relatório anual 2006

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RelatóRio aNUal 2006 | www.petrobras.com.br

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06

relatório anual 2006

Renato Menezes FeRReiRaTécnico de manutenção do Cenpes,

Centro de Pesquisas da Petrobras

Visão de FutuRo: Contribuir profissionalmente para o futuro da

sociedade e das próximas gerações.

“A Petrobras está comprometida com o desenvolvimento de tecnologias para expandir suas atividades e melhorar cada vez mais a qualidade de seus produtos.”

Perfil, Missão, Visão e Valores 02 Atividades da Petrobras 04Principais Indicadores 06Mensagem do Presidente 10Mercado de Petróleo 14Estratégia Corporativa 16

Áreas de atuaçãoExploração e Produção 20Refino e Comercialização 26Petroquímica 30Transporte 34Distribuição 38Gás Natural 40Energia 42

expansão internacional América do Sul 50América do Norte 53África 54Ásia 55

Responsabilidade social e ambientalÍndices de Sustentabilidade 58Recursos Humanos 60Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) 65Patrocínios 72

ativos intangíveisCapital de Domínio Tecnológico 78Capital Organizacional 80Capital Humano 82Capital de Relacionamento 83

Gestão empresarialDesempenho Empresarial 88Mercado de Capitais 91Gestão de Riscos 96Governança Corporativa 99

sumário

4456

18

02

8676

� | RElATóRIO ANuAl 2006 | PETRObRAS

A Petrobras é uma sociedade anônima de capital aberto, que atua de forma integrada e especializada nos seguintes segmentos da indústria de óleo, gás e energia: exploração e produção; refino, comercialização, transporte e petroquímica; distribuição de derivados; gás natural e energia. Criada em 1953, é hoje a 14ª maior companhia de petróleo do mundo, segundo os critérios da publicação Petroleum Intelligence Weekly. Líder do setor petrolífero brasileiro, vem expandindo suas operações, para tornar-se uma Companhia integrada de energia com atuação internacional e líder na América Latina.

Perfil

Área industrial da Refinaria duque de Caxias – RJ

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O

MissãoAtuar de forma segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental, nas atividades da indústria de óleo, gás e energia, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços adequados às necessidades dos seus clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua.

VisãoA Petrobras será uma empresa integrada de energia com forte presença internacional e líder na América Latina, atuando com foco na rentabilidade e na responsabilidade social e ambiental.

Valoresk Valorização dos principais públicos de interesse: acionistas, clientes, empregados, sociedade, governo, parceiros, fornecedores e comunidades em que a Companhia atua;k Espírito empreendedor e de superar desafios;k Foco na obtenção de resultados de excelência;k Espírito competitivo inovador, com foco na diferenciação em serviços e competência tecnológica;k Excelência e liderança em questões de saúde, segurança e preservação do meio ambiente;k Busca permanente da liderança empresarial.

� | RElATóRIO ANuAl 2006 | PETRObRAS

atividades da PetrobrasumA emPresA IntegrAdA de energIA

www.petrobras.com.br | RElATóRIO ANuAl 2006 | �

atividades da PetrobrasumA emPresA IntegrAdA de energIA

� | RElATóRIO ANuAl 2006 | PETRObRAS

Principais indicadores

�00� �00�

RESERVAS PROVADAS - Critério SPE (bilhões de barris de óleo equivalente) (1)(2) 1�,9 1�,0

Óleo e condensado (bilhões de barris) 12,3 12,3

Gás natural (bilhões de boe) 2,6 2,7

PRODUÇÃO MÉDIA DIÁRIA (mil barris de óleo equivalente) (1) �.�17 �.�98

Óleo e LGN (mil barris por dia) 1.847 1.920

Terra 396 367

Mar 1.451 1.552

Gás natural (mil barris de óleo equivalente por dia) 370 378

Terra 213 206

Mar 157 172

POÇOS PRODUTORES (óleo e gás natural) – em 31 de dezembro (1) 1�.��7 1�.89�

Terra 11.860 12.170

Mar 697 725

SONDAS DE PERFURAÇÃO em 31 de dezembro �� �3

Terra 22 19

Mar 42 44

PLATAFORMAS EM PRODUÇÃO em 31 de dezembro 97 103

Fixas 73 76

Flutuantes 24 27

DUTOS (km) em 31 de dezembro (1) 30.3�3 31.089

Óleo e derivados 12.857 12.913

Gás natural 17.486 18.176

FROTA DE NAVIOS em 31 de dezembro

Quantidade – operação própria 50 51

– operação de terceiros 75 104

Tonelagem (milhões de toneladas de porte bruto – tpb) 8,2 11,1

TERMINAIS em 31 de dezembro

Quantidade 66 66

Capacidade de armazenamento (milhões m3) (3 ) 10,4 10,4

(1) Inclui informações do exterior, correspondentes às parcelas da Petrobras nas associações.(2) Reservas provadas medidas de acordo com o critério SPE (Society of Petroleum Engineers).(3) Inclui apenas os terminais da Transpetro.(4) Exclui queima, consumo próprio do E&P, liquefação e reinjeção.(5) Inclui apenas os ativos com participação igual ou superior a 50%.(6) Inclui apenas termelétricas a gás natural.

resumo oPerACIonAL 2006

www.petrobras.com.br | RElATóRIO ANuAl 2006 | 7

�00� �00�

REFINARIAS em 31 de dezembro (1)(5)

Quantidade 15 16

Capacidade nominal instalada (mil barris por dia ) 2.114 2.227

Carga fresca processada (mil barris por dia) 1.830 1.872

Brasil 1.727 1.746

Exterior 103 126

Produção média diária de derivados (mil barris por dia) 1.839 1.892

IMPORTAÇÃO (mil barris por dia)

Óleo 352 370

Derivados 94 118

EXPORTAÇÃO (mil barris por dia)

Óleo 263 335

Derivados 260 246

COMERCIALIZAÇÃO DE DERIVADOS (mil barris por dia)

Brasil 1.644 1.697

VENDAS INTERNACIONAIS (mil barris por dia)

Óleo, gás e derivados 385 503

ORIGEM DO GÁS NATURAL (milhões de m3 por dia) (4 ) �� ��

Gás nacional 23 23

Gás boliviano 22 24

DESTINO DO GÁS NATURAL (milhões de m3 por dia) (4 ) �� ��

Distribuidoras 31 33

Termelétricas 7 6

Consumo Interno 7 7

ENERGIA (1 )

Número de usinas termelétricas (5)(6) 9 10

Capacidade instalada (MW) (5)(6) 3.203 4.126

Venda de energia (TWh) 16,64 17,57

Número de hidrelétricas 2 2

Capacidade instalada (MW) (5) 285 285

Linhas de transmissão (km) 15.414 15.414

Distribuição de energia (TWh/ano) 13 13

FERTILIZANTES (1)

Unidades de produção 3 3

2.298mil boe de produção média diária

8 | RElATóRIO ANuAl 2006 | PETRObRAS

INFORMAÇõES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS (em R$ milhões) �00� �00� %

Receita operacional bruta 179.065 205.403 15

Receita operacional líquida 136.605 158.239 16

Lucro operacional 39.773 42.237 6

Resultado financeiro (2.843) (1.332) -53

Lucro líquido 23.725 25.919 9

Lucro líquido por ação 5,41 5,91 9

EBITDA 47.808 52.061 9

Dívida bruta 48.242 46.605 -3

Dívida líquida 24.825 18.776 -24

Valor de mercado 173.584 230.372 33

Margem bruta 44% 40% -4 pp

Margem operacional 29% 27% -2pp

Margem líquida 17% 16% -1 pp

INDICADORES ECONôMICO-FINANCEIROS

Petróleo Brent (US$/barril) 54,38 65,14 20

Dólar médio de venda 2,4350 2,1752 -11

Dólar final de venda 2,3407 2,1380 -9

INVESTIMENTOS (em R$ milhões) �00� �00� %

Investimentos Diretos 22.927 29.769 30

Exploração & Produção 13.934 15.314 10

Abastecimento 3.286 4.181 27

Gás & Energia 1.527 1.566 3

Internacional 3.153 7.161 127

Distribuição 495 642 30

Corporativo 532 905 70

Sociedades de propósito específico 2.385 3.507 47

Empreendimentos em negociação 311 409 32

Projetos estruturados 87 1 -99

Total de investimentos ��.710 33.�8� 31

Prin

cip

ais

ind

ica

do

res

resumo fInAnCeIro 2006

��,7%�,9%8,�%

�,�%União Federal

BNDESpar

ADR Nível 3

FMP-FGTS Petrobras

Estrangeiros (resolução nº2.689 CMN)Demais pessoas físicas e jurídicas

CAPiTAl voTAnTe 2006 Ações ordináriAs

�7,0%

1,8%

BNDESpar

ADR Nível 3 e Regra 144-A

Estrangeiros (resolução nº2.689 CMN)Demais pessoas físicas e jurídicas

CAPiTAl não voTAnTe 2006 Ações PreferenciAis

3�,3%

8,3%

18,3%

�,�%

União Federal

BNDESpar

ADR (Ações ON)

ADR (Ações (PN)

FMP-FGTS Petrobras

Estrangeiros (resolução nº2.689 CMN)Demais pessoas físicas e jurídicas

CAPiTAl soCiAl 2006

1�,�%

1�,�%

7,� %

3�,�%1�,�%

3�,1%

1�,8%

vAlor de feChAmenTo dAs Ações (r$/Ação)(2)

2006

2005

2004

2003

2002

�9,80��,�9

ON

PN

41,3037,21

26,6224,28

21,0219,10

13,2011,60

www.petrobras.com.br | RElATóRIO ANuAl 2006 | 9

Prin

cip

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ind

ica

do

res

(1) Os exercícios de 2004, 2005 e 2006 incluem as Sociedades de Propósito Específico, cujas atividades são controladas, direta ou indiretamente, pela Petrobras.(2) Para efeitos de comparabilidade, foi recalculado para os períodos anteriores, em função do desdobramento das ações aprovado por AGE em 22/07/2005.(3) Os exercícios de 2002 e 2003 incluem endividamento contraído pelas SPEs com as quais a Petrobras estruturou projetos de Project Finance e consórcios. Os exercícios de 2002 a 2006 incluem contratos de leasing. Todos os indicadores de acordo com o critério br gaap.

Produção de Óleo e Gás nATurAl (miL Boed)

reservAs ProvAdAs de Óleo e Gás nATurAl (critério sPe - BiLhões de Boe)

luCro líquido ConsolidAdo (r$ miLhões)(1)

luCro/Ação (r$/Ação) (1)(2)

vAlor de merCAdo x vAlor PATrimoniAl(r$ BiLhões)(1)

índiCe de endividAmenTo (3)

2006

2005

2004

2003

2002

�.�983781.9�0

370 2.2171.847

359 2.0201.661

335 2.0361.701

1.8102751.535

2006

2005

2004

2003

2002

1�,01�,3 �,7

2,612,3 14,9

2,8 14,912,1

2,9 14,511,6

2,3 12,19,9

2006

2005

2004

2003

2002

16.887

��.919

23.725

17.795

8.098

2006

2005

2004

2003

2002

3,85

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5,41

4,06

1,86

2002 2003 2004 2005 2006

54

87112

174

�30

977862

49

34

Valor de mercado

Valor patrimonial

2006

2005

2004

2003

200254%

16%41%

18%

17%32%

24%23%

1�%�8%

Endividamento curto prazo/ endividamento total

Endividamento líquido/ capitalização líquida

mArGem BruTA, oPerACionAl e líquidA

Margem bruta

Margem operacional

Margem líquida

�0%�7%

1�%

44%29%

17%

41%27%

15%

45%29%

19%

36%20%

12%

2006

2005

2004

2003

2002

Óleo Gás natural

Óleo Gás natural

10 | RElATóRIO ANuAl 2006 | PETRObRAS

José seRGio GabRielli de azeVedoPresidente da Petrobras

Visão de FutuRo: em 2015, liderar o mercado de petróleo, gás natural,

derivados e biocombustíveis na América latina, com expansão seletiva da

petroquímica e da energia renovável.

“A Petrobras está no caminho certo para ser uma empresa integrada de energia de atuação internacional, sempre buscando crescer com rentabilidade e responsabilidade social e ambiental.”

www.petrobras.com.br | RElATóRIO ANuAl 2006 | 11

o ano de 2006 foi de conquistas e novas perspectivas

para a Petrobras. Além dos recordes alcançados – lucro

de R$ 25,9 bilhões e investimentos de R$ 33,7 bilhões

– e do aumento de 4% da produção total de petróleo e gás natural,

a Companhia agora se prepara para um novo desafio, previsto no

Plano de Negócios 2007-2011: manter o ritmo de crescimento

acelerado. As metas são ambiciosas e levaram a Petrobras, pela

primeira vez na sua história, a planejar uma produção de longo

prazo: serão 4 milhões 556 mil barris por dia (bpd) de óleo e gás

natural produzidos no Brasil e no exterior em 2015. Os investi-

mentos previstos fazem jus à grandiosidade dos projetos: até 2011

serão aplicados US$ 87,1 bilhões.

Em 2006, a produção doméstica cresceu 5%, como resultado

do aumento da capacidade de produção em 340 mil barris por dia,

com a entrada em operação das plataformas P-34, FPSO-Capixaba

e P-50. O recorde de produção foi observado em outubro, quando

a Companhia produziu 1,912 milhão de barris por dia.

Para garantir as bases para o crescimento, para cada barril

produzido no ano foi reposto 1,739 barril às reservas. Esse

resultado foi ainda reforçado pelas 27 novas áreas que tiveram

sua viabilidade comercial declarada com volumes estimados

de óleo recuperável de 2,5 bilhões de barris de óleo equiva-

lente (boe). Novas perspectivas exploratórias surgiram com

a descoberta de óleo leve abaixo da camada de sal (“pré-sal”)

na Bacia de Santos.

***na esteira do bom desempenho do petróleo, o gás

natural também registrou avanços. Além do aumento de 1,5%

na produção nacional, a Petrobras divulgou seu Plano de

Antecipação da Produção de Gás Natural (Plangás), que elevará

a oferta de gás natural no Sudeste dos atuais 15,8 milhões para 40

Mensagem do presidente

1� | RElATóRIO ANuAl 2006 | PETRObRAS

milhões de metros cúbicos por dia, até 2008. O Plano, que inclui

também projetos de processamento e transporte de gás natural,

visa aumentar a participação do gás nacional no atendimento

à demanda doméstica. Segundo a estratégia de garantir segu-

rança e flexibilidade no abastecimento do mercado brasileiro, a

Petrobras aprovou sua entrada no mercado de gás natural lique-

feito (GNL) como importadora e deu seguimento à expansão da

malha de gasodutos.

***outros marcos de 2006 foram o lançamento do Diesel

Podium e o desenvolvimento do H-Bio – tecnologia pioneira da

Petrobras que associa óleo vegetal às frações do petróleo para a

produção de diesel. A Companhia ampliou também a oferta de

diesel S500, com menor teor de enxofre, a oito regiões metropo-

litanas. Para melhorar a qualidade dos combustíveis, a Petrobras

continuou aprimorando suas refinarias, com novas unidades de

hidrotratamento e conversão, que reduzem o teor de enxofre

dos derivados e otimizam o rendimento em diesel do petróleo

brasileiro. Assim, a Companhia valoriza seu petróleo e atende às

especificações ambientais mais rigorosas, ao mesmo tempo em

que abre novos mercados de exportação.

Alinhada a seu comprometimento socioambiental, a

Petrobras fortaleceu seu programa de biodiesel, com o início da

construção de três usinas, que vão produzir 171 milhões de litros

anuais, atendendo a 20% da demanda do País em 2008. Além de

gerar trabalho e renda na agricultura familiar, o produto vai con-

tribuir para reduzir as importações de diesel e óleo leve.

Apesar da volatilidade e dos altos preços do petróleo, os

resultados foram suportados pelo crescimento da produção, sem

repasse da instabilidade de preços ao mercado interno. O barril

do Brent atingiu seu pico de US$ 78,63 em agosto, mas fechou

Me

nsa

ge

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resi

den

te

As metas são ambiciosas e levaram a Petrobras, pela primeira vez na sua história, a planejar uma produção de longo prazo: serão 4 milhões 556 mil barris por dia (bpd) de óleo e gás natural produzidos no brasil e no exterior em 2015. os investimentos previstos fazem jus à grandiosidade dos projetos: até 2011 serão aplicados us$ 87,1 bilhões.

o ano registrando 25% de queda, retornando ao patamar de

US$ 60, o mesmo nível de preços de quando a Petrobras anunciou

seu último reajuste da gasolina e do diesel, em setembro de 2005.

***os excelentes resultados da Companhia no Brasil estão

alinhados com sua atuação no mercado internacional. Além de for-

talecer atividades nos países em que já atua, a Petrobras expandiu sua

atuação em áreas-foco, como a África e o setor americano do Golfo do

México. Além disso, ampliou sua atuação no refino internacional com

www.petrobras.com.br | RElATóRIO ANuAl 2006 | 13

a compra de 50% da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e a

prospecção de novas refinarias no exterior. O objetivo é agregar valor

ao petróleo pesado produzido pela Companhia, oferecendo um mix

de produtos mais valorizados no mercado e de melhor qualidade.

A confiança dos investidores se refletiu na valorização de

34% das ações e na redução do custo de captação. Como resul-

tado, o valor de mercado atingiu em dezembro, pela primeira vez,

uma média mensal superior a US$ 100 bilhões e, em sua primeira

emissão global após ter se tornado investment grade, captou ao seu

menor custo histórico para um prazo de dez anos.

Os bons resultados são frutos também do investimento da

Petrobras em seus Recursos Humanos, considerados fundamentais

para a implementação das estratégias traçadas. Ao longo de 2006,

além dos maciços investimentos em treinamento e capacitação,

foram contratados 8.539 novos funcionários para sustentar o cres-

cimento da companhia. O acerto das medidas pode ser mensurado

pelo aumento do índice de satisfação dos empregados, que passou

de 66% para 68% no ano passado; e pela redução do número de aci-

dentes, vazamentos e emissões poluentes, que culminou na melho-

ria dos indicadores de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde).

Essas conquistas, por si só, já consagrariam os esforços dos

empregados e a confiança de investidores e acionistas. Mas a

Petrobras conquistou ainda outros importantes reconhecimentos

à sua atuação: a entrada no Dow Jones Sustainability Index, no ISE

(Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa) e a classifi-

cação de investment grade pela agência Standard & Poor’s.

São conquistas que reforçam a confiança de que a Petrobras

está no caminho certo para continuar crescendo com rentabili-

dade e responsabilidade social e ambiental.

José seRGio GabRielli de azeVedo

Presidente da Petrobras

Me

nsa

ge

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o P

rsid

ente

Plantação de mamona no Morro do Chapéu, baLucro recorde de

25,9bilhões de reaisem 2006

1� | RElATóRIO ANuAl 2006 | PETRObRAS

mercado de petróleo

de petróleo, acumulação de estoques e, mesmo assim, cotações

elevadas. Apesar do arrefecimento do crescimento da demanda

mundial, influenciado pelos preços elevados, o valor do barril

continuou a incorporar um prêmio de risco em face de instabilida-

des geopolíticas, como a invasão do Líbano por Israel e a questão

nuclear no Irã. A percepção de que as questões geopolíticas no

Oriente Médio manteriam os preços altos levou a Opep a deixar

O ano de 2006 foi marcado pela interrupção do ciclo de alta dos

preços do petróleo iniciado em 2002. Embora o barril do Brent

tenha chegado ao pico de US$ 78,63 em agosto, seu valor registrou

queda de 25% no fechamento do ano. Na média, o patamar de

preços ficou US$ 11 acima do registrado em 2005, com compor-

tamento mais volátil do mercado.

Como nos anos anteriores, 2006 registrou excesso de oferta

Preço do PeTrÓleo (Us$/BArriL- Preços nominAis)

Jan

00

Jan

01

Jan

02

Jan

03

Jan

04

Jan

05

Jan

06

Dez

06

80,00

70,00

60,00

50,00

40,00

30,00

20,00

10,00

0,00

WTI

Brent

07 de agosto 2006 US$ 78,63/barril Preço máximo do Brent

14 de julho 2006 US$ 77,03/barril Preço máximo do WTI

janeiro 2001 WTI US$ 27,21/ barril Brent US$ 22,97/ barril

janeiro 2002 WTI US$ 21,01/ barril Brent US$ 20,40/ barril

janeiro 2003 WTI US$ 31,85/ barril Brent US$ 30,77/ barril

janeiro 2004 WTI US$ 33,78/ barril Brent US$ 31,16/ barril

janeiro 2005 WTI US$ 42,12/ barril Brent US$ 40,36/ barril

www.petrobras.com.br | RElATóRIO ANuAl 2006 | 1�

suas cotas inalteradas na maior parte do ano, favorecendo a for-

mação dos estoques.

A tendência de alta começou a ser revertida quando, pas-

sado o mês de agosto, não se concretizaram as expectativas de

que a temporada de furacões no Atlântico repetiria o impacto

devastador de 2005. Em meio a controvérsias sobre o peso da

atividade especulativa na formação dos preços, a não-ocorrência

de grandes furacões compeliu a Opep a anunciar cortes na produ-

ção pela primeira vez desde dezembro de 2004, a maior redução

desde 2002. O primeiro anúncio foi em setembro; o segundo, em

dezembro, efetivado em fevereiro de 2007.

Outro fator a pressionar a baixa dos preços foi, no fim

de 2006, a ocorrência de temperaturas amenas no inverno do

Hemisfério Norte e a conseqüente redução do consumo de petró-

78,63dÓlAres foi o vAlor do

BArril do BrenT em AGosTo

leo. Isso fez com que o excesso físico de oferta fosse sentido de

forma mais forte no mercado, podendo ser mais um sinal de que

o ciclo de preços altos, observado nos últimos quatro anos, está

chegando ao fim.

Desde o pico registrado em agosto, a dinâmica de queda

foi caracterizada pelo fenômeno que os analistas chamaram de

“movimento de correção” – um balanceamento em direção a um

novo equilíbrio entre oferta e demanda, com mudança no senti-

mento do mercado em relação à potencial escassez do petróleo

em caso de interrupção do fornecimento. Mais uma vez, o movi-

mento de baixa no valor do barril pôs em evidência o impacto de

eventos de difícil previsibilidade sobre os preços – uma constante

na história do mercado mundial do petróleo. +

navio-tanque navion stavangar, frota da transpetro

1� | RElATóRIO ANuAl 2006 | PETRObRAS

A Petrobras mantém as metas agressivas de crescimento em seu

Plano de Negócios 2007-2011. Pela primeira vez, divulgou estima-

tivas de produção de petróleo e gás natural para 2015, relacionando

os principais projetos que darão suporte ao crescimento pós-2011.

O posicionamento estratégico da Companhia dá destaque à expan-

são do refino no Brasil, a fim de agregar valor à crescente produção

de óleo no País – seja pelo aumento das vendas proporcionadas

pelo crescimento do mercado brasileiro, seja pela ampliação das

exportações de derivados. A Petrobras busca, assim, um equilíbrio

de longo prazo entre o crescimento da produção e a capacidade de

refino. No mercado de energias renováveis, o foco são os biocom-

bustíveis, segundo a estratégia de liderar a produção de biodiesel

no Brasil e expandir a comercialização de etanol.

A produção nacional de petróleo e gás natural chegará, em

2011, a 2 milhões 925 mil barris de óleo equivalente por dia (boed).

Em paralelo a esse crescimento, as refinarias no País processarão 1

milhão 877 mil barris por dia (bpd) e o processamento diário de óleo

brasileiro subirá para 1 milhão 710 mil bpd. Com esse desempenho,

a Companhia aumentará dos atuais 80% para 91% a participação do

óleo nacional na carga processada nas refinarias, consolidando a

sustentabilidade da auto-suficiência. A venda do excedente, que em

2006 foi de 335 mil bpd, chegará a 584 mil bpd em 2011.

Do total de investimentos previstos para 2007-2011 –

US$ 87,1 bilhões, com média de US$ 17,4 bilhões por ano –, US$ 75

bilhões (86%) serão investidos no Brasil, com a criação de 838 mil

postos de trabalho diretos e indiretos. Os maiores investimentos

serão em Exploração e Produção, Gás e Energia, e Abastecimento.

Dos US$ 12,1 bilhões (14%) destinados ao exterior, 65% serão

aplicados na América Latina, oeste da África e Golfo do México

– regiões prioritárias para a expansão da Petrobras.

No exterior, onde a Petrobras produziu 243 mil boed de óleo

e gás natural em 2006, a produção subirá para 568 mil boed em

estratégia Corporativa

1�%

invesTimenTos PrevisTos 2007-2011(Us$ BiLhões)

8�%

invesTimenTos PrevisTos 2007-2011 Por áreAs(Us$ BiLhões)

ÁREAExploração e Produção 40,7

Abastecimento 23,1

Gás e Energia 7,2

Internacional 12,1

Distribuição 2,2

Áreas Corporativas 1,8

Total 87,1

Geração própria

Recursos de terceiros

reCursos: oriGem x APliCAção(Previsão 2007-2011 em Us$ BiLhões)

12,2

99,3

87,1

86,7 12,6

99,3

Investimentos

Amortização de dívida

Brasil

Exterior

www.petrobras.com.br | RElATóRIO ANuAl 2006 | 17

87,1bilhões de dólares em investimentos entre 2007-2011

2011, quando a carga processada nas refinarias da Companhia

em outros países chegará a 499 mil bpd. O crescimento da pro-

dução de óleo e LGN e da carga processada de refino assegura

o balanceamento dos segmentos de Exploração e Produção e

Abastecimento da Companhia e abre opções de integração dessas

atividades no Brasil e no exterior.

Como parte da estratégia para consolidar-se como empresa

integrada de energia com atuação internacional, a Petrobras con-

feriu maior visibilidade às metas na área de energias renováveis.

Em 2011, deverá disponibilizar 855 mil m3/ano de biodiesel e

exportar 3,5 milhões de m3 de etanol. No ano, a capacidade das

termelétricas e da co-geração será de 4.554 MW.

A Petrobras mantém a política de preços alinhada ao mer-

cado internacional. A previsão de geração própria de caixa de

US$ 86,7 bilhões entre 2007 e 2011 atenderá à quase totalidade

dos investimentos. Estão previstas captações no mercado finan-

ceiro e amortizações de dívida em linha com a política de alonga-

mento de prazos e redução da alavancagem financeira. O Retorno

de Capital Empregado (Roce) médio está previsto em 16%.

Conforme os compromissos de responsabilidade social e

ambiental e domínio tecnológico, os investimentos em Segurança, Meio

Ambiente e Saúde (SMS), tecnologia, telecomunicações e Tecnologia

da Informação (TI) entre 2007 e 2011 somam US$ 6,2 bilhões.

A Petrobras segue empenhada em estender às esferas social

e ambiental a qualidade alcançada em seu desempenho empresa-

rial, mantendo o compromisso com a transparência e a responsa-

bilidade no relacionamento com os diversos públicos de interesse.

Reconhecida internacionalmente pela excelência na produção de

petróleo, gás natural e derivados, a Companhia trabalha para ele-

var ainda mais a sua performance e a sua projeção como empresa

brasileira dedicada, no plano internacional, aos grandes desafios

da produção de energia. +

Produção x refino (miL BPd)

projeção 2015

meta 2011

2006

3.554

3.201

1.9�01.87�

2.757

2.376

Produção de óleo e LGN total

Carga fresca processada total

Óleo + LGN Brasil

Óleo + LGN internacional

CresCimenTo dA Produção (miL Boed)

2003 2004 2005 2006 meta 2011 projeção 2015

2.036 2.0202.217

�.�98

3.493

4.556

1.540 1.493 1.684 1.7782.374

2.812

2007-2015 7,9% A.A.

2007-2011 8,7% A.A.

85161250

94168265

96163274

101142277

185383551

278

742

724

Gás natural Brasil

Gás natural internacional

18 | RElATóRIO ANuAl 2006 | PETRObRAS

FRanCisCo de assis PeReiRamotorista de veículos de carga,

cliente Petrobras, no terminal de carregamento de Betim

Visão de FutuRo: esperança de viver uma vida melhor é o que move a gente.

“A preservação do meio ambiente é urgente e depende de todos nós, de cada um perceber o seu papel. A Petrobras está fazendo sua parte, mas, sozinha, ela não vai dar conta.”

