relatório anual 2008 - spea.pt · - relatório anual 2008 - 3/44 - Índice 04 a palavra do...

44
Relatório Anual 2008 Lisboa, Março, 2009 Lisboa Funchal Nordeste Povoação www.spea.pt

Upload: doanthuy

Post on 26-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Relatório Anual 2008

Lisboa, Março, 2009

Lisboa • Funchal • Nordeste • Povoação

www.spea.pt

- Relatório Anual 2008 - 2/44 -

Relatório Anual 2008

Lisboa, Março, 2009

Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das

gerações futuras.

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves - SPEA – é uma organização não governamental de ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal. Como associação sem fins lucrativos, depende do apoio dos sócios e de diversas entidades para concretizar as suas acções. Faz parte de uma rede mundial de organizações de ambiente, a BirdLife International, que actua em mais de 100 países e tem como objectivo a preservação da diversidade biológica através da conservação das aves, dos seus habitats e da promoção do uso sustentável dos recursos naturais.

- Relatório Anual 2008 - 3/44 -

ÍNDICE

04 A PALAVRA DO PRESIDENTE DA DIRECÇÃO NACIONAL 05 EDITORIAL, PELO DIRECTOR EXECUTIVO 06 APRESENTAÇÃO DA SPEA 07 OS PROGRAMAS OPERACIONAIS DA SPEA E AS ACTIVIDADES EM

2008

07 Programa de Actividades

11 Programa Marinho

14 Programa Rural

17 Programa IBA

19 SPEA Madeira

23 SPEA Açores 30 A ESTRUTURA DA SPEA 31 APRESENTAÇÃO DE CONTAS 2008 41 CERTIFICAÇÃO DE CONTAS 43 PARECER DO CONSELHO FISCAL

Capa: a Cagarra Calonectris diomedea, também conhecida por Pardela, é a ave marinha pelágica mais comum em Portugal, sobretudo nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, onde nidificam as maiores colónias mundiais da espécie. Foi o símbolo inicial da SPEA e é o nome da sua revista. Os censos de aves marinhas e o seguimento de populações de Cagarra foram determinantes para a definição, pela primeira vez, das Áreas Importantes para as Aves nos mares portugueses, no âmbito do projecto Life IBAs Marinhas, que terminou em 2008.. Para mais pormenores visite www.spea.pt.

- Relatório Anual 2008 - 4/44 -

A PALAVRA DO PRESIDENTE DA DIRECÇÃO NACIONAL

Muitos de nós antecipámos o ano de 2008 como o mais difícil desde a criação da SPEA. O final de dois projectos LIFE de grande envergadura (Priolo e IBAs Marinhas) ameaçava o equilíbrio financeiro da SPEA, uma vez que apenas alguns meses depois seriam pagas pela União Europeia as despesas – volumosas - efectuadas durante a fase final dos projectos. Com o objectivo de garantir a sustentabilidade da associação durante esse intervalo, a SPEA negociou um empréstimo bancário em condições bastante favoráveis. Graças à aprovação de mais dois projectos de grande dimensão - LIFE Laurissilva Sustentável e LIFE Corvo – aquele empréstimo teve a duração de apenas alguns meses, ao contrário do que se previra inicialmente. A estrutura da SPEA mostrou, durante este ano, uma elevada preparação e maturidade, que permitiram a antecipação dos problemas em tempo útil e a análise e selecção das soluções mais convenientes. Por outro lado, e como tem sido usual nos últimos anos, a qualidade técnica do staff da SPEA garantiu a aprovação de mais dois importantes projectos, que constituirão linhas estruturantes da associação durante os próximos anos. A preparação da SPEA para as dificuldades ficou também patente pela forma solidária como a Direcção Nacional, o Conselho Fiscal, o Director Executivo e o Controlador Financeiro colaboraram ao longo deste ano. Este esforço conjunto permitiu igualmente que, pela primeira em muitos anos, o Relatório e Contas completo seja apresentado até final de Março, tal como previsto pelo Regulamento Interno. Obviamente nem tudo correu de forma perfeita neste processo. Teria sido, por exemplo, muito desejável que os sócios tivessem tido acesso a estes documentos com maior antecedência. Mas se por um lado temos consciência de que muito há ainda por melhorar nesse aspecto, temos, por outro, a noção de que demos passos seguros e importantes no reforço da gestão financeira dos recursos da SPEA, fortalecendo-a ainda mais na prossecução dos seus objectivos principais na conservação das aves e dos seus habitats.

Ricardo Tomé Presidente da Direcção Nacional

- Relatório Anual 2008 - 5/44 -

EDITORIAL, PELO DIRECTOR EXECUTIVO

O ano 2008 foi um ano importante e um desafio grande na vida da SPEA, tal com se previa. A finalização dos dois projectos LIFE (Priolo e IBAs Marinhas), a expectativa quanto às candidaturas apresentadas para dois grandes projectos no âmbito do programa comunitário LIFE+ e as dificuldades de liquidez na tesouraria já esperadas de acordo com as previsões financeiras.

Felizmente estes desafios foram vencidos. Os dois projectos LIFE foram grandes sucessos, resultando num contributo enorme para a conservação de uma das espécies mais ameaçadas do mundo – o Priolo, e na delimitação das Áreas Importantes para as Aves (IBA) no meio marinho. As duas candidaturas apresentadas foram aprovadas pela Comissão Europeia e permitirão acções de conservação na floresta de Laurissilva nos Açores e ainda acções pioneiras de conservação de aves marinhas. Estas últimas, aliadas ao sucesso do projecto IBAs Marinhas e das parcerias internacionais, levou à designação de um novo cargo de Coordenador europeu para as aves marinhas na BirdLife International, assumido pela SPEA. Os resultados alcançados em 2008 vieram fortalecer ainda mais a imagem da SPEA a nível internacional e afirmar definitivamente o Programa Marinho.

A cada vez maior complexidade de actividades, projectos e programas levou também a uma reestruturação interna, que agora se rege por dois departamentos principais: o dos Sócios, Actividades e Educação Ambiental, e o de Conservação. O Departamento de Conservação contém os dois programas principais de âmbito das nossas Áreas Importantes para as Aves: o Terrestre e o Marinho. Por outro lado apostamos na consolidação das estruturas e projectos nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, onde têm início novos projectos importantes.

As dificuldades de liquidez foram ultrapassadas graças às previsões atempadas de tesouraria da SPEA, ao seguimento e controlo de despesas previstas no orçamento anual, a novos projectos e ainda ao crédito solicitado à banca, entretanto já liquidado. Por outro lado houve um esforço muito grande de concertação entre controlador financeiro, Direcção Nacional e Conselho Fiscal, de modo a fechar as contas anuais o mais cedo possível e dentro do prazo. Estamos assim em condições favoráveis para que o presente ano decorra sem sobressaltos e em plena normalidade para conseguirmos cumprir a nossa missão: trabalhar para o estudo e a conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.

- Relatório Anual 2008 - 6/44 -

APRESENTAÇÃO DA SPEA

A SPEA é uma associação sem fins lucrativos que promove o estudo e a conservação das aves em Portugal. Foi fundada em 25 de Novembro de 1993, correspondendo a um desejo manifestado por um grande número de profissionais e amadores desenvolvendo actividade na área da Ornitologia e conservação da avifauna. Desde 1999 é parceiro da BirdLife International e a principal Organização Não Governamental de Ambiente em Portugal com objectivos de conservação das aves. A SPEA tem como Missão: trabalhar para o estudo e a conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.

Os principais objectivos da sociedade são:

! Promover, dinamizar e divulgar o estudo da biologia das aves e desenvolver as bases científicas e técnicas para a aplicação de medidas de gestão e conservação.

! Promover a conservação das populações de aves que vivem no estado selvagem e dos seus habitats, em particular no território português.

! Contribuir para a valorização e promoção da Ornitologia, nas suas diversas vertentes, através da elaboração e divulgação de princípios orientadores desta disciplina.

Para cumprir os seus objectivos foi definido um Programa de Acção da SPEA para o período 2006-2008, organizado em 6 Objectivos Gerais:

1. Promover a conservação activa das aves selvagens e dos seus habitats

2. Obter e divulgar dados científicos e de monitorização de forma a apoiar a conservação das aves

3. Aumentar significativamente o número de sócios da SPEA e promover a sua participação na vida associativa

4. Promover a consciencialização da opinião pública para as questões relacionadas com a conservação das aves e seus habitats

5. Afirmar a SPEA como Organização Não Governamental de Ambiente de referência a nível nacional e internacional

6. Melhorar a organização interna, funcionalidade e capacidade técnica

Para o pôr em prática, a SPEA conta com Sedes em Lisboa, Funchal e Nordeste (Açores), onde trabalha um quadro profissional com 26 colaboradores, no final de 2008, e diversos grupos de trabalho e actividades baseadas em trabalho de voluntários. Com estes meios, a SPEA coordena ou participa em diversos projectos com recurso a financiamentos comunitários ou patrocinados, integrados em Programas: Actividades e Educação Ambiental, Programa Marinho, Programa Rural, Programa IBA, SPEA Madeira, SPEA Açores.

Este Relatório deve ser analisado em conjunto com o Relatório de Actividades 2007 e o Plano de Actividades 2008 da SPEA, disponíveis em http://www.spea.pt/ na rubrica “Sobre a SPEA/Estratégia e Plano”, dando uma ideia global da evolução da actividade da associação e da previsão de aplicação dos resultados do ano corrente.

- Relatório Anual 2008 - 7/44 -

OS PROGRAMAS OPERACIONAIS DA SPEA E AS ACTIVIDADES EM 2008

Programa de Actividades

O Programa de Actividades e Educação Ambiental desempenha uma função essencial no seio da SPEA, pretendendo-se com o mesmo fazer a ligação entre os projectos de conservação e investigação desenvolvidos pela associação e as pessoas. Reconhece-se que é nas pessoas que está a origem de muitos dos problemas de declínio das espécies de aves e da degradação dos habitats, mas é também nestas que estão as soluções!

Este Programa abrange áreas transversais a outros Programas da SPEA, e alguns dos colaboradores que aqui trabalham acumulam funções diversas, o que embora seja um aspecto positivo, muitas vezes limita o tempo disponível para se atingir ainda mais e melhores resultados.

O ano de 2008 foi brilhante para este Programa, em termos do número de acções desenvolvidas e do número de participantes que foram mobilizados, mas o principal sucesso tem a ver com as pessoas que colaboram no mesmo, tanto a nível do staff como dos voluntários, e o espírito de equipa com que se trabalha.

É difícil seleccionar os aspectos mais relevantes, sobretudo pela interligação entre estes e porque o resultado visível é apenas uma parte de todo o trabalho de bastidores, e que funciona como o alicerce da própria vida da associação. Relembremos, então algumas das metas alcançadas e das quais muito nos orgulhamos:

Novos sócios – durante o ano de 2008 a SPEA teve uma taxa de crescimento em termos de número de associados de 19,4%, o que se traduz num total de 2540 sócios (dados de Dezembro de 2008). Este número, embora seja muito bom, está longe de assegurar que a SPEA consiga sobreviver apenas com as quotas dos sócios, o que implica uma procura constante de financiamentos externos. Assim, o

- Relatório Anual 2008 - 8/44 -

esforço de angariação de mais sócios e manutenção dos existentes é uma prioridade para os próximos anos.

