relatório 4 - destilação

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  • 8/12/2019 Relatrio 4 - Destilao

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    Universidade Federal de So Joo Del Rei

    Campus Alto Paraopeba

    Laboratrio de Engenharia de Bioprocessos II

    Experimento 4Coluna de destilao contnua

    Alunas: Elizabeth Ramos

    Janaina Lima

    Jssica Nayara

    Joanna Mara

    Thamara Coutinho

    Prof. Dr. Enio Nazar de Oliveira Junior

    Ouro Branco

    Fevereiro - 2013

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    1. Introduo

    1.1. DestilaoO processo de destilao muito utilizado em toda a indstria qumica, como

    por exemplo, na obteno de lcool retificado de uma mistura de fermentao, ou ainda,

    na indstria petrolfera para a separao das fraes contidas no petrleo bruto, como

    gs combustvel, GLP, nafta, querosene, diesel, gasleo, leo combustvel [1].

    A destilao um dos processos de separao mais tradicionais para a separao

    de misturas de lquidos em seus componentes puros ou prximos da pureza, por meio de

    evaporao e condensao dos componentes em questo. Portanto, pode-se afirmar que

    o agente de separao o calor, pois o vapor formado tem composio diferente da

    mistura original [1].

    O mtodo se baseia na diferena entre as volatilidades dos componentes da

    mistura e na caracterstica geral do equilbrio entre as fases lquido-vapor, a de ser

    comum a diferena de composio entre as mesmas [2,3]. Em geral, um lquido e um

    vapor em equilbrio contm os mesmos componentes, mas em quantidades relativas

    diferentes: o vapor mais rico que o lquido quanto aos componentes mais volteis [2].

    A frao mais voltil aquela que tem a maior presso de vapor, ou seja, maior

    tendncia a evaporar. Quanto menor a massa molar, mais voltil um composto dentro

    de uma mesma funo orgnica (metano mais voltil que o etano que mais voltil que

    o propano) [4].

    Em uma instalao de destilao, os principais componentes so: refervedor,

    condensador, coluna de destilao e o recheio (ou pratos) [5].

    O refervedor tem a funo de vaporizar os componentes, funcionando como um

    trocador de calor. A sua escolha deve levar em conta algumas consideraes, como:

    coeficiente de troca de calor elevado, baixo custo, a superfcie de troca trmica deve ser

    mantida limpa prevenindo incrustaes de produtos degradados e apresentar baixo

    tempo de residncia (no caso de produtos termolbeis) [5].

    O condensador tem a funo de condensar o vapor que deixa o topo da coluna e

    promover o refluxo de lquido necessrio para a separao. O condensador pode

    liquefazer completamente o vapor, sendo que uma parte do condensado retorna para a

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    coluna e a outra removida como destilado; ou liquefazer apenas uma parte do vapor

    [5].

    Existem algumas misturas que apresentam caractersticas que dificultam ou, at

    mesmo, impedem a total separao de seus componentes. So os casos dos sistemas,

    cujos pontos de ebulio so muito prximos ou possuem pontos de azetropo, como a

    mistura gua-etanol, por exemplo. Para estas misturas, a total separao dos

    componentes requer a adio de uma terceira substncia na coluna de destilao, capaz

    de alterar o comportamento do equilbrio lquido-vapor da mistura. Normalmente, a

    substncia adicionada um solvente e este tipo de destilao denominado destilao

    extrativa ou azeotrpica, a depender da volatilidade do mesmo. Alguns sais tambm

    podem modificar o equilbrio lquido-vapor de misturas, pela formao de complexos

    com os elementos a serem separados. Diferentemente dos solventes, os sais no so

    vaporizados no processo de destilao e, por isso, diminuem o consumo de energia na

    destilao, motivando seu uso em substituio aos solventes. Para o processo de

    destilao, em que se emprega um sal como agente separador, d-se o nome de

    destilao extrativa salina [6].

    1.2. Destilao fracionada

    A destilao fracionada uma operao de separao de misturas por intermdio

    de vaporizaes e condensaes sucessivas [1]. Em modo geral, o funcionamento das

    colunas de destilao pode ser representado como o esquema da Figura 1.

    Figura 1Esquema de uma coluna de destilao fracionada (Fonte [1]).

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    A substncia a ser separada em fraes introduzida um ponto mdio da coluna,

    ponto F. Devido diferena de densidade entre fases de vapor e de lquido, o lquido

    flui para baixo na coluna, enquanto o vapor flui para cima da coluna, entrando em

    contato com o lquido em cada estgio [7].

