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Relatório
Agrupamento de Escolas
Professor Lindley Cintra
LISBOA
AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Área Territorial de Inspeção
do Sul
2014 2015
Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – LISBOA
CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO
Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB ES
Escola Secundária do Lumiar, Lisboa • •
Jardim de Infância da Ameixoeira, Lisboa •
Jardim de Infância do Lumiar, Lisboa •
Escola Básica Eurico Gonçalves, Lisboa •
Escola Básica Quinta dos Frades, Lisboa •
Escola Básica n.º 204 de Lisboa •
Escola Básica Professor Lindley Cintra, Lisboa • •
Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – LISBOA
1 – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa do Agrupamento de Escolas
Professor Lindley Cintra – Lisboa, realizada pela
equipa de avaliação, na sequência da visita
efetuada entre 2 e 5 de março de 2015. As
conclusões decorrem da análise dos documentos
fundamentais do Agrupamento, em especial da
sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso
académico dos alunos, das respostas aos
questionários de satisfação da comunidade e da
realização de entrevistas.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para o
Agrupamento, constituindo este documento um
instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao
identificar pontos fortes e áreas de melhoria,
este relatório oferece elementos para a
construção ou o aperfeiçoamento de planos de
ação para a melhoria e de desenvolvimento de
cada escola, em articulação com a administração
educativa e com a comunidade em que se insere.
A equipa de avaliação externa visitou a escola-
-sede do Agrupamento e os jardins de infância e escolas básicas que o constituem.
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
ESCALA DE AVALIAÇÃO
Níveis de classificação dos três domínios
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes
nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
O relatório do Agrupamento e o eventual contraditório apresentado(s) no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2014-2015 serão disponibilizados na página da IGEC.
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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO
O Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra, situado no concelho de Lisboa, resultou da
agregação, em 2010-2011, do anterior agrupamento, com a mesma designação, com a Escola Secundária
do Lumiar e o, à data recém-construído, Jardim de Infância do Lumiar. É constituído por três escolas
básicas do 1.º ciclo (uma delas, a n.º 204 de Lisboa, corresponde à unidade de apoio especializado para a
educação de alunos com multideficiência e surdocegueira congénita, que funciona nas instalações do
Centro de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian), dois jardins de infância, uma escola básica dos 2.º e
3.º ciclos e uma do ensino secundário com 3.º ciclo, que é a escola-sede. Apenas o ex-agrupamento foi
avaliado em 2009-2010, no âmbito da avaliação externa das escolas.
No ano letivo de 2014-2015, o Agrupamento é frequentado por 1962 crianças e alunos: 263 na educação
pré-escolar (10 grupos); 489 no 1.º ciclo do ensino básico (21 turmas); 390 no 2.º ciclo (15 turmas); 487 no
3.º ciclo (19 turmas); 248 nos cursos científico-humanísticos do ensino secundário (12 turmas) e 85 nos
cursos profissionais (cinco turmas).
Da totalidade dos alunos, 12% são de nacionalidade estrangeira, provenientes de 31 países, com maior
expressão nos de origem brasileira, angolana e são-tomense. Relativamente à ação social escolar, 44%
não beneficiam de auxílios económicos. Os dados relativos à formação académica dos pais e das mães
dos alunos revelam que 30% têm o ensino secundário ou superior. Quanto à sua ocupação profissional,
12% exercem atividades de nível superior e intermédio.
Dos 158 docentes que integram o Agrupamento, 66% pertencem aos quadros e 34% têm até quatro anos
de serviço. O pessoal não docente é composto por 55 trabalhadores, sendo duas técnicas superiores
(psicólogas), sete assistentes técnicos e 46 assistentes operacionais. Destes últimos, 10 pertencem aos
quadros da Câmara Municipal de Lisboa. Acrescem ainda três trabalhadores com contratos de emprego-
inserção, do Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P..
De acordo com os dados de referência disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e
Ciência para o ano letivo de 2012-2013, os valores das variáveis de contexto do Agrupamento, quando
comparados com os das restantes escolas públicas, colocam-no entre os mais desfavorecidos,
nomeadamente a percentagem de docentes do quadro, em particular no 1.º ciclo, a idade média dos
alunos, bem como a percentagem de alunos do ensino básico que não beneficiam de auxílios económicos
no âmbito da ação social escolar.
3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – RESULTADOS
RESULTADOS ACADÉMICOS
Na educação pré-escolar procede-se ao diagnóstico das caraterísticas das crianças e do grupo. Em cada
período, a análise global dos seus progressos permite aos educadores (re)orientar as práticas
pedagógicas nas diferentes áreas de conteúdo, garantindo o caráter regulador da avaliação.
Tendo em conta os modelos para comparação estatística dos resultados académicos e considerando o ano
letivo de 2012-2013, constata-se que a taxa de conclusão do 4.º ano de escolaridade está acima do valor
esperado, quando comparada com as dos agrupamentos com valores análogos nas variáveis de contexto,
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enquanto a do 6.º e a do 9.º ano ficaram aquém do mesmo. No 12.º ano, a referida taxa manteve-se em
linha com o valor esperado, revelando uma melhoria relativamente ao ano letivo de 2010-2011.
Nas provas de avaliação externa de português, em 2012-2013, os resultados obtidos posicionaram-se
acima do valor esperado no 4.º ano, à semelhança do ocorrido em 2010-2011 e após uma descida
registada em 2011-2012. Porém, nos 6.º, 9.º e 12.º anos, encontram-se aquém dos respetivos valores
esperados, registando-se um afastamento daqueles valores em relação a 2011-2012.