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 19

Áreas de atuação

exploração e produção 20refino e ComerCialização 26

petroquímiCa 30transporte 34distribuição 38

Gás natural 40enerGia 42

A intensificação da exploração e produção de petróleo levou a Petrobras a bater outros recordes em 2006. Impulsionada pela entrada em operação de novas plataformas — com destaque para a P-50 —, a produção manteve o ritmo de crescimento e che-gou a quase 2 milhões de barris por dia. O gás natural também cresceu e deverá ter sua produção ampliada dos atuais 15,8 milhões para 40 milhões de metros cúbicos por dia, até 2008, segundo o estabelecido pelo Plano de Antecipação da Produção de Gás (Plangás), que prevê o aumento da produção e oferta de gás natural na Região Sudeste. Dentro da estratégia de expandir de forma sustentada o consumo no País, a Petrobras também prepara sua entrada como importadora no mercado global de Gás Natural Liquefeito (GNL). As metas do Plano de Negócios 2007-2011, que pretende sustentar a auto-suficiência e manter o ritmo de crescimento acelerado, levam em conta a entrada em operação, nesse período, de 15 grandes projetos de produção de óleo e de dez projetos de gás natural.

20 | relatório anual 2006 | petrobras

Produção mantém ritmo de crescimento O aumentO da prOduçãO naciOnal de petróleO em

2006 fOi mais um passO na estratégia de crescimentO

da petrObras. a cOmpanhia prOduziu 1 milhãO 778

mil barris pOr dia (bpd) de óleO, líquidO de gás natu-

ral (lgn) e cOndensadO nO brasil – um aumentO de

5,6% em relaçãO aO 1 milhãO 684 mil bpd de 2005.

Dos três grandes projetos que contribuíram para elevar a

produção, dois estão na Bacia de Campos: a plataforma P-50, que

opera desde 21 de abril, e o navio-plataforma FPSO P-34, desde 17

de dezembro. Na Bacia do Espírito Santo, o FPSO-Capixaba entrou

em operação em 6 de maio. Com esses projetos, a capacidade de

produção da Petrobras foi acrescida de 340 mil bpd. A P-50, no

campo de Albacora Leste, tem capacidade de produção de 180

mil bpd; o FPSO-Capixaba, no de Golfinho, e a P-34, no campo de

Jubarte, processam 100 mil bpd e 60 mil bpd, respectivamente.

Apesar do aumento da produção em 2006, a média anual

ficou 5,4% abaixo da meta estabelecida para o ano, de 1 milhão

880 mil bpd. A diferença foi causada por atrasos no início das

operações da P-50 e da P-34.

Recordes de produção sinalizaram que a Companhia está pró-

xima da marca dos 2 milhões de barris por dia. Em 23 de outubro, a

Companhia produziu 1 milhão 912 mil 733 bpd – 31 mil acima do

recorde anterior, de 29 de maio. Além do desempenho da P-50 e das

outras plataformas da Bacia de Campos, colaborou para os picos de

produção o Programa de Revitalização de Campos com Alto Grau de

Explotação (Recage), que minimiza o declínio das áreas maduras.

A produção de gás natural (sem LGN) também cresceu em

2006, atingindo 44 milhões de m3/dia, com aumento de 1% em

Plataforma P-50, um marco na conquista da auto-suficiênciaem petróleo, Bacia de campos, rJ

Áreas de atuaçãoExPLORAçãO E PRODuçãO

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 21

Áre

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| e

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e p

ro

du

çã

o

relação aos 43,5 milhões de m3/dia do ano anterior. O crescimento

foi mantido graças à continuidade da expansão da oferta do gás

nacional, segundo a estratégia corporativa de garantir, de forma

confiável, o suprimento do produto ao mercado brasileiro.

Na Bacia do Espírito Santo, um grande projeto de produção

de gás entrou em operação em 22 de fevereiro: a plataforma de

Peroá (cerca de 1 milhão de m3/dia). No Rio Grande do Norte, a

UPGN III de Guamaré (1,5 milhão de m3/dia) deu início à produ-

ção, após fase de pré-operação iniciada em dezembro de 2005.

Produção dE ólEo E gás nAturAl (mil boed)(1)

1.270

1.336

1.500

1.540

1.493

1.684

1.778

Óleo, LGN e condensado

Gás natural

2.812

2.374 551 2.925

724 3.536projeção

2015

meta 2011

2006

2005

2004

2003

2002

2001

2000 221

232

252

250

265

274

277 2.055

1.958

1.758

1.790

1.752

1.568

1.491

1,912 milhão

dE BPd: Pico dA Produção EM outuBro

(1) Taxa média anual de crescimento do óleo: 6,76% Taxa média anual de crescimento do gás natural: 3,71%

22 | relatório anual 2006 | petrobras

O custo médio de extração sem participação governamental,

em 2006, foi de US$ 6,59 por barril de óleo equivalente (boe) – um

acréscimo de 15% sobre o valor apurado no ano anterior. Esse acrés-

cimo é devido, principalmente, à valorização do real frente ao dólar

americano em 11%; a reajustes nos contratos, em especial de son-

das, devido ao aquecimento do mercado de petróleo; ao aumento

da força de trabalho, com o acréscimo do efetivo compatível com

o crescimento previsto no Plano de Negócios; e à entrada em pro-

dução das plataformas P-50, FPSO-Capixaba e P-34.

o desaFio do crescimentoAs metas do novo Plano de Negócios prevêem a entrada em operação,

até 2011, de 15 grandes projetos de produção de óleo e de 10 projetos

de gás natural. Para 2011, a produção média de petróleo e gás natural

da Companhia no País está estimada em 2 milhões 925 mil boed.

Em 2007, entrarão em operação, na Bacia de Campos, as plata-

formas FPSO-Cidade do Rio de Janeiro (100 mil bpd), no campo de

Espadarte; P-52 e P-54 (180 mil bpd, cada), no campo de Roncador;

SSP 300 (30 mil bpd), no campo de Piranema; e FPSO-Cidade de

Vitória (100 mil bpd) no módulo 2 do campo de Golfinho. Para

Áre

as

de

atu

açã

o |

ex

plo

ra

çã

o e

pr

od

ão A Petrobras declarou a viabilidade

comercial de 27 descobertas à ANP, algumas classificadas como novos campos de petróleo e gás natural. as estimativas apontam para volumes recuperáveis de 2 bilhões e 440 milhões de boe: 53 milhões em terra e o restante em acumulações marítimas.

custo unitário dE ExtrAção sEM PArticiPAção govErnAMEntAl (US$/barril)

5,60meta 2011

2006

2005

2004

2003

2002 3,00

3,36

4,28

5,73

6,59

Produção dE gás nAturAldiStribUição por profUndidade d’ágUa

39%

20%

3%

38%

Produção total: 43.975 mil m3/dia

Produção dE ólEo, lgn E condEnsAdo diStribUição por profUndidade d’ágUa

69%

13%5%

13%

Produção total: 1.778 mil bpd

Terra

0 - 300

300 - 1.500

>1.500

Terra

0 - 300

300 - 1.500

>1.500

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 23

aumentar a produção de gás natural, entra em operação em 2007,

na Bahia, a plataforma de Manati (6 milhões de m3/dia).

Mais duas plataformas para a Bacia de Campos estão em

construção: P-51 e P-53 (180 mil bpd, cada), com início de ope-

ração previsto para 2008 e 2009, respectivamente, nos campos de

Marlim Sul e Marlim Leste. Um FPSO será afretado, também em

2008, destinado à área de Jabuti, em Marlim Leste.

Para 2009, está previsto o início da produção do projeto Parque

das Conchas (100 mil bpd), operado pela Shell. Em 2010, deverá

entrar em operação o campo de Frade (100 mil bpd), em associação

com a Chevron, e em 2011, a P-57 (180 mil bpd), na fase 2 do campo

de Jubarte, e a P-55 (180 mil bpd), no módulo III de Roncador.

A exploração e a produção de gás natural também estão

sendo intensificadas, no contexto do Plano de Antecipação da

Produção de Gás (Plangás), fundamental para garantir o supri-

mento de gás natural ao mercado das regiões Sul–Sudeste. Até o

fim de 2008, no Sudeste, a oferta subirá dos atuais 15,8 milhões de

m3/dia para 40 milhões de m3/dia. No Plangás estão previstos, na

Bacia do Espírito Santo, a ampliação do projeto de Peroá para 9,4

milhões de m3/dia e o desenvolvimento dos campos de Canapu

e Camarupim, além da ampliação para 20 milhões de m3/dia do

Pólo de Processamento de Gás de Cacimbas. A primeira fase desta

ampliação (5,4 mil de m3/dia) entrará em operação no início de

2007, com a Planta de Processamento de Gás de Peroá. Na Bacia de

Campos, o Plangás prioriza a produção de gás não-associado a par-

tir de diversos reservatórios próximos à infra-estrutura existente

nos campos de Albacora, Roncador e Marlim Sul, além do desen-

volvimento inicial de Jabuti. Na Bacia de Santos, a Plataforma de

Merluza será ampliada para 2,5 milhões de m3/dia, com o aumento

de produção de Merluza e o desenvolvimento inicial do campo de

Lagosta. Para 2010, o Plangás prevê o aumento da oferta de gás

para 55 milhões de m3/dia no Sudeste, com a entrada dos projetos

de Mexilhão (2009) e Uruguá e Tambaú (2010), ambos na Bacia

de Santos, além da entrada em operação do primeiro módulo da

Planta de Processamento de Gás de Caraguatatuba, em 2009, e

do segundo módulo em 2010.

descoBertas em terra e marA Petrobras declarou a viabilidade comercial de 27 descobertas

à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

(ANP) em 2006. Dessas áreas – 18 no mar e 9 em terra –, algumas

foram classificadas como novos campos de petróleo e gás natural

e outras incorporadas a campos vizinhos. O destaque exploratório

foi a descoberta de óleo leve e gás natural no bloco BM-S-11 da

Bacia de Santos, em águas ultraprofundas.

Nas novas áreas com comercialidade declarada, as estimati-

vas apontam volumes de óleo recuperável que somam cerca de 2

bilhões 440 milhões de boe. A totalização, correspondente à par-

ticipação da Petrobras, depende de avaliações mais aprofundadas.

Do estimado, 2 bilhões 387 milhões de boe estão em acumulações

marítimas e 53 milhões de boe, em terra. Das 27 áreas, 10 estão

na Bacia de Campos; 4, na de Santos; 7, na do Espírito Santo; e 6,

nas bacias do Norte e Nordeste.

Na Bacia de Santos, três áreas operadas pela Petrobras foram

declaradas comerciais e transformadas nos campos de óleo e gás

natural de Tambuatá, Pirapitanga e Carapiá. Outra área foi anexada

ao campo de Mexilhão. As estimativas de volumes somam 560

milhões de boe. A Companhia ainda detém, além das quatro áreas

declaradas comerciais, 40% dos direitos sobre dois campos que

também tiveram sua viabilidade comunicada à ANP.

Além das declarações à ANP, a descoberta de petróleo leve

e gás no bloco BM-S-11, em que a Petrobras tem participação de

65%, abre perspectivas promissoras tanto para as atividades na

Bacia de Santos quanto para as operações em águas ultraprofun-

Áre

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çã

o

unidade de tratamento de Gás

de cacimbas, em Linhares, es

24 | relatório anual 2006 | petrobras

das em outras regiões. Para chegar ao óleo e ao gás, a Companhia

perfurou uma camada de sal com mais de 2 mil metros de espes-

sura abaixo de lâmina d’água de 2 mil metros.

Na Bacia do Espírito Santo, quatro áreas no mar e três em terra

operadas pela Petrobras tiveram a viabilidade comercial declarada.

Na plataforma continental, onde as novas descobertas estão esti-

madas em 168 milhões de boe, foram definidos os campos de gás

de Carapó e Camarupim e anexadas duas áreas de gás e óleo leve

aos campos de Golfinho e Canapu. As declarações de áreas em terra

resultaram em três novos campos – Saíra, Seriema e Tabuiaiá –, com

volumes estimados em 7,4 milhões de boe, que vão contribuir para

a manutenção dos níveis da produção terrestre.

Na Bacia de Campos, as declarações de comercialidade

abrangem dez áreas. Sete foram classificadas como novos campos:

Maromba, Carataí, Carapicu, Catuá, Caxaréu, Mangangá e Pirambu.

Uma área foi anexada ao campo de Baleia Azul e outras duas, aos

campos de Viola e Marlim Leste. O volume estimado soma 1 bilhão

510 milhões de boe. Outra descoberta importante foi realizada em

Roncador, em reservatórios abaixo da seção produtora.

Cinco declarações de comercialidade foram feitas pela

Petrobras para áreas em terra nas bacias costeiras do Nordeste. Três

originaram campos: Tangará, no Recôncavo Baiano; Pintassilgo e

Jaçanã, na Bacia Potiguar. As outras áreas foram anexadas aos

campos de Baixa do Juazeiro e Canto do Amaro, também na Bacia

Potiguar. Além das declarações, outras três áreas em terra foram

descobertas na Bacia de Sergipe–Alagoas e duas no Recôncavo. Na

Bacia do Solimões, foi declarada a comercialidade do campo de

Araracanga – descoberta de gás natural realizada em 1997.

No ano, foram perfurados e concluídos 331 poços para o

desenvolvimento da produção – 283 em terra e 48 no mar. Para a

exploração, 80 poços foram perfurados – 50 em terra e 30 no mar.

O índice de sucesso exploratório foi de 48,7%, pois 39 dos 80 poços

que chegaram ao objetivo geológico têm boas perspectivas de se

tornarem descobridores ou produtores de óleo ou gás natural.

noVas concessõesNa Oitava Rodada de Licitações da ANP, em novembro, a Petrobras

deu seguimento à recomposição e ao alongamento do perfil de

seu portfólio de áreas exploratórias. Das 22 áreas que disputou,

adquiriu 21, que somam 7.841,21 quilômetros quadrados (km2).

As novas concessões integradas ao portfólio exploratório – 13 na

bacia terrestre de Tucano e 8 na Bacia de Santos – serão impor-

tantes para a Companhia atingir os níveis de produção de óleo e

gás previstos no Plano de Negócios 2007-2011.

Os bônus oferecidos na oitava rodada pela Petrobras e seus par-

ceiros totalizaram R$ 276.924.361,00, ficando a parcela da Companhia

em R$ 248.227.933,50. Dos 21 blocos adquiridos, a Petrobras tem

direitos exclusivos em 7 e é operadora em 2, em parceria com outras

empresas. Nos outros 12 blocos, a operação cabe a parceiros.

As concessões marítimas adquiridas na Bacia de Santos são

Áre

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o

índicE dE sucEsso ExPlorAtório

20%

2003 2004 2005 20062002

24%

23%

55%

49%39%

50%

estação de tratamento e

transferência de óleo da Fazenda

alegre, em Jaguaré, es

20012000

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 25

consideradas de elevado potencial e abrangem 5.553,03 km2. As

concessões terrestres na Bacia do Tucano são áreas de nova fron-

teira, com potencial para descobertas de acumulações profundas

de gás natural, e abrangem 2.288,15 km2. Essas concessões deverão

ser agrupadas em blocos pela ANP na assinatura dos contratos.

Com as aquisições e as devoluções feitas ao longo do ano,

o portfólio de concessões exploratórias passou a contar com 144

blocos, que totalizam 149,2 mil km2. Somadas dez áreas de planos

de avaliação de descobertas (3,6 mil km2) em operação, a área

exploratória atual da Petrobras abrange 152,8 mil km2.

reserVas ProVadasAs reservas provadas de óleo, condensado e gás natural da

Petrobras no País atingiram 13 bilhões 753 milhões de boe em

2006, pelo critério ANP/SPE – um aumento de 3,9% em relação

ao ano anterior. O volume incorporado às reservas ao longo de

2006 foi de 1 bilhão 226 milhões de boe, contra uma produção

acumulada de 705 milhões de boe. Essa incorporação resultou

num Índice de Reposição de Reservas (IRR) de 174%. Isso signi-

fica que, para cada barril de óleo equivalente produzido no ano,

foi acrescentado 1,74 barril às reservas. O indicador reserva/pro-

dução (R/P) foi de 19,5 anos.

Dois fatores foram responsáveis pelo aumento das reservas

provadas – um deles devido às apropriações de volumes desco-

bertos em campos com declarações de comercialidade realizadas

ao longo de 2006. Algumas dessas declarações foram feitas em

áreas próximas a campos em fase de desenvolvimento e, por-

tanto, incorporadas ao ring fence desses campos. O outro fator

que contribuiu para a incorporação de reservas provadas foi o

gerenciamento de reservatórios em campos já descobertos – em

fase de desenvolvimento ou de produção. +

Áre

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ro

du

çã

o

rEsErvAs ProvAdAs dE ólEo E gás nAturAl(critério Spe - bilhõeS de boe)

2006

2005

2004

2003

2002

2001

2000 8,29

8,32

9,56

10,60

11,05

11,36

11,67

1,36 9,65

1,35 9,67

1,45 11,01

1,99 12,59

1,97 13,02

1,87 13,23

2,08 13,75

Óleo, LGN e condensado

Gás natural

174%índice de reposição de reservas

Evolução dAs rEsErvAs ProvAdAs (critério Spe - bilhõeS de boe)

2006

2005 13,23

0,24

0,98

13,75

Reserva remanescente de 2005

Incorporação de novas descobertas

Incorporação em campos existentes

Produção em 2006: 0,71 bilhão de boe

12,52

26 | relatório anual 2006 | petrobras

Vendas aumentam no Brasil e exteriorO recOrde históricO de refinO e O aumentO de

3% na cOmercializaçãO de prOdutOs nO mercadO

internO também pOntuaram Os resultadOs Obti-

dOs aO lOngO dO anO. as 11 refinarias da petrObras

registraram aumentO nO prOcessamentO primáriO

de óleO e na prOduçãO de derivadOs, em cOmpara-

çãO a 2005. O bOm desempenhO da prOduçãO naciO-

nal de petróleO, a estrutura lOgística e a aber-

tura de nOvOs mercadOs permitiram à cOmpanhia

bater recOrdes também nas vendas externas, cOn-

sOlidandO-se cOmO a maiOr expOrtadOra dO país.

reFinoA Petrobras atingiu recordes históricos de refino e produção de

derivados no Brasil. Nas 11 refinarias, foi processado (proces-

samento primário) 1 milhão 746 mil bpd de óleo e produzido

1 milhão 764 mil bpd de derivados – um aumento de 1% e 2%,

respectivamente, em relação ao ano anterior. A participação de

80% do óleo nacional na carga processada em 2006 reflete a con-

fiabilidade operacional das unidades, que utilizaram, em média,

89% da capacidade de refino.

A Companhia deu continuidade aos investimentos para

adaptação das refinarias ao processamento do petróleo pesado

produzido no País. Novas unidades de craqueamento catalítico

e coqueamento retardado entraram em atividade na Refinaria

Alberto Pasqualini (Refap); e uma de coqueamento começará a

operar na Refinaria Duque de Caxias (Reduc) em 2007. Com as

custo unitário dE rEfino (US$/barril)

meta 2011

2006

2005

2004

2003

2002 0,94

1,14

1,38

1,90

2,29

2,90

Áreas de atuaçãoREfINO E cOmERcIALIzAçãO

MErcAdo dE dErivAdos (mil bpd)

2003 2004 2005 2006

1.749

2002

1.7001.755 1.766

1.821

1.641

1.639

1.6961.735

1.764

1.609

1.510

1.637 1.644

1.697

Demanda de derivados

Produção de derivados

Volume de vendas de derivados

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 27

unidades de coque, a Petrobras otimiza o rendimento em diesel

do petróleo brasileiro.

Como parte da estratégia de melhoria da qualidade dos com-

bustíveis, a Companhia deu seguimento à implantação de unida-

des de hidrotratamento (HDTs) em nove refinarias. O tratamento

com hidrogênio, que reduz o teor de enxofre dos derivados, atende

às especificações ambientais mais rigorosas vigentes a partir de

2009. Ao mesmo tempo, abre novos mercados de exportação,

como EUA e países da Europa.

O lançamento do Diesel Podium e o desenvolvimento do

H-Bio foram marcos de qualidade e proteção ambiental em 2006.

Como a gasolina Podium, o novo diesel oferece melhor desempe-

nho, menos desgaste do motor e menor teor de enxofre. O H-Bio,

processo pioneiro da Petrobras, associa óleo vegetal às frações do

petróleo para a fabricação de diesel.

A Companhia também ampliou a oferta do diesel S500 a

oito regiões metropolitanas – Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza,

Belém, Vitória, Aracaju e Porto Alegre. O produto, lançado em 2005,

tem teor de enxofre quatro vezes menor do que o diesel comum.

Em linha com o crescimento da produção nacional de petró-

leo, a Petrobras tem em curso dois grandes projetos: a Refinaria

Abreu Lima, em Pernambuco, para 200 mil bpd, empreendimento

de US$ 4,0 bilhões em estudo com a Petróleos de Venezuela

(PDVSA); e a Refinaria Premium, em local a ser definido, para

500 mil bpd, que será a maior do País. Com entrada em operação

prevista para 2011 e 2014, as novas refinarias vão fazer frente ao

crescimento da demanda interna, reduzir a importação de diesel

e assegurar a exportação de derivados, valorizando os excedentes

de petróleo brasileiro. +

Áre

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Co

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refinaria isaac sabbá (reman),

manaus, am

no MErcAdo BrAsilEiro, vEndAs dE

1,697 milhão

dE BPd dE dErivAdos

28 | relatório anual 2006 | petrobras

comerciaLizaçãoA Petrobras comercializou, em média, 1 milhão 697 mil bpd de

derivados no mercado brasileiro – um aumento de 3% em relação

a 2005. Os principais produtos em volume de vendas foram gaso-

lina, nafta petroquímica, óleo combustível, diesel, gás liquefeito

de petróleo e querosene de aviação.

A gasolina registrou o maior crescimento de vendas, 7%. A

principal causa foi a redução do percentual de álcool anidro mis-

turado na gasolina vendida nos postos, que passou de 25% para

20% em março e subiu para 23% em novembro. Outro fator foi a

expansão da frota de veículos que utilizam gasolina, incluindo os

usuários de veículos flex fuel que optaram por utilizar este com-

bustível. A inibir o consumo, atuaram o aumento de 5,1% no preço

real ao consumidor e o uso crescente de GNV.

Na comercialização de nafta petroquímica, a expansão foi de

5%. Diante do aumento da demanda das centrais petroquímicas,

a Petrobras elevou a produção e substituiu parte das importações,

garantindo a ampliação dos negócios.

No segmento de óleos combustíveis, após alguns anos de

retração, as vendas subiram 1%, beneficiadas pelo ganho de

mercado em relação à concorrência e pelo atendimento de novos

consumidores. Entre os setores que aqueceram a demanda, estão

a indústria de transformação do Pará e as novas termelétricas

do Amazonas.

As vendas de diesel aumentaram 1%, ficando abaixo do

crescimento do PIB. A principal causa do resultado foi o baixo

desempenho do agronegócio, ainda sob o impacto da crise de

2005/2006 e da valorização do real frente a outras moedas.

O GLP teve acréscimo de 1,5% na comercialização, respon-

dendo ao crescimento demográfico e à melhoria do poder aqui-

sitivo da população, decorrente do aumento do salário mínimo

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Cia

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ão unidade de

remoção de enxofre da refinaria Getúlio

Vargas (repar), araucária, Pr

ExPortAção E iMPortAção dE PEtrólEo(mil bpd)

Importação

Exportação

2003 2004 2005 20062002

326 319

450 352 370

233 233181 263

335

ExPortAção E iMPortAção dE dErivAdos(mil bpd)

2003 2004 2005 20062002

216

213

228 260246

206

105

109

94

118

e da abrangência de mecanismos governamentais de garantia de

renda. As vendas de querosene de aviação mantiveram-se estáveis

em relação a 2005.

O aumento da produção nacional de petróleo, a otimização

Importação

Exportação

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 29

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ão

ExPortAção dE dErivAdos Por Produto(volUme)

66%12%

6%

16%

Querosene de aviação

Gasolina

Óleo combustível e bunker

Outros

dEstino dAs ExPortAçõEs dE dErivAdos(volUme)

iMPortAção dE dErivAdos Por Produto(volUme)

17%

43%

17%23%

Nafta

Diesel

GLP

Outros

origEM dAs iMPortAçõEs dE dErivAdos(volUme)

22%

6%

2%

8%

3%4%

12%

22%

Argentina

Aruba

Bélgica

Emirados Árabes

EUA

Índia

Nigéria

Venezuela

Outros

21%

Antilhas Holandesas

Argentina

Bahamas

Chipre

Cingapura

EUA

Itália

Nigéria

Uruguai

Outros

21%

7%

3%

8%

4%

5%

11% 12%

18%

11%

dEstino dAs ExPortAçõEs dE PEtrólEo(volUme)

31%

8%

4%

12%

Aruba

Bahamas

Chile

China

Coréia do Sul

EUA

França

Portugal

Outros

11%

10%

4%

4%

16%

origEM dAs iMPortAçõEs dE PEtrólEo(volUme)

Angola

Arábia Saudita

Argélia

Congo

Iraque

Nigéria

Outros

43%

4% 4%

6%

10%

11%

22%

da estrutura logística e a abertura de novas oportunidades comer-

ciais permitiram à Companhia bater recordes também nas vendas

externas, consolidando-se como a maior exportadora do País. A

exportação de petróleo atingiu o recorde de 484 mil bpd no mês de

novembro, fechando o ano com média de 335 mil bpd, um acrés-

cimo de 27% em relação ao ano anterior. Quanto aos derivados,

houve redução de 5,4% em comparação a 2005, com exportação

de 246 mil bpd. As importações foram de 370 mil bpd de óleo e

118 mil bpd de derivados. O superávit da balança comercial da

Petrobras em 2006 foi de US$ 421 milhões. +

30 | relatório anual 2006 | petrobras

Produtos estratégicos para os negócios da companhiapOr diversificar O pOrtfóliO de prOdutOs e

agregar valOr aO petróleO e aO gás natural, em

sinergia cOm Outras Operações da petrObras, a

petrOquímica tem impOrtância estratégica para

a cOmpanhia. a atuaçãO nO setOr, sOb a respOn-

sabilidade da subsidiária petrObras química s.a.

(petrOquisa), vem sendO expandida seletivamente,

para a prOduçãO de insumOs básicOs e resinas ter-

mOplásticas, em assOciaçãO cOm parceirOs.

A Petroquisa, que teve a totalidade de suas ações incorpo-

rada pela Petrobras em 2006, detém participação em todas as cen-

trais petroquímicas do País, em indústrias de segunda geração e

em outras, cujos produtos são estratégicos para a Petrobras, como

o coque calcinado de petróleo e catalisador para craqueamento de

petróleo. No ano, seu lucro líquido foi de R$ 133,5 milhões.

O destaque entre as unidades a serem construídas é o

Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em par-

ceria com o grupo Ultra e o Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES). Os estudos técnico-econômicos

para instalação do projeto, nos municípios de Itaboraí e São

Gonçalo, foram concluídos em março, com investimento pre-

visto de US$ 8,3 bilhões.

O complexo vai processar até 150 mil bpd de petróleo

pesado, para a produção de matérias-primas da petroquímica e

derivados. Serão produzidas anualmente 1,3 milhão de toneladas

de eteno, 880 mil toneladas de propeno, 600 mil toneladas de

Pólo Petroquímico de campos elíseos, duque de caxias, rJ

Áreas de atuaçãoPEtROquímIcA

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 31

benzeno e 700 mil toneladas de para-xileno e outros derivados de

petróleo, principalmente coque. Além da unidade petroquímica

básica (UPB), da central de utilidades e das unidades de segunda

geração, o Comperj terá um centro de capacitação de empresas e

trabalhadores e uma central de escoamento de produtos líquidos

para terminais de carregamento na Baía de Guanabara. A entrada

em operação está prevista para o início de 2012.

As unidades de segunda geração utilizarão como matéria-prima

os petroquímicos básicos produzidos na UPB e fabricarão por ano

880 mil toneladas de polietilenos, 850 mil toneladas de polipropi-

leno, 500 mil toneladas de estireno, 600 mil toneladas de etilenoglicol

e 600 mil toneladas de ácido tereftálico purificado (PTA).

Outro importante empreendimento é a Petroquímica

Paulínia S.A., associação entre a Petroquisa, com participação

acionária de 40%, e a Braskem. A unidade industrial, no município

de Paulínia (SP), vizinha à Refinaria de Paulínia (Replan), vai pro-

duzir 300 mil toneladas por ano de polipropileno, usando o pro-

peno fornecido por aquela refinaria e pela Refinaria Henrique Lage

(Revap). Com licença ambiental desde o fim de 2006, a instalação

da planta de produção está em andamento. A unidade, orçada em

US$ 328 milhões, deverá entrar em operação em 2008.

A Petrobras deu continuidade à avaliação técnico-econô-

mica e ambiental do complexo acrílico integrado de Minas Gerais

— empreendimento de US$ 540 milhões para a produção de 160

mil toneladas anuais de ácido acrílico cru e alguns de seus deri-

vados. O complexo, pioneiro na América Latina, tem início de

operações previsto para 2011.