Actividades - o programa de actividades de 2008 foi o que reuniu o maior número de iniciativas desde sempre, tendo sido realizadas 47 saídas de campo e 13 cursos, 24 iniciativas no âmbito do Festival de Observação de Aves (dinamizadas por entidades diversas), mais de 15 acções “De olho nas Aves”, ateliers de construção de caixas-ninho em espaços públicos, entre outras. No total, estiveram envolvidos mais de 1.000 participantes.

SPEA On-Line (SOL) – este boletim electrónico é actualmente o principal veículo de comunicação com os sócios sendo também uma óptima ferramenta de divulgação junto de outros públicos. Em 2008, foram produzidos 43 edições em Português e ainda mais três edições da sua versão em Inglês. No final de 2008, a versão Portuguesa seguia para mais de 5075 subscritores e a versão Inglesa para cerca de 230.

Pardela – Em 2008 foram editados os três números previstos da revista Pardela: 31 (Março), 32 (Julho) e 33 (Novembro).

Protocolos – com o objectivo de se aumentar as regalias aos sócios da SPEA, estabeleceram-se protocolos com entidades ligadas à animação turística, à comercialização de materiais ópticos e de alojamento.

Loja SPEA (catálogo de Natal) – A loja SPEA lançou no Natal uma variedade de novos produtos, a salientar: binóculos, garrafas de vinho guarda-rios, produtos artesanais feitos totalmente com materiais sustentáveis e ecológicos, entre os habituais produtos que dispomos todo o ano.

Concurso de Fotografia da Rede Natura 2000 - O principal objectivo deste concurso foi envolver o público e divulgar a Rede Natura 2000, através de um concurso de fotografia. Recebemos cerca de 290 fotografias e participaram cerca de 100 pessoas.

Participação em eventos - Em 2008 a SPEA esteve presente em mais de 15 eventos, dinamizando a sua banca e por vezes algumas actividades. São de citar o Dia da Criança no Museu da Presidência da República (1 Junho), a III Feira de Parques Naturais e Ambiente (Olhão, 24-27 Jul.) e o Fórum Ciência Viva (22-23 Nov, Lisboa), bem como o apoio à organização do Workshop Internacional de Turismo Natureza – as potencialidades do birdwatching, organizado pelo Turismo de Portugal (Tróia, 14 Novembro).

Destacam-se ainda as parcerias com os núcleos de estudantes do ensino superior, tendo-se realizado 8 acções em colaboração com 5 núcleos de estudantes de biologia, nomeadamente saídas de campo e palestras.

É ainda de salientar a participação na British Birdwatching Fair 2008, que trouxe como mais valias não só um aumento da notoriedade do projecto do LIFE Priolo e do turismo dos Açores, mas também patrocínios muito importantes para a SPEA.

- Relatório Anual 2008 - 9/44 -

Outro evento que merece destaque foi sem dúvida o encerramento do projecto LIFE Priolo no Pavilhão de Exposições das Portas do Mar, em Ponta Delgada que atraiu milhares de visitantes.

Tempos de antena e comunicados de imprensa – Foi melhorado o Spot institucional da SPEA e foram feitas 3 inserções com 2 spots institucionais da SPEA e um alusivo ao projecto LIFE Priolo. As inserções foram feitas a partir de Outubro no tempo de antena da RTP.

Ave do ano - A Campanha este ano foi dedicada ao Priolo. Sendo este o último ano do projecto LIFE Priolo, a Campanha enquadrou-se perfeitamente em diversas actividades. Foi desenvolvido merchandising, uma campanha de angariação de fundos, alguns eventos e exposições, bem como a apresentação do documentário alusivo ao Priolo.

Voluntariado – Em 2008 continuámos a contar com voluntários, fundamentais para o desenvolvimento de diversos projectos nas mais variadas temáticas. No total, tivemos o apoio de mais de 300 colaboradores voluntários. Há ainda a destacar a aprovação de um projecto no âmbito do Programa Juventude em Acção / Serviço Voluntário Europeu para 2009, em parceria com a associação Rota Jovem.

Coordenadora: Alexandra Lopes

Staff: Alexandra Lopes, Vanessa Oliveira, Silvia Chambel e Joana Domingues

Colaboradores e voluntários:

Agostinho Gomes, Alexandra Fonseca, Alexandre Leitão, Alberto Caeiro, , Alice Gama, Alison Lang, Ana Leal, Ana Pontes, Ângela Lourenço, Angélique Jacinto, Anne Bartlett, António Calado, António Mira, Aquatic Warbler Conservation Team, Brent C Emerson, Carla Maria Elias, Carlos Godinho, Carlos Pereira, Carlos Pimenta, Carlos Sanchez, Carlos Vilhena, Carlos Santos, Daniel Jareño, David Rodrigues, David S Richardson, Dília Menezes, Dinis Cortes, Diogo Veríssimo, Domingos Leitão, Eduardo Esteves, Eric Chávez, Ester Dias, Eva Monteiro, Fábia Azevedo, Faísca, Filipe Moniz, Filipe Viveiros, Gabriel Sierra, Georg Schreier, Gonçalo Lobo Elias, Helena Batalha, Inês Roque, Joana Andrade, João Ministro, João Cosme, João Farminhão, João Jara, João Miguel Silveira, João Nunes, João Paulo Ruas, João Pedro Neves, João Rabaça, João Simões, João Tiago Tavares, Joaquim Antunes, Joaquim José Gomes, Joaquim Muchaxo, José Alves, José Conde, José Juan Hernandez, José Monteiro, José Pedro Granadeiro, José Pedro Ruas, José Viana, Juan Carlos Illera, Juan M. Simón, Júlio Neto, Laurence Girard, Liliana Barosa, Lourenço N Marques, Luís Dias - Ventura do Mar, Luís Gordinho, Luís Reino, Luísa Tavares - CIAPS/CMCascais, MadeiraBirds, Manuel Fernandes, Marco Domingues, Marco Correia, Margarida Almeida, Margarida Vargues, Maria da Conceição Peres, Maria Dias, Mário Morais, Mário Gabriel dos Santos, Mário Sérgio Elias, Marta Moreno-Garcia, Miguel Barros, Miguel Capelo, Miguel Lecoq, Milene Santos, Nadine Pires, Nuno Alvito, Nuno de Macedo, Nuno Domingos, Nuno Maria Brilha Vilela, Octávio Alcântara, Patrícia Silva, Patrícia Ventura, Paulo Alves, Paulo Catry, Paulo Jorge Travassos, Pedro Alvito, Pedro Cardia Lopes, Pedro Fernandes, Pedro Monteiro, Pedro Noronha, Pedro Rodrigues, Primeiro-Tenente Mourato (Marinha), Ricardo Belo, Ricardo Brandão, Ricardo Braz, Ricardo Guerreiro, Ricardo Lima, Ricardo Martins, Ricardo Teixeira Nabais, Ricardo Tomé, Rui Eufrásia, Rui Rebelo, Samuel Infante, Sara Freitas, Sérgio Ribeiro, Sérgio Elias, Simon Wates, Sílvia Nunes, Sofia Pinto Coelho, Teresa Catry, Tomas Gunnarsson, Susana Velásquez, Vanda Coelho e Vitor Encarnação,

Financiado por: Actividades “De Olho nas Aves” financiadas por Ciência Viva

- Relatório Anual 2008 - 10/44 -

Parceiros:

A Rocha, Amigos da Vida Selvagem, Associação Aldeia, Associação Frauga, Associação Lezíria de Vila Franca, Associação Transcudânia, Associação Transumância & Natuereza, CM Alcochete, CM. Alpiarça, CM Castelo de Vide, CM Nazaré, CM Mirandela, CM Portimão, CM Seia, CEILA, CERVAS, CISE, CM Sesimbra, Coagret-Portugal, Companhia das Lezírias (Pequena Companhia), CTT, Ecoteca de Macedo de Cavaleiros, Ecoteca do Pico, FAPAS, Finalgarve, Fortaleza de Sagres, Incentivos Outdoor, Junta de Freguesia de Santo António dos Cavaleiros, Junta Freguesia de Vila Fernando, LPN, Mar Ilimitado, Museu da Presidência da República, Natura-Algarve, Onda Verde, Parque Biológico de Gaia, Pentax, Quinta da Alagoa, Quinta do Lago, Quercus, Rotas da Terra, RTA, Salvador Caetano, Tapada de Mafra, Zeiss

- Relatório Anual 2008 - 11/44 -

PROGRAMA MARINHO

O principal objectivo do Programa Marinho da SPEA é o de contribuir para a aplicação da Directiva Aves ao meio marinho através da protecção das aves selvagens que ocorrem na Zona Económica Exclusiva de Portugal, elaborar mapas de distribuição destas espécies e identificar as IBA Marinhas existentes. Este Programa foi criado em 2005 e tem vindo a crescer até se converter num departamento internacional com ligações a projectos marinhos no Mediterrâneo e no continente americano.

O ano de 2008 foi cheio de êxitos para o Programa Marinho, e mais concretamente para o Projecto LIFE IBAs Marinhas (2004-2008), que recebeu no mês de Janeiro o 1º Prémio Internacional BES Biodiversidade. O galardão, patrocinado pelo Banco Espírito Santo e concedido por um júri internacional, representou o melhor reforço à motivação da equipa e serviu para preparar ainda com maior dedicação o fecho do Projecto, que ocorreu no mês de Outubro, e que coincidiu com a publicação do primeiro Inventário Nacional de IBAs Marinhas. Após esta publicação, e sua divulgação junto dos parceiros do Projecto e entidades competentes, encontram-se reunidas todas as condições para o Portugal declarar, no âmbito da Directiva Aves Europeia, as primeiras ZPEs marinhas.

Mas além do Projecto LIFE IBAs Marinhas, muitas outras actividades tiveram lugar ao longo do ano 2008, entre as quais:

Projecto LIFE SOS Freira do Bugio – Este projecto é coordenado peloParque Natural da Madeira e tem a SPEA como parceiro. No mês de Julho foram repetidos os trabalhos de marcação com geolocators da espécie Pterodroma feae, que tem como objectivo conhecer a sua distribuição no mar. Foram também realizados trabalhos de construção de ninhos artificiais, erradicação de mamíferos exóticos, recuperação do coberto vegetal e monitorização do êxito reprodutor.

Projecto RAM, Monitorização Costeira de Aves Marinhas – Foram realizados 9 censos coincidentes com os dias RAM ibéricos. Tentou-se que estes censos fossem também aproveitados na recolha de dados relativos à presença da Pardela-balear nas águas continentais Portuguesas. Os dados resultantes destes censos encontram-se disponíveis na página do Programa Marinho.

- Relatório Anual 2008 - 12/44 -

Projecto Species Guardian para Pardela-balear – Foram realizadas várias actividades relacionadas com esta espécie, uma das mais ameaçadas na Europa: censos costeiros (paralelamente aos censos RAM, foram realizados censos na 2ª quinzena de cada mês, de forma a melhorar os dados de ocorrência e distribuição da Pardela-balear, num total de 10 censos); Formação de observadores (foi realizado em Dezembro, em Peniche, um workshop de formação de observadores de aves marinhas, que contou com a presença de 16 participantes); Calendário sobre capturas acidentais (foi produzida uma brochura no formato de calendário destinado aos pescadores); Inquérito aos pescadores (entre Novembro e Dezembro foram realizados 80 inquéritos a pescadores em alguns portos de pesca, com o objectivo de recolher dados sobre capturas acidentais de aves durante as actividades pesqueiras); Programa de certificação da pesca da Sardinha em Portugal continental: a SPEA, em colaboração com outras entidades, foi nomeada como consultor no processo de certificação MSC (Marine Stewardship Council) da pesca da sardinha com cerco pela frota de Portugal Continental.