No ano letivo de 2012-2013, no que concerne às provas de final de ciclo de matemática, no 6.º ano, os
resultados posicionam-se em linha com o valor esperado. O afastamento em relação a este reduziu-se, de
modo significativo, ao longo do triénio em análise (2010-2011 a 2012-2013), denotando uma melhoria.
Esta também se registou, relativamente a 2010-2011, no 4.º ano e no 9.º, bem como no exame nacional
do 12.º ano, em que os resultados se apresentaram acima dos valores esperados, em 2012-2013.
No exame nacional de história ocorreram progressos nos resultados, desde 2010-2011, mantendo-se
aqueles, desde 2011-2012, em linha com o valor esperado.
Não obstante as variáveis de contexto que colocam o Agrupamento entre os mais desfavorecidos, a
análise do triénio 2010-2011 a 2012-2013 evidencia que os resultados observados se situam globalmente
aquém dos valores esperados, pese embora o facto de ter sido desenvolvido trabalho em prol da melhoria
das aprendizagens dos alunos com algum impacto, de forma mais consistente no 1.º ciclo e no ensino
secundário. No entanto, os desempenhos dos alunos dos 6.º e 9.º anos revelam que persiste um desafio a
este nível, em particular no 6.º ano, impondo-se medidas pró-ativas e mais eficazes.
No que diz respeito às taxas de sucesso dos cursos profissionais, no último triénio, estas oscilam entre
35% e 65%, o que denota que a ação do Agrupamento neste tipo de oferta formativa deverá ser
repensada, no sentido de combater as elevadas taxas de desistência ou de anulação de matrícula.
Verificou-se uma situação similar relativamente aos cursos de educação e formação, que funcionaram
até 2013-2014, e em que as taxas de sucesso oscilaram entre 42% e 91%. É nos percursos curriculares
alternativos que se observam, de uma forma global, taxas de sucesso bastante positivas, registando-se
valores de 100%, em alguns casos, o que demonstra a mais-valia deste tipo de oferta.
A análise, regular, dos resultados académicos e da qualidade do sucesso, feita pelos órgãos e pelas
estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, tem suscitado algumas medidas com
vista à melhoria dos mesmos (apoios educativos, salas de estudo, tutorias, projeto TurmaMais, como
exemplos). A reflexão realizada focaliza-se, em regra, em causas externas, como as baixas expectativas
dos alunos em relação à escola. Contudo, é sobre a identificação dos fatores inerentes ao processo de
ensino e de aprendizagem determinantes do (in)sucesso que o corpo docente deverá envidar esforços,
monitorizando de forma sistemática a eficácia das estratégias implementadas, em ordem a tornar mais
eficazes as ações estabelecidas para a melhoria das aprendizagens.
No ensino básico, a taxa de abandono escolar é nula. Nos cursos científico-humanísticos, a percentagem
de alunos retidos por faltas ou que anularam a matrícula situou-se, em 2013-2014, em 1,3% no primeiro
caso e em 8% no segundo.
RESULTADOS SOCIAIS
A participação dos alunos na vida do Agrupamento, o seu envolvimento na discussão de questões que
lhes dizem respeito e a apresentação de propostas são estimuladas essencialmente através da sua
presença nos conselhos de turma intercalares e das assembleias de delegados. Estas últimas são
também extensivas ao 1.º ciclo. Embora tenham um cariz positivo, não se evidenciou que os alunos lhes
atribuam a importância devida.
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A corresponsabilização dos alunos é também incrementada através de atividades desenvolvidas
regularmente, no âmbito dos cursos profissionais de Técnico de Apoio à Infância e de Técnico de Apoio à
Gestão Desportiva ou do curso científico-humanístico de Ciências e Tecnologias, merecendo destaque, a
título exemplificativo, as dinâmicas inclusivas de apoio e de acompanhamento aos colegas da Escola
Básica n.º 204 de Lisboa, aquando das suas visitas à escola-sede, e a dinamização de atividades
desportivas para as crianças dos jardins de infância. A realização de campanhas de aconselhamento
junto dos alunos do 9.º ano, pelos seus pares do ensino secundário, no sentido de os incentivar a
prosseguir estudos no Agrupamento, é uma ação positiva mas a necessitar de consolidação.
Os contributos dos delegados de turma são, em regra, ponderados pelos diretores de turma, porém, sem
se evidenciar que o seu papel seja potenciado em pleno ou valorizado pelos próprios. Este é, pois, um
aspeto merecedor de alguma reflexão no sentido da sua melhoria. A disciplina de educação para a
cidadania, do 1.º ao 3.º ciclo, configura-se como o espaço privilegiado para a preparação das assembleias
de delegados anteriormente referidas e para a reflexão sobre as regras de conduta. A integração de
alunos na equipa de autoavaliação, valorizando os seus contributos, constitui uma potencial área de
investimento.
Embora a associação de estudantes dinamize algumas iniciativas, não se evidenciam, todavia,
estratégias para a sua mobilização como parceiro efetivo, quando esta estrutura representa uma
oportunidade para valorizar e ampliar a intervenção e a corresponsabilização dos jovens na vida escolar.
