 3,7 -33,6

Fernando Mauro Pires 7,4 7,3 8,6 8,4 7,7 3,8

Menino Jesus 7,8 7,5 6,3 5,5 6,2 -20,4

Mário Degni 4,9 5,0 4,8 4,3 4,7 -3,9

José Soares Hungria 5,9 6,5 5,9 5,6 5,5 -6,1

Mário de Moraes A. Silva 3,3 4,2 4,0 4,1 4,0 19,8

Vereador José Storópoli 5,5 5,5 5,2 5,1 5,4 -2,5

Cidade Tiradentes - 5,0 5,6 5,2 5,2 3,8¹

M' Boi Mirim - - 5,3 4,8 5,6 6,7²

São Luiz Gonzaga - - - 5,6 5,1 -9,3³

Média** 6,1 6,0 5,9 5,8 6,0 -1,9 Fonte: SMS/CEINFO * Média dos meses disponíveis. ** Média aritmética simples. ¹ A variação nesse caso é referente ao período 2007/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2007; ² A variação nesse caso é referente ao período 2008/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2008; ³ A variação nesse caso é referente ao período 2009/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2009. A média de permanência dos hospitais apresentou comportamento estável no período analisado, com uma queda de 1,9% entre 2006 e 2010. Na tabela 34 consta a evolução das taxas de ocupação nos hospitais.

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Tabela 34 - Taxa de Ocupação

Hospitais 2006 2007 2008 2009 2010* var. % 10/06

Cármino Caricchio 75,0 74,4 84,1 85,1 95,7 27,6 Alexandre Zaio 85,4 89,1 87,7 95,8 87,1 2,0 Ignácio Proença de Gouvea 74,6 73,8 77,5 84,9 90,7 21,6

Alípio C. Netto 80,5 79,4 79,0 73,1 75,3 -6,4 Tide Setubal 70,5 78,3 75,1 72,4 68,7 -2,6 Waldomiro de Paula 69,1 80,6 67,0 56,1 54,7 -20,8 Arthur R. Saboya 121,8 127,9 120,6 81,4 75,5 -38,0 Benedicto Montenegro 76,2 75,0 65,7 55,0 57,4 -24,7 Fernando Mauro Pires 81,9 75,9 83,6 92,7 92,2 12,6 Menino Jesus 62,7 52,4 52,8 67,2 69,7 11,2 Mário Degni 64,2 60,7 56,3 52,8 53,7 -16,4 José Soares Hungria 62,4 55,0 64,7 69,0 68,8 10,2 Mário de Moraes A. Silva 70,8 75,8 75,6 80,7 77,4 9,3 Vereador José Storópoli 64,7 60,7 64,5 68,9 71,9 11,1 Cidade Tiradentes - 76,5 63,0 77,2 48,1 -37,1¹ M’ Boi Mirim - - 87,9 78,5 91,9 4,5² São Luiz Gonzaga - - - 101,2 79,9 -21,1³

Média** 75,7 75,7 75,3 76,0 74,0 -2,2 Fonte: SMS/CEINFO * Média dos meses disponíveis. ** Média aritmética simples. ¹ A variação nesse caso é referente ao período 2007/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2007; ² A variação nesse caso é referente ao período 2008/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2008; ³ A variação nesse caso é referente ao período 2009/2010, uma vez que o serviço foi iniciado em 2009.

De acordo com a portaria nº 1.101/GM/2002, do Ministério da Saúde, a taxa de ocupação desejável seria entre 80% e 85%. A média das taxas de ocupação está estável nos anos considerados para avaliação, porém sempre abaixo dos 80%. Individualmente, nenhum dos hospitais apresentou, em 2010, taxa de ocupação dentro do intervalo desejável, sendo que 12 (70,59%) estão abaixo dos 80% e 5 (29,41%) acima de 85%. Com exceção do HM M’Boi Mirim, os outros 4 hospitais municipais que estão sob Gestão das Organizações Sociais (HM Menino Jesus, HM Vereador José Storopoli, HM Cidade Tiradentes e o São Luiz Gonzaga) apresentaram uma taxa de ocupação abaixo do desejável.

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7.2.5 - Auditorias realizadas no exercício de 2010 7.2.5.1 - Exames de Imagem

Foram realizadas duas auditorias conforme Ordem de Serviço n.º 2010.02120.1 (TC 72.002.376.10-03) e Ordem de Serviço n.º 2010.02036.2 (TC 72.001.001/10-35) com o objetivo de verificar o tempo médio que o usuário da Atenção Básica do SUS aguarda para realizar os exames solicitados e as condições de conservação e manutenção dos equipamentos bem como a sua plena utilização. É sabido que a demanda pela realização dos exames de imagem supera a oferta no município de São Paulo e muitas vezes os munícipes precisam aguardar longos prazos para a realização desses diagnósticos. Objetivando verificar o tempo médio que o usuário aguarda para ser atendido na média complexidade realizamos visitas às unidades de saúde e medimos o tempo entre a data do pedido dos exames e a sua realização. Observamos que do total dos 6.158 pedidos médicos analisados, referente a exames realizados no período de 30/08/10 a 03/09/10, 41,56% deles não continham datas, o que prejudicou a mensuração do tempo de espera do total da amostra. Considerando o restante da amostra, 59%, foi possível constatar que os exames com maior prazo médio para realização foram: eletroneuromiografia (217 dias), otoneurológico (133 dias) e ultrassom doppler (114 dias). Todavia o tempo de espera não é uniforme, visto que encontramos prazos muito distintos para a realização de um mesmo tipo de exame nas unidades executoras, inclusive dentre aquelas pertencentes a uma mesma Coordenadoria de Saúde. Constatamos também que as AMAS Especialidades apresentam um alto percentual (+ 90%) de exames realizados para os seus pacientes, destinando apenas 10% para pacientes encaminhados pelas UBS. Quando passamos a falar sobre a utilização dos equipamentos, constatou-se quais fatores afetam diretamente a produtividade. São eles:

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1) inexistência de coordenação e controle dos equipamentos pela SMS,

2) falta de médicos especialistas,

3) alta taxa de absenteísmo nos agendamentos,

4) ineficiência na disponibilização de vagas dos exames de imagem na rede.

A utilização desses equipamentos é gerenciada de três formas diferentes: a) por meio de Contratos de Gestão,

b) por meio de Convênios,

c) diretamente pela SMS.

Todavia, a SMS não possui setor responsável pelos serviços de imagens, nem mesmo a base de dados consolidada desses equipamentos. Não há acompanhamento das manutenções periódicas dos equipamentos, nem a análise da produção. Esta falta de centralização do gerenciamento impossibilita ao gestor de saúde garantir a eficiência, a eficácia e a coordenação dos diversos modelos de gestão adotados. Os dados constantes do Cadastro Nacional de Equipamentos de Saúde (CNES) do Ministério da Saúde relativos aos equipamentos de imagens são inconsistentes, uma vez que das 35 unidades visitadas, somente 7 (20%) possuíam os equipamentos correspondentes aos cadastrados. Encontramos divergências também entre os dados de produção constantes do SIH (Sistema de Informações Hospitalares) e do SIA (Sistema de Informações Ambulatoriais), ambos administrados pela CEINFO/SMS - Coordenação de Epidemiologia e Informação, comparativamente aos dados apresentados pelas unidades de saúde, muito embora os dados de produção dos sistemas SIH e SIA sejam inseridos pelos próprios funcionários das unidades de saúde, demonstrando fragilidade do controle. Dos equipamentos verificados em nossa amostra, 40,5% não passam por manutenções preventivas periodicamente, o que pode comprometer a segurança, o desempenho e a vida útil dos equipamentos. A falta de médicos especialistas gera ociosidade no uso dos equipamentos. Das 35 unidades visitadas, 39% apresentaram escalas médicas incompletas. A oferta de exames de ultrassom poderia ser aumentada com a contratação de médicos para operar os equipamentos durante todos os horários de atendimento.

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O absenteísmo é outro fator que impacta diretamente na produtividade dos equipamentos. O alto índice verificado decorre de agendamentos em duplicidade; lapso temporal entre a data do agendamento e a data do exame, que leva ao esquecimento ou à solução do problema de saúde quer seja na rede estadual, quer seja na rede privada; a distância entre o local do agendamento e a residência do paciente. O setor responsável pelo planejamento e organização do acesso do cidadão às ações e serviços de saúde, dentre eles os exames de diagnóstico, é a Regulação da Secretaria Municipal de Saúde e o sistema utilizado para gerenciar as informações de saúde da Regulação é o Sistema Integrado de Gestão e Assistência à Saúde – SIGA. As Coordenadorias Regionais de Saúde também possuem setores de Regulação, aos quais compete distribuir a oferta de vagas entre suas respectivas unidades. As constatações levantadas confirmam que as regulações regionais não atuam de forma padronizada e que o Sistema SIGA não é utilizado conforme as diretrizes da Coordenação da Regulação Central. Além disso, o Setor de Regulação da SMS não exerce monitoramento constante do número de exames realizados pelas unidades, não tendo assim as informações necessárias para aferir em quais localidades haveria a possibilidade de incremento na produção, disponibilizando mais vagas para atendimento.

7.2.5.2 - Sistema de Regulação de Vagas Foi realizada auditoria conforme Ordem de Serviço n.º 2010.02119.1 (TC 72. 001.898/10-33) com o objetivo de verificar se o sistema de referência e contra-referência dos serviços de saúde está adequadamente implantado de modo a permitir ao usuário do SUS acesso a exames e procedimentos de média complexidade. O sistema utilizado é o SIGA-Saúde (Sistema Integrado de Gestão e Assistência à Saúde). Ele permite agendar as consultas de especialidades, a realização de exames e procedimentos de cirurgias eletivas.

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Realizamos diligências em 20 unidades de saúde distribuídas entre as regiões Sul, Leste e Centro-Oeste e verificamos que os agendamentos não seguem um fluxo formalizado de referência e contra-referência. Além disso, não há padronização nos procedimentos para a localização de vagas por parte dos funcionários que realizam os agendamentos, muitas vezes por não serem capacitados para tanto. O uso adequado do sistema possibilitaria a medida da demanda reprimida através da fila de espera informatizada e também o acompanhamento do absenteísmo, um dos grandes problemas da regulação. Ressalta-se, porém, que o sistema ainda requer melhorias, pois não identifica a duplicidade de agendamento ocasionando o desperdício de vagas e inconsistência nos dados de agendamentos, além de ser lento, dificultando a inserção de dados pelas unidades. A “Fila de Espera”, uma funcionalidade do SIGA, permite o cadastro dos pacientes que aguardam agendamento no próprio Sistema, formando uma fila única para todas as unidades e possibilita o levantamento automático da demanda reprimida de cada procedimento, é uma ferramenta não utilizada nas unidades visitadas, a despeito da Portaria SMS/G 887/2007, que torna obrigatória a sua inclusão no Sistema SIGA. Além do SIGA, verificamos a utilização do sistema Conexa, da Secretaria Estadual de Saúde, que disponibiliza ao município vagas das unidades executantes estaduais. Os sistemas informatizados não estão integrados: o operador deve optar pelo uso de um ou outro, conforme o tipo de procedimento que procura. Quanto ao absenteísmo, constatamos que a taxa para os procedimentos agendados é de 20% em média. Em face do Acórdão constante do TC 72.000.943.09-17, deixamos de carrear os resultados alcançados nos trabalhos de Exames de Imagens e Sistema de Regulação de Vagas nas Conclusões/Recomendações do exercício 2010, por considerarmos que as deficiências ora apresentadas somente serão sanadas quando do atendimento das determinações constantes do V. Acórdão. Até a data de encerramento deste trabalho nenhuma providência havia sido adotada para viabilizar o atendimento das referidas determinações.

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7.2.5.3 - Programa de Saúde da Família Foi realizada auditoria conforme Ordem de Serviço n.º 2010.02035.1 (TC 72.001.315/10-83) com o objetivo de avaliar os resultados alcançados na execução do Programa de Saúde da Família (PSF) e o atendimento das metas estabelecidas nos instrumentos de planejamento. O PSF é concebido como uma estratégia (Estratégia de Saúde da Família – ESF) de reorganização do modelo assistencial, tendo como desafio a promoção da saúde, prevenção de doenças, reabilitação e atenção integral à população. No município de São Paulo, o PSF é implementado por meio de parcerias entre a PMSP e entidades sem fins lucrativos, através de convênios e contratos de gestão. No Plano Plurianual (PPA) para o quadriênio 2010/2013 encontram-se estabelecidas as seguintes metas para o PSF: • 45% da população do município coberta pela Estratégia Saúde da

Família ao final de 2013. Em maio de 2010, 36,78% da população do município estava cadastrada no PSF. • 1.005 equipes de saúde da família mantidas em 2010 e ampliação

para 3.990 ao término de 2013. Os dados do SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica), referentes a dezembro de 2010, demonstram que o município contava com 1.224 equipes de saúde da família, 5,06% acima da meta para 2010, 1.165 equipes. • Capacitação de 199 profissionais da Estratégia de Saúde da Família

no primeiro semestre de 2010, com parceria da Casa de Saúde Santa Marcelina, conforme previsto no projeto “Île de France”.

O projeto “Île de France”, formalizado em 30.03.2010, é um convênio firmado entre a PMSP/Secretaria Municipal das Relações Internacionais e a prefeitura de Paris (França) para capacitação de agentes comunitários de saúde. O projeto não foi realizado no prazo estipulado.

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Quanto aos aspectos orçamentários e financeiros, verificamos que o valor total do gasto com Programa Saúde da Família, código 4111 - Implementação e Manutenção da Estratégia Saúde da Família, está subestimado devido à impossibilidade de se identificar dentre os valores repassados às Organizações Sociais, através da dotação 4125 - Operação e Manutenção para Atendimento Ambulatorial, Odontológico e Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia por Contratos de Gestão, os recursos que atendem exclusivamente às unidades do PSF. É necessário que a SMS crie uma atividade específica que possibilite segregar, dos recursos destinados aos contratos de gestão, aqueles reservados ao PSF. Para realizar a distribuição geográfica das equipes de saúde da família são utilizados o índice de necessidade de saúde – INS e a análise distributiva da população exclusivamente SUS dependente do município, estimada com base nos dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE. As regiões leste e norte possuem juntas 45,21% da população exclusivamente SUS dependente e somente 37,98% dos cadastrados no PSF. Portanto, para que a Estratégia Saúde da Família obedeça aos princípios do SUS da equidade e universalidade, devem ser implantadas mais equipes nestas regiões. Há em média 5 equipes de saúde da família (ESF) para cada equipe de saúde bucal (ESB), estando em desacordo com a Política Nacional de Atenção Básica - PNAB, aprovada pela Portaria GM n° 648/0656, que estabelece no máximo 2 (duas) ESF para cada ESB. A SMS deve ampliar o número de equipes de saúde bucal, adequando-se à PNAB.

56 Portaria GM n° 648/06, Política Nacional de Atenção Básica – PNAB, item 3: (...) São itens necessários à incorporação de profissionais de saúde bucal nas Equipes de Saúde da Família: I - no caso das Equipes de Saúde Bucal (ESB), modalidade 1: existência de equipe multiprofissional, com composição básica de cirurgião dentista e auxiliar de consultório dentário, com trabalho integrado a uma ou duas ESF, com responsabilidade sanitária pela mesma população e território que as ESF às quais está vinculada, e com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus componentes; (...)

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Existe alta rotatividade de médicos nas Unidades de Saúde da Família - USF motivada pela falta de profissionais com perfil para atuação no programa, locais de trabalho afastados e de difícil acesso, diferenças salariais entre as instituições parceiras, exigência de carga horária de 40 horas semanais e ausência de Plano de Cargos e Salários, com evolução funcional pelo tempo de serviço prestado. Considerando que o PSF tem por princípio a criação e manutenção de vínculo entre as famílias cadastradas e os profissionais de saúde, a alta rotatividade dos médicos é um problema para a qualidade dos serviços prestados. Em relação às condições de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde, identificamos que se encontra precária a distribuição de calçados, protetor solar, material de escritório, coletes, agasalho e guarda-chuva para os mesmos. Tendo em vista que o trabalho dos agentes é fundamental para o cumprimento dos objetivos do PSF, entendemos que a SMS deva atuar junto às entidades parceiras para que essas necessidades sejam supridas satisfatoriamente.

7.2.5.4 - Contratos de Gestão Os Contratos de Gestão são instrumentos de parceria firmados entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e diversas Organizações Sociais (OS). Detalhamos na tabela a seguir os contratos analisados e acompanhados no exercício de 2010.

Tabela 35 - Fiscalizações efetuadas nos contratos de gestão em 2010

Contrato

nº Contratado Objeto TC nº

14/2009 ACSC (1)

Operacionalização do gerenciamento, apoio à gestão e execução, pela Contratada, das atividades e serviços de saúde no Pronto Socorro Municipal Balneário São José

72.000.726-10*42

11/2008 ACSC (1)

Operacionalização do gerenciamento, apoio à gestão e execução, pela Contratada, das atividades e serviços de saúde na Microrregião Socorro/Parelheiros

72.001.003-10*60

21/2009 ISCMSP (2)

Planejamento, ordenação, coordenação e provisão dos serviços de diagnóstico por imagem nas unidades de saúde municipais localizadas na região Norte

72.003.025-10*74

(1) ACSC: Associação Congregação de Santa Catarina (2) ISCMSP: Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

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Em 2010, foram destinados R$ 983.590.700,34 (tabela 17), que correspondem a 19,88% do orçamento da saúde municipal, para atender aos 27 Contratos de Gestão assinados. Destacamos que, em 17.11.2010, a Associação Congregação de Santa Catarina manifestou sua vontade na rescisão amigável dos Contratos de Gestão nº 11/2008, nº 14/2009 e nº 24/2009 sendo os Despachos de Autorização da Rescisão publicados em 15.12.2010. Em cumprimento a cláusula contratual, a Associação Santa Catarina continua prestando os serviços de saúde pelo prazo mínimo de 180 dias a partir da denúncia. A partir das análises e dos acompanhamentos dos contratos relacionados na tabela 35 constatamos a manutenção dos problemas já apontados em 2009, como segue:

• Atrasos nos repasses por parte da SMS.

• Não utilização de contas correntes específicas para movimentação dos recursos financeiros.

• Falhas na fiscalização da gestão financeira dos contratos, em especial na análise das prestações de contas.

• Falhas na elaboração dos indicadores de desempenho.

• Não atendimento do Regulamento de Compras por parte das Organizações Sociais

Além desses, em 2010, dois novos apontamentos foram levantados em nossas auditorias: • Insuficiência de profissionais, principalmente médicos. • Falta de repasse dos recursos financeiros para a execução das atividades.

7.3 - PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES Passamos a pontuar as principais constatações obtidas quanto ao desempenho operacional da função Saúde. Gastos com Saúde 7.3.1 - Os gastos com saúde no exercício de 2010, considerando-se os valores

liquidados, foram de 18,56% da receita considerada para o cálculo, estando, portanto, acima do mínimo exigido de 15%. (item 7.1)

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7.3.2 - Houve um aumento nominal de 10,55%, nos gastos com saúde no exercício de 2010 em comparação a 2009, porém a participação percentual no total do orçamento da PMSP decaiu 0,73%. (item 7.2.1.1)

7.3.3 - A participação dos recursos próprios da municipalidade vem aumentando a cada ano, enquanto que a participação percentual dos recursos federais permanece praticamente estagnada desde 2008. (item 7.2.1.2)

7.3.4 - As despesas de capital (investimentos) chegaram ao menor patamar em 5 anos, representando apenas 1,1% do orçamento da função saúde. (item 7.2.1.4)

7.3.5 - O montante de recursos repassados a terceiros para a execução de convênios e contratos de gestão representa 38% do orçamento da função saúde. (item 7.2.1.5)

Agenda 2012

7.3.6 - Das metas consignadas na Agenda 2012, 22,2% delas já foram

atingidas, 55,6% estão em andamento e 22,2% ainda não foram iniciadas. (item 7.2.2)

PPA 7.3.7 - As deficiências e inconsistências apresentadas na elaboração das metas

traçadas pela SMS indicam que o PPA 2010-2013 não passou de processo formal oriundo de uma obrigação legal, não cumprindo assim o seu real objetivo de ser um instrumento efetivo no planejamento de médio prazo da saúde municipal, motivo da recomendação 11.7.5 (item 7.2.2)

Indicadores

7.3.8 - As consultas de especialidades médicas aumentaram 32,9% em relação a 2009, principalmente devido às novas AMAs Especialidades. (item 7.2.3.5)

7.3.9 - Dos 17 Hospitais Municipais, cerca de 30% apresentaram uma taxa de ocupação acima de 85%, índice máximo recomendado pela OMS, enquanto que 41,2% apresentaram taxas abaixo de 70%. Destaque para o Hospital Cidade Tiradentes onde a taxa de ocupação foi de 48,1%, indicando possível capacidade ociosa. (item 7.2.4)

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8 - TRANSPORTES

8.1 - Missão

A Cidade de São Paulo, com uma população em torno de 11 milhões de habitantes, possui uma frota de veículos de aproximadamente 7,0 milhões. Recebe ainda significativo volume de veículos de outras regiões do País, do Estado e, em especial, dos demais municípios da área metropolitana. O desequilíbrio entre o fluxo de veículos e a capacidade viária tem feito crescer a escassez dos espaços de circulação e os congestionamentos, por conseguinte, vêm aumentando significativamente a perda de tempo no trânsito e no transporte, resultando ainda em menor qualidade de vida a seus moradores.

A PMSP tem como objetivo organizar ações constitucionais com a missão de dotar a Cidade de São Paulo de um sistema moderno de transporte que contribua para a realização de metas de mobilidade, qualidade de vida e integração urbana e metropolitana.

Para se ter idéia do gigantismo da Metrópole, o Município de São Paulo conta com uma área de 1.509 km² e aproximadamente 15.500 km de vias.

O Sistema de Transporte Coletivo da Cidade de São Paulo transporta anualmente cerca de 2,9 bilhões de passageiros (considerando a quantidade de registros), envolvendo aproximadamente 15.000 veículos em serviço (9.000 regime de concessão e 6.000 regime de permissão), que operam em torno de 1.300 linhas.

Sendo a missão da Secretaria Municipal de Transportes, juntamente com as empresas CET e SPTrans (empresas de economia mista que prestam serviços à Secretaria), assegurar a mobilidade de pessoas e bens no Município, os dados acima revelam a complexidade que é o campo de atuação dessas.

A avaliação da Função Transportes do exercício de 2010, tendo por base o resultado de diversas fiscalizações realizadas, é objeto do TC 72.000.068.11-51.

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8.2 - Recursos e Execução Orçamentária

De acordo com o Orçamento Anual de 2010 (Lei Municipal nº 15.089/09), a despesa da PMSP para a Função Transportes foi fixada em R$ 1.707.133.673,00.

8.2.1 - Demonstrativo da Função Transportes por Órgão - Exercício de 2010

O total empenhado no exercício de 2010 foi de R$ 2.406,5 milhões. A despesa foi inicialmente fixada em R$ 1.707,1 milhões, tendo ocorrido relevantes alterações entre importantes projetos e atividades dessa função, resultando em um orçamento atualizado de R$ 2.406,6 milhões (aumento de 41%).

Entre as principais alterações, destacamos os aumentos nas dotações Compensações Tarifárias (+ R$ 300,0 milhões) e METRÔ (+ R$ 640,0 milhões), e a redução na dotação Implantação de Corredores (- R$ 58,9 milhões).

Exercício 2010 - R$

Órgão Orçamento Original

Orçamento Atualizado Empenhado Liquidado

Secr. Munic. Transportes - SMT 919.989.573,00 1.782.621.183,52 1.782.468.766,74 1.771.328.651,84Fundo Munic. de Desenv. de Trânsito - FMDT 772.144.100,00 622.350.486,16 622.311.242,68 585.620.348,41Fundo de Desenvolvimento Urbano - FUNDURB 15.000.000,00 1.667.000,01 1.667.000,00 1.666.998,98TOTAL 1.707.133.673,00 2.406.638.669,69 2.406.447.009,42 2.358.615.999,23Fonte: Sistema de Dados Orçamentários e NOVOSEO.

Os principais órgãos executores da Função Transportes foram a SMT e o FMDT (74,0% e 25,9% dos valores empenhados, respectivamente). O total empenhado na função representou 99,9% do orçamento atualizado. O orçamento total atualizado superou em 41,0% o orçamento total original. Relevantes alterações foram efetivadas entre as dotações de importantes projetos e atividades da Função Transportes, conforme demonstradas no subitem 8.2.1-a.

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a) Alterações no orçamento de 2010

a.1) Principais alterações

R$ Projeto / Atividade Orçamento

Aprovado Orçamento Atualizado

Metrô 10.000.000,00 524.000.000,00Metrô - Recursos de Alienação de Bens 1.000,00 126.001.000,00Compensações Tarifárias / Renovação da Frota 360.000.000,00 660.000.000,00Transporte de Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais 45.380.200,00 32.744.685,00Implantação de Corredores 60.000.000,00 1.080.000,00Requalificação de Corredores 20.000.000,00 277.073,00Ação Centro - BID - Transp. e Circulação no Centro 30.572.460,00 0,00Corredor Expresso Tiradentes 10.000.000,00 152.171,00Implantação de Terminais de Ônibus Urbanos 10.000.000,00 1.000.532,00Requalificação de Terminais de Ônibus Urbanos 10.000.000,00 722.635,91Implantação de Equipamentos Urbanos e Comunitários 15.000.000,00 1.667.000,01Terminal Brasilândia 14.000.000,00 0,00Terminal Cidade Ademar 10.000.000,00 0,00

• Metrô; Metrô - Recursos de Alienação de Bens

Os recursos transferidos para aumento da participação da PMSP no capital social do Metrô sofreram alterações significativas (5.140,0% na rubrica Metrô e 12.600.000,0% na Metrô - Recursos de Alienação de Bens).

Esse assunto está comentado no subitem 8.3.9.

• Compensações Tarifárias / Renovação da Frota

O significativo aumento de R$ 300,0 milhões representou 83,3% do orçamento inicialmente aprovado. Os contínuos e relevantes déficits financeiros do Sistema Municipal de Transporte Coletivo – SMTC têm consumido significativos recursos públicos com a finalidade de equilibrar o fluxo de caixa do Sistema. No exercício de 2010 o déficit econômico do Sistema foi de R$ 952,3 milhões. As compensações tarifárias estão comentadas no subitem 8.3.2.

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a.2) Irregularidades ⇒ Pedidos de Indenização da SPTrans - Novamente foram constatadas

irregularidades cometidas pela SMT/PMSP que culminaram no encaminhamento de pedidos de indenização. Foram efetivados pedidos de R$ 9,7 milhões relacionados ao transporte de pessoas portadoras de necessidades especiais – ATENDE (parte de novembro/2010 e dezembro/2010), R$ 1,0 milhão para requalificação de terminais de ônibus urbanos (dezembro/2010), R$ 142,6 mil para requalificação de corredores (parte de novembro/2010 e dezembro/2010), e R$ 187,4 mil para implantação de terminais de ônibus urbanos (dezembro/2010). Os Decretos Municipais nºs 52.039 (27.12.2010) e 52.046 (28.12.2010) autorizaram a abertura de créditos adicionais suplementares com recursos provenientes da anulação parcial de diversas dotações, em prejuízo de alguns serviços já efetivamente prestados, que resultaram em pedidos de indenização. Tal irregularidade culminará, posteriormente, em outra irregularidade: a utilização de Despesas de Exercícios Anteriores para viabilizar o pagamento de despesas já previamente conhecidas pela Administração. Descumpriu-se o artigo 167, inciso II, da C.F., o artigo 37, inciso IV, e o artigo 50, inciso II, ambos da LRF, e o artigo 60 da L.F. nº 4.320/64.

⇒ Pedidos de Indenização da CET - Verifica-se a mesma irregularidade, no

total de R$ 11,9 milhões em 2010, envolvendo os serviços de engenharia de tráfego (Contratão) e os serviços realizados por conta do FUNDURB.

Essas irregularidades cometidas anos a fio pela PMSP causam gravíssimos problemas na administração do fluxo de caixa da SPTrans e CET, com destaque para os constantes atrasos nos pagamentos de seus fornecedores, expondo as empresas a demandas judiciais e transtornos operacionais.

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b) Secretaria Municipal de Transportes - SMT

Na SMT foram empenhados R$ 1.782,5 milhões, representando 74,0% do total empenhado na Função Transportes. c) Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito - FMDT

No FMDT foram empenhados R$ 622,3 milhões, representando 25,9% do total empenhado na Função Transportes.

A Lei Municipal nº 14.488/2007 dispõe sobre a criação do FMDT, tendo por objetivo “o financiamento da expansão e aprimoramento contínuo das ações destinadas a promover o desenvolvimento do trânsito no Município de São Paulo”, com previsão da aplicação dos recursos exclusivamente no desenvolvimento do trânsito, nos termos do artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro.

O mesmo diploma legal (no artigo 13) cria o Programa de Identificação Automática de Veículos - PRIAV. O artigo 16 dispõe que os recursos do FMDT sejam utilizados prioritariamente para custear ações e atividades relacionadas ao PRIAV. O Decreto Municipal nº 49.399, de 11.04.08, regulamenta a Lei nº 14.488/07.

A SMT informou, quanto à implantação do PRIAV, que o projeto básico passou por nova revisão, sendo que a contratação dos serviços depende ainda de publicação das especificações técnicas por parte do Sistema Nacional de Identificação de Veículos - SINIAV.

8.2.2 - Distribuição por Programa, Atividade e Projeto

Os principais programas “Melhoria da Mobilidade Urbana - Eficiência no Trânsito” e “Melhoria da Mobilidade Urbana - Transporte Público” representaram, em relação ao total das despesas empenhadas na Função Transportes, 25,7% e 73,1%, respectivamente. As análises desses programas constam do item 8.3.

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A distribuição do orçamento por Programa, Atividade e Projeto está apresentada no demonstrativo a seguir:

Recursos Orçamentários dos Programas por Atividade e Projeto – 2010

A B B/A

Programas - Atividades / Projetos Orçamento em R$ Valor em R$

% Atualizado Empenhado

- Melhoria da Mobilidade Urbana – Eficiência no Trânsito 619.158.245,25 619.119.242,68 99,9 Serviços de Engenharia de Tráfego (CET) 480.415.544,21 480.415.544,21 100,0 Fiscalização Eletrônica no Trânsito 27.390.723,00 27.390.722,52 99,9 Aumento de Capital da CET 15.800.000,00 15.800.000,00 100,0 Tecnologia em Equipamentos de Controle de Tráfego - CFTV 16.336.254,52 16.336.253,53 99,9 Sinalização Horizontal no Sistema Viário 15.500.000,00 15.500.000,00 100,0 Sinalização Vertical no Sistema Viário 6.727.500,00 6.727.500,00 100,0 Energização de Semáforos e Sinalização 13.228.880,00 13.228.880,00 100,0 Implantação de Moto-Faixas 2.000.000,00 2.000.000,00 100,0 Contribuição ao FUNSET 27.358.392,00 27.358.391,38 99,9 Contribuição ao Estado – Multa CPTran 12.000.000,00 12.000.000,00 100,0 Outros 2.400.951,52 2.361.951,04 98,4- Melhoria da Mobilidade Urbana – Transporte Público 1.759.930.890,92 1.759.927.648,63 99,9 Metrô 524.000.000,00 524.000.000,00 100,0 Metrô – Recursos de Alienação de Bens 126.001.000,00 126.000.000,00 99,9 Gerenciamento de Transporte (SPTrans) 369.500.000,00 369.500.000,00 100,0 Compensações Tarifárias / Renovação da Frota 660.000.000,00 660.000.000,00 100,0 Transporte de Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais 32.744.685,00 32.744.684,60 99,9 Aposentadoria Complementar aos Servidores da SPTrans 32.548.963,00 32.548.963,00 100,0 Aumento de Capital da SPTrans 6.105.831,00 6.105.831,00 100,0 Outros 9.030.411,92 9.028.170,03 99,9- Redução das Emissões de Poluentes na Atmosfera 2.000,00 0,00 0,00 Inspeção Veicular do Transporte Coletivo 2.000,00 0,00 0,00- Ações de Economia Sustentável 112.000,00 112.000,00 100,0 Plano de Racionalização de Energia - LED 112.000,00 112.000,00 100,0- Suporte Administrativo 8.994.402,42 8.888.371,43 98,8 Administração da Secretaria Municipal de Transportes 8.994.402,42 8.888.371,43 98,8- Sistema de Informação e Processamento de Dados 18.441.131,10 18.399.746,68 99,8 Aquisição de Materiais, Equipamentos e Serviços 18.441.131,10 18.399.746,68 99,8

TOTAL 2.406.638.669,69 2.406.447.009,42 99,9

a) Serviços de Engenharia de Tráfego (CET)

A fluidez no trânsito e a sinalização viária estão comentadas nos subitens “8.3.14-a” e “8.3.14-b”, respectivamente.

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b) Gerenciamento de Transporte (SPTrans) Diversos aspectos relacionados ao gerenciamento de transporte estão relatados no subitem 8.3.1.

c) Tecnologia em Equipamentos de Controle de Tráfego - CFTV

O montante empenhado em 2010 (R$ 16,3 milhões) se deve, basicamente, à necessidade de revitalização e manutenção das Centrais de Tráfego em Área – CTAs, as quais atuam ainda de forma precária, não atendendo ao seu objetivo, de ajustar, em tempo real, o funcionamento semafórico ao fluxo de veículos na Cidade, restando pendentes diversos aspectos operacionais para que o Sistema, como um todo, apresente efetividade (ver comentários nos subitens 8.3.18 e 8.3.19).

d) Fiscalização Eletrônica no Trânsito

O total empenhado de R$ 27,4 milhões representa, basicamente, as despesas relativas aos serviços terceirizados de fiscalização (radares).

8.2.3 - Elementos de Despesas

As despesas correntes atingiram R$ 1.723,3 milhões, 71,6% do total empenhado na Função Transportes - com destaque para os seguintes gastos:

“Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica” (R$ 949,0 milhões), principalmente em face dos serviços prestados pela CET e SPTrans.

“Contribuições” (R$ 725,3 milhões), sendo R$ 660,0 milhões relacionados às compensações tarifárias/renovação da frota, R$ 32,7 milhões ao serviço ATENDE (Transporte de Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais) e R$ 32,6 milhões para complemento de aposentadoria aos empregados da SPTrans.

As despesas de capital em 2010, R$ 683,1 milhões, representaram 28,4% do total empenhado na Função Transportes. Os principais investimentos efetivados nos anos de 2009 e 2010 foram:

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Empenhado - R$ Descrição do Projeto / Atividade 2009 2010

Corredor Expresso Tiradentes 9.161.370,16 151.170,03

Requalificação de Corredores 0,00 277.072,33

Implantação de Corredores 0,00 1.080.000,00

Implantação de Moto-Faixas 0,00 2.000.000,00

Aumento de Capital da SPTrans / CET 9.963.691,00 21.905.831,00

Implantação de Equip. Urbanos e Comunitários 17.976.065,30 1.667.000,00

Implantação e Man. de Corredores e Terminais 23.905.623,95 0,00

Implantação de Terminais de Ônibus Urbanos 0,00 1.000.292,27

Requalificação de Terminais de Ônibus Urbanos 0,00 722.635,40

Monotrilho 0,00 1.630.000,00

Implantação de Abrigos de Paradas de Ônibus 0,00 2.500.000,00

Aumento de Capital do METRÔ 50.000.000,00 650.000.000,00

Outros 305.976,98 176.528,60

Total Geral 111.312.727,39 683.110.529,63

Como se verifica do demonstrativo, os investimentos em 2010 foram 513,7% superiores aos efetivados em 2009, representados principalmente pela aplicação de R$ 650,0 milhões no capital social do METRÔ.

8.2.4 - Execução Orçamentária da Função Transportes - Exercício de 2010

No exercício de 2010 foram registradas na Função Transportes as seguintes “Despesas de Exercícios Anteriores”:

ATIVIDADE / PROJETO EMPENHO - R$ Contribuição ao Estado - Multas CPTran (1) 5.972.990,64 Corredor Expresso Tiradentes 180,00 Contribuição ao FUNSET 2.608.391,38 Serviços de Engenharia de Tráfego (2) 1.459.792,09 Aquisição Mat., Equip. e Serv. de Informática e Comunicação 278.719,83 Administração da Secretaria Municipal de Transportes 5.487,31 Manutenção do Policiamento de Trânsito 216,37 Fiscalização Eletrônica no Trânsito 374.678,92 Total - Despesas de Exercícios Anteriores 10.700.456,54 (1) Repasse ao Governo do Estado de São Paulo por conta da arrecadação com autuações

lavradas por policiais militares em decorrência de infrações de trânsito de competência municipal, relativo a exercícios anteriores.

(2) Serviços prestados pela Companhia de Engenharia de Tráfego - CET relativo a exercícios anteriores, irregularidade cometida repetidamente pela Administração Municipal.

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Esta situação evidencia as seguintes ilegalidades cometidas pela PMSP:

Descumprimento do artigo 167, II, da Constituição Federal e dos artigos 35, II, 37 e 60 da Lei Federal nº 4.320/64, tendo em vista que as despesas eram previamente conhecidas pela Administração e ao fato de que é vedada a realização de despesas sem prévio empenho, descaracterizando o uso das DEAs, como preconizado pela legislação citada.

8.3 - Análise dos Programas “Melhoria da Mobilidade Urbana - Eficiência no Trânsito” e “Melhoria da Mobilidade Urbana - Transporte Público”

O programa “Melhoria da Mobilidade Urbana - Transporte Público” tem por objetivo melhorar a infraestrutura das redes de transporte público no município, seja pela extensão e pelo adensamento da malha existente, seja por meio da articulação operacional e tarifária entre os diferentes modos de transporte público, incluindo aqueles sob administração do Estado, com base em uma visão de integração regional e otimização dos recursos investidos.

O programa “Melhoria da Mobilidade Urbana - Eficiência no Trânsito” busca otimizar a gestão e o controle do tráfego a fim de tornar a mobilidade mais eficiente, com vistas à diminuição do tempo de viagens e à redução nos índices de acidentes, atuando na gestão em tempo real dos fluxos do trânsito na Cidade. Em face dos objetivos desses programas, o Plano Plurianual 2010/2013 estipula diversas metas a serem alcançadas. A situação quanto ao cumprimento das principais metas está apresentada no subitem 8.3.21.

8.3.1 - Gerenciamento de Transporte

O processo de contratação dos concessionários e permissionários apresentou graves distorções, principalmente pelo fato de que foram introduzidas nos contratos de concessão e termos de permissão cláusulas denominadas “Disposições Transitórias” que alteraram significativamente as regras previstas no Edital da licitação, de forma a torná-las ilegais. Entre os itens alcançados pela suspensão de cláusulas, destacamos a execução de serviços relativos aos terminais e aqueles relacionados aos investimentos em bens reversíveis.

A SPTrans é contratada pela PMSP visando o planejamento, gerenciamento e fiscalização do Sistema Municipal de Transporte Coletivo - SMTC.

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A Lei Municipal nº 11.037/91, referente à “Municipalização do Sistema de Transporte”, foi revogada pela Lei Municipal nº 13.241/01 que trata do “Novo Sistema de Transporte”. Em julho de 2003, foram assinados os “Contratos de Concessão” com os operadores do Subsistema Estrutural e os “Termos de Permissão” com os operadores do Subsistema Local. No novo modelo, a Cidade foi divida em 8 áreas. Sistema Municipal de Transporte Coletivo - Concessão

Os Contratos de Concessão foram considerados IRREGULARES pelos órgãos técnicos desta E. Corte, tendo em vista os seguintes aspectos, entre outros:

Introdução da cláusula 19ª - Disposições Transitórias, violando:

Os princípios da vinculação ao instrumento convocatório e da isonomia, preceituados no artigo 3º da Lei Federal nº 8.666/93.

O artigo 54, parágrafo 1º da Lei Federal nº 8.666/93, por resultar em desconformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vincula.

Descaracterização da natureza jurídica da Concessão.

Utilização de cartas de fiança falsas e inexistência de garantia.

Sistema Municipal de Transporte Coletivo - Permissão Os Termos de Permissão foram considerados IRREGULARES pelos órgãos técnicos desta E. Corte, tendo em vista a introdução da cláusula 20ª - Disposições Transitórias, violando as seguintes normas legais:

Os princípios da vinculação ao instrumento convocatório e da isonomia, preceituados no artigo 3º da Lei Federal nº 8.666/93.

O artigo 54, parágrafo 1º da Lei Federal nº 8.666/93, por resultar em desconformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vincula.

a) Investimentos em Bens Reversíveis ao Poder Público

Na implantação do Sistema Integrado, foi prevista uma série de intervenções na infraestrutura de transporte da Cidade, essenciais para eliminar superposições de linhas (e as deseconomias decorrentes), ampliar a mobilidade e as opções de deslocamentos da população, homogeneizar os padrões de acessibilidade das diversas regiões, melhorar a qualidade do conjunto do serviço, possibilitar a elevação do patamar tecnológico na operação e implantar processo permanente de avaliação e ajuste entre demanda e oferta.

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Como parte dessas intervenções foi prevista, no processo de licitação dos serviços de transporte, a incorporação de novas tecnologias como o Sistema de Bilhetagem Eletrônica, o Sistema de Monitoramento e Controle dos Serviços, bem como a reforma de terminais existentes e construção de terminais provisórios.

Os recursos a serem gastos na implantação da infraestrutura do Sistema de Monitoramento e Controle, bem como na reforma e construção de terminais, constituem os chamados Investimentos em Bens Reversíveis de responsabilidade dos concessionários. Esses bens são assim considerados pelo fato de serem incorporados ao patrimônio do poder Público Concedente (ao final do período da concessão), tendo em vista se tratarem de bens indispensáveis à continuidade do serviço público.

O processo de contratação apresentou graves distorções, principalmente pelo fato de que foram introduzidas nos contratos de concessão e termos de permissão cláusulas denominadas “Disposições Transitórias” que alteraram significativamente as regras previstas no Edital da licitação, de forma a torná-las ilegais. Entre os itens alcançados pela suspensão de cláusulas, destacamos a execução de serviços relativos aos terminais e aqueles relacionados aos investimentos em bens reversíveis. Tais mudanças, consequentemente, resultaram na modificação também dos critérios para remuneração dos concessionários. Enfatizamos que a renúncia havida na realização de investimentos previstos no processo de licitação para os concessionários pode configurar prejuízo ao Poder Público, isto porque são díspares as formas previstas de remuneração que subsidiaram a licitação e aquelas que são adotadas atualmente. Vislumbram-se, dessa forma, os concretos efeitos deletérios resultantes do encaminhamento de um processo de licitação cujas condições operacionais não existiam à época (anos de 2002 e 2003) e que nunca foram implantadas conforme parâmetros do processo de licitação.

Em face da descaracterização de sua essência, evidenciam-se as seguintes infringências aos ditames legais:

● Ao inciso II do artigo 5º da Lei Municipal nº 13.241/2001, que considera a concessão como delegação da prestação e exploração do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, nos Subsistemas Local e Estrutural, dentro dos limites do Município, que será condicionada a investimentos em bens reversíveis, situação não efetivada.

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● Ao inciso VII do artigo 9º da Lei Municipal nº 13.241/2001, que dispõe como

obrigação dos operadores a execução de obras previstas no Edital e no contrato de concessão, situação também não efetivada.

Portanto, não se justifica o prazo de 10 anos, prorrogável por mais 5 anos, para diluir a taxa de retorno e de amortização da concessão concebida em seu modelo original, conforme previsto no edital.

b) Execução do Contrato de Concessão da Área 4 - Consórcio Leste 4

A execução do contrato relativo à área 4 de concessão apresenta gravíssimas irregularidades, com consequências demasiadamente negativas na prestação de serviços aos usuários do Sistema de Transporte.

Foi realizada fiscalização para verificar se o Contrato SMT.GAB 037/07 - Concessão de Serviço de Transporte Coletivo Público do Subsistema Estrutural da Área 4, Consórcio Leste 4 - está sendo executado de acordo com as normas legais pertinentes e em conformidade com as cláusulas estabelecidas no ajuste - TC 72.002.507.09-46. A contratação derivou da Concorrência nº 006/2006-SMT.GAB. O contrato de constituição do Consórcio Leste 4, firmado em 29.11.2007, indica a seguinte composição:

Empresa Participação Himalaia Transportes S.A. 63,00% Empresa de Transportes Coletivos Novo Horizonte S.A. 36,26% Happy Play Tour Passagens, Turismo e Transporte de Passageiros Ltda.

0,74%

Os exames realizados evidenciaram que a execução do Contrato nº 037/07-SMT.GAB encontra-se irregular em razão do descumprimento de cláusulas contratuais pelo Consórcio Leste 4, bem como infringências à legislação.

b.1) Cláusulas contratuais descumpridas e infringências legais (principais)

• Cláusula Nona - item 9.2 c/c subitem 7.2.1.5 do edital - não está comprovada

nem esclarecida a efetiva participação da empresa Happy Play no contrato.

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Há dúvidas sobre a participação da empresa Happy Play na prestação dos serviços delegados: não tem veículos nem empregados; à época da contratação, o Consórcio Leste 4 apresentou documento de “Estrutura Técnico Operacional” indicando que a participação dessa empresa seria de assessoria administrativa, que não é atividade relacionada no seu objeto social.

O contrato de constituição do Consórcio Leste 4, na cláusula quarta, indica a participação anteriormente referida, ressalvando que “... exceto a distribuição dos valores recebidos, que será feita em razão do número de passageiros efetivamente transportados por cada uma das consorciadas...”

• Cláusula Nona - item 9.2 c/c subitem 10.3.3 do edital - não está comprovada a

integralização de capital das empresas Himalaia, Novo Horizonte e Happy Play.

• Indícios de irregularidade contábil dolosa praticada pela Novo Horizonte - artigo 23, inciso IV, da Lei Municipal 13.241/01. Empresa de Transportes Coletivos Novo Horizonte S.A. - Assembléia Geral Extraordinária de 30.04.09 aprovou aumento de capital para R$ 7.741.232,00, com inclusão de 71 novos acionistas; de acordo com a ata, as ações foram integralizadas em moeda corrente. Vários dos novos acionistas estavam cadastrados como operadores autônomos da Cooperativa Nova Aliança na Área 4 do subsistema local. Como comprovação de integralização de capital, foi entregue à Auditoria desta Corte “Razão Analítico” da empresa; na conta “Caixa Central” (período de 26.12.06 até 31.12.06), verifica-se a integralização de capital, em moeda corrente, no valor de R$ 6.200.000,00; teriam sido adquiridos ônibus no valor de R$ 5.570.000,00. Dos 55 ônibus adquiridos em dezembro/2006, verificamos que 51 figuravam na relação de frota do subsistema local (permissão) em outubro/2007; pode-se verificar a mesma constatação com base em informação fornecida pela SPTrans. No entanto, nas Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis de 31.12.2007, pode-se ver:

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“3. CONTAS A RECEBER - LONGO PRAZO (Reclassificadas) Corresponde a Notas Promissórias Pró Soluto, emitidas por acionistas quando da subscrição do Capital Social. O valor de R$ 5.570.000,00, classificado em 2006 no ativo permanente como veículos (integralização de capital social) foi reclassificado para ativo realizável a longo prazo.” Verificamos que os auditores independentes apontaram, quanto às demonstrações contábeis de 2007, que representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da empresa “sujeita a realização prevista no parágrafo 3”. De fato, causa estranheza, como já apontado no acompanhamento do procedimento licitatório (TC 72.003.354.07-00), a integralização de R$ 6.200.000,00 do capital social em dinheiro. Quanto aos veículos que teriam sido adquiridos, encontravam-se cadastrados na frota da permissão. Posteriormente, deixa de haver registro dos veículos, mediante “reclassificação” dos registros, figurando integralização do capital social por notas promissórias “pró soluto”. Em primeiro lugar, destacamos que não há qualquer comprovação da integralização em dinheiro; quanto aos veículos supostamente adquiridos, pertenciam a operadores individuais (fato conhecido pela Administração) e “desapareceram” dos registros da empresa. Observamos que notas promissórias não são hábeis para integralização de capital para a qual devem concorrer apenas dinheiro e bens úteis à consecução do objeto social da empresa. Entendemos que, se fosse considerada real a integralização em dinheiro, teria havido posterior redução do capital social com sua substituição por promissórias; a redução só poderia ser feita nas hipóteses e na forma previstas em lei, o que não ocorreu. A documentação, na verdade, traz fortes indícios de irregularidade dolosa contábil, situação prevista como deficiência grave na prestação do serviço no artigo 23, inciso IV, da Lei Municipal nº 13.241/01, ensejadora de intervenção na concessão e de possível declaração de caducidade, após o devido procedimento administrativo. Há indícios de ocorrência da fraude tipificada no artigo 177 do Código Penal e de fraude à licitação, conforme previsto no artigo 93 da Lei Federal nº 8.666/93.

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O conhecimento, pela Administração, de que veículos que figuravam como ativo permanente da Novo Horizonte pertenciam a terceiros pode configurar improbidade administrativa de agentes públicos que participaram do procedimento licitatório, conforme Lei Federal nº 8.429/92. Tendo em vista os indícios de ilícitos penais e de improbidade administrativa, propomos que se dê ciência ao Ministério Público do Estado de São Paulo dos fatos narrados. Propomos, ainda, que se recomende à SMT a instauração imediata de procedimento administrativo para apuração do quanto aqui apontado e aplicação das sanções cabíveis. Happy Play Tour Passagens, Turismo e Transporte de Passageiros Ltda. - Conforme estatuto social consolidado, o capital social de R$ 20.000.000,00 foi integralizado em notas promissórias pró soluto. Conforme já exposto, notas promissórias não são aptas para integralizar capital.

• Dissimulação da atuação da Transcooper na concessão - infringência ao disposto no artigo 6º, inciso I, da Lei Municipal nº 13.241/01. Analisando a situação da Happy Play, verificamos alteração em seu Contrato Social (15.09.2009) onde constavam 5 sócios, cada um com 20% de participação acionária. Observamos que dois deles são sócios da Empresa de Transportes Coletivos Novo Horizonte S.A. Outros três são (ou foram) dirigentes da Transcooper. O endereço da Happy Play é o mesmo da cooperativa Transcooper. Verificou-se, com base em Ficha Cadastral da Junta Comercial, que um deles já havia sido sócio da Happy Play em período anterior à licitação. Consideramos que esses sejam indícios de que a Happy Play esteja sendo utilizada para dissimular a atuação da Transcooper no consórcio, fato este que seria contrário ao disposto no artigo 6º, inciso I, da Lei Municipal nº 13.241/01.

• Cláusula Nona - subitem 9.1.3 c/c subitem 14.1.7 do edital - falta de comprovação de seguro de responsabilidade civil para os veículos da Himalaia S.A. e da Novo Horizonte, bem como dos capitais segurados.

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• Cláusula Nona - item 9.1 - alta incidência de infrações e de reclamações de

usuários, denotando prestação inadequada do serviço. A infração mais praticada pelos operadores é o descumprimento do número de partidas programadas para cada faixa horária. Com base em informações da SPTrans, constata-se que o Consórcio Leste 4 foi o 2º pior do Sistema no mês de abril de 2010, com destaque para a Himalaia como pior empresa. Dessa forma, depreende-se que as concessionárias não estão cumprindo com seu dever de prestar o serviço de forma adequada à plena satisfação do usuário, descumprindo, portanto, o item 9.1 do Contrato.

• Cláusula Quinta - item 5.13 - veículos com idade superior a 10 anos e idade

média da frota superior a 5 anos - infringência ao disposto no artigo 9º, inciso V, da Lei Municipal nº 13.241/01.

• Cláusula Sexta - subitens 6.4.1.1 e 6.4.1.2 - não comprovação da propriedade

dos veículos e de sua vinculação à concessão - infringência ao disposto no artigo 12 da Lei Municipal nº 13.241/01.

• Cláusula Quinta - item 5.11 - as garagens não atendem às especificações do

Anexo V - 5.2 do Edital/Contrato. • Cláusula Quinta - subitem 5.12.3.1 do contrato c/c item 3.3 do Anexo 4.1 e item

3 do Anexo 4.5, ambos do edital - atraso no cronograma de renovação da frota de trólebus - infringência ao disposto no artigo 18, parágrafo 1º, da Lei Municipal nº 13.241/01.

b.2) Regularidade trabalhista, folhas de pagamento, guias do INSS e do FGTS

- Novo Horizonte (Cláusula Nona - subitem 9.1.7)

O subitem 9.1.7 do contrato determina que a concessionária deve operar somente com pessoal devidamente capacitado e habilitado, mediante contratações regidas pelo direito privado e legislação trabalhista.

Foi apontado no TC 72.001.791.09-06 que a Administração tinha conhecimento de sérias irregularidades trabalhistas da Novo Horizonte, havendo clareza de que a empresa não recolhia as contribuições previdenciárias devidas.

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Entendeu-se, naquela oportunidade, que a situação apresentava sério risco de responsabilização subsidiária do Poder Concedente quanto a débitos trabalhistas e previdenciários, o que pode resultar em prejuízo ao Erário; também foi destacado o risco quanto à capacidade da empresa prestar o serviço concedido. Em 29.02.2008, foi realizada audiência do Ministério Público do Trabalho - MPT; nessa oportunidade, a Novo Horizonte esclareceu que 183 proprietários de ônibus da cooperativa Nova Aliança tornaram-se sócios da Novo Horizonte em 2007 e que os funcionários que prestam serviços à empresa eram anteriormente participantes de cooperativas de prestação de serviços. Devido à transição entre os modos de operação, ainda não haviam sido registrados os empregados, o que seria feito em 01.03.08. Dessa Audiência participaram representantes da SMT e da SPTrans. Não há informações sobre a sequência do procedimento do MPT.

Há necessidade de que a Administração acompanhe os desdobramentos dos graves problemas trabalhistas da empresa Novo Horizonte. Folha de pagamento - Novo Horizonte

A empresa operava 488 veículos na concessão da Área 4; foram relacionados 829 motoristas (787 ativos) e 824 cobradores (791 ativos). Temos, portanto, 1,7 motorista/veículo (1,6 ativo) e 1,7 cobrador/veículo (1,6 ativo). Tendo em vista que as linhas, em regra, operam 7 dias por semana, no horário das 5 às 24 horas, entendemos que o quadro de motoristas e cobradores não é suficiente para a prestação dos serviços. Observamos, ainda, que não houve pagamento de horas extras aos motoristas. Salvo comprovação em contrário, as seguintes situações se mostram possíveis: a Novo Horizonte não está operando regularmente as linhas de sua responsabilidade; ou os empregados estão fazendo horas extras que não estão sendo pagas; ou há trabalhadores atuando na prestação do serviço sem vínculo empregatício. Qualquer dessas situações configura irregularidade. A Administração deve apurar a situação e, sendo o caso, adotar as providências cabíveis.

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Tendo em vista os precedentes de irregularidades trabalhistas da Novo Horizonte, propomos que se dê ciência dos fatos ao Ministério Público do Trabalho e à Delegacia Regional do Trabalho, nos termos do artigo 2º do Decreto Municipal nº 48.197/07. A folha de pagamento encaminhada referia-se ao mês julho/2009 e a relação GFIP-SEFIP de competência setembro/2009, de forma que não foi possível verificar a compatibilidade das informações fornecidas para FGTS e INSS. Observamos que há comprovantes de recolhimento de FGTS (rescisão) da Novo Horizonte, pagos com débito na conta corrente da Coopernova Aliança. Deve a SMT apurar este indício de confusão patrimonial, a qual descumpre o Princípio da Entidade conforme estabelecido na Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº 750/1993 (alterada pela Resolução nº 1.282/10). A guia GPS de recolhimento à Previdência Social competência julho/2009 indicava o valor de R$ 844.550,91 enquanto que o comprovante de depósito disponibilizado para a Auditoria era de R$ 500.000,00. Não temos elementos suficientes para concluir que a empresa deixou de recolher os valores devidos. No entanto, por todo o exposto, há motivos para preocupação. Portanto, deve a SPTrans verificar periodicamente a situação da folha de pagamento e respectivos encargos sociais.

b.3) Folha de Pagamento - Himalaia S.A. A empresa operava com 518 veículos. Considerando que na relação de motoristas constam 1.028 motoristas e 1.021 cobradores, verifica-se a relação 1,98 motoristas/veículo e 1,97 cobradores/veículo. Considerando que a cada mês 1/12 dos motoristas e cobradores têm direito e usufruem das férias, a relação passa a ser de 1,82 motoristas/veículo e 1,81 cobradores/veículo. Verifica-se na folha de pagamento que são pagas horas extras, porém, tendo em vista que as linhas, em regra, operam 7 dias por semana, no horário das 5 às 24 horas, depreende-se que o quadro de motoristas e cobradores, ainda que se considerem as horas extras computadas, não é suficiente para a prestação adequada dos serviços nos moldes do contrato.

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Salvo comprovação em contrário, as seguintes situações se mostram possíveis: a Himalaia não está operando regularmente as linhas de sua responsabilidade ou os empregados estão fazendo horas extras que não são pagas ou há trabalhadores atuando na prestação do serviço sem vínculo empregatício. Confrontamos a relação dos motoristas e cobradores registrados na Himalaia S.A. em julho de 2009 com a folha de pagamento referente ao mesmo mês e constatamos o que segue:

• existem funcionários na folha de pagamento que não constam da relação de

motoristas e cobradores registrados.

• alguns funcionários da relação de motoristas registrados constam como manobristas na folha de pagamento.

• alguns funcionários da relação de cobradores registrados constam como auxiliares de serviços gerais.

Ressaltamos que através da Portaria nº 28/11-SMT.GAB (DOC de 30.03.2011) a SMT constituiu Comissão de Averiguação Preliminar, com vistas a pedido de intervenção no Consórcio Leste 4. Constitui base para tal Portaria, entre outras, o relatório deste Tribunal (TC 72.002.507.09-46) e Ação Civil Pública, instaurada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.

c) Situação fiscal e Trabalhista de operadores do Sistema de Transporte

Foram constatadas diversas irregularidades relacionadas aos aspectos previdenciário e trabalhista, que devido à gravidade da situação podem gerar significativas demandas judiciais, inclusive em face do Poder Público, cujos efeitos deletérios sempre se fazem repercutir no Sistema Municipal de Transporte Coletivo e em prejuízo aos seus usuários.

Foram realizadas 8 (oito) Inspeções em 4 (quatro) terminais de ônibus, sendo uma pela manhã e outra no período noturno, conforme segue:

Terminal Manhã Noite

Santo Amaro TC 72.001.809.09-70 TC 72.003.309.09-18 Cachoeirinha TC 72.001.933.09-07 TC 72.003.530.09-01 Carrão TC 72.001.849.09-94 TC 72.003.368.09-87 Pirituba TC 72.002.069.09-70 TC 72.003.600.09-87

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c.1) TC 72.001.809.09-70 - Terminal Santo Amaro

Os exames realizados evidenciaram que não há como atestar a regularidade quanto ao registro de empregados e recolhimentos de FGTS e INSS relacionados às áreas 6 e 7 da Concessão, principalmente devido ao fato de que diversos documentos apresentados à Auditoria deste Tribunal constam em nome de empresas que não mantêm contrato de concessão do serviço de transporte coletivo urbano de passageiro na cidade de São Paulo. Empresas não contratadas: Kuba Viação Urbana Ltda., Viação Bola Branca Ltda., Auto Viação São João Clímaco, Empresa São Luiz Ltda. e Empresa Auto Viação Taboão Ltda. Resta também anotar que não há comprovação da regularidade fiscal da empresa contratada VIP Transportes Urbano Ltda. Foi expedido Ofício SSG-GAB nº 8021/2010 dirigido ao Secretário Municipal de Transportes, para tomar ciência dos resultados alcançados pela Auditoria e manifestar-se sobre as irregularidades que ainda persistem e responder às questões formuladas pela Auditoria.

Foi expedido Ofício SSG-GAB nº 8022/2010 dirigido ao Secretário Municipal de Negócios Jurídicos, para tomar ciência dos resultados alcançados pela Auditoria e “...para a adoção das providências pertinentes, considerando que a apontada ineficiência na fiscalização dos contratos firmados com os concessionários e os permissionários, especialmente quanto à obrigação de comprovação da regularidade fiscal das empresas junto ao INSS e ao FGTS, além dos demais encargos trabalhistas, considerando, ainda, que há empregados trabalhando no Sistema de Transporte Coletivo Público, registrados em nome de empresas não contratadas pela Administração Pública, está expondo o Erário Municipal a risco financeiro de dimensões gigantescas, caso venha a ser demandada judicialmente, em razão do descumprimento dessas obrigações de responsabilidade dos contratados”.

Dentre as questões formuladas pela Auditoria, constam: ⇒ Os motoristas e cobradores que atuam nas áreas 6 e 7 da Concessão estão

registrados em nome de empresas que efetivamente mantêm contratos de concessão do serviço de transporte coletivo urbano de passageiros na cidade de São Paulo? Se não, quais as providências adotadas para regularização?

Não houve qualquer esclarecimento quanto à situação verificada nem relato sobre providências adotadas para a regularização.

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Conforme exigência contida no artigo 9º, inciso IV, da Lei Municipal nº 13.241/01, os concessionários devem operar com pessoal qualificado e habilitado, mediante contratações regidas pelo direito privado e legislação trabalhista; a exigência também está contida no artigo 31, parágrafo único da Lei Federal nº 8.987/95. A Lei Municipal nº 13.241/01, em seu artigo 23, inciso III, considera deficiência grave, ensejadora de intervenção ou caducidade da concessão, o descumprimento da legislação trabalhista de modo a comprometer a continuidade dos serviços. A Lei Orgânica do Município, em seu artigo 126, parágrafo 1º, determina a rescisão do contrato de concessão pelo descumprimento dos encargos trabalhistas.

⇒ Há regularidade fiscal, principalmente quanto ao INSS e FGTS, de empresas que

atuam nas áreas 6 e 7 da Concessão? Se não, quais as providências adotadas para regularização?

Manifestação da Administração:

A SPTrans informou que consultou a SMT sobre quais documentos devem ser exigidos das concessionárias e permissionárias, se é aplicável aos contratos de concessão e permissão o Decreto Municipal nº 50.983/09 e quem deve fazer as comunicações previstas, além de apresentar “Controle de Certidões” e documentos referentes a justificativas de concessionários e permissionários que não apresentaram certidões vigentes. O “Controle de Certidões” da concessão indica ausência de certidões vigentes de 3 empresas: Expandir (Área 3) - CND/INSS, Via Sul (Área 5) - CRF/FGTS e Oak Tree (Área 8) - CND/INSS; o Consórcio Sudoeste não apresentou nenhuma certidão e há nota da SPTrans informando que não está obrigado. A Expandir “justifica” a inexistência da CND/INSS, informando que sofreu 3 autos de infração e está providenciando o parcelamento da dívida; a Via Sul informa que a ausência de CRF deve-se a pequena diferença devida a uma rescisão que já foi regularizada; a Oak Tree alega que solicitou parcelamento dos débitos referentes ao período dezembro/2008 a março/2010. O “Controle de Certidões” da permissão indica ausência de certidões vigentes de 3 cooperativas. Transcooper (Áreas 1, 2 e 4) - CND/INSS e CRF/FGTS, Associação Paulistana (Área 3) - CND/INSS e Unicoopers (Área 8) - CND/INSS; o Consórcio Autho Pam não apresentou nenhuma certidão.

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A Transcooper informa 3 execuções fiscais promovidas pela União e uma Ação Civil Pública promovida pelo Ministério Público do Trabalho, alega que não tem empregados, conforme RAIS negativas apresentadas; a Associação Paulistana informa débitos com o INSS que estão sendo objeto de pedido de parcelamento; as justificativas do Consórcio Unicoopers Cooperalfa trazem documentos relativos ao FGTS da Cooperalfa; o Consórcio Autho Pam alega que os consórcios são dispensados da apresentação das certidões.

Comentários da Auditoria:

A SPTrans informou que consultou a SMT quanto a eventual exigência de outros documentos, mas não foi apresentada a este Tribunal qualquer manifestação da Secretaria sobre o assunto. Destacamos a situação da empresa Oak Tree (concessionária) que admite débitos com o INSS referentes ao período dezembro/2008 a março/2010. A Cooperativa Transcooper que opera em 3 áreas da permissão sofre 3 execuções fiscais na Justiça no Trabalho, ou seja, referem-se a contribuições devidas sobre condenações ou acordos em demandas trabalhistas (Lei Federal nº 10.035/00). A cooperativa, porém, afirma que não tem e nunca teve empregados, apresentando várias “RAIS Negativas”. Observamos, ainda, que os consórcios que tenham empregados próprios devem apresentar CND/INSS e CRF/FGTS.

c.2) TC 72.001.933.09-07 - Terminal Cachoeirinha

Não ficou evidenciada a regularidade quanto aos recolhimentos previdenciários de alguns motoristas e cobradores que prestam serviços a permissionários relacionados à Transcooper Cooperativa de Transporte de Pessoas e Cargas da Região Sudeste. Trata-se de irregularidade, isto porque a Lei Municipal nº 13.241 de 12 de dezembro de 2001, por meio do caput do art. 9º, e do respectivo inc. IV, é clara ao determinar que “constitui obrigação dos operadores prestarem o serviço delegado, de forma adequada à plena satisfação dos usuários (.......) e em especial (......) operar somente com pessoal devidamente capacitado e habilitado, mediante contratações regidas pelo direito privado e legislação trabalhista, assumindo todas as obrigações delas decorrentes, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros contratados pelo operador e o Poder Público” (g.n.).

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c.3) TC 72.001.849.09-94 - Terminal Carrão Não ficou evidenciada a regularidade quanto aos recolhimentos previdenciários de alguns motoristas e cobradores que prestam serviços a permissionários relacionados à Associação Paulistana dos Condutores de Transporte Complementar da Zona Leste.

c.4) TC 72.002.069.09-70 - Terminal Pirituba

Não ficou evidenciada a regularidade quanto aos recolhimentos previdenciários de alguns motoristas e cobradores que prestam serviços a permissionários relacionados à Transcooper Cooperativa de Transporte de Pessoas e Cargas da Região Sudeste.

d) Forma de Pagamento aos Permissionários Através de aditivos aos Termos de Permissão dos serviços de transporte coletivo de passageiros, a SPTrans tornou-se responsável pelo repasse direto da remuneração a cada um dos cooperados, alterando a sistemática anterior, na qual pagava o valor global à cooperativa que repassava o valor individualizado aos cooperados, após reter o valor dos descontos contratuais. Trata-se de procedimento irregular, tendo em vista a insuficiência de sua motivação, as ofensas à Lei Municipal nº 13.241/01 e os riscos envolvidos. O repasse do valor da remuneração aos cooperados é ônus intrínseco à atividade da cooperativa, possuindo a natureza jurídica de ato cooperado. Sendo assim, para que a Administração possa subverter a lógica que vinha sendo seguida desde a licitação e por todo o período de permissão, assumindo a responsabilidade pelo repasse, é esperada a existência de uma sólida razão, de um motivo inquestionável, que justifique a necessidade do ato. O artigo 8º da indigitada lei relaciona as atribuições do Poder Público na organização do sistema de transporte coletivo urbano municipal. Verifica-se que ali não existe nenhuma previsão autorizadora do pagamento direto aos cooperados. Já o artigo 9º relaciona as obrigações dos operadores e dispõe: “Art. 9º - (omissis)

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(...) IV – operar somente com pessoal devidamente capacitado e habilitado, mediante contratações regidas pelo direito privado e legislação trabalhista, assumindo todas as obrigações delas decorrentes, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros contratados pelo operador e o Poder Público; (......)

Cabe ressaltar que durante o ato de repasse da remuneração ao cooperado a SPTrans de certa forma homologa o valor pago. Em outras palavras, sem ter qualquer conhecimento acerca da natureza ou da exatidão dos descontos calculados pela Cooperativa, a SPTrans repassa diretamente a remuneração ao cooperado, assumindo uma responsabilidade que não lhe pertence. Ademais, entende-se que o Poder Permitente, através da SPTrans, assume o risco pelo recolhimento dos encargos tributários, trabalhistas e previdenciários decorrentes de um repasse que possui fulcro em um ajuste que contraria tanto a lei quanto a lógica do Sistema. Cumpre-nos informar que esse assunto é objeto de Representação a este Tribunal, TC 72.000.892.10-11, para apuração dos fatos relacionados aos Termos de Permissão nºs 692/03 e 693/03.

e) Ações judiciais movidas por operadores do Sistema relacionadas à remuneração

A situação financeira do Sistema Municipal de Transporte Coletivo poderá se agravar ainda mais por conta de relevantes ações movidas em razão dos contratos de prestação de serviços de transporte coletivo, sob a égide da Lei Municipal nº 11.037/91.

A Gerência de Processos Especiais da SPTrans informou que existem 110 ações judiciais em andamento, movidas por empresas operadoras do Sistema, em face da SPTrans, objetivando o pagamento de diferenças entre a remuneração paga e a que entendem devidas.

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De acordo com estimativa da Superintendência Jurídica da SPTrans as prováveis perdas, na data de 31.12.2009, totalizavam R$ 384,2 milhões, que segundo a mesma deverão ser suportadas pela “Conta Sistema” ou por repasse específico da PMSP, dada a natureza do débito. No exercício de 2010 consta que, em relação ao Processo 053.98.428402-9 – 3ª Vara da Fazenda Pública (Tupi Transportes Urbanos Piratininga Ltda.), o juiz deferiu o levantamento de valor bloqueado em favor da autora, no valor de R$ 34,4 milhões. O Diretor de Planejamento de Transportes e de Gestão Corporativa da SPTrans autorizou o empréstimo da “Conta Gestão” para a “Conta Sistema”, no valor de R$ 29,6 milhões, para viabilizar, a partir de 15.03.2010, pagamentos da remuneração dos permissionários / concessionários, informando que assim que a Conta Sistema fosse desbloqueada o referido valor seria restituído à “Conta Gestão” (Informe Técnico DT nº 002/10 - SPTrans). A transferência do valor de R$ 29,6 milhões foi possível em face do recebimento, pela SPTrans, do valor de R$ 32,6 milhões devido pela PMSP referente à Portaria SF nº 032/2005 (parcelas de 2009 e 2010). Em 31.12.2010, do valor emprestado pela SPTrans ao Sistema, restava pendente de recebimento o montante de R$ 21,1 milhões.

Os processos que compõem a estimativa de perdas, informados pela SPTrans, não foram, nesta oportunidade, objeto de avaliação, que deverá ser realizada em momento oportuno.

8.3.2 - Situação Econômico-Financeira do Sistema/Compensações Tarifárias

O Sistema Municipal de Transporte Coletivo no exercício de 2010, de acordo com o Demonstrativo de Fontes e Usos do Sistema Integrado, evidencia um déficit econômico de R$ 952,3 milhões, correspondente a praticamente 19% da despesa total do Sistema, de forma que a PMSP tem arcado com significativos recursos orçamentários para “fechar” as contas do Sistema.

Para evidenciarmos a situação econômico-financeira do Sistema Municipal de Transporte por ônibus da Cidade de São Paulo em 2010, utilizaremos dois Demonstrativos elaborados pela SPTrans que fornecem dados dessa natureza.

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Um deles é o denominado Demonstrativo de Fontes e Usos do Sistema Integrado, tratado também como demonstrativo econômico do Sistema; e o outro o Orçamento Financeiro Realizado do Sistema de Transporte Urbano, que trata de seu fluxo de caixa financeiro, portanto, conhecido também como demonstrativo financeiro do Sistema. Cabe ressaltar no caso do primeiro (Demonstrativo de Fontes e Usos) que, pelo fato de tê-lo obtido entre janeiro/fevereiro/2011, pode apresentar ainda alguns ajustes até a sua consolidação definitiva.

a) Déficit e Cobertura Tal montante revela que o déficit de 2010 reduziu-se em relação ao ano anterior, diminuição em torno de 25% (R$ 952,3 milhões contra R$ 1,28 bilhão de 2009).

Déficit do Sistema / Demonstrativo Econômico (R$)

Discriminação 2009 2010 Receita Total 3.486.678.766 4.067.106.014Tarifárias (créditos eletrônicos/pecúnia retida na catraca) 3.474.423.243 4.051.629.748Extratarifárias 12.255.523 15.476.266Despesa Total 4.763.154.052 5.019.443.623Remuneração aos Operadores 4.425.147.975 4.651.051.568Operação de Terminais 93.165.651 101.719.941Comercialização 93.476.669 104.486.784Gerenciamento, Fiscalização e Planej. Operacional 151.363.757 162.185.330Déficit Total -1.276.475.286 -952.337.609Valores repassados através do Orçamento da PMSP 838.000.000 566.760.558Compensações Tarifárias/Renovação da Frota 838.000.000 566.760.558Resultado após recursos orçamentários da PMSP -438.475.286 -385.577.051

Fonte: Demonstrativo de Fontes e Usos do Sistema Integrado - SPTrans

Nota-se, com base nesse demonstrativo, que a receita tarifária/extratarifária total de 2010, adicionada da verba orçamentária para compensações, totalizou R$ 4.633,9 milhões, insuficiente para cobrir o custo total apurado no Sistema no valor de R$ 5.019,4 milhões, restando, portanto, R$ 385,5 milhões para se atingir o equilíbrio.

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Ressalta-se a ocorrência de significativo resultado negativo nas Contas do Sistema, mesmo com a elevação do preço da passagem do ônibus em mais de 17% (passando de R$ 2,30, preço corrente em 2009, para R$ 2,70, a partir do início de 2010). Assim, mesmo com a elevação da receita tarifária/extratarifária em relação a 2009 (em mais de 16%), destaca-se que a elevação das despesas totais (em mais de 5%), somada a significativa redução de valores injetados por meio de “Compensações Tarifárias” (menos 32%), proporcionaram um déficit de grandeza próxima a do ano anterior (R$ 385,5 milhões em 2010 contra R$ 438,5 milhões em 2009). Em consequência, como poderá ser melhor observado no Demonstrativo Financeiro apresentado adiante, as despesas com operação de terminais, comercialização e gerenciamento não tiveram cobertura com recursos do Sistema. Déficit / Superávit do Sistema/Demonstrativo Financeiro (R$)

Discriminação 2009 2010 Receita Total 3.564.154.712 4.164.523.534Tarifárias (créditos eletrônicos/pecúnia retida na catraca) 3.546.013.302 4.147.965.509Extratarifárias 18.141.410 16.558.025Despesa Total 4.485.195.028 4.847.550.569Remuneração aos Operadores 4.450.267.695 4.807.058.927Operação de Terminais - - Comercialização - - Gerenciamento, Fiscalização e Planej. Operacional - - Outras 34.927.333 40.491.642Déficit Total -921.040.316 -683.027.035Valores repassados através do Orçamento da PMSP 840.142.228 697.235.157 Compensações Tarifárias/Renovação da Frota 808.000.000 659.835.000 Atende 32.142.228 35.618.095

Outros - 1.782.062Resultado após recursos orçamentários da PMSP -80.898.088 14.208.122

Fonte: Orçamento Financeiro do Sistema (Fluxo de Caixa) - SPTrans

Deve-se enfatizar que o Demonstrativo Financeiro (Fluxo de Caixa), revela os recursos que efetivamente transitaram nas contas do Sistema durante um exercício. Ressalta-se, também, que este demonstrativo inclui os recursos do Programa ATENDE (transporte de pessoas portadoras de necessidades especiais), de modo diverso ao Demonstrativo de Fontes e Usos que considera valores exclusivamente relativos aos serviços prestados por ônibus (transporte coletivo).

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Tomando por base os demonstrativos econômico e financeiro, tem-se que, no exercício de 2010, o Sistema deixou de arcar com custos da ordem de R$ 368,4 milhões, relativos aos gastos com operação de terminais, comercialização e taxa de gerenciamento de até 3,5% das receitas totais, conforme determina a Lei Municipal nº 13.241/01.

Custos não suportados pelo Sistema em 2010

Despesas (L.M. 13.241/01) R$ R$

Valor Apurado (Econômico) Valor Aplicado (Financeiro)

Operação de Terminais 101.719.941 -

Comercialização 104.486.784 -

Gerenciamento 162.185.330 -

Total 368.392.055 -

Fonte: Demonstrativos - SPTrans

Contudo, contrariamente ao exercício de 2009, em 2010 o Demonstrativo Financeiro revela que o Sistema Municipal de Transporte Coletivo devolveu parte de recursos obtidos anteriormente, principalmente por meio de “empréstimos” de recursos derivados da arrecadação de multas e descontos contratuais aplicados aos operadores do Sistema, conforme demonstrativo a seguir:

Saldo Demonstrativo Financeiro (Fluxo de Caixa)/2010 Sistema Municipal de Transporte Coletivo (em R$)

Saldo Inicial 198.863

Déficit do Sistema (683.027.035)

Recursos da PMSP 697.235.157

Ajuste entre Contas (14.218.876)

Saldo Final 188.109

Apesar disso, em 31.12.2010, constata-se que um valor da ordem de R$ 128 milhões, derivado justamente da Conta Multas e Descontos Contratuais, ainda restava aplicado no Sistema Municipal de Transporte Coletivo.

Como se verá no subitem 8.3.2-b, tal situação mostra-se incompatível com a previsão legal de aplicação dos referidos recursos conforme regulamentado no Decreto Municipal nº 42.184/02.

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Além disso, a SPTrans tem se valido de recursos oriundos da dotação orçamentária da PMSP “Gerenciamento de Transportes” para efetuar pagamento de despesas do Sistema em que este deixa de apresentar recursos próprios para a liquidação dos mesmos. Procedimento, aliás, adotado há vários anos. Consideramos irregular a utilização da dotação orçamentária “Gerenciamento de Transporte” para empenho de despesas relativas aos terminais de ônibus, comercialização, fiscalização e gerenciamento não suportadas pelo Sistema em face da insuficiência de arrecadação, tendo em vista tratar-se de subsídio a este.

Cabe ressaltar, ainda, que a utilização dessa dotação impossibilita a transparência na execução orçamentária quanto aos subsídios públicos ao Sistema Municipal de Transporte Coletivo. Nesse sentido citamos o que dispõe o parágrafo 4º, artigo 27, da Lei 13.241/01:

“As dispensas ou reduções tarifárias de qualquer natureza, além daquelas já vigentes na data da promulgação desta lei, deverão dispor de fontes específicas de recursos.”

Em 31.12.2010 os créditos eletrônicos do Bilhete Único em poder do público se situavam em torno de R$ 672 milhões, correspondendo à SPTrans um montante aproximado de R$ 469 milhões, ou seja, 70% do total, cabendo o restante ao METRÔ e à CPTM.

No entanto, outra constatação altamente preocupante é o fato de que o saldo final apresentado no Fluxo de Caixa do Sistema na mesma data é de R$ 188,1 mil, revelando que os créditos adquiridos antecipadamente, e ainda não utilizados pelos usuários, já foram praticamente utilizados para pagamentos de compromissos do Sistema. Resta ainda afirmar o que ano a ano temos reiterado, ou seja, a SPTrans, indiretamente, em face da forma da execução de seus contratos com a SMT/PMSP, permanece subsidiando o transporte coletivo municipal na medida em que deduz receitas próprias ao processar o faturamento dos contratos de gerenciamento com a PMSP, os quais incluem despesas relativas ao Sistema Municipal de Transporte Coletivo. Há de se consignar que esta prática não condiz com o objetivo social da Empresa.