Para além destas actividades nacionais e outras coordenadas pela SPEA Madeira (no caso do Projecto Puffinus) o Programa Marinho da SPEA deu mais um passo na sua projecção internacional, através dos seguintes projectos e colaborações:

Projecto LIFE Puffinus yelkouan em Malta – a SPEA continuou a colaborar nos trabalhos de marcação individual desta espécie de ave marinha, assim como ficou responsável pela elaboração de uma proposta de IBAs Marinhas de âmbito nacional.

Identificação de IBA Marinhas em Itália – através de contrato assinado entre SPEA e LIPU (BirdLife Itália), a SPEA ficou responsável pela formação específica dos colegas italianos em marcação individual com data-loggers, realização e análise de censos marinhos e elaboração de propostas de áreas marinhas.

A SPEA ficou responsável pela elaboração de diversos documentos estratégicos divulgados no âmbito da Birds and Habitats Task Force ou do Global Seabird Programme da BirdLife International.

Finalmente, o Programa Marinho participou com êxito na elaboração de dois novos Projectos: o primeiro, uma small grant solicitada à RSPB em Setembro, para apoiar as acções de monitorização costeira da Pardela-balear e realização de inquéritos a pescadores, o segundo, realizado em colaboração com o Global Seabird Programme, vai permitir realizar um encontro internacional Europeu-Africano já no verão de 2009 e confirmou também o apoio económico necessário para assegurar a criação do Posto de Coordenador Marinho Europeu, que estará baseado em Lisboa, sendo este um dos marcos na vidada SPEA e da BirdLife durante este ano.

Programa Marinho

Coordenador: Iván Ramírez

Staff: Pedro Geraldes, Ana Meirinho, Joana Andrade, Ana Isabel Fagundes, Vanessa Oliveira, Nuno Domingos

Staff não contratado pela SPEA: Patricia Amorim (DOP Açores); Vitor Paiva (Universidade de Coimbra)

Estagiários: Marsrida Suarez, Carmen Gutiérrez, Sara Xoubanova, Lisete Ventura, Javier Cordón

- Relatório Anual 2008 - 13/44 -

Observadores contratados: Ricardo Guerreiro, Alexandre Leitão, Ana Catarina Henriques, Carlos Santos, Nuno Barros, Carlos Noivo, Pedro Faria, Joana Boavida, Joao Tiago Tavares, Lourenço, Pedro Monteiro, Xabier Esparza

Colaboradores: Joao Tiago Marques, Ana Bio, Carlota Viada, Paulo Crisóstomo, Pedro Domingos, Mark Bolton

Financiado por: Fundo Comunitário LIFE e BirdLife International

Instituições Parceiras: Departamento de Oceanografia e Pescas; Universidade dos Açores • Instituto do Mar • Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas • Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais da Madeira – Parque Natural da Madeira • Universidade de Aveiro • Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade • Instituto Hidrográfico • Museu da Baleia da Madeira • Aeroclube de Portugal

- Relatório Anual 2008 - 14/44 -

PROGRAMA RURAL

Cinquenta espécies de aves terrestres ameaçadas dependem dos habitats agrícolas e agro-florestais de Portugal Continental. Entre elas destacam-se o Abutre-preto, a Águia-imperial, a Águia-perdigueira, o Francelho, o Sisão e a Abetarda, por serem espécies Globalmente Ameaçadas. Além das aves mais raras e ameaçadas, podem ser encontradas nos campos portugueses muitas dezenas de espécies de aves comuns.

O Programa Rural da SPEA englobou diferentes projectos e campanhas, com os seguintes objectivos:

• Manter os meios agro-florestais e agrícolas ricos em aves e biodiversidade;

• Conservar as populações de aves ameaçadas que dependem dos meios agrícolas;

• Proteger as IBA agrícolas;

• Trabalhar com os agricultores em soluções para uma agricultura sustentável.

Para alcançar estes objectivos a SPEA tem trabalhado em conservação dos meios rurais, através de projectos dirigidos para espécies e habitats e da pressão para influenciar políticas relevantes. Tem desenvolvido ainda uma actividade importante na valorização da biodiversidade rural, através da sensibilização dos agricultores e da promoção do turismo ornitológico.

O ano de 2008 foi muito importante para o Programa Rural. Teve um início fulgurante, com a designação em Fevereiro de oito novas Zonas de Protecção Especial (ZPE) estepárias no Alentejo. No total, em 2008 foram designadas nove novas ZPE estepárias. Foi o culminar de um processo que durou mais de oito anos e resultou no incremento da Rede Natura 2000 em mais 40000 ha. O ano terminou com a atribuição de financiamentos a duas candidaturas do Programa Rural, para desenvolver nos dois anos seguintes, os projectos IberAves e Semear o Futuro II. De permeio ainda houve a participação na elaboração do Plano de Acção da UE para o

- Relatório Anual 2008 - 15/44 -

Rolieiro, a conclusão do Projecto Semear o Futuro I, o desenvolvimento de três candidaturas PROVERE, a elaboração de pareceres e queixas e a co-organização, com o Turismo de Portugal, de um Workshop Internacional sobre turismo ornitológico.

Este ano terminou com o inicio de dois novos projectos, que garantem o suporte financeiro para o Programa Rural durante os próximos dois anos, com boas perspectivas de financiamento do Censo de Aves Comuns (CAC), mas também com o grande desafio de garantir a protecção das IBA, cada vez mais ameaçadas por projectos e programas de desenvolvimento em claro conflito com a conservação das aves e da biodiversidade.

Marcos do Programa Rural em 2008:

• Designação de 9 novas ZPE estepárias no Alentejo (mais 40000 ha acrescentados à Rede Natura 2000).

• Submissão de candidatura Semear o Futuro II, para comunicação de agricultura sustentável com biodiversidade, ao Fundo ONG Ambiente do EEA (gerido pela APA – Agência Portuguesa de Ambiente). Candidatura com sucesso.

• Submissão de candidatura IberAves, para a elaboração de módulos de formação e turismo ornitológico, ao Programa Leonardo, em parceria com a SEO/BirdLife e a BirdLife International. Candidatura com sucesso.

• Co-organização, com o Turismo de Portugal, de um workshop internacional sobre Turismo Ornitológico, com a participação de 180 pessoas.

• Participação na elaboração do Plano de Acção da UE para o Rolieiro.

• Desenvolvimento do projecto CAC, mantendo o nível de participação e o fornecimento dos dados para o PECBMS (Pan-European Common Bird Monitoring Scheme).

• Desenvolvimento do projecto das Contagens de Aves no Natal e Ano Novo (CANAN) em 2008, mantendo o nível de participação, a elaboração do relatório anual e de um artigo para o Anuário Ornitológico.

• Participação em reunião da Taskforce da BirdLife sobre a Política Agrícola Comum (PAC) e em dois workshops sobre Desenvolvimento Rural, um em Bruxelas e outro em Haia.

• Elaboração de cinco pareceres em processos de discussão pública de Avaliações de Impacto Ambiental de projectos em IBA estepárias, mais duas queixas e nove informações para a CE.

• Elaboração do relatório final do projecto POCI (Semear o Futuro I).

• Desenvolvimento de projecto de monitorização da avifauna no Campo de Golfe da Quinta da Marinha.

• Submissão de candidatura LIFE+ Natureza, submetida como parceiro, com a LPN, CEAI e a CAP, para a conservação do Francelho no Alentejo.

• Participação em três candidaturas PROVERE (Beira Interior, Alto Alentejo e Algarve).

- Relatório Anual 2008 - 16/44 -

PROGRAMA RURAL

Coordenador: Domingos Leitão

Staff: Vanessa Oliveira e Joana Domingues

Coordenação CAC: Ricardo Martins, Ana Leal, Teresa Marques, Carlos Santos, Ana Isabel Fagundes, Ricardo Ceia.

Colaboradores e voluntários: Tiago Rodrigues & A.L. Machado, Marco Fachada, Duarte Nuno Bastos, Mário Santos, José Pedro Moreira, Rui Miguel de Brito, José Pedro Tavares, Ana Alexandra Fonseca, João Rodrigues & Joana Bom, Carlos Pacheco & Sandra Vieira, Marco Nunes Correia & Eduardo Barrento, Marco Nunes Correia, Júlio Reis & João Tereso, Daniel Sobral, Nuno Tiago Santos, Vitor Garcia, Henk Feith, Patrícia Silva, Domingos Leitão, Vitor Encarnação, Ricardo Belo & Mariana Belo, Nuno Gomes Miguel, Pedro Geraldes & Dinis Geraldes, Nuno Soares & Paula Martins, António Xeira, Manuel Jorge Santos & Manuel Eduardo dos Santos, Nuno Soares & Paula Martins, Carlos Manuel Vilhena, Ana Teresa Marques & Vitor Pereira, Glenis Vowles, Clive Viney, Francisco Espírito, Miguel Mendes & John Burton.

Financiamentos por: RSPB

Parceiros: LPN, SEO. CEAI, BirdLife, RSPB, Quinta da Marinha, ICNB, FERN, Alterra, Turismo de Portugal

- Relatório Anual 2008 - 17/44 -

PROGRAMA IBA

O principal objectivo deste Programa, organicamente ligado ao Programa Marinho da SPEA, é o de promover a classificação de todas as Áreas Importantes para Aves, ou IBAs (do inglês Important Bird Areas), como Zonas de Protecção Especial ao abrigo da Directiva Aves Europeia e garantir a sua gestão com benefícios para as aves.

Neste momento existem em Portugal 93 IBA, das quais apenas 67,56% se encontram protegidas como ZPE. Nos últimos anos a SPEA tem identificado novas IBA e coordenado a monitorização das já existentes, através da participação directa de mais de 60 vigilantes.

No que se refere à participação da SPEA nos processos de avaliação de impacte ambiental em IBAs, a SPEA enviou os seguintes pareceres:

1. "Queixa sobre a Ligação Ferroviária de Alta Velocidade Lisboa-Madrid", 24 Novembro 2008

2. Acompanhamento Público do projecto “Blocos de Rega de Ferreira e Valbom”, 14 de Agosto 2008

3. "Parecer SPEA à Intervenção na Barra de Aveiro", 30 Abril 2008

4. "Parecer CA Elvas Caia", Abril 2008

5. "Estudo para Análise Técnica Comparada das Alternativas de Localização do Novo Aeroporto de

6. Lisboa na zona da Ota e na zona do Campo de Tiro de Alcochete", 17 Março 2008

7. "Parecer SPEA Alta Velocidade Évora Elvas", 26 Fevereiro 2008

8. "Parecer Parque Alqueva SPEA", 04 de Fevereiro de 2008

9. "Plano Rodoviário - Região Centro Interior", 30 Janeiro 2008

10. "Texto Final da ASE", 28 Janeiro 2008

11. "Parecer SPEA para PE do Alto da Coutada", 25 Janeiro 2008

- Relatório Anual 2008 - 18/44 -

No Norte, a rede de IBA continuaram a ser apoiadas com êxito, criando-se diversos encontros com os vigilantes locais.

O Programa IBA esteve no 2008 fortemente apoiado pelo Xabier Esparza, biólogo bolseiro vindo da Navarra (Espanha) que foi responsável pela actualização de todos os dados de monitorização e investigação realizados pela SPEA nos últimos anos na base de dados electrónica do World Bird Database. Desta forma a SPEA conta pela primeira vez com uma base de dados fiável que pode ser actualizada regularmente e que permitirá uma melhoria na realização de pareceres técnicos por parte do Departamento de Conservação.