As crianças e os alunos são envolvidos em projetos e atividades que estimulam o desenvolvimento de
competências pessoais e sociais. A vertente solidária integra-se num conjunto de valores que o
Agrupamento estrategicamente valoriza, fomentando iniciativas diversas (recolha de brinquedos ou de
bens alimentares) e a adesão a campanhas específicas, muitas delas promotoras, concomitantemente, da
consciência para as questões ambientais (Tampinhas ou É preciso ter lata, esta com o envolvimento da
associação de estudantes). Ainda neste contexto é de realçar, pela positiva, o projeto Partilhar, que, na
mesma linha, promove o voluntariado e o espírito de cidadania ativa. Na dinamização de atividades no
âmbito dos programas Desporto Escolar, Eco-Escolas e Educação para a Saúde ressalta, também, um
trabalho transversal, regular e consistente, com reflexos positivos na coesão organizacional e na
identificação com o Agrupamento.
O decréscimo de recursos humanos disponíveis, designadamente no presente ano letivo, refletiu-se de
forma expressiva na oferta de atividades de enriquecimento do currículo. Releva-se, no entanto, a
importância dos clubes em funcionamento e que contribuem para a formação integral dos discentes.
O regulamento interno, divulgado junto dos alunos no início do ano letivo e, sempre que necessário,
recordado pelos docentes titulares e pelos diretores de turma, configura-se como um elemento essencial
na definição de normas de funcionamento e de conduta. Em momentos em que é previsível ocorrerem
situações de indisciplina, como é o caso do Carnaval, são desenvolvidas, com sucesso, campanhas
específicas no sentido de as evitar.
A diversificação social da população escolar, nos últimos anos, tem gerado novos desafios no campo da
indisciplina. Embora não se constitua um problema de fundo, esta representa, ao nível do projeto
educativo, uma área prioritária de intervenção. Os responsáveis conferem-lhe particular atenção, em
resultado de um elevado número de alunos provenientes de outras unidades orgânicas, que, ao
iniciarem os ciclos de ensino no Agrupamento, apresentam frequentemente comportamentos
perturbadores que comprometem o ambiente propício às aprendizagens.
O Gabinete de Mediação Comportamental constitui uma resposta aos comportamentos desviantes,
articulando a sua ação com os docentes titulares/diretores de turma e psicólogas, em colaboração com as
famílias. Através das tutorias, direcionadas para os alunos dos 2.º e 3.º ciclos, prossegue a tradição de
acompanhamento daqueles que apresentam dificuldades de integração que afetam o seu desempenho.
Todavia, a falta de recursos humanos condiciona o funcionamento deste espaço em pleno.
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As medidas disciplinares corretivas aplicadas no último biénio evidenciam, porém, um acréscimo (de 14
para 24) na Escola Básica Professor Lindley Cintra, tal como as admoestações (de 38 para 81) na escola-
sede. Foi também nesta que as suspensões, até três dias, registaram um aumento (de 14 para 31 casos).
No 1.º ciclo, verificou-se, similarmente, um aumento do número de suspensões (de 4 para 14). Esta é,
pois, uma área em que se afigura premente que as medidas estratégicas implementadas adquiram a
consistência necessária para reduzir com eficácia as situações de indisciplina.
Os responsáveis possuem, em regra, um conhecimento informal sobre o percurso académico e ou
profissional dos seus alunos, em particular dos que ingressaram no mercado do trabalho após
concluírem os cursos de educação e formação e os profissionais. É sobre o ingresso dos seus alunos no
ensino superior que o conhecimento é mais sólido: no ano letivo transato, 19% apresentaram a sua
candidatura. Desses, 89% foram colocados na primeira fase e 74% na primeira opção. Apesar disso, a
implementação de um mecanismo que, sustentado em indicadores, permita conhecer, com rigor, o
impacto efetivo das opções organizacionais e pedagógicas nesses percursos constitui uma área de
investimento.
RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
Os dados resultantes da aplicação de questionários à comunidade educativa, no âmbito da presente
avaliação externa, revelam a satisfação dos alunos do 1.º ciclo em relação à escola, e dos pais e
encarregados de educação relativamente à ação desenvolvida na educação pré-escolar e à
disponibilidade dos diretores de turma. Sobressai, de entre os trabalhadores, a boa liderança e a
disponibilidade por parte da direção, bem como o gosto de trabalharem no Agrupamento. Como aspetos
menos positivos, são realçados o desconforto das salas de aula, especialmente na escola-sede, os espaços
de desporto e de recreio e o funcionamento dos serviços administrativos.
A comunidade valoriza a abertura do Agrupamento ao exterior, bem como a promoção de princípios e
valores que concorrem para a formação integral das crianças e dos alunos e para a sua inserção na
sociedade. A diversificação da oferta formativa e a unidade de apoio especializado constituem respostas
positivas para as famílias. A integração de alunos dos cursos profissionais em empresas do tecido
produtivo local, após a formação em contexto laboral, traduz o reconhecimento do trabalho realizado
pelo Agrupamento.
A valorização dos sucessos dos alunos fica patente nos diferentes quadros de Mérito: Académico (aos
alunos distinguidos é também oferecida, no final do ano letivo, uma viagem de um dia), Cidadania,
Científico e/ou Cultural e/ou Artístico e Desportivo. Em 2013-2014, instituiu-se um novo mecanismo de
incentivo para a turma com melhor resultado escolar em cada ciclo de ensino. Periodicamente é feito o
seu reconhecimento, através da publicação dos resultados obtidos, culminando com a atribuição de um
prémio coletivo no final do ano. A cerimónia pública do Dia do Diploma confere visibilidade aos bons
desempenhos de alunos e de turmas, sendo-lhes concedido também um certificado. É, igualmente, feita
a publicitação em cada escola e a divulgação na página web do Agrupamento. As participações
meritórias em concursos internos são, do mesmo modo, enaltecidas.