A Petroquisa deu seguimento ao projeto de instalação de uma

unidade de ácido tereftálico purificado (PTA) em Pernambuco,

com a criação da Companhia Petroquímica de Pernambuco —

PetroquímicaSuape. A unidade industrial, com investimento de

US$ 514 milhões, terá capacidade produtiva de 640 mil toneladas

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133,5 milhões

dE rEAis dE lucro líquido EM 2006

32 | relatório anual 2006 | petrobras

por ano, com início da operação previsto para 2009. A matéria-

prima será o para-xileno, inicialmente importado e futuramente

fornecido pelo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro.

Na cadeia produtiva que será criada pelas atividades

da PetroquímicaSuape, parte do PTA será a matéria-prima da

Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), empresa

constituída em 2006, com participação de 40% da Petroquisa,

com vistas à instalação de uma planta industrial de fios de poli-

éster (POY). A unidade, orçada em US$ 273 milhões, produzirá

215 mil toneladas anuais do produto, com entrada em operação

programada para 2009. +

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O complexo Petroquímico do Rio de Janeiro é um dos mais importantes projetos da Petrobras na área petroquímica. com investimentos de uS$ 8,3 bilhões, o complexo produzirá matérias-primas da petroquímica e derivados a partir do petróleo pesado.

ParticiPações societárias da Petroquisa

Empresa Produto Capital Votante (%)

Capital Total (%)

Braskem S.A. Petroquímicos básicos, intermediários e finais 9,8 8,3

Copesul - Companhia Petroquímica do Sul Petroquímicos básicos 15,6 15,6

Petroquímica União S.A. Petroquímicos básicos 17,5 17,4

Riopol - Rio Polímeros S.A. Polietilenos, eteno e propeno 16,7 16,7

Metanor S.A. Metanol do Nordeste Metanol e derivados 49,5 34,3

Deten Química S.A. Linear alquilbenzeno e linear alquibenzeno sulfonado 28,6 27,7

Fábrica Carioca de Catalisadores S.A. Catalisadores 50,0 50,0

Petrocoque S.A. Indústria e Comércio Coque calcinado de petróleo 40,0 40,0

Petroquímica Triunfo S.A. Polietileno de baixa densidade, copolímero de eteno e acetato de vinila (EVA) 70,5 85,0

Petroquímica Paulínia S.A. Polipropileno 40,0 40,0

Companhia Petroquímica de Pernambuco - Petroquímica Suape PTA - Ácido tereftálico purificado 50,0 50,0

Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco - Citepe POY - Filamentos de poliéster 40,0 40,0

Nitroclor Produtos Químicos Ltda. Em processo de encerramento das atividades 38,8 38,8

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 33

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invEstiMEntos nAs PlAntAs dE fErtilizAntEs ExPAndEM Produção

A Petrobras deu continuidade à modernização das plantas de produção de fertilizantes e ao desenvolvimento de novos projetos para aumentar a produção de nitrogenados, mantendo a estratégia de expandir a atuação no segmento. Em 2006, as vendas de amônia e uréia geraram receita bruta de US$ 350 milhões para a Companhia — um acréscimo de 6% em relação ao ano anterior. As fábricas de fertilizantes, situadas na Bahia e em Sergipe, receberam investimentos de R$ 92 milhões em projetos de melhoria da confiabilidade operacional, logís-tica, qualidade de produtos e Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS). Em Sergipe, a conclusão do novo armazém de uréia, com capacidade para 30 mil toneladas, dobrou a capacidade de armazenamento da unidade, dando maior flexibilidade às operações logísticas. As duas fábricas comercializaram 213 mil toneladas de amônia no mercado interno, no quinto ano consecutivo de crescimento das vendas. No segmento de uréia usada como fertilizante, a Petrobras manteve a liderança no mercado nacional, com vendas de 710 mil toneladas em 2006. Como resultado dos investimentos em confiabili-dade, a fábrica da Bahia teve a maior produção dos últimos sete anos: 285 mil toneladas. A Companhia vai ativar na fábrica de Sergipe, em 2007, uma nova unidade de granulação de uréia, que produzirá 600 toneladas por dia. Com o objetivo de substituir impor-tações de fertilizantes nitrogenados, a Petrobras deu anda-mento ao projeto conceitual de uma nova planta industrial — a UFN-3 —, que usará o gás natural como matéria-prima. O investimento estimado é de US$ 822 milhões, e a unidade deverá produzir 1 milhão de toneladas de uréia e 760 mil toneladas de amônia por ano, a partir de 2012. Outro projeto em estudo é o de uma planta industrial de ácido nítrico na fábrica da Bahia, para produção de 120 mil toneladas anuais, destinadas ao Pólo Petroquímico de Camaçari, com início previsto para 2009.

Produção de uréia na Fábrica de Fertilizantes nitrogenados (Fafen), Laranjeiras, se

34 | relatório anual 2006 | petrobras

Logística gera vantagens competitivasnO transpOrte e armazenamentO de petróleO,

derivadOs, álcOOl e gás natural, a petrObras

atua pOr meiO da subsidiária integral petrObras

transpOrte s.a. (transpetrO), que Opera 53 naviOs,

44 terminais e 9.958 quilômetrOs de dutOs. a

empresa desempenha papel estratégicO, pOis dis-

põe de sOluções integradas de lOgística e de fle-

xibilidade OperaciOnal que prOpOrciOnam vanta-

gens cOmpetitivas à cOmpanhia.

Frota de 46 PetroLeirosMaior armador da América do Sul, com 2,6 milhões de toneladas

de porte bruto (tpb), a Transpetro possui frota de 46 petroleiros e

afreta os demais de terceiros, a casco nu. Em 2006, nessa modali-

dade, foram contratados o Navion Stavanger (Suezmax) e mais duas

embarcações, que serão recebidas em 2007. Uma unidade flutuante

de transferência e estocagem (FSO) e um navio de apoio e manuseio

de âncoras, do tipo AHTS, também fazem parte da frota.

As atividades da Transpetro possuem elevada confiabili-

dade, unindo qualidade, preços competitivos e excelência em

Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS). As embarcações são

inspecionadas periodicamente pelo Programa Navio 1000, que

avalia a gestão, as condições operacionais e a segurança da frota,

de acordo com normas internacionais.

Como parte da estratégia de ampliar a prestação de servi-

ços à Petrobras, em linha com o aumento da produção nacio-

Áreas de atuaçãotRANSPORtE

terminal aquaviário de ilha d’Água –

Baía de Guanabara, rJ

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 35

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açã

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ra

ns

po

rt

e

nal de petróleo, a Transpetro deu continuidade ao Programa de

Modernização e Expansão da Frota em 2006. Na primeira fase,

vencida a etapa de licitação, 26 navios estão encomendados a

estaleiros com atividades no País. Na segunda fase do programa,

serão construídos mais 16 petroleiros.

Os primeiros 26 navios, em 5 lotes de licitações, somam

investimento de US$ 2,5 bilhões. São 10 navios do tipo Suezmax;

5 Aframax; 4 Panamax; 4 de derivados e 3 gaseiros. Nas negocia-

ções com os estaleiros, a empresa conseguiu reduzir em 14% o

valor inicial e obteve preço médio semelhante ao que teria pago

no exterior. A construção no Brasil contribui para a retomada da

indústria naval de grande porte, desenvolvendo um novo pólo de

fornecedores para a Petrobras.

terminais e oLeodutosComo operadora da maioria dos oleodutos, terminais terrestres e

aquaviários da Petrobras, a Transpetro movimentou 654 milhões

de m3 de petróleo, derivados e álcool em 2006. Nos terminais

aquaviários, a média mensal foi de 350 navios em operação.

A rede operada pela Transpetro é composta por 7 mil quilô-

metros de oleodutos e polidutos. Os 44 terminais têm capacidade

para armazenar 65 milhões de barris (10,3 milhões de m3).

Para modernizar e ampliar a rede, ajustando-a às necessida-

des futuras da Petrobras e do País, a empresa está empreendendo

várias iniciativas. Uma delas é o Plano Diretor de Dutos em São

Paulo, que abrange 27 municípios e prevê novo desenho para a

malha, afastando-a das regiões de alta densidade populacional,

com aumento da segurança das operações. A nova infra-estrutura

logística estará integrada à expansão da petroquímica, da geração

termelétrica, da capacidade de refino e da oferta de gás natural.

Com investimentos previstos em mais de R$ 2 bilhões, o

plano inclui a implantação de novas faixas de dutos e a amplia-

ção das existentes, a construção de 500 quilômetros de dutos e

a desativação de 110 quilômetros de faixas e de 280 quilômetros

de dutos na Grande São Paulo. O terminal de Guararema será

ampliado, e um novo será erguido em Mauá. Nas obras, serão

abertos 28 mil postos de trabalho diretos e indiretos.

A empresa finaliza estudos para a implantação do Corredor

de Exportação de Etanol, que elevará o potencial de movimen-

tação de álcool do atual 1,2 milhão de m3/ano para 4 milhões de

m3/ano em 2010. Os três primeiros projetos – parte do plano de

investimento de US$ 600 milhões em seis anos – vão ligar por

dutos a Replan a Guararema e ao Triângulo Mineiro, passando

por Ribeirão Preto, e estabelecer a integração com a Hidrovia

Tietê–Paraná, ligando o Centro-Oeste a São Paulo.

O Programa Transpetro Etanol vem despertando em outros

países o interesse pela experiência brasileira com o transporte de

álcool, abrindo oportunidades para o desenvolvimento de parce-

rias na América Latina, Estados Unidos, Europa, África e Ásia. Em

2006, mais de 80 mil m3 foram exportados para a Venezuela, em

cumprimento a acordo bilateral.

Outra iniciativa é o Programa de Tratamento de Água de

Formação, que oferece resposta logística ao aumento da quanti-

dade de água produzida pelos campos da Petrobras, em conseqüên-

cia do incremento da produção associado ao amadurecimento dos

reservatórios e aos métodos de recuperação de petróleo. Na área de

tancagem, a fim de eliminar gargalos logísticos, a Transpetro está

elevando em 500 mil m3 a sua capacidade de armazenamento. +

MédiA MEnsAl dE

350 navios

EM oPErAção nos tErMinAis

36 | relatório anual 2006 | petrobras

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terminal almirante maximiano Fonseca, angra dos reis, rJ

gás nAturAl: MAis gAsodutos EM 2007

No segmento de gás natural, a Transpetro movimentou a média diária de 34 milhões de m3 em 2006. Além de ampliar o sistema, com a incorporação de dois novos pon-tos de entrega e um novo gasoduto (Dow–Camaçari), a empresa transferiu a operação das malhas Espírito Santo e Bahia para o Centro Nacional de Controle Operacional (CNCO), que passou a controlar todos os gasodutos de forma remota. A empresa se prepara para incorporar ao sistema, em 2007, 1,8 mil quilômetros de gasodutos, em fase de construção. Mais 1,6 mil quilômetros, em projeto, deverão entrar em operação entre 2008 e 2011, quando a movimen-tação de gás natural da Transpetro chegará à marca dos 100 milhões de m3 por dia, incluído o gás natural liquefeito (GNL) importado. O Terminal de Cabiúnas (RJ), o maior pólo de proces-samento de gás natural do Brasil, também terá sua capaci-dade expandida em 2007, passando dos atuais 14,9 milhões de m3/dia para 17 milhões de m3. Dois novos projetos em andamento no pólo vão elevar a capacidade de processa-mento para 22,4 milhões de m3 diários.

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 37

A Petrobras no território nacional

38 | relatório anual 2006 | petrobras

maior rede de postos do Paísa cOmpanhia atua na distribuiçãO de cOmbustíveis

pOr meiO da subsidiária petrObras distribuidOra,

líder de mercadO, cOm a maiOr rede de pOstOs de

serviçOs dO país. dOs 5.870 pOstOs petrObras lOcali-

zadOs em tOdas as regiões dO territóriO brasileirO,

638 pertencem à empresa e 5.232 sãO de revendedOres

que Operam cOm a marca petrObras.

A receita da Petrobras Distribuidora com produtos e servi-

ços foi de R$ 47,1 bilhões em 2006 — um aumento de 8,0% em

relação ao ano anterior —, decorrente da expansão das vendas,

que bateram recorde histórico em outubro. A participação no

mercado de distribuição alcançou 33,6% — ficando 0,2 pontos

percentuais abaixo do registrado em 2005, devido à forte concor-

rência em 2006. No segundo semestre, a Petrobras Distribuidora

conseguiu recuperar mercado e apresentou no mês de dezembro

uma participação global de 34,9%.

A Petrobras Distribuidora detém a liderança também na

venda de gás natural veicular (GNV). Sua participação no mercado

foi de 23,7% em 2006, com oferta do produto em 355 postos. No

mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP), atuando por meio

da Liquigás Distribuidora, a Petrobras tem participação de 21,7%

— uma queda de 0,1% em relação a 2005.

A ampliação da oferta do biodiesel foi um dos diferenciais

da rede em 2006. Em linha com a estratégia de manter-se como

bandeira preferida dos consumidores, agregando valor ao Sistema

Petrobras, a distribuidora levou o produto a 3.740 postos em todo

o País. Até junho de 2007, o biodiesel deverá ser oferecido em

toda a rede.

Áreas de atuaçãoDIStRIbuIçãO

Posto Petrobras, rio de Janeiro, rJ

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 39

MErcAdo dE distriBuição dE coMBustívEl

A chegada do biodiesel às bombas reforçou a associação

da Petrobras Distribuidora a valores como inovação, qualidade

e responsabilidade socioambiental. Em 2006, foram lançados

também o Diesel Podium, com baixo teor de enxofre; a linha

Evolua, de produtos para limpeza e conservação; e novos lubri-

ficantes. A distribuidora investiu na ampliação e modernização

dos postos, adequando-os aos requisitos de segurança e prote-

ção do meio ambiente.

Para aumentar a satisfação dos consumidores, a Petrobras

Distribuidora expandiu projetos como o Cartão Petrobras, realizou

promoções e qualificou frentistas, com o programa Capacidade

Máxima. No relacionamento com revendedores e consumidores

finais, a empresa promoveu visitas regulares de assessores comer-

ciais e encontros periódicos para apresentação de estratégias e

planos, além de manter em circulação o Jornal do Revendedor.

No mercado de consumidores diretos, a participação glo-

bal da Petrobras Distribuidora é de 45,5%, com destaque para a

presença nos ramos de produtos de aviação (53,5%), de asfalto

(29,4%) e de transporte rodoviário retalhista (40,4%). A empresa

desenvolveu, em 2006, novos serviços para a fidelização de clien-

tes do ramo de transportes.

A Petrobras Distribuidora vem investindo, desde 2005, em

adaptação das instalações da rede de distribuição – a maior do

Brasil – para as operações com o biodiesel. As 56 bases e terminais

estrategicamente localizados asseguram ampla capilaridade para

a colocação dos produtos Petrobras. A rede também permite inte-

grar soluções de transporte e estocagem com qualidade de servi-

ços, proporcionando vantagens em relação à concorrência. +

rede de Postos ativos unidades

total 5.870

Urbanos 4.560

Rodoviários 1.282

Marítimos 28

Postos próprios 638

Postos de terceiros 5.232

Lojas de conveniência 740

Postos com Gnv 355

47,1bilhões de dólares: receita da Petrobras Distribuidora com produtos e serviços

Áre

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30%

20%

10%

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Petrobras Ipiranga Shell Esso Texaco Outrasdistribuidora

2002

2003

2004

2005

2006

40 | relatório anual 2006 | petrobras

alta do consumo reflete qualidade do produtoO mercadO de gás natural cOntinuOu em expan-

sãO, cOm a cOmercializaçãO média de 38,7 milhões

de m3/dia às distribuidOras em 2006 – 7% a mais que

nO anO anteriOr. O aumentO dO cOnsumO é mOvidO

pOr fatOres cOmO a ampliaçãO da infra-estrutura

lOgística, a incOrpOraçãO de nOvOs cOnsumidOres

de grande pOrte aO mercadO e a fOrte expansãO da

frOta a gás natural veicular (gnv). esse aumentO

reflete O recOnhecimentO crescente das qualida-

des tecnOlógicas, OperaciOnais, ambientais e ecO-

nômicas dO prOdutO pOr parte dOs cOnsumidOres.

Para o atendimento da demanda, em reforço à produção

nacional, a Petrobras importou, em média, 24,7 milhões de m3/dia

do produto – um acréscimo de 9% sobre o volume de 2005.

Seguindo sua estratégia de desenvolver e consolidar o

mercado, a Petrobras deu partida no Plano de Antecipação da

Produção de Gás (Plangás). A oferta de gás nacional no Sudeste

será elevada em duas etapas – na primeira, até 2008, dos atuais

15,8 milhões de m3/dia para 40 milhões de m3/dia; na segunda,

até 2010, o volume chegará a 55 milhões de m3/dia.

Para garantir a expansão do consumo no País de forma sus-

tentada, a Petrobras prepara-se para entrar como importadora no

mercado global de gás natural liquefeito (GNL). A Companhia

instalará dois terminais flutuantes de regaseificação, no Ceará e

no Rio de Janeiro, com capacidade de 7 e 14 milhões de m3/dia,

respectivamente.

Ônibus movido a gás natural, são caetano do sul, sP

Áreas de atuaçãoGÁS NAtuRAL

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 41

transPorteA implantação da Rede Básica de Transporte de Gás Natural

(RBTGN) teve continuidade em 2006. A estruturação de um

sistema flexível, seguro e competitivo de abastecimento – um

conjunto de gasodutos interligados de Fortaleza a Porto Alegre

e de São Paulo à Bolívia – está alinhada ao desenvolvimento da

produção da Bacia de Campos e da exploração de blocos offshore

da Companhia, criando condições para o escoamento imediato

de novas descobertas.

Um dos principais projetos em andamento para o estabe-

lecimento da RBTGN é o Gasoduto de Interligação Nordeste

Sudeste (Gasene) – formado pelos trechos Cabiúnas–Vitória

(Gascav), Cacimbas–Vitória e Cacimbas–Catu (Gascac).

Em 2006 , a Petrobras fechou com o Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) duas operações

de financiamento, no total de R$ 1,36 bilhão, para a sociedade de

propósito específico Transportadora Gasene S.A., responsável

pelo projeto.

O trecho em território capixaba (Cacimbas–Vitória), com

131 quilômetros, vai entrar em operação no início de 2007. No tre-

cho que liga o Rio de Janeiro ao Espírito Santo (Cabiúnas–Vitória),

as obras foram iniciadas em junho, com término previsto para

outubro de 2007. O trecho Cacimbas–Catu, entre o Espírito Santo

e a Bahia, está na fase de licitação e deve ser concluído no segundo

semestre de 2009.

Na Região Norte, a construção do Gasoduto Urucu–Manaus

iniciada em junho, com 670 quilômetros, tem conclusão prevista

para o primeiro trimestre de 2008. No Nordeste, entraram em ope-

ração os gasodutos Atalaia–Itaporanga, em Sergipe, e Dow–Aratu–

Camaçari, na Bahia. Mais três – Carmópolis–Pilar, entre Sergipe e

Alagoas, Itaporanga–Carmópolis (SE) e Catu–Itaporanga, ligando

a Bahia a Sergipe – deverão iniciar as operações em 2008. +

Áre

as

de

atu

açã

o

| G

ás

na

tu

ra

l

coMErciAlizAção MédiA dE

38,7 milhões

dE MEtros cúBicos Por diA

42 | relatório anual 2006 | petrobras

Geração térmica amplia integraçãoa petrObras ampliOu a participaçãO nO segmentO

de termeletricidade, guiada pela estratégia de

cOnsOlidar-se cOmO empresa integrada de ener-

gia. a cOmpanhia está presente em tOda a cadeia

prOdutiva da geraçãO térmica, além de participar

na cOmercializaçãO.

No leilão de energia nova realizado pela Agência Nacional de

Energia Elétrica (Aneel) em outubro, a Petrobras vendeu 205 MW

disponibilizados por suas usinas. O resultado do leilão significou

para a Companhia uma receita fixa de R$ 103 milhões/ano, pelo

prazo de 15 anos, a partir de 2011.

Em 2006, a Petrobras completou a aquisição das usinas mer-

chant, com a compra da UTE Mário Lago (ex-Macaé Merchant).

A incorporação, que se soma à compra da MPX Termoceará e da

Eletrobolt, encerra controvérsias judiciais em torno dos contratos

de consórcio firmados em 2001 e 2002. A Companhia era obri-

gada a fazer pagamentos contingenciais referentes a impostos,

taxas, tarifas, custos de operação, manutenção e investimento nas

situações em que as usinas não obtivessem receitas suficientes.

As aquisições reduziram despesas e garantiram o recebimento

integral das receitas da geração de energia, em consonância com

as diretrizes da Petrobras para o setor elétrico.

A Petrobras adquiriu também a UTE Bahia I (31 MW),

termelétrica a óleo combustível, para servir como reserva de

geração. Com o mesmo objetivo, firmou contrato de locação e

prestação de serviço com a UEG Araucária (428 MW), que tam-

bém permite uma alocação eficiente do gás natural, devido a seu

ciclo combinado.

Duas usinas termelétricas estão sendo construídas –

Termoaçu (RN) e Cubatão (SP) –, com projetos de co-geração em

sinergia com as atividades da Petrobras nessas regiões. Também

estão em andamento os projetos de fechamento de ciclo e con-

versão de termelétricas a bicombustível (gás natural e diesel),

para garantir maior eficiência e confiabilidade do suprimento de

combustível para as usinas. +

Áreas de atuaçãoENERGIA

855 milhões

dE litros Por Ano: MEtA dE Produção

dE BiodiEsEl

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 43

Áre

as

de

atu

açã

o

| e

ne

rG

ia

EnErgiAs rEnovávEis: EM BuscA dA lidErAnçA

Conquistar a liderança na produção nacional de biodiesel e expandir os negócios com o etanol tornaram-se prioridade para a Petrobras. Em linha com essa estratégia, a Companhia desen-volveu várias ações na área de energias renováveis com vistas às metas arrojadas do Plano de Negócios 2007-2011 – período em que serão investidos US$ 700 milhões em fontes renováveis.

A geração de eletricidade através de usinas eólicas e PCH (pequenas centrais hidrelétricas) complementa o posiciona-mento da Petrobras em energias renováveis. Pelas metas defi-nidas em 2006, a Companhia chegará a 2011 com produção de 855 milhões de litros de biodiesel, exportação de 3,5 bilhões de litros de etanol e geração de 240 MW de energia elétrica por fonte renovável.BiodieseL. Para assumir a liderança nacional em biodiesel, fortalecendo-se como empresa integrada de energia, a Petrobras lançou-se à atividade de produção em 2006, dando início à cons-trução de três usinas. As unidades, que somam investimentos de R$ 227 milhões, em Candeias (BA), Montes Claros (MG) e Quixadá (CE), terão capacidade para produzir cerca de 57 milhões de litros de biodiesel por ano e serão inauguradas até o fim de 2007.

Os empreendimentos vão ao encontro do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. A partir de janeiro de 2008, será compulsória a adição do produto ao diesel de petróleo, na propor-ção de 2%. Para a aquisição de insumos – soja, algodão, mamona e dendê, além de gordura animal –, a Companhia firma parcerias com entidades de pequenos agricultores, valendo-se dos benefí-cios fiscais do Selo Combustível Social, concedido a indústrias de biodiesel que geram trabalho e renda na agricultura familiar.

A meta da Petrobras é produzir 855 milhões de litros de biodiesel por ano até 2011. Para alcançar essa produção a Companhia analisa cerca de 15 outros projetos em várias regiões

do País, em parceria com diferentes investidores, desde grandes grupos econômicos até cooperativas de trabalhadores rurais.

O biodiesel diminui as emissões de gases de efeito estufa, enxofre e material particulado, melhorando o desempenho dos motores. Além das vantagens ambientais e sociais, em sintonia com o uso crescente de fontes sustentáveis de energia, o produto vai apressar o fim das importações de diesel.etanoL. Nos negócios com o etanol, a estratégia foi atuar na exportação visando à abertura de novos mercados e ao estabele-cimento de relações de longo prazo com os clientes, em sinergia crescente com a área Internacional da Petrobras. Em 2006, o lucro com as vendas externas de etanol superou US$ 14 milhões. O volume comercializado, acima de 80 milhões de litros, consolidou o corredor logístico de exportação de etanol da região Centro-Sul pelo Terminal Marítimo da Ilha d’Água, via Refinaria de Paulínia.

A preocupação com o desequilíbrio entre a oferta e a demanda crescente pelo produto no mercado, nos primei-ros meses do ano, levou a Companhia, a partir de uma visão responsável e comprometida com o abastecimento nacional, a optar por exportar o etanol apenas no segundo semestre, após a estabilização do suprimento da demanda interna, o que fez com que o volume efetivamente exportado fosse inferior ao inicialmente previsto para o ano.

Para estimular a consolidação do mercado internacional de etanol, a Petrobras ingressou na diretoria da recém-criada International Ethanol Trading Association (Ietha) e criou a joint-venture Brazil-Japan Ethanol (BJE), sediada em Tóquio, voltada ao desenvolvimento do mercado japonês do produto. A Companhia também firmou entendimentos com o Central Energy Fund (CEF), da África do Sul, e com a Mitsui, do Japão, para a exportação de etanol.

agricultora em plantação de pinhão-manso do

projeto molhar a terra – ceará mirim, rn

44 | relatório anual 2006 | petrobras

aGustina HuLJicH área de qualidade, segurança,

Meio Ambiente e saúde, Petroquímica Puerto general san Martin, Argentina

Visão de Futuro: Espero continuar aprendendo para aplicar

cada vez mais meus conhecimentos como engenheira ambiental.

“A Petrobras se preocupa bastante com saúde, com segurança e com o meio ambiente, orientando suas ações nesse sentido. é uma empresa que ajuda a melhorar a qualidade de vida tanto de seus funcionários quanto da população.”

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 45

Expansão Internacional

Presente em 19 países, a Petrobras se consolida como empresa integrada de energia com atuação internacional e liderança na América Latina. A Companhia participa de toda a cadeia de operações da indústria de petróleo, gás natural e energia elétrica no continente, ao mesmo tempo em que amplia a participação em empreendimentos na América do Norte, África e Ásia. Serão destinados para investimentos no exterior US$ 12,1 bilhões (14%) do total de recursos previstos no Plano de Negócios 2007-2011 — 65% deles na América Latina, oeste da África e Golfo do México, regiões prioritárias para a expansão da Petrobras.

américa do Sul 50américa do norte 53

África 54ÁSia 55

46 | relatório anual 2006 | petrobraS

Novos negócios no mercado externoAs AtividAdes dA ÁreA de Negócio iNterNAcioNAl

AbrANgem A explorAção e produção de petróleo

e gÁs em 16 pAíses — ArgeNtiNA, bolíviA, colômbiA,

equAdor , peru, veNezuel A , méxico, estAdos

uNidos, ANgolA, guiNé equAtoriAl, moçAmbique,

NigériA, tANzâNiA, irã, líbiA e turquiA. A petrobrAs

deseNvolve AiNdA outrAs AtividAdes do setor de

eNergiA, eNtre elAs, refiNo e distribuição, Além

de mANter escritórios de represeNtAção em pAí-

ses estrAtégicos.

A estratégia traçada com vistas ao crescimento no exterior

prevê o fortalecimento das atividades da Companhia nos países

onde já atua, como a Argentina, e abre frentes de negócios em

outros mercados, como o de refino nos Estados Unidos. Nas áreas

de Exploração e Produção, as regiões prioritárias são o Golfo do

México e a África, onde a Petrobras se prepara para produzir petró-

leo em águas profundas e ultraprofundas no Delta do Rio Níger, na

Nigéria, e abre oportunidades em regiões de novas fronteiras explo-

ratórias, como as águas ultraprofundas do litoral da Tanzânia.

No refino internacional, a meta é expandir a atuação com

investimentos de ampliação e conversão na refinaria de Pasadena,

nos Estados Unidos, e a prospecção de novas refinarias no exte-

rior. O objetivo é agregar valor ao petróleo pesado produzido pela

Companhia, oferecendo um mix de produtos mais valorizados

no mercado e de melhor qualidade. Para isso, os investimentos

serão concentrados na adoção de tecnologias para capacitar uni-

dades de refino originalmente construídas para petróleo leve a

processar cargas pesadas.