O ano 2008 previa a realização de um evento de formação para vigilantes que terminou por ser cancelado devido à falta de participantes, isto ocorreu pelo segundo ano consecutivo e reflecte a necessidade de melhorar a relação e motivação dos vigilantes.

Finalmente, já no Inverno de 2008, e com motivo da preparação de uma queixa horizontal a apresentar em Bruxelas por parte da SPEA, foi realizado um inquérito através de consulta via e-mail para conhecer melhor o grau de ameaça das IBAs. Infelizmente, mais uma vez a participação foi baixa, tendo recebido apenas 6 respostas por parte dos vigilantes.

Esperamos que a reestruturação do Departamento de Conservação da SPEA prevista para 2009 permita implementar a revisão do Programa IBAs realizada no ano 2007, que inclui a revisão e actualização de todos os dados existentes, a actualização da página Web do Programa e uma maior comunicação e realização de actividades junto dos vigilantes de IBA.

Programa IBAs

Coordenador: Iván Ramírez

Staff: Pedro Geraldes, Ana Meirinho, Joana Andrade, João Neves

Staff não contratado pela SPEA: Vigilantes de IBA

Estagiários: Xavier Esparza

Financiado por: Sem financiamento próprio

- Relatório Anual 2008 - 19/44 -

SPEA MADEIRA

A SPEA-Madeira tem como objectivo trabalhar para a conservação das aves selvagens que ocorrem no arquipélago, promovendo e divulgando o património avifaunístico junto da população residente e visitante.

Considerando o crescimento urbano que actualmente se verifica na Madeira e Porto Santo a SPEA-Madeira tem cada vez mais um papel importante na conservação do património natural e na sensibilização da população e entidades políticas para salvaguarda das espécies de aves e habitats que existem no arquipélago.

Do total de 42 espécies que nidificam no arquipélago, 3 estão reconhecidas como espécies endémicas (Freira da Madeira Pterodroma madeira, Pombo-trocaz Columba trocaz e Bisbis Regulus madeirensis) e provavelmente no próximo ano já serão 4 uma vez que as análises genéticas realizadas mostram que a Freira do Bugio Pterodroma feae é uma espécie diferente da população residente em Cabo Verde.

No âmbito do programa anual da SPEA-Madeira, além dos projectos específicos que são realizados, têm sido desenvolvidas diversas actividades direccionadas quer para os sócios quer para o público escolar e população em geral.

Actualmente a SPEA-Madeira conta com 167 sócios registados, no entanto apenas 36% mantêm a quota regularizada.

Em 2008, com o apoio de 4 estagiários, foi possível desenvolver os seguintes projectos:

Projecto Linhas Eléctricas (2007-2009) - Este projecto visa a monitorização e minimização dos impactos resultantes da interacção entre as linhas eléctricas aéreas de média tensão e a avifauna da Madeira e tem como objectivos i) identificação de

- Relatório Anual 2008 - 20/44 -

troços/áreas onde ocorrem mortalidades com significado biológico, ii) ordenar os tipos de apoios segundo a mortalidade que podem provocar e iii) identificar espécies que sofrem maior impacto.

Os trabalhos de prospecção estão a ser realizados em áreas sob jurisdição do Parque Natural da Madeira (3), do Parque Ecológico do Funchal (1), em Áreas Importantes para as Aves (2) e numa zona sem qualquer estatuto de protecção.

Os resultados obtidos neste projecto provaram a mortalidade de algumas aves num dos troços prospectados, o que leva à proposta de algumas medidas minimizadoras e projectos futuros, a iniciar em 2009. Foi apresentado um relatório de progresso em Setembro, com os dados desde o início do projecto. Foi dado início à organização do workshop nacional a ter lugar na Primavera de 2009, que reunirá os participantes de projectos semelhantes nos Açores, Continente e Canárias.

Projecto LIFE SOS Freira do Bugio - A SPEA é a parceira do Parque Natural da Madeira no Projecto LIFE SOS Freira do Bugio, que visa a conservação da Freira do Bugio Pterodroma feae, ave marinha que ocorre exclusivamente no Bugio e, a nível europeu está classificada como Vulnerável. Este projecto tem como objectivos a conservação da Freira do Bugio através da (i) criação de condições que conduzam à recuperação do seu habitat de nidificação, (ii) promoção da sua expansão para áreas com habitat de nidificação disponível, (iii) identificação das suas áreas importantes no mar e (iv) promoção dum forte apoio público para a conservação da espécie e do seu habitat.

Em 2008 foram realizadas 3 viagens às Desertas com público específico (guias de montanha, animadores turísticos e simpatizantes dos escuteiros), foi realizada uma saída às Desertas para os sócios; 6 acções de divulgação junto de escolas primárias, escolas profissionais e casas do Povo. Continuação dos censos pelágicos e realização de censos dirigidos à espécie em Julho e Outubro.

Projecto Puffinus – O projecto Puffinus visa a conservação do Patagarro Puffinus puffinus no Parque Ecológico do Funchal e teve início em 1994. Actualmente a SPEA é parceira deste projecto que tem como objectivos i) controlo de ratos e gatos próximo às áreas de nidificação, ii) realização de um programa de escutas nocturnas para identificação de novos locais de nidificação, iii) procura exaustiva de novos ninhos e iv) aquisição de conhecimento sobre a ecologia da espécie.

Este projecto reveste-se de grande importância pelo facto de esta espécie ser pouco conhecida, nomeadamente os seus hábitos reprodutores e requisitos ambientais. Este desconhecimento, que é generalizado para os arquipélagos da Macaronésia (Açores, Madeira e Canárias) deve-se essencialmente à dificuldade de descobrir os seus ninhos, que se situam em escarpas de difícil acesso.

Em 2008 manteve-se a monitorização aos ninhos conhecidos no entanto, os esforços de prospecção de novos ninhos revelaram-se infrutíferos. Com a colaboração de uma estagiária foi possível determinar as densidades de ratos próximo às áreas de nidificação e analisar a dieta dos ratos capturados, quer na época de nidificação do Patagarro como fora desta época. Com a colaboração de outro estagiário foi realizada a caracterização do habitat, instrumento de apoio na selecção das áreas para prospectar novos ninhos. Foi organizado um curso de montanhismo básico para os colaboradores do projecto, com o apoio de formadores da Federação Portuguesa de Campismo e Montanhismo

Atlas das Aves Nidificantes no Parque Ecológico do Funchal (PECOF) - Os principais objectivos do Atlas do PECOF são i) a identificação das espécies que ocorrem nesta área municipal protegida, ii) obter informação acerca da sua distribuição e iii) identificar as associações entre a distribuição das espécies e os

- Relatório Anual 2008 - 21/44 -

diferentes tipos de habitat. A realização deste projecto é importante porque permite identificar espécies ameaçadas ou raras, locais de importância para a conservação, para além de dotar o PECOF de uma publicação que, além do elevado interesse científico, representa uma importante ferramenta didáctica e pedagógica. Esta publicação constitui uma das novidades disponíveis na Loja SPEA durante o ano 2008.

O evento de lançamento do livro teve lugar a 4 de Agosto no salão nobre da Câmara Municipal do Funchal. O evento contou com a presença de algumas dezenas de pessoas e foi amplamente divulgado na comunicação social regional.

Colaboração no Projecto LIFE IBAs Marinhas – com o apoio de estagiários foram realizadas diversos censos pelágicos à volta da Madeira, Porto Santo e Desertas, assim como na costa Sul da ilha da Madeira. Palestra numa Escola Básica sobre as Aves Marinhas do Arquipélago da Madeira. Realização dos Dias RAM com o apoio de voluntários.

Censo de Mantas – a Manta (Buteo buteo) é uma das 3 aves de rapina diurnas que ocorre no arquipélago da Madeira, sendo esta a de maiores dimensões. É uma ave inconfundível que pode ser observada em diversos habitats, pousada em postes ou em voo planado e muitas vezes é identificada apenas pelo seu estridente piar. A Manta assume um importante papel no controlo de espécies como os coelhos e ratos, assim como na eliminação de restos de animais mortos.

Este censo, que teve início em 2006, é baseado no conceito de “Cidadania pela Ciência” no qual é reconhecido a importância da participação de cidadãos voluntários para o sucesso do projecto. Em 2008 o censo contou com a participação de 20 colaboradores.

Censo de Aves Comuns – o Censo de Aves Comuns é um programa de monitorização a longo prazo de aves comuns nidificantes e seus habitats, em Portugal. Foi lançado pela SPEA, em 2004, no Continente e na Madeira, tendo início nos Açores em 2007.

Na Madeira, durante o ano de 2008, foi realizada uma acção de formação (antes da época de contagem) que contou com a participação de 7 pessoas, das quais duas se tornaram responsáveis por uma quadrícula. Foram atribuídas 9 quadrículas, das quais apenas 7 foram visitadas, uma das quais apenas uma vez.

Coordenador: Ana Isabel Fagundes

Estagiários: Carmen Gutiérrez, Marsrida Suarez, Marta Nunes, Thys Valkenburg

Colaboradores e voluntários: André Ferreira, Bruno Melim, Cátia Freitas, Célio Quintal, Cláudio Rodrigues, Dionísio Sousa, Gonçalo Silva, João Nunes, Pedro Augusto, Renato Nunes, Tiago Gomes, Vânia Dias.

Financiado por: Comissão Europeia/Programa Life, EEM - Empresa de Electricidade da Madeira, Município do Funchal, Parque Natural da Madeira, Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais

Instituições Parceiras: PNM – Parque Natural da Madeira e PECOF – Parque Ecológico do Funchal.

Entidades Colaboradoras: Associação Madeira Rural, Câmara Municipal do Funchal, Câmara Municipal do Porto Santo, Casa do Povo da Boaventura, Casa do Povo da Ponta do Pargo, Centro Ciência Viva do Porto Moniz, EEM – Empresa de Electricidade da Madeira, Escola 1º ciclo do Jardim da Serra Escola, 1º ciclo Seixal Escola do Curral das Freiras, Escola do

- Relatório Anual 2008 - 22/44 -

Estreito de Câmara de Lobos, Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira, Funchal 500 Anos, Gavião Madeira, Green Storm, Horizonte do Atlântico, Hotel da Ajuda, Hotel do Carmo, Hotel Orca, Madeira Magic, Madeira Story Centre, Museu da Baleia, Organização dos Antigos Escuteiros e Simpatizantes, Parque Ecológico do Funchal, Parque Natural da Madeira, Sea pleasure, Sea the Best, Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, Sociedade Porto Santo Verde e ZonaCat

- Relatório Anual 2008 - 23/44 -

SPEA AÇORES

A presença da SPEA nos Açores tem vindo nos últimos anos a ser cada vez mais uma evidência. O número de actividades em desenvolvimentos tem registado um significativo aumento, e o seu âmbito de acção cada vez mais abrangente, procurando não se limitar ao Priolo e à Serra da Tronqueira. No entanto, obviamente, que o ano de 2008, no que se refere ao trabalho da SPEA no Arquipélago dos Açores, teve como principal destaque a conclusão do projecto LIFE Priolo. Os esforços desenvolvidos por todos os intervenientes vieram mesmo a permitir ultrapassar muitos dos objectivos inicialmente propostos.

Para além dos projectos desenvolvidos directamente pela SPEA nos Açores, tem sido mantido o esforço para permitir a presença e colaboração de investigadores, estagiários e voluntários, que têm contribuído de forma importante para todos os resultados obtidos nos últimos anos. Para além dos projectos mais direccionados para o estudo e conservação das espécies e habitats, a actual base operacional da SPEA - Açores, tem permitido desenvolver diversas actividades dirigidas à população e aos sócios locais: cursos, saídas, apoio a entidades regionais, etc.