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Dessa forma, a SPTrans fatura apenas o necessário ao equilíbrio de seu fluxo de caixa financeiro, o que em nosso entendimento contraria o Princípio da Entidade, estabelecido na Resolução CFC nº 750/1993 (alterada pela nº 1.282/10), que reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a Autonomia Patrimonial, a necessidade de diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes (o patrimônio da entidade não se confunde com os de seus acionistas).

b) Gestão Financeira da Conta “Multas e Descontos Contratuais”

A gestão financeira da conta “Multas e Descontos Contratuais” está regulamentada pelo Decreto Municipal nº 42.184/02, no qual está previsto que as receitas decorrentes da aplicação de multas por infrações ao Regulamento de Sanções e Multas - RESAM, bem como os descontos aplicados na remuneração dos operadores pela inobservância de obrigações contratuais, deverão ser destinadas para os seguintes investimentos: “Art. 2º - São considerados investimentos no Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros os desembolsos destinados à: I - implantação do Programa de Requalificação e Aperfeiçoamento Profissional dos Trabalhadores do Sistema de Transporte Coletivo Urbano previsto pelo artigo 33 da Lei nº 13.241, de 12 de dezembro de 2001; II - implantação do Programa de Requalificação Tecnológica previsto pelo artigo 32 da Lei nº 13.241, de 12 de dezembro de 2001; III - implementação de programa de bilhetagem eletrônica, incluindo equipamentos e aplicativos relativos ao sistema de arrecadação e distribuição dos bilhetes; IV - construção de terminais e readequação do viário para a prestação do Serviço de Transporte Público; V- aquisição dos seguintes bens, vinculados à prestação do Serviço de Transporte Público:

a) veículos para composição da frota operacional ou auxiliares à prestação do serviço;

b) equipamentos e aplicativos para o sistema de gerenciamento da frota.

Parágrafo único - Os saldos financeiros da conta referida no artigo 3º infra disposto poderão ser utilizados na gestão financeira do sistema de transporte, desde que tal não comprometa os investimentos previstos neste decreto.”

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Como se evidencia, há autorização para utilização dos saldos financeiros da conta na gestão financeira do sistema de transporte, desde que tal não comprometa os investimentos arrolados no artigo 2º.

Com base no fluxo de caixa da conta “Multas e Descontos Contratuais”, elaboramos o demonstrativo resumo da movimentação verificada em 2010, como segue:

Movimentação de Recursos / Conta Multas 2010

Discriminação Total Geral R$ ( + ) Saldo Inicial da Conta 14.058 ( + ) Entradas 37.676.856 ( - ) Despesas Gerais 35.394.664 ( - ) Saídas Investimentos 11.385 ( + ) Ajuste entre contas 35.342.000 Saldo Final de Caixa 37.626.865 Saldo em Conta Corrente 1.865 Saldo em Aplicações Financeiras 37.625.000

Fonte: Orçamento Financeiro (Conta Multas) - SPTrans

Com base na movimentação demonstrada acima, verifica-se que do total arrecadado no exercício de 2010 com recolhimento de multas e receitas financeiras, no valor de R$ 37,6 milhões, apenas R$ 11,4 mil foram direcionados para gastos com investimentos.

Se considerarmos a movimentação de 13.12.2001 até 31.12.2010, conforme Demonstrativo Mensal de Valores Recebidos e Aplicados, conclui-se que: efetivamente os valores arrecadados com multas e descontos contratuais aplicados aos operadores não têm sido utilizados em investimentos que visem à melhoria do Sistema Municipal de Transporte Coletivo. Pior do que isso, em 2010 verifica-se que recursos assim obtidos (multas e descontos contratuais) foram bloqueados judicialmente, por conta de demandas relacionadas ao Sistema Municipal de Transporte Coletivo, mais de R$ 30,5 milhões (tais gastos estão inseridos em despesas gerais). Contudo, em 2010, houve entrada de R$ 35,3 milhões para a conta de multas, derivados essencialmente das contas “Gerenciamento do Sistema de Transporte” (R$ 21,1 milhões) e “Sistema de Transporte Coletivo Urbano” (R$ 14,2 milhões). Nesse sentido, conforme ainda o Demonstrativo Mensal de Valores Recebidos e Aplicados, constata-se que o montante de recursos de “Multas e Descontos Contratuais” registrados como aplicados no Sistema de Transporte Coletivo sofreu uma redução de R$ 163,4 milhões (2009) para R$ 128,1 milhões (2010).

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Essa redução de 21,6% (menos R$ 35,3 milhões), embora refira-se a um menor passivo do “Sistema Municipal de Transporte Coletivo”, na prática tem ocorrido com recursos derivados, em sua maior parte, de “Gerenciamento do Sistema de Transporte”. Ao longo dos últimos nove anos (dez/2001 a dez/2010), conforme o demonstrativo citado, de R$ 224,4 milhões arrecadados, somente R$ 27,6 milhões foram investidos em projetos, validadores, ônibus, informática etc. (12,3%); ressaltando-se mais uma vez o bloqueio/penhora judicial ocorrido em 2010 de R$ 30,5 milhões (13,6%).

c) Gratuidades e Isenções de Estudantes / Política Tarifária - 2010

Considerando os valores apurados em regime de competência relativos ao ano de 2010, apresentados no Demonstrativo de “Fontes e Usos”, evidencia-se alto custo para manutenção das gratuidades (idosos, deficientes, etc.) e isenções a estudantes, estimando-se valor aproximado de R$ 478,7 milhões.

Custo estimado das isenções tarifárias em 2010

Passageiro/Tipo Demanda

Transportada 2010

(R$)

Custo Total do Sistema p/ passageiro Total

Escolar Pagante 172.890.274 0,3725 (1) 64.401.627 Idosos / Deficientes 240.560.492 1,7225 (2) 414.365.448 Total 413.450.766 - 478.767.075

Fonte: Demonstrativo “Fontes e Usos do Sistema Integrado” (sujeito a ajustes). (1) Valor resultante da diferença entre o custo médio por passageiro R$ 1,7225 e o valor de

R$ 1,35 pago pelo estudante (metade da tarifa). (2) Custo médio por passageiro transportado no Sistema Integrado, calculado como o quociente

entre o custo total e a demanda total registrada no período. O custo total considerado inclui o valor de R$ 162,2 milhões de taxa de gerenciamento, calculado à base de 3,5% sobre a receita total do sistema incluindo compensações tarifárias.

Cabe também fazer menção à Política Tarifária do Município, em que as integrações realizadas no Sistema ocorrem sem ingresso direto de recursos. Pode-se estimar que o Sistema arca com algo em torno de R$ 1,7 Bilhão com a isenção de tarifas na integração, conforme segue.

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Custo estimado com política tarifária de integração em 2010

Passageiro/Tipo Demanda

Transportada 2010

(R$) Custo Total do Sistema

p/ passageiro Total Integrados 990.501.983 1,7225 (1) 1.706.139.666 Integrado METRÔ-CPTM 316.220.046 0 (2) 0 Total 1.306.722.029 - 1.706.139.666

Fonte: Demonstrativo “Fontes e Usos do Sistema Integrado”. (1) Custo médio por passageiro transportado no Sistema Integrado, calculado como o quociente

entre o custo total e a demanda total registrada no período. O custo total considerado inclui o valor de R$ 162,2 milhões de taxa de gerenciamento, calculado à base de 3,5% sobre a receita total do sistema incluindo compensações tarifárias.

(2) Considerando que, isoladamente, na integração efetuada entre o Sistema Municipal e o METRÔ/CPTM, não há custo para o Município, pois este recebeu, em 2010, R$ 2,00 por passageiro integrado, valor superior ao custo médio por passageiro transportado, que como explicado, é de R$ 1,7225.

Porém, neste caso, o cálculo não pode ser tão simplista, pois se por um lado as integrações no Sistema ocorrem com isenção de tarifa, por outro ela acaba por incentivar que as pessoas realizem mais viagens, pelo fato de que a viagem integrada acaba por representar, comparativamente se não houvesse a integração isenta de tarifa, menos dispendiosa, acabando por potencializar novos ingressos de recursos. Por outro lado, no que se refere à Integração realizada com o METRÔ/CPTM, pode-se dizer que o Município, com esse tipo de integração, deixou de receber R$ 0,70 por passageiro, ou seja, a diferença do valor de passagem (R$ 2,70) em relação ao valor recebido com a integração (R$ 2,00), recurso que poderia ser empregado para arcar com as demais formas de despesa do Sistema. Também, neste caso, não se pode perder de vista que se trata de um incentivador de utilização do próprio Sistema, pois, com uma política de integração a custos menores, certamente há o potencial de atrair mais usuários ao Sistema. De qualquer forma, há de se considerar o caráter de política social que detém a realização de integração sem novo ônus, ou com redução desse para os usuários do transporte coletivo, muitos dos quais de classes menos favorecidas.

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8.3.3 - Remuneração aos Operadores do Sistema

Os critérios adotados pela Administração para determinação da remuneração dos concessionários e permissionários estão cada vez mais descolados de aspectos legais que vinculam a execução dos mencionados contratos, havendo falta de segurança jurídica na execução desses, o que poderá gerar demandas judiciais imprevisíveis.

a) Concessão

Em 2010, várias foram as formas adotadas pelo Poder Público na tentativa de equilibrar a relação entre suas propostas de remuneração e operação em relação aos pleitos dos operadores.

Ressalta-se, inicialmente, que em 2009 não houve a assinatura de Termos Aditivos pelos concessionários, relativos ao reajuste praticado a partir de março desse ano; isto porque, entre outros fatores, a remuneração pela renovação de frota, contratualmente prevista, não foi paga nos termos dos contratos, justificado pelo Poder Público em função da falta de recursos. Para compensar a falta de pagamentos devidos, o Poder Público apresentou aos concessionários, em dezembro de 2010, um novo Termo de Aditamento em que procurou ressarcir as pendências existentes, a partir de cálculos tendo como base a cesta de índices, mas também descolando dessa, já que considerou a ponderação da receita por custo de cada área de operação.

Antes de adentrarmos a essa análise, cabe enfatizar que a Área 04, por ter passado por um processo distinto de execução contratual e de licitação, sendo que o contrato nº 037/07-SMT.GAB foi assinado com o Consórcio Leste 4 em 13.12.2007, apresenta data-base distinta das demais (dezembro), e os critérios adotados para seu reajuste tem seguido basicamente os de aplicação da cesta de índice contratual.

Contudo, o reajuste de dezembro de 2009 foi aplicado em junho de 2010, retroagindo-se posteriormente à data devida.

Isto posto, apresentaremos a seguir as diretrizes principais do referido Termo de Aditamento.

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Assim, o item 1.1 do Termo prevê que será seu objeto:

• A consolidação do valor de remuneração, por passageiro registrado, a partir da operação de 1º de março de 2010.

Essa consolidação ocorre em função de fatores que serão apresentados mais adiante, mas também em razão da incorporação do valor do complemento de frota na remuneração por passageiro registrado. Assim, deixou-se de pagar, retroativamente a 1º de março de 2010, pela inclusão de veículo novo à frota da operadora, tendo-se, no entanto, incorporado à remuneração mensal do concessionário um cálculo ponderado, considerando todas as renovações de frota realizadas e a realizar no período contratual. Além disso, de acordo com determinação do Poder Público, a SPTrans procedeu outros cálculos para obter o valor de consolidação da remuneração por passageiro a partir de 01 de março de 2010. Assim, quanto à remuneração por passageiro registrado, considerou-se a diferença de remuneração concedida a partir de março de 2009 (7%) em relação ao índice efetivo conforme cesta de índices (8,59%). Incorporou parte dessa diferença em novo cálculo de remuneração a ser praticada a partir de março de 2010, resultando em um percentual de 2,66%, isso em termos globais, porém ponderou-se esse cálculo por área, conforme a remuneração média de cada área pelo respectivo custo referencial (planilha tarifária). Em outras palavras, o percentual de aumento não foi aplicado linearmente, mas resultou em percentuais diferenciados para cada área, sendo que a Área 3 recebeu 6,16% de aumento, enquanto que as Áreas 5 e 7 ficaram sem reajustes, nesse item.

Primeiramente, havia se decidido que a remuneração assim calculada seria paga a partir de 01.06.2010. Porém, posteriormente retrocedeu-se a data devida, ou seja, 01.03.2010.

Além desses cálculos e da incorporação do complemento de frota na remuneração, procedeu-se ainda à compensação aos operadores pela substituição da frota de mini/micro-ônibus por veículos do tipo básico (no mínimo), já que estes também necessitam de cobrador.

Por fim, houve ainda a necessidade de incorporar na remuneração de março de 2010 o saldo de 0,21%, diferença não aplicada relativa aos índices cumulativos de março/2009 e março/2010 em relação ao aplicado até então.

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Este percentual também não foi distribuído linearmente. Ponderou-se sua distribuição conforme percentuais de aumento anteriormente concedidos (incorporação do complemento de frota e substituição dos mini/micro-ônibus).

Foi dessa forma que se procedeu à denominada incorporação dos valores a partir de 1º de março de 2010. Conforme item 2.4 do referido Termo Aditivo, foi definido que a diferença entre os valores efetivamente remunerados e os valores calculados pelos novos critérios estabelecidos seria paga até 31 de dezembro de 2010, quando então o Concessionário daria quitação geral dos valores remunerados referentes ao período de operação de 1º de março de 2009 a 30 de novembro de 2010. Enfatiza-se que as pendências de valores devidos pela renovação da frota, desde final de 2008, que a SPTrans afirma ter ressarcido integralmente, também seriam consideradas quitadas.

• A ampliação da quantidade de veículos destinados à prestação do serviço ATENDE.

Esta ampliação visa atender não somente à demanda reprimida existente, mas também a pedidos do Ministério Público do Estado para inclusão de Sistema denominado “Viagens Eventuais” além do “Sistema Convencional” já em operação. • A adequação de débitos anteriores referentes ao reajuste acumulado da

remuneração do serviço ATENDE.

Ressalta-se que, além do pagamento pelos veículos novos incluídos, procedeu-se também ao reajuste acumulado da remuneração de março/09 e março/10, já que estes reajustes não foram pagos nas datas devidas.

Assim, o item 3.3 do Termo Aditivo prevê que “o Poder Concedente efetuará o pagamento do reajuste da remuneração do serviço ATENDE, retroativo ao período de 01/03/09 à presente data, até o dia de 31 de dezembro de 2010”. Ressalta-se que os Termos Aditivos foram assinados no decorrer do mês de dezembro de 2010.

A apresentação desse sumário do que representou efetivamente a aplicação do referido Termo de Aditamento assinado pelos operadores é apenas para dar uma idéia da complexidade a qual se tornou o procedimento a cada novo reajuste a ser concedido aos operadores.

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Conforme já havíamos enfatizado em relatórios anteriores, temos a afirmar que a falta de regras claras para reajuste dos contratos, gerada a partir do fim do período de transição, mas considerando que também este não atendeu aos preceitos do edital vinculante, se tornou de forma tão aguda que é possível ter como expectativa que, daqui até o fim da execução dos presentes contratos (que deverá ocorrer em meados de 2013), sempre haverá necessidades de estudos para proceder a novos reequilíbrios a partir das datas previstas para reajustes dos contratos. Isto porque os critérios adotados cada vez mais buscam elementos extra-edital, tais como ponderações realizadas, a partir de certas considerações, tendo como fundo estudos de custos referenciais, remunerações médias, demandas referenciais etc. Percebe-se que cada Consórcio/Empresa operadora tenderá defender seus pleitos em função de possíveis novos desequilíbrios alegados, mas também em função da diferença verificada em relação a fatores que extrapolam sua área de atuação, a partir de cálculos de ponderação entre as áreas.

Não há dúvidas de que o Poder Público está tentando equalizar as remunerações em função dos custos de cada operadora, como também em função dos recursos existentes (arrecadação e verbas orçamentárias), e dessa forma tentando obter Termos Contratuais/Aditivos assinados por essas. No entanto, considerando que os métodos empregados não estão contemplados em regras jurídicas, posto que nos mencionados reequilíbrios são adotados critérios cada vez mais descolados de aspectos legais que vinculam a execução dos mencionados contratos, afirmamos haver falta de segurança jurídica na execução desses, o que poderá gerar demandas judiciais imprevisíveis.

b) Permissão

Em 2009, não houve a aplicação de reajuste aos Permissionários. Isto porque, conforme o Informe Técnico DP/DR e DP/DT de 27.02.2009, constava informação de que “nos contratos de Permissão, pelos dados preliminares disponíveis de relação receita/custo percebe-se a necessidade de se negociar o reequilíbrio econômico-financeiro destes contratos, sendo assim prematuro atribuir reajuste nos atuais valores de remuneração por passageiro”.

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Isto ocorreu apesar da existência da cláusula sexta dos Contratos de Permissão, em que há previsão de reajuste contratual no prazo mínimo legal com base em uma cesta de índices, bem como, a cláusula sétima que prevê a possibilidade de aplicação de reequilíbrio econômico-financeiro, com base em estudos do Poder Permitente ou a pedido dos Permissionários. É preciso ressaltar também que no período abrangido pela previsão contratual de reajuste de 2009 o Poder Público também não aplicou o valor devido de remuneração pela renovação da frota. Se isso tivesse ocorrido, haveria descontos a serem aplicados aos permissionários, já que a frota nesse período envelheceu, sofrendo maior depreciação e menor remuneração de capital, minimizando assim a falta de reajuste conforme previsto. Assim, na tentativa de compensar a não aplicação do mencionado reajuste, considerando as disponibilidades orçamentárias da Municipalidade, o Poder Público ofereceu aos permissionários um reajuste global de 3%, além de oferecer suspensão temporária da cobrança das multas do RESAM de todas as cooperativas, e redução no prazo de pagamento para as áreas 5, 6 e 7, e também para a garagem 2 (Associação Paulistana) da área 3. A concessão do percentual global de 3% resultou em 2,91%, após se considerar o montante de remuneração complementar pela renovação de frota (que dispõe de sistemática própria de atualização), sendo que esse último percentual também não foi aplicado de forma linear entre as áreas. Assim, conforme acordo com as operadoras da permissão, a Área 8 não recebeu qualquer acréscimo, enquanto a Área 7 recebeu um aumento de 8,29% (o maior). A aplicação desse aumento acabou retroagindo a 01 de março de 2010. Não tendo obtido ainda a assinatura em termos aditivos, e atendendo aos pleitos dos operadores, o Poder Público ofereceu mais 2% a ser aplicado de forma linear a todas áreas, mas isto apenas antecedendo a prorrogação dos contratos de permissão, ou seja, a partir de 17.07.2010. O Poder Público promoveu também a incorporação do valor de renovação da frota à remuneração por passageiro registrado, como feito também com a Concessão, considerando a frota renovada e a renovar a partir de 17.07.2010 (ou seja, abarcando o período de prorrogação contratual - 3 anos a partir de 19.07.2010).

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Por fim, a SPTrans elaborou quadro demonstrando a quantidade de veículos cujos AVLs deveriam ser substituídos em atendimento às especificações técnicas determinadas por essa. Esta substituição abrangeu apenas as áreas 1, 2, 3, 4, 5 e 8, tendo-se estabelecido um valor fixo para a depreciação e remuneração do capital investido na implantação de cada AVL (R$ 112,86), a ser pago ao permissionário no prazo de 26 meses após a instalação dos mesmos. Assim, em novembro de 2010, foram assinados os Termos Aditivos com os Permissionários, constando a consolidação do valor registrado a partir da operação de 17 de julho de 2010, bem como, contendo o estabelecimento de regras para aquisição, instalação e manutenção dos equipamentos de monitoramento embarcado - AVL. O item 7.1 do referido Termo estabelece que “o Permissionário dá rasa e geral quitação aos valores remunerados no intervalo de 01 de janeiro de 2009 a 31 de maio de 2010”.

Também na Permissão chegamos a mesma conclusão obtida na Concessão, ou seja, os métodos empregados na atualização da remuneração dos operadores a partir das previsões contratuais de reajuste, ou na falta dessa como ocorrido em 2009, não estão contemplados em regras jurídicas, posto que nos mencionados reequilíbrios são adotados critérios cada vez mais descolados de aspectos legais que vinculam a execução dos mencionados contratos. Afirmamos haver falta de segurança jurídica na execução desses, o que poderá gerar demandas judiciais imprevisíveis.

8.3.4 - Renovação da Frota de Veículos

Na Concessão verifica-se a existência de veículos com idade superior a 10 anos (área 2), além disso, a idade média da frota, em algumas áreas, é superior ao limite de 05 anos permitida contratualmente.

Nos Contratos de Concessão, constam cláusulas em que as empresas operadoras devem manter suas frotas operacionais de acordo com os parâmetros fixados pela Administração.

No que diz respeito à idade da frota, o item 3.12 do Contrato de Concessão estipula que “a frota para a prestação dos serviços terá idade média de 5 (cinco) anos, não podendo incluir nenhum veículo com idade superior a 10 (dez) anos”.

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No que diz respeito à Permissão, os respectivos Contratos estipulam como idades máximas permitidas 10 anos para os ônibus e 07 anos para os mini/micro-ônibus, não fazendo referências quanto à idade média permitida. No sentido de verificar o atendimento à norma citada, questionou-se à SPTrans quanto à situação de renovação de frota do Sistema, com data-base em 31.12.2010.

A Diretoria de Gestão do Sistema Contratado da SPTrans, por meio de suas unidades competentes, informou sobre a existência de 37 veículos da Empresa Sambaíba Transportes Urbanos (área 2) com idade superior a 10 anos em 31.12.2010.

Consta informação da referida Diretoria de que a Sambaíba, por meio do 6º Termo de Aditamento ao Contrato nº 702/03-SMT.GAB. deverá incluir 293 (duzentos e noventa e três) veículos novos, acessíveis, tecnologia Padron, ainda em 2011. Em momento oportuno, deveremos averiguar tal situação.

No caso da Permissão, a Diretoria de Gestão do Sistema Contratado informou não existirem em 31.12.2010 veículos com idade superior à permitida.

Questionou-se a SPTrans também quanto ao atendimento do quesito idade média da frota da Concessão, cujo limite é de 05 anos como já mencionado. Constata-se a existência de nove garagens (oito empresas) com idade média da frota superior a permitida contratualmente.

Concessionárias com Idade Média da Frota Superior a Permitida (31.12.2010)

Área Empresa Idade Média

02 Sambaíba Transportes Urbanos Ltda. 06 anos e 05 meses

03 VIP - Transportes Urbanos 05 anos e 04 meses

04 Emp. Transp. Coletivos Novo Horizonte S.A. 06 anos

06 Cidade Dutra 05 anos e 08 meses

06 VIP - Transportes Urbanos 05 anos e 09 meses

07 Transkuba Transportes Gerais Ltda. 06 anos e 03 meses

08 Viação Gato Preto 05 anos e 01 mês

08 Oak Tree Transportes Urbanos Ltda. 06 anos e 03 meses

08 Transppass Transp. de Passageiros 05 anos e 05 meses

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Tal situação revela-se preocupante, já que 45% das garagens da Concessão (9 entre 20; desconsideramos as que operam com frota pública) apresentam idade média da frota além da permitida. Dessa forma, duas consequências podem ser esperadas, caso não seja revertida essa tendência: a primeira de que os serviços prestados com veículos de maior idade tendem a apresentar maiores problemas com manutenção e desconforto. A segunda de que poderá haver em breve aumento da quantidade de veículos com idade superior à permitida.

8.3.5 - Cumprimento de Viagens

Constatou-se elevada ocorrência de descumprimentos de viagens, inclusive casos considerados crônicos. Somente a aplicação de multas não tem apresentado eficácia para melhorar a qualidade dos serviços de transporte coletivo de passageiros.

Foi realizada auditoria programada para avaliar o cumprimento de viagens pelos veículos do Sistema Municipal de Transporte Coletivo - TC 72.002.532.10-27. Os concessionários e permissionários dos serviços públicos de transporte coletivo devem atender, entre outras obrigações, às especificações quanto às frequências de partida de cada uma das linhas por eles operadas. Os exames resultaram nas seguintes constatações (principais):

a) Recursos humanos empregados na fiscalização

A verificação do cumprimento das partidas é feita pelos Agentes de Fiscalização da SPTrans, porém, quando feita em terminais, a mesma é em sua maioria realizada por empregados da empresa contratada SOCICAM. Verificou-se que nestes casos o empregado da SOCICAM observa as partidas, anotando seus horários e posteriormente preenche o formulário próprio de fiscalização, o qual é conferido e assinado pelo técnico da SPTrans (responsável pelo terminal). Este técnico, ainda que presente no terminal durante a fiscalização, acompanha a mesma indiretamente, já que tem todas as demais tarefas relacionadas à gestão do terminal para cumprir.

Em nossas visitas aos terminais não constatamos a presença direta dos técnicos da SPTrans acompanhando o preenchimento dos formulários de “Verificação de Frequência de Linha - VFL”. A intensa utilização no apoio à fiscalização de recursos humanos da empresa contratada para apoio na gestão de terminais (SOCICAM) indica a insuficiência de empregados da SPTrans destinados à fiscalização, além de evidenciar grave irregularidade.

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A fiscalização não pode ser exercida por empresas terceirizadas, mesmo que a pretexto de “apoio à fiscalização”, pois apresentam interesses diferenciados e não têm legitimidade para funções inerentes ao Poder Público:

Descumprimento do artigo 8º, inciso III, alínea b, da Lei Municipal nº 13.241/01 que prevê a fiscalização como atribuição do Poder Público.

Descumprimento do artigo 29, inciso II da Lei Municipal nº 13.241/01 que dispõe sobre a competência da SPTrans para executar a fiscalização da prestação dos serviços.

Essas irregularidades já foram apontadas pela Auditoria deste Tribunal nos Relatórios Anuais de Fiscalização da SPTrans e da PMSP, relativos ao exercício de 2006, TCs 72.001.182.07-86 e 72.000.674.07-45, respectivamente. b) Sistema Integrado de Monitoramento

Outra grave constatação é o fato de que decorridos 7 anos de funcionamento do Sistema Integrado de Monitoramento - SIM, a SPTrans ainda não efetivou a fiscalização eletrônica do cumprimento de viagens. O SIM armazena em seu banco de dados a localização de cada veículo da frota a cada 100 segundos.

A fiscalização eletrônica do cumprimento de viagem evitaria o dispêndio adicional com empregados terceirizados e liberaria o corpo de fiscais da SPTrans para realizar outros tipos de fiscalização. Esse tipo de fiscalização traz ainda o benefício de não só verificar a partida dos coletivos, mas também de verificar se os mesmos realizaram o itinerário correto.

c) Quantidade elevada de Descumprimento de Viagens

Em prejuízo à qualidade dos serviços prestados e aos usuários, testes de auditoria evidenciaram elevada quantidade de autuações pelo não cumprimento de partida, bem como reincidência crônica, indicando que a mera aplicação de multas nos moldes da Portaria 027/08 da SMT, tem sido ineficaz. Foram fiscalizadas aproximadamente 46,1% do total de linhas do Sistema, ou seja, 623 linhas do total de 1.352 linhas existentes. Das linhas fiscalizadas, 69,3% (432 linhas) apresentaram descumprimento de partida (código G48), já calculada a compensação automática (artigo 12 do Regulamento de Sanções e Multas - RESAM).

O trabalho de fiscalização do corpo técnico deste Tribunal foi realizado em 9 dias úteis e um final de semana. Acompanhou-se até o momento da geração de autos de infração para a imposição de multa apenas para os nove dias úteis da fiscalização.

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Portanto, todos os dados a seguir não incluem a fiscalização realizada no final de semana (dias 20 e 21 de novembro de 2010).

Após processamento dos Boletins de Irregularidade - BIs junto à área de multas da SPTrans, foram gerados 696 Autos de Infração. Muitas linhas foram enquadradas mais de uma vez por descumprimento de partidas, pois tiveram suas frequências verificadas por 2 ou 3 dias distintos.

A seguir, relaciona-se os casos graves, ou seja, aqueles que tiveram 10 ou mais descumprimentos:

Linha Desc. Linha Desc. Linha Desc.

119C-10 -10 3390-10 -15 6074-10 -10

1789-10 -15 3391-10 -11 6116-10 -20

2016-10 -23 3391-31 -12 6128-10 -12

2100-10 -26 3459-10 -12 637A-10 -25

2290-10 -17 352A-10 -11 6450-10 -23

2296-10 -10 3539-10 -13 6451-10 -15

233C-10 -11 3686-10 -18 6455-10 -10

2363-10 -13 3707-10 -15 648P-10 -10

2551-10 -10 373L-10 -14 675K-10 -17

2552-10 -13 3746-10 -12 6801-10 -15

2582-10 -12 3751-10 -24 6803-10 -12

2626-10 -17 3754-10 -12 6804-10 -18

2666-10 -14 3786-10 -24 6805-10 -11

2678-10 -10 3793-10 -20 6820-10 -13

2702-10 -11 3794-10 -24 6821-10 -11

273J-10 -29 4120-10 -12 6825-10 -10

3013-10 -16 4120-42 -12 6913-10 -16

3021-10 -18 4208-10 -12 6960-10 -10

3031-10 -28 4729-10 -20 702P-10 -10

3032-10 -11 475R-10 -13 702P-21 -13

3059-10 -10 5038-10 -10 702P-42 -28

3064-41 -12 5103-21 -12 737A-10 -10

3069-10 -14 5108-10 -11 8000-10 -11

3077-10 -12 5127-10 -11 8171-10 -16

309N-10 -19 5142-10 -13 8400-10 -18

309T-10 -11 5144-10 -16 8700-10 -11

3124-10 -12 5145-10 -10 875C-10 -10

3141-10 -10 5391-10 -15 9008-10 -33

3160-10 -12 6000-10 -10 9032-10 -25

3301-10 -12 6016-10 -22 938P-10 -14

9785-10 -13

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Assim, 91 das 623 linhas (14,6%) fiscalizadas enquadram-se nesta categoria de “casos mais graves”, representando 1.344 descumprimentos de partida, uma média de 14,8 descumprimentos por linha.

Para que não restasse dúvida sobre o problema posto, ainda foi selecionada uma amostra de 16 linhas (conforme quadro a seguir) das 91 e para essa amostra foi feita uma consulta no INFOTRANS (sistema de informações da SPTrans) de todos os Descumprimentos de Partidas - DPs realizados de abril a setembro de 2009, aproximadamente.

1789-10 2016-10 2100-10 2290-102702-10 273J-10 3077-10 3390-103751-10 3786-10 3793-10 3794-104120-42 5142-10 6000-10 702P-42

As 16 linhas da amostra

Verificou-se que em 100% da amostra os DPs apontam para um problema crônico, com altos números de descumprimentos.

O descumprimento das obrigações estatuídas na Lei Municipal nº 13.241/2001, no Decreto nº 42.736/2002, nos termos de concessão e de permissão do Serviço de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros e demais normas aplicáveis acarretará aos operadores as seguintes sanções (artigo 2º da Portaria 168/07):

Advertência escrita;

Multa Contratual;

Apreensão do veículo;

Afastamento do empregado;

Intervenção total ou parcial;

Rescisão do Contrato;

Declaração de caducidade da concessão.

Assim, para os casos de descumprimento crônico, deve ser avaliada pela Administração a aplicação do disposto nos artigos 2° (em especial, os incisos V, VI e VII) e 22° da Portaria SMT 168/07.

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8.3.6 - Corredores de Ônibus

Nas vistorias de atualização do estado de conservação e manutenção realizadas nos corredores Guarapiranga, Paes de Barros, Rio Bonito, Rebouças, Santo Amaro-Nove de Julho, Inajar-Rio Branco-Centro, Ibirapuera, Itapecerica-João Dias e Pirituba-Lapa-Centro, novamente foram constatadas deficiências.

De abril a junho de 2010 foi realizada nova fiscalização para verificação do estado de conservação e manutenção dos corredores de ônibus, no que tange ao estado do revestimento asfáltico e do pavimento rígido, da sinalização viária e dos abrigos nas paradas de ônibus, tendo em vista deficiências anteriormente relatadas no TC 72.001.832.06-49, com destaque para: a) Pavimento Foram constatados defeitos (deformações e ondulações) no pavimento flexível (asfalto) no corredor Guarapiranga (Av. M’ Boi Mirim); no corredor Paes de Barros (Av. Paes de Barros); no corredor Rio Bonito (Av. Roberto Kennedy); no corredor Rebouças (Av. Consolação e Av. Francisco Morato); no corredor Santo Amaro (Av. Santo Amaro e Av. Nove de Julho); no corredor Inajar (Av. Rio Branco, Ponte Freguesia do Ó, Rua Norma Pieruccini, Av. Marquês de São Vicente e Av. Inajar de Souza); no corredor Ibirapuera (Av. Ibirapuera e Vereador José Diniz); no corredor Itapecerica (Av. João Dias); no corredor Pirituba contorno 1 (pontual na Av. Edgar Facó) e no contorno 2 (na Av. Francisco Matarazzo). No pavimento rígido surgiram defeitos no corredor Guarapiranga (Av. M’ Boi Mirim); no corredor Rio Bonito (Av. Roberto Kennedy e Sen. Teotônio Vilela); no corredor Santo Amaro (Av. Santo Amaro e Av. Nove de Julho); no corredor Inajar (Rua Norma Pieruccini); no corredor Ibirapuera (Av. Vereador José Diniz); no corredor Itapecerica (defeitos graves na Estrada de Itapecerica); no corredor Pirituba contorno 1 (Av. Edgar Facó) e no contorno 2 (Av. Francisco Matarazzo).

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b) Sinalização Viária Constatou-se que a sinalização viária apresenta deficiências no corredor Inajar (Rua Norma Pieruccini, Av. Ordem e Progresso, Av. Marques de São Vicente e Ponte da Freguesia do Ó); no corredor Itapecerica (na Estrada de Itapecerica, e em trechos onde houve reparos no pavimento do corredor Guarapiranga, próximo à Parada Ptolomeu) e no corredor Rebouças (em diversos trechos). Portanto, permanecem deficiências na pintura da faixa segregada dos corredores citados, observando-se que a CET, responsável pela correção desse problema, não vem atendendo às necessidades da demanda. c) Abrigos Foi proposta recomendação à SPTrans para correção das impropriedades pontuais verificadas no que tange, dentre outras, à identificação, pintura, colocação de lixeira, colocação dos adesivos dos painéis de informações nos abrigos e da iluminação das paradas sob o Elevado Costa e Silva. d) Painéis de Mensagem Variável - PMVs Foram encontrados 20 painéis inoperantes dentre os 140 instalados. Com exceção de 4 paradas do corredor Pirituba, todos os painéis instalados estão configurados para exibir mensagem de previsão de chegada dos ônibus. Não há painéis instalados nos corredores Paes de Barros, Inajar e Ibirapuera; há instalação parcial nos corredores Guarapiranga, Rio Bonito e Rebouças. A SPTrans informou que há previsão de expansão do sistema para o corredor Inajar, em 2011. e) Parada de ônibus nos dois lados da mesma via Foi constatada a permanência da situação anteriormente registrada pela Auditoria, da existência de paradas de ônibus nos dois lados da mesma via nos corredores Guarapiranga (Avenida Guarapiranga e Estrada M’ Boi Mirim); Rio Bonito (Avenida Senador Teotônio Vilela); Inajar (Avenida Marquês de São Vicente e Av. Inajar de Souza sentido centro); Itapecerica (Estrada de Itapecerica); Pirituba (Av. Ermano Marquetti; Avenida Edgar Facó e Rua Manoel Barbosa). Portanto, a solução para a ocorrência de paradas de ônibus nos dois lados da mesma via nos corredores ainda não foi totalmente implementada.

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8.3.7 - Sistema de Guiagem Magnética

Em relação ao Sistema de Guiagem Magnética (Corredor Expresso Tiradentes), constataram-se graves consequências derivadas da execução do contrato nº 87/2003, firmado entre SPTrans e a Fundação Valeparaibana de Ensino, pois não se vislumbra aplicação efetiva deste Sistema.

O contrato nº 87/2003, firmado pela SPTrans com a Fundação Valeparaibana de Ensino, para desenvolvimento, projeto, integração, implantação e certificação de tecnologia do Sistema de Guiagem Magnética, do Sistema Inteligente de Gestão de Terminais e Paradas e do Sistema de Monitoramento Automático da Frota de 15 (quinze) Veículos, em Trecho de Via do Sistema V.L.P. - Veículo Leve Sobre Pneus, foi analisado no TC 72.005.527.03-74 e considerado irregular pela Auditoria, em função principalmente da falta de justificativa de preço e pelo fato de que a subcontratação dos serviços fere os princípios da isonomia, da legalidade, da moralidade, da impessoalidade e da proposta mais vantajosa para a Administração Pública.

Não se justifica que da contratação em análise constem, além do Sistema de Guiagem Magnética, outros objetos que deveriam ter sido contratados por meio de certames licitatórios distintos, quais sejam: 1) Sistema Inteligente de Gestão de Terminais e Paradas e 2) Sistema de Monitoramento da Frota.

Constataram-se graves indefinições na execução do contrato, com ocorrências de alterações no cronograma físico-financeiro sem a transparência necessária dos preços praticados, de forma que a junção desses objetos mostrou-se injustificável, inadequada e irregular. Com relação ao Sistema de Guiagem Magnética, foi objeto de Inspeção – TC 72.001.658.08-05, tendo sido constatadas graves consequências derivadas da execução contratual, pois não se vislumbra aplicação efetiva para este Sistema em curto prazo, face à situação em que se encontra o atual estágio de desenvolvimento, certificação, validação e aplicação da Tecnologia no âmbito do Município.

Cabe ressaltar que o contrato nº 87/2003, à época da Inspeção, encontrava-se suspenso. Causa estranheza que a SPTrans, para tal ato, estivesse requerendo do contratado esclarecimentos pormenorizados sobre os efetivos resultados práticos alcançados até aquele momento, indicando graves falhas no acompanhamento e fiscalização do contrato.

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Essa situação foi reconhecida pela administração da SPTrans que se manifestou no sentido de que “Há dúvidas quanto aos resultados práticos do contrato”. A distância entre a plataforma e o ônibus que restou verificada (19 cm), durante o teste que pudemos presenciar, estava aquém do que se pretende com o projeto de Guiagem Magnética. Também não restou esclarecida, pela administração da SPTrans, a forma pela qual os produtos gerados pelo contrato serão certificados e a propriedade registrada em nome da Empresa.

Após mais de 12 (doze) anos de estudos, 7 (sete) anos de existência do contrato nº 87/2003 e de vultosos valores dispendidos, quase nada de efetivo se chegou.

Diante de uma contratação irregular, sem transparência quantos aos preços praticados, ainda restou a impossibilidade de se apurar o custo individual de cada Sistema, em função da forma de contratação, ao englobar 3 (três) Sistemas que deveriam ser objeto de licitações distintas. Trata-se de um “cheque em branco” ao contratado, verificando-se amplas revisões de projetos, sem apresentação de justificativas suficientes para o atesto de sua regularidade.

Nesse contexto, aliado à falta de planejamento adequado, anota-se também o atraso quanto ao cumprimento do cronograma físico-financeiro, além da clara ilegalidade cometida pela SPTrans ao adiantar recursos financeiros para a execução do contrato. Ressalte-se, em face de todo o exposto, principalmente pela falta de transparência quanto aos preços praticados no contrato nº 87/2003 e pela subcontratação parcial efetivada, que não há como atestar que a Fundação Valeparaibana de Ensino não esteja visando fins lucrativos.

Em face das graves irregularidades, a Auditoria deste Tribunal encaminhou requisição visando obter informações atuais acerca da situação do Sistema de Guiagem Magnética, conforme segue:

1) O contrato continua suspenso? Se positivo, relatar sucintamente o motivo.

2) Foram assinados novos aditivos a partir de 2008? Se positivo, disponibilizar cópia.

3) Qual o prazo previsto para a entrega final do Sistema de Guiagem Magnética?

4) Haverá aplicação efetiva do Sistema de Guiagem Magnética?

5) Há requerimentos administrativos por parte da contratada? Se positivo, esclarecer

quais.

6) Há ações judiciais impetradas em face do contrato (contratante ou contratada)?

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7) Quais as medidas adotadas pela SPTrans para que o contrato seja executado da forma como pactuado entre as partes?

8) Existem prejuízos já apurados decorrentes da demora na entrega dos bens/serviços

ou por outros motivos? A SPTrans não apresentou manifestação. Reiteramos que devem ser apurados os eventuais prejuízos e respectivos responsáveis, tendo em vista que não se vislumbra a efetivação da implantação do Sistema de Guiagem Magnética no Corredor Expresso Tiradentes, o qual já consumiu relevantes recursos públicos desde 2003. Portanto, diante das graves irregularidades constatadas pela Auditoria deste Tribunal, faz-se necessária urgente tomada de providências por parte da Administração da SMT, em conjunto com a SPTrans, informando a esta Corte de Contas quanto aos resultados de suas constatações e medidas adotadas.

8.3.8 - Operação em linha fora da respectiva área de permissão

A Administração deve tomar providências urgentes para regularizar a execução dos termos de permissão nºs 694/03 (área 3) e 695/03 (área 4), de forma que as linhas sejam operadas por permissionários que efetivamente participaram da licitação, nas suas respectivas áreas de permissão.

Foi realizada inspeção junto à SMT/PMSP, com suporte de informações prestadas pela SPTrans, visando examinar quais os procedimentos adotados pela Administração em relação ao veículo micro-ônibus do subsistema local (permissão) - prefixo nº 35.901, o qual foi apreendido pela Polícia Militar por transportar armas, conforme noticiado na imprensa (em 31.12.2009 e 01.01.2010) - TC 72.000.247.10-90. A Administração informou que não estabelece na Ordem de Serviço Operacional - OSO o prefixo do veículo que deverá atender determinada linha, indicando somente a quantidade de veículos, ou seja, não há vinculação do prefixo à linha. Também relatou que o veículo prefixo nº 35.901 operava na área 4, confirmando o que constava da reportagem, a qual citava a linha 3046/10 (Vila Guarani – Tatuapé) e que o referido veículo no período de julho a dezembro de 2009 operou na linha “PAESE METRÔ” - Plano de Apoio às Empresas em Situações Emergenciais (área 4).

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Verificamos que por ocasião da emissão do “Auto de Interdição de Atividade de Veículo do Sistema”, em 08.01.10, constou anotado a linha 3046/10, embora isso não signifique que o mesmo estivesse operando nessa linha na data da ocorrência policial (30.12.2009), mesmo porque, conforme a reportagem veiculada, o veículo não transportava passageiros quando foi parado. Tendo em vista que restaram diversos aspectos pendentes de esclarecimento por parte da Administração, foi encaminhado o Ofício SSG nº 10486/2010 à SPTrans e o Ofício SSG nº 10487/2010 à SMT.

A seguir reproduzimos alguns itens formulados pela Auditoria, com as justificativas e esclarecimentos apresentados, seguidos de nossa manifestação.

a) Considerações da Administração:

a.1) Qual cooperativa recebeu os pagamentos por conta da operação do veículo

prefixo nº 35.901?

Informou que os pagamentos de remuneração são efetuados à Associação Paulistana.

a.2) O valor de remuneração paga é relativo a qual área?

Informou que a remuneração é calculada com base na tarifa por passageiro da área 4, local onde efetivamente ocorre a operação.

a.3) Existe documentação com aprovação/consentimento da Transcooper,

detentora do termo de permissão na área 4, para operação em sua área por outra entidade? Em caso positivo, identificar qual a cláusula dos termos de permissão que permite tal procedimento.

A Diretoria de Gestão do Sistema Contratado da SPTrans – DR informou que “não consta no processo tal documentação”.

a.4) Qual o motivo da Administração Pública permitir a operação em desacordo

com o que efetivamente consta dos termos de permissão, quanto aos operadores?

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A Diretoria de Gestão do Sistema Contratado da SPTrans – DR informou que foi criado em 2004 - em caráter inicial, o PAESE, para suprir as contingências decorrentes da rescisão do contrato com a concessionária SPBus vencedora da licitação na Área 4; ressaltou a contratação da empresa Himalaia Transportes Ltda. em caráter emergencial, bem como adequação de linhas e a inclusão da frota da Associação Paulistana na operação da Transcooper.

a.5) Diante da execução dos serviços em desconformidade com o que consta

contratado, não está sujeita a Administração Pública a demandas judiciais, tendo em vista que são diversos os envolvidos: consórcio, cooperativas, titulares de licença, proprietários de veículos etc.?

Informou que relativamente ao objeto da presente inspeção não há demandas judiciais.

a.6) A operação de veículo da área 3 em outra área não prejudica o atendimento

da área original onde consta cadastrado o veículo?

A Diretoria de Planejamento de Transportes e Gestão Corporativa – DT, informou que embora essa frota utilize os prefixos da área 3, a mesma compõe a frota operacional da área 4, sem prejuízo na operação da área 3, visto que os mesmos não estão vinculados à frota dessa área.

b) Manifestação da Auditoria Verifica-se, pelas próprias informações prestadas pela Administração, a irregular execução dos Termos de Permissão nºs 694/03 e 695/03. A situação descrita pela SMT e SPTrans não encontra respaldo legal, pois veículo pertencente à Cooperativa Aliança Paulistana, permissionária da Área 3, operando na Área 4 em razão de Ordem de Serviço, sob responsabilidade da Transcooper, não é o que consta efetivamente contratado. Ainda assim merece destacar os seguintes aspectos:

b.1) A Administração informou que o veículo de prefixo nº 35.901 pertence à Cooperativa Aliança Paulistana, Permissionária da Área 3, que opera na Área 4 em face da Ordem de Serviço Operacional - OSO nº 004/001, sendo a permissionária Cooperativa Transcooper responsável pelo veículo perante à SPTrans. A Transcooper contesta essa informação, conforme consta da própria reportagem veiculada.

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Grave é o fato de a própria Administração admitir que não há documentação com aprovação/consentimento da Transcooper, detentora do termo de permissão na área 4, para operação em sua área por outra entidade. As Ordens de Serviços Operacionais devem estar em consonância com as diretrizes do processo licitatório, do contrato e termos aditivos.

b.2) A Administração argumenta que foi criado em 2004 - em caráter inicial, o

Plano de Apoio às Empresas em Situações Emergenciais - PAESE, para suprir as contingências decorrentes da rescisão do contrato com a concessionária SPBus vencedora da licitação na Área 4, ressaltando a contratação da empresa Himalaia Transportes Ltda. em caráter emergencial, bem como, adequação de linhas e a inclusão da frota da Associação Paulistana na operação da Transcooper.

Ora, estamos falando de fatos ocorridos nos exercícios de 2009 e início de 2010, não restando assim razão na argumentação apresentada. A partir de dezembro de 2004 a SMT celebrou sucessivos contratos emergenciais com a Himalaia Transportes Ltda. Posteriormente, em dezembro de 2007, foi firmado o Contrato SMT.GAB 037/07 de Concessão de Serviço de Transporte Coletivo Público do Subsistema Estrutural da Área 4, com o Consórcio Leste 4. Portanto, não há motivo para que a Administração permita a operação em desacordo com o que efetivamente consta nos termos de permissão.

b.3) As graves irregularidades relacionadas aos permissionários que efetivamente

operam no Sistema Municipal de Transporte Coletivo nas áreas 3 e 4 da Permissão já foram objeto de apontamentos nos TCs nºs 72.002.997.07-55 e 72.002.998.07-18, respectivamente.

b.4) Outra grave irregularidade: no veículo não havia sido instalado o “Automatic

Vehicle Location” - AVL, de forma que não há transmissão de informações ao SIM - Sistema Integrado de Monitoramento.

Diante de todo o exposto, verifica-se que a situação fática não oferece segurança jurídica ao Sistema Municipal de Transporte Coletivo.

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c) Penalidades aplicadas pela SMT/SPTrans

O veículo teve a catraca lacrada, de modo a impedir que seja utilizado em operação. Foi emitido Auto de Interdição de Atividade de Veículo do Sistema.

No cadastro de frota foram efetivados os “bloqueios” do veículo, do titular da

licença, do proprietário, bem como do motorista e do cobrador, em 22.01.2010.

d) Substituição do veículo

A SPTrans informou que o veículo estava apreendido no DEIC (Polícia Civil) e que a operação na área é de responsabilidade da Cooperativa, que se encarrega de colocar veículos para atender aos usuários.

8.3.9 - METRÔ - Recursos Aplicados

No exercício de 2010, a PMSP aplicou R$ 650,0 milhões para aumento de sua participação no capital social do METRÔ.

Foi celebrado, em 08.07.2008, “Protocolo de Intenções”, por um lado, o Estado de São Paulo, a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos - STM, a Companhia do Metropolitano de São Paulo - METRÔ e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM e, de outro, Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Transportes – SMT e São Paulo Transporte S.A. – SPTrans, para estabelecer as diretrizes para a implementação de ações conjuntas voltadas à ampliação e fortalecimento dos serviços de transporte coletivo, bem como, para a criação de uma estrutura de gestão associada dos serviços de bilhetagem eletrônica dos serviços de transporte coletivo na região metropolitana de São Paulo e demais regiões de atuação estadual. O referido instrumento prevê investimentos do Município no METRÔ e ainda contempla a hipótese de transferir à iniciativa privada, em procedimento dirigido pelo Estado, a gestão dos serviços de bilhetagem eletrônica, incluindo bens e direitos do Sistema de Bilhetagem Eletrônica - SBE que atualmente se encontram no âmbito da SPTrans.

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No exercício de 2008 foram empenhados R$ 275 milhões que resultaram no aumento da participação do Município de São Paulo no capital social do METRÔ, em face de dois convênios (Linha Lilás - R$ 200 milhões e Linha Laranja - R$ 75 milhões), os quais foram analisados e considerados irregulares devido, dentre outros, à falta de Plano de Trabalho e ausência de justificativa para a realização dos ajustes. Em 2009 foram investidos R$ 50 milhões para implantação do prolongamento da Linha 2 - Verde - Expresso Tiradentes, a título de aumento de capital da Companhia do Metropolitano de São Paulo - METRÔ. Em 2010 os aportes para aumento de capital foram de R$ 650,0 milhões, incluindo recursos relacionados a linha 2 - Verde.

8.3.10 - Indicadores Qualitativos - ANTP

A Pesquisa de Imagem dos Transportes na Região Metropolitana de São Paulo realizada em 2010 revela resultados melhores em relação aos modos Ônibus - Capital e Micro-ônibus - Capital com relação a anos anteriores. Por outro lado, ressaltamos a pior avaliação recebida pelo meio Ônibus Corredores da Capital em relação ao ano de 2009, sendo atualmente o pior avaliado na pesquisa. O meio Micro-ônibus da Capital é o que apresentou a pior avaliação de preço com relação ao serviço apresentado, muito abaixo inclusive dos outros meios da Capital, cujos os preços são iguais.

Entre agosto e novembro de 2010, foram levantados os dados da mais recente Pesquisa de Imagem dos Transportes na Região Metropolitana de São Paulo, sendo os estudos conduzidos pelo Instituto de Pesquisas Toledo & Associados. Esta pesquisa, coordenada pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), foi realizada em duas etapas: uma fase qualitativa, com grupos de estudos, com objetivo de tirar percepções sobre a evolução dos diversos meios de transporte coletivo; em seguida foi realizada propriamente a pesquisa quantitativa, a qual serão apresentados adiante alguns dos resultados obtidos.

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Foram selecionadas dois tipos de amostras: − Domiciliar: onde foram realizadas 1.306 entrevistas na Capital e 1.034 nos

demais municípios da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo), devendo o entrevistado ter como requisito para responder a pesquisa idade acima dos 16 anos.

− Intencional por cotas, apenas nos modos CPTM (563 entrevistas), Corredor São Mateus/Jabaquara - EMTU (100 entrevistas) e Ônibus dos Corredores da Capital (360 entrevistas). Estas entrevistas foram realizadas com usuários frequentes desses meios, segundo cotas de classe, sexo, idade, local e linhas de embarque.

I - Nível de Satisfação dos Usuários - Avaliação dos Modos

Modo de Transporte % de usuários que acham excelente / bom

2007 2008 2009 2010 METRÔ 85 82 82 84 Trem CPTM 51 48 50 54 Ônibus Municipais - Capital 42 40 50 59 Ônibus Corredores - Capital 67 53 58 53 Ônibus Metropolitano 53 41 55 59 Ônibus S. Mateus / Jabaquara 66 79 72 70 Expresso Tiradentes ND ND 76 74 Ônibus Municipal de outra Cidade ND ND 51 55 Micro-ônibus da Capital 43 40 51 58

Fonte: Pesquisa de Imagem dos Transportes na RMSP/ANTP - 2007/2008/2009/2010. ND= Não dispomos.

A avaliação de satisfação dos usuários dos modos de transporte é realizada levando-se em conta se o meio de transporte é excelente, bom, ruim ou péssimo.

Como se pode depreender do quadro evidenciado o ano de 2010 apresentou, com base na pesquisa realizada, resultados melhores em vários dos modos de transporte avaliados com relação a anos anteriores.

Dessa forma, destacamos a melhor avaliação dos modos do Município de São Paulo: Ônibus Municipais - Capital e Micro-ônibus da Capital. Ambos apresentaram evolução ao longo dos últimos três anos, obtendo o melhor resultado em 2010: 59% e 58%, respectivamente, de avaliações excelente ou bom.

Ressaltamos também que esses dois meios deixaram de ser os piores avaliados, como vinha ocorrendo até o ano anterior (2009).

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Contudo, e conforme a pesquisa, deve-se ressaltar que a avaliação por Área revela que, tanto no caso dos Ônibus Municipais da Capital como no caso dos Micro-ônibus da Capital, os resultados se apresentam bastante díspares.

Assim, em 2010, as piores avaliações, tanto no caso dos ônibus como no caso dos micro-ônibus da Capital, ficaram com a Área 6 (Sul), ou seja, 43% e 39%, respectivamente, de avaliações excelente ou bom. Por outro lado, no que se refere as melhores avaliações, no caso dos ônibus ficou com a Área 3 (68%), e no caso dos micro-ônibus ficou com a área 8 (79%).

Por outro lado, acusamos que não foi realizada, nos dois modos citados (Ônibus e Micro-ônibus da Capital), pesquisa com os usuários mais frequentes desses, cuja realização poderia ter fornecido resultados diferentes.

Afirmamos isso, porque entre os três meios que tiveram avaliações piores em relação ao ano anterior, dois tiveram levantamentos com usuários mais frequentes (Ônibus Corredores da Capital e Corredor São Mateus-Jabaquara). É sabido que os usuários mais frequentes tendem a ser mais críticos, já que pelo fato de utilizarem o meio cotidianamente, têm maior contato com as condições próprias de cada um.

Também a avaliação feita com usuários que frequentam os horários de pico de cada meio tende a ser distinta daqueles que utilizam os meios em horários alternativos.

Desse modo, ressaltamos a pior avaliação recebida pelo meio Ônibus Corredores da Capital em relação ao ano de 2009 (53% de excelente ou bom contra 58% do ano anterior). Na verdade, esse meio, que contou com avaliações mais razoáveis em anos anteriores, é hoje o pior avaliado, conforme a pesquisa.

Considerando que a implantação de corredores tem contribuído, nos últimos anos, para a redução do tempo de viagem do usuário e que em 2010, não ocorreu a implantação de novos corredores, este fato pode ter contribuído para o resultado negativo da avaliação. Faz-se necessário saber também se algumas obras que estão sendo realizadas por meio da SPTrans podem surtir efeitos em uma melhor avaliação futura do meio (como ex: obras que permitem maior fluidez dos corredores, com redução do tempo de espera nas paradas).

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O meio municipal Expresso Tiradentes também sofreu uma flutuação negativa em 2010 (74% de avaliação excelente ou bom contra 76% de 2009), mas ainda conta com um nível de avaliação melhor do que os outros meios municipais (fica hoje atrás apenas do meio METRÔ).

II - Avaliação do Preço em Relação à Qualidade do Serviço

Foram entrevistados os clientes de cada meio para saber qual a opinião desses com relação à qualidade oferecida em contrapartida ao custo de cada um. O resultado se encontra no quadro a seguir.

Preço ótimo/bom em relação ao serviço (% sobre os cliente de cada meio)

% dos clientes entrevistados 2009

% dos clientes entrevistados 2010

Ônibus Municipal da Capital 39 39 Ônibus nos Corredores da Capital 36 42 Micro-ônibus na Capital 41 31 Ônibus Metropolitano 45 41 Expresso Tiradentes 56 57 Corredor S. Mateus / Jabaquara 46 47 Ônibus Mun. Outra Cidade 33 35 CPTM 42 47 METRÔ 65 66

Fonte: Pesquisa de Imagem dos Transportes na RMSP/ANTP - 2009/2010.

Entre os meios avaliados, no biênio analisado, aqueles que receberam as melhores avaliações, quanto a relação qualidade X preço pago pela passagem, foram o METRÔ e o Expresso Tiradentes (Meio Municipal), com avaliações de 66% e 57%, respectivamente, em 2010, ambos com um ponto percentual acima do ano de 2009.

Com relação ao Expresso Tiradentes, deve-se considerar que os usuários que vêm dos ônibus do ABC e ingressam no Terminal Sacomã não pagam nova tarifa na integração com os ônibus do Expresso, o que causa impacto positivo na sua avaliação. Por outro lado, o meio Micro-ônibus da Capital é o que apresentou a pior avaliação de preço com relação ao serviço apresentado, muito abaixo inclusive dos outros meios da Capital, cujos os preços são iguais. Tal aspecto revela que os operadores desse meio devem procurar melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à população, tais como diminuição de lotação, melhor tratamento dispensado aos usuários etc.

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Quanto aos outros dois meios municipais avaliados, não se pode considerar que se encontram em uma situação boa quanto à relação qualidade apresentada x preço da passagem. Isto porque, no caso dos Ônibus Municipais da Capital, apenas 39% consideram essa relação como sendo pelo menos boa. No caso dos Ônibus dos Corredores da Capital a avaliação fica um pouco acima (41%). Ou seja, mais da metade dos usuários dos dois meios não consideram a relação qualidade X preço boa.

Nesses casos, é possível uma avaliação de que não só a qualidade deve ser melhorada, segundo o ponto de vista dos entrevistados, como também o preço pode ser considerado elevado. No início de 2010, as passagens elevaram-se mais de 17%, após dois anos sem reajustes. Ressalta-se ainda que o momento do levantamento não captou a nova elevação de preços ocorrida em janeiro deste ano (2011) de mais de 11%.

Deve-se considerar ainda que a elevação dos preços dos ônibus no Município de São Paulo, nos últimos anos, tem ocorrido acima dos índices de custo de vida da Cidade (de janeiro/03 a janeiro/11, a tarifa subiu 76,5%, contra um evolução de 52,74% do índice IPC-FIPE).

8.3.11 - Fiscalização Exercida pelo Poder Público

Tendo por base as constatações consignadas nos subitens 8.3.1-b, 8.3.1-c, 8.3.5 e 8.3.8, evidencia-se que o Poder Público não fiscaliza adequadamente a execução dos contratos de concessão e termos de permissão, expondo o Sistema Municipal de Transporte Coletivo a riscos de transtornos operacionais e prejuízos financeiros, lembrando-se que os contratos congregam valores muito significativos, além da essencialidade dos serviços que devem ser prestados aos munícipes desta Cidade. Ainda que o regime de concessão/permissão seja diferente dos contratos de prestação de serviços, não se pode afastar a hipótese de demandas judiciais contra a Administração Pública por conta de descumprimentos relacionados às obrigações trabalhista e previdenciária dos operadores do Sistema. Descumpre-se, portanto, os seguintes dispositivos legais:

• artigo 3º c/c artigo 30, Lei Federal nº 8.987/95;

• artigo 8º, inciso III, alínea b, Lei Municipal nº 13.241/01.

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8.3.12 - Gerenciamento da Frota de Veículos da PMSP

Os procedimentos adotados pelo Departamento de Transportes Internos para gerenciamento da frota de veículos dos órgãos da PMSP mostram-se precários.

As principais fragilidades constatadas pela Auditoria deste Tribunal são:

a) Necessidade de reestruturação administrativa e operacional do DTI para viabilizar o cumprimento das diversas funções que lhe cabem.

b) Falta de sistema eficiente que possibilite o efetivo gerenciamento da frota municipal, quanto ao controle dos veículos, da manutenção e do consumo de combustível. O DTI informou que há necessidade de um sistema informatizado de gerenciamento e controle da frota, que será disponibilizado a todas as unidades detentoras de frota (própria e locada), situação prevista no P.A. 2008-0-091.888-2. No mesmo sentido se manifestou quanto à necessidade de emissão de demonstrativo mensal de consumo de combustíveis, resumo da situação da frota por Secretarias e Subprefeituras e quanto ao Relatório Mensal de Acidente de Trânsito.

c) O controle da frota municipal engloba somente os veículos oficiais da PMSP. Os veículos locados pelas Secretarias e Subprefeituras ainda não são totalmente gerenciados pelo DTI, ou seja, não há controle efetivo sobre o total da frota municipal. O DTI informou que, para que se torne possível o controle de toda a frota municipal, encaminhou expedientes cobrando providências das unidades que possuem veículos locados.

Informou, também, que em relação aos procedimentos de normatização, rotinas e atividades nas diversas funções, providenciou proposta de adequação e atualização do Decreto Municipal nº 42.819/2003 (baixa de veículos) - P.A. 2009-0.234.141-0 (em andamento).

Quanto à elaboração de normas e procedimentos para a emissão de Laudos de Conformidade dos veículos locados pela PMSP, providenciou Manual de Vistoria Técnica e anexos tais como: Laudo de Conformidade, Relatório de Vistoria Veicular (veículos e máquinas terceirizados), normativos que não foram objeto de análise pela Auditoria deste Tribunal nesta oportunidade. Portanto, os controles internos existentes para gerenciamento da frota de veículos da PMSP (próprios e locados) não propiciam garantia de que os objetivos e metas sejam atingidos de maneira eficaz, eficiente e com a necessária economicidade.

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8.3.13 - Demonstrativos Extracontábeis do Sistema de Transporte

A SMT deve apresentar à SPTrans as diretrizes, critérios e procedimentos que devem ser adotados para elaboração dos demonstrativos extracontábeis relacionados ao Sistema de Transporte e à gestão dos recursos arrecadados com aplicação de multas e descontos contratuais aos operadores.

A SPTrans elabora 3 (três) balancetes:

• Para refletir a situação patrimonial, financeira e o resultado das operações da

São Paulo Transporte S.A. - SPTrans, denominado CORPORAÇÃO 01 (CORP 01).

• Para refletir a situação patrimonial, financeira e o resultado das operações

do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros - STCUP, nomenclatura utilizada pela SPTrans para o Sistema Municipal de Transporte Coletivo - SMTC, denominado CORPORAÇÃO 02 (CORP 02).

• Relativo à movimentação dos recursos advindos da arrecadação com multas

e descontos contratuais aplicados aos operadores do Sistema, denominado de Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros - STCPP - CORPORAÇÃO 03 (CORP 03).

Os demonstrativos das Corporações 02 e 03, que têm caráter extracontábil, continuam sendo utilizados estritamente para controle interno da Contabilidade da SPTrans, não geram Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício, e não são submetidos à aprovação da Diretoria da SPTrans e/ou da Secretaria Municipal de Transportes, motivo para a Auditoria deste Tribunal não emitir opinião sobre a regularidade desses demonstrativos. Não obstante, tendo em vista que o Executivo Municipal, através da Secretaria Municipal de Transportes, também deve estar interessado em adotar os demonstrativos que melhor espelhem a situação financeira e patrimonial do Sistema, merece destacar os seguintes aspectos:

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a) No balancete da SPTrans (CORP 01) de 31.12.2009 existem as seguintes contas de passivo relativas às Corporações 02 e 03:

Conta Nome Valor em R$ Referente

21.52.01 Sistema Municipal de Transporte Coletivo 62.099.404,83 Corporação 02

21.53.01 STCUP Sistema de Transporte 4.439.086,68 Corporação 02

21.53.02 STCPP Multas e Descontos 2.156.948,33 Corporação 03

A conta “Sistema Municipal de Transporte Coletivo”, mantida no Balanço da SPTrans, registra transitoriamente os valores pertencentes ao Sistema, contabilizados em regime de caixa. As principais transações financeiras registradas na conta são: entrada de recursos provenientes da arrecadação tarifária e de multas, pagamento de remunerações aos concessionários e permissionários, transferências de recursos derivados de multas e descontos contratuais, recebimento de subsídios da PMSP, despesas de taxas de gerenciamento, etc. Por ser conta que registra a movimentação financeira do “Sistema”, as evidências de sua posição patrimonial e de seus resultados econômicos dar-se-ão com base nos demonstrativos extracontábeis, conhecidos como CORP 02. O saldo de R$ 62.099.404,83 (conta 21.52.01 – passivo da SPTrans) não possui contrapartida em contas correntes bancárias, ou seja, não tem lastro financeiro. Há compatibilidade desse saldo com o balancete da CORP 02, na conta de ativo “Contas a Receber – Diversas”.

b) Existem diversas pendências contábeis e/ou financeiras antigas relacionadas

aos demonstrativos extracontábeis da CORP 02 (Sistema) e CORP 03 (Multas e Descontos Contratuais). A SMT deve orientar a SPTrans, indicando diretrizes, critérios e procedimentos que devem ser adotados para elaboração dos demonstrativos, bem como quanto ao tratamento das citadas pendências.

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8.3.14 - Serviços de Engenharia de Tráfego

Correspondem aos serviços prestados pela CET visando ao planejamento do trânsito, sinalização viária, operação do sistema viário, educação e treinamento de trânsito e segurança do tráfego. a) Fluidez do Trânsito

Comparando-se 2010 a 2007 evidencia-se diminuição da Lentidão Média. No entanto, não se verificou melhoria na velocidade média do sistema viário no pico da tarde.

Para se administrar a fluidez do trânsito pode-se atuar tanto pelo lado da oferta como pelo lado da demanda. Atuando pela oferta, pode-se otimizar a capacidade por meio de novas vias, alargamento das vias existentes e a otimização de sinalização e tempos semafóricos. De outro lado, pode-se propor políticas de controle e redistribuição da demanda.

A Operação Horário de Pico (Rodízio) atua na redistribuição da demanda retirando aproximadamente 20% do volume de tráfego dos horários de pico, transferindo-o para os demais horários. O Rodízio em operação proíbe a circulação dos veículos durante os horários entre 7 e 10 horas e entre 17 a 20 horas, estabelecendo regras de redistribuição de demanda.

Iniciou-se a Operação Horário de Pico em agosto de 1996. Quatorze anos depois é de se esperar uma situação pior, mesmo considerando os aumentos de capacidade proporcionados pelas obras no sistema viário.

Dadas as seguidas quebras de recorde na extensão da lentidão, fez-se necessário considerar novas alternativas àquelas já avaliadas para controle de demanda.

Dessa forma, foram adotadas medidas de restrição aos caminhões (Zona de Máxima Restrição de Circulação - ZMRC), através do Decreto Municipal nº 49.487/08 e alterações, e ônibus fretados (Zona de Máxima Restrição de Fretamento - ZMRF), através da Lei Municipal nº 14.971/09. a.1) Ações desenvolvidas para melhoria do trânsito

De acordo com informações da CET, no ano de 2010 destacam-se as seguintes ações:

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⇒ Inaugurada a nova pista da Marginal Tietê.

⇒ Restrição de caminhões na Marginal Pinheiros, entre as pontes Jaguaré e Morumbi, e nas avenidas Bandeirantes e Roberto Marinho.

⇒ Restrição de caminhões na região do Morumbi.

⇒ Inauguração do prolongamento da Av. Jacu Pêssego.

⇒ Renovação da frota da CET: aquisição de 631 veículos, recebimento de doação de 7 motocicletas e substituição de 351 veículos.

⇒ Inaugurados dois trechos de faixas reversíveis para ônibus no corredor M’Boi Mirim / Guarapiranga.

⇒ Reengenharia do tráfego na região de Moema, onde foram eliminadas 3.850 vagas de estacionamento.

⇒ Restrição da circulação de Motos na faixa expressa da Marginal Tietê.

⇒ Complementação do programa de fiscalização automática de trânsito, atingindo 574 equipamentos instalados.

⇒ Novo limite de velocidade para caminhões e veículos pesados nas Marginais Tietê e Pinheiros, passando de 90 para 70 Km/h.

a.2) Lentidão do Trânsito

O indicador Lentidão de Trânsito é apresentado em duas unidades de medida: extensão em Km de vias que apresentam lentidão e também em percentual, calculado em função da relação entre a extensão de Km de vias efetivamente com lentidão e o total de quilômetros de vias monitoradas em toda a cidade (868 Km a partir de abril de 2010).

Evolução - Média das Lentidões Máximas Registradas em Km (dias úteis)

Média Diária 2007 2008 2009 2010 Pico da Manhã 89 91 84 83

Pico da Tarde 129 140 131 115

Após os aumentos dos indicadores em 2008, verificou-se melhoria em 2010, principalmente quanto ao pico da tarde.

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Evolução - Média das Lentidões Máximas Registradas em percentual (dias úteis)

Média 2007 2008 2009 2010 Pico da Manhã 13% 11% 10% 10%

Pico da Tarde 19% 17% 16% 13%

Comparando-se 2010 a 2007, verifica-se melhoria dos indicadores, com destaque para a diminuição em relação ao pico da tarde.

Verifica-se que as políticas de restrição adotadas podem ter contribuído para reverter a tendência de alta do índice de lentidão no período mais crítico, correspondente ao pico da tarde, em 2008.

A esse respeito, a CET se manifestou informando que medições periódicas de lentidão mostram uma tendência de redução do indicador desde que novas regras de trânsito para caminhões e ônibus fretados foram implementadas, não sendo possível mensurar quanto essas medidas contribuíram isoladamente para a melhoria da fluidez, contudo, a ausência destas certamente reduziria esse ganho.

a.3) Velocidade do Sistema Viário

Esse indicador é obtido através de pesquisa de tempo de percurso de veículos de passeio em dias úteis. Os veículos são escolhidos aleatoriamente na corrente de tráfego em geral, sempre no sentido de maior fluxo de veículos. São previamente definidos as vias, os pontos de referência (início e fim) e as extensões (em metros) dos trechos de cronometragem.

Evolução - Média da Velocidade (Km/h) - dias úteis

Média 2007 2008 2009 2010 Pico da Manhã 27 31 30 32

Pico da Tarde 22 18 15 18

Comparando-se 2010 a 2007, constata-se aumento na velocidade em relação ao pico da manhã, o que não ocorreu quanto ao pico da tarde, que em 2010 continua com indicador inferior a 2007 (18 Km contra 22 Km, respectivamente).

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b) Sinalização Viária

Sinalização é uma das áreas de atuação com limitações no atendimento das demandas de serviços necessários à Cidade.

As dificuldades financeiras da CET e constantes atrasos nos pagamentos de seus fornecedores têm sido reiteradamente relatadas pela Auditoria deste Tribunal, sendo a área de sinalização uma das mais prejudicadas pelos cortes orçamentários promovidos pela PMSP/SMT, com reflexos negativos no desempenho da Empresa em face das elevadas demandas da sociedade nesse sentido.

b.1) Estoque de projetos de sinalização

Conforme se observa no demonstrativo a seguir, os projetos de sinalização finalizados e aguardando implantação tem crescido bastante em função das restrições orçamentárias sofridas pela área de sinalização:

Evolução do Estoque de Projetos de Sinalização

(quantidade) Data Estoque

31/12/2002 3.075 31/12/2003 3.424 31/12/2004 4.531 31/12/2005 4.976 31/12/2006 10.151 31/12/2007 14.392 31/12/2008 17.019 31/12/2009 23.195 31/12/2010 31.161

Fonte: Relatórios de Progresso

A origem destes projetos se dá a partir de solicitações de munícipes e/ou pela verificação de necessidades por parte das áreas técnicas da CET, especialmente das equipes de campo. No saldo de 31.12.2010 estão incluídos diversos projetos elaborados em 1999 e 2000 e no período de 2004 a 2008, situação que redunda em três questões: desatualização dos projetos, desperdício de recursos na sua elaboração e como escolher os projetos a serem implementados em primeiro lugar.

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No que tange à desatualização dos projetos, deve ser observado que dada à dinâmica de crescimento e transformação da Cidade, os projetos mais antigos podem estar descaracterizados e não atender mais às demandas para as quais foram projetados. Com respeito ao desperdício de recursos, ressalte-se que a elaboração de projetos de sinalização sem a sua subsequente implementação, implica em desperdício de horas dos técnicos envolvidos no desenvolvimento destes projetos, com a consequente necessidade de retrabalho para revisão das mudanças ocorridas. b.2) Metas x Realização

O demonstrativo a seguir apresenta um comparativo entre as metas apresentadas na proposta orçamentária da CET e aquilo que foi realizado efetivamente.

Sinalização 2010 - Metas x Realizado (quantidades físicas)

unidades Proposta

Inicial Realizado % Realização

Sinalização Horizontal m2 350.000 420.526 120,2 Canalização unidades 22.680 31.288 138,0 Sinalização Vertical unidades 41.920 49.077 117,1 Defensas m2 6.000 9.576 159,6 Sinalização Semafórica serviços executados 192.000 154.570 80,5 Lombadas unidades 660 660 100,0

Fonte: Relatórios de Progresso

Verifica-se que no exercício de 2010, em geral, a realização das metas apresentou-se acima da proposta inicial. A evolução da execução de sinalização no período 2006 a 2010 está apresentada em seguida:

Sinalização Executada - Evolução 2006-2010 (quantidades físicas) unidades 2006 2007 2008 2009 2010

Sinalização Horizontal m2 392.584 266.649 211.181 215.377 420.526Canalização unidades 58.290 38.881 26.340 20.073 31.288Sinalização Vertical unidades 42.702 48.305 45.721 30.393 49.077Defensas m2 17.232 7.220 17.716 6.796 9.576

Sinalização Semafórica serviços executados 195.953 214.995 169.787 178.234 154.570

Lombadas unidades 0 677 587 206 660Fonte: Relatórios de Progresso

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− Sinalização Horizontal apresentou em 2010 aumento significativo em relação aos anos de 2007 a 2009, voltando ao nível de realização de 2006.

− Canalização cresceu em 2010, quando comparado a 2008 e 2009, mas ainda inferior aos anos de 2006 e 2007.

− Sinalização Vertical, após diminuir em 2009, voltou ao nível dos outros anos.

− Defensas, embora tenha aumentado em 2010, em relação a 2009, ainda se encontra bem abaixo do verificado em 2006 e 2008.

− Em 2010 os serviços executados de Sinalização Semafórica teve a menor quantificação do período de comparação.

− Em relação às Lombadas, cresceram em 2010, retornando ao nível realizado em 2007.

8.3.15 - Lombadas

Passados 13 anos do advento do Código de Trânsito Brasileiro e da Resolução 039/98 do CONTRAN, a quantidade de lombadas irregulares ainda é significativamente elevada.

O Código de Trânsito Brasileiro - CTB (L.F. nº 9.503/97) estabelece em seus artigos 94 e 334:

Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à segurança de veículos e

pedestres, tanto na via quanto na calçada, caso não possa ser retirado, deve ser devida e imediatamente sinalizado.

Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações transversais e de

sonorizadores como redutores de velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo órgão ou entidade competente, nos padrões e critérios estabelecidos pelo CONTRAN. (g.n.)

Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão ser homologadas

pelo órgão ou entidade competente no prazo de um ano, a partir da publicação deste Código, devendo ser retiradas em caso contrário. (g.n.)

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Desta forma a existência de lombadas é uma situação especial, a qual merece atendimento às condições específicas definidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), assim como homologação por parte do órgão ou entidade competente de trânsito. O CONTRAN expediu a Resolução 039/98 a qual definiu a especificação das dimensões e condições que as ondulações transversais (lombadas) deveriam possuir. Ademais em seu artigo 14, essa resolução estabelece:

Art. 14. No caso do não cumprimento do exposto anteriormente a

autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via deverá adotar as providências necessárias para sua imediata remoção.

Conforme informações prestadas pela CET, em 2006 foi criado um programa para a regularização de lombadas, restando, em 27.01.2011, 3.636 projetos para serem revisados e implantados, com 2.819 lombadas a construir e 8.393 a retirar.

Ante o exposto, não está sendo atendido o determinado nos artigos 94 e 334 do CTB e assim como na Resolução 039/98 do CONTRAN, especialmente ao seu artigo 14.

8.3.16 - Fretamento Os procedimentos adotados na gestão, regulamentação, cadastro, vistoria e fiscalização dos serviços de fretamento foram avaliados em Auditoria Extraplano - TC 72.002.221.09-33, com destaque para as seguintes constatações: a) A regulamentação da atividade de fretamento vem sendo realizada

paulatinamente, sendo que o atendimento e a fiscalização não executam atividades relacionadas exclusivamente com o fretamento, fatos que prejudicam nossa avaliação sobre a gestão da atividade operacional de fretamento.

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b) O cadastro (Termo de Autorização e Certificado de Vínculo ao Serviço) vem sendo realizado de acordo com a legislação vigente, exceto pela vistoria nos veículos a ser realizada pela SMT, que não vem sendo efetivada, em desacordo com o inciso VIII, artigo 3º da Lei Municipal nº 14.971/09.

c) Não foram editadas normas para a emissão da Autorização Especial de Trânsito

para o transporte não rotineiro, sob a responsabilidade do DSV.

d) No acompanhamento de campo junto à fiscalização da SPTrans não encontramos impropriedades ou infringências, ressaltando a quantidade insuficiente de fiscais.

8.3.17 - Pólos Geradores de Tráfego - Shoppings Centers

Permanece a necessidade de integração de informações entre a CET e SMT com os demais órgãos públicos municipais, de forma a garantir que o efetivo funcionamento do empreendimento somente ocorra quando não mais houver pendências legais, de segurança, de fluidez do trânsito.

Foi realizada Inspeção com objetivo de verificar as medidas adotadas para a regularização do funcionamento de Shoppings Centers, tendo em vista os impactos causados no trânsito e na vizinhança dos empreendimentos - TC 72.000.760.10-80. A análise de Pólos Geradores de Tráfego é uma atividade de rotina realizada pela SMT e CET, com o objetivo de diminuir o impacto que empreendimentos de grande porte causam sobre o tráfego das vias que lhes dão acesso. Esta atribuição é estabelecida por legislação, como decorrência dos aumentos sistemáticos da frota de veículos, do surgimento de novas atividades e do crescimento e adensamento verificado em toda a Cidade, e é constituída de 2 fases. Na primeira, denominada Fase 1, a CET realiza estudos relativos ao tráfego (atração/geração de viagens do pólo e seu impacto no sistema viário de acesso; segurança dos pedestres; áreas de estacionamentos, embarque/desembarque e pátios de carga e descarga). Em alguns casos, tais estudos determinam modificação do projeto do empreendimento.

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Para facilitar o acesso dos usuários ao empreendimento e, ao mesmo tempo, mitigar possíveis danos ao fluxo de veículos e pedestres nas vias, são fixadas melhorias viárias a serem executadas e custeadas pelo empreendedor. Estas melhorias são consolidadas no documento, emitida pela SMT, denominado CERTIDÃO DE DIRETRIZES - CD, que é exigido para a aprovação do projeto do empreendimento na Secretaria Municipal de Habitação - SEHAB. Na segunda, denominada Fase 2, a CET supervisiona tecnicamente o cumprimento da CERTIDÃO DE DIRETRIZES quanto às melhorias viárias nela fixadas; acompanha as etapas de elaboração e aprovação dos projetos executivos, de execução de obras civis, de fornecimento de equipamentos, e de implantação dos dispositivos de sinalização viária. Após a constatação e verificação “in loco” do cumprimento das melhorias viárias fixadas é emitido pela SMT o TERMO DE RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO DEFINITIVO – TRAD que é documento exigido para que o empreendimento obtenha o Certificado de Conclusão do Imóvel (HABITE-SE). As principais constatações estão apresentadas em seguida.

a) Os exames realizados, por amostragem, demonstraram que os procedimentos que são adotados pela CET visando à diminuição do impacto que o funcionamento de Shoppings Centers pode causar sobre o tráfego das vias que lhes dão acesso, não asseguram eficácia, principalmente pela existência de Certidões de Diretrizes antigas que ainda se encontram pendentes de cumprimento, conforme os casos elencados a seguir:

Shopping Shopping Center Norte/Lar Center Central Plaza Shopping Shopping Aricanduva Continental Shopping Shopping Ibirapuera Shopping Iguatemi

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b) A Fiscalização realizada pela CET está direcionada ao monitoramento e fiscalização das vias do entorno, através das rotas operacionais, e à fiscalização relacionada à Lei Municipal nº 14.072/05 - cobrança de custos operacionais de serviços prestados, relativos à operação do sistema viário, decorrentes da realização de eventos.