As ações desenvolvidas no âmbito do Desporto Escolar têm contribuído para fomentar o espírito de
grupo, através da cooperação em tarefas e projetos comuns, e para valorizar as aprendizagens e os
sucessos obtidos, quer individuais quer coletivos.
O Agrupamento conta com o apoio e a confiança de vários setores, designadamente as associações de
pais e encarregados de educação e as autarquias (Câmara Municipal de Lisboa e juntas de freguesia do
Lumiar e de Santa Clara) numa linha de interação bastante positiva. Todos sublinham a importância do
seu papel educativo e a ação continuada na melhoria da qualidade do serviço prestado, reconhecendo-o,
igualmente, como uma força viva junto da comunidade local. A cultura de proximidade é reforçada no
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Dia do Agrupamento através da divulgação do trabalho concretizado e das atividades dinamizadas, bem
como pela partilha de recursos, nomeadamente dos equipamentos desportivos.
Em síntese, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações
de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas. Tais
fundamentos justificam a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Resultados.
3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
As planificações são elaboradas, de forma colaborativa, pelos docentes que lecionam o mesmo ano de
escolaridade e disciplina. A implementação de formas pontuais de coadjuvação tem, também,
possibilitado a cooperação ativa entre docentes. Valoriza-se a partilha de materiais pedagógico-
didáticos, prática agilizada pelo recurso às tecnologias de informação e comunicação. O reforço do
trabalho em rede, a divulgação de experiências positivas e a recolha de propostas de ação e de melhoria
são aspetos que se destacam, mas que importa fortalecer.
O Agrupamento beneficia, pela sua anterior constituição, de uma experiência prévia de articulação das
orientações curriculares e do currículo, bem como de atividades, entre a educação pré-escolar e o 1.º
ciclo. Embora se constate um trabalho progressivo ao nível da generalização e da sistematicidade com
que tem ocorrido, trata-se de uma área que ainda não está consolidada em pleno.
Nos 2.º e 3.º ciclos e no ensino secundário, registam-se exemplos válidos de articulação em conteúdos
afins entre as diferentes disciplinas. É, no entanto, ao nível das visitas de estudo e de projetos que a
interdisciplinaridade assume maior expressão. O planeamento do currículo, intencional, em ordem a
uma efetiva articulação, ainda se inscreve, frequentemente, no plano da informalidade, pese embora se
vislumbre algum empenho por parte dos docentes no sentido de inverter essa situação. Releva-se o
trabalho articulado entre os docentes dos cursos profissionais.
A reflexão sobre os conteúdos programáticos de cada nível de ensino, consubstanciada num
planeamento estruturante e orientador, que sustente a gestão curricular nas suas diversas vertentes, no
sentido de sistematizar práticas pedagógicas que garantam a efetiva sequencialidade das
aprendizagens, configura uma área merecedora de atenção por parte do corpo docente, revelando-se
essencial o reforço dos procedimentos neste campo. Considera-se pertinente que as ações estratégicas
implementadas nesse âmbito sejam objeto de um planeamento estruturado nos planos de turma.
São desenvolvidas, com regularidade, iniciativas de integração das crianças da educação pré-escolar e
dos alunos do 4.º ano, respetivamente nos 1.º e 5.º anos, que propiciam, antecipadamente e de forma
muito positiva, o seu contacto com contextos de aprendizagem diversos. A transmissão de informações
relevantes sobre as aprendizagens das crianças na educação pré-escolar e o percurso dos alunos do 4.º
ano, nos momentos de transição entre níveis de educação e ensino e entre estabelecimentos, é um
procedimento já consolidado nas práticas de docentes (titulares e da educação especial) e de não
docentes (psicólogas). Esta linha de atuação é extensiva também aos 2.º e 3.º ciclos, sendo que, na
transição para o ensino secundário, a orientação vocacional assume também um papel importante.
É de realçar a articulação vertical estabelecida entre as atividades de enriquecimento curricular do 1.º
ciclo e as disciplinas correspondentes do 5.º ano de escolaridade, designadamente ao nível das
expressões (educação física, educação musical e educação visual) e da disciplina de inglês, numa linha
de trabalho que se tem vindo a consolidar.
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As iniciativas que o plano anual de atividades congrega, algumas das quais comuns aos diversos
estabelecimentos escolares, adequam-se, genericamente, às especificidades do contexto e enriquecem as
experiências de aprendizagem de crianças e alunos. Destaca-se pela positiva, e a título exemplificativo,
o concurso literário realizado desde a educação pré-escolar ao ensino secundário.
A abertura ao meio materializa-se, frequentemente, através de ações de sensibilização de natureza
diversa (prevenção e segurança, comportamentos de risco ou empreendedorismo), dinamizadas por
parceiros com quem o Agrupamento mantém ligações privilegiadas. Nesta linha de atuação realçam-se,
também, as atividades de promoção da leitura na comunidade, desenvolvidas entre a biblioteca escolar
da Ameixoeira e a Casa dos Livros, sendo o peddy paper Desafio com Livro sempre bem acolhido.