Expansão Internacional

Fábrica de Fertilizantes em Campana, Província de Buenos Aires, Argentina

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 47

1,27 bilhão

de boe de reservas provadas

internacionais em 2006

Exp

ans

ão In

tern

aci

on

al

custos internacionais(us$/barril)

meta 2011

2006

2005

2004

2003

2002

evolução das reservas provadas (critério sPE – milhõEs dE boE)

1.681

2006

2005

352

1.240

89

30

produção internacional de óleo, lgn, condensado e gás natural (mil boE)

meta 2011

2006

2005

2004

2003

2002

Óleo, LGN e condensado Gás natural

85 246

94 263

96 259

101 243

185383 568

161

169

163

142

3558

23

reservas provadas internacionais de óleo, lgn, condensado e gás natural(critério sPE – milhõEs dE boE)

Óleo, LGN e condensado Gás natural

803320 1.123

8911.013 1.904

8651.007 1.872

726955 1.681

613657 1.2702006

2005

2004

2003

2002

3,36

Extração Refino

1,80

1,73

2,901,30

2,601,09

2,461,17

2,080,94

Reservas remanescentes de 2005

Apropriações

Produção em 2006

Revisões contratuais, etc.

1.270

48 | relatório anual 2006 | petrobraS

100%

100%

100%

100%

KH

AK

I 01

KH

AK

I 02

KH

AK

I 03

KH

AK

I 04

A Petrobras no mundo

Exploração e produção

Refino

Gás

Petroquímica

Energia elétrica

Distribuição

Escritório de representação

angola

guiné equatorial

nigéria

líbia

EUA

méxico

venezuela

chile

peru

equador

paraguai

colômbia

bolívia

uruguai

argentina

inglaterra

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 49

Exp

ans

ão In

tern

aci

on

al

100%

100%

100%

100%

KH

AK

I 01

KH

AK

I 02

KH

AK

I 03

KH

AK

I 04

guiné equatorial

tanzânia

moçambique

turquia

irã

china

cingapura

japão

reservas provadas internacionais de óleo e condensado por país (critério sPE)

22%12%

10%

25,6%

Angola

Argentina

Bolívia

Colômbia

Equador

EUA

Nigéria

Peru

Venezuela

3,8%11,7%

6,4%

7,4%

1,1%

reservas provadas internacionais de gás natural por país (critério sPE)

5,2%1,5%

64,1%

Argentina

Bolívia

EUA

Peru

Venezuela

27,1%

2,1%

50 | relatório anual 2006 | petrobraS

AmérICA do sulArgeNtINA Com atuação de empresa integrada de energia, a

Petrobras está presente em toda a cadeia de valor do petróleo e do

gás natural e na geração de eletricidade. Sua produção em 2006

— a maior da Companhia no exterior — atingiu a média de 62,1

mil bpd de óleo e LGN e de 45,8 mil boed de gás natural, totali-

zando 107,9 mil boed. A Companhia operou e participou em 17

blocos em produção e em 10 na fase exploratória, e marcou sua

entrada na exploração de águas profundas no mar da Argentina.

O custo de extração foi de US$ 4,4 por boe.

Na petroquímica e fertilizantes, a Petrobras possui as uni-

dades de Puerto General San Martin, Zarate e Campana, detendo

também participação de 40% na Petroquímica Cuyo. As operações

na Argentina se ramificam até o estado brasileiro do Rio Grande do

Sul, onde a Companhia controla a Innova, fabricante de produtos

como estireno, poliestireno e UAN.

A Petrobras atua na distribuição de derivados com 719

estações de serviço. A rede, que comercializou 48 mil bpd de

combustíveis e lubrificantes em 2006, detém participação de

13,8% no mercado de gasolinas e diesel, e 11,1% no mercado

de lubrificantes. O número de estações da rede com a bandeira

Petrobras foi ampliado de 457 para 492 no ano. Com o aumento

da presença da marca, as vendas cresceram, em média, 2,7%. A

Companhia mantém a participação de 50% da holding controla-

dora da Transportadora de Gás Del Sur (TGS), que possui a maior

rede de gasodutos do país.

Na geração de energia elétrica, a Petrobras exerce o con-

trole integral da Termelétrica Genelba, que utiliza gás natural,

e da Hidrelétrica de Pichi Picún Leufú. A Companhia participa,

também, da Edesur (27,3%), distribuidora na região central de

Buenos Aires. A Petrobras está negociando a venda da participação

acionária na Transener, a principal empresa de transmissão de

eletricidade do país. A Companhia detém 34% do capital da Cia.

Mega, que opera com derivados e serviços de logística. Em 2006,

a empresa comercializou 1 milhão 433 mil toneladas de etano,

propano, butano e gasolina natural.

BolívIA A produção boliviana de gás natural para exportação é

fundamental para sustentar o crescimento do consumo no Brasil, que

em 2006 importou 24,7 milhões de m3/dia. Do total exportado pelo

país, a Petrobras comercializou 7,27 milhões de m3/dia — 23,4%.

Em 2006, como resultado da Lei dos Hidrocarbonetos, insti-

tuída no ano anterior, a nacionalização de ativos impôs mudanças

significativas no setor, com impactos tributários, operacionais e

financeiros. Mesmo após a regulamentação dos novos marcos

legais, criados pelo decreto de nacionalização, assinado em maio

de 2006, a Petrobras continua sendo a maior empresa de petróleo

e gás natural da Bolívia, tendo contribuído, no ano, com 22% da

receita tributária nacional.

O decreto condicionou a permanência das empresas no país

à assinatura de novos contratos. Nas negociações com o governo

sobre a atividade de Exploração e Produção, a Petrobras alcançou

os seguintes entendimentos: assinatura de contratos de produção

compartilhada e não de prestação de serviço; execução de todas

as operações petroleiras por sua conta e risco; pagamento dos

royalties e outras participações governamentais, a ser feita pela

YPFB como agregadora da produção, somando cerca de 80% da

receita; e recebimento de uma retribuição da YPFB, definida em

função de recuperação de custos, preços, volumes e investimen-

tos, após o pagamento dos impostos devidos.

Além disso, a Petrobras mantém a responsabilidade pelas

operações dos blocos San Alberto, Rio Hondo, Ingre e Irenda, a

propriedade de seus ativos e o direito às reservas a serem contabi-

lizadas pela Companhia. Os contratos, ainda sujeitos à aprovação

Exp

ans

ão In

tern

aci

on

al

492postos com a bandeira Petrobras na Argentina

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 51

Exp

ans

ão In

tern

aci

on

al

do Congresso Nacional, terão validade de 30 anos.

As novas regras reduziram a 49,9% a participação da

Petrobras nas refinarias Gualberto Villaroel, em Cochabamba, e

Guillermo Elder Bell, em Santa Cruz de La Sierra, que processam

39,9 mil bpd. As atividades de refino passaram a ser feitas como

prestação de serviço. Ainda está em negociação com o governo

boliviano o valor da indenização a ser paga à Petrobras.

Na comercialização de derivados, a YPFB tornou-se o único

distribuidor atacadista, tendo a Petrobras retirado totalmente

a imagem EBR (Empresa Boliviana de Refinación) e mantendo

atualmente apenas 26 postos de serviço com imagem Petrobras.

Em relação ao gás natural, foi decidido, em fevereiro de

2007, que não haverá alteração de volumes ou na fórmula do preço

de compra do gás natural da Bolívia prevista no atual contrato

de compra e venda entre YPFB e Petrobras (GSA). A Companhia

aceitou pagar à YPFB, a preços vigentes no mercado internacio-

nal, pelas frações de hidrocarbonetos líquidos (etano, butano,

propano e gasolina natural) presentes no gás natural efetivamente

entregue que elevam seu poder calorífico para valores acima de

8.900 quilocalorias (kcal) por m3, equivalentes a 1.000 BTU por

pé cúbico. A YPFB assegurará a manutenção do poder calorífico

mínimo de 9.200 kcal/m3, e a Petrobras estudará a melhor forma

de aproveitar no futuro estes componentes mais nobres do gás.

No transporte, além de participar da GTB, operadora do

trecho boliviano do Gasoduto Bolívia–Brasil, a Petrobras mantém

a participação no gasoduto Yacuiba–Rio Grande (Transierra),

como operadora, e no gasoduto San Marcos.

Planta de gás natural em

san Alberto, Bolívia

52 | relatório anual 2006 | petrobraS

Exp

ans

ão In

tern

aci

on

al

ColômBIA Na área de Exploração e Produção, a Petrobras tem

participação em 16 contratos — 7 de produção e 9 de exploração —,

sendo operadora em 10. Em 2006, a produção média de óleo e

LGN foi de 16.843 bpd, e a de gás natural, 6,25 mil m3/dia, totali-

zando 16.880 boed. Destaca-se a presença da Companhia como

operadora do bloco Tayrona, único offshore do país, em associa-

ção com a Exxon e a estatal Ecopetrol. Após devolução contra-

tual de 50%, o bloco ainda conta com uma área superior a 22 mil

km2. Deverá ser perfurado o primeiro poço pioneiro em 2007. A

Petrobras consorciou-se, ainda, à Ecopetrol, para a revitalização

do campo de Tibu. O investimento, que elevará a produção de

2 mil bpd para 15 mil bpd, é estimado em US$ 500 milhões nos

próximos seis anos, sendo que os associados têm a opção de sair

do contrato ao final de um e dois anos, com um investimento,

respectivamente, de US$ 20 milhões e US$ 40 milhões.

ChIle A Petrobras prossegue na prospecção de oportunidades

de negócios no país, por meio do escritório de representação

aberto em Santiago em 2005. A Companhia comercializa no país

o lubrificante Lubrax, com vendas de 848 m3 em 2006.

equAdor A Petrobras, que opera em dois blocos, produziu

11,9 mil boed de petróleo e LGN no país. No início de 2007,

a Companhia recebeu aprovação do governo para a venda de

40% da participação no bloco 18, em produção, e no bloco 31,

em fase exploratória, à empresa Teikoku, do Japão. A Petrobras

também negocia com o governo a aprovação do EIA para desen-

volvimento do bloco 31.

PArAguAI Em 2006, a Petrobras entrou no segmento de distri-

buição de derivados. Atualmente, possui 131 estações de serviço e

45 lojas de conveniência. A rede tem vendas anuais de 317 mil m3

Planta de gás em Campo guando, Colômbia

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 53

de produtos. Entre os ativos adquiridos, estão instalações para a

venda de GLP e comercialização de produtos para aviação.

Peru A Companhia tem participação em seis blocos — um em

produção (Lote X), e os demais, em fase exploratória. Em 2006,

a produção média de petróleo foi de 12,7 mil bpd e a de gás, 1,8

mil boed, totalizando 14,6 mil boed.

uruguAI A Petrobras ingressou na distribuição de derivados,

assumindo o controle de 89 estações de serviços, com vendas anu-

ais de 330 mil m3 de derivados, comercialização de produtos marí-

timos, asfalto e produtos de aviação. A Companhia atua também na

distribuição de gás natural na Província de Montevidéu e no interior

do país, com a comercialização total de 120 mil m3/dia de gás.

veNezuelA O novo marco legal da indústria de petróleo no

país instituiu um novo modelo contratual para as atividades das

empresas que operavam campos maduros na modalidade de con-

tratos de serviços. Assim, a partir de abril de 2006, os campos ope-

rados por empresas privadas, nacionais e internacionais, naquele

país, nesta modalidade de contratos, passaram a ser operados por

empresas mistas controladas pela Petróleos de Venezuela S.A.

(PDVSA), com 60% de participação. A Petrobras, que operava os

campos de Oritupano–Leona, Acema, Mata e La Concepción,

passou a integrar as correspondentes empresas mistas, com par-

ticipações entre 22% e 36%.

A Companhia ainda opera o bloco Moruy II, de explora-

ção de gás natural, no Golfo da Venezuela. Além disso, estuda

a associação à PDVSA para a produção de petróleo extrapesado

em Carabobo I, na Faixa do Orinoco; e produção de gás natural

em Mariscal Sucre, no Caribe venezuelano. Os acordos incluem,

também, estudos para a criação de uma empresa mista para a

produção de petróleo em cinco campos maduros, em terra, nas

bacias de Oriente e Maracaibo.

AmérICA do NorteestAdos uNIdos A Companhia detém participações em 302

blocos no setor americano do Golfo do México, sendo a operadora

em 149 deles. No leilão de blocos promovido em setembro, foi a

que arrematou o maior número de blocos — 34 –, com pagamento

de bônus de US$ 45 milhões.

A Petrobras iniciou, no extremo oeste do Golfo do México, o

trabalho exploratório para teste de novos conceitos geológicos. O

primeiro poço perfurado indicou a presença de gás natural, mas a

pequena espessura do reservatório não foi suficiente para viabilizar

a comercialidade. O resultado demonstrou, porém, a potenciali-

dade da área, onde será perfurado pelo menos um poço em 2007.

A produção média da Petrobras no golfo foi de 4,0 mil boed,

abaixo da previsão para o ano basicamente devido aos efeitos da

temporada de furacões no final de 2005, com a produção retor-

nando ao nível normal apenas em agosto de 2006.

No segmento de águas ultraprofundas, a Companhia obteve

participação adicional nas descobertas de Cascade e Chinook,

passando a ser a operadora dos dois projetos. A produção, com

início previsto para 2009, vai utilizar um navio-plataforma Floating

Production, Storage and Offloading (FPSO). A aplicação de um pro-

jeto deste tipo, que abrange novas tecnologias, é um marco na

indústria do petróleo americana.

Em águas profundas, no Quadrante Garden Banks, a Petrobras

prosseguiu no desenvolvimento do campo de Cottonwood, no qual

assumiu o controle total, com a compra dos 20% de participação da

associada. A produção foi iniciada em fevereiro de 2007.

Na Refinaria de Pasadena, no Texas, em que a Companhia

detém 50% do controle acionário, seguem os estudos para a dupli-

No Texas, a Companhia detém 50% do controle acionário da refinaria de Pasadena e mantém estudos para a duplicação da capacidade de processamento, de 100 mil bpd e a instalação de unidades para o processamento de petróleos pesados. O investimento está estimado em US$ 2 bilhões.

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54 | relatório anual 2006 | petrobraS

cação da capacidade de processamento, de 100 mil bpd, e a ins-

talação de unidades para o processamento de petróleos pesados.

O investimento está estimado em US$ 2 bilhões.

méxICo A Petrobras participa, em associação com a empresa

japonesa Teikoku e a mexicana Diasvaz, de dois contratos de servi-

ços múltiplos junto à Pemex, nos blocos Cuervito e Fronterizo. Os

serviços prestados incluem as atividades de exploração, desenvol-

vimento da produção e produção. A participação da Companhia

em cada um desses contratos é de 45%.

Em 2006, foram perfurados 12 poços e foi obtida a certifica-

ção do processo “desenvolvimento, infra-estrutura e manutenção

nas operações de campos de produção de gás não-associado”

segundo as normas ISO 14001 e OHSAS 18001.

áFrICANIgérIA Os projetos de Agbami e Akpo — campos gigantes

no Delta do Níger — seguem em implantação, com início de

atividades previsto para 2008. Em Agbami, a produção deverá

atingir 250 mil bpd, cabendo 37 mil bpd à Companhia. Akpo pro-

duzirá 185 mil bpd, sendo a parcela da Petrobras de 36 mil bpd.

A Companhia já investiu nos projetos US$ 930 milhões do total

de US$ 1,9 bilhão previsto.

No bloco OML 130, em que detém participação de 16%, a

Petrobras foi ressarcida em US$ 354 milhões pela nigeriana South

Atlantic Petroleum (Sapetro), que vendeu sua parte (45%) à China

National Offshore Oil Company (CNOOC). O ressarcimento,

previsto em contrato, corresponde a 50% dos investimentos fei-

tos pela Companhia, que passou a ser responsável por 20% dos

investimentos futuros. A existência de acumulações significativas

de petróleo no bloco foi comprovada após a perfuração de quatro

poços no pólo de Egina. Os testes de viabilidade comercial do

campo serão feitos em 2007.

Operadora do bloco OPL 324, no Golfo da Guiné, a Petrobras

perfurou um poço de 6.091 metros em profundidade de água de

2.670 metros — novo recorde no Golfo da Guiné — , sem, entre-

tanto, descoberta de hidrocarbonetos.

A Companhia ampliou a atuação no Golfo da Guiné, forta-

lecendo a presença em águas profundas do oeste africano. Tendo

como sócios a norueguesa Statoil e a nigeriana Ask Petroleum,

a Petrobras é operadora do bloco OPL 315, com 45% de parti-

cipação. Estão em andamento os estudos para situar o bloco no

contexto geológico regional, com vistas às primeiras perfurações

exploratórias.

Em apoio à utilização do álcool combustível (etanol) no país,

a Companhia deu continuidade às negociações com a Nigerian

National Petroleum Corporation (NNPC) para o fornecimento

do produto. Os entendimentos incluem a prestação de assistência

técnica para a adição do produto à gasolina.

ANgolA Com a participação em mais quatro contratos, a

Petrobras passou a deter seis ativos no país em 2006 — entre eles, o

bloco 2 da Bacia do Baixo Congo, em que a Companhia produziu 5,4

mil bpd. No bloco 34, apesar da ausência de petróleo em dois poços

perfurados, análises técnicas concluíram que há boas perspectivas

para horizontes geológicos mais profundos, o que resultou na pror-

rogação do prazo exploratório e no planejamento da perfuração de

mais um poço em 2007. A Petrobras é operadora nos novos blocos

exploratórios 6, 18/06 e 26, assumindo essa condição pela primeira

vez em Angola, e é associada no bloco 15/06.

guINé equAtorIAl A Petrobras estendeu por mais dois anos,

em negociação com o governo, o contrato de exploração no bloco L,

sem obrigação de perfuração de poço exploratório.

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www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 55

escritório da Petrobras na

Nigéria

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líBIA A Companhia prosseguiu nas atividades de exploração na

Área 18 do setor líbio no Mar Mediterrâneo. Associada à Oil Search

Limited, de Papua Nova Guiné, a Petrobras é operadora, com

participação de 70% e possui contrato de partilha de produção

com a estatal National Oil Company (NOC). Em caso de sucesso

exploratório, a NOC assumirá 51% dos investimentos.

tANzâNIA A Petrobras concluiu o processamento sísmico dos

blocos 5 e 6 em águas ultraprofundas da Bacia de Máfia, após ter

assinado, em dezembro, o contrato do bloco 6. A Companhia

detém direitos integrais sobre os blocos e, dependendo da inter-

pretação sísmica e da avaliação técnico-econômica, poderá asso-

ciar-se a parceiros, atuando como operadora.

A presença da Companhia na Tanzânia reforça seu posi-

cionamento na fronteira exploratória da costa leste da África.

A Petrobras tem 20,2 mil km2 em águas ultraprofundas sob

concessão e operação integral no país.

moçAmBIque A Petrobras adquiriu 17% da participação no

bloco Zambezi Delta, na área offshore de Moçambique, na primeira

oportunidade de investimento naquele país africano. Os compro-

missos assumidos prevêem aquisição sísmica 2D e perfuração de

um poço em 2007. A efetiva entrada da Companhia no consórcio

ainda aguarda autorização do governo local, que deverá ser con-

cedida em 2007.

ásIAIrã A Petrobras iniciou, em novembro, a perfuração do primeiro

de dois poços exploratórios no bloco Tusan, em águas rasas do

sul do Golfo Pérsico. A Companhia é operadora com 100% de

participação, de acordo com contrato firmado em 2004 com a

iraniana National Iranian Oil Company (Nioc).

17%de PArtICIPAção

adquiridos pela petrobras nobloco Zambezi delta,

em moçambique, no primeiroinvestimento naquele país africano.

6.091 metros de extensão tem o poço perfurado

pela petrobras no Golfo da Guiné a 2.670 metros de profundidade de água.

um reCorde loCAl

turquIA A Petrobras está associada à estatal turca TPAO para a

exploração e produção em dois blocos com potencial de grandes

reservas no Mar Negro — o bloco Kirklarelli, na parte oeste do

setor turco do Mar Negro, em lâmina d’água de 1.200 metros; e o

Sinop, a leste, a 2.200 metros de profundidade. +

56 | relatório anual 2006 | petrobraS

FáBIo lugAto de souzAoperador de equipamentos do centro de defesa ambiental da baía de guanabara

vIsão de Futuro: meu futuro já está traçado: vou dar uma vida melhor

à minha filha de 10 anos.

“toda pessoa deveria ter informação sobre a preservação do meio ambiente desde pequena, na escola. Hoje, esse é o maior problema ambiental. a petrobras investe pesado em tecnologia e na proteção do meio ambiente.”

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 57

Responsabilidade Social e ambiental

A Petrobras manteve e ampliou seu compromisso com a redução das desigualdades sociais, a preservação do meio ambiente e a ecoeficiência. Pioneira na adesão voluntária ao acordo global na América Latina, em 2003, a Companhia avançou no alinhamento aos dez princípios do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2006 — que tratam de temas como direitos humanos, condições de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção — ao ingressar no Conselho do Pacto e assumir a vice-presidência da iniciativa no Brasil. No final do ano, outras conquistas marcaram a área de Responsabilidade Social e Ambiental: a entrada no Dow Jones Sustainability Index (DJSI) e no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa (ISE). Com o Dow Jones, a Petrobras passa a ser reconhecida como uma das 13 companhias mundiais de petróleo e gás e uma das seis empresas brasileiras mais sustentáveis. O ISE, além de reforçar o comprometimento da Companhia com a sustentabilidade, ampliou a parti-cipação da sua base de investidores para incluir os que valorizam também critérios de responsabilidade social e ambiental em suas aplicações.

Índices de sustentabilidade 58recursos Humanos 60

segurança, meio ambiente e saúde 65patrocÍnios 72

58 | relatório anual 2006 | petrobras

Pacto global, dow Jones (NY) e iSe (bovespa)Pelo desemPenho sócio e ambientalmente res-

Ponsável, a Petrobras comPõe desde setembro

o Índice dow Jones de sustentabilidade — Parâ-

metro da bolsa de valores de nova York Para

investidores que valorizam a resPonsabilidade

social e ambiental. no brasil, desde dezembro,

as ações da comPanhia fazem Parte do Índice de

sustentabilidade emPresarial da bolsa de valores

de são Paulo (ise). a inclusão nestes Índices é resul-

tado do comPrometimento com valores como

equilÍbrio ambiental, Justiça social, eficiência

econômica e governança corPorativa.

A Petrobras avançou no alinhamento aos dez princípios do

Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), que envol-

vem temas como direitos humanos, condições de trabalho, meio

ambiente e combate à corrupção. Em 2006, ingressou no Conselho

do Pacto e assumiu a vice-presidência da iniciativa no Brasil. Essas

participações são conseqüência do pioneirismo da Companhia na

adesão voluntária ao acordo global na América Latina, em 2003,

movida pelos compromissos com a redução das desigualdades

sociais, a preservação do meio ambiente e a ecoeficiência.

A Diretoria Executiva aprovou, em dezembro, o apoio à

Extractive Industry Transparency Initiative (Eiti), sendo que a

Petrobras participa desde 2005 do Eiti International Advisory

Group. Em janeiro de 2007, a Companhia passou a fazer parte do

World Business Council for Sustainable Development (WBCSD),

Responsabilidade Social e ambientalÍNDICES DE SUStENtABILIDADE

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 59

coligação de 180 empresas internacionais que têm compromisso

com o desenvolvimento sustentável.

A atuação internacional foi ampliada também em outros

fóruns. A Petrobras entrou no comitê da ISO 26000 como repre-

sentante do Brasil, que lidera, com a Suécia, a elaboração da norma

internacional de responsabilidade social, a ser lançada em 2008.

Na Associação Regional de Empresas de Petróleo e Gás Natural

na América Latina e Caribe (Arpel), em que já presidia o Comitê

de Responsabilidade Social Corporativa, a Companhia passou a

integrar o grupo de trabalho de Relações com Povos Indígenas.

Outra conquista da Petrobras foi o recebimento de três dos

cinco prêmios da International Pipeline Conference & Exhibition

(IPCE), um dos eventos mundiais mais importantes sobre trans-

porte dutoviário, realizado no Canadá. Ganhador da premiação

principal, o projeto Agricultura Familiar em Faixa de Dutos tornou-

se referência mundial no relacionamento com comunidades.

A Companhia também conquistou o Selo Pró-Eqüidade de

Gênero 2007 da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

(SPM), do Governo Federal, por promover a igualdade entre os

sexos. A Comissão de Gênero da Petrobras teve a ação ampliada

e foi transformada em Comissão de Diversidade.

Na atuação internacional, a Companhia determinou como

foco de atuação social a questão dos Direitos da Criança e do

Adolescente. Além dessa linha de patrocínio, as Unidades de

Negócio no exterior também determinam outras prioridades,

atendendo de forma regionalizada as demandas locais. +

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dic

es

de

su

st

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ilid

ad

e

COM O ÍndiCe dOw JOnes A PeTrOBrAs é uMA dAs

13 companhias

MundiAis de PeTróleO e Gás MAis susTenTáveis

o robô ambiental híbrido Chico Mendes, desenvolvido pelo

Laboratório de robótica do Cenpes, faz o monitoramento ambiental da

faixa amazônica onde será instalado o gasoduto Coari-Manaus

60 | relatório anual 2006 | petrobras

efetivo maior para sustentar expansãoo Plano estratégico 2015, em sua última revisão,

aPonta os recursos humanos como um dos fato-

res-chave Para a imPlementação das estratégias

da comPanhia. em 2006 foi consolidado o ProJeto

estratégico de rh, que vai contribuir Para o

alcance das metas corPorativas estabelecidas

Para 2011. seu desafio é “ser referência internacio-

nal, no segmento de energia, em gestão de Pessoas,

tendo seus emPregados como seu maior valor”.

Código de ÉtiCaPor meio de um processo transparente e participativo, que envolveu

clientes, fornecedores, diretoria, conselho de administração e a força

de trabalho das diversas unidades organizacionais da Companhia,

o Código de Ética do Sistema Petrobras foi revisto com o objetivo

de torná-lo alinhado aos valores explicitados no Plano Estratégico e

adequado ao contexto empresarial e às exigências da Lei Sarbanes-

Oxley. Os temas adotados foram os Indicadores de Responsabilidade

Social Empresarial, formulados pelo Instituto Ethos.

adMiSSõeSA fim de acompanhar e suportar a crescente expansão das ati-

vidades e áreas de atuação da Companhia, têm sido realizados,

sistematicamente, processos seletivos públicos, visando ade-

quar o efetivo às necessidades do Plano Estratégico. Em 2006,

foram admitidos 8.539 empregados. Como resultado, o efetivo da

Companhia tem aumentado gradativamente, saltando de 46.723

em 2002 para 62.266 no final de 2006.

Responsabilidade Social e ambientalRECURSOS hUmANOS

unidade de Negócios da industrialização do Xisto, em São Mateus do Sul, Pr

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 61

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re

cu

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Hu

ma

no

s

efeTivO dA PeTrOBrAs POr áreA

Abastecimento

Área Internacional Exterior

Área Internacional Brasil

Subsidiárias

Suporte à Direção Superior

Assistência Corporativa e Apoio

Pesquisa

Gás e Energia

Exploração e Produção

363

12.999

6.857

515

7.454

20.585

1.3121.814

10.367

AdMissões eM 2006

efeTivO dA PeTrOBrAs

2006

2005

2004

2003

2002

efeTivO dAs suBsidiáriAs

Transpetro

Petroquisa

Petrobras Distribuidora

Refap S.A.

2.910

111

3.691

742

8.539novas admissões em processos seletivos públicos

8.006

Petrobras Controladora

Transpetro

Petrobras Distribuidora

Refap S.A.

Petroquisa7

31

44

451

47.955

6.857 7.454

40.541

6.166 7.197

39.091

5.939 7.007

36.363

5.810 6.625

34.520

6.328 5.875

Petrobras Controladora

Petrobras no exterior Subsidiárias

62 | relatório anual 2006 | petrobras

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O total de empregados da Petrobras, que inclui as subsidiá-

rias no Brasil e empresas no exterior, cresceu 15% em 2006. Nas

empresas no exterior, o crescimento foi de 11%.

PoLítiCa SaLariaLO custo de pessoal na Petrobras (controladora) foi de R$ 7.337 milhões

e considerou a remuneração fixa, que é composta por gastos com salá-

rios, adicionais, gratificações e respectivos encargos sociais.

A remuneração variável considera a participação nos lucros

e resultados (PLR) e está atrelada ao alcance de resultados empre-

sariais, de forma a assegurar o comprometimento dos empregados

com as metas do Plano Estratégico. Como nos anos anteriores,

foi distribuída aos empregados uma participação nos lucros e

resultados relativa a 2005, dividida em duas parcelas, pagas nos

meses de janeiro e julho.