8.3.18 - Controle de Tráfego em Área - CTA

Persiste a degradação do Sistema de Semáforos Inteligentes - Centrais de Controle de Tráfego em Área - CTAs. Recursos orçamentários têm sido aplicados sem efetividade, eficácia, com resultados econômicos negativos (pela falta de resultados), sendo este caso um exemplo de ineficácia da Administração Pública na gestão de seus recursos.

a) Introdução

O Sistema de Semáforos Inteligentes é composto por cinco subsistemas regionais e suas respectivas centrais de controle, denominadas Controle de Tráfego em Área - CTA. Elas são responsáveis pela gestão dos semáforos que operam sob a tecnologia “Controle em Tempo Real”, ajustando-os à demanda de veículos no local.

A parcial implantação ocorreu em 1997, e, ao longo do tempo, o sistema foi se degradando devido à falta de manutenção.

No final de 2004, apenas 10% dos semáforos continuavam operando com todos os recursos originais preservados.

b) Evolução do funcionamento das CTAs

Na tabela a seguir está apresentada a evolução da situação dos equipamentos nos últimos anos:

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Controles de Tráfego de Área - Cruzamentos

jun/2007 dez/2007 jun/2008 dez/2008 jun/2009 dez/2009 dez/2010Área 1

Isolados 13 13 13 3 3 3 3 Tempo Fixo 309 246 246 256 333 333 290 Tempo Real 122 200 200 200 123 123 166 Total Área 1 444 459 459 459 459 459 459

Área 2 Isolados 374 373 385 216 217 217 219

Tempo Fixo 3 8 0 169 169 169 171 Tempo Real 0 0 0 0 0 0 0 Total Área 2 377 381 385 385 386 386 390

Área 3 Isolados 100 106 100 98 9 14 14

Tempo Fixo 95 97 42 44 91 126 128 Tempo Real 7 0 65 64 106 69 68 Total Área 3 202 203 207 206 206 209 210

Área 4 Isolados 32 32 13 6 6 0 0

Tempo Fixo 196 196 229 233 233 208 199 Tempo Real 0 0 0 0 0 29 65 Total Área 4 228 228 242 239 239 237 264

Área 5 Isolados 138 137 140 24 22 29 29

Tempo Fixo 11 11 11 134 140 133 151 Tempo Real 2 2 2 3 3 4 1 Total Área 5 151 150 153 161 165 166 181

Total Isolados 657 661 651 347 257 263 265

Tempo Fixo 614 558 528 836 966 969 939 Tempo Real 131 202 267 267 232 225 300 Total Geral 1.402 1.421 1.446 1.450 1.455 1.457 1.504

Fonte: Resumos Mensais CET

Definições:

Isolado: O cruzamento apresenta falha de comunicação com a central e opera com a programação local

Tempo Fixo: O cruzamento está centralizado, mas não opera em tempo real (sem laço detector de veículo)

Tempo Real: O cruzamento está centralizado e opera em tempo real com laço detector de veículo

Cabe ressaltar que em dezembro/2010, apenas na área 2, havia 219 cruzamentos que se encontravam isolados, o que equivale a 56% do total dessa área e a 83% do total dos cruzamentos isolados.

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Pior do que isso, não havia nessa data e área qualquer cruzamento funcionando em tempo real, revelando tratar-se da área com pior situação de funcionamento do chamado Sistema de Semáforos Inteligentes. Apresentamos a seguir a situação de funcionamento dos cruzamentos das cinco áreas em Tempo Real, pois este é o objetivo de fato do sistema CTA, conforme gráfico que segue.

Fonte: Resumos Mensais CET

Em termos gerais, em dezembro de 2010, não havia nenhuma área com funcionamento em tempo real acima de 40%, sendo a média geral de 20%. As áreas 2 e 5 puxaram a média de CTAs com funcionamento em tempo real para baixo, em função de seus baixos índices (na área 2 o índice é zero), sendo que a área 5 conseguiu ainda apresentar redução, em 2010, para apenas 1% de funcionamento ideal. Tal situação seguramente não contribui para uma melhor eficiência do funcionamento do sistema de semáforos nesses cruzamentos. Ressalte-se que as duas áreas (2 e 5) tiveram seus equipamentos central e de campo revitalizados através dos contratos nºs 15/06, 05/07 e 22/07, com custo total de R$ 23.853.778,77, porém o objetivo final de pleno funcionamento do sistema não foi alcançado.

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Quanto à área 3, em dezembro/2010 apresentou relativa estagnação no nível de funcionamento em tempo real, apresentando índices próximos ao da área 1, área que não possui contratos de revitalização e de manutenção.

A área 4 apresentou, em dezembro/2010, melhora no funcionamento em tempo real, cujo índice aproxima-se das áreas 1 e 3.

Diante do quadro apresentado, ressaltamos, mais uma vez, que perdura por anos a degradação do Sistema de Semáforos Inteligentes - Centrais de Controle de Tráfego em Área - CTAs, sem que se vislumbre uma solução para o grave problema. Recursos orçamentários têm sido aplicados sem efetividade, eficácia, com resultados econômicos negativos (pela falta de resultados). Assim, concluímos que os equipamentos das CTAs não estão atendendo adequadamente aos objetivos para os quais foram instalados, faltando medidas por parte da Administração Pública para melhor eficácia na revitalização e manutenção desses, no sentido de se obter pleno funcionamento em tempo real nas referidas CTAs.

8.3.19 - Circuito Fechado de Televisão - CFTV

Houve, em 2010, melhora na manutenção preventiva e corretiva das câmeras, com exceção à área 6 que ainda apresenta índice baixo de funcionamento.

a) Introdução

A CET conta com câmeras de Circuito Fechado de Televisão - CFTV, responsáveis por acompanhar a rotina da operação do trânsito. As imagens são enviadas para as CTAs que comandam os semáforos de Controle em Tempo Real.

As câmeras geram imagens coloridas e de alta qualidade e podem ser movimentadas à distância (o que permite aproximar, afastar ou até girar as imagens), dentro da própria Central, a fim de focalizar o ponto de maior interesse.

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O Sistema CFTV é uma poderosa ferramenta para monitorar as condições do trânsito e agilizar as intervenções operacionais, por meio da identificação mais rápida e precisa dos problemas que ocorrem.

b) Funcionamento dos CFTVs

A situação de funcionamento das câmeras é apresentada no demonstrativo a seguir:

Situação das Câmeras de Circuito Fechado de TV (CFTV)

Não

Funcionam Normal Parcial Total % Func. Normal

Área 1 0 58 3 61 95% Área 2 4 43 3 50 86% Área 3 1 22 0 23 96% Área 4 2 25 0 27 93% Área 5 2 35 0 38 92% Área 6 27 8 0 35 23%

Total 37 191 6 234 82% Túneis 15 89 0 104 86%

Total Geral 52 280 6 338 83% Fonte: Resumo Mensal - Dezembro/2010.

As áreas 1 a 6 correspondem às câmeras operadas pelos Departamentos de Controle Semafórico (DCS) das correspondentes Gerências de Engenharia de Tráfego (GET) 1 a 6. As câmeras de túneis correspondem àquelas mantidas nos Túneis Ayrton Senna, Fernando Vieira de Melo (Rebouças), Jânio Quadros, Maria Maluf, Max Feffer (Cidade Jardim), Sebastião Camargo, Tribunal de Justiça e Juscelino Kubistchek.

Pelo quadro observa-se que apresentam funcionamento normal 83% das câmeras de CFTV, sendo 82% nas áreas 1 a 6 e 86% nos Túneis.

O gráfico a seguir apresenta a evolução do funcionamento das câmeras de CFTV:

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A partir de meados de 2009, principalmente, ocorreu melhora no funcionamento das câmeras de CFTV, tanto nas GETs 1 a 6 como nos túneis. No entanto, para que esse sistema como um todo possa ser considerado como funcionamento em um nível aceitável, faz-se necessária melhora no nível de funcionamento da área 6, cujo índice ainda encontra-se muito abaixo das demais.

8.3.20 - Controladores Semafóricos

A centralização dos controladores semafóricos de médio porte nas Centrais de Tráfego em Área apresentou piora em dezembro de 2010, estando assim distante do ideal em termos de torná-la útil para a operação do tráfego na cidade, o que permitiria contribuir para a sua segurança e fluidez.

A cidade de São Paulo possui cruzamentos semaforizados que podem ser divididos em quatro grandes grupos:

• Grupo A: semáforos operados por controladores eletromecânicos não centralizados, que possuem uma só programação semafórica (Monoplanos);

dez/2007 jun/2008 dez/2008 jun/2009 dez/2009 dez/2010

Áreas 1 a 6 34% 37% 32% 42% 41% 82%

Túneis 24% 10% 21% 37% 80% 86%

Total Geral 30% 27% 28% 40% 55% 83%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Câmeras de Circuito Fechado de TV (CFTV) com funcionamento normal

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• Grupo B: semáforos operados por controladores eletrônicos não centralizados,

que possuem múltiplas programações (Multiplanos); • Grupo C: semáforos operados por controladores eletrônicos centralizados, que

possuem múltiplas programações semafóricas (Multiplanos);

• Grupo D: semáforos operados por controladores eletrônicos centralizados, que utilizam o modo Tempo Real.

a) Tecnologia dos Controladores O gráfico a seguir demonstra a evolução percentual da quantidade de Controladores Eletromecânicos por área da respectiva Central de Tráfego em Área - CTA:

Fonte: Relatório “Resumo Mensal” – CET.

Nota-se que as áreas dos CTA-2 e CTA-3 são aquelas em que ainda existe maior quantidade percentual de controladores eletromecânicos. Percebe-se, basicamente, que as áreas apresentaram queda na quantidade de controladores semafóricos eletromecânicos, embora em discretos percentuais.

dez/07 jun/08 dez/08 jun/09 dez/09 dez/10

CTA‐1 16% 16% 14% 13% 13% 9%

CTA‐2 38% 37% 36% 36% 34% 31%

CTA‐3 35% 33% 32% 31% 30% 28%

CTA‐4 27% 25% 23% 23% 24% 18%

CTA‐5 23% 20% 19% 19% 18% 17%

Total Geral 29% 28% 26% 25% 25% 22%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Evolução Percentual dos Controladores Eletromecânicos 

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A tabela a seguir apresenta a evolução das tecnologias de controladores:

Evolução da Tecnologia dos Controladores Semafóricos dez/2007 jun/2008 dez/2008 jun/2009 dez/2009 dez/2010

Eletromecânicos 1.095 1.050 1.010 990 950 870 Eletrônicos 1.558 1.680 1.770 1.804 1.755 2.004 CTAs 1.077 1.081 1.087 1.090 1.092 1.116 Outros 60 0 0 0 0 0

Total Geral 3.790 3.811 3.867 3.884 3.797 3.990 Fonte: Relatório “Resumo Mensal” - CET

Ressalte-se que também há incorporação de controladores semafóricos eletrônicos fornecidos por terceiros, através das medidas mitigadoras estabelecidas nas Certidões de Diretrizes dos Pólos Geradores de Tráfego. De forma geral, ainda que tenha havido redução, através de sua substituição pelos controladores eletrônicos, existe ainda controladores eletromecânicos na cidade (cerca de 22%), tecnologia obsoleta e limitada operacionalmente, dados os seus cerca de cinquenta anos de funcionamento.

b) Centralização dos Semáforos A seguir consta gráfico com a indicação da evolução percentual da centralização dos controladores semafóricos (eletrônicos de médio porte):

Fonte: Relatório “Resumo Mensal” – CET

dez/07 jun/08 dez/08 jun/09 dez/09 dez/10

CTA‐1 39% 39% 37% 35% 35% 30%

CTA‐2 0% 3% 3% 3% 5% 0%

CTA‐3 9% 8% 9% 7% 16% 6%

CTA‐4 31% 42% 38% 38% 52% 38%

CTA‐5 4% 4% 4% 7% 13% 13%

Total Geral 13% 17% 16% 16% 22% 16%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Evolução dos Controladores Semafóricos Centralizados 

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Observa-se que as áreas 1 e 4, apesar de encontrarem-se em situação melhor que as demais áreas, apresentaram regressão no nível de centralização dos controladores semafóricos em dezembro/2010, estando em situação igual ou pior que a verificada em meados de 2009.

As áreas 2 e 3 apresentaram significativa redução de funcionamento centralizado dos controladores semafóricos, sendo que a primeira apresentou nível zero de centralização.

Já a área 5, apesar de apresentar índice baixo de centralização, pelo menos não apresentou piora em dezembro/2010, o que ocorreu com todas as demais áreas, mantendo-se no nível de 13% de centralização.

8.3.21 - Plano Plurianual 2010/2013

A Secretaria Municipal de Transportes carece de medidas que visem ao aperfeiçoamento e ao cumprimento de seu respectivo planejamento de forma a melhorar seu desempenho operacional.

O Plano Plurianual para o quadriênio 2010/2013 foi instituído pela Lei nº 15.090 de 29 de dezembro de 2009, sendo que as ações gerais da Secretaria Municipal de Transportes pertencem principalmente aos Programas “Mobilidade Urbana - Eficiência no Trânsito” e “Mobilidade Urbana - Transporte Público”, mas não somente esses.

A ação “Inspeção Veicular do Transporte Coletivo”, como exemplo, está inserida no Programa “Redução das emissões de poluentes na atmosfera”.

Assim, considerando exclusivamente as informações fornecidas pelas SMT/CET/SPTrans, constatamos que para o exercício de 2010 existiam pelo menos 21 (vinte e uma) metas no PPA a serem atingidas, conforme quadro que segue:

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Metas SMT / PPA 2010-2013

Descrição da Ação Unidade de Medida Previsto 2010

Realizado 2010

% de realização

01 Progr. Identificação Automática-PRIAV Unidade 1 0 0 02 Plano de Racional. Energia – LED Semáforos com LEDs 1.700 833 49 03 Manutenção Policiamento Trânsito Unidade 9 9 100 04 Energização Semáforos e Sinalização Semáforos Energizados 5.966 6.096 102 05 Serviços de Engenharia de Tráfego Operação e Fiscal./CET Impl. 1 1 100 06 Intervenção Gestão de Tráfego - Cong. Intervenções Realizadas 15 0 0 07 Implantação Moto-Faixas Unidade 2 1 50 08 Tecnologia Equip.Control.Tráf.-CFTV CTAs e CFTVs mantidas 6 6 100 09 Fiscalização Eletrônica Trânsito Radares Operados 391 542 139 10 Sinalização Horizontal Sist. Viário Vias Sinalizadas (m2) 350.000 420.526 120 11 Sinalização Vertical Sist. Viário Placas Sinal. Implantadas 40.000 49.077 123 12 Sinalização Faixa de Traves. Iluminada Faixa Pedestres Iluminadas 360 384 107 13 Implantação de Corredores Corredores Ônibus Implantados 2 0 0 14 Requalificação de Corredores Corredores Requalificados 5 0 0 15 Implantação Terminais Ônibus Urb. Terminais Urb. Implantados 1 0 0 16 Requalificação Term. Ônibus Urb. Term.Requalif/Reformados 1 0 0 17 Implant. Equips. Urbanos e Comunit. Equipamentos Implantados 6 0 0 18 Insp. Veicular Transp. Coletivo* Centros Inspeção Instalados 5 0 0 19 Investimento Monotrilho Projeto Concluído (%) 25 0 0 20 Corred. Expres. Cidade Tiradentes Trechos 1,2,3 Concluídos (%) 100 2 2

21 Implantação Abrigos e Paradas Ônibus Abrigos/Pontos/Paradas Readequados (%) 33 20 61

Ampliação rodízio caminhão Rodoanel Rodízio caminhões ampliado 0 1 - Implantação Terminais Rodoviários Terminais Rod.Implantados 0 0 0 Contribuição ao Estado – Multa CPTran Contribuição Efetuada R$ 0 0 0 Contribuição ao FUNSET Contribuição Efetuada R$ 0 0 0 Aumento Capital CET Capital Investido R$ 0 0 0

Fonte: Quadros de Acompanhamento do PPA emitidos por GIC-CET/AEF-SMT/SFI.GOR-SPTrans * Pertence ao Programa Redução das emissões de poluentes na atmosfera.

Antes de efetuarmos qualquer consideração sobre o quadro, temos a informar que dados do PPA relativos aos Programas relacionados à SMT constante do sítio eletrônico (site) da PMSP apresentam divergências em relação às informações fornecidas pela Origem.

Não sendo objeto, neste momento, a realização de uma conciliação entre as informações fornecidas pela Origem e os dados constantes de quadro da PMSP, temos a ressaltar que, atualmente, estamos efetuando nossa análise considerando apenas os dados fornecidos pela Origem, posto ser a SMT o órgão responsável pelo acompanhamento das ações atribuídas a essa Secretaria.

O quadro apresentado revela que, das 21 (vinte e uma) metas para o exercício de 2010, informadas pela Origem, 04 (quatro) foram cumpridas integralmente, sendo que uma dessas ações (“Energização de Semáforos e Sinalização”) apresentou realização de 102%, ou seja, pouco acima do inicialmente planejado.

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Outras 4 (quatro) ações tiveram realização acima do previsto. Porém, nesse caso, tratando-se do primeiro ano de execução do Plano, pode-se esperar que o volume realizado a maior seja compensado nos próximos três anos que se seguirão. Cabe ressaltar que todas as oito ações citadas referem-se ao Programa “Mobilidade Urbana - Eficiência no Trânsito”.

Causa preocupação, no entanto, a quantidade de ações que não tiveram suas metas cumpridas conforme planejado inicialmente, ou seja, 13 (treze), o que representa 62% das ações programadas para o exercício, conforme informações fornecidas pela Origem.

Ainda mais grave, constata-se que, dessas, 09 (nove) ações não tiveram qualquer nível de realização em 2010, sendo que 07 (oito) delas são relativas ao Programa “Mobilidade Urbana - Transporte Público”.

Aliás, conforme informações da Origem, apenas as Ações “Implantação de Abrigos e Paradas de Ônibus” e “Corredor Expresso Tiradentes”, desse último programa, tiveram realização em 2010, ou seja, de 61% e 2%, respectivamente.

De outro lado, ressalta-se que a ação “Ampliação Rodízio de Caminhões com Inauguração do Tramo Sul do Rodoanel”, cuja realização estava prevista para o exercício de 2011, sofreu antecipação, tendo sido realizada já no ano de 2010.

Assim, mais uma vez, constatamos o não cumprimento, na maior parte das ações previstas, do planejamento ínsito ao PPA, no presente caso o relativo ao período 2010/2013.

Enfatizamos que o referido plano refere-se a instrumento estipulado na Constituição Federal justamente com intuito de se obrigar os entes a definirem metas de médio prazo, principalmente as de capital, de forma a obter melhores resultados na utilização de recursos públicos (planejamento e organização) e na prestação de serviços à sociedade (entrega de serviços priorizados em planos).

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8.3.22 - Agenda 2012

Importantes metas não vêm sendo atingidas, evidenciando-se que algumas apresentam riscos de não serem efetivadas até o final do mandato do Prefeito.

Em atendimento às exigências da Emenda nº 30 à Lei Orgânica do Município de São Paulo, a PMSP apresentou a Agenda 2012 - Programa de Metas da Cidade de São Paulo com diversas metas que devem ser alcançadas no decorrer do mandato do Prefeito (2009-2012). Essa agenda poderá ser alterada pelo Prefeito, em seu conteúdo programático, sempre em conformidade com a lei do Plano Diretor Estratégico, justificando-a por escrito e divulgando-a amplamente pelos meios de comunicação (meio eletrônico, mídia impressa, radiofônica e televisiva, e publicação no Diário Oficial da Cidade).

Verificamos a disponibilização, no site oficial da Agenda 2012, de informativo denominado “Revisão de Metas”, o qual incluiu alterações em 3 metas relacionadas a Função Transportes (cujas justificativas não foram objeto de avaliação nesta oportunidade). A partir de pesquisa realizada no site oficial da Agenda, em 22.02.2011, verificou-se a situação em relação às seguintes metas.

a) 4.000 ônibus adaptados para transporte de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida Até dezembro de 2010 foram adaptados 2.117 ônibus, de forma que a meta estipulada pela Administração vem sendo cumprida.

b) 20% de ampliação da frota do serviço ATENDE No período de 2009 a 2010 estava prevista a ampliação com 32 veículos, tendo sido verificada a inclusão de apenas 20 (62,5% de realização - meta não atingida). Para os anos de 2011 e 2012 estão previstos mais 32 veículos no total.

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c) Implantar 66 Km de corredores de ônibus

Em dezembro de 2010 a fase de contratação de projeto para implantação do Monotrilho Eixo M’Boi Mirim - linhas 1 a 4, já tinha sido concluída, porém não há informação quanto a data prevista para entrega do corredor. O Expresso Celso Garcia tem apenas concluídas as etapas de definição da região e projeto funcional. A previsão de entrega é dezembro de 2012. O corredor Varginha/Grajaú encontra-se na primeira etapa (definição da região). A previsão de entrega é junho de 2012. O corredor Campo Limpo/Vila Sônia encontra-se na etapa de licitação do projeto. A previsão de entrega é agosto de 2012. O Binário Santo Amaro encontra-se mais adiantado em relação aos demais, na etapa de edital de obras, com previsão de entrega em junho de 2011. Restando os anos de 2011 e 2012 para execução das etapas subsequentes, vislumbram-se dificuldades para que a meta seja atingida em sua plenitude.

d) Requalificar 38 Km de corredores de ônibus

Em dezembro de 2010 as principais etapas que se encontravam em andamento eram:

Guarapiranga (8 Km) - projeto; previsão de entrega para junho de 2011.

Corredor Inajar (14 Km) - edital de obras; previsão de entrega para novembro de 2011.

Corredor Rebouças (10 Km) - licitação de obras; previsão de entrega para junho de 2011.

Na mesma data ainda não havia definição quanto a 6 Km, de forma que a meta pode não ser atingida conforme estipulada.

e) Concluir Corredor Expresso Tiradentes

Em dezembro de 2010 as principais etapas apresentavam a seguinte situação:

Fase 1 - Vila Prudente/Oratório - em andamento a contratação da execução das obras (previsão de entrega - dezembro de 2011);

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Fase 2 - Oratório/São Mateus - concluída a contratação dos projetos básico/executivo;

Fase 3 - São Mateus/Cidade Tiradentes - nenhuma etapa concluída.

Não consta informação de entrega das fases 2 e 3. Vislumbram-se dificuldades para que a meta seja atingida.

f) 13 novos terminais urbanos Em dezembro de 2010 as principais etapas apresentavam a seguinte situação:

Terminal Campo Limpo - meta atingida (outubro de 2009);

Terminal Pinheiros - obras em andamento;

Terminal Vila Prudente - encontra-se em andamento o projeto executivo;

Terminal Urbano Vila Sônia (obra Metrô) - encontra-se em andamento o projeto executivo;

Terminal Jardim Ângela - Concluída a contratação do projeto executivo. Consta em relação aos terminais Itaim Paulista, Largo da Concórdia, Tiquatira e Vila Mara que nenhuma etapa foi iniciada. Portanto, vislumbram-se dificuldades para que a meta seja atingida em sua plenitude.

g) 10 Terminais urbanos requalificados Em dezembro de 2010 as principais etapas apresentavam a seguinte situação:

Terminal Cidade Tiradentes - meta atingida (maio de 2009);

Terminais Vila Nova Cachoeirinha e Santo Amaro - em andamento a contratação das obras.

Consta em relação aos terminais Bandeira, Parque D. Pedro, Aricanduva e São Miguel Paulista que nenhuma etapa foi iniciada. Também resta definição de um corredor.

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Portanto, vislumbram-se dificuldades para que a meta seja atingida em sua plenitude.

h) 1 milhão de m² de sinalização horizontal nas vias públicas Até dezembro de 2010 foram implantados 635.964 m², de forma que a meta estipulada pela Administração vem sendo cumprida. No entanto, existe uma quantidade enorme de projetos de sinalização antigos não atendidos, conforme comentado no subitem 8.3.14-b.

i) 160.000 novas placas de sinalização vertical No período de 2009 a 2010 estava prevista a instalação de 71.518 placas, foram instaladas 78.392. A meta vem sendo cumprida conforme estipulada pela Administração. No entanto, existe uma quantidade enorme de projetos de sinalização antigos não atendidos, conforme comentado no subitem 8.3.14-b.

j) 288 novos dispositivos de sinalização eletrônica (radares fixos, lombadas eletrônicas, equipamentos de controle de semáforo) No período de 2009 a 2010 estava prevista a implantação de 163 dispositivos, foram implantados 159. A meta vem sendo cumprida conforme estipulada pela Administração.

k) 289 câmeras de circuito fechado de TV em cruzamentos Meta atingida em 2010, conforme estipulada pela Administração. A situação das câmeras na cidade de São Paulo está comentada no subitem 8.3.19.

l) 150 novas faixas de travessia de pedestres Meta atingida em 2010, conforme estipulada pela Administração.

A Auditoria deste Tribunal irá acompanhar, em momento oportuno, a evolução da realização das metas estipuladas e os relatórios da própria PMSP com os indicadores de eficácia para monitoramento do desempenho de ações no âmbito da gestão pública.

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9 - GESTÃO AMBIENTAL

A avaliação da Função Gestão Ambiental no exercício de 2010, tendo por base o resultado de diversas fiscalizações realizadas, é objeto do TC 72.000.069.11-14.

9.1 - Meio Ambiente

9.1.1 - Sistema Nacional de Meio Ambiente

A capacidade da atuação do Estado na área ambiental baseia-se na idéia de responsabilidades compartilhadas entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios e entre esses e os demais setores da sociedade.

A Política Nacional de Meio Ambiente é ditada pela Lei Federal nº. 6.938/1981 que criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente e o Sistema Nacional de Informações Ambientais, com o objetivo geral de dotar o País de um modelo de desenvolvimento com sustentabilidade econômica, social, ambiental, cultural e política. O SISNAMA preconiza a participação do Estado e da Sociedade na formulação das diretrizes para a Gestão Ambiental em espaços específicos de negociação, através dos Conselhos de Meio Ambiente Nacional, Estaduais e Municipais.

A competência comum da União, dos Estados e dos Municípios no combate à poluição, em qualquer de suas formas, está estabelecida no artigo 23 da Constituição Federal. A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, criada pela Lei Municipal nº 11.426 de 18 de outubro de 1993, deve apoiar o fortalecimento da Comissão Tripartite Estadual e as estratégias por ela apontadas para a implantação do SISNAMA.

9.1.2 - Ações da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente

As ações a serem desenvolvidas pela SVMA deverão estar em consonância com as diretrizes estabelecidas pelo Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA. São atribuições da SVMA:

1) promover o controle de aspectos ambientais,

2) dar suporte às necessidades técnicas de educação ambiental,

3) estabelecer condições propícias à elaboração de normas e padrões ambientais para possibilitar a defesa do meio ambiente e a melhoria da qualidade ambiental da Cidade,

4) realizar campanhas de conscientização quanto aos problemas ambientais e

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5) manter intercâmbio com entidades oficiais e privadas, voltadas à defesa do meio ambiente.

9.1.3 - Programas e Ações

O Plano Plurianual 2010/2013, instituído pela Lei Municipal nº 15.090, de 29 de dezembro de 2009, contém programas voltados à questão da sustentabilidade. O principal programa “Cidade mais verde” tem caráter intersecretarial, sendo liderado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.

9.2 - Recursos e Execução Orçamentária

Ao final do exercício de 2010, o orçamento atualizado da SVMA representou 61,38% do orçamento original. Vários programas, projetos e atividades tiveram fortes reduções dos recursos fixados inicialmente.

De acordo com o Orçamento Anual de 2010 – Lei Municipal nº. 15.089/2009 – a despesa da PMSP para a Função Gestão Ambiental foi fixada em R$ 423.701.784,00, assim distribuída:

R$

Órgão Orçamento Original

Orçamento Atualizado Empenhado Liquidado

SVMA 289.642.224,00 177.795.829,52 173.831.904,24 143.366.897,96

SEHAB 2.500.000,00 0 0 0

FEMA (*) 98.992.995,00 48.015.137,00 46.684.183,76 44.342.574,66

FUNDURB (**) 32.410.000,00 27.534.719,48 26.640.941,12 24.062.619,14

SP Parelheiros 51.103,00 40.882,40 34.263,00 34.263,00

Outros 105.462,00 30.000,00 0 0

TOTAL 423.701.784,00 253.416.568,40 247.191.292,12 211.806.354,76 (*) Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – FEMA (**) Fundo de Desenvolvimento Urbano – FUNDURB – Parques Lineares.

O orçamento original de 2010 da Função Gestão Ambiental superou em 25,64% o orçamento original de 2009 (R$ 337.225.436,00). Todavia, o orçamento atualizado em 2010 foi 29,05% inferior ao verificado no exercício de 2009 (R$ 348.384.596,39).

Os recursos empenhados em 2009 (R$ 238.926.004,45) representaram 68,6% do orçamento atualizado naquele ano, ao passo que em 2010, o empenhamento atingiu 97,5% do orçamento atualizado. Assim, os valores empenhados em 2010 na Função Ambiental superaram em 3,46% o total empenhado em 2009 (R$ 238.926.004,45).

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Os valores empenhados pela SVMA em 2010 (R$ 173.831.904,24) foram 3,64% inferiores ao verificado em 2009 (R$ 180.402.484,55) e representaram 70,3% do total dos empenhos atribuídos à Função Gestão Ambiental em 2010 (R$ 247.191.292,12)

9.2.1 - Programas, Projetos e Atividades

A distribuição do orçamento de 2010 da SVMA por Programas, Atividades e Projetos está apresentada no demonstrativo a seguir.

(Em R$) A B B/A

Programas – Projetos / Atividades Orçamento Valor

% Atualizado Empenhado

- Cidade mais verde 165.312.366,30 159.3338.479,95 96,37FEMA - Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 12.707.970,17 12.603.709,96 99,18FEMA – Crédito de Carbono 35.307.166,83 34.080.473,80 96,53Manutenção e Preservação da Fauna Silvestre 617.519,74 552.489,64 89,47Manutenção Civil de Áreas Verdes 247.481,00 202.689,88 81,90Fiscalização e Monitoramento Ambientais 4.984.126,11 4.895.830,13 98,23Manutenção e Conservação de Áreas Verdes 65.525.172,33 62.108.612,24 94,79Manutenção dos Viveiros e de Árvores Consolidadas 5.231.644,00 5.229.643,11 99,96Realização de Estudos e Diagnósticos Ambientais 96.844,00 67.843,68 70,05Implantação de Parques Urbanos e Naturais 790.058,82 708.391,25 89,66Reforma de Parques Municipais 6.690.124,54 6.681.199,56 99,87Recuperação Ambiental 86.381,00 86.380,49 99,99Gestão de APAs 130.770,12 130.770,00 99,99Plantio de Árvores 5.349.506,41 5.349.505,09 99,99Parques Lineares (FUNDURB) 27.534.719,48 26.640.941,12 96,75Outros 12.881,75 0,00 0,00-Priorização de áreas estratégicas para a criação de empregos e negócios 67.882,40 34.263,00 50,47

- Preservação dos recursos hídricos 8.032.419,80 7.903.469,93 98,39Monitoramento APAs nas Bacias Guarapiranga, Billings e Cantareira 0,00 0,00 -Recuperação Ambiental e Urbanística na Orla de Guarapiranga e Billings 8.032.419,80 7.903.469,93 98,39- Redução das emissões de poluentes na atmosfera 12.312.603,57 12.312.602,35 99,99Inspeção Ambiental Veicular 12.312.603,57 12.312.602,35 99,99- Melhoria da mobilidade urbana - Eficiência no trânsito 1.523.377,47 1.519.377,13 99,73Implantação de Ciclovias e Ciclofaixas 1.523.377,47 1.519.377,13 99,73- Ações de economia sustentável 534.986,61 530.783,40 99,21Fomento a Compras Públicas Sustentáveis (CPS) 0,00 0,00 -Educação Ambiental 534.986,61 530.783,40 99,21- Incentivo à cultura de paz 1.000,00 0,00 0,00Formação de Mediadores de Conflitos 0,00 0,00 - Instalação de Postos de Recolhimento de Armas de Fogo 1.000,00 0,00 0,00- Suporte administrativo 64.082.844,27 64.008.321,08 99,88Administração da SVMA 64.082.844,27 64.008.321,08 99,88- Sistema de informação e processamento de dados 1.549.087,98 1.543.995,28 99,67Aq. Materiais, Equipamentos e Serviços de Informática e Comunicação 1.549.087,98 1.543.995,28 99,67

Total 253.416.568,40 247.191.292,12 97,54

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Ressalte-se que ao final do exercício de 2010 o orçamento atualizado da SVMA representou 61,38% do orçamento original. Dentre os programas, projetos e atividades que tiveram as maiores reduções de recursos fixados inicialmente, destacam-se:

a) Programa “Cidade mais verde”

- Manutenção e Preservação da Fauna Silvestre – Redução de 38,25% Original – R$ 1.000.000,00 / Atualizado – R$ 617.519,74

- Recuperação Ambiental – Redução de 84,29% Original – R$ 550.000,00 / Atualizado – R$ 86.381,00

- Gestão de APAs – Redução de 47,69%. Original – R$ 250.000,00 / Atualizado – R$ 130.770,12

O orçamento original da Atividade “Fiscalização e Monitoramento Ambientais” (R$ 1.500.000,00) teve um acréscimo de 232,28% atingindo o valor de R$ 4.984.126,11 ao final de 2010. Os recursos empenhados nesta rubrica alcançaram 98,23%.

Alguns projetos a serem financiados pelos recursos do FEMA – Crédito de Carbono tiveram fortes reduções. O projeto “Implantação de Parques Urbanos, Naturais e Lineares – Obras e Instalações” teve o orçamento original de R$ 27.337.581,00, atualizado para R$ 1.825.824,92.

Os recursos fixados originalmente (R$ 10.350.000,00) para a “Implementação da Política Municipal de Mudanças Climáticas” também vinculados ao FEMA – Crédito de Carbono foram totalmente anulados.

b) Programa “Preservação dos recursos hídricos”

Os recursos fixados originalmente no orçamento 2010 para a atividade “Monitoramento por Imagens de APAs nas Bacias Guarapiranga, Billings e Cantareira” (R$ 500.000,00) foram totalmente anulados e transferidos para outras rubricas da própria SVMA (Decreto nº 51.794 de 16.09.2010).

c) Programa “Redução das emissões de poluentes na atmosfera”

- Inspeção Ambiental Veicular – Redução de 91,79%. Original – R$ 150.000.000,00 / Atualizado – R$ 12.312.603,57

Foram fixados no orçamento original recursos na ordem de R$ 147.300.000,00 para a despesa gerada pelo reembolso do valor do preço público pago pela realização da primeira inspeção veicular.

O Decreto nº 51.146 de 28.12.2009 estabeleceu que, para as inspeções veiculares referentes ao exercício de 2010, o valor do reembolso de que trata o

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artigo 4ª da Lei nº 11.733 de 27.03.1995, com a redação conferida pela Lei nº 14.717 de 17.04.2008, seria de 0% (zero por cento) do valor do preço público pago, ou seja, não houve reembolso em 2010.

d) Programa “Melhoria da mobilidade urbana - Eficiência no trânsito”

- Implantação de Ciclovias e Ciclofaixas – Redução de 56,55%. Original – R$ 3.499.000,00 / Atualizado – R$ 1.520.377,47

e) Programa “Ações de economia sustentável”

- Educação Ambiental – Redução de 73,25%. Original – R$ 2.000.000,00 / Atualizado – R$ 534.986,61

9.2.2 – Investimentos

Os principais investimentos efetivados na Função Gestão Ambiental em 2010 foram:

Valores Empenhados – R$ Descrição do Projeto/Atividade 2009 2010 Implantação de Áreas Verdes e Praças 18.207.401,61 31.405,49 Implantação de Parques Urbanos e Naturais -- 708.391,25 Recuperação Ambiental Guarapiranga e Billings -- 7.869.517,42 FUNDURB – Parques Lineares 46.603.467,74 26.640.941,12 Construção, Ref. e Ampl. de Unid. da SVMA 2.767.094,93 6.259.605,76 Educação Ambiental -- 5.379,00 FEMA – Créditos de Carbono 9.570.851,62 34.080.473,80 FEMA - Implantação de Projetos Ambientais -- 10.197.117,98 Pró-Ciclista 389.331,87 1.519.377,13 Plano de Arborização 6.091.090,06 5.349.505,09 Apas e Parques Naturais 512.300,93 130.770,00 Outros 376.549,58 71.382,74 TOTAL GERAL 84.518.088,34 92.863.866,78

Os investimentos empenhados em 2010 foram 9,8% superiores aos de 2009. Dos quais se destacam:

a) Os investimentos financiados por recursos do FEMA - Créditos de Carbono referem-se basicamente a desapropriações de áreas para implantação do Parque Ecológico Central Itaim Paulista, ampliação do Parque Anhanguera e implantação do Parque Linear Ribeirão do Perus.

b) Em 2010, foram firmados 42 convênios relacionados a projetos ambientais a serem financiados com recursos do FEMA, dos quais apenas o de número 06/SVMA/2010 encontrava-se concluído em janeiro/2011. O referido convênio

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tratou da formação continuada, gerenciamento e logística das Cooperativas de catadores de materiais recicláveis em conjunto com a conscientização da comunidade na educação ambiental, desenvolvido pela Entidade “Movimento de Defesa do Favelado”.

9.3. Agenda 2012 e Plano Plurianual 2010/2013

Todas as metas da Agenda 2012 de responsabilidade da SVMA estão contempladas no Plano Plurianual 2010/2013, havendo total integração entre os planos. Com relação ao PPA 2010/2013, a análise dos dados referentes ao exercício de 2010 evidenciou um descompasso das metas físicas em relação às metas financeiras.

A SVMA apresentou planilhas e relatórios de acompanhamento das metas da Agenda 2012 e do Plano Plurianual 2010/2013, cujos principais aspectos estão relatados a seguir.

a) Agenda 2012

A Agenda 2012 atende às exigências do art. 69-A da Lei Orgânica do Município, inserido pela Emenda nº 30. Define metas de curto, médio e longo prazos que traduzem o plano de governo aprovado pela maioria da população nas eleições de outubro de 2008, o programa passa a integrar o Sistema Municipal de Planejamento, juntamente com o Plano Diretor Estratégico, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento Anual e o Plano Plurianual.

Segundo o Departamento de Administração e Finanças da SVMA, todas as metas da Agenda 2012 de responsabilidade da Secretaria integram o Plano Plurianual 2010/2013, havendo total integração entre os planos.

A partir de pesquisa realizada no site oficial da Agenda 2012, em 30.03.11, verificamos a disponibilização de informativo denominado “Revisão de Metas”, ratificadas pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão – SEMPLA, conforme publicação no DOC, de 06.01.11.

O quadro de revisão das metas contempla alterações em 2 metas relacionadas à Função Gestão Ambiental, cujas justificativas não foram objeto de avaliação nesta oportunidade.

Com relação ao quadro de acompanhamento das metas da Agenda 2012 apresentado pela SVMA são pertinentes as seguintes considerações:

• META 51 – Implantar 50 novos parques urbanos, naturais e lineares.

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O quadro destaca em percentual o cumprimento da meta: 26%, equivalente a 13 parques concluídos; informa ainda que se encontram em fase final de obras 14 parques. Esclarece também que 13 parques já implantados não constam da meta.

A SVMA declarou que por problemas com desapropriações, licitações, ocorrência de chuvas, dentre outros podem ocorrer atrasos ou adiamentos na implantação dos parques previstos na meta. Declara, também, que a meta está em processo de revisão na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão.

• META 53 – Implantar 2 novos viveiros.

A meta foi considerada cumprida integralmente, com a construção dos Viveiros Tiquatira e Jacanã. Contudo, consta do quadro de revisão das metas, que os locais pré-definidos foram alterados.

A presente meta corresponde à ação "7100 - Implantação de Viveiros" no PPA 2010/2013, com relação à realização dessa ação verificou-se que a SVMA utilizou recursos do Crédito de Carbono para o seu cumprimento, previstos para a ação "7129 - Implantação de Viveiros - FEMA/Crédito de Carbono", conforme comentários no tópico seguinte (alínea b).

• META 56 – Monitorar por meio de imagens, as áreas de proteção ambiental nas bacias Guarapiranga, Bilings e Cantareira.

A SVMA considera a meta cumprida em face da contratação de serviços de monitoramento de ocupações irregulares, por meio de fotografias aéreas.

Contudo, causa estranheza o fato de não ter sido empenhado nenhum recurso no exercício de 2010 para a ação “6652 – Monitoramento por Imagens de APA’s nas bacias Guarapiranga, Bilings e Cantareira”, conforme quadro de acompanhamento das metas do PPA 2010/2013.

• META 57 – Implementar 27 intervenções de recuperação ambiental e urbanística na Orla de Guarapiranga e Bilings.

Consta do quadro de acompanhamento das metas da Agenda 2012 o cumprimento de 41%. Todavia, somente 4 intervenções foram concluídas, o que corresponde a 15% da meta. Assim, foram considerados para o percentual de cumprimento, 7 intervenções que se encontram em fase final das obras.

A presente meta corresponde à ação “7103 – Intervenções de recuperação ambiental e urbanística na Orla de Guarapiranga e Bilings”, para a qual se verificou em 2010 investimentos no montante de R$ 7.903.470,00, superando a meta financeira de R$ 6.000.000,00.

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• META 81 – Tornar obrigatória a inspeção ambiental para 100% da frota da cidade.

Os quadros de acompanhamento da Agenda 2012 apresentam a meta como cumprida em face da obrigatoriedade estabelecida pela Portaria nº 147/SVMAG/2009.

Estão disponíveis no site da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão os resultados da Agenda 2012 alcançados até junho de 2010, apresentando para esta meta um indicador de eficácia de 27% da frota da cidade estimada em 6.680.000 veículos.

Consta ainda do quadro de revisões das metas, que a forma de monitoramento por produto, em que é necessária a contabilização da frota municipal compromete o seu acompanhamento, em razão do crescimento exponencial desse número, com a observação de que a aplicação da lei subentende a frota veicular 100% inspecionada.

Embora a presente meta revele-se superada tanto pela LM nº 11.733/95 e alterações, como pela Resolução CONAMA nº 418/09, é imprescindível a contabilização dos resultados alcançados pelo programa, até mesmo para identificar o vasto número de veículos registrados no Município que por algum motivo não foram inspecionados, ainda que o total da frota não seja o número mais atualizado, mediante a fixação de um parâmetro aceitável.

Assim, sugere-se que a SVMA adote uma meta que evidencie os resultados efetivos alcançados pelo programa de inspeção veicular, ou seja, um indicador da quantidade de veículos inspecionados em relação ao total da frota.

• META 83 – Reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa na cidade, tendo como referência o inventário atual e o projeto de lei nº 530/08.

No quadro de acompanhamento da Agenda 2012, o cumprimento da presente meta encontra-se em verificação, com a observação: “Prevista contratação do novo inventário de gases de efeito estufa para 2011”.

Ressalte-se, que o mencionado projeto de lei, atualmente, corresponde à Lei Municipal nº 14.933/09, que instituiu a Política de Mudança do Clima no Município de São Paulo.

Considerando que já se passaram dois exercícios sem que a SVMA tomasse medidas para o acompanhamento desta meta, recomenda-se que a Pasta ultime as providências necessárias em prol do cumprimento da presente meta.

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b) Plano Plurianual 2010/2013

O PPA 2010/2013 foi instituído pela Lei nº 15.090 de 29 de dezembro de 2009, em cumprimento ao disposto no § 1º do art. 165 da Constituição Federal e nos artigos 69, inciso X, e 137, inciso I, da Lei Orgânica do Município de São Paulo, estabelece programas, objetivos, valores e metas da Administração Pública Direta e Indireta do Poder Executivo e do Poder Legislativo para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

O Quadro de Acompanhamento das Metas do PPA 2010/2013 evidencia em várias ações um descompasso entre as metas físicas e financeiras fixadas e os recursos orçamentários aplicados e realizações informadas, comprometendo a efetividade do PPA 2010/2013 enquanto instrumento de planejamento.

Com base nos dados apresentados pelo Assessor Técnico do Departamento de Administração e Finanças da SVMA, elaboramos o quadro a seguir:

Ações A B C=B/A D E D=E/D

Cód. Descrição Meta Física Realizado % Meta Financeira Orçto Atualizado %

6651 Manut. e Preservação da Fauna Silvestre 616 3.256 529% R$ 500.000,00 R$ 671.520,00 134%

6654 Realização de ações Ambientais - FEMA 4 42 1050% R$ 9.226.202,00 R$ 2.510.852,00 27%

6659 Manut. Civil de Áreas Verdes 10 185 1850% R$ 750.000,00 R$ 247.481,00 33%

6660 Fiscalização e Monitoramento Ambientais 542 6.632 1224% R$ 1.500.000,00 R$ 4.984.126,00 332%

6678 Manut. e Conservação de Áreas Verdes 66 77 117% R$ 55.000.000,00 R$ 65.525.172,00 119%

6681 Manut. Dos Viveiros e Árvores Consolidadas 853.241 3.926.907 460% R$ 3.000.000,00 R$ 5.231.644,00 174%

6683 Realização de Estudos e Diagnósticos Ambientais 2 2 100% R$ 2.000.000,00 R$ 96.844,00 5%

7100 Implantação de Viveiros 0 2 #DIV/0! R$ - R$ - -

7101 Implantação de Implantação de Parques Urbanos e Naturais 2 6 300% R$ 6.000.000,00 R$ 790.059,00 13%

7116 Reforma de Parques Municipais 1 7 700% R$ 11.000.000,00 R$ 6.690.125,00 61%

7117 Recuperação Ambiental 1 0 0% R$ 550.000,00 R$ 86.381,00 16%

7127 Implantação de Projetos Ambientais - FEMA 2 6 300% R$ 5.773.750,00 R$ 10.197.118,00 177%

7128 Implantação de Parques Urbanos, Naturais e Lineares - FEMA - Crédito Carbono 1 0 0% R$ 53.587.581,00 R$ 31.096.832,00 58%

7129 Implantação de Viveiros - FEMA - Crédito Carbono 0 0 #DIV/0! R$ 3.636.253,00 R$ 67.549,00 2%

7134 Gestão de APAs 100 100 100% R$ 250.000,00 R$ 130.770,00 52%

7135 Plantio de Árvores 40.000 541.043 1353% R$ 4.000.000,00 R$ 5.349.506,00 134%

7136 Implantação de Parques Lineares 1 3 300% R$ 32.400.000,00 R$ 27.534.719,00 85%

7138 Implantação de Projetos Ambientais - FEMA/Crédito Carbono 6 9 150% R$ 16.419.209,00 R$ 4.142.786,00 25%

São pertinentes as seguintes observações acerca das ações destacadas no quadro:

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A ação “6659 - Manutenção Civil de Áreas Verdes” tinha meta física fixada em 10 manutenções civis em parques com meta financeira de R$ 750.000,00. A LOA/2010 fixou despesas para esta ação no valor de R$ 850.000,00, atualizados para R$ 247.481,00 (32,9% da meta financeira). Ao final de 2010, esta ação atingiu 185 manutenções civis em parques, evidenciando o descompasso mencionado.

Esta situação não se restringiu ao exemplo citado, de modo geral o realizado em 2010 superou a meta física prevista para diversas ações do programa, o que pode sugerir que em muitos casos a meta física foi prevista muito aquém da capacidade de realização.

Ademais, os valores previstos (meta financeira) para diversas ações não guardavam qualquer correspondência com a meta física, o que compromete a fidedignidade da peça de planejamento, destinando-se recursos desnecessariamente para determinada ação em detrimento de outras.

Verifica-se o não cumprimento da meta física prevista para o exercício de 2010 para as ações "7117 - Recuperação Ambiental (áreas degradadas)" e "7128 - Implantação de Parques Urbanos, Naturais e Lineares - FEMA - Crédito Carbono".

Outra constatação refere-se à ação "7100 - Implantação de Viveiros", para a qual consta a implantação de 2 viveiros, embora sem previsão de meta física para o exercício. Além disso, o orçamento do exercício não consignava qualquer recurso para a referida ação e tampouco se verificou empenhos nesta verba.

Já para a ação "7129 - Implantação de Viveiros - FEMA/Crédito de Carbono", verifica-se previsão de recursos orçamentários, embora sem previsão de meta física para o exercício, tendo-se efetuados empenhos na verba correspondente.

Assim, considerando sem propósito a hipótese de implantação de dois viveiros sem qualquer despesa, as constatações relacionadas às ações 7100 e 7129 evidenciam que a SVMA utilizou-se de recursos do Crédito de Carbono para atendimento de ação, para a qual foram destinados recursos orçamentários da própria SVMA, nos termos das metas fixadas pelo PPA.

Com relação à ação "7134 - Gestão de APAs", a unidade de medida foi estabelecida em percentual e reputada integralmente atendida. Ainda que não se faça neste trabalho uma análise aprofundada acerca dos critérios adotados para fixação e acompanhamento das unidades de medida propostas para as ações, considera-se questionável o cumprimento integral da referida meta, em razão dos diversos problemas afetos à gestão das APAs relatados no TC nº 72.002.533.10-90.

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Ressalte-se que os critérios de aferição dos resultados e a fidedignidade dos números apresentados, relativos à execução do Plano Plurianual 2010/2013 e da Agenda 2012, serão oportunamente avaliados em auditoria específica.

9.4 - Indicadores de Desempenho

A Lei Municipal nº 14.173/06 não está sendo cumprida no que tange aos indicadores de desempenho relativos à qualidade dos serviços públicos na área de proteção do meio ambiente

A Lei n° 14.173/06 estabeleceu indicadores de desempenho relativos à qualidade dos serviços públicos nas áreas de saúde pública, educação básica, segurança no trânsito, proteção do meio ambiente, limpeza pública e transporte urbano.

Assim, o Executivo Municipal deveria implementar, medir sistematicamente e apresentar esses indicadores à sociedade.

Nos termos do Decreto Municipal nº 47.972/06 foi criado o Grupo de Trabalho Intersecretarial para estudar e propor os critérios para o estabelecimento dos indicadores de desempenho previstos na Lei nº 14.173/06; os índices considerados como indicativos de qualidade mínima para os respectivos serviços; as fórmulas matemáticas que expressarão os indicadores de desempenho; a metodologia de coleta de dados e informações necessárias aos cálculos desses indicadores; assim como o estabelecimento de outros indicadores, além dos previstos na referida lei.

Segundo informações apresentadas pelo DEPLAN, o Grupo de Trabalho após diversas reuniões técnicas, apresentou no início de 2008 um relatório final, cujas considerações finais apontam para a necessidade de uma revisão dos conceitos dos indicadores, uma melhor definição de sua finalidade, bem como a forma de instituí-los de maneira exeqüível.

Ao final, sugere a contratação de consultoria especializada para atendimento da finalidade atribuída ao referido Grupo de Trabalho, pela complexidade técnica dos trabalhos.

Em suma, o relatório final do Grupo de Trabalho apresentou críticas quanto aos indicadores proposto pela lei, apontando dificuldades de sua implantação (inadequação e dificuldade em medir), bem como consignou propostas de alterações para os artigos 13 e 14.

Desta forma, com base nos argumentos constantes do referido relatório, a SVMA não vem cumprindo as determinações da Lei Municipal n° 14.173/06.

Em que pese as divergências conceituais registradas pelo Grupo de Trabalho, entende-se que a dificuldade de implantação não atinge a totalidade dos

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indicadores propostos pela lei, para os casos viáveis não há justificativas para o não atendimento da lei. Para os demais casos a SVMA deve propor soluções, uma vez que não houve encaminhamento das sugestões apresentadas pelo Grupo de Trabalho.

Solicitada a apresentação de indicadores de desempenho que sejam utilizados rotineiramente pela secretaria em suas estratégias de gestão, a Pasta apresentou um conjunto de pouco mais que uma dezena de indicadores em quatro categorias distintas: Inspeção Veicular, Parques Municipais, Denúncias/Crimes Ambientais e Termos de Compromisso Ambiental. Com exceção de dois desses indicadores, todos os demais se referiam a exercícios anteriores a 2010 e, portanto, de pouca utilidade para a avaliação da função de gestão ambiental em 2010.

Depreende-se que o objetivo da Lei Municipal nº 14.173/06 é apresentar à população indicadores de desempenho relativos à qualidade dos serviços públicos no Município de São Paulo, ou seja, que permitam à sociedade avaliar a efetividade dos serviços públicos no município nas áreas de saúde pública, educação básica, segurança no trânsito, proteção do meio ambiente, limpeza pública e transporte urbano.

Nesse sentido, a apresentação de indicadores gerenciais não atende ao propósito da referida lei, uma vez que o número de inspeções veiculares aprovadas, rejeitadas e reprovadas ou o número de ações de fiscalizações ambientais realizadas não evidenciam o resultado dessas ações na proteção do meio ambiente.

Assim, a Lei Municipal nº 14.173/06 não está sendo cumprida no que tange aos indicadores de desempenho relativos à qualidade dos serviços públicos na área de proteção do meio ambiente.

9.5 - Programa “Cidade mais verde”

Principal programa da Função Gestão Ambiental, pertence ao eixo “Cidade Sustentável” do Programa de Metas – Agenda 2012 tem como objetivos o desenvolvimento de ações para a ampliação e conservação de áreas verdes, a melhoria dos aspectos ambientais dos parques públicos, a ampliação e manutenção da arborização de praças e vias públicas.

Foram realizadas diversas auditorias com o objetivo de avaliar aspectos operacionais relacionados a este programa. As principais constatações estão apresentadas em seguida, com a indicação dos objetivos das fiscalizações e os respectivos TC’s onde os assuntos foram tratados.

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9.5.1 - Fiscalização Ambiental

A estrutura das Divisões Técnicas dos Núcleos de Gestão Descentralizada continua carente de recursos humanos, materiais e equipamentos e em alguns casos, de instalações físicas. Por outro lado, a quantidade de denúncias aumenta gradativamente, porém a estrutura da fiscalização não acompanha esse crescimento.

Não há controle sistematizado das denúncias recebidas que permita o acompanhamento de todos os seus possíveis encaminhamentos: cadastro, inspeção, intimação, autuação, anulações de multas, cancelamentos, substituições, eventuais recursos, termo de ajustamento de conduta e pagamento.

A legislação municipal que ampara os procedimentos para formalização do TAC propicia condições favoráveis para o infrator.

As APAs continuam sofrendo constantes degradações que tendem a aumentar, tendo em vista a desarticulação da fiscalização preventiva exercida pelas bases ambientais da GCM na região.

Foi realizada auditoria programada para avaliar o planejamento e a coordenação das atividades de monitoramento e fiscalização da qualidade ambiental – TC 72.002.533/10-90, cujas principais constatações apresentamos:

a) Estrutura Organizacional

A Lei Municipal nº 14.887 de 15 de janeiro de 2009 reorganizou a SVMA, no artigo 2º, inciso I, encontra-se estabelecida a competência para planejar, ordenar e coordenar as atividades de defesa do meio ambiente da Cidade de São Paulo para conter a degradação e a poluição ambiental.

Compõem a estrutura de SVMA o Departamento de Controle da Qualidade Ambiental (DECONT) e o Departamento de Gestão Descentralizada (DGD) principais responsáveis pelo planejamento e coordenação das atividades de monitoramento e fiscalização da qualidade ambiental na cidade de São Paulo.

b) Departamento de Gestão Descentralizada

A tabela a seguir apresenta o Quadro de Pessoal do departamento com os cargos de provimento em comissão ocupados e a respectiva equipe de trabalho de cada Divisão Técnica dos Núcleos de Gestão Descentralizada:

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Fonte: Relação de Servidores do DGD fornecida pela SVMA Legenda: I - Diretor ou Coordenador ou Encarregado de Equipe em comissão; II – Especialista em Meio Ambiente;

III – Especialista em Desenvolvimento Urbano; IV – Engenheiro Agrônomo; V – Assistente de Políticas Públicas; VI – Agente Vistor; VII – Coordenador Pedagógico; VIII – Professor; IX – Agente de Apoio.

Cada Divisão Técnica é composta por 3 Coordenadorias: Fiscalização, Educação Ambiental e Arborização. As divisões melhor estruturadas são o DGD Sul 3, Norte 2, Centro-Oeste 1 e Leste 1, pois são unidades que já existiam antes da criação do DGD, vinculadas à antiga Coordenadoria de Planejamento Ambiental. As demais unidades estão em fase de estruturação.

Constatou-se que não há planejamento por parte do departamento e também dos núcleos, quanto à realização de cursos para servidores da área de fiscalização, visando o aperfeiçoamento e uniformização dos procedimentos.

As Divisões Técnicas dos Núcleos de Gestão Descentralizada dispõem de infra-estrutura mínima para funcionamento, como móveis e equipamentos (computadores, máquinas fotográficas, GPS e notebook).

Alguns Núcleos não possuem sede e dividem espaço com outros, como é o caso do DGD-Leste 3, atualmente funcionando com DGD-Leste 1, o qual poderá ter sua sede implantada em uma edificação localizada no Parque Chico Mendes.

Pelo fato de existirem núcleos mais antigos, há diferentes estágios de desenvolvimento entre eles, inclusive na parte de infra-estrutura, e, segundo informações da SVMA, está sendo realizado trabalho para que todos possam ter uma estrutura física adequada para desempenhar suas atividades.

De todo o modo, equipamentos como extintores, deveriam fazer parte de todos os núcleos para a segurança dos servidores, assim como computadores mais modernos e recursos instrucionais e de multi-midia para o desempenho das atividades dessas unidades, que também desenvolvem ações de educação

DGD (Núcleo)

CARGOS EM COMISSÃOSOMA/ DGD Diretor Total Coordenador Total Encarregado

de Equipe Total

Norte 1 II 01 III 01 II 01 03

Norte 2 I 01 II, III, III, V 04 VIII 01 06

Sul 1 I 01 I, I, III 03 IX 01 05

Sul 2 II 01 I, I 02 - - 03

Sul 3 VIII 01 I, V 02 V 01 04

Leste 1 VIII 01 III, V, VI, 03 IX 01 05

Leste 2 - - I, III, V, 03 IX 01 04

Leste 3 - - I, II, 02 - - 02

Centro-Oeste 1 I 01 III, IV, VII 03 IX 01 05

Centro-Oeste 2 I 01 I, II, III, III 04 - - 05

TOTAL GERAL 08 - 27 - 07 42

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ambiental. Segundo informações da própria SVMA, o funcionamento eficaz de uma Divisão Técnica do Núcleo de Gestão Descentralizada depende de:

• Sede própria para cada núcleo; • Conexão de todas as unidades com a PRODAM; • Equipamentos, material de divulgação e mobiliário; • Servidores capacitados e motivados; • Os núcleos se tornarem unidades orçamentárias; • Sistema de gestão para o controle de registros e documentos das

ações desenvolvidas; • Estruturação e formação de equipe para o Gabinete.

c) Plano de Trabalho

O plano de ação do Departamento de Gestão Descentralizada centra-se na agenda 2012 e no Plano Plurianual 2010-2013. No quadro a seguir estão demonstradas as diretrizes, objetivos e estratégias traçadas por SVMA para a realização das ações do departamento.

Diretrizes

Objetivos Estratégias

• Integração • Descentralização• Estruturação • Controle Interno

• Descentralização das ações da SVMA

• Tornar o DGD uma Unidade orçamentária

• Integração e interlocução com os Departamentos da SVMA;• Diagnóstico e mapeamento socioambiental dos Núcleos; • Criar metas de qualidade socioambiental e indicadores de

mensuração; • Controle Interno; • Melhoria de recursos físicos.

Não existem detalhamentos referentes ao monitoramento e fiscalização ambiental para o trabalho dos diversos Núcleos. Contudo, a estratégia de elaborar um diagnóstico e mapeamento socioambiental sinaliza um caminho que poderá ser benéfico para as atividades de fiscalização e monitoramento ambiental atinentes aos Núcleos.

d) Monitoramento e Fiscalização Ambiental

Em 2009, o Departamento de Controle Ambiental - DECONT recebeu um total de 1.691 denúncias, sendo 1.279 encaminhados os Núcleos. Até agosto de 2010, constatou-se que esse total era de 1.259 denúncias, os Núcleos foram responsáveis por 813 denúncias.

Para atender as denúncias e demais atribuições, os núcleos contavam com um quadro composto por 78 Especialistas em Meio Ambiente, atuando diretamente em atividades de fiscalização ambiental.

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O concurso público realizado em 2008 pretendia preencher 180 cargos de Especialistas em Meio Ambiente. Foram nomeados 108 candidatos aprovados e o prazo de validade do concurso está expirado.

e) Atendimentos a Denúncias / Multas Aplicadas (pagas e não pagas)

Constata-se a inexistência de um controle sistematizado dos encaminhamentos das denúncias recebidas, que englobaria os lançamentos de todas as etapas do seu processamento: Autos de Vistoria, Autos de Inspeção/Intimação, Autos de Infração, Autos de Multa, Termos de Ajustamento de Conduta firmados etc.

Tais lançamentos possibilitariam a análise do ciclo completo de atendimento das demandas e a identificação dos entraves e dificuldades técnicas das equipes responsáveis pela fiscalização ambiental nas Divisões de Gestão Descentralizada.

Ressalte-se que a fiscalização ambiental exercida pelos Núcleos consiste basicamente no atendimento de denúncias e desenvolvimento da Operação Defesa das Águas. Tais atividades absorvem a maior parte da disponibilidade das equipes técnicas, praticamente inviabilizando o desenvolvimento de rotinas de fiscalização preventiva e de educação ambiental, fundamentais para a contenção do processo de degradação do meio ambiente que sofre a Cidade de São Paulo.

No período de abril/2010 a agosto/2010, a arrecadação relativa aos pagamentos de multas atingiu R$ 175.147,74, no mesmo período o valor das multas não pagas atingiu R$ 119.469.749,10.

O valor expressivo de multas não pagas pode ser explicado pela possibilidade legal de requisição por parte do infrator da conversão da multa em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, formalizada nos Termos de Ajustamento de Conduta.

A partir da aceitação do pedido de ajustamento de conduta, os Autos de Multa ficam suspensos até a conclusão dos projetos de reparação ambiental propostos pelos infratores e aceitos pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.

f) Termos de Ajustamento de Conduta

A Lei Federal 9.605/1998 estabelece no parágrafo 4º do Artigo 72 que a multa simples pode ser convertida em serviços de reparação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

O Decreto Federal 3.179/1999 (revogado pelo Decreto Federal 6.514/2008) regulamentou a Lei 9.605/1998. Estabelecia no caput do seu artigo 60 que as multas nele previstas poderiam ter sua exigibilidade suspensa quando o infrator, por termo

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de compromisso aprovado pela autoridade competente, obrigar-se à adoção de medidas específicas para fazer cessar ou corrigir a degradação ambiental por ele causada. Cumpridas integralmente as obrigações assumidas pelo infrator, é exigido o pagamento da multa, porém com desconto de 90%.

Numa interpretação da letra fria da Lei 9.605/1998, combinada com o Decreto 3.179/199 (revogado), é clara a intenção do legislador em determinar que a reparação do dano seja efetuada pelo valor exato da multa aplicada.

O Decreto Federal 6.514/2008 dispõe sobre as infrações administrativas ao meio ambiente e estabelece o processo administrativo federal para a apuração destas infrações. Fixa em seu artigo 143 que o valor dos custos dos serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente não poderá ser inferior ao valor da multa convertida.

O parágrafo 1º do Artigo 143 do Decreto Federal 6.514/2008 determina que, na hipótese de a recuperação dos danos ambientais importar recursos inferiores ao valor da multa convertida, a diferença deverá ser aplicada em outros serviços de melhoria da qualidade ambiental.

O referido instrumento legal estabelece no parágrafo 3º do artigo 143 que, cumpridos os compromissos assumidos, a autoridade ambiental aplicará o desconto de quarenta por cento sobre o valor da multa aplicada.

Portanto, o Decreto Federal 6.514/2008 foi editado para corrigir definitivamente a interpretação da conversão da multa simples favorável aos infratores ambientais, que ainda é praticada pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, tendo em vista a não adoção das regras estabelecidas no citado Decreto Federal.

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente utiliza como fundamento legal para a formalização de termos de ajustamento de conduta o Decreto Municipal 42.833/2003 que tem como base o Decreto Federal 3.179/1999, revogado pelo Decreto Federal 6.514/2008.

A Portaria 02/2009, editada pela SVMA, estabelece em seu artigo 6º que cumpridas integralmente as obrigações assumidas pelo infrator, a multa será reduzida em 90% do valor atualizado monetariamente, numa clara intenção de estabelecer a manutenção da interpretação das regras de conversão altamente favoráveis a quem comete crimes ambientais. Situação confirmada no exame dos seguintes termos de ajustamento de conduta:

1) PA : 2009-0.306.886-5. INT.: América Latina Logística - ALL

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Autos de Multa – 67.004.351-6 (Objeto: Desmatamento em Área de Preservação Permanente – Data Autuação: 22/10/2009 – Vr. R$ 500.000,00) – 67.004.352-4 (Objeto: Depósito irregular de resíduos sólidos - vagões e trilhos – Data Autuação: 22/10/2009 – Vr. R$ 730.000,00) – 67.004.353-2 (Objeto:Causar danos diretos à Área de Proteção Ambiental Capiravi-Monos – Data Autuação: 22/10/2009 – Vr. R$ 81.600,00) – 67.002.452-0 (Objeto: Causar danos diretos à Área de Proteção Ambiental Capiravi-Monos – Data Autuação: 16/05/2008 – Vr. R$ 50.000,00) – 67.002.453-8 (Objeto: Deteriorar 17 exemplares arbóreos em área de vegetação significativa – Data Autuação: 16/05/2008 – Vr. R$ 170.000,00) 67.002.454-6 (Objeto: Depositar resíduos sólidos na Área de Proteção Ambiental Capiravi-Monos – Data Autuação: 16/05/2008 – Vr. R$ 50.000,00).

TAC: Pedido de ajustamento de conduta formalizado em 04/10/2010 por Alexandre de Morais Lanelatti. Encontra-se juntado no PA em referência um projeto de reparação dos danos causados no valor de R$ 159.260.00, que consolida todas as multas aplicadas, aguardando a análise dos técnicos do DECONT.12.

Comentários:

Não há na legislação examinada, embasamento para a consolidação de diversas multas num único Termo de Ajustamento de Conduta.

Considerando, em hipótese, a possibilidade da consolidação, temos: Valor total das multas aplicadas: R$ 1.581.600,00; Valor do Projeto de Reparação dos danos causados: R$ 159.260,00.

Comprovada a execução do projeto de reparação a ALL faz juz, segundo a Portaria 02/2009, a 90% de desconto nas multas aplicadas, portanto, R$ 1.423.440,00. Resultando num custo total para a ALL de R$ 317.420,00 (R$ 159.260,00 referente a projeto de reparação + R$ 158.160,00 referente a 10% das multas aplicadas).

Esta é a interpretação da Lei totalmente favorável ao infrator, vejamos como ficaria a interpretação favorável ao Meio Ambiente:

Adotando-se a multa de maior valor da primeira bateria de autuações (R$ 270.000,00 multa aplicada em 16/05/2008) teríamos:

● Termo de Ajustamento de Conduta no valor de R$ 270.000,00, com projetos de reparação do dano e outros até atingir o valor da multa. A ALL faria juz, assim, a um desconto de 90%, ou seja, a multa seria reduzida ao valor de R$ 27.000,00.

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● A partir da 2ª multa não há que se falar em termo de ajustamento, pois a Legislação veda a formalização de outro TAC com o mesmo infrator no prazo de 5 anos contados da data da assinatura do termo de compromisso (Artigo 148 do Decreto Federal 6514/2008).

● A partir da 2ª multa do mesmo infrator os valores devem ser multiplicados por 3 (caso o objeto da 2ª infração seja igual ao da 1ª) ou por 2 (caso o objeto da 2ª infração seja diferente ao da 1ª) assim sucessivamente (artigo 11 do Decreto Federal 6.514/2008).

Portanto, a interpretação da Lei de Crimes Ambientais está sendo extremamente favorável à infratora – ALL e totalmente desfavorável ao Meio Ambiente.

Ressalte-se que a gravidade das infrações cometidas pela ALL provocou a expedição do Auto de Intimação e Notificação nº 15.079, que determinou a cessação das obras emergenciais que estavam sendo realizadas na área de domínio da empresa. Porém, por decisão da Diretoria do DECONT publicada no DOC de 09/07/2010, o Auto de Intimação e Notificação nº 15.079 foi cancelado.

Recentemente, em nova ação fiscalizatória, os técnicos da DGD Sul 3 identificaram outras ações irregulares da ALL na área da APA Capivari-Monos – trecho Evangelista de Souza até o Túnel 27.

Está sendo finalizado o Auto de Inspeção com a descrição detalhada dos crimes ambientais cometidos. Porém, não há orientação para a emissão de novo Auto de Intimação e Notificação que determine o embargo das atividades da empresa.

2) PAs : 2009.0.207.897-2 – TAC 9/2010 2009.0.186.459-1 – TAC 40/2010

INT. : Construtora Tenda S/A.

Infrações/Autos de Multa – 67.002.545-3 – TAC 9/2010 (Objeto: Supressão de 4 exemplares arbóreos sem autorização do órgão competente – Data da Assinatura TAC: 10/02/2010 – Vr. da Multa: R$ 40.000,00). Projeto de reparação no valor de R$ 12.479,60. 67.004.672-2 – TAC 40/2010 (Objeto: Morte de 1 exemplar arbóreo e poda drástica em 2 exemplares – Data Assinatura TAC 05/05/2010 – Vr. da multa: R$ 30.000,00). Projeto de reparação no valor de R$ 9.038,32.

Comentários:

● Novamente, a partir da 2ª multa não há que se falar em termo de ajustamento tendo em vista que a Legislação veda a formalização de outro TAC ao mesmo infrator no prazo de 5 anos contados da data da assinatura do termo de compromisso, conforme dispõe o artigo 148 do Decreto Federal 6514/2008.

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● A partir da 2ª multa do mesmo infrator os valores devem ser multiplicados por 3 (caso o objeto da 2ª infração seja igual ao da 1ª) ou por 2 (caso o objeto da 2ª infração seja diferente ao da 1ª) assim sucessivamente.

Exemplo dos cálculos da reparação ambiental com a interpretação da legislação de forma favorável ao Meio Ambiente:

● Reparação do dano causado com formalização de TAC

- Auto de multa 67.002.545-3 - Valor da Multa: R$ 40.000,00 - Custo do Projeto de Reparação do dano: R$ 12.479,60 - Custo de outros serviços de melhoria da qualidade ambiental:

Valor da Multa – Custo do Projeto de Reparação = R$ 27.520,40 - Valor da Multa com desconto de 90%: R$ 4.000,00 - Dispêndio total da Tenda: R$ 44.000,00 (Custo do Projeto de Reparação do

Dano, Custo dos outros serviços de melhoria da qualidade ambiental acrescidos de 10% da multa).

● Reparação do dano causado sem formalização de TAC

- Auto de multa 67.002.545-3 - Valor da Multa: R$ 40.000,00 - Custo do Projeto de Reparação do dano: R$ 12.479,60 - Dispêndio total da Tenda: R$ 52.479,60 (Pagamento da multa acrescido do

Custo do Projeto de Reparação do Dano).

Portanto, na interpretação favorável ao MEIO AMBIENTE, a formalização do TAC representaria para o infrator uma economia de R$ 8.479,60 (R$ 52.479,60 – R$ 44.000,00).

O TAC 9/2010 proporcionará à Tenda um dispêndio total de R$ 16.479,60 (Custo do Projeto de Reparação do Dano - R$ 12.479,60 acrescido de 10% do valor da multa - R$ 4.000,00).

Neste caso o infrator deixa de aplicar na reparação do dano ambiental o valor de R$ 27.520,40 (R$ 44.000,00 – R$ 16.479,60).

3) PAs : 2009.0.232.281-4 – TAC 31/2010 2009.0.253.616-4 – TAC 65/2010

INT. : MRV Engenharia e Participações S/A.

Infrações/Autos de Multa – 67.003.419-3 – TAC 31/2010 (Objeto: Maus tratos a 9 exemplares arbóreos – Data da Assinatura TAC: 29/03/2010 – Vr. da Multa: R$ 90.000,00). Projeto de reparação no valor de R$ 11.579,40. 67.003.308-1 – TAC 65/2010 (Objeto: Supressão de 76 exemplares arbóreos sem autorização –

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Data Assinatura TAC 30/07/2010 – Vr. da multa: R$ 500.000,00). Projeto de reparação no valor de R$ 410.000,00.

Comentários:

Novamente, a partir da 2ª multa não há que se falar em termo de ajustamento tendo em vista que a Legislação veta a formalização de outro TAC ao mesmo infrator no prazo de 5 anos contados da data da assinatura do termo de compromisso, conforme dispõe o artigo 148 do Decreto Federal 6.514/2008.

Exemplo dos cálculos da reparação ambiental com a interpretação da legislação de forma favorável ao Meio Ambiente:

●Reparação do dano causado com formalização de TAC

- Auto de multa 67.003.419-3 - Valor da Multa: R$ 90.000,00 - Custo do Projeto de Reparação do dano: R$ 11.579,40 - Custo de outros serviços de melhoria da qualidade ambiental:

Valor da Multa – Custo do Projeto de Reparação = R$ 78.420,60 - Valor da Multa com desconto de 90%: R$ 9.000,00 - Dispêndio total da MRV: R$ 99.000,00 (Custo do Projeto de Reparação do

Dano, Custo dos outros serviços de melhoria da qualidade ambiental acrescidos de 10% da multa).

●Reparação do dano causado sem formalização de TAC - Auto de multa 67.003.419-3 - Valor da Multa: R$ 90.000,00 - Custo do Projeto de Reparação do dano: R$ 11.579,40 - Dispêndio total da MRV: R$ 101.579,40 (Pagamento da multa acrescido do

Custo do Projeto de Reparação do Dano).

Portanto, na interpretação favorável ao Meio Ambiente a formalização do TAC representaria para o infrator uma economia de R$ 2.579,40 (R$ 101.003.579,40 – R$ 99.000,00).

O TAC 31/2010 proporcionará à MRV um dispêndio total de R$ 20.579,40 (Custo do Projeto de Reparação do Dano – R$ 11.579,40 acrescido de 10% do valor da multa – R$ 9.000,00).

Neste caso, o infrator deixa de aplicar na reparação do dano ambiental o valor de R$ 78.420,60 (R$ 99.000,00 – R$ 20.579,40).

g) Áreas de Proteção Ambiental - APAs

A situação de abandono das Áreas de Proteção Ambiental constatada na auditoria anterior está ainda mais grave. Os relatos dos gestores das APAs (Léo Ramos

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Malagoli – Capivari-Monos e Felipe Spina Avino – Bororé-Colônia) são alarmantes e esclarecedores - TC 72.002.533/10-90.

Bases situadas em áreas estratégicas foram desativadas (Capivari-Monos) ou nem mesmo instaladas (Bororé-Colônia) ou ainda contam com um efetivo mínimo da GCM Ambiental (Barragem).

As APAs encontram-se nas mãos dos invasores, grileiros, caçadores, extratores praticando todas as modalidades de crimes ambientais, agindo livremente pela falta de um tratamento adequado e estratégico do problema (instalação e manutenção de bases de vigilância e realização de rondas), principalmente por parte do comando da Guarda Civil Metropolitana.

9.5.3 – Plano Plurianual 2006/2009

Dentre as 34 metas fixadas no Plano Plurianual, 14 foram atingidas, 3 não determinaram resultados a alcançar (“monitorar lagos”, “fiscalizar infrações ambientais” e “inspecionar veículos em uso – emissão de gases”), e 17 não alcançaram o resultado proposto.

Foi realizada auditoria programada com o objetivo de avaliar os resultados alcançados na execução do programa e o atendimento das metas estabelecidas nos instrumentos de planejamento – TC 72.000.443/10-28, cujas principais constatações apresentamos:

a) Problemas detectados

O exame geral dos documentos fornecidos demonstrou a existência de inconsistências, ausência ou insuficiência de evidências e também de procedimentos definidos formalmente para a organização das informações que embasam os resultados alcançados pela SVMA, tais como:

• não foram localizados documentos formais que definiram o acréscimo de insumos nas unidades de medida para algumas metas previstas no PPA do período, anteriores à apuração do resultado final, a exemplo da meta “investigação de áreas degradadas” e “recuperação de áreas degradadas”;

• alguns insumos da meta “parques lineares implantados” também constaram da “meta implantar parques municipais” demonstrando necessidade clara de critérios para cada uma das unidades de medida constantes do PPA;

• informações incorretas, discordantes ou não plenamente demonstradas referentes à composição do resultado em várias metas, a exemplo da meta “parques lineares implantados”, entre outras metas ;

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• metas com unidades de medida definidas por porcentual, como “reformar parques existentes” e “consolidar o sistema de indicadores ambientais” , entre outras, não permitem aferir se o resultado indicado é fidedigno, por falta de documento formal (cronograma, medição) que explicite o porcentual atribuído para cada conjunto de reforma e cada indicador;

• diferença nos quantitativos apresentados para a meta “implantar o Plano Diretor de Arborização” por SVMA (previsão e execução) e o apurado por esta fiscalização;

• diferença quanto ao número de alunos atendidos para a meta “ministrar cursos de formação em vegetação”;

• a mesma meta física acima (“ministrar cursos de formação em vegetação”), em relação à previsão do PPA para o período, é 7.220 alunos e não como informado, assim como a meta prevista para “levantamento florístico em áreas verdes é 2000, e não como foi registrado;

• unidades de medida para metas não foram fixadas no programa, tais como: “monitorar lagos”, “inspecionar veículos em uso”, “fiscalizar infrações ambientais”, que são apresentadas como unidade de medida “não identificável” e sem previsão de quantificação estabelecida;

• os resultados da meta “desenvolver educação e monitoria ambiental” não apresenta claramente a composição dos dados por ano, estando apenas explicitado o resultado de 11.495 ações de educação ambiental em 2007, o que requer maior rigor dos quantitativos considerados para gerar o resultado final informado, além do que a necessidade de melhor seleção da unidade de medida;

• resultados registrados no “Relatório Acompanhamento PPA por órgão” dessemelhantes do indicado no “Relatório Detalhado Execução das Metas do Plano Plurianual 2006-2009”, como por exemplo, o referente à meta “Implantar Agenda Ambiental na Administração Pública e Agenda 21 nas Unidades da Prefeitura”.

Muitos outros problemas foram identificados na apresentação das informações. A lista acima apresentada é apenas ilustrativa e não esgota as incorreções, inconsistências e ausências/insuficiências de evidências existentes.

b) Metas Físicas do Plano Plurianual 2006/2009

O exame dos resultados do quadro de metas referente ao Plano Plurianual revelou que entre 34 ( trinta e quatro) metas fixadas, 14 ( quatorze) foram atingidas, 3 ( três) não determinaram resultados a alcançar (“monitorar lagos”, “fiscalizar

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infrações ambientais” e “inspecionar veículos em uso – emissão de gases”), e 17 (dezessete) não alcançaram o resultado proposto.

Entre as 14 (quatorze) metas atingidas, pelo menos 4 (quatro) foram alcançadas com restrições, a saber: “implantar parques lineares”, “investigar áreas degradadas”, “recuperar áreas degradadas” e “implantar o Plano Diretor de Arborização”. Isto é explicado pelos acréscimos de insumos na unidade de medida das metas especificadas, cujas alterações não foram formalizadas em documentos internos ou externos à SVMA e ou informações não plenamente evidenciadas.

No que se refere às metas que tiveram acréscimo de insumos na unidade de medida, declarou a SVMA que, as alterações serão efetuadas no “Quadro de Acompanhamento das Metas do PPA 2006/2009” e no “Relatório Detalhado da Execução das Metas do PPA”, inclusive junto à SEMPLA.

Entre as metas não atingidas, verifica-se que 13 (treze) delas apresentaram resultados de execução superior a 50% (cinqüenta por cento) do previsto.