PRÁTICAS DE ENSINO
O acompanhamento sistemático e a mobilização de recursos para os alunos com necessidades educativas
especiais, no sentido de lhes proporcionar respostas adequadas às problemáticas referenciadas, é um
aspeto que se realça. A efetiva articulação entre os elementos que integram as várias estruturas de
apoio é notória, alargando-se também a entidades externas, em diferentes valências. É merecedor de
destaque o trabalho desenvolvido com os alunos que frequentam a unidade de apoio especializado.
Constata-se uma congregação de esforços para a integração dos alunos e a promoção do seu sucesso. É
nos conselhos de ano e de turma que o ajustamento ou a definição de medidas ganha maior visibilidade.
A criação de turmas com percursos curriculares alternativos, no 2.º ciclo, permite um trabalho específico
que converge para o mesmo objetivo, designadamente melhorar as suas aprendizagens e o seu sucesso.
Salienta-se, no ensino secundário, a intencionalidade pedagógica subjacente à disponibilização de salas
de estudo, nas disciplinas com maior insucesso, e de aulas de apoio em todas as que são sujeitas a
avaliação externa, visando a superação de dificuldades e o incentivo a melhores desempenhos. Porém, a
mais-valia ao nível da adesão dos alunos e da progressão das respetivas aprendizagens nem sempre é a
expectável.
São ainda de valorizar as medidas organizativas destinadas a promover o sucesso escolar e que
potenciam parcerias: o recurso a finalistas de licenciaturas em educação básica, do Instituto Superior de
Educação e Ciências, que colaboram, em sala de aula, com os professores titulares de turma, no 1.º ciclo,
apoiando alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem; e o apoio prestado por voluntários da
associação Leigos para o Desenvolvimento, nas disciplinas de português e de matemática, aos alunos
finalistas, quer do ensino básico quer do secundário, que sejam imigrantes ou filhos de imigrantes.
Em 2014-2015, o Agrupamento abraçou o desafio de desenvolver, no 2.º ano de escolaridade, o projeto
TurmaMais, direcionando-o para a disciplina de português. Ao nível de duas turmas do 4.º ano, os
responsáveis apostaram também, no presente ano letivo, na implementação do par pedagógico. A
promoção da aprendizagem cooperativa entre pares configura uma estratégia que tem norteado as
práticas de alguns docentes e que se releva. A efetiva diferenciação pedagógica em contexto de sala de
aula configura, porém, na generalidade, uma área a intensificar, em ordem a incrementar a eficácia do
processo de ensino e de aprendizagem.
Evidenciam-se práticas positivas de recurso à componente experimental das ciências, que abarcam
também o trabalho em sala de aula nos diferentes níveis de educação e ensino. No Dia do Agrupamento,
a iniciativa Há Festa no Laboratório, na escola-sede, permite o contacto dos mais novos (do 3.º ao 6.º
ano) com atividades desta natureza. Nesse âmbito, são, igualmente, promovidas visitas de estudo,
designadamente ao Instituto Superior Técnico, para alunos do 1.º ciclo (Semana Escola Ciência Viva e
Ciência Viva), do 3.º ciclo e do ensino secundário (Laboratórios Abertos). Também os projetos All
Portugal Asteroid Search Campaign e Astronomers Without Borders – Global Astronomy Month,
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desenvolvidos com turmas do 7.º ano, em parceria com uma universidade do Texas, constituem-se como
práticas estimulantes da curiosidade científica.
Nos cursos de educação e formação, em funcionamento até ao ano letivo de 2013-2014, assim como nos
cursos profissionais, a promoção da aquisição de competências habilitadoras da inserção dos alunos no
mercado laboral fomenta os saberes práticos.
As tecnologias de informação e comunicação têm integrado, na generalidade, os processos de ensino e de
aprendizagem, não obstante algumas condicionantes de ordem técnica. A otimização dos quadros
interativos é, porém, um aspeto menos conseguido. No que respeita à inovação pedagógica,
consubstanciada designadamente em metodologias ativas, há trabalho a fazer neste campo, em ordem a
propiciar um maior envolvimento dos alunos na construção do seu próprio saber.
A valorização das potencialidades dos estudantes materializa-se no estímulo conferido à sua
participação em iniciativas com reconhecimento nacional (Olimpíadas Nacionais da Biologia,
Campeonato de Jogos Matemáticos, ou o concurso de matemática, PANGEA).
A dimensão artística é valorizada transversalmente, nos diversos contextos educativos e em vários
domínios. É também impulsionada através dos clubes Desenho Manga, Música e Fotografia. Ocupa um
lugar de relevo nas atividades de enriquecimento curricular, designadamente nas expressões, musical
(do 1.º ao 4.º ano), plástica e visual (1.º e 2.º anos). A exposição de trabalhos nos espaços escolares, em
particular ao nível da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, é reforçada pela sua divulgação à comunidade
educativa no Dia do Agrupamento, uma das comemorações mais emblemáticas do ano letivo.
Sublinha-se, igualmente, a disciplina oficina da história da arte, oferta de escola nos 7.º e 8.º anos, cujo
trabalho é desenvolvido, em moldes práticos, numa linha de articulação curricular com as disciplinas de
educação visual e de história, fomentando o espírito criativo dos alunos.