A acção da SPEA nos Açores tem sido pautada por uma significativa colaboração com diversas entidades tendo como objectivo o desenvolvimento económico sustentável das populações e da Região de forma a promover e garantir a conservação do património natural da Região.

Durante o ano de 2008 foram desenvolvidos os seguintes projectos:

! Projecto LIFE PRIOLO

! Projecto Centro Ambiental do Priolo

! Projecto Interacção Aves e Linhas Eléctricas (com a empresa EDA)

! Projecto Monitorização dos Aeroportos de Ponta Delgada e Santa Maria (com a empresa ANA)

! Projecto Censo Aves Comuns

- Relatório Anual 2008 - 24/44 -

! I Atlas do Priolo

! Censo de Milhafres

! Registo de colisões no Farol da Ponta do Arnel (São Miguel)

! Desenvolvimento de actividades de sensibilização e divulgação

Projecto LIFE Priolo – Este projecto teve por principal objectivo a recuperação do habitat do Priolo, através da conservação e restauração da ameaçada floresta de Laurissilva dos Açores envolvendo acções de recuperação de habitat, de monitorização da espécie e do seu habitat, acções experimentais para aumentar os recursos disponíveis, acções ao nível da legislação e acções de sensibilização e divulgação. Este projecto foi coordenado pela SPEA, tendo como parceiros a Câmara Municipal do Nordeste, o Centro de Conservação e Protecção do Ambiente da Universidade dos Açores (CCPA), a Direcção Regional dos Recursos Florestais (DRRF), a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar (SRAM) e a Royal Society for the Protection of Birds (RSPB, BirdLife no Reino Unido).

A diversidade e extensão das acções deste projecto implicam a existência de uma grande equipa técnica e de campo. Durante 2008 a equipa do LIFE Priolo foi constituída em média por cerca de 17 elementos. Este projecto para além dos excelentes resultados obtidos na conservação do Priolo e do seu habitat, teve igualmente um grande impacto sócio económico na região, e uma excelente divulgação a nível regional, nacional e internacional.

Durante o ano de 2008 os principais resultados obtidos foram:

Acções de conservação e recuperação do habitat

• Plantação de mais de 10000 plantas na área de reconversão de Criptoméria para Floresta nativa;

• Conclusão do controlo de exóticas na área de intervenção do projecto com um total de 227 ha recuperados para os cinco anos do projecto;

• Manutenção da rede de 20 km de trilhos;

• Plantação de espécies herbáceas;

• Remoção de Gigante (Gunnera tinctoria) na ZPE Pico da Vara/Ribeira do Guilherme

Acções de estudo e monitorização da população de Priolo e do seu habitat

• Conclusão do mapeamento do coberto vegetal da área central da ZPE numa extensão de 1332 ha;

• Monitorização da regeneração natural de Laurissilva e da taxa de mortalidade dos indivíduos plantados na área de Criptoméria reconvertida para floresta Laurissilva;

• Mapeamento de cobertura de Gunnera tinctoria e Dicksonia antarctica na ZPE.

• Censo anual da população de Priolo em toda a ZPE

• Monitorização da população de Priolo através de prospecção no terreno e recaptura visual de aves marcadas com anilhas coloridas e monitorização da Taxa de recrutamento de juvenis;

• Monitorização da frutificação de Azevinho;

- Relatório Anual 2008 - 25/44 -

• Monitorização da abundância e distribuição de roedores e mustelídeos em áreas de floresta Laurissilva e avaliação do impacto provocado na nidificação da avifauna pela predação de roedores e mustelídeos.

Acções de divulgação, educação e sensibilização ambiental

• Menção Honrosa do Prémio BES Biodiversidade para o Projecto LIFE Priolo; • Emissão filatélica dos CTT “O Priolo”; • Artigos em diversas publicações nacionais e estrangeiras: revista UP (TAP),

Azores Spirit (SATA), Revista BirdWatching e Birdwatch (Reino Unido), diversos jornais regionais e nacionais

• Notícias na RTP Açores e rádios regionais, Podcast de Novembro da revista BBC Wildlife;

• IV Jornadas de Conservação do Priolo (Povoação, 7 de Maio)

• Stand sobre o Priolo na British Birdwatching Fair (Rutland, Inglaterra) em Agosto

• Actualização dos conteúdos do microsite nos 4 idiomas

• Colaboração com o Centro Ambiental do Priolo na realização de diversas actividades.

• Campanha Priolo, Ave do Ano 2008

• Campanha Species Guardians da Birdlife International

• Festa de encerramento do projecto em Ponta Delgada com cerca de 3000 visitantes;

O desempenho alcançado no desenvolvimento do LIFE Priolo e a excelente parceria desenvolvida com a Revista inglesa Birdwatch, no âmbito da campanha Species Guardian, levou a que o Priolo fosse escolhido pela Birdlife como um dos exemplos de sucesso desta campanha a nível mundial. Este facto levou a que o Priolo fosse alvo de enorme destaque na British Birdwatching Fair.

O desenvolvimento do Projecto LIFE Priolo na ZPE Pico da Vara/Ribeira do Guilherme tem possibilitado desenvolver um vasto conjunto de trabalhos e eventos que de outra forma nunca se teriam desenvolvido nos concelhos do Nordeste e Povoação (e em último caso, na Região Autónoma dos Açores).

Durante o ano de 2008 foi ainda feito um grande esforço no sentido de assegurar a continuidade das acções de recuperação dos habitats prioritários da ZPE, possibilitando assim reduzir as ameaças sobre o Priolo. Foi neste sentido que foi apresentado um 2007 um novo projecto LIFE, o qual foi aceite durante o ano de 2008. O Projecto LIFE+ Laurissilva Sustentável, pretende desenvolver de 2009 a 2012 diversas acções no sentido de promover a recuperação dos habitats naturais e procurar explorar e dinamizar novas formas de compatibilizar as populações humanas com um uso sustentado das áreas naturais.

Centro Ambiental do Priolo – O Centro Ambiental do Priolo é o primeiro centro de interpretação e educação ambiental criado e coordenado pela SPEA. A sua criação, enquadra-se na vertente de sensibilização da população local do Projecto LIFE-Priolo, e foi possível graças à cedência da casa pela Direcção Regional dos Recursos Florestais e o financiamento da Secretaria Regional de Ambiente e do Mar e dos fundos LEADER+ (ASDEPR) e Proenergia.

A equipa do Centro Ambiental do Priolo realizou diversas actividades com a comunidade escolar, nomeadamente, o Workshop “O Priolo na educação regional” e os programas educativos destinados às escolas (“O Priolo visita a tua escola”, “A tua

- Relatório Anual 2008 - 26/44 -

escola visita o Priolo” e “Experimenta com o Priolo”). No âmbito do LIFE Priolo foi desenvolvido um kit de materiais didácticos destinados às escolas.

O Centro Ambiental do Priolo realizou 39 actividades, com uma média de 3 actividades mensais, com um total de 6725 participantes. No Ano 2008, participaram no programa escolar do Centro 1252 estudantes de 23 escolas e instituições diferentes. Foram 689 participantes no programa “O Priolo vai à tua Escola”, 483 no programa “A tua escola visita o Priolo” e 80 no programa “Experimenta com o Priolo”.

O Centro Ambiental do Priolo recebeu, em 2008, 1975 visitantes, dos quais 659 foram turistas, o que representa o 0,18 % dos turistas que visitaram os Açores. O centro foi visitado por 1283 pessoas da ilha de São Miguel, o que representa 1% da sua população (censo de 2001).

No ano 2008 foram recebidos 81 voluntários, dos quais 50 participaram no Atlas do Priolo, 18 através da associação francesa “Á Pas de Loup” e 12 procedentes de dois grupos de escoteiros, de Lisboa e Madrid.

Foram emitidos 24 Comunicados de Imprensa, que resultaram em 124 notícias referentes ao Priolo e o Centro Ambiental do Priolo. A maior parte destas notícias foram referentes às actividades realizadas pelo Centro.

Projecto Linhas Eléctricas – Este estudo, o primeiro realizado no Arquipélago dos Açores com incidência na problemática interacção entre as aves e as linhas eléctricas, vem identificar e caracterizar a mortalidade de aves por colisão e electrocussão nestas ilhas atlânticas.

Entre Julho de 2007 e Novembro de 2008 foram percorridos 237 troços de um quilómetro de comprimento e 1765 apoios de forma sistemática em cada uma das 4 épocas de campo definidas, tendo sido encontradas 315 aves mortas por colisão e 137 aves electrocutadas. Esta amostra representa cerca de 19% da extensão total de linhas eléctricas nos Açores.

Através da realização de estudos complementares e por intermédio de consulta bibliográfica foi possível calcular os factores de correcção que após aplicação resultam na estimativa de 2630 e 395 aves mortas por colisão e electrocussão respectivamente para a referida amostra de cerca de 19%, no espaço de um ano.

Estima-se ainda que para a região dos Açores morram 11,098 Aves/km/ano por colisão e 0,224 Aves/apoio/ano por electrocussão. Face ao desconhecimento dos números populacionais de grande parte das espécies de aves ocorrentes nos Açores, apenas é possível estimar a percentagem afectada para 3 espécies.

Projecto Monitorização dos Aeroportos de Ponta Delgada e Santa Maria -

Este projecto foi concluído em Agosto de 2008. O principal objectivo foi contribuir para o conhecimento da utilização pelas aves do aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, e do Aeroporto de Santa Maria, de modo a aumentar a segurança das operações aeronáuticas.

Antes de a SPEA iniciar este projecto o conhecimento sobre esta problemática nos Açores era muito escasso. É por este facto que a realização de um estudo para avaliar o impacto da ocorrência de aves nos aeroportos e a eficácia das medidas de afugentamento actualmente utilizadas, revela-se de grande importância, pois pela primeira vez foram obtidos conhecimentos a nível regional sobre a monitorização das aves nos aeroportos, o que permitiu também estabelecer comparações com outros estudos já realizados e ajudar na elaboração de um Plano de Gestão de toda a área envolvente ao aeroporto para reduzir as ocorrências de aves, com efeito a longo prazo.

- Relatório Anual 2008 - 27/44 -

Os objectivos gerais deste projecto foram:

• Caracterizar as comunidades de aves existentes nos dois aeroportos

• Caracterizar os padrões de movimento das diferentes espécies de aves nos aeroportos

• Determinar o grau de risco de colisão para cada espécie presente

• Identificar as medidas de gestão de habitat mais adequadas para evitar a presença de Espécies de aves Potencialmente Perigosas para a Aviação

Censo de Milhafres – O Milhafre (Buteo buteo) é a maior ave de rapina que ocorre no arquipélago dos Açores (excepção às ilhas das Flores e do Corvo) e desde 2006 que a SPEA desenvolve este projecto com o objectivo de monitorizar a sua população e cativar a participação do cidadão comum para participação no censo da espécie. O censo é inteiramente feito por voluntários numa iniciativa designada por citizen science, aproximando assim os cidadãos e voluntários para um trabalho útil em termos de monitorização de uma espécie simbólica e contribuindo para a divulgação e sensibilização ambiental sobre a mesma.

Em 2008 participaram cerca de 40 voluntários distribuídos por 4 ilhas (São Miguel, Terceira, Santa Maria e Faial) tendo sido contabilizados 204 milhafres e percorridos perto de 494 km.