Dentre os resultados obtidos, destacam-se aqueles que superaram o planejado para metas como: “implantar praças”, “manter viveiros”, “realizar levantamento florístico em áreas verdes”, “monitorar transporte de produtos perigosos”, “licenciar e monitorar empreendimentos”, entre outros.

c) Gestão Integrada ao Meio Ambiente e Controle Interno

As constatações apresentadas remetem à necessidade de aperfeiçoamento geral das metas, suas composições e critérios referentes ao programa “Proteção ao Meio Ambiente e a Qualidade de Vida”, bem como dos processos de trabalho que se entrecruzam com as metas, para que reflitam com maior fidedignidade os resultados da SVMA para a sociedade de São Paulo.

Tratando-se o PPA de instrumento de planejamento para a Cidade de São Paulo, este deve ser parâmetro para as realizações da SVMA, constituindo-se em guia para suas ações e alcance de seus alvos. Aliás, salienta-se que é a própria Secretaria que decide e estrutura as metas relacionadas às suas competências, como informado a esta fiscalização.

Os resultados do PPA espelham o desempenho da SVMA, como órgão público municipal da Cidade de São Paulo, responsável pela política pública de defesa ao meio ambiente e à qualidade de vida dos paulistanos, responsabilidade que se conecta com as de outras secretarias e programas.

Os resultados do PPA são guias para decisões de gestores públicos e privados, estudos e propostas de pesquisadores e cientistas, uma vez que esses resultados,

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conforme preconiza o próprio artigo 69-A da Lei Orgânica do Município, são previstos para serem disponibilizados pela mídia, constituindo-se, portanto, em informações para estatísticas sobre este Município.

Essas informações, sujeitas a embasarem políticas públicas, pesquisas e estudos empíricos e científicos sobre o meio ambiente e campos do conhecimento correlato, servem à reorientação do desenvolvimento sócio-político-econômico-cultural de São Paulo. Logo, a responsabilidade pela fidedignidade e a qualidade das informações, de um modo geral, é relevante e requer atenção e monitoramento sistemático da SVMA.

Entende-se que a SVMA tem missão das mais importantes para São Paulo. Sua atribuição é célere para planejar, ordenar e coordenar a política pública de proteção ao meio ambiente com consequências na qualidade de vida dos paulistanos.

A complexidade das questões de meio ambiente demandadas em um centro urbano, como São Paulo, requer capacitação de funcionários, estrutura organizacional compatível, assim como alinhamento estratégico, tático e operacional de sua hierarquia, criando-se condições para um ambiente propício ao aperfeiçoamento de uma cultura de gestão.

Neste sentido, a SVMA deveria atentar para o aperfeiçoamento da formação profissional em gestão, a fim de sensibilizar, instrumentalizar e apoiar seus profissionais, entre especialistas e pesquisadores reconhecidos na temática do meio ambiente, bem como os funcionários operacionais e administrativos, que têm responsabilidade no tratamento dos dados referentes a essas metas.

Falta à SVMA essa dimensão relacionada aos princípios de gestão aprimorados e integrados ao meio ambiente no delineamento e execução de seus processos de trabalho, tarefas e atividades na questão das metas do PPA. A organização e o controle interno de suas informações e procedimentos referentes a essas metas são essenciais para lograr êxito no atendimento das necessidades sociais relacionadas ao meio ambiente seguro, saudável e preservado para a sociedade paulistana.

Entende-se que a SVMA deve monitorar periodicamente as metas que estabeleceu para si, promovendo reuniões entre os responsáveis pelas áreas às quais as metas se relacionam, fazendo ajustes e avaliações, no mínimo semestrais, e, sobretudo, documentando seus esforços, ações e decisões. Ou seja, é preciso institucionalizar em SVMA um controle interno efetivo e eficaz no gerenciamento dessas metas.

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Embora inexistente qualquer sanção do Poder Público aos descumprimentos das metas fixadas no PPA, ressalta-se que as práticas dos Agentes do Serviço Público demonstram a responsabilidade e o compromisso dos órgãos públicos a que estes estão vinculados, no atendimento das metas que estabeleceram para si, visando assegurar qualidade de vida para a sociedade de São Paulo.

9.5.4 – Manejo e Conservação dos Parques Públicos

Em Acompanhamento de Execução Contratual, executada durante o exercício de 2010, referente à prestação de serviços técnicos de manejo e conservação nos parques públicos, foram constatadas falhas atinentes a:

a) Fornecimento de materiais, tais como: produtos de higiene pessoal (papel higiênico, papel toalha e sabonete);

b) Falta de itens obrigatórios previstos em contrato, por exemplo: identificação dos funcionários;

c) Ausência de guias de recolhimento do INSS e do FGTS específicas para os funcionários envolvidos na execução do contrato, contrariando previsão contratual;

d) A fiscalização da SVMA tem deixado de exigir o cumprimento das obrigações contratuais por parte da contratada;

e) Na instrução dos processos de medição, inviabilizando a conferência da exatidão dos valores lançados para pagamento dos serviços prestados;

f) No registro de controle de freqüência dos funcionários; g) Nos registros do livro de ocorrências; h) Retenção insuficiente de INSS, devido a incorreções na base de cálculo.

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10 – URBANISMO 10.1 – Função Urbanismo

A Função Urbanismo envolve atividades relacionadas à implantação e manutenção da infraestrutura urbana e à prestação de serviços de utilização pública. Diversos órgãos atuam no desenvolvimento das atividades inerentes à Função Urbanismo, com destaque para: a) Secretaria Municipal de Serviços:

• Limpeza pública (coleta domiciliar, seletiva; de resíduos de saúde e de entulho; varrição; operação de aterros; implantação de ecopontos etc.)

• Implantação, operação e manutenção da rede de iluminação pública (inclui recursos do Fundo Municipal de Iluminação Pública - FUNDIP)

b) Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras:

• Melhoria de calçadas e ruas • Recapeamento de vias públicas • Obras e serviços em áreas de riscos geológicos • Construção e conservação de praças, parques e jardins • Operação e manutenção da usina de asfalto • Locação de veículos pesados, máquinas e equipamentos

c) Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras

• Construção de obras viárias • Conservação e manutenção de obras de arte (pontes, viadutos, túneis) • Pavimentação de ruas e avenidas

d) Serviço Funerário do Município de São Paulo:

• Operação e manutenção de cemitérios • Operação e manutenção do crematório

10.1.1 – Participação Percentual da Função Urbanismo no Total de Recursos da

PMSP No exercício de 2010 o valor aprovado para realização de despesas na Função Urbanismo foi de R$ 2.549.588.776,00, representando 9,14% do

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orçamento total da PMSP, fixado em R$ 27.897.832.339,00. Na tabela a seguir, demonstramos a evolução da participação da Função Urbanismo no total de recursos orçados para a PMSP:

Tabela 1

FUNÇÃO ORÇADO 2006 ORÇADO 2007 ORÇADO 2008 ORÇADO 2009 ORÇADO 2010

Urbanismo 2.579.333.916,00 2.941.520.323,00 3.304.224.883,00 3.618.692.365,00 2.549.588.776,00

PMSP 19.706.532.574,00 21.512.767.223,00 25.284.792.148,00 27.506.290.062,00 27.897.832.339,00 Urbanismo/PMSP (%) 13,09% 13,67% 13,07% 13,16% 9,14%

FONTE: Sistema de Dados Orçamentários – SDO

Pelo demonstrativo acima, verifica-se que no período de 2006 a 2009 a participação da Função Urbanismo no orçamento da PMSP foi de aproximadamente 13%. Porém, em 2010 esse percentual caiu para 9,14% dos recursos orçados.

10.2 – Função Urbanismo por Órgãos

O valor aprovado para a Função Urbanismo (R$ 2.549.588.776,00) encontra-se distribuído entre os diversos órgãos municipais, conforme abaixo demonstrado:

Tabela 2 CÓDIGO ÓRGÃO ORÇADO ATUALIZADO EMPENHADO ORÇADO/

TOTAL (%)

23 Secretaria Municipal de Serviços 999.499.778,00 1.036.403.845,33 1.031.896.657,22 39,19%

* Conjunto das Subprefeituras 729.604.535,00 793.396.106,52 758.793.237,07 28,62%

12 Secretaria Mun. de Coord. das Subprefeituras 294.796.362,00 308.915.205,10 299.805.368,72 11,56%

22 Secr. Mun. de Infraestrutura Urbana e Obras 162.184.216,00 216.105.912,63 214.811.689,69 6,36%

04 Serviço Funerário do Município de São Paulo 142.940.000,00 116.214.424,44 98.520.345,31 5,61%

99 Fundo Municipal de Iluminação Pública 98.941.161,00 54.609.003,52 54.036.693,23 3,88%

37 Secretaria Mun. de Desenvolvimento Urbano 60.116.333,00 40.497.910,45 39.891.809,95 2,36%

98 Fundo de Desenvolvimento Urbano 47.400.000,00 38.481.817,96 38.220.100,78 1,86%

13 Secretaria Municipal de Planejamento 8.691.493,00 9.714.419,80 9.421.436,55 0,34%

27 Secretaria Mun. do Verde e do Meio Ambiente 3.218.806,00 50.823,01 42.956,40 0,13%

28 Encargos Gerais do Município 2.000.000,00 2.000.000,00 1.260.440,89 0,08%

11 Secretaria do Governo Municipal 185.092,00 0 0 0,01%

81 Aut. Mun. de Limp. Urb/Fundo Mun. Limp. Urb. 10.000,00 10.000,00 0 0,00%

15 Secr. Mun. Modern., Gestão e Desburocratiz. 1.000,00 1.000,00 0 0,00%

TOTAL 2.549.588.776,00 2.616.400.468,76 2.546.700.735,81 100,00% FONTE: Sistema de Dados Orçamentários – SDO

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A análise da tabela anterior demonstra que 39,19% dos recursos orçados para a Função Urbanismo estão alocados na Secretaria Municipal de Serviços. Por outro lado, o conjunto das Subprefeituras concentra 28,62% dos recursos da Função Urbanismo. Esse montante, apesar de sua relevância perante o total orçado, tem a representatividade reduzida, uma vez que está distribuído em 31 órgãos orçamentários.

O restante do valor orçado para a Função Urbanismo está distribuído entre os demais órgãos relacionados na Tabela 2, com destaque para a Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras (11,56%) e para a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (6,36%).

10.3 – Programas da Função Urbanismo

No exercício de 2009 a Função Urbanismo era constituída por 24 (vinte e quatro) programas. Em 2010 esse número foi reduzido para 15 (quinze) programas, dos quais os mais relevantes são: Tabela 3 CÓDIGO DESCRIÇÃO DO PROGRAMA ORÇADO ATUALIZADO EMPENHADO EMP/TOT

(%)

1240 Gestão adequada dos resíduos sólidos 965.146.928,00 1.002.665.971,47 998.282.576,17 39,20%

2610 Suporte administrativo 572.835.889,00 595.934.861,85 585.518.546,98 22,99%

1460 Aprimoramento da infraestrutura urbana 470.930.102,00 528.630.846,73 497.029.509,11 19,52%

1263 Melhoria da mobilidade urbana - Integração metrop.

92.620.021,00 160.949.019,77 160.659.215,38 6,31%

Subtotal 2.101.532.940,00 2.288.180.699,82 2.241.489.847,64 88,02%

Outros Programas 448.055.836,00 328.219.768,94 305.210.888,17 11,98%

TOTAL 2.549.588.776,00 2.616.400.468,76 2.546.700.735,81 100,00%

FONTE: Sistema de Dados Orçamentários – SDO

A maior parte dos recursos da Função Urbanismo (88,02%) foi empenhada em 4 programas principais. Os 11,98% restantes estão divididos nos outros 11 itens de menor representatividade.

Nos principais programas mencionados na Tabela 3 são desenvolvidas as seguintes atividades:

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• Gestão Adequada dos Resíduos Sólidos (1240)

Os recursos deste programa estão alocados majoritariamente nos contratos de concessão de serviços divisíveis de limpeza pública (coleta domiciliar, coleta seletiva e de resíduos de saúde, bem como operação e manutenção dos aterros sanitários e estações de transbordo) e nos contratos de serviços indivisíveis de limpeza pública (varrição, coleta de entulho e outros serviços complementares de limpeza). Por se tratar do item com o maior montante de recursos empenhados, selecionamos este programa para avaliação do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, cuja análise consta no item 10.6 deste relatório.

• Suporte Administrativo (2610)

Apesar de contar com o segundo maior montante empenhado em 2010 na Função Urbanismo, verifica-se que aproximadamente 76% dos recursos deste programa fazem parte da atividade “2365 – Administração da Subprefeitura” que está dividida entre as 31 Subprefeituras. Essa diluição dos recursos faz com que a análise da despesa em qualquer das Subprefeituras seja pouco significativa. Além disso, a maior parte dos valores empenhados no programa (aproximadamente 83%) está relacionada com despesas de pessoal, auxílio alimentação e auxílio transporte, sendo que o restante é utilizado em despesas de menor valor, tais como contratos de reprografia, limpeza dos próprios municipais, locação de veículos, etc.

• Aprimoramento da Infraestrutura Urbana (1460)

Este programa é constituído por 255 projetos/atividades, englobando serviços como: recapeamento; manutenção de vias, logradouros e áreas públicas; intervenção, urbanização e melhoria de bairros; obras e serviços nas áreas de riscos geológicos; locação de veículos, máquinas e equipamentos pesados; operação e manutenção das usinas de asfalto; reforma e acessibilidade em calçadas; reforma de praças; etc.

Dos 255 projetos/atividades deste programa, houve empenhamento de recursos em apenas 58 deles, sendo que nos outros 197 projetos/atividades não foi realizado nenhum tipo de despesa.

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Cabe ressaltar, ainda, que o maior projeto/atividade desse programa refere-se à Manutenção de Vias, Logradouros e Áreas Públicas (código 2341) cujo percentual de empenhamento em 2010 foi de 138,35%, sendo que a execução das despesas relacionadas a essa atividade está a cargo das 31 Subprefeituras.

• Melhoria da Mobilidade Urbana – Integração Metropolitana (1263)

Como no caso anterior, este programa também se subdivide em vários projetos/atividades sendo que, dos 64 existentes, em apenas 12 houve empenhamento de recursos. No principal projeto desse programa (5178 – Complexo Viário Padre Adelino) o valor empenhado superou em 152,68% o montante orçado.

10.4 – Projetos/Atividades da Função Urbanismo

Na Função Urbanismo constam 410 projetos/atividades, sendo que 75,85% dos recursos empenhados referem-se aos 10 principais projetos/atividades da Função, cujos códigos estão elencados na Tabela 4. Os 24,15% restantes dos recursos estão distribuídos entre os outros 400 itens de menor representatividade.

Tabela 4

PROJETO/ATIVIDADE ORÇADO EMPENHADO EMP/TOT (%)

CÓDIGO DESCRIÇÃO

6010 Concessão dos Serviços Divisíveis de Limpeza Urbana 559.049.153,00 588.947.060,90 23,12%

2365 Administração da Subprefeitura 444.911.114,00 444.850.909,18 17,47%

6007 Varrição e Lavagem de Vias Públicas 355.891.254,00 370.378.594,59 14,54%

2341 Manutenção de Vias, Logradouros e Áreas Públicas 92.060.000,00 127.366.752,36 5,00%

1137 Recapeamento 60.350.000,00 86.910.653,10 3,41%

5178 Complexo Viário Padre Adelino 30.000.000,00 75.804.970,16 2,98%

2366 Conservação de Áreas Verdes e Vegetação Arbórea 68.237.000,00 74.274.650,66 2,92%

1170 Intervenção, Urbanização e Melhoria de Bairros 78.753.661,00 54.894.595,23 2,16%

2335 Operação e Manutenção das Usinas 40.000.000,00 54.256.739,11 2,13%

4912 FUNDIP - Oper. e Manut. da Rede de Ilumin. Públ. 65.200.000,00 54.036.693,23 2,12%

Subtotal 1.794.452.182,00 1.931.721.618,52 75,85%

Outros Projetos/Atividades 755.136.594,00 614.979.117,29 24,15%

TOTAL 2.549.588.776,00 2.546.700.735,81 100,00% FONTE: Sistema de Dados Orçamentários – SDO

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10.4.1 – Variações nos Valores Empenhados nos Exercícios de 2009 e 2010 para os Principais Projetos/Atividades da Função Urbanismo

Na tabela abaixo constam os recursos empenhados nos exercícios de 2009 e 2010 para os principais projetos/atividades da Função Urbanismo:

Tabela 5 CÓDIGO PROJETO/ATIVIDADE EMPENHADO 2010/2009

2009 2010 (%)

6010 Conces dos Serv Divisíveis de Limp Urbana Públ 591.359.270,00 588.947.060,90 -0,41%

2365 Administração da Subprefeitura 449.852.719,73 444.850.909,18 -1,11%

6007 Varrição e Lavagem de Vias Públicas 357.120.664,61 370.378.594,59 +3,71%

2341 Manut. de Vias, Logradouros e Áreas Públicas 141.836.085,43 127.366.752,36 -10,20%

1137 Recapeamento 0 86.910.653,10 -

5178 Complexo Viário Padre Adelino 0 75.804.970,16 -

2366 Conserv de Áreas Verdes e Vegetação Arbórea 72.415.632,32 74.274.650,66 +2,57%

1170 Intervenção, Urbanização e Melhoria de Bairros 65.140.371,30 54.894.595,23 -15,73%

2335 Operação e Manutenção das Usinas 47.320.358,21 54.256.739,11 +14,66%

4912 FUNDIP - Op e Manut da Rede de Ilumin Pública 53.262.112,18 54.036.693,23 +1,45%

Outros projetos/atividades 1.013.761.552,40 614.979.117,29 -39,34%

TOTAL 2.792.068.766,18 2.546.700.735,81 -8,79% FONTE: Sistema de Dados Orçamentários – SDO.

Pelas informações da Tabela 5 observa-se que, no total, o valor empenhado na Função Urbanismo em 2010 foi 8,79% menor que o montante empenhado no exercício de 2009.

Dentre os 10 maiores projetos/atividades da Função Urbanismo, as variações mais expressivas foram a redução de 15,73% no projeto 1170 (Intervenção, Urbanização e Melhoria de Bairros) e o acréscimo de 14,66% na atividade 2335 “Operação e Manutenção das Usinas”.

Ressalta-se que a execução das despesas relativas aos dois itens acima está a cargo, respectivamente, das 31 Subprefeituras e da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras.

10.4.2 – Percentual de Empenhamento dos Principais Projetos/Atividades da

Função Urbanismo

Conforme demonstrado na tabela abaixo, 99,89% dos recursos fixados no orçamento da Função Urbanismo foram empenhados.

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Com relação aos 10 principais projetos/atividades observa-se que o percentual de empenhamento foi superior a 80%, exceto no que diz respeito ao projeto 1170 (Intervenção, Urbanização e Melhoria de Bairros), cujo montante empenhado representou apenas 69,70% do que havia sido orçado.

Tabela 6 PROJETO/ATIVIDADE

ORÇADO EMPENHADO EMP/ORÇ (%) CÓDIGO DESCRIÇÃO

6010 Concessão dos Serviços Divisíveis de Limpeza Urbana 559.049.153,00 588.947.060,90 105,35%

2365 Administração da Subprefeitura 444.911.114,00 444.850.909,18 99,99%

6007 Varrição e Lavagem de Vias Públicas 355.891.254,00 370.378.594,59 104,07%

2341 Manutenção de Vias, Logradouros e Áreas Públicas 92.060.000,00 127.366.752,36 138,35%

1137 Recapeamento 60.350.000,00 86.910.653,10 144,01%

5178 Complexo Viário Padre Adelino 30.000.000,00 75.804.970,16 252,68%

2366 Conservação de Áreas Verdes e Vegetação Arbórea 68.237.000,00 74.274.650,66 108,85%

1170 Intervenção, Urbanização e Melhoria de Bairros 78.753.661,00 54.894.595,23 69,70%

2335 Operação e Manutenção das Usinas 40.000.000,00 54.256.739,11 135,64%

4912 FUNDIP - Oper. e Manut. da Rede de Ilumin. Públ. 65.200.000,00 54.036.693,23 82,88%

Subtotal 1.794.452.182,00 1.931.721.618,52 107,65%

Outros Projetos/Atividades 755.136.594,00 614.979.117,29 81,44%

TOTAL 2.549.588.776,00 2.546.700.735,81 99,89% FONTE: Sistema de Dados Orçamentários – SDO.

10.4.3 – Percentual de Liquidação dos Principais Projetos/Atividades da Função Urbanismo

Sob o aspecto de realização das despesas, a tabela abaixo demonstra que 85,83% dos recursos empenhados na Função Urbanismo foram liquidados no exercício de 2010.

Dentre os 10 principais projetos/atividades da referida Função, ressalta-se que a maioria teve mais de 80% dos recursos liquidados no próprio exercício, exceto o projeto 1170 (Intervenção, Urbanização e Melhoria de Bairros) cujo valor liquidado em 2010 representou apenas 62,10% do montante empenhado no exercício.

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Ressalte-se que a liquidação das despesas do projeto 1170 é de responsabilidade das 31 Subprefeituras.

Tabela 7 CÓDIGO PROJETO/ATIVIDADE EMP 2010 LIQ 2010 LIQ/EMP

(%)

6010 Concessão dos Serv Divisíveis de Limp Urbana Públ 588.947.060,90 539.673.850,60 91,63%

2365 Administração da Subprefeitura 444.850.909,18 435.337.628,80 97,86%

6007 Varrição e Lavagem de Vias Públicas 370.378.594,59 331.367.952,43 89,47%

2341 Manutenção de Vias, Logradouros e Áreas Públicas 127.366.752,36 111.038.696,72 87,18%

1137 Recapeamento 86.910.653,10 86.910.653,10 100,00%

5178 Complexo Viário Padre Adelino 75.804.970,16 67.088.048,81 88,50%

2366 Conservação de Áreas Verdes e Vegetação Arbórea 74.274.650,66 63.687.490,57 85,75%

1170 Intervenção, Urbanização e Melhoria de Bairros 54.894.595,23 34.088.290,00 62,10%

2335 Operação e Manutenção das Usinas 54.256.739,11 51.092.495,01 94,17%

4912 FUNDIP - Op e Manut da Rede de Iluminação Pública 54.036.693,23 45.119.134,26 83,50%

Outros projetos/atividades 614.979.117,29 531.556.446,22 86,43%

TOTAL 2.546.700.735,81 2.296.960.686,52 85,83% FONTE: Sistema de Dados Orçamentários – SDO.

10.5 – Análise da Movimentação dos Recursos do Programa “Gestão Adequada dos Resíduos Sólidos”

Conforme destacado no item 10.3 do presente relatório, o programa 1240 (Gestão Adequada dos Resíduos Sólidos) foi o que apresentou maior valor orçado e também maior montante de recursos empenhados (vide Tabela 3). Dessa forma, selecionamos o referido programa para a análise da movimentação orçamentária, do cumprimento das metas físicas (item 10.6) e da forma de execução dos serviços (item 10.7). Preliminarmente, cabe informar que o programa “Gestão Adequada dos Resíduos Sólidos” está subdividido em 10 projetos/atividades, conforme abaixo demonstrado:

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Tabela 8

CÓDIGO PROJETO/ATIVIDADE ORÇADO EMPENHADO EMP/ORÇ (%)

6010 Concessão dos Serviços Divisíveis de Limpeza Urbana em Regime Público 559.049.153,00 588.947.060,90 105,35%

6007 Varrição e Lavagem de Vias Públicas 355.891.254,00 370.378.594,59 104,07%

6009 Coleta, Transporte, Tratamento e Dest. Final Resíduos Sólidos Inertes 31.564.265,00 29.650.813,57 93,94%

6006 Coleta Seletiva 11.213.189,00 7.743.903,38 69,06%

5604 Implantação de Centrais de Triagem de Material Reciclável 4.088.067,00 1.303.682,57 31,89%

5612 Implantação de Ecopontos 2.000.000,00 258.521,16 12,93%

5608 Implantação de Centros de Capacitação para Cooperados de Reciclagem de Lixo 500.000,00 0 0,00%

5609 Implantação de Postos de Coleta Voluntária de Material Reciclável 1.000,00 0 0,00%

5614 Desapropriação para Áreas de Aterro 830.000,00 0 0,00%

6001 Implementação da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana/FMLU 10.000,00 0 0,00%

TOTAL 965.146.928,00 998.282.576,17 103,43% FONTE: Sistema de Dados Orçamentários – SDO.

Dentre os 10 projetos/atividades relacionados na tabela anterior, verifica-se que os 3 primeiros foram empenhados em valores próximos ao que havia sido orçado.

A atividade “Coleta Seletiva”, apesar de sua relevância para as questões ambientais, teve apenas 69,06% de seus recursos empenhados. Os projetos 5604 (Implantação de Centrais de Triagem de Materiais Recicláveis) e 5612 (Implantação de Ecopontos) também são pontos fundamentais para o bom funcionamento do sistema de limpeza pública, na medida em que propiciam as condições adequadas para a reciclagem de lixo e contribuem para minimizar o descarte irregular de entulho nas vias e logradouros públicos. Todavia, os valores empenhados nesses 2 projetos ficaram bem abaixo dos recursos fixados no Orçamento 2010, ou seja, 31,89% para as centrais de triagem e 12,93% para os ecopontos.

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Por fim, nos 4 últimos projetos/atividades do Tabela 8 não houve empenhamento de recursos

Em relação ao exercício de 2009, os valores empenhados nas atividades do programa “Limpeza Pública” apresentaram-se da seguinte forma:

Tabela 9

CÓDIGO PROJETO/ATIVIDADE EMPENHADO EMPENHADO (2010/2009)

(%) 2009 2010

6010 Concessão dos Serviços Divisíveis de Limpeza Urbana em Regime Público 591.359.270,00 588.947.060,90 - 0,41%

6007 Varrição e Lavagem de Vias Públicas 357.120.664,61 370.378.594,59 + 3,71%

6009 Coleta, Transporte, Tratamento e Dest. Final Resíduos Sólidos Inertes 29.942.207,48 29.650.813,57 - 0,97%

6006 Coleta Seletiva 7.192.662,72 7.743.903,38 + 7,66%

6001 Implementação da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana/FMLU 0 0

TOTAL 985.614.804,81 996.720.372,44 + 1,13% FONTE: Sistema de Dados Orçamentários – SDO. OBS.: Os projetos/atividades referentes aos códigos 5604, 5612, 5608, 5609 e 5614 foram criados em 2010, impossibilitando a

comparação com o exercício de 2009.

De acordo com as informações do quadro acima, observa-se que o valor empenhado em 2010 nos principais projetos/atividades do programa apresentou variação pouco significativa em relação ao exercício de 2009.

10.6 – Metas Previstas e Realizadas Relativas ao Programa “Gestão Adequada dos Resíduos Sólidos”

Na apresentação do Plano Plurianual 2010-2013 consta a seguinte diretriz a respeito do programa “Gestão Adequada dos Resíduos Sólidos”:

“Outro desafio significativo para o município é realizar uma gestão adequada dos resíduos sólidos. A Prefeitura pode efetivar ações que busquem reduzir o volume de detritos gerado na cidade ao incentivar o aumento da reutilização e da reciclagem, ampliar a coleta domiciliar seletiva e promover a disposição final ambientalmente correta.”

No referido plano plurianual constam 9 metas relativas à gestão adequada dos resíduos sólidos para o exercício de 2010, conforme tabela a seguir:

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Tabela 10

DESCRIÇÃO DA META UNIDADE DE MEDIDA

METAS FÍSICAS P/ 2010PREVISTO REALIZADO

1 Implantação de Centrais de Triagem de Material Reciclável

Centrais de triagem implantadas (unidade)

4 3

2 Implantação de Postos de Coleta Voluntária de Material Reciclável

Postos de coleta implantados (unidade)

300 0

3 Implantação de Ecopontos Ecopontos implantados 9 9

4 Desapropriação para Áreas de Aterro Área para aterro desapropriada

1 1

5 Implem. da Autoridade de Limpeza Urbana/FMLU

Autoridade mun. de limpeza urb. implantada (unidade)

1 -

6 Coleta Seletiva Material reciclado (tonelada) 1.180.099 40.968

7 Varrição e Lavagem de Vias Públicas Ruas varridas (km) 2.533.703 2.494.291

8 Coleta, Transp., Tratamento e Dest. Final Resíduos Sólidos Inertes

Resíduos inertes destinados (tonelada)

1.174.155 1.940.558

9 Concessão dos Serv. Divisíveis de Limpeza Urbana em Regime Público

Serviços divisíveis concedidos (unidade)

2 2

FONTE: PPA 2010/2013 e documentos fornecidos pela Origem.

Com relação às metas descritas nos itens 3, 4, 7, 8 e 9 da Tabela 10, as quantidades realizadas foram iguais ou ficaram próximas ao que havia sido previsto no Plano Plurianual para o exercício de 2010. No que diz respeito às demais metas, observa-se a seguinte situação: • Implantação de Centrais de Triagem (item 1)

Das 4 (quatro) centrais de triagem previstas, foram implantadas 3 (três) unidades. O Departamento de Limpeza Urbana (LIMPURB) informou que as obras da quarta unidade foram iniciadas em julho/2010 e estão previstas para serem concluídas em meados de abril/2011.

• Implantação de Postos de Coleta Voluntária de Mat. Reciclável (item 2)

De acordo com a Tabela 10, verifica-se que nenhum dos 300 (trezentos) postos previstos foi implantado em 2010.

A esse respeito, a Divisão Técnica de Educação e Divulgação/Coleta Seletiva – LIMPURB 2 informou o seguinte:

“Tal meta foi projetada pensando na parceria entre o Município e a iniciativa Privada para implantação dos Postos de Entrega Voluntária na

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cidade. Há que se noticiar que o Termo de Parceria concretizado com a empresa BR+10 teve entraves de continuidade com o advento da ‘Lei Cidade Limpa’, pois os espaços de propaganda foram diminuídos e assim os parceiros da BR+10 perderam o interesse em investir no projeto. O termo de parceria teve seu prazo expirado; ainda assim mantivemos contato com a empresa a fim de retomarmos as discussões e formalizar novo convênio via chamamento público.”

• Implementação da Autoridade Mun. de Limpeza Urbana/FMLU (item 5)

Segundo o Departamento de Limpeza Urbana - LIMPURB:

“No que se refere à criação da AMLURB, observa-se através da leitura do artigo 15 da Lei nº 15.356, de 28 de dezembro de 2010 que o Poder Executivo ficou autorizado para criar dotação orçamentária para implementação da Autarquia, atendendo assim ao disposto na Lei nº 13478/2002.”

Apesar do informado pelo LIMPURB, observa-se que a AMLURB não foi efetivamente implantada, ressaltando-se que a dotação orçamentária criada para esse fim em 2010 teve valor simbólico (R$ 10.000,00) e nenhum recurso chegou a ser empenhado.

• Coleta Seletiva (item 6)

Conforme já registrado nos relatórios sobre Função urbanismo dos exercícios anteriores, a meta estabelecida para este item está superdimensionada.

Esse entendimento é confirmado pelos dados apresentados pelo LIMPURB, o qual informa que em 2010 foram coletadas aproximadamente 3.718.542 toneladas de lixo domiciliar.

Desse montante, LIMPURB estima que 20% seriam passíveis de reciclagem, perfazendo um total de 743.708 toneladas, contra as 1.180.099 toneladas previstas no Plano Plurianual.

LIMPURB salienta que mesmo os 20% passíveis de reciclagem ainda estão longe de ser atingidos, uma vez que para absorver todo o material reciclado seria necessário expandir significativamente o número de centrais de triagem, o que, no momento, não é possível já que os investimentos previstos nos

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contratos de concessão para a implantação dessas novas centrais de triagem foram postergados para o 9º ano do contrato, ou seja, 2013.

De acordo com a documentação fornecida pelo LIMPURB, em 2010 foram coletadas 40.968 toneladas de material reciclável, representando apenas 1,10% do total de lixo domiciliar coletado no mesmo exercício.

No entanto, o LIMPURB destaca que, apesar de ainda estar distante do que seria desejável, a coleta de materiais recicláveis tem aumentado ano a ano, conforme dados transcritos abaixo:

Tabela 11

ANO QTDE (t) VARIAÇÃO ANUAL

2006 22.264 - 2007 32.694 46,85% 2008 40.919 25,16% 2009 37.626 -8,05% 2010 40.968 8,88%

Obs.: Conforme LIMPURB, a redução em 2009 refere-se à crise mundial que também afetou o segmento de recicláveis.

10.7 – Fiscalizações Relativas ao Programa “Limpeza Pública”

A seguir, destacamos as fiscalizações referentes ao Programa “Limpeza Pública”, ressaltando que no exercício de 2010 o referido programa representou 39,20% de todo o valor empenhado na Função Urbanismo.

10.7.1 – Verificação da Regularidade, Pontualidade e Eficiência dos Serviços de

Coleta (Domiciliar e Seletiva) do Lixo Urbano no Agrupamento Sudeste

Nessa fiscalização, cujo relatório encontra-se anexado ao TC 72.000.521.10-30, foi verificado que:

a) Os procedimentos para aferição do nível de conscientização ambiental e de

conhecimento da população acerca dos serviços de coleta não refletem as determinações contidas no Anexo I.H. do contrato de concessão, não sendo, pois, conclusivos e válidos.

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b) A verba direcionada aos trabalhos de conscientização ambiental e divulgação dos serviços é insuficiente, em face do tamanho da população a ser atendida e da complexidade das atividades determinadas no Anexo I.H do contrato de concessão.

c) A operacionalização do programa de conscientização e divulgação dos

serviços de coleta na circunscrição das Subprefeituras de Itaquera, Campo Limpo e Ipiranga, não atende aos objetivos de conscientizar e divulgar informações à população.

d) A fiscalização do programa conscientização ambiental e divulgação dos

serviços de coleta, de caráter exclusivamente reativo, não tem ação efetiva sobre o planejamento e o conteúdo das atividades desenvolvidas pela Contratada.

10.7.2 – Verificação da Regularidade, Pontualidade e Eficiência dos Serviços de Coleta (Domiciliar e Seletiva) do Lixo Urbano no Agrupamento Noroeste

Na fiscalização realizada no agrupamento Noroeste (TC 72.000.522.10-00), foram observadas as seguintes irregularidades:

a) Discrepâncias nos itinerários dos caminhões coletores, quando

comparados com aqueles disponibilizados à população no sítio da Concessionária e com os apresentados pela fiscalização do LIMPURB, provocando descumprimento dos horários de coleta em até 02 (duas) horas.

b) Descumprimento dos subitens 2.1, 2.2, 3.5, 3.6 e 3.8 do Anexo I.H do

Contrato, no que respeita à implantação e execução do Programa de Conscientização Ambiental e Divulgação dos Serviços.

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11 - INFRINGÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES DO EXERCÍCIO

11.1 - Projeção Atuarial do RPPS

Regularizar em conjunto com o IPREM a publicação prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal relativa à projeção atuarial do RPPS, tendo em vista as impropriedades apontadas. (item 1.2)

11.2 - Planejamento

11.2.1 - As Leis de Diretrizes Orçamentárias devem estabelecer, de forma clara e explícita, critérios e forma para a eventual limitação de empenho e movimentação financeira. (item 2.1)

Dispositivos legais não observados na LDO para 2011:

⇒ alínea “b” do inciso I do artigo 4º da Lei de Responsabilidade Fiscal57

⇒ artigo 9º da Lei de Responsabilidade Fiscal58

11.2.2 - As Leis de Diretrizes Orçamentárias devem estabelecer, clara e explicitamente, parâmetros ou diretrizes a serem aplicados na avaliação do controle dos custos e na avaliação dos resultados dos programas de governo a serem incluídos no orçamento. (item 2.1)

Dispositivos legais não observados na LDO para 2011:

⇒ alínea “e” do inciso I do artigo 4º da Lei de Responsabilidade Fiscal59

11.2.3 - O relatório com informações que permitam verificar se os projetos em andamento estão sendo atendidos, deverá ser elaborado e encaminhado à Câmara Municipal até a data do envio do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, bem como deverá ser dada ampla divulgação ao mesmo. (item 2.1)

Dispositivo legal não observado na LDO para 2011:

⇒ artigo 45 da Lei de Responsabilidade Fiscal 60

57 Art. 4º - A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: I – disporá também sobre: b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31; 58 Art. 9º - Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. 59 Art. 4º - A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: I – disporá também sobre: e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;

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11.2.4 - As Leis de Diretrizes Orçamentárias devem estabelecer uma ordem de priorização para os programas e ações que devam ser contemplados nas respectivas Leis Orçamentárias Anuais, não se limitando a reproduzir itens constantes no plano plurianual. (item 2.1)

Dispositivo legal não observado na LDO para 2011:

⇒ § 2º do artigo 137 da Lei Orgânica do Município de São Paulo61

11.2.5 - O ritmo de redução do nível de endividamento do Município de São Paulo deve ser ajustado para alcançar a trajetória estabelecida pela Resolução nº 40/01 do Senado Federal. (item 2.1)

Dispositivo legal não observado na LDO para 2011:

⇒ Resolução nº 40/01 do Senado Federal62

11.2.6 - Para a elaboração dos anexos de metas fiscais constantes das Leis de Diretrizes Orçamentárias devem ser respeitados os aspectos formais de elaboração estabelecidos nos manuais da Secretaria do Tesouro Nacional, especialmente no que se refere a inclusão de notas explicativas e metodologia de cálculo, atendendo assim ao princípio da transparência, fundamental para o entendimento dos instrumentos de planejamento orçamentário. (item 2.1)

11.2.7 - As Leis Orçamentárias Anuais devem conter demonstrativo do efeito, sobre as receitas e as despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. (item 2.2)

60 Art. 45 – Observado o disposto no § 5º do art. 5º, a lei orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias. Parágrafo único – O Poder Executivo de cada ente encaminhará ao Legislativo, até a data do envio do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divulgação. 61 Art. 137. [...] § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública municipal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária. 62 Art. 3º - A dívida consolidada líquida dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ao final do décimo quinto exercício financeiro contado a partir do encerramento do ano de publicação desta Resolução, não poderá exceder, respectivamente, a: [...] II – no caso dos Municípios: a 1,2 (um inteiro e dois décimos) vezes a receita corrente líquida, definida na forma do art. 2º. Parágrafo único. Após o prazo a que se refere o caput, a inobservância dos limites estabelecidos em seus incisos I e II sujeitará os entes da Federação às disposições do art. 31 da Lei Complementar nº. 101, de 4 de maio de 2000.

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Dispositivos legais não observados na LOA para 2011:

⇒ § 6º do artigo 165 da Constituição Federal63

⇒ § 6º do artigo 137 da Lei Orgânica do Município de São Paulo64

⇒ inciso II do artigo 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal65

11.2.8 - As Leis Orçamentárias Anuais devem identificar, de forma individualizada, os projetos e atividades, segundo a sua localização, dimensão, características principais e custo. (item 2.2) Dispositivo legal não observado na LOA para 2011:

⇒ § 8º do artigo 137 da Lei Orgânica do Município – LOM66

11.2.9 - As Leis Orçamentárias Anuais devem apresentar, em seus anexos, o demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes dos Anexos de Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias. (item 2.2)

Dispositivo legal não observado na LOA para 2011:

⇒ inciso I do artigo 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal67

11.2.10 - A Lei Orçamentária de 2011 contém autorização imprópria no seu artigo 1168, na medida em que faculta ao Executivo a abertura de créditos adicionais por excesso de arrecadação à conta de receitas específicas e vinculadas a determinada finalidade. (itens 2.2 e 3.1.1.c)

63 Art. 165. [...] § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. 64 Art. 137. [...] § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo do efeito, sobre as receitas e as despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. Obs.: este dispositivo está reproduzido no inciso I do artigo 9º da Lei nº 15.251/2010 – LDO para 2011. 65 Art. 5º - O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta lei Complementar: [...] II – será acompanhado do documento a que se refere o § 6º do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado; Obs.: este dispositivo está reproduzido no inciso III do artigo 8º da Lei nº 14.965/2009 – LDO para 2010. 66 Art. 137 - Leis de iniciativa do Poder Executivo Municipal estabelecerão: § 8º - A lei orçamentária anual identificará, individualizando-os, os projetos e atividades, segundo a sua localização, dimensão, características principais e custo. 67 Art. 5º - O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta lei Complementar: I – conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º. 68 Art. 11. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos adicionais suplementares à conta de excesso de arrecadação de receitas específicas e vinculadas a determinada finalidade, assim como daquelas relativas à fonte 00 - Recursos do Tesouro Municipal, nos termos do art. 43 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964.

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Dispositivo legal não observado na LOA para 2011:

⇒ § 3º do artigo 43 da Lei nº 4.320/6469

11.3 - Despesas com Pessoal

11.3.1 - Os demonstrativos da Relação Despesa/Receita relativos a 2010 não foram publicados. (item 3.8.1.b)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 2º, § 3º da Lei nº 13.303/0270

11.3.2 - A Secretaria Municipal de Finanças - SF não obedeceu aos prazos de remessa dos valores das receitas correntes. (item 3.8.1.c)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 2º, § 5º, inciso I, da Lei nº 13.303/0271

11.3.3 - Incluir no demonstrativo de despesas da LRF os gastos com pessoal da COHAB, considerada empresa dependente em 2010. (item 3.8.3.b)

11.4 - Despesas com Publicidade

Foram realizadas campanhas que não guardam compatibilidade com a definição de despesas com publicidade. (item 3.9.2.a)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 18 da Lei Municipal nº 14.965/09 (LDO para 2010)72

⇒ artigo 2º § 2º da Lei Federal nº 12.232/1073

69 Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa. [..]

§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. 70 Lei nº 13.303/02: § 3º - Por proposta da Secretaria de Gestão Pública, o Executivo divulgará, mediante decreto a ser publicado até o dia 20 (vinte) do mês do reajuste, os valores dos padrões de vencimento do funcionalismo municipal, reajustados de acordo com o "caput" deste artigo, bem como o quadro demonstrativo constante do Anexo Único, integrante desta lei. 71 “Art 2º [...] § 5º - Para os fins do disposto neste artigo, serão informados à Secretaria de Gestão Pública, até o dia 10 (dez) de cada mês, relativamente ao anterior:

I – pela Secretaria das Finanças e Desenvolvimento Econômico, os valores das receitas correntes; [...]” 72 Art. 18. As despesas com publicidade de interesse do Município restringir-se-ão aos gastos necessários à divulgação institucional, de investimentos, de serviços públicos efetivamente realizados e do Programa de Metas de que trata o art. 69-A da Lei Orgânica do Município, bem como de campanhas de natureza educativa ou preventiva, excluídas as despesas com a publicação de editais e outras publicações legais.

§ 1º. Os recursos necessários às despesas referidas no “caput” deste artigo deverão onerar as seguintes dotações:

I - publicações de interesse do Município;

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11.5 - Disponível

11.5.1 - Aprimorar as conciliações bancárias priorizando a solução das pendências antigas. (itens 5.2.1, 5.2.2 e 5.2.3)

11.5.2 - Rever os procedimentos de transferência e contabilização das receitas e rendimentos de aplicações financeiras dos Fundos Municipais. (item 5.2.4)

11.5.3 - Incluir na Consolidação por Grupo de Contas o saldo da conta da Fundação Catavento. (item 5.2.5)

11.6 - Realizável

11.6.1 - Depurar o saldo da conta Retenções Judiciais de modo a manter o seu saldo coincidente com o montante de seqüestros ocorridos após a data de edição do Decreto Municipal nº 51.105/09. (item 5.3.1.a)

11.6.2 - Ajustar o critério de registro dos depósitos judiciais e a movimentação do Fundo de Reserva mantendo-os em consonância com os extratos e demonstrativos fornecidos pelo banco. (item 5.3.1.b)

11.6.3 - Promover a regularização dos valores constantes na conta Débitos Pagos a Regularizar, os quais correspondem a despesas já realizadas. (item 5.3.2.b)

11.6.4 - Reconhecer as despesas que incidiram sobre os Depósitos Judiciais e o Fundo de Reserva, procedendo aos registros contábeis dos valores debitados pelo banco no total de R$ 4,9 milhões. (item 5.3.2.b)

11.6.5 - Reavaliar as condições contratuais para a renovação do Termo de Convênio com o Banco do Brasil, com destaque à cláusula que regula a cobrança da taxa de administração que onera a guarda e o controle dos depósitos judiciais. Os valores cobrados de janeiro a setembro apresentaram majoração, não justificada, sobre os valores que vinham sendo debitados pelo banco sucedido. (item 5.3.2.b)

73 Art. 2º Para fins desta Lei, considera-se serviços de publicidade o conjunto de atividades realizadas integradamente que tenham por objetivo o estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a execução interna, a intermediação e a supervisão da execução externa e a distribuição de publicidade aos veículos e demais meios de divulgação, com o objetivo de promover a venda de bens ou serviços de qualquer natureza, difundir idéias ou informar o público em geral.

§ 1º Nas contratações de serviços de publicidade, poderão ser incluídos como atividades complementares os serviços especializados pertinentes:

I - ao planejamento e à execução de pesquisas e de outros instrumentos de avaliação e de geração de conhecimento sobre o mercado, o público-alvo, os meios de divulgação nos quais serão difundidas as peças e ações publicitárias ou sobre os resultados das campanhas realizadas, respeitado o disposto no art. 3º desta Lei;

II - à produção e à execução técnica das peças e projetos publicitários criados;

III - à criação e ao desenvolvimento de formas inovadoras de comunicação publicitária, em consonância com novas tecnologias, visando à expansão dos efeitos das mensagens e das ações publicitárias.

§ 2º Os contratos de serviços de publicidade terão por objeto somente as atividades previstas no caput e no § 1º deste artigo, vedada a inclusão de quaisquer outras atividades, em especial as de assessoria de imprensa, comunicação e relações públicas ou as que tenham por finalidade a realização de eventos festivos de qualquer natureza, as quais serão contratadas por meio de procedimentos licitatórios próprios, respeitado o disposto na legislação em vigor.

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11.7 - Dívida Ativa

11.7.1 - Equacionar o saldo da Dívida Ativa de modo a solucionar o seu superdimensionamento e incorporar na Provisão para Ajuste da Dívida Ativa a valor recuperável todas as dívidas consideradas de baixa expectativa. (item 5.5.6)

11.7.2 - Agilizar a introdução de melhorias na área de sistemas com vistas a um melhor gerenciamento da dívida ativa. (item 5.5.7)

11.8 - Dívidas Remanescentes de Exercícios Anteriores

Agilizar os procedimentos para viabilizar o registro da dívida com a Sabesp em contas patrimoniais. (item 5.9.1)

11.9 - Dívida Pública

11.9.1 - A utilização de DEA para o pagamento, em jan/10, de parcela do Refinanciamento (R$ 166 milhões) não encontra amparo legal, visto que era conhecida à época de sua realização. (item 5.11.3.a)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 37 da Lei nº 4.320/6474

11.9.2 - Em 31.12.10 a relação entre a dívida consolidada líquida (DCL) e a receita corrente líquida (RCL) foi de 2,1349, quando deveria ter chegado, no máximo, a 1,4919, encontrando-se fora da trajetória exigida. (item 5.12.1)

Dispositivo legal não observado:

⇒ inciso II do art. 3º da Resolução nº 40/0175 do Senado Federal.

74 Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. 75 Art. 3º - A dívida consolidada líquida dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ao final do décimo quinto exercício financeiro contado a partir do encerramento do ano de publicação desta Resolução, não poderá exceder, respectivamente, a: [...]

II - no caso dos municípios: a 1,2 (um inteiro e dois décimos) vezes a receita corrente líquida, definida na forma do art.2º.

Parágrafo único. Após o prazo a que se refere o caput, a inobservância dos limites estabelecidos em seus incisos I e II sujeitará os entes da Federação às disposições do art. 31 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Art. 4º - No período compreendido entre a data da publicação desta Resolução e o final do décimo quinto exercício financeiro a que se refere o art. 3º, serão observadas as seguintes condições:

I - O excedente em relação aos limites previstos no art. 3º apurado ao final do exercício do ano da publicação desta Resolução deverá ser reduzido, no mínimo, à proporção de 1/15 (um quinze avo) a cada exercício financeiro;

II - para fins de acompanhamento da trajetória de ajuste dos limites de que trata o art. 3º, a relação entre o montante da dívida consolidada líquida e a receita corrente líquida será apurada a cada quadrimestre civil e consignada no Relatório de Gestão Fiscal a que se refere o art. 54 da Lei Complementar nº 101, de 2000.

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11.9.3 - O Resultado Nominal situou-se acima da meta limite. (item 5.12.2)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 9º da Lei de Responsabilidade Fiscal76

11.10 - Precatórios Judiciais

11.10.1 - Houve descumprimento do prazo de pagamento de requisitórios de pequeno valor. (item 5.13.2)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 3º da Lei nº 13.179/0177

11.10.2 - Providenciar a baixa dos precatórios que originaram seqüestros e que já se encontram resolvidos. (item 5.13.4.e)

11.11 - Demonstração das Variações Patrimoniais

Deixaram de ser registrados nas contas de mutações patrimoniais passivas R$ 727,2 milhões resultantes da alienação de bens móveis, relacionados no Boletim da Receita da PMSP. Ademais, não houve indicação da origem e do destino dos recursos auferidos com a alienação em tela. (item 5.15.2.a)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 104 da Lei Federal nº 4.320/6478

⇒ artigo 50, VI, da Lei de Responsabilidade Fiscal79

11.12 - Educação

11.12.1 - O Poder Executivo não realizou estudo para verificar a compatibilidade das funções dos servidores alocados no quadro dos inativos da Educação com esta área, descumprindo o artigo 2º, parágrafo único, da Lei Municipal nº. 13.245/01. (item 6.1.1.d)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 2º, parágrafo único, da Lei Municipal nº. 13.245/0180

76 Art. 9º - Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. 77 Lei nº 13.179/01: Art. 3º - O crédito de pequeno valor não estará sujeito ao regime de precatórios e deverá ser pago, mediante depósito judicial, no prazo de 90 (noventa) dias, [...]

78 Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício. 79 Art. 50 - Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: [...] VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursos provenientes da alienação de ativos.

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11.12.2 - Não constam dos pareceres (2008 e 2009) do Conselho do FUNDEB: a) o acompanhamento e controle da repartição, transferência e aplicação dos recursos, especialmente quanto à aplicação mínima de 60% com a remuneração dos profissionais do magistério e o exame dos registros contábeis e demonstrativos gerenciais; e b) a supervisão do Censo Escolar, contrariando o disposto nos incisos I, VI e VII do artigo 7º da Lei Municipal nº. 14.666/08. (item 6.1.2.b)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 7º, incisos I, VI e VII, da Lei Municipal nº. 14.666/0881

11.12.3 - O Conselho do FUNDEB não encaminhou o Parecer (2010) sobre as contas do Fundo, descumprindo o artigo 27, parágrafo único, da Lei Federal nº. 11.494/07. (item 6.1.2.b)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 27, parágrafo único, da Lei Federal nº. 11.494/0782

11.12.4 - O Adicional do FUNDEB de exercícios anteriores, no montante de R$ 45.410.938, não foi utilizado em 2010, contrariando o disposto no parágrafo 2º do artigo 21 da Lei Federal nº. 11.494/07. (item 6.1.2.c)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 21, parágrafo 2º, da Lei Federal nº. 11.494/0783

11.12.5 - Que a SME atente para o cumprimento das metas estabelecidas no Plano Plurianual, providenciando sua revisão no caso de erro de informação e reprogramação dos projetos de acordo com as necessidades do Município. (item 6.2.5)

80 Art. 2º - Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis compreendendo as que se destinam à: [...] Parágrafo único - O Poder Executivo deverá promover, no prazo de 120 (cento e vinte) dias estudo para verificar a compatibilidade das funções dos servidores alocados no quadro dos inativos da Educação com funções desta área. 81 Art. 7º - Compete ao Conselho do FUNDEB: I – acompanhar e controlar a repartição, transferência e aplicação dos recursos do Fundo; [...] VI – supervisionar a realização do censo escolar e a elaboração da proposta orçamentária anual do Poder Executivo, com o objetivo de concorrer para o regular e tempestivo tratamento e encaminhamento dos dados estatísticos e financeiros que alicerçam a operacionalização do Fundo; VII – examinar os registros contábeis e demonstrativos gerenciais mensais e atualizados relativos aos recursos repassados ou retidos à conta do Fundo; 82 Art. 27. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios prestarão contas dos recursos dos Fundos conforme os procedimentos adotados pelos Tribunais de Contas competentes, observada a regulamentação aplicável. Parágrafo único. As prestações de contas serão instruídas com parecer do conselho responsável, que deverá ser apresentado ao Poder Executivo respectivo em até 30 (trinta) dias antes do vencimento do prazo para a apresentação da prestação de contas prevista no caput deste artigo. 83 Art. 21. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício financeiro em que lhes forem creditados, em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.[...] § 2o Até 5% (cinco por cento) dos recursos recebidos à conta dos Fundos, inclusive relativos à complementação da União recebidos nos termos do § 1o do art. 6o desta Lei, poderão ser utilizados no 1o (primeiro) trimestre do exercício imediatamente subseqüente, mediante abertura de crédito adicional.

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11.12.6 - Que a SME realize estudo para identificar a origem dos problemas de saúde que levam a situações de afastamento e ausência do professor e adote medidas de melhoria. (item 6.2.6.a.1)

11.12.7 - Que a SME realize estudo no sentido de minimizar a movimentação dos professores durante o ano letivo, promovendo um melhor planejamento, de forma a restringir essa movimentação às situações imprevisíveis. (item 6.2.6.a.1)

11.13 - Saúde

11.13.1 - Corrigir os problemas apontados na elaboração e monitoramento das metas contidas no PPA 2010-2013. (item 7.2.2)

11.13.2 - Criar uma atividade específica que possibilite segregar, dos recursos destinados aos contratos de gestão, aqueles reservados ao PSF. (item 7.2.5.3)

11.13.3 - Aumentar a cobertura do PSF nas regiões leste e norte. (item 7.2.5.3)

11.13.4 - Ampliar o número de equipes de saúde bucal, adequando-se à Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). (item 7.2.5.3)

11.14 - Transportes

11.14.1 - Serviços efetivamente prestados relacionados a transportes e tráfego, de conhecimento prévio da Administração, sem cobertura orçamentária. (subitem 8.2.1.a.2)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 167, inciso II, da Constituição Federal84

⇒ artigo 37, inciso IV, da LRF - Lei Complementar nº 101/0085

⇒ artigo 50, inciso II, da LRF - Lei Complementar nº 101/0086

⇒ artigo 60 da Lei Federal nº 4.320/6487

(Obs: Em relação a essas infringências já existe Determinação de Exercício Anterior)

84 Art. 167 - São vedados: [...] II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; 85 Art. 37 - Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados: [...] IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços. 86 Art. 50 - Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: [...] II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa; [...] 87 Art. 60 - É vedada a realização de despesa sem prévio empenho [...]

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11.14.2 - Os investimentos por parte dos concessionários não se efetivaram, descaracterizando a concessão dos serviços de transporte público de passageiros, nos moldes previstos na Lei Municipal nº 13.241/01. (subitem 8.3.1.a)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 5º, inciso II, da Lei Municipal nº 13.241/0188

⇒ artigo 9º, inciso VII, da Lei Municipal nº 13.241/0189

(Obs: Em relação a essas infringências já existe Determinação de Exercício Anterior)

11.14.3 - Esclarecer qual a efetiva participação da empresa Happy Play no contrato de concessão da área 4 - Consórcio Leste 4. (subitem 8.3.1.b)

11.14.4 - Esclarecer quanto aos indícios de confusão patrimonial envolvendo a

empresa Novo Horizonte, a cooperativa Nova Aliança e pessoas físicas, em relação ao contrato de concessão da área 4 - Consórcio Leste 4. (subitem 8.3.1.b)

11.14.5 - Exigir, dos concessionários dos serviços de transporte coletivo de

passageiros da área 4 - Consórcio Leste 4, a efetiva integralização do capital social. (subitem 8.3.1.b)

11.14.6 - Exigir, dos concessionários dos serviços de transporte coletivo de

passageiros da área 4 - Consórcio Leste 4, a comprovação de seguro de responsabilidade civil para os veículos, bem como dos capitais segurados. (subitem 8.3.1.b)

11.14.7 - Exigir, dos concessionários dos serviços de transporte coletivo de passageiros da área 4 - Consórcio Leste 4, a comprovação da propriedade dos veículos e de sua vinculação à concessão. (subitem 8.3.1.b)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 12 da Lei Municipal nº 13.241/0190

88 Art. 5º - Para os efeitos desta lei, consideram-se: [...] II - objeto da concessão: delegação da prestação e exploração do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, nos Subsistemas Local e Estrutural, dentro dos limites do Município, que será condicionada a investimentos em bens reversíveis;

89 Art. 9° - Constitui obrigação dos operadores prestar o serviço delegado, de forma adequada à plena satisfação dos usuários, conforme disposições estabelecidas na Lei Federal nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, bem como na Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e alterações subsequentes, nos regulamentos, editais e contratos, e em especial: [...] VII - executar as obras previstas no edital e no contrato de concessão, com a prévia autorização e acompanhamento do Poder Executivo; 90 Art. 12. A concessão ou permissão de que trata o artigo 6º desta lei implicará, automaticamente, na vinculação ao serviço dos meios materiais e humanos utilizados pelo operador, quaisquer que sejam.

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11.14.8 - Exigir, dos concessionários dos serviços de transporte coletivo de passageiros da área 4 - Consórcio Leste 4, o cumprimento do cronograma para renovação da frota de trólebus. (subitem 8.3.1.b)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 18, § 1º, da Lei Municipal nº 13.241/0191

11.14.9 - Instaurar procedimento administrativo para apurar os fatos e aplicar as sanções cabíveis quanto às seguintes situações relacionadas ao contrato de concessão da área 4 - Consórcio Leste 4 (subitem 8.3.1.b):

• Indícios de irregularidade contábil dolosa por parte da empresa Novo Horizonte - podendo resultar em intervenção e/ou caducidade da concessão;

• Dissimulação da participação da Transcooper na concessão; • Não integralização do capital social por empresas do Consórcio; • Desproporção entre o número de veículos e de motoristas, com

possibilidade de prestação inadequada do serviço e/ou irregularidades trabalhistas.

11.14.10 - Acompanhar os desdobramentos dos graves problemas trabalhistas da empresa Novo Horizonte, concessionária dos serviços de transporte coletivo de passageiros na área 4 - Consórcio Leste, dando ciência dos fatos ao Ministério Público do Trabalho e à Delegacia Regional do Trabalho, nos termos do artigo 2º do Decreto Municipal nº 48.197/07. (subitem 8.3.1.b)

11.14.11 - Apurar de forma rigorosa e tomar as providências que se fizerem necessárias em relação à situação de registros de empregados em empresas estranhas à concessão dos serviços de transporte coletivo de passageiros, com a possibilidade de ocorrência de fraudes. (subitem 8.3.1.c)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 9º, inciso IV, da Lei Municipal nº 13.241/0192 ⇒ artigo 31, parágrafo único, da Lei Federal nº 8.987/0593

91 Art. 18. A inexecução total ou parcial do contrato de concessão, decorrente de dolo ou culpa, comprovados em regular processo administrativo, acarretará, a critério do Poder Público, a aplicação das penalidades contratuais, respeitadas as normas convencionadas entre as partes.

§ 1º - A inexecução dos investimentos em bens reversíveis, nos devidos prazos contratuais, conforme disposto no inciso I do artigo 21, ensejará, como penalidade, a critério do Poder Público, a redução do período de vigência do contrato para 10 (dez) anos ou de seu valor de remuneração, reconhecidos os investimentos efetivamente realizados até então. [...]

92 Art. 9° - Constitui obrigação dos operadores prestar o serviço delegado, de forma adequada à plena satisfação dos usuários, conforme disposições estabelecidas na Lei Federal nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, bem como na Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e alterações subseqüentes, nos regulamentos, editais e contratos, e em especial: [...]

IV - operar somente com pessoal devidamente capacitado e habilitado, mediante contratações regidas pelo direito privado e legislação trabalhista, assumindo todas as obrigações delas decorrentes, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros contratados pelo operador e o Poder Público; [...]

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11.14.12 - Não ficou evidenciada a regularidade quanto aos recolhimentos previdenciários de alguns motoristas e cobradores a serviço de permissionários de transporte coletivo de passageiros. (subitem 8.3.1.c)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 9º, inciso IV, da Lei Municipal nº 13.241/01

11.14.13 - As dispensas ou reduções tarifárias de qualquer natureza não dispõem na sua totalidade de fontes específicas de recursos. (subitem 8.3.2.a)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 27, § 4º, da Lei Municipal 13.241/0194

(Obs: Em relação a essa infringência já existe Determinação de Exercício Anterior)

11.14.14 - Os recursos arrecadados com aplicação de multas e descontos contratuais aos operadores do Sistema Municipal de Transporte Coletivo não são aplicados em consonância com a legislação aplicável. (subitem 8.3.2.b)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 2º, parágrafo único, do Decreto Municipal nº 42.184/0295

(Obs: Em relação a essa infringência já existe Determinação de Exercício Anterior)

11.14.15 - A fiscalização dos serviços de transporte coletivo de passageiros não pode ser exercida por empresas terceirizadas, mesmo que a pretexto de “apoio à fiscalização”, pois apresentam interesses diferenciados e não têm legitimidade para funções inerentes ao Poder Público (subitem 8.3.5.a):

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 8º, inciso III, alínea b, da Lei Municipal nº 13.241/0196

⇒ artigo 29, inciso II, da Lei Municipal nº 13.241/0197

93 Art. 31 - Incumbe à concessionária: [...] Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contratados pela concessionária e o poder concedente.

94 Art. 27 - As tarifas dos serviços de Transporte Coletivo Público de Passageiros serão fixadas, e, quando necessário, revisadas e reajustadas por ato do Poder Executivo, obedecido o disposto no artigo 178 da Lei Orgânica do Município. [...] § 4º - As dispensas ou reduções tarifárias de qualquer natureza, além daquelas já vigentes na data da promulgação desta lei, deverão dispor de fontes específicas de recursos.

95 Art. 2º - São considerados investimentos no Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros os desembolsos destinados à: [...] Parágrafo único - Os saldos financeiros da conta referida no artigo 3º infra disposto poderão ser utilizados na gestão financeira do sistema de transporte, desde que tal não comprometa os investimentos previstos neste decreto.

96 Art. 8º Constituem atribuições do Poder Público: [...] III - regulamentar o Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, observando-se as seguintes diretrizes: [...] b) fiscalizar e controlar permanentemente a prestação do serviço [...]

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11.14.16 - Utilizar o Sistema Integrado de Monitoramento - SIM para fiscalizar eletronicamente o cumprimento de viagens. (subitem 8.3.5.b)

11.14.17 - Tomar providências para coibir a elevada ocorrência de descumprimentos

de partidas, e avaliar a hipótese, para os casos crônicos, da aplicação, prevista nos normativos legais, dos procedimentos de intervenção (total ou parcial), caducidade da concessão ou revogação da permissão, com a consequente rescisão dos contratos, ou outra medida que efetivamente elimine essas ocorrências, tendo em vista que somente a aplicação de multas não tem apresentado eficácia para melhorar a qualidade dos serviços de transporte coletivo de passageiros. (subitem 8.3.5.c)

11.14.18 - Tomar providências, em conjunto com a SPTrans e CET, para solucionar os problemas existentes em alguns corredores de ônibus, relacionados aos pavimentos flexível e rígido, sinalização viária, Painéis de Mensagem Variável - PMVs, e quanto à situação de parada de ônibus nos dois lados da mesma via. (subitem 8.3.6)

11.14.19 - Tomar as providências que se fizerem necessárias para regularizar a execução dos termos de permissão nºs 694/03 (área 3) e 695/03 (área 4), de forma que as linhas sejam operadas por permissionários que efetivamente participaram da licitação, nas suas respectivas áreas de permissão. (subitem 8.3.8)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 66 da Lei Federal nº 8.666/9398

⇒ artigo 6º, § 1º, c/c artigo 10 e artigo 8º, inciso III, alínea a, da Lei Municipal nº 13.241/0199

97 Art. 29 Sem prejuízo das demais atribuições expressas previstas no seu estatuto social, compete à São Paulo Transporte S.A., no tocante ao Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros: [...] II - executar a fiscalização da prestação dos serviços [...]

98 Art. 66 - O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua inexecução total ou parcial. 99 Art. 6º - Fica o Poder Público autorizado a delegar a terceiros, por meio de concessão ou permissão, a prestação e a exploração do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, no todo ou em parte, conforme disposto nos artigos 128 e 172 da Lei Orgânica do Município de São Paulo: [...]

§ 1º - O disposto no "caput" deste artigo, respeitados os contratos firmados, não impede o Poder Público de utilizar outras formas ou instrumentos jurídicos para transferir a terceiros a operação direta do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, mediante prévio procedimento licitatório, nos termos do § 1º do artigo 128 da Lei Orgânica do Município, aplicando-se as regras previstas nesta lei e as demais disposições legais federais e municipais pertinentes. [...] Art. 10 - As concessões e permissões para a prestação dos serviços serão outorgadas mediante prévia licitação, que obedecerá às normas da legislação municipal e federal sobre licitações e contratos administrativos, bem como à lei federal que dispõe sobre as concessões e permissões de serviços públicos, observando-se sempre a garantia dos princípios constitucionais da legalidade, da moralidade, da publicidade e da impessoalidade, e os princípios básicos da seleção da proposta mais vantajosa para o interesse coletivo, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo. Art. 8º - Constituem atribuições do Poder Público: [...] III - regulamentar o Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, observando-se as seguintes diretrizes: a) cumprir e fazer cumprir as disposições que regem o Serviço, bem como as cláusulas do contrato. [...]

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11.14.20 - O Poder Público não fiscaliza adequadamente a execução dos contratos de concessão e termos de permissão, expondo o Sistema Municipal de Transporte Coletivo a riscos de transtornos operacionais e prejuízos financeiros, além disso, não se pode afastar a hipótese de demandas judiciais contra a Administração Pública. (subitem 8.3.11)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 3º c/c artigo 30, da Lei Federal nº 8.987/95100

⇒ artigo 8º, inciso III, alínea b, Lei Municipal nº 13.241/01

11.14.21 - Solucionar, de forma definitiva, a falta de lastro financeiro para a conta contábil “21.52.01 - Sistema Municipal de Transporte Coletivo”, mantida no passivo da SPTrans. (subitem 8.3.13.a)

11.14.22 - Apresentar, à SPTrans, as diretrizes, critérios e procedimentos que devem ser adotados para elaboração dos demonstrativos extracontábeis do “Sistema Municipal de Transporte Coletivo (CORP 02)” e de “Multas e Descontos Contratuais (CORP 03)”, bem como quanto ao tratamento de pendências contábeis e/ou financeiras antigas. (subitem 8.3.13.b)

11.14.23 - Editar normas para a emissão da Autorização Especial de Trânsito para o transporte não rotineiro. (subitem 8.3.16)

11.14.24 - Efetuar vistoria nos veículos que prestam serviços de fretamento. (subitem 8.3.16)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 3º, inciso VIII, da Lei Municipal nº 14.971/09101

11.14.25 - Exigir dos Shoppings Centers o cumprimento das Certidões de Diretrizes, visando à diminuição do impacto que causam no tráfego das vias que lhes dão acesso. (subitem 8.3.17)

100 Art. 3º - As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários. Art. 30 - No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária. [...]

101 Art. 3º - Para cada veículo que desempenhar a atividade, as operadoras deverão requerer o respectivo Certificado de Vínculo ao Serviço - CVS, apresentando os seguintes documentos: [...] VIII - comprovação, por meio de vistoria a ser realizada no veículo pela Secretaria Municipal de Transportes, do atendimento a: a) legislação federal, estadual e municipal sobre acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida; (.....) b) regulamentação vigente, quanto ao nível máximo de enxofre em seu combustível.

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11.14.26 - Tomar providências no sentido de aumentar a centralização dos controladores semafóricos de médio porte nas Centrais de Tráfego em Área – CTA. (subitem 8.3.20)

11.15 - Gestão Ambiental

11.15.1 - Que a SVMA ultime as providências necessárias em prol do cumprimento da seguinte meta da Agenda 2012: “83 - Reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa na cidade, tendo como referência o inventário atual e o projeto de lei nº 530/08.” (subitem 9.3.a)

11.15.2 - Que a SVMA reavalie a compatibilidade das metas físicas com as metas financeiras previstas no PPA 2010/2013, visando à efetividade do instrumento de planejamento, para que o mesmo reflita a real capacidade de realização da Secretaria, permitindo a otimização da alocação dos recursos disponíveis. (subitem 9.3.b)

11.15.3 - A Lei Municipal nº 14.173/06 não está sendo cumprida no que tange aos indicadores de desempenho relativos à qualidade dos serviços públicos na área de proteção do meio ambiente. (subitem 9.4)

11.15.4 - Proceder à revisão dos normativos municipais que disponham sobre os Termos de Ajustamento de Conduta, visando à efetividade do instrumento no que tange à adequação da postura às exigências legais, bem como à integral reparação do dano, evitando que o mesmo se revele vantajoso ao infrator. (subitem 9.5.1.f)

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12 - SUGESTÕES DE MELHORIA 12.1 - Publicações e Divulgação

Atentar para as impropriedades verificadas nas publicações relativas aos

arts. 52 a 55 da LRF e divulgação em meio eletrônico. (itens 1.1.1 e 1.1.2)

12.2 - Planejamento

Incluir nos anexos das Leis Orçamentárias Anuais a indicação das metas físicas dos projetos/atividades/operações especiais, de forma a permitir tanto sua identificação e individualização quanto o acompanhamento de sua execução ao longo do exercício. (item 2.2)

12.3 - Despesas com Publicidade

Atentar para impropriedades de aspecto formal na instrução documental dos processos de pagamento. (item 3.9.2.b)

12.4 - Restos a Pagar

Atentar para a morosidade na regularização de restos a pagar de exercícios anteriores não processados. (item 5.7.2)

12.5 - Dívida Pública – Execução Orçamentária

Atentar para que as dotações orçamentárias da dívida fundada sejam corretamente utilizadas. (item 5.11.3.b)

12.6 - Precatórios Judiciais

Atentar para divergências na inscrição de ordens cronológicas do MOC. (item 5.13.4.a)

12.7 - Gestão Ambiental

Que a SVMA passe a acompanhar a meta 81 da Agenda 2012 através dos resultados efetivos alcançados pelo programa de inspeção veicular, ou seja, por meio de um indicador da quantidade de veículos inspecionados em relação ao total da frota. (subitem 9.3.a)

12.8 - Urbanismo

12.8.1 - Providenciar a implantação de 1 (uma) central de triagem de materiais recicláveis para completar as 4 (quatro) unidades previstas para o exercício de 2010. (item 10.6)

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12.8.2 - Implantar os 300 (trezentos) Postos de Coleta Voluntária de Material Reciclável previstos no Plano Plurianual 2010-2013, posto que em 2010 essa meta não foi cumprida. (item 10.6)

12.8.3 - Adotar providências visando à implantação da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – AMLURB, conforme previsto no Plano Plurianual. (item 10.6)

12.8.4 - Intensificar a coleta seletiva, uma vez que o percentual de materiais recicláveis recolhidos no exercício de 2010 representou apenas 1,1% do total de resíduos domiciliares coletados no mesmo período. (item 10.6)

12.8.5 - Quanto aos serviços divisíveis de limpeza pública realizados no agrupamento Sudeste:

12.8.5.1 - Providenciar o cumprimento dos itens 2.1 e 2.2, 3.5, 3.6 e 3.8 do Anexo I.H dos contratos de concessão dos serviços divisíveis de limpeza pública, uma vez que os procedimentos para aferir o nível de conscientização ambiental e de conhecimento da população acerca dos serviços de coleta não refletem as determinações contidas no referido Anexo, não sendo, pois, conclusivos e válidos. (item 10.7.1.a)

12.8.5.2 - Estudar a possibilidade de aumentar o percentual de recursos destinados

ao programa de conscientização ambiental e divulgação dos serviços de coleta, já que a verba direcionada a esses itens é insuficiente (0,1% da remuneração das concessionárias, conforme item 22 do Anexo II do contrato de concessão), em face do tamanho da população a ser atendida e da complexidade das atividades determinadas no Anexo I.H do contrato de concessão. (item 10.7.1.b)

12.8.5.3 - Aperfeiçoar a operacionalização do programa de conscientização e divulgação dos serviços de coleta, uma vez que na circunscrição das Subprefeituras de Itaquera, Campo Limpo e Ipiranga foi verificado que a forma como foi efetuada a implementação do referido programa não atende aos objetivos de conscientizar e divulgar informações à população. (item 10.7.1.c)

12.8.5.4 - Intensificar a fiscalização do programa de conscientização ambiental e divulgação dos serviços de coleta, uma vez que seu caráter exclusivamente reativo, não tem ação efetiva sobre o planejamento e o conteúdo das atividades desenvolvidas pela Contratada. (item 10.7.1.d)

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12.8.6 - Quanto aos serviços divisíveis de limpeza pública realizados no agrupamento Noroeste:

12.8.6.1 - Sanar as discrepâncias nos itinerários dos caminhões coletores, quando comparados com aqueles disponibilizados à população no sítio da Concessionária e com os apresentados pela fiscalização do LIMPURB, no sentido de evitar descumprimento dos horários de coleta em até 02 (duas) horas. (item 10.7.2.a)

12.8.6.2 - Providenciar o cumprimento dos subitens 2.1, 2.2, 3.5, 3.6 e 3.8 do Anexo I.H do Contrato, no que respeita à implantação e execução do Programa de Conscientização Ambiental e Divulgação dos Serviços. (item 10.7.2.b)

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13 - DETERMINAÇÕES/RECOMENDAÇÕES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

Foi realizada auditoria com o objetivo de avaliar o cumprimento das determinações/recomendações para a Prefeitura do Município de São Paulo que foram exaradas no parecer relativo às contas do Executivo - Exercício 2009, publicado no Diário Oficial da Cidade em 09.07.10. Trata-se de 182 determinações/recomendações que se encontram na seguinte situação:

Situação atual Determinações/ Recomendações %

Atendidas 25 13,7

Não atendidas 157 86,3

Total 182 100,0

O exame de cada Recomendação/Determinação consta do processo TC nº 72.000.849/11-73 – objeto “Determinações de Exercícios Anteriores”.

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14 - RESPONSÁVEIS PELAS FISCALIZAÇÕES

SUBITEM TC O.S. NOME RF

1 - CONTROLE EXTERNO E PRESTAÇÃO DE CONTAS

1.1 - Publicações e Audiências da LRF 72.001.198-10*11 2010.01894.2 Mauro M. Chosa 722

1.2 - Projeção Atuarial do RPPS 72.001.198-10*11 2010.01894.2 Smara Gonsaga Silva 840

2 - PLANEJAMENTO

2.1 - Lei de Diretrizes Orçamentárias 72.000.862-10*50 2010.01717-1 José Janeiro Perez Filho 479

2.2 - Lei Orçamentária Anual 72.002.557-10*582010.01718-1 Claudia M.B.M. Lomonaco 832

2011.02728-1 José Janeiro Perez Filho 479

3 - GESTÃO ORÇAMENTÁRIA

3.1 - Despesa - Créditos Adicionais 72.001.411-10*77 2010.01910.1 Fábio Oliveira Santos 20.174

3.2 a 3.6 - Execução Orçamentária 72.000.261-11*00 2010.01912.1 Fábio Oliveira Santos 20.174

3.7 - Resultado Primário (art. 9º da LRF) 72.001.164-10*08 2010.01892.2 Ana Amélia M. Botelho 20.116

3.8 - Despesas com Pessoal 72.000.645-11*23 2010.01913.1 Roberta C. D. Barbosa 20.209

Fábio Oliveira Santos 20.174

3.8.3.a - Lei de Responsabilidade Fiscal 72.001.196-10*96 2010.01891.2 Ana Amélia M. Botelho 20.116

3.9 - Despesas com Publicidade 72.002.807-10*13 2010.01942.1 Smara Gonsaga Silva 840

Fábio Oliveira Santos 20.174

4 - GESTÃO FINANCEIRA 72.002.445-10*24 2010.01914.1 Carlos Hugo Ybars 803

5 - GESTÃO PATRIMONIAL

5.2 - Disponível 72.000.421-11*76 2010.01916.1 Rubens A. N. Ramos 949

5.3 - Ativo - Realizável 72.000.712-11*19 2010.01917.1 Rubens A. N. Ramos 949

5.5 - Ativo - Dívida Ativa 72.002.802-10*08 2010.01918.1 Ana Amélia M. Botelho 20.116

5.6 a 5.9 - Passivo Financeiro (Dívida Pública - Curto Prazo) 72.002.201-10*60 2010.01919.1 Smara Gonsaga Silva 840

5.11, 5.12 e 5.14 - Dívida Pública 72.002.301-10*04 2010.01921-1 Ana Amélia M. Botelho 20.116

72.001.197-10*59 2010.01893.2 Ana Amélia M. Botelho 20.116

5.13 - Precatórios Judiciais 72.000.367-11*22 2010.01923.1 Smara Gonsaga Silva 840

5.15 e 5.16 - Dem. das Var. Patrimoniais 72.000.850-11*52 2010.01924.1 Carlos Hugo Ybars 803

6 - EDUCAÇÃO

6.1 - Gastos Legais 72.001.900-10*83

2010.01793.1 Silvia Yuri Matsumoto 20.212

Ari de Soeiro Rocha 20.139

2010.01794.1 Silvia Yuri Matsumoto 20.212

Claudia M.B.M. Lomonaco 832

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6.2 - Função Educação

72.002.521-10*00 2010.01798.1 Inês Sansoni Bueno 965

Lia Yoshie Yamada Toda 20.159

72.000.112-11*41 2010.01797.1 Silvia Yuri Matsumoto 20.212

72.000.434-11*18 2010.01795.1 Inês Sansoni Bueno 965

Lia Yoshie Yamada Toda 20.159

7 - SAÚDE

7.1 - Gastos Legais 72.001.574-10*312010.02038.1

Márcia S.Amaral C.Bueno 802

João Roberto F. de Lima 20.143

2010.02039.1 João Silvestre dos Santos 952

7.2 - Função Saúde – Desempenho Operacional

72.001.898-10*33 2010.02119.1

Cybele Prandini 20.113

João H. L.M. Florence 20.134

João Silvestre dos Santos 952

72.002.376-10*03 2010.02120.1

Cybele Prandini 20.113

João Roberto F. de Lima 20.143

Márcia S. A. C. Bueno 802

Natália S. Carvalho Leme 20.105

Regina E. Gonçalves 804

72.001.001-10*35 2010.02036.2

Natália S. Carvalho Leme 20.105

João H. L. M. Florence 20.134

João Roberto F. de Lima 20.143

72.000.473-11*70 2010.02037.1 João H. L. M. Florence 20.134

João Roberto F. de Lima 20.143

8 - Transporte

8.3 - Análise dos Programas “Melhoria da Mobilidade Urbana”, “Eficiência no Trânsito” e “Melhoria da Mobilidade Urbana – Transporte Público”

72.002.221-09*33 2009.00941.2 Eduardo Takashi Tsukada 677

72.002.507-09*46 2009.00919.3 Ana Mariko Hara 933

Vera Lúcia Braga Cocco 20.133

72.000.760-10*80 2010.01721.5 Daniel dos Santos 20.166

72.002.532-10*27 2010.01675.1 Hélcio Rogério Ramos 511

Luis G. R. do V. Damiani 20.186

9 - Gestão Ambiental

9.5 - Programa “Cidade Mais Verde” - Fiscalização Ambiental e Plano Plurianual 2006/2009

72.002.533-10*90 2010.01682-1 Renato Ferreira Floquet 828

Soila Barbosa 901

72.000.443-10*28 2009.00896-1 Soila Barbosa 901

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10 - URBANISMO

10.3 - Programas da Função Urbanismo

72.000.435-11*80 2010.02118-1 Maria Efigênia de Araújo 841

10.4 - Projetos/Atividades da Função Urbanismo 10.5 - Movimentação dos Recursos do Programa “Gestão Adequada dos Resíduos Sólidos” 10.6 - Metas do Programa “Gestão Adequada dos Resíduos Sólidos”

10.7 - Fiscalizações sobre Limpeza Pública

72.000.521-10*30 2010.02153-2 Márcio Yoshio Kawabata 20.103

Oswaldo Bertinato Junior 20.149

72.002.522-10*00 2010.02153-1 Antonio dos Santos Silveira 20.100

Roberto Alves Batista 20.179

13 - Determinações de Exercícios Anteriores 72.000.849-11*73 2010.01925.1

Mauro M. Chosa (C I) 722

Rubens A. N. Ramos (C I) 949

Coordenadoria II

Coordenadoria IV  

Coordenadoria V  

Coordenadoria VI  

Coordenadoria VII  

A seguir, assinam os responsáveis pela elaboração do presente relatório:

Em 26.04.11

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COORDENADORIA I

FÁBIO OLIVEIRA SANTOS MAURO MASSAHIRO CHOSA Agente de Fiscalização Agente de Fiscalização

ROBERTA CAROLINA DIAS BARBOSA RUBENS ANTONIO NIGRO RAMOS Agente de Fiscalização Agente de Fiscalização

SMARA GONSAGA SILVA ANA AMÉLIA MALVEZZI BOTELHO

Agente de Fiscalização Supervisor de Equipes de Fiscalização e Controle 1

CARLOS HUGO YBARS MARCOS CHUST Supervisor de Equipes de Fiscalização e

Controle 2 Coordenador Chefe de Fiscalização e

Controle I

COORDENADORIA II

MARIA APARECIDA MARCOLAN SANDRA CRISTINA DE A. ALBARELLO Supervisor de Equipes de Fiscalização e

Controle 4 Coordenador Chefe de Fiscalização e

Controle II

COORDENADORIA IV

HILDA EIKO KURATA LUIZA PEREIRA LIMA Supervisor de Equipes de Fiscalização e

Controle 7 Supervisor de Equipes de Fiscalização e

Controle 8

MARA REGINA FREGONEZI

Coordenador Chefe de Fiscalização e Controle IV

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COORDENADORIA V

ANA MARIKO HARA CARLOS ALBERTO MARTINELLI

Supervisor de Equipes de Fiscalização e Controle 9

Supervisor de Equipes de Fiscalização e Controle 10

MÁRIO MASANAO NISHIMOTO

Coordenador Chefe de Fiscalização e Controle V

COORDENADORIA VI

LUIZ AMADO GARCIA PEREIRA DIAS MARCOS TADEU BARROS DE OLIVEIRA Supervisor de Equipes de Fiscalização e

Controle 11 Coordenador Chefe de Fiscalização e

Controle VI

COORDENADORIA VII

JOSÉ JANEIRO PEREZ FILHO DILSON FERREIRA DA CRUZ JUNIOR

Agente de Fiscalização Coordenador Chefe de Fiscalização e Controle VII

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SUBSECRETARIA DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE Senhor Subsecretário

Ref.: PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO BALANÇO referente ao exercício de 2010

Elaborado pelas diversas Coordenadorias de Fiscalização e Controle o Relatório Anual de Fiscalização, conforme determinado à fl. 05, segue o presente, em prosseguimento.