1,0 0,4 0,71,0 0,4 0,6

Ensino fundamental

Ensino médio Pré-escolar Auxílio acompanhante

Auxílio creche

54,054,5 59,2

24,025,2 29,7

20,019,5

16,8

efeTivO nO exTeriOr

Angola

Argentina

Bolívia

Colômbia

EUA

Líbia

Nigéria

Paraguai

Uruguai

5.128 2114164274

84115

284116

BenefÍCiOs eduCACiOnAis(R$ milhões)

2006

2005

2004

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 63

beNeFíCioS eduCaCioNaiSOs benefícios educacionais têm caráter supletivo e complemen-

tam a participação do beneficiário no custeio dos serviços, englo-

bando o auxílio-creche ou acompanhante, pré-escolar, ensino fun-

damental e ensino médio. Os custos correspondentes atingiram

o montante de R$ 107 milhões, incluindo os encargos.

aSSiStêNCia À SaúdeA Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS) atendeu 112 mil

pessoas entre empregados, aposentados, pensionistas e depen-

dentes, mediante a utilização de uma rede de 21 mil credenciados

em todo o território nacional, incluindo hospitais, laboratórios,

consultórios, clínicas médicas e odontológicas e outras espe-

cialidades de saúde, como psicologia e fonoaudiologia. O custo

líquido da Companhia com consultas, exames e internações foi

de R$ 510 milhões. No Acordo Coletivo de Trabalho, a Petrobras

assumiu o compromisso de implantar o Benefício Farmácia, que

passará a fazer parte do expressivo conjunto de benefícios ofere-

cidos pela Companhia.

PreVidêNCia CoMPLeMeNtarEm 2006, a Petrobras apresentou a proposta para o seu novo

Modelo de Previdência Complementar, resultado do esforço

conjunto da Companhia, da Petros e de representantes dos

empregados. A proposta tem como objetivos propiciar situa-

ção de equilíbrio financeiro ao atual Plano Petros, resolvendo

problemas estruturais e deixando-o sustentável para o futuro,

além de ofertar um novo plano de previdência complementar

aos empregados que não o possuam.

O novo plano de previdência complementar, em fase final de

aprovação pelas instâncias oficiais, é do tipo contribuição variável

ou misto, com caráter estritamente previdenciário. Possui bene-

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os

302milhões

de reAis fOrAM invesTidOs eM

TreinAMenTO eM 2006

Centro de Promoção de Saúde, na sede da Petrobras, rio de Janeiro, rJ

64 | relatório anual 2006 | petrobras

fícios de risco definidos, garantia de benefício mínimo, opção

por renda vitalícia e nível de contribuição escolhido anualmente

pelo participante.

aCordo CoLetiVoO processo de negociação permanente com as entidades sindicais

tem como objetivo alinhar as expectativas dos empregados às

da Companhia, facilitando, desta forma, um Acordo Coletivo de

Trabalho que satisfaça as partes.

Em 2006, esse processo teve como referência o Acordo

Coletivo firmado em 2005, com vigência de dois anos, exceto para

as cláusulas econômicas. Esse foi o foco das negociações entre a

Petrobras e as representações dos empregados, que resultou em

um reajuste de 2,80% para repor as perdas da inflação medida

pelo ICV-Dieese, mais avanço de um nível e concessão de abono

no valor de 80% da remuneração a todos os empregados.

PLaNo de CargoSCom o objetivo de adequar seu plano de cargos aos desafios do

Plano Estratégico 2015, a Companhia aprovou a nova estrutura

do plano de nível médio. Prosseguem os estudos técnicos para o

plano de nível superior, bem como para estabelecer os descritivos e

valoração dos cargos, além das regras de progressão nas carreiras.

CaPaCitação ProFiSSioNaLA Universidade Petrobras, dedicada à educação e qualificação do

corpo técnico e gerencial da Companhia, teve em 2006 a partici-

pação de 2.469 novos empregados nos cursos de formação. Pelos

resultados alcançados, o Programa de Formação Petrobras foi um

dos cinco finalistas do Petroleum Economist Awards 2006, na

categoria Melhor Programa Educacional para Jovens da Indústria

de Energia.

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No ano, a Universidade Petrobras teve 2.275 participantes

nos cursos de aperfeiçoamento e especialização em gerencia-

mento de projetos, que, somados aos demais cursos oferecidos,

totalizaram mais de 50 mil participações.

A Petrobras investiu, em 2006, R$ 302 milhões em desen-

volvimento de recursos humanos, e o total de homens-horas

treinados (HHT) foi de 5,7 milhões.

CuLtura orgaNizaCioNaLO alinhamento entre os valores empresariais definidos no Plano

Estratégico e aqueles sedimentados na cultura da organização é

de grande relevância para o alcance dos objetivos empresariais.

Neste sentido, foram iniciadas as discussões para dissemi-

nação e aprofundamento do sociodiagnóstico de cultura realizado

no período 2004/2005. Por meio dessa pesquisa foram levantados

os traços característicos da cultura organizacional da Petrobras,

seus valores fundantes — o “modo de ser” do petroleiro –, além

de terem sido mapeados os valores emergentes no ambiente da

Companhia. +

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 65

agenda prevê excelência até 2015a gestão de segurança, meio ambiente e saúde

(sms) na Petrobras tem o obJetivo de consolidar

os asPectos de sms como valores intrÍnsecos aos

Processos de PlaneJamento e gerenciamento da

comPanhia. exPlicitada no Plano estratégico 2015,

a PolÍtica de sms Possui 15 diretrizes corPorativas,

aProvadas Pela diretoria executiva e desdobra-

das em Padrões de diversos nÍveis, reunidos em um

manual de gestão.

As diretrizes orientam o desenvolvimento e a execução

de planos de ação corporativos e de planos específicos para as

Unidades de Negócio e Serviço, a fim de que os objetivos de

Segurança, Meio Ambiente e Saúde sejam alcançados em todos

os níveis. O comprometimento visível da liderança e a qualificação

estão entre as questões abordadas pelas diretrizes corporativas.

Em 2006, 1.143 auditorias comportamentais contaram com a

participação da Alta Administração, gerentes executivos ou gerentes

gerais da Companhia. Este processo constitui-se de visitas a campo

para observação e correção de desvios nas frentes operacionais.

O presidente ou os diretores participaram de 28 delas.

A agenda estratégica da Petrobras inclui o Projeto Estratégico

Excelência em SMS, que pretende assegurar que a Companhia atinja em

2015 níveis de desempenho equivalentes aos das melhores empresas

internacionais do setor petróleo e gás, por meio de ações corporativas

distribuídas em seis iniciativas: Gestão Integrada de SMS; Ecoeficiência

de Operações e Produtos; Prevenção de Acidentes, Incidentes e

Desvios; Saúde dos Trabalhadores; Prontidão para Situações de

Emergência; e Minimização de Riscos e Passivos Ainda Existentes.

Responsabilidade Social e ambientalSEGURANçA, mEIO AmBIENtE E SAúDE

Horta comunitária sobre faixa de terra que cobre os dutos, em Nova iguaçu, rJ

66 | relatório anual 2006 | petrobras

A Petrobras aplicou R$ 3,21 bilhões em SMS em 2006. Do total,

R$ 1,77 bilhão se destinou a programas, projetos e ações de segurança;

R$ 1,20 bilhão ao meio ambiente, e R$ 238 milhões à saúde. Esses

valores não incluem dispêndios com a Assistência Multidisciplinar

de Saúde nem com o patrocínio de programas e projetos ambientais

desenvolvidos por organizações da sociedade.

Parte desses gastos — R$ 850 milhões — foi feita por meio

do Programa de Excelência em Gestão Ambiental e Segurança

Operacional (Pegaso), que tem a finalidade de eliminar riscos e

passivos nas instalações e atividades da Companhia. A iniciativa

— uma das maiores do gênero na indústria petrolífera mundial

— demandou investimentos e despesas operacionais de R$ 10,49

bilhões desde 2000.

O Pegaso incluiu em 2006 dispêndios de R$ 373 milhões efe-

tuados pela Transpetro, dos quais R$ 90 milhões foram alocados ao

Programa de Integridade de Dutos e aplicados em projetos de inspeção,

teste, avaliação, reparo e reabilitação de oleodutos e gasodutos.

A execução da política de Segurança, Meio Ambiente e Saúde

na Petrobras é aferida pelo Programa de Avaliação da Gestão de

SMS. Em 2006, foram avaliadas 27 unidades operacionais no

Brasil, Argentina, Bolívia, Venezuela e Colômbia, totalizando 96%

das avaliações previstas para o período.

As avaliações têm como base as diretrizes corporativas e as nor-

mas ISO 14001 e OHSAS 18001, que certificam os sistemas de gestão

ambiental e de saúde e segurança de 160 instalações no Brasil e de 20

no exterior, o que representa aproximadamente 85% das instalações

certificáveis no País e 91% das localizadas no exterior.

SeguraNça oPeraCioNaLA Petrobras continua obtendo reduções nas taxas de Freqüência

de Acidentados com Afastamento (TFCA) e de Acidentados Fatais

(TAF), atingindo nível de desempenho comparável aos referen-

So

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ms

TAxA de freqüênCiA de ACidenTAdOs COM AfAsTAMenTO(tfca composto)

1,53

1,23

1,04

0,97

2011

2006

2005

2004

2003

2002

média 2005 OGP

média 2005

API

média 2005

ARPEL

0,5

0,97

1,20

2,40

0,77

Número de acidentados com afastamento do trabalho por milhão de homens-horas de exposição ao risco, abrangendo empregados próprios e de empresas contratadas.OGP — Oil and Gas Producers — Safety performance indicators — 2005 data.API — American Petroleum Institute — 2005 Survey on petroleum industry occupational injuries, illnesses, and fatalities summary reportArpel — Associação das Empresas de Petróleo e Gás da América Latina e Caribe — Estadísticas de incidentes en la industria petrolera y del gás para América Latina e Caribe 2005.

treinamento com equipamentos de contenção e recolhimento de óleo na bacia de Campos, rJ

Limite máximo admissível

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 67

núMerO de fATAlidAdes

2002 2003 2004 2005 2006

Empregados

Contratados

Total

1

89

1515

0

1615

19

16

3

18

3

21 S

oci

al e

am

bie

nta

l |

sm

s

TAxA de ACidenTAdOs fATAis (taf)

2006

2005

2004

2003

2002

média 2005 OGP

média 2005

ARPEL

6,29

4,57

3,30

2,81

3,50

4,50

1,60

Número de fatalidades por 100 milhões de homens-horas de exposição ao risco, abrangendo empregados próprios e de empresas contratadas.

ciais internacionais de excelência na indústria do petróleo e gás.

A TFCA de 0,77, registrada em 2006, é inferior ao limite máximo

admissível de 0,81 estabelecido para o ano.

O número de acidentados fatais foi reduzido em relação a

2005. A Companhia dedica atenção especial a esse aspecto, pois

a meta corporativa para este tipo de incidente é zero.

A diminuição do número de acidentados e de fatalidades

ocorreu ao mesmo tempo em que cresceram as atividades da

Petrobras — o total de homens-horas expostos ao risco aumentou

de 533 milhões para 564 milhões.

Meio aMbieNteAs ações de responsabilidade ambiental em 2006 estiveram associa-

das principalmente à gestão de emissões atmosféricas, recursos hídri-

cos, efluentes líquidos e resíduos; à avaliação e ao monitoramento

de ecossistemas; à remediação de áreas impactadas e à garantia da

conformidade das instalações e operações às exigências legais.

3,21 bilhões

de reAis APliCAdOs eM sMs

1

68 | relatório anual 2006 | petrobras

eMiSSõeSA Petrobras monitora, por meio do Sistema de Gestão de Emissões

Atmosféricas (Sigea), os principais gases de efeito estufa — GEE

(dióxido de carbono, metano e óxido nitroso) — que emite em

suas atividades. O monitoramento se estende ao monóxido de

carbono, óxidos de enxofre e nitrogênio, compostos orgânicos

voláteis e material particulado.

A Petrobras estabeleceu em 2006 o indicador Emissões

Evitadas de Gases de Efeito Estufa (EEGEE), a fim de monitorar

o resultado de seus esforços para reduzir a intensidade de emissão

daqueles gases em suas operações. O compromisso da empresa para

2011 é evitar a emissão de 3,93 milhões de toneladas de GEE (em ter-

mos de CO2 equivalente). De 2006 a 2011, deverá ser evitada a emis-

são de um total de 18,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

eFiCiêNCia eNergÉtiCaO Programa Interno de Conservação de Energia desenvolve,

coordena e implementa as atividades relacionadas à eficiência

energética, promovendo a redução relativa da queima de com-

bustíveis fósseis e, conseqüentemente, das emissões de CO2, um

dos principais gases de efeito estufa.

Com o intuito de atingir as metas de redução de consumo

de energia e de emissões estabelecidas, além dos projetos citados,

vem se buscando atuar nas Unidades da Petrobras por intermédio

da realização de diagnósticos energéticos em unidades industriais.

Está prevista, ainda, a atuação nas Unidades de Negócio que opera-

rão futuras plataformas de produção, para que as bases de projeto

sejam desenvolvidas com foco também na eficiência energética.

As ações do programa proporcionaram a economia de apro-

ximadamente 2.500 barris de óleo equivalente por dia em 2005. O

ganho não é apenas econômico, mas também ambiental, já que a

Companhia reduziu suas emissões de CO2, com a queda relativa do

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eMissãO de GAses de efeiTO esTufA(milhões de toneladas de co2 equivalente)

30,43

39,09

44,41

51,56

2006

2005

2004

2003

2002

Emissões totais (diretas + indiretas) associadas às operações da Petrobras no Brasil e no exterior.

50,43

0,77 tFCA comparável aos referenciais internacionais de excelência.

consumo de energia elétrica e da queima de combustíveis fósseis.

reCurSoS HídriCoS e eFLueNteSA Petrobras aprovou em 2006 o seu padrão corporativo de gestão

de recursos hídricos e efluentes, que abrange a reutilização e a

otimização do uso da água em suas operações e a proteção de

corpos hídricos em suas áreas de influência.

A elaboração de balanços hídricos detalhados para as refi-

narias e fábricas de fertilizantes é uma das ações alinhadas aos

requisitos do padrão. Tais estudos, que incluem a avaliação da

capacidade de suporte dos corpos hídricos que recebem efluentes

dessas Unidades, deverão ser concluídos em 2007.

Na área de Exploração e Produção, um projeto visa à auto-

suficiência em água doce das plataformas da Bacia de Campos, o

que reduzirá em 1,1 mil m3/dia a captação no Rio Macaé. Outra

iniciativa, concluída em 2006, promove a reinjeção de água na

produção de petróleo no campo de Fazenda Belém, com redução

de 2 mil m3/dia na captação de água do aqüífero Açu, principal

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 69

reserva hídrica do semi-árido brasileiro.

reSíduoS SóLidoSA Companhia gerou 315 mil toneladas de resíduos sólidos peri-

gosos, no Brasil e no exterior, em 2006. No período, 268 mil tone-

ladas de resíduos perigosos foram tratadas ou dispostas de forma

ambientalmente adequada.

biodiVerSidadeA Petrobras aprovou em 2006 o seu padrão corporativo de gestão

de impactos potenciais à biodiversidade, tendo por base o compro-

misso estratégico de aplicação dos princípios de responsabilidade

ambiental em todas as etapas de seus empreendimentos, incluindo

planejamento, implantação, operação e desmobilização.

O padrão contempla a caracterização de áreas protegidas

ou ambientalmente sensíveis influenciadas pelas operações da

Companhia, visando à proteção, mitigação de impactos à biodiver-

sidade e recuperação desses locais. Com esse objetivo está sendo

realizada, desde março de 2005, com investimento estimado em

R$ 9 milhões, uma pesquisa de avaliação dos diversos ecossiste-

mas da Baía de Guanabara. Cerca de 75% dos trabalhos de caracte-

rização da fauna do fundo da Baía, incluídos na pesquisa, já foram

realizados. Na Amazônia, estudos com universidades e institutos

de pesquisa avaliam os impactos potenciais das operações da

Petrobras nos ecossistemas do entorno.

ProNtidão Para atuação eM eMergêNCiaSA estratégia da Petrobras para situações de emergência integra os

recursos de contingência de suas Unidades de Negócio a embar-

cações dedicadas em operação na costa brasileira e aos Centros

de Defesa Ambiental (CDAs). Os CDAs operam 24 horas por dia,

com profissionais capacitados e equipamentos para ações ágeis

e eficazes — entre eles, embarcações, recolhedores de óleo e bar-

reiras de contenção e absorção.

São nove CDAs no País, com seis bases avançadas na Região

Norte, uma em Natal, uma na base Naval de Mocanguê, no Rio

de Janeiro, e uma em Uberaba. Essa rede de proteção contra os

efeitos de acidentes, que pode contar com recursos dos órgãos

públicos e das comunidades, dispõe de planos de emergência, que

cobrem todas as regiões brasileiras, e é avaliada periodicamente

com exercícios simulados. Em 2006, foram sete simulados regio-

nais, com participação da Marinha do Brasil, Defesa Civil, Corpo

de Bombeiros, Polícia Militar, órgãos ambientais, prefeituras e

comunidade local. Foram realizados ainda dois simulados em

Unidades localizadas na Argentina.

A Companhia mantém em operação permanente três embar-

cações dedicadas ao combate a emergências, na Baía de Guanabara,

no litoral de São Paulo e na costa de Sergipe e Alagoas.

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2011

2006

2005

2004

2003

2002

eMissões de óxidO de enxOfre - sOx(mil toneladas)

156,7

148,5

140,1

135,7

137,2

131,0

Limite máximo admissível (não inclui navios afretados)

N.D.

12,3

13,6

15,9

21,0

Navios afretados

Projeto de reflorestamento “as águas vão rolar”, Pontal do Paranapanema, SP.

70 | relatório anual 2006 | petrobras

VazaMeNtoSO volume de vazamentos em 2006 manteve-se no patamar de 2005,

situando-se em nível de excelência no contexto da indústria mun-

dial de petróleo e gás. O volume de petróleo e derivados vazado

foi inferior ao limite máximo admissível de 475 m3 estabelecido

para o ano. O limite de vazamentos para 2011 foi definido em 601

m3, levando em conta o aumento de produção e a incorporação

ao indicador de novas fontes potenciais de vazamentos, como os

caminhões-tanque a serviço da Petrobras Distribuidora.

SaúdeA promoção da saúde e a prevenção das doenças entre os trabalha-

dores são praticadas pela Petrobras com base na concepção de saúde

integral — dentro e fora do trabalho. Os programas e intervenções

na área são orientados pela análise epidemiológica de informações

como mortalidade, morbidade e prevalência de fatores de risco.

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vAzAMenTOs de PeTróleO (m3)

197

276

530

269

2011

2006

2005

2004

2003

2002

601

Computados os vazamentos acima de 1 barril (0,159 m3) que tenham atingido o meio ambiente externamente à instalação.

293

Volume máximo admissível

Simulado na repar: mobilização da comunidade vizinha à refinaria

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 71

Esse procedimento sistemático tem produzido resultados

positivos. O indicador Percentual de Tempo Perdido (PTP), que

contabiliza os afastamentos do trabalho por doenças ou aci-

dentes dos empregados, seguiu em 2006 a tendência de queda

registrada nos últimos anos. O percentual registrado para o PTP

foi inferior ao limite máximo admissível de 2,34 estabelecido

para o ano. O limite para 2011 foi fixado em 2,18. As doenças

não-ocupacionais, sem vínculos com atividades profissionais,

predominaram entre as causas de afastamento de empregados

próprios em 2006, a exemplo dos anos anteriores. Isso justifica a

ênfase dada pela Companhia ao Programa de Promoção de Saúde,

que estimula a adoção de estilos de vida saudáveis. A Petrobras

também incentiva e monitora a participação de todos os empre-

gados nos exames anuais de saúde e estimula o cumprimento das

recomendações médicas.

aFaStaMeNto de eMPregadoSCom o Programa de Higiene Ocupacional e Ergonomia, a

Companhia identifica, controla e elimina riscos ocupacionais

em todas as suas Unidades. Os procedimentos para garantia

da saúde dos empregados nos casos de viagens, que incluem

exames prévios e acompanhamento médico após o regresso,

também estão sendo padronizados. Para proporcionar melhores

níveis de saúde aos trabalhadores e suas famílias, a Petrobras

capacitou, no Centro de Estudo de Aptidão Física de São

Caetano do Sul, 500 profissionais de saúde para atuarem na

promoção de atividades físicas, segundo as orientações do

Ministério da Saúde.

A Companhia dispõe também de política corporativa para

HIV/aids. Na promoção do bem-estar de todos os seus trabalha-

dores, sem distinção de origem, raça, gênero, credo ou opção

sexual, a Petrobras coopera de forma afirmativa para o enfoque

adequado da doença. E, no Brasil e no exterior, relaciona-se com

organizações governamentais e não-governamentais dedicadas ao

monitoramento, assistência e pesquisa sobre HIV/aids. +

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A Petrobras capacitou, no Centro de Estudo de Aptidão Física de São Caetano do Sul, 500 profissionais de saúde para atuarem na promoção de atividades físicas, segundo as orientações do ministério da Saúde.

PerCenTuAl de TeMPO PerdidO (ptp)

3,01

2,88

2,57

2,48

2011

2006

2005

2004

2003

2002

2,18

Percentual do total de horas de trabalho perdido por afastamento médico, causado por doenças ocupacionais ou não e por acidentes de trabalho; calculado apenas para os empregados próprios.

2,06

Limite máximo admissível

AfAsTAMenTOs

Doença não ocupacional

Doença do trabalho (ocupacional)

Acidente do trabalho

Acidente fora do trabalho

Acidente de trajeto91.89%

4.41%3.59%

0.06%0.04%

72 | relatório anual 2006 | petrobras

Selecionados 76 projetos para patrocínio

ProJetoS SoCiaiSO Programa Petrobras Fome Zero completou três anos totalizando

investimentos de R$ 366 milhões ao longo desse período em projetos

de geração de trabalho e renda, educação e qualificação profissional,

e garantia dos direitos da criança e do adolescente. Na seleção pública

de 2006, foram escolhidos 76 projetos para patrocínio entre os 4.517

inscritos. As iniciativas, sintonizadas com as políticas públicas de

erradicação da miséria e da fome, contemplam também a promoção

da igualdade racial e de gênero, e a atenção a pessoas com deficiência.

No ano, foram investidos R$ 175,8 milhões no programa.

Um dos projetos é o Molhar a Terra, que aproveita poços de

petróleo inativos para o fornecimento de água potável a comuni-

dades do Semi-Árido. Outra ação é o Mova Brasil, que já alfabe-

tizou 46 mil adultos e jovens, em parceria com o Instituto Paulo

Freire, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Governo

Federal, articulando educação e trabalho. No estímulo ao coo-

perativismo, além do projeto Agricultura Familiar em Faixa de

Dutos, a Companhia estimula a organização de 10 mil catadores

de materiais recicláveis no País, em iniciativa que combina inclu-

são social e proteção do meio ambiente.

Com o Programa Petrobras Fome Zero, que reúne desde 2003

os esforços corporativos contra a fome e a miséria, a Petrobras

acumulou um patrimônio de relacionamento institucional for-

mado por mais de 15 mil parcerias governamentais e não-gover-

namentais. Mais de 10 milhões de pessoas foram atendidas pelos

Responsabilidade Social e ambientalPAtROCÍNIOS

Vila olímpica do Projeto Mangueira Social, patrocinado pela Petrobras, rio de Janeiro, rJ

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 73

projetos patrocinados, que vêm contribuindo para a estruturação

da justiça social no Brasil.

Outra ação no campo social é o repasse de recursos ao

Fundo para a Infância e a Adolescência (FIA). Em 2006, foram

destinados R$ 48,6 milhões a projetos em mais de 200 municí-

pios de quase todos os estados. Essas ações, em parceria com a

Secretaria Especial de Direitos Humanos e o Conselho Nacional

dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), combatem

o abuso sexual infanto-juvenil e o trabalho infantil e irregular

de adolescentes. Os patrocínios incluem também iniciativas de

redução da evasão escolar e inclusão de pessoas com necessida-

des especiais.

ProJetoS aMbieNtaiSEm 2006 a Petrobras investiu R$ 44,6 milhões em projetos ambien-

tais. Na segunda seleção pública, o Programa Petrobras Ambiental

recebeu 856 inscrições e incorporou a seus patrocínios 36 novos

projetos, que receberão investimentos de R$ 48 milhões nos próxi-

mos dois anos. O programa manteve o tema “Água: corpos d’água

doce e mar, incluindo a sua biodiversidade”, em continuidade ao

foco estabelecido na primeira seleção, em 2004, quando foram

aplicados R$ 40 milhões. O tema foi escolhido porque o Brasil,

responsável por 12% da vazão dos rios do planeta, concentra par-

cela considerável da água doce disponível no mundo.

Por valorizar o compartilhamento das responsabilidades na

proteção dos recursos hídricos, a Companhia também apóia ini-

ciativas de promoção e conscientização do uso racional da água,

preservação e recuperação das paisagens ribeirinhas e defesa de

ambientes marinhos. Os projetos, que contemplam vários ecos-

sistemas, bacias hidrográficas e paisagens, são desenvolvidos em

todos os biomas, com destaque para Amazônia, Caatinga, Cerrado,

Mata Atlântica e Pantanal.

10milhões

de PessOAs ATendidAs PelOs PrOJeTOs sOCiAis

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74 | relatório anual 2006 | petrobras

As ações do Petrobras Ambiental, lançado em 2003, abrangem

mais de 5 mil espécies da fauna e da flora brasileiras. Os patrocínios

resultaram na estruturação de 15 bancos de dados, 12 Sistemas de

Informação Geográfica (SIG) e 70 publicações especializadas, com

220 mil exemplares distribuídos. As iniciativas se estendem a 250

municípios, com área de influência superior a 900 mil hectares, e

beneficiam 20 milhões de brasileiros — 3 milhões de forma direta.

O trabalho nos projetos gera renda para mais de 5 mil pessoas.

Outros programas são desenvolvidos pela Petrobras, que

investe há décadas em meio ambiente e soma investimentos de

R$ 103 milhões em patrocínio ambiental desde 2004. Em favor da

biodiversidade marinha, a Companhia patrocina projetos e estu-

dos comportamentais e de defesa de espécies ameaçadas, como o

peixe-boi marinho, as baleias jubarte e franca, o golfinho-rotador

e a tartaruga marinha (Projeto Tamar, com mais de 20 anos de atu-

ação na costa brasileira). No programa De Olho no Ambiente, 335

comunidades vizinhas de unidades operacionais são incentivadas a

planejar o desenvolvimento sustentável, traduzindo em dimensão

local os compromissos globais da Agenda 21, da ONU.

ProJetoS CuLturaiSA Petrobras mantém a posição de maior patrocinadora cultural

do País, com investimento anual de R$ 288 milhões e mais de mil

projetos em andamento. As políticas e diretrizes na área valorizam

a cultura nacional e a ampliação das oportunidades de criação,

circulação e fruição, assim como a permanente construção da

memória brasileira.

Os patrocínios estão estruturados no programa Petrobras

Cultural, que destina 75% dos recursos a projetos aprovados em

seleção pública e 25% àqueles contemplados por escolha direta.

Em 2006, de 4.700 inscritos na seleção pública, 230 projetos rece-

beram R$ 46 milhões, nas modalidades cinema, artes cênicas e

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Programa Petrobras Cultural: apoio à escola Nacional de Circo

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 75

Para estimular a apresentação de projetos em todo o País,

a Companhia promove a Caravana Petrobras Cultural, que visita

capitais de setembro a janeiro. Desde 2005, uma oficina de proje-

tos foi agregada à caravana, para auxiliar produtores culturais na

elaboração de suas propostas. Com isso, a Petrobras vem expan-

dindo o alcance dos patrocínios a todas as regiões do País.

PatroCíNio eSPortiVoUma das maiores parceiras do esporte brasileiro e patrocinadora

dos XV Jogos Pan-Americanos Rio 2007, a Petrobras destinou

R$ 58,197 milhões ao apoio de atividades esportivas em 2006.

Intensificando a parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro

(COB), a Companhia fortaleceu a associação da marca ao movi-

mento olímpico e à promoção do esporte como formador da

juventude. O Pan, disputado por atletas de 42 países, é o maior

evento esportivo das Américas.

No esporte motor, a Petrobras manteve o apoio à Equipe

Williams de Fórmula 1, à Equipe Petrobras Lubrax na categoria

rally, à equipe Action Power na Stock Car, à Team Scud Petrobras

no motociclismo, à Seletiva de Kart Petrobras, à Fórmula Truck

e às competições Baja e Fórmula da SAE. O desenvolvimento de

produtos para o esporte motor integra a estratégia de utilizar as

pistas de automobilismo como laboratórios.

Com o patrocínio à 3ª Edição da Copa Petrobras de Tênis,

disputada no Brasil, Argentina, Colômbia, Uruguai e Chile,

a Petrobras reforçou a difusão da marca na América Latina.