Registo de colisões no farol da Ponta do Arnel – Dado que a SPEA Açores tem a sua sede na Vila de Nordeste foi criado em 2007 um protocolo de colaboração com a Marinha, através da Capitania do Porto de Ponta Delgada, para que fossem comunicadas as eventualidades que envolvam aves no Farol da Ponta do Arnel, de modo a apoiar os trabalhos do Programa Marinho. A zona de influência do Farol da Ponta do Arnel, classificada como IBA, localiza-se no extremo nordeste da ilha de São Miguel, e é um local de ocorrência inevitável de várias aves marinhas, nomeadamente Cagarro Calonectris diomedea borealis e Frulho Puffinus assimilis baroli. Durante este segundo ano de acção, foram registadas 124 colisões correspondentes unicamente a cagarros (121 capturas/ 3 recapturas), procedendo-se à anilhagem e salvamento das respectivas aves. Foi elaborado e enviado para a Capitania do Porto de Ponta Delgada, o relatório com os resultados da anilhagem científica e salvamento de aves acidentadas no Farol da Ponta do Arnel em 2007.

Também em 2008 foi criado um protocolo de colaboração com a Capitania do Porto de Ponta Delgada para o embarque de ornitólogos durante as saídas de manutenção do bote de socorro a náufragos, com a finalidade de obter informação periódica sobre as épocas de ocorrência e abundância relativa das aves marinhas nidificantes e invernantes no arquipélago dos Açores. Não se efectuaram no entanto saídas pelágicas devido a incompatibilidades logísticas.

I Atlas do Priolo –Uma das conclusões resultantes do workshop científico sobre o Priolo e a Floresta Laurissilva, organizado pelo Projecto LIFE Priolo em Maio de 2007, foi que a determinação detalhada da área de distribuição do Priolo devia ser vista como uma prioridade até ao final deste projecto. Esta tarefa permitiria corrigir o actual esquema de monitorização que, aparte da informação robusta acerca da tendência populacional, apenas fornece uma aproximação ao tamanho populacional, devido a ter por base pontos de escuta estabelecidos apenas em parte da área de distribuição da espécie e que não abrangem todos os habitats existentes. Com o intuito de amostrar toda a área seleccionada no mais curto período possível, minimizando a dispersão das aves, foi lançado o apelo à participação de voluntários para o trabalho de campo que teria lugar em São Miguel entre 22 e 28 de Junho,

- Relatório Anual 2008 - 28/44 -

sendo comunicado que a organização suportaria as despesas locais por intermédio do financiamento atribuído pelo Disney Worldwide Conservation Fund para a concretização deste estudo. O apelo foi correspondido tanto por portugueses como por candidatos naturais de diversos países e no final os 49 participantes foram distribuídos por 7 grupos de trabalho, cada um responsável pela amostragem de uma determinada área. A metodologia foi estabelecida com o propósito de aproveitar este esforço humano no terreno para também realizar um censo da espécie com base em métodos de amostragem à distância, e deste modo os participantes tiveram de ser submetidos a três dias de treino intensivo no conhecimento da espécie e em estimativa de distâncias. Na manhã do dia 26 de Junho todos cumpriram as suas funções ao amostrarem as 281 estações de contagem logrando 78 Priolos detectados durante o tempo efectivo de contagem. Os dados de distribuição da espécie foram processados ainda em 2008, indicando uma expansão para áreas exteriores à delimitação actual da ZPE Pico da Vara / Ribeira do Guilherme. Falta, no entanto, finalizar a análise dos dados referentes à estimativa do tamanho populacional.

SPEA AÇORES

SPEA AÇORES

Coordenador: Joaquim Teodósio

Staff: Artur Gil; Carlos Silva; Clara Casanova; Joana Domingues; Ricardo Ceia; Rui Botelho; Vanessa Oliveira; Hugo Laborda; Sandra Parejo; Azucena de la Cruz

Staff não contratado pela SPEA: José Pedro Tavares (RSPB); Jaime Ramos (Universidade de Coimbra)

Equipa operacional: José Mendonça, José Raposo, Sidónia Simas, Manuel Sousa, André Fernandes, Bruno Oliveira, Dinis Bernardo, Nelson Teixeira, Dinis Pimentel, Hilberto Correia, Manuel Rodrigues, José Santos, Paulo Sousa, Valter Cordeiro, Mário Nelson, Pedro Mendes, Pedro Castanha, Pedro Leite, Michael Simas Luís Moniz, Milton Aguiar, Cláudio Costa

Estagiários: Inês Lacerda; José Royuela; Vitor Coelho; Adriana Núñez; Itahisa González; Sérgio Timóteo; Raul González; Thijs Valkenburg

Colaboradores e voluntários: Natália Nascimento; David Howlett, Bromwing Lester; Diogo Correia; Rúben Heleno, João Pedro Neves, Carlos Pereira, Adelino Cabral, Anabela Silva, Aniceto Cordeiro, António Correia, António Melo, Anunciación Royuela, Azucena de la Cruz, Bronwen Lester, Carla Silva Carlos Pereira, Celestina Furtado, Décio Leal, Hélder Xavier, Hilberto Correia, Inês Lacerda, João Pedro Neves, José Royuela, Luís Aguiar, Maribel Páramo, Natália Melo, Patrícia Pedro, Pedro Raposo, Ricardo Ceia, Ricardo Ramalho, Rosa Dart, Rui Pinto, Rui Oliveira, Sérgio Timóteo, Thijs Valkenburg, Vanda Serpa, Vanessa Parejo, Vítor Celho.

Financiado por: Fundo Comunitário LIFE, Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, Royal Society for the Protection of Birds, ASDEPR (fundos LEADER+), Programa PróEnergia – Secretaria Regional de Economia, EDA, ANA Aeroportos

Instituições Parceiras: Câmara Municipal do Nordeste • Centro de Conservação e Protecção o Ambiente, Universidade dos Açores • Direcção Regional dos Recursos Florestais • Secretaria Regional do Ambiente e do Mar • Royal Society

- Relatório Anual 2008 - 29/44 -

for the Protection of Birds (Birdlife no Reino Unido, Ecotecas Regionais, Direcção Regional de Promoção Ambiental, Direcção Regional de Turismo, Direcção Regional para Ciência e Tecnologia

A ESTRUTURA DA SPEA A SPEA é uma associação com Órgãos Sociais eleitos e uma estrutura profissional, que contava, no final de 2008, com 2.538 sócios. Os órgãos associativos da SPEA são a Direcção Nacional, a Mesa da Assembleia Geral e o Conselho Fiscal.

A Direcção Nacional da SPEA, órgão que dirige a Sociedade, é constituída por sete elementos: Presidente, Vice-presidente, Secretário, Tesoureiro e três Vogais. Compete à Direcção Nacional, entre outras tarefas (ver Estatutos e Regulamento Interno em www.spea.pt), executar o Programa e Orçamento aprovados em Assembleia Geral, gerir e administrar a SPEA e apresentar contas dessa actividade.

A actual Direcção Nacional foi eleita em Assembleia Geral de 5 de Maio de 2008 e é constituída pelos seguintes membros:

Presidente: Ricardo Tomé Vice-presidente: Maria Peixe Dias Secretário-geral: Ana Leal Tesoureiro: Pedro Miguel Guerreiro Vogais: João Jara, Paulo Travassos e Pedro Coelho Suplentes: Miguel Capelo, Paulo Simões Coelho e Teresa Catry A Mesa da Assembleia Geral é composta por um Presidente, um Vice Presidente e três Secretários. Ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral compete convocar e dirigir as sessões de Assembleia Geral. A actual Mesa da Assembleia Geral é composta pelos seguintes membros:

Presidente: José Pedro Granadeiro Vice-presidente: Luís Gordinho Secretários: Pedro Henriques, Ricardo Martins e Rui Rebelo O Conselho Fiscal é o órgão que tem a competência de examinar a escrita da SPEA e elaborar um parecer sobre o Relatório e Contas da Direcção Nacional e divulgá-lo em Assembleia Geral Ordinária. É constituído por um Presidente, um Secretário e um Relator. O actual Conselho Fiscal é composto pelos seguintes membros:

Presidente: Humberto Grácio Secretário: Gonçalo Elias Relator: Manuel Baptista Suplente: Henk Feith O quadro profissional da SPEA era constituído, no final de 2008, por 26 colaboradores, entre os quais 5 estagiários sem encargos para a associação. A SPEA conta ainda com o apoio benemérito e dedicado de muitos voluntários para todas as suas actividades, a quem agradece publicamente.

- Relatório Anual 2008 - 30/44 -

APRESENTAÇÃO DE CONTAS 2008 O mapa de despesas e receitas é aqui apresentado no mesmo formato do Orçamento 2008, tal como foi apresentado e aprovado em Assembleia Geral no ano transacto. As rubricas assinaladas com números contêm notas explicativas para esclarecimentos sobre as diferenças mais significativas em relação ao orçamento.

Despesas Receitas Saldo efectivo Saldo orçamento Sede Nacional ! 259.532,66 ! 300.271,37 ! 40.738,70 ! -0,26

Despesas de funcionamento ! 177.299,82 ! 75.704,66 ! -101.595,16 ! -101.205,57 Programa de Actividades ! 15.455,90 ! 34.225,83 ! 18.769,93 ! -2.817,80 Linhas eléctricas EDP ! 32.123,52 ! 39.750,20 ! 7.626,68 ! 43.309,53 Loja SPEA ! 7.566,89 ! 6.510,39 ! -1.056,50 ! 2.490,80 Publicações ! 12.770,06 ! 3.092,20 ! -9.677,86 ! -12.092,50 Internacional ! 0,00 ! 0,00 ! 0,00 ! 0,00 Outros ! 14.316,48 ! 140.988,09 ! 126.671,61 ! 70.316,00

Programa Rural ! 24.664,43 ! 1.104,88 ! -23.559,55 ! 7.959,99 Programa Rural ! 17.877,90 ! 246,88 ! -17.631,02 ! -27.884,01 LIFE COOP ! 6.203,00 ! 0,00 ! -6.203,00 ! -6.200,00 Campanha Agricultura+ ! 162,00 ! 0,00 ! -162,00 ! 41.350,00 Turismo Ornitológico ! 73,89 ! 0,00 ! -73,89 ! 0,00 Task Force Agricultura ! 347,64 ! 858,00 ! 510,36 ! 694,00

Programa Marinho ! 384.574,05 ! 234.215,50 ! -150.358,55 ! -501.968,19 Despesas de funcionamento ! 235.407,14 ! 202.847,20 ! -32.559,94 ! -495,00 Projecto LIFE IBAs Marinhas ! 144.931,99 ! 30.000,00 ! -114.931,99 ! -485.441,49 Projecto LIFE Freira do Bugio ! 4.209,66 ! 0,00 ! -4.209,66 ! -16.900,00 Projecto LIFE Malta ! 25,26 ! 1.368,30 ! 1.343,04 ! 868,30

SPEA Açores ! 466.205,26 ! 784.689,57 ! 318.484,31 ! -187.598,19 Projecto LIFE Priolo ! 376.866,85 ! 2.510,00 ! -374.356,85 ! -268.131,99 Centro Ambiental do Priolo ! 55.524,88 ! 55.978,82 ! 453,94 ! 61.172,44 Projecto Aeroportos ANA ! 8.157,72 ! 25.952,00 ! 17.794,28 ! 12.508,00 Projecto linhas eléctricas EDA ! 15.868,62 ! 22.122,00 ! 6.253,38 ! 9.803,00 Outros ! 9.787,19 ! 678.126,75 ! 668.339,56 ! -2.950,00

SPEA Madeira 22.423,41 ! 17.824,90 ! -4.598,51 ! ! -8.950,30 Projecto linhas eléctricas EEM ! 15.978,29 ! 15.174,90 ! -803,39 ! -4.844,62 Outros ! 6.445,12 ! 2.650,00 ! -3.795,12 ! -4.105,68

Total anual 1.157.399,81 ! 1.338.106,22 ! 180.706,41 ! ! -690.557,31

Notas explicativas:

1.1.1.1. Este quadro visa confrontar as receitas e despesas previstas no Orçamento da SPEA 2008 como aprovado em Assembleia Geral, e reflecte exclusivamente os movimentos de despesas e receitas verificados nas contas bancárias da SPEA, não tendo forçosamente uma relação directa com a demonstração de resultados e balanço apresentados mais abaixo. Realça-se, por isso mesmo, a grande diferença entre um saldo positivo nas contas bancárias, de 180.706,41 euros, enquanto que o Resultado Líquido oficial e verificado é de -138.432,18 euros. Esta grande diferença tem como principal razão o facto de existirem proveitos diferidos elevados que se referem a pagamentos antecipados de tranches dos projectos Life+ entretanto aprovados, e que só tiveram início em 2009.