Em 26.04.2011.

MARCOS CHUST Coordenador Chefe de Fiscalização e Controle I

Acompanham: volume I do presente TC, 02 (duas) encadernações referentes ao Balanço Geral/2010, 01 CD rom e os TC’s discriminados:

ITEM / OBJETO TC’s nºs

Balancete referente ao mês de Janeiro/2010 - acompanha 01 anexo 72.002.173-10*26

Balancete referente ao mês de Fevereiro/2010 - acompanha 01 anexo 72.002.172-10*63

Balancete referente ao mês de Março/2010 - acompanha 01 anexo 72.002.174-10*99

Balancete referente ao mês de Abril/2010 - acompanha 01 anexo 72.002.171-10*09

Balancete referente ao mês de Maio/2010 - acompanha 01 anexo 72.002.170-10*38

Balancete referente ao mês de Junho/2010 - acompanha 01 anexo 72.002.295-10*03

LRF - Metas Fiscais § 1º, I do artigo 59 72.001.164-10*08

Ativo / Disponível 72.000.421-11*76

LRF - Dívida Pública §1º, III do artigo 59 72.001.197-10*59

Passivo / Dívida Pública 72.002.301-10*04

Precatórios Judiciais 72.000.367-11*22

LRF - Despesas com Pessoal - § 1º, II, artigo 59 72.001.196-10*96

Créditos Adicionais 72.001.411-10*77

Ativo /Dívida Ativa 72.002.802-10*08

LRF - Publicações, artigos 52 a 55 da LRF 72.001.198-10*11

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Orçamento – Comportamento e Evolução das Receitas e Despesas 72.000.261-11*00

Publicidade 72.002.807-10*13

Passivo / Precatórios Judiciais 72.001.412-10*30

Gastos / Saúde 72.001.574-10*31

Passivo / Dívida Pública - Curto Prazo 72.002.201-10*60

Lei de Diretrizes Orçamentárias 72.000.862-10*50

Indicadores - Educação 72.000.112-11*41

Pessoal / Reajustes Salariais e Demonstrativos da LRF 72.000.645-11*23

Função do Governo - Urbanismo 72.000.435-11*80

Ativo Realizável 72.000.712-11*19

Gestão / Financeira 72.002.445-10*24

Função de Governo - Saúde 72.000.473-11*70

Equipamentos / Tomógrafos Ultrassom Ressonância 72.001.001-10*35

Serviços / Diagnóstico por Imagens 72.002.376-10*03

Demonstração / Variações Patrimoniais 72.000.850-11*52 /cra

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Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

2 - PLANEJAMENTO

O Plano Diretor Estratégico (PDE), instituído pela Lei Municipal nº. 13.430 de 13.09.02, o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) são os instrumentos legais que contêm a materialização do planejamento da Administração Municipal, a indicação de suas prioridades e de como o Executivo pretende atingi-las. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) veio reforçar os vínculos entre esses instrumentos e a importância do planejamento e da transparência para a gestão fiscal do Município. Dessa forma, o desempenho da Administração Pública e a qualidade dos serviços prestados ao cidadão dependem fundamentalmente da qualidade desses instrumentos de planejamento e de sua adequação à legislação pertinente.

Dentro desse contexto, apresentamos neste item os principais resultados das fiscalizações relativas ao tema realizadas para o presente exercício, com o objetivo de verificar se tais leis efetivamente estão contribuindo com o seu papel para tornar a Administração Municipal mais eficiente e transparente.

2.1 - Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO

Com relação à LRF, nas fiscalizações realizadas foram verificados os dispositivos legais pertinentes e constatado que:

- a LDO não atende ao disposto na alínea b do inciso I do artigo 4º da LRF1, pois não estabelece critérios e forma para a eventual limitação de empenho e movimentação financeira, ferindo assim o princípio da transparência fiscal;

- não foram indicados na LDO parâmetros ou diretrizes a serem aplicados na avaliação do controle dos custos e na avaliação dos resultados dos programas de governo a serem incluídos no orçamento, contrariando assim a alínea e do inciso I do artigo 4º da LRF2. A LDO, em seu artigo 113, mais uma vez limitou-se a remeter a questão para a lei orçamentária;

1 Art. 4º - A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: I – disporá também sobre: b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31; 2 Art. 4º - A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: I – disporá também sobre: e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; 3 Art. 11. Em cumprimento ao disposto no "caput" e na alínea "e" do inciso I do art. 4º da Lei Complementar Federal nº 101, de 2000, a alocação dos recursos na lei orçamentária será feita de forma a propiciar o controle de custos das ações e a avaliação dos resultados dos programas de governo.

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Folha nº 403 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

- a remessa do Relatório de Projetos em Andamento à CMSP foi extemporânea em relação ao determinado no parágrafo único do artigo 454 da LRF. Esse artigo está reproduzido no artigo 135 da LDO avaliada.

A LDO avaliada, embora tenha avançado em relação aos anos anteriores na medida em que relaciona, em seu Anexo I, os programas e ações que devam ser contemplados na LOA de 2011, ainda não apresenta uma ordem de priorização entre os itens incluídos, não atendendo assim o disposto no artigo 1376, § 2º, da Lei Orgânica Municipal (LOM).

Os anexos de metas fiscais constantes da LDO não respeitaram os aspectos formais de elaboração estabelecidos nos manuais da Secretaria do Tesouro Nacional, destacando-se a inexistência de notas explicativas e metodologia de cálculo, o que contraria o princípio da transparência, fundamental ao entendimento dos instrumentos de planejamento orçamentário.

2.2 - Lei Orçamentária Anual – LOA

A Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2011 — Lei Municipal nº. 15.356, de 28.12.2010 — não cumpriu diversos dispositivos previstos na legislação aplicada e nas demais peças de planejamento.

A Lei Orçamentária para 2011 não apresenta o demonstrativo do efeito, sobre as receitas e as despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, em desconformidade ao §6º do artigo 165 da Constituição Federal – CF7, o §6º do artigo 137 da Lei Orgânica do Município - LOM8, o inciso I do artigo 9º da Lei nº 15.251/2010 – LDO de 20119 e o inciso II do artigo 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF10.

4 Art. 45 – Observado o disposto no § 5º do art. 5º, a lei orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias. Parágrafo único – O Poder Executivo de cada ente encaminhará ao Legislativo, até a data do envio do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divulgação. 5 Art. 13. A lei orçamentária não consignará recursos para início de novos projetos se não estiverem adequadamente atendidos aqueles em andamento, e contempladas as despesas de conservação do patrimônio público. § 1º. O disposto no "caput" deste artigo aplica-se no âmbito de cada fonte de recursos, conforme vinculações legalmente estabelecidas. § 2º. Entendem-se por adequadamente atendidos os projetos cuja alocação de recursos orçamentários esteja compatível com os cronogramas físico-financeiros vigentes. 6 Art. 137. [...] § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública municipal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária. 7 Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. 8 Art. 137 - Leis de iniciativa do Poder Executivo Municipal estabelecerão: § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. 9 Art. 9º. Acompanhará a proposta orçamentária do Município para 2011 mensagem da Chefia do Poder Executivo contendo, no mínimo:

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Não foram identificados, de forma individualizada, os projetos e atividades, segundo a sua localização, dimensão, características principais e custo conforme determina o § 8º do artigo 137 da Lei Orgânica do Município – LOM11.

Não foi apresentado, em seus anexos, o demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes dos Anexos de Metas Fiscais da LDO, não atendendo assim o disposto no inciso I do artigo 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF12.

Não se observa, nos anexos da Lei Orçamentária Anual, a indicação das metas físicas dos projetos/atividades/operações especiais, de forma a permitir tanto sua identificação e individualização quanto o acompanhamento de sua execução ao longo do exercício.

6 – EDUCAÇÃO I - demonstrativo dos efeitos decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia sobre as receitas e despesas; 10 Art. 5º - O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta lei Complementar: II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado; 11 Art. 137 - Leis de iniciativa do Poder Executivo Municipal estabelecerão: § 8º - A lei orçamentária anual identificará, individualizando-os, os projetos e atividades, segundo a sua localização, dimensão, características principais e custo. 12 Art. 5º - O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta lei Complementar: I – conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º;

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6.1 – Gastos Legais

Os Municípios devem aplicar, anualmente, 25%, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino, conforme disposto na Constituição Federal (CF) – artigo 21213. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em seu artigo 6914, prevê, ainda, que os Municípios devem aplicar, anualmente, 25% ou o que constar em suas Leis Orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público. A Lei Orgânica do Município de São Paulo (LOM), por sua vez, estabelece em seu artigo 20815, que o Município aplicará, anualmente, no mínimo 31% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental, da educação infantil e inclusiva. A Lei Municipal nº. 13.245/01 define as despesas que poderão ser consideradas no cômputo do percentual das receitas destinadas à educação, nos termos da Lei Orgânica do Município. Além das receitas oriundas de impostos e transferências, o Município recebe recursos do FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, instituído pela Lei Federal nº. 11.494/07. O FUNDEB atende ao ensino fundamental e à educação infantil, que são áreas de atuação prioritária dos Municípios16, e tem vigência de 14 anos, a partir do primeiro ano da sua implantação (2007). Cumpre observar que, em 2010, o Fundo foi plenamente implantado, atingindo 20% das receitas de impostos e transferências dos Estados e Municípios.

13 A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. 14 A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público. 15 O Município aplicará, anualmente, no mínimo 31% (trinta e um por cento) da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental, da educação infantil e inclusiva. 16 Constituição Federal art. 211 parágrafo 2º.

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Folha nº 406 Proc. nº 72.000.923/11-24

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O acompanhamento e controle social sobre a distribuição, transferência e a aplicação dos recursos do FUNDEB devem ser realizados pelos conselhos criados especificamente para esse fim. A Prefeitura do Município de São Paulo publicou, no DOC de 29.01.11, os demonstrativos de aplicação dos recursos na educação relativos ao exercício de 2010, a partir dos quais procedemos às análises com vistas a verificar o atendimento à legislação vigente. Foram realizadas auditorias com o objetivo de verificar a regularidade dos Gastos com Ensino – contabilização, legitimidade da documentação, controles e legalidade dos atos, sob O.S. nºs. 2010.01793.1 e 2010.01794.1, processo TC nº. 72.001.900.10*83.

6.1.1 – Tomada de Contas: Constituição Federal – 25% e Lei Orgânica do Município

– 31% a) Receitas consideradas

A receita considerada para efeito de cálculo do valor mínimo a ser aplicado no ensino fundamental, na educação infantil e na educação inclusiva totalizou R$ 20.964.979.329 segundo a publicação da PMSP e R$ 20.887.172.493 segundo a Auditoria, perfazendo uma diferença de 0,37%, ou seja, R$ 77.806.836. Essa diferença decorre, principalmente, do fato de a PMSP ter efetuado reclassificações de receitas no período entre a publicação do Demonstrativo de Aplicação de Recursos na Educação (29.01.2011) e o relatório Balancete Mensal da Realização da Receita Orçamentária, disponível no Sistema NovoSEO em 24.02.2011. Tais reclassificações envolveram os seguintes valores:

(R$ 745.830) DA RUBRICA “RECEITA TRIBUTÁRIA A CLASSIFICAR”;

R$ 474.807.503 DAS RUBRICAS RELACIONADAS A PROGRAMAS DE PARCELAMENTOS INCENTIVADOS (PPI), UTILIZADOS PARA PAGAMENTO DE IMPOSTOS E TAXAS EM ATRASO;

R$ 58.387.432 DO PARCELAMENTO ADMINISTRATIVO DE DÉBITOS

TRIBUTÁRIOS (PAT);

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R$ 523.818 DO PARCELAMENTO ESPECIAL PARA INGRESSO NO SIMPLES NACIONAL (PISN).

A Auditoria considerou os valores do Balancete Mensal da Realização da Receita Orçamentária já ajustada, em função da reclassificação desses montantes para as rubricas próprias, zerando/alterando as rubricas citadas. Para efeito de cumprimento do artigo 212 da Constituição Federal, devem ser aplicados 25% do total das receitas consideradas, R$ 5.221.793.123, e para o cumprimento do artigo 208 da Lei Orgânica do Município (LOM), devem ser aplicados 31% dessas receitas, R$ 6.475.023.473.

b) Despesas consideradas

Em 2010, as despesas consideradas com Ensino Fundamental, Educação Infantil e Inclusiva somaram, pelos dados da PMSP, R$ 7.705.604.877 e, pelos dados da Auditoria, R$ 7.692.914.296, sendo R$ 6.725.533.567 nos termos constitucionais e R$ 967.380.729 de despesas inclusivas. As maiores despesas foram com Remunerações, Obrigações Patronais e Aposentadorias. Consideramos irregular o critério de rateio adotado para apropriação das despesas com Difusão Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, até que seja apresentado estudo detalhado a respeito do público atendido pelas bibliotecas municipais, de forma a justificar o percentual dos alunos da educação infantil e do ensino fundamental que frequentam tais unidades. As despesas consideradas na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental, educação infantil e inclusiva foram calculadas pela PMSP levando-se em conta seus valores empenhados e analisadas pela Auditoria com base nos valores liquidados e restos a pagar não processados, com disponibilidade financeira, conforme preceitua a Portaria STN nº. 559/07, que alterou a forma de elaboração do Anexo X - Demonstrativo das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino – MDE. A referida Portaria foi substituída pela Portaria STN nº. 462/09, aplicável a partir do exercício de 2010, que aprovou a 2ª edição do Manual de Demonstrativos Fiscais, cujo Anexo X também trata do demonstrativo de receitas e despesas com MDE, e manteve as pequenas alterações introduzidas pela Portaria STN nº. 577/08 que aprovou a 1ª edição do referido Manual para 2009.

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Folha nº 408 Proc. nº 72.000.923/11-24

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Quadro 01 – Despesas com educação fundamental, infantil e inclusiva em R$

Despesas consideradas PMSP AUDITORIA

Empenhado Liquidado (A)

Restos não processados (B)

Total C = A + B

Ensino Fundamental e Educação Infantil 04 Administração 1.062.078 1.062.078 - 1.062.07804.331 Proteção e Benef.ao Trabalhador 1.062.078 1.062.078 - 1.062.07809 Previdência Social 1.428.315.202 1.415.036.940 13.278.261 1.428.315.20209.271 Previdência Básica 585.119.534 585.119.534 - 585.119.53409.272 Previdência do Reg. Estatutário 694.287.197 694.287.197 - 694.287.19709.331 Proteção e Benef. ao Trabalhador 148.908.471 135.630.210 13.278.261 148.908.47112 Educação 5.244.856.905 4.760.453.666 484.418.208 5.244.871.87512.122 Administração Geral 456.156.574 395.794.988 60.361.586 456.156.57412.126 Tecnologia da Informação 100.944.736 53.155.152 47.789.583 100.944.73612.128 Formação de Recursos Humanos 6.213.810 5.672.648 536.872 6.209.52112.361 Ensino Fundamental 2.277.371.898 2.074.616.129 202.755.769 2.277.371.89812.365 Educação Infantil 2.372.411.567 2.203.925.557 168.505.269 2.372.430.82612.367 Educação Especial 31.758.320 27.289.191 4.469.129 31.758.32026 Transporte 47.700.051 47.700.051 - 47.700.05126.453 Transportes Coletivos Urbanos 47.700.051 47.700.051 - 47.700.05128 Encargos Especiais 3.584.362 3.584.362 - 3.584.36228.841 Refinanciamento da Dív. Interna 3.584.362 3.584.362 - 3.584.362Despesas com Fundamental e Infantil (D) 6.725.518.597 6.227.837.097 497.696.470 6.725.533.567

Educação Inclusiva 08 Assistência Social 260.269.713 242.998.837 17.256.259 260.255.09608.242 Assist. ao Portador de Deficiência 7.999.694 7.277.749 721.945 7.999.69408.243 Assist.à Criança e ao Adolescente 252.270.019 235.721.088 16.534.314 252.255.40212 Educação 636.304.026 554.226.453 82.077.574 636.304.02612.122 Administração Geral 81.491.500 75.069.285 6.422.216 81.491.50012.126 Tecnologia da Informação 44.624.022 39.077.066 5.546.955 44.624.02212.306 Alimentação e Nutrição 288.034.362 221.306.157 66.728.205 288.034.36212.361 Ensino Fundamental 217.397.524 214.868.662 2.528.862 217.397.52412.366 Educação de Jovens e Adultos 4.756.619 3.905.283 851.336 4.756.61913 Cultura 12.690.935 - - -13.392 Difusão Cultural 12.690.935 - - -26 Transporte 70.821.606 70.821.606 - 70.821.60626.453 Transportes Coletivos Urbanos 70.821.606 70.821.606 - 70.821.606

Despesas com Inclusiva (E)

980.086.280 868.046.896 99.333.834 967.380.729

Despesas com Fundamental, Infantil e Inclusiva F = D + E 7.705.604.877 7.095.883.993 597.030.304 7.692.914.296

Fontes: PMSP – Demonstrativo de Aplicação de Recursos na Educação – Despesas – DOC 29.01.11; AUD – Acompanhamento da Execução Orçamentária (Sistema NovoSEO) e Sistema de Dados Orçamentários – TCMSP – Dezembro/2010.

As diferenças entre os valores de despesas consideradas consistem, basicamente:

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Folha nº 409 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

NA DIVERGÊNCIA, NO TOTAL DE R$ 14.970, ENTRE OS NÚMEROS EXTRAÍDOS PELA AUDITORIA DO SISTEMA NOVOSEO E OS VALORES CONSTANTES DOS DEMONSTRATIVOS PUBLICADOS PELA PMSP NA FUNÇÃO 12 – EDUCAÇÃO: SUB-FUNÇÃO 12.128 – FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS E SUB-FUNÇÃO 12.365 – EDUCAÇÃO INFANTIL;

NA DIVERGÊNCIA, NO VALOR DE R$ 14.617, ENTRE OS NÚMEROS

EXTRAÍDOS PELA AUDITORIA DO SISTEMA NOVOSEO E OS VALORES CONSTANTES DOS DEMONSTRATIVOS DA PMSP NA FUNÇÃO 08 – ASSISTÊNCIA SOCIAL: SUB-FUNÇÃO 08.243 – ASSISTÊNCIA À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE;

EM FUNÇÃO DE A AUDITORIA NÃO TER CONSIDERADO OS VALORES (R$

12.690.935) COM A DIFUSÃO CULTURAL (PROJETOS/ATIVIDADES 5961, 5981, 5982, 6384, 6387 E 6389), TENDO EM VISTA QUE CONSIDERAMOS IRREGULAR O CRITÉRIO DE RATEIO ADOTADO PARA APROPRIAÇÃO DESTA DESPESA, POIS NÃO FOI APRESENTADO, PELA SMC, ESTUDO DETALHADO A RESPEITO DO PÚBLICO ATENDIDO PELAS BIBLIOTECAS MUNICIPAIS, DE FORMA A JUSTIFICAR O ÍNDICE DE 80% DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E DO ENSINO FUNDAMENTAL QUE FREQUENTAM TAIS UNIDADES.

Cabe observar que, quanto às demais despesas, os valores apresentados como empenhados pela PMSP correspondem exatamente à soma dos valores liquidados e dos restos a pagar não processados encontrados pela Auditoria, já que em 31.12.10 havia disponibilidade financeira para seu pagamento. Em 2010, as despesas consideradas com as atividades da Educação Infantil e Fundamental alcançaram 98,19% do total liquidado mais restos a pagar não processados, com destaque para gastos com Remuneração, Obrigações Patronais e Aposentadorias (59,32%), Operação e Manutenção das escolas (19,65%), que representaram, aproximadamente, 79% do total das despesas. Os gastos com projetos representaram 1,76% e com operações especiais, 0,05%. Entre as despesas consideradas com as atividades da educação inclusiva, destacaram-se o Programa de Garantia de Renda Familiar Mínima (21,73%), Programas com Alimentação Escolar (29,77%), Ação Sócio-Educativa e Preventiva à Criança, Adolescente e Jovem (20,03%), Compensações Tarifárias – Outros Ensinos (7,32%), Administração dos Centros Educacionais Unificados (6,40%), Proteção Social Especial à Crianças, Adolescentes e Jovens (6,05%), Operação e Manutenção de Telecentros (4,37%). Com relação a projetos cabe destaque às despesas com Construção de Unidades Educacionais Integradas, com 0,46% do total.

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Cód - 233 (Versão 01)

Folha nº 410 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

c) Cálculo dos percentuais

No exercício de 2010, o Município de São Paulo aplicou:

pelos dados da Auditoria, considerando as despesas liquidadas mais os restos a pagar não processados com disponibilidade financeira, o Município de São Paulo aplicou 27,44% da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e da educação infantil e 32,07% quando consideradas também as despesas com a educação inclusiva;

pelos dados publicados pela PMSP, que utiliza as despesas empenhadas, foram aplicados 27,34% da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e da educação infantil e 32,01% quando consideradas também as despesas com a educação inclusiva.

Os percentuais aplicados na educação estão no Quadro 02.

Quadro 02 – Apuração do percentual aplicado na Educação – CF 25% e LOM 31% em R$

CÁLCULO DOS PERCENTUAIS PMSP empenhado

AUDITORIA liq.+ restos não

processados

Diferença PMSP – AUD

Despesas com Ensino Fundamental e Educ.Infantil 6.725.518.597 6.725.533.567 (14.970) (-) Acréscimo com o FUNDEB 2010- aplicado 948.716.362 994.128.339 (45.411.977) (-) Adicional 2008 e 2009 - aplicado 45.410.938 - 45.410.938

A (=) Valor aplicado no Ensino Fundamental e Educação Infantil 5.731.391.297 5.731.405.228 (13.931)

B Receitas consideradas 20.964.979.329 20.887.172.493 77.806.836

A/B * 100 Percentual aplicado no Ensino Fundamental e Educação Infantil (Mínimo de 25%) 27,34% 27,44% (0,10)%

C Despesas com Educação Inclusiva 980.086.280 967.380.729 12.705.551B Receitas consideradas 20.964.979.329 20.887.172.493 77.806.836

C/B * 100 Percentual aplicado na Educação Inclusiva 4,67% 4,63% 0,04%

CÁLCULO DOS PERCENTUAIS (continuação)

PMSP empenhado

AUDITORIA liq.+ restos não

processados

Diferença PMSP – AUD

Despesas com Ensino Fundamental e Educação Infantil e Inclusiva 7.705.604.877 7.692.914.296 12.690.581

(-) Acréscimo com o FUNDEB 2010 - aplicado 948.716.362 994.128.339 (45.411.977) (-) Adicional 2008 e 2009 - aplicado 45.410.938 - 45.410.938

D (=) Valor aplicado 6.711.477.577 6.698.785.957 12.691.620B Receitas consideradas 20.964.979.329 20.887.172.493 77.806.836

D/B * 100 Percentual aplicado no Ensino Fundamental, Infantil e Inclusiva (Mínimo de 31%) 32,01% 32,07% (0,06)%

Fontes: PMSP – Demonstrativo da Aplicação de Recursos na Educação – DOC 29.01.11.

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Folha nº 411 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

No exercício de 2010, a dedução realizada pela PMSP considerou o montante dos recursos adicionais no valor de R$ 994.127.300, sendo R$ 948.716.362 relativos ao acréscimo aplicado das transferências do FUNDEB de 2010 e R$ 45.410.938 relativos ao Adicional 2008 e 2009 aplicados. A Auditoria apurou valores diferentes em relação ao acréscimo do FUNDEB aplicado, R$ 994.128.339, e constatou que somente foram aplicados os recursos adicionais de 2010. A diferença entre os valores da PMSP e da Auditoria está explicado a seguir nos itens 6.1.2.a e 6.1.2.c. Em 2010, pelos dados da Auditoria, a PMSP aplicou 27,44% da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e da educação infantil e 32,07% quando consideradas também as despesas com a educação inclusiva. As diferenças observadas entre os percentuais apresentados pela PMSP e os apurados pela Auditoria são resultantes: da diferença entre o total de receitas apresentado pela PMSP e o apurado pela Auditoria, explicada no item 6.1.1.a; da divergência entre os valores de despesas apresentados pela PMSP e os apurados pela Auditoria, demonstrado no item 6.1.1.b; e dos ajustes de contabilização no acréscimo do FUNDEB, explicado a seguir no item 6.1.2.a. Cabe lembrar que, no exercício em que for observado o cancelamento de restos a pagar, relativos a exercícios anteriores, que impacte no não cumprimento dos percentuais mínimos, a parcela responsável pelo impacto será deduzida para efeito de cálculo dos percentuais do exercício em referência. Com base nas informações relativas a restos a pagar, disponíveis até 31.12.10, a Auditoria constatou que, embora tenham ocorrido cancelamentos, os percentuais mínimos de 2006 a 2009 foram cumpridos, não havendo, portanto, parcela a ser excluída. c.1) Cálculos considerando enquadramento do SIOPE e da STN Adotando-se o enquadramento dado pelo Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação – SIOPE e pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN para as despesas com inativos, os percentuais relativos ao ano de 2010 passariam a ser os seguintes:

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Cód - 233 (Versão 01)

Folha nº 412 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

PELOS DADOS DA AUDITORIA, CONSIDERANDO AS DESPESAS LIQUIDADAS SOMADAS AOS RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS COM DISPONIBILIDADE FINANCEIRA, O MUNICÍPIO DE SÃO PAULO TERIA APLICADO 24,12% DA RECEITA RESULTANTE DE IMPOSTOS, COMPREENDIDAS AS TRANSFERÊNCIAS, NA MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E DA EDUCAÇÃO INFANTIL E 28,75% QUANDO CONSIDERADAS TAMBÉM AS DESPESAS COM A EDUCAÇÃO INCLUSIVA;

PELOS DADOS PUBLICADOS PELA PMSP, QUE UTILIZA AS DESPESAS EMPENHADAS, TERIAM SIDO APLICADOS 24,03% DA RECEITA RESULTANTE DE IMPOSTOS, COMPREENDIDAS AS TRANSFERÊNCIAS, NA MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E DA EDUCAÇÃO INFANTIL E 28,70% QUANDO CONSIDERADAS TAMBÉM AS DESPESAS COM A EDUCAÇÃO INCLUSIVA.

Cumpre informar, portanto, que os percentuais mínimos obrigatórios não seriam atingidos no encerramento do exercício, caso adotássemos o enquadramento dado pelo SIOPE e pela STN para as despesas com inativos, ensejando a aplicação ao Município de São Paulo das penalidades previstas no artigo 28 da Lei Federal nº. 11.494/200717 e no artigo 25, § 1º, inciso IV, alínea b da Lei Complementar nº. 101/0018 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

d) Inativos

Não foi realizado estudo para verificar a compatibilidade das funções dos servidores alocados no quadro dos inativos da Educação com esta área, contrariando a Lei Municipal nº. 13.245/01, em seu artigo 2º, parágrafo único, que dispõe que o Poder Executivo Municipal deveria promovê-lo, no prazo de 120 dias da promulgação da lei.

Destacamos que o Grupo de Estudo (TC nº. 72.002.292.08-09) instituído para avaliar, técnica e juridicamente, a exclusão das despesas com inativos da Educação do cômputo dos Gastos com a Manutenção e o Desenvolvimento do Ensino Municipal concluiu com base na Portaria STN nº. 559/2007, pela sua exclusão. O processo encontra-se pendente de julgamento.

17 Art. 28 O descumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Federal e do disposto nesta Lei sujeitará os Estados e o Distrito Federal à intervenção da União, e os Municípios à intervenção dos respectivos Estados a que pertencem, nos termos da alínea e do inciso VII do caput do art. 34 e do inciso III do caput do art. 35 da Constituição Federal. (g.n.) 18 Art. 25 Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. §1º São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias: IV – comprovação, por parte do beneficiário, de: b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde. (g.n.)

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Folha nº 413 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

A PMSP vem apropriando as despesas com inativos utilizando rateio que considera a proporção dos gastos do pessoal ativo da Educação em relação ao gasto total do pessoal ativo da PMSP. No ano de 2010, os gastos considerados pela PMSP com os servidores inativos foram da ordem de R$ 693.626.42819. Considerando a expressividade desses valores, entendo importante a observância de sua inclusão pelo seu valor efetivo, e não por rateio, conforme determinação expressa em Parecer Prévio desta Corte referente ao exercício de 2004.

“32. Cumpra o artigo 2º, parágrafo único, da Lei Municipal nº 13.245/01, referente ao rateio dos gastos com inativos para comprovação dos gastos com educação."

6.1.2 – Tomada de Contas: FUNDEB a) Cálculo do percentual aplicado em remuneração

Em 2010, 88,76% dos recursos do FUNDEB foram aplicados na remuneração dos profissionais do Magistério, contudo o atendimento ao artigo 60, inciso XII, do ADCT/CF fica condicionado à apresentação pela PMSP do relatório detalhado das despesas incluídas nas dotações de remuneração. Cumpre informar, todavia, que ainda não foi atendida a Recomendação para que a SME apure os valores gastos com seu quadro de pessoal de maneira que se possa conhecer o gasto efetivo com pessoal da SME (nos termos do artigo 22 da Lei Federal nº. 11.494/07), por cargos, unidades escolares, Diretorias Regionais de Educação, dentre outros, permitindo também a correlação com as dotações orçamentárias utilizadas para pagamento das remunerações (Recomendação 2007). Restou aplicar, ainda, R$ 8.581.761 do adicional referente aos recursos recebidos do FUNDEB em 2010 em despesas com o ensino fundamental e a educação infantil. Este saldo representa 0,35% do valor das receitas do FUNDEB e está dentro do limite estabelecido no parágrafo 2º do artigo 21 da Lei Federal nº. 11.494/07, que regulamenta a questão do Adicional do FUNDEB. Todavia, é impreterível que esses recursos sejam utilizados, ainda, no 1º trimestre de 2011, de acordo com a legislação retro mencionada.

19 10,31% das despesas com Ensino Infantil e Fundamental.

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Folha nº 414 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

A aplicação dos recursos do FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação está prevista no ADCT, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº. 53/06, no artigo 60, inciso XII20. O artigo 22 da Lei Federal nº. 11.494/07 é mais detalhado, definindo inclusive o que se considera por “remuneração”, “profissionais do magistério da educação” e “efetivo exercício”. O artigo 9º da Lei Federal nº. 11.494/07 estabelece que, para efeito de distribuição de recursos, serão consideradas exclusivamente as matrículas presenciais efetivas, nos respectivos âmbitos de atuação prioritária. Por sua vez, os recursos também deverão ser utilizados na sua totalidade no âmbito da atuação prioritária, segundo os artigos 60, inciso IV, do ADCT, e 21, § 1º, da Lei Federal nº. 11.494/07. O artigo 211, § 2º, da CF estabelece que “Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.” (grifo nosso) Os recursos dos Fundos serão utilizados em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no artigo 70 da Lei Federal nº. 9.394/96 (artigo 21, caput, da Lei Federal nº. 11.494/07). O quadro 04 demonstra os valores que compõem os recursos do FUNDEB e o montante a ser aplicado na educação básica:

20 Art. 60, inciso XII – proporção não inferior a 60% (sessenta por cento) de cada Fundo referido no inciso I do caput deste artigo será destinada ao pagamento dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício.

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Folha nº 415 Proc. nº 72.000.923/11-24

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Quadro 04 – Demonstrativo do FUNDEB em R$

ESPECIFICAÇÕES PMSP AUDITORIA diferença PMSP - AUD

Transferências da União 175.243.364 175.031.720 211.644 Transferências do Estado 2.268.788.365 2.269.000.010 (211.644)

A Valor recebido do FUNDEB (Rubricas) 2.444.031.729 2.444.031.729 - B Rendimentos de Aplicações Financeiras – FUNDEB 16.469.153 16.469.153 -

C=A+B Receita total do FUNDEB 2.460.500.882 2.460.500.882 -

FPM 25.114.555 25.113.525 1.030 ITR 137.883 137.883 - LC 87/96 7.102.306 7.102.306 - ICMS 1.068.148.451 1.068.148.442 9 IPVA 348.667.191 348.667.191 - IPI – EXPORTAÇÃO 8.621.434 8.621.434 -

D Total retido para o FUNDEB 1.457.791.820 1.457.790.781 1.039

E=C-D Acréscimo resultante das transferências do FUNDEB 1.002.709.062 1.002.710.101 (1.039)

Operação e Manutenção de EMEF (2842) 37.214.134 37.214.134 - Remuneração dos Profissionais do Magistério - EF (2858) 1.242.487.131 1.242.487.131 - Operação e Manutenção de EMEI (2837) 150.154.467 150.154.467 - Operação e Manutenção de CEI (2845) 80.592.587 80.592.587 - Remuneração dos Profiss. do Magistério - EMEI (2856) 939.786.900 939.786.900 - Remuneração dos Profissionais do Magistério - CEI (2867) 1.683.901 1.683.901 -

F Despesas com Educação Básica – fonte 04 2.451.919.121 2.451.919.121 -

Aplicação Recursos Saldo 2008/2009 45.410.938 - 45.410.938G Aplicação Recursos 2010 2.406.508.183 2.451.919.121 (45.410.938)

Aplicação Total 2.451.919.121 2.451.919.121 -

H=F-D Adicional Aplicado 994.127.300 994.128.339 (1.039)

Adicional Aplicado Saldo 2008/2009 45.410.938 - 45.410.938I Adicional Aplicado 2010 948.716.362 994.128.339 (45.411.977)

Total Adicional Aplicado 994.127.300 994.128.339 (1.039)

J=E-I Adicional a aplicar 2010 53.992.699 8.581.761 45.410.938 Adicional a aplicar 2008/2009 - 45.410.938 (45.410.938)

FUNDEB – MÍNIMO DE 60%

ESPECIFICAÇÕES PMSP AUDITORIA diferença PMSP - AUD

C Receita total do FUNDEB 2.460.500.882 2.460.500.882 - K=60%*C Valor legal a ser aplicado 1.476.300.529 1.476.300.529 -

Remuneração dos Profissionais do Magistério - EF (2858) 1.242.487.131 1.242.487.131 - Remuneração dos Profiss. do Magistério - EMEI (2856) 939.786.900 939.786.900 - Remuneração dos Profissionais do Magistério - CEI (2867) 1.683.901 1.683.901 -

L Total da Remuneração dos Profissionais do Magistério 2.183.957.932 2.183.957.932 -

M=L/C Percentual aplicado 88,76% 88,76% - Fontes: PMSP - Demonstrativo Aplicação de Recursos do FUNDEB - DOC 29.01.11; Auditoria – Valores apurados As diferenças de R$ 211.644, verificadas nas rubricas de “Transferências da União” e “Transferências do Estado”, referem-se à inversão de contabilização no exercício de 2009 do código SAF (Sistema de Administração Financeira) nos Recibos de Recolhimentos entre União e Estado. Os ajustes necessários foram efetuados no exercício de 2010 e não alteraram o valor total recebido (letra A). Já as diferenças verificadas no acréscimo das transferências do FUNDEB e no adicional aplicado são decorrentes de ajustes de contabilização nas deduções do ICMS e FPM de 2009, no valor de R$ 1.039. Apesar dessas diferenças verificamos que o cálculo das deduções está correto.

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Folha nº 416 Proc. nº 72.000.923/11-24

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Em síntese, para o exercício em análise, pelos dados da Auditoria: A PMSP RECEBEU R$ 2.444.031.729 DO FUNDEB E CONTRIBUIU COM

R$ 1.457.790.781 PARA O FUNDO. CONSIDERANDO-SE TAMBÉM OS RENDIMENTOS CONTABILIZADOS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS, NO TOTAL DE R$ 16.469.153, O ACRÉSCIMO RESULTANTE DAS TRANSFERÊNCIAS DO FUNDEB FOI DE R$ 1.002.710.101;

O PERCENTUAL APLICADO NA REMUNERAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO

MAGISTÉRIO ATINGIU 88,76%, CONTUDO O ATENDIMENTO AO ARTIGO 60, INCISO XII, DO ADCT/CF FICA CONDICIONADO À APRESENTAÇÃO PELA PMSP DO RELATÓRIO DETALHADO DAS DESPESAS INCLUÍDAS NESSAS DOTAÇÕES;

RESTOU APLICAR, AINDA, R$ 8.581.761 DO ADICIONAL REFERENTE AOS

RECURSOS RECEBIDOS DO FUNDEB EM 2010 EM DESPESAS COM O ENSINO FUNDAMENTAL E A EDUCAÇÃO INFANTIL. ESTE SALDO REPRESENTA 0,35% DO VALOR DAS RECEITAS DO FUNDEB E ESTÁ DENTRO DO LIMITE ESTABELECIDO NO PARÁGRAFO 2º21 DO ARTIGO 21 DA LEI FEDERAL Nº. 11.494/07, QUE REGULAMENTA A QUESTÃO DO ADICIONAL DO FUNDEB. TODAVIA, É IMPRETERÍVEL QUE ESSES RECURSOS SEJAM UTILIZADOS, AINDA, NO 1º TRIMESTRE DE 2011, DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO RETRO MENCIONADA.

Quanto aos gastos com pessoal, informamos que há Recomendação no Parecer das Contas do Executivo, a qual transcrevemos a seguir:

“Que a Prefeitura do Município de São Paulo 18. Apure os valores gastos com seu quadro de pessoal de maneira que se possa conhecer o gasto efetivo com pessoal da SME, por cargos, unidades escolares, Diretorias Regionais de Educação, dentre outros, permitindo também a correlação com as dotações orçamentárias utilizadas para pagamento das remunerações. (Recomendação de 2007)”

Conforme Ofício nº. 096/2011-SME/AJ, os estudos com vistas a atender a referida recomendação foram iniciados, uma vez que a Administração Municipal não conta com

21 Art. 21. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício financeiro em que lhes forem creditados, em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (...) § 2º. Até 5% (cinco por cento) dos recursos recebidos à conta dos Fundos, inclusive relativos à complementação da União recebidos nos termos do § 1º do art. 6º desta Lei, poderão ser utilizados no 1º (primeiro) trimestre do exercício imediatamente subsequente, mediante abertura de crédito adicional.

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Folha nº 417 Proc. nº 72.000.923/11-24

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um sistema pronto que possa obter os dados com gastos de pessoal da forma preconizada, todavia não determinou prazo para conclusão. Desse modo, permanece não atendida a citada recomendação.

b) Conselho do FUNDEB

Os pareceres do Conselho do FUNDEB não atendem plenamente ao preconizado na legislação, notadamente quanto: a) ao acompanhamento e controle da repartição, transferência e aplicação dos recursos, especialmente quanto à aplicação mínima de 60% com a remuneração dos profissionais do magistério e o exame dos registros contábeis e demonstrativos gerenciais; e b) à supervisão do Censo Escolar. Portanto, houve infringência aos incisos I, VI e VII do artigo 7º da Lei Municipal nº. 14.666/08.

O Conselho do FUNDEB não havia encaminhado, até o encerramento desta auditoria, o parecer relativo ao exercício de 2010 a este Tribunal de Contas. O acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos dos Fundos serão exercidos pelos Conselhos do FUNDEB, conforme estabelece o artigo 24 da Lei Federal nº. 11.494/07. As prestações de contas dos recursos do FUNDEB, por sua vez, devem ser apresentadas ao Poder Executivo Municipal em até 30 dias antes do vencimento do prazo para prestação de contas ao Tribunal e devem ser instruídas com parecer do Conselho responsável, de acordo com o disposto no artigo 27, parágrafo único, da Lei Federal nº. 11.494/07. No Município de São Paulo, o Conselho do FUNDEB foi criado por meio da Lei Municipal nº. 14.666, de 10.01.08. O Regimento Interno foi aprovado em 22.09.08, sendo publicado no DOC em 10.12.08. O Conselho do FUNDEB elaborou relatório sobre a aplicação dos recursos do fundo referente ao exercício de 2007, somente em 16.09.09. Referido trabalho trouxe uma série de recomendações, as quais já foram objeto de análise e comentários no TC nº. 72.002.193.09-08, que cuidou dos Gastos com Educação do exercício de 2009. Já os relatórios sobre a aplicação dos recursos do fundo referentes aos exercícios de 2008 e 2009 foram encaminhados ao Tribunal em 2010, atendendo à Determinação nº. 27 de 2009, abaixo transcrita.

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“27. Que o Conselho do FUNDEB do Município de São Paulo conclua os pareceres sobre as prestações de contas dos recursos do FUNDEB, relativos aos exercícios de 2008 e 2009, até o 1º semestre de 2010, enviando, a seguir, cópia a este Tribunal (Determinação 2009)”.

Constata-se evolução dos procedimentos adotados pelo Conselho do FUNDEB, uma vez que os relatórios relativos aos exercícios de 2007, 2008 e 2009 foram concluídos e encaminhados a este Tribunal. Entretanto, verifica-se que os pareceres do Conselho ainda não atendem plenamente ao preconizado na legislação, notadamente quanto: a) ao acompanhamento e controle da repartição, transferência e aplicação dos recursos, notadamente quanto à aplicação mínima de 60% com a remuneração dos profissionais do magistério e o exame dos registros contábeis e demonstrativos gerenciais; e b) à supervisão do Censo Escolar. Portanto, houve infringência aos incisos I, VI e VII do artigo 7º da Lei Municipal nº. 14.666/08. Requisitamos à SME cópia do parecer do Conselho do FUNDEB relativo ao exercício de 2010. A Secretaria, por meio do Ofício nº. 115/2011 – SME/AJ, respondeu à nossa requisição, entretanto não forneceu o referido relatório. O Conselho do FUNDEB, por meio do Ofício nº. 003/2011-CACS-FUNDEB, informou que o Parecer sobre as contas do FUNDEB ainda não foi elaborado, descumprindo o artigo 27, parágrafo único, da Lei Federal nº. 11.494/07, quanto ao prazo de encaminhamento do parecer.

c) Adicional de 2008 e 2009

O Adicional do FUNDEB 2009 e 2008, no montante de R$ 45.410.938, não foi utilizado em 2010, contrariando o disposto no parágrafo 2º do artigo 21 da Lei Federal nº. 11.494/07. O saldo do FUNDEB transferido do exercício de 2009 para 2010 foi de R$ 45.410.938, sendo R$ 6.640.192 do Adicional de 2008 e R$ 38.770.746 do Adicional de 2009. Na publicação dos gastos com o FUNDEB, a PMSP informa aplicação dos recursos do Adicional FUNDEB 2009 e 2008 (R$ 45.410.938) no exercício de 2010. Por outro lado, a Auditoria constatou que não foi aberto crédito adicional com recursos do FUNDEB para aplicação do referido saldo, contrariando o disposto no parágrafo 2º do artigo 21 da Lei Federal nº. 11.494/07.

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A aplicação dos recursos no valor de R$ 45.410.938 refere-se à aplicação do Adicional do FUNDEB 2010, diminuindo o valor de R$ 53.992.699, publicado pela PMSP, para R$ 8.581.761. Portanto, o valor total do Adicional não aplicado é de R$ 53.992.699 a ser utilizado impreterivelmente no 1º trimestre do exercício de 2011, conforme disposto no parágrafo 2º do artigo 21 da Lei Federal nº. 11.494/07.

6.1.3 – Publicação dos Demonstrativos

Os Demonstrativos das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino – MDE foram publicados nos prazos legais estabelecidos, mas não seguem a formatação proposta pela Portaria STN nº. 462/09 (que substituiu a Portaria STN nº. 559/07), especificamente no tocante à evidência da disponibilidade financeira vinculada à educação e ao demonstrativo que indique a movimentação financeira do FUNDEB.

Os Demonstrativos das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento de Ensino – MDE foram publicados nos prazos estabelecidos na LOM – artigo 209 (trinta dias após o encerramento do semestre) e na LDB – artigo 72 (trinta dias após o encerramento do bimestre). Quanto à publicação dos demonstrativos, destacamos a existência de Determinação de 2007, no sentido de que a:

“Prefeitura do Município de São Paulo 2. Publique, em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação, os Demonstrativos das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino nos moldes da Portaria STN 559/07, especificamente no tocante à indicação das despesas consideradas pelos valores liquidados e de restos a pagar não processados, explicitação da disponibilidade financeira vinculada à educação e demonstrativo que indique a movimentação financeira do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB. (Determinação de 2007)”

Observamos que, a partir de janeiro de 2010, a PMSP passou a publicar tanto os valores empenhados quanto os liquidados no Demonstrativo da aplicação dos recursos na Educação. Entretanto, o cálculo dos percentuais aplicados ainda considera, apenas, os valores empenhados. Desse modo, permanece o apontamento efetuado pela Auditoria, em razão da divergência de critérios adotados: a) PMSP – valores empenhados; e b) Auditoria

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Folha nº 420 Proc. nº 72.000.923/11-24

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– valores liquidados e restos a pagar não processados com disponibilidade financeira. Portanto, a publicação da PMSP não segue a formatação proposta pela Portaria STN nº. 462/09 (que substituiu a Portaria STN nº. 559/07), especificamente no tocante à evidência da disponibilidade financeira vinculada à educação e ao demonstrativo que indique a movimentação financeira do FUNDEB.

6.1.4 – Eficácia dos Controles

Os controles exercidos sobre os gastos com a Educação necessitam ser aperfeiçoados, proporcionando maior transparência dos dados, tendo em vista que as despesas mais significativas envolvem “Pagamentos/ Vencimentos dos profissionais que atuam na Educação”, quer sejam, ativos ou inativos, e em ambos os casos, não há Relatórios/Demonstrativos que suportem os valores publicados, não cumprindo determinação deste Tribunal. Carecem ainda de ajuste o critério de rateio utilizado para a apropriação dos gastos com Difusão Cultural da Secretaria Municipal de Cultura e a utilização do saldo dos recursos do FUNDEB, no exercício seguinte, dentro do prazo legal. Necessário se faz que a PMSP ultime a elaboração de Relatórios/ Demonstrativos que suportem os valores publicados no Demonstrativo de Aplicação de Recursos na Educação, oferecendo transparência aos gastos, pois:

AS DESPESAS COM PAGAMENTOS/VENCIMENTOS DOS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO, QUER SEJAM, ATIVOS OU INATIVOS, REPRESENTAM, APROXIMADAMENTE, 60% DOS GASTOS;

60% DAS APLICAÇÕES, PARA EFEITO DE CUMPRIMENTO DAS REGRAS

DO FUNDEB, DEVEM CORRESPONDER A DESPESAS COM REMUNERAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E PARA TANTO DEVEM SER ATENDIDOS OS CONCEITOS DE: QUEM É CONSIDERADO PROFISSIONAL DO MAGISTÉRIO, REMUNERAÇÃO, EFETIVO EXERCÍCIO, NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO VIGENTE;

OS VALORES CORRESPONDENTES ÀS DESPESAS COM

“REMUNERAÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO” SÃO UTILIZADOS PARA ESTABELECER CRITÉRIOS DE RATEIO DE VÁRIAS DESPESAS COMPUTADAS NOS GASTOS COM EDUCAÇÃO;

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Folha nº 421 Proc. nº 72.000.923/11-24

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A PMSP NÃO INFORMA O DETALHAMENTO DOS DADOS PUBLICADOS COM “REMUNERAÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO” E EM AUDITORIAS ANTERIORES VERIFICOU-SE A INCONSISTÊNCIA DOS VALORES.

Salientamos que constam determinações/recomendações deste Tribunal, porém não atendidas. São elas:

18) Apure os valores gastos com seu quadro de pessoal de maneira que se possa conhecer o gasto efetivo com pessoal da SME, por cargos, unidades escolares, Diretorias Regionais de Educação, dentre outros, permitindo também a correlação com as dotações orçamentárias utilizadas para o pagamento das remunerações (Recomendação de 2007). 33) Dê continuidade, em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação, às medidas visando ao cumprimento do disposto no parágrafo único do artigo 2º da Lei Municipal 13.245/01, quanto à vinculação de servidores inativos à Pasta da Educação, para fins de rateio de suas despesas nos gastos com educação (Determinação de 2005). 36) Que a SME proceda para que o Sistema Integrado de Gestão de Pessoas e Competências – Sigpec seja adequado em relação à atribuição de aulas e readaptações e passe a realizar o cálculo dos pagamentos efetuados aos profissionais da educação relativos ao Fundeb de forma a propiciar transparência na aplicação dos recursos (Recomendação de 2009).

Consignamos, ainda, que a não elaboração de “Relatórios/Demonstrativos” transparentes poderá ensejar a não aceitação dos valores publicados nos termos da exigência Constitucional. Por fim, carecem ainda de ajuste o critério de rateio utilizado para a apropriação dos gastos com Difusão Cultural da Secretaria Municipal de Cultura e a utilização do saldo dos recursos do FUNDEB, no exercício seguinte, dentro do prazo legal, conforme comentado nos itens 6.1.1.b e 6.1.2.a.

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Folha nº 422 Proc. nº 72.000.923/11-24

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6.2 – Função Educação

6.2.1 – Introdução

A função Educação é exercida em consonância com a Constituição Federal; com os preceitos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (Lei Federal nº 9.394/96), as diretrizes do Plano Nacional de Educação - PNE (Lei Federal nº 10.172/01) e o Plano Plurianual – PPA de 2010-2013 (Lei nº 15.090/2009). O Município de São Paulo atua prioritariamente na Educação Infantil (EI) e no Ensino Fundamental (EF), detendo uma pequena participação no Ensino Médio (EM). A grandeza da Rede Municipal de Ensino (RME) pode ser retratada por seus números. Compreende o contingente considerável de 3.008 escolas, sendo 1.437 escolas públicas diretas e 1.571 conveniadas. Ao final do exercício de 2010, as unidades escolares comportavam 981.912 alunos, dentre eles, 418 mil da Educação Infantil e 478 mil do Ensino Fundamental. O quadro de pessoal conta com 61.872 profissionais do magistério e 23.714 técnicos de apoio à área de educação.

No exercício de 2010 foram empenhados na função Educação R$ 6,19 bilhões, representando um acréscimo de aproximadamente 12,5% em relação ao ano de 2009. Em termos de programas de governo, a Educação Infantil e o Ensino Fundamental receberam a aplicação de quase 75% dos recursos do exercício. As despesas com “Remunerações dos Profissionais do Magistério – EF, EMEI e CEI”, por sua vez, absorveram perto de 42% dos valores empenhados de 2010. No quadriênio 2007-2010 ocorreu um aumento na aplicação de recursos empenhados na Função Educação da ordem de R$ 1,7 bilhão, representando um acréscimo de aproximadamente 37%. No entanto, o número de matriculados na Rede Municipal de Ensino foi reduzido em 79.030 no período. O custo médio por aluno/ano passou de R$ 4.257,74 em 2007 para R$ 6.309,61 em 2010, representando um aumento de 48% no custo por aluno. Todavia, esse investimento não se reflete, qualitativamente, na pontuação mínima considerada adequada à série.

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Os recursos vinculados disponíveis totalizaram, em 2010, R$ 524 milhões, dos quais R$ 147 milhões correspondem a saldo oriundo de exercício anterior e R$ 377 milhões do próprio exercício, originados de transferências federais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Foram empenhados R$ 258 milhões, principalmente, em programas de Alimentação Escolar. Dos recursos vinculados recebidos, R$ 156 milhões permaneceram nos cofres públicos sem utilização, sendo R$ 121 milhões referentes a QESE e R$ 34 milhões ao PNAE (valor próximo a R$ 21 milhões deverá ser aplicado na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar). Em 2010 teve início o novo Plano Plurianual (PPA 2010/2013) que incorporou inovações da Agenda 2012, lançada em 31.03.2009, e que apresenta as diretrizes do governo, seus programas e objetivos, composto por ações e suas respectivas metas físicas e financeiras. Cada um dos programas, por sua vez, é acompanhado por indicadores de desempenho-efetividade, os quais permitem medir quanto dos objetivos estipulados foram atingidos, avaliando, assim, o impacto do conjunto de ações na sociedade. Das 65 metas relativas à Função Educação, estabelecidas no PPA 2010/2013, 34 foram atingidas, 30 não foram atingidas e 1 não pode ser avaliada devido a erro no registro da previsão. Dentre as metas não atingidas (46%), algumas tiveram como motivação o fato de terem sido mal planejadas, como no caso das construções e reformas, que desconsideraram questões relativas à disponibilidade de terrenos, meio ambiente e demanda por escolas, e outras, por ter havido mudanças na política relativa ao programa, congelamento de recursos orçamentários, dentre outros. Essas causas se repetem ao longo dos anos. Ressaltamos o grande número de metas previstas no PPA para os quais a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que os dados registrados não eram os corretos. A avaliação das metas financeiras ficou prejudicada pelo fato de que não foi informada a correlação existente entre meta física e financeira, e a avaliação e monitoramento do PPA por meio dos indicadores depende da conclusão dos serviços contratados junto à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). A análise amostral das ações relativas à função Educação, realizadas durante o exercício de 2010, demonstra que todo o processo de desenvolvimento da

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Educação apresenta pontos sensíveis na sua execução. A fim de fornecer uma visão geral da Educação, segmentamos em três macro-temas, cada um dos quais demonstra uma extensa relação de desafios e problemas a serem solucionados: a Qualidade do Ensino que aborda fatores que podem afetar esse objetivo, os Insumos que suportam diretamente o desenvolvimento da Educação e a Proteção Social que abrange o conjunto de ações e/ou problemas existentes em virtude das carências sociais. A totalidade dos programas e ações que receberam análise por parte deste Tribunal, em qualquer dos macro-problemas, apresentaram deficiências relacionadas ao planejamento, acompanhamento, fiscalização e apuração de indicadores que revelem os resultados alcançados. Tais problemas ocorrem principalmente devido a:

Ausência de uma política adequada de administração de pessoal, principalmente em relação ao preenchimento dos módulos de pessoal de apoio e de professores substitutos, e também em relação às faltas e à movimentação constante do professor durante o ano letivo;

Ausência de uma ação efetiva para a adequação física das escolas nos moldes exigidos pela legislação, visando ao atendimento dos alunos de inclusão;

Falta de procedimentos instituídos para planejar, acompanhar e fiscalizar os programas e ações, de maneira a certificar o que deve ser contratado ou conveniado, como, quando, em que quantidade, e se os serviços/fornecimentos contratados ou conveniados estão sendo executados conforme as cláusulas pactuadas;

Baixo investimento na capacitação dos professores, elemento fundamental para a melhora da qualidade da Educação;

Definição, avaliação e monitoramento dos indicadores para os programas ainda em fase de implantação pela FIPE e planejamento deficiente das metas, inclusive com diversos erros de registro.

Quanto ao desempenho dos alunos nas avaliações oficiais realizadas por órgãos especializados, encontramos algumas situações. As avaliações externas examinadas (Prova São Paulo e Prova Brasil) revelaram que as proficiências médias da RME-SP se situam abaixo das pontuações mínimas consideradas como “adequadas” para todos os anos escolares avaliados

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(4ºs Anos dos Ciclos I e II do Ensino Fundamental), em ambas as áreas avaliadas - Língua Portuguesa e Matemática. Em relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), foi verificado que o desempenho dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental se situa abaixo das metas estabelecidas pelo Ministério da Educação/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (MEC/INEP) em todos os anos avaliados, assim como o indicador do Município se encontra abaixo dos números obtidos pela Rede Estadual de São Paulo. As médias alcançadas pelo Brasil na avaliação internacional de desempenho escolar (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes - PISA 2009) se situam consideravelmente abaixo das pontuações médias apresentadas pelos países desenvolvidos (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE), indicando a necessidade de implantação de melhores políticas públicas para a área educacional. Os gastos em 2010 com Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação evidenciam a falta de investimentos na capacitação dos professores, elemento fundamental para a melhora da qualidade da Educação. Todas essas deficiências não permitem assegurar que a aplicação dos recursos públicos esteja se realizando de forma a atingir os objetivos propostos na função Educação e que as metas estabelecidas sejam atendidas, bem como não garantem a otimização do gasto público, e caso não se concretize as providências necessárias ao saneamento das falhas, necessário se faz a apuração de responsabilidade do gestor.

6.2.2 – Diagnóstico dos macroproblemas da Educação no Município de São Paulo

Todo o processo de desenvolvimento da Educação no Município de São Paulo apresenta pontos sensíveis na sua execução. A fim de fornecer uma visão geral, segmentamos as conclusões alcançadas a partir das fiscalizações realizadas, em 2010, em três macro-temas, cada um dos quais demonstra uma extensa relação de desafios e problemas a serem solucionados:

1. Qualidade de Ensino – Procuramos nesse tópico identificar, nas fiscalizações deste Tribunal, as situações que apontam fatores que podem afetar ou interferir na proposição de oferecer Educação com qualidade. Analisamos os procedimentos de planejamento, acompanhamento e fiscalização. Não se objetiva avaliar a qualidade do ensino, pois esta é

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aferida pelos órgãos especializados por meio de avaliações oficiais, as quais também foram abordadas neste relatório.

2. Insumos - podem ser classificados genericamente como todas as despesas

e investimentos que contribuem para a formação de determinado resultado. Na atividade da Educação os insumos são compreendidos como todas as atividades e projetos que suportam diretamente o seu desenvolvimento, tais como: a construção, reforma e ampliação das unidades educacionais; os serviços de limpeza, conservação e vigilância, aquisição de equipamentos, sistemas informatizados etc. Considerando a dimensão da Rede Municipal é necessário o planejamento e a coordenação de ações eficientes, bem como o acompanhamento e a fiscalização para atingir os fins propostos, caso contrário o sistema educacional não consegue se desenvolver adequadamente.

3. Proteção Social – conjuntos de ações e/ou problemas os quais inicialmente

não se ligam diretamente à escola/educação, porém, em virtude das carências sociais passam a ter tratamento pelos gestores, exemplos: preenchimento do tempo livre do aluno, suporte à família, ações junto à comunidade; fornecimento de material escolar, uniforme e alimentação suplementar etc.

6.2.3 – Dimensionamento

Apresentamos a seguir um panorama estatístico da Educação Pública da cidade de São Paulo, que revela a grandiosidade e a complexidade da sua Rede Municipal de Ensino.

a) Escolas

A Rede Municipal de Ensino do Município de São Paulo registrava, em dezembro de 2010, perto de 3 mil unidades escolares (48% da Rede Direta e 52% da Rede Conveniada), representando um acréscimo de 259 escolas em relação aos números de 2007.

As Creches Particulares (Convênios) foram as unidades que apresentaram o maior crescimento no quadriênio 2007-2010, registrando um aumento de 250 escolas no período.

O acréscimo verificado na quantidade de escolas da Educação Infantil (+312 unidades de 2007 a 2010) ainda é insuficiente para atender a demanda por vagas nesta etapa de ensino. Em dezembro de 2010, o Município registrava cerca de 120 mil crianças na

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fila de espera por vagas na Educação Infantil.

Em dezembro de 2010, a Rede Municipal de Ensino do Município de São Paulo (RME-SP) totalizava cerca de 3 mil unidades escolares, dos quais, 48% da Rede Direta e 52% da Rede Conveniada (Quadro 1).

Quadro 1 - Unidades Educacionais da RME-SP

Fonte: Relatório de Dados Gerenciais SME-ATP/CI (Assessoria Técnica e de Planejamento/Centro de Informática). Em 31.12.2010, havia 46 Centros de Educação Unificados – CEUs, cujas unidades internas já constam nos tipos específicos de escola. Data base: mês de dezembro de cada ano.

Comparando os dados de 2007 em relação a 2010, observamos que houve um acréscimo de aproximadamente 259 unidades escolares na RME-SP. As escolas que apresentaram os maiores aumentos no período foram as Creches Particulares (Convênios) e as Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), com acréscimos de 250 e 70 unidades, respectivamente.

O incremento de 312 escolas na Educação Infantil, entre 2007 e 2010, proporcionou o acréscimo de aproximadamente 11 mil vagas na rede, conforme verificamos no subitem “b”. Esse aumento, todavia, ainda é insuficiente para atender à demanda de vagas desta etapa de ensino. Segundo informação mais recente divulgada pela SME, em dezembro de 2010, o Município de São Paulo registrava perto de 120 mil crianças na fila de espera por vagas na Educação Infantil.

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Em relação às escolas do Ensino Fundamental, verificamos um aumento de 70 unidades no mesmo período. Contudo, o número de alunos desta etapa de ensino apresentou queda de aproximadamente 8% no quadriênio de 2007-2010 (perto de 44 mil matrículas). O incremento da quantidade de escolas aliado à redução do número de matrículas pode ser explicado pela política pública de “remanejamento de turnos”, ou seja, escolas que possuíam três turnos diurnos passaram a ter dois turnos diurnos, sendo os alunos remanejados para novas escolas, proporcionando, assim, uma melhor distribuição de alunos/escolas/turnos.

b) Matrículas

Em dezembro de 2010, a Rede Municipal de Ensino de São Paulo atendia a aproximadamente 982 mil alunos, dos quais, perto de 43% matriculados na Educação Infantil e 49% no Ensino Fundamental.

De 2007 a 2010 observamos redução de quase 79 mil matrículas na Rede, ocasionada, sobretudo, pela diminuição do número de atendimentos observado no Ensino Fundamental (-44 mil matrículas).

Por outro lado, a Educação Infantil registrou aumento de aproximadamente 11 mil atendimentos no quadriênio 2007-2010, sendo que houve diminuição do número de matrículas na Rede Direta (-18 mil) e aumento na Rede Conveniada (+29 mil), evidenciando a opção do Município de expansão da Rede por meio de convênios. A RME-SP registrava perto de 982 mil alunos ao final de 2010, dos quais 43% matriculados na Educação Infantil e 49% no Ensino Fundamental, evidenciando que o Município de São Paulo atende aos dispositivos da Constituição Federal e da LDB, que estabelecem como área de atuação prioritária dos Municípios, a Educação Infantil e o Ensino Fundamental (Quadro 2).

Quadro 2 – Matrículas da RME - SP

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Fonte: Relatório de Dados Gerenciais SME-ATP/CI.

Data base: mês de dezembro de cada ano.

Entre 2007 e 2010, verificamos que houve redução de aproximadamente 79 mil matrículas na RME-SP. O decréscimo observado no período foi ocasionado, sobretudo, pela redução do número de matrículas no Ensino Fundamental (-44 mil) e na Educação de Jovens e Adultos - EJA (-46 mil). A Educação Infantil, por outro lado, apresentou aumento de quase 11 mil matrículas no mesmo período, sendo que houve redução do número de atendimentos na Rede Direta (-18 mil) e aumento na Rede Conveniada (+29 mil), evidenciando, assim, a opção do Município de São Paulo de expansão da rede por meio de convênios. Constatamos, por fim, que as matrículas na Educação Infantil, em 2010, registraram decréscimo de perto de 14 mil atendimentos em relação ao ano de 2009. Esta redução pode ser atribuída, dentre outros fatores, à implantação do Ensino Fundamental em 9 anos, que acarretou a matrícula de crianças de 6 anos nesta etapa de ensino e não mais na pré escola.

c) Pessoal

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Em dezembro de 2010, a SME registrava um contingente de aproximadamente 86 mil servidores, representando um crescimento de quase 14 mil profissionais em relação aos números de 2007. Esse aumento foi ocasionado, principalmente, pelo aumento de quase 10 mil docentes no período, sendo que desse total, perto de 5 mil profissionais foram acrescidos entre 2009 e 2010. Do total de servidores da Secretaria em 2010, aproximadamente 62 mil correspondem aos profissionais do Magistério e 24 mil aos outros profissionais da Educação.

A SME está estruturada em uma Unidade Administrativa e 13 Diretorias Regionais de Educação (DREs).

A Unidade Administrativa concentra o Gabinete do Secretário, o Conselho Municipal de Educação, a Divisão Administrativa, a Assessoria Jurídica, a Assessoria Técnica e Planejamento, a Assessoria Especial Sala CEU (Centro Educacional Unificado) e a Assessoria de Comunicação e Imprensa. Comporta, ainda, uma Coordenadoria Geral de Núcleos de Ação Educativa (CONAE) composta por 3 Divisões: Recursos Humanos, Núcleo Técnico e Diretoria de Orientação Técnica (DOT). O Município de São Paulo foi subdividido em 13 regiões, sendo que para cada uma delas há uma DRE, a qual é responsável pelas unidades escolares em seus limites territoriais, com a função de coordenar a política educacional de SME e propiciar suporte técnico, pedagógico e administrativo. A SME registrava, ao final de 2010, aproximadamente 86 mil servidores, representando um crescimento de quase 14 mil profissionais em relação a 2007. O incremento observado no período foi ocasionado, principalmente, pelo aumento de perto de 10 mil docentes no quadro de pessoal da Secretaria no quadriênio de 2007-2010, sendo que desse total, perto de 5 mil profissionais foram acrescidos entre 2009 e 2010 (Quadro 3).

Quadro 3 - Evolução da SME-SP – Pessoal

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Fonte: SME-ATP/CI. Obs.: Os valores de 2007, 2008 e 2009, informados anteriormente, foram retificados e complementados pela Secretaria.

Do total de servidores da Secretaria em 2010, perto de 62 mil correspondem aos docentes e 24 mil aos outros profissionais da Educação.

6.2.4 – Análise orçamentária

No exercício de 2010 foram empenhados na função Educação R$ 6,19 bilhões, representando um acréscimo de aproximadamente 12,5% em relação ao ano de 2009. Em termos de programas de governo, a Educação Infantil e o Ensino Fundamental receberam a aplicação de quase 75% dos recursos do exercício. As despesas com “Remunerações dos Profissionais do Magistério – EF, EMEI e CEI”, por sua vez, absorveram perto de 42% dos valores empenhados de 2010. Observamos que no quadriênio 2007-2010 ocorreu um aumento na aplicação de recursos empenhados na Função Educação da ordem de R$ 1,7 bilhão, representando um acréscimo de aproximadamente 37%. No entanto, o número de matriculados na Rede Municipal de Ensino foi reduzido em 79.030 no período. O custo médio por aluno/ano passou de R$ 4.257,74 em 2007 para R$ 6.309,61 em 2010, representando um aumento de 48% no custo por aluno. Todavia, esse investimento não se reflete, qualitativamente, na pontuação mínima considerada adequada à série.

No quadro a seguir, apresentamos o total de recursos da função Educação no quadriênio de 2007-2010, em suas várias fases:

Quadro 4 - Fases da Despesa 2007-2010 (R$)

Fases 2007 2008 2009 2010 Variação 2007-2010

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Dotação inicial 4.242.864.236 5.099.534.841 5.823.637.131 6.247.178.279 47% Dotação atualizada 4.684.214.091 5.523.103.310 5.933.420.423 6.227.655.827 33% Empenhado 4.517.216.859 5.161.669.515 5.507.059.056 6.195.478.315 37% Liquidado 4.033.326.021 4.852.799.677 5.015.345.681 5.582.292.203 38% Pago 3.888.104.458 4.734.039.340 4.963.355.662 5.530.101.955 42%

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO e Sistema NovoSEO em 24.02.11

Foram empenhados R$ 6,19 bilhões na função Educação no exercício de 2010, ou seja, 99,5% da dotação atualizada de R$ 6,23 bilhões, expressando um incremento perto de 12,5% (R$ 688,4 milhões) em relação ao ano de 2009. Analisando os dados de 2007 em relação a 2010, observamos que houve um acréscimo de R$ 1,7 bilhão nos recursos aplicados, representando um acréscimo de aproximadamente 37% no período. A execução do orçamento da função Educação é realizada por vários Órgãos da Administração, conforme demonstrado no quadro seguinte:

Quadro 5 - Demonstrativo da Função Educação por Órgãos – 2010 (R$)

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO e Sistema NovoSEO em 25.02.11 SME: Secretaria Municipal de Educação; SMADS: Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social; SMPP: Secretaria Municipal de Participação e Parceria; SEMDET: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho; SP-MP: Subprefeitura São Miguel

Do total de recursos com a função Educação em 2010, perto de 96% foram executados pela Secretaria Municipal de Educação, responsável, principalmente, pela organização e manutenção da Educação Infantil e do Ensino Fundamental e pelo Programa Municipal de Alimentação Escolar. A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, responsável pela administração do Programa de Garantia de Renda Familiar Mínima, aplicou perto de 3% dos valores empenhados. Os demais Órgãos, por fim, foram responsáveis pela execução de cerca de 1% do total de recursos do exercício de 2010. Comparando-se o volume de recursos empenhados no quadriênio 2007-2010 em relação à quantidade de alunos matriculados, chega-se a conclusão de que o

Órgãos Dotação Inicial Dotação AtualizadaEmpenhado

Valor A.V. (%) SME 5.967.298.584 5.965.720.278 5.935.426.691 96% SMADS 220.000.000 210.175.313 210.175.313 3% SMPP 51.132.276 45.879.273 45.119.692 1% SEMDET 8.667.419 5.800.963 4.756.619 0% SP-MP 80.000 80.000 - 0%

Total 6.247.178.279 6.227.655.827 6.195.478.315 100%

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custo médio por aluno/ano passou de R$ 4.257,74 (2007) para R$ 6.309,61 (2010) representando um aumento de 48% no custo por aluno. Verifica-se que, apesar do aumento significativo do custo/aluno/ano, qualitativamente, o desempenho dos alunos nos exames oficiais não atingiu as pontuações mínimas consideradas adequadas às séries.

a) Recursos Vinculados

Em 2010, os recursos vinculados disponíveis totalizaram R$ 524 milhões, dos quais R$ 147 milhões correspondem a saldo oriundo de exercício anterior e R$ 377 milhões do próprio exercício, originados de transferências federais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Foram empenhados R$ 258 milhões, principalmente, em programas de Alimentação Escolar. Dos recursos vinculados recebidos, R$ 156 milhões permaneceram nos cofres públicos sem utilização, sendo R$ 121 milhões referentes a QESE e R$ 34 milhões ao PNAE (valor próximo a R$ 21 milhões deverá ser aplicado na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar).

Parte da execução orçamentária da função Educação é realizada com recursos originários de transferências federais, sendo que existem legislações específicas que regem a aplicação da maioria desses recursos. Os recursos federais são distribuídos aos Municípios pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, autarquia federal que transfere os valores consignados no orçamento da União, aos Estados e Municípios, em contas correntes específicas, sem a necessidade de celebração de qualquer tipo de ajuste. O total das receitas de recursos vinculados da educação foi perto de R$ 377 milhões, dos quais foram empenhados 69%, aproximadamente R$ 258 milhões.

Quadro 6 - Demonstrativo de recursos vinculados (R$) Movimentação de recursos em 2010 QESE PNAE (1) PDDE PNATE TOTAL Saldo financeiro em 31.12.09 121.825.088 25.753.925,07 - - 147.579.013

(+) Total de receitas (2) 297.029.840 72.265.908,96 7.306.005 97.575 376.699.329

(=) Total de recursos disponíveis 418.854.928 98.019.834,03 7.306.005 97.575 524.278.342

(-) pagamento de Restos 2008 e 2009 (97.646.670) (12.232.407,92) - - (109.879.078)

(-) Despesas de 2010 (3) (199.725.490) (51.387.525,30) (7.306.005) - (258.419.021)

Saldo não utilizado em 31.12.10 121.482.769 34.399.901 - 97.575 155.980.244

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO e Sistema NovoSEO em 24.02.11.

Legenda: QESE - Quota Estadual e Municipal do Salário-Educação; PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar; PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola; PNATE – Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar.

Obs.: 1. PNAE – envolve várias contas bancárias;

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2. o total de receitas inclui rendimentos financeiros; 3. o total de valores empenhados portanto inclui os valores inscritos em restos a pagar 2010.

b) Perfil do gasto

b.1) Natureza da Despesa

A seguir os valores empenhados na função Educação por Natureza da Despesa, no quadriênio de 2007-2010:

Quadro 7 - Natureza da Despesa na Função Educação (R$)

Código Especificação 2007 2008 2009 2010 TOTAL A.V. (%)

31901100 Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil 2.175.000.233 2.447.725.018 2.683.115.604 3.008.327.806 10.314.168.661 48%

33903900 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 979.096.652 1.267.383.436 1.377.604.654 1.651.786.366 5.275.871.107 25%

33903200 Material de Distribuição Gratuita 232.814.440 195.426.651 424.411.739 322.925.125 1.175.577.955 5%

44905100 Obras e Instalações 430.589.158 429.839.468 195.237.385 67.012.746 1.122.678.758 5%

33904600 Auxílio-Alimentação 152.089.890 234.342.756 261.473.280 296.024.977 943.930.904 4%

33904800 Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas 162.060.066 168.767.153 184.070.116 204.171.629 719.068.964 3%

33903000 Material de Consumo 142.406.896 145.973.565 122.715.833 139.074.818 550.171.112 3%

33903600 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 78.298.112 86.330.853 100.156.920 105.985.870 370.771.756 2%

33903700 Locação de Mão-de-Obra 50.731.442 74.931.973 69.269.046 56.005.217 250.937.677 1%

44905200 Equipamentos e Material Permanente 43.629.452 35.282.513 25.954.324 83.967.218 188.833.507 1%

44906100 Aquisição de Imóveis 27.397.827 19.050.470 1.156.398 49.998.606 97.603.302 0%

31909200 Despesas de Exercícios Anteriores - - - 91.223.239 91.223.239 0%

33904900 Auxílio-Transporte 15.982.757 17.449.457 18.076.765 22.631.930 74.140.908 0%

33503900 Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica - - - 59.055.148 59.055.148 0%

33909300 Indenizações e Restituições 8.011.990 23.129.642 7.013.837 - 38.155.470 0%

33904700 Obrigações Tributárias e Contributivas 5.019.291 6.037.257 8.844.252 6.823.251 26.724.050 0%

33909200 Despesas de Exercícios Anteriores 6.855.333 4.173.928 5.395.851 4.477.002 20.902.115 0%

33504100 Contribuições 2.454.584 2.620.552 3.466.382 7.268.850 15.810.368 0%

44909200 Despesas de Exercícios Anteriores 429.576 642.121 8.222.957 2.369.748 11.664.401 0%

outros 4.349.160 2.562.701 10.873.714 16.348.768 34.134.342 0%

TOTAL 4.517.216.859 5.161.669.515 5.507.059.056 6.195.478.315 21.381.423.744 100%

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO e Sistema NovoSEO em 25.02.11 - valores empenhados No exercício de 2010, a maior despesa empenhada da função Educação, por natureza do gasto, refere-se ao item Vencimentos e Vantagens – Pessoal Civil, que alcançou quase 49% do total do orçamento executado, seguida por Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica (27%), Material de Distribuição Gratuita (5,2%) e Auxílio-Alimentação (4,8%).

A maior despesa empenhada da função Educação, no quadriênio de 2007-2010, por natureza do gasto, igualmente foi a despesa com Vencimentos e Vantagens – Pessoal Civil, que atingiu perto de 48% do total de valores empenhados do período. As outras despesas significativas do período são: Outros Serviços de Terceiros –

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Pessoa Jurídica (25%), e Material de Distribuição Gratuita e Obras e Instalações, ambas com 5%.

b.2) Programas de Governo

Para a implementação das políticas de Educação são desenvolvidos Programas de Governo, que por sua vez se subdividem em ações específicas que buscam atingir os objetivos propostos. O quadro e o gráfico que seguem demonstram os valores empenhados na função Educação, apresentando os Programas desenvolvidos no período de 2007-2010:

Quadro 8 - Programas da Função Educação (R$)

Cód. Programas 2007 2008 2009 2010 TOTAL A.V. (%)

1122 Acesso à educação e qualidade do ensino - Ensino fundamental 1.608.645.739 2.004.380.952 2.453.097.282 2.266.061.871 8.332.185.844 39%

1121 Acesso à educação e qualidade do ensino - Educação infantil 1.437.153.298 1.554.350.892 1.611.845.399 2.375.318.880 6.978.668.469 33%

1128 Acesso à educação e qualidade do ensino - Alimentação escolar 409.745.899 524.025.065 531.093.286 540.376.460 2.005.240.710 9%

1124 Acesso à educação e qualidade do ensino - Educação integrada 533.956.462 442.034.708 265.444.525 240.729.103 1.482.164.798 7%

2610 Suporte administrativo 148.494.828 190.621.945 189.457.146 251.225.483 779.799.403 4%

1143 Fortalecimento da rede de proteção social - Assistência Geral

162.376.550 170.735.369 185.776.095 210.175.313 729.063.327 3%

2620 Sistema de informação e processamento de dados 48.158.380 57.097.710 63.539.974 109.259.374 278.055.438 1%

1127 Acesso à educação e qualidade do ensino - Formação, Avaliação e Aprimoramento do Ensino

48.505.381 73.719.189 57.242.533 84.647.956 264.115.058 1%

1320 Incentivo à produção cultural e à interação criativa 26.514.928 36.394.702 39.831.058 44.624.022 147.364.709 1%

1125 Acesso à educação e qualidade do ensino - Educação especial 18.736.673 15.986.286 37.192.592 31.758.320 103.673.871 0%

1126 Acesso à educação e qualidade do ensino - Ampliação do tempo de permanência do aluno

32.029.243 23.151.228 16.620.798 14.838.430 86.639.698 0%

2110 Melhoria da qualidade do ensino - Ensino Médio 11.803.666 24.227.075 15.485.235 7.107.589 58.623.564 0%

1123 Acesso à educação e qualidade do ensino - Educação de jovens e adultos

8.220.835 10.534.360 16.596.838 9.427.324 44.779.356 0%

0343 Assistência e Desenvolvimento Social à Família-Proteção Social Básica

15.186.578 27.803.580 - - 42.990.158 0%

2920 Divulgação Oficial 3.315.000 4.173.967 19.000.000 4.200.000 30.688.967 0%

1410 Estímulo ao emprego e à qualificação dos trabalhadores 3.936.793 2.022.294 4.379.655 4.756.619 15.095.360 0%

2120 Melhoria da qualidade do ensino - Ensino Profissional 436.607 410.194 456.641 475.902 1.779.344 0%

1270 Ações de economia sustentável - - - 495.670 495.670 0%

Total 4.517.216.859 5.161.669.515 5.507.059.056 6.195.478.315 21.381.423.744 100%

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO e Sistema NovoSEO em 25.02.11

Obs.: O programa Educação Indígena, existente até o exercício de 2009, está englobado no programa Acesso à educação e qualidade do ensino – Educação infantil a partir de 2010.