As bibliotecas escolares assumem-se como espaços dinamizadores das aprendizagens, frequentemente
em colaboração com os grupos de recrutamento e ou departamentos curriculares. A falta de recursos
humanos contribui para que aqueles espaços não sejam suficientemente rentabilizados, em particular
nos períodos de intervalo e de horário de almoço, na escola-sede, o que é um aspeto menos conseguido.
O acompanhamento do trabalho docente prevalece ao nível do planeamento e da análise dos resultados
académicos. Embora seja reconhecida a importância dos mecanismos de supervisão da prática letiva em
sala de atividades/aula, esta não é assumida enquanto estratégia formativa potenciadora da partilha de
experiências positivas e orientada para a rendibilização dos saberes profissionais. Reconhecem-se,
porém, indícios de abertura à mesma, em resultado de algumas práticas desenvolvidas, como sejam as
coadjuvações/assessorias pedagógicas e o trabalho em espaço comum, na disciplina de educação física.
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
O Agrupamento tem vindo a diversificar os instrumentos de avaliação e a consolidar o recurso a
diferentes modalidades avaliativas, ajustando os processos aos diferentes contextos curriculares e
promovendo a coerência entre ensino e avaliação. Os critérios, gerais e específicos, são um referencial
para o processo de avaliação do ensino e das aprendizagens, sendo dados a conhecer a alunos e a
encarregados de educação no início do ano letivo. A avaliação diagnóstica é uma prática consolidada
assente, em regra, em instrumentos comuns por ano de escolaridade.
Os docentes prestam informação de retorno aos alunos sobre o desempenho em diferentes tarefas.
Afigura-se importante, porém, generalizar a vertente formativa da avaliação, de modo contínuo e
sistemático, enquanto estratégia de regulação e de (re)ajustamento do processo de ensino e de
aprendizagem. A autoavaliação, que enforma uma prática transversal, indutora da corresponsabilização
de crianças e de alunos no respetivo processo de aprendizagem, pode também ser potenciada no sentido
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de possibilitar aos docentes uma reflexão mais abrangente, por exemplo, sobre as metodologias
utilizadas.
O valor conferido às questões da fiabilidade e da validade da avaliação contribuiu para a adesão aos
testes intermédios, até ao ano letivo transato. Cientes da sua importância os docentes optaram por um
outro mecanismo, a prova única, aplicando-a, em 2012-2013, apenas ao 1.º ciclo. No ano letivo transato,
o processo alargou-se, experimentalmente, aos restantes níveis de ensino. Em 2014-2015, ao abarcar a
generalidade das disciplinas constitui-se como ponto de partida para aferir a qualidade da articulação
entre os docentes que lecionam os mesmos anos de escolaridade, bem como um instrumento de avaliação
adicional dos alunos. Prática que se releva.
A uniformização de procedimentos, empreendida em sede de conselho pedagógico e das estruturas
intermédias, bem como o recurso, cada vez mais alargado, à elaboração de matrizes e de critérios de
correção, harmonizados entre docentes, tem sido crescente. Práticas estas que importa generalizar e
consolidar, com vista à uniformização do grau de exigência em cada área curricular e a salvaguardar os
princípios da equidade e da igualdade de oportunidades.
Através da verificação periódica do cumprimento das planificações, nos departamentos curriculares e
nos grupos de recrutamento, põe-se em prática a monitorização do desenvolvimento do currículo.
As medidas de promoção do sucesso escolar são analisadas, trimestralmente, pelos conselhos de turma e
em conselho pedagógico. Embora os balanços intermédios do trabalho realizado denotem alguns reflexos
positivos na melhoria das aprendizagens, o seu tratamento estruturado, assente em indicadores que
permitam, de modo consistente, aferir a sua eficácia nas aprendizagens, é uma área que importa
aprofundar. As respostas educativas disponibilizadas aos alunos com necessidades educativas especiais
têm, na generalidade, um impacto positivo nas taxas de transição/conclusão, indiciando melhorias nas
respetivas aprendizagens. O seu sucesso pleno, em todos os anos de escolaridade, constitui, porém, um
desafio a abraçar pelos docentes.
A atenção conferida a alunos cujo perfil não se enquadra no ensino regular suscitou, de há vários anos a
esta parte, a aposta numa oferta formativa alternativa, ponderada face aos interesses da comunidade.
Concomitantemente, o trabalho articulado entre docentes e a rede social do concelho, numa ligação
estreita com as famílias, a Escola Segura e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Lisboa
Norte, tem-se revelado profícuo na prevenção e na redução do abandono escolar.
Em suma, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, o Agrupamento apresenta
uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes,
o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.
3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO
LIDERANÇA
O impulso conferido ao trabalho colaborativo e aos projetos comuns (Interciclos, por exemplo), bem como
as ações comemorativas e lúdicas alargadas à comunidade educativa, ajudam a estreitar laços e
favorecem a afirmação identitária. O combate à indisciplina, o reforço da segurança e a consolidação da
mística do Agrupamento são alguns dos desafios conscientemente assumidos por todos.
É evidente a sintonia existente entre a direção e os conselhos geral e pedagógico, ao nível dos
compromissos estratégicos a prosseguir e que se encontram plasmados no projeto educativo. Este,
perspetivado em função da realidade do meio e da melhoria das aprendizagens e dos resultados
escolares, em ordem a um serviço educativo de qualidade, configura um instrumento de planeamento
estratégico, em articulação com os restantes documentos estruturantes. No entanto, o não
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estabelecimento de prioridades calendarizadas, a ausência de metas intermédias e o facto de não se
encontrar inteiramente suportado em indicadores específicos que permitam avaliar o impacto das linhas
de atuação nele preconizadas dificultam que seja feita com propriedade a regulação sistemática do
trabalho desenvolvido e a subsequente avaliação do mesmo.