    Ao atingir o fundo da coluna, o lquido parcialmente vaporizado em um

    refervedor, sendo enviado de volta para cima da coluna. A parte restante do lquido de

    fundo retirada como produto de fundo. O vapor circular em sentido ascendente na

    coluna, em contracorrente com a mistura da alimentao da coluna. Ao atingir o topo, o

    vapor arrefecido e condensado no condensador. Parte do condensado devolvido para

    a coluna como refluxo para proporcionar excesso de lquido. O restante da corrente de

    topo retirada como destilado, ou produto de topo. Os componentes mais leves (de

    baixo ponto de ebulio) tendem a concentrar-se na fase de vapor, enquanto os

    componentes mais pesados (maior ponto de ebulio) tendem a se concentrar na fase

    lquida [1, 7].

    A separao total alcanada entre o destilado e o fundo depende principalmente

    das volatilidades relativas dos componentes, do nmero de estgios, bem como a

    proporo entre a taxa de fluxo fase lquida para a taxa de fluxo em fase de vapor [7].

    O balano de massa para esse processo deve ser feito em vrias sees da

    coluna, conforme a Figura 2.

    Figura 2Sees da coluna de destilao de acordo com o balano de massa

    (Fonte [1]).

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    A equao 1 representa o balano de massa para a seo I.

    (1)

    Em que,

    F = vazo mssica de alimentao;

    D = vazo mssica de produto de topo;

    W = vazo mssica de produto de fundo.

    O balano de massa para a seo II est representado pela equao 2.

    (2)

    Em que,

    Vm= vazo mssica de vapor na seo de absoro;

    Lm = vazo mssica de lquido na seo de absoro.

    Para a seo III, o balano de massa est representado pela equao (3).

    (3)

    Em que,

    Ln= vazo mssica de lquido na seo de esgotamento

    Vn = vazo mssica de vapor na seo de esgotamento.

    No condensador, o balano de massa dado pela equao (4).

    (4)

    Em que,

    V = vazo mssica de vapor no topo.

    Os principais balanos de energia para esse processo so: balano global

    (equao (5)) e balano no condensador (equao (6)).

    (5)

    Em que,

    qF = calor contido na carga;

    Qr = calor introduzido pelo refervedor;

    qD = calor contido no produto de topo;

    qW= calor contido no produto de fundo;

    QC = calor retirado pelo condensador.

    F = D + W

    Vm= Lm+ D

    Ln= Vn+ W

    V = L + D

    L + D = QC / v L

    F . F + Qr = D . D + W . W+ QC

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    (6)

    Em que,

    (qvqL) = Calor de condensao do vapor de topo da coluna de destilao.

    2. ObjetivosO experimento permite analisar a separao de lquidos, com volatilidades

    diferentes em uma mesma mistura, utilizando uma coluna de destilao. Alm disso,

    encontrar as fraes molares de gua na alimentao, no topo e no fundo e comparar

    com o diagrama binrio gua/c. actico.

    3. Materiais e metdosPara realizao do experimento foi utilizada uma unidade de destilao contnua,

    como mostra a Figura 3. A mistura a ser destilada foi gua / cido actico. Durante o

    experimento foram feitas titulaes para determinar a concentrao do cido no produto

    de topo, de fundo e de alimentao.

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    Figura 3 Unidade de destilao contnua. 1) Coluna de destilao com pratos

    perfurados; 2) aquecedor do refluxo; 3) rotmetro do refluxo (L); 4) condensador de

    topo (gua); 5) amostra do produto de topo (xD); 6) acumulador; 7) bomba de

    refluxo; 8) rotmetro do produto de topo (D); 9) tanque do produto de topo; 10)

    amostra do produto de fundo de quente (xb, q); 11) trocador, ( produto de fundo x

    gua); 12) rotmetro de alimentao (F); 13) rotmetro do produto de fundo (B); 14)

    amostra do produto de fundo frio (xB); 15) bomba de alimentao; 16) tanque da

    alimentao, binrio a ser separado; 17) amostra de alimetnao, zF; 18) tanque de

    produto de fundo; 19) trocador (produto de fundo x alimentao); 20) refervedor;

    21) aquecedor da alimentao.

    4. Resultados e DiscussoA tabela 1 apresenta os dados para os clculos das fraes molares de gua na

    alimentao, no topo e no fundo, respectivamente, xf, xde xb.

    Tabela 1- Dados do experimento

    Dado Valor Unidade

    Mamostra* 10,25 g

    N (NaOH) 3,96 mol/L

    Vf(NaOH) 38,00 L

    Vd(NaOH) 30,90 L

    Vb(NaOH) 42,35 L

    Eq(MMac. actico) 60,00 g/mol

    *A massa da amostra foi calculada atravs da razo do volume da amostra

    (10mL) pela mdia das densidades da gua e do c. Actico (1,049g/mL e

    1g/mL).

    Os clculos foram realizados com o auxlio do software Excel.