- Relatório Anual 2008 - 31/44 -

2.2.2.2. Os valores neste quadro são meramente indicativos da execução do orçamento 2008 segundo as rubricas que foram apresentadas no mesmo. Alguns movimentos de transferências entre contas e a utilização de estimativas para o mês de Dezembro podem implicar que alguns valores não sejam definitivos, no entanto considera-se que reflectem no geral a execução orçamental da SPEA. Os valores rigorosos e definitivos são os apresentados no Balanço e Demosntração de Resultados.

3.3.3.3. Para além do facto já referido na nota 1, acresce que o saldo no final do exercício é ainda mais favorável que o esperado, dado que se conseguiu saldar ainda em 2008 o empréstimo bancário de 286.000 euros que havia sido concedido em Outubro.

4.4.4.4. As Despesas de funcionamento assinaladas na rubrica Sede Nacional referem-se exclusivamente aos encargos com pessoal e com o funcionamento na Sede Nacional; os restantes encargos com pessoal com contrato para outros projectos encontram-se incluídos nas respectivas rubricas do Programa Marinho, Programa Rural, SPEA Madeira e SPEA Açores.

5.5.5.5. Algumas rubricas tiveram saldo bem mais baixo que o esperado, o que se deve à falta de pagamento de financiamentos esperados em 2008, nomeadamente a tranche final do protocolo Linhas Eléctricas, o pagamento final do projecto POCI Campanha Agricultura+, o pagamento de verbas devidas ao corte de madeira na área do projecto LIFE Priolo e o pagamento de funcionamento do Centro Ambiental do Priolo. Estes pagamentos, assim como outros de menor volume, são esperados no início de 2009.

6.6.6.6. Na Sede Nacional, na rubrica ‘Outros’, contabiliza-se um grande volume de receitas, muito maior que o esperado. Tal deve-se à atribuição de 1º prémio e de menção honrosa do Prémio BES Biodiversidade, respectivamente de 75.000 e 3.000 euros. Esta verba foi incluída na contabilidade como donativo, razão pela qual no gráfico de receitas abaixo a percentagem relativa a donativos está muito acima do esperado.

7.7.7.7. O pagamento inicial do novo projecto Life+ Corvo e Vila Franca (202.847 euros) está incluindo em despesas de funcionamento do Programa Marinho, e o mesmo pagamento para o projecto Life+ Laurissilva Sustentável (656.929,20 euros) está incluído em Outros na SPEA Açores.

Em termos de receitas verificamos que o orçamento da SPEA continua a ser assegurado por fundos para projectos, correspondendo a fundos comunitários (60%, maioritariamente Programa LIFE), respectivos co-financiamentos (8%) e também protocolos com diversas entidades e patrocinadores (8%), num total de 76% do total de receitas. A percentagem de fundos não restritos corresponde agora a 24% do total, aumentando em relação ao ano transacto (16,3% do total), o que está relacionado não só com a subida do valor de receitas nestas rubricas como pela diminuição de verbas de apoio a projectos.

- Relatório Anual 2008 - 32/44 -

Distribuição de Receitas 2008

Donativos9% Loja

2%Actividades1%

Subsídios e co-financiamentos

8%Protocolos

8%

Financiamentos comunitários

60%

Outros1%

BirdLife/RSPB9%

Quotas2%

- Relatório Anual 2008 - 33/44 -

Balanço e demonstração de resultados

Balanço

Código de contas Exercícios

2008 2007

Activo AB AA AL AL

Imobilizado:

43+441/6+449 Imobilizações incorpóreas 2.909,30 2.909,30

42+448 Imobilizações corpóreas 310.970,68 285.272,96 25.697,72 101.590,59

41+447 Investimentos financeiros

313.879,98 288.182,26 25.697,72 101.590,59

Circulante:

32 a 37 Existências

21+22+24+25+26 Dívidas de terceiros

, de médio e longo prazo

, de curto prazo 1.946,40 1.946,40 1.946,40

15+18 Títulos negociáveis 2.360,44 2.360,44 2.360,44

11 a 14 Depósitos bancários e caixa 600.814,34 600.814,34 411.236,09

605.121,18 605.121,18 415.542,93

27 Acréscimos e diferimentos: 351.225,12 351.225,12 419,90

Total do Activo 1.270.226,28

288.182,26 982.044,02 517.553,42

Código de contas Exercícios

2008 2007

Capital próprio e Passivo

CAPITAL PRÓPRIO

51 Capital 82.296,40 82.296,40

54 Prémios de emissão de acções (quotas)

56 Reservas de reavaliação

571 Reservas legais

52+53+55+572/9 Restantes reservas e outros capitais próprios 7.324,02 7.324,02

59 Resultados transitados 90.301,36 63.055,35

Sub-total 179.921,78 152.675,77

88 Resultado líquido do exercício (138.432,18) 27.246,01

89 Dividendos antecipados

Total do Capital Próprio 41.489,60 179.921,78

PASSIVO

29 Provisões

21+22+23+24+25+26 Dívidas a terceiros

, de médio e longo prazo

, de curto prazo 15.353,77 49.362,37

15.353,77 49.362,37

27 Acréscimos e deferimentos 925.200,65 288.269,27

Total do Passivo 940.554,42 337.631,64

Total do Capital Próprio e do Passivo 982.044,02 517.553,42

- Relatório Anual 2008 - 34/44 -

Notas explicativas

A ter em conta que nas notas explicativas das Demonstrações Financeiras, apenas foram detalhados e realçados os valores com maior relevância no exercício, para melhor compreensão dessas contas.

Activo

1. Na conta 27 do activo, o maior montante de 79,5% em Acréscimos de Proveitos correspondente à tranche final do projecto LIFE Priolo, sendo o restante montante relativo a 20,3% da tranche final do projecto LIFE IBAs Marinhas e em Custos Diferidos 0,2% em seguros.

2. Relativamente à conta 42 Imobilizações Corpóreas, o seu valor é composto da seguinte forma:41% referente a equipamento de transporte, 36% são de equipamento básico (Computadores, GPS, Biotrack, Estufas e Material de som para o Centro Ambiental do Priolo), 13% de equipamento administrativo (PC’s e impressora) e 5% referentes a Ferramentas e Utensílios.

3. Na conta 11 a 14 de Depósitos bancários e caixa, o maior volume é referente à conta da CGD com 57% do montante, isto deve-se ao recebimento antecipado da primeira tranche do novo projecto LIFE Laurissilva Sustentável com início em 2009. Ainda em relação a esta conta de Depósitos bancários e caixa, 31% referem-se à conta do Programa Marinho que recebeu também antecipadamente a primeira tranc he do novo projecto LIFE Corvo e 9% referem-se à conta da Sede.

Passivo

4. Nas Dívidas a Terceiros de Curto prazo, 19% do montante total estão relacionados com Fornecedores, 23% com retenção de IRS e 57% relativo a contribuições para a segurança social.

5. Na conta 27 Acréscimos e diferimentos, 7% do montante referem-se a Remunerações a Liquidar e 93% do valor são Proveitos Diferidos que por sua vez se decompõem em 71% referente à tranche recebida do novo projecto LIFE Laurissilva Sustentável e 22% do novo projecto LIFE Corvo,

Demonstração de Resultados

POC Exercícios

2008 2007

Custos e perdas

61 Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas:

62 Fornecimentos e serviços externos 525.663,02 525.663,02 599.393,29

Custos com o pessoal:

641+642 Remunerações 399.407,45 383.085,23

643 a 648 Encargos sociais 85.995,54 485.402,99 93.495,39 476.580,62

666+667 Amortizações e ajustamentos do exercício 53.097,07 79.566,55

67 Provisões 53.097,07 79.566,55

63 Impostos 396,86 498,77

65 Outros custos e perdas operacionais 47.525,46 47.922,32 96.663,95

(A) 1.112.085,40 1.252.703,18

683+684 Amortizações e ajustamentos de aplicações e investimentos financeiros

681+685/9 Juros e custos similares 3.215,63 3.215,63 1.087,40 1.087,40

(C) 1.115.301,03 1.253.790,58

69 Custos e perdas extraordinários 6.025,46 21.760,94

- Relatório Anual 2008 - 35/44 -

(E) 1.121.326,49 1.275.551,52

86 Impostos sobre o rendimento do exercício

(G) 1.121.326,49 1.275.551,52

88 Resultado líquido do exercício (138.432,18) 27.246,01

982.894,31 1.302.797,53

Proveitos e ganhos

71+72 Vendas e prestações de serviços 22.932,99 15.578,64

73 Proveitos suplementares 151.706,21 90.649,75

74 Subsídios à exploração 800.784,81 1.195.602,21

77 Reversões de amortizações e ajustamentos 952.491,02 1.286.251,96

(B) 975.424,01 1.301.830,60

784 Rendimentos de participações de capital

7812+7815/6+783 Rendimentos de títulos negociáveis e de outras aplicações financeiras

7811/18+785/9 Outros juros e proveitos similares 9,70 9,70

(D) 975.433,71 1.301.830,60

79 Proveitos e ganhos extraordinários 7.460,60 966,93

(F) 982.894,31 1.302.797,53

Resumo:

Resultados operacionais (B) - (A) = (136.661,39) 33.548,78

Resultados financeiros (D-B)-(C-A) = (3.205,93) 14.491,24

Resultados correntes (D) – (C) = (139.867,32) 48.040,02

Resultados antes de impostos (F) – (E) = (138.432,18) 27.246,01

Resultados líquidos do exercício (F) – (G) = (138.432,18) 27.246,01

Nota introdutória sobre o resultado do exercício de 2008

Um facto especialmente relevante para o exercício de 2008 é o resultado negativo de 138.432 euros. Como foi descrito no gráfico acima, onde está apresentada a distribuição de receitas, a actividade da SPEA depende bastante de financiamentos comunitários e de subsídios/protocolos, na maioria das situações estabelecidos com entidades públicas. Decorrente de protocolos estabelecidos com estas entidades, a SPEA deveria ter recebido durante o exercício de 2008 o montante de euros 212.100, o que teria permitido apresentar um resultado líquido bastante positivo. Tratando-se essencialmente de valores a receber de entidades públicas, não é possível prever a data do seu recebimento com certeza. Deste modo, a Direcção Nacional, depois de demorada análise sobre o valor em causa e sobre as entidades devedoras e adoptando uma postura de prudência, optou por não considerar este montante em resultados.