Manteve, também, o incentivo à Confederação Brasileira de

Handebol (CBH) e à seleção brasileira do esporte — o mais pra-

ticado nas escolas públicas do País. O apoio ao surfe, associado

aos atributos de juventude e energia, também teve continuidade.

No futebol, o patrocínio ao Flamengo seguiu garantindo ampla

visibilidade à Companhia. +

visuais, patrimônio, memória das artes e música. O apoio a outros

cem projetos, de escolha direta, totalizou R$ 15 milhões.

A quarta edição do Petrobras Cultural (2006-2007), lançada

em dezembro, soma recursos de R$ 80 milhões. Tendo como ino-

vação a abertura de linha de patrocínio voltada à educação para

as artes, a seleção pública abrange ações de preservação cultural,

produção e difusão do cinema, manutenção de grupos de teatro

e dança, gravação e circulação de música popular e erudita. Os

projetos de escolha direta incluem cinema, artes cênicas, artes

visuais, música e manutenção de parques arqueológicos, como

os de Xingó (SE) e da Serra da Capivara (PI).

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O Petrobras Cultural lançou uma linha de patrocínio voltada à educação para as artes. Os projetos de escolha direta incluem cinema, artes cênicas, artes visuais, música e manutenção de parques arqueológicos, como os de Xingó e da Serra da Capivara.

5 mileSPÉCieS de FauNa e FLora abrangidas pelas ações do programa 

petrobras ambiental, lançado em 2003

58,19MiLHõeS de reaiS

destinados ao apoio de atividades esportivas ao longo do ano passado

76 | relatório anual 2006 | petrobras

áLVaro HeNrique arouCa de CaStro

Geofísico, gerente de tecnologia geológica

ViSão de Futuro: Continuar o trabalho na Companhia, contribuindo

para construir um mundo com melhores condições de vida.

“A Petrobras é um agente fundamental no processo de desenvolvimento do Brasil, por tudo que representa. zelar pela Petrobras é zelar pelo sonho de um país melhor.”

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 77

Ativos intangíveis

A gestão dos ativos intangíveis é fundamental para a criação de valor e diferencial competitivo nas empresas e para a conquista de resultados sustentáveis. Na Petrobras, esses ativos são classificados em quatro tipos de capital: humano, organizacional, de relacionamento e de domínio tecnológico. A Petrobras foi pioneira no gerencia-mento do capital de domínio tecnológico, ao criar, em 1963, o Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). A gestão desse ativo é a base da sua reconhecida excelência em tecnologia, que se reflete no seu valor de mercado e faz da Companhia uma parceria requisitada pelas maiores empresas de petróleo do mundo. A sustentabilidade da excelência tecnológica apóia-se nos investimentos na capacitação dos empregados, com gestão estruturada do desenvolvimento de suas competências técnicas e gerenciais. Esse processo permanente de atualização, assim como a aceleração da curva de aprendizagem dos novos trabalhadores, é feito na Universidade Petrobras. A gestão dos capitais organizacional e de relacionamento ganhou ênfase nos últimos anos. Ao mesmo tempo em que avança no controle dos sistemas e processos-chave, a Companhia aperfeiçoa o gerenciamento das relações com clientes, fornecedores, parceiros, acionistas e sociedade. No conjunto, a percepção externa do esforço de gestão dos ativos intangíveis viabiliza parcerias, influencia a tomada de decisão dos investidores e potencializa os resultados da Petrobras.

Capital de domínio teCnológiCo 78Capital organizaCional 80

Capital Humano 82Capital de relaCionamento 83

78 | relatório anual 2006 | petrobras

cenpes: a busca de novas tecnologiasO dOmíniO da tecnOlOgia é desafiO permanente

para a petrObras, que vem ampliandO as instala-

ções dO cenpes, nO campus da universidade federal

dO riO de JaneirO (ufrJ), na ilha dO fundãO. cOm

mais de 1.800 empregadOs, 30 unidades-pilOtO e 137

labOratóriOs, em 122 mil m2, O centrO antecipa e

supre as necessidades tecnOlógicas da cOmpanhia

desde 1963. seu papel é decisivO na estratégia cOr-

pOrativa de crescimentO cOm respOnsabilidade

sOciOambiental.

As pesquisas com biocombustíveis foram destaque em 2006.

Processando a mistura de óleos vegetais e diesel mineral, a tec-

nologia H-Bio foi testada em escala-piloto nas refinarias Gabriel

Passos (Regap), Alberto Pasqualini (Refap) e Presidente Getúlio

Vargas (Repar), com vistas ao início da produção comercial em

2007. Já o biodiesel, feito com óleos vegetais ou sementes de

oleaginosas, começou a ser produzido em duas unidades experi-

mentais no Rio Grande do Norte, com tecnologias inéditas. Outra

inovação foi a produção, em laboratório, de álcool combustível

(etanol) de bagaço de cana, que permitirá o aumento da produção

de álcool sem incremento da área plantada (lignocelulose).

As tecnologias desenvolvidas pelo Cenpes também levaram à

melhoria da qualidade dos combustíveis. No fim do ano, a Petrobras

lançou o Diesel Podium, com 200 partes por milhão (ppm) de enxo-

fre, dando seqüência às inovações em relação a este produto inicia-

das em 2005, com a comercialização do diesel com 500 ppm.

Em outra linha de atuação no refino, o Centro desenvol-

veu tecnologias para otimizar o aproveitamento do petróleo

Ativos intangíveisCAPitAL dE doMíNio tECNoLógiCo

Planta-piloto de H-Bio no cenpes, rio de Janeiro, rJ

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 79

pesado da Bacia de Campos. Uma delas, que aumenta a produ-

ção de eteno e propeno, vai ser usada no Complexo Industrial

Petroquímico do Rio de Janeiro; outra tecnologia, já testada em

escala industrial, será utilizada na Refinaria do Nordeste, ele-

vando em 30% a produção de diesel a partir de petróleo pesado.

Tanto o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro quanto a

Refinaria do Nordeste tiveram seus projetos conceituais con-

cluídos pelo Cenpes.

Importantes avanços tecnológicos contribuíram para

o aumento das reservas provadas de óleo e gás. No campo de

Marlim, na Bacia de Campos, o uso de traçadores químicos na

caracterização das reservas – inédito em águas profundas – incor-

porou 500 milhões de barris de óleo às reservas do campo. O

Cenpes desenvolveu, em conjunto com fornecedores, novos equi-

pamentos e novas tecnologias de separação de óleo, gás e água

nas unidades marítimas.

Três projetos básicos de plataformas foram concluídos

pelo Cenpes em 2006: Mexilhão 1 (PMXL1), a ser instalada na

Bacia de Santos; e, para a Bacia de Campos, P-55 (campo de

Roncador) e P-57 (campo de Jubarte). Outro desafio superado

no ano diz respeito à tecnologia para a perfuração, na Bacia de

Santos, de poços abaixo de espessas camadas de sal e situados

sob lâmina d’água de cerca de 2 mil metros. Graças à técnica,

foram identificadas acumulações de óleo leve a mais de 6.400

metros de profundidade.

Na proteção ao meio ambiente, o Cenpes concluiu o

protótipo de um robô híbrido, denominado Chico Mendes,

destinado ao monitoramento ambiental na região amazônica.

Participante do esforço para a preservação da maior floresta

tropical do mundo, a Petrobras, em articulação com outras ins-

tituições científico-tecnológicas, propôs a criação do Centro

de Excelência Ambiental da Petrobras na Amazônia. O Cenpes

Ativ

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Ca

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de

do

mín

io t

eC

no

lóg

iCo

teve participação ativa, também, em seminário internacional

sobre seqüestro de carbono e mudanças climáticas que reuniu

especialistas de 17 países no Rio de Janeiro.

Avanços significativos no desenvolvimento de novas tec-

nologias para a reutilização de efluentes e a minimização do con-

sumo de água permitiram atingir os requisitos ambientais neces-

sários para os novos empreendimentos de refino, com economia

equivalente à captação de água e lançamento de efluentes de uma

cidade de 300 mil habitantes.

Visando maior aproximação entre o Cenpes e as uni-

dades operacionais da Petrobras, foi inaugurado, no Rio Grande

do Norte, o Núcleo Experimental de Energias Renováveis. Mais

dois núcleos devem iniciar suas atividades em 2007, no Ceará e

em Minas Gerais. Como parte da estratégia de relacionamento

com a comunidade científica nacional, o Cenpes, em 2006, lan-

çou um novo conceito de parceria. O novo modelo contempla a

participação de 76 instituições de 18 unidades da federação em

38 redes temáticas e 7 núcleos regionais. Até 2008, a Petrobras

deverá investir cerca de R$ 1 bilhão neste novo modelo.

Patentes A Petrobras é a companhia que mais deposita patentes no País e

a empresa brasileira com mais patentes depositadas nos Estados

Unidos. Em 2006, foram concedidas 14 patentes no Brasil. Setenta

e sete novas solicitações de patentes foram depositadas no ano

– entre elas, a milésima na história da Companhia, a de processo

de produção de etanol com rejeitos vegetais, desenvolvido no

Cenpes. Fora do País, foram depositados 81 pedidos de patentes

e obtidas 69 patentes, em 2006.

Com as inovações tecnológicas, a Petrobras aprimora con-

tinuamente seus processos de forma a garantir atendimento sus-

tentável às demandas da sociedade. +

1.000solicitações de Patentes

na História da comPanHia

(a milésima Foi a Produção de etanol com reJeitos vegetais)

80 | relatório anual 2006 | petrobras

marca Petrobras, um ativo estratégicopela impOrtância e pelO pOtencial para valOrizar

prOdutOs e serviçOs, a marca petrObras é gerida

cOmO um ativO estratégicO. aO cOmitê de marketing

e marcas, vinculadO aO cOmitê de negóciOs, cOm-

pete fOrmular um mOdelO de gerenciamentO cOm

diretrizes para a utilizaçãO da marca em tOdO O

sistema petrObras.

A criação das normas, aliada à defesa legal desse ativo nos

diversos mercados, protege ainda mais a marca Petrobras. A gestão

global desse patrimônio responde à estratégia de ampliar a visibi-

lidade da Companhia e fortalecer a identidade de seus produtos e

serviços. Esse gerenciamento está alinhado, no âmbito corpora-

tivo, à uniformização visual de instalações e à padronização das

ações de comunicação.

Pesquisa da consultoria internacional Interbrand demons-

tra o êxito da Companhia na gestão da marca, que é associada à

liderança em tecnologia e qualidade e à responsabilidade social e

ambiental. Em 2003, o valor da marca Petrobras foi mensurado em

US$ 286 milhões pela consultoria, passando a US$ 485 milhões no

ano seguinte e atingindo US$ 554 milhões em 2005, um aumento

de 94% em dois anos. A marca Petrobras foi a que mais cresceu

em valor no Brasil entre 2003 e 2005.

PrÁticas de gestãoO Programa de Avaliação e Melhoria da Qualidade da Gestão, no

ciclo realizado em 2006, manteve o estímulo à adoção de pro-

gramas de melhorias nas unidades operacionais. As avaliações

são orientadas pelo Guia Petrobras de Gestão para Excelência,

Ativos intangíveisCAPitAL orgANizACioNAL

Patrocínio técnico: os carros da equipe at&t Williams de F1 utilizam combustível de alta tecnologia desenvolvido pela Petrobras

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 81

que reúne os critérios do Prêmio Nacional da Qualidade e os

requisitos específicos da Companhia, derivados das políticas

do Plano Estratégico.

A Petrobras firmou convênio com a Fundação Nacional da

Qualidade para a disseminação do modelo corporativo de exce-

lência em gestão. Entre os recursos desenvolvidos pela parceria

estão cadernos de excelência e programa que simplifica a auto-

avaliação das Unidades, permitindo mais rapidez nas melhorias.

No País e no exterior, a Petrobras participa de vários movimentos

e organismos dedicados à qualidade de gestão, à produtividade e

à competitividade. +

286 milhões

de dólares: valor da marca em 2003

554 milhões

de dólares: valor da marca em 2005

a marca PetroBras Foi a que mais cresceu em valor

no Brasil no Período

Ativ

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Ca

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al

or

ga

niz

aC

ion

al94%

aumento do valor da marca Petrobras entre 2003 e 2005

82 | relatório anual 2006 | petrobras

gestão do conhecimentoa petrObras cOnsOlidOu, em 2006, a metOdOlOgia

de elabOraçãO de prOgramas de gestãO dO cOnhe-

cimentO para as unidades de negóciO nO país, cOm

base nO prOgrama de integraçãO dO cOnhecimentO

da Área internaciOnal. O prOgrama fOrtalece as

cOmpetências OperaciOnais, gerenciais e tecnOló-

gicas, difundindO O cOnhecimentO e acelerandO

a fOrmaçãO dOs nOvOs empregadOs.

Na área de Exploração e Produção, o Programa de Comu-

nidades de Prática passou a disseminar conhecimentos e melhores

práticas em mais quatro campos de atividades. Os profissionais

estão compartilhando experiências nas comunidades de caracte-

rização de reservatórios, engenharia de poço, engenharia naval,

elevação e escoamento, gerenciamento de água e práticas opera-

cionais. Rompendo fronteiras organizacionais, o programa integra

2,5 mil empregados de Unidades no Brasil e no exterior.

A participação dos empregados na transmissão de conheci-

mento técnicos, culturais e empresariais é valorizada no projeto

Histórias Petrobras, que reúne narrativas e estudos de caso. Esta

iniciativa sistematiza informações associadas a marcos históricos,

difundindo conhecimentos estratégicos em apoio à compreensão

da trajetória da Companhia. Os primeiros temas abordados são

a história da Província Petrolífera de Urucu, no Amazonas, e a do

campo de Guando, na Colômbia.

Na melhoria contínua do relacionamento com a socie-

dade, a Companhia implantou a Rede de Colaboração da função

Comunicação (ReCol). A iniciativa valoriza boas práticas desen-

volvidas nas Unidades, reforçando o entendimento e o desdobra-

mento das diretrizes corporativas de comunicação.

A Petrobras participa de dois grupos de Gestão do

Conhecimento coordenados pelo American Productivity &

Quality Center (APQC), visando ao aperfeiçoamento das práticas

internas a partir de exemplos de empresas de Classe Mundial. Em

2006, no Most Admired Knowledge Enterprise (Make), prêmio

da instituição inglesa Know Network aos destaques em conheci-

mento empresarial, a Companhia foi a quarta colocada entre as

18 maiores do setor mundial de petróleo, na condição de única

empresa da América Latina entre as 55 finalistas. +

Ativos intangíveisCAPitAL HUMANo

construção de módulo da plataforma P-52

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 83

Ativos intangíveisCAPitAL dE rELACioNAMENto

Pesquisas avaliam percepção externaa petrObras desenvOlve amplas pesquisas de Opi-

niãO para aferir cOmO suas prÁticas e prOJetOs

sãO vistOs e avaliadOs pelas partes interessadas.

estas sOndagens, que têm dOtadO a cOmpanhia de

cOnhecimentOs sObre O ambiente sOciOecOnômicO

em que atua, baseiam-se em 18 indicadOres, que per-

mitem avaliar as percepções a respeitO de gestãO,

cOmpetitividade, crescimentO, atuaçãO nO exte-

riOr, visãO de futurO, apOiO sOcial, ética, e respOn-

sabilidade sOcial e ambiental.

A média ponderada das pontuações dos indicadores no seg-

mento opinião pública dá origem a um indicador geral. As infor-

mações resultantes das pesquisas são consolidadas no Sistema de

Monitoramento da Imagem Corporativa (Sísmico). Por meio dessa fer-

ramenta de gestão da reputação da Companhia, a administração pode

acompanhar a evolução da imagem da Petrobras e ajustar as políticas e

ações de comunicação e as práticas de gestão em diversas áreas.

relacionamento com investidoresNo encerramento de 2006, a Companhia contava com mais de 350

mil acionistas e cotistas de fundos dedicados às ações da Petrobras.

Para aprimorar o relacionamento com este público, a Companhia

mantém um programa constante de relacionamento com seus

*

* Sistema de Monitoramento da Imagem Corporativa

84 | relatório anual 2006 | petrobras

investidores, por meio de roadshows, reuniões abertas, conference

calls, chats, jornal do acionista, atendimento telefônico e por e-mail,

eventos especializados, website, e outros meios de comunicação.

Além disso, realiza pesquisa anual na qual avalia a quali-

dade do atendimento e a percepção a respeito da Companhia em

aspectos como lucratividade, competitividade, gestão, visão de

futuro, governança corporativa, ética, tecnologia, transparência

e responsabilidade social e ambiental.

relacionamento com FornecedoresManteve-se em 2006 a integração das empresas de materiais e

serviços num só cadastro de fornecedores, alinhado às diretri-

zes corporativas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) e

Responsabilidade Social. Uniformizando metodologias e racio-

nalizando esforços, a Petrobras aperfeiçoou os critérios técnicos,

jurídico-fiscais e econômico-financeiros para o cadastramento,

além de adotar novos processos – centralizados e regionais – de

avaliação e qualificação.

O novo cadastro inclui, também, um questionário sobre

ações de responsabilidade social. Com questões elaboradas pelo

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, a son-

dagem tem por objetivos a formação de um retrato das práticas

desenvolvidas na área pelos fornecedores, assim como o estímulo

de melhorias e a valorização de boas iniciativas.

Uma das ferramentas utilizadas para estreitar as relações com

os fornecedores é a internet, por meio do Portal do Cadastro. Para a

aquisição de bens e serviços destinados às necessidades operacio-

nais e aos novos empreendimentos, a Petrobras tem cerca de 5 mil

empresas inscritas. Em todo o País, cerca de 40 mil firmas fornecem

bens e serviços de menor porte às unidades operacionais.

As novas Condições de Fornecimento de Materiais (CFM)

PesquisA de PerCePção Com ACionistAs(Pontuação de 0 a 100)

89

90

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81

79

78

95Atuação no exterior

Visão de futuro

Lucratividade

Tecnologia

Sentimentos

Competitividade

Condições de trabalho

Gestão

Ética

Energias alternativas

Responsabilidade ambiental

Comunicação com acionistas

Transparência

Apoio social

Governança corporativa

Indicador geral

79

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78

77

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85

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www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 85

vigoram, na aquisição de bens, para os contratos firmados desde

1º de novembro de 2005. As CFM, resultantes da interação entre a

Petrobras e as associações de classe dos fornecedores, adaptaram

as cláusulas à legislação e às práticas do mercado. A Companhia

adotou, também, novas condições de pagamento para bens com

longo tempo de fabricação fornecidos por empresas brasileiras.

A Petrobras manteve a parceria com o Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para incentivar a

inserção competitiva de empresas de pequeno porte na cadeia

produtiva do petróleo, gás natural e energia elétrica. O convênio

abrange 12 estados com Unidades de Negócio da Companhia

e totaliza aporte de R$ 12 milhões em três anos – R$ 6 milhões,

aplicados pelo Sebrae. Devido à grande adesão à iniciativa, os

investimentos das empresas participantes, inicialmente de R$ 3

milhões, subiram para R$ 16,7 milhões.

contratação de Bens e serviçosA Petrobras efetuou contratações diretas de bens e serviços no

valor de US$ 20,8 bilhões em 2006, sendo US$ 4 bilhões em aqui-

sições de materiais e US$ 16,8 bilhões em contratação de serviços.

Deste total, 88% dos materiais e 70% dos serviços foram adquiri-

dos de fornecedores instalados no País, resultando na participação

destes em 73% das contratações efetuadas em 2006.

Parte das aquisições foi efetuada pelo portal de negociações

eletrônicas Petronect, que registrou, no ano, 22.719 fornecedores

no Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Estados Unidos,

Peru, Cingapura e Venezuela. Desde outubro de 2003, as empresas

do Sistema Petrobras realizaram pelo Portal Petronect 216 mil

compras, 125 leilões diretos e 274 leilões reversos. +

16937

40 milfirmAs no PAís forneCem

Bens e serviços de menor Porte às unidAdes

oPerACionAis

Bolsa de valores de são Paulo – Bovespa

86 | relatório anual 2006 | petrobras

miguel Ângelo estePHanioengenheiro de terminais e dutos,

consultor de Gestão de riscos

visão de Futuro: o exemplo da Companhia deve sempre inspirar a busca

do progresso e melhoria constante.

“A Petrobras tem condições de desenvolver projetos em várias áreas de energia, gerando riqueza, emprego e melhorando as condições de vida das pessoas.”

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 87

Gestão Empresarial

O preço do petróleo atingiu níveis elevados no mercado internacional em 2006, mas a Petrobras manteve a política adotada no ano anterior para evitar o repasse ao consumi-dor das oscilações dos preços internacionais. Porém, o aumento dos preços da gasolina e do diesel, em setembro de 2005, e o reajuste dos demais derivados resultaram em um valor médio de comercialização dos derivados no mercado interno 8% superior ao de 2005. Os bons resultados da Companhia ao longo do ano foram reconhecidos pelo mercado e contribuíram para a valorização nominal de seus papéis nas bolsas. As ações registraram alta de 31,94% (ordinárias) e 33,83% (preferenciais, as de maior liquidez). A gestão dos riscos, que leva em conta a natureza de suas atividades, é feita de forma integrada, buscando equilíbrio entre os objetivos de crescimento e retorno e o nível de exposição. E na área de governança corporativa, a Companhia adota procedimentos compatíveis com as normas dos mercados em que atua, monitorando continuamente a implementação e a aplicação das práticas estabelecidas.

Desempenho empresarial 88mercaDo De capitais 91

Gestão De riscos 96Governança corporativa 99

88 | relatório anual 2006 | petrobras

Recordes em lucro e investimentos O preçO dO petróleO atingiu níveis extrema­

mente elevadOs nO mercadO internaciOnal

em 2006. a média dO Brent (us$ 65,14/­Barril) fOi

19,8% superiOr à dO anO anteriOr, apresentandO

picO médiO mensal de us$ 73,66/­Barril em julhO.

a alta teve impactO diretO sOBre Os custOs de

extraçãO dO petróleO naciOnal e de aquisiçãO

dO óleO impOrtadO, que representaram, em média,

20,5% da carga fresca prOcessada.

A política de preços adotada em 2005 foi mantida, como

forma de evitar o repasse imediato ao consumidor da volatilidade

dos preços internacionais. O preço médio de realização dos deri-

vados no mercado interno foi de R$ 154,45/barril — 8% superior

ao do ano anterior.

As principais causas desse resultado foram o aumento dos

preços da gasolina e do diesel, em setembro de 2005; a comer-

cialização do Diesel S500 — de melhor qualidade — no começo

de 2005; e o reajuste dos demais derivados, com destaque para a

nafta, o óleo combustível e o querosene de aviação, que tiveram

preços ajustados às flutuações internacionais.

A comercialização total da Petrobras — incluídos gás natu-

ral, álcoois, nitrogenados, exportações e vendas internacionais

— atingiu 3 milhões 048 mil boe, superando em 9% os 2 milhões

808 mil boe de 2005.

O volume de vendas da Companhia no mercado interno regis-

trou taxa de crescimento de 3%. As vendas de gás natural cresceram

7%, impulsionadas pela expansão do mercado Sul-Sudeste, enquanto

as de derivados subiram 3%. A comercialização de energia elétrica

Gestão EmpresarialDEsEmPEnhO EmPrEsAriAl

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 89

cresceu 8,7%, com a entrada em vigor de contratos fechados em anos

anteriores e o aumento dos volumes em contratos vigentes.

Aumento dA ReceitAA receita operacional bruta consolidada alcançou R$ 205,4

bilhões, enquanto a receita operacional líquida atingiu R$ 158,2

bilhões – valores que superam os de 2005 em 15% e 16%, respec-

tivamente. Para o resultado, contribuíram o aumento dos preços

nos mercados interno e externo, e o crescimento de 3% no volume

de vendas no mercado nacional e de 19% no internacional.

No mercado interno, a receita líquida subiu R$ 10,9 bilhões

(12,3%), devido principalmente à elevação da receita de diesel

(11,6%), gasolina (18,8%) e nafta (12,2%). O volume de vendas

de gasolina cresceu 7,3% (21 mil barris/dia) – sobretudo devido

à redução do teor de álcool anidro, em março –, superando o

aumento da comercialização de diesel, de 1,1% (7 mil barris/dia),

e nafta, de 5,1% (8 mil barris/dia). O efeito da elevação de preços

foi mais forte, porém, sobre o diesel, atingindo 11% (R$ 0,11/

litro), enquanto a gasolina e a nafta tiveram, respectivamente,

aumentos de 9,1% (R$ 0,08/litro) e 6,5% (R$ 0,08/litro).

A receita líquida no mercado externo aumentou R$ 3 bilhões,

com destaque para a de exportação de petróleo, que cresceu 29% em

relação a 2005, enquanto a receita de derivados diminuiu 2,3%.

ResultAdo econômico-finAnceiRoO lucro operacional atingiu R$ 42,2 bilhões – 6% acima do obtido

no ano anterior – em função do aumento da receita operacional

líquida, da produção e do processamento do petróleo nacional,

que fez crescer 23% o custo dos produtos e serviços vendidos,

enquanto o aumento do preço de referência Brent foi de 19,8%.

O lucro líquido atingiu R$ 25,9 bilhões, superando em 9% o

alcançado em 2005.

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sede da Petrobras com iluminação especial em

comemoração à conquista da auto-suficiência,

Rio de Janeiro, RJ

154,45reais foi o preço médio do

barril de derivadosno mercado interno

19%crescimento no volume

de vendas no mercado internacional

90 | relatório anual 2006 | petrobras

O EBITDA (lucros antes da cobertura de juros, impostos, amor-

tizações e depreciações) foi, em conseqüência, de R$ 50,9 bilhões

– 9% maior que o apurado em 2005. O retorno sobre o capital empre-

gado (Roce) atingiu 23% – uma redução de um ponto percentual.

O resultado financeiro alcançou R$ 1,3 bilhão negativo, com-

parado ao obtido em 2005 (R$ 2,8 bilhões negativos), influenciado

pela valorização do real frente às principais moedas utilizadas pela

Petrobras, bem maior que a registrada em 2005.

O ativo total da Companhia atingiu R$ 210,5 bilhões – um

crescimento de 15%, decorrente do aumento de 14,4% do ativo

imobilizado, 11,6% do circulante e 16% do realizável a longo

prazo. Somente o caixa e as aplicações financeiras representaram

63% da variação do ativo circulante.

A contrapartida no passivo ocorreu principalmente no patri-

mônio líquido, com crescimento de 23,8%, com destaque para a

variação de 45% no capital realizado. No endividamento, a ala-

vancagem (endividamento líquido sobre capitalização líquida)

foi reduzida de 24%, em 2005, para 16%.

investimentosA Petrobras realizou investimentos de R$ 33,7 bilhões – 31% supe-

riores aos efetuados em 2005 –, em linha com o Plano Estratégico

2015. Na área de Exploração e Produção, foram aplicados R$ 15,3

bilhões, com prioridade para o aumento da produção e das

reservas. No Abastecimento, os recursos investidos somaram

R$ 4,2 bilhões, voltados à agregação de valor ao petróleo e ao gás

natural. Na atividade Internacional, os investimentos foram de

R$ 7,2 bilhões, segundo a estratégia da Companhia de liderar, como

empresa integrada, o mercado de energia na América Latina.

Do total, R$ 3,5 bilhões foram aplicados por meio de socieda-

des de propósito específico (SPEs), com crescimento de 47% em

relação aos recursos investidos dessa forma no ano anterior. +

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33,7bilhões

de reais em investimentos feitos pela companhia no ano,

valor 31% superior ao de 2005

15,3bilhões

de reais aplicados na área de exploração e produção, com prioridade para o aumento

da produção e das reservas

7,2 bilhões

de reais foram destinados à atividade internacional, com vistas a tornar a

companhia líder do mercado de energia na américa latina

23%Índice de retorno do capital empregado

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 91

Ações: valorização de 40% no exterior O anO fOi pOsitivO para a petrOBras nas BOlsas. a

valOrizaçãO nOminal dOs papéis da cOmpanhia – de

31,94% para as ações Ordinárias (petr3) e de 33,83%

para as preferenciais (petr4) – ficOu em linha cOm

O desempenhO dO iBOvespa, que se valOrizOu 33% em

2006. entretantO, cOnsiderandO­se Os dividendOs

pagOs aO lOngO dO anO (referentes aO exercíciO

de 2005), a valOrizaçãO das ações da petrOBras fOi

de 38% (Ordinárias) e de 41% (preferenciais).

As ações preferenciais foram as de maior liquidez quanto

ao volume financeiro e número de negócios, com média, respec-

tivamente, de R$ 282 milhões e de 4.414 negócios por dia. Este

desempenho garantiu à Petrobras o primeiro lugar como empresa

de maior peso na carteira teórica do Ibovespa – 13,80% para o perío-

do janeiro-abril de 2007. Somando-se os números dos papéis ON e

PN, a Companhia girou cerca de R$ 336 milhões diários – mais de

16% do volume financeiro médio da Bovespa em 2006.