    1. Clculo de xf

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    2. Clculo de xd

    3. Clculo de xb

    A partir dos valores obtidos das fraes molares foi verificado no diagrama

    binrio cido actico/gua se os resultados obtidos na titulao de xF(alimentao), xB

    (base) e xD(destilado) correspondem aos do diagrama, mostrado na figura 4.

    As temperaturas Tf, Td e Tb foram respectivamente, 32, 105 e 99C

    correspondente s fraes molares 0,33; 0,57 e 0,07. Observando o grfico da figura 4,

    pode-se notar que os valores coletados durante a titulao corresponderam parcialmente

    com o diagrama binrio gua/cido actico. A nica frao molar que mais se

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    aproximou do diagrama foi a do destilado (de topo), o qual est destacada na figura 4.

    Possivelmente, pode ter ocorrido um erro na medio das temperaturas de fundo e de

    alimentao, justificando essa discrepncia. Contudo, as fraes molares esto coerentes

    com o esperado de uma titulao gua/cido actico. A gua o composto mais voltil,

    portanto, era de esperar uma maior frao de gua no topo e uma menor frao da

    mesma no fundo, o que foi confirmado nos valores obtidos (0,57 % no topo e 0,07% no

    fundo).

    Alm disso, foi apontado graficamente os pontos da alimentao, de destilao e

    de fundo na curva de equilbrio, ilustrada na figura 5.

    Figura 4- Diagrama binria gua/c. actico

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    Figura 5- Curva de equilbrio gua/c. actico

    5. ConclusoConclui-se que a obteno de gua a partir da destilao fracionada da mistura

    gua/cido actico foi consideravelmente boa. Esses dois compostos apresentam uma

    pequena diferena de volatilidade e isso pode ter sido considerado como dificuldade na

    obteno de um bom resultado. Apesar de no ter sido calculado o nmero de pratos

    tericos, pode-se dizer que 10 pratos foram suficientes para uma boa separao, onde a

    frao molar de gua, composto mais voltil, foi de 0,57% no topo e de 0,07% no

    fundo.

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    6. Referncias Bibliogrficas[1]Disponvel em:

    ,Acessado em 01/02/2013.

    [2] POIANI, L.M. Simulao esttica e dinmica de colunas de destilao, aplicada

    sistemas multicomponente a base de etanol e gua . 1985. 204 f. Dissertao

    (Mestrado em Engenharia Qumica). Universidade Estadual de Campinas, Campinas,

    So Paulo.

    [3] BRASIL, A. B. Anlise de parmetros operacionais para o projeto de colunas

    de destilao multicomponente em batelada. 1993. 113 f. Dissertao (Mestrado em

    Engenharia Qumica). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, So Paulo.

    [4] Disponvel em:

    , acessado em 03/02/2013.

    [5] LOPES, M.M. Estudo comparativo da destilao em batelada operando com

    refluxo constante e com composio do destilado constante. 2008. 155 f. Dissertao

    (Mestrado em Engenharia). Universidade de So Paulo, So Paulo, So Paulo.[6]Disponvel em:

    , acessado em 03/02/2013.

    [7] PERRY, R. H.; GREEN, D. W.; MALONEY, J. O.Perrys ChemicalEngineers

    Handbook. 7aed., New York: McGraw-Hill. 1997.

    http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/petrobras/operacoes_unitarias.pdfhttp://www.fatecaracatuba.edu.br/suporte/upload/Biblioteca/BIO%2017711107121%20-%20Autor%20Walter%20Noboru%20Sejimo.pdfhttp://www.fatecaracatuba.edu.br/suporte/upload/Biblioteca/BIO%2017711107121%20-%20Autor%20Walter%20Noboru%20Sejimo.pdfhttp://www.ufrrj.br/posgrad/cpeq/paginas/docs_teses_dissert/dissertacoes_docs_2010/Renan-completa.pdf)http://www.ufrrj.br/posgrad/cpeq/paginas/docs_teses_dissert/dissertacoes_docs_2010/Renan-completa.pdf)http://www.ufrrj.br/posgrad/cpeq/paginas/docs_teses_dissert/dissertacoes_docs_2010/Renan-completa.pdf)http://www.ufrrj.br/posgrad/cpeq/paginas/docs_teses_dissert/dissertacoes_docs_2010/Renan-completa.pdf)http://www.fatecaracatuba.edu.br/suporte/upload/Biblioteca/BIO%2017711107121%20-%20Autor%20Walter%20Noboru%20Sejimo.pdfhttp://www.fatecaracatuba.edu.br/suporte/upload/Biblioteca/BIO%2017711107121%20-%20Autor%20Walter%20Noboru%20Sejimo.pdfhttp://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/petrobras/operacoes_unitarias.pdf