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Folha nº 436 Proc. nº 72.000.923/11-24

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Dentre os Programas de Governo os que mais se destacam são: Educação Infantil e Ensino Fundamental, por serem constitucionalmente atribuídos ao Município, representando aproximadamente 38% e 37%, respectivamente, dos gastos na função Educação no exercício de 2010. Analisando os dados do quadriênio 2007-2010, observamos que os programas Educação Infantil e Ensino Fundamental absorveram aproximadamente 72% do total de recursos aplicados na função e apresentaram incremento de 65% e 41%, respectivamente, no período. O programa Acesso à educação e qualidade do ensino – Educação integrada, por sua vez, apresentou a maior redução de gastos no período, em termos de valor, R$ 293 milhões, representando diminuição de 55%.

b.3) Projetos e Atividades As ações para atingir os objetivos propostos nos programas se desenvolveram em projetos e atividades, sendo os mais significativos observados no quadro que segue:

Quadro 9 - Movimentação dos Recursos Empenhados por Projeto/Atividade (R$)

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Folha nº 437 Proc. nº 72.000.923/11-24

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Cód. Projeto/Atividade 2007 2008 2009 2010 TOTAL A.V. (%)

Ensino Fundamental

2858 Remuneração dos Profissionais do Magistério - EF 887.264.482 1.119.308.218 1.479.045.783 1.515.801.466 5.001.419.949 23%

2842 Operação e Manutenção do Ensino Fundamental 496.019.842 604.245.245 597.289.162 465.119.426 2.162.673.674 10%

1431 Construção de Unidades Educacionais de Ensino Fundamental

56.035.158 155.388.656 111.682.465 49.607.255 372.713.534 2%

2815 Fornecimento de Uniformes e Material Escolar - EF 79.875.736 31.300.364 168.550.369 77.424.652 357.151.121 2%

2848 Transporte do Escolar - EF 45.889.856 53.595.924 50.962.888 55.571.350 206.020.018 1%

2870 Manutenção e Conservação de Equipamentos de Ensino Fundamental

- - - 63.521.112 63.521.112 0%

Educação Infantil

2856 Remuneração dos Profissionais do Magistério - EMEI - 288.138.176 503.234.521 1.046.332.937 1.837.705.634 9%

2837 Operação e Manutenção de Escolas Municipais de Educação Infantil

611.744.568 530.567.555 297.135.277 344.915.027 1.784.362.426 8%

2825 Convênios para Operação e Manutenção de CEIs e Creches 256.595.521 351.074.681 414.344.255 529.412.672 1.551.427.130 7%

2845 Operação e Manutenção de Centros de Educação Infantil 439.113.063 273.136.505 223.951.937 237.208.940 1.173.410.444 5%

2847 Transporte do Escolar - EI 44.994.142 46.842.243 49.655.019 53.518.045 195.009.449 1%

2850 Fornecimento de Uniformes e Material Escolar - EI 39.083.715 13.807.955 88.139.436 38.014.590 179.045.696 1%

2869 Manutenção e Conservação de Equipamentos de Educação Infantil

- - - 68.193.852 68.193.852 0%

2867 Remuneração dos Profissionais do Magistério - CEI

- - - 10.209.147 10.209.147 0%

Alimentação Escolar

6552 Programa Municipal de Alimentação Escolar 317.617.034 287.166.361 160.434.108 259.389.690 1.024.607.192 5%

2823 Programa Suplementar de Ali-mentação Escolar - Leve-Leite - - 169.711.525 195.310.804 365.022.330 2%

6556 Apoio Suplementar de Alimentação - QESE - 193.087.511 162.669.919 - 355.757.430 2%

6553 Programa Nacional de Alimen-tação Escolar - PNAE/FNDE 46.989.728 41.189.682 35.193.143 51.387.525 174.760.077 1%

Demais projetos e atividades

2851 Administração dos Centros Educacionais Unificados 173.755.387 189.816.697 200.651.027 204.217.497 768.440.608 4%

6166 Programa de Garantia de Renda Familiar Mínima 162.376.550 170.735.369 185.776.095 210.175.313 729.063.327 3%

1849 Construção de Unidades Educacionais Integradas 360.201.075 252.213.873 64.531.182 10.553.287 687.499.418 3%

2855 Administração da Diretoria Regional de Educação 95.580.479 110.945.798 119.347.766 149.439.879 475.313.922 2%

2800 Administração da Secretaria Municipal de Educação 52.690.802 79.373.526 69.757.036 77.414.106 279.235.470 1%

2170 Aquisição de Materiais, Equipamentos e Serviços de Informática

48.158.380 57.097.710 63.539.974 109.259.374 278.055.438 1%

8404 Operação e Manutenção de Telecentros 24.153.158 34.851.651 38.732.775 42.226.244 139.963.827 1%

outros 279.078.184 277.785.815 252.723.394 331.254.126 1.140.841.518 5%

Total 4.517.216.859 5.161.669.515 5.507.059.056 6.195.478.315 21.381.423.744 100%

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO e Sistema NovoSEO em 25.02.11.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO 9001

Cód - 233 (Versão 01)

Folha nº 438 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

No exercício de 2010, aproximadamente 42% do total de recursos da função Educação foram empenhados nos itens “Remuneração dos Profissionais do Magistério – EF, EMEI e CEI”. Observamos que, do total de despesas do período de 2007-2010, excluindo as despesas com o item “Remuneração dos Profissionais do Magistério – EF, EMEI e CEI” (32%), as ações em que mais foram empenhados recursos se referem a “Operação e Manutenção de CEI, EMEI e EMEF” (23%) que envolve a remuneração do pessoal de apoio à educação, as pequenas manutenções dos imóveis, serviços de limpeza e vigilância, entre outros. Em seguida aparece o item “Convênios para Operação e Manutenção de CEIs e Creches” (7%), que corresponde ao pagamento efetuado às conveniadas para operação de Centros de Educação Infantil e Creches Particulares. Destacamos, ainda, a atividade “Programa Municipal de Alimentação Escolar” e demais atividades relacionadas à alimentação com participação de 10% sobre o total de recursos empenhados no quadriênio 2007-2010.

b.4) Educação Infantil e Ensino Fundamental

Tendo em vista que a maior aplicação dos recursos na função Educação ocorre nos programas de Acesso à educação e qualidade do ensino – Educação Infantil e Acesso à educação e qualidade do ensino – Ensino Fundamental, detalhamos a seguir os principais projetos e atividades desenvolvidos:

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TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO 9001

Cód - 233 (Versão 01)

Folha nº 439 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

Quadro 10 - Programa Acesso à educação e qualidade do ensino – Educação Infantil (R$)

Cód. Projeto/Atividade Empenhado2009

Empenhado 2010

A.V. (%)

Variação2009-2010

2856 Remuneração dos Profissionais do Magistério - EMEI 503.234.521 1.046.332.93

7 44%110%

2867 Remuneração dos Profissionais do Magistério - CEI - 10.209.147 0%

2825 Convênios para Operação e Manutenção de CEIs e Creches 414.344.255 529.412.672 22% 28%

2837 Operação e Manutenção de EMEI 297.135.277 344.915.027 15% 16% 2845 Operação e Manutenção de CEI 223.951.937 237.208.940 10% 6%

2869 Manutenção e Conservação de Equipamentos de Educação Infantil - 68.193.852 3% -

2847 Transporte do Escolar - EI 49.655.019 53.518.045 2% 8%

2850 Fornecimento de Uniformes e Material Escolar - EI 88.139.436 38.014.590 2% -57%

2841

Autonomia e Gestão Democrática dos Recursos na Rede Escolar – APM/PTRF (Associação de Pais e Mestres de escolas/Programa de Transferência de Recursos Financeiros) - EI

19.639.303 22.212.541 1% 13%

1452 Construção de CEI - 8.160.017 0% 47% 1427 Construção de EMEI 9.702.213 6.085.641 0%1429 Reforma e Ampliação de CEI - 4.476.918 0% 39% 1426 Reforma e Ampliação de EMEI 4.344.911 1.554.020 0%

2868 Programa Dinheiro Direto na Escola/ Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (PDDE/FNDE) - Educação Infantil

- 2.888.054 0% -

2852 Operação e Manutenção da Educação Indígena 1.698.526 2.136.479 0% 26%

Total 1.611.845.399

2.375.318.880 100% 47%

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO em 15.03.11.

Obs.: 1. em 2009, as atividades de remuneração e os projetos de construção, reforma e ampliação de escolas infantis estavam englobados na Educação Infantil. Para 2010, eles foram desmembrados em EMEI e CEI. Foram somados para efeito de cálculo e comparação, os exercícios de 2009 e 2010;

2. a partir de 2010, a educação infantil abrange a educação indígena.

No Programa Acesso à educação e qualidade do ensino – Educação Infantil, no exercício de 2010, aproximadamente 44% dos recursos empenhados são referentes à atividade Remuneração dos Profissionais do Magistério – EMEI, seguidos pelas despesas com Convênios para Operação e Manutenção de CEIs e Creches (22%), Operação e Manutenção de EMEIs (15%) e Operação e Manutenção de CEIs (10%).

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TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO 9001

Cód - 233 (Versão 01)

Folha nº 440 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

Quadro 11 - Programa Acesso à educação e qualidade do ensino – Ensino Fundamental (R$)

Cód. Projeto/Atividade Empenhado2009

Empenhado 2010

A.V. (%)

Variação2009-2010

2858 Remuneração dos Profissionais do Magistério - EF

1.479.045.783

1.515.801.466 67% 2%

2842 Operação e Manutenção do Ensino Fundamental 597.289.162 465.119.426 21% -22%

2815 Fornecimento de Uniformes e Material Escolar - EF 168.550.369 77.424.652 3% -54%

2870 Manutenção e Conservação de Equipamentos de Ensino Fundamental - 63.521.112 3% -

2848 Transporte do Escolar - EF 50.962.888 55.571.350 2% 9%

1431 Construção de Unidades Educacionais de Ensino Fundamental 111.682.465 49.607.255 2% -56%

2840 Autonomia e Gestão Democrática dos Recursos na Rede Escolar- APM/PTRF - EF 22.226.319 24.363.549 1% 10%

1470 Cobertura de Quadras Esportivas das Escolas Municipais de Ensino Fundamental - 5.406.183 0% -

1430 Reforma e Ampliação de Unidades Educacionais de Ensino Fundamental 14.093.654 4.828.929 0% -66%

2859 Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE/FNDE - EF 9.236.677 4.417.951 0% -52%

2838 Concessão de Bibliotecas-Prêmio 9.965 - 0% -

Total 2.453.097.282

2.266.061.871 100% -8%

Fontes: Sistema de Dados Orçamentários - SDO em 15.03.11.

No Programa Acesso à educação e qualidade do ensino – Ensino Fundamental quase 67% do total de despesas empenhadas de 2010 são referentes à Remuneração dos Profissionais do Magistério. Na sequência, os valores mais significativos são relativos aos gastos com Operação e Manutenção do Ensino Fundamental (21%) e Fornecimento de Uniformes e Material Escolar e Manutenção e Conservação de Equipamentos de Ensino Fundamental, ambos com 3%.

A seguir comentaremos as variações da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, apresentadas nos quadros 10 e 11.

Para 2010 foram criadas novas dotações relativas à “Manutenção e Conservação de Equipamentos de educação infantil e ensino fundamental” (2869 e 2870, respectivamente), nas quais serão incluídas despesas com serviços prediais, classificados como de segundo escalão, que compreendem os de manutenção preventiva, reparações que demandem pessoal especializado, adaptações e modificações. Até o exercício anterior, estas despesas eram realizadas nas atividades de “Operação e Manutenção de educação infantil e ensino fundamental”, dotações estas que para 2010 foram utilizadas para garantir o funcionamento regular e a manutenção das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), Escolas

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TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO 9001

Cód - 233 (Versão 01)

Folha nº 441 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

Municipais de Educação Infantil (EMEIs) e Centros de Educação Infantil (CEIs), excetuando-se os serviços de segundo escalão, suportados pelas novas dotações. Quando analisamos a variação de recursos aplicados entre 2009 e 2010, verificamos que a Educação Infantil apresentou uma variação positiva de 47%, influenciada, principalmente, pela “Remuneração dos profissionais do Magistério” e pelo “Fornecimento de uniformes e material escolar”. Questionada quanto ao aumento significativo nas dotações de remuneração de profissionais da educação infantil, a SME, considerando que o empenhamento da folha de pagamento do pessoal das EMEF, EMEI e CEI é automático, acredita que tal aumento pode ter sido em decorrência dos parâmetros estabelecidos no sistema da folha de pagamento para a contabilização do pagamento da remuneração dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício (docentes e especialistas das EMEF, EMEI e CEI) para fins de comprovação da aplicação dos 60% dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). No entanto, não especificou quais são os parâmetros estabelecidos. Com relação ao fornecimento de uniformes e material escolar, tanto do Ensino Fundamental quanto da Educação Infantil, a queda na aplicação de recursos quando comparados os exercícios de 2009 e 2010, deve-se ao momento de aquisição, conforme segue:

• 2009 Aquisição de uniforme e material escolar para o ano letivo de 2009 e

grande parte de uniforme e material escolar para o ano letivo de 2010;

• 2010 Saldo residual de uniforme e material escolar para o ano letivo de 2010 e parte da aquisição de uniforme e material escolar para o ano letivo de 2011.

6.2.5 – Metas do Plano Plurianual Das 65 metas físicas do PPA 2010/2013, 34 foram atingidas, 30 não foram atingidas e 1 não pode ser avaliada. Algumas das metas não atingidas tiveram como motivação o fato de terem sido mal planejadas, como no caso das construções e reformas, que desconsideraram questões relativas à disponibilidade de terrenos, meio ambiente e demanda por escolas. Outras, por ter havido mudanças na política relativa ao programa, congelamento de recursos orçamentários, dentre outros. Essas causas se repetem ao longo dos anos. Ressaltamos o grande número de metas previstas no

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Cód - 233 (Versão 01)

Folha nº 442 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

PPA para os quais a SME informou que os dados registrados não eram os corretos. A avaliação das metas financeiras ficou prejudicada pelo fato de que não foi informada a correlação existente entre meta física e financeira, e a avaliação e monitoramento do PPA por meio dos indicadores depende da conclusão dos serviços contratados junto à FIPE. Transcrevemos a seguir as metas dos dois principais programas (Educação Infantil e Ensino Fundamental), para o exercício de 2010, em conjunto com os dados de sua realização. EIXO: Cidade de Direitos Programa - 1121 - Acesso à educação e qualidade do ensino – Educação Infantil Objetivo - Assegurar o desenvolvimento integral da criança até 5 (cinco) anos de

idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Quadro 12 - Indicadores

Descrição Unidade de Medida

Índice

Atual Ao final do PPA

Nº de crianças cadastradas sem acesso a vagas em creches unidade 57.607 indefinido Nº de crianças cadastradas sem acesso a vagas em pré-escola unidade 14.585 indefinido Percentual de alunos em EMEI com jornada de 6 hs Percentual 25,8 100

Fonte: PPA 2010/2013

Quadro 13 – Ações, metas físicas e financeiras

Produto/Unidade de Medida/Região Meta Física – 2010 Meta Financeira – 2010 R$1,00

Previsto Realizado Previsto Realizado Reforma e ampliação de escolas municipais de Educação Infantil - EMEI (nº de EMEIs reformadas, ampliadas ou adequadas) (Região)

39 05 22.111.333 1.554.019

Construção de Escolas Municipais de Educação Infantil – EMEI (nº de EMEIs construídas) (Região) 0 - 0 -

Construção de Escolas Municipais de Educação Infantil – EMEI (nº de EMEIs contruídas) (Distrito) 9 02 22.888.667 6.085.641

Construção de Escolas Municipais de Educação Infantil – EMEI (nº de EMEIs contruídas) (SubPrefeitura) 0 - 0 -

Reforma e ampliação de Centros de Educação Infantil – CEI ( nº de CEIs reformados, ampliados e/ou adequados) (Região) 12 01 15.000.000 4.476.918

Construção de Centros de Educação Infantil – CEI (nº de CEIs construídas) (Distrito) 19 01 15.000.000 8.160.016

Convênios para Operação e Manutenção de CEIs e Creches (nº de crianças atendidas) (Região) 136.478 131.640 498.064.444 529.412.672

Operação e Manutenção de Escolas Municipais de Educação Infantil (nº de EMEIs operadas e mantidas) (Região)

1.015 (Obs.: 508) 507 384.360.987 344.915.027

Autonomia e gestão democrática dos recursos da rede escolar – APM/PTRF – EI (nº de APMs atendidas pelo PTRF) (Região)i 869 867 23.517.172 22.212.540

Parceria Público Privada creches (nº de vagas ofertadas) (Região) 130 - 1.000.000 - Operação e manutenção de Centros de Educação Infantil (nº de CEIs operados e mantidos) (Região)

714 (Obs.: 358) 357 309.584.414 237.208.939

Transporte do Escolar EI (nº de alunos da EI transportados) (Região) 38.700 39.289 61.692.283 53.518.044

Fornecimento de Uniformes e Material Escolar EI (nº de alunos da Educação Infantil atendidos) (Região) 270.000 255.071 48.963.120 38.014.589

Operação e manutenção da Educação Indígena (nº de CECIs operados e mantidos) (Região)

6 (Obs.: 3) 3 8.825.976 213.479

Remuneração dos profissionais do magistério EMEI (nº de EMEIs operadas e mantidas) (Região)

509 (Obs.: 508) 507 432.614.918 1.046.332.936

Remuneração dos profissionais do magistério CEI (nº de CEIs operados e mantidos) (Região)

500 (Obs.: 358) 358 278.750.829 10.209.147

Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE/FNDE – EI (nº de APMs atendidas pelo PDDE) (Região) 803 868 5.000.392 2.888.054

Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE/FNDE – EI (nº de APMs atendidas pelo PTRF) (Região) 78 -(*) 563.049 -

Manutenção e conservação de equipamentos de Educação Infantil 100 100 25.255.547 68.193.852

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TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO 9001

Cód - 233 (Versão 01)

Folha nº 443 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

(percentual de equipamentos de EI mantidos/conservados) (Região)

Fonte: PPA 2010/2013 e Ofício nº 100/2011-SME/AJ e nº 135/2011-SME/AJ – Secretaria Municipal de Educação/Assessoria Jurídica

(Obs.): A SME esclarece que os valores previstos são superiores ao número de escolas existentes e estão apresentados de forma equivocada no PPA. Utilizamos, assim, os números do Quadro 1 como valor previsto. Esses números estão indicados no item (Obs.:).

(*) Foi considerado, neste caso, como valor previsto, a somatória dos 2 itens “Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE/FNDE”, ou seja,803 + 78 = 881 APMs atendidas, de forma que o valor realizado de 868 não atingiu a meta.

EIXO: Cidade de Direitos Programa - 1122 - Acesso à educação e qualidade do ensino – Ensino Fundamental Objetivo - Assegurar a todos os alunos a formação e o desenvolvimento

necessários para o exercício da cidadania, proporcionando condições para desenvolver competências que possibilitem o prosseguimento nos estudos.

Quadro 14 – Indicadores

Descrição Unidade de Medida

Índice

Atual Ao final do PPA

Taxa de evasão dos alunos do Ensino Fundamental Porcentagem 1,1 0,85 Meta IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) Ciclo I - 4,3 5,2

Meta IDEB Ciclo II - 3,9 5 Percentual de alunos em EMEF com jornada de 7 horas Porcentagem 0 100 Percentual de crianças alfabetizadas até o fim do 3º ano do EF Porcentagem 0 100

Fonte: PPA 2010/2013

Quadro 15 – Ações, metas físicas e financeiras

Produto/Unidade de Medida/Região Meta Física – 2010 Meta Financeira – 2010 R$1,00

Previsto Realizado Previsto Realizado Reforma e ampliação de unidades educacionais de Ensino Fundamental (nº de EMEFs reformadas, ampliadas e/ou adequadas) (Região)

35 7 33.979.178 4.828.928

Construção de unidades educacionais de Ensino Fundamental (nº de EMEFs construídas) (Região) 0 8(*) 60.766.642 49.607.254

Construção de unidades educacionais de Ensino Fundamental (nº de EMEFs contruídas) (Distrito) 49 - 31.725.883 -

Construção de unidades educacionais de Ensino Fundamental (nº de EMEFs contruídas) (SubPrefeitura) 2 - 1.294.939 -

Cobertura de quadras esportivas das escolas municipais de Ensino Fundamental ( nº de EMEFs com quadras cobertas) (Região)

77 3 8.000.000 5.406.182

Fornecimento de Uniformes e Material Escolar EF (nº de alunos do Ensino Fundamental atendidos) (Região) 600.000 586.158 69.003.115 77.424.651

Autonomia e gestão democrática dos recursos na rede escolar – APM/PTRF – EF (nº de APMs atendidas pelo PTRF) (Região) 580 554 27.231.471 24.363.549

Operação e manutenção do Ensino Fundamental (nº de EMEFs operadas e mantidas) (Região)

1.646 (Obs.: 537) 539 862.971.524 465.119.425

Transporte do Escolar EF (nº de alunos do EF transportados) (Região) 42.500 46.882 65.120.968 55.571.349

Remuneração dos profissionais do magistério EF (nº de EMEFs operadas e mantidas) (Região) 574 574 1.069.048.620 1.515.801.466

Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE/FNDE – EF (nº de APMs atendidas pelo PDDE) (Região) 556 537 11.436.559 4.417.950

Manutenção e conservação de equipamentos de Ensino Fundamental (percentual de equipamentos de EF mantidos e conservados) (Região)

100 100 33.357.766 63.521.111

Programa Projovem Urbano (não definido) (Região) 0 - 1.000 -

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Cód - 233 (Versão 01)

Folha nº 444 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

Fonte: PPA 2010/2013 e Ofício nº 100/2011-SME/AJ e nº 135/2011-SME/AJ – Secretaria Municipal de Educação/Assessoria Jurídica.

(Obs.): A SME esclarece que os valores previstos são superiores ao número de escolas existentes e estão apresentados de forma equivocada no PPA. Utilizamos, assim, os números do Quadro 1 como valor previsto. Esses números estão indicados no item (Obs.:).

(*) Foi considerado, neste caso, como valor previsto, a somatória dos 3 itens “Construção de unidades educacionais de Ensino Fundamental”, ou seja, zero relativo à Região, 49 relativo à Distrito, e 2 relativo à SubPrefeitura, totalizando 51 EMEFs construídas.

6.2.6 – Análise Operacional da Execução dos Programas por Macro Problemas a) Qualidade de Ensino a.1) Quadro de professores e de pessoal de apoio

O quadro de apoio e de professores das EMEFs da RME se revelou incompleto em sua maior parte, exceto quanto ao módulo de Secretário de Escola. Se considerarmos, no caso dos professores, as situações em que todas as aulas estão atribuídas, embora existam professores que não contam no módulo, temos que o Fund II das EMEFs apresenta, em sua maioria, falta do professor substituto. Embora o módulo de substitutos tenha sido aprovado pela maioria dos diretores, foi desconsiderado o problema maior, que são os motivos pelos quais é constante a falta do professor. As justificativas da SME não foram suficientes para demonstrar que houve um planejamento adequado, que garantisse pessoal de apoio e professores suficientes nas escolas, facilitando a ação do gestor, priorizando o atendimento ao aluno e a qualidade do ensino. Ainda, a constante movimentação de professores durante o ano letivo, dinamismo fundamentado na legislação em vigor, foi motivo de constantes alterações que dificultaram a rotina da escola.

As informações fornecidas pela SME mostraram que o quadro de apoio da RME, composto atualmente pelas carreiras de Auxiliar Técnico de Educação (ATE) e de Agente Escolar (profissionais que desenvolvem tarefas relacionadas com a operação e manutenção das escolas, e no caso dos ATEs também podem exercer o cargo em comissão de Secretário de Escola), e também por profissionais cujos cargos estão destinados à extinção na vacância (Inspetor de Alunos, Auxiliar de Secretaria e Auxiliar Administrativo de Ensino), além dos profissionais da carreira de Agente de Apoio e de Assistente de Gestão de Políticas Públicas (AGPP), cargos não exclusivos da RME, abrigava, em agosto de 2010, 19.374 servidores dos quais 17.813 efetivos. Desse quadro, 13% estavam afastados, em sua maioria por laudo médico de readaptação funcional (73%).

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Folha nº 445 Proc. nº 72.000.923/11-24

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As EMEFs contavam com 8.583 desses servidores de apoio, dos quais 81% em exercício e 19% afastados. Desses, 62% referiam-se a laudo médico de readaptação funcional. No momento da fiscalização não estavam sendo providos por concurso os cargos de Agente de Apoio vigilante e Agente escolar. Quanto ao quadro de professores, a SME informou que em setembro de 2010 a RME contava com 60.679 cargos ocupados, sendo 31.946 no Ensino Fundamental (13.106 no Ensino Fundamental Ciclo I (Fund I) e 18.840 no Ensino Fundamental Ciclo II (Fund II), 28.600 efetivos, 2.332 contratados, 55 admitidos e 959 em comissão). Acumulavam cargos 1.196 professores do Fund I e 1.249 do Fund II.

Embora ocupados esses 31.946 cargos de professores, 84% deles correspondiam a professores em regência (ligados à sala de aula). Novamente se constatou como maior motivo de afastamento o laudo médico de readaptação funcional temporária e definitiva. Observamos que o assunto, embora já tratado no Relatório Anual de Fiscalização (RAF) 2009, merece a seguinte recomendação:

“Que a SME realize um estudo para identificar a origem dos problemas de saúde que levam a situações de afastamento e ausências e adote medidas de melhoria.”

Enquanto não for dada atenção e solução a esse ponto, teremos somente paliativos que podem até melhorar a situação, mas não solucionar.

Relativamente à distribuição dos cargos nas diversas escolas, temos que a quantidade de funcionários de apoio e de professores, para cada unidade escolar, é estabelecida por legislação específica, e o conjunto de cargos por escola e as respectivas quantidades recebe a denominação de “módulo”.

Para melhor entendimento das conclusões alcançadas em nossa fiscalização, cabe observar que, no caso dos professores, podemos encontrar escolas com módulos de professores, incompletos, porém, com docentes disponíveis (aulas atribuídas). Ainda, observamos que no Fund I as aulas são ministradas por um único professor e no Fund II há um professor para cada matéria, havendo um módulo de professores substitutos. O número desses professores, tanto regentes como substitutos, não é o mesmo para todas as escolas.

O módulo do Fund I contempla cada classe com um professor regente e, dependendo do número de classes de cada turno, há um acréscimo de 1 até 4 professores nesse turno.

No Fund II, para cada matéria haverá um módulo definido, uma vez que cada disciplina tem seu professor. A determinação da quantidade de professores no módulo vai considerar as horas aulas semanais de cada matéria e a jornada do

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professor de 25 horas/aulas semanais. De modo simplificado, cada grupo de 25 horas aulas semanais de determinada matéria corresponde a um professor. Compõe ainda o módulo um quadro de substitutos, determinado em função do número de classes, não considerando os turnos. A SME informou, relativamente à quantidade de EMEFs da RME com módulos completos, dentre as 534 EMEFs existentes, que: • 342 possuíam o módulo de Agente Escolar completo; • 415 possuíam o módulo de ATE completo; • 101 possuíam o módulo de Agente de Apoio- Vigilância completo; • 534 possuíam o módulo de Secretário de Escola completo; • 309 possuíam o módulo de professores do Fund I completo; • 287 possuíam o módulo de professores de Português de Fund II completo; • 209 possuíam o módulo de professores de Matemática de Fund II completo.

Visando complementar as informações da SME, foi realizada por amostragem, fiscalização em algumas EMEFs. A seguir nossas conclusões quanto ao preenchimento dos módulos das EMEFs:

• 80% possuíam o módulo de Agente Escolar completo; • 75% possuíam o módulo de ATE completo; • 30% possuíam o módulo de Agente de Apoio- Vigilância completo; • 100% possuíam o módulo de Secretário de Escola completo; • 30% possuíam o módulo de professores do Fund I completo; • 35% possuíam o módulo de professores de Português de Fund II completo; • 25% possuíam o módulo de professores de Matemática de Fund II completo.

Considerando que as constatações de nossa amostra são corroboradas com a situação da RME apresentada pela SME, concluímos que o quadro de apoio e de professores das EMEFs da RME se revelou incompleto em sua maior parte, exceto quanto ao módulo de Secretário de Escola. Considerando as situações em que os alunos não estão sem professor designado para a matéria, embora estes não contem no módulo, temos que:

• Professores de Fund I: 100% das unidades estavam com todas as aulas

atribuídas e 100% possuíam os professores substitutos;

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• Professores de Português do Fund II: 100% das unidades estavam com todas as aulas atribuídas e 35% não possuíam professores substitutos;

• Professores de Matemática do Fund II: 95% das unidades estavam com todas as aulas atribuídas e 70% não possuíam professores substitutos;

Concluímos que desconsiderando a questão do módulo, o Fund II das EMEFs apresentam, em sua maioria, falta do professor substituto, o que pode gerar dificuldades ao gestor principalmente na hora de cobrir faltas do dia a dia, licenças curtas e afastamentos como licenças médicas, gestantes, etc.

Observamos ainda, com relação aos módulos de professores, que o processo de preenchimento dos módulos, no decorrer do ano letivo, é dinâmico, e que esse dinamismo fundamentado na legislação em vigor causa constantes alterações que dificultaram a rotina da escola, motivo pelo qual foi proposta a recomendação:

“Que a SME promova um estudo no sentido de minimizar a movimentação dos professores durante o ano letivo, promovendo um melhor planejamento, de forma a restringir essa movimentação às situações imprevisíveis, contribuindo para que o gestor (diretor da escola) tenha melhores condições de administrar e evitando a descontinuidade das aulas, e como consequência, uma melhoria na qualidade do ensino.”

a.2) Adequação das condições físicas das EMEFs

A estrutura física das EMEFs permite que os alunos desenvolvam suas atividades mais cotidianas (estudo, refeições e esportes). A análise foi visual e por amostragem.

Nenhuma dessas EMEFs contempla todos os itens descritos na legislação e normas técnicas relativas à acessibilidade. Foram realizadas adaptações para facilitar o acesso do cadeirante, porém na maioria dos casos há necessidade de algum tipo de ajuda de outra pessoa por conta de obstáculos.

A adequação das condições físicas das EMEFs foi verificada visualmente e por amostragem, com o objetivo de concluir se essa estrutura física permitia que os alunos desenvolvessem suas atividades mais cotidianas (estudo, refeições e esportes). Foram analisados itens como salas de aula, de leitura e de informática, refeitório, banheiros e quadras. A existência de corrimão e sinalização visual nas escadas foi observada como item de segurança dos alunos.

Tendo em vista a política da inclusão nas escolas, também foi verificada a existência ou não de elevadores, rampas e banheiros para deficientes, que promovam ao aluno cadeirante condições de acesso à escola e participação nas atividades rotineiras.

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Constatou-se que a maior parte dos ambientes da amostra estava em bom estado, e permitiam que os alunos desenvolvessem suas atividades mais cotidianas. O banheiro foi o ambiente que apresentou o maior número de problemas, porém estes não comprometiam a sua utilização e, quanto às escadas, a maioria estava em bom estado, apresentando corrimão, porém sem sinalização visual na borda do degrau. Nenhuma das escolas visitadas contemplava todos os itens descritos na legislação e normas técnicas relativas à acessibilidade. Foram realizadas adaptações para facilitar o acesso do cadeirante à escola, porém, na maior parte delas, é necessário alguma ajuda de outra pessoa por conta de obstáculos, tais como degrau ou grelhas no caminho, uma inclinação elevada na rampa, dentre outros. Sobre o assunto já existe a seguinte determinação: “Adéque as unidades escolares para garantir a acessibilidade dos portadores de necessidades especiais (Determinação de 2007).”

a.3) Apoio Didático-Pedagógico Educacional – Cadernos de Apoio Pedagógico e

Reforço Escolar para Língua Portuguesa e Matemática

Os procedimentos de análise da contratação de material de reforço para as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, realizado em função de resultados apresentados na Prova São Paulo 2007/2008, bem como do acompanhamento da sua execução, demonstraram que a SME continua apresentando deficiências no planejamento da contratação e nos procedimentos de controle e fiscalização dos contratos, de forma a não cumprir o princípio da eficiência e da economicidade.

Em virtude dos resultados apresentados na Prova São Paulo 2007/2008 (avaliação do desempenho dos alunos nos diferentes anos dos Ciclos I e II do Ensino Fundamental) terem revelado defasagens na aprendizagem dos alunos, a SME entendeu ser necessária a produção de novo material didático com objetivo de fornecer aos alunos material de reforço escolar nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática. O material de reforço articula dois recursos: cadernos para os alunos e guia para professores com orientações didáticas para uso de tais cadernos; e vídeos para uso na sala de aula, que reproduzidos em DVDs acompanharão o guia do professor. Para tanto, foi celebrado o Contrato nº 114/SME/09 com a Fundação Padre Anchieta, cujo objeto é a contratação de serviços de: a) produção, editoração e publicação de 36 cadernos de Apoio Pedagógico e Reforço Escolar e 36 Guias de Orientações Didáticas para professores nas disciplinas de Língua Portuguesa e

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Matemática; b) produção e duplicação de 38 DVDs com 62 vídeos para o trabalho de Língua Portuguesa e de Matemática. Inicialmente, o Contrato previa 1.225.400 volumes para os alunos e 49.500 volumes de guia professor por semestre. Essa quantidade foi alterada pelo Termo Aditivo nº 82/SME/2010, passando para 1.228.678 volumes para os alunos e 110.078 volumes de guia professor. No que tange aos vídeos, devem ser produzidos 62 vídeos com duração de 3 a 20 minutos cada um. Sugeriu-se que, na Prova São Paulo de 2010, fosse realizada uma avaliação específica sobre os conteúdos pedagógicos de Língua Portuguesa e Matemática abordados nos cadernos de reforço escolar dos alunos e professores e dos vídeos contratados. Não foi procedida, previamente, análise e aprovação dos conteúdos dos cadernos de reforço escolar e vídeos. Além disso, percebe-se a ocorrência de erro de especificação técnica dos cadernos e vídeos e, com relação à quantidade, não sabia exatamente a demanda necessária. Essas situações demonstram que a SME continua apresentando falha no planejamento de suas contratações. A referida contratação é analisada através do processo TC n.º 72.001.143.10.20, e sua execução contratual se dá no processo TC n.º 72.002.004.10.69.

a.4) Educação Infantil – Convênios p/ Operação e Manutenção de CEIs

As fiscalizações realizadas permitiram concluir que, apesar da evolução quantitativa da rede conveniada, as ações da SME permanecem deficientes para garantir a perfeita aplicação dos recursos públicos, uma vez que ocorrem falhas de controle e execução no acompanhamento dos Convênios, necessitando a Secretaria aperfeiçoar seus procedimentos, pois, caso contrário, os convênios da Educação Infantil podem não estar atingindo o objetivo de cuidar e educar a criança. Verificaram-se anomalias desde as ações de caráter geral, como ausência de justificativa para: lavratura de convênio, de chamamento público para escolha da entidade e de estudo sobre o custo da educação infantil; e também, falhas nas ações que visaram o estabelecimento de objetivos e metas do Plano de Trabalho e do Projeto Pedagógico, quando da formalização do Termo de Convênio, uma vez que estes não estavam descritos de maneira clara e mensuráveis quantitativamente e/ou qualitativamente; e não havia definição clara da contrapartida da entidade, com respectiva prestação de contas. Essas anomalias dificultaram o acompanhamento e

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a fiscalização por parte da SME e consequentemente a verificação do cumprimento dos objetivos do convênio. O aumento da demanda que se verificou nos últimos anos na Educação Infantil no Município de São Paulo não foi acompanhado na mesma proporção pela expansão de sua Rede Pública Direta, ocasionando a adoção da Política de Governo da expansão de atendimento à Educação Infantil por meio da celebração de convênios com entidades interessadas em desenvolver tal atividade. Apesar da evolução quantitativa da rede conveniada, a SME não evoluiu proporcionalmente sua atuação no acompanhamento e fiscalização, revelando inúmeras falhas que comprometem a Educação Infantil na Rede Conveniada.

a.5) Indicadores de Desempenho da Educação

As avaliações externas examinadas (Prova São Paulo e Prova Brasil) revelaram que as proficiências médias da RME-SP se situam abaixo das pontuações mínimas consideradas como “adequadas” para todos os anos escolares avaliados (4ºs Anos dos Ciclos I e II do Ensino Fundamental), em ambas as áreas avaliadas - Língua Portuguesa e Matemática.

Em relação ao IDEB, foi verificado que o desempenho dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental se situa abaixo das metas estabelecidas pelo MEC/INEP (Ministério da Educação/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) em todos os anos avaliados, assim como o indicador do Município se encontra abaixo dos números obtidos pela Rede Estadual de São Paulo.

As médias alcançadas pelo Brasil na avaliação internacional de desempenho escolar (PISA 2009) se situam consideravelmente abaixo das pontuações médias apresentadas pelos países desenvolvidos (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE), indicando a necessidade de implantação de melhores políticas públicas para a área educacional.

Os gastos em 2010 com Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação evidenciam a falta de investimentos na capacitação dos professores, elemento fundamental para a melhora da qualidade da Educação. Os resultados e conclusões da análise dos principais indicadores da função da Educação estão sintetizados a seguir.

a.5.1) Sistemas de Avaliações Externas

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A avaliação externa do rendimento escolar - provas elaboradas por instituições externas às escolas – objetiva primordialmente oferecer indicadores comparativos de desempenho para a formulação, reformulação e monitoramento de políticas públicas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da Educação do País. As avaliações externas de desempenho escolar revelam que, de maneira geral, o desempenho do aluno piora conforme a progressão escolar, sendo as maiores deficiências observadas na área de Matemática. Ressaltamos que a performance dos estudantes nas avaliações deve ser entendida como resultado da combinação de vários fatores, como aspectos socioeconômicos e características da família, do aluno, do professor e da escola. Apresentamos, a seguir, os resultados das avaliações externas efetuadas no âmbito municipal (Prova São Paulo e Prova da Cidade), federal (Prova Brasil/SAEB que compõe o IDEB e ENEM) e internacional (PISA).

a.5.1.1) Prova São Paulo

Ao longo de todas as edições da Prova São Paulo disponíveis até o momento (2007 a 2009), as proficiências médias da RME-SP se situaram abaixo das pontuações mínimas consideradas como “adequadas” para os 4ºs Anos dos Ciclos I e II do Ensino Fundamental, em ambas as áreas avaliadas (Língua Portuguesa e Matemática). Analisando os números da Prova São Paulo 2009, foi constatado que o desempenho dos alunos piora conforme a progressão escolar, sendo as maiores deficiências registradas na disciplina de Matemática, como pode ser observado no Gráfico nº 1.

Gráfico 1 - Prova São Paulo – Evolução do Desempenho x Nível Básico

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Fonte: SME. Obs.: Em 2008, as médias do 4º Ano do Ciclo I contemplam os números do PIC. Se considerarmos apenas as classes regulares, as médias são 163,6 para Língua Portuguesa e 178,1 para Matemática, conforme informações da Secretaria através da planilha “Prova São Paulo 2007 x 2008”. Foi utilizado os números do Relatório de Análises Técnico Pedagógicas.

Em 2009, aproximadamente 84% dos alunos do 4º Ano do Ciclo I e 91% do 4º Ano do Ciclo II apresentaram desempenho “abaixo do adequado” em Matemática, e em relação à disciplina de Língua Portuguesa, perto de 72% dos alunos do 4º Ano do Ciclo I e 83% dos estudantes do 4º Ano do Ciclo II registraram desempenho “abaixo do adequado” em 2009, como demonstrado no Gráfico nº 2.

Gráfico 2 - Distribuição dos Alunos por Nível de Proficiência – Prova São Paulo 2009

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Fonte: SME.

Com relação à Formação Continuada dos Profissionais do Magistério, tendo por base os elementos constantes nos documentos da SME, não foi possível concluir se as formações oferecidas aos docentes, após o diagnóstico efetuado na Prova São Paulo, abrangeram um número significativo de profissionais da Rede, bem como o número de horas/formação ofertada. Não foi possível atestar, igualmente, se é expressiva a quantidade de escolas que utilizaram realmente o material de apoio ofertado pela Secretaria (“Cadernos de Apoio e Aprendizagem”), e se este produziu resultados efetivos.

a.5.1.2) Prova da Cidade

Em 2010, cerca de 70% das escolas da Rede aderiram à Prova da Cidade, totalizando perto de 300 mil alunos, no entanto, o resultado ainda não foi divulgado. A Prova da Cidade não possui escala de proficiência, em razão de suas especificidades, e segundo esclarecimentos da SME, constitui um instrumento pedagógico para a escola e não uma ferramenta diagnóstica para políticas públicas.

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a.5.1.3) Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)

Na Rede Municipal de Ensino de São Paulo, o IDEB 2009 das escolas é, em média, 4,7 nos Anos Iniciais e 3,2 nos Anos Finais do Ensino Fundamental. Embora o IDEB aponte, de modo geral, avanço da Rede ao longo das avaliações, o desempenho dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental se situa abaixo das metas estabelecidas pelo MEC/INEP em todos os anos avaliados (Gráfico 3), bem como o IDEB do Município se encontra abaixo dos números obtidos pela Rede Estadual de São Paulo.

Gráfico 3 – IDEB – Evolução da RME-SP

Fonte: MEC/INEP.

Foram visitadas 8 escolas da RME-SP, selecionadas em razão do alto/baixo desempenho no IDEB 2009 e foram constatados alguns pontos em comum entre as diferentes unidades: Escolas com Alto Desempenho no IDEB: baixa rotatividade do corpo diretivo/gestor/docentes e alto comprometimento dos professores e pais com o processo de aprendizagem dos alunos. Escolas com Baixo Desempenho no IDEB: baixo perfil socioeconômico, vulnerabilidade social interferindo consideravelmente na vida escolar, alta rotatividade do corpo diretivo/gestor/docente e baixo comprometimento dos pais na educação dos filhos. Em todas as unidades visitadas, há consenso sobre os seguintes aspectos: a) não existe falta de recursos financeiros para o dia a dia escolar, b) necessidade de oferta de cursos de qualificação/formação de professores durante a jornada de trabalho dos profissionais na escola, uma vez que a maioria dos docentes possui mais de um emprego, impossibilitando a frequência nos cursos oferecidos em outros horários e, c) necessidade de ação conjunta das Secretarias para

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combater os problemas socioeconômicos que afetam significativamente o processo de aprendizagem, bem como a integração dos recursos locais (postos de saúde, transporte, assistência social, dentre outros).

a.5.1.4) Prova Brasil/Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB)

Com exceção do desempenho em Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental, as médias obtidas pela Rede Municipal de Ensino de São Paulo na Prova Brasil apresentaram avanço ao longo dos anos; todavia, estes números permanecem abaixo das pontuações mínimas consideradas como “adequadas”.

A performance da Rede em Matemática – Anos Finais do Ensino Fundamental registrou piora ao longo das avaliações, confirmando as deficiências apontadas na Prova São Paulo.

a.5.1.5) Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)

No Município de São Paulo, 8 escolas municipais oferecem o Ensino Médio, sendo que destas, 2 não tiveram suas notas do Enem divulgadas em razão da baixa taxa de participação dos alunos. Das 6 escolas que tiveram suas notas divulgadas, apenas 2 obtiveram pontuação acima da média nacional na Prova Objetiva. Em relação à Redação, 3 unidades apresentaram pontuação acima da média do País. Foi ressaltado que, em razão do caráter voluntário do Enem, os resultados do exame não refletem a média dos alunos das escolas.

a.5.1.6) Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA)

O Brasil apresentou crescimento de 33 pontos na média geral do PISA, entre a 1ª avaliação aplicada em 2000 (368 pontos) e o último exame, ocorrido em 2009 (401 pontos), sendo um dos países que apresentou o maior avanço no período. Entretanto, os números obtidos pelo País se situam consideravelmente abaixo das pontuações médias apresentadas pelos países membros da OCDE (496 pontos). Dos 65 países que participaram do exame, o Brasil apresentou a 54ª colocação na Média Geral, a 53ª em Leitura, a 57ª em Matemática e a 53ª em Ciências. O pior desempenho do País foi observado na área de Matemática, confirmando os resultados verificados na Prova São Paulo e Prova Brasil. No Brasil, dentre as 27 Unidades da Federação que participaram do PISA 2009, o

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Estado de São Paulo registrou média geral de 409 pontos, se situando acima da média do País (401 pontos). O Estado de São Paulo apresentou as seguintes colocações, entre as Unidades da Federação avaliadas: 7ª posição na Média Geral, 5ª em Leitura, 8ª em Matemática e 7ª em Ciências.

a.5.2) Formação e Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação

A SME apresentou despesas com Formação e Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação próximas a R$ 6 milhões, no exercício de 2010. Considerando que a Secretaria registrou perto de 62 mil professores em seu quadro de pessoal em dezembro de 2010, o valor gasto por docente foi de aproximadamente R$ 96 no ano.

a.5.3) Programa de Ações Articuladas do Município de São Paulo

O Município de São Paulo finalizou e encaminhou a Fase Diagnóstica do Plano de Ações Articuladas, em 16.11.10, e aguarda manifestação do MEC.

a.5.4) Agenda 2012

Das 7 metas da Agenda 2012, sob responsabilidade da SME, 1 foi cumprida no decorrer do ano de 2010 (Meta nº 16: Implantação do Ciclo de 9 Anos no Ensino Fundamental). Em relação aos valores previstos para o ano de 2010, foi constatado que: 4 não atingiram os números estimados para o período (Metas nºs 12, 13, 15 e 111), 1 não possui valor previsto para o referido ano (Meta nº 14) e não é possível atestar o atendimento da Meta nº 38, em razão da ausência dos valores realizados referentes ao ano de 2010.

b) Proteção Social na Educação - Programa Municipal de Alimentação Escolar

O Programa Municipal de Alimentação Escolar objetiva suprir as necessidades nutricionais das crianças, jovens e adultos nele inseridos, fornece alimentação adequada em unidades escolares e foi desenvolvido com recursos do orçamento da Secretaria Municipal de Educação – SME e de transferências governamentais federais (PNAE/FNDE – Programa Nacional de Alimentação Escolar do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). O Departamento de Merenda Escolar – DME, da SME, realiza os atos necessários ao atingimento desses objetivos.

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A merenda escolar pode ser preparada pelo Agente Escolar, com insumos adquiridos e distribuídos pelo DME (alimentos in natura, congelados e não perecíveis), ou ser terceirizada, situação em que o DME contrata a empresa que fornece os insumos, prepara as refeições na própria escola e as distribui.

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8 - TRANSPORTES

8.1 - Missão

A Cidade de São Paulo, com uma população em torno de 11 milhões de habitantes, possui uma frota de veículos de aproximadamente 7,0 milhões. Recebe ainda significativo volume de veículos de outras regiões do País, do Estado e, em especial, dos demais municípios da área metropolitana. O desequilíbrio entre o fluxo de veículos e a capacidade viária tem feito crescer a escassez dos espaços de circulação e os congestionamentos, por conseguinte, vêm aumentando significativamente a perda de tempo no trânsito e no transporte, resultando ainda em menor qualidade de vida a seus moradores.

A PMSP tem como objetivo organizar ações constitucionais com a missão de dotar a Cidade de São Paulo de um sistema moderno de transporte que contribua para a realização de metas de mobilidade, qualidade de vida e integração urbana e metropolitana.

Para se ter idéia do gigantismo da Metrópole, o Município de São Paulo conta com uma área de 1.509 km² e aproximadamente 15.500 km de vias.

O Sistema de Transporte Coletivo da Cidade de São Paulo transporta anualmente cerca de 2,9 bilhões de passageiros (considerando a quantidade de registros), envolvendo aproximadamente 15.000 veículos em serviço (9.000 regime de concessão e 6.000 regime de permissão), que operam em torno de 1.300 linhas.

Sendo a missão da Secretaria Municipal de Transportes, juntamente com as empresas CET e SPTrans (empresas de economia mista que prestam serviços à Secretaria), assegurar a mobilidade de pessoas e bens no Município, os dados acima revelam a complexidade que é o campo de atuação dessas.

A avaliação da Função Transportes do exercício de 2010, tendo por base o resultado de diversas fiscalizações realizadas, é objeto do TC 72.000.068.11-51.

8.2 - Recursos e Execução Orçamentária

De acordo com o Orçamento Anual de 2010 (Lei Municipal nº 15.089/09), a despesa da PMSP para a Função Transportes foi fixada em R$ 1.707.133.673,00.

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8.2.1 - Demonstrativo da Função Transportes por Órgão - Exercício de 2010

O total empenhado no exercício de 2010 foi de R$ 2.406,5 milhões. A despesa foi inicialmente fixada em R$ 1.707,1 milhões, tendo ocorrido relevantes alterações entre importantes projetos e atividades dessa função, resultando em um orçamento atualizado de R$ 2.406,6 milhões (aumento de 41%).

Entre as principais alterações, destacamos os aumentos nas dotações Compensações Tarifárias (+ R$ 300,0 milhões) e METRÔ (+ R$ 640,0 milhões), e a redução na dotação Implantação de Corredores (- R$ 58,9 milhões).

Exercício 2010 - R$

Órgão Orçamento

Original Orçamento Atualizado

Empenhado Liquidado

Secr. Munic. Transportes - SMT 919.989.573,00 1.782.621.183,52 1.782.468.766,74 1.771.328.651,84Fundo Munic. de Desenv. de Trânsito - FMDT 772.144.100,00 622.350.486,16 622.311.242,68 585.620.348,41Fundo de Desenvolvimento Urbano - FUNDURB 15.000.000,00 1.667.000,01 1.667.000,00 1.666.998,98TOTAL 1.707.133.673,00 2.406.638.669,69 2.406.447.009,42 2.358.615.999,23Fonte: Sistema de Dados Orçamentários e NOVOSEO.

Os principais órgãos executores da Função Transportes foram a SMT e o FMDT (74,0% e 25,9% dos valores empenhados, respectivamente). O total empenhado na função representou 99,9% do orçamento atualizado. O orçamento total atualizado superou em 41,0% o valor total original. Relevantes alterações foram efetivadas entre as dotações de importantes projetos e atividades da Função Transportes. a) Alterações no orçamento de 2010

a.1) Principais alterações

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Folha nº 460 Proc. nº 72.000.923/11-24

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R$ Projeto / Atividade Orçamento

Aprovado Orçamento Atualizado

Metrô 10.000.000,00 524.000.000,00Metrô - Recursos de Alienação de Bens 1.000,00 126.001.000,00Compensações Tarifárias / Renovação da Frota 360.000.000,00 660.000.000,00Transporte de Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais 45.380.200,00 32.744.685,00Implantação de Corredores 60.000.000,00 1.080.000,00Requalificação de Corredores 20.000.000,00 277.073,00Ação Centro - BID - Transp. e Circulação no Centro 30.572.460,00 0,00Corredor Expresso Tiradentes 10.000.000,00 152.171,00Implantação de Terminais de Ônibus Urbanos 10.000.000,00 1.000.532,00Requalificação de Terminais de Ônibus Urbanos 10.000.000,00 722.635,91Implantação de Equipamentos Urbanos e Comunitários 15.000.000,00 1.667.000,01Terminal Brasilândia 14.000.000,00 0,00Terminal Cidade Ademar 10.000.000,00 0,00

• Metrô - Recursos de Alienação de Bens

Os recursos transferidos para aumento da participação da PMSP no capital social do Metrô sofreram alterações significativas (5.140,0% na rubrica Metrô e 12.600.000,0% na Metrô - Recursos de Alienação de Bens).

• Compensações Tarifárias / Renovação da Frota O significativo aumento de R$ 300,0 milhões representou 83,3% do orçamento inicialmente aprovado. Os contínuos e relevantes déficits financeiros do Sistema Municipal de Transporte Coletivo – SMTC têm consumido significativos recursos públicos com a finalidade de equilibrar o fluxo de caixa do Sistema. No exercício de 2010 o déficit econômico do Sistema foi de R$ 952,3 milhões.

b) Secretaria Municipal de Transportes - SMT

Na SMT foram empenhados R$ 1.782,5 milhões, representando 74,0% do total empenhado na Função Transportes. c) Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito - FMDT

No FMDT foram empenhados R$ 622,3 milhões, representando 25,9% do total empenhado na Função Transportes.

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Folha nº 461 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

A Lei Municipal nº 14.488/2007 dispõe sobre a criação do FMDT, tendo por objetivo “o financiamento da expansão e aprimoramento contínuo das ações destinadas a promover o desenvolvimento do trânsito no Município de São Paulo”, com previsão da aplicação dos recursos exclusivamente no desenvolvimento do trânsito, nos termos do artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro.

O mesmo diploma legal (no artigo 13) cria o Programa de Identificação Automática de Veículos - PRIAV. O artigo 16 dispõe que os recursos do FMDT sejam utilizados prioritariamente para custear ações e atividades relacionadas ao PRIAV. O Decreto Municipal nº 49.399, de 11.04.08, regulamenta a Lei nº 14.488/07.

A SMT informou, quanto à implantação do PRIAV, que o projeto básico passou por nova revisão, sendo que a contratação dos serviços depende ainda de publicação das especificações técnicas por parte do Sistema Nacional de Identificação de Veículos - SINIAV.

8.2.2 - Distribuição por Programa, Atividade e Projeto

Os principais programas “Melhoria da Mobilidade Urbana - Eficiência no Trânsito” e “Melhoria da Mobilidade Urbana - Transporte Público” representaram, em relação ao total das despesas empenhadas na Função Transportes, 25,7% e 73,1%, respectivamente.

A distribuição do orçamento por Programa, Atividade e Projeto está apresentada a seguir:

Recursos Orçamentários dos Programas por Atividade e Projeto – 2010

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A B B/A

Programas - Atividades / Projetos Orçamento em R$ Valor em R$

% Atualizado Empenhado

- Melhoria da Mobilidade Urbana – Eficiência no Trânsito 619.158.245,25 619.119.242,68 99,9 Serviços de Engenharia de Tráfego (CET) 480.415.544,21 480.415.544,21 100,0 Fiscalização Eletrônica no Trânsito 27.390.723,00 27.390.722,52 99,9 Aumento de Capital da CET 15.800.000,00 15.800.000,00 100,0 Tecnologia em Equipamentos de Controle de Tráfego - CFTV 16.336.254,52 16.336.253,53 99,9 Sinalização Horizontal no Sistema Viário 15.500.000,00 15.500.000,00 100,0 Sinalização Vertical no Sistema Viário 6.727.500,00 6.727.500,00 100,0 Energização de Semáforos e Sinalização 13.228.880,00 13.228.880,00 100,0 Implantação de Moto-Faixas 2.000.000,00 2.000.000,00 100,0 Contribuição ao FUNSET 27.358.392,00 27.358.391,38 99,9 Contribuição ao Estado – Multa CPTran 12.000.000,00 12.000.000,00 100,0 Outros 2.400.951,52 2.361.951,04 98,4- Melhoria da Mobilidade Urbana – Transporte Público 1.759.930.890,92 1.759.927.648,63 99,9 Metrô 524.000.000,00 524.000.000,00 100,0 Metrô – Recursos de Alienação de Bens 126.001.000,00 126.000.000,00 99,9 Gerenciamento de Transporte (SPTrans) 369.500.000,00 369.500.000,00 100,0 Compensações Tarifárias / Renovação da Frota 660.000.000,00 660.000.000,00 100,0 Transporte de Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais 32.744.685,00 32.744.684,60 99,9 Aposentadoria Complementar aos Servidores da SPTrans 32.548.963,00 32.548.963,00 100,0 Aumento de Capital da SPTrans 6.105.831,00 6.105.831,00 100,0 Outros 9.030.411,92 9.028.170,03 99,9- Redução das Emissões de Poluentes na Atmosfera 2.000,00 0,00 0,00 Inspeção Veicular do Transporte Coletivo 2.000,00 0,00 0,00- Ações de Economia Sustentável 112.000,00 112.000,00 100,0 Plano de Racionalização de Energia - LED 112.000,00 112.000,00 100,0- Suporte Administrativo 8.994.402,42 8.888.371,43 98,8 Administração da Secretaria Municipal de Transportes 8.994.402,42 8.888.371,43 98,8- Sistema de Informação e Processamento de Dados 18.441.131,10 18.399.746,68 99,8 Aquisição de Materiais, Equipamentos e Serviços 18.441.131,10 18.399.746,68 99,8

TOTAL 2.406.638.669,69 2.406.447.009,42 99,9

a) Serviços de Engenharia de Tráfego (CET)

A fluidez no trânsito e a sinalização viária estão comentadas nos subitens “8.3.14-a” e “8.3.14-b”, respectivamente. b) Gerenciamento de Transporte (SPTrans) Diversos aspectos relacionados ao gerenciamento de transporte estão relatados no subitem 8.3.1.

c) Tecnologia em Equipamentos de Controle de Tráfego - CFTV

O montante empenhado em 2010 (R$ 16,3 milhões) se deve, basicamente, à necessidade de revitalização e manutenção das Centrais de Tráfego em Área – CTAs, as quais atuam ainda de forma precária, não atendendo ao seu objetivo, de ajustar, em tempo real, o funcionamento semafórico ao fluxo de veículos na Cidade, restando pendentes diversos aspectos operacionais para que o Sistema, como um todo,

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apresente efetividade (ver comentários nos subitens 8.3.18 e 8.3.19).

d) Fiscalização Eletrônica no Trânsito

O total empenhado de R$ 27,4 milhões representa, basicamente, as despesas relativas aos serviços terceirizados de fiscalização (radares).

8.2.3 - Elementos de Despesas

As despesas correntes atingiram R$ 1.723,3 milhões, 71,6% do total empenhado na Função Transportes - com destaque para os seguintes gastos:

⇒ “Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica” (R$ 949,0 milhões), principalmente em face dos serviços prestados pela CET e SPTrans.

⇒ “Contribuições” (R$ 725,3 milhões), sendo R$ 660,0 milhões relacionados às compensações tarifárias/renovação da frota, R$ 32,7 milhões ao serviço ATENDE (Transporte de Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais) e R$ 32,6 milhões para complemento de aposentadoria aos empregados da SPTrans.

As despesas de capital em 2010, R$ 683,1 milhões, representaram 28,4% do total empenhado na Função Transportes. Os principais investimentos efetivados nos anos de 2009 e 2010 foram:

Empenhado - R$ Descrição do Projeto / Atividade 2009 2010

Corredor Expresso Tiradentes 9.161.370,16 151.170,03

Requalificação de Corredores 0,00 277.072,33

Implantação de Corredores 0,00 1.080.000,00

Implantação de Moto-Faixas 0,00 2.000.000,00

Aumento de Capital da SPTrans / CET 9.963.691,00 21.905.831,00

Implantação de Equip. Urbanos e Comunitários 17.976.065,30 1.667.000,00

Implantação e Man. de Corredores e Terminais 23.905.623,95 0,00

Implantação de Terminais de Ônibus Urbanos 0,00 1.000.292,27

Requalificação de Terminais de Ônibus Urbanos 0,00 722.635,40

Monotrilho 0,00 1.630.000,00

Implantação de Abrigos de Paradas de Ônibus 0,00 2.500.000,00

Aumento de Capital do METRÔ 50.000.000,00 650.000.000,00

Outros 305.976,98 176.528,60

Total Geral 111.312.727,39 683.110.529,63

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Como se verifica do demonstrativo, os investimentos em 2010 foram 513,7% superiores aos efetivados em 2009, representados principalmente pela aplicação de R$ 650,0 milhões no capital social do METRÔ.

8.2.4 - Execução Orçamentária da Função Transportes - Exercício de 2010

No exercício de 2010 foram registradas na Função Transportes as seguintes “Despesas de Exercícios Anteriores”:

ATIVIDADE / PROJETO EMPENHO - R$ Contribuição ao Estado - Multas CPTran (1) 5.972.990,64 Corredor Expresso Tiradentes 180,00 Contribuição ao FUNSET 2.608.391,38 Serviços de Engenharia de Tráfego (2) 1.459.792,09 Aquisição Mat., Equip. e Serv. de Informática e Comunicação 278.719,83 Administração da Secretaria Municipal de Transportes 5.487,31 Manutenção do Policiamento de Trânsito 216,37 Fiscalização Eletrônica no Trânsito 374.678,92 Total - Despesas de Exercícios Anteriores 10.700.456,54 (1) Repasse ao Governo do Estado de São Paulo por conta da arrecadação com autuações lavradas

por policiais militares em decorrência de infrações de trânsito de competência municipal, relativo a exercícios anteriores.

(2) Serviços prestados pela Companhia de Engenharia de Tráfego - CET relativo a exercícios anteriores, irregularidade cometida repetidamente pela Administração Municipal.

8.3 - Análise dos Programas “Melhoria da Mobilidade Urbana - Eficiência no Trânsito”

e “Melhoria da Mobilidade Urbana - Transporte Público”

O programa “Melhoria da Mobilidade Urbana - Transporte Público” tem por objetivo melhorar a infraestrutura das redes de transporte público no município, seja pela extensão e pelo adensamento da malha existente, seja por meio da articulação operacional e tarifária entre os diferentes modos de transporte público, incluindo aqueles sob administração do Estado, com base em uma visão de integração regional e otimização dos recursos investidos.

O programa “Melhoria da Mobilidade Urbana - Eficiência no Trânsito” busca otimizar a gestão e o controle do tráfego a fim de tornar a mobilidade mais eficiente, com vistas à diminuição do tempo de viagens e à redução nos índices de acidentes, atuando na gestão em tempo real dos fluxos do trânsito na Cidade. Em face dos objetivos desses programas, o Plano Plurianual 2010/2013 estipula diversas metas a serem alcançadas.

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8.3.1 - Gerenciamento de Transporte

A SPTrans é contratada pela PMSP visando o planejamento, gerenciamento e fiscalização do Sistema Municipal de Transporte Coletivo - SMTC. A Lei Municipal nº 11.037/91, referente à “Municipalização do Sistema de Transporte”, foi revogada pela Lei Municipal nº 13.241/01 que trata do “Novo Sistema de Transporte”. Em julho de 2003, foram assinados os “Contratos de Concessão” com os operadores do Subsistema Estrutural e os “Termos de Permissão” com os operadores do Subsistema Local. No novo modelo, a Cidade foi divida em 8 áreas. a) Investimentos em Bens Reversíveis ao Poder Público

Na implantação do Sistema Integrado, foi prevista uma série de intervenções na infraestrutura de transporte da Cidade, essenciais para eliminar superposições de linhas, ampliar a mobilidade e as opções de deslocamentos da população, homogeneizar os padrões de acessibilidade das diversas regiões, melhorar a qualidade do conjunto do serviço, possibilitar a elevação do patamar tecnológico na operação e implantar processo permanente de avaliação e ajuste entre demanda e oferta.

Como parte dessas intervenções foi prevista, no processo de licitação dos serviços de transporte, a incorporação de novas tecnologias como o Sistema de Bilhetagem Eletrônica, o Sistema de Monitoramento e Controle dos Serviços, bem como a reforma de terminais existentes e construção de terminais provisórios.

Os recursos a serem gastos na implantação da infraestrutura do Sistema de Monitoramento e Controle, bem como na reforma e construção de terminais, constituem os chamados Investimentos em Bens Reversíveis de responsabilidade dos concessionários. Esses bens são assim considerados pelo fato de serem incorporados ao patrimônio do poder Público Concedente (ao final do período da concessão), tendo em vista se tratarem de bens indispensáveis à continuidade do serviço público.

b) Ações judiciais movidas por operadores do Sistema relacionadas à remuneração

A situação financeira do Sistema Municipal de Transporte Coletivo poderá se agravar ainda mais por conta de relevantes ações movidas em razão dos contratos de prestação de serviços de transporte coletivo, sob a égide da Lei Municipal nº 11.037/91.

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A Gerência de Processos Especiais da SPTrans informou que existem 110 ações judiciais em andamento, movidas por empresas operadoras do Sistema, em face da SPTrans, objetivando o pagamento de diferenças entre a remuneração paga e a que entendem devidas. De acordo com estimativa da Superintendência Jurídica da SPTrans as prováveis perdas, na data de 31.12.2009, totalizavam R$ 384,2 milhões, que segundo a mesma deverão ser suportadas pela “Conta Sistema” ou por repasse específico da PMSP, dada a natureza do débito. No exercício de 2010 consta que, em relação ao Processo 053.98.428402-9 – 3ª Vara da Fazenda Pública (Tupi Transportes Urbanos Piratininga Ltda.), o juiz deferiu o levantamento de valor bloqueado em favor da autora, no valor de R$ 34,4 milhões. O Diretor de Planejamento de Transportes e de Gestão Corporativa da SPTrans autorizou o empréstimo da “Conta Gestão” para a “Conta Sistema”, no valor de R$ 29,6 milhões, para viabilizar, a partir de 15.03.2010, pagamentos da remuneração dos permissionários / concessionários, informando que assim que a Conta Sistema fosse desbloqueada o referido valor seria restituído à “Conta Gestão” (Informe Técnico DT nº 002/10 - SPTrans). A transferência do valor de R$ 29,6 milhões foi possível em face do recebimento, pela SPTrans, do valor de R$ 32,6 milhões devido pela PMSP referente à Portaria SF nº 032/2005 (parcelas de 2009 e 2010). Em 31.12.2010, do valor emprestado pela SPTrans ao Sistema, restava pendente de recebimento o montante de R$ 21,1 milhões.

Os processos que compõem a estimativa de perdas, informados pela SPTrans, não foram, nesta oportunidade, objeto de avaliação, que deverá ser realizada em momento oportuno.

8.3.2 - Situação Econômico-Financeira do Sistema/Compensações Tarifárias

O Sistema Municipal de Transporte Coletivo no exercício de 2010, de acordo com o Demonstrativo de Fontes e Usos do Sistema Integrado, evidencia um déficit econômico de R$ 952,3 milhões, correspondente a praticamente 19% da despesa total do Sistema, de forma que a PMSP tem arcado com significativos recursos orçamentários para “fechar” as contas do Sistema.

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Folha nº 467 Proc. nº 72.000.923/11-24

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Para evidenciarmos a situação econômico-financeira do Sistema Municipal de Transporte por ônibus da Cidade de São Paulo em 2010, utilizaremos dois Demonstrativos elaborados pela SPTrans que fornecem dados dessa natureza. Um deles é o denominado Demonstrativo de Fontes e Usos do Sistema Integrado, tratado também como demonstrativo econômico do Sistema; e o outro o Orçamento Financeiro Realizado do Sistema de Transporte Urbano, que trata de seu fluxo de caixa financeiro, portanto, conhecido também como demonstrativo financeiro do Sistema. Cabe ressaltar no caso do primeiro (Demonstrativo de Fontes e Usos) que, pelo fato de tê-lo obtido entre janeiro/fevereiro/2011, pode apresentar ainda alguns ajustes até a sua consolidação definitiva.

a) Déficit e Cobertura Tal montante revela que o déficit de 2010 reduziu-se em relação ao ano anterior, diminuição em torno de 25% (R$ 952,3 milhões contra R$ 1,28 bilhão de 2009).

Déficit do Sistema / Demonstrativo Econômico (R$)

Discriminação 2009 2010 Receita Total 3.486.678.766 4.067.106.014Tarifárias (créditos eletrônicos/pecúnia retida na catraca) 3.474.423.243 4.051.629.748Extratarifárias 12.255.523 15.476.266Despesa Total 4.763.154.052 5.019.443.623Remuneração aos Operadores 4.425.147.975 4.651.051.568Operação de Terminais 93.165.651 101.719.941Comercialização 93.476.669 104.486.784Gerenciamento, Fiscalização e Planej. Operacional 151.363.757 162.185.330Déficit Total -1.276.475.286 -952.337.609Valores repassados através do Orçamento da PMSP 838.000.000 566.760.558Compensações Tarifárias/Renovação da Frota 838.000.000 566.760.558Resultado após recursos orçamentários da PMSP -438.475.286 -385.577.051

Fonte: Demonstrativo de Fontes e Usos do Sistema Integrado - SPTrans

Nota-se, com base nesse demonstrativo, que a receita tarifária/extratarifária total de 2010, adicionada da verba orçamentária para compensações, totalizou R$ 4.633,9 milhões, insuficiente para cobrir o custo total apurado no Sistema no valor de R$ 5.019,4 milhões, restando, portanto, R$ 385,5 milhões para se atingir o equilíbrio.

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Folha nº 468 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

Ressalta-se a ocorrência de significativo resultado negativo nas Contas do Sistema, mesmo com a elevação do preço da passagem do ônibus em mais de 17% (passando de R$ 2,30, preço corrente em 2009, para R$ 2,70, a partir do início de 2010). Assim, mesmo com a elevação da receita tarifária/extratarifária em relação a 2009 (em mais de 16%), destaca-se que a elevação das despesas totais (em mais de 5%), somada a significativa redução de valores injetados por meio de “Compensações Tarifárias” (menos 32%), proporcionaram um déficit de grandeza próxima a do ano anterior (R$ 385,5 milhões em 2010 contra R$ 438,5 milhões em 2009). Em consequência, como poderá ser melhor observado no Demonstrativo Financeiro apresentado adiante, as despesas com operação de terminais, comercialização e gerenciamento não tiveram cobertura com recursos do Sistema. Déficit / Superávit do Sistema/Demonstrativo Financeiro (R$)

Discriminação 2009 2010 Receita Total 3.564.154.712 4.164.523.534Tarifárias (créditos eletrônicos/pecúnia retida na catraca) 3.546.013.302 4.147.965.509Extratarifárias 18.141.410 16.558.025Despesa Total 4.485.195.028 4.847.550.569Remuneração aos Operadores 4.450.267.695 4.807.058.927Operação de Terminais - - Comercialização - - Gerenciamento, Fiscalização e Planej. Operacional - - Outras 34.927.333 40.491.642Déficit Total -921.040.316 -683.027.035Valores repassados através do Orçamento da PMSP 840.142.228 697.235.157 Compensações Tarifárias/Renovação da Frota 808.000.000 659.835.000 Atende 32.142.228 35.618.095

Outros - 1.782.062Resultado após recursos orçamentários da PMSP -80.898.088 14.208.122

Fonte: Orçamento Financeiro do Sistema (Fluxo de Caixa) - SPTrans

Deve-se enfatizar que o Demonstrativo Financeiro (Fluxo de Caixa), revela os recursos que efetivamente transitaram nas contas do Sistema durante um exercício. Ressalta-se, também, que este demonstrativo inclui os recursos do Programa ATENDE (transporte de pessoas portadoras de necessidades especiais), de modo diverso ao Demonstrativo de Fontes e Usos que considera valores exclusivamente relativos aos serviços prestados por ônibus (transporte coletivo). Tomando por base os demonstrativos econômico e financeiro, tem-se que, no exercício de 2010, o Sistema deixou de arcar com custos da ordem de R$ 368,4 milhões, relativos aos gastos com operação de terminais, comercialização e taxa de gerenciamento de até 3,5% das receitas totais, conforme determina a Lei Municipal nº 13.241/01.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO 9001

Cód - 233 (Versão 01)

Folha nº 469 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

Custos não suportados pelo Sistema em 2010

Despesas (L.M. 13.241/01) R$ R$

Valor Apurado (Econômico) Valor Aplicado (Financeiro)

Operação de Terminais 101.719.941 -

Comercialização 104.486.784 -

Gerenciamento 162.185.330 -

Total 368.392.055 -

Fonte: Demonstrativos - SPTrans

Contudo, contrariamente ao exercício de 2009, em 2010 o Demonstrativo Financeiro revela que o Sistema Municipal de Transporte Coletivo devolveu parte de recursos obtidos anteriormente, principalmente por meio de “empréstimos” de recursos derivados da arrecadação de multas e descontos contratuais aplicados aos operadores do Sistema, conforme demonstrativo a seguir:

Saldo Demonstrativo Financeiro (Fluxo de Caixa)/2010 Sistema Municipal de Transporte Coletivo (em R$)

Saldo Inicial 198.863

Déficit do Sistema (683.027.035)

Recursos da PMSP 697.235.157

Ajuste entre Contas (14.218.876)

Saldo Final 188.109

Apesar disso, em 31.12.2010, constata-se que um valor da ordem de R$ 128 milhões, derivado justamente da Conta Multas e Descontos Contratuais, ainda restava aplicado no Sistema Municipal de Transporte Coletivo.

Como se verá no subitem 8.3.2-b, tal situação mostra-se incompatível com a previsão legal de aplicação dos referidos recursos conforme regulamentado no Decreto Municipal nº 42.184/02. Além disso, a SPTrans tem se valido de recursos oriundos da dotação orçamentária da PMSP “Gerenciamento de Transportes” para efetuar pagamento de despesas do Sistema em que este deixa de apresentar recursos próprios para a liquidação dos mesmos. Procedimento, aliás, adotado há vários anos. Consideramos irregular a utilização da dotação orçamentária “Gerenciamento de Transporte” para empenho de despesas relativas aos terminais de ônibus, comercialização, fiscalização e gerenciamento não

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Folha nº 470 Proc. nº 72.000.923/11-24

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suportadas pelo Sistema em face da insuficiência de arrecadação, tendo em vista tratar-se de subsídio a este.

Cabe ressaltar, ainda, que a utilização dessa dotação impossibilita a transparência na execução orçamentária quanto aos subsídios públicos ao Sistema Municipal de Transporte Coletivo. Nesse sentido citamos o que dispõe o parágrafo 4º, artigo 27, da Lei 13.241/01:

“As dispensas ou reduções tarifárias de qualquer natureza, além daquelas já vigentes na data da promulgação desta lei, deverão dispor de fontes específicas de recursos.”

Em 31.12.2010 os créditos eletrônicos do Bilhete Único em poder do público se situavam em torno de R$ 672 milhões, correspondendo à SPTrans um montante aproximado de R$ 469 milhões, ou seja, 70% do total, cabendo o restante ao METRÔ e à CPTM.

No entanto, outra constatação altamente preocupante é o fato de que o saldo final apresentado no Fluxo de Caixa do Sistema na mesma data é de R$ 188,1 mil, revelando que os créditos adquiridos antecipadamente, e ainda não utilizados pelos usuários, já foram praticamente utilizados para pagamentos de compromissos do Sistema. Resta ainda afirmar o que ano a ano temos reiterado, ou seja, a SPTrans, indiretamente, em face da forma da execução de seus contratos com a SMT/PMSP, permanece subsidiando o transporte coletivo municipal na medida em que deduz receitas próprias ao processar o faturamento dos contratos de gerenciamento com a PMSP, os quais incluem despesas relativas ao Sistema Municipal de Transporte Coletivo. Há de se consignar que esta prática não condiz com o objetivo social da Empresa. Dessa forma, a SPTrans fatura apenas o necessário ao equilíbrio de seu fluxo de caixa financeiro, o que em nosso entendimento contraria o Princípio da Entidade, estabelecido na Resolução CFC nº 750/1993 (alterada pela nº 1.282/10), que reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a Autonomia Patrimonial, a necessidade de diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes (o patrimônio da entidade não se confunde com os de seus acionistas).

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Folha nº 471 Proc. nº 72.000.923/11-24

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b) Gestão Financeira da Conta “Multas e Descontos Contratuais”

A gestão financeira da conta “Multas e Descontos Contratuais” está regulamentada pelo Decreto Municipal nº 42.184/02, no qual está previsto que as receitas decorrentes da aplicação de multas por infrações ao Regulamento de Sanções e Multas - RESAM, bem como os descontos aplicados na remuneração dos operadores pela inobservância de obrigações contratuais, deverão ser destinadas para os seguintes investimentos: “Art. 2º - São considerados investimentos no Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros os desembolsos destinados à: I - implantação do Programa de Requalificação e Aperfeiçoamento Profissional dos Trabalhadores do Sistema de Transporte Coletivo Urbano previsto pelo artigo 33 da Lei nº 13.241, de 12 de dezembro de 2001; II - implantação do Programa de Requalificação Tecnológica previsto pelo artigo 32 da Lei nº 13.241, de 12 de dezembro de 2001; III - implementação de programa de bilhetagem eletrônica, incluindo equipamentos e aplicativos relativos ao sistema de arrecadação e distribuição dos bilhetes; IV - construção de terminais e readequação do viário para a prestação do Serviço de Transporte Público; V- aquisição dos seguintes bens, vinculados à prestação do Serviço de Transporte Público:

a) veículos para composição da frota operacional ou auxiliares à prestação do serviço;

b) equipamentos e aplicativos para o sistema de gerenciamento da frota.

Parágrafo único - Os saldos financeiros da conta referida no artigo 3º infra disposto poderão ser utilizados na gestão financeira do sistema de transporte, desde que tal não comprometa os investimentos previstos neste decreto.”

Como se evidencia, há autorização para utilização dos saldos financeiros da conta na gestão financeira do sistema de transporte, desde que tal não comprometa os investimentos arrolados no artigo 2º.

Com base no fluxo de caixa da conta “Multas e Descontos Contratuais”, elaboramos o demonstrativo resumo da movimentação verificada em 2010, como segue:

Movimentação de Recursos / Conta Multas 2010 Discriminação Total Geral R$

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Folha nº 472 Proc. nº 72.000.923/11-24

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( + ) Saldo Inicial da Conta 14.058 ( + ) Entradas 37.676.856 ( - ) Despesas Gerais 35.394.664 ( - ) Saídas Investimentos 11.385 ( + ) Ajuste entre contas 35.342.000 Saldo Final de Caixa 37.626.865 Saldo em Conta Corrente 1.865 Saldo em Aplicações Financeiras 37.625.000

Fonte: Orçamento Financeiro (Conta Multas) – SPTrans

Com base na movimentação demonstrada acima, verifica-se que do total arrecadado no exercício de 2010 com recolhimento de multas e receitas financeiras, no valor de R$ 37,6 milhões, apenas R$ 11,4 mil foram direcionados para gastos com investimentos.

Se considerarmos a movimentação de 13.12.2001 até 31.12.2010, conforme Demonstrativo Mensal de Valores Recebidos e Aplicados, conclui-se que: efetivamente os valores arrecadados com multas e descontos contratuais aplicados aos operadores não têm sido utilizados em investimentos que visem à melhoria do Sistema Municipal de Transporte Coletivo. Pior do que isso, em 2010 verifica-se que recursos assim obtidos (multas e descontos contratuais) foram bloqueados judicialmente, por conta de demandas relacionadas ao Sistema Municipal de Transporte Coletivo, mais de R$ 30,5 milhões (tais gastos estão inseridos em despesas gerais). Contudo, em 2010, houve entrada de R$ 35,3 milhões para a conta de multas, derivados essencialmente das contas “Gerenciamento do Sistema de Transporte” (R$ 21,1 milhões) e “Sistema de Transporte Coletivo Urbano” (R$ 14,2 milhões). Nesse sentido, conforme ainda o Demonstrativo Mensal de Valores Recebidos e Aplicados, constata-se que o montante de recursos de “Multas e Descontos Contratuais” registrados como aplicados no Sistema de Transporte Coletivo sofreu uma redução de R$ 163,4 milhões (2009) para R$ 128,1 milhões (2010). Essa redução de 21,6% (menos R$ 35,3 milhões), embora refira-se a um menor passivo do “Sistema Municipal de Transporte Coletivo”, na prática tem ocorrido com recursos derivados, em sua maior parte, de “Gerenciamento do Sistema de Transporte”. Ao longo dos últimos nove anos (dez/2001 a dez/2010), conforme o demonstrativo citado, de R$ 224,4 milhões arrecadados, somente R$ 27,6 milhões foram investidos em projetos, validadores, ônibus, informática etc. (12,3%); ressaltando-se mais uma vez o bloqueio/penhora judicial ocorrido em 2010 de R$ 30,5 milhões (13,6%).