O Agrupamento é gerido por uma liderança de topo apreciada pela grande maioria da comunidade
escolar. Coadjuvada por uma equipa coesa e dinâmica, é-lhe reconhecida disponibilidade, abertura e
capacidade de diálogo. O diretor demonstra espírito de iniciativa e motivação para aderir a novos
desafios e implementar mudanças ao nível das práticas pedagógicas, numa lógica de indução de
melhoria organizacional. As lideranças intermédias são valorizadas e incentivadas, num quadro de
gestão partilhada, a apresentar propostas que contribuam para a melhoria, em prol da construção de
uma identidade própria de Agrupamento.
A generalidade dos docentes e dos não docentes revela empenho e profissionalismo no exercício das suas
funções, desenvolvidas num ambiente de trabalho positivo, não obstante alguns condicionalismos de
ordem física ao nível das instalações e da qualidade dos espaços escolares, na escola-sede.
As parcerias estratégicas com as autarquias e outras entidades locais contribuem para a dinamização
cultural e científica, bem como para responder a alguns dos problemas da comunidade escolar. Realçam-
se as sinergias desenvolvidas com as primeiras em torno de vários projetos, no âmbito das competências
próprias. A notória recetividade dos responsáveis às oportunidades que fortalecem a ação educativa e se
repercutem, de forma positiva, na formação integral de crianças e de alunos é merecedora de destaque.
Registam-se algumas dinâmicas promotoras do diálogo com as famílias (receção no início do ano letivo e
sessões de sensibilização e palestras, sobre temáticas pertinentes), num trabalho em construção que
reforça a sua interligação com a escola. É reconhecida a importância das associações de pais e
encarregados de educação, que demonstram disponibilidade para participar na vida escolar, e são
consideradas parceiros importantes na prossecução dos objetivos educativos traçados.
GESTÃO
A direção revela uma gestão cuidada dos recursos humanos. Pese embora os critérios definidos
privilegiarem a continuidade das equipas pedagógicas e, em cada nível de ensino, sempre que possível,
do diretor de turma, as recentes aposentações e as rescisões condicionaram tal princípio. Em 2014-2015,
com a necessidade de contratação de um elevado número de docentes, houve que acautelar a afetação, a
professores do quadro, dos anos terminais de ciclo, bem como dos cursos profissionais, uma boa prática
que se sublinha. A designação de docentes que, tradicionalmente, lecionam ao ensino secundário, para a
prestação de apoios aos alunos dos 2.º e 3.º ciclos, tem subjacente a rentabilização dos recursos
humanos, o que é positivo.
O pessoal não docente é gerido no sentido da convergência das respetivas aptidões às necessidades de
resposta nos diversos setores. A dimensão educativa dos conteúdos funcionais é valorizada nos
diferentes níveis de educação e ensino. Nos serviços administrativos, o espírito de entreajuda que os
assistentes técnicos evidenciam nas suas funções rendibiliza os saberes e proporciona capacidade de
resposta aos diferentes tipos de solicitações dos utentes. A monitorização da qualidade do serviço
prestado não se encontra, porém, instituída.
A planificação do ano escolar assenta em critérios e princípios orientadores definidos nos documentos
estruturantes. Os recursos físicos e materiais são geridos, criteriosamente, numa lógica de
sustentabilidade e de otimização junto da comunidade.
É prática o diagnóstico das necessidades formativas junto de todos os trabalhadores, com vista ao seu
envio para o centro de formação a que o Agrupamento está adstrito. Porém, não se evidencia a
formalização de um plano que privilegie e dê visibilidade ao leque de momentos formativos dinamizados
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internamente, o que é um aspeto menos conseguido. É no plano anual de atividades que algumas dessas
iniciativas surgem espelhadas.
Pese embora as melhorias verificadas, a otimização dos circuitos de informação e comunicação é uma
área merecedora de investimento, designadamente ao nível da disponibilização atempada de informação
pertinente para o pessoal docente e não docente, da projeção da oferta educativa e formativa junto da
comunidade, bem como do trabalho realizado, de modo a consolidar o reconhecimento da qualidade do
serviço prestado e a incrementar a imagem externa do Agrupamento.
AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
A análise dos resultados académicos, envolvendo as diferentes estruturas pedagógicas, enforma rotinas,
desde há vários anos. Prática reforçada com a agregação da escola secundária ao Agrupamento, em
agosto de 2010. O relatório da anterior avaliação externa (maio de 2010) ao identificar, como um dos
pontos fracos, as debilidades registadas nos processos de autorregulação e melhoria, condicionando a
sustentabilidade do seu progresso, enformou um instrumento de reflexão para os responsáveis.
Constituída no primeiro mandato do atual diretor, a equipa de autoavaliação (três docentes e uma
encarregada de educação) focalizou o seu trabalho na aplicação anual de questionários de satisfação à
comunidade educativa, em áreas de análise consideradas pertinentes (dinâmica do ensino-
aprendizagem, em 2012-2013; e área da comunicação, em 2013-2014). Paralelamente têm sido
elaborados relatórios anuais que incidem no grau de execução e de avaliação das diferentes atividades e
no funcionamento das estruturas de coordenação educativa e de supervisão pedagógica.