Na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), em função da

valorização do real frente ao dólar, o retorno aos detentores de

títulos da Petrobras (ADRs) foi ainda maior: os recibos represen-

tativos das ações ON (PBR) tiveram valorização nominal de 45%,

e os das PN (PBRA), de 44%. Os papéis da Petrobras superaram

importantes índices, como o Dow Jones (+ 16%), a maior referên-

cia da bolsa americana; o Amex Oil Index (20%), composto por

grandes empresas do setor de óleo e gás; e o Nyse’s International

100 (21%), que reúne os cem ADRs mais líquidos.

A Petrobras foi a empresa não-americana mais negociada

na Bolsa de Valores de Nova York, considerando-se a soma do

Gestão EmpresarialmErCADO DE CAPitAis

seminário de melhores práticas de divulgação de informações

92 | relatório anual 2006 | petrobras

volume financeiro negociado na nyse (Média diária eM 2006 - US$ MilhõeS)volume financeiro médio diário das duas classes de recibos da

Companhia. No total, os recibos ordinários movimentaram na

Nyse US$ 227 milhões por dia em média, e os preferenciais, US$

99 milhões.

Em 2006, pela primeira vez, o valor de mercado da Petrobras

ultrapassou US$ 100 bilhões na média mensal (dezembro),

fechando o ano em US$ 108 bilhões. É a maior cifra dentre todas

as empresas de capital aberto da América Latina e representa um

aumento de 45% em relação a 2005 (US$ 74 bilhões) e de 155%

na comparação com 2004 (US$ 42 bilhões). Em reais, o valor de

mercado atingiu US$ 230 bilhões ao final de 2006, contra R$ 174

bilhões em 2005 e R$ 112 bilhões em 2004.

Ao longo do ano, a Companhia aumentou em 20% sua base

de acionistas na Bovespa, fechando 2006 com 168 mil acionistas.

Esta conquista reflete não só o desdobramento de ações realizado

em 2005, que tornou as ações mais acessíveis a pequenos inves-

tidores, como também a crescente confiança dos investidores no

modelo de administração da Petrobras.

Em abril, a Companhia listou suas ações ordinárias e prefe-

renciais na Bolsa de Comércio de Buenos Aires. Esta listagem abre

a possibilidade aos investidores argentinos de investir diretamente

nas ações da Petrobras, e permite à Companhia ampliar sua base

acionária e fortalecer sua marca junto à sociedade daquele país.

A governança corporativa da Petrobras, comprometida

com princípios éticos, de transparência e de responsabilidade

socioambiental, garantiu a listagem das ações da Companhia no

seleto Índice Mundial de Sustentabilidade da Dow Jones. Trata-

se do mais importante índice de sustentabilidade no mundo,

que serve como parâmetro para análise dos investidores social

e ambientalmente responsáveis. Em novembro, foi anunciada

a entrada das ações da Petrobras no Índice de Sustentabilidade

Empresarial da Bovespa.

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mesa de operações

comerciais no escritório

da Petrobras em londres

212

227

232

242

172

153

105

99

326Petrobras*

BP

CVRD*

Petrobras (ordinárias)

Nokia

CVRD (ordinárias)

America Movil*

America Movil (series L)

BHP Billiton

Cemex

Total

Petrobras (preferenciais)

Taiwan Semiconductor

RD Shell

Elan

100

114

154

93

90

87

* Soma de todos os programas de ADR da Companhia Fonte: Bloomberg

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 93

RecomPRA de AçõesFoi anunciado, em dezembro, um programa de recompra de

ações, que autoriza a Companhia recomprar até 91,5 milhões de

ações preferenciais – 4,9% do total de ações PN em circulação

– até dezembro de 2007. A decisão de recompra reflete o enten-

dimento da administração de que há uma defasagem do preço

da ação à luz das perspectivas de crescimento e rentabilidade

da Petrobras e objetiva reduzir o custo financeiro da Companhia

no curto prazo.

dividendosNo decorrer do ano, os acionistas da Petrobras receberam dividen-

dos relativos a 2005 que totalizaram R$ 1,6562 por ação ON ou PN.

Isso representa um aumento de 39% em relação aos dividendos

distribuídos no ano anterior, em linha com o aumento de 40% no

lucro líquido da Companhia. Para o exercício de 2006, o Conselho

de Administração propôs a distribuição de R$ 7,897 bilhões em

dividendos, equivalentes a R$ 1,80 por ação, um aumento de 8,7%,

em linha com a evolução do lucro.

finAnciAmentos coRPoRAtivosEm 2006, a Petrobras apresentou manutenção do quadro de ele-

vado grau de liquidez e melhora em seu custo de captação, asso-

ciada ao grau de investimento atribuído pela agência de rating

Moody´s Investor Services em outubro de 2005 e pela agência

Standard and Poor’s em janeiro de 2007. Com base neste cenário,

a Companhia desenvolveu estratégias de gerenciamento de passi-

vos que incluíram o pré-pagamento de dívidas, renegociação das

condições contratadas e novas captações estratégicas.

Em relação aos pagamentos antecipados, a Petrobras rea-

lizou, em março, o pré-pagamento de duas séries do Programa

de Securitização de Bunker e Óleo Combustível, reduzindo

o volume principal remanescente para US$ 577,6 milhões,

além de obter o consentimento dos investidores das séries

restantes para: retirada do bunker do programa; redução do

custo de seguro; e redução do limite mínimo de média diária

de exportação. Outros contratos financeiros também tiveram

suas condições revisadas, o que resultou em reduções de taxas

de juros e exclusão de mecanismos de seguro (seguros de risco

político e cartas de crédito).

No mercado internacional de capitais, a Companhia, por

meio de sua subsidiária PIFCo, realizou em julho uma operação

de recompra de US$ 888 milhões de títulos. Levando-se em conta

o montante já recomprado no passado pela Petrobras, essa ope-

ração resultou no cancelamento de US$ 1,215 milhão da dívida

existente no mercado de capitais. Em fevereiro de 2007, foi con-

cluída a operação de troca de cinco séries de títulos antigos da

PIFCo por novos títulos com vencimento em 2016, no valor total

de US$ 399.053.000 (valor de face).

Em setembro, a PIFCo realizou uma emissão privada de

bonds no Japão, em ienes, no montante equivalente a US$ 300

milhões, com prazo de dez anos, cupom de 2,15% a.a. e garantia

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Pela primeira vez, o valor de mercado da Petrobras ultrapassou us$ 100 bilhões na média mensal (dezembro), fechando o ano em Us$ 108 bilhões. É a maior cifra dentre todas as empresas de capital aberto da América latina.

número de acionistas na bovespa

128.962

140.060

160.395

167.58031/12/06

31/06/06

31/12/05

31/06/05

94 | relatório anual 2006 | petrobras

parcial do JBIC, com o objetivo de reabrir o mercado japonês e

diversificar a base de investidores da Companhia.

Em outubro de 2006, a PIFCo realizou a primeira emissão

de Global Notes após a obtenção de grau de investimento, com o

objetivo de introduzir um novo referencial de custo de captação

para o Grupo. A emissão representou o menor custo histórico para

a PIFCo para o prazo de dez anos (cupom de 6,125% a.a., retorno

ao investidor de 6,185% a.a.) e teve a maior parte da demanda ori-

ginada do mercado de high grade. Adicionalmente, a Companhia

introduziu melhorias em suas obrigações contratuais (covenants).

Nas operações com o Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES), a Petrobras sacou US$ 314 milhões,

por intermédio da subsidiária PNBV, para a construção das pla-

taformas P-51 e P-52.

Nas linhas de crédito no mercado bancário internacional,

foram captados US$ 2,112 bilhões, montante 20% superior ao

de 2005, sendo 97% para dar suporte às operações de subsidiá-

rias, e o restante relacionado às atividades de comercialização de

petróleo e derivados.

Com o objetivo de proporcionar um “colchão” de liquidez

à Companhia, a PIFCo contratou, desde 2004, US$ 675 milhões

em standby facilities, que permitem saques de qualquer valor, no

prazo de dois anos, limitados ao volume total contratado, com

prazo para pagamento do principal em um ano.

Em relação às garantias bancárias, o volume contratado pela

Petrobras e subsidiárias alcançou US$ 4,126 bilhões – 107,86%

superior ao de 2005.

PRoJetos estRutuRAdosA Companhia captou recursos no mercado financeiro do País e

do exterior por meio de operações estruturadas na modalidade

project finance, para financiar empreendimentos nas áreas de

Abastecimento, Exploração e Produção, e Gás e Energia. As cap-

tações foram realizadas por Sociedades de Propósito Específico

(SPEs) criadas para cada projeto.

Na área de Abastecimento, a Petrobras firmou, em maio, os

contratos de estruturação financeira do Projeto de Modernização

da Refinaria Henrique Lage (Revap) no valor de US$ 900 milhões.

O projeto de construção da plataforma P-53, destinada à

produção no campo de Marlim Leste, na Bacia de Campos, teve

seu empréstimo-ponte, contratado com o ABN AMRO, renovado

em agosto e seu empréstimo sindicalizado refinanciado em setem-

bro. O valor total destas operações atingiu US$ 1,1 bilhão, dos

quais US$ 350 milhões correspondem ao empréstimo-ponte e

US$ 750 milhões ao empréstimo sindicalizado.

Ainda na área de Exploração e Produção, foi concluído, em

setembro, o refinanciamento do empréstimo sindicalizado junto aos

bancos comerciais para o Plano Diretor de Escoamento e Tratamento

de Óleo da Bacia de Campos (PDET). A melhoria das condições de

crédito em relação àquelas vigentes quando da estruturação finan-

ceira, em março de 2005, permitiu a redução do spread e o cancela-

mento dos seguros de risco político e comercial dessa captação.

Na área de Gás e Energia, dois empréstimos-ponte adicionais

para o Gasoduto de Interligação Sudeste–Nordeste (Gasene) foram

fechados com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

e Social (BNDES) em dezembro. Um dos empréstimos, no valor de

R$ 1,05 bilhão, será aplicado na compra de tubos do trecho entre

Cacimbas (ES) e Catu (BA); o outro, de R$ 312 milhões, será des-

tinado ao trecho entre Cabiúnas (RJ) e Vitória (ES).

Em novembro, a Petrobras Netherlands BV (PNBV) assinou

um contrato de financiamento (Co-Financing Term Loan Facility

Agreement) com o The Export-Import Bank of Korea – K-Exim (enti-

dade oficial de crédito da Coréia do Sul) e o BNPParibas. O contrato,

no valor de US$ 360 milhões e com prazo de oito anos, destina-se a

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milhões de dólares: valor da recompra de títulos feita em junho no mercado internacional

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 95

financiar o investimento da Petrobras em duas plataformas de pro-

dução de petróleo que serão construídas nos estaleiros Hyundai

Heavy Industries e Daewoo Shipyard & Marine Engineering, ambos

na Coréia do Sul. As plataformas serão utilizadas em campos de

petróleo no exterior nos quais a Petrobras tem participação. +

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operação de deck-mating da plataforma P-52, Angra dos Reis, RJ

PROJETOS ESTRUTURADOS

Ano de estruturação Valor US$ milhões

Marlim 1998 1.500

Albacora 2000 410

Barracuda / Caratinga 2000 3100

Cabiúnas 2000 850

Espadarte, Voador e Marimbá (EVM) 2000 1076

NovaMarlim 2001 834

Pargo, Congo, Garoupa, Cherne e Carapeba (PDCG) 2001 85,5

Malhas 2003 1.000

Companhia Locadora de Equipamentos Petrolíferos (Clep) 2004 1.250

Plano Diretor de Escoamento e Tratamento de Óleo da Bacia de Campos (PDET) 2005 1.270 1

Certificado de Recebíveis Imobiliários – CRI Macaé 2005 200 2

Modernização da Refinaria Revap 2006 900Notas: 1. Devido ao aumento dos custos, o valor do projeto passou de US$ 910 milhões para US$ 1,27 bilhão 2. Valor em reais

PROJETOS EM ESTRUTURAÇÃO

Valor US$ milhões

Gasoduto Urucu-Coari-Manaus e Termelétrica de Manaus (Amazônia) 1.300

Construção da Plataforma P-53 (Marlim Leste) 1.180

Gasene 2.000

Mexilhão 595

96 | relatório anual 2006 | petrobras

Gerenciamento alinhado às metas corporativasa petrOBras gerencia Os riscOs de fOrma integrada,

BeneficiandO­se de pOssíveis prOteções naturais.

a cOmpanhia Busca O equilíBriO adequadO entre

Os OBjetivOs de crescimentO e retOrnO e O nível

de expOsiçãO a riscOs inerentes às Operações Ou

relaciOnadOs aO cOntextO em que atua.

Pela natureza de suas atividades, a Petrobras está sujeita a

uma série de riscos de mercado, como as variações dos preços

de petróleo e derivados, taxas cambiais e juros. Com o gerencia-

mento dos riscos alinhado aos objetivos e metas corporativas, a

Companhia objetiva a segurança das operações e a execução de

seu plano de investimentos, a fim de manter a rentabilidade e

crescer de forma sustentável.

As proposições de gestão de riscos são discutidas pelo

Comitê de Gestão de Riscos, integrado por executivos das áreas

de negócio e corporativas. Isto proporciona uma visão integrada

das questões e facilita, para a Diretoria Executiva e o Conselho de

Administração, a compreensão das exposições a riscos e eventual

tomada de decisão.

No gerenciamento de riscos de mercado de petróleo e derivados,

seguindo a premissa de avaliação periódica e sistemática da exposição

líquida consolidada do risco de preço, as operações com derivativos

têm, como conseqüência, se limitado a transações específicas de curto

prazo (até seis meses), protegendo o resultado de operações físicas,

fazendo uso de contratos futuros, swaps e opções, e utilizando métricas

de controle segundo diretriz específica de gestão de riscos.

Gestão EmpresarialGEstãO DE risCOs

unidade de processamento de gás natural do Pólo industrial de urucu, Am

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 97

cRéditoEm consonância com as alterações recentes no ambiente regula-

tório do País, a Petrobras adequou sua política de crédito à nova

realidade do mercado. A postura tem assegurado a atratividade

das vendas a prazo, sem elevação desnecessária do nível de expo-

sição ao risco de crédito.

Para a análise dessas operações, a Companhia criou, em

2006, a Comissão de Crédito de Petroquímica. Seu funcionamento

segue o modelo das comissões das áreas de Abastecimento, e Gás

e Energia, criadas em 2004, quando também foi instituído um

sistema de análise de crédito (credit flow).

No mercado externo, em 2006, em sintonia com o aumento

das vendas da Petrobras, a análise e a concessão de crédito aos

clientes (exportação e abastecimento de navios) foram padroni-

zadas e centralizadas.

seGuRosEm 2006, a Companhia teve aumento no prêmio final de suas

principais apólices – incêndio vultoso/riscos operacionais e ris-

cos de petróleo. De US$ 29,4 milhões, em 2005, o prêmio passou

para US$ 34,5 milhões, com elevação de 17%. O valor dos ati-

vos segurados cresceu 32%, subindo de US$ 32,7 bilhões para

US$ 43,2 bilhões.

A maior parte do risco da Petrobras está ressegurada no

mercado internacional. No País e no exterior, a Companhia man-

tém uma política permanente de divulgação de suas práticas de

gestão de risco, comunicando com rapidez e transparência ao

mercado segurador as informações relevantes sobre sinistros e

melhorias introduzidas.

A exemplo de outras grandes empresas de petróleo, a

Petrobras assume parcela expressiva de seu risco, contratando

franquias que podem atingir US$ 40 milhões. A Companhia não

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43,2 bilhões

de dólares foi o valor dosativos segurados

98 | relatório anual 2006 | petrobras

faz seguros de lucros cessantes e controle de poço no Brasil nem

da malha de dutos.

Plataformas, refinarias e outras instalações são cobertas

por apólices de incêndio vultoso/riscos operacionais e riscos de

petróleo. A movimentação de cargas tem a proteção de apólices

de transporte; e as embarcações, apólice de casco e máquinas. A

responsabilidade civil e os riscos ambientais têm cobertura de

uma ou mais apólices. Os projetos e instalações em construção,

cujo dano máximo provável excede US$ 40 milhões, estão pro-

tegidos contra riscos de engenharia mediante apólice contratada

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pela Petrobras ou pelas empreiteiras.

Os ativos da Companhia são avaliados, para efeito de seguro,

tendo em vista o custo de reposição. Considerando-se o dano

máximo provável em cada instalação, o limite máximo de inde-

nização da apólice de incêndio vultoso/riscos operacionais é de

US$ 600 milhões.

A maioria das atividades no exterior é segurada ou res-

segurada pela Bear Insurance Co. Ltd., com sede em Bermuda.

Seguradora cativa, a Bear não retém risco, repassando-o integral-

mente ao mercado. +

A maior parte do risco da Petrobras está ressegurada no mercado internacional e a companhia mantém uma política permanente de divulgação de suas práticas de gestão de risco.

seguros

Valores segurados (US$ bilhões) Prêmio (US$ milhões) Taxa %

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20

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0,30%

0,25%

0,20%

0,15%

0,10%

0,05%

0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 99

Práticas são revistas de forma permamenteas práticas de gOvernança cOrpOrativa sãO apri­

mOradas de fOrma permanente, assim cOmO O rela­

ciOnamentO cOm aciOnistas, clientes, fOrnecedO­

res, empregadOs e demais púBlicOs de interesse. a

cOmpanhia adOta prOcedimentOs de gestãO cOm­

patíveis cOm as nOrmas dOs mercadOs em que atua,

mOnitOrandO cOntinuamente a implementaçãO e

a aplicaçãO das práticas estaBelecidas.

No Brasil, a Petrobras está sujeita às regras da Comissão de

Valores Mobiliários (CVM) e da Bolsa de Valores de São Paulo

(Bovespa). No exterior, cumpre as normas da Securities and

Exchange Commission (SEC) e da New York Stock Exchange (Nyse),

nos Estados Unidos, e do Latibex da Bolsa de Madri, na Espanha. A

partir de 2006, com a listagem de suas ações na Argentina, passou a

estar sujeita também às normas da Comisión Nacional de Valores

(CNV) e da Bolsa de Comércio de Buenos Aires.

A Companhia mantém em análise o processo de adesão for-

mal aos níveis diferenciados de governança corporativa da Bolsa

de Valores de São Paulo e, desde as reformas estatutárias de 2002,

está alinhada às práticas e aos regulamentos estabelecidos.

Foi dado prosseguimento ao programa de treinamento

em governança para executivos e empregados cuja atuação

envolva diretamente o relacionamento com empresas do Sistema

Petrobras, promovendo a conscientização sobre a importância

do tema e difundindo as melhores práticas adotadas no Brasil e

no exterior.

Gestão EmpresarialGOvErnAnçA COrPOrAtivA

Em 2006, com a participação dos empregados, foi concluído

o processo de revisão do Código de Ética do Sistema Petrobras,

que teve por objetivos promover a atualização do instrumento e

adequá-lo às exigências da Lei Sarbanes-Oxley (SOX) quanto à

abordagem de itens específicos aos Códigos de Ética das empresas

com ações na Bolsa de Valores de Nova York.

Em atendimento à SOX, a Petrobras divulga no Form 20-F

(Annual Report, exigido pela SEC) que um dos nove membros do

Conselho de Administração, eleitos na Assembléia Geral Ordinária

de 3 de abril de 2006, é especialista financeiro. +

k No relatório anual de 2006, arquivado na SeC, a Petrobras

certifica a efetividade de seus controles internos em

atendimento à seção 404 da SOX.

k Com a participação dos empregados, foi concluída a

revisão do código de ética da Petrobras, que foi atualizado e adequado às exigências legais.

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estrutura de governança corporativa

Na estrutura de governança corporativa da Petrobras estão o Conselho de Administração e seus comitês, a Diretoria Executiva, o Conselho Fiscal, a Auditoria Interna, a Ouvidoria Geral, o Comitê de Negócios e os Comitês de Gestão.

conselho de AdministRAçãoÓrgão de natureza colegiada e com autonomia dentro de suas prerrogativas e responsabilidades, estabelecidas por lei e pelo Estatuto Social, tem como principais atribuições fixar as diretrizes estratégicas da Companhia e supervisionar os atos de gestão da Diretoria Executiva. Eleitos em Assembléia Geral Ordinária para mandatos de um ano, permitida a reeleição, são nove os integrantes do Conselho – sete representam o acionista controlador; um, os acionistas minoritários titulares de ações ordinárias; e um representa os acionistas titulares de ações preferenciais.

diRetoRiA executivAExerce a gestão dos negócios, em sintonia com a missão, os objetivos, as estratégias e as diretrizes fixadas pelo Conselho de Administração. É composta pelo presidente e seis diretores eleitos pelo Conselho para mandatos de três anos, permitida a reeleição, podendo ser destituídos a qualquer tempo. Somente o presidente é membro do Conselho de Administração, sem, no entanto, presidir o órgão.

conselho fiscAlPermanente e independente da administração, como prevê a Lei das Sociedades Anônimas, é composto por cinco membros, com mandatos de um ano, permitida a reeleição. Um deles representa os acionistas minoritários; outro, os acionistas titulares de ações preferenciais; e três atuam em nome da União – um deles indi-cado pelo ministro da Fazenda, como representante do Tesouro Nacional. Cabe ao Conselho Fiscal representar os acionistas em sua função fiscalizadora, acompanhando os atos dos adminis-tradores e verificando o cumprimento de seus deveres legais e estatutários, bem como defender os interesses da Companhia e dos acionistas.

AuditoRiAA Auditoria Interna planeja, executa e avalia as atividades de auditoria interna e atende às solicitações da Alta Administração e de órgãos externos de controle. A Companhia se vale também de auditoria externa, escolhida pelo Conselho de Administração, com restrição de prestação de serviços de consultoria. É obriga-tório, a cada cinco anos, o rodízio entre empresas de auditoria.

ouvidoRiA GeRAlA Ouvidoria Geral, vinculada ao Conselho de Administração, planeja, orienta, coordena e avalia atividades que visem acolher opiniões, sugestões, críticas, reclamações e denúncias dos públicos de relacionamento da Companhia, promovendo as apurações decorrentes e as providências a adotar. Cabe a essa unidade atuar como canal para recebimento e processamento de denúncias a respeito de questões contábeis, controles internos e auditoria, incluindo a submissão confidencial e anô-nima por empregados, de modo a atender às exigências da Lei Sarbanes-Oxley.

comitês do conselho de AdministRAçãoSão três: Auditoria; Meio Ambiente; e Remuneração e Sucessão. Seus integrantes pertencem ao Conselho e o assessoram no cumprimento das responsabilidades de orientação e direção superior da Companhia.

comitê de Auditoria Atendendo totalmente às exigências da Lei Sarbanes-Oxley, é composto por três membros independentes do Conselho de Administração, sendo seu presidente um especialista financeiro – de acordo com as definições da SEC. Tem como função analisar questões relacionadas à integridade dos relatórios financeiros em US GAAP e à eficácia dos controles internos, assim como supervisionar os auditores externos e internos da Petrobras.

comitê de neGóciosFórum de integração, atua na promoção do alinhamento entre o desenvolvimento dos negócios, a gestão da Companhia e as dire-trizes do Plano Estratégico, dando suporte ao processo decisório da Alta Administração.

comitês de GestãoFóruns para amadurecimento e aprofundamento de temas a serem apresentados ao Comitê de Negócios, com o qual traba-lham de forma articulada. Esta integração também existe entre os Comitês de Gestão e no seu relacionamento com os Comitês do Conselho de Administração.

A Companhia conta atualmente com os seguintes Comitês de Gestão: Exploração e Produção; Abastecimento; Gás e Energia; Recursos Humanos; Segurança, Meio Ambiente e Saúde; Análise de Organização e Gestão; Tecnologia da Informação; Controles Internos; Riscos; Tecnologia Petrobras; Responsabilidade Social e Ambiental; e Marketing e Marcas.

contRoles inteRnos O Programa Integrado de Sistemas e Métodos de Controles

Internos (Prisma), incluído na agenda estratégica da Petrobras e

atualmente incorporado à Gerência Geral de Controles Internos

da Companhia, concluiu os trabalhos para atendimento aos requi-

sitos da Seção 404 da Lei Sarbanes-Oxley.

As atividades desenvolvidas em 2006, sob orientação do

Comitê de Gestão de Controles Internos da Companhia e moni-

toramento do Comitê de Auditoria, consistiram na conclusão do

mapeamento, documentação e manutenção da estrutura de con-

troles internos para mitigação dos riscos associados aos relatórios

financeiros consolidados do Sistema Petrobras.

A Gerência Geral de Controles Internos da Petrobras, fun-

damentada principalmente nas orientações do Public Company

Accounting O versight Board (PCAOB), do Committee of

Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (Coso)

e do Control Objectives for Information and Related Technology

(Cobit), deu continuidade à implementação das melhores práti-

cas de governança corporativa e de controle sobre processos de

negócios, serviços, financeiros e de tecnologia da informação.

A Petrobras validou, junto aos auditores independentes,

o desenho dos processos e controles de impacto relevante nos

Relatórios Financeiros Consolidados. Foram remediadas todas as

deficiências que pudessem representar risco significativo ou mate-

rial à certificação de controles internos. As Auditorias Internas do

Sistema, vinculadas aos Conselhos de Administração, aplicaram

novos testes de efetividade de controles, e não foram constatados

quaisquer desvios que comprometessem o julgamento da ade-

quação da estrutura de controles da Companhia, tanto em nível

de entidade, como sobre processos e tecnologia da informação.

A documentação do desenho dos processos, dos controles

e dos testes de efetividade vem sendo armazenada regularmente

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estrutura de governança corporativa

Na estrutura de governança corporativa da Petrobras estão o Conselho de Administração e seus comitês, a Diretoria Executiva, o Conselho Fiscal, a Auditoria Interna, a Ouvidoria Geral, o Comitê de Negócios e os Comitês de Gestão.

conselho de AdministRAçãoÓrgão de natureza colegiada e com autonomia dentro de suas prerrogativas e responsabilidades, estabelecidas por lei e pelo Estatuto Social, tem como principais atribuições fixar as diretrizes estratégicas da Companhia e supervisionar os atos de gestão da Diretoria Executiva. Eleitos em Assembléia Geral Ordinária para mandatos de um ano, permitida a reeleição, são nove os integrantes do Conselho – sete representam o acionista controlador; um, os acionistas minoritários titulares de ações ordinárias; e um representa os acionistas titulares de ações preferenciais.

diRetoRiA executivAExerce a gestão dos negócios, em sintonia com a missão, os objetivos, as estratégias e as diretrizes fixadas pelo Conselho de Administração. É composta pelo presidente e seis diretores eleitos pelo Conselho para mandatos de três anos, permitida a reeleição, podendo ser destituídos a qualquer tempo. Somente o presidente é membro do Conselho de Administração, sem, no entanto, presidir o órgão.

conselho fiscAlPermanente e independente da administração, como prevê a Lei das Sociedades Anônimas, é composto por cinco membros, com mandatos de um ano, permitida a reeleição. Um deles representa os acionistas minoritários; outro, os acionistas titulares de ações preferenciais; e três atuam em nome da União – um deles indi-cado pelo ministro da Fazenda, como representante do Tesouro Nacional. Cabe ao Conselho Fiscal representar os acionistas em sua função fiscalizadora, acompanhando os atos dos adminis-tradores e verificando o cumprimento de seus deveres legais e estatutários, bem como defender os interesses da Companhia e dos acionistas.

AuditoRiAA Auditoria Interna planeja, executa e avalia as atividades de auditoria interna e atende às solicitações da Alta Administração e de órgãos externos de controle. A Companhia se vale também de auditoria externa, escolhida pelo Conselho de Administração, com restrição de prestação de serviços de consultoria. É obriga-tório, a cada cinco anos, o rodízio entre empresas de auditoria.

ouvidoRiA GeRAlA Ouvidoria Geral, vinculada ao Conselho de Administração, planeja, orienta, coordena e avalia atividades que visem acolher opiniões, sugestões, críticas, reclamações e denúncias dos públicos de relacionamento da Companhia, promovendo as apurações decorrentes e as providências a adotar. Cabe a essa unidade atuar como canal para recebimento e processamento de denúncias a respeito de questões contábeis, controles internos e auditoria, incluindo a submissão confidencial e anô-nima por empregados, de modo a atender às exigências da Lei Sarbanes-Oxley.

comitês do conselho de AdministRAçãoSão três: Auditoria; Meio Ambiente; e Remuneração e Sucessão. Seus integrantes pertencem ao Conselho e o assessoram no cumprimento das responsabilidades de orientação e direção superior da Companhia.

comitê de Auditoria Atendendo totalmente às exigências da Lei Sarbanes-Oxley, é composto por três membros independentes do Conselho de Administração, sendo seu presidente um especialista financeiro – de acordo com as definições da SEC. Tem como função analisar questões relacionadas à integridade dos relatórios financeiros em US GAAP e à eficácia dos controles internos, assim como supervisionar os auditores externos e internos da Petrobras.

comitê de neGóciosFórum de integração, atua na promoção do alinhamento entre o desenvolvimento dos negócios, a gestão da Companhia e as dire-trizes do Plano Estratégico, dando suporte ao processo decisório da Alta Administração.

comitês de GestãoFóruns para amadurecimento e aprofundamento de temas a serem apresentados ao Comitê de Negócios, com o qual traba-lham de forma articulada. Esta integração também existe entre os Comitês de Gestão e no seu relacionamento com os Comitês do Conselho de Administração.