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c) Gratuidades e Isenções de Estudantes / Política Tarifária - 2010

Considerando os valores apurados em regime de competência relativos ao ano de 2010, apresentados no Demonstrativo de “Fontes e Usos”, evidencia-se alto custo para manutenção das gratuidades (idosos, deficientes, etc.) e isenções a estudantes, estimando-se valor aproximado de R$ 478,7 milhões.

Custo estimado das isenções tarifárias em 2010

Passageiro/Tipo Demanda

Transportada 2010

(R$)

Custo Total do Sistema p/ passageiro

Total

Escolar Pagante 172.890.274 0,3725 (1) 64.401.627 Idosos / Deficientes 240.560.492 1,7225 (2) 414.365.448 Total 413.450.766 - 478.767.075

Fonte: Demonstrativo “Fontes e Usos do Sistema Integrado” (sujeito a ajustes). (1) Valor resultante da diferença entre o custo médio por passageiro R$ 1,7225 e o valor de

R$ 1,35 pago pelo estudante (metade da tarifa). (2) Custo médio por passageiro transportado no Sistema Integrado, calculado como o quociente entre o

custo total e a demanda total registrada no período. O custo total considerado inclui o valor de R$ 162,2 milhões de taxa de gerenciamento, calculado à base de 3,5% sobre a receita total do sistema incluindo compensações tarifárias.

Cabe também fazer menção à Política Tarifária do Município, em que as integrações realizadas no Sistema ocorrem sem ingresso direto de recursos. Pode-se estimar que o Sistema arca com algo em torno de R$ 1,7 Bilhão com a isenção de tarifas na integração, conforme segue.

Custo estimado com política tarifária de integração em 2010

Passageiro/Tipo Demanda

Transportada 2010

(R$) Custo Total do Sistema

p/ passageiro Total

Integrados 990.501.983 1,7225 (1) 1.706.139.666 Integrado METRÔ-CPTM 316.220.046 0 (2) 0 Total 1.306.722.029 - 1.706.139.666

Fonte: Demonstrativo “Fontes e Usos do Sistema Integrado”. (1) Custo médio por passageiro transportado no Sistema Integrado, calculado como o quociente entre o

custo total e a demanda total registrada no período. O custo total considerado inclui o valor de R$ 162,2 milhões de taxa de gerenciamento, calculado à base de 3,5% sobre a receita total do sistema incluindo compensações tarifárias.

(2) Considerando que, isoladamente, na integração efetuada entre o Sistema Municipal e o METRÔ/CPTM, não há custo para o Município, pois este recebeu, em 2010, R$ 2,00 por passageiro integrado, valor superior ao custo médio por passageiro transportado, que como explicado, é de R$ 1,7225.

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Folha nº 474 Proc. nº 72.000.923/11-24

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Porém, neste caso, o cálculo não pode ser tão simplista, pois se por um lado as integrações no Sistema ocorrem com isenção de tarifa, por outro ela acaba por incentivar que as pessoas realizem mais viagens, pelo fato de que a viagem integrada acaba por representar, comparativamente se não houvesse a integração isenta de tarifa, menos dispendiosa, acabando por potencializar novos ingressos de recursos. Por outro lado, no que se refere à Integração realizada com o METRÔ/CPTM, pode-se dizer que o Município, com esse tipo de integração, deixou de receber R$ 0,70 por passageiro, ou seja, a diferença do valor de passagem (R$ 2,70) em relação ao valor recebido com a integração (R$ 2,00), recurso que poderia ser empregado para arcar com as demais formas de despesa do Sistema. Também, neste caso, não se pode perder de vista que se trata de um incentivador de utilização do próprio Sistema, pois, com uma política de integração a custos menores, certamente há o potencial de atrair mais usuários ao Sistema. De qualquer forma, há de se considerar o caráter de política social que detém a realização de integração sem novo ônus, ou com redução desse para os usuários do transporte coletivo, muitos dos quais de classes menos favorecidas.

8.3.3 - Remuneração aos Operadores do Sistema

Os critérios adotados pela Administração para determinação da remuneração dos concessionários e permissionários estão cada vez mais descolados de aspectos legais que vinculam a execução dos mencionados contratos, havendo falta de segurança jurídica na execução desses, o que poderá gerar demandas judiciais imprevisíveis.

8.3.4 - Renovação da Frota de Veículos

Na Concessão verifica-se a existência de veículos com idade superior a 10 anos (área 2), além disso, a idade média da frota, em algumas áreas, é superior ao limite de 05 anos permitida contratualmente.

8.3.5 - Cumprimento de Viagens

Constatou-se elevada ocorrência de descumprimentos de viagens, inclusive casos considerados crônicos. Somente a aplicação de multas não tem apresentado eficácia para melhorar a qualidade dos serviços de transporte coletivo de

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passageiros.

Foi realizada auditoria programada para avaliar o cumprimento de viagens pelos veículos do Sistema Municipal de Transporte Coletivo - TC 72.002.532.10-27. Os concessionários e permissionários dos serviços públicos de transporte coletivo devem atender, entre outras obrigações, às especificações quanto às frequências de partida de cada uma das linhas por eles operadas. Os exames resultaram nas seguintes constatações (principais):

a) Recursos humanos empregados na fiscalização

A verificação do cumprimento das partidas é feita pelos Agentes de Fiscalização da SPTrans, porém, quando feita em terminais, a mesma é em sua maioria realizada por empregados da empresa contratada SOCICAM. Verificou-se que nestes casos o empregado da SOCICAM observa as partidas, anotando seus horários e posteriormente preenche o formulário próprio de fiscalização, o qual é conferido e assinado pelo técnico da SPTrans (responsável pelo terminal). Este técnico, ainda que presente no terminal durante a fiscalização, acompanha a mesma indiretamente, já que tem todas as demais tarefas relacionadas à gestão do terminal para cumprir.

Em nossas visitas aos terminais não constatamos a presença direta dos técnicos da SPTrans acompanhando o preenchimento dos formulários de “Verificação de Frequência de Linha - VFL”. A intensa utilização no apoio à fiscalização de recursos humanos da empresa contratada para apoio na gestão de terminais (SOCICAM) indica a insuficiência de empregados da SPTrans destinados à fiscalização, além de evidenciar grave irregularidade.

A fiscalização não pode ser exercida por empresas terceirizadas, mesmo que a pretexto de “apoio à fiscalização”, pois apresentam interesses diferenciados e não têm legitimidade para funções inerentes ao Poder Público:

Descumprimento do artigo 8º, inciso III, alínea b, da Lei Municipal nº 13.241/01 que prevê a fiscalização como atribuição do Poder Público.

Descumprimento do artigo 29, inciso II da Lei Municipal nº 13.241/01 que dispõe sobre a competência da SPTrans para executar a fiscalização da prestação dos serviços.

Essas irregularidades já foram apontadas pela Auditoria deste Tribunal nos Relatórios Anuais de Fiscalização da SPTrans e da PMSP, relativos ao exercício de 2006, TCs 72.001.182.07-86 e 72.000.674.07-45, respectivamente.

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b) Sistema Integrado de Monitoramento

Outra grave constatação é o fato de que decorridos 7 anos de funcionamento do Sistema Integrado de Monitoramento - SIM, a SPTrans ainda não efetivou a fiscalização eletrônica do cumprimento de viagens. O SIM armazena em seu banco de dados a localização de cada veículo da frota a cada 100 segundos.

A fiscalização eletrônica do cumprimento de viagem evitaria o dispêndio adicional com empregados terceirizados e liberaria o corpo de fiscais da SPTrans para realizar outros tipos de fiscalização. Esse tipo de fiscalização traz ainda o benefício de não só verificar a partida dos coletivos, mas também de verificar se os mesmos realizaram o itinerário correto.

c) Quantidade elevada de Descumprimento de Viagens

Em prejuízo à qualidade dos serviços prestados e aos usuários, testes de auditoria evidenciaram elevada quantidade de autuações pelo não cumprimento de partida, bem como reincidência crônica, indicando que a mera aplicação de multas nos moldes da Portaria 027/08 da SMT, tem sido ineficaz. Foram fiscalizadas aproximadamente 46,1% do total de linhas do Sistema, ou seja, 623 linhas do total de 1.352 linhas existentes. Das linhas fiscalizadas, 69,3% (432 linhas) apresentaram descumprimento de partida (código G48), já calculada a compensação automática (artigo 12 do Regulamento de Sanções e Multas - RESAM).

O trabalho de fiscalização do corpo técnico deste Tribunal foi realizado em 9 dias úteis e um final de semana. Acompanhou-se até o momento da geração de autos de infração para a imposição de multa apenas para os nove dias úteis da fiscalização.

Portanto, todos os dados a seguir não incluem a fiscalização realizada no final de semana (dias 20 e 21 de novembro de 2010).

Após processamento dos Boletins de Irregularidade - BIs junto à área de multas da SPTrans, foram gerados 696 Autos de Infração. Muitas linhas foram enquadradas mais de uma vez por descumprimento de partidas, pois tiveram suas frequências verificadas por 2 ou 3 dias distintos.

A seguir, relaciona-se os casos graves, ou seja, aqueles que tiveram 10 ou mais descumprimentos:

Linha Desc. Linha Desc. Linha Desc.

119C-10 -10 3390-10 -15 6074-10 -10

1789-10 -15 3391-10 -11 6116-10 -20

2016-10 -23 3391-31 -12 6128-10 -12

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Folha nº 477 Proc. nº 72.000.923/11-24

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Linha Desc. Linha Desc. Linha Desc.

2100-10 -26 3459-10 -12 637A-10 -25

2290-10 -17 352A-10 -11 6450-10 -23

2296-10 -10 3539-10 -13 6451-10 -15

233C-10 -11 3686-10 -18 6455-10 -10

2363-10 -13 3707-10 -15 648P-10 -10

2551-10 -10 373L-10 -14 675K-10 -17

2552-10 -13 3746-10 -12 6801-10 -15

2582-10 -12 3751-10 -24 6803-10 -12

2626-10 -17 3754-10 -12 6804-10 -18

2666-10 -14 3786-10 -24 6805-10 -11

2678-10 -10 3793-10 -20 6820-10 -13

2702-10 -11 3794-10 -24 6821-10 -11

273J-10 -29 4120-10 -12 6825-10 -10

3013-10 -16 4120-42 -12 6913-10 -16

3021-10 -18 4208-10 -12 6960-10 -10

3031-10 -28 4729-10 -20 702P-10 -10

3032-10 -11 475R-10 -13 702P-21 -13

3059-10 -10 5038-10 -10 702P-42 -28

3064-41 -12 5103-21 -12 737A-10 -10

3069-10 -14 5108-10 -11 8000-10 -11

3077-10 -12 5127-10 -11 8171-10 -16

309N-10 -19 5142-10 -13 8400-10 -18

309T-10 -11 5144-10 -16 8700-10 -11

3124-10 -12 5145-10 -10 875C-10 -10

3141-10 -10 5391-10 -15 9008-10 -33

3160-10 -12 6000-10 -10 9032-10 -25

3301-10 -12 6016-10 -22 938P-10 -14

9785-10 -13

Assim, 91 das 623 linhas (14,6%) fiscalizadas enquadram-se nesta categoria de “casos mais graves”, representando 1.344 descumprimentos de partida, uma média de 14,8 descumprimentos por linha.

Para que não restasse dúvida sobre o problema posto, ainda foi selecionada uma amostra de 16 linhas (conforme quadro a seguir) das 91 e para essa amostra foi feita uma consulta no INFOTRANS (sistema de informações da SPTrans) de todos os Descumprimentos de Partidas - DPs realizados de abril a setembro de 2009, aproximadamente.

1789-10 2016-10 2100-10 2290-102702-10 273J-10 3077-10 3390-10

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3751-10 3786-10 3793-10 3794-104120-42 5142-10 6000-10 702P-42

As 16 linhas da amostra

Verificou-se que em 100% da amostra os DPs apontam para um problema crônico, com altos números de descumprimentos.

O descumprimento das obrigações estatuídas na Lei Municipal nº 13.241/2001, no Decreto nº 42.736/2002, nos termos de concessão e de permissão do Serviço de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros e demais normas aplicáveis acarretará aos operadores as seguintes sanções (artigo 2º da Portaria 168/07):

I. Advertência escrita;

II. Multa Contratual;

III. Apreensão do veículo;

IV. Afastamento do empregado;

V. Intervenção total ou parcial;

VI. Rescisão do Contrato;

VII. Declaração de caducidade da concessão.

Assim, para os casos de descumprimento crônico, deve ser avaliada pela Administração a aplicação do disposto nos artigos 2° (em especial, os incisos V, VI e VII) e 22° da Portaria SMT 168/07.

8.3.6 - Corredores de Ônibus

Nas vistorias de atualização do estado de conservação e manutenção realizadas nos corredores Guarapiranga, Paes de Barros, Rio Bonito, Rebouças, Santo Amaro - Nove de Julho, Inajar - Rio Branco - Centro, Ibirapuera, Itapecerica-João Dias e Pirituba – Lapa - Centro, novamente foram constatadas deficiências.

8.3.7 - Sistema de Guiagem Magnética

Em relação ao Sistema de Guiagem Magnética (Corredor Expresso Tiradentes), constataram-se graves consequências derivadas da execução do contrato nº 87/2003, firmado entre SPTrans e a Fundação Valeparaibana de Ensino, pois não se vislumbra aplicação efetiva deste Sistema.

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8.3.8 - Operação em linha fora da respectiva área de permissão

A Administração deve tomar providências urgentes para regularizar a execução dos termos de permissão nºs 694/03 (área 3) e 695/03 (área 4), de forma que as linhas sejam operadas por permissionários que efetivamente participaram da licitação, nas suas respectivas áreas de permissão.

8.3.9 - METRÔ - Recursos Aplicados

No exercício de 2010, a PMSP aplicou R$ 650,0 milhões para aumento de sua participação no capital social do METRÔ.

8.3.10 - Indicadores Qualitativos - ANTP

A Pesquisa de Imagem dos Transportes na Região Metropolitana de São Paulo realizada em 2010 revela resultados melhores em relação aos modos Ônibus - Capital e Micro-ônibus - Capital com relação a anos anteriores. Por outro lado, ressaltamos a pior avaliação recebida pelo meio Ônibus Corredores da Capital em relação ao ano de 2009, sendo atualmente o pior avaliado na pesquisa. O meio Micro-ônibus da Capital é o que apresentou a pior avaliação de preço com relação ao serviço apresentado, muito abaixo inclusive dos outros meios da Capital, cujos os preços são iguais.

I - Nível de Satisfação dos Usuários - Avaliação dos Modos

Modo de Transporte % de usuários que acham excelente / bom

2007 2008 2009 2010 METRÔ 85 82 82 84 Trem CPTM 51 48 50 54 Ônibus Municipais - Capital 42 40 50 59 Ônibus Corredores - Capital 67 53 58 53 Ônibus Metropolitano 53 41 55 59 Ônibus S. Mateus / Jabaquara 66 79 72 70 Expresso Tiradentes ND ND 76 74 Ônibus Municipal de outra Cidade ND ND 51 55 Micro-ônibus da Capital 43 40 51 58

Fonte: Pesquisa de Imagem dos Transportes na RMSP/ANTP - 2007/2008/2009/2010. ND= Não dispomos.

A avaliação de satisfação dos usuários dos modos de transporte é realizada levando-se em conta se o meio de transporte é excelente, bom, ruim ou péssimo.

Como se pode depreender do quadro evidenciado o ano de 2010 apresentou, com base na pesquisa realizada, resultados melhores em vários dos modos de transporte

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avaliados com relação a anos anteriores.

Dessa forma, destacamos a melhor avaliação dos modos do Município de São Paulo: Ônibus Municipais - Capital e Micro-ônibus da Capital. Ambos apresentaram evolução ao longo dos últimos três anos, obtendo o melhor resultado em 2010: 59% e 58%, respectivamente, de avaliações excelente ou bom.

Ressaltamos também que esses dois meios deixaram de ser os piores avaliados, como vinha ocorrendo até o ano anterior (2009). Contudo, e conforme a pesquisa, deve-se ressaltar que a avaliação por Área revela que, tanto no caso dos Ônibus Municipais da Capital como no caso dos Micro-ônibus da Capital, os resultados se apresentam bastante díspares.

Assim, em 2010, as piores avaliações, tanto no caso dos ônibus como no caso dos micro-ônibus da Capital, ficaram com a Área 6 (Sul), ou seja, 43% e 39%, respectivamente, de avaliações excelente ou bom. Por outro lado, no que se refere as melhores avaliações, no caso dos ônibus ficou com a Área 3 (68%), e no caso dos micro-ônibus ficou com a área 8 (79%).

Por outro lado, acusamos que não foi realizada, nos dois modos citados (Ônibus e Micro-ônibus da Capital), pesquisa com os usuários mais frequentes desses, cuja realização poderia ter fornecido resultados diferentes.

Afirmamos isso, porque entre os três meios que tiveram avaliações piores em relação ao ano anterior, dois tiveram levantamentos com usuários mais frequentes (Ônibus Corredores da Capital e Corredor São Mateus-Jabaquara). É sabido que os usuários mais frequentes tendem a ser mais críticos, já que pelo fato de utilizarem o meio cotidianamente, têm maior contato com as condições próprias de cada um.

Também a avaliação feita com usuários que frequentam os horários de pico de cada meio tende a ser distinta daqueles que utilizam os meios em horários alternativos.

Desse modo, ressaltamos a pior avaliação recebida pelo meio Ônibus Corredores da Capital em relação ao ano de 2009 (53% de excelente ou bom contra 58% do ano anterior). Na verdade, esse meio, que contou com avaliações mais razoáveis em anos anteriores, é hoje o pior avaliado, conforme a pesquisa.

Considerando que a implantação de corredores tem contribuído, nos últimos anos, para a redução do tempo de viagem do usuário e que em 2010, não ocorreu a implantação de novos corredores, este fato pode ter contribuído para o resultado negativo da avaliação.

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Faz-se necessário saber também se algumas obras que estão sendo realizadas por meio da SPTrans podem surtir efeitos em uma melhor avaliação futura do meio (como ex: obras que permitem maior fluidez dos corredores, com redução do tempo de espera nas paradas). O meio municipal Expresso Tiradentes também sofreu uma flutuação negativa em 2010 (74% de avaliação excelente ou bom contra 76% de 2009), mas ainda conta com um nível de avaliação melhor do que os outros meios municipais (fica hoje atrás apenas do meio METRÔ).

II - Avaliação do Preço em Relação à Qualidade do Serviço

Foram entrevistados os clientes de cada meio para saber qual a opinião desses com relação à qualidade oferecida em contrapartida ao custo de cada um. O resultado se encontra no quadro a seguir.

Preço ótimo/bom em relação ao serviço (% sobre os cliente de cada meio)

% dos clientes entrevistados 2009

% dos clientes entrevistados 2010

Ônibus Municipal da Capital 39 39 Ônibus nos Corredores da Capital 36 42 Micro-ônibus na Capital 41 31 Ônibus Metropolitano 45 41 Expresso Tiradentes 56 57 Corredor S. Mateus / Jabaquara 46 47 Ônibus Mun. Outra Cidade 33 35 CPTM 42 47 METRÔ 65 66

Fonte: Pesquisa de Imagem dos Transportes na RMSP/ANTP - 2009/2010.

Entre os meios avaliados, no biênio analisado, aqueles que receberam as melhores avaliações, quanto a relação qualidade X preço pago pela passagem, foram o METRÔ e o Expresso Tiradentes (Meio Municipal), com avaliações de 66% e 57%, respectivamente, em 2010, ambos com um ponto percentual acima do ano de 2009.

Com relação ao Expresso Tiradentes, deve-se considerar que os usuários que vêm dos ônibus do ABC e ingressam no Terminal Sacomã não pagam nova tarifa na integração com os ônibus do Expresso, o que causa impacto positivo na sua avaliação. Por outro lado, o meio Micro-ônibus da Capital é o que apresentou a pior avaliação de preço com relação ao serviço apresentado, muito abaixo inclusive dos outros meios da Capital, cujos os preços são iguais. Tal aspecto revela que os operadores desse meio devem procurar melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à

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população, tais como diminuição de lotação, melhor tratamento dispensado aos usuários etc. Quanto aos outros dois meios municipais avaliados, não se pode considerar que se encontram em uma situação boa quanto à relação qualidade apresentada x preço da passagem. Isto porque, no caso dos Ônibus Municipais da Capital, apenas 39% consideram essa relação como sendo pelo menos boa. No caso dos Ônibus dos Corredores da Capital a avaliação fica um pouco acima (41%). Ou seja, mais da metade dos usuários dos dois meios não consideram a relação qualidade X preço boa.

Nesses casos, é possível uma avaliação de que não só a qualidade deve ser melhorada, segundo o ponto de vista dos entrevistados, como também o preço pode ser considerado elevado. No início de 2010, as passagens elevaram-se mais de 17%, após dois anos sem reajustes. Ressalta-se ainda que o momento do levantamento não captou a nova elevação de preços ocorrida em janeiro deste ano (2011) de mais de 11%.

Deve-se considerar ainda que a elevação dos preços dos ônibus no Município de São Paulo, nos últimos anos, tem ocorrido acima dos índices de custo de vida da Cidade (de janeiro/03 a janeiro/11, a tarifa subiu 76,5%, contra um evolução de 52,74% do índice IPC-FIPE).

8.3.11 - Fiscalização Exercida pelo Poder Público

Tendo por base as constatações consignadas nos subitens 8.3.1-b, 8.3.1-c, 8.3.5 e 8.3.8, evidencia-se que o Poder Público não fiscaliza adequadamente a execução dos contratos de concessão e termos de permissão, expondo o Sistema Municipal de Transporte Coletivo a riscos de transtornos operacionais e prejuízos financeiros, lembrando-se que os contratos congregam valores muito significativos, além da essencialidade dos serviços que devem ser prestados aos munícipes desta Cidade. Ainda que o regime de concessão/permissão seja diferente dos contratos de prestação de serviços, não se pode afastar a hipótese de demandas judiciais contra a Administração Pública por conta de descumprimentos relacionados às obrigações trabalhista e previdenciária dos operadores do Sistema.

8.3.12 - Gerenciamento da Frota de Veículos da PMSP

Os procedimentos adotados pelo Departamento de Transportes Internos para gerenciamento da frota de veículos dos órgãos da PMSP mostram-se precários.

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As principais fragilidades constatadas pela Auditoria deste Tribunal são:

a) Necessidade de reestruturação administrativa e operacional do DTI para viabilizar o cumprimento das diversas funções que lhe cabem.

b) Falta de sistema eficiente que possibilite o efetivo gerenciamento da frota municipal, quanto ao controle dos veículos, da manutenção e do consumo de combustível. O DTI informou que há necessidade de um sistema informatizado de gerenciamento e controle da frota, que será disponibilizado a todas as unidades detentoras de frota (própria e locada), situação prevista no P.A. 2008-0-091.888-2. No mesmo sentido se manifestou quanto à necessidade de emissão de demonstrativo mensal de consumo de combustíveis, resumo da situação da frota por Secretarias e Subprefeituras e quanto ao Relatório Mensal de Acidente de Trânsito.

c) O controle da frota municipal engloba somente os veículos oficiais da PMSP. Os veículos locados pelas Secretarias e Subprefeituras ainda não são totalmente gerenciados pelo DTI, ou seja, não há controle efetivo sobre o total da frota municipal. O DTI informou que, para que se torne possível o controle de toda a frota municipal, encaminhou expedientes cobrando providências das unidades que possuem veículos locados.

Informou, também, que em relação aos procedimentos de normatização, rotinas e atividades nas diversas funções, providenciou proposta de adequação e atualização do Decreto Municipal nº 42.819/2003 (baixa de veículos) - P.A. 2009-0.234.141-0 (em andamento).

Quanto à elaboração de normas e procedimentos para a emissão de Laudos de Conformidade dos veículos locados pela PMSP, providenciou Manual de Vistoria Técnica e anexos tais como: Laudo de Conformidade, Relatório de Vistoria Veicular (veículos e máquinas terceirizados), normativos que não foram objeto de análise pela Auditoria deste Tribunal nesta oportunidade. Portanto, os controles internos existentes para gerenciamento da frota de veículos da PMSP (próprios e locados) não propiciam garantia de que os objetivos e metas sejam atingidos de maneira eficaz, eficiente e com a necessária economicidade.

8.3.13 - Demonstrativos Extracontábeis do Sistema de Transporte

A SMT deve apresentar à SPTrans as diretrizes, critérios e procedimentos que devem ser adotados para elaboração dos demonstrativos extracontábeis relacionados ao Sistema de Transporte e à gestão dos recursos arrecadados com

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aplicação de multas e descontos contratuais aos operadores.

A SPTrans elabora 3 (três) balancetes:

• Para refletir a situação patrimonial, financeira e o resultado das operações da São Paulo Transporte S.A. - SPTrans, denominado CORPORAÇÃO 01 (CORP 01).

• Para refletir a situação patrimonial, financeira e o resultado das operações

do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros - STCUP, nomenclatura utilizada pela SPTrans para o Sistema Municipal de Transporte Coletivo - SMTC, denominado CORPORAÇÃO 02 (CORP 02).

• Relativo à movimentação dos recursos advindos da arrecadação com multas e

descontos contratuais aplicados aos operadores do Sistema, denominado de Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros - STCPP - CORPORAÇÃO 03 (CORP 03).

Os demonstrativos das Corporações 02 e 03, que têm caráter extracontábil, continuam sendo utilizados estritamente para controle interno da Contabilidade da SPTrans, não geram Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício, e não são submetidos à aprovação da Diretoria da SPTrans e/ou da Secretaria Municipal de Transportes, motivo para a Auditoria deste Tribunal não emitir opinião sobre a regularidade desses demonstrativos. Não obstante, tendo em vista que o Executivo Municipal, através da Secretaria Municipal de Transportes, também deve estar interessado em adotar os demonstrativos que melhor espelhem a situação financeira e patrimonial do Sistema, merece destacar os seguintes aspectos:

a) No balancete da SPTrans (CORP 01) de 31.12.2009 existem as seguintes contas de passivo relativas às Corporações 02 e 03:

Conta Nome Valor em R$ Referente

21.52.01 Sistema Municipal de Transporte Coletivo 62.099.404,83 Corporação 02

21.53.01 STCUP Sistema de Transporte 4.439.086,68 Corporação 02

21.53.02 STCPP Multas e Descontos 2.156.948,33 Corporação 03

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A conta “Sistema Municipal de Transporte Coletivo”, mantida no Balanço da SPTrans, registra transitoriamente os valores pertencentes ao Sistema, contabilizados em regime de caixa. As principais transações financeiras registradas na conta são: entrada de recursos provenientes da arrecadação tarifária e de multas, pagamento de remunerações aos concessionários e permissionários, transferências de recursos derivados de multas e descontos contratuais, recebimento de subsídios da PMSP, despesas de taxas de gerenciamento, etc. Por ser conta que registra a movimentação financeira do “Sistema”, as evidências de sua posição patrimonial e de seus resultados econômicos dar-se-ão com base nos demonstrativos extracontábeis, conhecidos como CORP 02. O saldo de R$ 62.099.404,83 (conta 21.52.01 – passivo da SPTrans) não possui contrapartida em contas correntes bancárias, ou seja, não tem lastro financeiro. Há compatibilidade desse saldo com o balancete da CORP 02, na conta de ativo “Contas a Receber – Diversas”.

b) Existem diversas pendências contábeis e/ou financeiras antigas relacionadas aos

demonstrativos extracontábeis da CORP 02 (Sistema) e CORP 03 (Multas e Descontos Contratuais). A SMT deve orientar a SPTrans, indicando diretrizes, critérios e procedimentos que devem ser adotados para elaboração dos demonstrativos, bem como quanto ao tratamento das citadas pendências.

8.3.14 - Serviços de Engenharia de Tráfego

Correspondem aos serviços prestados pela CET visando ao planejamento do trânsito, sinalização viária, operação do sistema viário, educação e treinamento de trânsito e segurança do tráfego. a) Fluidez do Trânsito

Comparando-se 2010 a 2007 evidencia-se diminuição da Lentidão Média. No entanto, não se verificou melhoria na velocidade média do sistema viário no pico da tarde.

Para se administrar a fluidez do trânsito pode-se atuar tanto pelo lado da oferta como pelo lado da demanda. Atuando pela oferta, pode-se otimizar a capacidade por meio

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de novas vias, alargamento das vias existentes e a otimização de sinalização e tempos semafóricos. De outro lado, pode-se propor políticas de controle e redistribuição da demanda.

A Operação Horário de Pico (Rodízio) atua na redistribuição da demanda retirando aproximadamente 20% do volume de tráfego dos horários de pico, transferindo-o para os demais horários. O Rodízio em operação proíbe a circulação dos veículos durante os horários entre 7 e 10 horas e entre 17 a 20 horas, estabelecendo regras de redistribuição de demanda.

Iniciou-se a Operação Horário de Pico em agosto de 1996. Quatorze anos depois é de se esperar uma situação pior, mesmo considerando os aumentos de capacidade proporcionados pelas obras no sistema viário.

Dadas as seguidas quebras de recorde na extensão da lentidão, fez-se necessário considerar novas alternativas àquelas já avaliadas para controle de demanda.

Dessa forma, foram adotadas medidas de restrição aos caminhões (Zona de Máxima Restrição de Circulação - ZMRC), através do Decreto Municipal nº 49.487/08 e alterações, e ônibus fretados (Zona de Máxima Restrição de Fretamento - ZMRF), através da Lei Municipal nº 14.971/09. a.1) Ações desenvolvidas para melhoria do trânsito

De acordo com informações da CET, no ano de 2010 destacam-se as seguintes ações:

⇒ Inaugurada a nova pista da Marginal Tietê.

⇒ Restrição de caminhões na Marginal Pinheiros, entre as pontes Jaguaré e Morumbi, e nas avenidas Bandeirantes e Roberto Marinho.

⇒ Restrição de caminhões na região do Morumbi.

⇒ Inauguração do prolongamento da Av. Jacu Pêssego.

⇒ Renovação da frota da CET: aquisição de 631 veículos, recebimento de doação de 7 motocicletas e substituição de 351 veículos.

⇒ Inaugurados dois trechos de faixas reversíveis para ônibus no corredor M’Boi Mirim / Guarapiranga.

⇒ Reengenharia do tráfego na região de Moema, onde foram eliminadas 3.850

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vagas de estacionamento.

⇒ Restrição da circulação de Motos na faixa expressa da Marginal Tietê.

⇒ Complementação do programa de fiscalização automática de trânsito, atingindo 574 equipamentos instalados.

⇒ Novo limite de velocidade para caminhões e veículos pesados nas Marginais Tietê e Pinheiros, passando de 90 para 70 Km/h.

a.2) Lentidão do Trânsito

O indicador Lentidão de Trânsito é apresentado em duas unidades de medida: extensão em Km de vias que apresentam lentidão e também em percentual, calculado em função da relação entre a extensão de Km de vias efetivamente com lentidão e o total de quilômetros de vias monitoradas em toda a cidade (868 Km a partir de abril de 2010).

Evolução - Média das Lentidões Máximas Registradas em Km (dias úteis)

Média Diária 2007 2008 2009 2010 Pico da Manhã 89 91 84 83

Pico da Tarde 129 140 131 115

Após os aumentos dos indicadores em 2008, verificou-se melhoria em 2010, principalmente quanto ao pico da tarde.

Evolução - Média das Lentidões Máximas Registradas em percentual (dias úteis)

Média 2007 2008 2009 2010 Pico da Manhã 13% 11% 10% 10%

Pico da Tarde 19% 17% 16% 13%

Comparando-se 2010 a 2007, verifica-se melhoria dos indicadores, com destaque para a diminuição em relação ao pico da tarde.

Verifica-se que as políticas de restrição adotadas podem ter contribuído para reverter a tendência de alta do índice de lentidão no período mais crítico, correspondente ao pico da tarde, em 2008.

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A esse respeito, a CET se manifestou informando que medições periódicas de lentidão mostram uma tendência de redução do indicador desde que novas regras de trânsito para caminhões e ônibus fretados foram implementadas, não sendo possível mensurar quanto essas medidas contribuíram isoladamente para a melhoria da fluidez, contudo, a ausência destas certamente reduziria esse ganho.

a.3) Velocidade do Sistema Viário

Esse indicador é obtido através de pesquisa de tempo de percurso de veículos de passeio em dias úteis. Os veículos são escolhidos aleatoriamente na corrente de tráfego em geral, sempre no sentido de maior fluxo de veículos. São previamente definidos as vias, os pontos de referência (início e fim) e as extensões (em metros) dos trechos de cronometragem.

Evolução - Média da Velocidade (Km/h) - dias úteis

Média 2007 2008 2009 2010 Pico da Manhã 27 31 30 32

Pico da Tarde 22 18 15 18

Comparando-se 2010 a 2007, constata-se aumento na velocidade em relação ao pico da manhã, o que não ocorreu quanto ao pico da tarde, que em 2010 continua com indicador inferior a 2007 (18 Km contra 22 Km, respectivamente).

b) Sinalização Viária

Sinalização é uma das áreas de atuação com limitações no atendimento das demandas de serviços necessários à Cidade.

As dificuldades financeiras da CET e constantes atrasos nos pagamentos de seus fornecedores têm sido reiteradamente relatadas pela Auditoria deste Tribunal, sendo a área de sinalização uma das mais prejudicadas pelos cortes orçamentários promovidos pela PMSP/SMT, com reflexos negativos no desempenho da Empresa em face das elevadas demandas da sociedade nesse sentido.

b.1) Estoque de projetos de sinalização

Conforme se observa no demonstrativo a seguir, os projetos de sinalização finalizados e aguardando implantação tem crescido bastante em função das restrições orçamentárias sofridas pela área de sinalização:

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Evolução do Estoque de Projetos de Sinalização

(quantidade) Data Estoque

31/12/2002 3.075 31/12/2003 3.424 31/12/2004 4.531 31/12/2005 4.976 31/12/2006 10.151 31/12/2007 14.392 31/12/2008 17.019 31/12/2009 23.195 31/12/2010 31.161

Fonte: Relatórios de Progresso

A origem destes projetos se dá a partir de solicitações de munícipes e/ou pela verificação de necessidades por parte das áreas técnicas da CET, especialmente das equipes de campo. No saldo de 31.12.2010 estão incluídos diversos projetos elaborados em 1999 e 2000 e no período de 2004 a 2008, situação que redunda em três questões: desatualização dos projetos, desperdício de recursos na sua elaboração e como escolher os projetos a serem implementados em primeiro lugar. No que tange à desatualização dos projetos, deve ser observado que dada à dinâmica de crescimento e transformação da Cidade, os projetos mais antigos podem estar descaracterizados e não atender mais às demandas para as quais foram projetados. Com respeito ao desperdício de recursos, ressalte-se que a elaboração de projetos de sinalização sem a sua subsequente implementação, implica em desperdício de horas dos técnicos envolvidos no desenvolvimento destes projetos, com a consequente necessidade de retrabalho para revisão das mudanças ocorridas. b.2) Metas x Realização

O demonstrativo a seguir apresenta um comparativo entre as metas apresentadas na proposta orçamentária da CET e aquilo que foi realizado efetivamente.

Sinalização 2010 - Metas x Realizado (quantidades físicas)

unidades Proposta

Inicial Realizado % Realização

Sinalização Horizontal m2 350.000 420.526 120,2 Canalização unidades 22.680 31.288 138,0 Sinalização Vertical unidades 41.920 49.077 117,1

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Folha nº 490 Proc. nº 72.000.923/11-24

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Defensas m2 6.000 9.576 159,6 Sinalização Semafórica serviços executados 192.000 154.570 80,5 Lombadas unidades 660 660 100,0

Fonte: Relatórios de Progresso

Verifica-se que no exercício de 2010, em geral, a realização das metas apresentou-se acima da proposta inicial. A evolução da execução de sinalização no período 2006 a 2010 está apresentada em seguida:

Sinalização Executada - Evolução 2006-2010 (quantidades físicas) unidades 2006 2007 2008 2009 2010

Sinalização Horizontal m2 392.584 266.649 211.181 215.377 420.526Canalização unidades 58.290 38.881 26.340 20.073 31.288Sinalização Vertical unidades 42.702 48.305 45.721 30.393 49.077Defensas m2 17.232 7.220 17.716 6.796 9.576

Sinalização Semafórica serviços executados 195.953 214.995 169.787 178.234 154.570

Lombadas unidades 0 677 587 206 660Fonte: Relatórios de Progresso

− Sinalização Horizontal apresentou em 2010 aumento significativo em relação aos anos de 2007 a 2009, voltando ao nível de realização de 2006.

− Canalização cresceu em 2010, quando comparado a 2008 e 2009, mas ainda inferior aos anos de 2006 e 2007.

− Sinalização Vertical, após diminuir em 2009, voltou ao nível dos outros anos.

− Defensas, embora tenha aumentado em 2010, em relação a 2009, ainda se encontra bem abaixo do verificado em 2006 e 2008.

− Em 2010 os serviços executados de Sinalização Semafórica teve a menor quantificação do período de comparação.

− Em relação às Lombadas, cresceram em 2010, retornando ao nível realizado em 2007.

8.3.15 - Lombadas

Passados 13 anos do advento do Código de Trânsito Brasileiro e da Resolução 039/98 do CONTRAN, a quantidade de lombadas irregulares ainda é significativamente elevada.

O Código de Trânsito Brasileiro - CTB (L.F. nº 9.503/97) estabelece em seus artigos 94 e 334:

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Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à segurança de veículos e pedestres, tanto na via quanto na calçada, caso não possa ser retirado, deve ser devida e imediatamente sinalizado.

Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações transversais e de

sonorizadores como redutores de velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo órgão ou entidade competente, nos padrões e critérios estabelecidos pelo CONTRAN. (g.n.)

Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão ser homologadas

pelo órgão ou entidade competente no prazo de um ano, a partir da publicação deste Código, devendo ser retiradas em caso contrário. (g.n.)

Desta forma a existência de lombadas é uma situação especial, a qual merece atendimento às condições específicas definidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), assim como homologação por parte do órgão ou entidade competente de trânsito. O CONTRAN expediu a Resolução 039/98 a qual definiu a especificação das dimensões e condições que as ondulações transversais (lombadas) deveriam possuir. Ademais em seu artigo 14, essa resolução estabelece:

Art. 14. No caso do não cumprimento do exposto anteriormente a autoridade

de trânsito com circunscrição sobre a via deverá adotar as providências necessárias para sua imediata remoção.

Conforme informações prestadas pela CET, em 2006 foi criado um programa para a regularização de lombadas, restando, em 27.01.2011, 3.636 projetos para serem revisados e implantados, com 2.819 lombadas a construir e 8.393 a retirar.

Ante o exposto, não está sendo atendido o determinado nos artigos 94 e 334 do CTB e assim como na Resolução 039/98 do CONTRAN, especialmente ao seu artigo 14.

8.3.16 - Fretamento Os procedimentos adotados na gestão, regulamentação, cadastro, vistoria e fiscalização dos serviços de fretamento foram avaliados em Auditoria Extraplano - TC 72.002.221.09-33, com destaque para as seguintes constatações:

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Folha nº 492 Proc. nº 72.000.923/11-24

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a) A regulamentação da atividade de fretamento vem sendo realizada paulatinamente,

sendo que o atendimento e a fiscalização não executam atividades relacionadas exclusivamente com o fretamento, fatos que prejudicam nossa avaliação sobre a gestão da atividade operacional de fretamento.

b) O cadastro (Termo de Autorização e Certificado de Vínculo ao Serviço) vem sendo

realizado de acordo com a legislação vigente, exceto pela vistoria nos veículos a ser realizada pela SMT, que não vem sendo efetivada, em desacordo com o inciso VIII, artigo 3º da Lei Municipal nº 14.971/09.

c) Não foram editadas normas para a emissão da Autorização Especial de Trânsito

para o transporte não rotineiro, sob a responsabilidade do DSV.

d) No acompanhamento de campo junto à fiscalização da SPTrans não encontramos impropriedades ou infringências, ressaltando a quantidade insuficiente de fiscais.

8.3.17 - Pólos Geradores de Tráfego - Shoppings Centers

Permanece a necessidade de integração de informações entre a CET e SMT com os demais órgãos públicos municipais, de forma a garantir que o efetivo funcionamento do empreendimento somente ocorra quando não mais houver pendências legais, de segurança, de fluidez do trânsito.

Foi realizada Inspeção com objetivo de verificar as medidas adotadas para a regularização do funcionamento de Shoppings Centers, tendo em vista os impactos causados no trânsito e na vizinhança dos empreendimentos - TC 72.000.760.10-80. A análise de Pólos Geradores de Tráfego é uma atividade de rotina realizada pela SMT e CET, com o objetivo de diminuir o impacto que empreendimentos de grande porte causam sobre o tráfego das vias que lhes dão acesso. Esta atribuição é estabelecida por legislação, como decorrência dos aumentos sistemáticos da frota de veículos, do surgimento de novas atividades e do crescimento e adensamento verificado em toda a Cidade, e é constituída de 2 fases. Na primeira, denominada Fase 1, a CET realiza estudos relativos ao tráfego (atração/geração de viagens do pólo e seu impacto no sistema viário de acesso; segurança dos pedestres; áreas de estacionamentos, embarque/desembarque e pátios de carga e descarga). Em alguns casos, tais estudos determinam modificação do projeto do empreendimento.

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Folha nº 493 Proc. nº 72.000.923/11-24

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Para facilitar o acesso dos usuários ao empreendimento e, ao mesmo tempo, mitigar possíveis danos ao fluxo de veículos e pedestres nas vias, são fixadas melhorias viárias a serem executadas e custeadas pelo empreendedor. Estas melhorias são consolidadas no documento, emitido pela SMT, denominado CERTIDÃO DE DIRETRIZES - CD, que é exigido para a aprovação do projeto do empreendimento na Secretaria Municipal de Habitação - SEHAB. Na segunda, denominada Fase 2, a CET supervisiona tecnicamente o cumprimento da CERTIDÃO DE DIRETRIZES quanto às melhorias viárias nela fixadas; acompanha as etapas de elaboração e aprovação dos projetos executivos, de execução de obras civis, de fornecimento de equipamentos, e de implantação dos dispositivos de sinalização viária. Após a constatação e verificação “in loco” do cumprimento das melhorias viárias fixadas é emitido pela SMT o TERMO DE RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO DEFINITIVO – TRAD que é documento exigido para que o empreendimento obtenha o Certificado de Conclusão do Imóvel (HABITE-SE). As principais constatações estão apresentadas em seguida.

a) Os exames realizados, por amostragem, demonstraram que os procedimentos que são adotados pela CET visando à diminuição do impacto que o funcionamento de Shoppings Centers pode causar sobre o tráfego das vias que lhes dão acesso, não asseguram eficácia, principalmente pela existência de Certidões de Diretrizes antigas que ainda se encontram pendentes de cumprimento, conforme os casos elencados a seguir:

b) A Fiscalização realizada pela CET está direcionada ao monitoramento e fiscalização das vias do entorno, através das rotas operacionais, e à fiscalização

Shopping

Shopping Center Norte/Lar Center

Central Plaza Shopping

Shopping Aricanduva

Continental Shopping

Shopping Ibirapuera

Shopping Iguatemi

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Folha nº 494 Proc. nº 72.000.923/11-24

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relacionada à Lei Municipal nº 14.072/05 - cobrança de custos operacionais de serviços prestados, relativos à operação do sistema viário, decorrentes da realização de eventos.

8.3.18 - Controle de Tráfego em Área - CTA

Persiste a degradação do Sistema de Semáforos Inteligentes - Centrais de Controle de Tráfego em Área - CTAs. Recursos orçamentários têm sido aplicados sem efetividade, eficácia, com resultados econômicos negativos (pela falta de resultados), sendo este caso um exemplo de ineficácia da Administração Pública na gestão de seus recursos.

a) Introdução

O Sistema de Semáforos Inteligentes é composto por cinco subsistemas regionais e suas respectivas centrais de controle, denominadas Controle de Tráfego em Área - CTA. Elas são responsáveis pela gestão dos semáforos que operam sob a tecnologia “Controle em Tempo Real”, ajustando-os à demanda de veículos no local.

A parcial implantação ocorreu em 1997, e, ao longo do tempo, o sistema foi se degradando devido à falta de manutenção.

No final de 2004, apenas 10% dos semáforos continuavam operando com todos os recursos originais preservados.

b) Evolução do funcionamento das CTAs

Na tabela a seguir está apresentada a evolução da situação dos equipamentos nos últimos anos:

Controles de Tráfego de Área - Cruzamentos

jun/2007 dez/2007 jun/2008 dez/2008 jun/2009 dez/2009 dez/2010 Área 1

Isolados 13 13 13 3 3 3 3 Tempo Fixo 309 246 246 256 333 333 290 Tempo Real 122 200 200 200 123 123 166 Total Área 1 444 459 459 459 459 459 459

Área 2 Isolados 374 373 385 216 217 217 219

Tempo Fixo 3 8 0 169 169 169 171 Tempo Real 0 0 0 0 0 0 0 Total Área 2 377 381 385 385 386 386 390

Área 3 Isolados 100 106 100 98 9 14 14

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Tempo Fixo 95 97 42 44 91 126 128 Tempo Real 7 0 65 64 106 69 68 Total Área 3 202 203 207 206 206 209 210

Área 4 Isolados 32 32 13 6 6 0 0

Tempo Fixo 196 196 229 233 233 208 199 Tempo Real 0 0 0 0 0 29 65 Total Área 4 228 228 242 239 239 237 264

Área 5 Isolados 138 137 140 24 22 29 29

Tempo Fixo 11 11 11 134 140 133 151 Tempo Real 2 2 2 3 3 4 1 Total Área 5 151 150 153 161 165 166 181

Total Isolados 657 661 651 347 257 263 265

Tempo Fixo 614 558 528 836 966 969 939 Tempo Real 131 202 267 267 232 225 300 Total Geral 1.402 1.421 1.446 1.450 1.455 1.457 1.504

Fonte: Resumos Mensais CET

Definições:

Isolado: O cruzamento apresenta falha de comunicação com a central e opera com a programação local

Tempo Fixo: O cruzamento está centralizado, mas não opera em tempo real (sem laço detector de veículo)

Tempo Real: O cruzamento está centralizado e opera em tempo real com laço detector de veículo

Cabe ressaltar que em dezembro/2010, apenas na área 2, havia 219 cruzamentos que se encontravam isolados, o que equivale a 56% do total dessa área e a 83% do total dos cruzamentos isolados. Pior do que isso, não havia nessa data e área qualquer cruzamento funcionando em tempo real, revelando tratar-se da área com pior situação de funcionamento do chamado Sistema de Semáforos Inteligentes. Apresentamos a seguir a situação de funcionamento dos cruzamentos das cinco áreas em Tempo Real, pois este é o objetivo de fato do sistema CTA, conforme gráfico que segue.

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Folha nº 496 Proc. nº 72.000.923/11-24

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Fonte: Resumos Mensais CET

Em termos gerais, em dezembro de 2010, não havia nenhuma área com funcionamento em tempo real acima de 40%, sendo a média geral de 20%. As áreas 2 e 5 puxaram a média de CTAs com funcionamento em tempo real para baixo, em função de seus baixos índices (na área 2 o índice é zero), sendo que a área 5 conseguiu ainda apresentar redução, em 2010, para apenas 1% de funcionamento ideal. Tal situação seguramente não contribui para uma melhor eficiência do funcionamento do sistema de semáforos nesses cruzamentos. Ressalte-se que as duas áreas (2 e 5) tiveram seus equipamentos central e de campo revitalizados através dos contratos nºs 15/06, 05/07 e 22/07, com custo total de R$ 33.586.226,57, porém o objetivo final de pleno funcionamento do sistema não foi alcançado. Quanto à área 3, em dezembro/2010 apresentou relativa estagnação no nível de funcionamento em tempo real, apresentando índices próximos ao da área 1, área que não possui contratos de revitalização e de manutenção. A área 4 apresentou, em dezembro/2010, melhora no funcionamento em tempo real, cujo índice aproxima-se das áreas 1 e 3.

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Folha nº 497 Proc. nº 72.000.923/11-24

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Diante do quadro apresentado, ressaltamos, mais uma vez, que perdura por anos a degradação do Sistema de Semáforos Inteligentes - Centrais de Controle de Tráfego em Área - CTAs, sem que se vislumbre uma solução para o grave problema. Recursos orçamentários têm sido aplicados sem efetividade, eficácia, com resultados econômicos negativos (pela falta de resultados). Assim, concluímos que os equipamentos das CTAs não estão atendendo adequadamente aos objetivos para os quais foram instalados, faltando medidas por parte da Administração Pública para melhor eficácia na revitalização e manutenção desses, no sentido de se obter pleno funcionamento em tempo real nas referidas CTAs.

8.3.19 - Circuito Fechado de Televisão - CFTV

Houve, em 2010, melhora na manutenção preventiva e corretiva das câmeras, com exceção à área 6 que ainda apresenta índice baixo de funcionamento.

a) Introdução

A CET conta com câmeras de Circuito Fechado de Televisão - CFTV, responsáveis por acompanhar a rotina da operação do trânsito. As imagens são enviadas para as CTAs que comandam os semáforos em Tempo Real.

As câmeras geram imagens coloridas e de alta qualidade e podem ser movimentadas à distância (o que permite aproximar, afastar ou até girar as imagens), dentro da própria Central, a fim de focalizar o ponto de maior interesse. O Sistema CFTV é uma poderosa ferramenta para monitorar as condições do trânsito e agilizar as intervenções operacionais, por meio da identificação mais rápida e precisa dos problemas que ocorrem. b) Funcionamento dos CFTVs

A situação de funcionamento das câmeras é apresentada no demonstrativo a seguir:

Situação das Câmeras de Circuito Fechado de TV (CFTV)

Não

Funcionam Normal Parcial Total % Func. Normal

Área 1 0 58 3 61 95%

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Área 2 4 43 3 50 86% Área 3 1 22 0 23 96% Área 4 2 25 0 27 93% Área 5 2 35 0 38 92% Área 6 27 8 0 35 23%

Total 37 191 6 234 82% Túneis 15 89 0 104 86%

Total Geral 52 280 6 338 83% Fonte: Resumo Mensal - Dezembro/2010.

As áreas 1 a 6 correspondem às câmeras operadas pelos Departamentos de Controle Semafórico (DCS) das correspondentes Gerências de Engenharia de Tráfego (GET) 1 a 6. As câmeras de túneis correspondem àquelas mantidas nos Túneis Ayrton Senna, Fernando Vieira de Melo (Rebouças), Jânio Quadros, Maria Maluf, Max Feffer (Cidade Jardim), Sebastião Camargo, Tribunal de Justiça e Juscelino Kubistchek.

Pelo quadro observa-se que apresentam funcionamento normal 83% das câmeras de CFTV, sendo 82% nas áreas 1 a 6 e 86% nos Túneis.

O gráfico a seguir apresenta a evolução do funcionamento das câmeras de CFTV:

A partir de meados de 2009, principalmente, ocorreu melhora no funcionamento das câmeras de CFTV, tanto nas GETs 1 a 6 como nos túneis.

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No entanto, para que esse sistema como um todo possa ser considerado como funcionamento em um nível aceitável, faz-se necessária melhora no nível de funcionamento da área 6, cujo índice ainda encontra-se muito abaixo das demais.

8.3.20 - Controladores Semafóricos

A centralização dos controladores semafóricos de médio porte nas Centrais de Tráfego em Área apresentou piora em dezembro de 2010, estando assim distante do ideal em termos de torná-la útil para a operação do tráfego na cidade, o que permitiria contribuir para a sua segurança e fluidez.

A cidade de São Paulo possui cruzamentos semaforizados que podem ser divididos em quatro grandes grupos:

• Grupo A: semáforos operados por controladores eletromecânicos não centralizados, que possuem uma só programação semafórica (Monoplanos);

• Grupo B: semáforos operados por controladores eletrônicos não centralizados, que possuem múltiplas programações (Multiplanos);

• Grupo C: semáforos operados por controladores eletrônicos centralizados, que possuem múltiplas programações semafóricas (Multiplanos);

• Grupo D: semáforos operados por controladores eletrônicos centralizados, que utilizam o modo Tempo Real.

a) Tecnologia dos Controladores O gráfico a seguir demonstra a evolução percentual da quantidade de Controladores Eletromecânicos por área da respectiva Central de Tráfego em Área - CTA:

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Fonte: Relatório “Resumo Mensal” – CET.

Nota-se que as áreas dos CTA-2 e CTA-3 são aquelas em que ainda existe maior quantidade percentual de controladores eletromecânicos. Percebe-se, basicamente, que as áreas apresentaram queda na quantidade de controladores semafóricos eletromecânicos, embora em discretos percentuais. A tabela a seguir apresenta a evolução das tecnologias de controladores:

Evolução da Tecnologia dos Controladores Semafóricos dez/2007 jun/2008 dez/2008 jun/2009 dez/2009 dez/2010

Eletromecânicos 1.095 1.050 1.010 990 950 870 Eletrônicos 1.558 1.680 1.770 1.804 1.755 2.004 CTAs 1.077 1.081 1.087 1.090 1.092 1.116 Outros 60 0 0 0 0 0

Total Geral 3.790 3.811 3.867 3.884 3.797 3.990 Fonte: Relatório “Resumo Mensal” - CET

Ressalte-se que também há incorporação de controladores semafóricos eletrônicos fornecidos por terceiros, através das medidas mitigadoras estabelecidas nas Certidões de Diretrizes dos Pólos Geradores de Tráfego. De forma geral, ainda que tenha havido redução, através de sua substituição pelos controladores eletrônicos, existe ainda controladores eletromecânicos na cidade (cerca de 22%), tecnologia obsoleta e limitada operacionalmente, dados os seus cerca de cinquenta anos de funcionamento.

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b) Centralização dos Semáforos A seguir consta gráfico com a indicação da evolução percentual da centralização dos controladores semafóricos (eletrônicos de médio porte):

Fonte: Relatório “Resumo Mensal” – CET

Observa-se que as áreas 1 e 4, apesar de encontrarem-se em situação melhor que as demais áreas, apresentaram regressão no nível de centralização dos controladores semafóricos em dezembro/2010, estando em situação igual ou pior que a verificada em meados de 2009.

As áreas 2 e 3 apresentaram significativa redução de funcionamento centralizado dos controladores semafóricos, sendo que a primeira apresentou nível zero de centralização.

Já a área 5, apesar de apresentar índice baixo de centralização, pelo menos não apresentou piora em dezembro/2010, o que ocorreu com todas as demais áreas, mantendo-se no nível de 13% de centralização.

8.3.21 - Plano Plurianual 2010/2013

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A Secretaria Municipal de Transportes carece de medidas que visem o aperfeiçoamento e cumprimento de seu respectivo planejamento de forma a melhorar seu desempenho operacional.

O Plano Plurianual para o quadriênio 2010/2013 foi instituído pela Lei nº 15.090 de 29 de dezembro de 2009, sendo que as ações gerais da Secretaria Municipal de Transportes pertencem principalmente aos Programas “Mobilidade Urbana - Eficiência no Trânsito” e “Mobilidade Urbana - Transporte Público”, mas não somente esses.

A ação “Inspeção Veicular do Transporte Coletivo”, como exemplo, está inserida no Programa “Redução das emissões de poluentes na atmosfera”.

Assim, considerando exclusivamente as informações fornecidas pelas SMT/CET/SPTrans, constatamos que para o exercício de 2010 existiam pelo menos 21 (vinte e uma) metas no PPA a serem atingidas, conforme quadro que segue:

Metas SMT / PPA 2010-2013

Descrição da Ação Unidade de Medida Previsto 2010

Realizado 2010

% de realização

01 Progr. Identificação Automática-PRIAV Unidade 1 0 0 02 Plano de Racional. Energia – LED Semáforos com LEDs 1.700 833 49 03 Manutenção Policiamento Trânsito Unidade 9 9 100 04 Energização Semáforos e Sinalização Semáforos Energizados 5.966 6.096 102 05 Serviços de Engenharia de Tráfego Operação e Fiscal./CET Impl. 1 1 100 06 Intervenção Gestão de Tráfego - Cong. Intervenções Realizadas 15 0 0 07 Implantação Moto-Faixas Unidade 2 1 50 08 Tecnologia Equip.Control.Tráf.-CFTV CTAs e CFTVs mantidas 6 6 100 09 Fiscalização Eletrônica Trânsito Radares Operados 391 542 139 10 Sinalização Horizontal Sist. Viário Vias Sinalizadas (m2) 350.000 420.526 120 11 Sinalização Vertical Sist. Viário Placas Sinal. Implantadas 40.000 49.077 123 12 Sinalização Faixa de Traves. Iluminada Faixa Pedestres Iluminadas 360 384 107 13 Implantação de Corredores Corredores Ônibus Implantados 2 0 0 14 Requalificação de Corredores Corredores Requalificados 5 0 0 15 Implantação Terminais Ônibus Urb. Terminais Urb. Implantados 1 0 0 16 Requalificação Term. Ônibus Urb. Term.Requalif/Reformados 1 0 0 17 Implant. Equips. Urbanos e Comunit. Equipamentos Implantados 6 0 0 18 Insp. Veicular Transp. Coletivo* Centros Inspeção Instalados 5 0 0 19 Investimento Monotrilho Projeto Concluído (%) 25 0 0 20 Corred. Expres. Cidade Tiradentes Trechos 1,2,3 Concluídos (%) 100 2 2

21 Implantação Abrigos e Paradas Ônibus Abrigos/Pontos/Paradas Readequados (%) 33 20 61

Ampliação rodízio caminhão Rodoanel Rodízio caminhões ampliado 0 1 - Implantação Terminais Rodoviários Terminais Rod.Implantados 0 0 0 Contribuição ao Estado – Multa CPTran Contribuição Efetuada R$ 0 0 0 Contribuição ao FUNSET Contribuição Efetuada R$ 0 0 0 Aumento Capital CET Capital Investido R$ 0 0 0

Fonte: Quadros de Acompanhamento do PPA emitidos por GIC-CET/AEF-SMT/SFI.GOR-SPTrans * Pertence ao Programa Redução das emissões de poluentes na atmosfera.

Antes de efetuarmos qualquer consideração sobre o quadro, temos a informar que dados do PPA relativos aos Programas relacionados à SMT constante do sítio eletrônico (site) da PMSP apresentam divergências em relação às informações fornecidas pela Origem.

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Não sendo objeto, neste momento, a realização de uma conciliação entre as informações fornecidas pela Origem e os dados constantes de quadro da PMSP, temos a ressaltar que, atualmente, estamos efetuando nossa análise considerando apenas os dados fornecidos pela Origem, posto ser a SMT o órgão responsável pelo acompanhamento das ações atribuídas a essa Secretaria.

O quadro apresentado revela que, das 21 (vinte e uma) metas para o exercício de 2010, informadas pela Origem, 04 (quatro) foram cumpridas integralmente, sendo que uma dessas ações (“Energização de Semáforos e Sinalização”) apresentou realização de 102%, ou seja, pouco acima do inicialmente planejado.

Outras 4 (quatro) ações tiveram realização acima do previsto. Porém, nesse caso, tratando-se do primeiro ano de execução do Plano, pode-se esperar que o volume realizado a maior seja compensado nos próximos três anos que se seguirão. Cabe ressaltar que todas as oito ações citadas referem-se ao Programa “Mobilidade Urbana - Eficiência no Trânsito”.

Causa preocupação, no entanto, a quantidade de ações que não tiveram suas metas cumpridas conforme planejado inicialmente, ou seja, 13 (treze), o que representa 62% das ações programadas para o exercício, conforme informações fornecidas pela Origem.

Ainda mais grave, constata-se que, dessas, 09 (nove) ações não tiveram qualquer nível de realização em 2010, sendo que 07 (oito) delas são relativas ao Programa “Mobilidade Urbana - Transporte Público”.

Aliás, conforme informações da Origem, apenas as Ações “Implantação de Abrigos e Paradas de Ônibus” e “Corredor Expresso Tiradentes”, desse último programa, tiveram realização em 2010, ou seja, de 61% e 2%, respectivamente.

De outro lado, ressalta-se que a ação “Ampliação Rodízio de Caminhões com Inauguração do Tramo Sul do Rodoanel”, cuja realização estava prevista para o exercício de 2011, sofreu antecipação, tendo sido realizada já no ano de 2010.

Assim, mais uma vez, constatamos o não cumprimento, na maior parte das ações previstas, do planejamento ínsito ao PPA, no presente caso o relativo ao período 2010/2013.

Enfatizamos que o referido plano refere-se a instrumento estipulado na Constituição Federal justamente com intuito de se obrigar os entes a definirem metas de médio prazo, principalmente as de capital, de forma a obter melhores resultados na

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utilização de recursos públicos (planejamento e organização) e na prestação de serviços à sociedade (entrega de serviços priorizados em planos).

8.3.22 - Agenda 2012

Importantes metas não vêm sendo atingidas, evidenciando-se que algumas apresentam riscos de não serem efetivadas até o final do mandato do Prefeito.

Em atendimento às exigências da Emenda nº 30 à Lei Orgânica do Município de São Paulo, a PMSP apresentou a Agenda 2012 - Programa de Metas da Cidade de São Paulo com diversas metas que devem ser alcançadas no decorrer do mandato do Prefeito (2009-2012). Essa agenda poderá ser alterada pelo Prefeito, em seu conteúdo programático, sempre em conformidade com a lei do Plano Diretor Estratégico, justificando-a por escrito e divulgando-a amplamente pelos meios de comunicação (meio eletrônico, mídia impressa, radiofônica e televisiva, e publicação no Diário Oficial da Cidade).

Verificamos a disponibilização, no site oficial da Agenda 2012, de informativo denominado “Revisão de Metas”, o qual incluiu alterações em 3 metas relacionadas a Função Transportes (cujas justificativas não foram objeto de avaliação nesta oportunidade). A partir de pesquisa realizada no site oficial da Agenda, em 22.02.2011, verificou-se a situação em relação às seguintes metas.

a) 4.000 ônibus adaptados para transporte de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida Até dezembro de 2010 foram adaptados 2.117 ônibus, de forma que a meta estipulada pela Administração vem sendo cumprida.

b) 20% de ampliação da frota do serviço ATENDE No período de 2009 a 2010 estava prevista a ampliação com 32 veículos, tendo sido verificada a inclusão de apenas 20 (62,5% de realização - meta não atingida). Para os anos de 2011 e 2012 estão previstos mais 32 veículos no total.

c) Implantar 66 Km de corredores de ônibus

Em dezembro de 2010 a fase de contratação de projeto para implantação do

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Monotrilho Eixo M’Boi Mirim - linhas 1 a 4, já tinha sido concluída, porém não há informação quanto a data prevista para entrega do corredor. O Expresso Celso Garcia tem apenas concluídas as etapas de definição da região e projeto funcional. A previsão de entrega é dezembro de 2012. O corredor Varginha/Grajaú encontra-se na primeira etapa (definição da região). A previsão de entrega é junho de 2012. O corredor Campo Limpo/Vila Sônia encontra-se na etapa de licitação do projeto. A previsão de entrega é agosto de 2012. O Binário Santo Amaro encontra-se mais adiantado em relação aos demais, na etapa de edital de obras, com previsão de entrega em junho de 2011. Restando os anos de 2011 e 2012 para execução das etapas subsequentes, vislumbram-se dificuldades para que a meta seja atingida em sua plenitude.

d) Requalificar 38 Km de corredores de ônibus

Em dezembro de 2010 as principais etapas que se encontravam em andamento eram:

Guarapiranga (8 Km) - projeto; previsão de entrega para junho de 2011.

Corredor Inajar (14 Km) - edital de obras; previsão de entrega para novembro de 2011.

Corredor Rebouças (10 Km) - licitação de obras; previsão de entrega para junho de 2011.

Na mesma data ainda não havia definição quanto a 6 Km, de forma que a meta pode não ser atingida conforme estipulada.

e) Concluir Corredor Expresso Tiradentes

Em dezembro de 2010 as principais etapas apresentavam a seguinte situação:

Fase 1 - Vila Prudente/Oratório - em andamento a contratação da execução das obras (previsão de entrega - dezembro de 2011);

Fase 2 - Oratório/São Mateus - concluída a contratação dos projetos básico/executivo;

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Fase 3 - São Mateus/Cidade Tiradentes - nenhuma etapa concluída. Não consta informação de entrega das fases 2 e 3. Vislumbram-se dificuldades para que a meta seja atingida.

f) 13 novos terminais urbanos Em dezembro de 2010 as principais etapas apresentavam a seguinte situação:

Terminal Campo Limpo - meta atingida (outubro de 2009);

Terminal Pinheiros - obras em andamento;

Terminal Vila Prudente - encontra-se em andamento o projeto executivo;

Terminal Urbano Vila Sônia (obra Metrô) - encontra-se em andamento o projeto executivo;

Terminal Jardim Ângela - Concluída a contratação do projeto executivo. Consta em relação aos terminais Itaim Paulista, Largo da Concórdia, Tiquatira e Vila Mara que nenhuma etapa foi iniciada. Portanto, vislumbram-se dificuldades para que a meta seja atingida em sua plenitude.

g) 10 Terminais urbanos requalificados Em dezembro de 2010 as principais etapas apresentavam a seguinte situação:

Terminal Cidade Tiradentes - meta atingida (maio de 2009);

Terminais Vila Nova Cachoeirinha e Santo Amaro - em andamento a contratação das obras.

Consta em relação aos terminais Bandeira, Parque D. Pedro, Aricanduva e São Miguel Paulista nenhuma etapa foi iniciada. Também resta definição de um corredor. Portanto, vislumbram-se dificuldades para que a meta seja atingida em sua plenitude.

h) 1 milhão de m² de sinalização horizontal nas vias públicas Até dezembro de 2010 foram implantados 635.964 m², de forma que a meta

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estipulada pela Administração vem sendo cumprida. No entanto, existe uma quantidade enorme de projetos de sinalização antigos não atendidos.

i) 160.000 novas placas de sinalização vertical No período de 2009 a 2010 estava prevista a instalação de 71.518 placas, foram instaladas 78.392. A meta vem sendo cumprida conforme estipulado pela Administração. No entanto, existe uma quantidade enorme de projetos de sinalização antigos não atendidos.

j) 288 novos dispositivos de sinalização eletrônica (radares fixos, lombadas eletrônicas, equipamentos de controle de semáforo) No período de 2009 a 2010 estava prevista a implantação de 163 dispositivos, foram implantados 159. A meta vem sendo cumprida conforme estipulada pela Administração.

k) 289 câmeras de circuito fechado de TV em cruzamentos Meta atingida em 2010, conforme estipulado pela Administração.

l) 150 novas faixas de travessia de pedestres Meta atingida em 2010, conforme estipulado pela Administração.

A Auditoria deste Tribunal irá acompanhar, em momento oportuno, a evolução da realização das metas estipuladas e os relatórios da própria PMSP com os indicadores de eficácia para monitoramento do desempenho de ações no âmbito da gestão pública.

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9 - GESTÃO AMBIENTAL

A avaliação da Função Gestão Ambiental no exercício de 2010, tendo por base o resultado de diversas fiscalizações realizadas, é objeto do TC 72.000.069.11-14.

9.1 - Meio Ambiente

9.1.1 - Sistema Nacional de Meio Ambiente

A capacidade da atuação do Estado na área ambiental baseia-se na idéia de responsabilidades compartilhadas entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios e entre esses e os demais setores da sociedade.

A Política Nacional de Meio Ambiente é ditada pela Lei Federal nº. 6.938/1981 que criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente e o Sistema Nacional de Informações Ambientais, com o objetivo geral de dotar o País de um modelo de desenvolvimento com sustentabilidade econômica, social, ambiental, cultural e política. O SISNAMA preconiza a participação do Estado e da Sociedade na formulação das diretrizes para a Gestão Ambiental em espaços específicos de negociação, através dos Conselhos de Meio Ambiente Nacional, Estaduais e Municipais.

A competência comum da União, dos Estados e dos Municípios no combate à poluição, em qualquer de suas formas, está estabelecida no artigo 23 da Constituição Federal. A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, criada pela Lei Municipal nº 11.426 de 18 de outubro de 1993, deve apoiar o fortalecimento da Comissão Tripartite Estadual e as estratégias por ela apontadas para a implantação do SISNAMA.

9.1.2 - Ações da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente

As ações a serem desenvolvidas pela SVMA deverão estar em consonância com as diretrizes estabelecidas pelo Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA. São atribuições da SVMA:

1) promover o controle de aspectos ambientais,

2) dar suporte às necessidades técnicas de educação ambiental,

3) estabelecer condições propícias à elaboração de normas e padrões ambientais para possibilitar a defesa do meio ambiente e a melhoria da qualidade ambiental da Cidade,

4) realizar campanhas de conscientização quanto aos problemas ambientais e

5) manter intercâmbio com entidades oficiais e privadas, voltadas à defesa do meio ambiente.

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9.1.3 - Programas e Ações

O Plano Plurianual 2010/2013, instituído pela Lei Municipal nº 15.090, de 29 de dezembro de 2009, contém programas voltados à questão da sustentabilidade. O principal programa “Cidade mais verde” tem caráter intersecretarial, sendo liderado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.

9.2 - Recursos e Execução Orçamentária

Ao final do exercício de 2010, o orçamento atualizado da SVMA representou 61,38% do orçamento original. Vários programas, projetos e atividades tiveram fortes reduções dos recursos fixados inicialmente.

De acordo com o Orçamento Anual de 2010 – Lei Municipal nº. 15.089/2009 – a despesa da PMSP para a Função Gestão Ambiental foi fixada em R$ 423.701.784,00, assim distribuída:

R$ Órgão

Orçamento Original

Orçamento Atualizado

Empenhado Liquidado

SVMA 289.642.224,00 177.795.829,52 173.831.904,24 143.366.897,96

SEHAB 2.500.000,00 0 0 0

FEMA (*) 98.992.995,00 48.015.137,00 46.684.183,76 44.342.574,66

FUNDURB (**) 32.410.000,00 27.534.719,48 26.640.941,12 24.062.619,14

SP Parelheiros 51.103,00 40.882,40 34.263,00 34.263,00

Outros 105.462,00 30.000,00 0 0

TOTAL 423.701.784,00 253.416.568,40 247.191.292,12 211.806.354,76 (*) Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – FEMA (**) Fundo de Desenvolvimento Urbano – FUNDURB – Parques Lineares.

O orçamento original de 2010 da Função Gestão Ambiental superou em 25,64% o orçamento original de 2009 (R$ 337.225.436,00). Todavia, o orçamento atualizado em 2010 foi 29,05% inferior ao verificado no exercício de 2009 (R$ 348.384.596,39).

Os recursos empenhados em 2009 (R$ 238.926.004,45) representaram 68,6% do orçamento atualizado naquele ano, ao passo que em 2010, o empenhamento atingiu 97,5% do orçamento atualizado. Assim, os valores empenhados em 2010 na Função Ambiental superaram em 3,46% o total empenhado em 2009 (R$ 238.926.004,45).

Os valores empenhados pela SVMA em 2010 (R$ 173.831.904,24) foram 3,64% inferiores ao verificado em 2009 (R$ 180.402.484,55) e representaram 70,3% do total dos empenhos atribuídos à Função Gestão Ambiental em 2010

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(R$ 247.191.292,12)

9.2.1 - Programas, Projetos e Atividades

A distribuição do orçamento de 2010 da SVMA por Programas, Atividades e Projetos está apresentada no demonstrativo a seguir.

(Em R$) A B B/A

Programas – Projetos / Atividades Orçamento Valor

% Atualizado Empenhado

- Cidade mais verde 165.312.366,30 159.3338.479,95 96,37FEMA - Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 12.707.970,17 12.603.709,96 99,18FEMA – Crédito de Carbono 35.307.166,83 34.080.473,80 96,53Manutenção e Preservação da Fauna Silvestre 617.519,74 552.489,64 89,47Manutenção Civil de Áreas Verdes 247.481,00 202.689,88 81,90Fiscalização e Monitoramento Ambientais 4.984.126,11 4.895.830,13 98,23Manutenção e Conservação de Áreas Verdes 65.525.172,33 62.108.612,24 94,79Manutenção dos Viveiros e de Árvores Consolidadas 5.231.644,00 5.229.643,11 99,96Realização de Estudos e Diagnósticos Ambientais 96.844,00 67.843,68 70,05Implantação de Parques Urbanos e Naturais 790.058,82 708.391,25 89,66Reforma de Parques Municipais 6.690.124,54 6.681.199,56 99,87Recuperação Ambiental 86.381,00 86.380,49 99,99Gestão de APAs 130.770,12 130.770,00 99,99Plantio de Árvores 5.349.506,41 5.349.505,09 99,99Parques Lineares (FUNDURB) 27.534.719,48 26.640.941,12 96,75Outros 12.881,75 0,00 0,00-Priorização de áreas estratégicas para a criação de empregos e negócios

67.882,40 34.263,00 50,47

- Preservação dos recursos hídricos 8.032.419,80 7.903.469,93 98,39Monitoramento APAs nas Bacias Guarapiranga, Billings e Cantareira 0,00 0,00 -Recuperação Ambiental e Urbanística na Orla de Guarapiranga e Billings 8.032.419,80 7.903.469,93 98,39- Redução das emissões de poluentes na atmosfera 12.312.603,57 12.312.602,35 99,99Inspeção Ambiental Veicular 12.312.603,57 12.312.602,35 99,99- Melhoria da mobilidade urbana - Eficiência no trânsito 1.523.377,47 1.519.377,13 99,73Implantação de Ciclovias e Ciclofaixas 1.523.377,47 1.519.377,13 99,73- Ações de economia sustentável 534.986,61 530.783,40 99,21Fomento a Compras Públicas Sustentáveis (CPS) 0,00 0,00 -Educação Ambiental 534.986,61 530.783,40 99,21- Incentivo à cultura de paz 1.000,00 0,00 0,00Formação de Mediadores de Conflitos 0,00 0,00 - Instalação de Postos de Recolhimento de Armas de Fogo 1.000,00 0,00 0,00- Suporte administrativo 64.082.844,27 64.008.321,08 99,88Administração da SVMA 64.082.844,27 64.008.321,08 99,88- Sistema de informação e processamento de dados 1.549.087,98 1.543.995,28 99,67Aq. Materiais, Equipamentos e Serviços de Informática e Comunicação 1.549.087,98 1.543.995,28 99,67

Total 253.416.568,40 247.191.292,12 97,54

Ressalte-se que ao final do exercício de 2010 o orçamento atualizado da SVMA representou 61,38% do orçamento original. Dentre os programas, projetos e atividades que tiveram as maiores reduções de recursos fixados inicialmente, destacam-se:

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a) Programa “Cidade mais verde”

- Manutenção e Preservação da Fauna Silvestre – Redução de 38,25% Original – R$ 1.000.000,00 / Atualizado – R$ 617.519,74

- Recuperação Ambiental – Redução de 84,29% Original – R$ 550.000,00 / Atualizado – R$ 86.381,00

- Gestão de APAs – Redução de 47,69%. Original – R$ 250.000,00 / Atualizado – R$ 130.770,12

O orçamento original da Atividade “Fiscalização e Monitoramento Ambientais” (R$ 1.500.000,00) teve um acréscimo de 232,28% atingindo o valor de R$ 4.984.126,11 ao final de 2010. Os recursos empenhados nesta rubrica alcançaram 98,23%.

Alguns projetos a serem financiados pelos recursos do FEMA – Crédito de Carbono tiveram fortes reduções. O projeto “Implantação de Parques Urbanos, Naturais e Lineares – Obras e Instalações” teve o orçamento original de R$ 27.337.581,00, atualizado para R$ 1.825.824,92.

Os recursos fixados originalmente (R$ 10.350.000,00) para a “Implementação da Política Municipal de Mudanças Climáticas” também vinculados ao FEMA – Crédito de Carbono foram totalmente anulados.

b) Programa “Preservação dos recursos hídricos”

Os recursos fixados originalmente no orçamento 2010 para a atividade “Monitoramento por Imagens de APAs nas Bacias Guarapiranga, Billings e Cantareira” (R$ 500.000,00) foram totalmente anulados e transferidos para outras rubricas da própria SVMA (Decreto nº 51.794 de 16.09.2010).

c) Programa “Redução das emissões de poluentes na atmosfera”

- Inspeção Ambiental Veicular – Redução de 91,79%. Original – R$ 150.000.000,00 / Atualizado – R$ 12.312.603,57

Foram fixados no orçamento original recursos na ordem de R$ 147.300.000,00 para a despesa gerada pelo reembolso do valor do preço público pago pela realização da primeira inspeção veicular.

O Decreto nº 51.146 de 28.12.2009 estabeleceu que, para as inspeções veiculares referentes ao exercício de 2010, o valor do reembolso de que trata o artigo 4ª da Lei nº 11.733 de 27.03.1995, com a redação conferida pela Lei nº 14.717 de 17.04.2008, seria de 0% (zero por cento) do valor do preço público pago, ou seja, não houve reembolso em 2010.

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d) Programa “Melhoria da mobilidade urbana - Eficiência no trânsito”

- Implantação de Ciclovias e Ciclofaixas – Redução de 56,55%. Original – R$ 3.499.000,00 / Atualizado – R$ 1.520.377,47

e) Programa “Ações de economia sustentável”

- Educação Ambiental – Redução de 73,25%. Original – R$ 2.000.000,00 / Atualizado – R$ 534.986,61

9.2.2 – Investimentos

Os principais investimentos efetivados na Função Gestão Ambiental em 2010 foram:

Valores Empenhados – R$ Descrição do Projeto/Atividade 2009 2010 Implantação de Áreas Verdes e Praças 18.207.401,61 31.405,49 Implantação de Parques Urbanos e Naturais -- 708.391,25 Recuperação Ambiental Guarapiranga e Billings -- 7.869.517,42 FUNDURB – Parques Lineares 46.603.467,74 26.640.941,12 Construção, Ref. e Ampl. de Unid. da SVMA 2.767.094,93 6.259.605,76 Educação Ambiental -- 5.379,00 FEMA – Créditos de Carbono 9.570.851,62 34.080.473,80 FEMA - Implantação de Projetos Ambientais -- 10.197.117,98 Pró-Ciclista 389.331,87 1.519.377,13 Plano de Arborização 6.091.090,06 5.349.505,09 Apas e Parques Naturais 512.300,93 130.770,00 Outros 376.549,58 71.382,74 TOTAL GERAL 84.518.088,34 92.863.866,78

Os investimentos empenhados em 2010 foram 9,8% superiores aos de 2009. Dos quais se destacam:

a) Os investimentos financiados por recursos do FEMA - Créditos de Carbono referem-se basicamente a desapropriações de áreas para implantação do Parque Ecológico Central Itaim Paulista, ampliação do Parque Anhanguera e implantação do Parque Linear Ribeirão do Perus.

b) Em 2010, foram firmados 42 convênios relacionados a projetos ambientais a serem financiados com recursos do FEMA, dos quais apenas o de número 06/SVMA/2010 encontrava-se concluído em janeiro/2011. O referido convênio tratou da formação continuada, gerenciamento e logística das Cooperativas de catadores de materiais recicláveis em conjunto com a conscientização da comunidade na educação ambiental, desenvolvido pela Entidade “Movimento de Defesa do Favelado”.

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9.3. Agenda 2012 e Plano Plurianual 2010/2013

Todas as metas da Agenda 2012 de responsabilidade da SVMA estão contempladas no Plano Plurianual 2010/2013, havendo total integração entre os planos. Com relação ao PPA 2010/2013, a análise dos dados referentes ao exercício de 2010 evidenciou um descompasso das metas físicas em relação às metas financeiras.