Em 2014-2015, por vicissitudes várias, o grupo de trabalho viu-se reduzido a três docentes (ainda que
mantendo uma das da anterior equipa), afigurando-se esta composição não ser sustentável para a
natureza das tarefas a realizar. Os questionários de satisfação aplicados à comunidade educativa, no
presente ano letivo, numa linha de continuidade do trabalho anteriormente desenvolvido, tiveram
subjacente uma amostra pouco representativa. De entre as áreas abarcadas, o processo de ensino-
aprendizagem e disciplina, as relações interpessoais, a articulação escola e meio e a comunicação e
divulgação da informação, foi dada prioridade à análise de conteúdo das questões relativas à primeira.
Também foi aplicado aos docentes um Documento de Reflexão, a partir do qual foram identificadas áreas
mais fortes e mais fracas e algumas propostas de melhoria.
A suportar a reflexão que tem sido realizada sobre as práticas de ensino em contexto de sala de aula,
afigura-se importante incrementar a avaliação, minuciosa, do impacto das mesmas nas aprendizagens
dos alunos, em ordem a delinear oportunidades de melhoria do processo de ensino e de aprendizagem.
Apesar de o trabalho realizado ter subjacente o reconhecimento da importância da autoavaliação e de se
relevar a atuação empenhada das sucessivas equipas, a limitada representatividade dos seus elementos
e o investimento na sua formação, neste domínio, são áreas merecedoras de atenção. Há, neste âmbito,
um caminho a percorrer de modo a aumentar a fiabilidade e a consistência do processo desenvolvido,
que sustente as opções estratégicas, reforçando os seus efeitos no planeamento, na gestão das atividades
e nas práticas profissionais.
Ancoradas no projeto de intervenção do diretor, têm sido implementadas, intencionalmente, medidas e
estratégias que perspetivam algum impacto no planeamento e na gestão. Ainda que os diversos
diagnósticos organizacionais tenham gerado um leque de dados importantes, permitindo a identificação
de pontos fortes e fracos no funcionamento do Agrupamento, o trabalho realizado não se enformou como
uma ferramenta que agregue, de forma sistematizada, as diversas informações setoriais existentes.
Coloca-se, como desafio, a identificação de áreas prioritárias de intervenção, consubstanciando-as em
planos de ação de melhoria, nos quais sobressaia, de modo explícito, a sua relação com a análise dos
resultados académicos e a avaliação do grau de eficácia do trabalho educativo realizado induzindo,
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assim, sinergias entre os planos organizacional e pedagógico. Neste processo, afigura-se pertinente o
envolvimento não só das lideranças, como de outros elementos da comunidade educativa, numa linha de
corresponsabilização alargada e de congregação de esforços em prol da melhoria.
Assim, calendarizar as metas mensuráveis traçadas, definindo objetivos claros, suportados em
indicadores de eficiência organizacional, em que se identifiquem os responsáveis pelas medidas a
empreender, sem descurar os mecanismos de monitorização sistemática das mesmas, afigura-se como
uma área merecedora de particular atenção por parte dos responsáveis, em ordem a garantir o
progresso sustentado do Agrupamento.
Em síntese, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, o Agrupamento apresenta
uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.
Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Liderança e Gestão.
4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:
A dinamização de iniciativas que mobilizam crianças e alunos, com impacto positivo na sua
formação pessoal e social, bem como de projetos transversais aos diferentes estabelecimentos de
educação e ensino, com reflexos na coesão organizacional e na identificação com o
Agrupamento;
A ação desenvolvida no âmbito da educação especial que favorece, de modo positivo, a inclusão
e socialização dos alunos com necessidades educativas especiais;
O trabalho realizado em articulação com diferentes parceiros, refletindo-se, positivamente, na
minimização do abandono escolar e nas relações estabelecidas com a comunidade;
A liderança de proximidade exercida pela direção, numa lógica de indução de melhoria
organizacional e num quadro de gestão partilhada, em prol da construção de uma identidade
própria de Agrupamento.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus
esforços para a melhoria são as seguintes:
A identificação dos fatores determinantes do (in)sucesso inerentes ao processo de ensino e de
aprendizagem, monitorizando de forma sistemática a eficácia das estratégias implementadas,
em ordem à melhoria das aprendizagens e dos resultados académicos;
A sustentação da gestão curricular num planeamento estruturante e orientador, com vista a
sistematizar práticas pedagógicas que garantam a efetiva sequencialidade das aprendizagens;
O reforço da diferenciação pedagógica em sala de aula e o desenvolvimento de estratégias que
se consubstanciem em metodologias ativas, visando um maior envolvimento dos alunos na
construção do seu próprio saber;
O investimento na supervisão pedagógica, em sala de aula, enquanto estratégia de melhoria
orientada para a partilha de experiências e para a rendibilização dos saberes profissionais;
O desenvolvimento de práticas de autoavaliação agregadoras, que comprometam a comunidade
educativa e que, sem descurar os mecanismos explícitos e estruturados de monitorização
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sistemática dos processos, permitam alicerçar, de forma consequente, todas as decisões
estratégicas, em ordem a garantir o progresso sustentado do Agrupamento.
27-07-2015
A Equipa de Avaliação Externa: Manuel Faria, Maria João Pereira e Susana Henriques