A Companhia conta atualmente com os seguintes Comitês de Gestão: Exploração e Produção; Abastecimento; Gás e Energia; Recursos Humanos; Segurança, Meio Ambiente e Saúde; Análise de Organização e Gestão; Tecnologia da Informação; Controles Internos; Riscos; Tecnologia Petrobras; Responsabilidade Social e Ambiental; e Marketing e Marcas.

fábrica de emulsões asfálticas, em são José

dos campos, sP

102 | relatório anual 2006 | petrobras

em sistema integrado de gerenciamento de controles internos,

que monitora automaticamente o fluxo de papéis e responsabi-

lidades, viabilizando a assinatura sobre a estrutura de controles

internos, desde os níveis das gerências responsáveis diretamente

pelos controles até os níveis superiores, chegando até o diretor

Financeiro e o presidente da Petrobras. Desta forma, os gestores,

a Gerência Geral de Controles Internos, as Auditorias Internas, a

Alta Administração e o Comitê de Auditoria podem visualizar, a

qualquer tempo, o diagnóstico atualizado da situação dos con-

troles internos do Sistema Petrobras.

divulGAção de infoRmAçõesComo parte de sua política de transparência no relacionamento

com o mercado de capitais, a Companhia realiza reuniões abertas

trimestrais para tornar públicos seus resultados e divulga seus

balanços trimestrais em BR GAAP e US GAAP. Em virtude da lista-

gem de suas ações na Argentina, a partir do fechamento de 2006,

divulgará também seu balanço anual em US GAAP reconciliado

ao padrão argentino.

A Petrobras possui um documento interno que formaliza os

controles e procedimentos de divulgação de informações a serem

seguidos por todos os profissionais da Companhia, garantindo

que as informações divulgadas ao mercado sejam registradas,

processadas, elaboradas e disponibilizadas de acordo com as

normas e prazos legais. +

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trabalhador da Refinaria duque de caxias, RJ

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O modelo de organização da Petrobras, aprovado pelo Conselho

de Administração em outubro de 2000, vem sendo aprimorado

constantemente para se ajustar ao Plano Estratégico. Mudanças

promovidas na estrutura da Companhia em 2006 resultaram,

entre outras, na reorganização da área de Negócio de Gás e Energia

e na criação da Unidade de Negócio de Exploração e Produção

Organização Geral da Petrobrasda Bacia de Santos. Além disso, foram realizadas reavaliações do

modelo de organização e gestão da Área de Negócio Internacional

e em algumas estruturas de Unidades de Negócio no exterior,

assim como a implementação da nova estrutura organizacional

da área Financeira. +

104 | relatório anual 2006 | petrobras

José sergio gabrielli de azevedo presidente

Área Corporativa

Ouvidoria Geral Maria augusta Carneiro ribeiro

Auditoria Interna gerson luiz gonçalves

Secretaria-Geral da Petrobras Hélio sHiguenobu FuJikawa

Gabinete do Presidente arMando raMos tripodi

Estratégia e Desempenho Empresarial Celso Fernando luCCHesi

Desenvolvimento de Sistemas de Gestão antonio sergio oliveira santana

Novos Negócios rogerio gonCalves Mattos

Comunicação Institucional wilson santarosa

Jurídico nilton antonio de alMeida Maia

Recursos Humanos diego Hernandes

Área FinanCeira

alMir guilHerMe barbassa Diretor

Finanças pedro augusto bonésio

Planejamento Financeiro e Gestão de Riscos Jorge José naHas neto

Corporativo daniel liMa de oliveira

Contabilidade MarCos antonio silva Menezes

Tributário Maria aliCe Ferreira desCHaMps CavalCanti

Relacionamento com Investidores raul adalberto de CaMpos

Área De negóCio De gÁs e energia

ildo luís sauer Diretor

Gás e Energia Corporativo antonio eduardo Monteiro de Castro

Gás e Energia Desenvolvimento Energético Mozart sCHMitt de Queiroz Gás e Energia Marketing e Comercialização luiz antonio Costa pereira Gás e Energia Operações e Participações em Energia Fernando José CunHa

Gás e Energia Logística e Participações em Gás Natural sYdneY granJa aFFonso

gestão EmpresarialDirEtoria ExEcutiva

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 105

Conselho de AdministrAção

PresidentedilmA vAnA Rousseff

ConselheirossilAs RondeAu cAvAlcAnti silvAGuido mAnteGAJosé seRGio GAbRielli de AzevedoGleubeR vieiRA*ARthuR Antonio sendAsRoGeR AGnellifábio colletti bARbosAJoRGe GeRdAu JohAnnPeteR* a partir de 02/04/2007 foi substituído por Francisco Roberto de Albuquerque

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a

Conselho FisCAl

TitularesmARiA lúciA de oliveiRA fAlcón nelson RochA AuGusto túlio luiz zAmin eRenice Alves GueRRAmARcus PeReiRA Aucélio

Suplentescelso bARReto netomARiA AuxiliAdoRA Alves dA silvAmARcelo cRuzedison fReitAs de oliveiRAeduARdo coutinho GueRRA

Área De neGócio De exploração e proDução

GuilheRme de oliveiRA estRellA Diretor

E&P Corporativo fRAncisco nePomuceno filho

E&P Norte-Nordeste solAnGe dA silvA Guedes

E&P Sul-Sudeste José Antonio de fiGueiRedo

E&P Engenharia de Produção José miRAndA foRmiGli filho

E&P Exploração PAulo mAnuel mendes de mendonçA

E&P Serviços eRARdo Gomes bARbosA filho

Área De neGócio De abastecimento

PAulo RobeRto costA Diretor

Abastecimento Corporativo veninA velosA dA fonsecA

Abastecimento Logística PAulo mAuRício cAvAlcAnti GonçAlves Abastecimento Refino AlAn kARdec Pinto

Abastecimento Marketing e Comercialização nilo cARvAlho vieiRA filho

Abastecimento Petroquímica e Fertilizantes José limA de AndRAde neto

Área De neGócio internacional

nestoR cuñAt ceRveRó Diretor

Internacional Corporativo cláudio cAsteJon

Internacional Cone Sul décio fAbRício oddone dA costA

Internacional Desenvolvimento de Negócios luís cARlos moReiRA dA silvA

Internacional Suporte Técnico aos Negócios Abílio PAulo PinheiRo RAmos

Internacional Américas, África e Eurásia sAmiR PAssos AwAd

Área De serviços

RenAto de souzA duQue Diretor

Segurança, Meio Ambiente e Saúde RicARdo sAntos Azevedo

Materiais mARco AuRelio dA RosA RAmos

Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de Mello cARlos tAdeu dA costA fRAGA

Engenharia PedRo José bARusco filho

Tecnologia da Informação wAshinGton luiz fARiA sAlles

Serviços Compartilhados RicARdo Antonio AbReu iAndA

106 | relatório anual 2006 | petrobras

GlOssáriO

AdR – AmeRicAn dePositARY ReceiPts | Certificados negociáveis

nos Estados Unidos e que representam uma ou mais ações de uma

companhia estrangeira. Um banco depositário norte-americano

emite os ADRs contra o depósito das ações subjacentes, mantidas por

um custodiante no país de origem das ações. No caso das ações da

Petrobras, em 2006 cada ADR representava 4 ações subjacentes.

AGênciA nAcionAl do PetRóleo, Gás nAtuRAl e biocombus-

tíveis (AnP) | Órgão regulador do setor de petróleo e gás natural

no Brasil

biodiesel | Combustível alternativo ao diesel, renovável e bio-

degradável, obtido a partir da reação química de óleos, de origem

animal ou vegetal com álcool, na presença de um catalisador (rea-

ção conhecida como transesterificação). Pode ser obtido também

pelos processos de craqueamento e esterificação.

bloco | Pequena parte de uma bacia sedimentar onde são desen-

volvidas atividades de exploração e produção de petróleo e gás

natural.

bRent | Mistura de petróleos produzidos no Mar do Norte, oriun-

dos dos sistemas petrolíferos Brent e Ninian, com grau API de

39,4º e teor de enxofre de 0,34%.

bR GAAP | Sigla que em inglês significa Generally Accepted

Accounting Principles in Brazil, representa os princípios contá-

beis geralmente aceitos no Brasil.

bunkeR | Combustível para abastecer navios.

cAmPo | Área produtora de petróleo ou gás natural a partir de

um reservatório contínuo ou de mais de um reservatório, a pro-

fundidades variáveis, abrangendo instalações e equipamentos

destinados à produção.

cAPAcidAde instAlAdA | Capacidade de processamento da uni-

dade, autorizada pela ANP.

cARGA fRescA PRocessAdA | Total de petróleo cru processado

nas plantas de destilação.

cARGA (totAl) PRocessAdA | Total de petróleo cru, somado às

correntes de reprocessamento e derivados intermediários, pro-

cessado nas plantas de destilação.

cestA de RefeRênciA dA oPeP | Saharan Blend (Argélia), Minas

(Indonésia), Bonny Light (Nigéria), Arab Light (Arábia Saudita),

Dukhan (Catar), BCF-17( Venezuela), Iranian heavy, Kuwait

Crude, Es Sider (Líbia), Murban (Emirados Árabes Unidos) e

Basrah (Iraque).

co-GeRAção | Geração simultânea de eletricidade e energia tér-

mica (calor/vapor de processo), por meio do uso seqüencial e efi-

ciente de quantidades de energia de uma mesma fonte. Aumenta

a eficiência térmica do sistema termodinâmico como um todo.

condensAdo | Líquido do gás natural, obtido no processo de

separação normal de campo, que é mantido na fase líquida nas

condições normais de pressão e temperatura.

confeRence cAll | Conferência telefônica com analistas, inves-

tidores institucionais e investidores individuais no período em

que a Companhia reporta seus resultados financeiros do trimestre

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 107

mais recente. A conferência deve incluir também informações

relacionadas à visão de futuro da Empresa.

coQueAmento RetARdAdo | Forma mais severa de craqueamento

térmico, transforma resíduo de vácuo em produtos mais leves,

produzindo, adicionalmente, coque

CRAQueAmento cAtAlítico | Processo de refino que converte óleos

destilados pesados em frações leves de maior valor comercial, tais

como gasolinas, gás liquefeito de petróleo (GLP) e naftas.

deRivAtivo | Contrato ou título cujo valor está relacionado aos

movimentos de preço de um título, instrumento ou índice sub-

jacente. Pode ser utilizado como instrumento de hedge.

doençA do tRAbAlho | Doença adquirida ou desencadeada em

função de condições especiais em que o trabalho é realizado e que

com ele se relaciona diretamente.

dow Jones sustAinAbilitY index (dJsi) | Reflete o retorno de

uma carteira teórica composta pelas ações de empresas listadas

na Bolsa de Valores de Nova York com os melhores desempenhos

em todas as dimensões que medem sustentabilidade empresarial.

Considerado o mais importante índice de sustentabilidade no

mundo, serve como parâmetro para análise dos investidores sócio

e ambientalmente responsáveis.

ebitdA (eARninGs befoRe inteRest, tAxes, dePReciAtion &

AmoRtizAtion exPenses) | Resultado antes de juros, impostos,

depreciação e despesas de amortização.

e&P | Exploração e produção de petróleo e gás natural.

eteno ou etileno | Produto petroquímico básico da família das

olefinas leves (C2H4) produzido a partir da nafta ou etano.

fPso | Floating, Production, Storage & Offloading | Unidade flu-

tuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo

construída a partir de um navio.

Gás nAtuRAl AssociAdo | Gás natural produzido juntamente

com o óleo. As jazidas de petróleo, geralmente são compostas de

três fases: óleo, gás e água. No caso em questão, o gás é obtido após

processo de separação física da fração líquida do petróleo. Há tam-

bém o gás não associado, produzido a partir de jazidas puramente

de gás. Nesse caso, não há necessidade de separação física durante

sua produção. Em ambos os casos, porém, depois de produzido

e/ou separado, o gás é processado antes de ser colocado à venda,

de modo a atingir os padrões de qualidade exigidos.

Gás liQuefeito de PetRóleo (GlP) | Mistura de hidrocarbonetos

com alta pressão de vapor, obtida do gás natural em unidades de

processo especiais, que é mantida na fase líquida em condições

especiais de armazenamento na superfície.

Gás nAtuRAl | Todo hidrocarboneto ou mistura de hidrocarbonetos

que permaneça em estado gasoso nas condições atmosféricas nor-

mais, extraído diretamente a partir de reservatórios petrolíferos ou

gaseíferos, incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases raros.

Gás nAtuRAl liQuefeito (Gnl) | Gás natural resfriado a tempe-

raturas inferiores a -160ºC para transferência e estocagem como

líquido.

GAsolinA nAtuRAl | Líquido do gás natural, cuja pressão de vapor é

um meio-termo entre a do condensado e a do gás liquefeito de petró-

leo, obtido por um processo de compressão, destilação e absorção.

GoveRnAnçA coRPoRAtivA | Relação entre agentes econômicos

(acionistas, executivos, conselheiros) com capacidade de influen-

ciar/determinar a direção e o desempenho das corporações. A boa

governança corporativa garante, aos sócios, eqüidade, transparên-

cia e responsabilidade pelos resultados.

GRAu APi do AmeRicAn PetRoleum institute (ºAPi) | Forma de

expressar a densidade relativa de um óleo ou derivado. A escala

API, medida em graus, varia inversamente à densidade relativa,

isto é, quanto maior a densidade relativa, menor o grau API. O grau

API é maior quando o petróleo é mais leve. Petróleos com grau

API maior que 30 são considerados leves; entre 22 e 30 graus API,

são médios; abaixo de 22 graus API, são pesados; com grau API

igual ou inferior a 10, são petróleos extrapesados. Quanto maior

o grau API, maior o valor do petróleo no mercado.

GRAu de investimento | Nível de classificação de risco a partir

do qual a empresa é considerada de baixo risco e, portanto, seus

valores mobiliários podem ser adquiridos por investidores mais

conservadores. Também se utiliza o termo Investment Grade.

hedGe | Posição ou combinação de posições financeiras que con-

tribuem para reduzir algum tipo de risco.

ibovesPA - índice bovesPA | Indicador de variação de preços de

uma carteira teórica de ações definida periodicamente pela Bolsa

de Valores de São Paulo.

índice de RePosição de ReseRvA (iRR) | Relação entre o volume

de reservas incorporadas no ano e o volume total produzido no

mesmo ano.

108 | relatório anual 2006 | petrobras

índice de sucesso exPloRAtóRio | Número de poços explora-

tórios com presença de óleo e/ou gás comerciais em relação ao

número total de poços exploratórios perfurados e avaliados, no

ano em curso.

índice de sustentAbilidAde emPResARiAl dA bovesPA (ise) |

O ISE reflete o retorno de uma carteira teórica composta por ações

de empresas com os melhores desempenhos em todas as dimensões

que medem sustentabilidade empresarial. As 34 empresas, cujas 43

ações (inclui ordinárias e preferenciais) compõem o índice, foram

selecionadas por suas políticas, práticas de gestão, desempenho e

cumprimento legal de obrigações no que diz respeito a eficiência

econômica, equilíbrio ambiental, justiça social, natureza do produto

e governança corporativa. O ISE é uma iniciativa pioneira na América

Latina que busca criar um ambiente de investimento compatível com

as demandas de desenvolvimento sustentável da sociedade contem-

porânea e estimular a responsabilidade ética das corporações.

investment GRAde | Nível de classificação de risco a partir do

qual a empresa é considerada de baixo risco, e portanto seus

valores mobiliários podem ser adquiridos por investidores

mais conservadores. Em português utiliza-se o termo Grau de

Investimento.

iso 14001 | Norma internacional, elaborada e gerenciada pela

International Organization for Standardization, que especifica os

requisitos de sistemas de gestão ambiental, visando, inclusive, à

certificação desses sistemas.

líQuido de Gás nAtuRAl (lGn) | Parte do gás natural que se

encontra na fase líquida em determinada condição de pressão

e temperatura na superfície obtida nos processos de separação

de campo, em unidades de processamento de gás natural ou em

operações de transferência em gasodutos.

mARGem bRutA | Lucro Bruto ÷ Receita Líquida

mARGem oPeRAcionAl | Lucro Operacional ÷ Receita Líquida

mARGem líQuidA | Lucro Líquido ÷ Receita Líquida

mARket shARe | Fatia ou participação no mercado.

nAftA | Derivado de petróleo utilizado principalmente como maté-

ria-prima da indústria petroquímica na produção de eteno e propeno,

além de outras frações líquidas, como benzeno, tolueno e xilenos.

novAs fRonteiRAs | Áreas de bacias ou bacias ainda pouco

exploradas.

offshoRe | Localizado ou operado no mar.

ohsAs 18001 | Norma, elaborada e gerenciada pela BSI

Management Systems, que especifica os requisitos de sistemas

de gestão da saúde e segurança ocupacionais, visando, inclusive,

à certificação desses sistemas.

óleo | Porção do petróleo existente na fase líquida nas condições

originais do reservatório e que permanece líquida nas condições

de pressão e temperatura de superfície.

óleo combustível | Frações mais pesadas da destilação atmosfé-

rica do petróleo. Largamente utilizado como combustível indus-

trial em caldeiras, fornos, etc.

onshoRe | Localizado ou operado em terra.

oPeP | Organização dos Países Exportadores de Petróleo | Argélia,

Indonésia, Irã, Iraque, Kuwait, Nigéria, Catar, Arábia Saudita,

Emirados Árabes e Venezuela.

PetRóleo | Todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu

estado natural, a exemplo do óleo cru e condensado.

PetRóleo cRu (ou óleo cRu) | Aquele que entra pela primeira

vez numa planta de processo.

Polietileno | Produto petroquímico utilizado na produção de

tonéis, vasos, embalagens para filmes, plásticos para embrulhar

roupas e materiais de pequeno peso.

PoliPRoPileno | Produto petroquímico com aplicações seme-

lhantes às do polietileno de alta densidade: filmes, caixas para

bebidas, embalagens, etc.

PRoPeno ou PRoPileno | Petroquímico básico produzido a partir

da nafta ou propano que serve de matéria-prima para a produção

de polipropileno.

RAtinG | Classificação ou avaliação de risco.

ReseRvA | Recursos descobertos de petróleo e/ou gás natural

comercialmente recuperáveis a partir de determinada data.

ReseRvA PRovAdA | Reservas de petróleo e/ou gás natural que,

com base na análise de dados geológicos e de engenharia, se

estima recuperar comercialmente de reservatórios descobertos

e avaliados, com elevado grau de certeza e cuja estimativa consi-

dere as condições econômicas vigentes, os métodos operacionais

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 109

usualmente viáveis e os regulamentos instituídos pelas legislações

petrolífera e tributária brasileiras.

Roce (RetoRno sobRe o cAPitAl emPReGAdo) | Obtém-se com

a fórmula: lucro líquido – resultado financeiro (líquido de IR e

CSSL) / empréstimos e financiamentos médios + patrimônio

líquido médio – aplicações financeiras.

sec | Securities and Exchange Commission | Órgão regulador e

fiscalizador do mercado de capitais norte-americano, equivalente,

no Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

sPe | Society of Petroleum Engineers.

swAP | Contrato de troca de fluxos de pagamentos entre duas par-

tes. Um tipo tradicional de swap de petróleo consiste em contrato

no qual uma parte compra por determinado preço fixo e vende pela

cotação futura flutuante.

usinAs tiPo meRchAnt | Os contratos com as três usinas terme-

létricas tipo “Merchant” foram celebrados diante da crise ener-

gética que resultou em racionamento de energia em 2001/2002.

Esses contratos previam o pagamento de “contribuições de con-

tingência”, caso as receitas com a venda de energia não fossem

suficientes para cobrir os custos das usinas.

us GAAP | Sigla que em inglês significa Generally Accepted

Accounting Principles in the United States, representa os princí-

pios contábeis geralmente aceitos nos Estados Unidos.

vAloR de meRcAdo | É o valor da companhia medido pelo preço

das suas ações no mercado, segundo a fórmula: (Preço da ação x

número de ações).

vAloR PAtRimoniAl | É o valor do patrimônio líquido da

companhia.

volAtilidAde | Medida estatística da tendência de variação de

um preço ou taxa no tempo. Normalmente medida por meio da

variância ou do desvio padrão, quanto maior a volatilidade da

cotação, maior sua variação em torno de um valor médio.

volume RecuPeRável | Volume de petróleo, expresso nas condi-

ções básicas, que poderá ser obtido como resultado da produção

de um reservatório, desde as condições iniciais até o seu aban-

dono, por meio da melhor alternativa apontada pelos estudos

técnico-econômicos realizados até a época da avaliação. Fórmula:

volume recuperável = volume original x fator de recuperação.

wti | West Texas Intermediate WTI | Petróleo com grau API entre

38 e 40 e aproximadamente 0,3% de enxofre, cuja cotação diária

no mercado spot reflete o preço dos barris entregues em Cushing,

Oklahoma, nos Estados Unidos.

tAbelA de conveRsão

A) Metros cúbicos (m3) em barris (b):

b = m3 0,158984

b) Barris (b) em metros cúbicos (m3):

m3 = b x 0,158984

c) Metros cúbicos (m3) em toneladas (t):

t = m3 x D

d) Toneladas (t) em metros cúbicos (m3):

m3 =

t

D

e) Barris (b) em toneladas (t):

t = b x 0,158984 x D

f) Toneladas (t) em barris (b):

b = t D x 0,158984

G) 1 m3 = 1.000 litros = 6,28994113 b

h) 1 b = 158,984 litros = 0,158984 m3

i) 1.000 m3 gás natural = 1 m3 óleo

(aproximadamente)

J) D = M , onde V

D = Densidade; M = Massa e V = Volume

110 | relatório anual 2006 | petrobras

PetRóleo bRAsileiRo s.A. – PetRobRAs

Av. República do Chile, 65 – Centro

20031-912 – Rio de Janeiro – RJ

Tel.: (21) 3224-4477

RePResentAções no bRAsil

bRAsíliA

Setor de Autarquias Norte - SAN

Quadra 1, bloco D, Edifício PETROBRAS - 2º andar

70040-901 – Brasília – DF

Tel.: (61) 3429-7131

Fax: (61) 3226-6341

São Paulo

Avenida Paulista, nº 901 – 11º andar - Cerqueira César

01311-100 São Paulo, SP

Tel.: (11) 3523-6501

Fax: (11) 3523-6488

sAlvAdoR

Avenida Antônio Carlos Magalhães, nº 1113 - sala 112 - Pituba

41825-903 – Salvador – BA

Tel.: (71) 3350-3700

Fax: (71) 3350-3080

RePResentAções no exteRioR

novA YoRk

570, Lexington Avenue 43rd Floor

10022-6837 New York, NY, USA

Tel.: (1) 212 829-1517

Fax: (1) 212 832-5300

tóQuio

Togin Building 5th Floor, Room 508 4-2 Marunouchi 1- Chome

Chiyoda-Ku

Tokyo 100-0005 Japan

Tel.: (81) 3 5208-5285

Fax: (81) 3 5208-5288

chinA

Petrobras Beijing Representative Office

China World Trade Center Tower 1, Units 1221-1225

Nº 1, Jian Guo Men Wai Avenue, Chao Yang District,

Beijing 100004,

P.R.China.

Tel.: (86-10) 6505-9838

Fax: (86-10) 6505-9850

cinGAPuRA

435 Orchard Road #19-05/06 - Wisma Atra

Singapore 238877

Tel.: (65) 6550-5080

Fax: (65) 6734-9081

EnDErEçOs

www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 111

ATENDIMENTO AOS ACIONISTAS

PETrólEO BrASIlEIrO S.A. – PETrOBrAS

Suporte ao Acionista

Tel.: (21) 3224-1524 ou 3224-1550

0800-2821540

Fax: (21) 2262-3678

Av. República do Chile, 65 – sala 2202-B

20031-912 Centro, Rio de Janeiro, RJ

e-mail: [email protected]

BANCOS DEPOSITárIOS

BANCO DO BrASIl S.A.

Atendimento ao Acionista

Tel.: 4004-0001 – Regiões Metropolitanas e Capitais

0800 72 99 001 Demais Localidades

Diretoria de Mercado de Capitais e Investimentos

Núcleo de Escrituração de Ativos

Rua Lélio Gama, 105 – 26º andar

20031-201 Centro, Rio de Janeiro, RJ

e-mail: [email protected]

Obs.: O atendimento aos acionistas é realizado por toda a rede de agências do banco.

ADr

JP Morgan Chase Bank

Tel.: (001) 201 680-6630

Fax: (001) 212 623-0079

PO BOX 3408

South Hackensack, NJ 07606-3408

e-mail: [email protected]

site: www.adr.com

DEPArTAMENTO DE rElACIONAMENTO PArA A AMérICA lATINA

Tel.: (11) 3048-3507

Av. Brigadeiro Faria Lima, 3729 – 14º andar

04538 – São Paulo, SP

ATENDIMENTO AOS INVESTIDOrES

Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras

Gerência de Relacionamento com Investidores

Tel.: (21) 3224-1510 ou 3224-9947

Fax: (21) 3224-6055

Av. República do Chile, 65 – sala 2202-B

20031-912 Centro, Rio de Janeiro, RJ

e-mail: [email protected]

SITE NA INTErNET

www.petrobras.com.br é a página da Petrobras na internet. Nesta

página, estão disponíveis informações gerais sobre a Companhia,

incluindo uma sala específica de relações com investidores, com

notas sobre os resultados, demonstrativos contábeis (padrão bra-

sileiro e norte-americano), relatórios anuais, áudio e transcrição

de apresentações a investidores, estatuto social, cotações das

ações, informações aos acionistas, etc.

ASSEMBléIA GErAl OrDINárIA

As Assembléias Gerais Ordinárias (AGO) são realizadas nos qua-

tro primeiros meses seguintes ao término do exercício social,

conforme artigo 39 do Estatuto, na sede da Empresa, localizada

à Avenida República do Chile, 65, Centro, Rio de Janeiro.

112 | relatório anual 2006 | petrobras

cooRdenAção GeRAl, PRodução e edição

Relacionamento com Investidores e Comunicação Institucional

PRoJeto GRáfico e diAGRAmAção

Tabaruba Design

PRodução editoRiAl

Flavia Cavalcanti

edição de texto

Vania Mezzonato

texto

Francisco Noel

Revisão

Fani Knoploch

imPRessão

RR Donnelley Moore

fotoGRAfiA

Banco de Imagens Petrobras, Bruno Veiga, Estefano Lessa, Felipe Goifman, Geraldo Falcão, J. Valpereiro, José Caldas, Juarez Cavalcanti, Roberto Rosa, Rogério Reis, Segundo Luchia Puig, Thelma VidalesCapa: Plataforma P-52, em fase de montagem no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, tem capacidade para produzir 180 mil bpd e vai operar no campo de Roncador, na Bacia de Campos, em águas de 1800 metros de profundidade, a partir do segundo semestre de 2007 (Felipe Goifman)Sumário: Laboratório de Ensaios Veiculares do Cenpes – Rio de Janeiro, RJ (Bruno Veiga)Página 10: José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras - Sede da empresa, Rio de Janeiro, RJ (Rogério Reis) Página 18: Terminal de abastecimento de Betim, MG (Bruno Veiga)Página 44: Planta Puerto General San Martín – Provincia de Santa Fé, Argentina (Segundo Luchia Puig)Página 56: Centro de Defesa Ambiental (CDA) da Reduc – Rio de Janeiro, RJ (Rogério Reis)Página 76: Centro de Realidade Virtual da Área de Exploração e Produção – Rio de Janeiro, RJ (Geraldo Falcão) Página 86: Sala de trading da Área de Abastecimento – Rio de Janeiro, RJ (Geraldo Falcão)

PAPel

O Relatório de Atividades Petrobras 2006 foi impresso em papel Reciclato, da Suzano.

RelatóRio aNUal 2006 | www.petrobras.com.br

Re

la

Rio

aN

Ua

l 20

06

relatório anual 2006