A SVMA apresentou planilhas e relatórios de acompanhamento das metas da Agenda 2012 e do Plano Plurianual 2010/2013, cujos principais aspectos estão relatados a seguir.

a) Agenda 2012

A Agenda 2012 atende às exigências do art. 69-A da Lei Orgânica do Município, inserido pela Emenda nº 30. Define metas de curto, médio e longo prazos que traduzem o plano de governo aprovado pela maioria da população nas eleições de outubro de 2008, o programa passa a integrar o Sistema Municipal de Planejamento, juntamente com o Plano Diretor Estratégico, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento Anual e o Plano Plurianual.

Segundo o Departamento de Administração e Finanças da SVMA, todas as metas da Agenda 2012 de responsabilidade da Secretaria integram o Plano Plurianual 2010/2013, havendo total integração entre os planos.

A partir de pesquisa realizada no site oficial da Agenda 2012, em 30.03.11, verificamos a disponibilização de informativo denominado “Revisão de Metas”, ratificadas pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão – SEMPLA, conforme publicação no DOC, de 06.01.11.

O quadro de revisão das metas contempla alterações em 2 metas relacionadas à Função Gestão Ambiental, cujas justificativas não foram objeto de avaliação nesta oportunidade.

Com relação ao quadro de acompanhamento das metas da Agenda 2012 apresentado pela SVMA são pertinentes as seguintes considerações:

• META 51 – Implantar 50 novos parques urbanos, naturais e lineares.

O quadro destaca em percentual o cumprimento da meta: 26%, equivalente a 13 parques concluídos; informa ainda que se encontram em fase final de obras 14 parques. Esclarece também que 13 parques já implantados não constam da meta.

A SVMA declarou que por problemas com desapropriações, licitações, ocorrência de chuvas, dentre outros podem ocorrer atrasos ou adiamentos na implantação dos

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parques previstos na meta. Declara, também, que a meta está em processo de revisão na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão.

• META 53 – Implantar 2 novos viveiros.

A meta foi considerada cumprida integralmente, com a construção dos Viveiros Tiquatira e Jacanã. Contudo, consta do quadro de revisão das metas, que os locais pré-definidos foram alterados.

A presente meta corresponde à ação "7100 - Implantação de Viveiros" no PPA 2010/2013, com relação à realização dessa ação verificou-se que a SVMA utilizou recursos do Crédito de Carbono para o seu cumprimento, previstos para a ação "7129 - Implantação de Viveiros - FEMA/Crédito de Carbono", conforme comentários no tópico seguinte (alínea b).

• META 56 – Monitorar por meio de imagens, as áreas de proteção ambiental nas bacias Guarapiranga, Bilings e Cantareira.

A SVMA considera a meta cumprida em face da contratação de serviços de monitoramento de ocupações irregulares, por meio de fotografias aéreas.

Contudo, causa estranheza o fato de não ter sido empenhado nenhum recurso no exercício de 2010 para a ação “6652 – Monitoramento por Imagens de APA’s nas bacias Guarapiranga, Bilings e Cantareira”, conforme quadro de acompanhamento das metas do PPA 2010/2013.

• META 57 – Implementar 27 intervenções de recuperação ambiental e urbanística na Orla de Guarapiranga e Bilings.

Consta do quadro de acompanhamento das metas da Agenda 2012 o cumprimento de 41%. Todavia, somente 4 intervenções foram concluídas, o que corresponde a 15% da meta. Assim, foram considerados para o percentual de cumprimento, 7 intervenções que se encontram em fase final das obras.

A presente meta corresponde à ação “7103 – Intervenções de recuperação ambiental e urbanística na Orla de Guarapiranga e Bilings”, para a qual se verificou em 2010 investimentos no montante de R$ 7.903.470,00, superando a meta financeira de R$ 6.000.000,00.

• META 81 – Tornar obrigatória a inspeção ambiental para 100% da frota da cidade.

Os quadros de acompanhamento da Agenda 2012 apresentam a meta como cumprida em face da obrigatoriedade estabelecida pela Portaria nº 147/SVMAG/2009.

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Estão disponíveis no site da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão os resultados da Agenda 2012 alcançados até junho de 2010, apresentando para esta meta um indicador de eficácia de 27% da frota da cidade estimada em 6.680.000 veículos.

Consta ainda do quadro de revisões das metas, que a forma de monitoramento por produto, em que é necessária a contabilização da frota municipal compromete o seu acompanhamento, em razão do crescimento exponencial desse número, com a observação de que a aplicação da lei subentende a frota veicular 100% inspecionada.

Embora a presente meta revele-se superada tanto pela LM nº 11.733/95 e alterações, como pela Resolução CONAMA nº 418/09, é imprescindível a contabilização dos resultados alcançados pelo programa, até mesmo para identificar o vasto número de veículos registrados no Município que por algum motivo não foram inspecionados, ainda que o total da frota não seja o número mais atualizado, mediante a fixação de um parâmetro aceitável.

Assim, sugere-se que a SVMA adote uma meta que evidencie os resultados efetivos alcançados pelo programa de inspeção veicular, ou seja, um indicador da quantidade de veículos inspecionados em relação ao total da frota.

• META 83 – Reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa na cidade, tendo como referência o inventário atual e o projeto de lei nº 530/08.

No quadro de acompanhamento da Agenda 2012, o cumprimento da presente meta encontra-se em verificação, com a observação: “Prevista contratação do novo inventário de gases de efeito estufa para 2011”.

Ressalte-se, que o mencionado projeto de lei, atualmente, corresponde à Lei Municipal nº 14.933/09, que instituiu a Política de Mudança do Clima no Município de São Paulo.

Considerando que já se passaram dois exercícios sem que a SVMA tomasse medidas para o acompanhamento desta meta, recomenda-se que a Pasta ultime as providências necessárias em prol do cumprimento da presente meta.

b) Plano Plurianual 2010/2013

O PPA 2010/2013 foi instituído pela Lei nº 15.090 de 29 de dezembro de 2009, em cumprimento ao disposto no § 1º do art. 165 da Constituição Federal e nos artigos 69, inciso X, e 137, inciso I, da Lei Orgânica do Município de São Paulo, estabelece programas, objetivos, valores e metas da Administração Pública Direta e Indireta do

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Poder Executivo e do Poder Legislativo para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

O Quadro de Acompanhamento das Metas do PPA 2010/2013 evidencia em várias ações um descompasso entre as metas físicas e financeiras fixadas e os recursos orçamentários aplicados e realizações informadas, comprometendo a efetividade do PPA 2010/2013 enquanto instrumento de planejamento.

Com base nos dados apresentados pelo Assessor Técnico do Departamento de Administração e Finanças da SVMA, elaboramos o quadro a seguir:

Ações A B C=B/A D E D=E/D

Cód. Descrição Meta Física Realizado % Meta Financeira Orçto Atualizado %

6651 Manut. e Preservação da Fauna Silvestre 616 3.256 529% R$ 500.000,00 R$ 671.520,00 134%

6654 Realização de ações Ambientais - FEMA 4 42 1050% R$ 9.226.202,00 R$ 2.510.852,00 27%

6659 Manut. Civil de Áreas Verdes 10 185 1850% R$ 750.000,00 R$ 247.481,00 33%

6660 Fiscalização e Monitoramento Ambientais 542 6.632 1224% R$ 1.500.000,00 R$ 4.984.126,00 332%

6678 Manut. e Conservação de Áreas Verdes 66 77 117% R$ 55.000.000,00 R$ 65.525.172,00 119%

6681 Manut. Dos Viveiros e Árvores Consolidadas 853.241 3.926.907 460% R$ 3.000.000,00 R$ 5.231.644,00 174%

6683 Realização de Estudos e Diagnósticos Ambientais 2 2 100% R$ 2.000.000,00 R$ 96.844,00 5%

7100 Implantação de Viveiros 0 2 #DIV/0! R$ - R$ - -

7101 Implantação de Implantação de Parques Urbanos e Naturais 2 6 300% R$ 6.000.000,00 R$ 790.059,00 13%

7116 Reforma de Parques Municipais 1 7 700% R$ 11.000.000,00 R$ 6.690.125,00 61%

7117 Recuperação Ambiental 1 0 0% R$ 550.000,00 R$ 86.381,00 16%

7127 Implantação de Projetos Ambientais - FEMA 2 6 300% R$ 5.773.750,00 R$ 10.197.118,00 177%

7128 Implantação de Parques Urbanos, Naturais e Lineares - FEMA - Crédito Carbono 1 0 0% R$ 53.587.581,00 R$ 31.096.832,00 58%

7129 Implantação de Viveiros - FEMA - Crédito Carbono 0 0 #DIV/0! R$ 3.636.253,00 R$ 67.549,00 2%

7134 Gestão de APAs 100 100 100% R$ 250.000,00 R$ 130.770,00 52%

7135 Plantio de Árvores 40.000 541.043 1353% R$ 4.000.000,00 R$ 5.349.506,00 134%

7136 Implantação de Parques Lineares 1 3 300% R$ 32.400.000,00 R$ 27.534.719,00 85%

7138 Implantação de Projetos Ambientais - FEMA/Crédito Carbono 6 9 150% R$ 16.419.209,00 R$ 4.142.786,00 25%

São pertinentes as seguintes observações acerca das ações destacadas no quadro:

A ação “6659 - Manutenção Civil de Áreas Verdes” tinha meta física fixada em 10 manutenções civis em parques com meta financeira de R$ 750.000,00. A LOA/2010 fixou despesas para esta ação no valor de R$ 850.000,00, atualizados para R$ 247.481,00 (32,9% da meta financeira). Ao final de 2010, esta ação atingiu 185 manutenções civis em parques, evidenciando o descompasso mencionado.

Esta situação não se restringiu ao exemplo citado, de modo geral o realizado em 2010 superou a meta física prevista para diversas ações do programa, o que pode sugerir

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que em muitos casos a meta física foi prevista muito aquém da capacidade de realização.

Ademais, os valores previstos (meta financeira) para diversas ações não guardavam qualquer correspondência com a meta física, o que compromete a fidedignidade da peça de planejamento, destinando-se recursos desnecessariamente para determinada ação em detrimento de outras.

Verifica-se o não cumprimento da meta física prevista para o exercício de 2010 para as ações "7117 - Recuperação Ambiental (áreas degradadas)" e "7128 - Implantação de Parques Urbanos, Naturais e Lineares - FEMA - Crédito Carbono".

Outra constatação refere-se à ação "7100 - Implantação de Viveiros", para a qual consta a implantação de 2 viveiros, embora sem previsão de meta física para o exercício. Além disso, o orçamento do exercício não consignava qualquer recurso para a referida ação e tampouco se verificou empenhos nesta verba.

Já para a ação "7129 - Implantação de Viveiros - FEMA/Crédito de Carbono", verifica-se previsão de recursos orçamentários, embora sem previsão de meta física para o exercício, tendo-se efetuados empenhos na verba correspondente.

Assim, considerando sem propósito a hipótese de implantação de dois viveiros sem qualquer despesa, as constatações relacionadas às ações 7100 e 7129 evidenciam que a SVMA utilizou-se de recursos do Crédito de Carbono para atendimento de ação, para a qual foram destinados recursos orçamentários da própria SVMA, nos termos das metas fixadas pelo PPA.

Com relação à ação "7134 - Gestão de APAs", a unidade de medida foi estabelecida em percentual e reputada integralmente atendida. Ainda que não se faça neste trabalho uma análise aprofundada acerca dos critérios adotados para fixação e acompanhamento das unidades de medida propostas para as ações, considera-se questionável o cumprimento integral da referida meta, em razão dos diversos problemas afetos à gestão das APAs relatados no TC nº 72.002.533.10-90.

Ressalte-se que os critérios de aferição dos resultados e a fidedignidade dos números apresentados, relativos à execução do Plano Plurianual 2010/2013 e da Agenda 2012, serão oportunamente avaliados em auditoria específica.

9.4 - Indicadores de Desempenho

A Lei Municipal nº 14.173/06 não está sendo cumprida no que tange aos indicadores de desempenho relativos à qualidade dos serviços públicos na área de proteção do meio ambiente

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A Lei n° 14.173/06 estabeleceu indicadores de desempenho relativos à qualidade dos serviços públicos nas áreas de saúde pública, educação básica, segurança no trânsito, proteção do meio ambiente, limpeza pública e transporte urbano.

Assim, o Executivo Municipal deveria implementar, medir sistematicamente e apresentar esses indicadores à sociedade.

Nos termos do Decreto Municipal nº 47.972/06 foi criado o Grupo de Trabalho Intersecretarial para estudar e propor os critérios para o estabelecimento dos indicadores de desempenho previstos na Lei nº 14.173/06; os índices considerados como indicativos de qualidade mínima para os respectivos serviços; as fórmulas matemáticas que expressarão os indicadores de desempenho; a metodologia de coleta de dados e informações necessárias aos cálculos desses indicadores; assim como o estabelecimento de outros indicadores, além dos previstos na referida lei.

Segundo informações apresentadas pelo DEPLAN, o Grupo de Trabalho após diversas reuniões técnicas, apresentou no início de 2008 um relatório final, cujas considerações finais apontam para a necessidade de uma revisão dos conceitos dos indicadores, uma melhor definição de sua finalidade, bem como a forma de instituí-los de maneira exeqüível.

Ao final, sugere a contratação de consultoria especializada para atendimento da finalidade atribuída ao referido Grupo de Trabalho, pela complexidade técnica dos trabalhos.

Em suma, o relatório final do Grupo de Trabalho apresentou críticas quanto aos indicadores proposto pela lei, apontando dificuldades de sua implantação (inadequação e dificuldade em medir), bem como consignou propostas de alterações para os artigos 13 e 14.

Desta forma, com base nos argumentos constantes do referido relatório, a SVMA não vem cumprindo as determinações da Lei Municipal n° 14.173/06.

Em que pese as divergências conceituais registradas pelo Grupo de Trabalho, entende-se que a dificuldade de implantação não atinge a totalidade dos indicadores propostos pela lei, para os casos viáveis não há justificativas para o não atendimento da lei. Para os demais casos a SVMA deve propor soluções, uma vez que não houve encaminhamento das sugestões apresentadas pelo Grupo de Trabalho.

Solicitada a apresentação de indicadores de desempenho que sejam utilizados rotineiramente pela secretaria em suas estratégias de gestão, a Pasta apresentou um conjunto de pouco mais que uma dezena de indicadores em quatro categorias distintas: Inspeção Veicular, Parques Municipais, Denúncias/Crimes Ambientais e Termos de Compromisso Ambiental. Com exceção de dois desses indicadores, todos os demais

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Folha nº 519 Proc. nº 72.000.923/11-24

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se referiam a exercícios anteriores a 2010 e, portanto, de pouca utilidade para a avaliação da função de gestão ambiental em 2010.

Depreende-se que o objetivo da Lei Municipal nº 14.173/06 é apresentar à população indicadores de desempenho relativos à qualidade dos serviços públicos no Município de São Paulo, ou seja, que permitam à sociedade avaliar a efetividade dos serviços públicos no município nas áreas de saúde pública, educação básica, segurança no trânsito, proteção do meio ambiente, limpeza pública e transporte urbano.

Nesse sentido, a apresentação de indicadores gerenciais não atende ao propósito da referida lei, uma vez que o número de inspeções veiculares aprovadas, rejeitadas e reprovadas ou o número de ações de fiscalizações ambientais realizadas não evidenciam o resultado dessas ações na proteção do meio ambiente.

Assim, a Lei Municipal nº 14.173/06 não está sendo cumprida no que tange aos indicadores de desempenho relativos à qualidade dos serviços públicos na área de proteção do meio ambiente.

9.5 - Programa “Cidade mais verde”

Principal programa da Função Gestão Ambiental, pertence ao eixo “Cidade Sustentável” do Programa de Metas – Agenda 2012 tem como objetivos o desenvolvimento de ações para a ampliação e conservação de áreas verdes, a melhoria dos aspectos ambientais dos parques públicos, a ampliação e manutenção da arborização de praças e vias públicas.

Foram realizadas diversas auditorias com o objetivo de avaliar aspectos operacionais relacionados a este programa. As principais constatações estão apresentadas em seguida, com a indicação dos objetivos das fiscalizações e os respectivos TC’s onde os assuntos foram tratados.

9.5.1 - Fiscalização Ambiental

A estrutura das Divisões Técnicas dos Núcleos de Gestão Descentralizada continua carente de recursos humanos, materiais e equipamentos e em alguns casos, de instalações físicas. Por outro lado, a quantidade de denúncias aumenta gradativamente, porém a estrutura da fiscalização não acompanha esse crescimento.

Não há controle sistematizado das denúncias recebidas que permita o acompanhamento de todos os seus possíveis encaminhamentos: cadastro, inspeção, intimação, autuação, anulações de multas, cancelamentos, substituições, eventuais recursos, termo de ajustamento de conduta e pagamento.

A legislação municipal que ampara os procedimentos para formalização do TAC

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Folha nº 520 Proc. nº 72.000.923/11-24

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propicia condições favoráveis para o infrator.

As APAs continuam sofrendo constantes degradações que tendem a aumentar, tendo em vista a desarticulação da fiscalização preventiva exercida pelas bases ambientais da GCM na região.

Foi realizada auditoria programada para avaliar o planejamento e a coordenação das atividades de monitoramento e fiscalização da qualidade ambiental – TC 72.002.533/10-90, cujas principais constatações apresentamos:

a) Estrutura Organizacional

A Lei Municipal nº 14.887 de 15 de janeiro de 2009 reorganizou a SVMA, no artigo 2º, inciso I, encontra-se estabelecida a competência para planejar, ordenar e coordenar as atividades de defesa do meio ambiente da Cidade de São Paulo para conter a degradação e a poluição ambiental.

Compõem a estrutura de SVMA o Departamento de Controle da Qualidade Ambiental (DECONT) e o Departamento de Gestão Descentralizada (DGD) principais responsáveis pelo planejamento e coordenação das atividades de monitoramento e fiscalização da qualidade ambiental na cidade de São Paulo.

b) Departamento de Gestão Descentralizada

A tabela a seguir apresenta o Quadro de Pessoal do departamento com os cargos de provimento em comissão ocupados e a respectiva equipe de trabalho de cada Divisão Técnica dos Núcleos de Gestão Descentralizada:

Fonte: Relação de Servidores do DGD fornecida pela SVMA

DGD (Núcleo)

CARGOS EM COMISSÃOSOMA/ DGD Diretor Total Coordenador Total

Encarregado de Equipe

Total

Norte 1 II 01 III 01 II 01 03

Norte 2 I 01 II, III, III, V 04 VIII 01 06

Sul 1 I 01 I, I, III 03 IX 01 05

Sul 2 II 01 I, I 02 - - 03

Sul 3 VIII 01 I, V 02 V 01 04

Leste 1 VIII 01 III, V, VI, 03 IX 01 05

Leste 2 - - I, III, V, 03 IX 01 04

Leste 3 - - I, II, 02 - - 02

Centro-Oeste 1 I 01 III, IV, VII 03 IX 01 05

Centro-Oeste 2 I 01 I, II, III, III 04 - - 05

TOTAL GERAL 08 - 27 - 07 42

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TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO 9001

Cód - 233 (Versão 01)

Folha nº 521 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

Legenda: I - Diretor ou Coordenador ou Encarregado de Equipe em comissão; II – Especialista em Meio Ambiente; III – Especialista em Desenvolvimento Urbano; IV – Engenheiro Agrônomo; V – Assistente de Políticas Públicas; VI – Agente Vistor; VII – Coordenador Pedagógico; VIII – Professor; IX – Agente de Apoio.

Cada Divisão Técnica é composta por 3 Coordenadorias: Fiscalização, Educação Ambiental e Arborização. As divisões melhor estruturadas são o DGD Sul 3, Norte 2, Centro-Oeste 1 e Leste 1, pois são unidades que já existiam antes da criação do DGD, vinculadas à antiga Coordenadoria de Planejamento Ambiental. As demais unidades estão em fase de estruturação.

Constatou-se que não há planejamento por parte do departamento e também dos núcleos, quanto à realização de cursos para servidores da área de fiscalização, visando o aperfeiçoamento e uniformização dos procedimentos.

As Divisões Técnicas dos Núcleos de Gestão Descentralizada dispõem de infra-estrutura mínima para funcionamento, como móveis e equipamentos (computadores, máquinas fotográficas, GPS e notebook).

Alguns Núcleos não possuem sede e dividem espaço com outros, como é o caso do DGD-Leste 3, atualmente funcionando com DGD-Leste 1, o qual poderá ter sua sede implantada em uma edificação localizada no Parque Chico Mendes.

Pelo fato de existirem núcleos mais antigos, há diferentes estágios de desenvolvimento entre eles, inclusive na parte de infra-estrutura, e, segundo informações da SVMA, está sendo realizado trabalho para que todos possam ter uma estrutura física adequada para desempenhar suas atividades.

De todo o modo, equipamentos como extintores, deveriam fazer parte de todos os núcleos para a segurança dos servidores, assim como computadores mais modernos e recursos instrucionais e de multi-midia para o desempenho das atividades dessas unidades, que também desenvolvem ações de educação ambiental. Segundo informações da própria SVMA, o funcionamento eficaz de uma Divisão Técnica do Núcleo de Gestão Descentralizada depende de:

• Sede própria para cada núcleo; • Conexão de todas as unidades com a PRODAM; • Equipamentos, material de divulgação e mobiliário; • Servidores capacitados e motivados; • Os núcleos se tornarem unidades orçamentárias; • Sistema de gestão para o controle de registros e documentos das

ações desenvolvidas; • Estruturação e formação de equipe para o Gabinete.

c) Plano de Trabalho

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Folha nº 522 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

O plano de ação do Departamento de Gestão Descentralizada centra-se na agenda 2012 e no Plano Plurianual 2010-2013. No quadro a seguir estão demonstradas as diretrizes, objetivos e estratégias traçadas por SVMA para a realização das ações do departamento.

Diretrizes

Objetivos Estratégias

• Integração • Descentralização• Estruturação • Controle Interno

• Descentralização das ações da SVMA

• Tornar o DGD uma Unidade orçamentária

• Integração e interlocução com os Departamentos da SVMA;• Diagnóstico e mapeamento socioambiental dos Núcleos; • Criar metas de qualidade socioambiental e indicadores de

mensuração; • Controle Interno; • Melhoria de recursos físicos.

Não existem detalhamentos referentes ao monitoramento e fiscalização ambiental para o trabalho dos diversos Núcleos. Contudo, a estratégia de elaborar um diagnóstico e mapeamento socioambiental sinaliza um caminho que poderá ser benéfico para as atividades de fiscalização e monitoramento ambiental atinentes aos Núcleos.

d) Monitoramento e Fiscalização Ambiental

Em 2009, o Departamento de Controle Ambiental - DECONT recebeu um total de 1.691 denúncias, sendo 1.279 encaminhados os Núcleos. Até agosto de 2010, constatou-se que esse total era de 1.259 denúncias, os Núcleos foram responsáveis por 813 denúncias.

Para atender as denúncias e demais atribuições, os núcleos contavam com um quadro composto por 78 Especialistas em Meio Ambiente, atuando diretamente em atividades de fiscalização ambiental.

O concurso público realizado em 2008 pretendia preencher 180 cargos de Especialistas em Meio Ambiente. Foram nomeados 108 candidatos aprovados e o prazo de validade do concurso está expirado.

e) Atendimentos a Denúncias / Multas Aplicadas (pagas e não pagas)

Constata-se a inexistência de um controle sistematizado dos encaminhamentos das denúncias recebidas, que englobaria os lançamentos de todas as etapas do seu processamento: Autos de Vistoria, Autos de Inspeção/Intimação, Autos de Infração, Autos de Multa, Termos de Ajustamento de Conduta firmados etc.

Tais lançamentos possibilitariam a análise do ciclo completo de atendimento das demandas e a identificação dos entraves e dificuldades técnicas das equipes responsáveis pela fiscalização ambiental nas Divisões de Gestão Descentralizada.

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Folha nº 523 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

Ressalte-se que a fiscalização ambiental exercida pelos Núcleos consiste basicamente no atendimento de denúncias e desenvolvimento da Operação Defesa das Águas. Tais atividades absorvem a maior parte da disponibilidade das equipes técnicas, praticamente inviabilizando o desenvolvimento de rotinas de fiscalização preventiva e de educação ambiental, fundamentais para a contenção do processo de degradação do meio ambiente que sofre a Cidade de São Paulo.

No período de abril/2010 a agosto/2010, a arrecadação relativa aos pagamentos de multas atingiu R$ 175.147,74, no mesmo período o valor das multas não pagas atingiu R$ 119.469.749,10.

O valor expressivo de multas não pagas pode ser explicado pela possibilidade legal de requisição por parte do infrator da conversão da multa em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, formalizada nos Termos de Ajustamento de Conduta.

A partir da aceitação do pedido de ajustamento de conduta, os Autos de Multa ficam suspensos até a conclusão dos projetos de reparação ambiental propostos pelos infratores e aceitos pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.

f) Termos de Ajustamento de Conduta

A Lei Federal 9.605/1998 estabelece no parágrafo 4º do Artigo 72 que a multa simples pode ser convertida em serviços de reparação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

O Decreto Federal 3.179/1999 (revogado pelo Decreto Federal 6.514/2008) regulamentou a Lei 9.605/1998. Estabelecia no caput do seu artigo 60 que as multas nele previstas poderiam ter sua exigibilidade suspensa quando o infrator, por termo de compromisso aprovado pela autoridade competente, obrigar-se à adoção de medidas específicas para fazer cessar ou corrigir a degradação ambiental por ele causada. Cumpridas integralmente as obrigações assumidas pelo infrator, é exigido o pagamento da multa, porém com desconto de 90%.

Numa interpretação da letra fria da Lei 9.605/1998, combinada com o Decreto 3.179/199 (revogado), é clara a intenção do legislador em determinar que a reparação do dano seja efetuada pelo valor exato da multa aplicada.

O Decreto Federal 6.514/2008 dispõe sobre as infrações administrativas ao meio ambiente e estabelece o processo administrativo federal para a apuração destas infrações. Fixa em seu artigo 143 que o valor dos custos dos serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente não poderá ser inferior ao valor da multa convertida.

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Folha nº 524 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

O parágrafo 1º do Artigo 143 do Decreto Federal 6.514/2008 determina que, na hipótese de a recuperação dos danos ambientais importar recursos inferiores ao valor da multa convertida, a diferença deverá ser aplicada em outros serviços de melhoria da qualidade ambiental.

O referido instrumento legal estabelece no parágrafo 3º do artigo 143 que, cumpridos os compromissos assumidos, a autoridade ambiental aplicará o desconto de quarenta por cento sobre o valor da multa aplicada.

Portanto, o Decreto Federal 6.514/2008 foi editado para corrigir definitivamente a interpretação da conversão da multa simples favorável aos infratores ambientais, que ainda é praticada pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, tendo em vista a não adoção das regras estabelecidas no citado Decreto Federal.

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente utiliza como fundamento legal para a formalização de termos de ajustamento de conduta o Decreto Municipal 42.833/2003 que tem como base o Decreto Federal 3.179/1999, revogado pelo Decreto Federal 6.514/2008.

A Portaria 02/2009, editada pela SVMA, estabelece em seu artigo 6º que cumpridas integralmente as obrigações assumidas pelo infrator, a multa será reduzida em 90% do valor atualizado monetariamente, numa clara intenção de estabelecer a manutenção da interpretação das regras de conversão altamente favoráveis a quem comete crimes ambientais. Situação confirmada no exame dos seguintes termos de ajustamento de conduta:

1) PA : 2009-0.306.886-5. INT.: América Latina Logística - ALL

Autos de Multa – 67.004.351-6 (Objeto: Desmatamento em Área de Preservação Permanente – Data Autuação: 22/10/2009 – Vr. R$ 500.000,00) – 67.004.352-4 (Objeto: Depósito irregular de resíduos sólidos - vagões e trilhos – Data Autuação: 22/10/2009 – Vr. R$ 730.000,00) – 67.004.353-2 (Objeto:Causar danos diretos à Área de Proteção Ambiental Capiravi-Monos – Data Autuação: 22/10/2009 – Vr. R$ 81.600,00) – 67.002.452-0 (Objeto: Causar danos diretos à Área de Proteção Ambiental Capiravi-Monos – Data Autuação: 16/05/2008 – Vr. R$ 50.000,00) – 67.002.453-8 (Objeto: Deteriorar 17 exemplares arbóreos em área de vegetação significativa – Data Autuação: 16/05/2008 – Vr. R$ 170.000,00) 67.002.454-6 (Objeto: Depositar resíduos sólidos na Área de Proteção Ambiental Capiravi-Monos – Data Autuação: 16/05/2008 – Vr. R$ 50.000,00).

TAC: Pedido de ajustamento de conduta formalizado em 04/10/2010 por Alexandre de Morais Lanelatti. Encontra-se juntado no PA em referência um projeto de reparação dos danos causados no valor de R$ 159.260.00, que

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Folha nº 525 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

consolida todas as multas aplicadas, aguardando a análise dos técnicos do DECONT.12.

Comentários:

• Não há na legislação examinada, embasamento para a consolidação de diversas multas num único Termo de Ajustamento de Conduta.

• Considerando, em hipótese, a possibilidade da consolidação, temos: Valor total das multas aplicadas: R$ 1.581.600,00; Valor do Projeto de Reparação dos danos causados: R$ 159.260,00.

• Comprovada a execução do projeto de reparação a ALL faz juz, segundo a Portaria 02/2009, a 90% de desconto nas multas aplicadas, portanto, R$ 1.423.440,00. Resultando num custo total para a ALL de R$ 317.420,00 (R$ 159.260,00 referente a projeto de reparação + R$ 158.160,00 referente a 10% das multas aplicadas).

Esta é a interpretação da Lei totalmente favorável ao infrator, vejamos como ficaria a interpretação favorável ao Meio Ambiente:

Adotando-se a multa de maior valor da primeira bateria de autuações (R$ 270.000,00 multa aplicada em 16/05/2008) teríamos:

• Termo de Ajustamento de Conduta no valor de R$ 270.000,00, com projetos de reparação do dano e outros até atingir o valor da multa. A ALL faria juz, assim, a um desconto de 90%, ou seja, a multa seria reduzida ao valor de R$ 27.000,00.

• A partir da 2ª multa não há que se falar em termo de ajustamento, pois a Legislação veda a formalização de outro TAC com o mesmo infrator no prazo de 5 anos contados da data da assinatura do termo de compromisso (Artigo 148 do Decreto Federal 6514/2008).

• A partir da 2ª multa do mesmo infrator os valores devem ser multiplicados por 3 (caso o objeto da 2ª infração seja igual ao da 1ª) ou por 2 (caso o objeto da 2ª infração seja diferente ao da 1ª) assim sucessivamente (artigo 11 do Decreto Federal 6.514/2008).

Portanto, a interpretação da Lei de Crimes Ambientais está sendo extremamente favorável à infratora – ALL e totalmente desfavorável ao Meio Ambiente.

Ressalte-se que a gravidade das infrações cometidas pela ALL provocou a expedição do Auto de Intimação e Notificação nº 15.079, que determinou a cessação das obras emergenciais que estavam sendo realizadas na área de domínio da empresa. Porém,

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por decisão da Diretoria do DECONT publicada no DOC de 09/07/2010, o Auto de Intimação e Notificação nº 15.079 foi cancelado.

Recentemente, em nova ação fiscalizatória, os técnicos da DGD Sul 3 identificaram outras ações irregulares da ALL na área da APA Capivari-Monos – trecho Evangelista de Souza até o Túnel 27.

Está sendo finalizado o Auto de Inspeção com a descrição detalhada dos crimes ambientais cometidos. Porém, não há orientação para a emissão de novo Auto de Intimação e Notificação que determine o embargo das atividades da empresa.

2) PAs : 2009.0.207.897-2 – TAC 9/2010 2009.0.186.459-1 – TAC 40/2010

INT. : Construtora Tenda S/A.

Infrações/Autos de Multa – 67.002.545-3 – TAC 9/2010 (Objeto: Supressão de 4 exemplares arbóreos sem autorização do órgão competente – Data da Assinatura TAC: 10/02/2010 – Vr. da Multa: R$ 40.000,00). Projeto de reparação no valor de R$ 12.479,60. 67.004.672-2 – TAC 40/2010 (Objeto: Morte de 1 exemplar arbóreo e poda drástica em 2 exemplares – Data Assinatura TAC 05/05/2010 – Vr. da multa: R$ 30.000,00). Projeto de reparação no valor de R$ 9.038,32.

Comentários:

• Novamente, a partir da 2ª multa não há que se falar em termo de ajustamento tendo em vista que a Legislação veda a formalização de outro TAC ao mesmo infrator no prazo de 5 anos contados da data da assinatura do termo de compromisso, conforme dispõe o artigo 148 do Decreto Federal 6514/2008.

• A partir da 2ª multa do mesmo infrator os valores devem ser multiplicados por 3 (caso o objeto da 2ª infração seja igual ao da 1ª) ou por 2 (caso o objeto da 2ª infração seja diferente ao da 1ª) assim sucessivamente.

Exemplo dos cálculos da reparação ambiental com a interpretação da legislação de forma favorável ao Meio Ambiente:

• Reparação do dano causado com formalização de TAC

- Auto de multa 67.002.545-3 - Valor da Multa: R$ 40.000,00 - Custo do Projeto de Reparação do dano: R$ 12.479,60 - Custo de outros serviços de melhoria da qualidade ambiental:

Valor da Multa – Custo do Projeto de Reparação = R$ 27.520,40 - Valor da Multa com desconto de 90%: R$ 4.000,00

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- Dispêndio total da Tenda: R$ 44.000,00 (Custo do Projeto de Reparação do Dano, Custo dos outros serviços de melhoria da qualidade ambiental acrescidos de 10% da multa).

• Reparação do dano causado sem formalização de TAC

- Auto de multa 67.002.545-3 - Valor da Multa: R$ 40.000,00 - Custo do Projeto de Reparação do dano: R$ 12.479,60 - Dispêndio total da Tenda: R$ 52.479,60 (Pagamento da multa acrescido do Custo

do Projeto de Reparação do Dano).

Portanto, na interpretação favorável ao MEIO AMBIENTE, a formalização do TAC representaria para o infrator uma economia de R$ 8.479,60 (R$ 52.479,60 – R$ 44.000,00).

O TAC 9/2010 proporcionará à Tenda um dispêndio total de R$ 16.479,60 (Custo do Projeto de Reparação do Dano - R$ 12.479,60 acrescido de 10% do valor da multa - R$ 4.000,00).

Neste caso o infrator deixa de aplicar na reparação do dano ambiental o valor de R$ 27.520,40 (R$ 44.000,00 – R$ 16.479,60).

3) PAs : 2009.0.232.281-4 – TAC 31/2010 2009.0.253.616-4 – TAC 65/2010

INT. : MRV Engenharia e Participações S/A.

Infrações/Autos de Multa – 67.003.419-3 – TAC 31/2010 (Objeto: Maus tratos a 9 exemplares arbóreos – Data da Assinatura TAC: 29/03/2010 – Vr. da Multa: R$ 90.000,00). Projeto de reparação no valor de R$ 11.579,40. 67.003.308-1 – TAC 65/2010 (Objeto: Supressão de 76 exemplares arbóreos sem autorização – Data Assinatura TAC 30/07/2010 – Vr. da multa: R$ 500.000,00). Projeto de reparação no valor de R$ 410.000,00.

Comentários:

Novamente, a partir da 2ª multa não há que se falar em termo de ajustamento tendo em vista que a Legislação veta a formalização de outro TAC ao mesmo infrator no prazo de 5 anos contados da data da assinatura do termo de compromisso, conforme dispõe o artigo 148 do Decreto Federal 6.514/2008.

Exemplo dos cálculos da reparação ambiental com a interpretação da legislação de forma favorável ao Meio Ambiente:

• Reparação do dano causado com formalização de TAC

- Auto de multa 67.003.419-3 - Valor da Multa: R$ 90.000,00 - Custo do Projeto de Reparação do dano: R$ 11.579,40

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- Custo de outros serviços de melhoria da qualidade ambiental: Valor da Multa – Custo do Projeto de Reparação = R$ 78.420,60

- Valor da Multa com desconto de 90%: R$ 9.000,00 - Dispêndio total da MRV: R$ 99.000,00 (Custo do Projeto de Reparação do Dano,

Custo dos outros serviços de melhoria da qualidade ambiental acrescidos de 10% da multa).

• Reparação do dano causado sem formalização de TAC

- Auto de multa 67.003.419-3 - Valor da Multa: R$ 90.000,00 - Custo do Projeto de Reparação do dano: R$ 11.579,40 - Dispêndio total da MRV: R$ 101.579,40 (Pagamento da multa acrescido do

Custo do Projeto de Reparação do Dano).

Portanto, na interpretação favorável ao Meio Ambiente a formalização do TAC representaria para o infrator uma economia de R$ 2.579,40 (R$ 101.003.579,40 – R$ 99.000,00).

O TAC 31/2010 proporcionará à MRV um dispêndio total de R$ 20.579,40 (Custo do Projeto de Reparação do Dano – R$ 11.579,40 acrescido de 10% do valor da multa – R$ 9.000,00).

Neste caso, o infrator deixa de aplicar na reparação do dano ambiental o valor de R$ 78.420,60 (R$ 99.000,00 – R$ 20.579,40).

g) Áreas de Proteção Ambiental - APAs

A situação de abandono das Áreas de Proteção Ambiental constatada na auditoria anterior está ainda mais grave. Os relatos dos gestores das APAs (Léo Ramos Malagoli – Capivari-Monos e Felipe Spina Avino – Bororé-Colônia) são alarmantes e esclarecedores - TC 72.002.533/10-90.

Bases situadas em áreas estratégicas foram desativadas (Capivari-Monos) ou nem mesmo instaladas (Bororé-Colônia) ou ainda contam com um efetivo mínimo da GCM Ambiental (Barragem).

As APAs encontram-se nas mãos dos invasores, grileiros, caçadores, extratores praticando todas as modalidades de crimes ambientais, agindo livremente pela falta de um tratamento adequado e estratégico do problema (instalação e manutenção de bases de vigilância e realização de rondas), principalmente por parte do comando da Guarda Civil Metropolitana.

9.5.3 – Plano Plurianual 2006/2009

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Dentre as 34 metas fixadas no Plano Plurianual, 14 foram atingidas, 3 não determinaram resultados a alcançar (“monitorar lagos”, “fiscalizar infrações ambientais” e “inspecionar veículos em uso – emissão de gases”), e 17 não alcançaram o resultado proposto.

Foi realizada auditoria programada com o objetivo de avaliar os resultados alcançados na execução do programa e o atendimento das metas estabelecidas nos instrumentos de planejamento – TC 72.000.443/10-28, cujas principais constatações apresentamos:

a) Problemas detectados

O exame geral dos documentos fornecidos demonstrou a existência de inconsistências, ausência ou insuficiência de evidências e também de procedimentos definidos formalmente para a organização das informações que embasam os resultados alcançados pela SVMA, tais como:

• não foram localizados documentos formais que definiram o acréscimo de insumos nas unidades de medida para algumas metas previstas no PPA do período, anteriores à apuração do resultado final, a exemplo da meta “investigação de áreas degradadas” e “recuperação de áreas degradadas”;

• alguns insumos da meta “parques lineares implantados” também constaram da “meta implantar parques municipais” demonstrando necessidade clara de critérios para cada uma das unidades de medida constantes do PPA; • informações incorretas, discordantes ou não plenamente demonstradas referentes à composição do resultado em várias metas, a exemplo da meta “parques lineares implantados”, entre outras metas ;

• metas com unidades de medida definidas por porcentual, como “reformar parques existentes” e “consolidar o sistema de indicadores ambientais” , entre outras, não permitem aferir se o resultado indicado é fidedigno, por falta de documento formal (cronograma, medição) que explicite o porcentual atribuído para cada conjunto de reforma e cada indicador;

• diferença nos quantitativos apresentados para a meta “implantar o Plano Diretor de Arborização” por SVMA (previsão e execução) e o apurado por esta fiscalização;

• diferença quanto ao número de alunos atendidos para a meta “ministrar cursos de formação em vegetação”;

• a mesma meta física acima (“ministrar cursos de formação em vegetação”), em relação à previsão do PPA para o período, é 7.220 alunos e não como informado, assim como a meta prevista para “levantamento florístico em áreas verdes é 2000, e não como foi registrado;

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Folha nº 530 Proc. nº 72.000.923/11-24

Gabriela de Oliveira Fabiano Auxiliar Técnico de Fiscalização

• unidades de medida para metas não foram fixadas no programa, tais como: “monitorar lagos”, “inspecionar veículos em uso”, “fiscalizar infrações ambientais”, que são apresentadas como unidade de medida “não identificável” e sem previsão de quantificação estabelecida;

• os resultados da meta “desenvolver educação e monitoria ambiental” não apresenta claramente a composição dos dados por ano, estando apenas explicitado o resultado de 11.495 ações de educação ambiental em 2007, o que requer maior rigor dos quantitativos considerados para gerar o resultado final informado, além do que a necessidade de melhor seleção da unidade de medida;

• resultados registrados no “Relatório Acompanhamento PPA por órgão” dessemelhantes do indicado no “Relatório Detalhado Execução das Metas do Plano Plurianual 2006-2009”, como por exemplo, o referente à meta “Implantar Agenda Ambiental na Administração Pública e Agenda 21 nas Unidades da Prefeitura”.

Muitos outros problemas foram identificados na apresentação das informações. A lista acima apresentada é apenas ilustrativa e não esgota as incorreções, inconsistências e ausências/insuficiências de evidências existentes.

b) Metas Físicas do Plano Plurianual 2006/2009

O exame dos resultados do quadro de metas referente ao Plano Plurianual revelou que entre 34 (trinta e quatro) metas fixadas, 14 (quatorze) foram atingidas, 3 (três) não determinaram resultados a alcançar (“monitorar lagos”, “fiscalizar infrações ambientais” e “inspecionar veículos em uso – emissão de gases”), e 17 (dezessete) não alcançaram o resultado proposto.

Entre as 14 (quatorze) metas atingidas, pelo menos 4 (quatro) foram alcançadas com restrições, a saber: “implantar parques lineares”, “investigar áreas degradadas”, “recuperar áreas degradadas” e “implantar o Plano Diretor de Arborização”. Isto é explicado pelos acréscimos de insumos na unidade de medida das metas especificadas, cujas alterações não foram formalizadas em documentos internos ou externos à SVMA e ou informações não plenamente evidenciadas.

No que se refere às metas que tiveram acréscimo de insumos na unidade de medida, declarou a SVMA que, as alterações serão efetuadas no “Quadro de Acompanhamento das Metas do PPA 2006/2009” e no “Relatório Detalhado da Execução das Metas do PPA”, inclusive junto à SEMPLA.

Entre as metas não atingidas, verifica-se que 13 (treze) delas apresentaram resultados de execução superior a 50% (cinqüenta por cento) do previsto.

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Dentre os resultados obtidos, destacam-se aqueles que superaram o planejado para metas como: “implantar praças”, “manter viveiros”, “realizar levantamento florístico em áreas verdes”, “monitorar transporte de produtos perigosos”, “licenciar e monitorar empreendimentos”, entre outros.

c) Gestão Integrada ao Meio Ambiente e Controle Interno

As constatações apresentadas remetem à necessidade de aperfeiçoamento geral das metas, suas composições e critérios referentes ao programa “Proteção ao Meio Ambiente e a Qualidade de Vida”, bem como dos processos de trabalho que se entrecruzam com as metas, para que reflitam com maior fidedignidade os resultados da SVMA para a sociedade de São Paulo.

Tratando-se o PPA de instrumento de planejamento para a Cidade de São Paulo, este deve ser parâmetro para as realizações da SVMA, constituindo-se em guia para suas ações e alcance de seus alvos. Aliás, salienta-se que é a própria Secretaria que decide e estrutura as metas relacionadas às suas competências, como informado a esta fiscalização.

Os resultados do PPA espelham o desempenho da SVMA, como órgão público municipal da Cidade de São Paulo, responsável pela política pública de defesa ao meio ambiente e à qualidade de vida dos paulistanos, responsabilidade que se conecta com as de outras secretarias e programas.

Os resultados do PPA são guias para decisões de gestores públicos e privados, estudos e propostas de pesquisadores e cientistas, uma vez que esses resultados, conforme preconiza o próprio artigo 69-A da Lei Orgânica do Município, são previstos para serem disponibilizados pela mídia, constituindo-se, portanto, em informações para estatísticas sobre este Município.

Essas informações, sujeitas a embasarem políticas públicas, pesquisas e estudos empíricos e científicos sobre o meio ambiente e campos do conhecimento correlato, servem à reorientação do desenvolvimento sócio-político-econômico-cultural de São Paulo. Logo, a responsabilidade pela fidedignidade e a qualidade das informações, de um modo geral, é relevante e requer atenção e monitoramento sistemático da SVMA.

Entende-se que a SVMA tem missão das mais importantes para São Paulo. Sua atribuição é célere para planejar, ordenar e coordenar a política pública de proteção ao meio ambiente com consequências na qualidade de vida dos paulistanos.

A complexidade das questões de meio ambiente demandadas em um centro urbano, como São Paulo, requer capacitação de funcionários, estrutura organizacional compatível, assim como alinhamento estratégico, tático e operacional de sua

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hierarquia, criando-se condições para um ambiente propício ao aperfeiçoamento de uma cultura de gestão.

Neste sentido, a SVMA deveria atentar para o aperfeiçoamento da formação profissional em gestão, a fim de sensibilizar, instrumentalizar e apoiar seus profissionais, entre especialistas e pesquisadores reconhecidos na temática do meio ambiente, bem como os funcionários operacionais e administrativos, que têm responsabilidade no tratamento dos dados referentes a essas metas.

Falta à SVMA essa dimensão relacionada aos princípios de gestão aprimorados e integrados ao meio ambiente no delineamento e execução de seus processos de trabalho, tarefas e atividades na questão das metas do PPA. A organização e o controle interno de suas informações e procedimentos referentes a essas metas são essenciais para lograr êxito no atendimento das necessidades sociais relacionadas ao meio ambiente seguro, saudável e preservado para a sociedade paulistana.

Entende-se que a SVMA deve monitorar periodicamente as metas que estabeleceu para si, promovendo reuniões entre os responsáveis pelas áreas às quais as metas se relacionam, fazendo ajustes e avaliações, no mínimo semestrais, e, sobretudo, documentando seus esforços, ações e decisões. Ou seja, é preciso institucionalizar em SVMA um controle interno efetivo e eficaz no gerenciamento dessas metas.

Embora inexistente qualquer sanção do Poder Público aos descumprimentos das metas fixadas no PPA, ressalta-se que as práticas dos Agentes do Serviço Público demonstram a responsabilidade e o compromisso dos órgãos públicos a que estes estão vinculados, no atendimento das metas que estabeleceram para si, visando assegurar qualidade de vida para a sociedade de São Paulo.

11 - INFRINGÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES DO EXERCÍCIO

11.1 - Projeção Atuarial do RPPS

Regularizar em conjunto com o IPREM a publicação prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal relativa à projeção atuarial do RPPS, tendo em vista as impropriedades apontadas. (item 1.2)

11.2 - Planejamento

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11.2.1 - As Leis de Diretrizes Orçamentárias devem estabelecer, de forma clara e explícita, critérios e forma para a eventual limitação de empenho e movimentação financeira. (item 2.1)

Dispositivos legais não observados na LDO para 2011:

⇒ alínea “b” do inciso I do artigo 4º da Lei de Responsabilidade Fiscal22

⇒ artigo 9º da Lei de Responsabilidade Fiscal23

11.2.2 - As Leis de Diretrizes Orçamentárias devem estabelecer, clara e explicitamente, parâmetros ou diretrizes a serem aplicados na avaliação do controle dos custos e na avaliação dos resultados dos programas de governo a serem incluídos no orçamento. (item 2.1)

Dispositivos legais não observados na LDO para 2011:

⇒ alínea “e” do inciso I do artigo 4º da Lei de Responsabilidade Fiscal24

11.2.3 - O relatório com informações que permitam verificar se os projetos em andamento estão sendo atendidos, deverá ser elaborado e encaminhado à Câmara Municipal até a data do envio do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, bem como deverá ser dada ampla divulgação ao mesmo. (item 2.1)

Dispositivo legal não observado na LDO para 2011:

⇒ artigo 45 da Lei de Responsabilidade Fiscal 25

11.2.4 - As Leis de Diretrizes Orçamentárias devem estabelecer uma ordem de priorização para os programas e ações que devam ser contemplados nas respectivas Leis Orçamentárias Anuais, não se limitando a reproduzir itens constantes no plano plurianual. (item 2.1)

Dispositivo legal não observado na LDO para 2011:

22 Art. 4º - A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: I – disporá também sobre: b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31; 23 Art. 9º - Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. 24 Art. 4º - A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: I – disporá também sobre: e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;

25 Art. 45 – Observado o disposto no § 5º do art. 5º, a lei orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias. Parágrafo único – O Poder Executivo de cada ente encaminhará ao Legislativo, até a data do envio do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divulgação.

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⇒ § 2º do artigo 137 da Lei Orgânica do Município de São Paulo26

11.2.5 - Para a elaboração dos anexos de metas fiscais constantes das Leis de Diretrizes Orçamentárias devem ser respeitados os aspectos formais de elaboração estabelecidos nos manuais da Secretaria do Tesouro Nacional, especialmente no que se refere a inclusão de notas explicativas e metodologia de cálculo, atendendo assim ao princípio da transparência, fundamental para o entendimento dos instrumentos de planejamento orçamentário. (item 2.1)

11.2.6 - As Leis Orçamentárias Anuais devem conter demonstrativo do efeito, sobre as receitas e as despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. (item 2.2) Dispositivos legais não observados na LOA para 2011:

⇒ § 6º do artigo 165 da Constituição Federal27

⇒ § 6º do artigo 137 da Lei Orgânica do Município de São Paulo28

⇒ inciso II do artigo 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal29

11.2.7 - As Leis Orçamentárias Anuais devem identificar, de forma individualizada, os projetos e atividades, segundo a sua localização, dimensão, características principais e custo. (item 2.2) Dispositivo legal não observado na LOA para 2011:

⇒ § 8º do artigo 137 da Lei Orgânica do Município – LOM30

11.2.8 - As Leis Orçamentárias Anuais devem apresentar, em seus anexos, o

26 Art. 137. [...] § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública municipal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária. 27 Art. 165. [...] § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. 28 Art. 137. [...] § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo do efeito, sobre as receitas e as despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. Obs.: este dispositivo está reproduzido no inciso I do artigo 9º da Lei nº 15.251/2010 – LDO para 2011. 29 Art. 5º - O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta lei Complementar: [...] II – será acompanhado do documento a que se refere o § 6º do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado; Obs.: este dispositivo está reproduzido no inciso III do artigo 8º da Lei nº 14.965/2009 – LDO para 2010. 30 Art. 137 - Leis de iniciativa do Poder Executivo Municipal estabelecerão: § 8º - A lei orçamentária anual identificará, individualizando-os, os projetos e atividades, segundo a sua localização, dimensão, características principais e custo.

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demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes dos Anexos de Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias. (item 2.2)

Dispositivo legal não observado na LOA para 2011:

⇒ inciso I do artigo 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal31

11.2.9 - A Lei Orçamentária de 2011 contém autorização imprópria no seu artigo 1132, na medida em que faculta ao Executivo a abertura de créditos adicionais por excesso de arrecadação à conta de receitas específicas e vinculadas a determinada finalidade. (itens 2.2 e 3.1.1.c)

Dispositivo legal não observado na LOA para 2011:

⇒ § 3º do artigo 43 da Lei nº 4.320/6433

11.3 - Despesas com Pessoal

11.3.1 - Os demonstrativos da Relação Despesa/Receita relativos a 2010 não foram publicados. (item 3.8.1.b)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 2º, § 3º da Lei nº 13.303/0234

11.3.2 - A Secretaria Municipal de Finanças - SF não obedeceu aos prazos de remessa dos valores das receitas correntes. (item 3.8.1.c)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 2º, § 5º, inciso I, da Lei nº 13.303/0235

31 Art. 5º - O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta lei Complementar: I – conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º. 32 Art. 11. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos adicionais suplementares à conta de excesso de arrecadação de receitas específicas e vinculadas a determinada finalidade, assim como daquelas relativas à fonte 00 - Recursos do Tesouro Municipal, nos termos do art. 43 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. 33 Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa. [..]

§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. 34 Lei nº 13.303/02: § 3º - Por proposta da Secretaria de Gestão Pública, o Executivo divulgará, mediante decreto a ser publicado até o dia 20 (vinte) do mês do reajuste, os valores dos padrões de vencimento do funcionalismo municipal, reajustados de acordo com o "caput" deste artigo, bem como o quadro demonstrativo constante do Anexo Único, integrante desta lei. 35 “Art 2º [...] § 5º - Para os fins do disposto neste artigo, serão informados à Secretaria de Gestão Pública, até o dia 10 (dez) de cada mês, relativamente ao anterior:

I – pela Secretaria das Finanças e Desenvolvimento Econômico, os valores das receitas correntes; [...]”

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11.3.3 - Incluir no demonstrativo de despesas da LRF os gastos com pessoal da COHAB, considerada empresa dependente em 2010. (item 3.8.3.b)

11.4 - Despesas com Publicidade

Foram realizadas campanhas que não guardam compatibilidade com a definição de despesas com publicidade. (item 3.9.2.a)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 18 da Lei Municipal nº 14.965/09 (LDO para 2010)36

⇒ artigo 2º § 2º da Lei Federal nº 12.232/1037 11.5 - Disponível

11.5.1 - Aprimorar as conciliações bancárias priorizando a solução das pendências antigas. (itens 5.2.1, 5.2.2 e 5.2.3)

11.5.2 - Rever os procedimentos de transferência e contabilização das receitas e rendimentos de aplicações financeiras dos Fundos Municipais. (item 5.2.4)

11.5.3 - Incluir na Consolidação por Grupo de Contas o saldo da conta da Fundação Catavento. (item 5.2.5)

11.6 - Realizável

11.6.1 - Depurar o saldo da conta Retenções Judiciais de modo a manter o seu saldo coincidente com o montante de seqüestros ocorridos após a data de edição do Decreto Municipal nº 51.105/09. (item 5.3.1.a)

11.6.2 - Ajustar o critério de registro dos depósitos judiciais e a movimentação do

36 Art. 18. As despesas com publicidade de interesse do Município restringir-se-ão aos gastos necessários à divulgação institucional, de investimentos, de serviços públicos efetivamente realizados e do Programa de Metas de que trata o art. 69-A da Lei Orgânica do Município, bem como de campanhas de natureza educativa ou preventiva, excluídas as despesas com a publicação de editais e outras publicações legais.

§ 1º. Os recursos necessários às despesas referidas no “caput” deste artigo deverão onerar as seguintes dotações:

I - publicações de interesse do Município; 37 Art. 2º Para fins desta Lei, considera-se serviços de publicidade o conjunto de atividades realizadas integradamente que tenham por objetivo o estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a execução interna, a intermediação e a supervisão da execução externa e a distribuição de publicidade aos veículos e demais meios de divulgação, com o objetivo de promover a venda de bens ou serviços de qualquer natureza, difundir idéias ou informar o público em geral.

§ 1º Nas contratações de serviços de publicidade, poderão ser incluídos como atividades complementares os serviços especializados pertinentes:

I - ao planejamento e à execução de pesquisas e de outros instrumentos de avaliação e de geração de conhecimento sobre o mercado, o público-alvo, os meios de divulgação nos quais serão difundidas as peças e ações publicitárias ou sobre os resultados das campanhas realizadas, respeitado o disposto no art. 3º desta Lei;

II - à produção e à execução técnica das peças e projetos publicitários criados;

III - à criação e ao desenvolvimento de formas inovadoras de comunicação publicitária, em consonância com novas tecnologias, visando à expansão dos efeitos das mensagens e das ações publicitárias.

§ 2º Os contratos de serviços de publicidade terão por objeto somente as atividades previstas no caput e no § 1º deste artigo, vedada a inclusão de quaisquer outras atividades, em especial as de assessoria de imprensa, comunicação e relações públicas ou as que tenham por finalidade a realização de eventos festivos de qualquer natureza, as quais serão contratadas por meio de procedimentos licitatórios próprios, respeitado o disposto na legislação em vigor.

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Fundo de Reserva mantendo-os em consonância com os extratos e demonstrativos fornecidos pelo banco. (item 5.3.1.b)

11.6.3 - Promover a regularização dos valores constantes na conta Débitos Pagos a Regularizar, os quais correspondem a despesas já realizadas. (item 5.3.2.b)

11.6.4 - Reconhecer as despesas que incidiram sobre os Depósitos Judiciais e o Fundo de Reserva, procedendo aos registros contábeis dos valores debitados pelo banco no total de R$ 4,9 milhões. (item 5.3.2.b)

11.6.5 - Reavaliar as condições contratuais para a renovação do Termo de Convênio com o Banco do Brasil, com destaque à cláusula que regula a cobrança da taxa de administração que onera a guarda e o controle dos depósitos judiciais. Os valores cobrados de janeiro a setembro apresentaram majoração, não justificada, sobre os valores que vinham sendo debitados pelo banco sucedido. (item 5.3.2.b)

11.7 - Dívida Ativa

11.7.1 - Equacionar o saldo da Dívida Ativa de modo a solucionar o seu superdimensionamento e incorporar na Provisão para Ajuste da Dívida Ativa a valor recuperável todas as dívidas consideradas de baixa expectativa. (item 5.5.6)

11.7.2 - Agilizar a introdução de melhorias na área de sistemas com vistas a um melhor gerenciamento da dívida ativa. (item 5.5.7)

11.8 - Dívidas Remanescentes de Exercícios Anteriores

Agilizar os procedimentos para viabilizar o registro da dívida com a Sabesp em contas patrimoniais. (item 5.9.1)

11.9 - Dívida Pública

11.9.1 - A utilização de DEA para o pagamento, em jan/10, de parcela do Refinanciamento (R$ 166 milhões) não encontra amparo legal, visto que era conhecida à época de sua realização. (item 5.11.3.a)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 37 da Lei nº 4.320/6438

38 Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

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11.9.2 - Em 31.12.10 a relação entre a dívida consolidada líquida (DCL) e a receita corrente líquida (RCL) foi de 2,1349, quando deveria ter chegado, no máximo, a 1,4919, encontrando-se fora da trajetória exigida. (item 5.12.1)

Dispositivo legal não observado:

⇒ inciso II do art. 3º da Resolução nº 40/0139 do Senado Federal.

11.9.3 - O Resultado Nominal situou-se acima da meta limite. (item 5.12.2)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 9º da Lei de Responsabilidade Fiscal40

11.10 - Precatórios Judiciais

11.10.1 - Houve descumprimento do prazo de pagamento de requisitórios de pequeno valor. (item 5.13.2)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 3º da Lei nº 13.179/0141

11.10.2 - Providenciar a baixa dos precatórios que originaram seqüestros e que já se encontram resolvidos. (item 5.13.4.e)

11.11 - Demonstração das Variações Patrimoniais

Deixaram de ser registrados nas contas de mutações patrimoniais passivas R$ 727,2 milhões resultantes da alienação de bens móveis, relacionados no Boletim da Receita da PMSP. Ademais, não houve indicação da origem e do destino dos recursos auferidos com a alienação em tela. (item 5.15.2.a)

Dispositivos legais não observados:

39 Art. 3º - A dívida consolidada líquida dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ao final do décimo quinto exercício financeiro contado a partir do encerramento do ano de publicação desta Resolução, não poderá exceder, respectivamente, a: [...]

II - no caso dos municípios: a 1,2 (um inteiro e dois décimos) vezes a receita corrente líquida, definida na forma do art.2º.

Parágrafo único. Após o prazo a que se refere o caput, a inobservância dos limites estabelecidos em seus incisos I e II sujeitará os entes da Federação às disposições do art. 31 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Art. 4º - No período compreendido entre a data da publicação desta Resolução e o final do décimo quinto exercício financeiro a que se refere o art. 3º, serão observadas as seguintes condições:

I - O excedente em relação aos limites previstos no art. 3º apurado ao final do exercício do ano da publicação desta Resolução deverá ser reduzido, no mínimo, à proporção de 1/15 (um quinze avo) a cada exercício financeiro;

II - para fins de acompanhamento da trajetória de ajuste dos limites de que trata o art. 3º, a relação entre o montante da dívida consolidada líquida e a receita corrente líquida será apurada a cada quadrimestre civil e consignada no Relatório de Gestão Fiscal a que se refere o art. 54 da Lei Complementar nº 101, de 2000. 40 Art. 9º - Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. 41 Lei nº 13.179/01: Art. 3º - O crédito de pequeno valor não estará sujeito ao regime de precatórios e deverá ser pago, mediante depósito judicial, no prazo de 90 (noventa) dias, [...]

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⇒ artigo 104 da Lei Federal nº 4.320/6442

⇒ artigo 50, VI, da Lei de Responsabilidade Fiscal43

11.12 - Educação

11.12.1 - O Poder Executivo não realizou estudo para verificar a compatibilidade das funções dos servidores alocados no quadro dos inativos da Educação com esta área, descumprindo o artigo 2º, parágrafo único, da Lei Municipal nº. 13.245/01. (item 6.1.1.d)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 2º, parágrafo único, da Lei Municipal nº. 13.245/0144 11.12.2 - Não constam dos pareceres (2008 e 2009) do Conselho do FUNDEB: a) o

acompanhamento e controle da repartição, transferência e aplicação dos recursos, especialmente quanto à aplicação mínima de 60% com a remuneração dos profissionais do magistério e o exame dos registros contábeis e demonstrativos gerenciais; e b) a supervisão do Censo Escolar, contrariando o disposto nos incisos I, VI e VII do artigo 7º da Lei Municipal nº. 14.666/08. (item 6.1.2.b)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 7º, incisos I, VI e VII, da Lei Municipal nº. 14.666/0845

11.12.3 - O Conselho do FUNDEB não encaminhou o Parecer (2010) sobre as contas do Fundo, descumprindo o artigo 27, parágrafo único, da Lei Federal nº. 11.494/07. (item 6.1.2.b)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 27, parágrafo único, da Lei Federal nº. 11.494/0746

42 Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício. 43 Art. 50 - Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: [...] VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursos provenientes da alienação de ativos. 44 Art. 2º - Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis compreendendo as que se destinam à: [...] Parágrafo único - O Poder Executivo deverá promover, no prazo de 120 (cento e vinte) dias estudo para verificar a compatibilidade das funções dos servidores alocados no quadro dos inativos da Educação com funções desta área. 45 Art. 7º - Compete ao Conselho do FUNDEB: I – acompanhar e controlar a repartição, transferência e aplicação dos recursos do Fundo; [...] VI – supervisionar a realização do censo escolar e a elaboração da proposta orçamentária anual do Poder Executivo, com o objetivo de concorrer para o regular e tempestivo tratamento e encaminhamento dos dados estatísticos e financeiros que alicerçam a operacionalização do Fundo; VII – examinar os registros contábeis e demonstrativos gerenciais mensais e atualizados relativos aos recursos repassados ou retidos à conta do Fundo; 46 Art. 27. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios prestarão contas dos recursos dos Fundos conforme os procedimentos adotados pelos Tribunais de Contas competentes, observada a regulamentação aplicável. Parágrafo único. As prestações de contas serão instruídas com parecer do conselho responsável, que deverá ser apresentado ao Poder Executivo respectivo em até 30 (trinta) dias antes do vencimento do prazo para a apresentação da prestação de contas prevista no caput deste artigo.

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11.12.4 - O Adicional do FUNDEB de exercícios anteriores, no montante de R$ 45.410.938, não foi utilizado em 2010, contrariando o disposto no parágrafo 2º do artigo 21 da Lei Federal nº. 11.494/07. (item 6.1.2.c)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 21, parágrafo 2º, da Lei Federal nº. 11.494/0747

11.12.5 - Que a SME atente para o cumprimento das metas estabelecidas no Plano Plurianual, providenciando sua revisão no caso de erro de informação e reprogramação dos projetos de acordo com as necessidades do Município. (item 6.2.5)

11.13 - Saúde

11.13.1 - Corrigir os problemas apontados na elaboração e monitoramento das metas contidas no PPA 2010-2013. (item 7.2.2)

11.13.2 - Criar uma atividade específica que possibilite segregar, dos recursos destinados aos contratos de gestão, aqueles reservados ao PSF. (item 7.2.5.3)

11.13.3 - Aumentar a cobertura do PSF nas regiões leste e norte. (item 7.2.5.3)

11.13.4 - Ampliar o número de equipes de saúde bucal, adequando-se à Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). (item 7.2.5.3)

11.14 - Transportes

11.14.1 - As dispensas ou reduções tarifárias de qualquer natureza não dispõem na sua totalidade de fontes específicas de recursos. (subitem 8.3.2.a)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 27, § 4º, da Lei Municipal 13.241/0148

(Obs: Em relação a essa infringência já existe Determinação de Exercício Anterior)

11.14.2 - Os recursos arrecadados com aplicação de multas e descontos contratuais aos operadores do Sistema Municipal de Transporte Coletivo não são

47 Art. 21. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício financeiro em que lhes forem creditados, em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.[...] § 2o Até 5% (cinco por cento) dos recursos recebidos à conta dos Fundos, inclusive relativos à complementação da União recebidos nos termos do § 1o do art. 6o desta Lei, poderão ser utilizados no 1o (primeiro) trimestre do exercício imediatamente subseqüente, mediante abertura de crédito adicional. 48 Art. 27 - As tarifas dos serviços de Transporte Coletivo Público de Passageiros serão fixadas, e, quando necessário, revisadas e reajustadas por ato do Poder Executivo, obedecido o disposto no artigo 178 da Lei Orgânica do Município. [...] § 4º - As dispensas ou reduções tarifárias de qualquer natureza, além daquelas já vigentes na data da promulgação desta lei, deverão dispor de fontes específicas de recursos.

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aplicados em consonância com a legislação aplicável. (subitem 8.3.2.b)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 2º, parágrafo único, do Decreto Municipal nº 42.184/0249

(Obs: Em relação a essa infringência já existe Determinação de Exercício Anterior)

11.14.3 - A fiscalização dos serviços de transporte coletivo de passageiros não pode ser exercida por empresas terceirizadas, mesmo que a pretexto de “apoio à fiscalização”, pois apresentam interesses diferenciados e não têm legitimidade para funções inerentes ao Poder Público (subitem 8.3.5.a):

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 8º, inciso III, alínea b, da Lei Municipal nº 13.241/0150

⇒ artigo 29, inciso II, da Lei Municipal nº 13.241/0151 11.14.4 - Utilizar o Sistema Integrado de Monitoramento - SIM para fiscalizar

eletronicamente o cumprimento de viagens. (subitem 8.3.5.b)

11.14.5 - Tomar providências para coibir a elevada ocorrência de descumprimentos de partidas, e avaliar a hipótese, para os casos crônicos, da aplicação, prevista nos normativos legais, dos procedimentos de intervenção (total ou parcial), caducidade da concessão ou revogação da permissão, com a consequente rescisão dos contratos, ou outra medida que efetivamente elimine essas ocorrências, tendo em vista que somente a aplicação de multas não tem apresentado eficácia para melhorar a qualidade dos serviços de transporte coletivo de passageiros. (subitem 8.3.5.c)

11.14.6 - Tomar providências, em conjunto com a SPTrans e CET, para solucionar os problemas existentes em alguns corredores de ônibus, relacionados aos pavimentos flexível e rígido, sinalização viária, Painéis de Mensagem Variável - PMVs, e quanto à situação de parada de ônibus nos dois lados da mesma via. (subitem 8.3.6)

11.14.7 - Tomar as providências que se fizerem necessárias para regularizar a execução dos termos de permissão nºs 694/03 (área 3) e 695/03 (área 4),

49 Art. 2º - São considerados investimentos no Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros os desembolsos destinados à: [...] Parágrafo único - Os saldos financeiros da conta referida no artigo 3º infra disposto poderão ser utilizados na gestão financeira do sistema de transporte, desde que tal não comprometa os investimentos previstos neste decreto.

50 Art. 8º Constituem atribuições do Poder Público: [...] III - regulamentar o Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, observando-se as seguintes diretrizes: [...] b) fiscalizar e controlar permanentemente a prestação do serviço [...] 51 Art. 29 Sem prejuízo das demais atribuições expressas previstas no seu estatuto social, compete à São Paulo Transporte S.A., no tocante ao Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros: [...] II - executar a fiscalização da prestação dos serviços [...]

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de forma que as linhas sejam operadas por permissionários que efetivamente participaram da licitação, nas suas respectivas áreas de permissão. (subitem 8.3.8)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 66 da Lei Federal nº 8.666/9352

⇒ artigo 6º, § 1º, c/c artigo 10 e artigo 8º, inciso III, alínea a, da Lei Municipal nº 13.241/0153

11.14.8 - O Poder Público não fiscaliza adequadamente a execução dos contratos de concessão e termos de permissão, expondo o Sistema Municipal de Transporte Coletivo a riscos de transtornos operacionais e prejuízos financeiros, além disso, não se pode afastar a hipótese de demandas judiciais contra a Administração Pública. (subitem 8.3.11)

Dispositivos legais não observados:

⇒ artigo 3º c/c artigo 30, da Lei Federal nº 8.987/9554

⇒ artigo 8º, inciso III, alínea b, Lei Municipal nº 13.241/01

11.14.9 - Solucionar, de forma definitiva, a falta de lastro financeiro para a conta contábil “21.52.01 - Sistema Municipal de Transporte Coletivo”, mantida no passivo da SPTrans. (subitem 8.3.13.a)

11.14.10 - Apresentar, à SPTrans, as diretrizes, critérios e procedimentos que devem ser adotados para elaboração dos demonstrativos extracontábeis do “Sistema Municipal de Transporte Coletivo (CORP 02)” e de “Multas e

52 Art. 66 - O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua inexecução total ou parcial. 53 Art. 6º - Fica o Poder Público autorizado a delegar a terceiros, por meio de concessão ou permissão, a prestação e a exploração do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, no todo ou em parte, conforme disposto nos artigos 128 e 172 da Lei Orgânica do Município de São Paulo: [...]

§ 1º - O disposto no "caput" deste artigo, respeitados os contratos firmados, não impede o Poder Público de utilizar outras formas ou instrumentos jurídicos para transferir a terceiros a operação direta do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, mediante prévio procedimento licitatório, nos termos do § 1º do artigo 128 da Lei Orgânica do Município, aplicando-se as regras previstas nesta lei e as demais disposições legais federais e municipais pertinentes. [...] Art. 10 - As concessões e permissões para a prestação dos serviços serão outorgadas mediante prévia licitação, que obedecerá às normas da legislação municipal e federal sobre licitações e contratos administrativos, bem como à lei federal que dispõe sobre as concessões e permissões de serviços públicos, observando-se sempre a garantia dos princípios constitucionais da legalidade, da moralidade, da publicidade e da impessoalidade, e os princípios básicos da seleção da proposta mais vantajosa para o interesse coletivo, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo. Art. 8º - Constituem atribuições do Poder Público: [...] III - regulamentar o Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, observando-se as seguintes diretrizes: a) cumprir e fazer cumprir as disposições que regem o Serviço, bem como as cláusulas do contrato. [...] 54 Art. 3º - As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários. Art. 30 - No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária. [...]

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Descontos Contratuais (CORP 03)”, bem como quanto ao tratamento de pendências contábeis e/ou financeiras antigas. (subitem 8.3.13.b)

11.14.11 - Editar normas para a emissão da Autorização Especial de Trânsito para o transporte não rotineiro. (subitem 8.3.16)

11.14.12 - Efetuar vistoria nos veículos que prestam serviços de fretamento. (subitem 8.3.16)

Dispositivo legal não observado:

⇒ artigo 3º, inciso VIII, da Lei Municipal nº 14.971/0955

11.14.13 - Exigir dos Shoppings Centers o cumprimento das Certidões de Diretrizes, visando à diminuição do impacto que causam no tráfego das vias que lhes dão acesso. (subitem 8.3.17)

11.14.14 - Tomar providências no sentido de aumentar a centralização dos controladores semafóricos de médio porte nas Centrais de Tráfego em Área – CTA. (subitem 8.3.20)

11.15 - Gestão Ambiental

11.15.1 - Que a SVMA ultime as providências necessárias em prol do cumprimento da seguinte meta da Agenda 2012: “83 - Reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa na cidade, tendo como referência o inventário atual e o projeto de lei nº 530/08.” (subitem 9.3.a)

11.15.2 - Que a SVMA reavalie a compatibilidade das metas físicas com as metas financeiras previstas no PPA 2010/2013, visando à efetividade do instrumento de planejamento, para que o mesmo reflita a real capacidade de realização da Secretaria, permitindo a otimização da alocação dos recursos disponíveis. (subitem 9.3.b)

11.15.3 - A Lei Municipal nº 14.173/06 não está sendo cumprida no que tange aos indicadores de desempenho relativos à qualidade dos serviços públicos na área de proteção do meio ambiente. (subitem 9.4)

11.15.4 - Proceder à revisão dos normativos municipais que disponham sobre os

55 Art. 3º - Para cada veículo que desempenhar a atividade, as operadoras deverão requerer o respectivo Certificado de Vínculo ao Serviço - CVS, apresentando os seguintes documentos: [...] VIII - comprovação, por meio de vistoria a ser realizada no veículo pela Secretaria Municipal de Transportes, do atendimento a: a) legislação federal, estadual e municipal sobre acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida; (.....) b) regulamentação vigente, quanto ao nível máximo de enxofre em seu combustível.

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Termos de Ajustamento de Conduta, visando à efetividade do instrumento no que tange à adequação da postura às exigências legais, bem como à integral reparação do dano, evitando que o mesmo se revele vantajoso ao infrator. (subitem 9.5.1.f)

12 - SUGESTÕES DE MELHORIA 12.1 - Publicações e Divulgação

Atentar para as impropriedades verificadas nas publicações relativas aos

arts. 52 a 55 da LRF e divulgação em meio eletrônico. (itens 1.1.1 e 1.1.2)

12.2 - Planejamento

Incluir nos anexos das Leis Orçamentárias Anuais a indicação das metas físicas dos projetos/atividades/operações especiais, de forma a permitir

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tanto sua identificação e individualização quanto o acompanhamento de sua execução ao longo do exercício. (item 2.2)

12.3 - Despesas com Publicidade

Atentar para impropriedades de aspecto formal na instrução documental dos processos de pagamento. (item 3.9.2.b)

12.4 - Restos a Pagar

Atentar para a morosidade na regularização de restos a pagar de exercícios anteriores não processados. (item 5.7.2)

12.5 - Dívida Pública – Execução Orçamentária

Atentar para que as dotações orçamentárias da dívida fundada sejam corretamente utilizadas. (item 5.11.3.b)

12.6 - Precatórios Judiciais

Atentar para divergências na inscrição de ordens cronológicas do MOC. (item 5.13.4.a)

12.7 - Gestão Ambiental

Que a SVMA passe a acompanhar a meta 81 da Agenda 2012 através dos resultados efetivos alcançados pelo programa de inspeção veicular, ou seja, por meio de um indicador da quantidade de veículos inspecionados em relação ao total da frota. (subitem 9.3.a)

12.8 - Urbanismo

12.8.1 - Providenciar a implantação de 1 (uma) central de triagem de materiais recicláveis para completar as 4 (quatro) unidades previstas para o exercício de 2010. (item 10.6)

12.8.2 - Implantar os 300 (trezentos) Postos de Coleta Voluntária de Material Reciclável previstos no Plano Plurianual 2010-2013, posto que em 2010 essa meta não foi cumprida. (item 10.6)

12.8.3 - Adotar providências visando à implantação da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – AMLURB, conforme previsto no Plano Plurianual. (item 10.6)

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12.8.4 - Intensificar a coleta seletiva, uma vez que o percentual de materiais recicláveis recolhidos no exercício de 2010 representou apenas 1,1% do total de resíduos domiciliares coletados no mesmo período. (item 10.6)

12.8.5 - Quanto aos serviços divisíveis de limpeza pública realizados no agrupamento Sudeste:

12.8.5.1 - Providenciar o cumprimento dos itens 2.1 e 2.2, 3.5, 3.6 e 3.8 do Anexo I.H dos contratos de concessão dos serviços divisíveis de limpeza pública, uma vez que os procedimentos para aferir o nível de conscientização ambiental e de conhecimento da população acerca dos serviços de coleta não refletem as determinações contidas no referido Anexo, não sendo, pois, conclusivos e válidos. (item 10.7.1.a)

12.8.5.2 - Estudar a possibilidade de aumentar o percentual de recursos destinados ao programa de conscientização ambiental e divulgação dos serviços de coleta, já que a verba direcionada a esses itens é insuficiente (0,1% da remuneração das concessionárias, conforme item 22 do Anexo II do contrato de concessão), em face do tamanho da população a ser atendida e da complexidade das atividades determinadas no Anexo I.H do contrato de concessão. (item 10.7.1.b)

12.8.5.3 -

Aperfeiçoar a operacionalização do programa de conscientização e divulgação dos serviços de coleta, uma vez que na circunscrição das Subprefeituras de Itaquera, Campo Limpo e Ipiranga foi verificado que a forma como foi efetuada a implementação do referido programa não atende aos objetivos de conscientizar e divulgar informações à população. (item 10.7.1.c)

12.8.5.4 -

Intensificar a fiscalização do programa de conscientização ambiental e divulgação dos serviços de coleta, uma vez que seu caráter exclusivamente reativo, não tem ação efetiva sobre o planejamento e o conteúdo das atividades desenvolvidas pela Contratada. (item 10.7.1.d)

12.8.6 - Quanto aos serviços divisíveis de limpeza pública realizados no agrupamento Noroeste:

12.8.6.1 - Sanar as discrepâncias nos itinerários dos caminhões coletores, quando comparados com aqueles disponibilizados à população no sítio da Concessionária e com os apresentados pela fiscalização do LIMPURB, no

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sentido de evitar descumprimento dos horários de coleta em até 02 (duas) horas. (item 10.7.2.a)

12.8.6.2 - Providenciar o cumprimento dos subitens 2.1, 2.2, 3.5, 3.6 e 3.8 do Anexo I.H do Contrato, no que respeita à implantação e execução do Programa de Conscientização Ambiental e Divulgação dos Serviços. (item 10.7.2.b)

12.9 - Educação

12.9.1 - Que a SME realize estudo para identificar a origem dos problemas de

saúde que levam a situações de afastamento e ausência do professor e adote medidas de melhoria. (item 6.2.6.a.1)

12.9.2 - Que a SME realize estudo no sentido de minimizar a movimentação dos professores durante o ano letivo, promovendo um melhor planejamento, de forma a restringir essa movimentação às situações imprevisíveis. (item 6.2.6.a.1)

Excelentíssimo Senhor Conselheiro Relator Antonio Carlos Caruso Cuida o presente processo do exame das Contas do Executivo Municipal relativas ao exercício financeiro findo em 31 de dezembro de 2010.

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Em relação aos trabalhos oferecidos pelas Coordenadorias que compõem esta Subsecretaria, permiti-me excluir alguns trechos dos trabalhos apresentados, especialmente quanto às funções de governo, por entender que alguns temas dizem respeito a processos de despesa para os quais já existem processo tramitando nesta Corte para sua apreciação de mérito. Em função disso, observará Vossa Excelência, a partir da folha 402, o encarte desses itens, mantida a classificação originalmente dada em cada Coordenadoria, com a citada exclusão levada a efeito. De igual modo ocorreu quanto às infringência e impropriedades verificadas. Nesta quadra, procedi a exclusões em função das alterações por mim promovidas, bem como pelo fato de que algumas delas decorrem de situações já determinadas por esta Corte em anos anteriores. Quanto ao mérito dos trabalhos realizados, acompanho seus termos, com as alterações por mim promovidas. É o que me compete elevar à consideração de Vossa Excelência que, conhecendo, melhor decidirá.

Em 05 de maio de 2011.

Luiz Camargo Subsecretário de Fiscalização e Controle

LC/gof