O não reconhecimento deste montante na demonstração de resultados de 2008 não implica que a SPEA não fará todos os esforços no sentido de receber este valor durante o exercício de 2009.

Notas explicativas da Demonstração dos Resultados por Naturezas

1. A conta 62 de Fornecimentos e Serviços Externos está composta da seguinte forma: 46% dos custos em trabalhos especializados (em que 67% do montante se refere ao trabalho feito pela equipa de trabalhadores de campo do projecto LIFE Priolo, 9% referente a consultoria científica, 6% referente em trabalhos dos projectos LIFE com tradução, produção CD-ROM e trabalho de gráfica e 4% relativo a trabalhos no centro ambiental do priolo, sendo o restante valor referente a outros trabalhos especializados

- Relatório Anual 2008 - 36/44 -

diversos), 13% avençados, 9% deslocações e estadas, 8% em ferramentas e utensílios, 4% comunicações, com igual percentagem 3% estão as rendas e alugueres, conservação e reparação, despesas de representação, material de escritório e combustíveis e com 1% seguros, sendo o restante valor correspondente a outros fornecimentos e serviços diversos de menor valor.

2. A conta 641+642 remunerações refere-se a cerca de 35% de vencimentos suportados pela SPEA Açores, 32% de vencimentos suportados pela Sede, 23% vencimentos suportados pelo Programa Marinho e 7% vencimentos suportados pelo Programa Rural.

3. Na conta 645 de Encargos sociais, o maior valor de 85% refere-se a encargos s/ remunerações e 12% a seguro de acidentes trabalho.

4. Na conta 65 Outros Custos e Perdas Operacionais, 79% estão relacionados com parceiros de projectos LIFE e 15% referente a material da loja SPEA

5. A conta 666+667 está detalhada da seguinte forma, 53% referente a amortizações de equipamento básico, 31% amortizações de equipamento de transporte, 10% amortizações de equipamento administrativo e 3% referente a amortizações de ferramentas e utensílios.

6. Da conta 681+685/9, 54% é relativo a juros de empréstimos bancários e 45% em Outros Custos e Perdas Financeiros.

7. A conta 71 é referente à venda de publicações com 20% da receita, sendo o restante valor relativo à venda de outros artigos da loja.

8. A conta 73 de proveitos suplementares, é referente a 60% de donativos, 15% de quotas, 14% de comparticipação de despesas por conta de outrem, 4% saídas de campo e 3% relativo a cursos.

9. A conta 74 subsídios à exploração, tem maior incidência nos proveitos provenientes da Comissão Europeia com 72% do valor desta conta, 10% referentes à RSPB, 3% com a EDP, 3% com ICN, 3% com Ana Aeroportos Açores, 2% com EDA e 2% do LIFE Priolo.

10. O valor da conta 79 Proveitos e Ganhos Extraordinários, refere-se a um acumulado de estornos que a SPEA recebeu da companhia de seguros relativo a acidentes de trabalho, anteriormente terá suportado valores que depois de acertos foi reembolsado à SPEA.

Proposta de Aplicação de Resultados - No decorrer do ano de 2008 a SPEA teve um resultado liquido do exercício negativo de 138.432,18 euros, que a Direcção propõe que transite para resultados transitados.

- Relatório Anual 2008 - 37/44 -

Anexo ao Balanço e à Demonstração dos ResultadosAnexo ao Balanço e à Demonstração dos ResultadosAnexo ao Balanço e à Demonstração dos ResultadosAnexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, tem sede na Avenida da Liberdade 105 2º Esq e tem como principal actividade Estudo, Dinamização e Conservação da Actividade Ornitológica.

As notas que se seguem respeitam a numeração sequencial definida no Plano Oficial de Contabilidade (POC), sendo que as omissas não são aplicáveis ou não são relevantes para a compreensão das demonstrações financeiras anexas.

1 1 1 1 ---- Derrogações ao POC Derrogações ao POC Derrogações ao POC Derrogações ao POC

As demonstrações financeiras do exercício foram preparadas, em todos os seus aspectos materiais, em conformidade com as disposições do POC.

3 3 3 3 ---- Critérios Valorimétricos Critérios Valorimétricos Critérios Valorimétricos Critérios Valorimétricos

a) Imobilizações incorpóreas

Encontram-se valorizadas ao custo de aquisição e são amortizadas pelo método das quotas constantes em anos.

b) Imobilizações corpóreas

As imobilizações corpóreas são originalmente contabilizadas pelo respectivo valor histórico de aquisição ou de produção

As reintegrações do imobilizado corpóreo são calculadas segundo o método das quotas constantes no Decreto Regulamentar 2/90 de 12 de Janeiro para bens adquiridos após, que se consideram representarem satisfatoriamente a vida útil estimada dos bens.

O processo de depreciação inicia-se no começo do exercício em que o respectivo bem entrou em funcionamento .

c) Contratos de locação financeira

Os activos imobilizados adquiridos mediante contratos de locação financeira, bem como as correspondentes responsabilidades, são contabilizados pelo método financeiro. De acordo com este método o custo do activo é registado no imobilizado corpóreo, a correspondente responsabilidade é contabilizada no passivo e os juros registados como custos do exercício. As reintegrações são calculadas de acordo com o descrito na alínea b) acima.

Os activos adquiridos mediante contratos de aluguer de longa duração são contabilizados pelo método operacional, pelo que as rendas constituem custos do exercício a que dizem respeito, não se relevando na situação patrimonial da Empresa o valor desses bens e a respectiva responsabilidade pelas rendas vincendas.

7 7 7 7 ---- Volume de Emprego Volume de Emprego Volume de Emprego Volume de Emprego

- Relatório Anual 2008 - 38/44 -

Durante o exercício a Empresa teve ao seu serviço, em média, 20 Empregados.

10 10 10 10 ---- Movimentos no Activo I Movimentos no Activo I Movimentos no Activo I Movimentos no Activo Imobilizadomobilizadomobilizadomobilizado

Saldo Inicial Reavaliaç

ões Aumentos Alienações Abates Saldo Final

Despesas de Instalação 2.909,30 2.909,30 Despesas de Investigação

Propriedade Industrial Trespasses

Imobilizações em curso Adiantamentos por conta

Total 2.909,30 0,00 0,00 0,00 0,00 2.909,30

Terrenos e recursos naturais Edifícios e outras construções 3.965,44 3.965,44

Equipamento básico 144.488,91 2.643,58 34.428,70 112.703,79 Equipamento de transporte 127.930.01 127.930.01

Ferramentas e utensílios 15.671,39 15.671.,39 Equipamento administrativo 34.012,43 8.989,32 43.001,75

Taras e vasilhame Outras imobilizações corpóreas 7.698,30 7.698,30

Imobilizações em curso Adiantamentos por conta

Total 333.766.48 0,00 11.632,90 0,00 34.428,70 310.970,68

Partes de capital em emp. do grupo Empréstimos a empresas do grupo

Partes de capital em emp. assoc. Empréstimos a empresas

associadas

Títulos e outras aplicações Outros empréstimos concedidos

Imobilizações em curso Adiantamentos por conta invest.

Total 336.675.78 0,00 11.632,90 0,00 35.556,20 313.879.98

Saldo Inicial Reforço Regularizaçã

o Saldo Final

Despesas de Instalação 2.909,30 2.909,30 Despesas de Investigação

Propriedade industrial Trespasses

Total 2.909,30 2.909,30 Terrenos e recursos naturais

Edifícios e outras construções 3.965,44 3.965,44 Equipamento básico 71.692,57 28.175,95 99.868,52

Equipamento de transporte 111.397,65 16.532,36 127.930,01 Ferramentas e utensílios 2.801,54 1.817,99 4.619,53

Equipamentos administrativo 37.393.27 5.608,48 43.001,75 Taras e vasilhame

Outras imobilizações corpóreos 4.925,42 962,29 5.887,71 Total 232.175,89 53.097,07 285.272,96

Títulos e outras aplicações Outros empréstimos concedidos

- Relatório Anual 2008 - 39/44 -

Total 235.085,19 53.097,07 288.182,26

36 36 36 36 ---- Decomposição do Capital Social Decomposição do Capital Social Decomposição do Capital Social Decomposição do Capital Social

No final do exercício, o Capital Social da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves ascende a 82.296,40 Euros, consequência dos resultados obtidos no decorrer da actividade da associação.

Nos termos estatutários, será criada uma reserva Estatutária de 4.800,28 Euros.

40 40 40 40 –––– Movimentos nos Capitais Próprios Movimentos nos Capitais Próprios Movimentos nos Capitais Próprios Movimentos nos Capitais Próprios

Saldo inicial Aumentos Diminuições Saldo final

51 – Capital 82.296,40 0 0 82.296,40 56 - Reservas de reavaliação 0 0 0 0 57 – Reservas 0 0 0 0 571 - Reservas legais 0 0 0 0 572 - Reservas estatutárias 7.324,02 0 0 7.324,02 573 - Reservas contratuais 0 0 0 0 574 - Reservas livres 0 0 0 0 59 - Resultados transitados 63.055.35 27.246,01 0 90.301,36 88 - Resultado líquido do exercício 27.246,01 165.678,19 (138.432,18)

- Relatório Anual 2008 - 40/44 -

Certificação de contas

- Relatório Anual 2008 - 41/44 -

- Relatório Anual 2008 - 42/44 -

Parecer do Conselho Fiscal

- Relatório Anual 2008 - 43/44 -

- Relatório Anual 2008 - 44/44 -

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) é uma organização não governamental de Ambiente sem fins lucrativos, que tem por missão trabalhar para o estudo e a conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.

A SPEA é o parceiro português da rede BirdLife International e está actualmente representada no Continente e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

No âmbito da sua actuação, é responsável pela designação e vigilância das Áreas Importantes para as Aves (do inglês Important Bird Areas - IBAs) e por desenvolver projectos de conservação dirigidos a algumas das aves mais ameaçadas na Europa, e seus habitats, nomeadamente, o Sisão, o Priolo e a Freira do Bugio. Dos cerca de 1900 sócios que integram a SPEA, inclui-se praticamente toda a comunidade científica e técnica no campo da Ornitologia em Portugal.

Para além dos projectos da área da investigação/conservação, a SPEA actua também na área da Sensibilização e Educação Ambiental. Para além disso, dinamiza um vasto programa de actividades, onde se incluem saídas de campo, cursos de ornitologia, acções de voluntariado, palestras, eventos, e edita revistas e livros técnicos e de divulgação geral. A SPEA é ainda promotora da Campanha Ave do Ano – em 2009, o Picanço-barreteiro é a ave do ano.

Como meio privilegiado de comunicação com os sócios, edita a revista quadrimestral Pardela e a newsletter digital semanal SPEA On-Line. Esta última é gratuita e acessível a todos, sócios e não-sócios, podendo ser solicitada a sua subscrição através do e-mail [email protected].

Caso queira ajudar a SPEA, pode fazê-lo de várias formas:

- Tornar-se Sócio;

- Aquisição de artigos da Loja SPEA;

- Apoiar a Campanha Ave do Ano;

- Fazer um donativo;

- Voluntariado.

Visite o nosso site www.spea.pt e

fique a conhecer melhor a SPEA!

Torne-se Sócio!

Avenida da Liberdade, 105-2º Esq 1250-140 Lisboa Tel. +351.213220430 / fax +351.213220439

www.spea.pt